Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
CONCEITO E
HISTÓRICO
Precatório e RPV
(Atualizado 22/04/2019)
SUMÁRIO
1 - CONCEITOS ............................................................................................................................... 3
2 – BREVE HISTÓRICO.................................................................................................................... 4
4 – DO PROCEDIMENTO ................................................................................................................ 6
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 20
1 - CONCEITOS
Precatório e Requisição de Pequeno Valor (RPV) são ordens para pagamento de dívidas
da Fazenda Pública, suas Autarquias e Fundações Públicas, em razão de uma sentença
judicial transitada em julgado.
Precatório é o meio pelo qual o Presidente do Tribunal, por solicitação do juiz do feito,
requisita ao ente público o pagamento da dívida oriunda de uma sentença judicial,
mediante a inclusão da provisão monetária no orçamento público anual (Art. 100, caput,
CF).
A Requisição de Pequeno Valor, por sua vez, é o meio pelo qual o próprio juiz do feito
requisita o pagamento do quanto devido diretamente à unidade devedora, em razão de
uma sentença judicial (Art. 100, §§ 3º e 4º, CF).
2 – BREVE HISTÓRICO
Sob o aspecto constitucional, o precatório foi primeiro tratado na Constituição Federal
de 1934, com o objetivo de se estabelecer uma ordem de pagamento dos débitos
judiciais não sujeita à vontade exclusiva de cada governante.
Dessa época para cá, tantos outros normativos, constitucionais ou não, passaram a
regulamentar o tema em questão.
Atualmente, a Constituição Federal 1988 trata do tema no artigo 100, que sofreu
inúmeras modificações com as Emendas Constitucionais 62/09, 94/2016 e 99/2017.
Estas, além de alterarem as disposições do referido artigo, acrescentaram outros no Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), valendo o destaque para os artigos
101 a 105. Contudo, ainda é por bem salientar que as emendas não se excluem, mas sim
se completam, com o a fim de aprimorar a gestão da dívida decorrente de precatórios,
em especial após o julgamento da ADIN 4.357 – STF, que modulou os efeitos do
Entretanto, a lei que define o “pequeno valor” ficou a cargo de cada Ente Público (Art.
100, § 4º, CF), que se não a criar, ficará sujeito aos limites previstos no artigo 97, § 12,
do ADCT, que estabeleceu como pequeno valor quarenta e trinta salários mínimos,
respectivamente, para Estados (incluindo o Distrito Federal) e os Municípios. Quanto a
estes últimos, o TJSP também fixou o valor de 30 salários mínimos para quando não
houver lei específica (Resolução 199/2005 – TJSP) definindo a quantia.
A Constituição Federal se preocupou apenas em fixar um valor mínimo para o RPV, que
é o do maior benefício do regime geral de previdência social (Art. 100, § 4º, CF). Menos
do que isto nenhuma lei dos Entes Públicos poderá fixar como sendo pequeno valor.
Pois bem, se o crédito não estiver dentro dos valores fixados para a expedição do ofício
de RPV, ele estará, por exclusão, sujeito ao regime de pagamento dos precatórios.
O ofício RPV, por sua vez, está sujeito a um único regime de pagamento, o qual deverá
ser feito no prazo de sessenta dias (Art. 17 da Lei 10.259/01 e Art. 13 da Lei 12.153/09)
ou dois meses (Art. 535, § 3ª, II, do CPC), contados a partir da data de sua entrega à
entidade devedora.
4 – DO PROCEDIMENTO
Existem procedimentos distintos para o Precatório e para o RPV, uma vez que o primeiro
é expedido por ordem do Presidente do Tribunal, enquanto o segundo por ordem do
juízo da execução.
Outra diferença de procedimento ocorre quando os requisitórios são expedidos em
relação às causas de competência delegada (Art. 109, §§ 2º e 3º, da CF), pois neste caso
o Precatório e o RPV irão tramitar no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).
Os incidentes de Precatório e RPV existirão nas competências Acidentes do Trabalho,
Execução contra a Fazenda Pública, Execução Fiscal, Fazenda Pública, Infância e
Juventude, Cível e Juizado Especial da Fazenda Pública.
