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S o c io l o g ia (v o l u m e II)
E D IT O R A S U M A R É
R u a D e s e m b a rg a d o r G u im a rã e s, 21
T c le lo n c : ( 0 1 1) 2 6 3 -3 2 5 9
F ax : (0 1 1 )2 6 3 -1 6 0 5
C E P 0 5 0 0 2 -0 5 0 - Á g u a B ra n c a - S ã o P a u lo
C o p y rig h t © 2 0 0 2 - A n p o c s
I a e d iç ã o : 19 9 9
1'- re im p re s sã o : 2 0 0 2
C ap a G erm an a M o n te M ór
C o m p o s iç ã o S ilv a n a B ira l
R e v is ã o A lic e K yo k o M iy a s h iro
D a d o s I n te rn a c io n a is d e C a ta lo g a ç ã o na P u b lic a ç ã o (C IP )
(C â m a r a B r a s ile ir a d o L iv ro , S P , B r a s il)
O Q u e lev un c iê n c ia s o c ia l b r a s ile ir a
( 1 9 7 0 - 1 9 9 5 ) / S é r g io M ic e li ( o r g .) .- 2 . c d . - S ã o
P a u lo : E d ito ra S u m a r é : ANPOCS ; B r a s ília , DF :
C A PE S, 1999.
V á rio s a u to res.
C o n teú d o : V . 1. A n t r o p o lo g ia - v . 2 . S o c i o l o g i a - v . 3.
C iê n c ia p o lític a .
B ib lio g ra f ia .
IS B N : 8 5 - 8 5 4 0 8 - 2 9 -4
1. C iê n c ia s s o c ia is - B r a s il - B ib lio g r a f ia
I. iV lic e li,S e rg io .
9 9 -4 1 3 4 C D D -3 0 0 .9 8 1
ín d ic e s p a ra c a tá lo g o sis te m á tic o :
1. B r a s il: C iê n c ia s s o c ia is : B ib lio g r a f ia 3 0 0 .9 8 1
0 Q U E LER N A C I Ê N C I A S O C I A L B R A S I L E I R A
( 1970 - 1995 )
S o c i o l o g i a ( v o l u m e II)
S u m á r io
A prhsunta ção
9
1. A n t o n i o S k r g i o A i .f r k d o G u i m a r à i ;
Classes Sociais
13
2 . N k i .s o n d o V a i . i .k S ii .v a
Mobilidade Social
.5 7
3. S o n ia M . G . L a r a n g k ir a
M o b ilid a d e S o c ia l ( c o m e n t á r io crític o )
95
4. S k r g i o M i c i ci .i
Intelectuais Brasileiros
109
5. L ú c i a L ippi O u v i u r a
Interpretações sobre o Brasil
147
6 . M a r j a L u j z a H k j i . b o r n k B ii . a S o r j
Estudos de gênero no Brasil
183
7. M a r i a F ii.o m k n a G r k g o r i
Estudos dc gênero no Brasil (comentário crítico)
223
8. A n t ô n i o F i . á v i o P i k r u c c i
Sociologia da religião - área impuramente acadêmica
237
9. M a r i a d a G l o r i a B o n m .i.i
Iistudos sobre profissões no Brasil
287
A presen tação
tal mente, da ação das classes. Tal esdlo de fazer sociologia con
siste, basicamente, em interpretar e explicar um fenômeno social
qualquer a partir do comportamento e das atitudes de atores
coletivos, referidos, direta ou indiretamente, às classes sociais,
prescindindo ou não de atores individuais.
0 ESTAD O E O S EM PRESÁRIO S CO M O A G E N TE S SO C IA IS
10. Cardoso (1987: 27) tem o seguinte diagnóstico: “A desilusão com os esque
mas globalizantes passou a alimentar a busca de explicações qualitativas
para os novos problemas que se colocavam e que diziam respeito ao siste
ma de dominação e seu m odo de operar. A progressiva rigidez da teoria
marxista, tal com o vinha sendo usada, abriu caminho para novas form as de
investigação”.
1 1 . A fórm ula cunhada por Emilia Viotti (1990) “estruturas versus experiência”
sintetiza o que estava em jogo na revisão.
C i .a s s h s S o c i a i s 25
(...) ao n a rra r o que anda acontecendo com os trab alh ad ores e seus
m ovim entos sociais, p arte desta produ ção sociológica recente parece ques
tionar p rofundam ente o co n ceito de classe social co m o paradigm a teórico
in stitu íd o e adquirido pelas ciências sociais (...)
12. O s novos m ovim entos sociais eram geralmente caracterizados pela “sua
independência com relação aos políticos profissionais e aos partidos, bem
com o sua capacidade de expressar os desejos de base da sociedade.” (Car
d oso 1987'. 28) Eram vistos, pois, com o atores sociais, com o m esm o
estatuto teórico das classes.
13. “ Uma classe é tentativa de desenvolver poder efetivo através da força das
massas, i.e., através do grande núm ero daqueles que pertencem a esse
26 A n t o n io S k r g i o A i .v r k d o G u i m a r A k s
A fraqueza de grand e parte dessa literatura tem con sistido num certo
form alism o, d erivand o daí, com freqüência, um tratam en to da dim ensão da
política apenas co m o um elem ento estrutural - p o r exem plo, nos estudos
que se lim itam a d em o n strar que a política se en contra em butida no p ro
cesso de trabalho através do sistem a de m áquinas e no co n tro le social da
p ro d u ção -, c não na riqueza das suas d eterm inações con cretas no plan o da
con ju n tu ra.
16. Para acom panhar este debate ver PouJantzas (í 973, í 977, í 978, 3 983),
Carchedi (1977), W right (1 9 7 7 ,1 9 7 8 ,1 9 8 5 ), Ehrenreich e Bhrenreich (1979),
Abercom bie e U try (1983) e Simões (1992).
Ci.ASSiiS S o c i a i s 31
17. A exceção fica por conta da tese de doutorado de Simões (1989), defendi
da em Londres.
