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Sumário
Nosso
programa:
Aula 1: DEFINIÇÃO O Método Sintético (ou Temático) ........................................ 2
O Método Cristológico
Esse é um ponto de certa forma “crítico” dentro de nossa definição. Crítico porque a
tendência “evangélica” é a de fazer uma leitura cristológica do Antigo Testamento. De acordo
com os proponentes dessa leitura, devemos interpretar cada parte do AT à luz do evento de
Cristo. Até mesmo Karl Barth propõe esta leitura.
Em certo sentido, essa leitura representa um cuidado contra o método da história da
religião e a desvinculação entre a mensagem do AT e NT que é produzida, por exemplo, pelo
método analítico ou história da tradição. Por outro lado, existem grandes perigos em uma
leitura cristológica. O primeiro deles é exatamente a alegorização do AT para que os textos
possam ser lidos de acordo com o NT (por exemplo, a tentativa de se ler a relação de Cristo e
a Igreja no livro de Cantares de Salomão). De certa forma perde-se a noção do progresso da
revelação e sacrifica-se a mensagem do AT em função do NT.
Que toda a Escritura aponta para Cristo é de fato o que cremos. Como, porém, isto
acontece, é o que deve ser bem esclarecido. Devemos partir do pressuposto que antes do
advento de Cristo o AT era incompreensível aos seus leitores? Creio que não. Ainda que o AT
seja promessa e o NT o cumprimento (essa é a proposta do Mitte – centro unificador- de
Walter Kaiser), existe uma mensagem no AT que era compreendida pelos leitores e receptores
da revelação naquele período, a saber, a vinda do Messias e todas as suas implicações. Que o
NT nos esclarece pontos obscuros da mensagem do AT também é parte do que cremos, mas
na aplicação do nosso método hermenêutico devemos caminhar passo a passo, considerando
a mensagem do AT no seu próprio contexto e não simplesmente ler a mensagem do NT nas
páginas do AT.
O Método Confessional
Essa abordagem é a que considera a Bíblia como uma série de declarações de fé. Essa
proposta desconsidera o aspecto histórico da revelação e a interpretação que devemos fazer
da mesma.
O método confessional impõe ao texto categorias de pensamento. É relevante
conquanto enfatiza a necessidade dos credos, mas é extremamente negativo no domínio que
exerce sobre o texto bíblico. Ao contrário do que se possa pensar, vários estudiosos liberais e
neo-ortodoxos fazem uso desse método (von Rad, Oscar Cullmann, Eissfeldt).
Um dos princípios que gera essa abordagem é a constatação de que é impossível ter
uma aproximação neutra e só as comunidades originais podiam entender a teologia bíblica.
Nossa proposta é que nos aproximemos, através do método gramático histórico, o máximo
possível, da compreensão dos primeiros leitores e assim possamos entender a teologia bíblica.
Método Conceito Valor Perigo
Dessa forma estaremos aplicando os pontos positivos dos métodos acima. Aceitando
como verdadeiras as perspectivas dos autores bíblicos (método confessional), procurando,
porém, não deixar de lado a abordagem descritiva, que considera de maneira relevante o
aspecto histórico e o desenvolvimento da revelação na história.
Sistema Pactual
No sistema pactual afirmamos que a história da redenção é contínua e que a vinda do
Messias é o cumprimento da promessa feita por Deus a Adão e Eva em Gênesis 3, no que
chamamos de o proto-evangelho. O propósito de Deus na redenção é único: redimir um povo
para si, sem a distinção entre Israel e a Igreja. A igreja é o verdadeiro Israel de Deus e Jesus
Cristo, o Rei da aliança davídica, é o mesmo Rei e Senhor da Igreja. A Confissão de Fé de
Westminster fala de duas dispensações, referindo-se à forma de administração do pacto da
graça no período do AT e NT. Para maior esclarecimento dessa relação, faça a leitura
obrigatória, "Lei e Graça" (O texto está nas leituras desta semana.)
A proposta do nosso curso é pactual. O esquema abaixo esboça a ideia do progresso
da revelação de Deus dentro do princípio pactual. A ideia abaixo não é de nos dar um "molde"
para ler as Escrituras, mas é a reflexão do que cremos ser a estrutura da revelação conforme
a encontramos nas Escrituras.
Ver o material adicional nesta semana, arquivo em Power Point, Teologia Pactual.
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[1] “Johann Philipp Gabler and the Delineation of Biblical Theology” em Scottish
Journal of Theology 52/2 (1999), 139-57.