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1 Termodinâmica
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De Sousa, R. S. Apostila: Termodinâmica para técnicos, IFRN/Campus Natal, 2018.
Podemos acrescentar ainda que, a vizinhança é tudo aquilo que não pertence ao sistema,
mas que exerce uma influência direta em seu comportamento. Fica evidente que, no estudo de
todos os fenômenos e processos, nós estamos tentando determinar o comportamento do sistema
e sua inter-relação com a vizinhança.
O sistema também deve ser caracterizado pelo seu estado termodinâmico, ou seja, um
conjunto de propriedades físicas do sistema, como a temperatura, pressão, volume, entropia,
etc. O estado é uma condição momentânea do sistema, onde somente pode ser descrito
enquanto as propriedades deste sejam imutáveis naquele momento, ou seja, enquanto há o que
chamamos de equilíbrio térmico.
A compreensão do conceito de equilíbrio térmico precisa ser construido. Sendo assim,
vamos a ele. Sabe-se que a temperatura, qualitativamente, está relacionada com a sensação de
quente ou frio. Se, por exemplo, dois objetos, um quente e um frio, são colocados em contato,
o objeto mais quente arrefece e o mais frio aquece, até o instante em que a sensação de quente
ou frio não puder ser distinguida. Quando isto se dá, dizemos que os dois objetos estão em
equilíbrio térmico. Para exemplificar este conceito, pense em como se faz para saber se uma
pessoa está ou não com febre. Normalmente, pega-se um termômetro e o coloca em baixo do
braço da pessoa, espera-se um tempo (se diz que 3 minutos são suficientes) e depois faz-se a
leitura da temperatura. O tempo esperado é exatamente para garantir que os dois objetos
(termômetro e pessoa) atinjam o equilíbrio térmico.
Se a experiência acima for feita com mais de dois sistemas, chega-se a conclusão que o
equilíbrio térmico pode ser estabelecido entre um número arbitrário de sistemas.
Adicionalmente, constatamos aquilo que é conhecido como lei zero da termodinâmica: Dois
sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro estão em equilíbrio térmico entre si. Este
enunciado, é tacitamente admitido em toda medição de temperatura. Então, se desejamos saber
se dois corpos apresentam a mesma temperatura não é necessário coloca-los em contato e
verificar se, por exemplo, suas dimensões mudam com o tempo. É apenas necessário verificar
se eles estão individualmente em equilíbrio térmico com um terceiro corpo. O terceiro corpo é
usualmente um termômetro.
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pV const. [1]
pV nRT [2]
Onde:
P = pressão absoluta em Pa;
V = volume em m3;
n = número de mols;
R = constante universal dos gases, R = 8,314 J/mol.K;
T = temperatura absoluta, em Kelvin.
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m
Onde, n , m e Mm são, respectivamente, a massa e a massa molar do gás.
Mm
Então, podemos inserir energia na forma de calor em um gás fazendo sua temperatura
aumentar e, pela lei dos gases, a pressão do gás ou o volume ou ambos deve aumentar na
mesma proporção. A mudança do volume e/ou pressão pode ser usada para criar trabalho, por
exemplo, movendo um pistão ou as pás de uma turbina.
As variáveis P, V e T descrevem o estado macroscópico do gás num certo instante. A
equação 2 é uma equação de estado.
Exercício 1. Qual o volume ocupado por 1 mol de gás na temperatura de 0o C e sob pressão de
1 atm.
Exercício 4. Um pesquisador transferiu uma massa de gás perfeito à temperatura de 27oC para
outro recipiente de volume 20% maior. Para que a pressão do gás nesse novo recipiente seja
igual à inicial, o pesquisador teve elevar a temperatura até quanto?
Exercício 6. Um balão esférico com diâmetro de 6 m é preenchido com Hélio à 20o C e 200 kPa.
Determine o número de moles e a massa do balão?
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Exercício 9. Um tanque de 0,82 m3 foi projetado para suportar uma pressão de 10 atm. O
tanque contém 4,2 kg de N2 e se aquece lentamente a partir da temperatura ambiente. A que
temperatura (em o
C) ele se romperá?
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Se ao tomarmos uma xícara de café e a deixamos por um tempo sobre uma mesa, e
sairmos, ao voltarmos, percebe-se que o café esfriou, ou seja, sua temperatura diminui até
atingir a chamada temperatura ambiente que é da ordem de 300 K (ou 27 oC). De maneira
semelhante, se colocamos em contato um corpo quente e outro frio, eles, depois de algum
tempo, atingirão uma temperatura comum, intermediária entre suas temperaturas iniciais.
Durante este processo, ocorre uma passagem de calor do corpo mais quente para o mais frio.
Que transformações este fluxo de calor provoca no interior de cada corpo? Do ponto de vista
microscópico, ou seja, em nível molecular, o que é o calor? Sabemos que a temperatura de
um corpo é uma medida da energia cinética das moléculas deste corpo. Assim, quando dois
corpos são postos em contato, dá-se o encontro, na superfície que os separa, das moléculas
velozes do corpo quente com as moléculas lentas do corpo frio.
O calor é, portanto, uma transferência de energia entre dois corpos que inicialmente
apresentavam temperaturas diferentes. Em outras palavras, o calor é energia em movimento.
