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O próximo autor que condensa e trabalha as questões propostas pelos autores citados é
François Ewald. Ewald trabalhará o conceito de contrato de solidariedade, “em que a vida civil
tornou-se objeto do Estado “. Com o desenvolvimento da industrialização e as mudanças na
vida individual, possibilitou-se a responsabilização das variadas consequências que se
apresentava-se na vida coletiva da sociedade. Ao considerar esses compartilhamentos não
somente da carga para a classe trabalhadora, mas também as vantagens e riquezas
produzidas, entende-se uma transformação que garanta um Bem-Estar social. Este conceito
cria uma mudança epistemológica no pensamento de racionalidade liberal, entendendo a
necessidade de uma racionalidade da vida social e política, no qual o cidadão está inserido.
Para Gough, o Estado é centralizado e, dentro de uma perspectiva capitalista, age na defesa
dos interesses da classe dominadora. De toda forma, a pressão da classe trabalhadora é
essencial no cenário conflitivo, pois garante certa influência que assegure uma prestação de
serviços e de direitos que contemplem os cidadãos e que reproduza o sistema capitalista sem
maiores atritos. A pressão dos movimentos sociais, dessa forma, implica uma reformulação do
Estado, explicando assim a emergência de um Estado social, que inclui a presença da classe
trabalhadora como agente de mudanças no sistema.