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Administração Pública Brasileira p/ ATA-MF

Teoria e exercícios comentados


Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 02

Aula 2: Controle Interno e Externo na


Administração Pública

Olá pessoal, tudo bem?


Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico:
 Controle Interno e Externo da Administração Pública.

Irei trabalhar com muitas questões da Esaf, mas incluirei algumas


questões da FGV, da FCC ou do Cespe quando não tiver questões da Esaf
do tema trabalhado, ok? Espero que gostem da aula!

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Sumário
Controle do Patrimônio Público e Prestação de Contas ......................................... 3
Controle Interno e Externo ..................................................................... 4
Controle Interno .............................................................................. 4
Técnicas de Trabalho do Controle Interno .................................................. 8
Controle Externo ........................................................................... 10
Prestação de Contas ........................................................................ 21
Controle Administrativo ...................................................................... 24
Controle Legislativo .......................................................................... 25
Outras Esferas de Controle ................................................................... 27
Controle Judicial ........................................................................... 28
Ministério Público.......................................................................... 29
Controle Social – participação social ..................................................... 33
Ouvidorias .................................................................................. 35
Transparência .................................................................................... 39
Transparência no Contexto da LRF .......................................................... 39
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 62
Gabarito .......................................................................................... 78
Bibliografia ...................................................................................... 79

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Controle do Patrimônio Público e Prestação de Contas

O controle é um dos principais processos administrativos e serve


para que um gestor possa avaliar se a organização está ou não atingindo
seus objetivos. Entretanto, na Administração Pública, temos uma
preocupação ainda maior com o controle.
Isto ocorre porque, quando analisamos a gestão pública, estamos
nos referindo à administração dos recursos da sociedade como um todo.
Desta forma, o controle no setor público, segundo Mileski1, é:
“o controle é corolário do Estado Democrático
de Direito, obstando o abuso de poder por parte
da autoridade administrativa, fazendo com que
esta paute a sua atuação em defesa do
interesse coletivo, mediante uma fiscalização
orientadora, corretiva e até punitiva.”
Este controle é exercido sobre o Poder Executivo. No entanto, os
Poderes Legislativo e Judiciário serão submetidos ao controle sempre que
executarem tarefas e atividades administrativas. Desta forma, o controle
atinge a toda a máquina pública.
Vocês estão lembrados dos princípios constitucionais da
Administração Pública listados no artigo 37 da CF/88? O controle tem o
objetivo de assegurar que a Administração Pública observe estes
princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
Dessa forma, o controle da gestão pública é condição necessária
para que o Estado não deixe de cumprir suas funções da forma como a
Constituição determinou.
Como já vimos antes, o controle pode ser classificado de acordo
com o momento em que ocorre: preventivo (ou a priori), concomitante e
posterior (a posteriori).
O controle preventivo ocorre antes que o ato tenha acontecido.
Desta forma, o controle busca assegurar que o ato seja válido, antes que
ele ganhe eficácia. Quando um órgão exige uma avaliação antes de
liberar a venda de um imóvel, por exemplo, está exercendo este tipo de
controle.
Já o controle concomitante é efetuado ao mesmo tempo em que
a atividade está sendo executada. Desta forma, quando o Tribunal de
Contas da União embarga uma obra pública por indícios de desvio de
verbas em sua administração está exercendo o controle concomitante.

1
(Mileski) apud (Lima L. H., 2009)

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Finalmente, o controle posterior busca analisar o ato ou atividade


após ele ter ocorrido. Este é o meio de controle mais utilizado no setor
público quando serão apontados problemas, desvios ou atestar a
legalidade de uma atividade. Os objetivos, neste caso, seriam: corrigir,
anular ou simplesmente confirmar as atividades e os atos já executados.
“Quanto à tipologia dos controles incidentes sobre a Administração
Pública, pode-se classificá-la quanto ao objeto (controle de legalidade,
controle de mérito e controle de gestão), quanto ao momento em que se
realiza (prévio, concomitante e subsequente ou a posteriori), quanto ao
modo de desencadear-se (controle de ofício e controle por provocação),
quanto ao posicionamento do órgão controlador (controle interno e
controle externo)”.2
Veremos, em nossa aula, o último tipo citado, isto é, controle
interno e externo.

Controle Interno e Externo

Controle Interno

O controle interno ocorre quando é feito pela própria instituição.


A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal determina que “a
Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Pessoal, a Súmula transcrita no parágrafo anterior nada mais é do
que um poder-dever da Administração que a usa para realizar o controle
interno, pois se admite, a partir desse controle, que revogue atos
considerados inconvenientes ou anule aqueles que estejam em situação
de ilegalidade. Para isto, admitem-se a fiscalização hierárquica, as
auditorias, as supervisões, os pareceres, dentre outros meios.
A própria instituição exerce o controle sobre seus atos. Este controle
é fundamental para que possa ocorrer uma boa gestão. No setor público,
a instalação de um sistema de controle interno é determinada pelo artigo
n° 74 da Constituição Federal:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:

2
(Zymler, 2009)

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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no


plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os
resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos
órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito,
avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de
sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União.”
No caso da União, por exemplo, o controle interno é efetuado
pela Controladoria - Geral da União e por órgãos de controle interno
instalados nos diversos órgãos públicos.
O controle interno é mais amplo, pois vai além do controle da
legalidade, controlando também o mérito. Além disso, tem o caráter de
ser mais preventivo3. Não esqueçam de que o controle interno resulta
do poder de auto-tutela do Poder Público.
Segundo Lima4, “os controles internos administrativos consistem em
um conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos
interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das
unidades e entidades da administração pública sejam alcançados, de
forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da
gestão, até a consecução dos serviços fixados pelo Poder Público”.

3
(Paludo, 2010)
4
(Lima L. H., 2009)

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Quando os órgãos do Sistema de Controle Interno avaliam o


cumprimento das metas do Plano Plurianual, eles estarão tentando
comprovar a conformidade da sua execução.
Agora, se o Sistema de Controle Interno estiver avaliando a
execução dos programas de governo, ele buscará comprovar o nível de
execução das metas, o alcance dos objetivos e a adequação do
gerenciamento.
Já a avaliação da execução dos orçamentos da União é uma
atividade do Controle Interno que busca comprovar a conformidade da
execução com os limites e as destinações estabelecidos na legislação
pertinente.
Seguindo o raciocínio, o Decreto ainda dispõe que a avaliação da
gestão dos administradores públicos federais tem a finalidade de
comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e de examinar os
resultados quanto à economicidade, à eficiência e à eficácia da gestão
orçamentária, financeira, patrimonial, de pessoal e demais sistemas
administrativos e operacionais.
Finalmente, a ação de controlar as operações de crédito, avais,
garantias, direitos e haveres da União busca aferir a sua consistência e a
adequação dos controles internos.
Prestem atenção em uma coisa: quando a legislação impõe o apoio
ao Controle Externo por parte do Controle Interno, ela quer garantir que
este forneça informações e resultados de suas ações a aquele.

Técnicas de Trabalho do Controle Interno

O artigo 4o do Decreto 3591, de 2000, trata sobre as técnicas


utilizadas no sistema de controle interno do Poder Executivo Federal,
conforme podemos observar abaixo:
“Art. 4o O Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal utiliza como técnicas de
trabalho, para a consecução de suas finalidades, a
auditoria e a fiscalização.
§1o A auditoria visa a avaliar a gestão pública,
pelos processos e resultados gerenciais, e a
aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado.
§2o A fiscalização visa a comprovar se o objeto
dos programas de governo corresponde às
especificações estabelecidas, atende às
necessidades para as quais foi definido, guarda
coerência com as condições e características

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Pessoal, o controle interno tem um papel relevante em processos de


contas e nas tomadas de contas especiais, pois subsidia o TCU com
relatórios, certificados e pareceres dos órgãos de controle interno.
Vale lembrar apenas que se o controle interno aprovar
determinadas contas, não necessariamente o TCU deverá
concordar também. Normalmente, os julgamentos coincidem, mas os
dois possuem absoluta independência, ok?
Segundo Lima6, “os pareceres do Controle Interno não têm o
condão de vincular ou afastar a competência exclusiva deste Tribunal
(TCU), outorgada pela Constituição Federal (art. 70 e 71) e pela Lei
Orgânica no 8.443/1992, para julgar a regular aplicação dos recursos
federais”.
Por último, o que devemos saber é a forma de como será
apresentada a avaliação do controle interno. A opinião se dará por meio
dos seguintes instrumentos de trabalho:

 Relatório;
 Nota;
 Certificado;
 Parecer.

Controle Externo

Já o controle externo é efetuado por outra entidade, ou seja, existe


o controle de um poder sobre o outro. No caso do governo federal, o
controle externo é realizado pelo Congresso Nacional, com o devido
auxílio do Tribunal de Contas da União.
Mas professor, o TCU é então subordinado ao Legislativo?
Não podemos entender assim, pois o TCU tem suas prerrogativas
estipuladas na CF/88 e, portanto, tem autonomia para exercer suas
funções. O que podemos dizer, e o que vem sendo considerado como
correto nas provas de concurso, é que o TCU é um órgão auxiliar, mas
que não é subordinado ao Legislativo. Desta forma, é um órgão
independente.
Veja uma questão recente:
1 - (CESPE – TRT/RN – ANALISTA – 2010) O Tribunal de Contas da
União, órgão ao qual incumbe a prática de atos de natureza
administrativa concernentes à fiscalização contábil, financeira,

6
(Lima L. H., 2009)

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orçamentária, operacional e patrimonial da União, é subordinado


ao Poder Legislativo, do qual é órgão auxiliar e de orientação.

Vejam como as bancas adoram pedir este tema da relação entre os


tribunais de contas e do Poder Legislativo. A questão está incorreta, pois
o TCU não está subordinado ao Poder Legislativo! Desta forma, o
gabarito é questão errada.
Continuando, o controle externo é uma ferramenta importante no
“balanço de poder” entre os três poderes da União, ou seja, da busca de
um equilíbrio harmônico entre estes poderes.
Desta maneira, busca-se evitar que um poder da República fique
“forte” demais perante os outros. Assim, uma das maneiras de se fazer
isso seria através do controle externo, em que um poder “fiscalizaria” as
ações dos outros.
Vamos ver mais algumas questões?
2 - (CESPE – FUB – SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) O controle
interno da administração pública é realizado pelo Poder Judiciário,
com o apoio do Poder Legislativo; o controle externo está a cargo
da Controladoria Geral da República.

Fácil esta questão, não é mesmo? O controle interno, como já foi


visto por nós, é efetuado pelo próprio ente. Assim, no caso da União, ele
será efetuado pela Controladoria-Geral da União – CGU.
Já o controle externo é exercido por outro ente. O gabarito é
questão errada.

3 - (FCC – TRT/AL – ANALISTA – 2008) Quando o Tribunal de


Contas do Estado realiza auditoria sobre determinada despesa
realizada pelo Poder Executivo, ele exerce controle de caráter
a) interno.
b) externo.
c) hierárquico.
d) judicial.
e) prévio ou preventivo.

A fiscalização do TCU sobre uma despesa do Poder Executivo é


exemplo de controle externo. Assim, a letra B está correta. A letra C está
incorreta, pois o controle hierárquico só pode ocorrer dentro do próprio
órgão.

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Da mesma forma, a letra E está errada, pois o controle de despesas


já efetuadas é um exemplo de controle posterior, ou reativo. Assim, o
gabarito é letra B.
Continuando, da mesma maneira do controle interno, o controle
externo é detalhado na Constituição Federal, em seu artigo n° 71:
“Art. 71. O controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente
pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e
as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a
legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias
de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades
referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos
do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer
recursos repassados pela União mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros

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instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito


Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo
Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de
auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de
ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade
adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do
ato impugnado, comunicando a decisão à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação
será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder
Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar
as medidas previstas no parágrafo anterior, o
Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte
imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso
Nacional, trimestral e anualmente, relatório de
suas atividades.”

Primeiramente, observem que os incisos II, VI e VIII demonstram


que o TCU é responsável pela fiscalização e controle da atuação de
agentes que devem gerir os recursos públicos de forma que torne viável
as atividades públicas.
Para isso, isto é, para aplicar a responsabilização desses agentes
públicos na administração do erário público, o Tribunal de Contas deve
fiscalizar e julgar as contas dos responsáveis pelos gastos. E, ainda, caso
haja ilegalidade ou irregularidade de contas, deve-se aplicar as sanções
previstas em lei.