É isto que acontece quando, por exemplo, num dia frio, atritamos uma mão contra a outra para
aquecê-las.
A energia que um corpo absorve sob a forma de calor permanece dentro dele e faz sua
energia interna aumentar. Mas o que é a energia interna de um corpo? A energia interna de
um sistema relaciona-se com as suas condições intrínsecas. Num gás corresponde,
principalmente, a energia térmica associada ao movimento de agitação térmica das moléculas,
ou seja, a energia cinética molecular. Outras parcelas, como: energia potencial de configuração,
associada às forças internas conservativas e às energias cinéticas atômico-moleculares, ligadas
à rotação das moléculas, também compõem à energia interna. Então, a energia interna U inclui
todas as formas de energia do sistema e está associada ao seu estado termodinâmico.
Apesar de ser complicado dizer o que é a energia interna, podemos medir sua variação
sem dificuldades. Por analogia, vamos perguntar quanto dinheiro há em um banco. É difícil dizer,
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mas é fácil avaliar a diferença entre o que tem hoje e quanto tinha ontem. Com a energia interna
acontece o mesmo, mas a resposta para isto será dada quando avaliarmos a contabilidade de
energia de um sistema. O estudo da primeira lei da termodinâmica será útil e esclarece essa
questão.
Considere um gás contido num cilindro com êmbolo, como mostrado na figura 4. O
trabalho realizado pelo sistema (gás) sobre a vizinhança é:
W p .A.d [3]
O produto A.d constitui a variação do volume (ΔV) sofrida pelo gás, onde V V2 V1 . Assim,
o trabalho realizado pelo sistema, à pressão constante, é:
W p (V2 V1 ) [4]
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Observe que a eq. 4 só poderá ser usada se a pressão do sistema não variar, ou seja, p1= p2.
Pelo exame do diagrama p-V, é evidente que o trabalho realizado durante esse processo é
representado pela área sob a curva 1-2, na figura 5.
Resolução. Sabemos que: W p (V2 V1 ) . Substituindo os valores temos, W = 200 kPa (01 –
3
0,04) m = 12 kJ.
Exercício 10. Três litros de um gás ideal, sob pressão de 2 atm, são aquecidos de modo que se
expandem a pressão constante até atingir o volume de 5 L. Calcular o trabalho efetuado pelo
gás.
Exercício 11. Uma bexiga vazia tem volume desprezível; cheia, o seu volume pode atingir 4.10 -
3
m3. O trabalho realizado pelo ar para encher essa bexiga, à temperatura ambiente, realizado
contra a pressão atmosférica, num lugar onde o seu valor é constante e vale 100 kPa, é no
mínimo de?
Exercício 12. Gás inicialmente em alta pressão expande-se em um cilindro, empurrando sem
atrito um pistão conectado a um eixo, transferindo dessa forma trabalho ao eixo e contra a
atmosfera, com pressão de 1 atm.
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Exercício 13. A tabela a seguir fornece dados medidos para a pressão versus o volume durante
a expansão dos gases no cilindro de um motor de combustão interna. Utilizando a integração
gráfica dos dados, calcule o trabalho realizado pelos gases, em kJ.
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2 A Entalpia
Uma balança de farmácia não pesa apenas a pessoa que subiu nela; pesa a pessoa e
mais suas roupas. De forma similar, quando avaliamos a energia em um objeto de volume V,
temos que lembrar que este objeto deve realizar trabalho para afastar seus arredores e ocupar
seu lugar no espaço, geralmente à pressão atmosférica. A uma pressão qualquer p, o trabalho
necessário para abrir o próprio espaço é: W pV . Isso ocorre tanto com objeto quanto com
um sistema e esse trabalho não é desprezível. Lembre-se de que, à pressão de 1 bar (1 atm), a
atmosfera exerce por metro quadrado uma força exatamente igual ao peso de uma massa de
10 toneladas, o que não é nada desprezível.
Dessa forma, a energia total de um corpo qualquer ou um gás, em seu recipiente, é sua
energia interna mais a energia extra necessária para abrir o espaço V que ele ocupa a pressão
p. Vamos chamar essa energia total de entalpia H, definida como:
H U pV [5]
U mcv T [7]
H mcp T [8]
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Onde o calor específico a volume constante cv é definido como sendo a energia requerida
para aumentar a temperatura de uma unidade de massa de uma substância de um grau quando
o volume é mantido constante. A energia requerida para fazer o mesmo quando a pressão é
unidades de J∕kg.K ou J∕kg.oC. Então, adicionalmente, pode-se dizer que o calor específico é uma
propriedade que serve para comparar a capacidade de armazenar energia de diferentes
substâncias.
Lembre-se de que a diferença entre ∆H e ∆U é o trabalho necessário para empurrar a
atmosfera à medida que o material se aquece e expande. Para líquidos e sólidos, a mudança de
volume é muito pequena, de forma que U H e c p cv .
Observe que a água líquida dá cerca de 1600 vezes o seu volume quando na forma de
vapor, e a energia para essa expansão é da ordem de 8% da total. Dessa forma, como não se
vai do líquido ao vapor sem alterar o volume, u lg não é uma medida útil e sempre se usa hlg .
