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Revisão 05
Março de 2014
Instituto Estadual do Ambiente (Inea)
Av. Venezuela, 110 – 3º andar - Saúde
Rio de Janeiro, RJ
22.640-102
Elaboração e Execução:
Fundação COPPETEC
Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2
2. CADASTRAMENTO DE POÇOS ................................................................................................. 2
2.1. Dados Obtidos no Cadastramento .......................................................................................................... 6
2.2.Estimativas do Número de Poços não Identificados nos Cadastramentos do INEA e da CPRM .... 7
2.3. Explotação Atual das Águas Subterrâneas ............................................................................................ 8
3. SISTEMAS HIDROGEOLÓGICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ................................. 10
3.1. Sistema Aquífero Fraturado....................................................................................................................10
3.2.Sistemas Aquíferos Sedimentares..........................................................................................................14
4. DISPONIBILIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................... 20
4.1.Sistema Aquífero Fraturado.....................................................................................................................20
4.2.Sistemas Aquíferos Sedimentares..........................................................................................................21
4.3.Área da Baía da Guanabara....................................................................................................................22
4.4.Aquífero Piranema ....................................................................................................................................23
4.5.Províncias Hidrogeológicas .....................................................................................................................23
4.6.Disponibilidade Efetiva e Disponibilidade Instalada a partir do Cadastro de Poços .........................25
4.7.Estimativas do Potencial de Recarga Natural dos Aquíferos do Estado do Rio de Janeiro ............25
5. QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ......................................................................... 35
5.1.Classificação das Águas Subterrâneas de Acordo com o Diagrama de Piper .................................35
5.2.Restrições ao Uso das Águas Subterrâneas.........................................................................................40
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 43
7. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................... 45
APRESENTAÇÃO
O presente relatório consiste na apresentação dos resultados da Avaliação do Potencial
Hidrogeológico dos Aquíferos Fluminense, conforme previsto no Contrato
33/2011/Processo nº. E-07/502.786/10, firmado entre a Fundação COPPETEC e o
Instituto Estadual do Ambiente, tendo por objeto a elaboração do Plano Estadual de
Recursos Hídricos.
1
1. INTRODUÇÃO
As águas subterrâneas são extremamente importantes, pois são responsáveis pelas
parcelas referentes ao escoamento de base dos cursos d’água e constituem uma reserva
estratégica. Nas últimas décadas a utilização das águas subterrâneas foi crescente em
todo o estado do Rio de Janeiro, quer pela facilidade na captação, pois localmente pode
apresentar vantagens em relação aos mananciais de superfície, quer pelos custos
operacionais, quer pela inexistência ou ineficiência do fornecimento convencional de
água pelas concessionárias. Estima-se que existam em operação no estado do Rio de
Janeiro mais de quatro mil poços tubulares profundos (ver item 2.2). Além disso, as
águas subterrâneas, devido a suas características naturais, geralmente apresentam
melhor proteção contra os agentes poluidores, apresentando-se como uma boa
alternativa para soluções locais e emergenciais de abastecimento.
2. CADASTRAMENTO DE POÇOS
As atividades necessárias para a avaliação das águas subterrâneas no Estado do Rio de
Janeiro tiveram início com o cadastramento dos poços tubulares profundos, elaborado
com base nos processos de outorga de poços do Inea e com a incorporação do cadastro
elaborado pelo Projeto Rio de Janeiro da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais – Serviço Geológico do Brasil) e foram complementados com outros projetos e
informações bibliográficas. O cadastramento dos poços foi a base para a avaliação das
características das águas subterrâneas no Estado. As informações contidas nesses
processos foram disponibilizadas ao Inea em arquivos digitais no formato planilhas e
arquivos kmz.
A tabela 2.1 apresenta a distribuição dos poços por região hidrográfica utilizando as
informações obtidas nos processos do Inea e no Projeto Rio de Janeiro (CPRM, 2000).
2
Tabela 2.1 - Distribuição dos Poços Cadastrados por Região Hidrográfica
I 2 32
II 72 123
III 60 209
IV 45 193
V 414 618
VI 3 53
VII 9 101
VIII 20 9
IX 9 277
Total 634 1.615
A figura 2.1 apresenta a localização dos 634 poços outorgados pelo órgão gestor entre os
anos de 2007 e junho de 2012. Os poços estão representados por símbolos de cores
iguais quando localizados em uma mesma Região Hidrográfica e subdivisões por UHP
(Unidade Hidrológica de Planejamento). Cada símbolo pode representar mais de um
processo e/ou mais de um poço. Exemplificando, em um caso específico na R-III pode
ser citado a existência de 29 poços com um único número de processo, ou seja, em um
único empreendimento.
A figura 2.2, por sua vez, apresenta a localização de 1.615 poços tubulares profundos
cadastrados a partir dos dados do Projeto Rio de Janeiro (CPRM, 2000), por Região
Hidrográfica e subdivisões de UHP.
3
Figura 2.1 - Localização dos poços outorgados no Estado do Rio de Janeiro (com base em imagem Google Earth).
4
Figura 2.2 - Localização de 1.615 poços tubulares profundos catalogados pelo Projeto Rio de Janeiro (CPRM, 2000)
(com base em imagem Google Earth)
5
2.1. Dados Obtidos no Cadastramento
A tabela 2.1.1 apresenta um resumo dos dados de outorgas referentes às vazões
médias, vazões específicas médias, dias e horas de funcionamento do poço identificado
por regiões hidrográficas.
Tabela 2.1.1 - Dados de vazão, vazão específica e tempo de uso dos poços obtidos de
processo de outorga do Inea.
Tempo Médio de
Vazão (m3 /hora) Vazão Específica Dias
Região Hidrográfica Bombeamento
Outorgada (m3/hora/m)* Outorgados
(horas/dia)
Máxima 1,03 ------ ------
Mínimo ------ ------- -----
I*
Média 1,00 15 10
0,03
Máxima 20,30 7,60 30 20
II Mínimo 0,60 0,10 18 1
Média 5,81 0,59 28 13,80
Máxima 93,18 3,73 30 24
III Mínimo 0,46 0,01 21 0,50
Média 10,59 0,82 29 17,33
Máxima 50,09 3,48 30 24
IV Mínimo 0,40 0,02 3 2,30
Média 11,02 0,63 28 16,92
Máxima 53,50 6,52 30 20
V Mínimo 0,17 0,10 20 1
Média 5,08 0,50 28 11,40
Máxima 5 3,48 30 18
VI Mínimo 3,07 0,02 20 6
Média 3,90 0,63 29 11,40
Máxima 14,40 1,05 30 20
VII Mínimo 1,20 0,03 20 2,50
Média 4,61 0,37 28 11,80
Máxima 12,24 2,86 30 24
VIII Mínimo 0,43 0,03 20 3
Média 3,53 0,93 28 14,20
Máxima 52,00 8,28 30 15
IX Mínimo 0,64 0,03 15 5
Média 18,15 1,80 26 10
*Vazão específica é a razão entre vazão de bombeamento (Q em m 3/h) e o rebaixamento (s = m 3/h/m) produzido no poço
em função do bombeamento por um determinado tempo.
