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Filo Mollusca

Este filo subdivide-se em 7 classes, mas aqui serão estudadas apenas 3:

Classe bivalve, classe gasthropoda e classe cephalopoda. Apesar disto,


existem sempre aquelas características que permitem que unamos estas três
classes num único filo.
Entre estas características podemos referir as seguintes:
Todos os moluscos apresentam uma simetria bilateral, apesar de, em alguns
casos ( como o caracol) o corpo do indivíduo sofrer uma torção durante o
desenvolvimento embrionário.

O corpo é mole, possuindo geralmente um exoesqueleto (concha), formado


a partir das glândulas presentes no manto (que todos possuem), uma prega
de tecido situada sobre o corpo do indivíduo e que delimita a cavidade do
manto, a qual tem a função de alojar as brânquias e os pulmões.

O corpo divide-se na maioria dos casos em cabeça, onde há uma


concentração de massas ganglionares nervosas formando os olhos, massa
visceral, local onde está a maior parte dos órgãos, e pé, que é um órgão
musculoso utilizado na locomoção, que assume várias formas.

O sistema digestivo é completo, iniciando-se com uma boca onde se


localizam as rádulas, que servem para raspar a superfície de rochas ou
outras superfícies, compostas por filas de pequenos dentes virados para
trás. Seguidamente temos o esófago, estômago, intestino e orifício retal,
este último tendo origem na zona oposta à boca primordial. A partir disto
temos várias glândulas digestivas.

O sistema circulatório é por vezes aberto, isto é, o sangue circula em


lacunas, fora de vasos, ocorrendo que o coração está posicionado
dorsalmente.

Geralmente são gonocóricos, sendo, nos aquáticos, a fecundação externa,


mas existem alguns hermafroditas.

Classe Gastrópoda

Gastropodes aquáticos: brânquias na cavidade do manto.


Gastropodes terrestres: não possuem brânquias, mas sim uma espécie de
pulmão.
Em qualquer dos casos, a cavidade do manto (ou paleal) está fortemente
irrigada, pois é onde se dão as trocas gasosas, penetrando o ar, ou água,
repleto de oxigênio por um orifício respiratório.

Geralmente concha univalve, na qual está inserida a massa visceral, que


pode tomar vários formatos (em hélice, achatada…)

O pé, em posição ventral, possui formato de palmilha, o que possibilita o


rastejar. Torção da massa visceral, que resultou de uma rotação de 180º do
orifício retal e cavidade do manto, os quais passaram do lado posterior para
o lado anterior durante o desenvolvimento embrionário. Isto faz com que o
tubo digestivo adote a forma de um U, ocorrendo que o orifício retal abre
sobre a cabeça.

Possuem rádula

Classe Bivalve

Possuem como o nome indica duas valvas, que são articuladas a partir da
zona dorsal (zona da charneira), onde se localizam fortes músculos que
mantêm as valvas fechadas, protegendo o animal.

Não há, nos bivalves, diferenciação da cabeça.

O manto reveste as conchas internamente, e delimita a cavidade do manto,


que comunica com o exterior através de dois sifões (um para entrar água, o
outro para sair).

Na cavidade palial existem dois pares de brânquias lamelares

Alimentam-se de pequenas partículas que penetrem na cavidade do manto,


e que são transportadas para a boca – não possuem, portanto, rádula.

Os animais são gonocóricos, sendo a fecundação geralmente externa, e


ocorrendo metamorfoses nos seus ciclos de vida.

Classe Cephalopoda

Possuem 8 a 10 tentáculos pejados de ventosas que rodeiam a boca,


formando o pé.
Os cefalópodes possuem uma cefalização evidente, com dois olhos
relativamente desenvolvidos, além de apresentarem um sistema nervoso
desenvolvido que utilizam com funções de memorização e aprendizagem (o
mesmo não acontece com os outros moluscos)

A sua alimentação dá-se através da captação das presas com os tentáculos,


e respectiva dilaceração com as mandíbulas e com a rádula.

Na cavidade do manto localizam-se as brânquias

O sistema circulatório, ao contrário dos outros moluscos, é fechado,


ocorrendo que o sangue corre em vasos e artéria.

Alguns cefalópodes, como o náutilo e a amonite (que deve ser conhecida


para quem teve tlg) têm conchas externas, no entanto a maioria dos
cefalópodes têm conchas internas (como o choco ou a lula), ou não têm
concha (como o polvo).

Os cefalópodes também se distinguem dos outros moluscos pelas


capacidades que desenvolveram como fuga a predadores. Entre estas
encontramos a possibilidade de se deslocarem a amoires velocidades, por
retropropulsão, a capacidade de mudar de coloração, confundindo-se com o
meio, e o tão difundido jato de tinta, que não é tinta, mas sim um líquido
negro que turva a água permitindo a fuga – este líquido encontra-se no
interior de uma cavidade do molusco denominada bolsa do ferrado.

Fonte: www.geocities.com

Filo Mollusca

Os moluscos são animais de corpo mole, viscoso, não segmentado, sem


apêndices articulados, triblásticos, com uma cavidade geral (celoma),
simetira bilateral, dividindo em três partes: cabeça, pé e massa visceral.
Geralmente apresentam uma concha calcária.

Sistema tegumentário

Esses animais possuem epitélio simples, às vezes ciliado e muito rico em


células glandulares, cuja secreção torna o tegumento úmido e mole. A parte
do tegumento que recobre a massa visceral forma uma dobra, chamada
manto ou pallium, que secreta a concha. Chama-se cavidade pateleal ao
espaço compreendido entre o manto e a superfície do corpo (nessa cavidade
se aloja o aparelho respiratório dos moluscos).

A concha consiste em uma camada orgânica externa (periostraca); uma


camada media (prismática) constituída por cristais prismáticos de aragonia
e uma camada interna (nacarada), lisa e brilhante, conhecida como
madrepérola.

A concha pode ser univalve, quando formada por uma só peça (caramujos e
caracóis), e bivalve, quando formada por duas peças, que se adaptavam e
articulam (ostras e mariscos).

Sistema respiratório

A respiração pode ser: cutânea, branquial e pulmonar. As bransquiasa


estão alojadas na cavidade palial. A respiração pulmonar ocorre em
gastrópodes terrestres (caracóis); os pulmões são constituídos por um
sistema de vasos sanguíneos muito ramificados que se espalham no teto da
cavidade pateleal a há uma comunicação com o exterior através de um
orifício chamado pneumostoma.
Os pelecípodes são animais filtradores. A água cirdante que penetra na
cavidade do manto carrega as partículas úteis são ingeridas pela boca.

Sistema digestório

E do tipo completo e compreende: boca, faringe, esôfago, estomago,


intestino e anus. Na parte basal da faringe musculosa há uma lamina
quitinosa denominada rádula, portadora de dentículos, dirigidos para trás e
próprios para ralar os alimentos. E um órgão exclusivo dos moluscos e
ausente na classe Pelecípodes. Tem como glândulas anexas, o fígado e as
glândulas salivares.

Sistema circulatório

E do tipo laculanar. O coração tem posição dorsal, aparece no interior de


uma cavidade pericárdica e recebe o sangue proveniente dos órgãos
respiratórios por intermédio de veias. Pode ter um ou dois átrios e um
ventrículo, de onde o sangue e distribuídos aos tecidos. O sistema
circulatório, apesar do desenvolvimento de artérias, veias e capilares, e
sempre aberto, comunicando-se com lacunas sanguinas, situadas em vários
órgãos.
Sistema excretor

A excreção é feita por rins (nefrideos modificados), que retiram as excretas


da cavidade periférica e eliminam na cavidade pateleal, de onde passam
para o exterior.

