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Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
O Aluno “Docente”: Possibilidades
e Desafios do Estágio
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Analisar o contexto histórico do Estágio Curricular Supervisionado;
· Compreender a importância do estágio na formação docente em
Ciências;
· Reconhecer a postura, os direitos e os deveres de um estagiário;
· Avaliar de forma crítica-reflexiva algumas situações-problemas em
relação ao papel do estagiário de Ciências.
ORIENTAÇÕES
Nesta unidade, iremos fazer uma leitura sobre um tema de fundamental
importância para um curso de licenciatura, que é o Estágio Curricular
Supervisionado. Com isso, você poderá desmistificar alguns pontos e
aperfeiçoar a sua prática “docente” como aluno.
Para isso, é importante que você leia atentamente essa unidade, além disso,
assista a alguns vídeos, relacione algumas imagens ao assunto proposto e
pense de forma crítica sobre alguns questionamentos e soluções para os
desafios da prática docente.
Bom estudo!
UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Contextualização
Uma das principais formas de aprender a ser professor é ler sobre a prática
docente e praticar, é envolver-se com o contexto educacional, desde a estrutura da
escola à individualidade de cada aluno. Em um curso de licenciatura, isso é possível
por meio de algumas disciplinas, como essa e os Estágios Curriculares Obrigatórios.
Nessa unidade, você irá estudar sobre esse primeiro passo de atuação docente:
o aluno ser “professor” sob a supervisão de alguém mais experiente, ou seja, um
professor graduado. Para isso, iremos abordar alguns assuntos que lhe capacitará
nessa etapa, como o contexto histórico do estágio, a legislação, bem como a
postura, os direitos e os deveres do estagiário.
Com isso, essa unidade visa tornar a atuação mais fácil e prazerosa para todos
os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, além de fornecer algumas
experiências e propor situações-problemas para que você possa refletir e resolver.
Se por acaso você ficasse frente a seguinte situação: durante o estágio, em uma
aula expositiva, um dos alunos da turma em que você está atuando decide não
participar da aula e promove uma algazarra atrapalhando a realização da mesma.
Você como estagiário deve fazer o quê?
Mãos à obra!
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A Prática do Estágio Curricular
Supervisionado
Ao ingressar no seu curso de licenciatura, você deve ter tido as seguintes
perguntas desde o primeiro dia de aula: Como ser um bom professor? Como devo
fazer para dar uma “boa aula”? Será que conseguirei a formação adequada para
ser um bom professor? Como faço para aprender a prática docente? É possível?
Diante desses questionamentos, vamos fazer uma leitura sobre o estágio curricular
supervisionado como prática docente, ressaltando a importância, as etapas, os
aspectos históricos, bem como os aspectos legais.
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Importante! Importante!
Antes de qualquer uma das atividades supracitadas, primeiro o estagiário deve pedir
autorização à gestão da escola. Além do mais, toda atividade realizada pelo estagiário
deverá estar de comum acordo com a escola e com o professor regente da turma.
Trocando ideias...Importante!
E aí, o que você pensa sobre o estágio? É um momento rico para o seu aprendizado?
Você receberá várias instruções para que sua prática docente seja efetiva e proporcione
um ambiente propício a ser desenvolvido com uma aprendizagem significativa para
todos os envolvidos nesse processo!
Qual é a diferença entre estágio curricular e estágio profissional? De acordo com Pimenta
Explor
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O “Percurso” da Prática Docente
A formação de professores no Brasil iniciou-se com a criação de escolas
destinadas para esse fim, a partir do século XIX. Tal fato ocorreu em 1835, no Rio
de Janeiro, em Niterói. Essa primeira escola, denominada de Escola Normal, teve
o intuito de capacitar os professores, porém não era essa a sua real preocupação,
uma vez que o interesse era formar pessoas que espalhassem as ideias do governo
pela população e mantivesse a ordem da sociedade.
Após alguns anos, foram surgindo novos tipos de Escolas, mas que não priorizava
a Pedagogia e nem a prática de ensino. Isso foi revertido a partir de 1914, quando
a Escola de Aplicação começou a depender da Escola Normal, permitindo um
“diálogo” entre a teoria e a prática, consequentemente favorecendo a formação
de professores.