32 A n t o n io S i í r g i o A i.p r k d o G u i m a r Ahs
18. Exemplo disso é o sumário que Gnaccarini e Moura (1983: 17) fazem da
persistente análise da relação entre campesinato e capitalismo: “(...) po
dem-se destacar dois tipos de trabalhos: os estudos onde a ênfase é posta
nas form as de subordinação do trabalho camponês ao capital e os estudos
das estruturas internas da produção familiar, interessados ambos nos diver
sos planos de dominação-resistência que vivenciam os atores sociais.”
34 A n TO M O SH R CIO A J.FRJiDO &U1MARÃHS
d om inante para extração e captação de seu so b retrab alh o (...) [e] seria tam
bém gerada na ocu p ação da fron teira agrícola.
tal modo que uma certa ordem prevaleceria sempre entre elas: o
segredo de tal ordenamento devendo-se à produção da vida mate
rial (à economia em última instância). Por muito tempo, a industri
alização capitalista, na Europa, nos Estados Unidos e no resto do
mundo, pareceu dar razão a Marx, no sentido de que uma classe
emergente de trabalhadores industriais parecia ter interesses opos
tos (do ponto de vista de um observador racional) à classe capita
lista e vontade política de impor à sociedade um novo ordenamento
econômico. A teoria de Marx, entretanto, não dava conta da com
plexidade da articulação entre economia, cultura e política.
O aprimoramento da teoria marxista foi, primeiramente, feito
por seus críticos, principalmente os cientistas sociais alemães,
que introduziram uma certa flexibilidade e contingência no modo
como tais esferas poderiam se articular, ou não. Conceitos como
o de associação, comunidade, classe, status e partido procuravam, justa
mente, tornar analiticamente separáveis, e historicamente contin
gentes, as diferentes esferas —a economia, o poder e o prestígio
social - , a organização de interesses racionais e o sentimento de
pertença comunitária. Tal revisão devia-se tanto à oposição ideo
lógica quanto às crescentes dificuldades empíricas de dem onstra
ção da teoria marxista no O c id e n te (Kautskí 1971), n o que pese
o seu sucesso político na Rússia.
Por dentro do marxismo acadêmico, só no começo dos 60
deste século a teoria marxista das classes veio a sofrer alterações
sign ificativas. Isso o correu tanto nas prop o siçõ es de E.P.
Thompson — em sua bem sucedida tentativa de fazer da expe
riência coletiva e do sentimento comunitário os núcleos da for
mação das classes trabalhadoras — quanto nas proposições de
Althusser e Poulantzas, que reconstruíam a teoria marxista em
seu feitio estru tu ralista (do ponto de vista conceituai) e
funcionalista (do ponto de vista da lógica de explicação).
No Brasil, a teoria das classes teve uma carreira interessan
te. Do final dos anos 40 até o final dos 60, a teoria gozou de
C i .a s s k s S o c i a i s 37
* * *
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C i .a s s k s S o c i a i s 53
1 - B r e v ís s im o Re s u m o dos C ic l o s In t e r n a c io n a is
II - A Produção sobre M o b il id a d e no B r a s il
III - O bservações F in a is
APÊN D IC E
Resumos.
C onclusões:
R E FE R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S
(c o m e n t á r io c r ít ic o )
Sônia M. G. La rangeira
E ntretan to , cab eria tam bém lem b rar que, no início dos
anos 70, o m arxism o rende-se à realidade dos fatos, e o livro
dc P oulantzas, A s classes no capitalismo de hoje, pub licado na F ran
ça em 1974 c traduzido, no B rasil, no ano seguinte, tam bém
pela Z ahar editores, é exem plo disso, abrin do um a p orta, se não
aos estudos de estratificação social à m oda n o rte-am erican a,
pelo m enos aos estudos sobre classe m édia, g ru p o s sociais que
Poulantzas denom inou de noua pequena burguesia. E studos sobre
as “ novas classes m édias” , sem ad o tar um a persp ectiva pura
m ente m arxista, m as pro curando pro m o ver o casam en to teórico
en tre M arx e W eber, foram m uito p rofícuo s, esp ecialm en te na
In glaterra (vide U rry, J & A b ercro m b ie, N. Capital, labour and
m iddle class. London: G. A llen & U nw in and editors, 1984), p er
m itindo o levantam en to e a discussão de um a série de questões
relativas às m udanças o co rrid as nas últim as décadas na estru tu
ra social, com o a cham ada proletarização de pro fissio n ais de
nível superior.
A ausência de interesse pelo tem a entre os sociólogos b rasi
leiros é realm ente surpreendente, con siderando-se que o país
atravessava período cle inten sa transform ação social que repercu
100 So n ia M . G. La r a n g iu r a
Sergio M iceli
1. M IC E L I, S erg io , Poder, sexo e leiras na República Velha-, estu d o clín ico dos
an ato lian o s, S ão Paulo, P erspectiva, 1 9 7 7 ;_________ , Intelectuais e classe diri
gen te no B rasil (1920-1945), S ão Paulo, Oi fel, 1979.
I N T K I .K C T U A I S B R A S I I . K I R O S 111
“história das idéias”, onde as opiniões dos autores são tom adas
pelo valor de face, pelo sentido literal, com o indícios de verdade
de sua posição e projeto sociais. Em brenhando-se por esses ata
lhos de m étodo bricoleur; reitera-se a tese subjacente de que os
intelectuais devem, a exemplo dos tenentes, ser considerados ca
tegorias “ socialmente sem vínculos”, habilitados a superar deter
minações particulares e prontos a agir corno avalistas da unidade
nacional. N a ausência de um cam po intelectual dotado de hierar
quias e valores autóctones, a legitimidade dos intelectuais estaria
escorada nos saberes que possuíam a respeito da dinâmica das
“m assas cegas”, da form ação da cultura e da organização da
atividade política.
