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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
TÍTULOS DE CRÉDITO
1. Endosso
1.1. Transmissão “não à ordem”
TÍTULOS DE CRÉDITO
1. Endosso
O instituto do endosso, que é sinônimo de endosso translativo e de transmissão à ordem, envolve como partes o
endossante e o endossatário, sendo o primeiro o credor original e o segundo o novo credor (arts. 11 e 12 do
Anexo I do Decreto nº 57.663/66)
Nesse aspecto, cabe relevar a distinção entre endosso em branco e endosso em preto.
No endosso em branco o endossante “assinou cláusula à ordem e não colocou novo nome” – ou seja, não há
identificação do endossatário.
No endosso em preto, por sua vez, há a identificação do endossatário, sendo o endosso para outra pessoa.
Obs.: Endosso em branco/em preto não tem nada a ver com transmissão do título. Ainda que o endosso seja em
branco, por exemplo, o portador do título sempre pode transmitir o título (endossar) da forma que quiser –
lembrando que a circulação do título não pode ser proibida, podendo ser feita a qualquer momento.
Há, contudo, algumas hipóteses em que o segundo efeito do endosso não ocorre. Vejamos:
Se houver uma cláusula sem garantia A expressão “sem garantia” pode ser aposta no verso do título, de
modo que o endosso apenas terá como efeito a transmissão de sua propriedade, não ficando o endossante
garantidor da obrigação).
Endosso ocorreu após o protesto do título. É o que a doutrina denomina de endosso tardio ou póstumo (art.
20 do Anexo I da LUG)
Quando o assunto é regulado pelo Código Civil, já que o CC apenas é derrogado nas disposições contraditórias
ao disposto na Lei Especial (arts. 914 e 915 do CC).
Atenção: Endosso com cláusula proibitiva de novo endosso (Art. 15 do Anexo I da LUG)
Assim, se houver novos endossos eu só serei garantidor para a pessoa para quem endossei.
No endosso mandato, no verso do título consta o resumo de uma procuração (Ex.: “Dou poderes de _____ para
_____”).
Assim, concede-se um título para terceiro para que ele cobre ou proteste ou efetue algum outro ato no nome do
credor original. Logo, não há a transferência do crédito. A nomenclatura utilizada é endossante mandante e
endossatário mandatário.
Cuidado: O endossatário mandatário deve efetuar os atos de acordo com os poderes que lhe foram passados,
caso em que, agindo de acordo, o endossante mandante será responsabilizado pelos atos praticados. Contudo,
caso os poderes sejam extrapolados, será o endossatário mandatário que será responsabilizado pelos atos que
praticar além de seus poderes.
No endosso caução o título é dado como garantia (caução). No verso do título utiliza-se expressão igual ou
semelhante a “em garantia de ____”.1
A nomenclatura utilizada para as partes é endossante pignoratício (isso porque o cheque é bem móvel, sujeito a
penhor) e endossatário pignoratício.
1
Antigamente, era prática comum em hospitais (hoje em dia foi proibida) requerer cheque-caução mesmo nos casos em que a vítima tinha plano de saúde,
já que o hospital não tinha certeza se o plano realmente era cobrir a operação. Essa prática foi proibida.
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1.1. Transmissão “não à ordem” (Art. 11 do Anexo I da LUG e art. 294 do CC)
Infere-se, portanto, que, na aposição dessa cláusula, o endossante não responderá pelo cumprimento da
prestação constante do título, ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso. Outro efeito da
cláusula é que a circulação do título mediante endosso restará impedida, já que ele passará a ser transmitido
mediante cessão civil.
Exemplo teste
“A” é devedor de título de crédito que passou para “B” (credor original). “B” fez um endosso com cláusula
proibitiva para “C”. “C” fez endosso para “D”. “D” fez um endosso sem garantia para “E” e “E” fez um endosso
após o vencimento para “F”.
Supondo que C tenha pagado toda a dívida, de quem ele pode pleitear o ressarcimento do valor devido?
R.: Ele só pode acionar quem veio antes, quais sejam, “A” e “B”, o primeiro porque é o devedor (cobrança através
de ação regressiva) e o segundo porque “B” é garantidor de “C” – “C” é o único que pode cobrar de “B”, sendo tal
cobrança feita por meio de execução.
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