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1 Caracterização da Empresa............................................................................... 01
2 Atividades Desenvolvidas.................................................................................... 10
3 Apreciação sobre o Estágio ................................................................................ . 27
4 Referências Bibliográficas................................................................................ .36
Anexos........................................................................................................................ 37
Apêndice...................................................................................................................... 40
1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Além da sede de Porto Alegre, a SULGÁS também tem um centro de operações que fica
localizado na Rua Boqueirão, número 2752, Bairro Igara, na cidade de Canoas / RS. A figura
1.2 abaixo mostra a localização do centro de operações em canoas.
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
No período em que o estágio foi realizado, as primeiras atividades realizadas basearam-
se em visitas aos diversos setores que compõem a empresa para que o estagiário ficasse
integrado aos procedimentos da empresa. Foram apresentadas as áreas do setor comercial
para a indústria, setor comercial para residências, setor jurídico, setor de engenharia e o setor
de qualidade, setor de qualidade e meio ambiente.
O setor de atuação no período de estágio foi a Coordenadoria de Novos Negócios e
Aplicações para o gás natural - CONEG. Este setor, como o nome sugere, é responsável pela
viabilização técnico econômica de aplicações para o gás natural. Os principais projetos ali
desenvolvidos são relativos à geração de energia em horário de ponta, em postos de
combustíveis e em indústrias, além de projetos como cogeração, balonismo à gás natural, gás
natural para o aeromóvel do Aeroporto Internacional Salgado Filho e o Projeto GNVERDE no
qual se busca a purificação de biogás proveniente de aterro sanitário.
Nesta última figura é possível ver a canalização principal que conduz o biogás até o flaire
(torre ao fundo) onde o metano contido no biogás é destruído.
Contudo, como se sabe, o metano representa cerca de 40% a 50% deste biogás. Ou
seja, é uma grande quantidade de combustível que é simplesmente queimada sem nenhum
aproveitamento. Atualmente, o aterro sanitário gera cerca de 5000 Nm 3/h de biogás contendo a
faixa de teor de metano citada anteriormente. Como exemplo, se todo o biogás gerado tivesse
pelo menos 40% de metano, são cerca de 2000 Nm3/h que são destruídos sem nenhum
aproveitamento térmico desta energia. Para a ideia do GNVERDE, a SULGÁS já havia enviado
uma equipe de técnicos, juntamente com uma equipe da SIL para a Alemanha, onde foram
visitadas plantas de biogás, presentes já há bastante tempo naquele país.
Para realizar o projeto no aterro sanitário, foi contratada uma empresa nacional de
purificação de biogás. Esta empresa projetou e instalou os equipamentos necessários à
purificação em uma planta piloto construída próximo à planta de queima do aterro. Para
abastecer a planta, foi feita uma ramificação na tubulação principal da planta de queima do
aterro sanitário. Esta tubulação não exige sistema de compressão para enviar o gás à planta
piloto, dado que a pressão à qual o gás está submetido na ramificação é cerca de 6 kPa. Na
figura 2.3 abaixo, é possível visualizar a planta piloto de purificação de biogás. Na figura 2.4 é
possível visualizar a ramificação que abastece a planta piloto.
Figura 2.3: Planta piloto de purificação de biogás
A ideia de volume de purificação para o projeto é de que, pela tubulação acima passem
40 Nm3/h de biogás, e que no final do processo de purificação saiam 13 Nm 3/h de biogás
purificado.
Para se poder utilizar o biogás purificado como combustível, é necessário atender às
especificações técnicas para este combustível. Como é um projeto pioneiro no país e não há
nenhuma norma sobre qual deve ser a composição do biogás purificado, procurou-se pela
especificação técnica da Agência Nacional do Petróleo – ANP para o gás natural. Neste caso,
aplica-se a Resolução ANP Nº 16, de 17 de junho de 2008. Ela específica os teores mínimos e
máximos dos constituintes do gás natural. A tabela 2.1 a seguir apresenta, resumidamente,
quais os limites para os componentes do gás natural, para a região sul do Brasil. O
entendimento e interpretação dos dados desta tabela, bem como os cálculos de alguns
parâmetros
Tabela 2.1: Especificação do gás natural para a região Sul do Brasil,
conforme resolução ANP Nº 16 de 17.06.2008
As informações contidas nesta tabela são válidas para 293,15 K (20ºC) e 101,325 kPa
(1atm), exceto os pontos de orvalho de hidrocarbonetos e de água.
