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RALFO G PACCHIONI

--- TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ---

CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS


POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA NO BRASIL –
USO INDISCRIMINADO OU ADEQUADAMENTE ORIENTADO?

NATAL - 2019.1
RALFO G PACCHIONI

--- TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ---

CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS


POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA NO BRASIL –
USO INDISCRIMINADO OU ADEQUADAMENTE ORIENTADO?

Trabalho de conclusão de curso, em


formato artigo, apresentado à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Educação Física.

NATAL - 2019.1
RESUMO

Atualmente sabe-se que a prática regular de atividade física promove


inúmeros efeitos benéficos sobre o metabolismo. Se essa prática for associada
a uma dieta balanceada, caracterizada por uma ingestão equilibrada de todos
os nutrientes, a capacidade de rendimento do organismo é ainda maior e esses
benefícios mais relevantes. Entretanto, embora esses proveitos existam, os
interesses por parte dos praticantes de atividade física não se resumem
apenas à busca de melhor qualidade de vida e/ou recuperação/manutenção da
saúde. Propósitos decorrentes da pressão atual exercida pela sociedade
moderna e pela mídia, baseada em um corpo idealizado padrão, abastecem
um crescente mercado de Suplementação Nutricional e o que deveria ser
suplementação torna-se ‘alimentação’. Diante desse contexto, o presente
estudo averiguou, através de uma revisão da literatura, o padrão de consumo
de Suplementos Nutricionais (SN) por praticantes de atividade física no Brasil,
avaliando, principalmente, se há devida orientação/prescrição por profissional
habilitado. O resultado mostrou que o padrão de consumo de SN disseminado
por todo o país caracteriza-se principalmente por consumidores jovens adultos,
praticantes de atividade física não profissional/competitiva, ambicionados pelo
vigente corpo taxado de esteticamente ideal e que recorrem a fontes não
seguras e/ou não legitimamente habilitadas para efetivar o uso. Dessa forma,
concluiu-se que o consumo de SN pela maioria dos praticantes de atividade
física no Brasil é realizado de forma indiscriminada e indevida, sem prévia
avaliação nutricional sistematizada, e que o campo de nutrição esportiva é área
pobre em programas de conscientização direcionados tanto aos consumidores
como aos profissionais da área de nutrição e educação física.

Palavras-chave: Atividade Física; Nutrição; Nutrição Esportiva;


Suplementação Nutricional; Suplementos Nutricionais.
ABSTRACT

Regular practice of physical activity promotes numerous beneficial


effects on metabolism. When associated with a balanced diet, characterized by
a balanced intake of all nutrients, the body's performance is even greater and
these benefits more relevant. However, although these benefits exist, the
interests of physical activity practitioners are not limited to the pursuit of better
quality of life and/or recovery/maintenance of health. Purposes influenced by
the current pressure exerted by modern society and the media, based on a
standard idealized body, support a growing market of Nutritional
Supplementation and what should be supplementation becomes 'nourishment'.
In this context, the present review investigated the pattern of consumption of
Nutritional Supplements (NS) by physical activity practitioners in Brazil, mainly
evaluating whether there is proper orientation/prescription by a qualified
professional. The result showed that the pattern of SN consumption spread
throughout the country is mainly characterized by young adult consumers,
practitioners of non-professional/competitive physical activity, who are
ambitious by the current considered aesthetically optimal body and who resort
to unsafe sources and/or not legitimately enabled to justify consumption. Thus,
it was concluded that SN consumption by the majority of physical activity
practitioners in Brazil is indiscriminate and undue, without prior systematic
nutritional assessment, and that sports nutrition is a poor area in awareness
programs aimed at both consumers and nutrition/physical education
professionals.

Keywords: Physical Activity; Nutrition; Sports Nutrition; Nutritional


Supplementation; Nutrition Supplements.
1- INTRODUÇÃO

Atividade física e exercícios físicos têm sido preconizados e difundidos


há séculos como grandes aliados na promoção à saúde. Hipócrates, o “pai da
medicina”, ainda no período anterior à Cristo já discursava: “...se houver
alguma deficiência de alimento e exercício, o corpo adoecerá”. Séculos se
passaram e o empirismo cedeu espaço a um robusto volume de conhecimento
que, de fato, firma o exercício físico como instrumento essencial à saúde
(GUALANO; TINUCCI, 2011).
Atualmente sabe-se que a prática regular de atividade física pode
contribuir, dependendo do tipo e dentre inúmeros efeitos benéficos sobre o
metabolismo, para a redução de gordura corporal, aumento da massa magra,
melhora do perfil lipídico, redução do risco de doenças cardiovasculares,
controle da pressão arterial e melhora do condicionamento físico (revisado em
COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013). Se essa prática for associada a uma dieta
balanceada, caracterizada por uma ingestão equilibrada de todos os nutrientes,
a capacidade de rendimento do organismo é ainda maior e esses benefícios
mais relevantes (revisado em CANTORI; SORDI; NAVARRO, 2009).
Entretanto, embora esses proveitos existam, os interesses por parte dos
praticantes de atividade física não se resumem apenas à busca de melhor
qualidade de vida e/ou recuperação/manutenção da saúde, pois há aqueles
com objetivos pontuais como a melhora nas relações interpessoais, o
treinamento para competições (amadoras e profissionais), a perda de peso, o
ganho/definição de massa muscular e a estética (revisado em ALMEIDA et al.,
2009).
Os três últimos propósitos citados, em especial, são reflexos da pressão
atual exercida pela sociedade moderna e pela mídia, baseada em um corpo
idealizado padrão – uma realidade que torna o corpo um objeto de consumo e
manipulação. O corpo humano nunca foi aparentemente tão mimado como
hoje. Seja no consumo, nos lazeres, no espetáculo ou na publicidade, o corpo
tornou-se objeto de tratamento, manipulação e de encenação. É sobre o corpo
que confluem inúmeros interesses socioeconômicos, assim como é sobre ele
que se acumula um grande conjunto de práticas e de discursos. Contudo, de
que corpo se trata? Na realidade, o objeto ‘corpo’ dos discursos socioculturais
atuais é, cada vez mais, um fetiche e uma abstração: um corpo que equivale a
não ter odor, salvo aquele de algum perfume que está na moda, nem medidas,
salvo aquelas controladas pela atividade física e pelos regimes alimentares em
voga; um corpo do qual não se fala a não ser que ele manifeste desejos e
necessidades aceitos e codificados pela sociedade (MARZANO-PARISOLI,
2004).
Meios de comunicação de massa moldam e apresentam à população o
corpo protótipo do belo – “desejável, perfeito, transformado e feliz”, com
detenção exclusiva na aparência, mas em nome da “saúde” e da beleza
(COSTA; VENÂNCIO, 2004). Um corpo, enfim, que não coincide com o nosso
corpo real, porque é antes um corpo idealizado e perfeito, capaz de comunicar
os valores da sociedade moderna, como também de igualar os gostos, as
preferências e os comportamentos dos indivíduos. Mas isto não significa
absolutamente que o corpo real não exista (MARZANO-PARISOLI, 2004).
Revestir a saúde no discurso da beleza ilude as pessoas e as tornam, muitas
vezes, compulsivas, as fazendo “consumir” cada vez mais atividade física,
procedimentos estéticos e produtos como salvação. Porém, infelizmente o
efeito pode ser contrário (COSTA; VENÂNCIO, 2004).
Nesse contexto de preocupação com a aparência e a estética surge o
(crescente) consumo de Suplementos Nutricionais (SN), pois muitos são
imbuídos de promessas de hipertrofia muscular e/ou diminuição de excesso de
gordura corpórea (revisado em COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013; revisado
em ALMEIDA et al., 2009; ESPÍNOLA; COSTA; NAVARRO, 2008;
HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008). Nesse cenário, é importante
primeiramente definir o que são esses SN. A Resolução n° 390, de 27 de
outubro de 2006, do Conselho Federal de Nutricionistas, a qual regulamenta a
prescrição dietética de SN pelo nutricionista e dá outras providências, traz em
seu Art. 1°, Parágrafo único, a seguinte definição:

“II. suplementos nutricionais - formulados de


vitaminas, minerais, proteínas e aminoácidos,
lipídios e ácidos graxos, carboidratos e fibras,
isolados ou associados entre si;”
Regulamentada por esse documento, a prescrição dietética desses SN é
atividade privativa dos nutricionistas há 22 anos, conforme consta na Lei n°
8.234, de 17 de setembro de 1991 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1991):

“Art. 3º São atividades privativas dos


nutricionistas:
[...]
VII - prescrição de suplementos nutricionais,
necessários à complementação da dieta;”