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k 1
T2 p 2 k
T1 p1
k 1
T2 v1 [9]
T1 v 2
k
p 2 v1
p1 v 2
cp
Onde, k .
cv
Para gases monoatômicos, k 1,67 .
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Exemplo 2. A fim de demonstrar a equivalência entre calor e a energia, deixa-se cair um vaso
termicamente isolado de uma altura h em relação ao solo. Se a colisão for perfeitamente
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inelástica e se toda a energia se transformar na energia interna da água, qual deve ser a altura
h para a temperatura da água seja elevada de 1o C.
Resolução. A energia cinética da água, no instante em que atinge o solo, é igual à energia
potencial inicial, m.g .h . Durante a colisão, esta energia se converte em energia térmica Q que
provoca elevação de temperatura dada por Q m.c p T , onde c p é o calor específico da água,
c p T
Assim, m.g.h m.c p T ou h ,
g
4,18kJ.(kg.K) -1 (1K )
h , h=426 m.
9,81N .kg 1
Veja que h não depende da massa de água. O valor achado é bastante grande, o que ilustra
uma das dificuldades da experiência de Joule, pois a quantidade de trabalho a ser feita tem que
ser elevada a fim de se ter variação apreciável da temperatura da água.
Exercício 14. Uma bala de chumbo, deslocando-se a 200 m/s, crava-se num bloco de madeira.
Admitindo que toda a variação de energia contribua para o aquecimento da bala, estimar a sua
temperatura, sendo de 20 o C a inicial. O calor específico (cp) do Chumbo é 0,13 kJ/kg oC.
Exercício 15. Um tanque rígido contém 3 m3 de gás hidrogênio a 250 kPa e 550 K. O gás é
resfriado até a temperatura cair a 350 K. Determine a (a) pressão final do gás e (b) a quantidade
de calor transferido. O cv do gás hidrogênio é 10,3 kJ∕kg K.
Exercício 16. Uma sala de 4 x 5 x 6 m é aquecida por um aquecedor com resistência elétrica.
É desejado que o aquecedor seja capaz de aquecer o ar de 7 para 23 o C no intervalo de 15
minutos. Assumindo que não há perdas de calor da sala e que a pressão atmosférica local é 100
kPa, determine a potência requerida pelo aquecedor. Assuma que o calor específico do ar é
constante à temperatura ambiente.
Dados: A massa molecular do ar é 28,9 g∕mol e O cv do ar é 0,718 kJ∕kg K.
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Todo sistema físico apresenta uma energia interna bem definida, que depende do seu
estado termodinâmico, ou seja, das condições em que o sistema se encontra. O estado de um
gás aprisionado num recipiente, por exemplo, é descrito por meio dos valores de seu volume,
de sua temperatura e de sua pressão. Se aquecermos esse gás, seu estado mudará e,
consequentemente, sua energia interna também será alterada.
Analisemos a seguir um sistema termodinâmico simples. Uma porção de gás está contida
num cilindro com êmbolo móvel. O gás recebe ou cede calor através da parede do cilindro e
realiza trabalho quando o êmbolo se move. Fornecendo calor a esse sistema através da ação da
chama, o gás se expande e realiza trabalho.
Mas, sabia-se desde os primeiros estudos dos motores térmicos que o trabalho realizado
durante a expansão do gás era menor que o calor recebido pelo sistema. Isto significava que,
durante a transformação, a temperatura do sistema aumentava, evidenciando um aumento de
energia interna. A primeira lei da termodinâmica (ou lei da conservação da energia) refere-
se a esta situação, e pode ser enunciada da seguinte forma: A diferença entre o calor
recebido e o trabalho realizado é igual a mudança de energia do sistema. Algebricamente
podemos escrever:
U Ec E p Q W [10]
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Q sendo o calor recebido pelo sistema durante a transformação e W o trabalho realizado pelo
sistema e sua variação ∆U da energia interna. Esta equação pode ser aplicada a qualquer
sistema, desde que se atribuam sinais algébricos ao calor e ao trabalho.
Quando um sistema evolui de um estado para outro, ele pode produzir trabalho para mover
um eixo, gerar eletricidade, e assim por diante. É o chamado trabalho de eixo, We . O sistema
pode inclusive expandir, como quando a água se torna vapor; é o chamado trabalho pV, W pV .
W We W pV [10]
U E c E p Q We W pV [11]
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U Ec E p Q We [12]
U Ec E p Q We ( pV )
H Ec E p Q We [13]
Exercício 17. Um gás diatômico efetua 300 J de trabalho e absorve 600 cal de calor. Qual a
variação da energia interna do gás.
Exercício 18. Um fluído contido num tanque é movimentado por um agitador. O trabalho
fornecido ao agitador é 5090 kJ e o calor transferido do tanque é 1500 kJ. Considerando o tanque
e o fluído como sistema, determine a variação da energia interna do sistema neste processo.
Exercício 19. Coloquei 1 litro de água na minha chaleira elétrica e liguei-a. Quanto tempo terei
que esperar pela fervura. Considerar que a chaleira é adiabática.
Dados: A capacidade calorífica do metal da chaleira equivale a 200 cm3 de água e a potência da
chaleira é 1250 W. No instante t=0, T=20o C.
