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Proposta de Plano Qüinqüenal de

Desenvolvimento para a
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PDI
Março 2006
A Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento para a UFRJ
foi produzido pelo Setor de Mídia Impressa Institucional da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
em março de 2006.

GABINETE DO REITOR
Chefe de Gabinete: João Eduardo Nascimento Fonseca
Assessor de Comunicação: Fernando Pedro Lopes

SETOR DE MÍDIA IMPRESSA INSTITUCIONAL DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - Gabinete do Reitor da UFRJ


Equipe: Fernanda Celleghin, Francisco Conte, Juliana Paixão, Jefferson Nepomuceno, Márcia Carnaval, Nathália Souza, Patrícia Perez
E-mail: midiaimpressa@reitoria.ufrj.br

Projeto editorial:
Francisco Conte
Projeto gráfico:
Márcia Carnaval
Fotografias: Acervo do Museu da Escola Politécnica, SOMAFOTO, Gabriela d´Araujo, Maíra Alves,
Rafael Moura, Raquel Lima, Marco Fernandes.
Edição de imagens:
Nathália Souza
Tratamento de imagens:
Patrícia Perez
Ilustração:
Jefferson Nepomuceno e Patrícia Perez
Revisão:
Fernanda Celleghin
Juliana Paixão
Nathalia Souza

Não há qualquer restrição à reprodução total ou parcial desta publicação deste que citada a fonte.
Tiragem 20.000 exemplares.
Sumário

Apresentação 7
1. A missão da Universidade Federal do Rio de Janeiro 11
2. Os objetivos permanentes 12
3. Os princípios 14
4. A história 15
5. A UFRJ hoje 34
5.1. O Campus descontínuo 34
5.2. A atual estrutura da UFRJ 41
5.2.1 Órgãos colegiados superiores 41
5.2.2 Órgãos de direção superior 42
5.2.3 Órgãos da estrutura acadêmica: 43
5.3. A estrutura acadêmica 46
5.4. A infra-estrutura de ensino, pesquisa e extensão 46
6. O diagnóstico 47
7. A visão de futuro 51
8. O Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento (PDI) 53
8.1 Objetivos para o planejamento de médio e longo prazos 53
8.2 Diretrizes para implantação do PDI 54
9. Linhas de desenvolvimento estratégico para implantação do PDI 56
9.1. Estrutura e gestão acadêmicas 56
9.1.1 Princípios gerais 56
9.1.2 Objetivos 56
9.1.3 Meta “A” 57
9.1.3.1 Ações: 57
9.1.4 Meta “B” 58
9.1.4.1 Ações: 58
9.1.5 Meta “C” 58
9.1.5.1 Ações 59
9.1.6 Meta “D” 59
9.1.6.1 Ações 59
9.1.7 Meta “E” 59
9.1.7.1 Ações 59
9.1.8 Meta “F” 60
9.1.8.1 Ações 60
9.1.9 Meta “G” 60
9.1.9.1 Ações 60
9.1.10 Meta “H” 60
9.1.10.1 Ações 60
9.2 Estrutura e gestão administrativas e processo decisório 61
9.2.1 Princípios gerais 61
9.2.2 Objetivos 61
9.2.3 Meta “A” 62
9.2.3.1 Ações 62
9.2.4 Meta “B” 62
9.2.5 Meta “C” 62
9.2.5.1 Ações 63
9.2.6 Meta “D” 63
9.2.6.1 Ações 63
9.2.7 Meta “E” 63
9.2.7.1 Ações 63
9.2.8 Meta “F” 64
9.2.8.1 Ações 64
9.3 Planejamento, finanças e patrimônio 65
9.3.1 Princípios gerais 65
9.3.2 Objetivos 65
9.3.2.1 Meta “A” 66
9.3.2.1.1 Ações 66
9.3.2.2 Meta “B” 66
9.3.2.2.1 Ações 66
9.3.2.3 Meta “C” 66
9.3.2.3.1 Ações 66
9.3.2.4 Meta “D” 67
9.3.2.4.1 Ações 67
9.3.2.5 Meta “E” 67
9.3.2.5.1 Ações 67
9.3.2.6 Meta “E” 68
9.3.2.6.1 Ações 68
9.4 Relações de trabalho e desenvolvimento dos corpos docente e técnico-
administrativo 69
9.4.1 Princípios gerais 69
9.4.2 Objetivos 69
9.4.2.1 Meta “A” 70
9.4.2.1.1 Ações 70
9.4.2.2 Meta “B” 70
9.4.2.2.1 Ações 70
9.4.2.3 Meta “C” 70
9.4.2.3.1 Ações 70
9.4.2.4 Meta “D” 71
9.4.2.4.1 Ações 71
9.5 Infra-estrutura e condições de trabalho 71
9.5.1 Princípios gerais 72
9.5.2 Objetivos 72
9.5.2.1 Meta “A” 72
9.5.2.1.1 Ações 72
9.5.2.2 Meta “B” 73
9.5.2.2.1 Ações 73
9.5.2.3 Meta “C” 74
9.5.2.3.1 Ações 74
9.5.2.4 Meta “D” 74
9.5.2.4.1 Ações 74
9.5.2.5 Meta “E” 75
9.5.2.5.1 Ações 75
Interior da
Biblioteca da
Escola
Politécnica,
início do século
XX.

Telescópio
Observatório do
Valongo.
Gabinete de
professor, Escola
Politécnica,
início do século
XX.

Aula de gravura,
Escola de Belas
Artes.
Serie UFRJ - Debate

Apresentação

Muito além de constituir objeto de exigência e de regulamentação legal* - em


relação às quais a UFRJ encontra-se em atraso considerável –, o Plano de

Desenvolvimento Institucional (PDI) – consideradas as condições favoráveis

alcançadas pela institucionalidade e pelos segmentos de nossa comunidade, neste


momento da história da instituição – pode tornar-se uma carta programática de

referência, um modelo de planejamento comum, de que a universidade há muito

necessita, para superar sua fragmentação e orientar seu esforço de renovação e de


desenvolvimento.

A elevada qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas


pela UFRJ não oculta as dificuldades e problemas que a instituição enfrenta para

cumprir sua missão institucional e tornar-se uma verdadeira “construtora de futuros”.

Alguns desses problemas decorrem de políticas governamentais equivocadas das


últimas décadas, como, por exemplo, as restrições à plena aplicação do princípio da

autonomia universitária; a insuficiência crônica dos recursos orçamentários; a

inadequação dos mecanismos públicos de financiamento e apoio institucional à


pesquisa; a desqualificação do serviço público. Outros fatores resultam de sua

estrutura peculiar e de seu próprio processo de constituição. Dentre esses, pode-se

destacar sua organização federativa; a compartimentalização das carreiras


profissionais; o caráter instrumental e profissionalizante do ensino; a limitada

variedade de carreiras oferecidas; a estruturação inadequada dos curricula; o caráter

*
Dentre os dispositivos de orientação à elaboração do PDI, destacam-se os seguintes: Lei Nº 9.394/1996 (LDB), Lei Nº
10.861/2004, Decreto Nº 2.494/1998, Decreto No 3.860/2001, Decreto Nº 4.914/2003, Decreto Nº 5.154/2004, Decreto Nº
5.224/2004 e Decreto Nº 5.225/2004, Portaria MEC Nº 301/1998, Portaria MEC Nº 1.466/2001, Portaria MEC Nº 2.253/
2001, Portaria MEC Nº 3.284/2003, Portaria MEC Nº 7/2004, Portaria MEC Nº 2.051/2004, Portaria MEC Nº 3.643/2004,
Portaria MEC Nº 4.361/2004, Resolução CES/CNE No 2/1998, Resolução CNE/CP No 1/1999, Resolução CES/CNE Nº 1/2001,
Resolução CP/CNE Nº 1/2002 (art. 7º), Resolução CES/CNE No 10/2002, Parecer CES/CNE Nº 1.070/1999.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 7


Serie UFRJ - Debate

“elitista” dos mecanismos de ingresso; o isolamento entre as unidades da universidade e


entre esta e as demais instituições e instâncias da sociedade, pela falta de mecanismos

integradores e de instrumentos de comunicação internos e externos.

Nunca antes, talvez, portanto, a UFRJ tenha estado tão urgentemente diante do
imperativo de pensar, debater e decidir seu futuro, renovando-se criticamente pelo esforço

comum e participativo de sua comunidade.

A construção coletiva do PDI é, assim, mais que uma oportunidade de atualização


institucional; ela é condição essencial para que a universidade possa elaborar e levar

adiante um modelo inovador, capaz de recriar seu projeto acadêmico, atualizar suas

formas e meios de planejamento, gestão e governo; é o requisito para superar seus


problemas de hoje, preservando os níveis de excelência que caracterizam suas atividades

de ensino, pesquisa e extensão, explicitando seus compromissos com a sociedade,

pensando criticamente a realidade do país e envolvendo-se no debate e na formulação de


políticas públicas e de Estado.

Esta publicação destina-se a subsidiar o debate interno de professores, alunos e

funcionários – nos colegiados e em comunidade –, que poderão valer-se também de


consultas aos anexos mencionados no texto no endereço eletrônico http://www.ufrj.br/PDI

Aloísio Teixeira

Reitor

8 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


Interior do
pavilhão das
meridianas do
Observatório do
Valongo.

Laboratório da
Escola de
Química.
Fachada do
Palácio
Universitário.

Detalhe do hall
de entrada do
prédio da
Faculdade de
Arquitetura e
Escola de Belas
Artes.
´
Serie UFRJ - Debate

1. A missão da Universidade Federal do Rio de


Janeiro
A finalidade que justifica a existência da Universidade Federal do Rio

de Janeiro e que baliza seus objetivos estratégicos consiste em


proporcionar à sociedade brasileira os meios para dominar, ampliar,

cultivar, aplicar e difundir o patrimônio universal do saber humano,

capacitando todos os seus integrantes a atuar como força


transformadora. Mais especificamente, a Universidade destina-se a

completar a educação integral do estudante, preparando-o para:

• exercer profissões de nível superior;


• valorizar as múltiplas formas de conhecimento e expressão,

técnicas e científicas, artísticas e culturais;

• exercer a cidadania;
• refletir criticamente sobre a sociedade em que vive;

• participar do esforço de superação das desigualdades sociais e

regionais;
• assumir o compromisso com a construção de uma sociedade

socialmente justa, ambientalmente responsável, respeitadora da

diversidade e livre de todas as formas de opressão ou discriminação


de classe, gênero, etnia ou nacionalidade;

·• lutar pela universalização da cidadania e pela consolidação da

democracia;
• contribuir para solidariedade nacional e internacional.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 11


´
Serie UFRJ - Debate

2. Os objetivos permanentes
Constituem objetivos da UFRJ:

•· a educação em nível superior — pública, gratuita e universal;

•· a formação de diplomados nas diferentes áreas de conhecimento e


habilitação profissional, aptos a se inserir em qualquer campo de

atividade e a participar no desenvolvimento da sociedade

brasileira;
•· o trabalho de pesquisa e investigação científica, filosófica e

tecnológica, voltado para o desenvolvimento da ciência, da

tecnologia e da criação e difusão da cultura ; o que permite o


conhecimento do ser humano e do meio em que vive;

•· a criação artística;

•· a divulgação da cultura e dos conhecimentos científicos e técnicos,


que constituem patrimônio da humanidade, através do ensino nos

níveis fundamental, médio e superior, de graduação e para

graduados, da extensão e da difusão dos resultados da pesquisa,


bem como por meio de outras formas de comunicação;

•· a formação de cidadãos movidos pelo desejo de aperfeiçoamento

cultural e profissional permanente e capazes de contribuir para o


desenvolvimento científico e tecnológico, para a criação cultural e

para a valorização da ciência, do pensamento reflexivo e crítico e

das conquistas da razão humana;


•· o conhecimento e a busca de soluções para os problemas da

sociedade humana como um todo, especialmente os da sociedade

brasileira;
•· a prestação de serviços especializados à comunidade;

•· a contribuição, através de todos os meios à sua disposição, para a

formação de uma opinião pública informada acerca dos grandes


temas do desenvolvimento científico, tecnológico e cultural e dos

12 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

desafios enfrentados para a construção de uma sociedade social e


ambientalmente justa;

•· a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão

das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da


pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição;

•· o desenvolvimento de permanente intercâmbio com a sociedade

civil, assegurando o ingresso e a circulação no interior da


Universidade das múltiplas formas de saber e da experiência

técnica, bem como da cultura e da arte, diversas daquelas que são

associadas às práticas estritamente acadêmicas, com


reconhecimento da relevância dos conhecimentos e experiências

desses atores sociais para a pesquisa e o ensino universitários.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 13


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Serie UFRJ - Debate

3. Os princípios
Os princípios que regem a vida universitária na UFRJ são:

• autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira

e patrimonial;
• liberdade de cátedra e liberdade de expressão para todos os

membros da comunidade universitária;

• gratuidade do ensino público em todos os níveis;


• democracia interna, de forma a assegurar a representação de todos

os segmentos na gestão da Universidade e respeito às decisões dos

órgãos colegiados;
• conduta ética em todos os campos de atividade, com estrita

observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade e da publicidade;
• defesa intransigente de seu mais precioso ativo: a diversidade

interna, que corresponde às diferenças dos seus objetos de trabalho

— cada qual com uma lógica própria de docência e de pesquisa —


de suas visões de mundo e dos valores que pratica;

• compromisso com a construção de uma sociedade justa

socialmente, ambientalmente responsável, respeitadora da


diversidade e livre de todas as formas de opressão ou discriminação

de classe, gênero, etnia ou nacionalidade;

• valorização da cultura nacional;


• comprometimento com a expansão da rede pública de instituições

de educação superior;

• envolvimento com o sistema de ensino como um todo, em


particular com os níveis fundamental e médio.