Unindo atividades físicas, o apelo estético atual e SN, existe hoje um


verdadeiro projeto de construção e de manipulação do corpo que visa recriá-lo
segundo as regras do mercado, recusando e culpabilizando ao mesmo tempo
os corpos que se afastam e se diferenciam dos modelos propostos
(MARZANO-PARISOLI, 2004). Ainda relacionado a esse cenário, a literatura é
fortemente inclinada em afirmar que as demandas energéticas, vitamínicas e
hídricas de pessoas comuns podem ser supridas através de uma alimentação
equilibrada e que para os atletas e os indivíduos não atletas/não sedentários as
demandas possam ser alteradas, não havendo consenso sobre suas
necessidades nutricionais diárias (revisado em CANTORI; SORDI; NAVARRO,
2009). Para os grupos que comprovadamente precisam e fazem uso, a
suplementação nutricional é definida como o consumo pontual de um nutriente,
com objetivo de alcançar efeito específico, sendo que este supera a ingestão
diária recomendada de diversos nutrientes (revisado em COSTA; ROCHA;
QUINTÃO, 2013).
A Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, por
necessidade de 1- fixar a identidade e as características mínimas de qualidade
que devem obedecer os alimentos para praticantes de atividade física, 2- de
orientar precisamente a suplementação alimentar de pessoas que praticam
atividade física e 3- de evitar o consumo indiscriminado de formulações à base
de aminoácidos e de outros produtos destinados à suplementação alimentar de
praticantes de atividade física, publicou em 24 de Março de 1998 a Portaria n°
222 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 1998). Nesse
documento, definiram-se os termos ‘atividade física’, como sendo qualquer
movimento corporal voluntário produzido por contração de músculos
esqueléticos que resulte em gasto energético, e ‘atletas’, como praticantes de
atividade física com o objetivo de rendimento esportivo. Diante de tais
definições, o manuscrito classificou, direcionou e caracterizou os produtos
especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física em:

1- Repositores Hidroeletrolíticos - para


Praticantes de Atividade Física - produtos
formulados a partir de concentração
variada de eletrólitos, associada a
concentrações variadas de carboidratos,
com o objetivo de reposição hídrica e
eletrolítica decorrente da prática de
atividade física;
2- Repositores Energéticos - para Atletas -
produtos formulados com nutrientes que
permitam o alcance e ou manutenção do
nível apropriado de energia;
3- Alimentos Proteicos - para Atletas -
produtos com predominância de
proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua
composição, formulados com o intuito de
aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s)
ou complementar a dieta, cujas
necessidades proteicas não estejam sendo
satisfatoriamente supridas pelas fontes
alimentares habituais;
4- Alimentos Compensadores - para
Praticantes de Atividade Física - produtos
formulados de forma variada para serem
utilizados na adequação de nutrientes da
dieta;
5- Aminoácidos de Cadeia Ramificada - para
Atletas - produtos formulados a partir de
concentrações variadas de aminoácidos de
cadeia ramificada, com o objetivo de
fornecimento de energia;
6- Outros alimentos com fins específicos -
para praticantes de atividade física -
produtos formulados de forma variada com
finalidades metabólicas específicas,
decorrentes da prática de atividade física.

Portanto, todos os produtos descritos puderam ser designados para


atletas, mas somente os ‘Repositores hidroeletrolíticos’, ‘Alimentos
compensadores’ e ‘outros alimentos com fins específicos’ puderam ser
direcionados também à praticantes de atividade física que não fossem atletas.
Porém, a Resolução RDC n° 18, de 27 de Abril de 2010 (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010), que atualizou o documento
anterior e dispôs sobre alimentos para atletas, objetivando estabelecer suas
classificações, designações, requisitos de composição e de rotulagem,
direcionou todos os produtos listados acima exclusivamente para o público
‘Atletas’, definido na ocasião como “praticantes de exercício físico com
especialização e desempenho máximos com o objetivo de participação em
esporte com esforço muscular intenso”. Adicionalmente, o documento firmou as
seguintes exigências:

“Art. 21. Nos rótulos de todos os produtos


previstos neste regulamento deve constar a
seguinte frase em destaque e negrito: "Este
produto não substitui uma alimentação
equilibrada e seu consumo deve ser orientado
por nutricionista ou médico".

Art. 27. Nos rótulos dos produtos não podem


constar:
I - imagens e ou expressões que induzam o
consumidor a engano quanto a propriedades e
ou efeitos que não possuam ou não possam
ser demonstrados referentes a perda de peso,
ganho ou definição de massa muscular e
similares;
II - imagens e ou expressões que façam
referências a hormônios e outras substâncias
farmacológicas e ou do metabolismo;
III - as expressões: "anabolizantes", "hipertrofia
muscular", "massa muscular", "queima de
gorduras", "fat burners", "aumento da
capacidade sexual", "anticatabólico",
"anabólico", equivalentes ou similares.”

Dessa forma, fica claro que praticantes de atividades e exercícios físicos


não especializados, com desempenhos submáximos e que se esforçam
muscularmente de forma leve e/ou moderada não são público alvo para esse
tipo de suplementação, mas o que se observa é o frequente consumo desses
produtos por essa parcela de indivíduos. O uso de SN até mesmo por atletas,
que vem crescendo exponencialmente, pode ser indevido, traduzindo-se em
riscos para a saúde. Há muita controvérsia no meio científico sobre possíveis
efeitos, riscos e benefícios desses produtos, confundindo consumidores de
forma geral (revisado em CANTORI; SORDI; NAVARRO, 2009).
O aumento abusivo do consumo desses produtos no mundo inteiro nos
últimos anos é incentivado 1- pelo ideal de corpo moderno esteticamente
perfeito – enxuto, compacto, firme, jovem, musculoso, protegido dos sinais do
tempo, controlado por regimes alimentares, exercícios físicos e cirurgias
estéticas (ESPÍNOLA; COSTA; NAVARRO, 2008; MARZANO-PARISOLI,
2004), 2- pela influência produzida pela sociedade/mídia (busca da estética
perfeita) (revisado em HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008), por
profissionais de educação física/treinadores/amigos (revisado em GOMES et
al., 2008) e/ou por nutricionistas que trabalham e lucram em parcerias com
empresas de SN, 3- pela ausência/fraqueza de uma cultura corporal saudável,
4- pela grande variedade de SN lançados constantemente no mercado,
prometendo efeitos imediatos e eficazes, 5- pela falta de uma legislação
específica e rigorosa que proíba a venda sem prescrição de profissional
habilitado (revisado em LACERDA et al., 2015), 6- pela pressa de se atingir
objetivos estéticos em curto prazo ou, o que pode ser referido também como,
ausência de cautela e paciência para esperar a evolução natural resultante de
treinos e dietas adequados (revisado em Domingues e Marins, 2007;
HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008), ou, por fim, 7- por uma
combinação de alguns ou de todos esses fatores (ESPÍNOLA; COSTA;
NAVARRO, 2008). O surgimento de novos produtos, por exemplo, é mais
rápido do que as pesquisas que comprovem seus efeitos e eficácia e as
pessoas querem potencializar no menor espaço de tempo possível seus
desejos estéticos. Durante essa lacuna temporal, riscos à saúde causados pelo
uso indiscriminado e sem a devida orientação, até mesmo pela auto-prescrição,
podem incluir problemas hepáticos, sobrecarga renal, aumento da gordura
corporal e desidratação (revisado em COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013;
ESPÍNOLA; COSTA; NAVARRO, 2008).
Com base no exposto acima, surge o seguinte questionamento: como se
caracteriza o padrão de consumo de SN por praticantes de atividade física no
Brasil? Há uniformidade no perfil dos consumidores? O pressuposto é de que a
maioria dos praticantes de atividade física seja consumidora de SN sem correta
orientação do profissional devidamente habilitado – Nutricionista. Afinal, os fins
estéticos parecem ter tomado o espaço da busca pela saúde. Ao invés da
saúde ser objetivo primário e a estética uma consequência, esta última está
sendo alvejada à custos da própria saúde.
2- OBJETIVOS

a. OBJETIVO GERAL

O presente estudo visa analisar, através de uma revisão da literatura, o


padrão de consumo de SN por praticantes de atividade física no Brasil,
buscando averiguar, principalmente, se há devida orientação/prescrição por
profissional legitimamente habilitado.

b. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Averiguar o padrão de consumo dos SN por praticantes de atividade


física no Brasil, de acordo com: Gênero, Idade, Nível de atividade
física e de conhecimento de nutrição básica e esportiva;
 Averiguar qual é o SN mais utilizado e os motivos que levam ao seu
consumo.

3- MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo constitui-se de uma pesquisa analítica, em formato de


revisão narrativa da literatura especializada (THOMAS; NELSON;
SILVERMAN, 2012), realizada entre abril de 2018 e abril de 2019, no qual
realizou-se uma consulta a livros e periódicos, presentes nas Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Biblioteca Central Zila Mamede)
e da Universidade Potiguar (UnP), legislações e resoluções de órgãos
governamentais/oficiais, presentes em seus endereços eletrônicos, e artigos
científicos, selecionados através de busca no banco de dados do Pubmed e do
Portal de periódicos CAPES/MEC.
A busca por artigos científicos nos bancos de dados foi realizada
utilizando terminologias pertinentes ao assunto, combinadas ou
individualizadas, em suas versões na língua portuguesa e inglesa, como as
palavras-chave: ‘Atividade Física’ (Phyical Activity), ‘Exercício’ (Workout),
‘Ginástica’ (Fitness), ‘Nutrição’ (Nutrition), ‘Nutrição Esportiva’ (Sports
Nutrition), ‘Suplementação Nutricional’ (Nutritional Supplementation) e
‘Suplementos Nutricionais’ (Nutritional Supplements). Os critérios de inclusão
para os estudos encontrados foram o ano de publicação, o qual deveria se
enquadrar entre o ano de 2000 até o atual, e a pesquisa em si, a qual deveria
colaborar de alguma forma para o alcance dos objetivos geral e específicos
desse presente estudo.

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo revisou além de documentos oficiais e estudos


pertinentes ao tema da nutrição esportiva um total de 21 artigos científicos que,
através de variadas metodologias, avaliaram e caracterizaram o cenário em
torno do consumo de SN por praticantes de atividade física em diferentes
cidades brasileiras. Vários foram os aspectos analisados dentro dessa temática
nos estudos datados de 2007 à 2018 e organizados em ordem cronológica a
seguir, tais como o perfil dos consumidores, potenciais influenciadores,
produtos mais utilizados e nível de conhecimento sobre nutrição de indivíduos
envolvidos nesse processo.
Domingues e Marins (2007), objetivando diagnosticar, dentre 200
praticantes de musculação em academias de Belo Horizonte/MG que
consomem ou já consumiram SN, quais eram os SN mais consumidos,
observar suas formas de uso e averiguar o nível de conhecimento sobre esses
produtos, relataram os seguintes dados: 1- 91 % eram do sexo masculino, fato
previsto pelos autores por se tratar de ambiente de musculação, 2- 89 %
estavam na faixa dos 15 aos 30 anos de idade, o que atesta um maior
consumo de SN por jovens adultos, 3- 70 % possuíam nível de escolaridade
superior (completo ou incompleto), 4- 51 % praticavam musculação há mais de
3 anos, 5- 43 % eram assíduos, frequentando a academia 5 vezes na semana,
6- 40 % treinavam por períodos entre 60 e 90 minutos, 7- 45 % julgaram como
intensa a intensidade de seus treinos, 8- 54 % focam em resultados estéticos,
9- 96 % afirmaram ter conhecimento sobre o SN utilizado, mas, quando
questionados sobre a origem das informações, as respostas mais comuns
foram ‘de amigos’ (55 %), ‘do professor da academia’ (52 %) e ‘de lojas de
suplementos’ (38 %) (nutricionistas foram apontados por apenas 36 % da
amostra), 10- 74 % afirmaram que os SN são necessários em certos momentos
e 20 % que ele é imprescindível (apenas 6 % os julgaram dispensáveis), 11- 37
% dos casos tiveram indicação do uso do SN pelo professor da academia ou
de amigos, 12- 85 % dos indivíduos afirmaram já terem feito uso ou
conhecerem alguém que já tenha usado esteroides anabólicos androgênicos,
mas o conhecimento sobre os efeitos deletérios do uso crônico dos
anabolizantes, apresentado pela maioria, não era impedimento para a
utilização, e 13- os três SN mais utilizados foram creatina, Whey Protein e
Albumina, todos majoritariamente consumidos de forma contínua
(DOMINGUES; MARINS, 2007).
Interessante observar, como bem destacado pelos autores, que o nível
de escolaridade não foi fator determinante no conhecimento que os
participantes possuíam sobre os SN, pois muitos ‘efeitos promovidos’, ‘formas
de utilização’ e ‘orientações corretas de uso’, não eram de conhecimento dos
avaliados ou foram simplesmente negligenciados.
Silveira et al. (2012) revisa este fato pontuando que, embora atualmente
seja muito fácil o acesso à informações técnico-científicas, principalmente
àqueles indivíduos com nível de escolaridade acima da média, as pessoas
infelizmente tendem a absorver o padrão estabelecido pelo indivíduo ao lado, o
colega que divide horas da sua rotina diária e que, muitas vezes, acaba se
tornando o guia primordial de consulta a sua saúde. Adicionalmente, os autores
afirmaram que pelas características da maioria dos entrevistados de treinar há
bastante tempo, com alta frequência semanal, por tempo relativamente longo e
com intensidade elevada, o consumo de SN poderia ser justificado pela alta
demanda energética. Porém, além de tal intensidade ser subjetiva e das
pessoas normalmente superestimarem seus esforços, o fato da maioria focar
na estética e usar ou ter usado SN por indicação de professores de academia
ou amigos, não justifica o consumo. Muitos podem ingerir inadequadamente
substâncias ergogênicas, a fim de maximizar os resultados almejados, sem a
devida preocupação com possíveis danos causados por atitudes ilícitas e sem
orientação correta.
A Lei n° 9.696, de 1 de setembro de 1998, que dispõe sobre a
regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos
Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física, sanciona que:
Art. 3º Compete ao Profissional de Educação
Física coordenar, planejar, programar,
supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar,
avaliar e executar trabalhos, programas, planos
e projetos, bem como prestar serviços de
auditoria, consultoria e assessoria, realizar
treinamentos especializados, participar de
equipes multidisciplinares e interdisciplinares e
elaborar informes técnicos, científicos e
pedagógicos, todos nas áreas de atividades
físicas e do desporto.