Exercício 20. Quanto tempo levará para que toda a água da chaleira, do exercício anterior,
evapore completamente.
Exercício 21. O estado inicial de 1 mol de uma gás ideal é P 1 = 3 atm, V1 = 1 L, U1 = 456 J e
U2 = 912 J. O gás se expande a pressão constante até o volume de 3 L. Depois é resfriado, a
volume constante, até a sua pressão cair a 2 atm. (a) Mostrar este processo no diagrama PV e
calcular o trabalho efetuado pelo gás. (b) Calcular o calor trocado durante o processo.
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Exercício 23. Uma sala contém 40 pessoas e para ser refrigerada precisa de ar-condicionados
tipo janela com capacidade de refrigeração de 5 kW. Uma pessoa (em descanso) dissipa calor a
uma taxa de 360 kJ∕h. Existem 10 acesas na sala, cada uma dissipa 100 W de calor. A taxa de
transferência de calor para sala através das paredes e janelas é estimada ser de 15000 kJ∕h.
Nestas condições a temperatura do ar é mantida em 21 o C. Determine o número de aparelhos
de ar-condicionados necessários.
Exercício 24. Um sistema pistão-cilindro inicialmente contém 0,5 m 3 de N2 à 400 kPa e 27o C.
Um aquecedor elétrico dentro do dispositivo é ligado e deixa passar uma corrente de 2 A por 5
minutos de uma fonte de 120 V. O gás expande à pressão constante e libera 2800 J de calor.
Determine a temperatura final do gás.
Dados: O Rgás é 0,297 kJ.m3 ∕K e o cp é 1,039 kJ∕kg K.
Exercício 26. Um sistema cilindro e pistão contém 2 l de nitrogênio gasoso ( cp = 1,039 kJ∕kg K)
a 3 atm. O gás é aquecido a pressão constante, de 20 o C a 199o C. Quanto calor é necessário
para aquecer o gás? A massa molecular do nitrogênio é 28 g∕mol.
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Podemos citar inúmeros processos como esses: copos que se quebram ao cair no chão,
pilhas de lanterna que se descarregam, gêlo que se derrete dentro de um copo de refrigerante,
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e muitos outros. O que todos esses processos têm em comum é que podem ocorrer em um
sentido, mas não ocorrem, espontaneamente, no sentido oposto. A inversão de qualquer
processo acima viola a segunda lei. Em termos mais técnicos, eles são chamados de processos
irreversíveis, pois não revertem espontaneamente.
A segunda lei da termodinâmica descreve como uma sucessão de estados de equilíbrio
pode ser irreversível, de forma que o sistema não possa voltar ao seu estado original sem cobrar
um preço dos seus arredores. Por exemplo, Um cubo de gelo derretido não se refaz
espontaneamente, é preciso colocá-lo no freezer, a um determinado custo de energia.
Existem vários modos de enunciar essa lei. Uma delas, devida a Rudolph Clausius,
estabelece que:
“É impossível haver transferência espontânea de calor de um objeto frio para outro
mais quente”.
Observe a condição do termo "espontânea". Em sua geladeira, por exemplo, a todo
instante passa calor de dentro para fora, resfriando o interior e aquecendo o exterior. Mas, isso
só acontece se a geladeira estiver ligada na tomada e funcionando, isto é, consumindo energia
elétrica. O processo, portanto, não é espontâneo, precisa ser induzido.
Mas como saber se um processo viola, ou não, a segunda lei da termodinâmica? Isto é,
como saber qual é a direção em que ele pode ou não ocorrer? O conceito da entropia nos dará
a resposta.
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7 A Entropia
S é uma propriedade de estado de um sistema. Da mesma forma que medimos ∆U para uma
transformação, medir a variação de entropia (∆S) é o que tem importância.
Em um sistema isolado, ou seja, um sistema que não troca massa nem energia com sua
vizinhança, a entropia sempre permanece a mesma ou aumenta, ou melhor, uma mudança pode
ocorrer, ou pelo menos não é proibida, desde que:
entropia).
e
S sistema Svizinhança 0 , para um sistema interagindo com sua vizinhança.
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Qrev
S sistema [14]
Tsistema
Exercício 27. Um sistema pistão-cilindro contém uma mistura líquido/vapor a 300 K. Durante
um processo à pressão constante, 750 kJ de calor é transferido para a mistura. Como resultado,
parte do líquido do cilindro vaporiza. Determine a mudança de entropia da água durante este
processo.
Exercício 28. A entropia de uma batata quente diminui quando ela esfria. Isto é uma violação
do princípio de aumento da entropia? Explique.
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parâmetro, conhecido como título (x) ou qualidade do vapor pode ser obtido, usando o diagrama
T-S (figura 11), a partir de:
s sl
x [15]
s v sl
‘
Figura 11. Diagrama Temperatura-Entropia para o vapor d’ água.
Exercício 30. Um cilindro com pistão contém 3 kg de água a 20o C e 10 bar. Fornecendo calor,
a água aquece, ferve, transforma-se em vapor, e o pistão se move até a temperatura atingir
300o C; todo esse processo é conduzido a 10 bar. Para esses 3 kg de fluido, calcule:
a) U;
b) Quanto trabalho foi realizado pelo fluido;
c) Quanto calor o fluido recebeu.
