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17 de março de 2019
Este texto contém exatamente o que se apresenta nas aulas, evitando que o
aluno as copie, assim se obtendo mais a sua atenção e economizando tempo, bem
como definindo com clareza o que se deve estudar. Para o seu aprendizado, são
imprescindíveis as explicações dadas nas aulas, quando, então, se detalham muitas
das passagens matemáticas.
2
SUMÁRIIO
páginaa
1. INTE O ............................................................................................................................ 6
EGRAÇÃO
nida ........................................................................................................................ 6
1.1 Integral Defin
1.1.1 D
DEFINIÇÃO O DE RIEM MANN ................................................................................................... 6
1.1.2 IN
NTERPRET TAÇÃO GE EOMÉTRIC CA ...................................................................................... 7
al Definida .......................................................................................... 8
1.2 Proopriedades da Integra
d Cálculo (TFC) ............................................................................... 9
1.3 Teoorema Fundamental do
1.4 Integrais Indeefinidas ................................................................................................................ 11
1.4.1 D
DEFINIÇÃO O ........................................................................................................................... 11
1.4.2 R
REGRAS BÁ ÁSICAS DA A INTEGR RAÇÃO IND DEFINIDA .................................................. 11
a de Variávvel Simpless .................................................................... 13
1.5 Integração poor Mudança
1.5.1 A
APLICAÇÃO DA REG GRA DA SU UBSTITUIÇ ÇÃO .............................................................. 13
1.5.2 A REGRA DAD SUBSTIITUIÇÃO A APLICADA A A INTEG GRAIS DEFFINIDAS ................. 13
1.5.3 JU
USTIFICAT TIVA DA REGRA
R DA A SUBSTIT TUIÇÃO ........................................................ 144
1.5.4 A REGRA DAD SUBSTIITUIÇÃO E EM INTEG GRAIS DA FORMA F ∫ f ( g ( x) ) k g ′( x) dx . 144
1.6 Fórrmula de Leibniz
L da derivada
d dee integral definida
d ........................................................ 15
1.7 Áreea de Regiõões Planas ............................................................................................................ 177
1.7.1 C
CÁLCULO PELAP APL
LICAÇÃO D DIRETA DE E INTEGRA AIS DEFIN NIDAS ..................... 177
1.7.2 Á
ÁREA ENTR RE DOIS GRÁFICOS
G ........................................................................................ 177
1.7.3 O
OPÇÃO DE E CÁLCULO DA ÁRE EA POR INT TEGRAÇÕ ÕES EM x OU y...................... 188
1.8 Apêndice .................................................................................................................................... 200
1.8.1 PROVA DO O TEOREMA A DO VAL LOR MÉDIO O PARA IN NTEGRAISS ............................... 200
CNICAS DE
2. TÉC RAÇÃO .............................................................................................. 21
E INTEGR
2.1 Integração daas Funções Trigonoméétricas e dee tan n x ........................................................ 21
2.2 Integração Poor Partes ............................................................................................................. 21
2.2.1 O MÉTODO O ............................................................................................................................ 21
2.2.2 IN
NTEGRAÇÕES SUCE ESSIVAS P OR PARTE ES ................................................................. 222
métricas ........................................................ 23
2.3 Integração dee Produtos de Funçõess Trigonom
2.3.1 IN
NTEGRAIS S DA FORM MA ∫ sen x cos x dx ........................................................................ 23
p q
nométrica ...................
2.4 Integração poor Substituiição Trigon . ................................................... 266
2.4.1 IN
NTEGRAIS
S ENVOLV
VENDO a 2 − x 2 , com x ∈ [ −a , a ] . ......................................... 277
2.4.2 IN
NTEGRAIS
S ENVOLV
VENDO x 2 + a 2 , com x ∈ \ . ................................................ 288
2.4.3 IN
NTEGRAIS
S ENVOLV
VENDO x 2 − a 2 , com x ≤ −a ou x ≥ a (i.e., x ≥ a ) . ....... 300
3
2.5 Integração dee Funções Racionais
R por Fraçõess Parciais ...................................................... 33
p
2.5.1 D
DENOMINA ADOR COM M FATORE ES LINEAR RES DISTIN NTOS ......................................... 33
2.5.2 D
DENOMINA ADOR COM M FATORE ES LINEAR RES REPET TIDOS ........................................ 35
2.5.3 D
DENOMINA ADOR COM M FATORE ES QUADR RÁTICOS IR RREDUTÍV VEIS........................ 366
Ax + B
2.6 Integral de 2 γ
(com b 2 − 4ac < 0)
0 .................................................................. 400
(aax + bx + c )
2.7 Subbstituições Diversas .............................................................................................................. 422
2.7.1 R
RAÍZES N-É ÉSIMAS ............................................................................................................... 422
2.7.2 T
TANGENTE E DO ARCO O-METADE E ...................................................................................... 43
3. ALG
GUMAS AP PLICAÇÕE ES DA INT TEGRAL E EXTEN NSÕES DO CONCEIT TO DE
INTEGGRAL...................................................................................................................................... 45
3.1 Alggumas Apliicações da Integral
I .............................................................................................. 45
3.1.1 O RACIOCÍÍNIO POR INFINITÉS
I SIMOS.............................................................................. 45
3.1.2 V
VOLUME DED SÓLIDO O DE REVO OLUÇÃO ......................................................................... 45
3.1.3 C
COMPRIME ENTO DE ARCO
A ................................................................................................. 499
3.2 Exttensões do Conceito de d Integral .......................................................................................... 51
3.2.1 IN
NTEGRAIS S IMPRÓPR RIAS COM M INTERVA ALOS DE IN NTEGRAÇ ÇÃO ILIMIT TADOS . 51
3.2.2 IN
NTEGRAIS S IMPRÓPR RIAS COM M INTEGRA ANDOS ILIMITADOSS ............................... 522
3.2.3 C
CRITÉRIOS S DE VERIF FICAÇÃO D DA CONV VERGÊNCIA A DE INTE EGRAIS
IMPRÓ ÓPRIAS ................................................................................................................................... 566
4. PRO
OBLEMAS TOS ................................................................................................... 600
S PROPOST
unciados ................................................................................................................................ 600
4.1 Enu
4.2 Resspostas ................................................................................................................................... 61
P A R T E 2 – E Q U A Ç Õ E S D I F E R E N C I A I S ............................................................................ 622
6. SOL
LUÇÃO DE
E EDOs DE
E PRIMEIR M ESPECIIAIS ........................................... 65
RA ORDEM
6.1 SEP
PARÁVEL ............................................................................................................................. 666
6.2 HO
OMOGÊNEA
A .......................................................................................................................... 666
6.3 EX
XATA ...................................................................................................................................... 666
6.4 LIN
NEAR ..................................................................................................................................... 677
6.5 RED
DUTÍVEL À SEPARÁ
ÁVEL ................................................................................................. 68
6.6 RED
DUTÍVEL À HOMOG
GÊNEA ............................................................................................... 699
6.7 RED
DUTÍVEL À EXATA MEDIANT
TE FATOR
R INTEGRA
ANTE .......................................... 700
6.8 RED
DUTÍVEL À LINEAR
R .......................................................................................................... 722
6.8.1 E
Equação de Bernoulli
B .............................................................................................................. 722
6.8.2 E
Equação de Riccati
R .................................................................................................................. 722
6.9 EQUAÇÃO DE
D CLAIRA
AUT ..................................................................................................... 744
6.10 EQ
QUAÇÃO DE
D LAGRA
ANGE ................................................................................................. 75
4
7. EDO LINEAR DE ORDEM N .............................................................................................. 77
7.1 CONCEITOS PRELIMINARES ........................................................................................... 78
7.1.1 Dependência linear .............................................................................................................. 78
7.1.2 Wronskiano ......................................................................................................................... 78
7.2 SOLUÇÃO GERAL DE UMA EDO LINEAR HOMOGÊNEA .......................................... 80
7.3 EDO LINEAR DE ORDEM N HOMOGÊNEA DE COEFICIENTES CONSTANTES .... 81
7.3.1 Raízes distintas .................................................................................................................... 81
7.3.2 Raízes repetidas ................................................................................................................... 82
7.3.3 Raízes imaginárias............................................................................................................... 82
7.3.4 Raízes imaginárias repetidas ............................................................................................... 82
7.4 EQUAÇÃO DE EULER-CAUCHY ...................................................................................... 83
7.5 SOLUÇÃO GERAL DE UMA EDO LINEAR NÃO-HOMOGÊNEA ................................ 84
7.6 SOLUÇÃO PARTICULAR PELO MÉTODO DAS FAMÍLIAS ......................................... 85
7.7 SOLUÇÃO PARTICULAR PELO MÉTODO DA VARIAÇÃO DAS CONSTANTES ..... 88
7.8 REDUÇÃO DE ORDEM ....................................................................................................... 92
8. APLICAÇÕES ........................................................................................................................ 96
8.1 CRESCIMENTO POPULACIONAL E DECAIMENTO RADIOATIVO ........................... 96
8.2 CURVAS ORTOGONAIS ..................................................................................................... 97
8.3 PROBLEMAS DIVERSOS ................................................................................................... 98
1. INTEGRAÇÃO
1.1 Integral Definida
∫
b N
f ( x) dx ≡ lim
máx Δ xi → 0
∑ f (ci )Δ xi ,
a =1
i
N →∞
soma de Riemann
onde, como mostra a figura abaixo(∗), Δxi ≡ xi − xi −1 (i = 1, 2 " n ) são as larguras dos N subin-
tervalos em que se subdivide o intervalo de integração [ a , b ] , e ci é um ponto qualquer do
subintervalo [ xi −1 , xi ] :
•
a x1 " xi −1 xi " xN −1 b x
|| ||
x0 ci xN
(∗)
Na figura, o conjunto de pontos P = { x0 , x1,", xN } , onde a = x0 < x1 < " < xN = b ,
usado para dividir [ a , b ] em N subintervalos define uma partição de [ a , b ] .
A soma de Riemann (o somatório na equação acima) é dita referir-se à partição P e aos nú-
meros ci empregados.
b
Pois bem, dizemos que o limite apresentado acima definindo ∫a f ( x) dx existe se for finito,
único e independer da partição empregada e da escolha dos ci .
Notas:
i) O extremo b do intervalo de integração pode ser menor do que o extremo a:
xN −1 " xi xi −1 " x1 a x
b
|| ||
xN x0
∫
b
∫
b
f ( x) dx = − A1 + A2 − A3 + A4 − A5 .
a
área hachurada = f ( x) dx
a
b a
É fácil ver que ∫a f ( x) dx = − ∫ f ( x) dx , pois os Δxi ’s da soma de Riemann para essas
b
a
integrais têm sinais contrários, e também que ∫a f ( x) dx = 0 , pois, agora, Δxi = 0.
∫
N
x dx = lim ∑ f (ci ) Δxi
N
2 y = x2
0 f ( x) N →∞
1
i =1 área do i -ésimo
retângulo
( ) N1
N 2
1 N
i i-ésimo
= lim
N →∞
∑ ci2 = lim ∑
N N →∞ i =1 N retângulo
i =1
i2
1 N
⎛ i2 ⎞
= lim 3 ⎜∑ ⎟ N2
N →∞ N ⎝
⎠ f (xi ) = xi2 = ( Ni
2
) = Ni 2
2
i =1
N3 N2 N
+ +
3 2 6 • • • • • •
0 x =1 x =2 " xi = Ni
(
xi −1
)
1 1 1 1 1 N 2 N " 1 x
= lim + + 2
= .
N →∞ 3 2N 6N 3 Δ x1 Δ x2 Δ xi = Ni
8
1.2 Propriedades da Integral Definida
∫
b
i) Integral de uma função constante f ( x ) = k : k dx = k (b − a )
a
∫ ∫
b b
ii) Homogeneidade: k f ( x) dx = k f ( x) dx
a a
∫ ∫ ∫
b b b
iii) Aditividade do integrando: [ f ( x ) + g ( x )] dx = f ( x ) dx + g ( x ) dx
a a a
∫ ∫ ∫
b b b
iv) Linearidade: [ A f ( x ) + B g ( x)] dx = A f ( x ) dx + B g ( x) dx
a a a
∫
b
v) Positividade: f ( x ) ≥ 0 ∀x ∈ [ a, b] ⇒ f ( x ) dx ≥ 0
a
∫ ∫
b b
vi) Comparabilidade: f ( x) ≤ g ( x) ∀x ∈ [ a, b] ⇒ f ( x ) dx ≤ g ( x) dx
a a
∫ ∫
b b
vii) Prop. do valor absoluto: f ( x) dx ≤ f ( x) dx ( a < b)
a a
f ( x)
y f ( x) área hachurada =
∫
b
ix) Teorema do Valor Médio (TVM) p/ integrais: retângulo = f ( x) dx
a
Se a função f é contínua em [ a , b ] , então existe = área do retângulo
b
f (c )
c nesse intervalo tal que ∫a f ( x) dx = f (c) (b − a) .
a c b x
= f (c) (b − a)
∫ ∫
c c
f ( x ) dx = 2 f ( x ) dx A
−c 0 A A −c
c x
• Se a função f for ímpar: −c c x A
∫
c
c c c
f ( x) dx = 0
−c
∫ − c f ( x) dx = 2 A = 2 ∫ 0 f ( x) dx ∫ − c f ( x) dx = − A + A = 0
Essas propriedades são geometricamente óbvias. O TVM é provado no Apêndice (seç. 1.8).
9
1.3 Teorema Fundamental do Cálculo (TFC)
Até o momento, os conceitos de derivada e integral definida de uma função não apresentam
qualquer relação entre si. Parecem independentes, nada tendo a ver um com o outro, um sendo
interpretado como o coeficiente angular da reta tangente e o outro, como a área entre o eixo x e o
gráfico da função. O teorema seguinte – o tão chamado Teorema Fundamental do Cálculo –
estabelece uma profunda relação entre diferenciação e integração, além de fornecer um meio de
calcular a integral definida sem usar a soma de Riemann. Antes de prosseguir, convém fazer
umas observações e definições preliminares, começando por relembrar alguns conceitos já estu-
dados em Cálculo 1:
∫ f (t ) dty = f ( x)
y x
área = g ( x ) =
TFC-I (primeira parte): a
∫
x
d 0
g ′( x ) = f (t ) dt = f ( x ) ∀x ∈ ( a, b) . a x b
dx a
g ′( x) = lim
g ( x + h) − g ( x )
= lim
∫a f (t ) dt − ∫ f (t ) dt
a
h→0 h h →0 h
x+h
(1)
= lim
∫x f (t ) dt (2)
= lim
f ( x∗ ) h
= f ( x) ,
h →0 h h→0 h algum x ∗
em [ x , x + h ]
donde também se conclui que, sendo diferenciável em (a, b) , g é contínua neste intervalo.
Similarmente provamos que g +′ (a ) = f (a ) e g −′ (b) = f (b) , bastando considerar limites
laterais acima. Da existência dessas derivadas laterais decorre a continuidade lateral de g em
x = a e x = b . CQD.
A passagem acima denotada por (1) é explicada pela propriedade de aditividade do intervalo
x+h x x+h
de integração: ∫a f (t ) dt = ∫ f (t ) dt + ∫
a x
f (t ) dt . Já a denotada por (2), pelo TVM p/ inte-
x+h
grais de funções contínuas: ∫x f (t ) dt = f ( x∗ ) h para algum x∗ ∈ [ x, x + h] .
∫
x
F ( x) − f (t ) dt = c , com x ∈ [ a , b ] .
a
A substituição x = a nessa equação fornece
∫
a
F (a) − f (t ) dt = c ⇒ c = F (a) .
a
0
Usando esse resultado naquela mesma equação, agora com x = b , concluímos a demonstração:
∫
b
f (t ) dt = F (b) − F ( a ) . CQD.
a
11
A principal vantagem do TFC-II é permitir o cálculo de uma integral definida de uma fun-
ção f que tenha uma primitiva conhecida por meio de uma simples diferença, que é corriqueira-
mente assim denotada: F (b) − F (a) ≡ F ( x)
b
a
ou [ F ( x) ] ba ; por exemplo,
1
⎡ x3 − 2 x + 2 ⎤ = [ (1)3 − 2(1) + 2 ] − [ (−1)3 − 2(−1) + 2 ] = −2 .
⎣ ⎦ −1
1 3
Como ilustração do cálculo de integral definida usando o TFC-II, note que x3 / 3 + x é uma
primitiva de x 2 + 1 [ i.e., ( x3 / 3 + x)′ = x 2 + 1 ], ambas as funções satisfazendo as condições
desse teorema; logo,
1 1
∫ 0
( x 2 + 1) dx = ⎡⎣ x3 / 3 + x ⎤⎦ = 1 / 3 + 1 − 0 = 4 / 3 .
0
1.4.1 DEFINIÇÃO
(A partir de agora, a não ser que se indique o contrário, c denotará uma constante arbitrária.)
O TFC diz que se g ( x ) é uma primitiva de f ( x ) [i.e., g ′( x ) = f ( x ) ] então
∫
x
f (t ) dt = g ( x) − g (a
) = g ( x) + c é a primitiva mais genérica de f ( x ) ,
a constante
c arbitrária
mostrando que a integral definida de f ( x ) num intervalo [a, x], de limite superior variável ou
indefinido, fornece a antiderivada mais genérica de f ( x ) . Isto sugere definirmos a integral inde-
finida de f, denotada por ∫ f ( x) dx , como segue:
∫ f ( x) dx ≡ g ( x) + c , onde g ′( x) = f ( x) .
O processo para calcular ∫ f ( x) dx , isto é, para achar a primitiva g ( x ) + c mais genérica de
f ( x ) , é chamado de integração indefinida. Por exemplo, a integral indefinida de f ( x ) = x é
∫ f ( x) dx = ∫ x dx = x
2
/2+ c.
ii)
∫ f ′( x) dx = f ( x) + c (integral da derivada de f é f + c )
12
iii)
∫α f ( x) dx = α ∫ f ( x) dx
∫ ∫ ∫
iv) [ f ( x) + g ( x)] dx = f ( x) dx + g ( x) dx (regra da adição)
∫ ∫ ∫
v) [α f ( x) + β g ( x)] dx = α f ( x) dx + β g ( x) dx (regra da linearidade)
As várias fórmulas de diferenciação fornecem, se “lidas de trás para a frente”, várias fórmu-
las de integração indefinida; por exemplo:
vi)
∫ dx = x + c
(∗) Nota:
⎧ xα +1
+ c se α ≠ −1 Se x > 0 : ( ln | x | )′ = ( ln x )′ = 1 / x
⎪
vii)
∫ xα dx = ⎨ α + 1
⎪
Se x < 0 : ( ln | x | )′ = ( ln (− x) )′ = [1 /(− x)]( −1) = 1 / x
⎩ ln x + c se α = −1 (∗)
∫ x dx = ln | x | +c
1
∴ ( ln | x | )′ = 1/ x ⇒
1)
∫ (5x + x − 7) dx =
∫ 5x dx + ∫ x dx +
∫ ( −7 ) dx = 5∫ x dx + ∫ x 1/ 2
∫
dx − 7 dx
⎡ x1+1 ⎤ ⎡ x (1/ 2) +1 ⎤
= 5⎢ + c1 ⎥ + ⎢ + c2 ⎥ − 7 [ x + c3 ]
⎣1 + 1 ⎦ ⎣ (1 / 2 + +1 ⎦
5 2
= x 2 + x3 / 2 − 7 x + (5c1 + c2 − 7c3 )
2 3
c
4 2 3
x + 3x + 5
∫ ∫( )
x
2) 2
dx = x 2 + 3 + 5 x −2 dx = + 3 x − 5 x −1 + c
x 3
∫ ∫ ∫
2 4/3 3 11/ 3 6 7 / 3
3) ( y 3 y + 1) dy = ( y + 1) 2 dy = ( y8 / 3 + 2 y 4 / 3 + 1) dy = y + y + y+c
11 7
4
4
1− x 4 ⎡ x1/ 2 x3/ 2 ⎤
∫ ∫ −1/ 2 1/ 2 8
4) dx = (x −x ) dx = ⎢ − ⎥ ="= −
1 x 1 ⎣1 / 2 3 / 2 ⎦ 1 3
2 1 2 1 2
5)
∫ 0
1 − x dx =
∫ 0
1 − x dx +
∫ 1
1 − x dx =
∫ 0
(1 − x) dx +
∫ 1
( x − 1) dx
)
1 2
⎡ x2 ⎤ ⎡ x2 ⎤ ⎤ ⎡2 ⎤
(
2
⎡ 1 12
= ⎢x− ⎥ + ⎢ − x ⎥ = ⎢ 1 − − 0 ⎥ + ⎢ − 2 − −1 ⎥ = 1
⎣ 2 ⎦0 ⎣ 2 ⎦1 ⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 2 ⎦
3 1 2 3
6)
∫ 0
x 2 − 3x + 2 dx =
∫ 0
( x 2 − 3x + 2) dx +
∫ 1
(− x 2 + 3x − 2) dx +
∫ 2
( x 2 − 3x + 2) dx
1 2 3
⎡ x3 3 x 2 ⎤ ⎡ x3 3x 2 ⎤ ⎡ x3 3x 2 ⎤
=⎢ − + 2x ⎥ + ⎢ − + − 2x ⎥ + ⎢ − + 2x ⎥ = "
⎣ 3 2 ⎦0 ⎣ 3 2 ⎦1 ⎣ 3 2 ⎦2
13
1.5 Integração por Mudança de Variável Simples
1 u3 / 2
∫ ∫
1 2
2) 7 x + 2 dx = Nu du = + c = (7 x + 2)3 / 2 + c ,
7 1/ 2 7 3/ 2 21
u
onde u ≡ 7 x + 2 ⇒ du = 7 dx ⇒ dx = du / 7
x2 1 u −4
∫ ∫
1 −5 1
3) dx = u du = + c = − ( x 3 + 4) −4 + c ,
3
( x + 4) 5
3 3 −4 12
onde u ≡ x3 + 4 ⇒ du = 3 x 2 dx ⇒ x 2 dx = du / 3
∫( ) u ( −2du ) = −81 ∫ (9 − 6u + u ) u
2
3−u
4)
∫ x 2 3 − 2 x dx =
2
2 1/ 2
du
−1
8
=
∫
(9u1/ 2 − 6u 3 / 2 + u 5 / 2 ) du =
−1 9 u 3/ 2 6 u 5 / 2 u 7 / 2
8 3/ 2
−
5/2
+
7/2
( )
3 3 1
= − (3 − 2 x)3 / 2 + (3 − 2 x)5 / 2 − (3 − 2 x)7 / 2 + c
4 10 28
onde u ≡ 3 − 2 x ⇒ x = (3 − u ) / 2 e du = −2 dx (⇒ dx = − du / 2)
(u − 5) du u 3/ 2 5 u1/ 2
∫ ∫ ∫
t dt 2
5) = = (u1/ 2 − 5 u −1/ 2 ) du = − + c = (t + 5)3/ 2 − 10(t + 5)1/ 2 + c
t +5 u 3/ 2 1/ 2 3
onde se fez u ≡ t + 5 ⇒ dt = du e t = u − 5
⎪⎧ du = dt / 2 t + 5 = dt / 2u ⇒ dt = 2u du
Se fizermos u ≡
t+5 ⇒ ⎨ 2 2
⎪⎩ u = t + 5 ⇒ t = u − 5
obtemos o mesmo resultado:
∫
t dt
t+5
=
∫
u2 − 5
u
(2u du ) = 2
u3
3 (
− 5u + c =
2
3 )
(t + 5)3 − 10 t + 5 + c
( )
4
1
−1 4
−1 u 3 / 2
∫ ∫
2 1 3/ 2 3/ 2 19
ou x 9 − 5 x dx = u du = = 9N − 4N =
0 10 9 10 3 / 2 9
15 27 8 15
∫ α
f (u ) du = F ( β ) − F (α ) .
Então, usando a regra da cadeia (tendo em conta que f = F ′ ) e o TFC-II, podemos escrever
∫ ∫
b b
f ( g ( x) ) g ′( x) dx = { F ( g ( x) )}′dx = ⎢⎣⎡ F ( g ( x) ) ⎥⎦⎤ = F ( g (b) ) − F ( g (a) ) = F ( β ) − F (α ) .
a a a
u = g ( x) β
∫ ∫
b
f ( g ( x) ) g ′( x) dx = f (u ) du ,
a α
que é a regra de mudança da variável de integração x para a nova variável de integração u defini-
da por u = g ( x ) , por meio da qual a integral toma uma nova forma fácil de lembrar, pois resulta
da substituição formal baseada na definição g '( x) dx = du da diferencial da função u = g ( x ) . É
exatamente essa regra que é usada nos exemplos da seç. 1.5.2.
Desconsiderando os limites de integração na fórmula acima, temos a regra de mudança de
variáveis para integrais indefinidas.