Sistema nervoso

E do tipo ganglionar, existindo 3 pares de gânglios


nervosos: cerebroides, pediais e viscerais, os quais coordenam,
respectivamente, as funções: sensórias, locomotora e vegetativa.
Os órgãos sensoriais são: estatocistos (equilíbrio), células tácteis,
quimiorreceptoras e os olhos, muito desenvolvidos nos cefaloides.

Reprodução

Nos moluscos há casos de hermafroditismo, mas geralmente são de sexos


separados. Nos hermafroditas ocorre fecundação cruzada, como nos
caracóis e caramujos que, que ao copularem, se estimulam mutuamente
enterrando um no outro o “dardo do amor”. Além disso, possui uma
gônada hermafrodita, a ovotestis. Essa glândula pode produzir
espermatozoide e óvulos.
A copulação e recíproca; o falo de cada caracol penetra na genitália do
outro conjugantes, transferido o espermatozoide. O desenvolvimento dos
ovos é direto.

Localização

Vivem nos mais variados ambientes.

Há espécies em terra úmida: caracóis, lesmas; marinhos, fixos em


rochas, como ostras e mariscos; livres, no fundo sobre a areia,
caramujos, que possuem espécies de água doce e de água salgada; de
natação ativa: lulas e polvos. São facilmente encontrados nas praias, em
rios e lagos ou no ambiente terrestre.
Você sabia?
A espessura e a forma das conchas dos moluscos estão relacionadas com
a adaptação com o ambiente em que elas vivem. Os caracóis possuem uma
concha fina, que não prejudica sua locomoção em ambiente terrestre. O
caramujo tem uma concha mais espessa, capaz de resistir ao choque das
ondas. Os pelecípodes apresentam conchas achatadas de duas valvas,
prendendo-se as rochas e resistindo a força da água. Os polvos e as lulas
não possuem conchas externas e isso permite uma locomoção ágil por
propulsão com jatos de água.
Fonte: br.geocities.com

Filo Mollusca

Este grande grupo, o segundo maior grupo de animais em número de


espécies, reúne animais de corpo mole, simetria bilateral frequente, não
segmentado, coberto por um manto delgado que, na maioria das formas,
segrega uma concha calcária dura que protege seus corpos. Essa concha é
uma característica marcante da maioria dos moluscos. Nas lesmas e nos
polvos, ela está ausente. Nas lulas, é pequena e interna. O pé é a estrutura
muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar,
cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa
visceral. Nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e reprodutor.
Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela produção da
concha. Entre a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada
cavidade do manto. Nos moluscos aquáticos, essa cavidade é ocupada pela
água que banha as brânquias, nos terrestres, é cheia de ar e ricamente
vascularizada, funcionando como órgão de trocas gasosas, análoga a um
pulmão. A cabeça ocupa posição anterior, onde se abre a boca, entrada do
tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também se localizam na
cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos
moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais,
quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.

Lesmas, ostras, mariscos, polvos e lulas estão entre os membros mais


conhecidos, já sendo observadas, portanto, muitas formas diferenciadas de
conchas, de tamanhos e de estruturas. São predominantemente marinhos,
embora existam espécies de água doce e terrestres, podendo ter vida livre,
viver fixos ou enterrados.

Podem apresentar poucos centímetros, ou atingir dimensões monstruosas,


como a lula gigante de águas profundas de 15 metros de comprimento.

Muitos são consumidos pelo ser humano, algumas espécies de ostras


podem produzir pérolas valiosas. O grau avançado dos Moluscos é
evidenciado pela complexidade do seu aparelho digestivo (que inclui boca,
fígado, rim, intestino) e seu aparelho respiratório (que inclui um coração e
vasos sanguíneos, contendo sangue vermelho, azul, verde ou incolor).
Apresentam uma disparidade morfológica sem comparação dentre os
demais filos de animais, reunindo os familiares caracóis (reptantes), ostras
e mariscos (sésseis) e lulas e polvos (livre-natantes), assim como formas
pouco conhecidas, como os quítons, conchas dente-de-elefante
(Scaphopoda) e espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres). Os
moluscos fazem-se representar em vários habitats (mares, águas doces,
salobras e terra firme) por cerca de 100.000 espécies. Vivem desde as
profundidades de 10.000 metros, nos mares, até 5.400 metros acima do
nível do mar, na terra. Os moluscos invadiram quase todos os ambientes;
costuma-se dizer que só não há moluscos voando.

Os moluscos são extremamente importantes na economia de muitos países,


como fonte de alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da
natureza ou mesmo cultivados. Em muitos países, possibilitam até a
existência de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola.
Apresentam interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de
doenças, enquanto outras, aparentemente, podem ser usadas no controle
destas.
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do
grupo, a fecundação é interna e cruzada. Muitas espécies são monoicas
(como o caramujo de jardim). Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e
encostam seus poros genitais, pelos quais se fecundam reciprocamente. Os
ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a
passagem por fase larval (desenvolvimento direto). Nas formas aquáticas,
há espécies monoicas e espécies dioicas (como o mexilhão). A forma mais
comum de desenvolvimento é o indireto.
CARACOL (Helix aspersa)

Caracol
Características
Molusco terrestre, de concha relativamente fina, que não deve ser
confundido com o caramujo (concha mais grossa e de ambiente aquático).
Mede entre 28 e 35 mm e pesa em torno de 8 a 12 g. Concha geralmente
escura, embora existam variedades cujas conchas são mais claras e até
unicolores, em uma variedade de concha amarelada sem faixas. As estrias
de crescimento são pouco visíveis e as faixas espirais são bem escuras e
destacadas na variedade padrão. A concha não possui umbigo. Também
conhecido como escargot ou Petit Gris. Muito apreciado para fins
culinários, pois sua carne é saborosa e rica em proteínas, segundo os
especialistas. Por isso é a espécie mais criada em cativeiro. A helicicultura
ou criação de escargots no Brasil é ainda uma recente e pouco difundida
atividade econômica. Contudo se tratando de uma prática incomum, já
conta com grandes criadores espalhados pelo país, obtendo uma produção
abundante e de alta qualidade.

Habitat
Áreas úmidas com muita vegetação e hortas.

Ocorrência
É originário dos países mediterrânicos. Introduzido no Brasil, é a espécie
criada para fins comerciais.

Hábitos
É capaz de absorver ou rejeitar água através dos poros da sua pele. Em
função disso, o animal rege a sua atividade, hibernando-se quando a
temperatura for inferior a 5ºC e morre se descer abaixo dos 0ºC. O seu
período de atividade máxima é à noite. A temperatura ideal, para o
desenvolvimento da criação localiza-se entre 16 e 24 graus centígrados.
Dentro dessa faixa é onde o escargot alcança sua plenitude máxima de
atividade biológica. Sendo um animal de hábitos noturnos, sempre que a
temperatura se situa dentro dessa faixa, o escargot mostra-se extremamente
ativo durante à noite e excepcionalmente, em dias escuros, nublados e
chuvosos. Lembrando que abaixo de 10 e acima de 28 graus centígrados o
escargot entra em processo de hibernação, cessando completamente suas
atividades normais. Ele permanecerá neste estado de estagnação enquanto a
temperatura não voltar aos níveis normais.