Esta tabela pode ser utilizada baseando-se no fato de que o principal constituinte do gás
natural é o metano, assim como é também o principal combustível presente no biogás. Quanto
aos outros constituintes, para saber se o biogás disponível no aterro sanitário de Minas do
Leão poderia ser utilizado na planta piloto, foi coletada uma amostra deste biogás bruto e esta
foi enviada ao Centro de Tecnologias do Gás Natural e Energias Renováveis – CTGÁS ER –
que fica localizado na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. A amostra foi analisada por
cromatografia gasosa. A pressão de amostragem foi de 3 bar, a 47,6ºC.
O resultado da análise apontou que o biogás bruto contém cerca de 44,06 % de metano.
17,99% de nitrogênio, 0,94% de hidrogênio, 3,37% de Oxigênio e 33,63% de dióxido de
carbono. Quanto ao gás sulfídrico, a análise indicou 0,00 mg / m3, fazendo lembrar que este
valor é apontado quando a quantidade desse gás está abaixo da escala inferior do instrumento
de medida. Além disto, também foi verificado que a densidade do gás do aterro é cerca de
1,167 kg / m3, sendo a densidade relativa 0,969 e o peso molecular como sendo 28,01 g / mol.
Quanto a outros constituintes que estão presentes na tabela acima, não foi detectado nenhum
deles na amostra analisada. Enfim, concluiu-se que o biogás gerado no aterro sanitário tem
plenas condições de ser purificado e utilizado como combustível.
Foi feita uma análise dos valores máximos de teores de O2, N2 e CO2 permitidos pela
tabela 2.1, sendo verificado que, se o teor máximo de O2 é 0,5%, o teor máximo de CO2 é 3,0
e o teor máximo de N2 é 3,0 (a soma de CO2 + N2 não pode ser maior que 6,0%), o biogás
purificado deve conter pelo menos 93,5% de metano. Para os cálculos, as propriedades do
metano foram consideradas a 293 K e 1atm, que são as mesmas condições dos valores
apresentados na tabela. Porém, foi verificado que, esta composição não atende às
especificações de PCS, Índice de Wobbe e Número de Metano (MON), calculadas com as
equações 2.1 para PCS, 2.2 para Índice de Wobbe e 2.3 para Número de Metano (MON),
apresentadas como ferramentas para cálculo na página da ANP.
𝑁
𝑃𝐶𝑆
𝑊𝑜 = (2.2)
√𝑑
Para saber qual deveria ser uma composição que pudesse atender à especificações,
algumas possíveis composições começaram a ser estimadas e testadas até os valores
especificados pela tabela da ANP fossem atingidos. Tomando por base 0,3% como teor de O2,
foi estimado que o biogás purificado poderia conter 1,128% de N2, 0,572% de CO2 e, pelo
menos 98% de CH4. Com estes números, e utilizando as propriedades dos gases à 293 K e
1atm, calculadas utilizando o software EES, foi verificado que o PCS do biogás purificado seria
de 35772,41 KJ/m3, o Índice de Wobbe seria 46695 KJ/m3
Estas todas são as especificações que o projeto teria de atender para que o biogás
purificado possa ser utilizado para fins de aplicação automotiva.
Feitas estas verificações, partiu-se para a fase de testes do sistema instalado. Então, o
Start-Up da planta de purificação foi feito em 10 / 08 / 2011. A seguir, é apresentado o sistema
de purificação, cujo funcionamento foi totalmente acompanhado pelo estagiário, como parte
das atividades relacionadas ao projeto.
1º Filtro Y;
2º Medidor de Vazão de Lóbulos;
3º Tanque de Dessulfuração;
4º Compressor para a purificação;
5º Trocador de Calor;
6º Filtro coalescente;
7º Secador por Refrigeração;
8º Filtro coalescente;
9º Sistema de Purificação;
10º Filtro coalescente;
11º Reservatório para armazenamento e odorização;
12º Compressor de alta pressão de 3 estágios;
13º Cestos de cilindros para armazenatmento;
14º Mangueira de Abastecimento;
O filtro em Y tem a função de reter partículas mais grosseiras que possam estar
presentes no biogás oriundo do aterro. Este filtro pode ser visualizado na figura 2.5 abaixo.
Figura 2.5: Filtro Y para remoção de partículas.
Este medidor é do tipo analógico, também conhecido como medidor Roots. Conforme
consta em Henn (2010), este medidor é classificado como uma máquina de fluxo de
deslocamento positivo . Para melhor entender o princípio de funcionamento deste medidor, na
figura 2.7 abaixo é possível visualizar como ocorre o deslocamento do fluido dentro do
medidor.