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Exercício 31. Calcule a temperatura e a entalpia de vapor d’água a 5 MPa com qualidade de
50%.
Exercício 32. Tenho aqui um recipiente de HFC-134a 20oC e 0,1 MPa. Qual será a energia
interna por quilo de conteúdo do recipiente?
Exercício 33. Um cilindro com pistão contém 2 kg de água a 20o C e 3 bar e nada mais. Com a
pressão constante em 3 bar, aquecemos até 300 oC. Calcule o trabalho realizado pela expansão
do conteúdo desse cilindro.
Exercício 34. Para aquecer 1 t de água inicialmente a 25 o C até ponto de ebulição e depois
aquecer o vapor a 500o C, sempre a pressão atmosférica, eu preciso de quantos joules de calor?
Exercício 35. Vapor entra em uma turbina em regime permanente com vazão de 4600 kg/h. A
turbina desenvolve uma potência de 700 kW. Na entrada, a pressão é 60 bar, a temperatura de
400oC e a velocidade é 10 m/s. Na saída, a pressão é 0,1 bar (saturado) e a velocidade é 30
m/s. Calcule a taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança em kW.
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compressão é:
Como o fluido que chega ao compressor está saturado (duas fases), somente com o valor de T1
= -40O C podemos obter todas as outras propriedades termodinâmicas do fluido na entrada
do compressor pelas tabelas do estado saturado. Assim, consultando as tabelas no final da
apostila, temos:
Para o fluido que sai do compressor, temos apenas uma propriedade, a pressão. Essa informação
não é suficiente para obtermos todas as outras propriedades. O fluido que sai do compressor é
vapor superaquecido (única fase), precisamos de duas propriedades – portanto de mais uma.
Vamos buscá-lo com auxílio da segunda lei. Para uma compressão adiabática (q=0) e reversível,
podemos escrever:
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Qrev.
S 0 , ou seja, s2 = s1
T
Isso é exatamente o que precisamos. Procurando nas tabelas as condições nas quais p 2 = 500
kPa e s2 = s1 = 1,765 kJ/kg.K, encontramos
T2 = 30o C
v2 = 0,0443 m3/kg
h2 = 421,3 kJ/kg
We = - 47 kJ/kg
Exercício 36. Vapor a 1 MPa e 600o C entra em uma turbina adiabática, reversível, em baixa
velocidade, e sai a 100 kPa e 200 m/s. Calcule o trabalho realizado.
Exercício 37. Uma grande turbina recebe 5 kg/s de vapor de água a 600o C e 12 bar e o libera
a 0,5 bar. Espera-se que produza 4 MW. Está parecendo muito... Isso é possível? Qual é sua
eficiência comparada a uma turbina adiabática reversível?
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9 Ciclos termodinâmicos
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O ciclo de Carnot é o ciclo reversível constituído por dois processos isotérmicos (1-2 e
3-4) e dois processos adiabáticos (2-3 e 4-1). Por questões didáticas, a figura 15 representa o
ciclo de Carnot para um gás ideal, e percorrido no sentido anti-horário, embora qualquer
substância possa ser levada a executar um ciclo de Carnot e o sentido possa ser invertido.
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Energia pretendida
térmico
Energia gasta
W Q1 Q2 Q2
térmico 1
Q1 Q1 Q1
Esta relação pode também ser expressa em termos de potência (energia por unidade de
tempo):
W
térmico
Q1
Q2 T2
Q1 T1
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T2
Carnot 1 [15]
T1
Veja que para o ciclo de Carnot, o rendimento depende somente da temperatura da fonte
quente (T1) e da fonte fria (T2). O rendimento de Carnot, Carnot , é o maior rendimento que um
motor térmico pode alcançar.
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Q2
COP [16]
W
Exercício 38. Um grande reservatório de calor a 100o C fornece calor para uma fonte fria a 0o
C. Um motor de Carnot está operando entre a fonte quente e a fria. Calcule o rendimento desse
motor, admitindo que as temperaturas da fonte quente e fria não se alteram.
Exercício 39. Um motor de Carnot absorve continuamente de uma fonte a 227 o C, fornece 400
W de potência e rejeita calor continuamente para uma fonte fria a 27o C. Qual a mudança de
entropia:
Exercício 40. O refrigerador de Carnot do nosso laboratório, cuja temperatura ambiente é 300
K, tem um COP de 11. Qual a temperatura de nosso refrigerador?
Exercício 41. Um motor reversível recebe calor de uma fonte quente a 500 K e rejeita calor
para uma fonte fria a 300 K. Para obtermos uma potência mecânica de 10 kW desse motor, qual
deverá ser o fluxo de calor fornecido pela fonte quente?
Observação. 1 TR=12000 Btu/h de calor retirado da fonte fria. Uma tonelada de refrigeração é
definida como a capacidade de um sistema de refrigeração que pode transformar 1 tonelada de
água líquida em gelo em um tempo de 24 horas.
Exercício 42. Uma máquina de ar condicionado deve ser utilizada para manter o ambiente a
24o C. A carga térmica a ser removida, deste ambiente, é igual a 4 kW. Sabendo que o ambiente
externo está a 35o C, estime a potência necessária para acionar o equipamento.
