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Guia de Estudos
1a Edição
Potyguara – São Paulo – 2016
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL DA IPIB:
Áureo Rodrigues de Oliveira
PRESIDENTE DA FECP:
Heitor Pires Barbosa Junior
DIRETOR DA EAD-FECP:
Reginaldo von Zuben
AUTOR:
Marcos Nunes da SIlva
DIAGRAMAÇÃO:
Ana Paula Pires
ILUSTRAÇÕES:
FOTOLIA
REVISÃO:
Dorothy Maia
EDIÇÃO:
Reginaldo von Zuben e César Marques Lopes
MÓDULO 1:
A Diaconia de Jesus
MÓDULO 2:
Perspectivas bíblico-teológica e histórica da diaconia
MÓDULO 3:
Diaconia em perspectiva
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PARA PENSAR
Você conhece bem os textos bíblicos indicados
acima? Estão bem claros em sua memória?
Se não, antes de prosseguirmos, é fundamental
que você os leia, pois sem o conhecimento
deles todo nosso estudo ficará comprometido
neste módulo.
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sistema de pureza)”. Por cima de tudo isso está Roma que man-
tém seu poder nos dois primeiros níveis: econômico (imposto)
e político (ocupação militar). Deus está no templo e este – ins-
trumento do poder político, econômico e religioso – está asso-
ciado ao poder estabelecido. Gaede Neto (2001, p.70) diz: “neste
quadro todo, Deus está colocado, pelo sistema de dominação
vigente, em lugar fixo, no centro do poder”.
É esse quadro que os discípulos querem manter, voltado
para eles. Em vez da cruz, querem a glória e o poder. É a ten-
tação de Satanás contra Jesus: “tudo isto te darei se, prostrado,
me adorares” (Mt 4.9).
Diante de tudo isso, Jesus propõe algo novo: “entre vós não
é assim”. Quer ser grande (mégas), então sirva (diákonos); quer
ser o primeiro (prôtos), então seja escravo (doûlos) de todos.
“Pois o próprio filho do homem não veio para ser servido (diako-
netênai), mas para servir (diakonésai) e dar a sua vida em resga-
te por muitos” (Mc 10.45).
A proposta de Jesus para o Reino e a Igreja é a diaconia, o
serviço, o discipulado na perspectiva da cruz. Gaede Neto (2001,
p.71) afirma: “o princípio fundamental coloca as relações de
cabeça para baixo, quando faz o embaixo ser o em cima e o em
cima, embaixo”.
Jesus coloca-se ao lado dos 95% da população da Palestina que
vivia debaixo da dominação de Roma e dos poderosos, legitimados
pela religião. É por isso que Jesus se coloca como aquele que neces-
sita de ajuda (Mt 25.31-46), ou seja, as crianças, as mulheres, os es-
cravos, as pessoas doentes, os pobres explorados, os discriminados
e os marginalizados, que sempre serviram, e diz que seriam servidos
pelas pessoas que queriam se tornar grandes. Jesus coloca-se como
exemplo: Deus se tornou pequeno e fraco em Jesus para servir a
todos (Fl 2.5-11). A proposta de Jesus não é uma anarquia política e
religiosa. A questão não é acabar com o poder, mas rever a forma
como o utilizamos: para dominar ou para servir?
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CURIOSIDADE:
O ministério de Jesus foi realizado em volta da
mesa. Muitas coisas importantes aconteceram
nos momentos em que Jesus estava num
banquete, numa festa. O evangelista Lucas,
por exemplo, destina um quinto de sua
obra a essa atividade de Jesus. Nos evange-
lhos, o verbo “comer” aparece em 76 textos,
90% deles ligados à comunhão de Jesus à mesa.
A comparação com outros verbos, como ensinar, que aparece
55 vezes, mostra a importância da mesa no ministério de Jesus.
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CURIOSIDADE:
A Palestina nos tempos de Jesus era uma
sociedade de classes formada por: a) elite:
latifundiários, grandes comerciantes e
sacerdotes; b) classe média: artesãos,
camponeses e comerciantes; c) pobres:
diaristas, desempregados e escravos.
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PARA PENSAR:
“A igreja de hoje está mais próxima do shopping
do que da favela!”
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PARA PENSAR:
“O Reino de Deus é proibido para maiores de
idade” (Rev. Gerson Correia de Lacerda).
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PARA PENSAR:
Como devemos ver a doença: castigo de Deus
ou uma construção sociológica legitimada
pela igreja para excluir as pessoas?
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CURIOSIDADE:
A mulher era considerada impura conforme as
prescrições de Levíticos por: a) menstruação
(sete dias - Lv. 15). Isso alterava tudo na
vida dela e da casa. Os objetos que ela
tocava ficavam impuros, assim como quem
a tocasse também, a cama, onde sentasse
etc.; b) parto: quarenta dias para purificar-se,
no caso de nascimento de menino e oitenta dias para
nascimento de menina (Lv. 12).
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PARA PENSAR:
“Se as mulheres devem permanecer em
silêncio, então não teríamos nenhum
testemunho da ressurreição de Jesus” (Jur-
gen Moltmann).
