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A nova lei que surge no ordenamento jurídico pode assumir uma das seguin-
tes qualidades:
• novatio legis incriminadora (nova lei incriminadora);
• novatio legis in pejus (nova lei maléfica ou lex gravior);
• abolitio criminis (nova lei revogadora);
• novatio legis in mellius (nova lei benéfica ou lex mitior);
Na nova lei incriminadora, um fato que anteriormente era tido como penal-
mente atípico passa a configurar crime com o advento da nova lei. Veja um
exemplo abaixo:
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DIREITO PENAL
Aplicação da Lei Penal no Tempo II
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
A nova lei incriminadora é uma lei irretroativa, segundo o art. 5º, XL, da Cons-
tituição de 1988 e inciso XXXIX (princípio da legalidade).
Constituição Federal
Art. 5º
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comi-
nação legal;
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
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Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou
hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, gra-
ve sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Crime continuado é uma ficção jurídica segundo a qual dois ou mais crimes
cometidos nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução são
considerados crime único por razões de política criminal. Exemplo: a caixa de
um supermercado subtrai diariamente quantias em dinheiro do caixa em que
opera. Temos vários delitos de furtos, que, por ficção jurídica, serão considera-
dos um só crime em continuidade delitiva.
O art. 159 do Código Penal trata da extorsão mediante sequestro.
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha.
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
ANOTAÇÕES
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
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Em 1990, a pena para o sequestro do art. 159 foi aumentada. E, com isso, os
casos envolvendo o momento do crime e o momento do julgamento são analisa-
dos mediante as regras da atividade da lei penal.
Uma nova lei prejudicial ao réu que entre em vigor antes de cessada a conti-
nuidade delitiva ou a permanência do delito pode ser aplicada ao caso concreto?
Sim. O assunto já foi sumulado pelo STF. Entende o pretório excelso que a regra
do tempus regit actum deve ser aplicada, e o fato de a conduta ainda ser prati-
cada quando entra em vigor a lei mais grave faz com que seja aplicada. Analise
a súmula abaixo:
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.
ANOTAÇÕES
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