Sunteți pe pagina 1din 9

CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

CURSO: Licenciatura em Educação Física

PARECER

ALUNO:

TAREFA: atividade do ciclo 3

R.A.:

TURMA: DGEFL1801BRTA0O

DISCIPLINA: Políticas da Educação Básica

20
Análise do Documentário: Pro Dia Nascer Feliz (2007)

O documentário dirigido por João Jardim, de inspirador só tem o nome. Aliás, o título
da filmagem é uma grande ironia, e nos mostra uma realidade devastadora: o
sucateamento da educação, a falta de interesse de alunos e professores, e o insucesso
escolar. As cenas começam a nos mostrar uma escola do interior da cidade de
Pernambuco: uma realidade que, de certa forma, já se era esperada: uma escola sem a
menor estrutura, pois faltam até os quesitos mais básicos como papel higiênico e
descarga nos banheiros. Os recursos didáticos não existem. Um funcionário diz que o
pouco dinheiro que chega à escola se perde, com gastos de contador, impostos que a
prefeitura não perdoa e outros. Os alunos, muitas vezes, não podem frequentar as aulas
porque o transporte destinado a eles quebra frequentemente. Estes são atos que vão na
contramão do Artigo 4º, incisos VIII e IX da Lei de Diretrizes e Bases de 1996:

VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de


programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde;

IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade


mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem. (BRASIL, 1996).

Mais triste ainda é ver a culpa sendo jogada de setor em setor: os alunos culpam os
professores, que muitas vezes faltam, mandam substitutos e não conhecem os próprios
alunos. Os professores culpam os alunos que não estão “interessados” em aprender, e
por isso ficam desmotivados a trabalhar. É um ciclo vicioso negativo que fere diversos
artigos da LDB/96, como podemos ver abaixo, nos artigos destinados às funções das
instituições escolares e dos docentes:

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu


sistema de ensino, terão a incumbência de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;


IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente


dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
(BRASIL, 1996).

Infelizmente estes não são os únicos artigos desrespeitados. Se formos analisar com
calma, todo o sistema está infringindo as leis determinadas. A própria fala do
funcionário, sobre a falta de verba da escola pode ser justificada pela falta de
cumprimento daquilo que foi estabelecido pela Constituição de 1988, segundo Serrazes
e Corrêa (2013), que cada instância deverá destinar porcentagens mínimas de seus
repasses para a educação. A União deverá aplicar em educação 18%, e os Estados e
Municípios nunca menos de 25%. Ao ver a situação desta escola do interior de
Pernambuco, não fica difícil entender que algo está muito errado.

A seguir o documentário se volta para uma escola na periferia do Rio de Janeiro. Lá


podemos ver que há uma estrutura melhor do que a escola anterior (longe de ser a
ideal). A aparência dos alunos também evolui ligeiramente. Os problemas são os
mesmos: falta de interesse geral dos alunos, professores e agentes escolares. Uma cena
chocante nos mostra um conselho de classe em que os professores discutem a situação
de um determinado aluno, que já havia sido entrevistado cenas antes, e confessado o uso
de armas, drogas e outros delitos. No conselho, vemos que o aluno ficou retido em
diversas disciplinas, mas alguns professores insistem em passá-lo, alegando que seu
desenvolvimento estava em crescimento, e que retê-lo iria prejudica-lo ainda mais. O
que nos parece, na verdade, é o que os professores estão se “livrando do problema”. Os
mesmos artigos citados acima servem de exemplo para mostrar o quanto esta educação
está sucateada. A escola tem de lidar com a violência dos alunos, com a falta de respeito
da comunidade, e com o desinteresse geral. Sofrem, nestes casos, aqueles alunos que, de
fato, querem mudar sua situação.

Ao passar para o interior de São Paulo, na cidade de Itaquaquecetuba, o quadro não é de


uma vasta melhora. A estrutura escolar é melhor, os alunos já não estão na faixa da
extrema pobreza. O que ocorre nesta escola é o desinteresse geral, alunos e professores.
Uma das alunas, ao relatar seus momentos de desânimos, assume desejo pela morte em
um discurso comovente. Em oposição, outro aluno afirma seu desejo em formar-se
padre e estudar filosofia. Dois destinos opostos. Outra cena chocante é de uma
professora, “justificando” suas faltas porque se sente cansada. Ela admite sem nenhum
ressentimento que falta porque não sente vontade trabalhar, que faz terapias, porque não
consegue lidar com as situações escolares. É um discurso cheio de lamentos e queixas
que na verdade não amenizam o problema. Todo trabalhador tem direito a ficar doente e
ser assistido, mas podemos ver claramente que não é deste tipo de afastamento que
estamos tratando.

