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Acórdãos
Número do Acórdão:
ACÓRDÃO DE RELAÇÃO 3143/2019 - SEGUNDA CÂMARA
Relator:
ANDRÉ DE CARVALHO
Processo:
003.895/2019-0
Tipo de processo:
RELATÓRIO DE MONITORAMENTO (RMON)
Data da sessão:
07/05/2019
Número da ata:
14/2019 - Segunda Câmara
Entidade:
Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SES-SE) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de
Aracaju - SE.
Unidade Técnica:
Secretaria do TCU no Estado de Sergipe (Sec-SE).
Representante Legal:
não há.
Acórdão:
ACÓRDÃO Nº 3143/2019 - TCU - 2ª Câmara
Considerando, além disso, que a unidade técnica analisou o cumprimento das determinações e
recomendações encaminhadas por meio do Acórdão 7.454/2018-TCU-2ª Câmara, além de
sugerir a realização de audiências e o encaminhamento de determinações e recomendações à
Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, com o envio, ainda, de cópia desta deliberação ao
Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, ao Ministério Público do
Estado de Sergipe, à Superintendência da Controladoria Regional da União no Estado de
Sergipe, à 7ª Vara Cível de Aracaju – SE e ao Ministério Público Federal em Sergipe;
(v) converter o presente processo de fiscalização em tomada de contas especial e, desde logo,
autorizar as citações dos responsáveis solidários, em face do irregular pagamento do valor
referente à “diferença complementar” (ou “complemento MAC”) , ante a diferença de
aproximadamente 70% entre o valor contratado mensalmente e o valor efetivamente produzido,
a partir da previsão dada pela alínea “c” do inciso II da Cláusula 9ª do Contrato 8/2018, para os
meses de janeiro a outubro de 2018, resultando no dano ao erário sob o valor de R$
6.785.351,48, sob as seguintes condições:
COMPETÊNCIA DATA DE PAGAMENTO NOTAS FISCAIS VALOR NOTA FISCAL (R$)
TOTAL 6.785.351,48
Conduta: ter autorizado, como ordenador de despesa, o pagamento irregular nas ordens
bancárias referentes às Notas Fiscais 567, 569, 571, 573, 575, 577, 579, 581, 583 e 585;
(2) Dispositivos legais infringidos: arts. 62 e 63, caput, e § 2º, III, da Lei nº 4.320, de 1964;
1.1. Responsáveis: José Almeida Lima (CPF 102.237.385-49) e Valberto de Oliveira Lima (CPF
127.544.475-04) .
1.7. Recomendar, nos termos do art. 250, III, do RITCU, que, por meio da Comissão de
Acompanhamento do Contrato (CAC) para o Contrato 6/2019 firmado com a Fundação de
Beneficência Hospital de Cirurgia, a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe adote as seguintes
medidas: i) realize o pleno monitoramento do serviço de quimioterapia prestado por essa
fundação aos pacientes do SUS; ii) exija dessa fundação que, ao firmar o contrato para a
prestação dos serviços de quimioterapia, especifique, de forma clara, as metas quantitativas
destinadas a esses pacientes com vistas a evitar a generalização verificada no Contrato 12/2008
celebrado entre esse hospital e a Onco Hematos Cirurgia Ltda.; iii) ajuste o quantitativo de
quimioterapia previsto no Contrato 6/2019 com o intuito de garantir a não estipulação de metas
acima da capacidade operacional da empresa contratada, sem prejudicar, todavia, a efetividade
do ajuste;
1.8. Determinar, nos termos do art. 250, II, do RITCU, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias
contados da ciência deste Acórdão, a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe adote as
seguintes medidas:
1.8.2. promova o saneamento da ausência de regulação efetiva sobre o acesso aos serviços de
saúde pública na unidade da federação, além da falta de transparência no processo regulatório,
em face, principalmente, dos pacientes oncológicos do SUS encaminhados à Fundação de
Beneficência Hospital de Cirurgia e ao Hospital de Urgência de Sergipe, atendendo aos
princípios do acesso universal e igualitário às ações de saúde, nos termos do art. 196 da