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Acesse a lei e veja alguns pontos importantes que a mesma traz para a Educação Nacional:
Explor
http://goo.gl/jVT8oK
III- pelo menos 2.200 (duas mil e duzentas) horas dedicadas às atividades
formativas estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos I e II do artigo
12 desta Resolução, conforme o projeto de curso da instituição;
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IV- 200 (duzentas) horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento
em áreas específicas de interesse dos estudantes, conforme núcleo
definido no inciso III do artigo 12 desta Resolução, por meio da iniciação
científica, da iniciação à docência, da extensão e da monitoria, entre
outras, consoante o projeto de curso da instituição.
http://goo.gl/0C1UYH
As Possibilidades de Ação de um
Estagiário em Ciências
Frente ao que foi introduzido, podem ter surgidos alguns dos seguintes
questionamentos: Sei a importância do estágio para minha futura atuação docente,
mas como devo fazer para desenvolver essa etapa de forma significativa? Como
deve ser a minha postura? Quais os meus deveres como estagiário? Enfim, várias
perguntas... Vamos tentar encontrar as respostas?
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Ao planejar, pense naquilo que você gostaria de que o seu professor trabalhasse
em relação àquele assunto, leia alguns livros, artigos e jornais, procure metodologias
que facilitem a aprendizagem significativa, proponha algumas reflexões e não
esqueça de fazer a interdisciplinaridade e a contextualização, pois são essenciais
para o processo de construção do conhecimento, permitindo o aluno fazer uma
ligação com outras disciplinas e com a realidade da sociedade.
2º Treine
Após o planejamento, monte a sua aula e treine. Você pode fazer isso na
frente do espelho, para outra pessoa ou até mesmo gravar, com o intuito de
observar a postura, a entonação e o volume da fala. O treino também permite
você selecionar e estudar o conteúdo a ser abordado em sala de aula, além de
cronometrar o tempo.
Antes de iniciar o estágio propriamente dito, é necessário você levar uma carta
de apresentação da Instituição de Ensino Superior e outra de autorização para que
o diretor possa assinar. Também, não se esqueça de conversar com o professor,
ele é o seu elo com a turma. Peça e aceite as sugestões e tente acrescentar algo,
apresentando artigos, vídeos de metodologias que podem ser eficientes na prática
docente em relação a cada um dos conteúdos de Ciências. Além disso, proponha
o uso de tecnologias educacionais, já que os alunos vivem na “era da mídia digital”.
Combine tudo com a escola e com o professor! Isso é primordial para que
você atue da melhor forma no campo de estágio, uma vez que eles possuem mais
experiência em relação ao contexto de cada uma das turmas. Somado a isso,
poderão te ajudar na seleção das estratégias de ensino, no controle da turma e na
utilização de outros espaços da escola.
Lembre-se, você já foi aluno do ensino básico. Como você gostava de ser tratado
pelo seu professor? Qual era a melhor aula? Como era seu comportamento em
sala de aula? Você conseguia aprender mais quando seu professor era bom ou
“carrasco”? Todos esses questionamentos podem nortear a sua prática docente.
Ponha-se no lugar do seu aluno!
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A relação entre aluno e estagiário deve ser amigável, pois há muitos trabalhos
na literatura científica que comprovam a eficiência do processo de ensino-
aprendizagem, por meio do bom relacionamento entre o aluno e o professor.
Muitos professores pensam que o autoritarismo será um fator importante para
conquistar o respeito dos alunos, mas por outro lado, ocasiona momentos de
conflito e repulsa pelas aulas daquele conteúdo, consequentemente interferindo de
forma negativa no processo de construção do conhecimento.
Diante de tantas normas impostas pela sociedade e, até mesmo pela própria
escola, é importante que o docente-estagiário tente “aliviar” as normas por meio
do diálogo, pois irá garantir um bom relacionamento com receptividade dos
alunos, confiança, respeito, além de incentivar a construção do conhecimento e
dos aspectos morais e éticos da sociedade.
Veja o que a mídia traz em relação aquele conteúdo que será exposto, se possível,
com a finalidade de esclarecer e desmistificar alguns conceitos e proporcionar o
ponto de vista dos alunos de forma crítica-reflexiva sobre o assunto.
