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CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Este documento é cópia do original assinado digitalmente por MARCELO WEGNER. Para conferir o original, acesse o site http://www.mp.sc.gov.br, informe o processo 05.2016.00019418-1 e o código
Pesquisa nº 0065/2016/CIJ
Solicitação de Apoio nº 05.2016.00019418-1

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR. ADAPTAÇÃO


CURRICULAR. RECURSOS HUMANOS. PROFESSOR.
POSSIBILIDADE.

O problema narrado é comumente enfrentado por estudantes que, em razão de problemas


de saúde, ficam impossibilitados de frequentar as aulas e, por conseguinte, não conseguem
prosseguir seus estudos e assim concluir as etapas da Educação Básica.

Nessas situações, cabe resguardar o direito fundamental que assiste a esses estudantes, qual
seja, a garantia de acesso e permanência escolar. Deve-se partir do princípio de que a educação é
um direito de todos, destina-se ao pleno desenvolvimento da pessoa, sua qualificação para o
trabalho e ao preparo para o exercício da cidadania, conforme dispõe o art. 205 da Constituição
Federal:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Com o objetivo de conceder eficácia à educação, a Constituição Federal estabeleceu diversos


princípios, dentre eles, o de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola:

Art. 206 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Esse princípio também foi repetido no artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente e


no art. 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96):

Art. 53 A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo e exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
[...]

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Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude


Rua Pedro Ivo, nº 231, Ed. Campos Salles, sala 902, Centro Florianópolis/SC
(48) 3330.9501 - cij@mpsc.mp.br
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Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
[...]

Por sua vez, a Resolução nº 17/99 do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina em
seu art. 1º resolve:

Art. 1º A escola deverá, na definição de sua concepção filosófica, garantir os


direitos e os deveres preconizados pela Constituição da República Federativa do
Brasil nos artigos 5º, 6º e 14, bem como os estabelecidos no Estatuto da Criança e
do Adolescente.

Ademais, o Decreto-lei nº 1.044/1969 dispôs sobre o tema nos seguintes termos:

Art 1º São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de


qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas,
infecções, traumatismo ou outras condições mórbitas, determinando distúrbios
agudos ou agudizados, caracterizados por:
a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos
escolares; desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e
emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos
moldes;
b) ocorrência isolada ou esporádica;
c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a
continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais
características se verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos
(tais como a hemofilia), asma, cartide, pericardites, afecções osteoarticulares
submetidas a correções ortopédicas, nefropatias agudas ou subagudas, afecções
reumáticas, etc.

Art 2º Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas,


exercício domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis
com o seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento. (Grifou-se).

Diante dessa problemática, o Conselho Nacional de Educação publicou a Resolução CNE/CEB


Nº 2/2001, a qual teve a incumbência de instituir as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos
que apresentem necessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas etapas e
modalidades.
Dentre as diversas premissas que norteiam a atuação das entidades escolares de todo o
Brasil, destaca-se que:

Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde,
devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos
impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que
implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência
prolongada em domicílio.

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§1º As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar
continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de
alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno
e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças,
jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu
posterior acesso à escola regular.

§ 2º Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de freqüência deve ser
realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende
o aluno.

O mencionado diploma ainda impõe em seu artigo 14, como obrigação a cargo dos sistemas
públicos de ensino a “identificação, análise, avaliação da qualidade e da idoneidade, bem como pelo
credenciamento de escolas ou serviços, públicos ou privados, com os quais estabelecerão convênios
ou parcerias para garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de seus alunos,
observados os princípios da educação inclusiva”.
Com o objetivo de elucidar as relevantes normas estabelecidas na Resolução CNE/CEB nº
2/2001, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) publicou no ano seguinte o documento intitulado:
“Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações”.
Essa Cartilha (anexa) teve o condão de emitir diretrizes aos estabelecimentos educacionais
de todo o Brasil, no sentido de orientá-los acerca do modo que deve ser efetuada a estruturação
dessas entidades a fim de ofertar os serviços impostos pelo artigo 13 da Resolução CNE/CEB Nº
2/2001.
Destacam-se algumas diretrizes a serem observadas na implantação de Classes Hospitalares
e Atendimento Pedagógico Domiciliar, assim como apresentam-se premissas sobre esses serviços.
A Cartilha, nesse diapasão, define que:

O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por aqueles


alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou
exigência de atenção integral à saúde, considerados os aspectos
psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de
construção do conhecimento, impedindo temporariamente a freqüência
escolar. (Pág. 16).