E então João Jardim nos leva para outro extremo: um colégio particular em Alto de
Pinheiros, na cidade de São Paulo, cuja mensalidade beira os R$ 1.600,00. A princípio
pensamos que a realidade seria diferente, mas não é. Alunos desmotivados, sonolentos,
depredação do patrimônio escolar, tudo isso em um colégio católico destinado à elite
paulista. Os alunos não conseguem organizar seu pensamento, e colocam a culpa na
falta de carinho dos pais, ou mesmo na pressão que estes impõem para que os filhos
tirem boas notas. É um quadro sério de depressão, violência velada e crises existenciais.

Os alunos não fazem ideia do abismo social que há entre eles e a periferia. Uma das
alunas relata que “gostaria” de ajudar os mais necessitados, mas que isso implicaria em
sair de suas aulas de natação, de yoga, e atrapalharia sua rotina. Destaca ainda que não
tem “culpa” de ter nascido em uma família rica, e que deve aproveitar as oportunidades
que o dinheiro lhe dá. A desmotivação dos alunos é cheia de lamentos, e isso pode ser
provado na cena da garota que chora e se emociona porque acha que “estuda demais e
acaba se tornando mulher de menos”. Outra aluna comemora ter passado de ano, pelo
conselho (que não pôde ser filmado), mas que nos dá a entender que o aluno é visto
como “cliente”, e como diz a sabedoria popular: “o cliente sempre tem razão”. É um
desrespeito, para não dizer um desacato, com as leis educacionais, que priorizam a
educação. O Estado deveria supervisionar os estabelecimentos privados, mas esta regra
continua sendo vista como uma “lei morta”.

Para finalizar este quadro deprimente e aterrador, uma escola da periferia de São Paulo.
Violência explícita, relatos de brigas entre meninas. Uma aluna que “foge” da escola
por medo de outras meninas, que a ameaçaram. Outro depoimento de uma garota que
comete um assassinato a facadas, dentro da escola. Não sente o menor remorso, nem
culpa, nem nada.

De todos os adolescentes que foram filmados, nenhum está isento de problemas, seja ele
de qualquer origem. A educação não é um meio para resolvê-los, e isso é o mais
assustador. A escola passa a ser o lugar que destrói os sonhos, e facilita a criação de
uma identidade frágil, pautada na violência e na desilusão.

Em todas as filmagens, em todas as cenas, nas escolas públicas e na particular não


vemos a participação da família em nenhum momento. É algo distante, e que reflete nos
próprios alunos muitos dos comportamentos analisados.

“Pro dia nascer feliz” nos mostra um triste quadro, o da educação. Não importa como,
onde e nem quanto dinheiro está envolvido. O insucesso educacional é uma realidade do
país. A culpa é jogada de um para outro, enquanto o tempo passa os alunos “se
formam”, e, tecnicamente, está tudo bem.

Coleta de dados e análise

Redes públicas (RO 2017)

Etapa escolar Reprovação Abandono Aprovações


Anos iniciais 9.881 899 133.727
Anos finais 7.870 2.628 96.350
Ensino médio 4.582 3.461 43.704

Redes privadas (RO 2017)

Etapa escolar Reprovação Abandono Aprovação


Anos iniciais 93 3 13.369
Anos finais 220 10 7.285
Ensino médio 189 17 3.266

Quantidade de matrículas realizadas


no estado de Rondônia em 2017
204110
184491

38737

estadual municipal privada

IDEB escolas públicas e privadas do Estado de Rondônia de 2017

ESCOLAS PÚBLICAS ESCOLAS PRIVADAS

IDEB Metas IDEB Metas


observado projetadas observado projetadas

Estado 2017 2017 Estado 2017 2017

Rondônia 5.7 5.2 Rondônia 7.2 7.0

Em 2017 no Estado de Rondônia as escolas estaduais obteve o maior numero de


matriculados. Nas redes publicas de educação os anos iniciais do ensino fundamental
obteve o maior índice de reprovação enquanto nas escolas privadas os anos finais do
ensino fundamental que se encaixaram neste quadro.