14 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

4. A história
A Universidade Federal do Rio de Janeiro foi criada pelo Decreto nº

14.343, de 7 de setembro de 1920, com o nome de Universidade do Rio

de Janeiro. A Lei nº 452, de 5 de julho de 1937, que a reorganizou,


mudou sua denominação para Universidade do Brasil. A atual

identidade lhe foi conferida pela Lei nº 4.831, de 5 de novembro de

1965.
Sua criação1, nos anos 20, no entanto, não era a decorrência do

amadurecimento de um projeto, capaz de realizar o ideal universitário

de união entre espírito (Universitas) e corpo (Campus). Ao contrário,


tratava-se quase de um simples ato burocrático de justaposição de

instituições de ensino superior previamente existentes. Esse fato viria a

moldar a estrutura da nova Universidade e levar à formação de uma


cultura que demarcarão sua trajetória posterior e que até hoje ainda se

constituem em obstáculos ao desenvolvimento da UFRJ. Em 1920, a

Universidade do Rio de Janeiro constituiu-se pela reunião da Faculdade


de Medicina, da Escola Politécnica e da Faculdade de Direito, sendo

esta o resultado da união das duas faculdades livres que existiam.

Diferentemente do que ocorreu na América Espanhola – onde as ordens


religiosas e a monarquia da Espanha se incumbiram de criar

universidades em todo o continente, desde o Século XVI –, no Brasil a

coroa portuguesa impediu qualquer iniciativa nessa direção2. A política


da Corte obrigava as elites da colônia a se submeterem ao monopólio

da educação superior exercido por Coimbra, visando mantê-las na

1
Vários estudos foram desenvolvidos sobre a história da UFRJ. Reportamo-nos aqui a
dois especialmente: Maria de Lourdes de A. Fávero, Universidade do Brasil — Das
Origens à Construção, RJ: Editora UFRJ. INEP, 2000; Luiz Antonio Cunha, A
Universidade Temporã — O Ensino Superior da Colônia à Era Vargas, RJ: Editora
Civilização Brasileira, 1980. Esta seção está fortemente baseada nos dados e análises
contidas nesses textos.

2
Vários livros tratam do assunto. Além dos dois já referidos, pode-se mencionar
Benício Viero Schmidt, Renato de Oliveira e Virgilio Alvarez Aragon (org.): Entre
Escombros e Alternativas — Ensino Superior na América Latina. Brasília: Editora da
UNB, 2000.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 15


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Serie UFRJ - Debate

condição de súditos da coroa. Somente com a chegada da família real


ao Brasil, em 1808, é que foram criadas as primeiras instituições de

ensino superior. Mas a concepção vigente era de cunho estritamente

profissionalizante: foram assim criadas escolas de medicina na Bahia


(fevereiro de 1808) e no Rio de Janeiro (novembro de 1808)3 e de

engenharia no Rio de Janeiro (1810)4.

Ao longo do Império e nos primeiros anos da República, a influência do


positivismo, que atribuiu à instituição universitária uma natureza

metafísica, desligada dos aspectos práticos e das ciências positivas,

contribuiu para reforçar a resistência à criação de universidades no


país5. A década de 20, no entanto, vê agravarem-se as contradições da

República Velha e intensificarem-se os movimentos de renovação

social, política e cultural, que iriam culminar na Revolução de 1930.


Fazem testemunho desse processo, as greves operárias, o movimento

tenentista, a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido

Comunista (1922), a criação da Academia Brasileira de Ciências


(1922)6 e da Associação Brasileira de Educação (1924), entre outros.7

Não é, portanto, estranha, nesse contexto, a criação da Universidade

do Rio de Janeiro em 1920. A simples justaposição de três instituições


pré-existentes, no entanto, não garantia sua transformação em

universidade. Vários comentadores da época já percebiam claramente

3
A Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, autorizada a funcionar no Hospital Militar
do Rio de Janeiro, é a matriz da Faculdade de Medicina da UFRJ.

4
A Academia Real Militar viria a constituir o núcleo inicial da atual Escola
Politécnica da UFRJ.

5
Mesmo a primeira universidade criada no país, a do Paraná, que data de 1912,
embora haja registros de que continuasse a funcionar, teve suas atividades suspensas
entre 1915 e 1946. Entre as primeiras universidades brasileiras encontram-se também
a Universidade de Minas Gerais (1927) e a Universidade de São Paulo (1934).

6
As origens da Academia, de fato, remontam a 1916, quando foi criada a Sociedade
Brasileira de Ciências.

7
Ao final do Império, havia no Brasil seis estabelecimentos de ensino superior e
nenhuma universidade: as Faculdades de Direito de São Paulo e do Recife; as
Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia; a Escola Politécnica do Rio de
Janeiro e a Escola de Minas de Ouro Preto.

16 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

o problema, apontando a inexistência de um claro conceito de


universidade para a nova instituição criada. O próprio professor Ramiz

Galvão, primeiro Reitor da Universidade do Rio de Janeiro, em

documento encaminhado ao Ministro, assim se pronunciava: ”a


Universidade do Rio de Janeiro está apenas criada in nomine, e por

esta circunstância se acha longe de satisfazer o desideratum do seu

Regimento: estimular a cultura das ciências, estreitar, entre os


professores, os laços de solidariedade intelectual e moral, e aperfeiçoar

os métodos de ensino”.

“Constituída pela agregação das três Faculdades preexistentes, de


Engenharia, de Medicina e de Direito, do Rio de Janeiro, nem, ao

menos, têm elas a sua localização comum ou próxima, vivem

apartados e alheios uns aos outros os três institutos que a compõem,


sem laço de ligação, além do Conselho Universitário, cujos membros

procedem das três Faculdades” 8.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro incorporou assim, desde sua


fundação, aqueles que são até hoje seus traços constitutivos:

retardatária, fragmentada, patrimonialista e elitista - traços esses que se

reproduziram ao longo do tempo.


Com a Revolução de 1930, sendo Ministro o Dr. Francisco Campos, foi

empreendida uma reforma, em 1931, que reorganizou a Universidade

do Rio de Janeiro, agregando novas unidades à instituição (Escola de


Minas e Metalurgia de Ouro Preto, Faculdade de Farmácia, Faculdade

8 Citado em Maria de Lourdes de A. Fávero (org.), Universidade do Brasil - Das


Origens à Construção, RJ: Editora UFRJ, p. 32. Em 1968, por ocasião dos debates
sobre a reforma universitária, o então Reitor, professor Moniz de Aragão, reafirma
este ponto de vista:

“(...) em 1922, ao comemorar-se o primeiro centenário da Independência, o


decoro nacional exigiu que se instituísse a universidade no País (...). Surge uma
instituição por forma artificial e abortiva: a reunião de escolas e faculdades
isoladas e dispersas na área da cidade, através de uma cúpula frágil,
representada por um reitor meramente administrativo” (Raymundo Moniz de
Aragão: A Reforma da Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ: Gráfica da
UFRJ, 1968, pp. 7-8).

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 17


´
Serie UFRJ - Debate

de Odontologia, Escola Nacional de Belas Artes9 e Instituto Nacional


de Música10), mas sem constituir, mais uma vez, uma verdadeira

estrutura universitária, a partir dos conceitos da unidade e da

universalidade do saber11.
A Lei nº 452, de 1937, a que já fizemos referência, implantou nova

reforma, pela qual a instituição passou a chamar-se, a partir de então,

Universidade do Brasil. A Universidade deveria ser integrada por 15


escolas ou faculdades, a saber12:

1. Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras;

2. Faculdade Nacional de Educação;


3. Escola Nacional de Engenharia;

4. Escola Nacional de Minas e Metalurgia13;

5. Escola Nacional de Química;


6. Faculdade Nacional de Medicina;

7. Faculdade Nacional de Odontologia;

8. Faculdade Nacional de Farmácia;


9. Faculdade Nacional de Direito;

10. Faculdade Nacional de Política e Economia;

11. Escola Nacional de Agronomia14;

9
Suas origens datam de 1816, quando foi criada a Escola Real das Ciências, Artes e
Ofícios, mas sem o estatuto de instituição de ensino superior. Após a Independência,
passou a denominar-se Imperial Academia de Belas Artes; e, com a República, Escola
Nacional de Belas Artes.

10
Sua origem é o Conservatório Nacional de Música, fundado por Francisco Manuel
da Silva em 1848.

11
A Reforma - além de prever a organização de uma Escola de Higiene e Saúde
Pública e de uma Faculdade de Ciências Econômicas e Políticas - anuncia também
uma Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que só viria a ser instalada muitos
anos depois.

12
A Lei no 452, de 05/07/1937, está reproduzida em Maria de Lourdes de A. Fávero
(org.), Universidade do Brasil - Guia dos Dispositivos Legais. RJ: Editora da UFRJ,
2000, p. 169 e seg.

13
Trata-se da Escola de Minas de Ouro Preto, que já integrava a estrutura formal da
Universidade do Rio de Janeiro.

14
A Escola Nacional de Agronomia e a de Veterinária não chegaram a integrar a
Universidade do Brasil.

18 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

12. Escola Nacional de Veterinária;


13. Escola Nacional de Arquitetura;

14. Escola Nacional de Belas Artes;

15. Escola Nacional de Música.


Ao configurar dessa forma a Universidade do Brasil, a Lei nº 452

renomeava as antigas Escola Politécnica, Escola de Minas, Faculdade

de Medicina, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Farmácia,


Faculdade de Direito e Instituto Nacional de Música. Ao mesmo

tempo, criava novas unidades (Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras, Faculdade Nacional de Educação e Faculdade Nacional de


Política e Economia), a partir de cursos implantados desde a reforma de

1931. As demais unidades preservaram suas denominações originais.

A mesma lei ainda previa a incorporação ou a criação de institutos,


que deveriam cooperar com as atividades das escolas e faculdades

antes mencionadas; eram eles:

1. Museu Nacional15;
2. Instituto de Física;

3. Instituto de Eletrotécnica;

4. Instituto de Hidro-Aéreo-Dinâmica;
5. Instituto de Mecânica Industrial;

6. Instituto de Ensaio de Materiais;

7. Instituto de Química e Eletroquímica;


8. Instituto de Metalurgia;

9. Instituto de Nutrição;

10. Instituto de Eletro-Radiologia;


11. Instituto de Biotipologia;

15
As origens do Museu Nacional remontam a 1782, com a criação da Casa de
História Natural. Em 1818, D. João criou o Museu Real, que, no Império passou a
chamar-se Museu Imperial e, a partir de 1842, Museu Nacional. Apesar de
incorporado à Universidade do Brasil pela Lei nº 452, de 1937, só viria a ela se
integrar efetivamente em 1947.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 19


´
Serie UFRJ - Debate

12. Instituto de Psicologia16;


13. Instituto de Criminologia;

14. Instituto de Psiquiatria;

15. Instituto de História e Geografia;


16. Instituto de Organização Política e Econômica.

Vários desses institutos não existiam e, embora a lei especificasse que

deveriam ser criados, muitos não o foram. A Lei nº 452 previa ainda a
criação do Hospital das Clínicas e do Colégio Universitário, destinado

ao ensino secundário, bem como a incorporação da Escola de

Enfermagem Anna Nery - todos considerados órgãos complementares. A


Lei, finalmente, estabelecia como meta a criação de uma Cidade

Universitária, cuja construção, no entanto, só teve início em 1949, e

cuja inauguração ocorreu, de fato, em 1972.


A proposta de estrutura contida na reforma imprimida pela Lei nº 452

reunia novas unidades, sem modificar, no entanto, a natureza

fragmentária da Universidade. A reforma continha algumas aspirações


de avanço, a maioria das quais também permaneceu no papel.

Para se entender o significado da reforma, é preciso levar em conta os

processos políticos em curso no Brasil, nos complexos anos 30. A


Revolução de 1930 modificou completamente o panorama do país,

com seus traços de modernização, radicalização e crescentes restrições

às liberdades fundamentais, culminando no golpe que instaurou o


Estado Novo.

No que toca especificamente ao ensino superior, não há como

desconhecer a experiência inovadora, tentada por Anísio Teixeira no


Rio de Janeiro, quando era Prefeito Pedro Ernesto. Instituída por decreto

municipal em 1935, a Universidade do Distrito Federal não durou mais

do que quatro anos. Apesar dessa breve existência, a UDF, entretanto,

16
O Instituto de Psicologia deveria resultar da incorporação do Instituto de Psicologia
do Serviço de Assistência a Psicopatas do Distrito Federal.

20 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

marcou profundamente a história da universidade brasileira.


Nas palavras de seu próprio fundador, tratava-se de uma verdadeira

instituição universitária, “preocupada em não apenas difundir

conhecimentos, preparar práticos ou profissionais de artes e ofícios”,


mas que visava a “manter uma atmosfera de pleno saber para se

preparar o homem que o serve e o desenvolve” 17. Os requisitos para o

êxito dessa experiência, claramente de inspiração humboldtiana, não


poderiam ser outros que não a liberdade de pensamento e a autonomia

universitária-institutos de todo incompatíveis com o Estado Novo.

A experiência da UDF seria a fonte em cujas idéias floresceu o projeto


de criação da faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da

Universidade do Brasil. A Reforma de 1931, a que já aludimos, previa a

criação de uma Faculdade de Educação, Ciências e Letras; mas, ao


não torná-la obrigatória, contribuiu para que não fosse implantada.

