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PARNASIANISMO
O vocábulo Parnasianismo deriva de Parnaso, um dos maiores montes da
Grécia, que foi consagrado pelos antigos ao deus Apolo, deus da poesia e das musas.
Enquanto escola literária, defende a arte pela arte, havendo quem lhe chame o
Realismo em poesia. Teve o seu início em França, nos meados do século XIX, e
assumia-se como uma tendência artística que procurava a confeção perfeita através de
uma poesia descritiva.
Sinteticamente, as suas principais características são:
◆ reação contra o Romantismo, com os seus excessos de imaginação;
◆ ostentação de um lirismo intimista e de um subjetivismo excessivo;
◆ indisciplina na linguagem;
◆ obsessão pela beleza na perfeição formal, com retorno às formas poéticas
clássicas (sonetos, odes, ou éclogas);
◆ a impessoalidade e a impassibilidade;
◆ busca de temáticas históricas e mitológicas, ligadas ao exotismo e à natureza
inanimada.
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
CESÁRIO VERDE:
CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIOECONÓMICO
Como a poesia de Cesário reflete bem o meio que o envolveu, não podemos
penetrar na sua leitura sem uma familiarização com o tempo, com o espaço e com os
acontecimentos da sua época.
☞ Meios de transporte: a Regeneração (iniciada em 1851) tornou possível o
lançamento de importantes iniciativas de carácter prático no âmbito da modernização
do sistema de transportes e comunicações, graças ao empenho e visão de Fontes
Pereira de Melo. A inovação pertence ao caminho-de-ferro com o troço entre Lisboa e o
Carregado, construído entre 1853 e 56. A partir daqui e até finais do século, foram
construídos cerca de 2200 Km de vias férreas:
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! (Ave-Marias)
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
♐ A febre amarela: esta febre foi importada do Brasil e atacou fortemente a
área da capital na década de 50. O êxito desta febre e a elevada taxa de mortalidade
explicam-se pelas péssimas condições de salubridade existentes no país.
Foi quando em dois verões, seguidamente, a febre
E a Cólera também andaram na cidade,
Que esta população, com um terror de lebre,
Fugiu da capital como da tempestade. (Nós, I)
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
CESÁRIO VERDE
Inovação da arte
poética Questão social
Humilhação
Subjetividade do tempo e a
morte - A humilhação sentimental: a
mulher formosa, fria, distante e
- Cidade de homens vivos, altiva.
mas mórbida, doentia e febril. - A humilhação estética: a
- Presença da dor, da miséria revolta pela incompreensão
e da decomposição. que os outros manifestam em
- Atração da morte. relação à sua poesia.
- Ameaça da peste. - Humilhação social: o povo
oprimido e abandonado.
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
ASPETOS GERAIS DA POESIA DE CESÁRIO VERDE
✄ Carácter deambulatório.
✄ Aspeto cinético e visualismo:
o poeta faz a apresentação de aspetos genéricos e globalizantes,
descendo depois aos aspetos particulares que descreve pormenorizadamente.
✄ Aspeto pictórico:
influência dos movimentos e técnicas pictóricas da época (Realismo,
Impressionismo).
✄ Presença do quotidiano citadino e campestre.
✄ Binómio campo - cidade
vida morte
pureza corrupção
felicidade infelicidade
saúde doença
alegria tristeza
liberdade prisão
luz sombra
✄ Nova imagem da mulher:
mulher do povo, sofredora e doente (Contrariedades, Num Bairro
Moderno);
mulher leviana (Sentimento dum Ocidental);
mulher sedutora e bela (De Tarde e De Verão).
✄ Intenção crítica e questões sociais.
✄ As fugas imaginativas e a pretensa objetividade.
✄ O mito de Anteu – o contacto com a terra, com a realidade confere força e
vitalidade.
✄ Linguagem: vocabulário preciso, conciso e pragmático; escassez de palavras
eruditas, valor expressivo dos diminutivos; emprego de verbos sensoriais; sinestesias,..
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
O dia da morte de Cesário Verde
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral
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A Professora: Ana Maria Silva de Amaral 7