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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0142535-12.2015.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL
Recorrido(s) : ELIANA ALVES SAMPAIO

Origem : 4ª VSJE DO CONSUMIDOR (VESPERTINO)


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CARTÃO DE CRÉDITO.


TRANSAÇÕES NÃO RECONHECIDAS PELA AUTORA. INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 14 DO CDC. RESTITUIÇÃO DOS
VALORES PAGOS. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. MEROS
ABORRECIMENTOS. FATO INSUFICIENTE, DE PER SI, PARA
CONFIGURAR A VIOLAÇÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que


julgou parcialmente procedente o pedido formulado na exordial, nestes termos:
“Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados na
exordial, para condenar a acionada a proceder ao cancelamento definitivo do débito
vinculado ao cartão de crédito Ourocard da autora de nº. 4984.XXXX.XXXX.5272, referente
as compras realizadas nos dias 22/06/2015 e 03/07/2015, no importe total de R$ 3.464,80 (três
mil, quatrocentos e sessenta e quatro reais e oitenta centavos), no prazo de 05 dias, sob pena
de multa diária no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais), limitada, contudo ao valor de alçada

dos Juizados Especiais.;”

2. O recorrente busca a reforma da sentença, suscita preliminar


de inépcia da inicial, e no mérito, sustenta a ausência de provas acerca do fato
alegado, bem como a inexistência de nexo de causalidade entre o suposto
dano e conduta que possa ser atribuída ao banco. Que não há que se falar em
danos morais na hipótese, sendo mister a improcedência dos pedidos.

3. Trata-se de ação na qual a parte busca o reconhecimento da


ilegitimidade dos lançamentos de compras efetuados em seu cartão de crédito
cuja autoria a mesma desconhece. Pleiteou a devolução em dobro dos valores
pagos, bem como indenização pelos danos morais sofridos.

4. A despeito das alegações da parte demandada, esta não


logrou êxito na comprovação da legitimidade das compras efetuadas no cartão
de crédito da parte autora, como lhe incumbia fazê-lo, sendo caso de aplicação
da inversão do ônus da prova, nos termos do art.6o, inciso VIII do CDC.

5. Como sabido, as instituições bancárias, bem como as


administradoras de cartões de crédito, possuem o dever de atuar com
diligência no ato da contratação de seus serviços, bem como na
manutenção dos mesmos, verificando os dados pessoais daqueles que
manifestam a intenção de contratar, através da solicitação dos
documentos de identificação, bem como arquivando as cópias dos
instrumentos, ou registrando por outros meios de prova o ato da
contratação, de modo a evitar fraudes que corriqueiramente ocorrem no
mercado de consumo, bem como para evitar falha na prestação de seus
serviços, que venham a causar danos aos consumidores.

6. A narrativa fática constante dos autos é dptada de


verossimilhança, e corroborada com os elementos de prova adunados,
tais quais comprovante de reclamação administrativa e protocolo de
atendimento. O réu, por seu turno, não produz prova suficiente de que a
compra teria sido realizada pela parte autora.
7. O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização do
fornecedor pelo fato do produto ou serviço, preleciona que:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
7. Discutindo-se a prestação defeituosa de serviço, incide
a responsabilidade civil objetiva inerente ao próprio risco da atividade
econômica, consagrada no art. 14, caput, do CDC, que impõe ao fornecedor o
ônus de provar causa legal excludente (§ 3º do art. 14), algo que o recorrente
não se desincumbiu.
8. Reconhecida a ilegitimidade dos lançamentos
efetuados no cartão de crédito da parte autora, agiu com acerto o magistrado
sentenciante ao determinar a restituição simples dos valores pagos,
2. No concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos morais
sofridos, tenho que não há nos autos provas acerca da lesão a direitos
subjetivos, inexistindo prova de fato ou consequência adversa para a parte
acionante que não o aborrecimento decorrente do fato em si, e cujo prejuízo
restara plenamente ressarcido com a condenação imposta pela sentença, em
que pese o reconhecimento da falha na prestação dos serviços, insuficiente,
contudo, de per si, para configurar o abalo moral. Não houve a negativação do
nome da parte autora nos cadastros de proteção ao crédito, e nem fora
demonstrados maiores repercussões advindos do fato dos lançamentos
indevidos de compras não reconhecidas.

3. Nesse mesmo sentido, sempre pertinente a lição do Des. Sérgio


Cavalieri Filho, abaixo transcrita: “Só deve ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade interfira no
comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angustia e
desequilíbrio em seu bem estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou
sensibilidade exacerbada está fora da órbita do dano moral, pois fazem parte do
nosso dia-a-dia... Se assim não se entender, acabamos por banalizar o dano moral,
ensejando ações judiciais em busca de indenização pelos mais triviais
aborrecimentos”.
11. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO
INTERPOSTO E NEGO-LHE PROVIMENTO, tão somente para excluir da sentença
o capítulo atinente aos danos morais, mantendo-a no mais pelos próprios
fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da
parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 01 de Junho de 2017.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0142535-12.2015.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL
Recorrido(s) : ELIANA ALVES SAMPAIO

Origem : 4ª VSJE DO CONSUMIDOR


(VESPERTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE
ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA
HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento.
Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no
recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 01 de Junho de 2017.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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