Alimentação
Herbívoros

Reprodução
É hermafrodita, no entanto tem que acasalar para haver fecundação. O
ritual de acasalamento dura cerca de 10 horas e podem ocorrer várias vezes.

O período que decorre desde o acasalamento até à desova varia conforme a


temperatura, mas rondam os 15 dias. Para pôr os ovos, o caracol escava um
buraco na terra com 3 a 4 cm de profundidade, no qual introduz a parte
anterior do seu corpo. Cada postura dura várias horas e o caracol põe entre
60 e 150 ovos com 4 mm de diâmetro. Em seguida, o caracol cobre o
buraco, iniciando-se a fase de incubação (14 a 30 dias, de acordo com a
temperatura). Quando se dá a eclosão dos ovos, o caracol nasce já formado,
com uma casca de 3 mm e pesa em média 27 mg. Fica no seu “ninho”
durante alguns dias, alimentando-se dos resíduos orgânicos e dos restos dos
ovos.

Predadores naturais
Ratos e as lagartixas, sapos, aves, alguns insetos e ácaros.

Ameaças
Além da temperatura outros fatores influenciam diretamente na vida dos
caracóis. A umidade é de importância vital para a sobrevivência e
desenvolvimento do escargot, já que o tegumento dos caracóis é
extremamente penetrável e, portanto de fácil desidratação. A umidade ideal
é de 85%, sendo acima de 80% satisfatória. Umidade excessiva também é
prejudicial. A exposição direta ao sol é fatal aos escargots. Por outro lado a
escuridão é prejudicial e se for duradoura é fatal. Portanto deve haver um
equilíbrio entre luz e sombra, já que são indispensáveis ao escargot. O solo
ideal para o escargot é neutro e de formação calcária.

A exposição ao vento é extremamente prejudicial graças ao seu tecido


corpóreo que é muito vulnerável; da mesma forma que a exposição à
poeira, provocando seu ressecamento.

CARAMUJO (Biomphalaria glabrata)

Caramujo
Características
Molusco terrestre, de concha relativamente fina, que não deve ser
confundido com o caramujo (concha mais grossa e de ambiente aquático).
Mede entre 28 e 35 mm e pesa em torno de 8 a 12 g. Concha geralmente
escura, embora existam variedades cujas conchas são mais claras e até
unicolores, em uma variedade de concha amarelada sem faixas. As estrias
de crescimento são pouco visíveis e as faixas espirais são bem escuras e
destacadas na variedade padrão. A concha não possui umbigo. Também
conhecido como escargot ou Petit Gris. Muito apreciado para fins
culinários, pois sua carne é saborosa e rica em proteínas, segundo os
especialistas. Por isso é a espécie mais criada em cativeiro. A helicicultura
ou criação de escargots no Brasil é ainda uma recente e pouco difundida
atividade econômica. Contudo se tratando de uma prática incomum, já
conta com grandes criadores espalhados pelo país, obtendo uma produção
abundante e de alta qualidade.

Habitat
Áreas úmidas com muita vegetação e hortas.

Ocorrência
É originário dos países mediterrânicos. Introduzido no Brasil, é a espécie
criada para fins comerciais.

Hábitos
É capaz de absorver ou rejeitar água através dos poros da sua pele. Em
função disso, o animal rege a sua atividade, hibernando-se quando a
temperatura for inferior a 5ºC e morre se descer abaixo dos 0ºC. O seu
período de atividade máxima é à noite. A temperatura ideal, para o
desenvolvimento da criação localiza-se entre 16 e 24 graus centígrados.
Dentro dessa faixa é onde o escargot alcança sua plenitude máxima de
atividade biológica. Sendo um animal de hábitos noturnos, sempre que a
temperatura se situa dentro dessa faixa, o escargot mostra-se extremamente
ativo durante à noite e excepcionalmente, em dias escuros, nublados e
chuvosos. Lembrando que abaixo de 10 e acima de 28 graus centígrados o
escargot entra em processo de hibernação, cessando completamente suas
atividades normais. Ele permanecerá neste estado de estagnação enquanto a
temperatura não voltar aos níveis normais.

Alimentação
Herbívoros

Reprodução
É hermafrodita, no entanto tem que acasalar para haver fecundação. O
ritual de acasalamento dura cerca de 10 horas e podem ocorrer várias vezes.
O período que decorre desde o acasalamento até à desova varia conforme a
temperatura, mas rondam os 15 dias. Para pôr os ovos, o caracol escava um
buraco na terra com 3 a 4 cm de profundidade, no qual introduz a parte
anterior do seu corpo. Cada postura dura várias horas e o caracol põe entre
60 e 150 ovos com 4 mm de diâmetro. Em seguida, o caracol cobre o
buraco, iniciando-se a fase de incubação (14 a 30 dias, de acordo com a
temperatura). Quando se dá a eclosão dos ovos, o caracol nasce já formado,
com uma casca de 3 mm e pesa em média 27 mg. Fica no seu “ninho”
durante alguns dias, alimentando-se dos resíduos orgânicos e dos restos dos
ovos.

Predadores naturais
Ratos e as lagartixas, sapos, aves, alguns insetos e ácaros.

Ameaças
Além da temperatura outros fatores influenciam diretamente na vida dos
caracóis. A umidade é de importância vital para a sobrevivência e
desenvolvimento do escargot, já que o tegumento dos caracóis é
extremamente penetrável e, portanto de fácil desidratação. A umidade ideal
é de 85%, sendo acima de 80% satisfatória. Umidade excessiva também é
prejudicial. A exposição direta ao sol é fatal aos escargots. Por outro lado a
escuridão é prejudicial e se for duradoura é fatal. Portanto deve haver um
equilíbrio entre luz e sombra, já que são indispensáveis ao escargot. O solo
ideal para o escargot é neutro e de formação calcária. A exposição ao vento
é extremamente prejudicial graças ao seu tecido corpóreo que é muito
vulnerável; da mesma forma que a exposição à poeira, provocando seu
ressecamento.

COQUILLE SAINT JACQUES (Nodipecten nodosus)

Coquille
Características
É nativa do litoral brasileiro, e apresenta um grande potencial para cultivo,
devido ao grande tamanho, rápido crescimento e alto valor de mercado,
além do suave e requintado sabor que faz dessa espécie uma rara iguaria. É
a espécie mais cultivada no Brasil atualmente.

Habitat
Mares

Ocorrência
Litoral brasileiro

Alimentação
Filtrador (plâncton)

Predadores naturais
Búzios, peixes, moluscos, cracas.

Ameaças
Poluição, destruição do habitat, pesca predatória e roubo nas unidades de
produção.

LESMA DO MAR (Aplysia dactylomela)

Lesma
Características
Apresentam brânquias na parte posterior do corpo. Têm cabeça bem
desenvolvida, provida de um ou dois pares de tentáculos. Podem apresentar
uma concha interna e uma cavidade posterior reduzida, onde se encontram
as brânquias (cavidade paleal) ou não apresentar concha nem cavidade
paleal, tendo as brânquias expostas. Tem simetria bilateral e tamanha
próxima a 15 cm de comprimento. Apresenta cabeça com dois pares de
tentáculos. Sua cor é amarelo-esverdeada, com manchas negras esparsas. A
concha desta espécie apresenta tamanho reduzido e não é visível
externamente, pois é encoberta por uma dobra delgada da epiderme,
denominada manto.
Habitat
Mares

Ocorrência
No Brasil, ocorre de Fortaleza a São Paulo.