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dever de ressarcimento em casos de desfalques, desvios ou qualquer


outro débito apurado nas contas.
O TCU apurará a responsabilização do gestor público tanto civil,
quanto administrativamente. Já vimos, em nossa aula, essas duas
formas. Quando falamos da responsabilização prevista
constitucionalmente, isto é, aquelas relacionadas nos incisos II, VI e VIII
do artigo 71 da CF/88, estamos considerando as responsabilidade civil
do gestor público.
Agora, quando nos referimos, há pouco, sobre os resultados dos
julgamentos das contas dos gestores em regulares, regulares com
ressalva ou irregulares, estávamos falando da competência do TCU em
responsabilizar administrativamente o gestor público.
Pessoal, vale lembrar de que, ao responsabilizar o gestor civilmente
ou administrativamente, o gestor não escapará de ser responsabilizado na
esfera penal ou de, simplesmente, receber sanções disciplinares, ok?
Outro tipo de responsabilização que recai sobre aqueles que
administram o erário público é a que decorre da natureza objetiva ou
subjetiva.
Na responsabilidade objetiva, haverá o dever de corrigir o dano
ocorrido se e somente se os seguintes elementos estiverem presentes:

 Ação do agente: que poderá ser tanto omissiva, quanto


comissiva;
 Ocorrência de dano;
 Nexo de causalidade entre a ação do agente e a ocorrência
do dano.
Já na responsabilidade subjetiva, além dos requisitos
apresentados acima, deve-se provar que o agente agiu com culpa ou
dolo.
O TCU também poderá imputar Responsabilidade a Terceiros,
desde que comprove que houve conluio entre o terceiro e o gestor
público nos casos de dano ao erário decorrente de atos ilegítimos ou nos
casos de desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
Para que a responsabilidade seja imputada a terceiros, estes devem
ser contratantes ou parte interessada do ato, e devem concorrer para o
cometimento do dano apurado, conforme dispõe dispositivo da Lei n0
8.443, de 1992.
Bom, pessoal, depois de analisarmos a responsabilidade no âmbito
do controle das contas públicas, veremos agora outras formas de controle

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externo. De acordo com Paulo e Alexandrino7, podemos citar como


exemplos de:

A) A sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do


Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;
B) A anulação de um ato do Poder Executivo por decisão judicial;
C) O julgamento anual, pelo Congresso Nacional, das contas
prestadas pelo Presidente da República e a apreciação dos
relatórios, por ele apresentados, sobre a execução dos planos de
governo;
D) A auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União sobre
despesas realizadas pelo Poder Executivo federal.
O controle externo tem várias facetas. O Congresso Nacional exerce
o controle externo nas dimensões de fiscalização: contábil, orçamentária,
financeira, operacional e patrimonial. Para facilitar a memorização –
COFOP.
Em cima disto, a nossa CF/1988 tratou de impor o seguinte: “Art.
70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder”.
O controle contábil busca assegurar que a movimentação e a
aplicação dos recursos públicos estão sendo feitas de acordo com os
princípios contábeis e que todas as mutações econômicas e financeiras
foram contabilizadas de modo correto.
O controle financeiro se preocupa com os fluxos financeiros, ou
seja, com a entrada e saída de recursos dos caixas do Estado. Já o
controle orçamentário busca assegurar que o orçamento esteja sendo
seguido de acordo com as leis aprovadas no Legislativo, controlando as
receitas e despesas previstas e realizadas.
A fiscalização operacional está relacionada à gestão da máquina
pública, ou seja, entra no aspecto do mérito das decisões do gestor, e não
somente da legalidade. Assim sendo, busca assegurar a eficiência,
eficácia e efetividade da gestão pública.
Desta forma, os projetos e programas governamentais são
analisados para se assegurar que as decisões tomadas foram não só
legais, mas eficientes e eficazes. Como exemplo deste tipo de controle,
temos as análises de custo benefício dos programas governamentais onde

7
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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os programas são avaliados de acordo com o investimento efetuado e o


impacto gerado na sociedade.
Por fim, temos o controle patrimonial, que se refere à gestão dos
bens públicos. Aqui temos os bens como conceito amplo, incluindo os
bens de uso da população. Como exemplos de controle patrimonial,
temos as alienações: como privatizações de empresas e de imóveis
públicos.
De acordo com Meirelles8, o controle externo:
“É o que se realiza por órgão estranho à
Administração responsável pelo ato controlado e
visa a comprovar a probidade da Administração e
a regularidade da guarda e do emprego de bens,
valores e dinheiros públicos, bem como a fiel
execução do orçamento.

Para finalizar, vamos apenas citar mais algumas competências do


TCU no exercício como órgão de controle externo, de acordo com a Lei nº
8.443, de 16 de julho de 1992, que trata sobre a Lei Orgânica do Tribunal
de Contas da União.
Sabemos que cabe ao TCU apreciar as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio. Ao
TCU também é dever emitir parecer prévio sobre as contas do
Governo de Território Federal, no prazo de sessenta dias, a contar de
seu recebimento, na forma estabelecida no seu Regimento Interno.
Quanto ao seu regulamento, o próprio TCU deve elaborar e alterar
seu Regimento Interno, e seguindo este ordenamento, deverá eleger seu
Presidente e seu Vice-Presidente, além de dar-lhes posse,
posteriormente.
Os ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao
Tribunal gozarão de licença, férias e outros afastamentos após serem
concedidas pelo TCU. No caso de licença para tratamento de saúde por
um período superior a seis meses, deverá haver inspeção por junta
médica, ok?
O próprio TCU pode propor fixação de vencimentos ao Congresso
Nacional de seus ministros, auditores e membros do Ministério Público
junto ao Tribunal, assim como a criação, transformação e extinção de
cargos, empregos e funções de quadro de pessoal de sua secretaria,
bem como a fixação da respectiva remuneração.
Por fim, quando uma autoridade competente formular consulta ao
TCU sobre dúvidas quanto aos dispositivos legais e regulamentares

8
(Meirelles, 1997) apud (Lima L. H., 2009)

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concernentes a matéria de sua competência, o Tribunal deverá decidir


sobre tal.
O TCU tem jurisdição própria e privativa sobre as pessoas e
matérias sujeitas à sua competência dentro do território brasileiro.
Vamos ver algumas questões agora?
4 - (ESAF – RFB / AFRF - 2005) Não inclui na finalidade do sistema
de controle interno federal,constitucionalmente previsto, a
atividade de:
a) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade,
da gestãoorçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e
entidades da Administração.
b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias
da União.
c) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por
entidades de direitoprivado.
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional.
e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

Questão bem “decoreba” da ESAF. É só conferir o artigo 74 da


CF/88:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos
programas de governo e dos orçamentos da
União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os
resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos
órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de
sua missão institucional.

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§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União.”

A letra A está errada, pois o controle interno não tem a


competência, de acordo com a CF/88, de fazer a avaliação de efetividade,
somente de eficiência e eficácia. Assim, o gabarito é mesmo a letra A.

5 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) São competências dos TC,


EXCETO:
a) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei.
b) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providencias necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade.
c) apreciar, pra fins de registro, a legalidade dos atos de admissão
de pessoal, a qualquer titulo, na administração direta e indireta,
incluídas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório.
d) realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial.
e) representar ao poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados.

Mais uma vez a FMP cobra a “letra da lei” nesta questão. Todas as
alternativas são retiradas do texto da CF/88. Entretanto, a letra C tem um
erro.
Os tribunais de contas não apreciam, para fim de registro, a
legalidade das nomeações para cargos de provimento em comissão. De
acordo com o inciso n° III:
“III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,

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incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,


excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;”
Desta maneira, o gabarito é mesmo a letra C.

6 - (ESAF - TCE-RN/ AUDITOR - 2000) Os sistemas de controle


externo, próprios para o exercício das funções de fiscalização
contábil, financeira e orçamentária, nas áreas federais e
estaduais, estão compreendidos na organização estrutural.
a) do Poder Legislativo
b) do Poder Executivo
c) do Poder Judiciário
d) de cada um dos Poderes Públicos
e) dos Poderes Legislativo e Executivo

O sistema de controle externo é, de acordo com a CF/88,


prerrogativa do Poder Legislativo e é executado com o auxílio do Tribunal
de Contas da União. Desta forma, nosso gabarito é a letra A.

7 - (ESAF – MPOG /EPPGG - 2008) Marque a opção incorreta


quanto às atribuições dos órgãosde controle externo.
a) Compreende a realização de inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial.
b) Fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
União medianteconvênio a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município.
c) Acompanha o movimento dos Cartões de Pagamento do
Governo Federal medianterealização periódica do diagnóstico do
sistema de pagamentos de varejo no Brasil.
d) Analisa as contas das autarquias e fundações instituídas e
mantidas pela União.
e) Apura denúncias apresentadas por qualquer cidadão, sobre
irregularidades ouilegalidades.

Esta questão tem uma “pegadinha”, pois a letra C aponta uma


fiscalização do sistema de pagamentos de varejo no Brasil. O controle
externo fiscaliza os cartões de pagamento do Governo Federal, mas

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através dos dados do próprio governo, e não das lojas de varejo em todo
o Brasil. Assim, o gabarito é a letra C.

8 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é


entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na
fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da
Administração Pública. Trata-se de importante mecanismo de
prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania. Dentre
os principais mecanismos de controle social instituído nos três
níveis da federação, a partir da Constituição Federal de 1988,
estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

Dentre as opções descritas na questão, a alternativa que se refere


ao controle social é a dos conselhos gestores das políticas públicas. O
gabarito é a letra B.

Prestação de Contas

Todas as pessoas que venham a utilizar, arrecadar, guardar,


gerenciar ou administrar recursos públicos devem prestar contas, isto é,
devem apresentar que os recursos, que estão sob sua tutela, estão sendo
aplicados corretamente.
A finalidade dos processos de contas é a de possibilitar a verificação
da regular aplicação dos recursos, à luz dos princípios da legalidade,
legitimidade e economicidade9.
Portanto, tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas devem prestar
contas, independente de serem públicas ou privadas. Ou seja, se uma
empresa privada tiver algum contato com os recursos públicos, deve
prestar contas dos mesmos.
Veja como a Constituição Federal de 1988 definiu este tema:
“Prestará contas qualquer pessoa física ou
jurídica,pública ou privada, que utilize,

9
(Lima L. H., 2009)

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arrecade, guarde, gerencie ou administre


dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de naturezapecuniária”
Desta forma, o que podemos entender do texto constitucional acima
é que não importa quem esteja do “outro lado”. Se tiver recurso
público envolvido em uma situação, as pessoas relacionadas
deverão prestar contas.
No caso do Presidente da República, as contas de sua administração
também devem ser encaminhadas ao Congresso Nacional. De acordo com
o Decreto n°3.591/2000, esta prestação de contas será feita pela
Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda, com a
seguinte composição:

I. Relatório de Atividades do Poder Executivo;


II. Execução do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social;
III. Balanços da Administração Indireta e Fundos;
IV. Execução do Orçamento de Investimento das Empresas
Estatais.
Outro ponto importante no tocante aos Tribunais de Contas é a
decisão do STF de que eles podem realizar o controle de
constitucionalidade10. De acordo com a súmula 347 do STF:
“O Tribunal de Contas, no exercício de suas
atribuições, pode apreciar a constitucionalidade
das leis e dos atos do Poder Público.”
Veja como estes temas já foram cobrados:
9 - (CESPE – TRE/PR – ANALISTA – 2009) O Tribunal de Contas da
União, mesmo como órgão integrante da estrutura da
administração pública direta, tem competência para deixar de
aplicar uma lei que entenda ser inconstitucional.

Vejam como o Cespe cobrou exatamente o teor da decisão do STF.


Assim, o TCU pode sim, em um caso concreto, apreciar a
constitucionalidade de uma lei ou ato do Poder Público.
Portanto, o gabarito da questão é correto.

10 - (CESPE – DPU – DEFENSOR – 2007) Quanto a controle da


administração pública e bens públicos, julgue o item seguinte.

10
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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De acordo com o STF, o TCU não tem competência para julgar


contas das sociedades de economia mista exploradoras de
atividade econômica, ou de seus administradores, já que os bens
dessas entidades não são públicos, mas, sim privados.

