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Resumo
Este artigo apresenta a automação residencial como alternativa de bem-estar, conforto e
segurança alinhados à eficiência energética eà máxima utilização dos recursos naturais.
Mostra como o uso da automação pode ajudar a solucionar o problema da falta de
segurança, sem deixar a questão da eficiência energética, do conforto e da comodidade em
segundo plano.Exibe os tipos de protocolos de automação existentes, as funções, os
benefícios e as aplicações da domótica e ainda apresenta um panorama atual desse
segmento. Demonstra, com um pré-projeto de automação e o cálculo das cargas de um
ambiente, como o uso da automação proporciona eficiência energética. Conclui que embora
aautomação residencial já tenha se tornado uma realidade, essa tecnologia ainda não possui
grande disseminação e usodevido a alguns obstáculos ainda existentes e que muito em breve
deixará de ser um símbolo de status e modernidade para se tornar sinônimo de conforto,
bem-estar, segurança e fator de economia, se tornando uma necessidade vital.
1. Introdução
Uma casa hoje não tem mais apenas a função de proteger o homem das intempéries do meio
ambiente, ela deve ser capaz de se adaptar às diferentes necessidades que o indivíduo requer
em sua contínua evolução.
Quem poderia imaginar que a casa inteligente se tornaria uma realidade?Realidade essa que
está virando quase uma necessidade. O que na década de 1960 se sonhava, a casa do futuro,
hoje se torna completamente possível e natural.Um exemplo de que este assunto já fazia parte
do imaginário das pessoasdesta época é o desenho animado “Os Jetsons”. O desenho que
ficou no ar, primeiramente, em 1962 e 1963 e depois retornou de 1984 a 1987, conta a história
de uma família no futuro, onde a casa era toda automatizada, inclusive os empregados, que no
caso era a robô Rose.
No início do século XX o conceito de casa automatizada já era utilizado como um sonho de
consumo ou um ideal para as donas de casa que gostariam de se verem livres das árduas
tarefas domésticas.
A automação residencial hoje já é uma realidade, mas, embora o mercado ofereça opções para
diversos tipos de consumidores, disponibilizando desde opções mais simples, com preços
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acessíveis, até soluções mais sofisticadas, com custos mais elevados, essa tecnologia ainda
não possui grande disseminação e uso.
Automatizar uma residência significa oferecer aos seus usuários maior conforto, segurança,
bem-estare ainda resulta em eficiência energética.
Este artigo foi desenvolvido através de vasta pesquisa em livros, revistas, internet, artigos,
teses e dissertações. Ele tem como objetivo demonstrar como a domótica proporciona,através
da interação do usuário com os sistemas, bem-estar, conforto, segurança, eficiência
energéticae a máxima utilização dos recursos naturais, além de mostrar como a iluminação se
desenvolveu nesta questão.
2. Um pouco de história
Automação é um “Sistema automático pelo qual os mecanismos controlam seu próprio
funcionamento, quase sem a interferência do homem” (FERREIRA, 2008, p. 155).Não se tem
ao certo uma data precisa para o seu surgimento.
Segundo Teza (2002, p.24), “Automatização é o processo pelo qual utiliza-se dispositivos
automáticos, eletrônicos e inteligentes para dar-se a automação dos processos em
questão”.Ainda segundo o autor, se considerarmos como automação tudo o que auxilia o ser
humano em suas tarefas diárias, não teremos uma data como marco do início desse processo.
Um exemplo seriam as rodas d’água, com as primeiras evidências de sua utilização na Grécia
antiga em 240 a.C.
Já para Miyagi, Barretto e Silva (s.d., p.1), apenas no século XVIII,foram encontrados os
primeiros registros de uma máquina automática e somente a partir de 1960 é que surgem os
primeiros circuitos de controle eletrônico sem contato físico.
Angel e Fraigi (1993, p. 12) narram em seu trabalho que depois da Segunda Guerra Mundial,
no final dos anos 60, o problema habitacional,é traduzido na exigência de um mínimo de
qualidade nas residências commelhores condições de saneamento básico, higiene, iluminação
e ventilação das instalações, entre outras. A partir dos anos 70, o conceito de residênciaé
transformado e as condições do espaço são compreendidas como uma necessidade social.