Hábitos
Moluscos marinhos adaptados à vida em todos os tipos de fundos ou na
massa d’água. Bentônica, ou seja, vive associada ao substrato onde rasteja,
mas também pode nadar com projeções do pé (parapódios). Na época de
desova são encontradas na zona entre-marés, associadas com algas
marinhas, que lhes servem de proteção e alimento. São animais lentos e de
fácil captura, mas, em situações de ameaça, eliminam um líquido púrpura,
que facilita sua fuga.

Alimentação
Herbívora, alimentando-se de algas, sobretudo do gênero Ulva (alface-do-
mar).

Reprodução
Hermafrodita, e sua cópula promove troca mútua de espermatozóides. Os
ovos são depositados dentro de cordões gelatinosos amarelos, que ficam
presos entre as algas ou em outro substrato e o desenvolvimento é direto.

Ameaças
Poluição e destruição do habitat.

LULA (Loligo vulgaris)

Lula
Características
Corpo alongado. O comprimento do corpo dos machos é de
aproximadamente 35 cm, podendo chegar a 50 cm, e o das fêmeas, 22 cm.
C abeça com dois grandes olhos, situados lateralmente, boca central
rodeada por tentáculos ou braços, estes constituem 5 pares, sendo e
menores mais grossos com numerosas ventosas no lado interno. Os dois
tentáculos restantes são bem mais longos, apresentando ventosas apenas
nas extremidades dilatadas. Os tentáculos têm a propriedade de alongar-se
ou retrair-se, até ficarem quase ocultos. Logo após o pescoço há uma
espécie de funil muscular chamado sifão. O resto do corpo é delgado,
cônico, com uma nadadeira triangular ao longo de cada lado da
extremidade afilada, as quais equilibram o animal durante a natação.

Coloração variável, frequentemente rosa-esbranquiçada, pintalgada de


púrpura ou castanha na parte dorsal. É comestível.

Habitat
Mares, raramente encontrada perto da costa.

Ocorrência
Toda a costa brasileira

Hábitos
Pelágica. Emite jatos de tinta, como os demais cefalópodes, quando
provocada, obscurecendo o meio e dificultando a ação de predadores.

Deslocam-se rastejando ou nadando. No primeiro caso utilizando os braços


com suas ventosas, no segundo usando as nadadeiras que também servem
como leme de altitude. Desloca-se rapidamente, expelindo água. Nadam
velozmente através da propulsão produzida por um jato de água expelido
por um sifão próximo à cabeça e pelo movimento dos braços. A água
utilizada para respiração penetra na cavidade paleal através de uma abertura
situada entre o manto e o corpo na região do pescoço. Por contração
enérgica do manto a água da cavidade paleal é expulsa em sentido oposto.
O sifão pode curvar-se para trás, mudando a direção de deslocamento do
animal.

Alimentação
Carnívoros, principalmente peixes e crustáceos. Lançam os tentáculos
sobre a vítima, agarrando-a com rapidez e colocando-a naquele ninho de
braços, matam-na com o poderoso bico de papagaio que fica no centro.

Reprodução
São dióicas, ou seja, cada indivíduo produz apenas um tipo de gameta
(espermatozóide ou óvulo). A fecundação pode ser interna, na cavidade
paleal, ou externa, mas sempre há cópula. Durante a cópula o hectocótilo
transfere os espermatozóides envoltos em uma cápsula gelatinosa
(espermatóforo) para a cavidade paleal da fêmea. O desenvolvimento é
externo e direto, ou seja, do ovo surge um novo indivíduo semelhante ao
adulto.
Ameaças
Pesca predatória e poluição.

MEXILHÃO (Perna)

Mexilhão
Características
Molusco marinho, comestível, que atinge 5,5 cm de comprimento, bivalve,
com duas conchas alongadas, de coloração escura e nuances azulada
metálica. O manto é o tecido que reveste internamente a concha do animal,
delimitando um espaço vazio interno onde estão os órgãos. Ventralmente
há uma abertura transversal por onde a água entra (sifão inalante) e é
eliminada por outra abertura na parte posterior superior (sifão exalante). Os
mexilhões são organismos onde a formação dos gametas se dá em toda a
extensão do manto, além do mesossoma. O conjunto de fibras de
escloroproteína que fixa os mexilhões ao substrato e permite a permanência
do animal mesmo em presença de fortes ondas é denominado “bisso”.
Originado pela glândula bissal, ligada diretamente ao conjunto de 3 pares
de músculos e a parede interna das valvas, é constituído de material córneo
e fixado com auxilio do pé.

Habitat
Região entre-marés (do supralitoral inferior até profundidades de 19
metros).

Ocorrência
Em toda a costa brasileira

Hábitos
Fixa-se a rochas ou qualquer estrutura dura (sólida) imersa.

Alimentação
São organismos filtradores por excelência. Sua dieta é constituída por algas
microscópicas (fitoplâncton), e por outros tipos de material orgânico
particulado e dissolvido. Os mexilhões apresentam taxas de filtração
elevadas, sendo que um indivíduo adulto pode filtrar até 100 litros de água
por dia. Na sua alimentação, os mexilhões utilizam as brânquias, mesmas
estruturas utilizadas para a respiração. As brânquias são formadas por dois
pares paralelos de lâminas, compostas por estruturas filamentosas ciliadas,
que se estendem da região anterior a partir da boca até a região posterior do
corpo. Nelas as partículas são capturadas por um material mucilaginoso que
envolve as próprias brânquias e, pelo movimento de cílios são direcionadas
em “calhas” até a boca.

Reprodução
O ciclo sexual dos mexilhões pode, através do aspecto e coloração, ser
observado e diferenciado em 3 estádios:
Estádio I – animais imaturos, folículos das gônadas pouco desenvolvidos e
manto incolor;
Estádio II – animais em maturação, folículos já visíveis permitindo a
observação da cor do manto diferenciando o branco dos machos do salmão
das fêmeas;
Estádio III – animais maturos, passando a repetirem as seguintes
fases: a – plenitude da maturação, folículos repletos; b – eliminação do
material gâmico, esvaziamento dos folículos e aspecto inconsistente do
manto; c – restauração das gônadas, folículos em desenvolvimento e manto
apresentando esboços de branco ou alaranjado. Após a expulsão dos
gametas, que ocorre simultaneamente na população, há a fecundação
externa, diretamente na coluna d’água. Cerca de 6 horas após a fecundação,
são formadas as larvas trocóforas com 45 micrômetros de tamanho (0,045
mm). Depois de 24 horas a larva se transforma numa larva do tipo véliger
ou larva “D”, com cerca de 115 micrômetros (0,115 mm), seguida por uma
veliconcha de 175 micrômetros (0,175 mm). Após 37 dias, esta larva passa
para o estágio de pedivéliger (com vélum e pé), quando possuem
fototropismo negativo e geotropismo positivo, procurando um local
adequado para sua fixação.
Predadores naturais
O “buzo” ou “búzio” Stramonita (=Thais) haemastoma e o “caramujo-
peludo” Cymatium parthenopeum, diferentes estrelas-do-mar e o siri
Callinectes danae. Os competidores dos mexilhões em cultivo constituem
praticamente a totalidade da fauna das redes, pois esta comunidade é
constituída basicamente de organismos filtradores (Jacobi, 1985). Devido à
sua abundância e alta taxa de crescimento, as cracas se destacam dos
demais organismos filtradores. Já as ascídias e os briozoários coloniais
prejudicam os mexilhões por recobrirem as valvas afetando o seu
desenvolvimento e o aspecto do produto.
São poucos os comensais de mexilhões, destacando-se o pequeno
caranguejo Pinnotheres maculatus e o poliqueta Polydora websteri. O
verme da família Bucephalidae, na sua fase de cercária, ocorre no manto de
mexilhões, comprometendo o desenvolvimento dos gametas e
consequentemente a produção.