Observa-se que as maiores vazões e vazões específicas foram registradas nas regiões
hidrográficas III, V e IX, ocorrendo em poços situados em bacias sedimentares. Contudo,
na consulta à lista de processos que produziram a tabela acima não foram identificadas
informações referentes aos poços de grandes vazões existentes na Bacia de Campos,
tais como, o Donana 04 que produziu a vazão de 310 m3/hora (86 l/s), outro no Distrito do
Farol de São Tomé, o Poço Boa Vista, que registro vazão de 260 m3/hora (72 l/s)
segundo CAETANO (2000) e CAPUCCI et al (2001).
A tabela 2.1.2 apresenta o resumo dos dados referentes às vazões médias, vazões
específicas médias e profundidade média, individualizados por tipo de aquífero e
separados por Regiões Hidrográficas, coletados a partir das informações cadastradas
pelo Projeto Rio de Janeiro, CPRM (2000).
6
Tabela 2.1.2 - Vazão média, vazão específica média e profundidade média dos poços
divididos por tipo de aquífero e Região Hidrográfica, a partir das informações do Projeto
Rio de Janeiro, CPRM (2000).
Tempo Médio de
Vazão (m3 /hora) Vazão Específica Dias
Região Hidrográfica Bombeamento
Outorgada (m3/hora/m)** Outorgados
(horas/dia)
Máxima 1,03 ------ ------
Mínimo ------ ------- -----
I*
Média 1 15 5
0,03
Máxima 20,30 7,60 30 20
II Mínimo 0,60 0,10 18 1
Média 5,81 0,59 28 13,80
Máxima 93,18 3,73 30 24
III Mínimo 0,46 0,01 21 0,50
Média 10,59 0,82 29 17,33
Máxima 50,09 3,48 30 24
IV Mínimo 0,40 0,02 3 2,30
Média 11,02 0,63 28 16,92
Máxima 53,50 6,52 30 20
V Mínimo 0,17 0,10 20 1
Média 5,08 0,50 28 11,40
Máxima 5 3,48 30 18
VI Mínimo 3,07 0,02 20 6
Média 3,90 0,63 29 11,40
Máxima 14,40 1,05 30 20
VII Mínimo 1,20 0,03 20 2,50
Média 4,61 0,37 28 11,80
Máxima 12,24 2,86 30 24
VIII Mínimo 0,43 0,03 20 3
Média 3,53 0,93 28 14,20
Máxima 52 8,28 30 15
IX Mínimo 0,64 0,03 15 5
Média 18,15 1,80 26 10
Mansur e Martins (2003) estimaram a provável existência de 25.000 poços, mas segundo
Erthal e Mansur (2003) existiriam somente entre 3.500 e 5.000 poços em todo o Estado
do Rio de Janeiro
7
de que parte desses poços, por razões diversas (idade, falhas construtivas, fornecimento
de água aduzida, etc.) possam estar fora de operação e, portanto, os 2.249 poços
também não corresponderiam à realidade.
A B C
Vazão N◦ Total N◦ Total de
Região (Vazões (Vazões (Vazões
Média de Poços Poços
Hidrográfica 3 Produzidas) Produzidas) A + B)
(m /hora) Inea 3 (CPRM) 3 3
m /hora m /hora m /hora
RI 5 2 1 32 160 170
R II 5,81 72 418,32 123 714,63 1.132,95
R III 10,59 60 635,40 209 2.213,31 2.848,71
R IV 11,02 45 495,90 193 2.126,86 2.622,76
RV 5,08 414 2.103,12 618 3.139,44 5.242,56
R VI 3,84 3 11,52 53 203,52 215,04
R VII 4,61 9 41,49 101 465,61 507,10
R VIII 3,53 20 70,60 9 31,77 102,37
R IX 18,15 9 163.35 277 4.846,05 5.009,40
Total ------ 634 3.777,35 1.615 13.901,19 17.850,89
Desta forma estima-se que o volume total de água subterrânea explotada em poços
tubulares profundos no estado do Rio de Janeiro é de aproximadamente 9,82 m3/seg.
8
No entanto, a consulta aos processos no Inea não identificou poços pertencentes a
concessionárias ou serviços autônomos municipais de abastecimento de água. Cabe
ressaltar, entretanto, que esse volume já estaria incluído na estimativa de poços não
cadastrados.
Convém ressaltar que esse volume é considerável quando comparado ao volume total de
água subterrânea captada através de poços profundos cadastrados (4,96 m3/seg.) e
indica a necessidade da inserção desse tipo de captação na gestão dos recursos
hídricos, pois ainda que sejam avaliados como de uso insignificante, quando
considerados conjuntamente podem tornar os volumes captados significativos em certas
localidades.
Por falta de informações não foi possível estimar o volume de água subterrânea captada
para a irrigação. Entretanto, é importante advertir que a captação de água subterrânea
realizada em poços rasos é a mais utilizada em certas áreas agrícolas do estado.
Por fim, deve-se considerar também que a utilização de águas obtidas em minas e fontes
d’água, ainda que em quantidades pequenas, tem importância em diversas localidades,
quer pela ausência ou pela operação aleatória dos sistemas de abastecimento
convencionais ou principalmente por razões culturais.
9
3. SISTEMAS HIDROGEOLÓGICOS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
As características geológicas do estado do Rio de Janeiro propiciam a ocorrência
regional de dois grandes sistemas aquíferos, o fraturado e o sedimentar. O aquífero
fraturado, que ocupa aproximadamente 80% da área e o aquífero poroso, que ocorre em
20% do estado. A figura 3.1 apresenta os grandes domínios hidrogeológicos do estado
do Rio de Janeiro (DRM, 2006, apud MARTINS et al, 2006).
