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volume 7, 2012 16
1
E
ste texto descreve a construção rapidamente com o auxílio de um
Demetrius dos Santos Leão de um material didático lúdico ventilador adequado, possibilitando a
Programa de Pós-graduação em interativo voltado para o ensino acomodação dos do expectadores em seu
Ensino de Ciências – PPGEC de astronomia: um pequeno projetor interior. Quanto à projeção, ela pode
Universidade de Brasília (UnB) de planetário, por isso mesmo ser tanto digital,
digital utilizando software
Brasília, DF, Brasil denominado mini-planetário, montado apropriado e um sistema de projeção
E-mail: demetriusleao0@gmail.com com materiais de baixo custo. Seu semelhante a um datashow, quanto feita
princípio de funcionamento é bastante por cilindros, acionados
simples e a projeção que se pode obter mecanicamente. Nos No projetores de
com ele é de alta precisão. cilindros
cilindros, as constelações estão
perfuradas em sua superfície. Uma
O que é um planetário? pequena lâmpada no interior do
cilindro permite que a luz atravesse os
Imagine um céu noturno furos e seja projetada dentro da
repleto de estrelas cintilando, como cúpula.
pequenos diamantes. Existe paisagem Em comum, qualquer
mais bela e, ao mesmo tempo, tão planetário carrega consigo o potencial
desafiadora? Um céu bastante de encantar inúmeras pessoas, seja ela
estrelado, criança,
privilégio dos adolescente ou
locais mais Os planetários são locais adulto,
afastados das envolvidas ou
para visitação cuja
luzes dos não com o
grandes centros finalidade é apresentar uma
universo da
urbanos, é aquilo simulação do movimento astronomia.
que os aparente dos astros no céu,
planetários quase sempre o céu noturno. O que é o
procuram mini-
reproduzir. Eles planetário?
são locais para visitação cuja
finalidade é apresentar uma simulação O material aqui chamado de
do movimento aparente dos astros no mini-planetário
planetário (Fig. 1) funciona como
céu, quase sempre o céu noturno. Em um pequeno projetor de planetário
seu interior escurecido, os capaz de fornecer uma projeção do céu cé
expectadores assistem a noturno. Ele é ajustável para fornecer o
demonstrações sobre astronomia, de céu de qualquer latitude, em qualquer
forma semelhante ao que ocorre em dia e hora do ano (com a mesma
uma sessão de cinema. São vários os precisão de softwares de visualização
tipos de planetários e sistemas de do céu, tais como o Stellarim, Cartes du
projeções. Ciel ou WinStars),
WinStars além de sinalizar a
Os planetários fixos são classe espectral das estrelas estre mais
construções, quase sempre na forma visíveis.
de uma grande cúpula, devidamente
equipados para receber o público
visitante. Os planetários móveis,
geralmente utilizados em atividades
Propõem-se a construção de um pequeno itinerantes, possuem estrutura mais
projetor de planetário de baixo custo para simples, restrita ao formato de uma
ser usado em aulas sobre astronomia, meia abóbada celeste onde se realizam
gravitação universal ou em alguma outra as projeções, fabricado em lona não
atividade de caráter lúdico-interativo. inflamável, podendo ser inflados
2
Construindo o mini-planetário
Figura 4: As estrelas estão furadas de acordo com sua magnitude aparente.