Ofício
Requisitório
Precatório
Os incidentes ficarão nessas filas até que a entidade devedora deposite o valor para o
Tribunal de Justiça e este realize o pagamento ao credor. Assim que a entidade devedora
realiza o depósito, o setor DEPRE 5–Gestão faz as devidas averiguações e libera a quantia
para o setor de pagamento, para que este seja realizado de acordo com a ordem prevista
no Mapa Orçamentário de Credores, através de depósito judicial na conta do juízo da
execução.
Pois bem, efetuado o pagamento ao credor pela DEPRE, é expedido ofício ao juízo da
execução, juntamente com a planilha de cálculo
referente ao valor pago. A partir de agora, o
Precatório na DEPRE ficará apenas aguardando
a informação de extinção e trânsito em julgado,
a ser prestada por ofício pelo juízo da execução.
Na execução, ao receber o ofício de informação
de pagamento, o incidente sai
automaticamente da fila “DEPRE – Ag.
Pagamento” e ingressa na fila “DEPRE – Ag.
Análise de Pagamento Realizado”.
Nesta fila de análise existem vários botões de atividade. Via de regra é expedido um ato
ordinatório para que a parte credora se manifeste sobre o pagamento e o cálculo.
Concordando com o valor depositado, o juízo da execução extingue o incidente em razão
do pagamento e depois do trânsito em julgado, informa à DEPRE sobre essa ocorrência,
que necessitará do conteúdo da sentença, mesmo que de forma sucinta no ofício, e a
data do trânsito em julgado. Feito isso, o incidente de precatório já pode ser arquivado,
anotando-se a movimentação de Código 61615 – Arquivado Definitivamente. O mesmo
deverá ser feito no cumprimento de sentença e no processo principal, lembrando que
neste último há momento próprio para tal lançamento, nos termos do Comunicado CG
1789/17.
Na DEPRE, com a informação de extinção juntada no processo do Precatório, o setor
também fará a sua extinção, anotando e arquivando como de praxe.
Este é o procedimento, considerado sem quaisquer intercorrências, uma vez que destas
trataremos em tópicos à parte.
REQUERIMENTO DE EXPEDIÇÃO
DO OFÍCIO REQUISITÓRIO
AO
TRF3
- Sistema PrecWeb.
Para o juiz acessar o sistema, deve ser ele habilitado pela Corregedoria Geral de Justiça
do TJSP, cujo e-mail para solicitação é corregedoria.sistema@tjsp.jus.br (informar:
nome, matrícula, CPF, e-mail institucional, telefone, Vara e Comarca). Após habilitado,
ele pode cadastrar servidores para operarem o sistema, tanto com o perfil de Diretor,
quanto com o de Servidor. O Diretor também poderá cadastrar usuários, mas apenas
com o perfil de Servidor.
No sistema, o usuário deverá alimentá-lo com todas as informações necessárias,
identificadas com campos obrigatórios e tudo de acordo com o conteúdo do processo e
o cálculo homologado.
Não há a necessidade de se anexar qualquer documento, uma vez que o TRF3
considerará fidedignas as informações passadas pelo juiz da execução, já que o
requisitório é validado pelo Diretor e assinado pelo juiz, ou validado e assinado por este
último.
Finalizado o cadastro no sistema PrecWeb, um número de protocolo é gerado. Esse
protocolo deverá constar dos autos, que se não tiver mais nenhuma outra pendência,
como ciência das partes, por exemplo, poderá seguir para o decurso do prazo. Caso
digital o processo, encaminhar para a fila “Ag. Decurso de Prazo”, a fim de se aguardar
o pagamento.
O sistema permite a consulta de pagamento realizado, emitindo um extrato sobre o
mesmo, com número da conta judicial, banco, beneficiário e valor depositado.
Não existindo qualquer manifestação da parte credora contra o valor depositado, basta
ser expedido um alvará judicial para levantamento da quantia e, em seguida, extinguir
o processo pelo pagamento. Certificado o trânsito em julgado, arquivar o feito, lançando
a movimentação correspondente (Código 61615).