Segundo Umiji (1975) este parasita ocorre em diferentes estados de


desenvolvimento, principalmente em mexilhões com maior tempo de
imersão. Pode haver uma infestação média de 5 % e de até 20% dos
indivíduos em determinadas épocas do ano.

Ameaças
Poluição e destruição de bancos naturais pela coleta predatória.

OSTRA DO MANGUE (Crassostrea rhizophorae)

Ostra
Características
Também conhecida como ostra nativa, possui a concha com duas valvas
irregulares e ásperas. Tem cor cinzenta e comprimento máximo de cerca de
10 a 12 cm de concha. Vem sendo muito utilizada na maricultura.

Habitat
Estuários e mangues

Ocorrência
Do Caribe até Santa Catarina.

Hábitos
Estuarinas que se fixam nas raízes de mangue, tipicamente nas raízes
aéreas do mangue vermelho (Rhizophora mangle), podendo formar
agregados submersos (bancos). Suportam variedade de salinidade e
amplitude de maré.
Alimentação
Organismo filtrador, que se alimenta principalmente de fitoplâncton.

Reprodução
Sexos separados, com picos de reprodução nos meses de março e outubro.
Podem apresentar inversão sexual.

Predadores naturais
Pequenos caranguejos da família Porcellanidae e, principalmente, os
platelmintos dos gêneros Stylocus e Pseudostylochus, conhecidos
popularmente como planária ou lesma do mar. Os gastrópodes Thais
(Stramonita) haemastoma e Cymatium parthenopeum, conhecidos
popularmente como buzo e caramujo peludo, respectivamente, também
causam mortalidades expressivas nas ostras juvenis e adultas. O siri azul
Callinectes sapidus preda as ostras quebrando as conchas com auxílio de
suas quelas (garras). As estrelas-do-mar atacam as ostras abrindo as valvas
com auxílio de seus braços. Alguns peixes da família Scianidea (Pogonias
chromis), o baiacú (Spheroides testudineus) e os sargos (Arcosargus
probatocephalus) apresentam o hábito de se alimentar de mexilhões,
podendo também atacar as ostras.

Ameaças
Poluição, destruição de bancos naturais pela cata predatódia, destruição do
habitat e roubo nas unidades de produção.

OSTRA JAPONESA (Crassostrea gigas)

Ostra japonesa
Características
É a principal espécie de ostra cultivada no litoral brasileiro.

O corpo mole, protegido externamente por uma concha, que apresenta


duas valvas: a valva superior ou direita, que é plana; e a valva inferior ou
esquerda, que é levemente côncava ou abaulada. A junção entre as duas
valvas é feita com auxílio do músculo adutor e também através de um
ligamento situado na região posterior. Esta concha é constituída
principalmente por carbonato de cálcio, que é retirado diretamente da água
do mar com auxílio de células especializadas localizadas no manto. O
manto é a camada de tecido que recobre as partes moles de ambos os lados
do corpo, com exceção do músculo adutor.
Além de conter as células responsáveis pela formação da concha, o manto
também apresenta funções sensoriais. O corpo, que cassostrea é a parte
mole do organismo, é constituído além do manto, pelas brânquias, palpos
labiais, coração (pericárdio), massa visceral (órgãos do aparelho digestivo,
reprodutor e excretor) e pelo músculo adutor. As brânquias apresentam a
função de realizar as trocas gasosas (respiração) e a captura do alimento.
Devido à grande superfície branquial que se encontra constantemente
úmida, as ostras podem resistir a longos períodos fora da água. É um
molusco valioso, importante para os pescadores, porque sua carne é
considerada iguaria.

Habitat
No Brasil, como é uma espécie cultivada, a ostra é encontrada em
ambientes estuarinos, ao longo de baías, sempre longe da poluição.

Ocorrência
Litoral do sudeste e sul do Brasil. É uma espécie exótica com origem no
Japão.

Hábitos
Estuarinos

Alimentação
São organismos filtrantes, alimentando-se de microalgas e matéria orgânica
particulada. Os valores de filtração de cada ostra geralmente ficam em
torno de 5 a 25 litros/hora.

Reprodução
São organismos dióicos, ou seja, apresentam o sexo separado. Porém,
externamente, não é possível diferenciar o macho da fêmea, pois ambos
apresentam a gônada (órgão sexual masculino ou feminino) com a mesma
coloração. A diferenciação sexual somente é possível através de raspagem
da gônada e análise do material em microscópio, pois os ovócitos
apresentam o formato arredondado e os espermatozóides se mostram como
uma massa compacta. O desenvolvimento gonadal (maturação) é
influenciado por fatores externos como luminosidade, salinidade e,
principalmente, pela temperatura e disponibilidade de alimento. Durante a
desova, o esperma é lançado pelo canal exalante (lado direito das ostras),
de uma forma contínua. Este processo é semelhante a uma “fumaça de
cigarro”, pois o músculo adutor permanece relaxado, facilitando com isso a
desova. A fêmea, por sua vez, apresenta um comportamento distinto, pois
desova lançando os ovócitos contra o canal inalante (lado esquerdo das
ostras) em jorros abruptos. Sendo uma espécie exótica, sua reprodução e
desenvolvimento larval devem ser realizados em ambientes controlados
(laboratório). A fecundação é externa, ou seja, o contato entre o
espermatozóide e o ovócito ocorre na água. O óvulo fecundado sofre os
processos de clivagem após 2 horas, evoluindo para os estágios de mórula,
blástula e gástrula (6 horas). Após 12 a 16 horas, a larva já apresenta
capacidade natatória através de uma coroa de cílios, sendo então
denominada de trocófora. A larva continua seu desenvolvimento e após 24
horas surge uma larva transparente, medindo entre 61 e 72 micrômetros
(0.061 a 0,072 milímetros) em forma de “D”, possuindo uma coroa ciliada
denominada vélum, sendo denominada larva veliger de charneira reta ou
larva “D”. Com o tempo o formato “D” desaparece (6 dias) ocorrendo a
formação do umbo, que se completa totalmente ao redor do décimo quarto
dia. Neste momento, a larva apresenta uma forma arredondada e um vélum
bastante desenvolvido, sendo denominada de “véliger umbonada”, e
apresentando o tamanho aproximado de 230 a 240 micrômetros (0,230 a
0,240 milímetros). A larva continua a se desenvolver, e por volta do
décimo sétimo dia surge uma “mancha-ocular” e um pé, sendo a larva
denominada “pedivéliger”, com tamanho médio de 280 micrômetros.
Quando a larva apresenta o pé completamente desenvolvido e passa a
medir aproximadamente 300 micrômetros, ela abandona a coluna d’água e
dirige-se ao fundo em busca de um substrato adequado para completar a
sua metamorfose. Neste estágio, as ostras no ambiente natural procuram
rochas ou raízes de mangue para se fixarem. Em laboratório a fixação das
ostras ocorre em pó de concha moída, pratos plásticos ou em conchas de
moluscos. A duração deste ciclo depende do substrato disponível e da
temperatura da água do mar. A uma temperatura de 25º C este ciclo dura
em torno de 21 dias.

