Sunteți pe pagina 1din 627

Impactos Ambientais Provenientes

da Produção Agrícola:
Experiências Argentinas
e Brasileiras
Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho
Celio Ignacio Chagas
Everaldo Zonta
(Organizadores)

Impactos Ambientais Provenientes


da Produção Agrícola:
Experiências Argentinas
e Brasileiras

Realizando Sonhos. Enriquecendo Vidas.


São Paulo | Rio de Janeiro
2016
Copyright © 2016 por Nelson Moura Brasil do A. Sobrinho ; Celio Ignacio Chagas ; Everaldo Zonta
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:
Experiências Argentinas e Brasileiras
Organizadores
Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho
Celio Ignacio Chagas
Everaldo Zonta
a
1 Edição
a
1 tiragem – janeiro de 2016 – 1.000
Coordenação Editorial:
Jefferson Borges
Diagramação:
Equipe Livre Expressão
Capa:
Equipe Livre Expressão

ISBN 978-85-7984-900-8

CIP – (Cataloguing-in-Publication) – Brasil – Catalogação na Publicação


Ficha Catalográfica feita na editora
________________________________________________________
Amaral Sobrinho, Nelson Moura Brasil do; Chagas, Celio Ignacio ; Zonta, Everaldo
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola: Experiências
Argentinas e Brasileiras : Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho ; Celio Ignacio
Chagas ; Everaldo Zonta ; (Organizadores) ; 1 ed. São Paulo : Rio de Janeiro : Livre
Expressão , 2016.
642p. ; 21 cm (broch.) ; fotos ; il. ; mapas
ISBN 978-85-7984-900-8
CDD 631.4
574.5
CDU 332368
631454
________________________________________________________
Índice para catálogo sistemático
1. Adaptação-Meio Ambiente. 2. Solo-Agricultura.
3. Conservação do solo. 4. Classificação dos Solos.
5. Solo Poluição. 6. Solo Adubação.
5. Impacto Ambiental-Agricultura. I. Título

Fale Conosco:
• São Paulo-SP: (11) 3522-5507
• Rio de Janeiro-RJ: (21) 4063-6554
E-mail: comercial@livreexpressao.com.br • www.livreexpressao.com.b
Sumário

Apresentação..................................................................................................................... 9
Presentación.................................................................................................................... 11
PARTE 1 - MANEJO E DEGRADAÇÃO FÍSICA DO SOLO
(Manejo y degradación fisica del suelo)

CONDICIÓN FÍSICA DE LOS SUELOS LIMOSOS BAJO SIEMBRA DIRECTA:


CARACTERIZACIÓN, GÉNESIS Y MANEJO.......................................................... 15
Carina R. Álvarez, Miguel A. Taboada y Alejandro O Costantini
ESTUDIO DEL COMPORTAMIENTO HIDROLÓGICO SUPERFICIAL EN
TRES ARGIUDOLES DE LA PRADERA PAMPEANA (ARGENTINA).............. 59
Mario G. Castiglioni
EVALUACIÓN DE LA DEGRADACIÓN DE LAS TIERRAS EN REGIONES
ÁRIDAS Y SEMIÁRIDAS DE ARGENTINA USANDO IMÁGENES
SATELITALES Y SIG...................................................................................................... 83
Alejandro E. Maggi
USO DE LA TIERRA Y PROCESOS DEGRADATORIOS EN UNA CUENCA
REPRESENTATIVA DE LA PAMPA ONDULADA.................................................. 97
Celio I. Chagas y Oscar J. Santanatoglia
DEGRADACIÓN DEL SUELO POR PROCESOS DE EROSIÓN HÍDRICA...... 119
José M. Febles González, Marina B. Vega Carreño y
Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho
ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO DE
UM MÓDULO DE PESQUISA EM PRODUÇÃO ORGÂNICA ........................... 165
Maria Gabriela Ferreira da Mata, José Guilherme Marinho Guerra,
Erika Flávia Machado Pinheiro e Marcos Bacis Ceddia
VARIABILIDADE ESPACIAL DA QUALIDADE
FÍSICO-HÍDRICA DOS SOLOS DE UMA UNIDADE
DE PESQUISA EM PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA..........................................199
André Luis Oliveira Villela, Marcos Bacis Ceddia e
Carlos Alberto Alves Varella

5
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

PARTE 2 - CICLAGEM DE NUTRIENTES, FIXAÇÃO DE CARBONO E


EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA
(Reciclado de nutrientes, fijación de carbono y emisión de gases de
efecto invernadero)

SUMIDEROS DE CARBONO Y EMISIÓN GASES DE EFECTO


INVERNADERO DESDE EL SECTOR AGROPECUARIO ARGENTINO.
ESTADO DEL ARTE.....................................................................................................229
Alejandro O. Costantini, Carina R. Álvarez, Vanina R. Cosentino,
Carolina Alvarez y Miguel A. Taboada
CARBONO ORGÂNICO NO SOLO SOB SISTEMAS CONSERVACIONISTAS
NO CERRADO..............................................................................................................259
Arcângelo Loss, Marcos Gervasio Pereira e José Luiz Rodrigues Torres
ESTOQUES DE CARBONO NOS SOLOS: QUANTIDADE E
MECANISMOS DE ACÚMULO E PRESERVAÇÃO..............................................283
Érika F. M. Pinheiro, David Vilas Boas de Campos, Bruno J. R. Alves,
Eduardo Lima, Segundo Urquiaga e Robert M. Boddey
PRODUÇÃO, DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE NUTRIENTES DAS
COBERTURAS DE SOLO UTILIZADAS NO SISTEMA DE SEMEADURA
DIRETA NO CERRADO..............................................................................................305
Jose Luiz Rodrigues Torres, Marcos Gervasio Pereira e Arcângelo Loss

PARTE 3 - DEGRADAÇÃO QUÍMICA DE AGROECOSSISTEMAS


(Degradación química de agroecosistemas)

Química de la degradación deL suelo, con énfasis en suelos


de praderas templadas
(Química da degradação do solo, com ênfase em solos de
campos temperados)......................................................................................................341
Marta Elvira Conti, Mirta Graciela González y Liliana Graciela Marbán
METALES PESADOS EN EL SISTEMA AGUA-SEDIMENTO Y PLANTAS
NATIVAS, EN UN RÍO ALTAMENTE CONTAMINADO DE ARGENTINA...363
Alicia Fabrizio de Iorio, Silvana Arreghini, Roberto Serafini y
Alicia Rendina
METAIS PESADOS EM SOLOS INTEMPERIZADOS........................................... 393
Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho e Everaldo Zonta
VALORES ORIENTADORES DE METAIS PESADOS EM SOLOS:
PANORAMA MUNDIAL E BRASILEIRO............................................................... 421
Erica Souto Abreu Lima, Marcio Osvaldo Lima Magalhães e
Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho

6
Experiências Argentinas e Brasileiras

UTILIDAD EN ESTUDIOS AMBIENTALES DE LA EVALUACIÓN DE LA


SORCIÓN Y DESORCIÓN DE P EN ARGIUDOLES
PAMPEANOS (Argentina)...........................................................................................443
Olga S. Heredia

PARTE 4 - DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA DE AGROECOSSISTEMAS


(Degradación biológica de agroecosistemas)

MOVIMIENTO DE CONTAMINANTES MICROBIOLÓGICOS


ASOCIADOS A LA ACTIVIDAD GANADERA EN UNA CUENCA
DE LA PAMPA ONDULADA DE ARGENTINA.....................................................465
Filipe Behrends Kraemer y Celio I. Chagas
Calidad de Suelos: un enfoque biológico
(Qualidade do solo: um enfoque biológico)................................... 491
Elena del Valle Gómez y Olga Susana Correa

PARTE 5 - RESÍDUOS: GERAÇÃO, IMPACTOS E USO AGRÍCOLA


(Residuos: producción, impactos y uso agrícola)

COMPOSTAJE DE PODA COMO ALTERNATIVA DE


SUSTENTABILIDAD.................................................................................................... 527
Silvia E. Ratto y Marta Susana Zubillaga
USO DE TORTAS DE OLEAGINOSAS NA AGRICULTURA.............................. 561
Everaldo Zonta, Fabiano Barbosa de Souza Prates,
Fábio Cardoso de Freitas, Glaucio da Cruz Genuncio,
Rafael Antônio Presotto e Juliano Bahiense Stafanato
EFEITO DA APLICAÇÃO E INTERAÇÃO DO CASCALHO
DE PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
EM SOLOS INTEMPERIZADOS...............................................................................589
Marcio Osvaldo Lima Magalhães, Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho,
Érica Souto Abreu Lima, Fábio Cardoso de Freitas e Everaldo Zonta
MinicurrÍculo dos Autores......................................................................623

7
Apresentação

A proposta de se elaborar este livro surgiu ao longo de três


anos de convívio e troca de experiências entre docentes e discentes
dos Programas de Pós-Graduação em Agronomia – Ciência do Solo
do Departamento de Solos da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ) e Programa de Pós-Graduação em Ciências do Solo da
Escola para Graduados da Faculdade de Agronomia da Universidade
de Buenos Aires (FAUBA). Esta parceria foi viabilizada pelo Programa
de Cooperação Internacional entre Brasil e Argentina através do
financiamento do projeto “Impactos Ambientais Provenientes da
Produção Agrícola: Contaminação por Metais Pesados, Degradação e
Emissão de Gases de Efeito Estufa” pela CAPES-Brasil e SPU-Argentina,
coordenado pelos Professores Titulares Dr. Nelson Moura Brasil do
Amaral Sobrinho (UFRRJ) e o Dr. Celio Ignacio Chagas (FAUBA).
Durante os 36 meses de execução do projeto, foram realizadas mais
de 20 missões de trabalho nas quais foram ministradas palestras e mini-
cursos por docentes especialistas de ambas as Instituições abordando
temas discutidos neste livro como manejo do solo, erosão do solo,
ciclagem de nutrientes, fixação de carbono, emissão de gases de efeito
estufa, contaminação do solo, utilização de resíduos na agricultura entre
outros. Assim, mediante a carência de livros que abordem esta temática,
tanto no Brasil como na Argentina, e a motivação dos professores
envolvidos no desenvolvimento do projeto, propôs-se a elaboração
de um livro que pudesse ao mesmo tempo registrar as experiências
desenvolvidas, como também compartilhá-las com leitores interessados
no assunto.
O livro é composto por 21 capítulos agrupados em cinco
grandes temas: Manejo e Degradação Física do Solo; Ciclagem de
Nutrientes; Fixação de Carbono e Emissão de Gases de Efeito Estufa;
Degradação Química de Agroecossistemas; Degradação Biológica de
Agroecossistemas, e Resíduos: Geração, Impactos e Uso Agrícola. Estes
capítulos foram escritos por 47 especialistas, sendo 24 brasileiros, 21
argentinos e 2 cubanos.

9
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Acreditamos que a publicação deste livro irá preencher uma


importante lacuna, tanto no Brasil como na Argentina, sobre os
impactos decorrentes da produção agrícola nos dois países e, ao mesmo
tempo, levantar discussões sobre o tema baseadas em diagnósticos e
proposições de medidas mitigadoras desses impactos.

10
Presentación

La propuesta de elaborar este libro surgió como consecuencia de


tres años de convivencia e intercambio de experiencias entre docentes
y alumnos de los programas de Posgrado en Agronomía – Ciencias
del Suelo del Departamento de Suelos de la Universidad Federal Rural
de Río de Janeiro (UFRRJ) y el Posgrado en Ciencias del Suelo de la
Escuela para Graduados de la Facultad de Agronomía de la Universidad
de Buenos Aires (FAUBA). Este intercambio fue viabilizado en el
marco del Programa de Cooperación Internacional entre Argentina y
Brasil a través del financiamiento del Proyecto “Impactos Ambientales
Provenientes de la Producción Agrícola: Contaminación por Metales
Pesados, Degradación y Emisión de Gases de Efecto Invernadero”:
CAPES-Brasil y SPU-Argentina, coordinados por los Profesores
Titulares Dr. Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho (UFRRJ) y Dr.
Celio Ignacio Chagas (FAUBA).
Durante los 36 meses de ejecución del proyecto, fueron realizadas
más de 20 misiones de trabajo en las cuales fueron dictadas conferencias
y minicursos por docentes especialistas de ambas Instituciones
abordando los temas discutidos en este libro tales como: manejo de
suelos, erosión de suelos, reciclado de nutrientes, fijación de carbono,
emisión de gases de efecto invernadero, contaminación de suelos,
utilización de residuos en la agricultura entre otros. Teniendo en cuenta
la carencia de libros que aborden estas temáticas tanto en Brasil como
en Argentina, los profesores involucrados en este Proyecto han tenido la
motivación de elaborar un libro que pudiese al mismo tempo registrar
las experiencias desarrolladas como así también, compartirlas con los
lectores interesados en dichos temas.
El libro está compuesto por 21 capítulos agrupados en cinco
grandes temas: Manejo y Degradación Física de Suelos; Reciclado
de Nutrientes; Fijación de Carbono y Emisión de Gases de Efecto
Invernadero; Degradación Química de Agroecosistemas; Degradación
Biológica de Agroecosistemas; y Residuos: Generación, Impactos y Uso
Agrícola. Estos capítulos fueron escritos por 47 especialistas, siendo 24
brasileños, 21 argentinos y 2 cubanos.

11
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Estamos convencidos que la publicación de este libro suplirá una


importante carencia de información, tanto en Brasil como en Argentina,
sobre los impactos derivados de la producción agrícola de ambos países
permitiendo a la vez, la generación de discusión sobre temas basados en
el diagnóstico y las propuestas de medidas mitigadoras de esos impactos.

12
MANEJO E DEGRADAÇÃO FÍSICA DO SOLO
(Manejo y degradación fisica del suelo)

MANEJO E DEGRADAÇÃO FÍSICA DO SOLO


(Manejo y degradación fisica del suelo)
CONDICIÓN FÍSICA DE LOS SUELOS LIMOSOS
BAJO SIEMBRA DIRECTA: CARACTERIZACIÓN,
GÉNESIS Y MANEJO
(Condição física dos solos siltosos sob plantio direto:
caracterização, gênese e manejo)

Carina R. Álvarez, Miguel A. Taboada y Alejandro O. Costantini

Resumen
Argentina, junto a Estados Unidos y Brasil, son los tres países
del mundo con mayor superficie agrícola manejada en siembra directa.
En 2007/8 Argentina contaba con 25,8 Mha en siembra directa; que
representa el 85% de la superficie destinada a cultivos de grano. Esto
genera un escenario de interés a nivel mundial para la evaluación de
la evolución de la calidad de los suelos bajo siembra directa y, también,
a nivel país ya que prácticamente toda su producción se asienta sobre
este sistema. Los suelos agrícolas (bajo labranza convencional o
siembra directa) presentaron 23% menos de contenido de carbono
orgánico y mayor densidad aparente y compactación relativa que
los cuasi-prístinos. En relación a labranza convencional, la siembra
directa disminuyó la inestabilidad estructural pero aumentó en 0,77
MPa la resistencia a la penetración en los primeros centímetros. A su
vez, en siembra directa se observó la estratificación del componente
orgánico, tanto el carbono total como particulado (>53µm) y el carbono
potencialmente mineralizable. La tasa de infiltración fue similar
en siembra directa que en labranza convencional en suelos francos,
pero en los suelos franco limosos y franco arcillo limosos la siembra
directa presentó menores valores, estando asociado a la presencia de
estructuras laminares. En segunda instancia se planteó identificar los
factores que se relacionaban con la presencia de estas estructuras. La
frecuencia de estructura laminar fue mayor en zonas de mayor tránsito
(cabeceras de lote) y fue menor luego del doble cultivo trigo/soja de
segunda. En 12 ensayos de campo y tres campañas agrícolas, se halló

15
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

que la descompactación mecánica mejoró la calidad física de los suelos


manejados con SD e incrementó en promedio 6,2 % los rendimientos
de maíz. La perdurabilidad de la descompactación no llegó al año,
debido a la recompactación del suelo durante la cosecha del maíz. A
partir de variables de fácil determinación (carbono orgánico, contenido
de arena y sistema de manejo), se ajustaron ecuaciones de transferencia
para estimar la densidad máxima de los suelos y el contenido hídrico
crítico en la Región Pampeana. En resumen, en el presente capítulo se
presenta el impacto de la siembra directa en la calidad física de los suelos
y, en especial, se demuestra la interacción entre la textura de los suelos
y el comportamiento de infiltración en siembra. Este comportamiento
se asocia a la conformación de una estructura laminar desfavorable.
Su conformación estaría relacionada tanto con factores naturales
como antrópicos (tránsito de maquinaria). A partir del diagnóstico
realizado, se recomienda monitorear en siembra directa la calidad
física de los suelos controlando periódicamente su tasa de infiltración
y su resistencia a la penetración evitando las generalizaciones de una
evolución favorable de la calidad del suelo tan solo por presentar una
alta estratificación del componente orgánico. La calidad física mejora
cuando el manejo con siembra se combina presencia de raíces vivas y
tránsito agrícola controlado.

Resumo
Argentina e Brasil, junto aos Estados Unidos, são os três principais
países do mundo no tocante à superfície agrícola manejada sob plantio
direto. Em 2007/2008, Argentina tinha 85% da sua superfície plantada
com cultivos de grãos (25,8 milhões de hectares) realizados sob esse
sistema de preparo.
Esta situação gera um cenário de interesse a nível mundial
para avaliar o que acontece com a qualidade dos solos cultivados sob
plantio direto, assim como a nível de país, devido a que quase toda
sua produção é realizada com este sistema. Os solos agrícolas (sob
preparo convencional ou plantio direto) apresentaram um conteúdo
de carbono orgânico 23% menor, assim como uma maior densidade do
solo, quando comparados com aqueles solos quase intocados. Quando
comparado com o preparo convencional, o plantio direto diminuiu a
instabilidade estrutural, porém acrescentou em 0,77 MPa a resistência
à penetração nos primeiros centímetros de solo. Observou-se também
no plantio direto uma estratificação do carbono total, do particulado

16
Experiências Argentinas e Brasileiras

(>53µm) e do potencialmente mineralizável. A taxa de infiltração foi


semelhante em plantio direto e preparo convencional quando os solos
foram francos, porém em solos franco siltosos e franco argilo siltosos
o plantio direto apresentou valores menores, o que esteve associado à
presença de estrutura laminar.
Em uma segunda instância estabeleceu-se identificar os fatores
que tinham relação com a presença destas estruturas. A ocorrência de
estrutura laminar em zonas de maior trânsito de maquinário foi maior, e
foi menor após o duplo cultivo trigo/soja (safrinha). Em 12 experimentos de
campo realizados em 3 anos agrícolas, encontrou-se que a descompactação
mecânica melhorou a qualidade física dos solos manejados sob plantio
direto e incrementou em média 6,2% os rendimentos de milho. A
durabilidade da descompactação não atingiu um ano, devido a uma nova
compactação do solo ocorrida durante a colheita do milho. Partindo de
variáveis de fácil determinação (carbono orgânico, conteúdo de areia e
sistema de preparo), ajustaram-se equações de transferência para estimar
a densidade máxima dos solos e o conteúdo hídrico crítico da Região
Pampeana. Resumindo, neste capítulo se apresenta o efeito do plantio
direto na qualidade física dos solos e, especialmente, se demonstra a
interação entre a textura dos solos e o comportamento da infiltração
no momento da semeadura. Este comportamento se associa à formação
de uma estrutura laminar desfavorável, cuja formação é relacionada
com fatores genéticos assim como antrópicos (trânsito de maquinário).
Partindo do diagnóstico realizado, recomenda-se monitorar a
qualidade física dos solos manejados sob plantio direto controlando
periodicamente sua taxa de infiltração e a resistência à penetração,
evitando fazer um diagnóstico errado da situação, inferindo que esteja
acontecendo uma evolução favorável da qualidade do solo pelo simples
fato de apresentar um alto conteúdo de matéria orgânica superficial e
uma alta estratificação desse componente orgânico. A qualidade física
do solo melhora quando o sistema de plantio direto é combinado com a
presença de raízes vivas e controle do trânsito de maquinário.

17
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Introducción
La siembra directa (SD) es un sistema de producción agrícola
donde el cultivo se siembra en el suelo no laboreado con el rastrojo
del cultivo antecesor en superficie (Carter et al., 2003; Derpsch, 2011;
Figura 1). Este sistema se emplea en aproximadamente 117 millones
de hectáreas en el mundo (2007/8) para producir cultivos como maíz
(Zea mays L.), soja (Glycine max L., Merrill) y trigo (Triticum aestivum
L.; Derpsch, 2011). La Argentina es uno de los tres países que poseen
mayor superficie agrícola manejada en SD junto con Estados Unidos
y Brasil (Figura 2; Derpsch, 2011; AAPRESID, 2011). Considerando
que la superficie destinada a cultivos de granos en Argentina alcanzó
30 millones de hectáreas en 2007/8, el 85% de la superficie agrícola
Argentina es manejada en SD. Esto genera un escenario de interés a
nivel mundial para la evaluación de la evolución de la calidad de los
suelos bajo SD; también lo es a nivel país ya que, prácticamente toda su
producción se asienta sobre este sistema.
Los diferentes métodos de labranza poseen ventajas y desventajas
en un sistema de producción determinado. Morris et al. (2010)
mencionan que los productores eligen el sistema de labranza en función
de distintas medidas de “performance” o comportamiento. En tal
sentido, proponen la evaluación de los sistemas de labranza a través de su
“performance” sobre los costos, el rendimiento y calidad de los cultivos y
los beneficios ambientales y la biodiversidad (Figura 3). Mencionan, que
los productores del Reino Unido eligen el sistema de producción que les
permite lograr mejores tiempos operativos para implantar exitosamente
sus cultivos obteniendo la mayor rentabilidad.

18
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 1. Cultivo de soja sembrado en SD sobre rastrojo de trigo.

OTROS; 8,6

CANADA; EUA; 26,5


13,5

AUSTRALIA;
17,0

ARGENTINA;
25,8

BRASIL;
25,5

Figura 2. Superficie en SD en millones de hectáreas en distintos países en


la campaña 2007/8 (Derpsch, 2011).

19
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Costo

L. Convencional
L. Mínima
SD

Beneficios ambientales y
Rendimiento y calidad
biodiversidad

Figura 3. Comportamiento relativo de distintos sistemas de labranzas en


relación a distintas medidas (rendimiento y calidad; beneficios ambientales
y biodiversidad; costos; Morris et al., 2010).
En la región Pampeana, como en otras regiones templadas
del mundo, el reemplazo de labranza convencional (LC) por la SD
resultó en un mejor control de la erosión, conservación del agua,
ciclado de nutrientes, ahorro de tiempo operativo, reducción del uso
de combustibles fósiles y aumento del secuestro de carbono en el suelo
(Díaz Zorita et al., 2002; Bolliger et al., 2006; Steinbach y Álvarez, 2006;
Lal et al., 2007; Thomas et al., 2007; Strudley et al., 2008). Los aspectos
económicos, la reducción del tiempo operativo y la conservación del
suelo fueron los principales factores responsables de la amplia adopción
de la SD en Argentina a partir de la década de los 90´.

Estado de la calidad de los suelos en la Pampa Ondulada:


un estudio a escala regional
El concepto de calidad de suelo, estrechamente asociado al de
sustentabilidad, se define como la capacidad del suelo para cumplir con
un conjunto de funciones, que son: el sostenimiento del crecimiento
vegetal y animal, la retención de la materia orgánica (MO) y los
nutrientes asociados a ella, y la regulación del flujo de agua (Larson y
Pierce, 1991; 1994). Sostener o aumentar la calidad del suelo es esencial
tanto para cubrir la demanda creciente de alimentos, como para
conservar el ambiente. La calidad del suelo puede ser evaluada a través
de un conjunto de propiedades químicas, físicas y biológicas del mismo
en forma simultánea. Sin embargo, no existe un acuerdo en las variables

20
Experiências Argentinas e Brasileiras

o indicadores que permitan una acabada caracterización y monitoreo


de la calidad del suelo (Wander y Bollero, 1999).
El movimiento de suelos prácticamente nulo en SD produce una
serie de cambios en varias propiedades químicas, físicas y biológicas
edáficas respecto de otros sistemas de labranza. En la Pampa Ondulada
se realizó una evaluación del estado de calidad de los suelos (Alvarez et
al., 2009; Alvarez et al., 2011) y para ello se muestrearon 45 situaciones
(6 de ellas cuasi prístinas, referencia); 18 bajo laboreo convencional
que en la región es labranza mínima o vertical (LC) y finalmente 21
situaciones en siembra directa (SD). Los lotes bajo LC llevaban varias
décadas bajo este manejo. Los lotes en SD llevaban bajo este manejo
entre 5 y 18 años. El período mínimo de 5 años es considerado suficiente
para la estabilización de varias propiedades edáficas, según lo reportado
en trabajos de numerosos autores (Voorhees y Lindstrom, 1984; Vanden
Bygaart et al., 1999 a; Wander y Bollero, 1999; Rhoton, 2000). Asimismo,
los lotes muestreados abarcaban distintas textura de suelos presentes en
la región (franco; franco limosos y franco arcillo limosos) (Tabla 1).
La calidad de los suelos de referencia o cuasi-prístinos se diferenció
marcadamente de los sitios agrícolas, fundamentalmente por un mayor
componente orgánico, especialmente la fracción lábil (carbono orgánico
particulado; >53µm) y menores densidades aparentes, compactaciones
relativas e inestabilidades estructurales (Tabla 2 y 3).
Por el contrario, los sistemas agrícolas sólo se diferenciaron por
su inestabilidad estructural y resistencia a la penetración, que fueron
respectivamente menores y mayores en suelos manejados con SD (Tabla
3 y Figura 4).

21
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 1. Contenido de arcilla y limo y pH de los suelos bajo distintos manejos y grupos
textuales (0-30 cm). SD: siembra directa y LC: laboreados, Referencias: situaciones
de referencia o cuasi-prístinas. EE: error estándar.

Limo Arcilla pH
Manejo de suelo ——— g kg-1 ———
Referencias Media 507 210 6,01
n= 6 EE 11 20 0,09
Mín. 465 122 5,72
Máx. 544 250 6,30

LC Media 526 233 5,84


n= 18 EE 17 8 0,07
Mín. 380 175 5,36
Máx. 647 290 6,57

SD Media 522 243 5,81


n= 21 EE 17 11 0,05
Mín. 360 165 5,32
Máx. 638 335 6,31

Valor P 0,86 0,29 0.21

Grupo textural
Franco Media 460 206 5,86
n= 20 EE 11 6 0,04
Mín. 360 165 5,33
Máx. 529 252 6,19

Media 571 258 5,84


Franco limoso/Franco arcillo limosos
EE 8 9 0,06
n= 25 Mín. 505 122 5,32
Máx. 647 335 6,58

Valor P <0,001 <0,001 0,61

22
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 2. Componentes orgánicos del suelo según el manejo. Carbono orgánico del suelo
(COS), nitrógeno total (NT), carbono orgánico particulado (COP), carbono orgánico
resistente (COR), nitrógeno orgánico particulado (NOP) y nitrógeno orgánico resistente
(NOR). Referencia (situaciones cuasi – prístinas), siembra directa (SD) y LC (labranza
convencional). Letras distintas indican diferencias significativas P<0,05.

Manejo COS NT COP COR NOP NOR


Mg ha -1

Referencia 65,04 a 6,31 a 18,34 a 46,69 a 1,81 a 4,50 a


SD 51,87 b 4,80 b 9,93 b 41,94 a 0,88 b 4,10 ab
LC 54,93 b 4,98 b 10,37 b 44,56 a 0,90 b 3,90 b
Valor P 0,0011 < 0,0001 < 0,0001 0,2560 < 0,0001 0,0506
Manejo x grupo textural
COS NT COP COR NOP NOR
Valor P 0,7347 0,4254 0,7070 0,4907 0,4221 0,5331

Tabla 3. Espesor del horizonte A y principales propiedades físicas evaluadas de 0-15


cm de profundidad. Inestabilidad estructural (IE), densidad aparente (DAP), densidad
aparente máxima Test de Proctor (DMAX), compactación relativa (CR), resistencia a
la penetración con la humedad de muestreo (RP). SD: siembra directa y LC: suelos
laboreados, referencia: situaciones no cultivadas o cuasi-prístinas. Letras diferentes
en cada columna indican diferencias significativas entre suelos o manejos. EE: error
estándar.

Espesor A IE DAP DMAX CR RP


Cm mm _______
Mg m -3 ____
% MPa
Manejo
Referencia Media 30,3 0,317 a 1,10 a 1,41 77,5 a 2,61
N= 6 EE 1,4 0,090 0,03 0,006 2,4 0,47
Mín 26,0 0,080 0,95 1,39 66,0 1,58
Máx 35,5 0,687 1,15 1,44 81,8 4,35

LC Media 26,8 0,723 b 1,19 b 1,41 83,7 b 2,13


n= 18 EE 1,1 0,087 0,06 0,010 1,09 0,16
Mín 17,8 0,102 1,06 1,34 78,4 1,35
Máx 39,2 1,400 1,33 1,50 96,4 3,91

SD Media 26,0 0,573 ab 1,19 b 1,42 83,6 b 2,65


n= 21 EE 0,8 0,049 0,02 0,010 1,2 0,13
Mín 18,7 0,174 1,03 1,34 73,7 1,83
Máx 33,5 0,970 1,33 1,52 96,7 4,54

Valor de P 0,09 0,03 0,02 0,839 0,03 0,08

23
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 3. Continuação.
Espesor A IE DAP DMAX CR RP
Cm mm _______
Mg m -3 ____
% MPa
Grupo textural
Franco Media 26,8 0,498 1,17 1,45 80,0 2,46
n= 20 EE 0,8 0,063 0,02 0,006 0,9 0,16
Mín 18,7 0,080 0,95 1,41 66,0 1,52
Máx 33,5 0,973 1,25 1,52 85,2 4,54

Franco limoso/ Media 27,0 0,680 1,18 1,39 85,1 2,41


Franco arcillo limoso EE 1,0 0,064 0,01 0,004 1,09 0,15
n= 25 Mín 17,8 0,183 1,03 1,34 74,4 1,35
Máx 39,2 1,400 1,33 1,42 96,7 4,35

Valor de P 0,49 0,170 0,26 <0,001 0,004 0,90


Interacción manejo x grupo
textural
Valor de P 0,25 0,27 0,65 0,08 0,92 0,83

6
0-5 cm 5-15 cm
5-15 cm
SD
5
PR (MPa) = 3,56-0,0737 CH (%)+ 0,77 Labranza LC
R2 = 0,53; P< 0,001
4
RP (MPa)

1 RP (MPa) = 7,07 - 0,161 CH (%)


r2 = 0,203; P<0,001
0
10 15 20 25 30 35 40 10 15 20 25 30 35 40
Contenido hídrico (%) Contenido hídrico (%)

Figura 4. Resistencia a la penetración (RP) vs. contenido hídrico del


suelo para dos profundidades de muestreo. SD: siembra directa; LC: suelos
laboreados. Labranza: variable Dummy con valor 1 para SD y valor 0 para LC.
En trabajo regional realizado se observó que los suelos manejados
con SD presentaron mayor resistencia a la penetración (0.77 MPa más),
la que sin embargo no estuvo asociada a mayor densidad aparente. Esta
falta de relación indica que no hubo cambios en el volumen total de
poros, lo cual permite descartar la ocurrencia de clásicos procesos de

24
Experiências Argentinas e Brasileiras

compactación, como fue hallado en muchos otros suelos manejados


con SD (Lipiec et al., 2005; Alvarez y Steinbach, 2009). El aumento de
resistencia a la penetración debe ser entonces atribuido a un proceso de
endurecimiento o “hardening”, ya descripto en otros suelos pampeanos
manejados con SD (Taboada et al., 1998; Micucci y Taboada, 2006).
Uno de los hallazgos más importantes del muestreo realizado
fue la interacción de la textura de los suelos y el manejo sobre la tasa
de infiltración (Figura 5). Esto significa que pueden esperarse mejoras
en tasa de infiltración en los suelos francos bajo SD, pero no así en los
suelos franco limosos y franco arcillo limosos. Estas menores tasas de
infiltración en los suelos limosos manejados con SD estuvieron asociadas
con la presencia de estructuras laminares en los primeros centímetros
de los suelos. Varios autores hallaron aumentos de tasa de infiltración
por SD, los cuales fueron atribuidos a la formación de bioporos estables,
lo cual comienza a ser hallado a partir de 5 años de implementación de
SD (Voorhees y Lindstrom, 1984; Rhoton, 2000; Hubert et al., 2007).

350
SD LC
Tasa de infiltración (mm h )

300 b
-1

250

200

150
a a a
100

50

0
Franco Franco limoso/franco arcillo
limoso
n= 10 5 11 11

Figura 5. Tasa de infiltración para los distintos suelos y manejos. La letra


indica las diferencias de manejo dentro de cada clase textural (P= 0,05).
SD= siembra directa y LC= labranza convencional.
Los deterioros físicos aquí hallados van en similar dirección que
otros trabajos de años recientes (Sasal et al., 2006; Strudley et al., 2008;

25
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Morris et al., 2010). En ellos se halló que a pesar que la estabilidad


estructural suele ser mayor en SD, no necesariamente ello da lugar a la
formación de mayor macroporosidad y, correspondientemente, mayor
tasa de infiltración (Taboada et al., 1998; Micucci y Taboada, 2006; Sasal
et al., 2006; Taboada et al., 2008). En un ensayo de 18 años de duración,
Lipiec et al. (2005) observaron tasas de infiltración 64% menores en SD
que en LC. Ello era consecuencia de la mayor proporción de macroporos
en LC. Sasal et al. (2006) compararon la tasa de infiltración de suelos
laboreados y manejados con SD en tres ensayos de larga duración
localizados en el Pergamino, norte de la Provincia de Buenos Aires.
En dos de ellos, la infiltración fue 25% mayor en los suelos laboreados,
mientras que en el tercer ensayo los tratamientos de labranzas no se
diferenciaron entre sí. Las diferencias se debieron a la escasa presencia
de macroporos orientados verticalmente en los suelos manejados con
SD. En su revisión de ensayos de larga duración, Alvarez y Steinbach
(2009) notaron que el comportamiento de la tasa de infiltración en los
sistemas de labranza dependía de su valor o magnitud. En los suelos con
bajas tasas de infiltración (suelos limosos y arcillosos) la SD no sacaba
ventajas, mientras que en aquellos con tasa de infiltración más altas
(suelos arenosos), la infiltración fue siempre mayor en SD que en suelos
laboreados.
Se observó que el COS, expresado como g kg-1, estuvo altamente
correlacionado con el stock de C, expresado en masa equivalente (r=0,99).
Hermle et al. (2008) también informan una alta relación entre ambas
expresiones (r= 0,90). Esta alta asociación, puede ser atribuida a que no
existen diferencias importantes en la DAP de los suelos. En la presente
investigación, la DAP no fue diferente entre sistemas de labranza (datos
presentados más adelante). Sin embargo, los suelos manejados con SD
presentan una marcada estratificación de carbono orgánico particulado
y carbono potencialmente mineralizable, alcanzando valores similares
a las referencias de otros sitios (Franzluebbers, 2002). Lo manifestado
por Franzluebbers (2002) fue corroborado por Alvarez et al. (2009);
Figura 6.

26
Experiências Argentinas e Brasileiras

A
5
Indice de estratificación 0-5 cm/5-15 cm
5 REF SD LC ab a b
REF SD LC
4
4
a a b
3
3
2 a b c a b b

2
1
1
0
COS COR COP CPM

B
Relación de estratificación 0-5 cm/5-15 cm

5
5
4 a b b

4
3
3
2 a b c a a a

2
1
1
0
NT NOR NOP

Figura 6. Relaciones de estratificación de los valores de los distintos


componentes orgánicos. A: Carbono orgánico del suelo (COS), carbono
orgánico resistente (COR), carbono orgánico particulado (COP), y carbono
potencialmente mineralizable (CPM). B. Nitrógeno total (NT), nitrógeno
orgánico resistente (NOR) y nitrógeno particulado (NOP). Letras distintas
indican diferencias significativas P<0,05 entre manejos.

27
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Franzluebbers (2002) concluye que las elevadas relaciones de


estratificación en SD generan efectos favorables en las propiedades
físicas y que sería un indicador de un mayor secuestro de carbono
orgánico en el suelo.
Contrariamente a lo afirmado por Franzluebbers (2002), las
elevadas relaciones de estratificación de materia orgánica en SD no
generaron efectos favorables sobre la infiltración de los suelos limosos
estudiados. Sólo la inestabilidad estructural copió dicha tendencia
favorable, pero no lo hicieron ni la tasa de infiltración, ni el carbono
orgánico total 0-30 cm (expresado en masa equivalente), ni la resistencia
a la penetración. De ello se concluye que no se debe generalizar la
evolución favorable de estas propiedades a partir de una adecuada
relación de estratificación. De la evolución positiva del carbono orgánico
particulado en suelos manejados con SD, se deduce la evolución también
favorable de la densidad aparente y la inestabilidad estructural. Ello
permite sintetizar el número de variables para caracterizar la evolución
de la calidad del suelo o de su salud.
Para profundizar en la génesis de la estructura laminar en superfie
encontrada en SD se realizó un censo estructural en varios lotes que
diferían en los años bajo SD, cultivos antecesores inmediatos antes de
la medición y materia orgánica (Alvarez et al., 2012). Dentro de estos
lotes se delimitó una zona de mayor tránsito (>tránsito) y otra de menor
tránsito (< tránsito). En la Figura 7 se presenta el análisis de componentes
principales de los factores evaluados. La mayor presencia de estructura
laminar estuvo relacionada con el cultivo antecesor y el tránsito.

28
Experiências Argentinas e Brasileiras

3,42 AÑOS DESDE PASTURA


Variables E1 E2
NºCULTIVOS UBICACIÓN -0,37 -0,18
CULTANT 0,24 0,06
GRANU 0,54 0,13
2,05 LAMINAS -0,49 -0,01
ESPESOR -0,48 -0,1
AÑOS DESDE PASTURA -0,16 0,67
C P 2 (2 5 % )

NºCULTIVOS DESDE PAST -0,16 0,67


GRANU CARBONO -0,02 -0,2
0,68 CULTANT
LAMINAS

-0,69 CARBONO
ESPESOR
UBICACIÓN

-2,06
-2,60 -1,02 0,55 2,12 3,69
CP 1 (39 %)

Figura 7. Gráfico de componentes principales. Los vectores indican el


peso relativo de las variables en cada eje. LAMINAS; GRANU: proporción
de estructura laminar o granular en la situación evaluada; CULTANT:
cultivo antecesor (1= maíz; 2=trigo/soja II), ubicación (1=centro de lote;
2= cabecera); AÑOS DESDE PASTURA: años desde la última pastura,
Nº CULTIVOS: número de cultivos agrícolas desde la última pastura,
ESPESOR: espesor promedio de la estructura laminar. Tabla con el valor
de los eigenvalues de cada variable en el componente principal 1 y 2.
La frecuencia de estructura laminar presentó una interacción entre el
cultivo antecesor y el tránsito. El centro del lote (< tránsito) y el doble
cultivo trigo soja de II como antecesor la condición que presentó menor
frecuencia de esta estructura y mayor estructura granular (Figura 8 A y B).

CULTANT P= 0,6406 CULTANT P= 0,1201


A) Estructura laminar UBICACIÓN P= 0,0086
B) Estructura granular UBICACIÓN P= 0,0086
CULTANT x UBICACIÓN P= 0,0043 CULTANT x UBICACIÓN P= 0,0043
1,2 1,2
B A B B B A B B
1 1
Frecuencia

0,8
Frecuencia

0,8

0,6 B 0,6

0,4 0,4

0,2 0,2

0 0
CABECERA CENTRO CABECERA CENTRO CABECERA CENTRO CABECERA CENTRO
TRIGO/SOJA II MAIZ TRIGO/SOJA II MAIZ

Figura 8. A) Frecuencia de estructura laminar para la interacción cultivo


antecesor (CULTANT) x ubicación en el lote (UBICACION). Se presenta en
el recuadro el resultado del ANVA con diseño de parcelas divididas. Letras
distintas indican diferencias significativas entre centro y cabecera para cada
antecesor evaluado. B) Ídem para la frecuencia de estructura granular.

29
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

En la Figura 9 se puede apreciar los tipos estructurales descriptos


en muestras de micromorfología correspondientes a la condición de
doble cultivo en cabecera y centro.

A. B.

Figura 9. Imágenes micromorfológicas del suelo con trigo-soja de segunda


A: cabecera (> transito) y B: centro de lote (< tránsito) (Alvarez et al., 2012).
La estructura laminar está sumamente extendida en la región y,
a su vez, generalizada espacialmente en los suelos evaluados (Figura 7).
Esta abundancia fue atribuida a que, en ausencia de laboreo, colapsan los
macroporos creados previamente en forma mecánica. Se produce así el
asentamiento y reconsolidación del suelo, conformando una estructura
planar con clara dominancia de porosidad horizontal (Kay et al., 1985;
Shipalo y Protz, 1987; VandenBygaard et al., 1999b). Estos autores sugieren
que la formación abiótica de estos agregados está relacionada con los ciclos
congelamiento-descongelamiento, propio de los sistemas productivos
donde trabajaron. Estos ciclos terminarían consolidando este tipo de
estructura laminar, debido a las lenguas de hielo que se forman dentro
de estos poros. En las condiciones ambientales de la Pampa Ondulada,
carentes de ciclos de congelamiento-descongelamiento, el proceso puede
ser atribuido a la formación de grietas durante la alternancia de ciclos
de humedecimiento- secado, que conducen a la expansión volumétrica
del suelo (Dexter, 1988; Oades, 1993). A pesar de no contar con arcillas
francamente expansibles, pues la illita es la especie dominante en los
suelos pampeanos (Pecorari et al., 1998; Cosentino y Pecorari, 2002;
Taboada et al., 2008), se estableció que los suelos limosos pampeanos
poseen aún así cierta capacidad de dilatación durante los ciclos de
humedecimiento-secado (Barbosa et al., 1999; Cosentino y Pecorari,
2002; Taboada et al., 2004; 2008). Para arrojar luz sobre los factores
causantes de este comportamiento levemente expansible, se analizó el

30
Experiências Argentinas e Brasileiras

desarrollo de “hinchamiento diferencial” por rápido humedecimiento,


según lo describe Dexter (1988). Este mecanismo se basa en la generación
de estreses de tensión por el contacto entre el agua (potencial mátrico
0) y capas superficiales de suelo muy seco (potenciales mátricos muy
negativos). Como resultado, se generan presiones de aire entrampado en
los poros, que dan lugar a la formación de grietas orientadas en forma
paralela al frente de humedecimiento.
La mayor presencia de estructura laminar y de mayor espesor en
las cabeceras de los lotes independientemente del cultivo antecesor, lleva
a considerar al tránsito como un factor adicional que favorece el desarrollo
y persistencia de este tipo estructural. Slowinska-Jurkieviewicz y
Domzal (1991) y Paglai et al. (2003) observan la conformación de este
tipo estructural en imágenes micromorfológicas como consecuencia del
tránsito reiterado. Por otro lado, Horn et al. (2003) con sensores midió
el desplazamiento horizontal del suelo en la capa superficial resultante
del rodado y que resulta en estructura de tipo laminar. La asociación
de grupos de investigación de física de suelos con los de tránsito de
maquinaria, permitiría estudiar en detalle la evolución estructural
y mecanismos de resiliencia ante el tránsito en suelos manejados con
SD donde la información es escasa. Soracco et al. (2010) evaluaron el
efecto de este diseño de poros sobre la conductividad e infiltración,
mostrando que ambas propiedades adquieren mayor valor cuando las
muestras de suelo en laboratorio son orientadas en forma perpendicular
a la disposición original en el terreno. Nosotros observamos en nuestro
estudio que cuanto mayor fue el espesor o desarrollo de la capa con
estructura laminar menor fue la infiltración (r= -0,3373; P<0,05) y
mayor la resistencia al corte (r= 0, 2969; P<0,05). Por lo tanto, se pone
en evidencia el efecto negativo de este tipo estructural sobre la dinámica
de ingreso de agua al suelo como fue observado en el muestreo regional.
Asimismo, los resultados del censo muestran que la presencia
de raíces en forma continua durante todo el año en el cultivo trigo/
soja de II aumentó la proporción de agregación granular. Ello resalta,
la importancia del “binding” o enredado por raíces en suelos limosos
con arcillas poco expansibles como mecanismo de agregación (Degens,
1997). Esto fue confirmado en el censo estructural realizado en una
pastura del mismo establecimiento, en el tercer año a partir de su
implantación. Independientemente de la cabecera o centro, se observó
agregación granular producto del enredado de las raíces. Sin embargo,

31
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

este tipo de mecanismo de agregación tiene carácter temporal (Dexter,


1988), por lo que se sugiere como práctica agronómica maximizar la
presencia de raíces vivas en estos sistemas productivos. Una alternativa
muy valiosa es la incorporación de cultivos de cobertura que cumplan
con esta función y a su vez, al no ser cosechados el tránsito es menor
que en el caso del doble cultivo productivo. Se ha demostrado que los
cultivos de cobertura reducen la compactación del suelo (Williams y
Weil, 2004) e incrementan la macroporosidad (Obi, 1999; Villamil et
al., 2006; Restovich et al., 2010), facilitando la infiltración y la aereación
del suelo. Además, si las raíces de los cultivos de cobertura son capaces
de atravesar capas compactas, podrían constituir una alternativa de
corto plazo para regenerar la estructura, sin necesidad de recurrir
a la remoción del suelo (Williams & Weil, 2004, Chen & Weil, 2010).
Sería de interés evaluar su acción sobre la orientación de los poros en
superficie, buscando aquellos cultivos que favorezcan la reversión de la
estructura laminar. La importancia de la raíz viva como mecanismo
biótico de agregación fue evaluado por Taboada et al. (2004) donde la
agregación y estabilidad estructural se lograban combinando ciclos de
humedecimiento – secado con la presencia de raíces (raigrás).

Descompactación mecánica de suelos bajo siembra directa


La percepción de los productores de que existe compactación o
endurecimiento superficial en SD y una menor infiltración- visualizada
en forma de encharcamiento temporal- los ha llevado al uso periódico
de descompactadores, o bien a aflojar el suelo mediante el laboreo con
disco (Hamilton-Manns et al., 2002; Alvarez et al., 2006). Durante tres
campañas 2004, 2005 y 2006 se llevaron adelante en la Pampa Ondulada
12 ensayos con el objetivo de evaluar el impacto de la descompactación
sobre el cultivo de maíz, las propiedades edáficas y su perdurabilidad
en el tiempo. Los suelos evaluados fueron los suelos agrícolas más
representativos de la región: Hapludoles y Argiudoles Típicos. Los
mismos presentan variaciones en el contenido de limo (270-690 g kg-
1
), arena (10-570 g kg-1); y MO (27-39,2 g kg-1) de 0-20 cm. Los suelos
fueron descompactados entre 30 y 118 días antes de la siembra. Las
precipitaciones durante el ciclo del cultivo son el principal factor que
limita la producción de maíz en la Región Pampeana, alcanzando
el máximo rendimiento en los 700 mm (Alvarez y Grigera, 2005).
Asimismo, el período crítico de definición de rendimiento se encuentra
en torno a floración coincidiendo generalmente con el mes de diciembre

32
Experiências Argentinas e Brasileiras

en este estudio. Durante los ensayos, las precipitaciones durante el ciclo


del cultivo presentaron diferencias entre las campañas, siendo mayor la
diferencia en las precipitaciones ocurridas en diciembre (Figura 10 Ay
B). En el 2004 y 2006, las precipitaciones durante ese mes superaron
ampliamente la media de la región, mientras que en 2005 las mismas
fueron 50% inferiores a dicho valor.

A 1000

900
Precipitaciones ciclo del cultivo (mm)

800

700

600

500

400

300

200

100

0
ES1 ES2 ES3 ES4 ES5 ES6 ES 7-8 ES 9-12

Campaña 2004/05 Campaña 2005/06 Campaña 2006/07

B 250

200
Precipitaciones Diciembre (mm)

150

100

50

0
ES1 ES2 ES3 ES4 ES5 ES6 ES 7-8 ES 9-12

Campaña 2004/05 Campaña 2005/06 Campaña 2006/07

Figura 10. A. Precipitación durante el ciclo del cultivo de maíz y B. en el


mes de diciembre en los distintos ensayos. La media histórica de la región
está indicada con punto.

33
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La tasa de infiltración presentó diferencias estadísticamente


significativas (P<0,05) entre tratamientos en el momento de la siembra
del maíz (Figura 11). El valor promedio de la tasa de infiltración del
descompactado fue 7-veces mayor que en el testigo. Generalmente, se
observó elevada variabilidad en la tasa de infiltración medida en los
tratamientos descompactados, lo cual se debe al trabajo propio del
implemento. Éste se caracteriza por generar áreas de mayor remoción
en la zona de la púa y de menor disrupción hacia los laterales (Spoor,
2006). Las tasas de infiltración determinadas en los testigos a la siembra
se clasifican como moderadas a rápidas según USDA (1999). Las
diferencias en la tasas de infiltración entre tratamientos disminuyeron
notablemente al momento de la cosecha del maíz, y sólo en un sitio resultó
estadísticamente significativa. Ello muestra una baja perdurabilidad
de la práctica de descompactación y por ende del ingreso de agua al
perfil de suelo. Este efecto de corto plazo podría atribuirse a que la
macroporosidad creada por el implemento mecánico fue inestable, y
el efecto se revirtió por el reacomodamiento de los agregados y de
las partículas del suelo. El sitio que mostró mayor perdurabilidad de
la práctica fue el que presentó mayor contenido de materia orgánica
y menos años desde la última pastura, lo cual pudo contribuir a una
mayor estabilización de la estructura.

900
800 t= 3,10
Tasa de infiltración (mm/h)

700 P= 0,0102
n= 12
600
500
400
300
200
100
0
TESTIGO DESCOMPACTADO

Figura 11. Tasa de infiltración para los tratamientos a la siembra del cultivo
de maíz considerando los 12 sitios. Se indica error estándar.

34
Experiências Argentinas e Brasileiras

La densidad aparente del suelo fue un parámetro poco sensible a


la práctica de descompactación, no detectándose cambios significativos
entre los tratamientos ni en la profundidad de 0-5 cm (P= 0,06; n= 12)
ni de 15-20 cm (P= 0,33; n= 12). Ello coincide con otros autores, que
también detectaron cambios en la resistencia a la penetración, pero
no en la densidad aparente del suelo en ensayos de tránsito creciente
(Botta et al., 2004; 2005) y también en experiencias de descompactación
profunda (Carter et al., 1996; Hamilton-Manns et al., 2002). Los valores
de densidad aparente del suelo de 0-5 cm en el testigo variaron entre
1,05 y 1,32 Mg m-3; mientras que en la profundidad de 15 a 20 cm entre
1,18 y 1,46 Mg m-3. En el estrato de 15-20 cm, la densidad aparente fue
en promedio un 12,5% mayor que en superficie.
Las variaciones en la resistencia a la penetración deben ser
consideradas en forma conjunta con el contenido hídrico edáfico, debido
a la relación negativa existente entre ambos parámetros. La humedad
no mostró diferencias entre tratamientos en ninguno de los sitios ni
en los momentos de muestreo, permitiendo la comparación directa de
resistencia a la penetración entre tratamientos (P>0,05). La resistencia
a la penetración fue muy sensible a la práctica de descompactación
mostrando una importante reducción a la siembra en los suelos
descompactados (Figura 12). La reducción de resistencia a la penetración
por la descompactación fue en promedio del 40% de 0-20 cm y de
20% en el estrato de 20-40 cm. Dicha diferencia entre tratamientos se
sostuvo hasta el momento previo a la cosecha del maíz. El significado
de los valores de resistencia a la penetración puede ser inferido de
los umbrales críticos de resistencia a la penetración definidos por la
literatura (Boone et al., 1986; Glinski y Lipiec, 1990). Estos umbrales
varían de 1,5 MPa (50% de disminución en el crecimiento radical de
maíz) a 3 MPa (detenimiento del crecimiento radical) para punta de
30º y 2-4 MPa para punta de 60º. Los promedios de resistencia a la
penetración, en general, no superaron los umbrales críticos máximos.
Teniendo en cuenta que el nivel de humedad edáfica era en general
adecuado en todas las situaciones y profundidades no debe descartarse
que los umbrales sean sobrepasados en condiciones de suelo más seco
(Gupta y Allmaras, 1987; Glinski y Lipiec, 1990).

35
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Resistencia a la penetración (MPa)


0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0
*
5
*
10

Profundidad (cm)
*
15
*
20
*
25
*
30
*
35
*
40
Testigo
Descompactado

Figura 12. Variación de la resistencia con la profundidad para testigo y


descompactado a la siembra del cultivo de maíz para los 12 sitios. Los
asteriscos indican diferencias estadísticas significativas P<0,01.
En tres de los sitios se evalúo la resistencia a la penetración
en el momento de la siembra de la soja de primera o segunda según
el caso. En ese momento -más de un año desde la descompactación-
los tratamientos no se diferenciaban, sino que por el contrario el
tratamiento descompactado presentaba un valor levemente superior
al testigo de 0 a 5 cm. Uno de los efectos negativos de una labor de
descompactación es dejar al suelo más vulnerable (menor capacidad
portante) a la aplicación de nuevos estreses compactantes (Hamza
y Andersonb, 2005; Botta et al., 2007). El tiempo de recompactación
depende del manejo posterior del tránsito (Evans et al., 1996; Botta et
al., 2006). En el momento previo a la cosecha del cultivo de maíz (abril
de 2007), el suelo presentaba aún efectos de la labor de descompactación
realizada meses atrás. El escenario hídrico a cosecha de ese cultivo de
maíz fue extremadamente húmedo pues las precipitaciones en marzo
alcanzaron los 250 mm (Figura 10 A). Por lo tanto, la cosecha del cultivo
se efectúo con el suelo con mínima capacidad portante. Un escenario
de alta intensidad de tránsito no controlado y altos rendimientos del
maíz pudo haber contribuido a determinar una baja residualidad de la
práctica de descompactación.

36
Experiências Argentinas e Brasileiras

El patrón de abundancia radical en profundidad se evalúo para


el cultivo de maíz en las dos primeras campañas hasta el metro de
profundidad. Los sitios presentaron distintos comportamientos. En
algunas situaciones el cultivo descompactado presentaba más abundancia
radical (Figura 13 A) mientras que en otros casos no había diferencias
(Figura 13 B).
SE 3 Testigo SE 3 Descompactado
25 20 15 10 5 5 10 15 20 25 25 20 15 10 5 5 10 15 20 25
5

A 10
15
20
25
30
Profundidad (cm)

35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100

B SE 5 Testigo SE 5 Descompactado
25 20 15 10 5 5 10 15 20 25 25 20 15 10 5 5 10 15 20 25
5
10
15
20
25
30
Profundidad (cm)

35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100

Figura 13. Distribución de la abundancia radical dos sitios para los dos
tratamientos evaluados. A. situación con mayor abundancia radical en el
descompactado. B. situación con igual abundancia en ambos tratamientos.
Se presenta la escala correspondiente a los 5 niveles de abundancia
evaluados. SE= sitio experimental. En el centro se indica la planta y la
distancia (cm) en sentido horizontal a partir de ella. Colores más oscuros
indican más abundancia.
Cuando se analizaron todos los sitios en conjunto aplicando un
diseño de t-apareada profundidad por profundidad, sólo se encontró
diferencia en la abundancia radical en el estrato integrado de 0-10 cm,
siendo la abundancia 7 % mayor en el tratamiento descompactado
(Figura 14). Se puede por lo tanto, suponer una mejora en el acceso a
recursos – agua y nutrientes. Cabe destacar que en todas las situaciones

37
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

se observó presencia de raíces hasta el metro de profundidad, y un


importante descenso de la abundancia con la profundidad más allá de las
diferencias texturales de los suelos. Los datos observados en maíz difieren
con lo encontrado en la abundancia de raíces de soja donde se observó
que la abundancia era cercana a cero con contenidos de arcilla de 350
g kg-1 (Micucci y Taboada, 2006). Esto puede estar relacionado con la
diferente arquitectura radical de ambos cultivos, pivotante y en cabellera.
Dardanelli et al. (2003) observaron crecimiento en forma de “cumpling”
o en forma aglutinada de raíces entre las grietas del los horizontes Bt
fuertemente texturales.
Abundancia
0 1 2 3 4 5
0
*
10
20
30
Profundidad (cm)

40
50
60
70
testigo
80
descompactado
90
100

Figura 14. Distribución de la abundancia radical promedio de los 6 sitios


para los dos tratamientos evaluados. Se indica con asterisco diferencias
significativas al P<0,05 en el estrato promedio de 0-10 cm aplicando un
diseño de t-apareada. SE= sitio experimental. Escala de abundancia radical:
0 ausencia de raíces y 5 máxima abundancia.
El rendimiento fue mayor (P<1%); en el tratamiento descompactado
(Figura 15 A y B). El incremento medio fue de 754 (kg ha-1); o expresado
en forma relativa 6,2 %. El incremento medio varió entre -328 y 1896
kg ha-1 y el relativo entre -2,9 % y 17,9 %. En términos generales, las
campañas evaluadas contaron con una disponibilidad de lluvias durante
el ciclo, a excepción del 2005, donde las lluvias en el período crítico fueron
sustantivamente menores a las precipitaciones históricas (Figura 9B).
Los resultados encuadran dentro de aquellos antecedentes que hallaron

38
Experiências Argentinas e Brasileiras

beneficios por parte de la labor de descompactación (Botta et al., 2004;


Sadras et al., 2005; Álvarez et al., 2009). La práctica de descompactación
suele presentar mayor impacto sobre el rendimiento en condiciones de estrés
hídrico moderado, siendo este impacto mínimo o nulo en condiciones de
estrés hídrico severo o de alta humedad (Sadras et al., 2005). En este caso, el
incremento en el rendimiento de maíz se debió a una mayor disponibilidad
hídrica por la mayor infiltración y a una mayor accesibilidad a los recursos
(e.g. agua, nutrientes) debido a la menor resistencia a la penetración. Las
raíces presentaron mayor abundancia en la capa de 0-10 cm, confirmando
una exploración mayor de dicho estrato, aunque su abundancia no copió las
grandes diferencias de resistencia a la penetración entre tratamientos. Ello
puede deberse a que no se produjeron limitantes para el desarrollo radical
en los testigos debido a la adecuada humedad edáfica.
16000 18000
A- t=3,83; P=0,0028;n= 12 B-
Rendimiento Descompactado (kg ha )
-1

14000
16000 1:1
Rendimiento (kg ha-1)

12000

10000
14000

8000

12000
6000

4000
10000
2000

0 8000
Testigo Descompactación 8000 10000 12000 14000 16000 18000
-1
Rendimiento Testigo (kg ha )

Figura 15. A- Rendimiento promedio de los tratamientos para los 12 sitios.


Las barras indican el error estándar. B- Rendimientos del tratamiento
Testigo vs. rendimiento del tratamiento Descompactado y línea 1:1.
En la Figura 16 se presenta una síntesis de los resultados obtenidos.
Se observó una mejora de la tasa de infiltración con disminución de la
resistencia a la penetración, lo cual resulta en mayor agua disponible
y exploración radical en los primeros centímetros. Aún en escenarios
de buena disponibilidad hídrica (precipitaciones durante el ciclo) y
con fertilización, se obtuvo un incremento del 6% en promedio del
rendimiento del maíz. La menor resistencia a la penetración persistió
–mínimamente- hasta la cosecha del maíz. Este alivio de dureza,
sumado a las altas precipitaciones de marzo, características de la región,
resulta en una baja capacidad portante del suelo. La residualidad de la
práctica no trascendió al cultivo de maíz en las condiciones evaluadas.
Sin embargo, cuando se realizó doble cultivo trigo/soja de II se observó

39
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

una mayor persistencia de la disminución de la RP, reforzando la


idea de la importancia del “binding” en la construcción de estructura
en estos suelos. No se pudo establecer una relación entre el aumento
del rendimiento por la descompactación con las variables edáficas.
También surge la importancia de practicar una estrategia preventiva
de la recompactación luego del pasaje del implemento, para extender
la residualidad de la práctica. Entre ellos, cabe mencionar evitar el
tránsito con baja capacidad portante del suelo (se tratará en el próximo
apartado), el control de tránsito (Botta et al., 2007) y la consolidación de
estructura a partir del “binding”.

Descompactación

+ Infiltración - Resistencia penetración

+ Agua + Exploración

+ Disponibilidad hídrica y/o

525 mm
514 mm Precipitaciones Nutrientes Fertilización
690 mm NyP

Rendimiento maíz No se relacionó con


Δ6,2 % variables edáficas

Cosecha
-Menor resistencia penetración
-Abundantes lluvias en marzo
-Menor capacidad portante

Baja residualidad

Figura 16. Resumen de los resultados del presente apartado. Las


precipitaciones corresponden a los ciclos de maíz evaluados.

40
Experiências Argentinas e Brasileiras

Funciones de pedotransferencia para estimar la


compactabilidad de los suelos
La compactación es mayor cuando se transita con el suelo húmedo
y/o se utilizan neumáticos de alta presión en los equipos pesados
(Botta et al., 2004; Hamza y Anderson, 2005). La susceptibilidad a la
compactación depende de diferentes propiedades intrínsecas del suelo
como el carbono orgánico del suelo, la textura y la mineralogía entre
otros (Gupta y Allmaras, 1987). El riesgo de compactación de un suelo
puede ser predicho a través del test de compactabilidad de Proctor que se
realiza en laboratorio (ASTM, 1982). Este procedimiento estandarizado
de ingeniería de suelos determina los cambios de la densidad aparente del
suelo en función de su contenido hídrico en respuesta a la aplicación de
una energía y procedimiento de compactación estandarizados (Mueller et
al., 2003). Los principales parámetros derivados del test de Proctor son la
densidad aparente máxima (DMAX), el contenido hídrico crítico (CHC)
y la susceptibilidad a la compactación (SC). En la Figura 17 se presenta una
curva teórica resultante del Test de Proctor con los parámetros principales.
La DMAX del suelo puede ser utilizada como valor de referencia para
estimar la compactación relativa del suelo (Carter, 1990; Beutler et al.,
2005). La DMAX se alcanza a un contenido específico de humedad del
suelo llamado CHC. Generalmente, ambos están relacionados con la clase
textural del suelo, que resulta de la proporción de arena, arcilla y limo.
Sin embargo, el contenido de COS presenta una alta correlación con la
DMAX y el CHC en los suelos pampeanos (Díaz Zorita y Grosso, 2000;
Aragón et al., 2000). Finalmente, la SC es la pendiente de la rama seca de
la curva del Test de Proctor. Se denomina rama seca al sector de la curva
correspondiente a los valores de contenido de humedad edáfica inferiores
el CHC.

41
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

1,6

m-3))
-3
SC

(Mgm
1,55
DMAX
aparente(Mg
1,5
Densidadaparente

1,45

1,4
Densidad

1,35

1,3
CHC
0 50 100 150 200 250 300
Contenido hídrico
Contenido hídico (g
(g kg )kg-1-1)

Figura 17. Curva teórica de densidad aparente vs. contenido hídrico del suelo
obtenida a partir del Test de Proctor. DMAX: densidad aparente máxima
alcanzada en el contenido hídrico crítico (CHC). SC: susceptibilidad a la
compactación o pendiente de la rama seca.
Se analizaron situaciones que comprenden datos propios de lotes
de producción (62 casos) y otros de trabajos previos publicados de la
región (35 casos) (Kruger, 1996; Aragón et al., 2000) (Alvarez et al., 2011).
Los sitios analizados están distribuidos a lo largo de la Región Pampeana
(Figura 18). La región analizada abarca un área de alrededor de 60 Mha
de suelos derivados de loess, siendo la vegetación original dominante de
tipo pastizal (Soriano et al., 1991). La precipitación media anual varía
desde 1000 mm en el Este a 600 mm en el Oeste. En el sudoeste, los
suelos presentan un horizonte superficial franco arenoso, mientras que
en el nordeste los suelos poseen una textura superficial franco-limosa
a franco arcillo limosa y un horizonte Bt de fuerte desarrollo (Salazar
Lea Plaza y Moscatelli, 1989). Los suelos en su mayoría son Molisoles
(Argiudoles Típicos, Abrúpticos y Vérticos; Hapludoles Típicos y
Enticos) y en menor proporción Entisoles y Vertisoles.

42
Experiências Argentinas e Brasileiras

-31 o

-32 o

-33 o

-34 o

-35 o

-36 o Regi on pampeana


Región pampeana

-37 o

-38 o
Pac fico

-39 o Atlantico
100 km

-40 o
-66 o -64 o -62 o -60 o -58 o

Figura 18. Ubicación de las localidades donde se encuentran los sitios


evaluados.
Los manejos evaluados incluyen sitios sin cultivar (pasturas,
forestaciones y parques de estancia) y sitios con agricultura bajo
siembra directa o labranza convencional. Los suelos bajo labranza
convencional son manejados con disco, cincel o arado de reja y
vertedera. La profundidad de muestreo varió entre muestras según el
origen de las mismas: 0 – 10 cm ó 0 – 20 cm. Las muestras de suelo
fueron sometidas a un test de compactación (test de Proctor) en el
laboratorio, siguiendo el protocolo de la Sociedad Americana de Prueba
de Materiales (“American Society for Testing Materials”, ASTM, 1982).
El conjunto total de los datos fue dividido en forma estratificada en
dos grupos para formar dos conjuntos de datos independientes: 1- el
conjunto de datos de elaboración del modelo o traning set (n=73) y 2- el
conjunto de prueba o test set (n=24). El training set fue utilizado para
construir distintos modelos predictivos de la DMAX y CHC a partir
de propiedades edáficas de fácil determinación o que forman parte de

43
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

análisis de rutina de los suelos o bien que están disponibles en las cartas
de suelo. El test set fue utilizado para validar los modelos generados a
partir del training set.
En la Tabla 4 se presentan los valores medios, el rango y el error
estándar de las propiedades edáficas utilizadas para desarrollar los
modelos, o sea correspondientes al training set.
Tabla 4. Valores medios, mínimos, máximos y error estándar de las variables del
conjunto de datos utilizados para ajustar o generar los modelos (training set). COS:
carbono orgánico del suelo; DMAX: densidad aparente máxima según Test de Proctor;
CHC: contenido de humedad crítico donde se alcanza la densidad máxima. N= 73.

Variable Media Mínimo Máximo Error estándar


Arcilla (g kg-1) 256,4 61,0 429,0 10,4
Limo (g kg ) -1
383,6 121,0 679,0 14,8
Arena (g kg-1) 360,0 73 773 18,4
COS (g kg-1) 23,12 5,73 61,28 1,17
DMAX (Mg m-3) 1,452 1,140 1,760 0,012
CHC (g kg-1) 251,6 150,0 431,0 5,97

Se observa un amplio rango de variación entre los valores mínimos


y máximos de las distintas propiedades, siendo 5,6 a 10 veces mayores los
valores máximos respecto de los mínimos. El contenido de arcillas varió
entre 61 y 429 g kg-1, el de arena entre 73 y 773 g kg-1, y el COS de 5,73
a 61.28 g kg-1. El training set comprendió 14 situaciones no cultivadas,
21 en LC y 38 bajo SD. Los valores de DMAX también mostraron un
amplio rango de variación (1,14 a 1,76 Mg m-3), y un patrón similar
presentaron los valores de CHC (150 a 431 g kg-1).
Se encontró una relación negativa entre DMAX y CHC:
CHC (g kg-1)= 845 – 409 DMAX (Mg m-3); R 2= 0,717, P< 0,0001, n = 73
Donde, DMAX representa la densidad aparente máxima obtenida
a partir del Test de Proctor y CHC es el contenido hídrico crítico donde
se alcanza la DMAX.
Se ajustaron diferentes modelos para predecir los parámetros
del Test de Proctor (Tabla 5). Para la DMAX, el modelo más simple
incluye al COS como variable predictiva. El contenido de COS explica
aproximadamente la mitad de la variación del la DMAX de los suelos (R2=
0,501). El ajuste (R2) aumenta un 15,8% con la incorporación del contenido
de arena como segunda variable independiente en el modelo de regresión
múltiple. Un modelo más complejo fue obtenido con la incorporación de

44
Experiências Argentinas e Brasileiras

una variable dummy como tercer variable independiente. Esta variable


dummy distingue entre las situaciones sin laboreo (suelos no cultivados y
SD; valor de la variable dummy= 0) y los suelos laboreados (LC, valor de
la variable dummy= 1). Esta regresión múltiple con tres variables explica
alrededor del 70 % de la variación de DMAX (R2 = 0,711). Las mismas
variables independientes explicaron el CHC, pero con signos opuestos.
Sin embargo, se obtuvieron menores ajustes para el CHC, lográndose una
explicación de la mitad de variación del mismo (R 2= 0,561) con el modelo
de regresión múltiple que incluye tres variable independientes.
Tabla 5. Modelos obtenidos a partir del training set (Tabla 4). COS: carbono orgánico
del suelo; DMAX: densidad aparente máxima según Test de Proctor; CHC: contenido
de humedad crítico donde se alcanza la DMAX. A: contenido de arena (g kg-1); M:
manejo del suelo, Pastura, parques, monte y siembra directa= 0 y 1 para suelos
laboreados. N= 73.

Modelos R2 P
=1.6246-0,00748 COS (g kg )-1
0,501 P<0,001
Dmáx
=1.50343-0,00649 COS (g kg-1)+0,0000273 A (g kg-1) 0,659 P<0,001
(Mg m-3)
=1.4756-0,00599 COS (g kg-1)+0,0000275 A (g kg-1)+0,0539 M 0,711 P<0,001
=171+3,483 COS (g kg-1) 0,465 P<0,001
CHC
=208+3,176 COS (g kg )-0,08441 A (g kg )
-1 -1
0,530 P<0,001
(g kg-1)
=240+2,776 COS (g kg-1)-0,09166 A (g kg-1)-24,8 M 0,561 P<0,001

En la Tabla 6 se presenta los valores medios, el rango y el error


estándar de las propiedades del suelo correspondientes al conjunto de
datos utilizado para la validación (test set). El test set estuvo conformado
por 24 casos: 2 correspondientes a sitios sin cultivar, 6 a suelos manejados
con LC y 16 son sitios bajo SD.
Tabla 6. Valores medios, mínimos, máximos y error estándar de las variables del test
set. COS: carbono orgánico total; Dmáx: densidad aparente máxima según Test de
Proctor; CHC: contenido de humedad crítico donde se alcanza la densidad máxima.
N= 24.

Variable Media Mínimo Máximo Error estándar


Arcilla (g kg )
-1
263,6 61,0 407,0 15,7
Limo (g kg-1) 360,9 166,0 520,0 20,0
Arena (g kg-1) 375,4 250,0 773,0 26,4
COS (g kg-1) 23,17 9,09 57,09 2,03
DMAX (Mg m ) -3
1,47 1,24 1,71 0,02
CHC (g kg-1) 242,8 150,0 340,0 8,51

45
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Los ajustes logrados en el test set presentaron aún R2 aún mayores


y cuadrado medio del error menores que los del training set. El mejor
modelo predictivo para DMAX fue el que incluyó las tres variables
(Figura 19). Mientras que en el caso del CHC, se descartó el modelo que
incluía la variable dummy de manejo teniendo en cuenta el R2 y cuadrado
medio del error (Figura 20). El modelo que mejor predijo las variaciones
del CHC fue el que incluyó el carbono orgánico del suelo y el contenido
de arena.
2,0
DMAX OBSERVADA (Mg m -3)

1,8

1,5

1,3 y = 1,01 x; R2 = 0,790


p<0,001; n= 24

1,0
1,0 1,3 1,5 1,8 2,0
-3
DMAX ESTIMADA (Mg m )
-1 -1
DMAX ESTIMADA= 1,4756-0,00599 COS (g kg )+0,0000275 A (g kg )+ 0,0539 M

Figura 19. Relación entre densidad aparente máxima estimada por el


modelo (DMAX ESTIMADA) y la densidad aparente máxima observada
o medida (DMAX OBSERVADA). COS: carbono orgánico del suelo;
A: contenido de arena (g kg-1); M: manejo del suelo, Pastura, parques,
monte y siembra directa= 0 y 1 para suelos laboreados. N= 24.

46
Experiências Argentinas e Brasileiras

400
CHC OBSERVADO (g kg )
-1

300

200

y = 0,969 x; R2 = 0,712
p<0,001; n=24
100
100 200 300 400
-1
CHC ESTIMADO (g kg )

CHC ESTIMADO = 208+3,176 COS (g kg -1)-0,08441 A (g kg )


-1

Figura 20. Relación entre contenido hídrico crítico estimado por el


modelo (CHC ESTIMADO) y el contenido hídrico crítico observado
o medido (CHC OBSERVADO). COS: carbono orgánico del suelo;
A: contenido de arena (g kg-1). N= 24.

47
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Los resultados hallados coinciden con trabajos previos en la


región pampeana (Quiroga et al., 1999; Aragón et al., 2000; Diaz Zorita
y Grosso, 2000), así como de otras regiones del mundo (Thomas et al.,
1996; Wagner et al., 1994; Braida et al., 2006). El carbono orgánico
actúa como un amortiguador, resultando en la disipación de parte
de la energía aplicada en el test de Proctor o el tránsito llevado a una
condición de producción. También contribuye en procesos tales como,
unión entre las partículas y entre agregados, pegado, fricción y dilución
(Soane, 1990; Braida et al., 2006). Estas son las principales razones que
explican la reducción de la DMAX con el aumento del carbono orgánico.
La magnitud de la reducción de la DMAX por unidad de aumento de la
carbono orgánico (g kg-1) fue de 0,00748 Mg m-3 para el training set. Este
resultado es similar a lo observado por Quiroga et al. (1999) y un 50%
menor que lo encontrado por Thomas et al. (1996) y Wagner et al. (1994).
Esto sugiere que el impacto del carbono orgánico sobre la compactación
presenta variaciones entre regiones. Estas diferencias son consecuencia
de otras propiedades edáficas (Aragón et al., 2000; Braida et al., 2006)
o del manejo (Quiroga et al., 1999). En este sentido, en este análisis se
observó que la textura del suelo es la segunda variable independiente que
contribuye a mejorar la explicación de las variaciones de DMAX. Estos
resultados también coinciden con los obtenidos por Aragón et al. (2000)
y Díaz Zorita y Grosso (2000). Sin embargo, en este caso la fracción
arena es la que mejor describe la variación tanto de DMAX como de
CHC. Estudios anteriores hallaron al contenido de limo (Aragón et al.,
2000; Pecorari et al., 1993), o limo o arena indistintamente (Díaz Zorita
y Grosso, 2000) como mejores estimadores para los suelos de la región.
En suelos de África, Nhantumbo y Cambule (2006) encontraron que
la variación de DMAX estaba altamente asociada con los cambios en
el contenido de arcilla o limo más arcilla. La inclusión de una variable
dummy que considera el manejo permitió generar un modelo predictivo
más robusto. Esto indica que ante la aplicación de la misma cantidad de
energía del test de Proctor, los sitios bajo LC alcanzan mayor DMAX
que los sitios no cultivados o bajo SD, más allá del contenido de COS o
de arena. Esto puede deberse a la mayor inestabilidad estructural de los
suelos bajo LC. Como fue presentado en segundo apartado, los suelos
bajo LC presentan una inestabilidad estructural 62% mayor que los
sitios no cultivados o bajo SD (Alvarez et al., 2009). La inestabilidad
estructural es una de las variables de suelo más sensible a los cambios de
manejo. Generalmente, se observan mínimas diferencias en el carbono

48
Experiências Argentinas e Brasileiras

orgánico entre SD y LC, junto con amplias variaciones en la inestabilidad


estructural (Alvarez y Steinbach, 2009; Alvarez et al., 2009). La mayor
estabilidad del suelo permite que el suelo resista mejor la energía de
compresión resultando en menores valores de DMAX (Dexter, 1975).
La DMAX es utilizada como densidad de referencia para calcular
la compactación relativa del suelo (CR; CR = (DAPactual / DMAX)*100).
Carter (1990) y Beultler et al. (2005) calcularon para suelos laboreados
(LC) la relación entre la CR y el rendimiento potencial de los cultivos.
Encontraron que el rendimiento óptimo se lograba en el rango de CR
entre 75 y 83 %. A su vez, si el valor de CR excedía 90% se observaba
un decrecimiento del rendimiento. En la región pampeana los valores
informados de CR varían entre 60 y 83 % para diferentes sistemas de
labranzas (Micucci y Taboada, 2006). Sin embargo, considerando que
los valores de DMAX en los suelos sin cultivar o bajo SD son menores,
los valores de CR pueden sobrepasar los limites sobreestimando las
pérdidas de rendimiento. En este sentido, Reichert et al. (2009) propone
límites de CR mayores para suelos bajo SD. Es necesario en el futuro,
realizar investigaciones con el objetivo de obtener valores óptimos de
CR para suelos bajo LC y SD, considerando que más de la mitad de la
superficie cultivada de la región se maneja en SD continua (Díaz Zorita
et al., 2002; Álvarez et al., 2009).
La DMAX del suelo está negativamente relacionada con el
CHC (Quiroga et al., 1999; Aragón et al., 2000), lo que explica que la
predicción de ambos parámetros estén dados por las mismas variables:
COT y contenido de arena. Aragón et al. (2000) determinaron que los
valores de CHC están cerca de saturación (74 - 97%) siendo mayores
en los suelos finos o con altos contenidos de COS. Mueller et al. (2003)
encontraron que el CHC es el valor máximo de contenido hídrico
del suelo para un óptimo trabajo, tanto para suelos cohesivos como
no cohesivos. Consecuentemente, el CHC del suelo es un importante
parámetro para determinar el grado de traficabilidad, ya que el riesgo
de compactación es mayor a medida que el contenido hídrico del suelo
se acerca al CHC (Gupta y Allmaras, 1987).
En conclusión, se obtuvieron ecuaciones de pedotransferencia
para la región pampeana, mediante las cuales se pueden estimar
los parámetros del Test de Proctor a partir de variables de fácil
determinación. Adicionalmente, este estudio brinda nueva información
sobre el comportamiento de los suelos bajo SD cuando son sometidos a

49
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

un estrés de tránsito. La compactación del suelo puede ser evitada si se


reduce el tránsito, o bien se aumenta la resistencia del suelo para soportar
las cargas aplicadas- capacidad portante-. En este último caso, se reduce
la DMAX al aumentar el carbono orgánico del suelo y con la utilización
de SD. Asimismo, el productor debe evitar transitar el suelo (cosecha,
aplicaciones de protección) con valores de contenido hídrico cercanos
a CHC. En la Figura 21 se presentan los distintos valores de CHC de
suelos con distintos contenidos de carbono orgánico y arena a modo de
que los productores y técnicos puedan de manera rápida conocer el valor
CHC de sus suelos, y operar considerando el mismo. Asimismo, abre el
interrogante de cómo incidirá el efecto de la SD sobre la DMAX en los
umbrales de compactación relativa. Siendo de interés determinar estos
umbrales para las situaciones sin laboreo y sobre un mayor número de
cultivos. Así se podría predecir el impacto de la compactación sobre el
rendimiento de cultivos.

350
ARENA
330
50 g kg-1
310
300 g kg-1
290
500 g kg-1
270
CHC (g kg-1)

700 g kg-1
250

230

210

190

170

150
0 10 20 30 40 50
-1
COS (g kg )

Figura 21. Variación del contenido de humedad crítico (CHC) con el carbono
orgánico del suelo (COS) y el contenido de arena según modelo Figura 19.

50
Experiências Argentinas e Brasileiras

Conclusiones y recomendaciones
A partir de los datos presentados en este Capítulo se sugiere para
un buen manejo de la calidad física de los suelos en siembra directa:
• Monitorear la evolución de la resistencia a la penetración y la
infiltración en planteos de siembra directa continua.
• Propiciar la presencia de raíces vivas que aseguren la agregación
por “binding o enredado por raíces”, el cual parece ser un
mecanismo de importancia para la buena estructuración de
suelos limosos con arcillas no expandibles. Surge de este capítulo
que el suelo debería contar con raíces vivas a lo largo de todo el
año (cultivos de cobertura, doble cultivo).
• Aplicar prácticas tendientes a aumentar o mantener el contenido
de materia orgánica del suelo, las cuales son las mismas que
asegurarían maximizar la agregación por “binding” o enredado.
• Aplicar medidas preventivas de la compactación como el control
del tránsito agrícola y transitar con buena capacidad soporte del
suelo (altos contenidos de materia orgánica, no transitar el suelo
en el contenido hídrico crítico).
• Aplicar medidas correctivas como la descompactación pero
asegurar su persistencia con un buen manejo pos-práctica
aplicando todas las medidas preventivas posibles descriptas en el
ítem anterior.

51
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
ASOCIACIÓN ARGENTINA DE PRODUCTORES EM SIEMBRA
DIRECTA – AAPRESID. 2011. Disponível em: <http://www.aapresid.
org.ar/images/cms/assets/dosc/aapresid.evolucion_sd_en_argentina>.
Acesso em: 1 abr.2011.
ALVAREZ, C.R. et al. Prediction of Proctor test parameters in the Pampas
region of Argentina. R. Bras. Ci. Solo, v.34, p.1787-1793, 2010.
ALVAREZ, C.R. et al. Efectos a corto plazo y residual de la descompactación
en suelos franco limosos en siembra directa cultivados con maíz. Ciencia
del Suelo, v.27, p.159-170, 2009.
ALVAREZ, C.R. et al. Distribution and vertical stratification of carbon and
nitrogen in soil under different managements in the Pampean Region of
Argentina. R. Bras. Ci. Solo, v.35, p.1985-1994, 2011.
ALVAREZ, C.R. et al. Soil alleviation in direct drilling: effect on soil physical
properties and maize yield. Ciencia del Suelo, v.24, p.1-10, 2006.
ALVAREZ, C.R. et al. Topsoil properties as affected by tillage systems in the
Rolling Pampa region of Argentina. Soil Sci. Soc. Am. J., v.73, p.1242-
1250, 2009.
ALVAREZ, R.; GRIGERA, S. Analysis of soil fertility and management
effects on yields of wheat and corn in the Rolling Pampa of Argentina. J.
Agron. Crop Sci., v.191, p.321–329, 2005.
ALVAREZ, R.; STEINBACH, H.S. A review of the effects of tillage systems
on some soil physical properties, water content, nitrate availability and
crops yield in the Argentine Pampas. Soil Till. Res., v.104, p.1-15, 2009.
ARAGÓN, A. et al. Maximum compactibility of Argentine soils from the
Proctor test: The relationship with organic carbon and water content.
Soil Till. Res., v.56, p.197-204, 2000.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS - ASTM. Standard
test methods for moisture relations using a 5,5 lb (2,5 kg) hammer and
12 inch (304,8 mm) drop. In: ASTM (ed.). Standards in Building Codes,
Philadelphia: ASTM, 1992. p.836-842.
BARBOSA, O.A.; TABOADA, M.A.; COSENTINO, D.J. Contracción al
secado de agregados en diferentes fases de degradación de un suelo
franco limoso de la Pampa Ondulada. Ciencia del Suelo, v.17, p.1-7,
1999.
BEUTLER, A.N. et al. Optimal relative bulk density for soybean yield in
Oxisols. R. Bras. Ci. Solo, v.29, p.843-849, 2005.

52
Experiências Argentinas e Brasileiras

BOLLIGER, A. et al. Taking stock of the Brazilian “zero-till revolution”: a


review of landmark research and farmers’ practice. Adv. Agron., v.91,
p.47-109, 2006.
BOONE, F.R. et al. The effect of compaction of the arable layer in sandy soil
on the growth of maize for silage. I Mechanical impedance. Netherlands
J. Agricul. Sci., v.34, p.155-171, 1986.
BOTTA, G.F. et al. Mechanical and cropping behaviour of direct drilled
soil under different traffic intensities: effect on soybean (Glycine max L.)
yields. Soil Till. Res., v.78, p.53-58, 2004.
BOTTA, G. et al. Efectos de la labranza vertical sobre el suelo y el
rendimiento del cultivo de girasol (Helianthus annus l.). Agro-Ciencia,
v.21, p.5-12, 2005.
BOTTA, G.F. et al. Traffic alternatives for harvesting soybean (Glycine max
L.): Effect on yields and soil under a direct sowing system. Soil Till. Res.,
v.96, p.145-154, 2007.
BOTTA, G.F. et al. Deep tillage and traffic effects on subsoil compaction
and sunflower (Helianthus annus L.) yields. Soil Till. Res., v.91, p.164-
172, 2006.
BRAIDA, J.A. et al. Resíduos vegetais na superfície e carbono orgânico do
solo e suas relações com a densidade máxima obtida no ensaio Proctor.
R. Bras. Ci. Solo, v.30, p.605-614, 2006.
CARTER, A.; JORDAN, V.; STRIDE, C. A guide to managing crop
establishment. Soil and Management Initiative, Chester, 2003.
CARTER, M.R. et al. Persistence of deep loosening of naturally compacted
subsoils in Nova Scotia. Canadian J. Soil Sci., v.76, p.541-547, 1996.
CARTER, M.R. Relative measures of soil bulk density to characterize
compaction in tillage studies on fine sandy loams. Can. J. Soil Sci., v.70,
p.425-433, 1990.
CHEN, G.; WEIL, R.R. Penetration of cover crop roots through compacted
soils. Plant Soil, v.331, p.31-43, 2010.
COSENTINO, D.J.; PECORARI, C. Impact of low-density minerals on
physical properties of soils of the Pampean region. Ciencia del Suelo,
v.20, p.9-16, 2002.
DARDANELLI, J.L. et al. Use of a crop model to evaluate soil impedance
and root clumping effects on soil water extraction in three argentine
soils. Trans. ASAE, v.46, p.1265–1275, 2003.

53
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

DEGENS, B.P. Macro-aggregation of soils by biological bonding and


binding mechanisms and the factors affecting these: a review. Austr. J.
Soil Res., v.35, p.431-459, 1997.
DERPSCH, R. Situación general de la siembra directa en el mundo. 1999.
p.17-20 Disponível em:<http://www.rolf-derpsch.com/>. Acesso em: 1
abr. 2011.
DEXTER, A.R. Uniaxial compression of ideal brittle tilths. J. Terramech.,
v.12, p.3-14, 1975.
DEXTER, A.R. Advances in the characterization of soil structure. Soil
Tillage Res., v.11, p.199-238, 1988.
DÍAZ ZORITA, M.; DUARTE, G.A.; GROVE, J.H. A review of no-till
systems and soil management for sustainable crop production in the
subhumid and semiarid Pampas of Argentina. Soil Tillage Res., v.65,
p.1-18, 2002.
DÍAZ-ZORITA, M.; GROSSO, G.A. Effects of soil texture, organic carbon
and water retention on the compactability of soils from the Argentinean
pampas. Soil Till. Res., v.54, p.121-126, 2000.
EVANS, S.D. et al. Effect of subsoiling and subsequent tillage on soil bulk
density, soil moisture, and corn yield. Soil Till. Res., v.38, p.35-46, 1996.
FRANZLUEBBERS, A. Soil organic matter stratification ratio as an
indicator of soil quality. Soil Till. Res., v.66, p.95-106, 2002.
GLINSKI, J.; LIPIEC, J. Soil Physical Conditions and Plant Roots. Boca
Raton: CRC Press Inc., Florida, 1990. 250 p.
GUPTA, S.C.; ALLMARAS, R.R. Models to assess the susceptibility of soils
to excessive compaction. Adv. Soil Sci., v.6, p.65-100, 1987.
HAMILTON-MANNS, M. et al. Subsoil loosening does little to enhance
the transition to no-tillage on a structurally degraded soil. Soil Tillage
Res., v.68, p.109-119, 2002.
HAMZA, M.A.; ANDERSON, W.K. Soil compaction in cropping systems.
A review of the nature, causes and possible solutions. Soil Till. Res., v.82,
p.121-145, 2005.
HERMLE, S. et al. The effect of the tillage system on soil organic carbon
content under moist, cold-temperate conditions. Soil Till. Res., v.98,
p.94-105, 2008.
HORN, R.; WAY, T.; ROSTEK, J. Effect of repeated tractor wheeling on
stress/strain properties and consequnces on physical properties in
structured arable soils. Soil Till. Res., v.73, p.101-106, 2003.

54
Experiências Argentinas e Brasileiras

HUBERT, F. et al. Pore morphology changes under tillage and no-tillage


practices. Geoderma, v.142, p.226-236, 2007.
KAY, B.D.; GRANT, C.D.; GROENEVELT, P.H. Significance of ground
freezing on soil bulk density under zero tillage. Soil Sci. Soc. Am. J., v.49,
p.973-978, 1985.
KRÜGER, H.R. Compactación en Haplustoles del sudoeste bonaerense
(Argentina) bajo cuatro sistemas de labranza. Ciencia del Suelo, v.14,
p.104-106, 1996.
LAL, R.; REICOSKY, D.C.; HANSON, J.D. Evolution of the plow over
10000 years and the rationale for no-till farming. Soil Till. Res., v.93,
p.1-12, 2007.
LARSON, W.E.; PIERCE, F.J. Conservation and enhancement of soil quality.
In: Evaluation for Sustainable Land Management in the Developing
World, Vol. 2: Technical papers. Thailand: International Board for
Research and Bangkok, Thailand: International Board for Research and
Management. IBSRAM Proceedings v.12, n.2, 1981. p.175-203.
LARSON, W.E.; PIERCE, F.J. The dynamics of soil quality as a measure
of esustainable management. In: Doran, J.W. et al. (Eds.). Defining soil
quality for a sustainable environment. Madison: Soil Science Society of
America Special Publication, n.35, p.37-51, 1994.
LIPIEC, J. et al. Soil porosity and water infiltration as influenced by tillage
methods. Soil Till. Res., v.89, p.210-22, 2005.
MICUCCI, F.G.; TABOADA, M.A. Soil physical properties and soybean
(Glycine max Merrill) root abundance in conventionally- and zero-
tilled soils in the humid Pampas of Argentina. Soil Till. Res., v.86, p.152-
162, 2006.
MORRIS, N.L. et al. The adoption lf non-inversion tillage systems in the
United Kingdom and the agronomic impact on soil, crops and the
environment. A review. Soil Till. Res., v.108, p.1-15, 2010.
MUELLER, L. et al. Comparison of methods for estimating maximum soil
water content for optimum workability. Soil Till. Res., v.72, p.9-20, 2003.
NHANTUMBO, A.B.J.C.; CAMBULE, A.H. Bulk density test as a function
of texture for agricultural soils in Maputo province of Mozanbique. Soil
Till. Res., v.87, p.231-239, 2006.
OADES, J.M. The role of biology in the formation, stabilization and
degradation of soil structure. Geoderma, v.56, p.377-400, 1993.

55
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

OBI, M.E. The physical and chemical responses of a degraded sandy clay
loam to cover crops in southern Nigeria. Plant Soil, v.211, p.165-172,
1999.
PAGLIAI, M. et al. Changes in some physical properties of a clay soil in
central Italy following the passage of rubber tracked and wheeled
tractors of medium power. Soil Till. Res., v.73, p.119-129, 2003.
PECORARI, C.; ANDRIULO, A.; AUSILIO, A. Aptitud físico-mecánica
de los suelos para el laboreo. II Efectos de la textura y de la materia
orgánica sobre la densidad aparente máxima de algunos suelos de la
región pampeana Argentina. Informe Técnico INTA, v.281, 1993, 16p.
QUIROGA, A.R.; BUSCHIAZZO, D.E.; PEINEMANN, N. Soil compaction
is related to management practices in the semi-arid Argentine pampas.
Soil Till. Res., v.52, p.21-28, 1999.
REICHERT, J.M. et al. Reference bulk density and critical degree-of-
compactness for no-till crop production in subtropical highly weathered
soils. Soil Till. Res., v.102, p.242-254, 2009.
RESTOVICH, S.; ANDRIULO, A.; AMÉMDOLA, C. Introducción de
cultivos de cobertura en la rotación soja-maíz: Efecto sobre algunas
propiedades del suelo. Ciencia del Suelo, v.29, p.61-73, 2011.
RHOTON, F.E. Influence of time on soil response to no-till practices. Soil
Sci. Soc. Am. J., v.64, p.700-709, 2000.
SADRAS, V.O.; O´LEARY, G.J.; ROGET, D.K. Crop responses to compacted
soil: capture and efficiency in the use of water and radiation. Field Crops
Res., v.91, p.131-148, 2005.
SALAZAR LEA PLAZA, J.C.; MOSCATELLI, G. Mapa de Suelos de la
Provincia de Buenos Aires. Escala 1:500000. SAGyP. Buenos Aires:
INTA, Argentina, 1989. 527 p.
SASAL, M.C.; ANDRIULO, A.E.; TABOADA, M.A. Soil porosity
characteristics and water movement under zero tillage in silty soils in
Argentinean Pampas. Soil Till. Res., v.87, p.9-18, 2006.
SHIPITALO, M.J.; PROTZ, R. Comparison of morphology and porosity of
soil under conventional and zero tillage. Can. J. Soil Sci., v.67, p.445-456,
1987.
SLOWIŃSKA-JURKIEWICZ, A.; DOMŹAL, H. The structure of the
cultivated horizon of soil compacted by wheels of agricultural tractors.
Soil Till. Res., v.19, p.215-226, 1991.
SOANE, B.D. The role of organic matter in soil compactability: a review of
some practical aspects. Soil Till. Res., v.16, p.179-201, 1990.

56
Experiências Argentinas e Brasileiras

SORACCO, C.G. et al. Anisotropy of Saturated Hydraulic Conductivity in


a soil under conservation and no-till treatments. Soil Till. Res., v.109,
p.18-22, 2010.
SORIANO, A. et al. Río de la Plata grasslands. In: COUPLAND, R.T.
Ecosystems of the World. Amsterdam: Elseiver, 1991, p.367-407.
SPOOR, G. Alleviation of soil compaction: requirements, equipment and
techniques. Soil Use Manage., v.22, p.113-122, 2006.
STEINBACH, H.S.; ALVAREZ, R. Changes in soil organic carbon contents
and nitrous oxide emissions after introduction of no-till in Pampean
Agroecosystems. J. Environ. Qual., v.35, p.3-13, 2006.
STRUDLEY, M.W.; GREEN, T.R.; ASCOUGH, J.C. Tillage effects on soil
hydraulic properties in space and time: state of the science. Soil Tillage
Res., v.99, p.4-48, 2008.
TABOADA, M.A. et al. Mechanisms of aggregation in a silty loam under
different simulated management regimes. Geoderma, v.123, p.233-244,
2004.
TABOADA, M.A.; BARBOSA, O.A.; COSENTINO, D.J. Null creation of
air-filled structural pores by soil cracking and shrinkage in silty loam
soils. Soil Sci., v.173, p.130-142, 2008.
TABOADA, M.A. et al. Comparison of compaction induced by conventional
and zero tillage in two soils of the Rolling Pampa of Argentina. Soil
Tillage Res., v.49, p.57-63, 1998.
THOMAS, G.A. et al. No-tillage and conservation farming practices in
grain growing areas of Queensland – a review of 40 years of development.
Aust. J. Exptl. Agric., v.47, p.897-898, 2007.
THOMAS, G.W.; HASZLER, G.R.; BLEVINS, R.L. The effects of organic
matter and tillage on maximum compactability of soils using the proctor
test. Soil Sci., v.161, p.502-508, 1996.
VANDENBYGAART, A.J. et al. Tillage system effects on near-surface soil
morphology: observations from the landscape to micro-scale in silt
loam soils of southwestern Ontario. Soil Tillage Res., v.51, p.139-149,
1999.
UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA. Soil
Quality Test Kit Guide. USDA-ARS- NRCS-Soil Quality Institute, 1999,
p. 88.
VILLAMIL, M.B. et al. No-Till Corn/Soybean Systems Including Winter
Cover Crops: Effects on Soil Properties. Soil Sci. Soc. Am. J., v.70,
p.1936-1944, 2006.

57
VOORHEES, W.B.; LINDSTROM, M.J. Long-term effects of tillage method
on soil tilth independent of wheel traffic compaction. Soil Sci. Soc. Am.
J., v.48, p.152-156, 1984.
WAGNER, L.E.; AMBE, N.M.; DING, D. Estimating a Proctor density
curve from intrinsic soil properties. Trans. Am. Soc. Agricul. Eng., v.37,
p.1121-1125, 1994.
WANDER, M.M.; BOLLERO, G.A. Soil quality assessment of tillage impact
in Illinois. Soil Sci. Soc. Am. J., v.63, p.961-971, 1999.
WILLIAMS, S.M.; WEIL, R.R. Crop Cover Root Channels May Alleviate
Soil Compaction Effects on Soybean Crop. Soil Sci. Soc. Am. J., v.68,
p.1403-1409, 2004.

58
ESTUDIO DEL COMPORTAMIENTO HIDROLÓGICO
SUPERFICIAL EN TRES ARGIUDOLES DE LA PRADERA
PAMPEANA (ARGENTINA)
(Estudo do comportamento hidrológico superficial em
três Argiudoles da Pradera Pampeana - Argentina)

Mario G. Castiglioni

Resumen
El diferente uso de la tierra, las características y propiedades de
los suelos, su posición en el paisaje, la escala de observación, los cambios
temporales en las condiciones edáficas y el instrumental y técnicas
utilizadas para la caracterización del comportamiento hidrológico
de los suelos influyen sobre los resultados obtenidos. En el presente
trabajo se detallan algunas experiencias realizadas en la Pradera
Pampeana (Argentina), donde se contempla el efecto de algunos de
estos factores. Sobre un Argiudol vértico (San Pedro, Pcia. de Bs. As.),
se pudo comprobar la acción favorable de la cobertura del suelo sobre la
fase inicial y la tasa de equilibrio del proceso de infiltración, mientras
que el contenido de humedad edáfica solo influyó en la duración del
período inicial de dicho proceso. A partir de distintas experiencias, se
determinó que la tasa de movimiento de agua en el suelo obtenida en
laboratorio, es sensiblemente mayor a la registrada a campo, mientras
que la variabilidad de los resultados aumenta con la disminución
del volumen de la muestra de suelo considerada. Por su parte, en un
Argiudol ácuido de la Pcia. de Entre Ríos, se pudo observar que la
diferente sucesión de cultivos afecta el volumen de escurrimiento,
estando a su vez estos resultados condicionados por el volumen de
lluvia caída. Se pudo comprobar también, que el tiempo de ocupación
de los cultivos en las parcelas analizadas, era el principar factor que
regulaba su escurrimiento. En un lote ondulado donde se encuentra este
Argiudol ácuico, se determinó que para obtener un valor representativo
de conductividad hidráulica saturada no sería necesario abarcar toda la

59
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

superficie del mismo, dado que su valor medio y variabilidad no fueron


significativamente distintos entre dos esquemas de muestreo diferentes:
abarcando todo el lote o ocupando solo una parte del mismo. Tampoco
se observó una influencia de la posición en el paisaje sobre dicha
propiedad. En un sector de la cuenca del Arroyo Pergamino (Pcia. de
Bs. As.), a partir de ensayos de simulación de lluvia realizados en tierras
con aptitud agrícola y ganadera, se pudo determinar que aquellos suelos
ubicados más cerca de los cursos de agua, son los que producen mayor
escurrimiento. Entre las tierras agrícolas, las que tienen alta proporción
de soja en la sucesión de cultivos, son las que aportan mayor volumen
de agua de escurrimiento.

Resumo
O diferente uso da terra, as características e propriedades dos
solos, sua posição na paisagem, a escala de observação, as mudanças
temporárias nas condições edáficas e instrumental e técnicas utilizadas
para a caracterização do comportamento hidrológico dos solos influem
sobre os resultados obtidos. No presente trabalho, detalham-se algumas
experiências realizadas na Pradera Pampeana (Argentina), onde se
contempla o efeito de alguns destes fatores. Sobre um Argiudol vértico
(San Pedro, Província de Buenos Aires), pôde-se comprovar a ação
favorável da cobertura do solo sobre a fase inicial e a taxa de equilíbrio
do processo de infiltração, enquanto o conteúdo de umidade edáfica
só influiu na duração do período inicial de tal processo. A partir de
diferentes experiências, determinou-se que a taxa de movimento de
água no solo obtida em laboratório é sensivelmente maior à registrada
a campo, enquanto a variabilidade dos resultados aumenta com a
diminuição do volume da amostra de solo considerada. Por sua vez,
em um Argiudol ácuido da Província de Entre Rios, pôde-se observar
que diferentes sucessões de cultivos afetam o volume de escoamento,
estando estes resultados condicionados pelo volume de chuva. Também
comprovou-se que o tempo de ocupação dos cultivos nas parcelas
analisadas era o principal fator que regulava seu escoamento. Em um
lote ondulado onde se encontra este Argiudol ácuico, determinou-se que
para obter um valor representativo de condutividade hidráulica saturada
não seria necessário utilizar toda a superfície do mesmo, dado que seu
valor médio e sua variabilidade não foram significativamente distintos
entre os dois esquemas de amostragem diferentes que englobaram todo
o lote ou ocupando parte dele mesmo. Tampouco se observou uma

60
Experiências Argentinas e Brasileiras

influência da posição na paisagem sobre tal propriedade. Em um setor


da bacia do Arroio Pergamino (Província de Buenos Aires), a partir de
ensaios de simulação de chuva realizados em terras com aptidão agrícola
e de criação de gado, pôde-se determinar que aqueles solos localizados
mais perto dos cursos de água, são os que produzem maior escoamento.
Entre as terras agrícolas, as que têm alta proporção de soja na sucessão
de cultivos são as que aportam maior volume de água de escoamento.

61
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Introducción
En la producción agropecuaria es necesario comprender los
procesos que afectan el comportamiento del movimiento superficial y
en profundidad del agua del suelo, en la medida que este es un recurso
fundamental para el rendimiento de cultivos y pasturas. A su vez, la
pérdida de agua por escorrentía, influye sobre los procesos de erosión
y de transporte superficial de pesticidas, nutrientes y otros solutos
(Tebrugge & During, 1999).
El suelo, que constituye el entorno donde se desarrollan estos
procesos, es un medio poroso tridimensional, espacialmente heterogéneo
y con una determinada dinámica temporal. Es un sistema abierto que
evoluciona a través de diferentes procesos, que son conducidos por
distintos factores, los que al variar en intensidad en diferentes posiciones
del paisaje, provocan heterogeneidad en las propiedades edáficas, aún a
cortas distancias (Trangmar et al., 1985; Campbell & Garrido, 2005). En
este sentido, Corwin et al. (2006) reportan que es habitual que el 50%
de la variabilidad de muchas propiedades edáficas se expresen en un
radio de no más de un metro. Grayson & Blosch (2000) resaltan que la
variabilidad de las propiedades físicas de un determinado suelo puede
ser tan grande o mayor que la encontrada entre suelos distintos. Esto
último es relevante, dado que a su vez pequeños cambios en algunas
de estas propiedades, pueden provocar variaciones significativas en la
hidrología del suelo (Reynolds & Elrick, 2005).
No todas las propiedades edáficas varían con la misma intensidad.
Corwin et al. (2006) mencionan que aquellos parámetros del suelo
dominados en gran medida por las características de su matriz, presentan
una variabilidad entre baja y moderada, independientemente del suelo
y área considerados. Estos autores detallan algunos de los coeficientes
de variación normalmente encontrados: densidad aparente (3 al 26
%); porosidad (7 al 11 %); contenido de agua a -0.01 MPa (4 al 20 %);
contenido de agua a -1.5 MPa (14 al 45 %). A su vez, aquellos parámetros
que describen el movimiento del agua en el suelo (conductividad
hidráulica saturada, tasa de infiltración, etc.) y los relacionados con el
transporte de solutos, presentan una variabilidad mayor al 100 %.
Los factores y procesos ambientales pueden actuar a diferentes
escalas espaciales y temporales (Zeleke & Si, 2006), y por lo tanto
extenderse desde unos pocos centímetros a varios kilómetros y durar
de unos pocos segundos hasta décadas (Si, 2008). Estas escalas se

62
Experiências Argentinas e Brasileiras

caracterizan a partir de la distancia espacial entre observaciones, por el


intervalo de tiempo entre registros, por la superficie total del área relevada,
por la extensión de tiempo que abarca la totalidad de los registros y por
el volumen/superficie del suelo estudiado y por el intervalo de tiempo
para los cuales una propiedad es considerada homogénea (Blosch &
Sivapalan, 1995). Las prácticas para la implantación y el desarrollo de los
cultivos también afectan el comportamiento de las propiedades y de los
procesos del suelo en el espacio y en el tiempo, con consecuencias para
la acumulación y el movimiento del agua, nutrientes y contaminantes
(Strudley et al., 2008).
Existen diferentes métodos de campo y de laboratorio para
determinar el movimiento de agua en el suelo, siendo muchas veces
distintos los resultados alcanzados a partir del uso de estas diversas
metodologías. Ello es debido entre otras causas, al distinto volumen
de suelo tomado en consideración, al desigual grado de disturbio
provocado sobre el mismo al momento de hacer la determinación y
a la forma en que es aplicada el agua sobre la muestra de suelo. Por
lo expuesto, los factores que condicionan los resultados obtenidos del
comportamiento hidrológico en un área determinada son aquellos
asociados al uso de la tierra, los que responden a las características y
propiedades de los suelos y a su posición en el paisaje, los relacionados
con la escala de observación, los referidos a los cambios temporales en
las condiciones edáficas y climáticas de contorno, como también incide
en los resultados el instrumental utilizado para la caracterización de
dicho comportamiento. A continuación se detallan algunas experiencias
realizadas en la Pradera Pampeana (Argentina) que contemplan el efecto
de algunos de estos factores.

Experiencias desarrolladas sobre un Argiudol vértico


(San Pedro, Pcia. de Bs. As., Argentina)
Sobre un Argiudol vértico bajo siembra directa, ubicado en la
cuenca del Arroyo del Tala (Pcia. de Bs. As., Argentina), se analizó el
proceso de infiltración con suelo cubierto y descubierto, en una ladera
con una pendiente del 1.5 %. Se aplicó lluvia simulada durante una hora
sobre parcelas de 25 cm de lado, siendo la intensidad de la misma de 60
mm h-1 (De la Vega et al., 2004). Se pudo comprobar (Figura 1) que la
cantidad de lluvia caída hasta el inicio del escurrimiento era distinta para
suelo cubierto (24.1 mm) respecto al descubierto (11.6 mm), mientras que

63
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

el contenido de humedad inicial también influía sobre dicho período,


independientemente del grado de cobertura del suelo (Figura 2). No
obstante, ninguno de estos dos factores estuvo relacionado con la duración
del la fase de disminución de la tasa de infiltración. Por su parte, la tasa de
infiltración final (TIF) estuvo solamente asociada al grado de cobertura
del suelo, siendo los coeficientes de escurrimiento (CE) promedio para
suelo descubierto y cubierto 0.57 y 0.34, respectivamente.
Velocidad de infiltración (mm h -1)

Lluvia acumulada (mm)


Figura 1. Relación entre la tasa de infiltración y la lluvia acumulada para suelo
cubierto y descubierto.

50
Cubierto y = -1.8736x + 71.288
40
Descubierto R2 = 0.9065
I (minutos)

30
(minutos)

20 y = -1.068x + 39.091
2
R = 0.8039
FI F

10

0
0 5 10 15 20 25 30 35
HI(%)
HI (%)

Figura 2. Relación entre la humedad inicial del suelo (HI) y la duración de la fase
inicial de infiltración (FI) bajo suelo cubierto y descubierto.

64
Experiências Argentinas e Brasileiras

Bajo este mismo suelo, en otro ensayo de simulación de lluvia


realizado en laboratorio con parcelas de 21 cm de diámetro (Chagas et
al., 2004), se pudo comprobar también la eficacia de la cobertura sobre
la TFI. Sin embargo, comparando los valores de este último parámetro
obtenidos a campo y en laboratorio, surge que de acuerdo a esta última
metodología la TFI fue de un orden de magnitud superior a la obtenida
a campo para ambos tipos de cobertura. Pese a ello, la relación de la
TFI entre suelo cubierto y descubierto alcanzó valores similares para
ambos procedimientos (1,5 en laboratorio y 2 a campo). A su vez, a
partir de muestras tomadas con cilindros de 7 cm de diámetro en las
parcelas previamente sujetas a simulación de lluvia en laboratorio, se
determinó la conductividad hidráulica saturada (Ks) (Klute & Dirksen,
1986). Mediante este último análisis se pudo comprobar un aumento
en la variabilidad espacial de la tasa de movimiento de agua, como
consecuencia de una disminución del volumen de suelo considerado
(coeficiente de variación entre 92 y 184 %), respecto a lo registrado con las
parcelas de mayor tamaño obtenidas a campo (coeficiente de variación
entre 6 y 28 %). Estos resultados coinciden con lo mencionado por otros
autores (Blosch & Silvapalan, 1995), en cuanto a que al aumentar el
tamaño del soporte donde se realizan las determinaciones disminuye la
variabilidad de los resultados obtenidos.

Experiencias desarrolladas sobre un Argiudol ácuico


(Paraná, Pcia. de Entre Ríos, Argentina)
En otro ambiente diferente, ubicado en la EEA INTA Paraná
(Pcia. de Entre Ríos, Argentina), se trabajó sobre un Argiudol ácuico
dispuesto sobre una ladera con una pendiente del 3,5 %. En el mismo se
analizó el efecto de distintas secuencias de cultivos bajo siembra directa,
de la labranza sin cobertura (L) y de la presencia de pasturas (P) sobre
la conductividad hidráulica saturada (Sasal et al., 2010). Las secuencias
de cultivos evaluadas fueron: monocultivo de soja (S), monocultivo de
maíz (M), maíz-trigo/soja de segunda (M-T/S) y trigo/soja de segunda
(T/S). La conductividad hidráulica saturada fue determinada en
laboratorio (Ks) por el método de la carga de agua constante (Klute &
Dirsken, 1986), a dos profundidades (0-4 cm y 4-8 cm) y a partir de
muestras extraídas con cilindro de 5 cm de diámetro. Paralelamente,
esta propiedad también fue estimada realizando mediciones a campo
con un infiltrómetro de disco de 12 cm de diámetro (Khc).

65
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

A pesar de que la conductividad hidráulica es tomada normalmente


como un indicador de cambios edáficos generados por el distinto uso
de la tierra, solo se detectaron a nivel superficial (0-4 cm) diferencias
en Ks y Khc entre la pastura y los restantes usos de la tierra (Tabla 1).
A mayor profundidad (4-8 cm), la Ks bajo pastura fue superior a la Ks
de los monocultivos de maíz y soja, y de la rotación trigo/soja (Tabla
1). Si bien se pudo establecer un grado de asociación entre Ks y Khc en
el estrato superficial (P< 0.01; r: 0.72), los valores promedio de ambas
metodologías difirieron, siendo los resultados de Ks mas variables y
2.5 veces mayores a los obtenidos con el infiltrómetro de disco (Khc).
Estas diferencias responderían al distinto volumen de suelo abarcado,
a la carga hidráulica impuesta sobre los cilindros y a las alteraciones
realizadas sobre el suelo durante la toma de muestras y su posterior
transporte.
Tabla 1. Efecto del diferente uso de la tierra sobre Khc, Ks y densidad aparente (Dap)
(0-4 cm) y Ks y Dap (4-8 cm).

Khc Ks Dap Ks Dap


Tratamientos
(mm h-1) (mm h-1) (g cm-3) (mm h-1) (g cm-3)
0-4 cm 4-8 cm
S 27.36 b 29.76 b 1.31 a 4.3 b 1.43 a
M-T/S 34.82 b 30.16 b 1.26 a 77.9 ab 1.40 a
T/S 23.26 b 6.32 b 1.40 a 2.9 b 1.43 a
M 26.79 b 48.70 b 1.33 a 24.1 b 1.42 a
P 87.23 a 374.56 a 1.03 b 291.2 a 1.11 b
L 18.41 b 89.15 b 1.08 b 96.3 ab 1.14 b
Letras diferentes para una misma propiedad indican diferencias entre tratamientos
(p<0.05).

Un comportamiento diferente al de Ks y Khc se pudo comprobar


al analizar los escurrimientos obtenidos en las distintas parcelas de 100
m2 de superficie, en las cuales se encontraban los ensayos bajo estudio
(Tabla 2).

66
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 2. Efecto del diferente uso de la tierra sobre el escurrimiento acumulado, el


escurrimiento promedio y el coeficiente de escurrimiento promedio.

Coeficiente de escurrimiento
Tratamientos Escurrimiento acumulado Escurrimiento promedio
promedio
(mm) (mm) (mm mm-1)
S 328 17.40 a 0.24 a
M –T/S 178 7.14 a 0.08 b
T/S 180 6.25 a 0.07 b
M 339 14.36 a 0.19 ab
P 48 2.52 a 0.04 b
L 413 17.90 a 0.26 a
Letras diferentes para una misma propiedad indican diferencias entre tratamientos
(p<0.05).

Si bien el escurrimiento promedio no resultó ser un parámetro


sensible y que respondiera de manera diferente a los distintos
tratamientos, el coeficiente de escurrimiento promedio detectó los
cambios sufridos a partir de los distintos usos de la tierra evaluados.
De esta manera, la situación que simulaba el efecto de la labranza y la
que estaba bajo monocultivo de soja, fueron las que menor infiltración
registraron. Por su parte, la pastura y las sucesiones de cultivos que
incorporaron al trigo (T/S y M-T/S), influyeron positivamente sobre
esta propiedad, obteniendo un valor intermedio aquella situación que
presentaba monocultivo de maíz. Al discriminar estos resultados de
acuerdo a la lámina de agua de la tormenta, se pudo constatar que el
comportamiento antes mencionado correspondía principalmente a
aquellas lluvias inferiores a los 70 mm, mientras que para volúmenes
mayores a dicho valor no existía un efecto diferencial del uso de la tierra
sobre los escurrimientos (Tabla 3).
Tabla 3. Efecto del volumen de lluvia sobre los coeficientes de escurrimiento promedio,
producidos por los diferentes usos de la tierra.

Lluvias mayores Lluvias entre Lluvias menores


Tratamientos
a 70 mm 41 y 69 mm a 40 mm
S 0.31 a 0.34 a 0.06 ab
M –T/S 0.21 a 0.02 b 0.01 b
T/S 0.14 a 0.04 b 0.03 b
M 0.27 a 0.20 ab 0.10 ab
P 0.07 a 0.02 b 0.03 b
L 0.33 a 0.31 a 0.15 a
Letras diferentes indican diferencias entre tratamientos (p<0.05).

67
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Del análisis de la Tabla 3, surge que al pasar de tormentas con


un grado de recurrencia menor a otras más frecuentes (41 a 69 mm),
los diferentes usos de la tierra influyeron sobre el comportamiento
hidrológico, siendo aquellos tratamientos que respondieron de manera
más rápida y positiva la pastura y las sucesiones de cultivos que presentan
un cultivo invernal. Por su parte, la monocultura de soja y la parcela
labrada y sin cobertura solo disminuyeron en forma significativa sus
respectivos coeficientes de escurrimiento a partir de lluvias con láminas
menores a los 40 mm.
Al analizar el grado vinculación entre los valores de movimiento
de agua obtenidos a campo y en laboratorio (Ks y Khc) con los del
coeficiente de escurrimiento de las distintas parcelas, no se observó
una correspondencia significativa entre los mismos. El volumen de
rastrojo dejado sobre la superficie del suelo (medido como peso seco
del material vegetal), tampoco fue el que determinó los resultados
de escurrimiento encontrados. No obstante, se pudo comprobar
que la cantidad de agua exportada por fuera de las parcelas, estaba
principalmente determinada por la proporción del año en que cada
una de ellas estaba ocupada por cultivos en desarrollo (ISI). Este
parámetro (ISI), que surge de la relación entre los meses en que el
suelo está ocupado con cultivos en actividad respecto al total de meses
del año, resultó ser un buen indicador de la pérdida de agua por
escorrentía (Figura 3), mientras que las propiedades físicas evaluadas
no fueron adecuadas para predecir el escurrimiento superficial a esta
escala de trabajo. Por su parte, a una escala de mayor detalle como la
que surge de la determinación de la Ks en cilindros, se pudo establecer
a las dos profundidades estudiadas, un efecto negativo de la densidad
aparente sobre dicha propiedad (R 2 promedio: -0.63; P< 0.01)

68
Experiências Argentinas e Brasileiras

500
Escurrimiento total
y = -364.07x + 447.4
2
400 R = 0.9082
300
(mm)

200

100

0
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20
ISI

Figura 3. Relación entre el ISI y el escurrimiento acumulado.

En un ambiente similar al recientemente descripto y bajo el


mismo suelo, se analizó el comportamiento temporal de la infiltración
bajo suelo cubierto y descubierto, a partir del uso de un simulador de
lluvia que abarca una superficie de 2500 cm2 (Castiglioni et al., 2012a).
El trabajo fue realizado en seis etapas distintas de la rotación maíz/
trigo/soja, bajo diferentes condiciones de humedad edáfica inicial (HI).
La tasa de aplicación de lluvia fue de 60 mm h-1 durante una hora. En
el 50% de los casos los valores de HI estuvieron por debajo de marchitez
permanente, mientras que en la otra mitad la HI fue mayor y más
variable entre fechas de muestreo.
Al ser numerosos los factores que regulan el movimiento de
agua en el suelo, el patrón estacional de esta propiedad resulta a veces
difícil de establecer. Sin embargo, pueden ocurrir situaciones en que
uno de ellos sea el dominante, y por lo tanto se puede establecer un
patrón temporal de comportamiento (Fuentes et al., 2004). De manera
diferente a lo sucedido con el Argiudol vértico, en este Argiudol ácuico la
HI fue determinante de la TIF, y por lo tanto el patrón estacional de esta
propiedad estuvo determinado fundamentalmente por las diferencias
encontradas en el contenido hídrico del suelo en las distintas fechas de
muestreo (Figura 4).

69
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

70
60 y = -195.42x + 78.092
TIF (mm h ) 2
R = 0.9178
-1

50
40 cubierto
30 descubierto
20 y = -166.62x + 63.46
10 R2 = 0.7818
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4
HI (gr gr -1)
Figura 4. Relación entre HI y TIF.
Sin embargo, en algunas de las etapas bajo análisis se pudo com-
probar también el efecto adicional y positivo sobre la TIF de la estabilidad
de los agregados. Esto se puede comprobar a partir del análisis de los
coeficientes de correlación detallados en la Tabla 4. Dado el coeficiente de
extensibilidad lineal (COLE) moderado a alto que presenta el horizonte
superficial de este Argiudol (COLE: 0.06), es razonable pen-sar que
sobre la tasa de infiltración también influyó el efecto de la baja HI que
generó la contracción del suelo, con el correspondiente aumen-to de la
macroporosidad bajo la forma de fisuras y grietas. A su vez, al aumentar
la HI esta macroporosidad disminuyó, reduciendo como consecuencia
la TIF (Tabla 4).
Tabla 4. Coeficientes de correlación entre la TIF y otras variables climáticas y edáficas,
de acuerdo a la condición de cobertura del suelo.

Suelo cubierto Suelo descubierto


HI - 0.96*** - 0.88**
Cinco - 0.80* - 0.55ns
Cin - 0.96*** - 0.82**
>50 0.79* 0.84**
CDMP - 0.83** - 0.69ns
*(P<0.10), **(P<0.05), ***(P<0.01), ns: no significativo - Cinco: lámina de água caída
los cinco dias prévios a cada etapa - Cin: número de tormentas previas a cada muestreo -
>50: volumen ocupado por poros mayores a 50 micrones - CDMP: Cambio en el diámetro
medio ponderado de agregados (De Leenheer y De Boodt, 1958).

A pesar de que se pudo evidenciar la influencia de estos factores


sobre la TIF, dada la alta variabilidad en los resultados encontrados,
no se comprobaron diferencias significativas en esta propiedad entre

70
Experiências Argentinas e Brasileiras

algunas etapas. En este sentido, la variación espacial promedio de la


TIF para las fechas de muestreo fue 45% y 32% para suelo cubierto y
descubierto respectivamente. Por el mismo motivo, solo en dos etapas
del presente trabajo se detectaron diferencias estadísticas en esta
propiedad entre suelo cubierto y descubierto. A su vez, se comprobó que
la relación de la TIF entre suelo cubierto y descubierto era distinta en
las diferentes fechas, siendo HI el parámetro que influía sobre la misma.
Para contenidos de HI por debajo de marchitez permanente esta relación
estuvo entre 1 y 1.49, para HI de 0.22 g g-1 fue 1.80, para HI de 0.27 g g-1
fue 2.19, mientras que para el 70% de saturación del suelo esta relación
volvió a bajar a 0.68. Salvo en este último caso, los restantes valores de
esta relación estuvieron dentro del rango apuntado anteriormente en el
trabajo de simulaciones de lluvia realizado sobre un Argiudol vértico.
El coeficiente de escurrimiento promedio para los ensayos de
simulación de lluvia bajo suelo cubierto fue 0.23, el cual es bastante
similar a la media alcanzada con tormentas mayores a 70 mm por las
parcelas de escurrimiento que presentaban igual rotación (M–T/S) (Tabla
3). Cabe destacar que el período climático que correspondió al análisis
de las parcelas de escurrimiento fue bastante más húmedo respecto al de
los ensayos de infiltración, y a su vez que en estos últimos la intensidad
de lluvia aplicada fue sensiblemente mayor a la que normalmente se
registra en forma natural. Al considerar únicamente las fechas de los
ensayos de infiltración que no tuvieron un antecedente de humedad
por debajo de marchitez permanente, el promedio del coeficiente de
escurrimiento asciende a 0.42, lo cual representa casi el doble de lo
registrado en las parcelas de escurrimiento con igual rotación. Este
último resultado coincide con lo esperado, en vistas a la mayor intensidad
de lluvia aplicada y al menor tamaño de las parcelas en los ensayos de
simulación de lluvia. En este sentido son varios los investigadores que
reportan disminuciones en los coeficientes de escurrimiento en función
del aumento del área considerada (Le Bissonnais et al., 1998; Van de
Giessen et al., 2000; Stomph et al., 2002)
En el mismo lote de la EEA INTA Paraná (Pcia de Entre Ríos,
Argentina), y con el objetivo de analizar la variabilidad y estructura
espacial de distintos parámetros edáficos, se realizaron dos muestreos
con distinto distanciamiento entre observaciones: 60 m y 4 m, a dos
profundidades (0-5 cm y 5-10 cm) (Castiglioni et al., 2013a,b). Dicho lote
pertenece a una microcuenca agrícola de 28 ha, presentando el mismo
fundamentalmente dos laderas y una vaguada. En cada muestreo se

71
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

tomaron cuarenta muestras por profundidad con cilindros de 7 cm de


diámetro, abarcando todo el lote (laderas y vaguada) en el caso del mayor
distanciamiento entre observaciones (grilla irregular), mientras que
para la situación en que estas fueron realizadas cada 4 m, se utilizó solo
una de las laderas (grilla regular), la misma donde se habían realizado
previamente las simulaciones de lluvia. En laboratorio se estimó la
conductividad hidráulica saturada (Ks) siguiendo el método de la carga
de agua variable (Klute & Dirksen, 1986), mientras que la humedad
edáfica (Hum) se calculó por gravimetría. Posteriormente a dicho
análisis se seleccionaron veinte muestras por estrato y se determinó su
textura por densimetría y el contenido de materia orgánica (MO) por
combustión húmeda. Para la grilla irregular se contó también con la
información de densidad aparente (Dap) de ambos estratos. En la Tabla
5 se detallan los valores promedio de estos últimos parámetros.
Tabla 5. Valores promedio y CV de textura, MO y Dap para ambas profundidades de
la grilla irregular.

Arcilla Limo Arena MO Dap


(%) (%) (%) (%) (g cm-3)
0-5 cm
Media 36.61 b 58.36 a 5.03 a 3.41 a 1.18 b
CV(%) 8.52 6.49 34.97 16.98 9.33
5-10 cm
Media 38.77 a 56.64 a 4.59 a 2.16 b 1.35 a
CV(%) 7.87 6.69 33.98 21.26 7.40
MO: materia orgánica fácilmente oxidable; Dap: densidad aparente; Letras distintas:
diferencias estadísticas significativas (p< 0.05) entre profundidades.

No se observó un patrón claro en la distribución de la textura


del suelo superficial como tampoco de la MO respecto a la posición
topográfica dentro del lote. Respecto a la Dap, tanto en el estrato
superficial como en el más profundo se pudo observar cierto
ordenamiento espacial de acuerdo a la posición en el paisaje. En el
sector mas alto del mismo se registró una mayor densificación del suelo,
mientras que en posiciones medias y bajas de las laderas y en el sector de
vaguada los valores de Dap fueron menores. En la Tabla 6 se detallan los
valores medios de Ks y Hum para ambos tipos de muestreo y a las dos
profundidades realizadas en el estudio.

72
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 6. Valores medios y CV de Ks y Hum para ambas grillas y profundidades.

Profundidad Grilla regular Grilla irregular


Ks Hum Ks Hum
(mm h-1) (g g-1) (mm h-1) (g g-1)
0-5 cm 147.95 a A 0.24 b B 121.41 a A 0.28 a A
CV (%) 95.84 12.37 119.57 22.16
5-10 cm 51.75 b A 0.25 a B 40.72 b A 0.28 a A
CV (%) 262.74 4.67 223.55 8.95
Letras minúsculas distintas diferencias estadísticas (p< 0.05) entre profundidades -
Letras mayúsculas distintas, diferencias estadísticas (p< 0.05) entre grillas.

Dada la alta variabilidad de los resultados de Ks, las diferencias


entre los dos muestreos por estrato no fueron significativas. A su vez,
se pudo comprobar una menor (P< 0.05) Ks en profundidad respecto
al suelo superficial, existiendo una similar relación entre los promedios
de Ks de ambos estratos (2.86 y 2.98), independientemente del
espaciamiento entre observaciones considerado.
El contenido de humedad medio fue mayor al tomar en cuenta
los resultados de todo el lote, indistintamente de la profundidad
considerada. Esto se debe a que en esta última situación se incluyeron
los valores de este parámetro correspondientes a todos los ambientes
del área analizada. A su vez, y por las mismas razones señaladas
previamente, el CV de Hum de ambos estratos fue mayor al aumentar
la superficie del área relevada y el espaciamiento entre muestras. De
acuerdo a estos resultados, para obtener un valor medio de Ks aceptable
no sería necesario abarcar toda la superficie del lote, dado que tanto
los valores medios como su variabilidad no fueron significativamente
distintos entre esquemas de muestreo. Contrariamente, los diferentes
ambientes presentes en el lote influyeron en el valor medio y en la
variabilidad del contenido de humedad, siendo necesario considerar
toda el área bajo estudio para caracterizar esta propiedad.
Al considerar todos los resultados en forma conjunta (grilla
irregular y grilla regular) y de acuerdo al análisis de los semivariogramas
correspondientes, se pudo comprobar que la Hum del estrato mas
profundo presentó una fuerte estructura espacial, mientras que en
superficie esta fue moderada. A su vez, independientemente de la
profundidad considerada, el rango de continuidad espacial para esta
propiedad fue de aproximadamente 200 m.

73
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

A escala de pequeñas cuencas y en relieves ondulados, el


contenido de agua superficial edáfico puede variar espacialmente de
acuerdo al patrón de distribución lateral del agua de escurrimiento,
al efecto diferencial de la radiación solar según la orientación de las
laderas, a la heterogeneidad de los suelos presentes en la cuenca, o por
cambios en la vegetación presente (Brocca et al., 2007). Grayson et al.
(1997) definen dos principales condiciones de humedad del suelo que
determinan cual es el principal factor que incide sobre su distribución
espacial. Por un lado estarían aquellas situaciones en las cuales el
volumen de las precipitaciones excede la evapotranspiración, siendo en
estos casos la topografía el factor condicionante. Cuando el proceso de
evapotranspiración es el dominante, factores locales como la vegetación
y el suelo serían los que regulan la variabilidad espacial del contenido de
agua en el suelo. En el primer caso los patrones de humedad se verían
mas organizados, mientras que en el segundo serían aleatorios (Grayson
& Bloschl, 2000).
Las mediciones realizadas en el presente trabajo correspondieron
a un período sin presencia de vegetación viva, con déficit de lluvias
respecto a la evapotranspiración potencial, estando el suelo en un período
de desecación, aunque a tasas bajas debido al efecto de la cobertura de
rastrojos. Este proceso fue más evidente en el estrato superficial, el cual
presentó un mayor CV (Tabla 6) y más amplitud entre valores extremos
de Hum. Por lo tanto, debido a las características climáticas que
presentó la etapa previa al muestreo, el patrón de distribución espacial
de Hum estuvo menos influenciado por la dirección y concentración
de los escurrimientos, no siendo la posición en el paisaje un factor
determinante en la disposición de este parámetro dentro del lote.
Comparando los valores de Ks del muestreo realizado en una de
las laderas con la tasa de infiltración final determinada con simulador
de lluvia, nuevamente se pudo comprobrar una mayor variabilidad en
los resultados al trabajar en laboratorio con un tamaño de muestra
menor. En este sentido, la Ks promedio del estrato de 0-5 cm fue 13
veces superior a la tasa de infiltración final determinada con simulador
de lluvia cuando la humedad del suelo se encontraba a un 70% de
saturación.

74
Experiências Argentinas e Brasileiras

Experiencias desarrolladas sobre un Argiudol típico


(Pergamino, Pcia. de Bs. As., Argentina)
Con el objetivo de poder establecer cuales son los ambientes
con mayor capacidad de exportación de agua dentro de un sector
de la cuenca del Arroyo Pergamino (Pcia. de Bs. As., Argentina), se
realizaron simulaciones de lluvia sobre suelo cubierto, en tierras con
aptitud ganadera y agrícola (Castiglioni et al., 2012b). En las primeras
se realizaron ensayos de infiltración a distintas distancias del arroyo
(0 a 6 m; 6 a 30 m y 30 a 100 m). Los suelos correspondientes a estos
ambientes conforman complejos de suelos y pueden presentar o
no alcalinidad desde superficie, abarcando condiciones de drenaje
imperfecto a pobre. En las tierras agrícolas se determinó la tasa de
infiltración en ambientes con pendiente y planos, y dentro de estos
últimos se analizaron diferentes lotes con distinta sucesión de cultivos:
algunos que presentaban predominancia de soja (So) y otros con mayor
equilibrio en la alternancia de gramíneas y leguminosas (Ro). La serie de
suelos presente en las tierras agrícolas es la descripta como Pergamino,
presentando a su vez fases por erosión. Los ensayos de infiltración se
realizaron sobre parcelas de 2500 cm2, aplicando una intensidad de lluvia
de 60 mm h-1 durante una hora. A partir de los resultados obtenidos, se
estimaron los siguientes parámetros: milímetros de lluvia caídos hasta
encharcamiento (Te), pendiente de declinación de la tasa de infiltración
(Pd), milímetros de lluvia caídos hasta alcanzar la tasa de infiltración
de equilibrio (Tf), tasa final de infiltración (TIF) y coeficiente de
escurrimiento (CE). Paralelamente se tomaron muestras superficiales
con cilindro de 7 cm de diámetro, para determinar en laboratorio la
conductividad hidráulica saturada (Ks), por el método de la carga de
agua variable (Klute & Dirksen, 1986).
Las tierras con aptitud ganadera no se diferenciaron en su contenido
de humedad edáfica inicial respecto a las destinadas a la agricultura
(Tabla 7), presentando una menor TIF y por consiguiente un mayor
CE que aquellas bajo producción de granos. Estas últimas tuvieron
además un mayor Te, Tf y menor Pd que las destinadas a la producción
ganadera. Respecto a la Ks determinada en laboratorio, presentó un
similar comportamiento que la TIF aunque con valores mayores. En ese
sentido, la relación Ks/TIF fue mayor en tierras ganaderas respecto a las
agrícolas, siendo los resultados de ambas metodologías más variables en
las tierras con aptitud ganadera.

75
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 7. Comparación de algunos parámetros resultantes de los ensayos de simulación


de lluvia realizados a campo y Ks determinada en laboratorio, en tierras agrícolas y
ganaderas correspondientes al Arroyo Pergamino.

HI TIF Ks CE Te Tf
Ks/TIF Pd
(%) (mm h-1) (mm h-1) (%) (mm) (mm)
Gana 30.69 a 4.24 b 23.13 b 5.45 71.59 b -3.80 a 7.19 b 29.23 b
CV (%) 40.36 100.91 179.49 1.78 15.66 98.69 68.21 49.39
Agri 30.41 a 26.48 a 94.06 a 3.55 46.38 a -1.75 b 11.63 a 37.82 a
CV (%) 14.31 75.62 104.02 1.38 40.54 40.63 68.49 31.53
Letras diferentes para una misma propiedad indican diferencias entre tratamientos
(p<0.05).

Entre los ambientes hidromórficos también hubo diferencias


(Tabla 8). El correspondiente a la franja dispuesta a una distancia entre 6
y 30 m del arroyo fue el que menor CE presentó (P<0.05). La Ks también
fue mayor en el mismo respecto al ubicado más cerca del arroyo, siendo
la relación Ks/TIF diferente entre los suelos presentes en las diferentes
franjas analizadas.
Tabla 8. Comparación de algunos parámetros resultantes de los ensayos de simulación
de lluvia realizados a campo y Ks determinada en laboratorio, en tierras ganaderas
dispuestas a distintas distancias del Arroyo Pergamino.

HI TIF CE Ks Ks/ Pd Te Tf
(%) (mm h-1) (%) (mm h-1) TIF (mm) (mm)
0-6 m 24.50 C 3.57 a 79.40 a 1.41 b 0.40 - 3.20 a 4.36 C 24.27 a
CV (%) 46.32 105.93 12.33 120.43 1.13 50.85 82.58 40.00
6-30 m 30.06 B 4.60 a 64.22 b 34.64 a 7.5 - 4.12 a 7.82 B 40.16 b
CV (%) 24.50 99.65 16.40 138.06 1.38 160.71 45.58 48.02
30-100 m 37.44 A 3.97 a 70.40 ab - 4.10 a 9.45 A 24.36 a
CV(%) 38.40 30.38 12.11 29.98 63.14 29.11
Letras minúsculas diferentes para una propiedad indican diferencias entre tratamientos
(p<0.05). Letras mayúsculas diferentes para una propiedad indican diferencias entre
tratamientos (p<0.10).

Entre las tierras agrícolas también se pudo comprobar diferencia


en los resultados (Tablas 9 y 10). Los ambientes de media loma tuvieron
un Te menor (P<0.05) en comparación con las posiciones planas, por lo
que los primeros comenzaron a escurrir antes, si bien no se diferenciaron
significativamente en su TIF de los segundos.

76
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 9. Comparación de algunos parámetros resultantes de los ensayos de simulación


de lluvia realizados a campo, en tierras agrícolas dispuestas en loma y media loma de
la cuenca del Arroyo Pergamino.

HI TIF CE Te Tf
Pd
(%) (mm h-1) (%) (mm) (mm)
M loma 30.48 a 16.28 a 50.02 a - 1.72 a 8.58 b 36.55 a
CV (%) 18.17 77.21 36.56 42.71 73.50 34.07
Loma 30.33 a 19.93 a 41.52 a - 1.80 a 15.69 a 39.52 a
CV (%) 6.76 63.49 45.48 38.94 52.74 28.61
Letras diferentes para una propiedad indican diferencias entre tratamientos (p<0.05).

Por su parte, en los ambientes de loma, los lotes bajo So tuvieron


una TIF menor y un CE mayor, que Ro (P<0.05) (Tabla 10). A su vez, la
relación Ks/TIF fue mayor en Ro.
Tabla 10. Comparación de algunos parámetros resultantes de los ensayos de
simulación de lluvia realizados a campo y Ks determinada en laboratorio, en tierras
agrícolas de la cuenca del Arroyo Pergamino con distinta sucesión de cultivos.

HI TIF Ks Ks/ CE Te Tf
Pd
(%) (mm h-1) (mm h-1) TIF (%) (mm) (mm)
Ro 30.87 a 31.62 a 103.30 a 3.26 30.73 b -1.77 a 17.92 a 38.19 a
CV (%) 8.38 65.02 102.95 1.58 58.98 34.52 65.72 34.87
So 29.99 a 13.64 b 30.92 b 2.26 48.39 a -1.81 a 14.27 a 40.37 a
CV (%) 5.57 104.99 95.14 0.91 34.31 43.00 36.75 25.85
Letras diferentes para una propiedad indican diferencias entre tratamientos (p<0.05).

Estos resultados indican que las tierras ubicadas cercanas a los


cursos de agua y dentro de estas la franja aledaña a las vías de drenaje,
son los ambientes que producen mayor escurrimiento dentro del sector
analizado de la cuenca del Arroyo Pergamino. A su vez, entre las tierras
agrícolas, las que tienen alta proporción de soja en la sucesión de cultivos,
son las que aportan mayor volumen de agua de escurrimiento. A su
vez, la relación entre ambas metodologías utilizadas para determinar el
movimiento de agua en el suelo, fue diferente de acuerdo al ambiente
analizado. En tierras bajo agricultura dicha relación pudo ser ajustada a
una función de tipo logarítmica (Figura 5).

77
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

60
y = 10.154Ln(x) - 13.01
TIF (mm h ) 50 R2 = 0.6306
-1

40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300 350

Ks (mm h-1)

Figura 5. Relación entre la Ks y TIF para las tierras agrícolas.

Por su parte, en las tierras destinadas a la ganadería no se pudo


ajustar ninguna función matemática a dicha relación (Figura 6).

25

20
TIF (mm h )
-1

15

10

0
0 50 100 150 200

Ks (mm h-1)

Figura 6. Relación entre la Ks y la TIF para las tierras ganaderas.

Conclusiones
Para poder modelar los procesos hidrológicos a nivel de cuenca,
subcuenca o ladera es necesario conocer las propiedades hidráulicas
y su variabilidad (Chirico et al., 2010). Todos los modelos presentan
incertidumbre en sus resultados. Dicha incertidumbre es debida entre
otras causas a la variabilidad espacial de las propiedades de la unidad de
simulación, la cual es asumida normalmente como homogénea (Ahuja
et al., 2006).

78
Experiências Argentinas e Brasileiras

Los ejemplos desarrollados previamente demuestran que el


movimiento de agua en el suelo es una propiedad altamente variable en
el espacio y en el tiempo, estando sus resultados también condicionados
por las dimensiones de la muestra de suelo analizada y por la técnica
empleada en su determinación. Además, de acuerdo a lo observado,
tanto el uso de la tierra como las características de los suelos influyen
sobre dicha variabilidad, como también sobre la relación entre los
resultados obtenidos por las distintas metodologías empleadas para
estimar el comportamiento del movimiento de agua edáfica.
El uso de modelos de escurrimiento requiere tener en cuenta estas
fuentes de variación, como también se necesita conocer el valor de sus
parámetros efectivos. Esto último se debe a que la escala utilizada para
realizar las mediciones de tasa de movimiento de agua a campo o en
laboratorio, no coincide con aquella a la que está descripto el proceso
hidrológico dentro del modelo, y por lo tanto es indispensable realizar
un ajuste en los valores de dichos parámetros.

79
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
AHUJA, L.R.; MA, L.; TIMLIN, D.J. Trans-disciplinary soil physics re-
search critical to synthesis and modeling of agricultural systems. Soil
Soc. Am. J., v.70, p.311-326, 2006.
BLOSCH, G.; SIVAPALAN, M. Scale issues in hydrological modelling-A
review. Hydrol. Processes, v.9, p.251-290, 1995.
BROCCA, L. et al. Soil moisture spatial variability in experimental areas of
central Italy. J. Hydrol., v.333, p.356-373, 2007.
CAMPBELL, C.G.; GARRIDO, F. Spatial and temporal variability of soil
processes: Implications for method selection and characterization stud-
ies. In:
ALVAREZ BENEDÍ, J.; MUÑOZ CARPENA, R. (Eds.). Soil-water-solute
process characterization. An integrated approach. 1.ed. Florida: CRC
Press, 2005. p.59-85.
CASTIGLIONI, M.G. et al. Temporal variability of physical properties on
an Aquic Argiudoll under no tillage. In: EUROPEAN GEOSCIENCES
UNION (EGU). General Assembly. Viena, Austria: Geophysical Re-
search Abstracts, v.14, 2012a.
CASTIGLIONI, M.G. et al. Capacidad de infiltración en distintos ambien-
tes de la cuenca del Arroyo Pergamino. In: CONGRESO INTERNA-
CIONAL DE CIENCIA Y TECNOLOGÍA AMBIENTAL. I CONGRE-
SO NACIONAL DE LA SOCIEDAD ARGENTINA DE CIENCIA Y
TECNOLOGÍA AMBIENTAL, 2012. Memorias…Mar del Plata: Argen-
tina, 2012b. p.300. CD-ROM.
CASTIGLIONI, M. et al. Variabilidad de propiedades edáficas dentro de
una microcuenca agricola de Entre Ríos. In: XXIV CONGRESO NA-
CIONAL DEL AGUA, 2013. San Juan. Memorias… San Juan, 2013a.
CD-ROM.
CASTIGLIONI, M.G. et al. Distribución espacial de la humedad edáfica y
conductividad hidráulica saturada superficiales en un lote bajo siembra
directa. In: JORNADAS DE INVESTIGACIÓN EN LA ZONA NO SA-
TURADA DEL SUELO, 2013. Lugo. Memorias… España, 2013b. CD-
ROM.
CHAGAS, C.I. et al. Movimiento horizontal y vertical del agua y partículas
en un Argiudol bajo siembra directa. Ciencia del Suelo, v.22, n.2, p.114-
119, 2004.
CHIRICO, G.B.; MEDINA, H.; ROMANO, N. Functional evaluation of
PTF prediction uncertainty: An application at hillslope scale. Geoder-
ma, v.155, p.193-202, 2010.

80
Experiências Argentinas e Brasileiras

CORWIN, D.L.; HOPMANS, J.; DE ROOIJ, G.H. From field to land-


scape-scale vadose zone processes: scale issues, modeling and monitor-
ing. Vadose Zone J., v.5, p.129-139, 2006.
DE LA VEGA, G. et al. Infiltración en un Argiudol Vértico bajo siembra di-
recta en condiciones variables de cobertura y humedad inicial. Ciencia
del Suelo, v.22, n.1, p.52-55, 2004.
FUENTES, J.P.; FLURY, M.; BEZDICEK, D.F. Hydraulic Properties in a Silt
Loam Soil under Natural Prairie, Conventional Till, and No-Till. Soil
Sci. Soc. Am. J., v.68, p.1679-1688, 2004.
GRAYSON, R.B. et al. Preferred states in spatial soil moisture patterns: lo-
cal and nonlocal controls. Water Resour. Res., v.33, p.2897-2912, 1997.
GRAYSON, R.; BLOSCHL, G. Spatial Processes, Organisation and Patter-
ns. In: GRAYSON, R.; BLOSCHL, G. (Eds.). Spatial Patterns in Catch-
ment Hydrology Observations and Modelling. Cambridge: Cambridge
Univ. Press. Part 1, 2000. p.3-16.
KLUTE, A.; DIRKSEN, C. Hydraulic conductivity and diffusivity: Labo-
ratory methods. In: KLUTE, A. (Ed.). Methods of soil analysis. Part 1.
2.ed. USA: Madison, 1986. p.687-734.
LE BISSONNAIS, Y.; BENKHADRA, H.; CHAPLOT, V. Crusting, runoff
and sheet erosion on silty loamy soils at various scales and upscaling
from m2 to small catchments. Soil Till. Res., v.46, p.69–80, 1998.
REYNOLDS, W.D.; ELRICK, D.E. Measurement and characterization of
soil hydraulic properties. In: ALVAREZ BENEDÍ, J.; MUÑOZ CARPE-
NA, R. (Eds.). Soil-water-solute process characterization. An integrated
approach. 1.ed., Florida: CRC Press, 2005. p.197-252.
SASAL, M.C.; CASTIGLIONI, M.G.; WILSON, M.G. Effect of crop se-
quences on soil properties and runoff on natural rainfall erosion plots
under no tillage. Soil & Till. Res., v.108, p.24-29, 2010.
SI, B.C. Spatial Scaling Analyses of Soil Physical Properties: A Review of
Spectral and Wavelet Methods. Vadose Zone J., v.7, n.2, p.547-562, 2008.
STOMPH, T.J.; DE RIDDER, N.; STEENHUIS, T.S. Scale effects of Horto-
nian overland flow and rainfall-runoff dynamics: Laboratory validation
of a process based mode. Earth Surf. Proc. Land., v.27, p.847–855, 2002.
STRUDLEY, M.W.; GREEN, T.R.; ASCOUGH, J.C. Tillage effects on soil
hydraulic properties in space and time: state of the science. Soil Till.
Res., v.99, p.4-48, 2008.
TEBRUGGE, F.; DURING, R.A. Reducing tillage intensity - a review of
results from a long-term study in Germany. Soil Till. Res., v.53, p.15–28,
1999.

81
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

TRANGMAR, B.B.; YOST, R.S.; UEHARA, G. Application of geostatistics


to spatial studies of soil properties. Adv. Agron., v.38, p.45-94, 1985.
VAN DE GIESSEN, N.C.; STOMPH, T.J.; DE RIDDER, N. Scale effects of
hortonian overland flow and rainfall-runoff dynamics in a West African
catena landscape. Hydrol. Process., v.14, n.1, p.165–175, 2000.
ZELEKE, T.B.; BING CHENG, S.I. Characterizing scale-dependent spa-
tial relationships between soil properties using multifractal techniques.
Geoderma, v.134, p.440-452, 2006.

82
EVALUACIÓN DE LA DEGRADACIÓN DE LAS TIERRAS
EN REGIONES ÁRIDAS Y SEMIÁRIDAS DE ARGENTINA
USANDO IMÁGENES SATELITALES Y SIG
(Avaliação da degradação da terra em regiões áridas e semi-áridas
da Argentina utilizando imagens de satélite e SIG)

Alejandro E. Maggi

Resumen
La desertificación es la expresión general de problemas sociales
y económicos que en conjunción con procesos naturales e inducidos
conducen a la destrucción del balance del medio ambiente. Debemos
considerar que el grado más extremo de la degradación de las tierras
en regiones áridas y semiáridas conduce a la desertificación. Una
forma de estudiar la desertificación es a través del uso de los SIG que
nos permiten mediante una metodología de trabajo sencilla modelar y
monitorear los ambientes. Por un lado utilizando un set de indicadores
y variables precisas podemos modelar la realidad, valiéndonos de
mapas y bases de datos asociadas y por el otro a través del monitoreo
y su evaluación podemos predecir escenarios futuros para las distintas
calidades de tierras. En el campo se establecen, con puntos GPS y
documentadas con foto, parcelas fijas representativas de las unidades
cartográficas y en las que se miden las variables significativas de
los procesos determinantes de la desertificación y de esta manera
podemos realizar su monitoreo. Este set de datos incluye información
de cubierta vegetal, erosión hídrica y eólica, y salinidad del suelo. Los
datos socioeconómicos pueden estimarse a partir de datos de Censos
Agropecuarios y de Población y vivienda. Una serie de planillas de
campo pueden usarse para el estudio de variables socioeconómicas. La
integración de datos socioeconómicos con los biofísicos nos permite
elaborar mapas de riesgo de desertificación. La validación y ajuste de
estos mapas se realiza mediante el uso de protocolos para el monitoreo
de los indicadores biofísicos y socioeconómicos más relevantes del
proceso de desertificación de las tierras.

83
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Resumo
A desertificação é a expressão geral de problemas econômicos e
sociais que em conjunto com processos naturais e induzidos conduzem
à destruição do equilíbrio do meio ambiente. Devemos considerar que o
grau mais elevado de degradação da terra em regiões áridas e semiáridas
levam à desertificação. Uma forma de estudar a desertificação é através
do uso de SIG que nos permite, mediante uma metodologia simples
de trabalho, modelar e monitorar os ambientes. Por um lado usando
um conjunto de indicadores e variáveis precisas podemos modelar
a realidade, por meio de mapas e bases de dados associadas. E por
outro, através do monitoramento e avaliação podemos prever cenários
futuros para as diferentes qualidades das terras. No campo se estabelece
os pontos com GPS, as parcelas fixas representativas das unidades
cartográficas nas quais se medem as variáveis significativas dos
processos determinantes de desertificação são documentadas em fotos
e, desta maneira, poderemos exercer seu monitoramento. Este conjunto
de dados inclui informações de cobertura vegetal, erosão hídrica e
eólica, e salinidade do solo. Os dados socioeconômicos podem ser
estimados a partir de dados dos Censos Agropecuários, de população
e habitação. A integração de dados socioeconômicos com os biofísicos
permite-nos elaborar mapas de risco de desertificação. A validação e
ajuste desses mapas é realizada mediante o uso de protocolos para o
monitoramento dos indicadores biofísicos e socioeconômicos mais
relevantes no processo de desertificação da terra.

84
Experiências Argentinas e Brasileiras

Características de las tierras secas


Las tierras secas se extienden sobre el 41 por ciento del planeta
y proveen una larga lista de bienes y servicios en relación con la
biodiversidad, el almacenamiento de carbono, la provisión de energía,
de recursos hídricos, de forraje y ganado y la producción de alimentos
de la Tierra. El índice de aridez es utilizado por la Convención de las
Naciones Unidas en Lucha contra la Desertificación (CNULD), para
identificar el grado de aridez. El mismo es la relación media anual entre
la precipitación de un área y su evapotranspiración potencial. Este índice
clasifica las regiones en las siguientes categorías: hiperáridas presentan
un IA >0,05; las áridas entre 0,05 a 0,20; las semiáridas entre 0,20 a 0,45
y las subhúmedas secas entre 0,45 a 0.70.
Por otra parte cuando estudiamos tierras secas, debemos definir
los conceptos de desierto y desertificación. Entendemos por desierto,
a la región con una cobertura vegetal muy baja y grandes extensiones
de suelo desnudo, con precipitaciones anuales menores a las necesarias
para el crecimiento óptimo, y donde la flora y la fauna están claramente
adaptadas y han evolucionado notoriamente a sobrevivir períodos
prolongados de sequía. Los desiertos representan las últimas zonas
vírgenes del planeta y un desierto no es el estado final de un proceso
de desertificación. En ese sentido la desertificación es un problema más
bien asociado a la agricultura de tierra seca y semi-árida y no a los
desiertos realmente áridos e hiperáridos. Cuando hay desertificación
en los desiertos, ésta ocurre principalmente en sus márgenes y mucho
menos en sus extensiones interiores. La Conferencia de las Naciones
Unidas para el Medio Ambiente y el Desarrollo (CNUMAD), define a
la desertificación como la degradación de los suelos de zonas áridas,
semiáridas y subhúmedas secas resultante de diversos factores,
entre ellos las variaciones climáticas y las actividades humanas. Esta
definición es algo restrictiva ya que no expresa bien la interacción entre
los elementos climáticos y las actividades humanas que suelen ser un
factor determinante del inicio de los procesos de desertificación. La
FAO propone la siguiente definición: Conjunto de factores geológicos,
climáticos, biológicos y humanos que provocan la degradación de la
calidad física, química y biológica de los suelos de las zonas áridas y
semiáridas poniendo en peligro la biodiversidad y la supervivencia de
las comunidades humanas, para expresarlo con mayor claridad. Pero
la definición acordada por todos los países en la UNCCD (United

85
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Nations Convention to Combat Desertification) para Desertificación/


Degradación de las Tierras. La degradación de tierras comprende la
reducción o la perdida de la productividad biológica o económica y la
complejidad de las tierras agrícolas de secano, las tierras de cultivo de
regadío o las dehesas, los pastizales, los bosques, y las tierras arboladas,
ocasionada, en zonas áridas, semiáridas y subhúmedas secas, por los
sistemas de utilización de la tierras o por un proceso o una combinación
de procesos, incluidos los resultados de actividades humanas y pautas de
poblamientos, tales como: La erosión del suelo causada por el viento o el
agua, el deterioro de las propiedades físicas, químicas y biológicas o de las
propiedades económicas del suelo, y la perdida duradera de vegetación
natural. Mientras que por desertificación se entiende la degradación de
las tierras de zonas áridas, semiáridas y subhúmedas secas resultantes de
diversos factores, tales como las variaciones climáticas y las actividades
humanas.
En síntesis puede decirse que la “Desertificación es la expresión
general de problemas sociales y económicos que en conjunción con
procesos naturales e inducidos conducen a la destrucción del balance
del medio ambiente”. Debemos considerar que el grado más extremo de
la degradación de las tierras en regiones áridas y semiáridas conduce a
la desertificación.
No debe dejarse de lado que la variabilidad climática en los
desiertos produce una alta variabilidad de productividad ecosistémica,
determinada por la disponibilidad de agua. Es en estos en ambientes de
baja resiliencia, con poblaciones rurales de escasos recursos donde se
genera un aumento de presión como respuesta a la sequía que provoca
desertificación y éxodo hacia las ciudades en la búsqueda de menor
incertidumbre laboral. Estos análisis nos indican que para caracterizar
y monitorear la desertificación es necesario incluir en el análisis, tanto
elementos biofísicos: deterioro de la cubierta vegetal, erosión hídrica,
erosión eólica y salinización como elementos socioeconómicos: presión
antrópica y presión animal (Figura 1).
Hay una continua necesidad por hacer investigación específica
y recolección de datos para aliviar muchas de las incertidumbres
que rodean el debate de la desertificación. El PDD (Paradigma de
desertificación en Dahelm), habla de esta limitación porque distingue el
papel de los factores socioeconómicos de los biofísicos, enfocándose en
la clave de sus interacciones y reconociendo que los complejos factores

86
Experiências Argentinas e Brasileiras

causales socioeconómicos y biofísicos involucrados en la degradación


del suelo influyen de forma diferente en distintas regiones del mundo,
en tiempos diferentes. En otras palabras, hay un sistema constante,
prescrito y limitado de información que necesita recolectarse. (Stafford,
Smith y Reynolds, 2002).
Esta variabilidad en muchas de las tierras secas se presentan en
las cuencas hidrográficas, cuya características es que presentan una
gran diversidad, albergando desde densidades muy bajas de población
(1 habitante/km2) como en el desierto de Atacama en Chile, hasta altas
densidades de población (cerca de 400 habitantes/km2) como en los
desiertos costeros de Perú que albergan, por ejemplo, a la ciudad de
Lima.
Para los factores biofísicos, los estudios regionales usando
imágenes satelitales de mediana a baja resolución, nos permiten
reconocer la heterogenidad de los paisajes e identificar aquellos que
poseen altos riesgos para la desertificación (Maggi et al., 2004).