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Figura 18. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir do vapor, ciclo
fechado
Esse tipo de máquina comprime, aquece e vaporiza um líquido, expande-o para realizar
trabalho e finalmente, rejeita-o como vapor a baixa pressão.
Figura 19. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir do vapor, ciclo
aberto
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Figura 20. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir da combustão
de um gás
Os dois processos são complementares e trabalham com o mesmo princípio. Ambos usam
uma fonte externa de energia para transferir calor de um ambiente frio para outro mais quente.
Para bombear calor de uma temperatura baixa para a temperatura ambiente, não se pode
usar água∕vapor. Deve-se empregar um fluido que evapora e condensa a baixas temperaturas.
Isso nos leva para a amônia, dióxido de enxofre, freons e, mais recentemente, os HFC’s. A
operação de um único passe não é prática com esses fluidos, de modo que temos de usar um
dispositivo que não o descarta, mas o evapora e o condensa repetidas vezes.
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11 O Ciclo de Rankine
Vamos tentar operar um ciclo de Carnot com um fluido real, digamos a água-vapor. O
diagrama TS do ciclo de Carnot na figura 21 mostra que a tarefa de absorver ou rejeitar calor
em temperatura constante (passo 2–3 e 4–1) só pode ser feito na região de duas.
Mas problemas operacionais como cavitação nas bombas e erosão das pás de turbinas
tornam impossível operar na região de duas fases. Então, somos forçados a operar a etapa de
produção desses dispositivos na região de uma fase de vapor. Isso é feito através do ciclo de
Rankine. O caminho 1-2-3-4-5-6-1 da figura 22 representa o ciclo de Rankine ideal.
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Figura 23. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir do vapor
Desprezando as contribuições de energia potencial e cinética, a eficiência desse ciclo (tal como
no ciclo de Carnot) é dada por:
h5 h6
[17]
h5 h1
h5' h6'
[18]
h5' h1
38
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Mas note que, assim procedendo, a eficiência se reduz, como é mostrado na figura 24.
Um parâmetro útil para avaliar a viabilidade prática de uma turbina é o valor do título do
vapor na saída, xturbina. Em geral o título do vapor, x = mv/mtotal, mede a quantidade de vapor
numa mistura de vapor e líquido e, portanto quanto menor for x maior a quantidade de líquido,
ou seja, valores baixos do título significam vapor com umidade excessiva. A água líquida acaba
por formar gotas que ao se chocarem com as pás da turbina, que se move a altas velocidades,
causam graves problemas de erosão. Considerações práticas para evitar erosão das pás da
turbina impõem que o título do vapor na saída da turbina deve ser superior a 88%.
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40
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(h5 h6 ) (h7 h8 )
térmico [19]
(h5 h1 ) (h7 h6 )
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No ciclo ideal por compressão de vapor, figura 26b, o refrigerante entra no compressor
no estado 1 como vapor saturado e é comprimido isentropicamente até a alta pressão do
condensador, ponto 2. A temperatura do refrigerante aumenta durante a compressão isentrópica
para um valor acima da temperatura do meio. O refrigerante entra no condensador como vapor
superaquecido no estado 2 e deixa-o como líquido saturado no estado 3, como resultado da
perda de calor (Q1) para o ambiente. O refrigerante líquido saturado, estado 3, é estrangulado
para a pressão do evaporador passando através de uma válvula de expansão ou de um tubo
capilar. A temperatura do refrigerante cai abaixo da temperatura do espaço refrigerado. O
refrigerante entra no evaporador como uma mistura líquido/vapor, estado 4, e finalmente volta
ao compressor, completando o ciclo.
O coeficiente de desempenho do refrigerador de Rankine ou ar-condicionado pode ser
obtido com a primeira e segunda lei:
q2 h h4
COP 1 [20]
w h2 h1
BTU
h1 h4 h
EER [21]
h2 h1 Watts
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14 Exercícios de aplicações
Exercício 43. Nossa escola de engenharia desenvolve atualmente uma unidade compacta de
geração de energia, especialmente projetada para utilizar restos agrícolas e rejeitos de floresta
como combustível. O coração desse processo consiste numa caldeira de leito fluidizado para
gerar vapor de água. No protótipo mostrado na figura, a temperatura nos tubos é limitada a
300oC, enquanto que o condensador operará a 75 kPa.
Considerando um ciclo de Rankine ideal com uma turbina a vapor de exaustão saturado:
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Exercício 46. Calcular o rendimento do ciclo do problema anterior, adotando uma pressão na
caldeira de 8 MPa e com as demais condições mantidas.
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Exercício 47. Imaginemos um ciclo de Rankine com reaquecimento do vapor que passa pela
turbina do problema anterior na pressão de 3 MPa, ponto 4. Calcular o rendimento do ciclo
supondo que a temperatura de reaquecimento seja também de 500 o C e com as demais
condições mantidas.
