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22/09/2018 Julgamentos famosos da Inquisição

Inquisição

Julgamentos famosos da Inquisição


Em meio a tantos números e estatísticas, personagens emblemáticas
também foram investigadas pela Inquisição. Foram os casos de Galileu
Galilei, Giordano Bruno, Padre António Vieira e até mesmo de uma mulher
canonizada pela Igreja: Santa Joana d'Arc.

Como decorreu o julgamento dessas pessoas e por que suas imagens


foram parar nas páginas de história, é o que veremos nesta aula de nosso
curso sobre a Inquisição.

Em meio a uma infinidade de números e estatísticas, personagens emblemáticas também


foram investigadas pela Inquisição. Foram os casos de Santa Joana d'Arc († 1431), Giordano
Bruno († 1600), Galileu Galilei († 1642) e do português pe. António Vieira († 1697).

A donzela de Orléans. – Joana d'Arc foi escolhida por Deus para desempenhar o papel de
verdadeira protagonista na famosa Guerra dos Cem Anos (1337-1453), que se deu entre Inglaterra
e França. Em questão estavam o domínio de alguns territórios gálicos e a sucessão do trono real
francês.

Ainda adolescente, Joana recebe de São Miguel Arcanjo a missão de liderar as tropas dos
Armagnac contra os ingleses e os Bourguignons, e de conduzir o filho de Carlos VI e legítimo
herdeiro do trono à coroa real. Diante do jovem príncipe – o qual ela teria prodigiosamente
reconhecido, não obstante o seu disfarce –, Joana manifesta o seu mandato divino. Depois de
interrogada pelos teólogos da corte e comprovadas a sua fé e idoneidade, o Delfim francês
decide confiar na donzela.

Portando armadura de soldado – que a afasta do assédio masculino e a ajuda a guardar a sua
castidade –, Joana guia o exército francês até a reconquista da estratégica cidade de Orléans, em
1429. Depois, leva o Delfim até a Catedral de Reims, onde ele é coroado como Rei Carlos VII da
França.

Mesmo tendo cumprido a sua missão, porém, Joana foi capturada pelos inimigos, em 1430.
Levada ao tribunal da Inquisição e condenada em um processo totalmente inválido, na diocese
de Rouen, ela foi morta, em 30 de maio de 1431, com breves 19 anos de idade. Ainda no século
XV, o Papa Calisto III reviu o processo de Joana d'Arc e reconheceu a sua nulidade, seja in

procedendo, seja in iudicando. A reabilitação total de Joana só terminou no século XX, quando a
mártir foi beatificada por São Pio X, em 1909, canonizada pelo Papa Bento XV, em 1920, e
proclamada padroeira da França, em 1922.

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Na história da Inquisição, portanto, constam santos dos dois lados: pessoas que procederam
com prudência e justiça em seu dever de inquiridores – como foi São Roberto Belarmino († 1621),
que participou no processo de Galileu – e pessoas de virtude que foram condenadas
injustamente – caso da valorosa Santa Joana d'Arc. A sua história mostra que, ao mesmo tempo
em que considera os fatos dentro de seu contexto histórico, a Igreja também não é ingênua a
ponto de canonizar tudo o que foi feito pelo Santo Ofício. Ela está disposta, ainda que seja com
dor, a reconhecer as culpas de seus filhos.

O herege Giordano Bruno. – Apresentado por algumas pessoas como "mártir da ciência", a
história de Giordano Bruno não é nada fácil. O italiano ingressou na Ordem dos Pregadores
muito cedo, mas, por conta de suas ideias heréticas, acabou expulso da vida religiosa. Giordano
era adepto de uma heresia chamada hermetismo, que combinava crenças pagãs antigas com
práticas de magia e alquimia. Para ele, a Igreja Católica deveria abandonar a Revelação –
Giordano Bruno, além de panteísta e crítico ferrenho do clero, negava todo o depósito da Fé,
desde a Trindade até a própria virgindade de Maria Santíssima – para aderir a essas ideias.

Da Itália, Giordano saiu em peregrinação por vários países da Europa. Tendo vivido na França,
na Suíça, na Inglaterra e na Alemanha, conseguiu apoio para publicar muitas de suas obras,
mas, imerso num estado como que de "suicídio inconsciente", foi expulso de vários lugares, até
voltar ao seu país natal e fixar-se na cidade de Veneza. Aí, denunciado pelo professor que o
contratou, ele foi parar nas mãos da Inquisição Romana, a qual fez de tudo, durante 8 longos
anos de processo, para livrar o contumaz da morte. Giordano Bruno, no entanto, era irredutível.
Não abjurando de nenhuma de suas ideias – as quais nada tinham de científicas, diga-se de
passagem –, ele foi queimado na fogueira, no ano de 1600.

O caso Galileu. – Indubitavelmente, o processo que julgou Galileu Galilei foi o mais famoso de
toda a história da Inquisição, de tal modo que São João Paulo II pediu que uma comissão
interdisciplinar fizesse um estudo aprofundado sobre a questão, analisando as controvérsias
exegéticas, teológicas e científicas por trás do seu caso. No fim, essa comissão – que contava
com eminentes prelados da Igreja, como o Cardeal Carlo Maria Martini († 2012) e o Cardeal
Roger Etchegaray – chegou às conclusões que seguem.