Em termos gerais os poços perfurados nestas rochas fornecem poucos metros cúbicos
de água por hora e desta forma a possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá
da interceptação de fraturas capazes de armazenamento da água. Essas características
conferem aos aquíferos fraturados um elevado grau de insegurança nos resultados,
principalmente quando a prospecção não é realizada seguindo critérios técnicos
específicos para este tipo de aquífero.
Os resultados indicaram que 46,25% da área cristalina do estado está classificada como
de favorabilidade alta a muito alta, 38,22% mediana, 14,7% baixa a muito baixa e 0,83%
desfavorável. Ainda de acordo com a CPRM, (2000), a partir de um total de 527 poços
cadastrados no sistema cristalino, a grande maioria (94,78%) se concentrava nas classes
de favorabilidade mediana a muito alta, (34,12, mediana e 60,64%, alta a muito alta).
10
11
Cabe ressaltar que o número de poços considerados neste estudo foi muito abaixo do
número estimado para o estado do Rio de Janeiro (item 2). Ainda que percentualmente a
favorabilidade no sistema cristalino seja de mediana a muito alta, as vazões médias deste
sistema são inferiores as vazões de um sistema sedimentar de boa potencialidade,
(CPRM, 2000).
12
Figura em tamanho A0 ao final do relatório
Figura 3.1.1 - Mapa de Favorabilidade Hidrogeológica do Estado do Rio de Janeiro, (Fonte: CPRM, 2000)
13
3.2. Sistemas Aquíferos Sedimentares
Os aquíferos sedimentares (granulares ou porosos) são aqueles onde a água
subterrânea é armazenada e circula através dos espaços existentes entre grãos em
sedimentos não consolidados e em rochas sedimentares. No estado do Rio de Janeiro os
aquíferos sedimentares ocorrem principalmente em bacias sedimentares (Campos,
Resende) e em depósitos aluvionares, lagunares e costeiros.
Embora bem estudada na sua porção oceânica o mesmo não ocorre em relação a parte
continental. O mapa de favorabilidade elaborado pela CPRM (2000), CAETANO (2000) e
CAPUCCI (2003) sugere denominações diferenciadas aos aquíferos. A figura 3.2.1.1
apresenta o mapa hidrogeológico da Bacia de Campos elaborado pela CPRM (2000).
14
A tabela 3.2.1.1 a seguir faz a correspondência e integra os termos definidos por cada
autor.
15
coberto por sedimentos quaternários e apresenta intensa intercalação de sedimentos,
heterogêneos, argilosos e arenosos.
16
Esta figura deverá ser impressa em tamanho A0
17
3.2.4.1. Outros Aquíferos
Ainda nesta região ocorrem outros dois aquíferos de origem sedimentar. O primeiro, o
Aquífero Aluvionar, é formado em ambientes de leques detríticos e planícies aluvionares,
principalmente nas bacias dos rios Macacu e Guapi-Açu. Apresenta intensa variação
composicional formados por intercalação de areais, argilas e matéria orgânica. Sua área
de ocorrência é de aproximadamente de 410 km2 e as espessuras podem alcançar até
100 metros.
Esta unidade localiza-se na região costeira, ocupando o trecho final das bacias do canal
do Cunha até a bacia do rio Estrela e das bacias do rio Suruí e Imboaçu, em terrenos
com cotas inferiores a 4 metros. É formada por sedimentos argilosos, ricos em matéria
orgânica, restritos a ambientes de manguezais e de lagunas. Possuem águas salgadas e
salobras, de má qualidade, com altos teores de ferro e cloretos. A permeabilidade é
baixíssima, não sendo adequados para utilização como fonte de água subterrânea
(CPRM, 2000).
Alguns depósitos localizados na região costeira, mas com pequenas ocorrências na parte
leste da baía – Niterói e São Gonçalo são compostos por areias, razoavelmente
selecionadas, com matriz síltica a argilosa e granulometria fina a grossa. São sistemas
livres, de pequena espessura e normalmente salinizados, com aproveitamento restrito. As
captações, normalmente, são feitas por poços rasos do tipo cacimba ou ponteira,
aproveitando os primeiros níveis de água, utilizados para abastecimento doméstico
(CPRM, 2000).
18
3.2.6. Aquíferos em Cordões, Restingas e Terraços Litorâneos
Localizam-se na região costeira do estado do Rio de Janeiro, ocorrendo em uma
extensão de 560 km2. Os sedimentos são compostos por areias razoavelmente
selecionadas, com matriz síltica a argilosa, granulometria fina a grossa. Os aquíferos são
livres, rasos e normalmente salinizados, com aproveitamento restrito.
As captações, normalmente, são feitas por poços rasos, aproveitando os primeiros níveis
de água, que podem ser potáveis. As águas destes sistemas são utilizadas normalmente
para o abastecimento residencial, como no caso de Piratininga, na região oceânica de
Niterói.
Dentro desse sistema vale destacar o “Aquífero Tamoios” em função da sua importância
para o abastecimento de água do distrito homônimo no município de Cabo Frio. O
aquífero “Tamoios” é essencialmente de domínio poroso, podendo alcançar espessura de
até 43 metros, os sedimentos são compostos por areias razoavelmente selecionadas,
com matriz síltica a argilosa, granulometria fina a grossa. A vazão final em quatro ensaios
de bombeamento foi em torno de 12 m3/h e o rebaixamento final variou de 3,58 m a 0,25
m (TUBBS et al., 2012). Sua utilização é viável desde que monitorada para evitar a
salinização da água subterrânea.
19
4. DISPONIBILIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Considera-se reserva de água subterrânea o volume de água armazenada e que sofre
variação em função do tempo e do tipo de aquífero. Geralmente são divididas em
reservas reguladoras (ou renováveis), permanentes, naturais (totais) e explotável (safe
yeld). O recurso água subterrânea renovável pode ser avaliado mediante análise de
variações potenciométricas, curvas de recessão de rios ou riachos ou a partir de análise
de mapas de fluxo subterrâneo (FEITOSA et.al., 2008). Esta contextualização é
especialmente válida para aquíferos sedimentares, não podendo ser aplicada
integralmente no caso de aquíferos fraturados.
Por outro lado, de acordo com FEITOSA et.al. (2008), disponibilidade instalada é o
volume anual passível de explotação através de poços existentes, com base na vazão
máxima de explotação – ou vazão ótima – num regime de bombeamento de 24 horas
diárias, em todos os dias do ano. Esta descarga é de grande importância, pois deve ser
considerada no balanço hídrico, além de poder ser considerada como a descarga
sustentável.