Como já havia sido citado anteriormente, segundo a análise do biogás que foi realizada,
não foi detectada a presença de gás sulfídrico (H2S) ou outros compostos de enxofre no
biogás. Mas isto não significa que o biogás esteja livre de enxofre, dado o fato que o método de
medida utilizado indica como zero as quantidades que estão abaixo do limite de detecção do
mesmo. Sendo assim, optou-se pela instalação deste tanque que tem a função de remover
eventuais quantidades de H2S que possam estar presentes no biogás.
Para realizar o processo de remoção do H2S, o tanque foi preenchido com palha de aço,
para que esta formasse Óxido de Ferro, de maneira que quando o gás passa no interior do
tanque, ocorrem as reações 2.1 e 2.2 abaixo.
Esta reação forma Sulfeto de Ferro diluído em água. Porém ocorre ainda mais uma
reação, onde tem-se a regeneração do Óxido de Ferro. Isto está explicitado na reação 2.3
abaixo.
Ao final, o que antes entrou no tanque como H2S, sai agora como uma solução aquosa
de enxofre, que é separada do biogás por gravidade, no interior do próprio tanque. A
quantidade de efluente que foi gerada até então é muito pequena, tanto que não foi verificada a
necessidade de mensurá-la.
O biogás sai pelo topo do tanque para ser levado ao primeiro compressor que leva ao
sistema de purificação. No entanto, como foi verificado na análise do biogás, o teor de oxigênio
do biogás do aterro é cerca de 3,37%. Conforme consta em Coelho, 2007, o limite superior de
inflamabilidade do metano em ar conta com, no mínimo, 17,92% de oxigênio na mistura
combustível. Ou seja, com quantidades menores de oxigênio, como é o caso do biogás do
aterro, não deve haver risco de combustão do metano presente no biogás. Porém, conforme
Raisi, 2006, a composição do biogás de um aterro sanitário varia ao longo do ano, dependendo
da estação climática e da idade do aterro. Além disto, a vedação de um aterro sanitário de
grandes proporções é sempre mais difícil de ser garantida, sendo normal a presença de N2 e
O2 do ar atmosférico junto ao biogás. Por este fato, para que fosse evitado o risco de
explosões, foi colocado um sensor de oxigênio na linha do biogás, após este sair do tanque de
dessulfuração e antes da admissão do compressor. Este sensor emite um sinal elétrico
correspondente ao teor de oxigênio presente no biogás. Este sinal é lido e interpretado por um
CLP. Se o teor de Oxigênio ultrapassar 5,5%, o CLP desativa o compressor e a planta para de
funcionar e volta a ser acionada automaticamente quando o teor de Oxigênio retorna aos níveis
aceitáveis programados.
O compressor que comprime o gás e o envia ao sistema de purificação é um compressor
de dois estágios, que eleva a pressão do gás dos 6 kPa (pressão de entrada do gás na planta)
até 882,6 kPa. Este compressor pode ser visto na figura 2.9 abaixo.
O cárter deste compressor é mantido com pressão positiva, de maneira que não seja
permitida a sucção de ar através do mesmo para dentro do sistema de compressão.
A seguir, o biogás é enviado ao sistema de purificação, para que sejam removidos os
seus componentes indesejados, como, por exemplo, CO2, O2 e N2. Porém, o método de
remoção de impurezas utilizado não tolera umidade. Para remover qualquer teor de umidade
presente no gás, este passa por um secador por refrigeração. Este equipamento resfria o
biogás a tal ponto que a água presente no mesmo condensa e pode então ser removido. Há
ainda outro ponto que deve ser salientado. Este secador por refrigeração só trabalha bem com
gases até a temperatura de 50 ºC e, como o biogás é comprimido antes disto, a temperatura
deste pode ultrapassar este valor em dias de verão. Para isto, logo após a saída do
compressor, está instalado um pequeno trocador de calor, em forma de serpentina, junto ao
solo, para resfriar o biogás até uma temperatura adequada para a entrada do mesmo no
secador por refrigeração. Na figura 2.10 abaixo, segue uma imagem do trocador de calor e do
secador por refrigeração.
Figura 2.10: Trocador de calor por serpentina (esquerda);
Secador por refrigeração (direita)
Conforme Cavenati, 2005 (página 69), o processo de adsorção pode ser definido como o
aumento da densidade do fluido na vizinhança da interface deste com um sólido poroso. Na
figura 2.12 abaixo é apresentado esquematicamente a adsorção de um fluido em um sólido
poroso.