Desertificación en el valle de Santa María en Catamarca


En este capítulo presentamos la metodología del caso de estudio
en la cuenca del Río Santa María ubicado en un valle intermontano
que pertenece al noroeste Argentino. Este valle pertenece a la provincia
fitogeografíca de El Monte, la que fisiográficamente es muy variada y
ocupa una superficie importante dentro de la diagonal árida argentina.
La podemos encontrar bolsones, laderas bajas y valles intermontanos
ubicados en el norte Argentino, en las travesías y llanuras generalmente
arenosas que son características del centro del país y en el sur de la
región se encuentra en laderas, mesetas bajas y amplios valles. Presenta
gradientes topográficos que son siempre pronunciados hacia el oeste y
su clima es cálido y seco. Una característica notable es la isotermia: a
pesar de su gran extensión latitudinal, las temperaturas promedio solo
varían entre 13.4° y 17.5°C, siendo algo más variables son las mínimas y
máximas promedio. Las precipitaciones muestran un marcado gradiente
este-oeste, y en pocos lugares superan los 200 mm. Posee una estación
seca en invierno, excepto en el sur Argentino. La estepa arbustiva ocupa
la mayor parte del Monte y el jarillal es el tipo de estepa más extendido.
Una de las metodologías usadas para evaluar el estado los recursos
naturales y la velocidad de avance de los procesos de degradación de
las tierras, son los SIG (Sistemas de Información Geográfica) y ellos

87
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

nos permiten mediante su implementación, modelar y monitorear los


ambientes. Por un lado utilizando un conjunto de indicadores y variables
precisas podemos modelar la realidad, valiéndonos de mapas y bases
de datos asociadas y por el otro a través del monitoreo de indicadores
de la desertificación y su evaluación podemos predecir escenarios
futuros para las distintas calidades de tierras. Mediante la combinación
y compilación de datos provenientes de observaciones de campo, fotos
aéreas, mapas y cartas topográficas y geológicas, y procesamiento de
datos satelitales, es posible elaborar los mapas básicos de vegetación,
suelo, pendientes y uso de la tierra. Cada uno de estos mapas posee
tablas de valoración de los riesgos para los indicadores principales de
cada proceso determinante, basado en Metodología provisional para la
evaluación y la representación cartográfica de la desertización de FAO
(1984), que se aplican en cada una de las unidades cartográficas y para
cada uno de los mapas básicos. (Espoz-Alsina et al., 2002). Para cada
unidad cartográfica de cada mapa básico (suelo, vegetación y topográfico)
se considera cuáles son los valores que asumían, en un rango de ligero,
moderado, severo y muy severo para cada uno los principales procesos
determinantes en la desertificación (erosión hídrica, erosión eólica,
salinización) (Figura 1). El estudio de los factores modificadores de la
erosión hídrica en la cuenca del Río Santa María permitió ajustar las
valoraciones en cada unidad cartográfica. (Rienzi et al. 1999). Para el
uso de la tierra también se asignan valores de riesgo para cada unidad
cartográfica de acuerdo al tipo y grado de la presión animal y humana
(Figura 1).

88
Experiências Argentinas e Brasileiras

BIOFISICOS

EROSION EROSION
HIDRICA SALINIZACION EOLICA

DESERTIFICACION

PRESION PRESION
ANTROPICA ANIMAL

SOCIO ECONOMICOS

Figura 1. Modelo conceptual de los principales factores determinantes de


la desertificación.
La información previa de la región debe ser recopilada,
especialmente la usada para generar los mapas básicos, ya que la misma
servirá para determinar las valoraciones de los factores en cada unidad
cartográfica para cada proceso en forma más precisa. Sabiendo que la
utilidad de un SIG está directamente relacionada con la calidad de los
mapas y datos que se incorporan e ingresan al mismo, se deberá analizar
la calidad de los mismos. Estos datos deben tener el nivel jerárquico
adecuado a la escala escogida y esta última está determinada por los
objetivos perseguidos por los distintos niveles de decisión.
Mediante las intersecciones espaciales de los mapas básicos, se
logra la generación de los mapas de riesgo de los factores determinantes:
erosión hídrica, erosión eólica, salinización de las tierras. La intersección
espacial de estos mapas de riesgo con el mapa de uso de la tierra, que
toma en cuenta las presiones antrópica y animal, genera un mapa de
riesgo de desertificación. La valoración del riesgo de desertificación se
corresponde con la suma de los máximos valores obtenidos de cada
factor determínate para cada unidad cartográfica, Cambios en los

89
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

valores por ejemplo por remoción de la cubierta vegetal o cambio del


uso de la tierra de una unidad cartográfica permite predecir escenarios
futuros en el riesgo de la desertificación para esa unidad cartográfica y
establecer a priori cuales podrían ser las superficies afectadas y con qué
grado. Las categorías de desertificación observadas en el campo con las
derivadas de la metodología GIS, se pueden comparar, y en este caso se
obtuvo un R 2=0.80.

Validación mediante protocolos para los muestreos a campo


Información biofísica
Una serie de planillas de campo pueden usarse para el estudio
de variables biofísicas, relacionadas con el estudio de la degradación de
las tierras. (Navone et al., 2007). Una de las principales causas de los
procesos de degradación de las tierras es la degradación de la cubierta
vegetal, en bosques, arbustales, pastizales y su pérdida de biodiversidad.
Las causas principales son la deforestación, extracción de leña para
combustible, sobrepastoreo e incendios. Existe un número de diferentes
indicadores de la degradación de la vegetación que incluye la reducción
de la cobertura, la reducción de la diversidad de especies, y cambios en
la composición de las especies, cambio en la abundancia de las especies
indicadoras (por ej. alta o baja calidad de las pasturas). Las especies
indicadoras también pueden indicar la baja calidad del suelo la cual se
encuentra asociada con la declinación en la calidad de las pasturas y la
baja productividad.
Uno de los métodos más difundidos es el de la Línea de Intercepción,
que consiste en tomar el porcentaje de la línea ocupado por cada una
de las especies, vegetación muerta o suelo desnudo, que es interceptada
por una línea en una transecta. Esto nos permite establecer los cambios
en la composición florística, discriminar el tipo de vegetación entre
pastizales, arbustales o comunidades mixtas y su grado de cobertura.
La disminución de la cubierta vegetal es el disparador de los procesos de
degradación de las tierras.
El agua en las zonas áridas y semiáridas es un factor básico y debe
ser monitoreado para su uso eficiente. Se debe identificar los periodos
críticos de alta demanda de los cultivos y baja provisión de las fuentes
superficiales y subsuperficiales, particularmente durante la estación seca.
Debemos evaluar la calidad del agua en cuanto a turbidez, presencia de
patógenos, salinidad, dureza y toxicidad. Los estudios locales como los

90
Experiências Argentinas e Brasileiras

realizados por Bargiela, et al., (2004), permiten identificar cuáles son los
problemas principales y el estado de los recursos hídricos.
Es muy importante para planificar su uso averiguar si existen
cambios notorios en la provisión de agua durante los últimos 10 años
(en cantidad, estacionalidad o calidad del agua) y si la demanda ha
cambiado por un incremento de la actividad existente o hubo un
cambio en el patrón de uso agrícola o por consumo humano o del
ganado). Se deben identificar los periodos críticos que por ejemplo en el
valle de Santa María son los meses de septiembre, octubre, noviembre
y diciembre, como consecuencia de que las precipitaciones mensuales
alcanzan solo entre 5 y 40mm y evapotranspiración potencial se ubica
entre 45 y 85mm, con caudales máximos de 2-3m3/s considerando el
punto de inicio de la cuenca en la localidad de Pie de Médano (4435
Km2), donde se encuentra la estación de aforo. Hay que tener en cuenta
que los caudales máximos durante el mes de enero pueden superar los
20m3/s. Maggi et al., (2009).
El caudal, el pH y la CE son indicadores fáciles y rápidos de medir.
Existen guías para evaluar la calidad del agua para riego y el consumo
de animales doméstico, como las guías para la calidad del agua potable
de la Organización Mundial de la Salud, 2008 y de la calidad del agua en
la agricultura. FAO, Riego y Drenaje, en su Boletín 29, del año 1985. En
el caso de la salinización en agua, ya sea por la irrigación de las tierras,
aguas superficiales o subterráneas, pueden ser directamente medidas por
la recolección de una adecuada muestra de agua (fresca, no estancada en
lo posible), verificando la calibración del equipo, colocando la sonda del
CE directamente dentro de la muestra de agua y registrando la lectura
en estaciones de muestreo fijas e identificadas con GPS.
Además de las estaciones de muestreo para agua, en el campo
se establecen, con puntos GPS y documentadas con foto, parcelas
fijas representativas de las unidades cartográficas y en las que se
miden las variables significativas de los procesos determinantes de la
desertificación y de esta manera podemos realizar su monitoreo. Este
conjunto de datos incluye información de cubierta vegetal, erosión
hídrica y eólica, y salinidad del suelo. Se debe diferenciar en las planillas
entre los montículos de acumulación eólica y los montículos residuales
que provocan pedestales, estos últimos son indicadores de erosión
hídrica.

91
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

En un análisis de un ejemplo de estudio diacrónico para una unidad


cartográfica que representa a las tierras con nuevos emprendimientos,
se observó entre el año 1995 y el 2008: una disminución de la cubierta
vegetal con pérdida de arbustos, que determino una disminución de la
productividad, con un incremento de la erosión laminar y en surco y
la presencia de cárcavas, incremento de superficie con montículos y
finalmente también en los sectores más planos aumentos en salinización
de los suelos (eflorescencias salinas e incremento de la conductividad
eléctrica). Este deterioro también llevó a la perdida de servicios
ecosistémicos ya que se disminuyen espacios que son aptos como hábitat
tanto para la fauna como para los animales domésticos (Tabla 1).
Tabla 1. Asociación de la unidad cartográfica del paisaje con la imagen y la planilla
de una zona con muy severa degradación. Cambios en el tiempo de los principales
indicadores monitoreados en una unidad cartográfica.

Sitio: Nuevos 1995 PLANILLA 2008 PLANILLA


1995 PLANILLA DE
emprendimientos Santa VALORIZADA CON VALORIZADA CON
CAMPO
María RANGOS DE FAO RANGOS DE FAO
Degradación de la Degradación de la
CUBIERTA VEGETAL 30%
cubierta vegetal cubierta vegetal
Porcentaje arbustales 30% Moderada Muy Grave
Porcentaje pastizales
Productividad actual baja Baja Muy baja
EROSION HÍDRICA
Estado superficial:
40% pedregoso Grave Muy Grave
grava %
Tipo erosión (laminar;
Laminar y Surcos 20% Laminar y Surcos 20% Laminar y Surcos 40%
surco)
% Subsuelo descubierto > 10%
Cárcavas, % 10%
Agresividad Climática Moderada Moderada
EROSION EÓLICA
%Sup. Cubierta con
20% Grave Muy Grave
montículos
Espesor solum (cm) 100 a 120 cm Moderada Grave
Grava superficial % Grave Muy Grave
Textura suelo Arenoso y pedregoso Arenoso y pedregoso Arenoso y pedregoso
Velocidad Media viento 4 m/s Grave Grave
SALINIDAD Ligera –Moderada Ligera-Moderada Grave-Muy grave

92
Experiências Argentinas e Brasileiras

Información socioeconómica
Los datos socioeconómicos pueden estimarse a partir de datos de
Censos Agropecuarios y de Población y vivienda. A su vez se compila
y se observa su consistencia con encuestas realizadas en una muestra
de productores representativos como las realizadas para reconocer los
indicadores socioeconómicos (Maggi et al., 2003). Una serie de planillas
de campo pueden usarse para el estudio de variables socioeconómicas
como las descriptas en el manual LADA-L, (2010). Todas estas
encuestas suelen incluir datos del productor encuestado, características
del predio (ubicación, tenencia de la tierra y superficie ocupada por
los distintos usos), datos de infraestructura (los que dependen del
municipio y el gobierno ej rutas, acceso al agua etc, características de
la vivienda p.e. electricidad, tipo de piso y baño esta información es
útil para conocer la calidad de vida) y la composición familiar y datos
de acceso a crédito y/o asociativismo (p.e. cooperativas) y finalmente
se documentan las principales actividades productivas desarrolladas
que incluye rendimientos en producción física y nivel de tecnología
desarrollado. Estos protocolos se describen en Manual de Evaluación
Local Degradación de Tierras Áridas (LADA-L), (2010).
En un estudio diacrónico realizado por Maggi et al. (2011), se
puede observar un ejemplo de la aplicación de estos protocolos para el
monitoreo de variables biofísicas y socioeconomicas.

Conclusiones
En síntesis se pude afirmar que es posible realizar estudios
multitemporales mediante la utilización de imágenes satelitales y
fotografías aéreas que permiten generar la cartografía de mapas básicos.
Mediante integración e intersecciones espaciales de mapas básicos
en un GIS se pueden obtener mapas temáticos que representen los
grados del riesgo de los procesos determinantes de la desertificación en
cuencas de valles semiáridos y áridos intermontanos. La intersección
de los datos socioeconómicos con los biofísicos nos permite elaborar
mapas de riesgo de desertificación. La validación y ajuste de estos
mapas se realiza mediante el uso de protocolos para el monitoreo de los
indicadores biofísicos y socioeconómicos más relevantes del proceso de
desertificación de las tierras.

93
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
AYERS, R.S.; WESTCOT, D.W. Water quality for agriculture. In: FAO. Irri-
gation and Drainage Paper 29, Rev.1, Roma, 1985. 174 p.
BARGIELA, M. et al. La mineralización del agua como indicador para el
monitoreo de la desertificación en el Noroeste Argentino. En: NAVONE,
S.M.; ROSATTO, H.; VILELLA, F. (Eds.). Teledetección aplicada a la
problemática ambiental Argentina. Buenos Aires: EFA Editorial Fac. de
Agronomía UBA, 2004. p.109-116.
ESPOZ-ALSINA, C.; NAVONE, S.M.; MAGGI, A.E. Development of a de-
sertification assessment method using a geographic information system:
a case study in northwestern Argentina. In: WESSEX INSTITUTE OF
TECHNOLOGY, U.K, (Ed.). Third international conference on man-
agement inf. system, incorporating GIS and remote sensing. Grécia:
Halkidiki,v.4, 2002. p.225-234.
FAO. Metodología provisional para la evaluación y la representación carto-
gráfica de la desertización. Roma, 1984. 74p.
GUÍAS PARA LA CALIDAD DEL AGUA POTABLE. 3.ed., Organización
Mundial de la Salud, 2008. 398p.
MAGGI, A.E.; NAVONE, S.M.; INTROCASO, R. Indicadores Socioeco-
nómicos de la Desertificación en los Valles de Catamarca, Tucumán
y Salta. In: ABRAHAM, E.; TOMASINI, D.; MACCAGNO, P. (Eds.).
Desertificación, indicadores y puntos de referencia en América Latina.
Mendoza, 2003. p.161-173.
MAGGI, A. et al. Evaluación del paisaje en el NOA (Noroeste Argentino),
utilizando imágenes SAC-C, para la valoración de la desertificación. In:
NAVONE, S.M.; ROSATTO, H.; VILELLA, F. (Eds.). Teledetección apli-
cada a la problemática ambiental Argentina. Buenos Aires: EFA Edito-
rial Fac. de Agronomía UBA, 2004. p.55-70.
MAGGI, A.E. et al. Sitio piloto valles áridos. In: FAO (Ed.). Evaluación de
la desertificación en Argentina. Buenos Aires, 2011. p.145-202.
MAGGI, A.E.; MOVIA, C.P.; BOSIO, M. Informe de avance Región Val-
les Áridos. Buenos Aires, 2009. Disponivel em:<http://www.deserti-
ficacion.gob.ar/wp-content/uploads/2013/06/Informe-SP-Valles-%-
C3%81ridos-2008-2009.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2013.
MANUAL DE EVALUACIÓN LOCAL DEGRADACIÓN DE TIERRAS
ÁRIDAS -LADA-L. In: FAO.; SAyDS. (Eds.). Versión adaptada para el
Curso de Capacitación LADA Argentina. Buenos Aires, 2010. 45p.

94
Experiências Argentinas e Brasileiras

NAVONE, S. et al. Indicadores biofísicos de desertificación en el noroeste


argentino: desarrollo metodológico. In: ABRAHAM, E.; BEEKMAN, G.
(Eds.). Indicadores de la desertificación para América del Sur, [s.l.:s.n.],
2007. p.103-111.
RIENZI, E.A. et al. Factores modificadores de la erosión hídrica en la cuen-
ca del Río Santa María Catamarca Argentina. R. Terra México, v.17, n.1,
p.45-50, 1999.
STAFFORD SMITH, D.M.; REYNOLDS, J.F. Desertification: A new par-
adigm for an old problem. In: REYNOLDS, J.F.; STAFFORD SMITH,
D.M. (Eds.). Global Desertification: Do humans cause deserts? Berlin:
Dahlem University Press, Dahlem Workshop Report 88, 2002. p.403-
424.

95
USO DE LA TIERRA Y PROCESOS DEGRADATORIOS
EN UNA CUENCA REPRESENTATIVA
DE LA PAMPA ONDULADA
(Uso da terra e processos de degradação em uma bacia
representativa da região do Pampa Ondulado - Argentina)

Celio I. Chagas y Oscar J. Santanatoglia

Resumen
La Pampa Ondulada es la región más productiva de la Argentina
en términos de uso agropecuaria de secano. Los suelos dominantes
que ocupan posiciones altas, se han desarrollado a partir de loess, son
profundos, moderadamente bien drenados, ricos en nutrientes y con pH
ligeramente ácidos. Los suelos de áreas bajas por el contrario poseen
limitaciones permanentes por mal drenaje y en ocasiones exceso de
sodio intercambiable. En ambas posiciones del paisaje el rasgo común
es el exceso de limo en el horizonte superficial, con la consiguiente
susceptibilidad a la degradación física y erosión hídrica de los respectivos
suelos dominantes. Con respecto a las tierras altas, el relieve ondulado,
la susceptibilidad a procesos de sellamiento y encostramiento superficial
y la alta velocidad de descomposición de los rastrojos de cosecha frente
a lluvias de alta intensidad, son elementos que configuran un escenario
de alta fragilidad y vulnerabilidad respecto los recursos naturales que
intervienen en la producción de cultivos anuales. La irrupción reciente
de la siembra directa en un marco de monocultivo de soja, no parece
haber asegurado el control de los mencionados procesos degradatorios,
a no ser que se implementen adecuadas rotaciones de cultivos anuales
con o sin el uso de praderas permanentes, con el propósito de favorecer
el balance de carbono orgánico y la actividad biológica edáfica. En las
tierras bajas la presencia de texturas limosas y escaso contenido de
materia orgánica en superficie sumado al exceso de sodio intercambiable
edáfico en algunos sectores de la cuenca, acentúa aún más la fragilidad
de estos ambientes con drenaje deficiente. El avance de la agricultura

97
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

y/o la intensificación no racional de la ganadería en los mismos puede


aumentar su vulnerabilidad de manera significativa comprometiendo
además la integridad de los cursos de agua aledaños. Por lo expuesto,
surge que para mantener y/o mejorar las condiciones edáficas a nivel
regional es menester planificar racionalmente la utilización de las tierras,
asignando a cada porción del terreno un uso acorde a las limitaciones
y por ende a los requerimientos de manejo y conservación que dichas
tierras poseen.  El presente texto representa un breve resumen de los
avances en el estudio de estas problemáticas que ha producido un grupo
de investigadores de la Universidad de Buenos Aires teniendo como
marco de la investigación las tierras y aguas de la cuenca del arroyo del
Tala, la cual se considera representativa de las problemáticas productivas
y ambientales de la Pampa Ondulada.

Resumo
O Pampa Ondulado é a região mais produtiva da Argentina em
termos de utilização agropecuária sob sequeiro. Os solos dominantes,
que ocupam posições altas, se desenvolveram a partir de loess, são
profundos, moderadamente bem drenados, ricos em nutrientes e com
pH levemente ácido. Por outro lado, os solos das áreas baixas possuem
limitações permanentes por má drenagem e às vezes excesso de sódio
trocável. Em ambas as posições da paisagem a característica comum
é o excesso de silte no horizonte superficial, o que os torna suscetíveis
à degradação física e erosão hídrica. Com respeito às terras altas, o
relevo ondulado, a suscetibilidade aos processos de encrostamento
superficial e selamento de poros e a alta velocidade de decomposição da
palhada perante as chuvas de alta intensidade, configuram um cenário
de alta fragilidade e vulnerabilidade no tocante aos recursos naturais
que intervêm na produção de cultivos anuais. A utilização recente do
plantio direto em uma situação de monocultura de soja não parece ter
assegurado o controle desses processos de degradação, a não ser que
se implementem adequadas rotações de cultivos anuais, com ou sem o
uso de pastagens permanentes, com o objetivo de favorecer o balanço
de carbono orgânico e a atividade biológica edáfica. Nas terras baixas, a
presença de texturas siltosas e o escasso conteúdo de matéria orgânica na
superfície, além do excesso de sódio trocável em alguns setores da bacia,
acentuam ainda mais a fragilidade destes ambientes com drenagem
deficiente. O avanço da agricultura e/ou a intensificação não racional
da criação de gado nestas áreas podem aumentar a sua vulnerabilidade

98
Experiências Argentinas e Brasileiras

de uma maneira significativa, comprometendo também a segurança


dos cursos de água nos arredores. Assim, para manter e/ou melhorar
as condições edáficas a nível regional é preciso planificar racionalmente
a utilização das terras, atribuindo a cada parte do terreno um uso que
esteja de acordo com suas limitações, e portanto, os requisitos de manejo
e conservação que essas terras possuem. Este texto representa um breve
resumo dos avanços nos estudos produzidos sobre esta problemática
realizados por um grupo de pesquisadores da Universidade de Buenos
Aires, tendo como marco da pesquisa as terras e águas da bacia do
Arroio do Tala, que é considerada representativa das problemáticas
produtivas e ambientais do Pampa Ondulado.

Introducción
La Pampa Ondulada es una región altamente productiva en
términos de uso agropecuario de secano debido a que presenta
una combinación favorable de los siguientes factores: temperaturas
moderadas, lluvias suficientes, relieves suaves, suelos fértiles y adecuado
nivel tecnológico. Ocupa una superficie aproximada de 44.000 km2 en
forma de franja paralela al Río Paraná abarcando principalmente el
NE de la provincia de Buenos Aires y SE de Santa Fe. Posee un relieve
suavemente ondulado con pendientes largas cuyo gradiente no excede
en general el 3 %. Los materiales geológicos superficiales son sedimentos
loéssicos Pampeanos y Pospampeanos de origen fundamentalmente
eólico (INTA, 1973; INTA, 1990; Nabel & Kulliock, 2010). A pesar de ello,
la región posee rasgos dominantes de un modelado fluvial fuertemente
controlado por la actividad tectónica. Dichos factores determinan la
existencia de numerosos cursos de agua en general subparalelos, con
orientación dominante SO-NE que desembocan en los ríos Paraná y de
La Plata.
Los suelos dominantes que ocupan posiciones altas, se han
desarrollado a partir del loess pampeano, son profundos, poseen un
drenaje natural bueno a moderado, textura superficial franco limosa a
franco arcillo limosa y minerales ricos en nutrientes, con pH ligeramente
ácidos. La combinación del clima, el relieve y las propiedades edáficas
favorables, explican la elevada capacidad productiva de dichas tierras,
si bien resultan susceptibles a la degradación física por exceso de limo
en su horizonte superficial, agravado por la fragilidad a sufrir erosión
hídrica en ambientes inclinados. La presencia de exceso de limo no es
solo un inconveniente para las tierras de la Pampa Ondulada, sino para

99
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

gran parte de la extensa llanura chaco-pampeana. En la Figura 1 se


muestran los resultados de un trabajo realizado sobre suelos limosos
de la pradera pampeana aledaños a la Pampa Ondulada (Chagas et
al., 1995). La misma muestra que la estabilidad estructural edáfica,
propiedad muy asociada a la resistencia del suelo frente a la degradación
física y erosiva, podía variar entre valores del 20% a 100%.

Figura 1. Estabilidad estructural del horizonte superficial expresada como


porcentaje de la que posee igual tierra bajo pradera polifítica inalterada
plurianual. Los tratamientos consisten en lotes contiguos con situación
inicial común y manejos diferenciales continuos e invariables a partir
de ese momento y durante 15 años, evaluados al final de dicho periodo
(adaptado de Chagas et al.,1995).
Esta variación depende del manejo previo de las tierras. La soja
continua con labranza convencional determinó que la estabilidad
estructural fuera de tan solo el 20% mientras que con maíz continúo bajo
siembra directa se alcanzó el 100% de esa propiedad. Estas diferencias
se debieron principalmente al aporte diferencial de carbono orgánico
al suelo que realizaba cada uno de esos monocultivos, amen de otros
condicionantes tales como la relación C/N, la estructura radical, la
calidad de los exudados radicales, las características de la rizosfera etc.
Como testigo de referencia se tomó la estabilidad edáfica bajo pradera
permanente. Diversos autores han puesto de relieve las manifestaciones
de procesos de sellamiento/encostramiento asociados a la presencia
de limos en el horizonte superficial, en provincias tan diversas como
Córdoba, Santa Fé, Tucumán y Salta. Con referencia particular a la

100
Experiências Argentinas e Brasileiras

Pampa Ondulada, los suelos de los valles y cañadas además de poseer


la fragilidad asociada a su textura limosa, presentan limitaciones
adicionales debido a que poseen un drenaje natural imperfecto a pobre.
En numerosos casos, se observa la presencia adicional de elevados
porcentajes de sodio en el complejo de intercambio. Estos elementos
hacen que la mayoría de los suelos que ocupan posiciones bajas en el
paisaje resulten poco aptos para la producción de cultivos labrados
comunes. Su uso principal ha sido la ganadería extensiva sobre pasturas
implantadas y/o campos naturales. Los mismos ocupan una menor
superficie relativa respecto de los suelos de loma y media loma. Por lo
expuesto la presencia de elevados contenidos de limo superficial tanto
en suelos altos como en aquellos de posiciones bajas, es un factor que
domina el comportamiento regional edáfico frente a los procesos
degradatorios.
El uso de la tierra en ambientes altos y bien drenados se caracterizó
durante mas de 50 años por la alternancia de periodos con cultivos
anuales (principalmente trigo, maíz y girasol) empleando labranza
convencional, seguidos de otros en los que se realizaba ganadería
extensiva mediante pasturas plurianuales mixtas con pastoreo directo
de ganado vacuno. La siembra de cultivos de verano en dicho periodo se
realizaba sobre suelos refinados y carentes de cobertura vegetal sujetos
a lluvias de alta intensidad con el consecuente deterioro por erosión
hídrica en los ambientes inclinados y la consecuente afectación de los
cursos de agua (Santanatoglia et al., 1996). Hacia finales del siglo pasado
la superficie relativa dedicada a cultivos anuales especialmente soja, se
incrementó en forma exponencial de la mano del empleo no siempre
racional, de técnicas asociadas a la siembra directa, como consecuencia
del aumento de precios relativos de los granos y el empleo creciente de
OGM vegetales resistentes a herbicidas. Si bien con las técnicas actuales
de siembra, la superficie edáfica tiende a conservar los residuos de la
cosecha anterior, el porcentaje de cobertura resulta generalmente
insuficiente para proteger al suelo de los agentes erosivos. Esto se debe
a que el cultivo de soja aporta escasa cantidad de residuos sumado a la
elevada tasa de descomposición de los mismos que se verifica en la zona
de Pampa Ondulada. La presión por la siembra de cultivos anuales llevó
incluso a que algunos lotes con suelos frágiles de posiciones bajas pero con
cierta aptitud agrícola, también comenzaran a cultivarse, desplazando
a la ganadería extensiva en praderas o campo natural que allí se solía
realizar. Incluso aquellos suelos bajos usados tradicionalmente con

101
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

ganadería extensiva, han sufrido intensos procesos degradatorios físicos


y erosivos por causa del pastoreo no racional a lo largo de su historia de
uso, lo cual se agravó recientemente en algunos sitios al verificarse un
incremento de la carga animal a raíz de la mejora en los precios de la
hacienda.
Por lo expuesto, el uso de la tierra ha determinado que la fragilidad
presente en estas tierras se exprese en términos de degradación al ser
utilizadas por el hombre de manera no totalmente racional. Se calcula que
más de un tercio de las tierras en la región ha sufrido niveles moderados a
severos de erosión hídrica a lo largo de su historia agrícola (SAGYP-CFA,
1995). Si bien hasta hace unos años era muy frecuente observar signos
de erosión hídrica, dichas manifestaciones no han dejado de observarse
hoy en día, aun bajo planteos ampliamente generalizados de siembra
directa. Actualmente se siguen advirtiendo signos de erosión laminar,
en surco y cárcava y sedimentación del material arrastrado, asociados al
impacto de la gota de lluvia y el escurrimiento superficial concentrado
en los lotes de producción. Esto ocurre a pesar que las lluvias anuales
medias no superan los 1100 mm y las pendientes regionales resultan
inferiores al 3% de gradiente.

Materiales y métodos
Para ejemplificar algunos de los procesos degradatorios que ocurren
en la Pampa Ondulada, se seleccionó una cuenca hidrográfica de uso
agropecuario extensivo cuya superficie comprende aproximadamente
800 km2, en torno de la cual se vienen realizando estudios empleando
diferentes niveles de percepción. Dicha cuenca corresponde al arroyo del
Tala y esta ubicada al NE de la Prov. de Bs As, a 180 km de la ciudad de
Bs As, abarcando principalmente los partidos de San Pedro y Ramallo
(Figura 2).

102
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Ubicación de los partidos de San Pedro, Ramallo, Bartolomé


Mitre y Pergamino, en la Provincia de Buenos Aires.
Por su parte, la Figura 3a muestra un modelo de elevación
digital que refleja el relieve suavemente ondulado de dicha cuenca,
particularmente en los tercios superior y medio. En la Figura 3b se
observa que el tercio inferior de la cuenca es el que presenta mayor
susceptibilidad a la erosión hídrica en concordancia con la anterior.

Escurrimiento
a b
regional

Figura 3. a) Modelo de elevación digital de la cuenca del Tala y separación


de la misma en los tercios: superior, medio e inferior (adaptado de
Ackerman et al., 2000), b) Estimación de erosión potencial teniendo
en cuenta factores climáticos, fisiográficos y edáficos. Se aprecia la
dominancia de elevadas tasas de erosión potencial en el tercio inferior de
la cuenca (Kraemer et al., 2013).
Los suelos que dominan las áreas altas son Argiudoles vérticos
y típicos con 2-4% de materia orgánica, 60-65 % de limo, 5-15 % de
arena muy fina y 25-29 % de arcilla con predominio mayoritario de illita

103
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

en el horizonte superficial y presencia de smectitas particularmente


en los horizontes subsuperficiales. Poseen una adecuada capacidad
de intercambio catiónico, y alta saturación de bases, principalmente
con calcio y en menor medida magnesio y potasio.El pH suele ser
ligeramente ácido en superficie y neutro en profundidad. Los suelos de
los valles y cañadas ocupan menos de 20 % del área y corresponden
principalmente a Natracuoles y Natraqualfs y a fases hidromórficas de
suelos no sódicos. Tanto los aspectos geomorfológicos y edáficos como el
uso de la tierra se pueden considerar representativos de la región Pampa
Ondulada. A nivel regional, el clima es templado con aproximadamente
1000 mm de precipitación anual media. En el área se llevan registros
meteorológicos diarios en INTA San Pedro y también en el campo de
la Universidad de Buenos Aires. Los equipos están ubicados dentro de
la cuenca en las coordenadas 34°48’25”S/ 59°54’37”W; 33°50’36.75”S/
59°45’13.51”W y 33°41’S/ 59°41’W. El caudal del río y las vaguadas son
medidas automáticamente en forma continua mediante limnígrafos
ubicados en el tercio medio de la cuenca y en dos microcuencas
agrícolas en el tercio medio y en el tercio inferior respectivamente. Las
alturas se transforman a caudal mediante el empleo de curvas gasto/
altura calibrados para cada área. Los ensayos con lluvia simulada tanto
en campo como en laboratorio, se realizaron con un instrumento
formador de gotas de 4,7 mm de diámetro que emplea agua destilada en
forma de lluvia de intensidad regulable aplicada sobre una microparcela
de bordes metálicos de 25 x 25 cm desde una altura de 1,5 m (Irurtia &
Mon, 1994). Las propiedades físicas y químicas del suelo se analizaron
empleando metodología estándar de USDA. Las mediciones de 137Cs
fueron realizadas en la Comisión Nacional de Energía Atómica (Bujan
et al., 2003). Se llevaron a cabo análisis estadísticos de variancia y
regresión linear (Snedecor y Cochran, 1980).

Resultados y discusión
La Figura 3b muestra la fragilidad a los procesos de degradación
física y erosión hídrica estimados a través de una herramienta de
amplia utilización como es la ecuación universal de perdidas de
suelos (Wischmeier y Smith, 1978). Para aplicar la misma se tuvo en
cuenta la erosividad de las lluvias, erodabilidad de los suelos y el
relieve predominante de cada sector de la cuenca bajo estudio. En la
mencionada figura se aprecia un amplio rango de valores de erosión
potencial que van desde 0 a 250 t/ha/año. La fragilidad se incrementa
en la medida que se avanza desde tercio superior hacia el tercio inferior

104
Experiências Argentinas e Brasileiras

de la cuenca ya que en este últimos sector es donde se generalizan los


gradientes de pendiente cercanos a 2-3 %. También se registran algunos
valores aislados relativamente altos en los tercios superior y medio de
la cuenca asociados a vertientes inclinadas y a barrancas cercanas al
curso principal del río. Estos aspectos muestran que tanto los suelos en
posiciones altas como aquellos ubicados en los sectores bajos resultarían
susceptibles a los procesos erosivos. Las Figuras 4a y 4b muestra los
cambios que se produjeron en el uso de la tierra en los últimos 20
años, asociados a la intensificación de la agricultura por innovación
tecnológica y a las variaciones de precios relativos frente a la ganadería
entre otras causas.

a b

Figura 4. Suelos y usos de la tierra dominantes en los tercios superior


y medio de la cuenca del Arroyo del Tala: a) año1991 y b) año 2009
(adaptado de Kraemer et al., 2013).
En el centro de la Figura 4a (año 1991), en color amarillo ho-
mogéneo, se aprecian las tierras bajas de valles y cañadas dedicadas
principalmente al uso ganadero extensivo con praderas plurianuales
y/o campo natural. En la periferia con diversos colores, se indican las
tierras altas dedicadas principalmente a cultivos anuales bajo labranza
convencional, en rotación con pasturas plurianuales. A su vez, en
el centro de la Figura 4b (año 2009) en color amarillo homogéneo,
se muestran las tierras bajas que continuan dedicadas a ganadería
extensiva y en rojo, se indican las tierras del ecotono plano aluvial/
interfluvio, que reemplazaron su uso ganadero por cultivos anuales. En
la periferia con diversos colores, se muestran las tierras altas dedicadas
principalmente al cultivo de soja, y en menor medida trigo y maíz, bajo
siembra directa, durante este nuevo periodo. La superficie que pasó de
agricultura a ganadería no resulta perceptible a esa escala . El sector
de tierras altas que se visualiza con diversos colores en la periferia de

105
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

ambas figuras, cambió mayormente de labranza “convencional” en


1991, al sistema de siembra directa en 2009. La labranza convencional
se caracteriza por la remoción del horizonte superficial del suelo con
el consiguiente entremezclado de toda la cubierta vegetal al menos una
vez al año, para implantar los nuevos cultivos. En tanto, la denominada
“siembra directa” se caracteriza por implantarse los cultivos sobre los
residuos de la cosecha anterior. El centro de ambas figuras (4a y 4b),
muestra las tierras bajas dedicadas a uso ganadero extensivo, las cuales
mantuvieron dicho uso durante el periodo considerado por causa de
sus graves limitaciones permanentes de exceso de agua y sodicidad.
Mientras tanto, en negro se muestran las áreas que en igual periodo
cambiaron su uso ganadero tradicional por agricultura, al presentar
cierta aptitud para los cultivos labrados comunes.
Tal como fuera mencionado, el uso de la tierra en suelos con aptitud
agrícola durante los últimos 50 años determinó la expresión de procesos
degradatorios severos a graves en planteos de labranza convencional (Buján
et al., 2003). Sin embargo actualmente se advierten síntomas de degradación
en muchos campos que utilizan la técnica de siembra directa (Figuras 5a
y 5b) aunque en menor proporción que antes. El deterioro de los suelos
también ocurre en tierras ganaderas por efecto de la presión de pastoreo
directo a campo (Figura 5c) todo lo cual pone de manifiesto la extrema
vulnerabilidad tanto de tierras altas como bajas en la cuenca bajo estudio.

Problemática de las actividades ganaderas extensivas


en las tierras bajas del plano aluvial del arroyo.
Su comparación con las tierras altas
Para analizar separadamente la respuesta ante lluvias intensas
de los distintos ambientes que conforman la cuenca, se llevaron a
cabo diversos ensayos empleando microsimuladores de lluvias. Por
ejemplo De la Vega et al. (2004) estudiaron la respuesta hidrológica
de suelos altos sometidos a siembra directa a campo ante distintas
condiciones de cobertura y humedad inicial. Lo propio hicieron Chagas
et al. (2004) aplicando lluvia simulada en laboratorio. Otros estudios
compararon entre sí los usos ganaderos intensivos en feedlots, así
como en planteos extensivos sobre suelos hidromórficos (Chagas et al.,
2007). Recientemente se analizaron los escurrimientos y sedimentos
provenientes de diversos suelos altos y bajos representativos de la
cuenca bajo estudio (Chagas et al., 2011). Los resultados obtenidos en
los diferentes estudios evidencian una importante variabilidad edáfica

106
Experiências Argentinas e Brasileiras

presente en los ambientes estudiados. Por ejemplo tanto los suelos altos
bien manejados como los suelos ecotonales de buenas características y
adecuado manejo ganadero, presentaron moderadas tasas de infiltración
y escasa erodabilidad.

Figura 5. a) Cárcava que se profundizó significativamente por efecto de


las lluvias intensas ocurridas durante una etapa temprana de crecimiento
de cultivos de verano en suelos de posiciones altas, b) Arrastre de rastrojos
provocado por el escurrimiento superficial asociado a dichas lluvias,
c) Derrumbes de microcabeceras en suelos sódicos de posiciones bajas, por
causa de la erosión hídrica.

107
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Por el contrario en ambientes degradados y/o en suelos sódicos


y particularmente en feedlots se registraron bajas a nulas tasas de
infiltración acompañadas por una mediana a muy elevada tasa de
generación de sedimentos. Esta información pone de relieve los riesgos
que conlleva la intensificación de la presión de pastoreo y/o el avance de
la agricultura en las tierras hidromórficas de gran fragilidad, inclusive el
establecimiento de feedlots sin un adecuado estudio previo. Se debe seguir
con atención por ejemplo, la tendencia a incrementar el área dedicada a
cultivos anuales en desmedro del uso ganadero extensivo, en los sectores
ecotonales entre las áreas altas y el plano aluvial que se muestran en la
Figura 4b. Estos cambios podrían tornar en vulnerabilidad, la fragilidad
evidenciada en los suelos del área intermedia a baja. Ya se han publicado
trabajos que intentan estimar dicho impacto sobre los cursos de agua de
la región, en términos de aumentos de aportes hídricos y transporte de
sedimentos con el consiguiente incremento de contaminantes a dichos
cursos (Kraemer et al., 2013). Sin embargo aún no han sido totalmente
cuantificadas in situ las consecuencias de los cambios en la intensidad
de uso de la tierra sobre las propiedades de aquellos suelos frágiles que
ocupan posiciones intermedias en el paisaje.
Escurrimiento y erosión hídrica en tierras altas
Con respecto a los suelos ubicados en los ambientes altos, se
mencionó que los mismos poseen una mayor aptitud productiva
que las tierras bajas. Sin embargo algunos estudios empleando 137Cs
prueban que dichos suelos pueden resultar altamente erosionables si
son mal manejados. Este radionucleido es un residuo de los ensayos
con explosiones nucleares realizados en la década de 1950 por EEUU,
URSS y Francia. Su estudio ha permitido inferir la tasa de pérdida de
suelo ocurrida en diversas partes del mundo desde los años 50 hasta el
presente. En la Figura 6 se muestran los resultados a nivel de grilla en un
lote de la microcuenca correspondiente (Buján et al., 2000).

108
Experiências Argentinas e Brasileiras

a b

-30 -20 -10 0 10 20

Soil Redistribution Rates (t.ha -1.y-1)

Figura 6. Microcuenca aforada de 300 ha ubicada en la vertiente norte


del tercio medio de la cuenca del arroyo del Tala. a) Delimitación de dicha
microcuenca, a partir de las curvas de nivel con equidistancia de 2,50 m,
y detalle en gris de un lote de 50 ha en la misma, b) Distribución areal
de los sectores con erosión/sedimentación en el lote antes mencionado,
empleando el método del 137 Cs en una grilla de 140 m de lado
(adaptado de Buján et al., 2000).
Se aprecian altas tasas de pérdida de suelo y una importante
variabilidad espacial del proceso erosivo. En un trabajo posterior
realizado sobre numerosas transectas materializadas en la misma
microcuenca (Buján et al., 2003) se comprobó que la erosión se asociaba
significativamente con el largo de la pendiente y no así con su gradiente.
La ecuación obtenida fue la siguiente:
y=0,0341x + 8,9 (R 2 0,75)
siendo y= tasa media de erosión (t ha-1 año-1); x=largo de pendiente (m)
Se destaca el efecto lineal significativo del largo de la pendiente por
sobre el gradiente en los suelos bajo estudio, lo que difiere del criterio
aceptado internacionalmente. Se observa además que la tasa media de
erosión varió entre 11,5 y 36 t ha-1 año-1. Dichos valores exceden largamente
la tolerancia admitida para suelos con horizontes subsuperficiales
extremadamente texturales como los del presente estudio (Li et al.,
2008). Debe tenerse en cuenta que durante el periodo considerado, (1950-
2000), los cultivos anuales se implantaban principalmente utilizando
labranzas convencionales a favor de la pendiente. En dicho periodo, la
erosión mas significativa se produjo por la incidencia de lluvias intensas
sobre estos suelos limosos refinados y descubiertos, sembrados a favor

109
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de la pendiente. El periodo más peligroso era la primavera y comienzos


del verano. La magnitud de las pérdidas medidas a campo por Buján
et al. (2000, 2003), indican la ocurrencia de fenómenos combinados de
erosión laminar, en surcos en menor medida por cárcavas, a pesar del
escaso gradiente de las pendientes dominantes. Como contrapartida
se advierte una intensa sedimentación al pie de la pendiente. Esta
activa sedimentación, compuesta principalmente por partículas del
tamaño del limo, se verificó también en otros trabajos de este grupo
de investigación (Santanatoglia et al., 1996). Resulta destacable que en
suelos con mayor contenido de limo que los de esta cuenca como son los
del centro sur de la Provincia de Santa Fe (cercanos al 70%), los técnicos
conservacionistas recomendaban la implementación de terrazas con
gradiente acompañadas por desagües empastados, ante situaciones
con pendientes largas de tan solo 1% de gradiente. Esto se debe a la
vulnerabilidad a la erosión por flujo concentrado que evidenciaban
dichos suelos bajo labranza convencional.
La erosión hídrica depende de la energía del escurrimiento para
producir el desprendimiento y transporte de suelo. En tal sentido, a
partir de 1994 se comenzó a registrar dichos escurrimientos en forma
continua y automática en la salida de la microcuenca agrícola de 300 ha
que se muestra en la Figura 6a y en otros sitios de la cuenca estudiada.
Las mediciones en la microcuenca permitieron registrar 583 eventos
de lluvia y 65 eventos de escurrimiento, lográndose el monitoreo
hidrológico en dos periodos contrastantes: 1994-1998 con los suelos
labrados en forma convencional y desde el 1999 en adelante, con suelos
bajo siembra directa. Durante este ultimo periodo se agregó el registros
de una nueva microcuenca agrícola situada en un área con relieve mas
ondulado (Chagas et al., 2010) y en el cauce medio del arroyo. La Figura
7 muestra los resultados obtenidos de la primera microcuenca e indica
que el escurrimiento total por lluvia, fue equivalente entre sistemas
de labranza convencional y siembra directa. A ambos sistemas les
correspondió un “Numero de Curva” (método del USDA SCS-NRCS)
cercano a CN=82. A pesar de la llamativa similitud en el volumen de
escurrimiento, se observa que la respuesta hidrológica bajo labranza
convencional evidenciaba mayor variabilidad temporal. Esto se explica
por la alternancia de periodos con suelo refinado y desnudo, suelos
recientemente labrados en barbechos y suelos cubiertos con cultivos
bajo labranza convencional. En cambio, la respuesta hidrológica bajo
siembra directa fue más estable y predecible, lo cual se vio reflejado en el

110
Experiências Argentinas e Brasileiras

elevado coeficiente de determinación obtenido (R2) al ajustar el modelo


de regresión lineal para iguales variables (Figura 7).

Figura 7. Lluvias y escurrimientos correspondientes al periodo 1994-1998


con labranza convencional (LC) y al periodo 1999-2004 con siembra directa
(SD) en una microcuenca aforada de 300 ha que se muestra en la Figura 7a
perteneciente a la cuenca del Arroyo del Tala (Chagas et al., 2008).
Un trabajo anterior (Chagas, 1995) con suelos limosos realizado en
otro sector de la pradera pampeana, permitió advertir el comportamiento
contrastante de la labranza convencional en situaciones de suelo liso
ó rugoso con lluvia simulada (Figura 8). En dicha figura se aprecia
que el suelo recientemente labrado, fue capaz de mantener una tasa
controlada de escurrimiento en comparación con el mismo suelo
refinado (éste último con tendencia al 100% de escurrimiento, dato no
mostrado). Este comportamiento del suelo rugoso se pudo verificar a
pesar de sucesivas lluvias aplicadas e independientemente del grado
de estabilidad estructural edáfica. Las pérdidas de suelo acompañaron
la tendencia favorable mostrada por el escurrimiento. Diversos
mecanismos se pusieron en juego para favorecer el ingreso de agua
al suelo en las situaciones rugosas. En primer término la presencia de
terrones en superficie, crearon espacios y caminos preferenciales para la
infiltración. Este aspecto se vio favorecido para la acumulación de agua
en las microdepresiones, creando un gradiente de potencial hidrostático

111
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

positivo. Al mismo tiempo la existencia de grandes grietas logró prevenir


el taponamiento de espacios que causaría la acumulación del material
proveniente del desprendimiento de suelo de las microcrestas. Por su
parte la superficie de contacto entre el suelo y el agua se logró aumentar
en más de 40% en las situaciones rugosas.

Figura 8. Escurrimiento como porcentaje del agua aplicada en forma de


sucesivas lluvias simuladas con 55 mm/h de intensidad sobre una misma
parcela en condición inicial rugosa y carente de cobertura (tras aplicar
1 arado de reja y una rastra de discos) con humedad edáfica intermedia.
Duración de la 1° lluvia: 60 minutos, 2° lluvia de 30 minutos aplicada a
las 24 hs de la anterior con suelo superficial en capacidad de campo; 3°
lluvia de 15 minutos a los 15 minutos de la anterior con suelo saturado en
superficie. El nivel de degradación se refiere a la estabilidad estructural:
no degradado (alta estabilidad), degradado (baja estabilidad) (adaptado de
Chagas, 1995).
Volviendo a la Figura 7, si bien la cantidad de agua escurrida
de mediano plazo resultó similar entre los sistemas de labranza
convencional y de siembra directa, un análisis pormenorizado de la
forma de los hidrogramas resultantes (Castiglioni et al., 2006), mostró
diferencias significativas entre los mismos. En siembra directa, el
pico de escurrimiento se produjo retrasado en el tiempo y con una
magnitud menor respecto de la labranza convencional, mientras que
la duración del escurrimiento se incrementaba en igual sentido (Tabla
1). Los resultados indican que bajo siembra directa es esperable que la

112
Experiências Argentinas e Brasileiras

velocidad del escurrimiento pico sea comparativamente inferior a la que


resultaría de la misma microcuenca bajo labranza convencional aun
escurriendo un volumen similar de agua. Esto permitiría la atenuación
de los procesos de desprendimiento de suelo y transporte de sedimentos
asociados a flujos concentrados tales como erosión en surcos y erosión
en cárcavas. En consecuencia, estos procesos serian menos activos
bajo siembra directa que bajo labranza convencional. Esto se suma a la
desactivación de la erosión laminar que provoca la presencia de rastrojos
superficiales, disipando la energía de impacto de las gotas de lluvia en
siembra directa. Si bien la microcuenca de la Figura 6a fue sometida en
parte de su superficie a una rotación racional de cultivos que aportan
abundante residuos superficiales y volumen radical, a nivel regional e
incluso en la propia microcuenca, se advierte la persistencia de síntomas
de erosión en surcos y cárcavas. Esto contradice de alguna forma, los
trabajos que afirman que la resistencia a la erosión concentrada en
aquellos suelos asentados por falta de labranza reciente, es mayor que
en suelos similares sometidos a remociones periódicas (Knapen et al.,
2007).
Tabla 1. Análisis de los hidrogramas registrados en la microcuenca de 300
ha de la Figura 6a, discriminados por sistema de labranza = periodo 1994-
1998 con labranza convencional y periodo 1999-2004 con siembra directa
(adaptado de Castiglioni et al., 2006).

Labranza Siembra
Variables analizadas Probabilidad
convencional directa
Escurrimiento hasta el pico/ lluvia incidente 0,12 0,08 0,02
Caudal pico/lluvia incidente 0,08 0,05 <0,01
Escurrimiento desde el pico/lluvia incidente 0,27 0,30 0,28
Caudal medio hasta el pico/lluvia incidente 0,05 0,03 <0,01
Caudal medio desde el pico/lluvia incidente 0,02 0,01 <0,01
Queda claro entonces, que los resultados locales requieren
un análisis mas detallado para comprender la dinámica que está
teniendo lugar en dichos sistemas hidrológicos sometidos a siembra
directa continua. Esto es importante tanto para aquellos manejos que
implementan una adecuada rotación, como para los que presentan
escaso aporte de residuos vegetales asociados a la monocultura de soja.

113
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Síntesis y consideraciones finales


Como síntesis de lo expuesto surge que los procesos de
degradación física y erosión hídrica están fuertemente expresados
tanto en las tierras altas como en las que ocupan posiciones bajas en la
Pampa Ondulada argentina. Las intensas tasas erosivas registradas en
los suelos altos desde los años 50 se explican en parte por la presencia
de suelos con texturas superficiales limosas susceptibles a procesos
de sellamiento y encostramiento superficial, que fueron cultivados en
forma convencional a favor de las pendientes largas, sin una adecuada
protección de la superficie edáfica. Esto se vió potenciado por un clima
agresivo expresado a través de la alta velocidad de descomposición de
los rastrojos de cosecha, así como la ocurrencia de lluvias de elevado
volumen e intensidad. Estos elementos configuran un escenario de
alta fragilidad y vulnerabilidad respecto los recursos naturales que
intervienen en la producción de cultivos anuales. La irrupción reciente
de la siembra directa no parece haber asegurado el control de los
mencionados procesos degradatorios, a no ser que se implementen
adecuadas rotaciones de cultivos anuales con o sin el uso de praderas
permanentes, con el propósito de favorecer el balance de carbono orgánico
y la actividad biológica edáfica. No se descarta la implementación de
siembras orientadas con el fin de favorecer la incidencia de la rugosidad
superfcicial. Por su parte en las tierras bajas, la presencia de texturas
limosas y escaso contenido de materia orgánica en superficie sumado
al exceso de sodio intercambiable edáfico en algunos sectores de la
cuenca, acentúan aún más la fragilidad de estos ambientes con drenaje
deficiente. El avance de la agricultura y/o la intensificación no racional
de la ganadería en los mismos puede aumentar su vulnerabilidad de
manera significativa, comprometiendo además la integridad de los
cursos de agua aledaños. Una consideración adicional corresponde a
la actividad de los feedlots ya que si se incentiva su implementación en
forma no planificada, los mismos pueden constituirse en amenazas para
la sustentabilidad de las cuencas regionales.
Por lo expuesto, surge que para mantener y/o mejorar las
condiciones edáficas a nivel regional y la integridad de los cursos de
agua receptores, es menester asignar a cada tierra un uso acorde a su
fragilidad y por ende a los requerimientos de manejo y conservación
que dichas tierras poseen. La clave fundamental para llevar a cabo una
planificación racional tanto escala de predios individuales como a nivel

114
Experiências Argentinas e Brasileiras

regional, es el conocimiento cabal de los procesos degradatorios que


afectan estas tierras, a nivel de cuenca hidrográfica. Particularmente,
la escala de microcuenca resultaría la mas apropiada para realizar
investigaciones significativas sobre los mecanismos y factores que
gobiernan los procesos degradatorios, la respuesta hidrológica de
las tierras a dichos procesos así como los manejos que se puedan
implementar para su control.
El presente texto representa un breve resumen de los avances en
este sentido que ha producido un grupo de investigadores de la Cátedra
de Manejo y Conservación de Suelos FAUBA, Argentina. Recientemente
se publicó un libro especial para compilar allí in extenso una serie más
amplia de trabajos realizados hasta la fecha (Santanatoglia et al., 2012),
teniendo como marco de la investigación las tierras y aguas de la cuenca
del arroyo del Tala. Consideramos que las conclusiones a las que se
arribaron, pueden ser extrapoladas a otras cuencas con problemáticas
productivas y ambientales similares dentro de la Pampa Ondulada.

115
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
ACKERMAN, G.; DE PIETRI, D.E.; SANTANATOGLIA, O.J. Detección
de áreas con diferente vulnerabilidad a erosionarse a partir de la morfo-
dinámica del paisaje. Revista de la Facultad de Agronomía (Argentina),
v.20, p.235-243, 2000.
BUJAN, A. et al. Preliminary studio on the use of 137Cs technique for soil
erosion investigation in the pampean region of Argentina. Acta Geoló-
gica Hispánica, v.35, p.271-277, 2000.
BUJAN, A. et al. Soil erosion evaluation in a small basin through the use of
137Cs technique. Soil Till Res., v.69, p.127-137, 2003.
CASTIGLIONI, M.G. et al. Análisis de los escurrimientos de una micro-
cuenca de Pampa Ondulada bajo diferentes sistemas de labranza. Cien-
cia del Suelo, v.24, n.2, p.169-176, 2006.
CHAGAS, C.I. Efectos de la rugosidad superficial, el tamaño de agregados
y la estabilidad estructural sobre la erosión entre surcos en un Argiudol.
Ciencia del Suelo, v.13, n.2, p.85-90, 1995.
CHAGAS, C.I. et al. Tillage and cropping effects on selected properties of
an Argiudoll in Argentina. Communications in Soil Science and Plant
Analysis, v.26, p.43-655, 1995.
CHAGAS, C.I. et al. Movimiento horizontal y vertical de agua y partículas
en un Argiudol bajo siembra directa. Ciencia del Suelo, v. 22, n.2, p.117-
122, 2004.
CHAGAS, C.I. et al. Calidad de agua de escorrentía superficial en sistemas
ganaderos extensivos e intensivos de Argentina. Revista Agrochimica
LI, v.2, p.130-136, 2007.
CHAGAS, C.I. et al. Numero de curva de escurrimiento para una micro-
cuenca de pampa ondulada bajo labranza convencional y siembra direc-
ta. Ciencia del Suelo, v.26, p.71-79, 2008.
CHAGAS, C.I. et al. Comparación del escurrimiento de dos microcuencas
agrícolas de Pampa Ondulada con diferente energía geomórfica, duran-
te un periodo húmedo. In: PRIMER CONGRESO INTERNACIONAL
DE HIDROLOGÍA DE LLANURAS. 2010. Llanuras. Memorias… Ins-
tituto de Hidrología de Llanuras, 2010. CD-ROM.
CHAGAS, C.I. et al. Influencia de las propiedades edáficas y la posición en
el paisaje sobre la respuesta hidrológica de suelos pertenecientes a una
cuenca de la Pampa Ondulada. Revista Cuadernos del CURIHAM, v.17,
p.15-24, 2011.

116
Experiências Argentinas e Brasileiras

DE LA VEGA, G. et al. Infiltración de un Argiudol vértico bajo siembra di-


recta en condiciones variables de cobertura y humedad inicial. Ciencia
del Suelo, v.22, n.1, p.52-55, 2004.
INTA. Carta de Suelos. Buenos Aires: INTA, 1973. 45p.
INTA-CIRN. Atlas de Suelos de la República Argentina. Proyecto PNUD
85/019. Buenos Aires: INTA-CIRN, 1990.
IRURTIA, C.B.; MON, R. Microsimulador de lluvia para determinar infil-
tración a campo. Instituto de Suelos: CIRN-INTA, n.76, 1994. 18p.
KNAPEN, A. et al. Resistance of soils to concentrated flow erosion: A re-
view. Earth-Science Reviews, v.80, p.75–109, 2007.
KRAEMER, F.B. et al. El desplazamiento de la ganadería por la agricultura
en una cuenca representativa de la pampa ondulada: efectos sobre el
escurrimiento superficial y la erosión hídrica. Ciencia del Suelo, v.31,
p.83-92, 2013.
LI, L. et al. An overview of soil loss tolerance. Catena, v.78, p.93-99, 2008.
NABEL, P.; KULLOCK, D. Atlas Ambiental de Buenos Aires. Disponível
em: <http:www.atlasdebuenosaires.gov.ar>. Acesso em: dez. 2010.
SAGYP; CFA. El deterioro de las tierras en la República Argentina. Buenos
Aires: Secretaría de Agricultura, Ganadería y Pesca, 1995. 287p.
SANTANATOGLIA, O.J. et al. Características de los sedimentos produci-
dos por erosión hídrica en una microcuenca del Arroyo del Tala, pro-
vincia de Buenos Aires. Ciencia del Suelo, v.14, p.42-46, 1996.
SANTANATOGLIA, O.J. et al. Escurrimiento, sólidos totales y propieda-
des químicas del agua del Arroyo del Tala (San Pedro, Buenos Aires,
Argentina). Revista de la Facultad de Agronomía UBA, v.26, n.2, p.121-
131, 2006.
SANTANATOGLIA, O.J. et al. Investigaciones sobre el comportamiento
hidrológico y los procesos de degradación de tierras de la cuenca del
arroyo del Tala, Buenos Aires, Argentina. Argentina: Daireaux, Editorial
Imagen, 2012. 241 p.
SNEDECOR, G.W.; COCHRAN, W.G. Statistical Methods. 8.ed. Iowa State
University: Press/AMES, 1989. 503p.

117
DEGRADACIÓN DEL SUELO POR PROCESOS DE
EROSIÓN HÍDRICA
(Degradação do solo por processos de erosão hídrica)

José M. Febles González, Marina B. Vega Carreño y


Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho

Resumen
Actualmente los cambios globales en los suelos inducidos por el
hombre están llevando a procesos generalizados de degradación con
graves consecuencias ambientales, sociales y económicas. Ello cobra
especial significación en las regiones tropicales. El presente capítulo
a partir de investigaciones realizadas por más de tres décadas en
localidades de referencia de Cuba, muestra mediante una combinación
de datos cualitativos y cuantitativos, los efectos de la antropogénesis
intensiva en la evolución espacio - temporal de las propiedades de los
suelos, a los que quedan referidos la totalidad de los fenómenos de
degradación, permitiendo diseñar estrategias agroecológicas para el
manejo de los suelos, apoyadas en evaluaciones de capacidad de uso,
impacto y grado de aptitud.

Resumo
Atualmente, as mudanças climáticas induzidas pelo homem estão
provocando processos generalizados de degradação dos solos, com
graves consequências ambientais, sociais e econômicas. Isto apresenta
uma importância especial nas regiões tropicais. O presente capítulo, a
partir das pesquisas realizadas por mais de três décadas em localidades
de referência em Cuba, mostra mediante uma combinação de dados
qualitativos e quantitativos, os efeitos da antropogêneses intensiva na
evolução espaço-temporal das propriedades dos solos, ao que se refere
a totalidade dos fenômenos de degradação, permitindo desenhar
estratégias agroecológicas para o manejo dos solos, apoiadas nas
avaliações de capacidade de uso, impacto e grau de aptidão.

119
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Antecedentes
Desde que el sabio ruso Vasili Vasilevich Dokuchaev (1846 –
1903), publicara su obra maestra El Chernoziom ruso, donde esbozó la
necesidad de fundar ciencias integradoras, por entonces inimaginadas,
como la Edafología, situada según él en “los límites entre el hombre,
el mundo orgánico y mineral”, aún persiste la necesidad de fomentar
el paradigma agroecológico en suelos cada vez más escasos, pobres y
erosionados en las diferentes zonas edafoclimáticas. Sin embargo, como
natura non facit saltum1 y no soporta la ilegalidad, el caos y la casualidad,
las desviaciones parecen casuales y arbitrarias solamente para el ojo
inexperto, solo para el hombre que no sabe leer el libro grandioso de la
naturaleza.
Los países tropicales que pertenecen en su inmensa mayoría al
Tercer Mundo son los que más sufren los efectos de la superpoblación,
desnutrición, desigualdades sociales, deterioro del medio y los más
vulnerables a los retos del futuro, especialmente en la mitigación
del cambio climático, lo cual incrementará el número de personas
subnutridas. Se prevé que el cambio gradual de las temperaturas y las
lluvias, así como una mayor frecuencia de fenómenos meteorológicos
extremos se traduzcan en malas cosechas, muerte del ganado y otras
pérdidas de activos, lo cual representa una amenaza para la producción
de alimentos, así como para el acceso a los recursos alimentarios, la
estabilidad y la utilización de los mismos.
La agricultura ecológica se encuentra en el centro de este desafío
al desempeñar un papel importante en la reducción de las emisiones
mundiales sembrando árboles, reduciendo la labranza, aumentando la
cubierta vegetal, mejorando la gestión de los pastizales, modificando
los forrajes y las variedades de animales y utilizando con mayor
eficacia los fertilizantes, entre otras medidas. Se necesita profundizar
en el conocimiento de los impactos del cambio climático, con objetivo
de identificar de una forma anticipada las potenciales medidas de
adaptación que van a minimizar estos impactos o que, incluso, pueden
aprovecharse nuevas oportunidades que puedan surgir.
Esto evidencia la necesidad de estudiar de manera sistemática
los disímiles factores naturales, sociales y económicos que intervienen
en la génesis y evolución secuencial de las propiedades de los suelos
e impedir así, que el temible flagelo de la degradación conduzca de
1 La naturaleza no hace saltos (del latín, ed)

120
Experiências Argentinas e Brasileiras

manera acelerada y adoptando mecanismos genéricos en su dinámica,


la morfogénesis de los procesos de la fase incipiente a la fase paroxismal,
la cual representa el punto culminante de la retrogresión2 y la inercia
edafológica3 (Febles et al., 2008).
No obstante, resulta oportuno consignar que uno de los problemas
en la actualidad más complejos y difíciles de encontrar solución adecuada,
es el uso racional y óptimo de los suelos en los trópicos húmedos, sin
que se hayan alcanzado hasta el presente, resultados definitorios o
concluyentes que permitan diagnosticar el uso y manejo más ajustado
en conformidad con los ambientes biofísicos que caracterizan a cada
ecosistema (Febles et al., 2007).
Por esto es necesario conocer cómo se formaron los suelos y cómo
van a evolucionar sus propiedades, ante los cambios que pueda inducir
el hombre en la práctica agrícola, para de esta forma poder predecir las
variaciones que puedan originarse.
El éxito de este proceso dependerá de la competitividad de las
estrategias agroecológicas para manejar el suelo. En este sentido, la
diversificación productiva y el aprovechamiento eficiente de los recursos
disponibles serán la clave para garantizar la vida del suelo y mejorar la
calidad de vida de la población.
Hernández y Morales (1998), plantean que los cambios globales
en los suelos inducidos por el hombre conllevan en muchos casos a
procesos de degradación; enumerando para las regiones tropicales
los siguientes: sabanización, empobrecimiento, erosión, acidificación,
empantanamiento, salinización secundaria, contaminación, destrucción
fitotécnica y mecánica y disminución de la fertilidad.
Esencialmente, podemos decir que la diversidad de suelos
está conectada a la diversidad biológica. Cuando labramos un suelo,
cambiamos su biogeoquímica, estimulando a los microorganismos a
metabolizar rápidamente la materia orgánica que contiene. Las plantas
y animales que dependen de este alimento, se ven afectados. Según
Amundson (2003), “un suelo cultivado es como un animal que ha sido
domesticado, se parece al original salvaje, pero sus características han
sufrido cambios enormes y profundos”.

2 La retrogresión es lo inverso de un proceso, como en el caso de la resalinización esta-


cional de un suelo lixiviado gradualmente.
3 Inercia edafológica se refiere a la resistencia de un suelo a los cambios, como respuesta
a las nuevas condiciones ambientales.

121
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Operación paraguas
En todas las zonas tropicales del mundo se buscan nuevos caminos
para preparar los suelos, pues ha quedado confirmado que no es el clima
cálido lo que impide una producción adecuada de la tierra, pero sí el
manejo equivocado de los suelos (Primavesi, 1990; FAO, 1996).
Uno de los procesos de degradación de los suelos más difundidos
y que más daños ocasiona en el mundo es el de la erosión hídrica. La
supresión de la cobertura vegetal ya sea de bosques o de sabana, con el
fin de poner bajo cultivo una región determinada, conlleva a cambios
que se traducen en pérdidas de suelos y elementos nutritivos.
En realidad lo que necesitan los suelos cultivados para resistir a
la erosión por el agua es precisamente un “paraguas”. La agricultura
convencional puso en manos del hombre fuentes de energía que le
permitieron acelerar el proceso de destrucción del suelo, en una escala y
con una rapidez galopante.
Durante estos 8 – 10 000 años, toda la lucha contra la erosión
consistió en ponerles diques al escurrimiento del agua, que se lleva
con ella la mejor parte del suelo agrícola. Así surgieron las terrazas, los
bancales, el cultivo en contornos, etc. La teoría no escrita a través de
miles de años fue que había que ponerle “paredes” al campo para frenar
la erosión
Hace ya más de 60 años en el trabajo publicado por W. D. Ellison
“Studies of raindrop erosion” (Ellison, 1944), descubrieron las causas
reales del fenómeno de la erosión y se pudo lograr la base científica
para impedirla. A partir de ese momento histórico, estaba en manos del
hombre, por primera vez en su existencia, la posibilidad real de impedir
la erosión de los suelos.
En síntesis, el principal factor de erosión de los suelos no es el
agua que escurre, sino el impacto de las gotas de lluvia al golpear contra
el suelo (Fig. 1). La nueva teoría de lucha contra la erosión es la de que
al suelo agrícola en lugar de ponerle “paredes”, lo que corresponde es
colocarle un “techo”, según la feliz expresión de Stallings (1962).

122
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 1. Transportación del suelo por la lluvia. Lluvia cayendo


verticalmente sobre una superficie inclinada. Desplazada por efecto
del viento en una superficie plana. Lluvia vertical sobre una superficie
horizontal, donde el moviendo es prácticamente cero.
El mismo autor indica en su libro4 , que es uno de los mejores
escritos sobre el tema, que “Las gotas de agua actúan de modo semejante
al de una cuadrilla de trabajadores con pico y pala cargando un camión.
Las gotas de lluvia representan la cuadrilla de pico y pala y el agua que
escurre representa el camión. Las gotas de lluvia al caer cavan o hacen
saltar las partículas de suelo y las arrojan en el agua que escurre (runoff),
que es el camión”.
Estudios detallados del proceso erosivo indicaron que el efecto
erosivo se repartía en la proporción siguiente: 95% debido al impacto de
las gotas de lluvia y 5% debido al escurrimiento del agua.
Del trabajo clásico de Duley y Coyle (1955), surge con claridad que
el principal factor en la absorción del agua de lluvia es el estado en que se
encuentra la superficie del suelo. Según sus investigaciones, “La delgada
y compacta capa que se forma en la superficie del suelo desnudo durante
las lluvias intensas tiene un mayor efecto en la absorción del agua por el

4 Soil Use and Improvement

123
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

suelo que el tipo del mismo, la pendiente, el contenido de humedad o las


características del perfil del suelo”.
En su opinión, para evitar el escurrimiento, la mejor práctica
agrícola es la de dejar sobre la superficie una cubierta de residuos
vegetales.
En el trabajo de Roose (1974), se subraya la importancia decisiva
de la cobertura superficial en los suelos de la Costa de Marfil, al expresar
en sus conclusiones: “En estas zonas tropicales la cobertura vegetal
desempeña un rol primordial en la lucha antierosiva. Una cobertura de
paja de un centímetro de espesor reduce la erosión y el escurrimiento del
suelo, lo mismo que una floresta secundaria de 30 metros de altura”.
La erosión del suelo y el escurrimiento del agua en agroecosistemas
con solo un centímetro de paja en superficie alcanzan valores de
alrededor de 600 veces menores que un suelo testigo desnudo.
Todos estos trabajos actualizan y explican las observaciones
pioneras de Lowdermilk (1953), que estableció que en un bosque la
protección del suelo se debe a la capa de “mulch” y no al bosque en sí,
ya que actúa como una protección perfecta del suelo. Disipa el impacto
de las gotas de lluvia y hace que las mismas se incorporen infiltrándose
lentamente, sin provocar daños de ninguna clase. Es un “paraguas”
perfecto.
Hugh H. Bennett, Padre de la Conservación de los Suelos (Bennett,
1926), indica que “los más eficientes métodos encontrados por el hombre
para el control de la erosión son imitaciones de los métodos naturales de
protección de suelos”.
Tanto la erosión hídrica como la eólica son incapaces de atacar
un suelo en estas condiciones está controlado. En regiones tropicales y
subtropicales, donde los procesos erosivos son mucho más intensos, dado
que llueve más y las lluvias son más torrenciales, la vegetación natural
es generalmente invasora y caracterizada por una gran diversidad
biológica. En estas condiciones de densa formación vegetal, los suelos
disponen incluso de un doble “techo”. El formado por la vegetación viva
(estrato arbóreo) y el de la vegetación muerta o mulch, que es la barrera
más efectiva contra la erosión.
Como resultado de estas consideraciones la elección no parece
dudosa. Habría que dejar los suelos en su estado natural y eliminar
la agricultura, si queremos impedir la erosión. En esas condiciones

124
Experiências Argentinas e Brasileiras

no existiría erosión, pero tampoco podríamos mantener nuestra


civilización.
Resulta evidente que la solución debe ser otra, por lo que tenemos
que aprender a desmontar el mecanismo natural y obtener los mismos
resultados que logra la naturaleza a través de muchos miles de años, pero
en un plazo enormemente más corto. Esto que parece muy complicado
es quizás muy sencillo. No existe ningún suelo, con su vegetación
natural intacta, que no tenga un “techo”.
Vía metodológica para el estudio de la erosión de los suelos.
Tiene como premisa teórica la vía metodológica para la
sistematización del conocimiento de los fenómenos de erosión de los
suelos propuesta por Febles et al. (1984) y Febles (2007), integrada por
tres conjuntos básicos de elementos (Fig.2), que permiten determinar la
propia existencia y evolución secuencial de la erosión de los suelos, tanto
en el contexto geológico como contemporáneo (inducido).
Con tal propósito fueron examinados los agentes principales que
intervienen como causa; los componentes del medio geográfico que
participan como factores, para el surgimiento y diferenciación espacial
de los procesos y formas erosivas, que tienen lugar en territorios de
suelos erosionados en diversas regiones del mundo.

Figura 2. Vía metodológica para el estudio de la erosión de los suelos


(Febles et al., 1984 y Febles, 2007).

Causas que provocan la erosión de los suelos


Hasta el presente gran parte de las evaluaciones realizadas se han
dedicado a cuantificar y predecir las pérdidas de suelos, pero la erosión
de los suelos incluye otros problemas como la degradación física, química
y biológica, que en muchos casos preceden y son las principales causas
de la erosión (Pla, 1990; 1996; 1997). Frecuentemente las investigaciones
se han dirigido a encontrar soluciones sencillas a los problemas sin
examinar sus causas, lo que hace que dichas soluciones no sean aplicables

125
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

en forma sostenible, o sean poco efectivas. En otros casos, las prácticas


de conservación se recomiendan en base a experiencias previas, sin tener
en cuenta que no todos los sistemas tradicionales de conservación son
aplicables hoy en día, cuando han ocurrido cambios drásticos y rápidos
en las condiciones ambientales, sociales y económicas (Roose, 1981; Pla,
1993; Porta et al., 1999).
La lluvia: causa primaria de la erosión en regiones tropicales.
La lluvia es el agente desencadenante de los procesos de erosión
hídrica que predominan en regiones tropicales y de laderas, mientras que
la erosión producida por el viento o eólica es característica de terrenos
planos, en regiones secas (Contantinesco, 1976; FAO, 1976; Garduño,
1977; Cairo y Fundora, 1994; Kirkby y Morgan, 1984; Morgan, 2001; Pejón
y Zuquette, 1990; Derruau, 1991; De Pedraza, 1996; Porta, et al., 1999).
Las características físicas de la lluvia permiten explicar su
capacidad potencial para provocar la erosión del suelo (Middlenton,
1947; Ellison, 1947; Konhke y Bertrand, 1959; Febles y Febles, 1988;
Vigoa, 1998; González, 2000), la cual es definida como erosividad (Del
Val, 1987; Colotti, 1999; Aguilo et al., 2004). Debido a esto la utilización
de los datos de erosividad proporciona un buen indicador del riesgo de
erosión.
Velocidad terminal de caída
Una gota de lluvia descendiendo en una masa de aire, está
sometida a tres fuerzas:

• Fg: fuerza debida al peso


• Fa: fuerza ascendente debida al
desplazamiento del aire por el
volumen de la gota
• Fd: fuerza de fricción entre la
gota y el aire

El cálculo de la energía cinética de la lluvia depende de:


• Distribución tamaño de gotas
• Velocidad terminal
• Intensidad de lluvia

126
Experiências Argentinas e Brasileiras

En este contexto, las experiencias obtenidas para evaluar la energía


liberada como consecuencia del efecto del golpeteo de las gotas de lluvia
han sido diversas.
Por ejemplo:
D50 = 2,23 I0, 182 (1)
Donde:
• D50 = Diámetro medio de las gotas que representan al volumen
total de la lluvia caída.
• I = Intensidad en mm/h
La fórmula demuestra que el diámetro medio se incrementa con
la intensidad, estimándose que las velocidades finales de caída de las
gotas de 1 y 6 mm de diámetro fueron respectivamente 4,0 y 9,3 m/s.
Un indicador indirecto de la erosividad lo constituye la energía
cinética (Kirkby y Morgan, 1984; Derruau, 1991; De Pedraza, 1996;
Colotti, 1998; Van Dijk et al., 2002), ya que representa la energía total
disponible para el arranque y transporte por la salpicadura de la lluvia,
pudiendo ser calculada esta energía a partir de la expresión siguiente:

Ek = 1/2 mv² (2)


Donde:
• Ek = energía cinética
• m = masa de agua en movimiento
• v = su velocidad
Partiendo de datos promedios de las lluvias según Laws y Parson
(1943), Wischmeier y Smith (1958) desarrollaron la siguiente relación
diámetro medio de gotas – Intensidad de lluvia
dm = 2,23 (25,4 I)0,182 (3)
Donde:
• dm = mm
• I= mm/h

• Los tamaños de gota generalmente son distribuidos, variando


desde 1 a 5 mm Ø

127
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

• La mediana del tamaño de gota depende de la intensidad de lluvia


y varía de 1,4 – 2,7 mm para intensidades de 2,5 – 51 mm/h
• El Ø50 aumenta con la intensidad de lluvia hasta los 100 mm/h.
Para intensidades superiores el Ø50 permanece constante.
Teniendo en cuenta los parámetros citados anteriormente, la
energía cinética por unidad de tiempo puede estimarse por:

(4)
Donde:
• Ec = energía cinética por unidad de tiempo (J/s/m2)
• ρw = densidad del agua (kg/m3)
• V = volumen (m3)
• Di = diámetro (mm)
• Vn = velocidad terminal de la gota (m/s)
• N = número de gotas en el volumen V
Como esta información generalmente no está disponible, en la
práctica la energía de una tormenta se estima como una función de la
intensidad de la lluvia, según la relación propuesta por Wischmeier y
Smith (1978) para estimar la Ec :
Donde:

(5)
Donde:
• ECT = energía cinética del aguacero (MJ/ha)
• n = número de pulsos del aguacero
• Ec = energía cinética (MJ/ha/mm) del pulso i del aguacero
• Pi = altura de lluvia (mm) del pulso i del aguacero
• Ec = 0,119 + 0,08773 log I I ≤ 76 mm/h
0,283 I > 76 mm/h
Para su determinación existen diversas formulaciones empíricas
(Wischmeier, 1959; Hudson, 1965; Kinnel, 1973; Zanchi y Torri, 1980;

128
Experiências Argentinas e Brasileiras

Motter y Burhnam, 1990; Coutinho y Tomás, 1995; Onaga et al., 1998),


que relacionan la energía con la intensidad de la lluvia, siendo la más
conocida la de Wischmeier y Smith (1958).Wischmeier (1959), propuso
además un índice de erosividad de la lluvia conocido como factor R el
cual se calcula a partir de la energía cinética y la máxima intensidad de
precipitación durante un intervalo de 30 minutos.
El valor de este factor cuantifica el efecto del impacto de la gota de
lluvia y refleja también la cantidad y el valor asociado a una tormenta.
CALCULO DEL ÍNDICE DE EROSIÓN (Factor R).

LLUVIA ENERGÍA CINÉTICA ENERGÍA CINÉTICA


TIEMPO INTENSIDAD
(mm) PARCIAL (1) TOTAL (2)
(min.) (mm/h)
(J.m-2.mm-1) (J.m-2)
0 - 14 1,52 6,08 19,097 29,027
15 - 29 14,22 56,88 27,739 394,448
30 - 44 26,16 104,64 30,095 787,285
45 - 59 31,50 126,00 30,813 970,609
60 - 74 8,38 33,52 25,695 215,324
75 - 89 0,25 1,00 12,124 3,031
TOTAL 2 399,7

Lluvia máxima en 30 minutos = 57,66


Intensidad máxima en 30 minutos = 115, 32 mm/h
Energía cinética total del aguacero = 2399,7 J.m-2
E.I.30 = 276,733 J.m-2.mm-1
R (3) = 276,73 J.m-2. cm.h-1

(1) Obtenida con la expresión E = 12,12 + 8,9 log. i


(2) Obtenida multiplicando la lluvia por la energía cinética parcial
(3) Obtenida con la expresión R = E (J.m-2) I30 (cmh-1)
100
Sin embargo, realizar la evaluación de cualquiera de las
ecuaciones de la energía cinética o de este índice de erosividad presenta
dificultades, ya que la energía cinética y el valor máximo de intensidad
de eventos individuales requieren ser procesados por un gran número
de años; sin contar que el reporte pluviográfico no siempre existe. Estos
inconvenientes condujeron a la búsqueda de soluciones alternativas
mediante índices que evalúan la erosividad utilizando parámetros
pluviométricos (Fig.3). Entre ellos puede señalarse el Índice de Fournier

129
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

(Fournier, 1960); Índice Modificado de Fournier (Arnoldus, 1978) y el


Índice de Concentración de las Precipitaciones (Oliver, 1980) según la
ecuación siguiente:
Índice de Fournier

(6)
Donde:
• Pmxi= precipitación mensual máxima del año i
• PPTi = precipitación anual del año i
• n = número de años considerados
Índice modificado de Fournier (IMF)

(7)
Donde:
• Pi: precipitación media mensual (mm)
• Pt: precipitación media anual (mm)
Índice de Concentración de las Precipitaciones (ICP)

(8)
Donde:
• Pi: precipitación mensual (mm.)
• P: precipitación anual (mm.)

130
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 3. Dinámica de la lluvia en espacios rurales de la provincia


La Habana. a) Mapa del Índice de Modificado de Fournier (IMF).
b) Lámina anual promedio de las precipitaciones.

Todos estos índices de agresividad basados en datos pluviométricos


han sido utilizados por numerosos investigadores para evaluar el riesgo

131
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de erosión (CORINE, 1992; De la Rosa et al., 1996; Oduro - Afriyie,


1996; Quiñónez y López, 1999; Rinos et al., 2000; Jordán y Bellinfante,
2000; Gabriels et al., 2003; Dvoøáková, y Toman, 2003).
Intensidad de la lluvia. Es el factor primordial del fenómeno, ya
que la velocidad de penetración del agua en el suelo es frecuentemente
insuficiente cuando ésta cae con gran intensidad; la llegada al suelo de
una elevada cantidad de agua en un período corto de tiempo, produce
rápidamente escorrentía. No es entonces tan importante el total de la
lluvia como la intensidad misma. A este respecto, Hudson (1982) expone
que los intensos aguaceros típicos de los trópicos tienen un efecto
mucho más catastrófico que las suaves lluvias de los climas templados,
localizándose el área de lluvias destructoras entre los 40º de latitud Norte y
los 40º de latitud Sur. Excepciones a esta regla se tienen en zonas semiáridas
donde la mayor erosión por lluvia ocurre a menudo cuando ésta se produce
en tormentas violentas, aunque la cantidad de agua sea poca.
Escurrimiento = intensidad lluvia - velocidad infiltración
En general puede afirmarse que mientras velocidad infiltración
> intensidad lluvia, no habrá escurrimiento que produzca erosión,
observándose que lluvias de intensidad moderada producen erosión
cuando el suelo ya se encuentra saturado. Fournier (1972) citado
por Morgan (1986) reporta para un período de 8 años de registro
de la intensidad de lluvia en Ohio, EUA, valores de pérdida de suelo
claramente relacionados con incrementos de aquella (Tabla 1).
Tabla 1. Relación entre intensidad de la precipitación y pérdidas de suelo
(Fournier, 1972, en Morgan, 1986).

Número de eventos Erosión promedio por lluvia


Intensidad máxima en 5 minutos (mm h-1)
de lluvia (kg m –2)
0 - 25,4 40 0,37
25,5 - 50,8 61 0,60
50,9 - 76,2 40 1,18
76,3 - 101,6 19 1,14
101,7 - 127 13 3,42
127,1 - 152,4 4 3,63
152,5 - 177,8 4 3,87
177,9 - 254 1 4,79

132
Experiências Argentinas e Brasileiras

El valor energético del escurrimiento


La energía cinética del impacto de las gotas de lluvia destruye
los agregados del suelo y facilita el desprendimiento las partículas
constituyentes, iniciando el proceso de erosión hídrica (Fig.4). El
flujo que se genera sobre la superficie constituye el escurrimiento
superficial descrito en la literatura bajo diferentes términos. De Castro
(1965), Bloom (1974), Fournier (1975) y Porta et al. (1999) entre otros;
la denominan escorrentía, mientras que Viers (1978), Del Val (1987),
Derruau (1991), De Pedraza (1996), la identifican como arroyada. No
obstante las diferentes acepciones, Roose (1981); Porta et al. (1999),
Regues et al. (2000) y Martínez - Casanova et al. (2002), coinciden al
explicar el escurrimiento como un proceso que se inicia cuando la
cantidad de lluvia supera la velocidad de infiltración y con ello se genera
un exceso de agua que fluye hacia arroyos, canales, lagos, y océanos.

Figura 4. Manifestaciones de la erosión por escurrimiento areal y lineal en


espacios rurales de la provincia La Habana (Foto del autor).
Cuando la escorrentía excede un valor de esfuerzo cortante crítico
o alguna otra medida de resistencia se producen incisiones en el solum
incrementándose el desprendimiento de partículas (Horton, 1945;
Moore et al., 1988; Montgomery y Dietrich, 1994). Todos los agregados
del suelo desprendidos por el impacto de las gotas de lluvia o por el
flujo superficial quedan entonces disponibles para su transporte por
la propia escorrentía. Roose (1981) establece comparativamente (Tabla
1), los valores de la energía cinética de una lluvia y del escurrimiento
resultante.

133
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 2. Energía cinética de la lluvia y del flujo superficial. De la comparación se


concluye que la lluvia tiene 256 veces más energía cinética que el escurrimiento.

Lluvia Escurrimiento
Sea P masa de la lluvia Sea 1 KRAM 25 %
Masa
(M lluvia = P) M escurrimiento= P/4
Sea la velocidad final Sea la velocidad del
Velocidad de las gotas de lluvia Escurrimiento en un campo
Vp= 8 m/s V escurrimiento = 1 m/s
Energía ½ p.8 = 32 p 1/2p/4.12= p/8

Nota: Cálculos basados en asunciones de velocidades y porcentaje de escurrimiento.

Estos valores 32P y P comparados demuestran que la lluvia posee


256 veces más energía cinética que el escurrimiento, lo cual afirma
la tesis que la erosión causada directamente por las gotas de lluvia
alcanza como promedio valores superiores a la erosión provocada por
el escurrimiento.
Garduño (1977), refiriéndose a este fenómeno encontró que la
cantidad de suelo salpicado por las gotas de lluvia es de 50 a 90 veces
más grande que la cantidad de suelo arrastrado por el flujo superficial.
Foster y Meyer (1972) y Trueba (1981) indica que el escurrimiento que
fluya sobre un sustrato erodable tiene un potencial erosivo inversamente
proporcional a la capacidad de transporte de sedimentos, pero ambos
en proporción inversa a la cantidad de azolves que acarrea el flujo en
suspensión.
Factores que influyen en la erosión de los suelos
La erosión hídrica es un proceso de gran complejidad, producido
por la combinación de diversos factores que tienen capacidad de
remoción y transporte de los materiales en la superficie de la Tierra.
Una vez iniciado el proceso erosivo, éste se puede acelerar, disminuir
o frenar completamente, en un período de tiempo más o menos largo,
en dependencia de la influencia conjunta y generalmente simultánea
de factores naturales y antrópicos, tales como el régimen climático, la
constitución geológica, el relieve, el tipo de suelo, la vegetación natural
y la actividad socio - económica entre otros (Kirkby y Morgan, 1984;
Febles y Febles, 1988; Del Val, 1987; Pejón y Zuquette, 1990; Derruau,
1991; De Pedraza, 1996; Porta et al., 1999). No obstante, la importancia
que se concede a cada factor dependerá de la escala de trabajo (Del Val,
1987; Kirkby et al., 1998; Porta et al., 1999).

134
Experiências Argentinas e Brasileiras

Los efectos del régimen climático


Los agentes climáticos que afectan la intensidad de la erosión
hídrica son la precipitación, temperatura, el viento y la humedad. No
obstante, el comportamiento de estos elementos depende de la faja
geográfica. Constantinesco (1976), precisa que en las regiones templadas,
ubicadas en latitudes mayores de 350, el riesgo de erosión tiende a ser
menor que en los trópicos, debido a que las lluvias son relativamente
suaves y distribuidas a lo largo del año, lo cual ha sido corroborado por
Tijomirov (1980); Lal (1990), Kutilek y Nielsen (1994).
En las regiones con clima tropical las lluvias (aguaceros), son
responsables de la mayoría de las ocurrencias erosivas debido a la
intensidad de las precipitaciones y volumen de la escorrentía ya sea con
un dominio superficial, subsuperficial u oblicua (Lindsay y Gumbs, 1982;
Pejón y Zuquette, 1990; Alleyne y Percy, 1996; Lobo, 2000 y Lozano et
al., 2002). Además en estas regiones la ocurrencia de huracanes (Fig. 5)
provoca eventos lluviosos extremos que intensifican la intensidad de la
erosión hídrica.
La constitución geológica
La influencia de las condiciones geológicas y litoestructurales
en los fenómenos de erosión potencial y actual de los suelos, ha sido
generalmente poco abordada (Febles y Febles, 1988), a pesar de
disponerse de abundante bibliografía (Hylsky, 1967; Guerasimov,
1975; Riverol, 1985; Febles, 1999; Febles et al., 2006), donde se evalúa la
influencia de las rocas madres y cortezas de meteorización junto a los
suelos, en función de su susceptibilidad a la erosión.
Una gran variedad de aspectos geológicos intervienen en la
intensidad y heterogeneidad de los procesos erosivos. La resistencia de los
agregados y la capacidad de infiltración del horizonte eluvial, condiciona
su erodabilidad, definida como la vulnerabilidad o susceptibilidad del
mismo a la erosión, frente a dos fuentes de energía: el impacto de las
gotas de lluvia en la superficie y la acción de cizalla de la escorrentía (Del
Val, 1987; Porta et al., 1999).
Febles (1988) y Febles et al., (2005), en estudios realizados en
ecoregiones de carso llano en suelos Ferralíticos Rojos de la provincia
de La Habana, subrayaron que los procesos erosivos predominantes
son los cársico - erosivos; cársico - sufosivos e infiltración - desplome,
entre otros, donde la cobertura edáfica puede adoptar, a menudo,

135
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

características asintomáticas. Los mismos autores precisaron que en


condiciones de carso de llanuras, el microrelieve y mesorelieve cársico
complejo es generalmente muy susceptible a la erosión, no importa su
posición relativa en la pendiente (Fig. 5). Por lo tanto, la litología aunque
de manera indirecta, desempeña un papel relevante en la degradación
de los suelos, en los diferentes ambientes geólogo - geomorfológicos, por
lo que su evaluación merece importancia tanto en el contexto actual
como perspectivo (Febles et al., 2005).

Figura 5. La importancia del material parental en el análisis del fenómeno


erosivo estriba en los rasgos hereditarios que de él se derivan en los suelos
conforme avanza el proceso de meteorización. (Foto del autor).

La influencia compleja del relieve


Si el clima es el factor generador de los procesos erosivos, el
relieve es por excelencia el factor que los diferencia (Febles, 1999). La
topografía desempeña un importante papel en la distribución y flujo de
agua en la superficie de la tierra, modificando los procesos erosivos e
hidrológicos (Moore et al., 1988; Moore et al., 1993; Garbrecht y Martz,
1999). Al interpretar el relieve en relación con las pérdidas de suelos
producidas por la erosión, deben ser considerados cuatro componentes
fundamentales: declive, longitud, forma y exposición de la pendiente
(Fig. 6)

136
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 6. Manifestaciones de la erosión de acuerdo a las formas del relieve.


Fuente: Adaptado USDA (2002).
En relación con la morfología de la pendientes, éstas pueden
ser convexas, cóncavas, rectas u homogéneas, debido a que son
transicionales tanto en formas como en los procesos (Bloom, 1974).
Este elemento frecuentemente no es considerado, explicando así las
divergencias de los resultados (Febles, 1988). Mientras más inclinada
es la pendiente, menos infiltración y más escorrentía se registra como
consecuencia de la reducción del tiempo para que el agua pueda infiltrar
(Speight, 1974; Moore et al., 1991 y Pla, 1997). Worthen y Aldrigh (1959),
Zevenbergen y Thorne (1987), demostraron que la erosión de los suelos
por la escorrentía, depende de la velocidad con que escurre el agua por
la superficie del suelo y a su vez esta depende del grado de la pendiente.
Pero no sólo la velocidad con que fluye el escurrimiento es una
resultante del declive, sino que lo es también su longitud. Wischmeier y
Smith (1978), Morgan (1997) y Cerda (2001), demostraron la importancia
de la longitud de la pendiente, al establecer que la cantidad de agua que
caerá sobre ella dependerá de su longitud, y consecuentemente mostrará
una mayor o menor manifestación de los procesos erosivos.
Efectos de la naturaleza y propiedades de los suelos
El impacto de las gotas de la lluvia produce la primera acción
erosiva en el suelo, cuyo mecanismo ha sido ampliamente documentado
(Wischmeier y Smith; 1958; Del Val, 1987; Ferreras et al., 2000).
Posteriormente y como resultado de la continuidad de las precipitaciones,

137
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

se origina el transporte y progreso de la acción erosiva mediante el


escurrimiento. Sin embargo, este fenómeno no transcurre de la misma
forma en todos los suelos, ya que la naturaleza de sus propiedades
condiciona la predisposición o resistencia a la erosión. En este contexto
Limdstrom y Voorhees (1980) y Porta et al. (1999), agrupan las
propiedades del suelo en relación con la erosión, reconociendo aquellas
que determinan la velocidad con que la lluvia penetra en el solum y
aquellas con las que el suelo resiste la dispersión y la erosión durante
la lluvia y el escurrimiento (erodabilidad). De estas, es ampliamente
aceptada la estructura como la propiedad más directamente relacionada
con la erosión (Astier – Calderón et al., 2002), ya que determina tanto
su capacidad de infiltración y de almacenamiento de agua, como su
resistencia al impacto de las gotas y al arrastre.
A su vez, la cantidad de las partículas que pueden desprenderse
de la superficie depende de la textura y tipo de suelos, así como de la
estabilidad estructural (Skidmore y Powers, 1982). Al respecto Boiffin y
Monnier (1986), constataron la diferencia en los grados de erosión de las
arcillas y las arenas, concluyendo que la erodabilidad varía directamente
con la concentración de arena e inversamente con la de las arcillas. Sin
embargo, entre las arcillas algunos autores han demostrado que sus
diferentes tipos se comportan distintamente frente a la erosión (Pla,
1997).
No obstante, hay amplia coincidencia entre muchos investigadores
(Troeh et al., 1980; Planas, 1986; Febles y Durán, 1988; Lal, 2000), acerca
de que los suelos limosos son los más vulnerables a la erosión, por tener
las partículas un tamaño demasiado grande que le impide formar
agregados estables, al mismo tiempo que las hace transportable con
menos resistencia.
La vegetación como factor primordial en la protección
de los suelos
La escorrentía y las pérdidas disminuyen considerablemente
cuando los suelos están provistos de una buena cobertura vegetal
(Gumbs y Lindsay, 1982). Como precisan De Castro (1965), Fournier
(1975), Tucker et al. (1997), Casermeiro et al. (2004), toda planta protege
al suelo de la acción perjudicial de las lluvias, aunque de forma y
proporciones diferentes. En terrenos cultivados Arabi (1991), Florentino
(2000) y Martínez et al. (2001), demostraron que la dirección de los

138
Experiências Argentinas e Brasileiras

surcos o la distribución de las filas en relación con la pendiente, influyen


en la erosión.
Wischmeier (1975), diferenció la influencia de la vegetación en la
erosión de los suelos teniendo en cuenta el efecto cobertor de la copa
de la vegetación (Fig. 7), de sus restos en la superficie y el aporte de la
materia orgánica al suelo. A ello se le puede añadir, el efecto sujetador
de las raíces y la acción de los tallos como barrera frente a la escorrentía
(Francis y Hilderbrand, 1989; Thorne, 1990).

Figura 7. Efectos de la vegetación sobre la estabilidad de una ladera.


1) Intercepta la lluvia. 2) Aumenta la capacidad de infiltración. 3) Extrae humedad del
suelo. 4) Grietas por desecación. 5) Raíces refuerzan el suelo, aumentando la resistencia
cortante. 6) Anclan al suelo superficial a mantos más profundos.7) Aumentan el peso
sobre el talud. 8)Trasmiten al suelo fuerza del viento. 9) Retienen las partículas del suelo
disminuyendo susceptibilidad a la erosión.

Los procesos de erosión hídrica


Son causados por las interacciones del suelo, lluvia, pendiente,
cubierta vegetal y manejo (Porta et al., 1999; Strahler y Strahler, 2000),
que generalmente son inducidos por cambios desfavorables en el balance

139
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

del régimen de humedad del suelo y en las posibilidades de desarrollo


del sistema radical (Govers et al., 1999; Rodero et al., 2000).
La erosión del suelo tiene efectos negativos directos sobre el
crecimiento de las plantas y producción de los cultivos y efectos
indirectos por intensificación o abandono de las actividades agrícolas,
por sobrepastoreo, o por mal mantenimiento de las plantaciones y las
estructuras de conservación (Pacheco et al., 1999 y Torri, 2000).
Por otra parte, el enfoque de los estudios de degradación de los
suelos se ha concentrado más que todo en sus efectos más frecuentes y
evidentes: la erosión por escurrimiento, cárcavas y barrancos (Schick
et al., 2000), ello a ha hecho que se llegue a incluir entre los procesos
de degradación, la llamada erosión por labranza, que incluso llevaría a
desplazar más suelo que la erosión hídrica (Govers et al., 1999).
Este tipo de erosión incluye los desplazamientos en las actividades
de nivelación y aterrazamiento de los agroecosistemas, a pesar de que
estos persiguen precisamente controlar las pérdidas de suelo por erosión
hídrica debido a la escorrentía (Torri, 2000).
Las formas de erosión
Si bien hasta ahora se ha dibujado la existencia de diferentes
manifestaciones de erosión según la causa o el agente activo hídrica,
eólica, o el carácter de la intervención humana o natural, es la
combinación de la erosión hídrica acentuada con la participación del
hombre la que aquí ocupa dada su importancia en el contexto geográfico
de las latitudes tropicales, conforme ha sido previamente indicado.
Erosión superficial del suelo. Agrupa las formas de erosión que tienen
lugar sobre las superficies de terrenos, cuya manifestación responde a
una gradualidad en su manifestación: erosión por salpicadura, erosión
laminar, erosión en surcos y en cárcavas.
Erosión por salpicadura. Es originada por la caída de las gotas de
lluvia sobre el suelo; su impacto está en función de la forma y tamaño
de las gotas (erosividad), y de la resistencia del suelo a su poder
erosivo (erodabilidad). La energía cinética de las gotas depende de las
propiedades para ellas citadas; el efecto de la salpicadura es especialmente
dramático en condiciones climáticas tropicales donde se combinan
fuertes precipitaciones y desfavorable protección del suelo; así, Soyer
(1987) encontró mínimas pérdidas de suelo por salpicadura en parcelas
localizadas en Zaire, África, cuando la cubierta forestal estaba presente,

140
Experiências Argentinas e Brasileiras

alcanzándose valores de 3,1 a 7,2 ton ha-1 año, en tanto que bajo cubierta
vegetal de maíz los valores medios de pérdidas eran de 188 ton ha-1 año.
Las velocidades terminales para diferentes diámetros y alturas de
caída de las gotas de lluvia pueden ser apreciadas en la Tabla 3, de donde
se intuye el efecto que puede tener la caída de una gota de lluvia desde el
dosel de un bosque (8 m) en caso de encontrar un suelo con el horizonte
de hojarasca pobremente desarrollado como ya se había anotado.
Tabla 3. Velocidades terminales (m seg-1) de caída de las gotas de lluvia
(Laws, 1958, en Gutiérrez, 1983).

Altura de caída de las gotas (m)


Diámetro gotas (mm)
2,0 4,0 8,0
1,5 4,50 5,25
3,0 5,37 6,68 7,75
5,0 5,79 7,50 8,86

Asimismo, el diámetro y por tanto la velocidad de las gotas se


encuentran estrechamente correlacionados con la intensidad de la
precipitación, correspondiendo mayores diámetros y velocidades a
mayores intensidades (Tabla 4).
Tabla 4. Valores de diámetro y velocidad de las gotas para diferentes intensidades
de lluvia.

Forma de lluvia Intensidad (mm h-1) Diámetro (mm) Velocidad (m seg-1)


Niebla 0,13 0,055 0,1
Llovizna 0,25 0,5 4,0
Lluvia ligera 0,75 1,0 5,5
Lluvia 18,0 2,0 6,5
Chubasco 100 4,0 9,0

El fenómeno de la erosión por salpicadura puede describirse de


la siguiente forma (Correa, 1980): la lluvia al caer sobre el terreno sin
vegetación, mueve el suelo no protegido; durante eventos fuertes, capas
de agua enturbiada por material terroso suspendido, corren a través
de esas superficies desnudas. El suelo al no presentar una adecuada
cobertura protectora, es dividido y soltado por el impacto de las gotas
de lluvia, para luego ser arrastrado hacia partes más bajas, dejando
pequeños pilares, comúnmente llamados castillos de bruja o pedestales,
por lo general de varios centímetros de altura, retenidos o cubiertos en
su parte superior por pequeños guijarros, hojas o raíces; Morgan (1978)

141
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

reporta la formación de estructuras de este tipo a una tasa de 20 mm


año–1 en Bedfordshire, Inglaterra.
Debe anotarse que no sólo es importante el efecto del golpeteo
directo, sino además la existencia de una película de agua que al ser
golpeada produzca la desintegración de las gotas que caen, con el
consiguiente arrastre de las partículas disgregadas, las cuales se
proyectan a distancias hasta de 1,5 m en la horizontal y 1 m en la vertical;
este fenómeno produce la destrucción del agregado y la formación de
una costra que reduce la infiltración y aumenta la escorrentía (Moreno
y Porras, 1979, citados por Gutiérrez, 1983).
Ambos fenómenos así descritos indican la importancia de las
gotas de lluvia como agentes de dispersión y consolidación; el efecto
de consolidación corresponde entonces a la formación de la costra
superficial mencionada, la cual alcanza usualmente unos pocos
milímetros de espesor y que es el resultado de la obstrucción de los
poros por compactación del suelo. Young (1972), citado por Morgan
(1986) ha sugerido que esto se encuentra asociado a la dispersión de
finas partículas de los agregados del suelo, las cuales son translocadas
para rellenar los poros. No cabe duda que el principal efecto que tiene
la formación de esta costra superficial es la reducción de la capacidad
de infiltración mencionada, y por tanto, la generación de escorrentía
superficial a ella asociada. Así, Morin et al (1981) mostraron cómo la
capacidad de infiltración se reducía de 100 mm h-1 hasta 8 mm h-1 en
suelos arenosos conforme se desarrollaba la costra superficial. Asimismo,
Hoogmoed y Stroosnijder (1984) citados por Morgan (1986), reportaban
de estudios en Mali, África Occidental, una reducción de la capacidad
de infiltración de los suelos desde sus valores naturales de 100 - 200 mm
h–1, hasta 10 mm h–1, una vez se desarrollaba la costra superficial; esta
situación se hace aún más dramática si se toma en consideración que
sólo unas pocas tormentas eran necesarias para provocar tal cambio,
pudiendo ocurrir un 50% de tal reducción en un único evento.
Se destaca entonces nuevamente la importancia que pueden tener
eventos aislados en la generación de pérdidas de suelo, conforme era
señalado en páginas precedentes.
El fenómeno que se ha descrito ocurre siempre y cuando el suelo
no cuente con una apropiada protección en la superficie (vegetación
rastrera o mantillo), ya que los árboles interceptan cierta cantidad de la
lluvia hasta un límite a partir del cual no pueden almacenar más agua,

142
Experiências Argentinas e Brasileiras

produciéndose un reagrupamiento de las gotas y generándose unas


nuevas de mayor tamaño que las originales, con mayor poder erosivo al
caer al suelo; se estima que el 70% del total de suelo removido se debe a
la acción del golpeteo o salpicadura.
Erosión laminar. Consiste en la remoción de delgadas capas de
suelo extendidas en forma más o menos uniforme en toda la superficie
del suelo; es poco apreciable ya que la cantidad total de suelo removido en
un aguacero es generalmente pequeña, y ya cuando se detecta sólo queda
una delgada capa de suelo. La erosión laminar es el efecto combinado de la
acción del golpeteo que desprende las partículas de suelo y la escorrentía;
Su acción selectiva sobre las partículas genera “pavimentos de erosión”
(Suárez, 1980), los cuales se producen por la remoción y arrastre de las
partículas más livianas -arcilla y materia orgánica- quedando sobre la
superficie suelos gravillosos o pedregosos. De aquí se desprende su efecto
también sobre la fertilidad de los suelos y su productividad; este tipo de
erosión arrastra únicamente la capa superior del suelo, y se propicia en
suelos localizados en condiciones de fuerte pendiente, sin vegetación
adecuada y con bajo contenido de materia orgánica.
Erosión en surcos. El flujo laminar sobre la superficie del suelo
ocurre principalmente cuando la superficie es lisa y de pendiente uniforme;
sin embargo en los cultivos ésto no se dá, ya que las superficies presentan
depresiones, elevaciones, o irregularidades que concentran los flujos de
agua en corrientes con capacidad erosiva en función de la velocidad del
agua. El desprendimiento y transporte de partículas son mayores en ésta
que en la laminar.
Erosión en cárcavas. Surge generalmente luego de la erosión
laminar y la erosión en surcos, al aumentar el volumen de escorrentía o
su velocidad; suele ser producto del descuido en la aplicación de medidas
protectoras cuando se tienen formas incipientes de erosión, pudiéndose
alcanzar estados de gran avance y desarrollo de difícil control posterior
(Figura 3). En ocasiones se hace referencia a cárcavas en su fase inicial
como surcos profundizados.

Principales métodos e índices de diagnóstico para la


investigación de territorios con suelos erosionados
Las investigaciones acerca del peligro de erosión del suelo se
iniciaron desde las primeras décadas del siglo pasado. Los resultados
iniciales fueron de tipo cualitativo, no obstante se propusieron varios
índices para evaluar la susceptibilidad de los suelos a la erosión (Bennett,

143
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

1926; Middleton, 1930; Baver, 1933; Bouyoucos, 1935; Henin et al., 1958;
De Leenher y De Boot, 1959). Además de estos índices, Zingg (1940) y
Musgrave (1947) desarrollaron las primeras ecuaciones empíricas con el
objetivo de predecir la erosión, a las que sucedieron las de Smith y Whitt
(1948), y Hudson (1961).
Desde entonces y hasta el presente se han desarrollado una amplia
variedad de metodologías para el estudio de la erosión. Algunas están
basadas en observaciones directas de campo, otras en la evaluación
de factores que influyen en la erosión, o combinación de ellos; y otras
fundamentalmente en la modelación (Gobin et al., 2003). Por el tipo
de resultado que ellos brindan, estos métodos pueden clasificarse en
cualitativos y/o cuantitativos (Tabla 1.1) y así han sido agrupados para
su descripción.
Tabla 5. Métodos de evaluación de la erosión hídrica.

Métodos Descripción
Cartografía de factores
Cualitativos
Formas de erosión

Cálculo del descenso de la superficie


Estimación de carga sólida en el agua
Directos Parcelas experimentales
Cuantitativos Simuladores de lluvia
Isótopos radioactivos
Indirectos Modelos de erosión

Modificado de Almorox et al. (1994).

La evaluación de la erosión de los suelos mediante la aplicación


de cualquiera de estos métodos es la mejor vía para llegar a diseñar
medidas que protejan al recurso suelo, de los efectos perjudiciales de la
erosión (De la Rosa et al., 2005).
Métodos cualitativos
Estos métodos evalúan el riesgo de erosión mediante la utilización
de una cartografía temática de los factores que la controlan, o mediante
el estudio de las formas erosivas.
Cartografía temática de factores.
Estos métodos se fundamentan en los principios de la
Morfoedafología (Kilian, 1972; Rossignol, 1985; Geissert y Rossignol,
1987) que consisten en acceder al conocimiento del medio físico, tanto

144
Experiências Argentinas e Brasileiras

en su descripción como en su dinámica. En este tipo de enfoque se parte


del criterio de que dada la complejidad del medio físico, se necesita una
variedad de mapas temáticos para poder caracterizarlo, puesto que
cada uno describe al medio desde una sola perspectiva, mientras que la
síntesis de todos, nos conduce al conocimiento integrado del paisaje y
de los procesos que en él se desarrollan.
En lo referente a la evaluación de la erosión de los suelos, la
síntesis de los mapas, que representan el comportamiento espacial de
los diferentes factores de la erosión, permite obtener mapas de erosión
potencial y de erosión actual en los que las pérdidas de suelos quedan
representadas por diferentes clases (Del Val, 1987; Aguilo et al., 2004).
Han sido propuestas diferentes metodologías para la elaboración de
mapas de riesgo de erosión (ITC, 1979; ICONA, 1982; Albaladejo et al.,
1988; CORINE, 1992; RIVM, 1992; PAP/RAC, 1997; Rafaelli, 2003) entre
otras, cada una de las cuales se basa en una combinación propia de los
factores pero ninguno tiene en cuenta la intensidad de la carsificación.
Estudio de las formas erosivas
El objetivo es evaluar la presencia y grado de intensidad de las
distintas formas de erosión. Se basa en la cartografía directa de las formas,
que una vez identificadas se analizan y representan en un mapa, con apoyo
de la teledetección, en función de la escala de trabajo y de su objetivo
(CEOTMA, 1984; Del Val, 1987; De Pedraza, 1996; Aguilo et al., 2004).
Métodos cuantitativos
Estos métodos pueden estimar las pérdidas de suelo por erosión
mediante evaluaciones directas o indirectas. Las tasas de erosión pueden
ser medidas precisamente, sólo en experimentos a escalas grandes; para
escalas pequeñas sólo pueden hacerse estimaciones (Lima et al., 2002).
Evaluaciones directas
Se ejecutan mediante el trabajo “in situ”; realizando levantamientos
microtopográficos en laderas; evaluando el volumen de surcos y
cárcavas; ensayos en parcelas experimentales; mediante simuladores de
lluvia, por análisis de la carga sólida y en disolución arrastrada por el
agua (Del Val, 1987; De Pedraza, 1996; Porta et al., 1999; Jordán, 2000),
o efectuando mediciones de parámetros asociados a los sedimentos o al
suelo como es el caso de los isótopos radioactivos (Bernard y Laverdière,
2000; Zapata y García-Agudo, 2000, Porto et al., 2003; Schoorl et al.,
2004; Haciyakupoglu et al., 2005).

145
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Evaluaciones indirectas
Este tipo de evaluación se basa en la aplicación de modelos
matemáticos. El origen de las ecuaciones utilizadas determinan el concepto
del modelo (Gabriels, 2005). Los modelos dan información correcta
acerca del objeto que representan, si se construyen estableciendo una
relación al menos parcialmente reversible con el objeto real (Felicísimo,
1998), por tanto, pueden definirse como una representación simplificada
de la realidad, en la que aparecen algunas de sus propiedades (Joly, 1988).

Los modelos de erosión


La utilización de gran número de variables importantes,
relacionadas con los procesos de degradación y sus interacciones, para
determinar probabilidades y riesgos de erosión de suelos, y su influencia
en la producción de cultivos y daños ambientales, puede facilitarse
con su integración en modelos (Pla, 1994). Aunque los modelos no
den una simulación exacta de las situaciones reales, permiten obtener
resultados aproximados, de acuerdo a las simplificaciones asumidas.
Cuando se integran con Sistemas de Información Geográfica (SIGs), la
modelación y el monitoreo de los procesos pueden proveer la base para
la planificación del uso y manejo sostenible de las tierras.
En este contexto, merece especial importancia los efectos del
cambio climático en una serie de desequilibrios en los ecosistemas,
siendo la degradación de suelos uno de los problemas biofísicos y
socioeconómicos más notables, que se generan. Una muestra de ello
lo constituye el Global Change and Terrestrial Ecosystem Core Project
(GCTE) del International Geosphere-Biosphere Program (IGBP) que
estableció una red internacional de investigación, la GCTE Soil Erosion
Network, para mejorar la capacidad predictiva acerca de la erosión de
los suelos bajo los cambios climáticos (Ingram et al., 1996).
Clasificación de los modelos de erosión
Durante las últimas décadas han sido propuestos diferentes
modelos y relaciones para describir y predecir la erosión hídrica y la
producción de sedimentos; ellos varían considerablemente en sus
objetivos, escala espacial y temporal implicada, así como en sus
bases conceptuales (De Vente y Poesen, 2005; Aksoy y Levent, 2005).
Atendiendo a la forma Almorox et al. (1994), y Morgan (1997), clasifican
los modelos de erosión en tres categorías: modelos físicos, construidos
en laboratorio a escala reducida, con los que se intenta reproducir la

146
Experiências Argentinas e Brasileiras

situación dinámica del mundo real; modelos analógicos, que simulan


el proceso erosivo mediante sistemas mecánicos o eléctricos análogos a
los investigados; y modelos digitales. Entre estos últimos se encuentran
una amplia variedad, pero la forma más común de categorizarlos es
de acuerdo al enfoque que hacen del proceso erosivo (De Roo et al.,
1989; Jones et al., 1992; Almorox et al., 1994; Favis-Mortlock et al.,
1996; Mitasova, y Mitas, 1998; Jetten et al., 2003). Según este criterio se
consideran dos tipos de modelos: empíricos y basados en procesos.
Los modelos empíricos, están basados en análisis estadístico del
comportamiento de factores importantes en el proceso de erosión de
los suelos, a partir de lo cual se obtienen las relaciones empíricas que
lo caracterizan; sólo producen salidas probables y aproximadas. En
los modelos basados en procesos, la física del proceso erosivo real está
altamente simplificada y conceptualizada (Bogaart, 2003) por lo cual se
utilizan relaciones físico – matemáticas para describirla, permitiendo
arribar a resultados más exactos (Hammond y Mc Cullagh, 1980).
En ellos se conserva la relación matemática entre los parámetros del
sistema y los parámetros físicos del proceso (Gabriels, 2005). Algunos
investigadores como De la Rosa et al. (2000), Licznar y Nearing (2003),
han propuesto el empleo de las redes neuronales para complementar
este tipo de modelos.
La distribución espacial de los datos permite clasificar los
modelos en masivos (lumped) o distribuidos (De Roo et al., 1989;
Mitasova y Mitas, 1998; Garen et al., 1999; Aguilo et al., 2004). Los
modelos masivos ofrecen una respuesta promedio del área (Beasley,
1986) por lo que debido a la variabilidad espacial de los factores que
intervienen en el proceso de erosión, apenas hacen una descripción de
la situación física, sin embargo, poseen simplicidad computacional.
Por el contrario, los modelos de parámetros distribuidos aumentan la
precisión de la simulación, utilizando información concerniente a todos
los procesos espacialmente variables en el interior del área estudiada, lo
cual representa una ventaja de la que se deriva la desventaja de la gran
demanda de datos y de procesamiento (Beven, 1985; Purdue University,
2005b; Vigiak et al., 2006).
El área en la cual se puede aplicar el modelo permite categorizarlos
en modelos a escala de parcela, o a escala de cuenca (Jones et al., 1992;
Favis-Mortlock, 1996; Jetten et al., 1999). El tiempo de duración del
evento de lluvia, que se va a considerar en la modelación nos conduce a

147
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

modelos basados en eventos o de simulación continua (Jones et al., 1992;


Jetten et al., 1999).
En la práctica, un modelo puede ser clasificado atendiendo a varios
de los anteriores enfoques; no obstante algunos criterios de clasificación
tienen más aplicación que otros y la tendencia desde las últimas décadas
del pasado siglo ha sido la creación y empleo de modelos con bases físicas.
De Jong (1994b) considera que a pesar de la conveniencia de este último
tipo de modelos, en ocasiones un modelo empírico simple es mucho
más exitoso en la predicción de la erosión, que un modelo de base física,
el cual requiere un volumen grande y detallado de datos de entrada,
sólo posible obtener por trabajos de campo y de laboratorio. El criterio
de este especialista tiene una enorme validez para las condiciones que
se disponen actualmente en Cuba para evaluar la erosión de los suelos.
Diversidad de modelos de erosión
Wischmeier y Smith (1960) propusieron la Ecuación Universal de
Pérdida de Suelo (USLE), que ha sido el modelo de erosión empírico,
más ampliamente aceptado y utilizado para evaluar las pérdidas de
suelo, a lo largo de más de 30 años. A pesar de su uso difundido, la
ecuación sufre del defecto conceptual de que los factores del suelo (K)
y de la precipitación pluvial (R), no pueden simplemente multiplicarse
juntos debido al efecto sustractivo de la capacidad de infiltración del
suelo para generar escurrimiento erosivo, a partir de una precipitación
pluvial determinada (Kirby y Morgan, 1984; Sonneveld y Nearing 2003).
El modelo USLE, originalmente muy sencillo ha sido objeto de
varias revisiones dando lugar a modelos derivados. Williams (1975)
desarrolló la Ecuación Universal Modificada de Pérdida de Suelo
(MUSLE) y Renard et al. (1991), propusieron la Ecuación Universal
Revisada de Pérdida de Suelo (RUSLE). Varios modelos hidrológicos,
desarrollados posteriormente (Tabla 6) han incorporado las citadas
ecuaciones como método para evaluar la erosión.
Por otro lado, el criterio de que los modelos diseñados sobre
bases físicas estiman mejor la erosión hizo que muchos investigadores
e instituciones dedicaran grandes esfuerzos a desarrollarlos (Tabla
7). Estos modelos utılızan ecuacıones matemátıcas para modelar el
movımıento del agua y las partículas de suelo sobre la superfıcıe,
así como la ınfıltracıón hacıa el subsuelo. En la mayorıa de los casos
aprovechan las posıbılıdades de los SIGs como herramıenta de análısıs
espacıal para desarrollar la modelacıón de la dinámica erosıva.

148
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 6. Modelos que utilizan ecuaciones empíricas para evaluar la erosión.

Método para
Acrónimo
Nombre Referencias evaluar la
del Modelo
erosión
Channel Hillslope Integrated Landscape
CHILD Tucker et al.(1997) USLE
Development
Chemicals, Runoff and Erosion from
CREAMS Knisel (1980) USLE
Agricultural Management Systems
LDM Land Degradation Model Hootsmans et al. (2001) USLE
SWAT Soil and Water Assessment Tool Arnold et al. (1993) USLE
Williams et al. (1983,
EPIC Erosion Productivity Impact Calculador RUSLE, MUSLE
1984)
Agricultural Non Point Source Pollution Young et al. (1987,
AGNPS RUSLE
Model 1989)
SWIM Soil and Water Integrated Model Krysanova et al.(1996) MUSLE
Simulator for Water Resources in Rural
SWRRBWQ Arnold et al. (1990) MUSLE
Basins-Water Quality
MATSALU Krysanova et al. (1989) MUSLE

Acrónimo
Nombre Referencias
del Modelo
Areal Nonpoint Source Watershed Environ-
ANSWERS Beasley et al. (1980)
mental Response Simulation
Better Assessment Science Integrating Point U. S. Environmental. Protection
BASINS
and Nonpoint Sources Agency (2001)
EROSION 2D EROSION 2D Schmidt (1991, 1992)
EROSION 3D EROSION 3D Werner (1995)
Morgan et al.(1993), Morgan et al.
EUROSEM European Soil Eroson Model
(1998a, 1998b)
Groundwater Loading Effects of Agricultural
GLEAMS Leonard et al. (1987)
Management Systems
GUEST Griffith University Erosion System Template Rose et al. (1998)
Woolhiser et al. (1990), Smith et al.,
KINEROS2 Kinematic Runof and Erosion Model
(1995)
LISEM Limburg Soil Erosion Model De Roo et al. (1996a, 1996b)
MEDALUS Family of models: MEDALUS, MEDRUSH y CSEP Kirkby (1998), Kirkby et al. (1998)
MMF Morgan Morgan Finney Model Morgan et al. (1984) Morgan (2001)
SEMMED Soil Erosion Model for Mediterranean Areas De Jong et al. (1999)
SIMWE SIMulation of Water Erosion Mitasova et al. (1996)
SHE Système Hidrologique European Abbott et al. (1986a, 1986b)
TOPMODEL TOPMODEL Beven y Kirkby (1979)
WEPP Water Erosion Prediction Project Flanagan y Nearing (1995)
SIDASS Horn (2005), Simota et al. (2005)

149
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Algunos de estos modelos simulan el proceso de erosión


vinculado con la modelación hidrológica debido a la relación existente
entre ambos procesos (Garen et al., 1999; Rafaelli y Pérez, 1999; Pla
2000). Ese es el caso de los modelos: AGNPS, ANSWERS, EROSION
2/3D, EUROSEM, GLEAMS, GUEST, KINEROS, LISEM, MEDRUSH,
SEMMED, SIMWE, SWAT, SWRRB, TOPMODEL, WEPP.

Herramientas de análisis espacial empleadas en el estudio


de la erosión de los suelos: los Sistemas de Información
Geográfica y la Teledetección
El desarrollo de los SIGs ha provocado una revolución en
numerosos ámbitos del conocimiento en los que la modelación de
procesos y el análisis espacial de datos tienen una importancia destacada
(Marquínez, 1998; Conesa, 2004). Entre ellos se encuentran, sin duda, la
investigación de los procesos derivados de la geodinámca externa de la
Tierra, de enorme significado en el funcionamiento de los ecosistemas y
de crucial importancia para la planificación territorial y la gestión de los
recursos naturales (Marquínez, 1998). Algunos de esos procesos, como
la erosión, generan riesgos que deben ser evaluados para poder prevenir
o mitigar sus consecuencias.
Teniendo en cuenta la variedad de factores que intervienen en
el proceso de erosión, la modelación y análisis del mismo, necesita
un enfoque multidisciplinario que requiere de datos variados, con
tratamiento georreferenciado (Hofierka y Suri, 1996; Adinarayana et al.,
1999; Lima et al., 2002). Dikau (1993), Carrara y Guzzetti (1995), Shi et
al. (2004), Jae Lim et al., (2005), destacan la importancia de los SIGs para
este tipo de investigaciones.
Los mapas explicativos del comportamiento espacial de los
factores que influyen en la erosión pueden ser generados en formato
digital, e incorporados en el ambiente de un SIG, donde gracias a
sus posibilidades operacionales, se obtiene la cartografía del riesgo
de erosión. El tratamiento del factor relieve, por ejemplo, se facilita
extraordinariamente, ya que en la literatura están disponibles algoritmos
matemáticos para el análisis digital del terreno, que en muchos casos,
han sido incorporados a un SIG (Quinn et al., 1991; Costa-Cabral y
Burgues, 1994; Garbrecht y Martz, 1996; Tarboton, 1997) los cuales, una
vez generado el Modelo Digital de Elevaciones (MDE) permiten obtener
otros modelos digitales derivados, como son los modelos de pendiente,

150
Experiências Argentinas e Brasileiras

dirección de la pendiente, curvatura del perfil, flujo de agua superficial,


acumulación del flujo superficial etc., que intervienen en la evaluación
cualitativa y cuantitativa del proceso de erosión (Garbrecht y Martz,
1999; Jetten et al., 1999; Rafaelli et al., 2001).
La incorporación de los modelos de predicción de erosión y
calidad de las aguas, a un SIG, particularmente a aquellos de parámetros
distribuidos, ayudan en la evaluación del proceso, y a la toma de decisiones
mediante la utilización de las técnicas de visualización y análisis en los
resultados del modelo (Griggs et al., 1992; Mitas et al., 1997; De la Rosa
et al., 2002). Por ello modelos como la USLE, la RUSLE, y el WEPP, que
originalmente fueron diseñados para estudiar la erosión en laderas han
sido implementados para su aplicación en cuencas, utilizando un SIG
(Mongkolsawat et al., 1994; Samad y Abdul, 1997; Ogawa et al., 1997;
Crema, 1998; Wijesekera y Samarakoon, 2001; Renschler y Minkowski,
2005).
Por otra parte, la aplicación combinada de los SIGs con la
Teledetección eleva la precisión de la cartografía para identificar la
presencia de erosión hídrica. La obtención de parámetros de carácter
espacial, tales como uso de suelos, rasgos topográficos y la delimitación
de unidades de paisaje homogéneas se facilita con la interpretación de
fotos aéreas e imágenes de satélite (Saha, 1996; Baban y Wan Yusof,
2001; Kokh-Shrestha, 2002; Iampornrat et al., 2002; García Martín
et al., 2004; González Rojas y Palazón 2004; Rodríguez et al., 2004;
King et al., 2005; Vrieling, 2006). Algunos parámetros relativos a la
vegetación, también pueden obtenerse del procesamiento de imágenes
multiespectrales LANDSAT TM (De Jong, 1994a; Campo et al., 2004).
Las fotos aéreas e imágenes de satélite de diferente fecha apoyan el
estudio multitemporal de los procesos erosivos.
En general, el uso de técnicas modernas indirectas como sensores
remotos, procesamiento computarizado de datos, SIGs y modelos de
simulación puede ser muy útil para incrementar y extender el uso de
la información obtenida en las evaluaciones de campo, siempre que se
tenga en consideración la génesis de los procesos.

151
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
AGUILO, M.,M.P. et al. Guía para la elaboración de estudios del medio físico.
Contenido y metodología. Serie Monografías. Centro de Publicaciones,
Secretaría General Técnica, Ministerio de Medio Ambiente, 2004. 809p.
ALLEYNE, E.P.; PERCY, M.J. Runoff and soil loss on two small watershed
in northern Range. Trop. Agr. Trinidad, v.43, p.323-326, 1996.
AMUNDSON. Salven el Suelo Virgen. Berkeley: University of California,
2003. Disponible en Internet: URL < http:www.berkeley.edu/news/
media/releases/2003/09/18_dirt.shtml>.
APPLEGATE, P. Detection of sinkholes developed on shaly Ordovician
limestones, Hamilton County, Ohio, using digital topographic data:
Dependence of topographic expression of sinkholes on scale, contour
interval, and slope. Journal of Cave and Karst Studies, v.65, n.2, p.126-
129, 2003.
ANGEL, J.C.; NELSON, D.O.; PANNO, S.V. Comparison of a new GIS-
based technique and a manual method for determining sinkhole
density: An example from Illinois’ sinkhole plain. Journal of Cave and
Karst Studies, v.66, n.1, p.9-17, 2004.
ARABI, H. Influence de quatre systèmes de production sur le ruissellement
et l’érosion en milieu méditerranéen (Medea, Algérie). 1991. Tese
(Docteur en Sciences Géographique) - Univ. Grenoble, France, 1991.
ARNOLDUS, H.M. An aproximation of the rainfall factor in the Universal
Soil Loss Equation. In: DE BOODST, M.; GABRIELS, D. (Eds.). En
Assessments of erosion. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1978,
p.127-132.
ASCANIO, O.; RIVEROL, M.; PÉREZ, J.M. Antecedentes históricos de la
erosión como fenómeno de empobrecimiento de los suelos cubanos. Cuba:
Academia de Ciencias de Cuba. Reporte de Investigación, 1983. 13p.
ASTIER-CALDERÓN, M.; MAASS-MORENO, M.; ETCHEVERS-
BARRA, J. Derivación de indicadores de calidad de suelos en el contexto
de la agricultura sustentable. Agrociencia, v.36, n.5, p.605-620, 2002.
BENNETT, H.H. Some comparisons of the properties of humid-tropical
and humid-temperate american soils. Soil Science, v.21, p.349-375,
1926.
BOIFFIN J.; MONNIER, G. Infiltration rate as affected by soil surface
crusting caused by rainfall. In: CALLEBAUT, F.; GABRIELS, D.; DE
BOODT, M. (Eds.). En Assessment of soil surface sealing and crusting.
[s.l.:s.n.], 1986. p.210-217.

152
Experiências Argentinas e Brasileiras

BLOOM, A.L. La superficie de la Tierra. Barcelona: Ediciones Omega,


1974. 260p.
BRÍGIDO, O. et al. Cuantificación de procesos erosivos en suelos agrícolas
empleando las precipitaciones radiactivas globales del cesio-137. In:
Congreso de la Sociedad Cubana de la Ciencia del Suelo, 7., La Habana,
Memorias… Cuba: Sociedad Cubana de la Ciencia del Suelo, 2006. CD-
ROM.
CABRERA, J. Introducción al catastro ingeniero geológico y geoambiental
de la provincia de Pinar del Río aplicando tecnología SIG. 2002. 250f.
Tesis (Doctor en Ciencias Técnicas) - Facultad de Geología y Mecánica,
Universidad de Pinar del Río Hermanos Saíz, 2002.
CAIRO, C.P.; FUNDORA, H.O. Edafología. La habana, Cuba: Editorial
Pueblo y Educación, 1994. 250 p.
CASERMEIRO, M.A. et al. Influence of scrubs on runoff and sediment loss
in soils of Mediterranean climate. Catena, v.57, p.91-107, 2004.
CERDÀ, A. Erosión hídrica del suelo en el territorio valenciano. El estado
de la cuestión a través de la revisión bibliográfica. Logroño: Geoforma
Ediciones, 2001. 79 p.
COLLOTI, E. Determinación de la energía cinética de la lluvia con datos
horarios. Terra, 1998. Disponível em:<http://www.revele.com.ver/
programas/índice/ria.php?id=11283&rev=terra>.
COLOTTI, E. La erosividad cualidad de la lluvia poco conocida. Terra,
1999. Disponível em:< http://www.revele.com.ve/programas/indice/ria.
php?id=11375&rev=terra>.
CORINE. Soil erosion risk and important land resources - in the southern
regions of the European Community. 1992. Disponível em:<http:www://
reports.eea.eu.int/COR0-soil/en/soil_erosion.pdf>.
COUTINHO, M.A.; TOMÁS, P. Characterisation of raindrop size
distribution at the Vale Formoso Experimental·Erosion Centre. Catena,
v.25, p.187-197, 1995.
CONTANTINESCO, I. Conservación de suelos para los países en
desarrollo. Roma: Boletín de suelos FAO, v.30, 1976. 88p.
DE CASTRO, F.S. Conservación de suelos. Cuba: Edit. Rev. La Habana,
1965. 298p.
DGSF. Instructivo técnico para la confección del mapa de grados de erosión
1:25 000 de las provincias. Dirección General de Suelos y Fertilizantes,
Ministerio de la Agricultura, 1981. 30p.
DE la ROSA, D. et al. CDBm Base de Datos Climáticos Mensuales, Consejo
Superior de Investigaciones Científicas. Instituto de Recursos Naturales

153
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

y Agrobiología, Sevilla, 1996. Disponível em: <http://leu.irnase.csic.es/


microlei/manual1/cdbm/cdbm0.htm>
DERRUAU, M. Geomorfología. Barcelona: Editorial Ariel, 1991. 499p.
DEL VAL, J. Factores que controlan los procesos de erosión sedimentación.
En Riesgos Geológicos. Serie Geológica Ambiental, Instituto Geológico
y Minero de España, 1987. p.20-33.
DÍAZ, J.L. et al. Resultados vinculados con la erosión hídrica en los estudios
geólogos ambientales de los territorios y las cuencas hidrográficas. In:
Congreso de Geología y Minería, 4., La Habana, Memorias… 2001. CD-
ROM.
DÍAZ, J.L. et al. Análisis de la susceptibilidad a la erosión para el
reordenamiento ambiental de la cuenca hidrográfica del Río Bacuranao.
In: Convención Cubana de Ciencias de la Tierra, 1., La Habana,
Memorias… 2005. CD-ROM.
DÍAZ, J.; FEBLES, J.M.; VEGA, M. Integración de Métodos para Evaluar la
Erosión de los Suelos Ferralíticos Rojos Lixiviados en la Región de San
Andrés, provincia de Pinar del Río. Convención Trópico. Palacio de la
Convenciones de La Habana. Cuba, 2007.
DULEY, F.L.; COYLE, J.J. La agricultura donde la lluvia es de 8 a 20 pulgadas
al año. USDA. Anuario de agua, 1955. p.407-415.
DE PEDRAZA, J. Geomorfología, principios, métodos y aplicaciones. [s.l.]:
Editorial Rueda, 1996. 413p.
DENIZMAN, C. Morphometric and spatial distribution parameters of
karstic depressions, Lower Suwannee River Basin, Florida. Journal of
Cave and Karst Studies, v.65, n.1, p.29-35, 2003.
DVOØÁKOVÁ, A.; TOMAN, F. Analysis of rain causing erosion in the
central Colombian Andes. Acta Univ. Agric. et Silvic. Mendel. Brun.,
v.4, p.23-30, 2003.
DEL VAL, J. Factores que controlan los procesos de erosión sedimentación.
En Riesgos Geológicos. Serie Geológica Ambiental, Instituto Geológico
y Minero de España, 1987. p.20-33.
GARDUÑO, M.A. Manual de conservación de suelos y del agua. Colegio
de Pos graduados de Chapingo, México, 1977. 76p.
ELLISON, W.D. Studies of raindrop erosion. Agric.Eng., v.25, p.131-136,
1944.
ELLISON, W.D. Soil erosion. [s.l.]: Soil Sci. Soc. Am. Proc., 1947. p.479-
480.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. Soil conservation
for developing countries. Rome, v.30, 1976.

154
Experiências Argentinas e Brasileiras

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. Anuario FAO de


fertilizantes. Roma, 1986.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. Plant production
and protection paper, 1988. p. 87.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. Declaration de
Rome sur la sécurité alimentaire mondiale et plan d’action du sommet
mondial de l’alimentation. Rome, Italie, 1996.
FEBLES, J.M.; MARTÍN, N.; HERNÁNDEZ, S. Influencia de los factores
naturales y socioeconómicos de la erosión de los suelos en el Centro
de Inseminación Artificial Rosafé Signet. Cuba: Informe Dpto Suelos
Instituto Superior de Ciencias Agropecuarias La Habana, 1984.
FEBLES, J.M. et al. Limitaciones objetivas del “perfil patrón” como índice
diagnóstico para evaluar la intensidad de la erosión en Cuba. In: Jornada
Científica del Inst. de Suelos Acad. Ciencias de Cuba, 3., La Habana,
Memorias… 1985. p.227-232.
FEBLES, J.M.; FEBLES, J.A. Las causas, factores y procesos que intervienen
en la erosión acelerada de los suelos. 1988. 63p. Monografía - Instituto
Superior de Ciencias Agropecuarias de La Habana, Fructuoso Rodríguez
Pérez,1988.
FEBLES, J.M.; MARTÍN, N.; HERNÁNDEZ, S. La erosión y el manejo de
los suelos en el carso llano de Cuba: estudio de diferentes casos. Paris:
Edit. ORSTOM, 1986. p.717-728.
FEBLES, J.M.; DURÁN, J.L. Manual de Erosión y Conservación de Suelos.
1.ed. Editorial Félix Varela, 1988. 220p.
FEBLES, J.M. Estimación de las pérdidas de suelos por erosión y algunas
medidas de conservación. [s.l.]: ECV. Nueva Paz¨. Impr., 1999. p.1-21.
FEBLES, J.M. et al. Transformando el Campo Cubano. Avances de la
Agricultura Sostenible. Cuba: Asociación Cubana de Técnicos Agrícolas
y Forestales, 2001. p.165-190.
FEBLES, J.M. et al. Creación de una red de indicadores de sostenibilidad en
áreas rurales de La Habana. Primer año de resultados. Cuba: Universidad
Agraria de La Habana, 2005.
FEBLES, J.M.; DURÁN, J.L. Manual de Erosión y Conservación de Suelos.
3.ed. Editorial Félix Varela, 2006. 220p.
FEBLES; J.M.; VEGA. M. Instructivo de Descripción del Estado de
Erodibilidad de los Suelos en Cuba. In: Congreso Nacional de la Ciencia
del Suelo. Congreso Sociedad Cubana de la Ciencia del Suelo, 6., 2006,
La Habana, Cuba. Memorias… La Habana: Sociedad Cubana de la
Ciencia del Suelo, 2006. CD-ROM.

155
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

FEBLES, J.M.; VEGA, M.; FEBLES, G. Sistema integrador de métodos


cualitativos y cuantitativos para evaluar la erosión de los suelos en las
regiones cársicas de uso ganadero de Cuba. Revista de Ciencias Agrícolas
del ICA, v.42, n.4, 2008.
FEBLES, J.M. et al. Criterios de selección para determinar valores
umbrales de sostenibilidad de los suelos en áreas pilotos de La Habana,
Cuba. In: Seminario Internacional de Cooperación y Desarrollo en
Espacios Rurales Iberoamericanos, 1., Espanha, Memorias… Espanha:
Sostenibilidad e Indicadores, 2007. p.325-336.
FERRERAS, L.A. et al. Effect of no-tillage on some soil physical properties of
a structural degraded Petrocalcic Paleudoll of the southern ¨Pampas¨of
Argentina. Soil Till. Res., v.54, p.31-39, 2000.
FLORENTINO, A. Manejo de cultivos y de suelos tropicales. Revista
Latinoamericana de Desarrollo Rural, v.6, p.98-114, 2000.
FOURNIER, F. Climat et érosion. Paris  : Ed. Presses Universitaires de
France, 1960. 136p.
FOURNIER, F. Conservación de suelos. Madri: Ediciones Mundi Prensa,
1975. 155p.
FRANCIS, C.A.; HILDERBRAND, P.E. Farming Systems Research.
Extensión and the concepts of sustainability. In: Annual International
Farming systems symposium, 9., Fayetteville, Proceedings… Fayetteville:
University of Arkansas, 1989.
GABRIELS, D. et al. Assessment of rain erosivity and precipitation
concentration in Europe. In: Symposium 25 Years of Assessment of
Erosion, Ghent, Belgium, Proceedings… 2003. p.87-92.
GARBRECHT, J.; MARTZ, L.W. DEM issues in water resource modelling.
In: ESRI International User Conference, 19., 1999, California.
Proceedings… California: San Diego, 1999. p.119-225.
GAREA, E. Métodos para el manejo de la información de suelos en las
regiones montañosas de Cuba mediante técnicas digitales. 2003. Tesis
(Doctor en Ciencias Técnicas) - Instituto Técnico Militar José Martí, La
Habana, 2003.
GIL, R. et al. Aplicación de las determinaciones de 137Cs para evaluar niveles
de erosión en suelos agrícolas en Cuba. Centro de Protección e Higiene
de las Radiaciones, La Habana, Ministerio de Ciencia y Tecnología,
2003.
GOUNOU, E.; FEBLES, J.M. Aplicación del enfoque morfoedafológico al
estudio de la variabilidad de algunos suelos en un geosistema cársico
(La Habana, Cuba). 1997. Tese (Doutorado em Ciencias Agrícolas) -

156
Experiências Argentinas e Brasileiras

Facultad de Agronomia, Instituto Superior de Ciencias Agropecuarias


de La Habana Fructuoso Rodríguez Pérez, 1997.
GUERASIMOV, I.P. Ensayo sobre el enfoque genético en la clasificación
de los suelos tropicales. Cortezas de intemperismo y productos de su
redeposición. Instituto de Suelos, 1975. 25p.
GONZÁLEZ, L. Eventos meteorológicos extremos. En Hidrología
Superficial para Ingenieros Parte I, CUJAE, La Habana, 2000.
GOVERS, G.; LOBB, D.A.; QUINE, T.A. Tillage erosion and translocation:
emergence of a new paradigm in soil erosion research. Soil and Tillage
Research., v.51, p.167-174, 1999.
GUMBS, F.A.; LINDSAY, J.L. Runoff and soil loss in Trinidad under
different crop and soil management. Soil Sci. Soc. Am. Jour., v.46, n.6,
p.1264-1266, 1982.
HERNÁNDEZ, A. et al. La erosión en los suelos Pardos con Carbonatos
(Pardos con Carbonatos) de Cuba. Ciencias de la Agricultura, v.5, p.39-
50, 1980.
HERNÁNDEZ, A.; BOSH, D.; MORALES, M. Características de los suelos
tropicales y procesos de degradación en ellos inducidos por el hombre.
In: Curso Internacional de Agricultura Tropical, INIFAT, 2., 1998,
Valencia, España. Memorias… Valencia: CERAI, 1998. p.11-19.
HERNÁNDEZ, A. et al. Cambios globales en los suelos Ferralíticos Rojos
Lixiviados (Nitisoles ródicos éutricos) de la provincia Habana. Revista
Cultivos Tropicales, v.2, p.41-50, 2006.
HERNÁNDEZ, A. et al. Los suelos Ferralíticos de provincia Habana: sus
propiedades bajo diferentes usos y formas de manejo de su fertilidad.
In: Taller Nacional de Fertilidad de Fertilidad de Suelos Ganaderos, 2.,
Instituto de Ciencia Animal, 2008.
HORTON, R.E. Erosional development of streams and their drainage
basins: a hydrophysical approach to quantitative morphology. Bull.
Geol. Soc. Am., v.56, p.275-370, 1945.
HUDSON, N.W. The influence of rainfall on the mechanics of soil
eroison with particular reference to South Rhodesia. 1965. Mestrado
(Dissertação) - University of Cape Town, 1965.
HYLSKY, J. Informe sobre el proyecto general de conservación del suelo en
Pinares de Mayarí. La Habana: ACC, 1967.
INSTITUTO DE SUELOS. Nueva Versión de Clasificación Genética de los
Suelos de Cuba. Ciudad de La Habana: GROINFO, MINAGRI., 1999.
64p.

157
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

INSTITUTO DE SUELOS. Programa Nacional de mejoramiento y


conservación de suelos. Ministerio de la Agricultura, Agrinfor, 2001.
38p.
JORDÁN, A. El medio físico del Campo de Gibraltar: unidades
geomorfoedáficas y riesgos de erosión. 2000. Tese (Doutorado) -
Universidad de Sevilla, 2000.
KAURICHEV, I.S. Prácticas de edafología. Moscú: Editorial MIR, 1984.
273p.
KINNEL, P.I.A. The problem of assessing the erosive power of rainfall from
meteorological observations. Soil. Sci. Soc. Am. Proc., v.37, p.617-21,
1973.
KIRKBY, M.J.; MORGAN, R.P. Erosión de suelos. México: Editorial
Limusa, 1984. 375p.
KIRKBY, M. J. et al. Medalus soil erosion models for global change.
Geomorphology, v.24, p.35-49, 1998.
KONHKE, H.; BERTRAND, A. Soil conservation. New York: Mc Graw Hill
Book Company Inc., 1959. 210p.
KUTILEK M.; NIELSEN, D. Soil Hidrology. Catena:GeoEcology textbook,
1994. 370p.
LAL, R. Soil erosion in the tropics. Principles and management. New York:
McGraw – Hill Inc., 1990. 580p.
LAL, R. Soil conservation and restoration to sequester carbon and mitigate
the greenhouse effect. Valencia (España): ESSC Third Int. Cong., Key
Notes, 2000. p.5-20.
LARESHIN, V.; GOLOVCHENKO, I. Significado de las medidas de
conservación de los suelos. DGSF. Isla de Pinos: INRA, 1974.
LIMDSTROM, M. J.; VOORHEES, S. Effects of interrow runoff and
infiltration. Soil Sci. Soc. Am. Jour., v.44, n.1, p.64-88, 1980.
LINDSAY, J.I.; GUMBS, F.A. Erodability indices compared to measured
values of selected Trinidad soils. Soil Sci. Soc. Am. Jour., v.46, n.2, p.393-
396, 1982.
LUFRIÚ, L. et al. Informe de los trabajos geofísicos y radiestésicos en un área
al noreste de San José de las Lajas. Instituto de Geología y Paleontología.
Contribución a la Geología de las provincias de La Habana y Ciudad de La
Habana. La Habana: Editorial Científico – Técnica, 2002. p.77-86.
LOBO D. Indicadores de la susceptibilidad a la degradación física de los
suelos con fines de evaluación de tierras. 2000. Tese (Doutorado) -
Postgrado en Ciencia del Suelo, Facultad de Agronomía, Universidad
Central de Venezuela, 2000.

158
Experiências Argentinas e Brasileiras

LOZANO, Z.; LOBO, D.; PLA, I. Susceptibilidad a la degradación física de


Alfisoles de los llanos centrales y occidentales de Venezuela. Revista de
la Facultad de Agronomía Maracay, v.28, p.41-57, 2002.
MARTÍNEZ RAYA, A. et al. Evaluation of soil protection with different types
of plant cover. In: GARCÍA- TORRES, J.L. et al. (Eds.). Conservation
agricultura. A worldwide challenge. I World Congreso on Conservation
Agriculture, 2001. p.431-434.
MARTÍNEZ-CASANOVAS, J.A.; RAMOS, M.C.; RIBAS-DASI, M. Soil
erosion caused by extreme rainfall events: mapping and quantification in
agriculture plots from very detailed digital elevation models. Geoderma,
v.105, p.125-140, 2002.
MIDDLENTON, H.E. Investigations on erosion control and reclamation of
erode land. Blackland Conservation Experiment Station, Texas, USDA:
Tech. Bull., 1947. 59p.
MINAGRI. Metodología provisional para evaluar la degradación de los
suelos. Empresa Nacional de Proyectos Agropecuarios, Ministerio de la
Agricultura, 1982. 26p.
MORGAN, R.P.C.; MORGAN, D.D.V.; FINNEY, H.J. A predictive model
for the assessment for soil erosion risk. J. Agric. Eng. Res., v.30, p.245-
253, 1984.
MORGAN, R. P.C. A simple approach to soil loss prediction. a revised
Morgan–Morgan–Finney model. Catena, v.44, p.305-322, 2001.
MOORE, I. D.; BURCH, G.J.; MACKENZIE, D.H. Topographic effects
on the distribution of surface soil water and the location of ephemeral
gullies. Trans.Am. Soc. Agric. Engineers, v.31, n.4, p.1098-1107, 1988.
MOORE, I. D.; GRAYSON, R.B.; LADSON, A.R. Digital terrain modelling.
A review of hydrological, geomorphological and biological applications.
Hydrol. Processes, v.5, p.3-30, 1991.
MOORE, I.D. et al. Soil attribute prediction using terrain analysis. Soil
Science Society of America Journal, v.57, n.2, p.443-452, 1993.
MOTTER, G.M.; BURHNAM, C.P. Plot studies companing water erosion
on chalky and non - calcareus soils. In: BOARDMAN, J. et al. (Eds.).
Soil erosion on agricultural land, London: Willey, 1990. p. 15-23.
MONTGOMERY, D.R.; DIETRICH, W.E. Landscape dissection and
drainage area-slope thresholds. In: KIRKBY, M.J. (Ed.). Process Models
and Theoretical Geomorphology, London: Wiley, 1994. p. 221-246.
MORGAN, R.P.C. Erosión y conservación del suelo. Madrid: Ed. Mundi-
Prensa, 1997. 343p.

159
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

ODURO-AFRIYIE, K. Rainfall erosivity map for Ghana. Geoderma, v.174,


p.161-166, 1996.
OLIVER, J. E. Monthly precipitation distribution: a comparative index.
Professional Geographer, v.32, n.3, p.300-309, 1980.
ONAGA, K.; SHIRAI, K.; YOSHINAGA, A. Rainfall erosion and how to
control its effects on farmland in Okinawa. In: RIMWANICH, S. (Ed.).
Land Conservation for future Generations. Bangkok: Department of
Land Conservation, 1998. p.627-639.
PACHECO, O. et al. La producción de alimentos en un agroecosistema
potencialmente erosionable de la provincia de Camagüey. Informe final
del proyecto 00200023. PNCT. Instituto de Suelos, 1999.
PEJON, O.J.; ZUQUETTE, L.V. Evaluación del riesgo potencial de
erosión de Piracicaba (Brasil). In: Congreso Nacional y Conferencia
Internacional de Geología Ambiental y Ordenación del Territorio, 6.,
1990, Brasil. Anais… Piracicaba, v.2, 1990. p.187-195.
PÉREZ, J.M. et al. Utilización de las toposecuencias para el diagnóstico
de los suelos erosionados. Reporte de Investigación. Instituto de Suelos,
Academia de Ciencias de Cuba, n.11, 1984. 16p.
PONCE de LEÓN, D. Las reservas de carbono orgánico de los suelos minerales
de Cuba. Aporte metodológico al cálculo y generalización espacial. 2004.
Tese (Doutorado em Ciências Agrícolas) - Facultad de Agronomía,
Universidad Agraria de La Habana Fructuoso Rodríguez Pérez, 2004.
PONCE de LEÓN. Relatoría del Taller Nacional Sobre la Situación Actual
y Futura de los Suelos y la Ciencia del Suelo en Cuba. Sociedad Cubana
de la Ciencia del Suelo, En Relatoría, 2007.
PORTA, J.; LÓPEZ-ACEVEDO, M.; REGUERO, C. Edafología para la
agricultura y el medio ambiente. Madrid: Ediciones Mundi Prensa,
1999. 849p.
PLA, I. Methodological problems to evaluate soil physical degradation. In:
Int. Congress of Soil Sci. Soc., 14., 1990, Japón. Proceedings… Kyoto,
1990. P.95-100.
PLA, I. Erosión en suelos de ladera del trópico andino y centroamericano.
In: Manejo Integrado de Recursos Naturales en Ecosistemas Tropicales
para una Agricultura Sostenible, 1993, Colômbia. Memorias… Santafé
de Bogotá: ICA, 1993. p.21-36.
PLA, I. Issues critical to furthering the cause of soil and water conservation.
In: BHUSHAN, L.S.; RAO, M.S. (Eds.). Soil and Water Conservation:
Challenges and Opportunities. ISCO Conference, 8., 1996, New Delhi,
India: Oxford and IBH Publ. New Delhi, 1996. p.39-41.

160
Experiências Argentinas e Brasileiras

PLA, I. A soil water balance model for monitoring soil erosion processes
and effects on steep lands in the tropics. In: PLA, I. (Ed.). Soil Erosion
Processes on Steep Lands. Special Issue of Soil Technology, v.11, n.1,
p.17-30, 1997.
PLA, I. Evaluación de impactos ambientales derivados de la degradación
de suelos y su relación con cambios climáticos. In: Congreso
Latinoamericano de la Ciencias del Suelo La Habana, 15., 2003, Cuba.
Memorias…Cuba, 2003.
PLANAS, G. Pérdidas por erosión hídrica de los suelos de Cuba. Instituto
de Hidroeconomía, 1986. 60p.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico del suelo: La agricultura en regiones
tropicales 9.ed. São Paulo: Nobel, 1990. 549p.
QUIÑONES, E.; LÓPEZ, R. La evaluación de la degradación del suelo a
escala pequeña y el uso de Sistemas de Información Geográfica. Caso de
estudio: EDO, Mérida, Venezuela, 1999.
REGUES, D. et al. Relación entre las tendencias temporales de producción
y transporte de sedimentos y las condiciones climáticas en una pequeña
cuenca de montaña mediterránea (Vallcebre, Pirineos orientales).
Cuadernos de Investigación Geográfica. In: Latinoamericano de la
Ciencia del Suelo, 27., 2000, Pucón, Chile. Memorias… Pucón, 2000.
p.41-65.
REYES, G. Diseño de una aplicación para el cálculo de la Ecuación de
Universal de Pérdida de Suelos (USLE). In: Congreso Internacional de
Geomática, 4., 2004, La Habana. Memorias… La Habana, 2004. CD-
ROM.
RIES, J.B.; LANGER, M.; REHBERG, C.H. Experimental investigation on
water and wind erosion on abandoned fields and arable land in the central
Ebro Basin, Aragón/ Spain. Z. Geomorph., v.121, p.91-108, 2000.
RINOS, M.; AGGARWAL, S.; PREMALAL, R. Application of Remote
Sensing and GIS on Soil erosion assessment at Bata river basin, India.
[s.l.: s.n.], 2000. Disponível em  : <http://www.gisdevelopment.net/
application/natural_hazards/landslides/nhls0007.htm>.
RODERO, I.; BENÍTEZ, C.; GIL, J. Evaluación de la erosión hídrica en
suelos de olivar. Datos preliminares. Edafología, v.7, n.2, p.39-45, 2000.
ROMERO-DÍAZ, M.A. Los estudios de la erosión en la región de Murcia.
Referencias bibliográficas. Papeles de Geografía, v.32, p.141-162, 2000.
RIVEROL, M. La erosión potencial de los suelos de Cuba y los métodos
para su mapificación. 1985. Tese (Doutorado em Ciências Agrícolas) -
Facultad de Agronomía, Instituto Superior de Ciencias Agropecuarias
de La Habana Fructuoso Rodríguez Pérez, 1985.

