quase sempre, são as pessoas simples e despretensiosas as mais dignas de
nossa amizade.
O QUE VOCÊ LÊ?
Outra coisa que influencia muito na sua formação é o que você lê. Em geral,
na adolescência, a gente sente uma espécie de preguiça para tudo quanto
exija esforço. E, então, até a leitura “deve” ser ajudada com ilustrações, por
que assim o que resta para ler é apenas uma legenda.
Conheço meninos e meninas bem intencionados que acabaram ficando
dominados pelas leituras fáceis. O pior é que muitos começam a seguir pela
vida real, ou pelo menos tentam seguir, o que seus olhos vêem e o
inconsciente grava.
Quantas moças se convencem que é verdade que “Maria encontrou Roberto,
numa noite tempestuosa, gostaram-se, beijaram-se, mas isto e aquilo e...
finalmente casaram-se e foram felizes a vida toda.”
Também escrevo ficção, e poderia muito bem fazer “verdade” com os meus
personagens, se quisesse, mas sei que a realidade é bem outra. Vemos
muita gente decepcionada, gente que, quando fica realmente adulta, se
lamenta do que fez influenciada pelo que havia no cinema, no teatro, na
televisão, nas revistas ou no exemplo de outros.
Temos livros bons e de leitura interessante. É apenas uma questão de hábito
e de escolha. Já experimentou ler biografias de grandes homens e
mulheres? E histórias de viagens podendo conhecer o mundo sem sair de
sua poltrona preferida? E a Bíblia? Comecei a ler a Bíblia quando era muito
criança ainda, e até hoje, cada vez que a leio, encontro coisas novas e
bonitas, como só Deus poderia inspirar.
Que tal a história de Moisés, Ester, Rute, José, ou acompanhar a formação
do povo escolhido de Deus através da história de Abraão? É tão
emocionante! E é história verdadeira! Não é história de super-homens
imaginários. O livro de Ester, por exemplo, sobrepuja toda fotonovela que
anda por aí.
O Texto abaixo foi extraído do Livro:
DEUS, VOCÊ E O NAMORO, de Myrtes Mathias.
DEUS, VOCÊ E O NAMORO:
“Na encruzilhada da vida cheguei,
escolhi, repeti...
toda obra é grande,
toda escolha é certa...
Todo fim é belo,
se começar no céu,
se vier do alto,
se aprovado por Deus...”
Li, em um belo livro para gente moça, que a adolescência é como uma roupa
nova, à qual se dispensa todo cuidado para não sujar, amarrotar ou rasgar.
Outros acham que a adolescência é uma fase crítica difícil, uma
encruzilhada, como no poema acima. Mas sobretudo, a adolescência é uma
bonita oportunidade, em que se está cheio de sonhos, de energia, de vontade
de “abraçar o mundo”.
O QUE VOCÊ SONHA
Em nenhuma outra fase de sua vida você se sentirá na adolescência. Na
infância, a gente aceita, mais ou menos bem, tudo que papai e mamãe
mandam fazer. Nossos desejos são tão pequenos que podem ser facilmente
satisfeitos. Ou, então, passam tão depressa que perdem a importância.
Quando eu era criança, eu queria um elefante para ir à escola. Isso faria com
que os outros não me achassem tão pequena. Mas quando comecei a pensar
na série de dificuldades que encontraria para sustentar um animal tão grande,
desisti da idéia, a tempo... Pouco depois pensei em ir à África, e convoquei
alguns colegas para formarmos a expedição. O resultado foi desastroso,
porque alguns que não foram convidados fizeram queixa à professora:
“fulano e sicrano vão para a África e não querem que a gente vá também...”
“Claro que tudo era fantasia, sonho. Mas estou desejando que você veja a
diferença entre os sonhos de criança e os sonhos de quem já chegou à
1
encruzilhada, na hora de escolher, de vestir a roupa nova, que precisa ser
cuidada para não se manchar, amarrotar, rasgar...
Agora você deseja muita coisa boa, algumas bastante difíceis de realização,
mas pelo menos mais razoáveis.
Vejamos alguma coisa que você deseja agora:
1. Parecer com certas pessoas;
2. Mostrar que já é adulto;
3. Escolher aquilo que você usa;
4. Ser admirado;
5. Causar boa impressão, e, às vezes, causar admiração.
Não é verdade?
O que não é muito agradável, quando aparecem os feitos dos adolescentes,
é que os mais velhos, pais, professores, responsáveis, não entendem bem a
coisa e começam a dizer que o mundo está perdido, que a mocidade de hoje
é transviada, que no tempo deles não era assim...
Quem será que está com a razão?
Embora o assunto de nossa conversa não seja bem isso, tudo vai à guisa de
