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UNIVERSIDADE PARANAENSE

CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM
QUÍMICA INDUSTRIAL

SUELLEN DE CAMPOS PEREIRA

RELATÓRIO FINAL

Umuarama

2018
SUELLEN DE CAMPOS PEREIRA

Relatório Final de Estágio Supervisionado

Trabalho apresentado à Coordenação de


Estágio Supervisionado do Curso de Química
Industrial, da Universidade Paranaense, sob a
orientação do Professor José Gaspar
Ferrarezi, como parte da avaliação da
disciplina de Estágio Supervisionado em
Química Industrial.

Umuarama, novembro de 2018.


Sumário

Lista de Figuras....................................................................................................1
1) Resumo............................................................................................................2
2) Objetivos...........................................................................................................3
3) Introdução.........................................................................................................4
4) Metodologia....................................................................................................13
4.1 Recolhida de amostra da farinha de carne e ossos......................................13

4.2 Análises realizadas.......................................................................................15

4.2.1 Análise do extrato etéreo...........................................................................15

4.2.2 Determinação da proteína bruta................................................................15

4.2.3 Determinação do material mineral.............................................................16

4.2.4 Teor de umidade.......................................................................................16

4.2.5 Granulometria............................................................................................16

4.3 Recolhida da amostra do sebo bovino..........................................................16

4.4 Análises realizadas......................................................................................17

4.4.1 Teor de acidez...........................................................................................17

4.4.2 Teor de impurezas e umidade...................................................................18


5) Sugestões e Recomendações........................................................................18
6) Conclusão.......................................................................................................18
7) Referências.....................................................................................................19
1

Lista de figuras
Figura 1 – Gráfico evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres
2012-2017....................................................................................................................5
Figura 2 - Tabela de produtos, subprodutos e resíduos do abate de um bovino de
400kg...........................................................................................................................5
Figura 3 – Gráfico da evolução do peso acumulado de carcaças de bovinos por
trimestre – Brasil – trimestres 2012-2017....................................................................6
Figura 4 - Fluxograma típico de uma graxaria – produção de sebo e de farinhas de
carne e ossos..............................................................................................................9
Figura 5 - Tabela de especificações de qualidade da farinha de carne e ossos da
empresa estagiada.....................................................................................................11
Figura 6 - Tabela de especificações da qualidade do sebo bovino da empresa
estagiada....................................................................................................................12
Figura 7 - Foto de um saco Bag................................................................................14
Figura 8 - Amostra da farinha preparada...................................................................14
Figura 9 - Foto do tanque de armazenamento do sebo produzido...........................17
Figura 10 - Amostras de sebo...................................................................................17
2

RESUMO
O estágio foi realizado na empresa OSSOVALE COMÉRCIO DE FARINHA
DE OSSO LTDA, localizada no endereço Estrada da Fécula Km 04, s/n Lote 643-
646B-6, Cianorte – PR, no período que compreendeu de 31/07/2018 até o dia
25/10/2018, totalizando 267 horas. O setor de realização do estágio foi na área
laboratorial onde se utilizou práticas de análises da farinha de carne e ossos e do
sebo bovino derretido. As amostras eram recolhidas em sacos denominados Bag,
quando se completava um lote de vinte e quatro sacos ou eventualmente em partes
específicas da produção, quando se fazia necessário. Para análise do sebo eram
recolhidas amostras dos tanques de armazenamento posterior ao processo
completo. As metodologias utilizadas para análises da farinha de carne e ossos
foram granulométricas, de umidade, determinação do material mineral, determinação
da proteína bruta e do extrato etéreo. Para análises do sebo foram utilizadas
metodologias de determinação de acidez, umidade e impureza.
Palavras-chave: Abate. Graxaria. Farinha de carne e osso. Sebo bovino.
3

2. OBJETIVO

Através do conhecimento e técnicas aprendidas durante a graduação realizar


análises da farinha de carne e ossos bovinos e do sebo bovino a fim de confirmar o
padrão de qualidade garantido aos clientes pela empresa.
4