Os números de aprovações são animadores, quando comparadas aos números de


reprovação. Isso não quer dizer, porém, que eles saiam da escola plenos de suas
capacidades. Os analfabetos funcionais enchem a fila dos desempregados, e os alunos
chegam até os anos finais do ensino fundamental (8º e 9º ano) sem saber ler
corretamente, interpretar um texto, ou ainda realizar operações matemáticas simples,
correspondentes à idade deles. O abandono na fase final do ensino fundamental e no
ensino médio é preocupante, o ideal seria que fosse menor, ou melhor, inexistente. No
entanto, há uma preocupação dos pais e responsáveis com o Conselho Tutelar, que pode
entrar em ação caso o aluno comece a faltar repetidas vezes. Isso gera problemas não só
aos alunos, como aos pais. Observamos que nos anos iniciais do ensino fundamental,
nas escolas públicas a uma quantia muito grande de reprovação, isso assusta a educação
precisa ser levada mais a serio, a uma grande diferença no IDEB das escolas públicas
com as privadas.

Se as pessoas não se conscientizarem, realmente fica complicado pra situação da


educação assim como podemos observar em Rondônia, também nas escolas entrevistas
por João Jardim (Pro Dia Nascer Feliz, 2007), a triste realidade da educação em nosso
país. Isso só pode ser mudado quando todos entenderem que ao invés de ficar jogando a
culpa no outro cada um fazer o seu papel, no espaço que ocupa tanto professor como os
alunos.

Texto dissertativo. Tema: “A Educação Básica no Brasil Atual:


Desafios e Perspectivas”.
O que será do amanhã?

Desde os tempos da monarquia a questão da educação é discutida em nosso país. Em


algumas décadas esta discussão se tornou mais evidente, como por exemplo, no governo
de Getúlio Vargas, que estava impregnado dos ideais escola novistas, em outros
períodos a educação foi reduzida aos interesses políticos, como na ditadura brasileira,
em que disciplinas foram, inclusive, excluídas dos componentes curriculares para
benefício dos militares.

O que vemos hoje, porém, é um total descaso com a educação em todos os âmbitos. A
União, os Estados e Municípios começam por não repassar a verba necessária aos
estabelecimentos de ensino, um dinheiro que “misteriosamente” se perde. Isso gera
problemas graves de estrutura, falta de materiais e recursos didáticos. Aliado aos
problemas financeiros vemos a desmotivação de professores a alunos.

Os alunos vão para a escola defender interesses escusos: namorar, fazer amizades, e
(por muitas vezes), cometer delitos. A falta de estrutura familiar propicia este tipo de
comportamento, os jovens não possuem quem os acompanhe em sua vida escolar. Os
professores, por sua vez, ficam desmotivados porque os alunos não querem aprender,
usam da falta de respeito e da desorganização. Os docentes não se importam, faltam,
passam os alunos de ano para se livrarem dos problemas. O trabalho não é levado a
sério, porque as consequências não existem.

As filas de desempregados são cada vez maiores. As exigências trabalhistas também.


Esta “safra” de alunos que se formam todos os anos não encontra no mercado de
trabalho seu lugar, porque não foram devidamente preparados. Muitos ganham a vida na
clandestinidade, no anonimato, ou ainda na criminalidade, que não escolhe atributos.

O descaso educacional é tratado com uma naturalidade assustadora. Como se a própria


nação não quisesse alunos bem instruídos. Se formos pensar com calma e clareza,
perceberemos que, desde o tempo da monarquia, caminhamos a passos lentos. Sabemos
que toda evolução é lenta e gradual, mas temo que estejamos retrocedendo.

Este ciclo vicioso negativo, que envolve União, Estados, Municípios, pais, alunos,
professores, agentes escolares, tende a permanecer até que alguma razão maior aja sobre
eles e os faça mudar. Do contrário, continuaremos a ver os imensos abismos entre as
escolas particulares (que abarcam uma minoria da população, elitizada) e as escolas
públicas. Continuaremos a ver os jovens perdidos, sem nenhuma instrução que os
permita escolher uma formação. Colheremos estes “frutos” daqui 10 ou 15 anos, quando
esta geração começar a ocupar cargos importantes para o funcionamento de nossas
vidas.

Eles são o futuro, e com a atual educação, o “amanhã” se torna muito perigoso.

Referências Bibliográficas:
CORRÊA, R. A.; SERRAZES, K. E. Políticas da Educação Básica. Batatais: Claretiano,
2013.

Disponível em: < http://portal.inep.gov.br/web/guest/painel-educacional>. Acesso em:


01 mai. 2019

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=45s. Acesso em:


19 abr. 2019

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 29 de


abr. 2019

Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 29 abr. 2019.
Disponível em: https://www.qedu.org.br/estado/122-rondonia/aprendizado. Acesso em
02 de mai. 2019

S-ar putea să vă placă și