Na região fronteiriça dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais na bacia do rio
Paraíba do Sul ocorrem estruturas tectônicas favoráveis (Graben do rio Paraíba do Sul),
com armazenamento de água subterrânea em volume significativo, com poços bem
locados e construídos produzindo boas vazões em ambas as margens.
De acordo com CAPUCCI (2003), poços perfurados no sistema cristalino nos municípios
de Carmo, Três Rios e Barra Mansa produziram vazões operacionais superiores a
20
20m³/h. Ainda segundo o autor, um poço construído para a Light, na Ilha dos Pombos,
com 96 m de profundidade, próximo à cidade de Além Paraíba, produziu a inédita vazão
de 40 m³/h, com água levemente ferruginosa. A tabela 4.1.1 apresenta as vazões médias
obtidas em poços perfurados no sistema cristalino e divididas por região hidrográfica de
acordo com (CPRM, 2000).
Região
RI R II R III R IV RV R VI R VII R VIII R IX
Hidrográfica
Vazão Média por
Região
4,75 6,64 8,66 9,71 3,12 2,95 13,90 3,29 18,90
Hidrográfica
3
(m /hora)
Número de
24 94 152 174 485 23 101 6 200
poços avaliados
Na região do Distrito do Farol de São Tomé, o Poço Boa Vista apresentou a vazão de
260 m3/hora (72 l/s). De acordo com a Fundação CEPERJ (2008), nesta bacia são
disponibilizados 338,3 l/s, captados em 80 poços que abastecem mais de 154 mil
habitantes.
21
4.2.3. Bacia de Resende
Segundo CASTRO (2002) com base nos poços cadastrados calculou-se a disponibilidade
hídrica renovável do Aquífero Multicamadas em 18 hm3/ano e em 6,4 hm3/ano o volume
explorado, correspondendo à retirada de 20% dos recursos subterrâneos totais
disponíveis neste aquífero.
22
Tabela 4.3.2.1 - Reservas Permanentes, Reservas Renováveis e Rendimento Médio por
Poço na Região Hidrográfica da Baía da Guanabara (CONSÓRCIO ECOLOGUS –
AGRAR, 2005).
c) Médio: para vazões específicas entre 0,5 e 5 m3/h/m (Graben do rio Paraíba do Sul) e
entre 0.5 e 1 m3/h/m (Bacia de Itaboraí), e
d) Fraco: para vazões específicas menores que 1,0 m3/h/m (Bacia de Campos) e
menores que 0,5 m3/h/m (Bacia de Itaboraí).
23
Figura em tamanho A3 ao final do documento
24
4.6. Disponibilidade Efetiva e Disponibilidade Instalada a partir
do Cadastro de Poços
Como visto a disponibilidade efetiva e a disponibilidade instalada são associadas ao
volume explotado dos aquíferos por intermédio das obras de captações existentes.
Convém ressaltar, no entanto, que essa constatação é de ordem prática e que considera
somente o número de poços e suas vazões nominais obtidas por ensaios de vazão. A
tabela 4.6.1 apresenta a disponibilidade efetiva e instalada para todas as regiões
hidrográficas.
Disponibilidade
N◦ Tempo 3
Vazão Efetiva (m / Disponibilidade
Região Total Vazão Média médio
3 Total média de horas Instalada
Hidrográfica de (m /hora) 3 bombeado 3
(m /hora) bombeadas (m /ano)
Poços horas/dia
durante um dia)
R-I 34 5 170 10 1.700 1.489.200
R-II 195 5,81 1.132,95 13,80 15.634,71 413.545
R-III 269 10,59 2.848,71 17,30 49.282,68 24.954.685
R-IV 238 11,02 2.622,76 16,90 44.324,65 22.975.290
R-V 1032 5,08 5.242,56 11,40 59.765,18 45.924.665
R-VI 56 3,84 215,04 11,40 2.451 1.883.400
R-VII 110 4,61 507,10 11,80 5.983,78 4.441.320
R-VIII 29 3,53 102,37 14,20 1.453,65 893.520
R-IX 286 16,57 5.054,40 10 50.544 44.273.040
Total 2.249 - 17.895,89 - 231.139,65 147.248.665
A análise da tabela 4.6.1 permite destacar o volume de água que é captado em poços na
Região Hidrográfica V (45.924.665 m3/ano), aproximadamente 1,46 m3/seg, claramente
em função do elevado número de poços em operação. A Região Hidrográfica IX
apresenta volume de captação de água subterrânea (44.273.040 m3/ano) em torno de
1,39 m3/seg, neste caso devido à contribuição das excelentes vazões conhecidas na
Bacia de Campos. A ressaltar ainda é a disponibilidade das Regiões Hidrográficas III e
IV: a primeira certamente por influência da Bacia de Resende.
25
Este conceito, embora de fácil compreensão e de grande importância para os estudos
dos recursos hídricos e para o transporte dos contaminantes, não é de fácil
determinação. Em virtude das dificuldades de medir-se diretamente, vários métodos, que
variam amplamente em termos de complexidade e de custo, foram criados para estimar o
potencial da recarga de aquiferos.
O armazenamento da água e a facilidade com que ela pode ser extraída dependem
exencialmente dos fatores físicos do solo e das condições geológicas.
26
Tabela 4.7.2.1 - valores de recarga para aquíferos do estado do Rio de Janeiro
Reserva
Região Sistema Taxa de Infiltração Observações e
Renovável
Hidrográfica Hidrogeológico 3 (mm /ano) referências
(m /ano)
BARBOSA (2005)
Resultados obtidos
6 660 mm 48 % da
“Aquífero Piranema” 1,8 x 10 através de estudos
precipitação anual
de campo, para uma
2
II área de 180 km .
SONDOTÉCNICA
Aquífero fissural
7 (2006)
(Rio Santana e 1,4 10 --
Estimado a partir do
Ribeirão das Lajes)
Q 7,10
Bacia Sedimentar de
CASTRO (2002)
Resende 7
III 1,8 x 10 -- Resultados
Aquífero
estimados.
Multicamadas
8
Aquífero Macacu 1,45 x 10 -- CONSÓRCIO
ECOLOGUS –
8 AGRAR (2005)
Aluviões Arenosos 1,5 x 10 --
Resultados
estimados.
V
ALMEIDA e TUBBS
(2010)
45% da precipitação
Bacia do Rio Macacu -- Resultados obtidos
anual
através de estudos
de campo.
TUBBS et al., 2012
6 40% da precipitação Resultados obtidos
VI “Aquífero Tamoios” 5,4 x 10
anual através de estudos
de campo.