A Lei nº 452, de 1937, também a ela se referia em seu plano de

reorganização estrutural da Universidade. Não é casual que a


Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil tenha sido criada

exatamente no ano em que deixa de existir a Universidade do Distrito

Federal. A FNFi foi, no plano legal e de fato, a sua herdeira, sendo-lhe


transferidos, por decreto presidencial de 1939, os cursos da UDF18. O

Decreto que a institui aponta-lhe os objetivos:

• preparar trabalhadores intelectuais para o exercício das altas


atividades culturais de ordem desinteressada ou técnica;

• preparar candidatos ao magistério de ensino secundário e normal;

• realizar pesquisas nos vários domínios da cultura, constituidores do


objeto de seu ensino.

17
Anisio Teixeira: Educação para a Democracia — Introdução à Administração
Educacional, RJ: Editora José Olympio, 1936, p. 124.

18
Ver, a respeito, Maria de Lourdes de A. Fávero, “A Faculdade Nacional de Filosofia:
de uma proposta autoritária a um projeto possível”, in Lucia Maria França Siano e
Suzana Barros Correa Saraiva (org.), UFRJ - 75 anos, RJ: Editora UFRJ, 1995, p. 105 e
seg.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 21


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Serie UFRJ - Debate

A FNFi é marcada desde sua origem pela contradição entre o diktat


autoritário que a impõe e a idéia renovadora de seus integrantes. A

intenção seria a de criar um órgão integrador pelo qual passassem todos

os estudantes que ingressassem na Universidade, antes de se


destinarem aos cursos profissionais; e, ao mesmo tempo, selecionar

entre eles os vocacionados para a carreira científica ou para o

exercício do magistério de segundo grau. A pretensão esbarrou na


cultura fragmentada e patrimonialista das faculdades tradicionais, que

jamais abriram mão da formação básica de seus estudantes. A vitória

da visão conservadora transformou a FNFi em apenas mais uma


faculdade profissional, ao lado das demais19.

A deposição de Vargas, em 1945, levou o governo provisório do

presidente José Linhares, já naquele ano, a promover nova reforma,


recompondo a Universidade com as seguintes unidades:

1. Faculdade Nacional de Medicina;

2. Faculdade Nacional de Direito;


3. Faculdade Nacional de Odontologia;

4. Faculdade Nacional de Filosofia;

5. Faculdade Nacional de Arquitetura;


6. Faculdade Nacional de Ciências Econômicas;

7. Faculdade Nacional de Farmácia;

8. Escola Nacional de Engenharia;


9. Escola Nacional de Belas Artes;

10. Escola Nacional de Música;

11. Escola Nacional de Minas e Metalurgia;


12. Escola Nacional de Química;

13. Escola Nacional de Educação Física e Desportos;

14. Escola de Enfermeiras Anna Nery

19
Ver também Darcy Ribeiro, A Universidade Necessária, RJ: Editora Paz e Terra, 5ª
edição, 1975, pp. 126 e seg.

22 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

15. Instituto de Eletrotécnica;


16. Instituto de Psicologia;

17. Instituto de Psiquiatria;

18. Instituto de Biofísica.


No ano seguinte, através de Decreto presidencial20, foi aprovado o

Estatuto da UB, que organizou a administração universitária através das

seguintes instâncias:
• Assembléia Universitária: órgão honorífico, sem funções

deliberativas ou executivas, composto pelos catedráticos e

docentes livres de todas as Escolas e Faculdades, de um


representante de cada um dos institutos universitários, um

representante do pessoal administrativo e um do corpo docente de

cada Escola, Faculdade ou Instituto;


• Conselho de Curadores: órgão da administração financeira da

Universidade, presidido pelo Reitor, e composto por representantes

do Conselho Universitário, da Assembléia Universitária, da


Associação dos Antigos Alunos, do Ministério da Educação e

Saúde, e de pessoas físicas e jurídicas que tenham feito doações à

Universidade;
• Conselho Universitário: órgão deliberativo máximo, presidido pelo

Reitor e constituído pelos diretores de faculdades, escolas,

institutos especializados e instituições nacionais incorporadas à


Universidade, além de um representante de cada congregação, dos

antigos alunos e do presidente do Diretório Central dos Estudantes;

Reitor: nomeado pelo Presidente da República, entre os professores


catedráticos efetivos, em exercício ou aposentados, escolhido através

de lista tríplice indicada pelo Conselho Universitário.

Uma observação interessante, relacionada a essa reforma, é que ela

20
Este mesmo decreto (Decreto nº 21.321, de 18 de julho de 1946) incorpora à
Universidade do Brasil o Museu Nacional e os Institutos de Puericultura e de
Nutrição.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 23


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Serie UFRJ - Debate

introduz, no plano da lei, a estrutura departamental: o novo Estatuto da


UB prevê que as Faculdades e Escolas deveriam organizar-se em

departamentos, dirigidos por um Chefe, escolhido entre os professores

catedráticos que compunham o departamento. Apesar disso, e pelos


vinte anos seguintes, foi o regime da cátedra vitalícia21, e não o

departamento, que organizou a vida didática e acadêmica da

Universidade do Brasil. Essa estrutura acadêmica e administrativa, com


pequenas modificações, viria a funcionar durante todo o período da

Constituição de 1946. Seu crescimento se dava pela pressão da

sociedade, que começava a demandar o aumento das vagas no ensino


superior, e pela multiplicação das unidades, muitas delas criadas a

partir de conflitos entre catedráticos no interior das unidades existentes.

Apesar do crescimento observado desde sua criação, nos anos vinte,


seus traços constitutivos permaneciam intactos.

Fragmentada, do ponto de vista acadêmico, dispersa do ponto de vista

geográfico, elitista e bacharelesca, voltada quase que exclusivamente


para a formação profissional, desconhecia os institutos da pesquisa e da

docência em regime de dedicação exclusiva. Apenas como exceção

nela se desenvolvia a pesquisa, sendo os casos pioneiros do Professor


Carlos Chagas Filho e de seu Instituto de Biofísica os mais notórios.

Nessa direção, vale igualmente registrar os esforços dos professores

Paulo de Góes (Microbiologia), Mauricio Mattos Peixoto e Antonio A.


Monteiro (Matemática), Luigi Sobrero, Gabrielle Mammana e José

Leite Lopes (Física), João Cristhóvão Cardoso e Athos da Silveira Ramos

(Química), Antonio Lagdem Cavalcanti (História Natural), Josué de


Castro e Hilgard Sternberg (Geografia), Evaristo de Moraes Filho, Darcy

Ribeiro, Luiz Aguiar da Costa Pinto, Victor Nunes Leal, Lineu de

Albuquerque Melo (Ciências Sociais, em sentido amplo). Mesmo


levando em conta esses esforços, pode-se dizer que a pesquisa na

21
A cátedra havia sido criada pela Reforma de 1931.

24 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

Universidade do Brasil era uma atividade puramente individual. As


limitações dessa estrutura viriam a entrar em choque com a realidade

de um país que acelerava o seu desenvolvimento de base industrial a

partir dos anos 50, em cuja segunda metade ampliaram-se os


movimentos em prol de uma reforma universitária. Mesmo o

conservador Conselho Universitário da UB tomou iniciativa nessa

direção, ao criar, em 1962, uma Comissão Especial para tratar da


questão. O relatório dessa comissão, intitulado “Diretrizes para a

Reforma da Universidade do Brasil”, acabou servindo de base para os

decretos-lei nº 53, de 1966, e nº 252, de 1967, que viriam a


instrumentar a reforma universitária da ditadura militar.

As políticas do regime para o ensino superior brasileiro foram variadas

e contraditórias. Em primeiro lugar a repressão, que se abateu sobre


professores - muitos deles impedidos de lecionar no país -, sobre

estudantes - muitos deles impedidos de estudar, perseguidos, presos e

assassinados - e sobre as instituições - casos do Decreto nº 477 e da


intervenção na única experiência universitária verdadeiramente

inovadora, que foi a da Universidade Nacional de Brasília.

Em segundo lugar, a reforma da estrutura universitária, que implicou


uma expansão da rede de universidades federais, com a possibilidade

de criação de pelo menos uma universidade federal por Estado22, e com

a adoção de várias normas que podem ser consideradas modernizantes,


tais como a introdução da estrutura departamental e do sistema de

créditos, o fim da cátedra vitalícia, a docência em tempo integral, o

estabelecimento dos princípios da integração e não-duplicação de


meios e da indissociabilidade entre ensino e pesquisa23.

Sem dúvida, as palavras de Anísio Teixeira, em depoimento à

22
Lei nº 4.759, de 20 de agosto de 1965.

23
Estas medidas foram implantadas através dos Decretos-lei nº 53, de 1966, e nº 252,
de 1967, o que já fizemos referência.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 25


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Serie UFRJ - Debate

Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, em 8 de


maio de 1968, sobre o processo de reforma em curso, deve ter calado

fundo nos formuladores da política educacional da época. Disse ele

que “reforma requer mudança profunda, tanto do professor quanto do


aluno, mudança que não se pode fazer nas universidades já existentes”.

E completava: “para a reforma de uma universidade já constituída e

cujo professorado não se possa remover, a reforma tem de ser gradual e


por setores, não podendo operar a mudança global subitamente” 24.

E isso nos leva ao terceiro aspecto da política da ditadura para o ensino

superior. Talvez a própria experiência de reforma da UFRJ tenha levado


o governo militar a introduzir novos elementos em suas políticas para o

ensino superior e para a pesquisa. Convencida da morosidade que

poderia assumir um processo de modernização por dentro das


universidades brasileiras, a ditadura adotou um modelo de

modernização pela justaposição de institutos de pós-graduação e

pesquisa novos à velha estrutura da universidade, na esperança de que


as novas instituições inoculassem a modernidade de fora para dentro.

Para isso, no entanto, precisava de instrumentos que permitissem

realizar seus planos e esses foram encontrados junto à comunidade


científica organizada em instituições externas à universidade.

É bom lembrar que, desde final dos anos 60, a SBPC (Sociedade

Brasileira para o Progresso da Ciência), fundada em 1948, vinha tendo


uma atuação crescentemente política, chegando a ser, nos anos 70, um

dos poucos fóruns de crítica ao governo. Com isso, ela também

verbalizava as demandas pela modernização e expansão dos sistemas


universitários e de C & T.

Mais importante ainda, sob o ângulo que aqui queremos destacar, foi a

atuação da ABC (Academia Brasileira de Ciências) nos processos que


levaram à criação da Finep, em 1969, e do FNDCT (Fundo Nacional de

24
Citado em Maria de Lourdes de A. Fávero (org.), Universidade do Brasil — Das
Origens à Construção, RJ: Editora UFRJ, p. 101.

26 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em 1971, bem como à


reestruturação do CNPq (1974) e da CAPES (1976), quando se instituem

os comitês assessores e o sistema de “avaliação por pares”, ampliando

a participação direta da comunidade científica nos processos decisórios


internos, na implementação e na formulação da política de C & T.

Dessa forma, a implantação em nível nacional, em curtíssimo período

de tempo, do sistema de pós-graduação e pesquisa nas universidades


brasileiras só foi possível graças a essa espécie de entente cordiale

entre o governo militar e a comunidade científica25. Para ser mais

explícito, a fantástica expansão do sistema de pós-graduação e


pesquisa na universidade brasileira, a partir do final dos anos 60, foi

induzida pelo governo militar através de suas agências de fomento, por

meio de ações planejadas e executadas com a colaboração da


comunidade científica. CNPq, CAPES e FINEP26 contaram (e contam)

com a participação direta da comunidade científica em diferentes

níveis.
Seria injusto não destacar o efeito modernizante produzido por essas

ações sobre o sistema universitário. No entanto, não se pode deixar de

destacar que essa atuação, forjada no ambiente do autoritarismo,


constituiu-se com fortes traços de centralização e inteiramente à

margem da institucionalidade existente. O problema é que a

restauração da democracia no país não ensejou a criação de


mecanismos mais participativos e transparentes, adequados a uma

universidade que cresceu, melhorou sua qualidade e aspira à plena

realização do princípio da autonomia. Ao contrário, tais mecanismos


têm revelado poderosa resistência à sua superação, acabando por impor
25
Ver, a respeito, Benício Viero Schmidt, Renato de Oliveira e Virgilio Alvarez Aragon
(org.), op. cit. pp. 230 e seg. Ver também Pablo Gentili (org.): Universidades na
Penumbra - Neoliberalismo e reestruturação universitária, SP: Cortez Editora, 2001,
pp. 36 e 37.

26
Em uma fase posterior, a elas se juntaram as Fundações Estaduais de Apoio à
Pesquisa, com exceção da de São Paulo (FAPESP), que é do período aqui citado.
Nesse momento, no entanto, esses mecanismos já haviam perdido dinamismo e
recursos.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 27


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Serie UFRJ - Debate

uma verdadeira tutela sobre a Universidade, por corpos que lhe são
estranhos e que não têm delegação social para isso.

O quarto e último aspecto da política da ditadura para o ensino

superior é, em certa medida, uma contrapartida do anterior. A pressão


social pela expansão do sistema universitário brasileiro, que já vinha

desde a década anterior, não cessa depois do golpe militar de 1964. Ao

contrário, até se intensifica, assumindo a luta por “vagas e verbas” um


conteúdo nitidamente político, ampliado pela vaga da revolução

estudantil de 196827. A solução encontrada foi uma espécie de divisão

do trabalho, em que à universidade pública era permitida sua


qualificação, mas não sua expansão, garantindo com isso a

possibilidade de implementação da política para a pós-graduação e a

pesquisa; o outro lado da moeda foi a redução dos níveis de exigência


do Conselho Federal de Educação para a abertura de novas instituições

privadas de ensino superior, que começam a se expandir desde então,

para atender à crescente demanda social.