preparação. Afinal, estamos preparados para tudo que virá depois? Sim ou
não?
É natural que você queira se parecer com alguém. Sua personalidade está
em formação. E a gente precisa de um modelo para criar alguma coisa. Não
é assim que agem o pintor, o escultor, o artesão?
Veja, porém, que o pintor, o escultor e o artesão escolhem com muito cuidado
o seu modelo. Sabem que dele dependerá a obra. Se quer pintar um quadro
que inspire sentimentos alegres e puros, o pintor escolherá um modelo com
traços naturais e cores alegres; se quiser causar um impacto diferente,
revolta, ou chamar a atenção para um lado triste ou negativo da vida,
procurará um modelo para pincelar essas coisas...
QUE QUER VOCÊ FAZER DE VOCÊ MESMO?
Se tomar por herói uma pessoa menos digna, de costumes vulgares, acabará
o adolescente por tomar as mesmas atitudes e praticar os mesmos atos
dessa personagem.
Há rapazes que fazem dos “bandidos” os seus heróis, e por isso muitos
acabam se transformando eles mesmos em “bandidos”, que não tem sequer
a sorte dos “bandidos” das histórias e das fitas de cinema.
Com as moças se dá o mesmo. Tomam por modelo certas “artistas”, de artes
e costumes pouco recomendáveis, e daí passam a crer que o namoro, o
“amor”, deve ser bem avançado como o da artista... Os vestidos e todos os
seus complementos devem ser de modo a chamar a atenção para o próprio
corpo, como se o corpo fosse objeto de vitrine. É triste descobrir essas
moças, querendo parecer bonitas, não terem noção de quanto se tornam
ridículas...
Claro que a gente deve andar na moda e ter o maior cuidado com próprio
corpo. Ele foi feito por Deus e foi entregue ao nosso cuidado, mas entre
cuidado, bom gosto e exagero vai uma distância enorme...
QUEM PODE SER MEU AMIGO OU AMIGA?
É na fase da adolescência que a gente forma o grupo de amizades, e é
nessas amizades que se encontra a amiga ou o amigo “íntimo”.
Isso é muito importante, porque, como dissemos, nossa tendência é imitar
aqueles que admiramos, que amamos. Mesmo não querendo, sempre se
adquire hábitos daqueles com os quais se convive mais de perto. Assim é
que, se uma moça está sempre junto de uma colega que gosta de ficar até
tarde na rua, ou sair cada dia com um rapaz, acabará achando muito natural
fazer a mesma coisa. Se um rapaz anda sempre com outro que só fala
palavras feias, achará um dia que é natural usar e abusar de gírias e
palavrões. Se repreendido por adultos por falar assim, dirá que “os velhos
são uns quadrados” que não entendem.
É bom que a gente se dê bem com todos, que tenha facilidade de fazer
amizades, que seja alegre e querido em todo lugar, mas, para tornar-se nosso
“amigo igual a irmão”, a pessoa precisa ser de bons princípios, cristã e
sincera, que possa ser, além de amigo, um exemplo. Isso não quer dizer que
precisa ser uma pessoa de posição, rica. Absolutamente não. Às vezes,
É bom conviver com todos, interessar-se pelos problemas dos outros, ajudar
os mais fracos e pedir ajuda aos mais velhos. Você não imagina como “a
gente grande” se sente bem quando um adolescente a procura para fazer
2
uma pergunta sincera ou expor um problema. Experimente fazer isso com o
seu pastor, líder ou seus pais. Eles ficarão orgulhosos de você e saberão
compreendê-lo.
Essa foi uma palavrinha para aqueles que receberam uma concepção errada
das coisas que chegam a fugir da realidade.
Mas, por favor, não pense que quero dizer que a gente deve passar as 24
horas do dia em reuniões com colegas, em festas, piqueniques, programas,
ou pedindo conselhos aos “pobres” dos adultos, que já têm suas inúmeras
acusações. Há tempo para tudo. Precisamos de algumas horas a sós para ler
a Palavra de Deus, orar, estudar as lições do colégio e fazer “exames de
consciência”, etc.
Por falar em exames de consciência, lembrei-me da BA (boa ação) diária dos
escoteiros e seu “eu me acuso” de todas as noites. É um bom hábito. Toda
noite você pensará no que fez de errado durante o dia ou no que deixou de
bom por fazer, e no outro dia compensará a falta, fazendo duplicadamente.
Lembra-se da Zaqueu? “Se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu
lho restituo quadruplicado” (Lc.19:8). O quê? Isso é uma coisa de beato?
Claro que não.
Temos organizações semelhantes às os escoteiros, em nossas igrejas - os