161
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

RIVEROL, M. Erosión actual. En Nuevo Atlas Nacional de Cuba, Instituto


de Geografía de la ACC e Instituto Cubano de Geodesia y Cartografía,
1989.
RIVEROL, M.; SHEPASHENKO, G. Erosión potencial. En Nuevo Atlas
Nacional de Cuba, Instituto de Geografía de la ACC e Instituto Cubano
de Geodesia y Cartografía, 1989.
RIVEROL, M. et al. Uso y Manejo de los suelos afectados por la erosión en
los agroecosistemas de las provincias occidentales y centrales del país.
Informe final proyecto 01-30-5003. PNCT Los cambios globales y la
evaluación del Medio Ambiente. Instituto de Suelos, MINAGRI, 1999.
ROOSE, E.J. Contribution a l´tude de la resistence a l´erosion des quelques
sols tropicaux. In: Cong. Soil Sci., 10., 1974, Moscow. Proceedings...1974.
p.54-61.
ROOSE, E.J. Dynamique actuelle de sols ferralitique et ferruguneux
tropicaux d’ Afrique Occidentale. Paris  : ORSTOM, Série Pédologie,
1981. 569p.
RUIZ, M.E. et al. Aplicación de Rusle en la Cuenca. V Aniversario (Río
Cuyaguateje) en la zona occidental de Cuba. In: Congreso de la Sociedad
Cubana de la Ciencia del Suelo, 6., 2006, Cuba. Memorias…La Habana:
Sociedad Cubana de la Ciencia del Suelo, 2006.CD-ROM.
SANDHU, G.R. Soil physics aplication under Stress enviroment. In:
International Symposium on Applied Soil in Stress Enviroment, 1989,
Pakistan. Proceedings… Islamabad, 1989.
SCHICK, J. et al Erosão hídrica em cambissolo húmico álico submetido a
diferentes sistemas de preparo e cultivo do solo – II: perdas de nutrientes
e carbono orgânico. R. Bras. Ci. Solo, v.24, p.37-447, 2000.
SHEPASHENKO, G.; RIVEROL, M.; HERNÁNDEZ, A. Resistencia
antierosiva de los principales suelos agrícolas de Cuba. Cien. Agric.,
Academia de Ciencia de Cuba, v.16, p.105-118, 1982.
SHEPASHENKO, G.; RIVEROL, M.; CALZADA, N. La erosión hídrica y
los métodos de combatirla en los países en vías de desarrollo con clima
tropical y subtropical y subtropical. Reporte de Investigación, Instituto
de Suelos, Academia de Ciencias de Cuba, n.10, 1984. 40p.
SHOFNER, G.; MILLS, H.H.; DUKE, F. A simple map index of karstification
and its relationship to sinkhole and cave distribution in Tennessee.
Journal of Cave and Karst Studies, v.63, n.2, p.67-75, 2001.
SKIDMORE, E.L.; POWERS, E.H. Dry soil – aggregate stability energy
based index. Soil Sci. Soc. Am., v.46, n.6, p.1274-1279, 1982.
SOCA, M.T. Diagnóstico y caracterización de los principales tipos de suelos
erosionados de las regiones agrícolas de Cuba. 1987. Tese (Doutorado

162
Experiências Argentinas e Brasileiras

em Ciencias Agrícolas) - Facultad de Agronomia, Instituto Superior


de Ciencias Agropecuarias de La Habana Fructuoso Rodríguez Pérez,
1987.
SPEIGHT, J.G. A parametric approach to Lanorm regions. Spec. Publ. Inst.
Br. Geogra., v.7, p.213-230, 1974.
STRAHLER, A.H.; STRAHLER, A. Introducing physical geography. [s.l.]:
John Wiley and Sons, 2000. 575p.
STALLINGS, J.H. El Suelo. Su uso y Mejoramiento. Washington, D.C.:
Departamento de Agricultura de Estados Unidos, 1962. p.41-59.
SZUKALSKI, B.W. Introduction to cave and karst GIS. Journal of Cave and
Karst Studies, v.64, n.1, p.3, 2002.
TIJOMIROV, V.A. Informe científico técnico productivo sobre las tareas
de conservación de suelos. Departamento de Suelos, Isla de la Juventud,
1980.
TRICART, J. Principes et méthodes de la géomorfologie. Paris : Ed. Masson,
1965. 650p.
TORRI, D. Land use, soil quality and soil functions: effects of erosion. In:
ESSC Third International Congress, 2000, Espanha. Proceedings…
Valencia: Keynotes, 2000. p.107-125.
TROEH, F.R.; HOBBS, J.A.; DONAHUE, R.I. Soil and water conservation
for productivity and environmental protection. Prentice-Hall,
Englewood Cliff. N. J., 1980. 210p.
THORNE, J.B. Vegetation and erosion: Process and environment. UK:
Wiley and Sons, 1990. 390p.
TUCKER, G. et al. An Integrated hillslope and channel evolution model
as an investigation and prediction tool. Annual Report, Department
of Civil and Environmental Engineering, Massachusetts Institute of
Technology, 1997. 60p.
VALLEJO, O.; MARTÍNEZ, A. Metodología para la cartografía digital de la
erosión hídrica del suelo en un sector del municipio de Moa. Minería y
Geología, v.7, p.11-17, 2000.
VAN DIJK, A.I.; BRUIJNZEEL, L.A.; ROSEWELL, C.J. Rainfall intensity
– kinetic energy relationship: a critical literature appraisal. Journal of
Hydrology, v.261, p.1-23, 2002.
VEGA, M.; FEBLES, J.M. Investigación de suelos erosionados: métodos e
índices diagnósticos. Minería y Geología, v.21, n.2, p.1-18, 2005.
VEGA, M.; FEBLES, J.M. Evaluación de la erosividad de la lluvia en
regiones de uso agropecuario en la porción central de la provincia La
Habana. Revista Cubana de Ciencia Agrícola, v.40, n.2, p.215-220, 2006.

163
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

VEGA, M.B. Evaluación de la erosión de los suelos en las regiones


cársicas de La Habana mediante el nuevo método EVERC. 2006. Tese
(Doutorado em Ciências Geológicas) - Facultad de Ingeniería Civil,
Instituto Superior Politécnico José A. Echeverría, 2006.
VENTO, T.R. Estudio de los implementos de tracción animal de uso
múltiple para la preparación de los suelos y atenciones culturales al
cultivo del tabaco. 1999. Tese (Doutorado em Ciências Agrícolas) -
Universidad de Pinar del Río Hermanos Saíz, 1999.
VIGOA, R. Drenaje Agrícola. Centro de Investigaciones hidráulicas,
ISPJAE,1998.168p.
VIERS, G. Geomorfología. España: Editorial Omega, 1978. 250p.
WISCHMEIER, W. H.; SMITH, D.D. Rainfall energy and its relationship to
soil loss. Trans. An. Geophysical Union, v.39, p.285-291, 1958.
WISCHMEIER, W.H. A rainfall erosion index for a universal soil loss
equation. Pro. Soil Sci. Soc.Am., v.23, p.246-249, 1958.
WISCHMEIER, W.H. Estimating the soil loss equation’s cover and
management factor for undisturbed areas. Agricultural Research Service
ARS-40, Present and prospective technology for predicting sediment
yields and sources, 1975. p.118-124.
WISCHMEIER, W.H.; SMITH, D.D. Predicting rainfall erosion losses. A
guide to conservation planning. Washington : Agriculture Handbook,
United State Department of Agriculture, n.537, 1978. 58p.
WORTHEN, E.; ALDRIGH, S. Suelos agrícolas. Su conservación y
fertilización. México: Ediciones U.T.H.A., 1959. 237p.
ZEVENBERGEN, L.; THORNE, C. Quantitative analysis of land surface
topography. Earth Surface Processes and Landforms, v.12, p.47–56,
1987.
ZANCHI, C.; TORRI, D. Evaluation of rainfall energy in Central Italy. In:
DE BODT, M.; GABRIELS, D. (Eds.). Assessment of erosion. Chichester:
Wiley, 1980. p.133-142.

164
ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS ATRIBUTOS
QUÍMICOS DO SOLO DE UM MÓDULO DE
PESQUISA EM PRODUÇÃO ORGÂNICA
(Análisis espacio-temporales de los atributos químicos del suelo en un
módulo de investigación sobre producción orgánica)

Maria Gabriela Ferreira da Mata, José Guilherme Marinho


Guerra, Erika Flávia Machado Pinheiro e Marcos Bacis Ceddia

Resumo
Sistemas orgânicos de produção se tornaram uma alternativa
importante para a produção agrícola pois promovem o equilíbrio
ambiental, conservam a biodiversidade e produzem alimentos sem o uso
de fertilizantes e pesticidas sintéticos. No ano de 2010, um módulo de
pesquisa de 1 hectare de produção orgânica de hortaliças foi instalado, a
fim de avaliar o impacto do manejo orgânico sobre a qualidade do solo.
Para monitorar e mapear a variabilidade espacial e temporal da qualidade
do solo utilizando técnicas geoestatísticas, 294 amostras de solo foram
coletadas de 0 a 0,20 m de profundidade, seguindo uma grade regular
com espaçamentos de 5 x 5 e 10 x 10 metros, durante os meses de agosto
do ano de 2010 e 2011. Os seguintes atributos foram analisados: textura,
carbono orgânico total, fração leve do carbono orgânico, pH, alumínio,
fósforo, potássio, cálcio e magnésio. A geoestatística provou ser uma
ferramenta adequada para avaliar as alterações nos atributos dos solos
do módulo experimental. Todos os atributos apresentaram dependência
espacial, e os modelos do tipo gaussiano e esférico foram os que melhor
se ajustaram aos semivariogramas experimentais dos atributos do solo.
O ajuste dos semivariogramas permitiu gerar mapas de variabilidade
espacial por krigagem ordinária. Embora seja necessário um maior
período de monitoramento para tirar conclusões mais consistentes, foi
observada uma diminuição significativa nos níveis de carbono orgânico
total, especialmente nas áreas com menor teor de argila. Além disso, os
níveis de fósforo e potássio no solo também diminuíram especialmente

165
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

em áreas com o cultivo de hortaliças. Não ocorreu mudança significativa


nos teores de alumínio além do solo não ter apresentado toxidez por
esse elemento. Ocorreu um aumento do pH, principalmente nas áreas
de produção. Possivelmente, esse aumento está relacionado à adição de
materiais orgânicos.

Resumen
Los sistemas de producción orgánicos se han convertido en una
importante alternativa para la producción agrícola ya que promueven
el equilibrio del medio ambiente, la conservación de la biodiversidad
y la producción de alimentos, sin utilizar fertilizantes y plaguicidas
sintéticos. En 2010, se instaló 1 ha de producción de hortalizas orgánicas,
con el fin de evaluar el impacto del manejo orgánico sobre la calidad del
suelo. Para monitorear y mapear la variabilidad espacial y temporal de
la calidad del suelo mediante técnicas geoestadísticas, se obtuvieron 294
muestras de suelo de 0-0,20 m de profundidad, usando una cuadricular
regular con una separación de 5 x 5 y 10 x 10 metros, durante los
meses de agosto de 2010 y 2011. Se analizaron las siguientes variables:
textura, carbono orgánico total, fracción fina de carbono orgánico, pH,
aluminio, fósforo, potasio, calcio y magnesio. Los análisis geoestadísticos
demostraron ser una herramienta apropiada para evaluar cambios en
las propiedades del suelo. Todas las variables mostraron dependencia
espacial, siendo los modelos Gaussiano y Esférico quienes presentaron
un mejor ajuste con los semivariogramas experimentales. El ajuste de
modelos de semivariogramas permitió generar mapas de variabilidad
espacial a través del Kriging ordinario. Aunque es necesario un mayor
tiempo de monitoreo para obtener conclusiones más sólidas, se observó
una disminución significativa en los niveles totales de carbono orgánico,
especialmente en las zonas con menor contenido de arcilla. Además,
los niveles de fósforo y potasio en el suelo también disminuyeron,
especialmente en áreas con cultivo de hortalizas. No hubo ningún
cambio significativo en el contenido de aluminio, pero en general el
suelo no presenta toxicidad de este elemento. Hubo un aumento en el pH,
especialmente en las áreas de producción de hortalizas. Posiblemente
este incremento está relacionado con la adición de materiales orgánicos.

166
Experiências Argentinas e Brasileiras

Introdução
A crescente preocupação com a sustentabilidade dos
agroecossistemas torna imperioso que se busquem práticas agrícolas que
proporcionem, além da manutenção, a melhoria das características dos
sistemas agrícolas. A sustentabilidade passa por um conjunto de fatores,
sendo estes: econômico, social e ambiental. O termo sustentabilidade
é entendido neste estudo como a capacidade de atender as demandas
do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras
garantirem suas próprias necessidades.
O desenvolvimento da agricultura agroecológica enfrenta
diversas dificuldades, dentre as quais se destaca a necessidade de gerar
tecnologias para o agricultor e, ao mesmo tempo, produtos orgânicos
com menor custo para o consumidor. Nesse sentido, algumas questões
chave ainda carecem de pesquisa, são elas: o desenvolvimento de técnicas
experimentais que consigam contemplar adequadamente a complexidade
do sistema agroecológico e o aprofundamento na avaliação de índices
técnicos de unidades de produção. No que se refere ao desenvolvimento
de métodos de pesquisa em produção agroecológica, observa-se que
as técnicas convencionais de pesquisa empregadas para geração de
tecnologia em sistemas convencionais de produção não são adequadas.
Os sistemas convencionais de produção são relativamente mais simples,
uma vez que as áreas de produção são cultivadas com monoculturas.
Para esses sistemas de produção, a experimentação agrícola emprega com
sucesso delineamentos experimentais que aplicam poucas variações de
tratamentos, como em dose de adubo, irrigação, herbicidas etc. Nesses
experimentos, a análise estatística trabalha com dados com padrão de
distribuição normal e as variâncias são homocedáticas.
No entanto, os sistemas de produção agroecológicos são muito
mais complexos, pois cultivam-se concomitantemente, diversas culturas
com diversas combinações de consórcio e rotação. Assim, a própria
pesquisa deve ser adequada à realidade da produção agroecológica,
o que implica a necessidade de instalação de experimentos de longa
duração e com introdução de abordagens experimentais diferentes.
Nesse caso, existe um campo aberto para a aplicação combinada de
diferentes ferramentas matemáticas e computacionais. Dentre estas,
destacam-se a geoestatística, as técnicas multivariadas e os sistemas
de informação geográficas. Bianconi et al. (2013) corroboram a
importância de implementação de métodos estatísticos apropriados nos

167
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

estudos em sistemas agroecológicos devido à alta complexidade desses


agroecossistemas.
No presente estudo formulou-se a hipótese de que uma unidade
de produção orgânica cultivada intensivamente com hortaliças é
sustentável nas condições edafoclimáticas da Baixada Fluminense.
Para testar essa hipótese, foi implantado um módulo experimental
de longa duração, com um hectare (1ha) e prioridade para o cultivo
diversificado, dando forte ênfase para espécies do grupo das hortaliças
folhosas. Foram focados a produção “in situ” de biomassa vegetal, o
emprego de fertilizantes orgânicos de origem vegetal preparados no
próprio módulo e o uso de caldas alternativas e de agentes biológicos de
controle fitossanitário. Visando caracterizar e modelar a variabilidade
espacial dos atributos químicos e físicos dos solos, empregou-se
técnicas geoestatísticas. Além disso, os dados de solos e produção
foram georreferenciados e armazenados em um sistema de informação
geográfico.
Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho foi avaliar a
qualidade do solo de um módulo experimental de 1ha de produção
orgânica intensiva de hortaliças em Seropédica – RJ. Os objetivos
específicos foram: a) avaliar a variabilidade espacial da textura do solo
e dos atributos químicos: carbono orgânico total e na fração leve da
matéria orgânica do solo, pH, Al, P, K, Ca e Mg; e b) elaborar mapas
temáticos, interpolando atributos químicos e físicos dos solos da área,
para construção de uma base de dados que possibilite fazer inferências,
monitorar e avaliar a sustentabilidade do solo.

Área de estudo e a descrição do módulo experimental


O módulo experimental de produção orgânica intensiva
de hortaliças está localizado no Sistema Integrado de Produção
Agroecológica (SIPA), conhecido também por “Fazendinha
Agroecológica km 47”. A “Fazendinha Agroecológica km 47” situa-
se entre as coordenadas 22º46`S e 43º41`W, a 33 metros de altitude
em uma área de aproximadamente 80ha, no município de Seropédica
– RJ (DIAS, 2007). O clima é quente e úmido, classificado como Aw,
com predominância de altas temperaturas no verão e de temperaturas
amenas no inverno A temperatura média anual é de 24,5°C, com chuvas
concentradas de novembro a março e precipitação anual média de
1213mm (EMBRAPA, 1999) (Figura 1).

168
Experiências Argentinas e Brasileiras

30,00 350

25,00 300

250
20,00
200
15,00
150
10,00
100
5,00 50

0,00 0

fev/11

fev/12
nov/10

nov/11
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10

dez/10
jan/11

mar/11
abr/11
mai/11
jun/11
jul/11
ago/11
set/11
out/11

dez/11
jan/12

mar/12
Precipitação mm T média °C

Figura 1. Dados climáticos da Estação Agrometeorológica no SIPA, em


Seropédica (RJ).
O módulo experimental de produção orgânica intensiva de
hortaliças tem uma área total de 1,02ha, relevo plano e solo classificado
como Planossolo. Na Figura 2, encontram-se a localização e a organização
espacial do módulo de pesquisa. Uma proposta fundamental do módulo
é a produção orgânica intensiva de hortaliça que esteja vinculada à
produção de biomassa vegetal necessária ao manejo do solo e das
culturas. Por isso, foram reservados 4.776m² (47% da área) para esse fim,
com 3.982m² de capineira, 694m² de leguminosa arbórea (gliricídia),
sendo ainda reservada uma área de 100m² destinada à produção de
composto orgânico.

169
Brasil
SIPA
Rio

Seropédica
Módulo
Experimental

Composteira
100 m 2

Canteiros
2
255 m
Gliricid
694 m 2

Capineira
3.982 m2 Telado 02
ia

2
269 m
Canteiros
2.502 m2 Telado 01
2
258 m

Canteiros
2
294 m

Figura 2. Localização e organização do módulo experimental no SIPA,


em Seropédica (RJ) (Adaptada de Villela, 2007).
As glebas “Capineira” e “Gliricídia” têm o papel de fornecer
biomassa para a unidade – com vistas à nutrição das hortaliças –, por
meio da produção de composto orgânico, como também o de proteção
e acondicionamento do solo, através do uso de coberturas mortas.
Para esse fim, foram escolhidas espécies de crescimento rápido, como
a leguminosa arbórea gliricídia (Gliricidia sepium) e o capim elefante
cv. Cameroon (Pennisetum purpureum), que podem ser podados
periodicamente.

170
Também foi realizado o emprego rotineiro de adubação verde
como mucuna preta (Mucuna aterrima), crotalária (Crotalaria
juncea), feijão de porco (Canavalia ensiformis) e feijão caupi cv. (Vigna
unguiculata). Essas espécies foram semeadas no início do verão, nas
áreas não ocupadas pelos cultivos ou com eles consorciadas.
A área efetivamente utilizada para a produção intensiva
de hortaliças foi de 3.578m², correspondendo a 35% do módulo,
constituídos de “Canteiros” (3.051m²) a pleno sol e de “Telados” (527m²)
com 30% de radiação incidente. Nessas áreas foram utilizados dois
sistemas diferenciados: outono-inverno e primavera-verão, levando em
consideração as variações de temperatura e de chuvas nas épocas do
ano. O restante da área, 1.846m² que correspondem a 18%, foi ocupado
com os plantios limítrofes e ruas para o trânsito de máquinas e pessoas.
No período outono-inverno, visou-se o cultivo de hortaliças
folhosas: alface, chicória, agrião, bertalha e espinafre; hortaliças
brassicáceas: couve e rúcula; e hortaliças condimentares: cebolinha,
coentro, hortelã e salsa. As hortaliças de raiz – beterraba, cenoura e
rabanete – foram consorciadas. Cultivares arbustivos de feijão-vagem,
pepino, abóbora e tomate também compuseram os policultivos.
No período primavera-verão foi realizado o plantio de hortaliças
com transição para os plantios de milho (Zea mays), girassol (Helianthus
annuus), batata doce (Ipomoea batatas), quiabo (Abelmoschus esculentus)
e bertalha verde (Basella alba L. Syn e B. rubra), respectivamente
consorciados com mucuna preta, sesbânia (Sesbania punicia), crotalária
e girassol (Helianthus annuus). O objetivo foi gerar renda nesse período
de declínio das hortaliças, como também garantir a proteção do solo e a
produção de biomassa para o próximo cultivo outono-inverno.
Compondo a diversidade da unidade, na cerca do módulo, foi
plantada, de um lado, uma linha de gliricídia alternada com laranja
lima de mesa (Citrus sp.) e, do outro, palmeira real australiana
(Archontophoenix alexandrae) consorciada com feijão guandu (Cajanus
cajans). Essas espécies apresentam diversas funções no sistema: barreiras
físicas da unidade, produção de biomassa e produção de sementes, além
de gerar renda com a venda dos seus produtos.

171
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Manejo do Módulo Experimental


Foram aplicadas as bases tecnológicas desenvolvidas na própria
“Fazendinha Agroecológica km 47” durante seus 20 anos consecutivos
de pesquisa com hortaliças. No manejo do módulo, houve constante
observação e ajuste de práticas, principalmente com aspectos
relacionados a épocas de plantio, consórcios de culturas, controle
alternativo de pragas e ervas espontâneas, cultivares adaptadas, níveis
toleráveis de sombreamento, coberturas mortas, exigências nutricionais
e, destacadamente, a adequação do uso de adubação e adubos verdes.
Para o preparo do solo, foram realizadas diferentes experiências.
Optou-se pelo cultivo mínimo no caso da couve, de hortaliças de fruto
– tomate-perinha, quiabo, abóbora e de hortaliças de raiz – batata-
doce. Para hortaliças folhosas, como alface, chicória, rúcula, bertalha,
espinafre etc.; hortaliças de raiz, como cenoura, beterraba e rabanete;
e hortaliças de fruto, como pepino e feijão-vagem, foi realizada a
mecanização do solo para o levantamento de canteiros. O controle
das ervas espontâneas foi feito através da capina com enxada e sacho
nas culturas com espaçamento mais amplo. Nos canteiros menores, o
arranque dessas plantas se deu com as mãos.
A irrigação é atividade imprescindível para a produção intensiva
de hortaliças. Como as características da região, com elevadas
temperaturas e frequentes estiagens, reafirmam a necessidade de um
sistema de irrigação para garantir uma boa produção, o tipo de irrigação
utilizado foi o sistema de aspersão convencional.
A fonte de nutrientes para os cultivos das hortaliças se deu
basicamente pela adubação de base com esterco bovino e composto
(capim mais torta de mamona). A adubação de cobertura foi feita com
torta de mamona e folhas de gliricídia.
No período primavera-verão, foi realizado o plantio de hortaliças
com transição para os cultivos de milho, batata-doce, quiabo e bertalha-
verde. Os plantios foram consorciados da seguinte forma: milho com
mucuna preta, batata-doce com sesbânia, bertalha-verde com girassol e
quiabo com crotalária.
Na Tabela 1, estão listadas as culturas produzidas em cada gleba
do módulo experimental no período de outono-inverno. Plantas como
erva-doce e endro foram introduzidas como estratégia para a atração de
inimigos naturais.

172
Em abril de 2011, iniciou-se o segundo ciclo outono-inverno
no módulo experimental, nesse período foi priorizado o cultivo das
hortaliças nas sub glebas “Canteiros” e “Telados”, atingindo 21 variedades
diferentes, sendo elas: alface-crespa, alface-crespa vermelha, alface-
roxa, alface-americana, alface-lisa, abóbora, beterraba, bertalha-verde,
cenoura, couve, chicória, espinafre, pepino, rabanete, rúcula, tomate-
perinha, feijão-vagem (Phaseolus vulgaris, var. novirex), cebolinha,
coentro e salsa. Foi plantada uma faixa da flor moça velha (Zinnia sp.),
como estratégia para a atração de inimigos naturais. As variedades
utilizadas foram às mesmas do ano anterior, exceto de alface-crespa
(var. Isabela), alface-crespa vermelha (var. Red Fire), alface-americana
(var. Tainá), rúcula (var. Astro) e salsa (var. Lisa Preferida).
No período primavera-verão, como no primeiro ano de
monitoramento, foi feito o plantio de hortaliças com transição para os
cultivos: milho, batata-doce, quiabo e bertalha-verde. Os plantios foram
consorciados da seguinte forma: milho com mucuna preta, bertalha-
verde com girassol e quiabo com crotalária. A fonte de nutrientes para
os cultivos das hortaliças foi modificada, devido à dificuldade de o
pequeno agricultor produzir a quantidade de esterco para manter sua
produção, como também o problema da aquisição desse insumo livre
dos agrotóxicos usados na produção animal convencional. Dessa forma,
optou-se pelo uso de composto fermentado tipo bokashi, obtido a partir
da fermentação da mistura de farelo de trigo com torta de mamona
e inoculado com microrganismos eficientes (EM - produto comercial
Embiotic Line). O bokashi foi preparado na unidade produtiva, sendo
contabilizados os gastos com os insumos e mão de obra. Para a adubação
de cobertura foram usados adubos de origem vegetal, como folhas de
gliricídia, capim picado, torta de mamona e composto (capim + torta de
mamona). Toda biomassa produzida anteriormente no ciclo primavera-
verão foi adicionada ao solo para os plantios das hortaliças. Foram feitos
três cortes na gleba “Gliricídia” e dois cortes na gleba “Capineira”.

173
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 1. Espécies cultivadas no módulo experimental no período outono-inverno.

Glebas Culturas Nome científico


Alface-crespa Lactuca sativa, cv. Vera
Alface-americana Lactuca sativa, cv. Angelina
Alface-lisa Lactuca sativa, cv. Regiane
Alface-roxa Lactuca sativa, cv. Rubi
Agrião Rorippa nasturtium-aquaticum
Beterraba Beta vulgaris, var. Early Wonder Tall Top
Bertalha-verde Basella alba, var. local
Bertalha-roxa Basella rubra, var. local
Cenoura Daucus carota, var. Brasília
Couve Brassica oleracea L.,var. acephala DC.
Chicória Cichorium endivia, var. Mariana Gigante
Canteiros,
Espinafre Spinacia oleracea, var. Nova Zelândia
Telados 01 e Hortelã Mentha piperita, var. local
Telados 02
Pepino Cucumis sativus, var. Jóia
Rabanete Raphanus sativus, Sakata n° 19
Rúcula Eruca sativa, var. Gigante Folha Larga
Tomate Solanum lycopersicun, var. Perinha
Feijão-caupi Vigna unguiculata, var. Mauá
Feijão-vagem Phaseolus vulgaris, var. Alessa
Cebolinha Allium fistulosum, var. local
Salsa Petrosolium sativum
Coentro Coriandrum sativum
Erva-doce Pimpinella anisum
Endro Anethum graveolens
Gliricídia Gliricidia sepium
Abóbora Curcubita sp.cv. moranguinha
Gliricídia
Abóbora Curcubita sp. cv. Jacarezinho
Feijão-vagem Phaseolus vulgaris, var. Alessa
Capineira Capim Cameroon Pennisetum purpureum

Em abril de 2011, iniciou-se o segundo ciclo outono-inverno


no módulo experimental. Nesse período, foi priorizado o cultivo
de hortaliças nas subglebas “Canteiros” e “Telados”, atingindo 21
variedades diferentes: alface-crespa, alface-crespa vermelha, alface-

174
roxa, alface-americana, alface-lisa, abóbora, beterraba, bertalha-verde,
cenoura, couve, chicória, espinafre, pepino, rabanete, rúcula, tomate-
perinha, feijão-vagem (Phaseolus vulgaris, var. novirex), cebolinha,
coentro e salsa. Foi plantada uma faixa da flor moça velha (Zinnia sp.)
como estratégia para a atração de inimigos naturais. As variedades
utilizadas foram as mesmas do ano anterior, exceto alface-crespa (var.
Isabela), alface-crespa vermelha (var. Red Fire), alface-americana (var.
Tainá), rúcula (var. Astro) e salsa (var. Lisa Preferida).
No seguinte período primavera-verão, como no primeiro ano de
monitoramento, foi feito o plantio de hortaliças com transição para os
cultivos de milho, batata-doce, quiabo e bertalha-verde. Os plantios foram
consorciados da seguinte forma: milho com mucuna preta, bertalha-
verde com girassol e quiabo com crotalária. A fonte de nutrientes para os
cultivos das hortaliças foi modificada, devido à dificuldade do pequeno
agricultor em produzir a quantidade de esterco necessária para manter
sua produção, como também ao problema da aquisição desse insumo
livre dos agrotóxicos usados na produção animal convencional. Dessa
forma, optou-se pelo uso de composto fermentado tipo bokashi, obtido
a partir da fermentação da mistura de farelo de trigo com torta de
mamona e inoculado com microrganismos eficientes (Embiotic Line –
EM, produto comercial). O bokashi foi preparado na unidade produtiva,
sendo contabilizados os gastos com os insumos e mão de obra. Para a
adubação de cobertura, foram usados adubos de origem vegetal, como
folhas de gliricídia, capim picado, torta de mamona e composto (capim
mais torta de mamona). Toda a biomassa produzida no ciclo primavera-
verão anterior foi adicionada ao solo para os plantios das hortaliças. Foram
feitos três cortes na gleba “Gliricídia” e dois cortes na gleba “Capineira”.
A Tabela 2 mostra os dados detalhados da produtividade total no
período de abril de 2011 a março de 2012 dos 24 produtos cultivados
no módulo experimental. Foram quantificados os números de pés no
caso de alfaces e chicória, o número de unidades no caso do milho-
verde e o número de molhos no caso das hortaliças condimentares:
cenoura, beterraba, rúcula, bertalha, couve, espinafre e rabanete. Foi
quantificado o peso em quilograma de todas as hortaliças, assim pôde
ser feito o peso médio dos pés, das unidades e dos molhos. Produtos
como batata-doce, pepino, tomate-perinha, feijão-vagem, quiabo e
laranja foram quantificados apenas o peso em quilograma.

175
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 2. Produtos colhidos no período de abril/2011 a março/2012 no módulo


experimental.

Colheita
Produtos Pés ou molhos Massa total Peso Médio
(unidade) (kg) (kg)
1 Abóbora-goianinha 0 5
2 Alface-americana 6562 2114 0,322
3 Alface-crespa 9008 2131 0,237
Alface-crespa
4 3342 737 0,220
vermelha
5 Alface-lisa 7101 1527 0,215
6 Alface-roxa 2434 273 0,112
7 Batata-doce 0 751
8 Bertalha 1145 600 0,524
9 Beterraba 300 380 1,265
10 Cebolinha 2266 491 0,217
11 Cenoura 797 1025 1,286
12 Coentro 100 15 0,150
13 Couve 1175 525 0,447
14 Chicória 9788 2994 0,306
15 Espinafre 1839 1136 0,618
16 Laranja 0 462
17 Milho-verde 3362 735 0,219
18 Pepino 0 287
19 Quiabo 0 161
20 Rabanete 229 121 0,530
21 Rúcula 1305 537 0,411
22 Salsa 1024 155 0,151
23 Tomate-perinha 0 319
24 Vagem 0 472
Total 51777 17952

Procedimento metodológico para avaliação espaço-temporal


do módulo
Como já mencionado anteriormente, considerando que técnicas
empregadas em sistemas convencionais de produção não são adequadas
para a produção agroecológica, instalou-se um módulo de pesquisa de
longa duração para caracterização da variabilidade espacial e temporal
de atributos do solo utilizando técnicas geoestatísticas. Para avaliar a
qualidade do solo do módulo durante um ano (2010 e 2011), efetuou-se o
monitoramento dos seguintes atributos: pH, teores de nutrientes no solo
(Ca, Mg, P e K) e teor de matéria orgânica (Carbono total e fração leve).

176
Experiências Argentinas e Brasileiras

Também foi feita a caracterização da textura do solo, dada a grande


influência desse atributo na dinâmica do Carbono e de nutrientes no
solo.
Dessa forma, para abranger as variações e características do solo,
implantou-se um grid amostral de 5 x 5 metros na área de hortaliças
e de 10 x 10 metros na área de capineira (Figura 3), totalizando 294
pontos de amostragem de atributos do solo. Em cada ponto efetuou-
se o georreferenciamento com correção diferencial, através do GPS
TRIMBLE PRO XT. A amostragem do solo foi realizada em dois
momentos, sendo a primeira em agosto de 2010 e a segunda em agosto
de 2011. Foram coletadas amostras simples de solo, na profundidade
de 0 a 20cm em cada ponto georreferenciado da grade amostral. As
amostragens foram feitas com trado do tipo holandês.

Figura 3. Croquis dos pontos georreferenciados de retirada de amostras de


terra do módulo experimental .

Análise geoestatística e elaboração dos mapas temáticos


Foram trabalhados dados físicos de granulometria e atributos
químicos, como carbono orgânico e na fração leve, pH, alumínio,
cálcio, magnésio, fósforo e potássio da área. Para a primeira análise
de cada propriedade, foram construídos gráficos da distribuição dos
dados no campo, post plot, usando o programa SURFER 8.0 (Golden
Software). Esse procedimento é importante para o conhecimento
preliminar da distribuição dos dados na área. Além de se verificar a
possível existência de dados anômalos, também permite observar a
existência de anisotropia, ou seja, ocorrência de variabilidade espacial

177
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

diferenciada dos dados de acordo com a direção. Em seguida, foi feita a


análise estrutural dos dados, variografia, para a construção de modelo
estatístico que descrevesse a variabilidade dos fenômenos estudados.
Os mapas de distribuição espacial dos atributos do solo foram
gerados por krigagem ordinária, através do programa computacional
GEOESTAT (VIEIRA et al., 1983), e sistematizados no SIG Arc View,
versão 9.3a. Os mapas resultantes da interpolação por krigagem para
os atributos analisados foram exportados para o formato Raster, com
resolução espacial de 1m x 1m.

Estatística Descritiva dos Atributos dos Solos


Com a estatística descritiva dos atributos dos solos (Tabela 3), após
um ano do cultivo intensivo de hortaliças em sistema orgânico, pode-
se inferir sobre algumas características do módulo experimental, como
a textura, o comportamento da matéria orgânica e dos componentes
químicos do solo.

178
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabela 3. Estatística descritiva dos atributos dos solos da área do módulo experimental.

CV
Atributo Média DP Mín. Máx. Assimetria Curtose
(%)

Altitude (m) 28,26 1,601 5,6 23 31 -1,021 0,41

Argila (%) 8,6 4,120 48 0,9 22,4 0,6144 0,1

Areia Total (%) 84 5,343 6 65,4 94,9 -0,8078 0,3

C 2010 (%) 1,0 0,287 29 0,5 2,1 0,7616 1,2

C 2011 (%) 0,6 0,285 50 0,1 1,3 0,2388 -0,6

FL 2010 (g/kg) 2,75 1,31 47,8 0,42 9,07 1,25 3,63

FL 2011 (g/kg) 2,75 1,12 40,7 0,52 6,38 0,88 1,10

Al 2010 (cmolc/d) 0,08 0,09 113,2 0,01 0,55 2,23 5,70

Al 2011 (cmolc/d) 0,05 0,107 221,4 0,0 0,81 3,469 14,73

pH 2010 (admensional) 5,4 0,551 10 4,3 6,9 -0,0463 -0,9

pH 2011 (admensional) 6,2 0,584 9 4,7 7,6 -0,4383 -0,6

Ca 2010 (cmolc/d) 1,96 0,93 47,3 0,40 6,30 1,14 2,30

Ca 2011 (cmolc/d) 1,83 0,82 44,6 0,28 4,81 0,82 0,55

Mg 2010 (cmolc/d) 0,74 0,39 51,8 0,09 2,22 0,49 0,13

Mg 2011 (cmolc/d) 0,64 0,45 69,7 0,00 2,62 0,71 1,22

P 2010 (mg/l) 63,3 48,45 76,5 3,34 369,9 1,670 6,471

P 2011 (mg/l) 65,45 62,5 95,5 0,37 367,5 2,053 5,257

K 2010 (mg/l) 60,4 45,81 76 7,0 260 1,658 3,1

K 2011 (mg/l) 66,5 61,09 92 7,0 500 2,476 9,8

CV - Coeficiente de variação; DP - Desvio Padrão; Mín - Valor mínimo; Máx - Valor


Máximo.

De forma resumida, houve comportamento diferente entre


os atributos do solo após um ano de cultivo orgânico intensivo de
hortaliças. Analisando as médias de cada atributo, ocorreu (1) aumento
do pH, do fósforo e do potássio; (2) diminuição do alumínio, do carbono
orgânico total, do cálcio e do magnésio; e (3) manutenção da matéria
orgânica da fração leve. As médias de 8,6% e 84% de argila e areia total,
respectivamente, apontam um predomínio da classe textural areia nos
solos do módulo. Porém, com os resultados máximos de 22,4% e 94,9%,

179
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

é possível detectar que a classe textural pode variar de areia, areia franca
e franco arenoso.
Com esses dados, é possível inferir sobre a variação temporal
dos atributos do solo. Porém, é necessária a análise espacial desses
atributos para compreender e estabelecer melhor as relações de causa e
efeito, possibilitando o cruzamento de informações dos cultivos com a
sua localização no módulo experimental. Nesse sentido, as inferências
podem ser utilizadas para ajustes no agroecossistema. Na Tabela 4, estão
os dados resumidos e, na Figura 4, os semivariogramas experimentais
de teores de areia total, argila e atributos químicos do solo, bem como
os modelos ajustados.
Tabela 4. Resumo das características dos semivariogramas dos atributos dos solos.

Atributo Modelo Co C1 a Co/(Co+C1)*100


Altitude Gaussiano 1168 385 37 75
Argila Esférico 3,2 3,3 15 49
Areia total Esférico 7,7 4 30 65
Carbono 2010 Gaussiano 0,035 0,025 22 58
Carbono 2011 Gaussiano 0,019 0,02 24 48
Fração leve 2010 Esférico 0,69 0,93 14 42
Fração leve 2011 Esférico 0,014 0,016 13 46
pH 2010 Esférico 0,1 0,094 23 51
pH 2011 Esférico 0,017 0,13 9,6 11
Alumínio 2010 Gaussiano 0,0013 0,0024 35 35
Alumínio 2011 Gaussiano 0,0005 0,003 27 14
Cálcio 2010 Esférico 0,42 0,2 30 67
Cálcio 2011 Esférico 0,145 0,14 9 50
Magnésio 2010 Esférico 0,078 0,04 22 66
Magnésio 2011 Esférico 0,018 0,1 9,08 15
Fósforo 2010 Esférico 600 1120 11 34
Fósforo 2011 Esférico 1750 860 16 67
Potássio 2010 Esférico 1020 940 20 52
Potássio 2011 Esférico 2000 390 16 83

180
Semivariograma Argila Semivariograma Altitude Semivariograma Alumínio 2010

8 2000 0,005
0,004
6 1500
0,003
4 1000
Altitude 0,002
Argila Alumínio 2010

Semivariância
Semivariância

Semivariância
2 500 0,001
Esférico(3.2,3.3,15) Gauss (1168,385,37) Gauss (0.0013,0.0024,35)
0 0 0,000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

Semivariograma Carbono 2010 Semivariograma Carbono 2011 Semivariograma Alumínio 2011

0,07 0,005
0,05
0,06 0,004
0,04
0,05
0,03 0,003
0,04
0,03 0,02 0,002
Semivariância

Semivariância

Semivariância
0,02 C2010 C2011
0,01 0,001 Al 2011
0,01 Gauss(0.035,0.025,22) Gauss(0.019,0.02,24) Gauss(0.0005,0.003,27)
0,00 0,00 0,000
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 25 30 35

Distância (m) Distância (m) Distância (m)

Figura 4. Semivariogramas de atributos do solo.


Semivariograma pH 2010
Experiências Argentinas e Brasileiras

Semivariograma Fração Leve 2010 Semivariograma Fração Leve 2011

0,25
2 0,04
0,2
1,5 0,03
0,15
1 0,02
0,1
Semivariância

Semivariância

Semivariância
0,5 FL010 0,01 FL011 pH 2010
Esférico(0.69,0.93,14) 0,05
Esférico(0.014,0.016,13) Esférico(0.1,0.094,23)
0 0,00
0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
0 5 10 15 20 25 30
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

181
182
Semivariograma pH 2011 Semivariograma Fósforo 2010 Semivariograma Fósforo 2011

0,20 2000 3000


2500
0,15 1500
2000
0,10 1000 1500
P 2010 1000

Semivariância
Semivariância
pH 2011

Semivariância
0,05 500 P2011
Esférico(600,1120,11) 500 Esférico(1750,860,16)
Esférico(0.017,0.13,9.6)
0,00 0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Figura 4. Continuação.

Distância (m) Distância (m) Distância (m)

Semivariograma Magnésio 2010 Semivariograma Magnésio 2011


Semivariograma Potássio 2010

0,15 0,15 2500


2000
0,10 0,10 1500
1000
0,05 Magnésio 2010 0,05
Semivariância

Semivariância
Semivariância
Mg 2011 k 2010
Esférico(0.078,0.04,22)
500
Esférico(0.018,0.1,9.08) Esférico(1020,940,20)
0,00 0,00 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

Semivariograma Cálcio 2010 Semivariograma Cálcio 2011 Semivariograma Potássio 2011

0,8 0,35 3000


0,3 2500
0,6
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

0,25 2000
0,2
0,4 1500
0,15
1000

Semivariância

Semivariância
Semivariância

0,2 Cálcio 2010 0,1 Cálcio 2011 Potássio 2011


Esférico(0.42,0.2,30) 0,05 500
Esférico(0.145,0.14,9) Gauss(2000,390,16)
0 0 0
0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (m) Distância (m) Distância (m)
Experiências Argentinas e Brasileiras

Analisando os semivariogramas, conclui-se que há dependência


espacial para os atributos físicos e químicos, o que permite a utilização da
krigagem como melhor interpolador para gerar mapas de variabilidade
espacial desses atributos. Os atributos com maior dependência espacial
– maior alcance – foram areia, argila e carbono. Para esses atributos, e
também para o teor de Al em 2011, o modelo que melhor se ajustou ao
semivariograma experimental foi o gaussiano. Para os demais, o modelo
esférico foi o que melhor se adaptou.
Comparando os parâmetros dos semivariogramas dos dados
coletados em 2010 com os de 2011, pode-se ter uma ideia do efeito do
manejo no padrão de variabilidade espacial dos atributos químicos e
da matéria orgânica do solo. Para alguns atributos, após um ano de
manejo, observou-se a diminuição da dependência espacial – alcance
– e também do efeito pepita. Nesse caso, se enquadram os atributos
pH, Al, Mg e K. Para esses atributos, a distância de autocorrelação e da
componente aleatória da variância total dos dados – efeito pepita – foi
diminuída, o que é bom do ponto de vista da acurácia da interpolação
por krigagem ordinária. No caso do carbono total do solo e do Cálcio,
o manejo do módulo implicou aumento da distância de autocorrelação
– alcance – e diminuição da componente aleatória da variância total
dos dados. Também nesse caso, após o manejo, os mapas interpolados
apresentam melhor acurácia. Por outro lado, para o atributo fração
leve, não se observou variação sensível na distância de autocorrelação
e no efeito pepita dos modelos. No caso do fósforo, o manejo aumentou
tanto a distância de autocorrelação, como a proporção do efeito
pepita na variância total dos dados. Nesse caso, o manejo aumentou
a aleatoriedade da variabilidade do P e, consequentemente, reduziu a
acurácia do mapa gerado no ano de 2011.

Variabilidade Espacial dos Atributos do Solo


Os parâmetros dos modelos dos semivariogramas ajustados
foram utilizados para estimar os valores dos atributos em locais não
amostrados. Isso gerou mapas de distribuição espacial para área total
do módulo experimental e para cada indicador analisado de qualidade
do solo, como altitude, textura, matéria orgânica do solo, pH e teores de
nutrientes (Figura 5).

183
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 5. Mapas de variabilidade espacial de altitude, argila, carbono


(2010 e 2011), fração leve (2010 e 2011), potássio (2010 e 2011), fósforo (2010
e 2011), cálcio mais magnésio (2010 e 2011), alumínio (2010 e 2011) e pH
(2010 e 2011) no módulo experimental.

184
Experiências Argentinas e Brasileiras

Altitude e textura do solo


Observa-se no mapa referente à argila (Figura 5) o predomínio
da classe textural areia, que ocupa a área de 5133m² ou 62% da área de
cultivo do módulo. Na sequência, tem-se a classe textural areia franca,
com 2951m² ou 36%, e, de tamanho muito reduzido, a classe textural
franco-arenosa, com apenas 170m² ou 2%. Nesse caso, com o predomínio
de areia, os solos do módulo experimental apresentam uma série de
características desfavoráveis: solos com pouca ou nenhuma agregação;
microporosidade deficiente, que, como consequência, apresentam
baixa capacidade de retenção de água; baixa superfície específica e
baixa capacidade de troca catiônica. São solos com alta lixiviação e,
consequentemente, mais pobres em nutrientes. Apresentam maiores
flutuações de temperatura, o que favorece a mineralização acelerada da
matéria orgânica, dificultando sua acumulação.
Em contrapartida, apresentam características favoráveis, como
maior macro porosidade e, consequentemente, boa aeração e fácil preparo
mecânico do solo (KIEHL, 1979). Nesse contexto, há décadas que se
estabelecem rigorosas restrições ao cultivo intensivo de solos arenosos,
sendo necessário o uso de tecnologias adequadas para contornar essas
dificuldades e manter sua qualidade. Importante salientar que solos
medianamente ou bem intemperizados, como os de textura arenosa, de
maneira geral, podem apresentar melhorias das suas qualidades com o
aumento de matéria orgânica e com variações do teor de argila, mesmo
que em pequena quantidade (PEDROTTI e MELLO JUNIOR, 2009).

Matéria orgânica do solo


Analisando os mapas de carbono orgânico total (COT) (Figura
5), tem-se uma amplitude de 0,5% a 1,68% em 2010 e de 0,18% a 1,08%
em 2011. Os dados de referência de teor de COT do Estado do Rio de
Janeiro apresentam a classificação em três níveis, sendo baixo para
valores menores que 1%, médio para valores entre 1% e 2% e alto para
valores acima de 2% (DE-POLLI e ALMEIDA, 1988). No ano de 2010,
o menor valor foi 0,5% de COT; já em 2011, o menor valor foi de 0,18%.
Neste mesmo ano, houve incremento da área com valores abaixo de
0,5%, passando de 0% em 2010, para 40% em 2011, o que corresponde
a 3338m² do módulo. A faixa de 0,85% a 1,08% de COT reduziu de 45%
da área em 2010 para 9% em 2011. A faixa de 1,08% a 1,68% reduziu de
26% da área em 2010 para 0% em 2011. As faixas restantes apresentaram

185
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

um acréscimo de 9% para 29% na faixa de 0,5% a 0,65% e de 20% para


22% na faixa de 0,65% a 0,85%. Esses dados indicam uma redução do
carbono após um ano de manejo.
Nos mapas da fração leve (Figura 5), tem-se um aumento de 1g/
kg de solo a 7g/kg em 2010, e de 1g/kg a 5g/kg em 2011. Nesse período,
ocorreu redução da área ocupada pela faixa entre 3 e 4 g/kg, a qual, em
2010, correspondia a 54% e, em 2011, 39%. A faixa entre 5 e 7 reduziu
de 2% em 2010 para 0% em 2011. No entanto, ocorreu acréscimo de 14%
em 2010 para 19% em 2011 na faixa entre 1 e 2; de 27% em 2010 para
39% em 2011 na faixa entre 2 e 3; e de 3% em 2010 para 4% em 2011 na
faixa entre 4 e 5 g/kg. Nesse contexto, observa-se tanto diminuição da
fração leve, como também aumento importante, ou seja, ocorreu um
equilíbrio maior entre as entradas e as saídas de fração leve no módulo
experimental.

Teor de alumínio e pH do solo


Visando complementar o estudo da qualidade do solo submetido
ao manejo orgânico intensivo de hortaliças, foram escolhidos
indicadores que se modificam em um curto período de tempo,
como o pH e os teores de nutrientes no solo, atributos fundamentais
para o desenvolvimento das culturas. Devido à acidez, grande parte
dos solos brasileiros demonstra dificuldades no estabelecimento e
desenvolvimento da produção agrícola para a maioria das culturas. A
acidez de forma excessiva pode modificar propriedades químicas, físicas
e biológicas dos solos e condicionar o crescimento das culturas. Isso se
dá pela acidez, que está relacionada a baixos teores de cátions básicos
(Ca e Mg), e pela toxidez causada por Al e Mn em altas concentrações
(SOUZA et al., 2007). De forma generalizada, a maioria das culturas
agrícolas tem seu desenvolvimento favorecido com o pH do solo na
faixa entre 5,5 e 6,5. O aumento da disponibilidade dos macronutrientes
(N, K, Ca, Mg e S) para as plantas é favorecido por pH na faixa de 6 a
6,5. Quando o pH do solo encontra-se com valores menores do que 5,5,
aumenta a possibilidade de problemas acarretados por elevados teores
de Al e Mn que são tóxicos às plantas. O Al é o principal elemento tóxico
em solos ácidos, prejudica diretamente o sistema radicular das plantas
e indiretamente o seu desenvolvimento geral. Importante frisar que a
solubilidade do Al é baixíssima ou nula mesmo em pH superior a 5,5.
Em pH abaixo de 5,0, a toxidez do Al é muito severa (MEURER, 2007).

186
Experiências Argentinas e Brasileiras

Em condições naturais, os solos podem ser ácidos devido ao


material de origem e também à intensidade do intemperismo (clima e
organismos) que atua na sua formação. As regiões tropicais de clima
úmido e subúmido, com altos índices pluviais, apresentam maior
tendência à acidificação dos solos, decorrente da lixiviação de cátions
como Ca, Mg, K e Na, que contribuem para o caráter básico do complexo
de troca e favorecem, assim, o aumento dos cátions Al e H, que elevam a
natureza ácida dos solos. Outro fator que contribui para elevar a acidez
dos solos é a exportação dos cátions básicos através das colheitas das
culturas, principalmente em solos cultivados intensamente.
A matéria orgânica tem um papel muito importante para a
acidificação, podendo liberar bases para a solução do solo, antes
imobilizadas nos compostos orgânicos, favorecendo o aumento do pH.
Em contrapartida, a oxidação biológica dos resíduos orgânicos libera
CO2, este reage com a água, resultando na formação do ácido carbônico
que se dissocia e libera H, levando à acidificação (SOUZA et al., 2007).
Neste estudo, foram feitas as análises de teor de alumínio e pH
no solo do módulo experimental em agosto de 2010 e agosto de 2011,
perfazendo um ano de manejo intensivo de cultivos de hortaliças
orgânicas. De acordo com o manual de adubação do Estado do Rio de
Janeiro, os parâmetros adotados para o alumínio são os de que até 0,3
cmolc/dm3 é considerado baixo o nível de toxidez, acima desse valor é
considerado alto para as plantas (DE-POLLI e ALMEIDA, 1988). Como
mostrado nos mapas de alumínio em 2010 e 2011 (Figura 5), mais de
90% da área do módulo encontra-se em baixo nível de toxidez às plantas.
Existem pequenas áreas com teor de alumínio considerado alto e estão
localizadas na gleba “Capineira”. Pode-se concluir que, nesse aspecto,
não ocorreu mudança significativa após um ano de cultivo intensivo e
os solos do módulo não apresentam problemas de toxidez por alumínio.
No caso do pH, os parâmetros adotados pelo Estado do Rio de
Janeiro consideram que são solos extremamente ácidos aqueles que
apresentam valores abaixo de 4,4; fortemente ácidos os solos com valores
entre 4,4 e 5,3; moderadamente ácidos os com valores entre 5,4 e 6,5;
praticamente neutros os com valores entre 6,6 e 7,3; moderadamente
alcalinos os com valores entre 7,4 e 8,3, e, por fim, fortemente alcalinos
os com valores acima de 8,3 (DE-POLLI e ALMEIDA,1988).
Como apresentado nos mapas de 2010 e 2011 referentes ao pH
(Figura 5), ocorreu aumento do pH nos solos do módulo experimental.

187
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Houve uma redução da faixa de pH fortemente ácido e um aumento


das outras faixas. Um aumento significativo de pH ocorreu nas glebas
“Canteiros” e “Telados”, onde são produzidas as hortaliças de fato.
Nesse sentido, é possível notar uma melhora nesse aspecto nos solos do
módulo após um ano de cultivo.
O que possivelmente explica esse comportamento é o fato de
que em solos ácidos tem-se observado o aumento do pH com a adição
de materiais orgânicos, tais como esterco bovino e resíduos vegetais,
especialmente provenientes de adubos verdes que apresentam maiores
teores de cátions e ácidos orgânicos de baixa massa molecular na fração
carbono orgânico solúvel, que são capazes de consumir H+ da solução
do solo mediante a protonação dos grupamentos funcionais, refletindo
potencial efetivo em minimizar a acidez do solo (FRANCHINI et al.,
1999; MIYAZAWA et al., 2000; FRANCHINI et al., 2003). Vale a pena
ressaltar a importância da matéria orgânica para a dinâmica da acidez
dos solos. Com a adição de matéria orgânica, pode ocorrer o aumento ou
a redução do pH do solo, dependendo da predominância dos processos
que consomem ou liberam H+.
O aumento do pH pode ser decorrência de alguns processos: (a)
redução da atividade de H+ resultante, principalmente, da liberação
de cátions metálicos; (b) mineralização de formas orgânicas de N; (c)
denitrificação; e (d) descarboxilação dos ácidos orgânicos (YAN et al.,
1996; POCKNEE e SUMMER, 1997). A matéria orgânica do solo (MOS)
pode contribuir também na redução da toxidez por Al, devido à sua
capacidade de complexar esse elemento nos ácidos orgânicos (SILVA e
MENDONÇA, 2007).

Fertilidade do solo
Um atributo importante para o acompanhamento da qualidade
do solo é a sua fertilidade, aspecto que pode complementar outros
indicadores de qualidade por ser facilmente monitorado através de
análises de rotina. Com esse acompanhamento é possível conduzir os
agroecossistemas, respeitando a capacidade dos recursos de seus solos e
visando a manutenção da produção agrícola com adubações necessárias
a seu bom desenvolvimento, pois na maioria dos solos brasileiros os
nutrientes não estão disponíveis na quantidade necessária a cultivos
sucessivos ao longo do tempo (NOBRE JUNIOR, 2009).
As plantas demandam elementos químicos essenciais para
o seu desenvolvimento, alguns são classificados, de acordo com as

188
Experiências Argentinas e Brasileiras

quantidades exigidas, como macro, outros como micronutrientes. Os


macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) são absorvidos pelas plantas em
maior quantidade e os micronutrientes (B, CL, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e
Zn) em menor quantidade. Esses nutrientes têm funções específicas no
metabolismo das plantas, sua ausência ou seu excesso podem acarretar
problemas ou até mesmo a morte desses indivíduos (DECHEN e
NACHTIGALL, 2007). Neste estudo, foram feitas, em agosto de 2010 e
agosto de 2011, análises dos teores de cálcio, magnésio, fósforo e potássio
no solo do módulo experimental.
Os parâmetros utilizados pelo Estado do Rio de Janeiro para os
teores de cálcio e magnésio no solo são classificados em quatro níveis:
baixo, com valores abaixo de 2; médio, com valores entre 2,1 e 6; alto,
com valores entre 6,1 e 10; e muito alto, com valores acima de 10 (DE-
POLLI e ALMEIDA, 1988). Como mostrado nos mapas de cálcio mais
magnésio (Figura 5), os solos do módulo experimental têm níveis baixo
e médio em ambos os anos de análise.
Dando sequência ao monitoramento dos nutrientes, foram feitas
as análises dos teores de fósforo e potássio. Os parâmetros utilizados
pelo Estado do Rio de Janeiro para os teores de fósforo no solo são
classificados em quatro níveis: baixo, com valores abaixo de 10; médio,
com valores entre 11 e 20; alto, com valores entre 21 e 30; e muito alto, com
valores acima de 30 (DE-POLLI e ALMEIDA, 1988). Como mostrado
nos mapas de fósforo (Figura 5), os solos do módulo experimental, em
ambos os anos de análise, apresentam em torno de 50% da área com
teores de fósforo no nível muito alto. Vale ressaltar que esse nível de
teor de fósforo encontra-se predominantemente nas glebas “Canteiros”,
“Telados” e “Gliricídia”. Em contrapartida, ocorreu um crescimento do
nível baixo de 0,4% para 35%, concentrado na gleba “Capineira”.
Os parâmetros utilizados pelo Estado do Rio de Janeiro para os
teores de potássio no solo são também classificados em quatro níveis:
baixo, com valores abaixo de 45; médio, com valores entre 46 e 90; alto,
com valores entre 91 e 135; e muito alto, com valores acima de 135 (DE-
POLLI e ALMEIDA, 1988). Como mostrado nos mapas de potássio
(Figura 5), os solos do módulo experimental, em ambos os anos de
análise, apresentam em torno de 50% da área com teores de potássio
no nível baixo, com um crescimento de 49% para 56% nesse nível. Nos
níveis médio e alto ocorreram decréscimo e no nível muito alto um
acréscimo inexpressivo.

189
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Variabilidade espaço-temporal dos atributos do solo


Com os mapas de 2010 e 2011 de cada atributo, foi possível realizar
a álgebra de mapas que permitiu subtrair um mapa do outro, pixel a
pixel, definindo assim quais as áreas que perderam ou ganharam. Esse
procedimento foi realizado com o carbono orgânico total, com a fração
leve da matéria orgânica e com os teores de cálcio mais magnésio, fósforo
e potássio (Figura 6). Esses mapas permitem a melhor visualização das
variáveis no espaço e no tempo e possibilitam o cruzamento com as
informações dos cultivos.

Figura 6. Mapas de variabilidade espaço-temporal do carbono orgânico


total, fração leve, cálcio mais magnésio, potássio e fósforo no módulo
experimental.
O mapa de variabilidade espaço-temporal de carbono apresenta
cinco faixas de variação. As áreas em vermelho indicam as áreas com
maior redução de carbono e representam aproximadamente 3,5% do
módulo, com 286m². Importante ressaltar que essas áreas encontram-
se em sua maioria nas glebas “Capineira” e “Gliricídia”. A área em

190
Experiências Argentinas e Brasileiras

laranja, com 26,7% do módulo, aponta uma redução um pouco menor


do que a anterior. Repetindo o ocorrido com as áreas em vermelho, a
maior localização dessa faixa está nas glebas “Capineira” e “Gliricídia”,
avançando para a gleba “Canteiros”. As próximas são as áreas em amarelo
escuro, com 41,6% do módulo, presentes em todas as glebas, ainda que
apresentem maior expressão nas glebas “Canteiros” e “Capineira”. A
área em amarelo claro corresponde a 28% do módulo, demonstrando
as menores reduções de carbono, praticamente uma faixa de equilíbrio,
localizada principalmente nas glebas “Canteiros” e “Telados”. Por fim,
a área em verde, com menos de 0,5% da área do módulo, apresenta
um ganho ínfimo de carbono. De forma generalizada, há redução do
carbono em praticamente 100% do módulo, sendo que as glebas que
tiveram maior redução foram “Capineira” e “Gliricídia” em comparação
com as glebas de cultivo intensivo “Canteiros” e “Telados”.
O mapa de variabilidade espaço-temporal de fração leve apresenta
seis faixas de variação. As áreas em vermelho representam 2% do
módulo, indicando as áreas com maior redução de fração leve. Na
sequência, estão as áreas em laranja, com 4% do módulo, apontando uma
redução um pouco menor do que a anterior. Importante ressaltar que
as áreas das duas faixas descritas encontram-se nas glebas “Canteiros”
e “Gliricídia”, porém, são pouco representativas. A área em amarelo
escuro corresponde a 16% do módulo, apresentando redução menor do
que a anterior, localizada em sua maioria na gleba “Canteiros”. A área
em amarelo claro corresponde a 30% do módulo, apresentando redução
muito pequena. As áreas em tons verdes representam um aumento de
fração leve de um ano para outro, o verde claro corresponde a 36% do
módulo e o verde escuro corresponde a 13% do módulo. Essas faixas
de acréscimo estão localizadas em sua maioria nas glebas “Capineira”,
“Telados” e, em menor expressão, “Canteiros”. Os dados da fração
leve apontaram faixas de ganho de 49% da área do módulo. Em
contrapartida, as faixas de perdas mais expressivas ficaram com 22%
do módulo, demonstrado uma dinâmica diferente do carbono orgânico
total.
É importante ressaltar que, com esses dados, podem-se observar
algumas tendências, como a redução dos teores de carbono orgânico
total praticamente em toda a área. Além disso, observou-se também
que as maiores perdas de carbono se deram nas regiões de menor teor
de argila (2 a 5%), o que demonstra uma forte influencia da textura

191
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

na redução do carbono. De qualquer forma, essas tendências não são


ainda conclusivas, pois são fundamentais mais anos de monitoramento
para compreender a dinâmica da matéria orgânica do solo no sistema
orgânico de produção intensiva de hortaliças.
Na sequência, são apresentados alguns estudos que explicam as
propriedades e demonstram a dinâmica da MOS em diversos tipos de
sistemas agrícolas. Esses estudos podem contribuir para o entendimento
dessa dinâmica ocorrida no módulo experimental e apontam algumas
possibilidades que podem esclarecer a redução do COT.
Para Reinert et al. (2006), o manejo da MOS em condições
tropicais e subtropicais é complicado, devido às suas altas taxas de
oxidação, acentuadas pelo revolvimento do solo, que reduz a proteção
da matéria orgânica dentro dos agregados e favorece as trocas gasosas,
resultando uma rápida queda do teor de MOS. A pesquisa destaca
também que, em estudos feitos no Rio Grande do Sul, observou-se que
os solos com textura argilosa apresentaram maiores teores de MOS,
os quais decresciam com a diminuição do teor de argila. Goedert e
Oliveira (2007) também apontam a fragilidade dos solos arenosos
em manter a MOS, agravada com o revolvimento do solo associado a
altas temperaturas e à disponibilidade de água. Esses mesmos autores
ressaltam a dificuldade de reposição da MOS nos trópicos.
Silva e Mendonça (2007) apontam a importância da argila na
manutenção do teor de carbono no solo. Essa relação está fundamentada
na capacidade da MOS em formar diversas ligações com partículas de
alta superfície específicas, como argila e silte, possibilitando a proteção
coloidal da MOS, sendo esta mais atuante nas camadas mais superficiais
do solo. Ressaltam também o papel da argila na formação de agregados
estáveis, protegendo a MOS dos microrganismos. Nos solos arenosos,
as perdas de carbono orgânico solúvel são maiores principalmente em
áreas com alta pluviosidade.
Kuzyakov et al. (2000) chamam a atenção para a importância
da atividade microbiana na decomposição da MOS. Nos solos
originalmente ácidos e com baixos teores de nutrientes, é recorrente a
calagem e a adubação do solo para implantação e desenvolvimento das
culturas. Essas atividades aumentam a disponibilidade de nutrientes
para os microrganismos do solo, que ficam mais ativos e obtêm um
acréscimo de sua população à medida que têm substrato orgânico no
solo de uma fonte lábil de carbono orgânico, o que acarreta a redução

192
Experiências Argentinas e Brasileiras

da MOS anteriormente acumulada no solo. Primeiramente, crescerá


a decomposição/mineralização da fração leve da matéria orgânica
e, depois, das substâncias húmicas, ou seja, a matéria orgânica mais
estável. Esse efeito é conhecido na literatura como “priming”. Os autores
ressaltam que para a estabilização do carbono orgânico no solo deve-se
ater à quantidade e qualidade dos resíduos vegetais adicionados.
Outro ponto importante colocado por diversos autores é a
importância da fração leve para incrementar a sensibilidade relacionada
a alterações no solo, sendo mais uma ferramenta para a avaliação da
qualidade do solo, principalmente em período reduzido de tempo. Isso
se dá devido à alta taxa de decomposição da fração leve, em razão da sua
composição química e da sua fácil disponibilidade aos microrganismos
do solo (GOLCHIN et al., 1997; FREIXO, 2000; BAYER et al., 2001;
ROSCOE & BUURMAN, 2003; ROSCOE et al., 2004; CONCEIÇÃO et
al., 2005).
No mapa de variabilidade espaço-temporal de Ca + Mg são
apresentadas quatro faixas de variação desses teores após um ano
de cultivo intensivo de hortaliças. As áreas na primeira classe do
histograma, de -1,9 a -1, em vermelho no mapa, representam cerca
de 6% do módulo, indicando maior redução de Ca + Mg. As áreas na
segunda classe, -1 a 0, em laranja, correspondem a 81,6% do módulo,
apresentando redução de 1cmolc/dm3 em cada área demarcada, sendo a
faixa mais expressiva que abrange o módulo como um todo. As áreas na
terceira classe, 0 a 1, em verde claro, representam aumento desses teores
em 12,5% do módulo. Resumidamente, os dados de Ca + Mg apontaram
uma redução de 87% da área do módulo.
Nos mapas de variabilidade espaço-temporal de fósforo e
potássio, são apresentadas seis faixas de variação desses teores após um
ano de cultivo intensivo de hortaliças. As áreas em vermelho no mapa
representam 1% do módulo, indicando a maior redução de fósforo. As
áreas em laranja, com 20% do módulo, mostram redução entre -60 e -20.
As áreas em amarelo representam 58% do módulo, indicando reduções
desse nutriente na faixa de -20 a 0. Essa faixa é a mais expressiva, abrange
principalmente as glebas “Capineira”, “Gliricídia” e “Canteiros”. As
áreas em tons de verde representam um aumento desses teores, com
21% do módulo. Os dados de fósforo apontaram uma redução de 79%
da área do módulo.

193
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

As áreas em vermelho no mapa representam 4% do módulo e


indicam maior redução de potássio. As áreas em laranja correspondem
a 20% do módulo, com redução entre -60 e -20. As áreas em amarelo
representam 36% do módulo e mostram as reduções desse nutriente na
faixa de -20 a 0. Essa faixa é a mais expressiva, abrange o módulo como
um todo. As áreas em tons de verde, com 46,5% do módulo, representam
aumento desses teores. Os dados de K apontaram uma redução de 53,5%
da área do módulo.
Os dados mostram que a estratégia de utilização da geoestatística
para entender a variabilidade dos fenômenos que podem interferir na
produtividade e dinâmica de nutrientes é promissora. É importante
ressaltar que as hortaliças necessitam de grande quantidade de
nutrientes em um período relativamente curto, o que ocasiona maior
retirada destes dos solos.

Conclusões
A instalação do módulo de pesquisa mostrou-se metodologicamente
adequada para avaliar a sustentabilidade. No entanto, para se obter
conclusões mais consistentes, é necessário um período maior de
monitoramento. Apesar disso, algumas tendências foram observadas.
A ferramenta geoestatística mostrou-se adequada para caracterizar
as mudanças ocorridas nos solos do módulo experimental. Baseando-
se nos mapas gerados, constatou-se a redução dos teores de carbono
orgânico total, praticamente em toda a área. Observou-se também que
as maiores perdas de carbono se deram nas regiões de menor teor de
argila (2 a 5%). Com relação aos nutrientes, constatou-se a redução nos
teores de P, K e Ca+Mg. Observou-se também que as maiores perdas
de P e K se deram na gleba “Canteiros”, sendo consequência provável
da exportação desses nutrientes devido às colheitas das hortaliças. Em
relação ao teor de alumínio, já que não ocorreu mudança significativa
após um ano de cultivo, não apresentou toxidez por esse elemento.
Ocorreu um aumento do pH, principalmente nas áreas de produção,
possivelmente, esse aumento está relacionado à adição de materiais
orgânicos.

194
Experiências Argentinas e Brasileiras

Referências Bibliográficas
BAYER, C. et. al. Changes in soil organic matter fractions under subtropical
No-Till cropping systems. Soil Sci. Soc. Am. J. v.65, p.1473-1478, 2001.
BIANCONI, A. et al.  Methodological difficulties of conducting
agroecological studies from a statistical perspective.  Agroecology and
sustainable Food Systems. v.37, p.485-506, 2013.
CONCEIÇÃO, P.C. et al. Qualidade do solo em sistemas de manejo avaliada
pela dinâmica da matéria orgânica e atributos relacionados. R. Bras. Ci.
Solo. v.29, p.777-788, 2005. 
DECHEN, A.R.; NACHTIGALL, G.R. Elementos requeridos à nutrição de
plantas. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; BARROS, N.F. de; FONTES,
R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.). Fertilidade do solo.
Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, UFV, 2007. p. 91-133.
DE-POLLI, H.; ALMEIDA, D.L. Manual de adubação para o Rio de Janeiro.
Itaguaí: Ed. Universidade Rural, 1988. 179 p.
DIAS, J. E. Monitoramento do uso da terra e dos níveis de nutrientes do
solo no Sistema Integrado de Produção Agroecológica utilizando
Geoprocessamento. 2007. 111f. Tese (Doutorado em Fitotecnia).
Departamento de Fitotecnia, Instituto de Agronomia, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ, 2007.
EMBRAPA. Levantamento semidetalhado dos solos da área do Sistema
Integrado de Produção Agroecológica (SIPA) – km 47- Seropédica, RJ.
Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. CD-ROM (Embrapa Solos Boletim
de Pesquisa, n 5).
FRANCHINI, J. C. et al. Dinâmica de íons em solo ácido lixiviado com
extratos de resíduos de adubos verdes e soluções puras de ácidos
orgânicos. Pesq. Agropec. Bras. v.34, p.2267-2276, 1999.
FRANCHINI, J. C.et al. Organic composition of green manure during
growth and its effects on cátion mobilization in an acid Oxisol. Comm.
Soil Sci. Plant. v.34, p.2045-2058, 2003.
FREIXO, A.A. Caracterização da matéria orgânica de latossolo sob diferentes
sistemas de cultivo através de fracionamento físico e espectroscopia de
infravermelho. 2000. 86f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ, 2000.
GOEDERT, W.J.; OLIVEIRA, S.A. de. Fertilidade do solo e sustentabilidade
da atividade agrícola. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; BARROS,
N.F. de; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (Ed.)
Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,

195
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

UFV, 2007. p. 991-1017.


GOLCHIN, A; BALDOCK, J.A.; OADES, J.M.A model linking organic
matter decomposition, chemistry, and aggregate dynamics. In: LAL, R.
(Ed.) Soil process and the carbon cycle. Boca Raton: CRC, 1997. p.245-
266.
KIEHL, J.E. Manual de edafologia. São Paulo: Editora Agronômica Ceres,
1979, 264p.
KUZYAKOV, Y.; FRIEDEL, J.K.; STAHR,K. Review of mechanisms and
quantification of priming effects. Soil Biol. Biochem. v.32, p.1485-1498,
2000.
MEURER, E.J. Fatores que influenciam o crescimento e o desenvolvimento
das plantas. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; BARROS, N.F. de;
FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.) Fertilidade
do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, UFV, 2007. p.
66-86.
MIYAZAWA, M.; PAVAN, M.A.; FRANCHINI, J. C. Neutralização da acidez
do perfil do solo por resíduos vegetais. Encarte Técnico. Informações
Agronômicas. v. 92, 2000.
NOBRE JUNIOR, A. A. Sustentabilidade de sistemas de produção sob
manejo orgânico em unidades familiares, na Região Serrana Fluminense.
2009. 197p. Tese (Doutorado em Fitotecnia). Departamento de
Fitotecnia, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro. Seropédica, RJ, 2009.
PEDROTTI, A.; MELLO JÚNIOR, A. V. Avanços em Ciência do Solo:
A Física do solo na Produção Agrícola e Qualidade Ambiental. São
Cristovão: Editora UFS, Acaraju: Fapitec, 2009. 212p.
POCKNEE, S.; SUMMER, M. E. Cation and nitrogen contents of organic
matter determine its soil liming potential. Soil Sci. Soc. Am. J. v. 61, p.
86-92, 1997.
REINERT, D.J. et al. Qualidade física dos solos. In: REUNIÃO BRASILEIRA
DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 16, Aracaju:
Resumos e Palestras. Aracaju, 2006. CD-ROM.
ROSCOE, R.; BUURMAN, P. Tillage effects on soil organic matter in
density fractions of a Cerrado Oxisol. Soil Till. Res., v.70, p.107-119,
2003.
ROSCOE, R. et al. Transformations in occluded light fraction organic
matter in a clayey Oxisol: Evidence from 13C-CPMAS-NMR and 13C
signature. R. Bras. Ci. Solo. v.28, p.811-818, 2004.

196
Experiências Argentinas e Brasileiras

SILVA, I.R.; MENDONÇA, E. de S. Matéria orgânica do solo. In:


NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; BARROS, N.F. de; FONTES, R.L.F.;
CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.) Fertilidade do solo. Viçosa:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, UFV, 2007. p.275-374.
SOUZA, D.M.G. de; MIRANDA, L.N. de; OLIVEIRA, S.A. de. Acidez
do solo e sua correção. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; BARROS,
N.F. de; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.)
Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,
UFV, 2007. p. 206-232.
VIEIRA, S. R. et al. Geostatistical theory and application to variability of
some a agronomical properties. Hilgardia. Berkeley, v.51, n.3, p.1-75,
1983.
VILLELA, A. L. O. Variabilidade espacial da qualidade físico-hídrica do
solo de um sistema em produção agroecológica. 2007. 44f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia, Ciência do Solo). Instituto de Agronomia,
Departamento de Solos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2007.
YAN, F.; SCHUBERT, S.; MENDEL, K. Soil pH increase due to biological
decarboxylation of organic anions. Soil Biol. Biochem. v.28, p.617-624,
1996.

197
VARIABILIDADE ESPACIAL DA QUALIDADE
FÍSICO-HÍDRICA DOS SOLOS DE UMA UNIDADE
DE PESQUISA EM PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA
(Variación espacial de la calidad físico-hídrica de los suelos en
uma unidad de investigación sobre producción agroecológica)

André Luis Oliveira Villela,


Marcos Bacis Ceddia e Carlos Alberto Alves Varella

Resumo
O conhecimento da qualidade físico-hídrica dos solos é
fundamental durante o planejamento e gestão das atividades agrícolas.
Muitos trabalhos têm sido feitos no sentido de correlacionar alguns
atributos físicos do solo e a produção das culturas, no entanto, a maior
parte dos resultados não são viáveis para uso em mapeamento de solos.
A dificuldade é ainda maior em grandes áreas, pois os métodos de
caracterização e amostragens de atributos físicos demandam elevado
investimento de tempo e dinheiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar
a viabilidade de mapear a variabilidade espacial da qualidade físico-
hídrica dos solos de um Sistema de Pesquisa e Produção em Agroecologia.
Alguns indicadores físicos do solo (Água Facilmente Disponível - AFD,
Porosidade de Aeração –PA, Resistência a Penetração Radicular – RP,
e Taxa de Infiltração Estabilizada – TIE) foram mapeados e integrados
em um Sistema de Informação Geográfico, permitindo uma visão
sistemática da qualidade dos solos. O método apresentado mostrou-se
viável e deve ser aperfeiçoado e implementado em diferentes condições
de campo.

Resumen
Los conocimientos sobre la calidad físico-hídrica de los suelos
son fundamentales para el planeamento y la gestión de las actividades
agrícolas. Varios de los trabajos ya realizados correlacionan algunos
atributos físicos del suelo con la producción de los cultivos. Sin embargo,
la mayor parte de estos resultados no son viables para su uso en los estudios

199
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de mapeo de suelos y esto se dificulta con el aumento del tamaño de las


áreas, ya que los métodos de caracterización y muestreo de los atributos
físicos demandan una alta inversión de tiempo y dinero. El objetivo de
este trabajo fue evaluar la viabilidad de mapear la variabilidad espacial
de la calidad físico-hídrica de los suelos en um sistema de investigación
y producción agroecológica. Algunos indicadores físicos del suelo (água
facilmente disponible-AFD, porosidad de aereasión-PA, Resistencia a la
penetración radicular-RP, tasa de infiltración estabilizada-TIE) fueron
mapeados e integrados em um sistema de información geográfica,
permitiendo la visión sistemática de la calidad de los suelos. El presente
método se mostró viable y debe ser perfeccionado e implementado en
diferentes condiciones de campo.

Introdução
Os sistemas agroecológicos visam o manejo sustentável da unidade
de produção, com enfoque sistêmico que privilegie a preservação
ambiental, a agrobiodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida
do homem, buscando a sustentabilidade social, ambiental e econômica
no tempo e no espaço. Baseiam-se na conservação dos recursos naturais e
não utilizam fertilizantes de alta solubilidade, agrotóxicos, antibióticos,
aditivos químico-sintéticos, hormônios, organismos transgênicos e
radiações ionizantes (NEVES et al., 2004).
O Sistema Integrado de Pesquisa em Produção Agroecológica
(SIPA),também conhecido como “Fazendinha Agroecológica do km
47”, é um espaço destinado ao exercício da agroecologia. O SIPA foi
implantado em 1993 no município de Seropédica - RJ e vem sendo
conduzido em parceria entre a EMBRAPA, a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária
do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO). Segundo Almeida
et al. (1983), a “Fazendinha” é uma referência de pesquisa sistêmica
e tem buscado desenvolver tecnologias sustentáveis e adequadas
aos agroecossistemas locais. No entanto, tem-se observado grande
variabilidade temporal, espacial e temática das atividades realizadas,
uma vez que os métodos tradicionais de experimentação não se adaptam
perfeitamente à proposta de trabalho e a coleta das informações é,
com frequência, diferenciada e feita por distintosprofissionais. Como
consequência, torna-se difícil a sistematização dos dados coletados em
sistemas de informação geográficas (SIG), o que impede o conhecimento
dos fenômenos e da performance do sistema como um todo.

200
Experiências Argentinas e Brasileiras

Alguns trabalhos têm sido conduzidos no SIPA utilizando


SIG, destacando-se inicialmente Jesus (2003) e Rocha (2004) e, mais
recentemente, Dias (2007) que espacializou os dados de fertilidade
química e do uso dos solos do SIPA. No tocante às características físicas
do solo, várias campanhas de campo foram feitas com o intuito de
caracterizar a variabilidade espacial de diversos atributos.
Existem inúmeras publicações que tratam da correlação entre
atributos físicos do solo e desenvolvimento vegetal, porém, permanecem
ainda dúvidas sobre as melhores metodologias e critérios globais para
a espacialização e caracterização da qualidade físico-hídrica dos solos.
Assim, o objetivo deste trabalho foi levantar e sistematizar dados sobre
diversos indicadores físico-hídricos dos solos do SIPA em um SIG,
permitindo a avaliação da qualidade física do solo do SIPA.

Área de Estudo
O SIPA – “Fazendinha Agroecológica do Km 47” –foi criado
em 1993 com a finalidade de abrir um espaço para o exercício da
agroecologia com bases científicas, explorando os recursos naturais
disponíveis. Foi estruturado para a busca do aproveitamento racional
das potencialidades locais, dentro de uma estratégia que tenciona
contribuir para dar sustentabilidade à atividade produtiva no meio
rural, integrando produção vegetal e animal (NEVES et al., 2004). O
SIPA está inserido na região da baixada fluminense, no município de
Seropédica, RJ, entre os meridianos 43 40’00’’ e 43 41’10’’ de longitude
oeste de Greenwich e os paralelos de 22 44’30’’ e 22 45’30’’ de latitude
Sul. O clima é quente e úmido, prevalecendo temperaturas elevadas no
verão e amenas no inverno, cuja classificação climática é do tipo AW
(EMBRAPA, 1999). A Fazendinha possui uma área total aproximada
de 59 hectares.Destes, uma área de 5,05ha vem sendo manejada sob
sistemas de rotação, distribuídos espacialmente em policultivos dentro
de glebas de plantio. Dessa área de glebas, foram mapeados 3,26ha,
englobando 17 glebas. Em adição, foram incluídos 2,98ha de pastagens,
área denominada gleba 0 (Figura 1). Portanto, foram mapeados 6,24ha
entre glebas e área de pasto. O solo foi amostrado em sua camada
superficial (0 a 0,30m).

201
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 1. Área estudada (SIPA).


É apresentada na Figura 2 uma ampliação do mapa da Figura
1, com o mapa semi detalhado de classes de solos existentes na área
(EMBRAPA,1999).Pode-se observar o predomínio de Argissolos e
Planossolos.

202
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Ampliação da Carta pedológica (escala 1:10.000). Adaptada de


Embrapa (1999).

Sistematização dos Dados


A sistematização das informações do SIPA foi feita em um SIG.
O mapa base, com resolução de 4 metros, foi composto das seguintes
informações: mapa planialtimétrico, imagem Quick bird com pixels de
0,6 m, adquirida no ano de 2004, e mapa de solos(EMBRAPA 1999).
Os mapas de variabilidade espacial de atributos e de qualidade
físico-hídrica do solo foram gerados por krigagem através do programa
computacional GEOESTAT e sistematizados no SIG Arc View, versão

203
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

3.2a. Os pontos de coleta das amostras foram georreferenciados no


sistema UTM com precisão sub métrica (DGPS – modelo Trimble-
GeoExplorer 3).

Amostragens
A amostragem do solo foi feita em duas etapas, sendo que a
primeira foi realizada no ano de 2001, por equipe da área de Física do
Solo da UFRRJ, e seguiu um modelo de grade irregular. Para aperfeiçoar
a modelagem dos semivariogramas, foram feitas algumas coletas em
intervalos menores, de acordo com características que denotaram maior
variabilidade nos solos. Esse procedimento é recomendado por Trangmar
et al. (1985). As características utilizadas para a escolha de pontos mais
adensados foram variação no relevo – mapa de altimetria –, solos –
mapa de solos – e histórico de comportamento dos cultivos nas glebas.
Considerando a frequência de amostragem e a área total de 6,24ha,
foram feitas medições e coletas de solo em 122 pontos (Figura 3). As
amostras de solos foram retiradas nas profundidades de 0 a 0,10; 0,10
a 0,20 e 0,20 a 0,30 metros, para determinação dos seguintes atributos:
textura, densidade do solo - DS, retenção de água na capacidade de
Campo - CC, retenção de água a 80kPa, retenção de água no Ponto de
Murcha Permanente- PMP, Porosidade de Aeração – PA, e Porosidade
Total - PT. Já no ano de 2006, foi criada uma nova grade irregular, com
espaçamentos que variavam em torno de 20 a 40 metros, para execução
dos testes de infiltração e de resistência à penetração (RP), tendo sido o
primeiro realizado em superfície– Permeâmetro de Campo – e adotado
como representativo da infiltração do perfil considerado, e o segundo
mensurado na faixa de 0 a 0,30 metros– Penetrômetro. Foram feitas
medições em 169pontos (Figura 4).

204
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 3. Grade de amostragem 1 (2001).

Figura 4. Grade de amostragem 2 (2006).

205
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Análises de solos e testes físico hídricos


Estudo volumétrico do solo
Em cada ponto da grade de amostragem, foram abertas
minitrincheiras de 0,30m de profundidade (Figura 3), de onde foram
coletadas amostras nos intervalos de 0 a 0,10; 0,10 a 0,20 e 0,20 a0,30
metros, para determinação,de acordo com EMBRAPA (1997), dos
seguintes parâmetros físicos:
• Textura (areia fina, areia grossa, silte, argila total e argila naturalmente
dispersa);
• Umidade do solo nas tensões 10KPa (adotada como capacidade de
campo - Ucc), 80KPa (tensão correspondente ao limite de funcionamento
do tensiômetro - Uft) e 1500KPa (tensão correspondente ao ponto de
murcha permanente - Upmp);
• Densidade do solo (anel volumétrico);
• Densidade das partículas (balão volumétrico); e
• Granulometria do solo (método da pipeta).

Testes de Resistência à Penetração (RP)


Foi utilizado o penetrômetro dinâmico ou de impacto desenvolvido
por Stolf (1991). Foram amostrados pontos até a profundidade de 0,30m.
A determinação foi realizada no solo com umidade próxima à capacidade
de campo (Ucc), 48 horas após uma chuva de aproximadamente 8 mm.
Foram coletadas três amostras de solo para determinação da umidade
nas Glebas 0, 8 e 13 e os teores encontrados foram, respectivamente,
6,2%, 19,1% e 15,5%. Para o cálculo da RP, foi utilizada a fórmula descrita
por Stolf (1991). Os dados foram expressos em Kgf/cm² e multiplicados
pelo fator 0,098099 para transformação dos resultados em MPa, como
descrito nas equações a seguir:

em que,
R = resistência, kgf/cm2;
F = força da resistência, kgf;
A = área da base do cone, cm2;

206
Experiências Argentinas e Brasileiras

sendo,

em que,
M = massa que provoca o impacto, kg;
m = massa dos demais componentes, kg;
g = aceleração da gravidade, 9,81 m.s-2;
h = altura de queda, cm
x = penetração por impacto, cm.
Testes de Infiltração Estabilizada (TIE)
Os testes foram realizados no ano de 2006 com o permeâmetro
de modelo IAC. O orifício feito no solo, com trado caneca, para
introdução da sonda, foi de 0,10m e foi utilizada uma carga hidráulica
de 0,05m. A condição de fluxo constante foi considerada estabilizada
após a quarta leitura igual consecutiva. Os dados foram avaliados
como representativos da TIE no perfil. Os cálculos da condutividade
hidráulica saturada de campo, Kfs, e do potencial matricial de fluxo, φm,
foram feitos com o auxílio do programa computacional ONEHEAD em
linguagem FORTRAN, que utiliza a equação básica para a condição de
fluxo sob carga constante (H), dentro de orifício cilíndrico de raio a:

em que,
Q = fluxo constante
H = carga hidráulica
a = raio do orifício
C = fator que considera a geometria das medições, de acordo com
a textura do solo.
O valor de C pode ser calculado usando equações ajustadas aos
gráficos originais, na fórmula:

em que,
A e B são os parâmetros de ajuste segundo a Tabela 1 a seguir.

207
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 1. Parâmetros de ajuste de A e B para o cálculo do fator C.

Textura do Solo A B
1 - Arenoso 0.59822327899 0.647467571
2 - Argiloso ou franco estrut. 0.5939456566 0.6365011232
3 - Sem estrutura 0.5697527087 0.6237229652

Foi calculada também a infiltração saturada tridimensional,


usando a taxa constante e a geometria do orifício, a partir da relação
entre o volume de água infiltrada (L) e a área molhada do orifício (m2).
O volume de água infiltrada (L) foi calculado por:

em que,
Dp2 = diâmetro do reservatório do permeâmetro (cm);
Q = taxa constante (cm/min) encontrada para a carga hidráulica.
A área (m2) molhada no orifício foi calculada por:

em que,
Do =diâmetro do orifício (cm);
H2 = carga hidráulica (cm).
Dividindo V por A e efetuando todos os cancelamentos possíveis,
tem-se:

em que,
I = infiltração (mm/h);
Q = taxa constante (mm/min).

208
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabela 2. Categorias de meios porosos para estimativa de α* (ELRICK et al., 1989).

Categoria de meios porosos Valor de α* (m-1)


Materiais argilosos sem estrutura (cobertura de mineração,
1
depósitos marinhos ou lacustres)
Solos de textura fina e sem estrutura 4
Solos estruturados de argila a franco. Também inclui areais
12
finas e outros meios sem estrutura
Areia grossa e muito grossa. Também inclui solos altamente
36
estruturados com rachaduras e macroporos

Intervalos de classe dos atributos físico hídricos.

Os dados medidos foram organizados em planilhas contendo a


coordenada geográfica de cada ponto. A Porosidade Total foi estimada
de forma indireta (a partir de dos dados de DS e DP). Os atributos Agua
Disponível Total – ADT, e Água Facilmente Disponível - AFD foram
estimados a partir dos dados de retenção de água (ADT= Ucc-Upmp,
eAFD= Ucc - Uft, respectivamente).
Como a unidade de capacidade de armazenamento de água
adotada foi AFD, e considerando que não é consagrado na literatura as
classes de AFD, decidiu-se criar as classes, tendo como base referências
recomendadas para ADT e posterior adaptação, tendo como base as
relações locais entre ADT e AFD. De acordo com Bureau (1953), os
intervalos de classe para ADT são: baixa (ADT < 6%), média (6% ≤ ADT
≥ 12%) e alta (ADT > 12%). Considerando que a AFD na área de estudo
é, em média, 65% do valor da ADT, utilizou-se essa relação média como
fator para estimar a primeira classe de AFD. As demais classes foram
estabelecidas após avaliação interativa dos dados existentes, ficando da
seguinte forma: restritivo (AFD < 3,9mm), não restritivo (3,9mm ≤ AFD
≥ 5,67mm), bom (5,67mm < AFD ≥ 7,56mm) e ótimo (AFD >7,56mm).
As classes de PA também foram geradas a partir de recomendações
de Bureau (1953), quais sejam: baixa (PA < 10%), média (10% ≤ PA ≥
20%) e alta (PA > 20%). Esses intervalos de classes foram adaptados
e utilizados conforme descrito a seguir: restritivo (PA < 10%), não
restritivo (10% ≤ PA ≥ 20%), bom (20% < PA ≥ 30%) e ótimo (PA > 30%).
Os intervalos de classes utilizado para os dados de RP foram
baseados em Arshad et al. (1996), que estabelece o ponto crítico no valor de
2,0MPa como sendo limitante ao desenvolvimento de raízes. O intervalo
de classes adotado foi restritivo (RP> 2MPa); não restritivo (2MPa ≥ RP
≤ 1,32 MPa); bom (1,32MPa <RP ≥ 0,66 MPa); e ótimo (RP< 0,66 MPa).

209
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Para o atributo TIE foi adotado o seguinte intervalo de classe:


restritivo (TIE < 50mm.h-1); não restritivo (50mm.h-1 ≥ TIE ≤ 100 mm.h-
1
); bom (100mm.h-1> TIE ≤ 150mm.h-1); e ótimo (TIE > 150mm.h-1).
Embora seja importante eliminar o caráter subjetivo na avaliação
dos atributos do solo, em função da natureza utilitária de cada estudo, é
recomendável o uso de diferentes intervalos de classes para cada atributo
físico-hídrico, de acordo com as características de clima e cultura local.
Nesse sentido, os valores críticos de cada indicador, a profundidade e
outras características inerentes à medição devem ser arbitradas para
uma determinada cultura ou grupo de culturas. Os intervalos de
classe foram criados visando o desenvolvimento da metodologia, sem a
pretensão de se estabelecer ou mesmo padronizar valores de referência
para cada indicador, o que deverá ser feito sempre, em função das
características de cada situação específica.
Análise Geoestatística
Para geração dos mapas de variabilidade espacial dos atributos
físico-hídricos, optou-se pela aplicação do interpolador geoestatístico
(Krigagem ordinária). Assim, inicialmente, efetuou-se a análise
estatística descritiva para avaliação dos parâmetros estatísticos, bem
como da distribuição de frequência dos dados e da existência de
dados anômalos. Em seguida foram calculados os semivariogramas
experimentais dos atributos do relevo (elevação), teor de argila, AFD,
RP e TIE. A partir da constatação da existência de dependência espacial,
modelou-se os semivariogramas e efetuou-se a interpolação através da
krigagem ordinária. Para execução desses procedimentos utilizou-se o
programa GEOSTAT (Vieira, et al., 1983).
Criação dos mapas temáticos no SIG
As planilhas contendo os dados interpolados de cada atributo,
com extensão “txt”, foram importadas para o programa computacional
Arc ViewGIS versão 3.2a. Cada atributo foi associado a um tema e
convertido para o formato “shp”. Esses arquivos foram convertidos para
o formato matricial através do comando convert to grid. A resolução
espacial de saída foi configurada para 2m (4m²). Os atributos foram
inicialmente separados em nove classes de intervalos iguais, conforme
padrão do programa Arc view. Para facilitar as análises, os intervalos
foram reclassificados.

210
Experiências Argentinas e Brasileiras

O tema altitude foi reclassificado e apresentado em 12 classes


(cotas 26 a 38), das quais cada classe representa a variação de um
metro na altitude do mundo real. As cores apresentadas no mapas
representam gradientes de tons de um único matiz. A variabilidade
espacial do tema teor de argila foi reclassificada com intervalos de classe
de 5% de argila. Os atributos físico-hídricos utilizados para análise e
interpretação da qualidade físico-hídrica do solo (AFD, PA, RP e TIE)
foram reclassificados em quatro classes, sendo a pior classe de cada
tema considerada como potencialmente restritiva ao desenvolvimento
vegetal.
Classificação físico-hídrica
A classificação físico-hídrica foi conduzida considerando-se os
fatores que influenciam diretamente o desenvolvimento vegetal, como
AFD, PA e RP (LETEY, 1985), sendo adicionado um componente, a
TIE, que além de ser um dado relevante para o estudo da aeração do
solo, também constitui um instrumento de manejo agrícola, pois está
relacionado com os processos de compactação, erosão e drenagem
dos solos (OTTONI FILHO, 2003). A ordem sequencial em que são
relacionados os indicadores reflete a ordem de influência destes sobre o
desenvolvimento vegetal, sendo: AFD>PA>RP>TIE (LETEY, 1985).
Para a apresentação do mapa de qualidade físico-hídrica (QFH),
as classes de cada indicador foram isoladas no SIG através do comando
query. Com cada classe individualizada, foi possível compor, então, o
mapa deQFH (Figura 5). O mapa apresentado não é produto de álgebra
entre os atributos, e sim uma sobreposição de classes dos diversos
atributos e profundidades, sendo que as classes que aparecem no topo
da legenda têm prioridade de apresentação sobre as demais. Com o
intuito de evitar o excesso de classes no mapa de qualidade, as classes
boa e ótima, que apresentam valores altos para AFD, PA e TIE e baixos
para RP, foram agrupadas em uma única classe.
O mapa de QFH apresentado é um exemplo dentre os vários mapas
que podem ser gerados quando se têm informações sobre culturas,
exigências quanto aos atributos físico-hídricos e profundidade do sistema
radicular. Assim, para uma determinada cultura, cuja profundidade
efetiva do sistema radicular não ultrapasse os 0,20m de profundidade,
as classes referentes a leituras na profundidade entre 0,20m e 0,30m
poderão ser desabilitados no SIG, o que resultará em um novo mapa de
QFH.

211
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 5. Mapa de Qualidade Físico-Hídrica (QFH) do módulo estudado.

Análise estatística descritiva


Na Tabela 3, são apresentados os parâmetros estatísticos descritivos
dos dados. Nota-se que a área apresenta altitude entre 26,23m e 37,58m e
que, em média, a textura, nas três profundidades, é muito similar, sendo
classificada como areia franca. O predomínio dessa classe textural,
no entanto, não esclarece adequadamente toda a variabilidade em
profundidade. Em função da ocorrência na área de solos pertencentes
às classes Argissolo e Planossolo, os quais apresentam elevado gradiente
textural em profundidade, constata-se que ocorre aumento dos valores
máximos de argila nas camadas subsuperficiais, tendo reflexos na
elevação do coeficiente de variação e desvio padrão.

212
Experiências Argentinas e Brasileiras

Outro aspecto marcante é o de que a textura tem uma forte


influência nos demais atributos físicos, ou seja, se relaciona com a baixa
retenção de água (CC, 80kPa e PMP) e a disponibilidade de água (AFD
e ADT), como também com a elevada porosidade total e de aeração. A
influência da textura predominantemente arenosa também explica os
altos valores de TIE e os baixos valores de RP.
Embora a avaliação da variabilidade espacial dos dados por
geoestatística não condicione que os dados devam ter distribuição
normal (Tabela 3), pode-se inferir sobre a normalidade dos dados. Desse
modo, dados que apresentam distribuição normal possuem valores
similares de média, mediana, moda e assimetria, variando em torno de
0 a 0,5 (WEBSTER, 2001).Ao considerar esses parâmetros, constata-se
que apenas altitude, AFD, PT e PA apresentam valores de assimetria
próximos da faixa mencionada, enquanto retenção de água (CC, 80kPa
e PMP), ADT, areia, silte, argila, RP e TIE não apresentam distribuição
normal. Observa-se também, para a maioria dos atributos, a tendência
de elevação da assimetria nas camadas mais profundas.

213
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 3. Estatística descritiva de altitude e atributos físico-hídricos.

CC - capacidade de campo; 80kPa - umidade à 80kPa; PMP - ponto de murcha


permanente; AFD - água facilmente disponível; PT - porosidade total; PA - porosidade
de aeração; RP - resistência à penetração; e TIE - taxa de infiltração estável.

214
Experiências Argentinas e Brasileiras

Na Tabela 4,estão apresentados os coeficientes de correlação


linear de Pearson (r), entre os atributos físico-hídricos e a altitude. O
conhecimento da correlação entre as variáveis permite estabelecer
quantitativamente a relação entre os atributos avaliados, bem como
aperfeiçoar a qualidade dos mapas, através de interpolação por
cokrigagem – o que não foi feito para este trabalho.
Tabela 4. Coeficientes de correlação linear de Pearson (r) entre os atributos estudados.

Valores em negrito são significativos no nível de 5% de probabilidade de estar errado.

215
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Além de, na profundidade de 0,10m a 0,20m, ocorrer redução


acentuada nas correlações, pode-se observar, ainda na Tabela 4,
que, com exceção de PT nas três profundidades e de AFD e silte na
profundidade de 0,10m a 0,20m, os demais atributos apresentam
correlação significativa com a altitude. Essa correlação entre os atributos
físicos e a altitude é especialmente útil, pois não só comprova a relação
entre o fator de formação relevo e o padrão de variabilidade espacial dos
atributos físico-hídricos, também possibilita o uso da altitude, variável
relativamente fácil de medir e com boa precisão, para aperfeiçoar a
interpolação dos demais atributos (cokrigagem).
Outra informação bastante útil encontrada na Tabela 4 é a de que
a altitude apresenta correlação positiva e significativa com praticamente
todos os atributos, sendo negativa apenas para o teor de areia e PA.
Assim, conforme se atinge cotas mais elevadas, diminui-se os teores
de areia e, consequentemente, de porosidade de aeração. Os atributos
CC, 80kPa, PMP, AFD e ADT, de forma similar à altitude, também
se correlacionam significativamente com todos os demais atributos,
com exceção apenas de PT. Como a retenção de água é governada por
fenômenos de adsorção e capilaridade, constata-se a correlação, de uma
lado, positiva desses atributos com o teor de argila e, de outro, negativa
com areia e PA.
A tabela 4 também demonstra a não correlação entre os atributos
RP e TIE. Em função de que esses atributos foram medidos em camadas
com diferentes espessuras, não foi possível inferir adequadamente
a correlação entre RP e TIE com os demais atributos do solo. Com o
exposto nas Tabelas 3 e 4, pode-se ter um entendimento sobre a variação
dos atributos físico-hídricos na paisagem, ou seja,conforme se eleva a
cota, aumenta-se o teor de argila, a retenção e disponibilidade de água e
reduz-se a porosidade de aeração.
Análise de Variabilidade Espacial
Na Figura 6, são apresentados os semivariogramas experimentais
e os respectivos modelos ajustados para os indicadores físico-hídricos
AFD, PA, RP e TIE, bem como para os de argila e altitude. Todos os
indicadores e atributos demonstram dependência espacial, variando
conforme o modelo ajustado. De acordo com Isaaks & Srivastava
(1989), o modelo ajustado aos semivariogramas experimentais sugere
a continuidade espacial do fenômeno investigado. Para esses autores,
fenômenos que apresentam modelo gaussiano ajustado têm função

216
Experiências Argentinas e Brasileiras

aleatória mais contínua, aumentando o caráter errático com modelos,


respectivamente, esféricos e exponenciais.
Segundo esse critério, altitude e argila, nas profundidades
de 0 a 0,10m e de 0,10 a 0,20m apresentam modelo gaussiano e,
portanto, maior continuidade. Por outro lado, os indicadores RP e
TIE evidenciam modelos exponenciais, portanto, mais erráticos. De
forma intermediária, AFD e PA apresentam modelo esférico nas três
profundidades. E de maneira geral, o padrão de variabilidade espacial
observado é coerente, ou seja, atributos do solo que dependem muito
da porosidade apresentam padrão mais errático. É o caso típico de RP e
TIE, os quais são fortemente influenciados por atividades antrópicas e
da biota do solo.
. . . .
100 140 160
Argila 0-10 Argila 10-20 Argila 20-30
90 140
120
80
Semivariograma

120

Semivariância
100
Semivariância

70
60 100
80
50 80
40 60
60
30 40 40
20 Dados Dados
20 Dados 20
10 Gaussiano (4, 84.5, 157) Gaussiano (8, 124.3, 200) Esférico (0,145.4,228.2)
0 0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

2.5 AFD 0-10 90 AFD 10-20 AFD 20-30


4
80 3.5
2 70
Semivariância

3
Semivariancia

Semivariância

1.5 60
2.5
50
40 2
1
30 1.5
Esférico (1.43,0.71,99.8) Dados
0.5 20 dados 1
Dados Esférico (0.61,2.63, 196.45)
10 Esférico (13.96, 63.30, 318.04) 0.5
0
0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

90 100
80
PA 0-10 PA 10-20 PA 20-30
80
70 70 80
Semivariância
Semivariância

60 60
60
Semivariância

50 50
40 40 40
30 30
20 Esf (8.07, 62.13,107.05) Dados
20 Dados 20
10 Dados 10 Esférico (4.76,75.5,43,2)
Esf (12,59,132)
0 0 0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 0 25 50 75 100 125 150 175 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância (m) Distância (m) Distância (m)

30 8000.0 4.5
RP TIE Altitude
4
25 3.5
6000.0
Semivariânciacia
Semivariânciacia

Semivariância

20 3
2.5
15 4000.0
2
10 1.5
2000.0 Dados Dados
Dados 1
5 Exponencial (217.8, 6214.9, 29.8)
Exponencial (0, 22.23, 29.03) 0.5 Gaussiano (0 05 3 85 90
0 0.0 0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distância, (m) Distância, (m) Distância (m)

Figura 6. Semivariogramas da altitude e atributos físico-hídricos.


A partir dos parâmetros dos semivariogramas – efeito pepita (C0),
patamar (C0+C1) e alcance (a) –, pode-se avaliar o grau de dependência
espacial de cada indicador e parte desses em profundidade. Ao analisar
esses parâmetros, confirma-se que há menor dependência espacial dos
indicadores RP e TIE – menor alcance –, mas que, com exceção de AFD
na profundidade de 0m a 0,10m, todos os demais atributos apresentaram,

217
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

proporcionalmente, pequenos valores de efeito pepita, o que seria


classificado por Cambardella (1994) como grau forte de dependência
espacial. Pela análise dos atributos argila, AFD e PA nas três profundidades,
constata-se que, em todos, o efeito pepita é menor na profundidade de
0,20m a 0,30m (menor erro aleatório) e maior na camada de 0 a 0,10m.
Mapas de Altitude e Atributos Físicos
Tanto nas glebas, quanto na pastagem, existe uma diferença de
altitude de 7 metros entre a menor e a maior cota. As glebas locadas nas
cotas mais elevadas são 3, 9, 10, 18, 19, e 20. As locadas em cotas mais
baixas são 5, 6, 7 e 14.

Legenda

Altitude (m)
26 - 2 7

27 - 2 8

28 - 2 9
23
29 - 3 0 14
13 22
30 - 3 1 12 21
0 20
31 - 3 2 11
10 19
32 - 3 3 9
7 8 18
3
33 - 3 4 6
34 - 3 5 5
35 - 3 6

36 - 3 7

37 - 3 8
N
Altitu d e (m )

Informações adicionais sipa.dxf W E

Edificações
S
Lim ites de g leb as
40 0 40 80 Meters
Carread ores

Lim ite d a Á ra m ape ada Escala 1:4.000

Figura 7. Variabilidade espacial da altitude.


Como já mencionado, a variabilidade espacial dos teores de argila
está correlacionada positivamente com a variação da altitude (Tabela 4),
quanto maior a altitude, maior o teor de argila. Todos os indicadores
estudados são influenciados pela textura, uma vez que ela tem relação
direta com estruturação do solo, distribuição do espaço poroso e
capacidade de retenção de água.
Observando o mapa de argila (Figura 8), verifica-se, de modo
geral, que a área de pastagem e as glebas adjacentes apresentam solos de
textura arenosa em seus primeiros 0,30m, com exceção de uma pequena
áreade cotas relativamente elevadas, próxima aos limites entre as glebas

218
Experiências Argentinas e Brasileiras

7, 14 e 0, onde a textura é média de 0,10m e argilosa de 0,10m a 0,30m.


Já na área de glebas, há textura média com predomínio nas glebas 7, 11,
12 e 23 e textura argilosa na maior parte das terras das glebas 8, 9, 10,
18, 19, 20, 21 e 22.

0-0,1m

23
14
13 22
12 21
0 20
11
10 19
9
Legenda 7 8 18
3
6
5
Argila (%)
0-5

5 - 10

10 - 1 5

15 - 2 0 0,1-0,2 m
20 - 2 5

25 >
23
Argil a (% ) 14
13 22
12 21
Informações adicionais 0
11 20
Edificações
10 19
9
Lim ites de g leb as
7 8 18
3
Carread ores 6
5
Lim ite d a Á ra m ape ada

0,2-0,3 m
N

W E 23
14
13 22
S 12 21
0 20
11
10 19
50 0 50 100 Me ters 9
7 8 18
3
Escala 1:4.000 6
5

Figura 8. Variabilidade espacial dos teores de argila.


No que concerne à disponibilidade de água, de modo geral, as
restrições de AFD (Figura 9) predominam na área de pastagem. Essa
classe ocorre também em parte das glebas adjacentes à pastagem. Ainda
assim, há uma pequena área, próxima ao limite entre a pastagem e a
gleba 5, de cotas relativas e teores de argila sensivelmente elevados, onde
observa-se altos valores de AFD, principalmente na profundidade de
0a 0,30m. Com exceção das já citadas glebas adjacentes à pastagem,
todas as outras apresentam valores considerados como não restritivos
ao desenvolvimento vegetal. Valores considerados ótimos foram
encontrados apenas na profundidade de 0,20 a 0,30m em parte das
glebas 3, 6, 7, 8, 10, 11, 18, 19 e 20. Porém, valores considerados restritivos
foram observados em partes das glebas 21, 22 e 23.

219
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

0-0,1 m

23
14
13 22
12 21
0 20
11
10 19
9
7 8 18
3
6
Legenda 5

AFD (mm)
0 - 3.9

3.9 - 5 .67

5.6 7 - 7 .5 6

> 7 .5 6 0,1-0,2 m
AFD (m m)

23
Informações adicionais 14
13 22
Edificações 12 21
0 20
Lim ites de g leb as 11
10 19
Carread ores 9
7 8 18
3
Lim ite d a Á ra m ape ada 6
5

W E

S
0,2-0,3 m
50 0 50 10 0 Me te r s

23
14
Escala 1:4.000 13 22
12 21
0 20
11
10 19
9
7 8 18
3
6
5

Figura 9. Variabilidade espacial de AFD.


Os mapas de PA (Figura 10), mostram que as áreas com restrição
potencial por disponibilidade de ar às raízes são predominantes nas
glebas. Nessa região, as glebas que apresentam trechos com valores
restritivos são 10, 12, 18, 19, 20, 21, 22, e 23, sendo que, em algumas,
como 10 e 12, há restrição apenas na camada de 0 a 0,30m e, nas demais,
problemas nas duas últimas profundidades. Na camada superficial, a
maioria dos trechos apresenta valores altos (20% a 30%). A pastagem,
de modo geral, está melhor do ponto de vista de PA, sobretudo nos
primeiros 0,20m iniciais, que apresentam valores compreendidos nas
classes boa e ótima. Já em profundidade, em uma área com valores muito
altos de argila, a pastagem, pode-se observar a ocorrência de pequena
área de restrição potencial ao desenvolvimento radicular por PA.

220
Experiências Argentinas e Brasileiras

0-0,1 m

23
14
13 22
12 21
0 20
11
10 19
9
7 8 18
3
6
5
Legenda

PA (%)
0 - 10

10 - 2 0 0,1-0,2 m
20 - 3 0

> 30
23
PA (%) 14
13 22
12 21
Informações adicionais 0
11 20
Edificações
10 19
Lim ites de g leb as
9
7 8 18
3
Carread ores 6
Lim ite d a Á ra m ape ada
5

0,2-0,3 m
50 0 50 100 Meters

Escala 1:4.000 23
14
N 13 22
12 21
0 20
11
W E
10 19
9
7 8 18
S 3
6
5

Figura 10. Variabilidade espacial de PA.


De maneira geral, os valores de RP encontrados (Figura 11)
estão baixos em função de fatores pedogenéticos que atuam na região
e conferem textura arenosa aos solos, além do fato das medições
terem sido feitas com o solo úmido. Diante dessa observação, pode-se
esperar que novas medições, com níveis baixos de umidade, mostrem
valores de RP mais restritivos. De acordo com o mapa de RP, os
valores considerados neste estudo como potencialmente restritivos
ao desenvolvimento radicular ocorrem apenas em uma área muito
pequena da gleba 13 e que valores da classe imediatamente seguinte,
não restritivo, se dão no entorno desse ponto. Valores interpretados
como bons são predominantes na área de glebas e valores ótimos
ocorrem em praticamente toda a área da pastagem.

221
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

RP (MPa)

RP (MPa)
0 - 0.66
23
14
0.66 - 1.32
13 22
1.32 - 2
12 21
0 20
>2
11
10 19
RP (M P a)
9
7 8 18
3
6 N
Informações adicionais
5
Edificações
W E
Lim ites de glebas
S
Carreadores
50 0 50 100 Meters
Lim ite da Á ra m ape ada
Escala 1:4.000

Figura 11. Variabilidade espacial da Resistência à Penetração.


A observação do mapa de TIE (Figura 12) permite a constatação
de que, possivelmente, não exista correlação entre teor de argila e TIE.
Isso porque, embora a área de pastagem, que tem baixos teores de argila,
apresentar altos valores de TIE, esses níveis também foram encontrados
em áreas de glebas, que, conforme mostra a Figura 8, apresentam
altos teores de argila. Essa alta variabilidade deve estar relacionada a
diversos fatores como manejo, faunopedoturbação ou mesmo erros
de medição. O intervalo de classe inferior de TIE (<50mm/h), embora
apareça nessa simulação como restritivo, não consiste em restrição
ao desenvolvimento vegetal e sim em uma importante informação de
manejo. Essa restrição, por exemplo, poderia ser, em determinadas
situações, relativa à utilização de sistemas de irrigação de alto volume
de aplicação. A grande área da pastagem apresentou elevados valores de
TIE, tendo apenas duas pequenas manchas restritivas em sua porção
Noroeste e outra também pequena nos limites dessa área com a gleba
5. No tocante às glebas, pode-se observar que, as que apresentam
maiores áreas de superfície com restrição são 3, 5, 6, 7 e 19. Outras
áreas apresentam pequenas manchas de restrição isoladas. As glebas
20 e 21 e a região compreendida nos limites entre as glebas 13, 14 e 23
apresentaram elevados valores de TIE (> 150mm/h).

222
Experiências Argentinas e Brasileiras

Legenda

TIE (mm/h)
0 - 50
23
14
50 - 100
13 22
100 - 150
12 21
0 20
150 - 500 11
10 19
TIE (m m/h) 9
7 8 18
3
6
Informações adicionais N
5
Edificações
W E
Lim ites de g lebas
S
Carreadores 50 0 50 100 Meters

Lim ite da Á ra m ape ada


Escala 1:4.000

Figura 12. Variabilidade espacial da Taxa de Infiltração Estável.


A Figura 13 apresenta uma sobreposição de classes, na qual os
intervalos de cada atributo e as profundidades avaliadas são apresentados
em um único mapa. O critério de prioridade de apresentação das classes,
estabelecido para esse mapa, foi o de apresentação das classes restritivas
para cada indicador e, entre os atributos, o critério o foi o de AFD > PA
> RP >TIE. Vale lembrar que as classes mostradas na íntegra no mapa
de QFH (Figura 5) foram aquelas que ocuparam posições no topo da
legenda – classe restritiva de AFD nas três profundidades –, ficando as
classes subsequentes encobertas onde houve sobreposição de pixels.
Como água e ar são ocupantes do espaço poroso do solo, sendo
que o primeiro componente ocupa basicamente os microporos e o
segundo, os macroporos, a variabilidade espacial dos intervalos de
classe considerados restritivos para os indicadores AFD, PA, RP e TIE
se dá de maneira oposta, como se pode observar nos mapas temáticos
dos indicadores (Figuras 9 e 12). Assim, o mapa de QFH (Figura 13)
apresenta, na íntegra, apenas as classes restritivas de AFD (vinho), e
a maioria das áreas com classes restritivas de PA (vermelho), nas três
profundidades avaliadas. As classes restritivas de RP e TIE foram
apresentadas logo após as de AFD e PA e foram encobertas por estas
onde houve coincidência.
Do ponto de vista das restrições, como discutido após a
apresentação dos mapas de cada indicador, observa-se que a pastagem

223
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

apresenta, basicamente, fortes restrições de QFH principalmente por


AFD, com exceção de pequenas áreas isoladas com restrições dos demais
atributos. Na área das glebas, observa-se o oposto, ou seja, ocorrem
maiores restrições por PA e TIE e existem apenas pequenas manchas
com a classe restritiva de AFD.
Restritivo A FD

Restritivo P A

Restritivo RP

Restritivo T IE

Não Restritivo AFD 23


14
13 22
12 21
Não Restritivo PA 0 20
11
10 19
9
Não Restritivo RP 7 8 18
3
6
5
Não Restritivo TIE

N
Ótimo A FD

W E
Ótimo P A
S

Ótimo RP 50 0 50 100 Met ers

Escala 1:4.000
Ótimo TIE

Figura 13. Variabilidade espacial da Qualidade Físico-Hídrica dos solos.


Logo após a apresentação das classes restritivas de cada indicador,
foram apresentadas as classes não restritivas, que foram coloridas
em tons de azul claro. Ainda com o critério de prioridade AFD > PA
> RP > TIE, todas as áreas que não foram mapeadas como restritivas
foram preenchidas, configurando-se portanto, as regiões com melhor
classificação físico-hídrica.
É importante salientar que o mapa da Figura 13 tem função
utilitária, assim, da forma que é apresentado, fornece um panorama
da QFH dos solos da “Fazendinha Agroecológica do km 47”,mas que
os critérios de prioridade, bem como o intervalo de classes, podem

224
Experiências Argentinas e Brasileiras

e deverão ser alterados sempre que houver informações específicas


sobre culturas, sistemas de manejo, glebas ou mesmo peculiaridades
experimentais específicas. A alteração dos intervalos de classes dentro
do SIG poderá ser feita de forma simples por usuários de conhecimento
básico do software. A alteração dos valores de cada indicador (novos
levantamentos) para monitoramento e/ou atualização poderão ser feitas
seguindo a metodologia descrita neste estudo e utilizando o mesmo
banco de dados aqui apresentado.
Dias (2007), apresenta uma série de mapas que descrevem
quimicamente as glebas 10, 11 e 12, as quais também são avaliadas
neste trabalho. A fusão dos bancos de dados destes trabalhos poderia
ser utilizada para análises mais específicas de correlação de causas e
efeitos nas pesquisas realizadas nessa área.O mapa de QFH (Figura
13), de certa forma, corrobora com os resultados encontrados por Silva
et. al, (2001), que analisou o intervalo hídrico ótimo (IHO) em solos
com variação textural. Nesses resultados, para os mesmos valores de
densidade, solos com textura média apresentaram IHO maiores do que
solos com textura argilosa, devido, principalmente, a restrições, muitas
vezes simultâneas de PA e RP (Figuras 10 e 11). Esses resultados mostram
que solos argilosos tendem a apresentar graus de compactação maiores
para os mesmos valores de DS. Pode-se observar que grande parte das
áreas vermelhas que aparecem nas glebas do mapa de QFH (Figura 13)
é em geral coincidente com aquelas de textura argilosa em que há mais
de uma restrição. Caso a metodologia do IHO seja aplicada, menores
valores deverão ser encontrados nessas glebas. Pode-se dizer, então, que
a metodologia aqui proposta, além de ser viável para o mapeamento
de QFH, é útil para o planejamento do uso das terras, permitindo a
identificação de zonas específicas com maior potencial de degradação.

225
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Referências Bibliográficas
ALMEIDA, D.L., RIBEIRO, R.L.D.; GUERRA, J.G.M. Sistema Integrado
de Produção Agroecológica (“Fazendinha” Agroecológica Km 47). In:
Agricultura Agroecológica: I Encontro de Agricultura Orgânica. Guaí-
ba, RS: Livraria e Editora Agropecuária, 1999.p.150-159.
DIAS, J.E. Avaliação do Uso e Fertilidade do Solo no Sistema Integrado
de Produção Agroecológica Utilizando Geoprocessamento. 2007. 121f.
Tese (Doutorado). Departamento de Fitotecnia, Instituto de Agrono-
mia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ, 2007.
EMBRAPA. Levantamento semidetalhado dos solos da área do Sistema In-
tegrado de Produção Agroecológica (SIPA) – km 47- Seropédica, RJ.
Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. CD-ROM (Embrapa Solos Bole-
tim de Pesquisa, n 5).
JESUS, E.L. Avaliação da sustentabilidade Agrícola: Uma abordagem con-
ceitual e metodológica. 2003. 197f. Tese (Doutorado em Ciência do
Solo). Departamento de Solos, Instituto de Agronomia, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.Seropédica, RJ, 2003.
LETEY, J. Relationship between soil physical properties and crop produc-
tion. Adv. Soil Sci. v. 1, p.277-294, 1985.
NEVES, M.C.P.; ALMEIDA, D.L.; DE-POLLI, H.; GUERRA, J.G.M.; RI-
BEIRO, R.L.D. Agricultura Orgânica: Uma estratégia para o desenvolvi-
mento de sistemas agrícolas sustentáveis. Seropédica, RJ: EDUR, 2004.
98p.
OTTONI FILHO, T.B. Uma Classificação Físico-Hídrica dos Solos. R. Bras.
Ci. Solo. v.27, p.211-222, 2003.
ROCHA, R.E. Implantação de uma base de dados georreferenciada para
monitoramento e avaliação da fertilidade do solo no Sistema Integra-
do de Produção Agroecológica (SIPA – Fazendinha). 2004. 222f. Tese
(Doutorado em Fitotecnia), Departamento de Fitotecnia, Instituto de
Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica,
RJ, 2004.
WEBSTER, R. Statistics to support soil research and their presentation. Eu-
ropean Journal of Soil Science. v.52, p.331-340, 2001.

226
CICLAGEM DE NUTRIENTES, FIXAÇÃO DE CARBONO
E EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA
(Reciclado de nutrientes, fijación de carbono
y emisión de gases de efecto invernadero)
SUMIDEROS DE CARBONO Y EMISIÓN DE GASES
DE EFECTO INVERNADERO DESDE EL SECTOR
AGROPECUARIO ARGENTINO. ESTADO DEL ARTE
(Sequestro de Carbono e Emissão de Gases de Efeito Estufa
do setor agropecuário Argentino. Estado da Arte)

Alejandro O. Costantini, Carina R. Álvarez,


Vanina R. Cosentino, Carolina Alvarez y Miguel A. Taboada

Resumen
En la Argentina, según la Segunda Comunicación Nacional
sobre el Cambio Climático, el 43% de las emisiones de gases de efecto
invernadero corresponden al sector agropecuario, principalmente en
las formas de óxido nitroso y metano, provenientes de la agricultura
y ganadería, respectivamente. Ante la carencia de factores de emisión
propios, estos inventarios han sido hechos con los factores de emisión
establecidos por el IPCC. De acuerdo a estos valores, las emisiones
estimadas de la Argentina han sido mayores que aquellas medidas en
Brasil y Uruguay.
Históricamente, las determinaciones de C en los suelos argentinos
han sido expresadas en términos relativos (% o g kg-1). Esta información,
aunque valiosa, no permite conocer la variación de los stocks de carbono
del suelo a lo largo del tiempo, ya que en la mayoría de los casos la
densidad aparente del suelo no ha sido determinada. No obstante, varios
estudios han sido realizados desde hace muchos años para conocer las
variaciones originadas por la utilización de los suelos – en contenidos
de materia orgánica, emisiones de CO2 y fracciones lábiles de C - antes
de comenzar los estudios de stock de C en el suelo hasta profundidades
mayores a 20 cm - , que comenzaron más recientemente en la región. Por
el momento no se han percibido diferencias significativas en el stock de
carbono en esquemas bajo siembra directa en comparación a sistemas
bajo labranza reducida, pese a que si se presenta una acumulación
superficial del C. Los suelos bajo agricultura presentan menor stock de

229
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

C que aquellos casi prístinos o menos trabajados. En la región semiárida


Pampeana se observó que la incorporación de gramíneas en la rotación
incrementaba el stock de C cuando se comparaba esta situación con la
de monocultivo de soja.
También en la región semiárida Pampeana se establecieron
relaciones entre las emisiones de óxido nitroso y los factores ambientales
y de manejo, mediante técnicas estadísticas. Se observó que la relación
entre la emisión de N2O y dichos factores fue diferente entre el período
de barbecho (estación fría y seca) y el período de cultivo (más cálido y
húmedo), siendo los cultivos en el experimento maíz y soja. En barbecho
la emisión de óxido nitroso es explicada por el contenido de nitratos,
espacio poroso lleno de agua y temperatura media del aire, en ese orden
de importancia. En el período de cultivo la variable más importante fue
el contenido de agua en los poros. Las emisiones en el invierno fueron
muy bajas, mientras que las más altas fueron registradas en el verano,
cuando los cultivos estaban en el campo, y un tiempo después de la
fertilización nitrogenada que se aplicó al maíz.
Los pocos datos de emisiones que existen en la Argentina muestran
que los valores medidos en el campo son, en general, menores que
aquellos calculados según el IPCC, siguiendo la tendencia de otros datos
obtenidos en el Cono Sur. Esto demuestra la necesidad de poner todavía
más énfasis en la importancia de profundizar este tipo de estudios con
la obtención de factores de emisión locales, una meta todavía distante
de ser alcanzada.

Resumo
Na Argentina, de acordo com a Segunda Comunicação Nacional
sobre a Mudança Climática, 43% das emissões de gases de efeito estufa
correspondem ao setor agropecuário, principalmente nas formas
de N2O e metano, provenientes da agricultura e criação de gado,
respectivamente. Perante a carência de fatores de emissão próprios,
estes inventários têm sido feitos com os fatores de emissão estabelecidos
pelo IPCC. Conforme estes valores, as emissões estimadas da Argentina
foram maiores do que aquelas medidas no Brasil e no Uruguai.
Historicamente, as determinações de C nos solos Argentinos
têm sido expressas em termos relativos (% ou g kg-1). Esta informação,
mesmo que valiosa, não permite conhecer a variação dos estoques de
carbono do solo ao longo do tempo, já que na maioria dos casos não

230
Experiências Argentinas e Brasileiras

foi determinada a densidade do solo. Contudo, vários estudos têm


sido realizados, desde há muitos anos, para conhecer as variações
ocasionadas pela utilização dos solos - em conteúdos de matéria
orgânica, emissões de CO2 e frações lábeis de C - antes de começar os
estudos de estoque de C no solo até profundidades maiores do que 20
cm, que começaram mais recentemente na região. Por enquanto não se
perceberam diferenças significativas no estoque de carbono no plantio
direto quando comparado com formas de preparo reduzido, embora
aconteça uma estratificação superficial do C. Os solos sob agricultura
apresentam menor estoque de C do que aqueles intocados ou menos
trabalhados. Na Região Semiárida Pampeana observou-se que a
incorporação de gramíneas na rotação incrementava o estoque de C se
comparada com a monocultura de soja.
Também nesta região estabeleceram-se relações entre as emissões
de N2O e os fatores ambientais e de manejo, mediante técnicas
estatísticas. Observou-se que a relação entre a emissão de N2O e tais
fatores foi diferente entre o período de pousio (estação fria e seca) e
o período de cultivo (mais quente e úmido), sendo os cultivos milho
e soja. No primeiro, a emissão de N2O é explicada pelo conteúdo de
nitratos, espaço poroso do solo cheio de água e temperatura média do
ar, nessa ordem de importância. Já no período de cultivo a variável mais
importante foi o conteúdo de água nos poros. As emissões no inverno
foram muito baixas e as maiores foram registradas no verão, já com
a presença dos cultivos no campo e um tempo após a fertilização do
milho com nitrogênio.
Os poucos dados de emissões que existem na Argentina mostram
que os valores medidos no campo são, em geral, menores de que aqueles
calculados segundo o IPCC, seguindo a tendência de outros dados
obtidos no Cone Sul. Isto mostra a necessidade de se por ainda mais
ênfase na importância de aprofundar este tipo de estudo com a obtenção
de fatores de emissão locais, um alvo ainda longe de ser atingido.

231
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Introducción
Ciertos gases, que tienen la capacidad de atrapar la radiación
infrarroja emitida por la superficie de la tierra han sido denominados
Gases de Efecto Invernadero (GEI). Muchos de ellos existen normalmente
en la naturaleza, siendo el dióxido de carbono (CO2), el metano (CH4) y
el óxido nitroso (N2O) los más importantes, al menos entre los emitidos
desde el sector agropecuario.
El IPCC (2007) reporta evidencias concretas de calentamiento en
la superficie terrestre. Estas evidencias están basadas en aumentos de la
temperatura de la superficie de la tierra, del nivel global del mar y en la
disminución de la cobertura de nieve en el hemisferio norte (Figura 1).
Estos cambios están probablemente asociados con otros, tales como la
concentración en la atmósfera de GEI, la que se ha ido incrementando
desde los inicios de la Revolución Industrial (Figura 2).

Figura 1. Cambios en la temperatura, el nivel del mar y la cobertura de


nieve en el hemisferio norte. Fuente: IPCC (2007).

232
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Concentración atmosférica de CO2, metano y óxido nitroso en el


último milenio. Fuente: adaptado de IPCC (2001).
El incremento en la emisión de estos 3 gases tiene un componente
importante, aunque no único, proveniente del sector agropecuario.
La Figura 3 muestra un incremento significativo en la emisión de
CO2 proveniente de la quema de combustibles fósiles, el cual puede
adjudicarse sólo en forma parcial a dicho sector. La participación del
sector agropecuario en términos de C equivalente para el año 2004 fue
el 39.5% de las emisiones de GEI. En la Argentina, la agricultura aporta
el 43% de las emisiones GEI (Fundación Bariloche, 2007).

233
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Dentro del sector agrícola la principal fuente de emisión de metano


son los cultivos de arroz, las de óxido nitroso se deben en general al
manejo agrícola de los suelos, mientras que prácticas tales como la
quema de residuos agrícolas o los incendios de bosques, arbustales o
pajonales generan metano, óxidos de nitrógeno, así como monóxido
y dióxido de carbono. La puesta en producción de las tierras genera
muchas veces una disminución del carbono orgánico del suelo con la
consecuente emisión de CO2 a la atmósfera.

Figura 3. Emisiones globales de GEI antropogénicos entre 1970 y 2004 en


términos de C equivalente.
Fuente: IPCC (2007).

Al momento de cuantificar los GEI deben considerarse no sólo la


cantidad emitida de cada uno de los gases, sino también lo que se conoce
como el Potencial de Calentamiento Global (en inglés Global Warming
Potential, GWP). El GWP compara la cantidad de calor atrapada por
una masa de cierto gas en comparación con la misma masa de CO2 para
un intervalo de 100 años. El GWP se expresa entonces como un factor
de CO2, cuyo GWP es 1. Así, el metano tiene un GWP de 21 mientras
que el del N2O es de 310.
El CO2 es el más abundante entre los gases de efecto invernadero
y el suelo tiene un papel importante en su producción. Los ecosistemas
donde las emisiones de CO2 exceden a la asimilación en la forma de
producción primaria son considerados fuentes de carbono, mientras que

234
Experiências Argentinas e Brasileiras

en los que predomina la acumulación sobre la liberación se consideran


sumideros.
Lal et al. (1998) atribuyen gran importancia a la labranza
conservacionista y al manejo de los residuos (que involucra también a
su calidad por medio de la elección de las rotaciones) en el potencial
de secuestro de carbono de un suelo, el que no es ilimitado para un
ecosistema en particular. Después de interrumpir un ciclo agrícola, el
secuestro de C podría continuar solamente hasta alcanzar un nuevo
equilibrio en el contenido de C del suelo (Mosier, 1998). La cantidad
de C que puede secuestrarse en el suelo depende de varios factores,
algunos propios de condiciones climáticas o edáficas, como por ejemplo
el contenido de arcilla (Rice, 2001) o de nitrógeno (Jantalia et al., 2006).
Debido entonces a su alto impacto sobre las emisiones en términos
de equivalentes de carbono, uno de los gases a los que se le ha prestado
mayor atención en los últimos tiempos, principalmente cuando de
emisiones desde el sector agrícola se trata, es el óxido nitroso (N2O).
Este gas es emitido a la atmósfera como producto de los procesos de
nitrificación y principalmente de desnitrificación. La nitrificación es un
proceso aeróbico, mediante el cual el amonio es reducido a nitrito. Esta
reducción produce el N2O actualmente atribuido a los nitrificadores
en suelos bien aireados (Robertson & Groffman, 2007). Mientras que
el proceso de desnitrificación es un proceso anaeróbico, es decir se
torna especialmente importante cuando la concentración de oxígeno es
limitante y el nitrato toma el rol de aceptor de electrones. Por lo tanto
se ve regulado por los contenido de nitratos del suelo, aunque también
el carbono edáfico tiene influencia (Robertson & Groffman, 2007).
Rochette et al. (2010) mencionan en forma clara que la nitrificación y la
desnitrificación son las principales fuentes de N2O en suelos minerales
y que las tasas a las cuales se producen estos procesos determinan la
magnitud de sus emisiones.
Rochette (2010) clasificó a los factores que influyen sobre
la emisión de óxido nitroso en próximos y distales. Dentro de los
primeros se encuentran las condiciones ambientales (potencial redox,
temperatura, humedad y pH) y condiciones del sustrato, básicamente
contenido de C y N. Entre los factores distales se encuentran algunas
propiedades intrínsecas del suelo tales como textura, estructura,
porosidad y contenido de materia orgánica; la situación en el paisaje, el
clima y las prácticas de manejo. Entre estas últimas puede mencionarse

235
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

a las labranzas, uso de enmiendas, irrigación, drenaje, tipo de cultivo,


rotaciones, barbecho, tipo y dosis de fertilizantes, etc.
Este capítulo se enfocará entonces en las emisiones de óxido
nitroso y dióxido de carbono, así como los stocks de carbono, en todos
los casos estudiados en diferentes subregiones de la Región Pampeana
Argentina.

Estimación de emisiones de Gases de Efecto Invernadero


para la República Argentina
En la Argentina el panorama más completo sobre emisiones de
GEI lo brinda el inventario realizado para la Segunda Comunicación
Nacional sobre Cambio Climático (Fundación Bariloche, 2007). Como
ya se mencionó, según los datos que de él se desprenden, el 43% de las
emisiones de GEI del país corresponden al sector agropecuario, y dentro
de él, el 21% corresponde a la agricultura, principalmente en la forma de
N2O y el 22% a la ganadería, fundamentalmente debidas al metano. En
el inventario se excluye el cambio de uso de la tierra.
Ante la carencia de factores de emisión propios al momento
de su realización, estos inventarios han sido confeccionados con los
factores de emisión establecidos por defecto por el IPCC (1996). Las
emisiones directas de N2O de Argentina aumentaron de 60 Gg año-1
en 1990 a 140 Gg año-1 en 2005, observándose una baja participación
de los fertilizantes y muy alta de los cultivos y forrajeras fijadores de N.
Esto provocó que para las condiciones de la Argentina, las emisiones
de óxido nitroso se explicaran en gran parte por la producción de soja.
Para el N2O, el principal gas emitido desde suelos agrícolas, el factor de
emisión para suelos de clima templado fue 1.25, lo que corresponde a
una emisión de 0.0125 kg N2O kg-1 de N que ingresa al suelo como N
mineral (IPCC, 1996). La nueva metodología de IPCC (2006) aún no
utilizada en las Comunicaciones Nacionales ha disminuido ese valor
por defecto a 1%.
Taboada y Cosentino (2011) advirtieron que el uso de la metodología
de IPCC (2006) producirá algunos cambios en la contabilización de las
fuentes de N. Al suprimir a la fijación biológica como fuente de N pasible
de ser luego emitido, e incluir otras fuentes como el aporte de heces y
orina de animales en pastoreo y el proveniente de la mineralización de
la materia orgánica del suelo. De esta manera se elimina una “doble
contabilidad” de emisiones de N2O debido a las fuentes “cultivos y

236
Experiências Argentinas e Brasileiras

forrajeras fijadoras de N” y “enterramiento de residuos”. Así, de 0.0125


kg N2O kg-1 N emitido según IPCC (1996) se pasa a 0.01 kg N2O kg-1 N
emitido según IPCC (2006).
Si se toman como ejemplo suelos agrícolas bajo siembra directa, la
Tabla 1 muestra la superficie cultivada, las emisiones directas anuales de
óxido nitroso y la conversión de las emisiones a una base de superficie
utilizando las directrices del IPCC (1996; 2001)
Tabla 1. Emisiones anuales de óxido nitroso y su conversión a unidad de superficie
para suelos de la república Argentina según estimaciones usando directrices IPCC
(1996; 2001).

Superficie Emisiones directas de N2O


Año inventario A B=Ax103 C D=Cx106 E=D/C
Miles de ha ha Gg N2O-N año kg N2O-N año-1 kg N20-N ha-1 año-1
1990/91 16.618,45 16.618.450 39,54 39.542.562,67 2,38
1994/95 18.190,08 18.190.080 45,76 45.760.873,81 2,52
1997/98 21.556,86 21.566.860 59,45 59.451.043,26 2,76
2000/01 23.445,09 23.445.087 69,76 69.755.543,42 2,98
2005/06 26.839,69 26.839.693 82,57 82.570.449,59 3,08

Así, conforme al inventario Nacional, los suelos agrícolas han


emitido casi 3 kg de N-N2O ha-1 en el año 2005. La Tabla 2 muestra
resultados de emisiones de N2O medidas a campo en Uruguay y Brasil.
Estas mediciones fueron en general más bajas que las estimaciones
obtenidas en el inventario argentino.

237
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 2. Resumen de datos de emisiones de óxido nitroso medidos a campo en suelos


de Uruguay (Perdomo et al., 2009) y sur de Brasil (Jantalia et al., 2008) en suelos
manejados con siembra directa (SD) y labranza convencional (LC).

Dosis de N Kg N-N2O ha-1 año-1


Autor Rotación/cultivo Labranza
(kg N ha-1) Promedio SD o LC
Pastizal 0.07
Agricultura continua SD 0.44
Perdomo et
Rotación pastura SD 1.72 1.08 (0.64)
al. (2009)*
Agricultura continua LC 3.77
Rotación pastura LC 1.35 2.56 (1.21)
Trigo/soja SD 45 0.80
Soja/vicia SD 0 1.48
Maíz/trigo SD 45 1.09
Trigo/soja SD 45 0.85
Soja/vicia SD 0 1.92
Jantalia et al. Maíz/trigo SD 45 0.63 1.13 (0.18)
(2008) Trigo/soja LC 0 1.09
Soja/vicia LC 45 1.18
Maíz/trigo LC 45 1.38
Trigo/soja LC 0 1.24
Soja/vicia LC 45 1.75
Maíz/trigo LC 45 0.76 1.23 (0.12)
*medias transformadas logarítmicamente.

Medición de emisiones de CO2 a campo y de stocks de


carbono en algunos suelos de la Argentina
Históricamente las determinaciones de carbono en los suelos
argentinos (y en el mundo) han sido realizadas en términos relativos.
Así, el porcentaje, y más recientemente los g kg-1 han sido las unidades
más usadas. Una cantidad importante de trabajos científicos y de
relevamientos de suelo han sido efectuados de esta forma a lo largo de
muchos años. Esta información, que es sin dudas muy valiosa, no nos
permite conocer como han ido variando las existencias de carbono en el
suelo, ya que al no conocer la densidad aparente de la capa u horizonte
de suelo estudiado, no podemos saber realmente la cantidad de kg del
elemento en cuestión que presentan y presentaron los suelos.
Ya en la década de 1980 y luego con mucha mayor profundidad y
frecuencia en la de 1990 muchos fueron los estudios que aún con esta
dificultad metodológica ya enfocaban la problemática de la disminución

238
Experiências Argentinas e Brasileiras

de los contenidos de carbono orgánico del suelo en el territorio argentino


en general y el pampeano en particular. Algunos ejemplos de ello pueden
encontrarse en (Alvarez et al., 1995a; Alvarez et al., 1995b; Alvarez et al.,
1996; Costantini et al., 1996; Alvarez et al., 1998) entre otros.
También ya en la década de 1980, empiezan a aparecer para la
región Pampeana los primeros valores de emisión de CO2, aunque la
mayoría de ellos obtenidos a partir de incubaciones en laboratorio,
lo que podría equipararse a la mineralización que Franzluebbers
(1995) llama carbono potencialmente mineralizable. En la década de
1990 se intensifican las mediciones de CO2 emitido desde el suelo, a
campo. Alvarez et al (1996), estudiaron en el norte de la Provincia de
Buenos Aires la emisión de CO2 diferenciando entre el proveniente de
la respiración edáfica y el proveniente de las raíces del cultivo. Estos
autores encontraron que durante el verano, inmediatamente después de
la incorporación del rastrojo de trigo, la respiración fue 37% más alta
en parcelas en las cuales se había pasado una rastra de discos (mayor
temperatura del suelo) que en aquellas donde se realizaba siembra
directa (Figura 4). Estos resultados, llevan a pensar que en climas
templado-húmedo la temperatura es el principal factor ambiental para
regular la respiración del suelo, y que la influencia del contenido de agua
del mismo en la liberación de CO2 es generalmente menor.

239
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 4. Emisiones de CO2 totales (suelo más raíces) y provenientes de las


raíces a lo largo de un año bajo diferentes sistemas de labranza.
Fuente: Adaptado de Alvarez et al. (2006).

Alvarez et al. (1998) en Pergamino, norte de la provincia de Buenos


Aires, evaluaron los efectos del manejo sobre la calidad de las distintas
fracciones de la materia orgánica. En ese trabajo observaron una fuerte
fluctuación estacional en la producción a campo de CO2, donde las
parcelas bajo siembra directa presentaban los flujos más altos (Figura 5)

240
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 5. Emisiones de CO2 medidas a campo bajo dos sistemas de labranza


diferentes.
Fuente: Adaptado de Alvarez et al. (1998). Línea punteada: siembra directa; línea entera:
labranza convencional.

Podría esperarse que los suelos bajo labranza convencional liberen


más CO2 respecto de aquellos bajo siembra directa, considerando que
en los primeros hay mayor contacto entre el suelo y los rastrojos y en
general menor temperatura del suelo, generándose por lo tanto mejores
condiciones para la mineralización de los compuestos orgánicos. Los
mayores tenores de materia orgánica total, y principalmente del pool
orgánico lábil, obtenidos bajo siembra directa en el trabajo de Álvarez et
al. (1998), podrían ser el origen de la mayor producción de CO2 que se
muestra en la Figura 5.
En Argiudoles típicos de Marcos Juárez, provincia de Córdoba,
Costantini et al. (2006) encontraron diferencias significativas entre
las cantidades de CO2 emitidas a campo entre un sistema de labranza
reducida y uno de siembra directa, siendo mayores las emisiones en el
primer caso.
Para calcular correctamente los stocks de carbono del suelo, debe
calcularse la masa de suelo por estrato muestreado utilizando los valores
de densidad aparente. Con la masa de suelo correspondiente a cada
estrato y las concentraciones de C se calculan los respectivos stocks,

241
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

através de la ecuación descripta por Sisti et al. (2004), corrigiéndose los


valores a masa constante, permitiendo de esta manera la comparación
de existencias en las distintas situaciones, independientemente del
grado de compactación que se presente en los diferentes tratamientos.
La densificación en alguna capa puede causar sobreestimación en los
contenidos de carbono determinados si esto no es tomado en cuenta.
En suelos de Marcos Juárez, Costantini et al. (2006) determinaron
el contenido de C orgánico hasta 90 cm de profundidad, sin observar
diferencias significativas en cuanto al stock de C, cuando se comparó
labranza reducida con siembra directa. Algo semejante encontraron
Alvarez et al. (2011) cuando compararon en muchos suelos de la región
pampeana norte el stock de C hasta 30 cm. No obstante ambos trabajos
mostraron una diferencia porcentual en el contenido de carbono
orgánico a favor de la siembra directa, consecuencia de una importante
estratificación. La utilización de las tierras para cultivo determinó una
reducción en el carbono orgánico del suelo con respecto a las situaciones
prístinas (Costantini et al., 2007; Berhongaray et al., 2013). Los suelos
agrícolas presentaron una disminución del stock de carbono orgánico
respecto de las situaciones no agrícolas y menos disturbadas. Una
amplia revisión de trabajos realizados sobre los contenidos de carbono
orgánico en el suelo puede encontrarse en Steinbach y Alvarez (2006).
En Haplustoles de la región semiárida pampeana, Alvarez et al
(2010b), compararon el efecto de dos rotaciones y dos sistemas de labranza.
Ellos observaron que en las parcelas bajo rotación, maíz/soja (ROT)
el contenido de carbono orgánico total (COT) fue significativamente
mayor (66,18 Mg ha-1) que en monocultivo (soja/soja) (63,97 Mg ha-1)
(Figura 6). Analizando las parcelas en monocultivo en forma separada,
la labranza reducida (LR) no difirió significativamente de las parcelas
con siembra directa, ya sea en la que se usó barbecho (SDB) como en
la que tuvo cultivo de cobertura durante el período invernal (SDcc),
pero en las que están bajo rotación la LR (61,18 Mg ha-1) se diferenció
significativamente respecto de SDB y SDcc con 67,36 y 70,01 Mg ha-1
respectivamente. La rotación mz-sj mostró los mayores stocks de C y
N hasta 1 m en los tratamientos SDB y SDcc siendo significativamente
mayores que LR (Fig 6).

242
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 6. Stock de Carbono orgánico total (COT) hasta 1m de profundidad


corregido por unidad de masa. Las barras superiores indican la desviación
estándar.
Letras minúsculas diferentes indican diferencias significativas (p<0.001) entre los
sistemas de labranza, letras mayúsculas diferentes indican diferencias significativas
(p<0.001) entre las rotaciones de cultivos.

Se observó un incremento en el stock de C cuando se combinó


un mayor ingreso de aportes por rotación (mz-sj) en comparación a
monocultivo de soja con la práctica de siembra directa. La diferencia
en stock de C mencionada coincide con lo demostrado por Bono et
al. (2008) en la región Semiárida Pampeana, que no es atribuido a un
aumento de secuestro de C debido a una mayor mineralización de la
labranza de la reducida, sino a la mayor productividad de los cultivos
por una mejor conservación del agua bajo siembra directa.

Medición de emisiones de N2O a campo


Son escasos los trabajos en la Argentina en los que se realizaron
mediciones de N2O a campo. En verdad, buena parte de ellos miden
el proceso de desnitrificación, y a partir de ello estiman la emisión de
óxido nitroso.

243
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La importancia que adquiere en los últimos años el conocimiento


en la emisión de GEI lleva a los equipos de investigación argentinos a
comenzar el camino de las mediciones a campo, su comparación con los
factores establecidos por el IPCC y la determinación de factores propios
de emisión, algo aún muy lejos de ser alcanzado.
En un contexto de carencia prácticamente total de mediciones, debe
en primer lugar remarcarse la importancia del papel que desempeñó el
Programa Centros Asociados (CAPES – SPU) que permitió intercambio
de investigadores, programación de cursos de capacitación “ad hoc” para
investigadores y estudiantes, pasantías de entrenamiento y en general
fue un facilitador de estrategias de colaboración.
Desde el punto de vista metodológico fue importante el hecho de
haber trabajado en un adecuado acondicionamiento de las muestras para
casos donde el cromatógrafo para determinar óxido nitroso está distante
del lugar de extracción de las muestras. Alvarez et al. (2010a) mostraron
que un simple lacrado de los frascos en el que se inyectaban las muestras
de aire permitía mantener el hermetismo de ellos, permitiendo realizar
las mediciones.
Con el objetivo de determinar emisiones de óxido nitroso en
molisoles de la región pampeana y dada la amplia variación diaria,
un primer paso fue determinar el horario óptimo de muestreo. En
este sentido, Cosentino et al. (2013) han mostrado que el horario que
se encuentra entre las 9 y las 12 hs es el que mejor representa la tasa
de emisión de N2O media diaria por lo que parece el más adecuado
para la toma de las muestras para determinación de óxido nitroso. Los
resultados se muestran en la Figura 7.

244
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 7. Dinámica de la emisión de N2O durante el día. La línea horizontal


corresponde al promedio diario (88,6 mg N-N2O m-2 h-1).
Cosentino et al. (2013) encontraron una importante asociación
entre el contenido de nitratos y las emisiones de óxido nitroso para
molisoles de la zona Pampeana Húmeda (Figura 8), mientras que Alvarez
et al. (2012) no encontraron la misma situación en un estudio realizado
durante el período de barbecho, con bajísimos niveles de precipitación
y humedad en el suelo, en la región Semiárida Pampeana, como puede
verse en la Figura 9.

245
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Flujo de N2O (µg N-N2O m-2 h-1)

Figura 8. Emisiones de N2O en función del contenido de nitratos del suelo


para los primeros 20 cm de profundidad en la región Pampeana Húmeda.
N-N2O (mg m-2 ha-1)

-
N-NO3 (mg kg-1 suelo-1)

Figura 9. Emisiones de N-N2O en función del contenido de N-NO3- durante


el período invernal en la región Pampeana Semiárida. (o) LR (×) SD.
En el mismo trabajo, Cosentino y Taboada (2012) hacen mención
a la temperatura como un factor determinante en la generación
de emisiones de N2O, las que se producen en un rango medio de
temperaturas del suelo, como puede verse en la Figura 10.

246
Experiências Argentinas e Brasileiras

Flujo de N2O (µg N-N2O m-2 h-1)

Figura 10. Emisiones de N2O en función de la temperatura del suelo.


Alvarez et al. (2012) en la región semiárida de la Provincia de
Córdoba establecieron relaciones entre las emisiones de óxido nitroso
y factores ambientales y de manejo, mediante la técnica estadística de
árboles de regresión. En primer lugar, se observó que la relación entre
la emisión de N2O y dichos factores fue diferente en el período de
barbecho (coincidente con la estación seca) y el período de cultivo (en el
experimento se utilizaron cultivos de verano, mas precisamente soja y
maíz). La Figura 11 muestra como en el invierno (barbecho) cuando el
contenido de N-NO3- es mayor de 28 ppm, éste justifica las emisiones,
mientras que cuando es menor pasa a tener un papel importante el
espacio poroso con agua (EPSA). Cuando este es menor al 42% pasa a
tener un papel determinante la temperatura media del aire.
Por el contrario, en el período en donde se encontraron vegetando
los cultivos el contenido de agua en los poros se ve como la principal
variable regresora, teniendo luego incidencia el sistema de labranza
utilizado (Figura 12).

247
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 11. Árbol de regresión: Emisiones de N2O como variable dependiente


y como variables regresoras el contenido de N-NO3 , EPSA, temperatura del
aire para el período de barbecho. Adaptado de Alvarez et al. (2012).

Figura 12. Árbol de regresión: Emisiones de N2O como variable


dependiente y como variables regresoras el EPSA y el sistema de labranza
para el período de cultivo. Adaptado de Alvarez et al. (2012).

248
Experiências Argentinas e Brasileiras

En un experimento en donde se evaluaban rotaciones de cultivo


(monocultivo de soja y rotación soja-maíz) y dos sistemas de labranza
(siembra directa y labranza reducida), Alvarez et al. (2012) encontraron en
general bajas emisiones (aunque detectables) en el período de barbecho.
Al final de ese período, y en coincidencia con un pico de lluvias hubo
una elevación de los valores de emisión. Este comportamiento de las
emisiones puede verse en las Figuras 13 y 14.
Durante la estación de crecimiento de los cultivos estivales las
emisiones de N2O fueron mayores, con la máxima tasa registrada en las
parcelas de maíz, único cultivo que recibió fertilización nitrogenada.
Esto, parecería ser el factor que determinó las diferencias significativas
en la emisión de N2O entre los tratamientos (Figuras 15 y 16).

249
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 13. Espacio poroso lleno con agua, contenido de nitratos en el suelo
y emisiones de N2O bajo siembra directa para las secuencias (×) sj-mz
(rastrojo soja), (▼) sj-mz (rastrojo maíz) y (●) sj-sj (rastrojo soja) durante
el período de barbecho.

250
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 14. Espacio poroso completo con agua, contenido de nitratos y


emisiones de N2O bajo labranza reducida para las secuencias (×) sj-mz
(maíz), (▼) sj-mz (soja) y (●) sj-sj (soja) durante el período de barbecho.

251
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 15. Espacio poroso completo con agua, contenido de nitratos y


emisiones de N2O bajo siembra directa para las secuencias (×) sj-mz (maíz),
(▼) sj-mz (soja) y (●) sj-sj (soja) durante el período de cultivo.

252
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 16. Espacio poroso completo con agua, contenido de nitratos y


emisiones de N2O bajo labranza reducida para las secuencias (×) sj-mz
(maíz), (▼) sj-mz (soja) y (●) sj-sj (soja) durante el período de cultivo.
Cuando se deben realizar balances de emisiones, se pone de
manifiesto la ausencia de datos propios o de la región en estudio. Los que
actualmente han sido realizados y publicados para distintas producciones
en la República Argentina han sido confeccionados según IPCC (1996)

253
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

con anterioridad a que se eliminara la contabilidad de la emisión del


N2O emitido a partir del nitrógeno fijado por la soja, como podía verse
en la Tabla 1. Una contabilidad siguiendo las nuevas directrices de IPCC
(2006) sin duda alguna dará menores valores de emisión. No obstante
ello, algunos trabajos realizados en la región, como el de Jantalia et al.
(2008) en el sur de Brasil, muestra que los factores de emisión medidos
in situ han sido menores que las emisiones calculadas según IPCC. El
trabajo realizado por Alvarez et al. (2012) ha presentado en general una
tendencia de ese tipo, la que puede observarse en la Figura 17. Esto no
haría otra cosa que resaltar la importancia de obtención de datos locales,
para cálculos de emisiones más ajustados a la realidad.

Figura 17. Emisiones anuales de N-N2O medidas y estimadas según IPCC


2006 para soja – maiz (sj – mz) y monocultivo de soja (sj-sj).
Adaptado de Alvarez et al. (2012). SD= siembra directa. LR= Labranza
Reducida.

Consideraciones Finales
En la Argentina hay cierta información ya generada acerca de
emisiones de CO2 así como del conocimiento de los stocks de carbono,
aunque una gran parte de ésta ha sido generada en la región pampeana,
la de mayor importancia productiva del país, habiendo muy escasa
información para otras zonas del país.
La investigación en el área de emisiones de óxido nitroso es
mucho más incipiente y resulta imprescindible que se le brinde mayor

254
Experiências Argentinas e Brasileiras

impulso y se sostenga su continuidad en el tiempo. Debe aumentarse


sustancialmente la cantidad de estudios de modo de poder llegar en
algún momento, que parece lejano aún, a la obtención de factores de
emisión propios.
Muchas otras zonas de importancia creciente en la producción
agropecuaria nacional, deberían ser estudiadas.