__________
( ∗)
A continuidade de g ′ nos extremos de [a, b] é lateral: lim g ′( x) = g +′ (a) e lim g ′( x) = g −′ (b) .
x→a+ x →b −
∫ f (N
g ( x ) ) k
u
∫
g ′( x ) dx = k f (u ) du = kF (u ) + c = kF ( g ( x ) ) + c .
du
Exemplos:
u = 5 x2 − 3
du u 3/ 2 1 (5 x 2 − 3)3/ 2
1)
∫ 2
5 x − 3 x dx =
du = 10 x dx ∫ u =
10 3 / 2
+c=
10 3/ 2
+c
e6 u=6 x
∫ ∫
x
du 1 u 1
2) dx = eu = e + c = e6 x
+c
x du =
3 dx 3 3 3
x
u = sen (3 x 2 − x + 1)
3)
∫ (6 x − 1) sen (3x − x + 1) cos(3x − x + 1) dx
5 2 2
=
du = (6 x −1) cos(3 x 2 − x + 1) dx
6
∫ 5 u 1 6 2
= u du = + c = sen (3 x − x + 1) + c
6 6
u = sec5 x
du u 8 sec8 5 x
4)
∫ sec8 5 x tan 5 x dx = sec7 5 x sec
∫
5 x
tan 5 x dx
du / 5
=
du = 5sec5 x tan 5 x dx ∫ u7
5
=
40
+c =
40
+c
u = x2
∫1 + x ∫ 1 + (x ) ∫1 + u
2x 2x du
5) 4
dx = 2 2
dx = 2
= arctan u + c = arctan x 2 + c
du = 2 x dx
u ′( x ) dx = du
u′( x)
∫ ∫
1
6) dx = du = ln u ( x) + c
u ( x) u
Usando essa fórmula, é imediato o cálculo da integral de uma fração cujo numerador é a
derivada do denominador, como nesse próximo exemplo:
u′
cos x − x 2 (cos x − x)
∫ ∫
1 1 1
7) dx = dx = ln u + c = ln 2sen x − x 2 + c
2sen x − x 2 2 2sen x − x2
2 2
u
u = ln(3 x +1)
sen ln(3x + 1)
∫ ∫
1 1 1
8) dx = sen u du = − cos u + c = − cos ln(3x + 1) + c
3x + 1 du =
3 dx 3 3 3
3 x +1
∫ ∫1+ u
sec x tan x u = sec x du
9) dx = = arctan u + c = arctan sec x + c
1 + sec2 x du = sec x tan x dx 2
b( x )
∫
d d
f (t ) dt = { F [b( x)] − F [a( x)]} = N
F ′ [b( x)] b′( x) − N
F ′ [a( x)] a′( x)
dx a( x) dx f f
b( x ) b( x)
∂f
∫ ∫
d
f ( x, t ) dt = ( x, t ) dt + f [ x, b( x) ] b′( x ) − f [ x, a ( x ) ] a′( x ) .
dx a( x) a( x) ∂x
Nesta, em contraste com a fórmula anterior, a função f no integrando depende de duas variáveis:
t (a variável de integração) e x (a variável da função resultante, em relação à qual a derivada é
calculada).
∫ ∫
x x
dt dy d dt 1
1) y = ⇒ = = ■
− 43 5 + t4 dx dx − 43 5+t 4
5 + x4
∫
x
dy
2) y = v dv ⇒ = x ■
0 dx
x2
∫
d
3) (5t + 7) 25 dt = (5 x 2 + 7) 25 ⋅ 2 x ■
dx 3
∫
d 3 3
4) 3
u − 1 du = 0 − x 2 + 1 − 1 2 x = −2 x x2 ■
dx x +12
x − x2
∫
d
5) t 3 + 1 dt = ( x − x 2 )3 + 1 (1 − 2 x) − x9 + 1 (3x 2 ) ■
dx x 3
∫ ∫
x x
d
sen t 2 dt sen t 2 dt
−x
l 'H dx −x [sen x 2 ](1) − [sen(− x) 2 ](−1)
6) lim = lim = lim
x →0 x3 x →0 3
d ( x ) / dx x →0 3x 2
2
1
sen x 2 + sen x 2 2sen x 2 θ = x 2 sen θ 2
= lim = lim = lim = ■
x →0 3x 2 x → 0 3x 2 3 θ →0 θ 3
17
1.7 Área de Regiões Planas
∫ ∫ ∫
p q b
⎡− f ( x) dx ⎤ + ⎡ f ( x) dx ⎤ + ⎡ − f ( x) dx ⎤ A1 A3
⎣⎢ a ⎦⎥ ⎢⎣ p ⎦⎥ ⎢⎣ q ⎦⎥
A1 A2 A3
y
Exemplos: 8
1) Calcule a área A desde o eixo x até o gráfico da y = f ( x) = x3
função f ( x) = x3 no intervalo de x = −1 a x = 2 .
0 2
A=−
∫ −1
x3 dx +
∫ 0
x3 dx
1
4 0 4 2 −1
x x 1 16 17 1 2
=− + = + = u.a. −1
x
4 −1
4 0
4 4 4
y
2) Idem, entre x = − 2 e x = 5 , para a função 4
y = 16 − 4 x
⎧ 2 + ( x3 / 4) ( x < 0) x3
⎪⎪ y = 2+
f ( x) = ⎨ x 2 − x − 2 (0 ≤ x < 3) 4 2
⎪
⎪⎩16 − 4 x (3 ≤ x)
x
∫ ( ) ∫ ( x − x − 2) dx +
0
x3 2
2
A= 2+ dx − −2 −1 0 2 3 4 5
−2 4 0
3 4
∫ ( x − x − 2) dx + ∫ (16 − 4x) dx −
2
2
3
y = x2 − x − 2
5
∫
73
(16 − 4 x) dx = u.a.
4 6
−4
f ( x) g ( x) f ( x)
g ( x)
x1 g ( x) f ( x)
a x2 b x
g ( x) f ( x)
18
Na figura acima, temos que a área hachurada A é dada por
∫ ∫ ∫
x1 x2 b
A= [ f ( x) − g ( x)] dx + [ g ( x) − f ( x)] dx + [ f ( x) − g ( x)] dx .
a x1 x2
∫ ∫ ∫ f ( x) dx
x1 x2 b
A= f ( x) dx − f ( x) dx +
a x1 x2
a x1 x2 b x
y
4
Exemplos: Calcule a área A(R ) da região R :
2
1
A(R ) =
−1 ∫
⎡⎣ ( x + 2) − x 2 ⎤⎦ dx = 9 u.a.
2
y=x+2
1/ e 1 y x = 1/ e
A(R ) =
∫ 0
⎡⎣ e x − (−1) ⎤⎦ dx +
∫ 1/ e
[ e x − ln x ] dx
y = ex
e
e−1 1
=
∫ 0
(e + 1) dx +
x
∫ e−1
(e − ln x) dx
x
e−1 1 1 y = ln x
= ⎡⎣ e x + x ⎤⎦ + ⎡⎣ e x − ( x ln x − x) ⎤⎦ −1 R
0 e
−1 −1
= [ e e + e −1 − 1 ] + [ e + 1 − e e + ( e −1 ln e −1 − e −1 ) ] 0 1 x
= e −1 + e − 2e −1 = e − 1/ e u.a. −1
∫ ∫
b
f ( x ) dx = A1 e f −1 ( y ) dy = A2 . a b x
a α
19
No cálculo de área entre gráficos de funções, há a opção de realizar as integrações na variá-
vel x ou y; estude os dois exemplos seguintes:
∫
2
A(R ) = ( y − 1/ y ) dy = ⎡⎣ y 2 /2 − ln y ⎤⎦ 1
1 1/2 1 2 x
= 2 − ln 2 − 1/2 + 0 = 3/2 − ln 2 u.a.
m ≤ f ( x ) ≤ M ∀x ∈ [ a , b ] .
∫ ∫ ∫
b b b
m dx ≤ f ( x ) dx ≤ M dx ,
a a a
ou
∫
b
m (b − a ) ≤ f ( x) dx ≤ M (b − a ) ,
a
ou ainda
b
m ≤
∫a f ( x) dx
≤ M .
b−a
k
∫
b
k = (b − a)−1 f ( x) dx = f (c) , f (c ) = k
a
donde, finalmente,
∫
b
f ( x) dx = f (c) (b − a) ■ . m
a
x
a c b
21
2. TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO
2.1 Integração das Funções Trigonométricas e de tan n x
As integrais das seis funções trigonométricas são:
(sen x )′
∫ ∫ sen x ∫ sen x dx = ln sen x + c = − ln csc x + c
cos x
cot x dx = dx =
= ln sec x + tan x + c
∫ tan n x sec 2 x dx
2
tan
x
∫ tan 3 x dx =
∫ 2
tan x (sec x − 1) dx =
∫ ∫
tan x sec2 x dx − tan x dx
∫ u du
u = tan x
2 v. acima
= n
(1/ 2) tan x du = sec2 x
∫ tan 4 x dx =
∫ tan 2 x (sec 2 x − 1) dx =
∫ ∫
tan 2 x sec 2 x dx − tan 2 x dx
=
u n +1 tan n +1 x
n +1
=
n +1
+c
(1/3) tan x 3 v. acima
3
tan x dx 2 3
, e assim por diante.
2
cot
x
∫ cot x dx = ∫
3 2
cot x (csc x − 1) dx =
∫ cot x
∫
2
csc x dx − cot x dx
2.2.1 O MÉTODO
Integrando (uv )′ = u ′v + uv ′ , obtemos uv = ∫ (u′v + uv ′) dx = ∫ u′v dx + ∫ uv ′ dx , donde
∫ u dv = uv − ∫v du , ou
∫ p dq = pq − ∫ q dp (as letras não importam) .
O método da integração por partes de ∫ f ( x) dx consiste em usar uma das duas fórmulas
destacadas acima para – definindo adequadamente u ( x ) e v ′( x ) de modo que u ( x )v ′( x ) = f ( x )
(no caso da primeira fórmula), ou u e dv de modo que u dv = f dx (no caso da segunda fórmu-
la) – expressar ∫ f ( x) dx em termos de uma integral mais simples: a que aparece no membro
direito daquelas fórmulas. Observe:
∫ Nx sen
Nx dx = N
x (−
u ( x ) v ′( x )
∫ 1 (−
cos x
) − N cos x
) dx = − x cos x + sen x + c ■
u v u′ v
∫ Nx sen x dx = N
u
x (−
dv
∫
cos x
) − (−
u
N = − x cos x + sen x + c ■
cos x
) dx
v v du
x2 1 x2 x2 x2 x2
∫ ∫ ∫
1
Exemplo 2: x
NN ln x dx = ln
N x − dx = ln x − x dx = ln x − +c ■
v′ u u 2
N 2
x N
N 2 2
2 4
v u′ v ∗
⎧⎪ u = ln x ⇒ du = dx / x x2
∫ ∫
1
ou fazendo ⎨ 2
donde uv − v du = ln x − x dx
⎪⎩ dv = x dx ⇒ v = x / 2 2 2
Exemplo 3:
∫ lnNx dxN = (lnNx) (Nx) − ∫ (Nx) (1/
u dv u
x) dx = x ln x − x + c ■
v v du
2.2.2.1 O método
A integração por partes transforma o problema de se calcular ∫ u dv no de calcular ∫v du ,
devendo esta última integral ser mais simples, mas que, às vezes, ainda precisa de outra integra-
ção por partes. Vejamos:
Exemplo 1:
e2 x e2 x 1 2 x
∫ ∫ ∫ ∫
1 2x 1 2x
x 2 eN
N
2x
x2
dx = N − x e 2 x dx ; ( ∗) x
N e
N
2x
dx = x
N 2 − e dx = xe − e .
u v′ u N2
p q ′ p N 2 2 4
v ( ∗) q
2x
∫
1 1 1 1
− ⎛⎜ x e 2 x − e 2 x ⎞⎟ + c = e 2 x ⎛⎜ x 2 − x + ⎞⎟ + c ■
e
∴ x 2e2 x dx = x 2
2 ⎝2 4 ⎠ 2 ⎝ 2⎠
23
Exemplo 2:
∫ ∫ ∫
⎡ x cos x) + ⎤
Nx dx = eN sen
eNx cos Nx − eN sen
Nx dx = e sen x − ⎢ eN (−
x x x
e x cos x dx ⎥
u v′ u v p q′ ⎣ p q ⎦
∫
= e x (sen x + cos x) − e x cos x dx ⇒
∫ ∫
1 x
⇒ 2 e x cos x dx = e x (sen x + cos x ) ⇒ e x cos x dx = e (sen x + cos x ) + c ■
2
v ′ sec2 x −1
P u P P u P v P
b)
∫ sec x dx = ∫
3 2
∫
sec x sec x dx = sec x tan x −
∫ ∫
tan 2 x sec x dx = sec x tan x + sec dx − sec3 x dx
∫ ∫
∫
3 1 1 3
⇒ 2 sec x dx = sec x tan x + sec x dx ⇒ sec x dx = sec x tan x + ln sec x + tan x + c ■
2 2
ln sec x + tan x
2
v′ sec x −1
P u P P
c f
e∫
c) dd sec5 x dx gg =
h ∫ 3 2 3 3
∫
sec x sec x dx = sec x tan x − 3 sec x tan 2 x dx
c f
∫
⎣⎢
⎦⎥
e ∫
= sec3 x tan x + 3 ⎡ sec3 x dx ⎤ − 3dd sec5 x dx gg
h
cd f
∫
1 3 1 1
∴ d sec5 x dx gg = sec3 x tan x + ⎡⎢ sec x tan x + ln sec x + tan x ⎤⎥ + c ■
e h 4 4⎣2 2 ⎦
Exemplo 1:
u ≡ sen x
∫ cos3 x dx =
∫ cos 2 x cos x dx =
∫ (1 sen 2 x
) cos x dx
−
f (sen x )
=
du = cos x dx ∫
(1 − u 2 ) du
u3 sen 3 x
=u− + c = sen x − +c ■
3 3
24
Exemplo 2:
f (sen 4 x )
2 2
1 u 3 2u 5 u 7
( )
u ≡ sen 4 x
∫ ∫
du 1
= u 2 (1 − u 2 ) 2 = (u 2 − 2u 4 + u 6 ) du = − + +c
du = 4 cos 4 x dx 4 4 4 3 5 7
=
4 (
1 sen 34 x 2sen 5 4 x sen 7 4 x
3
−
5
+
7
+c ■ )
Exemplo 3:
f ( cos(2 x + 1) )
sen 3(2 x + 1) sen 2(2 x + 1) ⎡⎣ 1 − cos 2 (2 x + 1) ⎦⎤ u ≡ cos(2 x + 1)
∫ cos(2 x + 1)
dx =
∫ cos(2 x + 1)
sen(2 x + 1) dx =
∫ cos(2 x + 1)
sen(2 x + 1) dx
du
=
=−2sen(2 x + 1)
dx
2 5/ 2 1/ 2
(1 − u ) − du
∫ ∫
u u 2
+ c = [ cos (2 x + 1) ] − 2 cos(2 x + 1) + c ■
5/ 2
= (u 3/ 2 − u −1/ 2 ) du = −
u 2 5/2 1/2 5
Reduzimos o grau da potência pela metade, assim tornando a integral mais fácil, eliminando
sen x e cos 2 x por meio das identidades trigonométricas sen 2 x = (1 − cos 2 x) / 2 e
2
Exemplo 1:
∫ ∫
1 1 sen 2ax
cos 2 ax dx = (1 + cos 2ax ) dx = ⎛⎜ x + ⎞+c
⎟
2 2⎝ 2a ⎠
Exemplo 2:
2
∫ sen 4 2 x dx =
∫ (sen 2 2 x) 2 dx =
⎣⎢ 2 ∫ ⎦⎥ 4 ∫
⎡ 1 (1 − cos 4 x) ⎤ dx = 1 (1 − 2 cos 4 x + cos 2 4 x) dx
1 sen 4 x 1 ⎛ sen 8 x ⎞ ⎤
= ⎡⎢ x − + ⎜x+ ⎟ +c
4⎣ 2 2⎝ 8 ⎠ ⎥⎦
Exemplo 3:
2
∫ ∫
⎡ 1 1
4
sen kx cos kx dx = 2
(1 − cos 2kx) ⎡ (1 + cos 2kx) ⎤ dx
⎤
⎢⎣ 2 ⎥⎦ ⎢⎣ 2 ⎥⎦
∫ ∫
1 1
= (1 − 2 cos 2kx + cos 2 2kx) (1 + cos 2kx) dx = (1 − cos 2kx − cos 2 2kx + cos 3
2kx) dx
8 8 [#]
∫ ∫
1 1 1
[#] cos3 2kx dx = cos3 y dy = sen y − = sen 2kx −
2k
2k 3 2k 3
v. acima
⎧1 − 2sen 2 x
(∗)
Que são deduzidas a partir da identidade trigonométrica cos 2 x = cos 2 x − sen 2 x = ⎨ 2
⎩ 2 cos x − 1
25
Como tan p x secq x = sen p x cos − ( p + q ) x e cot p x cscq x = sen − ( p + q ) x cos p x , então, com p ou
− ( p + q) ímpar, temos o caso já estudado na seç. 2.3.1.1. Por exemplo:
P
u
p = 3 (ímpar)
f (cos x )
− du
∫
u u sec x sec x
2 −7
= − (1 − u ) u du = − + +c = − +c ;
−6 −4 6 4
P u
− ( p + q ) = 3 (ímpar)
f (sen x )
du
∫ tan x sec 2 −5
x dx =
∫ sen x cos x dx = ∫
2 3 2 2
sen x (1 − sen x) cos x dx
3 5 3 5
∫ 2 u u 2 sen x sen x
= u (1 − u ) du = − +c = − +c .
3 5 3 5
E, com p e − ( p + q) pares, temos o caso já estudado na seç. 2.3.1.2. Por exemplo,
∫ tan
4
2 x sec−4 2 x dx = ∫ sen 4 2 x dx e ∫ tan
4
x sec −6 x dx = ∫ sen 4 x cos 2 x dx
∫ cot
p
integral x cscq x dx , bastando substituir tan por cot e sec por csc, e corrigir as diferenças
nos sinais oriundas da diferença entre as regras de diferenciação:
(tan x)′ = sec2 x e (sec x )′ = sec x tan x versus (cot x)′ = − csc2 x e (csc x )′ = − csc x cot x .
∫ tan x sec
p 2k + 2
x dx =
∫ tan x (sec x) sec x dx = ∫
p 2 k 2
+ tan x)
sec
tan x (1
= ∫ u (1 + u ) du
x dx
p
f (tan
Nx )
2 k 2
du
p k
u integral de potências
Exemplo 1:
1+ tan 2 x
P u = tan x u5 u7 tan 5 x tan 7 x
∫ 4 4
tan x sec x dx =
∫
tan x sec 2 x
sec 2 x dx 4
f (tan x )
=
du = sec 2 x ∫ u 4 (1 + u 2 ) du = + +c=
5 7 5
+
7
+c■
Exemplo 2:
(1+ tan 2 x )2
P u = tan x
∫ tan x sec x dx = 6
∫ tan 1/ 2
x sec 4
x
sec 2
f (tan x )
x dx =
du = sec2 x
u1/ 2 (1 + u 2 ) 2 du
∫
u 3/ 2 u 7 / 2 u11/ 2 2 tan 3/ 2 x 4 tan 7 / 2 x 2 tan11/ 2 x
=
∫ (u 1/ 2
+ 2u 5/ 2
+u 9/ 2
) du = +
3/2 7/2 11/2
+ +c =
3
+
7
+
11
+c ■
26
Exemplo 3:
u = tan 7 x
∫ ∫ ∫ ∫
du
sec67 x dx = sec4 7 x sec2 7 x dx = (1 + tan
2
7 x)2
sec27 x dx
= (1 + u 2 )2
f (tan 7 x )
du = 7sec27 x 7
=
1
7 ∫ 2 4
(1 + 2u + u ) du =
1
7
u+
2u 3 u 5
3
+
5
+c = ( 7
+
21
+ )
tan 7 x 2 tan 37 x tan 57 x
35
+c ■
∫ ∫ ∫ ∫
k
tan 2 k x sec2l +1 x dx = (tan 2 x)k sec2l +1 x dx = (sec2 x − 1)k sec2l +1 x dx = ∑ a j (sec x)2( j + l ) +1 dx .
j =0
Por exemplo,
∫ ∫ 7
∫
= sec x dx − 2 sec x dx + sec x dx . 5 3
e o resultado final é obtido com a substituição das integrais calculadas na seç. 2.2.2.2.
∫ sen 3 x cos 4 x dx =
∫
⎡1 1
⎢ 2 sen 7 x + 2 sen(
⎣
⎤
− x ) ⎥ dx =
− sen x ⎦
1 − cos 7 x
2 7
(1
+ ( cos x ) + c ■
2
)
1 − cos 6 x
∫ ∫ ∫
1
sen 2 3 x cos 4 x dx = cos 4 x dx = (cos 4 x − cos 6 x cos 4 x ) dx
2 2
∫ ∫
1 1 ⎡1 1
= cos 4 x dx − cos10 x + cos 2 x ⎤ dx
2 2 ⎣ 2 2 ⎦
=
2
(
1 sen 4 x
4
) (
−
1 sen10 x
4 10
−
4 2
) (
1 sen 2 x
+c ■ )
2.4 Integração por Substituição Trigonométrica
a2 − x2 , x2 + a2 ou x2 − a2
27
pode tornar-se mais simples mudando-se a variável x para a variável θ de modo que essas raízes
quadradas se transformem em expressões mais simples mediante o uso subsequente das identi-
dades trigonométricas 1 − sen 2θ = cos 2θ , 1 + tan 2θ = sec 2θ ou 1 + cot 2θ = csc2θ . Estudemos
cada um desses casos separadamente, sempre considerando a > 0 (sem perda de generalidade):
Exemplo 1:
a π /2 π /2 π /2
⎡ θ sen 2θ ⎤ π a2
∫
−a
2
a − x dx = 2
∫ 2 2 2
a − a sen θ a cos θ dθ = a
−π / 2 a cos 2θ = a cos θ ( ≥ 0)
2
∫
−π / 2
2
cos θ dθ = a ⎢ +
⎣2
2
=
4 ⎥⎦ −π / 2 2
■
leva a uma simplificação equivalente. Nesse caso, considerando θ ∈ [0, π ] (1o e 2o quadrantes), a
correspondência entre x e θ é biunívoca (a x = −a corresponde θ = π , e a x = a , θ = 0 ) e, em
particular, sen θ ≥ 0 . Vejamos:
a 0 0 0 2
⎡ θ sen 2θ ⎤ π a
∫
−a
2 2
a − x dx =
∫ 2 2 2
a − a cos θ ( − a sen θ ) dθ = − a
π a sen 2θ = a sen θ ( ≥ 0)
∫ 2
π
2 2
sen θ dθ = − a ⎢ −
⎣2 4 ⎥⎦ π
=
2
■
Exemplo 2:
x = a sen θ
dx
a2 ⎛ sen 2θ ⎞
∫ 2
a − x dx 2
=
∫ ∫
(a cos θ ) (a cos θ dθ ) = a 2 cos 2θ dθ =
2 ⎝
⎜θ +
2 ⎠
⎟+c
(#)
a2 ⎛ x x x2 ⎞
= ⎜ arcsen + 1− ⎟+c ■
2 ⎝ a a a2 ⎠
Essa primitiva pode obviamente ser usada para calcular novamente a integral definida no
Exemplo 1:
a
a2 ⎡ x2 ⎤ a2 ⎡ ⎤ π a2
∫
a
2 2 x x
a − x dx = ⎢ arcsen + 1− 2 ⎥ =
− arcsen(
⎢ arcsen1 −1)
⎥ = 2 .
−a 2 ⎣⎢ a a a ⎦⎥ − a 2 ⎢⎣ π / 2 −π / 2 ⎦⎥
28
Expliquemos a passagem indicada acima por (#), em que se retorna à variável original x:
sen 2θ x a2 − x2 x x2 a2 − x2
= sen θ ⋅ cos θ = ⋅ = ⋅ 1− 2 .
2 a a a a
Considere as expressões das seis funções trigonométricas em termos de x que se obtêm pela
figura acima:
Embora só possamos construir aquele triângulo retângulo quando o lado de tamanho x não seja
negativo, isto é, quando, x = a sen θ ∈ [0, a] , o que ocorre com θ no 1o quadrante, é fácil verifi-
car que, para x ∈ [−a, 0) , isto é, com θ no 4o quadrante, as relações acimas continuam válidas,
fornecendo, também neste quadrante, os sinais das funções trigonométricas corretamente.
Exemplo 3:
a2 − x2 x = a sen θ a cos θ
∫ x2
dx =
dx = a cos θ dθ ∫ a 2 sen 2θ
a cos θ dθ =
∫ cot θ dθ = ∫ (csc θ − 1) dθ
2 2
a2 − x2 x
= − cot θ − θ + c = − − arcsen + c ■
x a
Exemplo 4:
x + 2 = sen θ cos θ dθ
∫ ∫
dx dx dx dx
= = = =
− x2− 4 x − 3 −[ x 2 + 4 x + 3] −[( x + 2) 2 − 1] 1 − ( x + 2) 2 dx = cos θ dθ 1 − sen θ 2
cos θ
=
∫ dθ = arcsen θ + c = arcsen ( x + 2) + c ■
Um modo mais fácil de calcular essa integral é o seguinte:
x+2 = u
∫ ∫
dx dx du
= = = arcsen u + c = arcsen ( x + 2) + c ■
− x2− 4 x − 3 1 − ( x + 2) 2 dx = du 1 − u2
x = a tan θ .
29
Podemos admitir que θ ∈ ( −π /2 , π /2) (variação nos 4o e 1o quadrantes), onde a transfor-
mação é biunívoca e, em particular, secθ > 0 .