O trabalho dos intelectuais fazendo as vezes de corretores
da dem anda alheia — ou seja, advogando os pleitos da sociedade
junto aos governantes e, vice-versa, atuando com o porta-vozes
dos projetos do E stado junto aos m ovim entos sociais — seria
bastante facilitado pela freqüente coincidência de suas atitudes e
intervenções com as tom adas de posição assumidas pelas elites
políticas e militares. A força política dos intelectuais se reforçaria
sobrem aneira num a sociedade com o a nossa, desprovida de ato
res sociais com expressão própria, independentes do Estado.
N a geração de intelectuais do pós-guerra, em especial no
grupo carioca do Instituto Superior de E studos Brasileiros (Iseb),
essa vocação onipotente de liderança política teria se radicalizado
e adquirido feições de um linguajar técnico. O exem plo acabado
dessa m utação seria a abrangência dos conteúdos então atribuí
dos à noção de ideologia: explicação do real, credo político re
dentor, projeto voluntarista de transform ação, racionalidade tec-
nocrática. O u então, parafraseando o léxico da época, a elabora
ção ideológica teria o condão de m obilizar diagnósticos de um a
“ ciência nacional”, que serviriam ao receituário prescrito pelo
“planejam ento econôm ico” , na esperança de liberar o dinam ism o
das forças econôm icas e em ancipar o povo e a nação. O Iseb
iN T K I.liC T U A lS BRASII.KIRO S 119
seria quase um equivalente civil da Escola Superior de Guerra,
am bas instituições rivalizando pela prim azia no trabalho de for
m ação das elites.
Pécaut identificou diversos m om entos na história dos inte
lectuais à testa do Iseb, logo de saída com o um a elite de poder
“ m odernizadora” que buscava se firm ar com o “representante”
da nação, passando em seguida a pleitear o status de intelectuais
m ilitantes e “engajados” ao lado das classes populares. A o que
tudo indica, o Iseb seria um a organização particularm ente ajusta
da às pré-definições dos intelectuais com o militantes, estando,
com o se sabe, apartada do espaço institucional universitário que
então se form ava no eixo Rio-São Paulo, e contando com poucos
cientistas sociais nas instâncias de direção. N o limite, as repre
sentações que os intelectuais com unistas possuíam a seu próprio
respeito - enxergando-se com o parte do povo e, ao m esm o tem
po, com o sua consciência — m ostravam -se bastante receptivas às
teses de Pécaut no sentido de politizar extrem adam ente seu argu
m ento acerca dos intelectuais brasileiros. D ecerto ele enfrentaria
dificuldades quase insuperáveis ao lidar com aqueles setores e
grupos da inteligência brasileira m enos permeáveis à absorção de
representações tão idealistas com o aquelas presentes na militância
partidária de esquerda ou de direita.
Ao exam inar a experiência dos Centros Populares de Cultu
ra no com eço da década de 60, Pécaut retom ou adiante essa
questão do relacionam ento problem ático dos intelectuais com as
classes populares, ou melhor, da distância entre as camadas inte
lectuais e o povo visado com o seu público preferencial. Todavia,
nessa conjuntura histórica, não existia mais a possibilidade de
idealizar o com ponente classista que m odelou por inteiro as con
cepções voluntaristas de ‘cultura popular’ com que lidavam os
participantes desse m ovim ento de renovação cultural e ativismo
político. Tendo de driblar tal impasse, Pécaut não conseguiu se
furtar ao reconhecim ento dos CPCs com o veículos de expressão
120 S liR G I O M lC H l.l
R EFE R Ê N C IA B IB L IO G R Á F IC A
TEM AS:
Q uestão n a c i o n a l /v i s õ e s do B r a s il
M o d e r n is m o /m o d e r n id a d e
C iên c ia s s o c ia is
In s t i t u i ç õ e s e m o v im e n t o s c u lt u r a is
4. Ver também Aletta Biersack, “Saber local, história local: G eertz e além ” ,
em Lynn H unt (1992, pp. 97-130).
160 LÚCIA L lPPI O l.lV K I RA
7. Agradeço a leitura atenta de M arcos C hor M aio que apontou este aspecto na
interpretação de M am a Peirano.
164 LÚCIA L lP P l O U V K 1R A
A U T O R E S E T ÍT U L O D O S T R A B A L H O S A P R E S E N T A D O S
N O GT P O R A N O
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Lúcio Castelo Branco: “O teorem a de Euclides e o processo de cons
trução do hom em e do espaço político brasileiro; contribuição ao
estudo dos limites do liberalism o em um a form ação despótica”
**Angela de C astro G om es: “A invenção do trabalhism o”
168 L Ú C IA L lP P I O l.lV I.ilRA
1984
*Luís H enrique D ias Tavares: “Um a proposta de regime representati-
vo-federativo para o Brasil: a C onfederação do E quad or”
Luiz A ntônio de C astro Santos: “O m ovim ento sanitarista e o pensa
m ento social na Prim eira República”
Lúcia Lippi Oliveira: “Cartilhas de civism o”
*Fernando C orreia Dias: “Pensam ento político e form as de Ilustração
em M inas G erais”
M ariza Peirano: “O antropólogo com o cidadão: Louis D u m o n t e o
caso brasileiro”
Maria Tereza Sadek: “Projetos políticos conservadores no Brasil repu
blicano: uma proposta com baixo grau de eficácia na prática polí
tica”