Exercício 49. Um refrigerador usa refrigerante HFC-134a como fluido de trabalho e opera num
ciclo ideal de refrigeração de vapor entre 0,14 e 0,8 Mpa. Se o fluxo de massa do refrigerante é
0,05 kg/s, determine:
46
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15 O Ciclo de Brayton
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16 Transferência de calor
O calor é uma forma de energia em trânsito de um corpo para outro, desde que exista,
entre eles, uma diferença de temperatura. Nos estudos de transferência, é usual considerar três
modos distintos de transferência de calor: condução, convecção e radiação.
De um modo geral, a distribuição de temperatura em um meio é controlada pelos efeitos
combinados desses três modos de transferência de calor. Entretanto, para simplicidade de
análise, pode-se considerar, por exemplo, a condução separadamente, sempre que a
transferência de calor por convecção e radiação for desprezível.
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T
k . A. [22]
L
Onde:
= Fluxo de calor em W;
L = Espessura em m;
A lei de Fourier evidencia que “o fluxo de calor por condução térmica em um material
homogêneo, após ter atingido um regime permanente de escoamento, é diretamente
proporcional à diferença de temperatura entre os extremos e inversamente proporcional ao
comprimento do elemento em questão”.
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2kL(T2 T1 )
[23]
ln( b a )
ln( r a)
T T2 (T2 T1 ) [24]
ln( b a )
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Exercício 50. Uma barra de aço de 10 cm de comprimento está soldada por suas extremidades
a uma barra de cobre de 20 cm de comprimento. Supondo que cada barra tenha uma secção
transversal quadrada de lado 2 cm, que o lado livre da barra de aço está em contato com vapor
na temperatura de 100oC e que o lado livre do cobre, com gelo em 0 oC, vamos determinar a
temperatura de junção das duas barras e o fluxo de calor, quando o sistema estiver em regime
estacionário.
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Onde:
q = Fluxo de calor em W;
Exercício 52. Uma chapa aquecida eletricamente dissipa calor por convecção a uma taxa de q
= 8000 W/m2, para ar ambiente a 25 oC. Se a superfície da chapa quente está a 125 oC, calcule
o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a placa e o ar.
Exercício 53. O ar aquecido a 150 oC flui sobre uma placa lisa mantida a 50 oC. O coeficiente
de transferência de calor por convecção é 75 W/m2.oC. Calcule a taxa de transferência de calor
para a placa através de uma área de 2 m2.
Onde:
qr = Fluxo de calor em W;
Ts = Temperatura da superfície em K;
Exercício 54. Uma placa aquecida, com 0,2 m de diâmetro tem uma de suas superfícies isolada
e a outra mantida a 550 K. Se a superfície quente tem emissividade 0,9 e está exposta a uma
superfície envolvente com temperatura de 300 K, calcule o calor por radiação da placa quente
para suas vizinhanças.
Figura 34. Fluxo de calor em uma parede composta por dois materiais diferente
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1 L1 L2 1
Rconv1 Rcond1 Rcond2 Rconv2
Ah1 Ak1 Ak 2 Ah2
T 2 T1
q [28]
R
Onde,
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17 Caldeiras
17.1 Introdução
A NR 13, redação aprovada pela portaria 23 de 26/04/95, define caldeira a vapor como
todo o equipamento destinado a produzir e acumular vapor sob pressão superior a atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia. Quanto à pressão de operação, podem ser classificadas
como:
As caldeiras também podem ser classificadas quanto ao seu grau de pré-fabricação. Por
este critério, as caldeiras são agrupadas em:
- Caldeiras compactas;
- Caldeiras montadas parcialmente no local;
- Caldeiras montadas totalmente no local.
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Considera-se uma caldeira como compacta quanto a mesma é embarcada pelo fornecedor
completamente montada com queimadores, ventiladores, controles e acessórios. Estas caldeiras
são mais baratas e mais fáceis de instalar. As caldeiras com capacidade acima de 250 toneladas
de vapor/h são totalmente montadas no local, caldeiras na faixa de 100 a 250 t/h são,
geralmente, montadas no local, embora tenham parte de seus componentes montados na
fábrica, já as caldeiras até 100 t/h são, em geral, compactas.
Caldeiras para centrais termoelétricas – São projetadas para produzir vapor com alta
pressão e temperatura, visando o melhor rendimento na geração de energia;
Caldeiras industriais – São projetadas para produzir vapor saturado ou levemente
superaquecido, empregado em aquecimento, evaporação e outros;
Caldeiras combinadas – Utilizadas para as duas finalidades.
Cladeiras flamotubulares – Estas caldeiras caracterizam-se pela passagem dos gases quentes
por dentro de tubos, geralmente em três passes antes de saírem para a chaminé. Todo este
conjunto de tubos, por onde passam os gases está imerso na água a ser vaporizada. São
empregadas para baixas pressões (até 1 MPa), baixas capacidades (até 15 t/h) e onde possa
ser utilizado vapor saturado, com título entre 80 e 90%.São os equipamentos mais baratos,
compactos e que requerem menos cuidados de operação e manutenção.
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- Tubulão superior;
- Tubos de circulação ascendente;
- Tubos de circulação descendente;
- Tubulão inferior;
- Fornalha (onde ocorre a queima do combustível).
- Superaquecedor;
- Pré-aquecedor de ar;
- Economizador;
- Bomba de circulação forçada.