Sendo assim, em meados desta década, a qualidade arquitetônica do habitat desenvolve-
seconsideravelmente, transformando a relação da arquitetura com a cidade. Paralelamente,
grandes esforços são dirigidos para os meios e condições de construção, sob o ponto de vista
econômico e técnico. No início dos anos 80 surge a necessidade de reduzir o consumo
energético, surgindo assim, equipamentos e sistemas com altodesempenho energético, que
além de gerarem economia também oferecem mais conforto aos usuários.
Para Neves (2002, p. 11), foi no final dos anos 70 que surgiram os primeiros sistemas de
edifícios controlados eletronicamente – ventilação e condicionamento de ar. E apenas nos
anos 80, nos EUA, é que surgiu o conceito de “smart building” ou edifício inteligente e a
automação dos sistemas de segurança e iluminação. A autora define um edifício inteligente
como “aquele que utiliza a tecnologia para diminuir os custos operacionais, eliminar os
desperdícios e criar uma infraestrutura adequada para aumentar a produtividade dos usuários”.
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A automação residencial foi baseada na industrial, mas devido ao fato de que o custo de
implantação inicialmente era muito elevado e a escala de produção reduzida, primeiramente
foi dada maior prioridade ao que traria retorno imediato -a indústria. Em seguida vieramo
comércio, os edifícios comerciais para finalmente chegarem aos edifícios residenciais e às
residências propriamente ditas.
A domótica surgiupara controlar a iluminação, as condições climáticas, a segurança e fazer a
interligação entre os três elementos.
Na iluminação, desde os primórdios da civilização quando o fogo era usado como fonte de
luz, já existia,de certa forma, a preocupação com o seu controle. Quando surge a luz elétrica,
no final do século XIX, o controle da luz passa a ser definido por um botão de liga-desliga.
De acordo com Galhart (2012), a partir de 1890, surge oprimeiro tipo de dimer ou dispositivo
eletromecânicoutilizado para o controle de intensidade da corrente elétrica dos instrumentos
de iluminação, que se tornouineficiente e perigoso, pela produção de cloro gasoso.Ainda
segundo o autor, no início do século XX surgem os primeiros equipamentos redutores de
corrente elétrica. A partir de 1960, segundo Engdahl (1997-2000), surgem os primeiros
dimers eletrônicos e somente a partir de 1970 é que eles ficam disponíveis para o mercado.
Hoje, o controle da luz pode ser feito à distância, com um toque na tela do telefone ou ainda
automaticamente com a programação de um sistema inteligente.
3. A domótica
O termo domótica surgiu da junção da palavra domus (casa em latim) com a palavra robótica
(controle automatizado de algo). Também conhecida como automação residencial ou
automação doméstica, é uma tecnologia recente responsável pela gestão dos recursos
habitacionais e representa o que vem sendo chamado de smart home ou residência inteligente,
casa automática, casa inteligente e tambémretrofitting.
Esta tecnologia não tem limites precisos e estáveis, é o resultado da concentração de três
dimensões que estão em contínua evolução: tecnológica, social e econômica. Tecnológica por
se basear em sistemas eletrônicos. Social por buscar melhor qualidade de vida, comunicação,
conforto e segurança para os seus usuários. Econômica porque a inserção nas residências dos
equipamentos abre um enorme mercado de consumo.
Devido a esta convergência, a domótica se torna uma tecnologia interdisciplinar, pois ao
integrar várias tecnologias à residência, automaticamente são agrupados conhecimentos e
competências de diferentes disciplinas e profissionais.
Prudente (2011, p. 1) defende que “A automação predial e residencial, em poucas palavras,
pretende identificar todas aquelas tecnologias que permitem tornar automática uma série de
operações no interior de um prédio ou habitação”.
De acordo com Angel e Fraigi (1993, p. 14), os norte-americanos, os japoneses e os europeus
não chegaram a um conceito único para tal tecnologia. Para os norte-americanos é usada
principalmente por razões econômicas e de organização. Os japoneses buscam informatizar
tudo que é possível. Os europeus, além dos objetivos econômicos e técnicos, priorizam as
questões ecológicas, de saúde e de bem-estar dos usuários. Para as autoras, a domótica
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permite aos seus usuários uma maior qualidade de vida, redução do trabalho doméstico,
aumento do bem-estar e da segurança dos seus habitantes e ainda racionalização dos
diferentes consumos. E, para elas, uma residência será considerada domótica, se contemplar
serviços avançados, através de sistemas integrados e interativos, que proporcionem melhor
qualidade de vida.