Primeiro, Galileu realmente defendeu o heliocentrismo de Nicolau Copérnico († 1543), mas não
apresentou nenhuma prova científica que respaldasse o seu sistema. Para sustentá-lo, ele
recorria ao fenômeno das marés, que, na verdade, não tinha nada que ver com o movimento do
planeta, senão com a gravitação da Lua ao redor da Terra. O argumento definitivo que
comprovou a teoria heliocêntrica – pelo menos em sua afirmação de que a Terra girava em
torno do Sol – só surgiu 150 anos depois de Galileu.

Diante da obstinação do astrônomo em defender como certo o que não passava de teoria – e
graças ao seu temperamento forte, que o fez granjear inimigos –, os seus oponentes
entregaram-no ao Santo Ofício. Vale destacar também que a posição de Galileu criava
problemas com a interpretação das Escrituras (questão pungente durante os anos pós-
Reforma): a Igreja entendia, a partir de uma passagem do livro de Josué (10, 13), que diz que "o

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sol se deteve", que era o Sol que se movimentava ao redor da Terra. Como não havia respaldo
científico para as afirmações de Galileu, então, ele permaneceu em silêncio.

Quando, porém, um amigo seu, o Cardeal Maffeo Barberini, assumiu o sólio pontifício, com o
nome de Urbano VIII, Galileu começou novamente a propagar as suas ideias. Desta vez, nem
uma advertência do Papa fez com que ele se calasse. No livro Dialogo sopra i due massimi
sistemi del mondo ["Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo"], de 1632, ele assinou a
sua sentença. O astrônomo colocava na boca de Simplício, a personagem mais idiota da obra, a
tese do Papa Urbano VIII, a saber: a de que o heliocentrismo não passava de uma teoria.
Denunciado novamente à Inquisição, Galileu foi julgado por São Roberto Belarmino, que pôs
um fim à história. O cardeal deixava bem claro que, enquanto não fossem mostradas provas
contundentes da teoria heliocêntrica, era melhor que fosse tratada como simples hipótese, já
que criava um aparente problema com a exegese de alguns trechos bíblicos. Para o santo,
estava bem claro que a fé e a ciência não se podem contradizer, já que o Deus que Se revela nas
Sagradas Escrituras é o mesmo que Se revela nas verdades acessíveis pela luz da razão.
Enquanto não houvesse respaldo para a teoria de Galileu, porém, era melhor que ele deixasse
de difundi-la.

Ainda que a contragosto, então, Galileu permaneceu em silêncio obsequioso e foi condenado ao
cárcere domiciliar, até o fim da vida. Ao contrário do que dizem muitos, o físico não foi
queimado na fogueira.

Uma tese recente joga uma nova luz no caso Galileu, sustentando que a sua adesão ao
heliocentrismo foi, na verdade, a mais branda das acusações que pesavam contra ele [1]. O fato
de o astrônomo insinuar que as qualidades dos objetos estavam antes no sujeito que conhece
que nos objetos propriamente ditos, parecia, a muitos teólogos, um problema para o dogma da
transubstanciação. Uma controvérsia nessa seara seria muito pior para Galileu. Responder
somente à acusação de copernicanismo foi, portanto, a opção de Urbano VIII para "poupar"
Galileu de uma retaliação mais severa por parte da Igreja.

Sobre o padre António Vieira. – Contra António Vieira, o famoso pregador lusitano, pesavam
as acusações de messianismo e milenarismo.

Vieira era adepto de uma lenda ligada ao príncipe Dom Sebastião de Portugal († 1578), morto
durante uma guerra contra os muçulmanos, no norte do Marrocos. Com o seu
desaparecimento, o trono português ficou vacante e as disputas em torno do sucessor de
Sebastião acabaram dando origem à União Ibérica (1580-1640), em cujo intervalo a Lusitânia
permaneceu submissa aos reis espanhóis. A situação política desconfortável criou nos
portugueses um sentimento de insatisfação e, ao mesmo tempo, a esperança de que D.
Sebastião regressaria para devolver a Portugal a sua soberania.

Com o fim da União Ibérica, assumiu o trono português Dom João IV († 1656), fundador da
dinastia de Bragança, o qual substituiu D. Sebastião nas fantasias messiânicas de António
Vieira. De fato, após a morte do rei, o padre teria vislumbrado a sua ressurreição. Em seu novo

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reinado, haveria um tempo de paz na terra, sem doenças, nem males, nem guerras. Essas teses
foram escritas em seus livros Clavis Prophetarum ["Chave dos Profetas"], Esperanças de Portugal,
o Quinto Império do Mundo e História do Futuro.

Foi esse o objeto do julgamento do pe. António Vieira, enquanto esteve em Roma. O sacerdote
recebeu algumas punições brandas e, depois, tendo ele próprio feito sua defesa diante dos
inquisidores, voltou reabilitado a Portugal e ao Brasil.

Referências

1. Cf. ARTIGAS, Mariano; MARTÍNEZ, Rafael; SHEA, William R. Nueva luz en el caso
Galileo. In: Anuario de Historia de la Iglesia (Facultad de Teología, Universidad de
Navarra), 12 (2003), pp. 159-179.

Bibliogra a

AQUINO, Felipe. Para entender a Inquisição. Lorena: Cléofas, 2009. 304p.

ARTIGAS, Mariano; MARTÍNEZ, Rafael; SHEA, William R. Nueva luz en el caso Galileo. In:
Anuario de Historia de la Iglesia (Facultad de Teología, Universidad de Navarra), 12 (2003),
pp. 159-179.

GONZAGA, João Bernardino Garcia. A Inquisição em seu mundo. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
1993. 247p.

PETERS, Edward. Inquisition. University of California Press, 1989. 368p.

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