Dessa forma, fica claro que profissionais de Educação Física não


possuem habilitação técnico-profissional para prescrever e/ou orientar o uso de
SN, mesmo sendo considerados profissionais de Saúde pelo Conselho
Nacional de Saúde (CNS, 1997). Tal conduta por parte desses profissionais
constitui prática irregular e antiética. A prescrição dietética de suplementos
nutricionais, conforme consta na Lei n° 8.234, de 17 de setembro de 1991
(PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1991), e como anteriormente mencionado, é
atividade privativa do nutricionista.
Os dados apresentados por Domingues e Marins (2007) atestam que
nutricionistas não são priorizados como agentes de consulta sobre SN e que,
embora 74 % dos indivíduos da amostra estejam corretos em dizer que SN
podem ser necessários de acordo com a situação (tipo de treinamento e
individualidade), a minoria acredita que só a alimentação nutricionalmente
adequada às necessidades requeridas pelo treinamento pode suprir o déficit
calórico induzido pela musculação. Com raras exceções, SN não são
necessários quando a dieta do indivíduo é quantitativa e qualitativamente
adequada e acompanhada por uma ingestão de fluidos apropriada (revisado
em LACERDA et al., 2015).
Em 2008, Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki buscaram compreender os
fatores relacionados ao consumo de SN em 201 adolescentes e adultos jovens
(15-25 anos), frequentadores de academias de ginástica da cidade de São
Paulo/SP. Mais precisamente, o objetivo era entender as razões que levavam
esses indivíduos a consumir SN. Os resultados mostraram que os homens
consomem mais esses produtos (76 %), com prevalência dos adolescentes
(15-19 anos) frente aos adultos jovens (20-25 anos) (67 % contra 55 %,
respectivamente). Como discutido pelos autores, adolescentes encabeçarem a
lista de maiores consumidores de SN é um reflexo de que essa faixa etária é
mais vulnerável à influência dos apelos desses produtos, uma vez que nessa
idade o desejo por resultados rápidos é ainda maior. Outro resultado
interessante foi que 61 % dos indivíduos entrevistados consumiam ou já tinham
consumido pelo menos uma vez na vida SN, sendo esse comportamento mais
comum entre os que praticavam atividade física há mais de 1 ano (60 %). Esse
dado foi justificado pelo maior tempo de exposição ao ambiente influenciador
de consumo – a academia, sendo os motivos dessa prática explicados pelas
fontes de indicação, dentre as quais preocupantemente se destacaram a
autoprescrição, o profissional de educação física (novamente) e os
amigos/leigos.
Ter amigos usuários e/ou um usuário de SN em casa mostrou ser fator
influenciador no consumo. Pais, amigos, treinadores e professores acabam
sendo fortes influenciadores nesse aspecto nutricional. Embora a credibilidade
na eficácia dos SN prescritos pelos nutricionistas seja elevada, ela é igual à
atingida pela mídia ou pela indicação do funcionário da loja de suplementos. É
preciso, acima de tudo, estimular a ingestão alimentar desses componentes
nutricionais e desmitificar a “ação mágica” desses produtos. Como treinadores
apresentam-se como os profissionais que mais indicam SN, criou-se um mito
na área do esporte, de que o nutricionista “não gosta” ou “é contra” a
prescrição dos mesmos. Profissionais de educação física devem ser orientados
para que sejam coerentes em adequar suas recomendações ao público com o
qual trabalham, pois, embora não sejam legalmente habilitados a prescrever
suplementos ou dietas, estão em contato direto com os alunos e podem
influenciar, positivamente, seu hábito alimentar e comportamentos de saúde.
(HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008).
No mesmo ano, Espínola, Costa e Navarro (2008), objetivando identificar
o perfil de 108 frequentadores de academia de João Pessoa/PB quanto ao uso
de SN, investigar o tipo e o objetivo do mesmo, como também verificar as
fontes de prescrição, mostraram resultados similares aos estudos anteriores.
A maior parcela dos entrevistados era: 1- de consumidores de SN do
sexo masculino (62 %), 2- de nível superior (44 %), 3- frequentadora entre 4 e
5 vezes por semana da academia (63 %) e 4- preocupada com a estética e o
ganho de massa magra (43 %). Além disso, os autores também mostraram que
o SN mais consumido era de base proteica (34 %), e todos eles eram
majoritariamente indicados ou prescritos sem orientação profissional adequada
(68 %) - profissionais de educação física, amigos leigos, autoprescrição e
vendedores de lojas (ESPÍNOLA; COSTA; NAVARRO, 2008).
Jesus e Silva (2008) buscaram traçar o perfil sócio-demográfico e
comportamental dos consumidores de SN, praticantes regulares de
musculação, em 25 academias de Teresina/PI. Para tal, avaliaram 164
indivíduos, sendo a maioria adolescentes (14-18 anos)/jovens adultos (19-25
anos) (60 %), do sexo masculino (80 %) e com ensino superior incompleto (39
%), ou seja, pessoas com acesso a informações de cunho científico. Os
autores observaram que o ambiente de musculação é relativamente dominado
por homens pelo medo que mulheres possuem de hipertrofiar o corpo (efeito
masculinizante) e, assim, afastarem-se do padrão feminino magro ideal
proposto pela sociedade. De todos os avaliados, 46 % praticavam a
modalidade há menos de 1 ano e 45 % frequentavam a academia 5 vezes por
semana. Os dois SN mais consumidos foram de base protéica – aminoácidos
(46 %) e Whey Protein (24 %), sendo o profissional de educação física
novamente o destaque no papel de incentivador/orientador/fornecedor do
produto (42 %), seguido da autoprescrição (23 %), da indicação de amigos
leigos (23 %) e, por último, do nutricionista (12 %) (JESUS; SILVA, 2008).
Gomes et al. (2008) verificaram o consumo de SN entre 102 homens
(20-40 anos de idade) frequentadores de 10 academias de Ribeirão Preto/SP e
avaliaram possíveis alterações na composição corporal que pudessem justificar
a utilização dos mesmos. Os resultados mostraram que a maioria deles 1-
consumia SN (52 %), sendo os mais citados os de base protéica (BCAA e
Whey Protein - 81 %), tomados isoladamente (45 %) ou associados com algum
energético e vitamínico (36 %), pois o aumento de massa magra foi o principal
motivo para o consumo (74 %), 2- possuía o 3º grau completo (36 %) e 3-
procurava principalmente o profissional de educação física para obter
informações sobre o uso de SN (34 %). Curiosamente, a ingestão proteica
proveniente dos SN correspondia a cerca de metade da ingestão proteica
necessária ao dia (47 %) e a avaliação da composição corporal dos indivíduos
mostrou percentuais de massa magra e de gordura corporal semelhantes entre
os que faziam ou não o uso de SN.
É notória a associação direta equivocada que os consumidores fazem
entre ‘ingestão proteica’ e ‘ganho de massa muscular’, pois acreditam que
quanto maior for a ingestão de proteínas, maior será o ganho de massa magra.
Constatado que para estes avaliados o suprimento de proteínas pelos SN
alcança quase a metade do recomendado para o dia, a soma da proteína da
dieta habitual certamente superará a faixa de recomendação para indivíduos
saudáveis, entre 0,8 e 1,0 g de proteína/dia, levando a uma
excessiva/desnecessária ingestão proteica e também energética (GOMES et
al., 2008).
Almeida et al. (2009), ao quererem avaliar o conhecimento sobre
nutrição esportiva e identificar a prevalência do uso e indicação dos SN por 61
profissionais de Educação Física atuantes em academias de ginástica de
Passo Fundo/RS, constataram que, embora 62 % deles já fossem formados,
sendo 39 % especialistas ou mestres, 67 % não sabiam a correta influência das
proteínas no exercício. Esse 1/3 da amostra, ao ter que avaliar como
verdadeira ou falsa a afirmativa “Indivíduos ativos (treino moderado a intenso)
necessitam 3 vezes mais proteína que indivíduo sedentário”, respondeu a
questão equivocadamente como verdadeira. O erro, com base na Sociedade
Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME) (ARNALDO JOSÉ
HERNANDEZ, 2009), está no fato de que a demanda protéica de indivíduos
ativos que objetivam a hipertrofia é apenas, no máximo, o dobro em relação a
um indivíduo sedentário, que é de 0,8 g/kg/dia (ALMEIDA et al., 2009). Esse
dado pode ser atestado no seguinte trecho do documento:

“Os exercícios de força exigem maior consumo


de proteínas quando comparadas com as
demandas exigidas pelos trabalhos de
resistência. Para aqueles que têm por objetivo
aumento de massa muscular, sugere-se a
ingestão de 1,6 a 1,7 gramas por quilo de peso,
por dia. Para os esportes em que o predomínio
é a resistência, as proteínas têm um papel
auxiliar no fornecimento de energia para a
atividade, calculando-se ser de 1,2 a 1,6g/kg de
peso a necessidade de seu consumo diário. Os
atletas devem ser conscientizados de que o
aumento do consumo proteico na dieta além
dos níveis recomendados não leva aumento
adicional da massa magra. Há um limite para o
acúmulo de proteínas nos diversos tecidos
(ARNALDO JOSÉ HERNANDEZ, 2009).”