Um aspecto relevante da política educacional do regime autoritário,

não diretamente ligado ao ensino superior, mas que sobre ele teve um

efeito perverso, diz respeito aos níveis pré-universitários de ensino. Os


desencontros dessa política - passando pela ocupação do MEC por uma

mentalidade privatista, pela abolição da escola normal para a

formação de professores para o primeiro grau, pela invenção da


licenciatura curta, pela criação de cursos profissionalizantes irreais,

pelo estabelecimento de políticas de livro didático sem consistência,

pelo desfinanciamento do ensino público e pelo rebaixamento contínuo


dos salários dos professores - trouxeram como resultado o aviltamento

da rede pública de educação básica28.

27
Ver, a respeito, Marilena Chaui: Escritos sobre a Universidade, SP: Editora Unesp,
2001, pp. 43 e seg.

28
Ver, a respeito, Marilena Chaui: Op. cit.e Luiz Antonio Cunha e Moacyr de Góes: O
Golpe na Educação. RJ: Jorge Zahar Editor, 10ª edição, 1999.

28 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

A conseqüência para o ensino superior foi a fragmentação do sistema e


a criação de filtros que dificultam a democratização do acesso à

universidade: os alunos da rede pública de ensino médio, quando

conseguem completar esse ciclo, não dispõem de condições para


superar os obstáculos do vestibular nas universidades públicas.

Decorrentemente, ou desistem de ingressar no terceiro grau ou optam

por universidades particulares, de reduzida qualidade. Por outro lado,


são os estudantes de maior renda, que freqüentam os bons colégios da

rede privada, que passam a ter acesso ao ensino de qualidade das

universidades públicas.
Para a UFRJ, a aplicação dessas políticas implicou grandes avanços,

permitindo-lhe modernizar-se e tornar-se a grande universidade que é

hoje, com elevado grau de excelência no ensino de graduação e de


pós-graduação e na pesquisa. Mas significou também a consolidação

de suas características regressivas constitutivas: fragmentação,

patrimonialismo, elitismo e auto-referência, dispersão geográfica -


agora agravadas por se reproduzirem em um quadro de grande

heterogeneidade quanto a recursos e condições de trabalho entre suas

diversas unidades constitutivas.


Tais características, que não se modificaram no período que se seguiu à

redemocratização do país, constituem hoje a base do diagnóstico

apresentado neste documento. E sua superação é o maior desafio com


que nos defrontamos.

A resistência democrática que conduziu a ditadura ao isolamento

político e à derrota engendrou, na sociedade, diversos e novos espaços


de liberdade. Intensificaram-se a organização, a reorganização e a

construção de instituições e movimentos de todo tipo na sociedade

civil, especialmente a partir da segunda metade de 1977.


Na universidade não foi diferente. Com a reabertura do Diretório

Central dos Estudantes - DCE Mario Prata, em 1978, reorganizou-se na

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 29


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Serie UFRJ - Debate

UFRJ um Movimento Estudantil desfeito brutalmente29, cuja história de


lutas antecede a criação mesma da Universidade30. Como no passado,

a articulação e mobilização dos estudantes têm demonstrado sua

importância no processo de mudanças por que vem passando,


lentamente, a universidade brasileira. Em determinados momentos,

mais ou menos críticos, sua intervenção tem contribuído para definição

de rumos e atualização da instituição.


Nesse mesmo ambiente histórico, pela primeira vez na instituição,

também os professores – antes – e os funcionários – a seguir –

articularam formas de organização política próprias31. A Associação de


Docentes da universidade, ADUFRJ, é criada em 1979; e a dos

servidores técnico-administrativos, ASUFRJ – fundada em 1960 -,

adquire, a partir de 1982, caráter de representação sindical.


Ainda que não caiba, aqui, evidentemente, elaborar uma história

política, ou mítica, dos movimentos engendrados na comunidade

universitária, deve-se sublinhar que suas articulação e atuação, ao


mesmo tempo em que vêm introduzindo importantes modificações na

vida acadêmica, institucional e administrativa da Universidade, têm

também formulado e defendido um conjunto de propostas para a

29
Conforme registra Maria de Lourdes de A. Fávero, A UNE em tempos de
autoritarismo. RJ: Editora UFRJ, p.p. 73, 74. – “O tratamento de choque – expressão
tão enfatizada por alguns arautos do poder – dado aos estudantes e a outros
segmentos da sociedade civil instaura a repressão governamental.” O regime
“...institucionaliza a criminalização das oposições um pouco mais veementes,
colocando em seu encalço o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) – aterrorizante
grupo a agir intra e extra-muros universitários –, a Tradição, Família e Propriedade
(TFP) – ainda hoje existente –, os Serviços de Informações e/ou Assessorias de
Segurança e Informações e tantos outros tentáculos, cujos esforços bem-sucedidos
não anulam de todo o conjunto de concepções ideológicas construídas ao longo de
mais de trinta anos de movimento estudantil.”

30
Ver, a respeito, Artur José Poerner: O Poder Jovem. RJ: Editora Civilização Brasileira,
2ª edição, 1979.

31
Como no caso dos estudantes, sabe-se, também os movimentos de docentes e de
técnico-administrativos organizaram-se nacionalmente em torno de entidades gerais
de representação (União Nacional dos Estudantes – UNE; Associação Nacional dos
Docentes do Ensino Superior – ANDES; Federação das Associações de Servidores das
Universidades Brasileiras – FASUBRA). Estas duas últimas tornaram-se entidades de
caráter sindical [Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato
Nacional (ANDES Sindicato Nacional) e Federação de Sindicatos de Trabalhadores
das Universidades Brasileiras (FASUBRA Sindical)].

30 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

redefinição conceitual e programática da universidade pública


brasileira.

No plano da gestão institucional da universidade, as ações dos

movimentos organizados de estudantes, professores e funcionários


produziram, nas últimas décadas, efeitos e mudanças significativas.

Novas estruturas de carreiras foram implantadas para servidores

docentes e técnico-administrativos, referenciadas na valorização da


titularidade, da dedicação exclusiva, da formação técnico-profissional,

do tempo de serviço; as representações docente e estudantil se

ampliaram e se estenderam, praticamente, a todos os colegiados;


instituiu-se, pela primeira vez, a representação dos servidores técnico-

administrativos em órgãos colegiados, especialmente no Conselho

Universitário, o que tem contribuído para vencer resistências à


necessidade de incorporar os funcionários em organismos e processos

decisórios; alcançou-se a realização, de fato, de eleições diretas para

representantes de cada categoria nos órgãos colegiados, o que produziu


renovação de seus componentes e fortaleceu a representatividade de

cada um desses organismos; consolida-se, na prática, a escolha pelo

voto direto dos dirigentes universitários, o que moderniza e aprofunda a


legitimidade política da gestão institucional.

Especialmente, a instituição de representantes dos três segmentos nos

Colegiados e a experiência de interação e pactuação entre todos, nos


Organismos Superiores, nos quais se debatem e se decidem questões,

temas e idéias centrais da agenda universitária, criaram condições

políticas necessárias à definição de um projeto de Universidade que dê


conta dos novos e agudos desafios que se apresentam, hoje, à

Instituição.

Ressalte-se que, além de contribuir expressivamente para a renovação


da instituição, os movimentos sociais da comunidade também, por sua

elaboração e práxis, por décadas, têm interposto questionamentos

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 31


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Serie UFRJ - Debate

cruciais ao debate público sobre os rumos da universidade brasileira.


Postulam que a instituição universitária não se esgota em suas

instâncias administrativas e acadêmicas ou em seus fóruns de decisão.

Encaram-na como uma sociedade viva, atravessada por demandas que


se originam em seus diversos segmentos32. Portanto, seus destinos estão

visceralmente ligados às ações e necessidades de estudantes, docentes

e técnico-administrativos; os quais, afora suas diversidade e


desigualdade, apontam agendas definidas para o debate e o

desenvolvimento da instituição.

Uma delas defende uma profunda democratização interna, que não se


esgote nos momentos de escolha participativa de seus dirigentes, mas

que exige a fundação e consolidação de um ethos democrático, que

embase e permeie o exercício cotidiano de suas atividades e relações.


Outra orienta-se pelo entendimento de que a universidade brasileira

carece de um projeto de longo prazo, democraticamente pactuado, que

transponha seus limites academicamente intrínsecos; e que, portanto,


precisa incorporar diretrizes social e nacionalmente referenciadas.

Também alertam, há muito, que a ação da universidade, por mais

relevante que seja, não deve se esgotar intra-muros. Enfatizam que não
basta à universidade conceber-se democraticamente, para realizar

ciência, produzir e transmitir conhecimentos, sem envolver-se

ativamente – observada sua natureza de instituição acadêmica – com


necessidades e expectativas da sociedade, especialmente as de seus

setores subalternizados. Assim, para eles, é necessário que a

universidade participe dos grandes debates e do processo de disputas


que definem, no continuum histórico, os rumos da sociedade de que faz

parte.

32
Nas palavras de Florestan Fernandes, “A comunidade universitária não é uma
comunidade de intelectuais, como se pensou, por exemplo, nos Estados Unidos. Ela é
também uma comunidade de todos os setores que participam dela, de estudantes que
estão começando, de estudantes que estão avançados, fazendo doutorado, e de
funcionários de vários níveis.”

32 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

É fato, enfim, que as conquistas e avanços para os quais contribuíram,


muitas vezes decisivamente, os movimentos sociais organizados de

estudantes, docentes e técnico-administrativos – e que, na atualidade,

só a um custo político e acadêmico muito elevado seriam reversíveis –


atraíram à participação os segmentos que formam a comunidade e que

realizam cotidianamente o fazer universitário, fortaleceram a

democracia interna, tornaram mais representativa e mais legítima toda


a institucionalidade acadêmica.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 33


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Serie UFRJ - Debate

5. A UFRJ hoje

5.1. O Campus descontínuo


A Universidade Federal do Rio de Janeiro ocupa, ainda hoje, um

conjunto amplo de prédios e terrenos espalhados pela cidade do Rio de


Janeiro, os mais importantes deles, pelas atividades acadêmicas

desenvolvidas, situados na Ilha do Fundão e na Praia Vermelha. Além

dessas duas áreas, o patrimônio imobiliário da UFRJ compreende


prédios em que estão instaladas unidades isoladas e hospitais

universitários, terrenos e prédios não utilizados e uma reserva biológica

em Santa Teresa, no Estado do Espírito Santo. Ademais, a universidade


desenvolve atividades em prédios que não são próprios. Mais

detalhadamente, é o seguinte o patrimônio imobiliário da UFRJ:

• Ilha do Fundão, sede da Cidade Universitária, com uma área de


5.238.337,82 m2, onde funciona a maior parte das unidades da

Universidade;
• Palácio Universitário da Praia Vermelha, localizado em uma área

de 100.976,90 m2, onde também estão instaladas mais algumas

unidades de ensino, pesquisa e prestação de serviços assistenciais;


• Faculdade de Direito, em prédio histórico33 localizado na Rua

Moncorvo Filho nº 8, no Centro da Cidade; a área total do terreno é

de 1.569,14 m2, para uma área construída de 5.185,13 m2.


• Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), em prédio histórico34

situado no Largo de São Francisco s/n, no Centro da cidade; a área

do terreno é de 4.117,68 m2, para uma área construída de 13.923,58


m2;

• Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, situado no antigo Palácio

33
O prédio da Faculdade de Direito abrigou o Senado, durante o Império.
34
O prédio do Largo de São Francisco era, originariamente, a sede da Real
Academia Militar e foi onde funcionou, durante muitos anos, a Escola Nacional de
Engenharia da Universidade do Brasil.

34 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


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Serie UFRJ - Debate

Imperial, com uma área de terreno de 53.276,40 m2, para uma área
construída de 30.056,44 m2;

·• Escola de Música, em prédio histórico localizado na Rua do Passeio

nº 98, no Centro da Cidade; área de terreno de 1.796,00 m2, para


uma área construída de 4.865,94 m2;

• Observatório do Valongo, localizado na Ladeira Pedro Antonio nº

49, Centro da Cidade, com área total de 8.209,00 m², com


976,01m² de área construída;

·• Maternidade··Escola, situada na Rua das Laranjeiras nº 180; o

terreno possui uma área total de 4.599,00 m2, com 3.275,99 m2 de


área construída;

• Hospital··Escola São Francisco de Assis, em prédio histórico

localizado na Avenida Presidente Vargas nº 2.863, em terreno de


7.531,00 m², com área construída de 10.172,89m²;

• Escola de Enfermagem Anna Nery, localizada na Rua Afonso

Cavalcante nº 275, em terreno de 1.393,00 m2, com área construída


de 3.869,53 m²;

• Avenida Rui Barbosa nº 762, prédio onde funcionou o internato da

Escola Anna Nery e a Casa do Estudante Universitário, destinado a


sediar o Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ (CÆU); terreno

de 2.753,90 m2, com área construída de 5.695,73 m2;

• Avenida Chile nº 330, terreno de 8.550 m2, permutado com o


Consórcio Tishman··Método, por 16.541,02 m2 de área construída

em andares de prédio a ser levantado no local;

• NUPEM (Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé), situado em


terreno de 10.263,00 m², com área construída de 2.888,00 m²,

doado pela Prefeitura Municipal de Macaé;

• Reserva Biológica de Santa Teresa, no Estado do Espírito Santo,


conhecida como Valsugana Velha, situada em área de 1.560.000

m2, destinada para pesquisas desenvolvidas pelo Museu Nacional e

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 35


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Serie UFRJ - Debate

outras unidades da UFRJ;


• Avenida Mem de Sá nº 78, terreno de 205,72 m2, não utilizado pela

UFRJ;

• Praça da República nº 22 prédio em terreno de 831,80 m2, com área


construída de 1.808,73 m2, não utilizado pela UFRJ;

• Itaguaí: 404 lotes no km 12 da Rodovia Rio··Santos, com área de

149.869,18 m2, não utilizado pela UFRJ;


·• Fazenda Vargem Grande, situada na Rua Macuíba s/nº, com área de

10.000,00 m2, não utilizada pela UFRJ;

• Arraial do Cabo: área de 344 m2, doada a UFRJ, não utilizada pela
Universidade;

• Rua Luís de Camões nº 68, terreno de 835 m2, com área construída

de 2.401,80 m2, cedido à Prefeitura do Rio de Janeiro até 23 de


setembro de 2007, em permuta pelo terreno onde funciona o

Colégio de Aplicação.