Tubulão inferior – Fica localizado no ponto mais baixo do sistema de tubos e tem por finalidade
acumular lama, ferrugem e outros materiais. Fazendo-se periodicamente a descarga desses
materiais. Este tambor trabalha cheio d’água.
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A função principal do vapor é transportar energia térmica da caldeira para o uso, ou seja,
para o ponto de utilização. E quando o vapor chega no ponto de utilização, a sua finalidade é
transferir o calor, principalmente o seu calor latente, para o produto.
Exercício 55. A água de uma caldeira aquatubular em uma usina termoelétrica deve receber
calor à taxa de 3 GW (fluxo de calor da fornalha). A água fervente passa através de tubos de
cobre, com paredes de 4,0 mm de espessura e área superficial de 0,12 m 2 por metro de
comprimento de tubo. Calcular o comprimento total do tubo que deve passar através da fornalha
para aquecer a água, sendo de 225o C a do vapor d’água e 600o C a temperatura externa dos
tubos. A condutividade térmica do cobre é 400 W/m.oC.
(sugestão: Trate o problema como fluxo de calor por condução unidirecional).
Exercício 56. Vapor d’água a 120o circula através de tubos de cobre, com paredes de 4 mm de
espessura, para aquecer óleo cru a 100o C. Qual a diminuição relativa da transferência de calor
através dos tubos quando houver uma película de 0,025 mm de ar sobre as superfícies internas
dos tubos? A condutividade térmica do cobre e do ar é 400 W/m.oC e 0,025 W/m.oC,
respectivamente.
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Psicrometria
18 e Ar condicionado
18.1 Introdução
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O ar úmido é considerado como uma mistura de ar seco e vapor d’água. Ambos são
considerados como gases ideais em condições atmosféricas porque se encontram em baixas
pressões.
A umidade absoluta é a razão entre a massa de vapor d’água e a massa de ar seco.
mv
[29]
ma
Se a temperatura se mantém constante o ponto A tende para B, passando por A’, A’’. O
ponto B indica a saturação do ar e a pressão PS indica a pressão de saturação. A umidade
relativa é a relação entre a massa de vapor contida no ar e a massa necessária para provocar
a sua saturação, sem alterar a temperatura.
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mv
[30]
ms
= umidade relativa, em %;
mv = massa atual de vapor;
pvV mv RvT
psV ms RvT
p v mv
p s ms
Logo, a umidade relativa pode ser também definida por:
pv
[31]
ps
pv = pressão do vapor;
p s = pressão de saturação.
Podemos também relacionar a umidade absoluta com a pressão. Sendo um ar úmido uma
mistura de gases perfeitos, tem-se para o vapor pvV mv RvT e para o ar seco paV ma RaT ,
de forma que a umidade absoluta fica:
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mv p V RvT R p
v a v
ma p aV Ra T Rv p a
Como Ra= 0,287 kJ/kg K e para o vapor d’água Rv= 0,4615 kJ/kg K, usando p pa pv onde p
é a pressão atmosférica, temos:
pv
0,622 [32]
p pv
Exercício 57. Calcular a umidade relativa do ar de uma sala de 500 m 3 que contém 12 kg de
vapor à temperatura de 30o C.
O conteúdo total de calor do ar úmido a uma temperatura T (em oC) pode ser visto como
a quantidade de calor que precisamos fornecer a 1kg de ar seco e quantidade correspondente a
w kg de vapor d´água a ele misturado, para elevar o primeiro de 0 a T oC e transformar o
segundo do estado líquido a 0 oC ao estado de vapor a temperatura T oC.
Os valores de entalpia específica definidos anteriormente para o ar úmido são
relativos a unidade de massa de ar seco. Matematicamente, teremos:
H H a H v ma ha mv hv
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18.7 Aplicações
59. Calcular o ponto de orvalho do ar atmosférico, cujo estado é definido pela temperatura de
35o C e umidade de 50%.
61. Calcular a temperatura de bulbo úmido, o ponto de orvalho, a entalpia e umidade absoluta
para o ar úmido, em condições de 28o C e 50% de umidade relativa.
62. Uma caixa com ovos é retirada do refrigerador a 4o C e colocada na cozinha (25o C, 40% de
umidade. Diga se haverá condensação sobre as paredes da caixa.
63. Calcular a potência de resfriamento necessária para manter o interior de uma sala a 20o C
e 70% de umidade, quando o exterior está nas condições de 32o C e 50% de umidade. A sala
tem uma área de 40 m2 e altura de 3 m e pretende-se fazer 3 renovações de ar interior, por
hora.
65. Em uma sala climatizada a temperatura dos vidros das janelas é de -2o C, o interior da sala
está a 23o C. Nestas condições, achar a umidade relativa da sala para que não ocorra
condensação sobre os vidros.
66. Ar úmido a 30oC e 50% de umidade atravessa uma serpentina de resfriamento numa vazão
de 17000 m3/h, sendo resfriado até um estado final saturado a 10oC. Calcule a potência frigorífica
do sistema de refrigeração.
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19 Carga térmica
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20 Referências bibliográficas
Rubí, J. M. O longo braço da segunda lei, Revista Scientific American Brasil, Editora Duetto,
São Paulo, n.79, p. 62-67, 2008.
Ieno, G.; Negro L. Termodinâmica, São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2004.
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