Constituição de 1988, e às normas do Ministério da Saúde sobre o mecanismo regulatório no
SUS; devendo informar o TCU, no final do aludido prazo, sobre as medidas adotadas em
atendimento à referida determinação, com a devida documentação comprobatória, e sobre os
eventuais resultados já alcançados;
1.9.1. promova a audiência do Sr. Valberto de Oliveira Lima (CPF 127.544.475-04) , como atual
Secretário de Estado da Saúde de Sergipe, nos termos dos arts. 10, § 1º, e 12, inciso III, da Lei nº
8.443, de 1992, e do art. 202, inciso III, do Regimento Interno do TCU, para que, no prazo de 15
(quinze) dias, apresente as suas razões de justificativa em face de todas as irregularidades
detectadas nos autos e, especialmente, das seguintes falhas:
1.9.1.1. inclusão da alínea “c” do inciso II da Cláusula Nona no Contrato 6/2019 firmado entre a
Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe e a Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia,
sem o embasamento normativo do Ministério da Saúde, permitindo o pagamento por ações e
serviços de saúde sob o percentual mínimo de 75% do valor mensal do contrato, sem a devida
1.9.1.2.. descumprimento do inciso VII do art. 5º da Portaria MS 3.410, de 2013, pois, a despeito
de instituída a Comissão de Avaliação do Contrato (CAC) para os Contratos 8/2018 e 6/2019
firmados entre a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe e a Fundação de Beneficência
Hospital de Cirurgia, o seu funcionamento não teria ocorrido regular e adequadamente;
1.9.1.3. não atendimento às solicitações feitas pelo TCU por meio do Ofício de Requisição
106/2019-TCU/Sec-SE, de 21/2/2019 (Peça 3) , em relação, notadamente, ao rol de responsáveis
e aos relatórios mensais da Comissão de Acompanhamento do Contrato 8/2018 (CAC) emitidos
no período de janeiro de 2018 a janeiro de 2019, além do Ofício de Requisição 2/2019-TCU/Sec-
SE, de 8/3/2019, em ofensa ao art. 42, caput, da Lei 8.443, de 1992;
1.9.1.4. não ter adotado as efetivas medidas para cumprir a determinação proferida pelos itens
9.1.1 e 9.1.1.3 do Acórdão 7.454/2018-TCU- 2ª Câmara, além de ter apresentado o plano de
ação, informando que todos os serviços e atividades (oncológicas ou não) inerentes ao contrato
firmado com a Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia seriam realizadas de forma
regulada, a despeito de essa informação não condizer com a realidade, já que, atualmente, no
bojo dos atendimentos oncológicos, apenas os procedimentos radioterápicos e as cirurgias
oncológicas-urológicas estariam reguladas pelo complexo regulatório estadual:
1.9.2. promova a audiência do Sr. José Almeida Lima (CPF 102.237.385-49) , como então
Secretário de Estado da Saúde de Sergipe, nos termos dos arts. 5º, inciso VII, e 43, inciso II, da Lei
nº 8.443, de 1992, e dos arts. 1º, inciso XX, 253, inciso IV, e 250, inciso IV, do Regimento Interno
do TCU, para que, no prazo de quinze dias, apresente as suas razões de justificativa pela inclusão
da alínea “c” do inciso II da Cláusula Nona no Contrato 8/2018 firmado entre a Secretaria de
Estado da Saúde de Sergipe e a Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, sem o
embasamento normativo do Ministério da Saúde, permitindo o pagamento por ações e serviços
de saúde sob o percentual mínimo de 75% do valor mensal do contrato, sem a devida
contraprestação por parte da fundação e sem qualquer mecanismo de controle sobre a oferta e
a demanda de ações e serviços, em ofensa ao art. 28 da Portaria MS nº 3.410, de 2013:
1.9.4. envie a cópia do presente Acórdão, acompanhada da cópia do parecer da unidade técnica,
ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, ao Ministério Público do Estado de Sergipe, à
Superintendência da Controladoria Regional da União no Estado de Sergipe, à 7ª Vara Cível de
Aracaju – SE e ao Ministério Público Federal em Sergipe, para ciência e adoção das providências
cabíveis.
porventura