Não reconhecer o quantitativo de demanda proteica é indicativo de que


esses profissionais da área da educação física podem agir duplamente errado:
por não serem habilitados e/ou por incentivarem o consumo excessivo. Não há
razão para o uso exagerado de alimentos e/ou suplementos proteicos.
Interessantemente, esses mesmos avaliados parecem reconhecer os prejuízos
que a ingestão exacerbada de proteínas acima dos valores recomendados
pode trazer ao organismo, uma vez que 89 % deles avaliaram como verdadeira
a afirmativa “Proteína em excesso sobrecarrega a função hepática e renal”. Os
autores mostraram ainda que 59 % desses profissionais utilizam algum tipo de
SN, sendo os de base proteica os mais consumidos (35 %), e que 38 %
recomendam o uso a seus alunos, principalmente para aumento de massa
muscular (28 %), aporte energético (27 %) e ganho de peso (20 %). Por fim, o
dado mais grave desse estudo foi a constatação de que existem profissionais
de educação física que afirmam serem eles mesmos os profissionais (13 %) ou
até mesmo vendedores de loja (8 %), que deveriam indicar/orientar o uso de
SN (ALMEIDA et al., 2009).
Cantori, Sordi e Navarro (2009), ao buscarem avaliar o conhecimento
sobre os SN que 36 praticantes de atividades físicas utilizavam e se o faziam
com a devida responsabilidade (aceitando apenas orientações de profissionais
capacitados), em academias de Porto Alegre/RS e Itapema/SC, mostraram
que, assim como os estudos anteriores, prevaleciam os usuários jovens adultos
do gênero masculino praticantes de musculação, que os SN mais utilizados
eram de base proteica (81 %) e que a principal justificativa de uso era o ‘ganho
de massa muscular’ (58 %). Interessantemente, a ‘complementação da dieta’
também foi mencionada por 42 % como justificativa de uso dos SN e os
autores observaram que os avaliados julgavam autônoma e subjetivamente
suas alimentações como nutricionalmente deficientes, fazendo-os consumirem
quantidades extras de nutrientes sem avaliação de real carência por
nutricionista.
A avaliação é de extrema importância, pois a utilização de dietas
hiperprotéicas, quando acima de valores da ordem de 2 g/kg/dia, pode ser
associada ao surgimento e/ou indução de patologias hepáticas e renais,
principalmente em casos de histórico familiar com problemas nesses órgãos ou
situações clínicas pré-existentes - condições que devem ser sempre
investigadas antes de iniciar qualquer suplementação dietética. Os autores
também mostraram que o conhecimento da maioria dos avaliados a cerca dos
SN era fraco ou ruim (53 %), que 58 % iniciaram o uso de SN por conta própria,
20 % pela influencia de amigos leigos e 17 % pela influência de profissionais de
educação física (CANTORI; SORDI; NAVARRO, 2009).
Alguns anos depois, em estudo similar ao realizado por Almeida et al.
(2009), Silveira et al. (2012) buscaram identificar o nível de informação acerca
de uma boa orientação nutricional que 13 profissionais de educação física,
atuantes na musculação, apresentavam, na cidade de Aracaju/SE. Foi
constatado, logo inicialmente, que 69 % deles nunca tinham sido orientados por
nutricionistas e, posteriormente, pela avaliação aplicada, foi observada alta
porcentagem de erro (92 %) em questões simples sobre nutrição geral, como a
identificação de alimentos-fonte de carboidratos e distribuição percentual
correta de macronutrientes em uma dieta nutricionalmente balanceada. Os
autores concluíram que os profissionais apresentaram conhecimento limitado
sobre nutrição geral, demonstrando a necessidade de uma intervenção
realizada por nutricionistas, a fim de incentivar e levar o conhecimento para
esse público de uma forma mais direta, por trabalharem em um ambiente onde
são muito questionados a respeito de nutrição e por serem fortes
influenciadores do consumo de SN.
Outro grupo de pesquisadores, no ano seguinte e também em
Aracaju/SE, analisou a prática de orientação nutricional/suplementos e o
conhecimento em nutrição de 169 instrutores de musculação de academias da
cidade, sendo 66 % profissionais e 34 % estagiários. Metade dos avaliados
fazia uso de SN e um pouco mais da metade (52 %) classificou, através de
uma autoavaliação, seu conhecimento em nutrição em mediano/ruim.
Curiosamente, essa classificação admitida não foi impedimento para que esses
indivíduos deixassem de orientar, uma vez que a orientação nutricional aos
alunos foi atividade assumidamente realizada por 65 % dos avaliados, na qual
53 % afirmaram incluir dicas de SN. Mais grave foi constatar que esses
orientadores tiveram apenas 58 % de acertos em questões sobre o tema
‘nutrição esportiva’, sendo as questões da subcategoria suplementação as que
mais obtiveram respostas ‘não sei’ (NASCIMENTO et al., 2013).
Costa, Rocha e Quintão (2013), procurando identificar o perfil dos
consumidores de SN dentre 368 indivíduos praticantes de atividade física de 9
academias de duas cidades do Vale do Aço/MG, mostraram que o contexto de
uso de SN permanecia intacto, pois a maioria dos usuários era: 1- composta
por jovens adultos (18-30 anos de idade) (72 %); 2- do sexo masculino (75 %);
3- praticante de atividade física há mais de 2 anos (43 %), com frequência de 5
a 6 vezes por semana (63 %) (sendo a musculação a atividade mais praticada -
51 %) e que objetivava principalmente o aumento da massa muscular (33 %);
4- consumidora majoritária de SN sem orientação adequada (iniciativa própria,
amigos leigos, profissionais de educação física, vendedores de lojas e outros -
80 %), sendo os de base protéica os mais utilizados (20 %) (COSTA; ROCHA;
QUINTÃO, 2013).
Se o cenário do consumo de SN não apresentou alteração ao longo dos
anos, muito se deve à falta de informação e orientação em relação à nutrição
ideal. Levar conhecimento sobre alimentação e nutrição aos indivíduos pode
servir como uma ferramenta para promover mudanças comportamentais, como
a adoção de hábitos alimentares saudáveis, e, consequentemente, a
diminuição da ocorrência de distúrbios nutricionais. Uma vez instruídos,
potenciais consumidores de SN poderiam deixar de ser influenciados
erroneamente por profissionais não habilitados e/ou leigos.
Moreira e Rodrigues (2014) mostraram exatamente a falta de
conhecimento que torna esse público um alvo fácil para o mercado que gira em
torno dos SN. Eles avaliaram o conhecimento nutricional, o uso de SN e o
consumo alimentar (via Recordatório 24 h) de 60 jovens adultos, com média de
idade de 23 anos, praticantes de exercícios físicos em uma academia de
Pelotas/RS. A maioria era composta de estudantes de nível superior (63 %) e,
como consensual dentre os consumidores de SN, a maioria era do sexo
masculino (79 %), objetivava o ganho de massa magra (90 %), fazia uso de
suplementos de base proteica (50 %), com indicação advinda de profissional de
educação física (42 %) ou por autoprescrição (32 %). Os autores mostraram
que a dieta apresentava-se hipoglicídica (90,0 %), hiperlipídica (53,0 %) e, não
surpreendentemente, hiperprotéica (100,0 %) para a maioria dos entrevistados
que utilizavam algum tipo de SN, havendo relação estatística significativa entre
o uso de SN e o consumo de proteínas acima do percentual recomendado pela
RDA.
Praticantes de musculação possuírem alimentação rica em proteína,
muitas vezes, acima das recomendações, é um hábito relacionado à
modismos, falta de informação e/ou orientação adequada, como já observado
por Almeida et al. (2009). As quantidades recomendadas para os praticantes
de exercícios físicos podem ser facilmente obtidas a partir de uma dieta
equilibrada, incluindo a reposição das necessidades proteicas através da
alimentação (ARNALDO JOSÉ HERNANDEZ, 2009). Esses erros podem ser
fundamentados no fato de que o conhecimento nutricional foi baixo e moderado
para 33 % e 52 % dos avaliados, respectivamente (MOREIRA; RODRIGUES,
2014).
Lopes et al. (2015), objetivando verificar o uso de SN e o conhecimento
acerca dos princípios básicos de nutrição de 348 desportistas em academias
de Juiz de Fora/MG, mostraram que, embora 79 % dos avaliados tenham
demonstrado conhecer a função dos macronutrientes, 42 % afirmaram
erroneamente que micronutrientes fornecem energia/calorias e 66 %
assinalaram a proteína como o nutriente que deve ser mais consumido no
momento da distribuição de macronutrientes da dieta. Esse dado reflete a
supervalorização que os SN de base protéica apresentam nos ambientes de
academias e no mercado nutricional. Além disso, 60 % da amostra nunca havia
recebido orientação nutricional e, mesmo assim, 54 % utilizava SN. Desses
usuários, 66 % recebiam indicação para o uso não proveniente de
nutricionistas, sendo 31 % de profissionais de educação física, 15 % por
autoprescrição, 9 % de vendedores de lojas de SN, 3 % de médicos e 8 % de
outras fontes.
Lacerda et al. (2015) também objetivaram analisar os fatores associados
com o uso de SN e, para isso, avaliaram 723 indivíduos que se exercitavam em
17 academias de São Luís/MA. Seus resultados, similarmente aos já
mencionados, mostraram que a maioria dos entrevistados fazia uso de SN (65
%), principalmente os de base proteica (12 %), e que as indicações de uso
eram provenientes principalmente de amigos/leigos (18 %), profissionais de
educação física (17 %) e autoprescrição (16 %). Além disso, após análise
estatística dos dados coletados, o estudo apontou os principais fatores que
apresentaram associações significativas com o uso de SN, sendo eles: a
graduação universitária, a autopercepção de peso corporal abaixo do ideal, a
prática de atividade física há mais de 1 ano, o treinamento de 3 a 5 vezes na
semana e por mais de 2 h/treino, e a autopercepção de intensidade do treino
moderada ou intensa. Não surpreendentemente, todos eles são relacionados
ao ambiente e/ou às pessoas que propiciam o consumo, seja a academia e o
tempo de vivência em seu espaço, a mídia e seu apelo estético ideal e os
colegas/treinadores com suas dicas amadoras.
Vargas, Fernandes e Lupion (2015) procuraram verificar a prevalência
do uso de SN em grupos de diversas modalidades, avaliando também as
fontes de indicação e as justificativas mais relatadas para o uso desses
produtos dentre 31 praticantes de atividade física em três academias de Santa
Maria/RS. Os resultados mostraram a mesma tendência observada até aqui: a
maioria dos avaliados praticava musculação (62 %), utilizava SN ricos em
proteína (52 %), justificava o uso com o objetivo de ganho de massa muscular
(29 %) e se autoprescrevia (42 %) ou recebia indicação de uso dos
profissionais de educação física (10 %).
Nogueira et al. (2015) obtiveram resultados equivalentes ao padrão
esperado ao investigarem a prevalência de uso de SN entre 510 praticantes de
musculação de 52 academias de João Pessoa/PB. Mais da metade dos
avaliados consumia SN (56 %), sendo os de base proteica os preferidos (42 %)
e a indicação proveniente do profissional de educação física a principal
influência ao consumo (38 %).
Barros, Pinheiro e Rodrigues (2017), ao analisarem os conhecimentos
acerca da alimentação saudável e consumo de SN por 95 praticantes de
atividade física em academias de Montes Claros/MG, encontraram resultados
similares aos até aqui descritos. Embora 82 % dos avaliados tenham se
autoavaliado com nível de conhecimento, pelo menos, ‘suficiente’ acerca de
uma alimentação saudável, um pouco mais de 20 % não soube citar 3 fontes
alimentares de proteínas e de carboidratos. Para fontes de lipídios o cenário foi
ainda pior, pois 60 % não souberam informar. Além disso, a maioria (63 %)
também informou erroneamente, como em Lopes et al. (2015), que a proteína é
o macronutriente que deve ser mais consumido diariamente.
Uma porcentagem menor da amostra consumia SN (34 %), mas desses,
a maior parte também consumia SN de base proteica (81 %). Da mesma forma
que os estudos anteriores, a maioria recebia indicação para o uso não
proveniente de nutricionistas (66 %), sendo mais frequentes a autoprescrição