3. INTRODUÇÃO

O abate de bovinos, suínos, ovinos, assim como de outras espécies animais,


é realizado para obtenção de carne e de seus derivados que são destinados ao
consumo humano (PACHECO, 2006). A pecuária brasileira é uma das mais
competitivas no mundo. Essa posição de destaque deve-se primordialmente à sua
relação de custos de produção e quantidade produzida. Tal equalização produtiva
justifica-se pela melhor estruturação da atividade nas últimas duas décadas.
(PIERRE e ARAUJO, 2017). Em quase uma década e meia, de 2000 a 2014, as
exportações de carne bovina cresceram 727%, de acordo com números da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2015). No ano de 2014,
segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o
Brasil vendeu carne bovina in natura para 151 países; a carne bovina industrializada
foi exportada para outros 103 países, no terceiro trimestre de 2016, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015) apontou, em dezembro, que os
produtores brasileiros abateram 7,32 milhões de cabeças de bovinos no terceiro
trimestre de 2016, quedas de 4,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior e
de 3,5% sobre o terceiro trimestre de 2015.
O Brasil tornou-se um grande exportador mundial de carne bovina, quando
também passou a predominar a exportação de carne “in natura” sobre a carne
industrializada como estabelece Pacheco (2006), segundo o mesmo, vários são os
fatores para o aumento das exportações, dentre eles a baixa cotação do real, os
baixos custos de produção (comparados aos do mercado externo) e a ocorrência da
BSE (mal da “vaca louca”) em outras regiões do mundo. O Brasil ocupa o segundo
lugar no ranking de maior rebanho do mundo com cerca de 215,2 milhões de
cabeças (IGBE, 2015). De acordo com Pacheco (2006) a região Centro-Oeste é a
principal produtora, responsável por 33,5% do gado bovino nacional. Mato Grosso,
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará respondem, juntos, por mais da
metade do efetivo nacional (54,0%). Ainda Segundo o IBGE no 4º trimestre de 2017,
foram abatidas 8,02 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de
inspeção sanitária. Essa quantidade foi 0,4% maior que a registrada no trimestre
imediatamente anterior e 8,3% maior que a do 4° trimestre de 2016 comprovando o
aumento no consumo de carne.
5

Figura 1 – Gráfico evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil –


trimestres 2012-2017.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa
Trimestral do Abate de Animais, 2012.I-2017.IV. Por Equipe BeefPoint.

O rápido crescimento populacional nos últimos anos e o processo de


industrialização tem aumentado a geração de resíduos do abate de animais. O
problema não reside na quantidade, mas também na qualidade ou composição, de
ser densa e quase completamente orgânica, parcialmente não biodegradável e com
o aumento do percentual de materiais tóxicos (MALDANER 2008).

Figura 2: Tabela de produtos, subprodutos e resíduos do abate de um bovino


de 400kg.
Fonte: Guia Técnico Ambiental De Graxarias - Série P+L.
6

Para Bellaver e Zanotto (2004), a indústria Brasileira de processamento de


ingredientes de origem animal é uma aliada, das mais importantes, para a
manutenção do ambiente limpo. A cada ano são processados cerca de 4,25 milhões
de toneladas de subprodutos, com tendência de aumento devido ao aumento da
produção de carne e de resíduos da produção de carnes, sem utilidade caso não
tratados, passam a produtos de valor agregado superior a R$ 2 bilhões, com
aplicações na fabricação de rações, sabões, tintas, cosméticos, explosivos,
farmacêuticos, couro, têxteis e de lubrificantes.
Como não há variações acentuadas no peso médio das carcaças, sobretudo
em nível nacional e entre os mesmos períodos do ano, o peso acumulado de
carcaças tende a seguir o mesmo comportamento da série do abate de bovinos. Foi
0,2% maior que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 9,4% maior que a
registrada no 4º trimestre de 2016 (IBGE, 2017).

Figura 3 – Gráfico da evolução do peso acumulado de carcaças de bovinos por


trimestre – Brasil – trimestres 2012-2017.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa
Trimestral do Abate de Animais, 2012.I-2017.IV. Por Equipe BeefPoint.