Angela de C astro G om es: “A hora e a vez dos trabalhadores: República
e socialism o na virada do século X IX ”
**Jorge Zaverucha: “A questão do integralism o diante da herança fas
cista”
**Lúcio Castelo Branco: “A lógica do pensam ento e da ação social da
classe dom inante no Brasil”
**M arcos Veneu: “As am bigüidade da utopia: A rtur A zevedo e as m u
tações do progresso”
1985
M arcos Veneu: “As noções de tem po e de H istória no conflito de
C anudos”
Luiz A ntônio de C astro Santos: “Ciência Social e políticas sociais no
Brasil: um a reflexão prelim inar”
Sônia Larangeira : “Intelectuais e o povo no Brasil: anti-populism o ou
anti-popular”
Leila H ernandez: “A questão do CPC: O CPC posto em questão”
jo rg e Z averucha: “ M ovim ento operário pernam bucano na Prim eira
R epública”
Ângela de C astro G om es: “As idéias anarquistas em versão carioca”
**Ricardo B enzaquen de Araújo: “N otas sobre a im agem do poder no
m ito Vargas”
**Gláucia Villas Boas: “N otas sobre o pensam ento de G ilberto Freyre”
IN T K R P R liTAÇÒKS SO B R K O BRASH. 169
1986
A n g e la d e C a s tr o G o m e s : “ O s a n o s 2 0 : c o m p e tiç ã o c d e b a te n o m o v i
m e n to sin d ica l c a r io c a ”
J o s é A u g u sto P á d u a: “ N a tu re z a e p r o je to n a c io n a l: as o r ig e n s d a e c o lo
gia p o lític a n o B r a s il”
M a r c o s V e n cu : “ O flâ n e u r e a v e rtig e m : m e tr ó p o le e in d iv id u a lism o na
o b ra d e J o ã o d o R i o ”
* R ic a r d o B e n z a q u e n de A ra ú jo : “ M o d e r n is m o e m o d e rn id a d e em G i l
b e r to F r e y r e ”
H e le n a B o m e n y : “ C id a d e , R e p ú b lic a , m in eirid a d e”
L eila I Ie r n a n d e z : ’’O n a c io n a lis m o e o I S E B : n o ta s p ara d e b a te ”
M a ria L ú c ia M a c ie l: “ T e n d ê n c ia s d as C iê n c ia s S o c a is n o B r a s il: d o
a u to rita r is m o à r e d e m o c ra tiz a ç ã o ”
L ú c ia L ip p i O liv e ira : “ D o n a ld P ie r s o n e a s o c io lo g ia n o B r a s il”
1987
* * G e o r g e A v elin o F ilh o : “ S é r g io B u a rq u e d e H o la n d a e R etires do Brn-
s if
* * L u i z A n t ô n io d e C a s tr o S a n to s : “ S é rg io B u a rq u e de H o la n d a e V isões
do paraíso'''
P au l F r e s to n : “A c a rre ira d e G ilb e r t o F r e y re ”
C é s a r P aiva: “ G ilb e r t o F re y re e a R e v o lu ç ã o b u rg u e sa : n o ta s p ara u m a
p e s q u is a ”
*M a riz a P e ira n o : “ O p lu ra lism o d e A n t o n io C â n d id o ”
F e r n a n d o P a p a te rra L im o n g i: “ C a io P ra d o e a R e v ista B r a s ilie n s e ”
L e ila H e r n a n d e z : “ S o b r e H é lio Ja g u a r ib e ”
B ila S o r j: “A s C iê n c ia s S o c ia is n o R io de J a n e ir o n o s a n o s s e s se n ta : o
In s titu to d e C iê n c ia s S o c ia is da U n iv e rsid a d e d o B r a s il”
G lá u cia V illa s B o a s : “ V is õ e s d o P a ssa d o : c o m e n tá r io s o b r e as C iê n c ia s
S o c ia is n o B r a s il d e 1 9 4 5 a 1 9 6 4 ”
S ô n ia L a ra n g e ira : “ E s tu d o s s o b r e a id e o lo g ia n o B ra sil ( a n o s 7 0 ): um a
a p r e c ia ç ã o ”
170 L ú c ia L ipp i O i .i v k ir a
1988
U m b e r t o G u a tim o z im A lv im : “ C o n c e p ç ã o d e H is tó r ia e m O liv e ir a
V ia n n a ”
B e r e n ic e C a v a lca n ti: “ D is c u r s o h is to r io g r á fic o d e C a io P ra d o J ú n i o r ”
G e o r g e A v elin o : “ C o rd ia lid a d e e civilid ad e em R aives do B r a s il’
A n a M a ria F e rn a n d e s : “A s c iê n c ia s h u m a n a s n a S o c ie d a d e B ra s ile ir a
p ara o P r o g r e s s o da C iê n c ia ( S B P C ) ”
M aria A rm in d a d o N a s c im e n to A rru d a : “A c o n s titu iç ã o das C iê n c ia s
S o c ia is em M in a s G e r a is ”
E n z o D . L ie d k e F ilh o : “ S o c io lo g ia e s o cie d a d e : B ra sil e A rg e n tin a (1 9 5 4 -
1 9 8 4 )”
1989
* C u s tó d io S e lm a S e n a : “ S a b e r e sa b e re s n as C iê n c ia s S o c ia is : S é rg io
B u a rq u e e M á rio d e A n d ra d e ”
* M a rg arid a M o u ra : “ F r a n z B o a z e as in te r p r e ta ç õ e s d o B r a s il”
M a ria L au ra V. de C a s tr o C av alcan ti e L u ís R o d o lfo V ilh e n a : “ T r a ç a n
d o fro n te ir a s : o fo lc lo r e na d éca d a d e 1 9 5 0 ”
H e le n a B o m e n y : “ G u a r d iã e s da razão : o d iá lo g o e n tr e C a rlo s D r u m
m o n d d e A n d ra d e e M á r io d e A n d ra d e ”
S ilv a n a B . R u b in o : “ C lu b e d e p e s q u isa d o re s: a S o c ie d a d e d e E tn o g r a f ia
e F o lc lo r e e a S o c ie d a d e d e S o c io lo g ia ”
G láu cia V illa s B o a s : “ O s e n tid o d as m u d a n ç a s e as c o n tro v é rs ia s da
S o c io lo g ia d o s a n o s 5 0 ”
H e lo ís a P o n te s e F e rn a n d a P e ix o to M assi: “ B ra s il c o m z: a n á lise da
p ro d u ç ã o e stra n g e ira s o b r e o B ra sil, ed itad a aq u i, s o b a f o r m a d e
liv ro, e n tr e 1 9 5 0 - 1 9 8 8 ”
R ic a r d o B e n z a q u e n d e A ra ú jo : “ O ja rd im d as d elícia s: um a le itu ra de
Casa grande & senzala”.