Figura 2.12: Processo PSA
Mais adiante será apresentada uma seção que descreve o procedimento de coleta de
amostra, sendo esta uma função prevista dentro da atividade de acompanhamento do projeto
que foi realizada pelo estagiário durante o período.
Como foi citado anteriormente, pretende-se utilizar o biogás purificado como combustível.
A ideia é utilizálo em veículos convertidos para o uso de gás natural e verificar o desempenho
dos mesmos. Porém, para isto, entende-se que, primeiramente, é necessário atender às
especificações que a Agência Nacional do Petróleo impõe para o gás natural. Portanto, o
biogás que está sendo purificado nesta planta piloto retorna à planta de queima para que o
metano seja destruído juntamente com o biogás bruto do aterro, pelo menos até que se atinja a
especificação apresentada na tabela 2.1. Na figura 2.17, abaixo, é mostrada a tubulação do
reservatório que leva o biogás purificado de volta ao aterro sanitário.
Figura 2.17: Tubulação de retorno do biogás purificado
à planta de queima do aterro.
Esta tubulação leva o biogás a uma outra tubulação de maior diâmetro que também
recebe as impurezas retiradas do biogás e leva tudo à planta de queima.
Não é possível notar na imagem acima, mas a parte circulada em vermelho é uma
válvula de esfera. Esta válvula tem duas funções. A primeira é manter a pressão no cilindro,
sendo que a válvula é aberta até que a pressão estabilize em 1,0 kgf/cm2. Esta regulagem é
feita manualmente pelo operador da planta. A segunda função é fechar o reservatório para que
a pressão no interior do mesmo aumente aos níveis necessários para realizar a coleta de
biogás purificado para análise de constituintes e compostos de enxofre. O procedimento de
coleta será apresentado na sessão a seguir, tendo em vista que a amostragem de biogás para
análise também é uma das atividades que também foi realizada no processo de
acompanhamento do projeto.
Para que o biogás purificado possa ser caracterizado são necessárias análises dos seus
constituintes. Para realizar estas análises, a SULGÁS firmou parceria com o Centro de
Tecnologias do Gás e Energias Renováveis – CTGÁS ER – que fica localizado na cidade de
Natal, RN. Para cada análise devem ser coletadas duas amostras. Uma delas é para
caracterizar os constituintes do biogás purificado, tais como de Nitrogênio, Dióxido de Carbono,
Metano, Etano, Propano, I-Butano, N-Butano, I-Pentano, N-Pentano, Hexano e Superiores
(C6+). A outra amostra é para detectar a presença de compostos de enxofre, como Sulfeto de
Hidrogênio, Etil Mercaptana, Terc Butil Mercaptana (TBM), Isso Propil Mercaptana (IPM),
Normal Propil Mercaptana (THT).
Os cilindros utilizados para coletar as amostras são de aço inox, porém o cilindro
destinado à coleta de biogás para detecção de compostos de enxofre é feito de uma liga que
não reage com enxofre. Se esta medida não fosse tomada, o enxofre e seus compostos
presentes no biogás poderiam reagir com as paredes do cilindro amostrador e os resultados
seriam mascarados.
Para que se entenda o procedimento de amostragem o cilindro para coleta de biogás
purificado para análise de constituintes e o cilindro para coleta de biogás purificado para
detecção de compostos de enxofre são apresentados, respectivamente, nas figuras 2.18 e
2.19, abaixo.
Figura 2.18: Cilindro para coleta de biogás para
análise de constituintes
O cilindro da figura 2.18 tem capacidade de 1 litro enquanto que o cilindro da figura 2.19
tem capacidade 0,5 litro. Circulado em azul, em ambas as figuras, estão as válvulas dos
cilindros para realizar a amostragem.
Para coletar o biogás purificado para caracterização dos constituintes, o cilindro
apresentado na figura 2.19 deve primeiramente ter uma de suas extremidades rosqueada na
tomada de coletas do reservatório, apresentada e circulada em vermelho na figura 2.16. em
seguida as duas válvulas do cilindro (circuladas em azul na figura 2.18) devem ser abertas. Em
seguida abre-se a válvula da tomada de coleta de amostras e permite-se que o biogás
purificado passe pelo cilindro e saia para a atmosfera. Este procedimento é necessário para
que qualquer poeira que possa estar presente nos cilindros amostradores seja arrastada para
fora dos cilindros. Após 30 segundos, fecha-se a válvula do cilindro que libera o biogás
purificado para a atmosfera e aguarda-se até que a pressão no interior dos cilindros atinja os
valores mínimos exigidos pelo CTGÁS-ER.