De acordo com o STF, as empresas públicas ou as sociedades de


economia mista estão sujeitas ao controle e fiscalização perante o
Tribunal de Contas.
Isto ocorre porque, apesar do seu regime de direito privado e da
exploração econômica, seu capital é composto por recursos públicos (100
por cento no caso das empresas públicas e a maioria das ações ordinárias
com direito a voto no caso das SEMs). Desta maneira, o gabarito é
questão errada.

Pois bem, guardem a seguinte informação: nem todos são


obrigados a prestar contas ao TCU, ou por este pode simplesmente
dispensar esta responsabilidade; ou pelo fato de que o dever de prestar
contas se dê a outro órgão, como no caso de repasses federais a órgãos e
entidades, cuja prestação se dará aquele que repassou o recurso.
Pessoal, nós já discorremos durante a aula sobre alguns assuntos,
mas gostaria aqui de fazer um quadro-resumo entre três conceitos que
podem estar confusos na cabeça de alguns.
Veremos de forma simplificada a diferença entre Prestação de
Contas, Tomada de Contas e Tomada de Contas Especial.

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Já o controle hierárquico é próprio de qualquer organização que


tenha uma divisão de trabalho em níveis hierárquicos diferentes. Assim, o
presidente de uma estatal tem o controle hierárquico sobre seus
diretores, por exemplo.
Este controle é sempre um tipo de controle interno, pois somente
ocorre dentro da mesma estrutura organizacional. Ele é mais comum no
Poder Executivo, mas ocorre em todos os poderes sempre que existir um
superior que comande um subordinado.
De acordo com Hely Lopes Meirelles13:
“Controle administrativo é todo aquele que o
Executivo e os órgãos da administração dos
demais poderes exercem sobre suas próprias
atividades, visando mantê-las dentro da lei,
segundo as necessidades do serviço e as
exigências técnicas de sua realização, pelo que é
um controle de legalidade, de conveniência e de
eficiência.”
Além disso, este controle pode ocorrer também por provocação de
terceiros, como ocorre nos casos de: reclamação administrativa, pedidos
de reconsideração, recursos administrativos e direito de petição.
Nestes casos, alguma pessoa ou entidade se dirige à administração
pública e busca a correção de algum ato ou postura do Estado.

Controle Legislativo

Este controle é efetuado pelo próprio parlamento e por seus órgãos


auxiliares (como o TCU, no caso da União). De acordo com Carvalho
Filho14, este controle pode ser dividido em dois tipos: o controle político
e o controle financeiro.
O controle político ocorre quando o Congresso decide sobre tratados
internacionais, abre comissões parlamentares de inquérito ou convoca
autoridades para que prestem informações. De acordo do Di Prieto 15:
“abrange aspectos ora de legalidade, ora de
mérito, apresentando-se, por isso mesmo, como
de natureza política, já que vai apreciar as
decisões administrativas sob o aspecto inclusive

13
(Meirelles) apud (Lima C. A., 2005)
14
(Carvalho Filho) apud (Mazza, 2011)
15
(Di Prieto) apud (Paludo, 2010)

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da discricionariedade, ou seja, da oportunidade


e conveniência diante do interesse público.”
O controle financeiro é de competência exclusiva do Poder
Legislativo e é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas.
Dentre os instrumentos que o Poder Legislativo tem para efetuar
estes tipos de controle, podemos citar16:

 A competência de sustar atos normativos do Poder Executivo


que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da
delegação legislativa;
 A instituição de Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs;
 A sustação de contratos administrativos que forem objeto de
impugnação pelo tribunal de contas;
 Convocação de Ministros de Estado para prestar informações
dobre assuntos determinados;
 Julgar o chefe do Poder Executivo por crime de
responsabilidade;
 Autorizar operações externas de crédito financeiro de
interesse da União, de estados, do DF e municípios;
 Legislar sobre a criação e extinção de ministérios.
Além destes instrumentos, o Poder Legislativo conta, é claro, com o
auxílio dos tribunais de contas no controle externo da Administração
Pública.
No momento, temos no Brasil: o Tribunal de Contas da União –
TCU, que fiscaliza a utilização de recursos públicos federais, os Tribunais
de Contas dos Estados – TCEs (que auxiliam as respectivas
Assembléias Legislativas), o Tribunal de Contas do Distrito Federal –
TCDF (que auxilia a Câmara Distrital do DF) e os Tribunais de Contas
dos Municípios – TCMs (que auxiliam as Câmaras Municipais).
Vamos ver algumas questões agora?
11 - (CESPE – ABIN – OFICIAL – 2008) Devido a sua natureza
singular, a ABIN não se submete ao controle externo por parte do
Tribunal de Contas da União, mas apenas ao controle interno da
própria Presidência da República.

Como vimos acima, todas as pessoas físicas e jurídicas que utilizem,


guardem, arrecadem, gerenciem ou administrem recursos públicos
federais terão de prestar contas ao Tribunal de Contas da União.

16
(Mazza, 2011)

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Desta maneira, a ABIN, apesar de sua natureza singular, não está


fora do alcance do controle externo efetuado pelo TCU. O nosso gabarito
é questão errada.

12 - (FCC – TRT/RS – ANALISTA – 2011) O controle legislativo da


Administração é
a) um controle externo e político, motivo pelo qual pode-se
controlar os aspectos relativos à legalidade e à conveniência
pública dos atos do Poder Executivo que estejam sendo
controlados.
b) sempre um controle subsequente ou corretivo, mas restrito à
conveniência e oportunidade dos atos do Poder Executivo objetos
desse controle e de efeitos futuros.
c) exercido pelos órgãos legislativos superiores sobre quaisquer
atos praticados pelo Poder Executivo, mas vedado o referido
controle por parte das comissões parlamentares.
d) exercido sempre mediante provocação do cidadão ou
legitimado devendo ser submetido previamente ao Judiciário para
fins de questões referentes à legalidade.
e) próprio do Poder Público, visto seu caráter técnico e,
subsidiariamente, político, com abrangência em todas as situações
e sem limites de qualquer natureza legal.

Esta questão é bem interessante. Vejam que, como vimos acima, o


controle legislativo pode ser dividido em: controle financeiro e político.
Desta maneira, a letra A toca no controle político, que entra no mérito das
decisões tomadas pelo Poder Executivo, quando, por exemplo, decide se
ratifica ou não um tratado internacional assinado pelo chefe de Estado.
Assim sendo, a letra A está correta. Já a letra B está incorreta, pois
este controle não se limita aos aspectos de conveniência e de
oportunidade. O mesmo ocorre com a letra C, pois as Comissões
Parlamentares de Inquérito, por exemplo, são modalidades de controle
legislativo sobre as atividades do Poder Executivo.
A letra D é absurda, pois não existe esta limitação (provocação
pelos cidadãos como requisito prévio) ao Poder Legislativo. A letra E
também está equivocada, pois o controle legislativo deve ser aplicado de
acordo com os limites constitucionais previamente estabelecidos. O
gabarito é, portanto, a letra A.

Outras Esferas de Controle

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Controle Judicial

O controle judicial das atividades da Administração Pública pode ser


do tipo prévio ou posterior, mas só será feito através de alguma
provocação ao Poder Judiciário17.
Desta forma, o controle judiciário é o controle efetuado pelo Poder
Judiciário no exercício de sua função principal – a jurisdicional18.
Entretanto, uma “pegadinha” comum em provas é perguntar sobre a
veracidade da seguinte afirmativa: o Poder Judiciário não efetua o
controle administrativo.
Pessoal, quando o Poder Judiciário está exercendo a função
administrativa (quando contrata um serviço, por exemplo) pode sim
efetuar um controle administrativo, ou seja, exerce o controle interno de
suas próprias atividades e atos.
O Brasil não adota o modelo francês, de contencioso administrativo.
Desta maneira, o Judiciário é o “ponto final” das causas, ou seja, não
cabe ao Executivo julgar de forma definitiva.
Entretanto, o Poder Judiciário tem certos limites de atuação, pois
não cabe atuar nos atos políticos ou nos atos interna corporis, de acordo
com Carvalho Filho19.
Além disso, deve sempre analisar a legalidade e a legitimidade dos
atos, nunca o seu mérito. Pode, entretanto, investigar a legalidade e
legitimidade dos atos discricionários20.
Os principais instrumentos de controle judicial da Administração
Pública são:

 Mandado de segurança – tem a função de proteger direito


líquido e certo, que não seja amparado por Habeas Corpus ou
Habeas Data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder seja uma autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de uma atribuição de Poder Público21;
 Ação Popular – Pode ser proposta por qualquer cidadão que
busque anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade

17
(Mazza, 2011)
18
(Alexandrino & Paulo, 2009)
19
(Carvalho Filho) apud (Mazza, 2011)
20
(Alexandrino & Paulo, 2009)
21
(Mazza, 2011)

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administrativa e ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e


cultural;
 Habeas Data – Visa assegurar o conhecimento, retificação e
contestação de informações relativas à pessoa impetrante,
que sejam constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
 Ação Civil Pública– Serve para a proteção de direitos difusos
ou coletivos;
 Ação de Improbidade – busca coibir práticas de
improbidade e podem acarretar ao agente público: a
devolução de bens, a suspensão de direitos políticos, a multa
civil, a perda da função pública, a indisponibilidade de bens, a
proibição de contratar com o Estado e o ressarcimento do
dano causado.
O Poder Judiciário conta com o Conselho Nacional de Justiça que
tem, como função, o controle da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes 22.
O CNJ também visa, mediante ações de planejamento, à
coordenação, ao controle administrativo e ao aperfeiçoamento do serviço
público na prestação da Justiça23.
Assim, de certa forma, o CNJ efetua um controle interno24 do
Poder Judiciário.

Ministério Público

O Ministério Público é uma instituição dinâmica de garantia e


efetivação de direitos, pois não precisa ser provocado para atual em prol
de sua concretização25.
Esta atuação é ainda mais percebida pela sociedade no caso dos
direitos que necessitam da atuação do Estado, por meio de políticas
públicas, para sua efetivação.
No caso brasileiro, o Ministério Público ascendeu a uma posição de
destaque, pois a Constituição Federal posicionou o MP fora da estrutura

22
(Costin, 2010)
23
Fonte: www.cnj.jus.br
24
(Paludo, 2010)
25
(Costin, 2010)

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de qualquer dos poderes. Assim, não está subordinado a nenhum dos


Poderes.
Dessa forma, o Ministério Público tem autonomia funcional e
administrativa asseguradas pela CF/88, e não está subordinado ao
Executivo Legislativo ou Judiciário26.
Entretanto, a CF destinou ao MP diversas garantias semelhantes aos
do Poder Judiciário. Dentre os direitos e interesses que o MP defende,
entre outros, estão27:

 Os direitos humanos;
 A democracia, os direitos políticos, a nacionalidade e o devido
processo eleitoral;
 O respeito às diferenças de etnia, sexo, crença e de condição
psicofísica;
 A correta aplicação das verbas em educação saúde e
segurança;
 O respeito à ordem econômica e aos direitos do consumidor;
 O acesso a serviços públicos de qualidade;
Além disso, o Ministério Público exerce, de certa forma, um
controle externo da Administração Pública, pois ele atua em
denúncias de improbidade administrativa (conduta antiética que fere ou
se distancia dos padrões morais admitidos28) de seus agentes, nas
denúncias de crimes cometidos por autoridades e na defesa de direitos
difusos e coletivos29.
Dentre seus instrumentos, podemos citar: o inquérito civil, a ação
de improbidade administrativa e a ação civil pública. O Ministério Público
brasileiro é formado pelos ministérios públicos estaduais, pelo Ministério
Público da União (MPU).
No Ministério Público da União, a chefia é exercida pelo Procurador-
Geral da República. Este é indicado pelo Presidente da República dentre
os integrantes da carreira de Procurador da República e deve ser
aprovado pelo Senado Federal para um mandato de dois anos, sendo a
recondução permitida30.