V â n ia M a ria R a m o s d e A z e v e d o : “ E s p a ç o e m o v im e n to : n u c le a n d o
v isõ e s d o B ra sil: F re y re , R ic a r d o e M o o g ”
** L u is A n tô n io d e C a s tr o S a n to s : “A h , y es, fro m B ra z il? Id e n tid a d e ,
v aid ad e e o r g u lh o ( fe rid o ) em G ilb e r t o F r e y re ”
IN TK RPR KTA Ç Ò KS SO BR Ii O BRA SIL 171
1991
F e rn a n d a P e ix o to M a s si: “ L é v i-S tra u s s e o B ra sil”
M aria A rm in d a d o N a s c im e n to A rru d a : “A c o n s t r u ç ã o da S o c io lo g ia
a c a d ê m ic a n o B ra s il: F lo r e s ta n F e rn a n d e s e a E s c o la P a u lis ta ”
L u ís R o d o lfo V ilh e n a : “ O s e stu d o s d e F o lc lo r e : o s im p a s se s n a c o n s t i
tu iç ã o d c um a ciê n c ia b ra sile ira ”
R ic a r d o B e n z a q u e n d e A ra ú jo : “ O e lo g io da lo u c u ra : a m b ig ü id a d e e
e x c e s s o em C asa-grande c sen zala d e G ilb e r t o F r e y r e ”
Is id o r o M a ria S. A lv e s : “ M o d e lo p o lité c n ic o e p ro d u ç ã o d e sa b e re s na
fo r m a ç ã o d o c a m p o c ie n tíf ic o n o B r a s il”
N a r a B r itto e N ísia T rin d a d e L im a : “ S a ú d e e n a ç ã o : a p r o p o s ta d o
s a n e a m e n to ru ra l”
M a r c o s C h o r M a io : “ N e m R o tsc h ild n e m T r o ts k y : o p e n s a m e n to a n ti-
se m ita d e G u s ta v o B a r r o s o ”
R egin a A b r e u : “ O c u lto da sau d ad e: m u se u , h is tó ria e n a c io n a lid a d e
em G u s ta v o B a r r o s o ”
A n tô n io C a r lo s R o b e r t d c M o r a e s : “ N o ta s s o b r e id e n tid a d e n a c io n a l e
a in s titu c io n a liz a ç ã o da g e o g r a fia n o B r a s il”
1992
M arly Silva da M o tta : “A n a ç ã o faz c e m a n o s : o c e n te n á r io d a in d e p e n
d ê n cia n o R io d e J a n e i r o ”
F e d e rid o G . N e ib u rg : “A p u n te s p ara u n a h is to ria so cia l d e la S o c io lo g ia
cie n tific a c n la A rg e n tin a ”
L u is D o n is e t e B e n z i G o n g io n i: “ C o le ç õ e s e tn o g r á fic a s s o b su sp eita :
n o ta s s o b r e as e x p e d iç õ e s d o ca sa l L é v i-S tr a u s s a o B ra sil c e n tr a l”
R egin a A b r e u : “ E m b le m a s da n a c io n a lid a d e : o c u lto a E u c lid e s da
C unha”
M a ria A rm in d a d o N a s c im e n to A rru d a : “ S o c io lo g ia d o d is c u rs o a c a d ê
m ic o ”
M a ria C e c ília S p in a F o r ja z : “ R e la tó r io d e p e sq u isa : h is tó ria da C iê n c ia
P o lític a n o B r a s il”
Silv an a R u b in o : “ O p a trim ô n io h is tó r ic o e a r tís tic o d o S P H A N ”
172 L Ú C IA L l P P I 0 1,1 V H IR A
1994
C e le s te C o r d e ir o : “ P o d e r da ra z ã o ou razão d o p o d e r? ‘O a lie n ista ’ d e
M a c h a d o de A s s is ”
H e lo is a S ta rlin g : “A in v e n ç ã o da p o lítica e m G rande sertão: veredas”
C h r is tin e d e A l e n c a r C h a v e s : “ P o lít ic a e s o c ie d a d e em R a íz es do
B r a s il”
A n g e la M . A lo n s o : “ E m to r n o da p o lê m ic a N a b u c o -A le n c a r ”
N ísia T r in d a d e L im a : “ O p a ss a d o n o s c o n d e n a ? Im a g e m da f o r m a ç ã o
h is tó ric a d o p aís n o p e n s a m e n to so cia l b r a s ile ir o ”
E d u a r d o J a r d im d e M o ra e s : “A e sté tic a d e M á r io d e A n d ra d e e o re tra
to d o B r a s il”
L u c ia L ip p i O liv eira : “ B r a s il e E s t a d o s U n id o s : um a an á lise c o m p a r a ti
v a ?”
M a rly Silv a da M o tta : “ C id a d e -ca p ita ! e n a ç ã o ”
M y ria m S e p ú lv ed a d o s S a n to s : “ M e m ó r ia e cid a d a n ia n o R io d e J a n e i
ro ”
F e rn a n d a P e ix o to : “ O B ra s il m e s tiç o de R o g e r B a s tid e : a a rte , a lite ra
tu ra, a re lig iã o ”
L u iz R o d o lfo V ilh e n a : “ O s e stu d o s d e fo lc lo r e n o B r a s il ( 1 9 4 5 - 1 9 6 4 ) :
e n tr e a m is sã o e a in s titu c io n a liz a ç ã o ”
R egin a A b r e u e J o s é R e g in a ld o G o n ç a lv e s : “ O s m u se u s e a c ris e d a
re p re s e n ta ç ã o n a c io n a l”
M ariza V e lo s o M o tta S a n to s : “A p ro d u tiv id a d e p o lític a da r e p r e s e n ta
ç ã o e s té tic a ”
H e lo ís a P o n te s : “ B io g ra fia e tra je tó ria : o s c r ític o s d e a rte n o s a n o s 3 0 ,
40 e 50”
S e rg io M ic e li, M aria A rm in d a d o N a s c im e n to A rr u d a , H e lo ís a P o n te s ,
S ilv an a R u b in o : “ R e tr a to s n e g o c ia d o s : re s u lta d o da p e s q u isa s o b r e
a rtista s, le tra d o s e p o lític o s n as d éca d a s d e 2 0 , 3 0 e 4 0 ”
1995
P e d r o R . B . d e M o ra e s : “ M o n te ir o L o b a to e o c a m p o ed ito ria l b r a s ile i
ro”
R ic a r d o B e n z a q u e n de A r a ú jo : “ S u n s e t B o u le v a r d : a u to ria , g en ea lid a d e
e m e la n c o lia e m G ilb e r t o F re y re ”
IN TKRPRHTAÇÔRS SOBRH O BRA SII. 173
O B S.