Bacia dos Rios Macaé ENGENPLUS E
e das Ostras 30 % da ÁGUA E SOLO
VIII Aquífero cristalino – -- precipitação anual (2012)
Parte superior da Estimado a partir do
bacia Q7,10
Bacia dos Rios Macaé
ENGENPLUS E
e das Ostras 21% a 26 % da
VIII -- ÁGUA E SOLO
Aquífero sedimentar Precipitação anual
(2012)
Parte inferior da bacia
Bacia Sedimentar de
7
Campos – 1,55 x 10 -- CAETANO (2000)
Quaternário Deltaico
7
IX Aluviões 2,4 x 10 -- MARTINS (2006)
Bacia Sedimentar de Entre
--
Campos – 50 mm / ano a 500 ECOLOGUS AGRAR
Quaternário Deltaico mm / ano
27
4.7.3. Estimativa da Recarga de Aquíferos a Partir das Vazões de Q7,10
A partir do conceito de que a água subterânea é parte do ciclo hidrológico, sua
disponibilidade no aquífero está relacionada ao escoamento de água para a bacia de
drenagem sobre a área de ocorrência do aquífero.
No entanto, este método não se aplica a bacias que tenham intervenções estruturais que
alterem a vazão natural dos rios.
Fluxo de
2 Q7,10 Base Estimativa da Recarga
Rios da RH-I Área (km ) (m³/s) Específico (m³/ano)
2
(m³/s/km )
7
Perequê-Açu 110 1,10 0,0100 3,4 x 10
7
Mateus Nunes 53,30 0,54 0,0100 1,4 x 10
7
Parati-Mirim 66,30 0,67 0,0120 2,1 x 10
7
Jacuecanga 39,60 0,48 0,0120 1,5 x 10
7
Japuíba 36,70 0,44 0,0120 1,4 x 10
8
Mambucaba 738,40 4,30 0,0058 1,6 x 10
7
Bracuí 196,60 1,10 0,0059 3,4 x 10
7
Ariró 62,90 0,43 0,0068 1,35 x 10
28
Tabela 4.7.3.2 – Estimativa da recarga a partir do Q7,10 em rios da Região Hidrográfica II
Tabela 4.7.3.3 – Estimativa da recarga a partir do Q7,10 em rios da Região Hidrográfica III
29
Tabela 4.7.3.6 – Estimativa da recarga a partir do Q7,10 em rios da Região Hidrográfica VI
Tabela 4.7.3.7 – Estimativa da recarga a partir do Q7,10 em rios da Região Hidrográfica VII
Tabela 4.7.3.8 – Estimativa da recarga a partir do Q7,10 em rios da Região Hidrográfica VIII
Fluxo de
Q7,10 Estimativa da
2 Base
Rios da RH-VIII Área (km ) Recarga
(m³/s) Específico
2 (m³/ano)
(m³/s/km )
8
Macaé 1.737,30 9,61 0,0055 3,03 x 10
7
Das Ostras 146,50 0,83 0,0056 2,6 x 10
7
Imboacica 76,65 0,44 0,0057 1,3 x 10
7
Jundiá 162,21 0,92 0,0056 2,9 x 10
Fluxo de
Q7,10 Estimativa da
2 Base
Rios da RH-IX Área (km ) Recarga
(m³/s) Específico
2 (m³/ano)
(m³/s/km )
8
Imbé 771,50 4,00 0,0051 1,26 x 10
8
Macabu 1.061,40 5,40 0,0050 1,7 x 10
8
Muriaé 3.097,90 7,20 0,0023 2,27 x 10
7
Carangola 684,2 2,00 0,0029 6,3 x 10
8
Pomba 896,70 4,30 0,0047 1,35 x 10
8
Itabapoana 1.507,30 5,90 0,0039 1,86 x 10
30
A análise dos dados das tabelas de número 4.7.3.1 a 4.7.3.9 permitem avaliar que
mesmo considerando as vazões de Q7,10 a partir de vazões regionalizadas, é
perfeitamente possível utiliza-los em uma primeira aproximação para estimar o potencial
da recarga dos aquíferos. Os valores para a estimativa do potencial de recarga foram
obtidos multiplicando-se os valores de Q7,10 pela área da bacia.
Para melhor comparação entre bacias, apresenta-se o fluxo de base específico, o qual
é o valor do Q7,10/km2 dividido pela área da bacia. Dessa forma é possível melhor
visualizar a produtividade entre bacias em virtude das diferentes áreas.
Nas demais regiões hidrográficas não foi possível assumir que os valores de Q7,10
representassem somente a contribuição dos aquíferos fissurados, pois a existência de
bacias sedimentres e/ ou extensa sedimentação aluvionar, torna o fluxo de base uma
composição das vazões produzidas nos diferentes sistemas hidrogeológicos.
Por outro lado, quando a comparação é feita com valores da vazão de Q7,10 específico é
possível observar diferenças, notadamente nas regiões hidrográficas I, IV e VII. Tal
constatação pode ser porque essas e outras diferenças sejam devidas a regionalização
dos dados hidrológicos ou por estarem relacionadas às estruturas geológicas
responsáveis pelo armazenamento da água subterrânea.
31
Nestes métodos a estimativa do potencial de recarga das águas subterrâneas é calculada
a partir de uma percentagem média da precipitação da água da chuva. Valores entre 10%
e 41% têm sido citados em várias regiões do mundo.
Fórmulas Empíricas
para a Recarga de Referência Obs
Aquíferos
Evapotranspiração real ou
P* – ETR** (mm/ano) RISSER et al (2005).
estimada P e ETR em mm/ano
35 % P (mm / ano) RISSER et al (2005). P em mm/ano
Rr*** = P x 0,0015 x A2 Específico para aquífero fissural
COSTA (2008)
(m³/ano) P em m/ano
Sugerido para áreas de
Cadernos de Mata
23% P (mm/ano) nascentes
Ciliar – São Paulo
P em mm
* P = Pluviosidade
** ETR = Evapotranspiração
***Rr = Reserva Renovável
32
Tabela 4.7.4.2 - Estimativa de recarga de aquíferos através fórmulas empíricas a partir da pluviosidade
33
A tabela 4.7.4.2 apresenta as estimativas de recarga natural de aquíferos a partir
métodos empíricos que utilizam dados de pluviosidade para as diversas regiões
hidrográficas. Em termos gerais os dados compilados permitem observar um elevado
grau de subjetividade para uma determinada região hidrográfica ou ainda para um
mesmo rio.