Em muitas integrais, essas relações aparecem com o x substituído por outra expressão de x
[e.g., 2( x − 5) no Exemplo 7 abaixo].
Exemplo 5:
π /4 π /4
∫ ∫ ∫
a
x 2 + a 2 dx = a 2 tan 2θ + a 2 a sec 2θ dθ = a 2 sec3θ dθ
−a −π / 4
−π / 4
a sec2θ = a secθ
π /4
a2 ⎡ ⎤ a2 ⎡
=
2 ⎢ sec θ tan θ + ln sec θ + tan θ ⎥ =
2 ⎣
{ 2 + ln( 2 + 1) − } { 2 (−1) + ln( 2 − 1) ⎤
⎦ }
⎣ ⎦ −π / 4
a2 ⎡ 2 +1⎤ a2
= ⎢ 2 2 + ln ⎥ = ⎡ 2 2 + ln (3 + 2 2) ⎤⎦ ■
2 ⎣ 2 −1⎦ 2 ⎣
Exemplo 6:
2+ 3 2+ 3 t = x−2 3
∫ ∫ ∫
dx dx dt
= = =
3 x2 − 4 x + 5 3 ( x − 2) 2 + 1 dt = dx 1 t2 + 1
π π /3
t = tan θ
sec 2θ dθ
∫
3
= = ln sec θ + tan θ = ln (2 + 3) − ln( 2 + 1) ■
2
dt = sec θ
π sec θ π /4
4
Exemplo 7. Para x ∈ \ :
2( x − 5) ≡ 3tan θ
3 sec2θ
∫ ∫ ∫
dx dx 1
= = dθ = ln sec θ + tan θ + c
4 x 2 − 40 x + 109 [2( x − 5)]2 + 9 2 dx = 3sec2θ dθ 2
3sec
θ
2
secθ
(#)
1 4 x 2 − 40 x +109 2( x −5) 1
= ln + + c = ln ⎢⎡ 4 x 2 − 40 x +109 + 2( x −5) ⎥⎤ + c′ ■
2 3 3 2 ⎣ ⎦
onde se definiu ( −1/ 2) ln 3 + c ≡ c′ .
(#)
A figura abaixo nos auxilia a realizar a passagem . O triângulo retângulo é tal que
2 ( x − 5) hipotenusa 4 x 2 − 40 x + 109
sec θ = . Concluímos que secθ = = ∀x ∈ \ .
3 cateto adjacente 5
30
θ
3
x = a cot θ ,
Exemplo 8:
π π
3 x = cot θ 2
− csc θ dθ
∫ ∫
dx 6 6
=2 = ln csc θ + cot θ = ln (2 + 3) − ln( 2 − 1) ■
−1 x2 + 1 dx =− csc θ dθ π−
π csc θ π−
π
4 4
x = a secθ .
Exemplo 9:
10 π /3 π /3
( x − 5) dx x = 5sec θ (5sec θ − 5) 5sec θ tan θ dθ
∫ 5 2
2
x − 25
=
dx = 5sec θ tan θ dθ ∫ π /4 5 tan θ
=5
∫ π /4
(sec2θ − sec θ ) dθ
π /3
⎡ ⎤
= 5 ⎢ tan θ − ln sec θ + tan θ ⎥ = 5 ⎡⎣ 3 − ln(2 + 3) − 1 + ln( 2 + 1) ⎤⎦ .
⎣ ⎦ π /4
Vejamos essa mesma função integrada num intervalo de valores negativos de x. Uma vez
que os valores correspondentes de θ estão no 2o quadrante, onde a função tan θ é negativa (e,
portanto, tan 2θ = − tan θ ), esse cálculo é como segue:
31
π
−5 2 π−
( x − 5) dx x = 5secθ
(5sec θ − 5) 5sec θ tan θ dθ
∫ ∫
4
= −
−10
2
x − 25 dx = 5secθ tan θ dθ π−
π −5 tan θ
3
π π
π− π−
⎡ ⎤ 4
∫
4
= −5 π
(sec 2θ − sec θ ) dθ = −5 ⎢ tan θ − ln sec θ + tan θ ⎥
π−
3
⎣ ⎦ π −π
3
⎡ ⎤
( ⎡
= −5 ⎢ −1 − ln − 2 − 1 − − 3 − ln −2 − 3 ⎥ = 5 ⎢ 1 + ln
⎣ ⎦ ⎣
) ⎤
2 + 1 − 3 − ln 2 + 3 ⎥ .
⎦
Nesse caso, para quem não gosta de trabalhar com ângulos fora do 1o quadrante, a mudança
para a variável positiva u = − x elimina esse incômodo:
−5 2 5 2 10
( x − 5) dx (−u − 5) (− du ) (u + 5) du
∫ ∫ ∫
u = −x
= =−
2 2
−10 x − 25 10 u − 25 5 2 u 2 − 25
π /3 π /3
u = 5secθ
(5sec θ + 5) 5sec θ tan θ dθ
=
du = 5secθ tan θ dθ
−
∫ π /4 5 tan θ
= −5
∫ π /4
(sec 2θ + sec θ ) dθ
π /3
⎡ ⎤
= −5 ⎢ tan θ + ln sec θ + tan θ ⎥ = −5 ⎡⎣ 3 + ln(2 + 3) − 1 − ln( 2 + 1) ⎤⎦ .
⎣ ⎦ π /4
Passemos agora a considerar integrais indefinidas. No cálculo delas, não sabendo se os valo-
res da função secθ estão no intervalo [1, ∞ ) ou ( −∞, −1] , isto é, se θ varia no 1o ou no 2o qua-
drante, respectivamente, devemos ter o cuidado de escrever tan 2θ = ± tan θ , em que o sinal
"+" deve ser usado se tan θ ≥ 0 (isto é, se θ for do 1o quadrante, onde secθ ≥ 1 ), e o sinal "−"
deve ser usado se tan θ ≤ 0 (isto é, se θ for do 2o quadrante, onde secθ ≥ −1 ).
Mais uma vez ressalte-se que, em muitas integrais, essas relações aparecem com o x substi-
tuído por outra expressão de x [por exemplo: 2( x − 3) no Exemplo 12 a seguir].
Exemplo 10:
x = secθ
x2 − 1 ± tan θ
∫ x
dx =
∫ secθ sec θ tan θ dθ = ±
∫ tan θ dθ = ± ∫ (sec θ − 1) dθ
2 2
(
= ± (tan θ − θ ) = ± ± x 2 − 1 − arcsec x + c )
= x 2 − 1 − (± ) arcsec x [ "+" se x ≥ 1 e "−" se x ≤ −1 ] ■
32
Exemplo 11:
x +1 = secθ
sec θ tan θ dθ sec θ cos θ
∫ ∫ { ⎡ ( x + 1) − 1⎤ } ∫ ∫ ∫
dx dx
= = = ± dθ = ± dθ
[2 x + x 2 ]3/ 2 2 1/ 2 3 { ± tan θ }3 tan 2θ sen 2θ
⎣ ⎦
u = sen θ
−1 −1 x +1
∫
du
= ± =± +c =± +c =− ( x < −2 ou x > 0) ■
u 2
u sen θ 2 x + x2
Nesse caso, "+" se secθ = x +1 > 1 (θ no 1o quadrante) e "−" se secθ = x + 1 < −1 (θ no 2o quad.).
Logo, pela figura à direita, tendo em conta que a função
cscθ é positiva em ambos 1o e 2o quad. (nos quais o sinal x +1
2x + x2 ( x + 1) 2 − 1
de x + 1 são opostos), deduzimos que sen θ = ± .
x +1 θ = 2 x + x2
1
Uma alternativa à mudança x = a secθ é a realização da transformação de variável
x = a cscθ ,
considerando que, aos valores de x no intervalo ( −∞, − a ] ∪ [ a, ∞ ) , correspondam os valores de θ
no intervalo [ −π /2, 0) ∪ (0, π /2] (variação nos 4o e 1o quadrantes), onde a correspondência é
biunívoca, ressaltando, em particular, que a função cot θ é positiva (negativa) no 1o (4o) qua-
drante. Vamos ilustrar o uso dessa transformação refazendo a primeira integral definida no
Exemplo 9:
± tan θ
(#) 1 2( x − 3) 4 x 2 − 24 x + 11
∫
1
=± sec θ dθ = ± ln sec θ + tan θ + c = ± ln ± +c ,
2 2 5 5
1 11 1
= ± ln 2( x − 3) ± 4 x 2 − 24 x + 11 + c ⎛⎜ "+" se x > e "−" se x < ⎞⎟ ■
2 ⎝ 2 2⎠
(#)
onde se fez (1/ 2) (− ln 5) + c ≡ c1 . A passagem é efetuada com a ajuda da figura abaixo, um
2 ( x − 3) 4 x 2 − 24 x + 11
triângulo retângulo no qual sec θ = e tan θ = .
5 5
2 ( x − 3)
[2( x − 3)]2 − 25 = 4 x 2 − 24 x + 11
θ
5
Para entender o uso dos sinais, note que o sinal "+" deve ser empregado se
sec θ = 2( x − 3) / 5 > 1 , isto é, para x > 11/ 2 , e o sinal ("−"), se sec θ = 2( x − 3) / 5 < −1 , isto é,
33
para x < 1/ 2 . [É fácil constatar que ( −∞ ,1/ 2) ∪ (11/ 2, ∞ ) é o domínio da função no integrando,
obtido exigindo-se que 4 x 2 − 24 x + 11 > 0 .]
Exemplo13:
10 π /6 π /6
( x − 5) dx x = 5cscθ (5csc θ − 5)(−5csc θ cot θ dθ )
∫ 5 2
2
x − 25
=
∫ π /4 25cot θ
2
=5
∫ π /4
(− csc 2θ + csc θ cot θ ) dθ
cot θ
π /6
⎡ ⎤
= 5 ⎢ cot θ − ln csc θ + cot θ ⎥ = 5 ⎡⎣ 3 − ln(2 + 3) − 1 + ln( 2 + 1) ⎤⎦ .
⎣ ⎦ π /4
f ( x) Q ( x) + R( x)
∫ ∫ ∫
P( x) R( x) P( x) R( x)
= = f ( x) + ⇒ dx = f ( x) dx + dx .
Q( x) Q( x) Q( x) Q( x)
Q( x)
integral de
um polinômio
Essa equação mostra que a integral da função racional original pode ser expressa como sendo a
soma da integral de um polinômio com a integral de uma função racional à qual o método se
aplica, pois o numerador, R ( x ) , é um polinômio de grau menor que o grau do polinômio no de-
nominador, Q ( x ) .
É necessário também tomar a forma irredutível da função racional, bastando, se for o caso,
cancelar os fatores comuns no numerador e denominador.
Pois bem, a ideia é expandir P ( x ) / Q ( x ) numa soma de frações mais simples, chamadas
frações parciais da função racional P(x)/Q(x). A decomposição de Q ( x ) em fatores irredutíveis
pode apresentar fatores lineares ( ax + b ) , quadráticos (ax 2 + bx + c) ou de maior grau. Conside-
raremos apenas polinômios Q ( x ) cuja decomposição não apresente fatores irredutíveis de grau
maior que dois.
Note que
5x − 4 2 3
= + ;
( x − 2) ( x + 1) x − 2 x + 1
logo,
5x − 4
∫ ∫ ∫
2 3
dx = dx + dx = 2 ln x − 2 + 3ln x + 1 + c .
( x − 2) ( x + 1) x−2 x +1
34
5x − 4
Portanto, integrar é fácil desde que conheçamos sua decomposição na soma
( x − 2) ( x + 1)
2 3
das frações parciais (de denominadores lineares, no caso) e . Abaixo mostramos dois
x − 2 x +1
modos de obter tal decomposição:
5x − 4 A B A( x + 1) + B( x − 2) ( A + B) x + ( A − 2 B)
≡ + = =
( x − 2) ( x + 1) x − 2 x + 1 ( x − 2) ( x + 1) ( x − 2) ( x + 1)
⎧A+ B = 5 ⎧A = 2 5x − 4 2 3
∴⎨ ⇒ ⎨ ∴ = +
⎩ A − 2 B = −4 ⎩B = 3 ( x − 2) ( x + 1) x − 2 x + 1
5x − 4 A B × ( x − 2) ⎡ 5x − 4 B ( x − 2) ⎤
≡ + ⎯⎯⎯⎯ → ⎢ = A+ → A=2
( x − 2) ( x + 1) x − 2 x + 1 + 1
⎣ x + 1
⎥⎦
x x=2
10 − 4 0
2 +1
× ( x +1) ⎡ 5 x − 4 A( x + 1) ⎤
⎯⎯⎯⎯ → ⎢ = +B⎥ → B=3
− 2
⎣ x − 2
x ⎦ x = −1
−9 0
−3
Exemplo 1:
3x − 5
∫ ∫ ∫
1 dx 8 dx 1 8
dx = + = ln x − 2 + ln x + 1 + c
2
x −x−2 3 x−2 3 x +1 3 3
pois
⎧ 3x − 5 1
⎪A = x +1
=
3
3x − 5 A B p/ subst. ⎪ x=2
= + ⎯⎯⎯⎯ → ⎨
2
x −x−2
x − 2 x +1 ⎪B = 3x − 5 8
=
( x − 2)( x +1) ⎪⎩ x−2 x =−1 3
Exemplo 2:
5 x5 − 13 x 4 − 30 x3 + 19 x 2 − 58 x − 16 3 x 2 − 26 x − 16
I ≡
∫ x3 − 2 x 2 − 8 x
dx =
∫ (5 x 2 − 3 x + 4) dx +
∫ x3 − 2 x 2 − 8 x
dx ,
5 x5 − 13 x 4 − 30 x3 + 19 x 2 − 58 x − 16 x3 − 2 x 2 − 8 x
−5 x5 + 10 x 4 + 40 x3 5 x 2 − 3x + 4
− 3 x 4 + 10 x3 + 19 x 2 − 58 x − 16
3x 4 − 6 x3 − 24 x 2
4 x3 − 5 x 2 − 58 x − 16
−4 x3 + 8 x 2 + 32 x
3 x 2 − 26 x − 16
Mas
⎧ 3x 2 − 26 x − 16 −16
⎪A = = =2
⎪ ( x − 4)( x + 2) x =0
−8
⎪
3x 2 − 26 x − 16 A B C p/ subst. ⎪ 3x 2 − 26 x − 16 −72
= + + ⎯⎯⎯⎯ → ⎨B = = = −3
3
x − 2
2
x − 8 x
x x−4 x+2 ⎪ x( x + 2) x=4
24
x ( x − 4)( x + 2) ⎪ 2
⎪C = 3x − 26 x − 16 48
= =4
⎪ x( x − 4) 12
⎩ x =−2
Logo,
5 x3 3x 2
I =
3
−
2
+ 4x +
∫ ⎛ 2 − 3 + 4 ⎞ dx
⎜
⎝ x x−4 x+2⎠
⎟
5 x3 3x 2
= − + 4 x + 2 ln x − 3ln x − 4 + 4 ln x + 2 + c ■
3 2
Exemplo 1:
3x 2 + 4 x + 2 A B1 B2
= + +
x ( x + 1) 2 x x + 1 ( x + 1) 2
3x2 + 4 x + 2
A= =2 [multiplicou-se a equação acima por x e substituiu-se x por 0]
( x + 1) 2 x =0
3x 2 + 4 x + 2
B2 = = −1 [multiplicou-se por ( x + 1) 2 e substituiu-se x por −1 ]
x x =−1
P2 −1
P
3 x + 4 x + 2 A ( x + 1) + B1 x( x + 1) + B2 x (2 + B1 ) x 2 + (3 + B1 ) x + 2
2 2
= =
x( x + 1) 2 x( x + 1) 2 x( x + 1) 2
⎧ 2 + B1 = 3 3x 2 + 4 x + 2 2 1 1
∴⎨ ⇒ B1 = 1 ∴ = + −
⎩ 3 + B1 = 4 x x + 1 ( x + 1) 2
2
x ( x + 1)
Logo,
3x 2 + 4 x + 2
∫
1
= 2 ln x + ln x + 1 + +c ■
x ( x + 1) 2
x +1
Exemplo 2:
3
3x − 2 3x − 2 3x − 2
∫
A A B
I = dx ; = 2 = 1 + 22 +
2 x3 − x 2 3
x −x 2
x ( x − 1) x x x −1
3x − 2 3x − 2
A2 = =2 e B= =1
x −1 x=0 x2 x =1
3 x − 2 = A1 x ( x − 1) + N B x2 = (N
A2 ( x − 1) + N A1 + 1) x 2 + ( − A1 + 2) x − 2 ⇒
A1 = −1
2 1 0 3
Logo,
3 3
⎛ −1 + 2 + 1 ⎞ dx = ⎡ − ln x − 2 + ln x − 1 ⎤
I =
∫ ⎜
2 ⎝ x x2 x − 1 ⎠
⎟ ⎢⎣ x ⎥⎦ 2
2 4 1
= − ln 3 − + ln 2 − ( − ln 2 − 1 + ln1 ) = ln + ■
3 3 3
Exemplo 1:
8 x 2 + 3x + 20 8 x 2 + 3 x + 20 Ax + B C
= = 2 +
x3 + x 2 + 4 x + 4
2
( x + 4)( x + 1) x + 4 x +1
x 2 ( x +1) + 4( x +1) = ( x 2 + 4)( x +1)
8 x 2 + 3 x + 20
Determinamos C pelo mét. de subst.: C = =5
x2 + 4 x =−1
8 x 2 + 3x + 20 = ( Ax + B)( x + 1) + C ( x 2 + 4) = ( N
A + 5) x 2 + ( N
A + B) x + ( + 20)
B
⇒ A = 3 e B = 0.
8 3 20
Logo,
8 x 2 + 3 x + 20
∫ ∫ ∫
3x 5 3
dx = dx + dx = ln x 2 + 4 + 5ln x + 1 + c ■
x3 + x 2 + 4 x + 4 2
x +4 x +1 2
Exemplo 2:
3 x3 + 11x − 16 Ax + B Cx + D
2 2
= 2 + 2
( x + 1)( x + 4 x + 13) x + 1 x + 4 x + 13
↑ ↑
irredutíveis
Logo,
38
+ 4 −7
x
2
3
3x + 11x − 16 x −1 2x − 3
∫ (x 2
+ 1)( x 2 + 4 x + 13)
dx =
∫x 2
+1
dx +
∫x 2
+ 4 x + 13
dx
( ∗)
2x + 4
∫ ∫ ∫ ∫
x 1 dx
= 2
dx − 2
dx + 2
dx − 7 2
x +1 x +1 x + 4 x + 13 x + 4 x + 13
1 7 x+2
= ln( x 2 + 1) − arctan x + ln( x 2 + 4 x + 13) − arctan +c ■
2 3 3
x+2 ⎞
∫ x + 4x +13 = ∫ 9 + ( x + 2) ∫1+ ⎛ x+2 ⎞ ∫
1 1 1 1
= arctan u = arctan ⎛⎜
dx dx dx du
(∗) = = ⎟
2 2
9 2
3 1+ u 2
3 3 ⎝ 3 ⎠
⎜N3 ⎟
⎝ u ⎠
Exemplo 3:
x3 + x + 2 A Bx + C Dx + E 2 2x − 1 2x
2 2
= + 2 + 2 2
= − 2 − 2
x ( x + 1) x x + 1 ( x + 1) x x + 1 ( x + 1)2
pois, pelo método de substituição, temos que
x3 + x + 2
A= =2
( x 2 + 1) 2 x=0
1
= 2 ln x − ln( x 2 + 1) + arctan x + 2
+c ■
x +1
t ≡ x 2 +1
∫ ∫
2x dt 1 1
(∗) dx = = = 2
( x + 1)2
2 dt = 2 x dx t 2
t x +1
Exemplo 4:
x 5 − 2 x 4 + 2 x 3 + x − 2 A B Cx + D Ex + G
= + + +
x 2 ( x 2 + 1) 2 x x2 x 2 + 1 ( x 2 + 1) 2
Determinamos, pelo mét. de subst.,
x5 − 2 x 4 + 2 x3+ x − 2
B= = −2
( x 2 + 1) 2 x =0
e, pelo mét. de igualar coef., as demais constantes:
39
⎫ ⎧C = 0
5 4 3 ⎪ ⎪D = 0
x − 2x + 2x + x − 2 = ⎪
⎪ ⎪⎪
2 2 2 2 2 2 2
Ax( x + 1) + N B ( x + 1) + (Cx + D ) x ( x + 1) + ( Ex + G ) x ⎬ ⇒ ⎨E = 0
−2 ⎪ ⎪G = 4
= (N 5
A + C ) x + (N 4
D − 2) x + (2 3
A + C + E
) x + (
2
Ax − 2⎪
D + G − 4) x + N ⎪
⎪ ⎪⎩ A = 1
1 −2 2 `0 1 ⎭
Logo,
x5 − 2 x 4 + 2 x3 + x − 2
∫ ∫ ⎡1 − 2 + 4 ⎤ dx = ln x + 2 + 2 ⎛⎜ arctan x + x ⎞⎟ + c
dx = ⎢⎣ x x 2 ( x 2 + 1) 2 ⎥⎦
x 2 ( x 2 + 1) 2 x ⎝ x2 + 1 ⎠
x = tan θ sec2θ dθ
∫ ∫ ∫ cos θ dθ
dx 2
=2 =
( x + 1)2
2
dx = sec θ dθ sec4θ
θ cos
2sen θ
=
θ
2
+
sen 2θ
4
1
= ( θ + sen θ cos θ ) =
2
1
2
arctan x + 2
x
x +1
( )
onde, para expressar sen θ e cosθ em função de x, fizemos uso da figura abaixo:
⎫ ⎧ x
x2 + 1 ⎪ ⎪ sen θ =
⎪ ⎪ x2 + 1
x ⎬⇒ ⎨
⎪ ⎪ cos θ = 1
θ ⎪⎭ ⎪⎩ x2 + 1
1
Observação:
Considere os seguintes cálculos da integral indefinida de 1 / ( x 2 − a 2 ) (a > 0) :
x = a secθ
a sec θ tan θ dθ 1 x+a
∫ ∫ ∫
dx 1 1
= = csc θ dθ = − ln csc θ + cot θ = − ln .
x − a2
2 2
a tan θ2
a a a x2 − a2
x = a sen θ
a cos θ dθ a+x
∫ ∫ ∫
dx 1 1 1
= = − sec θ dθ = − ln sec θ + tan θ = − ln .
x2 − a2 − a 2 cos 2θ a a a a2 − x2
∫ ∫ ∫
1 ⎛ 1 − 1 ⎞ dx = 1 ln x − a − ln x + a
dx
x − a2
2
=
dx
=
( x − a ) ( x + a ) 2a
⎜ ⎟
⎝ x−a x+a ⎠ 2a
( ).
Ax + B
2.6 Integral de 2 γ
(com b 2 − 4ac < 0)
(ax + bx + c )
Pdu ⎧ u −γ +1 k (ax 2 + bx + c) −γ +1
Ax + B k u ′dx ⎪⎪ k + C = + C (γ ≠ 1)
∫ (ax 2
+ bx + c)γ
dx =
∫ uγ
= k u
∫
−γ
du = ⎨ −γ + 1 ( −γ + 1)
⎪ k ln u = k ln ax 2 + bx + c + C (γ = 1)
⎪⎩
Por outro lado, se Ax + B não for uma constante vezes a derivada de ax 2 + bx + c , come-
çamos por completar o quadrado neste trinômio e prosseguimos como mostra o exemplo abaixo.
12 x − 13
Calculemos I =
∫ (3x − 24 x + 55) 2
2
dx :
12 x − 13 12 x − 13 x−4 = t 12(t + 4) − 13
I =
∫ (3 x − 24 x + 55) 2
2
dx =
∫ x − 4) 2 + 7] 2
[3( N
dx =
dx = dt ∫ [3t 2 + 7] 2
dt
t
∫ ∫
t dt dt
= 12 2 2
+ 35 2 2
= 12 J + 35 K .
[3t + 7]
[3t +
7]
J K
Cálculo de J:
u = 3t 2 + 7
−1
∫ ∫
t dt 1 du 1
J = = =− = .
[3t + 7] 2
2
du = 6t dt 6 u 2
6u 2
6 (3x − 24 x + 55)
Cálculo de K:
1 7 ⎛ θ sen 2θ ⎞ 1 7
= ⎜ + ⎟= (θ + sen θ cos θ )
72 3⎝ 2 4 ⎠ 2 ⋅ 72 3
1 7 ⎧⎪ ⎡ 3 ⎤ 21 ( x − 4) ⎫⎪
= ⎨ arctan ⎢ ( x − 4) ⎥ + 2 ⎬ ,
2 ⋅ 72 3 ⎪⎩ ⎣ 7 ⎦ 3 x − 24 x + 55 ⎪⎭
41
onde sen θ e cos θ em função de x foram deduzidos com o auxílio da figura abaixo. Logo,
J
K
−1 1 7 ⎪⎧ ⎡ 3 ⎤ 21 ( x − 4) ⎪⎫
I = 12 ⋅ 2
+ 35 ⋅ 2 ⎨ arctan ⎢ ( x − 4) ⎥ + 2 ⎬ + C
6 (3 x − 24 x + 55) 2⋅7 3 ⎩⎪ ⎣ 7 ⎦ 3 x − 24 x + 55 ⎭⎪
35 7
−2 + ⋅ 21 ( x − 4)
2⋅7 2
3 35 7 ⎡ 3 ⎤
= 2
+ arctan ⎢ ( x − 4) ⎥ + C
3x − 24 x + 55 2 ⋅ 72
3 ⎣ 7 ⎦
5 x − 24 5 ⎡ 3 ⎤
= 2
+ arctan ⎢ ( x − 4) ⎥ + C .