Siga as instruções seguintes as dobras nos locais onde há as linhas furadas com o auxílio de um palito de
para operar com a montagem do pretas contínuas. Elas correspondem unha ou de churrasquinho (sempre
material: às arestas do sólido a ser montado. furando pelo avesso). Atente-se para o
(1) Recorte as partes principais Este reforço nas dobras pode ser feito quadro com as magnitudes que será
do mini-planetário – os hemisférios com o auxílio de uma régua (Fig. 3). colocado na base do mini-planetário
celeste sul e norte – pelo contorno mais (3) Fure as estrelas. Observe (em anexo) - quanto menor for a
externo do desenho (em anexo). que há estrelas de “tamanhos” magnitude visual, mais brilhante, para
Depois de recortá-las, cole-as variados, desde as menos visíveis (com nós, será a estrela. Em todo o céu que
(preferivelmente com a cola em bastão) magnitude visual igual ou superior a se pode observar, as estrelas de
sobre a cartolina dupla face preta, 3) até aquelas mais brilhantes, com magnitude na faixa de -1 (ou próximo)
juntas, unindo as letras iguais – C com magnitude visual na faixa de -1. Isso são quatro: Sírius, da constelação do
C e D com D (Fig.2). indica que os furos devem ser tanto Cão Maior, Canopus, da Carina, Rigil
maiores quanto maior for o brilho Kent, do Centauro e Arcturus, do
aparente da estrela. Pra começar esta Boieiro. Estas estrelas devem ter os
etapa, faça o seguinte: fure todas as maiores furos para serem localizadas
estrelas com um alfinete. Para fazer logo de imediato. Em relação às
estes furos, apóie a estrutura de papel constelações, algumas delas podem ter
sobre uma flanela ou um pano sua projeção “destacada”. Três delas
dobrado. Depois que todas as estrelas são facilmente reconhecíveis ao se
tiverem sido furadas deste modo, olhar para o céu: Cruzeiro do Sul, Órion
aumente o diâmetro dos furos das e Escorpião. É interessante que os furos
Figura 2: Colagem das peças na estrelas mais brilhantes. As estrelas das estrelas destas constelações, no
cartolina. que necessitam ter seu furo aumentado mini-planetário, seja um pouco maior
devem ser furadas pelo o lado do que o indicado. O reconhecimento
avesso do material. Essa observação é destas constelações ajuda bastante a
importante porque se os furos forem entender a dinâmica de como muda a
3
outra lateral da caixa, a sua escolha – Para ajustar o momento da constelação de Órion está quase no alto
Fig. 14. visualização, escolha o dia desejado no do céu.
calendário e alinhe o risco
correspondente à borda da lateral da
caixa na qual a seta está colada (Fig.
13). Quando se fizer isto, as estrelas
que estão “da borda da caixa para
cima” são aquelas que estão visíveis no
céu. As estrelas que estão “da borda da
caixa para baixo” são aquelas que
estão abaixo da linha do horizonte (e,
portanto, não visíveis no instante
considerado). Para ajustar a hora
desejada, é necessário olhar para as
linhas tracejadas da parte central do
corpo principal do mini-planetário.
Essas linhas estão próximas ao
Figura 12: Vista frontal do mini-
calendário, perpendiculares a ele. O Figura 16: Ofiúco, Escorpião e Sagitário
planetário.
espaço entre duas destas linhas equivale a são indicadas pelas setas na noite do
uma hora. Depois de escolhido o dia da dia 15/08, às 21:00 h
visualização, posicione o material “de
frente” para você, ou seja, com o Exemplo 2 – Céu do dia 15/08
hemisfério celeste sul voltado na sua às 21:00 h: Ache o risco
direção. Gire o corpo principal no mini- correspondente
espondente ao dia 15/08 e alinhe-o
alinhe
planetário no sentido horário de for antes à borda
orda da caixa que contém a seta.
da meia-noite ou no sentido anti-horário se Agora é só ajustar o horário. Como se
for depois. A cada hora a mais ou a menos
trata de um horário antes da meia-
é necessário girar o corpo principal do
noite, o corpo principal do mini- mini
mini-planetário o espaço correspondente a
planetário deve ser girado no sentido
duas dessas linhas tracejadas. Para
horário. Para asa 21 h, deve-se voltar
entender melhor, acompanhe os três
três horas (24 h menos 21 h), ou seja,
Figura 13: Seta indicativa da data e da exemplos a seguir:
deve-se
se girar o corpo principal do
hora. mini-planetário
planetário três espaços
equivalentes à distância entre duas
linhas tracejadas. As constelações que
estão mais no alto do céu são Escorpião,
Sagitário e Ofiúco.
Exemplo 3 – Céu do 01/01 às de divulgar [8]. É quando se é possível pequena) completamente escuro.
