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SISTEMA FAMILIAR
OLIVEIRA, Gabrielle
Introdução: O discernimento de que o câncer é uma das doenças responsáveis por uma alta
taxa de óbitos no mundo abrange a população em geral e, em cima de tal temática, o presente
trabalho fixa atenção especial às crianças atingidas pela doença e também seu meio familiar.
A descoberta da existência do câncer em algum familiar é uma noticia difícil com a qual a
família se vê confrontada, torna-se mais angustiante ainda quando a doença atinge uma
criança, pois a doença em si já carrega um sentido ruim entre a população. A partir dessa
perspectiva, buscou-se contemplar o ambiente familiar que enfrenta o câncer infantil.
Objetivo: Portanto, a presente pesquisa tem por objetivo identificar as reverberações do
diagnóstico do câncer infantil no sistema familiar. Desse modo, pretendeu-se compreender de
que forma a noticia do diagnóstico do câncer infantil é recebido no meio familiar para, com
isso, entender as mudanças que possivelmente podem ocorrer no sistema familiar em
decorrência do diagnóstico e também, identificar de que forma o processo de aceitação dos
pais pode influenciar no tratamento da criança. Metodologia: Para o desenvolvimento da
pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico de artigos indexados nas bases de dados
PePSIC e SciELO que contemplassem a temática do câncer infantil e seu impacto no
ambiente familiar. A busca foi realizada através dos seguintes descritores: câncer infantil,
família, cuidado e aceitação. Resultados e discussões: De acordo com Menezes et al (2007)
10 em cada 1.000.000 crianças podem ser atingidas a cada ano e em todo o mundo pelo
câncer. Ainda segundo Menezes et al (2007), é importante considerar que um tratamento
médico adequado não exclui seu olhar sobre o papel desempenhado pelas famílias no que
concerne aos cuidados com a criança adoecida. Nesse contexto, é importante ressaltar que o
familiar que se encontra na posição de acompanhante da criança também possa ser ouvido,
pois a dificuldade em lidar com o diagnóstico ocasiona, com freqüência, problemas de ordem
emocional não só em pacientes, mas em seus familiares também (FARINHAS, WENDLING,
DELLAZZANO-ZANON, 2013; MENEZES et al, 2007). Com a descoberta do câncer em
uma criança, sua vida, assim como a rotina familiar, passam por transformações lépidas e
intensas e, na tentativa de propiciar apoio e até mesmo poupar um excesso de sofrimento do
infante, a família acaba por experimentar, ela própria, sentimentos capazes de comprometer o
seu bem-estar emocional como afirma Menezes et al (2007). Desse modo, Lopes e Valle
(2001, apud MENEZES et al, 2007) mostram que o câncer na infância junto ao seu tratamento
exercem um impacto sistêmico na organização familiar, tornando a criança e sua família
vulneráveis ao sofrimento psíquico. De forma mais elucidativa, a teoria sistêmica, conforme
apontado por Silva (2000, apud FARINHAS; WENDLING; DELLAZZANO-ZANON, 2013)
enfatiza as inter-relações estabelecidas entre os membros da família, assim como o efeito
mútuo que cada componente exerce sobre os outros. É nessa conjuntura que há a ocorrência
de uma influência recíproca entre criança e família, uma vez que, conforme Ceolin (2008,
apud FARINHAS; WENDLING; DELLAZZANO-ZANON, 2013), não só a criança
enfrentará as significativas mudanças que acompanharão o tratamento. É nessa perspectiva
que, ainda de acordo com Ceolin (2008, apud FARINHAS; WENDLING; DELLAZZANO-
ZANON, 2013), é recomendável que a família do infante tenha acesso a algum
acompanhamento psicológico, visto que, levando-se em consideração a alta possibilidade de
os familiares desenvolverem algum tipo de problema emocional — depressão, estresse,
doenças psicossomáticas, etc. — faz-se imprescindível tal a tomada de tal medida (MARTINS
et al., 2011; VOLPATO & SANTOS, 2007 apud FARINHAS; WENDLING;
DELLAZZANO-ZANON, 2013). Conclusão: Contudo, a partir das informações expostas, é
possível perceber que para um melhor enfrentamento da situação, faz-se necessário que o
processo de tratamento contemple não só a criança, mas a família também, pois cuidando do
bem-estar daqueles que, a nível familiar, estarão presentes durantes as etapas de tratamento, a
criança possa ser melhor assistida.
Referências bibliográficas
MENEZES, Catarina Nívea Bezerra et al. Câncer infantil: organização familiar e doença.
Ver. Mal-Estar Subj., Fortaleza, v. 7, n. 1, p. 191-210, mar. 2007. Disponível em
<HTTP://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&¨pid=S1518-
61482007000100011&Ing=pt&nrm=iso> acesso em 20 mar. 2019.