3x − 24 x + 55 2 21 ⎣ 7 ⎦
3( x − 4) 2 + 7 = 3 x 2 − 24 x + 55 3 ( x − 4)
sen θ =
3 ( x − 4) 3 x 2 − 24 x + 55
θ cos θ =
7
2
7 3 x − 24 x + 55
Observação: No título desta seção especifica-se que b 2 − 4ac < 0 (trinômio irredutível em
\ ), mas nada impede a aplicação da técnica explicada quando (ax 2 + bx + c)γ tem zeros reais e
γ é um racional não-inteiro (se γ for inteiro, a integral pode ser efetuada diretamente ou por fra-
∫
x dx
ções parciais). Como exemplo, calculemos I = , em que o primeiro passo
(−5 − 6 x − x 2 )3/ 2
consiste em completar o quadrado:
(t − 3) dt
∫ ⎡⎣ 4 − ( x + 3) ⎤⎦ ∫[4 − t
x dx x +3 = t
I= = =J+K
2 3/ 2
2 ] 3/ 2
− du
∫[4 − t ∫
t dt u = 4−t 2 1
J = = = u −1/ 2 =
2 ]
3/ 2 du = − 2t dt
2u 3/ 2
−5 − 6 x − x 2
t = 2sen θ
−3 dt −3(2 cos θ dθ ) x+3
∫( ∫ ∫
3 3 3
K= = =− sec2θ dθ = − tan θ = − .
) ( 2 cos θ )
3 3
2 4 4 4 −5 − 6 x − x 2
4−t
1 3 x+3 −5 − 3 x
∴I = − +c = +c ■
−5 − 6 x − x 2 4 −5 − 6 x − x 2
4 −5 − 6 x − x 2
2
t = x+3 x+3
⇒ tan θ =
θ −5 − 6 x − x 2
4 − t2 = −5 − 6 x − x 2
42
2.7 Substituições Diversas
Exemplo 1:
u≡ x
∫ ∫ ∫
∴ x =u2 1
2u du = 2 ⎛⎜ 1 − ⎞ du = 2 u − arctan u + c
x u
dx = ⎟ ( )
1+ x dx = 2u du 1+ u 2
⎝ 1 + u2 ⎠
= 2 x − 2 arctan x + c ■
Exemplo 2:
u≡ x+4
∴ x =u2 − 4
x+4 u2
∫ ∫ ∫ ∫
4 ⎞
du = 2 ⎛⎜ 1 + 2
u
dx = 2u du = 2 ⎟ du
x dx = 2u du 2
u −4 2
u −4 ⎝ u −4⎠
⎡ ⎤
∫ ∫
4 1 1 ⎞
= 2 ⎢1 + ⎥ du = 2 ⎛⎜ 1 + − ⎟ du = 2 ( u + ln u − 2 − ln u + 2 ) + c
⎣ (u − 2)(u + 2) ⎦ ⎝ u−2 u+2⎠
Exemplo 3:
3u 2 du ⎧ x = u3
∫ ∫ ∫
dx 1 ⎤
= = 3 ⎡⎢ (u − 1) + du u= 3
x ⇒ ⎨
u + 1 ⎥⎦
2
1+ 3 x 1+ u ⎣ ⎩ dx = 3u du
=3 ( u2
2 )
− u + 3ln u + 1 + c u2
2
u +1
3 −u − u u −1 u2 1
= x 2/3 − 3x1/3 + 3ln x1/3 + 1 + c ■ −u ∴ = (u − 1) +
2 1+ u u +1
u +1
1
Exemplo 4:
⎪⎧ x = u − 1
2 3
x3 dx (u 3 − 1) u 2 du 3
∫ ∫ ∫
3 3
= = (u 4 − u ) du = u= x2 + 1 ⇒ ⎨
3
x2 + 1 2 u 2 2
⎪⎩ 2 x dx = 3u du
2 5(
3 u5 u 2
−
2
3
) 3
+ c = ( x 2 + 1)5/3 − ( x 2 + 1) 2/3 + c ■
10 4
3
x3 dx = x 2 ( x dx) = (u 3 − 1) u 2 du
2
Exemplo 5:
∫(u )
( ∗)
6 u 5 du u 3du
∫ ∫ ∫
dx 2 1
= = 6 =6 + u +1+ du
x−3 x u3 − u 2 u −1 u −1
=6
u3 u 2
3
+
2 ( )
+ u + ln u − 1 + c = 2 x1/ 2 + 3x1/3 + 6 x1/ 6 + 6 ln x1/ 6 − 1 + c ■
⎧⎪ dx = 6 u 5 dx
Passagem (∗) : u = x [ 6 = mmc(2,3) ] ⇒ x = u ⇒ ⎨
6 6
1/ 2 3 1/3 2
⎪⎩ x = u e x = u
43
Exemplo 6:
∫(u )
( ∗) 12 u11du u 8 du
∫ ∫ ∫
dx 7 1
= = 12 = 12 − u6 + u5 − u 4 + u3 − u 2 + u − 1 + du
3
x+4x u 4 + u3 u +1 u +1
= 12 ( u8 u 7 u 6 u5 u 4 u3 u 2
8
−
7
+
6
−
5
+
4
−
3
+
2
− u + ln u + 1 + c = " )
1/12
⎧⎪ dx = 12 u11du
Passagem (∗) : u = 12 x = x ⇒ x = u12 ⇒ ⎨
1/3 4 1/ 4 3
⎪⎩ x = u e x = u
Exemplo 7:
⎧u = 7 x
(∫ u + u u− 1 ) du
( ∗) 6 3
∫ ∫ ∫
dx 7 u du 7u du ⎪
= = =7 (∗) ⎨ x = u 7
7
x − 5 7
x 3 u5 − u3 u2 − 1 2
⎪ dx = 7u 6 du
⎩
=7 ( u2 1 7 7
)
+ ln u 2 − 1 + c = x 2/ 7 + ln x 2/ 7 − 1 + c ■
2 2 2 2
Exemplo 8:
∫(u )
(∗)
12 u11du 12 u 3du ⎧ mmc(4,3) = 12
∫ ∫ ∫
dx 2 1
= = = 12 + u +1+ du ⎪⎪ u = 12 x
4
x3 − 3 x 2 u9 − u8 u −1 u −1 (∗) ⎨ 12
⎪x = u
= 4u 3+ 6u 2 + 12u + 12 ln u −1 = 4 x1/ 4 + 6 x1/ 6 + 12 x1/12 + 12 ln x1/12 − 1 ■ 11
⎩⎪ dx = 12u du
Com a substituição t = tan( x /2) , podemos converter qualquer função racional nas duas
variáveis sen x e cos x em uma função racional de t. Para isso, empregamos as fórmulas deduzi-
das abaixo:
tan
x
=t x x 1 t2 1 − t2
2 cos x = cos 2 − sen 2 = − =
2 2 1 + t2 1 + t2 1 + t2
1 + t2 x 1
t cos = x x t 1 2t
2 1 + t2 sen x = 2sen cos = 2 =
2 2 1 + t2 1 + t2 1 + t2
x /2 x t
sen = 1 2x 1 + t2 2 dt
1 2 1+ t 2 dt = sec dx = dx ⇒ dx =
2 2 2 1 + t2
Exemplo 1:
2 dt −1 −1
∫ ∫ ∫ ∫
dx 2 dt 1 2 dt x
= = = = + c = + c = − cot + c■
1 − cos x 1 + t2 1 − t2 1 + t 2 − (1 − t 2 ) 2t 2 t tan
x 2
1−
1 + t2 2
44
Exemplo 2:
−3/4 1/4 ⎤
∫ ∫ ) ∫ ∫ ∫
dx 2 dt 1 2 dt 2 dt
= = = = ⎡ + dt =
3 − 5sen x 1 + t 3 − 5 2t
2
1 + t2
( 2
3 + 3t − 10t (t − 3) (3t −1) ⎣ 3t − 1 t − 3 ⎦⎥
1 1 1 x 1 x
= − ln 3t − 1 + ln t − 3 + c = − ln 3 tan − 1 + ln tan − 3 + c ■
4 4 4 2 4 2
Exemplo 3:
(1 − t 2 ) / (1 + t 2 ) (1 − t 2 ) dt
∫ ∫ ∫ ∫
2 cos x dx cos x dx 2 dt
= = = 2
sen 2 x + 2sen x sen x cos x + sen x 1+ t 2 2t 1 − t 2 2t 2t (1 − t 2 ) + 2t (1 + t 2 )
+
1+ t 2 1+ t 2 1+ t 2
(1 − t 2 ) dt 1 ⎛ 1
∫ ∫ ⎞ 1 1 2 1 x 1 2 x
=2 = ⎜ − t ⎟ dt = ln t − t + c = ln tan − tan +c ■
4t 2 ⎝t ⎠ 2 4 2 2 4 2
Exemplo 4:
−2 /5 1/5 ⎤
∫ ∫ ∫ ∫
dx 2 dt 1 dt
= =− =− ⎡ + dt
( 1 +2tt ) + 3⎜⎝⎛ 11 +− tt 2t + 1 t − 2 ⎦⎥
3sen x + 4 cos x 1+ t 2 2
⎞ 2
2t − 3t − 2 ⎣
3 2 2 ⎟
⎠
1 1 1 x 1 x
= ln 2t + 1 − ln t − 2 + c = ln 2 tan + 1 − ln tan − 2 + c ■
5 5 5 2 5 2
45
3. ALGUMAS APLICAÇÕES DA INTEGRAL E EXTENSÕES DO CONCEITO DE
INTEGRAL
∫ ∫
b b
A= dA( x) = f ( x) dx .
a a
Note que essa integração em relação a x é a "soma" da infinidade dos infinitésimos de áreas que
foram definidos em torno de cada x. Esse é o significado de integrar, o de somar uma infinidade
de infinitésimos. Genericamente, calculamos uma grandeza G integrando seu infinitésimo dG,
que tem sempre a forma dG ( x ) = g ( x ) dx , onde x é a variável de integração, da qual depende a
função g ( x ) que surge na dedução de dG.
A soma de Riemann correspondente à integral acima é formalmente obtida pela substituição
∫
b N
de por lim
máx Δ xi → 0
∑, de x por xi∗ , e de dx por Δ xi = xi − xi −1 , onde as abscissas xi
a i =0
(i = 0,1, " , N ) definem uma partição do intervalo [ a , b ] ; assim obtemos
N
A= lim
máx Δ x → 0
∑ f ( xi∗ ) Δ xi
.
i i =0 Δ Ai
Neste somatório temos uma soma das subáreas Δ Ai de A definidas em torno de cada xi∗ , que é
uma abscissa qualquer do intervalo Δ xi .
Quando, então, dizemos que certa grandeza G é a integral de um infinitésimo seu, dG, que é
construído diretamente a partir de dx, a diferencial da variável em relação a qual se efetua a inte-
gração, estamos empregando um raciocínio que se justifica no limite que define a soma de Rie-
mann daquela grandeza.
A figura a seguir ilustra a obtenção de um sólido de revolução. Gira-se de 360º uma área (ou
região) plana A em torno de um reta l (chamada de eixo de revolução) contida no plano de A.
Neste estudo, admitimos que o eixo de revolução seja paralelo ao eixo x ou y e que não corta
a área plana A. Além disso, admitimos que A esteja compreendida entre os gráficos de duas fun-
ções de x, y = f ( x ) e y = g ( x ) , ou de duas funções de y, x = f ( y ) e x = g ( y ) .
46
gire A em
A A
torno do eixo l
eixo de revolução l l
Um volume de revolução pode ser visto como formado de cascas cilíndricas ou de arruelas
de espessuras infinitesimais. Integrando os volumes infinitesimais dessas cascas ou arruelas,
obtemos o volume do sólido. Temos, assim, os métodos das arruelas e cascas cilíndricas para o
cálculo do volume de um sólido de revolução.
h
d
d
r
r
R
Seguem exemplos de cálculo, por ambos os métodos, das arruelas (dos discos se r = 0 ) e
das cascas cilíndricas, do volume V do sólido gerado pela revolução da área dada (hachurada na
figura) em torno do eixo especificado (indicado, na figura, pelo símbolo ). Após a determina-
ção de R, r, e h (definidos na figura acima) em função de x ou y, o volume desejado é obtido com
a integração de dV = π ( R 2 − r 2 ) d ou dV = 2π rhd , sendo a espessura d igual a dx ou dy nos
problemas considerados. Como a espessura de dV é fácil de determinar (simplesmente igual a dx
ou dy), o aluno logo identificará a variável de integração, isto é, logo saberá se deverá expressar
R, r, e h em função de x (quando a espessura for igual dx) ou em função de y (quando ela for
igual a dy).
Exemplo 1: Revolução em torno do eixo x da área demarcada na figura abaixo (entre o gráfico da
função f ( x ) e o eixo x, com a ≤ x ≤ b ). Vemos um disco à esquerda e uma casca cilíndrica à
direita que compõem o sólido de revolução, cujo volume V obtido por meio delas é fornecido.
∫
b
dx
V =π f 2 ( x) dx . h=
a
b − f −1( y )
R = f ( x) r= y
a x b Mét. das cascas cilíndricas: 0 a b
dV = 2π rh dy = 2π y [b − f −1( y )] dy
dV f (b ) dV f −1( y )
V = 2π
∫ 0
y [ b − f −1 ( y ) ] dy .
47
x= 3 y
Método das cascas cilíndricas
dV = 2π rh dy , r = y e h = 2 − 3 y
h
8 y
128π
∫
R r
V = 2π y (2 − 3 y ) dy = u.v.
x 2 7 2
0
R
V =π
∫ (a − x )dx = 2π ∫ (a − x )dx ="
−a
2 2
0
2 2
−a x a
4π a3
= u.v. (volume da esfera de raio a)
3
h •
y Método das cascas cilíndricas
r dV = 2π rh dy , r = y e h = 2 a 2 − y 2
a
−a 4π a3
∫
a
2 2 V = 2π y 2 a 2 − y 2 dy = " = u.v.
x= a − y 3
0
x= 3 y
Método das cascas cilíndricas
x=2− y
1
x = y − 2 , − 1 e h = (2 − y) − 3 y
x=2+ y
1
12π
∫
y h
V = 2π y ⎡⎣ (2 − y ) − 3 y ⎤⎦ dy = u.v.
r 0 35
1 2
Exemplo 6: Revolução da área do Exemplo 4, mas em torno do eixo y
x= y
Método das arruelas
x=2− y dV = π ( R 2 − r 2 ) dy , R = 2 − y er= 3 y
1
1
37π
y ∫
V = π ⎡⎣ (2 −
0
y )2 − ( 3 y )2 ⎤⎦ dy =
30
u.v.
r 1 R 2
y = x3
Método das cascas cilíndricas
⎧ x3 se x ∈ [0,1]
dV = 2π rh dx , r = x e h = ⎨ 2
1 y = ( x − 2) 2 ⎩ ( x − 2) se x ∈ [1, 2]
1 2
37π
∫ ∫
r V = 2π x x dx + 2π x ( x − 2) 2 dx =
3
u.v.
r h 30
h 0 1
1 x 2
∫
2
V =π ⎡ x3 − ( −1) ⎤ dx
−1
⎣ ⎦
x 1
−1 •
y h
R r Método das cascas cilíndricas
−1 dV = 2π rh dy , r = y − ( −1) e h = 1 − 3 y
1
arruela casca V = 2π
∫ −1
[ y − (−1) ] (1 − 3 y ) dy
49
∫
2
V =π ⎡ ( x + 1) 2 − 22 ⎤ dx
1
⎣ ⎦
1 r 4
R r
−1 x Método das cascas cilíndricas
x = y − 2 , r = y − ( −1) e h = 4 − y 2
arruela 2
V = 2π
∫ 1
( y + 1) (4 − y 2 ) dy
casca
Exemplo 9: Revolução da área do Exemplo 4, mas em torno da reta y = 1
∫ {1 − [1 − ( x − 2) ] }dx
2
x 1 2 2 2
+π
1
y
h
x=2− y ∫
V = 2π (1 − y ) ⎡⎣ (2 − y ) − 3 y ⎤⎦ dy
0
1 2
∫ ∫
x2
1 + [ f ′( x) ] dx .
p = Δs = 2
comprimento de PQ ds =
p
PQ x1
Por exemplo, calculemos o comprimento do arco da curva dada por y = f ( x) = x 2/3 entre
as abscissas x = 8 e x = 27 :
27 2 27 2
x 2/3
∫ ∫
y 2
9 s= 1 + ⎡⎣ ( x 2/3 )′ ⎤⎦ dx = 1 + ⎡ x −1/3 ⎤ dx =
8 8
⎢⎣ 3 ⎥⎦
s
27 27
9 x 2/3 + 4 27
9 x 2/3 + 4
∫ ∫ ∫
4 4 −2/3
1+ x dx = dx = dx
8 9 8 9 x 2/3 8 3x1/3
27 x 85
8 [∗] 85
u du 1 u 3/ 2 853/ 2 − 403/ 2
=
∫ 40
=
3 6 18 3/2 40
=
27
19, 65 u.c.
⎧ u ≡ 9 x 2/3 + 4 ⇒ x u
⎪
[∗] Detalhes da mudança de variável nessa passagem são: ⎨ dx du 8 40
⎪∴ 1/3 = 27 85
⎩ x 6
∫
y2
1 + ⎡ ⎤ dy = 1 + [ g ′( y ) ] dy .
dx
1 + [ g ′( y ) ] dy ⇒
2 2
ds = 2
(dx) + (dy ) =2
Δs =
⎢⎣ dy ⎥⎦ y1
∫ ∫ ∫
⎛ 1 1 1 1 6 1 1 −6
s= 1 + ⎜ y − y ⎟ dy = 1 + y 6 − + y −6 dy = y + + y dy =
1 ⎝2 2 ⎠ 1 4 2 4 1 4 2 4
2 2 2 4 −2 2
∫ 1
⎛ 1 y 3+ 1 y −3 ⎞ dy =
⎜
⎝2 2
⎟
⎠ ∫1
⎛ 1 y 3+ 1 y −3 ⎞ dy = ⎡ y − y ⎤ = ⎡ 16 − 1/4 − ⎛ 1 − 1/2 ⎞ ⎤ = 31 u.c.
⎜
⎝2 2
⎟
⎠ ⎢ 8
⎣ 4 ⎥⎦ 1 ⎢⎣ 8
⎜
4 ⎝ 8 4 ⎠ ⎥⎦ 16
⎟
( ) (
y −2
) ∫(
y −2
)
2
y3 1 dx 2 59
x= + ⇒ ds = 1+ dy = " = y + dy ⇒ s = y2 + dy = " = u.c.
3 4y dy 4 4 24
1
51
3.2 Extensões do Conceito de Integral
b
−1 −1
∫
b
1
A = lim dx = lim = lim ⎛⎜ + 1 ⎞⎟ = 1 u.a.
b →∞ 1 x 2 b →∞ x b →∞ ⎝ b ⎠
1 1 b x
∫ ∫
b
f ( x ) dx ≡ lim f ( x ) dx
a b →∞ a
∫ ∫
b b
f ( x) dx ≡ lim f ( x ) dx
−∞ a →−∞ a
∞ ∞
∫ ∫ ∫
c
f ( x ) dx ≡ f ( x ) dx + f ( x ) dx (c é qualquer constante adequada)
−∞ −∞ c
As integrais impróprias em (a) e (b) são ditas convergentes ou divergentes conforme os li-
mites a elas associados existam ou não existam, respectivamente. Já a integral imprópria em (c) é
dita convergente se ambos os limites a ela associados existirem e é dita divergente se qualquer
desses limites não existir.
Exemplo 1:
∞
π
∫ ∫
b
dx dx b
2
≡ lim 2
= lim arctan x 0
= lim arctan b − arctan 0 = .
0 x + 1 b →∞ 0 x + 1 b →∞ →∞
b
2
π /2
Exemplo 2:
3 3 3
∫ ∫
dx dx 1 1 1 1
≡ lim = lim = − lim = .
−∞ (9 − x )
2 a →−∞ a (9 − x) 2 a →−∞ 9 − x 9 − 3 a
→−∞ 9 − a
6
a
0
52
Exemplo 3:
∞ 0 ∞ 0
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
b
x dx x dx x dx x dx x dx
2 2
= 2 2
+ 2 2
= lim 2 2
+ lim
−∞ ( x + 1) −∞ ( x + 1) 0 ( x + 1) a → −∞ a ( x + 1) b →∞ 0 ( x + 1)2
2
0 b
−1/ 2 −1/ 2 −1 −1/ 2 −1/ 2 1
= lim + lim = − lim 2 + lim 2 + =0 .
a → −∞ x2 + 1 a
b →∞ x2 + 1 0
2 a → −∞ a + 1 b → ∞ b + 1 2
0 0
Exemplo 4: y
∞ 0
y=x
2 0
b
2 b
∫ ∫ ∫
x x
x dx = lim x dx + lim x dx = lim + lim =
a →−∞ b →∞ a →−∞ 2 b →∞ 2
0
−∞ a 0 a
−∞ ← a x
2
0 − lim ( a /2) + lim (b /2) − 0 = 2
−∞ +∞
: divergente! b→∞
→−∞
a →∞
b
v. interpretação ge-
∞ ∞ ométrica na figura áreas que
tendem a ∞
Exemplo 5:
ln b
∞ u = ln x ln b ⎡ u2 ⎤ ln 2 b
∫ ∫ ∫
b
ln x ln x
dx = lim dx = lim u du = lim ⎢ ⎥ = lim =∞
x b →∞ x du = dx / x b →∞ b →∞ 2 b →∞ 2
1 1 0 ⎣ ⎦0
Exemplo 6:
0 0
⎛ −1/3 + 1/3 ⎞ = 1 lim ⎡ − ln x − 2 + ln x − 5 ⎤ 0
∫ ∫
dx
= ⎜ ⎟
−∞
2
x − 7 x + 10 −∞ ⎝ x − 2 x − 5 ⎠ 3 a →−∞ ⎣ ⎦a
0
1 ⎡ x−5 ⎤ 1⎡ 5 a−5 ⎤ 1 5
= lim ⎢ ln ⎥ = ⎢ ln − lim ln = ln
a − 2 ⎥⎥ 3 2
3 a →−∞ ⎣ x − 2 ⎦ a 3 ⎢ 2 a
→−∞
⎣ ln1 = 0 ⎦
91/ 2 a1/ 2 3
= − lim+ = = 6 u.a.
1/ 2 a
→ 0 1/ 2 1/ 2 0 a 9 x
0
9
Note que ∫ 0 dx / x não existe como uma integral de Riemann, porque o seu integrando
não é definido no intervalo fechado [0,9], razão pela qual essa integral é imprópria. Em vista
disso, convém fazer as seguintes definições:
53
a) Integral imprópria de função infinita no limite de integração inferior:
Considere uma função f ( x ) contínua em ( x1 , x2 ] e infinita em x1 . A integral imprópria
definida por meio do limite
∃ f ( x1 )
∫ ∫
x2 x2
f ( x) dx ≡ lim+ f ( x) dx
x1 a → x1 a
x1 ← a x2
é dita convergente, se tal limite existe, e, divergente, se não existe.
∃ f ( x2 )
∫ ∫
x2 b
f ( x) dx ≡ lim− f ( x) dx
x1 b → x2 x1 x1 b → x2
∫ ∫ ∫
x2 x3 x2
f ( x) dx ≡ f ( x) dx + f ( x) dx x1 x3 x2
x1 x1 x3
é dita convergente se as duas integrais impróprias no membro direito [já definidas em (a) e (b)]
forem convergentes, sendo divergente se qualquer dessas duas também for.