04:00 h: Localize o risco difundir entre o povo determinado Reúna o grupo de expectadores (fora
correspondente a essa data e, da conhecimento [9]. Em um pensamento do ambiente escuro, ou mesmo dentro
mesma maneira que os exemplos mais apurado, significa colocar o dele, mas com as luzes ligadas) e
anteriores, alinhe-o com a seta lateral conhecimento no campo da mostre o mini-planetário. Explique seu
da caixa. Por se tratar de um horário participação popular e sob o crivo do princípio de funcionamento (objeto
depois da meia-noite, o corpo principal diálogo com os movimentos sociais giratório, com as constelações furadas
do mini-planetário deve ser girado no [10], [11]. É possível supor que a e equipado com uma micro-lâmpada)
sentido anti-horário. Para o horário simplicidade e, ao mesmo tempo, a e algumas de suas funcionalidades
indicado, o objeto deve ser girado riqueza de possibilidades do mini- (permite mostrar o céu noturno de
quatro espaços. Nota-se que no céu planetário seja um catalisador na qualquer parte do planeta, em
deste momento a constelação de Órion tentativa de colocar as ideias da qualquer hora da noite, a qualquer
está desaparecendo enquanto a astronomia e da física (e data). De preferência, ajuste o
constelação de Escorpião está nascendo conhecimentos correlatos) em posição momento da visualização do céu para
no horizonte. de diálogo não só com os estudantes a meia-noite do dia em que se está
da Educação Básica, mas com o realizando a atividade. Cite algumas
Possibilidades pedagógicas de uso público em geral. Utilizar o mini- constelações comuns que podem ser
do mini-planetário planetário para uma sessão de observadas naquele momento.
planetário, então, se mostra uma Acomode os expectadores no local da
O mini-planetário pode ser possibilidade viável no sentido da exibição da sessão, já escurecido, com
empregado de múltiplas formas na popularização da astronomia. o auxílio de uma lanterna e leve o
sala de aula e fora dela. Argumenta-se, mini-planetário, ainda desligado, ao
pois, a favor da utilização do material Abordagem de tópicos de física centro da sala na qual ocorrerá sessão.
para o ensino da astronomia e de Fale um pouco sobre as constelações,
alguns temas relacionados à física. O mini-planetário pode ser sobre o céu noturno ou algo
aproveitado na discussão de alguns relacionado. Ligue a micro-lâmpada
Ensino da astronomia tópicos em física, dentre eles: i) do mini-planetário e continue sua
medidas de tempo, ii) medidas de explanação sobre astronomia. Pode-se
A astronomia, ciência que espaço, iii) escalas, iv) princípios de contar algumas histórias mitológicas
estuda aos astros [1], carrega consigo conservação, v) ótica, vi) leis do clássicas, como as das constelações do
inegável potencial didático [2]. Embora movimento, vii) constituição da zodíaco, por exemplo. Transcorridos
haja muitas pesquisas na área fruto de matéria, etc alguns minutos da sessão, a pupila dos
relatos de experiências escolares [3], Neste contexto, o professor expectadores estará mais aberta e, por
[4], [5], [6], apenas para mencionar pode e deve estimular consequência, a projeção das estrelas
algumas, o ensino de Astronomia questionamentos do tipo – Por que as nas paredes do ambiente se
ainda não alcançou sua devida posição estrelas mudam tanto de posição ao longo apresentará mais perceptível. Simule
no cenário educacional, mesmo sendo da noite e ao longo do ano? O que mantém alguma passagem de tempo girando o
uma recomendação dos Parâmetros a Terra em seu movimento de rotação e corpo principal do mini-planetário.
Curriculares Nacionais para o Ensino translação? Se o Sol é uma estrela, por que Mostre a oposição entre as
Médio (PCN+EM), [7]. ela parece tão maior do que as outras? De constelações de Escorpião e Órion, que
Para o ensino de astronomia, o onde vêm as cores das estrelas? A partir possuem, entre si, um afastamento de
material aqui apresentado é útil na disso, o conhecimento pode, com quase 180°. Comente sobre a dinâmica
abordagem de diversos temas como: i) grande eficiência, ser mobilizado em da mudança aparente do céu ao longo
modelo do sistema solar (geocêntrico e resposta a essas questões. de uma noite e ao longo do ano.