Inicialmente vista como uma tecnologia do futuro, é uma realidade vivida por cada vez mais
pessoas. Deixa de ser um símbolo de status e modernidade para se tornar sinônimo de
conforto, bem-estar, segurança e, num futuro bem próximo, se tornará uma necessidade vital e
fator de economia.
Na busca incessante do homem pela comodidade com sofisticação, os sistemas inteligentes
trazem para dentro das casas:
Nesse sentido, Bolzani (2004, p.73) diz que “Uma casa inteligente deve, além de prover o
conforto tecnológico, prover mecanismos de máxima utilização dos recursos ambientais”.
Para o autor, a casa inteligente deve possuir mecanismos de troca de materiais líquidos e
sólidos com o meio ambiente através do controle e gerenciamento de água potável e gás
(controle de vazão, pressão e temperatura), do aproveitamento de águas pluviais (lavagem de
quintal, carro, uso em caso de incêndio, descargas de banheiros e resfriamento de sistemas de
ar condicionado), de detecção de vazamentos (através de sensores), de tratamento de esgoto
(remoção, transferência e tratamento) e ainda de coleta seletiva e reciclagem do lixo. “Em
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uma casa inteligente qualquer tipo de recurso deve ser muito bem aproveitado reutilizando-o
várias vezes antes do descarte” (BOLZANI, 2004, p. 73).
Para José Cândido Forti, presidente, em 2006, da Associação Brasileira de Automação
Residencial:
Transformar casas emconfortáveis refúgios capazes de oferecer segurança e
economia de custos é uma dasvantagens da automação residencial. O que antes
parecia ser um privilégio apenas dafamília Jetson, começa a se difundir nos
empreendimentos residenciais de alto nível,transformando o conceito de casa do
futuro em casa do presente (AURESIDEapud TEZA, 2002, p. 23).
Para José Roberto Muratori, membro fundador e diretor executivo da Associação Brasileira
de Automação Residencial, o segredo para um projeto bem-sucedido de automação
residencial é humanizá-lo, isto é, o projeto deverá corresponder exatamente ao que é dele
esperado por seus usuários, transmitindo confiabilidade e privilegiando o uso intuitivo dos
equipamentos utilizados.
Desta forma, surge uma grande preocupação: a implantação de toda a estrutura necessária
para a instalação de um sistema de Automação Residencial deve ser pensada desde a
construção do imóvel ou de sua reforma para que se reduza ou extinga as obras para
adaptação do sistema. Mesmo quando não se possui os recursos necessários para implantação
imediata do sistema pode-se incluir no projeto pontos de controle e acesso para uma futura
automação. A importância da compatibilização dos projetos e dos profissionais se faz cada
vez mais necessária. Uma boa comunicação entre o construtor, os arquitetos, designers de
interiores, instaladores e proprietários é a chave para o sucesso de uma boa instalação e
aplicação de Automação Residencial.
Atualmente podem ser definidos três níveis ou tipos de interação dos sistemas de automação
residencial onde a complexidade está ligada ao grau deautomatização dos sistemas e a
intensidade ao qual o usuário terá que interagir com o sistema:
Sistemas Autônomosou stand-alone, onde um subsistema ou um dispositivo
específico pode ser ligado ou desligado de acordo com um ajuste pré-definido
que são tratados independentemente, sem que dois dispositivos tenham relação
um com o outro. São baseados em módulos ligados à rede elétrica. São
compostos por módulos transmissores (teclados de mesa ou parede) e
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1. 2.
Fonte: Zanon (s.d., notas de aula)
Figura 2 – Rede com cabeamento descentralizado
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Porém, apenas fazer a conexão dos equipamentos através de cabos não garante o
funcionamento correto de uma rede. “Protocolos, distribuição de tarefas, características de
conectores, cabos, placas e tudo o que envolve um sistema como este deve ser planejado”
(BOLZANI, 2004, p. 7).
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Esta função tem por objetivo automatizar certo número de ações sistemáticas. As
automatizações se realizam segundo: uma programação, um controle dos consumos e uma
manutenção. As ações sistemáticas dessa função se relacionam principalmente com o
conforto.
Gestão da iluminação: adequá-la às necessidades de cada usuário de acordo
com sua idade, capacidade físico-motora e o uso dos espaços ao longo do dia.