Bibliografía
ALVAREZ, C. et al. Soil nitrous oxide emissions under different manage-
ment practices in the semiarid region of the Argentinian Pampas. Nutr.
Cycl. Agroecosyst. v.94, p.209-220, 2012.
ALVAREZ, C. et al. Acondicionamiento de muestras de óxido nitroso para
su análisis diferido en el tiempo. In: XXII CONGRESO ARGENTINO
DE LA CIENCIA DEL SUELO. 2010, Rosário. Memorias…Argentina:
Rosario, 2010a. CD ROM.
ALVAREZ, C. et al. Efectos de rotaciones y labranzas sobre el stock de C y
N en un suelo Haplustol entico en la región semiárida. In: XXII CON-
GRESO ARGENTINO DE LA CIENCIA DEL SUELO, 2010, Rosario.
Memorias… Argentina: Rosario, 2010b. CD ROM.
ALVAREZ, C.R. et al. Carbon and nitrogen pools stratification ratios under
different managements in the Pampean Region of Argentina. Rev. Bras.
de Ci. Solo, v.35, p.1985-1994, 2011
ALVAREZ, C.R. et al. Soil carbon pools under conventional and no-tillage
systems in the Argentine Rolling Pampa. Agron. J., v.90, p.138-143, 1998
ALVAREZ, R. et al. Respiration and specific activity of soil microbial bio-
mass under conventional and reduced tillage. Pesq. Agrop. Bras., v.30,
p.701-709, 1995a.
ALVAREZ, R.; SANTANATOGLIA, O.; GARCÍA, R. Soil respiration and
carbon inputs from crops in a wheat – soybean rotation under different
tillage systems. Soil Use Manage, v.11, p.45-50, 1995b.
ALVAREZ, R; SANTANATOGLIA, O.J. & GARCÍA, R. Plant and microbi-
al contribution to soil respiration under zero and disk tillage. Eur. J. Soil
Sci., v.32, p.173-177, 1996.
BERHONGARAY, G. et al. Land use effects on soil carbon in the Argentine
Pampas. Geoderma, v.192, p.97-110, 2013
BONO, A. et al. Tillage Effects on Soil Carbon Balance in a Semiarid Agro-
ecosystem. Soil Sci. Soc. Am. J., v.72, p.1140-1149, 2008

255
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

COSENTINO, V.R.N. et al. N2O emissions from a cultivated mollisol: opti-


mal time of day for sampling and the role of soil temperatura. Rev. Bras.
Ci. Solo, v.36, p.1814-1819, 2013.
COSENTINO, V.R.N.; TABOADA, M.A. Emisiones de N2O. Efecto de la
temperatura, los nitratos y el cultivo. In: XIX CONGRESO LATINO-
AMERICANO DE LA CIENCIA DEL SUELO Y XXIII CONGRESO
ARGENTINO DE LA CIENCIA DEL SUELO, 2012, Mar del Plata. Me-
morias… Argentina: Mar del Plata, 2012. CD ROM.
COSTANTINI, A.; COSENTINO, D.; SEGAT, A. Influence of tillage sys-
tems on biological properties of a Typic Argiudoll soil under continuous
maize in central Argentina. Soil Till. Res., v.38, p.265-271, 1996.
COSTANTINI, A. et al. Total and mineralizable soil carbon as affected by
tillage in the Argentinean Pampas. Soil Till. Res., v.88, p.274-278, 2006.
COSTANTINI, A. et al. Organic Carbon Origin and Stock in Cultivated
and Grassland Soil of the Argentine Pampa. Comm. Soil Sci Plant Anal.,
v.38, p.2767 – 2778, 2007.
FRANZLUEBBERS, A.J.; HONS, F.M.; ZUBERER, D.A. Soil organic car-
bon, microbial biomass and mineralizable carbon and nitrogen in sor-
ghum. Soil Sci. Soc. Am. J., v.59, p.460-466, 1995
FUNDACIÓN BARILOCHE. Segunda Comunicación Nacional del Go-
bierno Argentino a la Convención Marco de las Naciones Unidas sobre
Cambio Climático. Proyecto BIRF n.TOS1287, 2007. Disponível em:
<http://fundacionbariloche.org.ar>.
INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC.
Guidelines for national Greenhouse Gas Inventories. 1996. Disponível
em: <http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/gl/invs2.html>.
INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC.
Climate Change: THE SCIENTIFIC BASIS. Contribution of Working
Group I to the Third Assessment Report of the Intergovernmental Panel
on Climate Change. Intergovernmental Panel on Climate Change. Cam-
bridge University Press., 2001.
INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC.
Guidelines for national greenhouse gas inventories. Agriculture, forest-
ry and other land use, v.4, 1996. Disponível em: <http://www.ipcc-ng-
gip.iges.or.jp/public/2006gl/vol4html>.
INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC.
Climate change 2007. Sintesis Report. An Assessment of the Intergov-
ernmental Panel on Climate Change. WMO-UNEP. Geneve, 2007.

256
Experiências Argentinas e Brasileiras

JANTALIA, C.P. et al. Mudanças no estoque de C do solo em áreas de pro-


dução de grãos: avaliação do impacto do manejo do solo. In: ALVES, B.
et al. (Eds.). Manejo de Sistemas Agrícolas. EMBRAPA. Porto Alegre:
Editorial Gênesis, 2006. p.35-57.
JANTALIA, C.P. et al. Fluxes of nitrous oxide from soil under different crop
rotations and tillage systems in the South of Brazil. Nutr. Cycl. Agroeco-
syst., v.82, p.161-173, 2008.
LAL, R. et al. The potential of U.S. cropland to sequester carbon and miti-
gate the greenhouse effect. 1.ed. [s.l.]: CRC Press, 1998. 144 p.
MOSIER, A.R. Soil processes and global change. Biol. Fert. Soils, v.27,
p.221-229, 1998.
PERDOMO, C.; IRISARRI, P.; ERNST, O. Nitrous oxide emissions from
an Uruguayan argiudoll under different tillage and rotation treatments.
Nutr. Cycl. Agroecosyst., v.84, p.119-128, 2009.
RICE, C. Secuestro de CO2 atmosférico en el suelo:¿Cómo y por qué? . In:
CONGRESO NACIONAL DE AAPRESID, 9., 2001, Mar del Plata. Me-
morias… Argentina: Mar del Plata, 2001. p.71-77.
ROCHETTE, P. Soil N2O Emissions. Possible refinements to the IPCC
2006 Guidelines. IPCC Expert Meeting on HWP, Wetlands and Soil
N2O. Geneve, 2010.
ROCHETTE, P. et al. N2O emissions from an irrigated and non-irrigated
organic soil in eastern Canada as influenced by N fertilizer addition.
Eur. J. Soil Sci., v.61, n.2, p.186-196, 2010.
ROBERTSON, G.P.; GROFFMAN, P.M. Nitrogen transformation. In:
PAUL, E.A. (Ed.). Soil Microbiology, Biochemistry and Ecology. Else-
vier, 2007. p.341-364.
SISTI, C.P.J. et al. Change in carbon and nitrogen stocks in soil under 13
years of conventional or zero tillage in southern Brazil. Soil Till. Res.,
v.76, p.39-58, 2004.
STEINBACH, H.S.; ALVAREZ, R. Changes in Soil Organic Carbon Con-
tents and Nitrous Oxide Emissions after Introduction of No-Till in
Pampean Agroecosystems. J. Environ. Qual., v.35, p.3-13, 2006.
TABOADA, M.A.; COSENTINO, V.R.N. Emisión de gases con efecto in-
vernadero provenientes de la agricultura. Estado actual del conocimien-
to en el mundo y en Argentina In: SIMPOSIO FERTILIDAD. 2011. Ro-
sario, Memorias… Argentina: Rosario, 2011. p.55-68.

257
CARBONO ORGÂNICO NO SOLO SOB SISTEMAS
CONSERVACIONISTAS NO CERRADO
(Carbono orgánico de suelos en sistemas conservacionistas en el cerrado)

Arcângelo Loss, Marcos Gervasio Pereira e


José Luiz Rodrigues Torres

Resumo
O acúmulo de carbono no solo está associado a diversos fatores,
destacando-se a textura, o clima, o tipo de vegetação, o manejo adotado
e, principalmente, a quantidade e a qualidade dos resíduos vegetais
depositados na superfície do solo. No domínio morfoclimático dos
Cerrados, a manutenção e o acúmulo de carbono está diretamente
relacionado a sistemas de uso do solo que forneçam resíduos vegetais
suficientes para o solo, de modo a mantê-lo coberto o ano todo.
Dentre esses sistemas, destacam-se o sistema plantio direto (SPD)
e o sistema de integração lavoura-pecuária (SILP), ambos com real
potencial para acumular carbono nos solos do Cerrado. A utilização
do SPD e do SILP, principalmente em Latossolos do Cerrado, favorece
a associação do carbono com os argilominerais predominantes nesses
solos, com destaque para os óxidos de ferro e alumínio, formando
complexos altamente estáveis, que propiciam o acúmulo de carbono
nos agregados. A conversão de áreas com vegetação nativa de Cerrado
para sistemas de preparo convencional do solo (SPC) acarreta em
maiores perdas de carbono quando comparada com a conversão
para o SPD. O SILP, por meio do uso de forrageiras, intensifica a
produção de palhada, principalmente no período seco do ano, assim
favorecendo o desenvolvimento eficiente do SPD, com posterior
acúmulo de carbono no solo.

259
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Resumen
La acumulación de carbono en el suelo está asociado a varios fac-
tores, especialmente la textura, el clima, el tipo de vegetación, de gestión
adoptado y, en especial, la cantidad y calidad de los residuos vegetales
que quedan en la superficie del suelo. En el dominio morfoclimatico
del Cerrados, el mantenimiento y la acumulación de carbono está
directamente relacionado con los sistemas de uso que proporcionan
los residuos del cultivo suficiente para el suelo de la tierra, por lo que
mantenerlo cubierto durante todo el año. Entre estos sistemas, se
destacan el sistema de siembra directa (SPD) y el sistema de integración
cultivos-ganadería (CLIS), ambos con un verdadero potencial para
acumular carbono en los suelos del Cerrado. El uso del SPD y el CLIS,
especialmente en Oxisoles del Cerrados, favorece la asociación de
carbono con los minerales arcillosos predominantes en estos suelos,
especialmente los óxidos de hierro y aluminio, formando complejos
altamente estables, que proporcionan la acumulación de carbono en los
agregados. La conversión de áreas con vegetación nativa del Cerrado para
el sistema de labranza convencional (SPC) conduce a mayores pérdidas
de carbono en comparación con la conversión del Cerrado nativo para el
SPD. El CLIS, a través del uso de forrajes, mejora la producción de paja,
sobre todo en la estación seca, fomentando así el desarrollo eficiente de
lo SPD, con la consiguiente acumulación de carbono en el suelo.

Introdução
As maiores reservas de carbono encontram-se nos oceanos e no
ecossistema terrestre. Neste último, os maiores teores de carbono são
encontrados no solo, com aproximadamente 1550 Pg C (1012 kg) (LAL,
2008), sendo distribuídos principalmente nas regiões geladas e nas
pradarias ou campos de regiões temperadas (MACHADO, 2005). Em
solos tropicais, o aporte de carbono geralmente ocorre superficialmente,
sendo este influenciado pela distribuição de chuvas, manutenção da
cobertura do solo e manejo adequado (BRANCALIÃO e MORAES,
2008). Assim, alterações no uso das terras, tais como a remoção da
cobertura vegetal para implantação de cultivos agrícolas ou pastagens,
podem acarretar perdas e/ou ganhos de carbono. Tal padrão dependerá
de como o solo será manejado em relação aos sistemas de cultivo
implantados.

260
Experiências Argentinas e Brasileiras

O fator Homem, por meio de atividades antrópicas, modifica a


paisagem terrestre e promove uma série de mudanças, principalmente
em relação ao ciclo do carbono. Segundo Carvalho et al. (2010a), em
revisão sobre o potencial de sequestro de carbono em diferentes biomas
do Brasil, o aumento da emissão de gases do efeito estufa (GEE) e o
consequente aquecimento global do planeta vêm acarretando a busca por
estratégias que visem à redução das fontes desses gases. Dessa forma, de
acordo com os sistemas de manejo adotados, principalmente, nos locais
de intenso cultivo de grãos, a exemplo do Cerrado brasileiro, pode-se
potencializar o acúmulo de carbono no solo e diminuir a emissão de
GEE para a atmosfera.
O domínio morfoclimático dos Cerrados é composto por uma das
savanas mais diversas do mundo, porém há intensa perda de habitats
associada às mudanças nos regimes de fogo e à conversão de áreas
nativas para a agricultura (BUSTAMANTE et al., 2012). Esse domínio
ocupa cerca de 25% do território brasileiro, cobrindo aproximadamente
200 milhões de hectares, e possui a segunda maior biodiversidade do
planeta (FELFLI e SILVA JUNIOR, 2005; MITTERMEIER et al., 2005;
BUSTAMANTE et al., 2006; SANO et al., 2008). Hoje, o Cerrado é uma
das maiores áreas cultivadas do mundo (SIQUEIRA NETO et al., 2009;
LOSS, 2011; MAIA et al., 2013), principalmente com culturas de grãos,
tais como feijão, milho, girassol e soja.
Inúmeros estudos foram desenvolvidos nesse domínio, sendo
verificadas, em maior proporção, pesquisas sobre a dinâmica dos
elementos carbono e nitrogênio. Foram encontrados trabalhos com
ênfase nesses elementos contidos somente na vegetação natural de
Cerrado (RESENDE et al., 2011; JACOBSON et al., 2011; PARRON et
al., 2011; BUSTAMANTE et al., 2012) e outros comparando diferentes
sistemas de uso das terras com a vegetação original – Cerrado
(BLANCHART et al., 2007; SIQUEIRA NETO et al., 2009; MARCHÃO
et al., 2009; CARVALHO et al., 2009; 2010a, b; PEREIRA et al., 2010;
COSTA JUNIOR et al., 2011; LOSS et al., 2011, 2012a, b, c; GUARESCHI
et al., 2012; MAIA et al., 2013).
A conversão do Cerrado, por meio da derrubada e queima da
vegetação natural, em diferentes sistemas de manejo pode resultar na
diminuição dos teores de matéria orgânica do solo (MOS), ou seja, do
carbono orgânico total do solo (COT), pois assume-se que 58% da MOS
é constituída de COT. Dessa forma, têm-se também a diminuição da

261
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

fertilidade do solo, o aumento do processo erosivo (BERNOUX et al.,


2004; 2006) e, consequentemente, o aumento dos custos de produção.
Os efeitos dos sistemas de manejo sobre o COT têm apresentado direta
ou indiretamente alterações nos atributos químicos e físicos das terras,
sendo observado que os sistemas que favorecem o incremento dos teores
de COT resultam no aumento da capacidade de troca catiônica do solo
e da disponibilidade de nutrientes para as culturas (SIQUEIRA NETO
et al., 2009; SÁ et al., 2009; LOSS et al., 2012d).
Nos últimos anos, têm sido intensificados os estudos sobre o
acúmulo de carbono em solos do Cerrado sob diferentes formas de
manejo: sistema de preparo convencional, sistema de plantio direto,
pastagens solteiras ou em integração lavoura-pecuária (BERNOUX
et al., 2004, 2006; FONTANA et al., 2006; BLANCHART et al., 2007;
JANTALIA et al., 2007; SIQUEIRA NETO et al., 2009; PEREIRA et al.,
2010; CARVALHO et al., 2009; 2010a,b,c; LOSS et al., 2011; 2012a,b,c,d;
2013; MAIA et al., 2013; SÁ et al., 2013). O potencial de acúmulo de
carbono nos solos do Cerrado – principalmente Latossolos – está
diretamente associado às condições climáticas, às propriedades edáficas
e aos sistemas de manejo/cultivo utilizados.

Sistemas conservacionistas utilizados no Cerrado


Os sistemas conservacionistas do século XXI devem atender a
duas premissas básicas: maximizar a produção agrícola de elevada
qualidade e conservar os recursos do sistema (BALBINO et al., 2012).
Nesse sentido, no domínio dos Cerrados, destacam-se o sistema plantio
direto (SPD) e o sistema de integração lavoura-pecuária (SILP), como
sistemas capazes de atender a essas premissas, resultando em melhores
condições ambientais, uma vez que a diversidade observada nesses
sistemas, os caminhos dos fluxos de nutrientes e outros processos
comuns na natureza promovem uma agricultura mais conservacionista
(CARVALHO et al., 2010a,b,c; ANGHINONI et al., 2011; LOSS et al.,
2011; 2012a,b,c; 2013; MAIA et al., 2013; TIVET et al., 2013).
Em sistemas integrados de produção, têm-se finalidades distintas,
variando desde o ponto de vista da produção agrícola até o da pecuária.
O SILP, quando realizado em sistemas de produção de grãos e fibras, tem
como principais objetivos a formação e manutenção de palhada para a
sustentabilidade do SPD no Cerrado. De acordo com Kluthcouski et al.
(2006), o uso de gramíneas perenes em SILP, tais como as braquiárias,

262
Experiências Argentinas e Brasileiras

seja em consórcio, sucessão ou rotação com culturas anuais, pode


minimizar a degradação do solo. Isso se dá pelo efeito benéfico dessas
gramíneas nos atributos físicos (MARCHÃO et al., 2009; LOSS et al.
2011, 2012a,d) e químicos (LOSS et al., 2012c,d; 2013) do solo que, ainda,
resultam em aumento do estoque de COT (CARVALHO et al., 2010b;
LOSS et al., 2012b) e consequente redução das emissões de GEE para a
atmosfera (CARVALHO et al. 2009; 2010a,c).
O SILP conduzido em SPD é uma tecnologia genuinamente
brasileira que gera um sistema em que os benefícios aportados pelo SPD,
tais como a manutenção da agregação do solo e o aumento dos teores
de COT, entre outros, são potencializados pela introdução de espécies
forrageiras. De forma geral, essas forrageiras acumulam mais carbono
do que as culturas agrícolas, cuja fitomassa se mostra, muitas vezes,
insuficiente para a manutenção da cobertura do solo (EMBRAPA,
2009; MACEDO, 2009). Esse sistema tem sido utilizado como meio
para a recuperação de pastagens degradadas por superlotação e falta
de fertilidade, promovendo melhorias na produtividade através da
intensificação do uso da terra e diminuição da remoção da vegetação
nativa (LANDERS, 2007; SALTON et al., 2008; GIMENEZ et al., 2009;
FERREIRA et al., 2011), em especial no domínio morfoclimático do
Cerrado.
O SPD é uma forma de manejo de produção agrícola que
diminui eficazmente a erosão do solo e contribui significativamente
para o aumento de carbono, nitrogênio e estoques de nutrientes no
solo, principalmente quando associado à rotação de culturas anuais
(FONTANA et al., 2006; SILVA et al., 2009; SÁ et al., 2009; 2013;
MARCHÃO et al., 2009; PEREIRA et al., 2010). O SILP aliado ao SPD
pode promover maiores acúmulos de carbono e nitrogênio no perfil do
solo quando comparado a áreas sem a utilização de forrageiras (SOUZA
et al., 2009; LOSS et al., 2011; 2012b) tais como a braquiária. Assim,
têm-se aumentos dos teores de MOS e, consequentemente, de seus
compartimentos químicos e físicos, favorecendo os estoques de carbono
e de nutrientes no solo.
Devido aos sistemas de manejo adotados, discute-se muito, no
cenário atual, sobre qualidade do solo e indicadores eficientes que
a possam medir. Porém, o grande desafio em relação à qualidade do
solo não está na identificação de um indicador ou na sua avaliação, e
sim no planejamento de agroecossistemas complexos que privilegiem o

263
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

cultivo diversificado de plantas. Assim, o SILP aliado ao SPD destaca-


se como promissor para este fim, uma vez que a complexidade dos
ecossistemas (SPD = rotação/consorciação de culturas: gramíneas
(SILP) x leguminosas)) é o que faz diferença para o desempenho
eficiente das funções do sistema solo, determinando sua qualidade e,
consequentemente, a qualidade ambiental (VEZZANI e MIELNICZUK,
2009).

Fatores que interferem no acúmulo de carbono com ênfase


no Cerrado
O COT do solo é elencado como um dos principais indicadores
da qualidade do solo, pois ele atua nos processos que permitem a
manutenção da capacidade produtiva do solo, devido à sua influência
nas propriedades edáficas. Dentre os diversos fatores que controlam os
teores de COT (Figura 1), tais como a textura, o clima, o tipo de vegetação
e o manejo adotado, destacam-se, principalmente, a quantidade e a
qualidade dos resíduos vegetais depositados na superfície do solo (LAL,
2006; VEZZANI e MIELNICZUK, 2009; CARVALHO et al., 2008,
2009; CARDOZO et al., 2010).

)DWRUHVTXHLQWHUIHUHPQRDF~PXORGHFDUERQRQRVROR

3URSULHGDGHV &RQGLo}HV 6LVWHPDVGH 0DQHMRGD 5HODomRVROR


HGiILFDV FOLPiWLFDV FXOWLYR IHUWLOLGDGH SDLVDJHP

7H[WXUD 7HPSHUDWXUD ,QWHQVLGDGH %DODQoRH 'HFOLYLGDGH


PLQHUDORJLD PpGLDDQXDO IUHTXrQFLDH GLVSRQLELOLGDGH DVSHFWR
GDIUDomR SUHFLSLWDomR WLSRGHSUHSDUR GHQXWULHQWHV IRUPD
DUJLOD DQXDO SODQWDVGH PDQHMRGR GUHQDJHP
DJUHJDomRH EDODQoR FREHUWXUDH QLWURJrQLR HURVmR
GHQVLGDGHGH KtGULFRH FRQWUROHGD UHODomR&1  GLVSRVLomR
FDUJDV VD]RQDOLGDGH HURVmR

Figura 1. Principais fatores que controlam o acúmulo de carbono no solo.


Fonte: Adaptado de LAL (2006) e CARVALHO et al. (2008).

264
Experiências Argentinas e Brasileiras

A importância dos fatores supracitados em relação ao acúmulo


de COT varia ao longo do perfil do solo. Na camada superficial, onde
a principal fonte de COT são os resíduos vegetais, o seu acúmulo é
definido pelas condições climáticas (temperatura e precipitação) e a
qualidade desses resíduos (relação C/N), sendo também diretamente
influenciado pelo manejo adotado. Nas camadas subsuperficiais, a
textura do solo passa a ser determinante, pois o COT estará associado
aos argilominerais, estando protegido fisicamente no interior dos
agregados.
Em relação às propriedades edáficas, Passos et al. (2007a)
observaram aumento dos teores de COT com a redução do tamanho
dos agregados no solo e os relacionou à maior associação da fração argila
com a MOS, em razão dos maiores teores de argila em microagregados
do que em macroagregados. Segundo Bayer (1996), a redução nas taxas
de decomposição da MOS, com diminuição do tamanho de partículas
e consequente aumento da interação com minerais de argila, como
caulinita e óxidos de Fe e Al1, reforça a importância da proteção química
e estrutural na preservação da MOS.
Avaliando os teores de COT dos agregados de Latossolos
cultivados com cana-de-açúcar em Goiás e São Paulo, Szakács (2007),
verificou que quanto mais novo o macroagregado, maior o seu teor de
carbono. Já nos microagregados, verificou-se padrão contrário: quanto
mais velho o microagregado, maior o seu teor de carbono. Esse padrão
indica que o microagregado possui melhor proteção contra a oxidação
do carbono, como também capacidade de promover aumento dos
teores de carbono no decorrer do tempo, em virtude da incorporação
de carbono mais novo.
Avaliando a mineralogia e o teor de COT de Latossolos do
Cerrado (DF e GO), Vendrame (2008) quantificou maiores teores de
COT nos Latossolos gibbsíticos (média de 25,6 g kg-1) em comparação
aos cauliníticos (17,12 g kg-1). Essas diferenças podem ser decorrentes
da estabilização da MOS pelos óxidos de Al e Fe (ZECH et al., 1997). O
autor também encontrou maiores valores da relação C/N nos Latossolos
gibbsíticos.
No Cerrado, em função da dinâmica acentuada em termos de
sazonalidade (verão quente e chuvoso e inverno frio e seco), a taxa de
decomposição dos resíduos vegetais é muito elevada e deixa rapidamente
1 Ferro e Alumínio, respectivamente.

265
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

o solo descoberto. Esses fatores promovem uma rápida redução da


palhada na superfície do solo e, posteriormente, um SPD menos eficiente
quando comparado à decomposição que ocorre em outros domínios
morfoclimáticos, tais como o das Araucárias e dos Pampas, no Sul do
Brasil. Dessa forma, a cobertura do solo com resíduos culturais que
apresentem uma menor taxa de decomposição torna-se fundamental
para favorecer o acúmulo de carbono. Assim, o uso de espécies poáceas
(braquiária, milheto) intensifica a produção de palhada para o SPD,
principalmente no período seco do ano. Além da produção de palhada,
têm-se os benefícios oriundos da maior exploração do solo, advindos do
sistema radicular das gramíneas, culminado em alterações no ciclo do
carbono no solo (CARVALHO et al., 2009; 2010a,b; LOSS, 2011).
Em relação aos sistemas de cultivo, a rotação de culturas associada
ao uso de plantas de cobertura pode reduzir as perdas de COT do solo
pela manutenção dos resíduos vegetais na superfície do solo e proteção
física da matéria orgânica no interior dos agregados do solo, bem
como pela proteção contra a erosão, eliminação de ervas daninhas e
preservação da água no solo (SIX et al., 2004; ZOTARELLI et al., 2012).
O menor revolvimento do solo e a rotação de culturas, intercalando
gramíneas e leguminosas, aumentam a biodiversidade do solo, devido
à adição de diversos materiais orgânicos, permitindo maior diversidade
de espécies da biota do solo. Essa maior biodiversidade também é capaz
de absorver e acumular mais carbono em relação à ambientes de menor
biodiversidade (LAL, 2004).
Outro fator de extrema importância para que ocorra o acúmulo
de carbono no solo é o manejo da fertilidade, com ênfase no nitrogênio.
É importante ressaltar que incrementos de nitrogênio, seja por fixação
biológica (leguminosas) ou adubação nitrogenada, favorecem o acúmulo
de carbono no solo (BAYER e MIELNICZUK, 1997; URQUIAGA
et al., 2005). Segundo Pillon et al. (2004), a incorporação de material
vegetal, pelas raízes, em maiores profundidades no perfil do solo
constitui estratégia importante para melhoria da qualidade do solo
em subsuperfície e para o acúmulo de carbono no solo. Certamente, o
nitrogênio exerce papel preponderante para que esse acúmulo de carbono
ocorra, pois não ocorre aumento de carbono no solo se a quantidade de
nitrogênio for limitante à produtividade biológica (URQUIAGA et al.,
2005). Essa estreita relação entre os teores de carbono e nitrogênio foi
encontrada em áreas localizadas em diferentes regiões do Brasil, sob

266
Experiências Argentinas e Brasileiras

cultivo de grãos e sob condições de vegetação de Cerrado ou floresta


nativa, independente da profundidade do solo, considerando até 100cm
de profundidade (SISTI et al., 2004; LOSS et al., 2012b).
O relevo no domínio dos Cerrados apresenta-se como uma
superfície aplainada pelos processos erosivos naturais. É constituído
pelo Planalto Central Brasileiro, onde predominam grandes extensões
de solos profundos, bem drenados, de baixa fertilidade natural, tais
como os Latossolos, que recobrem 45,7% dessa paisagem (REATTO
e MARTINS, 2005). Assim, além dos atributos físicos favoráveis, a
topografia permite a franca mecanização das lavouras (SANTOS e
CÂMARA, 2002). Dessa forma, o acúmulo de carbono é favorecido pelo
fator relevo, uma vez que este desfavorece o processo erosivo e propicia
excelente condição para o desenvolvimento do SPD e do SILP.
Uma característica importante para se avaliar o acúmulo de
carbono em sistemas conservacionistas (SPD/SILP) é o tempo de
adoção. Sá et al. (2004) ressaltam a importância do tempo de adoção
do SPD para que as alterações, tais como acúmulo de COT, agregação
do solo e ciclagem de nutrientes, se processem. Segundo Anghinoni
(2007), nos primeiros 5 anos de uso, o SPD está em sua fase inicial de
adoção, na qual se tem no solo baixos teores de COT, baixo acúmulo de
palhada, restabelecimento da atividade microbiana, entre outras, e, à
medida que se aumenta o tempo de adoção do SPD (5-10 anos, fase de
transição; 10-20 anos, fase de consolidação e mais de 20 anos, fase de
manutenção), têm-se a melhoria dos atributos edáficos e o acúmulo de
palhada. Hoje, pode-se afirmar que o SPD e, mais recentemente, o SILP,
estão desempenhando importantes serviços ambientais em algumas
regiões, tais como no Cerrado brasileiro, enquanto em outras, tais como
na Amazônia, se faz necessário um aprimoramento do sistema para que
esse padrão seja uma realidade (MAIA et al., 2013).

Acúmulo de carbono no solo do Cerrado


Atualmente, no Cerrado, aumentou-se consideravelmente
a adoção de sistemas integrados de cultivo, como o SILP, os quais
vêm exibindo considerável potencial de acúmulo de carbono no solo
(CARVALHO et al., 2009, 2010b,c; SALTON et al., 2011; LOSS et al.,
2012a,b; 2013; MAIA et al., 2013). Estudos realizados nessa região têm
demonstrado incremento nos estoques de carbono do solo em SILP
sob plantio direto, quando comparados aos de áreas sob SPD sem a

267
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

presença de forrageira na rotação ou sucessão de cultivos (SALTON et


al., 2011; CARVALHO et al., 2010b; LOSS et al., 2012b). Avaliando taxas
de acúmulo de COT em diferentes sistemas de uso e manejo da terra no
Cerrado, Salton (2005), observou maiores estoques de COT relacionados
à presença de forrageiras, com maiores valores de COT nas áreas com
pastagem permanente, seguidas por SILP, lavoura em SPD e por fim,
lavoura em cultivo convencional do solo. Esse autor observou que as
taxas de acúmulo de carbono no solo nas áreas de SILP sob plantio
direto, em relação a lavouras sob SPD, foram de 0,60 e 0,43 Mg C ha-1
ano-1, respectivamente, para estudos na região de Dourados e Maracaju.
Resultados de Carvalho et al. (2009), em Montividiu, GO, indicam que a
taxa de acúmulo de carbono na conversão do SPD para SILP sob plantio
direto pode ser muito maior, sendo encontrado valor de 0,80 Mg C ha-1
ano-1. Entretanto, esses estudos ainda não são totalmente conclusivos
e necessitam de mais pesquisas de longa duração para um melhor
entendimento da dinâmica do carbono nesses sistemas integrados de
produção.
Em áreas onde o Cerrado foi convertido recentemente para uso
agrícola, a taxa anual de acúmulo de carbono pode ser resultante de
uma série de fontes, tais como: (a) C derivado do material orgânico
remanescente da vegetação nativa; (b) C derivado da decomposição
do sistema radicular do Cerrado; (c) uma terceira fonte de C para solo
é a aplicação de calcário no solo e (d) por fim, a última fonte para o
solo, C introduzido pelos resíduos culturais das plantas cultivadas
(CARVALHO et al., 2009; 2010a).
Em relação à variação nos estoques de COT no sistema de preparo
convencional (SPC) e no SPD, no domínio dos Cerrados, Bernoux et al.
(2006) encontraram taxas de acúmulo de carbono variando de 0,4 a 1,7
Mg C ha-1 ano-1, com valor médio de 0,65 Mg C ha-1 ano-1 para a camada
de 0-40 cm de profundidade. Considerando que na safra 2011/2012, o
Brasil apresentou 31,5 milhões de ha em SPD (FEBRADP, 2012), pode-se
fazer um cálculo (mesmo que simplista, segundo Carvalho et al. (2008))
da quantidade de COT acumulada no solo e consequente retirada de
CO2 atmosférico decorrente da mudança de uso das terras de SPC para
SPD. Assim, utilizando-se o valor médio de 0,65 Mg C ha-1 ano-1 e a área
de 31,5 milhões de ha em SPD, tem-se um valor de aproximadamente
20,5 milhões de toneladas de COT anualmente.

268
Experiências Argentinas e Brasileiras

No Cerrado, de uma maneira geral, tem-se a seguinte sequência


de uso das terras: até a década de 1970, o principal uso era pastagem,
com pastoreio extensivo; a partir de 1980 essas áreas foram convertidas
em lavouras anuais, em SPC, com aração e gradagem. Posteriormente,
na década de 1990, com o surgimento de práticas conservacionistas, o
SPC foi sendo substituído pelo SPD e, mais recentemente, parte do SPD
está sendo convertido em SILP. Partindo desses quatro principais usos
do solo no Cerrado, destacam-se, na Tabela 1, alguns valores médios de
estoques de COT em Latossolos do Cerrado compilados da literatura.

269
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela
dĂďĞůĂ1.ϭ͘
Valores
9DORUHVmédios
PpGLRVdeGHestoque deGH
HVWRTXHV COT emHP
&27 Latossolos
/DWRVVRORVdo
GRCerrado
&HUUDGRsob
VREvegetação
YHJHWDomR nativa (VN),
QDWLYD 91 
pastagem
SDVWDJHP(Past),
3DVW  sistema de SUHSDUR
VLVWHPD GH preparoFRQYHQFLRQDO
convencional 63& 
(SPC), sistema
VLVWHPD GHde plantio
SODQWLR direto
GLUHWR (SPD)
63'  e sistema
H VLVWHPD GH
deLQWHJUDomRODYRXUDSHFXiULD 6,/3 
integração lavoura-pecuária (SILP).

Argila Profu Sistemas de uso das terras avaliados


(%) Prof.
ndida
Referência / Local VN Past SPC SPD SILP Tc
e/ou de
(cm)
textura (cm) Estoques de COT (Mg ha ano ) -1 -1

Corazza et al. (1999)


49 0-20 39,8 42,2 19
argilosa 0-100 133,6 150,2 19
Planaltina-DF
41 0-20 37,3 47,3 16
argilosa 0-100 128,8 154,9 16
Freitas et al. (2000)
Senador Canedo-GO 50 0-20 51,2 45,5 15
Senador Canedo-GO 50 0-20 48,6 49,6 4
Roscoe e Buurman (2003)
Sete Lagoas-MG 80 0-45 100,0 102,0 99,0 10
Bayer et al. (2006)
Luziânia-GO 35 0-20 35,4 38,6 41,0 8
Costa Rica-MS 65 0-20 54,0 54,3 57,3 5
Jantalia et al. (2007)
0-30 96,6 71,6 85,9 20
0-100 203,1 163,4 186,3 20
Planaltina-GO argilosa
0-30 96,6 64,8 81,3 20
0-100 203,1 163,5 177,1 20
Dieckow et al. (2009)
Campo Grande-MS 36 0-20 48,7 39,5 42,2 11
Dourados-MS 69 0-20 44,5 41,4 41,2 17
Maia et al. (2009, 2010, 2013)
47 0-30 54,4 45,9 7
Itajuba-MT
47 0-30 55,9 45,9 7
Novo São Joaquim- 18 0-30 53,0 44,9 45,5 19
MT 18 0-30 44,8 45,5 4
Ribeirão 33 0-30 38,5 28,0 31,0 5
Cascalheira-MT
51 0-30 61,4 50,5 58,0 20
Sorriso-MT
51 0-30 61,4 50,5 55,8 15
Itiquira-MT 54 0-30 67,1 75,1 62,6 74,5 17
Agua Boa-MT 20 0-30 35,2 33,5 39,8 18
Sapezal-MT 34 0-30 49,0 51,8 7
Carvalho et al. (2010b)
Montividiu-GO 56 0-30 75,4 72,3 60,9 21
Montividiu-GO 56 0-30 60,9 73,0 8
Santa Carmem-MT 52 0-30 74,1 54,3 56,4 13
Santa Carmem-MT 52 0-30 56,4 59,3 2
Santa Carmem-MT 52 0-30 56,4 61,5 4

270
Continuação da tabela 1.
Argila Profu Sistemas de uso das terras avaliados
(%) Prof.
ndida
Referência / Local VN Past SPC SPD SILP Tc
e/ou de
(cm)
textura (cm) Estoques de COT (Mg ha-1ano-1)
Corazza et al. (1999)
Dourados-MS 64 0-20 44,5 50,1 44,1 42,6 48,0 9
Maracaju-MS 53 0-20 68,7 65,8 56,6 61,4 11
Campo Grande-MS 36 0-20 54,0 53,5 46,3 47,4 50,5 11
Guareschi et al. (2012)
argilosa 0-20 67,7 29,7 3
muito 0-20 67,7 56,3 15
Montividiu-GO
argilosa
argilosa 0-20 67,7 57,4 20
Loss et al. (2012b)
0-20 51,4 44,7 17
muito 0-20 52,5 8
Montividiu-GO
argilosa 0-100 192,2 174,5 17
0-100 185,6 8
Sá et al. (2013)
Lucas do Rio Verde- 38 0-20 48,0 33,8 44,2 8
MT

Tc = tempo de uso dos sistemas avaliados após remoção da vegetação nativa de Cerrado
ou da conversão entre os demais usos do solo.
Resumo das culturas/plantas de coberturas utilizadas: Corazza et al. (1999): Past
(Urochloa decumbens), SPD e SPC (arroz/soja/guandu/pousio/milho); Freitas et al.
(2000): Past (U. Brizantha), SPC e SPD=inverno/pousio e verão/milho e feijão; Roscoe e
Buurman (2003): SPD e SPC=inverno/pousio e verão/milho e feijão; Bayer et al. (2006):
SPD e SPC=inverno/pousio e verão/soja e milho; Maia et al. (2009, 2010, 2013): Past (U.
decumbens), SPC e SPD=inverno/pousio e verão/soja/milheto ou soja/sorgo; Jantalia et
al. (2007): SPC e SPD=arroz/soja/guandu/pousio/milho; Dieckow et al. (2009): Campo
Grande=inverno/pousio e verão/soja, Dourados=inverno/trigo e verão/soja; Carvalho
et al. (2010): Past (U. Decumbens), SILP=soja/milho+U.ruziziensis/algodão/pousio
e SPD=soja/milho/sorgo/milheto ou pousio; Salton et al. (2011): SPC = Dourados,
verão/soja e inverno/aveia; Campo Grande, soja, SPD = soja/aveia em Maracaju,
nabo/milho/aveia/soja/trigo/soja em Dourados e milheto/soja/sorgo/soja em Campo
Grande; SILP = Maracaju e Dourados = soja/U. decumbens e aveia/inverno; Maracaju
= soja/U. brizantha; Past= U. decumbens; Guareschi et al. (2012): SPD3=soja/verão e
pousio na safrinha, SPD15=soja/verão e milho/sorgo na safrinha e SPD20=soja/verão
e milho na safrinha; Loss et al. (2012b): SILP=milho+braquiária/feijão/algodão/soja e
SPD=girassol/milheto/soja/milho; Sá et al. (2013): SPC=soja/milho/algodão e SPD=soja/
milho+U. Ruziziensis/arroz/milho/soja/milho+ U. Ruziziensis/milho/soja/crotalaria.

A remoção da cobertura vegetal de Cerrado para implantação


de pastagens e/ou cultivos agrícolas inicialmente acarreta a redução

271
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

dos estoques de COT. Com o aumento do tempo transcorrido entre


a conversão dos sistemas avaliados, somada a forma de manejo que é
empregada ao solo, pode-se ter aumentos significativos dos estoques
de COT. O estudo de Corazza et al. (1999) demonstra claramente
o aumento dos estoques de COT após 19 e 16 anos da conversão do
Cerrado para pastagem (Urochloa decumbens) e SPD (arroz/soja/
guandu/pousio/milho), respectivamente. Também evidencia a perda de
COT por meio da conversão do Cerrado para o SPC após 16 anos, com
a mesma rotação de culturas da área em SPD. Os estudos de Maia et
al. (2010, 2013) em Itiquira, MT, corroboram os resultados encontrados
por Corraza et al. (1999) em condições semelhantes de textura do solo e
tempo de conversão entre as áreas avaliadas (Tabela 1).
Comparando-se os dados apresentados na Tabela 1 em relação
à remoção da vegetação de Cerrado para implantação de SPC e SPD,
verificam-se maiores perdas de COT no SPC, independente do tempo
de conversão, teor de argila e da rotação de culturas (CORAZZA et
al. 1999; BAYER et al., 2006; JANTALIA et al., 2007; DIECKOW et al.
2009; MAIA et al. 2010, 2013; SÁ et al. 2013). Esse padrão é decorrente
da ruptura dos agregados do solo e posterior aumento da oxidação do
carbono que estava protegido no interior destes.
Em recente estudo sobre a dinâmica da formação e estabilização
dos agregados em Latossolos do MT e PR, Tivet et al. (2013) ilustram
as perdas de carbono nos agregados após a conversão de áreas de
vegetação nativa para áreas de SPC, com aração e gradagem, sendo
que posteriormente pode haver a recuperação desse carbono por meio
da conversão do SPC para o SPD. Esses autores demonstram que o
SPC interrompe a formação de novos agregados do solo por meio da
dispersão das partículas de argila e silte + microagregados de argila e,
posteriormente, com a substituição do SPC pelo SPD, ocorre a formação
de novos agregados e a redistribuição do carbono entre esses agregados,
por meio da entrada de resíduos vegetais diversos.
Segundo Six et al. (2002), que avaliaram o acúmulo anual de COT
em solos de diversos locais do mundo, em solos sob SPD, o acúmulo
de COT é de aproximadamente 325 ± 113 kg C ha-1 ano-1 maior na
camada de 0-30 cm em comparação ao SPC. Em relação às diferenças
associadas ao clima, os autores encontraram valores de 160 kg C ha-1
ano-1 para solos de clima temperado e 430 kg C ha-1 ano-1 para solos de
clima tropical. Essas diferenças devem-se a associação da MOS com os

272
Experiências Argentinas e Brasileiras

minerais da fração argila, principalmente óxidos de Fe e Al, formando


complexos altamente estáveis (ZECH et al., 1997; ROSCOE et al., 2000).
Alguns estudos apresentados na Tabela 1 (FREITAS et al., 2000;
ROSCOE e BUURMAN, 2003; DIECKOW et al., 2009 – Dourados;
MAIA et al., 2010, 2013 – Novo São Joaquim; e SALTON et al., 2011
– Dourados) não indicam diferenças significativas no acúmulo de
COT após a conversão do SPC para SPD. Essas divergências entre os
sistemas avaliados são decorrentes dos fatores que controlam o acúmulo
de carbono no solo (Figura 1). Conforme Siqueira Neto (2006), essas
diferenças podem ser atribuídas às condições climáticas e experimentais,
à rotação/consórcio usado no SPD, às camadas avaliadas e ao tempo de
conversão. Além de atentar-se para o método usado para o cálculo dos
estoques de COT.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (do
inglês, IPCC) propõe que as alterações nos estoques de COT devem ser
estimadas para a profundidade de 0-30 cm usando fatores de manejo
(IPCC, 2006). Partindo dessa premissa, Maia et al. (2013) estimaram a
taxa anual de estoques de COT (Mg ha-1ano-1) conforme recomendações
do IPPC (2006), pois esse método permite um ajuste do conjunto de
dados temporais. Com exceção das três últimas referências constantes
na Tabela 1, Maia et al. (2013) utilizaram interpolação de dados para
recalcular os estoques de COT na camada de 0-30 cm para os estudos
que não apresentavam os estoques nessa camada (Tabela 1) e, também,
estimaram os fatores de manejo por meio de meta análise, baseado no
efeito integrado do manejo na camada de 0-30 cm do solo após 20 anos
de mudança do uso da terra ou sistema de manejo, conforme IPCC
(2006). Segundo esses autores, todas as referências utilizadas (Tabela 1)
apresentaram acúmulo de carbono (taxas positivas em Mg C ha-1ano-1)
na conversão do SPC para SPD.
Maia et al. (2013) concluíram que a taxa de acúmulo de COT
baseada no IPCC (2006) tem as seguintes vantagens: envolve a utilização
de diversos conjuntos de dados – diferentes profundidades, tempos de
implementação, vegetação e tipo de solo –; facilita a identificação de
diferenças entre as covariáveis utilizadas através de análise estatística,
por exemplo, diferentes teores de argila; presta-se para a modelagem
de um conjunto de dados, o que leva em conta o aspecto temporal que
governa a dinâmica da MOS; e é menos influenciada por valores extremos
(outliers) e, por conseguinte, reduz o risco de sub ou superestimar as

273
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

taxas de mudanças/variações no acúmulo de carbono entre sistemas de


uso das terras.
Nos últimos 10-15 anos, tem-se observado no Cerrado brasileiro
a conversão de áreas em SPD para áreas em SILP. Segundo Carvalho
et al. (2010b), Salton et al. (2011) e Loss et al. (2012b) (Tabela 1), o SILP
favorece o aumento dos estoques de COT em relação ao SPD. Além
dos benefícios que o SILP propicia para o solo, tais como o aumento
dos estoques de COT, da agregação e da fertilidade (LOSS et al., 2011,
2012d), ele também reflete em aumento de produtividade (Tabela 2).
Tabela 2. Produtividade média da Fazenda Vargem Grande, pertencente à
Agropecuária Peeters, localizada em Montividiu, GO (17° 21’ S e 51° 28’ W).

Áreas avaliadas
Produtividade
SILP SPD
Soja (sacas/ha) 63,0 61,6
Milho safrinha (sacas/ha) 104,7 92,5
Fonte: Loss (2011).

Aliado ao aumento dos teores de carbono no solo, ainda tem-se


o benefício adicional da produção de carne bovina, já que nas áreas
de SILP pastejam animais por 3 meses. No entanto, para que o SILP
promova tais benefícios, é necessário levar em consideração a maior
exportação de nutrientes do sistema, exigindo, com isso, mais atenção
quanto à correção de acidez e adubação do solo (LOSS, 2011).
O potencial para se estocar carbono nos solos do Cerrado depende
das condições apresentadas na Figura 1. Maia et al. (2013) utilizaram
o procedimento estatístico de meta análise para avaliar o impacto da
mudança do uso da terra nos estoques de COT no solo no domínio
dos Cerrados e da Amazônia, por meio de 96 observações de diversas
publicações do Brasil, sendo 69 dessas observações relacionadas a solos
do Cerrado, com ênfase em Latossolos. Os autores verificaram que
sistemas conservacionistas, tais como SPD e SILP, são sistemas viáveis
para o Cerrado brasileiro, pois aumentam os estoques de COT no solo
na ordem de 9 a 16%, enquanto que a conversão da vegetação nativa
do Cerrado para SPC apresentam taxas negativas (Mg C ha-1ano-1) para
todas as observações – ou dados – testadas.
Em relação às formas que o carbono se encontra no solo, a
maioria dos estudos sobre o acúmulo de carbono em solos de Cerrado
sob diferentes manejos do solo elencam, principalmente, os teores e

274
Experiências Argentinas e Brasileiras

estoques de COT (FONTANA et al., 2006; BLANCHART et al., 2007;


SIQUEIRA NETO et al., 2009; PEREIRA et al., 2010, CARVALHO et
al., 2010b; COSTA JUNIOR et al., 2011). Entretanto, dependendo do
tempo de adoção dos sistemas de manejo empregados, muitas vezes
não é possível identificar diferenças entre os sistemas somente por meio
da análise da variação dos teores de COT. Dessa forma, além do COT,
devem ser adotadas outras frações para monitorar, em menor tempo,
mudanças nos compartimentos da MOS e fluxos de carbono entre estes
(OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2008; LOSS et al., 2011, 2012a,c, 2013).
Dentre as frações da MOS, têm-se alguns compartimentos que
expressam adequadamente as alterações na qualidade do solo em
função do manejo adotado. Dessa forma, pode-se utilizar o carbono das
frações húmicas da MOS (PASSOS et al., 2007b; OLIVEIRA JÚNIOR
et al., 2008; ROSSI et al., 2011; PEREIRA et al., 2012; LOSS et al., 2013),
o uso do carbono oxidável (RANGEL et al., 2008; LOSS et al., 2013),
o carbono das frações granulométricas da MOS (FIGUEIREDO et
al., 2010; LOSS et al. 2012a; ROSSI et al., 2012) e o carbono da matéria
orgânica leve em água (LOSS et al., 2011, 2012c; PEREIRA et al., 2010;
GUARESCHI et al., 2012) como ferramentas para avaliar as mudanças
no uso da terra em função do manejo adotado e, posteriormente, para
melhor recomendação do uso desses solos.
O SPD promove o aumento no acúmulo do carbono em função
de seu tempo de adoção. Segundo Siqueira Neto et al. (2010), avaliando
os estoques de COT na camada de 0-30 cm, em Latossolos do Cerrado
em Rio Verde, Montividiu e Santa Helena de Goiás, GO, com textura
variando de argilosa a muito argilosa, foram verificados maiores
estoques nas áreas de Cerrado em SPD com 8 e 12 anos, sem diferenças
entre essas áreas. Os menores valores foram encontrados no SPD com
1 e 4 anos de implantação. Resultados similares são relatados por
Guareschi et al. (2012), em Montividiu (GO), em áreas de Cerrado em
SPD com 3, 15 e 20 anos de implantação (Tabela 1).
Por meio dos dados supracitados, verifica-se a eficiência do
SPD em acumular carbono no solo, sendo este padrão decorrente da
permanência dos resíduos vegetais na superfície do solo associado à
rotação/consorciação de culturas e ao não revolvimento do solo. Assim
tem-se aumento da agregação do solo e, consequente, proteção do
carbono no interior dos agregados.

275
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Referências Bibliográficas
ANGHINONI, I. Fertilidade do solo e seu manejo no sistema plantio direto.
In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.;
CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Org.). Fertilidade do Solo. 1.ed.
Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007, v.1, p.873-928.
ANGHINONI, I. et al. Benefícios da integração lavoura-pecuária sobre
a fertilidade do solo em sistema plantio direto. In: FONSECA, A.F.;
CAIRES, E.F.; BARTH, G. Fertilidade do solo e nutrição de plantas no
sistema plantio direto. Ponta Grossa: AEACG/Inpag, 2011. p.1-31.
BALBINO, L.C. et al. Agricultura sustentável por meio da integração lavoura-
pecuária-floresta (SILPF). Informações Agronômicas, v.138, p.1-18, 2012.
BAYER, C. Dinâmica da matéria orgânica em sistemas de manejo do solo.
1996. 240p. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Rio Grande do
Sul. Porto Alegre, 1996.
BAYER, C. et al. Carbon sequestration in two Brazilian Cerrado soils under
no-till. Soil & Tillage Research, v.86, 237–245, 2006.
BAYER, C. et al. Armazenamento de carbono em frações lábeis da matéria
orgânica de um Latossolo Vermelho sob plantio direto. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.39, p.677-683, 2004.
BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Nitrogênio total de um solo submetido a
diferentes métodos de preparo e sistemas de cultura. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, v.21, p. 235-239, 1997.
BERNOUX, M. et al. Cropping systems, carbon sequestration and erosion
in Brazil: a review. Agronomy for Sustainable Development, v.26, p.1–8,
2006.
BERNOUX, M. et al. Influence du semis direct avec couverture végétale sur la
séquestration du carbone et érosion au Brésil. Bulletin Du Reseau Erosion,
v.23, p.323-337, 2004.
BLANCHART, E. et al. Effect of direct seeding mulch-based systems on
soil carbon storage and macrofauna in Central Brazil. Agriculturae
Conspectus Scintificus, v.72, p.81-87, 2007.
BRANCALIÃO, S.R.; MORAES, M.H. Alterações de alguns atributos físicos
e das frações húmicas de um Nitossolo Vermelho na sucessão milheto-
soja em sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32,
p. 393-404, 2008.
BUSTAMANTE, M.M.C. et al. Soil carbon storage and sequestration potential
in the Cerrado region of Brazil. In: LAL, R.; CERRI, C.C.; BERNOUX, M.;
ETCHEVERS, J.; CERRI, E. eds. Carbon Sequestration in Soils of Latin
America. New York: Food Products Press, 2006. p.285-304.

276
Experiências Argentinas e Brasileiras

BUSTAMANTE, M. M.C. et al. Potential impacts of climate change on


biogeochemical functioning of Cerrado ecosystems. Brazilian Journal of
Biology, v.72, p.655-671, 2012.
CARDOSO, E.L. et al. Estoques de carbono e nitrogênio em solo sob florestas
nativas e pastagens no bioma Pantanal. Pesquisa Agropecuiaria Brasileira,
v.45, p.1028-1035, 2010.
CARVALHO, J.L.N. et al.; Potencial de seqüestro de carbono em diferentes
biomas do Brasil: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Ciência
do Solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, p.277-289, 2010a.
CARVALHO, J.L.N. et al. Impact of pasture, agriculture and crop-livestock
systems on soil C stocks in Brazil. Soil & Tillage Research, v.110, p.175-
186, 2010b.
CARVALHO, J.L.N.; CERRI, C.E.P.; CERRI, C.C. Sistema de plantio direto
aumenta o sequestro de carbono pelo solo. Visão Agrícola, v.9, p.132-135,
2010c.
CARVALHO, J.L.N. et al. Carbon sequestration in agricultural soils in the
Cerrado region of the Brazilian Amazon. Soil & Tillage Research, v.103,
p.342-349, 2009.
CARVALHO, J.L.N. et al. Adequação dos sistemas de produção rumo à
sustentabilidade ambiental. In: Flavio Faleiro. (Org.). Savanas: Desafios
e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos
naturais. 1.ed. Brasilia: Embrapa, 2008, v.1, p.673-692.
CORAZZA, E. J. et al. Comportamento de diferentes sistemas de manejo
como fonte ou depósito de carbono em relação à vegetação de Cerrado.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.23, p.425-432. 1999.
COSTA J.C. et al. Carbono total e δ13C em agregados do solo sob vegetação
nativa e pastagem no bioma cerrado. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v.35, p.1241-1252, 2011.
DIECKOW, J. et al. Land use, tillage, texture and organic matter stock and
composition in tropical and subtropical Brazilian soils. European Journal
of Soil Science, v.60, p. 240–249. 2009.
EMBRAPA. 2009. Especial Embrapa: Integração Lavoura, Pecuária e Floresta.
Disponível em: <http://www.cnpc.org.br/arquivos/integlavpecflo.pdf.
Acesso em: 22 jun. 2010.
FELFILI, J.M.; SILVA J.M.C. Diversidade alfa e beta no cerrado sensu
strictu, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia. In: SCARIOT, A.;
SOUSA-SILVA, J.C.; FELFILI, J. M. Cerrado: Ecologia, biodiversidade e
conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005 p.141-154.
FEBRAPDP. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA
PALHA. Evolução do plantio direto no Brasil. Disponível em <http://www.
febrapdp.org.br/port/plantiodireto.html>. Acesso em: 12 dez. 2012.

277
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

FERREIRA, E.V.O. et al. Ciclagem e balanço de potássio e produtividade


de soja na integração lavoura-pecuária sob semeadura direta. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, v.35, p.161-169, 2011.
FIGUEIREDO, C.C.; RESCK, D.V.S.; CARNEIRO, M. A.C. Labile and stable
fractions of soil organic matter under management systems and native
cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, p. 907-916, 2010.
FONTANA, A. et al. Atributos de fertilidade e frações húmicas de um
Latossolo Vermelho no Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41,
p.847-853, 2006.
FREITAS, L.P. et al. Nível e natureza do estoque orgânico de Latossolos sob
diferentes sistemas de uso e manejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.35, p. 157–170. 2000.
GIMENES, M.J. et al. Integração lavoura-pecuária–breve revisão. Revista
Trópica, v.4, p.52-60, 2009.
GUARESCHI, R.F.; PEREIRA, M.G.; PERIN, A. Deposição de resíduos
vegetais, matéria orgânica leve, estoques de carbono e nitrogênio e fósforo
remanescente sob diferentes sistemas de manejo no Cerrado goiano.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.36, p. 909-920, 2012.
IPCC. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories—Agriculture,
For-estry and Other Land Use,IGES, Hayama, Japan v.. 4. 2006.
JACOBSON, T.K.B.; BUSTAMANTE, M.M.C.; KOZOVITS, A.R. Diversity
of shrub tree layer, leaf litter decomposition and N release in a Brazilian
Cerrado under N, P and N plus P additions. Environmental Pollution,
v.159, p.2236-2242 ,2011.
JANTALIA, C.P. et al. Tillage effect on C stocks of a clayey oxisol under a
soybean-based crop rotation in the Brazilian Cerrado. Soil & Tillage
Research, v.95, p.97-109, 2007.
KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. Cobertura do solo na
integração lavoura pecuária. In: SIMPÓSIO DE GADO DE CORTE, 5.,
2006, Viçosa, MG. Anais... Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2006.
p.81-156.
Lal R. Carbon sequestration. Philosophical Transactions of the Royal Society
B-Biological Sciences, v. 363, p. 815–830, 2008.
LAL, R. Soil carbon sequestration in Latin America. In: LAL, R.; CERRI, C.C.;
BERNOUX, M.; ETCHEVERS, J.; CERRI, C.E.P. Carbon sequestration in
soils of Latin America. New York, Haworth Press, 2006. p.49-64. 
LAL, R. Soil carbon sequestration to mitigate climate Changes. Geoderma,
Amsterdam, v.123, p.1-12, 2004.

278
Experiências Argentinas e Brasileiras

LANDERS, J.N. Tropical crop-livestock systems in conservation agriculture:


the Brazilian experience. Integrated Crop Management, v.5, p.1–92. 2007.
LOSS, A. Dinâmica da matéria orgânica, fertilidade e agregação do solo em
áreas sob diferentes sistemas de uso no Cerrado goiano. 2011. 134f. Tese
(Doutorado em Agronomia - Ciência do Solo). Departamento de Solos,
Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2011.
LOSS, A. et al. Agregação, carbono e nitrogênio em agregados do solo sob
plantio direto com integração lavoura-pecuária. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.46, p.1269-1276, 2011.
LOSS, A. et al. Particulate organic matter in soil under different management
systems in the Brazilian Cerrado. Soil Research, v.50, 685-693, 2012a.
LOSS, A. et al. Carbon and Nitrogen Content and Stock in No-Tillage and
Crop-livestock Integration Systems in the Cerrado of Goias State; Brazil.
Journal of Agricultural Science, v.4, p.96-105. 2012b.
LOSS, A. et al. Carbon, nitrogen and natural abundance of 13C e 15N of light-
fraction organic matter under no-tillage and crop-livestock integration
systems. Acta Scientiarum Agronomy, v.34, p.465-472, 2012c.
LOSS, A. et al. Densidade e fertilidade do solo sob sistemas plantio direto
e integração lavoura-pecuária no Cerrado. Revista de Ciências Agrárias,
v.55, p.260-268, 2012d.
LOSS, A. et al. Oxidizable carbon and humic substances in rotation systems with
brachiaria/livestock and pearl millet/no livestock in the Brazilian Cerrado.
Spanish Journal of Agricultural Research, v.11, p. 217-231, 2013.
MACEDO, M.C.M. Integração lavoura e pecuária: o estado da arte e inovações
tecnológicas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.133-146, 2009.
MACHADO, P.L.A. O. Carbono do solo e a mitigação da mudança climática
global. Química Nova, v.28, p.329-334, 2005.
MAIA, S.M.F. et al. Contrasting approaches for estimating soil carbon
changes in Amazon and Cerrado biomes. Soil & Tillage Research, v.133,
p.75-84, 2013.
MAIA, S.M.F. et al. Changes in soil organic carbon storage under different
agricultural management systems in the southwest Amazonia region of
Brazil. Soil & Tillage Research, v.106, p.177–184, 2010.
MAIA, S.M.F. et al. Effects of grassland management on soil carbon
sequestration in Rondônia and Mato Grosso states, Brazil. Geoderma,
v.149, p.84–91, 2009.

279
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

MARCHAO, R. et al. Carbon and nitrogen stocks in a Brazilian clayey Oxisol:


13-year effects of integrated crop livestock management systems. Soil &
Tillage Research, v.103, p.442-450, 2009.
MITTERMEIER, R.A. et al. Hotspots revisited: earth’s biologically richest
and most endangered terrestrial ecoregions. 2.ed. Boston: University of
Chicago Press, 2005.
OLIVEIRA JUNIOR, A.C. et al. Indicadores químicos de qualidade da
matéria orgânica de solo da sub-bacia do Rio das Mortes sob manejos
diferenciais de cafeeiro. Química Nova, v.31, p.1733-1737, 2008.
PARRON, L.M.; BUSTAMANTE, M.M.C.; MARKEWITZ, D. Fluxes of
nitrogen and phosphorus in a gallery forest in the cerrado of central
Brazil. Biogeochemistry, v.105, p.89-104, 2011.
PASSOS, R.R. et al. Carbono orgânico e nitrogênio em agregados de um
Latossolo Vermelho sob duas coberturas vegetais. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, v.31, p.1109-1118, 2007a.
PASSOS, R.R. et al. Substâncias húmicas, atividade microbiana e Carbono
orgânico lábil em agregados de um Latossolo vermelho distrófico sob
duas Coberturas vegetais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31,
p.1119-1129, 2007b.
PEREIRA, M. G. et al. Granulometric and humic fractions carbon stocks of
soil organic matter under no-tillage system in Uberaba, Brazil. Tropical
and Subtropical Agroecosystems, v.15, p.01-13, 2012.
PEREIRA, M. G. et al. Carbono, matéria orgânica leve e fósforo remanescente
em áreas de Cerrado sob plantio direto, MG. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.45, p.508-514, 2010.
PILLON, C.N.; MIELNICZUK, J.; MARTIN NETO, L. Ciclagem da matéria
orgânica em sistemas agrícolas. Pelotas: Embrapa Clima Temperado,
2004. 27p.
RANGEL, O.J.P. et al. Frações oxidáveis do carbono orgânico de Latossolo
cultivado com cafeeiro em diferentes espaçamentos de plantio. Ciência e
Agrotecnologia, v.32, p.429-437, 2008.
REATTO, A.; MARTINS, E. S. Classes de solos em relação aos controles da
paisagem do Bioma Cerrado. In: SCARIOT, A.; SOUZA-SILVA, J. C.;
FELFINI, J. M. Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação. 1.ed.
Brasília-DF: Ministério do Meio Ambiente, 2005, p.47-59.
RESENDE, J.C.F. et al. Phosphorus cycling in a small watershed in the
Brazilian Cerrado: impacts of frequent burning. Biogeochemistry, v.105,
p.105-118, 2011.

280
Experiências Argentinas e Brasileiras

ROSCOE, R.; BUURMAN, P. Tillage effects on soil organic matter in density


fractions of a Cerrado Oxisol. Soil & Tillage Research, v.70, p.107–119,
2003.
ROSCOE, R. et al. Effects of fire on soil organic matter in a Cerrado sensu-
stricto from Southeast Brazil as revealed by changes in d13C. Geoderma,
v.95, p.141-160, 2000.
ROSSI, C.Q. et al. Frações húmicas da matéria orgânica do solo cultivado
com soja sobre palhada de braquiária e sorgo. Bragantia, v.70, p. 622-630,
2011.
ROSSI, C.Q. et al. Carbono em frações lábeis da matéria orgânica do solo
em sistema de cultivo com palha de braquiária e sorgo. Revista Ciência
Agronômica, v.22, p.59-67, 2012.
SÁ, J.C.M. et al. Organic matter dynamics and carbon sequestration rates
for a tillage chronosequence in a Brazilian oxisol. Soil Science Society of
America Journal, v.65, p.1486-1499, 2001.
SÁ, J.C.M. et al O plantio direto como base do sistema de produção visando o
seqüestro de carbono. Revista Plantio Direto, v.84, p.45-61, 2004.
SÁ, J.C.M.; LAL, R. Stratification ratio of soil organic matter pools as an
indicator of carbon sequestration in a tillage chronosequence on a
Brazilian Oxisol. Soil & Tillage Research, v.103, p.46-56, 2009.
SA, J.C.D. et al. Carbon depletion by plowing and its restoration by no-till
cropping system in an Oxisol of sub-tropical and tropical agroecoregions
in Brazil. Land Degradation & Development, v.24, p.1-13, 2013.
SALTON, J.C. Matéria orgânica e agregação do solo na rotação lavoura-
pastagem em ambiente tropical. 2005. 158f. Tese (Doutorado em Ciência
do Solo). Programa de Pós Graduação em Ciência do Solo, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.
SALTON, J.C. et al Teor e dinâmica do carbono no solo em sistemas de
integração lavoura-pecuária. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.46,
p.1349-1356, 2011.
SANO, E.E. et al. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma
Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.153-156, 2008.
SANTOS, T.C.C.; CÂMARA, J.B.D. GEO Brasil 2002. Perspectivas do Meio
Ambiente no Brasil. Brasília: Edição IBAMA, 2002, 440p.
SILVA, A.A. et al. Sistema de plantio direto na palhada e seu impacto na
agricultura brasileira. Revista Ceres, v.56, p.496-506, 2009.
SIQUEIRA NETO, M. Estoques de carbono e nitrogênio do solo com
diferentes usos no Cerrado em Rio Verde, GO. 2006. 112f. Tese (Doutorado

281
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

em Agricultura). Pós-Graduação no Centro Nuclear de Energia na


Agricultura, Universidade de São Paulo. Piracicaba, SP, 2006.
SIQUEIRA NETO, M. Et al. Carbono total e atributos químicos com
diferentes usos do solo no Cerrado. Acta Scientiarum. Agronomy, v.31,
p.709-717, 2009.
SIQUEIRA NETO, M. et al. Soil carbon stocks under no-tillage mulch-
based cropping systems in the Brazilian Cerrado: An on-farm synchronic
assessment. Soil & Tillage Research, v.110, p.187-195, 2010.
SISTI, C.P.J. et al. Change in carbon and nitrogen stocks in soil under 13 years
of conventional or zero tillage in southern Brazil. Soil Tillage Research,
v.76, p.39-58, 2004.
SIX, J. et al. The potential to mitigate global warming with no-tillage
management is only realized when practiced in the long term. Global
Change Biology, v.10, p.155-160, 2004.
SOUZA, E.D. et al. Estoque de carbono orgânico e de nitrogênio no solo
em sistema de integração lavoura-pecuária em plantio direto, submetidos
a intensidades de pastejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.33,
p.1829-1836, 2009.
SZAKÁCS, G.G.J. Estoques de carbono e agregados do solo cultivado com
cana-de-açúcar: efeito da palhada e do clima no centro-sul do Brasil. 2007.
105f. Tese (Doutorado em Energia Nuclear na Agricultura) - Programa de
Pós-Graduação em Ciências. Centro de Energia Nuclear na Agricultura
da Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2007.
URQUIAGA, S. et al. Manejo de sistemas agrícolas para o seqüestro de
carbono no solo. In: AQUINO, A. M.; ASSIS, R. L. (Org.). Conhecimentos
e Técnicas Avançadas para o Estudo dos Processos da Biota no Sistema
Solo-Planta. Brasília: Embrapa, 2005. p.257-273.
VENDRAME, P.R.S. Relações entre a mineralogia, fertilidade, acidez e
macrofauna em Latossolos do cerrado sob pastagem. 2008. 103f. Tese
(Doutorado em Agronomia). Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2008.
VEZZANI, F.M.; MIELNICZUK, J. Uma visão sobre qualidade do solo.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.33, p.743-755, 2009.
ZECH, Z. et al. Factors controlling humification and mineralization of soil
organic matter in the tropics. Geoderma, v.79, p.69‑116, 1997.
ZOTARELLI, L. et al. Influence of no-tillage and frequency of a green manure
legume in crop rotations for balancing N outputs and preserving soil
organic C stocks. Field Crops Research, v.132, p.185-195, 2012.

282
ESTOQUES DE CARBONO NOS SOLOS:
QUANTIDADE E MECANISMOS DE ACÚMULO
E PRESERVAÇÃO
(Secuestro de carbono en suelos: cantidad y mecanismos de
acumulación y preservación)

Érika F. M. Pinheiro, David Vilas Boas de Campos,


Bruno J. R. Alves, Eduardo Lima, Segundo Urquiaga e Robert M. Boddey

Resumo
A matéria orgânica do solo (MOS) é a segunda maior reserva de
C no planeta. É um desafio para a ciência do solo o entendimento de
como o uso da terra afeta o seu estoque e consequentemente seu longo
tempo de permanência nos solos. À procura de um passo a frente, temas
relacionados com o efeito do manejo dos solos e a produção de resíduos
sobre o acúmulo e a estabilidade de C nos solos são discutidos nesse
capítulo.

Resumen
La materia orgánica del suelo (MOS) es la segunda mayor reserva
de C en el planeta. Es un desafío para la ciencia del suelo la comprensión
de cómo el uso del suelo afecta su acumulación y, en consecuencia su
largo tiempo de permanencia en los suelos. Buscando un paso adelante,
cuestiones relacionadas con el manejo de la tierra y la producción de
residuos en la acumulación y la estabilidad de C en suelos se discuten en
este capítulo.

Introdução
A matéria orgânica do solo (MOS) é resultante, principalmente, da
deposição de resíduos de plantas – fonte primária – e de animais – fonte
secundária – em vários estágios de decomposição, além de organismos,
vivos ou mortos, de microrganismos e das raízes dos vegetais (THENG,
1987). Os resíduos, ao serem depositados, são submetidos inicialmente
à transformação parcial pela mesofauna e, posteriormente, à ação

283
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

decompositora dos microrganismos. Parte do C presente nos resíduos


é liberado para a atmosfera como CO2, num processo denominado de
mineralização, e o restante passa a fazer parte da MOS (SCHNITZER &
KHAN, 1972; BAYER & MIELNICZUK, 1997).
As predições de quão rapidamente a grande quantidade de
carbono (C) estocada no solo como matéria orgânica responderá ao
aquecimento do planeta ou à manutenção da qualidade dos solos
ainda são muito incertas. Para prever a futura concentração de CO2
atmosférico, é fundamental entender melhor quanto de C é vulnerável
à desestabilização e que processos favorecem a estabilização de C num
dado ecossistema. Os recentes progressos nas técnicas analíticas aplicadas
aos estudos com MOS têm permitido um avanço no entendimento de
complexos fatores que interagem e controlam o tempo de permanência
da matéria orgânica nos solos.
A MOS influencia no crescimento das plantas através do seu efeito
nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo (STEVENSON,
1982). Podendo funcionar como agente cimentante, favorece diretamente
a agregação e, consequentemente, as trocas gasosas e a capacidade de
retenção de água no solo. Sob o aspecto químico, sua capacidade de
complexar metais pode reduzir a toxicidade de íons como o alumínio
(SCHNITZER, 1991). Ainda, nos solos tropicais, que apresentam
predomínio de colóides de baixa capacidade de troca catiônica
(CTC), a MOS possui grande importância na adsorção de cátions e
no fornecimento de nutrientes tais como nitrogênio (N), fósforo (P) e
enxofre (S), entre outros. Além de todas essas características favoráveis,
a MOS estimula vários processos fisiológicos e bioquímicos associados
ao metabolismo celular (SCHNITZER, 1991; CANELLAS, 1999).
O acúmulo de C nos solos é controlado pelo balanço entre a
taxa de deposição de resíduos vegetais adicionados ao solo e pela taxa
de decomposição desses resíduos. Essas taxas variam muito e refletem
as diferenças no processo de estabilização da matéria orgânica. Em
geral, nos solos com alta fertilidade natural, sob vegetação nativa, os
estoques de C estão bem próximos da capacidade máxima desse solo
em armazenar C.
Além de se determinar quanto de carbono orgânico está acumulado
no solo, é relevante identificar o grau de estabilidade a que ele se encontra
associado, pois desse fator resultará o tempo de permanência do C
fixado no solo. Anteriormente, os trabalhos enfatizavam que a fixação

284
Experiências Argentinas e Brasileiras

do C dependia da ação conjunta dos cinco fatores de formação do solo:


material de origem, clima, relevo, organismos e tempo (STEVENSON,
1982). Mais recentemente, outro fator foi incluído, o manejo dos solos.
Assim, o declínio de MOS ao longo do tempo poderia ser
considerado como um reflexo do sistema de manejo adotado: baixa
adição de fertilizantes; baixa produção de resíduos; excesso de
revolvimento; erosão acelerada etc. A persistência desse tipo de manejo,
inevitavelmente, conduzirá a uma situação insustentável do ponto de
vista econômico ou ambiental (MIELNICZUK, 1999).
Neste artigo, são apresentados os resultados de estudos sobre o
impacto que diferentes manejos do solo geram em estoques de C nos
solos brasileiros. São também discutidos os resultados de acúmulo de
C proporcionados por práticas que atendem aos princípios necessários
para o acúmulo de C, tais como: o plantio direto e a cana crua. Também
são discutidos os mecanismos de proteção do C em agregados do solo.

Mecanismos de estabilização e proteção da matéria orgânica


do solo (MOS)
Diversos mecanismos químicos, como complexidade química
intrínseca dos compostos de C, complexação com a fração mineral ou
interação organo-mineral, e físicos, como oclusão nos agregados do
solo, podem proteger da decomposição os diferentes compartimentos
da MOS (SOLLINS et al., 1996; PICCOLO, 1999).
A proteção física da MOS ocorre através da oclusão do material
orgânico nos agregados do solo ou em pequenos poros do solo. A formação
dos agregados do solo pode ser dividida em duas etapas. A primeira
etapa é a de aproximação das partículas unitárias que constituem o solo,
que pode ocorrer em função (1) dos ciclos de umedecimento e secagem
(ALLISON, 1968); (2) da importante ação do sistema radicular, através
da incorporação de material orgânico em profundidade e da liberação
de exudatos orgânicos radiculares, principalmente os polissacarídeos
(CLARKE et al., 1967; COUGHLAN et al., 1973; FOSTER, 1979); (3)
dos micélios dos fungos que formam uma rede de material orgânico
adicionado ao solo e, de maneira similar às raízes, produzem um
polissacarídeo denominado glomalina, que tem importante papel na
cimentação dos agregados do solo (CLEMMENSEN et al., 2013); ou (4)
através de ligações eletrostáticas (BAVER, 1973).

285
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

A segunda etapa é a de estabilização dessa aproximação, para


a qual é necessária a ação de agentes cimentantes, tais como matéria
orgânica – principalmente os polissacarídeos e o húmus –, minerais de
argila, óxidos de ferro e/ou alumínio e carbonatos. As raízes das plantas
e os fungos micorrízicos destacam-se no processo de agregação do solo,
tanto na aproximação das partículas, quanto na cimentação da ligação
através da adição de polissacarídeos ao solo, considerados os principais
agentes cimentantes.
A influência da estrutura do solo no estoque de MOS pode
resultar de dois diferentes fatores: (1) proteção física da MOS contra a
mineralização, devido à inacessibilidade desta ao ataque microbiológico;
e (2) redução da separação em partículas finas que contribuiriam com as
perdas de MOS por erosão, particularmente nos solos tropicais (FELLER,
1997). De acordo com Coleman et al. (1989), a taxa de transformação da
MOS não depende somente do tipo de material orgânico presente, mas
também do compartimento em que o mesmo se encontra no solo.
Outro mecanismo de estabilização do C no solo é a proteção
química da MOS através da interação com a superfície mineral ou
com outras moléculas orgânicas do solo (STEVENSON, 1994). A
humificação é um processo de estabilização química da MOS que
demanda mais tempo para contribuir para o C fixado, mas por outro
lado pode assegurar sua permanência por mais tempo no solo.
A recalcitrância do material vegetal foi considerada durante
muito tempo como um importante mecanismo de proteção do material
orgânico da decomposição. Porém, vários trabalhos na literatura foram
revisados e concluiu-se que foi dada elevada relevância a esse mecanismo
(SCHMIDT et al., 2011). Há cerca de uma década foi discutido o porquê
da matéria orgânica termodinamicamente instável persistir nos solos,
às vezes por milhares de anos. Essa discussão tem reconduzido a
abordagem a respeito da dinâmica da MOS, na qual a matéria orgânica
persiste não somente por causa das suas propriedades intrínsecas –
recalcitrância – mas devido à influência das propriedades físico-química
e biológica do meio que reduz a sua probabilidade de decomposição,
permitindo assim, a sua persistência nos solos (SCHMIDT et al., 2011).
A recalcitrância do material vegetal é descrita como a preservação
seletiva de certos compostos orgânicos recalcitrantes devido a
características moleculares, como composição elementar, presença
de grupos funcionais e conformação molecular, que restringem a sua

286
Experiências Argentinas e Brasileiras

decomposição. A estrutura molecular não controla, a longo prazo,


a decomposição da MOS. Certas moléculas derivadas das plantas
– classicamente, as longas cadeias de ácidos alcanóicos, alcanos,
ligninas e outras estruturas do tecido vegetal – têm demonstrado
transformar-se mais rapidamente do que a MOS. Além disso, outros
potenciais compostos lábeis, como os açúcares, podem persistir não
por semanas, mas por décadas nos solos (SCHMIDT et al., 2011). Mais
recentemente, também tem sido discutido que se deve fazer a distinção
entre a recalcitrância primária dos resíduos vegetais, material vegetal
recentemente adicionado, e a recalcitrância secundária dos produtos
microbianos, do húmus e dos materiais carbonizados.
Papel das raízes na estabilização do C no solo
Numa escala de tempo que varia de meses a anos, tem-se observado
que a taxa de decomposição da liteira nos solos equivale, aproximadamente,
à sua taxa de adição (2 a 10 Mg C ha-1). A decomposição do material vegetal
adicionado na superfície do solo é considerada a maior via de perda de C
nos solos (TRUMBORE et al., 1995). Por outro lado, o carbono adicionado
nas camadas inferiores do solo está sendo datado com idade que varia
de centenas a milhares de anos. A idade avançada indica a presença de
MOS estabilizada em importantes quantidades na camada subsuperficial
do solo, o que pode servir de exemplo no estudo sobre a natureza e a
localização do C fixado no solo (TRUMBORE et al., 1995).
As pesquisas recentes têm mostrado que (1) o C no subsolo é
estabilizado através da interação química com os minerais do solo
(TRUMBORE et al., 1995); (2) a sua estabilidade deve se dar devido à
escassez de entrada de material vegetal fresco, que leva a uma limitação
energética para a biomassa microbiana do solo e/ou inabilidade dos
microorganismos de acessar fisicamente a matéria orgânica nas camadas
inferiores do perfil do solo; e (3) o C estabilizado, no subsolo, situado na
rizosfera, apresenta composição química similar ao C adjacente a essa
zona radicular. Porém, o resultado mais impressionante foi que o C na
rizosfera apresentou um tempo de residência moderno comparado à idade
do 14C de vários milhares de anos na matriz do solo adjacente à zona
radicular (CHABBI et al., 2009). Essa estratificação pode ser explicada
devido ao caminho de fluxo preferencial e/ou à rizosfera. A diluição do
carbono antigo pela entrada de C recém adicionado pelas raízes pode ser
acentuada pelo efeito priming, em razão da entrada de material rico em
energia para os microrganismos do solo (CHABBI et al., 2009).

287
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

A alocação do carbono pelas plantas também exerce um


importante papel na dinâmica do C no solo. Segundo Trumbore et al.
(1995), os resíduos das plantas entram no solo com diferentes idades:
anos para as folhas, séculos para os caules de árvores. Por isso, a idade
da MOS não é meramente a medida do período de tempo em que a
matéria orgânica ficou no solo, já que pode levar à interpretação errônea
quanto à sua estabilidade.
Os estudos também têm mostrado que o C derivado das raízes
das plantas é fixado nos solos muito mais eficientemente do que o C
adicionado via resíduos culturais na superfície do solo. Estudos, como
os de Cadish (1996) em solos tropicais, mostraram que menos de 50%
do carbono oriundo das raízes foi decomposto, enquanto que 80% do
carbono das folhas de gramíneas Brachiaria humidicola já haviam sido
perdidos. As análises isotópicas têm confirmado a dominância nos
solos de estruturas moleculares derivadas das raízes e de C derivados
das raízes nos microorganismos do solo. A maior interação físico-
química do carbono das raízes com as partículas do solo, ao mesmo
tempo em que a entrada de raízes em profundidade, pode estimular a
decomposição da matéria orgânica antiga do solo – efeito prime.

Práticas que favorecem o acúmulo de MOS


No âmbito da pesquisa, têm-se buscado técnicas e práticas de
manejo que possam favorecer maior acúmulo de C no solo. Basicamente,
essas práticas favorecem o aumento do uso dos resíduos orgânicos no
solo e a diminuição da taxa de decomposição da MOS. As práticas de
manejo mais apropriadas para o aumento da reserva de carbono são
específicas para cada local ou região e requerem adaptações e avaliações
em relação ao tipo de solo e ao sistema de produção.
Estimativas globais realizadas mostram que a recuperação de
áreas degradadas e o manejo correto em áreas em vias de degradação
podem sequestrar – o equivalente a 14Pg (Pg = 1015g) de C em 25 anos
(BATJES, 1999). A atividade agrícola tem um importante papel no
controle da emissão de gases do efeito estufa. O manejo inadequado
transfere carbono do solo e da biomassa para a atmosfera, na forma
de CO2, que, junto com aquele liberado da queima dos combustíveis
fósseis, favorece o efeito estufa. É um consenso que o enriquecimento do
CO2 atmosférico estimula a fixação de carbono pela fotossíntese vegetal.
Todavia, estudos recentes mostram que o carbono derivado desse

288
Experiências Argentinas e Brasileiras

aumento de CO2 atmosférico é alocado principalmente em constituintes


vegetais e compartimentos de carbono no solo que são rapidamente
mineralizados, de ciclagem rápida (PICCOLO, 1999).
Dentre as práticas de manejo sugeridas à Organização das Nações
Unidas (ONU) por Batjes (1999), pode-se citar para as terras cultivadas:
uso de resíduos orgânicos, práticas de conservação, rotação de culturas,
culturas de inverno e repouso, adubos verdes, escolha de variedades
adequadas e irrigação. Para as áreas de pastagens: aplicação racional de
fertilizantes, escolha de variedades adequadas, lotação animal adequada
e irrigação. Para as áreas degradadas: revegetação com espécies nativas,
utilização de espécies de rápido crescimento e aplicação racional de
fertilizantes. Outras práticas podem ser consideradas intrínsecas
àquelas já citadas: uso da terra somente em áreas compatíveis, manejo
da fertilidade do solo, controle da erosão, alta diversidade de espécies,
sistemas agrossilvopastoris adequados, conservação da palha, cobertura
morta, redução do preparo do solo, uso de fertilizantes orgânicos,
estimulo à fixação biológica de nitrogênio, aumento da eficiência dos
fertilizantes e manejo integrado de pragas. Em relação ao Capítulo 14
da AGENDA 21, que trata da promoção do desenvolvimento rural e
agrícola sustentável, as sugestões são as seguintes: revisão e planejamento
da política agrícola; participação popular e promoção da agricultura;
melhoria do sistema de cultivo, diversificação e desenvolvimento de
infraestrutura; conservação e reabilitação da terra; fornecimento de
água; conservação e utilização de recursos genéticos vegetais e animais;
manejo e controle integrado de pragas e doenças; diversificação da
energia rural e avaliação dos efeitos da radiação ultravioleta sobre as
plantas e animais (MARTINS, 2002).

Compartimentos da MOS
Devido à complexidade da matéria orgânica do solo, faz-se
necessário identificar os componentes que sejam homogêneos em relação
a propriedades, dinâmica e função e que levem a MOS a ter efeitos que
alterem as propriedades do solo e do ambiente. Com a identificação das
frações, pode-se estudar, com maior precisão, determinado componente
ou grupo funcional como indicativo de qualidade e quantidade de
matéria orgânica.
Quando se utiliza uma solução densa para fracionar a matéria
orgânica do solo, obtêm-se pelo menos duas frações, chamadas de

289
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

fração leve e fração pesada da MOS. A fração leve é um dos principais


compartimentos de entrada de C no solo, é considerada a interface entre
a liteira e a matéria orgânica humificada e representa de 5% a 40% do
C total do solo. Os aportes vegetais – liteira ou serrapilheira –, quando
depositados sobre o solo, possuem alta relação C:N. O fracionamento
por densidade é baseado no princípio de que a fração leve é de baixa
densidade. À medida que esse material vai sendo mineralizado, o
material persistente no solo entra nas vias de humificação e começa a
se associar às partículas do solo, adquirindo assim maior densidade e,
por isso, chamado de fração pesada. Essa matéria orgânica associada
às partículas minerais é composta de materiais vegetais e fúngicos
altamente humificados que, associados aos microagregados estáveis,
atuam cimentando a matriz argilosa com predomínio de matéria
orgânica amorfa (FELLER e BEARE, 1997). A interação da matéria
orgânica com as frações mais finas do solo depende do teor de argila e
do tipo de argila do solo, podendo causar diferenças na relação C:N nos
diversos tipos de solo estudados.
A MOS é composta de complexos organo-minerais primários e
secundários e de matéria orgânica não complexada, livre e oclusa. A
matéria orgânica não complexada livre, corresponderia à fração leve livre,
enquanto a não complexada oclusa seria a fração leve intra-agregado
ou oclusa. Os complexos organo-minerais primários são os compostos
orgânicos associados a partículas minerais, areia, silte e argila, podendo
ser consideradas as unidades básicas da MOS. Os complexos organo-
minerais secundários são formados pela união dos complexos organo-
minerais primários, que formam, assim, os agregados do solo.
Resultados experimentais sobre o estoque de C e N e
caracterização da MOS sob diferentes sistemas de manejo
da cana-de-açúcar no bioma de Mata Atlântica
Experimento de longa duração, em Conceição-da-Barra (ES), sobre
estoque de C e N sob diferentes coberturas vegetais: mata nativa,
pastagens e cana-de-açúcar
A Mata Atlântica situa-se originalmente desde a região Sudeste
até a região Nordeste do Brasil. Na região localizada no norte do ES,
incluindo o município de Conceição da Barra (ES), grande proporção
da mata original foi derrubada nos últimos 40 anos, para implantação
de pastagens, principalmente do gênero Brachiaria. A região é

290
Experiências Argentinas e Brasileiras

caracterizada por extensas áreas de relevo suave ondulado, com séries


de baixos platôs, denominados de áreas de tabuleiros (GUEDES, 2002).
Nos últimos 20 anos, com a instalação de usinas de açúcar e álcool,
foi estimulado o plantio de cana-de-açúcar na região. Assim, podem
ser caracterizadas, em maiores proporções do uso da terra, pastagens
subutilizadas, plantio de cana-de-açúcar e pequenas áreas com vegetação
de mata original remanescente. A queimada é uma prática utilizada
na região, principalmente na cultura de cana-de-açúcar. Na área sob
cana, ela é feita com o objetivo, segundo os agrônomos da região, de
eliminar focos de pragas e doenças na palhada da cana e principalmente
de facilitar a colheita. As práticas de manejo da cana-de-açúcar
atualmente têm favorecido um declínio do potencial produtivo dos
solos, principalmente devido à redução dos teores de matéria orgânica,
promovida pelo rigoroso revolvimento do solo no plantio e pela queima
da palha (GUEDES, 2002). A produtividade média da cultura da cana
na região varia em torno de 75 Mg ha-1, valor ligeiramente acima da
média nacional, de 68 Mg ha-1.
O objetivo do estudo foi avaliar a influência da introdução de
pastagem de braquiária e cultura da cana-de-açúcar na matéria orgânica
do solo, em Conceição da Barra – ES, na região da Mata Atlântica.
Determinou-se a origem do carbono (C3 ou C4) nos perfis de solo até 1
metro de profundidade, através da técnica da abundância natural de 13C,
em solos originalmente sob floresta secundária, plantados com espécies
de ciclo C4. Os valores de δ 13C encontrados no solo sob floresta foram
representativos de espécies de ciclo fotossintético C3 (Figura 1). Nos solos,
após 20 anos da introdução das gramíneas, foi observada incorporação de
carbono novo, oriundo da cana-de- açúcar (C4) até 1m de profundidade,
sendo mais acentuada na camada superficial, com valores acima de 50%.
A introdução da pastagem aumentou o estoque de carbono do solo,
na profundidade de 1m, para 71 Mg C ha-1, em relação à quantidade de
62 Mg C ha-1, encontrada no solo sob floresta (Figura 2). Já a introdução
da cultura de cana-de-açúcar reduziu o estoque de carbono para 51 Mg
C ha-1. No solo sob pastagem, foi observada uma maior conservação
do carbono derivado da floresta e uma maior incorporação de carbono
derivado da gramínea. A introdução da pastagem de braquiária e da
cultura de cana-de-açúcar por 20 anos levou à decomposição de carbono
derivado da floresta e à incorporação de carbono novo, derivado das
gramíneas (Figura 2).

291
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

No solo, após 22 anos de pastagens, a maior taxa de decomposição


foi encontrada na camada de 0 a 5cm, com o valor de K igual a 0.0697 g kg-1
ano-1, com período de meia vida igual a 9,9 anos. Na camada de 0 a 30cm,
a taxa de decomposição encontrada foi igual a 0.0293, correspondente a
um período de meia vida de 23,7 anos. Considerando o perfil de solo até
1m de profundidade, o valor de K calculado foi igual a 0.0057 g kg-1 ano-1,
com 121 anos de período de meia vida. Isto é, as camadas superficiais
sofrem a maior influência do manejo feito no solo (Tabela 1).
No solo sob cana-de-açúcar por 12 anos, que já havia sido plantado
com 10 anos de pastagem de braquiária, a taxa de decomposição
aumentou em relação ao solo sob pastagem por 22 anos, como pode
ser observado considerando as camadas de 0 a 30cm e 0 a 100cm, com
valores iguais a 0.0370 e 0.0350 g kg-1 ano-1, respectivamente (Tabela
1). Isso é um indicativo de que o manejo dado na cultura de cana-de-
açúcar, com aração e gradagem, levou a uma maior decomposição do
carbono derivado da floresta, diminuindo o tempo de meia vida do
carbono antigo. Na camada de 0 a 100cm do solo sob pastagem, o tempo
de meia vida foi igual a 121 anos. Já no solo sob cana-de-açúcar, o tempo
de meia vida foi reduzido a 20 anos.


3URIXQGLGDGH FP



&DQD
 0DWD
3DVWDJHP




      

G&

Figura 1. Composição isotópica de δ 13C (‰) do solo sob cobertura de


floresta secundária, pastagem de braquiária e cultura de cana-de-açúcar,
no município de Conceição da Barra - ES (barras de erros indicam o erro
padrão da média, de 4 repetições).

292
Experiências Argentinas e Brasileiras



&)ORUHVWD
&*UDPtQHD
0J&KD 






FDQD PDWD SDVWR
&REHUWXUD

Figura 2. Estoque de carbono até a profundidade de 1 m com correção pela


densidade do solo, em solo sob cobertura de floresta secundária, pastagem
de braquiária e cultura de cana-de-açúcar, no município de Conceição da
Barra (ES).

Tabela 1. Estoque, taxa de decomposição e período de meia vida de carbono derivado


de floresta (C3), do solo sob cobertura de floresta secundária, pastagem de braquiária
e cana-de-açúcar, em Conceição da Barra (ES).

Estoque
Estoque Estoque K sob
K sob pastagem Estimativa cana-de-
Prof. floresta pastagem Cana-de-açúcar
(T1/2) de C10 açúcar
(C0) (C22) (T1/2)
(C12)

cm Mg C ha-1 g kg-1 ano-1 (ano) Mg C ha-1 g kg-1 ano-1 (ano)

0-5 8.13 1.75 0.0697 (09.9) 4.05 1.96 0.0604 (11.5)


5-10 3.24 2.20 0.0176 (39.4) 2.72 2.32 0.0131 (53.0)
10-20 7.06 4.80 0.0176 (39.5) 5.92 4.87 0.0163 (42.5)
20-30 9.81 6.08 0.0217 (31.9) 7.90 4.36 0.0495 (14.0)
0-30 28.24 14.83 0.0293 (23.7) 21.07 13.51 0.0370 (18.7)
0-100 63.72 56.18 0.0057 (121.1) 60.17 39.54 0.0350 (19.8)

K – Taxa de decomposição; T1/2 – Tempo de meia vida

Esses resultados indicaram que a introdução da pastagem de


braquiária aumentou o estoque de carbono do solo em relação à floresta,

293
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

pela adição de liteira e raízes oriundas da gramínea e pela conservação


do carbono original derivado da floresta. Já no solo sob cana-de-açúcar,
houve uma menor adição de aportes vegetais, principalmente devido
à queima realizada antes da colheita. O preparo do solo de 5 em 5
anos, com intenso revolvimento, pela aração e gradagem, facilitou a
decomposição do carbono original derivado de floresta, resultando na
diminuição do estoque de C do solo.
Experimento de longa duração sobre estoque de C e N e caracterização
da MOS sob diferentes sistemas de corte da cana-de-açúcar, em
Linhares (ES)

O objetivo desse estudo foi comparar o efeito dos sistemas de


colheita da cana-de-açúcar (cana crua e cana queimada) sobre os estoques
de C e N orgânico em um Argissolo Amarelo, no município de Linhares
(ES). Foram coletadas amostras de solo para análise de C e N sob os
seguintes sistemas de colheita da cana-de-açúcar: corte da cana após a
queima da palhada (cana com queima) e corte da cana sem a queima da
palhada, com distribuição desta na superfície do solo (cana crua).
O estoque de C e N do solo foi determinado associando-se
o teor de carbono e nitrogênio orgânico encontrado nas diferentes
profundidades com a respectiva densidade do solo. As camadas de
solo a serem comparadas devem possuir a mesma massa do solo do
tratamento empregado como referência. Neste estudo, a área sob mata
não pôde ser utilizada como referência, então a massa de solo sob cana
sem queima foi utilizada como tratamento referência para o cálculo do
estoque de carbono e nitrogênio. O processo de ajuste da massa de solo
foi de camada a camada, seguindo a diferença entre a densidade do solo
de cada camada.
O estoque de C e N foi avaliado nas primeiras camadas do solo
(0-10 cm) e em camadas maiores (0-40 e 0-100 cm). Foi observado o
efeito dos sistemas de colheita da cana-de-açúcar nos estoques de C do
solo (Tabela 2). Em todas as camadas avaliadas, o estoque de C e N no
sistema sem queima da cana foi superior ao sistema com queima da cana,
porém, o sistema de colheita sem queima da palhada foi estatisticamente
superior ao sistema com queima da palhada somente nas primeiras
camadas (0-10 cm). Isto se deve ao efeito que esse sistema de manejo
gera, pois acumula a palhada na superfície do solo no sistema cana
sem queima e, assim, contribui mais diretamente com maior entrada e
disponibilidade de nutrientes no solo, como carbono e nitrogênio.

294
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabela 2. Estoques de C e N no solo e relação C/N sob o sistema de colheita cana


crua (CC) e cana queimada (CQ).

ESTOQUE C (Mg ha-1) ESTOQUE N (Mg ha-1) RELAÇÃO C/N

Camada (cm) CC CQ CC CQ CC CQ

0-10 14,8 a 10,9 b 1,3 a 0,8 b 11 14

0-40 49,6 a 43,5 a 3,8 a 3,3 a 13 13

0-100 113,8 a 100,8 a 8,4 a 7,3 b 13 14


Para cada intervalo de profundidade, letras iguais não diferem entre si pelo teste T, no
nível de probabilidade de 5%.

Considerando o estoque de C até 40cm de profundidade, observa-


se que há um menor efeito dos sistemas de corte da cana. O que
provavelmente contribui com maior adição de C no solo é o sistema
radicular da cultura da cana. Apesar de não quantificado neste estudo,
maior quantidade de raízes da cana nessa profundidade de solo foi
observada por outros autores (ALVAREZ et al., 2000). O tratamento da
cana com queima da palhada apresentou menor valor de estoque de C
em comparação à cana sem queima na profundidade até 100cm. A cana
sem queima favoreceu um incremento de 13 Mg C ha-1 em relação à cana
com queima, apesar dessa diferença percentual de aproximadamente
11% não ser estatisticamente significativa.
Em relação ao estoque de N, observa-se que o manejo sem queima
da palhada foi superior ao sistema com queima da cana na avaliação
feita até 100cm de profundidade. Não foi observada diferença somente
no intervalo de 0-40 cm, onde, possivelmente, as raízes das plantas
estariam sendo as principais responsáveis pela adição de matéria
orgânica nessa profundidade (Tabela 2). Isso pode ser destacado pela
relação C/N, que não difere entre os dois sistemas de colheita da cana-
de-açúcar nessa profundidade (0-40 cm).
A partir dos resultados, mostra-se que a camada arável do solo
foi a mais afetada pelo manejo da cana. E que o potencial de estoque
de C no solo relativo à cultura da cana-de-açúcar foi mais pronunciado
quando a palhada foi mantida no sistema. A conservação da palhada
apresenta dois benefícios principais: a conservação da umidade do solo
e a preservação da matéria orgânica. Embora a cana seja uma cultura
semiperene, na qual o revolvimento do solo se dá, em média, a cada
6-8 anos, o manejo utilizado no momento da renovação do canavial
é extremamente intensivo, podendo causar grandes perdas através da

295
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

mineralização da MOS (BODDEY et al., 2006). As raízes das plantas,


embora não tenham sido estudadas neste trabalho, podem estar
contribuindo com quantidades significativas de C no solo.
Após catorze anos da implantação do experimento, pode-se
observar na Figura 3 que, na área com cobertura de cana-de-açúcar,
ainda permanece quantidades significativas – em torno de 42% – de
carbono orgânico (C3) oriundo da vegetação anterior nas primeiras
profundidades (0-5 cm). No solo com cobertura de cana-de-açúcar, a
quantidade de C derivado da gramínea foi maior somente nas camadas
0-5 e 5-10 cm, apresentando um estoque de C derivado da gramínea
de 1,99 e 1,53 kg C m-3 para a cana sem queima e cana com queima
da palhada (0-5 cm), respectivamente. A quantidade de carbono novo
reduziu proporcionalmente em profundidade, chegando a valores de
0,12 kg C m-3 para ambos os sistemas de corte da cana, na profundidade
de 100cm. A queima da palhada elevou a mineralização da MOS das
primeiras camadas do perfil do solo (0-30 cm).

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0


NV M
0-5 CQ
CC

5-10
Profundidade (cm)

10-20
20-30
30-40
40-60
60-80
80-100 C derivado da mata
C derivado da cana-de açúcar

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0


-3
Carbono orgânico (kg C m )

Figura 3. Origem e estoque de C no solo (kg C m-3) sob cobertura de cana-


de-açúcar e numa área adjacente de mata, no município de Linhares (ES).*
* Para o cálculo de estoque de C, utilizou-se a massa de solo da área sob cana sem queima
como referência. M-mata, CC-cana sem queima, CQ-cana com queima.

296
Experiências Argentinas e Brasileiras

Com a cultura sem queima da palhada, houve maior preservação


do C da vegetação anterior ao longo do perfil do solo quando comparada
à cultura com queima da palhada, com exceção da profundidade 30-40
cm. Nas profundidades 5-10 e 10-20 cm, apesar da cana crua preservar
mais C da vegetação anterior em comparação à cana queimada, essa
diferença não foi significativa estatisticamente (P < 5%). Deve haver
ocorrido algum mecanismo de proteção física da MOS no sistema cana
crua, como a proteção do material orgânico dentro dos agregados do
solo. De acordo com Ceddia (1998), ao avaliar o efeito dos sistemas
de colheita na agregação do solo nessa mesma área experimental, os
autores verificaram que o sistema cana sem queima foi o que apresentou
maior quantidade de agregados estáveis em água, na camada superficial,
quando comparado com o outro sistema de colheita.
Quanto à adição de C da vegetação atual, na cana sem queima
da palhada, houve maior estoque de C quando comparada à cana com
queima da palhada, com exceção das profundidades 10-20, 30-40 e 60-
80 cm, nas quais não houve diferença estatística significativa (Figura 3).
Esse resultado foi reflexo do manejo dos sistemas de colheita na cultura,
pois, no sistema em que não ocorre queima dos resíduos vegetais, há uma
maior entrada de C no solo proveniente dessa vegetação instalada. Além
disso, na profundidade de 30-40 cm, o sistema radicular da cultura deve
ser o principal responsável pela adição de carbono novo ao solo.
A cana crua estocou mais carbono de origem C4 em relação à cana
queimada na profundidade de 0-30 cm, embora essa diferença não seja
suficiente para alterar o estoque de C no solo na camada de 0-40 cm.
De qualquer maneira, o sistema de manejo cana crua, como era de se
esperar, preserva mais carbono de origem C4 e o preserva ainda mais
em superfície.
Pelos resultados de 13C, existe uma maior ciclagem da MOS de
origem C4 nos primeiros 20 cm de profundidade, independente dos
sistemas de colheita empregados. E que, novamente entre 20-40 cm de
profundidade, conforme foi observado tanto para C quanto para N,
ocorre um aumento no estoque de carbono orgânico. Esse aumento
deve estar relacionado com a transição para o horizonte coeso, já que
nessa profundidade é observado um aumento na quantidade da fração
de argila. Essa camada coesa deve dificultar a eluviação de C para as
camadas inferiores e o consequente acúmulo deste nessa profundidade
(20-40 cm). Para entender melhor essa dinâmica, foi realizado
fracionamento químico e físico da MOS.

297
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Pode-se observar que, independente dos sistemas de manejo de


colheita da cana, um maior teor de carbono na fração humina (H), na
camada superficial do solo (Tabela 4). E, esse carbono mais humificado
é, provavelmente, originário da mata, haja vista o estoque da origem do
carbono no solo (Figura 3).
Tabela 4. Teores de C (g kg-1 de solo) das frações de ácido fúlvico (AF), ácido húmico
(AH) e humina (H) sob os sistemas de colheita cana crua (CC) e cana queimada (CQ).

CC CQ CC CQ CC CQ CC CQ CC CQ
0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-30 cm 30-40 cm

AH 3,45 2,20 1,35 1,74 1,55 1,22 1,46 1,73* 1,05 1,27

AF 2,19 1,67 1,52* 1,45 1,27 1,40* 1,17 1,82 2,35 2,67*

H 7,62 5,02 3,97* 3,63 3,17 b 3,97* 3,66 4,08* 3,85 3,96*

*As médias diferem estatisticamente pelo teste T (P<5%), nas mesmas profundidades,
na comparação entre tratamentos. Média de 5 repetições. CFH - carbono das frações
humificadas, CT-carbono total.

A cana-de-açúcar possui material vegetal rico em biopolímeros


como lignina e celulose. Esses compostos, de elevada relação C/N, são
seletivamente preservados no processo de degradação microbiana.
Outras macromoléculas mais lábeis, que favorecem a formação do ácido
fúlvico (AF), são decompostas ou lixiviadas para as camadas inferiores
(VAUGHAN & ORD, 1985). Isso pode ser verificado na avaliação da
distribuição das frações em profundidade, das quais, independente
do manejo de colheita, a fração de AF foi maior na camada superficial
(0-5 cm) e na camada mais profunda (30-40 cm). Isso é normalmente
esperado, pois a fração de AF é constituída de compostos húmicos de
maior solubilidade, sendo a principal responsável por mecanismos
de transporte de cátions dentro do solo. A migração desses produtos
menos polimerizados deve-se à sua maior mobilidade (STEVENSON,
1994). Quanto ao fracionamento físico da MOS, a quantidade de
fração leve livre em relação ao solo total (g kg-1) foi elevada na camada
superficial (0-5 cm), havendo uma redução na profundidade até 30cm,
independente do sistema de manejo de colheita da cana (Figura 4).

298
Experiências Argentinas e Brasileiras

60

50
Fração leve livre (g kg )
-1

CC CQ
40

30

20

10

0
0-5 5-10 10-20 20-30
Profundidade (cm)

Figura 4. Massa da fração leve livre em relação ao solo total (g kg-1) sob
os sistemas de manejo cana queimada (CQ) e cana crua (CC) até 30cm de
profundidade*.
*Barras verticais indicam o erro padrão.

Ao comparar os sistemas de colheita da cana-de-açúcar, a cana


crua apresentou estatisticamente maior massa de fração leve livre em
comparação à cana queimada na camada superficial (0-5 m). Após
essa profundidade, não foi observada nenhuma diferença estatística
entre os sistemas de manejo de corte da cana-de-açúcar. O efeito do
manejo dos sistemas de corte da cana foi mais pronunciado na camada
superficial, onde se pode observar que a queima dos resíduos vegetais
contribuiu significativamente para a perda dessa fração e que, nas
camadas inferiores, a adição de fração leve livre deve ter ocorrido,
provavelmente, através do sistema radicular da cana-de-açúcar. Mesmo
diante da interferência do carvão, tanto no sistema cana crua como no
sistema cana queimada, há quase o dobro de fração leve livre no sistema
cana crua na camada 0-5 cm. Essa fração é importante fonte de energia
para a biota do solo.
Os resultados da fração leve intra-agregado da MOS não foram
apresentados porque não foi possível extrair fração intra-agregado da
MOS, pois não havia material orgânico para coletar. A explicação para
esse fato deve estar relacionada com a agregação natural desse solo –
Argissolo Amarelo. Esse solo apresenta estrutura fraca a muito fraca, o
único agente cimentante responsável pela agregação são os coprólitos
de minhocas. Esse agente cimentante permite a formação de agregados

299
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

pouco estáveis que ao serem manuseados são quebrados facilmente,


liberando a fração orgânica protegida (fração intra-agregado). Como
o fracionamento físico da MOS é realizado com TFSA, a fração intra-
agregado deve ter sido quantificada junto com a fração leve livre da MOS.
A espectroscopia na região do infravermelho é uma ferramenta
muito útil na detecção de grupamentos funcionais na MOS. Os espectros
da fração leve livre foram feitos de acordo com as atribuições propostas
por Silverstein (1994), Stevenson (1994) e Canellas (1999), para verificar
se haveria diferença na fração leve da MOS devido ao sistema de
colheita adotado. Os espectros de infravermelho apresentaram feições
semelhantes para as amostras da fração leve livre, independente do
sistema de manejo, o que se deve à influência dominante de resíduos
vegetais sobre essa fração (SKJEMSTAD et al., 1986; GOLCHIN et al.,
1994; SOHI, 2001).
As frações leves apresentaram variações pronunciadas nessa
região. As bandas de absorção correspondentes às amostras de cana
crua mostraram-se mais bem definidas, quando comparadas com a
cana queimada. Tais regiões espectrais, que caracterizam os compostos
orgânicos alquílicos, podem ser utilizadas como indicadoras de
pequenas transformações ocorrida na MOS decorrentes do início do
processo de humificação nos distintos sistemas de preparo do solo. Ou
seja, a fração leve estaria em estágio inicial de decomposição.
As regiões de absorção entre 2000-1300 cm-1 são características
de vibrações C=C de aromáticos e C=O de carboxilatos, quinonas
e/ou cetonas conjugadas. Apresentam, no entanto, banda C=C de
aromático (1420 cm-1) pouco pronunciada, característica inerente das
frações lábeis. A banda C=O (1637,5cm-1) de duplas ligações conjugadas
indica o grau de condensação da molécula, característica de material
em estágio de decomposição (STEVENSON, 1994). Na cana queimada,
essa banda foi mais bem definida que na cana crua, o que pode indicar
maior humificação nesse sistema. Os materiais refratários, como o
carvão presente na fração leve livre da MOS, não apresentaram picos
característicos, porque foi feita a coleta desse material carbonizado na
fração leve livre para análise de espectroscopia de infravermelho. Então,
a fração leve livre do sistema de manejo cana queimada apresentou-se
mais humificada do que a do sistema de manejo cana crua.

300
Experiências Argentinas e Brasileiras

Referências Bibliográficas
ALLISON, F.E. Soil aggregation – some facts and fallacies as seen by a
microbiologist. Soil Science, v. 106, p. 136-143, 1968.
ALVAREZ, I.A.; CASTRO, P.R. de C.; NOGUEIRA, M.C.S. Crescimento
de raízes de cana crua e queimada em dois ciclos. Scientia Agricola,
Piracicaba, v.57, p.653-659, 2000.
BATJES, N.H. Management options for reducing CO2-concentrations in the
atmosphere by increasing carbon sequestration in the soil. Wageningen:
International Soil Reference and Information Centre, 1999. Technical
Paper 30.
BAVER, L.D.; GARDENER, W.A.; GARDNER, W.R. Física de Suelos.
México, Centro Regional de Ayuda Tecnica, p.138-242, 1973.
BAYER, C; MIELNICZUCK, J. Características químicas do solo afetadas
por métodos de preparo e sistemas de cultura. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, v.21, p.105-112, 1997.
BODDEY, R.M. et al. Potencial of carbon sequestration in soils of the
Atlantic Forest Region of Brazil. In: LAL, R.; CERRI, C.; MARTIAL,
B.J.E.; CERRI, E. (Ed.). Carbon Sequestration in Soils of Latin America,
1.ed. New York: Haworth Press, Inc., 2006. p. 305- 348.
CEDDIA, M.B. Efeito do sistema de corte na produção de cana‑de‑açúcar
e em propriedades físicas de solo de tabuleiro no Espírito Santo.
1998. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Solos, Instituto de
Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica,
RJ, 1998.
CADISH, G.; GILLER, K.E. Estimating the contribution of legumes to soil
organic matter build up in mixed communities of C3/C4 plants. Soil
Biology and Biochemistry, v.28, p. 823-825, 1996.
CANELLAS, L.P. et al. Métodos complementares. In: SANTOS, G.A.E.;
CAMARGO, F. A.O. Fundamentos da matéria orgânica do solo.
Ecossistemas tropicais e subtropicais. Genesis, Porto Alegre, RS, 1999.
p.413-436.
CLARKE, A.L.; GREENLAND, D.J.; QUIRK, J.P. Changes in some physical
properties of the surface of an impoverished red-brown earth under
pasture. Australian Journal of Soil Research, v.5, p.59-68, 1967.
COLEMAN, D.C.; OADES, J.M.; UEHARA, G. Dynamics of soil organic
matter in tropical ecossystems. NifTAL Project, University of Hawaii at
Manoa, USA, 1989.

301
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

COUGHLAN, K.J.; FOX, W.E.; HUGHES, J.D. A study of the mechanisms


of aggregation in a Krasnozem soil. Australian Journal of Soil Research,
v.11, p 65-73, 1973.
FELLER, C.; BEARE, M.H. Physical control of soil organic matter dynamics
in the tropics. Geoderma, v.79, n.1, p.69-116, 1997.
FOSTER, S.M. Microbial aggregation of sand in an embryo dune system.
Soil Biology and Biochemistry, v.11, p.537-543, 1979.
GOLCHIN, A. et al. Study of free and occluded particulate organic matter
in soils by solid-state 13C CP/MAS NMR spectroscopy and scanning
electron microscopy. Australian Journal of Soil Research, v.32, p.285-
309, 1994.
GUEDES, C.A.B. Volatilização de N e Alterações Químicas do Solo Sob
Cultivo de Cana-de-Açúcar com Aplicação de Vinhaça e Diferentes
Formas de Colheita. 2002. Dissertação (Mestrado) – Departamento de
Solos, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Seropédica, RJ, 2002.
MARTINS, J.P.S. A década desperdiçada: O Brasil, a Agenda 21 e a Rio +
10. 1.ed. Campinas: Komedi, 2002. 200p.
MIELNICZUK, J. Importância do estudo de raízes no desenvolvimento
de sistemas agrícolas sustentáveis. IN: WORKSHOP SOBRE
SISTEMA RADICULAR: METODOLOGIAS E ESTUDOS DE
CASO, 1999, Aracaju. Anais.... Aracajú: Embrapa Tabuleiros
Costeiros, 1999. p.13-17.
PICCOLO, A. Atmospheric CO2 and alteration of global climate. In:
ENCONTRO BRASILEIRO DE SUBSTÂNCIAS HÚMICAS, 3, 1999,
Santa Maria-RS. Anais... 1999. 145p.
SCHMIDT, M. et al. Persistence of soil organic matter as an ecosystem
property. Nature, v.478, p.49-56, 2011.
SCHNITZER, M.; KHAN, S.U. Humic substances in the environment.
Marcel Dekker, New York, p.2-3, 1972.
SCHNITZER, M. Soil organic matter – the next 75 years. Soil Science,
v.151, p.41-58, 1991.
SILVA, J.E.; RESCK, D.V.S. Matéria orgânica do solo. In: VARGAS, M.A.T.;
HUNGRIA, M. Biologia dos solos dos cerrados. 1.ed. EMBRAPA, 1997.
p.467-524.
SKJEMSTAD, J.; DALAL, R.C. Spectroscopic and chemical differences in
organic matter of two Vertissols subjected to long periods of cultivation.
Australian Journal of Soil Research, v.25, p.323-335, 1987.

302
Experiências Argentinas e Brasileiras

SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X. Identificação espectrométrica de


compostos orgânicos. Rio de Janeiro: LTC., 1994. 460p.
SOLLINS, P.; SPYCHER, G.; GLASSMAN, C.A. Net nitrogen mineralization
from light and heavy fraction of soil organic matter. Soil Biology and
Biochemistry, v.16, p.31-38, 1984.
SOHI, S. Dynamic modellig of soil organic matter using physically defined
fractions. 2001. Tese (Doutorado). University of London. London, 2001.
STEVENSON, F.J. Humus chemistry: Genesis, composition, reactions.
John Wiley and Sons, Inc., New York, NY, 1982.
STEVENSON, F.J. Humus chemistry: Genesis, composition, reactions.
2.ed. John Wiley and Sons, Inc., New York, NY, 1994.
THENG, B.K.G. et al. Clay-humic interactions and soil aggregate stability.
In: COLEMAN, D.C.; OADES, J.M.; UEHARA, G. (eds.), Dynamics
of soil organic matter in tropical ecosystems. Honolulu, University of
Hawaii, NifTAL Project, 1987. p.5-32.
TRUMBORE, S.E. et al. Belowground cycling of carbon in forest and
pastures of Eastern Amazonia. Global Biogeochemistry Cycle, v.9,
p.515-528, 1995.
VAUGHAN, D.; ORD, B.G. Soil organic matter: a perspective on its nature,
extraction, turnover and role in soil fertility. In: Martinus, E. A. & Junk, R.,
eds. Soil Organic Matter and Biological Activity. Boston, 1985.v.16, p.34.

303
PRODUÇÃO, DECOMPOSIÇÃO E CICLAGEM DE
NUTRIENTES DAS COBERTURAS DE SOLO UTILIZADAS
NO SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA NO CERRADO
(Producción, descomposición y ciclo de nutrientes en las coberturas
de suelos utilizadas en los sistemas de siembra directa en el cerrado)

Jose Luiz Rodrigues Torres,


Marcos Gervasio Pereira e Arcângelo Loss

Resumo:
O Cerrado é o segundo maior Bioma brasileiro, que ocupa uma
área de 204 milhões de hectares, que equivale a aproximadamente
a 23% da área total do país. Nestas áreas predominam os Latossolos
Vermelhos, que são quimicamente pobres, tem caráter ácido, são
altamente intemperizados e profundos, que estão sob um relevo plano
ou suavemente ondulado, que apesar de ser uma importante reserva de
biodiversidade, é um potencial produtor de alimentos, que responde
atualmente por mais de 50% da produção nacional de grãos. Estes
valores de produção foram obtidos por meio da aplicação intensiva
de novas tecnologias e pelo avanço das fronteiras agrícolas. Dentre as
inovações tecnológicas utilizadas destaca-se o sistema de semeadura
direta (SSD), que cresceu exponencialmente no país e, principalmente
nesta região. Contudo, a sustentabilidade do SSD no Cerrado brasileiro
está vinculada a produção de quantidades elevadas de fitomassa, pois
nestas regiões as taxas de decomposição podem ser até dez vezes
mais rápidas quando comparadas às observadas nas regiões de clima
temperado. Entretanto, produzir fitomassa seca nestas regiões não tem
sido fácil, pois são áreas que apresentam, de forma geral, cinco a seis
meses de período seco no inverno, que prejudicam o desenvolvimento
das plantas, diminuindo a produção de fitomassa e, consequentemente, a
cobertura do solo. Alguns estudos têm mostrado que é possível produzir
fitomassa seca no Cerrado, antecedendo ou em sucessão às culturas
anuais. O uso de milheto, crotalaria, braquiaria e pousio (vegetação

305
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

espontânea), dentre outras plantas, podem produzir cobertura do solo


em quantidades elevadas e com a qualidade necessária para fazer à
ciclagem de nutrientes em ambas as épocas do ano (seca e das águas),
com ênfase para as Poáceas, que apresentam, de forma geral, menor
taxa de decomposição e maior tempo de meia vida quando comparadas
às Fabáceas. A relação C/N não é o único, mas é o principal fator que
controla a taxa de decomposição dos resíduos vegetais destas plantas de
cobertura e pousio.

Resumen
El Cerrado es el segundo mayor bioma brasileño, que cubre un
área de 204 millones de hectáreas, lo que equivale a aproximadamente
el 23% de la superficie total del país. Estas áreas predominan los
oxisoles rojos, que son químicamente pobres, tienen carácter ácido,
son altamente degradado y profundo, que se encuentran bajo un plan
o suavemente ondulado relieve, que a pesar de ser una importante
reserva de biodiversidad, es un potencial productor de alimentos, que
actualmente representa más del 50% de la producción nacional de
granos. Estas cifras de producción se obtuvieron mediante la aplicación
intensiva de las nuevas tecnologías y la expansión de la agricultura. Entre
las innovaciones tecnológicas utilizadas destacan la siembra directa
(SSD), que ha crecido exponencialmente en el país y especialmente en
esta región. Sin embargo, la sostenibilidad del Cerrado brasileño SSD
está vinculada a la producción de grandes cantidades de biomasa, debido
a que estas regiones las tasas de descomposición pueden ser hasta diez
veces más rápido en comparación con los observados en las regiones
templadas. Sin embargo, la producción de materia seca en estas regiones
no ha sido fácil porque las áreas que están presentes, en general, cinco
a seis meses de época seca en invierno, que afectan el crecimiento de
la planta, la disminución de la producción de biomasa y por lo tanto la
cobertura del suelo. Algunos estudios han demostrado que es posible
producir materia seca en Cerrado, anterior o cultivos anuales en sucesión.
El uso de mijo, Crotalaria, Braquiaria y barbecho (vegetación natural),
entre otras plantas, se puede producir la ocupación del suelo en grandes
cantidades y la calidad necesarias para hacer que el ciclo de los nutrientes
en ambas estaciones (seca y lluviosa) con énfasis en Poaceae, que tienen,
en general, menor tasa de descomposición y la vida media más larga en
comparación con la Fabaceae. La relación C/N no es el único, pero es

306
Experiências Argentinas e Brasileiras

el principal factor que controla la velocidad de descomposición de los


residuos vegetales de estos cultivos de cobertura y barbecho.

O sistema de semeadura direta (SSD) no Cerrado


O rápido crescimento da população mundial levou à necessidade
de grandes incrementos na produção agropecuária, os quais foram
sendo obtidos através da aplicação intensiva de novas tecnologias e pelo
avanço das fronteiras agrícolas. Em muitos casos, o emprego dessas
tecnologias não é realizado de forma adequada pelos produtores e, com
isso, são observados efeitos negativos, que culminam com a degradação
dos agroecossistemas.
Uma das principais fronteiras agrícolas do país é o Cerrado
brasileiro, que ocupa uma área de 204 milhões de hectares (MHa),
sendo uma importante reserva da biodiversidade e potencial produtor
de alimentos (BRAZ et al., 2010). Souza e Lobato (2002) destacam que,
com tecnologia adequada, pode-se incorporar até 127 MHa dessa área
ao sistema produtivo, mantendo 38% como reserva natural. Dentre
as inovações tecnológicas adotadas para produção de alimentos no
Cerrado, destaca-se o sistema de semeadura direta (SSD), que tem
crescido exponencialmente na faixa de 30% ao ano e contribuído para
sustentabilidade de 65% da área cultivada com soja, milho, feijão e sorgo
nesse Bioma (KLUTHCOUSKI e STONE, 2003).
O SSD na palha foi introduzido na região no Sul do Brasil como
uma tecnologia conservacionista, no final da década de 1960, com
níveis tecnológicos e sistemas adaptados às diversas regiões. A partir da
década de 70, o SSD expandiu-se gradativamente no país, atingindo 1,0
MHa na safra 1989/90, sendo 180 mil hectares no Cerrado (PEREIRA,
1997). Dados da Embrapa (2002) evidenciaram o crescimento da área
cultivada sob SSD no país para 15 MHa, sendo 5 MHa no Cerrado, na
safra 2001/02. No ano seguinte (2002/03), verificou-se o aumento para
18 MHa, sendo 6 MHa no Cerrado, e, em 2005/06, para 25,5 MHa,
culminando com 31,5 MHa na safra 2011/2012 (FEBRADP, 2012).
Segundo a previsão do MAPA (2012), em 2020, a área em SSD no país
atingirá 33 MHa (Figura 1).

307
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 1. Crescimento do SSD no Brasil.


Fontes: FEBRAPDP (2012); CONAB (2004; 2008; 2012).

A expansão do SSD no país e no Cerrado esteve sempre associada ao


aumento da produção de grãos. Em 1990, a produção de grãos brasileira
atingiu 57,8 milhões de megagramas por ano (M Mg-1 ano-1), em 2004
aumentou para 125 M Mg-1 ano-1, em 2011/12 atingiu 165,7 M Mg-1 ano-
1
e a estimativa para 2012/13 está na ordem 182,3 M Mg-1 ano-1. Em
1990, a área cultivada com grãos no país era de 37,8 MHa, aumentando
para 42 MHa em 2004 e 50,8 MHa em 2011/12, sendo que a estimativa
de crescimento é de até 2,7% no ano, podendo atingir 52,2 MHa em
2012/2013 (CONAB 2004; 2012). Diante desses números, pode-se
constatar que a expansão do SSD no Cerrado influenciou decisivamente
a produção nacional de grãos (Figura 2). Levando-se em consideração
que o Cerrado brasileiro abrange 25% do território nacional e que
representa aproximadamente 4% da região tropical mundial, conclui-se
que ainda existe uma grande possibilidade de expansão desse sistema
nessa região.

308
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Produção acumulada de grãos no Brasil.


Fonte: CONAB (2004; 2008; 2012)

Princípios básicos do SSD


O SSD tem como pré-requisitos três pontos básicos: (1) o não
revolvimento do solo na ocasião da semeadura; (2) a utilização de plantas
de cobertura para a proteção do solo e melhoria de sua fertilidade; e (3)
a adoção de um sistema de rotação de culturas.
Não revolvimento do solo
O SSD tem sido definido como o processo de semeadura em
solo não revolvido, no qual a semente é colocada em sulcos ou covas,
com largura e profundidade suficientes para a adequada cobertura e
contato delas com a terra. Contudo, antes de iniciar as áreas agrícolas
nesse sistema, deve-se primeiro fazer o preparo convencional da área,
de acordo com os seguintes procedimentos:
Eliminação das camadas compactadas
As camadas compactadas geralmente são decorrentes do uso
inadequado de arados ou grades aradoras após sucessivos anos, o que

309
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

causa redução na capacidade de infiltração da água. A compactação


favorece o escoamento superficial e a erosão, que prejudica a circulação
de ar, a atividade biológica no solo e o desenvolvimento radicular das
plantas, diminuindo o volume de solo explorado pelas raízes, que se
concentram nas camadas superficiais.
Alguns estudos têm evidenciado que o SSD altera a qualidade
estrutural do solo à medida que os cultivos forem se sucedendo, devido
ao contínuo aporte de material orgânico através dos resíduos vegetais, a
ação benéfica das raízes das plantas e a proteção oferecida à superfície do
solo (LIMA et al., 2013). Contudo, deve-se destacar que tanto no sistema
de preparo convencional (SPC) do solo quanto no SSD, podem ocorrer
problemas de compactação, pois as características texturais e estruturais
do solo continuam as mesmas. A diferença entre os sistemas é que no
SPC o revolvimento periódico do solo promove a reorganização das
partículas e dos agregados a cada ciclo agrícola, enquanto no SSD ocorre
o adensamento natural das partículas do solo na camada superficial, que
pode ser amenizada pela cobertura vegetal e pelos resíduos deixados
pelas culturas cultivadas no local, que protegerão o solo do impacto
direto das gotas de chuva, diminuindo os problemas com encrostamento
e selamento superficial (RALISCH e TAVARES FILHO, 2002).
A manutenção de quantidade mínima de resíduos vegetais, que
cubra no mínimo 50% da superfície do solo, pode causar alterações
na produtividade das culturas cultivadas em sucessão. Contudo, já
está estabelecido que estratégias de manejo que mantêm ou adicionam
matéria orgânica ao solo causam melhorias na qualidade física do solo
para o crescimento das plantas (CRUZ et al., 2003).

Correção da acidez do solo


Após a implantação do SSD, o solo não será revolvido durante
longos períodos. Com isso, deve-se realizar a correção de acidez no
momento inicial do sistema. Assim, pode-se incorporar o calcário
o mais profundo possível, corrigindo todo o perfil, pois as próximas
aplicações serão realizadas somente na superfície e sem incorporação.

Elevação dos níveis de fertilidade do solo


A elevação dos níveis de fertilidade do solo é outra ação que pode
ser feita inicialmente, de modo que se situe na faixa de média a alta. Os
melhores resultados ainda têm sido obtidos através da adubação seguida

310
Experiências Argentinas e Brasileiras

de revolvimento do perfil, principalmente quando se trata de adubação


fosfatada (ALTMANN, 2010).

Nivelamento da superfície do terreno


Nivelar a superfície das áreas agrícolas antes de implantar o
SSD é uma prática que pode trazer benefícios futuros, pois solos com
sulcos ou valetas causam desuniformidades no plantio. Em função
do desnivelamento, a semente e o adubo podem ser depositados em
diferentes profundidades, mesmo utilizando as máquinas existentes no
mercado, que acompanham o microrrelevo do solo e têm amenizado
esse problema no campo.
Somente após alguns anos da não realização do revolvimento do
solo é que as áreas sob SSD adquirem uma estrutura com resistência
suficiente para suportar o tráfego sem apresentar compressibilidade
significativa, pois, após esse período, os solos irão apresentar agregados
mais densos, resistentes e que estão mais próximos entre si. Contudo,
se o solo já apresentar problemas, especialmente de degradação
estrutural e redução do teor de matéria orgânica, a acomodação natural
das partículas desestruturadas, associada à falta de matéria orgânica,
de resíduos vegetais na superfície do solo e ao tráfego de máquinas e
animais, resultará, certamente, em compactação em níveis prejudiciais
às plantas (STONE et al., 2006).
Quando o SSD não é iniciado corretamente em solos compactados,
sem uma adequada incorporação de calcário e correção da acidez em todo
o perfil, ocorrem sérios problemas de ordem física, química e biológica
no solo, dentre esses pode-se destacar a infiltração da água no solo, que
pode tornar-se reduzida e favorecer o aumento do escoamento superficial.
Adicionalmente, pode ser verificada a redução no desenvolvimento
radicular e das plantas (SCHAFER et al., 2001). A diminuição da entrada
de ar no solo também significa menor respiração de raízes e redução na
atividade das bactérias fixadoras de nitrogênio (O2 e N2), o que em última
instância pode reduzir a fertilidade natural dos solos.

Cobertura do solo com resíduos culturais


A manutenção da cobertura do solo é um dos pilares do SSD.
Está diretamente relacionada a praticamente todas as alterações que o
sistema irá promover na área e varia entre as diferentes regiões, tipo
de solo, clima e cobertura utilizada. Do ponto de vista físico, tem-se

311
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

estimulado a adoção da rotação de culturas para manter e/ou aumentar


os níveis de matéria orgânica, melhorar a agregação e manter a palha na
superfície do solo.
A ausência de preparo, a quantidade e a qualidade dos resíduos
culturais depositados na superfície do solo, tanto das culturas de
interesse econômico em rotação ou sucessão, como das plantas de
cobertura ao longo dos anos, acarretam um aumento gradual no teor
de matéria orgânica, notadamente na camada superficial (0,00 a 0,10
m) (HICKMANN et al., 2012). A manutenção contínua na palhada
na superfície favorece o progressivo aumento do conteúdo de matéria
orgânica no solo. Contudo, esse aumento geralmente não ocorre nos
primeiros anos de adoção do SSD, mas são detectáveis após seis ou sete
anos do início do sistema (MACHADO e SILVA, 2001).
A permanência dos resíduos vegetais sobre a superfície do solo,
oriundos das plantas de cobertura utilizadas em SSD, favorece a melhoria
e a manutenção da qualidade do solo. Essa melhoria se dá pelo controle
de plantas invasoras e pela proteção contra radiação solar, diminuição
do impacto das gotas de chuva e manutenção da umidade do solo. Além
disso, a cultura de cobertura pode restituir quantidades consideráveis de
nutrientes aos cultivos, uma vez que essas plantas absorvem nutrientes
das camadas subsuperficiais e os liberam, posteriormente, na camada
superficial após a decomposição dos seus resíduos (BOER et al., 2007).
A disponibilização desses nutrientes pode ser rápida e intensa ou lenta e
gradual, conforme a interação entre os fatores climáticos e a quantidade
e qualidade do resíduo vegetal (OLIVEIRA et al., 2002).
Alvarenga et al. (2001) afirmam que uma área sob SSD deve ter pelo
menos 50% da superfície do solo coberta com resíduos vegetais e que 6,0
Mg ha-1 de fitomassa seca na superfície é uma quantidade suficiente para
proporcionar uma boa cobertura do solo. Destacam também que esses
resíduos devem apresentar uma taxa de decomposição compatível com
a manutenção de cobertura deixada pelas culturas antecessoras.
As culturas anuais (soja, milho, sorgo, arroz e feijão) cultivadas
sobre as coberturas de solo têm contribuído com relativa quantidade de
resíduos culturais. Contudo, Kluthcouski e Yokoyama (2003) afirmam
que os resíduos dessas culturas dificilmente atingem a quantidade e a
longevidade necessária para proteção plena da superfície do solo. Ainda
assim, destacando as duas culturas mais cultivadas no país, observa-se
que o milho tem se apresentado como uma cultura de grande relevância
para a consolidação do SSD, com produção de resíduos culturais acima

312
Experiências Argentinas e Brasileiras

de 6 Mg ha-1 (GUIMARÃES et al., 2006), podendo atingir 9,8 Mg ha-1


(WISNIEWSKI e HOLTZ, 1997), enquanto que a produção de fitomassa
seca de soja tem variado entre 1,2 Mg ha-1 e 5,5 Mg ha-1 (PADOVAN et
al., 2006).
Dentre as coberturas de solo utilizadas, estudos têm demonstrado
que algumas plantas produzem fitomassa seca em quantidade e
qualidade: braquiária (Urochloa sp), milheto (Pennisetum glaucum
L.), sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), crotalária (Crotalaria juncea),
guandu (Cajanus cajan L. Mill sp.) e feijão de porco (Canavalia ensiformis
DC.) têm se mostrado adaptadas a condições climáticas do Cerrado.
Além dessas culturas, uma outra opção de cobertura é a manutenção da
área em pousio (vegetação espontânea), que proporciona boa proteção
ao solo (TORRES et al., 2008).
Fabian (2009) destaca que, mesmo em pequena quantidade, os
resíduos vegetais deixados sobre a superfície protegem o solo contra a
erosão. Entretanto, quando a quantidade de resíduos é excessiva, pode
afetar negativamente a produção das culturas subsequentes. Tal fato
pode ser atribuído à dificuldade de emergência das plantas, devido ao
impedimento físico, além de acarretar maior necessidade de adubo
nitrogenado para as plantas subsequentes, especialmente se não for
adotado um adequado sistema de rotação de culturas com sistemas
radiculares diferentes que possam alternar as extrações de nutrientes.

Sucessão e rotação de culturas


A rotação de culturas consiste em alternar de forma sustentável
o cultivo de espécies em anos sucessivos, o que promove melhorias no
desempenho das culturas sucessoras, através do aumento da sanidade
do sistema de produção. A sucessão de culturas difere da rotação, por
alternar culturas dentro do mesmo ano agrícola, repetindo-se no ano
seguinte. Mas essa prática não é sustentável a longo prazo, em função
dos problemas com pragas e doenças que começam a ocorrer ao longo
dos anos (ALTMANN, 2010).
A rotação de culturas tem sido considerada uma prática
fundamental para o SSD, pois promove alterações significativas na
bioporosidade do solo, devido à atividade radicular das culturas e
ao aumento da atividade da mesofauna do solo, o que possibilita que
as raízes de algumas culturas possam penetrar nas camadas mais
adensadas ou compactadas (STONE et al., 2006).

313
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Para atingir seu potencial de benefícios, o SSD deve ser


acompanhado da rotação de cultivos com espécies vegetais
melhoradoras / condicionadoras do solo. Essas espécies devem compor
um sistema agrícola que apresente eficiente cobertura do solo e ciclagem
de nutrientes. Consequentemente, ocorrerão incrementos dos estoques
de carbono e nitrogênio, controle de plantas invasoras e melhoria das
propriedades físico-hídricas, químicas e biológicas do solo. A melhoria
em todos esses atributos irá refletir em um aumento da produtividade
das culturas subsequentes (CARVALHO, 2010).
A qualidade e a quantidade de biomassa vegetal são parâmetros
importantes a serem considerados ao produzir palha no Cerrado,
pois fatores relacionados à composição química do material vegetal
influenciam diretamente sobre o tempo de persistência dos resíduos
vegetais sobre o solo. Por isso, uns dos objetivos das pesquisas sobre
plantas usadas como cobertura têm sido selecionar espécies vegetais
que apresentem decomposição mais lenta após terem sido manejadas
(TORRES et al., 2005), pois a velocidade de decomposição dos resíduos
culturais influencia diretamente a liberação e a ciclagem dos nutrientes
(LEITE et al., 2010).
Darolt (1998) estimou ser necessário um aporte anual de 6 Mg
ha-1 de fitomassa seca de resíduos vegetais para recompor a oxidação
da matéria orgânica do solo para a região Sul do Brasil. Para o Cerrado
brasileiro, que ocupa regiões de clima tipicamente tropical, torna-se
necessário um maior aporte de massa de resíduo vegetal, devido à elevada
taxa de decomposição dos resíduos depositados na superfície (SÁ, 1993).
Para essa região, Seguy e Bouzinac (1995) sugeriram a necessidade de
atingir, com o programa de rotação de culturas, a produção de 11 a 12
Mg ha-1 de resíduos vegetais por ano. A maior necessidade se justifica
devido à taxa de decomposição dos resíduos nos cerrados (clima
tropical), podendo ser até 10 vezes maior em comparação às regiões de
clima temperado (LAL e LOGAN, 1995).

As principais dificuldades encontradas


Nas regiões do Brasil sob o bioma Cerrado, têm sido destacadas
algumas dificuldades na produção de fitomassa e de resíduos vegetais
suficientes para proporcionar cobertura do solo, em quantidade e
qualidade adequada, pois nem sempre é possível cultivar plantas de
cobertura no período compreendido entre abril e setembro, devido

314
Experiências Argentinas e Brasileiras

a pouca ou nenhuma ocorrência de chuvas (NUNES et al., 2006;


GUARESCHI et al., 2012). Essa região caracteriza-se por apresentar, de
forma geral, cinco a seis meses de período seco no inverno, com solos
quimicamente pobres, altamente intemperizados e de caráter ácido
(LOSS et al., 2012). Mesmo assim, pode-se cultivar espécies vegetais
de ciclo curto entre o período de setembro a novembro, antecedendo
as culturas comerciais, e de fevereiro a abril, como safrinha, plantas
de cobertura com crescimento rápido e resistência ao estresse hídrico
(PACHECO et al., 2011). Além disso, o manejo dado aos resíduos das
culturas cultivadas no inverno com uso de roçadoras ou herbicidas
precisa ser melhor ajustado para permitir maior cobertura do solo
(KLIEMANN et al., 2006).
A solução para esses problemas pode ser conseguida por meio
do uso de plantas de cobertura que estejam adaptadas às condições
climáticas, com capacidade de produzir elevada quantidade de fitomassa
verde e seca no local desejado, contribuindo para a formação de uma
camada de palha sobre o solo. Essa camada possibilita o aumento da
retenção de água e diminuição de sua perda por evaporação. Além de
reduzir as variações de temperatura, o impacto das chuvas e os efeitos
da erosão, também contribuem na ciclagem de nutrientes das camadas
mais profundas para a superfície, principalmente das espécies com
sistema radicular profundo, diminuindo, ainda, perdas de nutrientes
por lixiviação (ANDRIOLI e PRADO, 2012).
Contudo, a recomendação de espécies de cobertura do solo
para formação da palhada constitui-se em um dos grandes desafios
enfrentados para implantação do SSD em várias regiões do país. A
persistência da palhada sobre o solo, a capacidade de reciclar nutrientes,
a mobilização de elementos lixiviados ou pouco solúveis e a liberação
destes para a cultura subsequente são indicadores importantes da
qualidade das plantas de cobertura (BOER et al., 2008; CRUSCIOL e
SORATTO, 2007; CARNEIRO et al., 2008; CRUSCIOL et al., 2008;
LEITE et al., 2010). Assim, há a necessidade constante de estudos com
o objetivo de aumentar as opções de modos de cultivos e espécies de
plantas de cobertura/adubos verdes para compor esquemas de rotações/
sucessões, proporcionando sustentabilidade do SSD, em diferentes
condições edafoclimáticas.
Alvarenga et al. (2001) sugerem que, para a escolha das plantas
de cobertura, é fundamental conhecer a sua adaptação à região e sua
habilidade em crescer num ambiente menos favorável, uma vez que

315
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

as culturas comerciais são estabelecidas nas épocas mais propícias


com relação ao clima. Além disso, deve-se levar em consideração
a produtividade da fitomassa, a disponibilidade de sementes, as
condições do solo, a rusticidade quanto à tolerância do déficit hídrico e
a possibilidade de utilização comercial.
Apesar de vários estudos já terem sido conduzidos nas condições
de Cerrado, os resultados obtidos ainda são controversos, em função
da variabilidade das condições climáticas, da época de semeadura das
plantas de cobertura e do tipo de manejo que é adotado em cada região,
sugerindo que mais estudos devam ser realizados (KLIEMANN et al.,
2006; BOER et al., 2007, 2008; TORRES et al., 2005; 2008; TORRES e
PEREIRA, 2008).
No Cerrado mineiro, Fabian (2009) destaca as dificuldades em
obter quantidades adequadas de resíduos vegetais das coberturas do solo
que possam ser semeadas após a colheita das culturas de verão (março/
abril). Adicionalmente, o autor destaca que nem sempre é possível
cultivá-las no período inverno/primavera (maio-outubro), devido à
escassez (maio/julho) e à irregularidade das chuvas (agosto/outubro) que
ocorrem nesse período. Por outro lado, ocorre uma rápida decomposição
do resíduo vegetal depositado sobre o solo, pelas elevadas precipitações
(novembro/março), maior temperatura no início do período chuvoso e
tipo de manejo dado às coberturas do solo. Outros estudos evidenciam
que as dificuldades encontradas para produção de cobertura vegetal no
Cerrado estão relacionadas ao seu mecanismo de decomposição, que
por sua vez é influenciado diretamente pelas condições climáticas da
região, principalmente a temperatura e a precipitação (TORRES et al.,
2006; CARNEIRO et al., 2008; FABIAN, 2009), que alteram o tempo de
meia vida (t½ vida) dos resíduos.

Principais espécies utilizadas para produção de fitomassa


vegetal
Existem várias plantas de cobertura que podem ser utilizadas
para a produção de fitomassa seca (FS) no Cerrado brasileiro, algumas
delas estão adaptadas às condições edafoclimáticas desta região, que
tem um período de seca prolongado (abril a setembro). Dentre estas
plantas, as Poáceas são as que mais têm se destacado, contudo, outras
espécies isoladamente ou em consórcios de espécies podem se tornar
uma boa opção para a região. Nesta seção serão destacadas as plantas
mais usadas em SSD e suas respectivas produções de FS vegetal.

316
Experiências Argentinas e Brasileiras

Poáceas
As Poáceas apresentam como principal característica o
desenvolvimento inicial rápido, o que se associa a uma melhor adaptação
a condições edafoclimáticas adversas. Além disso, seu sistema radicular
fasciculado tem a capacidade de trazer para a superfície os nutrientes que
normalmente seriam perdidos ou lixiviados para camadas profundas
do solo ou lençol freático, o que permite uma reciclagem mais eficiente.
Apresenta também alta relação C/N, com isso seus resíduos culturais
permanecem sobre a superfície do solo por mais tempo, contudo, são
ricas em celulose e pobres em proteínas. Assim, durante o processo de
decomposição desses resíduos, necessitam de condições de aerobiose
para formação de colóides poliurônicos, que proporcionam maior
estabilidade aos agregados do solo (ALTMANN, 2010).
Os efeitos benéficos das Poáceas na formação e estabilização
dos agregados do solo decorrem da alta densidade de suas raízes, que
promove aproximação das partículas, pela constante absorção de água
solo, periódicas renovações do sistema radicular e distribuição dos
exsudados no solo que, por sua vez, estimulam a atividade microbiana,
cujos subprodutos atuam na formação e estabilização dos agregados
(STONE et al., 2006). Tisdall e Oades (1979) sugerem, ainda, que o
aumento da estabilidade de agregados devido à ação de Poáceas ocorre
pela liberação de polissacarídeos por hifas de micorrizas associadas.
Nas regiões brasileiras produtoras de grãos e no Cerrado,
caracterizadas como de inverno seco, as Poáceas milheto (Pennisetum
glaucum L.) e braquiária (Urochloa sp) têm sido as principais espécies
utilizadas como coberturas de solo. Essas plantas caracterizam-se pela
elevada produção de fitomassa, persistência sobre o solo após terem sido
manejadas (BOER et al., 2007; TORRES et al., 2008; ASSIS et al., 2013),
alta capacidade de extração de nutrientes do solo, com amplas vantagens
de reciclagem de nutrientes – principalmente N e K – o que reduz os
riscos de perdas por lixiviação (CRUSCIOL e SORATTO, 2009).
As braquiárias (Urochloa sp) são plantas amplamente adaptadas
às condições edafoclimáticas da região, entretanto, sua produção de
fitomassa seca (FS) tem variado entre 1,5 e 26,8 Mg ha-1 (KLUTHCOUSKI
et al., 2000). Tal fato deve-se à época de semeadura e manejo, aos
consórcios efetuados e às culturas antecessoras. Quando cultivada no
verão, sua produção de FS varia entre 6,0 Mg ha-1 e 13,0 Mg ha-1. No

317
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

inverno, após a colheita da safra de verão, têm-se obtido valores que


variam entre 2,0 Mg ha-1 e 3 Mg ha-1 (CRUSCIOL e SORATTO, 2007).
O milheto (Pennisetum glaucum L.), quando semeado no início
do período chuvoso, apresenta produção de FS que varia entre 7,0 e
12,0 Mg ha-1, contudo, em condições de safrinha, após a colheita das
culturas comerciais, sua produção de FS tem variado entre 2,0 e 40,0 Mg
ha-1 (TORRES et al., 2008). Essa cultura tem sido utilizada para cultivo
tardio ou de safrinha, após a colheita da cultura principal, em regiões
nas quais não são observadas geadas e onde ocorrem algumas chuvas
até o mês de maio, como na região do Cerrado (BRAZ et al., 2010).
Com relação ao sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), também da
família das Poáceas, Torres et al. (2005) e Rossi et al. (2012), ao avaliarem
a produção de FS quando a cultura foi semeada no início do período
chuvoso e em antecedência às culturas anuais de verão, quantificaram a
produção de FS em 7,1 e 3,8 Mg ha-1, respectivamente. Quando semeado
no início do período seco, a produção foi 50% inferior. De uma forma
geral, o pousio – vegetação espontânea – é constituído basicamente
por Poáceas que, na entressafra, produzem FS entre 2,0 e 5,0 Mg ha-1
(TORRES et al., 2005), sendo que essa produção se dá em função do
momento e do manejo efetuado nas plantas invasoras durante o cultivo
no verão (MESCHEDE et al., 2007).

Fabáceas
Altmann (2010) destaca que as Fabáceas desempenham papel
fundamental como fornecedoras de nutrientes quando o SSD está
estabilizado. Essas plantas têm a vantagem de reciclar e liberar nutrientes
para as culturas sucessoras. Isso se dá pela rápida decomposição dos
seus resíduos, que apresentam baixa relação C/N. Inicialmente esses
resíduos tendem a reduzir o pH do solo durante seu acelerado processo
de decomposição, mas a aumentá-lo a seguir, devido à formação
de compostos que precipitam o alumínio solúvel. Além disso, são
importantes no sistema de produção pela fixação biológica de N, através
das bactérias do gênero Bradyrhizobium, que, ao entrarem em contato
com a raiz, formam nódulos que fixam o N atmosférico, substituindo
toda a demanda de N necessária à produção de grãos, como a soja.
Dentre as Fabáceas, a crotalária (Crotalaria juncea) tem sido a mais
utilizada, seguida pelo guandu-anão (Cajanus cajan L. Mill sp.) e pelo
feijão de porco (Canavalia ensiformis DC.). Essas plantas caracterizam-se

318
Experiências Argentinas e Brasileiras

por possuir menor relação C/N que o milheto (Pennisetum glaucum L.),
apresentam reduzida persistência de palhada sobre o solo e têm produção
de FS de até 6,0 Mg ha-1 (TORRES et al., 2008). Contudo, promovem a
ciclagem de nutrientes, mediante a absorção destes das camadas mais
profundas do solo, e adicionam N ao sistema por meio da fixação biológica
(TEIXEIRA et al., 2005; SALMI et al., 2006). As Fabáceas possuem
sistema radicular pivotante, que são mais vigorosos e atingem camadas
mais profundas do solo, com isso, podem ser utilizadas em áreas sob
semeadura direta para minimizar os problemas de compactação do solo.
A crotalária, quando semeada no início do período chuvoso,
apresenta produção de FS entre 4,0 e 9,0 Mg ha-1. Porém, em condições
de safrinha, após a colheita das culturas comerciais, sua produção de FS
tem variado entre 2,0 e 40,0 Mg ha-1 (TORRES et al., 2005). Ao avaliarem
o cultivo do feijoeiro sobre resíduos de feijão de porco (Canavalia
ensiformis DC.) e de mucuna-preta (Mucuna aterrima), Oliveira et al.
(2002) observaram que essas culturas produziram entre 3,43 e 1,09 Mg
ha-1 de FS, respectivamente. Mas, o feijão teve seu desenvolvimento
prejudicado quando cultivado sobre essas Fabáceas. Atribuiu-se esse
fato à rápida decomposição dos resíduos dessas plantas, o que permitiu
maior evaporação direta da água retida no solo, em razão da elevação
da temperatura.
Borkert et al. (2003) relacionaram produção de FS e acúmulo
e liberação de nutrientes da biomassa de guandu (Cajanus cajan L.
Mill sp.), mucuna preta (Mucuna aterrima), tremoço (Lupinus albus
L.) e ervilhaca comum (Vicia sativa L.). Os autores observaram que o
rendimento de FS dessas plantas foi de 2 a 10; de 1,7 a 8,6; de 7 a 13; e de
4,2 a 6,5 Mg ha-1, respectivamente. Em estudo conduzido em Selvíria,
MS, com plantas de cobertura semeadas em outubro, em sucessão ao
feijoeiro de inverno, a crotalária (Crotalaria juncea) produziu 3,5 Mg
ha-1 de FS de resíduo vegetal, a mucuna preta (Mucuna aterrima), 3,4
Mg ha-1, e o guandu (Cajanus cajan L. Mill sp.), 2,1 Mg ha-1. Nenhuma
diferiu (p < 0,05) em função do sistema de manejo do solo: SSD ou SPC
(CARVALHO et al., 2004a).
Spagnollo et al. (2002) avaliaram o cultivo intercalar de quatro
Fabáceas, feijão de porco (Canavalia ensiformis DC.), guandu anão
(Cajanus cajan L. Mill sp.), mucuna preta (Mucuna aterrima) e soja
preta (Glycine max, L.) para cobertura de solo e fornecimento de N.
Determinaram as relações C/N de 14; 19; 15 e 16 e a produção de FS de
2,83; 5,01; 4,29 e 1,26 Mg ha-1, respectivamente.

319
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Utilizando diferentes coberturas do solo (Fabáceas e Poáceas),


em várias safras agrícolas no Triângulo Mineiro (Tabela 1), com
semeaduras das coberturas realizadas no inverno (2001/02, 2004/05,
2005/06, 2006/07) e no verão (2000/01 e 2009/10), obteve-se como
evidência que a quantidade de FS produzida no inverno do Cerrado tem
sido significativamente inferior quando comparada àquela quantificada
no verão. Entretanto, alguns resultados destacaram que o milheto
(Pennisetum americanum (L.) Leeke), a crotalária (Crotalarea juncea)
e a braquiária (Urochloa brizantha cv. Marandu), somados à vegetação
espontânea (pousio) que se desenvolve a partir de bancos de semente
no local, produzem resíduos vegetais em quantidade suficiente para
proporcionar cobertura do solo em ambas as épocas de semeadura
(TORRES et al., 2005; FABIAN, 2009; FABIAN e TORRES, 2012).
Tabela 1. Produção de fitomassa seca (FS) das plantas de cobertura do solo e pousio,
nos anos agrícolas de 2000/01 a 2009/10, em Uberaba, MG.

2000/01 2001/02 2004/05 2005/06 2006/07 2009/10


Planta de
FS
cobertura
Mg ha-1
Braquiária 6,0 aB* 2,1 bC 1,4 bD 5,5 aB 2,1 aC 8,0 bA
Crotalária 3,9 cB 3,7 aB 2,1 aC 3,6 bB 2,0 aC 10,5 aA
Milheto 10,0 aA 3,6 aB 1,5 bD 4,1 bB 2,3 aC 12,2 aA
Pousio 2,1 dC 3,8 aB 2,6 aC 2,5 cC 2,6 aC 7,2 bA
C.V. (%) 20,7 10,9 15,2 17,1 20,0 12,2
* = Significativo (p<0,05); médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e
maiúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si (Tukey, p<0,05). Fonte: Anos
2000 e 2001 (TORRES et al., 2005); 2004, 2005 e 2006 (FABIAN, 2009); 2009 (FABIAN
e TORRES, 2012).

Consórcio entre Poáceas e Fabáceas


O consórcio de culturas tem sido uma alternativa bastante
estudada e utilizada em algumas regiões do país. Proporciona, dentre
outras vantagens, a produção de resíduos com relação C/N intermediária,
maior equilíbrio e acúmulo de carbono no perfil do solo ao longo dos
anos (CALEGARI, 2001). O consórcio de Fabáceas e Poáceas busca aliar
os benefícios individuais de cada espécie, podendo atenuar o problema
de baixa produção e persistência de palhada, de compactação de solo
e deficiência de N nos estágios iniciais de desenvolvimento da cultura
sucedânea, bem como reciclar os nutrientes com elevada mobilidade

320
Experiências Argentinas e Brasileiras

no solo (PERIN et al., 2004; TEIXEIRA et al., 2005; CALVO et al.,


2010). Além disso, normalmente, o acúmulo de nutrientes na FS, a
velocidade de decomposição e a liberação de nutrientes variam entre
Poáceas e Fabáceas (BOER et al., 2007), o que pode ser uma vantagem
do consórcio. Assim, os estudos da dinâmica de decomposição da
palhada e de liberação de nutrientes dessas plantas consorciadas podem
ser extremamente importantes no embasamento para a recomendação
dessa técnica (LEITE et al., 2010).

Outras espécies cultivadas como cobertura de solo


O equilíbrio do sistema de rotação de culturas está relacionado à
composição que normalmente é feita da gramínea com outras culturas,
pois a baixa taxa de decomposição dos resíduos das culturas principais
é alterada quando pratica-se a rotação dessas culturas com outras
plantas de cobertura que apresentam baixa relação C/N e elevada taxa
de decomposição (leguminosas). Quando utilizadas para rotação no
SSD, as crucíferas, por exemplo, aceleram as taxas de decomposição
dos resíduos das culturas, aumentando a ciclagem rápida de nutrientes,
devido à baixa relação C/N dos seus próprios resíduos (ALTMANN,
2010). Além disso, seu sistema radicular pivotante, tuberoso e profundo,
bastante desenvolvido, forma verdadeiros canais de infiltração de água
no solo após o seu apodrecimento. As mais comumente utilizadas no
Cerrado são o nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) e a canola (Brassica
napus L.), que estão adaptadas às condições da região.