Embaixadores e as Mensageiras do Rei - e você não me dirá nem por
brincadeira, que eles são fanáticos, não é mesmo?
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Por que será que tanta coisa estranha está acontecendo com você? Às
vezes, você se sente cansado, com dificuldades de concentrar-se no estudo
ou na leitura de um livro sério e, parece até castigo, é justamente na
adolescência que os professores começam a exigir que você leia livros
grossos de gente que escreve difícil e sobre assuntos dos quais você não vê
a utilidade prática.
Outra coisa: papai e mamãe parecem cada vez mais exigentes. Querem
saber onde você vai, o que fez durante o dia, e você tem que relatar tudo,
quando, na verdade, você só sente vontade de dizer: “Não interessa!” E
você acha que sua irmã é uma perfeita “chata” e vive queixando de que
você não a entende, não quer sair com ela, etc.
Que drama! Você chega a se revoltar. Causa espanto. É que tudo está
acontecendo muito depressa. Você sente que já é uma pessoa adulta e
precisa mostrar isso, mas, ao mesmo tempo, sente que ainda precisa de
proteção, o que é preciso esconder, segundo seus pensamentos mais
secretos.
Às vezes você não tem coragem de dizer aos seus pais o quanto lhes quer
bem, nem consegue ser bastante gentil para com sua irmã. E a menina não
consegue ser boazinha para o irmão.
Tudo isso, porque você está se tornando um homem ou uma mulher de
verdade. Você, rapaz, começa a se identificar com seu pai; e você é uma
moça, com sua mãe. Isso chega a criar uma espécie de rivalidade. Você tem
medo de que eles sejam mais fortes e dominem sua personalidade. Daí a
revolta, a vontade de “ser do contra”, de fazer só “pelo desaforo”.
Mas, como estava falando, você está se tornando um adulto. Todo o seu
corpo está sofrendo transformações que o caracterizarão e que farão com
que o rapaz se torne capaz de ser pai, e a moça, capaz de ser mãe, pelo
menos foi esta a grande finalidade de Deus quando formou, no Éden, um
homem e uma mulher. E como isso é uma coisa tão importante e tão
sagrada, a gente sofre um pouco para “ficar pronto”.
Há muita energia dentro de você que está sendo usada para sua
transformação, para que o corpo da moça tome bonitas formas
arredondadas e o rapaz se torne realmente forte e viril. É como uma flor que
se prepara para dar o fruto.
Sobra muito dessa energia criadora. Mas como você ainda não está
acostumado a gastá-la, usa-a tão sem método que de vez em quando
chegam os períodos de cansaço e desânimo. Mas, como você já sabe, esse
estado de ânimo é variável, um dia você está bem disposto, outro dia com
3
uma terrível preguiça. O remédio é não dar confiança a isso. Pense que
tudo vai passar, comece a divertir-se, a trabalhar, a ir à igreja, a estudar,
como se nada estivesse acontencendo, breve tudo passará mesmo. Procure
estar sempre junto de outras pessoas, ter amigos de sua idade e adultos,
ajudar os outros, e acabará esquecendo o problema.
O SEXO
É mais ou menos pelo tempo da adolescência que você começa a sentir
atração pelo sexo oposto. A princípio, apenas uma curiosidade, mas depois,
é atracão mesmo.
Isso é perfeitamente normal. Foi Deus quem colocou isso dentro de você.
Mas é hora de lembrar o que disse o sábio Salomão: “Tudo tem a sua
ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ecl.3.1).
Certamente que todos nós precisamos sentir atração sexual; de outra forma
não haveria casamentos, não nasceriam crianças.
Então perguntará você, se foi Deus quem fez o sexo, e nos faz sentir o sexo,
porque tanta gente se preocupa com o assunto, tantos livros são escritos, e
os mais velhos dão tantos conselhos e criam tanto mistério em torno do
sexo?
Vamos devagar. As coisas precisam ficar nos lugares certos, e você não
deve tomar nenhum, dos extremos, para não se arrepender mais tarde.
Quando a gente está vivendo o dia de hoje, deve sempre pensar que amanhã
ele será ontem, e não se deve ter nada de que se arrepender.
Há rapazes e moças também, é claro, que desde cedo começaram a ouvir
coisas negativas a respeito de sexo. Que é vergonha falar em sexo, que não
se pode falar isso e aquilo, e sempre viram os mais velhos falarem no
assunto aos cochichos, mandando as crianças “brincar lá fora”, como se