(*) Papers registrados no Program a do E n co n tro Anual mas que, segundo os
relatórios dos cooordenadores, não foram apresentados.
(**) Papers não registrados nos Program as mas que foram apresentados.
Lúcia
B ila Sorj Sociologia U FRI 1
C eleste Cordeiro Sociologia U FCe 1
uppi
C esar Paiva Sociologia U N IC A M P 1
Christina de Rezende Rubim A ntropologia U N IC A M P 1
O i.ivhira
Christine de A lencar Chaves A ntropologia UNB 1
Eduardo Jardim de Moraes Filosofia PUC/RJ 2 D eb ated o r
E n n o D Liedke Filho Sociologia U FRS 1
Federico G. N eiburg A ntropologia PPG A S 1
Fernanda Peixoto A ntropologia ID E S P 4
Fern and o Correa D ias Sociologia UNB 2
Fern and o Lim ongi C. Política ID E S P 1
G e o rg e Avelino C. Política CEBRA P 2
G laucia V ilas B oas Sociologia U FRJ 4
H elena B ou sq u et Bom eny Sociologia CPDOC/UERJ 2 C oord. e debatedora
H eloisa Pontes A ntropologia U N IC A M P -ID E S P 4
H elo isa Starling C. Política U FM G 1
2 PARTICIPANTES DO GT P E N S A M E N T O S O C IA L N O B R A S IL - DE 1983 A 1995
iN TK R PR K TA Ç ÕliS
José Reginaldo G onçalves A ntropologia U FRJ 1 Coord. e debatedor
Leila Maria Hernandez Sociologia U SP 3
Lucia Lippi Oliveira Sociologia CPDOC 4 Coord. e debatedora
L ú cio Castelo B ranco Sociologia UNB 2
Luís A ntônio Castro Santos Sociologia UERJ 0 Coordenador
A ntropologia 1
SOHRli
Luís D onisete Benzi G ongioni
Luís Henrique D ias Tavares História U FBA 1
Luís R odolfo Vilhena A ntropologia U E R J/ P U C 3 V ice-coord enad or
O
M arcos C h or Maio C. Política Casa Oswaldo Cruz 2
BRASH.
M arcos Veneu História FCR ui Barbosa 3
Maria Alice Resende de Carvalho Sociologia Iuperj D ebatedora
Maria Arminda Arruda Sociologia U SP 4
Maria Cecília Forjaz C. Política FG V -S P 1
M aria Lucia Maciel Sociologia UNB 1
M aria Laura V. de C. Cavalcanti Antropologia U FRJ 2
T R A BA LH O S ainda não-publicados:
5. Para uma história dos “W om en 's Studies” nos Estados Unidos ver, B O X E R ,
Marilyn, J.. “ P or and about women: the theory and practice o f w om en's
studies in the united state” , em K E O H A N E , N. O .; R O S A L D O , M. Z e
G E L P I, B ., Feminist theory. A critique o f ideology, T h e University o f Chicago
Press, 1982.
6. G O L D B E R G , Anette, “ Fem inism o no Brasil contem porâneo: o percurso
intelectual de um ideário político” , B IB , n. 28, 1989.
186 M a r ia L u i /. a H i ü i .b o r n k B i i .a S orj
9. E ste esforço parece ter sido m uito bem sucedido, haja vista a crítica que as
pesquisadoras mais bem integradas, digamos assim , ao mainstream acadêm i
co brasileiro, sofreram em recen te consu ltoria solicitada pela Fundação
Ford a Navarro e Barrig (Consultants’ R ep ort on the Status o f W om en’s
K S T U D O S DK G K N K R O NO B R A S IL 189
Studies in Bra7.il for thc Ford Foundation, 94) sobre os estudos de gênero
no Brasil. As consultoras consideram que os estudos de gênero no Brasil
teriam perdido o seu viés m ilitante e seriam acríticos às regras de hierar
quia de um a academ ia, em suas percepções, seriam androcêntricas.
10. Para uma análise da atuação da Fundação Ford no país ver M IC E L I, Sérgio, “A
aposta numa comunidade científica no Brasil, 1962-1992”, em ______ (org.),
História das ciências sociais nu Brasil, vol. il, São Pauio, Editora Sumaré, 1995.
190 M a r ia L u iz a H k i i .b o r n k B i i .a S orj
e n te n d id o co m o p o lític o co m o ta m b c m , em fu n çã o do
privilegiamento de certas searas da vida social, peculiar à trajetó
ria do despertar do interesse pelo gênero, o político foi freqüen
tem ente tom ado com o alheio à cond ição fem inina (Pinto, 1992:
128). Se p o r um lado isso aponta para um esfo rço auto-reflexivo,
por outro sinaliza a preferência das pesquisadoras por tem as cen
trados na experiência mais imediata das m ulheres.'4 C ontudo,
cabe assinalar uma profusão de pesquisas sobre o m ovim ento
feminista ou de mulheres. Alguns deles permitindo uma reavaliação
das forças sociais que estariam em jo g o na redem ocratização do
Brasil nos anos 8 0 .15
Se tom arm os alguns indicadores co m o a freqüência de arti
gos em periódicos nacionais de maior circulação entre os cientis
tas sociais, a conclusão é que esta questão ainda é m arginal.16
Isto contrasta com o aporte significativo de recursos institucionais
intelectuais de que dispõem a área de estudos de gênero. A lém de
financiam entos esp ecífico s17, grupos de trabalho voltados a essa
18. E stas duas revistas estão diretam ente ligadas a program as dc pós-gradua
ção em ciências humanas. A Revista de listu d o s Fem inistas criada em
1992, foi a princípio sediada no C IE C da Kscola de C om unicação da U F R J,
transferindo-se a partir dc 1995 para o Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais da mesma universidade, na época em convênio com Program a de
Ciências Sociais da U F R J, hoje estando apenas no IF C S / U FR J. A idéia
fundadora da revista, que conta com o apoio da Fundação Ford, era a dc
instaurar um m odelo de rotatividade tanto do corpo editorial co m o de sua
sede institucional. O próprio nom e da publicação reflete mais os com p ro
m issos com o perfil da clientela alvo da agência financiadora (“ ativistas”)
do que propriam ente com a auto-perccpção do grupo g estor da publicação
sobre sua inserção acadêm ica. A revista Pagu integra-se ao Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas da U N IC A M P e foi criada em 1993, sendo
uma publicação mais claram ente vinculada à sua instituição sede.