Decomposição dos resíduos vegetais


A decomposição dos resíduos culturais das plantas utilizadas
como cobertura do solo – que antecederam ou foram cultivadas em
sucessão às culturas comerciais – é uma variável importante na ciclagem
de nutrientes no SSD. Essas plantas aportam elevadas quantidades
de fitomassa sobre o solo, que após sua decomposição, aumentam a
disponibilidade de nutrientes para as culturas sucessoras, diminuindo
os custos de produção (TORRES e PEREIRA, 2008; SÁ et al., 2009;
TEIXEIRA et al., 2011).
As espécies vegetais mais utilizadas como plantas de cobertura
para produção de fitomassa podem ser agrupadas em duas classes: uma
de decomposição rápida, as Fabáceas; e outra lenta, as Poáceas. Contudo,
no Cerrado, mesmo quando a palhada é basicamente composta

321
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de Poáceas, a decomposição é mais acelerada. Nesse ambiente, a


mineralização da matéria orgânica chega a ser até dez vezes mais rápida
do que aquela observada nas regiões temperadas (LAL e LOGAN, 1995),
o que dificulta a manutenção de uma camada de cobertura no solo.
A quantidade de FS produzida no inverno no Cerrado tem sido
inferior quando comparada àquela quantificada no verão. Entretanto,
alguns resultados mostram que a braquiária (Urochloa sp), a crotalária
(Crotalaria juncea), o milheto (Pennisetum glaucum L.), o feijão de
porco (Canavalia ensiformis DC.) e o pousio (vegetação espontânea)
estão adaptados ao clima e ao solo do bioma do Cerrado, produzindo
resíduos vegetais em quantidade elevada em ambas as épocas de
semeadura (BOER et al., 2008; TORRES et al., 2008; MENEZES et al.,
2009; PACHECO et al., 2011, CARVALHO et al., 2011; CHIODEROLI et
al., 2012; TEIXEIRA et al., 2012).
A matéria orgânica que é deixada sobre a superfície exerce as
funções reguladoras de temperatura e umidade do solo (ALTMANN,
2010). Torres et al. (2006) evidenciaram esse efeito regulador de
temperatura e umidade, pois quando os resíduos foram mantidos sobre
a superfície do solo, a amplitude térmica foi menor. Altmann (2010)
destaca, ainda, que a manutenção desses resíduos promove a diminuição
da evaporação da água do solo, aumentando a resistência ao período
seco, que ocorre no Cerrado.
Analisando a produção de FS, Torres et al. (2005), Fabian
(2009) e Fabian e Torres (2012) observaram que ocorreram diferenças
significativas (p < 0,05) em função da época de semeadura e do clima,
já que os valores obtidos na produção de FS das plantas de cobertura
variaram significativamente conforme essas variáveis. Esse padrão foi
justificado pelos autores de acordo com a distribuição da precipitação
pluviométrica que ocorreu nos anos de 2000 e 2009 (Tabela 1), quando
comparado aos outros anos avaliados. Além destes, vários outros estudos
têm comprovado a influência da precipitação pluviométrica sobre a
produção de FS e sobre a taxa de decomposição dos resíduos de plantas
de cobertura (BOER et al., 2008; TORRES et al., 2008; MENEZES et
al., 2009; LEITE et al., 2010; PACHECO et al., 2011; CARVALHO et al.,
2011). Os valores encontrados aumentam em função da precipitação e
diminuem a valores mínimos no período seco do ano.
O atributo mais comumente utilizado para inferir sobre as
taxas de decomposição do resíduo vegetal é a relação entre carbono

322
Experiências Argentinas e Brasileiras

e nitrogênio (C/N). Entretanto, outros estudos sugerem que os teores


de lignina, celulose e hemicelulose também estão relacionados ao
processo de decomposição dos resíduos, pois altos teores de lignina,
por exemplo, inibem a decomposição, favorecendo o estabelecimento
da cobertura do solo (FABIAN, 2009). Os materiais com menores taxas
de decomposição, que correspondem aos resíduos com razões C/N
mais altas e elevados teores de lignina, celulose e polifenóis, apresentam
maior tempo de permanência no solo e são ideais para uso como
cobertura. Por outro lado, elevadas concentrações de hemicelulose e
baixos teores de lignina resultam em decomposição mais acelerada,
consequentemente, em ciclagens mais rápidas, favorecendo a absorção
dos nutrientes pela cultura que será cultivada na sequência do sistema
de produção (CARVALHO, 2010).
A relação C/N dos resíduos culturais interfere diretamente
no processo enzimático de sua decomposição em húmus. Com
isso, a aceleração da decomposição dos resíduos é inversamente
proporcional à relação C/N: quanto maior for essa relação, mais lenta
será a decomposição, pois menor será a disponibilidade de N para os
microorganismos (ALTMANN, 2010). A relação C/N das Poáceas na
época de pleno florescimento está ao redor de 40:1 e nas Fabáceas, na
faixa de 20:1 (MONEGAT, 1991). Para SIQUEIRA e FRANCO (1988),
quando a relação C/N situa-se na faixa de 20 a 30:1, ocorre um equilíbrio
entre os processos de mineralização e de imobilização do N, mas, quando
atingem valores superiores a 30, a imobilização supera a mineralização
e, com isso, pode ocorrer deficiência de N, mesmo havendo grande
quantidade desse elemento passível de se tornar disponível.

Taxa de decomposição
A taxa de decomposição dos resíduos vegetais é uma variável
importante na ciclagem de nutrientes, está relacionada à capacidade de
absorção das diferentes espécies vegetais (TEIXEIRA et al., 2010). Nas
regiões tropicais, essa taxa é mais acelerada quando comparada às regiões
de clima temperado e, assim, determina o tempo de permanência dos
resíduos na superfície do solo. Além disso, ela é influenciada pela relação
C/N da planta utilizada, pela produção de fitomassa, pelo manejo da
cultura, que definirá o tamanho dos fragmentos, e pela fertilidade e pH
do solo (TORRES et al., 2008; TEIXEIRA et al., 2012), que contribuem
para a diminuição, manutenção ou aumento da produtividade das
culturas comerciais cultivadas sobre os resíduos.

323
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Para avaliar a taxa de decomposição dos resíduos vegetais, a


maioria dos métodos baseia-se na incubação, em laboratório ou no
campo, do material vegetal depositado sobre o solo. Contudo, o método
mais utilizado é o das sacolas de decomposição (litter bags), conforme
descrito por Santos e Whilford (1981), são sacolas confeccionadas com
telas de nylon de malha de 2mm de abertura, de tamanhos variados,
onde é acondicionada uma determinada quantidade de material seco
da parte aérea das coberturas de solo. Para avaliação da perda de
massa, coletam-se as sacolas em intervalos ao longo de um período pré-
determinado e avalia-se a massa de resíduos vegetais remanescentes,
normalmente expressando os resultados em porcentagem da massa
inicial (SCHUNKE, 1998). Após a coleta das amostras (sacolas) no
campo, os resíduos passam por pré-limpeza por meio de peneiras, para
remoção do solo aderido, e, em seguida são secos em estufa de circulação
forçada de ar, por 72 horas a 65°C, para se obter a massa seca com peso
constante. Vários resultados de estudos utilizando essas sacolas de
nylon para avaliar a taxa de decomposição de resíduos e ciclagem de
nutrientes vêm sendo divulgados na literatura, o que comprova ser um
método rápido e de fácil aplicação (TORRES et al., 2005; 2008; BOER
et al., 2007; 2008; FABIAN, 2009; PACHECO et al., 2011; TEIXEIRA et
al., 2010; 2012).

Tempo de meia vida


Para descrever a decomposição dos resíduos vegetais, aplica-se o
modelo matemático exponencial, descrito por Thomas e Asakawa (1993),
X = Xoe-kt, em que X é a quantidade de FS remanescente após um período
de tempo t, em dias; Xo é a quantidade inicial de FS ou de nutrientes e k
é a constante de decomposição do resíduo. Com o valor de k, calcula-se
também o tempo de meia-vida (t1/2 vida) dos resíduos remanescentes,
com o uso da fórmula t1/2 vida = 0,693/k, proposta por Paul e Clark
(1996). Essa equação expressa o período de tempo necessário para que
metade dos resíduos se decomponha ou para que metade dos nutrientes
contidos nos resíduos seja liberada.
A partir de estudos conduzidos no Cerrado mineiro, por várias safras
agrícolas (Tabela 2), com semeaduras das coberturas sendo realizadas
no inverno (2001/02, 2004/05, 2005/06, 2006/07) e no verão (2000/01
e 2009/10), Torres et al. (2005), Fabian (2009) e Fabian & Torres (2012)
evidenciaram que, no ano de 2000/01, a crotalária (Crotalaria juncea) e
o milheto (Pennisetum glaucum L.) foram as plantas que apresentaram

324
Experiências Argentinas e Brasileiras

maiores t1/2 vida, sob cultivo de milho ou soja. A braquiária (Urochloa sp)
e o pousio foram os tratamentos que apresentaram os menores t1/2 vida,
variando, respectivamente, entre 52 e 65 dias, sob milho, e entre 37 e 47
dias, sob soja. Nesse ano, as condições climáticas propícias e a época de
semeadura favoreceram o desenvolvimento das coberturas do solo, que
atingiram produções de fitomassa elevadas (Tabela 1). A alta precipitação
(1970,7 mm ano-1) e a temperatura adequada afetaram decisivamente as
taxas de decomposição, o que pode ser comprovado pelos menores t1/2
vida. A influência dos fatores climáticos na decomposição e no t1/2 vida
dos resíduos culturais foi comprovada em outros estudos conduzidos
nas mesmas condições edafoclimáticas (TORRES et al., 2008; BOER et
al., 2008; PACHECO et al., 2011; TEIXEIRA et al., 2010; 2012).
Nos anos agrícolas avaliados no período seco (2001/02 a
2006/07), a velocidade de decomposição dos resíduos foi mais lenta
quando comparada ao período úmido (2000/01; 2009/2010). Isso pode
ser constatado pelos maiores valores do t1/2 vida (Tabela 2), que está
diretamente relacionada à precipitação mínima ou à ausência desta que
ocorre nesse período. Essas plantas quando cultivadas no período de
inverno, em função das maiores restrições hídricas, apresentam menor
porte, caule mais fibroso e emitem um menor número de folhas e flores,
mostrando-se mais resistentes em comparação a outras plantas de
cobertura submetidas ao estresse hídrico, como constatado por Silva et
al. (2006). O manejo das plantas de cobertura e da área em pousio no
período seco afeta significativamente as taxas de decomposição, elevando
o t1/2 vida, devido aos menores índices pluviométricos (PACHECO et al.,
2011).

325
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 2. Constante de decomposição (K) e tempo de meia-vida (t½ vida) da fitomassa


seca (FS) das plantas de cobertura (braquiaria, crotalária, milheto) e pousio (vegetação
espontânea) durante o ciclo das culturas de milho e soja, semeadas em setembro/outubro
(2000 e 2009) e março/abril (2001, 2004, 2005 e 2006), em Uberaba-MG.
Fitomassa seca
Milho Soja
Coberturas
K t½ r2
K t½ r2
gg -1
dias gg -1
dias
2000/01
Braquiária 0,0132 52 0,96 * 0,0115 60 0,95 *
Crotalária 0,0067 103 0,92 * 0,0074 94 0,97 **
Milheto 0,0053 131 0,97 ** 0,0053 131 0,96 **
Pousio 0,0107 65 0,98 ** 0,0128 54 0,95 **
2001/02
Braquiária 0,0090 77 0,99 ** 0,0089 78 0,99 **
Crotalária 0,0046 151 0,97 ** 0,0056 124 0,99 **
Milheto 0,0062 112 0,98 ** 0,0058 119 0,97 **
Pousio 0,0047 147 0,99 ** 0,0050 139 0,98 **
2004/05
Braquiária 0,0095 73 0,95 ** 0,0147 52 0,88 **
Crotalária 0,0050 139 0,98 * 0,0057 122 0,93 *
Milheto 0,0052 137 0,97 * 0,0062 115 0,90 **
Pousio 0,0067 109 0,95 ** 0,0105 82 0,95 *
2005/06
Braquiária 0,0103 67 0,94 ** 0,0166 42 0,82 *
Crotalária 0,0051 136 0,99 * 0,0057 122 0,92 **
Milheto 0,0046 151 0,98 * 0,0065 114 0,87 *
Pousio 0,0079 88 0,94 ** 0,0149 47 0,97 **
2006/07
Braquiária 0,0091 76 0,93 * 0,0187 37 0,83 *
Crotalária 0,0053 131 0,98 * 0,0058 120 0,87 *
Milheto 0,0047 147 0,96 * 0,0062 112 0,85 *
Pousio 0,0075 92 0,93 * 0,0116 60 0,89 *
2009/10
Braquiária 0,0112 62 0,96 ** 0,0120 58 0,98 *
Crotalária 0,0122 57 0,98 * 0,0092 75 0,99 *
Milheto 0,0086 80 0,98 * 0,0066 105 0,99 *
Pousio 0,0104 67 0,93 ** 0,0069 100 0,95 **
** e * = Significativos (p<0,01) e (p<0,05), respectivamente, k = Constante de
decomposição; t½ = Tempo de meia-vida; r2 = coeficiente de determinação. Fonte: anos
2000 e 2001 (TORRES et al., 2005); 2004, 2005 e 2006 (FABIAN, 2009); 2009 (FABIAN
e TORRES, 2012)

326
Experiências Argentinas e Brasileiras

Em estudos desenvolvidos com plantas de cobertura, Teixeira


et al. (2012) observaram que o maior t1/2 vida da decomposição dos
resíduos foi de 105 dias para o milheto (Pennisetum glaucum L.) e de 34
dias para o pousio. Torres et al. (2008) quantificaram valores de t½ vida
de 115, 137, 78 e 143 dias para milheto, crotalária, braquiária e pousio,
respectivamente, em experimento no mesmo local e época de plantio e
avaliação, enquanto Boer et al. (2008) observaram t1/2 vida de 105 dias
para milheto. Em outros estudos conduzidos também no Cerrado, Boer
et al. (2007) e Leite et al. (2010) observaram que o milheto e a crotalária
apresentaram baixa velocidade de decomposição e maior t1/2 vida,
enquanto a braquiária e o guandu-anão estiveram entre as espécies que
apresentaram maior decomposição e menor t1/2 vida, respectivamente.
Pacheco et al. (2011) destacam que a semeadura e manejo das
plantas de cobertura no período de seca alteram significativamente
as taxas de decomposição, elevando o t1/2 vida, devido aos maiores
valores de relação C/N e aos menores índices pluviométricos. Teixeira
et al. (2012), em Seropédica-RJ, avaliando a produção de fitomassa e a
decomposição de seus resíduos na mesma época, observaram t1/2 vida
de 105 e 75 dias para o milheto e o sorgo, respectivamente, valores
estes inferiores quando comparados aos obtidos no estudo feito no
Cerrado, o que comprova a influência do clima e do solo na constante
de decomposição. Normalmente, os resíduos culturais de braquiária e
pousio se decompõem mais rapidamente e apresentam baixos valores
de t½ vida, que variam entre 37 e 76 dias, enquanto crotalária e milheto
possuem t½ vida maior, variando de 93 a 151 dias (TORRES et al., 2008;
FABIAN, 2009).

Ciclagem de nutrientes
Algumas pesquisas sobre plantas usadas como cobertura em SSD
no Cerrado têm sido conduzidas com o objetivo de buscar espécies
vegetais que possuem decomposição mais lenta após terem sido
manejadas (TORRES et al., 2005), pois a velocidade de decomposição
dos resíduos culturais influencia diretamente a liberação e a ciclagem
dos nutrientes (LEITE et al., 2010). Esses fatores estão relacionados à
capacidade de absorção das diferentes espécies vegetais (TEIXEIRA et
al., 2010), principalmente daquelas com potencial de lixiviação, como do
N ou dos que podem ser retidos com relativa facilidade, como o fósforo
(P), que contribuem para a diminuição, manutenção ou aumento da
produtividade das culturas comerciais cultivadas sobre esses resíduos

327
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

(TEIXEIRA et al., 2012). No entanto, o uso eficiente dos nutrientes


liberados no processo de decomposição depende da sincronia entre a
cultura principal e as plantas em rotação (plantas de cobertura/adubos
verdes), pois no SSD os efeitos benéficos sobre os atributos físicos,
químicos e biológicos do solo podem manifestar-se em períodos mais
curtos ou longos, já que estão relacionados às condições edafoclimáticas
na região (CARVALHO, 2010).

Macronutrientes
A ciclagem biológica dos nutrientes por meio dos resíduos
vegetais é um mecanismo que resulta na conservação de nutrientes no
sistema agrícola, permitindo a sobrevivência e a produção de grande
quantidade de biomassa, mesmo em ambientes com solos relativamente
pobres. Caíres et al. (2000) destacam que a deposição periódica de
resíduos orgânicos na superfície do solo favorece a sua acidificação, pois
a matéria orgânica está continuamente sendo decomposta em ácidos
orgânicos e dióxido de carbono, sendo que estes podem ligar-se a ânions
como Ca2+, Mg2+, K+ e serem lixiviados para subsuperfície.
Por isso, a intensidade dessas alterações químicas no solo depende
não só da quantidade de resíduos vegetais, mas também da qualidade e
da quantidade de ligantes orgânicos presentes. Para elevar o transporte
de Ca e Mg e neutralizar a acidez da camada subsuperficial, o resíduo
vegetal deve ser manejado antes do florescimento, porque nesse momento
o processo de maturação dos tecidos diminui o teor de substâncias
responsáveis pelo transporte de Ca e Mg e pela neutralização da acidez
(MIYAZAWA et al., 2002). A decomposição dos resíduos culturais das
plantas de cobertura proporciona a ciclagem de nutrientes, promovendo
a melhoria da fertilidade do solo. Com isso, aumenta a atividade biológica
no solo, devido ao acúmulo de C na camada superficial (FRANCHINI
et al., 2000); libera maior quantidade de N (TORRES et al., 2005), de
P (MUZILLI, 1981) e de K (BOER et al., 2007; TORRES e PEREIRA,
2008); e aumenta a disponibilidade de N, P, cálcio (Ca), magnésio (Mg)
e enxofre (S) nas camadas superficiais (TORRES et al. 2008).
Lara Cabezas et al. (2004) comprovaram que na produção de
5,3 Mg ha-1 de resíduos vegetais de milheto (Pennisetum glaucum L.)
ocorreu acúmulo e posterior liberação de 130,7 kg ha-1 de N 90 dias após
o manejo da palhada com rolo-faca. Semeando as plantas de cobertura
no início das chuvas (agosto/setembro) e manejando as plantas no ponto

328
Experiências Argentinas e Brasileiras

de máximo florescimento, Torres et al. (2008) observaram acúmulos de


nutrientes nos resíduos culturais de milheto na ordem de 165 kg ha-1 de
N, 23 kg ha-1 de P. Para a braquiária, observaram 131 kg ha-1 de N, 13 kg
ha-1 de P e 219 kg ha-1 de K, enquanto a crotalária acumulou 118 kg ha-1
de N, 11 kg ha-1 de P e 215 kg ha-1 de K. No segundo ciclo, semeado em
abril, estação seca, ocorreu redução na produção de FS e no acúmulo de
macronutrientes. O milheto acumulou 56 kg ha-1 de N, 5 kg ha-1 de P e
56 kg ha-1 de K; a braquiária, 42 kg ha-1 de N, 2,5 kg ha-1 de P e 46 kg ha-1
de K; e a crotalária, 76 kg ha-1 de N, 4,0 kg ha-1 de P e 46 kg ha-1 de K.
Em estudos conduzidos em Goiás-GO para avaliar o acúmulo
de macronutrientes em braquiária, milheto e mombaça (Panicum
maximum Jacq vr. Mombaça), Braz et al. (2004) observaram que, nessas
Poáceas, as maiores acumulações foram de N e K, sendo P o menor
valor acumulado. Aos 55 dias após a emergência, o milheto acumulou
348 kg ha-1 de N, 36 kg ha-1 de P e 314 kg ha-1 de K em uma fitomassa
seca de 12,5 Mg ha-1.
Avaliando a produção de FS, o acúmulo e liberação de nutrientes
da aveia preta (Avena strigosa Schreb) e do guandu, Borkert et al. (2003)
estabeleceram os seguintes intervalos de classe de rendimento de FS:
menores que 5; entre 5,0 e 7,5; entre 7,5 e 10; entre 10,00 e 12,5; entre 12,5
e 15,0; e maiores que 15,0 Mg ha-1. Observaram que a aveia acumulou,
respectivamente, em média: 59, 80, 123, 169, 188 e 224 kg ha-1 de N; 4, 8,
12, 18, 24 e 18 kg ha-1 de P; 100, 148, 199, 235, 273 e 507 kg ha-1 de K; 28,
41, 67, 95, 99 e 180 kg ha-1 de Ca; 13, 16, 19, 21, 22 e 46 kg ha-1 de Mg. Para
o guandu, as respectivas médias foram de 43, 87, 151, 226, 288 e 267 kg
ha-1 de N; 4, 8, 15, 20, 25 e 33 kg ha-1 de P; 20, 41, 67, 89, 134 e 174 kg ha-1
de K; 13, 28, 36, 41, 64 e 117 kg ha-1 de Ca; 4, 8, 13, 18, 23 e 28 kg ha-1 de
Mg. A partir das observações, os autores destacaram a aveia preta para
reciclagem do K, as Fabáceas para o N e todas as espécies estudadas
para o Ca e Mg. Porém, foram observados baixos valores para o P em
todas as plantas de cobertura utilizadas. Ao estudar a produção de FS,
a decomposição e a liberação de nutrientes em Fabáceas e vegetação
espontânea, Espíndola et al. (2006) observaram que nas Fabáceas houve
maior acúmulo e rápida liberação de N, K, Ca e Mg e que o mesmo
acontece com o capim colonião (Panicum maximum Jacq) em relação
ao K e com a vegetação espontânea em relação ao P.
Na literatura poucos estudos são encontrados sobre acúmulo e
liberação de enxofre (S) pelas coberturas vegetais. Apesar do S estar

329
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

presente em outras fontes naturais, que incluem os dejetos animais, a


água e a atmosfera, mais de 95% do S encontrado no solo está ligado
à matéria orgânica (LOPES e GUIMARÃES, 1998). Vitti et al. (2006)
– apud Freney e Swaby (1975) – destacam que a matéria orgânica é o
principal reservatório de S para as culturas e que é por via microbiana
que o S é convertido a formas disponíveis para as plantas.
Avaliando a influência de diferentes sistemas de manejo do solo
sobre o acúmulo de macronutrientes na cultura de soja consorciada com
braquiária, Pereira et al. (2011) observaram que os teores de N, P, K, Ca
e Mg não diferiram significativamente entre os tratamentos, ou seja,
os sistemas de manejo não exerceram influência sobre os mecanismos
de disponibilidade e consequente absorção pelas plantas de Urochloa
decumbens. Contudo, as concentrações de S variaram nas folhas
analisadas, de acordo com o tipo de manejo do solo. Nesse sentido, o
SSD apresentou a maior concentração, com 1,37 g kg-1 de S, diferindo do
sistema convencional (1,07 g kg-1), o qual não diferiu do cultivo mínimo
(1,22 g kg-1).

Micronutrientes
Os resíduos vegetais deixados sobre a superfície do solo provocam
alterações nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, causando
mudanças no movimento e na redistribuição de compostos mais
solúveis que, associados a frequentes adubações e calagens em superfície,
tendem a formar um gradiente de concentração superficial, acarretando
variabilidade dos índices de pH do solo e dos teores de nutrientes (ELTZ
et al., 1989). O aumento no teor de matéria orgânica nos solos cultivados
sob semeadura direta, entre outros efeitos, causa a diminuição do
pH do solo na camada superficial em relação às áreas cultivadas
convencionalmente e pode provocar alterações na disponibilidade de
micronutrientes no solo. Castro et al. (1992) observaram que o SSD, em
um Latossolo de textura argilosa, provocou um aumento nos teores de
cobre (Cu) e manganês (Mn) no solo, enquanto em Latossolo de textura
média, só ocorreu aumento de Cu na camada de 0,00-0,10 m. Além
disso, que a distribuição de zinco (Zn) e manganês nos dois solos e de
ferro (Fe) no de textura argilosa apresentou boa correlação com o teor
de matéria orgânica.
Em seus estudos com plantas de cobertura, Braz et al. (2004)
quantificaram o acúmulo de micronutrientes em braquiária, milheto e

330
Experiências Argentinas e Brasileiras

mombaça e observaram a seguinte ordem decrescente de quantidades


acumuladas: ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn) e cobre (Cu), sendo o
milheto a cultura que mais acumulou Fe, atingindo 3797 g ha-1. Em estudo
semelhante, Silveira et al. (2005) avaliaram os teores de micronutrientes
em guandu e estilosantes (Fabáceas) e observaram que nessas plantas
a ordem decrescente dos valores foi de Fe, Zn, Mn e Cu, sendo que o
estilosante acumulou 1667 g ha-1 de Fe aos 118 dias após a emergência
e o guandu 513 g ha-1 aos 95 dias. Os valores máximos acumulados de
Zn, Cu e Mn no guandu foram de 113, 49 e 103 g ha-1, enquanto para o
estilosante foi de 383, 66 e 179 g ha-1, respectivamente.
Avaliando a influência do SSD, do cultivo mínimo e do cultivo
convencional sobre o acúmulo de micronutrientes na cultura de soja
consorciada com braquiária, Pereira et al. (2011) observaram que os
teores de boro (B), Cu, Fe, Mn e Zn não diferiram significativamente
entre os tratamentos. Ou seja, os sistemas de manejo não exerceram
influência sobre os mecanismos de disponibilidade e, consequente,
sobre a absorção pelas plantas de Urochloa decumbens.

Referências Bibliográficas
ALTMANN, N. Plantio direto no Cerrado: 25 anos acreditando no sistema.
Passo Fundo: Aldeia Norte Editora, 2010, 568p.
ALVARENGA, R.C. et al. Plantas de cobertura de solo para sistema plantio
direto. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.22, n.208, p 25-36, 2001.
ANDRIOLI, I; PRADO, R.M. Plantas de cobertura em pré-safra e adubação
nitrogenada na fertilidade do solo em diferentes camadas, cultivada com
milho em sistema de plantio direto e convencional. Semina: Ciências
Agrárias, Londrina, v.33, n.3, p.963-978, 2012.
ASSIS, R.L. et al. Produção de biomassa, acúmulo de nitrogênio por plantas
de cobertura e efeito na produtividade do milho safrinha. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.16; p. 1769-1775,
2013.
BOER, C.A. et al. Ciclagem de nutrientes por plantas de cobertura na
entressafra em um solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.42, n.9, p.1269-1276, 2007.
BOER, C.A. et al. Biomassa, decomposição e cobertura do solo ocasionada
por resíduos culturais de três espécies vegetais na região Centro-Oeste
do Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p. 843–851, 2008.

331
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

BORKERT,C.M. et al. Nutrientes minerais na biomassa da parte áerea das


culturas de cobertura de solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v.38, n.1, p. 143-153, 2003.
BRAZ, A.J.B.P. et al. Acumulação de nutrientes em folhas de milheto e dos
capins braquiária e mombaça. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia,
v.34 n.2, p.83-87, 2004.
BRAZ, A.J.B.P.; KLIEMANN, H.J.; SILVEIRA P. M. Produtividade de
palhada de plantas de cobertura. In: SILVEIRA, P.M.; STONE, L.F.
Plantas de cobertura dos solos do Cerrado. (Ed.). 1.ed. Santo Antonio
de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2010, p.12-43.
AIRES, E.F.; BANZATTO, D.A.; FONSECA, A.F. Calagem na superfície
em sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.24,
p.161-169, 2000.
CALEGARI, A. Sistemas de rotação de culturas e seus efeitos ambientais
e econômicos no Centro Sul do Cerrado. Anais... IN: Encontro
Regional de Plantio Direto no Cerrado, 5., 2001, Brasília-DF: APDC,
Dourados:UFMS/Embrapa Agropecuária Oeste, 2001 (Documentos,
31), p.23-28.
CALVO, C.L.; FOLONI, J.S.; BRANCALIÃO, S.R. Produtividade de
fitomassa e relação C/N de monocultivos e consórcios de guandu-anão,
milheto e sorgo em três épocas de corte. Bragantia, v.69, p.77-86, 2010.
CARNEIRO, M.A.C. et al. Produção de fitomassa de diferentes espécies de
cobertura e suas alterações na atividade microbiana de solo de cerrado.
Bragantia, v.67, p.455-462, 2008.
CARVALHO, A.M. de. Plantio direto com qualidade no Cerrado.
Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010. Disponível em: <http://www.
cpac.embrapa.br/noticias/artigosmidia/ publicados/242/>. Acesso em:
25 out. 2010.
CARVALHO, A.M. et al. Cover plants with potential use for crop‑livestock
integrated systems in the Cerrado region. Pesquisa agropecuária
Brasileira, Brasília, v.46, n.10, p.1200-1205, 2011.
CARVALHO, M.A.C. et al.Produtividade do milho em sucessão a adubos
verdes no sistema de semeadura direta e convencional. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.1, p.47-53, 2004.
CASTRO, O.M. et al. Teores de zinco, cobre, manganês e ferro em dois
Latossolos sob plantio direto e convencional. Bragantia, Campinas, v.51,
n.1, p.77-84, 1992.

332
Experiências Argentinas e Brasileiras

CHIODEROLI, C.A. et al. Atributos físicos do solo e produtividade de


soja em sistema de consórcio milho e braquiária. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande-PB, v.16, n.01, p.37-
43, 2012.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento
da safra brasileira de grãos: safra 2004/2005, 2008/09, 2012/2013.
Disponível em: <http://www.conab.gov.br/ Conabweb/download/pdf>.
Acesso em: 12 dez. 2012.
CRUSCIOL, C.A.C.; SORATTO, R.P. Nutrição e produtividade do
amendoim em sucessão ao cultivo de plantas de cobertura no sistema
de plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.11,
p.1553-1560, 2007.
CRUSCIOL, C.A.C.; SORATTO, R.P. Nitrogen supply for cover crops and
effects on peanut grown in succession under a no-till system. Agronomy
Journal, v.101, p.40-46, 2009.
CRUSCIOL, C.A.C. et al. Taxas de decomposição e de liberação de
macronutrientes da palhada de aveia preta em plantio direto. Bragantia,
v.67, p. 481- 489, 2008.
CRUZ, A.C.R. et al. Atributos físicos e carbono orgânico de um Argissolo
Vermelho sob sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Viçosa, v.27, p.1105-1112, 2003.
DAROLT, M.R. Princípios para manutenção e implantação do sistema.
In: DAROLT, M.R. Plantio direto: pequena propriedade sustentável.
Londrina: IAPAR, 1998. p.16-45 (Circular 101).
ELTZ, F.L.P.; PEIXOTO, R.T.G.; JASTER, F. Efeitos de sistemas de preparo
do solo nas Propriedades físicas e químicas de um Latossolo Brunoálico.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.13, p.259-267, 1989.
EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA.
Plataforma plantio direto. 2002. Disponível em < http://www.embrapa.
br/plantio direto>. Acesso em 12. out. 2012.
ESPINDOLA, J.A.A. et al. Decomposição e liberação de nutrientes
acumulados em Fabáceas herbáceas perenes consorciadas com
bananeira. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.30 p.321-328, 2006.
FABIAN, A. J. Plantas de cobertura: efeito nos atributos do solo e na
produtividade de milho e soja em rotação. 2009. 83f. Tese (Doutorado
em Agronomia) – UNESP. Jaboticabal-SP, 2009.

333
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

FABIAN, A.J.; TORRES, J.L.R. Morfologia e produtividade do milho após


plantas de cobertura do solo em Uberaba, MG. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE SOJA, 6, 2012, Cuiabá-MT. 2012.
FEBRAPDP. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA
PALHA. Evolução do plantio direto no Brasil. Disponível em <http://
www.febrapdp.org.br/port/plantiodireto.html>. Acesso em: 12 dez. 2012.
FRANCHINI, J.C. et al. Alterações na fertilidade do solo em sistemas de
rotação de culturas em plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v.24, p.459-467, 2000.
GUARESCHI, R.F.; PEREIRA, M.G.; PERIN, A. Deposição de Resíduos
Vegetais, Matéria Orgânica Leve, Estoques de Carbono e Nitrogênio e
Fósforo Remanescente Sob Diferentes Sistemas de Manejo no Cerrado
Goiano. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.36, p.909-920, 2012.
GUIMARÃES, G. L. et al. Efeito de culturas de verão e opções de inverno
na cultura do milho e no solo na implantação do plantio direto. Acta
Scientarum Agronomy, v.28, n.4, p.471-477, 2006.
HICKMANN, C. et al. Atributos físico-hidricos e carbono orgânico de
um argissolo após 23 anos de diferentes manejos. Revista Caatinga,
Mossoró, v.25, n.1, p.128-136, 2012.
KLIEMANN, H.J.; BRAZ, A. J.P.B.; SILVEIRA, P.M. Taxas de decomposição
de resíduos de espécies de cobertura em Latossolo Vermelho
Distroférrico. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.36, n.1, p.21-
28, 2006.
KLUTHCOUSKI, J. et al. Manejo do solo e o rendimento de soja, milho,
feijão e arroz em semeadura direta. Scientia Agricola, Piracicaba, v.57,
n.1, p.97-104, 2000.
KLUTHCOUSKI, J.; YOKOYAMA, L. P. Opções de integração lavoura-
pecuária. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F.; AIDAR, H. (Ed.)
Integração lavoura-pecuária. 1.ed. Santo Antonio de Goiás: Embrapa
Arroz e Feijão, 2003, p.499-522.
KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F. Desempenho de culturas anuais sobre
palhada de braquiária. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F.; AIDAR,
H. (Ed.) Integração lavoura-pecuária. 1.ed. Santo Antonio de Goiás:
Embrapa Arroz e Feijão, 2003, p.131-141.
LAL, R.; LOGAN, T.J. Agricultural activities and greenhouse gas emissions
from soils of the tropics. In: LAL, R.; KIMBLE, J. M.; LEVINE, E.;
STEWART, B. A. (Ed.) Soil management greenhouse effect. Boca Raton:
CRC Press, 1995. p.293-307.

334
Experiências Argentinas e Brasileiras

LARA CABEZAS, W.A.R. et al. Influência da cultura antecessora e da


adubação nitrogenada na produtividade de milho em sistema semeadura
direta e solo preparado. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.4, p.1005-
1013, 2004.
LEITE, L.F.C. et al. Decomposição e liberação de nutrientes de resíduos
vegetais depositados sobre Latossolo Amarelo no Cerrado Maranhense.
Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.41, n.1, p.29-35, 2010.
LIMA, J.S.S.; SILVA, S.A.; SILVA, J.M. Variabilidade espacial de atributos
químicos de um Latossolo Vermelho-Amarelo cultivado em plantio
direto. Revista Ciência Agronômica, v.44, p.16-23, 2013.
LOPES, A.S.; GUIMARÃES, P.T.G. Recomendações para o uso de corretivos
e fertilizantes em Minas Gerais. 4ª aproximação. Lavras, DFSEMG.
Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1989. 176p.
LOSS, A. et al. Densidade e fertilidade do solo sob sistemas de plantio
direto e de integração lavoura-pecuária no Cerrado. Revista Ciências
Agrárias, v.55, p.260-268, 2012.
MACHADO, P.L.O.;SILVA, C.A. Soil management under no-tillage
systems in the tropics withy special reference to Brazil. Nutrient Cycling
in Agroecosystems, Amsterdan, v.61, p119-130, 2001.
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2011.
Programa Agricultura de Baixo Carbono. Disponível em <http://www.
agricultura.gov.br/abc>. Acesso em: 12 dez. 2012.
MENEZES, L.A.S. et al. Produção de fitomassa de diferentes espécies,
isoladas e consorciadas, com potencial de utilização para cobertura do
solo. Bioscience Journal, Uberlândia, v.25, p.7-12, 2009.
MESCHEDE, D.K.; FERREIRA, A.B; RIBEIRO JUNIOR, C.C. Avaliação
de diferentes coberturas na supressão de plantas daninhas no Cerrado.
Planta Daninha, Viçosa, v.25, n.3, p.465-471, 2007.
MIYAZAWA, M.; PAVAN, M.A.; FRANCHINI, J.C. Evaluation of plant
residues on the mobility os surface applied lime. Braz. Arch. Biol.
Technol., v.45, p.251-256, 2002.
MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em
pequenas propriedades. Chapecó, [s.n.]. 991, 336p.
MUZILLI, O. Princípios e perspectivas de expansão. In: Plantio direto no
Estado do Paraná. Londrina: IAPAR, 1981, p.11–70.
NUNES, U.R. et al. Produção de palhada de plantas de cobertura e
rendimento do feijão em plantio direto. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 41, p. 943-948, 2006.

335
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

OLIVEIRA, T.K.; CARVALHO, G.J.; MORAES, R.N.S. Plantas de cobertura


e seus efeitos sobre o feijoeiro em plantio direto. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.37, n.8, p.1079-1087, 2002.
PACHECO, L.P. et al. Produção de fitomassa e acúmulo e liberação de
nutrientes por plantas de cobertura na safrinha. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v.46, n.01, p.17-25, 2011.
PADOVAN, M.P. et al. Decomposição e liberação de nutrientes de
soja cortada em diferentes estádios de desenvolvimento. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.04, p.667-672, 2006.
PAUL, E.A.; CLARK, F.E. Dynamics of residue decomposition and soil organic
matter turnover. In: PAUL, E.A.; CLARK, F.E. (eds). Soil microbiology
and biochemistry. 2. ed. San Diego, Academic, 1996. p.158-179.
PEREIRA, M.H. A Segunda revolução verde. In: SATURNINO, H.M.;
LANDERS, J.N. O meio ambiente e o plantio direto. Brasília: EMBRAPA/
SPI, 1997,p.25-28.
PEREIRA, R.G. et al. Sistemas de manejo do solo: soja consorciada com
brachiaria decumbens. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.41,
n.1, p.44-51, 2011.
PERIN, A. et al. Produção de fitomassa, acúmulo de nutrientes e fixação
biológica de nitrogênio por adubos verdes em cultivo isolado e
consorciado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, p.35-40,
2004.
RALISCH, R.; TAVARES FILHO, J. Compactação do solo em sistema de
plantio direto - causas, efeitos e prevenção. In: Encontro Nacional de
Plantio Direto na Palha, 8, 2002, Águas de Lindóia. Resumos... Ponta
Grossa: Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, 2002. p.125-127.
ROSSI, C.Q. et al. Frações lábeis da matéria orgânica em sistema de cultivo
com palha de braquiária e sorgo. Revista Ciências Agronômicas,
Fortaleza, v.43, n.1, p.38-46, 2012.
SÁ, J.C.M. Manejo de fertilidade do solo em semeadura direta. Carambeí:
Fundação ABC, 1993. 96p.
SÁ, J.C.M. et al. Soil organic carbon and fertility interactions affected by
a tillage chronosequence in a Brazilian Oxisol. Soil Tillage Research,
v.104, p.56-64, 2009.
SALMI, G.P.; SALMI, A.P.; ABBOUD, A.C.S. Dinâmica de decomposição
e liberação de nutrientes de genótipos de guandu sob cultivo em aléias.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasilia, v.41, p.673-678, 2006.

336
Experiências Argentinas e Brasileiras

SANTOS, P.F.; WHILFORD, W.G. The effects of microarthropods on


litter decomposition in a chihuazhuan ecosystem. Ecological Society of
America, v.62, n.3, p.654-669, 1981.
SCHAFER, M.J. et al. Erosão em entressulcos em diferentes preparos e
estados de consolidação do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Viçosa, v.25, n.2, p. 431-441, 2001.
SCHUNKE, R.M. Qualidade, decomposição e liberação de nutrientes
da liteira de quatro cultivares de Panicum maximun. 1998. 88f. Tese
(Doutorado em Solos).Departamento de Solos. Instituto de Agronomia,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1998.
SEGUY, L.; BOUZINAC, S.O. A semeadura direta no cerrado úmido.
Informações agronômicas. Piracicaba, v.3, n.69, 1995.
SILVA, A.C. et al. Dessecação pré-colheita de soja e Brachiaria brizantha
consorciadas com doses reduzidas de graminicidas. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, p.37-442, 2006.
SILVEIRA, P.M. et al. Acumulação de nutrientes no limbo foliar de guandu
e estilosantes. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.35, n.3, p.133-
138, 2005.
SIQUEIRA, J.O.; FRANCO, A.A. Biotecnologia do solo. MEC/ESAL/
FAEPE/ABEAS, Brasília, p.125-177, 1988.
SOUZA, D.M.G.; LOBATO, E. (Ed.) Cerrado: correção do solo e adubação.
Planaltina-DF: Embrapa Cerrados, 2002. 416p.
SPAGNOLLO, E. et al. Fabáceas estivais intercalares como fonte de
nitrogênio para o milho no Sul do Brasil. Revista Brasileira de Ciência
do Solo, Viçosa, v.26, p.417–423, 2002.
STONE, L.F.; SILVEIRA, P.M.; MOREIRA, J.A. Atributos físico-hídricos do
solo sob plantio direto. Embrapa Arroz e Feijão, 2006. 39p. TEIXEIRA,
C.M. et al. Produção de biomassa e teor de macronutrientes do milheto,
feijão-de-porco e guandú-anão em cultivo solteiro e consorciado.
Revista Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.29, p.93-99, 2005.
TEIXEIRA, C.M. et al. Liberação de macronutrientes das palhadas de
milheto, solteiro e consorciado com feijão-de-porco sob cultivo de
feijão. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.34, n.2, p.497-505,
2010.
TEIXEIRA, M.B. et al. Decomposição e liberação de nutrientes da parte
aérea de plantas de milheto e sorgo. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, Viçosa, v.35, n.867-876, 2011.

337
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

TEIXEIRA, M.B. et al. Decomposição e ciclagem de nutrientes dos resíduos


de quatro plantas de cobertura do solo. Idesia, Chile, v.30, n.1, p.55-64,
2012.
TISDALL, J.M.; OADES, J.M. Stanbilisation of soil aggregates by the root
systems of ryegrass. Australian Journal of Soil Research, v.17, p.429-441,
1979.
THOMAS, R. J.; ASAKAWA, N. M. Decomposition of leaf litter from
tropical forage grasses and legumes. Soil Biology & Biochemistry, v.25,
n.10, p.1351-1361, 1993.
TORRES, J. L. R. et al. Decomposição e liberação de nitrogênio de resíduos
culturais de plantas de cobertura em um solo de cerrado. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.29, n.4, p.609-618, 2005.
TORRES, J.L.R. et al. Influência de plantas de cobertura na temperatura
e umidade do solo na rotação milho-soja em plantio direto. Revista
Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.12, p.107-113, 2006.
TORRES, J.L.R.; PEREIRA, M.G.; FABIAN, A.J. Produção de fitomassa por
plantas de cobertura e mineralização de seus resíduos em plantio direto.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.03, p.421-428, 2008.
TORRES, J.L.R.; PEREIRA, M.G. Dinâmica do potássio nos resíduos
vegetais de plantas de cobertura no Cerrado. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, Viçosa, v.32, n.4, p.1609-1618, 2008.
VITTI, G.C. et al. Nutrição e adubação. In: RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI,
M.L.C.; CASAGRANDI,D.V.; IDE, B.Y. Plantio da cana-de-açúcar:
estado da arte. Piracicaba: Esalq, 2006. p.102-144
WISNIEWSKI, C.; HOLTZ, G.P. Decomposição da palhada e liberação de
nitrogênio e fósforo numa rotação aveia-soja sob plantio direto. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.32, p.1191-1197, 1997.

338
DEGRADAÇÃO QUÍMICA DE AGROECOSSISTEMAS
(Degradación química de agroecosistemas)
Química de la degradación del suelo, con énfasis en
suelos de praderas templadas
(Química da degradação do solo, com ênfase em solos de campos
temperados)

Marta Elvira Conti, Mirta Graciela González y


Liliana Graciela Marbán

Resumen
La crisis ambiental mundial ha creado la urgente necesidad de
educar a las nuevas generaciones de técnicos, científicos y, a través de
ellos, al público general sobre la naturaleza del suelo, sus procesos e
importancia en relación a la vida de las personas y del planeta. Es por
ello que, las tareas de desarrollo y difusión  del conocimiento profundo
del suelo asumen cada vez más urgencia e importancia. En este capítulo
que responde temáticamente al curso de “Química de la degradación
de suelos”, dictado en las escuelas de graduados de la FAUBA y de la
UFRRJ, se han desarrollado los principios básicos responsables de los
procesos que determinan la degradación de suelos y sus posibles vías
de mitigación. Se describen y analizan los principales componentes del
suelo que tienen relevancia en la sustentabilidad y degradación: arcillas
silicatadas cristalinas, arcillas silicatadas amorfas, oxido de hierro, oxido
de aluminio y sustancias húmicas. También se estudian los principales
causantes de la reacción del suelo, suelos ácidos, alcalinos, salinos y
sus efectos condicionantes en suelos de pradera húmeda templada,
fundamentalmente los de llanura pampeana Argentina.

Resumo
A crise ambiental mundial tem criado uma necessidade urgente
de educar as novas gerações de técnicos, cientistas e, através deles, o
público em geral sobre a natureza do solo, seus processos e importância
em relação à vida das pessoas e do planeta. Por esta razão, as tarefas
de desenvolvimento e difusão de conhecimento profundo do solo,
assume cada vez mais urgência e importância. Este capítulo refere-se

341
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

à temática do curso "Química da degradação do solo" ministrado nos


cursos de pós-graduação da UFRRJ (Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro e FAUBA (Faculdade de Agronomia de Buenos Aires),
que tem desenvolvido os princípios básicos responsáveis pelos​​ processos
que determinam a degradação do solo e possíveis formas de mitigação.
Descreve e analisa os principais componentes do solo que têm relevância
para a sustentabilidade e degradação, como: argilas silicatadas cristalinas,
argilas silicatadas amorfas, óxido de ferro, óxido de alumínio e substâncias
húmicas. Também se estudam os principais responsáveis pelas reações do
solo, acidez, alcalinidade, salinidade e seus efeitos condicionantes em solo
de pastagens de clima temperado úmido, principalmente nas planícies
dos pampas Argentinos.

Introducción
Se define como calidad ambiental a la capacidad de generar
productividad sin alterar las funciones de cada integrante del sistema.
El balance entre la viabilidad ambiental y la degradación depende del
conocimiento y del manejo de los recursos naturales, por lo que debemos
prestar atención a las funciones de uno de sus principales componentes,
el SUELO. Éste es el responsable de la regulación de los procesos bióticos,
de los nutrientes minerales y del agua en el ecosistema, que condicionan
la cadena trófica, incluyendo las plantas.
Si consideramos que el SUELO es un recurso vivo, dinámico
no-renovable, vital para la producción de alimentos, fibras y para el
funcionamiento de nuestro mundo, sabremos de la importancia de
evitar las condiciones de su degradación. Como tal, debe tenerse en
cuenta dos aspectos principales, su función de filtro regulador de la
calidad del ambiente y fuente de materia prima en la producción agrícola
sustentable.
La química de suelos estudia la constitución, procesos y
reacciones químicas de los suelos involucradas en su función de filtro
regulador ambiental y productor de biomasa. Entender la naturaleza de
estas funciones es la base para la interpretación de su fertilidad, de su
capacidad de regulación ambiental y de las estrategias de conservación
del suelo.
El suelo determina a través de su capacidad de adsorber, complejar,
neutralizar, intercambiar, oxidar y precipitar, las condiciones para
mantener el uso sustentable. La degradación del suelo, implica tener

342
Experiências Argentinas e Brasileiras

situaciones irreversibles en su calidad y productividad, determinadas


por una disminución o desaparición de esos procesos. Los principales
problemas irreversibles que afectan la calidad del suelo y conducen a su
degradación son: la pérdida de suelo por erosión; la contaminación con
pesticidas, metales pesados, etc.; la acidificación, alcalinidad, salinización
y la compactación o disminución del contenido de poros. Estos problemas
determinan una reducción en las condiciones de adsorber, complejar,
intercambiar, oxidar, neutralizar, precipitar y filtrar. Los responsables
de estos procesos son por un lado, los componentes del suelo de
características coloidales: las sustancias húmicas, los minerales arcillosos,
y su asociación; y por otro lado, las condiciones de acidez - alcalinidad y
la presencia de sales en el suelo.
Argentina y Brasil se hallan insertos en una de las regiones de
América latina más favorables a la conservación de sus recursos
naturales. Pese a ello son alarmantes, las altas tasas de desforestación y la
puesta en producción agrícola de sus tierras, generando el consecuente
deterioro de los suelos y afectando el cambio en el ecosistema en
escala local y regional. La degradación física y química de los suelos
está presente en casi la totalidad de las tierras agrícolas bajo cultivo. Si
bien las pérdidas económicas por este concepto son difíciles de estimar,
pueden ser medidas en la sistemática disminución de los rendimientos
y en el mayor costo de labranzas por aumento de dosis de fertilizantes y
de agroquímicos.

Coloides del suelo


De los procesos que tienen lugar en el suelo, hay tres que son
prácticamente exclusivos del mismo: 1. La formación de los minerales
arcillosos. 2. La formación de sustancias húmicas y 3. La formación de
complejos húmico-arcillosos. Estos componentes del suelo relacionados
con la sustentabilidad y degradación se caracterizan por tener
partículas de tamaño coloidal, es decir mayores que las moléculas pero
no lo suficientemente grandes como para ser visibles al microscopio. El
tamaño de partícula es menor a 1 o 2 micrones de diámetro.
A medida que el tamaño de las partículas disminuye, la
reactividad aumenta debido a un aumento proporcional de su área
superficial específica. Las partículas más pequeñas son aquellas de
tamaños nanométricos (nm), por ejemplo las que poseen diámetros que
van desde 1 nm hasta 100-200 nm, y representan la transición hacia las
dimensiones de moléculas aisladas.

343
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Si tenemos en cuenta la relación entre dimensión del sistema


coloidal, arcillas, sustancias húmicas y la superficie específica (m2g-1),
sabremos de la importancia de estos componentes sobre los procesos que
determinan la resistencia a la degradación de los suelos. Los procesos
más involucrados son: la retención de agua y gases, el intercambio
iónico y molecular, la estabilidad de los agregados y su relación con la
estructura, los fenómenos de contracción y expansión, la porosidad y la
aireación.
Las principales sustancias coloidales del suelo que serán
desarrolladas en este capítulo son:
• Las arcillas silicatadas:
• Cristalinas: caolinita, esmectita, illita
• Amorfas: alofanos, imogolita
• Los óxidos de hierro (geotita-hematita) y aluminio (gibsita)
• Las sustancias húmicas: ácidos húmicos y fúlvicos

Arcillas silicatadas:
Están constituidas por cristales que tienen un ordenamiento de
iones o  átomos que se repiten a intervalos regulares en las 3 dimensiones
del espacio. La unidad básica se encuentra formada por el tetraedro
de silicio y el octaedro de aluminio, con ordenamiento laminar. En el
tetraedro de silicio cada átomo de silicio se coordina con cuatro átomos
de oxígeno por enlaces covalentes de alta energía. En los octaedros, el
aluminio está rodeado por seis hidroxilos.
Los minerales Arcillosos silicatados son minerales secundarios,
estructuras originales del suelo, formadas en él a partir de los minerales
primarios (filosilicatos laminares y feldespatos). Al ser de forma
laminar, exponen una gran extensión de superficie por unidad de peso,
constituyendo los minerales más importantes de casi todos los suelos. Sus
diferencias con los minerales primarios explican una elevada estabilidad
frente a la meteorización derivada de: su composición química, mayor
grado de hidratación y oxidación y menor tamaño de partícula.
La estructura básica está formada por una lámina tetraédrica y
una lámina octaédrica. Los oxígenos apicales de la lámina de tetraedros
no están compartidos.

344
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 1. Capa de tetraedros de silicio.


Las estructuras laminares presentan combinaciones variadas,
constituyendo cada una de ellas un paquete. La sucesión de 10 a 20
paquetes forma un cristal de arcilla. Los iones centrales de los tetraedros
de silicio y octaedros de aluminio pueden ser reemplazados y esto se
conoce como sustitución isomórfica. El intercambio que se realiza
con más asiduidad es el reemplazo de silicio (Si4+) por aluminio (Al3+),
otros intercambios pueden ser Al3+ por magnesio (Mg2+), hierro (Fe2+) o
manganeso (Mn2+).
La unión de láminas tetraédricas y octaédricas da lugar a
diferentes arcillas cristalinas, bilaminares, trilaminares, tetralaminares
e interestratificadas.
Las arcillas bilaminares están formadas por una lámina de
tetraedros de silicio y otra de octaedros de aluminio (Al3+), o grupo 1:1,
como la caolinita y haloisita. La caolinita es el mineral representativo
más importante de este grupo. El paquete de este mineral resulta de
la unión de una lámina de tetraedros de silicio y una de octaedros de
aluminio. Este paquete alcanza una dimensión de 7 Å y la distancia
entre ellos es de 3 Å. La unión entre paquetes se realiza por puentes
hidrogenados. Es una de las estructuras más simples. Tiene escasa o

345
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

nula sustitución isomórfica, lo que le confiere gran estabilidad y por la


misma razón, no presenta desbalance de carga eléctrica, generando baja
capacidad de intercambio catiónico (C.I.C.) de 3-15 cmolc kg-1 de arcilla.
La distancia entre paquetes no permite que entre ellos se pueda acumular
agua o iones. Estas arcillas predominan en suelos muy meteorizados y
son típicas de zonas tropicales.

Figura 2. Representación esquemática de caolinita.


Las arcillas trilaminares están formadas por dos láminas de
tetraedros de silicio con una lámina intermedia de octaedros de aluminio,
o grupo 2:1. Dentro de este grupo hay arcillas no expandentes como la
illita y expandentes como la montmorillonita. La illita se llama también
mica hidratada ya que deriva generalmente de la mica muscovita. Cada
paquete mide aproximadamente 10 Å y la distancia entre éstos es de
3,5 Å. Los minerales de este grupo se forman por apilamiento de estas
láminas unidas entre sí mediante cationes pequeños, como el potasio.
La sustitución isomórfica se produce principalmente en los tetraedros
de silicio (Si4+) que son reemplazados por Al3+. El déficit de carga queda
parcialmente equilibrado por K+ o NH4+ que se ubica entre los paquetes.

346
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 3. Representación esquemática de illita.


La montmorillonita tiene como propiedad más destacable un alto
grado de reemplazo isomórfico que se produce principalmente en los
octaedros de aluminio por Mg2+ y algo de Fe2+, originando alta C.I.C,
plasticidad, cohesión y agrietamiento. Es común en suelos vertisoles.
Las arcillas tetralaminares están formadas por una sucesión de
láminas tetraedros y octaedros o grupo 2:2 o 2:1:1 como la clorita. La
clorita se encuentra en suelos de carácter básico, ricos en Al3+ y Mg2+. Su
composición química y mineralógica es muy variada, la red cristalina es
muy compleja pero en términos generales se la encuentra formando una
secuencia laminar de 2 láminas de tetraedros de silicio y 2 de octaedros
de aluminio. Su C.I.C. alcanza valores de 10-40 cmolc kg-1.
Los minerales interestratificados se forman por cambios parciales
no homogéneos en las zonas interlaminares, ya que en su estructura,
parte corresponde a un mineral y parte a otro. La imposibilidad de
separar los minerales por medios físicos indica que no se trata de
una mezcla. Pueden existir interestratificados illita-montmorillonita,
vermiculita-clorita, entre otros.

347
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Cuando no hay ordenamiento regular espacial de tetraédros


y octaédros se da lugar a la formación de arcillas silicatadas amorfas
(no cristalinas o paracristalinas). Normalmente se forman a partir de
cenizas volcánicas y materiales volcánicos en meteorización. Tienen
alta capacidad de intercambio aniónico (C.I.A.) y elevada fijación de
fósfatos, sus principales representantes son los alofanos y las imogolitas
Oxidos y Sesquióxidos
Corresponden principalmente a compuestos de átomos de Fe o
Al ligados con átomos de oxígenos u hidroxilos. Algunos coloides como
gibbsita (óxido-Al) y goetita (óxido-Fe) forman láminas cristalinas.
Otros coloides forman revestimientos amorfos sobre las partículas del
suelo y presentan alta capacidad para adsorber algunos aniones como
el fosfato.
Las Sustancias húmicas
Las sustancias húmicas son parte fundamental de la materia
orgánica del suelo. Esta fracción orgánica del suelo podemos dividirla
teniendo en cuenta su complejidad y estado en dos grupos: la "materia
orgánica fresca" compuesta por restos de animales, plantas y organismos
transformados en forma incompleta y un segundo grupo de "materia
orgánica transformada o estable", constituido por las sustancias
húmicas, resultantes de la descomposición y síntesis microbiana de los
residuos orgánicos.
Las principales características de las sustancias húmicas y los
procesos del suelo donde se hallan involucrados se resumen en la
Figura 4.

348
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 4. Principales características de las sustancias húmicas en el suelo.


La composición elemental de las sustancias húmicas se encuentra
dentro de los siguientes rangos: C 45 - 65 %; O 27 - 50 %; H 3 - 6 %;
N 2 - 12 %, relación C/N 8 –15. En su mayoría las sustancias húmicas
están asociadas a las arcillas (60-90%), dependiendo de las condiciones
climáticas y la naturaleza de las arcillas presentes.
Cuando se incorpora materia orgánica fresca al suelo, el 60-70%
de su masa se transforma en CO2 y agua en un intervalo de tiempo
que va desde unos pocos meses a 2 años (fase de descomposición y
mineralización). Simultáneamente una parte se reorganiza formando
compuestos más estables o compuestos humificados, que presentan
velocidades de mineralización mucho más lentas, 1,5% ó 2% anual. De
esta manera, la materia orgánica fresca es transformada poco a poco, en
una parte en elementos minerales solubles o gaseosos y por otra parte,
en sustancias húmicas. De acuerdo a la calidad del residuo que ingresa y
a las condiciones ambientales y biológicas de su transformación, cambia
la proporción entre la descomposición en elementos minerales, CO2 y la
producción de sustancias húmicas (Figura 5).
Si la descomposición y mineralización se produce en aerobiosis,
los productos finales de la descomposición son: CO2, NO3-, SO42-, H2O,
residuos resistentes y una gran cantidad de energía es liberada para

349
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

ser usada por los microorganismos en sus procesos metabólicos.


La transformación continua sintetizando sustancias húmicas. Si la
descomposición y mineralización se produce en anaerobiosis, los
productos finales de la descomposición son: CH4, H2, R- COOH, NH3,
R-NH2, R-SH, H2S y residuos resistentes. Los procesos metabólicos
de descomposición, mineralización y síntesis son más lentos y hay
acumulación de residuos orgánicos sin humificar.

O = organismos descomponedores de sustancias orgánicas.


A= condiciones ambientales (temperatura, humedad, oxido-reducción,
presencia de iones, % y tipo de arcilla)
QR= calidad de los residuos (contenidos de carbohidratos, ligninas,
sustancias nitrogenadas)
Figura 5. Proceso de transformación de residuos orgánicos.
El proceso de síntesis de las sustancias húmicas se produce a partir
de los “precursores”. Los precursores son: a.- monómeros a partir de los
cuales se han de producir la síntesis de las sustancias húmicas como:
Azúcares con sus derivados (hexosas, pentosas, ácido urónico, ácidos
poliurónicos, etc.); Alcoholes que se oxidan a quinonas; b.-Aminoácidos;
Ácidos grasos; Bases púricas y pirimidínicas. Los monómeros sufren una
serie de transformaciones cuya característica común es la de incrementar
su reactividad. Debido a esa reactividad, las moléculas quinoideas y
las proteínas se condensan transformándose en sustancias húmicas.
La etapa más importante de la formación de sustancias húmicas es la
condensación de las estructuras unitarias, quinonas, formadas por la
oxidación de azúcares, con los aminoacidos y péptidos. La etapa final
es la polimerización de esos compuestos y su interacción con arcillas,
(Figura 6).

350
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 6. Formación de las sustancias húmicas.

Estructura química de las sustancias húmicas


Las sustancias húmicas son compuestos altamente polimerizados
cuyo peso molecular puede ir de 10.000 a más de 100.000, con una
estructura aromática compleja y muy variable. En forma esquemática
se puede explicar la unidad elemental de estas estructuras considerando

351
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

la presencia de un núcleo principal de carácter aromático, que tiene en


su periferia uno o varios grupos reactivos, que le confieren a la materia
orgánica características químicas y físico-químicas definidas. Además
se presentan puentes o grupos de enlaces que facilitan la polimerización.
En suelos fértiles de clima templado entre un 70 - 90 % de las
sustancias húmicas están presente en forma de complejos húmico-
arcillosos. La importancia de la formación de los complejos húmico-
arcillosos es muy grande ya que el humus complejado de este modo,
disminuye la posibilidad de ser atacado por los microorganismos y en
consecuencia logra una mayor perdurabilidad.
Los complejos húmico –arcilloso son la base de formación de los
agregados y una de las causas de la estructura del suelo y su estabilidad.
Las propiedades del complejo no son estrictamente las de la fracción
mineral ni las de la fracción orgánica, por lo que se debe aceptar que se
trata de una formación original.
Los organismos macro y mesozoos desempeñan un papel
importante en la formación de estos complejos húmico-arcillosos,
siendo el organismo más importante en sentido cuali y cuantitativo
la lombriz. Ésta incorpora conjuntamente materiales inorgánicos
(limo y arcilla) y orgánicos en su tracto digestivo que sufren un
contacto íntimo; allí se mezclan con calcio y son inoculados con
microorganismos. Los agregados que se forman en la deyección de las
lombrices son particularmente muy estables y contienen nutrientes en
mayor proporción que el suelo promedio circundante. Las sustancias
húmicas y los complejos húmico-arcillosos tienen diferentes funciones
que determinan gran parte de la naturaleza y propiedades del suelo. Su
presencia determina la resistencia a la degradación de los suelos.

Resumiendo las principales propiedades determinadas


en los suelos por las sustancias húmicas y sus complejos
húmico-arcillosos son:
• La movilización de Fe, Al, Mn en la forma química de quelatos.
• La peptización y floculación de minerales de arcilla.
• Actuar como disolvente de los minerales del suelo por producción
de ácidos orgánicos.
• Son agentes de reducción de elementos susceptibles de participar
en reacciones redox (Fe - Mn).

352
Experiências Argentinas e Brasileiras

• Son responsables de la agregación y de la estructuración edáfica.


• Aumentan la retención hídrica.
• Tienden a equilibrar el sistema poroso. En suelos arcillosos
aumentan la proporción de los mesoporos y en arenosos de los
microporos.
• Influyen en el régimen térmico causando dos efectos: incrementan
la absorción de energía radiante del suelo al disminuir su albedo
y atenúa las fluctuaciones de temperatura por tener mayor calor
específico que la fracción inorgánica.
• Tienden a desplazar el rango de plasticidad de un suelo hacia
mayores contenidos de agua.
• Aumentan la capacidad de intercambio de iones.
• Aumentan la capacidad reguladora ácido - base.
• Influyen sobre los procesos de óxido-reducción manteniendo
el potencial oxidante del suelo a través del aumento de
macroporosidad.
• Son fuente de nutrientes. A través de su mineralización se liberan
en forma inorgánica: N - P - S.
• Son fuente de energía para procesos microbianos.
• Afectan por su combinación con moléculas orgánicas, la
bioactividad, persistencia y biodegradación de los pesticidas.

Reacción del suelo: acidez – alcalinidad


Reacción del suelo
Jenny en el año 1940 expresó que el suelo puede ser considerado
como el efecto resultante de una combinación específica de sus factores
formadores según la siguiente ecuación:
S = f (p, cl, o, r, t)
Representando "S" al suelo, "f" es una función , "p" a la roca madre,
"cl" al clima, "o" a los organismos, "r" al relieve y "t" al tiempo. Esta ecuación
indica que para una dada combinación de los factores formadores sólo
puede existir un tipo de suelo, como resultado de esa combinación
surgen propiedades específicas y características de dicho suelo como
el contenido de componentes orgánicos e inorgánicos (humus, arcilla,
arena, limo, sales), el espacio poroso y la reacción del suelo entre otros.

353
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Desde hace varios años a dicha función se debe incorporar el efecto


que causa la actividad antrópica en la evolución del suelo. Por lo tanto
la reacción del suelo es un proceso dinámico resultado de la acción de
los factores naturales formadores del suelo, mencionados por Jenny, que
asociado a los antropogénicos se traducen en un aumento de la acidez
natural.
Las rocas y su variada combinación de minerales (p), es el
componente primario sobre el cual se desarrolla el suelo y condicionan
en forma diferencial la reacción del suelo. La meteorización de las rocas
ácidas, ricas en minerales primarios de cuarzo, feldespato potásico y
muscovita, origina una reacción ácida del suelo debido a un reducido
contenido de arcilla y a una baja saturación de bases en la fracción
mineral. En contraposición las rocas básicas, ricas en piroxeno y olivino,
generan una reacción básica del suelo con arcillas de alta capacidad
de intercambio catiónico (C.I.C.) y elevado porcentaje de saturación
básica. Una meteorización intensiva y continua en el tiempo (t) produce
cambios en la composición mineralógica del suelo y una disminución
de la relación silicio/aluminio que conlleva a una disminución de la
reacción del suelo (pH) (Tabla 1).
Tabla 1. Relación entre el pH y la composición mineralógica de suelos agrícolas,
realizada por medio de una microsonda de dispersión de rayos X acoplado a
microscopio de barrido electrónico.

ELEMENTO INTERVALOS DE pH EN LA SOLUCIÓN DEL SUELO (2:1)


% suelo seco 4,5-5,0 5,0-5,5 5,5-6,0 6,0-6,5 6,5-7,0 7,0-7,5 7,5-8,0 8,0-8,5
OXIGENO O 54,33 55,49 57,58 56,29 58,38 60,72 58,17 59,27
SILICIO Si 13,49 14,16 16,26 18,38 18,71 19,51 20,67 20,81
ALUMINIO Al 10,45 10,4 10,15 9,22 6,65 6,87 6,68 5,56
CARBON C 9,52 11,92 8,96 8,67 9,42 7,89 8,55 10,08
CALCIO Ca 0,88 0,73 0,56 0,86 0,79 0,48 0,79 1,13
FOSFORO P 0,36 0,36 0,22 0,17 0,12 0,08 0,07 0,08
HIERRO Fe 5,34 5,05 4,23 3,99 2,16 1,80 2,03 1,05
MAGNESIO Mg 0,38 0,35 0,29 0,53 0,73 0,63 0,63 0,39
POTASIO K 0,38 0,34 0,59 0,68 1,11 1,17 1,40 0,97
TITANIO Ti 0,59 0,56 0,45 0,44 0,23 0,21 0,22 0,15
SODIO Na 0,41 0,28 0,33 0,48 0,53 0,52 0,57 0,47
Si/
SILICIO/ALUMINIO 1,29 1,39 1,60 1,99 2,96 2,83 3,09 3,74
Al

También la hidrólisis de las sales presentes en el perfil del suelo tiene


un efecto diferente en la reacción del suelo en función a su composición

354
Experiências Argentinas e Brasileiras

química. Cuando se hidroliza una sal formada por un ácido débil y una
base fuerte, por ejemplo el carbonato de sodio (NaCO3), el pH del agua
aumenta y la reacción es básica. Si la sal que se disuelve está formada
por un ácido fuerte y una base débil, por ejemplo nitrato de amonio
(NH4NO3) la reacción es ácida y el pH baja.
Dentro de los factores climáticos (cl), el mayor efecto en la reacción
del suelo está en las precipitaciones, vinculado con su intensidad, con
el movimiento del agua en el suelo y con el desarrollo de la actividad
biológica. Cuando las precipitaciones son intensas a lo largo del tiempo
se produce un lavado de bases de cambio y la reacción del suelo se
acidifica. En contraposición en climas áridos los suelos tienden a tener
una reacción de tipo alcalina.
El balance global del factor “o”, resultante de la actividad biológica
(respiración radicular y biomasa del suelo), de la mineralización de sus
residuos y de la formación de sustancias húmicas, tiende a acidificar el
suelo. Un producto importante de la actividad biológica es el dióxido
de carbono (CO2), producido en la respiración, que fácilmente se
transforman en bicarbonato (HCO3-) y que disminuye el pH del suelo
aumentado su acidez según la siguiente reacción: CO2 + H2O ↔ H+
+ HCO3-. El efecto acidificante de la mineralización y humificación
de los residuos se manifiesta cuando, por la actividad de las bacterias
nitrificadoras, el amonio (NH4+) mineralizado se oxida a nitrato (NO3-)
según la reacción: NH4+ + 2O2  bacterias  NO3- + 2H+ + H2O y por
la hidrólisis de los componentes carboxilos del humus que liberan H+.
La influencia más significativa del hombre en la reacción del suelo
comienza a causa de la necesidad de mantener una elevada producción
agropecuaria para satisfacer las demandas de alimentos ante una
población mundial creciente. Para ello se requiere principalmente el
uso de fertilizantes nitrogenados, tanto urea como otros productos
amoniacales que, al disolverse en la solución del suelo y por la oxidación
biológica del NH4+ a NO3-, generan H+. Estos H+ se incorporan a la
solución del suelo y por efecto de la ley de acción de masas desplazan a
las bases catiónicas saturantes del complejo de cambio. Este cambio en
la composición iónica del complejo reduce el porcentaje de saturación
de bases y es responsable de la disminución del pH. Los bases catiónicas
desplazadas salen del sistema por absorción vegetal o lavado (Figura 7).

355
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 7. Efecto de la incorporación de compuestos acidificantes sobre el


complejo sorbente del suelo.
Otro elemento importante para la producción vegetal es el fósforo
(P). Los fertilizantes fosfatados con amonio son una fuente importante
de acidificación, pero el fosfato monocálcico y el superfosfato triple
también pueden acidificar la solución del suelo, hasta valores muy bajos
de pH, debido a la siguiente reacción: Ca(H2PO4)2  CaHPO4 + H3PO4
La magnitud de la acidificación del suelo por el uso de fertilizantes
amoniacales (sulfato de amonio, urea, nitrato de amonio y fosfato
de amonio) está directamente vinculada con la dosis aplicada del
fertilizante y con el manejo del sistema productivo.
De lo expuesto se desprende que el valor la reacción del suelo es
el resultado de una interacción compleja del conjunto de reacciones
entre los factores y procesos formadores del suelo (climáticos-edáficos-
antropogénicos) que dan como resultado una reacción ácida cuando
el complejo de cambio húmico-arcilloso está saturado de H+ y Al3+ y
básica cuando lo está con cationes.
pH del suelo
El pH del suelo es un buen indicador de la reacción del suelo.
Su valor expresa la actividad de los iones hidrógeniones (H3O+) en la
solución del suelo. Se define como el logaritmo decimal negativo de +la
actividad de los hidrogeniones mediante la expresión: pH = -log10[H ].
El pH abarca un intervalo desde 0 a 14 y define tres situaciones bien
características:

356
Experiências Argentinas e Brasileiras

pH = 7 Neutralidad donde (H+) = (HO-) = 10-7 mol L-1


pH < 7 Acidez (H+) > 10-7 mol L-1
pH > 7 Alcalinidad (H+) < 10-7 mol L-1
Es importante resaltar que al ser una expresión logarítmica
decimal una reducción en 1 unidad de pH indica un aumento de 10
veces la actividad de (H3O+). La importancia del valor numérico del pH
del suelo radica en que la disponibilidad de los nutrientes y los procesos
biológicos están directamente vinculados con la reacción del suelo y por
ello es que el pH es una herramienta indispensable de indicador de la
calidad y salud del suelo. El rango de pH próximo a la neutralidad (6.5-
7.5) es el apropiado para alcanzar las mejores condiciones de asimilación
de nutrientes por el vegetal, de la actividad de la biomasa del suelo y de
la manifestación de las propiedad físicas del suelo. A medida que el pH
disminuye se incrementa la disponibilidad de algunos elementos que
son tóxicos en cantidades elevadas, entre ellos están los metales pesados,
el aluminio y el manganeso (Tabla 2).
Tabla 2. pH del suelo, clasificación de la reacción del suelo y efecto en la disponibilidad
de nutrientes.

pH Evaluación Efecto
< 4.5 Extremadamente ácido Muy desfavorable
4.5 – 5.0 Muy fuertemente ácido Posible toxicidad por Al y Mn
Exceso: Co, Cu, Fe, Mn, Zn Defecto: Ca, K, N, Mg, Mo, P,
4.5 – 5.5 Fuertemente ácido
S. Sin carbonatos, escasa actividad bacteriana
5.6 – 6.0 Moderadamente ácido Intervalo adecuado para la mayoría de los cultivos
6.1 – 6.5 Ligeramente ácido Máxima disponibilidad de nutrientes
Mínimo efectos tóxicos.
6.6 – 7.3 Neutro
Si pH<7, los carbonatos no son estables
7.4 – 7.8 Medianamente básico Suelos con CaCO3
Disminuye la disponibilidad de P y B Deficiencia de: Co, Cu, Fe,
7.9 – 8.4 Básico
Mn, Zn. En suelos calizos: clorosis férrica
8.5 – 9.0 Ligeramente alcalino Problemas de clorosis férrica. El pH suele deberse a MgCO3
9.1 – 10.0 Alcalino Presencia de Na2CO3
Na intercambiable alto. Toxicidad de Na, B. Movilidad de P.
< 10.0 Fuertemente alcalino Escasa actividad microbiana. Escasa disponibilidad de micro-
nutrientes

En los suelos ácidos, cuando el pH en agua es inferior a 5.5, la


reacción ácida es debida principalmente a la presencia de aluminio
(Figura 8), pudiendo alcanzar niveles tóxicos para algunas especies
vegetales.

357
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 8. Relación entre el pH del suelo y el contenido de Al intercambiable.


La fitotoxicidad del aluminio es principalmente debida a la especie
Al y se manifiesta por una reducción del crecimiento radicular. Hay
3+

una disminución del volumen y longitud de las raíces que imposibilitan


una buena exploración de la masa del suelo y por lo tanto hay ineficiencia
en la absorción de nutrientes y agua.
Reacción ácida en suelos de pradera templada
La acidificación de los suelos de las praderas templadas de
Argentina es una realidad comprobada por la reducción de los valores
de pH en el tiempo. En las praderas templadas de Argentina, la acidez
del suelo se origina prioritariamente como resultado de una explotación
agropecuaria continua e intensiva. Este tipo de sistema productivo
conduce a la disminución del contenido de: materia orgánica (MO),
fósforo (P), capacidad de intercambio catiónico (CIC), nutrientes básicos
del suelo (Ca, Mg, y K), consecuencia de la falta de una reposición
adecuada de los mismos, y al incremento de cationes ácidos hidrógeno
(H) y aluminio (Al), sin que hasta el momento se detectara toxicidad
por aluminio. Esta situación se agrava por el uso de fertilizantes de alto
índice de acidez que conducen a un aumento de la acidez de cambio y a
una disminución del pH del suelo. El sulfato de amonio es el fertilizante
que más reduce el pH del suelo y su efecto es más notorio en suelos de

358
Experiências Argentinas e Brasileiras

textura arenosa. El efecto del fertilizante está directamente vinculado a


su formulación química y a las propiedades del suelo.

Salinidad - alcalinidad
"Sal" es un término genérico que abarca todas las sales solubles
en el suelo, que comprenden principalmente cationes de Na, K, Ca y
Mg en forma de cloruros, sulfatos, bicarbonatos y carbonatos. Las sales
derivadas de ciclos anteriores de erosión geológica se han acumulado en
los océanos, lagos y aguas subterráneas, y actúan como una fuente de sal
en los suelos de las siguientes maneras:
• Por meteorización: las sales son continuamente liberadas por
hidrólisis de los minerales primarios y secundarios silicatos.
• Por la movilización, redistribución y acumulación de sales en
un lugar diferente al de su formación: por inundación, intrusión
marina, ascenso de napas freáticas salobres o por la presencia de
sedimentos establecidos bajo el agua y que son heredado por los
suelos que se forman a partir de ellos.
• Por deposición atmosférica del material del viento que sopla desde
el mar mediante una pulverización en aerosol de cristales de sales
(bruma), que pueden depositarse directamente sobre el suelo o
actuar como núcleos de condensación para las gotas de agua,
que se convierten en salinas por disolución de esos cristales que
posteriormente caen sobre el suelo en forma de lluvia.
• Por la actividad antrópica a través del riego, fertilización,
deforestación, actividades mineras e industriales.
Un suelo se clasifica como salino (FAO-Solonchaks) si la
conductividad eléctrica del extracto de saturación supera los 4 dS m-1
con un porcentaje de sodio intercambiable menor al 15%. Estos suelos
salinos son comunes en las regiones áridas y casi siempre se reconocen
por la presencia de costras blancas salinas en superficie. El pH del
suelo oscila entre 7 y 8, dependiendo de la presión parcial de CO2 en la
atmósfera del suelo. Son suelos de muy baja fertilidad por la dificultad
en la implantación y el desarrollo de plantas debido a stress hídrico y
toxicidad de algunas sales.
Un suelo se clasifica como alcalino (FAO-Solonetz) si el porcentaje
de sodio intercambiable supera el 15% y la conductividad eléctrica del
extracto de saturación es inferior a 4 dS m-1. El pH de estos suelos

359
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

generalmente oscila entre 8.5 y 10, por la presencia de CO3Na2 libre.


Estos suelos alcalinos son suelos con un horizonte subsuperficial
arcilloso, denso y con estructura columnar fuerte con la parte superior
redondeada y con un horizonte superficial muy somero. Son suelos
principalmente destinados a pastoreo extensivo. Para mejorar los suelos
alcalinos se requiere aumentar la porosidad del suelo superficial o
subsuperficial y reducir el porcentaje de sodio intercambiable.

Consideraciones finales
Asociado al aumento de población y la búsqueda de mayor nivel
de vida, el suelo es sometido gradualmente a técnicas que le imponen
mayor estrés físico, químico y biológico, favoreciendo la alteración de los
“ciclos de nutrientes”, el retorno de la materia orgánica y la estabilidad
estructural (disminución de porosidad y del mantenimiento de los
agregados).
El propósito de este capítulo es abordar al conocimiento de los
aspectos fundamentales del suelo que hacen a su capacidad de resistir
esta degradación.
La finalidad de este trabajo es la actualización temática, a través
de una redacción didáctica, de los minerales arcillosos, las sustancias
húmicas, los complejos húmico-arcillosos y las condiciones de acidez,
alcalinidad, salinidad de los suelos. Estos componentes y procesos, están
fuertemente relacionados con el mantenimiento de las condiciones
de fertilidad y mantenimiento de estructura de suelos utilizados en
producción agrícola y forestal.
Las condiciones de resiliencia y tolerancia al estrés pasan
fundamentalmente por conocer y entender las propiedades de estos
componentes del suelo.
El capítulo esta dedicado a los estudiantes de las escuelas de
posgrado de UBA y UFRRJ

Epilogo
Para terminar, queremos recordar las palabras del Dr. Daniel
Hillel resumiendo la importancia del estudio de los suelos y su relación
en la degradación ambiental.
“No podemos gestionar de forma eficaz y sostenible, tan vital,
complejo, y vulnerable medio como el suelo a menos que comprendamos
sus atributos, funciones internas e interacciones ambientales.

360
Experiências Argentinas e Brasileiras

Por eso, la tarea de desarrollar y difundir bien el conocimiento de


la tierra y sus procesos es cada vez más urgente e importante. La crisis
mundial del ambiente ha creado una necesidad imperiosa de educar a
la próxima generación de aspirantes a científicos del medio ambiente y
activistas, y a través de ellos, al público en general, en el conocimiento del
suelo, en todas sus manifestaciones y su relación con la naturaleza y con
la vida de los seres humanos.
Recordemos una vez más que el nombre en latín de los seres
humanos se deriva de humus, la materia orgánica del suelo, de la que
se derivaron también las palabras "humilde" y "humildad", y que parece
irónico haber asignado a nuestra especie el arrogante nombre de Homo
Sapiens Sapiens ("Hombre Sabio Sabio").
Al meditar sobre nuestro pasado, presente y futuro en relación
con el suelo, podríamos pensar en cambiar nuestro nombre a Homo
Sapiens Curans, más modesto, con el adjetivo de Curans de "cuidador"
o "curador." Por supuesto que deberíamos esforzarnos para merecer este
nuevo nombre, que no siempre lo hemos merecido en la antigüedad
La tierra siempre nos ha nutrido, a pesar de nuestro abuso hacia
ella. Ahora, la magnitud y la intensidad de los abusos están amenazando
nuestro futuro y el de la comunidad biótica terrestre. Es hora de que
nosotros, como Homo Sapiens Curans, aprendamos a proteger y nutrir el
suelo y en un sentido más amplio al ecosistema que apoya”.

Dr. Daniel Hillel, científico experto en suelos y Premio Mundial


de la Alimentación (The world Food Prize) 2012.

361
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
Canellas, L.P.; Santos, G.A. Humosfera, tratado preliminar sobre a
química das substancias humicas. Campos dos Goytacazes, 2005. 309p.
GiuffRe.l. Minerales. IN: CONTI, M.E.; GIUFFRE, L. Edafología,
Bases y Aplicaciones Ambientales. Argentina: Universidad de Buenos
Aires, 2011. p.37-55.
Heredia, O.; Duffau, v.; CONTI, M.E.. Cambios de la fertilidad
edáfica en suelos de la región pampeana. Informaciones Agronómicas.
v.19, p.22-24, 2003.
HILLEL, D. J. La misión de la ciencia del suelo en un mundo cambiante.
Plant Nutr. Soil Sci. v.172, p.5-9, 2009.
Sparks D. L. Environmental soil Chemistry. Academic Press. 2003
Tam, K.M. Humic Matter in Soil and the Enviromental: principles and
controversies, 2003.

362
METALES PESADOS EN EL SISTEMA AGUA-
SEDIMENTO Y PLANTAS NATIVAS, EN UN RÍO
ALTAMENTE CONTAMINADO DE ARGENTINA
(Metais pesados no sistema água-sedimento e plantas nativas,
em um rio altamente contaminado da Argentina)

Alicia Fabrizio de Iorio, Silvana Arreghini,


Roberto Serafini y Alicia Rendina

Resumen
Este trabajo presenta un análisis de la relación entre la concentración
de metales pesados en el agua y sedimentos del río Matanza-Riachuelo
uno de los ríos más contaminados del mundo, y la capacidad de absorción
de metales por plantas nativas. Los sitios elegidos para este estudio
tienen distinto grado de contaminación, dado por el uso de la tierra.
El sitio analizado en la cuenca baja (S6: Riachuelo), es el que presenta
mayor estado de anoxia y mayor concentración de sulfuro (S2-) disuelto.
En S6 la alta concentración de sulfuro determina la precipitación de
Zn, Cd y Pb, no así la del cromo. En todos los sitios de muestreo la
concentración de Zn y Pb en los sedimentos se encuentra por encima
del nivel a partir del cual pueden esperarse efectos adversos sobre los
organismos acuáticos. La concentración de Zn en agua (excepto en S1)
supera el nivel guía de calidad para la protección de la vida acuática. De
acuerdo con el fraccionamiento secuencial de los sedimentos se observa
que el Zn se encuentra más disponible para la biota en el Riachuelo
(S6). En el agua, el cromo sólo es detectado en el Riachuelo, a pesar de
la alta concentración de sulfuro disuelto. En los sedimentos de todos
los sitios estudiados no se detecta cromo en la fracción intercambiable,
indicando que no se encuentra inmediatamente disponible. El cromo
en los sedimentos de S6 alcanza concentraciones muy altas asociadas
a efectos biológicos adversos. La concentración de Pb en la fracción
intercambiable de los sedimentos es mayor en S6. En todos los sitios
(excepto en S6) se supera el límite máximo de Pb en agua, permitido para

363
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

la protección de la vida acuática. En los sedimentos la concentración total


de Cd se encuentra por encima del nivel base para sedimentos de ríos
no piulidos, y comparando la fracción intercambiable de los sedimentos
bajo análisis se observa mayor disponibilidad de Cd en S5, zona donde
es detectado un basural a cielo abierto. En los sitios en que se detecta Cd
en agua (S2, S3, S5), las concentraciones de este metal son superiores al
nivel guía de calidad para la protección de la vida acuática, agua dulce
superficial. El Zn y el Pb en los sedimentos de S6, ante variaciones en
el sistema pueden ser liberados con mayor facilidad a la columna de
agua que en los restantes sitios. Se trabajó con plantas nativas presentes
en S4 y S6. En S4 se analizan las siguientes especies vegetales Lemna
gibba, Alternanthera philoxeroides e Hydrocotyle ranunculoides (plantas
flotantes) y Schoenoplectus americanus (plantas emergentes). En S6
Eichhornia crassipes y Panicum elephantipes (plantas flotantes), y
Sagittaria motevidensis (planta emergente). Excepto L. gibba todas las
plantas tanto las flotantes como las emergentes muestran una mayor
concentración de Zn en los órganos subterráneos. En E. crassipes se
observa una elevada concentración de cobre en la biomasa subterránea,
y una traslocación a la biomasa aérea proporcionalmente menor que
para el zinc. Con respecto al cromo, es notoria la retención de cromo en
las raíces de E. crassipes. Los metales son acumulados en general en la
biomasa subterránea de las especies vegetales. La estrategia de tolerancia
que desarrollan las especies vegetales y el comportamiento diferencial
del sistema agua-sedimento en los distintos ambientes analizados,
deberían tenerse en cuenta a la hora de planificar el saneamiento de este
sistema.

Resumo
Esse trabalho apresenta uma análise da relação entre a
concentração de metais pesados em água e sedimentos do rio Matanza-
Riachuelo, um dos rios mais contaminados do mundo, e a capacidade
de absorção de metais por plantas nativas. Os locais escolhidos para este
estudo tem distintos graus de contaminação, devido o uso da terra. O
local analisado na parte baixa da bacia (S6: Riachuelo) é o que apresenta
maior estado de anoxia e maior concentração de sulfeto (S-2). Em S6 a
alta concentração de sulfeto determina a precipitação de Zn, Cd e Pb, e
não a de cromo. Em todos os locais amostrados a concentração de Zn e
Pb em sedimentos encontra-se acima do nível a partir da qual podem se
esperar efeitos adversos sobre os organismos aquáticos. A concentração

364
Experiências Argentinas e Brasileiras

de Zn em água (exceto S1) supera o nível orientador de qualidade para a


proteção da vida aquática. De acordo com o fracionamento sequencial dos
sedimentos, o Zn encontra-se mais disponível para a biota no Riachuelo
(S6). Na água, o cromo só foi detectado no Riachuelo, apesar da alta
concentração de sulfeto. Nos sedimentos de todos os locais estudados
não se detectou cromo nas frações trocáveis, indicando que não se
encontra prontamente disponível. O cromo nos sedimentos S6 alcança
concentrações muito altas associadas a efeitos biológicos diversos. A
concentração de Pb nas frações trocáveis dos sedimentos é maior em
S6. Em todos os locais (exceto S6) se supera o limite máximo de Pb
em água permitido para a proteção da vida aquática. Nos sedimentos a
concentração total de Cd se encontra acima do nível base para sedimentos
de rios poluídos e comparando a fração trocável dos sedimentos baixos
analisados, se observa maior disponibilidade de Cd em S5, zona onde
é detectado um aterro a céu aberto. Nos sítios que se detecta Cd em
água (S2, S3, S5), as concentrações deste metal são superiores ao nível
orientador de qualidade para a proteção da vida aquática em água doce
superficial. O Zn e o Pb nos sedimentos de S6, diante de variações no
sistema, podem ser liberados com maior facilidade na coluna de água do
que nos locais restantes. Trabalhou-se com plantas nativas presentes em
S4 e S6. Em S4 foram analisadas as seguintes espécies vegetais Lemna
gibba, Alternanthera philoxeroides e Hydrocotyle ranunculoides (plantas
superficiais) e Schoenoplectus americanus (plantas emergentes). Em
S6 Eichhornia crassipes y Panicum elephantipes (plantas superficiais),
e Sagittaria motevidensis (planta emergente). Exceto L. gibba todas as
plantas tanto as superficiais como as emergentes mostraram uma maior
concentração de Zn nos órgãos subterrâneos. Em E. crassipes observa-se
uma elevada concentração de cobre na biomassa subterránea e uma
translocação para a biomassa aérea proporcionalmente menor para
o Zinco. Com respeito ao cromo, é notória a retenção de cromo nas
raízes de E. crassipe. Os metais são acumulados em geral na biomassa
subterrânea das especieis vegetais. A estratégia de tolerância que
desenvolve as espécies vegetais e o comportamento diferencial do
sistema água-sedimento nos distintos ambientes analisados deveria
considerar a hora de planejar o saneamento deste sistema.

365
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Introducción
La liberación de metales pesados al ambiente como consecuencia
de la actividad humana genera una significativa contaminación de los
ecosistemas acuáticos a nivel global (Nriagu & Pacina, 1988).
El río Matanza-Riachuelo, colector principal de una cuenca de
2240 km2, atraviesa una de las zonas más densamente pobladas de la
Argentina, la ciudad de Buenos y sus alrededores, y se encuentra entre
los más contaminados de Latino América. Los últimos 14 km de este
río conforman el Riachuelo, que desemboca en el estuario del Río de
la Plata. Las aguas del Río de la Plata constituyen la principal fuente de
agua de bebida para la ciudad de Buenos Aires y alrededores. Estudios
realizados en los ríos Matanza-Riachuelo y Reconquista, pertenecientes
al Área Metropolitana de Buenos Aires reportan un elevado grado de
contaminación por metales pesados (Magdaleno et al., 2008; de Cabo
et al., 2005; Iorio et al., 2006; Salibián, 2006; Arreghini et al., 2007),
ubicándolos entre los más contaminados del mundo (Blacksmith
Institute, 2007). Estudios previos muestran niveles de metales en agua
que superan los niveles guía de calidad para la protección de la vida
acuática (Ley N° 24.051, Decreto 831/93) (Malpartida, 2003; Iorio et al.,
2006), indicando además que los sedimentos representan el principal
sumidero de contaminantes fundamentalmente por ofrecer una elevada
disponibilidad y diversidad de sitios de unión (Rendina et al., 2001a,b;
Rendina & Iorio, 2012).
La cuenca del río Matanza-Riachuelo es considerada la de mayor
relevancia regional, dada su intensa relación con el crecimiento urbano
ocurrido durante el siglo XX (Figura 1). Como consecuencia, registra
la mayor cantidad de problemas ambientales (Bonetto et al., 2001;
Malpartida, 2003). Se considera a la cuenca como un área crítica respecto
del estado de conservación dentro de las ecorregiones de América
Latina (Olson et al., 1998). En la cuenca se localizan ambientes rurales,
periurbanos y urbanos de la Provincia de Buenos Aires y la Ciudad
Autónoma de Buenos Aires, e incluyen las zonas más densamente
pobladas del país. La diversidad de usos del territorio de la cuenca, junto
con la histórica falta de control de descarga de efluentes industriales y
domésticos y falencias de infraestructura de agua y saneamiento, entre
otros, ha traído aparejado serios problemas en lo referente a la calidad
del agua escurrida, fundamentalmente en el sector inferior de la cuenca
(que posee el mayor grado de urbanización). Los efluentes industriales

366
Experiências Argentinas e Brasileiras

y los desechos cloacales son las principales fuentes de contaminación


hídrica. Otros graves problemas de naturaleza ambiental que sufre la
cuenca derivan de la contaminación y riesgos varios asociados a un Polo
Petroquímico, y la problemática de la disposición de residuos sólidos
(ACUMAR, 2009).
En la cuenca alta el origen de los contaminantes se debe
principalmente a efluentes de producción animal y a prácticas agrícolas
(Iorio et al., 2006; Iorio et al., 2008). En el área se encuentran tanto cultivos
de soja como producción extensiva e intensiva de ganado bovino (García
& Iorio, 2003; García & Iorio; 2005). La intensificación de los sistemas
de producción agropecuaria aumenta los flujos de energía y nutrientes
que dan lugar a procesos de contaminación de suelos y cuerpos de
agua. Estas actividades han producido además el aporte de importantes
cantidades de agroquímicos a los sistemas acuáticos, con el consiguiente
riesgo ambiental (García & Iorio, 2003; García & Iorio; 2005). En las
cuencas media y baja (Riachuelo), predominan los efluentes cloacales e
industriales y los lixiviados de basurales a cielo abierto, incrementando
notoriamente el grado de contaminación (Magdaleno et al., 2008; Iorio
et al., 2006).

Figura 1. Mapa de la Cuenca Matanza – Riachuelo y ubicación de los sitios


de muestreo.

367
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

En los suelos de la ribera y en los sedimentos del fondo del cauce


del río los contenidos de algunos metales pesados exceden los valores
base (Rendina & Iorio, 2012; Iorio et al., 2006) que, junto con la alta
carga orgánica, representan los principales contaminantes (Iorio et al.,
2008). De esta forma, los depósitos orgánicos constituyen una fuerte fase
adsorbente (Sparks, 1999; García & Iorio, 2003; Bargiela & Iorio, 2006)
e influyen significativamente sobre la movilidad de los contaminantes.
Virtualmente toda el agua de la superficie de la tierra contiene
sustancias orgánicas. Los sedimentos son el registro de los procesos
que ocurren en la columna de agua y constituyen el depósito final de la
materia orgánica autóctona y alóctona ya sea natural o antropogénica
que existe en un sistema (McDonald et al., 2007; Stutter et al., 2007;
Pedroza et al., 2008). El incremento de las concentraciones de metales
pesados por encima de los valores ambientales normales puede resultar
muy tóxico para diversos organismos, convirtiéndose en un tensor de
los ecosistemas acuáticos y terrestres (Peña Salamanca et al., 2005).
Los procesos de biosorción (Rearte & Iorio, 2009) y fitorremediación
(Arviza, 2004; Arreghini et al., 2006; Barros et al., 2010), basados en
la capacidad que tienen algunos organismos de captar y acumular
elementos contaminantes, representan una técnica alternativa de bajo
costo para la remoción y estabilización de metales (Weber, 2003).
Las sustancias húmicas componen una porción sustancial de la
materia orgánica refractaria en suelos, sedimentos y aguas superficiales
(Gaffney et al., 1996). Algunas de sus características proporcionan
información importante acerca de las condiciones de deposición
asociadas a la contaminación medioambiental (Schmidt et al., 2009;
Giovanela et al., 2010).
La mayor parte de los metales pesados presentes en el sistema agua-
sedimento de este río está unida a partículas sólidas. El tipo de unión
de los metales pesados a estos componentes sólidos es un factor decisivo
en su potencial movilidad y biodisponibilidad. Determinados cambios
en el ambiente geoquímico de los suelos y sedimentos, producidos
naturalmente o por acciones antrópicas, pueden favorecer la liberación
de los metales causando efectos adversos sobre los organismos. Para una
mejor comprensión de la influencia de metales tóxicos sobre la biota se
requiere determinar las formas disponibles del elemento (Rendina et al.,
2012) y el grado de toxicidad.

368
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tanto el papel de la actividad agropecuaria como generadora


de contaminantes (García et al., 2001), como los vertidos cloacales,
los desechos industriales, la presencia de basurales a cielo abierto en
la cuenca, las aguas pluviales contaminadas justifican el estudio de
la rehabilitación del sistema. La determinación de especies vegetales
capaces de absorber metales que se hallen en exceso significa un avance
importante en la búsqueda del equilibrio ambiental. Existe una estrecha
relación entre las características de un río y el tipo de vegetación de
las áreas circundantes a partir de la interacción entre el cauce y el área
de drenaje. Sin embargo, los corredores biológicos establecidos en las
llanuras de inundación han sido dramáticamente transformados,
especialmente en las regiones templadas. Las márgenes de muchos de
los arroyos y ríos de la provincia de Buenos Aires, en Argentina, han
sido completamente modificados (Faggi et al., 1999).
Con el objetivo de analizar la influencia del uso de la tierra
sobre el sistema agua - sedimento, distinguiendo a nivel de cuenca los
componentes urbano, periurbano y rural, y detectar la capacidad de
captación de metales por plantas nativas, se presentan los resultados
obtenidos en distintos sitios de muestreo.

Sitios de muestreo
Los sitios de muestreo, que se consideran en este trabajo, se
localizaron sobre el curso principal del Río Matanza y sobre tres de sus
principales arroyos afluentes: Morales, Rodríguez y Cañuelas (Figura
1). Los sitios ubicados sobre el Ao. Morales (S1) y el Ao. Rodríguez
(S2) representan zonas de la cuenca alta, en donde el uso de la tierra
es predominantemente agropecuario, con parcelas ocupadas en gran
parte con pastizales naturales de tipo herbáceo, matorrales y arbustos,
y algunas actividades ganaderas intensivas en S1 y extensivas en S2. El
sitio S3, también ubicado en la cuenca alta, sobre el arroyo Cañuelas
representa una zona periurbana en vías de expansión. El sitio S4 está
localizado en el curso principal del Río Matanza (cuenca media) y
dentro de un área donde el uso de la tierra es periurbano y con algunos
sectores con cultivo de soja. El sitio S5, ubicado también sobre el curso
principal y aguas abajo de la desembocadura del arroyo Cañuelas y del
arroyo Chacón, es receptor de efluentes industriales con tratamiento
inadecuado o inexistente. En este sitio, las tierras que bordean la margen
izquierda del río son utilizadas clandestinamente para el depósito
de desechos. El sitio S6 está localizado sobre el tramo inferior del río

369
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

denominado Riachuelo. Este sitio representa un área urbana e industrial


(cuenca baja), con asentamientos poblacionales precarios que ocupan
un área bastante extensa y basurales a cielo abierto.
En la Figura 2 se muestra el sitio correspondiente al Arroyo
Morales (S1). En esta zona se encuentra ubicado un establecimiento
de ganadería intensiva que descarga sus vertidos directamente sobre
el curso de agua del arroyo, a través de canales de sedimentación
realizados sobre suelos de la cuenca. La ineficiencia de estos canales ya
ha sido demostrada (García & Iorio, 2005). Sin embargo, los impactos
causados por la actividad agropecuaria sobre los sistemas lóticos de la
región no han sido extensamente analizados. En los feedlots se generan
grandes volúmenes de excretas, tanto líquidas como sólidas y una
alta concentración de nutrientes, sales, materia orgánica, patógenos y
demanda de oxígeno. La escorrentía proveniente de establecimientos de
engorde intensivo presenta concentraciones de nitrógeno y fósforo de
hasta cien veces superiores a las encontradas en escorrentías de campos
de pastoreo y agrícolas. Estas altas cargas de nitrógeno y fósforo que
alcanzan los cuerpos de agua superficiales estimulan la producción
primaria llevando a la aparición de floraciones algales, crecimiento de
perifiton y de macrófitas acuáticas.

Figura 2. Sitio S1, ubicado sobre el Arroyo Morales (cuenca alta).

370
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 3. Sitio S2, ubicado sobre el Arroyo Rodríguez (cuenca alta).

Figura 4. Sitio S3, ubicado sobre el Arroyo Cañuelas (cuenca alta).

371
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 5. Sitio S4, ubicado sobre el cauce principal del río Matanza-
Riachuelo (cuenca media).

Figura 6. Sitio S5, ubicado sobre el cauce principal del río Matanza-
Riachuelo, con presencia de basural a cielo abierto (cuenca media).

372
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 7. Sitio S6, ubicado sobre el cauce principal del río Matanza-
Riachuelo (cuenca baja).
El sitio S2, ubicado sobre el Arroyo Rodríguez, representa una
zona donde la actividad principal es la agropecuaria, como puede
apreciarse en la Figura 3.
En la Figura 4 se observa el sitio S3, ubicado sobre el arroyo
Cañuelas, también perteneciente a la cuenca alta, ésta es una zona
periurbana.
En la cuenca media del río Matanza-Riachuelo se ubican los sitios
S4 y S5, localizados sobre el cauce principal del río. El sitio S4 representa
una zona con uso de la tierra agrícola y periurbano (Figura 5). El sitio S5
se localizó cercano a un basural a cielo abierto (Figura 6).
El sitio S6 está ubicado en el último tramo del río denominado
“Riachuelo” y corresponde a un meandro, que continúa a un tramo
rectificado, en el cual la reducción en la velocidad de la corriente
favorece el desarrollo de vegetación acuática flotante (Figura 7). Este
sitio recibe la descarga de numerosas industrias químicas, curtiembres,
metalúrgicas, y además la descarga cloacal directa de un asentamiento
poblacional precario.

373
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Calidad del Agua


La mayor concentración de carbono orgánico total (COT) se registra
en S5, producto de los vertidos de la zona (Tabla 1). Allí, las descargas de
frigoríficos constituyen uno de los principales efluentes que recibe el río
y dan como resultado una alta carga orgánica principalmente en forma
disuelta. En consecuencia, también se observa una concentración de
oxígeno disuelto cercana a la anoxia (0,1 mg.L-1). En determinadas fechas
de muestreo esta área presentó mayor contaminación que S6.
Con respecto al Riachuelo (S6) también se detecta una alta
concentración de carbono orgánico total, con niveles de oxígeno disuelto
igual a 0 mg.L-1 (Tabla 1); estos resultados se atribuyen a que en esta zona
se localiza una descarga cloacal proveniente de asentamientos precarios,
y además una contaminación de origen industrial. Los sitios S3 y S4 son
los que presentan menor concentración de carbono orgánico total y una
alta concentración de oxígeno disuelto. Si bien el COT es alto en S1 y S2,
la concentración de oxígeno disuelto es mayor que en S5 y S6, resultado
que podría ser explicado por una mayor actividad fotosintética en los
primeros sitios.
Tabla1. Propiedades físico-químicas del agua. CE: Conductividad eléctrica; OD:
Oxígeno disuelto; SS: Sólidos suspendidos; COT: Carbono orgánico total; COP:
Carbono orgánico particulado.

Parámetros S1 S2 S3 S4 S5 S6
pH 7,00 7,50 7,50 7,40 7,60 7,15
Temperatura º(C) 20,5 22,1 20,1 17,1 16,7 21,4
CE (µmho.cm ) -1
700 1400 1100 1850 1600 1620
OD (mg.L-1) 2,6 4,4 6,7 6,7 0,1 0,0
SS (mg.L )
-1
153 86,7 70 4,7 119,7 161
COT (mg.L-1) 17,3 22,0 6,0 0,3 58,6 25
COP (mg.L ) -1
1,83 1,52 1,29 - 2,12 4,0

Sedimentos del fondo del cauce


Los sedimentos se consideran una mezcla heterogénea de
compuestos minerales y orgánicos. Los metales pueden asociarse a
esos componentes en forma intercambiable, unidos a sólidos amorfos
o incorporados en redes cristalinas. La sorción de los metales a los
sedimentos puede ser física, cuando los enlaces entre la molécula
sorbida y la superficie sólida son débiles (fuerzas de Vander Waals y
bipolares: Fracción intercambiable) y puede ser química cuando los

374
Experiências Argentinas e Brasileiras

enlaces de sorción son iónicos o covalentes. En resumen un sedimento


es una mezcla de componentes o fases geoquímicas a los cuales pueden
unirse los metales según la afinidad que estos presenten por esas fases.
La determinación directa de la asociación específica del metal en
el sedimento es muy difícil, debido a la gran variedad de fases del sólido
que pueden unir metales. El material sólido puede ser particionado
en fracciones, las cuales son extractadas selectivamente con el uso de
agentes químicos apropiados. Para efectuar esta determinación se ha
utilizado la extracción secuencial propuesta por Tessier et al. (1979).
El fraccionamiento de Tessier et al. (1979) tiene en cuenta cinco
fracciones: intercambiable, carbonato, óxidos de hierro y manganeso,
materia orgánica/sulfuros cristalinos, residual. Los metales extractados
en la fracción residual, se consideran altamente resistentes a ser liberados,
mientras que los metales extractados en las primeras cuatro fracciones
representan metales en las fases potencialmente móviles (fracción no
residual). La fracción intercambiable corresponde al metal que se une
al sedimento mediante fuerzas más débiles, por lo tanto constituye el
metal que puede ser liberado más fácilmente a la columna de agua, y por
ende está más disponible para la biota.

Metales en el sistema agua-sedimento


Zinc
Al analizar las fracciones de zinc en los sedimentos de cada sitio
(Figura 8a), se detecta que la mayor concentración de este metal se
encuentra en el Riachuelo (S6), y en este mismo sitio la concentración de
zinc en la fracción intercambiable (Zn-INT) es mayor que en los restantes
sitios de muestreo; el zinc unido a esta fracción es el más disponible para
la biota, y puede ser fácilmente liberado a la columna de agua. El zinc
en los sedimentos del Riachuelo se encuentra mayoritariamente en la
fracción fracción óxidos de hierro y manganeso (Zn-OX), luego le sigue
en importancia la fracción carbonato.
El aumento en la concentración de sulfuro disuelto en S6 como
puede apreciarse en la Figura 8c, podría ser responsable de la precipitación
del metal, disminuyendo así su concentración en el agua con respecto a
los restantes sitios (Figura 8b). La presencia de sulfuro disuelto, además
de indicar el estado anóxico del sistema estaría regulando la dinámica
del zinc.

375
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La concentración de Zn total en los sedimentos del Riachuelo


supera el nivel guía de calidad de sedimentos para la protección de la
vida acuática propuesto por el Ministerio del Ambiente de Canadá (124
µg.g-1; CCME, 1999), y el nivel base de referencia para sedimentos no
contaminados (95 µg.g-1; Salomón & Förstner, 1980).
En los sitios analizados excepto en S1, la concentración de zinc
en agua supera el nivel guía de calidad para la protección de la vida
acuática de agua dulce superficial (30 µg.L-1, Ley Nacional de Residuos
Peligrosos N° 24051, Decreto 831/93 de Argentina).
Las concentraciones totales de metales en el agua, al igual que la
de sulfuro disuelto, dependen de las precipitaciones acumuladas los días
previos a la toma de muestra (Iorio et al., 2006).

Figura 8. a) Concentración de Zn en las fracciones de los sedimentos de los


distintos sitios; b) Concentración de Zn en el agua (nivel guía de calidad:
30µg.L-1); c) Concentración de sulfuro disuelto.

Plomo
Al analizar la concentración de plomo en el sistema agua-
sedimento (Figura 9a) se observa que en los sedimentos de Riachuelo
(S6) se detecta la mayor concentración de Pb total (suma de fracciones)
(200µg.g-1); a su vez en este sitio se detecta la mayor concentración de
plomo intercambiable (Pb-INT). En los sedimentos el metal se encontró

376
Experiências Argentinas e Brasileiras

asociado principalmente a la materia orgánica (Pb-MO) y a la fracción


residual (Pb-RES); en esta última fracción el metal está ocluido en
minerales primarios o secundarios, lo que implica que ante cambios en
el sistema el plomo correspondiente a dicha fase geoquímica no estaría
disponible para ser liberado a la columna de agua. El sitio S5 ubicado
en una zona periurbana con influencia industrial, presenta también
concentraciones elevadas de Pb. Teniendo en cuenta la baja movilidad
del Pb en ambientes acuáticos y la ausencia de rutas cercanas al curso del
río en este sitio, probablemente la principal ruta de ingreso de este metal
al ecosistema se produzca vía deposición atmosférica por la quema de
residuos y por el lixiviado desde el basural.

Figura 9. a) Concentración de Pb en las fracciones de los sedimentos


de los distintos sitios; b) Concentración de Pb en el agua (nivel guía de
calidad: 1 µg.L-1); c) Concentración de sulfuro disuelto.
En todos los sitios de muestreo la concentración de este metal
en los sedimentos se encuentra por encima del nivel a partir del cual
pueden esperarse efectos adversos sobre los organismos acuáticos
(35 µg.g-1; CCME, 1999).
Con respecto a la concentración de Pb en aguas, la mayor
concentración se registra en S4 y S1 (Figura 9b), sitios cercanos a rutas.
En cambio en S6 este metal no es detectado (<1 µg.L-1), probablemente

377
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

se deba a la alta concentración de sulfuro (Figura 9c) presente que


permitiría la precipitación del metal. En todos los sitios (excepto en S6)
se supera el límite máximo permitido por la Ley Nacional de Residuos
Peligrosos N° 24051, para la protección de la vida acuática.
Cromo
La concentración de cromo fue detectada mayoritariamente en el
sistema agua-sedimento del Riachuelo (S6), producto de las curtiembres
de la zona. El cromo en el sedimento se encuentra principalmente
asociado a las fracciones óxidos de hierro y manganeso, y materia
orgánica/sulfuros cristalinos (Figura 10a). En estas fracciones el metal
está potencialmente disponible. No se detecta cromo intercambiable
(Cr-INT), indicando que no se encuentra inmediatamente disponible.

Figura 10. a) Concentración de Cr en las fracciones de los sedimentos de


los distintos sitios; b) Concentración de Cr en el agua (nivel guía de calidad:
2 µg.L-1); c) Concentración de sulfuro disuelto.
En el agua este metal sólo es detectado en el Riachuelo (Figura
10b), a pesar de la alta concentración de sulfuro disuelto (Figura 10c),
resultado que indica que la dinámica del cromo es diferente a la de los
metales anteriormente mencionados. La concentración total de Cr en
los sedimentos de S6 (983 µg.g-1) supera marcadamente el nivel guía
de calidad propuesto por el Ministerio del Ambiente de Canadá para

378
Experiências Argentinas e Brasileiras

sedimentos de agua dulce, el cual es de 37,3 µg.g-1 (CCME, 1999). Estos


niveles estarían asociados a efectos biológicos adversos, ya que los
valores superan el nivel de efecto probable (90 µg.g-1) (CCME, 1999).
Los sedimentos del Riachuelo son importantes sumideros de
cromo. En el agua del Riachuelo la concentración de cromo supera el
límite máximo permitido para la protección de la vida acuática, en agua
dulce superficial (2 µg.L-1 según Ley Nacional de Residuos Peligrosos N°
24051).
Cadmio
En la Figura 11a se observa que la concentración total de cadmio
en los sedimentos varió entre 1,6 y 4,0 µg.g-1, valores que se encuentran
por encima del nivel base para sedimentos de ríos no poluídos (0,2 µg.g-1;
Salomón & Förstner, 1980).

Figura 11. a) Concentración de cadmio en las fracciones de los sedimentos


de los distintos sitios; b) Concentración de cadmio en el agua (nivel guía de
calidad: 0,2 µg.L-1); c) Concentración de sulfuro disuelto.
En S5 la concentración total de cadmio en el sedimento (5 µg.g-1)
superó el nivel de efecto probable establecido por el Ministerio del
Ambiente de Canadá para sedimentos de agua dulce (3,5 µg.g-1; CCME,
1999). El sedimento en esta zona tiene una concentración muy alta de
Cd en la fracción intercambiable, indicando que ante una perturbación
en el sistema puede ser liberado fácilmente a la columna de agua.

379
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

En el agua de los sitios S2, S3 y S5 (Figura 11b) se detectan


concentraciones de Cd superiores al nivel guía de calidad para la
protección de la vida acuática para agua dulce superficial (Ley Nacional
de Residuos Peligrosos N° 24051). En cambio, en el agua de S6 no se
detecta cadmio; este resultado podría deberse a la precipitación del
metal como sulfuro (Figura 11c).
Factores de enriquecimiento
La concentración total de un metal en el sedimento no es
suficiente para determinar si el mismo está contaminado por actividades
antropogénicas. Se han utilizado una serie de factores para determinar
el enriquecimiento de los sedimentos por metales, con el objetivo de
distinguir sitios con contaminación antropogénica por metales de
aquellos con elevados valores atribuibles a su litología. Un factor que
utilizamos es el propuesto por Lesmes (1996).
[Me]total
f=
[Me]residual
Esta factor también expresa la movilidad del metal ya que si la
[Me]total > [Me]residual se cuenta con formas potencialmente móviles.

Figura 12. Factores de enriquecimiento de los sedimentos por los metales


en los distintos sitios. * Nótese que el valor de enriquecimiento de Cr en S6
se muestra dividido por un factor de 5, para la mejor visualización de los
restantes valores.

380
Experiências Argentinas e Brasileiras

En la Figura 12 se observan los factores de enriquecimiento en


los distintos sitios de muestreo. Como puede observarse el mayor factor
corresponde al cromo en el sitio S6 (81,9), le sigue en importancia el Zn
en ese mismo sitio, el plomo en S5, y por último el Cd también en S5.
A pesar que en S5 no se tiene la mayor fracción intercambiable de Pb,
hay que recordar que este factor tiene en cuenta todas las fracciones
potencialmente móviles, no solamente la de mayor disponibilidad.

Plantas acuáticas nativas de la Cuenca Matanza – Riachuelo


y su relación con metales.
Se realizó un relevamiento de las plantas acuáticas nativas de la
Cuenca Matanza-Riachuelo. En este trabajo se presentan las plantas
acuáticas presentes en dos sitios de la Cuenca: S4 y S6, con el propósito
de reflejar el contraste entre ambas partes de la cuenca.
En la Figura 13 se observan las plantas acuáticas flotantes y
emergentes presentes en el sitio S4. Alternanthera philoxeroides y
Hydrocotyle ranunculoides son plantas que si bien están arraigadas al
sedimento, los tallos y las hojas se encuentran tendidos sobre el agua,
por lo que la captación se produce principalmente por estas estructuras
desde el agua. Lemna gibba es una planta de hábito de vida flotante libre;
por razones metodológicas no se separaron las distintas estructuras (raíz
y hoja) para el análisis de los metales. Schoenoplectus americanus es una
planta palustre, es decir que se encuentra arraigada a los sedimentos de
la ribera que pueden estar o no cubiertos por el agua, por lo tanto su
captación se produce fundamentalmente desde los sedimentos.
En la Figura 14 se observan las plantas acuáticas presentes en el
sitio S6, sobre el tramo Riachuelo. Eichhornia crassipes es un planta
de hábito de vida flotante libre. Panicum elephantipes presenta tallos
y hojas tendidos sobre el agua y raíces adventicias. En ambos casos la
captación se produce en los órganos que se encuentran en contacto con
el agua. Sagittaria montevidensis es una planta palustre, y al igual que
S. americanus, la captación se produce principalmente a través de las
raíces y rizomas desde los sedimentos.
El tramo final del río Matanza-Riachuelo, en el cual se encuentra
ubicado el sitio S6, se encuentra severamente contaminado por acción
del hombre. Sin embargo, las elevadas concentraciones de metales
pesados registradas no han impedido el asentamiento de plantas
acuáticas flotantes o emergentes, probablemente como consecuencia de

381
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

su reducida biodisponibilidad (Serafini et al., 2008). Las concentraciones


de metales halladas en el sistema agua – sedimento de S4 fueron
inferiores a las detectadas en S6.

Figura 13. Plantas estudiadas en el sitio S4, con hábito de vida flotante:
a: Alternanthera philoxeroides (lagunilla), b: Hydrocotyle ranunculoides
(redondita de agua), c: Lemna gibba (lenteja de agua); y emergentes o
palustres: d: Schoenoplectus americanus (junco).

382
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 14. Plantas estudiadas en el sitio S6, con hábito de vida


flotante: a: Eichhornia crassipes (camalote), b: Panicum elephantipes
(canutillo) (Fuente: Lahitte & Hurrell, 1997), y emergentes o palustres:
c: Sagittaria montevidensis (saeta o flecha).
Las diferencias en la captación de elementos entre las diferentes
especies vegetales y su distribución en los tejidos dependen en gran parte
de la forma de vida, del sitio de absorción y de la función fisiológica del
elemento en la planta (Jackson, 1998; Serafini et al., 2007a; Valea, 2011).
Se han identificado a las estructuras subterráneas de plantas
acuáticas (raíz y/o rizoma) como los principales órganos de acumulación
de metales pesados, y se ha propuesto que esta inmovilización representa
una de las estrategias más frecuentes de detoxificación y tolerancia al
prevenir su traslocación a la biomasa aérea y el consiguiente daño a
las estructuras fotosintéticas (Cardwell et al., 2002; Deng et al., 2004;
Weis y Weis, 2004). Sin embargo, también se admite que las elevadas
tasas de traslocación a la biomasa aérea pueden sugerir la existencia de
eficaces mecanismos de detoxificación como los que caracterizan a las
especies hiperacumuladoras. Las grandes diferencias entre especies en
cuanto a su habilidad para incorporarlos, y la elevada heterogeneidad
de los ambientes acuáticos, fundamentalmente en relación con la
biodisponibilidad de estos contaminantes, son consideradas los
principales factores que condicionan la captación.

383
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Las plantas en S6 presentaron mayores concentraciones de Zn y


Cu (Figuras 17 y 18, respectivamente) en sus tejidos comparadas con
las de S4, debido a los altos niveles de estos metales registrados en el
sistema agua-sedimento del tramo Riachuelo (concentraciones de Cu en
sedimentos de S4: 45 µg.g-1 y de S6: 393 µg.g-1). Sagittaria montevidensis
fue la especie que mostró la mayor concentración de estos metales,
particularmente en raíces y rizoma. Considerando que la captación
de metales en las plantas de hábito de vida emergente se produce
principalmente desde el sedimento, se observa que en esta planta no
existe restricción a la captación de Zn y Cu unidos al sedimento, y además
que la traslocación hacia la biomasa aérea es baja. Esto contribuye a la
estabilización de estos metales en el sistema, disminuyendo el riesgo
de transferencia hacia otros eslabones de la cadena trófica. Excepto
Lemna gibba (lenteja de agua), debido a la dificultad de separar las
estructuras para el análisis, todas las plantas tanto las flotantes como
las emergentes muestran una mayor concentración de metales en los
órganos subterráneos. Panicum elephantipes a pesar de hallarse en uno
de los sitios más contaminados presentó concentraciones de Zn y Cu
en sus tejidos semejantes a los de las plantas del sitio S4, indicando que
no sólo la biodisponibilidad del metal es importante sino también que
existen características particulares de la biología de cada especie que
contribuyen a determinar su captación.

Figura 15. Concentración de zinc en los distintos órganos de las plantas


flotantes (Lg: L. gibba; Ap: A. philoxeroides; Hr: H. ranunculoides; Ec:
E. crassipes; Pe: P. elephantipes) y emergentes (Sa: S. americanus; Sm: S.
montevidensis) de los sitios S4 y S6.
La concentración de cobre en los órganos de las plantas sigue igual
patrón de distribución que el zinc, pero nótese que las plantas absorbieron
menos cobre, probablemente se deba a que este último metal en los dos

384
Experiências Argentinas e Brasileiras

sitios, tanto en el agua (S4: 11 mg Cu.L-1; S6: 54 mg Cu.L-1) como en el


sedimento, se encuentra en menor concentración que el Zn. En ambos
ambientes la concentración de Zn es aproximadamente 3 veces mayor
que la de Cu. En E. crassipes se observa una elevada concentración de
cobre en la biomasa subterránea, y una traslocación a la biomasa aérea
proporcionalmente menor que para el zinc.

Figura 16. Concentración de cobre en los distintos órganos de las plantas


flotantes (Lg: L. gibba; Ap: A. philoxeroides; Hr: H. ranunculoides; Ec:
E. crassipes; Pe: P. elephantipes) y emergentes (Sa: S. americanus; Sm: S.
montevidensis) de los sitios S4 y S6.
Con respecto al cromo (Figura 17), es notoria la retención en las
raíces de Eicchornia crassipes (camalote). El Cr es un metal con una
química redox compleja, comparativamente menos estudiado que Cu
y Zn, y cuya disponibilidad se encuentra fuertemente influenciada por
su estado de oxidación, que además determina su toxicidad (Losi et
al., 1994). Si bien en cantidades traza Zn, Cu y Cr son componentes
esenciales para la nutrición animal y humana, existen evidencias de que
elevadas concentraciones de Cr en agua pueden afectar severamente el
crecimiento vegetal, en forma independiente de su estado de oxidación
(Gardea-Torresdey et al., 2002). Por lo tanto sería esperable encontrar
concentraciones de metales altas en las plantas provenientes de S6, en
particular en las raíces de E. crassipes por su hábito de vida flotante y de
P. elephantipes, de la cual se analizaron las raíces adventicias (Serafini
et al., 2007b; Serafini et al., 2008). Estudios realizados por nuestro
equipo de trabajo han mostrado la capacidad de Eichhornia crassipes
de acumular altas concentraciones del metal sin detectar daño alguno
(Serafini et al., 2007b; Valea, 2011).

385
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 17. Concentración de cromo en los distintos órganos de las plantas


flotantes (Lg: L. gibba; Ap: A. philoxeroides; Hr: H. ranunculoides; Ec:
E. crassipes; Pe: P. elephantipes) y emergentes (Sa: S. americanus; Sm: S.
montevidensis) de los sitios S4 y S6.
Los metales son acumulados en general, en la biomasa subterránea,
de las especies vegetales. Esta estrategia de tolerancia que desarrollan las
plantas sería importante tenerla en cuenta al planificar el saneamiento
del sistema.

Conclusiones
La influencia del uso de la tierra es notoria en la calidad de las aguas
y sedimentos del río, los diferentes vertidos influyen marcadamente
sobre la afinidad de los metales pesados por los sedimentos. En las
plantas acuáticas nativas los metales son acumulados en general, en
la biomasa subterránea. La estrategia de tolerancia que desarrollan las
especies vegetales y el comportamiento diferencial del sistema agua-
sedimento en los distintos ambientes analizados, deberían tenerse en
cuenta a la hora de planificar el saneamiento de este sistema.

386
Experiências Argentinas e Brasileiras

Bibliografía
LA AUTORIDAD DE CUENCA MATANZA RIACHUELO - ACUMAR.
Actualización del Plan Director Básico de Drenaje Pluvial de la Cuen-
ca del Rio Matanza – Riachuelo. 2009. Disponível em: <http://www.
acumar.gov.ar/informes/.../Plan_Director_Drenaje_Pluvial.pdf. Acesso
em: jul. 2013.
ARREGHINI, S.; de CABO, L.; IORIO, A.F. de. Phytoremediation of two
types of sediment contaminated with Zn by Schoenoplectus ameri-
canus. International Journal of Phytoremediation, v.8, p.223-232, 2006.
ARREGHINI, S. et al. A methodological approach to water quality assess-
ment in an ungauged basin, Buenos Aires, Argentina. Geojournal, v.70,
p.281-288, 2007.
ARVIZA, J.M. Uso de plantas aromáticas como fitorremediadores. Evalua-
ción de sus productos. Monografia (Trabajo de intensificación para ob-
tener el título de Ingeniero Agrónomo) - Facultad de Agronomía, Uni-
versidad de Buenos Aires, Argentina, 2004. 61p.
BARGIELA, M.; IORIO, A.F.de. Contenidos de Cu y Pb en ácidos húmicos
y fúlvicos de sedimentos del cauce del Río Matanza- Riachuelo (Argen-
tina). In: GALLARDO LANCHO, J. (Ed.). Medioambiente en Ibero-
américa Visión desde la Física y la Química en los albores del siglo XXI.
Badajoz, España, 2006. p.611-620.
BARROS, M.J. et al. Fitorremediación con Especies Formadoras de Céspe-
des. In: GALLARDO LANCHO, J. (ed.). Contaminación, Descontami-
nación y Restauración Ambiental en Iberoamérica. España: [s.n.], 2010.
p.27-43.
BLACKSMITH INSTITUTE. The world´s worst polluted places. 2007. Dis-
ponível em: <http://www.blacksmithinstitute.org>.
BONETTO, C. et al. La Contaminación del Agua. In: BORTHAGARAY,
J. et al. (Eds.). Diagnóstico Ambiental del Área Metropolitana de Bue-
nos Aires. Sistema de Información Ambiental. Buenos Aires, Argentina:
FADU, 2001. p.107-137.
CARDWELL, A.J.; HAWKER, D.W.; GREENWAY, M. Metal accumulation
in aquatic macrophytes from southeast Queensland, Australia. Chemo-
sphere, v.48, n.7, p.653-663, 2002.
CANADIAN COUNCIL OF MINISTER OF THE ENVIRONMENT -
CCME. Canadian Sediment Guidelines for the Protection of Aquatic
Life. Canadian Environmental Quality Guidelines, 1999.

387
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de CABO, L.I. et al. Behaviour of main streamwater pollutants of Riachuelo


stream in waters of Río de la Plata estuary. In: SCARPATI, O.; JONES,
J.A.A. (Eds.). Environmental change and rational water use. Proceed-
ings of Commission for Water Sustainability of the International Geo-
graphical Union (IGU) International Conference. Buenos Aires, Argen-
tina, 2005. p. 203-214.
DENG, H.; YE, Z.H.; WONG, M.H. Accumulation of lead, zinc, copper,
and cadmium by 12 wetland plant species thriving in metal-contami-
nated sites in China. Environmental Pollution, v.132, n.1, p. 29-40, 2004.
FAGGI, A.M.; ARRIAGA, M.O.; ALISCIONE, S.S. Composición florística
de las riberas del Río Reconquista y sus alteraciones antrópicas. Revista
del Museo Argentino de Ciencias Naturales, v.1, n.1, p.1-6, 1999.
GAFFNEY, J.S.; MARLEY, N.A.; CLARK, S.B. Humic and fulvic acids and
organic colloidal materials in the environment. In: GAFFNEY, J.S.;
MARLEY, N.A.; CLARK, S.B. (Eds.). Humic and Fulvic Acids: Isola-
tion, Structure, and Environmental Role. Washington, DC: American
Chemical Society, 1996. 651p.
GARCÍA, A. et al. Evaluación del riesgo potencial de polución de un es-
tablecimiento de producción ganadera intensiva. Revista Internacional
Información Tecnológica Chile, v.12, n.3, p.37-42, 2001.
GARCÍA, A.R.; IORIO, A.F.de. Phosphorus distribution in sediments of
Morales Stream (tributary of the Matanza-Riachuelo River, Argentina).
The influence of organic point source contamination. Hydrobiologia,
v.1, n.3, p.1-10, 2003.
GARCÍA, A.R.; IORIO, A.F.de. Incidencia de la descarga de efluentes de
un feedlot en la calidad de agua del Arroyo Morales en Pampa Ondula-
da-Argentina”. Rev. Facultad de Agronomía-UBA, v.25, n.2, p.101-105,
2005.
GARDEA-TORRESDEY, J.L. et al. Formation and growth of Aunanoparti-
cles inside live alfalfa plants. Nanoletters, v.2, n.4, p. 397-401, 2002.
GIOVANELA, M. et al Chemical and spectroscopic characterization of hu-
mic acids extracted from the bottom sediments of a Brazilian subtropi-
cal microbasin. Journal of Molecular Structure, v.981, p.111-119, 2010.
IORIO, A.F.de. et al. Contaminantes en el Riachuelo y en el estuario del
Río de La Plata (Buenos Aires, Argentina). Efecto de las precipitaciones.
In: GALLARDO LANCHO J. (Ed.). Medio Ambiente en Iberoamérica.
Visión desde la Física y la Química en los albores del siglo XXI” Tomo
1, España, 2006. p.297-306.

388
Experiências Argentinas e Brasileiras

IORIO, A.F.de et al. Calidad de aguas y sedimentos del Río Matanza-Ri-


achuelo (República Argentina). Componentes: urbano, periurbano y
rural. In: BLESA, M.A.; DOS SANTOS ALFONSO, M.; TORRES, R.M.
(Eds.). Las fronteras de la física y la química ambiental en Iberoaméri-
ca: libro de actas del V Congreso Iberoamericano de Física y Química
Ambiental. Universidad Nacional de Gral. San Martín. San Martín, Ar-
gentina, 2008. p.450.
JACKSON, L.J. Paradigms of metal accumulation in rooted aquatic vascu-
lar plants. Sci. Total Environ., v.219, p.223–231, 1998.
LAHITTE, H.B.; HURRELL, J.A. Plantas de la Costa. L.O.L.A. [s.l.: s.n.],
1997. p.200.
LESMES, L.E. Estudio de un factor de movilidad en geoquímica ambiental.
In: Environmental Geochemistry in Tropical Countries. International
Symposium, 2., 1996, Cartagena, Colombia. Memorias…. Cartagena,
1996.
LOSI, M.E.; AMRHEIN, C.; FRANKENBERGER Jr, W.T. Environmental
biochemistry of chromum. Rev. Environ. Contam. Toxicol., v.136, p.91-
121, 1994.
MAGDALENO, A. et al. Water Pollution in an Argentine Urban River. Bull.
Environ. Contam. Toxicol., v.67, p.408-415, 2008.
MALPARTIDA, A.R. La cuenca del río Matanza-Riachuelo. Revisión de
antecedentes de recursos naturales, compuestos xenobióticos y otros
polutantes de la cuenca. [s.l.]: Multimedios Ambiente Ecológico, 2003.
144pp.
MCDONALD, S.et al. Isolation and seasonal effects on characteristics of
fulvic acid isolated from an Australian floodplain river and billabong.
Journal of Chromatography A, v.1153, p.203-213, 2007.
NRIAGU, J.O.; PACYNA, J.M. Quantitative assessment of worldwide con-
tamination of air, water and soils by trace metals. Nature, v.333, p.134-
139, 1988.
OLSON, D. et al. Freshwater biodiversity of Latin America and the Carib-
bean: A conservation assessment. Washington D.C: Biodiversity Sup-
port Program, 1998. 70p.
PEDROZA BENÍTEZ S. et al. Variaciones de la actividad diagenética en
los sedimentos de una presa contaminada en México. In: Congreso In-
teramericano AIDIS, 31., 2008, Santiago, Chile. Memorias…. Santiago,
2008.

389
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

PEÑA SALAMANCA, E.J.; PALACIOS PEÑARANDA, M.L.; OSPINA


-ÁLVAREZ, N. Algas como indicadoras de contaminación. Universidad
del Valle - Programa Editorial, 2005. 164 pp.
REARTE, T.A.; IORIO, A.F.de. Remoción de Cr y Pb en aguas mediante la
técnica de biosorción en vástagos de Schoenoplectus californicus. In:
Jornadas de Jóvenes Investigadores, 17., 2009, Argentina. Memorias…
Argentina: Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM),
Universidad, conocimiento y desarrollo regional, 2009.
RENDINA, A. et al. Formas geoquímicas de metales pesados en sedimen-
tos del río Matanza y principales afluentes. Rev. Mus. Argentino Cienc.
Nat., v.3, n.1, p.33-39, 2001a.
RENDINA, A. et al. Geochemical distribution and mobility factors of Cu
and Zn in sediments of the Reconquista River (Argentina). Internation-
al Journal of Environmental Pollution, v.7, n.4, p.180-186, 2001b.
Rendina A., Iorio, A.F. de. Heavy Metal Partitioning in Bottom Sedi-
ments of Matanza-Riachuelo River and main Tributary Streams. Soil
and Sediment Contamination, v.21, p.62-81, 2012
SALIBIÁN, A. Ecotoxicological assessment of the highly polluted Recon-
quista river of Argentina. Rev Environ Contam Toxicol., v.185, p.35-65,
2006.
SALOMONS W.; FÖRSTNER, U. Trace metal analysis on polluted sedi-
ments. II. Evaluation of enviroment impact. Environ Technol. Letts., v.1,
p.506-517, 1980.
SCHMIDT, F. et al. Molecular characterization of dissolved organic matter
in pore water of continental shelf sediments. Geochimica et Cosmochi-
mica Acta, v.73, n.11, p.3337-3358, 2009.
SERAFINI, R.J.M.; ARREGHINI, S.; IORIO, A.F.de. Could Sagittaria mon-
tevidensis be used in phytoremediation strategies? In: SCARPATI, O.E.;
JONES, J.A.A. (Eds.). Environmental change and rational water use.
Buenos Aires: Orientación Gráfica Editora, 2007a. p.203-214.
SERAFINI, R. et al. Alteraciones ultraestructurales en plantas de humedales
del Río Matanza-Riachuelo. In: Reunión Binacional de Ecología
“Ecología: la teoría y sus aplicaciones”, 3., 2007, La Serena, Chile. Me-
morias... La Serena, 2007b.
SERAFINI, R.J.M. et al. Dinámica de Zn, Cu y Cr en sedimentos, aguas y
plantas del río Matanza-Riachuelo: Implicancias para la fitorremedia-
ción. In: Congreso Iberoamericano de Química y Física Ambiental, 5.,
2008, Mar del Plata. Memorias… Mar del Plata, Argentina, 2008.

390
Experiências Argentinas e Brasileiras

SPARKS, D.L. Soil physical chemistry. [s.l.]: CRC Press, 1999. 409p.
STUTTER, M.I.; LANGAN, S.J.; DEMARS, B.O.L. River sediments provi-
de a link between catchment pressures and ecological status in a mixed
land use Scottish River system. Water Research, v.41, n.12, p.2803-2815,
2007.
TESSIER, A.; CAMPBELL, P.G.C.; BISSON, M. Sequential extraction pro-
cedure for the speciation of particulate trace metals. Analytical Chemis-
try, v.51, p.844-851, 1979.
VALEA, C.I. Acumulación de metales pesados en plantas acuáticas nativas:
Localización intra y extracelular: estrategias de tolerancia. 2011. 114f.
Tese (Doutorado em Ciencias Ambientais) - Facultad de Agronomía,
Universidad de Buenos Aires, Argentina, 2011.
WEBER, W.J. Control de la calidad del agua: procesos fisicoquímicos. [s.l.]:
Ed. Reverté, 2003. 654p.
WEIS, J.S.; WEIS, P. Metal uptake, transport and release by wetland plants:
implications for phytoremediation and restoration. Environment Inter-
national, v.30, p.685-700, 2004.

391
METAIS PESADOS EM SOLOS INTEMPERIZADOS
(Metales pesados en suelos intemperizados)

Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho e Everaldo Zonta

Resumo
O solo é um importante compartimento do ambiente e tem
capacidade de acumular muitos poluentes, apresenta grande risco
de contaminação ambiental, pois, se a sua capacidade for excedida,
as águas subterrâneas e a biosfera passam a ter sérios riscos devido à
transferência de poluentes. Entre esses poluentes, destacam-se os metais
pesados que, por serem bastante estáveis na natureza, são passíveis de
serem acumulados no solo e em sistemas biológicos ao longo do tempo.
A concentração total natural de metais pesados em solos depende,
principalmente, do tipo de material de origem sobre o qual o solo foi
formado, dos processos de formação e da composição e proporção dos
componentes da fase sólida do solo. Os valores médios de concentração
natural de metais pesados em nível mundial são amplos em decorrência
da diversidade de solos e das diferentes metodologias de extração e
análise utilizadas.
O aumento anormal das concentrações de metais pesados nos
solos de agricultura de alta tecnologia resulta da deposição atmosférica,
da aplicação de agrotóxicos, de resíduos orgânicos e inorgânicos
urbanos e industriais, de fertilizantes e corretivos e da irrigação com
água contaminada.
A atividade dos metais pesados no solo é controlada por inúmeras
reações químicas e pela atuação de processos físicos e biológicos. A
concentração do metal na solução do solo depende da forma na qual
o elemento se encontra no solo: forma orgânica, solúvel ou insolúvel,
precipitado como fase sólida, adsorvido etc. A adsorção de metais
pesados nos solos varia de solo para solo e é correlacionada com
propriedades do solo como pH, CTC, matéria orgânica, argila e óxidos

393
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de Fe, Mn e Al. O estudo da sequência de seletividade pode ajudar a


entender o comportamento da adsorção e dessorção dos metais em
relação aos diversos compostos do solo. Raio iônico e valência do
metal, eletronegatividade, caráter ácido‑base de Lewis e constantes
de hidrólises são usados para o estudo da seletividade encontrada nos
diversos trabalhos, porém, nenhum desses itens conseguiu explicar
sozinho o processo de adsorção ou de dessorção.

Resumen
El suelo es un importante componente del ambiente que tiene la
capacidad de acumular diversos contaminantes y representa un grande
riesgo de contaminación ambiental, puesto que; si su capacidad es
superada, las aguas subterráneas y la biosfera pasan a tener serios riesgos
debido a la transferencia de los contaminantes. Entre los contaminantes
se destacan los metales pesados; que debido a ser bastantes estables en la
naturaleza son propensos a ser acumulados en el suelo y en los sistemas
biológicos con el tiempo.
La concentración total natural de los metales pesados en el suelo
depende, principalmente, del tipo de material de origen sobre el cual
se formó, de los procesos de formación, composición y proporción
de los componentes de la fase sólida del suelo. Los valores medios de
concentración natural de los metales pesados a nivel mundial son
amplios debido a la diversidad de suelos y de las diferentes metodologías
de extracción y análisis utilizadas.
El aumento anormal de las concentraciones de metales pesados
en los suelos con una agricultura de alta tecnología es resultante de
la deposición atmosférica, de la aplicación de agrotóxicos, de residuos
orgánicos e inorgánicos urbanos e industriales, de los fertilizantes y del
riego con agua contaminada.
La actividad de los metales pesados en el suelo es contralada
por innumerables reacciones químicas y por la actuación de los
procesos físicos y biológicos. La concentración del metal en la solución
del suelo depende de la forma en la cual el elemento se encuentra
en el suelo o sea: forma orgánica, soluble o insoluble, precipitada,
adsorbida etc. La adsorción de metales pesados varía de un suelo para
otro y está correlacionada con las propiedades de los mismos, tales
como pH, CIC, materia orgánica, arcilla y óxidos de Fe, Mn y Al. El
estudio de la secuencia de selectividad puede ayudar a entender el

394
Experiências Argentinas e Brasileiras

comportamiento de la adsorción y desorción de los metales en relación


a los diversos compuestos del suelo. Radio atómico y valencia del
metal, electronegatividad, carácter ácido-base de Lewis y constantes
de hidrólisis son usadas para el estudio de la selectividad y han sido
encontradas en diversos trabajos, sin embargo, ninguna de estas
propiedades ha explicado por sí sola el proceso de adsorción o desorción.

Introdução
O homem tem contribuído para a poluição ambiental desde
a Revolução Industrial, que foi marcada pela queima de carvão na
geração de energia para as indústrias, liberando gases tóxicos na
atmosfera, além do grande consumo de recursos naturais. No passado,
a falta de conhecimento dos efeitos nocivos das substâncias químicas,
como metais pesados, ocasionou contaminações ambientais e sérios
problemas de saúde na população (SILVA e GUERRA, 2009).
A poluição, geralmente, é conseqüência da atividade humana
e se transformou em um grande problema ambiental, uma vez que
interfere no ambiente global da área afetada – solo, águas superficiais
e subterrâneas, ar, fauna e vegetação –, podendo ocasionar problemas
de saúde pública. No Brasil, a preocupação com as consequências da
poluição do solo, das águas subterrâneas e com a vulnerabilidade dos
ecossistemas é recente. Como o solo é um importante compartimento
do ambiente e tem capacidade de acumular muitos poluentes,
apresenta grande risco de contaminação ambiental, pois, se a sua
capacidade for excedida, as águas subterrâneas e a biosfera passam
a ter sérios riscos devido à transferência de poluentes. Entre esses
poluentes, destacam-se os metais pesados que, por serem bastante
estáveis na natureza, são passíveis de serem acumulados no solo e em
sistemas biológicos ao longo do tempo.
O termo metal pesado, embora não seja de fácil definição, é
reconhecido e utilizado mundialmente. Esse termo é adotado para
um grupo de metais e metalóides que estão associados com poluição e
toxicidade, sendo que esse termo também inclui alguns elementos que,
em baixa concentração, são essenciais aos organismos vivos (AMARAL
SOBRINHO et al., 2009). Metal tóxico é um termo alternativo à metal
pesado, mas é aplicado somente para elementos não essenciais, tais
como Pb, Cd, Hg, As e Tl1 (KABATA‑PENDIAS e PENDIAS, 2001),

1 Chumbo, cádmio, mercúrio, arsênio e tálio, respectivamente.

395
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

e para elementos biologicamente essenciais, utiliza-se potencialmente


tóxico tais como Co, Cu, Mn, Se e Zn2 (ALLOWAY, 1990).
Os órgãos de monitoramento ambiental necessitam de indicadores
de referência que sirvam para avaliar os impactos ambientais causados
pelas atividades antrópicas. Diante disso, a legislação brasileira estabelece
que o diagnóstico da contaminação do solo e águas subterrâneas seja
baseado em valores orientadores (CONAMA, 2009). Para esta avaliação,
são utilizados três valores orientadores: de referência de qualidade
(VRQ), de prevenção e de investigação. A proposição dos VRQs para
substâncias inorgânicas é realizada a partir da obtenção e avaliação dos
valores naturais de metais pesados em solos de referência de áreas não
impactadas.
A concentração total natural de metais pesados em solos depende,
principalmente, do tipo de material de origem sobre o qual o solo foi
formado, dos processos de formação e da composição e proporção dos
componentes da fase sólida do solo. Sua relação com o material de origem
é evidenciada quando o solo é formado in situ, ou seja, diretamente sobre
a rocha matriz, tornando‑se possível encontrar correlações significativas
e positivas entre o conteúdo de determinados elementos presentes na
rocha e os seus teores no solo. Por outro lado, para os solos originados
sobre sedimentos diversos, os quais já não guardam similaridade com
a composição das rochas que lhes deram origem, essa previsibilidade é
menos acentuada (FADIGAS et al., 2002).
Os valores médios de concentração de metais pesados em nível
mundial são amplos em decorrência da diversidade de solos e das
diferentes metodologias de extração e análise utilizadas (ABREU et al.,
2002).
Amostras das principais classes de solos do Brasil (Latossolo
e Argissolo) foram obtidas, em condições naturais, da soloteca da
EMBRAPA Solos (RJ) e correspondem aos horizontes A e B de 81 perfis.
Essas classes foram caracterizadas quanto aos teores pseudototais
de metais pesados – Cu, Zn, Fe, Mn, Cd, Cr, Ni3 – na tentativa de
correlacionar esses teores com algumas propriedades do solo (FADIGAS
et al., 2006). Em geral, as concentrações médias totais dos metais
foram inferiores tanto aos valores médios encontrados em referências
bibliográficas internacionais, com exceção do Cd. As amostras de
solo foram agrupadas por semelhança, utilizando‑se como variáveis
2 Cobalto, cobre, manganês, selênio e zinco, respectivamente.
3 Cobre, zinco, ferro, manganês, cádmio, crômio, níquel; respectivamente.

396
os conteúdos de argila, de silte, de Mn, de Fe e a capacidade de troca
de cátions (CTC) (Tabela 1). A partir desse agrupamento, foi possível
definir faixas de concentrações das variáveis de solos nos grupos, como
também obter uma aproximação dos teores naturais dos metais pesados
para outras amostras de solos com características similares às de cada
grupo (Tabela 2).
Tabela 1. Grupos formados pelas amostras de horizontes A e B da soloteca da
Embrapa (RJ) e seus respectivos teores de silte, argila, Fe, Mn e CTC (1).

Grupo CTC total Silte Argila Fe(2) Mn(2 )


mmolc kg ‑1
————————————g kg‑1———————————— ——mg kg‑1—
1 170±40 249±37 416±96 214 394±174
2 60±10 144±21 236±45 22±5 357±69
3 80±10 104±10 456±33 31±3 142±38
4 60±20 86±22 647±123 6210 126±47
5 110±30 106±32 827±52 24±4 68±34
6 40±10 36±8 122±20 61 57±17
7 50±10 81±11 264±26 122 63±15

Valores representam as médias (±desvio padrão) das variáveis em cada grupo (ver
explicações no texto). Concentração pseudototal média extraída com água régia (mistura
3:1 de HCl/HNO3).Fonte: FADIGAS et al. (2006).

Tabela 2. Teores pseudototais(1) de Cd, Co, Cr, Cu, Ni e Zn estimados por intervalo
de confiança (P=0,05) para cada grupo apresentado na Tabela 1, formado pelas
amostras de horizontes A e B da soloteca da Embrapa (RJ).

Grupo Cr Co Ni Cu Zn Cd
——————————————— mg kg‑1 ——————————————
1 30,0± 10,2 9,6±2,9 19,5±7,7 14,3±4,8 37,8±8,1 0,8±0,2
2 21,1± 8,7 7,8±1,8 10,8±4,6 10,6±5,3 23,4±5,6 0,7±0,2
3 38,4± 5,8 6,3±1,4 17,1±3,0 12,4±3,7 26,0±4,1 1,0±0,2
4 75,0± 9,8 5,3±2,9 29,9±4,7 8,0±3,7 21,2±6,7 1,8±0,7
5 54,5± 7,8 2,1±0,6 13,6±2,0 3,2±1,4 13,5±3,6 0,4±0,1
6 9,6± 2,4 1,7±0,3 2,7±0,6 1,6±0,4 5,4±1,0 0,2±0,1
7 25,3± 4,6 2,9±0,8 7,3±1,5 3,1±1,1 11,4±2,3 0,3±0,1
Média Geral 36 5 14 8 20 1
(1)
Metais extraídos com água régia (mistura 3:1 de HCl/HNO3)
Fonte: FADIGAS et al. (2006).

397
A Região de governo do Médio Paraíba, localizada ao sul do
Estado do Rio de Janeiro, é cortada pela Rodovia Presidente Dutra,
que interliga as principais capitais do país: Rio de Janeiro e São Paulo.
Esta Região está inserida no terço médio da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul, cujo rio corta a maioria dos municípios e apresenta
grande importância econômica pelo abastecimento hídrico e na geração
de energia elétrica para a Região Metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro através de sua transposição para o Rio Guandu, atendendo a
uma população de cerca de 8,5 milhões de habitantes. Mattos (2014),
visando estabelecer indicadores de qualidade ambiental para a região do
Médio Paraíba, determinou os valores naturais em solos representativos
da região para os elementos B, Ba, Co, Cr, Cu, Ni e Pb. As variáveis
do solo que mais se correlacionaram com os elementos foram Mn, Fe
e Mg, utilizadas para compor a função discriminante dos grupos. Os
VRQs foram propostos para o percentil 75 em três grupos homogêneos
formados pela análise de agrupamento. Neste percentil, os teores de Co,
Cr, Ni, Pb, Zn e Cr foram semelhantes aos obtidos em outros Estados
brasileiros e os teores de B e Ba, em geral, foram altos e os teores de Cu
foram baixos. A separação das amostras em três grupos, neste estudo,
expressou melhor a variabilidade existente no conjunto amostral. As
variáveis do solo Mn e Fe foram as que mais influenciaram nos teores de
elementos B, Ba, Co, Cu, Ni, Zn, Pb e Cr nos solos da Região do Médio
Paraíba-RJ, sendo utilizadas na função de classificação dos grupos. As
amostras do grupo 1 apresentaram os menores teores de B, Ba, Co, Cr,
Cu, Ni, Zn, Pb e Cr e encontram-se relacionados, principalmente, com
as baixas concentrações de Mn, Fe e Mg. Entretanto, para o grupo 2
foram observados os teores mais elevados Cr e B, e estão relacionados,
principalmente, com as concentrações mais elevadas de Fe. Para o grupo
3, verificou-se os teores mais elevados de Ba, Co, Cu, Ni, Zn, Pb, e estão
relacionados, principalmente, com as concentrações mais elevadas de
Mn e Mg (Tabela 3).

398
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabela 3. Teores naturais dos elementos B, Ba, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn nos solos da
Região do Médio Paraíba-RJ. Médias gerais, percentis 75* e 90** na separação em
três grupos.

Metal G1 G2 G3
média P75* P90** média P75 P90 média P75 P90
B mg kg -1
74 88 102 123 139 148 97 103 133
Ba mg kg-1 23 28 46 28 32 82 108 135 198
Co mg kg -1
2 3 4 5 6 11 11 15 16
Cr mg kg -1
32 40 51 50 58 77 49 53 65
Cu mg kg-1 3 4 8 9 12 16 13 16 18
Ni mg kg -1
4 5 6 7 9 13 11 14 18
Pb mg kg-1 10 14 16 14 15 22 15 18 20
Zn mg kg-1 20 24 31 24 28 33 41 48 65
Fonte: MATTOS (2014).

Fontes antropogênicas de contaminação


O aumento anormal das concentrações de metais pesados nos
solos de agricultura de alta tecnologia resulta da deposição atmosférica,
da aplicação de agrotóxicos, de resíduos orgânicos e inorgânicos
urbanos e industriais, de fertilizantes e corretivos e da irrigação
com água contaminada (ALLOWAY, 1990). O uso de agrotóxicos –
fungicidas, herbicidas e inseticidas –, por exemplo, contribui para o
acúmulo de metais pesados (NÚÑEZ et al., 2006), pois esses produtos
podem conter esses elementos na sua composição, como impurezas
ou sais de manganês, zinco, arsenatos de cobre e chumbo e compostos
metalo‑orgânicos usados em sua fabricação.
A introdução de metais pesados em sistemas de produção
agrícola é uma preocupação constante, uma vez que esses elementos
podem afetar a integridade do meio ambiente e a saúde humana
(FOLKES et al., 2001; EMBRICK et al., 2005). Alguns agroquímicos,
como os fertilizantes fosfatados, são, na literatura, reconhecidamente
fontes potenciais de incrementos nos teores de alguns desses elementos
no solo e nos vegetais (IRETSKAYA et al., 1998; CHIEN et al., 2003;
CAKMAK et al., 2010). Em Latossolos e Cambissolos, cultivados com
cana de açúcar, que receberam fertilizante fosfatado durante 25 anos,
os teores de Cd aumentaram em relação ao solo mantido sob condições
naturais (RAMALHO et al., 1999). O mesmo aconteceu em cultivos de
hortaliças na região serrana do estado do Rio de Janeiro que receberam
continuamente aplicações de agrotóxicos e fertilizantes fosfatados em

399
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Argissolos da microbacia de Caetés, em Paty do Alferes-RJ (RAMALHO


et al., 2000).
São escassos os artigos que consideram, de forma ampla, a
carga de metais pesados proveniente da aplicação conjunta de vários
agroquímicos – fertilizantes, substratos, fungicidas, herbicidas,
inseticidas, acaricidas, entre outros – em uma mesma cultura ou área,
como os trabalhos realizados por Santos et al. (2002); Santos et al.
(2003) e Núñez et al. (2006). Em alguns artigos, a estimativa de aporte
desses elementos pela aplicação de pesticidas considera apenas o metal
que faz parte do princípio ativo desses produtos (NICHOLSON et al.,
2003; LUO et al., 2009). Atualmente, essas estimativas estão associadas,
principalmente, ao Cu, Mn e Zn, considerando que os pesticidas a
base de Hg, As e Pb, muito utilizados no passado, foram proibidos em
diversos países (EMBRICK et al., 2005; LUO et al., 2009). No entanto,
a quantidade aportada de outros metais pesados, presentes nesses
produtos na forma de impurezas, pode ser elevada e de risco potencial ao
ambiente, dependendo das práticas de manejo adotadas e dos produtos
utilizados em diferentes culturas (SANTOS et al., 2002; 2003; NÚÑEZ
et al., 2006). Assim, o uso indiscriminado de agroquímicos tem causado
aumento da concentração desses elementos no solo, introduzindo‑os na
cadeia alimentar, conforme verificado em plantas de tomate (SANTOS
et al., 2002), de feijão (SANTOS et al., 2003) e de pimentão (NÚÑEZ et
al., 2006).
Nos últimos anos, atenção especial vem sendo dada aos níveis
de metais pesados nas folhas de plantas de tabaco para a produção
de cigarros, como também, ao desenvolvimento de estratégias para
sua redução (KELLER et al., 2005; LUGON-MOLIN et al., 2006;
GOLIA et al., 2007; LUGON-MOLIN et al., 2008; GOLIA et al., 2009;
ZAPRJANOVA et al., 2010; ZOFFOLI et al., 2013).
O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador
mundial de tabaco, responsável por cerca de 713.820 toneladas de
tabaco produzidas na safra 2010/2011, das quais 85% são destinadas às
exportações internacionais (SILVEIRA et al., 2010). O cultivo do tabaco
(Nicotiana tabacum) no Brasil ocupa uma área de, aproximadamente,
360.000 ha, e cerca de 95% da produção brasileira está concentrada na
região Sul do país, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná (SILVEIRA et al., 2010), com predominância (85%) do tabaco do
tipo Virgínia.