Por outro lado, a análise comparativa empregando a formulação proposta por COSTA
(2008), diferentemente, apresentou resultados bem conservadores, onde os valores para
a recarga são uma a duas ordens de grandeza menores, sendo, portanto, bem inferiores
aos demais métodos.
Por fim, a comparação entre os métodos para estimar a recarga natural de aquíferos
indica que aqueles que derivam de dados hidrológicos (Q7,10 ou outros ) produzem
estimativas mais confiáveis.
34
5. QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
35
5.1.2. Diagramas de Piper – Região Hidrográfica II - Guandu
A figura 5.1.2.1 apresenta o diagrama de Piper para as águas subterrâneas obtidas em
poços perfurados na Região Hidrográfica II.
36
Figura 5.1.3.1 - Diagrama de Piper para a Região Hidrográfica III
37
A Região Hidrográfica IV apresenta três grupos de amostras bem caracterizadas. São
águas de origem cloretadas cálcicas (sódicas), bicarbonatadas sódicas (cálcicas) e
sulfatada cálcica. A exceção de uma amostra, as demais foram obtidas no vale do rio
Piabanha e, portanto, originadas em ambiente de rochas cristalinas e cristalinas
alteradas. Devido à distância da Região Hidrográfica IV em relação ao litoral, as amostras
classificadas como cloretadas podem ter sua origem em águas de circulação em fraturas
de pouca profundidade.
38
Figura 5.1.6.1 - Diagrama de Piper para a Região Hidrográfica VII
39
As duas análises disponíveis nos processos de outorga do Inea permitem classificar as
águas como cloretada sódica e sulfatada cálcica, possivelmente pela influência da
proximidade da costa e/ou de ambientes sedimentares.
40
Qualquer aproveitamento de água subterrânea, a semelhança das águas superficiais,
merece a atenção dos gestores, mesmo tratando-se de pequenos aquíferos.
Em três áreas do estado devem ser concedidas atenção especial visando prevenir a
super exploração ou outro tipo de impacto ambiental aos aquíferos. A primeira consiste
no Aquífero Multicamadas da Bacia de Resende. A utilização desse aquífero tem
aumentando devido ao crescimento industrial e populacional nos últimos anos. Estudos
de avaliação dos efeitos da exploração das águas subterrâneas devem ser realizados,
conforme já apontava os estudos realizados por CASTRO et al (2002).
Esses dois aquíferos (Resende e Macacu) em função das suas características geológicas
devem ser estudados e monitorados, inclusive devido ao risco de subsidência dos
terrenos.
41
Ainda segundo GODOY, op cit, foi encontrado uma amostra com concentração de
mercúrio, 2,2x10-3 mg.L-1, acima do permissível, qualquer que seja a regulamentação
adotada.
42
6. CONCLUSÃO
O estudo apresentou um panorama das águas subterrâneas no estado do Rio de Janeiro,
evidenciando o nível incipiente de informações a respeito desses recursos hídricos,
principalmente quando comparado ao conhecimento das águas subterrâneas em outros
estados da União.
Deve ser enfatizado que o esforço de compilação dos dados para o formato digital, antes
armazenados em papel, e sua espacialização, possibilitou a sistematização de dados
antes desconhecidos ou dispersos em relatórios técnicos ou nos processos de outorga
armazenados no Inea. Portanto, a migração dessa base, agora em meio digital, para um
futuro sistema de informação, trará, seguramente, uma melhora na eficiência da gestão
dos recursos hídricos do estado do Rio de Janeiro.
A síntese das informações dos aquíferos do estado do Rio de Janeiro aponta para a
necessidade de incrementar estudos do aquífero cristalino, quer por sua distribuição
espacial e complexidade geológica, quer por sua importância em áreas de intenso
desenvolvimento econômico, tais como as Regiões Hidrográficas II, III e V.
43
Em relação a recarga natural dos aquíferos os resultados a partir das vazões hidrológicas
de Q7,10 demonstraram que este método é o mais apropriado dentre os indiretos utilizados
para a estimativa da recarga de aquífero, sendo, portanto, o mais confiável para a
proposta de uma estimativa regional, em face de sua base conceitual.
Ainda assim, convém ressaltar que esses resultados devem ser utilisados com certa
reserva, pois devido a complexidade geológica do estado do Rio de Janeiro, onde há a
predominância de rochas cristalinas, reconhecidamente de elevada anisotropia, faz com
que as vazões de Q 7,10 não reflitam de forma homogêna o aporte de água subterrânea
para uma determinada bacia.
Por conta desta argumentação, o estudo ora apresentado, deve ser considerado como
um simples indicativo do potencial de recarga dos aquíferos do estado do Rio de Janeiro,
portanto, longe de ser a realidade da recarga natural e da produtividade dos aquíferos.
44
7. BIBLIOGRAFIA
AGÊNCIA BRASIL: Consumo de Água por Habitante no Brasil é Estável. Disponível em
www.agenciabrasil.ebc.com.br/noticia.
CAETANO, L. C. 2000. Água Subterrânea em Campos dos Goytacazes – RJ: uma opção
para o abastecimento. 112p. Dissertação (Mestrado em Geociências). Programa de Pós-
Graduação em Administração e Política em Recursos Minerais. Universidade Estadual de
Campinas, Instituto de Geociências - Campinas,SP.
45
ENGENPLUS ENGENHARIA CONSULTORIA LTADA E ÁGUA E SOLO. Elaboração do
Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica Macaé / Ostras – PRH –
Macaé/Ostras. Relatório do Diagnóstico das Disponibilidades Hídricas da Região
Hidrográfica Macaé e Das Ostras – RD – 04, Versão Final, Dezembro de 2012.
ERTHAL, F. e MANSUR, K.L. (2003). DRM – Poços Cadastrados já são 3.500. Revista
ABAS – RJ. Ano I, n°01 Ago/SET 2003.
FEITOSA, E.C.; FILHO, J.M., COSTA, W.D., FEITOSA, F.A.C., DEMÉTRIO, J.G.A.D.,
FRANÇA, H.P.M. (2008). Hidrogeologia, Conceitos e Aplicações, cap. 7.1.3 ed ver. E
ampl - Rio de Janeiro: CPRM: LABHID. 2008.
MANSUR, K.L, MARTINS, A., 2003. O Caso das Águas Subterrâneas no Estado do Rio de
Janeiro. I Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste. Petrópolis, RJ. Anais, pg. 109-112, ABAS.