26
Fonte: www.pgr.mpf.gov.br
27
Fonte: www.pgr.mpf.gov.br
28
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)
29
(Paludo, 2010)
30
(Costin, 2010)

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O Ministério Público abrange31:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Pessoal, existe também o Ministério Público Eleitoral (MPE). O
Ministério Público pode e deve intervir no processo eleitoral em qualquer
momento, como: na inscrição dos eleitores, nas convenções partidárias,
no registro de candidaturas, nas campanhas, na propaganda eleitoral, na
votação, na diplomação dos eleitos.
O MPE não possui estrutura própria, mas uma composição mista:
membros do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual.
Continuando, a intervenção do MP também ocorre em todas as
instâncias do Judiciário, em qualquer época (havendo ou não eleição), e
pode ser como parte (propondo ações) ou fiscal da lei (oferecendo
parecer)32.
São funções institucionais do Ministério Público33:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para
fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta
Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações
indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na
forma da lei complementar respectiva;

31
Fonte: Constituição Federal, art. n°128
32
Fonte: http://www.eleitoral.mpf.mp.br/eleitoral_new/institucional/sobre-o-mpe/
33
Fonte: Constituição Federal, art. n°129

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VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei


complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
Vamos ver agora algumas questões?
13 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) O estudo do tema ‘controle
da administração pública nos revela que:
a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por
responsáveis por bens ou valores públicos, aí incluído o
Presidente da República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública
pode rever seus atos, mas não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o
controle transversal de um Poder sobre os outros.
d) o controle interno é exercido pelo Congresso Nacional, com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
e) o Poder Judiciário exerce apenas controle jurisdicional sobre
seus atos administrativos.

A primeira frase está correta e é o nosso gabarito. Já a segunda


alternativa está errada, pois a Administração Pública pode sim anular seus
atos. A letra C inverteu o conceito, pois o controle de um Poder pelo outro
é necessário para que um Poder não abuse ou predomine sobre os outros.
Na letra D, este controle citado não é o interno, e sim o externo. Já
a letra E vem com uma “pegadinha” comum. O Poder Judiciário não
efetua somente o controle jurisdicional, pois também executa seus
próprios atos administrativos. Desta maneira, também exerce um
controle administrativo ou interno.
Assim, nosso gabarito é mesmo a letra A.

14 - (FCC – TRT/MT – ANALISTA – 2011) Sobre o controle e


responsabilização da Administração Pública, é INCORRETO
afirmar:
a) Ao Poder Judiciário é vedado apreciar o mérito administrativo
e, ao exercer o controle judicial, está restrito ao controle da
legitimidade e legalidade do ato impugnado.

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b) Controle Administrativo é o poder de fiscalização e correção


que a Administração Pública exerce sobre sua própria atuação,
sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou
mediante provocação.
c) O Controle que o Poder Legislativo exerce sobre a
Administração Pública tem que se limitar às hipóteses previstas
na Constituição Federal, sob pena de afronta ao princípio de
separação de poderes.
d) No Controle Judicial, o Poder Judiciário exerce o poder
fiscalizador sobre a atividade administrativa do Estado,
alcançando, além dos atos administrativos do Executivo, atos do
Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza atividade
administrativa.
e) O Controle Legislativo alcança os órgãos do Poder Executivo, as
entidades da Administração Indireta, mas jamais o Poder
Judiciário, mesmo quando este último executa função
administrativa.

A questão pede a alternativa incorreta. Desta maneira, a única


afirmativa que está incorreta é a letra E, pois o controle legislativo
alcança o Poder Judiciário quando este executa função administrativa.
Por exemplo, se um Tribunal Regional do Trabalho, por exemplo,
estiver construindo uma nova sede, esta obra será fiscalizada pelo
Tribunal de Contas. Assim, o nosso gabarito é a letra E.

Controle Social participação social

O controle social, ou popular, se refere à participação da sociedade


como um todo na elaboração, acompanhamento e monitoramento do
poder público. Desta forma, a própria sociedade exerceria, então, o
controle sobre o Estado.
Neste caso, não estamos nos referindo apenas ao direito de ter
informações sobre os atos do poder público, mas, além disso, da
participação da sociedade na gestão pública.
Claro que, em uma democracia, as próprias eleições seriam um tipo
de controle da sociedade, pois pelo voto podemos aprovar ou não um
representante do povo no Legislativo ou no Executivo.
Entretanto, devem existir outras formas de controle e participação
da sociedade na condução da gestão governamental.

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De acordo com Lima34:


“Numa democracia, o controle social é exercido
desde o processo de elaboração das políticas
públicas, por exemplo, mediante consultas e
audiências públicas, até o acompanhamento e
monitoramento de sua execução. Transparência e
participação na gestão pública são fatores
determinantes para o controle efetivo da
sociedade sobre a gestão pública.”

Desta forma, o controle externo busca aproximar o controle da


gestão pública para o nível em que esta ação pública efetivamente ocorra.
Assim, não só se fortalece o controle da gestão pública, mas também se
amplia a cidadania, com o envolvimento dos cidadãos e das instituições
no controle das atividades do Estado35.
Portanto, a modernização da máquina estatal deve ampliar o espaço
em que a sociedade possa participar e controlar as ações
governamentais, ou seja, novas “arenas” e mecanismos devem ser
criados para que esta participação popular seja efetiva e que possamos
ter o envolvimento da sociedade na definição, execução e avaliação dos
programas governamentais e das políticas públicas.
Dentre as formas de controle social, temos:
 A possibilidade de qualquer cidadão denunciar irregularidades
ao TCU (ou outros tribunais de contas);
 A possibilidade de qualquer cidadão entrar com uma ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público.
Desta forma, um cidadão qualquer pode entrar com uma
denúncia se considerar que algum agente público está
gerindo mal os recursos públicos, se avaliar que uma obra
pública está superfaturada, etc.;
 Obrigação dos entes governamentais de disponibilizar ao
contribuinte as contas públicas;
 O orçamento participativo;
 As audiências públicas;
 Conselhos gestores de políticas públicas;
 Os conselhos municipais.

34
(Lima L. H., 2009)
35
(Paludo, 2010)

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De acordo com Paludo36, as novas tecnologias de informação e


comunicação estão facilitando o controle social pela sociedade, pois
permitem um acesso maior e mais rápido a toda uma gama de
informações relativas às ações do Poder Público.
A própria prática continuada da democracia no Brasil, de acordo
com Matias-Pereira37, está levando a uma cobrança cada vez maior por
transparência e participação por parte da sociedade.

Ouvidorias

Com a evolução do relacionamento entre o Estado e os cidadãos, as


ouvidorias destacaram-se como mais um passo em direção ao aumento
do controle social.
Essas ouvidorias são “canais de comunicação” entre os simples
cidadãos e as instituições públicas. Um ouvidor deve estar sempre
disponível para tirar dúvidas, receber sugestões e propor melhorias e
correções dentro do órgão ou setor público.
As ouvidorias públicas, de acordo com Perez38,
“configuram-se como “instrumentos jurídicos” que
ensejam aos cidadãos a possibilidade de
participarem, “diretamente ou através de
representantes, dos processos decisórios, das
execuções ou controles das tarefas”
desempenhadas pela Administração Pública.”
Assim sendo, as ouvidorias funcionam como intermediários entre os
cidadãos e a máquina estatal. Possibilitam, também, uma maior
conscientização da população em relação aos seus direitos e deveres.
Quando somos ouvidos e notamos que nossas dúvidas e demandas
estão sendo levadas em consideração, nos sentimos mais atuantes e
valorizados, não é mesmo? Portanto, essas ouvidorias servem também
como um instrumento de valorização da democracia participativa, pois
incentivam a participação direta da população na resolução dos problemas
e na melhoria do atendimento público.
De acordo com Barreto39,

36
(Paludo, 2010)
37
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)
38
(Perez, 2004) apud (Barreto, 2009)
39
(Barreto, 2009)

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“A ouvidoria se caracteriza como um mecanismo


de controle social. É um instrumento de controle
social, porquanto visa precipuamente, através de
sua atuação, garantir a satisfação do interesse
público, dando abertura ao cidadão para que este
se manifeste sobre a atuação do Estado.”
Outro aspecto importante do funcionamento das ouvidorias é como
agente de mudanças dentro da máquina estatal. Quando uma ouvidoria
funciona bem, esta passa a cobrar respostas mais rápidas e com um nível
maior de qualidade aos cidadãos/usuários.
Um ouvidor deve, também, fazer um estudo estatístico das
demandas e problemas detectados pelos cidadãos. Este estudo pode
proporcionar um “mapeamento” das áreas críticas do órgão e subsidiar
propostas de mudanças.
Isto nem sempre é bem visto por servidores acomodados e
refratários ao contato com a população. Muitas vezes, a criação de uma
ouvidoria deve vir acompanhada de uma mudança na cultura
organizacional da instituição.
Desse modo, um fator crítico para o sucesso dessas ouvidorias é o
apoio político dos chefes e superiores hierárquicos. Sem este apoio, uma
ouvidoria não tem muita chance de obter sucesso.
Além disso, o profissional que venha a ocupar este posto deve ter
autonomia para defender o cidadão usuário dentro da instituição e cobrar
informações e melhores resultados das diversas áreas envolvidas.
Vamos ver mais questões agora?
15 – (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) Controle Social nos
serviços públicos envolve
(A) a participação da sociedade civil na elaboração,
acompanhamento e monitoramento das ações do poder público.
(B) o feedback periódico aos cidadãos dos principais resultados de
uma política pública.
(C) o controle efetivo dos tribunais de contas municipais,
estaduais e da União sobre as respectivas empresas públicas.
(D) a consulta frequente aos principais beneficiários de um
serviço.
(E) a nomeação de representantes da sociedade civil para cargos
de direção do serviço público.

Como vimos acima, a participação da sociedade civil é ponto


principal no controle social. Desta forma, a letra A está correta e é nosso

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gabarito. A letra B se relaciona ao princípio da publicidade. Já a letra C se


refere ao controle externo.
As letras D e E também estão equivocadas, pois a simples consulta
não reflete tão bem o controle social quanto à letra A, e o mesmo pode
ser dito da nomeação de representantes da sociedade civil para cargos de
direção. Assim, o nosso gabarito é mesmo a letra A.

16 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é


entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na
fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da
Administração Pública. Trata-se de importante mecanismo de
prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania. Dentre
os principais mecanismos de controle social instituído nos três
níveis da federação, a partir da Constituição Federal de 1988,
estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

Dentre as opções descritas na questão, a alternativa que se refere


ao controle social é a dos conselhos gestores das políticas públicas. O
gabarito é a letra B.

17 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) No que se refere ao


controle da administração publica, assinale a incorreta:
A – As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
termos da lei.
B – Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é
parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas.
C – O controle judicial é o poder de fiscalização que os órgãos do
Poder Judiciário exercem sobre os atos do Executivo, Legislativo e
próprio Judiciário.
D – Os Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário manterão, de
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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E – O controle legislativo da Administração Pública é exercido por


meio de instrumentos, dentre os quais se destacam: pedido de
informação; convocação de autoridades; fiscalização contábil,
financeira e orçamentária; e reclamação administrativa.

A alternativa incorreta é a letra E. A reclamação administrativa,


citada na alternativa como exemplo de controle legislativo, é na verdade
um exemplo de controle administrativo.
O controle administrativo pode ocorrer de forma autônoma (ou de
ofício) e por provocação de terceiros. A reclamação administrativa se
enquadra no controle administrativo que ocorre por provocação de
terceiros. Portanto, o gabarito é a letra E.

18 - (FCC – TRE/RN – ANALISTA – 2011) Consoante a Constituição


Federal, é obrigatória a prestação de Contas por qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada que, dentre outras atividades,
arrecade e aplique recursos públicos. Nestas condições, a
Prestação de Contas Anual do Presidente da República, a ser
encaminhada ao Congresso Nacional, será elaborada
a) pela Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da
Fazenda.
b) pelo Tribunal de Contas da União.
c) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
d) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
e) pela Secretaria de Controle Interno da Casa Civil.

Como já vimos, a prestação de contas do Presidente da República


deve ser elaborada pela Secretaria Federal de Controle Interno,
subordinada ao Ministério da Fazenda.
Portanto, nosso gabarito é a letra A.

19 - (FCC – TRE/RN – ANALISTA – 2011) Dentre outros, constitui


objeto de exame realizado pelo Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal a
a) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de
operações de crédito do governo federal.
b) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de
tributos, bem como, o cancelamento de empenhos de despesas do
orçamento da União.

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c) despesa obrigatória de caráter continuado da administração


pública federal.
d) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de
tributos federais.
e) apuração do montante da dívida consolidada da União, ao final
de cada semestre, para efeito do cumprimento dos limites
constitucionais.

Dentre os aspectos que devem ser analisados pelo sistema de


controle interno, podemos citar: a arrecadação, a restituição e a renúncia
de receitas tributárias. Assim, a letra D está correta e é o nosso gabarito.

