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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
3ª TURMA

PROCESSO TRT - RO-0012113-64.2017.5.18.0001

RELATORA : DESEMBARGADORA ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS

RECORRENTE : JURANI DE SOUSA REIS

ADVOGADO(A) : CARLOS MÁRCIO RISSI MACEDO

RECORRIDO(A) : ESTADO DE GOIÁS

ADVOGADO(A) : JOVIANO DOS REIS DE OLIVEIRA

ORIGEM : 1ª VT DE GOIÂNIA

JUIZ(ÍZA) : ÉDISON VACCARI

EMENTA

EMENTA: "AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA - PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO
CPC/2015 - EMPREGADO PÚBLICO CELETISTA - APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA - ART. 40, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - LEI
COMPLEMENTAR Nº 152/2015. A jurisprudência pacífica desta Corte vem
entendendo que a regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II,
da Constituição Federal e regulamentada na Lei Complementar nº 152/2015
também é aplicável ao empregado público celetista. Precedentes. Agravo
desprovido. (Ag-AIRR - 10699-39.2016.5.15.0069 , Relator Ministro: Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 18/04/2018, 7ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 20/04/2018)

RELATÓRIO

O Exmo. Juiz ÉDISON VACCARI, da Egrégia 1ª Vara do Trabalho de Goiânia,


Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS
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julgou improcedentes os pedidos formulados na reclamatória trabalhista movida por JURANI DE SOUSA
REIS em face de ESTADO DE GOIAS (fls. 292/305).

Reclamante interpõe recurso ordinário (fls. 320/332).

Contrarrazões ofertadas pela reclamada (fls. 338/362).

Parecer do Ministério Público do Trabalho pelo conhecimento e não provimento


do recurso.

É o relatório.

VOTO

ADMISSIBILIDADE

Presentes os pressupostos processuais objetivos e subjetivos de admissibilidade,


conheço do recurso ordinário interposto pela reclamante, bem como das respectivas contrarrazões.

MÉRITO

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA. VERBAS


RESCISÓRIAS.

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Insurge-se a reclamante contra a r. decisão primeira que julgou improcedente o
pedido de reintegração no emprego.

Assevera que não poderia ter sido aposentada compulsoriamente, pois o art. 40, §
1º, II, da CF/88, não é aplicável aos empregados públicos sujeitos ao regime celetista.

Reporta-se, também, à Lei Complementar nº 152/2015 que estendeu a


aposentadoria compulsória aos servidores públicos para 75 anos.

Analiso.

A autora foi aposentada compulsoriamente em 04/07/2017 por ter completado 70


anos em 23/10/2016.

Pois bem.

Ressalto que no momento da rescisão contratual já estava em vigência o novo


texto do art. 40, §1º, II, da CF, alterado pela EC 88 de 07/05/2015, que dispõe:

"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo


serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na
forma dos §§3º e 17:

(...)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de


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contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos
de idade, na forma da lei complementar;" (destaquei)

Avançando, em 03/12/2015 foi editada a Lei Complementar 152/2015, que


estabeleceu o que se segue:

"Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao


tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:

I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;

II - os membros do Poder Judiciário;

III - os membros do Ministério Público;

IV - os membros das Defensorias Públicas;

V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº
11.440, de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado
progressivamente à razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria
compulsória ao fim de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência desta Lei
Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos previsto no caput".
(destaquei)

É assente na jurisprudência o entendimento no sentido da aplicabilidade da


aposentadoria compulsória aos servidores públicos celetistas. Transcrevo os seguintes arestos a fim de
respaldar a fundamentação ora deduzida:

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014.


APOSENTADORIA COMPULSORIA. EMPREGADO PUBLICO. LEI
COMPLEMENTAR 152/2015. Conforme consagrado no TST, a aposentadoria
compulsória, prevista no art. 40, §1º, II, da Constituição Federal, é aplicável a
todos os servidores públicos, independentemente do regime jurídico. Assim, ao
empregado público celetista também se aplica a Lei Complementar 152/2015 que,
regulamentando o inciso II do §1º do art.40 da Constituição Federal, alterou a
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idade de aposentadoria compulsória para 75 anos. Recurso de revista não
conhecido (RR 46-44.2016.5.08.0207, 2ª Turma, Relatora Ministra Delaíde
Miranda Arantes, 7/8/2018).