A natureza do processo constitutivo da UFRJ e a trajetória do seu


desenvolvimento posterior despreocupadas sempre com a formulação

conceitual e com o planejamento próprios de uma universidade ··

fizeram com que a dispersão geográfica fosse o traço distintivo das


políticas de localização da UFRJ. O documento do primeiro Reitor da

Universidade do Rio de Janeiro, Ramiz Galvão, citado anteriormente,

já fazia referência ao fato de que as três faculdades originárias


(Medicina, Engenharia e Direito) nem, ao menos, tinham a sua

localização comum ou próxima, vivendo apartadas e alheias umas às

outras. “A secretaria da Universidade completava o professor Ramiz


Galvão funcionou, todo o ano de 1921, na sede do Conselho Superior

de Ensino sem recursos próprios para sua despesa, e vivendo à custa de

outra repartição” 35.

35
Citado em Maria de Lourdes de A. Fávero (org.), Universidade do Brasil - Das
Origens à Construção, RJ: Editora UFRJ, p. 32.

36 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

Essa tendência à dispersão, que é uma conseqüência da desatenção


para com as características de unidade e universalidade do saber,

agrava··se nos anos seguintes, quando, em 1931, por ocasião da

reforma realizada naquele ano, a Escola de Minas de Ouro Preto é


incorporada à Universidade. Vale registrar ainda que, até a Reforma de

1931, a Reitoria não tinha nenhuma ingerência na vida das unidades,

funcionando no prédio da Faculdade de Direito. Depois da Reforma, a


reitoria é transferida para o prédio do Ministério da Educação e Saúde.

Somente em 1935, sendo Gustavo Capanema o Ministro da Educação,

coloca··se a questão da construção de uma cidade universitária. Para


dar andamento à questão, o Ministro constituiu uma comissão

especialmente designada para “conceituar a universidade e, em

seguida, localizá··la e projetar sua construção”. No mesmo ano,


iniciam··se os estudos técnicos sobre os possíveis locais para a

construção da Cidade Universitária. Várias idéias vieram à tona,

inclusive a de localizar o campus na Quinta da Boa Vista e na Lagoa


Rodrigo de Freitas.

A escolha da localização recaiu sobre o arquipélago formado pelas

ilhas do Fundão, do Baiacu, das Cabras, do Catalão, do Pindaí do


França, do Bom Jesus, do Pinheiro e da Sapucaia. A Ilha Universitária

resultou de vários aterros e desmontes que permitiram a unificação das

nove ilhas e a regularização topográfica do terreno. A configuração


final da Ilha apresenta uma área de aproximadamente 5.238.337,82 m2

e um perímetro de 15.560 metros. A concepção urbanística e

arquitetônica da Cidade Universitária se desenvolveu entre os anos de


1949 e 1962, sendo escolhido como responsável pela execução do

projeto o arquiteto Jorge Machado Moreira. O primeiro anteprojeto data

de 1952 e foi modificado em 1957 pelo segundo anteprojeto, que


dividia a Ilha em 10 setores ou centros.

Previa-se, na ocasião, que a população universitária máxima deveria

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 37


´
Serie UFRJ - Debate

ser de 40 mil pessoas, sendo 30 mil estudantes e 10 mil servidores


docentes e técnico··administrativos. A concepção arquitetônica do

campus expressava uma estrutura e um Estatuto que já não


correspondiam às demandas da sociedade em relação ao ensino
superior. Com a reforma universitária promovida pela ditadura militar.

Entretanto, tornou··se necessária uma revisão da estrutura física já

projetada. Para tanto, a Lei 4402, de 1964, transferiu para a


Universidade os encargos de planejar, projetar, executar e fiscalizar as

obras e serviços necessários à implantação da Cidade Universitária.

Para atender às contraditórias exigências da política educacional da


ditadura, que, como vimos, redimensionavam a importância das áreas

de ciência, tecnologia, saúde e formação de professores, o Plano

Diretor foi reelaborado. Essa reorientação implicou uma redução da


área total a ser construída de 1.000.000 m2 para aproximadamente

750.000 m2. A atualização do Plano compreendia a implantação de

grandes complexos arquitetônicos para abrigar os centros e suas


unidades afins, além de outras edificações específicas destinadas à

administração superior, às instalações desportivas, a residências para

estudantes e para funcionários (neste caso, apenas, os da manutenção e


vigilância), a restaurantes e a instalações de serviços gerais.

Para dar conta do projeto de implantação da Cidade Universitária na

Ilha do Fundão, foi elaborado um Plano de Obras dividido em duas


etapas. A primeira etapa do Plano de Obras Prioritário (POP) foi

realizada no triênio de 1970/72. Quanto à segunda etapa, nunca foi

efetivada. Vários fatores contribuíram para a interrupção das obras. Os


mais importantes ficaram por conta da constante escassez de recursos

para investimento, da tenaz resistência oposta por algumas unidades

em se transferir para a Ilha do Fundão e das dificuldades políticas,


jurídicas e administrativas para se alienar os bens imóveis da

universidade, como fonte alternativa para a obtenção de recursos. De

38 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

qualquer forma, a reformulação, em 1972, do Plano Diretor, com a


construção de novas edificações e a definição de novos usos para as

edificações existentes, permitiu a transferência de várias unidades

acadêmicas para a Cidade Universitária, agrupando aproximadamente


65% das instalações da Universidade na Ilha do Fundão, o que

contribui para reforçar a visão da Ilha como campus da UFRJ. Apesar

de idéias, estudos e projetos terem sido elaborados desde então, o ato é


que, face à escassez crescente de recursos, os investimentos na área de

infra··estrutura se reduziram e cresceram as dificuldades para a

manutenção das diversas instalações de ensino e pesquisa da


Universidade. O último investimento significativo remonta a 1984,

quando foi construído, na Ilha do Fundão, o prédio em que está

localizada a Faculdade de Letras.


O Palácio Universitário da Praia Vermelha está situado em outra área

estratégica para o desenvolvimento da UFRJ, no conceito de campus

descontínuo. A Lei nº 452, de 5 de julho de 1937, a que tantas vezes


fizemos referência, destinara o antigo Hospital Nacional de Alienados36

à Universidade do Brasil; que, no entanto, dele nunca tomara posse.

Foi Pedro Calmon, empossado Reitor em 1948, que assumiu o prédio e


o terreno, pois como registra em seu livro de memórias, “queria um

palácio...” 37. Pedro Calmon comandou as obras de restauração do

Palácio, abandonado há mais de dez anos, conseguindo recursos, seja


do Governo Federal, seja através de doações. O Palácio foi inaugurado

em 24 de dezembro de 1949, com a presença do Presidente Eurico

Gaspar Dutra, e nele se instalou a Reitoria. Em seguida, novas unidades


vieram ocupar seus espaços: Arquitetura, Farmácia, Economia e

Educação Física.

36
Originalmente, Hospital Pedro II.
37
Pedro Calmon: Memórias. RJ: Editora Nova Fronteira, 1995, p. 353. Ver também,
do mesmo autor, O Palácio da Praia Vermelha, 2ª edição, RJ: Editora da Praia
Vermelha, 2002.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 39


Demonstrativo Sintético da Utilização do Espaço Físico

Fontes:
Área Total (Divisão de Gestão Patrimonial)
Área Construída (Prefeitura Universitária - Levantamento 2º semestre de 2000)
´
Serie UFRJ - Debate

A construção da Cidade Universitária na Ilha do Fundão, por seu


caráter incompleto, não permitiu que se concretizasse a previsão de

Pedro Calmon; que, em 1952, por ocasião do centenário da construção

do Palácio da Praia Vermelha, vaticinou:


“A Universidade do Brasil mudar-se-á para as vastas instalações da

Cidade Universitária, em plena construção neste momento. Deixará um

dia esta morada provisória.” .


Não deixou. Provavelmente nunca deixará. Várias unidades lá

permanecem como o Instituto de Economia, a Faculdade de

Administração e Ciências Contábeis, a Faculdade de Educação, a


Escola de Comunicação, o Instituto de Psicologia, a Escola de Serviço

Social, o Instituto de Psiquiatria e o Instituto de Neurologia Deolindo

Couto. E outras poderão vir a localizar··se ali, reunindo, no conceito de


campus descontínuo, as áreas de ciências humanas e ciências sociais

aplicadas em um único espaço geográfico.

5.2. A atual estrutura da UFRJ


A estrutura organizacional da UFRJ é o resultado de seus processos

constitutivos e, em particular, da forma como resistiu e se ajustou às


reformas impostas pela ditadura militar, a partir de 1964. A intenção da

reforma era modernizar as estruturas acadêmicas, através dos conceitos

de departamento e de centro universitário. A UFRJ adotou a nova


nomenclatura, mas preservou sua estrutura original de escolas e

faculdades independentes entre si, o que gerou com isso excesso de

procedimentos administrativos, superposição de funções e duplicação


de meios.

5.2.1 Órgãos colegiados superiores


A instância superior de decisões da Universidade é exercida através de
seus órgãos colegiados, com funções deliberativas ou de coordenação.

São eles: Conselho Universitário, instância deliberativa máxima, que

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 41


´
Serie UFRJ - Debate

exerce a jurisdição superior da Universidade; Conselho Superior de


Coordenação Executiva, formado pelos pró··reitores e decanos dos

centros universitários, não tem suas funções claramente definidas no

Regimento Geral da Universidade; Conselho de Curadores, com


competência sobre assuntos de natureza orçamentária, financeira e

patrimonial; Conselho de Ensino de Graduação, com atribuições de

planejamento e deliberação no campo do ensino de graduação;


Conselho de Ensino para Graduados e Pesquisa, com atribuições de

planejamento e deliberação no campo do ensino de pós··graduação e

da pesquisa.

5.2.2 Órgãos de direção superior


O órgão de direção superior da UFRJ é, por excelência, a Reitoria,

assim entendido o conjunto de funções e instâncias da administração


central da Universidade. Compõem··na:

• O Reitor;
• Vice··Reitor;

• Pró··Reitoria de Graduação;

• Pró··Reitoria de Pós··Graduação e Pesquisa;


• Pró··Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento;

• Pró··Reitoria de Pessoal;

• Pró··Reitoria de Extensão;
• Prefeitura Universitária;

• Escritório Técnico da Universidade (ETU);

• Superintendência Geral de Administração e Finanças.


Além desses, integram também a estrutura da Reitoria os seguintes

órgãos:

• Forum de Ciência e Cultura;


• Sistema de Bibliotecas e Informação;

• Colégio Brasileiro de Altos Estudos.

O Forum de Ciência e Cultura tem status de Centro Universitário e

42 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

integra em sua estrutura os seguintes órgãos:


• Museu Nacional;

• Casa da Ciência;

• Editora da UFRJ.

5.2.3 Órgãos da estrutura acadêmica


Os órgãos da estrutura acadêmica da UFRJ são as faculdades, escolas e

os institutos, destinando··se as duas primeiras à formação profissional, à


pesquisa e a extensão, e os últimos, à pesquisa básica, à extensão e ao

ensino em uma área fundamental do conhecimento. Além desses,

dispõe a UFRJ de órgãos suplementares, os quais de acordo com sua


natureza e objetivos podem se constituir como núcleos, organizações

de prestação de serviços ou institutos especializados. De modo geral as

unidades acadêmicas e órgãos suplementares integram-se em centros


universitários, assim estruturados:

1. Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza:

• Instituto de Matemática;

• Instituto de Física;
• Instituto de Química;

• Instituto de Geociências;

• Observatório do Valongo.
Órgão suplementar:

• Núcleo de Computação Eletrônica - NCE.

2. Centro de Letras e Artes:


• Faculdade de Arquitetura e Urbanismo;

• Escola de Belas Artes;

• Faculdade de Letras;
• Escola de Música.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 43


´
Serie UFRJ - Debate

3. Centro de Filosofia e Ciências Humanas:


• Instituto de Filosofia e Ciências Sociais;

• Instituto de Psicologia;

• Escola de Comunicação;
• Faculdade de Educação;

• Escola de Serviço Social;

Órgão Suplementar:
• Colégio de Aplicação.

4. Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas:


• Faculdade de Direito;

• Faculdade de Administração e Ciências Contábeis;

• Instituto de Economia;
Órgãos suplementares:

• ·Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR);

··Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (COPPEAD).

5. Centro de Ciências da Saúde:

• Faculdade de Medicina;
• Faculdade de Odontologia;

• Faculdade de Farmácia;

• Escola de Enfermagem Anna Nery;


• Instituto de Ciências Biomédicas;

• Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes;

• Instituto de Nutrição Josué de Castro;


• Escola de Educação Física e Desportos;

• Instituto de Biologia.