46
OLTÁVARO, M;V; Métodos para determinar la recarga en acuíferos. Disponível em:
www.bdigital.unal.edu.co/4442/1/EA3760.pdf
SILVA JÚNIOR, G. C.; LOWSBY, M.G; ALVES, M. G., FERRUCIO, P.L.; MONTEIRO, C.
A., ALMEIDA, R. R. A Problemática da Intrusão Marinha nos Aquíferos Costeiros do
Leste Fluminense: Um Estudo de Caso – A Região Oceânica de Niterói. 1st Joint World
Congresso n Groundwater. 2000. Fortaleza, Ce.
RISSER, D. W.; WILLIAN, J. G.; GORDON, 2005. Comparison of Methods for Estimating
Ground-Water Recharge and Base Flow at a Small Watershed Underlain by Fractured
Bedrock in the Eastern United States.Service Scientific Investigations Report 2005-
5038U. U.S. Geological Survey, Reston, Virginia: EUA.
WAHNFRIED, I.; HIRATA, R.; 2005. Comparação dos Métodos de Estimativa de Recarga
de Aquíferos em uma Planície Aluvionar na Bacia Hidrográfica do Alto Tiete (São Paulo).
In: ABRH – Revista Brasileira dos Recursos Hídricos. 15 – 25 p.
47
CARACTERIZAÇÃO DOS AQÜÍFEROS SEDIMENTARES
951 VARRE-SAI Aqüífero Emborê: Arenitos conchíferos variados, com feldspato, argilitos impuros e argilas orgânicas.
Purilândia
PORCIÚNCULA Totalmente coberto por sedimentos quaternários. Aqüíferos confinados com espessuras de até 220m, sobre
42º30' 2
Rosal
41º30' sedimentos mais antigos. Permeabilidade 0,86m/dia, transmissividade média 190m /dia, e capacidade
3
21º00'
41º00' específica média 3,50m /h/m. Águas de boa qualidade. TDS até 300mg/l.
ESCALA 1:500.000 Calheiros
21º00' o o o
10 0 10 20 30 40km NATIVIDADE Ourânia o o oo Aqüífero São Tomé II: Arenitos avermelhados, lateríticos com argilas cálcicas, sobre arenitos consolidados
RI argilosos. Totalmente recobertos por sedimentos quaternários. Aqüíferos confinados, com espessuras de
O Pirapetinga de o o o
o o pelo menos 230m, sobrepostos ao embasamento cristalino e sedimentos mais antigos. Fortemente afetado
2000
Bom Jesus oo 2
939945 o por falhas normais. Permeabilidade 1,40m/dia, transmissividade média 110m /dia, e capacidade específica
CA
s ES oo o 3
média2,35 m /h/m. Ocorrem águas ferruginosas, TDS entre 200 e 600mg/l.
RA
PÍR
NG
935 ITO
OL
933
SA
A
931
Comendador NT Aqüífero São Tomé I: Arenitos avermelhados, lateríticos com argilas cálcicas, sobre arenitos consolidados
Venâncio s
BOM JESUS DO O
50,0 2,0/29,0 ITABAPOANA argilosos. Totalmente recobertos por sedimentos quaternários. Aqüíferos confinados, com espessuras de
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA 926 F
930 12,0
ITAPERUNA
923 919
RIO
até 160m, sobrepostos ao embasamento cristalino. Fortemente afetado por falhas normais. Permeabilidade
2 3
ITABA 1,50m/dia, transmissividade média 100m /dia, e capacidade específica média 0,50m /h/m. Podem ocorrer
MINISTRO LAJE DO
MURIAÉ
920 911
908 910 903
POAN
A
águas ferruginosas, TDS entre 500 e 1800mg/l.
IS
s Carabucu
Rodolpho Tourinho Neto
RA
S. Eduardo
902 Aqüífero Multi-camadas Resende: Sedimentos heterogêneos, forte intercalação de pelitos com
GE
899 sedimentos arenosos, com extensão lateral restrita. Aqüíferos confinados a semi-confinados, espessuras
O variando até 270m, fortemente afetado por falhas normais e fraturas. Formação Acácias/Floriano:
RD Santa897
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA s
Itajara
N.S.da Boa DU
A
Maria
Praça João
Pessoa
895 permeabilidade 3.5m/dia, Formação Resende: permeabilidade 1.0m/dia, Fm Itatiaia: permeabilidade de
3
Penha 0,27m/dia, capacidade específica média 0,559 m /h/m. Águas podem ser ferruginosas, até 4,2mg/l, TDS de
AS
E
SECRETÁRIO
Ventura
Venda das O 893
s 892 NT Itabapoana 90 a 400mg/l.
MIN
Flores SA. DE SA
Luciano de Freitas Borges São José de Ubá
886 888
882
881
s
880 Aqüífero Terciário Volta Redonda: Areias e argilas, fortemente intercaladas, com presença de lateritas,
60,0 12,0/51,0
871 879 Morro do Coco sobrepostas ao embasamento cristalino. Aqüíferos livres a semi-confinados, com espessuras entre 10 e
Serviço Geológico do Brasil - CPRM MIRACEMAF
6,2s
867
878 São João874
Paraíso 866
872
3
30m, baixa produtividade, menor que 1m /h. Pode ocorrer presença de ferro nas águas.
Presidente Paraíso do Tobias ITALVA
RI
O
861
Umberto Raimundo Costa Monte 858
Alegre 856 Monte MU
RI São Joaquim
Vila
Nova
Aqüífero Barreiras: Argilas lateríticas, e areias com óxido de ferro, sobrepostas ao embasamento cristalino.
Verde 848 AÉ São Francisco
3
Aqüíferos livres, pouco produtivos, vazões máximas na ordem de 2m /h e capacidade específica média de
Paraoquena s 846 60,0 20,0/50,0 847 do Itabapoana 3
844 0,33m /h/m. Águas normalmente ferruginosas.
Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial 21º30'
841
F
CARDOSO
5,5
845
80,0 2,5/25,0
850
R
Diretor 840 MOREIRA 7,7 21º30'
IO
M
837 Aqüífero Macacu: Argilas arenosas, areias finas e siltes variados, com intensa intercalação, sobreposto ao
834 SANTO ANTÔNIO s
Thales de Queiroz Sampaio 829 DE PÁDUA
824
s
90,0 11,0/76,0
CAMBUCI
827
839
embasamento cristalino. Aqüíferos livres a semi-confinados, com espessura de pelo menos 40m, pouco
3 3
Santa Cruz
818 F POMB6,0 199
A 813 Pureza
produtivos. Vazões máximas na ordem de 1,5m /h e capacidade específica média de 0,06m /h/m.