400
Experiências Argentinas e Brasileiras

Estudos sobre metais pesados em lavouras de tabaco brasileiras


são poucos e com baixa representatividade (LUGON-MOLIN et al.,
2006a; LUGON-MOLIN et al., 2008). Estudos recentes (ZOFOLLI
et al., 2013) avaliaram o aporte de metais pesados pela aplicação dos
principais agroquímicos utilizados nas lavouras de tabaco brasileiras.
Diferentes lotes de cinco fertilizantes, três substratos, oito inseticidas,
três fungicidas, dois herbicidas e um regulador de crescimento, mais
comumente utilizados no cultivo de tabaco na Região Sul do Brasil,
foram coletados em três entrepostos localizados nos Estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Estes foram analisados quanto
ao teor total para As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn. Os
resultados foram comparados com normas de diferentes países e com
informações reportadas da literatura internacional. Os fertilizantes
foram identificados como a principal fonte de incorporação de metais
pesados dentre os agroquímicos utilizados. Os pesticidas aplicados,
diretamente, na parte aérea das plantas de tabaco contribuem pouco
para o aporte de metais pesados. Segundo esses autores, os insumos
utilizados nas lavouras de tabaco brasileiras proporcionam, de uma
maneira geral, para os principais metais pesados mais tóxicos não
essenciais às plantas, um aporte menor do que o observado para a
maioria das lavouras em diversas regiões do mundo reportada pela
literatura internacional.
Entre as fontes antropogênicas de contaminação com metais
pesados do solo, a irrigação pode constituir fonte significativa,
principalmente, quando a água utilizada é proveniente de rios que
recebem grande carga poluidora (TILLER, 1989; RAMALHO et al.,
1999).
Outra fonte de contaminação é o lodo de esgoto, resíduo insolúvel
resultante do tratamento de águas residuais com a finalidade de torná‑las
menos poluídas, permitindo seu retorno ao ambiente sem que sejam
agentes de poluição (CHANG e DIAZ, 1994). A disposição final do
lodo de esgoto constitui, hoje, um dos grandes problemas da sociedade
moderna, especialmente nos grandes centros. A produção mundial
de lodo de esgoto, estimada em 2003, foi em torno de 20.109  t  ano‑1
(McGRATH, 2003). Nos Estados Unidos e nos países da Europa
Ocidental, foram produzidos, em meados da década de 90, 5,3 milhões
de toneladas de lodo anualmente (CHANG e DIAZ, 1994).
As concentrações e formas de metais pesados no lodo são
determinadas pela atividade e tipo de desenvolvimento urbano e

401
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

industrial da área que abastece a estação de tratamento (McGRATH,


2003).
Em estudos sobre a disponibilidade de metais pesados em
solos que receberam lodo de esgoto, podem ser observados diferentes
resultados, tais como disponibilidade prolongada de metais para a
absorção, causando elevadas concentrações de metais nos órgãos das
plantas por muitos anos após a aplicação do lodo (OLIVEIRA et al.,
2003); elevação nos teores de metais pesados em folhas e grãos de milho
até a terceira aplicação de lodo (RANGEL et al., 2006), sem que esse
aumento fosse suficiente para atingir o nível considerado fitotóxico,
nem para inviabilizar o uso de grãos para o consumo humano; e
aproximadamente a mesma disponibilidade de metais pesados ou até
menor após a aplicação de lodo (OLIVEIRA et al., 2005).
A fração da matéria orgânica do lodo resistente à decomposição
pode formar complexos (quelatos) com metais pesados, proporcionando
proteção contra a absorção desses elementos tóxicos pelas plantas e
contra a contaminação de cursos de água. Entretanto, a fração de ácidos
orgânicos solúveis pode formar complexos solúveis com metais pesados,
protegendo‑os de reações com os grupos funcionais de componentes
inorgânicos e aumentando a mobilidade desses poluentes nos solos
(CANELLAS et al., 1999; BEHLING, 2005). Os resíduos inorgânicos
presentes no lodo, tais como fosfatos, silicatos, óxidos e hidróxidos de
ferro e manganês, possivelmente, também contribuem para o aumento
da retenção de metais pesados com o tempo de aplicação, reduzindo os
riscos de contaminação (OLIVEIRA et al., 2003).
Com a implantação do parque siderúrgico brasileiro, a geração de
resíduos tem se tornado um problema grave, em razão dos impactos que
esses materiais podem causar aos ecossistemas terrestres e aquáticos
(AMARAL SOBRINHO et al., 1993). Desse modo, é importante que sejam
intensificadas as pesquisas integradas de aproveitamento dos resíduos
industriais, como uma maneira viável de minimizar tais impactos ou
como alternativa para a produção de corretivos e fertilizantes.
No Brasil, a produtividade de algumas culturas vem sendo
seriamente limitada em algumas regiões, pela deficiência de
micronutrientes. O problema é agravado em virtude da baixa
fertilidade dos solos, da remoção desses elementos nas colheitas e do
uso crescente de calcário e adubos fosfatados, que contribuem para
uma menor solubilidade dos micronutrientes. O emprego de alguns

402
Experiências Argentinas e Brasileiras

resíduos siderúrgicos como fertilizantes e corretivos agrícolas tem se


mostrado uma alternativa viável para o aproveitamento de subprodutos
da siderurgia. Esses resíduos apresentam, geralmente, teores elevados
de micronutrientes (ANDRADE et al., 2008). Entretanto, a aplicação de
resíduos no solo com finalidades agrícolas requer um estudo meticuloso
de modo a atender não só à legislação ambiental vigente, evitando, dessa
forma, a poluição de áreas produtivas, como também à regulamentação
que limita a concentração de poluentes nos alimentos, pois um dos
grandes problemas para o uso agrícola de resíduos é a presença de
metais pesados que, conforme a concentração, pode ser fitotóxica ou
entrar na cadeia trófica, causando contaminação da água subterrânea e
problemas à saúde do homem e de outros animais.
O resíduo siderúrgico proveniente da concentração de lama
de altos-fornos siderúrgicos apresenta elevadas concentrações de Zn
(FAVARIN e MARINI, 2000), entretanto, outros metais pesados são
normalmente encontrados nesse resíduo, entre eles, o Pb e o Cd. Os
efeitos da aplicação do resíduo siderúrgico como fonte de Zn para
plantas de arroz (Oryza sativa L.) e a toxicidade devida ao Cd e ao
Pb presentes no resíduo foram estudados em experimento de casa de
vegetação por Andrade et al. (2008). Utilizando amostras superficiais
de um Latossolo Vermelho‑Amarelo e de um Neossolo Flúvico com a
variedade de arroz (Oryza sativa L.) BRS Curinga, foram aplicadas quatro
doses de resíduo: 94, 281, 844 e 2531  kg  ha‑1. As plantas crescidas no
Neossolo Flúvico apresentaram maior produção de matéria seca, maior
acumulação de Zn e menor de Cd. As plantas de arroz desenvolvidas no
Latossolo, mais ácido, apresentaram menor produção de matéria seca,
menor acumulação de Zn e maior de Pb e de Cd. Pelas características
apresentadas nos solos estudados e pela fitotoxicidade do Pb e do Cd nas
plantas desenvolvidas no Latossolo, esses autores não recomendaram
a utilização desse resíduo como fonte de Zn para a cultura do arroz.
Resultados semelhantes foram encontrados por Accioly et al. (2000),
que avaliaram o resíduo da indústria siderúrgica pó de forno elétrico
(PFE) como fonte de micronutrientes e contaminantes para o milho,
em condições também de casa de vegetação. Utilizou-se como substrato
um Cambissolo álico, onde foram aplicados três níveis de calcário (0; 2;
e 4 t ha-1) e cinco tratamentos: (1) sem fornecimento de micronutrientes
(testemunha); (2) com fornecimento de micronutrientes via fontes
de reagentes p.a.; e com (3) 250, (4) 500 e (5) 1.000 kg ha-1 de PFE. A
produção de matéria seca só variou significativamente na presença

403
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de calagem. Os tratamentos com PFE proporcionaram aumentos na


produção de biomassa em relação à testemunha, porém, apresentaram
resultados inferiores aos obtidos pela aplicação de micronutrientes via
fontes p.a. O PFE atuou como fonte de micronutrientes, principalmente
de Zn e de Fe, e a presença de Cd e Pb foi detectada na matéria seca da
parte aérea. O risco de contaminação do solo e dos alimentos por metais
pesados presentes no PFE pode limitar seu uso agrícola como fonte de
micronutrientes.
A atividade de produção de armas e munição e o posterior
descarte que, sem controle adequado desses materiais no ambiente, vêm
aumentando as concentrações de metais pesados no solo, ocasionando
sérios problemas de contaminação ambiental. Uma área de destruição
de munição localizada no município de Seropédica-RJ foi estudada por
Guedes et al. (2012). Nessa área, foi adotado um sistema de amostragem
que seguiu a orientação de um grid com espaçamento de 5 x 5 metros,
definindo-se 30 pontos de amostragem. Em cada ponto, retiraram-se
amostras em cinco profundidades até 1,00 m.
Com a finalidade de avaliar a área sob influência do local de
destruição de munição, foi realizada amostragem no entorno da área,
bem como, um caminhamento paralelo ao canal de drenagem principal
até o seu exutório no rio Ribeirão das Lajes. Nesse percurso, além da
amostragem de solo, foram retiradas amostras de sedimentos de fundo
e de águas superficiais. As amostras foram secas ao ar, destorroadas,
peneiradas e submetidas à abertura com água régia (HCl:HNO3, 3:1)
com a finalidade de determinação de pseudototais e extração sequencial
(método BCR) para o fracionamento geoquímico.
Verificou-se dependência espacial, concluindo-se que a
variabilidade espacial das concentrações dos metais pesados na área não
foi simplesmente aleatória; em sua totalidade ou parcialmente, os metais
apresentaram semivariância estruturada. Para avaliar a contaminação
de Pb, Cd e Cu no solo utilizado para destruição de munição, utilizou-se
os valores orientadores propostos pelo CONAMA (2009). Os resultados
demonstraram que, para o Pb, 37% das amostras encontraram-se acima
do valor de intervenção, 49% estavam acima do valor de prevenção e
abaixo do de intervenção e apenas 14% abaixo do valor de prevenção.
De forma semelhante, os resultados indicaram que 67% das amostras,
tanto para Cd, como para Cu, apresentaram concentrações acima do
valor de prevenção e inferiores ao de intervenção, sendo que apenas

404
Experiências Argentinas e Brasileiras

33% apresentaram-se abaixo do valor de prevenção e acima do valor


de referência de qualidade. Entretanto, nas amostras de sedimentos de
fundo, foram verificadas concentrações de Pb, Cd e Cu mais elevadas
apenas nos pontos mais próximos da área de destruição, corroborando
que a área contaminada restringe-se à área de destruição e suas
proximidades.
Os resultados também demonstraram, nas análises de águas
superficiais, que as concentrações de Pb e Mn foram superiores aos
padrões para lançamento de efluentes em corpos d’água – 0,5 mg.L-1 e
1,0 mg.L-1, respectivamente – apenas nos pontos localizados na saída da
área de destruição de munição. Nesses pontos, observou-se as
concentrações mais elevadas de Pb e Cu associados à fração química de
maior impacto ambiental, i.e, fração ácido solúvel, demonstrando, de
forma clara, o alto risco de contaminação das águas superficiais e do
lençol freático e explicando as concentrações elevadas de Pb nas
amostras de águas superficiais coletadas na saída da área de destruição.

Sorção de metais pesados em solos intemperizados


O processo de sorção, que envolve adsorção, precipitação e
polimerização (DICK et al., 2009). A adsorção consiste no acúmulo de um
íon ou molécula na interface sólido-líquido ou sólido-gás (ALLEONI et
al., 2009). Ao contrário da sorção, a dessorção é o mecanismo de liberação
de um íon ou molécula retido na fase sólida para a solução do solo
(MEURER et al., 2010). A matéria que se acumula no arranjo molecular
bidimensional na interface sólido-líquido é chamada adsorbato,
enquanto a superfície sólida onde existe o acúmulo de adsorbato é
chamada adsorvente (SPOSITO, 2008). Os adsorbatos podem ser íons
ou moléculas. Os adsorventes são os colóides do solo.
Os fenômenos de sorção são importantes mecanismos reguladores
da disponibilidade de metais pesados no solo.
As cargas superficiais dos colóides podem ser permanentes ou
dependentes do pH do solo. As cargas permanentes são decorrentes de
substituição isomórfica, processo que ocorre durante a formação do
mineral. Estas cargas existem na superfície de argilas de alta atividade,
como a montmorilonita, independente das condições do meio. As
cargas dependentes de pH (ou cargas variáveis) variam conforme o
pH do solo. As substâncias húmicas, as argilas de baixa atividade e os
óxidos possuem este tipo de carga.

405
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Existem dois tipos de complexos de superfície: os complexos


externos (ou complexos de esfera externa) e os complexos internos
(ou complexo de esfera interna). Os complexos externos são formados
quando existe uma ou mais moléculas de água entre o grupo funcional
e o íon ou molécula. Este processo também é conhecido como adsorção
não específica, uma vez que envolve ligações que são facilmente
reversíveis, de natureza eletrostática, o que os torna menos estáveis que
os complexos internos. Os íons são deslocados entre colóide e solução
do solo em quantidades equivalentes. Os complexos internos ocorrem
quando é estabelecida uma ligação covalente ou iônica entre grupos
funcionais da superfície de colóides e íons presentes na solução do solo,
sem existência de moléculas de água entre adsorvente e adsorbato.
Devido à força e estabilidade das ligações, este fenômeno, que é quase
irreversível, também é chamado de adsorção específica. A estrutura
eletrônica do cátion e o grupo funcional de superfície são os principais
fatores que interferem na formação de complexos de esfera interna
(SPOSITO, 2008).
A atividade dos metais pesados no solo é controlada por inúmeras
reações químicas e pela atuação de processos físicos e biológicos. A
concentração do metal na solução do solo depende da forma na qual
o elemento se encontra no solo: forma orgânica, solúvel ou insolúvel,
precipitado como fase sólida, adsorvido etc. A concentração do metal
pesado na fase solúvel é governada por reações ácido‑base; reações com
ligantes orgânicos e inorgânicos na solução; reações com grupamentos
funcionais orgânicos e inorgânicos na superfície da fase sólida;
precipitação e dissolução na solução; reações de oxi‑redução; e reações
de troca catiônica. Além disso, as formas solúveis do metal podem
ser assimiladas por plantas e microorganismos ou passar à água de
drenagem e se perder no perfil (AMARAL SOBRINHO et al., 2009).
A adsorção de metais pesados nos solos varia de solo para solo
e é correlacionada com propriedades do solo como pH, CTC, matéria
orgânica, argila e óxidos de Fe, Mn e Al4 (McBRIDE, 1994). Esses
óxidos são capazes de adsorver grandes quantidades de metais pesados
(BACKERS et al., 1995; ARAÚJO e AMARAL SOBRINHO, 2000), que
também podem ser adsorvidos por colóides orgânicos (CANELLAS et
al., 1999) e inorgânicos, entre os quais se incluem os minerais de argila
(McBRIDE, 1994; ALLEONI et al., 2009).

4 Alumínio.

406
Experiências Argentinas e Brasileiras

Na adsorção não específica, os cátions5 Ca2+, Ba2+ e Mg2+ podem


deslocar o metal ligado eletrostaticamente aos sítios negativos das
hidroxilas funcionais das argilas silicatadas e dos óxidos de Fe, Mn
e Al. O mecanismo aqui envolvido é o de formação de complexo de
esfera externa. Esse complexo formado, na condição em que há grande
afinidade do metal de transição hidrolisado pela superfície adsorvente,
pode evoluir para um complexo de transição (McBRIDE, 1994), no qual
há liberação de um próton e a estrutura formada torna-se aberta (Figura
1). Já na adsorção específica, os cátions Ca2+, Ba2+ e Mg2+ não conseguem
deslocar os íons metálicos fortemente adsorvidos, há liberação de dois
prótons e a estrutura fica fechada (Figura 2). O mecanismo envolvido
nesse caso é o de formação de complexo de esfera interna (KALBASI et
al., 1978) e a adsorção se dá por grande afinidade estereoquímica, apesar
do potencial elétrico desfavorável.

Figura 1. Esquema de adsorção por complexos de transição com uma


estrutura aberta (KALBASI et al., 1978).

Figura 2. Esquema de adsorção específica com uma estrutura fechada e


com enlace em ponte (KALBASI et al., 1978).

5 Ca = cálcio, Ba = bário e Mg = magnésio.

407
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

A adsorção específica pode ocorrer inclusive com níveis mais


baixos de pH (abaixo do PCZ, Ponto de Carga Zero), mas a reação de alta
especificidade ocorre com níveis de pH mais altos, com a formação de
espécies metálicas hidrolisadas (McBRIDE, 1994). Hidrólise e adsorção
são vistos como fenômenos associados devido ao envolvimento de
hidroxila na adsorção de espécies hidroximetálicas pelos óxidos de
Fe, Mn e Al. A elevação do pH leva a uma hidrólise parcial dos metais
divalentes, M(OH)+, e ao aumento do balanço de carga negativa na
superfície (FONTES et al., 2001) e da adsorção (ARAÚJO et al., 2002),
de forma que para muitos metais pesados esta pode ser irreversível.
A presença de ligantes na solução do solo capazes de interagir
com os íons metálicos pode ter grande efeito sobre o comportamento
adsortivo, e esse papel deve ser considerado nos sistemas naturais,
já que podem tornar mais solúveis determinados metais traços. A
adsorção é acompanhada de liberação de prótons, que se originam tanto
da superfície adsorvente, quanto da primeira camada de hidratação do
íon adsorvido. Devido à grande afinidade pela forma hidrolisada, o
equilíbrio da solução é deslocado no sentido de se produzir um aumento
na adsorção (SPOSITO, 2008).
A adsorção depende diretamente do grau de cristalinidade e da
morfologia da superfície do adsorvente (SPOSITO, 2008). Por exemplo,
acredita‑se que na gibsita e na boemita os grupamentos hidroxila
presentes nessa superfície, coordenados por, pelo menos, dois íons Al3+,
sejam inativos na adsorção específica de metais de transição e, por isso,
formam apenas um complexo de esfera externa, sendo que a ligação do
grupamento hidroxila da gibsita é eletrostaticamente satisfeita e não tem
tendência à coordenação posterior com cátions metálicos (McBRIDE,
1994) (Figura 3).

Figura 3. Esquema de corte transversal da superfície da gibsita.

408
Experiências Argentinas e Brasileiras

Em contraste, a superfície defeituosa possue grupamentos


hidroxila coordenados por um átomo de Al. Os átomos de oxigênio
desses grupamentos não têm sua carga formal completada pelo cátion
estrutural, de maneira que eles tendem a protonar ou desprotonar, sendo
a carga do oxigênio compensada por um cátion multivalente, como o
Cu2+ formando um complexo de esfera interna e caracterizando uma
adsorção específica:
Al‑OH]‑1/2 + H+  ‑Al‑OH2]+1/2
Al‑OH2] +½ + Cu+2+  ‑Al‑O‑Cu] +½ + 2H+
Desde que os metais adsorvidos não sejam isotopicamente
trocáveis e presumindo que não estão em equilíbrio com a fase solúvel,
a conversão observada de metais de uma forma lábil – isotopicamente
trocável – em não lábil é uma indicação de que a adsorção envolve
processos que não são inteiramente reversíveis. O processo de troca
isotópica requer a quebra da ligação metal‑óxido que é relativamente
lenta por causa da energia de ativação relativamente alta requerida para
a quebra da ligação superfície‑metal (dessorção), enquanto a reação de
adsorção é rápida e controlada por difusão (McBRIDE, 1994). Então,
pode‑se afirmar que a adsorção de metais pesados por óxidos de Fe
e Al acontece em duas etapas: uma rápida, com estrutura aberta na
superfície de troca, formando um complexo de transição com uma
adsorção não específica (Figura 1); seguida por um processo lento e
contínuo de adsorção específica (BACKERS et al., 1995; OLIVEIRA et
al., 2003), formando um complexo de esfera interna com uma estrutura
fechada (Figura 2).
A retenção de cátions adsorvidos especificamente pode tornar‑se
mais forte com o tempo, com a difusão do cátion para dentro do
precipitado ou com um rearranjo local de íons na rede cristalina
do mineral, aumentando a sua cristalinidade. Em alguns casos, a
cristalização de um precipitado amorfo pode comprimir cátions
estranhos oclusos; eles podem, então, se tornar concentrados no exterior,
na zona amorfa (BECKETT, 1989).
A matéria orgânica tem grande afinidade pelos metais pesados
presentes no solo. Em razão de sua configuração e profusão de grupos
fenólicos e, principalmente, carboxílicos, tal afinidade se manifesta
de duas formas: a matéria orgânica proporciona sítios de adsorção
(específicos ou não), sendo, portanto, similar à adsorção de argilas
silicatadas e óxidos; e atua como agente complexante do metal na

409
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

solução do solo. Esses complexos são de grande importância, pois


podem manter o metal em solução a um pH em que este poderia
estar precipitado. Considera‑se importante o papel exercido por esses
complexos no transporte de metais, bem como em torná‑los ou não
indisponíveis no solo (STEVENSON, 1977).
Os ácidos húmicos e fúlvicos podem formar complexos solúveis e
insolúveis com cátions polivalentes. Como os ácidos fúlvicos possuem
massa molar relativamente mais baixa do que os ácidos húmicos e
grande profusão de grupos ácidos, os complexos formados com ácidos
fúlvicos são mais móveis . Assim como nos colóides inorgânicos, em
que a adsorção aumenta com o pH, nos colóides orgânicos a adsorção
também aumenta, porque com a elevação do pH, os grupos fenólicos
e, principalmente, carboxílicos estão dissociados (CANELLAS et al.,
1999).
Podem existir dois tipos de ligação entre matéria orgânica e
metal pesado na formação de complexos do tipo 2:1 – dois ligantes
para um metal – e 1:1 – um ligante para um metal. Os complexos 2:1
são formados em meio ácido e têm baixa relação Me2+/ácido húmico.
Nesse complexo, o metal se liga a duas moléculas individuais e produz
estruturas encadeadas, tipo quelato. Com o aumento da relação Me2+/
ácido húmico, há a formação do complexo do tipo 1:1. Na Figura 4,
podem ser observadas essas ligações (STEVENSON, 1977).

410
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 4. Reações de ligação de íons metálicos aos ácidos húmicos


(STEVENSON, 1977).
Com aumento do pH, e com relação Me2+/ácido húmico elevada,
há a formação de complexo 1:1. Em pH mais alto, também ocorre a
desprotonação de grupamentos ácidos mais fracos, com formação de
ligação do tipo iônica – complexo de esfera externa. A união do tipo
eletrostática necessita de um só grupo ligado ao cátion para dar uma
estrutura aberta. A formação de complexos de esfera interna ou externa
dependerá das condições experimentais. Contudo, muitas evidências
mostram a tendência de Cu2+, por exemplo, formar complexos de
esfera interna, enquanto muitos dos outros metais de transição (Mn2+,
Fe2+, Co2+) e os metais alcalinos terrosos (Ca2+, Mg2+) tendam a formar
complexos de esfera externa (McBRIDE, 1994).
A complexação de esfera externa pode passar para complexos de
esfera interna em altos níveis de adsorção, com um equilíbrio entre a
coordenação de esfera interna e externa, a qual é sensível a fatores tais
como a extensão de ocupação do sítio pelo metal, o pH e o estado de
hidratação:
M(H2O)X2+ + A‑  MA‑ + x H2O

411
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

O grau de ocupação do sítio afeta o equilíbrio porque pequenas


quantidades do metal podem se ligar nos sítios com altíssima preferência
para o metal. O pH elevado gera uma grande população superficial de
ligantes complexantes, A‑, e parece favorecer a formação de complexação
de esfera interna de metais, que são retidos como íons hidratados
(solvatados ou complexos de esfera externa) em pH baixo (McBRIDE, 
1994).
Complexos de caulinita com ácidos húmicos têm uma propensão
maior a adsorver Cd do que a argila sozinha. A quantidade de Cd
adsorvido está diretamente relacionada ao conteúdo de ácidos húmicos
do complexo e, mais especificamente, à quantidade de grupamentos
carboxílicos existentes (TAYLOR & THENG, 1995). Existem vários
estágios intermediários na ligação dos metais traços com os compostos
do solo, indo desde adsorvidos superficialmente – ligações fracamente
covalentes –, até serem incorporados às formas estruturais através de
reações de dissolução, precipitação, transformações microbianas e
outras reações do solo que alteram a natureza da superfície do solo
(AMARAL SOBRINHO et al., 2009).

Seletividade de metais pesados nos colóides do solo


O estudo da sequência de seletividade pode ajudar a entender
o comportamento da adsorção e dessorção dos metais em relação aos
diversos compostos do solo. A afinidade de metais traços pelos diversos
compostos dos solos depende da quantidade e do tipo de sítios existentes,
da concentração e do tipo de metais competidores, do tempo de adsorção,
do pH do solo e das condições experimentais. Raio iônico e valência
do metal, eletronegatividade, caráter ácido‑base de Lewis e constantes
de hidrólises são usados para o estudo da seletividade encontrada nos
diversos trabalhos, porém, nenhum desses itens conseguiu explicar
sozinho o processo de adsorção ou de dessorção (ARAÚJO et al., 2002).
A adsorção depende do grau de ocupação dos sítios de adsorção
– quantidade de metal adsorvido em relação à quantidade de sítios
de adsorção existentes – da qualidade e quantidade de metais
competidores, além de outros fatores já citados. Numa condição real
de grande ocupação dos sítios, os sítios restantes, apesar de serem
específicos, podem ser ocupados por outros metais. Por exemplo, em
altos níveis de adsorção, Cd2+ parece ter a mesma afinidade que o Ca2+
pelos sítios de ligação do solo. Entretanto, em baixos níveis de adsorção,

412
Experiências Argentinas e Brasileiras

Cd2+ é fortemente preferido ao Ca2+. Em geral, metais alcalinos terrosos


tendem a ter uma razão de troca mais rápida com o aumento do raio
iônico não solvatado. Entretanto, os metais de transição não seguem
essa regra. (PULS e BOHN, 1988; McBRIDE, 1994).
As superfícies dos óxidos de Fe, Mn e Al possuem seletividade
para certos metais pesados, e essa seletividade se dará conforme a
eletronegatividade do metal e a tendência desse metal em se hidrolisar,
i.e, a afinidade de um metal de transição parece estar também associada
ao valor da constante de formação do primeiro hidroxicomplexo
(SPOSITO, 2008; McBRIDE, 1994). Na Tabela  4 são apresentadas
algumas sequências de seletividade encontradas na literatura (PULS &
BOHN, 1988).
Tabela 4. Sequências de seletividade de adsorção para diversos metais.

Composto Ordem de Seletividade de adsorção


Turfa Pb2+>Cu2+>>Cd2+ >Zn2+ >Ca2+
Fe amorfo Pb2+ >Cu2+>Zn2+ >Ni2+ >Cd2+ >>Co2+>Sr2+>Mg2+
Al amorfo Cu2+>Pb2+> Zn2+ >Ni2+ >Co2+>>Cd2+ > Mg2+ > Sr2+
ácido fúlvico Cu2+>Mn2+ >Mg2+ >Ca2+
Fe e Al amorfos Cu2+>Zn2+ >Ni2+ >Cd2+
Ácido húmico Cu2+>Cd2+ >Zn2+ >Ni2+
Goethita Cu2+>Pb2+> Zn2+ >Co2+>Cd2+
Fe amorfo Pb2+> Cu2+>Zn2+ >Cd2+
Solos origem vulcânica Pb2+> Cu2+>Zn2+ >Cd2+ >Ni2+
Solos com óxidos Fe Zn2+ >Ni2+ >Cd2+
Hematita Pb2+> Cu2+>Zn2+ >Co2+ >Ni2+
Fe amorfo Pb2+> Cu2+>Zn2+ >Ni2+ >Cd2+ > >Co2+>Sr2+> Mg2+

Fonte: PULS & BOHN (1988).

Araújo et al. (2002) estudaram a ordem de seletividade, por meio


dos parâmetros dos modelos de isotermas de Langmuir e Freundlich
para os metais Pb, Cu, Zn, Cd e Ni no horizonte superficial das principais
classes de solos brasileiros. Os autores verificaram que Pb e Cu foram os
que apresentaram maior adsorção (Tabela 5).

413
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 5. Sequência de adsorção de metais em amostras de horizontes superficiais de doze


classes de solos de acordo com KF e KLb das isotermas de Freundlich e de Langmuir.

Solo*** Sequência
O KF* Pb > Cu > Zn > Cd > Ni
KLb** Cu > Pb > Cd > Zn > Ni
Lba KF Pb. > Cu > Cd > Ni > Zn
KL b Pb > Zn > Cu > Ni > Cd
LR KF Pb > Cu > Cd > Zn > Ni
KL b Pb > Cu > Ni > Zn > Cd
LB KF Pb > Cu > Cd > Zn > Ni
KL b Pb > Cu > Cd > Ni > Zn
PV KF Pb > Cu > Cd > Zn > Ni
KL b Pb > Ni > Cu > Cd > Zn
TB KF Pb > Cu > Zn > Ni > Cd
KL b Pb > Cu > Zn > Ni > Cd
LA KF Pb > Cu > Zn > Cd > Ni
KL b Pb > Cu > Zn > Ni > Cd
LE2 KF Pb > Cu > Zn > Cd > Ni
KL b Pb > Zn > Cu > Ni > Cd
LV KF Pb > Cu > Cd > Zn > Ni
KL b Pb > Cu > Ni > Cd > Zn
PE KF Pb > Cu > Cd > Ni > Zn
KL b Pb > Cu > Cd > Ni > Zn
LE1 KF Pb > Cu > Zn > Ni > Cd
KL b Pb > Cu > Ni > Zn > Cd
PA KF Pb > Cu > Cd > Zn > Ni
KL b Pb > Cd > Cu > Zn > Ni

* Constante de Freundlich, ** Tampão de Langmuir,


*** Simbologia de acordo com identificação original
O = Organossolo; Lba = Latossolo Bruno Álico, Textura argilosa;
LR = Latossolo Vermelho, textura muito argilosa;
LB = Latossolo Bruno, textura muito argilosa;
PV = Argissolo vermelho‑Amarelo, textura arenosa;
TB = Terra Bruna, textura argilosa;
LA = Latossolo Amarelo, textura arenosa;
LE2 = Latossolo Vermelho, textura arenosa;
LV = Latossolo Vermelho, textura média/argilosa;
PE = Latossolo Vermelho, textura arenosa;
LE1 = Latossolo Vermelho, textura argilosa;
PA = Argissolo Amarelo, textura média/argilosa.
Fonte: ARAÚJO et al. (2002).

414
Experiências Argentinas e Brasileiras

Referências Bibliográficas
ABREU, C.A.; ABREU, M.F.; BERTON, R.S. Análise química do solo para
metais pesados. Tópicos em Ciência do Solo, Viçosa, MG, v.2, p.645-
692, 2002.
ACCIOLY, A.M.A.; FURTINI NETO, A.E.; MUNIZ, J.A. Pó de forno elétrico
de siderurgia como fonte de micronutrientes e de contaminantes para
plantas de milho. Pesq. Agropec. Bras., v.35, n.7, p.1483-1491, 2000.
ALLEONI, L.R.F.; MELLO, J.W.V.; ROCHA, W.S.D. Eletroquímica,
adsorção e troca iônica no solo. In: ALLEONI, L.R.F.; MELLO, V.F.
(Ed.). Química e Mineralogia do Solo, Parte II – Aplicações. Viçosa:
SBCS, 2009. 685p.
ALLOWAY, B.J. Heavy Metals in soils. [s.l.]: Blackie and Son Ltd, 1990.,
339p.
AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; BARRA, C.M.; LÃ, O.R. Química dos
metais pesados no solo. In: MELO, V.F. E ALLEONI, L.R.F. (Eds.).
Química e Mineralogia do Solo, Parte II – Aplicações, Viçosa: SBCS,
2009. 685p.
AMARAL SOBRINHO, N.M.B. et al. Aplicação de resíduo siderúrgico
em um latossolo: efeitos na correção do solo e na disponibilidade de
nutrientes e metais pesados. R. Bras. Ci. do Solo, v.17, n.2, p.299-304,
1993.
ANDRADE, A.F.M. et al. Avaliação da Influência de zinco, cádmio e
chumbo em plantas de arroz (orysa sativa L.) cultivadas em solo com
adição de resíduo siderúrgico. R. Ci. Rural, v.38, p.229-233, 2008.
ARAÚJO, W.S.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B. Influência das propriedades
físicas e químicas de solos intemperizados na adsorção de chumbo,
cobre e zinco. Floresta e Ambiente, v.7, p.167-180, 2000.
ARAÚJO, W.S. et al. Relação entre adsorção de metais pesados e atributos
químicos e físicos de classes de solo do Brasil. R. Bras. Ci. do Solo, v.26,
p.17-27, 2002.
BACKERS, C.A. et al. Kinetics of cadmium and cobalt desorption from
iron and manganese oxides. Soil. Sci. Soc. Am. J., v.59, n.3, p.778-785,
1995.
BECKETTT, P.H.T. The use of extractants in studies on trace metals in
soils, sewage sludges and sludge treated soils. Ad. in Soil Sci., v.9, p.143-
176, 1989.
BEHLING, M. Avaliação do potencial agrícola e dos impactos provocados
pela aplicação de resíduos industriais em área de planossolo, no campus

415
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

da UFRRJ. 2005. 51f. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) –


Departamento de Solos, Instituto de Agronomia, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2005.
CAKMAK, D. et al. Soil Properties and Trace Elements Contents Following
40 Years of Phosphate Fertilization. Journal of Environmental Quality.,
v.39, p.541-547, 2010.
CANELLAS, L.P. et al. Adsorção de Cu+2 e Cd+2 em ácidos húmicos
extraídos de resíduos orgânicos de origem urbana. Ciência Rural, v.29,
p.2‑26, 1999.
CHANG, A.C.; DIAZ, J.L. Foreword Symposium ID20: Rational use of
sewage sludge and other waste material in agriculture. In: 15th World
Congress of Soil Science, v.3, p.427- 429, 1994.
CHIEN, S. H. et al. A comparison of cadmium availability from granulated
and bulk-blended phosphate with potassium fertilizers. Journal of
Environmental Quality, v.32, p.1911-1914, 2003.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução
no 420. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do
solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes
para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas
substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 2009. 16p.
DICK, D.P. et al. Química da Matéria Orgânica do Solo. In: MELO, V.F.E.;
ALLEONI, L.R.F. (Eds.). Química e Mineralogia do Solo, Parte II –
Aplicações, Viçosa: SBCS, 2009. 685p.
EMBRICK, L.L. et al. Characterization of lead and arsenic contamination
at Barber Orchard, Haywood County, NC. Microchemical Journal, v.81,
n.1, p.117-121, 2005.
FADIGAS, F. et al. Estimation of reference values for cadmium, cobalt,
chromium, copper, lead and zinc in Brasilian soils. Comm. Soil Sci.
Plant Anal, v.37, n.7, p. 945-959, 2006.
FADIGAS, F.S. et al. Concentrações naturais de metais pesados em algumas
classes de solos brasileiras. Bragantia, v.62, n.2, p.151-159, 2002.
FAVARIN, J.L.; MARINI, J.P. Importaância dos micronutrientes para a
produção de grãos. Sociedade Nacional de Agricultura, 2000. Disponível
em: http:<//www. snagricultura.org.br/artigos/artitec‑micronutrientes.
htm>. Acesso em: abr. 2006.
FOLKES, D.J., KUEHSTER, T.E.; LITLE, R.A. Contributions of pesticide
use to urban background concentrations of arsenic in Denver, Colorado,
U.S.A. Environmental Forensics, v.2, n.2, p.127-39, 2001.

416
Experiências Argentinas e Brasileiras

FONTES, M.P.F.; CAMARGO, O.; SPOSITO, G. Eletroquímica das


partículas coloidais e sua relação com a mineralogia de solos altamente
intemperizados. Scientia Agrícola, v.58, n.3, p.627-646, 2001.
GOLIA, E.E.; DIMIRKOU, A.; MITSIOS, I.K.. Accumulation of Metals on
Tobacco Leaves (Primings) Grown in an Agricultural Area in Relation
to Soil. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology, v.79,
n.2, p.158-162, 2007.
GOLIA, E.E.; DIMIRKOU, A.; MITSIOS, I.K. Heavy-Metal Concentration
in Tobacco Leaves in Relation to Their Available Soil Fractions.
Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.40, p.106-120,
2009.
GUEDES, J. N. et al. Concentration and Spatial Distribution of Lead in
Soil Used for Ammunition Destruction. Bulletin of Environmental
Contamination and Toxicology, v.89, n.1, p.775-781, 2012.
IRETSKAYA, S.I., CHIEN, S.H.; MENON, R.G. Effect of acidulation of
high cadmium containing phosphate rocks on cadmium uptake by
upland rice. Plant and Soil, v.201, p.183-188, 1998.
KABATA‑PENDIAS, A.; PENDIAS, H. Trace elements in soils and plants.
3.ed. Boca Raton: CRC Press, 2001. 413p.
KALBASI, M.; RACZ, G.J.; RUDGERS, L.A. Mechanism of zinc adsorption
by iron and aluminum oxides. Soil Sci., v.125, n.3, p.146 -1 150, 1978.
KELLER, C. et al. Reduction of cadmium availability to tobacco (Nicotiana
tabacum) plants using soil amendments in low cadmium-contaminated
agricultural soils: a pot experiment. Plant and Soil, v.276, p.69-84, 2005.
LUGON-MOULIN, N. et al. Cadmium content of phosphate fertilizers
used for tobacco production. Agronomy for Sustainable Development,
v.26, p.151-155, 2006.
LUGON-MOULIN, N. et al. Cadmium concentration in tobacco (Nicotiana
tabacum L.) from different countries and its relationship with other
elements. Chemosphere, v.63, p.1074-1086, 2006a.
LUGON-MOULIN, N. et al. Arsenic Concentration in Tobacco Leaves: A
Study on Three Commercially Important Tobacco (Nicotiana tabacum
L.) Types. Water, Air, and Soil Pollution, v.192, p.315-319, 2008.
LUO, L. et al. An inventory of trace element inputs to agricultural soils in
China. Journal of Environmental Management, v.90, p.2524-2530, 2009.
MATTOS, A. G. Valores de Referência de Qualidade e Adsorção de
Metais Pesados em Solos da Região do Médio Paraíba - RJ. 2014. 101f.
Dissertação (Mestrado), 2014.

417
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

McBRIDE, M.B. Environmental chemistry of soils. Oxford University


Press, 1994. 406p.
McGRATH, S.P. Long‑term studies of metal transfers following application
of sewage sludge. In: Coughtrey, P.J.; Martin, M.H.; Unsworth, M.H.
(Eds.). Pollutant, Transport and Fate in Ecosystems. Oxford: Blackwell
Scientific Publications, 2003. p.301-317.
MEURER, E.J.; RHEINHEIMER, R.D.; BISSANI, C.A. Fenômeno de
Sorção em Solos. In: MEURER, E.J. (Ed.). Fundamentos de Química do
Solo. 4.ed. Porto Alegre: Evangraf, 2010. 266p.
NICHOLSON, F.A. et al. An inventory of heavy metals inputs to agricultural
soils in England and Wales. The Science of the Total Environment, v.311,
p.205-219, 2003.
NÚÑEZ, J.E.V.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; MAZUR, N. Sistema de
preparo do solo e acúmulo de metais pesados no solo e na cultura do
pimentão (Capsum Annum L.). Ciência Rural, v.36, p.113-119, 2006.
OLIVEIRA, C.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; MAZUR, N. Solubilidade
de metais pesados em solos tratados com lodo de esgoto enriquecido. R.
Bras. Ci. Solo, v.27, p.171-181, 2003.
OLIVEIRA, C. et al. Efeitos da aplicação de lodo de esgoto enriquecido
com cádmio e zinco na cultura de arroz. R. Bras. Ci. Solo, v.29, p.28-35,
2005.
PULS, R.W.; BOHN, H.L. Sorption of cadmium, nickel, and zinc by
kaolinite montmorillonite suspensions. Soil Sci Soc. Am. J., v.52, n.5,
p.1289‑1292, 1988.
RAMALHO, J.F.P.G.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; VELLOSO, A.C.X.
Contaminação da microbacia de caetés com metais pesados pelo uso
de agroquímicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.1289-1303,
2000.
ramalho, j.f.g.p.; amaral sobrinho, n.m.b.; velloso, a.c.x. Acúmulo de metais
pesados em solos cultivados com cana‑de‑açúcar pelo uso contínuo de
adubação fosfatada e água de irrigação. R. Bras. Ci. Solo, v.2, p.97-979,
1999.
RANGEL, O.J.P. et al. Efeito de Aplicações de Lodo de Esgoto sobre teores
de metais pesados em folhas e grãos de milho. R. Bras. Ci. Solo, v.30,
p.583-594, 2006.
SANTOS, F.S.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; MAZUR, N. Influência de
diferentes manejos agrícolas na distribuição de metais pesados no solo e
em plantas de tomate. R. Bras. de Ci. Solo, v.26, p.535-543, 2002.

418
Experiências Argentinas e Brasileiras

SANTOS, F.S.; AMARAL SOBRINHO, N.M.B.; MAZUR, N. Conseqüências


do manejo do solo na distribuição de metais pesados em um agrossistema
com feijão de vagem (Phaseolus vulgaris L.). R. Bras. Ci. Solo, v.27,
p.191-198, 2003.
SILVA, F.I.A.; GUERRA, S.M.G. Analysis of the energy intensity evolution in
the Brazilian industrial sector – 1995 to 2005. Renawble and Sustainable
Energy Rewies, v.13, n.9, p.2589-2596, 2009.
SILVEIRA, D. et al. Anuário brasileiro do tabaco. Santa Cruz do Sul:
Editora Gazeta Santa Cruz, 2010. 160 p.
SPOSITO, G. The Chemistry of Soils. 2.ed. New York: Oxford University
Press, , 2008. 330 p.
STEVENSON, F.J. Nature of divalent transition metal complexes of humic
acids as revealed by a modified potentiometric titration method. Soil
Sci., v.123, p.10-17, 1977.
TAYLOR, M.D.; THENG, B.K.G. Sorption of cadmium by complexes of
kaolinite with humic acid. Commun. Soil Sci Plant Anal., v.26, p.765-
776, 1995.
TILLER, K.G. Advances in Soil Science. In:_. Heavy metals in soils and
their environmental significance. New York: Springer‑Verlag, v.9,
p.113–114, 1989.
ZAPRJANOVA, P. et al. Correlation between soil characteristics and lead
and cadmium content in the aboveground biomass of Virginia tobacco.
Environmental Monitoring and Assessment, p.253-261, 2010.
ZOFOLLI, H. et al Inputs of heavy metals due to agrochemical use in
tobacco fields in Brazil s Southern Region. Environmental Monitoring
and Assessment, v.185, n.2, p.2423-2437, 2013.

419
VALORES ORIENTADORES DE METAIS PESADOS EM
SOLOS: PANORAMA MUNDIAL E BRASILEIRO
(Valores orientadores de metales pesados en suelos:
panorama mundial y brasileño)

Erica Souto Abreu Lima, Marcio Osvaldo Lima Magalhães e


Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho

Resumo
A avaliação da contaminação de uma área é realizada através
da comparação dos elementos encontrados em um solo com valores
de referência estabelecidos pela legislação. A distribuição natural de
metais pesados nos solos ocorre de forma generalizada, porém, em
quantidades distintas, devido à natureza do material de origem, dos
fatores de formação, processos pedogenéticos e dos atributos que são
diferenciados em cada região, alterando suas concentrações no solo.
Dessa forma, é imprescindível a determinação de valores orientadores
para cada região. Em diversos países a regulamentação destes valores já
está bem estabelecida, entretanto no Brasil ainda é recente a adoção de
um instrumento que forneça as diretrizes do gerenciamento de áreas
contaminadas por metais pesados. Alguns grupos de pesquisa do Brasil,
nas últimas duas décadas, direcionaram suas pesquisas à obtenção de
teores naturais de metais nos solos, objetivando auxiliar na construção
de valores orientadores para suas regiões. Diante disso, o presente
artigo promove um levantamento das principais metodologias e valores
utilizados internacionalmente, bem como, faz uma abordagem sobre a
legislação vigente no Brasil, como está o andamento das pesquisas em
relação ao tema e levanta os principais desafios para a padronização
dos valores de referência de qualidade. Finalizando com uma análise
comparativa de alguns valores de referência encontrados na literatura.

421
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Resumen
La evaluación de la contaminación de un área se realiza a través de
la comparación entre los elementos encontrados en un suelo y los valores
de referencia establecidos por la legislación. La distribución natural de
metales pesados en los suelos ocurre de forma generalizada, pero en
cantidades distintas; debido a la naturaleza del material de origen, los
factores de formación, los procesos pedogenéticos y los atributos que
son diferenciados en cada región, alterando sus concentraciones en
el suelo. De esta forma es imprescindible la determinación de valores
orientadores para cada territorio. La regulación de estos valores ya está
bien establecida en diversos países, sin embargo en Brasil aún es reciente
la adopción de un instrumento que establezca las directrices para la
gestión de áreas contaminadas por metales pesados. No obstante, en
las últimas dos décadas, algunos grupos de investigación de Brasil,
dirigen sus investigaciones a la obtención de tenores naturales de
metales pesados en los suelos, con el objetivo de ayudar a la obtención
de valores orientadores para sus regiones. En el presente artículo se
realiza un levantamiento de las principales metodologías y valores
utilizados internacionalmente, así como un abordaje de la legislación
vigente en Brasil, el estado actual de la temática y un levantamiento
de los principales desafíos para la estandarización de los valores de
referencia de calidad. Finalmente se hace un análisis comparativo de
algunos valores de referencia encontrados en la literatura.

Introdução
Durante séculos, o desenvolvimento econômico decorrente da
Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem
considerados. Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição e os
impactos ambientais do desenvolvimento desordenado eram visíveis,
mas os benefícios proporcionados pelo progresso os justificavam como
um “mal necessário” (GOLDEMBERG e BARBOSA, 2004). A partir da
escassez dos recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da
população mundial e à intensidade dos impactos ambientais, surge o
conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural.
O meio ambiente é uma das preocupações centrais de todas as
nações, sendo um dos assuntos que despertam grande interesse em
todos os países, independentemente do regime político ou sistema
econômico. As consequências dos danos ambientais não se confinam

422
Experiências Argentinas e Brasileiras

mais aos limites de determinados países ou regiões, mas ultrapassam


fronteiras (MONTE BLANCO e LINK, 2001).
Apesar da proteção do solo, e a consequente proteção à saúde
humana, estar bem regulamentada há vários anos em diversos
países do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos,
ainda encontram-se bastante incipiente em diversos países em
desenvolvimento. Estes países não apresentam ao menos uma política
ambiental. Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo
de conhecer a dinâmica dos contaminantes no sistema solo como
chave para o sucesso no monitoramento e na mitigação de impactos
ambientais.
Ainda que estejam presentes naturalmente em solos, os
aumentos na concentração dos metais pesados podem ocorrer tanto
em razão de processos naturais (intemperismo), quanto por atividades
antropogênicas, como mineração, aplicação de defensivos agrícolas e
fertilizantes, lodos de esgotos urbanos e/ou industriais (CAMARGO
et al., 2001). Outra peculiaridade dos metais é o fato de não serem
modificados ou degradados, como acontece com os contaminantes
orgânicos. Dessa forma, mantendo-se a fonte contaminante, ocorre a
acumulação progressiva e persistente do metal no solo (BIONDI, 2010).
A determinação dos valores naturais da presença de metais no solo
é o primeiro passo para a definição de valores orientadores de situações
de contaminação. Se faz essencial para a construção de uma legislação
voltada para o monitoramento e intervenção legal condizentes com a
realidade local, evitando intervenções inadequadas que incorram em
prejuízos financeiros e sociais (BAIZE e STERCKEMAN, 2001).
Diante disso, o monitoramento de impactos ambientais e
da extensão da contaminação de uma área é realizado através da
comparação dos teores totais de metais pesados encontrados em um
solo com os valores determinados em condições naturais (não poluídos)
ou com os valores de referência estabelecidos pela legislação (FADIGAS
et al., 2006). Deve-se ressaltar que é inadequada a extrapolação
desses valores para países e áreas diferentes do local de obtenção dos
dados, visto que dependem da composição do material de origem,
dos processos pedogenéticos e do grau de desenvolvimento dos solos,
características estas específicas para cada ambiente. Por isso, e ainda
que incipiente, alguns grupos de pesquisa no Brasil, nas últimas duas
décadas, direcionaram suas investigações para a obtenção de teores

423
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

naturais de metais nos solos, objetivando auxiliar na construção de


valores orientadores para suas regiões.
Utilização internacional de valores orientadores
Internacionalmente, apesar de não existir uniformidade quanto à
nomenclatura utilizada (trigger, threshold, guiding values, intervention,
reference values etc.), os valores orientadores representam a base da
política de proteção de solos e de água subterrâneas (CETESB, 2001;
SOARES, 2004). Na Europa, a Holanda foi o primeiro país a formalizar
um programa nacional para avaliação de contaminação e estabelecimento
de níveis de intervenção considerando a multifuncionalidade do solo.
Em 1983, formulou-se uma lista como guia de avaliação e remediação
de locais contaminados. Essa lista de valores é frequentemente referida
como “Lista Holandesa” ou “Lista ABC” (CETESB, 2001).
Em atendimento à Lei de Proteção de Solo, do inglês Soil
Protection Act, o Ministério da Habitação, Planejamento e Meio
Ambiente da Holanda (VROM, sigla em holandês) publicou, em 1994,
uma proposta de novos valores de orientação, derivados com base na
avaliação de risco e na variação da porcentagem de matéria orgânica
e argila no solo. Esses novos valores foram denominados STI (do
holandês S: Streefwaarde – referência , T: Toetsingswaarde – alerta ,
e I: Interventiewaarde – intervenção). O valor de referência (S) indica
o nível de qualidade para “solo limpo”, atendendo ao conceito de
multifuncionalidade; o valor de alerta (T) representa a média entre o
valor de referência (S) e o valor de intervenção (I), designando uma
alteração das propriedades funcionais do solo; e o valor de intervenção
(I) indica o limite de qualidade acima do qual existe risco à saúde
humana e ao ambiente (VROM, 1994; CETESB, 2001). Desde então, a
lista de valores orientadores tem sido atualizada periodicamente, sendo
a última atualização realizada em 2009 (VROM, 2009).
Para a determinação dos valores de referência (S), no que se refere a
compostos naturalmente presentes, utilizou-se os valores de background
como ponto de partida, para os quais foram adotados os maiores
valores naturais de metais encontrados nos solos da Holanda. A partir
dos dados obtidos, foi possível encontrar uma correlação significativa
entre o conteúdo de argila e de matéria orgânica e as concentrações
dos elementos. A partir dessa correlação, foram estabelecidas fórmulas
por meio de equações de regressão para estabelecimento dos valores
(S), de acordo com os teores dos parâmetros acima citados (VISSER,

424
Experiências Argentinas e Brasileiras

1994; CETESB, 2001). As equações desenvolvidas para o cálculo desses


teores são apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Equações para o cálculo dos teores naturais de metais em função das
porcentagens de argila (L) e de matéria orgânica (H) no solo (Holanda).

Arsênio [15+0,4(L+H)] 29
Cádmio [0,4+0,007(L+3H) 0,8
Cromo [50+2L] 100
Cobre [15+0,6(L+H) 36
Chumbo [50+L+H) 85
Mercúrio [0,2+0,0017(2L+H)] 0,3
Zinco [50+1,5(2L+H)]

A Tabela 2 apresenta, como exemplo, os valores S, T e I de alguns


elementos para um solo holandês contendo 10% de matéria orgânica e
25% de argila.
Tabela 2. Valores de referencia de alguns elementos para solo, considerando-se um
teor de argila de 25,0% e de matéria orgânica de 10,0% (Holanda).

S T1 I2
Parâmetro
(mg kg -1)
Arsênio 29 53 76
Bário 200 560 920
Cádmio 0,8 6,9 13
Cobre 36 113 190
Chumbo 85 308 530
Mercúrio 0,3 18 36
Molibdênio 10 100 190
Níquel 35 68 100
Zinco 140 430 720
1
Valor médio do (S) e (I). 2 Os valores de Intervenção (I) constam da circular Soil
Remediation Circular (VROM, 2009).

Nos Estados Unidos, a agência de proteção ambiental americana


(USEPA, sigla em inglês) organizou um estudo técnico com o objetivo de
identificar alternativas para acelerar o processo de remediação em locais
selecionados como prioritários de acordo com a National Priorities List
(NPL) e com o Comprehensive Environmental Response, Compensation
and Liability Act (CERCLA). Uma das propostas específicas desse estudo
foi avaliar meios de desenvolver padrões e valores limites para solos
contaminados (USEPA, 1996a). Assim, em 1993, foram desenvolvidos
valores limite para uma série de poluentes do solo, chamados Soil

425
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Screening Levels (SSL), que atualmente estão reunidos e disponibilizados


em um grupo de documentos intitulados Soil Screeaning Guidance,
para uso opcional em situações em que não se dispõem de informações
específicas da área contaminada (Tabela 3).
Tabela 3. Valores genéricos de SSL, em mg kg-1, para alguns contaminantes
inorgânicos no solo.
Vias de Exposição
Elemento Ingestão de solo
Inalação
Residencial Industrial
Arsênio 0,4 3,8 750
Bário 5.500 140.000 6,90E+05
Cádmio 78 2.000 1.800
Chumbo 400 - -
Níquel 1.600 41.000 13.000
Prata 390 10.000 -
Selênio 390 10.000 -
Zinco 23.000 610.000 -

Os valores SSL são utilizados no levantamento inicial que precede


a avaliação de risco específica. A ultrapassagem desses valores no solo
não classifica a área como contaminada, apenas indica a necessidade
de uma investigação detalhada a ser implementada no local. Por outro
lado, áreas onde as concentrações de contaminantes no solo estiverem
abaixo dos valores SSL não levam a nenhuma ação legal ou necessidade
de investigação adicional (Figura 1) (CETESB, 2001; SOARES, 2004).

Figura 1. Escala de ações a partir de valores SSL.


Fonte: USEPA (1996a), apresentada por CETESB (2001).

Inicialmente, as avaliações de contaminação de solo eram


classificadas com base na abordagem holandesa ou norte-americana.
Apesar de aparentemente divergentes, acabaram sendo utilizadas
conjuntamente na construção da legislação de outros países. Ocorreu,

426
Experiências Argentinas e Brasileiras

numa primeira etapa, a utilização de listas pré-definidas e, em etapas


posteriores, aplicou-se a avaliação de risco específica, ao menos em áreas
maiores e de processo de mitigação mais caro, devido ao elevado custo
da análise de risco que inviabiliza sua aplicação em casos de menor
complexidade (VISSER, 1994).
Na Alemanha, com a ausência de uma legislação federal sobre o
assunto, cada estado ou município possuía sua própria lista de valores
genéricos com seus próprios critérios. Posteriormente, a Legislação
Federal Alemã de Proteção do Solo, entre outras exigências, estabeleceu
três tipos de valores orientadores genéricos para solos de modo a evitar
alterações prejudiciais ao meio: valor gatilho (trigger), o qual, quando
excedido, requer uma investigação caso a caso, considerando os usos do
solo mais relevantes e identificando se existe perigo ou contaminação
no local; valor de ação (action), o qual, se excedido, considerando os
usos do solo mais relevantes, significa normalmente um sinal de que
existe perigo ou contaminação e requer medidas de controle; valor
de precaução (precautionary), quando excedido, indica que há uma
preocupação quanto à alteração da qualidade e do estado natural do solo
e atua como referência para cargas poluidoras permissíveis (CETESB,
2001).
O marco legal alemão para o gerenciamento de áreas contaminadas
foi estabelecido pela Lei Federal de Proteção do Solo e pela Portaria sobre
Áreas Contaminadas (Federal Soil Protection and Contaminated Sites
Ordinance – BBodSchV), ambas promulgadas pelo governo federal em
1999. Os valores orientadores da Alemanha foram derivados para as vias
diretas de contato com o solo e para as vias indiretas de exposição (solo-
planta ou solo-água subterrânea) (SOARES, 2004). Além dos valores
estabelecidos, a legislação federal alemã também inclui regulamentações
técnicas sobre amostragem, preparação de amostras, padronização
analítica e garantia de qualidade (CETESB, 2001). Na Tabela 4 são
apresentados os valores gatilho (tigger) utilizados na Alemanha para
alguns contaminantes em diferentes vias de exposição.

427
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 4. Valores gatilho utilizados na Alemanha para alguns contaminantes em


diferentes vias de exposição.

Vias de exposição
Direta Indireta
Elemento
Parques Parques Recre- Áreas comerciais Solo-água
Áreas residenciais
Infantis acionais e industriais subterrânea
-------------------------mg kg-1--------------------------- mg L-1
Arsênio 25 50 125 140 10
Chumbo 200 400 1000 2000 25
Cádmio 10* 20* 50 60 5
Cobre - - - - 50
Níquel 70 140 350 900 50
Mercúrio 10 20 50 80 1
Zinco - - - - 500

* em quintais e pequenos jardins onde crianças brincam e vegetais são cultivados para
consumo, deve ser aplicado o valor gatilho de 2 mg kg-1. Fonte: CETESB (2001).

Ratificando a importância da determinação de tais valores para o


sucesso do gerenciamento ambiental, nas ultimas décadas, vários estudos
buscaram estabelecer os teores naturais de metais pesados em solos de
regiões dos Estados Unidos, como na Carolina do Sul (GOUGH et al.,
1994), Washington (AMES e PRYCH, 1995), Califórnia (BRADFORD et
al., 1996), Flórida (CHEN et al., 1999), e em países como China (CHEN
et al., 1991) e Suécia, Reino Unido, Itália e Espanha, dentre outros países
europeus (EUROPA, 2001).

Valores orientadores no Brasil


O Brasil liderou a elaboração das primeiras normas ambientais
nos países do Mercosul nas décadas de 60 e 70 do século passado.
Versou sobre aspectos específicos, tais como flora e fauna, poluição
atmosférica e recursos hídricos, sendo posteriormente seguido por seus
países vizinhos (VIANA, 2004).
A utilização mais ativa de instrumentos de política ambiental pelo
estado brasileiro começou a ocorrer somente na década de 1970, devido
ao forte impacto político da Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente, realizada em junho de 1972, em Estocolmo, na Suécia
(GRANZIERA, 2009). Na década de 80, iniciou-se um processo de
difusão da consciência ecológica. Processo esse que ocorreu em vários
setores da sociedade, ocasionando com isso crescimento considerável de

428
Experiências Argentinas e Brasileiras

organizações e associações que trabalhavam com problemas vinculados


diretamente ao meio ambiente.
Em 1981, foram criados o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA) e seu órgão consultivo e deliberativo, o Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA), sendo de sua competência estabelecer
normas e padrões nacionais de controle da poluição ambiental
(SCHMIDT e ZANOTELLI, 2004). Atualmente, o CONAMA
estabelece, para a proteção da qualidade do solo, critérios e valores
orientadores referentes à presença de substâncias químicas, baseados
em dados obtidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(CONAMA, 2009).

Metodologia Adotada pelo Estado de São Paulo


O Estado de São Paulo foi o pioneiro na construção de valores
orientadores no Brasil, possuindo uma resolução própria, desenvolvida
pela Companhia Ambiental do Estado (CETESB). Em 2001, publicou um
relatório que contemplava uma lista de valores orientadores, baseados
na metodologia holandesa. Nesse relatório, foram apresentadas as
metodologias utilizadas e as listas de Valores de Referência de Qualidade
(VRQ), Valores de Prevenção (VP) e Valores de Intervenção (VI) de
34 substâncias (CETESB, 2001). Em 2005, essa lista foi reformulada e
a Decisão de Diretoria 195/2005/E foi publicada no diário oficial do
Estado, contendo 80 substâncias (CETESB, 2005). Desde sua publicação,
esses valores são utilizados no gerenciamento de áreas contaminadas.
De acordo com a CETESB, os valores orientadores são definidos e
têm a sua utilização como segue:
Valor de Referência de Qualidade - VRQ é a concentração de
determinada substância no solo ou na água subterrânea, que define
um solo como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea, e é
determinado com base em interpretação estatística de análises físico-
químicas de amostras de diversos tipos de solos e amostras de águas
subterrâneas de diversos aquíferos do Estado de São Paulo. Deve ser
utilizado como referência nas ações de prevenção da poluição do solo
e das águas subterrâneas e de controle de áreas contaminadas.
Valor de Prevenção - VP é a concentração de determinada
substância, acima da qual podem ocorrer alterações prejudiciais à
qualidade do solo e da água subterrânea. Este valor indica a qualidade
de um solo capaz de sustentar as suas funções primárias, protegendo-
se os receptores ecológicos e a qualidade das águas subterrâneas.
Foi determinado para o solo com base em ensaios com receptores

429
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

ecológicos. Deve ser utilizado para disciplinar a introdução de


substâncias no solo e, quando ultrapassado, a continuidade da
atividade será submetida a nova avaliação, devendo os responsáveis
legais pela introdução das cargas poluentes proceder o monitoramento
dos impactos decorrentes.
Valor de Intervenção - VI é a concentração de determinada
substância no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos
potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerando um
cenário de exposição genérico. Para o solo, foi calculado utilizando-se
procedimento de avaliação de risco à saúde humana para cenários de
exposição Agrícola-Área de Proteção Máxima – APMax, Residencial
e Industrial. (...) A área será classificada como Área Contaminada sob
Investigação quando houver constatação da presença de contaminantes
no solo ou na água subterrânea em concentrações acima dos Valores
de Intervenção, indicando a necessidade de ações para resguardar os
receptores de risco (CETESB, 2005).
Para a determinação dos VRQ no Estado de São Paulo, foram
selecionados os principais tipos de solo do Estado, que correspondem a 13
tipos coletados em áreas de pouca interferência antrópica. Esses valores
foram definidos a partir de interpretação estatística dos resultados das
análises dos solos e estabelecidos com base no percentil 75 (CETESB,
2001). A localização dos solos amostrados é apresentada na Figura 2.

Figura 2. Localização da área e indicação dos solos amostrados.


Fonte: CETESB (2001).

430
Experiências Argentinas e Brasileiras

Resolução nº 420 do CONAMA de 28/12/2009


O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em
sua Resolução 420/2009, de 28 de dezembro de 2009, dispõe sobre
critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença
de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência
de atividades antrópicas. Na ocorrência comprovada de concentrações
naturais de substâncias químicas que possam causar risco à saúde
humana, os órgãos competentes deverão desenvolver ações específicas
para a proteção da população exposta (CONAMA, 2009). Essa
Resolução compila os VP e VI da legislação da CETESB, modificando
o termo intervenção por investigação, uma vez que esses valores não
dependem tanto do meio físico e estão mais relacionados às estatísticas
da população e a aspectos que interferem no risco à saúde humana.
Estabelece, ainda, que os VRQ devam ser definidos por cada Estado
da Federação, de forma a respeitar a diversidade pedogenética do país.
Para tanto, o CONAMA indica a necessidade de cada estado identificar
um conjunto de solos representativos de sua diversidade, baseando-se
no material de origem (litologia), no relevo e no clima, e estipula o prazo
de quatro anos a partir da data de publicação da resolução como o limite
para que os órgãos ambientais de cada estado estabeleçam seus valores
(CONAMA, 2009). Na Tabela 5 são apresentados os valores orientadores
de substâncias inorgânicas para solos e águas subterrâneas, de acordo
com o CONAMA (2009).
Tabela 5. Valores orientadores para solos (mg kg-1) e águas subterrâneas (µg L-1).

Substâncias Referência de Investigação Água


Prevenção
Inorgânicas Qualidade Agrícola Residencial Industrial Subterrânea
Alumínio E - - - - 3.500**
Antimônio E 2 5 10 25 5*
Arsênio E 15 35 55 150 10*
Bário E 150 300 500 750 700*
Boro E - - - - 500
Cádmio E 1,3 3 8 20 5*
Chumbo E 72 180 300 900 10*
Cobalto E 25 35 65 90 70
Cobre E 60 200 400 600 2.000*
Cromo E 75 150 300 400 50*

431
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 5. Continuação.

Substâncias Referência de Prevenção Água


Prevenção
Inorgânicas Qualidade Agrícola Residencial Industrial Subterrânea
Ferro E - - - - 2.450**
Manganês E - - - - 400**
Mercúrio E 0,5 12 36 70 1*
Molibdênio E 30 50 100 120 70
Níquel E 30 70 100 130 20
Nitrato E - - - - 10.000*
Prata E 2 25 50 100 50
Selênio E 5 - - - 10*
Vanádio E - - - 1000 -
Zinco E 300 450 1000 2000 1.050**

E - a ser definido pelo Estado. * Padrões de potabilidade de substâncias químicas que


representam risco à saúde definidos na Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. **
Valores calculados com base em risco à saúde humana, de acordo com o escopo desta
Resolução.

Segundo o Art. 13 e o Art.20 da Resolução 420/2009 (CONAMA,


2009), após a etapa de diagnóstico, a área deverá ser classificada de acordo
com as concentrações das substâncias químicas e deverão ser observados
os seguintes procedimentos de prevenção e controle da qualidade do solo:
• Classe 1 – Solos que apresentam concentrações de substâncias
químicas menores ou iguais ao VRQ não requerem ação.
• Classe 2 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos
uma substância química maior do que o VRQ e menor ou igual
ao VP poderão requerer uma avaliação do órgão ambiental,
incluindo a verificação da possibilidade de ocorrência natural da
substância ou da existência de fontes de poluição, com indicativos
de ações preventivas de controle, quando couber, não envolvendo
necessariamente investigação.
• Classe 3 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos
uma substância química maior que o VP e menor ou igual ao
VI requerem identificação da fonte potencial de contaminação,
avaliação da ocorrência natural da substância, controle das fontes
de contaminação e monitoramento da qualidade do solo e da
água subterrânea.

432
Experiências Argentinas e Brasileiras

• Classe 4 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos


uma substância química maior que o VI requerem as ações
estabelecidas pelas diretrizes para o gerenciamento de áreas
contaminadas (Capítulo IV da Resolução 420/2009).
Na Figura 3 é apresentado o fluxograma com a sequência para
classificação de áreas segundo o CONAMA (2009), modificado por
Magalhães (2011).

Figura 3. Fluxograma simplificado com a sequência para classificação


de áreas.

Panorama brasileiro do estabelecimento de Valores de


Referencia de Qualidade de metais pesados em solos
O conhecimento dos teores naturais de metais pesados, constitui
a primeira etapa para o estabelecimento dos VRQ do solo. Como já
discutido, o Estado de São Paulo determinou seus valores a partir de
13 perfis das classes mais representativas do estado e publicou uma lista
com 80 substâncias (CETESB, 2005). Inicialmente, havia uma tendência
de se recomendar a adoção, em nível nacional, dos valores orientadores
obtidos em São Paulo, devido à grande dificuldade, principalmente
econômica, dos estados determinarem seus próprios VRQ.

433
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Diante disso, utilizavam-se inadequadamente tais valores, visto


que esses valores dependem da composição do material de origem,
dos processos pedogenéticos e do grau de desenvolvimento dos solos,
características estas específicas para cada ambiente. Alguns estados
como São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Mato
Grosso e Rondônia já realizaram análises que visaram tal determinação,
sendo capazes de estabelecer seus próprios VRQ, conforme os critérios
instituídos pelo CONAMA.
Para determinação dos teores naturais de metais pesados em
solos de Minas Gerais, Caires (2009) selecionou 312 pontos de coleta,
que foram obtidos a partir da análise conjunta dos mapas de solo e de
geologia do estado. As coletas foram aleatórias dentro do domínio das
classes de solos e com predomínio de vegetação preservada. O autor
ressalta que, em razão da área do Estado de Minas Gerais – 588.384 km2
–, estima-se que com o número dos pontos de coleta obteve-se um ponto
a cada 1.900 km2 do território mineiro. Para a abertura das amostras,
foi utilizado o método de digestão EPA 3051A (USEPA, 2007), que foi
selecionado após uma análise comparativa com outros métodos (Água
Régia (ISO 11466, 1995) e EPA 3052 (USEPA, 1996b)).
O Estado de Pernambuco teve seus teores naturais de metais
pesados determinados por Biondi (2010), que utilizou um conjunto
de solos, denominados solos de referência, constituído por 35 perfis
representativos das ordens que ocorrem em suas regiões fisiográficas:
Zona da Mata, Agreste e Sertão. Assim como em Minas Gerais, também
foi utilizado o método de extração 3051A, por ser um dos métodos
propostos pelo CONAMA (2009).
De acordo com a experiência de Minas Gerais, foram estabelecidos
os critérios de amostragem para o Estado do Espírito Santo, tendo em
vista que as unidades amostrais deveriam considerar não só as unidades
de mapeamento de solos, mas também a variabilidade geológica dentro
de cada unidade (MELLO e ABRAHÃO, 2013). Diante do exposto,
definiram-se inicialmente as unidades amostrais para as três bacias
do Espírito Santo, que foram estabelecidas com base em aspectos
geográficos, geoquímicos, importância socioeconômica e ambiental.
Foram selecionados 56 locais para amostragem, de modo a se obter
o maior número de ordens de solos e de agrupamentos litológicos
representativos do estado (PAYE et al., 2010). Para a determinação dos
metais, foi utilizado o método de digestão total SW-846 3052 (USEPA,

434
Experiências Argentinas e Brasileiras

1996b) da Environmental Protection Agency, que utiliza ácido fluorídrico


no seu procedimento.
Nos estados de Mato Grosso e Rondônia, Santos (2011) selecionou
os solos pela representatividade e distribuição dentro dos estados,
buscando compor um conjunto heterogêneo quanto aos atributos
químicos, físicos e mineralógicos. Para a seleção dos locais de
amostragem, a área total dos estados foi dividida, preliminarmente, em
11 ecorregiões com o objetivo de identificar diferenças edafoclimáticas
e de manejo do solo, criando unidades espaciais mais homogêneas. Tal
divisão foi efetuada através da sobreposição dos planos de informação
referentes a solos, vegetação nativa, geologia, clima e relevo. Para
realizar a amostragem, foram selecionados, aleatoriamente, municípios
das ecorregiões, totalizando 19 pontos amostrais. A determinação dos
metais pesados foi realizada tanto pelo método Água Régia, quanto pelo
método EPA 3051 (USEPA, 1994). Entretanto, vale ressaltar que, apesar
do método Água Régia ter apresentado alguns valores de recuperação
superiores ao método EPA 3051, apenas os métodos da USEPA foram
estabelecidos como padrão pela legislação brasileira.
Nos últimos anos, as pesquisas em relação à obtenção dos VRQ
no Brasil têm avançado gradativamente. Entretanto, são necessários
ainda muitos estudos e esforços para obtenção desses valores para cada
região do Brasil. Espera-se que, a partir das experiências obtidas pelos
outros estados, os demais órgão ambientais se incentivem na elaboração
de suas listas. Atualmente, apenas os Estados de São Paulo (CETESB,
2005) e Minas Gerais (COPAM, 2011) têm seus VRQ estabelecidos pelos
órgãos ambientais competentes.

Principais desafios para padronização dos valores de


referência de qualidade
A Resolução CONAMA 420/2009 apresenta em seu Anexo 1
procedimentos para o estabelecimento de VRQ de solos para substâncias
inorgânicas, conforme os seguintes itens: 1º) seleção dos tipos de solos,
2º) seleção de parâmetros para caracterização do solo, 3º) metodologias
analíticas e 4º) interpretação dos dados e obtenção dos VRQ. Embora
seja um marco para a proteção do solo no país, observa-se certa
permissividade nos procedimentos para a determinação dos VRQ.
O primeiro ponto a ser abordado está relacionado aos critérios para
a seleção das unidades amostrais. No item 1 do Anexo 1 da Resolução,

435
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

consta que deve-se “identificar os tipos de solo em cada estado, com


base em critérios como o material de origem, relevo e clima, de modo a
se obter um conjunto de tipos de solos que representem o compartimento
geomorfológicos, pedológicos, geológicos do estado” (CONAMA,
2009). Entretanto, analisando as metodologias de amostragem adotadas
pelos estados, citadas na seção anterior, verifica-se certa diversidade.
Alguns estados selecionaram suas unidades amostrais, somente, a partir
do mapa de solos, p.e. São Paulo. Isso pode ser uma das razões para a
ausência de correlação entre classes de solo e teores de metais. Tendo em
vista que a geoquímica dos elementos traço não necessariamente segue
os critérios da classificação pedológica, as unidades amostrais para a
determinação dos VRQ não poderiam ser simplesmente as unidades de
mapeamento de solos (MELLO e ABRAHÃO, 2013).
O material de origem de um solo influencia fortemente na
concentração natural do metal presente. Porém, a concentração não é
influenciada unicamente por esse fator, e sim resulta da ação conjunta
dos fatores e processos de formação dos solos. Uma mesma região
derivada do mesmo material de origem pode, assim, apresentar teores
de metais diferentes, em função da atuação de processos pedogenéticos
e do grau de desenvolvimento do solo (CAIRES, 2009).
Variações nos teores de metais pesados entre solos de classes
diferentes e também entre solos de uma mesma classe foram observadas
por Fadigas et al. (2006) e Paye et al. (2010). Diante do exposto, a seleção
dos pontos amostrais a partir de uma análise conjunta do mapa de solos
e da geologia do estado indica ser uma alternativa mais satisfatória
para atender ao disposto no Anexo 1 da Resolução 420/2009, ou seja,
apresentaria maior representatividade das unidades dentro do estado.
Em relação às metodologias analíticas, no item 3 do Anexo 1, o
CONAMA estabelece que os métodos de extração dos teores naturais de
metais pesados, para a obtenção dos VRQ, são os da USEPA 3050, 3051
e suas atualizações, sendo todos considerados métodos “pseudototais”.
Porém, cada método de análise possui particularidades, como diferentes
soluções solubilizadoras, relação solo:solução, sistema de digestão e
outros, que resultam em diferentes capacidades de solubilizar a fração
orgânica e mineral do solo e, por consequência, diferentes teores
extraídos (PELOZATO et al., 2011)
Para a avaliação dos índices de recuperação dos elementos
químicos, são utilizadas amostras certificadas, como, por exemplo, as
amostras da National Institute of Standards and Technology (NIST).

436
Experiências Argentinas e Brasileiras

Entretanto, as amostras de solo da NIST não são certificadas para os


métodos de extração “pseudototais”, mas sim para extração total.
Nesse sentido, a extração com Água Régia conta com um grande
aliado, algumas amostras de solo da European Commission (BCR), que
foram certificadas para esse tipo de extração, havendo, claramente, um
intervalo de confiança que auxilia o analista na avaliação da qualidade de
seu procedimento de extração (PÉREZ et al., 2013). Diversos trabalhos,
como os realizados por Caires (2009) e Santos (2011), têm apontado a
importância da escolha de apenas um método de digestão oficial, no
sentido de possibilitar a comparação com valores pré-estabelecidos.
Outro fator que contribui para a falta de padronização é a forma
que serão estabelecidos os VRQ. O item 4 do Anexo 1 da Resolução
420/2009 compila que “cada estado poderá estabelecer, por substância,
um único VRQ ou um VRQ para cada tipo de solo” e que “o VRQ de
cada substância poderá ser estabelecido com base no percentil 75 ou
percentil 90 do universo amostral, retiradas previamente as anomalias”
(CONAMA, 2009). Contudo, sabe-se que o percentil é outro ponto
importante a ser escolhido e avaliado, pois a utilização do percentil 75 é
mais restritiva e mais conservacionista, enquanto o uso do percentil 90
é mais permissivo (SANTOS, 2011).
Ainda, Biondi (2010) enfatiza que essas aplicações não são
adequadas quando se utiliza um conjunto de solos distintos que
refletem a diversidade de uma região. Nesse caso, seria necessário que,
no estabelecimento dos VRQ, fossem utilizados dados que antes seriam
considerados erroneamente como anomalias, mas, que, na verdade,
devem-se a fatores inerentes à geologia do local. Diante de tudo que foi
apresentado, conclui-se que a padronização dos procedimentos de coleta
de amostras de solo, as técnicas laboratoriais e a forma de avaliação dos
dados são de grande importância, pois se espera reduzir as dispersões
dos procedimentos metodológicos, o que melhora a comparação de
dados nacionais e possibilita subsidiar adequadamente os órgãos
ambientais nas obtenções de seus VRQ.

Comparação de alguns valores de referência de qualidade


encontrados na literatura
É de conhecimento geral que a comparação dos VRQ só é
adequada quando há uma padronização das metodologias de obtenção
desses valores, como já discutido na seção anterior. Todavia, essa
comparação mostrou-se pertinente, pois, com isso, será possível avaliar

437
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

de forma genérica a variabilidade desses valores em diferentes ambientes


e, assim, ratificar a importância do seu estabelecimento. Na Tabela 6,
são apresentados alguns VRQ nacionais e internacionais encontrados na
literatura.
Tabela 6. Valores de referência de qualidade de alguns metais pesados encontrados
na literatura nacional e internacional.

Valores Nacionais   Valores Internacionais

Rio de Mato Grosso Espírito Minas


Elementos São Paulo2 Holanda6 China7 EUA7
Janeiro1 e Rondônia3 Santo4 Gerais5

mg kg-1
Cd 0,3 - 1,6 <0,5 <0,05 <0,13 0,55 0,8 0,07 1,6
Cu 2 - 119 35 16,5 5,57 30,94 36 20 17
Ni 5 - 35 13 1,3 6,65 30,17 35 23,4 13
Pb 3 - 40 17 8,1 8,79 3,94 85 23,6 16
Zn 6 - 79 60 6,8 22,61 13,11   140 67,7 48
1
Fadigas et al.(2006); 2CETESB (2005); 3Santos (2011); 4Paye et al. (2010); 5Caires
(2009); 6CETESB (2001); 7Chen et al. (1999).

Na comparação entre os teores de metais obtidos pelos diferentes


estados e países observa-se uma grande diferenciação nesses valores.
Verifica-se, para o elemento cádmio (Cd), que na maioria dos estados
brasileiros esses valores estiveram abaixo do limite de detecção. Esse fato
pode estar relacionado à baixa abundância desse elemento na natureza
ou à sua dinâmica no solo. Entretanto, avaliando os dados obtidos por
Fadigas et al. (2006), observa-se que, para um determinado grupo de
solos, o valor de Cd está acima do valor de prevenção estabelecido pelo
CONAMA (VP = 1,3 mg kg-1). Resultado similar foi apresentado para
os solos dos EUA.
Para o elemento cobre (Cu), todos os estados apresentaram valores
inferiores ao estabelecido pela CETESB para o Estado de São Paulo,
sendo o mais próximo o valor médio encontrado em Minas Gerais (30,94
mg kg-1). Porém, resultados obtidos por Fadigas et al. (2006) reportam
valores de até 116 mg kg-1 de Cu, estando também acima do valor de
prevenção para o elemento (60 mg kg-1). O teor médio de níquel (Ni)
estabelecido em Minas Gerais foi o maior encontrado entre os estados,
estando próximo apenas ao apresentado na Holanda.

438
Experiências Argentinas e Brasileiras

Os resultados de Chumbo (Pb) e Zinco (Zn) para o Estado de São


Paulo estão acima dos encontrados nos demais estados. Entretanto,
estiveram abaixo do reportado na literatura internacional, exceto para os
EUA. Vale ressaltar que os teores de Pb e Zn apresentados pela Holanda
chegam a ser, respectivamente, cinco vezes e duas vezes superiores
aos apresentados pelo Estado de São Paulo, evidenciando, assim, a
inadequação da estrapolação de resultados para áreas diferentes das de
obtenção dos dados, principalmente a nível internacional.

Considerações finais
O presente artigo fez um levantamento das principais
metodologias e valores utilizados internacionalmente, bem como uma
abordagem sobre a legislação vigente no Brasil e como está o andamento
das pesquisas em relação ao tema. Avaliando o panorama nacional e
internacional, pode-se observar que, apesar do avanço nas pesquisas,
poucos estudos para estabelecer os teores naturais de metais pesados no
solo foram concluídos, sendo necessário o esforço de toda a comunidade
científica.
Na ausência desses valores orientadores, ainda são utilizados
valores genéricos internacionais ou, no Brasil, desenvolvidos para
outros estados. Deve-se ressaltar que é inadequada a extrapolação
desses valores para países e áreas diferentes do local de obtenção dos
dados. Pode-se concluir, assim, que a padronização de uma metodologia
universal de obtenção dos valores orientadores ainda está bem distante
da realidade. Entretanto, a nível nacional, é fundamental que haja uma
uniformização das metodologias de coleta, preparo e análise para que,
com isso, os resultados gerados possam ser comparados e compilados
em um documento oficial. A proposição desses valores servirá como
ponto de partida para o estabelecimento de critérios de uso e manejo
voltados para a proteção desse importante recurso natural que é o solo.

439
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Referências Bibliográficas
AMES, K.C.; PRYCH, E.A. Background concentrations of metals in soils
from selected regions in the State of Washington. Tacoma, WA: U.S.
Geological Survey Water Resources, 1995. (Investigations. Report 95-
4018).
BAIZE D.; STERCKEMAN, T. Of the necessity of knowledge of the
natural pedo-geochemical background content in the evaluation of
the contamination of soils by trace elements. The Science of the Total
Environment. v.264, p.127-139, 2001.
BIONDI, C.M. Teores naturais de metais pesados nos solos de referência
do estado de Pernambuco. 2010. 58f. Tese (Doutorado em Ciência do
Solo) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, 2010.
BRADFORD, G.R. et al. Background concentrations of trace and major
elements in California soils. Riverside, CA: Kearney Foundation Special
Report, University of California, 1996.
CAIRES, S.M. Determinação dos teores naturais de metais pesados em
solos do Estado de Minas Gerais como subsídio ao estabelecimento
de Valores de Referência de Qualidade. 2009. 304f. Tese (Doutorado) -
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2009.
CAMARGO, O.A.; ALLEONI, L.R.F.; CASAGRANDE, J.C. Micronutrientes
e elementos tóxicos na agricultura. CNPq, FAPESP, POTAFOS, 2001.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL -
CETESB. Relatório de Estabelecimento de Valores Orientadores para
Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo. São Paulo: CETESB
(Série Relatórios Ambientais). 2001. 73p.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL -
CETESB. Decisão da Diretoria n°195/2005: Valores orientadores para
solos e águas subterrâneas do estado de São Paulo. 2005. 4p.
CHEN, J. et al. Background concentrations of elements in soils of China.
Water Air Soil Pollution, V.57-58, p.699-712, 1991
CHEN, M.; MA, L.Q. ; HARRIS, W.G. Baseline concentrations of 15 trace
elements in Florida surface soils. Journal of Environmental Quality,
v.28, n.4, p.1173–1181, 1999.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução
no 420, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores
orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias
químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de

440
Experiências Argentinas e Brasileiras

áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades


antrópicas. 2009. 16p.
EUROPA. Disposal and recycling routes for sewage sludge. Regulatory
report, part 2. Luxembourg: Office for Official Publications of the
European Communities, 2001. p.64-137. Disponível em: <http://www.
ec.europa.eu/enviroment/waste/sludge/pdf/sludge_disposal2.pdf>.
Acesso em: 30 ago. 2013.
FADIGAS, F.S. et al. Proposição de valores de referência para a concentração
natural de metais pesados em solos brasileiros. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, p.699-705, 2006.
GOLDENBERG, J.; BARBOSA, L.M. A legislação ambiental no Brasil e
em São Paulo. Revista Eco 21, v.96, 2004. Disponível em <http://www.
eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=954>. Acesso em: 14 jul 2011.
GOUGH, L.P.; SEVERSON, R.C.; JACKSON, L.L. Baseline element
concentrations in soils and plants, Bull Island, Cape Romain National
Wildlife Refuge, South Carolina, USA. Water Air Soil Pollut., V.74, p.1-
17, 1994.
GRANZIERA, M.L.M. Direito Ambiental. São Paulo: Atlas, 2009.
International Standard: Soil quality. Extraction of trace elements soluble in
aqua regia, ISO 11466, 1995.
MAGALHÃES, M.O.L. Dinâmica do bário em solos contaminados por
resíduos oriundos da perfuração de poços de petróleo. 2011. 163f. Tese
(Doutorado em Agronomia – Ciência do Solo) - Departamento de
Solos, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2011.
MELLO, J.W.V. de; ABRAHÃO, W.A.P. Valores de referência de qualidade
para elementos traço nos solos de Minas Gerais e Espírito Santo:
os bastidores de uma experiência. Boletim Informativo Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, v.38, n.1, p.12-17, 2013.
MONTE BLANCO, S.A.M.; LINK, D. Uma análise comparativa das
legislações fitossanitárias dos países do Mercosul. Porto Alegre: CREA/
RS, 2001.
PAYE, H.S.de. et al. Valores de referência de qualidade para metais pesados
em solos no estado do Espírito Santo. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v.34, n.6, p.2041-2051, 2010.
PELOZATO, M. et al. Comparação entre métodos de extração de cádmio,
cobre e zinco de solos catarinenses derivados de basalto e granito-
migmatito. Revista de Ciências Agroveterinárias, v.10, n.1, p.54-61,
2011.
441
PÉREZ, D.V.; SANTOS, F.T.; COSTA, A.C.S.da. Teores de metais em
solos: o meu 4,2 é igual ao seu 4,2?. Boletim Informativo da Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, v.38, n.1, p.22-25, 2013.
SANTOS, S.N. Valores de referência de metais pesados em solos de Mato
Grosso e Rondônia. 2011. 101f. Dissertação (Mestrado em Solos e
Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo. 2011.
SCHMIDT, J.A.; ZANOTELLI, C.T. MERCOSUL e a política de proteção
ambiental. Revista Saúde e Ambiente, v.5, n.2, p.13-20, 2004.
SOARES, M.R. Coeficiente de distribuição (Kd) de metais pesados em solos
do Estado de São Paulo. 2004. 202f. Tese (Doutorado) - Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. 2004.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY -
USEPA. Method 3051: Microwave assisted acid digestion of sediments,
sludges, soils, and oils. 1994. 14p.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY -
USEPA. Soil screening guidance: Thecnical background document.
Washington: Office of Solid Waste and Emergency Response, 1996a.
168p.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY -
USEPA. Method 3052: Microwave assisted acid digestion of siliceous
and organically based matrices. 1996b. 20p
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY -
USEPA. Method 3051A: Microwave assisted acid digestion of sediments,
sludges, soils, and oils. Revision 1. Washington, DC, 2007. 30p.
VIANA, M.B. O meio ambiente no Mercosul. Brasília, 2004 (Consultoria
Legislativa da Câmara dos Deputados). Disponível em: http://bd.camara.
gov.br/bd/handle/bdcamara/1285. Acesso em: 14 jul 2011.
VISSER, W.J.F. Contaminated land policies in some industrialized countries.
2.ed. The Hague: Technical Soil Protection Committee, 1994. 149p.
MINISTRY OF HOUSING, SPATIAL PLANNING AND ENVIRONMENT
- VROM. Intervention values and target values: soil quality standads.
The Hague: VROM, 1994. 19p.
MINISTRY OF HOUSING, SPATIAL PLANNING AND THE
ENVIRONMENT - VROM. Soil Remediation Circular. The Hague:
The Netherlands. 2009. 57p. Disponível em: <http://www.esdat.com.
au/Environmental%20Standards/Dutch/ENGELSE%20versie%20
circulaire%20Bodemsanering%202009.pdf>. Acesso em: ago. 2013.
UTILIDAD EN ESTUDIOS AMBIENTALES DE LA
EVALUACIÓN DE LA SORCIÓN Y DESORCIÓN
DE fósforo EN ARGIUDOLES PAMPEANOS
(Argentina)
(Utilidade em estudos ambientais da avaliação da adsorção e
dessorção de fósforo em argiudoles pampeanos (Argentina))

Olga S. Heredia

Resumen
Existe una estrecha relación entre los procesos de transporte y
acumulación de fósforo del suelo y la calidad del agua. Por lo que conocer
el mecanismo de adsorción y liberación de P a la solución del suelo y
cómo este puede liberarse en profundidad, es importante para conocer
y prevenir efectos ambientales del vertido de diversas sustancias con
alto contenido de P como detergentes, aguas residuales, sitios de alta
concentración animal, etc. Este trabajo tiene como objetivo conocer la
capacidad de adsorción de P de los suelos del partido de Escobar (Buenos
Aires) como una herramienta para predecir el potencial de retención/
liberación de contaminantes aniónicos de comportamiento similar
al P del suelo y su migración hacia el agua subterránea. Se realizaron
isotermas de adsorción y desorción (Po) en 10 perfiles de suelos de
la localidad de Escobar, provincia de Buenos Aires. Las isotermas de
adsorción se relizaron utilizando una relación suelo:solución 1:10 en
CaCl2 0,01M, a las que se les agregó cantidades crecientes de P y se
ajustaron según las isotermas de Langmuir y Freundlich. La isoterma
de Freundlich tiene un buen ajuste a los datos experimentales en los
horizontes superficiales de los suelos estudiados, mientras que en los
subsuperficiales, cuando aumenta el contenido de arcilla el mejor ajuste
lo presenta la isoterma de Langmuir. El P sorbido permite evaluar la
capacidad del suelo de retener el P y de esa manera conocer la capacidad
reguladora del mismo para liberar P a la solución del suelo. La arcilla se
correlaciona de manera positiva con la adsorción de P; es importante
conocer el uso que se le da a los suelos ya que bajo producción orgánica

443
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

en los suelos evaluados aumenta la desorción del elemento. En el agua


intersticial el valor de P varió entre 0,12 a 1,18 ppm, siendo superior a los
límites máximos recomendados internacionalmente en el agua. Po podría
ser un buen indicador de los valores de P que pueden moverse en el
perfil del suelo y llegar al agua subterránea. En el acuífero Pampeano, los
valores de P en agua subterránea oscilaron entre 0,0143 a 0,571 ppm, el
52,9% de las muestras tienen valores mayores a 0,05 ppm.
Resumo
Há uma relação estreita entre os processos de transporte e acúmulo
de fósforo no solo e a qualidade da água. Então, sabendo o mecanismo
de adsorção e liberação de P para a solução do solo e como este pode
ser liberado em profundidade, é importante conhecer e prevenir o
impacto ambiental da liberação de várias substâncias com alto conteúdo
de P como detergentes, águas residuais, locais de alta concentração de
animais, etc. Este trabalho tem como objetivo determinar a capacidade
de adsorção de P nos solos da região de Escobar (Buenos Aires)
como uma ferramenta potencial para prever a retenção/liberação de
contaminantes aniônicos semelhantes ao comportamento de P no
solo e sua migração para águas subterrâneas. Realizaram-se isotermas
de adsorção e dessorção (Po) em 10 perfis de solos desta localidade.
Para isto, utilizou-se uma relação solo:solução 1:10 em 0,01 M CaCl2,
adicionando-se quantidades crescentes de P e posteriormente os dados
foram ajustados de acordo com as isotermas de Langmuir e Freundlich.
A isoterma de Freundlich tem um bom ajuste para dados experimentais
dos horizontes superficiais dos solos estudados, enquanto que para os
subsuperficiais, onde se aumenta o conteúdo de argila, o melhor ajuste é
representado pela isoterma de Langmuir. O P sorvido permite avaliar a
capacidade do solo de reter o P, e desta maneira, conhecer a capacidade
reguladora do mesmo para liberar P para a solução do solo.
A argila se correlaciona de maneira positiva com a adsorção de
P e, por isto, é importante se conhecer o manejo realizado na área já
que um baixo teor de matéria orgânica nos solos avaliados aumentou
a dessorção do elemento. Na água intersticial o valor de P variou entre
0,12 a 0,18 ppm, sendo superior aos limites máximos recomendados
internacionalmente na água. Desta forma, Po poderia ser um bom
indicador dos valores de P que podem mover-se no perfil do solo e
contaminar a água subterrânea. No aquífero Pampeano, os valores de P
na água subterrânea oscilaram entre 0,0143 a 0,571 ppm, e em 52,9% das
amostras obtiveram valores maiores que 0,05 ppm.

444
Experiências Argentinas e Brasileiras

Introducción
La combinación de la capacidad de almacenaje del suelo, por un
lado, y la entrada de productos químicos al mismo por otro, determina
el tipo de la respuesta medioambiental. La “respuesta rápida” constituye
una “situación grave de contaminación inmediata”, representa
condiciones en las que la capacidad de almacenaje de un suelo es baja
y la entrada de productos químicos es alta, en esta clase no hay fase
de almacenaje y los productos químicos se mueven a través del suelo
rápidamente contaminando aguas o vegetación. En el otro extremo
está la clase de “almacenaje protegido”. En este caso la capacidad de
almacenaje es muy alta para la escasa entrada de productos químicos,
que serán almacenados sin movilidad significativa durante cientos
o miles de años, escala de tiempo que excede al espacio normal que
concierne a la sociedad. La tercera clase, se refiere a las condiciones en
las que prevalecen alta capacidad de almacenaje y elevadas entradas de
contaminantes. Esta situación es muy peligrosa pues hay una larga fase
de almacenaje seguida de saturación y movilización de los productos
químicos almacenados.
Una buena planificación ambiental debe considerar la capacidad
de almacenaje del suelo y la entrada de productos químicos a éste, ya
que estos dos factores determinan el tipo de respuesta ambiental. La
capacidad de almacenaje está controlada por las propiedades de los
suelos y estas capacidades pueden resultar disminuidas por cambios
en estas propiedades. Estas propiedades son utilizadas para controlar
los riesgos de liberación repentina de contaminantes en los suelos y
que pueden afectar la calidad del agua intersticial y por último el agua
subterránea (Kanfi et al., 1983).
Los suelos de la región Pampeana Argentina en general se han
desarrollado a partir de loess Pampeano (Teruggi, 1957) de edad
cuaternaria. Las características del loess pampeano favorece la formación
de horizontes bien estructurados, profundos y oscuros, adecuados para
el desarrollo radicular (Moscatelli, 1991). En cuanto a la mineralogía de
las arcillas Iñiguez y Scoppa (1971) han encontrado que la arcilla que
domina el complejo es la Illita en un 80% del mismo, disminuyendo en
los horizontes argílicos a un 70%, la caolinita representa un 10% del total
en los horizontes superficiales, mientras la montmorillonita pasa de un
5% en los horizonte superficiales a un 30% en los horizontes argílicos
(Iñiguez y Scoppa, 1971).

445
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

El conocimiento de las características y calidad de los suelos que


constituyen la zona no saturada (ZNS) permitirán interpretar la calidad
y las variaciones en los contenidos de iones que constituyen el agua
intersticial y el agua subterránea, así como también permitirá conocer el
estado de las principales variables que regulan la capacidad reguladora
de los suelos del área.
El fósforo presente en la solución del suelo puede sufrir procesos
de fijación, adsorción, precipitación y oclusión, en el cual el fósforo
soluble pasa a formas no disponibles, las cuales se combinan con la
fracción arcilla por lo que el porcentaje de fósforo en dicha fracción
(fósforo adsorbido) supera al de las fracciones de partículas de
mayor tamaño (Holford, 1982). Existe una estrecha relación entre los
procesos de transporte y acumulación de fósforo del suelo y la calidad
del agua. En un ecosistema, el fósforo puede ser lavado al agua freática,
transportado en formas solubles, o erosionado en forma conjunta con
las partículas coloidales (fósforo particulado), depositándose en áreas de
sedimentación para luego terminar su ciclo en el agua de un río, lago o
dique. La acumulación de fósforo biodisponible permite la multiplicación
de algas, lo que produce un aumento en la demanda de oxígeno necesario
para el crecimiento y desarrollo de los microorganismos, y determina la
degradación del agua superficial por eutrofización (Sharpley et al., 1993;
Sharpley et al., 1996; Lemunyon y Gilbert, 1993; Indiati y Sharpley, 1995).
El flujo de fósforo en forma particulado puede ser estudiado mediante
técnicas que permitan evaluar la capacidad de retención de fósforo por el
suelo (índices de sorción, capacidad buffer de fosfatos, índice de retención
de fosfatos).
El transporte de fósforo soluble puede estimarse con el fósforo
desorbible en CaCl2 0,01 M o agua destilada, la cantidad de fósforo lábil
y el fósforo biodisponible para el crecimiento de algas (Dorich et al.,
1985; Pierzynski et al., 1994), que ofrecen una interpretación ambiental
al análisis de los resultados. En USA, la EPA (Environmental Protection
Agency, 1986) ha establecido como norma para la mayoría de los estados
norteamericanos, un nivel permitido de fósforo disuelto por año en el agua
de escurrimiento de 1000 µg L-1.año de fósforo disuelto. Existen estados
que fijan sus propios límites, que varían de 10 a 50 µg P/L de fósforo
disuelto en aguas superficiales, como así también fijan valores máximos
de fósforo extraíble en suelos, de manera de evitar sobre fertilizaciones
con fósforo, que contaminen el agua.

446
Experiências Argentinas e Brasileiras

Es importante efectuar en estas determinaciones una adecuada


elección de las técnicas de muestreo para cada tipo de suelo y manejo
(Sharpley et al., 1993; Gartley y Sims, 1994). Las técnicas utilizadas
en el presente trabajo pueden ser de utilidad para estudiar la partición
global del fósforo en formas solubles y particuladas (Heredia et al., 1996).
Heredia et al. (1996) evaluaron la posibilidad del uso de distintas
formas de P en suelos de la región pampeana húmeda Argentina, como
indicadores de movimiento vertical y/o lateral de P del suelo al agua
ya sea en solución o adsorbido a partículas coloidales. Los suelos con
mayor capacidad de adsorción de fósforo son los arcillosos, por lo que
estos suelos precisan mayores niveles de fósforo lábil para mantener un
contenido adecuado en la solución del suelo, para que las plantas no
vean limitado su rendimiento ante la carencia de este macronutriente.
Dicha característica permite atenuar o evitar la contaminación de las
capas y/o acuíferos libres. En el otro extremo están los suelos arenosos
que reponen más rápido el fósforo de su reserva lábil, pero son más
susceptibles al lavado del fósforo hacia las capas y/o acuíferos libres,
provocando su contaminación (Tunney, 1998).
Las pérdidas de fósforo subsuperficiales hacia las capas y acuíferos,
principalmente en suelos con baja retención de fosfatos, ha tenido poca
atención por parte de productores, técnicos y autoridades, debido
al desconocimiento de efectos adversos directos del P sobre la salud
humana en agua para consumo, a lo que habría que sumarle también
efectos negativos en la producción animal, que es abastecida con agua
proveniente de fuentes subterráneas, además del daño ecológico per se
del ambiente. Por lo que conocer el mecanismo de adsorción y liberación
de P a la solución del suelo y cómo este puede liberarse en profundidad
es importante para conocer y prevenir efectos ambientales del vertido
de diversas sustancias con alto contenido de P como detergentes, aguas
residuales, sitios de alta concentración animal, etc. (Borling et al., 2004).
Por lo expuesto este trabajo tiene como objetivo conocer la
capacidad de adsorción de los suelos del partido de Escobar (Buenos
Aires) como una herramienta para predecir el potencial de retención/
liberación de contaminantes aniónicos de comportamiento similar al P
del suelo y su migración hacia el agua subterránea.

447
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Materiales y métodos
El Partido de Escobar (Buenos Aires, Argentina) cuenta con
quintas para la producción de hortalizas y frutas, pero actualmente se
ha volcado en su mayoría al abastecimiento de plantas ornamentales
producidas en viveros para la ciudad de Buenos Aires y para su propia
zona de influencia, ya que Escobar ha crecido poblacionalmente
y su infraestructura habitacional se ha reconvertido en modernos
barrios cerrados o countries, que demandan más y mejores plantas
de ornamentación (Ciccolella, 2000; Gemini, 2003; Carballo, 2006),
(Figura 1).

Figura 1. Ubicación del partido de Escobar (Bs. As.) en la república


Argentina.
Se tomaron 10 muestras de suelos a los que se le hizo una
caracterización físico química general y las isotemas de adsorción.
Las isotermas de adsorción se relizaron utilizando una relación
suelo:solución 1:10 en CaCl2 0,01M, a las que se les agregó cantidades
crecientes de P (agregado como K2HPO4): 0 (Po), 5, 10, 20, 40, 60 y 100
µg P/g de suelo. Se agregó cloroformo al 1% en volumen (para eliminar la
actividad microbiana) y se agitó 2 hs (en Molisoles daría una concentración
de fósforo en solución cercana a la crítica), (Giuffré y Heredia, 1988). El P

448
Experiências Argentinas e Brasileiras

fue determinado por el método de Murphy y Riley (1962). La diferencia


entre las concentraciones de P agregado y P remanente en la solución de
equilibrio es considerado como el P adsorbido. Los datos del P adsorbido
por unidad de peso (X µg g-1) y las concentraciones de P en la solución
de equilibrio (C µg mL-1) se ajustan con las ecuaciones de Langmuir y
Freundlich (Holford, 1982).
Ecuación de Langmuir:

k *Xm *C
x=
(1 + kC)

Donde: k (µg L-1) es la constante de afinidad y Xm (µg g-1) es la


máxima adsorción
Ecuación de Freundlich:
X = a * Cb
Donde: a y b son constantes.
Ambas ecuaciones se linearizaron para su cálculo matemático.
Se realizó el análisis del agua de poro con sondas de succión en un
suelo y se analizó P en agua subterránea.
Las muestras fueron caracterizadas en sus valores de pH, CIC,
Cox y P extractable y contenido de arcillas (Page, 1982). Se analizó
por regresión lineal simple las relaciones entre los coeficientes de las
ecuaciones de la isoterma para analizar el mejor ajuste con las variables
del suelo utilizando el programa Statistix 7,0.

449
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Resultados y discusión
En la Tabla 1, se presenta la ubicación de los suelos estudiados y
en la Tabla 2, las características químicas del horizonte superficial de
cada suelo.
Tabla 1. Clasificación y ubicación de los suelos evaluados.

Los suelos son representativos de la zona, en diferentes posiciones


del paisaje, diferente granulometría (Figura 2) y estado de óxido
reducción en algunos casos con la napa freática cercana a la superficie
como en los suelos 3 y 9, lo que los hace mes frágiles desde el punto
ambiental.
Tabla 2. características físico-químicas de los horizontes superficiales de los suelos
estudiados.

CIC (cmolc/
Suelo pH CE (dS/m) Cox (%) P (ppm) Arcilla (%)
kg)
Garin 6,4 0,22 1,35 5,91 16,65 27,5
Maschwitz 6,4 0,10 0,81 73,77 7,68 15,0
Maschwitz 6,5 1,32 1,75 13,72 15,61 56,3
B. Escobar 6,7 0,30 1,24 12,57 17,3 27,5
B. Escobar 6,2 0,15 1,32 4,84 17,1 37,8
B. Escobar 7,9 0,53 0,78 2,74 18,0 42,0
L. Verde 6,9 0,28 2,36 6,45 13,1 22,5
L. Verde 7,4 0,53 2,69 11,43 15,91 25,0
Matheu 8,8 0,96 3,0 9,19 20,03 50,0
Matheu 6,7 0,32 1,83 40,88 17,17 32,5

450
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Perfiles de % de arcilla en los distintos suelos estudiados.


En general en los suelos estudiados, la arcilla se correlaciona de
manera positiva y significativa con la adsorción de P. El contenido de Cox
se correlaciono de manera positiva y altamente significativa con el Po,
indicando que la materia orgánica favorecería la desorción de fosfatos a la
solución del suelo, también se relacionó de manera significativa y negativa
con la adsorción de P a bajas concentraciones, P12.5 y P25, lo que indica
que en estos casos la materia orgánica compite con el P por los sitios de
adsorción (r= -0,5267 y -0.3964 respectivamente p< 0,01).
Del total de suelos estudiados en este trabajo se presentan
las isotermas de 3 de los suelos Argiudol estudiados para analizar la
adsorción y desorción y a su vez de la linearización se obtienen los
parámetros de adsorción. Las isotermas de adsorción obtenidas a partir
del análisis realizado se describen en las Figuras 3 a 5.

451
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

X (µg P ads g-1 suelo)

Figura 3. Isoterma de adsorción del suelo de la localidad de Garín (suelo 1).


X (µg P ads g-1 suelo)

Figura 4. Isoterma de adsorción suelo Belén de Escobar (suelo 5).

452
Experiências Argentinas e Brasileiras

X (µg P ads g-1 suelo)

Figura 5. isoterma de adsorción suelo Loma Verde (suelo 7).


La adsorción aumenta en profundidad estando relacionada con
la presencia de horizontes argílicos que permitirían una adecuada
retención del elemento. Los porcentajes de adsorción variaron entre 50-
89,6% para el HA con la menor dosis de P para los tres suelos, mientras
que para la mayor dosis este valor fue de 22,4 a 48,9%. Para los horizontes
Bt variaron entre 93-98% y de 39-91% para cada dosis respectivamente.
El suelo de Belén de Escobar fue el de menor porcentaje de adsorción. A
medida que aumenta la cantidad de P agregado disminuye la adsorción,
posiblemente por saturación de los sitios de intercambio, de allí el mejor
ajuste de la isoterma de Freundlich. Los valores de las constantes y el
ajuste de las isotermas de Langmuir y Freundlich se encuentran en las
tablas 3 a 5. En general puede observarse que el valor de determinación
de la regresión resultó ser mayor en los horizontes superficiales para
la isoterma de Freundlich, mientras que en los horizontes con mayor
contenido de arcillas el ajuste fue mejor con la isoterma de Langmuir.
Del análisis de los datos de las tablas 2 a 4 se observa un aumento del
valor de la capacidad máxima de adsorción de P (Xm) en profundidad,
siendo el mayor valor de Xm el de los horizontes con mayor contenido
de arcilla. La energía de adsorción de P (k), aumenta en profundidad
con excepción del horizonte IIA1b del suelo de Garín, que presenta un
comportamiento similar al horizonte A1, y del suelo de Loma verde.

453
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 3. Parámetros de las isotermas de adsorción para el suelo Garín.

Freundlich Langmuir
Horizonte a b r 2
a b r2 Xm k
A1 17,370 0,5131 0,971 0,02900 0,01989 0,854 50,277 0,686
A2 35,144 0,4488 0,980 0,00762 0,01499 0,949 66,711 1,967
Bt 133,87 0,6983 0,836 0,00263 0,00766 0,930 130,548 2,913
BC 62,979 0,3917 0,975 0,00220 0,01200 0,994 83,333 5,455
IIA1b 45,856 0,4976 0,839 0,00614 0,01181 0,941 84,674 1,923
IIC 56,558 0,4182 0,971 0,00311 0,02520 0,995 39,683 8,103

Tabla 4. Parámetros de las isotermas de adsorción para el suelo Belén de Escobar.

Freundlich Langmuir
Horizonte a b r 2
a b r2 Xm k
A11 6,773 0,587 0,970 0,103 0,034 0,916 29,41 0,330
A12 14,18 0,455 0,985 0,034 0,026 0,910 38,46 0,765
AB 15,92 0,457 0,973 0,026 0,026 0,956 38,46 1,000
Bt1 43,64 0,479 0,843 0,003 0,017 0,998 57,14 5,833
Bt2 43,21 0,435 0,852 0,003 0,017 0,996 56,49 5,900
BC 14,72 0,401 0,970 0,210 0,037 0,910 27,02 0,176

Tabla 5. Parámetros de las isotermas de adsorción para el suelo Loma verde.

Freundlich Langmuir
Horizonte a b r 2
a b r2 Xm k
A1 19,86 0,452 0,960 0,022 0,020 0,820 50,00 0,909
Bt1 42,92 0,521 0,947 0,058 0,014 0,986 71,42 0,241
Bt2k 29,61 0,521 0,987 0,120 0,015 0,971 66,66 0,125
Bt3k 21,16 0,482 0,965 0,150 0,023 0,991 43,47 0,153

Distintos autores han encontrado que la isoterma de Freundlich


presenta mejor ajuste de los datos experimentales de P adsorbido que
la de Langmuir. Esto es así especialmente a altas concentraciones de P
en la solución de equilibrio, ya que tiene en cuenta la disminución de
la afinidad a medida que aumenta la saturación en la superficie, por lo
que presenta mejor ajuste. A bajas concentraciones Langmuir presenta
mejor comportamiento, no así para las concentraciones medias o altas
(Vázquez y Morales, 2000). La diferencia con este trabajo podría deberse
a que estos autores trabajaron solo con horizontes superficiales.
La isoterma de Langmuir presenta la ventaja de poder calcular
la capacidad máxima de adsorción de P y una constante relacionada

454
Experiências Argentinas e Brasileiras

con la energía de adsorción de P, mientras que la de Freundlich, aunque


describe adecuadamente el fenómeno de adsorción, sus constantes son
de difícil interpretación debido a que no tienen un significado físico, ya
que esta isoterma es puramente empírica.
En general considerando el perfil en conjunto, los suelos de loma 5
y 1 serían los de mejor comportamiento con respecto a la retención de P,
mientras que los suelos 7 y 9 serían los de peor comportamiento.
La arcilla tiene efecto altamente significativo sobre la desorción
para todos los valores de agregado de P, para P5sn la correlación fue de
-0,3588 (p< 0,05), para P5sn r = -0,4809 (p< 0,001) y para los valores
de P10 y P100 r fue de -0,48 y -0,7707 respectivamente (p< 0,001), esta
relación con la arcilla fue encontrada también por Moazed et al. (2010)
en suelos iraníes.
El contenido de Cox se correlaciono de manera positiva y
altamente significativa con el Po, indicando que la materia orgánica
favorecería la deserción de fosfatos a la solución del suelo, también
se relacionó de manera significativa y negativa con la adsorción de
P a bajas concentraciones, P5 y P10, lo que indica que en estos casos
la materia orgánica compite con el P por los sitios de adsorción
(r= -0,5267 y -0,3964 respectivamente p< 0,01). Hubo correlación
positiva entre la CIC del suelo y la adsorción y negativa con la desorción
de manera altamente significativa.
No hubo correlación entre las formas sorbidas y desorbidas con
el Ca y Na intercambiable y con el pH del suelo. El P Bray correlacionó
de manera positiva con el P adsorbido en todas la concentraciones de
P agregadas, Djodjic et al. (2004), encontraron que los mecanismos de
transporte a través del suelo y subsuelo son más importantes que el
valor de P en superficie y que factores de sitio específico pueden servir
como indicadores de pérdidas de P por lavado y aunque no han podido
encontrar un indicador general para todos los tipos de suelos.
Owen et al. (2008) coincide con este trabajo en que existe
variabilidad en profundidad de P del perfil de suelo, que es importante
hacer funciones de pedotransferencia que lo incluyan y que la variación
en profundidad es una consecuencia del uso de la tierra.

455
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 6. Variación en profundidad para los distintos perfiles de suelos, de


los valores de desorción de fósforo.
Los valores de desorción de P variaron en superficie en valores
de 0,33 a 0 µg mL-1, a 60 cm de 0,093 a 0,009 y a los 120 cm de 0,034 a
0,016 µg mL-1, esto permite apreciar que aun a los 60 cm los valores de
P en solución. En los 3 suelos estudiados, la desorción de P varió en
los suelos estudiados de 0,0185 a 0,04 µg mL-1 tanto en superficie como
en profundidad, incrementándose considerablemente este valor ante el
agregado de P al suelo. El máximo valor hallado (0,04 µg mL-1 ) es cercano
al de 0,05 ppm de P que la bibliografía sugiere como límite para el nivel
de P que puede entrar en los cuerpos de agua superficiales evitando así
problemas de eutrofización (USEPA, 1986) (Figura 6). Ninguno de los
extractantes habitualmente utilizados en la determinación de P en suelos
tiene la sensibilidad para determinar valores tan bajos del elemento, por
lo que Po sería de utilidad para conocer la liberación de P a la solución
del suelo que puede moverse hasta el agua subterránea.
En el suelo 10 se evaluó la desorción de P a campo con capsulas
de succión ubicadas a 60 cm de profundidad, en coincidencia con el

456
Experiências Argentinas e Brasileiras

HBt (Figura 7), en la figura se muestra los resultados en 13 fechas de


muestreo desde el mes de mayo al mes de diciembre. Puede verse que
existen pulsos de liberación de P del suelo al agua de poro, coincidentes
con pulsos de humedad del suelo y que si bien el Po orienta sobre la
capacidad de desorción del suelo, es solo una foto de lo que ocurre en
el mismo, pero existen factores que puede modificar la concentración
realmente existente en el suelo y la solución que la rodea.

Figura 7. P en el agua de poro del suelo de Escobar (10) bajo huerta orgánica.
Si bien este suelo es un Argiudol (suelo 10) el comportamiento en
cuanto a los valores de desorción son anormalmente altos, debido a que
el mismo se encontraba bajo producción de huerta orgánica, por lo que
la materia orgánica, sería una fuente importante de P y además la MOS,
puede ser una competencia con los sitios de adsorción liberando P a la
solución del suelo. Los valores de P en agua subterránea en el partido
de Escobar fluctuaron entre 0,010 y 0,57 µg P mL-1 (Heredia, 2005), por
lo que los valores de Po podrían ser un buen indicador de los valores
de P que se mueven en el suelo y pueden alcanzar el agua subterránea
(Figura 8).

457
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 8. Valores de P en el agua subterránea, acuífero Pampeano, en el


área de los suelos estudiados.
En el acuífero Pampeano, los valores de P en agua subterránea
oscilaron entre 0,0143 a 0,571 ppm, el 52,9% de las muestras tienen valores
mayores a 0,05 ppm (Heredia et al., 2000; Heredia y Fernández Cirelli,
2009). Las causas de estos valores no pueden explicarse en este trabajo
ya que los suelos han estado bajo diferentes formas de uso por muchos
años y puede haber múltiples causas, incluso puede deberse a que el loess
pampeano es rico en apatita y que esta sea la causa del niveles de P en agua
subterránea.

Conclusiones
La isoterma de Freundlich tiene un buen ajuste a los datos
experimentales en los horizontes superficiales de los suelos estudiados,
mientras que en los subsuperficiales, cuando aumenta el contenido de
arcilla el mejor ajuste lo presenta la isoterma de Langmuir.
El P sorbido permite evaluar la capacidad del suelo de retener el P
y de esa manera conocer la capacidad reguladora del mismo para liberar
P a la solución del suelo.
La arcilla se correlaciona de manera positiva con la adsorción de
P; es importante conocer el uso que se le da a los suelos ya que bajo
producción orgánica en los suelos evaluados aumenta la desorción del
elemento.

458
Experiências Argentinas e Brasileiras

En el agua intersticial el valor de P varió entre 0,12 a 1,18 ppm,


siendo superior a los límites máximos recomendados internacionalmente
en el agua.
El P desorbido podría ser un buen indicador de los valores de P
que pueden moverse en el perfil del suelo y llegar al agua subterránea.
En el acuífero Pampeano, los valores de P en agua subterránea
oscilaron entre 0,0143 a 0,571 ppm, el 52,9% de las muestras tienen valores
mayores a 0,05 ppm.

Bibliografía
BORLING, K.; OTABBONG, E.; BARBERIS, E. Soil variables for predicting
potential phosphorus release in swedish noncalcareous soils. J. Environ.
Qual., v.33, p.99–106, 2004.
CICCOLELLA, P. Distribución global y territorio. Modernización y
concentración comercial en la argentina en los años noventa. Economía,
Sociedad y Territorio, v.2, n.7, p.459-496, 2000.
DJODJIC, F.; BÖRLING, K.; BERGSTRÖN, L. Phosphorus leaching in
relation to soil type and soil Phosphorus content. Journal of environmental
Quality, v.33, p.413-418, 2004.
DORICH, K.L.; NELSON, I.R.; SOMMERS, L.E. Estimating algal available
phosphorus in suspended sediments by chemical extraction. J. Environ.
Qual., v.14, p.400-405, 1995.
GARTLEY K. L.; SIMS, J.T. Phosphorus soil testing: environmental uses and
implications. Commun. Soil Sci. Plant Anal., v.25, p.1565-1582, 1994.
CAMELO, G.L. et al. Indices de sorción de fósforo en algunos molisoles de la
pradera pampeana. Rev. Fac. Agr.,UBA, v.9, p.145‑154, 1988.
HEREDIA O.S. et al. Fósforo extraíble e índices de sorción: posibles usos
ambientales en suelos. Ciencia del Suelo, v.14, p.50-52,1996.
HEREDIA, O.S. Relación entre los procesos de la Zona No Saturada y
la composición del agua subterránea. Esc. para Graduados, Fac. Cs.
Veterinarias, UBA, 2005. 333p.
HEREDIA O.S. et al, Nitratos y Fósforo de un area antropofizada de la
Región Pampeana, Buenos Aires, Argentina. In: Joint World Congress
on Groundwater, 1., 2000, Fortaleza. Memorias… Fortaleza, 2000.
Abstract 315.
HEREDIA, O.S.; CIRELLI, A.F. Groundwater chemical pollution risk.
Assessment through a soil attenuation index. Environmental Geology,
v.53, p.1345-1351, 2008.

459
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

HOLFORD, I.C.R. The comparative significance and utility of the


Freundlich and Langmuir parameters for characterizing sorption and
plant availability of phosphorus in soils. Austral. J. Soil Research., v.20,
p.233-242, 1982.
INDIATI, R.; SHARPLEY, A.N. Soil phosphate sorption and simulated
runoff parameters as affected by fertilizer addition and soil properties.
Commun. in Soil Sci. and Plant Anal., v.26, p.2319-2331, 1995.
IÑIGUEZ, A.M.; SCOPPA, C.O. Mineralogía de arcillas en suelos alcalino-
sódicos del noreste de la provincia de Buenos Aires. RIA, v.8, n.3, p.119-
140, 1971.
LEMUNYON J.L.; GILBERT, R.G. The concept and need for a P assessment
tool. J.of Prod.Agr., v.6, p.483-486, 1993.
MOSCATELLI, G. Los suelos de la Región Pampeana. In: BARSKY, O.
(Ed.). El desarrollo agropecuario pampaeno. [sl.: sn.], 1991. p.11-76.
MOAZED H. et al. Determining Phosphorus Adsorption Isotherm in Soil
and its Relation to Soil Characteristics. International Journal of Soil
Science, v.5, n.3, p.131-139, 2010.
MURPHY, J.; RILEY, J.P. A modified single solution method for determination
of phosphate in natural waters. Anal. Chim. Acta, v.27, p.31‑36, 1962.
OWENS, P.N. et al. Variations in the depth distribution of phosphorus in soil
profiles and implications for model-based catchment-scale predictions
of phosphorus delivery to surface waters. Journal of Hydrology, v.350,
p.317-328, 2008.
PAGE, A.L. Methods of soil analysis. Chemical and microbiological
properties. 2.ed. (Part 2). American Society of Agronomy, USA: Inc.
SSSA, Inc. Publisher, Madison, 1982. 1159p.
PIERZYNSKI G.M.; MYERS, R.G.; THIEN, S.J. Soil Tests for Phosphorus
bioavailability. In: World Congress of Soil Science, 15., 1994.
Proceedings… v.5b, 1994. p.119-120.
SHARPLEY, A.N.; DANIEL, T.C.; EDWARDS, D.R. Phosphorus movement
in the landscape. J. of Production Agriculture, v.6, p.453-500, 1993.
TERUGGI, M. Algunas observaciones microscópicas sobre vidrio volcánico
y ópalo organógeno en sedimentos pampeanos. Notas del Museo de La
Plata. Geología, v.18, n.66, 1955.
TUNNEY, H. et al. Phosphorus loss from soil to water. UK: Cab.
International, 1998. 467p.

460
Experiências Argentinas e Brasileiras

UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY -


USEPA. Quality criteria for water. Office of water regulation and
Standard. USA: EPA 440/5-86-001. 1986.
VÁZQUEZ, S.; MORALES, L.A. Adsorción de P por suelos ácidos de
Misiones (Argentina). C. del Suelo, v.18, p.89-94, 2000.

461
DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA DE AGROECOSSISTEMAS
(Degradación biológica de agroecosistemas)
MOVIMIENTO DE CONTAMINANTES
MICROBIOLÓGICOS ASOCIADOS A LA ACTIVIDAD
GANADERA EN UNA CUENCA DE LA PAMPA
ONDULADA DE ARGENTINA
(Movimento de contaminantes microbiológicos associados à
atividade pecuária em uma bacia do pampa ondulado da Argentina)

Filipe Behrends Kraemer y Celio Ignacio Chagas

Resumen
En los últimos diez años diversos estudios de contaminación
biológica han sido llevados a cabo en la cuenca del arroyo del Tala, Pampa
Ondulada de Argentina por investigadores de la Cátedra de Manejo y
Conservación de la Facultad de Agronomía - UBA en colaboración con
la Cátedra de Higiene de la Facultad de Farmacia y Bioquímica – UBA.
En esta cuenca la erosión hídrica y la contaminación han demostrado
estar íntimamente asociadas. Particularmente en las áreas de vaguada,
se dan fenómenos de acumulación y salida de contaminantes que están
asociados a los procesos de escurrimiento y erosión hídrica mantiforme
y/o concentrada. Además se observó que las variables hidrológicas
asociadas a eventos extraordinarios de escurrimiento jugaban un rol
significativo en la predicción de los cambios en la concentración de
enterococos. Dada la potencial importancia sanitaria y difusión territorial
de la problemática analizada, se consideró relevante ahondar en los
mecanismos y factores que controlan este fenómeno de contaminación
biológica y generar así nueva información científicamente probada de
esta temática. Por ello se establecieron diversos experimentos en varias
escalas de trabajo. En una escala de laboratorio, se determinó que los
Argiudoles poseen un potencial significativamente mayor de adsorción
y retención bacteriana que los Natracualfes y se pudo confeccionar
modelos predictivos de la adsorción bacteriana mediante parámetros
edáficos relevantes como la capacidad de intercambio catiónico y el
porcentaje de sodio intercambiable. De esta forma la dinámica de

465
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

contaminación biológica en los bajos sería rápida y lineal con la carga


bacteriana presente en el momento del escurrimiento. Dicha presunción
fue corroborada en una escala de parche a través de simulaciones de
lluvias y luego a una escala de cuencas mediante la utilización de
modelizado computacional (SWAT). También en estas escalas se pudo
comprobar la importancia del tamaño de agregados en la adsorción
bacteriana y en la removilización de dichos contaminantes bacterianos.
Los diversos estudios realizados en esta cuenca, indican que el uso de la
tierra agrícola-ganadero realizado sin una adecuada planificación, puede
afectar la calidad de agua para diversos usos en sistemas hidrológicos
frágiles como la cuenca del Tala y cuencas similares. Por ello deberían
implementarse acciones destinadas al aumento de la infraestructura
de medición y monitoreo de los cursos de agua, especialmente de
aquellos con potencialidad para consumo humano, animal y con fines
recreativos como son los de la región estudiada.

Resumo
Nos últimos dez anos, diversos estudos de contaminação biológica
foram feitos na bacia do arroio do Tala, Pampa Ondulada da Argentina,
por pesquisadores da Cátedra de Manejo e Conservação da Faculdade
de Agronomia - UBA em colaboração com a Cátedra de Higiene da
Faculdade de Farmácia e Bioquímica – UBA. Nesta bacia, a erosão
hídrica e a contaminação demonstraram estar intimamente associadas.
Particularmente, nas áreas deprimidas observam-se fenômenos de
acumulação e saída de contaminantes que estão intimamente associados
aos processos de escoamento e erosão hídrica laminar e/ou concentrada.
Além disso, observou-se que as variáveis hidrológicas associadas a
eventos extraordinários de escoamento cumpriam um papel significativo
na predição das mudanças na concentração de enterococos. Dada a
importância sanitária e difusão territorial da problemática analisada,
considerou-se relevante aprofundar os estudos no que diz respeito aos
mecanismos e fatores que controlam este fenômeno de contaminação
biológica e gerar assim novas informações sobre esta temática. Para isto,
estabeleceram-se diversos experimentos em várias escalas de trabalho.
Em laboratório, determinou-se que os Argiudolls possuem um potencial
significativamente maior de adsorção e retenção bacteriana que os
Natraqualfs e foi possível confeccionar modelos preditivos da adsorção
bacteriana mediante parâmetros edáficos relevantes como a capacidade
de troca de cátions e a percentagem de sódio trocável. Desta forma, a

466
Experiências Argentinas e Brasileiras

dinâmica de contaminação biológica nos setores baixos seria rápida e


linear com a carga bacteriana presente no momento do escoamento. Tal
presunção foi confirmada em uma micro-escala, através de simulações
de chuvas e após isso, em uma escala de bacias, através da utilização
de modelos computacionais (SWAT). Também nestas escalas pôde-
se comprovar a importância do tamanho de agregados na adsorção
bacteriana e na remobilização de tais contaminantes bacterianos. Os
diversos estudos realizados nesta bacia indicam que o uso da terra para
agricultura e pecuária realizado sem uma adequada planificação, pode
afetar a qualidade de água para diversos usos em sistemas hidrológicos
frágeis como a bacia do Tala e bacias similares. Por isso, deveriam
ser implementadas ações destinadas ao aumento da infraestrutura
de medição e monitoramento dos cursos de água, especialmente
daqueles com potencialidade para consumo humano, animal e com fins
recreativos como são os da região estudada.

Introducción
El conocimiento del transporte de contaminantes derivados
de la producción animal, más específicamente el transporte de
microorganismos patógenos resulta imprescindible para el desarrollo de
modelos de contaminación y por consiguiente prácticas de mitigación
de este fenómeno. En la última década se concluyó que las bacterias en el
escurrimiento pueden ser transportadas como células libres o adheridas
a partículas del suelo, fragmentos de vegetación o residuos (Kraemer
et al., 2013b; Chagas et al., 2010a; Oliver et al., 2007; Tian et al., 2002).
En este sentido, el conocimiento de la condición libre o asociada, y la
composición de los sedimentos transportados por el escurrimiento, son
importantes en el momento de elegir prácticas de manejo que reduzcan
los peligros potenciales de la contaminación hídrica (Dai y Boll 2003,
Vinten et al., 2004). La estrategia de lidiar con las bacterias libres sería
la de minimizar el flujo superficial. Los contaminantes microbianos
transportados de esta forma, eludirían el proceso de filtrado realizado
por el suelo pudiendo recorrer grandes distancias (Oliver et al., 2005).
En cambio, si estas bacterias estuvieran asociadas a partículas, el énfasis
estaría puesto en el control de la generación y transporte de sedimentos.
En los últimos diez años diversos estudios de contaminación
biológica han sido llevados a cabo en la cuenca del arroyo del Tala,
Pampa Ondulada de Argentina por investigadores de la Cátedra
de Manejo y Conservación de la Facultad de Agronomía-UBA en

467
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

colaboración con la Cátedra de Higiene de la Facultad de Farmacia y


Bioquímica-UBA (Chagas, 2007, Kraemer, 2011). A continuación se
presentan sintéticamente algunos trabajos desarrollados en escalas de
cuenca hasta milimétricas evaluando la contaminación biológica tanto
de forma estática como de forma dinámica.

Resultados y discusión
Trabajos a escala de microcuenca
En la cuenca del arroyo del Tala la erosión hídrica y la
contaminación han demostrado estar íntimamente asociadas. La
erosión hídrica se produce principalmente por las actividades agrícolas
de largo plazo desarrolladas en las posiciones altas (suelos Argiudoles)
y en las explotaciones ganaderas extensivas de las áreas bajas (suelos
Natracualfes). Estudios recientes realizados en tierras ganaderas de
la cuenca del arroyo del Tala se abocaron al análisis de las aguas de
escurrimiento superficial acumulada en cubetas similares a las de la
figura 1a ubicadas a lo largo de la red de drenaje de dicha cuenca. Se pudo
advertir la presencia de aguas y sedimentos contaminados con diversas
concentraciones de microorganismos indicadores de contaminación
fecal bovina (Figura 1c) (Chagas, 2007; Chagas et al., 2010).
Los sedimentos allí presentes se generan por procesos erosivos
a partir de suelos ganaderos Natracualfes (por ej. Figura 1a) y suelos
Argiudoles dedicados a cultivos anuales o planteos de engorde a
corral ubicados aguas arriba. La acumulación de dichos sólidos en las
cubetas es el resultado de un proceso de sedimentación selectivo. Por
su parte, las bacterias llegan a estos sitios transportadas principalmente
por escurrimiento superficial a partir de las heces provenientes de los
animales en pastoreo libre en las cercanías de tales depresiones tal como
se pudo comprobar in situ en experimentos de campo empleando lluvia
simulada (Chagas et al. 2007). Estos resultados se muestran en la Tabla 1.

468
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 1. a) Ejemplo de una pequeña cubeta de acumulación de agua de


escurrimiento (<100 m2 de superficie y <50 m3 de volumen) ubicada en el
plano aluvial del Arroyo del Tala. Se advierten signos de erosión hídrica
severa. b) Modelo conceptual de entradas y salidas de contaminantes
a dichos cuerpos de agua y c) Variación estacional de la concentración
relativa de microorganismos mesófilos viables, coliformes totales y
enterococos en las muestras de agua y sedimentos de las hoyadas y
cubetas estudiadas. V: verano; O: otoño; I: invierno; P: primavera
(Chagas et al., 2010).

469
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 1. Resultado de la aplicación de lluvia simulada sobre tratamientos ganaderos


intensivos y extensivos.

Propiedades medidas Pastizal Feedlot


Total de agua escurrida (%) 58 70
Tasa final de infiltración (mm/h) 8,4 b 0a
Sedimentos totales (mg/l) 462 a 13154 c
pH 6,9 a 7,8 b
CE (dS/m) 0,3 a 5,3 b
Cl-1(mg/l) 61,4 a 721,2 b
CO3= (mg/l) 0 0
HCO3-(mg/l) 61 a 427 b
PRS (mg/l) 0,8 a 13,4 b
MMV (UFC/ml) 62000 78000
MCT (UFC/ml) 6000 9500
EEF (UFC/ml) <10 a 885 b

CE: conductividad eléctrica; PRS: fósforo disuelto reactivo; MMV: microorganismos


mesófilos viables; MCT: microorganismos coliformes totales; EEF: microorganismos
enterococos; UFC: unidades formadoras de colonias. Letras diferentes en la misma fila
indican diferencias significativas (p<0,05).

También lo hacen por defecación directa de los animales en las


propias hoyadas. Una vez en las cubetas, los microorganismos se asocian
intensamente a la fase sólida presente en el fondo de dichas depresiones
particularmente a agregados gruesos fácilmente sedimentables tales
como los que se indican en la Figura 2 (Chagas et al., 2006).

470
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 2. Concentración de a) microorganismos mesófilos viables, b)


coliformes totales y c) enterococos, en la fracción de sedimentos gruesos (en
abcisas), en relación a la concentración total de dichos microorganismos en
las muestras de sedimentos más agua de escurrimiento acumulados en las
cubetas y hoyadas (en ordenadas). Los sedimentos “gruesos” se depositan
tras 10 minutos de reposo en laboratorio, previa agitación enérgica.
El contacto entre sedimentos y microorganismos es facilitado por
la remoción que realiza el ganado vacuno al ingresar libremente a estas
depresiones. Si bien esta asociación se dá en distinto grado con todas
las fracciones sólidas allí presentes (tal como se demuestra en los ítems
subsiguientes), la Figura 2 indica que los agregados “gruesos” resultan
particularmente afines a dichos microorganismos. Cabe destacar que la
concentración total media de microorganismos en las cubetas, tanto en
agua como en sedimentos resulta directamente proporcional a la carga
animal media en los lotes (Figura 3). Por otra parte se ha verificado una
gran variabilidad temporal en las concentraciones de microorganismos
en las diversas hoyadas analizadas, independientemente de la carga
animal allí presente.

471
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 3. Relación entre la carga animal media y la concentración media de


a) microorganismos mesófilos viables, b) coliformes totales y c) enterococos
presentes en aguas de hoyadas y cubetas.
La importancia de estos resultados radica en que tanto los
animales en pastoreo como incluso el propio productor rural,
podrían tomar contacto con aguas potencialmente contaminadas con
microorganismos tales como Salmonella sp (Marta Paz, comunicación
personal) y otros que conviven con la flora normal del tracto digestivo
bovino. Esta asociación biológica/mineral, favorecería la supervivencia
de las bacterias fuera del tracto digestivo animal a la vez que condicionan
la forma en que dichas bacterias se mueven a través del escurrimiento
superficial hacia los cursos de agua. Por tal motivo resulta importante
generar herramientas que permitan predecir las concentraciones críticas
de estos microorganismos en los sitios de acumulación estudiados.
En otro reporte, se procedió a ajustar modelos empíricos en base
a la secuencia de registros de acumulación y salida de indicadores de
contaminación biológica en las mencionadas cubetas y hoyadas durante
dos años (Figuras 1b y c, Chagas et al. 2010). Para ello se relacionaron
diversas variables climáticas e hidrológicas con los cambios en las
concentraciones de microorganismos en el tiempo. Se observó que

472
Experiências Argentinas e Brasileiras

las variables hidrológicas asociadas a eventos extraordinarios de


escurrimiento como los que se esquematizan en la Figura1b, jugaban un
rol significativo en la predicción de los cambios en las concentraciones
de enterococos. Particularmente la ocurrencia de lluvias intensas que
provocan escurrimientos significativos a nivel de la red de drenaje
regional, se correlacionaron significativamente con la dinámica de las
concentraciones de ese grupo particular de bacterias. Un set más reciente
de datos permitió validar un modelo empírico que identifica a dicha
variable hidrológica como elemento indicador de alerta temprana de
contaminación microbiológica animal en las cubetas presentes en la red
de drenaje estudiada (Chagas et al., 2012, 2014). Los resultados indican
que mientras más tiempo transcurra entre un evento de escurrimiento
extraordinario y otro, mayor concentración de enterococos sería dable
esperar en las aguas de las cubetas y hoyadas estudiadas
Es evidente que el comportamiento de los enterococos difiere de
los otros grupos microbianos estudiados y esto podría deberse entre
otros motivos a su alta tasa de supervivencia en el medio externo así
como el modo particular en que interactúan con la fase sólida (Chagas
et al., 2006).
Por lo expuesto y siguiendo con el esquema de la Figura
1b, las cubetas y hoyadas recibirían constantemente el aporte de
microorganismos arrastrados por eventos de escurrimiento superficial
moderados similares a los que se muestran en el Cuadro 1. A su
vez algunos grupos microbiológicos como los enterococos, serían
expulsados de las cubetas por eventos de escurrimiento extraordinarios.
Cabe agregar que si bien el modelo matemático propuesto por Chagas et
al. (2012, 2014) es específico para los enterococos, el análisis conceptual
de entradas y salidas de contaminantes puede resultar útil para estudiar
la dinámica de otros contaminantes tanto biológicos como químicos.
Dada la potencial importancia sanitaria y difusión territorial
de la problemática analizada, se consideró relevante ahondar en los
mecanismos y factores que controlan este fenómeno de contaminación
biológica y generar así nueva información científicamente probada de
esta temática. Por ello se establecieron diversos experimentos en varias
escalas de trabajo.

473
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Microescala (Laboratorio)
En una primera instancia se realizaron experimentos para
evaluar el potencial de adsorción de suelos y sedimentos derivados
de dos de los principales suelos de la Pampa Ondulada (Argiudoles
y Natracualfes). Debe tenerse en cuenta que la cantidad y calidad
de los sedimentos generados por una cuenca, y por ende su poder
contaminante, dependen entre otros factores, de la magnitud y tipo de
proceso erosivo y de la morfología, génesis e historia de uso de la cuenca
de origen. Por lo tanto no resulta sencillo predecir las propiedades de
dichos sedimentos y su poder contaminante. Aquellas cuencas que
poseen pendientes de longitud moderada y escaso gradiente, como la
del presente estudio sufren principalmente procesos de erosión de tipo
laminar como así también una intensa sedimentación selectiva de las
partículas gruesas generadas por otros tipos de procesos erosivos. Este
es un rasgo común en la Pampa Ondulada. La combinación de dichos
procesos se caracteriza por generar sedimentos “finos” enriquecidos
en materia orgánica y arcillas de elevada capacidad de intercambio
catiónico (CIC) que alcanzan los principales cursos de agua regionales.
Estos sedimentos tendrían un elevado poder de adsorber y transportar
pendiente abajo, diversos contaminantes químicos y/o biológicos tales
como pesticidas, bacterias y virus, que están asociados a la actividad
humana (Chagas et al. 2007).
Para llevar a cabo los estudios específicos de absorción bacteriana
se eligió trabajar con una especie como Escherichia coli la cual es una
habitante común de la flora intestinal animal y humana al igual que
otros coliformes y además es ampliamente empleado como indicador de
contaminación de aguas. De acuerdo a lo evaluado, se corroboró que los
suelos de la cuenca del arroyo del Tala poseen una alta heterogeneidad en la
capacidad de adsorción bacteriana (25% a 73.3%) lo cual permitió separar
ambientes con capacidades de adsorción diferentes, encontrándose en los
Arguidoles una adsorción bacteriana significativamente mayor que en
los Natracualfes. En los Argiudoles, debido a su mayor posibilidad de
adsorber bacterias tanto en suelos como sedimentos, podría producirse
un aumento en la supervivencia bacteriana transformándose así en sitios
reservorios de contaminantes biológicos. Por otro lado, en los suelos
Natracualfes, la baja capacidad de adsorción de los suelos se traduciría
en rápidos desplazamientos bacterianos en conjunto con el escurrimiento
generando elevadas cargas instantáneas en los cursos de agua aledaños.
Por otro lado se verificó que las principales propiedades que explicaron
la variación de la adsorción en ambos suelos son coincidentes entre sí.

474
Experiências Argentinas e Brasileiras

Por lo tanto para la cuenca evaluada se corrobora la importancia de


aquellas propiedades como la textura, CIC y PSI como instrumentos para
diferenciar ambientes de adsorción, aún en situaciones tan heterogéneas
como las evaluadas. Los valores más altos de coeficiente de determinación
de las propiedades edáficas, lo constituyeron aquellos parámetros con una
tendencia positiva en relación a la adsorción bacteriana como la CIC (R2=
0,67), el contenido de arcilla (R2= 0,55) y la superficie específica (R2= 0,45),
por otro lado, el PSI (R2=0,42), el contenido de arenas (R2= 0,38) y el pH
(R2= 0,25) fueron las variables que explicaron significativamente aunque
en menor medida, la tendencia negativa a la adsorción Figura 4.

Figura 4. Regresiones de las variables utilizadas con tendencia positiva,


contenido de arcillas (%), CIC (C mol Kg-1) y superficie específica (g m-2)
-panel izquierdo- y con tendencia negativa, PSI (%), contenido de arenas
(%) y pH -panel derecho- sobre la adsorción bacteriana. Los cuadrados
corresponden a suelos Argiudoles, mientras que los triángulos corresponden
a suelos Natracualfes. Los suelos muestreados en “Los Patricios” (campo
experimental perteneciente a la Universidad de Buenos Aires) se presentan
vacíos y los llenos corresponden a muestreos fuera de este establecimiento.

475
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Coincidentemente con lo señalado por otros autores (Hagedorn


et al., 1978; Bengtsson, 1978), el contenido de arcilla resultó ser uno de
los principales factores en la regulación de la adsorción y el Kd. Por
ejemplo Weaver et al. (1978) estudiaron esta variable en una solución de
agua y suelo y observaron que la adsorción de E. coli variaba entre 7%
en suelos franco arenosos (10% arcilla) a 90% y más en suelos arcillosos.
Mediante técnicas de centrifugación Ling et al. (2002) encontraron para
dos suelos de 14% y 35% de contenido de arcilla, valores de 24,5% y 99,2
de adsorción de E. coli, respectivamente. Con respecto a la superficie
específica, propiedad estrechamente asociada a las arcillas, se esperaba
un grado de ajuste elevado respecto de la adsorción bacteriana. Sin
embargo este ajuste resultó muy similar al contenido de arcillas.
Al tratarse de muestras que en su mayoría resultaban similares en
cuanto al tipo y proporción de arcillas (illita y caolinita) esta variable
no mejoró la explicación de la adsorción bacteriana. Por otro lado la
CIC, propiedad íntimamente ligada al contenido y tipo de arcillas y a
la materia orgánica, permitió ajustar un modelo de regresión con el
máximo coeficiente de determinación de todo el ensayo, indicando la
importancia de los balances electrostáticos, y de los cationes presentes
en el ambiente de adsorción. En los minerales 2:1 un 80% de la carga
negativa depende de las sustituciones isomórficas (Stotzky, 1985),
siendo presumiblemente ésta la razón por la cual la CIC fue la variable
que mejor explicó el comportamiento de la adsorción microbiana.
Por otro lado en cuanto a aquellas propiedades edáficas que
afectaron de forma negativa la adsorción bacteriana, se encontró
que el elevado coeficiente de determinación en el ajuste de regresión
entre el PSI y la adsorción microbiana (Figura 4), estaría reflejando el
ambiente de dispersión de agregados que se genera al incrementarse
la expresión de las cargas negativas. Este hecho tendría como efecto el
incremento de la repulsión de las bacterias. También habría una relación
significativa entre la adsorción bacteriana y el pH del medio. Este hecho
confirma el rol de las fuerzas electrostáticas en la adsorción bacteriana
a minerales ya que el aumento del pH tiene también como consecuencia
el aumento de la electronegatividad de las superficies de las membranas
bacterianas, fenómeno que potenciaría la repulsión bacteriana a las
superficies minerales. Se puede observar que la variable pH, no tuvo la
misma importancia como variable predictiva individual de la adsorción
bacteriana. Aunque a esta relación le correspondió una alta significancia
(P<0,003) su R 2 no superó 0,25. Esto podría deberse en parte, a la

476
Experiências Argentinas e Brasileiras

preponderancia de los minerales 2:1 en las muestras analizadas, ya que


en ellos la carga negativa, responsable por la adsorción bacteriana, es
escasamente dependiente del pH. En este sentido, la variación de estas
cargas negativas estará dada por la caolinita, la cual si bien está presente
en prácticamente todas las muestras, su proporción en ellas es muy
baja. La información obtenida permitió ajustar un modelo de adsorción
bacteriana para ambos suelos y = 1.7 (CIC) - 0.05 (Arena) - 0.54 (PSI)
(R 2: 0.79), el cual explica un porcentaje muy alto de la variabilidad
observada respecto de la adsorción bacteriana en la cuenca bajo estudio.
Luego de evaluar el potencial de adsorción de los suelos presentes en
la cuenca del Tala, se analizó la influencia del tamaño de agregados finos
en dicha adsorción, habida cuenta de la importancia de la erosión hídrica
laminar a nivel regional. Uno de los propósitos centrales de este estudio
fue la de aportar información acerca de la sedimentación diferencial de
los contaminantes biológicos que ocurrirían durante diversos eventos
de escurrimiento superficial y erosión hídrica.Conocer la capacidad de
adsorción y afinidad bacteriana es de gran valor para el desarrollo e
implementación de estrategias de mitigación de la contaminación tales
como el control de la generación de sedimentos o su posterior captura
en franjas de filtrado. Schillinger y Gannon (1985) reportaron que
alrededor de 15-20% de las bacterias coliformes fecales presentes en agua
de tormenta estaban adsorbidas a agregados relativamente grandes,
la mayoría con diámetros > 30 μm. Oliver et al. (2007), reportaron la
existencia de una asociación preferencial de bacterias proveniente de la
materia fecal (e.g. Escherichia coli) a diferentes tamaños de agregados
edáficos. En el mismo trabajo, en suelos franco arcillosos, los autores
encontraron que el 35 % de las células de E. coli estaba asociado a
agregados >2 µm, principalmente a fracciones de diámetro entre 4 y
15 µm. Por otro lado Santanatoglia et al. (2006), encontraron valores
bajos de concentración de sedimentos en el agua del arroyo del Tala, al
analizar muestras correspondientes a los periodos de estiaje de dicho
arroyo. Si bien no se incluyeron en ese trabajo los eventos de crecidas
es probable que el escaso transporte anual de partículas registrado, se
deba principalmente a la importante sedimentación que se produciría
en numerosos sitios de la cuenca debido a la baja pendiente general del
área. Cabe destacar que a pesar de la escasa cantidad de sedimentos
transportados por el arroyo del Tala, su potencialidad de acarrear
contaminantes, como se mencionó con anterioridad sería muy marcada,
habida cuenta de que se trata de material de un tamaño cercano o menor

477
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

a 0,45 μm y por ende con gran superficie específica (Santanatoglia et al.,


2006). También se deduce que los sedimentos “finos” (principalmente
del tamaños de limos y arcillas) movilizados por erosión hídrica, no se
verán tan afectados por el tamaño y las características de la cuenca como
los sedimentos “gruesos” (del tamaño de arenas o mayores), teniendo los
primeros mayor probabilidad de alcanzar los cursos de agua.
Por lo expuesto, se procedió a realizar ensayos de laboratorio a
partir de muestras superficiales tomadas en el campo, en ambientes
que han sufrido sucesivos procesos de erosión laminar y sedimentación
correspondientes al suelo dominante de la cuenca del Tala (Argiudol
vértico). A través someter dichas muestras inoculadas al agitador
mecánico siguiendo un procedimiento estandarizado, se logró generar
en laboratorio una distribución de partículas y agregados similar a la
obtenida en los ensayos de simulación de lluvia a campo, observándose
una distribución, adsorción y afinidad diferente para cada tamaño
de agregado (Figura 5). El tamaño <2 µm mostró una proporción de
bacterias superior que el resto de las fracciones analizadas, encontrándose
un promedio de 48 %. Respecto del tamaño >2 μm, (donde no habría
bacterias libres), la fracción 50–20 μm (limo grueso) fue la que presentó
mayor adsorción de bacterias con un promedio de 37,9% para dos
medio líquidos contrastantes (alta fuerza iónica-agua de cubetas-; baja
fuerza iónica- agua destilada). Dentro de la misma categoría (>2 μm), los
mayores valores de afinidad bacteriana (UFC m-2) se encontraron en el
tamaño 50 a 20 μm (limo grueso), independientemente del medio líquido
considerado. La gran afinidad bacteriana correspondiente a los limos
gruesos podría explicarse por el importante porcentaje de minerales
porosos y poco densos que existe en la región en la que se tomaron las
muestras (Cosentino y Pecorari, 2002). Dichos minerales de tamaño
de limos podrían poseer propiedades físicas químicas y estructurales
que favorecerían la asociación microbiana. Además, Morrás et al. (1995)
trabajando con suelos de la misma región, mostraron que las partículas
del tamaño del limo poseen fenómenos electrostáticos evidenciados por
la existencia de sitios de intercambio iónico. Este último concuerda con la
importante afinidad bacteriana por los sedimentos gruesos acumulados
en las cubetas descriptas por Chagas (2007), ya que dichos sedimentos
estarían frecuentemente enriquecidos en partículas elementales del
tamaño de los limos, tal como señalaron Santanatoglia et al. (1996).

478
Experiências Argentinas e Brasileiras

Se ha encontrado que las bacterias requieren estar asociadas a


partículas de suelo >63 μm de diámetro para poder sedimentar en el
escurrimiento y deberían estar asociados a agregados >500 μm para poder
ser filtrado por la pastura. (Muirhead et al., 2006). Por lo tanto, los datos
aquí presentados sugieren una baja efectividad de las franjas de filtrado.
Por otro lado, el área bajo estudio posee gradientes muy bajos del orden de
0.5% y longitudes de pendientes muy largas (alrededor de 1000 m) donde
existe una mayor posibilidad de producirse sedimentaciones selectivas
y donde la vegetación pueda actuar como filtro. Así Coyne et al. (1995)
encontraron que las franjas de filtrado redujeron el 99% de los sedimentos
con una tasa de remoción bacteriana de 74 y 34% en distintas pendientes
indicando que cada situación debería ser analizada específicamente,
separando el efecto de las franjas de filtrado en la relación infiltración/
escurrimiento y las características particulares de cada situación como
pendiente, tipo de suelo, tipo de vegetación utilizada entre otros. Por otro
lado se ha verificado que existe una importante asociación bacteriana a
partículas mayores a 2 μm que pueden no ser controlada mediante franjas
de filtrado auque si pueden promover un aumento en la supervivencia
bacteriana (Sherer et al., 1999; Jamieson et al., 2004).

479
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 5. Distribución bacteriana, adsorción bacteriana relativa y afinidad


bacteriana para diferentes tamaños de agregados y medios líquidos. Letras
diferentes indican diferencias significativas P<0,05.
A su vez, se comprobó un incremento en el grado de adsorción
debido a la utilización de medios líquidos con mayor fuerza iónica.
Por ello, el estudio de la interacción bacteria/sólido sobre distintos
tamaños de agregados y en medio líquidos contrastantes puede
proporcionar pautas para la elaboración de propuestas de mitigación de
la contaminación biológica de los suelos y cursos de agua representativos
de una región determinada. En este sentido surge la importancia de
evaluar la estabilidad estructural de los suelos ya que dicha propiedad
indicaría la propensión de los suelos a generar agregados de tamaños
compatibles con los procesos de transporte bacteriano.

480
Experiências Argentinas e Brasileiras

Escala parche (Parcela)


Como ya se discutió la adsorción bacteriana y la afinidad de dicha
adsorción en los distintos tamaños de partículas son claves para el estudio
de la contaminación biológica. Por otro lado, en el campo estas medidas
biológicas están supeditadas a los factores hidrológicos que condicionan
el movimiento de agua y la generación de sedimentos. En este sentido,
el escurrimiento superficial es el eje que permite en gran parte de las
características climáticas, geomorfológicas, edáficas y de uso de la tierra
de las (Santanatoglia et al., 2006). Stainer et al. (1979) demostraron
que el escurrimiento superficial es la ruta principal por la cual los
contaminantes fecales de origen agropecuario llegan a los cursos de
agua. Algunos estudios han muestran que los escurrimientos generados
por lluvias en áreas ganaderas y de otras explotaciones animales,
pueden producir importantes transferencias de microorganismos
indicadores de contaminación fecal a las aguas superficiales (Rodgers
et al., 2003; Signor et al., 2005; Chagas et al., 2007; Piazza, 2006). Por
todo esto, surge la necesidad de estudiar la eficiencia del escurrimiento
en relación al lavado o retención bacteriana de los pasturas manejadas
bajo pastoreo directo (Nagels et al., 2002) y los suelos correspondientes
hacia los cuerpos de agua. En esta escala, a partir de simulaciones
de lluvias, se evaluó la retención bacteriana - RB - (la cual indica el
porcentaje de inóculo en el escurrimiento sobre lo que fue inoculado
al suelo) en tres situaciones contrastantes, denominadas Sitio agrícola,
Sitio Ganadero y Sitio Ganadero Sódico. La primera difiere de las dos
restantes principalmente por el tipo de uso de la tierra y el tipo de suelo
(Argiudol el primero, Natracualf los dos últimos) mientras que entre las
dos primeras y la última, la diferencia radica el elevado contenido de
sodio intercambiable desde superficie del sitio sódico. La RBfue de 81%
y 75% para los sitios agrícola y ganadero respectivamente, observándose
una tendencia a la diferenciación con el tratamiento Ganadero Sódico
(F: 3,75, P<0,10) cuyo valor alcanzó el 52%. Las importantes diferencias
de RB halladas en los tres suelos evaluados, estarían mostrando una
posible regulación diferencial, respecto de la dinámica de transporte
bacteriano. Según estos resultados, el sitio Ganadero Sódico poseería
la mayor capacidad de contaminación física, química y biológica de los
cuerpos de agua cercanos. A su vez resulta destacable el comportamiento
del sitio Ganadero (no sódico) habida cuenta que se trata como en
el caso anterior, de un suelo hidromórfico de origen nátrico aunque

481
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

con adecuadas propiedades edáficas en el horizonte superficial. Por lo


expuesto, a los efectos perjudiciales de la degradación edáfica sobre la
producción agropecuaria, debería sumarse también sus consecuencias
sobre la contaminación biológica hídrica. Los elevados valores de
escurrimiento y producción de sedimentos observados en el sitio
ganadero sódico, sumado a su baja capacidad de absorción bacteriana,
delinean un importante riesgo de contaminación a los cursos de agua
aledaños, tal como surge del escaso valor de retención bacteriana hallado
para este tratamiento. El panorama se ve agravado debido a la cercanía
de este tipo de suelos a los principales cursos de agua de la región. En
contraposición, la adecuada tasa de infiltración encontrada en los sitios
Agrícola y Ganadero sumado a su alto valor de absorción microbiana
y su lejanía a los cursos de agua, permitirían concluir que, ante lluvias
de moderada intensidad, los contaminantes biológicos asociados a estos
suelos presentarían importantes retardos para alcanzar los cursos de
agua antes mencionados siendo además su cantidad total, sensiblemente
menor que para el caso anterior.
Esta retención bacteriana, como se observa en la Tabla 2 fue
explicada en gran forma por la adsorción bacteriana y el Kd medidos en
el laboratorio: mientras mayor era la adsorción y Kd bacteriano mayor
era la retención bacteriana y por ende, menor resultaba la salida total de
microorganismos del sistema.