Transparência

Cada vez mais, a transparência nas ações governamentais é vista


como elemento necessário para que o país possa reduzir as suas
desigualdades, aumentar sua eficiência e atingir o seu pleno
desenvolvimento.
De acordo com Matias-Pereira40,
“a transparência do Estado se efetiva por meio do
acesso do cidadão à informação governamental, o
que torna mais democrática as relações entre o
Estado e sociedade civil.”
Ou seja, ser transparente é dar acesso para a sociedade de todos os
atos e decisões públicas. É informar à sociedade e deixar disponíveis
dados e informações que possibilitem uma análise e eventual crítica da
atuação do Estado.
Mais informado, o cidadão poderá avaliar melhor as políticas
públicas, os diversos governantes e fazer melhores escolhas quando for
votar.

Transparência no Contexto da LRF

Com a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a


transparência no Brasil ganhou um grande impulso. Esta lei veio exigir

40
(Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia
no Brasil, 2006)

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dos governos diversos instrumentos de transparência atualmente


consagrados, como o Relatório de Gestão Fiscal - RGF e o Relatório
Resumido de Execução Orçamentária - RREO.
De acordo com Paludo41, a LRF foi um divisor de águas na história
das finanças em termos de transparência das contas públicas no Brasil.
Desde então, os diversos governos têm aprimorado seus
instrumentos de transparência, de forma a cumprir com a LRF. Estes
instrumentos têm possibilitado uma tomada de consciência que antes não
se via do estado das contas governamentais e das prioridades e
qualidades da diferentes gestões públicas.
Assim, a democracia participativa passa a se tornar realidade, pois
somente com instrumentos que facilitem a participação dos cidadãos o
controle da sociedade sobre o Estado pode ocorrer.
Abaixo, podemos ver os artigos 48, 48-A e 49 da LRF, que detalham
os instrumentos de transparência da lei:

Da Transparência da Gestão Fiscal


“Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais
será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso
público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão
Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos”.
Pessoal, o RREO e o RGF são os instrumentos de transparência
consagrados pela LRF. O RREO terá sua publicação em até trinta dias do
fim de cada bimestre, sendo composto por: Balanço Orçamentário,
Demonstrativo de Execução das Receitas, das Despesas por categoria
econômica e grupo de natureza e das Despesas por função e subfunção.
Já o RGF será emitido ao final de cada quadrimestre e será
composto por: comparativo com os limites impostos pela LRF de despesa
com pessoal, dívidas consolidada e mobiliária, concessão de garantias,
operações de crédito.
Deverá, também, vir acompanhado de indicação de medidas
corretivas, caso se ultrapasse alguns desses limites; entre outros quesitos
dispostos no artigo 55 da LRF.
Reparem em uma coisa: além do RREO, do RGF, das prestações de
contas (e o respectivo parecer prévio), dos planos, orçamentos e LDO, a
transparência da gestão fiscal também terá vários elementos que
assegurem a sua existência, como:

41
(Paludo, 2010)

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 O incentivo à participação popular e realização de


audiências públicas, durante os processos de elaboração e
discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e
orçamentos;
A transparência da gestão fiscal é imposta aos gestores públicos e,
desta forma, eles devem apresentar à sociedade tudo o que fora feito
com o dinheiro público, comprovando que cumpriram as regras legais
impostas no âmbito da Administração Pública.
Outro meio de garantir a transparência seria com a permissão de a
sociedade obter, em tempo real, as informações detalhadas sobre a
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso ao
público.
A Lei no 12.527, de 2011, a Lei de Acesso à Informação, trouxe
regras que permitem que a sociedade, pessoas naturais e jurídicas, tenha
acesso à informação, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão, observados os
princípios da administração pública e as diretrizes previstas na Lei.
Diante disso, o artigo 48-A da LRF, de 2000, dispõe que qualquer
pessoa física ou jurídica terá o acesso a informações referentes à
despesa e à receita da seguinte forma:
“I – quanto à despesa: todos os atos praticados
pelas unidades gestoras no decorrer da execução
da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao
número do correspondente processo, ao bem
fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física
ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando
for o caso, ao procedimento licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o
recebimento de toda a receita das unidades
gestoras, inclusive referente a recursos
extraordinários”.
Como mais um meio de garantir a transparência da gestão fiscal, a
sociedade terá conhecimento das contas do Chefe do Poder Executivo
durante todo o exercício. Essas contas poderão ser consultadas e
apreciadas pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Vamos ver mais uma questão sobre estes temas?
20 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão
fiscal será garantida pela participação da sociedade e pela
divulgação que deve ser dada a todas as ações relacionadas à
arrecadação de receitas e à realização de despesas. Com esse
propósito, a LRF criou alguns mecanismos. Assinale a Incorreta.

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A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos


e dos orçamentos.
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo
o exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e
instituições da sociedade.
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso
público e ampla divulgação.
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária,
de acesso público e ampla divulgação.
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da
política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados
por Conselho de Orçamento Participativo, constituído por
representantes de todos os poderes e esferas de governo, do MP e
de entidades técnicas representativas da sociedade.

Esta questão da FMP cobrou o conhecimento dos instrumentos de


transparência trazidos pela LRF. A letra A está correta e está contida no
primeiro inciso do artigo n°48 da lei.
As demais alternativas também estão todas contidas no texto legal.
A única alternativa incorreta é a letra E. A banca se pautou em uma
“pegadinha” maldosa. Este Conselho de Gestão Fiscal está previsto no
Artigo n° 67 da LRF, mas ainda não foi criado. Veja abaixo o texto legal 42:
“Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de
forma permanente, da política e da
operacionalidade da gestão fiscal serão realizados
por conselho de gestão fiscal, constituído por
representantes de todos os Poderes e esferas de
Governo, do Ministério Público e de entidades
técnicas representativas da sociedade, visando a:
I - harmonização e coordenação entre os entes da
Federação;
II - disseminação de práticas que resultem em
maior eficiência na alocação e execução do gasto
público, na arrecadação de receitas, no controle do
endividamento e natransparência da gestão fiscal;
III - adoção de normas de consolidação das contas
públicas, padronização das prestações de contas e
dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de
que trata esta LeiComplementar, normas e

42
Lei Complementar n° 101/2000

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padrões mais simples para os pequenos


Municípios, bem como outros, necessários ao
controle social;
IV - divulgação de análises, estudos e
diagnósticos.”

Como a banca solicitou os instrumentos já criados pela LRF, esta


alternativa se torna incorreta (apesar de estar prevista no texto legal).
Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra E.

21 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Compete ao Tribunal de Contas


apreciar, para fins de registro:

a) a legalidade dos atos de admissão de pessoal.

b) as aberturas de créditos adicionais à Lei Orçamentária Anual

c) a utilização de recursos recebidos pelos servidores a título de


adiantamento de numerário.

d) as peças contábeis de empresas públicas.

e) as contas anuais prestadas por consórcios intermunicipais.

A primeira coisa a ter em mente é que o controle externo é exercido


pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União, ok?
As competências do controle externo estão dispostas no artigo 71
da CF/88. A apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal é
competência do controle externo, logo, como o TCU o auxilia, cabe a
apreciação desses atos. Dessa forma, o item A está correto e já é o nosso
gabarito.

22 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Terão eficácia de título


executivo, as decisões do Tribunal de Contas:

a) de que resultem imputação de débito ou multa.

b) pela regularidade da matéria julgada.

c) que determinaram o trancamento das contas.

d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.

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e) que se refiram a operações de crédito.

Essa questão é literalidade do parágrafo terceiro do artigo 71 da


CF/88, senão vejamos:
“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

(…)

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte


imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo”.

Dessa forma, o gabarito é letra A.

23 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Segundo a Constituição Federal,


é competente para sustar contratos, no exercício do controle
externo, o

a) Conselho Nacional de Justiça.

b) Congresso Nacional.

c) Presidente da República.

d) Poder Judiciário.

e) Ministério Público.

O artigo 71, e seus parágrafos, da CF/88 dispõe de todas as


competências do controle externo exercido pelo Congresso Nacional,
com auxílio do TCU.
Uma dessas competências é a de ter que sustar contratos.
Entretanto, após a sustação, caberá ao Poder Executivo tomar as
medidas necessárias pelo ato do Congresso Nacional.
Pessoal, só mais um detalhe que pode vir a ser pegadinha na prova.
O parágrafo 2º desse mesmo artigo dispõe que “Se o Congresso Nacional
ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito”.

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Diante disso, observa-se muita polêmica na doutrina, pois há


muitas dúvidas se o TCU poderá sustar, ou não, um contrato
administrativo caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não
adotar as providências necessárias.
A doutrina majoritária responde que sim a essa indagação, logo, em
uma prova objetiva, eu também colocaria como positivo caso essa
situação ocorresse.
Mais uma pegadinha: as bancas normalmente colocam que o TCU
tem competência para sustar a execução de atos administrativos após
determinar que providências sejam adotadas pelo órgão ou entidade e
estes não providenciarem o que for necessário. Isso está correto.
Percebam que se trata de “atos administrativos” e não de “contratos
administrativos”.
A única exigência que há é de o TCU informar ao Senado Federal e
à Câmara dos Deputados da sustação do ato administrativo. Já no caso
dos contratos administrativos, quem pode sustar diretamente um
contrato irregular é o Congresso Nacional.
Diante disso, o gabarito da questão é a letra B.

24 - (FCC - TCE-PR - ACA - 2011)Compete ao Tribunal de Contas:

a) julgar as contas apresentadas pelos órgãos fiscalizadores de


categorias profissionais.

b) apreciar, para fins de registro, as nomeações para provimento


de cargo em comissão.

c) sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado,


comunicando a decisão ao Chefe do Poder Executivo.

d) prestar informações solicitadas pelo Poder Legislativo sobre a


fiscalização contábil, operacional, financeira, patrimonial,
orçamentária e ambiental.

e) realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias.

A letra A está errada, pois não compete ao TCU julgar as contas


apresentadas pelos órgãos fiscalizadores de categorias profissionais.
Cabe, ao TCU, o julgamento das contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles

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que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte


prejuízo ao erário.
A letra B está errada, pois o TCU pode apreciar a legalidade dos
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão.
Também não poderá apreciar a legalidade dos atos de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
A letra C está errada, pois a comunicação da sustação da execução
de ato impugnado deverá ser à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal, e não ao chefe do Poder Executivo.
A letra D está uma “lambança” de informações. O que o controle
externo deverá fazer, conforme inciso VII do artigo 71 da CF/88 é
“prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões,
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas”.
Por fim, a letra E está correta e é o gabarito da questão.

25 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) A Constituição Federal


estabelece que as decisões do Tribunal de Contas de que resulte
imputação de débito ou multa terão eficácia de:

a) decisão preliminar.

b) título executivo.

c) precatório.

d) sentença normativa.

e) título judicial.

Pessoal, percebam que a maioria das questões são “copia-cola” do


artigo 71 e de seus parágrafos da CF/88.
Desse modo, a CF/88 estabelece que as decisões do Tribunal de
Contas de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo. Portanto, o gabarito é letra B.

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26 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) A titularidade do controle


externo é do:

a) Poder Executivo, com auxílio do Tribunal de Contas.

b) Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas.

c) Poder Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Contas.

d) Tribunal de Contas, com o auxílio do Poder Legislativo.

e) Ministério Público, com o auxílio do Poder Legislativo e do


Tribunal de Contas.

A titularidade do controle externo, conforme artigo 71 da CF/88, é


do Congresso Nacional. O Poder Legislativo, exercido pelo Congresso
Nacional, e titular do controle externo, será auxiliado pelo Tribunal de
Contas da União.
Diante disso, o gabarito da questão é letra B.

27 - (FCC - TCE-GO - ACE – 2009) Sobre as disposições


constitucionais referentes ao controle externo das entidade
governamentais, considere:

I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à


legitimidade dos atos praticados pelos gestores.

II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei,


denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
Contas da União.

III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas


prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em noventa dias a contar
de seu recebimento.

IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

Está correto o que se afirma APENAS em


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a) I e II.

b) II e III.

c) II e IV.

d) III.

e) III e IV.