heliocêntrico), ii) constelações, iii) Mas as possibilidades não se Explique que, ao longo de uma noite,
astronomia de posição, iv) estrelas e encerram por aqui. Outras abordagens uma constelação que esteja surgindo
suas variedades, entre outros assuntos. podem ser realizadas a critério do no horizonte, no ponto cardeal leste, às
Organizar atividades em professor, atendendo aos diferentes dezoito horas, por exemplo, seis horas
classe, enfocando temas de astronomia interesses dos alunos. A seguir, é depois (1/4 de um dia), estará no
como parte do desenvolvimento deixada uma sugestão de atividade zênite (ponto mais alto do céu), à meia-
curricular dos ensinos fundamental e que pode, com facilidade, ser noite e que, mais seis horas depois, ao
médio é tarefa inadiável com a qual o conduzida com o mini-planetário. amanhecer do dia, esta constelação
mini-planetário aqui proposto pode estará desaparecendo no ponto cardeal
contribuir. Sugestão de Atividade – Sessão de oeste. Comente que, por outro lado, se
Planetário com o mini-planetário um observador acompanha a posição
Popularização da astronomia aparente das estelas, todas as noites,
Para o professor ou nomesmo horário, pode-se notar, ao
Popularizar, no entendimento apresentador conduzir uma sessão de longo dos meses, uma mudança
de alguns pesquisadores, é um planetário com o mini-planetário, é semelhante do céu. Uma constelação
conceito mais profundo que somente o necessário que se reserve um espaço que esteja, por exemplo, nascendo no
de pequenas dimensões (uma sala
7
Referências
[1]. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. O Livro de Ouro do Universo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, 509 p.
[2]. CANIATO, Rodolpho. Astronomia e Educação. Universo Digital, p. 80-91, [20--].
[3]. BARRIO. J. B. M. A investigação Educativa em Astronomia: os planetários como espaço de ensino e aprendizagem. In:
Educação em astronomia: experiências e contribuições para a prática pedagógica. Organizador: Marcos Daniel
Longhini. Campinas, SP. Ed. Átomo, 2010.
[4]. CANALLE, João Batista Garcia. Explicando Astronomia com uma bola de isopor. Caderno Catarinense de Ensino de
Fisica, v. 16, n. 3: p. 314-331, dez. 1999.
[5]. MEES, Alberto Antônio. Astronomia: Motivação para o Ensino de Física na 8ª Série. Rio Grande do Sul, Instituto de Física,
UFRGS, 2004. 123p. Profissionalizante - Ensino de Física. (Orientadora: Maria Helena Steffani).
[6]. LEÃO, Demetrius dos Santos. Um mini-planetário como alternativa de popularização e aprendizagem de tópicos de
astronomia. Brasília, UCB, 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Orientador: Dr. Cássio Costa Laranjeiras)
[7]. BRASIL. PCN+. Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília: Ministério da Educação, 2002.
[8]. GERMANO, Marcelo Gomes; KULESZA, Wojciech Andrzej. Popularização da Ciência: Uma Revisão Conceitual.
Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.24, n.1: p.7-25, abr.2007.
[9]. MORA, A. M. S. A divulgação da ciência como literatura. Tradução: Silvia Perez Amato. Rio de Janeiro: Casa da
Ciência, UFRJ, 2003.
[10]. HUERGO, J. La Popularización, mediación e negociación de significados. In: SEMINÁRIO LATINOAMERICANO:
ESTRATÉGIAS PARA LA FORMACIÓN DE POPULARIZADORES EN CIÊNCIAS E TECNOLOGIA, 2001,Cono Sur,
La plata.
[11]. LENS, J. L. La pedagogia dialógica como marco teórico-estratégico para la formación de popularizadores en ciencia
y tecnologia. In: SEMINÁRIO LATINO AMERICANO: ESTRATEGIAS PARA LA FORMACIÓN DE
POOPULARIZADORESEN CIÊNCIA Y TECNOLOGIA, 2001, Cono Sul, La Plata.
UNIDADES DO MINI-PLANETÁRIO
volume 7, 2012 17
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Decanato de Pesquisa e Pós- Graduação
Instituto de Química
Instituto de Física
Instituto de Ciências Biológicas
Faculdade UnB Planaltina
PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS
Texto de Apoio
Curso de Modelos e Modelagens no Ensino de Ciências como
estratégia de formação continuada de professores
Brasília- DF
Novembro
2012
Apresentação
como a nossa.
direcionar-se com nossa experiência. Por que tecer um texto que tenha
de modelagem.
Introdução
por professores que querem alçar voos por meio de uma parceria
seguir teceremos mais aspectos sobre essa estratégia. Sempre que possível
Mafalda
Mafalda, que pensa o globo terrestre como cópia reduzida do mundo real.
conceito dessa forma. Ela fez referência a uma situação: “e você chega
numa loja e você vai comprar coisas que são idênticas. Aí é comum as
pessoas falarem ‘esse daqui é o mesmo modelo que aquele dali’. Então, esse
daqui é a mesma cópia”. Com isso, levamos esse entendimento do conceito
ao falar de modelos científicos, gerando uma concepção inadequada. A
representam uma ideia que temos dessa. Na nossa pesquisa foi evidenciado
que, quando o docente entende o modelo como cópia, ele leva essa concepção
parciais da realidade, mas a própria realidade. Uma visão que ela tem de
ela.