(28 %) e as indicações do treinador/profissional de educação física (25 %) ou
do amigo leigo (19 %).
Resultados similares foram encontrados por Silva et al. (2017) ao
avaliarem o consumo de SN por 70 praticantes de atividade física em
academias de ginástica no município de Cuité/PB. Dos 49 % dos avaliados que
declararam consumir SN, a maioria fazia uso de suplementos de base protéica
e, em relação à indicação do uso, 50 % consumiam por autoprescrição e 21 %
por indicação do profissional de educação física. Novamente, constatou-se
uma desvalorização do profissional nutricionista quando o assunto é
suplementação.
Em relação à associação com a graduação universitária citada em
Lacerda et al. (2015), Oliveira, Guilarducci e Abreu (2018) averiguaram que
jovens universitários, com média de idade que representa exatamente a faixa
etária que mais consome SN, constituem campo amplo para intervenções
educacionais na área nutricional. Ao quererem avaliar o conhecimento sobre
nutrição básica e aplicada ao esporte entre 168 graduandos do sul de Minas
Gerais, os autores verificaram que esses discentes apresentavam nível de
conhecimento moderado sobre nutrição esportiva e que naqueles pertencentes
a cursos fora da área da saúde o conhecimento era ainda mais fraco. A
consequência disso é a representação de um público que está na mira dos
apelos “mágicos” dos SN e do padrão de corpo ideal moderno.
Resultado diferente dos estudos revisados até aqui foi encontrado por
Almeida, Ribeiro e Freitas (2018), ao identificarem a associação entre o uso de
SN com fatores sociodemográficos, econômicos, hábitos de vida,
conhecimento sobre alimentação saudável e prática de atividade física em 91
praticantes de Crossfit da cidade de Montes Claros/MG. A maioria dos
avaliados (63 %) afirmou recorrer a nutricionistas quando possui dúvidas sobre
alimentação, seguida por 31 % que buscam informações na internet. Esse é
um dado positivo, pois apresenta uma valorização do profissional adequado.
Tal fato também pode ser exemplificado em relação ao uso de SN, pois 58 %
relataram consumir, sendo 54 % desses orientados por nutricionista.
Entretanto, alguns equívocos foram similarmente detectados, pois embora 90
% dos avaliados tenham autoavaliado seu nível de conhecimento acerca de
uma alimentação saudável como, pelo menos, ‘suficiente’, as proteínas foram
majoritariamente assinaladas como o macronutriente que deve ser mais
consumido diariamente pela maioria (60 %).
A Tabela 1 lista em ordem cronológica os artigos aqui revisados, citando
seus autores, suas metodologias de pesquisa, o quantitativo de suas amostras,
o Estado brasileiro no qual foi realizado, seus principais resultados, bem como
o Fator de Impacto da revista em que foi publicado e/ou a classificação da
avaliação do periódico. Através dela pode se constatar que o tema do padrão
de consumo de SN não alcança com significância revistas/jornais de
publicações científicas com qualis A, fazendo com que o assunto não atinja a
relevância e a divulgação que merece.
Diante do conteúdo revisado, pode-se claramente estabelecer um
contexto padrão preocupante do consumo de SN disseminado por todo o país:
1. São jovens adultos, principalmente do sexo masculino e na faixa etária
de 20 a 30 anos de idade;
2. Praticantes de atividade física não profissional/competitiva, que não
ultrapassam a média de 1 h e 30 min por treino, principalmente
musculação - o que, de acordo com a RDC n° 18/2010 da ANVISA, não
os classifica como ‘atletas’ e, dessa forma, não os considera público
para consumo de SN, embora as mensagens do mercado de SN se
direcionem à todos, atletas e não atletas, sem distinção, com o propósito
explícito de se fazer acreditar que tal suplemento seja indispensável na
busca dos objetivos almejados;
3. Ambicionados pelo vigente corpo taxado de ideal (firme, tonificado e
enxuto) que pensam majoritariamente em aspectos estéticos e não em
saúde;
4. Detentores de nível de escolaridade que lhes dá capacidade de se
informar técnico-cientificamente sobre os produtos, mas que preferem
recorrer a fontes não seguras e/ou não habilitadas para
fundamentar/justificar o uso.
Tabela 1 – Lista cronológica dos artigos revisados.
Metodologia/ Fator de
Ano de
Autores ‘n’ amostral/ Principais Resultados Impacto
publicação
Estado /Qualis*
* 37 % da amostra recebeu indicação para o uso de RE e/ou SN de
Questionário/ amigo ou professor da academia;
Domingues SF,
2007 (n=200)/ * As maiores fontes de informação sobre RE e/ou SN foram B4
Marins JCB
MG provenientes de amigos (55 %), profissionais de Ed. Física (52 %),
vendedores (38 %) e internet (33 %).
Questionário
Hirschbruch MD, Anamnese * 61 % da amostra utilizava SN;
2008 Fisberg M e Alimentar/ * O uso de SN pelos indivíduos foi iniciado por iniciativa própria (43 0,294 – A2
Mochizuki L (n=201)/ %) e recomendação de seus treinadores (28 %).
SP
Questionário
Espínola HHF, * 68 % da amostra utilizava SN sob indicação/prescrição de
Formulário/
2008 Costa MARA e profissionais de educação física, amigos leigos, autoprescrição e B3
(n=108)/
Navarro F vendedores de lojas.
PB
* O profissional de educação física foi o
Questionário/
Jesus EV e incentivador/orientador/fornecedor de SN em 42 % dos casos de
2008 (n=164)/ ---
Silva MDB uso desses produtos, seguido da autoprescrição (23 %) e de amigos
PI
leigos (23 %).
Questionário/
(n=102) * O profissional de educação física foi o mais procurado pelos
Avaliação da indivíduos para se obter informações acerca do uso de SN (34 %) e
2008 Gomes GS et al. composição * A avaliação da composição corporal mostrou percentuais de B3
corporal/ massa magra e de gordura semelhantes entre os que faziam ou não
(n=30)/ uso de SN.
SP
* 67 % dos profissionais de Educação Física avaliados e atuantes
em academias não sabiam a correta influência das proteínas no
exercício;
Questionário/
* 38 % desses profissionais recomendavam o uso de SN a seus
2009 Almeida C et al. (n=61)/ B3
alunos e
RS
* 13 % afirmavam serem eles mesmos os profissionais que
deveriam indicar/orientar o uso de SN e 8 % diziam ser os
vendedores de loja.
* 58 % dos avaliados iniciou o uso de SN por conta própria, 20 %
Questionário
Cantori AM, pela influência de amigos leigos e 17 % pela influência de
Formulário/
2009 Sordi MF e profissionais de educação física; B3
(n=36)/
Navarro AC * O conhecimento de 53 % dos avaliados acerca dos SN foi
RS
considerado fraco ou ruim;
Questionários/
* 92 % dos profissionais de educação física avaliados erraram
2012 Silveira CS et al. (n=13)/ ---
questões básicas acerca de nutrição geral;
SE
* 52 % dos instrutores de academias avaliados classificaram, por
Questionários/
Nascimento autoavaliação, seus conhecimentos em nutrição como
2013 (n=169)/ B1
MVS et al. mediano/ruim;
SE
* 65 % deles assumiram orientar nutricionalmente seus alunos.
Costa DC, Questionário/ * 80 % dos avaliados utilizavam SN por iniciativa própria ou por
2013 Rocha NCA e (n=368)/ orientação de amigos leigos, profissionais de educação física ou B3
Quintão DF MG vendedores de lojas.
* 63 % dos praticantes de atividade física avaliados relataram uso
atual ou passado de SN, sendo os de base proteica os mais
consumidos (49 %);
Questionário/ * As fontes de indicação ao uso foram principalmente provenientes
2013 Fayh et al. (n= 316)/ de profissionais/acadêmicos de Educação Física (39 %) e de B1
RS vendedores de lojas/autoprescrição/amigos leigos (40 %);
* Nutricionistas indicaram mais vitaminas e minerais (34 %),
enquanto profissionais de Educação Física indicaram mais
suplementos proteicos (45 %).
Recordatório * 42% dos praticantes de exercícios físicos avaliados faziam uso de
24h SN por indicação advinda de profissional de educação física e 32 %
Moreira FP e
2014 Questionários/ por autoprescrição e 0,294 – A2
Rodrigues KL
(n=60)/ * 100 % dos avaliados consumidores de SN apresentaram dieta
RS hiperprotéica.
* 79 % dos praticantes de atividade física avaliados mostraram
conhecer a função dos macronutrientes, mas 42 % afirmaram que
micronutrientes fornecem energia/calorias e 66 % assinalaram ser a
Questionário/ proteína o nutriente que deve ser mais consumido na distribuição de
2015 Lopes FG et al. (n=348)/ macronutrientes da dieta; 0,294 – A2
MG * 60 % dos avaliados nunca havia recebido orientação nutricional e,
mesmo assim, 54 % utilizava SN. As indicações eram de
profissionais de educação física (31 %), autoprescrição (15 %),
vendedores de lojas de SN (9 %), médicos (3 %) e outras fontes que
não nutricionistas (8 %).
* 65 % dos entrevistados faziam uso de SN, com indicações
provenientes de amigos/leigos (18 %), profissionais de educação
física (17 %) e autoprescrição (16 %);
Questionário/ * Os principais fatores que apresentaram associações significativas
2015 Lacerda FMM (n=723)/ com o uso de SN foram a graduação universitária, a autopercepção 1,911 – A2
MA de peso corporal abaixo do ideal, a prática de atividade física há
mais de 1 ano, o treinamento de 3 a 5 vezes na semana e por mais
de 2 h/treino, e a autopercepção de intensidade do treino moderada
ou intensa.
* A maioria dos praticantes de atividade física avaliados praticava
Vargas CS, Questionário/ musculação (62 %), utilizava SN de base protéica (52 %), justificava
2015 Fernandes RH e (n=31)/ o uso pelo objetivo de ganho de massa muscular (29 %) e se B3
Lupion R RS autoprescrevia (42 %) ou recebia indicação de uso dos profissionais
de educação física (10 %).
* 56 % dos praticantes de musculação avaliados consumia SN,
Questionário/
Nogueira FRS sendo os de base proteica os preferidos (42 %) e a indicação
2015 (n=510)/ B1
et al. proveniente do profissional de educação física a principal influência
PB
ao consumo (38 %).
* 82 % dos praticantes de atividade física avaliados se
autoavaliaram com nível de conhecimento, pelo menos, ‘suficiente’
sobre alimentação saudável, mas um pouco mais de 20 % não
soube citar 3 fontes alimentares de proteínas e de carboidratos e 60
% não soube citar alimentos fonte de lipídios;
Barros AJS, Questionário/ * 63 % da amostra informou ser a proteína o macronutriente que
2017 Pinheiro MTC e (n=95)/ deve ser mais consumido diariamente; B3
Rodrigues VD MG * 34 % da amostra consumia SN, sendo a maior parte consumidora
de SN de base proteica (81 %). Desses, a maioria recebia indicação
para o uso não proveniente de nutricionistas (66 %), sendo mais
frequentes a autoprescrição (28 %) e as indicações do
treinador/profissional de educação física (25 %) ou do amigo leigo
(19 %).
Questionário/ * 49 % dos praticantes de atividade física avaliados declararam
2017 Silva et al. (n=70)/ consumir SN, sendo 50 % por autoprescrição e 21 % por indicação B3
PB do profissional de educação física.
* 11 % dos profissionais avaliados faziam uso excessivo de SN (03
Questionário/ ou mais, simultaneamente), sendo estes majoritariamente homens e
2017 Cava et al. (n= 497)/ de menor grau de escolaridade. Além disso, essa parcela B2
RS apresentou probabilidade 70 % maior de orientar os clientes para o
uso de SN.
* Graduando avaliados apresentaram nível de conhecimento
Oliveira JPL, Questionário/
moderado sobre nutrição esportiva, sendo ainda mais fraco o
2018 Guilarducci JS e (n=168)/ B3
conhecimento daqueles pertencentes a cursos fora da área da
Abreu WC MG
saúde.
* 90 % dos praticantes de Crossfit avaliados autoavaliaram seu nível
de conhecimento acerca de uma alimentação saudável como, pelo
menos, ‘suficiente’. Entretanto, 60 % elegeram as proteínas como o
Almeida IV, Questionário/
macronutriente que deve ser mais consumido diariamente;
2018 Ribeiro MCO e (n=91)/ B3
* 63 % afirmaram recorrer a nutricionistas quando possuem dúvidas
Freitas RF MG
sobre alimentação e 31 % à informações na internet;
* 58 % relataram consumir SN, sendo 54 % desses orientados por
nutricionista.
* Em acordo às classificações de periódicos do quadriênio 2013-2016 (Disponível em:https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/
public/consultas/coleta/veiculoPublicacao Qualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf>)