4
4 4
3 ⎞3/5
∫ ∫
dx dx 5⎛
Exemplo 1 : = lim = lim ⎜ x − ⎟
3
( x − 3/2) 2/5 a → 3 + a ( x − 3/2) 2/5 a → 3 + 3 ⎝ 2⎠
2 2 2
a
2
0
π /2
∫ ∫
b
b
Exemplo 2 : sec x dx = lim − sec x dx = lim − ln(sec x + tan x ) 0
0 b →π / 2 0 b →π / 2
P 1 P 0
= lim − ln(sec
Nb + N
tan b) − ln(sec 0 + tan 0)
= ∞ (divergente)
b →π / 2 2 2 ln1 = 0
∞ ∞
54
Exemplo 3:
1 −2 1 1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
b
dx dx dx dx dx
= + = lim + lim
−4
3
x+2 −4
3
x+2 −2
3
x + 2 b →−2− −4
3
x + 2 a →−2+ a
3
x+2
b 1
3 3
= lim − ( x + 2)2/3 + lim + ( x + 2) 2/3
b →−2 2 − 4 a →−2 2 a
3 3 3 3 3
= lim − (b + 2) 2/3 − (−4 + 2) 2/3 + (1 + 2) 2/3 − lim + (a + 2)2/3 = (32/3 − 22/3 )
2 b
→−2
2 2 2 a
→−2
2
0 0
Exemplo 4:
π π
∫ ∫ ∫
b
y
tan x dx = lim− tan x dx + lim+ tan x dx
0 b→
π 0 a→
π a tan x
2 2 áreas que
b π tendem a ∞
= lim− ln sec x + lim+ ln sec x =
π 0 π a
b→ a→
2 2 0 π π x
∞ ∞
P P /
1
1 P / 2
lim− ln sec b − ln sec 0 + ln sec π − lim + ln sec a
π
π
b→ 0 0 a →−
2 2
= ∞
N −∞ : divergente!
v. interpretação ge-
ométrica na figura
Exemplo 5:
(1− sen b )
π /2 (1− sen b )
u = 1− sen x
−du u1/ 2
∫ ∫ ∫
b
cos x dx cos x dx
= lim = = lim− = − lim−
0 1 − sen x b → π − 0 1 − sen x du =− cos x dx
b→
π 1 u b→
π 1/2
1
2 2 2
(1 − sen b)1/ 2 1
= − lim− + = 2
b→
π 1/2 1/2
2
0
Nos dois exemplos seguintes, as integrais são impróprias porque tanto o intervalo de inte-
gração quanto o integrando são ilimitados:
Exemplo 6:
∞ b
−1 −1 1 ⎞ −1
∫ ∫
b
1
= lim+ ⎛⎜
dx dx
= lim = lim+ + ⎟ = lim+ + lim = ∞ : divergente!
x 2 a → 0+ a →0 ⎝ b a ⎠ a→
2 →∞ b
0 a x a →0 x a 0 a
b
b →∞ b →∞ b →∞ ∞ 0
55
Exemplo 7:
∞ u=
∫ ∫ ∫
b b
dx dx x
2 u du b
= lim =2 lim+ = 2 lim+ arctan u
0 (1 + x) x a → 0+ a (1 + x) x x =u a →0 a (1 + u 2 ) u a →0 a
b →∞ b →∞ b →∞
a
π /2 0
1
∫ −1 (1 /
3
Observação: Considere a integral x 2 ) dx . Caso não se perceba que ela é uma inte-
gral imprópria, uma vez que o integrando se torna infinito em x = 0 , e o seu cálculo seja feito de
maneira errada, usando-se "normalmente" o TFC-II, obter-se-ia
1 1
∫ ∫ ( 3 1 − 3 −1 ) = 6 .
dx 1 1
= x −2/3dx = 3 x1/3 = 33 x =3
3 2 −1 −1
−1 x −1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
b
dx
= x −2/3dx + x −2/3dx = lim− x −2/3dx + lim+ x −2/3dx
3 2 b→0 a →0
−1 x −1 0 −1 a
b 1
= lim− ⎡⎣ 3 3 x ⎤⎦ + lim+ ⎡⎣ 3 3 x ⎤⎦ = 3 lim− ⎡ N
3
b − 3 −1 ⎤ + 3 lim+ ⎡ 3 1 − N
3
a ⎤ = 6,
b →0 −1 a →0 a b → 0 ⎢ 2
⎥ a →0 ⎢ 20 ⎥
⎣ 0 1 ⎦ ⎣ ⎦
o mesmo resultado. Mas, digamos, é "por acaso" que esses dois resultados coincidem. De fato,
se, na integral acima, o integrando for substituído pela função 1/ x 2 , que também é infinita em
x = 0 , a primeira maneira (uso direto do TFC-II) fornece
1 1
∫
dx 1
2
=− = −1 − 1 = −2 ,
−1 x x −1
o que é um absurdo, pois, sendo 1/ x 2 > 0 , um resultado negativo é inadmissível! Pelo procedi-
mento correto, obtém-se uma integral divergente:
1 0 1 1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
b
dx dx dx dx dx
= + = lim + lim+
−1 x2 −1 x
2
0 x 2 b → 0− −1 x
2
a →0 a x2
b 1
⎡ −1 ⎤ ⎡ −1 ⎤ ⎡ 1 ⎤ ⎡ 1 ⎤
= lim− ⎢ ⎥ + lim+ ⎢ ⎥ = lim− ⎢− − 1 ⎥ + lim+ ⎢ −1 + a ⎥ = ∞.
b → 0 ⎣ x ⎦ −1 a →0 ⎣ x ⎦ a b →0 b a →0
⎢N2
⎥ ⎢ N
2
⎥
⎣ ∞ ⎦ ⎣ ∞ ⎦
56
3.2.3 CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO DA CONVERGÊNCIA DE INTEGRAIS IMPRÓ-
PRIAS
Critério 1:
∞
a) Se lim f ( x) ≠ 0 então
x →∞ ∫a f ( x) dx é divergente.
b
b) Se lim f ( x) ≠ 0 então
x →−∞ ∫ −∞ f ( x) dx é divergente.
∞
c) Se lim f ( x) ≠ 0 ou lim f ( x) ≠ 0 então
x →∞ x →−∞ ∫ −∞ f ( x) dx é divergente.
Critério 2: Considere duas funções f e g não-negativas no intervalo I.
a) Se f ( x ) ≤ g ( x ) ∀x ∈ I e ∫ g ( x) dx é convergente então ∫ f ( x) dx também é convergente.
I I
b) Se f ( x ) ≥ g ( x ) ∀x ∈ I e ∫I g ( x) dx é divergente então ∫I f ( x) dx também é divergente.
Critério 3: Para a e b positivos e quaisquer α e β temos
∞ ∞
∫ ∫
dx
a) converge somente para p > 1 . c) e px dx converge somente para p < 0 .
a xp α
β
∫ ∫
b
dx
b) converge somente para p < 1 . d) e px dx converge somente para p > 0 .
0 xp −∞
Critério 4: Se
∫ I
f ( x) dx é convergente então
∫ f ( x) dx também é convergente.
I
Para provar os itens (a) e (b) do critério 3, analisa-se separadamente para p = 1 , p < 1 e p > 1 a convergên-
cia quando b → ∞ ou a → 0 + do seguinte resultado:
⎧ b
⎪ ln x = ln b − ln a se p = 1
⎪
⎪
∫
b a
x − p dx = ⎨ − p +1 b
a ⎪ x 1 ⎡ 1 1− p ⎤
⎪ − p + 1 = − p + 1 ⎢⎣ b p −1 − a ⎥ se p < 1 ou p > 1
⎦
⎪⎩ a
E, no caso dos itens (c) e (d), analisa-se separadamente para p = 0 , p < 0 e p > 0 a convergência quando
β → ∞ ou α → −∞ do seguinte resultado:
⎧ β − α se p = 0
β ⎪⎪
∫
β
e px dx = ⎨ e px e pβ − e pα
α ⎪ p = se p < 0 ou p > 0
p
⎪⎩ α
Note que, para provar a convergência de uma integral pelo critério 2(a), basta encontrar uma
função g ( x) tal que f ( x) ≤ g ( x) no intervalo I e que ∫ g ( x) dx seja convergente. Já a prova da
I
divergência usando o critério 2(b), a função g ( x) deve ser tal que f ( x) ≥ g ( x) em I e que
∫I g ( x) dx seja divergente. É o que se faz nos exemplos a seguir.
57
Exemplo 1:
∞
3x3 + 6
A integral
∫ 1 4 x3 + 5 x 2 + 2
dx é divergente, como mostra o critério 1(a):
3 x3 + 6 3 + 6/ x3 3
lim 3 2
= lim 3
= ≠0 .
x →∞ 4 x + 5 x + 2 x →∞ 4 + 5/ x + 2/ x 4
∞ x ∞ ∞
x 2 + 2 x 2 +1
∫ ∫ ∫
1/ x ex
Exemplo 2: As integrais e dx , e arctan x dx e dx são divergentes,
1 5x2 +1 1 0 x2
como mostra o critério 1(a):
x
x 2 + 2 x 2 +1 1 0 1 π
lim e = e = ≠0 , lim e1/ x arctan x = 1 ⋅ ≠0
x →∞ 5 x 2 + 1 5 5 x →∞ 2
e x l'H e x l'H ex
e lim = lim = lim = ∞ ≠ 0 [ l'H indica o uso da regra de l'Hôpital ]
x →∞ x 2 x →∞ 2 x x →∞ 2
Exemplo 3:
∞
∫
2
A integral e − x dx é convergente, como mostra o critério 2(a):
1
2 1 1
• Em [1, ∞ ) , e− x = 2
≤
ex ex
∞
∫
b
∫
1 b
• dx é convergente; de fato, lim e − x dx = lim −e − x = − lim e−b + e−1 = e−1
1 ex b →∞ 1 b →∞ 1 →∞
b
∞
sen 2 x
Exemplo 4: A integral
∫ 0 1 + x2
dx é convergente, como mostra o critério 2(a):
sen 2 x 1
• Em [0, ∞ ) , 2
≤
1+ x 1 + x2
∞
π
∫
b
∫
dx dx b
• converge; de fato, lim = lim arctan x = lim arctan b − arctan
0 =
0 1 + x2 b →∞ 0 1 + x 2 b →∞ 0 →∞
b
0 2
π /2
Exemplo 5:
∞
sen 2 ( x3 + 1)
A integral
∫ 1 x3 + x + 1
dx é convergente, como mostra o critério 2(a):
sen 2 ( x3 + 1) 1 1 1
• Em [1, ∞ ) , ≤ ≤ = 3/ 2
x3 + x + 1 x3 + x + 1 x3 x
∞
∫
1
• 3/ 2
dx é convergente; de acordo com o critério 3(a) [∗]
1 x
a primeira integral no lado direito é convergente por ser a integral de uma função contínua no
intervalo de integração, e a segunda já teve a sua convergência provada acima.
∫
ln x
Exemplo 6: A integral dx é convergente, como mostra o critério 2(a):
1 ex
ln x x
• Em [1, ∞ ) , x
≤ x
e e
∞
∫
x
• dx é convergente; de fato:
1 ex
b +1 l'H
∫
b b 1 2 2
lim x e − x dx = lim ⎣⎡ −e − x ( x + 1) ⎦⎤ = − lim b + 2e −1 = − lim b + = .
b →∞ b →∞ 1 b →∞ e b →∞ e e e
1
∞
cos 2 (4 + x3 ) ln x
Exemplo 7: A integral
∫ 1 x5 + 2 x
dx é convergente, como mostra o critério 2(a):
cos 2 (4 + x3 ) ⋅ ln x 1⋅ x 1
• Em [1, ∞ ) , ≤ =
x5 + 2 x x5 x3/ 2
∞
∫
1
• 3/ 2
dx é convergente; de acordo com o critério 3(a)
1 x
∫
dx
Exemplo 8: A integral é convergente, como mostra o critério 2(a):
1 x + 4 x3
1 1 1/4
• Em [1, ∞ ) , 3
≤ 3 = 3
x + 4x 4x x
∞
∫
1/4
• dx é convergente; de acordo com o critério 3(a)
1 x3
∫
dx
Exemplo 9: A integral é convergente, como mostra o critério 2(a):
0 x + 4 x3
1 1 1
• Em (0,1] , 3
≤ = 1/ 2
x + 4x x x
1
∫
1
• 1/ 2
dx é convergente; de acordo com o critério 3(b)
0 x
∞
3 + sen x
Exemplo 10: A integral
1 x ∫
dx é divergente, como mostra o critério 2(b):
3 + sen x 3 − 1 2
• Em [1, ∞ ) , ≥ =
x x x
∞
∫
2
• dx é divergente, de acordo com o critério 3
1 x
59
∞
∫
1
Exemplo 11: A integral dx é divergente, como mostra o critério 2(b):
3
1 5 x3 + 6
1 1 1 1/ 3 11
• Em [1, ∞ ) , temos que ≥ = =
3 3 3
5 x3 + 6 5 x3 + 6 x3 11x3 x
∞
1/ 3 11
•
∫ 1 x
dx é divergente, de acordo com o critério 3(a)
∞ ∞
sen 3 x sen 3 x
Exemplo 12: A integral
0 1+ x ∫ 2
dx é convergente, segundo o critério 4, pois
∫ 0
|
1 + x2
| dx é
4.1 Enunciados
1) Calcule m > 0 de modo que seja unitária a área da região delimitada pela reta y = mx e
pela parábola y = 2 x − x 2 .
1 2 ( x −1)2 t 2
x 2 −1 t ∫ sen x e − t dt ∫ e dt
∫
d e 0
2) Calcule: (a) dt (b) lim (c) lim
dx 1 t x →π / 2 sen x − 1 x →1 3
x − 3x + 2
∫ ∫
b
dx dx
p
converge somente para p > 1 e p
converge somente para p < 1 .
a x ln x 0 x ln x
∞ ∞
∫ ∫
dx dx
d) Analise a convergência das integrais e .
1 4 + x ln 2 x 1 4 + x ln x
∫ ( )
1
1 + tan x x2
9) Calcule + dx
−1 1 + x2 1 − x2
61
4.2 Respostas
1) 2 − 3 6
x 2 −1
2) (a) x e / ( x 2 − 1) (b) −1/ e (c) 1/ 3
x
3) (a) (6 x 2 + 2 x − 8)sen 2 x + (6 x +1) cos 2 x + c (b) (sen ln x + cos ln x) + c
2
π
e2 x (2 cos 3x + 3sen 3x) 2(1 + e2π ) 1 π
(c) =− (d) ⎡⎣ x ln(1 + x 2 ) − 2 x + 2 arctan x ⎤⎦ = + ln 2 − 2
13 0
13 0 2
x −1 x2 − 1 1 [∗]
4) (a) +c (b) ± arcsec x + c ("+ " se x > 0 e " − " se x < 0 )
1− x 2 2 x2 2
(c) ln x + x 2 + 1 − x / x 2 + 1 + c se n = 2 e x 2 + 1 + 1 / x 2 + 1 + c se n = 3
π /2
3 x = 2sen θ
(d) I = − 3 ⎡ cot θ + θ ⎤ = 3 3 −π
⎣⎢ ⎥⎦ π / 6
[∗] x2 − 1 1 1
a resposta também pode ser − arctan +c
2x2 2 x2 − 1
4
5) (a) ⎡⎣ 2 ln x − 2 + 3ln x + 5 ⎤⎦ = 6 ln 3 − 7 ln 2
3
(b) ln x − 1 − ln x + 1 − 2 arctan x + c
1
6) (a) sen x − sen 2 x + c
2
15 4/15 15 2/15
(b) − x − x + 3 3 x + 5 5 x + 15 15 x − 15ln 1 + 15 x + c
4 2
(c) x 2 tan x 2 + ln cos x 2 + c
3
7) (a) (b) 1/ 2 (c) 1/ ln 2 (d) (1 + ln 2) / 2 (e) 1
2e 2
9) π
622
ii) Equação diferencial ordinária (EDO): um equação diferencial contendo uma única variável
independente, sendo derivadas ordinárias, portanto, as derivadas que ocorrem nela. Esse tipo de
ED é a que se considera a partir deste ponto.
iii) Ordem da EDO: é a ordem mais elevada de diferenciação da função incógnita. Exemplo:
y 4 ( x) +
dx
( )
dy 3 d 2 y
+ 2 = 0 é uma EDO de 2a ordem.
dx
iv) Solução: é a função y ( x ) que satisfaz a EDO em todos os pontos do domínio. A solução
pode ser expressa por uma equação f ( x, y ) = 0 [descrevendo uma curva no plano xy] que define
y ( x ) implicitamente.
Solução geral: é a função f ( x) que fornece todas as soluções da EDO. Ela frequentemente
apresenta constantes arbitrárias em número igual à ordem da EDO. Por exemplo, a solução geral
dny
da equação diferencial ( x) = 0 é obtida através de n integrações indefinidas sucessivas, cada
dx n
integração introduzindo uma constante de integração.
Solução particular: é uma solução que se obtém da solução geral através de uma escolha
particular das constantes arbitrárias (a escolha geralmente é feita de modo a satisfazer certas
condições).
Solução singular: para uma EDO de ordem n, é uma solução que não se obtém da solução
que apresenta n constantes arbitrárias através de uma escolha particular das constantes arbitrá-
rias. Por exemplo, a equação diferencial ( y ′)2 − 2 y ′ + 4 y ( x) = 4 x − 1 é de primeira ordem. Uma
solução contendo uma constante c arbitrária é y ( x) = x − ( x − c)2 . Essa, no entanto, não é a solu-
ção geral, uma vez que y ( x) = x também é solução e não resulta daquela por uma escolha parti-
cular de c.
v) EDO homogênea: é a EDO na qual cada termo aditivo apresenta a função incógnita ou uma
derivada desta. No caso contrário, ela é dita não-homogênea. Exemplos:
2
x y ( x) + ⎜ ⎛ dy ⎞3
⎟ +y
⎝ dx ⎠ ( )d3y
dx3
= 0 ............................. homogênea
vi) EDO linear: aquela cuja EDO homogênea correlata tem a seguinte propriedade: se y1 e y2
são soluções então c1 y1 + c1 y2 ( c1 e c2 são constantes arbitrárias) também é. Isso ocorre quan-
do a EDO homogênea correlata, de função incógnita y, não apresenta as funções y e suas deriva-
das multiplicadas entre si, com expoentes diferentes de 1 ou como argumento de função não-
linear. Por exemplo, não são lineares as seguintes equações:
64
( )
3
dy dy dy dy d 2 y dy dy
y2 + =0 , y+ =x , y =0 , =0 , sen =0 ; + cos y = 0 ;
dx dx dx dx dx 2 dx dx
já a seguinte é linear:
d2y
x 2 y ( x) + x 2
= h 2 ( x) .
dx
Note que a solução nula y ≡ 0 sempre satisfaz uma EDO linear que seja homogênea.
Um operador Ô é dito linear se, para quaisquer funções y1 e y2 , tem-se que Oˆ (c1 y1 +
c2 y2 ) = c1 Oˆ y1 + c2 Oˆ y2 , onde c1 e c2 são constantes arbitrárias. É fácil verificar que o opera-
dor L̂ definido acima é linear.
vii) Problemas de valor inicial e de valor de fronteira. As n constantes arbitrárias presentes nu-
ma solução geral de uma EDO de ordem n deve ser determinada por meio de n condições suple-
mentares adequadas. Frequentemente, essas condições consistem na exigência de que a solução e
suas n − 1 derivadas tomem valores pré-especificados num dado ponto x = x0 :
dy P ( x )
1) Separável: y′( x) = = ou P ( x ) dx = Q ( y ) dy .
dx Q ( y )
2) Homogênea: y ′( x ) = F ( y / x )
dy P ( x, y ) ∂P ∂Q
3) Exata: =− ou P ( x, y ) dx + Q ( x, y ) dy = 0 com = .
dx Q ( x, y ) ∂y ∂x
4) Linear: y′ + p( x) y ( x) = h( x)
a b
5) Redutível à separável: P (ax + by + c) dx + Q ( px + qy + r ) dy = 0 com = aq − bp = 0 .
p q
∂ (λ P ) ∂ (λ Q )
7) Redutível à exata mediante fator integrante: P dx + Q dy = 0, existindo λ tal que = .
∂y ∂x
Essas EDOs de primeira ordem, com exceção da equação de Clairaut, são da forma
y ′( x ) = F ( x, y ) considerada no teorema 6.1 (de existência e unicidade) abaixo, onde F é uma
função real arbitrária de duas variáveis [a EDO de primeira ordem mais genérica é da forma
g ( x, y , y ′) = 0 , em que g é uma função real arbitrária de três variáveis]. A seguir apresentamos
métodos de solução resolvendo um ou mais exemplos de cada uma delas. Considera-se solução
qualquer equação da forma f ( x, y ) = 0 não envolvendo derivadas que, por diferenciação em
relação a x, forneça uma expressão de y ′ = dy / dx (em função de x e y) cuja substituição na EDO
produza uma identidade, isto é, uma equação que é identicamente satisfeita. Note que a solução
f ( x, y ) = 0 fornece y como uma função implícita de x; portanto, ao derivar tal solução em rela-
ção a x, derivação implícita deve ser empregada.
Teorema 6.1:
(Sobre a existência e a unicidade de solução de PVI com EDO de 1a ordem.)
∫ ∫ (1 − x
1 −2
⇒ dy = ) dx ⇒ arcsen y = x + x −1 + c , ou y = sen ( x + x −1 + c) ■
2
1− y
6.2 HOMOGÊNEA
dy x − y 1− y / x
( x − y ) dx − ( x + y ) dy = 0 ⇒ = ⇒ y′ =
dx x + y 1+ y / x
v ≡ y/x ⇒ y = xv ⇒ y ′ = v + xv ′
1 −v dv 1 ⎛ 1 − v dv
− v ⎟⎞ ⇒
dx
y ′ = v + xv ′ = ⇒ v′= = ⎜ = (separável)
1 +v dx x ⎝ 1 + v ⎠ 1 −v x
−v
1 +v
(1 + v ) dv (−2 − 2v ) dv
∫ ∫
dx 1 dx 1
⇒ 2
= ⇒ − 2
= ⇒ − ln 1 − 2v − v 2 = ln x + c1
1 − 2v − v x 2 1 − 2v − v x 2
⇒ ln 1 − 2v − v 2 + ln x 2 = ln x 2 (1 − 2v − v 2 ) = −2c1 ⇒ x 2 (1 − 2v − v 2 ) = ±e−2c1 ≡ c
v = y/ x
⇒ x2 ( 1 − 2 y / x − y 2 / x2 ) = c ⇒ x 2 − 2 xy − y 2 = c ■
6.3 EXATA
Teorema 6.2:
Sejam P( x, y ) e Q( x, y ) funções da classe C1. Nesse caso, a diferencial
∂P ∂Q
P dx + Q dy é exata se e somente se = .
∂y ∂x
(uma equação que define y implicitamente como uma função de x) é uma solução da EDO.
Exemplos:
∂ ( x3 + y 2 ) ∂ (2 xy + cos y )
i) ( x3 + y 2 ) dx + (2 xy + cos y ) dy = 0 é exata, pois = = 2y
∂y ∂x
⎧ ∂U 3 2
⎪⎪ ∂x = x + y igualando
∴⎨ ∫ dy ⇒ x3 + y 2 = y 2 + B′( x)
⎪ ∂U = 2 xy + cos y ⇒ U = xy 2 + sen y + B( x) ⇒ ∂U = y 2 + B′( x)
⎪⎩ ∂y ∂x
⇒ B ′( x) = x3 ⇒ B( x) = x 4 / 4 + c1 ⇒ U ( x, y ) = xy 2 + sen y + x 4 / 4 + c1
∂ (2 x − y + 1) ∂ (2 − x − 3 y )
ii) (2 x − y − 5) dx + (7 − x − 4 y ) dy = 0 é exata, pois = = −1
∂y ∂x
⎧ ∂U ∫ dx ∂U
⎪ = 2 x − y − 5 ⇒ U = x 2 − xy − 5 x + A( y ) ⇒ = − x + A′( y ) igualando
∴ ⎨⎪ ∂x ∂y ⇒
⎪ ∂U = 7 − x − 4 y
⎪⎩ ∂y
A′( y ) = 7 − 4 y ⇒ A( y ) = 7 y − 2 y 2 + c1 ⇒ U = x 2 − xy − 5 x + 7 y − 2 y 2 + c1
6.4 LINEAR
y ′ + p ( x) y ( x) = h( x) .
Seja f ( x) ≡ e ∫ = e∫
∫ p dx , i.e.,
p ( x ) dx df p dx d
(denominado fator integrante). Note que
dx dx
f ′ = f p . Logo, multiplicando a EDO por f, obtemos
y′f + y N
f p = hf y′f + y ( f ′
) = hf
⇒ ⇒ ( y f )′ = h f ,
f′ ( yf )′
que é a fórmula que aconselhamos ser memorizada, a partir da qual a solução é facilmente obti-
da. Mas, continuando os cálculos, obtemos a seguinte expressão da solução, que também pode
ser memorizada, se assim se achar melhor:
68
∫ hf dx + c ∫ hf dx + f
1 c c
yf = ⇒ y= , e y= (se h = 0: EDO linear homogênea) .
f f
Exemplos:
i) y ′ − y / x = x − 2 ( x > 0)
1
ln
f ≡ e∫
( −1/ x ) dx
= e − ln x = e x = 1 / x .
1 ′
∫⎝
1 2
∴ ⎛⎜ y ⎞⎟ = ( x − 2) ⇒ = ⎛⎜ 1 − ⎞⎟ dx = x − 2ln x + c ⇒ y = x 2 − 2 x ln x + cx ■ .
y
⎝ x⎠ x x x⎠
÷ 2 cos x
ii) (2cos x) y ′ − (2sen x) y ( x) = sen 2 x (0 ≤ x < π /2) ⇒ y′ − (tan x) y = sen x .
f ≡e ∫
− tan x dx
= eln cos x = cos x .
sen 2 x sen 2 x c
( y cos x)′ = sen x cos x ⇒ y cos x = +c ⇒ y= + ■
2 2cos x cos x
f ≡e ∫
− dx / x
= e− ln x = 1 / x .