Pacheco (2006) salienta que como consequência das operações de abate


processamentos e destinações adequadas devem ser dadas a todos os subprodutos
e resíduos do abate (couros, sangue, ossos, gorduras, aparas de carne, vísceras
7

não comestíveis ou partes condenadas pela inspeção sanitária, etc.), em


atendimento às leis e normas vigentes, sanitárias e ambientais.
Segundo Franco (2002) a reciclagem, consiste na transformação de restos
animais em sebos, óleos, FOA (Farinha de Origem Animal) e adubos, realizando o
mais eficiente uso das fontes renováveis, acentuando a qualidade ambiental e os
ciclos biológicos e, ainda é a forma de disposição final mais viável nos aspectos
econômico e ambiental. Bellaver e Zanotto (2004) reforçam que a Recicladora de
Resíduo de Origem Animal (RROA) contribui com o conceito Zeri (que conduz à
emissão zero), ou seja, que os resíduos de uma indústria constituem matéria-prima
de outra seguinte na cadeia produtiva. A indústria apresenta dois perfis, aquele que
é o frigorífico e outro que é o coletador dos subprodutos. Todas as formas de
aproveitamento de subprodutos podem ser realizadas pelos próprios matadouros e
abatedouros ou executadas por terceiros. Para tanto, todos os procedimentos
devem estar em consonância com a Instrução da Normativa, número 15, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2003) como descreve
Bellaver e Zanoto (2004), a qual se baseia nos princípios de Boas Práticas de
Fabricação (BPF), atendendo demandas de saúde animal e de segurança alimentar.
Assim, os estabelecimentos do setor de carne e derivados em situação
regular, trabalham com inspeção e fiscalização contínuas dos órgãos responsáveis
pela vigilância sanitária (municipais, estaduais ou federais).
A indústria que recicla os resíduos de origem animal (ROA) é conhecida
tradicionalmente por graxaria, que pode ser independente ou integrada a frigoríficos
e abatedouros. Sua função básica é a de processar resíduos provenientes dos
frigoríficos, açougues e casa de carnes, produzindo sebo industrial e farinhas para
rações animais (BARROS e LICCO, 2005).
Como descreve Pacheco (2006), a produção de Gordura animal e da Farinha
de carne e ossos passa por um processamento típico que ocorre em várias etapas.
Se a graxaria for anexa ao abatedouro ou frigorífico, a matéria-prima pode chegar a
ela de forma mais rápida para processamento, sendo denominada “fresca”. No
entanto, pode ser necessário estocar o material por algum tempo e/ou transportá-lo
para a graxaria por longas distâncias. Ao chegar à graxaria, o material pode ser
armazenado ou entrar rapidamente em processo. Ainda segundo o autor,
procedem-se as principais etapas de processo em graxarias que industrializam
materiais provenientes de abatedouros e frigoríficos, a moagem e trituração de uma
8

mistura dos materiais - ossos e outras partes - gerando-se uma massa que segue
por rosca transportadora para os equipamentos de cozimento. Na produção de
farinhas de carne e de ossos, o cozimento é a principal operação, podendo ser por
via úmida ou a seco. Por via úmida: há uma injeção de vapor diretamente sobre o
material carregado no digestor (equipamento onde se dá o cozimento), propiciando a
separação entre as fases sólida, água e sebo, após o cozimento. A seco: os
digestores carregados são aquecidos por meio de camisas de vapor - aquecimento
indireto do material. A maior parte da umidade contida na matéria-prima é evaporada
e esta operação pode ser efetuada de maneira contínua ou em bateladas. Este tipo
de operação é recomendado para o processamento de sangue (produção de farinha
de sangue) e para obter concentrados de proteína solúvel, pois minimiza a
desnaturação das proteínas. O cozimento normalmente é realizado sob pressão, em
temperaturas de 120 a 150ºC, com tempos que variam de 1 a 4 horas.
Terminado o cozimento, o equipamento é aberto e seu conteúdo é
descarregado em um tanque ou panela percoladora, aquecida a vapor, onde o sebo
separa-se dos sólidos por percolação e peneiramento e aqui se tem dois processos
distintos, um para processamento o sebo e o outro para processamento da farinha
de carne e ossos.
Após a percolação, o sebo é centrifugado e/ou filtrado, sendo enviado a um
tanque decantador, para estocagem e eventual separação final de fase aquosa
presente. Há graxarias que não centrifugam ou filtram o sebo percolado, apenas
decantam suas impurezas e eventual fase aquosa. O material sólido, retirado do
sebo nesta operação, é juntado aos sólidos da percolação. Do tanque decantador, o
sebo é retirado por caminhões. Já o material sólido é prensado a quente, gerando
mais sebo, que é juntado ao sebo percolado para a purificação. O material prensado
é moído em moinho de martelos, seguindo para peneiramento, para acerto de
granulometria da farinha. O material retido neste peneiramento retorna ao moinho.
Passando pelo peneiramento, a farinha então é ensacada e destinada ao estoque ou
à expedição.
9

Figura 4: Fluxograma típico de uma graxaria – produção de sebo e de farinhas


de carne e ossos.