482
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 2. Regresiones lineales entre la Retención Bacteriana surgida de campo (%) en 1 h de simulación de lluvia
con una intensidad de 60 mm h-1 y a)variables biológicas surgidas de campo y laboratorio, b) propiedades
edáficas surgidas de laboratorio y c) variables hidrológicas surgidas de campo, en tres sitios de la
Pampa Ondulada (n = 9 parcelas).
Retención Bacteriana en función de:
R2 Pendiente Ordenada Valor P
a) Variables biológicas Adsorción (Campo) 0,43 0,87 -7,48 0,019
Adsorción (Lab.) 0,56 0,60 16,90 0,013
kd (Campo) 0,27 0,20 -7,41 0,200
Kd (Lab.) 0,44 0,07 -1,44 0,037

b) Propiedades edáficas Arena 0,43 -1,11 182,90 0,041


Limo 0,20 0,32 550,10 0,195
Arcilla 0,20 0,79 266,90 0,192
Porosidad 0,27 0,11 45,00 0,126
CC <0,01 -0,002 34,12 0,957
SE 0,44 0,81 99,00 0,036
CIC 0,23 0,02 15,50 0,160
PSI 0,55 -0,33 29,03 0,013
pH 0,56 -0,05 9,71 0,013
CE 0,01 -3,83 1569,00 0,770
CO 0,56 0,03 0,91 0,013

c) Variables hidrológicas Escurrimiento 0,16 -0,57 81,80 0,248


TIF 0,27 0,75 57,70 0,120
           
CC = capacidad de campo, SE = superficie específica, CIC = capacidad de intercambio
catiónico, TIF = tasa de infiltración final.

Con relación a las propiedades edáficas físicas y químicas, su efecto


sobre la retención bacteriana se debió a la configuración y modificación
de los mecanismos de adsorción como así también a su influencia sobre
la dinámica hidrológica. En este sentido el pH, CO, PSI y el contenido
de arenas actuarían como variables claves en la modificación de los
ambientes de adsorción bacteriana por un lado y como determinantes
en el resultado hidrológico de las simulaciones por otro. Esto coincide
con lo señalado por Marshall (1980), quien mencionaba que el ambiente
de absorción bacteriana estaba afectado mayormente por el pH y la
presencia de compuestos orgánicos e inorgánicos los cuales alteraban
las cargas superficiales. Diversos autores señalaron al pH como una

483
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

variable importante que modifica el balance de cargas de las arcillas


incrementando o disminuyendo la adsorción (Stotzky, 1985).
Con respecto a las propiedades físicas analizadas, el contenido
de arena mostró una pendiente negativa explicada por la baja
interacción de esta fracción con el agua (vehículo de transporte de los
microorganismos) y con los propios microorganismos. En contrapartida
la superficie específica pudo explicar el 44% de la variación de la
retención microbiana, seguramente por su efecto en la adsorción
bacteriana. Las variables hidrológicas no se asociaron significativamente
con la retención bacteriana, contrariamente a lo esperado. La aplicación
del inóculo distribuido uniformemente en todas las parcelas sobre el
suelo seco, removido y carente de cobertura, pudo haber influido
para que sean las propiedades edáficas las que regularan la dinámica
microbiológica en detrimento de los parámetros hidrológicos. En este
escenario, las propiedades intrínsecas de los suelos conjuntamente con
la humedad y estructura de los mismos tuvieron una gran incidencia en
la determinación de la adsorción microbiana y de esta forma regularon
el posterior movimiento microbiano, principalmente en el comienzo
del evento de lluvia. En ensayos con una liberación microbiana
gradual, asociados a suelos previamente húmedos, las bacterias
tendrían probablemente menor tiempo de contacto con el suelo y a su
vez esa interacción se daría en un medio más acuoso, disminuyendo
la posibilidad de actuar a los mecanismos de adsorción en la forma
significativa con que lo hicieron en el presente ensayo.
En relación al tamaño de sedimento que dominó el escurrido,
el mismo corresponde a microagregados y partículas elementales del
tamaño de los limos y arcillas (< 50 μm). Este hecho era esperable teniendo
en cuenta el impacto de las gotas con alta energía cinética y la escasa
capacidad de transporte que caracteriza a la erosión laminar (Nearing
et al., 1990). En tal sentido, es muy posible que la baja proporción de
agregados > 50 μm observados, se deba a que fueron desagregados a
tamaños menores y/o retenidos por su peso no llegando a la salida de
la parcela. Dado que la mayor parte de los microorganismos analizados
se encontraban libres (en la fracción < 2 μm) o asociados a partículas
pequeñas (50-2 μm) los mismos tendrían un movimiento análogo al
escurrimiento. Por tales motivos la implementación de franjas de filtrado
sería de escasa utilidad en aquellos sectores de la Pampa Ondulada
que posean pendientes cortas de escaso gradiente en las que existiría

484
Experiências Argentinas e Brasileiras

dominancia de erosión laminar por encima de otros tipos de procesos


erosivos.
Este escenario se complementa con el que se describió en la primera
parte de este manuscrito (Figura 1b) donde se menciona la ocurrencia
de flujos concentrados en áreas de vaguada los cuales poseen gran
capacidad de desprendimiento y transporte de partículas “gruesas”. Estas
últimas terminan sedimentando en hoyadas y depresiones a lo largo de
la red de drenaje regional y tomando contacto con los microorganismos
transportados posteriormente hacia dichas depresiones a través de
erosión de tipo laminar o mantiforme.
Como síntesis de lo expuesto, se puede afirmar que los eventos
hidrológicos y los procesos de erosión hídrica/sedimentación asociados
a los mismos regularán la diseminación de patógenos y la persistencia
de éstos en las cuencas bajo estudio sometidas al uso agropecuario.

Escala de microcuenca (Simulación de transporte


bacteriano con el modelo SWAT)
Por último para poder completar el estudio de la contaminación
biológica es necesario contemplar las variables emergentes que surgen al
utilizar una escala de cuenca hídrica. Para ello, en una microcuenca de
la Pampa Ondulada (300 ha), se utilizó el modelo SWAT (Soil and Water
Assessment Tool, Arnold et al.,1990) y esbozaron diferentes escenarios
de contaminación (2 cargas animales: 0,5 y 1 EV y dos coeficientes de
distribución bacteriana: la medida en laboratorio 10 ml g-1 y la propuesta
por el SWAT de 175 ml g-1). La utilización de este modelo permitió,
además de estimar la dinámica de contaminación de la microcuenca
bajo estudio, estudiar la potencialidad de utilizarlo en otras áreas de la
Pampa Ondulada. Empleando la información de lluvias del año 2000
el modelo predijo más de 10 episodios de alto transporte bacteriano
hacia la vaguada, donde la concentración de coliformes fecales en
todos los escenarios planteados resultó por encima de los estándares
de calidad de aguas para bebida humana y animal (USEPA, 1986;
Dupchak, 1999). En esta escala, el modelo SWAT puso nuevamente de
manifiesto la incidencia de la adsorción y Kd bacteriano en el transporte
de contaminantes biológicos a través del escurrido superficial. En este
sentido se corroboró una estrecha relación lineal y positiva entre las
lluvias y la concentración bacteriana en el escurrido, principalmente en
la simulación de escenarios más cercanos a la realidad local, es decir,
con carga animal de 0,5 EV y Kd medido in situ de 10 ml g-1 (Figura 6).

485
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Es de destacar que esta linealidad no se verificó al emplear los valores


por default que incluye el modelo (Kd: 175 ml g-1). El empleo del mismo
puso además de relieve la importancia de considerar la escala temporal
del análisis. Esto se debe a que la simulación de largo plazo con valores
de Kd por default arrojaron concentraciones de microrganismos en el
escurrimiento, 20% superiores a las predichas con Kd medido in situ
(10 ml g-1). Esta aparente contradicción con los resultados del ensayo
de lluvia simulada antes mencionado, se debería a que los sistemas con
mayor Kd ofrecen una mayor protección determinando un incremento
de la supervivencia de los microorganismos en el suelo y por ende
eleva la posibilidad de su transporte hacia los cursos de agua en lluvias
posteriores. Estos resultados muestran que los programas de simulación
de reciente desarrollo como el mencionado SWAT permitirían modelizar
complejos procesos de contaminación biológica y química, perfilándose
como un importante instrumento soporte en la toma de decisiones de
las problemáticas planteadas.

Figura 6. Concentración de coliformes fecales diarios (UFC.100


ml-1) simulados a partir de las lluvias del año 2000, para una
carga animal de 0,5 EV (C=0,5) y dos niveles de Kd bacteriano
(BactKdQ 10 y BactKdQ 175).

486
Experiências Argentinas e Brasileiras

Conclusión
En síntesis, se puede destacar que para las cuencas hídricas de
Pampa Ondulada, fue posible dilucidar algunos factores importantes
que controlan la dinámica de la contaminación biológica asociada
a la actividad ganadera extensiva e intensiva presente y futura. Se
determinó que los Argiudoles poseen un potencial significativamente
mayor de adsorción y retención bacteriana que los Natracualfes.
Teniendo en cuenta que las zonas altas de las cuencas regionales son
dominadas por los Argiudoles se configurarían éstos como ambientes
de reserva bacteriana donde los contaminantes biológicos volcados en
su superficie, permanecerían un tiempo prolongado siendo movilizados
hacia sectores más bajos recién ante eventos de precipitación de
cierta magnitud. Por el contrario, los ambientes bajos dominados por
Natracualfes, volcarían rápidamente a los cursos de agua circundantes
los contaminantes biológicos aportados a su superficie, debido a la baja
retención bacteriana asociada a sus propiedades edáficas. De esta forma
la dinámica de contaminación biológica en los bajos sería rápida y lineal
con la carga bacteriana presente en el momento del escurrimiento.
Esta dinámica de contaminación es compleja ya que está relacionada
con todos los procesos degradatorios de la cuenca. Particularmente
en las áreas de vaguada se dan fenómenos de acumulación y salida
de contaminantes que están íntimamente asociados a los procesos
de escurrimiento y erosión hídrica mantiforme y/o concentrada.
Alteraciones en los procesos erosivos, de escurrimiento o cambios en los
sistemas productivos podrían modificar la intensidad de estos procesos
contaminantes.
Los diversos estudios realizados a nivel de laboratorio, parche y
cuenca, indican que el uso de la tierra agrícola-ganadero realizado sin una
adecuada planificación, puede afectar la calidad de agua para diversos
usos en sistemas hidrológicos frágiles como la cuenca del Tala y cuencas
similares. Por ello deberían implementarse acciones destinadas al
aumento de la infraestructura de medición y monitoreo de los cursos de
agua, especialmente de aquellos con potencialidad para bebida humana,
animal y con fines recreativos como son los de la región estudiada.

487
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
ARNOLD, J.G. et al. SWRRB: A basin scale simulation model for soil and
water resources management. Texas: A&M Univ. Press, 1990, 252p.
BENGTSSON, G. Growth and metabolic flexibility in ground water
bacteria. Microb. Ecol., v.8, p.235-248,1989.
DAI, X.; BOLL, J. Evaluation of attachment of Cryptosporidium parvum
and Giardia lamblia to soil particles. J. Environ. Qual., v.32, p.296-304,
2003.
CHAGAS, C.I. et al. Indicadores de contaminación biológica asociados a la
erosión hídrica en una cuenca de Pampa Ondulada, Argentina. Cienc.
suelo, v.24, n.1, p.21-27, 2006.
CHAGAS, C.I. et al. Calidad de agua de escorrentía superficial en sistemas
ganaderos extensivos e intensivos de Argentina. Agrochimica, v.2,
p.130-136, 2007.
CHAGAS, C.I. et al. Movimiento superficial de contaminantes biológicos
de origen ganadero en la red de drenaje de una cuenca de Pampa
Ondulada. Ci. Suelo, v.28, p.23-31, 2010a.
CHAGAS, C.I. et al. Land use and degradation in a basin belonging to the
Rolling Pampa of Argentina: tendencies and processes. In: CASANOVA,
M.; RUIZ, G.; ZAGAL, E. (Eds.). Proceeding Contribution in extenso.
16th International Soil Conservation Organization Congress. Soil
Science Society of Chile. 2010b. 330-335p.
CHAGAS, C.I. et al. Validación de un modelo de contaminación
biológica ganadera en la pampa ondulada. In: XIX CONGRESO
LATINOAMERICANO Y XXIII CONGRESO ARGENTINO DE LA
CIENCIA DEL SUELO, 2012. Mar del Plata. Memorias… Provincia de
Bs.: Argentina, 2012. CD-ROM.
CHAGAS, C.I. et al. Biological water contamination in some cattle
production fields of Argentina subjected to runoff and erosion. Spanish
J. Agric. Res., v.12, n.4, p.1008-1017, 2014.
COSENTINO, D.; PECORARI, C. Limos de baja densidad: impacto sobre
el comportamiento físico de los suelos de la región pampeana. Cienc.
Suelo, v.20, n.1, p.9-16, 2002.
COYNE, M.S. et al. Soil and fecal-coliform trapping by grass filter strips
during simulated rain. J. Soil Water Conserv., v.50, n.4, p.405-408, 1995.
DUPCHAK, K. Evaluating Water Quality for Livestock. Disponível em:
<http://www.gov.mb.ca/agriculture/livestock/nutrition/bza01s06.
html>. Acesso em: 15 set. 2011.

488
Experiências Argentinas e Brasileiras

HAGEDORN, C.; HANSEN, D.T.; SIMONSON, G.H. Survival and


movement of fecal indicator bacteria in soil under conditions of
saturated Flow. J. Environ.Qual., v.7, p.55-59, 1987.
JAMIESON, R. et al. Assessing microbial pollution of rural surface waters:
a review of current watershed scale modeling approaches. Agric. Water
Manag., v.70, p.1-17, 2004.
KRAEMER, F.B. et al. La textura del suelo como factor regulador de la
adsorción de Escherichia coli en una cuenca de la Pampa Ondulada
(Argentina). Rev. Argent Microbiol., v.43, p.87-93, 2011a.
KRAEMER, F.B. et al. Aplicación del Modelo Hidrológico - SWAT- en una
microcuenca agrícola de la Pampa Ondulada. Cienc. Suelo, v.29, n.1,
p.75-82, 2011b.
KRAEMER, F.B. et al. Bacterial retention in three soils of the Rolling
Pampa, Argentina, under simulated rainfall. Journal of Soil Science and
Environmental Management, v.2, n.11, p.341-353, 2011c.
KRAEMER, F.B. et al. Influence of physical and chemical soil properties on
the adsorption of Escherichia coli in Mollisols and Alfisols of Argentina.
Rev. Int. Contam. Ambient., v.29, n.1, p.7-20, 2013a.
KRAEMER, F.B. et al. Adsorption and affinity of Escherichia coli to
different aggregate sizes of a silty clay soil. Int. J. Sediment Res., v.28,
n.4, p.535-543, 2013b.
MUIRHEAD, R.W.; COLLINS, R.P.; BREMER, P.J. Interaction of
Escherichia coli and soil particles in runoff. Appl. Environ. Microbiol.,
v.72, p.3406-3411, 2006.
MORRÁS, H.J.M. Mineralogy and cation exchange capacity of the fine silt
fraction in two soils from the Chaco region (Argentina). Geoderma,
v.64, p.281-295, 1995.
NAGELS, J.W. et al. Faecal contamination over flood events in a pastoral
agricultural stream in New Zealand. Water Sci. Technol., v.45, n.12,
p.45-52, 2002.
NEARING, M.A. et al. Prediction technology for soil erosion by water:
status and research needs. Soil Sci. Am. J., v.54, p.1702-1711, 1990.
OLIVER, D.M. et al. Preferential attachment of Escherichia coli to different
particle size fractions of an agricultural grassland soil. Water Air Soil
Pollut., v.185, p.369-375, 2007.
OLIVER, D.M. et al. Assessing the potential for pathogen transfer from
grassland soils to surface waters. Adv. Agron., v.85, p.125-180, 2005.

489
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

PIAZZA, V. Calidad de agua de escorrentía en sistemas intensivos y


extensivos de ganado bovino en la Cuenca del Arroyo del Tala, Provincia
de Buenos Aires. 2006. 50f. Tese (Doutorado) - Buenos Aires, Facultad
de Agronomía, Universidad de Buenos Aires, 2006.
RODGERS, P. et al. Spacial and temporal bacterial quality of a lowland
agricultural stream in north east Scotland. Sci. Total Environ., v.314-
316, p.289–302, 2003.
SANTANATOGLIA; O.J. et al. Características de los sedimentos producidos
por erosión hídrica en una microcuenca del Arroyo del Tala, provincia
de Buenos Aires. Cienc. Suelo, v.14, p.42-46, 1996.
SCHILLINGER; J.E.; GANNON, J.J. Bacterial adsorption and suspended
particles in urban stormwater. J. Water Pollut Control Fed., v.57, p.384-
389, 1985.
SHERER, B.M. et al. Indicator bacterial survival in stream sediments. J.
Environ. Qual., v.21, p.591-595, 1992.
SIGNOR, R.S. et al. Quantifying the impact of run-off events on the
microbiological contaminant concentrations entering drinking surface
source waters. J. Water Health, v.3, p.453-468, 2005.
STOTZKY, G. Mechanisms of adhesion to clays, with reference to soil
systems. In: SAVAGE, D.C.; FLETCHER, M.H. (Eds.). Bacterial
Adhesion: Mechanisms and Physiological Significance. New York:
Plenum Publishing, 1985. 195–253p
TIAN, Y. et al. Spatial and temporal modeling of microbial contaminants
on grazing farmland. J. Environ. Qual., v.31, p.860-869, 2002.
USEPA. The Quality of our Nation’s water. Washington, DC: Office of
Water, 1996.
VINTEN, A.J.A. et al. Assessing microbial pollution of rural surface waters
A review of current watershed scale modeling approaches. Agr. Water
Manage., v.70, p.1-17, 2004.
WEAVER, R.W. et al. Sewage disposal on agricultural soils: Chemical and
microbiological implications. Microbiological implications. Ada, Okla.
USEPA, v.2, 1978. 109p.

490
Calidad de Suelos: un enfoque biológico
(Qualidade do solo: um enfoque biológico)

Elena del Valle Gómez y Olga Susana Correa

Resumen
Preservar la calidad física, química y biológica del suelo es uno
de los aspectos fundamentales para un uso sustentable del mismo.
Evidencias experimentales sugieren que las comunidades microbianas
son muy sensibles a las perturbaciones y que la resiliencia del suelo está
vinculada a la diversidad de las mismas. Sin embargo, el estudio de
las comunidades microbianas en un sistema tan complejo y dinámico
requiere de la utilización de distintas técnicas que provean información
complementaria y permitan un análisis integral. El desafío actual es
encontrar indicadores apropiados para la evaluación de la calidad de
los suelos, que permitan una detección temprana, la cual posibilite una
intervención a tiempo con decisiones de manejo. En una experiencia
realizada a partir de un ensayo de larga duración, en la localidad Zavalla,
Santa Fe, Argentina ((32°43´S, 60°55´O), se investigó el impacto del uso
continuado de glifosato sobre la biomasa (BM), la actividad microbiana y
la actividad metabólica específica (cociente metabólico). El experimento
se realizó en mesocosmos de suelo con distintas dosis de glifosato (0,5 a
4 veces de la dosis agronómica). Se observó un efecto inhibitorio inicial
sobre la BM con el incremento de la dosis de glifosato, y un incremento
inicial de la respiración diaria por unidad de biomasa luego de la
aplicación. La mayor actividad metabólica específica en relación a la dosis
del herbicida estaría reflejando un estrés de la comunidad microbiana
debido al herbicida y sería indicativa de un impacto ambiental negativo.
Los perfiles fisiológicos de la comunidad (CLPP, del inglés Community
Level Physiological Profiling) permiten evaluar la diversidad catabólica
de comunidades microbianas del suelo midiendo la intensidad con que se
metabolizan una variedad de sustratos orgánicos. Esta metodología nos
permitió detectar los efectos del manejo sobre la actividad microbiana
general, y particularmente reflejar cambios en la biodisponibilidad de

491
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

N y P en los suelos. Por otra parte, en un estudio realizado en suelos


prístinos y cultivados del noroeste de Argentina utilizamos el análisis
de los perfiles de los ácidos grasos de los fosfolípidos de membrana
(PLFAs) para caracterizar posibles alteraciones en la estructura de las
comunidades microbianas debidas al cambio en el uso del suelo. Los
suelos muestreados correspondieron a una finca en la provincia de Jujuy,
dedicada por más de 100 años al cultivo de caña de azúcar, y a otra en
la provincia de Salta, dedicada al cultivo de soja desde hace más de 20
años. Se detectó una reducción significativa (p<0,05) en varios ácidos
grasos de bacterias, actinomicetos y hongos, y en la biomasa microbiana
total viable (PLFA), poniéndose en evidencia el impacto negativo del
monocultivo sobre la abundancia y diversidad de las comunidades
microbianas de estos suelos. En estos mismos suelos, pero utilizando el
análisis de los genes ribosomales (16S rDNA-PCR-DGGE) se detectaron
diferencias dependientes del uso del suelo y el origen geográfico de las
muestras de suelo. Nuestros resultados ponen en evidencia la utilidad de
los indicadores microbianos para evaluar la calidad de los suelos. Entre
las perspectivas futuras, es necesario continuar con los avances en la
investigación que permitan dilucidar la existencia de relaciones causales
entre la biodiversidad, las funciones de los ecosistemas y la calidad de
los suelos.

Resumo
Preservar a qualidade física, química e biológica do solo é um
dos aspectos fundamentais para um uso sustentável. Evidências
experimentais sugerem que as comunidades microbianas são muito
sensíveis às perturbações e que a resiliência do solo está vinculada a
diversidade destes organismos. Contudo, o estudo das comunidades
microbianas em um sistema tão complexo e dinâmico requer a utilização
de distintas técnicas que forneçam informações complementares e
permitam uma análise integral do sistema. O desafio atual é encontrar
indicadores apropriados para a avaliação da qualidade dos solos, que
permitam uma detecção precoce e possibilite uma intervenção a tempo
com decisões de manejo. Em experimento realizado a partir de um
ensaio de longa duração na localidade de Zavalla, Santa Fé, Argentina
(32°43´S, 60°55´O), avaliou-se o impacto do uso continuado de glifosato
sobre a biomassa (BM), atividade microbiana e atividade metabólica
específica (coeficiente metabólico). O experimento foi realizado em
mesocosmos de solo com diferentes doses de glifosato (0,5 a 4 vezes

492
Experiências Argentinas e Brasileiras

da dose agronômica recomendada). Observou-se um efeito inibitório


inicial da respiração diária por unidade de biomassa assim que ocorreu
a aplicação. A maior atividade metabólica específica em relação as
doses do herbicida estaria refletindo um estresse da comunidade
microbiana devido ao herbicida e seria indicativo de um impacto
ambiental negativo. Os perfis fisiológicos da comunidade (CLPP, del
inglés Community Level Physiological Profiling) permitem avaliar a
diversidade catabólica de comunidade microbiana do solo medindo-
se a intensidade com que se metabolizam uma variedade de substratos
orgânicos. Esta metodologia permite detectar os efeitos do manejo sobre
a atividade microbiana geral e particularmente avaliar as alterações na
biodisponibilidade de N e P nos solos. Neste sentido, em um estudo
realizado em solos prístinos e cultivado do noroeste da Argentina
utilizou-se as análises de perfis dos ácidos graxos dos fosfolipídeos da
membrana (PLFAs) para caracterizar possíveis alterações na estrutura
das comunidades microbianas devido à alteração no uso do solo. Os
solos foram amostrados em uma propriedade na província de Jujuy, que
se dedica a mais de 100 anos ao cultivo de cana de açúcar e numa outra,
na província de Salta, dedicada ao cultivo de soja há mais de 20 anos.
Observou-se uma redução significativa (p<0,05) em vários ácidos graxos
de bactérias, actinomicetos, fungos e na biomassa viável total (PLFA),
colocando em evidência o impacto negativo do monocultivo sobre a
abundância e diversidade das comunidades microbianas nestes solos.
Para estes mesmos solos, utilizando-se as análises dos genes ribossomais
(16S rDNA-PCR-DGGE) detectou-se diferenças dependendo do manejo
do solo adotado e da origem geográfica das amostras de solo. Estes
resultados evidenciam a utilidade dos indicadores microbianos para
avaliar a qualidade dos solos. Como perspectivas futuras, é necessário
continuar com investigações que permitam elucidar as relações entre a
biodiversidade, as funções dos ecossistemas e a qualidade dos solos.

Introducción
A partir de años recientes la agricultura ha experimentado con
enorme rapidez cambios de gran magnitud. La intensificación agrícola,
auspiciada por desarrollos tecnológicos como cultivos genéticamente
modificados y altos potenciales de rendimiento, ha generado una
dependencia creciente del uso de agroquímicos y originado la expansión
de la frontera agrícola a medios progresivamente más frágiles. En
Argentina, desde principios de la década del 90 se registró un avance

493
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

sostenido de la producción agrícola, con un crecimiento extraordinario


de la superficie destinada al cultivo de soja. Esta situación se potenció
con la rápida incorporación de la soja transgénica asociada al sistema de
siembra directa, que posibilitó su cultivo en áreas marginales y en suelos
con limitaciones para la agricultura convencional (Casas, 2005).
En muchos casos estos cambios derivaron en consecuencias
negativas para los agroecosistemas, como contaminación de ambientes
rurales y urbanos (incluyendo de aguas superficiales y subterráneas),
agotamiento de los recursos hídricos, erosión del suelo (hasta la
desertificación de suelos agrícolas), empobrecimiento de la diversidad
biológica, contaminación de alimentos con residuos de pesticidas y
despoblamiento de comunidades rurales.
A raíz de las consecuencias visibles dela intensificación y expansión
agrícola, se registra un cambio progresivo en la perspectiva de la
sociedad, desde un enfoque puramente productivista a una concepción
que tenga en cuenta la sustentabilidad de la actividad agrícola,
considerando los efectos ambientales de los métodos de producción,
la preservación de la diversidad y la calidad de los recursos aire, agua
y suelo. Un manejo sustentable debe combinar tecnologías y políticas
que integren principios socioeconómicos con cuestiones ambientales,
para mantener o aumentar la producción y los servicios, reducir el nivel
de riesgos, proteger el potencial de los recursos naturales y prevenir la
degradación de la calidad del suelo(Schjønning et al., 2004).
El suelo es un sistema complejo, en el que se interrelacionan
procesos físicos, químicos y biológicos, de suma importancia para la
función y equilibrio de los ecosistemas. Los microorganismos que habitan
el suelo realizan procesos fundamentales para su propia existencia
y para la vida de otras especies, como descomposición de residuos
orgánicos, liberación de nutrientes, formación de humus, mejoramiento
de la condición física del suelo, fijación biológica de nitrógeno, acción
antagónica sobre patógenos de plantas y degradación de xenobióticos.
El conocimiento más profundo e integrado de estos procesos, permite
instrumentar manejos más sustentables de la productividad natural
del suelo, reemplazar o complementar ciertas prácticas con procesos
naturales, a un costo menor tanto desde el punto de vista económico
como ambiental, contribuyendo a mantener la calidad de los suelos.

494
Experiências Argentinas e Brasileiras

El suelo como hábitat para los microorganismos


El suelo es uno de los ecosistemas de mayor heterogeneidad y
complejidad, donde ocurren procesos físicos, químicos y biológicos con
gran interdependencia entre ellos. La Figura 1 muestra los componentes
básicos de un suelo, donde puede observarse la predominancia de fase
sólida. La fracción orgánica, si bien es porcentualmente pequeña (< 5%) es
de enorme importancia en el funcionamiento del ecosistema suelo. Las
propiedades físicas y químicas del suelo y los intercambios que ocurren
entre las fases sólida, líquida y gaseosa influencian y están a su vez
influidos por la actividad biológica. Por otra parte, las interacciones entre
los microorganismos y las raíces de las plantas satisfacen requerimientos
nutricionales de la planta. Las raíces ejercen su influencia para promover
o desfavorecer a ciertos grupos microbianos, y los microorganismos
contribuyen a determinar las características del suelo (sistema suelo-
planta-microorganismos).

Figura 1. Composición básica de un suelo.


La heterogeneidad del suelo está dada por variaciones en
profundidad (estratificación) generadas por las transformaciones de la
materia orgánica y procesos fisicoquímicos, que da lugar a los horizontes,
y también encontramos heterogeneidad en superficie, originada por los
distintos tipos de suelo y el uso del mismo.

495
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Si consideramos la composición porcentual básica (Figura 1), y


la relacionamos a su vez con el arreglo de partículas que dan lugar a
un agregado típico del suelo (Figura 2), podemos observar que hay una
gran predominancia de fase sólida como se expresó anteriormente, y que
las partículas sólidas están rodeadas por la fase acuosa y gaseosa. Esta
disposición de las diferentes fases hace del suelo un sistema discontinuo,
que da lugar a microhábitats o microambientes discretos.

Figura 2. Un agregado típico y los distintos organismos que habitan el suelo.


Fuente: Sylvia et al. (1999).

En un microagregado de suelo pueden existir variaciones de


humedad, tenor de oxígeno, disponibilidad de materia orgánica,
carga eléctrica superficial, pH, creando diferentes microambientes que
permiten la vida microbiana.
Dentro de los organismos del suelo, la fauna edáfica está
involucrada en la fragmentación de la materia orgánica, translocación
y mezcla de materia orgánica y suelo mineral, mejora de la aireación
e infiltración del suelo, control de las poblaciones de organismos más
pequeños. Es predadora y presa de otros organismos (flujo de nutrientes

496
Experiências Argentinas e Brasileiras

para niveles tróficos superiores). La macrofauna (>2 mm: lombrices,


hormigas) y la mesofauna (0.2-2 mm: ácaros, colémbolos) habita en
los poros del suelo, mientras que la microfauna (< 0.2 mm: nemátodos,
protozoos) se encuentra en los films acuosos.
Los hongos, las bacterias y los actinomicetes son componentes
fundamentales de la biota edáfica; los primeros constituyen la mayor
biomasa del suelo, tienen metabolismo heterótrofo aerobio y son los
principales degradadores de materia orgánica en ambientes ácidos. Las
bacterias son los organismos de mayor abundancia en el suelo, dentro
de este grupo existe diversidad de capacidades metabólicas que les
permite una gran ubicuidad, por lo que están presentes en todo tipo
de suelos. Los actinomicetes son organismos procariotas con paredes
celulares semejantes a bacterias Gram (+) pero con morfología externa
similar al micelio fúngico y metabolismo heterótrofo aerobio. Ellos son
activos degradadores de moléculas orgánicas recalcitrantes, productores
de antibióticos (estreptomicina, actinomicina); y muy resistentes a
ambientes extremos, excepto acidez.
El agua forma una película alrededor de las partículas del suelo,
a las que se adhieren también células microbianas que, mediante la
excreción de una matriz adhesiva protectora de exopolisacáridos, dan
lugar a las denominadas biopelículas o biofilms. Los biofilms están
asociados a superficies activas (arcillas, MO, ciertos óxidos) y adsorben
biomoléculas como enzimas o ADN, que se protegen de la degradación
y se mantienen activas (Nannipieri et al., 2002). Las superficies activas
de componentes minerales del suelo pueden catalizar ciertas reacciones
químicas, como si fueran enzimas (ej.: minerales de arcilla y óxidos
de Mn III y IV, y de Fe III catalizan reacciones de transferencia de
electrones, de manera similar a las deshidrogenasas).
Las actividades microbianas son muy afectadas por las condiciones
físico-químicas del ambiente, y esto determina la distribución de los
microorganismos en la naturaleza. En el caso particular del suelo, la
interacción de factores bióticos y abióticos define el hábitat de los
microorganismos edáficos. La comunidad microbiana que encontramos
en un hábitat en un momento dado está, entonces, determinada en gran
medida por las características físicas y químicas, y un hábitat favorable
para el crecimiento de un tipo de microorganismo puede no serlo para
otro. A su vez, los microorganismos pueden modificar las condiciones
físicas y químicas de su entorno (extracción de nutrientes, excreción de
productos de su metabolismo, etc.).

497
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Algunos de los principales factores abióticos que afectan la


actividad microbiana son la temperatura, el pH, la tensión de oxígeno
y la disponibilidad de agua (Stotzky, 1997). La temperatura del suelo
influye directamente sobre la actividad biológica. Dentro de cierto rango
(el correspondiente al funcionamiento de los sistemas enzimáticos), las
tasas de procesos químicos y biológicos se duplican por cada 10°C de
aumento de la temperatura. Los microorganismos que habitan los suelos
agrícolas son en su mayoría mesófilos (óptimo 28-30 °C), y muchos son
psicrotolerantes (toleran temperaturas inferiores a 10 °C).
La mayoría de los microorganismos del suelo tienen un rango
óptimo de pH cercano a la neutralidad, que es el que permite la
disponibilidad de la mayoría de los nutrientes. En general, los suelos
no antropizados son más ácidos en zonas con abundantes lluvias que
lixivian las bases del horizonte superficial, y son más alcalinos en zonas
con bajas precipitaciones. Un pH cercano a la neutralidad favorece
el crecimiento de bacterias y actinomicetes, mientras que los hongos
crecen en un rango de pH más amplio, y toleran bien la acidez. Por
su parte, los microorganismos pueden alterar el pH del suelo, si bien
esta alteración es generalmente transitoria. Un suelo puede contener
numerosos microhábitats donde el pH puede ser superior o inferior
al valor promedio medido. Modifican el pH localmente los exudados
radicales en la rizosfera, las sustancias acidificantes o alcalinizantes que
se liberan por la mineralización de los restos orgánicos, la producción de
ácidos orgánicos en condiciones de restricción de O2 y de H+ asociados
a la oxidación de NH4+ o S.
En lo que respecta a la atmósfera del suelo, en suelos bien ventilados
los gases más importantes son el N2 (79%), O2 (18-21%) y CO2 (1-10%),
que se mueven en la atmósfera del suelo por difusión. Otros gases que
pueden formarse por actividad metabólica microbiana son el NO, N2O,
H2 y CH4. La difusión de los gases está condicionada por la disponibilidad
de agua y por el arreglo de las partículas sólidas. Hay una relación
inversa entre la tensión de O2 y la disponibilidad de agua. Esto explica
por qué pueden ocurrir procesos anaeróbicos como la desnitrificación en
suelos bien aireados. La mayoría de los microorganismos son aeróbicos
y los procesos de descomposición son más eficientes (más rápidos) en
condiciones de aerobiosis. Sin embargo, una actividad aeróbica intensa
puede promover un ambiente anaeróbico, al consumir el O2 presente en
un micrositio (anaerobiosis funcional). El agua del suelo es indispensable

498
Experiências Argentinas e Brasileiras

para el desarrollo de todo organismo vivo que habite en él. Es el vehículo


para las reacciones bioquímicas, interviene modificando los intercambios
gaseosos, en el transporte de diversos sustratos, tanto los energéticos
como los productos del metabolismo, y transporta a los microorganismos
de un sitio a otro. Otros factores que afectan la actividad microbiana
son la disponibilidad de carbono orgánico, de nutrientes minerales,
especialmente N y la presencia de compuestos tóxicos.
Como puede deducirse de lo expuesto, el suelo es un hábitat
complejo para el crecimiento microbiano, donde existe competencia
entre una amplia variedad de organismos por nutrientes, espacio y
humedad. No obstante, y a pesar de que es un medio pobre en nutrientes
y fuentes de energía, contiene mayor diversidad de especies que otros
hábitats, en gran parte debido a la versatilidad metabólica y genética
de sus microorganismos y a la posibilidad que tienen de variar las
condiciones del entorno.
El suelo como hábitat es, entonces, un concepto altamente
dinámico. Las interacciones entre factores bióticos y abióticos producen
modificaciones espaciales en distancias muy pequeñas y temporales en
períodos de tiempo muy cortos. Es fundamental tener en consideración
las particularidades del sistema suelo, que lo hacen un sistema tan
complejo, a la hora de evaluar sus propiedades. Hasta el momento
no se ha logrado simular las condiciones de microhábitats donde
los microorganismos viven (Lombard et al., 2011), lo cual dificulta
la posibilidad de establecer relaciones causales en experimentos
controlados y complica la interpretación de resultados.

Calidad de suelo e indicadores microbianos


La intensificación y expansión agrícola originaron diversas
manifestaciones de deterioro de los agroecosistemas, como degradación
de la estructura y erosión, reducción de la fertilidad, contaminación de
aguas subterráneas, susceptibilidad a enfermedades y plagas, las cuales
plantean el interrogante de la sustentabilidad de los mismos.
A partir de los años 90 se enfatiza entre las funciones del suelo,
aquéllas ligadas a la protección ambiental; aparecen los conceptos de
calidad y salud del suelo, que generalmente se usan como sinónimos
(Doran et al., 1996). Estos autores definieron al suelo como “un recurso
dinámico, fundamental no solo para la producción de alimentos y
fibras sino también para el equilibrio global y el funcionamiento de

499
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

los ecosistemas”. Calidad es, entonces, la capacidad de producir sin


degradar y sin perjudicar al ambiente. La salud de un suelo se determina
por la evaluación a través del tiempo de su calidad (Schjønning et al.,
2004).Lo novedoso de este concepto es que calidad aquí no es sólo
sinónimo de producción, sino que se tiene en cuenta este nuevo enfoque
que entiende al suelo como un sistema clave desde el punto de vista
ecológico, considerando las múltiples funciones que desempeña (Tabla
1); (Bone et al., 2010).
La demanda de indicadores rápidos y reproducibles que permitan
detectar cambios en la calidad del suelo ha aumentado en la última
década debido a la toma de conciencia sobre el deterioro de este
recurso que, a diferencia del agua o el aire, es no renovable a escala de
tiempo humano. No existen criterios absolutos de calidad, sino que los
indicadores de calidad y salud son todas las propiedades determinantes
de la función y utilización del suelo, en arreglo a la productividad y
a la calidad ambiental, y que se seleccionan según el uso de la tierra
(agrícola, ganadera, forestal, urbanos).
Tabla 1. Principales funciones ecológicas del suelo.

500
Experiências Argentinas e Brasileiras

Un buen indicador debería reunir ciertas consideraciones o


requisitos generales (Doran y Jones, 1996; Bone et al., 2010):
• Poseer una base de datos disponible con la cual poder comparar
el cambio
• Proveer una medida sensible en el corto plazo de la habilidad del
suelo para cumplir la función
• Capaz de proveer una evaluación continua
• Suficientemente sensible para responder rápidamente a
perturbaciones o cambios producidos por el manejo
• Suficientemente robusto como para no ser influenciado por
variaciones anuales naturales
• Bien correlacionado con procesos del ecosistema
• Integrado con propiedades físicas, químicas y biológicas
• Relativamente simple y económico de medir, fácil de usar,
recolectar y calcular
Dado el papel fundamental que los microorganismos desempeñan
en el funcionamiento, la fertilidad y los servicios que el suelo presta al
ecosistema, existe una necesidad particular de desarrollar indicadores
microbianos, cuya variación pueda ser entendida como señales
tempranas de cambios en el ambiente (Anderson, 2003; Schloter et al.,
2003; Bastida et al., 2008).
La estabilidad de un sistema puede caracterizarse por su
resistencia, que es la capacidad de oponerse al desplazamiento de una
condición de equilibrio, mientras que la resiliencia es su capacidad de
retornar a una condición de equilibrio luego de un desplazamiento en
respuesta a una perturbación. Cualquier forma de agricultura perturba
el equilibrio original del ecosistema nativo, por tal motivo, la resiliencia
es más importante en relación a la evaluación de calidad de suelo y a la
sustentabilidad de los agroecosistemas. Esta propiedad se ve reflejada
en la habilidad del manejo de mantener el funcionamiento del suelo
y el equilibrio en un sistema intervenido. Cuando nos referimos al
componente biológico del suelo, es importante tener en cuenta además,
el concepto de redundancia funcional, por el que ciertas funciones o
servicios del ecosistema pueden realizarse a pesar de que se produzca una
pérdida de las especies más sensibles en respuesta a una perturbación, ya
que éstas son reemplazadas por otras especies más resistentes que llevan
adelante la función en cuestión (Allison y Martiny, 2008). La Tabla 2

501
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

resume estos conceptos, aplicados a las comunidades microbianas


afectadas por una perturbación.
Si nos preguntamos qué es un suelo de buena calidad, y
consideramos lo mencionado con anterioridad, podemos decir que
es aquél capaz de llevar adelante las funciones esenciales para la
vida. Podríamos pensar, entonces, que un buen indicador de calidad
debería encontrarse entre los parámetros que miden funciones del
suelo. Sin embargo, la redundancia funcional muchas veces enmascara
alteraciones en composición de las comunidades microbianas, ya que
otras especies pueden reemplazar en su función a las que se pierden.
Sin embargo, es posible que la misma no se lleve a cabo en términos
similares de eficiencia energética (Anderson, 2003).
Trabajos recientes han demostrado que las comunidades
microbianas del suelo son afectadas en su estructura y/o función por
los cambios en el uso del suelo (Bossio et al., 2005; Peixoto et al., 2006;
Aboim et al., 2008; Chaer et al., 2009; da C Jesus, 2009; Montecchia et al.,
2011). Por ello, actualmente se analizan las comunidades microbianas
en distintos sistemas a fin de seleccionar indicadores microbianos para
diagnosticar la calidad del suelo (Nogueira et al., 2006; Franchini et al.,
2007; Moreno et al., 2009; Marzaioli et al., 2010; Mazzoncini et al., 2010).
Es esperable que las funciones de un ecosistema puedan prestarse más
eficientemente cuando la diversidad microbiana es mayor (Nannipieri
et al., 2003). Existe un creciente cuerpo de evidencias experimentales
que sugiere que las comunidades microbianas son muy sensibles a las
perturbaciones y que la resiliencia en respuesta a los disturbios está
vinculada a la diversidad de las mismas.

502
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 2. Esquema de la incidencia de una perturbación sobre la comunidad microbiana


del suelo. Fuente: Allison y Martiny (2008).

La Tabla 3 muestra algunas propiedades que pueden ser usadas


como indicadores microbianos en programas de monitoreo de
suelos (Winding et al., 2005). Estos programas pueden plantearse
para evaluar el estado de degradación de los suelos y el efecto de
prácticas de recuperación, realizar una predicción del N mineralizable
y recomendaciones de fertilización, evaluar cambios en el uso de los
agroecosistemas (deforestación, instalación de bosques en suelos de
pradera, cambios en las rotaciones de cultivos), evaluar impactos de
prácticas de sistemas de labranza, detectar niveles de contaminación, etc.

503
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 3. Indicadores microbianos usados en programas de monitoreo de calidad de


suelo. Fuente: Winding et al. (2005).

Biomasa microbiana
Respiración
Acción heterotrófica de microorganismos
Cmic/Corg
qCO2
Mineralización del nitrógeno
Nitrificación
Ciclo del Nitrógeno
Desnitrificación
Fijación biológica de N2
Deshidrogenasa
Β-Glucosidasa (ciclo del C)
Ureasa (ciclo del N) Actividades enzimáticas
Fosfatasa (ciclo del P)
Arilsulfatasa (ciclo del S)
Síntesis de ADN
Crecimiento microbiano
Síntesis de proteínas
CLPP (perfiles fisiológicos) Perfiles metabólicos y de ácidos grasos de la comunidad
PLFA (perfiles de fosfolípidos) microbiana
DGGE
TGGE Diversidad Genética
TRFLP
Micorrizas
Microorganismos específicos
Rizobios

Indicadores microbianos: algunas experiencias de aplicación


en suelos argentinos
Respiración del suelo
La respiración del suelo es una medida de actividad biológica
general; refleja la oxidación de sustratos orgánicos asociada a la
degradación de residuos vegetales, exudados radicales, materia orgánica
del suelo, enmiendas orgánicas, otros organismos y xenobióticos. La
respiración puede medirse a través del consumo de oxígeno o, más
comúnmente, de la producción de dióxido de carbono (CO2). El dióxido
de carbono puede detectarse mediante técnicas de absorción en el
infrarrojo, cromatografía gaseosa, conductividad eléctrica, y también
mediante técnicas volumétricas.
La medición de la respiración puede realizarse in situ, mediante
la instalación de respirómetros en el campo. En este caso se estará

504
Experiências Argentinas e Brasileiras

evaluando la respiración de los microorganismos, la mesofauna y las


raíces. También puede determinarse en el laboratorio, en cuyo caso
estaremos midiendo; si tamizamos la muestra, la respiración potencial
del suelo, y dependiendo del tamaño de malla empleado en esta operación
estaremos acotando la determinación al aporte de los microorganismos
al proceso. Una manera sencilla y económica de medir respiración en
sistemas cerrados es a través de la titulación, con un ácido fuerte, del
CO2 capturado en un álcali fuerte agregado en exceso(Frioni, 1999).
Podríamos considerar que una comunidad microbiana activa
de un suelo, es decir con gran intensidad de respiración, sería un buen
indicador de calidad de ese suelo. Sin embargo, no debemos perder de
vista que este proceso está reflejando dos aspectos contrapuestos: por
un lado, la liberación de nutrientes, y por el otro, la pérdida de carbono
del sistema. Tener en cuenta sólo las medidas absolutas de respiración
puede no resultar adecuado para la interpretación de la respiración
microbiana. La liberación de nutrientes puede ser deseable en términos de
producción pero en el largo plazo puede representar pérdida de materia
orgánica del sistema. Por esta razón, es siempre necesario relacionar los
valores de respiración con el aporte de carbono al sistema, ya que esto
permite evaluar si el sistema está perdiendo o ganando carbono.

Biomasa microbiana
Los microorganismos desempeñan un importante rol en la retención
y liberación de nutrientes y energía. El flujo de nutrientes y energía es
regulado por la biomasa microbiana (BM). Jenkinson y Powlson (1976)
definieron a ésta como el “ojo de la aguja a través del cual debe pasar toda
la materia orgánica que llega al suelo”. Esta fracción que comprende 1 a
3% del C orgánico del suelo es un reservorio lábil de C y otros nutrientes
cuyo tiempo de reciclado es menor a un año. Por este motivo, la BM
responde rápidamente a condiciones que alteran los niveles de materia
orgánica del suelo. En el sistema suelo, limitado en C, el C disponible es
la fuerza conductora detrás de todos los procesos e involucra también
otros elementos (N, P, S), y el grado de reciclamiento estará controlado
principalmente por el tamaño y actividad de la BM. La determinación de
carbono de la biomasa microbiana(C-BM) puede realizarse por diferentes
métodos, entre los que pueden citarse el de fumigación-incubación
(Jenkinson y Powlson, 1976), fumigación- extracción (Vance et al., 1987),
y la respiración inducida por sustrato o SIR (siglas en inglés de Substrate
Induced Respiration)(Anderson y Domsch, 1973).

505
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La técnica de fumigación-incubación (Jenkinson y Powlson, 1976)


se basa en que cuando un suelo se fumiga con vapores de cloroformo,
la actividad respiratoria medida luego de la fumigación se incrementa a
un valor mayor al del suelo no fumigado. Este flujo de CO2 proviene de
la descomposición de las células microbianas muertas por la fumigación
y es una medida del tamaño de la biomasa. El método de fumigación-
extracción es una variante del anterior, en el que en vez de incubación
se realiza una extracción del carbono lábil con sulfato de potasio y una
posterior oxidación del C extraído con dicromato de potasio agregado en
exceso y en cantidad conocida. La cantidad de C se valora por titulación
por retorno del dicromato no reducido con sulfato ferroso amónico. Por
otra parte, en la respiración inducida por sustrato, la adición de glucosa
a muestras de suelo produce un aumento de la tasa respiratoria. Ese
aumento se mantiene por unas pocas horas (2-8 h) y luego la liberación
de CO2 se incrementa debido al crecimiento microbiano. La respuesta
respiratoria inicial a la glucosa agregada, registrada antes de que ocurra
cualquier crecimiento microbiano, se considera indicativa de la cantidad
de biomasa existente.
Si bien se plantea la utilidad de esos índices eco-fisiológicos,
hasta el momento no ha podido establecerse una relación directa
entre la diversidad taxonómica de especies y los atributos funcionales
de una comunidad. Sin embargo, la diversidad de especies podría
estar relacionada con la eficiencia funcional y con menores costos
de mantenimiento. Si bien la redundancia funcional parece estar
ampliamente distribuida en las comunidades microbianas, se plantea si
los microorganismos con la misma capacidad funcional son capaces de
llevarla a cabo con igual eficiencia. Según la teoría ecológica de Odum
(1969) existe una tendencia hacia un aumento en la eficiencia en la
utilización de la energía con un incremento en la diversidad durante la
sucesión de un ecosistema hacia su madurez.
La respiración o la biomasa microbiana son medidas generales,
cuya determinación es relativamente sencilla y accesible. No obstante su
utilidad, estas propiedades son denominadas de “caja negra”, ya que no
permiten evidenciar cambios fisiológicos específicos, o modificaciones
en la estructura de la comunidad.
La Tabla 4 muestra algunas relaciones que pueden establecerse
entre el carbono de la biomasa y otras fracciones carbonadas presentes
en el suelo.

506
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabla 4. Relaciones entre el carbono de la biomasa y otras fracciones carbonadas.

En una experiencia realizada a partir de un ensayo de larga


duración, establecido en la localidad Zavalla, Santa Fe, Argentina
((32°43´S, 60°55´O)para el estudio de los cambios en la comunidad de
malezas asociados al uso continuo de glifosato, se investigó el impacto
sobre la BM, la actividad microbiana y la actividad metabólica específica
(cociente metabólico). El experimento se llevó a cabo en mesocosmos
de un suelo Argiudol vértico tratado con distintas dosis de glifosato
equivalentes a 0,5 a 4 veces de la dosis agronómica. Se observó un efecto
inhibitorio inicial sobre la BM, consecuente con el incremento de la dosis
de glifosato, aunque solo significativo para las mayores dosis aplicadas
(Figura 3), y un incremento inicial de la respiración diaria por unidad
de BM luego de la aplicación de glifosato (Figura 4).
La mayor actividad metabólica específica en relación a la dosis
del herbicida, estaría reflejando un estrés de la comunidad microbiana
debido al herbicida y sería indicativa de un impacto ambiental
negativo (Gómez et al., 2009). A partir de este trabajo surgieron nuevos
interrogantes que se intentan dilucidar en actuales investigaciones
integrando otras metodologías. Se plantea si efectivamente se diluyó
el efecto inhibitorio inicial observado en relación al aumento de las
dosis de herbicida y se restableció la función evaluada tal cual como
antes de la aplicación, o bien, se modificó la estructura de la población,
desapareciendo especies sensibles, para ser reemplazadas por otras
tolerantes, y si existió redundancia metabólica que enmascaró un efecto
de toxicidad en un plazo mayor.

507
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Perfiles fisiológicos de las comunidades microbianas


del suelo
Los perfiles fisiológicos de la comunidad (CLPP, del inglés
Community Level Physiological Profiling) permiten evaluar la diversidad
catabólica de comunidades microbianas del suelo determinando la
intensidad con que se metabolizan una variedad de sustratos orgánicos.
Garland y Mills (1991) desarrollaron un método de caracterización de
comunidades microbianas heterotrófas basado en el estudio simultáneo
de múltiples capacidades fisiológicas (CLPP), utilizando microplacas
BiologTM.

Figura 3. Carbono de la biomasa microbiana del suelo (µg CO2 g-1 de suelo),
luego de 4 y 45 días (A y B, respectivamente) del tratamiento con distintas
dosis de glifosato, expresadas como ingrediente activo (i.a.). Medias seguidas
de la misma letra no difieren significativamente (Duncan; p < 0,05; n= 3).

508
Experiências Argentinas e Brasileiras

En las dos últimas décadas, ha sido utilizado ampliamente para


estudiar la diversidad funcional microbiana en suelos sometidos a
distintas prácticas de manejo (Gómez et al., 2004a,b; Ratcliff et al.,
2006). Si bien el método es efectivo para la caracterización simple y
rápida de las comunidades microbianas, son varios los inconvenientes
que limitan su utilidad (Preston Mafham et al., 2002, Chapman et al.,
2007; Garland et al., 2007), entre los que destaca el enriquecimiento
selectivo producido por la alta concentración de sustratos (>100 mM)
en la placa (Smalla et al., 1998; Ros et al., 2008).

Figura 4. Cociente metabólico (µg CO2 mg-1 de C biomasa), luego de 4


y 45 días (A y B, respectivamente) del tratamiento con distintas dosis de
glifosato, expresadas como ingrediente activo (i.a.). Medias seguidas de la
misma letra no difieren significativamente (Duncan; p < 0,05; n= 3).

509
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La cuantificación del consumo de O2 disuelto en lugar de la


liberación de CO2 permite mejorar la sensibilidad del método (es decir,
el uso de menores concentraciones de sustratos), dada la baja solubilidad
del oxígeno en medio acuoso (Garland et al., 2003). BD Oxygen Biosensor
System (BDOBS; BD Biosciences, Bedford, MA, USA) es un sistema de
microplaca de 96 pocillos, que contiene un fluoróforo adsorbido a una
matriz de silicona, con potenciales ventajas sobre el sistema Biolog para
realizar CLPP. La fluorescencia emitida se mide desde el fondo de la
microplaca, lo cual permite analizar materiales turbios (ej. suspensión
de suelo, en lugar de diluciones del mismo). Garland et al. (2003)
encontraron que es posible realizar CLPP con este sistema utilizando
concentraciones de sustratos entre 50-100 mg l−1, que representan 10-
100 veces menos que las concentraciones usadas en otros métodos de
CLPP. Dado que el sistema no contiene ningún reactivo confidencial,
las condiciones de incubación pueden ser ajustadas a los objetivos de
trabajo en forma flexible, posibilitando al investigador manipular
factores tales como disponibilidad de nutrientes, pH, concentración
de un contaminante (Zabaloy et al., 2008). Estudios preliminares
demostraron un efecto estimulatorio de la suplementación con N en la
respiración de distintos suelos (Väisänen et al., 2005; Brown et al., 2009).
En trabajos recientes se demostró que las diferencias en el
consumo de O2 con y sin suplementación de N durante incubaciones
breves (≤ 8 h) disminuyen tras la fertilización en el laboratorio de
microcosmos de suelo (Zabaloy et al., 2008) y en el campo (Garland et
al., 2010). Gómez y Garland (2012) evaluaron la habilidad de los CLPP-
BDOBS para detectar los efectos a largo plazo de sistemas alternativos
de labranza y fertilización nitrogenada sobre la actividad microbiana
del suelo. Se analizó la respuesta respiratoria al agregado de carbono y
suplementación mineral con N y P en un Argiudol típico proveniente
de un ensayo de larga duración establecido en Tandil, Buenos Aires,
Argentina (38°34´S,59°04´O). Se encontró que el consumo de O2 en las
celdas suplementadas con N o N+P, en el control y en todos los sustratos
excepto asparagina, fue significativamente más alto comparado con el
consumo de O2 en las celdas suplementadas con P o no suplementadas,
lo que sugiere que el suelo ensayado tiene limitaciones de N pero
no de P. Las Figuras 5 y 6 muestran la respuesta respiratoria a la
suplementación mineral en las celdas control, y en las que se agregó
manosa y asparagina, en el suelo proveniente de las parcelas de siembra
directa y aradas con cincel, respectivamente. La ausencia de efecto de

510
Experiências Argentinas e Brasileiras

la suplementación mineral en las celdas con agregado de asparagina es


consistente con una mayor disponibilidad de N intracelular proveniente
de la amonificación de esta molécula nitrogenada. Los perfiles BDOBS,
aplicados a este ensayo, permitieron detectar los efectos del manejo sobre
la actividad microbiana general, y particularmente reflejar cambios en
la biodisponibilidad de N y P.

Figura 5. Respuesta respiratoria en suelo bajo siembra directa, registrada


como unidades de fluorescencia relativa normalizada (NRFU) en celdas
A: control (sin agregado de sustrato carbonado), B: con agregado de
manosa, C: con agregado de asparagina, suplementadas con N, P, N+P, y
no suplementadas. I: 0 kg N ha-1; II: 150 kg N ha-1.

511
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 6. Respuesta respiratoria en suelo laboreado con arado de cincel,


registrada como unidades de fluorescencia relativa normalizada (NRFU)
em celdas A: control (sin agregado de sustrato carbonado), B: con agregado
de manosa, C: con agregado de asparagina, suplementadas con N, P, N+P,
y no suplementadas. I: 0 kg N ha-1; II: 150 kg N ha-1.

512
Experiências Argentinas e Brasileiras

Perfiles de ácidos grasos de los fosfolípidos de la


membrana celular.
Los ácidos grasos que componen los lípidos de la membrana celular
microbiana (PLFA) pueden usarse para caracterizar a las comunidades
microbianas. Los ácidos grasos se nombran siguiendo el patrón A:BωC,
donde
A es el número de carbonos del ácido, B es el número de enlaces
dobles y C es la posición del doble enlace que está más cercano al
extremo metilo (omega [ω]) de la molécula. La configuración geométrica
del enlace doble es indicada por el sufijo c para cis y t para trans. Por
ejemplo, 16:1ω8c, es un ácido graso de 16 átomos de carbono y una doble
ligadura de configuración cis localizada a 8 carbonos del extremo ω de
la molécula. Las ramificaciones con metilo se designan con el prefijo
“XMe”, donde X representa la distancia en relación al extremo carboxilo
de la molécula (por ejemplo 10Me16:0). Los ciclopropil-ácidos grasos
son designados por el prefijo “Cy” seguido por el número de carbonos
(Cy17:0).
La posición de un grupo hidroxilo se numera desde el carboxilo
terminal con el prefijo “OH”. El ácido graso 18:2ω6 es importante en
hongos pero también se encuentra en algas, protozoos y humanos. En
general, PLFA saturados de más de 20 carbonos pertenecen a eucariotas.
Por otra parte, si interesa conocer la proporción relativa de bacterias y
eucariotas los ácidos grasos 16:0, 18:0 y 18:1ω9c, que son abundantes
tanto en bacterias como en eucariotas, deberán ser removidos antes del
análisis. En la tabla 5 se indican algunos ácidos grasos que son específicos
y que tienen valor de biomarcador para estudios de la estructura de la
comunidad microbiana del suelo.
Tabla 5. Algunos ácidos grasos que integran los fosfolípidos de la membrana
microbiana y grupo microbiano al que representan.

Ácido graso Grupo Microbiano


i15:0; i17:0; a15:0 Bacteria Gram positiva
cy17:0; cy19:0; 18:1∆11c Bacteria Gram negativa (cy19:0, también Gram+)
10 Me18:0; 10 Me17:0; 10 Me16:0 Actinomicetes
18:2ω6,9; 18:1ω9c Hongos
20:4ω6 Protozoos
16:1ω5 Hongos de las micorrizas arbusculares
18:1ω8c Metanótrofos

513
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Existen grupos filogenéticos que tienen PLFA característicos y


particulares. Es así que las bacterias anaeróbicas de la familia Protobacteria
tienen mayormente PLFAs de 16 carbonos y las Actinobacteria de 18
carbonos con una ramificación terminal. Las bacterias reductoras de
sulfato (tipo Desulfovibrio) tiene PLFA monoenoicos (una doble ligadura)
de cadena ramificada. PLFAs polienoicos (poli-insaturados) son muy
frecuentes en micro-eucariotas y cianobacterias. Los ácidos grasos de
18 carbonos o menos son muy frecuentes en cianobacterias y los de 20
carbonos o más en eucariotas. El perfil de PLFA de una comunidad
microbiana está dado por la proporción de los diferentes organismos
presentes y su estado metabólico. Los mismos pueden ser considerados
como las huellas dactilares de las comunidades microbianas y pueden
ser analizados por métodos de estadística multivariada.
Debido a que los fosfolípidos están presentes en la mayoría de las
membranas celulares no se almacenan, sufren una rápida descomposición
en la naturaleza y representan una fracción relativamente constante
de la masa celular, la sumatoria de los ácidos grasos i15:0, a15:0, i16:0,
16:1ω9, 16:1ω7t, i17:0, a17:0, 17:0, cy17:0, 18:1ω7 and cy19:0 para bacterias
y 18:2ω6,9 and 18:1ω9c para hongos permite estimar la biomasa
microbiana viable total (BMVT) y también la estructura, por ejemplo
la relación bacterias: hongos. La BMVT es una propiedad relevante de
las comunidades microbianas, la cual aumenta con la disponibilidad
de sustratos metabolizables y disminuye cuando éstos se acaban. La
velocidad de muchos procesos microbianos tales como la producción de
metano, el secuestro de carbono y la detoxificación de contaminantes,
es proporcional al contenido de BMVT de los suelos.
Otra aplicación de la técnica es inferir el estatus metabólico de la
comunidad microbiana ya que ciertas relaciones entre los PLFAs pueden
utilizarse como biomarcadores de por ejemplo hambreado, toxicidad,
crecimiento desbalanceado y crecimiento anaeróbico versus aeróbico.
Las bacterias responden al hambreado o a condiciones de toxicidad
modificando la composición de sus ácidos grasos a fin de disminuir
la permeabilidad de la membrana. Durante la fase de crecimiento
estacionario, hambreado, exposición a solventes, alcoholes o ácidos se
produce la conversión de los PLFAs monoenoicos a la forma ciclopropano
y la conversión de la configuración cis a la trans. La primera parece ser
una respuesta de adaptación de largo tiempo, mientras que la segunda
sería más rápida. Relaciones trans/cis mayores a 0,1 indican hambreado

514
Experiências Argentinas e Brasileiras

de las células. Esta relación en células sanas, no estresadas, tiene un


valor de 0,05 o menos.
La extracción a partir de una muestra de suelo y el análisis por
cromatografía gaseosa y espectrometría de masa (GC-MS) posibilita la
resolución de una amplia variedad de PLFAs de organismos vivos. Cada
análisis da como resultado un perfil compuesto de numerosos PLFAs
y la cuantificación total y de cada uno de los compuestos presentes
en la muestra. No existen restricciones a la aplicación de este método
debidas a tipo de suelo o ambiente y resulta relativamente económico y
rápido. Es así que se ha utilizado con éxito para establecer los cambios
en las comunidades microbianas en suelos sujetos a diferentes niveles
de contaminación con metales, a diferentes prácticas agrícolas y uso de
pesticidas (Pennanen, 2001; Schloter et al., 1998; Montecchia et al., 2011;
Widmer et al., 2001).
La ventaja de esta técnica es que no depende del cultivo de los
microorganismos. Por otra parte, debido a que los fosfolípidos se
degradan con facilidad una vez que la célula muere, se pueden detectar
cambios rápidos a nivel de la comunidad. Una desventaja del método
es que no incluye al dominio Archaea ya que los ácidos grasos de los
fosfolípidos de la membrana del dominio Archaea son del tipo éster y no
del tipo éter como en Bacteria.
En un estudio realizado en suelos prístinos y cultivados con caña
de azúcar o soja del noroeste de Argentina utilizamos el análisis de los
PLFAs para caracterizar las posibles alteraciones en la estructura de las
comunidades microbianas debidas al cambio en el uso del suelo. Los
suelos muestreados correspondieron a una finca dedicada por más
de 100 año al cultivo de caña de azúcar en la localidad de Libertador
General San Martín (Jujuy), y a otra finca dedicada al cultivo de soja
desde hace más de 20 años en Las Lajitas (Salta). Los resultados pueden
observarse en la Tabla 6 y en la Figura 7.
Tabla 6. Estructura de las comunidades microbianas de suelos prístinos y cultivados a
partir del análisis de la composición de ácidos grasos de los fosfolípidos de membrana,
relación hongos: bacterias (H:B), y biomasa viable total. Datos expresados en ηmol g-1
de suelo seco. Adaptado de Montecchia et al. (2011).

Suelos i15:0 i16:0 10Me16:0 i17:0 C18:1w9c C18:1w7c cy19:0 H:B Biomasa
Prístinos 7.9 a 2.9 a 5.4 a 2.3 a 4.3 a 7.8 a 6.4 a 0.1 a 51.2 a
Cultivados 2.2 b 0.4b 0.8b 0.5 b 1.0 b 1.1 b 1.0 b 0.2 a 7.1 b

515
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 7. Análisis de componentes principales de los PLFAs de suelos


prístinos y cultivados. MF1: selva montana a 1.388 msnm; MF2: selva
montana a 1.178 msnm; PF1: suelo prístino adyacente a suelos cultivados
con caña de azúcar, PF2: suelo prístino adyacente a suelos cultivados con
soja, SB20: suelo de 20 años de cultivo de soja; RC: suelo de 1 años desde el
desmonte, SC40 y SC100: suelos cultivado durante 40 y 100 años con caña
de azúcar. Fuente: Montecchia et al. (2011).
El análisis de componentes principales mostró diferencias
marcadas en los perfiles de PLFAs entre suelos prístinos (PF1, PF2,
MF1 y MF2) y los cultivados (S40, S100, SB20 y RC). El suelo que
fue desmontado el año anterior al muestreo mostró comunidades
microbianas más parecidas a los suelos con larga historia agrícola (S40,
S100 y SB20) que al suelo prístino adyacente (PF2) (Figura 7).
Por otra parte, se detectó una reducción significativa (p<0,05)
en varios ácidos grasos de bacterias, actinomicetos y hongos, y en la
biomasa viab le microbiana total (ΣPLFA), poniéndose en evidencia el
impacto negativo de la agricultura sobre las comunidades microbianas
de estos suelos (Tabla 6).

516
Experiências Argentinas e Brasileiras

Amplificación de los genes ribosomales (16S rADN) y


electroforesis en geles con gradiente desnaturalizante
(PCR-DGGE)
Los métodos basados en el análisis de la secuencia de los genes
ribosomales son una de las herramientas más poderosas para evaluar
la biodiversidad. Una de las técnicas actualmente muy utilizada para
estos fines es la electroforesis en geles de poliacrilamida con gradiente
desnaturalizante o DGGE (Denaturing gradient gel electrophoresis)
(Muyzer et al., 1993). Este método se basa en la extracción de ADN
de la comunidad microbiana del suelo, la amplificación por PCR
de los genes ribosomales y su separación en geles con gradiente
químico desnaturalizante. Es un método de fingerprinting rápido y de
relativamente bajo costo, que permite el análisis cualitativo y cuantitativo
de numerosas muestras.
El análisis del perfil de bandas que se obtiene permite evaluar
la diversidad presente en comunidades de distintos ambientes, o los
cambios en una comunidad a través del tiempo o luego de alguna
perturbación. La intensidad de las diferentes bandas en el gel permite
realizar también una evaluación semicuantitativa de la abundancia
relativa de las especies, y su secuenciación posibilita la identificación
de los microorganismos, especies y taxones presentes en un ambiente
(Heuer et al., 1997; MacCaig et al., 1999, 2001; Sandaa et al., 2003; Dent
et al., 2004; Aboim et al., 2008).
En el mismo estudio al que hicimos mención más arriba, se
analizaron también los cambios en la estructura genética de las
comunidades microbianas de suelos prístinos y cultivados. El análisis
realizado demostró diferencias entre los suelos en la estructura genética
de las comunidades bacterianas dependientes del uso del suelo y el origen
geográfico de las muestras (Figura 8).
Si consideramos un nivel del 70 % de similitud entre las
comunidades microbianas de los suelos analizados, pueden separarse
siete grupos. MF1 y MF2, los suelos prístinos de la selva montana
resultaron claramente diferentes entre sí y del resto, con una similitud
entre ambos menor al 32 %. Los suelos dedicados al cultivo de caña y el
suelo prístino adyacente, SC100, SC40 and PF1, formaron tres grupos
separados del resto de los suelos pero más relacionados entre sí. Los
suelos dedicados a 100 y 40 años de monocultivo de caña de azúcar
mostraron una mayor similitud entre sí (~65 %) que la que mostraron con

517
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

el suelo prístino adyacente (PF1), lo cual pone en evidencia variaciones


genéticas en las comunidades bacterianas debidos al cambio en el uso
de esos suelos. Por otra parte, resultó muy interesante observar que la
comunidad bacteriana del suelo desmontado hace un año resultó ser
más parecida a la del suelo con 20 años de monocultivo de soja (SB20).
Este último resultado pone en evidencia por un lado, el impacto que
el desmonte para el cultivo tiene sobre las bacterias de estos suelos y
por otro lado, la utilidad de esta técnica como un indicador microbiano
muy sensible para evaluar las modificaciones inducidas por el uso en
estos suelos (más detalles en Montecchia et al., 2011)

Figura 8. Perfiles genéticos de las comunidades bacterianas de los suelos


analizados. PCR del gen 16S rDNA y electroforesis en geles con gradiente
disociante (PCR-DGGE) Análisis de cluster (Pearson/UPGMA).MF1:
suelo de selva montana a 1.388 msnm; MF2: suelo de selva montana a
1.178 msnm; PF1: suelo prístino adyacente a suelos cultivados con caña de
azúcar, PF2: suelo prístino adyacente a suelos cultivados con soja, SB20:
suelo de 20 años de cultivo de soja; RC: suelo de desmonte reciente (1 año)
para cultivo de soja, SC40 y SC100: suelos cultivado durante 40 y 100 años
con caña de azúcar.Las letras a, b y c corresponden a tres repeticiones de
cada suelo. Fuente: Montecchia et al. (2011).

518
Experiências Argentinas e Brasileiras

La combinación de análisis usando lípidos marcadores


(cuantitativo pero no específico) y análisis basados en ácidos nucleicos
(específico pero no cuantitativo) nos permitió ampliar los conocimientos
de la composición de la comunidad microbiana de estos suelos y analizar
el impacto que el cambio en el uso ha tenido sobre los mismos.
El estudio de las comunidades microbianas en un sistema tan
complejo y dinámico como el suelo requiere de la utilización de
distintas técnicas que provean información complementaria y permitan
un análisis integral. De la enorme biodiversidad microbiana que existe
en el suelo solamente se conoce aproximadamente el 10% y ello se
debe a la imposibilidad de cultivo del 90% restante. Esto determina la
necesidad de incluir metodologías que no dependan del cultivo celular;
entre ellas, los perfiles de los ácidos grasos asociados a los fosfolípidos
de las membranas microbianas y las técnicas moleculares son las más
utilizadas para poner en evidencia esa enorme diversidad.

Conclusiones
El concepto de calidad de suelos sigue refinándose a través de los
años, poniéndose cada vez más énfasis en la multifuncionalidad del
recurso suelo, y en su importancia para la sustentabilidad ambiental.
Si bien existe una asociación más explícita entre la salud humana y la
calidad del aire y del agua, es creciente la percepción de la sociedad
respecto a la necesidad de protección del suelo y de instrumentar un
uso sustentable de este recurso.
El desafío es encontrar indicadores apropiados para la construcción
de marcos de evaluación de la calidad de los suelos, que hagan posible la
detección temprana de modificaciones en la estabilidad de un sistema,
para actuar a tiempo con decisiones de manejo. En las últimas dos
décadas se ha producido un cuerpo importante de investigación en
materia de calidad de suelos, especialmente en la Unión Europea y
Norteamérica, no obstante, el desarrollo de estrategias de monitoreo aún
es lento. Es necesario lograr consensos en la identificación de prioridades
y áreas de riesgo, avanzar en la selección de buenos indicadores y en la
estandarización de las metodologías de análisis.
Entre las perspectivas futuras, es necesario continuar con
los avances en la investigación que permitan dilucidar la existencia
de relaciones causales entre la biodiversidad, las funciones de los
ecosistemas y la calidad de los suelos.

519
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Bibliografía
aboim, M.C.R. et al. Soil bacterial community structure and soil quality
in a slash-and-burn cultivation system in Southeastern Brazil. Appl. Soil
Ecol., v.38, p.100-108, 2008.
Allison, S.D.; Martiny, J.B.H. Resistance, resilience, and redundancy
in microbial communities. Proc. Natl. Acad. Sci., v.105, p.11512-11519,
2008.
Anderson, T.H. Microbial eco-physiological indicators to assess soil
quality. Agric. Ecosys. Environ., v.98, p.285-293, 2003.
Anderson, J.P.E.; Domsch, K.H. Quantification of bacterial and
fungal contribution to a soil respiration. Arch. Microbial, v.93, p.113-
127, 1973.
Bastida, F. et al. Past, present and future of soil quality indices: A
biological perspective. Geoderma, v.147, p.159-171, 2008.
Bone, J. et al. Soil quality assessment under emerging regulatory
requirements. Environment International, v.36, p.609–622, 2010.
Bossio, D.A. et al. Soil microbial community response to land use change
in an agricultural landscape of Western Kenya. Microbiol. Ecol., v.49,
p.50-62, 2005.
Brown, A.L.P.; Garland, J.L.; Day, F.P. Microbial respiration of
soluble carbon substrates in a Florida scrub-oak ecosystem: spatial
distribution and nutrients limitations. Microbiol. Ecol., v.57, p.14-24,
2009.
Casas, R. Efecto de la intensificación agrícola sobre los suelos. Ciencia
Hoy, v.15, p.42 -43, 2005.
Chaer, G.M.; Myrold, D.D.; Bottomley, P.J. A soil quality index
based on the equilibrium between soil organic matter and biochemical
properties of undisturbed coniferous forest soils of the Pacific Northwest.
Soil Biol. Biochem., v.41, p.822-830, 2009.
Chapman, S.J.; Campbell, C.D.; Artz, R.R. Assessing CLPPs Using
MicroRespTM: A Comparison with Biolog and multi-SIR. J. Soils
Sediments, v.7, p.406-410, 2007.
da C Jesus, E. et al. Changes in land use alter the structure of bacterial
communities in Western Amazon soils. Isme J., v.9, p.1004-1011, 2009.
Dent, K.C.; Stephen, J.R.; Finch-Savage, W.E. Molecular profiling
of microbial communities associated with seed of Beta vulgaris subsp.
vulgaris (sugar beet). J. Microbiol. Methods, v.56, p.17-26, 2004.

520
Experiências Argentinas e Brasileiras

Doran, J.W.; Jones, A.J. Methods for assessing soil quality. [s.l.]: Soil
Science Society of America, 1996. 410 p.
Doran, J.W.; Sarrantonio, M.; Liebig, M.A. Soil health and
sustainability. Adv. in Agron., v.56, p.1-54, 1996.
Franchini, J.C. et al. Microbiological parameters as indicators of soil
quality under various tillage and crop-rotation systems in Southern
Brazil. Soil Till. Res., v.92, p.8-29, 2007.
FRIONI, L. Procesos microbianos. Argentina: Fundacion Universidad
Nacional de Rio Cuarto, 1999. 332p.
Garland, J.L. et al. Community-level physiological profiling using
an oxygen-sensitive fluorophore in a microtiter plate. Appl. Environ.
Microbiol., v.69, p.2994-2998, 2003.
Garland, J.L.; Campbell, C.D.; Mills, A.L. Physiological profiling
of microbial populations. In: HURST, C.J. et al. (Eds.). Manual of
Environmental Microbiology, 3.ed., Washington DC: ASM Press, 2007,
p.126-138.
Garland, J.L.; Mackowiak, C.; Zabaloy, M.C. Organic waste
amendment effects on soil microbial activity in a corn–rye rotation:
Application of a new approach to community-level physiological
profiling. App.Soil Ecol., v.44, p.262-269, 2010.
Gomez, E.; Garland, J. Effects of tillage and fertilization on
physiological profiles of soil microbial communities. App.Soil Ecol.,
v.61, p.327-332, 2012.
Gomez, E. et al. Impact of glyphosate application on microbial biomass
and metabolic activity in a Vertic Argiudoll from Argentina. Eur. J. of
Soil Biol., v.45, p.163-167, 2009.
Gomez, E.V., Garland, J.L.; Roberts, M.S. Microbial structural
diversity estimated by dilution-extinction of phenotypic traits and
R-RFLP analysis along a land-use intensification gradient. FEMS
Microbiol. Ecol., v.49, p.253-259, 2004.
Gomez, E.; Garland, J.; Conti, M. Reproducibility in the response
of soil bacterial community-level physiological profiles from a land use
intensification gradient. App. Soil Ecol., v.26, p.21-30, 2004.
Heuer, H. et al. Analysis of actinomycete communities by specific
amplification of gene encoding 16S rRNA and gel-electrophoretic
separation in denaturing gradients. Appl. Environ. Microbiol., v.63,
p.3233-3241, 1997.

521
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Jenkinson, D.S.; Powlson, D.S. The effects of biocidal treatments on


metabolism in soil- V. A method for measuring soil biomass. Soil Biol.
Biochem., v.8, p.209-213, 1976.
Lombard, F. et al. Modelling planktic foraminifer growth and distribution
using an ecophysiological multi-species approach. Biogeosciences, v.8,
p.853-873, 2011.
Marzaioli, R. et al. Soil quality in a Mediterranean area of Southern
Italy as related to different land use types. App. Soil Ecol., v.44, p.205-
212, 2010.
Mazzoncini, M. et al. Comparison of organic and conventional
stockless arable systems: a multidisciplinary approach to soil quality
evaluation. Appl. Soil Ecol., v.44, p.124-132, 2010.
McCaig, A.E.; Glover, L.A.; Proser, J.I. Molecular analysis of
eubacterial community structure and diversity in unimproved and
improved upland grass pastures. Appl. Environ. Microbiol., v.65, p.1721-
1730, 1999.
McCaig, A.E.; Glover, L.A.; Proser, J.I. Numerical analysis
of grassland bacterial community structure under different land
management regimes using 16S rDNA sequence data and DGGE
banding patterns. Appl. Environ. Microbiol., v.67, p.4554-4559, 2001.
Montecchia, M.S. et al. Multivariate approach to characterizing soil
microbial communities in pristine, deforested, and agricultural sites in
Northwest Argentina. Appl. Soil Ecol., v.47, p.176-183, 2011.
Moreno, B. et al. Rainfed olive farming in south-eastern Spain: Long-
term effect of soil management on biological indicators of soil quality.
Agric. Ecosyst. Environ., v.131, p.333-339, 2009.
Muyzer, G.; de Waal, E.C.; Uitterlinden, A.G. Profiling
of complex microbial populations by denaturing gradient gel
electrophoresis analysis of polymerase chain reaction-amplified genes
coding 16S RNA. Appl. Environ. Microbiol., v.59, p.695-700, 1993.
Nannipieri, P.; Kandeler, E.; Ruggiero, P. Enzyme Activities
and Microbiological and Biochemical Processes in Soil. In: BURNS, R.;
DICK, R. (Eds.). Enzymes in the Environment: Activity, Ecology and
Applications, New York: Marcel Dekker, 2002. p.1-33.
Nannipieri, P. et al. Microbial diversity and soil functions. Eur. J. Soil
Sci., v.54, p.655-670, 2003.
Nogueira, M.A. et al. Promising indicators for assessment of
agroecosystems alteration among natural, reforested and agricultural

522
Experiências Argentinas e Brasileiras

land use in southern Brazil. Agric.Ecosys. Environ., v.115, p.237-247,


2006.
ODUM, E.P. The strategy of ecosystem development. [s.l.]: Science, 1969.
p.262-270.
Peixoto, R.S. et al. Soil aggregation and bacterial community structure
as affected by by tillage and cover cropping in the Brazilian Cerrados.
Soil Till. Res., v.90, p.16-28, 2006.
Preston-Mafham, J.; Boddy, L.; Randerson, P.F. Analysis of
microbial community functional diversity using sole-carbon-source
utilisation profiles: a critique. FEMS Microbiol. Ecol., v.42, p.1-14, 2002.
Ratcliff, A.W.; Busse, M.D.; Shestak, C.J. Changes in microbial
community structure following herbicide (glyphosate) additions to
forest soils. Appl. Soil Ecol., v.34, p.114-124, 2006.
Ros, M. et al. Molecular and physiological bacterial diversity of a semi-
arid soil contaminated with different levels of formulated atrazine. Appl.
Soil Ecol., v.34, p.93-102, 2006.
Sandaa, R.A. et al. Characterisation of bacterial community associated
with early stages of great scallop (Pectenmaximus), using denaturing
gradient gel electrophoresis (DGGE). Sys. Appl. Microbiol., v.26, p.302-
311, 2006.
Schloter, M.; Dilly, O.; Munch, J.C. Indicators for evaluating soil
quality. Agric. Ecosys. Environ., v.98, p.255-262, 2003.
Schjønning, P.; Elmholt, S.; Christensen, B.T. Soil Quality
Management – Concepts and Terms. In: SCHJØNNING, P.; ELMHOLT,
S.; CHRISTENSEN, B.T. (Eds.). Managing Soil Quality - Challenges in
Modern Agriculture, CAB International, 2004. 344 p.
Smalla, K. et al. Analysis of BIOLOG GN substrate utilization patterns
by microbial communities. Appl. Environ. Microbiol., v.64, p.1220-
1225, 1998.
Stotzky, S. Soil as Environment for Microbial Life. In: VAN ELSAS, J.D.,
TREVORS, J., WILLINGTON, E. (Eds.). Modern Soil Microbiology,
Nova York: Marcel Decker Inc., 1997. 683p.
Sylvia, D. et al. Principles and Applications of Soil Microbiology. Prentice
Hall, Inc., 1999. 550p.
Väisänen, R.K. et al. Physiological and molecular characterization of
microbial communities associated with different water-stable aggregate
size fractions. Soil Biol. Biochem., v.37, p.2007-2016, 2005.

523
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Vance, E.D.; Brookes, P.C.; Jenkinson, D.S. An extraction method


for measuring soil microbial biomass. Soil Biol. Biochem., v.19, p.703-
707, 1987.
Widmer, F. et al. Assessing soil biological characteristics: a comparison
of bulk soil community DNA-, PFLA-, and Biolog TM-analyses. Soil
Biol.Biochem., v.33, p.1029-1036, 2001.
Winding, A.; Hund-Rinke, K.; Rutgers, M. The use of
microorganisms in ecological soil classification and assessment
concepts. Ecotox. Environm. Safety, v.62, p.230-248, 2005.
Zabaloy, M.C. et al. Optimization of an oxygen-based approach for
community-level physiological profiling of soils. Soil Biol. Biochem.,
v.40, p.2960-2969, 2008.

524
RESÍDUOS:GERAÇÃO, IMPACTOS E USO AGRÍCOLA
(Residuos: producción, impactos y uso agrícola)
COMPOSTAJE DE PODA COMO ALTERNATIVA DE
SUSTENTABILIDAD
(Compostagem de poda como alternativa de sustentabilidade)

Silvia E. Ratto y Marta Susana Zubillaga

Resumen
En el Complejo Ambiental Norte III de CEAMSE (Coordinación
Ecológica Área Metropolitana Sociedad del Estado) se reciben residuos
verdes de poda provenientes de la zona norte del periurbano bonaerense.
En lugar de proceder a su entierro en los vertederos, desde hace varios
años se está llevando a cabo un proceso de compostaje. Éste comienza
con la llegada del material a la planta, luego del descarte de materiales
extraños se tritura y se lleva a silos con aireación forzada y controlada. A
los 90 días el material se dispone en pilas de maduración por un período
de 6 meses. Durante esa etapa el material se tamiza y se continúa el
compostaje de la fracción más fina. A fines de 2009 se firmó un convenio
entre CEAMSE, a través del CIDEC y la Facultad de Agronomía de la
Universidad de Buenos Aires, a fin de realizar un trabajo de investigación
para establecer la calidad del compost y sus usos potenciales. Se realizó
un seguimiento del proceso y se tomaron medidas de características
químicas para evaluar la calidad del producto y posibilidades de uso.
Se presentan valores promedio de las mediciones realizadas a lo largo
de tres años de seguimiento del proceso que continúa en la actualidad:
Materia orgánica sobre producto húmedo: 18,2 g 100g-1, Materia orgánica
sobre producto seco 29,4 g 100g-1, Nitrógeno total sin nitratos 0,7 g 100g-1,
cenizas sobre producto húmedo 43,7 g 100g-1, Cenizas sobre producto
seco 70,6 g 100g-1, Humedad 38 g 100g-1, pH (Dil. 1/5) 8,3; Conductividad
(Dil. 1/5) 1,9 dS m-1.
Los valores de materia orgánica, cenizas, relación C/N,
conductividad eléctrica y pH del compost utilizado permiten definirlo
como enmienda orgánica. Se midió el contenido de cobre, cinc,
cadmio, níquel, cromo y plomo. En todos los casos los valores fueron

527
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

bajos e inferiores a los permitidos por las normas más restrictivas de


los países europeos y de EUA. En cuanto a los nutrientes importantes
para el crecimiento de las plantas, el contenido de calcio fue de 45,0
mg.kg-1; magnesio 6,0 mg.kg-1; sodio 1,4 mg.kg-1; potasio 12,1 mg.kg-1.
Los datos confirman la calidad del producto para su uso en parques,
jardines, horticultura, y para la preparación de sustratos que mejoran
las propiedades físicas y químicas del suelo. En ensayos de campo
se comprobó el efecto benéfico de la incorporación de compost para
recuperación de suelos degradados y la existencia de propiedades
favorables para la mayoría de los cultivos. La divulgación de sus efectos
benéficos aumentará la concienciación sobre la necesidad de aumentar
el reciclado de todos los residuos con potencial de reutilización, lo
que contribuye a mantener la sostenibilidad de los sistemas urbanos,
suburbanos y agrícolas.

Resumo
No Complexo Ambiental do Norte III CEAMSE (Coordenação
Ecológica da Área Metropolitana Sociedade do Estado) são recebidos
resíduos verdes provenientes de podas da área suburbana do norte de
Buenos Aires. Ao invés de encaminhar ao aterro sanitário, há vários
anos vem sendo realizado um processo de compostagem. Isto começa
com a chegada do material à fábrica. Após descartar o material
inadequado, esse é triturado e colocado em silos com ventilação
forçada e controlada. Aos 90 dias, o material é disposto em pilhas de
maturação por um período de 6 meses. Durante esta fase, o material é
peneirado e continua a compostagem da fração mais fina. No final de
2009, firmou-se um convênio entre CEAMSE através do CIDEC e da
Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires, a fim de
realizar um projeto de pesquisa para estabelecer a qualidade do
composto e seus potenciais usos. Realizou-se um acompanhamento do
processo e foram realizadas análises das características químicas para
avaliar a qualidade do produto e a possibilidade de uso. Os valores
médios das avaliações realizadas ao longo de três anos de
acompanhamento do processo e que continua até a atualidade são:
matéria orgânica úmida: 18,2 g 100g-1, matéria orgânica seca 29,4 g 100g-1,
nitrogênio total (nitrato) 0,7 g 100g-1, cinza úmida 43,7 g 100g- 1, cinza
seca 70,6 g 100g-1, umidade 38 g 100g1, pH ( dil. 1/5) 8,3 e condutividade
(dil. 1/5) 1,9 dS m-1. Os valores de matéria orgânica, cinzas, relação C/N,
condutividade elétrica e pH permitem caracterizar como adubo

528
Experiências Argentinas e Brasileiras

orgânico. Foi medido o conteúdo de cobre, zinco, cádmio, níquel, cromo


e chumbo. Em todos os casos, os valores foram muito baixos e abaixo
dos valores permitidos nas normas, muito restritivas dos países europeus
e dos EUA. Quanto aos nutrientes importantes para o crescimento da
planta, o teor de cálcio foi de 45,0 mg.kg-1, de magnésio 6,0 mg.kg-1, de
sódio 1,4 mg.kg-1, de potássio 12,1 mg.kg-1. Os dados obtidos confirmam
a qualidade do produto para uso em parques, jardins, horticultura e
para à formulação de substratos que melhoram as propriedades físicas e
químicas do solo após a incorporação. Em ensaios de campo foi
constatada a possibilidade de recuperação de solos degradados e da
existência de outras propriedades benéficas expressas pela maioria das
culturas. A divulgação de seus benefícios vai promover a conscientização
sobre a necessidade de aumentar a reciclagem de todos os resíduos com
potencial de reutilização, o que contribui para manter a sustentabilidade
dos sistemas urbanos, suburbanos e agrícolas.

Introducción
Desde hace millones de años la naturaleza procesa los residuos
que quedan en la superficie de la tierra permitiendo que la vida se pueda
desenvolver en el planeta en forma renovada. En este momento en que
la producción de residuos es superior en muchos casos a la capacidad de
procesamiento de los sistemas naturales, el hombre trata de reproducir
los procesos, para lo cual necesita entenderlos y manejarlos de manera
eficiente. Con el abaratamiento de los fertilizantes químicos, con
posterioridad a la segunda guerra mundial, el proceso de compostaje
perdió relevancia como práctica agrícola para la recuperación de
los suelos y de su fertilidad. A mediados de los años 80´s comenzó la
preocupación de los países más desarrollados por la cultura del “tirar”,
generando una cantidad de basura que inundó los rellenos sanitarios
y sacó a relucir la falta de cuidado que se tenía en muchos casos en la
disposición de la basura (Brinton, 2000). Esto ha llevado a reconsiderar
el destino de los residuos basados en la noción de las tres R: reducir,
reusar, reciclar;, añadiendo el concepto de jerarquía de los residuos
para incorporar la responsabilidad de su tratamiento, incorporando
la mayor cantidad posible de ellos al compostaje, y disminuyendo el
volumen de disposición final. Bajo este concepto, el compostaje adquiere
un rol fundamental en la sustentabilidad ambiental, conduciendo al
incremento de su producción (Stoffella & Kahn, 2005). Lo refuerza la
posibilidad de valorización agrícola del producto compostado,que

529
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

constituye un aporte importante de materia orgánica y nutrientes a los


suelos para ser puestos a disposición de los vegetales.
La aplicación de enmiendas orgánicas al suelo está incrementándose
por ser una estrategia de manejo de residuos ambientalmente favorable
y un medio para mejorar las propiedades físicas, químicas y biológicas
en suelos degradados con baja fertilidad (Flavel & Murphy, 2005).

Producción de compost en el complejo ambiental planta


norte III CEAMSE
El manejo de los residuos en el área urbana y suburbana de la
ciudad de Buenos Aires (Argentina), con una población aproximada de
13.000.000 de habitantes que representa el 24% del total de la población
argentina y el 40% del total de los residuos del país, está a cargo de
la Coordinación Ecológica Área Metropolitana Sociedad del Estado
(CEAMSE) y su gestión abarca una superficie de 8.800 km2
CEAMSE cuenta con una planta de compostaje para residuos de
poda. Esta planta recicla los residuos de poda provenientes de parte del
área metropolitana de la ciudad de Buenos Aires. Se procesan entre 1000
t y 1200 t mes-1 llegando hasta 2000 t mes-1. Así, en lugar de proceder al
entierro de residuos verdes en los vertederos, desde hace varios años se
está llevando a cabo un proceso de compostaje.

Materias primas para el compostaje: Evaluación de su


calidad
Los residuos verdes o residuos de podas comprenden todos
aquellos restos derivados de los jardines y espacios verdes de los
municipios e incluyen pastos, hojas y ramas. Cuando este tipo de
residuo es enterrado junto con el resto de los residuos domiciliarios,
uno de los principales inconvenientes es, además del trabajo que implica
su disposición en el relleno, el gran volumen que ocupan. En Estados
Unidos, más de 23 estados tienen prohibido enviar residuos de poda a
vertederos de basura y la tendencia en la legislación se orienta a favorecer
el desarrollo de procesos de compostaje de residuos de poda (Goldstein,
2004). Existen actualmente otras medidas ambientales más restrictivas
como la prohibición que algunos tipos de residuos orgánicos vayan
al vertedero y la necesidad de reducir las emisiones de CO2 (Smith et
al., 2001). El proceso de descomposición de los residuos orgánicos bajo
tierra es predominantemente anaeróbico produciendo gas metano entre

530
Experiências Argentinas e Brasileiras

otros productos de degradación. El metano (CH4), es un gas de efecto


invernadero con potencial de calentamiento de la atmósfera 23 veces
mayor que el CO2. Por esta razón es de importancia conocer el volumen
de metano que genera la descomposición de los residuos de los restos de
podas. Una posible alternativa al enterramiento de los residuos de podas
es el compostaje aeróbico. Así, se ralentiza la colmatación de los rellenos
sanitarios, se evita la generación de gas metano y se produce un abono
orgánico que puede tener múltiples aplicaciones, IPCC (2006), IPCC
(2010), Pierini et al. (2011).
Los residuos de poda se consideran como de lenta degradabilidad,
baja densidad, baja humedad y baja cantidad de contaminantes y
patógenos. La porosidad relativa del material, la cantidad de materia
orgánica y la relación C/N suelen ser altas (Saliva Torrentó et al., 2008).
Para el caso de estudio, el material proviene de la poda de parques,
jardines y arbolado de las calles por lo que sus características son
diversas: corte de cespitosas (principalmente gramíneas como festucas,
rye grass, poa, grama bahiana, etc); arbustos de jardín (Abelia, Boj,
Laurel, Cotoneaster, etc) ;  ramas y troncos de árboles de hoja caduca
(como Salix sp., Populus sp, Quercus sp, Tipuana tipu, Platanus x
hispanica, Fraxinus sp, Ligustrum, Lyquidambar, Melia azedarach, Acer
pseudoplatanus, Styphnolobium japonicum, Tabebuia impetiginosa, Tilia
x moltkei, Acer negundo, Eucaliptus sp.) En su mayoría son especies que
se ven favorecidas por el clima templado y precipitaciones que oscilan
entre 900-1000 mm anuales.
En los primeros tres años se hizo una caracterización mensual del
material que entra a la planta puesto que las características del producto
a obtener tienen estrecha relación con la materia prima (CEAMSE,
2009) y los resultados obtenidos se presentan en la Tabla 1.
Tabla 1. Características del material recibido en la planta de compostaje y valores
promedio para los parámetros pH, % humedad, nitrógeno total y relación C/N.

Carbono
Fecha pH Humedad Nitrogeno Total Relación C/N
orgánico
(%) (g kg-1) (mg kg-1)
2007 6,72 48,7 316,5 12,8 25,1
2008 6,83 44,45 314,61 11,16 29,2
2009 6,9 52,9 298,3 11,5 27,1
Media 6,82 48,68 309,8 11,82 27,13
DSt 0,44 4,22 10,06 0,86 25,05

531
El resumen de los datos medidos señala una materia prima que,
por su relación entre el contenido de C y N, presenta condiciones óptimas
para el compostaje (se aconseja entre 25 y 35).

Características del proceso de compostaje


El compostaje es el proceso natural de descomposición y re-síntesis
de los materiales orgánicos por la acción de hongos y bacterias bajo
condiciones aeróbicas, semejante al procesos de descomposición de la
materia orgánica del suelo. Como producto final se obtiene un material
orgánico estable, humus marrón oscuro o negro con olor a tierra (Chen,
2005). Los sistemas de producción de compost son variados (Díaz et al.,
2007). En este caso se trata de un sistema en pilas estáticas con aireación
forzada durante la primera etapa (etapa termófila y mesófila) y pilas
con volteo y aireación natural durante el proceso de disminución de la
temperatura (mesófila) y maduración del producto. La planta instalada
por CEAMSE tiene una gran versatilidad operativa.
El proceso comienza cuando el transporte con residuos vegetales
entra a la planta para ser pesado y posteriormente ser traslado a la
planta de compostaje en donde se hace una limpieza del material inerte
como zunchos o plásticos en forma manual, quedando listo el material
para su procesamiento. Comienza entonces la etapa de trozado del
material, función que desarrolla una máquina chipeadora (Figura 1A).
La reja de la chipeadora permite el paso de partículas de hasta 10 cm.
El material resultante consta de polvillo hasta pedazos de ramas de
unos 12-15 cm de largo y 5-6 cm de grosor. El tamaño óptimo de las
partículas orgánicas a compostar debe ser de 1 a 5 cm aunque se debe
incluir en esta consideración los costos energéticos de este paso. Al
salir de la chipeadora el material es humedecido (por ser muchas veces
muy ligno-celulósico) y queda apilado para ser trasladado a los silos.
La materia prima se tritura con el objetivo de facilitar el ataque de los
microorganismos y aumentar la velocidad del proceso de compostaje
(Casco & Herrero, 2008). El material chipeado, corre por una cinta
transportadora que lo deposita en pilas para luego pasar a la siguiente
etapa. Mientras está en la pila, el material comienza a reaccionar por
la actividad de los microorganismos presentes que utilizan agua y
oxígeno para degradar la materia orgánica y reproducirse, generan
calor y liberan CO2 como producto de su respiración (Figura 1B). Esta
actividad se realiza a expensas de la energía que libera la degradación
de los compuestos orgánicos. Los microorganismos biodegradan, con

532
Experiências Argentinas e Brasileiras

participación de enzimas exógenas, el material fácilmente disponible


presente al inicio del proceso y aumentan su población a expensas del
material en descomposición.
A continuación, una pala neumática introduce el material en silos-
bolsa cumpliendo la etapa de pila estática con aireación forzada (Figura 1B).
Durante la fase mesófila, la temperatura asciende de 10 a 42 °C y el pH
disminuye debido a la acción de los microorganismos mesófilos sobre
la materia orgánica más lábil, produciéndose una liberación de ácidos
orgánicos. En esta etapa es visible una importante colonización de los
restos vegetales por hifas de gran tamaño. La temperatura máxima se
produce a los 15 días de haber ensilado el material y alcanza un valor
promedio de 58°C, con un rango de 42 a 70 °C (CEAMSE) y es en esta
fase donde se produce el control de fitopatógenos. Una vez alcanzados
esos valores la temperatura empieza a disminuir, hasta llegar a los 40-
50 grados. En esta fase se produce una progresiva alcalinización del
medio, ya que se pierden los ácidos orgánicos y se genera amoníaco
por la descomposición de las proteínas (Sánchez-Monedero, 2001).
Este proceso de enfriamiento continúa en la pila. Ahí la temperatura
desciende hasta los 20 grados y el pH tiende a la neutralidad debido a
la formación de compuestos húmicos que tienen propiedades tampón.
Estas tres fases forman lo que se conoce como etapa bio-oxidativa del
proceso, donde existe crecimiento activo de microorganismos y elevada
disponibilidad de nutrientes. La eficiencia y el grado de estabilización
a que ha llegado el proceso puede juzgarse por la evolución de la
temperatura, ya que existe una relación directa entre la temperatura
y la magnitud de la degradación de la materia orgánica (Branzini y
Zubillaga, 2014). La temperatura disminuye a lo largo del proceso hasta
igualar a la del ambiente mientras los compuestos se van estabilizando
y se vuelven cada vez menos reactivos. Las variaciones de temperatura
se registran en los silos y luego se mide en la pila. Para garantizar un
producto de calidad es necesario asegurar la presencia de oxígeno ya
que los microorganismos que intervienen en el proceso son aerobios,
para ello hay medidores dentro de los silos que regulan la inyección
del O2 a través de las mangueras. Una vez que el material se coloca en
los silo-bolsa, no se mueve hasta que la etapa activa de compostaje se
haya completado. En la siguiente fase del proceso se concluye con el
compostado a través de la maduración del material. En esta etapa se
separa el material fino que irá a un proceso de maduración final del
material de descarte o rechazo a través de una zaranda (diámetro de

533
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

25mm), separándolo según el tamaño de las partículas. El material


fino se asienta y estabiliza de forma definitiva en pilas formadas al aire
libre, contando cada pila con una identificación que la caracteriza y que
es la misma del silo y del material de entrada a planta lo que asegura
el control del proceso en toda su extensión. El material se mantiene
en pilas de maduración hasta que se estabilizan los indicadores de
temperatura y relación C/N, obteniéndose un producto maduro en el
que los mecanismos de descomposición microbiana no ocurren o lo
hacen de forma muy lenta. El material de rechazo vuelve al comienzo
del proceso.

B
A
Figura 1. A) la chipeadora y del material de poda triturado que en forma
espontánea comienza a reaccionar y desprende humo; B) Material triturado
que comienza la etapa termófila en los silos. A lo lejos la tolva que rellena
los silos.
Este proceso cierra el ciclo de la materia al transformar un residuo,
como son los restos de poda, en un producto de gran utilidad y en este caso
de calidad (Pierini et al., 2010). Este proceso permite preservar la calidad
ambiental al disminuir la cantidad de residuos destinados al sistema de
disposición final (CEAMSE, 2011), ralentizando la colmatación de los
rellenos sanitarios y por ende la necesidad de sacrificar nuevas tierras
para esta actividad (Zubillaga, 2014).

534
Experiências Argentinas e Brasileiras

Evolución de algunos parámetros durante el proceso


de compostaje
Factores condicionantes
Se hizo un seguimiento de los valores de humedad, materia
orgánica, nitrógeno, carbono, nitrógeno, cenizas, potasio y proteínas
para conocer en mayor profundidad el proceso y por ende tener opciones
de introducir modificaciones. En la Figura 2 se muestra la evolución de
alguna de estas medidas tomadas a los 3, 6 ,9 y 12 meses de entrado el
material a planta.

Figura 2. Evolución de los parámetros sólidos totales, humedad y materia


orgánica expresados en porcentaje durante el proceso de compostaje.
Con respecto a la humedad, el material en proceso de compostaje
que se encuentra en el silo-bolsa tiene inicialmente una humedad
promedio del 60%, disminuyendo a medida que avanza el proceso
hasta alcanzar una humedad promedio de 27% (Fig.2), considerado
óptimo para un compost maduro. Esta reducción de la humedad se
debe al proceso de degradación sufrido por los compuestos orgánicos
del cual uno de los productos es el vapor de agua. Junto con la humedad
se miden los sólidos totales (St). Se llama así a la cantidad de sólidos
orgánicos e inorgánicos, sólidos volátiles biodegradables y sólidos
volátiles difícilmente degradables que no se volatilizan cuando se seca
la muestra a 70 a 75 ºC.

535
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

La reacción del material en compostaje a lo largo del proceso


no experimentó cambios significativos, con un promedio de pH: 7,8
(medido en agua 1:5, Legget y Thompson, 1997; TMECC, 2001), valor
aceptable para su uso agrícola (Fig.3).
Con respecto a la conductividad eléctrica, durante el proceso se
produce una disminución desde valores entre 3,4 y 2,8 dS m-1 al inicio
del compostaje en los silo-bolsas, a un valor de 2,2 dS m-1 en el producto
final aunque con marcada variabilidad. Este es uno de los parámetros
que con mayor frecuencia limita el uso de los compost con destinos
agrícolas (Fig. 3).

Figura 3. Variación del pH y la conductividad eléctrica durante el proceso de


compostaje.
El contenido de materia orgánica (MO) se midió en mufla por
pérdida de peso (TMECC, 2001) (Fig. 2). Al finalizar el proceso presentó
un valor de 35,17% MO promedio. La disminución de la materia
orgánica se debe a la degradación de los compuestos carbonados por
los microorganismos heterótrofos que utilizan la energía para su
metabolismo (Frioni, 2011). El valor obtenido cumple holgadamente con
los requerimientos del órgano fiscalizador de la República Argentina,
SENASA, que fija un contenido mínimo de 15% de MO sobre muestra
húmeda en productos sólidos (SENASA, 2011). El carbono orgánico
medido inicialmente tuvo un valor promedio de 36,9% para finalizar
con un promedio de 17,6%.

536
Experiências Argentinas e Brasileiras

El contenido de N total en el material al momento inicial presentó


un valor de 0,089 g kg-1 y aumentó durante el tiempo de ensilado y
maduración en la pila de maduración, hasta valores cercanos a 0,13 g
kg-1. El compost final presentó valores más bajos, alrededor de 0,105 g
kg-1 de N. El N, por ser componente básico de las proteínas, acompaña el
desarrollo de la curva de proteína bruta (Fig.5). Los valores iniciales de
proteína bruta son de 5,6 g 100g muestra-1 para alcanzar un máximo de
8,2 g 100g muestra-1 luego del proceso de maduración y luego descender
a 6,8 g 100g muestra-1 para el producto terminado
El potasio disminuye su concentración en los primeros estadios,
desde un valor de 1,14 a 0,63 g 100g muestra-1 luego de seis meses de
ensilado (Fig.4). A partir de este momento la concentración aumenta a
lo largo del proceso de compostaje hasta alcanzar, en el compost final,
un valor de 1,16 g 100g muestra-1. Es coherente con el valor inicial que
disminuye mientras está participando del metabolismo microbiano
y aumenta cuando éste disminuye. Por su elevada solubilidad, el K se
pierde parcialmente con los lixiviados de las pilas.

Figura 4. Concentración de nitrógeno (N, g 100g muestra-1), potasio


(K, mg. 100g muestra-1) y proteína bruta (mg 100g muestra-1) en cuatro
etapas del proceso de compostaje.

537
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Indicadores de calidad: madurez, estabilidad


La relación C/N medida en la etapa termófila presentó un valor
promedio inicial alto (C/N=46), consecuencia de la calidad de la materia
prima donde predominan materiales lignificados con carbono con un alto
grado de condensación. Esta relación decrece a medida que la composta
evoluciona y madura para finalizar en un valor de 16 (C/N) Este guarismo
se acerca al que en promedio posee la materia orgánica del suelo (entre
10 y 15) y es cercano al valor especificado por normativa española que
requiere una relación C/N <15 para composta de restos de podas, césped y
hojas y la argentina para enmiendas orgánicas (SENASA, 2011). Este valor
es un indicador de la estabilidad de la composta (Fig. 5).

Figura 5. Relación carbono: nitrógeno (C/N) para cuatro etapas del proceso
de compostaje.
Otro indicador de la estabilidad de la composta, por su estrecha
asociación con la dinámica del proceso de compostaje es el contenido
de nitratos (Fig. 6). Al inicio, el contenido de nitratos es bajo porque el
N se encuentra formando parte de las proteínas y de otros compuestos
nitrogenados que son parte constituyente del protoplasma de los
organismos que están en crecimiento (Frioni, 2011).

538
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 6. Evolución del contenido de nitratos en distintas etapas del


compostaje.
Los microorganismos consumen todo el material fácilmente
disponible y cumplen su ciclo de vida, cuando lo completan liberan
su proteínas que son convertidas a nitratos. A medida que el N de las
proteínas de la materia orgánica se degrada y se libera amonio, este
producto es posteriormente oxidado a nitratos en la etapa de maduración
y se acumula en la composta. En el producto final el contenido de NO3-
se incrementa hasta valores que superan los 540 µg.g-1 en el producto
terminado. Este valor de NO3- tan alto en el producto terminado refleja
una situación de gran estabilidad y señala que el grado de madurez del
producto es adecuado.

Estabilidad del compost: Evolución de las fracciones


Ácidos Húmicos y Fúlvicos
Se hicieron mediciones para las diferentes etapas estudiadas: en
silo reciente (termófila), al final de la etapa de silo (mesófila) en la pila
de maduración y el producto terminado con el fin de confirmar que el
producto había llegado a un grado de madurez apropiado en todas las
etapas del proceso de compostaje. Hay un contenido mayor de ácidos
húmicos que de ácidos fúlvicos en todas las etapas del proceso y ello se
relaciona con el tipo de materia prima que se utiliza. El contenido de
ácidos fúlvicos muestra una tendencia decreciente a lo largo del proceso

539
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

desde un contenido cercano a 17 mg g compost -1 hasta alrededor de 5


mg g compost -1. El contenido de ácidos húmicos también muestra una
tendencia decreciente desde un contenido de 48,5 mg g compost -1 hasta
alrededor de 40 mg g compost -1. Los ácidos húmicos iniciales pueden o
no mantenerse como tales durante el proceso de descomposición. Ello
depende del grado de condensación que posean.
Un indicador de estabilidad del compost es la relación entre
ácidos húmicos y fúlvicos que tiende a aumentar a medida que avanza el
proceso de compostaje. Un compost estable debería presentar un valor
de ácidos húmicos / fúlvicos > 1,9 (Mazzarino y Satti, 2012). En el caso
presente esta relación se incrementa con el compostado, con valores
iniciales altos (2,8) debido al tipo de materia prima y finales entre 5 y 8
indicando una elevada estabilidad y madurez del producto (Fig.7).

Figura 7. Relación entre el contenido de ácidos húmicos y fúlvicos en distintas


etapas del compostaje.

540
Experiências Argentinas e Brasileiras

Calidad del Compost


Indicadores sensoriales
La calidad del compost y sus posibilidades de uso están
estrechamente asociadas a la materia prima a compostar y al proceso
seguido para lograr el producto. Según Sullivan y Miller (2004), el
indicador fundamental de la calidad de la composta es la respuesta
observada en el desarrollo de las plantas. En la tabla 2 se presentan
los valores promedios del producto obtenido en este proyecto y los
métodos utilizados para la medición de las variables. Los parámetros
seleccionados son los requeridos por la autoridad de aplicación de
la República Argentina, SENASA (2011), para la aprobación de un
producto. El haber logrado cumplir con los requisitos indicados por este
organismo permitió su inscripción como enmienda orgánica en el año
2010.
Tabla 2. Valores promedio del compost aceptado por la autoridad de aplicación de
la República Argentina, SENASA, para la aprobación del compost como enmienda
orgánica.

Nitrógeno total sin nitratos (g 100g-1): 0,7


Materia orgánica sobre producto húmedo (g 100g-1): 18,2
Cenizas sobre producto húmedo (g 100g-1): 43,7
Materia orgánica sobre producto seco (g 100g-1): 29,4
Cenizas sobre producto seco (g 100g-1): 70,6
Humedad (g 100g ): -1
38
pH (Dil. 1/5): 8,2
Conductividad (Dil. 1/5) (mS cm ): -1
1,9

Metodologías utilizadas para la preparación de las muestras y determinaciones.


Preparación de muestras de Fertilizantes INSP 1-FFC LF N° 002. Determinación de nitrógeno
por el método Kjeldhal con equipo automático PCP 1-FFC LF N° 004. Determinación de pH
TMECC Método 04 11 2002. Determinación de sólidos totales y agua TMECC Método 03
9-A 2001. Determinación de materia orgánica en compost TMECC Método 05 07 2001.
Determinación de la conductividad eléctrica TMECC Método 04 10 2002.

El valor de pH y el de conductividad eléctrica son indicadores


importantes porque pueden ser los que limiten la dosis a incorporar por
su impacto sobre el suelo. El U.S. Composting Council (1996) establece
un límite máximo de 2,5 a 6 dS m-1 en mezcla con suelo, dependiendo
del cultivo, para el contenido de sales en enmiendas de suelos destinados
a céspedes, cultivo de hortalizas o camas de semillas.

541
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Además de los requerimientos que aseguren que el compuesto


puede ser utilizado como abono orgánico hay otras consideraciones
de interés agronómico. Por ejemplo, la cantidad de nutrientes que se
aporta para el crecimiento y desarrollo de las plantas. El contenido en
N es considerado clave en la calidad de un compost, por su impacto
en el crecimiento de las plantas. El compost contiene los principales
nutrientes requeridos por todas las plantas N, P, K, calcio (Ca), magnesio
(Mg), y azufre (S), más micronutrientes esenciales y oligoelementos,
como el cobre (Cu), cinc (Zn), hierro (Fe), manganeso (Mn), boro (B) y
molibdeno (Mo), y esto es especialmente aplicable al compost de restos
de poda, con la ventaja adicional que los nutrientes del compost maduro
se liberan a las plantas de manera lenta y constante (Chen, 2005). En las
siguientes tablas de presentan datos promedio medidos para contenido
total de macro y microelementos. (Tabla 3).
Tabla 3. Contenido de nutrientes en muestras de compost de residuos de poda (g kg-1).

Contenido en
Nutriente Símbolo
Compost, rango g kg-1
Nitrógeno N 1,1-1,1
Fósforo P 1,5-2,0
Calcio Ca 22-32,3
Magnesio Mg 3,2-4,3
Sodio Na 0,8-1,0
Potasio K 6,5-8,1

El aumento de los metales pesados altera ciclos biogeoquímicos


generando su incremento y persistencia en diversas matrices
ambientales. En los reciclados de distintos productos, uno de los mayores
problemas lo constituye el riesgo de aumentar la cantidad de metales en
el ambiente y su introducción en la cadena trófica. El riesgo es mucho
mayor cuando la materia prima contiene desechos de origen animal,
principalmente por los restos de medicinas en animales domésticos o
de producción, y residuos orgánicos de otros orígenes como los sólidos
urbanos (Zubillaga y Lavado, 2008). En el caso de los residuos de
poda el riesgo es muy bajo y la posible acumulación sería producto de
alguna aplicación de fitoterápicos o de algún resto de otra procedencia
adherido a los residuos de poda. Para valorar la calidad del compost
de restos de poda se evaluaron la presencia y concentración de metales
pesados para las cuatro estaciones del año durante 2007, 2008 y 2009. Se
realizó una digestión ácida de las muestras y se evaluaron Cd, Cr, Cu,

542
Experiências Argentinas e Brasileiras

Ni, Pb, Zn por ICP y Hg por normativa EPA. El rango de concentración


promedio de metales presentes en el compost, al considerar los tres
años se presenta en la Tabla 4. El Cu presentó tendencias similares
con pequeños incrementos en el otoño y primavera (2007 y 2009), el
Cd tendió a disminuir en invierno y primavera (2008 y 2009). El Ni
tuvo picos máximos en el otoño (2008 y 2009), aunque sus valores
máximos no sobrepasan los límites establecidos por las normativas
(Vanier et al, 2011). Según “Guidelines for Compost Quality”(2005), las
concentraciones máximas de metales para un compost clase A son: Cd:
3 mg kg-1, Cr: 210 mg kg-1, Cu 400 mg kg-1, Hg: 0,8 mg kg-1, Ni: 62 mg
kg1, Pb: 150 mg kg-1 Zn: 700 mg kg-1, valores que no son alcanzados en
ningún caso por el material estudiado.
Tabla 4. Rango del contenido de metales medido en muestras de compost de residuos
de poda y su comparación con los valores superiores aceptables en otras legislaciones.

Rango en
Metal Rango Rango aceptable Valor en
Símbolo compost
mg kg-1 en USA en Holanda Alemania
Ceamse
Cadmio Cd 0,05-0,94 2-2,5 0,7-2 0,3-0,7
Cinc Zn 58,64-144,5 900-2500 75-900
Cromo Cr 5,7-50,7 1000 50-200
Cobre Cu 27,02-43,12 450-1000 25-300
Mercurio Hg 0,01-0,74
Plomo Pb 12,16-76,14
Níquel Ni 2,44-8,68 50-200 10 a 50

Se destaca la óptima calidad que posee el compost de poda evaluado, sin restricciones de
uso. Su calidad lo hace apto para utilizarse en mezcla con compost de menor calidad
para diluir la concentración de metales pesados.

Propiedades físicas del compost


Se consideran características de interés tales como el contenido de
materias inertes, aspectos sensoriales como el olor y color y el tamaño
de partículas entre otras propiedades. En este trabajo se evaluaron
algunas propiedades físicas importantes para los diferentes usos que
tiene el producto logrado. Se determinó la densidad aparente y actual,
la capacidad de retención del agua gravimétrica y el tamaño de las
partículas. La capacidad promedio de retención del agua gravimétrica
fue de 58,3% (DSt. 1,68).

543
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

El olor del material es semejante al de la tierra húmeda y el color


es pardo oscuro.
Se determinó densidad aparente (dap) que se expresa como g de
compost cm-3 de compost seco a 70 ºC (TMECC, Bulk density, Methods
03.01-A, 0.3-0.1B y 03.03, 2001). El valor promedio fue de 0,38g cm-3
promedio (DSt. 0,01). Este resultado es semejante a los presentados
por Leege y Thompson (1997). El dato de densidad aparente se utiliza
especialmente para convertir las unidades de masa por unidad de área
a aplicaciones expresadas en espesor de capas (tn ha-1, a mm o cm). Para
el envasado del material se calcula el volumen que ocupará un cierto
peso de compost que mantiene humedad. Para ello se debe calcular la
densidad aparente actual, una medición de gran importancia práctica
que se realiza sin secar la muestra de compost. Al realizar los cálculos
con una masa húmeda, para el compost en estudio se obtuvo un valor
de 0,43 g cm-3. Con esta información el compost podría fraccionarse en
bolsas de 1,1 kg (2500 cm3) y de 2,2 kg (5000 cm3) para uso en jardinería
hogareña. Cuando se usa en macetas, dada la baja densidad del compost,
una ventaja es el menor peso para el transporte y movimiento. La
densidad aparente está afectada por la distribución del tamaño de las
partículas que se detalla más adelante, el grado de transformación del
material compostado, el contenido de humedad de la materia inorgánica
o cenizas (Sullivan y Miller, 2005) y la compactación a la que se ve
sometida.
El valor de retención de agua gravimétrica, tiene implicancias
prácticas cuando se utiliza el compost como sustrato y se programan
riegos. El dato promedio de la capacidad de retención de agua
gravimétrica (% agua g-1 para compost saturado y drenado) fue de
57% (DSt.: 2,68). Los resultados pueden utilizarse para el cálculo de la
porosidad total y la porosidad de aire con las restricciones derivadas del
error metodológico.
La distribución porcentual del tamaño de las partículas
(granulometría) es muy importante cuando se piensa en los posibles
usos en agricultura y jardinería. En la Tabla 5 se muestran los resultados
del análisis granulométrico del compost. Tanto las partículas demasiado
grandes como las demasiado pequeñas pueden ser problemáticas.
Se prefieren sustratos de textura media a gruesa, equivalente a una
distribución de partícula entre 0,25 y 5mm, que implica una adecuada
retención de agua disponible y un adecuado contenido de aire (Abad

544
Experiências Argentinas e Brasileiras

et al., 2004). Las fracciones menores a 0,25mm presentan la máxima


influencia en la microporosidad y en la retención de agua (Zubillaga et
al., 2000). En el caso en estudio representó el 14,51% (Pierini et al., 2010).
Tabla 5. Distribución de tamaño de partícula. Datos promedio para 6 muestras.

malla (mm) 0,3 0,5 1 2 3,35 4,75 > 4,75


% (g) 14,51 14,41 18,92 15,24 8,08 7,60 20,40
Los resultados señalan una composición favorable para su uso
como sustrato.

Calidad del compost como sustrato: indicadores de


estabilidad y madurez
Se han hecho referencias a la estabilidad y madurez del compost a
través de medidas de la relación C/N, de la relación entre fracciones de
ácidos húmicos y fúlvicos y de ensayos de germinación y respiración.
A continuación se presentan dos experiencias específicas para la
evaluación de estos atributos:

Madurez: Ensayo de germinación


En la actualidad se están investigando y utilizando con éxito
numerosos residuos y subproductos orgánicos generados por diferentes
actividades de producción y consumo, y se compostan para adecuarlos
a fines hortícolas como sustrato o componentes de sustratos de cultivos.
De este modo, al tiempo que se contribuye a la sustitución de productos
no renovables como la turba, se favorece la valorización hortícola de
estos residuos, colaborando con la gestión de los mismos (Zubillaga et
al., 2010 a,b).
Uno de los factores más importantes que afectan el éxito del
compost para su uso es el grado de madurez y estabilidad (Benito et
al., 2003). Un problema asociado con el uso de compost inmaduro es la
fitotoxicidad que se produce por la presencia de ácidos orgánicos durante
las etapas tempranas del proceso de compostaje (He et al., 1995). La
madurez se refiere al grado de descomposición de sustancias orgánicas
fitotóxicas producidas durante el proceso (Brodie et al., 1994; Keeling
et al., 1994; He et al., 1995; Wu et al., 2000) y para su evaluación se han
utilizado ensayos de germinación de semillas o de cultivo de plantas
(Zucconi et al., 1981; Iannotti et al., 1994, Zubillaga y Lavado, 2012).

545
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

En un ensayo de formulación de sustratos utilizando compost


CEAMSE en distintas proporciones con arena, turba y suelo se midieron
los valores de porcentaje de germinación (% G), longitud radical (LR)
e Índice de Germinación (producto del G por LR). En la figura 8 se
muestran los resultados obtenidos.

Figura 9. Índice de germinación (IG) de semillas de berro embebidas en


distintos extractos (Zubillaga et al., 2010).
Se evidencia que en la formulación del sustrato conformado
por suelo y turba se puede incorporar compost de poda sin evidencia
de efectos fitotóxicos, observándose incrementos del porcentaje de
germinación (%G), longitud radical (LR) e índice de germinación.
Los resultados confirman que pueden suplantarse parcialmente
componentes no renovables de sustratos tradicionales por compost de
residuos de poda lo que resulta auspicioso para la inclusión de compost
de poda en la formulación de nuevos sustratos.

Estabilidad: Ensayo de respiración a campo y Mineralización


del material orgánico
La aplicación de residuos orgánicos compostados provee
nutrientes y materia orgánica al suelo, influyendo en la estructura,
renuevo de nutrientes y en muchos otros parámetros físicos, químicos y
biológicos del suelo ejerciendo asimismo un impacto sobre el tamaño, la
biodiversidad y la actividad de la población microbiana del suelo, (Albiach
et al., 2001). La estabilidad del compost es un factor que gravita sobre
la actividad microbiana, la cual depende de la proporción de materia
orgánica biodegradable (Kalamdhad et al., 2007). Esta característica del
compost es de considerable importancia, debido a que de ella depende

546
Experiências Argentinas e Brasileiras

el campo de aplicación del mismo (Zucconi et al., 1985; Miller, 1993). La


mineralización de la materia orgánica del compost genera un aumento
en la producción de CO2 luego de su incorporación al suelo (Marstorp,
1996.) Para medir la mineralización de los residuos orgánicos en el
suelo, se pueden utilizar diferentes técnicas biológicas y de respiración
son apropiadas para medir estabilidad (Kalamdhad, 2007). Los métodos
más utilizados para la cuantificación de la respiración incluyen la
medición de producción de CO2 o de oxigeno consumido (Naganawa et
al., 1990, Iannotti et al., 1996; Adani et al., 2001).
Se hizo un ensayo de campo para evaluar el efecto de la
aplicación de compost de poda de diferente tamaño de partícula sobre
la respiración del suelo en condiciones de campo, y los tratamientos
fueron: T0. Testigo; T2. compost de poda tamizado por malla de 5
mm. En cada parcela se aplicó una dosis equivalente a 80 Mg ha-1 de
cada tratamiento. El diseño del ensayo fue de distribución al azar y
con cinco repeticiones por tratamiento. Se instaló en cada parcela un
respirómetro cilíndrico de 8 cm de diámetro y 15 cm de altura, Alvarez
et al. (1995) y se enterraron 3 días antes de la medición en el suelo a
una profundidad de 5 cm. Cada respirómetro constituyó una unidad
experimental, dentro del cual se colocó un recipiente con 10 ml de 1M
NaOH, el cual captura el CO2 producido por la actividad microbiana. La
liberación de C-CO2 fue medida através de titulación con 0,25M HCl,
utilizándose fenolftaleina como indicador. Todos los respirómetros
fueron sellados con tapas herméticas. Como blancos, se utilizaron
respirómetros sellados en ambos extremos. Las mediciones fueron
realizadas quincenalmente las primeras semanas y luego mensualmente
hasta la estabilización de la actividad microbiana. También se midieron la
temperatura y humedad del suelo. La temperatura influye en la actividad
metabólica de los microorganismos en el proceso de descomposición de
la materia orgánica. En tal sentido, la mayor liberación de C-CO2 por
los microorganismos, corresponde a la mayor temperatura registrada.

547
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 9. Producción media acumulada de Carbono (mg C mg-1 suelo) en


función de los días de incubación.
El patrón de liberación de C-CO2 fue similar en todos los
tratamientos (Figura 9). La producción final acumulada de C-CO2 en
los suelos con aplicación de compost fue mayor significativamente
(p=0,0001) respecto al tratamiento testigo, sin aplicación de enmienda.
También hubo diferencias en la liberación de C-CO2 para el compost,
siendo mayor a menor tamaño de las partículas. Las partículas de
mayor tamaño generan espacios abundantes por los cuales se dan
pérdidas significativas de humedad y menor transferencia de oxígeno,
disminuyendo la actividad biológica (Silva, 2000) existe diferencia en
la actividad biológica del suelo entre el tratamiento sin tamizar y el
rechazo de zaranda, explicándose por la diversidad de tamaños para el
compost y las partículas exclusivamente mayores en el segundo caso.
El tamaño más fino de compost es útil cuando se pretende aporte de
nutrientes y estimulación de la actividad biológica aunque la aplicación
del mismo puede originar problemas de compactación impidiendo una
adecuada aireación y movimiento de agua (Silva, 2000). En el análisis
granulométrico del compost de poda producido (Tabla 5) puede verse
que hay diversidad de tamaño de partículas lo que es favorable para su
aplicación al suelo como enmienda orgánica.

548
Experiências Argentinas e Brasileiras

El uso de productos no tamizados serían útiles para mejorar la


estructura del suelo y controlar erosión, ya que contribuyen a evitar
voladuras de material fino y protegen al suelo de evaporación excesiva
(efecto de cobertura o mulch) o que, incorporados al suelo, contribuyen
a mejorar suelos compactados.

PRODUCCIÓN COMERCIAL
Utilización del compost como sustrato
Los sistemas de cultivo de plantas ornamentales y hortícolas
requieren de sustratos que permitan su crecimiento y desarrollo. Un
sustrato es aquel medio poroso, diferente del suelo, donde se desarrollan
las raíces a las cuales les proporciona anclaje y provisión de agua u
oxígeno. Es usado para el cultivo de plantas en macetas y puede utilizarse
solo o en combinación con otros materiales (Vence, 2008). Los sustratos
más utilizados en los cultivos comerciales, como la turba y el suelo
mezclado con perlita presentan elevados costos. La turba, se considera
un recurso natural no renovable dado que su formación es relativamente
lenta. En la actualidad, diversos factores se han conjugado para hacer
del compost una alternativa competitiva en la producción hortícola. La
utilización de compost en esta producción como un sustituto barato
de la turba u otros componentes orgánicos del medio de crecimiento
(Stoffella y Kahn, 2005).

Experiencias en ensayo de invernáculo


En un ensayo realizado en invernáculo se trabajó
comparativamente con el compost de poda producido en el CEAMSE
(CCE), suelo con perlita (SP) y un compost comercial (CCo), éstos dos
últimos son sustratos utilizados en la producción comercial de plantas
ornamentales en forma muy exitosa. En el ensayo se utilizaron cuatro
especies de plantas ornamentales: Impatiens walleriana (alegría del
hogar), Salvia splendens (coral), Petunia hibrida (petunia), Tagetes spp.
(copete) (Vanier et al., 2011)
El objetivo fue evaluar el uso de un compost producido en la
CEAMSE (CCE) como sustrato único alternativo en el cultivo de cuatro
especies ornamentales: Impatiens walleriana (alegría del hogar), Salvia
splendens (coral), Petunia hibrida (petunia), Tagetes spp. (Copete). Los
ensayos se desarrollaron en maceta en invernáculo tratando cada especie
por separado. Se evaluaron características de los sustratos (Tablas 6 y 7).

549
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabla 6. Caracterización de los sustratos para C, P, contenido de agua y relación C/N.


DE: desvío estándar. Letras diferentes indican diferencias significativas al P<=0,05.

C ox P Relación
Sustratos Retención hídrica (%) Nt (%) MO (%)
g 100g-1 mg kg-1 C/N
38,18 a 0,30 10,89 a
SP 0,26 a (DE:0.03) 130 a 18,16 a
(DE:3,89) (DE: 0,01) (DE:0,42)
61,41 c 0,63 40,64 c
CCo 1,04 b (DE:0.16) 160 a 32,25 b
(DE: 2,70) (DE: 0,06) (DE:6,41)
49,30 b 1,13 29,4 b
CCE 1,03 b (DE:0.07) 140 a 16,7 a
(DE: 1,89) (DE:0,01) (DE:0,00)

Tabla 7. Propiedades físicas. Valores de densidad aparente, conductividad eléctrica y pH.


DE: desvío estándar. Letras diferentes indican diferencias significativas al P<=0,05.

Sustratos Densidad aparente g cm-3 CE dS m-1 pH


Suelo perlita 0,54 c (DE:0.00) 0,45 a (DE:0.07) 7,36 b (DE:0,02)
Compost comercial 0,29 a (DE:0.01) 0,40 a (DE: 0.00) 6,32 a (DE:0,07)
Compost CEAMSE 0,44 b (DE:0.01) 1,9 b (DE:0.00) 8,2 c (DE:0.00)
Los indicadores de producción floral fueron: a) cantidad de
flores abiertas, b) cantidad de pimpollos y c) altura alcanzada por las
plantas durante la duración del ensayo. No se detectó el desarrollo de
malezas ni enfermedades durante ese período El CCE presentó mayor
contenido de carbono oxidable (Cox) que SP (0,26%) e igual que CCo
(1,04%, p<0.05). El CCE mostró mayor capacidad de retención hídrica
que SP. Cabe resaltar que, si bien las plantas crecieron en condiciones
semejantes en los tres tratamientos y el comportamiento de las plantas
que crecieron en el CCE no presentó diferencias significativas frente a
los demás sustratos (Figura 10).

550
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 10. Cantidad de pimpollos, cantidad de flores abiertas y altura


de las plantas para las cuatro especies florales y los tres tratamientos
(Vanier et al., 2011).
Aunque el compost de poda (CCE) no presentó diferencias
significativas en su comportamiento frente al uso de otros sustratos,, es
importante señalar que el ensayo de comparación se hizo con sustratos
seleccionados para invernáculos de producción comercial con altos
rendimientos y control de calidad lo que ubicaría al compost CEAMSE
como muy competitivo por la ventaja de la falta de aditivos y de uso
directo. La tierra rica en nutrientes es un bien escaso y lo seguirá siendo
a futuro, con lo cual la utilización de CCE representa una alternativa
muy atractiva de uso en reemplazo del suelo con perlita (SP) y un
compost comercial (CCo) que tiene fertilizantes incorporados. Además,
no se detectó el desarrollo de malezas y enfermedades. La producción
de compost de estas características puede constituirse como una gran

551
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

alternativa para reducir el uso de recursos no renovables, como el suelo


o la turba, como sustratos.

Ensayo de campo
Se realizó un ensayo de campo con la aplicación de compost
producido a partir de residuos de poda por el CEAMSE para evaluar el
impacto de la enmienda orgánica en la calidad del suelo y en la cantidad
de materia verde producida. El ensayo se ubicó en la localidad de Tomas
Jofre, Mercedes, ruta 42, Provincia de Buenos Aires (S34 41.476 W59
19.701), El clima de esta región es del tipo mesopotámico templado
húmedo, con una media anual de 16  °C. El invierno es benigno con
temperaturas medias de 9 °C, y el verano es suave con una temperatura
media de 23 °C. Se trabajó sobre un suelo que ha sido decapitado por
un uso previo para la fabricación de ladrillos. El ensayo se llevó a cabo
en parcelas de 4 m2 distribuidas en forma aleatoria y los tratamientos
fueron: testigo (Tr0) y dos dosis de enmienda, calculadas en 20 (Tr8)
y 80 tn ha-1 (Tr 32) respectivamente. La incorporación del compost al
suelo se efectuó con pala en forma manual dentro de los primeros 20
cm. La capa superficial (0-10cm) contenía 30% arcilla, 47,5% de limo
y 22,5% de arena. Con posterioridad a la aplicación del compost se
sembró un cultivo de sorgo. Se hizo un seguimiento del cultivo a lo
largo del ciclo ontogénico y se compararon parámetros de crecimiento
y desarrollo. Asimismo se evaluaron los cambios producidos en las
propiedades microbiológicas, químicas, físico-químicas, y físicas del
suelo derivados de la aplicación de la enmienda (Fernández Alonso,
2011). Dentro de los controles efectuados en suelo se midió la diferencia
en infiltración (normativa USDA) y la retención de agua para los distintos
tratamientos. En post-cosecha, el tratamiento sin compost tuvo una
menor infiltración (Fig.11) con diferencias significativas con el resto de
los tratamientos (Tr 32, Tr 8 y Tr0) y en el mismo sentido se midió un
aumento en la capacidad de retención de agua de las parcelas con mayor
dosis de compost (Fig.12). No se observaron aumentos significativos de
sales dado su bajo contenido en la composta.

552
Experiências Argentinas e Brasileiras

Infiltración (minutos)

Compost (tn/ha)

Figura 11. Ensayo de infiltración medido en minutos para los tres tratamientos
(USDA). Letras diferentes indican diferencias significativas entre tratamientos
(p<0.05).

Figura 12. Medida de retención de agua g agua g suelo-1para los distintos


tratamientos. Letras diferentes indican diferencias significativas entre
tratamientos (p<0.05).

553
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Efecto de la adición de composta sobre la ecofisiología


del cultivo
A los 70 días de sembrado se realizó un control de la altura de
las plantas, cantidad de panojas extendidas y cantidad de plantas
que presentaban signos de enfermedad para ver si se observaban
diferencias entre los tratamientos para comparar el estado general del
cultivo (Figura 13 y 14).

Figura 13. Parcelas del ensayo de campo.

554
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 14. Promedio de la cantidad de plantas enfermas y de panojas


totalmente extendidas a los 70 días de cultivo. Letras diferentes indican
diferencias significativas entre tratamientos (p<0.05).

Los resultados obtenidos en todos los casos fueron favorables


a los tratamientos con aplicación de compost. La relación existente
entre la infiltración y el almacenamiento de agua permite plantear
opciones de manejo para el mejoramiento de suelos degradados por
la acción del hombre o por erosión, previendo una mejora de las
condiciones edáficas por aumento de la retención de agua. El agregado
de compost aumentó la eficiencia del uso del agua lo cual constituye
un dato de sumo interés. También la altura de plantas y cantidad de
panojas extendidas fueron medidas favorables que se asociaron con la
aplicación de compost (Fig. 13 y 14).

Acción frente a los patógenos


Un párrafo especial merece el comportamiento del cultivo frente
a los patógenos.
El compost puede presentar propiedades de actividad inhibitoria
frente a agentes fitopatógenos, debido, entre otros factores, a la presencia
de microorganismos que disminuyen la incidencia en enfermedades
(Casco y Herrero, 2008). El uso de compost es una forma efectiva de
aumentar la producción de plantas sanas, ayuda a ahorrar dinero, reducir
el uso de fertilizantes químicos, y conservar los recursos naturales

555
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

(Chen, 2005). Este efecto se observó en el cultivo de campo (Fernandez


Alonso, 2000), la sanidad de las plantas fue superior visualmente con
la mayor dosis de compost aunque estos datos no se reflejaron en el
análisis estadístico (Fig.14). Esto es una señal que asocia las mejoras en
los atributos edáficos con el crecimiento del cultivo.

Conclusión
El compostaje de los residuos verdes debería ser mandatario
en todos los municipios y debería estimularse su práctica en casas y
jardines debido a los beneficios ambientales que produce: mejoras al
sistema edáfico, sustrato para invernáculo, recuperador de suelos por
la mejora de propiedades físicas y aporte de nutrientes. El pasaje de
residuo a insumo genera una valoración del producto, disminuyendo la
producción de metano en los rellenos sanitarios.

Bibliografía
ABAD, M.; NOGUERA, P.; CARRIÓN C. Los sustratos en los cultivos sin
suelo. In: GAVILAN, M.U. (Ed.). Tratado de cultivo sin suelo. Madrid:
Mundi Prensa Libros S.A., 2004. p.113-158.
ADANI, F., LOZZI, P.; GENEVINI, P. Determination of biological stability
by oxygen uptake on municipal solid waste and derived products.
Compost Sci. Util., v.9, n.2, p.163-178, 2001.
ALBIACH R. et al. Organic matter components, aggregate stability and
biological activity in a horticultural soil fertilized with different rates
of two sewage sludge’s during ten years. Bioresource Technology, v.77,
p.109-114, 2001.
BENITO M. et al. Chemical and microbiological parameters for the
characterisation of the stability and maturity of pruning waste compost.
Biol. Fertil. Soils, v.37, p.184-189, 2003.
BRANZINI, A. & Zubillaga, M.S. Valoración de residuos agroindustriales
por procesos aeróbicos. En Suelos, Producción Agropecuaria y Cambio
Climático : Avances en Argentina. 1a ed. - Ciudad Autónoma de Buenos
Aires: Ministerio de Agricultura, Ganadería y Pesca de la Nación,
E-Book., 2014

556
Experiências Argentinas e Brasileiras

BRINTON W. F. Compost Quality Standars & Guidelines: An International


View Final Project Manager. New York State: Association of Recyclers,
2000. 244p.
BRODIE, H.L.; FRANCIS, R.G.; LEWIS, E.C. What makes good compost?
BioCycle, v.35, p.66-68, 1994.
CASCO, J.M.; HERRERO, R.M. Compostaje. Madri: Mundi-prensa, 2008.
570p.
CHEN, Z.; BEJOSANO-GLORIA, C. Compost production: a manual for
Asian farmers. Taiwan: [s.l.], 2005. 73p.
COORDINACIÓN ECOLÓGICA ÁREA METROPOLITANA SOCIEDAD
DEL ESTADO - CEAMSE, 2011. Disponível em:< http://ceamse.gov.ar/
disposicion-final/. 2011>.
DÍAZ, L.F.; DE BERTOLDI, M.; BIDLINGMAIER, W. Compost Science and
Technology. Amsterdam: Elsevier Science, 2007. 380p.
FERNANDEZ ALONSO, B. Utilización del compost como enmienda
recuperadora de suelo degradado en condiciones de campo. Trabajo de
Intensificación. Biblioteca FAUBA. CABA. Argentina, 2011.
FITZPATRICK, G.E., DUKE E.R.; KLOCK-MOORE K.A. Use of compost
products for ornamental crop production: Research and grower’s
experiences. HortScience, v.33, p.941-944, 1988.
FLAVEL, T.C.; MURPHY, D.V.; LALOR, B.M.; FILLERY, I.R.P. Gross N
mineralization rates after the application of composted grape marc to soil.
Soil Biol. Biochem., v.37, p.1397-1400, 2005.
FRIONI L. Microbiología: básica, ambiental y agrícola. 1.ed. Buenos Aires:
Orientación Gráfica Editora, 2011. 768p.
GOLDSTEIN N. La historia del compostaje en Estados Unidos: pasado, presente
y futuro. In: STOFFELLA, P.J.; KAHN, B.A. Utilización de compost en los
sistemas de cultivo hortícola. Madri: Ediciones Mundi-prensa, 2004. 397p.
GUIDELINES FOR COMPOST QUALITY. PN1340. Canadian Council of
Ministers of the Environment, 2005. 26p.
HANDRECK, K.A. Particle size and the physical properties of growing
media for containers. Communications in soil science in plant analysis,
v.14, n.3, p.209-222, 1983.
HE, X.T.; LOGAN, T.J.Y.; TRAINA, S.J. Physical and chemical characteristics
of selected U.S. municipal solid-waste composts. J. Environ. Qual., v.24,
p.543-552, 1995.
INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE – IPCC.
Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, v.5, 2006.

557
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE – IPCC.


Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, en UNFCCC/
CCNUCC Methodological tool. Tool to determine methane emissions
avoided from disposal of waste at a solid waste disposal site. EB 55
Report, Annex 18, 2010. p.1-9.
IANNOTTI, D.A. et al. Oxygen respirometry to assess stability and
maturity of composted municipal solid waste. J. Environ. Qual., v.23,
p.1177-1183, 1994.
KALAMDHAD, A.S.; PASHA, M.; KAZMI, A.A. Stability evaluation
of compost by respiration techniques in a rotary drum composter.
Resources, Conservation and Recycling, v.52, n.5, p.829–834, 2008.
KEELING, A.A. et al. Germination and growth of plants in media
containing unstable refuse derived compost. Soil Biol. Biochem., v.26,
p.767-772, 1994.
LEEGE, P.B.; THOMPSON, W.H. Test Methods for the Examination
of Composting and Compost. 1.ed. Maryland: US Composting
Counci,1997.
MARSTORP, H. Influence of soluble carbohydrates, free amino acids and
protein content on the decomposition of Lolium multiforum shoots.
Biol. Fertil. Soils, v.21, p.257–263, 1996.
MAZZARINO M.J.; SATTI P. Compostaje en la Argentina. Experiencias
de Producción, Calidad y Uso. 1.ed. Buenos Aires: Orientación Gráfica
Editora, 2012. 348p.
MILLER, F.C. Minimizing odor generation. In:HOITINK, H.A.J.; KEENER,
H.M. (Eds.). Science and Engineering of Composting, Ohio: Ohio
University, 1993. p.219–241.
NAGANAWA, T. et al.. Automatic measurment of CO2 evolution in multiple
simples in small chambers. Oil Sci Plant Nutr., v.36, n.1, p.141-3, 1990.
PIERINI V.; RATTO S. E.; ZUBILLAGA M.& CITTADINO. 2011. Emisiones
de gases de efecto invernadero: Opciones en la gestión de residuos verdes.
In: Congreso de Ciencias Ambientales. 2011, Buenos Aires. Copime,
2011. p.103. CD-ROM
RIMSKI-KORSAKOV. H, Zubillaga MS. y Lavado RS. 2003. Pérdidas de
amoníaco y nitratos a partir de distintos sustratos para contenedores.
Floricultura en la Argentina. Investigación y Tecnología de Producción.
Editorial Facultad de Agronomía, UBA: 173-178. 2003
SÁNCHEZ-MONEDERO, M.A. et al Nitrogen transformation during
organic waste composting by the Rutgers system and its effects on pH,

558
Experiências Argentinas e Brasileiras

EC and maturity of the composting mixtures. Biores. Technol., v.78, n.3,


p.301-308, 2001.
SERVICIO NACIONAL DE SANIDAD AGROPECUARIA - SENASA.
Resolución SENASA 264/11 y Anexo. Reglamento para el registro de
fertilizantes y enmiendas. Disponível em: <http:www.senasa.gov.ar/>.
2011.
SMITH, A. et al. Waste management options and climate change.
Luxembourg: Final Report European Commission, 2001. 224p.
STOFFELLA, P.J.; KAHN, B.A. Utilización de compost en los sistemas de
cultivo hortícola. Madri: Ediciones Mundi-prensa, 2005. 397p.
SULLIVAN, D.M.; MILLER, R.O. Propiedades cualitativas, medición y
variabilidad de los compost. In: STOFFELLA P.J.; KAHN, B.A. (Eds.).
Utilización de Compost en los Sistemas de Cultivo Hortícola. Madri:
Editorial Mundi Prensa, 2004. p.95-119.
TIQUIA, S.M. Evaluating phytotoxicity of pig manure from the pig – on –
litter system. In: WARMAN, P.R.; TAYLOR, T.R. (Eds.). Proceedings of
the International Composting Symposium, Barcelona: CBA Press Inc.
Truro, 2000. p.625-647.
TEST METHOD FOR THE EXAMINATION OF COMPOSTING AND
COMPOST - TMECC. Test methods for the examination of Composting
and compost. USA: The composting Council Research and Education
Foundation. 2001. 9p.
U.S.COMPOSTING COUNCIL. Field Guide to Compost Use. Ohio: U.S.
Composting Council., Amherst, 1996.
VANIER, M. et al. Uso de compost de poda como sustrato único en sistemas
de cultivo de plantas ornamentales. Rev. Facultad de Agronomía UBA,
v.31, n.3, p.223-230, 2011.
VANIER, M.; PIERINI, V. I.; ZUBILLAGA M.; AVEDISSIAN F.; RATTO,
S. E. 2012 Seguimiento estacional del contenido de metales pesados
en la evaluación de la calidad de un compost de poda. XXV: Reunión
Argentina de Ecología. Luján, setiembre 2012. … Libro de Resúmenes,
2012. Pag. 370.
VARNERO, M.T. et al. Evaluación de especies sensibles a metabolitos
fototóxicos mediante bioensayos de germinación. In: GALLARDO
LANCHO, J.F. (Ed.). El Medio ambiente en Iberoamérica: Visión
desde la Física y la Química en los albores del Siglo XXI. Badajoz,
España: Sociedad Iberoamericana de Física y Química Ambiental,
2006. p.363-369.

559
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

VENCE, L.B. Disponibilidad de agua – aire en sustratos para las plantas.


Revisión. Ci. Suelo, v.26, n.2, p.105-114, 2008.
WU, L.; MA, L.Q.; MARTINEZ, G.A. Comparison of methods for evaluating
stability and maturity of biosolids compost. J. Environ. Qual., v.29, p.424-
429, 2000.
ZUBILLAGA, M.S. et al. Fitotoxicidad de sustratos con compost de residuos
de poda. In: XXI Congreso Argentino de la Ciencia del Suelo. Libro de
actas: El Suelo, pilar de la agroindustria en la pampa argentina. Rosario,
Argentina. 2010.
ZUBILLAGA, M.S. El destino de los residuos sólidos urbanos de la ciudad
de Buenos Aires: breve diagnóstico y algunas alternativas. Agronomía &
Ambiente Tomo 33 Nº (1-2). 2014.
ZUBILLAGA, M.S.; LAVADO,. RS. Accumulation and movement of four
Potentially Toxic Elements in soils throughout five years, during and after
biosolid application. American Journal of Environmental Science, 4(6):
576-582. 2008.
ZUBILLAGA, M.S. & LAVADO, RS. Fitotoxicidad con compost de biosólidos.
En: Compostaje en la Argentina: experiencias de producción, calidad y
uso.7. Orientación Gráfica Editora. Sección 3, Capítulo 17: 231-242.2012
ZUBILLAGA M.S., LAVADO R, GONZALEZ MF y ROCCA C. Compostaje
de biosólidos: proporción de estructurante y parámetros de evolución. En:
Avances en Ingeniería Agrícola. Editorial Facultad de Agronomía. ISBN
950-29-0593-8. 2000.
ZUBILLAGA, M.S., A. BRANZINI, J. BATTISTUSSI, S. RATTO Y M.M
ZUBILLAGA (a). Evaluación del compost de residuos de poda como
sustrato para el crecimiento de Petunia híbrida. XXXIII Congreso
Argentino de Horticultura. 2010. CD-ROM
ZUBILLAGA, M.S. A. Branzini, D. Comas, S. Ratto y MM
Zubillaga (b). La influencia del compost de residuos de poda como
enmienda en la producción de Lactuca sativa. XXXIII Congreso Argentino
de Horticultura. 2010. CD-ROM
ZUCCONI, F. et al. Evaluating toxicity of immature compost. BioCycle, v.22,
n.2, p.54-57, 1981.

560
USO DE TORTAS DE OLEAGINOSAS
NA AGRICULTURA
(Uso de tortas de oleaginosas en la agricultura)

Everaldo Zonta, Fabiano Barbosa de Souza Prates,


Fábio Cardoso de Freitas, Glaucio da Cruz Genuncio,
Rafael Antônio Presotto e Juliano Bahiense Stafanato

Resumo
Com a preocupação da substituição parcial do petróleo por fontes
de energia menos impactantes para o planeta, o biodiesel proveniente
de culturas oleaginosas vem ocupando uma posição cada vez mais
significativa na matriz energética do Brasil. Reduções na emissão de
gases ligados ao efeito estufa, a partir do uso de fontes renováveis de
energia, assim como a valoração dos produtos provenientes de culturas
voltadas para a produção de biodiesel são diretrizes adotadas pelo
Governo Brasileiro, que vem adotando políticas de desenvolvimento
de substituição de produtos provenientes do petróleo por produtos
oriundos de óleos vegetais, como a mamona e o girassol. Durante o
processamento de oleaginosas visando à obtenção de biocombustíveis
são gerados coprodutos, como as tortas e a glicerina. Esses produtos
se destacam por possuírem alto potencial de uso como fertilizantes,
principalmente por apresentarem uma baixa relação C:N, fato este
que favorece a disponibilização dos nutrientes, principalmente do
nitrogênio para sistemas de cultivo. Ressalta-se ainda que esses materiais
melhorem as características físicas do solo, sendo utilizados como
condicionadores do solo. Já como fontes de nutrientes, estes resíduos
podem apresentar quantidades expressivas de nutrientes essenciais às
plantas, constituindo-se assim como fontes alternativas no fornecimento
desses elementos para culturas comerciais. Particularmente, no âmbito
do PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel), as
culturas utilizadas no momento são a soja, a mamona, o amendoim,
o dendê, o algodão, a canola e o girassol. Ainda, preveem como
materiais de grandes potenciais para uso, principalmente em pequenas

561
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

propriedades, o cultivo de pinhão manso e de crambe. A torta de


mamona gerada no processo de produção de biodiesel direto da semente
(torta de PDS) estimulou a atividade microbiana. Também ocorreram
mudanças na composição dos n-alcanos, tanto no experimento de
laboratório – evolução de CO2 - como naquele conduzido em casa de
vegetação, sugerindo degradação das cadeias de hidrocarbonetos de
petróleo. Dessa forma, a torta de mamona de PDS, oriunda do processo
industrial de fabricação de biodiesel tem aplicabilidade em processos
de biorremediação e na ciclagem de nutrientes de oleaginosas, devendo,
entretanto, passar por ajustes no processo de produção para que sua
utilização na agricultura e/ou no meio ambiente não seja limitada pelos
teores de sódio. O fornecimento de nutrientes às plantas através da adição
de compostos orgânicos, como no caso da torta de crambe, depende
necessariamente de sua mineralização. No entanto a velocidade em
que ocorre a mineralização está sujeita a diversos fatores, que incluem
desde as características do material às condições ambientais em que ela
se dá. Conforme os resultados apresentados, o uso de diferentes doses
e diferentes tortas de oleaginosas aplicadas em cobertura como fonte
de N, apresentou comportamentos mais distintos entre tortas do que
entre doses, mostrando que a liberação desse nutriente é proporcional à
dose aplicada, assim como às suas respectivas perdas de N-NH3. O uso
de tortas como fonte de adubação nitrogenada apresenta potencial, no
entanto, estudos mais aprofundados sobre o tema devem ser realizados
para consolidar sua utilização como adubação de cobertura.

Resumen
Con preocupación por la sustitución parcial del petróleo por
fuentes de energía menos impactantes para el planeta, el biodiesel
producido por plantas oleaginosas están ocupando una posición, cada
vez más importante en la matriz energética de Brasil. Las reducciones de
las emisiones de gases de efecto invernadero vinculadas al calentamiento
global, a partir de la utilización de fuentes de energía renovables, así como
la valoración de los productos de cultivos destinados a la producción
de biodiesel son directrices adoptadas por el Gobierno de Brasil, que
ha adoptado políticas de desarrollo para reemplazo de productos del
petróleo por productos procedentes de aceites vegetales como del ricino
y girasol. Durante el procesamiento de oleaginosas para la obtención
de biocombustibles son generados co-productos como torta residual y
glicerina. Estos productos se caracterizan por tener un alto potencial

562
Experiências Argentinas e Brasileiras

para uso como abono, principalmente por la baja relación C:N, lo que
favorece la disponibilidad de nutrientes, principalmente nitrógeno
para los sistemas de cultivo. Destacase que estos materiales mejoran las
características físicas del suelo, y los utilizan como acondicionadores
del suelo. Aún, como fuentes de nutrientes, tales residuos muestran
cantidades significativas de nutrientes esenciales para las plantas,
constituyéndose como fuentes alternativas en el suministro de estos
elementos para cultivos comerciales. Particularmente, en ámbito del
PNPB (Programa Nacional de Producción y Uso de Biodiesel), los
cultivos utilizados en el momento son la soja, el ricino, cacahuete, aceite
de palma, algodón, canola y girasol. Aun así se prevén, cómo materiales de
grandes potenciales para uso, principalmente en pequeñas propiedades,
el cultivo de jatropha y crambe. La torta de mamona generada en el
proceso de producción de biodiesel directamente de semillas (torta de
PDS) estimula la actividad microbiana. También se produjeron cambios
en la composición de n-alcanos, tanto en experimento de laboratorio
- evolución de CO2 - como la que llevó a cabo en un invernadero, lo
que sugiere que hubo degradación de las cadenas de hidrocarburos de
petróleo. Por lo tanto, la torta de ricino PDS, procedente del proceso
industrial de fabricación de biodiesel tiene aplicabilidad en procesos
de biorremediación y el ciclaje de los nutrientes de plantas oleaginosas,
debe someterse entre tanto, a ajustes en el proceso de producción para
que su uso en agricultura y/o en el medio ambiente no sea limitada al
contenido de sodio. El suministro de nutrientes para las plantas mediante
la adición de compuestos orgánicos, como la torta de crambe depende
necesariamente de su mineralización. Sin embargo, la velocidad en que
se produce la mineralización está sujeto a diversos factores que van desde
las características del material a las condiciones ambientales en que
ocurre. Conforme los resultados presentados, el uso de diferentes dosis
y diferentes tortas de oleaginosas aplicado en cobertura como fuente de
N, presentó un comportamiento más distinto entre las tortas que entre
dosis, mostrando que la liberación de este nutriente es proporcional a la
dosis aplicada, así como sus respectivas pérdidas de N-NH3. El uso de
tortas como fuente de abono nitrogenado tiene potencial, sin embargo,
se necesita realizar más estudios sobre el tema para consolidar su uso
como abono en cobertura.