Para a análise de constituintes, a pressão mínima no interior do cilindro de amostra da
figura 2.18 deve ser de 1,2 kgf/cm2. Esta é a pressão mínima que garante o volume necessário
de biogás para a análise. No caso das amostras para detecção de compostos de enxofre, a
pressão mínima deve ser de 4,8 kgf/cm2. Para que a pressão do biogás purificado seja
conhecida, é utilizado o manômetro da figura 2.16, bastando aguardar que a pressão no
reservatório atinja a pressão desejada no interior dos cilindros. Este procedimento é válido uma
vez que o cilindro e o reservatório são vasos comunicantes.
Para encerrar o procedimento de amostragem, devem ser fechadas a válvula do cilindro
à montante do corpo do mesmo e a válvula do reservatório. Por fim, os cilindros devem ser
identificados com a pressão de amostragem (que pode ser a mínima ou maior do que a
mínima), a temperatura do gás, no interior do reservatório, a data, a hora e o local de
amostragem.
Para que se tivesse uma idéia da qualidade do biogás bruto que a planta capta e purifica,
foi fornecido ao operador dos equipamentos um aparelho medidor portátil, que pertence à
administradora do aterro, e que dá uma estimativa do teor dos constituintes do biogás. Este
aparelho pode ser visto na figura 2.20, abaixo. Foi pedido ao operador que ele registrasse os
dados lidos pelo aparelho em uma tabela e que a leitura de dados fosse feita algumas vezes
durante o dia.
Este aparelho mede o teor de Metano, o teor de Dióxido de Carbono, o teor de Oxigênio
e o teor de Nitrogênio presente no biogás bruto. Além disto, o aterro sanitário também dispõe
de uma pequena estação climática, que registra minuto a minuto as condições atmosféricas de
temperatura, umidade relativa, velocidade e direção do vento, etc. Sabendo que os principais
fatores de influência de um aterro, conforme Raisi, 2006, são temperatura e umidade relativa,
foi solicitado ao aterro que fornecesse os dados desta estação climática para que estes fossem
cruzados com os dados registrados pelo operador da planta. Assim foi possível ter uma idéia
da influência da temperatura e umidade relativas ambiente sobre o biogás bruto produzido.
Finalmente, outras atividades realizadas pelo estagiário sobre este projeto diziam
respeito a registros de falhas ocorridas durante a operação da planta. A única falha que
ocorreu até então e que exigiu a parada imediata da planta foi que ocorreu o descolamento da
tubulação que leva o biogás bruto do tanque de dessulfuração à admissão do compressor do
sistema de purificação, apresentado na figura 2.9. Este descolamento causou a aspiração de ar
atmosférico junto ao biogás, passando a existir alto risco de explosão. A planta foi então
desligada e o engenheiro responsável pela instalação dos equipamentos do sistema de
purificação foi acionado para solucionar o problema. Após este episódio, a planta voltou a
operar sem problemas
30000
Economia mensal
25000
927
Financiemento do G.G. -
R$/mês
20000 8.688
Manutenção - R$/mês
12.374
15000 599
1.118 223 Combustivel GN -
Geração - R$/mês
3.197
10000 Consumo de E.E. - Ponta
- R$/mês
Desta forma, com uma análise simples, é possível mostrar que pode ser mais econômico
utilizar a energia de um gerador à gás natural em horário de ponta do que simplesmente
consumir energia elétrica da rede elétrica. Além disto, como o gerador fica dentro do terreno do
posto de combustível, as perdas de energia em cabeamento e conexões são desprezíveis se
comparadas às perdas elétricas que ocorrem nas grandes redes de transmissão. Por fim, um
grupo gerador à gás natural é ecologicamente correto se comparado a um grupo gerador à
Diesel, cujas emissões de fuligem e material particulado são elevadíssimas.
2.2 DEMAIS ATIVIDADES REALIZADAS – ACOMPANHAMENTO DE CONVERSÃO DE
CONDOMÍNIO QUE UTILIZAVA GLP PARA O USO DE GÁS NATURAL
A troca desta peça é necessária devido à diferença de poder calorífico existente entre o
gás natural e o GLP. No caso, o gás natural tem um poder calorífico menor do que o GLP,
sendo que, para que a mesma potência possa ser mantida, a vazão de gás natural deve ser
maior do que a vazão antiga de GLP. Isto pode ser verificado pela equação de potência de um
queimador, apresentada em Pereira, 2010, expressa nas equações 2.4 abaixo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Coelho, Pedro; Costa, Mario, Combustão. Lisboa, 1ª Edição, Edições Orion, capítulos 4
e 7, 2007;