Ademais, também trata dos aspectos físicos para o atendimento pedagógico disciplinar
como, por exemplo, as adaptações que devem ser realizadas na residência do educando e na
instituição escolar na ocasião de seu retorno.
Com relação aos recursos humanos, nota-se que a Cartilha prevê a necessidade de um
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assistente de apoio (nos casos de classes hospitalares), um professor e um professor coordenador.
O professor deverá ter formação, preferencialmente, em Educação Especial, Pedagogia ou
licenciaturas. Além disso,

deverá estar capacitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes


vivências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos
educandos impedidos de freqüentar a escola, definindo e implantando estratégias
de flexibilização e adaptação curriculares. Deverá, ainda, propor os procedimentos
didático-pedagógicos e as práticas alternativas necessárias ao processo ensino-
aprendizagem dos alunos, bem como ter disponibilidade para o trabalho em equipe
e o assessoramento às escolas quanto à inclusão dos educandos que estiverem
afastados do sistema educacional, seja no seu retorno, seja para o seu ingresso.
(Pág. 22).

O Professor Coordenador, por sua vez, deve, entre outras funções,:

articular-se com a equipe de saúde do hospital, com a Secretaria de Educação e


com a escola de origem do educando, assim como orientar os professores da classe
hospitalar ou do atendimento domiciliar em suas atividades e definir demandas de
aquisição de bens de consumo e de manutenção e renovação de bens
permanentes. (Pág. 21).

No âmbito estadual a questão é disciplinada pela Instrução Normativa nº 002/2009 da


Secretaria do Estado da Educação que dispõe o seguinte com relação ao atendimento pedagógico
domiciliar:
9.11 O Atendimento Domiciliar será autorizado, por meio de análise de processo
encaminhado pela GERED à SED/DIEB, para as situações em que o impedimento
do aluno a frequentar as aulas se estender por mais de 50 (cinquenta) dias
letivos. Do contrário, a unidade escolar, numa ação conjunta com a família, estará
viabilizando o encaminhamento e acompanhamento de atividades domiciliares.
9.12 Os quadros patológicos compatíveis com Atendimento Domiciliar são aqueles
referentes às condições clínicas de comprovado impedimento locomotor, efeitos
colaterais de determinados fármacos e procedimentos invasivos.
9.13 A carga horária a ser disponibilizada será de, no máximo, 20 (vinte) horas
semanais e será definida após a análise do processo.
9.14 Excetua-se a essas recomendações, o Atendimento Domiciliar referente aos
alunos da Educação Especial, o qual deverá ser indicado pela FCEE, através de
análise de processo encaminhado àquela instituição.
9.15 O Atendimento Domiciliar, após autorização da SED/DIEB, deverá ser
implantado imediatamente. A DIDH/SED autorizará a liberação para alteração de
carga horária ou remanejamento de professor efetivo, preferencialmente, o
professor efetivo excedente com formação em Pedagogia.

Diante disso, nota-se que o atendimento domiciliar é um direito do estudante que se

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encontra impossibilitado de frequentar a unidade escolar em que estava matriculado em virtude de
sua condição clínica ou em razão da exigência da atenção integral à saúde.

Portanto, deve-se salientar que o estudante tem direito a ter seu currículo flexibilizado e
adaptado, bem como o de ser auxiliado por um professor. Caso o estabelecimento escolar onde está
matriculado não esteja observando as normas mencionadas anteriormente ou o sistema municipal
de ensino não regulamente esse serviço, é cabível a adoção de medidas extrajudiciais e judiciais com
a finalidade de compelir o ente público a disponibilizar o atendimento domiciliar, garantindo o
direito fundamental à educação.

[assinado digitalmente]
Marcelo Wegner
Promotor de Justiça
Coordenador

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