Fonte: Guia Técnico Ambiental De Graxarias - Série P+L

Como já mencionado a farinha de carne e ossos é um dos principais produtos


obtidos através do processo em graxarias. Pelo alto valor biológico das proteínas de
origem animal, a farinha de carne foi matéria prima indispensável no preparo de
rações, principalmente devido ao alto valor nutritivo, em proteína, gordura e
minerais, como cálcio e fósforo e, sobretudo como fonte de aminoácidos e vitamina
B12 (Tonissi et al., 2013). Ainda é possível demonstrar que o uso das farinhas de
origem animal é vantajoso na formulação de rações, pois implica na redução dos
custos de produção de rações e por consequência no custo de produção animal,
com grandes impactos na área ambiental (Bellaver et al., 2001 e Bellaver, 2005).
Alguns parâmetros de qualidade são expostos por Tonissi et al. (2013) como
no caso a farinha de carne e ossos apresentar menos de 25% de cinzas, ou menos
de 3,8% de fósforo, o produto passa a ser denominado apenas de Farinha de Carne
(FC), possuindo aproximadamente 55 a 60% de proteína segundo Nunes (1991
apud TONISSI et al., 2013). Ainda de acordo com o autor, em função da origem do
10

material, as farinhas podem ser classificadas como mistas (quando oriundas de


diferentes espécies animais) ou simples (quando oriundas de uma única espécie
animal). Esta última caracteriza-se por conter mais de 3,6% de fósforo na matéria
seca, sendo classificada em farinhas com 42 e 58% de proteína bruta na matéria
seca, em função do teor de osso na mesma. Apresenta baixa degradabilidade
ruminal. A relação cálcio-fósforo deve ser no máximo de 2,2: 1, pois uma relação
fora desta faixa implica em alimento adulterado.
Tonissi et al. (2013) indica alguns fatores que podem alterar a qualidade da
farinha de carne e ossos como a umidade elevada acima de 8%, que gera facilidade
de se decompor e causa crescimento microbiano e decomposição; as altas
temperaturas ou tempo excessivo no digestor, que acima de 120°C reduzem a
disponibilidade de aminoácidos; alerta sobre a incorporação de farinheta (fração fina
da farinha de carne que acompanha o sebo até a extração da mesma), e como sua
presença acelera a rancificação; que o excesso de gordura provoca variação nos
teores de proteína bruta e mineral (cálcio e fósforo), devido a diferenças entre os
tipos de equipamentos utilizados; que não haja a presença de contaminações como
cascos, chifres, sangue, pelos, sal, couro e resíduos de conteúdo estomacal; que o
tempo entre o sacrifício e o processamento ideal seria ocorrer no mesmo dia do
abate.
O teor de proteína bruta é inversamente proporcional ao teor de mineral
(ossos); a ocorrência de ácidos graxos livres nos alimentos indica rancidez
hidrolítica, em decorrência da umidade excessiva e enzimas que liberam ácidos
graxos livres; a presença de peróxidos indica ocorrência de rancidez oxidativa ou
oxidação dos radicais duplos dos ácidos graxos que podem ser evitados com a
utilização de antioxidantes específicos para o produto; enfatiza o cuidado com
contaminações microbianas como salmonelas e outros micro-organismos que
apesar de destruídos em temperaturas acima de 100°C a contaminação pode se
tornar inevitável na saída dos digestores por causa da manipulação e estocagem
impróprias que também podem ser tratados com produtos específicos
antimicrobianos; não deve ter matérias estranhas à sua composição, esta será
avaliada conforme a proporção de seus componentes que devem ser totalmente
declaradas.
11

Figura 5: Tabela de especificações de qualidade da farinha de carne e ossos da


empresa estagiada.
Fonte: Material interno da graxaria.