Predadores naturais
Pequenos caranguejos da família Porcellanidae e, principalmente, os
platelmintos dos gêneros Stylocus e Pseudostylochus, conhecidos
popularmente como planária ou lesma do mar. Os gastrópodes Thais
(Stramonita) haemastoma e Cymatium parthenopeum, conhecidos
popularmente como buzo e caramujo peludo, respectivamente, também
causam mortalidades expressivas nas ostras juvenis e adultas. O siri azul
Callinectes sapidus preda as ostras quebrando as conchas com auxílio de
suas quelas (garras). As estrelas-do-mar atacam as ostras abrindo as valvas
com auxílio de seus braços. Alguns peixes da família Scianidea (Pogonias
chromis ), o baiacú ( Spheroides testudineus ) e os sargos ( Arcosargus
probatocephalus ) apresentam o hábito de se alimentar de mexilhões,
podendo também atacar as ostras. Organismos competidores como cracas,
ascídeas e esponjas, apresentam os mesmos hábitos alimentares que as
ostras. Além disso, competem por espaço e oxigênio. As cracas são os
principais competidores das ostras, apresentando picos de incrustações
mais pronunciados durante a primavera e verão. Fixam-se nas lanternas de
cultivo e principalmente nas conchas, distribuindo-se em densas
aglomerações, o que prejudica o crescimento das ostras e o aspecto do
produto para comercialização. Os parasitas são organismos que utilizam o
corpo das ostras para sobreviverem, podendo algumas vezes até provocar a
morte. Destaca-se a espécie de poliqueta Polidora wesbsteri que se fixa
externamente na ostra, realizando uma perfuração nas valvas. Quando
atinge a porção interna da concha a ostra começa a produzir uma nova
camada nacarada para se proteger deste ataque, formando “bolhas de lodo”
(detalhe na figura) no interior da concha, prejudicando sua aparência
interna e depreciando o seu valor comercial. Muitas vezes esta camada
protetora não é suficiente e a perfuração atinge o músculo das ostras
causando a sua mortalidade. Outro organismo perfurador das conchas de
ostras é o mitilídeo Litophaga patagonica. Trematodas do gênero
Bucephalus e as bactérias patogênicas do gênero Nocardia foram
observadas nas gônadas das ostras, interferindo na reprodução destes
organismos. Além disso, a presença das bactérias foi associada ao
fenômeno de mortalidade massiva de verão.

Ameaças
Poluição e roubo nas unidades de produção.

POLVO (Octopus vulgaris)

Polvo
Características
Molusco marinho com grande cabeça que abriga um cérebro desenvolvido,
além de oito braços, cada um provido de duas fileiras de ventosas. Olhos
grandes e complexos, dotados de cristalino, o que proporciona uma visão
bastante aguçada. Pode atingir um tamanho de até 1 m de comprimento.
Pode assumir diversas colorações, mimetizando-se de maneira bem rápida
no meio ambiente.

Habitat
Mares

Ocorrência – águas tropicais e temperadas de todo o mundo.

Hábitos
Passam grande parte de sua vida escondidos em uma toca natural entre as
rochas ou escombros. Quando atacado ou quando se sente em perigo, o
polvo aspira uma grande quantidade de água e expele-a logo em seguida
por um sifão, que funciona como uma turbina, e que permite que o polvo
fuja em grande velocidade.

Esta fuga é geralmente oculta por uma nuvem de tinta. A substância


expelida pelo polvo para defender-se é de coloração escura. Tem a
faculdade de eriçar a pele, que é ordinariamente lisa, apresentando agudos
aguilhões sendo que, inofensivos, não passam de perfeitas simulações.

Alimentação
Carnívoro, alimentando-se de moluscos, peixes e crustáceos, sobretudo
lagostas e caranguejos.

Para se alimentar, se utiliza de duas técnicas: atrair sua vítima movendo


a ponta de um de seus braços como se fosse um verme, ou aproximar-se da
vítima deslizando-se calmamente para, de súbito, agarrar sua preza com
seus tentáculos e matá-la com suas fortes dentadas.
Reprodução
Um macho interessado em acasalar-se se aproxima o suficiente de uma
fêmea para que, ao alargar um braço modificado, o hectocótilo, consiga
tocá-la. Este braço possui um sulco profundo por entre as duas fileiras de
ventosas e termina em um extremo em forma de colher. Passado um
período de cortejo, o polvo macho insere seu braço no manto da fêmea e os
espermatozóides por ele produzidos descem pelo sulco do braço
modificado até o oviduto da fêmea. Pouco depois do acasalamento, a fêmea
começa a depositar os ovos fecundados em sua toca. Um polvo fêmeo
produz em duas semanas aproximadamente cento e cinqüenta mil ovos,
cada um deles envolto por uma cápsula transparente. Pelos 50 dias
seguintes, a fêmea protege os ovos depositados lançando-lhes jatos de água
para aerá-los e limpá-los. As crias nascem com apenas 3 cm de
comprimento. Flutuam até a superfície e passam a integrar o chamado
plâncton durante quase um mês. Passado este período, os pequenos polvos
voltam a submergir e iniciam sua vida normal no fundo. Geralmente, os
polvos adultos permanecem em uma zona determinada.

Predadores naturais
Peixes como as moréias.

Ameaças
Pesca predatória e poluição

SÉPIA DO ATLÂNTICO (Sepia officinalis)

Sépia do atlântico
Características
Molusco não raro, comestível e de bom sabor, sendo pescado em anzol e,
mais comumente, no arrasto. Tem oito “braços” e dois tentáculos
distribuídos em torno da cabeça, todos providos de ventosas. Atinge 30 cm
de comprimento. Corpo relativamente largo e um quanto achatado, de
forma que em secção transversal é oval. Afunilado na face inferior perto da
cabeça. Barbatanas pares estendem-se da cabeça até à extremidade do
corpo. Coloração muito variável, podendo ir do preto ou castanho, estriado
ou pontuado por cima, descorado ou sépia branco por baixo. No interior de
seu corpo existe uma concha calcária que serve de esqueleto. Essa concha
possui câmaras que se enchem de gás ou esvaziam a fim de regular a
flutuabilidade.

Habitat
Infralitoral, sobre a areia, em baías e estuários, por vezes entre ervas-do-
mar.

Ocorrência
Em todo o litoral do Brasil.

Hábitos
Expele líquido negro turvando a água e ocultando-se assim dos seus
inimigos. Durante séculos sua tinta forneceu o pigmento sépia dos pintores.
Capaz de mudar a cor rapidamente, especialmente quando ameaçados,
podendo também adotar a cor ao padrão do ambiente que o rodeia.

Predadores naturais
Gaivota

Ameaças
Pesca predatória e poluição.

Fonte: www.vivaterra.org.br

Filo Mollusca

Os moluscos representam um dos maiores e mais diversos filos de todo o


reino animal. Junto aos artrópodes (insetos), estes possuem o maior número
de animais descritos de todo o reino animal (Hickman, 1961). Tanto os
moluscos extintos como os vivos compreendem cerca de 11% de todas as
espécies animais que já existiram em todo o curso da história da terra.
O nome Mollusca é derivado da palavra em latin Molluscus, que significa
mole. Uma das características mais distintas é um corpo interno mole que
contrasta com uma concha exterior dura.
Moluscos são um diverso grupo de organismos que divergem de um
ancestral comum chamado ‘Arquimolusco’. Sua morfologia era composta
de uma concha do tipo prato (apenas uma capa), um pé macio por onde se
arrastava um simples canal alimentar e um manto. Diferente dos moluscos
modernos este organismo era segmentado.
Por todo o filo a estrutura do corpo é similar. Todos os organismos das
diversas classes possuem uma cabeça para alimentação, um pé ventral e
muscular usado para movimentação e víceras que compõem o resto do
corpo acima do pé. As víceras também contêm orgãos internos que
acomodam a cavidade do manto de onde todo o lixo é escretado.