Órgãos suplementares integrantes da estrutura pedagógica da


Faculdade de Medicina:

• Instituto de Ginecologia;

44 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

• Instituto de Neurologia Deolindo Couto;


• Instituto de Psiquiatria;

• Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira;

• Instituto de Doenças do Tórax;


• Instituto do Coração.

Órgãos suplementares integrantes da estrutura pedagógica do Instituto

de Ciências Biomédicas:
• Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho;

• Instituto de Bioquímica Médica.

Outros Órgãos suplementares do Centro de Ciências da Saúde:


• Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES);

• Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais (NPPN);

• Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva (NESC);


• Hospital Universitário Clementino Fraga Filho;

• Maternidade··Escola;

• Hospital··Escola São Francisco de Assis.

6. Centro de Tecnologia,

• Escola Politécnica;
• Escola de Química;

Órgãos suplementares:

• Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós··Graduação e Pesquisa de


Engenharia (COPPE);

• Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano.

Há que destacar, nessa complexa estrutura, a existência de oito

hospitais, a saber:

• Hospital Universitário Clementino Fraga Filho;


• Maternidade··Escola;

• Hospital··Escola São Francisco de Assis;

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 45


´
Serie UFRJ - Debate

• Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira;


• Instituto de Psiquiatria;

• Instituto de Neurologia Deolindo Couto;

• Instituto de Ginecologia;
• Instituto de Doenças do Tórax.

Obs: O Anexo 1 apresenta os dados constantes de Relatório do MEC

(ano 2003), dos Hospitais da UFRJ. Pode-se consultado no endereço


eletrônico http://www.ufrj.br/PDI

5.3. A estrutura acadêmica


A UFRJ, por seu porte e pela qualidade de seus cursos, é uma das
melhores universidades de graduação do país. Os resultados de

seguidas avaliações por parte do Ministério da Educação o

comprovam. A UFRJ possui hoje um total de 164 cursos de graduação.


Ao mesmo tempo, são oferecidos 84 cursos de pós··graduação stricto

sensu (Mestrado e Doutorado).


Nota: Os anexos 1 e 2 com as informações sobre os cursos e o

quantitativo de alunos da graduação, pós··graduação e pós··

graduação stricto sensu da UFRJ encontram··se em http://www.ufrj.br/


PDI

5.4. A infra··estrutura de ensino, pesquisa e extensão


A UFRJ dispõe de um corpo social composto por 2.954 docentes,
distribuídos entre os diversos centros e de um total de 8.318

técnico··administrativos.

Nota : Os anexos 3 a 8 correspondentes aos laboratórios de


pós··graduação e biotérios, conjuntos de salas de aulas, auditórios e

laboratórios utilizados na graduação, sistema de bibliotecas, patentes

e propriedades intelectuais e infra··estrutura de redes encontram··se no


http://www.ufrj.br/PDI

46 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

6. O diagnóstico
A elevada qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão

desenvolvidas pela UFRJ não oculta as dificuldades e problemas que a

instituição enfrenta para cumprir sua missão institucional e tornar-se


uma verdadeira “construtora de futuros”. Alguns desses problemas

decorrem das políticas equivocadas das últimas décadas; outros, de sua

estrutura peculiar e de seu próprio processo de constituição.


Entre os primeiros, podemos destacar:

i. as restrições à plena aplicação do princípio da autonomia universitária,

estabelecido pela Constituição Federal em seu artigo 207;


ii. a insuficiência dos recursos orçamentários destinados ao custeio e à

manutenção de instalações e equipamentos;

iii. a inadequação dos mecanismos públicos de financiamento e apoio


institucional à pesquisa, no âmbito dos governos federal e estadual,

que compromete a continuidade de vários programas;

iv. a desvalorização do Estado, a desqualificação do serviço público e


a perda de importância social dos servidores, promovidas nos

últimos quinze anos.

Dentre os problemas relacionados com sua própria formação e cultura,


destacam-se:

i. sua organização federativa, com unidades quase autárquicas,

desprovidas de estruturas integrativas que as capacitem a atuar


coordenadamente;

ii. a compartimentalização das carreiras profissionais em escolas auto-

suficientes que desenvolvem a “cultura da propriedade do


estudante”;

iii. a fragmentação e a tendência ao crescimento das áreas de ensino

e pesquisa através da proliferação de institutos e órgãos


suplementares, o que gera desperdício de recursos humanos e

materiais;

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 47


´
Serie UFRJ - Debate

iv. o caráter instrumental e profissionalizante do ensino, destinado a


outorgar diplomas para o exercício de profissões, sem que as

ciências básicas possam cumprir seu papel essencial na formação

dos jovens estudantes;


v. a estruturação inadequada dos curricula, que obriga o estudante a

escolher uma carreira antes mesmo de ingressar na Universidade;

vi. a limitada variedade de carreiras oferecidas à juventude, sem levar


em conta as demandas da sociedade, que exige maior

diferenciação de profissionais de nível superior;

vii. o caráter “elitista” dos mecanismos de ingresso, em virtude das


restrições às oportunidades de ingresso e da escassez de cursos

noturnos;

viii. as limitações à efetiva gratuidade do ensino, pela inexistência de


instrumentos que garantam a estudantes capazes, porém

desprovidos de recursos, condições para dedicar-se exclusivamente

aos estudos;
ix. o isolamento entre as unidades da universidade e entre esta e as

demais instituições e instâncias da sociedade, pela falta de

mecanismos integradores e de instrumentos de comunicação de


massa, internos e externos;

x. o caráter burocrático de sua organização administrativa, com

excessiva regulamentação, tanto interna como externa


(governamental), inibidora da criatividade e da liberdade de

iniciativa.

A combinação desses problemas é responsável pela formação, no


interior da UFRJ, de uma cultura universitária marcada pelo

patrimonialismo e pela valorização da fragmentação; circunstâncias

em que tudo — espaços, instalações, equipamentos, recursos humanos


e até mesmo os estudantes — passa a ser considerado e apropriado

particularizadamente por unidades de ensino e por departamentos.

48 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


Observatório do
Valongo.

Alojamento dos
estudantes da
UFRJ, na Cidade
Universitária.
Arquivos da
Biblioteca do
Instituto de
Filosofia e
Ciências Sociais.

Laboratório
Oceânico da
Coppe.
´
Serie UFRJ - Debate

7. A visão de futuro
A UFRJ já é a mais importante universidade de graduação do país, com
desempenho, nas avaliações do MEC, superior ao de qualquer

universidade pública ou privada existente no país. A UFRJ é, ao mesmo

tempo, uma das três mais importantes universidades brasileiras de pós-


graduação e pesquisa.

No horizonte de cinco anos, a UFRJ deverá:

• consolidar sua posição no campo do ensino de graduação, pela


ampliação dos níveis de excelência que pratica e por sua extensão

a todas as áreas em que atua;

• tornar-se a mais importante universidade brasileira no campo da


pós-graduação e pesquisa;

• constituir-se em referencial e laboratório do ensino superior

brasileiro, desbravando novos caminhos para o ensino e a pesquisa


e para a gestão acadêmica das universidades;

• superar a cultura da fragmentação que a caracteriza e criar

estruturas acadêmicas e administrativas integradas que


proporcionem formação integral a seus estudantes, com base em

atividades interdisciplinares e transdisciplinares;

• duplicar o número de estudantes matriculados em seus cursos de


graduação e pós-graduação;

• tornar disponível para seus docentes, pesquisadores, estudantes e

técnicos — bem como para a sociedade em geral — um moderno e


amplo sistema de bibliotecas e informação, dotado das tecnologias

mais modernas, articulando bibliotecas centrais em seu campus

descontínuo e bibliotecas especializadas em áreas de saber


específicas, atualizadas em suas coleções, e também capaz de

preservar e disponibilizar seus acervos.


Nota: As informações detalhadas a respeito do Sistema de Bibliotecas
e Informação, constantes do anexo 6, podem ser consultadas em http:/
/www.ufrj.br/PDI

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 51


´
Serie UFRJ - Debate

• atuar em rede com as demais instituições de ensino superior de


nosso Estado — e mesmo de outras regiões do país — elevando

desse modo a eficiência do sistema de ensino superior, eliminando

redundâncias e reduzindo custos unitários;


• estabelecer uma extensa rede de cooperação com a comunidade

científica internacional, que lhe permita dominar o saber

contemporâneo e atender às exigências da sociedade, nos planos


da ciência, da tecnologia e da cultura, com vistas à promoção do

desenvolvimento nacional;

• democratizar o acesso, eliminando o vestibular como principal


forma de ingresso na Universidade, substituindo-o por mecanismos

de avaliação continuada dos estudantes de nível básico.

• assegurar condições de trabalho e estudo adequadas, seguras e


salubres a professores, estudantes, técnico-administrativos e a todos

os que demandam serviços da Universidade ou que com ela se

relacionam.

52 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

8. O Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento


(PDI)
O desafio que se coloca para a Universidade Federal do Rio de Janeiro

consiste em superar definitivamente esses problemas, preservando os


níveis de excelência que caracterizam suas atividades de ensino,

pesquisa e extensão, elevando continuamente a qualidade de seu

projeto acadêmico e explicitando seus compromissos com a sociedade,


pensando criticamente a realidade do país e envolvendo-se no debate e

na formulação de políticas públicas.

8.1 Objetivos para o planejamento de médio e longo prazos


Os objetivos do planejamento estratégico, cujo processo de discussão

ora se inicia, são:

• Reconceber a estrutura organizativa e didático-pedagógica da


Universidade, adequando-a às exigências da sociedade brasileira e

do mundo de hoje;
• Permitir a superação da “cultura da fragmentação”, marca

constitutiva da UFRJ, através da integração completa entre as

atividades de ensino, pesquisa e extensão nas diversas áreas de


conhecimento e formação profissional;

• Proporcionar novas modalidades de formação científica e

profissional, difíceis de ser conseguidas com o sistema fragmentado


e unilinear atualmente existente, de modo a satisfazer as demandas

sociais por novos tipos de habilitação, mediante a combinação de

linhas de preparação básica com linhas de desenvolvimento


profissional;

• Eliminar duplicações e redundâncias de instalações e equipamentos

que encarecem o custo do ensino e reduzem a eficácia do gasto,


pela pulverização de recursos;

• Elevar o grau de comprometimento social da Universidade, de

articulação com as organizações representativas da sociedade

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 53


´
Serie UFRJ - Debate

civil, de integração com os diversos níveis de governo e com o


sistema produtivo do país e, principalmente, com o sistema de

ensino em todos os níveis.

8.2 Diretrizes para implantação do PDI


• Fidelidade aos princípios básicos da instituição universitária,

em sua experiência milenar, a saber:

• Respeito aos padrões internacionais de produção, acumulação e


disseminação do saber;

• Compromisso ativo com a busca de soluções para os problemas do

desenvolvimento social;
• Liberdade de cátedra e de manifestação do pensamento por todos os

membros da comunidade universitária;

• Subordinação das estruturas de administração geral aos objetivos de


desenvolvimento acadêmico;

• Consolidação da autonomia universitária, entendida como direito ao


autogoverno, democraticamente exercido por seu corpo social, sem

imposições externas de qualquer natureza (públicas ou privadas,

nacionais ou internacionais), no que tange à sua organização


interna, à constituição e funcionamento de seus órgãos colegiados,

à sua política de ensino, pesquisa e extensão e ao modo de escolha

de seus dirigentes;
• Afirmação do caráter público da Universidade, o que significa:

• Garantia da gratuidade do ensino e de custeio a partir de

recursos públicos, oriundos do orçamento fiscal da União;


• Afirmação da natureza pública de todas as atividades da

Universidade38;

38
Foi mantida no texto apenas a formulação geral. A formulação original é transcrita
a seguir para continuidade da discussão: “Afirmação da natureza pública de todas as
atividades da Universidade, não sendo permitidas, em quaisquer circunstâncias,
formas secretas ou reservadas de ação ou investigação; os contratos externos, com
agências ou órgãos nacionais e internacionais, devem ter a máxima publicidade, não
sendo permitida a inclusão de cláusulas de confidencialidade quanto aos resultados

54 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

• Transparência e publicidade nas prestações de contas, tanto no que


respeita às atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão),

quanto no que tange ao uso dos recursos de que dispõe;

• Consolidação e ampliação da democracia institucional interna da


Universidade, através da representação e participação de todos os

segmentos que compõem a comunidade universitária nos órgãos

colegiados de deliberação e assessoramento;


• Envolvimento com os níveis de ensino pré-universitários, não apenas

em decorrência de sua responsabilidade na formação de

professores, mas em conseqüência de sua responsabilidade social


enquanto cúpula do sistema de ensino como um todo (para isso a

Área de Educação deve assumir atribuições renovadas,

desenvolvendo projetos de experimentação educacional, de


elaboração de material didático, de implantação de novos métodos

pedagógicos e de formação de docentes para o terceiro grau,

através do desenvolvimento de uma verdadeira pedagogia do


ensino superior).

das atividades previstas nesses contratos (exceto quando envolverem,


comprovadamente, o interesse nacional de desenvolvimento autônomo do país).

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 55


´
Serie UFRJ - Debate

9. Linhas de desenvolvimento estratégico para


implantação do PDI
As linhas de desenvolvimento estratégico deverão contemplar as

principais áreas de atuação da UFRJ, que podem ser assim agrupadas:


• Estrutura e gestão acadêmicas;

• Estrutura e gestão administrativas e processo decisório;

• Planejamento, finanças e patrimônio;


• Relações de trabalho e desenvolvimento dos corpos docente e

técnico-administrativo.