19. N este sentido destaca-se a experiência do G T da A N P O C S ‘Sociologia do
T rabalho’ que substituiu o G T ‘Processo de T rabalho e Reivindicações
Sociais’. D esde sua fundação, co n tou com um núm ero expressivo dc pes
quisadoras voltadas ao estudo das relações de gênero. Mas que, no entanto,
optaram por desenvolver as suas preocupações em diálogo estreito com as
disciplinas que com põem as ciências sociais.
194 M a r ia L u iz a I-I k i i . h orn h B i i .a S orj
27. Para um balanço da relação entre pensam ento feminista e sociologia ver
ST A C E Y , Judith and T H O R N E , Barrie, “T h e misssing fem inist revolution
in sociology” , em K A U F F M A N , Linda (ed.), American Feminist 'Thought at
Century's End. A Reader, Cam bridge, Blackw ell, 1993.
liS T U D O S D l- G fiN l iR O N O B R A S II. 199
33. ST R A T H E R N , Marilyn, The gender o f the gift. Berkeley e Los Angeles, University
o f California Press, 1988. Ver também a resenha ck- P IS C IT E L L I, Adriana:
publicada em Cadernos Pag/i. n. 2, São Paulo, IF C I I/Unicamp, 1994, pp. 211-219.
Um argumento semelhante no que toca à impossibilidade do gênero servir de
metáfora para outros planos classificatórios já havia ocorrido a O V E R IN G ,
Joan, no artigo “Men control women? T h e Catch 22 in the analysis o f gender” .
International journal o f Mora/ and Social Studies, vol. 1, n, 2, Summer, 1986.
34. B U T L E R , Judith. “ G end er trouble and the subversion o f identity”, (mimeo.)
35. Assinala-se que este term o refere-se ao dim orfism o sexual da espécie hum a
na e tão-som ente a ele. A questão em jog o é evidentemente da aposta teórica
na existência ou não de realidades extra-lingüísticas.
202 M a r ia L u iz a H k i i .h o r n k B i i .a S orj
38. D U M O N T , Louis. Homo hierarcbicus, Paris, Gallim ard, 1979. Postface à édition
Tel: Vers une théorie de la hiérarchie.
204 M a r ia L u iz a H i î i i .d o r n k B i i .a Sorj
39. S T O L K E , Verena, “ M ães para uma nova pátria européia” , Cadernos Pag», n.
2, São Paulo, IFC H /U nicam p, 1994.
40. B O U R D IE U , Pierre, “ La dom ination m asculine” , A ctes de la recherche en
sciences sociales, Paris, n. 84, pp. 3-3 1 , 1990.
41. L É V I-S T R A U S S , Claude, A s estruturas elementares do parentesco, Petrópolis,
V ozes; São Paulo, E D U SP , 1976.
li S T U D O S DIi G Ú N K R O NO I3 RASII.
20 5
G ên ero e T r a ba lh o
43. D o is dos prim eiros estudos so bre m ulher e trabalho são apresentados
com o teses de livre-docência e de doutorado defendidas no D ep artam en to
de Ciências Sociais da U SP (área de sociologia) por Heleieth Saffioti e Eva
Blay orientadas por Florestan Fernandes e Asiz Sim ão, respectivamente.
Ver B L A Y , Eva. A mulher e o trabalho qualificado na indústria paulista , São
Paulo, USP, D C S / F F L C H , 1972, e S A F F IO T I, H, A mulher na sociedade de
classes: mito e realidade, São Paulo, Livraria Q uatro A rtes, 1969.
H ST U D O S D li G K N l i R O NO BR A S II. 207
A V io l ê n c ia co m o á rea de In v e s t i g a ç ã o
48. O s fam osos assassinatos de m ulheres (de cam adas médias), no início dos
anos 80, assinalaram transform ações no âm bito da família e no m odo com o
os julgam entos de legítima defesa da honra eram considerados pela justiça.
Ver A R A G Ã O , Luiz Tarlei, “O sacrifício da m ulher”, Religião e Sociedade,
Rio de Janeiro, n. 6, 1980, pp. 91-8. N esse artigo é argumentado que a
co m o ção social cm torn o dos crim es sinaliza para o caráter de transgressão
ao sagrado presente na atitude feminina (desejo de autonom ia).
49. E n tre muitos trabalhos, destacamos B R A N D Ã O , E laine, N os corredores da
D EA M : um ensaio etnográfico sobre mulheres e violência conjugal, D issertação de
m estrado, Instituto de M edicina So cial/ U E R J, 1997.
Ii S T U D O S D li G Ú N K R O NO BR A S II. 211
57. As estatísticas assinalam que, no Rio de Janeiro, nos casos de agressão notifi
cados em quatro delegacias especializada de atendim ento à mulher, 73,8%
dos delitos foram perpetrados por maridos c com panheiros; 3,8% por ex-
maridos e ex-com panheiros; 9 ,4 % por parentes; 4 ,8% por vizinhos/as; e
5,8% por estranhos. Tabela 17 - grau de afinidade vítima-agressor, p. 82, em
SO A R E S, Luiz Eduardo et. a i, “Violência contra a mulher: as D E A M s e os
pactos dom ésticos”, cm SO A R E S, Luis Eduardo (org.), Violência e Política no
Rio cie Janeiro, Rio de Janeiro, ISER /Relum e Dum ará, 1996, p. 65-105.