Também é responsável pela otimização do uso e dos custos de eletricidade.
Gestão da calefação, ventilação e ar condicionado: aumenta o conforto
doméstico e otimiza o consumo de energia.
Gestão da qualidade do ar:controle da umidade e identificação de gases
contaminados.
Gestão da funcionalidade dos espaços:deve tender a aumentar a
produtividade e a segurança dos usuários (com o uso da ergonomia); empregar
todos os recursos de forma mais eficiente; projetar os edifícios de modo
flexível para poder se adequar facilmente a eventuais mudanças das
necessidades de uso.
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quadros de distribuição;
Controladores e centrais de automação;
Softwares de controle e integração.
Uma pesquisa realizada em novembro de 2015 pela AURESIDE com 100 integradores,
apontou que os sistemas mais solicitados pelos clientes são: controle de iluminação, sistema
de câmeras,home theater, redes sem fio, aplicativos para smartphones, cortinas motorizadas e
fechaduras biométricas.
4. O controle da iluminação
A iluminação é um item fundamental para trazer conforto e segurança para o dia a dia das
pessoas. Em um ambiente doméstico ela pode ser planejada de modo a atender às
necessidades e desejos de seus moradores, o que não acontece em um ambiente aberto ao
público, onde normas devem ser seguidas para se garantir a segurança, em caso de falta de
energia, das pessoas que frequentam tal local.
A iluminação de uma residência pode ser simples ou complexa de acordo com a necessidade
de cada cliente. A complexidade é maior se o cliente desejar pontos de comandos futuros. Por
isso é muito importante um bom entendimento das necessidades dos moradores antes do
início da obra, para que se evitem gastos e quebra-quebra desnecessários no futuro. O controle
da iluminação engloba tanto a luz natural como a luz elétrica. Este controle deve permitir de
maneira fácil, rápida e prática o ajuste individual da intensidade da luz em determinado
ambiente de acordo com o estado de espírito do morador e também com a atividade que será
desenvolvida naquele momento.
A qualidade da iluminação engloba não somente o seu nível, mas também a sua distribuição,
a sua cor, a reprodução da cor da luz, a ausência de ofuscamento e o seu controle.
O primeiro passo para se conseguir uma boa iluminação é fazer a análise do ambiente a ser
iluminado. De que ambiente se trata e para que será o seu uso, são os principais pontos para se
iniciar um estudo. Após este levantamento, parte-se para o cálculo luminotécnico, respeitando
o layout proposto para o ambiente. A iluminação de cada ambiente deve ser bem definida de
acordo com o seu uso para que não seja inadequada, resultando em desconforto para o usuário
e gastos energéticos desnecessários.
O controle da iluminação de uma residência através da automação traz conforto, segurança e
ainda economia de energia. “As luzes acendem-se e apagam-se segundo horários previstos e
programados conforme a estação do ano, a hora, a luminosidade mínima, o tipo de ambiente,
a previsão de horas de ocupação, etc” (BOLZANI, 2004, p.80).
Com os sistemas inteligentes podem ser criadas diversas cenas para um mesmo ambiente, de
acordo com o uso do momento. Diferentes iluminâncias podem ser usadas em diferentes
ocasiões. Em uma sala, por exemplo, podem ser criadas diferentes cenas: para uma festa, para
relaxamento com o uso do home theater, para estudo ou simplesmente para passagem.
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5. A domótica na atualidade
Calça (2014) traçou em seu trabalho o perfil dos consumidores de automação residencial no
brasil:
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1. Entusiastas: Os também conhecidos como nerds, são atraídos por todos os tipos
de inovação e abrem mão de outras coisas para poder adquirir tal tecnologia.
Homens e mulheres fazem parte desse grupo;
2. Visionários: Conhecem e consomem os produtos assim que eles são lançados
experimentalmente no mercado, antes mesmo de terem sua eficiência comprovada.