O item I tem mais de um erro. Conforme o artigo 70 da CF/88, e o


seu parágrafo único, a abrangência do controle alcançará a legalidade, a
legitimidade, a economicidade, a aplicação das subvenções e a
renúncia de receitas. Logo, não se restringe à legalidade e à
legitimidade dos atos praticados.
Outro erro que se observa no item I é a limitação dos atos
praticados ser apenas dos gestores. Conforme o parágrafo único desse
artigo, “qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária” prestará contas.
O item II está correto, pois de acordo com o parágrafo 2º do artigo
74 da CF/88, qualquer cidadão é parte legítima parte legítima para
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. O parágrafo
ainda aumenta o rol de legitimados para realização dessas denúncias.
Assim como o cidadão, o partido político, o sindicato ou associação
possuem legitimidade para denunciar.
O item III está errado, pois o prazo para elaboração do parecer
prévio com a finalidade de apreciação das contas prestadas anualmente
pelo Presidente da República é de sessenta dias a contar do recebimento,
e não noventa dias.
Por fim, o item IV está correto, uma vez que transcreve aquilo que
está descrito no parágrafo primeiro do artigo 74 da nossa Carta Magna.
Diante da análise, nota-se que o gabarito é letra C, pois os itens II e
IV estão corretos.

28 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) A respeito da interface entre o


controle externo e interno a que se submete a Administração
Pública, é correto afirmar:

a) Atuam de forma autônoma e independente, devendo apenas


assegurar a ciência recíproca de eventuais ilegalidades
identificadas.

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b) O controle interno subordina-se ao controle externo,


caracterizando-se hierarquicamente como auxiliar dos Tribunais
de Contas.

c) O controle externo, exercido pelo Poder Legislativo com o


auxílio dos Tribunais de Contas e o controle interno, existente no
âmbito de cada Poder, atuam de forma coordenada, não cabendo a
fiscalização de um deles quando o outro já tenha atuado.

d) Os responsáveis pelo controle interno que tomem ciência de


irregularidade ou ilegalidade estão obrigados a dela dar ciência ao
Tribunal de Contas, sob pena de se tornarem solidariamente
responsáveis.

e) Alcançam matérias diversas, porém devem ser executados de


forma coordenada, podendo, para maior eficácia, procederem à
delegação recíproca de poderes e atribuições.

Pessoal, a letra A está errada, pois o controle interno não deverá


apenas assegurar a ciência de ilegalidades identificadas. A ele caberá
apoiar o controle externo no exercício da missão institucional, dar
ciência ao controle externo de qualquer irregularidade ou ilegalidade
que tomarem conhecimento.
A letra B está errada, pois o controle interno não se subordina ao
controle externo, nem está hierarquicamente no papel de auxiliar dos
Tribunais de Contas. Cabe, ao controle interno, conforme já foi dito,
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Atenção para o seguinte: a fiscalização de um não exclui a do
outro, ok? Logo é errado falar que não cabe a fiscalização de um deles
quando o outro já tenha atuado, o que torna essa letra um item errado.
A letra D está correta e é o nosso gabarito. Essa afirmação pode ser
retirada do parágrafo primeiro do artigo 74 da CF/o88, senão vejamos:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:

(...)

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade

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solidária”.

A letra E fala que os poderes e as atribuições dos controles interno e


externo podem ser delegados um ao outro. Percebam que esta afirmação
é falsa, uma vez que esses poderes e atribuições lhes são conferidas por
meio de normas jurídicas e que, dessa forma, não podem ser delegadas
ao bel prazer, ok?
O gabarito, portanto, é mesmo a letra D.

29 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) O controle externo no Brasil é


exercido

a) a posteriori, mas não a priori nem de forma concomitante.

b) a priori e concomitante, mas não a posteriori.

c) de forma concomitante e a posteriori, mas não a priori.

d) a priori e a posteriori, mas não de forma concomitante.

e) a priori, de forma concomitante e a posteriori.

No nosso país, o controle é exercido de três maneiras: a priori, a


posteriori e concomitante.
Só lembrando que A Priori significa previamente, anteriormente; A
Posteriori significa posteriormente. Não precisa nem completar o
significado de concomitante, não é mesmo?
O gabarito da questão, portanto é letra E.

30 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) O controle externo no Brasil :

a) está a cargo do Tribunal de Contas, auxiliado pelo Poder


Legislativo.

b) é superior, hierarquicamente, ao controle interno.

c) é exercido pelo Tribunal de Contas, desde que provocado.

d) tem poder judicante.

e) caracteriza-se pela superioridade do Tribunal de Contas da


União diante dos Tribunais de Contas Estaduais.

A letra A está errada, pois o controle externo está a cargo do


Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União.

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A letra B está errada, pois cabe ao controle interno apoiar o


controle externo no exercício de sua missão. Não há previsão de
superioridade hierárquica do controle externo sobre o controle interno.
A letra C está errada, pois a competência do controle externo está a
cargo do Congresso Nacional com auxílio do TCU. E ainda, o TCU, no
controle externo, possui competência dada diretamente pela CF/88. Logo,
ele não precisa ser provocado para agir.
Por fim, conforme o artigo 75 da CF/88, as normas estabelecidas ao
controle externo da União aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
A letra D está correta e é o nosso gabarito. O controle externo tem
poder judicante, sim. Isto é, poder de julgar dado a outros órgãos, que
não seja o Poder Judiciário, sem conteúdo jurisdicional, mas com
conteúdo administrativo.
A letra E está errada, pois não há superioridade do TCU sobre os
Tribunais de Contas dos Estados e do DF, nem sobre os Tribunais e
Conselhos de Contas dos municípios. Desse modo, o gabarito é mesmo a
letra D.

31 - (FCC - TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO - 2011) No âmbito do


controle externo previsto na Constituição Federal, se verificada
ilegalidade, a competência para assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei é :

a) do Tribunal de Contas da União.

b) do Ministério Público Federal.

c) do Senado Federal.

d) do Congresso Nacional.

e) da Controladoria Geral da União.

Pessoal, nos incisos do artigo 71 da nossa CF/88 podemos retirar as


competências do TCU no âmbito do controle externo.
De acordo com o inciso IX daquele artigo, compete ao TCU assinar
prazo para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias

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ao exato cumprimento da lei, caso seja verificada ilegalidade. Dessa


forma, o gabarito é letra A.

32 - (FCC - TCE-AP – PROCURADOR - 2010) O controle externo dos


órgãos e entidades da Administração Pública do Estado do Amapá
está a cargo do:

a) Poder Executivo, com auxílio dos Poderes Legislativo e


Judiciário e do Tribunal de Contas.

b) Poder Legislativo, com auxílio do Poder Executivo e do Tribunal


de Contas.

c) Tribunal de Contas.

d) Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas.

e) Tribunal de Contas, com auxílio dos Poderes Legislativo e


Judiciário.

Para respondermos essa questão, devemos ter em mente o artigo


75 da CF/88, que relata o seguinte:
“Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção
aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios”.

Dessa forma, percebam que, em observância ao Princípio da


Simetria, os estados, o DF e os municípios também terão o controle
externo exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelos respectivos
Tribunais de Contas. O gabarito, portanto, é letra D.

33 - (FCC - TCM-CE - ACE – 2010) Identificada possível


irregularidade na celebração de contrato de prestação de serviços
por órgão da administração direta federal, prevê a Constituição da
República que:

a) o Tribunal de Contas da União sustará a execução do contrato,


comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Poder

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Judiciário.

b) a Câmara dos Deputados aplicará aos responsáveis as sanções


previstas na Constituição e em lei.

c) o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso


Nacional, que solicitará ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

d) o Tribunal de Contas da União procederá à tomada de contas do


Presidente da República, devendo julgá-las num prazo de 60 dias
a contar de seu recebimento, independentemente de outras
manifestações.

e) a Comissão mista permanente de orçamento determinará à


autoridade responsável que sane a irregularidade e, se não
atendida em 5 dias, promoverá a sustação do contrato.

Pessoal, caso seja identificada possível irregularidade na celebração


de contrato de prestação de serviços por órgão da administração direta
federal, a CF/88, no parágrafo primeiro do artigo 71, que trata da
competência do controle externo a ser exercido pelo Congresso Nacional
com auxílio do TCU, dispõe que:
“Art. 75.

(…)

§1º No caso de contrato, o ato de sustação será


adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao
Poder Executivo as medidas cabíveis”.

Dessa forma, o gabarito é letra C.

34 - (FCC - TCM-CE - ACE – 2010) Considere as seguintes


afirmações relativas às regras constitucionais sobre controle
externo:

I. O Congresso Nacional, mediante controle externo, com o auxílio


do Tribunal de Contas da União, exercerá fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade e economicidade.

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II. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.

III. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é


parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I, II e III.

Questão tranquila, não é mesmo? O item I foi considerado correto


pela banca. Percebam que faltou informar que a fiscalização também
ocorrerá sobre a aplicação das subvenções e sobre a renúncia de receitas.
Entretanto, não está errado o que foi disposto no item, o que torna o item
certo, conforme a FCC.
O item II está correto, sendo um “Ctrl-C – Ctrl-V” do parágrafo
único do artigo 70 da CF/88.
Por fim, o item III também foi um “copia-cola” do parágrafo
segundo do artigo 74 da CF/88, tornando-o correto. Dessa maneira, o
gabarito é letra E.

35 - (FCC - TCE-GO - ACE – 2009) O Controle Externo, exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, está a cargo:

a) do Senado Federal.

b) do Supremo Tribunal Federal.

c) da Controladoria Geral da União.

d) do Congresso Nacional.

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e) do Poder Executivo.

Questões repetitivas pela banca não é verdade? Já vimos diversas


vezes que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional e que
terá o auxílio do Tribunal de contas da União, senão vejamos:
“Art. 71. O controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União ao qual
compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo


Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a
contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais


responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade


dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas
as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo

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e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso


II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas


supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos
do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos


repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo


Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de
auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de


ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade


adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato


impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre


irregularidades ou abusos apurados”.

Dessa forma, o gabarito é letra D.

36 - (FCC - TCE-AL – 2008) Os atos praticados pela Administração


Pública são passíveis de controle. Como exemplo de instrumentos
disponíveis nas modalidades de controle externo ou interno, tem-
se que:

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a) a comissão particular de inquérito constitui instrumento de


controle interno apenas dos atos praticados na esfera do Poder
Legislativo.

b) o pedido de informação oriundo do Poder Judiciário e destinado


aos Ministros de Estado constitui modalidade de controle externo
dos atos da Administração Pública.

c) a anulação, pelo Senado Federal, de atos normativos editados


pelo Executivo constitui modalidade de controle externo dos atos
da Administração Pública.

d) a possibilidade do Congresso Nacional sustar atos normativos


editados pelo Poder Executivo constitui modalidade de controle
externo da Administração Pública.

e) a sustação, pelo Senado Federal, de atos normativos editados


pelo Executivo constitui modalidade de controle externo dos atos
da Administração Pública.

Dentre as opções dadas pela a banca, a única que condiz com


instrumentos disponíveis nas modalidades de controle dos atos praticados
pela Administração Pública é o constante na letra D.
Conforme o artigo 49 da CF/88, que dispõe sobre a competência
exclusiva do Congresso Nacional, cabe a este “sustar os atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa”.
Desse modo, o gabarito da questão é letra D.

37 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) Nos termos previstos na


Constituição Federal, os responsáveis pelo controle interno, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de:

a) demissão a bem do serviço público.

b) responsabilidade subsidiária.

c) responsabilidade solidária.

d) exoneração.

e) suspensão.

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A previsão constitucional é a de que os responsáveis pelo controle


interno deverão dar ciência ao TCU (e aos Tribunais de Contas dos
estados, do DF e dos municípios, conforme o caso) sobre qualquer
irregularidade ou ilegalidade que tomarem conhecimento.
Caso não o façam, deverão responder de forma solidária. O
gabarito, portanto, é letra C.

38 - (FCC - TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011) Uma das


finalidades do Sistema de Controle Interno prevista na
Constituição Federal é:

a) apoiar o Ministério Público no exercício de sua missão


institucional.

b) auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas


anualmente pelo Presidente da República.

c) avaliar o cumprimento das metas previstas no anexo de riscos


fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão


institucional.

e) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da


República, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento.

A letra A está errada, pois não cabe a CF/88 dispõe que cabe aos
órgãos de controle interno apoiar o controle externo no exercício de sua
missão institucional.
O controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com auxílio
do TCU. Dessa forma, o controle interno não apoia o Ministério Público no
exercício de sua missão institucional, uma vez que ele não faz parte do
controle externo.
A letra B está errada, pois isso não é função do controle interno. A
banca tenta confundir o candidato com troca de informações. Cabe ao
TCU “apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio”. O TCU auxilia o Congresso Nacional
no controle externo.