São produtos da mente humana. Segundo Gilbert e Boulter1
(1995), o modelo:
desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Nas Séries Iniciais temos o
os conheça, mas não são usados nas aulas de ciências, porque são mais
1
GILBERT, J.K. e BOULTER, C.J. Stretching models too far. Annual Meeting of the
American Educational Research Association. Anais... San Francisco, 1995. Apud Ferreira e
Justi (2008).
auxiliar nesse entendimento. Por exemplo, quando fizemos uma atividade
nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso) o modelo curricular que
Dalton com a “bola de bilhar”. Por isso, necessária uma discussão dos
natureza dos modelos aos alunos e por que eles são importantes na
ensino. Estes servem como uma “ponte” para compreensão daqueles (JUSTI,
2010).
modelagem no Ensino de Ciências. Para que vários pontos fiquem mais claros,
2
JUSTI, R.; GILBERT, J. K. Modelling, teachers’ view on the nature of modelling, and
implications for the education of modellers. International Journal of Science Education,
v. 24, p. 369-387, 2002. Apud Ferreira e Justi (2005).
Figura 1 – Diagrama de Modelo de modelagem
Definir os
objetivos
Selecionar a
Ter experiências
'origem' para
com o 'alvo'
o modelo
Rejeitar o
modelo Produzir um
mental modelo mental
Expressar em
alguns dos modos
Modificar o de representação
modelo
mental
Considerar abrangência
e limitações de um
Conduzir modelo
experimentos
mentais
Falha Ok
Planejar e
conduzir testes
empíricos
Falha Ok
Objetivo atingido
Fonte: Justi e Gilbert (2002, p. 371) Apud Ferreira e Justi (2005, p. 12).
Iniciamos o processo de modelagem definindo um objetivo a ser
mental vem a partir da experiência com o alvo, que pode ser feita direta ou
imiscibilidade água e óleo com a densidade. Um dos docentes disse: “Eu acho
que óleo é mais leve e água mais densa. O fato de a água ser mais pesada ela
desce. E o óleo menos denso sobe. O fato de ele ser mais leve faz com que
ele flutue acima da água.” Essa concepção é comum entre os estudantes e,
nesse caso foi apresentada também por docentes das Séries Iniciais do
apresentado abaixo:
3
Concepções alternativas denominadas também de instintivas ou espontâneas são ideias que
os alunos apresentam diferentes daquelas aceitas pela comunidade científica. (GRAVINA;
BUCHWEITZ, 1994).
PQ: Como vocês acham que tá o óleo e a água aí
microscopicamente? Elaborem um modelo.
P7: As moléculas do óleo estão bem juntas, aí impede de
a água penetrar.
P2: Essa é uma explicação possível. Prova disso que cria
umas bolhas de oxigênio separando as duas. Como se
fosse uma camada de oxigênio separando do óleo.
P7: As moléculas da água não conseguem penetrar nas
moléculas do óleo.
PQ: O que tá interrompendo o contato com a outra?
P7 e P2: O óleo.
P2: Eu acho que óleo é mais leve e água mais densa. O
fato de a água ser mais pesada ela desce. E o óleo
menos denso sobe. O fato de ele ser mais leve faz com
que ele flutue acima da água.
É importante que os alunos, durante as atividades, desenvolvam
que os alunos possam expressar seu modelo não os limitando em alguns dos
modos de representação.
alunos é testado por experimentos mentais. Esse teste pode ser feito por
havia dentro de uma caixa lacrada sem abri-la. Cada caixa continha um
objeto diferente. O professor P2, para não mudar seu modelo, trouxe
ele, são feitas de aço. Assim, percebemos que os docentes traziam objetos
seus modelos.
pudesse ser modificada é necessária uma situação que conflite com tal ideia
concepção. Uma atividade de Faria (2010) ajuda nessa reflexão (anexo A).
a água deveria ser mais miscível em óleo de cozinha do que em álcool. Essa
Assim, o modelo já pode ser avaliado pelas demais pessoas. Nesse momento,
fundamentadas na modelagem.
modelagem.
elaboração dos seus modelos. Durante o nosso curso, por exemplo, vimos os