Buscam por aparelhos que proporcionem mobilidade e entretenimento;
3. Metropolitanos: Apresentam certa queda por eletrônicos, mas querem soluções
simples que resolvam os desafios da vida urbana. E por isso, só adquirem uma nova
tecnologia após terem certeza de que ela funciona;
4. Heróis do lar: Nesse grupo encontram-se os casais jovens que buscam mais
segurança para sua família, mais conforto e acessibilidade aos parentes idosos,
manuseio mais simples do controle da TV, etc.;
5. Críticos: Não é um grupo fanático por tecnologia, mas podem implantá-la quando
é de fácil manuseio;
6. Sonhadores: Sentem-se deslocados das novidades como leds, wireless, tablets e
outros nomes que costumam confundir. Gostariam que o tempo voltasse ao passado,
onde tudo era mais simples, e só compram algo novo após algum tempo do seu
lançamento;
7. Conservadores e Céticos: Esse grupo é o mais tradicional, e sentem-se
desconfortáveis com tantas mudanças, e se compram algo, é de uma década atrás, e
ainda pedem ajuda no manuseio, pois não fazem ideia da tecnologia que existe
naquele aparelho que acabaram de adquirir.
O avanço extremamente rápido das tecnologias mais recentes envolvidas com a automação
residencial e predial tem enfraquecido um pouco o planejamento estratégico do setor. A falta
desse planejamento reflete no panorama atual onde tudo indica que não houve tempo ou
condições de se estabelecer um caminho e o resultado é que vemos centenas de empresas
atirando para todo lado, querendo ser a pioneira, sem nem saber exatamente do que.
O custo do desenvolvimento de produtos tecnológicos tem caído e com isso empresas
pequenas e ágeis vem entregando novos produtos a cada dia, favorecendo assim esse rápido
desenvolvimento do setor.
Segundo pesquisa feita por Wootton (2016), a internet das coisas (IoT) poderá ser uma
realidade na vida das pessoas em 2016. Mas, segundo matéria publicada no site da Aureside
em dezembro de 2015, enquanto os gadgets e wearables conectados já estão espalhados no
mercado de massa, os dispositivos domésticos inteligentescontinuam a se expandir em ritmo
mais lento. A popularização da casa inteligente só deverá ocorrer se alguns obstáculos forem
superados. O principal obstáculo é a fragmentação do ecossistema tecnológico da casa
inteligente. Os dispositivos de uma casa inteligente devem conversar entre si, mas não é o que
realmente acontece. Hoje os dispositivos são controlados separadamente através de vários
aplicativos móveis ou controles remotos o que torna o uso muito confuso. Esse obstáculo
acaba se tornando um empecilho para o crescimento deste mercado tão promissor, fazendo
com que o seu aumento quase exponencial dependa da capacidade dos dispositivos de
interagirem neste ecossistema.
A pesquisa realizada pela Aureside em novembro de 2015, já citada anteriormente, mostrou
que o nível de negócios no ano de 2015 em relação a 2014, entre os clientes do grupo de
integradores entrevistado, foi igual ou superior para 72% e apenas 28% registraram queda nos
negócios neste período.
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A Revista LUMIERE apresenta na edição de janeiro desse ano uma entrevista concedida a
Luciana Freitas por José Roberto Muratori, ondeaponta que o mercado global de automação
residencial teve um valor estimado de 5,77 bilhões de dólares em 2014 e que esses números
devem chegar a 12,81 bilhões de dólares até 2020. Esses números diferem do que foi previsto
em uma matéria publicada no site veja.com no dia 1 de setembro de 2014,que previa que o
mercado da automação residencial atingiria um faturamento de 50 bilhões de dólares até o
final de 2014 e que esse volume de negócios dobrará até 2018. Isso demonstra que apesar do
grande crescimento do setor, ele está caminhando a passos mais lentos do que foi previsto.
Recentemente publicada no site da Aureside, uma pesquisa mostra um comparativo entre o
total de residências e residências com automação em 6 países – Estados Unidos, Alemanha,
Reino Unido, Espanha, França e Brasil – onde mostra que do total de 63 milhões de
residências brasileiras, apenas 300 mil, ou seja, menos de 0,5%, possuem algum tipo de
automação e que 1,9 milhões, ou seja, 3% são residências em potencial:
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Uma outra pesquisa, publicada em janeiro de 2016, também no site da Aureside, mostra que a
teoria de que a casa inteligente dominaria o mercado nos Estados Unidos até 2020, pode ser
antecipada. Segundo a pesquisa que entrevistou mais de 4000 norte americanos, 45% de todos
os americanos querem adotar tecnologia própria para a casa inteligente ou planejam investir
nisto em 2016.Esta pesquisa também mostrou:
Entretenimento é o caminho de entrada para a tecnologia de casa inteligente.