fossem tratar de algo proibido.
Os adolescentes sempre ouviram que isso e aquilo é pecado, que Deus
castiga, que é falta de vergonha isso e aquilo, e tanta coisa mais. E as
crianças mais sensíveis chegam a pensar que o sexo é nojento, é pecado, é
uma maldição.
É preciso tirar essa ignorância da cabeça. O sexo é uma bênção dada por
Deus. Se você ainda não leu, deve ler, são mais de um folheto com o mesmo
título: Deus, Você e o Sexo, edições especiais para moças e rapazes,
preparadas, respectivamente, pelos Drs. Míriam Rodrigues Silva e Jeiel
Ferreira de Souza.
Como é maravilhosa a formação de um bebê, a maneira como você foi
formado e como serão formados seus filhos! Só mesmo Deus poderia criar
um plano tão perfeito. O que há, e muito, infelizmente, é a deturpação de
uma coisa sagrada, a exploração de um tema sublime por pessoas sem
escrúpulos, sem temor de Deus, ou então, infelizes que querem fazer com
que outros se pareçam com eles.
Portanto, veja se consegue colocar nessa sua cabeça bonita de gente que
está ficando adulta este ensino: o meu sexo é uma bênção, e eu sou
responsável por ele diante de Deus e da sociedade.
Você já viu o que acontece com uma criança que está começando a andar e
resolve correr? Simplesmente cai. Em matéria de vida adulta você está
começando a andar. Não corra, para não cair...
Você está entrando num mundo novo, sente uma avidez enorme de conhecer
tudo, talvez não saiba onde encontrar a resposta certa para suas perguntas.
E, no caso de estar ligando essas transformações e coisas desconhecidas
que está sentindo à idéia de pecado, você acabará criando complexo de
culpa, de pureza, ou fugindo da presença de pessoas de outro sexo.
Encarar o sexo como pecado não é certo; fugir do sexo é anormal. Você não
deve tornar-se uma pessoa solitária ou revoltada. As pessoas que procuram
ficar muito tempo sozinhas, fugindo do convívio com outras, acabam tendo
maus pensamentos e sendo tentadas a fazer coisas que sua própria
consciência condena, coisas que podem até tornar-se vícios difíceis de
vencer.
Já leu a história de Ester? É uma das mais bonitas histórias de amor de
todos os tempos, e prova como Deus escolhe a pessoa certa, no tempo certo.
Ela não estava preocupada “procurando namorado”. O rei é que foi a sua
procura e, justamente, porque ela possuía a beleza de que fala a Bíblia, a
beleza da mulher que teme ao Senhor, foi a escolhida.
4
É preciso estar bem preparado para fazer aquilo que se deseja. Jesus deu
dois exemplos, quando falou do homem que vai construir uma casa.
Primeiro assenta-se, faz cálculos, e então começa a construção. O outro é o
do rei que vai à guerra. Examina antes o seu exército, para ver se tem
suficiente número de soldados.
Com o casamento é a mesma coisa.
- Mas quem está falando em casamento? Perguntará você.
Eu, porque acho que o namoro é um prenúncio do casamento, não? Não
quero crer que você ache interessante andar conquistando os outros e depois
deixando aqueles que aprenderam a amá-la, ou amá-lo, com o coração
decepcionado, despedaçado, incapaz de acreditar em quem quer que seja.
É triste ouvir moças que dizem: “Eu não creio nos rapazes crentes.” Ou
rapazes que afirmam: “As crentes são a mesma coisa.” Isso acontece
porque muitos moços e moças querem se parecer com todo o mundo e
fazem o que todo mundo faz.
Jesus foi bastante popular, vivia bem com os ricos e pobres, jovens e velhos,
mas nunca fez nada de certo modo só porque era assim que os outros
faziam. Jesus fazia o certo. Fazia o que achava que devia fazer.
Como disse no princípio, você está na “encruzilhada”: deixando de ser
criança, mas ainda com vontade de ser o preferido, o que é uma coisa de
criança, e se tornando um homem ou uma mulher, o que exige
responsabilidade.
É hora de pensar no que disse Paulo: “Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, pensava como menino; mas logo que cheguei
a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Cor. 13.11).
O OUTRO GRUPO E O NAMORO
Mas há outro grupo de adolescentes que reage de maneira diversa. Tornam-
se os rapazes agressivos e as moças chegam a ser apontadas como “loucas
por rapazes”. Por que será isso? Será de propósito que agem assim, de
pura vontade de escandalizar? Claro que não. Depois de falar a tantos