Esse cenário montado com base nos resultados apresentados torna


indiscutível que o mercado de SN é sustentado por grande parcela da
população que o utiliza de forma indevida e indiscriminada. Os dados indicam
que a maioria dos consumidores de SN age replicando comportamentos de
terceiros, sem reflexão apropriada sobre ‘o que’ e ‘por que’ consomem. Não há
grande preocupação em avaliar se há realmente necessidade de consumo do
produto’, muito menos de quando e como consumi-lo. Na maioria dos casos, o
padrão do amigo e/ou do professor da academia é copiado.
Essa atitude, partindo do pressuposto que são consumidores leigos, não
é mais assustadora do que o fato de profissionais de educação física, da área
da saúde e supostamente conscientes, sempre aparecerem no topo das listas
de influenciadores/incentivadores do uso da suplementação, constituindo uma
atitude antiética, ilegal e irresponsável.
Faz-se necessário um reforço na cultura do encaminhamento para o
profissional adequadamente habilitado para exercer a função que lhe compete,
assim como ocorre na área médica. É preciso disseminar de forma mais
contundente que a prescrição de SN vai muito além de uma simples indicação
ou orientação, conforme se atesta no seguinte trecho da Resolução nº
390/2006 do CFN (CFN, 2006):

“Art. 3°. A prescrição dietética deverá sempre


ser precedida de avaliação nutricional
sistematizada, envolvendo critérios objetivos
e/ou subjetivos que permitam a identificação ou
risco de deficiências nutricionais.

Art. 4°. Parágrafo único. O nutricionista deverá


sempre considerar que a prescrição dietética
de suplementos nutricionais não poderá ser
realizada de forma isolada, devendo fazer parte
da correção do padrão alimentar.”.