De acordo com Bellaver e Zanoto (2004) as gorduras e óleos animais são em


geral considerados os triglicerídeos de composição variável de ácidos graxos, sendo
sólidos ou líquidos à temperatura ambiente dependendo do seu grau de saturação
(titulo). Os autores abordam cuidados com seu manejamento indicando que a
gordura ou sebo podem ser armazenados em tanques de aço inox ou ferro, mas o
contato com bronze ou cobre deve ser evitado, pois acelera a oxidação das
gorduras. Calor, umidade e presença de insolúveis também aceleram a oxidação. A
oxidação e consequente rancidez podem ser diminuídas pela presença de
antioxidantes colocados no processamento. A presença de ar nos tanques de
armazenagem deve ser evitada ao máximo (vácuo, encanamentos sem entrada de
ar/borbulhamento, gás inerte na superfície dos tanques). A qualidade intrínseca das
gorduras é dada pela sua composição de ácidos graxos, bem como pelo grau de
saturação os quais estão diretamente relacionados com a digestibilidade da energia
contida na fonte de gordura. O valor de referência de 9400 kcal de energia bruta/kg
de gordura é empregado para óleos e gorduras puros. Entretanto, a qualidade da
gordura pode sofrer a ação de vários fatores que reduzem seu valor energético. Do
ponto de vista de nutrição animal, as gorduras e óleos de origem animal são fontes
ricas em energia, baratas comparadas com as gorduras de origem vegetal.
12

Figura 6 - Especificações da qualidade do sebo bovino da empresa estagiada.

Fonte: material interno da graxaria.

A análise de alimentos é um dos principais pontos a serem observados no


setor de nutrição animal. O objetivo principal da análise é conhecer a composição
química, além de verificar a identidade e pureza, sejam elas de natureza orgânica ou
inorgânica (SILVA e QUEIROZ, 2002). A principal meta de um laboratório deve ser a
produção de dados analíticos de alta qualidade, através de medidas que sejam
exatas, confiáveis e reprodutíveis, como salienta a Secretaria de Defesa
Agropecuária (SDA).
Segundo o Compêndio Brasileiro De Alimentação Animal (CBAA, 2013), a
determinação do extrato etéreo se dá através dos lipídios que constituem uma
classe grande de compostos que incluem as gorduras, os óleos e as ceras, além de
uma variedade de outros compostos como o colesterol, os fosfolipídios e as
lipoproteínas. Esses compostos podem ser extraídos de uma amostra por contato
com um solvente orgânico. A extração é feita por repetidas lavagens com um
solvente que fica sob refluxo em uma vidraria específica. Após a evaporação do
solvente, obtêm-se o resíduo que corresponde ao teor de lipídios da amostra.
Para determinação da proteína bruta o ensaio é baseado na digestão de amostras
nitrogenadas com ácido sulfúrico concentrado, em presença do catalisador. Este
método se baseia em três etapas: digestão, destilação e titulação. O nitrogênio da
amostra é transformado em sulfato de amônio por digestão ácida, e em nitrogênio
amoniacal por destilação em meio alcalino. O nitrogênio é quantificado por titulação
em ácido padronizado (CBAA, 2013).
13