( y 1x ) = 2x ⋅ 1x = 2x
′ 2 y
⇒ = x2 + c ⇒ y = x3 + cx
x ⇒ y ( x) = x3 + 2 x ■
y (1) = 1 + c = 3 ⇒ c = 2
iv) dx + ( x − y ) dy = 0 ⇒
÷ dy dx
+ x ( y ) = dy ⎡ se ÷ dx, obtemos dy = 1 : como resolver? ⎤
dy ⎢⎣ dx y − x ⎥⎦
f = e∫
∫ ye dy = e ( y − 1) + c ⇒ x( y) = y − 1 + c
1⋅ dy d y
= ey . ∴ (e x) = ye y ⇒ e y x = y y −y
■
dy
i) ( x + y + 1) dx + (2 x + 2 y − 1) dy = 0
t +1 t −2+3⎞ 3 ⎞
(t + 1) dt + (t − 2) dy = 0 ⇒ dy = − dt = − ⎛⎜ ⎛
⎟ dt ⇒ dy = − ⎜ 1 + ⎟ dt ⇒
t−2 ⎝ t−2 ⎠ ⎝ t−2⎠
y = − ( t + 3ln| t − 2 | ) + c ⇒ y = − ( x + y + 3ln| x + y − 2 | ) + c ⇒ 2 y + x + 3ln| x + y − 2 | = c ■
69
ii) 2 dx + ( N
x + y + 1) dy = 0 ⇒ 2 (dt − dy ) + (t + 1) dy = 0 ⇒ 2 dt + (t − 1) dy = 0
t
2
⇒ dy = − dt ⇒ y = −2 ln | t − 1| + c ⇒ y + 2 ln | x + y − 1| = c ■
t −1
iii) (2 x − 2 y + 4) N x − y + 1) 2 dy = 0
dx + ( N
dt + dy t
+ 2k − 1] dt + [2t − u + 2
h − k − 7] du = 0 ,
0 0
⎤ 1 ⎡ 1 + 2v − v + 2v ⎤ dv 1 ⎡ 1 + 4v − v 2 ⎤
2
1 + 2v 1 ⎡ 1 + 2v
u ′ = v ′t + v = ⇒ v′= − v = ⎢ ⎥ ⇒ = ⎢ ⎥
v −2 t ⎢⎣ v − 2 ⎥ t
⎦ ⎢⎣ v −2 ⎥⎦ dt t ⎢⎣ v − 2 ⎥⎦
(v − 2) dv
∫ 1 + 4v − v ∫
dt 1
⇒ 2
= ⇒ − ln 1 + 4v − v 2 = ln t + c1 ⇒ 1 + 4v − v 2 = c2 t −2
t 2
v ≡ u/t 4u u 2
⇒ 1+ − 2 = c2 t −2 ⇒ t 2 + 4tu − u 2 = c2 ⇒ t 2 + 4tu − u 2 = ± c2 ≡ c3
t t
⇒ x 2 + 4 xy − y 2 − 2 x − 14 y = c3 + 4 ≡ c ■
Observe que a EDO − y dx + x dy = 0 não é exata, mas são exatas as seguintes EDOs, obtidas
daquela multiplicando-a por um termo, por 1/ x 2 , 1/ y 2 ou 1 / ( x 2 + y 2 ) , respectivamente:
− y dx + x dy − y dx + x dy − y dx + x dy
=0 , =0 e =0 ,
x2 y2 x2 + y 2
cujas soluções são, respectivamente,
y/x = c , −x / y = c , arctan ( y / x) = c .
Vejamos o que está por trás desse fato.
Se P( x, y ) dx + Q( x, y ) dy = 0 não é uma EDO exata, vejamos que fator λ ( x, y ) torna
λ P dx + λ Q dy = 0 exata. Vimos que, para isso, é necessário e suficiente que
∂ (λ P ) ∂ (λ Q ) ∂λ ∂P ∂λ ∂Q
= ⇒ P+λ = Q+λ ,
∂y ∂x ∂y ∂y ∂x ∂x
donde, rearranjando, obtemos a seguinte equação de derivadas parciais (EDP) cuja solução for-
nece o fator λ:
Q ∂λ P ∂λ ∂P ∂Q
− = − .
λ ∂x λ ∂y ∂y ∂x
A resolução dessa equação de derivadas parciais está fora do escopo dessa disciplina, mas
podemos tentar determinar λ como função só de x ou só de y.
∂λ ∂λ
a) Se λ for função só de x então =0 e = λ ′( x) ; então, da EDP acima, obtemos uma
∂y ∂x
EDO de 1a ordem linear que é homogênea, cuja solução, conforme a seção 6.4, é imediata:
Py −Qx
λ′ −
Py − Qx
λ ( x) = 0 ⇒ λ ( x) = c e
∫ Q
dx
(c constante) .
Q
71
Essa solução para λ ( x ) só será consistente se ( Py − Qx ) / Q for função só de x ; se esse não é o
caso, não se é possível obter λ como função só de x.
∂λ ∂λ
b) Se λ for função só de y então =0 e = λ ′( y ) ; logo, similarmente,
∂x ∂y
Py −Qx
λ ( y) = c e ∫
Py − Qx dy
λ′ + λ ( y) = 0 ⇒ −P (c constante) ,
P
que será consistente se ( Py − Qx ) / P for função só de y.
Note que essas EDOs que são resolvidas para se obter λ também são separáveis, podendo,
como tais, ser resolvida, conforme a seção 6.1. Além disso, a constante c na expressão de λ é
obviamente irrelevante, pois ela multiplica todos os termos aditivos da EDO, cancelando-se.
Exemplos:
y 2 dx + (
i) N xy + 1) dy = 0 ( y > 0)
P Q
∫
Py −Qx
∫ y dy = c e− ln y = c / y
y 1
λ ( y) = c e ∫
dy 2
dy −
−P = ce −y = ce .
Sem decorar tal fórmula, podemos calcular λ ( y ) impondo a condição de a EDO ser exata:
∂ [λ P ] ∂ [λ Q ] ∂ [λ y 2 ] ∂ [λ ( xy + 1)]
= ⇒ = ⇒ y 2 λ ′ + 2 yλ = yλ
∂y ∂x ∂y ∂x
1 c c c
⇒ λ ′ + λ ( y) = 0 ⇒ λ = = ln y = .
e∫
y (1/ y ) dy e y
Assim,
λ ( Pdx + Qdy ) =
1⎡ 2
y ⎣ y dx + ( xy + 1)dy ⎤⎦ = y dx + x +
1
y
dy = 0 ( )
é exata (verifique!), cuja solução, obtida como já se ensinou, é
U ( x, y ) = xy + ln y = c ■
x 2
ii) ( − y 2
) dx + 2N
xy dy = 0 ( x > 0)
P Q
λ ( x) = c e
∫ Q
dx
= ce
∫ 2 xy
dx −2
∫
1
= ce x = ce
dx −2 ln x + c 1
= c / x2 ,
dλ
ou sem usar tal fórmula, exigindo que a EDO multiplicada por λ seja exata [note que λ ′ = ]:
dx
72
∂ [ λ P ] ∂ [λ Q ] ∂ [λ ( x 2 − y 2 )] ∂ [λ 2 xy ]
= ⇒ = ⇒ λ (−2 y ) = λ ′2 xy + λ 2 y
∂y ∂x ∂y ∂x
.
2 c c c
⇒ λ ′ + λ ( x) = 0 ⇒ λ = = 2 ln x = 2 .
e∫
x (2 / x ) dx e x
Assim,
( )
2
1 ⎡ 2 2 ⎤ = 1 − y dx + 2 y dy = 0 ,
λ ( Pdx + Qdy ) = 0 ⇒ ( x − y ) dx + 2 xy dy
x2 ⎣ ⎦ x2 x
que é exata (verifique!), cuja solução é
U ( x, y ) = x + y 2 / x = c ■
v′ v′
Se v ≡ y −α +1 ⇒ v ′ = (−α + 1) y −α y′ ⇒ y −α y′ = , e a EDO toma a forma + Av = B ,
1−α 1−α
ou seja, reduzimos a equação de Bernoulli à uma EDO linear v ′ + [(1 − α ) A( x )] v ( x ) = [(1 − α ) B ( x )] .
y −3
2 −2
3
Exemplo: y ′ − 2 y / x = 3 x y ( x > 0) ⇒ y −3 y ′ − y = 3x .
x Nv
v′ 2 4
Se v ≡ y −2 ⇒ v ′ = −2 y −3 y ′ , e a EDO se torna − v = 3x ⇒ v ′ + v ( x) = −6 x (linear) .
−2 x x
≡ e ∫ x = e 4 ln x = x 4
4
dx
f ⇒ (v x 4 )′ = −6 x ⋅ x 4 ⇒ v x 4 = − x 6 + c ⇒ v = (c − x 6 ) / x 4 .
c − x6 x4 x2
y −2 = v = ⇒ y2 = ⇒ y ( x) = ± ■
x4 c − x6 c − x6
na equação de Riccati, esta toma forma da equação linear (mostre isso como exercício)
v ′ + [2 A( x ) y1 ( x ) + B ( x )] v ( x ) = − A( x ) ,
Temos então a solução mais geral y ( x) = x + (c − x)−1 além daquela solução particular
y ( x) = x , que é singular (não é obtida da solução mais geral com algum valor específico de c).
Quem não quer memorizar a expressão fornecida acima para a equação linear que se obtém
para v [isto é, a equação v ′ + [2 A( x ) y1 ( x ) + B ( x )] v ( x ) = − A( x ) ] deve deduzi-la! Façamos isso para
as EDOs dos dois exemplos acima; vamos deduzir as equações marcadas com sublinhado duplo
naqueles exemplos:
1 − v −2v ′ = x 2 + 2 xv −1 + v −2 − 2 x( x + v −1 ) + x 2 + 1
= x 2 + 2xv −1 + v −2 − 2x 2 − 2xv −1 + x 2 + 1 ⇒ − v −2v ′ = v −2 ⇒ v′ =1 .
= v −2 + 1
= x −2 + 2x −1v −1 + v −2 − x −2 − x −1v −1 − x −2 ⇒
−1 −1 −2 −2
=x v +v −x
Observação: No exemplo (i) acima, se tivéssemos começado com a solução particular y1 ( x) = x − x −1 (faça c = 0
na solução já obtida), obteríamos y ( x) = x − x −1 + ( x + kx 2 ) −1 = x − k / (1 + kx) , com k ∈ \ , como solução mais
geral, a qual não inclui a solução y1 ( x) = x − x −1 : esta agora é a solução singular.
74
6.9 EQUAÇÃO DE CLAIRAUT
y = x p + F ( p) . (I)
y ′ = p + xp′ + F ′( p) p′ ⇒ [ x + F ′( p) ] p′ = 0 ,
donde
⎧ p′ = 0 ⇒ p = c , (II)
⎪
⎨ ou
⎪⎩ x + F ′( p) = 0 ⇒ x = − F ′( p ) . (III)
Aos dois resultados em (II) e (III), tendo (I) em conta, correspondem duas soluções. A subs-
tuição de (II) em (I) fornece a solução mais geral (a que exibe a constante arbitrária c):
y ( x) = cx + F (c) ■
y ( x) = x ( F ′ ) −1 (− x) + F [( F ′ ) −1 (− x)] ■
Se isso não for possível, deixamo-la na forma paramétrica (parâmetro p), dada por (I) e (III):
x( p) = − F ′( p ) e y ( p) = − pF ′( p) + F ( p) ■
Exemplos:
i) y = xy ′ − ln y ′ [nesse caso, F ( y ′) = − ln y ′ ]
Substituindo y ′ por p( x) e derivando, obtemos
y = xp − ln p ⇒ y ′ = p + xp′ − (1/ p ) p′ ⇒ ( x − 1/ p ) p′ = 0 .
dy ⎞2
ii) ⎛⎜
dy
⎟ −x +y=0 .
⎝ dx ⎠ dx
y′= p d / dx
y = xy′ − ( y′) 2 ⇒ y = xp − p 2 ⇒ y′ = p + xp′ − 2 pp′ ⇒ ( x − 2 p) p′ = 0 .
Solução mais geral: p′ = 0 ⇒ p=c ⇒ y ( x) = cx − c 2 ■
x 2 x2 x2 x2
y = x ⎛⎜ ⎞⎟ − ⎛⎜ ⎞⎟ =
x x
Solução singular: x − 2p = 0 ⇒ p= ⇒ − ⇒ y ( x) = ■
2 ⎝2⎠ ⎝2⎠ 2 4 4
75
y ′= p d / dx
iii) y = xy ′ − ( y ′2 + e y ′ ) ⇒ y = xp − ( p 2 + e p ) ⇒ y ′ = p + xp ′ − (2 p + e p ) p ′ ⇒ ( x − 2 p − e p ) p ′ = 0 .
y = F ( p) + xG ( p) . (I)
y = F ( p0 ) + xG ( p0 ) ⇒ y ( x) = p0 x + F ( p0 ) é solução. (II)
p0
Constata-se isso diretamente, notando que a substituição de (II) na EDO produz uma identidade:
= p0
Para continuar a resolução, derivamos (I):
Pp
y′ = F ′( p) p′ + xG′( p) p′ + G( p) ,
donde
dp dx F ′( p ) + xG′( p )
p − G ( p
) = [ F ′( p ) + xG′( p ) ] ⇒ = .
≠0
dx dp p − G ( p)
dx 1 F ′( p)
− x( p ) = , (III)
dp p − G ( p ) p − G ( p)
uma EDO linear para x( p) , que já sabemos resolver. Poupamo-nos de decorar a forma de (III)
deduzindo-a novamente ao resolver a equação de Lagrange num caso específico.
Como na resolução da equação de Clairaut, se a solução de (III) é uma função x( p ) cuja
inversa p( x) é possível calcular analiticamente, então a substituição de p ( x) em (I) fornece a
solução numa forma explícita y ( x) ; caso contrário, contentamo-nos com uma forma paramétrica
da solução advinda da solução x( p) de (III) e de (I).
Exemplos:
76
3 4
i) y = −2 + y′ [nesse caso, G ( y′) = 0 e F ( y ′) = −2 + 3 y ′4 /4 ]
4
Substituimos p ( x) = y′ na EDO: y = −2 + 3 p 4 /4 [a]
Vemos que p = 0 satisfaz essa equação; com esse valor, [a] fornece a solução singular
y ( x) = −2 ■
∫ 3 p dp = ∫ dx
dp
1 = 3 p2 ⇒ 2
⇒ p3 = x + c ⇒ p = ( x + c)1/3 . [c]
dx
Substituindo [c] em [a], obtemos a solução mais geral numa forma explícita:
3
y = −2 + ( x + c) 4/3 ■
4
x 2
ii) y = y ′ + y ′ 3 − 1 [nesse caso, G ( y ′) = y ′ 2 /2 e F ( y′) = y ′ 3 − 1 ]
2
x
Substituindo p ( x) = y′ : y = p 2 + p 3 − 1 [a]
2
p2
= p ⎜⎛ 1 − ⎟⎞ = 0 então p = 0 ou 2. Assim, com p = 0
p
Vemos que se p − G ( p ) = p −
2 ⎝ 2⎠
e p = 2 , [a] fornece as soluções singulares
y ( x) = −1 e y ( x) = 2 x + 7 ■
p2
= p ⎜⎛ 1 − ⎟⎞ ≠ 0
dp p
p= + ( px + 3 p 2 ) p′ ⇒ p ( x + 3 p)
2 dx
N ⎝ 2⎠
≠0
dx 2 x + 6 p dx 2 6p
⇒ = ⇒ + x= .
dp 2− p dp p − 2 2− p
d ⎡ 2 ⎤ 2 2 3 6 p 2 − 2 p3 + c
( p − 2) x = 6 p (2 − p ) ⇒ ( p − 2) x = 6 p − 2 p + c ⇒ x = .
dp ⎣ ⎦ ( p − 2)3
Por fim, com essa expressão de x e a que se obtém para y substituindo-a em [a], chegamos à
solução mais geral, numa forma paramétrica (parâmetro p):
6 p 2 − 2 p3 + c 6 p 4 − 2 p 5 + cp 2
x( p ) = e y ( p) = + p3 − 1 ■
( p − 2)3 2( p − 2) 3
77
7. EDO LINEAR DE ORDEM N
Estudaremos nesta seção a EDO linear de ordem n homogênea mais geral, que tem a forma
an ( x) y ( n ) + an −1 ( x) y ( n −1) + " + a2 ( x) y ′′ + a1 ( x) y ′ + a0 ( x) y ( x) = h( x)
dn d n −1 d2 d
Lˆ = an ( x) n + an −1 ( x) n −1 + " + a2 ( x) 2 + a1 ( x) + a0 ( x) .
dx dx dx dx
Teorema 7.1
ˆ ( x) = h( x) e pelas n condições
Considere o PVI formado pela EDO Ly
Daqui por diante, admitimos que as duas condições no teorema acima (continuidade dos
coeficientes e do termo de heterogeneidade da EDO e a não-existência de zeros de an ( x) em I )
são satisfeitas, a não ser que se diga expressamente o contrário.
78
7.1 CONCEITOS PRELIMINARES
No caso de apenas duas funções, quando elas são l.d., uma é múltipla da outra. De fato, se
c0u0 ( x) + c1u1 ( x) = 0 com uma das constantes diferentes de zero, digamos c0 ≠ 0 , então
u0 ( x) = α u1 ( x) , com α = −c1 / c0 .
A necessidade de se especificar o intervalo é ilustrada com o exemplo das funções x e x .
Essas funções são l.d. em qualquer intervalo que não inclua x = 0 , pois
x − x = 0 para x > 0 , e x + x = 0 para x < 0 . x
Mas elas são l.i. em qualquer intervalo que inclui x = 0 , pois
c1 x + c2 x = 0 para x ∈ ( −1, 3) ⇒ c1 = c2 = 0 . x
7.1.2 Wronskiano
c1 u1′ ( x ) + c2 u 2′ ( x ) + " + cn u n′ ( x ) = 0 ,
[chamado de wronskiano das funções u1 ( x ),", un ( x ) ] se anula, então, neste ponto x0 de I, o sis-
tema algébrico tem (de acordo com um conhecido teorema da Álgebra Linear) a única solução
c1 = c2 = " = cn = 0 , indicando que as funções u1 ( x ),", un ( x ) são l.i. em I. Logo, basta que o
wronskiano dessas funções difira de zero num único ponto x de I para que essas funções sejam
l.i. nesse intervalo. Está assim estabelecido o seguinte teorema:
Teorema 7.2
Para n funções u1 ( x ), " , u n ( x ) diferenciáveis pelo menos n − 1 vezes em todos
os pontos de um intervalo I, vale o seguinte:
ou, equivalentemente,
Exemplos:
1 cos 2 x cos 2 x
{ 2
} 2
{ 2
i) 1,cos x,cos 2 x é l.d. (pois cos 2 x = 2cos x −1 ) ⇒ W 1,cos x,cos 2 x = 0 − sen 2 x −2sen 2 x = 0 . }
0 −2cos 2 x −4cos 2 x
0! x x2 x3 " xn
0 1! 2 x 3x 2 " n x n −1
( n −1) n x n − 2
{
ii) W 1, x, x 2 , " , x n }= 0 0 2! (2)(3) x " = 0!1! 2!3!" n! ≠ 0 ∀x ∈ \
∴ {1, x, x 2 , " , x n } é l.i.
n −3
0 0 0 3! " (n − 2)( n −1) n x
#
em qualquer intervalo
0 0 0 0 " n!
80
e ax ebx
{ ax
iii) W e , e bx
}= ae ax
be bx
{
= e ax ebx (b − a) ≠ 0 se b ≠ a ; logo e ax , ebx } é l.i. se b ≠ a .
Infelizmente, a recíproca do teorema 7.2 não é sempre verdadeira; i.e.,
W { u1 ( x),", un ( x) } = 0 em I ⇒ { u1 ( x),", un ( x) } é l.d. em I ,
ou, equivalentemente,
{ u1 ( x),", un ( x) } é l.i. em I ⇒ W { u1 ( x),", un ( x) } ≠ 0 em I ,
onde ⇒ significa "não implica que". Há funções l.i. com wronskiano nulo. Por exemplo, no
intervalo [−1,1] , as funções diferenciáveis x 3 (ímpar) e x 2 x (par) têm wronskiano nulo, mas
são l.i. nesse intervalo (verifique isso!).
Teorema 7.3
Sejam y1 ( x )," , yn ( x ) n soluções l.i. de Lˆ y ( x) = 0 em I. Temos que
Esse teorema diz que a recíproca do teorema 7.2 é verdadeira se as funções consideradas forem n
soluções l.i. de uma EDO linear de ordem n.
Teorema 7.4
Sejam y1 ( x )," , yn ( x ) n soluções l.i. de Lˆ y ( x) = 0 em I. Então qualquer outra
solução Y ( x ) é uma combinação linear dessas n soluções, isto é, Y ( x ) =
c1 y1 ( x) + " + cn yn ( x) .
Teorema 7.5
Existe um conjunto fundamental de soluções para Lˆ y( x) = 0 em I.
Assim, com base nos Teoremas 7.4 e 7.5, podemos dizer que
também é solução, sendo, na verdade, a solução geral, de acordo com o teorema 7.4.
Simplificaremos ainda mais o problema, e muito, considerando que os coeficientes ak da
EDO são todos constantes. Assim, a EDO a ser resolvida é a seguinte:
ˆ = a y ( n) + a y ( n −1) + " + a y′′ + a y′ + a y( x) = 0 (a constantes) .
Ly n n −1 2 1 0 k
dn d n −1 d2 d
Lˆ erx = an n erx + an −1 n −1 erx + " + a2 2 erx + a1 erx + a0erx ,
dx
dx
dx
dx
N
r nerx r n −1erx r 2erx rerx
ou
Lˆ erx = (an r n + an −1r n −1 + " + a1r + a0 ) erx = P(r ) erx , [3.3(a)]
onde
P(r ) ≡ an r n + an −1r n −1 + " + a1r + a0 [3.3(b)]
é o chamado polinômio característico, vemos que Leˆ rx = 0 , isto é, que y = erx é solução de
ˆ = 0 desde que r seja uma das n raízes da chamada equação característica P(r) = 0. Observe
Ly
que essa equação é obtida da EDO pela substituição formal de y ( k ) por r k (e, em particular, de
y = y (0) por r 0 = 1 ). Por exemplo, a equação característica da EDO 4 y ′′′ − 3 y ′′ + 5 y ( x ) = 0 é
4r 3 − 3r 2 + 5 = 0 .
A seguir, examinamos os casos de equações características com raízes distintas ou repetidas,
sejam elas reais ou imaginárias (recorde-se de que um número complexo a + bi é dito imaginá-
rio se b ≠ 0) .
Se as n raízes da equação característica não são distintas, isto é, se uma ou mais delas são
raízes múltiplas (que se repetem), menos que n soluções l.i. são obtidas pelo método acima. Para
determinar as soluções que faltam, usamos a seguinte regra, deduzida no Apêndice A.4:
Exemplos:
⎧ r1 = 2
(ii) y (4) + y′′′ − 3 y′′ − 5 y ′ − 2 y ( x) = 0 ⇒ r 4 + r 3 − 3r 2 − 5r − 2 = 0 ⇒ ⎨
⎩ r2 = −1 (tripla)
⇒ y ( x) = (c1 + c2 x + c3 x 2 ) e− x + c4 e2 x
5±i 3 3 3 ⎞
(iv) y′′′ − 5 y′′ + 7 y′( x) = 0 ⇒ r = 0 ou ⇒ y ( x) = c1 + e5 x /2 ⎛⎜ c2 cos x + c3 sen x⎟
2 ⎝ 2 2 ⎠
Se a ± bi são (ambas) raízes duplas, então, conforme a equação [3.3(c)], a parte da solução
83
e ax (c1 cos bx + d1 sen bx) + x e ax (c2 cos bx + d 2 sen bx) + " + x m −1 e ax (cm cos bx + d m sen bx) . [3.3(f)]
Exemplo:
y (4) + 2 y ′′ + y ( x) = 0 ⇒ r 4 + 2r 2 + 1 = (r 2 + 1) 2 = 0 ⇒ r = ±i (duplas)
⇒ y ( x) = c1 cos x + d1 sen x + x (c2 cos x + d 2 sen x) .
a ser resolvida com x > 0 (ou x < 0 ), sendo a0 , a1 ,", an constantes. Para resolvê-la, mudamos
para a variável t = ln x se x > 0 (ou t = ln(− x) se x < 0 ), isto é,
t ≡ ln x ⇒ x = et e dt / dx = 1/ x ; [2]
vejamos:
dy dy dt dy 1 d
y′( x) = = = ⇒ xy ′( x) = y .
dx dt dx dt x dt
dy′ d 1 dy
y′′( x) = =
dx dx x dt
(
1 dy 1 d dy
=− 2 +
x dt x dx dt
) 1 dy 1 d dy dt
=− 2 +
x dt x dt dt N
dx
( ) ( )
1/ x
y′′′( x) =
dy′′ d ⎡ 1 d 2 y dy ⎤
dx
= − (
dx ⎢⎣ x 2 dt 2 dt ⎥⎦
= − )
2 d 2 y dy
−
x3 dt 2 dt
+ (
1 d d 2 y dy
−
x 2 dx dt 2 dt
) ( )
84
=− 3
x dt 2(
2 d 2 y dy
−
dt
+ 2 )
x dt dt 2
− (
1 d d 2 y dy dt ⎡ d 3 y
=
dx ⎢⎣ dt
dt N 3
− 3
dt
)
d2y
2
+ 2
dy ⎤ 1
dt ⎥⎦ x3
1/ x
an Eˆ n y + " + a3
d
(
dt
−2 ) ( dtd −1 ) dtd y + a ( dtd −1 ) dtd y + a dtd y + a y(t ) = h(e )
2 1 0
t
,
uma EDO linear de ordem n não-homogênea de coeficientes constantes, que já sabemos resolver,
cuja equação característica é
an (r − n + 1) " (r − 2)(r − 1)r + " + a3 (r − 2)(r − 1)r + a2 (r − 1)r + a1r + a0 = 0 .