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A letra C está errada, pois cabe ao controle interno “avaliar o


cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos
programas de governo e dos orçamentos da União”.
A letra E está errada, pois, isso está a cargo do TCU, como já vimos
no comentário da letra B. Diante disso, a única letra que está de acordo
com uma das finalidades do sistema de controle interno é a D, sendo o
nosso gabarito.

39 - (FCC - TCM-PA - TCE – 2010) A permissão que a


Administração Pública possui para, por meio do Controle Interno,
rever seus próprios atos quando ilegais, inoportunos ou
inconvenientes, decorre do Poder:

a) regulamentar.

b) discricionário.

c) de revisão.

d) de polícia.

e) de autotutela.

Questão genérica da banca, pois fugiu um pouco da linha que ela


segue quando o assunto é controle externo e interno na Administração
Pública.
De qualquer forma, o Poder de autotutela é aquele que a
Administração consegue rever seus atos e, tomar providências
pertinentes casos os considere legais, inoportunos ou inconvenientes.
O STF já se pronunciou afirmando na Súmula 437 que a
Administração Pública “pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial”.
Desse modo, o gabarito da questão é letra E.

40 - (FCC - TCM-PA - TCE – 2010) Dentre as finalidades do Sistema


de Controle Interno definidas na Constituição Federal, figura a de:

a) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela

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União mediante convênio ao Distrito Federal ou a Município.

b) receber petições, reclamações ou queixas de qualquer pessoa


contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas.

c) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as


providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade.

d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,


bem como dos direitos e haveres da União.

e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de


admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

A letra A está errada, pois cabe ao controle interno fiscalizar a


aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. Não tem
nada a ver com a aplicação de recurso repassados mediante convênio
pela União. Isto é função do TCU.
O erro na letra B está em afirmar que qualquer pessoa é parte
legítima para denunciar irregularidades ou ilegalidades. Na verdade, não é
qualquer pessoa; apenas os cidadãos, os partidos políticos, as associações
e os sindicatos que podem denunciar.
A letra C traz competência do TCU, e não do controle interno. Logo,
a letra também está errada.
A letra D está correta e é o nosso gabarito. Item fácil, pois é cópia
do inciso III do artigo 74 da CF/88.
Na letra E, temos mais um item que traz atribuições do TCU ao
invés do controle interno, logo ela está errada. Dessa forma, o gabarito é
mesmo letra D.

41 - (FCC - MPE-AP – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2012) A atividade


de controle da Administração Pública pelos Tribunais de Contas:

a) é limitada à legalidade dos atos administrativos praticados


pelos órgãos públicos, não podendo avaliar a constitucionalidade
destes, quando possuírem embasamento legal.

b) é realizada, dentre outros meios, pelo registro prévio dos


contratos firmados pelo Poder Público, sendo condição
indispensável de sua eficácia.

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c) não se aplica aos órgãos do Poder Judiciário e do Ministério


Público, visto que estes estão sujeitos ao controle especial do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, respectivamente.

d) abrange a sustação de ato ilegal de aposentação de servidor


público titular de cargo efetivo, se o órgão ou entidade
responsável pelo ato, previamente comunicado, deixou de adotar
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, no
prazo assinalado pela Corte de Contas.

e) compreende o julgamento anual das contas prestadas pelo


Presidente da República e apreciação dos relatórios sobre a
execução dos planos de governo.

A letra A está errada, pois conforme Súmula 347 do STF, “o


Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”. Logo, a
atividade de controle não se limita à legalidade dos atos administrativos.
A letra B também está errada, pois não faz parte da atividade de
controle da Administração Pública o registro prévio dos contratos firmados
como condição de eficácia. A eficácia dos contratos firmados se dá com a
publicação em imprensa oficial.
A letra C está errada, pois conforme a Lei Orgânica do TCU, Lei nº
8.443/92, cabe a este Tribunal “realizar por iniciativa da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário e nas entidades da administração
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
poder público federal”.
A letra D está correta e é o nosso gabarito. Conforme o inciso X do
artigo 71 da CF/88, cabe ao controle externo “sustar, se não atendido, a
execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal”. O ato ilegal que aposentou servidor
público deverá ser sustado caso as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei não tenham sidas adotadas.
Ao TCU cabe a apreciação das contas anuais do Presidente da
República, mediante parecer prévio. O julgamento é competência do
Congresso Nacional, conforme inciso IX do artigo 49 da CF/88. O gabarito
da questão, portanto, é letra D.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (CESPE – TRT/RN – ANALISTA – 2010) O Tribunal de Contas da União,


órgão ao qual incumbe a prática de atos de natureza administrativa
concernentes à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União, é subordinado ao Poder Legislativo, do qual é
órgão auxiliar e de orientação.

2 - (CESPE – FUB – SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) O controle interno


da administração pública é realizado pelo Poder Judiciário, com o apoio do
Poder Legislativo; o controle externo está a cargo da Controladoria Geral
da República.

3 - (FCC – TRT/AL – ANALISTA – 2008) Quando o Tribunal de Contas do


Estado realiza auditoria sobre determinada despesa realizada pelo Poder
Executivo, ele exerce controle de caráter
a) interno.
b) externo.
c) hierárquico.
d) judicial.
e) prévio ou preventivo.

4 - (ESAF – RFB / AFRF - 2005) Não inclui na finalidade do sistema de


controle interno federal,constitucionalmente previsto, a atividade de:
a) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da
Administração.
b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da
União.
c) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades
de direito privado.
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

5 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) São competências dos TC,


EXCETO:

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a) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei.
b) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providencias
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
c) apreciar, pra fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer titulo, na administração direta e indireta, incluídas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório.
d) realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial.
e) representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados.

6 - (ESAF - TCE-RN/ AUDITOR - 2000) Os sistemas de controle externo,


próprios para o exercício das funções de fiscalização contábil, financeira e
orçamentária, nas áreas federais e estaduais, estão compreendidos na
organização estrutural.
a) do Poder Legislativo
b) do Poder Executivo
c) do Poder Judiciário
d) de cada um dos Poderes Públicos
e) dos Poderes Legislativo e Executivo

7 - (ESAF – MPOG /EPPGG - 2008) Marque a opção incorreta quanto às


atribuições dos órgãos de controle externo.
a) Compreende a realização de inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
b) Fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.
c) Acompanha o movimento dos Cartões de Pagamento do Governo
Federal mediante realização periódica do diagnóstico do sistema de
pagamentos de varejo no Brasil.
d) Analisa as contas das autarquias e fundações instituídas e mantidas
pela União.
e) Apura denúncias apresentadas por qualquer cidadão, sobre
irregularidades ou ilegalidades.

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8 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é entendido como


a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no
monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-
se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de
fortalecimento da cidadania. Dentre os principais mecanismos de controle
social instituído nos três níveis da federação, a partir da Constituição
Federal de 1988, estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

9 - (CESPE – TRE/PR – ANALISTA – 2009) O Tribunal de Contas da União,


mesmo como órgão integrante da estrutura da administração pública
direta, tem competência para deixar de aplicar uma lei que entenda ser
inconstitucional.

10 - (CESPE – DPU – DEFENSOR – 2007) Quanto a controle da


administração pública e bens públicos, julgue o item seguinte.

De acordo com o STF, o TCU não tem competência para julgar contas das
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, ou
de seus administradores, já que os bens dessas entidades não são
públicos, mas, sim privados.

11 - (CESPE – ABIN – OFICIAL – 2008) Devido a sua natureza singular, a


ABIN não se submete ao controle externo por parte do Tribunal de Contas
da União, mas apenas ao controle interno da própria Presidência da
República.

12 - (FCC – TRT/RS – ANALISTA – 2011) O controle legislativo da


Administração é
a) um controle externo e político, motivo pelo qual pode-se controlar os
aspectos relativos à legalidade e à conveniência pública dos atos do Poder
Executivo que estejam sendo controlados.
b) sempre um controle subsequente ou corretivo, mas restrito à
conveniência e oportunidade dos atos do Poder Executivo objetos desse
controle e de efeitos futuros.

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c) exercido pelos órgãos legislativos superiores sobre quaisquer atos


praticados pelo Poder Executivo, mas vedado o referido controle por parte
das comissões parlamentares.
d) exercido sempre mediante provocação do cidadão ou legitimado
devendo ser submetido previamente ao Judiciário para fins de questões
referentes à legalidade.
e) próprio do Poder Público, visto seu caráter técnico e, subsidiariamente,
político, com abrangência em todas as situações e sem limites de
qualquer natureza legal.

13 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) O estudo do tema ‘controle da


administração pública nos revela que:
a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por responsáveis
por bens ou valores públicos, aí incluído o Presidente da República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode
rever seus atos, mas não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o controle
transversal de um Poder sobre os outros.
d) o controle interno é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do
Tribunal de Contas da União.
e) o Poder Judiciário exerce apenas controle jurisdicional sobre seus atos
administrativos.

14 - (FCC – TRT/MT – ANALISTA – 2011) Sobre o controle e


responsabilização da Administração Pública, é INCORRETO afirmar:
a) Ao Poder Judiciário é vedado apreciar o mérito administrativo e, ao
exercer o controle judicial, está restrito ao controle da legitimidade e
legalidade do ato impugnado.
b) Controle Administrativo é o poder de fiscalização e correção que a
Administração Pública exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos
de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
c) O Controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração
Pública tem que se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal,
sob pena de afronta ao princípio de separação de poderes.
d) No Controle Judicial, o Poder Judiciário exerce o poder fiscalizador
sobre a atividade administrativa do Estado, alcançando, além dos atos
administrativos do Executivo, atos do Legislativo e do próprio Judiciário
quando realiza atividade administrativa.

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e) O Controle Legislativo alcança os órgãos do Poder Executivo, as


entidades da Administração Indireta, mas jamais o Poder Judiciário,
mesmo quando este último executa função administrativa.

15 – (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) Controle Social nos serviços


públicos envolve
(A) a participação da sociedade civil na elaboração, acompanhamento e
monitoramento das ações do poder público.
(B) o feedback periódico aos cidadãos dos principais resultados de uma
política pública.
(C) o controle efetivo dos tribunais de contas municipais, estaduais e da
União sobre as respectivas empresas públicas.
(D) a consulta frequente aos principais beneficiários de um serviço.
(E) a nomeação de representantes da sociedade civil para cargos de
direção do serviço público.

16 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é entendido


como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no
monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-
se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de
fortalecimento da cidadania. Dentre os principais mecanismos de controle
social instituído nos três níveis da federação, a partir da Constituição
Federal de 1988, estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

17 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) No que se refere ao controle da


administração publica, assinale a incorreta:
A – As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
B – Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas.

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C – O controle judicial é o poder de fiscalização que os órgãos do Poder


Judiciário exercem sobre os atos do Executivo, Legislativo e próprio
Judiciário.
D – Os Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de apoiar o
controle externo no exercício de sua missão institucional.
E – O controle legislativo da Administração Pública é exercido por meio de
instrumentos, dentre os quais se destacam: pedido de informação;
convocação de autoridades; fiscalização contábil, financeira e
orçamentária; e reclamação administrativa.

18 - (FCC – TRE/RN – ANALISTA – 2011) Consoante a Constituição


Federal, é obrigatória a prestação de Contas por qualquer pessoa física ou
jurídica, pública ou privada que, dentre outras atividades, arrecade e
aplique recursos públicos. Nestas condições, a Prestação de Contas Anual
do Presidente da República, a ser encaminhada ao Congresso Nacional,
será elaborada
a) pela Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda.
b) pelo Tribunal de Contas da União.
c) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
d) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
e) pela Secretaria de Controle Interno da Casa Civil.

19 - (FCC – TRE/RN – ANALISTA – 2011) Dentre outros, constitui objeto


de exame realizado pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal a
a) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de operações de
crédito do governo federal.
b) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de tributos, bem
como, o cancelamento de empenhos de despesas do orçamento da União.
c) despesa obrigatória de caráter continuado da administração pública
federal.
d) arrecadação, a restituição e as renúncias de receitas de tributos
federais.
e) apuração do montante da dívida consolidada da União, ao final de cada
semestre, para efeito do cumprimento dos limites constitucionais.

