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CULTURA
Artigos - 18/04/2019
ATUALIDADES
Brasil e mudanças climáticas: o que “Alice no País da Maravilhas” tem a dizer?
UNIVERSIDADE
Carlos Nobre (IEA-USP), Tércio Ambrizzi (IAG-USP), Mercedes Bustamante (UnB), José Marengo (Cemaden) e Moacyr Araujo (UFPE)
INSTITUCIONAL
Por Redação - Editorias: Artigos - URL Curta: jornal.usp.br/?p=238399

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D
ois trechos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, descrevem bem onde o Brasil está em
termos de preparação para as mudanças climáticas e onde deveria estar.
Carlos Nobre – Foto:
Divulgação / IEA “Não adianta voltar para ontem, porque eu era uma pessoa diferente então.”

Tércio Ambrizzi – Foto:


“Minha querida, aqui devemos correr o mais rápido que pudermos, apenas para ficar no mesmo lugar. E se você
Maria Leonor de Calasans / quiser ir a qualquer outro lugar, você deve correr duas vezes mais rápido que isso.”
IEA
Não é possível pensar e administrar o País com o olhar fora da realidade do presente e dos riscos futuros. As
condições estão mudando muito rapidamente. Não atuar, permanecer parado, significa, na verdade, retroceder,
pois não somente as condições se modificam, mas também a forma como outros governos e organizações
Mercedes Bustamante – sociais e econômicas respondem às mudanças climáticas.
Foto: Arquivo pessoal

Observações sistemáticas de mudanças nas variáveis climáticas e hidrológicas em todo o mundo não deixam
mais dúvida de que as mudanças do clima estão ocorrendo. Pesquisas científicas rigorosas demonstram que os
gases de efeito estufa emitidos pelas atividades humanas são hoje os principais vetores de mudança. Sem
José Marengo – Foto: ações de redução das emissões de gases de efeito estufa, é provável que ocorram rupturas significativas nos
Divulgação / IEA
sistemas físicos e ecológicos da Terra e nos sistemas sociais, com impactos sobre a segurança alimentar,
hídrica, energética e a saúde humana.

A comunidade científica brasileira tem contribuído para o avanço da compreensão de mudanças climáticas e
Moacyr Araujo – Foto: seus efeitos, em particular sobre os impactos para nosso continente. Nossa capacidade de olhar a Terra como
Divulgação / UFPE
um todo e modelar o complexo sistema de interações entre superfície terrestre, oceano, criosfera e atmosfera,
envolvendo tanto processos físicos como biológicos, avançou significativamente nas últimas décadas. Sempre
haverá algum nível de incerteza na compreensão de um sistema tão complexo quanto o clima global e suas
manifestações locais. No entanto, o nível de concordância científica sobre o aquecimento global antropogênico
é extremamente alto porque as evidências de apoio são esmagadoramente fortes.

A despeito de todas as evidências científicas sérias disponíveis, a geração de desinformação com argumentos
contra a ciência climática persiste. Uma agenda anticiência e tomadores de decisão que desconsideram a
primazia do conhecimento representam um grave descompromisso com a sociedade brasileira, e com o destino
das futuras gerações.

Alegar um viés ideológico na veracidade das mudanças climáticas provocadas pelas atividades humanas cria
obstáculos para ações concretas por parte do governo e da sociedade para nossa adaptação.

E por que precisamos nos preparar para um clima em mudança? Embora esforços para reduzir as emissões de
gases de efeito estufa sejam imprescindíveis, as emissões pretéritas continuarão a impactar o clima global por
muitas décadas até séculos. Além disso, uma redução lenta de emissões futuras significa que as alterações
climáticas adicionais irão agravar os impactos que diversas comunidades e setores da economia já estão
experimentando. Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm deflagrado inundações, deslizamentos de
terra, secas e incêndios florestais. Tais eventos deverão aumentar ainda mais no futuro devido às mudanças
climáticas.

O Brasil deve se preparar para um clima em mudança que impacta a economia e a sociedade. É preciso lembrar
que as mudanças climáticas têm impactos desproporcionais sobre diferentes segmentos sociais e as questões
de justiça social devem ser amplamente debatidas e consideradas. Para isso, mudanças climáticas devem ser
integradas na formulação de políticas públicas abrangentes e na elaboração e identificação de ações de
mitigação e adaptação para aumentar a resiliência de serviços e infraestrutura. Nossos sistemas naturais
constituem um importante ativo do País no enfrentamento das mudanças climáticas, por meio de soluções
baseadas na natureza e nos serviços ecossistêmicos, com melhoria da qualidade de vida da população.

O Brasil precisa retomar com seriedade essa agenda da qual já foi um protagonista global respeitado.
Contamos com uma comunidade científica qualificada e atuante na área de mudanças climáticas, que vem
contribuindo para o esforço mundial de geração de conhecimento e na elaboração de soluções. Não há tempo
a perder encobrindo os fatos com alegações espúrias e irresponsáveis que não encontram respaldo em boas
práticas científicas. A sociedade brasileira tem o direito de estar preparada para enfrentar as mudanças
climáticas por meio da gestão eficiente de seus governantes e, ao mesmo tempo, o dever de contribuir para os
esforços globais de mitigação, respaldados por conhecimento científico robusto.

* Este artigo foi escrito com apoio do grupo Coalizão Ciência e Sociedade, formado por aproximadamente 50
cientistas de diversas instituições de pesquisa do País.

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