Neste texto, diremos que essa é a equação característica da equação de Euler-Cauchy em [1].
possa ser obtida por simples inspeção ou por qualquer outro modo (adiante estudaremos alguns
métodos de obtenção de tal solução particular), e seja Y ( x ) uma solução qualquer dessa EDO.
Temos então que
Lˆ (Y − y p ) = LY
ˆ − Ly
ˆ = h−h =0 ,
p
donde concluímos que Y − yP é uma solução qualquer da EDO homogênea associada, que, con-
forme já vimos, pode ser expressa como uma combinação linear das funções y1 ,", yn que for-
mam um conjunto fundamental de soluções da EDO homogênea, isto é,
ˆ =0 .
Y − yP = c1 y1 + " + cn yn = yH ( x) : solução geral de Ly
ˆ ( x ) = h( x ) .
Assim, yP ( x) + yH ( x) forma qualquer solução Y ( x ) de Ly
85
Em resumo, o processo de se calcular a solução geral y ( x ) uma EDO linear não-homogênea
pode então ser convenientemente dividido em duas etapas. Na primeira, determina-se a solução
geral y H ( x ) da EDO homogênea associada e, na segunda, determina-se uma solução particular
yP ( x) dessa EDO não-homogênea. Tem-se assim a solução geral y ( x) = yP ( x) + yH ( x) .
Esse método, também chamado de método dos coeficientes a determinar, serve para obter-
se uma solução particular de uma EDO linear não-homogênea de coeficientes constantes, quando
o seu lado direito, h( x) , for uma combinação linear das funções x m ( m ∈ ` ) , sen px , cos qx , erx ,
ou de produtos dessas funções. O método funciona com essas funções porque elas têm um núme-
ro finito de derivadas l.i. (o que não ocorre, por exemplo, com ln x , que tem uma infinidade de
derivadas l.i.: 1/ x , −1/ x 2 , 2 / x3 , " ).
A função h ( x ) e o maior no de derivadas h′, h′′," que formam um conjunto l.i. é uma famí-
lia de h ( x ) ; essa família (que não é única, como se depreende da definição a seguir) quase nunca
é a mais conveniente. Por família de uma função h( x) entende-se qualquer conjunto de funções
l.i. (há de se tomarem as mais simples) que tenha a propriedade de gerar, por meio de combina-
ções lineares, a função h( x) e as suas derivadas. Para cada função h ( x ) exemplificada a seguir,
observe que a família apresentada é a mais simples:
família
h( x ) = 5 x 2 − 4 x + 3 ⎯⎯⎯→ {x 2 , x,1}
família
h( x) = −6cos π x (ou sen π x ) ⎯⎯⎯→ {cos π x, sen π x}
família
h( x) = 7 e3 x /2 ⎯⎯⎯→ {e3 x /2 }
Observe, nesses exemplos, que h( x) e as suas derivadas são combinações lineares dos membros
da respectiva família.
Se h( x) consiste num único termo que é a multiplicação de funções dos tipos exemplifica-
dos acima, não é difícil concluir que convém tomar a família de h( x) que é dada pelo produto
cartesiano das famílias das funções que são multiplicadas:
família
h( x) = (−3x 2 + 5) sen 8 x ⎯⎯⎯→ {x 2 , x,1} × {cos8 x, sen 8 x}
= {x 2 cos8 x, x 2 sen 8 x, x cos8 x, x sen 8 x, cos8 x, sen 8 x}
família
h( x) = x e 2 x cos3 x ⎯⎯⎯→ {x,1} × {e2 x } × {cos3 x,sen 3 x}
= {x e2 x cos3x, x e2 x sen 3x, e2 x cos3x, e2 x sen 3 x}
h( x) = −8 x 2 e− x + 4cos3x
família
⎯⎯⎯→ {x 2 , x,1} × {e− x } ∪ {cos3x,sen 3 x}
x 2 e − x , x e − x , e − x
} ∪ {cos3
= { x, sen 3x
} = {x 2 e − x , x e − x , e − x , cos3 x, sen 3x}
família de −8 x 2 e− x família de 4 cos 3 x
86
Já tendo explicado o conceito de família e o modo de obtê-la, podemos resumir o método
das famílias para o cálculo de uma solução particular de uma EDO como segue:
ˆ ( x ) = h( x ) uma combinação
O método consiste em tentar como solução particular de Ly
linear dos membros da família de h( x) e, então, determinar as constantes dessa combinação
linear por substituição na EDO. Se acontecer que um dos membros da família de algum termo
aditivo que compõe h( x) seja solução da EDO homogênea associada, a família desse termo
deve ser substituída por outra cujos membros são os da antiga família multiplicados pela menor
potência de x que produza uma nova família que não tenha mais nenhum membro que seja solu-
ção da EDO homogênea associada.
i) y ′′ − 5 y ′ + 6 y ( x) = 18 x 2 − 1 ⇒ r 2 − 5r + 6 = 0 ⇒ r = 2;3 ⇒ yH ( x) = c1 e 2 x + c2 e3 x
família
18 x 2 − 1 ⎯⎯⎯→ {x 2 , x,1} ⇒ yP ( x) = Ax 2 + Bx + C , y P′ = 2 Ax + B , y P′′ = 2 A
2
yP′′ − 5 yP′ + 6 y p = 18 x − 1 ⇒ 2
2 A − 5(2 Ax + B ) + 6( Ax + Bx + C ) = 18 x − 1 2
⎧A=3
2 ⎪ 2
(6
N A) x + (
−10
A + 6 B
) x + (2 A −
5 B + 6C
) = 18 x − 1 ⇒ ⎨ 6 B = 10 A = 30 ⇒ B = 5
⎪
⎩ 6C = −1 − 2 A + 5B = 18 ⇒ C = 3
18 0 −1
y ( x) = yH ( x) + yP ( x) = c1e2 x + c2 e3 x + 3 x 2 + 5 x + 3 ■
ii) y ′′′ − 4 y ′ = 1 − 3 x ⇒ r 3 − 4r = 0 ⇒ r = 0, ± 2 ⇒ y H ( x) = c1 + c2 e 2 x + c3 e −2 x
família ×x
1 − 3x ⎯⎯⎯→ {x,1} ⎯⎯→ {x 2 , x} ⇒ yP ( x) = Ax 2 + Bx , y P′ = 2 Ax + B , y P′′ = 2 A , y P′′′ = 0
⎧ −8 A = −3 ⇒ A = 3/ 8
y P′′′ − 4 y P′ = 1 − 3 x ⇒ 0 − 4(2 Ax + B) = 1 − 3x ⇒ ⎨
⎩ −4 B = 1 ⇒ B = −1/ 4
2x −2 x 2
y ( x) = yH ( x) + yP ( x) = c1 + c2 e + c3 e + 3 x / 8 − x / 4 ■
⎧ −24 A = 3 ⎧ A = −1 / 8
2 2 ⎪ ⎪
−24 Ax + (24 A −12 B) x + (6 B − 4C ) = 3 x − 2 x + 1 ⇒ ⎨ 24 A − 12 B = −2 ⇒ ⎨ B = −1 / 12
⎪ 6 B − 4C = 1 ⎪ C = −3 / 8
⎩ ⎩
1 1 3
y ( x) = yH ( x) + yP ( x) = c1 + c2 x + c3 e2 x − x 4 − x3 − x 2 ■
8 12 8
iv) y ′′ − 7 y′ + 12 y = 3 e− x ⇒ r 2 − 7 r + 12 = 0 ⇒ r = 3;4 ⇒ yH ( x) = c1 e3 x + c2 e 4 x
3 e− x ⎯⎯⎯→
família
{e − x } ⇒ y P ( x) = Ae − x , yP′ = − Ae − x , yP′′ = Ae− x
yP′′ − 7 yP′ + 12 yP = Ae− x − 7(− Ae− x ) + 12( Ae − x ) = 3 e− x ⇒ A (1 + 7 + 12) e − x = 3 e− x ⇒ A = 3/20
3x 4x −x
y ( x) = yH ( x) + yP ( x) = c1 e + c2 e + (3/20) e ■
87
v) y′′ − 4 y′ + 4 y = 8 e2 x ⇒ r 2 − 4r + 4 = 0 ⇒ r = 2;2 ⇒ yH ( x) = c1 e 2 x + c2 x e 2 x
2
família ×x
8 e 2 x ⎯⎯⎯→ {e 2 x } ⎯⎯⎯ → {x 2 e 2 x } ⇒ y P ( x ) = Ax 2 e 2 x ,
yP′ = 2 Ax e 2 x + 2 Ax 2 e 2 x , yP′′ = 2 Ae 2 x + 8 Ax e2 x + 4 Ax 2 e2 x
(2 A e 2 x + 8 Ax e 2 x + 4 Ax 2 e 2 x ) − 4(2 Ax e 2 x + 2 Ax 2 e 2 x ) + 4( Ax 2 e 2 x ) = 8 e 2 x
A [2 + (8 − 8) x + (4 − 8 + 4) x 2 ] = 8 ⇒ A=4 ⇒ y ( x) = c1 e 2 x + c2 x e2 x + 4 x 2 e2 x ■
⎪⎩ {1}
88
A − B = e 2t + 2
A − 3 A] + 2N
0 A =1 2
x) Vamos exercitar a construção da solução particular yP ( x) de uma EDO a partir da sua solu-
ção homogênea yH ( x) e do seu termo de heterogeneidade h ( x ) . Abaixo, cada yH ( x) e h ( x )
fornecidos correspondem a uma EDO.
• yH ( x) = c1 e2 x + c2 e3 x e h( x ) = x 2 e x
Família presente: {x 2 , x,1} × {e x } = {x 2e x , x e x , e x } , que não requer modificação
∴ yP ( x) = Ax2e x + Bxe x + Ce x
• yH ( x) = c1 + c2 e x + c3 e− x e h( x) = 2 x + 1 − 4 cos x + 2 e x
Famílias presentes Famílias a considerar
×x
{x,1} ⎯⎯ → {x 2 , x}
{cos x,sen x} ⎯⎯
→ {cos x,sen x}
{e x } ×x {x e x }
⎯⎯ →
∴ yP ( x) = Ax2 + Bx + C cos x + D sen x + Ex e x
• yH ( x) = c1 e3 x + c2 x e3 x e h( x) = x e3 x + sen x
Famílias presentes Famílias a considerar
2
×x
{x,1} × {e3 x } = {x e3 x , e3 x } ⎯⎯⎯ → { x 3 e3 x , x 2 e3 x }
{sen x, cos x} ⎯⎯
→ {cos x,sen x}
∴ yP ( x) = Ax e + Bx e + C sen x + D cos x
3 3x 2 3x
yP ( x) = A( x) y1 ( x) + B ( x) y2 ( x) , [3]
Agora exigimos que yP ( x) satisfaça [1], substituindo nessa equação [3], [4] e [6]:
a( x)[ A′y1′ + B′y2′ + Ay1′′ + By2′′ ] + b( x)[ Ay1′ + By2′ ] + c( x)[ Ay1 + By2 ] = h( x) ,
ou
⎧ A′( x) y1 ( x) + B′( x) y2 ( x) = 0
⎨ . [9]
⎩ A′( x) y1′ ( x) + B′( x) y2′ ( x) = h( x) / a( x)
Esse sistema, de fato, tem sempre solução, pois seu determinante principal é
y1 y2
= W { y1 ( x), y2 ( x) } ≠ 0 [pois y1 ( x ) e y2 ( x) são l.i.] .
y1′ y2′
⎧ A′( x) y1 ( x) + B′( x) y2 ( x) + C ′( x) y3 ( x) = 0
⎪
⎨ A′( x) y1′ ( x) + B′( x) y2′ ( x) + C ′( x) y3′ ( x) = 0 [10]
⎪ A′( x) y′′( x) + B′( x) y′′ ( x) + C ′( x) y′′( x) = h( x) / a ( x)
⎩ 1 2 3
90
No caso de EDOs lineares de 4a, 5a, " ordens, o procedimento pode ser facilmente inferido
por indução.
Observação: Ao resolvermos o sistema para as funções A( x ) , etc, as constantes de integra-
ção podem ser igualadas a zero, pois desejamos apenas uma solução particular yP ( x) , sem qual-
quer constante arbitrária.
Entretanto, caso não se deseje decorar a forma de [9], basta repetir o procedimento que leva a esse sistema;
observe:
y P′ =
A′ cos x
+ B ′ sen x
− A sen x + B cos x .
= 0 ( ∗)
y P′′ = − A′ sen x + B ′ cos x − A cos x − B sen x .
yP′′ + yP = csc x ⇒ − A′ sen x + B′ cos x − A cos x − B sen x + A cos x + B sen x = csc x . (∗∗)
As equações indicadas por (∗) e (∗∗) formam o mesmo sistema (#) obtido acima, cuja solução leva, obviamen-
te, à mesma expressão da solução yP obtida acima.
yP′′ = 2sen x + x cos x − csc2 x sen x + 2cot x cos x − (ln sen x)sen x .
csc x cos 2 x csc x
2
y′′P + yP = 2sen x + x cos x − csc x sen x + 2 cot x cos x − (ln sen x) sen x − x cos x + ln(sen x) sen x
= 2sen x − csc x + 2(1 − sen 2 x) csc x = 2sen x − csc x + 2 csc x − 2sen 2
x cscx
= csc x ■
sen x
2± 4 − 8 2 ± 2i
r 2 − 2r + 2 = 0 ⇒ r = = =1±i .
2 2
variação das
yH ( x) = e x (c1 cos x + c2 sen x) ⎯⎯⎯⎯⎯
constantes
→ yP ( x) = A( x) e x cos x + B( x) e x sen x .
sen 2 x
A′e x = −e x ⇒ A′ = cos x − sec x ⇒ A( x) = sen x − ln(sec x + tan x) .
cos x
cos x
B′ = − A′ = sen x ⇒ B( x) = − cos x .
sen x
∴ solução geral y ( x) = yH ( x) + yP ( x)
= e x (c1 cos x + c2 sen x) + [sen x − ln(sec x + tan x)] e x cos x + [− cos x] e x sen x
= e x [c1 cos x + c2 sen x + sen x cos x − cos x ln(sec x + tan x) − cos x sen x ]
= e x [c1 cos x + c2 sen x − cos x ln(sec x + tan x)] ■
Sem usar a forma decorada do sistema em (9), este há de ser obtido como segue:
y P′ =
A′e x cos x + B ′e x sen x
+ Ae x (cos x − sen x) + B e x (sen x + cos x) .
0 ( ∗)
yP′′ = A′e x (cos x − sen x) + B ′e x (sen x + cos x) + " ⎡ os termos com A e B se cancelarão no passo seguinte, como ⎤
⎢⎣ mostra a eq. [7] , não sendo necessário computá-los, portanto ⎥⎦
y P′′ − 2 yP′ + 2 yP ( x) = e x tan x ⇒ A′e x (cos x − sen x ) + B ′e x (sen x + cos x) = e x tan x . (∗∗)
Essas equações indicadas por (∗) e (∗∗) formam o mesmo sistema (#) obtido acima.
x3
Exemplo 3: x 2 y ′′ − 2 xy ′ + 2 y =
( x > 0) ⇒ solução geral y ( x) = yH ( x) + yP ( x) .
x2 + 1
Vamos resolver a EDO homogênea associada x 2 y H′′ − 2 xy ′H + 2 y H ( x ) = 0 (EDO de Euler-
Cauchy):
(r − 1)r − 2r + 2 = r 2 − 3r + 2 = 0 ⇒ r = 1 ou 2 ⇒ yH (t ) = c1et + c2e 2t
t = ln x
⇒ yH ( x) = c1 x + c2 x 2 ■
⎧ x2
⎧ A′x + B′x 2 = 0 ⎪ B ′ x 2
= ⇒ B( x) = arctan x
⎪ ⎪ x 2
+ 1
⎨ x3 / ( x 2 + 1) x ⇒ ⎨
⎪ A′ + 2 B′x = = ⎪ A′ = − xB′ = − x 1
⇒ A( x) = − ln( x 2 + 1)
⎩ x2 x2 + 1 ⎪⎩ 2
x +1 2
x
⇒ yP = Ax + Bx 2 ⇒ yP ( x) = − ln( x 2 + 1) + x 2 arctan x ■
2
r2 + 1 = 0 ⇒ r = ± i ⇒ y H ( x ) = c1 cos x + c2 sen x ■
Considere uma EDO linear de ordem n. Uma das propriedades mais importantes dessa
equação diferencial é a de podermos reduzir o problema de achar a solução geral y de uma EDO
linear de grau n cuja equação homogênea associada tem uma solução conhecida y1 ao problema
(mais simples) de achar a solução geral v de uma EDO linear de grau n − 1 , sendo y = v y1 .
Esse procedimento é, num sentido, análogo à redução do grau de uma equação polinomial a par-
tir de uma solução (raiz) conhecida.
Mostremos a viabilidade desse método no caso de uma EDO linear de 2a ordem,
a ( x ) y ′′ + b ( x ) y ′ + c ( x ) y ( x ) = h ( x ) , [1]
cuja equação homogênea associada tem uma solução y1 ( x ) conhecida.
Tentemos uma solução da forma
y ( x) = v ( x) y1 ( x) , [2]
donde
y′ = v ′ y1 + v y1′ e y′′ = v ′′ y1 + 2v ′ y1′ + v y1′′ .
Substituindo essas expressões de y, y' e y" em [1], obtemos
0
a (v ′′y1 + 2v ′ y1′ +v y1′′) + b (v ′y1 +v y1′ ) + c (v y1 ) = h ⇒ av ′′ y1 +v ′(2ay1′ + by1 ) +v (ay1′′ + by1′ + cy1 ) = h ,
onde indicamos que o último termo do membro esquerdo é nulo em vista de y1 ser solução da
equação homogênea associada. A equação acima, após dividi-la por ay1 , toma a forma de uma
EDO linear de 1a ordem tendo v ′ como variável dependente:
1 1
.
∫( )
2 y1′ b y1′
+ dx
∫2
∫
b
∫
1 h c dx dx 2 ln y
v′ = f dx + 1 , onde f ( x) ≡ e y 1 a
=e y
e a =e
1
1
p = py12 ,
f ay1 f ≡ p( x)
ou
py1dx + 12 , com p( x) ≡ e ∫ a
b
∫
1 h c dx
v′ = 2 . [3]
py1 a py1
Observe que, com outra integração dessa equação, outra constante c2 arbitrária surge, assim
se obtendo uma expressão de v em termos de duas constantes arbitrárias, mostrando que a solu-
ção dada por [3], isto é, y = v y1 , é a solução geral de [1].
x y′′ −
Exemplo 1: N N y′ + (1 x 2e x , x > 1 .
− x
) y = N
a b = −1 c h
x 2e x −1 x
∫ ∫ ∫
1 h c 1 c x
v ′= py1dx + 12 = −1 2 x x e dx + −11 2 x = xe−2 x e2 x dx + c1 xe−2 x = + c1 xe−2 x .
py12 a py1 x e x x e
2
e2 x / 2
2 2
−1
∫
x x
⇒ v = + c1 xe −2 x dx + c2 ⇒ v = + c1 e −2 x (2 x + 1) + c2 .
4 4 4
x 2e x −1
∴y =vex = + c1 e − x (2 x + 1) + c2 e x , ou y ( x) =
−x
x 2 e x / 4 + k1 e(2 x + 1)
+ c2 eNx ■
4 N 4 yP y2 y1
k1
que é a solução geral da EDO. Observe que nela aparecem a já conhecida solução y1 = e x da
EDO homogênea associada, a solução particular yP = x 2e x / 4 e outra solução da EDO homogê-
nea associada, dada por y2 = e− x (2 x + 1) .
Caso não se deseje decorar a fórmula [3], basta repetir o procedimento da sua dedução; ob-
serve:
Substituindo
y ≡ v y1 = v e x ⇒ y′ = v ′e x + v e x ⇒ y′′ = v ′′e x + 2v ′e x + v e x
na EDO, obtemos
x(v ′′ e x + 2v ′ e x + v e x ) − (v ′ e x + v e x ) + (1 − x)v e x = x 2 e x ,
ou
x − 1 + 1 − x
)v = x 2 ⇒ (v ′)′ + (2 − 1 / x) (v ′) = x ,
xv ′′ + (2 x − 1)v ′ + (
0
uma EDO linear de 1 ordem na qual v ′ é a função incógnita, a ser resolvida por meio do fator
a
integrante
f
( 2− )dx
= e ∫ x = e2 x − ln x = e2 x / x ;
1
⎪⎧ y′′ cos 2 x = 2 y
Exemplo 2: ⎨
⎪⎩ y = tan x é solução da eq. homog. assoc.
y ≡ v tan x ⇒ y′= v ′ tan x + v sec 2 x ⇒ y′′= v ′′ tan x + 2v ′ sec2 x + 2v sec2 x tan x ,
expressões que, substituídas na EDO, fornecem
(v ′′ tan x + 2v ′ sec2 x + 2v sec2 x tan x) cos 2 x = 2v tan x .
v ′′(tan x cos 2x
) + v ′(2) + v (2
− 2 tanx
) = 0 ⇒ (v )′ + (4 csc 2 x)(v ′) = 0 .
tan x
(1/ 2)sen 2 x 0
f =e ∫
4 csc 2 x dx
=e
−2ln csc 2 x + cot 2 x
= (csc 2 x + cot 2 x)−2 .
94
c1
v′ = = c1 (csc 2 x + cot 2 x) 2
f
= c1 (csc 2 2 x + 2 csc 2 x cot 2 x + cot 2
2 x
) = c1(2csc2 2 x + 2csc 2 x cot 2 x − 1) .
csc2 2 x −1
v = (N
−c1 ) (cot 2 x + csc 2 x + x) + c3 .
c2
Exemplo 3: y′′ + y = cos 4 x (já resolvida por variação das constantes: Exemplo 4 da seç. 7.7)
r2 + 1 = 0 ⇒ r = ± i ⇒ yH ( x) = c1 cos Nx ■
Nx + c2 sen
y1 y2
Para aplicar o método da redução de ordem, dentre as duas soluções y1 e y2 da EDO ho-
mogênea associada indicadas acima, escolhamos a segunda, y2 ( x) = sen x . Assim, substituindo
y = v sen x na EDO, obtemos
2 cos x cos 4 x
(v ′′ sen x + 2v ′ cos x − v sen x ) + (v sen x ) = cos 4 x ⇒ (v ′)′ + (v ′) = .
sen x sen x
= e ∫ sen x = e
cos x
2 dx 2 ln sen x cos5 x
f = sen 2 x ⇒ (v ′ sen 2 x)′ = cos 4 x sen x ⇒ v ′ sen 2 x = −
5
cos5 x 1 cos5 x
⇒ v′ = −
5sen 2 x
⇒ v = −
5 sen 2 x
dx .
∫ (#)
Note que ignoramos as duas constantes de integração, assim evitando cálculos desnecessá-
rios que nos levariam a novamente obter as duas soluções já conhecidas da EDO homogênea
associada. Prosseguindo com o cálculo da integral em (#), já estudada na seç. 2.3.1, obtemos
2 4
1− 2
u +u
=−
5∫
1
(u −2
− 2 + u 2 )du = −
1
5 (
−u −1 − 2u +
u3
3
=
1
)
5sen x
+
2sen x sen 3 x
5
−
15
1 2sen 2 x sen 4 x
⇒ yP ( x) = v sen x = + − ■
5 5 15
sendo a solução geral dada por y ( x) = yH ( x) + yP ( x) ■
A solução particular yP ( x) também pode ser obtida com a substituição, na EDO, de
y = v cos x (em vez de y = v sen x ), mas com um pouco mais de trabalho (surgem mais inte-
grais, todas do tipo estudado na seç. 2.3.1.1). Se a EDO fosse y′′ + y = sen 4 x , isso se inverte: a
obtenção de yP com a substituição de y = v cos x é menos trabalhosa. Ressalte-se, entretanto,
95
que o método da variação das constantes é o menos trabalhoso para resolver essas EDOs (na seç.