O material mineral é dado através do resíduo inorgânico resultante da queima


da amostra a uma temperatura de 550600ºC, fornecendo dados da quantidade de
minerais totais, principalmente na forma de óxido, contidos nos produtos de origem
vegetal, animal ou de misturas. O resíduo obtido na queima da amostra, pode não
representar toda substância inorgânica, pois alguns constituintes inorgânicos sofrem
redução ou volatilização nesta faixa de temperatura (CBAA, 2013).
A determinação da umidade fundamenta-se na perda de umidade e
substâncias voláteis na temperatura de 105°C. A granulometria baseia-se na
determinação das proporções com que as partículas de diferentes dimensões
entram na composição da amostra (SDA).
Segundo o Instituto Adolfo Lutz (2008), a determinação da acidez do sebo
bovino pode fornecer um dado importante na avaliação do estado de conservação
da gordura. Um processo de decomposição, seja por hidrólise, oxidação ou
fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons hidrogênio. A
decomposição dos glicerídeos é acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a
rancidez quase sempre acompanhada pela formação de ácidos graxos livres. Estes
são frequentemente expressos em termos de índice de acidez, podendo sê-lo
também em mL de solução normal por cento ou em gramas do componente ácido
principal, geralmente o ácido oleico. Os regulamentos técnicos costumam adotar
esta última forma de expressão da acidez. O índice de acidez é definido como o
número de mg de hidróxido de potássio necessário para neutralizar um grama da
amostra. O método é aplicável a óleos brutos e refinados, vegetais e animais, e
gorduras animais. Os métodos que avaliam a acidez titulável resumem-se em titular,
com soluções de álcali-padrão, a acidez do produto ou soluções aquoso-alcoólicas
do produto, assim como os ácidos graxos obtidos dos lipídios.
O teor de impureza determina sujidades e/ou outras substâncias estranhas. A
umidade de um alimento está relacionada com sua estabilidade e composição, e
pode afetar a estocagem, embalagem e processamento (IAL, 2008).

4. METODOLOGIA DO ESTÁGIO

4.1 Recolhida de amostra da farinha de carne e ossos

As análises da farinha eram feitas cada lote fechado, este é formado por 24
sacos de farinha de aproximadamente 1300 quilos (Bag). A amostra era recolhida
14

pelo o colaborador que é responsável pelo enchimento das Bag, em três partes do
enchimento, do final, meio e parte superior em um saquinho zip. A farinha dos
saquinhos então é homogeneizada e de cada saco é retirada uma amostra de 50
gramas, junta-se então todas as amostras de 50 gramas totalizando uma de 1.200
Kg que serve de base para resultados médio total do lote.

Figura 7: Foto de um saco Bag

Figura 8: Amostra da farinha preparada

Fontes: Graxaria estagiada


15

4.2 Análises realizadas

4.2.1 Análise do extrato etéreo

Pesar 2 g de amostra e em seguida transferir para o cartucho preparado com


papel filtro. Pré-aquecer o bloco a 20ºC acima da temperatura de ebulição do
solvente. Aguardar a estabilização do solvente. Secar o copo tipo reboiler em estufa
a 105ºC, por uma hora, esfriar em dessecador até a temperatura ambiente e pesar.
Colocar 100 mL de solvente no copo tipo reboiler. Introduzir o cartucho no extrator.
Proceder a extração. Extrair por um período de 1h a 1h30min. Após o término da
extração, elevar a temperatura para 60ºC acima da ebulição do solvente. Recuperar
o solvente. Secar o copo reboiler em estufa a 105ºC até peso constante
(aproximadamente uma hora e meia). Conduzir sempre uma amostra em branco,
testando a qualidade do solvente utilizado e fazer a correção, se necessário.

4.2.2 Determinação da proteína bruta

Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para tubo de digestão. 5.3


Adicionar de 2,5 a 5 g de mistura catalítica e 10 a 15 mL de ácido sulfúrico
concentrado. O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede
do frasco. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de
100ºC, em intervalos de tempo definidos. Prosseguir, elevando até no máximo de
420ºC, evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco. Após a completa
digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30
minutos após o clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma
crosta cristalina com o resfriamento. Esfriar, adicionar 50 mL de água. Agitar até
dissolução e esfriar. Colocar no Erlenmeyer aproximadamente 50 mL de ácido
bórico 4% (m/v) com solução indicadora mista para receber o destilado. Levar o
Erlenmeyer ao destilado mergulhando o terminal do condensador na solução
receptora. Adicionar cuidadosamente 50 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao
frasco Kjeldahl, conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
Recolher aproximadamente 250 mL do destilado ou quantidade suficiente para o
carregamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor
vermelha para amarela durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em
processo e adequar a massa da amostra ou volume do ácido sulfúrico utilizados.
16

Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e


titular com solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L até viragem de verde para rosa.