20 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão fiscal


será garantida pela participação da sociedade e pela divulgação que deve

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ser dada a todas as ações relacionadas à arrecadação de receitas e à


realização de despesas. Com esse propósito, a LRF criou alguns
mecanismos. Assinale a Incorreta.
A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos e dos
orçamentos.
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o
exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da
sociedade.
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso público e
ampla divulgação.
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária, de
acesso público e ampla divulgação.
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e
da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por Conselho de
Orçamento Participativo, constituído por representantes de todos os
poderes e esferas de governo, do MP e de entidades técnicas
representativas da sociedade.

21 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Compete ao Tribunal de Contas


apreciar, para fins de registro:

a) a legalidade dos atos de admissão de pessoal.

b) as aberturas de créditos adicionais à Lei Orçamentária Anual

c) a utilização de recursos recebidos pelos servidores a título de


adiantamento de numerário.

d) as peças contábeis de empresas públicas.

e) as contas anuais prestadas por consórcios intermunicipais.

A primeira coisa a ter em mente é que o controle externo é exercido pelo


Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União, ok?

As competências do controle externo estão dispostas no artigo 71 da


CF/88. A apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal é
competência do controle externo, logo, como o TCU o auxilia, cabe a
apreciação desses atos. Dessa forma, o item A está correto e já é o nosso
gabarito.

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22 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Terão eficácia de título executivo as


decisões do Tribunal de Contas

a) de que resultem imputação de débito ou multa.

b) pela regularidade da matéria julgada.

c) que determinaram o trancamento das contas.

d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.

e) que se refiram a operações de crédito.

23 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) Segundo a Constituição Federal, é


competente para sustar contratos, no exercício do controle externo, o

a) Conselho Nacional de Justiça.

b) Congresso Nacional.

c) Presidente da República.

d) Poder Judiciário.

e) Ministério Público.

24 - (FCC - TCE-PR - ACA - 2011) Compete ao Tribunal de Contas:

a) julgar as contas apresentadas pelos órgãos fiscalizadores de categorias


profissionais.

b) apreciar, para fins de registro, as nomeações para provimento de cargo


em comissão.

c) sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado, comunicando a


decisão ao Chefe do Poder Executivo.

d) prestar informações solicitadas pelo Poder Legislativo sobre a


fiscalização contábil, operacional, financeira, patrimonial, orçamentária e
ambiental.

e) realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias.

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25 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) A Constituição Federal estabelece que


as decisões do Tribunal de Contas de que resulte imputação de débito ou
multa terão eficácia de:

a) decisão preliminar.

b) título executivo.

c) precatório.

d) sentença normativa.

e) título judicial.

26 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) A titularidade do controle externo é do:

a) Poder Executivo, com auxílio do Tribunal de Contas.

b) Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas.

c) Poder Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Contas.

d) Tribunal de Contas, com o auxílio do Poder Legislativo.

e) Ministério Público, com o auxílio do Poder Legislativo e do Tribunal de


Contas.

27 - (FCC - TCE-GO - ACE – 2009) Sobre as disposições constitucionais


referentes ao controle externo das entidade governamentais, considere:

I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à legitimidade


dos atos praticados pelos gestores.

II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei, denunciar


irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas prestadas


anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em noventa dias a contar de seu recebimento.

IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Está correto o que se afirma APENAS em


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a) I e II.

b) II e III.

c) II e IV.

d) III.

e) III e IV.

28 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) A respeito da interface entre o controle


externo e interno a que se submete a Administração Pública, é correto
afirmar:

a) Atuam de forma autônoma e independente, devendo apenas assegurar


a ciência recíproca de eventuais ilegalidades identificadas.

b) O controle interno subordina-se ao controle externo, caracterizando-se


hierarquicamente como auxiliar dos Tribunais de Contas.

c) O controle externo, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio dos


Tribunais de Contas e o controle interno, existente no âmbito de cada
Poder, atuam de forma coordenada, não cabendo a fiscalização de um
deles quando o outro já tenha atuado.

d) Os responsáveis pelo controle interno que tomem ciência de


irregularidade ou ilegalidade estão obrigados a dela dar ciência ao
Tribunal de Contas, sob pena de se tornarem solidariamente
responsáveis.

e) Alcançam matérias diversas, porém devem ser executados de forma


coordenada, podendo, para maior eficácia, procederem à delegação
recíproca de poderes e atribuições.

29 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) O controle externo no Brasil é exercido

a) a posteriori, mas não a priori nem de forma concomitante.

b) a priori e concomitante, mas não a posteriori.

c) de forma concomitante e a posteriori, mas não a priori.

d) a priori e a posteriori, mas não de forma concomitante.

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e) a priori, de forma concomitante e a posteriori.

30 - (FCC - TCE-AP - ACE – 2012) O controle externo no Brasil :

a) está a cargo do Tribunal de Contas, auxiliado pelo Poder Legislativo.

b) é superior, hierarquicamente, ao controle interno.

c) é exercido pelo Tribunal de Contas, desde que provocado.

d) tem poder judicante.

e) caracteriza-se pela superioridade do Tribunal de Contas da União


diante dos Tribunais de Contas Estaduais.

31 - (FCC - TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO - 2011) No âmbito do


controle externo previsto na Constituição Federal, se verificada
ilegalidade, a competência para assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei é
:

a) do Tribunal de Contas da União.

b) do Ministério Público Federal.

c) do Senado Federal.

d) do Congresso Nacional.

e) da Controladoria Geral da União.

Pessoal, nos incisos do artigo 71 da nossa CF/88 podemos retirar as


competências do TCU no âmbito do controle externo.

De acordo com o inciso IX daquele artigo, compete ao TCU assinar prazo


para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, caso seja verificada ilegalidade. Dessa forma, o
gabarito é letra A.

32 - (FCC - TCE-AP – PROCURADOR - 2010) O controle externo dos


órgãos e entidades da Administração Pública do Estado do Amapá está a

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cargo do:

a) Poder Executivo, com auxílio dos Poderes Legislativo e Judiciário e do


Tribunal de Contas.

b) Poder Legislativo, com auxílio do Poder Executivo e do Tribunal de


Contas.

c) Tribunal de Contas.

d) Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas.

e) Tribunal de Contas, com auxílio dos Poderes Legislativo e Judiciário.

33 - (FCC - TCM-CE - ACE – 2010) Identificada possível irregularidade na


celebração de contrato de prestação de serviços por órgão da
administração direta federal, prevê a Constituição da República que:

a) o Tribunal de Contas da União sustará a execução do contrato,


comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Poder Judiciário.

b) a Câmara dos Deputados aplicará aos responsáveis as sanções


previstas na Constituição e em lei.

c) o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,


que solicitará ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

d) o Tribunal de Contas da União procederá à tomada de contas do


Presidente da República, devendo julgá-las num prazo de 60 dias a contar
de seu recebimento, independentemente de outras manifestações.

e) a Comissão mista permanente de orçamento determinará à autoridade


responsável que sane a irregularidade e, se não atendida em 5 dias,
promoverá a sustação do contrato.

34 - (FCC - TCM-CE - ACE – 2010) Considere as seguintes afirmações


relativas às regras constitucionais sobre controle externo:

I. O Congresso Nacional, mediante controle externo, com o auxílio do


Tribunal de Contas da União, exercerá fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade e
economicidade.

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II. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

III. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte


legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I, II e III.

35 - (FCC - TCE-GO - ACE – 2009) O Controle Externo, exercido com o


auxílio do Tribunal de Contas da União, está a cargo:

a) do Senado Federal.

b) do Supremo Tribunal Federal.

c) da Controladoria Geral da União.

d) do Congresso Nacional.

e) do Poder Executivo.

36 - (FCC - TCE-AL – 2008) Os atos praticados pela Administração Pública


são passíveis de controle. Como exemplo de instrumentos disponíveis nas
modalidades de controle externo ou interno, tem-se que:

a) a comissão particular de inquérito constitui instrumento de controle


interno apenas dos atos praticados na esfera do Poder Legislativo.

b) o pedido de informação oriundo do Poder Judiciário e destinado aos


Ministros de Estado constitui modalidade de controle externo dos atos da
Administração Pública.

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c) a anulação, pelo Senado Federal, de atos normativos editados pelo


Executivo constitui modalidade de controle externo dos atos da
Administração Pública.

d) a possibilidade do Congresso Nacional sustar atos normativos editados


pelo Poder Executivo constitui modalidade de controle externo da
Administração Pública.

e) a sustação, pelo Senado Federal, de atos normativos editados pelo


Executivo constitui modalidade de controle externo dos atos da
Administração Pública.

37 - (FCC - TCE-PR - ACA – 2011) Nos termos previstos na Constituição


Federal, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal
de Contas, sob pena de:

a) demissão a bem do serviço público.

b) responsabilidade subsidiária.

c) responsabilidade solidária.

d) exoneração.

e) suspensão.

38 - (FCC - TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011) Uma das finalidades


do Sistema de Controle Interno prevista na Constituição Federal é:

a) apoiar o Ministério Público no exercício de sua missão institucional.

b) auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas


anualmente pelo Presidente da República.

c) avaliar o cumprimento das metas previstas no anexo de riscos fiscais


da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

e) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,


mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a
contar de seu recebimento.

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39 - (FCC - TCM-PA - TCE – 2010) A permissão que a Administração


Pública possui para, por meio do Controle Interno, rever seus próprios
atos quando ilegais, inoportunos ou inconvenientes, decorre do Poder:

a) regulamentar.

b) discricionário.

c) de revisão.

d) de polícia.

e) de autotutela.

40 - (FCC - TCM-PA - TCE – 2010) Dentre as finalidades do Sistema de


Controle Interno definidas na Constituição Federal, figura a de:

a) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União


mediante convênio ao Distrito Federal ou a Município.

b) receber petições, reclamações ou queixas de qualquer pessoa contra


atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas.

c) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências


necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.

d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem


como dos direitos e haveres da União.

e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de


pessoal, a qualquer título, na administração direta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público.

41 - (FCC - MPE-AP – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2012) A atividade de


controle da Administração Pública pelos Tribunais de Contas:

a) é limitada à legalidade dos atos administrativos praticados pelos


órgãos públicos, não podendo avaliar a constitucionalidade destes,
quando possuírem embasamento legal.

b) é realizada, dentre outros meios, pelo registro prévio dos contratos


firmados pelo Poder Público, sendo condição indispensável de sua eficácia.

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c) não se aplica aos órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público,


visto que estes estão sujeitos ao controle especial do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente.

d) abrange a sustação de ato ilegal de aposentação de servidor público


titular de cargo efetivo, se o órgão ou entidade responsável pelo ato,
previamente comunicado, deixou de adotar as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, no prazo assinalado pela Corte de Contas.

e) compreende o julgamento anual das contas prestadas pelo Presidente


da República e apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de
governo.

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Gabarito

1. E 15. A 29. E
2. E 16. B 30. D
3. B 17. E 31. A
4. A 18. A 32. D
5. C 19. D 33. C
6. A 20. E 34. E
7. C 21. A 35. D
8. B 22. A 36. D
9. C 23. B 37. C
10. E 24. E 38. D
11. E 25. B 39. E
12. A 26. B 40. D
13. A 27. C 41. D
14. E 28. D

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Bibliografia
Alexandrino, M., & Paulo, V. (2009). Direito administrativo
descomplicado. São Paulo: Forense.
Barreto, W. d. (2009). Controle da Gestão Pública e Participação Cidadã:
a experiência da ouvidoria do Tribunal de Contas de Pernambuco.
Dissertação do Curso de Mestrado em Administração Pública. Rio de
Janeiro: FGV.
Costin, C. (2010). Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier.
Lima, C. A. (2005). Administração Pública para concursos. Rio de Janeiro:
Elsevier.
Lima, L. H. (2009). Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500
questões (3° Ed. ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.
Matias-Pereira, J. (2006). Os efeitos da crise política e ética sobre as
instituições e a economia no Brasil. Observatório de la Economia
Latinoamericana, n.67.
Matias-Pereira, J. (2009). Curso de Administração Pública: foco nas
instituições e ações governamentais (2° ed.). São Paulo: Atlas.
Mazza, A. (2011). Manual de direito administrativo (1° Ed. ed.). São
Paulo: Saraiva.
Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.).
Rio de Janeiro: Elsevier.
Zymler, B. (2009). Direito Administrativo e controle. Belo Horizonte:
Fórum.

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