Os moluscos são divididos em 8 (oito) classes, mas apenas 3 (três)


possuem importância geológica. Estes são os bivalves, os cefalópodes e os
gastrópodes.
Classes
A única classe extinta amplamente aceita é chamada de rostroconcha.
Caracterizados por uma única concha pseudo-bivalve que encapsulava o
manto e um pé para locomoção. Viveram entre o cambriano e o permiano.
São considerados os ancestrais dos bivalves e dos escafópodes.
Os moluscos são encontrados em todos os ambientes. Existem moluscos
vivendo em rios e lagos, no mar e em terra. Alguns vivem pressos a algum
substrato, outros caminham ou nadam livremente e outros vivem
interrados. Estes ainda podem ser carnívoros, parasitas, herbívoras e
necrófagas.
Classe Monoplacófora
Em latin monoplacophora significa ‘que possue apenas uma placa’.

Acreditavasse que estivessem extintos a pelo menos 400 millhões de anos,


quando foram encontrados animais vivos em 1952 de Neopilina galatheae
Lemche, 1957 – na costa do México a mais de 3500 metros de
profundidade. Foi como encontrar um elo perdido entre os moluscos e os
anelídios. Existem apenas 6 (seis) espécie conhecidas ainda viventes. É
uma importante fonte de estudos evolucionários já que possuem um corpo
que é base para a evolução de todos as outras classes de moluscos.

Embora tenham sido muito comuns no período Paleozóico em águas rasas,


hoje não podem mais ser encontrados nestas áreas. O descobrimento de
espécies de animais considerados extintos, nos leva a rever estas
considerações. As águas rasas são fisicamente mais variáveis do que as
águas profundas onde salinidades, pressão e temperatura são mais estáveis.

Ecologia
Considerados nada comuns em coleções particulares, devido as
profundidades onde vivem, algumas espécies vivem em profundidades
relativamente rasas. Na costa da Itália, espécimens de Veleropilina podem
ser encontradas em profundidades de 180 metros. Mas a grande maioria
ainda vive em profundidades abissais.

Estas profundidades não permitem que animais vivos sejam observados,


então pouco se sobre a sua ecologia.

Observando-se a concha, baixa, que produz pouca resistência e o formato


do pé, pode-se concluir que são animais adaptados para viver em águas
rasas e de forte movimento. Talves este seja um legado dos tempos em que
estes animais viviam em águas costeiras. Várias espécies têm sido
encontradas em áreas com nódulos de ferro e mangânes, cascalho de coral,
basalto e fundos lodosos ou rochosos.

Estrutura
São animais pequenos, que variam de 3 até 35 mm.
Sua concha em forma de colher é composta de 3 camadas: perióstraco,
uma camada prismática e uma nacarada.
Alimentação
Acredita-se que os Monoplacóforos alimentem-se de espólios.

Há informações de vários tipos de alimentos como: protozoários,


diatomácias, foraminíferos e esponjas.
Classe Polyplacophora
A classe POLYPLACOPHORA é caracterizada pela presença de oito
valvas articuladas por músculos complexos inseridos nas valvas. A união
das oito valvas é considerada uma concha.
Apresentam na sua morfologia corpo alongado e oval, com valvas que são
esculturadas, onde esta pode auxiliar na classificação do animal.

As valvas são classificadas de três formas básicas: Valva Cefálica (VC),


Valvas Medianas (VM) e Valva Retal (VA). A exposição das valvas
também é um fator de classificação dos animais de acordo com a
quantidade da valva exposta, sendo dividida de forma a ter todas as valvas
recobertas pelo manto como é o caso do Gênero Cryptochiton, ter as valvas
semi-recobertas como é o caso do Gênero Khatarina, ou totalmente
expostas como o Gênero Ischinochiton.
Os quitons apresentam um cinturão que pode ser ornamentado por
espículas, espinhos ou pêlos na sua extremidade ou em sua extensão, este
fator também pode ser utilizado para classificação do animal de acordo
com Família, Gênero e Espécie.

No Brasil são conhecidas três famílias e oito Gêneros, sabendo que pelo
fato da classe ser pouco estudada ou ter a devida importância este número
esta sujeito à alteração.

Ecologia
Os polyplacophoros estão basicamente restritos à substratos consolidados
como conchas de outros moluscos ou mesmo costão rochoso. Tem hábito
alimentar micrófago, ou seja, alimenta-se de algas e microrganismos
incrustados no substrato. Sua ocorrência em profundidade é variada,
podendo ocorrer espécies a profundidades de até 100m.
Sua reprodução é externa havendo fecundação através da liberação dos
gametas na água. O desenvolvimento do ovo é feito na cavidade do manto
de um dos indivíduos, apresentando assim cuidado parental, pode haver a
colocação dos ovos em um invólucro e preso ao substrato ou mesmo após a
fase planctônica da larva, esta tende a ir para o fundo e no substrato
continuar seu desenvolvimento. Pode haver fecundação e eclosão dos ovos
na cavidade do manto.
Não são conhecidos espécies da classe que não sejam marinhos.

Curiosidades
No Chile há ocorrência do maior polyplacophora existente, Cryptochiton
stelery, este apresenta todas as valvas recobertas pelo manto. Pelo animal
apresentar o maior tamanho já conhecido da classe este é utilizado como
iguaria para os nativos locais. A iguaria baseia-se na retirada do pé e
utilização como alimento.

Diferentemente dos componentes das outras classes que apresentam


concha, as valvas dos quitons não são utilizadas como adornos (pulseiras,
colares, etc.).

Classe Aplacófora
Aplaco-phora, que significa “que não possui concha”, são raramente
coletados sem grande esforço e gastos. Por não possuírem uma concha, não
são integrantes de coleções particulares.

Estes animais são mais parecidos com vermes, com uma cobertura
brilhante composta de inúmeros espinhos ou escamas formados de
carbonato de cálcio, também conhecidos como escleritos. Cada espinho é
espelido de maneira extracelular como nos poliplacófora. O processo se
inicia com o encapsulamento de uma célula individual que cresce através
da cutícula. Estes espinhos são compostos de aragonita, com excessão das
espécies de Notomenia, que não possuem Carbonato de Cálcio.

Abaixo desta capa está o que literalmente o identifica como um molusco,


uma rádula (embora algumas espécies não possuam). A rádula não parece
ter a mesma função de raspador, com excessão das espécies da família
Prochaetodermatidae. Existe uma boca anterior e posteriormente uma
pequena cavidade do manto.

Informações sobre crescimento e maturidade sexual são escassas. Sabe-se


que espécies de Prochaetoderma youngei atingem o tamanho adulto e torno
dos 2 meses e sua maturidade sexual em 1 ano. Estas são informações de
animais mantidos em tanques, já que a espécie vive em profundidades em
torno de 2000 metros.