4.2.3 Determinação do material mineral

Pesar o cadinho, limpo e previamente calcinado em forno mufla a 550-600ºC


por uma hora (após atingir a temperatura) e resfriado em dessecador até equilíbrio
com a temperatura ambiente. Pesar de 2 a 3 g da amostro no cadinho. Levar ao
forno mufla e gradualmente aumentar a temperatura (550-600ºC) até obtenção de
cinzas claras (3 horas no mínimo). Opcionalmente, pode-se efetuar pré-queima em
placa aquecedora ou bico de Bunsen, transferindo em seguida para o forno mufla
(550-600ºC). Não se obtendo cinzas claras após o período mínimo de calcinação,
recomenda-se a adição de 2 a 3 gotas de ácido nítrico ou água oxigenada 30% (130
volumes) e retorno ao forno mufla por mais uma hora. Retirar a 250-300ºC, esfriar
em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente. Pesar.

4.2.4 Teor de umidade

A umidade era dada através do aparelho determinador de umidade, que


esquentava aproximadamente 5 gramas da farinha na temperatura de 105 °C por 17
minutos.

4.2.5 Granulometria

Para o controle da moagem da farinha, a cada hora era coletada uma


amostra de farinha recém-moída para determinação de a sua granulometria. Pesar
100 gramas da farinha na balança. Com auxílio do conjunto de peneiras ASTM 6, 10
e 12, determinar a porcentagem de farinha retida em cada uma delas.

4.3 Recolhida da amostra do sebo bovino

As amostras eram recolhidas com auxílio de copos plásticos nos tanques de


armazenamento do sebo em e nos tanques dos caminhões após carregamento dos
mesmos.
17

Figura 9: Foto do tanque de armazenamento do sebo produzido.

Fonte: Graxaria estagiada.

Figura 10: Amostras de sebo.

Fonte: Graxaria estagiada.


18

4.4 Análises realizadas

4.4.1 Teor de acidez

As amostras devem estar bem homogêneas e completamente líquidas. Pese


4 g da amostra em frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 60 mL de álcool etílico
absoluto. Adicione seis gotas do indicador fenolftaleína. Levar a chapa aquecedora
até começo da fervura. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 M até o
aparecimento da coloração rósea, a qual deverá persistir por 30 segundos.

4.4.2 Teor de impurezas e umidade

Em um tubinho de ensaio colocar 10 mL da gordura homogeneizada e líquida.


Levar a centrífuga 2500rpm e centrifugar por 5 minutos. Se houver impurezas ou
umidade, esta se depositará no fundo onde é possível determinar a porcentagem da
mesma.

5. SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

A empresa dispõe de uma área laboratorial excelente, mas peca na


localidade do mesmo, que se encontra muito próxima à área de produção o que faz
com que haja um pouco de vibração na bancada onde se encontra a balança
analítica, a mesma também está localizada muito próxima ao aparelho de ar-
condicionado sendo necessário desligar o mesmo para que o vento não cause
oscilações na balança. Então se sugere a troca de lugar da balança o mais longe
possível do aparelho de ar condicionado e talvez futuramente a troca de lugar do
laboratório para que as vibrações não prejudiquem o resultado das análises. O
laboratório não disponibiliza de um exaustor e como a matéria que se analisa tem
odor forte característico isso deixa o laboratório com um cheiro muito forte então se
sugere a instalação de exaustor no mesmo.
19

6. CONCLUSÃO

O estágio foi concluído inteiramente e a vivência laboratorial da indústria


permitiu o uso de conhecimento já adquirido em aulas, mas também permitiu
aprimorar ainda mais o que foi aprendido juntamente com técnicas novas que se se
encaixavam no tipo de análises feitas e adquirir ainda mais conhecimento e
experiência voltados para o mercado de trabalho.
20

7. REFERÊNCIAS
ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. 2014.
ANUALPEC - Anuário da Pecuária Brasileira. 2015 e 2016.
BARROS, F.D.; LICCO, E.A. [2007]. Graxaria e a geração de odores. Centro
Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia. Disponível em:
<http://www.maua.br/arquivos/artigo/h/85752aaed72. Acesso em: 15/11/2018.
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subprodutos proteicos de origem animal. Disponível em:
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/parametros_qualidade_gorduras
_e_subprodutos_proteicos_de_origem_animal_000fyrf0t6n02wx5ok0pvo4k33hlhtkv.
pdf. Acesso em: 05/11/2018
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São Paulo: CETESB (Série P+L), 2006. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/.
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https://www.researchgate.net/publication/275892473_ALIMENTOS_E_ALIMENTAC
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