adolescentes, de conversar com eles, de ler suas cartas, de ter sido também
adolescente, não posso acreditar nisso. Nem ninguém bem intencionado
poderá. Acontece o seguinte: Como já dissemos, a adolescência é uma fase
de transição e mudança, e o rapazinho quer mostrar que já é homem, e a
menina quer mostrar que já é moça. E como a idéia de virilidade ou
feminilidade está ligada a sexo, casamento, namoro, você acha que a melhor
maneira de mostrar isso será, vamos dizer, namorando...
Será por isso que se namora?
Não. Essa força misteriosa que Deus colocou dentro da gente faz com que
você se sinta completo com a amizade do outro sexo.
Inicialmente você procurará despertar a atenção de todas ou todos, mas bem
cedo descobrirá que uma moça é mais bonita e simpática que todas as
outras, ou a moça descobre que certo colega é o tipo de “homem formidável”,
o “príncipe encantado”. E então começará a dispensar à moça ou a esse
rapaz a sua atenção. Sempre que estiver só, seu pensamento voltará,
automaticamente, para ela, ou ele, e você procurará todos os meios para
ficarem perto um do outro e, se possível, longe de outras pessoas. Há um
grande prazer em andarem juntos por qualquer coisas, trocarem confidências
sobre a vida e sobre seus projetos para o futuro. Enfim, parece que você
encontrou alguém capaz de compreendê-lo. Isso é namoro.
Certo ou errado? Perguntará você, que é um adolescente cheio de vontade
de agradar a Deus. Deixarei que você decida, depois de nossa conversa.
Não sei se você gosta de análise. Mas agora é o momento de analisarmos
esse assunto com sinceridade.
Esta atração que se sente por outro não é só do espírito, da alma. Há uma
atração física que fará com que você sinta vontade de fazer ou receber
carinho. Aí, então, é que começa o negócio de “começar”, porque, como diz
o povo: “Comer e coçar está no começar.” Em certo sentido namoro
também é assim.
Tenho visto casais tão jovens que chegam a chamar a atenção dos que
viajam no mesmo veículo, ou passam por eles na rua, abraçados ou mesmo
beijando-se. Talvez você possa argumentar que todo mundo faz isso. O
rapaz dirá que, se não fizer isso, a menina pensará que ele é um “maricas”,
e a moça argumentará que, se não agir assim, ele a deixará e irá procurar
outra.
5
Ah! a popularidade! a vontade de agradar sem medir conseqüências! Sei
que todo mundo precisa de companhia, que ninguém gosta de solidão, mas
daí até representar cenas de amor vai uma grande distância.
Posso afirmar, baseado em exemplos vivos, que isso só é verdade quando se
trata de pessoas mal orientadas.
Há pouco mais de um mês, recebi uma carta de uma adolescente, contando
de sua conversão e dizendo ter começado a namorar um moço “crente’,
cheia de esperanças de que ele fosse o homem ideal. “Mas”, afirmou,
“descobri que ele não age como um cristão. Eu queria encontrar alguém
como Daniel, alguém que busque a Deus; peça isso por mim, sim?”
Está vendo? Moças chegam a pedir a Deus um moço direito, que não vai
atrás de todo mundo.
Agora uma história para você, minha jovem amiga. Outro dia, um colega,
referindo-se a certa moça, disse: “-Que ridículo! Pensa que é muito bonita
dando confiança desse jeito!”
Você já pensou que coisa triste, se isso fosse com você?
dois. Você gostaria de descobrir que seu pai não respeita sua mãe, ou vice-
versa?
Outra coisa muito importante: A pessoa que hoje lhe parece tão interessante,
tão única no mundo, pode não continuar a ser, e os dois não chegarem ao
casamento, porque, como disse, você está num período de formação, de
adaptação, e pode mudar. É bom que nenhum dos dois tenha do que se
envergonhar quando se encontrarem mais tarde, e cada um tiver encontrado
o companheiro certo de sua vida.
Se você começa muito cedo a querer ficar sozinho com sua pequena, a
saírem juntos, a tomar muita intimidade, podem acontecer coisas de que
venham a se arrepender mais tarde.
Não. Não sou “mo-ra-lis-ta”. Mas há realidades que não se devem ignorar,
sob o risco de parecer hipócrita. Sei bem que é preciso algum tempo a sós
para trocar idéias, para melhor conhecimento, para os dois planejarem o
futuro, mas a intimidade traz sérias conseqüências, e uma delas é que talvez
você venha a se casar muito cedo, antes de estar preparado para tão grande
responsabilidade.