9.0, de Problemas Propostos, pede-se para resolvê-la por esse método).
y = v ( x) e x
x 2 (v ′′′ + 3v ′′ + 3v ′ + v ) e x − 3 x 2 (v ′′ + 2v ′ + v ) e x + (3 x 2 − 2) (v ′ + v ) e x + (2 − x 2 )v e x = 0
x 2v ′′′ + (3
x 2 − 3 x 2 )v ′′ + (3x 2 − 6 x 2 + 3x 2 − 2)v ′ + (
x 2 − 3x 2 + 3 x 2 − 2 + 2 − x 2 )v = 0
0 0
2 v ′= u ( x) eq. caract.
x v ′′′ − 2v ′ = 0 ⎯⎯⎯⎯ x u′′ − 2u ( x) = 0 ⎯⎯⎯⎯→ (r − 1)r − 2r 2 − r − 2 = 0
→
2
eq. de Euler-Cauchy
t = ln x
⇒ r = −1 ou 2 ⇒ u (t ) = c1 e −t + c2 e 2t ⇒ u ( x) = v ′( x) = c1 / x + c2 x 2
3
⇒ v ( x) = c1 ln x + (cN
2 /3) x + k3 ⇒ y ( x) = v ( x) e x = c1 e x ln x + k2 e x x3 + k3 e x ■
k2
96
8. APLICAÇÕES
∫ ∫
dy y dy dx
= ⇒ = ⇒ ln y = ln x + c1 ⇒ y = ec1 x ⇒ y = ±
N ec1 x = y = cx .
dx x y x c
Ou seja, as curvas
y = cx , com c ∈ \ ,
2 2
que são retas pela origem de coeficiente angular c, formam C 2 : x + y = 4
y Γ1 : y = x
a família (uniparamétrica) de curvas ortogonais a família
dada. Qualquer uma dessas retas, designemo-la por Γ c , é
x
ortogonal a todas as circunferências Ck [em qualquer ponto
(x,y), existe um único par de curvas Ck e Γ c que se cortam C : x 2 + y 2 =1 Γ −1 : y = − x
1
ortogonalmente]. Veja a figura à direita.
Exemplo 2:
Aqui faremos o inverso do Exemplo 1, considerando as retas pela origem como a família
dada:
Família dada: as curvas y = cx (c ∈ \ ) ⇒ y ′ = c = y / x (c é diferente para cada reta)
Família ortogonal: as curvas cujas tangentes têm coeficiente angular dado por y ′ = − x / y ;
donde y dy = − x dx e, portanto,
Exemplo 3:
Família dada: curva Ck : ( x − k ) 2 + y 2 = k 2 ( k ∈ \ ∗ ) .
Derivando essa equação em relação a x, considerando y como função de x, obtemos:
2( x − k ) + 2 yy ′ = 0 ⇒ y′ = −( x − k ) / y = − x / y + k / y :
Mas, desenvolvendo aquela mesma equação, vemos que
x 2 − 2kx + k 2 + y 2 = k 2 ⇒ k = ( x2 + y 2 ) / 2 x ,
98
Logo, substituindo esse resultado na equação anterior, obtemos a seguinte expressão para o coe-
ficiente angular da tangente no ponto (x,y) à curva dada
x x 2 + y 2 −2 x 2 + x 2 + y 2 y 2 − x 2
y′ = − + = = .
y 2 xy 2 xy 2 xy
Família ortogonal: para essas curvas, a tangente no ponto (x,y) tem coeficiente angular dado
por
2 xy 2 xy / x 2 2( y / x)
y′ = − = − ⇒ y′ = ,
y 2 − x2 ( y 2 − x2 ) / x2 1 − ( y / x) 2
uma EDO homogênea cuja solução (os y Γ 3/ 2 : x 2 + ( y − 3/2) 2 = 9/4
cálculos são apresentados a seguir) é a
família uniparamétrica de curvas Γ c , C 1: (x − 1)2 + y 2 =1
com c ∈ \ , dada por 3/2
C 3/ 2 : (x − 3/2)2 + y 2 = 9/4
•
curva Γ c : x 2 + ( y − c ) 2 = c 2 (c ∈ \ ∗ ) . C 2 : (x − 2)2 + y 2 = 4
3/2
• • •
A figura à direita mostra algumas x
1
curvas das famílias ( Ck ) e ortogonal
2
(Γ c ) .
Eis os cálculos de Γ c :
v = y/ x 2v dv 2v v 3 +v 1 −v 2
∫ ∫x
2 ( y / x) dx
y′ = ⇒ v + xv ′ = ⇒ x = − v = ⇒ dv =
1 − ( y / x)2 y =v x 1 −v 2 dx 1 − v 2 1 −v 2 v 3 +v
y′ = x + xv ′
1 −v 2 −v 2 + 1 A Bv + C A(−v 2 + 1) + Bv 2 + Cv ( A + B)v 2 + Cv + A ⎧⎪ A = 1
= = + = = ⇒ ⎨ B = −2
v 3+v v (v 2 + 1) v v 2 + 1 v (v 2 + 1) v (v 2 + 1) ⎪⎩ C = 0
⎛1 2v ⎞ v v
∫ ∫
dx 2
⎜ v − 2 ⎟ dv = x ⇒ ln v − ln v + 1 = ln x + c1 ⇒ 2 = x ec1 ⇒ 2 =±
N ec1 x
⎝ v + 1 ⎠ v + 1 v + 1 c2
v = c2 x (v 2 + 1) ⇒
y
x
y2
( )
= c2 x 2 + 1 ⇒ y = c2 ( y 2 + x 2 ) ⇒ x 2 + y 2 − (1/
x N c2 ) y = 0 ⇒ x 2 + ( y − c) 2 = c 2
≡ 2c
Solução:
1
As áreas citadas são funções de x: A1 ( x) e A2 ( x) . Temos que
99
A2 = 2 A1
∫
x
⇒ 3 A1 = xy ⇒ 3 y (t ) dt = xy
A1 + A2 = xy 0
∫
d / dx d x
d
⇒ 3 y (t ) dt = ( xy ) ⇒ 3 y ( x) = y + xy′ ,
dx 0 dx
donde obtemos a EDO separável x y ′( x ) = 2 y ( x ) , cuja solução é
dy 2 dx
= ⇒ ln y = 2 ln x + c1 ⇒ y ( x) = c2 x 2 .
y x
Determinamos c2 exigindo que a curva y ( x ) passe pelo ponto (1,1) , obtendo c2 = 1 .
Assim, a resposta do problema é y = x 2 ■
Problema 2:
Uma solução com concentração salina de
0,3 kg/L é adicionada à taxa de 10 L/min num 0,3 kg/L q(t ) /V (t ) kg/L
tanque inicialmente contendo 60 L de água pura, 10 L/min 5 L/min
de onde a solução, mantida misturada, é retirada V (0) = 60 L
à taxa de 5 L/min.
b) Calcule q (t ) e lim q (t ) no caso em que a solução salina entre e saia à mesma taxa de 10
t →∞
L/min e a concentração salina inicial no tanque seja de 0,1 kg/L.
Solução:
dV / dt = 10 − 10 = 0 ⇒ V = const. = 60 .
dq dq 1
= 10 (0,3) − 10 (q /60) ⇒ + q(t ) = 3 .
dt dt 6
Condição inicial: q(0) = {60 L}{0,1 kg/L} = 6 kg .
100
Logo, resolvendo o PVI composto por q′ + q (t ) / 6 = 3 e q(0) = 6 , obtemos
Solução:
Num instante t, a taxa de variação do volume V (t ) de água (essa taxa é negativa, pois V (t )
é uma função decrescente) é o negativo da vazão d'água no furo, isto é, dV / dt = − a v (t ) . Substi-
tuindo, nessa equação, V (t ) = A h (t ) e v (t ) = 2 g h(t ) , obtemos A dh / dt = −a 2 g h(t ) , uma
EDO de 1a ordem separável, cuja solução é h(t ) = −γ t + c1 , onde γ ≡ a 2 g / A . Impondo a
condição inicial h (0) = H , determinamos c1 = H . Logo, h(t ) = H − γt .
Dessa última equação calculamos H − γ te = h(te ) = 0 ⇒ te = H /γ ■
Substituindo o valor de g e os dados do reservatório, obtemos te 33 min ■
101
9. PROBLEMAS PROPOSTOS
9.1 ENUNCIADOS
1) Resolva as EDOs de 1a ordem (de um dos tipos estudados nas seçs. 6.1, 6.2, 6.3, 6.4 e 6.7):
a) 2 x y′ + y = 1
b) − x − y + ( x − y ) y′ = 0
c) xy′ = y (ln y − ln x ) + y
d) 3xy 2 dy = (4 y 3 + x3 ) dx
e) (cos y ) dx + (2 x sen y − y cos y ) , 0 ≤ y < π / 2
f) 2 x + y 2 + 2 xyy′ = 0
g) 2 xy − 3 x 2 + ( x 2 − 2 y ) y′ = 0
h) sen xy + xy cos xy + ( x 2 cos xy ) y′ = 0
i) x dx + ( x 2 cot y − csc 2 y ) dy = 0
j) (3 xy 2 − 4 y 2 + 2) dx + (2 x 2 y − 4 xy ) dy = 0
k) ( x 2 y − xy 2 ) dx + ( x3 − 2 x 2 y ) dy = 0
2) Resolva as seguintes EDOs de 1a ordem (de um dos tipos estudados nas seçs. 6.8 e 6.9):
a) y y′ + (1/ x) y3 = x , x > 0
b) y′ − xy 6 = y , y (0) = 1 , explicitando y ( x)
dy 3x + 2 y 2
c) =− , y (1) = 1 , x > 0 , explicitando y ( x )
dx 2 xy
d) y′ = 1 + x 2 − 2 xy + y 2
e) y′ = (−2 cos x) y 2 + (4 cos x + x −1 ) y − 2 cos x − x −1 , 0 < x < π / 2
dy ⎞3 2
f ) x ⎛⎜ ⎟ − y ⎛ dy ⎞ + 1 = 0
⎜ ⎟
⎝ dx ⎠ ⎝ dx ⎠
g) y = xy′ + a 1 + y′2 ( a > 0)
5) Resolva as seguinte EDOs não-homogêneas obtendo a solução particular pelo método das
famílias (ou dos coeficientes a determinar):
a) y′′′ − 4 y′ = e x + 3 x e x
b) y′′′ − y′ = 12 x e x + 5
c) y′′′ − 3 y′ + 2 y = 6 x − 12 e x
d) 2 x 2 y′′ + 4 xy′ + 5 y = 25ln 2 x + 18 x + 17 , x > 0
e) x 2 y′′ + 2 xy′ − 6 y = 8 x5 + 2 / x , x > 0
f ) x3 y′′′ − 3 x 2 y′′ + 6 xy′ − 6 y = 1/ x , x > 0
6) Resolva as seguintes EDOs não-homogêneas obtendo a solução particular por dois métodos:
variação das constantes e redução de ordem:
a) y′′ + y = sec2 x , x ∈ (0, π /2)
b) y′′ − 2 y′ + y = e x ln x , x > 0
c) a EDO no Prob. 5(e) acima
d) a EDO no Prob. 5(f) acima
7) Usando agora o método da redução de ordem, resolva novamente as EDOs nos Exemplos 1 a
3 da seç. 7.7 e também as seguintes:
a) x3 y′′′ − 3x 2 y′′ + ( x3 + 6 x) y′ − ( x 2 + 6) y = 0 ( y = x é solução)
b) x 2 y′′′ + (3 x − 3x 2 ) y′′ + (2 − 6 x + 3 x 2 ) y′ + (− x 2 + 3 x − 2) y = 0 , x > 0 ( y = e x é solução)
c) x y′′′ + (2 − 3 x) y′′ + (3 x − 4) y′ + (2 − x) y = 3 x e x , x > 0 ( y = e x é solução)
b) y = c1 e x + c2 xe x + 2 + x ln x
∫
x 2
−x −x
c) y = c1 + c2 e cos 2 x + c3e sen 2 x + et dt
0
11) Uma colônia de bactérias aumenta sua população a uma taxa proporcional à quantidade de
bactérias presentes em cada instante de tempo. Se em quatro horas a população triplica, em quan-
to tempo ela será 27 vezes a quantidade inicial?
13) Ache e esboce a curva C que passa pelo ponto (3,2) e que tem a seguinte propriedade:
a) uma reta normal a ela intercepta o eixo y na ordenada y = 6 .
b) uma reta normal a ela intercepta os eixos x e y em pontos X e Y respectivos tais que
XY = YP (igualdade de distâncias), onde P é o ponto na interseção da curva com a reta normal.
c) uma reta tangente a ela tem o seu segmento que está no primeiro quadrante dividido ao
meio no ponto de tangência.
104
14) Faça novamente o Prob. 2 da seç. 8.3 considerando genericamente as seguintes grandezas (t
é o tempo, em minutos, transcorrido desde o instante inicial t = 0 ):
V0 [L] é o volume inicial de solução no tanque
C0 [kg/L] é a concentração inicial da solução
V (t ) [L/min] é a vazão de entrada de solução no tanque
E
VS (t ) [L/min] é a vazão de saída de solução do tanque
CE (t ) [kg/L] é a concentração da solução que entra no tanque
CS (t ) [kg/L] é a concentração da solução que sai do tanque
Prob. 1)
a) y = 1 + c e− x
b) arctan( y / x) − ln x 2 + y 2 = c
c) y = x ecx
d) y = x 3 cx − 1
e) x( y ) = y sen y cos y + (cos2 y ) ln cos y + c cos 2 y
f) x 2 + xy 2 = c
g) x 2 y − x3 − y 2 = c
h) x sen xy = c
i) x 2 sen 2 y − 2 y = c
j) x3 y 2 − 2 x 2 y 2 + x 2 = c
k) 2x3 y 3 − 3x 2 y 4 = c
Prob. 2)
a) y = (3x 2 / 7 + c1 x −3/ 2 )2/3 (eq. de Bernoulli)
b) y ( x) = (4e−5 x / 5 − x + 1/ 5)−1/5 (eq. de Bernoulli)
c) y ( x) = 2 x −2 − x (eq. de Bernoulli)
d) y = x + 1/ v , onde v = c − x, e a solução singular y = x (eq. de Riccati)
e) y = 1 + 1/ v , onde v = 2sen x + (2 cos x + c) / x , e a solução singular y = 1 (eq. de Riccati)
f ) y = cx + 1/ c 2 e a solução singular 4 y 3 = 27 x 2 ou y ( x) = 3 3 x 2 / 4 (eq. de Clairaut)
g) y = cx + a 1 + c 2 e a solução singular x 2 + y 2 = a 2 (eq. de Clairaut)
Prob. 3)
a) r = −8 ⇒ y = c1 e −8 x
b) r = 2; 3 ⇒ y = c1e2 x + c2e3 x
c) r = 0;0; 2 ⇒ y = c1 + c2 x + c3e2 x
d) r = 2; 2; 2; 3 ⇒ y = (c1 + c2 x + c3 x 2 ) e 2 x + c4 e3 x
e) r = 2 ± 3i ⇒ y = e 2 x (c1 cos 3x + c2 sen 3x )
f) r = 0;1;1; − 1/2 ± i 3/2 ⇒ y = c1 + e x (c2 + c3 x) + e − x / 2 [c4 cos( x 3/2) + c5 sen( x 3/2)]
g) r = 2 ± 3i ; 2 ± 3i ; 5 ⇒ y = e 2 x (c1 cos 3 x + d1 sen 3 x) + x e2 x (c2 cos 3 x + d 2 sen 3 x) + c3e5 x
h) r = 0; 0; 0; − 1; − 1; 2 ± i ⇒ y = c1 + c2 x + c3 x 2 + (c4 + c5 x) e − x + (c6 cos x + c7 sen x) e 2 x
106
Prob. 4)
a) y = (c1 + c2 ln x) / x
b) y = c1 x5/ 4 + c2 / x
c) y = c1 x + [c2 cos(2 ln x) + c3 sen(2 ln x)] / x
d) y = c1 x13/ 4 + c2 ( x ln x − x) + c3 x + c4
Prob. 5)
a) y = c1 + c2 e2 x + c3e−2 x − x e x
b) y = c1 + c2e x + c3e− x + 3e x x 2 − 9e x x − 5 x
c) y = c1e x + c2 e x x + c3e−2 x − 2 x 2 e x + 3x + 9/2
d) y = (c1 cos 3ln2 x + c2 sen 3ln2 x ) x + 5ln 2 x − 4 ln x + 2 x + 1
e) y = c1 x 2 + c2 x −3 + x5 / 3 − x −1/ 3
f ) y = c1 x + c2 x 2 + c3 x3 − (24 x) −1
Prob. 6)
a) y = c1 cos 4 x + c2 sen 4 x + sen 4 x ln(sec 4 x + tan 4 x) − 1
b) y = c1e x + c2 x e x + x 2 e x (2 ln x − 3) / 4
c) y = c1 x 2 + c2 x −3 + x5 / 3 + x −1/ 3
d) y = c1 x + c2 x 2 + c3 x3 − (24 x) −1
Prob. 7)
a) y = c1 x sen x + c2 x cos x + c3 x
b) y = c1e x sen ln x + c2 e x cos ln x + c3e x
c) y = c1e x ln x + c2e x x + c3e x + ( x3 / 6) e x
Prob. 8)
a) y = c1 + c2 cos x + c3 sen x − ln cos x − sen x ln(sec x + tan x)
b) y = xe x + c1e x ln( x − 1) + c2 e x
c) y = c1e x + c2 xe x + c3 x 2 e x + 2 e x x ln x
d) y = c1 xe x + c2 xe − x + c3 x − 2 x 2 − x 4 /3
Prob. 9)
a) y = 2e x − 1
b) y = 1 / x
c) y = 1 / (1 − e x /2)
d) y = − 2 x arctan x − ln(1 + x 2 ) + ln 2
e) y = arccos[1 − (2/ x)]
f) (1 − 3x ) e6 x − 1
g) y = −3 x 2 + 3 x3
107
Prob. 10)
a) y ′′ − 5 y ′ + 6 y = 0 b) y′′ − 2 y′ + y = x −1 − 2 ln x + x ln x
2
c) y′′′ + 2 y′′ + 5 y′ = e x (4 x 2 + 4 x + 7)
Prob. 12)
x ⎞2 ⎛ y ⎞2
a) ⎛⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ = 1 (c > 0) [elipses: v. Nota 1]
⎝c 2⎠ ⎝c⎠
b) x 2 − y 2 = c [retas se c = 0 e hipérboles se c ≠ 0 : v. Nota 2]
c) x 2 − y 2 / 2 = c [retas se c = 0 e hipérboles se c ≠ 0 : v. Nota 2]
( )
2 2
+ ⎛⎜ ⎞⎟ = 1 (c > 0) [elipses: v. Nota 1]
x y
d)
c/ 3 ⎝c⎠
Nota 1: a família ortogonal não contém uma curva pela origem.
Nota 2: a ortogonalidade falha na origem do plano xy
Prob. 13)
C: y ( x) τ
η : normal C: y ( x) C: y ( x)
τ
y η 2y -
θ y
6 y
τ : tangente
−x θ θ
x x x 2x
a) tan θ = ( y − 6) / x b) tan θ = y / (2 x) c) tan θ = y ′ = −2 y / (2 x)
y ′ = − x / ( y − 6) y ′ = −2 x / y C: y = 6/ x
C : x 2 + ( y − 6)2 = 25 C : x 2 / 11 + y 2 / 22 = 1
Prob. 14)
⎧ dq VS (t )
∫ (V
t
⎪ − q(t ) = VE (t )CE (t ) , onde V (t ) = V0 + E − VS ) dt
⎨ dt V (t ) 0
⎪ q (0) = C V
⎩ 0 0
(cujo determinante principal é aquele wronskiano nulo) tem uma infinidade de soluções não-
nulas, isto é, formadas por constantes c1 ,", cn que não são todas nulas. Se γ 1 ,", γ n é uma des-
sas soluções não-nulas do sistema em (ii), podemos então escrever uma combinação linear não-
trivial de y1 ( x), ", yn ( x) ,
n
Y ( x) ≡ ∑ γ i yi ( x) ,
i =1
Assim se conclui que o PVI definido por (i) e por y ( k ) ( x0 ) = 0 admite (a) a solução Y ( x) ,
que não se anula identicamente, e (b) a solução identicamente nula, que, de acordo com o teore-
ma 7.1, é única. Ora, (a) e (b) são conclusões contraditórias. CQD.
ˆ =0
Seja x0 um ponto qualquer no interior de I e considere o PVI formado pela EDO Ly
em I e pelas condições iniciais y ( k ) ( x0 ) = Y ( k ) ( x0 ) ( k = 0,1, ", n − 1 ). Esse PVI é obviamente
satisfeito pela função Y ( x) .
n
Considere, por outro lado, a função ϕ ( x) ≡ ∑ ci yi ( x) , onde c1 ,", cn são constantes tais que
i =0
as condições iniciais do PVI sejam satisfeitas (∗), isto é,
n
ϕ ( k ) ( x0 ) ≡ ∑ ci yi( k ) ( x0 ) = Y ( k ) ( x0 ) . (I)
i =0
Isso e o fato de que ϕ ( x) também satisfaz a EDO do PVI (por ela ser uma combinação linear das
soluções y1 ( x), ", yn ( x) dessa EDO) implicam que, tal qual Y ( x) , também ϕ ( x) é solução do
PVI. Como, de acordo com o teorema 7.1, a solução do PVI é única, obtemos o que se deseja
n
provar: Y ( x) = ϕ ( x) = ∑ ci yi ( x) .
i =0
109
(∗)
Note que, em (I), temos um sistema linear de n equações que sempre pode ser resolvido
para se obterem valores únicos de c1 , ", cn , pois o determinante desse sistema é o wronskiano
W { y1 ( x),", yn ( x) } em x0 , que é diferente de zero (como consequência da independência linear
de y1 ( x), ", yn ( x) e do teorema 7.3).
(i) Já vimos que, se o polinômio característico P ( r ) se anula em r1 , então, uma vez que
(ii) Agora, se P ( r ) se anula em r1 pelo menos duas vezes, então, pelo item (i),
P′(r1 ) e r1x + N
=N P (r1 ) x e r1x = 0 ,
0 0
mostrando que
110
Logo,
∂2 ∂ 2 ⎡ ˆ rx ⎤ ∂2 ⎡
Lˆ[ x 2 er1x ] = Lˆ[ x 2erx ] = Lˆ ⎡ 2 (erx ) ⎤ = L (e ) ⎦ = P (r )erx ⎤⎦
r = r1 ⎣⎢ ∂r ⎦⎥ r = r1 ∂r 2 ⎣ r = r1 ∂r 2 ⎣ r = r1
mostrando que
• y3 ( x) = x 2er1x é outra solução da EDO.
P(r ) = g (r )(r − r1 )m
e, portanto, para j = 0 , " , m − 1 , temos que
(1)⎧⎪ j l ( j − l ) (l ) ⎫
⎪ (2)
j
⎡ m! ⎤
P ( j)
(r1 ) = ⎨ ∑ C j g (r ) ⎡⎣ (r − r1 )m ⎤⎦ ⎬ = ∑ C lj g ( j −l ) (r1 ) ⎢ (m − j ) (r − r1 )m − j ⎥ =0
⎩⎪ l = 0 ⎭⎪r = r1 l =0 ⎣ ⎦ r = r1
( ) (
∂ k rx
) ∂ k ˆ rx
( ) ∂k ⎡
(3) (4)
Lˆ x k er1x = Lˆ e = Le = k ⎣
P(r ) erx ⎤⎦
∂ rk r = r1 ∂ rk r = r1 ∂r r = r1
(5) k
= ⎡ ∑ Ckj P ( j ) (r1 ) x k − j ⎤ e 1 = 0 ,
rx
⎢
⎥
⎣ j =0 0 ⎦
mostrando que
(1) Uso da fórmula de Leibniz para a derivada de ordem k de um produto, dada por
111
k
[ u (r )v (r ) ] (k ) = ∑ Ckj u (k − j ) (r ) v ( j ) (r ) .
j =0
(l ) m!
(2) Uso da fórmula ⎡⎣ (r − r1 ) m ⎤⎦ = (r − r1 ) m − j , que é assim deduzida:
(m − j )
′
– se l = 1: ⎡⎣ (r − r1 )m ⎤⎦ = m(r − r1 )m −1
′′
– se l = 2 : ⎡⎣ (r − r1 )m ⎤⎦ = m(m − 1)(r − r1 )m − 2
(l ) m!
– se l = 3, " , m : ⎡⎣ (r − r1 )m ⎤⎦ = m(m − 1) "[m − (l − 1)] (r − r1 )m − l = (r − r1 ) m − l .
(m − j )!
(3) Troca da ordem de aplicação dos operadores L̂ e ∂ k / ∂r k .
(4) Uso da equação [3.3(a)] .
(5) Novamente o uso da fórmula de Leibniz para a derivada de ordem k de um produto.
K1 + K 2 ) cos bx + i( K1 − K 2
) sen bx] ,
c1 c2
ou seja,
K1 e( a +bi) x + K 2 e( a −bi) x = eax ( c1 cos bx + c2 sen bx ) . [A.5(a)]
c1 = K1 + K 2 = (α1 + α 2 ) + ( β1 + β 2 )i e d1 = i( K1 − K 2 ) = i[ (α1 − α 2 ) + ( β1 − β 2 )i ] ,
podem ser escolhidas como sendo reais e ainda arbitrárias. De fato, basta tomar K1 e K 2 tais que
β 2 = − β1 e α 2 = α1 ; nesse caso,
c1 = 2α1 e d1 = −2β1 ,
que são constantes arbitrárias, pois não há restrições sobre α1 e β1 . Note que K 2 = α1 − β1i é o
complexo conjugado de K1 (ou seja, em [A.5(a)], uma condição para que c1 e c2 sejam cons-
tantes reais arbitrárias é a da constante complexa K1 permanecer arbitrária e tomar K 2 como
sendo o complexo conjugado de K1 ).