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
7º Avalie-se
Direitos e Deveres
Com o intuito de que haja uma ação efetiva durante a prática docente no
estágio, é importante levar em consideração alguns fatores, de forma mais precisa,
os direitos e os deveres de cada uma das partes envolvidas (Escola x Professor
Supervisor x Estagiário x Alunos da escola x Instituição de Ensino Superior). Para
isso, serão elencados de forma resumida alguns pontos pertinentes a cada um dos
envolvidos nessa prática docente:
·· Escola:
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· Oferecer a estrutura física disponível para que sejam realizadas atividades
relacionadas à disciplina de Ciências ou afins. O estagiário docente
poderá utilizar, por exemplo, biblioteca, laboratórios de Ciências e de
Informática, praça, auditório, pátio da escola e as salas de aula;
· Disponibilizar os materiais didáticos para a realização das aulas, como
projetor multimídia, computador, modelos tridimensionais, equipamentos
e vidrarias de laboratório entre outros.
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
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Os Desafios do Estagiário: Superando os
Medos da Prática Docente
Chegando o momento de estagiar... Você se sentiria preparado para essa prática?
Ou surgem medos e outros sentimentos que poderiam atrapalhá-lo? Lembre-se,
você pode e você é capaz.
Essas descobertas só serão realizadas com a vivência em sala de aula, uma vez que
todo indivíduo comporta-se diferente do outro. Durante essa docência orientada,
você perceberá algumas características, como o entusiasmo e o de tentar ser o
“revolucionador” do ensino, mas podem surgir outras, como a dúvida, a ansiedade,
a timidez, o medo, o nervosismo e até mesmo a frustração, que lhe “incentivarão”
a desistir. Mas lembre-se, quando a prática é planejada e você dedica-se para tal é
muito difícil dar errada.
Durante e após o estágio, você perceberá que esses medos vão desaparecendo
e no lugar surge a confiança e o prazer por estar desenvolvendo as atividades do
estágio. Além do mais, vamos conseguindo encarar algumas situações e resolvê-las
de forma mais simples, possibilitando a construção da identidade de professor.
Isso pode ser confirmado por algumas ideias de Paulo Freire (1996), em que
mostram o papel significativo do exercício da docência:
A esperança de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar,
inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa
alegria. A professora democrática, coerente, competente, que testemunha
seu gosto da vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua
capacidade de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor
que tem para a modificação da realidade...
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não
poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Não posso
ser professor a favor de quem quer que seja e a favor não importa o
que. Não posso ser professor a favor simplesmente do homem ou da
humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a
concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra
o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade
contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou
de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer
forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Vamos ler esse artigo, que traz algumas reflexões e posicionamentos de alunos de um curso
Explor
Como ser um bom professor? Como devo me portar para dar uma “boa aula”?
Será que conseguirei a formação adequada para ser um bom professor? Como
faço para aprender a prática docente? É possível?
Observamos que não existe uma “receita” de como ser um bom professor e muito
menos de dar uma “boa aula”. Tudo isso vai depender do contexto educacional,
mas é necessário que o professor desenvolva estratégias que possibilitem isso,
como possuir um bom relacionamento com a turma, utilizar recursos didáticos
que proporcionem a transposição didática e, consequentemente, a construção
do conhecimento, além do mais, fazer com que o aluno seja um sujeito ativo no
processo de aprendizagem.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Metodologia e prática de ensino de ciências: A aproximação do estudante de magistério das aulas de ciências no
1º grau
http://goo.gl/wX4HLu
Importância do estágio supervisionado nos cursos de licenciatura
http://goo.gl/juAeIx
Vídeos
Ser Professor Hoje
http://goo.gl/2QeTbo
Podcast: Celso Antunes analisa a formação de professores no Brasil
http://goo.gl/mjjp5Z
Leitura
Os problemas e as soluções no ensino de ciências e biologia
http://goo.gl/d8O6zV
Formação inicial de professores e ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental: uma investigação
sobre a elaboração e o desenvolvimento de unidades didáticas
http://goo.gl/g4M5Y2
Uma reflexão acerca do estágio supervisionado na formação dos professores de ciências biológicas
http://goo.gl/VQmFhy
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UNIDADE O Aluno “Docente”: Possibilidades e Desafios do Estágio
Referências
ANDRADE, R. C. R.; RESENDE, M. R. Aspectos legais do estágio na formação
de professores: uma retrospectiva histórica. Educação em Perspectiva, Viçosa, v.
1, n. 2, p. 230-252, 2010.
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