Ofício
Requisitório
RPV
(Requisição de
pequeno Valor)
Pois bem, assinado e liberado o ofício de RPV na pasta digital do processo, este ingressa
na fila de “RPV – Ag. Envio do Ofício para Entidade Devedora” e uma cópia do processo
é lançada no fluxo de trabalho da DEPRE, para consulta e fiscalização de pagamentos.
Quando passada a rotina do sistema SAJ, o ofício é enviado para a notificação, via portal,
da Entidade Devedora, e o processo seguirá para a fila “RPV – Ag. Ciência Entidade
Devedora”, no juízo da execução.
A Devedora terá o prazo de 10 dias para receber a notificação. Recebida, o sistema lança
uma certidão de ciência. Não recebida, o sistema lança uma certidão automática de
ciência, nominada de “Certidão Automática do Recebimento do Requisitório”.
Assim que confirmado o pagamento nos autos, não existindo mais nenhuma outra
questão pendente, o cartório expedi em favor da parte interessada o mandado de
Não existindo mais nada a se fazer nos autos, basta remeter o processo ao arquivo,
lançando as movimentações cabíveis no principal – se ainda não feito - e nos incidentes
(Código 616015 – Arquivado Definitivamente).
No mais, as informações são as mesmas do item 4.2, que lá poderão ser consultadas.
5 – NATUREZA ALIMENTAR E
OUTRAS ESPÉCIES
O Art. 100, § 1º, da Constituição Federal, define os débitos de natureza alimentícia,
como segue:
Por exclusão, o que não for de natureza alimentar (Código 339091-10), será de outras
espécies. Nestes se enquadram os débitos decorrentes de desapropriação (Código
449091-01) e todos os outros (Código 339091-20), que não os alimentares.
No § 2º, do Art. 100, da CF, que teve a redação alterada pela EC 94/16, foi fixada a
preferência da preferência, ou seja, dentre os créditos alimentares, terão preferência
aqueles cujos titulares tenham completado sessenta anos, ou que sejam portadores de
doenças graves ou necessidades especiais. Nestes casos a prioridade ficará restrita ao
triplo do valor que é considerado para fins de RPV. Todavia, a EC nº 99/17 aumentou
este valor para o quíntuplo da quantia definida para fins de RPV (art. 102, § 2º, ADCT),
mas por um prazo certo (enquanto durar o regime especial fixado por esta emenda –
31/12/2024).
Assim, hoje há uma lista de credores organizada com base na natureza do precatório (os
alimentares vêm em primeiro, após os de outras espécies) e na ordem de apresentação
deles ao Tribunal (dentre os precatórios da mesma natureza, respeita-se a ordem
cronológica de apresentação). O mapa de credores terá dentre os primeiros, aqueles
titulares de créditos alimentares, organizados segundo a data de apresentação do
precatório no Tribunal de Justiça e, depois, os demais credores sem qualquer
preferência, também organizados conforme a ordem de apresentação.
REFERÊNCIAS
Normas da Corregedoria:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
CODIGO DE PROCESSO CIVIL;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
LEI Nº 12.153/09;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12153.htm
LEI Nº 10.259/01;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10259.htm
REGIMENTO INTERNO DO TJSP;
https://esaj.tjsp.jus.br/gcnPtl/downloadNormasVisualizar.do?cdSecaodownloa
dEdit=10&cdArquivodownEdit=120
ADIN 4.357 - STF;
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=3813700
NOTA TÉCNICA Nº 05/2018;
https://api.tjsp.jus.br/Handlers/Handler/FileFetch.ashx?codigo=96673
RESOLUÇÃO Nº 199/2005 - TJSP;
https://api.tjsp.jus.br/Handlers/Handler/FileFetch.ashx?codigo=37308
COMUNICADO CONJUNTO Nº 703/2016;
http://www.tjsp.jus.br/Depre/Comunicados/Comunicado?codigoComunicado=
7316&pagina=3
COMUNICADO CG Nº 1789/17;
https://api.tjsp.jus.br/Handlers/Handler/FileFetch.ashx?codigo=90893
COMUNICADO CONJUNTO Nº 1323/2018.
http://www.tjsp.jus.br/Depre/Comunicados/Comunicado?codigoComunicado=
14939&pagina=1
CRÉDITOS
SGP 6 – Diretoria de Capacitação e Desenvolvimento de Talentos