563
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Introdução
Produção de biodiesel e geração de resíduos
Com a preocupação da substituição parcial do petróleo por fontes
de energia menos impactantes para o planeta, o biodiesel proveniente
de culturas oleaginosas vem ocupando uma posição cada vez mais
significativa na matriz energética do Brasil (MOTA e PESTANA, 2011).
Reduções na emissão de gases ligados ao efeito estufa, a partir
do uso de fontes renováveis de energia, assim como a valoração dos
produtos provenientes de culturas voltadas para a produção de biodiesel
são diretrizes adotadas pelo Governo Brasileiro, que vem adotando
políticas de desenvolvimento de substituição de produtos provenientes
do petróleo por produtos oriundos de óleos vegetais, como a mamona e
o girassol (SILVA et al., 2012).
A partir disto, na Tabela 1 são apresentadas as produções de
oleaginosas, referentes à safra 2011/12, de culturas utilizadas na
fabricação de biodiesel no Brasil de acordo com o Anuário Estatístico
da Agroenergia, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – MAPA (BRASIL, 2013).
Tabela 1. Valores de produção das oleaginosas para biodiesel no Brasil.

Espécie Produção Brasil em mil toneladas (safra 2011/2012)


Mamona 73
Cachos de Palma* 1130
Girassol 112,8
Caroço de algodão 3222
Amendoim 296,7
Canola 52
Soja 6668,0

Adaptado de Brasil (2013). * Safra 2010

Assim, o Biodiesel oriundo do processamento de plantas


oleaginosas destaca-se no cenário da Agroenergia devido a ser oriundo
de fontes renováveis; o qual é produzido a partir da transesterificação
dos óleos extraídos de culturas oleaginosas com álcool como o etanol
com o uso de NaOH com função catalizadora (MOTA e PESTANA,
2011).

564
Experiências Argentinas e Brasileiras

Durante o processamento de oleaginosas visando à obtenção de


biocombustíveis são gerados coprodutos, como as tortas e a glicerina
(ABDALLA et al., 2008). Esses produtos se destacam por possuírem
alto potencial de uso como fertilizantes. De acordo com as informações
apresentadas pelo Anuário Estatístico da Agroenergia, as produções
de diversas oleaginosas e suas respectivas produções de óleos e tortas
são distintas, uma vez que cada variedade possui diferentes teores de
óleo nos seus grãos, ou seja, apresentam rendimentos variados de tortas
(BRASIL, 2013).
O potencial de uso de tortas de oleaginosas para fins de fertilização
se dá por apresentarem uma baixa relação C:N, fato este que favorece a
disponibilização dos nutrientes, principalmente do nitrogênio (N) para
sistemas de cultivo. Ressalta-se ainda que esses materiais melhorem as
características físicas do solo, sendo utilizados como condicionadores
do solo (FRAVET et al., 2010). Já como fontes de nutrientes, estes
resíduos podem apresentar quantidades expressivas de nutrientes
essenciais às plantas, constituindo-se assim como fontes alternativas no
fornecimento desses elementos para culturas comerciais.

As tortas de oleaginosas: constituição e uso de tortas de


oleaginosas
Constituição das tortas de oleaginosas
A torta é obtida a partir da extração de óleos vegetais provenientes
de sementes de culturas oleaginosas, através de um processo físico
denominado prensagem, assim como por um processo químico, a
partir do uso de solventes (MOTA e PESTANA, 2011). Após ambos
os processos de extração, têm-se as tortas de oleaginosas as quais são
consideradas coprodutos, por apresentarem teores protéicos entre 20 a
48% em sua constituição (Tabela 2).

565
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 2. Informações médias da produção de óleo vegetal e de tortas de oleaginosas


com potencial para fabricação de biodiesel.

Produtividade média de grão Teor médio Produtividade média de torta


Espécie
(kg ha-1) de óleo (%) (kg ha-1)
Soja 3.000 20 2.413
Algodão 1.300 19 1.060
Mamona 1.800 48 900
Girassol 1.700 42 961
Amendoim 2.500 48 1.250
Canola/Colza 2.000 43 1.109
Nabo forrageiro 1.000 36 630
Linhaça 1.200 38 730
Cártamo 1.200 35 770
Crambe 2.000 30 835
Tungue 2.000 35 1.283
Pinhão Manso 3.000 32 2.022

Fonte: Adaptado de YAMAOKA (2008).

Uso das tortas oleaginosas


O potencial de uso de tortas de oleaginosas é significativo para fins
de incrementos na fertilidade do solo, por este co-produto apresentar
uma baixa relação C:N. Sendo que a baixa relação C/N é importante
pelo seu potencial de acelerar a disponibilização dos nutrientes,
principalmente do N no sistema solo-planta. Ressalta-se ainda que estes
materiais além de utilizados como fontes de nutrientes, caracterizam-se
como condicionadores do solo, melhorando as características físicas e
químicas do solo (FRAVET et al., 2010).
A adubação de culturas extensivas e que impactam na balança
comercial é uma realidade no cenário da agricultura brasileira. O
incremento de nutrientes a partir da entrada de matéria orgânica no
sistema de produção da cana de açúcar, por exemplo, é uma referência da
aplicação das tortas de oleaginosas como fertilizantes (ANJOS et al., 2007).
A caracterização de cada torta tanto para o uso como condicionar
de solo como para fertilizantes dependerá da matéria prima que a
originou. Sabe-se que o tipo de manejo da cultura e a forma de extração
e/ou esmagamento originam tortas com caracterizações químicas
bem distintas (NUNES JÚNIOR, 2005; LIMA et al., 2008). Por outro
lado, a demanda por informações sobre a utilização de fertilizantes
orgânicos tem aumentado consideravelmente no Brasil, sendo esses

566
Experiências Argentinas e Brasileiras

uma alternativa para minimizar os desequilíbrios ecológicos causados


pela adubação intensiva com fertilizantes minerais, altamente solúveis,
e também como forma de redução da dependência externa destes
fertilizantes (PITOL et al., 2010).
A utilização das tortas como fontes de nutrientes vem se mostrando
viável uma vez que podem apresentar quantidades expressivas de
macronutrientes primários, assim como macronutrientes secundários
e micronutrientes (SAVY FILHO e BANZATTO, 1983; SEVERINO,
2005; LIMA et al., 2006; YAMAOKA, 2008), sendo seus percentuais
descritos na tabela 3. Vale ressaltar que este material constitui-
se como uma excelente alternativa no fornecimento de elementos
essenciais para culturas de ciclos diferenciados de cultivo. Entretanto,
em cultivos de ciclo longo, que necessitam de adubações de cobertura,
cuidados na aplicação destas tortas são necessários, uma vez que é
esperada uma rápida mineralização do material, em específico,
pela alta possibilidade de perdas significativas de nitrogênio (N),
principalmente por volatilização.
Quanto à volatilização de N-NH3 das tortas de oleaginosas, autores
como Moreira e Siqueira (2002) destacam que a aplicação de resíduos
orgânicos ao solo, pode induzir reações de desaminação, onde quatro
reações são possíveis, o que gera como produto final a amônia (NH3):
1. Desaminação hidrolítica =
R-NH2 + H2O → R-OH + NH3↑
2. Desaminação oxidativa =
R-CHNH2-COOH + H2O → R-CO-COOH + 2H+ + NH3↑
3. Desaminação redutiva =
R-CHNH3-COOH + 2H+ → R-CH2-COOH + NH3↑
4. Desaminação dessaturativa =
R-CH2-CHNH2-COOH → R-CH=CH-COOH + NH3↑
De modo geral, ao reduzirmos as perdas, ou seja, reduzirmos às
reações que geram como produtos formas de N voláteis, aumentamos a
eficiência destes produtos, o que viabiliza o uso das tortas de oleaginosas
como fonte alternativa para o fornecimento de nutrientes, uma vez
que estes coprodutos destacam-se por sua concentração de nutrientes
essenciais, conforme apresentado na tabela 3.

567
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 3. Teores de nitrogênio de algumas tortas de oleaginosas com potencial para


produção de biodiesel no Brasil*.

Vale ressaltar que a maioria das oleaginosas possui um alto valor


comercial em suas tortas, uma vez que as mesmas podem ser utilizadas
para a alimentação humana e animal, como os casos das tortas de soja,
amendoim, girassol, algodão e palma. Já as tortas de mamona e pinhão
manso têm sua destinação voltada para a fertilização do solo, em função
de sua toxicidade ao consumo animal.
Particularmente, no âmbito do PNPB (Programa Nacional de
Produção e Uso de Biodiesel), as culturas utilizadas no momento são a

568
Experiências Argentinas e Brasileiras

soja, a mamona, o amendoim, o dendê, o algodão, a canola e o girassol


(BRASIL, 2013). Ainda, preveem como materiais de grandes potenciais
para uso, principalmente em pequenas propriedades, o cultivo de
pinhão manso e de crambe.
Desde o lançamento do programa, diversas pesquisas desenvolvidas
pela Petrobras abriram caminho para as rotas tecnológicas de produção
de biodiesel a partir da mamona. A possibilidade de aumento na
produção nacional de mamona fez crescer a necessidade de agregar-lhe
maior valor, seja como adubo orgânico controlador de nematóides ou
como alimento animal rico em proteína (SEVERINO, 2005).
Dados da CONAB apontaram um aumento na área plantada de
mamona nas safras 2007/2008 e 2008/2009 para 162,7 mil ha-1 e 189,8
mil ha-1, respectivamente (ÉPOCA, 2008). Segundo Azevedo e Lima
(2001) a torta é produzida na proporção aproximada de 1,2 toneladas
para cada tonelada de óleo extraída, ou seja, corresponde a 55% do peso
das sementes, quando comparada com outras oleaginosas. A torta de
mamona possui elevado teor de proteínas, que poderiam ser aproveitadas
na alimentação animal se ela não tivesse componentes tóxicos e
alergênicos em sua composição e, seu processo de desintoxicação não
fosse inviável economicamente (SAVY FILHO e BANZATTO, 1983;
SEVERINO, 2005).

Torta de mamona – efeitos de seu uso na degradação de


hidrocarbonetos no solo e como adubo orgânico.
Origem das tortas de mamona
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta oleaginosa da
família das Euforbiáceas, a mesma família a qual pertence a mandioca,
a seringueira e o pinhão manso. Seu centro de origem é a Ásia, sendo na
atualidade a Índia, a China e o Brasil os maiores produtores mundiais.
O principal produto da mamoneira é seu óleo. Este se destaca por
possuir várias aplicações dentro da indústria química. O óleo é obtido a
partir de diversas reações as quais originam variados produtos, como na
fabricação de graxas e lubrificantes, tintas, vernizes, espumas e materiais
plásticos para diversos fins. Derivados de óleo de mamona também são
encontrados em cosméticos e produtos alimentares (EMBRAPA, 2006).
Do processo de descascamento e extração do óleo da mamoneira
se produz dois importantes resíduos: a casca do fruto e a torta. Ressalta-

569
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

se que a casca de mamona é gerada na área produtiva, enquanto a torta


é gerada na indústria de extração do óleo, que geralmente está situada
a grandes distâncias do plantio (LIMA et al., 2006). De acordo com
Santos et al. (2001), Severino (2005) e Severino et al. (2005), para cada
tonelada de semente de mamona processada são gerados, cerca de, 620
kg de casca e 530 kg de torta de mamona.
Os coprodutos da cadeia produtiva da mamoneira tiveram sua
importância de uso e aplicação aumentada por conta da extração do óleo
das sementes para fabricação de biodiesel, já que na busca por matrizes
energéticas que pudessem minimizar o impacto ambiental causado
pelo transporte, refino e distribuição de combustíveis fósseis, o Brasil
regulamentou a Lei nº. 11.097 de 2005. Com o Programa Brasileiro de
Desenvolvimento Tecnológico do Biodiesel, o Governo Federal buscou
reduzir o nível de desemprego e de distribuição de renda no país e, para
isso, adotou a mamona como matéria-prima do seu Programa. A diretriz
do programa determinava que 40% da produção nacional de biodiesel
deveriam priorizar como matéria-prima a mamona, produzida com
base na agricultura familiar (ALMEIDA et al., 2004).
Segundo Amaral (2007), o cultivo da mamona tem alto valor
socioeconômico. Por ser produzida tradicionalmente em pequenas
e médias propriedades destaca-se como fonte geradora de emprego e
renda, em razão de suas inúmeras possibilidades de aplicação na área
industrial, além da perspectiva de potencial energético na produção de
biodiesel, tornando-se agronegócio bastante promissor no Brasil. Dados
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
mostram que até o primeiro semestre de 2013, o País produziu cerca de
1,20 bilhão de litros de biodiesel e, que o óleo de soja ocupava a primeira
posição como matéria-prima para fabricação do biodiesel, participando
com mais de 70% do total fornecido.
Quanto à aplicação agronômica, Severino et al. (2004) estudaram
a mineralização da torta de mamona em solo arenoso, através da
técnica da respiração microbiana e, compararam os resultados obtidos
com dois materiais frequentemente utilizados como adubo orgânico:
esterco bovino e bagaço de cana. Os resultados observados pelos autores
indicaram que a velocidade da mineralização da torta de mamona
adicionada ao solo, no período de 33 dias, foi 6 vezes maior que a do
esterco bovino e 14 vezes mais rápida que a do bagaço de cana-de-açúcar.
Estes resultados, representados na Figura 1, deveram-se provavelmente

570
Experiências Argentinas e Brasileiras

à menor relação C:N da torta de mamona, frente aos demais resíduos


orgânicos (SEVERINO, 2005; EMBRAPA, 2006).
Já Silva de Lima et al. (2008), ao avaliarem o crescimento da
mamona da linhagem CSRN 393, em vasos com tratamentos divididos
em casca e a torta de mamona como adubo orgânico, concluíram que a
torta de mamona possui características favoráveis ao uso como adubo
orgânico. Tal conclusão foi embasada a partir do alto teor de nitrogênio
da torta. Por outro lado, a casca de mamona mostrou-se inadequada
para uso como adubo orgânico, devido à sua alta relação C/N.

Figura 1. C mineralizado, estimado pela respiração microbiana em solos


que receberam 10% (w/w) de torta de mamona, esterco bovino e bagaço de
cana. TM: torta de mamona; EB: esterco bovino; BC: bagaço de cana, de
acordo com Severino et al. (2004).

Torta de mamona derivada da produção industrial de


biodiesel
Em 2004, a Petrobras assinou convênio com o Instituto de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-
RN) para a compra da produção de 3 mil hectares de mamona, de
um total de 10 mil hectares plantados desta cultura por produtores
localizados no Estado do RN e, em 2005 a companhia inaugurou duas
Unidades Experimentais de biodiesel em Guamaré. Estas Unidades

571
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Experimentais em seu pleno funcionamento geraram resíduos a partir


de sementes de mamona, denominados de torta da produção direta da
semente (PDS). Esta tecnologia é conhecida por ser uma nova rota para
a produção de biodiesel, que consiste no uso de qualquer semente de
oleaginosa sem a prévia extração do óleo, sendo as sementes levadas
diretamente para a fábrica. Vale ressaltar que os resíduos PDS gerados
nas unidades experimentais da Petrobras nos anos de 2007 e 2008 foram
provenientes somente de sementes de mamona.
Por se tratar de um produto oriundo da indústria, houve a
necessidade da caracterização prévia em função do uso de catalizadores
(NaOH) no processo de obtenção da torta. Dessa forma realizaram-se
análises de classificação de Resíduos segundo a Norma Técnica ABNT/
NBR 10004:2004, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), sendo que os resultados analíticos mostraram
que a torta de mamona da produção direta da semente (PDS) tinha
aplicabilidade na agricultura e, que era semelhante quimicamente a
torta de mamona comercial, devendo ser classificada como Resíduo
Classe II A (Não Perigoso e Não Inerte), conforme a ABNT/NBR-
10004:2004 – Resíduos Sólidos – Classificação. Assim, realizaram-se
análises comparativas entre os resíduos torta PDS e torta de mamona
comercial (TMC) quantos aos teores de N, P, K, Ca, Mg, assim como de
carbono orgânico e da relação C:N entre a torta PDS e TMC, as quais se
encontram representadas na tabela 4.
Entretanto alguns ajustes no processo de produção foram
propostos, principalmente no que diz respeito ao sódio (utilizado como
catalisador durante a transesterificação), a partir da troca do NaOH por
KOH (Zonta et al., 2008) antes da disposição no solo ou utilização na
produção vegetal, para que o co-produto não representasse riscos ao
meio ambiente.
Tabela 4. Teores totais de N, P, K, Ca e Mg, carbono orgânico e relação C:N da torta
de PDS e da TMC.

N P2O5 P K20 K Ca Mg C
Identificação C:N
------------------------------------- g kg -------------------------------
-1

Torta PDS 31,2 12,5 5,4 3,3 2,8 17,0 0,9 300,7 9,6
TMC 58,0 14,7 6,4 6,6 5,5 17,9 0,9 277,9 4,8

572
Experiências Argentinas e Brasileiras

Torta de mamona e a atividade microbiana do solo – efeitos


na degradação de hidrocarbonetos de petróleo no solo
Segundo relatos bibliográficos de diferentes autores, é confirmada
a eficácia da matéria orgânica como estimulante da atividade
microbiológica no solo. Sendo que a atividade microbiana além de
constituir como indicadora da qualidade do solo é influenciada
pela adição de carbono no sistema, o qual serve como substrato aos
micro-organismos que aumentam sua atividade e a liberação de CO2,
compreendendo a respiração do solo (CAPUANI et al., 2012).
Assim, Capuani et al. (2012) avaliaram a atividade microbiana em
diferentes tipos de solo com a adição de torta de mamona e resíduo têxtil
de algodão. Estes autores observaram que os resíduos influenciaram
significativamente na atividade microbiana nos diferentes tipos de solo,
sobretudo nas primeiras determinações, apresentando-se como boas
fontes para mineralização e fornecimento de nutrientes, tendo a torta
de mamona proporcionado maior liberação acumulada de CO2 pelos
micro-organismos.
Dessa forma, era perfeitamente factível avaliar o potencial
dos resíduos gerados na indústria do biodiesel como fertilizante
orgânico e como estimulante da microbiota do solo na degradação de
hidrocarbonetos de petróleo. Freitas (2009) conduziu experimentos
tanto em casa de vegetação quanto em laboratório com o objetivo de
mensurar as taxas de mineralização através da evolução de CO2, no
decorrer de 23 dias, com posterior análise dos totais de hidrocarbonetos
de petróleo presentes no solo.
O ensaio se deu em ambiente controlado, com seis doses crescentes
das tortas de PDS e TMC, nas doses de: 0, 10, 20, 40, 80 e 160 Mg ha-1,
com três repetições, em solo contaminado e não contaminado com óleo
bruto (com 4% de concentração).
Assim, a comparação do total mineralizado entre as tortas de
mamona em ambiente contaminado é mostrada na Figura 2 onde se pode
observar que as diferentes tortas apresentaram taxas de mineralização
semelhantes ao final dos 23 dias de experimento. Os tratamentos 80 e
160 Mg ha-1, na torta de PDS foram significativamente diferentes dos
demais (Figura 2a), enquanto que no tratamento TMC, a diferença
significativa foi observada na parcela que recebeu a maior dose de torta
– 160 Mg ha-1 (Figura 2b).

573
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 2. Total mineralizado das tortas de mamona, medido pela evolução


de CO2 em solo contaminado com óleo bruto (4%) ao final dos 23 dias de
experimento. Torta de PDS, à esquerda (A) e TMC, à direita (B).
Barras mostram o erro padrão.

A Figura 3 apresenta os valores absolutos de cada uma das oito


leituras de evolução de CO2 realizadas ao longo do experimento. Dos
tratamentos que receberam a torta de PDS (Figura 3A), aquele com
dose igual a 160 Mg ha-1 foi o que apresentou o maior pico significativo
de desprendimento de CO2, que se iniciou a partir do sétimo dia e se
perdurou até o décimo segundo, quando se igualou ao tratamento
que recebeu a dose de 20 Mg ha-1. Após o décimo segundo dia todos
os tratamentos apresentaram diminuição no desprendimento de CO2.
Comportamento semelhante ocorreu com a torta comercial, onde,
porém, no décimo quinto dia o desprendimento de CO2 começou a
declinar (B). Esses dados mostram, indiretamente, a atividade dos
micro-organismos durante os 23 dias de condução do experimento.

574
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 3. Mineralização das tortas de mamona em solo contaminado com


óleo bruto (4%), medida pela evolução de CO2 sob diferentes doses (Mg ha-
1
) e avaliada durante 23 dias. Acima (A) tratamentos com torta de PDS, e
abaixo (B) tratamentos com torta comercial.
Barras mostram o erro padrão.

A Figura 4 mostra a mineralização pelo CO2 evoluído acumulado.


Para ambas as tortas conduzidas em ambiente contaminado com óleo
bruto a 4%, observa-se um aumento linear do CO2 evoluído em função
do tempo de incubação, e à medida que se aumentam as doses das
tortas avaliadas. Na Figura 4a a adição de torta de PDS incrementou nos
tratamentos com dose igual a 80 e 160 Mg ha-1 o desprendimento de CO2,
sendo estes diferentes em relação à testemunha e aos demais tratamentos.
Na Figura 4b o tratamento que recebeu a maior dose de torta comercial
(TMC, 160 Mg ha-1) foi o que apresentou o maior acúmulo de CO2.

575
Figura 4. Total mineralizado das tortas de mamona, medido pela evolução
de CO2 ao longo dos 23 dias sob 6 doses crescentes (Mg ha-1), submetidos
ao contaminante (óleo bruto a 4%). (A) tratamentos com adição de torta
de PDS e abaixo (B), tratamentos com adição de TMC. Barras mostram o
erro padrão.
Na Figura 5, é demonstrada a mudança na composição de
n-alcanos que foram encontrados no solo contaminado com óleo bruto

576
Experiências Argentinas e Brasileiras

a 4%, após o experimento de mineralização, no qual foram aplicadas


diferentes doses de tortas de mamona. Verifica-se que a adição da torta
de mamona contribuiu sensivelmente para a diminuição dos teores de
alcanos normais do petróleo no solo. A mudança na composição dos
n-alcanos, indica que as cadeias de hidrocarbonetos foram quebradas
pela atividade microbiana do solo que, por sua vez, foi aumentada pela
adição de material orgânico, ou seja, das tortas avaliadas.

Figura 5. Composição de n-alcanos nos substratos com doses crescentes


de 0, 5, 10, 20, 40 e 80 Mg.ha-1 de TMC (A), e de torta de PDS (B),
aferidas 23 dias após a mineralização.

577
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Os resultados mostraram um aumento linear da respiração


microbiana com o aumento das doses das tortas (Figura 4) e as análises
de hidrocarbonetos de petróleo revelaram mudanças na composição
final dos n-alcanos, principalmente nos tratamentos que receberam
maior dose das tortas, indicando processo de degradação (Figura 5).
Esse resultado é semelhante ao encontrado por Capuani et al. (2012),
sem, entretanto, testes em ambientes com presença de óleo no trabalho
desses autores. Os resultados apresentados (Figuras 2, 3 e 4) corroboram
com o potencial da torta de mamona na remediação de hidrocarbonetos
de petróleo em solo contaminado (Figura 5).
O cenário que se vislumbrava com o incremento na produção de
biodiesel era do aumento também de seus coprodutos. Sendo assim, se
idealizou um estudo em que esses resíduos, oriundos dessas industrias,
pudessem ser utilizados na própria cadeia produtiva de oleaginosas,
diminuindo o uso de fertilizantes minerais e causando um aporte de
matéria orgânica nessas áreas produtoras.
Como os resultados encontrados anteriormente não deixavam
mais dúvidas em relação ao potencial da torta de mamona oriunda do
processo industrial, Freitas (2009) cultivou plantas de girassol e mamona
em vasos para que essas plantas fossem submetidas a diferentes doses das
tortas de mamona de PDS oriunda de processo industrial em amostras
superficiais de um Planossolo Háplico não contaminado e contaminado
com óleo a 4%. Os resultados mostraram incremento de massa seca da
parte aérea das plantas cultivadas em solo não contaminado à medida
que se aumentavam as doses das tortas, propostas até a dose de 40 Mg
ha-1 (Figura 6).

578
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 6. Peso de matéria seca da parte aérea de plantas de mamona (A) e de


girassol (B) cultivadas em vasos, com amostras superficiais de Planossolo.
Colunas com letras diferentes para uma mesma dose diferem entre si pelo teste de
Duncan (5%).

A partir dos resultados demonstrados acima, pode-se constatar


que a torta de mamona gerada no processo de produção de biodiesel
direto da semente (torta de PDS) estimulou a atividade microbiana. Além
disso, levou ainda, no experimento com as oleaginosas, a um incremento
linear no ganho de matéria seca da parte aérea das plantas (mamona
e girassol) não submetidas ao contaminante até a segunda maior dose

579
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

testada (40 Mg ha-1). Também ocorreram mudanças na composição dos


n-alcanos, tanto no experimento de laboratório – evolução de CO2 -
como naquele conduzido em casa de vegetação, sugerindo degradação
das cadeias de hidrocarbonetos de petróleo.
Dessa forma, os resultados permitiram concluir que a torta
de mamona de PDS, oriunda do processo industrial de fabricação
de biodiesel tem aplicabilidade em processos de biorremediação e na
ciclagem de nutrientes de oleaginosas, devendo, entretanto, passar por
ajustes no processo de produção para que sua utilização na agricultura
e/ ou no meio ambiente não seja limitada pelos teores de sódio.
Como já explicado neste capítulo, hoje a produção brasileira de
biodiesel se dá quase que em sua totalidade por óleo de soja, não sendo mais
utilizadas sementes de mamona para esse fim. Entretanto, a importância
desse estudo está justamente em deixar claro que a produção de óleo
de mamona já possui um mercado estabelecido e é muito importante
para o nordeste brasileiro. Portanto, a geração de seu principal co-
produto independe da cadeia produtiva do biodiesel, tornando-se, assim,
pertinentes os estudos e pesquisas que destaquem e enfoquem o uso dessa
importante fonte de C e N, não só para recuperar solos esgotados das
próprias áreas produtoras de oleaginosas, mas também para incrementar
a atividade microbiana de solos impactados por ações antrópicas.

Efeitos do uso da torta de crambe no solo como adubo


orgânico e com cascalho de perfuração de poços de petróleo
O fornecimento de nutrientes às plantas através da adição de
compostos orgânicos, como no caso da torta de crambe, depende
necessariamente de sua mineralização. No entanto a velocidade em
que ocorre a mineralização está sujeita a diversos fatores, que incluem
desde as características do material às condições ambientais em que ela
se dá. O monitoramento dessa transformação pode ser feito através da
estimativa da quantidade de CO2 que é emitida.
A atividade dos organismos do solo, em particular dos
microrganismos, depende da interação de diversos fatores, que
incluem: disponibilidade de substratos orgânicos; fatores ambientais
(temperatura, umidade e aeração); disponibilidade de nutrientes
minerais e fatores como N, P, S, Ca, pH, potencial redox, entre outros
(MENDONÇA e MATOS, 2005).

580
Experiências Argentinas e Brasileiras

Por outro lado, a respiração do solo tem sido considerada como


forte indicador da atividade biológica, resultante da decomposição da
matéria orgânica. A composição do material adicionado ao solo é um
dos fatores que controla a velocidade de decomposição, sendo que os
materiais com alta relação C:N são lentamente mineralizados, o que
pode favorecer, em última instância deficiência de N (MIELNICZUK,
1999; SOUTO et al., 2009).
Conhecer o tempo de decomposição de um material orgânico é
importante na definição de estratégias para o uso desse material, quer
seja como fertilizante, com liberação rápida de nutrientes, quer seja
como condicionador do solo, com liberação lenta de nutrientes.
Através da avaliação da taxa de mineralização ou liberação
de nutrientes pode-se ter informações que direcionem práticas mais
eficientes para o manejo da fertilidade de áreas de cultivo. Com aplicação
de resíduos vegetais ou outras formas de material orgânico ao solo, e,
sabendo-se o momento de maior mineralização, estimado pela evolução
do CO2, e a época de maior exigência da cultura a ser adotada, pode-
se determinar o melhor período de aplicação desse material, havendo,
dessa forma, sincronização da liberação de nutrientes e do momento de
maior demanda da cultura.
Na Figura 7, podem-se observar os valores da evolução de CO2
de uma amostra de terra de Planossolo Háplico com doses de torta de
crambe e cascalho de perfuração. Constata-se que a emissão de CO2
aumenta proporcionalmente com as dose de torta de crambe, sendo esta
a fonte majoritária do carbono respirado. No entanto, avaliando cada
dose de crambe, o efeito do cascalho de perfuração não é significativo
ao nível de 5% de probabilidade.

581
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 7. Evolução de CO2 (mg  kg-1 de solo) acumulado 25 dias após a


incorporação dos tratamentos.
Barras seguidas de mesma letra minúscula para o cascalho e maiúscula para torta não
diferem significativamente pelo teste de Tukey com p<0,01.

Demais estudos também constataram aumento da emissão de


CO2, com a aplicação de resíduos orgânicos. Em um solo incubado
com concentrado de vinhaça biodigerida, Xavier (2012) constatou que
a vinhaça in natura proporciona maior respiração do solo quando
comparada ao concentrado de vinhaça biodigerida. Por outro lado,
a influência não significativa do cascalho de perfuração, que tem
basicamente constituição mineral, não aumentou esse índice, uma vez
que não promoveu incremento de carbono mineralizável em curto prazo.
Nesse sentido, alguns fatores limitantes desse resíduo, principalmente
em relação à salinidade, poderiam afetar negativamente a mineralização
da torta de crambe.
Outra informação importante em relação à mineralização é
o tempo necessário para que ela ocorra, pois, com isso, é possível
aprimorar as recomendações de adubação. Na Figura 8, está apresentada
a evolução de CO2 em função do tempo de incubação do solo com doses
de torta de crambe sem cascalho de perfuração (à esquerda) e com 30
Mg ha-1 de cascalho de perfuração (à direita). O cascalho de perfuração
não influenciou na evolução de CO2 durante a mineralização da torta
de crambe.

582
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 8. Evolução de CO2 em função do tempo de incubação do solo com


doses de torta de crambe sem cascalho de perfuração (esquerda) e com 30
Mg ha-1 de cascalho de perfuração (direita).
A acentuada emissão de CO2 nos primeiros dias de incubação
permite inferir que a torta de crambe possui rápida mineralização, que
se estabiliza após 15 dias de incubação. Ainda sobre mineralização,
Poças  et  al.  (2009) ao trabalharem com diferentes tipos de tortas
de mamona, de algodão e de girassol em solos argiloso e arenoso,
observaram que, a mineralização de C-CO2 diária média no solo
argiloso apresentou valor superior ao solo arenoso. Severino et al.
(2005), por sua vez, averiguaram que, dentre os resíduos agrícolas e o
esterco bovino, a torta de mamona obteve mineralização mais intensa
e, consequentemente, maior liberação de CO2.

Uso de tortas de oleaginosas em adubação de cobertura


A ureia é o fertilizante mais utilizado como fonte de N no Brasil
para a produção de grãos. Esse nutriente é, segundo a Associação
Nacional para Difusão de Adubos - ANDA (2010), um produto
predominantemente de importação (74%) e representa 51% do
fertilizante nitrogenado usado no país. Em contrapartida, Boaretto et
al. (2007) afirmaram que o aumento na produção de alimentos no Brasil
depende da obtenção de maior eficiência no uso do N-ureia. Sendo
assim, estudos sobre o comportamento do N com aplicação de tortas
de oleaginosas devem ser realizados, uma vez que a utilização de ureia,

583
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

um fertilizante químico com acentuada concentração de N (44 a 46%),


apresenta altas perdas por volatilização de N-NH3.
Pesquisas sobre fontes alternativas de N, como a utilização de
tortas de oleaginosas, podem consolidar ainda mais a importância
do uso dessas fontes para a produção de alimentos no Brasil. Com o
objetivo de verificar o comportamento do N com a aplicação de tortas de
oleaginosas em cobertura, Coelho et al. (2013) apresentaram a dinâmica
das perdas por volatilização de N-NH3 das tortas de mamona, girassol
e pinhão manso paralelamente, às perdas de N-NH3 com a aplicação de
ureia (Figura 9).
Os resultados encontrados com a aplicação das tortas de
oleaginosas podem ser explicados pela reação de desaminação
oxidativa, uma vez que, essas tortas são conhecidas pelos altos teores de
N (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002; ABDALLA et al., 2008).

Figura 9. Perdas de volatilização de N-NH3 (kg ha-1) em função da aplicação


de doses de (A) torta de mamona (TM); (B) torta de girassol (TGIR); (C)
torta de pinhão manso (TPM) e (D) ureia num Planossolo Háplico.
Observa-se na Figura 9a perdas pelo tratamento com torta de
mamona, sendo constatados picos de volatilização em função das doses
aplicadas a partir do quinto dia após a aplicação em cobertura sem
incorporação. Já a Figura 9b mostra que os picos começaram a partir
do sétimo dia. Na Figura 9c, que representa as perdas de N-NH3 com
aplicação de torta de pinhão manso, os picos começaram a partir do

584
Experiências Argentinas e Brasileiras

décimo dia, diferindo das tortas de mamona e girassol. Já na Figura


9d, pode-se constatar que a ureia apresentou picos de perdas a partir
do terceiro dia após a aplicação em cobertura sem incorporação,
comportamento este observado também por outros autores (DUARTE
et al., 2007; CANTARELLA et al., 2008; STAFANATO et al., 2013).
Conforme os resultados apresentados por Coelho et al. (2013), o
uso de diferentes doses e diferentes tortas de oleaginosas aplicadas em
cobertura como fonte de N, apresentou comportamentos mais distintos
entre tortas do que entre doses, mostrando que a liberação desse
nutriente é proporcional à dose aplicada, assim como às suas respectivas
perdas de N-NH3. O uso de tortas como fonte de adubação nitrogenada
apresenta potencial, no entanto, estudos mais aprofundados sobre o tema
devem ser realizados para consolidar sua utilização como adubação de
cobertura.
Referências Bibliográficas
ABDALLA, A. L. et al. Utilização de subprodutos da indústria de biodiesel
na alimentação de ruminantes. R. Bras. Zootec., v.37, p. 260-268, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR
10004:2004: Utilização de resíduos sólidos – Resíduos sólidos –
Classificação, 2004. 71p.
ALMEIDA, C.M. et al. A produção de mamona no Brasil e o Pro biodiesel.
In: Congresso Brasileiro de Mamona, 1., 2004, Campina Grande.
Anais... Campina Grande: Energia e Sustentabilidade, 2004.
AMARAL, J.G.C. Mamona Alguarany 2002. São Paulo: CATI/ Secretaria de
Agricultura e Abastecimento, 2007. Disponível em: <http://cati.sp.gov.
br/novocati/tecnologias/producao_agricola/manual/al_guarany2002>.
Acesso em: 25 jun.2007.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE Adubos - ANDA.
Anuário estatístico do setor de fertilizantes 2009-2010. ANDA: São
Paulo, 2010.
ANJOS, I.A. et al. Efeitos da adubação orgânica e da época de colheita na
qualidade da matéria-prima e nos rendimentos agrícola e de açúcar
mascavo artesanal de duas cultivares de cana-de-açúcar (cana-planta).
Ciência e Agrotecnologia, v.31, n.1, p.59-63, 2007.
AZEVEDO, D.M.P.de.O.; LIMA, E.F. O Agronegócio da mamona no
Brasil. Embrapa algodão (Campina Grande, Paraíba). Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2001. 350p.

585
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

BOARETTO, A.E.; MURAOKA, T.; TRIVELIN, P.C.O. Efficient use of N


in conventional fertilizers. In: NITROGEN CONFERENCE, 4., 2007,
Costa do Sauípe. Abstracts… Costa do Sauípe, 2007. p.33.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Anuário
estatístico de agroenergia 2012: statistical yearbook of agrienergy.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de
Produção e Agroenergia. Bilíngüe. Brasília, MAPA/ACS, 2013. 284 p.
CANTARELLA, H. et al. Ammonia volatilization from unease inhibitor-
treated urea applied to sugarcane trash blankets. Sci. Agric., v.65, p.397-
401, 2008.
CAPUANI, S. et al. Atividade microbiana em solos, influenciada por
resíduos de algodão e torta de mamona. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental,
v.16, n.12, p.1269–1274, 2012.
COELHO, L.A.M. et al. Volatilização de Amônia em função da aplicação
de Tortas de Oleaginosas e Ureia. In: Congresso Brasileiro de Ciência do
Solo, CBCS. Anais... Ciência do solo: Pra quê e pra quem?, 2013.
COSTA, A. Aproveitamento de tortas de oleaginosas como fertilizante
orgânico. In: XXVIII Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e
Nutrição de Plantas, XII Reunião Brasileira sobre Micorrizas, X
Simpósio Brasileiro de Microbiologia do solo, VII Reunião Brasileira de
Biologia do Solo, Londrina, PR. 15 a 19 de setembro de 2008. Anais...,
Londrina, 2008.
DUARTE, F.M. et al. Perdas de nitrogênio por volatilização de amônia com
aplicação de ureia em solo de várzea com diferentes níveis de umidade.
Ciência Rural, v.37, n.3, 2007.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa do Algodão. Produtos. Mamona.
Disponível em: <http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/
index.html>. Acesso em 20 out. 2006.
ÉPOCA. Época em debate: Biocombustíveis. Revista Época. Edição
especial. n. 526. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2008. p.68-82.
FRAVET, P.R.F. et al. Efeito de doses de torta de filtro e modo de aplicação
sobre a produtividade e qualidade tecnológica da soqueira de cana-de-
açúcar. Ciênc. agrotec., v.34, n.3, p.618-624, 2010.
FREITAS, F. C. de. Uso de resíduo orgânico da produção de biodiesel direta
da semente na atenuação dos efeitos de hidrocarbonetos de petróleo no
solo. 2009. 97f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Ciência do
Solo) – Departamento de Solos, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2009.

586
Experiências Argentinas e Brasileiras

LIMA, R.L.S. et al. Casca e torta de mamona avaliados em vasos como


fertilizantes orgânicos. Revista Caatinga, v.21, n.5, p.102-106, 2008.
LIMA, R.L.S. et al. Avaliação da casca e da torta de mamona como
fertilizante orgânico. In: Congresso Brasileiro de Mamona, 2., 2006,
Aracaju. Anais... Campina Grande: Energia e sustentabilidade. Embrapa
Algodão, 2006. CD-ROM
MENDONÇA, E.S.; MATOS, E.S. Matéria orgânica do solo: métodos de
análises. Viçosa: UFV, 2005. 107p.
MIELNICZUK, J. Matéria orgânica e a sustentabilidade de sistemas
agrícolas. In: SANTOS, G.A; CAMARGO, F.A.O. (Eds.). Fundamentos
da matéria orgânica do solo - Ecossistemas tropicais e subtropicais.
Porto Alegre: Gênesis, 1999. p.1-8.
MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo.
Lavras, Universidade Federal de Lavras, 2002. 625p.
MOTA, C.J.A.; PESTANA, C.F.M. Coprodutos da produção de biodiesel.
Ver. Virtual Quim., v.5, p.416-425, 2011.
NUNES JÚNIOR, D. O insumo torta de filtro. Ribeirão Preto: Idea News,
2005.
PITOL, C.; BROCH, D.L.; ROSCOE, R. Tecnologia e Produção: Crambe
2010. Maracaju: Fundação MS, 2010. 60p.
POÇAS, E.C. et al. Mineralização do C em solos submetidos à adição de
diferentes tortas de oleaginosas. Synergismus scyentifica, v.4, n.1, 2009.
SAVY FILHO, A.; BANZATTO, N.V. O mercado está para a mamona. Casa
da Agricultura, v.5, n.5, p.12-15, 1983.
SEVERINO, L.S. O que sabemos sobre a torta de mamona. Campina
Grande: Embrapa Algodão, 2005. 31p. (Documentos, 134)
SEVERINO, L.S. et al. Mineralização da torta de mamona, esterco bovino e
bagaço de cana estimada pela respiração microbiana. Revista de Biologia
e Ciência da Terra, v.5, p.54-59, 2005.
SEVERINO, L.S. et al. Mineralização da torta de mamona, esterco bovino e
bagaço de cana estimada pela respiração microbiana. Revista de Biologia
e Ciências da Terra, v.5, n.1, 2004. p.6.
SILVA DE LIMA, R.L. et al. Casca e torta de mamona avaliados em vasos
como fertilizantes orgânicos. Revista Caatinga, v.21, n.5, p.102-106,
2008.
SILVA, S.D. et al. Uso da torta de mamona como fertilizante orgânico.
Pesquisa Agropecuária Tropical, v.42, p.19-27, 2012.

587
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

SOUTO, P.C. et al. Características químicas da serapilheira depositada em


área de caatinga. Revista Caatinga, v.22, n.1, p.264-272, 2009.
STAFANATO, J.B. et al. Volatilização de amônia oriunda de uréia pastilhada
com micronutrientes em ambiente controlador. Rev. Bras. Ci. Solo, v.37,
p.726-732, 2013.
TEDESCO, M.J. et al. Análises de solo, plantas e outros materiais. 2.ed.
Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 174p.
(Boletim técnico, 5).
XAVIER, T.F. Vinhaça in natura e biodigerida concentrada: Efeitos nas
características químicas e bioquímicas do solo e no crescimento inicial
da cana-de-açúcar. 2012. 66f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jabuticabal, SP,
2012.
YAMAOKA, R.S. Plantas para produção de biodiesel e aproveitamento das
tortas para adubação orgânica do solo. In: XXVIII Reunião Brasileira
de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, XII Reunião Brasileira
sobre Micorrizas, X Simpósio Brasileiro de Microbiologia do solo, VII
Reunião Brasileira de Biologia do Solo, Londrina, PR. 2008. Anais...,
Londrina: 2008. CD-ROM
ZONTA, E. et al. Potencial de aplicação da torta de mamona na agricultura,
na remediação de áreas impactadas e na recuperação de áreas degradadas.
PETROBRAS. Relatório Técnico, 2008. 97p.

588
EFEITO DA APLICAÇÃO E INTERAÇÃO DO
CASCALHO DE PERFURAÇÃO DE POÇOS DE
PETRÓLEO EM SOLOS INTEMPERIZADOS
(Efecto de la aplicación e interacción de grava proveniente de la
perforación de pozos de petróleo en suelos intemperizados)

Marcio Osvaldo Lima Magalhães,


Nelson Moura Brasil do Amaral Sobrinho,
Érica Souto Abreu Lima, Fábio Cardoso de Freitas
e Everaldo Zonta

Resumo
Desde a Revolução Industrial o mundo “moderno” trás
inúmeras tecnologias que contribuem continuamente para o avanço da
humanidade. A medicina, a robótica, a construção civil, a informática
e as técnicas aplicadas à agricultura são provas irrefutáveis dessa
modernidade. Entretanto, o avanço das indústrias evidenciou o
aumento na degradação do meio ambiente e expôs de forma brusca os
efeitos nefastos da poluição. Essas tecnologias favoreceram a ocupação
do ser humano em áreas antes inabitadas e foram determinantes
para o exponencial crescimento da população mundial ao longo das
décadas. Com isso, os recursos disponíveis na Terra, para “abastecer”
seus habitantes, vêm se tornando cada vez mais escassos, levantando
questões preocupantes atreladas à preservação ambiental e à qualidade
de vida no planeta. A crescente destruição dos recursos naturais e a
poluição ambiental são resultados claros desse aumento populacional,
uma vez que as atividades industriais são por demais poluidoras e os
resíduos gerados têm sempre três destinos: o ar atmosférico, as águas e
os solos.
Às atividades de perfuração de poços de petróleo geram divisas
para o país e são de importância estratégica para o seu desenvolvimento.
Entretanto, podem causar grandes impactos ambientais, fazendo
com que os órgãos ambientais responsáveis pressionem as indústrias

589
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

petrolíferas na busca pela minimização desses impactos e, se possível,


reaproveitamento dos resíduos gerados.
Os cascalhos de perfuração constituem-se como os principais
resíduos gerados nessa atividade e são, em sua essência, rochas trituradas
oriundas das formações geológicas onde se realiza a perfuração e
prospecção de poços de petróleo. De granulometria fina, eles chegam
à superfície, impregnados de fluido de perfuração. Dependendo do
equipamento de recuperação de fluido utilizado na sonda de perfuração,
o teor deste no cascalho gerado fica em torno de 2 a 3%. As questões que
envolvem seu tratamento e possível uso na agricultura estão associadas
ao levantamento dos tipos de solos da região, bem como seus teores
naturais de metais. Outra questão fundamental é o real efeito da
n-parafina (que compõe o fluido base não aquosa) e, principalmente o
Na e o Ba (usados na composição dos fluidos), nos solos e plantas.
Este capítulo apresenta resultados de diversas experiências e
estudos, conduzidos entre os anos de 2005 e 2015, no Departamento de
Solos da UFRRJ.
Os resultados gerados mostraram que os resíduos oriundos da
perfuração de poços de petróleo, quando dispostos de forma inadequada
nos solos, elevam as concentrações, principalmente, dos elementos
Ba e Na. No entanto, o Ba contido nesses resíduos apresenta baixa
solubilidade, podendo ocasionar problemas somente sob condições de
extrema redução e em altas concentrações.
O Na foi o elemento presente nos resíduos mais limitante
para aplicação aos solos, principalmente no que diz respeito ao
desenvolvimento de plantas.
Por fim, experiências de campo, em diferentes sondas de
perfuração, mostraram que a segregação dos resíduos por equipamento
favorece a diminuição do volume de resíduo a ser tratado, visto que,
o resíduo com os maiores teores de Ba e Na são os que geram menor
volume durante a perfuração dos poços de petróleo.

Resumen
Desde la Revolución Industrial el mundo “moderno” tras
innumerables tecnologías que contribuyen continuamente para el
avance de la humanidad. La medicina, la robótica, la construcción
civil, la informática y las técnicas aplicadas y la agricultura son pruebas
irrefutables de esa modernidad. Entretanto, el avance de las industrias

590
Experiências Argentinas e Brasileiras

evidencian el aumento de la degradación del medio ambiente y


exponiendo de forma brusca los efectos nefastos de la contaminación.
Esas tecnologías favorecen la ocupación del ser humano en áreas antes
inhabitadas y serán determinantes para el crecimiento exponencial de
la población mundial a lo largo de las décadas. Con eso, los recursos
disponibles de la Tierra, para abastecer sus habitantes, se irá tornando
cada vez más escasos, propiciando cuestiones preocupantes relacionadas
con la protección ambiental y calidad de vida en el planeta. La creciente
destrucción de los recursos naturales y la contaminación ambiental son
claros resultados de ese aumento poblacional, una vez que las actividades
industriales son por demás contaminadoras y los residuos generados
tienen siempre tres destinos: atmosféricos, las aguas y los suelos.
Las actividades de perforación de pozos de petróleo generan
divisas para el país y son de importancia estratégica para su desarrollo.
Asimismo, generadoras de grandes impactos ambientales, cada vez más
los organismos ambientales responsables, presionan más a las industrias
petrolíferas en busca de la minimización de esos impactos y su posible
reaprovechamiento de los residuos generados.
Los principales productos generados por la perforación son
esencialmente las rocas trituradas originarias de esas formaciones
geológicas donde se realizó la prospección de los pozos de petróleo. De
granulometría fina, que llegan a la superficie, impregnadas a los fluidos
de la perforación. Dependiendo del equipamiento de recuperación del
fluido utilizado en la sonda de perforación, o el tenor de éste, el residuo
generado será en el orden del 2 al 3%. Las cuestiones relacionadas con
su tratamiento y posible uso en la agricultura están vinculadas a los
tipos de suelos de la región, a los tenores naturales de metales. Otra
cuestión fundamental es el efecto real de la parafina (que compone el
fluido en la solución acuosa) y, principalmente el Na y el Ba (empleado
en la composición de los fluidos), los suelos y las plantas.
De esta forma, este capítulo presenta los resultados de diversas
experiencias y estudios conducidos entre los años 2005 al 2015, en el
Departamento de Suelos de la UFRRJ.
Los resultados generados a lo largo de ese tiempo mostraron
que los residuos originados de la perforación de pozos de petróleo,
cuando están dispuestos de forma inadecuada en los suelos, elevan las
concentraciones, principalmente de dos elementos: Ba y Na. En tanto,
el Ba contenido en esos residuos se presenta en una forma de baja

591
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

solubilidad, pudiendo ocasionar problemas solamente en condiciones


de extrema reducción y en altas concentraciones.
El Na fue un elemento presente en los residuos que se mostró como
el factor más limitante cuando aplicados a los suelos, principalmente en
el desarrollo de las plantas.
Finalmente, experiencias de campo, en diferentes sondas de
mostraron que una separación de los residuos por el equipamiento
favorece la disminución del volumen de residuo a ser tratado, dado que,
el residuo con los mayores tenores de Ba y Na son los que tienen menor
volumen generado durante una perforación de pozos de petróleo.

Introdução
Para uma sociedade que busca conciliar desenvolvimento e
sustentabilidade, o uso do petróleo como fonte primária de energia, em
pleno século XXI, ainda é um gargalo para a preservação ambiental.
São grandes os impactos causados quando são feitas as explorações e
perfurações dos poços. Além disso, a atividade de produção e refino
desse produto também acarreta impactos importantes para o ambiente
e representa um enorme desafio para as indústrias do setor, que
precisam gerir de forma responsável todos os passivos decorrentes
dessas diferentes operações. Nesse contexto, os cascalhos de perfuração
são importantes por conta do seu grande volume gerado – em poços
exploratórios as quantidades aproximadas desse resíduo variam de
200 a 1000 toneladas – e por suas diferentes exigências de manejo e
disposição em cada unidade de federação do país.
Os cascalhos de perfuração são, em sua essência, a mistura
de rochas trituradas oriundas das formações geológicas onde se
faz prospecção de poços de petróleo com fluido de perfuração. De
granulometria fina, o cascalho chega à superfície, impregnado de fluido
de perfuração, mistura complexa de base aquosa ou orgânica, rica em
sais de sódio e baritina. Dependendo do equipamento de recuperação
de fluido, utilizado na sonda de perfuração, o teor deste no cascalho
gerado fica em torno de 2 a 3%. Essa operação, feita no mar (offshore) ou
na terra (onshore), gera anualmente toneladas desse material.
As legislações inglesa e norte-americana determinam valores
fixos para descarte e/ou disposição adequada desses resíduos. Não há
ainda, no Brasil, uma legislação específica para avaliação desse material
e muito menos uma regulamentação de nível federal para nortear os

592
Experiências Argentinas e Brasileiras

estados da federação no que tange à disposição e ao tratamento desses


resíduos. Em estados mais restritivos, como o Rio Grande do Norte, o
cascalho de perfuração é incinerado; em outros, como a Bahia, ele é
reaproveitado nas vias de acesso da própria locação. Em países como
os EUA, o cascalho é disposto em fazendas, aplicado via processo de
landfarm.
Contudo, se o cascalho for disposto sem estudos prévios no solo,
pode apresentar resultados negativos previsíveis, como a contaminação
com sais, hidrocarbonetos e metais tóxicos, tornando-o improdutivo
para agricultura. Arocena e Rutherford (2005) concluíram que muitos
solos contaminados no Canadá estão associados às atividades passadas
de extração de petróleo. Os autores avaliaram as propriedades físicas,
químicas e minerais, além da condutividade elétrica, de três solos de
sítios de descarte de resíduos da atividade petrolífera em relação ao
controle, ou seja, aos solos adjacentes. Os resultados mostraram que
a distribuição de tamanho de partículas, o pH, nitrogênio (N) total, a
capacidade de troca catiônica, o Mg2+ e a relação trocável de adsorção
de sódio (Na) foram semelhantes nos solos dos sítios de descarte e no
controle. O carbono total, os teores de cálcio, potássio, sódio e magnésio
tocáveis e a condutividade elétrica foram maiores nos solos de sítios de
disposição em relação ao controle. Esses autores concluíram, ainda,
que algumas propriedades dos solos – por exemplo, alta condutividade
elétrica – influenciadas por ações inerentes às atividades petrolíferas na
região podem promover a degradação dos solos e, assim, torná-los menos
favoráveis para estabelecimento e crescimento de culturas agrícolas e
florestais. Outros trabalhos têm demonstrado o efeito da adição dos
fluidos de perfuração em solos e plantas (MILLER e PESARAN, 1980;
MILLER et al., 1980; BAUDER et al., 2005), e todos relatam inibição
de crescimento em plantas submetidas a tratamentos com esse resíduo,
relacionada principalmente à presença de Na nos fluidos e cascalhos de
perfuração. Entretanto, são escassos na literatura trabalhos que relatam
o uso desse material em solos intemperizados.
É fato que resíduos industriais podem ser utilizados como fonte de
nutrientes ou como corretivos da acidez do solo. Essa é uma tendência que
se fez necessária para atenuar os efeitos nocivos causados pela geração e
acúmulo desses materiais, seja no próprio pátio das indústrias, seja em
aterros, controlados ou não. Gerir esses materiais sempre teve um custo
muito grande para as empresas e seu uso ou reuso tende a diminuir

593
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

esses custos, além de elevar e melhorar suas imagens, mostrando uma


visão mais compromissada com o ambiente e a sustentabilidade.
Em se tratando de cascalho de perfuração, já se sabe que a
disposição desse material em terra e mar está atrelada aos teores de
Na, metais, e de hidrocarbonetos de petróleo presentes nesse resíduo.
Para atenuar os impactos causados pela adição de cascalho no solo, é
importante a utilização de uma fonte de matéria orgânica que, além de
estimular o crescimento das plantas, impulsione a atividade microbiana
para que esses compostos sejam degradados rapidamente. A interação
de espécies vegetais com os micro-organismos do solo pode contribuir
para uma degradação mais rápida e eficaz dos contaminantes. Dessa
forma, é possível preconizar que o uso dessa interação em conjunto
com resíduos pode ser ecologicamente e economicamente viável, já que
alguns autores relatam a participação de micro-organismos do solo
na transformação e degradação de compostos orgânicos poluentes,
inclusive das complexas cadeias de hidrocarbonetos que formam o
petróleo (SILVA e MENDONÇA, 2007; FERGUSON et al., 2007).
O cascalho de perfuração é um resíduo alcalino e seu uso no solo
pode ser eficaz como corretivo da acidez. O desafio está na determinação
da dose máxima permitida sem prejuízo ao ambiente. Entender a
dinâmica de contaminação de um determinado resíduo no ambiente é,
sem dúvida, a melhor maneira de tratá-lo e isso pode significar também
destiná-lo para um uso correto.

Cascalho de perfuração de poços de petróleo


Dentre os rejeitos produzidos pela atividade de exploração de
poços de petróleo, o cascalho de perfuração merece destaque pela sua
importância como potencial agente poluente, em função do fluido
utilizado (DIAS et al., 2004). A perfuração é realizada por uma broca
rotativa fixada à extremidade de um tubo oco, sendo essa estrutura
conhecida como coluna de perfuração. O fluido de perfuração é um
fluido circulante usado para tornar viável uma operação de perfuração.
Ele é bombeado para a parte de baixo do tubo e sai por orifícios presentes
na broca, retornando a superfície através do espaço entre a coluna de
perfuração e a parede do poço. Com a rotação da broca no fundo do
poço, ocorre o rompimento da rocha, que é retirada com a entrada do
fluido, saindo um resíduo constituído de fluido e rocha, os quais serão
parcialmente separados através de peneiramento.

594
Experiências Argentinas e Brasileiras

Segundo Fam et al. (2003), os fluidos de perfuração são misturas de


diferentes componentes, e cada um deles é adicionado para acrescentar
certas propriedades aos fluidos, como por exemplo: suportar a parede do
maciço, limpar o poço, evitar a invasão do filtrado na formação e danos
na formação e controlar a pressão e o teor de cascalhos em suspensão.
Durante a perfuração dos poços, o fluido, que contém substâncias
tóxicas, acaba liberando-as no cascalho (POZEBON et al., 2005), sendo,
portanto, uma das principais influências nos teores dessas substâncias
nos resíduos de perfuração (MELTON et al., 2000).
Segundo Souza e Lima (2002), a classificação de um fluido de
perfuração se dá em função de seu constituinte principal, sendo:
a) Fluidos aquosos: a água é a fase contínua, podendo ser doce ou
salgada, tem como principal função prover o meio de dispersão para
os materiais coloidais. Estes, principalmente as argilas e os polímeros,
controlam a viscosidade, entre outros aspectos.
b) Fluidos não aquosos: a fase contínua é o óleo, que pode conter
até 45% de água (emulsão inversa). As principais características dos
fluidos à base de óleo, e que lhes conferem vantagens sobre os fluidos à
base de água, são grau de inibição elevado em relação às rochas ativas;
baixíssima taxa de corrosão; propriedades controláveis acima de 175°C;
grau de lubricidade elevado; amplo intervalo de variação de densidade
(de 0,89 a 2,4 g L-1); e baixíssima solubilidade de sais inorgânicos –
esses tipos de fluido foram primeiramente utilizados, porém, seu
impacto ambiental resultou em severas restrições à sua utilização; como
consequência, fluidos não aquosos menos poluentes têm sido aplicados,
devido ao menor conteúdo aromático, como o éster e a parafina sintética
(BEZERRA et al., 2006).
A constituição do resíduo gerado se dará em função do material
perfurado, da composição do fluido e do equipamento utilizado para
recuperação de fluido. Geralmente, o fluido é o componente dos resíduos
de perfuração que ocasiona mais periculosidade (POZEBON et al.,
2005). Dentre os componentes mais utilizados nos fluidos de perfuração,
encontra-se a baritina (BaSO4), a soda caústica (NaOH), o cloreto de
sódio (NaCl) e outros componentes sintéticos (CAENN et al., 2011).
Apesar da composição do fluido depender das características de cada
perfuração, os cascalhos gerados, geralmente, possuem elevados teores
de Ba e de Na (MAGALHÃES, 2011). A Tabela 1 mostra a composição
básica de um fluido de base não aquosa (N-Parafina).

595
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 1. Componentes e suas respectivas concentrações básicas do fluido N-Parafina.

Componente Concentração
N-Parafina 50% (V/V)
Emulsificante Primário 19,9 kg m-3
Agente de molhabilidade 2,1 kg m-3
Cal Hidratada 31,4 kg m-3
Argila organofílica 7,1 kg m-3
Salmoura (saturada c/ NaCl) 14,6 % (V/V)
Redutor de filtrado 4,3 kg m-3
Baritina (BaSO4) 1557,7 kg m-3

Dentre os insumos utilizados no fluido, pode-se destacar a baritina.


A baritina é o sulfato de bário (BaSO4) natural que é amplamente
utilizado na indústria petrolífera, devido à sua elevada densidade (4,2 g
cm-3). Possui como característica ser inerte e ter baixa toxicidade, dada
sua baixa solubilidade. Ansari et al. (2001), ao avaliarem a composição
química e mineralógica da baritina comercial de diferentes fontes,
confirmaram a presença de metais pesados associados aos minerais.
Esses metais são relativamente imóveis e de baixa biodisponibilidade,
devido à baixa solubilidade da baritina em água.

Diagnóstico da contaminação em áreas de disposição de


cascalho de perfuração
A sustentabilidade é um aspecto que deve, atualmente, estar
contemplado em todos os projetos de empreendimentos, sobretudo
no que diz respeito às atividades de reconhecido impacto ambiental,
como as de exploração e produção de petróleo (DIAS et al., 2004). A
sustentabilidade é um desafio, visto a dificuldade de manter o equilíbrio
ecológico e atender a uma demanda cada vez mais crescente de
necessidades da humanidade, como por exemplo a geração de energia.
A avaliação de áreas contaminadas e seus níveis de contaminação,
além do monitoramento, são de extrema importância para as questões
ambientais. A caracterização da variabilidade espacial de um
determinado elemento no solo é essencial para a melhor compreensão
de seu comportamento no ambiente (DAYANI e MOHAMMADI, 2010).
Dentre as ferramentas utilizadas para o monitoramento ambiental,
destaca-se pela intensa utilização a geoestatística. A geoestatística é um
conjunto de diferentes métodos de análise e de estimativas de dados

596
Experiências Argentinas e Brasileiras

correlacionados no espaço ou no tempo. Baseada na teoria das variáveis


regionalizadas, tem como princípio fundamental a importância não
apenas do valor de uma variável, mas como também da sua localização
(EINAX e SOLDT, 1999). É uma ferramenta útil para a análise de dados
espacialmente ou temporalmente correlacionados, que vem sendo
aplicada para avaliar os riscos em diferentes sítios contaminados por
metais, hidrocarbonetos de petróleo entre outros tipos de contaminantes.

Distribuição espacial e geoquímica de Ba em áreas de


poços de prospecção
A área do estudo foi selecionada após estudos preliminares
em antigas áreas de disposição de resíduos de perfuração de poços
de petróleo: um antigo poço de prospecção no qual foi verificada
contaminação com Ba (ZONTA et al., 2007) em concentrações acima
dos padrões propostos pelo CONAMA (2009).
Localizada próxima a um antigo poço de prospecção de petróleo,
a área estudada está situada no município de Mato Rico, a cerca de 300
km a oeste de Curitiba, no estado do Paraná. Foram coletadas amostras
simples de terra nas profundidades de 30, 60, 90 e 120 cm, em cada ponto
georreferenciado. A grade amostral constou de 44 pontos (Figura 1).

Figura 1. Pontos de amostragem e sistema de coordenadas em Mato Rico.


A média geral dos teores de Ba total das 176 amostras coletadas –
44 pontos em 4 profundidades – foi de 598,00 mg kg-1, sendo que o valor

597
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

máximo foi de 6.976,62 mg kg-1 e o mínimo foi inferior a 0,036 mg kg-1,


como mostra a Tabela 2 a seguir:
Tabela 2. Valores médios, máximos e mínimos de bário (mg kg-1) nas amostras
coletadas.
Prof (cm)
0-30 30-60 60-90 90-120
Média 549,75 638,10 756,22 447,93
Máximo 2866,73 6315,94 6976,62 2494,88
Mínimo N.D* N.D N.D N.D

* Não detectado

Verifica-se que os valores máximos apresentaram um aumento


acentuado nas profundidades de 30-60 e de 60-90 cm. A camada de 90-
120 cm obteve valores mais próximos aos da camada superficial de 0-30
cm. Entretanto, o máximo atingido na camada de 0-30 cm foi cerca de
10 vezes superior ao limite máximo de investigação para o cenário área
agrícola/ApMax, segundo CONAMA (2009). Para as profundidades 30-
60 e 60-90 cm os valores máximos foram cerca de 20 vezes superiores
a esse limite. Esses resultados indicam que a área encontra-se com alta
contaminação com Ba, principalmente em profundidade, corroborando
com o primeiro estudo realizado por Zonta et al. (2007).
Vale ressaltar que o elemento Ba não encontra correspondência
direta com a gênese das rochas locais ou de mineralizações associadas,
como pode ser constatado nos levantamentos geoquímicos locais,
segundo o Atlas Geoquímico do Estado do Paraná (2001). Possivelmente,
essas altas concentrações do elemento decorrem da utilização de
lamas de perfuração e outros materiais empregados nas atividades de
perfuração de poços.
A partir do tratamento geoestatístico, foram confeccionados mapas
de “Níveis de Contaminação” para as quatro camadas de solo: 0-30;
30-60; 60-90; e 90-120 cm. Esses mapas são apresentados na Figura 2.
As áreas do mapa foram divididas por faixa de concentrações de Ba,
considerando como limpa as áreas com concentrações variando entre 0 e
149 mg kg-1; alerta, as com concentrações variando entre 150 e 299 mg
kg-1; e contaminada, as com valores acima de 300 mg kg-1. Em função
da grande amplitude dos valores observados na área contaminada, esta
foi subdividida em cinco subclasses: 300-1090 mg kg-1, 1091-1880 mg
kg-1, 1881-2670 mg kg-1, 2671-3459 mg kg-1 e maior que 3459 mg kg-1.
Os menores valores alcançados na camada superficial foram causados,

598
Experiências Argentinas e Brasileiras

provavelmente, por movimentos de terra que levaram a mistura de


material do dique com o solo menos contaminado, contribuindo para a
redução nas concentrações de Ba nessa camada.

Figura 2. Variabilidade espacial do teor de bário (mg kg-1) nas quatro


profundidades estudadas.
Com o fracionamento geoquímico, verificou-se (Tabela 3) que
100% das amostras analisadas da área apresentaram percentagens
superiores a 99% na fração não-lábil. Pode-se inferir que nessas áreas
a mobilidade e a biodisponibilidade do Ba são baixas. Esses resultados
indicam, de forma clara, que o Ba encontrava-se em uma condição de
baixa solubilidade para as amostras que apresentavam as concentrações
mais elevadas. Os baixos valores de Ba nas formas lábeis comprovam a
baixa solubilidade da baritina, composta principalmente por sulfato de
bário (SPOSITO, 2008) e que é utilizada como componente do fluido de
perfuração (NEFF et al., 2000).

599
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 3. Frações geoquímicas, em porcentagem do total, de bário nas diferentes


profundidades.

Bário (%)
Amostra Prof. (cm)
Muito Lábil Lábil Não Lábil

1 60-90 0,002 0,337 99,7


3 90-120 0,002 0,244 99,8
4 0-30 0,001 0,123 99,9
5 0-30 0,003 0,280 99,7
9 90-120 0,003 0,496 99,5
11 30-60 0,003 0,048 100,0
12 30-60 0,002 0,080 99,9
13 60-90 0,001 0,068 99,9
14 60-90 0,001 0,247 99,8
15 30-60 0,002 0,154 99,8
20 0-30 0,005 0,392 99,6
27 0-30 0,002 0,120 99,9
34 0-30 0,002 0,136 99,9
42 30-60 0,003 0,313 99,7

Caracterização do cascalho – estudo de caso


(poço 7-mgp-98d-ba)
Como já dito anteriormente, durante a perfuração de poços
de petróleo são gerados resíduos que contêm a mistura de fluidos de
perfuração e material de rocha moído e, mesmo após prévia separação,
ainda apresentam influência da composição do fluido. Por não ocorrer
total remoção do fluido, esses resíduos podem comportar contaminantes,
principalmente Ba e Na. No entanto, não há uma classificação,
segundo a ABNT, para esse material, ou seja, o cascalho gerado nesse
processo. Assim, existe a necessidade de se obter maiores informações
com relação à classificação desse material, tanto como resíduo sólido,
quanto no que concerne a metais pesados presentes nesse cascalho. O
estudo tratado neste artigo foi conduzido a partir de material coletado
durante perfurações provenientes da unidade exploradora da Petrobrás
localizada na Bahia - UNBA, através da prospecção do Poço 7-MGP-
98D-BA.

Geração e coleta do cascalho


A Figura 3 demonstra o esquema simplificado do sistema de
circulação e de geração dos diferentes resíduos pelos equipamentos
que foram utilizados na recuperação do fluido durante a perfuração

600
Experiências Argentinas e Brasileiras

do Poço 7-MGP-98D-BA (Bahia). Vale ressaltar que existem outros


equipamentos e métodos que fazem a recuperação do fluido, sendo
assim, o esquema demonstrado não é único e com isso pode haver
variações para diferentes sondas de perfuração, contudo, esse modelo é
o mais utilizado em sondas terrestres (onshore).

Figura 3. Sistema de circulação e recuperação do fluido durante a


perfuração do poço 7–MGP–98D-BA (Bahia) e a geração dos diferentes
resíduos e respectivos equipamentos.
O fluido contido nos tanques (1) é bombeado para a coluna de
perfuração (2 e 3). Após passar por orifícios contidos na broca (4), retorna
à superfície misturado com o material gerado pela perfuração do poço.
Essa mistura, fluido mais rochas moídas, passa por um conjunto de
peneiras (5) que realiza a primeira recuperação do fluido e depois segue
para os tanques (6), enquanto o material que contém alto teor de fluido
passa para os equipamentos de recuperação secador e centrífugas (7). O
primeiro equipamento utilizado na recuperação do fluido é o secador
(8) que retira a maior parte do fluido impregnado no material, gerando
um resíduo, denominado resíduo secador, com maior granulometria e
baixo teor de fluido. Após passar pelo secador, o fluido recuperado passa
por uma centrífuga (9) para retirar as partículas menores, gerando assim

601
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

outro resíduo, denominado resíduo centrífuga 1, com textura mais fina


e com teor de fluido maior do que o resíduo gerado pelo secador. O
fluido recuperado retorna aos tanques (10).
Ligado ao sistema está o equipamento “Mud Cleaner” (11), que
retira partículas do tamanho de areia e silte – desareador e dessiltador –
do fluido dos tanques. Porém, o material gerado por esse equipamento
vai para a linha que sai das peneiras e em seguida passa pelo secador
(7), e o fluido retorna aos tanques (13). Portanto, para essa sonda, esse
equipamento não gera resíduo. Ainda há uma segunda centrífuga que é
utilizada para diminuir a densidade do fluido do sistema, dessa forma o
fluido sai direto dos tanques, passa por ela e gera o resíduo denominado
resíduo centrífuga 2 (14). O fluido recuperado por esse equipamento
retorna ao sistema (15).
Portanto, têm-se três equipamentos gerando resíduos de
características distintas. O secador gera um resíduo com baixo teor
de umidade e partículas maiores, tendo em sua constituição maior
influência dos fragmentos de rochas decorrentes da perfuração. A
centrífuga 1, que fica ligada diretamente ao secador, trata o fluido
recuperado por este e produz um resíduo com maior teor de umidade e
partículas menores do que as geradas no secador. A centrífuga 2 fornece
um resíduo com teor de umidade alto, sendo praticamente formado por
componentes do fluido de perfuração.
As amostras compostas foram geradas por cada etapa da
perfuração e cada equipamento utilizado no processo de recuperação
do fluido: secador e centrífugas. O resíduo produzido pelo secador
foi coletado de acordo com a profundidade da perfuração, ou seja, a
cada amostra coletada era anotada a profundidade correspondente.
Como a centrífuga 1 fica ligada diretamente ao secador, para cada
amostra simples coletada dela também foi verificada a profundidade
correspondente. Entretanto, para a centrífuga 2, não foi relacionada a
profundidade, pois, como mostra a Figura 3, ela só é acionada quando
há necessidade de baixar a densidade do fluido, não tendo, assim uma
relação direta com a profundidade. Portanto, a coleta dessas amostras
ocorreu em função do tempo de funcionamento em cada fase e das
diferentes densidades do fluido.
Neste poço, o fluido utilizado durante toda a perfuração, ou
seja, nas três fases, foi o mesmo, sendo o não aquoso a base orgânica
(N-Parafina). Com profundidade final igual a 2.853m, o Poço 7-MGP
98-D BA resultou em 40 amostras simples para o secador (Modelo Vert

602
Experiências Argentinas e Brasileiras

G) e 40 simples para a centrífuga 1. Para a centrífuga usada para baixar


a densidade do fluido de perfuração, identificada neste estudo como
centrífuga 2, foram coletadas 17 amostras simples.

Volume de cascalho gerado


A geração de resíduo no Poço 7-MGP-98D-BA é apresentada de
forma detalhada por fase e por equipamento na Tabela 4. O volume de
resíduo gerado foi de 137,92m3 na primeira fase, 130,68m3 na segunda,
e 81m3 na terceira e última fase. Ao final da perfuração, foi produzido
um total de 349,91m3 de resíduo, dos quais 85% pelo secador, 11,4% pela
centrífuga 1 e apenas 3,6% pela centrífuga 2.
Outra informação importante é a porcentagem de óleo nos
resíduos gerados pelos diferentes equipamentos. Observa-se que o
secador sempre ocasiona menor teor de óleo do que as centrífugas. Essa
informação é de extrema importância sob o aspecto ambiental, visto
que quanto menor o teor de óleo no resíduo, menor será o risco de
contaminação do ambiente.
Tabela 4. Resumo dos volumes gerados por fase de perfuração e equipamento no
poço 7 MGP-98 D BA.

Poço 7-MGP 98-D BA


Fase I (0 – 570 metros)
Equipamento Volume gerado (m3) Volume total (m3) % Total % Óleo
Secador 126,08 137,92 91,4 4,2
Centrífuga 1 10,65 7,7 16,4
Centrífuga 2 1,27 0,9 18,0
Fase II (570 – 1.600 metros)
Equipamento Volume gerado (m3) Volume total (m3) % Total % Óleo
Secador 107,65 130,68 82,4 4,8
Centrífuga 1 22,02 16,8 9,1
Centrífuga 2 1,01 0,8 11,1
Fase III (1.600 – 2.853 metros)
Equipamento Volume gerado (m3) Volume total (m3) %Total % Óleo
Secador 64,32 81,23 79,2 3,7
Centrífuga 1 6,79 8,4 8,5
Centrífuga 2 10,12 12,4 8,8

Total de cascalho gerado = 349,91 m3; Secador = 298,05 m3 (85%); Centrífuga 1 = 39,46
m3 (11,4%); Centrífuga 2 = 12,4 m3 (3,6%).

603
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Caracterização do resíduo por equipamento


A caracterização dos cascalhos de perfuração oriundos do Poço
7-MGP 98-D BA se deu a partir de amostras compostas e conforme a
NBR 10004:2004, tendo como prescrições a NBR 10005:2004 e a NBR
10006:2004. De acordo com os resultados obtidos, todos os resíduos
gerados se enquadram na classe de resíduo sólido NÃO PERIGOSO
NÃO INERTE (CLASSE IIA).
Os resultados dos teores pseudototais de metais, sódio e nitrato
(Tabela 5) confirmam a hipótese apresentada quanto às diferenças na
geração dos cascalhos em função de cada equipamento. Avaliando
a geração dos resíduos de ambos equipamentos, pode-se diferenciá-
los pela maior influência na composição da rocha ou do fluido de
perfuração e seus constituintes. Como o secador é um dos primeiros
equipamentos na recuperação do fluido, supõe-se que o resíduo gerado
nesse equipamento terá uma maior influência da rocha moída em sua
composição, enquanto os resíduos gerados pelas centrífugas terão maior
influência dos constituintes do fluido de perfuração.
Observou-se que, para os elementos alumínio, boro, cobalto,
cobre, cromo, ferro, manganês e níquel, os maiores teores foram
verificados nos resíduos gerados no secador quando comparados com
os da centrífuga 1. Esses resultados confirmam a hipótese de que esse
resíduo apresenta maior influência do material da rocha moída, já que
esses elementos fazem parte dos minerais primários que constituem as
rochas, principalmente alumínio, ferro e manganês.
Os elementos arsênio, bário, chumbo e zinco apresentaram teores
mais elevados nos resíduos gerados na centrífuga 1 quando comparados
com os do secador, ratificando a hipótese de que esses elementos
possuem uma maior influência da composição do fluido. Apesar de
ocorrer variações na composição das diferentes fontes de baritina, pode-
se inferir quais os principais elementos que estão associados à baritina
utilizada nesse poço, pois houve grande variação na densidade do fluido
e, com isso, diferentes quantidades de baritina durante a perfuração.
O bário é o elemento que representa a melhor evidência de
que o resíduo gerado na centrífuga 1 possui em sua constituição
características mais próximas da composição do fluido, pois um dos
principais componentes é a baritina que, dependendo do grau de
pureza, pode ser constituída por até 58% de bário. Ao analisarmos os
resultados de bário, observou-se maiores teores na centrífuga 1, quando

604
Experiências Argentinas e Brasileiras

comparados com os valores do secador. Avaliando o comportamento do


bário no secador, em função das amostras compostas e suas diferentes
profundidades, observou-se que há pequena variação – menos de 1%
– entre a primeira e a segunda amostra composta. Entretanto, há uma
tendência de aumento para a terceira amostra composta, que representa
a profundidade de possibilidade de kick, e a partir dessa profundidade
há uma diminuição nos teores de bário. Para o chumbo e o zinco houve
comportamento semelhante em relação aos equipamentos, i.e, teores
mais elevados na centrífuga 1.
De acordo com que já foi discutido e levando em consideração os
elementos que são influenciados diretamente pela composição do fluido,
a centrífuga 2, por tratar o fluido proveniente diretamente dos tanques,
foi dividida apenas em 2 amostras compostas, uma antes do kick e outra
após a zona de kick. A variação dos teores da maioria dos elementos foi
semelhante aos teores apresentados pela centrífuga 1. Contudo, para o
bário e o arsênio, os teores foram bem superiores do que a maioria das
amostras da centrífuga 1.
Observa-se que para o resíduo formado pelas amostras coletadas
antes da zona aparente de kick, os teores de arsênio, bário, chumbo e
zinco foram menores quando comparados com o resíduo coletado após
a zona aparente de kick. Esse resultado é explicado pelo adensamento do
fluido de perfuração até a zona de kick. Com isso, o funcionamento da
centrífuga 2 servia apenas para manter a reologia do fluido, retirando-se
pouca baritina. Esses resultados confirmam que os teores de arsênio e
bário são altamente influenciados pela composição do fluido.
De acordo com a discussão realizada sobre as concentrações de
metais e o volume de resíduo gerado pelos equipamentos de recuperação
de fluido, verifica-se que as centrífugas foram os equipamentos que
apresentaram as maiores concentrações de metais, principalmente,
arsênio, bário e chumbo. No entanto, foram os que geraram os menores
volumes de resíduos, cerca de 15% do total gerado durante a perfuração
do poço. Dessa forma, a simples segregação dos resíduos gerados por
equipamento poderá contribuir para diminuir o volume de resíduo que
pode ocasionar maior impacto ambiental e se constituir como proposta
de manejo dos resíduos gerados na perfuração de poços de petróleo.

605
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 5. Teores peseudototais de metais e totais de sódio, cálcio, magnésio e potássio,


nas amostras compostas dos resíduos gerados no secador, centrífuga 1 e 2.

Efeitos da contaminação no desenvolvimento de plantas de


arroz e em águas subterrâneas
Quando os solos sofrem o processo de alagamento, o equilíbrio
dos elementos e compostos e o metabolismo microbiano são alterados,
desencadeando uma série de transformações físicas, químicas e
biológicas que leva a um novo estado de equilíbrio desse ambiente, com
características bem distintas das encontradas inicialmente. Esse novo
ambiente químico é de grande importância ecológica, pois a mudança
no estado de oxirredução modifica a biodisponibilidade e a mobilidade
dos diferentes elementos presentes no solo.Em um ambiente reduzido,
a solubilidade do sulfato de bário pode ser alterada (MONNIN et al.,
2001). Nesse ambiente, os micro-organismos anaeróbios que utilizam
os compostos oxidados do solo como receptores de elétrons no seu
metabolismo apresentam a seguinte sequência de transferência de
elétrons: o primeiro aceptor é o nitrato, depois os óxidos de Mn (IV),
óxidos de Fe (III), seguido pelo sulfato e por último o carbono, sendo
reduzidos, respectivamente, a N2, Mn+2, Fe+2, sulfeto e metano. Apesar
da baixa solubilidade, estudos indicam que a baritina serve como
fonte de sulfato na respiração de bactérias anaeróbias (BALDI et al.,
1996). Sendo assim, a baritina pode servir como fonte de sulfato para
as bactérias redutoras de sulfatos a sulfetos (ULRICH et al., 2003),
promovendo o aumento da solubilidade e uma possível liberação do
Ba no ambiente (PHILLIPS et al., 2001).
De acordo com os resultados obtidos na fase de monitoramento
da área em Mato Rico – Paraná, já descritos neste artigo, verificou-se
que houve contaminação do solo com Ba. Entretanto, o Ba presente

606
Experiências Argentinas e Brasileiras

nessa área estava sob a forma não lábil, evidenciado pelo fracionamento
geoquímico das amostras coletadas. Apesar do Ba presente no solo se
encontrar sob a forma de baixa mobilidade, não se sabe se as alterações
nas condições de oxirredução do solo poderiam ocasionar mudanças na
mobilidade e biodisponibilidade do Ba e, dessa forma, potencializar o
risco de contaminação para as plantas e águas subterrâneas.
Devido às poucas informações sobre a dinâmica do Ba em solos,
decidiu-se instalar ensaios com sulfato de bário (Para Análise - P.A.), com
baritina e com resíduos da perfuração de poços de petróleo. O objetivo
foi avaliar se sob condições de solos extremamente reduzidos (Eh<-200
mV) aumentaria à solubilização da baritina e como consequência a
liberação do Ba+2 no solo.
O estudo da dinâmica do Ba foi realizado em dois experimentos,
conduzidos em paralelo, sendo um em vasos com cultivo de plantas
de arroz (Orysa sativa) e outro em colunas de lixiviação. Ambos
continham os mesmos volumes de solo (5 dm3), teores de bário e
umidade. A realização desses dois testes ocorreu pela necessidade de
se obter informações, escassas na literatura, sobre o Ba no solo sob dois
pontos importantes no aspecto ambiental: a absorção do elemento pelas
plantas e a perda por lixiviação, podendo ocasionar a bioacumulação
do elemento na cadeia trófica, além da contaminação das águas
subterrâneas. Foi escolhido o arroz pelo fato de ser uma cultura que se
adapta tanto às condições de sequeiro, quanto de inundação.

Fracionamento geoquímico
Todos os resultados apontam para a solubilidade do Ba nos
solos sob condição de redução (Figura 4). Para todas as fontes de Ba,
observa-se o mesmo comportamento, com aumento nos teores de Ba
nas frações mais lábeis (biodisponíveis) e diminuição do Ba ligado às
frações óxidos e à fração residual. A condição de redução proporcionou
diminuição dos teores de Ba nas frações mais estáveis e aumento
na fração de menor estabilidade, podendo aumentar o risco de
contaminação ambiental. Esse aumento ocorreu devido às condições
de extrema redução do solo (Eh<-200 mV), no qual é possível redução
do sulfato a sulfeto, possibilitando a liberação do Ba para as formas mais
lábeis (CRECELIUS et al., 2007; ALBERTA ENVIRONMENT, 2009).

607
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Figura 4. Distribuição do bário nas diferentes frações geoquímicas em


função da fonte de bário (A-Sulfato de bário P.A; B- Baritina e C- cascalho
de perfuração), doses e potencial redox (Eh).

Ensaios em colunas de lixiviação


Os resultados para o elemento Ba foram similares para todas as
fontes, sulfato de bário, baritina e cascalho de perfuração, apesar das
doses aplicadas com o cascalho terem sido maiores (300, 3000 e 6000 mg
kg-1). As condições de saturação do solo promoveram um aumento nos
teores de Ba lixiviado, indicando possíveis problemas de contaminação
das águas subterrâneas, independente da fonte de Ba utilizada. Os
resultados obtidos evidenciaram que apesar da baixa solubilidade do
BaSO4 (USEPA, 2005), verificou-se que houve aumento significativo
do Ba lixiviado com incremento da concentração de Ba no solo, sendo
encontrados os maiores valores na maior dose e nos solos sob condições
de redução.
Em ambientes que apresentam extrema redução, bactérias
anaeróbicas aumentam a solubilidade do BaSO4, resultando em
maiores concentrações de Ba dissolvido (ALBERTA ENVIRONMENT,

608
Experiências Argentinas e Brasileiras

2009). Crecelius et al. (2007), estudando a solubilidade da baritina em


diferentes condições ambientais, verificaram que, em condições de
oxidação, houve baixa liberação de Ba, enquanto que, em condições
de redução, ocorreram concentrações elevadas de Ba em solução.
Diversos trabalhos evidenciam que em solos com valores baixos de
potencial redox - Eh (< -110 mV) e na presença de BaSO4, bactérias
redutoras de sulfato são responsáveis pela solubilização e aumento do
Ba em solução (BALDI et al., 1996).
Tabela 6. Teores de bário (mg L-1) coletados no extrato lixiviado, em função da
aplicação das diferentes doses de bário (mg kg-1) e teores de umidade, simulando
taxa de precipitação de 200 mm dia -1.

Sulfato de Bário P.A


Tratamentos Testemunha 100 300 3000
Oxidado 0,23 Db 0,61 Cb 1,23 Bb 2,66 Ab
Reduzido 0,64 Da 2,11 Ca 2,61 Ba 3,36 Aa
Baritina
Tratamentos Testemunha 100 300 3000
Oxidado 0,19 Ca 0,56 BCb 0,94 Bb 2,32 Ab
Reduzido 0,07 Da 1,56 Ca 2,44 Ba 3,65 Aa
Cascalho de Perfuração
Tratamentos Testemunha 300 3000 6000
Oxidado 0,97Aa 1,09Aa 0,80Ab 0,79Ab
Reduzido 0,79Ca 0,93Ca 1,94Ba 3,39Aa

Médias seguidas de mesma letra (minúsculas na coluna e maiúscula na linha) não


diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Testemunha = sem aplicação de
bário.

Ensaios com plantas


Nos ensaios com sulfato de bário e baritina, não houve diferença
significativa em relação à massa de plantas em função das doses. Esses
resultados evidenciam que apesar do aumento na concentração dos
teores de Ba no solo, esses valores não atingiram concentrações que
possam ocasionar toxicidade para as plantas. Para o cascalho, observou-
se que há comportamento diferenciado entre as doses aplicadas e o teor
de umidade, sendo percebido claramente quando se compara as plantas
desenvolvidas na testemunha e na maior dose. Verificou-se, ainda,
que houve uma diminuição na massa seca das plantas com a aplicação

609
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

das maiores doses, sendo que as plantas morreram na maior dose e na


condição de oxidação.
Com relação à absorção de Ba pelas plantas, observou-se que
em todas as fontes utilizadas, sulfato de bário, baritina e cascalho, a
condição de redução favoreceu a absorção (Figura 5). Esses resultados
corroboram com os resultados de fracionamento geoquímico e de
lixiviação, comprovando que a condição de potencial redox de -200 mV
promove o aumento do Ba nas formas biodisponíveis.

Figura 5. Concentração de bário nas raízes, parte aérea e grãos das plantas
de arroz, em função da fonte de bário (A-Sulfato de bário P.A; B- Baritina
e C- cascalho), das doses e do potencial redox (Eh).
Apesar dos altos teores de Ba encontrados nas plantas de arroz
não terem ocasionado toxicidade para as plantas, Magalhães et al. (2012)
verificaram que as concentrações de Ba nos grãos, na maior dose e na
condição de redução, pode ocasionar risco para a saúde humana, caso
haja o consumo desses grãos. Avaliando, ainda, as concentrações de
Ba nas plantas, verificou-se que os resultados foram semelhantes para
todas as fontes. Sendo assim, sugere-se que exista outro elemento que
esteja limitando o crescimento das plantas. Nesse caso, devido aos altos
teores de Na presentes no cascalho, esse elemento passou a ser o alvo
dos estudos.

610
Experiências Argentinas e Brasileiras

Sódio trocável, condutividade elétrica e pH


Verifica-se que há aumento significativo nos valores de sódio
trocável, condutividade elétrica (CE) e pH em função das doses
aplicadas. Os maiores valores de CE foram observados nas maiores
doses de cascalho. A partir da segunda dose, constatou-se aumento
significativo, sendo encontrados os valores de 2,74 dS m-1 na dose 2 e de
4,33 dS m-1 na dose 3.
Os altos valores de sais, principalmente Na, nos resíduos, ocorre
devido à utilização de aditivos como o cloreto de sódio e a soda cáustica
que servem como inibidor de argila e para controle do pH do fluido
(CARLS et al., 1995). Esses valores diminuem com a condição de
saturação em decorrência da restrição da mineralização da N-parafina e
da liberação do Na associado a esse fluido. Essa associação é feita através
da adição de surfactantes, que são utilizados no fluido para manter a
emulsão inversa que o compõe.
Diversos autores relatam os efeitos da aplicação de resíduos
de perfuração nas propriedades químicas do solo e descrevem,
principalmente, o aumento dos valores do pH, da CE e da concentração
de Ba e de Na (CARLS et al., 1995; BAUDER et al., 2005). De acordo com
os resultados apresentados, observa-se que a morte das plantas na maior
dose do cascalho pode ser explicada pelos altos teores de Na presentes.
O Na em grandes quantidades no solo interfere no metabolismo
vegetal, como também na absorção de água pelas plantas (FAGERIA,
1998). Consequentemente, as plantas cultivadas nos solos saturados,
com maior teor de água, conseguiram se desenvolver, devido à maior
quantidade de água disponível.
Diversos estudos vêm demonstrando que plantas de arroz têm
seu desenvolvimento comprometido em solos sob condições de CE
superior a 2,0 dS m-1 (GAY et al., 2010). Esse valor também é adotado
como máximo para solos não salinos. Pode-se perceber que a aplicação
do cascalho nas doses 2 e 3, ambos a 70% da capacidade de campo,
apresentaram valores superiores a esse limite, influenciando, assim,
de forma negativa o desenvolvimento das plantas. Segundo Fageria
(1998), o efeito adverso da salinidade está relacionado com o aumento
do potencial osmótico na solução do solo e da absorção de nutrientes,
com a acumulação de sódio no tecido vegetal em concentrações
consideradas fitotóxicas, além da dificuldade das plantas em absorver
água. Os resultados apresentados na Tabela 7 demonstram que, dentre
os contaminantes presentes no resíduo de perfuração, o que pode
limitar o crescimento das plantas é o Na.

611
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Tabela 7. Valores de sódio trocável, condutividade elétrica (CE) e pH nas diferentes


doses de bário e condição de umidade.

Testemunha Dose 1 Dose 2 Dose 3


Oxidado 0,08Ca 0,39Ca 3,69Ba 4,60Aa
Na (cmolc kg-1)
Reduzido 0,01Ca 0,09Ca 2,13Bb 3,11Ab
Oxidado 0,29Ca 0,56Ca 2,74Ba 4,33Aa
CE (dS m-1)
Reduzido 0,30Ba 0,23Ba 1,25Ab 1,98Ab
Oxidado 4,70Cb 4,84Cb 6,50Ba 7,13Aa
pH
Reduzido 5,06Ca 5,10Ca 6,56Ba 7,27Aa

Médias seguidas de mesma letra (minúsculas na coluna e maiúscula na linha) não


diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Testemunha-sem aplicação de
resíduo;Dose 1=300 mg kg -1; Dose 2= 3000 mg kg -1; Dose 3 = 6000 mg kg -1.

Ensaios ecotoxicológicos
Em toda a discussão realizada, foram demonstrados dados
referentes aos ensaios com plantas e em colunas de lixiviação. No
entanto, é importante verificar os efeitos da aplicação do cascalho nos
organismos do solo e, principalmente, como este pode afetar a fauna do
solo. Em ensaio realizado no laboratório de Fauna do Solo da EMBRAPA,
situado na Embrapa Agrobiologia, foi avaliado o efeito da aplicação do
cascalho de perfuração no solo sobre a atividade de minhocas (Eisenia
andrei) através do estudo das funções de habitat, dos efeitos crônicos
sobre a reprodução e dos efeitos deletérios (MACHADO, 2012).
No ensaio de fuga (avoidance), foi observado que houve
distribuição equitativa das minhocas no tratamento controle (Figura
6A) e nos tratamentos com baritina (Figura 6C). Para a baritina, em
nenhuma das doses, houve fuga superior a 80%, indicando baixo
nível de toxicidade deste composto. Entretanto, para todas as doses
de cloreto de sódio ocorreu fuga de mais de 80% das minhocas para o
controle (Figura 6B). Esses resultados demonstram a sensibilidade das
minhocas a esse elemento, que em elevadas doses trazem severos danos
fisiológicos. Owojori e Reinecke (2009), trabalhando com solo artificial
e com diferentes doses de cloreto de sódio, verificaram resultados
semelhantes. A partir da dose de 2000 mg de NaCl kg‑1 de solo, a fuga
das minhocas para o controle foi acima de 80%, sendo considerado um
ambiente contaminado (OECD, 1984). Apesar dos valores de cloreto
de sódio aplicados ao solo na dose 1 serem inferiores às concentrações
estudadas por Owojori e Reinecke (2009), foi observada fuga acima de

612
Experiências Argentinas e Brasileiras

80% para o controle nessa dose, ou seja, uma pequena quantidade de Na


já provocou danos a esses organismos.
No cascalho de perfuração (Figura 6D), em todas as doses, a fuga
para o controle foi significativa, sendo que, para a menor dose, 65% das
minhocas ficaram no controle, não ultrapassando os 80% propostos
pela OECD (1984). Entretanto, nas maiores doses, a fuga para o controle
foi acima de 90%, demonstrando que essas doses foram restritivas às
minhocas, o que pode indicar uma limitação na aplicação desse resíduo
no solo. O Ba é um elemento químico tóxico para os organismos, contudo,
o Ba presente no resíduo de cascalho de perfuração está na forma de
baritina, o qual apresenta baixa solubilidade e, consequentemente,
baixo grau de toxicidade (Figura 6C).
As mesmas concentrações de Na usadas para o ensaio com
cloreto de sódio estavam presentes nas respectivas doses do cascalho
de perfuração. Isso indica que o Na foi o elemento mais restritivo à
aplicação do resíduo. O tratamento com a baritina corrobora com essa
hipótese, pois não demonstrou toxicidade para as minhocas, visto que
as concentrações de Ba também foram as mesmas presentes no cascalho.

Figura 6. Distribuição das minhocas no controle e nas diferentes doses de


contaminantes: A-Testemunha; B-NaC; C-baritina e D-cascalho. * houve
significância na fuga das minhocas, pelo teste exato de Fisher a 5%.

613
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

Com relação ao peso das minhocas, verificou-se que houve redução


de peso em função da aplicação do cascalho (Figura 7). Esses resultados
demonstram que o cascalho inibiu a alimentação das minhocas, devido
aos elevados teores de sais presentes nessas doses. A quantidade aplicada
de cascalho não foi suficiente para levar as minhocas à morte, porém,
elas perderam peso, o que indica inibição da alimentação.

Figura 7. Variação do peso das minhocas em relação ao primeiro e décimo


quarto dia após aplicação das diferentes doses de cascalho de perfuração.
A aplicação do cascalho também afetou de forma negativa a
reprodução das minhocas. Na primeira dose do cascalho, houve uma
redução na produção média, em relação ao controle, correspondente
a 83,75%. Essa dose equivale à aplicação de 23,4 Mg do cascalho ha-1
e 128 mg Na kg-1 de solo (Figura 8). A partir da dose 2, não houve
produção de juvenis, possivelmente, devido à quantidade aplicada,
e, consequentemente, aos elevados teores de Na. Esses resultados
corroboram com o ensaio com plantas, indicando que o Na foi o
elemento presente no cascalho que apresenta maior restrição para
aplicação no solo.

614
Experiências Argentinas e Brasileiras

Figura 8. Produção média de juvenis de minhocas no resíduo do secador.


(*) aplicação do resíduo em Mg ha‑1 a uma profundidade de 20 cm; (**)
teores de bário mg.kg‑1 de solo e (***) teores de sódio mg kg‑1 de solo.

Tratamento do Cascalho de Perfuração


Como os resultados demonstraram que o Na é o elemento
presente no cascalho de perfuração que limita o desenvolvimento das
plantas e dos organismos do solo, decidiu-se por realizar o tratamento
desse resíduo. Os resultados encontrados por Guedes et al. (2014) deram
suporte para o desenvolvimento do ensaio de tratamento dos resíduos
utilizados neste estudo. Seu objetivo foi avaliar o potencial de extração
de Na, Ba e outros elementos em diferentes proporções substrato/solução
em amostras compostas de resíduos de perfuração de poços de petróleo.
Dessa forma, foi adotada a proporção 1:5, sendo uma parte de substrato
(resíduo) para 5 partes de solução (água deionizada).
Os resultados do tratamento do cascalho foram demonstrados
por Lima (2013) ao estudar plantas de arroz, e por Carvalho (2013)
ao pesquisar plantas de cevada. A eficiência da lavagem do cascalho
(Tabela 8) para o elemento Na foi de 70%, ou seja, o tratamento obteve
êxito na remoção do Na presente no cascalho. Também observa-se que
para os outros elementos houve uma baixa extração, principalmente dos
macronutrientes, como potássio e cálcio. Esses resultados demonstram

615
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

que o tratamento de lavagem não retira os nutrientes presentes no


cascalho, o que o torna promissor na aplicação no solo.
Tabela 8. Eficiência de extração de metais dos resíduos do secador e da centrífuga.

Massa inicial Massa removida Eficiência de extração (%)


Potássio 2920,0 33,3 1,15
Sódio 2083,5 1500,0 72,0
Cálcio 7775,0 472,0 6,1
Bário 40450,0 0,8 0,002
Ferro 10142,8 0,053 0,0005
Manganês 214,7 0,0 0,0001

Massa inicial: Quantidade em mg presente em 500g de resíduo; Massa removida:


quantidade extraída em 2,5 litros de água.

A produção de massa seca da cevada foi influenciada de forma


positiva pela aplicação das doses de cascalho, principalmente na
condição de resíduo lavado (Tabela 9). Vale a pena ressaltar que a parte
de interesse agronômico, os grãos, foi influenciada pelo tratamento,
sendo maior a produção de grãos nas plantas cultivadas no cascalho
que passou pela lavagem.
Tabela 9. Produção de massa seca (g) pelas plantas de cevada nas diferentes
condições de lavagem e doses de aplicação do cascalho.

Tratamento Testemunha Dose 1 Dose 2 Dose 3


Lavado 13,42 Ca 22,66 Ba 25,57 ABa 26,43 Aa
Parte Aérea (g)
N. Lavado 13,42 Ba 24,72 Aa 25,84 Aa 24,48 Aa
Lavado 1,43 Ca 3,58 Ba 4,13 Ba 6,15 Aa
Raiz (g)
N. Lavado 1,43 Ba 3,60 Aa 3,68 Aa 2,66 ABb
Lavado 4,05 Ca 6,00 BCa 6,78 Aba 8,52 Aa
Grãos (g)
N. Lavado 4,05 Ba 6,47 Aa 7,06 Aa 7,37 Ab
Lavado 18,90 Ca 32,24 Ba 36,49 Aba 39,84 Aa
Total Vegetal (g)
N. Lavado 18,90 Ba 34,79 Aa 36,58 Aa 34,51 Ab

Médias seguidas de mesma letra (minúsculas na coluna e maiúscula na linha) não


diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Testemunha= Sem aplicação de
resíduo; Dose 1=300 mg kg-1 ; Dose 2= 600 mg kg-1 ; Dose 3= 1200 mg kg-1.

Também foi observado comportamento semelhante na produção


de massa seca das plantas de arroz (Tabela 10), na qual o tratamento de
lavagem ocasionou maior produção de massa seca das plantas.

616
Experiências Argentinas e Brasileiras

Tabela 10. Produção de massa seca (g) pelas plantas de arroz nas diferentes
condições de lavagem e doses de aplicação do cascalho.

Tratamento Testemunha Dose 1 Dose 2 Dose 3


Lavado 12,1 Aa 11,5Aa 10,7Ba 11,4Aa
Parte Aérea (g)
N. Lavado 12,1 Aa 10,2Ba 10,3Ba 9,1Bb
Lavado 20,1 Aa 8,3Aa 9,6Aa 13,3Aa
Raiz (g)
N. Lavado 20,1 Aa 7,8Aa 6,2Ab 8,1Ab
Lavado 5,5 Aa 4,7Aa 5,0Aa 4,5Aa
Grãos (g)
N. Lavado 5,5 Aa 5,1Aa 5,3Aa 4,5Aa
Lavado 37,7 Aa 24,5Aa 25,3Aa 29,1Aa
Total Vegetal (g)
N. Lavado 37,7 Aa 23,2Aa 21,8Ba 21,6Ab

Médias seguidas de mesma letra (minúsculas na coluna e maiúscula na linha) não


diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Testemunha= Sem aplicação de
resíduo; Dose 1=300 mg kg-1 ; Dose 2= 600 mg kg-1 ; Dose 3= 1200 mg kg-1.

Esses resultados demonstram que a lavagem do cascalho de


perfuração é um tratamento eficiente na remoção do Na. Para os
macros e micronutrientes presentes no cascalho, a lavagem não altera
significativamente suas concentrações, já que esses nutrientes estão
associados aos minerais da rocha, portanto de baixa solubilidade. Sendo
assim, os resultados demonstram que o aumento da produtividade
com a aplicação do cascalho foi em função do aumento nos teores
de nutrientes e a pela retirada do Na pela lavagem, o que favoreceu o
desenvolvimento das plantas de arroz e cevada.

Considerações finais
Os resultados gerados nos distintos trabalhos demonstraram
que os resíduos oriundos da perfuração de poços de petróleo, quando
dispostos de forma inadequada nos solos, elevam as concentrações,
principalmente, dos elementos Ba e Na. No entanto, o Ba contido nesses
resíduos se apresenta sob uma forma de baixa disponibilidade, podendo
ocasionar problemas somente sob condições de extrema redução e em
altas concentrações. Em caso contrário, não se espera a ocorrência de
problemas.
Também foi observado que as condições de extrema redução
promovem diminuição do sulfato presente no BaSO4 e liberação do Ba,
o que aumenta a concentração do elemento nas fases de maior labilidade
e, por sua vez, ocasiona maior perda por lixiviação e maior absorção
pelas plantas.

617
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

O Na foi o elemento presente nos resíduos que se demonstrou


como fator mais limitante quando aplicados aos solos, principalmente
no que diz a respeito ao desenvolvimento de plantas, além de afetar o
desenvolvimento e a reprodução de minhocas. A segregação dos resíduos
por equipamento favoreceu a diminuição do volume de resíduo a ser
tratado, visto que, o resíduo com os maiores teores de Ba e Na são os que
têm menor volume gerado durante a perfuração dos poços de petróleo.
Uma boa alternativa é realizar o tratamento de lavagem do
cascalho, o que resulta na remoção do Na presente sem, no entanto,
diminuir os teores de nutrientes, o que favorece o desenvolvimento das
plantas.

Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT.
NBR10004: Classificação de resíduos. Rio de Janeiro, 2004. 71p.
ALBERTA ENVIRONMENT. Soil Remediation Guidelines For Barite:
Environmental Health And Human Health. 2009. Disponível em:
<http://www.environment.gov.ab.ca/info/library/6298.pdf>.
ANSARI, T.M; MAR, I.L; COATS A.M. Characterization of mineralogical
forms barium and trace heavy metalimpurities in commercial barytes
by EPMA, XRD and ICP-MS. J. Environ. Monit., v.3, p.133-138, 2001.
AROCENA, J.M.; RUTHERFORD, P.M. Properties of hydrocarbon- and
salt-contaminated flare pit soils in northeastern British Columbia
(Canada). Chemosphere, v.60, n.4, p.567-575, 2005.
BALDI, F. et al. Dissolution of Barium from Barite in Sewage Sludges and
Cultures of Desulfovibrio desulfuricans. Applied and environmental
microbiology, v.62, p.2398–2404, 1996.
BAUDER, T.A. et al. Soil properties affecting wheat yields following drilling-
fluid application. Journal of Environmental Quality, v.34, p1687–1696,
2005.
BEZERRA, E.M. et al. Aspectos Teóricos e Experimentais Sobre o Controle
de Poços com Fluidos de Perfuração Sintéticos (ENAHPE). In:
ENCONTRO NACIONAL DE HIDRÁULICA DE PERFURAÇÃO E
COMPLETAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS, 8., 2006, Pedra
Azul, Domingos Martins , ES. Resumos... v.1, p.1-6.
CAENN, R.; DARLEY, H.C.H.; GRAY, G.R. Composition and Properties of
Drilling and Completion Fluids. 6.ed. Oxford: Elsevier, 2011.

618
Experiências Argentinas e Brasileiras

CARLS, E.G.; DENNIS, B.F.; CHAFFEY, S.A. Soil contamination by oil


and gas drilling and production operations in Padre Island National
Seashore, Texas, USA. Journal of Environmental Managment, v.45,
p.273–286. 1995.
CARVALHO, M.M. Efeito da Aplicação de Cascalho de Perfuração
no Desenvolvimento de Cevada (Hordeum vulgare L.). 2013. 80f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia, Ciência do Solo) - Departamento
de Solos, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2013.
CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução
CONAMA n. 420, de 28 de dezembro de 2009. Brasília, 2009. 16 p.
CRECELIUS, E. J. et al. Study of barite solubility and the release of trace
components to the marine environment. U.S. Dept. of the Interior,
Minerals Management Service, Gulf of Mexico OCS Region, New
Orleans, LA: OC5 Study MMS 2007-061, 2007. 176 p.
DAYANI, M.; MOHMMADI, J. Geostatistical Assessment of Pb, Zn and Cd
Contamination in Near-Surface Soils of the Urban-Mining Transitional
Region of Isfahan, Iran. Pedosphere, v.20, p.568–577, 2010.
DIAS, G.J. et al. Modelagem tridimensional do lançamento de cascalhos de
perfuração de poços de petróleo em águas profundas. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO E GÁS, 3., 2004. Rio de Janeiro.
Resumos…Rio de Janeiro, 2004.
EINAX, W.J.; SOLDT, U. Geostatistical and multivariate statistical
methods for the assessment of polluted soils—merits and limitations.
Chemometrics and Intelligent Laboratory Systems, v.46, p.79-91, 1999.
FAGERIA, N.K. Otimização da eficiência nutricional na produção das
culturas. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, v.2, p.6-16, 1998.
FAM, M.A.; DUSSEAULT, M.B.; FOOKS, J.C. Drilling in mudrocks: rock
behavior issues. Journal of Petroleum Science and Engineering, v.38,
p.155–166, 2003.
FERGUSON, A. S. et al. App. Microbial analysis of soil and groundwater
from a gasworks site and comparison to a sequenced biological reactive
barrier remediation process. Journal of Applied Microbiology, v.102,
n.5, p.1227-1238, 2007.
GAY, F. et al. Effect of salinity on yield and 2-acetyl-1-pyrroline content in
the grains of three fragrant rice cultivars (Oryza sativa L.) in Camargue
(France). Field Crops Research, v.117, p.154–160, 2010.

619
Impactos ambientais provenientes da produção agrícola:

GUEDES, J. N. Estratégias de Manejo do Cascalho Oriundo da Perfuração


de Poços de Petróleo. 2014. 125f. Tese (Doutorado) – Departamento de
Solo, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2014.
LIMA, L.S. Influência do tratamento de lavagem de resíduos de perfuração
de poços de petróleo no desenvolvimento de plantas de arroz (Oryza
sativa). 2013. 110f. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Solos,
Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2013.
MACHADO, H.M. Efeitos da aplicação de resíduos da perfuração e
recuperação de fluídos de poço de petróleo no solo, no desenvolvimento
de plantas de arroz e no comportamento de Eisenia andrei. 2012. 96f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia, Ciência do Solo) - Departamento
de Solos, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2012.
MAGALHÃES, M.O.L. Dinâmica do bário em solos contaminados por
resíduos oriundos da perfuração de poços de petróleo. 2011. 161f. Tese
(Doutorado em Agronomia, Ciência do Solo) - Departamento de Solos,
Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2011.
MAGALHÃES, M.O.L. et al. Effect of variations in the redox potential of
Gleysol on barium mobility and absorption in rice plants. Chemosphere,
v.89, p.121-127, 2012.
MELTON, H.R. et al. Offshore discharge of drilling fluids and cuttings
- a scientific perspective on public policy. Rio oil and gas expo and
conferênce. Boletim do Instituto Brasileiro do Petróleo; IBP 44900, p.1-
13, 2000.
MILLER, R.W.; PESARAN, P. Effects of drilling fluids on soils and plants:
Complete drilling fluid mixtures. J. Environ. Qual., v.9, p.552–556. 1980.
MILLER, R. W.; HONARVAR, S.; HUNSAKER, B. Effects of drilling fluids
on soils and plants: I individual fluid components. J. Environ. Qual., v.9,
p.547-552. 1980.
MONNIN, C. et al. Barium geochemistry in sediment pore waters and
formation waters of the oceanic crust on the eastern flank of Juan de
Fuca Ridge (ODP Leg 168). Geochem. Geophys. Geosyst., v.2, p15-18,
2001.
NEFF, J.M.; MCKELVIE, S.; AYERS Jr, R.C. Environmental Impacts of
Synthetic Based Drilling Fluids. New Orleans, LA: OCS Study MMS

620
Experiências Argentinas e Brasileiras

2000-64. U.S. Dept. of the Interior, Minerals Management Service, Gulf


of Mexico OCS Program,. 2000. 118 p.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
ECONÓMICO – OCDE. Guia para Testes Químicos. OCDE 207.
Acute Oral Toxicity-Acute Toxic Class Method. Paris: Organisation for
Economic Cooperation and Development, 1984.
OWOJORI, O.J.; REINECKE, A. J. Avoidance behavior of two
eco‑physiologically different earthworms (Eisenia fetida and
Aporrectodea caliginosa) in natural and artificial saline soils.
Chemosphere, v.75, p.279‑283, 2009.
PHILLIPS, E.J.P. et al. Sulfate-reducing bacteria release barium and
radium from naturally occurring radioactive material in oil-field barite.
Geomicrobiol. J., v.18, p.167-182, 2001.
POZEBON, D. et al. Heavy metals contribution of non-aqueous fluids used
in offshore oil drilling. Fuel, v.84, p.53-61, 2005.
SILVA, I. R.; MENDONÇA, E. S. Matéria Orgânica do Solo. In: NOVAIS,
R.F. et al. (Eds.). Fertilidade do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo, UFV, 2007. p.276-374.
SOUZA, P.J.B de.; LIMA, V. L. de. Avaliação das Técnicas de Disposição
de Rejeitos da Perfuração Terrestre de Poços de Petróleo. Salvador, Ba:
Universidade Federal da Bahia, Escola Politécnica, Departamento de
Hidráulica e Saneamento, 2002.
SPOSITO, G. The Chemistry of Soils. 2.ed. New York: [s.n.], 2008, 330p.
ULRICH, G.A. et al. Sources of sulfate supporting anaerobic metabolism in
a contaminated aquifer. Environ. Sci. Technol., v.37, p. 1093-1099, 2003.
ZONTA, E. et al. Reavaliação para devolução das área de locação dos poços
1-RM-1-PR E 1-CS-1-PR. Relatório Parcial n.001. Petrobras - E&P
- EXP/SMS , 2007.

621
Minicurrículo dos Autores

ALEJANDRO E. MAGGI – Alejandro Maggi es Ingeniero Agrónomo,


egresado de la Universidad de Buenos Aires en el año 1987.
Su especialidad: Sensores Remotos y Sistemas de Información
Geográfica aplicados al estudio de los recursos naturales y la
agricultura; Desertificación y degradación de las tierras; Manejo y
Conservación de suelos. Es Profesor e Investigador de la Facultad
de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires.
Email: maggi@agro.uba.ar

ALEJANDRO O. COSTANTINI – Ingeniero Agrónomo, egresado de la


Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires (FAUBA)
en 1991. Obtuvo su maestría en Ciencias del Suelo en la FAUBA
en 1997 y el doctorado en la Universidad Federal Rural de Río de
Janeiro en 2003. Su especialidad es sistemas de manejo y su relación
la materia orgánica y/o propiedades biológicas de los suelos, y en
Emisiones de gases con efecto invernadero desde el sector agrícola.
Es profesor de la FAUBA e Investigador del Instituto de Suelos/
CIRN del INTA (Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria).
Dirección: Nicolás Repetto y de los Reseros s/n (1686), Hurlingham.
Provincia de Buenos Aires, Argentina.
Email: costanti@agro.uba.ar

ALICIA FABRIZIO DE IORIO – Licenciada en Ciencias Químicas, egresada


de la Facultad de Ciencias Exactas y Naturales de la Universidad de
Buenos Aires (UBA), Argentina. Magister Scientiae área Ciencias
del Suelo, de la Facultad de Agronomía de la UBA, Argentina.
Máster en Ecosistemas Terrestres, Uso Sostenible y Aplicaciones
Ambientales. Facultad de Ciencias. Universidad de Vigo, España.
Doctora de la Universidad de Vigo. Área Edafología y Química
Agrícola. Facultad de Ciencias, España. Su especialidad es la
dinámica de metales pesados en suelos-aguas-plantas, sedimentos-

623
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

aguas-plantas. Fitorremediación. Profesora Titular de la Cátedra


de Química Analítica de la Facultad de Agronomía, UBA.
Email: aiorio@agro.uba.ar

ALICIA RENDINA – Licenciada en Ciencias Químicas, egresada de la


Facultad de Ciencias Exactas y Naturales de la Universidad de
Buenos Aires (UBA) en 1983. Obtuvo su Maestría en Ciencias del
Suelo, en la Facultad de Agronomía de la UBA en 2002. Además
posee el título de Máster en Evaluación de Impacto Ambiental
del Instituto de Investigaciones Ecológicas de Málaga, España y
Universidad de Yucatán, México. Su especialidad es la geoquímica
de metales en suelos y sedimentos y tecnologías de remediación:
Estabilización química y Fitoextracción. Es Profesora Asociada
de la Cátedra de Química Analítica de la Facultad de Agronomía,
UBA.
Email: arendina@agro.uba.ar

ANDRÉ LUIS OLIVEIRA VILLELA – Possui graduação em Licenciatura


em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (2002) ,Mestrado e Doutorado (2007 e 2013) em Agronomia
(Ciência do Solo - CPGACS) pela Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro. Desde 2010 é Professor do Colégio Técnico da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde é coordenador
do curso Técnico em Agrimensura e ministra disciplinas de
Práticas de Agrimensura, Desenho técnico e topográfico, e
Desenho e Modelagem Digital. Tem experiências em Agronomia
e Agrimensura, com ênfase em Geomática, Levantamento e
Mapeamento de solos, atuando principalmente com os seguintes
temas: geoprocessamento, Manejo e Conservação do Solo e água,
física do solo, desenho e projeto auxiliado por computador, Desenho
e Modelagem Topográfica, e Cartografia digital. É membro da Rede
Brasileira de Pesquisa em Mapeamento Digital de Solos Visando
à Elaboração de Projetos para o Mapeamento Digital em Alta
Resolução dos Solos do Brasil.
Email: villelandre@gmail.com

ARCÂNGELO LOSS – Arcângelo Loss é Engenheiro Agrônomo formado


pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com

624
Experiências Argentinas e Brasileiras

Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Agronomia-Ciência


do Solo pela UFRRJ. Tem experiência na área de Agronomia, com
ênfase em Gênese, Morfologia, Classificação, Fertilidade e Manejo
de Solos. Atualmente é Professor Adjunto de Gênese, Morfologia e
Classificação de Solos da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Campus Florianópolis. É orientador no Curso de Pós-
Graduação em Agroecossistemas da UFSC. Publicou 69 artigos
em periódicos especializados e mais de 100 trabalhos em anais de
eventos. Atua na orientação de trabalhos de conclusão de curso,
bolsistas de iniciação científica e dissertações de mestrado na área
de Agronomia. Os termos mais frequentes em sua contextualização
científica são: carbono orgânico total do solo, frações oxidáveis do
carbono, carbono orgânico particulado, carbono das substâncias
húmicas, agregação do solo, fertilidade do solo, integração lavoura-
pecuária, dejetos de suínos, agregados biogênicos, agregados
fisiogênicos, sistema plantio direto agroecológico de hortaliças.
Email: arcangelo.loss@ufsc.br

BRUNO JOSE RODRIGUES ALVES – Graduou-se em Agronomia pela


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em 1987. Durante a
graduação foi bolsista de iniciação científica do CNPq na Embrapa
Agrobiologia. Concluiu os cursos de mestrado (1992) e doutorado
(1996) em Agronomia (Ciência do Solo) também pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, especializando-se em técnicas
para estudo da dinâmica de N no solo e quantificação da fixação
biológica de N2, especialmente aquelas baseadas no uso de isótopos
estáveis. Em 2004/2005 realizou um treinamento em nível de Pós-
doutorado na Universidade de Edimburgo (School of Geosciences,
Institute of Atmospheric and Environmental Sciences), Escócia,
na quantificação de gases traço de efeito estufa (N2O e CH4)
derivados do solo. É pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária e professor-orientador do Curso de pós-graduação
em Ciência do Solo, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Tem experiência na área de Agronomia, atuando principalmente
nos seguintes temas: sequestro de C e gases de efeito estufa, fixação
biológica de nitrogênio, dinâmica de N e C em sistemas agrícolas
e agroenergia.
Email:bruno.alves@embrapa.br

625
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

CARINA R. ÁLVAREZ – Ingeniera Agrónoma, egresada de la Universidad


de Buenos Aires en el año 1992. Obtuvo su maestría en la UBA en
1998 y el doctorado en la UBA 2012. Su especialidad: Dinámica de
la materia orgánica, Manejo y Conservación de suelos; Sistemas de
labranza, Calidad física de los suelos. Es Profesora Asociada de la
Cátedra de Fertilidad y Fertilizantes de la Facultad de Agronomía
de Universidad de Buenos Aires. Av. San Martín 4453, Ciudad
Autónoma de Buenos Aires (1417), Argentina.
Email: alvarezc@agro.uba.ar

CARLOS ALBERTO ALVES VARELLA – Doutor em Engenharia Agrícola


pela Universidade Federal de Viçosa (2004). Atualmente é
professor Associado da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Atuando na área de Mecanização Agrícola, com ênfase em
agricultura de precisão, tratores e projeto de máquinas.
Email: varella@ufrrj.br

CAROLINA ALVAREZ – Ingeniera Agrónoma egresada de la Universidad


Nacional de Córdoba en el año 2004. Obtuvo su maestría en la
Universidad de Buenos Aires en 2011. Su especialidad: Fertilidad de
suelos; Fertilización de cultivos; Manejo y Conservación de suelos y
aguas; Sistemas de labranza y su relación con el suelo; Emisiones de
gases con efecto invernadero; Es Investigadora del INTA (Instituto
Nacional de Tecnología Agropecuaria) EEA Manfredi y docente de
la Universidad Católica de Córdoba, Argentina. Dirección: Ruta
Nac. N° 9 km 636 (5988), Manfredi, Córdoba, Argentina.
Email: alvarez.carolina@inta.gob.ar

CELIO I. CHAGAS – Es Ingeniero Agrónomo, Magister Scientiae y Doctor


de la Universidad de Buenos Aires. Fue designado como Profesor
Titular Regular de la Cátedra de Manejo y Conservación de Suelos
de la Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires
a partir de 2009, cargo que continua ejerciendo en la actualidad.
Es Coordinador por Argentina del Proyecto binacional CAPG-BA
040-10 entre la Facultad de Agronomía UBA y el Departamento
de Suelos de la Universidad Federal Rural de Río de Janeiro. Ha
sido Editor Asociado de la Revista Científica de la Asociación
Argentina de la Ciencia del Suelo y actualmente se desempeña como

626
Experiências Argentinas e Brasileiras

Presidente reelecto de la Comisión Científica de Conservación de


Suelos y Aguas de dicha Asociación. Av. San Martín 4453. Ciudad
Autónoma de Buenos Aires. CP 1417.
Email: chagas@agro.uba

DAVID VILAS BOAS DE CAMPOS – Possui graduação em Agronomia pela


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1994), mestrado em
Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Agronomia (Ciência do
Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2003).
Atualmente é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, no Centro Nacional de Pesquisa em Solos (Embrapa
Solos). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em
Fertilidade do Solo e Adubação, atuando principalmente nos
seguintes temas: matéria orgânica do solo, fertilizantes e química
do solo.
Email: david.campos@embrapa.br

EDUARDO LIMA – Possui graduação em Engenharia Agronômica pela


Universidade de São Paulo (1978), mestrado em Solos e Nutrição
de Plantas pela Universidade de São Paulo (1981) e doutorado em
Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (1988). Atualmente é professor adjunto da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na
área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação,
atuando principalmente nos seguintes temas: cana-de-açúcar,
mandioquinha-salsa, sistema de corte da cana, biologia do solo e
vinhaça.
Email: ardolima2@terra.com.br

ELENA DEL VALLE GÓMEZ – Ingeniera Agrónoma, egresada de


la Universidad de Rosario, Argentina. Doctor en Ciencias
Agropecuarias de la Universidad de Buenos Aires (2004). Área
del conocimiento con que se vincula su experiencia laboral:
microbiología de suelos, ecología microbiana y relación con
prácticas agrícolas y sanidad ambiental. Docente de la Cátedra
de Microbiología Agrícola de la Facultad de Ciencias Agrarias de
UNR, Investigador Cat II del Programa Nacional de Incentivos a la

627
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Investigación y directora de Cursos de Posgrado en la especialidad.


Dirección laboral: Facultad de Ciencias Agrarias, Universidad
Nacional de Rosario. Campo Experimental Villarino- 2123 Zavalla-
Santa Fe- Argentina.
Email: lenidelvalle_gomez@yahoo.com.ar

ERICA SOUTO ABREU LIMA – Possui Graduação em Engenharia


Agronômica (2008), Mestrado em Agronomia-Ciência do Solo
(2011) e Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inovação em
Agropecuária (2015), realizados na Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro. Realizou estágio na Argentina pelo Programa de
Centros Associados da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAPG-
BA), intitulado Impactos ambientais provenientes da produção
agrícola: contaminação por metais pesados, degradação e emissão
de gases de efeito estufa. Tem experiência na área de Agronomia,
com ênfase em Química e Poluição do Solo e Fertilidade do Solo,
atuando principalmente nos seguintes temas: Meio Ambiente,
Diagnóstico de áreas contaminadas, Avaliação Preliminar e Análise
Confirmatória, Poluição de solos, Metais Pesados, Remediação e
Gerenciamento de Resíduos, Correção do Solo e Adubação.
Email: ericaabreulima@gmail.com

ERIKA FLAVIA MACHADO PINHEIRO – Graduou-se em Agronomia pela


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Brasil
no ano de 2000. Durante a graduação foi bolsista de iniciação
cientifica pelo CNPq. Concluiu os cursos de Mestrado (2002) e
Doutorado (2007) em Agronomia-Ciência do Solo também pela
UFRRJ, especializando-se em técnicas para estudo da dinâmica
do carbono no solo, baseadas no uso de isótopos estáveis.
Atualmente é Professora do Departamento de Solos, do Instituto
de Agronomia, da UFRRJ. Tem experiência na área de Agronomia,
atuando principalmente nos seguintes temas: dinâmica de C e N
em diferentes agroecossistemas, estabilização do C e mitigação
de gases de efeito estufa na agricultura, tratamento e disposição
racional de dejetos animais.
Email: erika@ufrrj.br

628
Experiências Argentinas e Brasileiras

EVERALDO ZONTA – Possui graduação em Licenciatura em Ciências


Agrícolas e em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (1993), mestrado (1996) e doutorado
(2003) em Agronomia (Ciências do Solo). Atualmente é Professor
Associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foi
chefe do Departamento de Solos, no período de 2002 a 2007.
Participa de comissões internas e externa à Instituição. É Professor
orientador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia (Ciência
do Solo), do Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola,
ambos da UFRRJ e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
Ambiental da UFF. Atua na orientação de monografias, trabalhos
de conclusão de curso, bolsistas de iniciação científica, dissertações
de mestrado, teses de doutorado e supervisão de pós-doutorados
nas áreas de ciências agrárias. Coordena e participa de projetos de
pesquisa na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo
e NMP, atuando nos seguintes temas: fertilidade do solo, nutrição
mineral de plantas e uso de resíduos na agricultura e na remediação
de áreas contaminadas. Coordenador do Laboratório de Estudo
das Relações Solo-Planta (LSP).
Email: ezonta@ufrrj.br

FABIANO BARBOSA DE SOUZA PRATES – Graduado em Agronomia


pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possui Mestrado em
Ciências Agrárias - área de concentração em Agroecologia - pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Doutorado em Agronomia -
Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Trabalhando na linha de pesquisa Fertilidade do Solo: Nutrição
e adubação de plantas oleaginosas. Tem experiência na área de
solos, atuando principalmente nos seguintes temas: Recuperação
de áreas degradadas, Uso de resíduos na Agricultura e Produção
de oleaginosas.
Email: fbprates@gmail.com

FÁBIO CARDOSO DE FREITAS – Possui Doutorado (2013) e Mestrado


(2009) em Agronomia (área de concentração em Ciência do Solo)
pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Agrônomo
também pela UFRRJ (2005) tem experiência na área ambiental com
ênfase na gestão de resíduos sólidos e recomposição da paisagem
natural em áreas degradadas. Trabalhou com pesquisa e tecnologia

629
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

em sítios de tratamento e disposição de resíduos sólidos industriais


nos estados do PR, RJ, ES, AL, SE, RN e BA. Foi por 2 anos professor
substituto no Departamento de Fitotecnia da UFRRJ. Atualmente é
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
campus de Três Rios- RJ, lecionando disciplinas para o curso de
Gestão Ambiental.
Email: fcarfreitas@yahoo.com

FILIPE BEHRENDS KRAEMER – Es Ingeniero Agrónomo, egresado de la


Universidad de Buenos Aires en el año 2006. Obtuvo su maestría
en la UBA en 2011 y su doctorado en la misma Universidad en
2015. Su especialidad: Manejo y conservación de suelos y aguas;
Contaminación de suelos y aguas; Física del suelo y Mineralogía
y micromorfología del suelo; Es Jefe de Trabajos Prácticos de la
Facultad de Agronomía da Universidad de Buenos Aires.
Email: filipebk@agro.uba.ar.

GLAUCIO DA CRUZ GENUNCIO – Possui Graduação em Agronomia


pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1998),
Mestrado e Doutorado em Agronomia, Ciências do Solo (2009).
Faz Pós Doutorado em Agronomia, Nutrição Mineral de Plantas
e Fertilidade do solo na UFRRJ. É Pesquisador Associado do
Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta (LSP).
Email: glauciogenuncio@gmail.com

JOSÉ GUILHERME MARINHO GUERRA – Possui graduação em Agronomia


pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1983), mesma
instituição em que cursou o doutorado em Agronomia - Ciência
do Solo (1993). É pesquisador A da Embrapa Agrobiologia,
pesquisador 1-D no Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e tecnológico (CNPq), professor do Programa de Pós-
Graduação em Fitotecnia e do Programa de Pós-Graduação em
Agricultura Orgânica, ambos da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro onde orienta alunos de mestrado e doutorado. Atua
na área de agricultura orgânica com ênfase em adubação verde e
olericultura orgânica. É bolsista do programa Cientista do Nosso
Estado da FAPERJ e de produtividade no CNPq, coordenando
projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados por estas

630
Experiências Argentinas e Brasileiras

instituições. Coordena um grupo de pesquisa em agricultura


orgânica no diretório do CNPq. Apoia ações de pesquisa e de
socialização do conhecimento junto a agricultores orgânicos e
agroecológicos em parceria com associações, articulações e outros
grupos organizados.
Email: gmguerra@cnpab.embrapa.br

JOSÉ LUIZ RODRIGUES TORRES – Licenciado em Ciências Agrícolas


(1989), e especialização em Maquinas agrícolas, projetos, aplicação
e regulagens pela UFLA-Lavras-MG, Mestre em Agronomia/
Fitotecnia (1994) pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ), Doutor em Agronomia/Produção Vegetal pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Jaboticabal-
SP (2003), Pós-doutorado em Ciência do Solo pela UFRRJ (2013).
Atualmente é professor/pesquisador Titular do Instituto Federal do
Triângulo Mineiro (IFTM) Campus Uberaba, Professor/orientador
no curso de Pós-Graduação em Agronomia/Ciência do Solo da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Publicou 50 artigos em
periódicos especializados e 149 resumos expandidos Congressos/
Reuniões/Simpósios. Tem experiência na área de produção,
decomposição e ciclagem de nutrientes dos resíduos culturais de
plantas de cobertura e indicadores de qualidade do solo no Cerrado.
É Coordenador do grupo de pesquisa junto ao CNPq de “Manejo e
conservação do solo e água no Cerrado”, que tem como principais
linhas de pesquisa: 1 - Agricultura conservacionista no Cerrado; 2 -
Cultivo de olerícolas em sucessão a diferentes coberturas do solo; 3
- Indicadores da qualidade do solo; 4 - Integração lavoura/pecuária
em sistema de manejo conservacionista; 5 - Manejo integrado
de bacias hidrográficas; 6 - Plantas de cobertura do Cerrado; 7 -
Recuperação de áreas degradadas.
Email: jrltorres@iftm.edu.br

JOSÉ M. FEBLES GONZÁLEZ – Licenciado en Geografía Física General.


Facultad de Geografía. Universidad de La Habana (1974).: Doctor
en Ciencias Agrícolas. Ph. D. (1989).DOCTOR EN CIENCIAS
(2007).Profesor Titular de Ciencias del Suelo y de Ciencias
Ambientales.Presidente del Tribunal Permanente de Edafología
de la República de Cuba. Sus resultados han tenido una amplia
y sostenida repercusión en la práctica agrícola en Cuba y en el

631
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

extranjero. Su realización ha contribuido a la producción de


importante información científico técnica en el tema que ha
desarrollado a través de un Doctorado en Ciencias; siete tesis de
Doctorados en Ciencias Agrícolas y una en Ciencias Geológicas.
Más de 35 tesis de Maestrías, Tesis de Grado a través de grupos
científico - estudiantiles, así como Servicios Científico Técnicos
Especializados a entidades de la producción y en la ejecución de
Proyectos Internacionales. Los principales resultados han sido
presentados en eventos nacionales e internacionales de prestigio y a
través de la publicación de numerosos libros y artículos en revistas
de punta. Ha dirigido investigaciones de carácter multidisciplinario
en el Occidente de Cuba, en la Región Central Andina del Ecuador,
en el Valle del río Guadalquivir (tramo Sevilla - Cádiz) en España,
Indicadores de Sostenibilidad en la Agricultura de Subsistencia,
Chiapas (México), en la Cuenca del Río Piraí en el Departamento de
Santa Cruz (Bolivia), Indicadores de Sostenibilidad de Ecosistemas
Agrícolas (España y Venezuela). Determinación del impacto de
la erosión en la zona Centro - Sur de Cuba Usando Trazadores
Radioisotópicos del Ciclo del Movimiento del Suelo (Cuba);
Contaminación de Suelos por Metales Pesados (Cuba); Uso de las
tecnologías espaciales para la evaluación, monitoreo y manejo de
desastres naturales en la agricultura (Red Temática CYTED. Cuba);
Impacto del cambio y duración del uso de la tierra sobre la calidad de
los suelos Ferralíticos Rojos y subtipos asociados de la Llanura Roja
Habana-Matanzas (PRCT Medio ambiente y desarrollo sostenible
cubano . CITMA. (Cuba), Determinación de Valores de Referencia
en Suelos Contaminados por Metales Pesados (Brasil) y Potencial
de Aplicação da Torta de Mamona na Agricultura, na Remediação
de Áreas Impactadas e na Recuperação de Áreas Degradadas.
(Brasil). Ha dictado cursos en la Universidad de Agricultura de
Zollikofen (Suiza, 2002), Centro Agricultura Orgánica Universidad
de Upsala (Suecia, 2002), Universidad de Amberes (Bélgica, 2004),
Universidad de Saarland (Alemania, 2004), Universidad Autónoma
de Chiapas (México, 2008), Universidad de Almería (España,
2004 - 2011); Universidad Santiago de Compostela (España, 2002
- 2011), Universidad de Santiago de Compostela (Campus de Lugo)
(España, 2003 - 2010); Universidad Rómulo Gallegos (Venezuela,
2010); Universidad Federal Rural de Río de Janeiro (Brasil; 2010 -
2012), entre otras.

632
Experiências Argentinas e Brasileiras

Email: febles@rect.uh.cu.

JULIANO BAHIENSE STAFANATO – Possui graduação em Engenharia


Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(2007), mestrado em Agronomia (Ciências do Solo) pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2009) e doutorado
em Agronomia-Ciências do Solo da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (2013). Tem experiência na área de Agronomia,
com ênfase em Fertilidade do Solo, Adubação e Fertilizantes.
Atuando principalmente nos seguintes temas: nitrogênio, enxofre,
biureto, nutrição de plantas, eficiência de fertilizantes, volatilização
e lixiviação de N. Atualmente é Pesquisador Associado do
Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta (LSP) da UFRRJ.
Email: jstafanato@yahoo.com.br

LILIANA GRACIELA MARBÁN – Ingeniera Agrónoma y Magister


Scientiae en Ciencia del suelo. Profesional Principal del CONICET.
Profesora de grado y posgrado Fac. Agronomía Universidad de
Buenos Aires. Profesora invitada del Programa Internacional de
Centros de Posgrados Asociados, dependiente del Ministerio de
Educación (Argentina) /CAPES (Brasil) 2009, 2011. Editora de
Libro. Tecnologías en análisis de suelos. “Alcance a laboratorios
agropecuarios” 1ª Ed. Buenos Aires 2005. L. Marbán, S. Ratto y
ACSS. ISBN 987-21419-1-6. Coautor del Libro Edafología: Bases
y Aplicaciones Ambientales Argentinas. Marta E Conti y Lidia
Giuffre (Ed.) 1ªEd. Editorial Facultad de Agronomía-Universidad
de Buenos Aires, 2011. 656p. ISBN 978-950-29-1323-0. Capítulo:
Reacción del Suelo y Azufre.
Email: marban@ingeis.uba.ar

MÁRCIO OSVALDO LIMA MAGALHÃES – Possui graduação em


Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro (2006), Mestrado em Agronomia (Ciências do Solo) pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2008), Doutorado
em Agronomia-Ciência do Solo (2011), realizou estágio no exterior:
Em Cuba pelo projeto de cooperação internacional CAPES-MES,
intitulado Estimativas das concentrações naturais de metais
pesados e proposição de valores de referências para algumas
classes de solos da província de Havana Cuba e na Argentina

633
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

pelo Programa de Centros Associados da Pós-Graduação


Brasil-Argentina (CAPG-BA), intitulado Impactos ambientais
provenientes da produção agrícola: contaminação por metais
pesados, degradação e emissão de gases de efeito estufa . Também
realizou Pós Doutorado na UFRRJ. Tem experiência na área de
Agronomia, com ênfase em Química do Solo na área de poluição
de solo e fertilidade, atuando principalmente nos seguintes temas:
Meio Ambiente, Diagnóstico de áreas contaminadas, Avaliação
Preliminar e Análise Confirmatória, Poluição de solos, Metais
Pesados, Remediação e Gerenciamento de Resíduos, Correção do
Solo e Adubação. Atualmente é professor adjunto na área de ciência
do solo no curso de agronomia da UNEMAT/Tangará da Serra. É
líder do grupo de pesquisa Solos, Fisiologia e Nutrição de Plantas
(SFNP).
Email: marciomagalhaes@unemat.br

MARCOS BACIS CEDDIA – Possui graduação em Engenharia Agronômica


pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1992), bem
como Mestrado e Doutorado em Agronomia (Ciências do Solo-
CPGA-CS) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(mestrado - 1996 e doutorado -2000). É professor da UFRRJ desde
1997 (Associado III) sendo responsável pela disciplina de física do
solo no Depto de Solos da UFRRJ. Na Pós-Graduação, pertence ao
quadro permanente do Curso de Pós -Graduação em Agronomia-
Ciência do Solo (CPGA-CS) e do Programa de Pós Graduação em
Modelagem Matemática Computacional da UFRRJ (PPGMMC).
No CPGA-CS é professor responsável pelas disciplinas de Física do
Solo e de Manejo e Conservação de Água e Solos. No PPGMMC
é responsável pela disciplina Geoestatística Aplicada a estudos
Ambientais. Orientou 34 estudantes, sendo 14 de graduação, 15
de mestrado e 5 de doutorado. Atualmente orienta 4 doutorandos
e 2 mestrandos. Possui 25 trabalhos científicos publicados e 2
capítulos de livro. Tem experiência na área de Agronomia, com
ênfase em Física do solo, Geoestatística, Mapeamento digital de
solos e Manejo e Conservação do Solo. No período de junho de
2002 até maio de 2003 participou da elaboração e implantação do
Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola da UFRRJ
(PPGEA). No período de 2003 a 2005 atuou como Coordenador da
Região Centro-Oeste junto ao PPGEA. Atualmente é coordenador

634
Experiências Argentinas e Brasileiras

de 5 projetos de pesquisa: 1- Erosão Hídrica em Solos Amazônicos;


2- Modelagem e mapeamento de atributos físico-hídricos em
sistemas de produção agroecológicos; 3- Desenvolvimento de
algorítimos de mapeamento da qualidade físico-hídrica dos solos;
4-Desenvolvimento e aplicação de técnicas integradas ao uso e
manejo da produção animal e vegetal da UFRRJ; 5- Implantação
de Museu de Ciências da Terra no Estado do Rio de Janeiro:
Desenvolvimento de ações educativas e divulgação científica na
sociedade. Desde 2011 é membro da Rede Brasileira de Pesquisa
em Mapeamento Digital de Solos Visando à Elaboração de Projetos
para o Mapeamento Digital em Alta Resolução dos Solos do Brasil.
Email: ceddia@ufrrj.br

MARCOS GERVASIO PEREIRA – Engenheiro Agrônomo formado pela


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), concluiu
o doutorado em Agronomia (Ciência do Solo) nesta Instituição
em 1996. Atualmente é professor Associado IV da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Foi chefe do Departamento de
Solos, no período de 2000 a 2001. De abril de 2009 até outubro de
2013 foi Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia
- Ciência do Solo (CPGA-CS) da UFRRJ. A partir de outubro
de 2013 passa a ser Coordenador Substituto do CPGA-CS. É
orientador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia (Ciência do
Solo) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
e Florestais, ambos na UFRRJ. Bolsista de Produtividade 1 C do
CNPq e Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Membro da
Comissão da CAPES de Avaliação de Programas de Pós-graduação
na área de Ciências Agrárias a partir de 2013. Publicou 217 artigos
em periódicos especializados e 395 trabalhos em anais de eventos.
Participou em 50 eventos no Brasil. Recebeu 26 prêmios e/ou
títulos. Atua na orientação de monografias, trabalhos de conclusão
de curso, bolsistas de iniciação científica, dissertações de mestrado,
teses de doutorado e supervisão de pós-doutorados nas áreas de
Agronomia, Recursos florestais e Engenharia Florestal, Botânica
e Ecologia. Recebeu 6 prêmios e/ou homenagens. A partir de
agosto de 2013 passou a ser 2 Vice-Diretor da Regional Leste da
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Vice Diretor da Divisão
3 - Uso e Manejo do Solo, da Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo, participando ainda da Comissão de Planejamento do Uso da

635
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Terra desta Divisão, da qual é Vice-coordenador. É membro titular


da Comissão de História, Epistemologia e Sociologia da Ciência
da Divisão 4 - Solo, Ambiente e Sociedade (SBCS). Coordena e
participa de projetos de pesquisa relacionados à pedologia, ciclagem
de nutrientes e uso e manejo do solo nos Biomas, Caatinga, Mata
Atlântica, Cerrado, Pantanal, Amazônico e Pampa.
Email: gervasio@ufrrj.br

MARIA GABRIELA FERREIRA DA MATA – Engenheira Agrônoma pela


Universidade Federal de Viçosa (2005), Especialização em Estudos
Latino-Americanos pela Universidade Federal de Juiz de Fora
(2008) e Mestre em Agronomia-Ciência do Solo pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (2012). Atualmente doutoranda
no Curso de Pós-Graduação em Agronomia-Ciência do Solo da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência
na área de Agronomia, com ênfase em Geoprocessamento e
Agroecologia, atuando principalmente nos seguintes temas:
agricultura orgânica, desenvolvimento rural, reforma agrária,
parcelamento e geoprocessamento.
Email: mgfmata@yahoo.com.br

MARINA B. VEGA CARREÑO – Graduada de Ing. Geofísica en 1977,


Master en Geofísica Aplicada 1996, Doctor en Ciencias Geológicas
2006 y Profesora Titular del Dpto. de Geociencias de la Facultad de
Ingeniería Civil Instituto Superior Politécnico José A. Echeverría
2007. Desde su graduación en 1977 se ha dedicado a la docencia de
pregrado de la Disciplina Geología en la carrera de Ing. Geofísica
fundamentalmente y en la Carrera de Ing. Civil. Se destacan
los resultados en el campo de las investigaciones en suelos de
regiones cársicas, que ha presentado en eventos nacionales e
internacionales, y publicado en numerosos artículos en revistas de
la Web de las Ciencias, y capítulos de libros, Premio de Estudios
Iberoamericanos La Rábida, Premio de la Academia de Ciencias
y Premio Especial de CITMA. En su trayectoria investigativa ha
participado en proyectos internacionales del CYTED y la AECID
con universidades españolas y latinoamericanas. Ha sido profesor
invitado de universidades españolas, venezolanas y nicaragüenses.
Ha participado como miembro de varios tribunales para defensa
de tesis de doctorado. Ha sido cotutora (2008) y tutora (2009) de

636
Experiências Argentinas e Brasileiras

tesis de doctorado. Actualmente es la Presidenta de la Comisión


Nacional de la Carrera de Ing. Geofísica, Jefa del colectivo de esa
Carrera en la Cujae y Directora de la Sección de Ciencias Técnicas
de la Comisión Nacional de Grados Científicos de Cuba.
Email: mvega@clivil.cujae.edu.cu.

MARIO G. CASTIGLIONI – Ingeniero Agrónomo, egresado de la


Universidad de Buenos Aires en el año 1986. Obtuvo su maestría
en la UBA en el año 2005 y está realizando el doctorado en
la Universidad Nacional de Rosario. Especialidad: Manejo y
Conservación de suelos y aguas; propiedades físicas de los suelos;
procesos de degradación de las tierras. Profesor de la Facultad de
Agronomía de la Universidad de Buenos Aires, Cátedra: Manejo y
Conservación de Suelos.
Email: castigli@agro.uba.ar

MARTA ELVIRA CONTI – Investigadora Principal del CONICET. Profesora


Titular Ad-honorem del Departamento de Recursos Naturales y
Ambiente de la Universidad de Buenos Aires. Creadora, Directora
(1987 al 2007) y Profesora del programa Ciencias del Suelo de la
Escuela Para Graduados de la FA-UBA. Especialidad: Edafología,
Química y Bioquímica de suelos. Directora del Programa binacional
de Centros de Posgrados Asociados, dependiente del Ministerio de
Educación (Argentina) /CAPES (Brasil) 2006-2010. Editora de los
libros: “Principios de Edafología”1998, 2000, 2011, ISBN: 950-43-
9315-2, EFA FA-UBA(Argentina) y “Emisiones de gases con efecto
invernadero en Iberoamérica” 2009.Conti ME y J Campo. ISBN:
978-84-937437-0-3. Editorial SiFyQA (España).
Email: conti@agro.uba.ar

MARTA SUSANA ZUBILLAGA – Es Ingeniera Agrónoma de la Universidad


de Buenos Aires, Magister Scientiae Area Ciencias del Suelo de la
Universidad de Buenos Aires. Obtuvo un doctorado en Toxicología
de la Universidad de Buenos Aires y un segundo doctorado en
Ciencias y Tecnología Ambiental, Universidade Da Coruña. Su
especialidad: ciencias del suelo – compostaje de residuos. Es profesora
de la Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires.
Email zubillag@agro.uba.ar

637
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

MIGUEL A. TABOADA – Ingeniero Agrónomo, egresado de la FAUBA en


1979. Obtuvo su maestría en Ciencia del Suelo en la UBA en 1991 y se
doctoró en el “Institut National Polytechnique” de Tolouse, Francia,
en 2006. Sus temas de investigación son física de suelos y emisiones
de gases con efecto invernadero. Es Profesor Asociado de la Cátedra
de Fertilidad y Fertilizantes de la FAUBA y Director del Instituto de
Suelos- CIRN. INTA. Dirección: Nicolás Repetto y de los Reseros
s/n (1686), Hurlingham. Provincia de Buenos Aires, Argentina.
Email: taboada.miguel@inta.gob.ar

MIRTA GRACIELA GONZÁLEZ – Ingeniera Agrónoma, egresada de la


Universidad de Buenos Aires. Obtuvo su maestría en la UBA.
Su especialidad: Edafología, Química y Bioquímica de suelos.
Profesora e investigadora de la Facultad de Agronomía da
Universidad de Buenos Aires. Profesora invitada del programa
en Ciencias del Suelo de la Escuela para Graduados, FA-UBA.
Profesora invitada del Programa binacional, Centros de Posgrados
Asociados, dependiente del Ministerio de Educación (Argentina)
/CAPES (Brasil) 2006-2011. Autora de los capítulos, Reacción del
suelo y poder regulador, Ciclo biogeoquímico del potasio y Materia
Orgánica del suelo, del libro “Principios de Edafología”1998, 2000,
2011, ISBN: 950-43-9315-2., EFA-UBA (Argentina).
Email: mggonzal@agro.uba.ar

NELSON MOURA BRASIL DO AMARAL SOBRINHO – Possui graduação


em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (1979), mestrado em Agronomia (Ciências do Solo) pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1983) e doutorado
em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade
Federal de Viçosa (1993). Professor Titular do Departamento
de Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Atualmente, é Coordenador da Área de Ciências Agrárias da
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(FAPERJ), ex membro do Comitê Assessor de Agronomia do CNPq
(até 12/2010), membro do Comitê Assessor Externo da Embrapa
Solos, membro da Comissão de avaliação pelo MCTI do Instituto
de Desenvolvimento sustentável Mamirauá (IDSM), membro da
comissão de acompanhamento de projetos financiados pela AECID
junto a Universidade Estatal de Bolívar, Guaranda-Equador e ex

638
Experiências Argentinas e Brasileiras

Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Agronomia Ciência


do Solo da UFRRJ . Recebeu, em 2015, prêmio da Academia de
Ciências de Cuba na modalidade de resultados de investigação
científica como colaborador do trabalho; Buenos Suelos em
Extinción: La Degradación de los Suelos Ferralíticos Rojos en el
Occidente de Cuba;.Tem experiência na área de Agronomia, com
ênfase em Poluição do Solo, atuando principalmente nos seguintes
temas: metais pesados, resíduos industriais, contaminação
ambiental por metais pesados, remediação de áreas contaminadas
e fitorremediação. Coordenador do Laboratório de Química e
Poluição do Solo e Sub-Coordenador do Laboratório de Estudo das
Relações Solo-Planta.
Email: nelmoura@ufrrj.br

OLGA S. HEREDIA – Cátedra de Edafología, Dto e Recursos Naturales


y Ambiente. FAUBA. Av. San Martín 4453. heredia@agro.uba.ar.
La Dra. Olga Susana Heredia, ingeniera agrónoma, egresada de la
Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires en el
año 1983. Master en ciencias del suelo de la Escuela para Graduados
de la FAUBA; Doctor de la Escuela de Graduados de la Facultad de
Ciencias Veterinarias, UBA. Area de trabajo, química de suelos y
la química de aguas, en particular en las relaciones funcionales del
efecto que la zona no saturada tiene sobre la composición del agua
de poro y el agua subterránea. Profesora e investigadora, Cátedra
de Edafología de la FAUBA. Av. San Martín 4453, 1417 CABA.
Email: heredia@agro.uba.ar

OLGA SUSANA CORREA – Ingeniera Agrónoma, egresada de la Universidad


de Buenos Aires (UBA), Argentina. Magister of Science en Producción
Vegetal de la UBA (1998). Área del conocimiento con que se vincula
su experiencia laboral: microbiología de suelos, ecología microbiana,
rizobacterias promotoras del crecimiento vegetal y control biológico.
Docente a cargo de la Cátedra de Microbiología Agrícola de la
Facultad de e Agronomía de la UBA UNR, Investigador Cat II del
Programa Nacional de Incentivos a la Investigación y directora de
Cursos de Posgrado en la especialidad. Dirección laboral: Universidad
de Buenos Aires, Facultad de Agronomía, Cátedra de Microbiología
Agrícola. Avenida San Martín 4453 (C1417DSE). Ciudad Autónoma
de Buenos Aires, Argentina.

639
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Email: correa@agro.uba.ar

OSCAR J. SANTANATOGLIA – Es Ingeniero Agrónomo egresado de la


Universidad Nacional del Sur. Hasta el año 2009 se desempeñó como
Profesor Titular Regular de la Cátedra de Manejo y Conservación
de Suelos FAUBA. Actualmente es Profesor Titular Emérito de la
Universidad de Buenos Aires. Su área de interés en investigación
incluye: relevamiento y evaluación de procesos de degradación/
desertificación de recursos naturales, delimitación a través de
la metodología FAO de áreas de máxima fragilidad ambiental,
e identificación de indicadores de degradación/contaminación
ambiental. Av. San Martín 4453. Ciudad Autónoma de Buenos
Aires. CP 1417.
Email: santanat@agro.uba.ar
RAFAEL ANTÔNIO PRESOTTO – Possui graduação em Agronomia pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2011) e mestrado em
Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (2013). Atualmente é Agente Técnico de Formação
Superior I da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina (EPAGRI). Tem experiência na área
de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação,
atuando principalmente nos seguintes temas: sódio, salinidade,
resíduos de E&P, Ricinus communis l. e sodicidade.
Email: rafael_presotto@hotmail.com
ROBERT MICHAEL BODDEY – Possui graduação em Química Agrícola
- Leeds University (1975), graduação em Metalurgia - Royal
School Of Mines Imperial College, University of London (1969)
e DoutoradoemAgricultura - University of The West Indies
(1981). Atualmente é pesquisador III da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, professor credenciado (Depto do Solos)
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Membro do
Editorial Board of Nutrient Cycling in Agroecosystems (Springer
Publishers) e da Pesquisa Agropecuária Brasiliera (Embrapa). Tem
experiência na área de Agronomia, com ênfase em Ciência do Solo
e Microbiologia do Solo, atuando principalmente nos seguintes
temas: Ciclagem de nutrientes em agro-ecossistemas, isótopos
estáveis, dinâmica de matéria orgânica do solo, seqüestro de

640
Experiências Argentinas e Brasileiras

carbono no solo, gases efeito estufa, fixação biológica de nitrogênio,


viabilidade energética de biocombustíveis.
Email: boboddey@gmail.com

ROBERTO SERAFINI – Licenciado en Ciencias Biológicas, egresado de la


Universidad de Buenos Aires en el año 1996. Su especialidad es:
Tolerancia de plantas acuáticas al stress por metales pesados, desde
una perspectiva ecológica y mediante el análisis por microscopía
óptica y electrónica; actualmente se desarrolla en el ámbito de
las bioenergías. Es docente de la Facultad de Agronomía de la
Universidad de Buenos Aires desde el año 2004.
Email: serafini@agro.uba.ar

SEGUNDO URQUIAGA – Segundo Sacramento Urquiaga Caballero


concluiu o doutorado em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em 1982. Atualmente
é Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
Publicou 176 artigos em periódicos especializados. Possui 66
capítulos de livros e 3 livros publicados. Recebeu 32 prêmios
e/ou homenagens. Atua principalmente nos seguintes temas:
Fixação biológica de nitrogênio, dinâmica de N e C em sistemas
agrícolas,agroenergia,mitigação de gases de efeito estufa.
Email: segundo.urquiaga@embrapa.br

SILVANA ARREGHINI – Licenciada en Ciencias Biológicas, egresada de la


Universidad de Buenos Aires en el año 1994. Obtuvo su doctorado
en Ciencias Biológicas de la Universidad de Buenos Aires en el tema
“Bases para la clasificación, monitoreo y remediación de un río
de llanura. Una aproximación a nivel de cuenca”. Su especialidad
es: Calidad de aguas y fitorremediación con plantas acuáticas. Es
docente de la Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos
Aires desde 1999.
Email: sarreghi@agro.uba.ar

SILVIA E.RATTO – Ingeniera Agrónoma. Magíster Scientae en Ciencias


del Suelo. EPG-FAUBA. Profesora de la Facultad de Agronomía
de la Universidad de Buenos Aires y Directora de la Maestría en

641
Impactos Ambientais Provenientes da Produção Agrícola:

Ciencias del Suelo, EPG-FAUBA. Ha investigado en química del


Suelo, microelementos aplicados a la agricultura, contaminación
y calidad de sedimentos. Actualmente trabaja en proyectos con la
empresa CEAMSE que se ocupa del procesamiento y distribución
de los residuos en el área urbana y periurbana de la ciudad de
Buenos Aires, Argentina para la producción de compost, biomasa
para energía y emisiones asociadas. Facultad de Agronomía.
Universidad de Buenos Aires.
Email: sratto@agro.uba.ar

VANINA. R. N. COSENTINO – Licenciada en Ciencias Biológicas de


la Universidad de Buenos Aires (UBA), egresada en 2007. Es
actualmente estudiante de doctorado en Ciencias Agrarias
en la Facultad de Agronomía de la UBA (FAUBA).Su tema de
investigación es emisiones de gases de efecto invernadero desde
suelos agrícolas en sistemas bajo siembra directa. Es docente de la
Catedra de Fertilidad y Fertilizantes de la FAUBA e investigadora
del Instituto de Suelos/CIRN del INTA (Instituto Nacional de
Tecnología Agropecuaria). Dirección: Nicolás Repetto y de los
Reseros s/n (1686), Hurlingham. Provincia de Buenos Aires,
Argentina.
Email: cvanina@agro.uba.ar.

642

S-ar putea să vă placă și