B) RECURSO DE REVISTA. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA.


EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM ENTE ESTATAL.
SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA. EFEITOS. A aposentadoria compulsória do
servidor público estatutário ou do servidor regido pela CLT, inclusive os
empregados dos demais entes estatais (empresas públicas, sociedades de economia
mista, etc.), extingue automaticamente seu vínculo jurídico estatutário ou
empregatício com a respectiva entidade estatal, por força de comando
constitucional inarredável (art. 40, §1º, II, da CF). Tendo em vista que a
aposentadoria compulsória não decorre da vontade das partes, mas de um
comando constitucional, não se há falar em dispensa arbitrária ou sem justa causa,
sendo indevidas verbas como o aviso prévio indenizado e/ou acréscimo rescisório
de 40% do FGTS. Recurso de revista conhecido e provido.
(RR-1920-33.2013.5.15.0059, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma,
DEJT de 26/8/2016)

No mesmo sentido caminha a jurisprudência deste Egrégio Tribunal.

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA. IDADE LIMITE. EMPREGADO


PÚBLICO. ARTIGO 40, § 1º, II, DA CR/88. LC 152/2015. Embora a Lei
Complementar nº 152/2015, que regulamentou o artigo 40, § 1º, II, da CR/88,
dispondo sobre a aposentadoria compulsória por idade, não tenha relacionado,
expressamente, em seu artigo 2º, I, os empregados públicos, a estes também deve
ser aplicada a norma legal, sob pena de violação ao princípio da isonomia." (TRT8
- RO 00000464420165080207, Relatora ROSITA DE NAZARÉ SIDRIM
NASSAR Data de Julgamento: 21/06/2016, 1ª Turma, Data de Publicação DJE:
21/06/2016) (TRT18, ReeNec - 0010146-96.2018.5.18.0017, Rel. LUCIANO
SANTANA CRISPIM, 3ª TURMA, 01/10/2018).

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA DO SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA.


ART. 40, §1º, II, DA CONSTITUIÇÃO. É pacífico o entendimento do C. TST e
deste Eg. Regional quanto à aplicação da aposentadoria compulsória prevista no
art. 40, §1º, II, da CF/88 ao empregado público celetista. Precedentes. (TRT18,
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RO - 0010574-60.2017.5.18.0002, Rel. SILENE APARECIDA COELHO,
TRIBUNAL PLENO, 24/08/2018

Dessarte, conquanto aplicável à reclamante a aposentadoria compulsória por idade


(art. 40, §1º, II, da CF), é certo que, uma vez tendo o contrato sido rescindido em 04/07/2017 - quando da
vigência da LC nº 152/2015 - a obreira só poderá ser aposentada de forma compulsória ao completar 75
anos de idade, o que ocorrerá somente em 23/10/2021.

Nesse compasso, dou provimento ao recurso para considerar aplicável ao caso o


disposto pelo art. art. 40, §1º, II, da CF e pela LC nº 152/2015, determinando sua reintegração ao labor,
com o pagamento dos respectivos salários não quitados durante o período em que perdurou seu ilegal
afastamento, conforme valores do contracheque de fl. 24.

Dou provimento.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, conheço do recurso ordinário interposto pela reclamante e, no


mérito, dou-lhe provimento.

Por consequência, inverto o ônus da sucumbência. Custas pela reclamada, no


importe de R$ 720,00, calculadas sobre R$ 36.000,00, valor provisoriamente arbitrado à condenação.

É como voto.

ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS

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Desembargadora Relatora

ACÓRDÃO

ISTO POSTO, acordam os membros da Terceira Turma do Egrégio


Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, prosseguindo no julgamento iniciado na sessão do dia
18.10.2018, em sessão ordinária hoje realizada, por unanimidade, conhecer do recurso do Reclamante e
dar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora.

Participaram do julgamento os Excelentíssimos Desembargadores MARIO


SERGIO BOTTAZZO (Presidente), ELVECIO MOURA DOS SANTOS e ROSA NAIR DA SILVA
NOGUEIRA REIS. Presente na assentada de julgamento o d. representante do Ministério Público do
Trabalho. Sessão de julgamento secretariada pela Chefe do Núcleo de Apoio à Terceira Turma, Maria
Valdete Machado Teles.

Goiânia, 06 de dezembro de 2018.

ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS


Relatora

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