214 M a r ia L u iz a H i í i i .b o r n k B i i .a S orj
C o nclusõ es
* * *
3. “Alba Zaluar chegando totalm ente de fora do m undo religioso. T inha uma
form ação secular, m arxista, de cientista social. Mas tam bém se interessava
pela dim ensão sim bólica que estava na religião. N este prism a mais acadêm ico
a religião interessava com o um indicador social, expressão de relações so
ciais. E sse era u quadro d c referência da A lba.” (Fernandes, 1997: 10)
So c io l o g ia da R k i .i g i A o - á r i -a i m p u r a m k n t k a c a d k m i c a 243
4. A apresentação do prim eiro núm ero afirm ava o seguinte no prim eiro pará
grafo: “Religião & Sociedade é um em preendim ento novo nos círculos acadê
m icos brasileiros. Revistas sobre religião têm sido m onopólio de grupos
religiosos, m enos p o r conquista que p o r abandono. A religião, com o objeto
cie interesse científico, foi praticam ente marginalizada pelos círculos univer
sitários, c apenas um g ru p o restrito de pesquisadores orientou os seus esfor
ços para esta área.” (Re/igião & Sociedade n. 1, m aio 1977: 1). O s adjetivos
científico e acadêmico para identificar o projeto da revista voltam a to rto e a
direito na conversa de Rubem César a Regina N ovaes (ver Fernandes, 1997).
244 A n t ô n i o F i .á v i o P i k r u c c i
5. E bem verdade que hoje, no final dos anos 1990, depois da oficialização
dos cursos de pós-graduação em Ciências da Religião em m uitas universi
dades brasileiras, poderíam os m ultiplicar indefinidam ente a lista de agentes
religiosos que se a utoproclam am cientistas sim plesm ente po rq u e fazem
“ ciência da religião” . D urm a-se com um barulho desses!
So c io l o g ia da R k i .i g i à o - á r k a im p u r a m k n t k a c a d k m ic a 249
So c io l o g ia da r e l ig iã o , c iê n c ia s s o c ia is da r e l ig iã o ?
A nos 50 e 60: um a s o c io l o g ia r e l ig io s a do
C o n c lu sã o : f r o n t e ir a s bo rrad as e jo g o duplo
Referências Bibliográficas
Maria da d o r ia Vionclli
IN TR O D U Ç Ã O
tom a a term inologia das profissões no seu uso cotidiano para analisar a
situação dos m enores no mercado, a força de trabalho com instrução ele
mentar, o processo de inclusão e expansão feminina no em prego rem une
rado, entre outros.
2. N ão foram incluídos neste balanço as pesquisas que tom am os militares e
o clero com o profissão. As Forças Arm adas e a Igreja são instituições que
prom ovem um tipo de socialização de seus m em bros com alto grau de
isolam ento, se com parado às demais profissões. Isto exige uma análise
diferenciada, impossível de ser feita dentro dos limites deste artigo.
3. E xem p los desta influência são os estudos que focalizam a “ profissionaliza
çã o ” e as carreiras n o cam po das atividades de assistencialism o, com o
tam bém nas O N G ’s.
4. Baseia-se em levantam ento realizado nas bibliotecas da Faculdade de Filoso
fia, Letras e Ciências Humanas da U SP , na E scola de Adm inistração de
liS T U D O S SOBRIv P R O F I S S Õ K S N O BR A SIl. 289
A S O R IG E N S D A P R O B L E M Á T IC A P R O F IS S IO N A L
N A P R O D U Ç Ã O A C A D Ê M IC A B R A S IL E IR A
9. O argum ento de Maria Rita Loureiro (1997) esclarecendo porque seu livro,
Os economistas e o governo, não c um estudo afeto à Sociologia das Profissões
ilustra esta visão. “ (•■■) Cabe explicitar ainda que a análise efetuada não se
orienta pelo enfoque d o grupo profissional, não sendo abordadas questões
co m o m ercado de trabalho, situação salarial etc., cujo exam e exigiria refe
rência obrigatória ao co n ju n to de portadores de diplom a universitário. Ao
contrário, as análises referem -se basicam ente ao segm ento esp ecífico dos
econom istas que participam do sistem a decisório governam ental em fun
ção de sua com petência técnica especializada.”, p. 19.
294 M a r ia da G i .o r i a B o n h i .i . i
P R O F IS S Õ E S E EST A D O
P R O F IS S Õ E S E M E R C A D O
P R O F IS SÕ E S E SO C IED A D E
12. Há análises sobre as profissões no m ercado que possuem elos com esta
form a de abordar o problema profissional, com o c o caso dos estudos
sobre proletarização das profissões (Kawamura, 1978) ou sobre a estratifi
cação das profissões (Schwartzm an e Balbachevsky, 1992). E ntretanto, o
foco central dos trabalhos classificados lá é o mercado.
13. O estudo de A dorno (1988), além de focalizar a auto-imagem dos bacha
réis com o constru tores do E stado, deu relevância à form a co m o eles parti
ciparam da construção de uma esfera pública, onde debatiam tanto suas
propostas políticas liberais centradas nos direitos individuais quanto seus
projetos para civilizar a sociedade.
3 0 6 M a r i a d a G i .o r i a B o n h i . i . i
P R O F IS S Õ E S E C O M U N ID A D E
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Volume I Antropologia
Alba Zaluar
Violência e Crime
Mariza G. S. Peirano
Antropologia no Brasil (alteridade
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Paula Montero
Religiões e Dilemas da Sociedade
Brasileira
Fernando Limongi
Institucionalização Política
ISBN 8S-BS40S-S9- 4
C A P E S
ANPOCS 88585 408299