9.1. Estrutura e gestão acadêmicas

9.1.1 Princípios gerais


• Adequação das estruturas didático-pedagógicas às exigências do

desenvolvimento científico e tecnológico e valores culturais


constitutivos da identidade nacional;

• Integração entre ensino, pesquisa e extensão e entre graduação e

pós-graduação;
• Envolvimento com o sistema de ensino como um todo, em

particular com os níveis fundamental e médio.

9.1.2 Objetivos
• Adequação das estruturas didático-pedagógicas e de gestão

acadêmica, de modo a induzir a transdisciplinaridade e a


formação integral do estudante;

• Flexibilização dos curricula de modo a tornar a extensão e a

pesquisa partes organicamente integrantes da formação do


estudante e da prática cotidiana de professores e pesquisadores;

• Ampliação do número de vagas oferecidas nos cursos de graduação

e pós-graduação, com vistas a sua duplicação em um horizonte de


cinco anos;

56 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

• Eliminação do vestibular como principal via de acesso ao ensino


superior oferecido pela UFRJ;

• Criação de efetivas condições de permanência do estudante na

UFRJ;
• Construção de mecanismos efetivos de articulação com os sistemas

públicos de ensino fundamental e médio do Rio de Janeiro;

• Institucionalização da estrutura e da gestão acadêmicas de


Extensão, de modo a possibilitar a interação com as demandas

sociais da população, por meio de ações institucionais integradas

com as atividades de ensino e pesquisa.

9.1.3 Meta “A”


Superação das restrições da atual estrutura departamental da UFRJ

9.1.3.1 Ações:
a) Elaborar proposta para a implantação de nova estrutura didático-

pedagógica, em substituição à atual estrutura departamental, e


iniciar o seu debate em todas as instâncias da universidade;

b) Incentivar experiências pedagógicas inovadoras, que perpassem

transversalmente a atual estrutura de organização acadêmica da


UFRJ;

c) Definir os meios de implementação de propostas / experiências

inovadoras, incluindo-se cursos e/ou programas multidisciplinares,


inter-centros e/ou inter-unidades, contemplando a reformulação da

legislação vigente na UFRJ, a fim de não só permitir, mas também

de incentivar tais iniciativas;


d) Estimular a criação de novos cursos, de graduação e pós-graduação,

e de novos programas de pesquisa, de natureza integrativa das

diversas áreas de conhecimento;


e) Constituir conselhos acadêmicos, no âmbito dos atuais centros uni-

versitários, para integrar as atividades de ensino, pesquisa e extensão;

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 57


´
Serie UFRJ - Debate

f) Criar mecanismos institucionais que permitam a participação de


alunos de graduação em disciplinas de pós-graduação, vinculados a

programas de iniciação científica ou artístico-cultural, bem como a

participação de alunos de pós-graduação em atividades de


graduação, em salas de aula, laboratórios e trabalho de campo.

9.1.4 Meta “B”


Ampliação do número de vagas e democratização do acesso

9.1.4.1 Ações:
a) Consolidar e ampliar os cursos noturnos;
b) Apoiar a criação de novos cursos, com projetos pedagógicos

multidisciplinares;

c) Planejar ações de interiorização, com a oferta de cursos de


graduação, nucleados a partir de atividades integradas de pesquisa

e extensão;

d) Consolidar as atividades baseadas em novas tecnologias de ensino


semipresenciais e à distância, incluindo a participação da

Universidade em Consórcios;

e) Promover a imediata ocupação das vagas ociosas, através de


mecanismos diferenciados que contemplem a superação das causas

da evasão nos diversos cursos da Universidade;

f) Desenvolver projeto piloto de avaliação continuada da rede pública


estadual de ensino médio, com vistas a possibilitar o acesso de

estudantes à UFRJ, com dispensa dos atuais mecanismos de seleção

por exames vestibulares;


g) Definir as áreas estratégicas para a duplicação do número de vagas

no horizonte de cinco anos.

9.1.5 Meta “C”


Desenvolvimento de programas e projetos de assistência estudantil

58 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

e de permanência na Universidade

9.1.5.1 Ações
a) Consolidar e ampliar progressivamente o programa de bolsas

estudantis;
b) Criar mecanismos de acompanhamento acadêmico dos estudantes;

c) Concluir o processo de construção do primeiro restaurante

universitário do Campus do Fundão e planejar ações para a


construção de, pelo menos, mais dois restaurantes nesse Campus e

de outro na Praia Vermelha;

d) Construir alojamentos para atender demandas de estudantes de pós-


graduação e pesquisadores visitantes;

e) Construir um centro comunitário de convivência no campus

universitário da Ilha do Fundão;


f) Mobilizar autoridades municipais e estaduais com vistas à melhoria

progressiva do sistema de transporte para o Campus do Fundão.

9.1.6 Meta “D”


Estruturação da avaliação institucional permanente

9.1.6.1 Ações
a) Constituir mecanismos de avaliação continuada das atividades

acadêmicas, recuperando e atualizando experiências anteriores da

UFRJ.

9.1.7 Meta “E”


Ampliação e atualização do acervo bibliográfico em todos os

formatos

9.1.7.1 Ações
a) Adquirir material bibliográfico, em todos os suportes físicos
necessários, de forma a atender as necessidades de informação das

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 59


´
Serie UFRJ - Debate

áreas de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão da


Universidade.

9.1.8 Meta “F”


Criação de programas institucionais transdisciplinares que
integrem ensino, pesquisa e extensão

9.1.8.1 Ações
a) Integrar os programas e projetos da Universidade por território,

grupos populacionais ou temáticas, contemplando a diversidade e

as especificidades de suas demandas através de ações acadêmicas


transdisciplinares.

9.1.9 Meta “G”


Garantia de participação da Universidade na formulação,
implementação e avaliação de Políticas Públicas locais, regionais e

nacionais

9.1.9.1 Ações
a) Firmar convênios com os poderes públicos federal, estaduais e

municipais, para a realização de programas voltados para o

desenvolvimento econômico, político e social.

9.1.10 Meta “H”


Promoção de atividades de difusão dos saberes produzidos na
Universidade, garantindo o acesso universal aos resultados da

produção acadêmica

9.1.10.1 Ações
a) Incentivar iniciativas voltadas para a divulgação científica, cultural
e de popularização (publicações, exposições, ciclos de debate,

seminários, palestras, oficinas, atividades dos museus e de outros

60 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

centros de ciência da UFRJ);


b) Promover a integração da UFRJ através de eventos realizados nos

campi que divulguem a produção acadêmica e favoreçam a


revitalização e ocupação dos espaços da Universidade pelo
público em geral.

9.2 Estrutura e gestão administrativas e processo decisório

9.2.1 Princípios gerais


• As estruturas da administração central e das instâncias de processo

decisório devem guardar estrita relação com as estruturas didático-


pedagógicas e de gestão acadêmica;

• A Universidade se organiza com base em sua democracia interna,

fundada na participação de todos os segmentos na gestão da


Universidade e no respeito às decisões dos órgãos colegiados.

9.2.2 Objetivos
• Adequação das estruturas da administração central e das instâncias
decisórias colegiadas da UFRJ às novas exigências do

desenvolvimento científico e tecnológico, bem como às

modificações a serem realizadas nas estruturas didático-


pedagógicas e de gestão acadêmica;

• Manutenção de relações com todos os segmentos que integram a

comunidade universitária da UFRJ;


• Ampliação a integração entre a Universidade e as demais

instituições representativas da sociedade civil, da comunidade

científica e do próprio governo;


• Adequação das estruturas de comunicação da UFRJ às demandas

comunicacionais contemporâneas e às necessidades de uma

universidade vocacionada para o debate dos grandes temas


científicos, culturais e sociais.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 61


´
Serie UFRJ - Debate

• Criação da Câmara Comunitária do Fundão constituída por


representação do CEPEL, CENPES, CETEM,IEN, Parque

Tecnológico, Fundação Bio-Rio, CET-RIO, Incubadora Popular,

AMAVILA, UFRJ, 17BPM,19 GBM, Guarda Municipal da Ilha do


Governador e Subprefeitura da lha do Governador;

9.2.3 Meta “A”


Reestruturação da administração central

9.2.3.1 Ações
a) Reconceituar as funções do vice-reitor (presidência do colegiado
unificado de ensino, pesquisa e extensão e da supervisão da

Controladoria Geral);

b) Reconfigurar as pró-reitorias, tendo em vistas as seguintes áreas de


atuação: ensino; pesquisa; extensão e relações comunitárias;

planejamento, desenvolvimento e patrimônio; administração e

finanças; relações de trabalho e desenvolvimento do servidor;


c) Redefinir as instâncias da administração central destinadas a:

processamento de dados e administração de rede; elaboração de

projetos; administração dos campi; sistema de biblioteca;


comunicação e difusão;

d) Criação da Controladoria Geral, reunindo a Consultoria Jurídica, a

Ouvidoria e a Auditoria Interna, sob a supervisão do Vice-Reitor.

9.2.4 Meta “B”


Aumento do grau de representatividade e eficácia executiva do

Conselho Universitário

9.2.5 Meta “C”


Unificação dos colegiados de ensino, pesquisa e extensão

62 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

9.2.5.1 Ações
a) Criar um conselho unificado de ensino, pesquisa e extensão, a ser

presidido pelo vice-reitor;

b) Organização, no âmbito do conselho unificado, de câmaras


especializadas (ensino de graduação, ensino de pós-graduação,

pesquisa e extensão);

c) Constituir, no âmbito do conselho unificado, uma instância que


permita a integração dos currículos com vistas à formação

científica e profissional dos estudantes em cursos interdisciplinares.

9.2.6 Meta “D”


Consolidação e desenvolvimento de um padrão de relações com as

entidades representativas de docentes,técnico-administrativos e

estudantes, baseado no princípio do respeito à liberdade de


organização e opinião e de valorização de sua contribuição à vida

acadêmica da UFRJ

9.2.6.1 Ações
a) Preservar e aperfeiçoar as iniciativas, instâncias e mecanismos de

interlocução da institucionalidade universitária, em seus diversos


níveis, com os movimentos organizados da comunidade acadêmica

da UFRJ.

9.2.7 Meta “E”


Criação de novas modalidades de relacionamento com as demais

instituições da sociedade civil que possam ter uma interação

positiva com o desenvolvimento das atividades acadêmicas da


UFRJ

9.2.7.1 Ações
a) Criar o Conselho Comunitário Social da UFRJ, nos termos do Art. 20

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 63


´
Serie UFRJ - Debate

do Anteprojeto de Lei de Reforma da Educação Superior, nele


garantindo a participação entre outros, de representantes do MEC,

do governo estadual, da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da

CAPES, do CNPq, da Finep, da FAPERJ, de entidades


representativas de docentes, técnico-administrativos e estudantes

da UFRJ, das associações de moradores das comunidades vizinhas

aos campi e das instituições instaladas nos campi.

9.2.8 Meta “F”


Criação e institucionalização de uma Coordenadoria de

Comunicação, de modo a estruturar permanentemente as ações de


comunicação da gestão superior ecapaz de articular e apoiar

projetos e iniciativas de comunicação da UFRJ.

9.2.8.1 Ações
a) Estabelecer e aprovar em Colegiado Superior o Projeto

organizacional da Coordenadoria de Comunicação da UFRJ,


encarregada de elaborar e executar projetos e iniciativas de

comunicação que:

i. Consolidem, dêem permanência e desenvolvam o JORNAL


DA UFRJ como um dos veículos institucionais estratégicos de

divulgação e de informação;

ii. Consolidem, dêem permanência e desenvolvam o Portal da


UFRJ na INTERNET e demais veículos de mídia digital da

administração superior;

iii. Estruturem, consolidem, dêem permanência e desenvolvam


veículos de jornalismo virtual, com destaque para os atuais

OLHAR VIRTUAL e OLHAR VITAL;

iv. Estruturem, consolidem, dêem permanência e desenvolvam a


produção audiovisual, com vistas também à difusão em

mídias eletrônicas [rádio (iUFRJ – rádio veiculada pela

64 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

internet) e TV, nos canais universitários, comunitários e


demais redes públicas];

v. Estruturem, consolidem, dêem permanência e desenvolvam

produtos de comunicação voltados para o resgate e a


divulgação da memória institucional e comunitária da UFRJ;

vi. Articulem, fomentem e desenvolvam a AGÊNCIA UFRJ DE

NOTÍCIAS, com pólos a serem implantados no Centro de


Ciências da Saúde, para cobertura jornalística das Unidades

do Centro; no Centro de Tecnologia, para cobertura

jornalística das Unidades desse Centro, do Centro de


Ciências Matemáticas e da Natureza e do Centro de Letras e

Artes; e no Campus da Praia Vermelha, para cobertura das

Unidades ali localizadas e das Chamadas Unidades isoladas;


vii. Estruturem, consolidem, dêem permanência e desenvolvam

produtos e atividades de relações públicas;

viii. Estruturem, consolidem, dêem permanência e desenvolvam


produtos e atividades de assessoria de imprensa.

9.3 Planejamento, finanças e patrimônio

9.3.1 Princípios gerais


• Uma estrutura complexa e diversificada, do porte da UFRJ, deve

basear todas as suas atividades, acadêmicas, administrativas e


financeiras, em modelos de planejamento participativo e integrado;

• A eficácia da gestão pressupõe a adoção de princípios de

descentralização administrativa e financeira, valorização do


patrimônio imobiliário, através de políticas que garantam sua

preservação e o tornem fonte de recursos para investimento.

