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pt/$neoliberalismo
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O neoliberalismo surgiu a seguir à Segunda Guerra Mundial, tendo tido por base um
texto da autoria de Friedrich Hayek (O Caminho da Servidão, 1944). Neste
documento, o autor critica a ausência de liberdade dos cidadãos quando existe um
Estado providencial e de "bem-estar", que aniquilava também a concorrência e os
seus aspetos positivos no desenvolvimento económico e social. Hayek demonstra
mesmo a sua crença na desigualdade como um valor a ser preservado, no que ia
contra a corrente geral do pensamento político da época. O texto de Hayek, todavia,
mergulhou num certo esquecimento durante quase três décadas. Além de Hayek,
também Ludwig von Mises e Milton Friedman contribuíram para a base filosófica e
económica do neo-liberalismo.
Assim, nos anos 70, a grave crise económica que se abateu sobre o mundo a partir de
1973, com origem no sistema económico "capitalista", que então se defrontava com
baixas taxas de crescimento e elevadas taxas de inflação. Esta crise do sistema
capitalista ofereceu-se como o tempo ideal para o renascimento das ideias de F.
Hayek. Assim, ganha corpo o ideário do neoliberalismo, que tem como ponto forte a
diminuição do Estado (o "Estado mínimo"), promotor de liberdades individuais
através da manutenção da lei e da ordem, fomentando a liberdade e competitividade
de mercados. A justiça social é algo que está na natureza dos próprios mercados e não
deve ser promovida ou regulada pelo intervencionismo de Estado. O mercado renova-
se e reorganiza-se por si mesmo sempre que necessário, evitando o Estado. Há, no
neoliberalismo, um individualismo radical, em detrimento dos valores de
solidariedade social promovidos pelo Estado. O indivíduo tem neste sistema mais
importância que o Estado, pois considera-se que quanto menor for a participação do
Estado na economia, maior é o poder do indivíduo e mais rápido é o progresso e
desenvolvimento da sociedade e logo dos cidadãos. Para o neoliberalismo, de facto, a
desigualdade social é encarada como natural e própria à liberdade humana, sendo
aquela mesmo considerada justa, porque desejada: amenizá-las é que gera injustiça,
sugerem os teóricos do neoliberalismo.
Não deixa de haver a defesa de um Estado forte, mas na sua capacidade de controlar
os capitais e em esvaziar o poder dos sindicatos, mas também um Estado poupado no
que concerne a gastos sociais e a intervenções ou orientações de carácter económico.
O estado só deverá intervir onde a iniciativa privada não demonstre interesse ou
capacidade de investimento, como os setores da saúde ligados às classes mais
empobrecidas da sociedade, assistência social a deficientes, idosos, desamparados ou
excluídos, prisões, etc. Interferência mínima do estado, não intervenção, mas nunca
em cenários de política social, o que só deverá fazer eventual ou esporadicamente,
quando não setorialmente.
O Estado elimina assim a sua função económica e social, intervém apenas enquanto
promotor de privatizações, na glorificação do mercado, no estímulo à máxima
abertura ao exterior, no fomento das exportações e na atração de investimento
estrangeiro, sempre regulado pelo mercado mundial. Este é o verdadeiro motor do
desenvolvimento económico e social no mundo. Há ainda, como se depreende, uma
supremacia do setor privado sobre o público. Na essência, o Neoliberalismo valoriza
as forças de mercado, fomenta a sociedade de consumo e estimula a competição
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