Faz-se necessária também uma urgente conscientização dos potenciais


consumidores de SN e dos profissionais de educação física em relação aos
riscos envolvidos no uso indiscriminado desses produtos. Sax (2015) publicou
um importante estudo afirmando que SN não são todos seguros e não são
todos alimentos. Nele a autora relata preocupações de segurança graves sobre
SN utilizados por treinadores, citando inclusive um caso de 2013, relatado no
‘The New York Times’ a cerca da morte de um indivíduo após consumo de um
‘reforço de treino’ chamado ‘Jack3d’, o qual continha o estimulante,
dimetilamilina, capaz de elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial (SAX,
2015). Efeitos similares podem ser causados por suplementos à base de
cafeína anidra, comumente utilizados hoje em dia como estimulantes para o
treino. A literatura afirma que tais produtos, dependendo da dose e da
sensibilidade do indivíduo, podem gerar taquicardia (LOPES; CAPELA, 2017).
Zhu e colaboradores revisaram em seu estudo que, em geral,
consumidores são convictos de que SN são compostos de ingredientes
naturais e, portanto, são seguros, os utilizando amplamente para múltiplos
propósitos, como melhorar o bem-estar geral, fortalecer o sistema imunológico,
acelerar a perda de peso, construir músculos ou como medicamentos
complementares/alternativos para várias doenças. Porém, os autores alertam
que o número de publicações relacionadas à hepatotoxicidade causada pelo
uso de suplementos alimentares e herbais aumentou cerca de duas vezes no
período de 2006 à 2016.
Ainda a respeito da segurança dos SN, Oliveira et al. (2015) mostraram
que, além do consumo desnecessário e seus potenciais riscos já mencionados,
os consumidores são sujeitos à má qualidade de algumas marcas de produtos
comercializados. Ao analisarem a composição centesimal de 05 marcas de SN
proteicos do tipo Whey Protein concentrada, objetivando verificar a veracidade
das informações contidas no rótulo quanto aos macronutrientes, em especial o
teor proteico, os autores encontraram graves divergências. Duas marcas que
afirmavam conter 24 g de proteína em 30 g do produto continham, na verdade,
aproximadamente 06 e 08 g, respectivamente. O teor de carboidratos
mencionado no rótulo de algumas marcas também apresentou discrepância em
relação ao teor encontrado nas análises, chegando a apresentar diferenças de
23 % a mais de carboidratos nos produtos.
A não conscientização dos riscos é um desdobramento da falta de
consciência do que é ingerido e os suplementos nutricionais de base proteica,
destacados como os mais utilizados no mercado, podem ser bons exemplos
para ilustrar essa despreocupação. Apesar de serem consumidos pelo objetivo
quase unânime de aumento de massa magra, não é raro encontrar quem os
utiliza e não conheça seus ingredientes principais e, muito menos, suas
funções específicas e por quais mecanismos alcançam os resultados
prometidos no rótulo. Além de vivenciarmos uma principiante cultura de leitura
minuciosa da lista de ingredientes dos rótulos, a maioria dos consumidores
acredita que qualquer um desses produtos, por serem SN, são 100 %
saudáveis.
SN de base proteica geralmente não contêm apenas o conteúdo proteico
desejado pelos consumidores. Para dar palatabilidade, agradar o paladar e
conquistar o consumidor, as marcas utilizam ingredientes extras, os quais, na
maioria das vezes, são artificiais, como corantes, edulcorantes e
aromatizantes. Poucas marcas possuem opções livres desses compostos e
essa preocupação em optar por melhores ingredientes (naturais e mais
saudáveis), produzindo assim produtos de maior qualidade, reflete-se no preço.
Os valores maiores, aliados à não consideração da qualidade dos
componentes do produto, fazem com que, no momento da compra, o mais
saudável infelizmente não pese na decisão do custo-benefício.
E quais seriam os problemas vinculados ao consumo desses SN?
Primeiramente, é importante pontuar que o consumo indiscriminado de
qualquer SN, normalmente realizado de forma diária, vai contra a proposta de
alimentação do Guia Alimentar para a população brasileira (BRASIL, 2014), o
qual preconiza que ela deve ser baseada em alimentos in natura ou
minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de
origem vegetal. Até mesmo a SBME, a partir da constatação do abuso de SN
em ambientes de prática de exercícios físicos, especialmente em academias de
ginástica e associações esportivas, divulgou diretriz para nortear a ação de
profissionais que militam no esporte e para desmistificar atitudes inadequadas
que podem levar aos riscos de saúde (ARNALDO JOSÉ HERNANDEZ, 2009).
Em relação especificamente aos suplementos proteicos, essa diretriz afirma
que:
“Para se estabelecer o valor adequado para
ingestão de proteína, é necessário, antes de
tudo, determinar, além das características
individuais (sexo, idade, perfil antropométrico,
estado de saúde, etc.), parâmetros básicos a
respeito da atividade física praticada, tais como
intensidade, duração e frequência. Para
indivíduos sedentários, recomenda-se a
ingestão de 0,8g de proteína por kg/dia. Já
indivíduos ativos, com a ingestão de 1,2 a
1,4g/kg/dia, teriam sua demanda atendida.
Visando à hipertrofia muscular, atletas ou não
teriam suas necessidades atendidas com o
consumo máximo de 1,8g/kg/dia contempladas
perfeitamente em uma alimentação equilibrada,
salvo situações especiais. (ARNALDO JOSÉ
HERNANDEZ, 2009)”
Sabino, Luz e Carvalho (2010), com o aumento vertiginoso de consumo
de SN, chegaram a discursar em seu estudo se estaríamos nos aproximando
do fim da alimentação baseada em comida e do início de um regime de
alimentos produzidos em laboratórios e em série. Os autores refletiram que
esse mercado põe fim, ainda que circunstancialmente, ao cultivo do paladar,
visando a construção do corpo ideal. Disseram também que esse movimento,
mesmo sendo restrito a instantes rituais, além de levar à possível
‘pasteurização’ do gosto, pode acelerar um consumo alimentar que nem passa
mais pela mastigação (o que ainda ocorre nos fast-foods), resumindo-o à
absorção de estruturas químicas cujo objetivo é ampliar a massa muscular e
reduzir a porcentagem de gordura, associando-se a imagem corporal do
indivíduo à concepção de saúde como estética musculosa e ausência de
adiposidade (SABINO; LUZ; CARVALHO, 2010).
Os SN enriquecidos de substâncias artificiais constituem um perigo
adicional. Alguns de seus componentes, tais como os substitutos artificiais do
açúcar (sacarose) - sucralose e acessulfame-K, apresentam muita contradição
na literatura quanto à biossegurança. Embora alguns estudos atestem que eles
são seguros, outros revisam ou indicam que essas substâncias podem ter
efeitos carcinogênicos, genotóxicos e/ou clastogênicos (TANDEL, 2011;
HOROWITZ, 2013; HARPAZ et al., 2018). O mesmo ocorre para os corantes
artificiais e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor alerta que a
legislação brasileira em relação aos corantes alimentícios é mais permissiva
que a dos Estados Unidos, Áustria e Noruega, tanto que muitas substâncias
aqui usadas são proibidas nesses países. O corante artificial ‘Vermelho
ponceau’, banido nos EUA e na Finlândia, por exemplo, está relacionado à
anemia, doenças renais, falta de concentração e impulsividade. Já o ‘Vermelho
bordeaux’ (mistura de amaranto e azul brilhante), banido nos EUA, na Áustria,
Noruega e Rússia, pode provocar crises asmáticas e eczemas (IDEC, 2011).
Esses “pequenos” riscos passam despercebidos pelos consumidores
que também costumam justificar o consumo de pílulas e pós com sabores
artificiais pela falta de tempo e pressa da vida moderna. O que deveria ser
suplementação torna-se ‘alimentação’, com a percepção do artifício químico
como alimento, o que pode resultar, ao menos em circunstâncias e momentos
específicos, no fim da comida e de seus sentidos ligados à sociabilidade. Mas
se há um lado positivo em todo esse debate sobre o consumo de SN, esse com
certeza é o vasto campo a ser trabalhado por Nutricionistas, que precisam
combater principalmente a mídia propagadora de imediatismos do padrão
estético e orientar e educar a quem for preciso sobre a importância de uma
dieta equilibrada, baseada em alimentos.

5- CONCLUSÃO

Diante dos estudos revisados, conclui-se que, o consumo de SN pela


maioria dos praticantes de atividade física no Brasil é realizado de forma
indiscriminada e indevida. Seja sem nenhuma orientação, como a
autoprescrição, ou sob indevida orientação, como a indicação por colegas de
treino e profissionais de educação física, a utilização desses produtos no país
vem sendo efetivada sem prévia avaliação nutricional sistematizada. O campo
de nutrição esportiva mostra-se, portanto, uma área pobre em programas de
conscientização direcionados tanto aos consumidores como aos profissionais
da área de nutrição e educação física. Fazem-se necessárias campanhas
generalizadas de educação alimentar alvejando o público que pratica
atividades físicas, principalmente a musculação, bem como os profissionais de
educação física, principais influenciadores de consumo de SN, para que
mudanças de comportamento frente ao mercado de suplementação possam
ocorrer.

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