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MÓDULO 2
Tema: Perspectivas Bíblico-Teológica e
Histórica da Diaconia
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PARA PENSAR:
Se no texto bíblico a terra pertence a Deus,
portanto uma dádiva dada a todos/as, a
reforma agrária deveria ser uma bandeira
defendida pela Igreja de Jesus?
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prática das boas obras era comum, só que agora com uma nova
fundamentação, ou seja, a Igreja tinha que mostrar com ações
concretas o amor de Cristo.
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de maneira igual.
Os bispos eram os responsáveis pela diaconia da Igreja, pois
recebiam as doações e os diáconos faziam a distribuição. Isso
sempre trazia o risco de o bispo desviar dinheiro para si. Vemos
aí a clericalização da diaconia.
Na Igreja Oriental as diaconisas faziam parte do clero e cui-
davam da assistência às mulheres enfermas. Também supervi-
sionavam as mulheres no culto.
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CURIOSIDADE:
Os mosteiros cumpriram função diaconal importante.
Eram assim classificados: nosocômios para
os enfermos; gerontocômios para os idosos;
xenodóquios para os peregrinos; orfanatos
para os órfãos.
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PARA PENSAR:
Lutero criticava a Igreja de sua época dizendo:
“Um amor que espera até que chegue a
necessidade extrema é um amor lerdo, muito
preguiçoso, na verdade nem sequer é amor”.
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CURIOSIDADE:
Calvino é o primeiro dos teólogos cristãos a
exonerar o empréstimo a juros do opróbrio
moral e teológico que a igreja fazia pesar
sobre o povo. Calvino defendia a limitação
da taxa de juros em Genebra, o que deses-
timulava aqueles que viviam dessa prática.
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MÓDULO 3
Tema: Diaconia em perspectiva
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desenvolver seu próprio método? Ela não pode usar das meto-
dologias existentes da assistência social, da pedagogia social, da
enfermagem, da psicologia?
Nordstokke (2003) responde a pergunta acima com um
“não”. Para ele, deve haver relação entre identidade e método.
A identidade diaconal mostra o porquê e para que. A metodo-
logia diaconal ensina como fazer ou agir. Por isso, deve haver
sempre uma ligação entre identidade e método, senão corre-se
o risco de a identidade ser apenas um discurso bem elaborado,
mas sem concretude. Por isso, sempre há lugar para a reflexão
crítica, inclusive dos métodos, pois nem sempre o agir diaconal
da Igreja leva à transformação da realidade.
Na verdade, o que estamos afirmando sobre a necessidade
de se refletir teologicamente sobre diaconia e a importância de
um método refere-se ao fato de que a igreja deve cuidar para
que a prática não se torne assistencialismo acrítico que, em vez
de transformar, só perpetua uma situação, por melhor intenção
que se tenha. Infelizmente, esta é a situação de muitas ações
diaconais em nossos dias.
PARA PENSAR:
A entrega de cesta básica, prática comum
nas igrejas, embora necessária, transforma
a realidade das pessoas ou as mantém
dependentes dessa ajuda?
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JJ 2. DIACONIA E ESPIRITUALIDADE
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PARA PENSAR:
“A falta de pão na mesa do pobre pode ser a
denúncia da falta de espiritualidade no altar
dos cristãos” (Rev. Carlos Queiroz).
JJ 3. DIACONIA E MISSÃO
A igreja sempre teve dificuldade para reconhecer a diaconia
como parte integrante da “missio Dei”. Vimos que no início era
uma prática normal, isto é, a diaconia fazia parte do jeito de ser
da greja como aprendizado da caminhada com Jesus. Com o
passar do tempo, isso foi se perdendo, seja por causa do valor
meritório das obras ou pelo entendimento de que a missão se
resume em fazer discípulos somente através do anúncio da
Palavra.
Ao longo da história, muitos cristãos, com suas vidas, mos-
traram a identidade diaconal da Igreja e tentaram conduzi-la na
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CURIOSIDADE:
Desde o início da Igreja percebemos cinco eixos
fundamentais que caracterizavam seu agir
e que são interdependentes, formando um
todo. Se tirar um eixo, a Igreja terá dificulda-
des em cumprir a missão de Deus no mundo.
São eles: 1) martyria: pregação e testemunho;
2) koinonia: comunhão; 3) leiturgia: espirituali-
dade, adoração e celebração; 4) diakonia: serviço;
5) didaquê: ensino.
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PARA PENSAR:
“A igreja só é igreja se ela existir para os outros”
(Dietrich Bonhoeffer)
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PARA PENSAR:
Certa vez um grupo de cristãos na Índia
foi falar com Mahatma Ghandi na tentativa
de convertê-lo ao cristianismo. Diante da
opressão britânica ao povo indiano e a
legitimação dessa situação pelo cristianismo
inglês, ouviram de Ghandi o seguinte: “Res-
peito e admiro o seu Cristo, mas abomino o
cristianismo de vocês, porque vocês estão
longe de ser o que seu mestre foi”.
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JJ PREZADO ESTUDANTE
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JJ BIBLIOGRAFIA
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JJ PARA APROFUNDAR
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JJ ANOTAÇÕES
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JJ ANOTAÇÕES
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JJ ANOTAÇÕES
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