9.3.2 Objetivos
• Ampliação e consolidação da sistemática de planejamento e

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 65


´
Serie UFRJ - Debate

orçamentação global;
• Adoção de mecanismos de acompanhamento e controle da

execução orçamentária, flexíveis e transparentes;

• Promoção da descentralização administrativa e financeira;


· Desenvolvimento de políticas efetivas de desmobilização

patrimonial.

9.3.2.1 Meta “A”


Elaboração do orçamento global da universidade, abrangendo

todos os itens de despesa (custeio, investimento, pessoal), com

explicitação do custo total das unidades.

9.3.2.1.1 Ações
a) Iniciar o processo de planejamento, no âmbito das unidades, com
antecedência de, pelo menos, oito meses;

b) Proceder ao levantamento dos custos indiretos das unidades.

9.3.2.2 Meta “B”


Obtenção de um montante equivalente a R$ 160 milhões, em

valores constantes, para o orçamento de custeio da UFRJ.

9.3.2.2.1 Ações
a) Obter aumentos reais anuais nos recursos provenientes do

Orçamento Fiscal da União e destinados ao custeio da UFRJ, em

percentuais compatíveis com a meta perseguida.

9.3.2.3 Meta “C”


Descentralização da gestão administrativa e financeira.

9.3.2.3.1 Ações
a) Proceder ao levantamento das unidades que ainda não se

constituem em unidades orçamentárias, para estender esta

66 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

condição a todas as unidades da UFRJ.

9.3.2.4 Meta “D”


Valorização e transformação do patrimônio em fonte de recursos

para investimento.

9.3.2.4.1 Ações
a) Realizar o levantamento do patrimônio imobiliário da UFRJ, nos
aspectos físico e jurídico-administrativo;

b) Avaliar o patrimônio imobiliário, por intermédio de instituição

especializada;
c) Definir um plano básico de utilização das áreas não utilizadas ou

sub-utilizadas;

d) Elaborar modelos jurídico-econômicos para mobilização dessas


áreas;

e) Realizar contatos com as autoridades federais, estaduais e

municipais para desenvolver um plano de melhoria da infra-


estrutura urbana das áreas objeto dessa política, quando for o caso;

f) Definir políticas para a permissão de uso de áreas na UFRJ.

9.3.2.5 Meta “E”


Desenvolvimento de grandes projetos de requalificação dos

espaços ocupados pela UFRJ.

9.3.2.5.1 Ações
a) Requalificação do Campus da Ilha da Fundão:

i. Recuperar as alas não ocupadas do prédio que abriga o

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e definição de


uma política de ocupação para estas áreas.

ii. Concluir as conversações com o arquiteto Oscar Niemeyer

para a elaboração dos projetos para a Biblioteca Central do

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 67


´
Serie UFRJ - Debate

Fundão e para o grande auditório e arquivo central


iii. Concluir as negociações com o MCT com vistas à obtenção

de recursos para a construção de um prédio para a

administração central UFRJ.


iv. Concluir os estudos com vistas à preparação de edital de

licitação para cessão de uso de áreas comerciais no Campus

da Ilha do Fundão (estádio de futebol, centro de convenções,


arena olímpica, hotel de trânsito, shopping center etc.).

b) Requalificação do Campus da Praia Vermelha.

i. Concluir os estudos com vistas à definição de áreas para


cessão de uso de natureza comercial e à obtenção de

recursos para o projeto de requalificação do Campus da Praia

Vermelha;
ii. Concluir as negociações com o MCT para antecipação do

fim do comodato do CBPF;

iii. Construir e adaptar espaços para salas de aula, e uma


biblioteca central;

iv. Restaurar o Palácio Universitário e formular novas diretrizes

de uso de seu espaço (reconceituação das estratégias de sua


utilização).

9.3.2.6 Meta “F”


Resolução dos problemas pendentes relacionados a áreas ou

imóveis da UFRJ.

9.3.2.6.1 Ações
a) Abrir discussões com vistas a definir políticas em relação à Vila

Residencial;

b) Abrir discussões com a vistas a definir políticas em relação ao


prédio do Hospital-Escola São Francisco de Assis;

c) Recuperar o Canal do Fundão.

68 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

9.4 Relações de trabalho e desenvolvimento dos corpos docente e


técnico-administrativo

9.4.1 Princípios gerais


• Unificação das políticas de gestão de recursos humanos e de
desenvolvimento dos corpos docente e técnico-administrativo.

• Valorização permanente do servidor público, docente e técnico-

administrativo, com respeito à liberdade de expressão e de


organização.

• Defesa dos direitos do servidor e esforços pela reconquista daqueles

que lhe foram retirados.


• Formação e qualificação progressiva de todos os servidores da

Universidade.

• Estabelecimento do mérito e da qualificação como critérios para o


desenvolvimento de todos os servidores da UFRJ;

• Conduta ética em todos os campos de atividades, com estrita


observância aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade e da publicidade.

9.4.2 Objetivos
• Superação da dispersão e da fragmentação existentes na área de

gestão de recursos humanos da UFRJ;

• Recomposição dos quantitativos de pessoal docente e técnico-


administrativo, para atender às atuais necessidades da UFRJ e

planejar sua ampliação, quantitativa e qualitativa, bem como aos

projetos de expansão;
• Adoção de políticas permanentes de qualificação continuada e

progressiva dos corpos docente e técnico-administrativo;

· Descentralização das atividades de gestão de pessoal, tendo em


vista a descentralização da atividade acadêmica em um campus

descontínuo.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 69


´
Serie UFRJ - Debate

9.4.2.1 Meta “A”


Desenvolvimento da carreira para os servidores técnico-

administrativos.

9.4.2.1.1 Ações
a) Aproveitar a qualificação profissional do servidor, adquirida no curso

das atividades que desempenha, como critério de enquadramento e

promoção;
b) Estabelecer critérios que permitam, em um horizonte de autonomia

plena, maior grau de liberdade para a transposição dos cargos da

carreira.

9.4.2.2 Meta “B”


Criação de mecanismo de gestão colegiada

9.4.2.2.1 Ações
a) Criar instância colegiada para a gestão de pessoal.

9..4.2.3 Meta “C”


Desenvolvimento de políticas de qualificação dos servidores e de

avaliação de desempenho.

9.4.2.3.1 Ações
a) Realizar censo institucional para identificação da escolaridade,

capacitação, experiência e perfil profissional do servidor;


b) Elaborar projeto para desenvolvimento e qualificação permanente

dos servidores, visando sua formação integral;

c) Elaborar um novo modelo de avaliação de desempenho;


d) Ação combinada com as unidades com vistas a elevar a titulação

de docentes;

e) Elaboração de políticas concretas unificadas para recrutamento,

70 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

alocação e movimentação de pessoal, bem como adoção de


mecanismos de controle para reduzir a inadimplência de

servidores, docentes e técnico-administrativos;

f) Encaminhar gestões junto ao MEC para a realização de concursos


com a finalidade de recompor o quadro docente e técnico-

administrativo da UFRJ;

g) Concluir o debate do “Plano Estratégico de Desenvolvimento do


Quadro Docente” nos colegiados superiores, com vistas a sua

implementação imediata;

h) Elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento do


quadro técnico-administrativo;

i) Elaboração de projeto com vistas a garantir que, no prazo máximo

de três anos, todos os servidores técnico-administrativos da UFRJ


tenham concluído o nível médio;

j) Adoção de programa de estímulo para que os servidores técnico –

administrativos da UFRJ possam ter acesso à educação superior, em


nível de graduação e de pós-graduação,no interior da própria UFRJ.

9.4.2.4 Meta “D”


Melhoria das Condições de trabalho e valorização do servidor.

9.4.2.4.1 Ações
a) Implantar pólos de assistência integral á saúde, conforme sugestão
do Seminário Interno de Saúde do Trabalhador, de outubro de 2003;

b) Instituir a emerência técnico-administrativa;

c) Elaborar e implantar o Programa de Incentivo à Criação Profissional;


d) Construir a sede social para os servidores da UFRJ;

9.5 Infra-estrutura e condições de trabalho

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 71


´
Serie UFRJ - Debate

9.5.1 Princípios gerais


a) Subordinação das estruturas de administração geral e das políticas

de manutenção e modernização da infra-estrutura aos objetivos de

desenvolvimento acadêmico;
b) Descentralização das ações da administração central.

9.5.2 Objetivos
• Estabelecimento de condições de trabalho e estudo adequadas,
seguras e salubres a professores, estudantes, servidores técnico-

administrativos e a todos os que demandam serviços da

Universidade ou que com ela se relacionam.


• Eliminação de duplicações e redundâncias de instalações e

equipamentos que encarecem o custo do ensino e reduzem a

eficácia do gasto, pela pulverização de recursos;


• Oferecimento para docentes, pesquisadores, estudantes e técnicos -

bem como para a sociedade em geral - de um moderno e amplo


sistema de bibliotecas e informação, dotado de tecnologias

modernas, articulando bibliotecas centrais em seu campus

descontínuo e bibliotecas especializadas em áreas de saber


específicas, atualizadas em suas coleções, e capaz de preservar e

disponibilizar seus acervos.

9.5.2.1 Meta “A”


Garantia de condições adequadas de trabalho e estudo.

9.5.2.1.1 Ações
a) Completar a implantação do Plano de Segurança;
b) Realizar gestões junto às autoridades municipais e estaduais com

vistas à melhoria progressiva do sistema de transporte para o

Campus do Fundão;

72 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

c) Ampliar o sistema de transporte interno na Cidade Universitária e


entre as diferentes áreas do campus descontínuo;

d) Desenvolver gestões junto aos órgãos dos governos federal,

estadual e municipal com vistas à modernização e eficientização


dos sistemas de iluminação pública na Cidade Universitária;

e) Racionalizar as estruturas de manutenção do campus;

f) Promover a integração entre as várias áreas do campus, através de


políticas específicas na área cultural, esportiva e social;

g) Ampliar o plano de reforma das salas de aula e de melhoria dos

laboratórios de pesquisa e dotá-lo de recursos, orçamentários e/ou


extra-orçamentários para sua viabilização.

9.5.2.2 Meta “B”


Ampliação, modernização e desenvolvimento de laboratórios e
salas de aula.

9.5.2.2.1 Ações
a) Ampliar o plano de reforma das salas de aula e de melhoria dos

laboratórios de pesquisa e dotá-lo de recursos, orçamentários e/ou

extra-orçamentários, para sua viabilização;


b) Construir o prédio para o Instituto de Química de acordo com as

normas de segurança exigidas para as atividades desenvolvidas em

química e áreas afins;


c) Reagentes em geral nos padrões de segurança definidos pela

Legislação;

d) Construir o prédio para o Instituto de Matemática, tendo em vista


que a situação atual é fragmentada e dificultando a necessária

integração acadêmica;

e) Concluir as obras do prédio do Instituto de Física;


f) Estabelecer o Plano de ocupação da quadra do CCMN com áreas de

convivência e alimentação;

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 73


´
Serie UFRJ - Debate

g) Promover políticas de eliminação de fatores de risco observados em


laboratórios de pesquisa;

h) Equipar e ampliar, qualitativa e quantitativamente, os laboratórios

de informática para a graduação;


i) Equipar e desenvolver as secretarias de graduação e de pós-

graduação.

9.5.2.3 Meta “C”


Ampliação, modernização e reconcepção do Sistema de Bibliotecas

9.5.2.3.1 Ações
a) Institucionalizar o SIBI;

b) Ampliar e atualizar o acervo bibliográfico em todos os formatos,

através da destinação de recursos orçamentários e outros;


c) Otimizar a prestação de serviços das bibliotecas;

d) Promover políticas de preservação e conservação de acervos raros;

e) Equipar as bibliotecas com as modernas tecnologias de tratamento e


acesso à informação;

f) Ampliar o quadro técnico das bibliotecas, através da realização de

concursos públicos.

9.5.2.4 Meta “D”


Saúde do trabalhador e segurança no trabalho.

9.5.2.4.1 Ações
a) Implantação de pólos de assistência integral à saúde, conforme

sugestão do Seminário Interno de Saúde do Trabalhador, de outubro

de 2003.
b) Criar a comissão permanente de avaliação dos fatores de risco e

desenvolver políticas específicas para reduzir estes fatores.

74 Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ


´
Serie UFRJ - Debate

9.5.2.5 Meta “E”


Modernização dos serviços e da infra-estrutura interna.

9.5.2.1 Ações
a) Constituir a “Superintendência Especial de Modernização”39;
b) Iniciar uma ampla reforma dos sistemas e procedimentos

administrativos, visando sua simplificação através da

informatização e da redução dos tempos e das instâncias de


tramitação dos processos;

c) Iniciar o processo de descentralização da execução orçamentária,

transformando todas as unidades acadêmicas em UG’s e


constituindo, no âmbito dos Centros Universitários, Escritórios de

Planejamento e Execução Financeira, para suporte às unidades a

eles vinculadas;
d) Iniciar o processo de descentralização de ações da administração

geral, constituindo pólos da Pró-Reitoria de Pessoal e da


Superintendência de Administração e Finanças na Praia Vermelha .

e) Viabilizar o projeto de modernização da rede de voz e dados;

f) Iniciar a implantação do projeto de VOIP para a Universidade.

39
Denominação provisória. A nova superintendência deveria incluir a parte de
serviços, hoje a cargo do NCE, e deveria ter interfaces orgânicas com as áreas de
ensino e pesquisa desenvolvidas nas unidades de ensino e pesquisa. Uma possível
solução seria formar seu núcleo central com servidores, docentes e técnico-
administrativos, de dupla localização.

Proposta de Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional - UFRJ 75

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