O mais popular tipo de tecnologia de casa inteligente que as pessoas já
possuem: entretenimento inteligente, como SmarTVs e sistemas de som ambiente
(44 por cento das pessoas com a tecnologia de casa inteligente).
Os próximos mais populares tipos de tecnologia de casa inteligente que as
pessoas atualmente têm instalados em sua casa incluem a segurança inteligente (31
por cento) e controle de climatização (30 por cento).
A maioria dos americanos acha que uma casa pode ser considerada
"inteligente" se tem segurança inteligente, temperatura, iluminação e prevenção de
acidentes.
Quando perguntado sobre o que precisa ter uma casa para que possa ser
considerada "inteligente", as melhores opções são a segurança (por exemplo,
fechaduras e sistemas de alarme - 63 por cento), temperatura (por exemplo,
termostatos - 63 por cento), iluminação (por exemplo,controle de iluminação - 58
por cento) e de prevenção (por exemplo, incêndio / detectores de monóxido de
carbono e gás - 56 por cento).
Mais de três quartos (76 por cento) dos americanos pensam que ter apenas
uma categoria de tecnologia inteligente em sua casa não é suficiente para que possa
ser considerada inteligente.
Tecnologia de casa inteligente não é mais apenas para os jovens e ricos.
As gerações mais velhas estão adotando certos tipos de tecnologia de casa
inteligente mais rápido do que os mais jovens. Por exemplo, 40 por cento das
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pessoas com mais de 65 anos possuem estas soluções atualmente com produtos de
temperatura inteligentes, em comparação com apenas 25 por cento dos Millennials
(idades 18 a 34).
Comprar produtos casa inteligente é em uma palavra - viciante.
Setenta (70) por cento das pessoas com a tecnologia em sua casa inteligente
disse que sua primeira compra para a casa inteligente tornou-os mais propensos a
comprar outros itens (AURESIDE, 2016).
6. Conclusão
Embora a domótica ou automação residencial já tenha se tornado uma realidade, essa
tecnologia ainda não possui grande disseminação e uso devido a alguns obstáculos ainda
existentes. Um dos principais obstáculos seria o valor de implantação. As pessoas ainda não
se deram conta de que o seu custo caiu bastante e que este se paga a curto prazo com a
economia energética gerada, como foi observado no estudo apresentado. Outro obstáculo, a
falta de comunicação entre os dispositivos existentes, este sim é o maior a ser
superado.Enquanto todos os dispositivos não conversarem entre si, tornando o seu uso menos
confuso e mais atrativo, os usuários não se interessarão pela tecnologia.O setor ainda é uma
grande incógnita. Muitas são as previsões de crescimento apresentadas e algumas muito
diferentes entre si. O que se sabe é que muito em breve, a domótica deixará de ser um símbolo
de status e modernidade para se tornar sinônimo de conforto, bem-estar, segurança e fator de
economia, se tornando uma necessidade vital para os seus usuários. Um bom projeto de
automação, elaborado em conjunto pelos vários profissionais envolvidos na obra e de acordo
com as necessidades dos moradores da residência, trará como resultado grande economia
energética, pois assim a energia somente será utilizada onde e quando for necessária, além de
também proporcionar umamáxima utilização dos recursos naturais.
Referências
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WOOTTON, George. A Internet das Coisas Buscando seu Valor: Preservar a qualidade
de vida da pessoa idosa. AURESIDE. 07/11/2015. Disponível em:
<http://aureside.blogspot.com.br/2015/11/a-internet-das-coisas-buscando-seu.html>. Acesso
em 12/01/2016.
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
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Apêndice A– Planta
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Consumo total das cenas: 20,06 kWh + 25,22 kWh + 5,54kWh + 1,33kWh = 52,15 kWh
Valor em reais dos consumos das cenas: R$16,05 + R$20,18 + R$4,43 + R$1,06 = R$41,72
R$257,28 -- 100%
257,28X = 4.172 X = 16,2 %
R$41,72-- X
Calculando pelo consumo encontraremos o mesmo resultado: 321,6 kWh corresponde a 100%
do consumo obtido no projeto sem automação, 52,15 kWh obtido no projeto com automação
equivale a 16,2% de consumo sobre o primeiro valor encontrado, ou seja, o consumo integral
de 321,6 kWh.
321,6 kWh -- 100%
321,6X = 5.215 X = 16,2 %
52,15 kWh -- X
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