Responda, com sinceridade, você acha bonito, essas pessoas que andam por Talvez você esteja pensando: “Eu sei o que posso fazer, e onde devo parar.”
aí abraçadas? E, nas nossas reuniões, não é desagradável ver casaizinhos Vamos admitir que você saiba, mas você poderá parar realmente?
abraçados o tempo todo, em vez de brincarem e conversarem com todo o
grupo? Repito: O sexo é uma bênção de Deus. Para tudo há tempo e condições. O
casamento é a condição. Por enquanto é a época do preparo, da escolha.
Aqueles que se preocupam muito com a vida do próximo chegam a dizer:
“Se perto dos outros fazem assim, o que não fazem quando estão
sozinhos?!” E às vezes não é verdade. Quando estão sozinhos eles não
fazem nada: só fica a fama. Paulo aconselha a evitar a aparência do mal.

E nada é tão importante quanto a sua responsabilidade pessoal. A Bíblia

afirma: “Não sabeis que o vosso corpo é o santuário do Espírito Santo?...
Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1 Cor.6.19,20).
Não fica bem desvalorizar o templo de Deus. Sempre que você for tomar
uma atitude, lembre-se disto: Meu corpo é habitação de Deus.

Vou deixar o caso em suas mãos, porque sei que você é um jovem ou uma
jovem crente, mas é bom lembrar que a menina que você namora, poderá
ser um dia sua companheira e a mãe de seus filhos; e ele será o esposo e o
pai dos seus, minha amiga. Portanto, é preciso que haja respeito entre os

6
 O tempo maravilhoso da adolescência, você nunca verá outra vez.
Aproveite-o sem malícia, sem magoar o coração de pessoas que acreditam
em você, sem revolta para com os mais velhos, sem egoísmo, utilizando sua
quantidade enorme de energia para tornar-se uma pessoa benquista.
Prepare-se para o futuro, não dê tanta importância se você é ou deixa de ser
o tipo ideal, e lembre-se que há muita coisa boa para ser feita, e que deve
ser feita por você. Participe de todas as atividades de sua igreja. Seja
popular, no bom sentido, na escola, no trabalho, no lar, mas viva de tal
maneira que todos saibam que você é um jovem crente integral.

E, agora, permita-me refletir, ou melhor, reflita você:

“Na encruzilhada da vida cheguei,

parei, olhei, pensei, escolhi...
Escolhi o melhor...
Porque toda escolha é certa,
se começar no céu,
se vier do alto,
se aprovada por Deus...”

Escolha seu caminho, sua maneira de agir, sua atitude diante do namoro, de
tal maneira que a carta que Timóteo recebeu de Paulo, “dê certinha” em
você; porque você a está cumprindo: “Ninguém despreze a tua mocidade,
mas sê um exemplo para os fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na
fé, na pureza” (1Tim.4.12).

(“Acampadentro” do Jovens e Juvenis da Igreja Metodista de Telêmaco

Borba PR. De 21 a 23 de março de 1997).

É hora de deixar certas criancices, como, por exemplo, usar uma linguagem
perto dos mais velhos e outra, que ninguém entende, o caso da gíria e do
palavrão, quando junto com os colegas. Fica parecendo que você não tem
personalidade.
Outra coisa são aqueles que trazem o coração tão perto dos olhos, que se
“apaixonam” por todo mundo. Isto não só traz o incoveniente de se
decepcionar a toda hora, como mata a naturalidade sadia que deve existir
entre os jovens dos dois sexos.