805 803
Marangatu 804 822
Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento 142 3,9/30,0 811
l
s 799
796 s
794 787 DO SU
806 72,0 463 S
802 L Lagoa do o Aqüíferos Alúvio-Lacustres: Areias e argilas intercaladas com matéria orgânica, intensa variação
Diretor
l
OS
l
RI AÍBA o o
s
PAR Travessão Campelo
786
APERIBE
s s Portela 800 198 Jorrante/30,8 composicional. Aqüíferos livres, sobrepostos tanto ao embasamento cristalino quanto a sedimentos mais
o
Paulo Antônio Carneiro Dias RIO
l
S
l
Rio
Pi s s SÃO Ernesto Machado o 790 66,3 antigos. Espessuras em torno de 20m, com importância hidrogeológica local. Podem atingir localmente
IS
r
O
s o
s espessuras da ordem de 100m, como nos aluviões dos rios Macacu, Guandu, Guapiaçu, Macaé e Iguaçu
D
s ITAOCARA FIDELIS o o
ap
l
s Colônia RIO A
s781 o oSÃO JOÃO
eti
778 3
NH tendo um maior potencial, vazões superiores a 10m /h. Água normalmente de boa qualidade a levemente
l
n
766 s
o o o DA BARRA
ga
s
U
l
ferruginosa.
l
769 s L
l
TA
L o o oo
s
SU s Jaguarembé 772
CA
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s Cambiasca
RI
l
l
s 766 o o 765
l
O
s 763 eto
DA
753 DO 760 Pr 758 o o
l
s 756 Morangaba l 755
l
s s o
A. Aqüíferos Cordões, Restingas e Terraços Litorâneos: Areias razoavelmente selecionadas, com matriz
l
o o
UR
s
s
S o
754 Barcelos
UR
síltica a argilosa, granulometria fina a grossa. Aqüíferos livres, rasos e normalmente salinizados.
l
A São Sebastião s Laranjais Ri 751
s
AÍB o
l
o o o
I
PAR o o
AI
do Paraíba 748
s s
s 747 g ro o o o Aproveitamento restrito.
s 743 Ne La. de CAMPOS DOS 746 74,0 5,1/6,6 o o oo
o
l
150,0 260o o o o o
s
s R Cima GOYTACAZES S
RIO s s 745
o oo o o
s
Estrada A 744
s
s
l
I
736 Porto Velho s
113,0 1,5/53,0 Boa Sorte Nova 739 M Ibitioca 742 o o o
Valão do Argilas Orgânicas Costeiras: Sedimentos argilosos ricos em matéria orgânica, restritos a ambientes de
l
do Cunha s s Renascença bé
l l o Poç
l o o Pipeiraso
o
s 6,0 731 Barro Im l S
s
Gordo o o manguezais. Águas salinas com altos teores de ferro e cloretos, sem condições para utilização da água
I
o o o o o
I
Córrego da Prata s F O do s l
o o
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96,3 5,6/8,2 Goytacazes o
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727 D subterrânea.
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715 723
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130,0 300 o de Campos o
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702 CARMO S Tocos o o o Saturnino-
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MODELAGEM DA FAVORABILIDADE DO SISTEMA AQÜÍFERO FISSURAL
Rio
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44º30' 44º00' 697 s 694 SANTA MARIA l s Jacaré oo o
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43º30'
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43º00' SÃO MADALENA s
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688 685 CANTAGALO SEBASTIÃO 687
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FAVORABILIDADE SOLOS
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RIO 662PARAIBU Fr s Macabu l Lagoa
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100,0 4,0/30,0
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S.Amaro de Vazões maiores que Rebaixado com ondula- Geralmente espessos e
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s
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l
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PR Aparecida CORDEIRO Serrinha o o o 22º00' 5m3/h. Podem atingir ções suaves. Planícies muito permeáveis.
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da Ilha da Marambaia
Goiânia Territorial - GATE, da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, em parceria com a
Belo EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, DRM-RJ - Departamento de Recursos Minerais, CIDE - Centro de
Campo Grande Horizonte
Ilha Grande Vitória
Informações e Dados do Rio de Janeiro, SERLA - Superintendência Estadual de Rios e Lagoas, CEDAE - Companhia Estadual de
Águas e Esgotos, EMOP - Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro, PUC-RJ - Pontifícia Universidade Católica, UFF -
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Universidade Federal Fluminense, UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de
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Geotecnologia em Águas Subterrâneas e INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. Os estudos foram integrados e representados
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. Florianópolis no Mapa Geoambiental, produto básico para o desenvolvimento sustentável do Estado do Rio de Janeiro.
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do Divisão de Geoprocessamento - DIGEOP / Departamento de Informações Institucionais - DEINF
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ti Digitalização do Tema: Vanilton Silva Badaró, Pablo Rodrigo Ferreira Romeiro, Carlos Alberto Santos
Pa Digitalização da Hipsometria : Fábio Braga Nunes Coelho e Marco Aurélio de Almeida Lima
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Editoração Cartográfica:
Base cartográfica simplificada obtida a partir da integração das Divisão de Cartografia - DICART / Departamento de Apoio Técnico - DEPAT
folhas do IBGE, escala 1:250.000. Chefe da DICART: Paulo Roberto Macedo Bastos
Editoração: Wilhelm Petter de Freire Bernard e Maria Luiza Poucinho, Valter Alvarenga Barradas e Leila Maria R. Alcantara.
Projeção Cônica Conforme de Lambert
MINISTÉRIO DE GOVERNO
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Serviço Geológico do Brasil MINAS E ENERGIA FEDERAL
GOVERNO DO
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Secretaria de Estado de Energia, da
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Limites Municipais
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Limite da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara
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Código de Bacia de 1ª Ordem - CECA
Aeroportos
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LEGENDA TEMÁTICA
Sistemas Aquíferos Sedimentares
Cordões e terraços arenosos
Formação Macacu
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Coberturas flúvio marinhas e flúvio lagunares
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Poço Típico
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Estruturas Principais
Dique Mesozóico
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Cisalhamento
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de Cisalhamento
Aterros
Figura 3.2.4.1 - Aquíferos no em torno da Baía da Guanabara (Fonte: CONSÓRCIO ECOLOGUS – AGRAR, 2005)
Figura 3.1 - Domínios hidrogeológicos do Estado do Rio de Janeiro, (Fonte: Martins ET AL (2006)
Figura 4.5.1 – Províncias Hidrogeológicas do Estado do Rio de Janeiro (Fonte: CAPPUCI, 1988)