Rios(1994) informa a existência de 4 espécies no brasil: Neomenia


herwigi, Falcidens sp., Scutopus cf. megaradulatus e Limifossor sp.
A classe está dividida em dois grupos:
Solenogastres (Neomeniomorpha): Possuem uma abertura ventral estreita
onde está o pé, que não passa de uma protuberância ciliada sem músculos
por onde se arrasta. São hermafroditas.
Caudofovetas (Chaetodermomorpha): Diferentemente dos Solenogastres
estes não possuem um pé ou abertura ventral. São dióicos (sexos
separados). A cabeça é geralmente separada do corpo por uma pequena
constrição.
Ecologia
Esses animais podem ser encontrados desde a zona de marés até
profundidades em torno de 9000 metros. Parecem ser bastante abundantes,
embora sejam pouco estudados por viverem em águas profundas. Algumas
espécies ocorrem em todo o mundo e algumas espécies até dominam a
macro fauna local. Ocorrem desde o Ártico até a Antártida. Vivem em
fundos lodosos, sobre hidróides ou octocorais.

Estrutura
São animais que variam de 1mm até 30 cm. Seus corpos variam do quase
esférico, alongado, achatado e estreito.

Alimentação
São animais carnívoros e/ou ornívoros que se alimentam de foraminíferos,
detritos e cnidários.

Classe Bivalvia
Bivalves, também chamados de Lamellibranchia ou Pelecypoda, são a
segunda maior Classe de moluscos com aproximadamente 15.000 espécies.
É um grupo exclusivamente aquático, bilateralmente simétrico,
caracterizado por um corpo comprimido lateralmente com uma concha
externa composta por duas valvas. Algumas espécies, contudo, como as
que vivem presas a algum substrato, como as ostras, não são bilateralmente
simétricas e umas poucas possuem uma concha interna.
A concha pode ser totalmente ou parcialmente calcificada e consiste de
uma valva esquerda e uma direita. As valvas são unidas na parte dorsal,
conectadas por um ligamento elástico parcialmente calcificado e mantida
juntas por músculos adutores, um ou dois, que estão presos à superfície
interna da concha. As valvas são abertas pelo ligamento e fechadas pela
contração dos músculos adutores.

Sua anatomia diverge consideravelmente do plano básico de um molusco,


por não possuir cabeça ou rádula.
A maior parte dos bivalves é filtradora, mas também podem ser necrófagos
(carniceiros) e até predadores.

Vivem principalmente enterrados em substratos arenosos ou lodosos,


podendo movimentar-se com o uso de seu pé, embora não seja tão eficiente
como o dos gastrópodes. Outros como as ostras e mexilhões vivem presos a
substratos sólidos e outros podem penetrar em madeira ou até em pedras.

Alguns Pectinides são um exemplo de bivalves que podem nadar por curtas
distâncias, fechando rapidamente suas valvas, o que causa deslocamento de
água que o impulsiona promovendo uma fuga rápida de predadores.

Estrutura dos Bivalves

Escultura externa
As conchas dos bivalves antigos possuíam muito pouca escultura externa.
O desenvolvimento de costelas, escamas e espinhos apareceram nas
espécies que passaram a habitar águas mais rasas e quentes, que foi
interpretado como mecanismo de defesa ou para estabilização da concha.
Os tipos de escultura ilustrados estão na sua forma mais simples, mas uma
combinação destes elementos forma várias espécies de nossa fauna.
Tipos de musculatura
O sistema muscular consiste principalmente de músculos adutores, pé,
músculos do manto e os sifões. Os músculos adutores conectam as valvas
esquerda e direita. Mesmo os moluscos que possuem um único músculo
adutor em fase adulta, já possuíram os dois músculos em alguma fase
inicial de sua vida. Quando a concha possui os dois músculos ela é
chamada dimiana.
Isomiário
Quando as impressões do músculo são do mesmo tamanho ou bastante
próximo

Anisomiário
Quando o músculo adutor anterior é bem menor que o posterior. Também
chamado de eteromiário.

Simetria das valvas


As conchas que possuem as valvas direita e esquerda de igual tamanho são
chamadas equivalves, já conchas de famílias como Mesodesmatides e
Pteriides que possuem valvas de tamanhos diferentes são chamados
inequivalves. Os Pectinides são tipicamente equilaterais por possuírem o
umbo no centro da distância entre o posterior e o anterior. A maioria dos
bivalves é inequilateral, onde o umbo está deslocado para o posterior ou
anterior, como os Mytilides.

Filo Mollusca

Características Gerais

Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de


espécies, sendo suplantado apenas pelos artrópodes. Apresentam uma
disparidade morfológica sem comparação dentre os demais filos de
animais, reunindo os familiares caracóis (reptantes), ostras e mariscos
(sésseis) e lulas e polvos (livre-nadantes), assim como formas pouco
conhecidas, como os quítons, conchas dente-de-elefante (Scaphopoda) e
espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres).

Alguns autores apresentam-no como um animal bilateralmente simétrico,


com cavidade oral anterior contendo a rádula (“língua” dentada usada para
raspar), uma concha dorsal em forma de “chapéu de chinês”, uma cavidade
palial (do manto) posterior, onde há um par de brânquias e o ânus (entre
outras características).

Apesar de ser muito fácil de entender e derivar as diferentes formas de


moluscos a partir desse modelo teórico, o incremento do conhecimento
filogenético tem demonstrado que o molusco arquetípico, que
possivelmente viveu no período pré-cambriano, deve ter sido um pouco
diferente, muito pequeno (por volta de 2mm) e com a região dorsal não
coberta por uma concha, mas sim por espículas calcárias (Haszprunar,
1992). Muito do que se conhece atualmente sobre os moluscos, e também
sobre respectivos pontos controversos, foi recentemente reunida no livro de
Taylor (1996), leitura imprescindível para qualquer interessado no grupo.

Os moluscos invadiram quase todos os ambientes; Ocorrem das fossas


abissais até as mais altas montanhas; das geleiras da Antártica até desertos
tórridos.

Vários grupos de bivalves e gastrópodes saíram do mar e invadiram a água


doce e, no caso dos gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos
predadores (até mesmo de vertebrados), herbívoros, ecto e endoparasitas,
filtradores, comensais, sésseis, vágeis, pelágicos, neustônicos etc. Em
certos ambientes representam grande biomassa e podem ser importantes na
reciclagem de nutrientes.
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios.
Apresentam o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A
cabeça ocupa posição anterior, onde se abre a boca, entrada do tubo
digestivo. Muitas estruturas sensoriais também se localizam na cabeça,
como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos moluscos e
permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o molusco
rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.

O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele,


podem se deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos
órgãos está na massa visceral. Nela, estão os sistemas digestivo, excretor,
nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto,
responsável pela produção da concha. Entre a massa visceral e o manto, há
uma câmara chamada cavidade do manto. Nos moluscos aquáticos, essa
cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos terrestres, é
cheia de ar e ricamente vascularizada, funcionando como órgão de trocas
gasosas, análoga a um pulmão.

Uma característica marcante da maioria dos moluscos é a presença da


concha. Trata-se de uma carapaça calcária, que garante boa proteção ao
animal. Nas lesmas e nos polvos, ela está ausente; nas lulas, é pequena e
interna.

Os moluscos são enterozoários completos. Muitos deles possuem uma


estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de
alimentos, fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos
alimentos se processa quase totalmente no interior do tubo digestivo
(digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua
fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão
extracelular).

A maioria dos moluscos apresenta sistema circulatório aberto ou lacunar,


no qual o sangue é impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns
vasos e depois alcança lacunas dispostas entre os vários tecidos, nas quais
circula lentamente, sob-baixa pressão, deixando nutrientes e oxigênio, e
recolhendo gás carbônico e outros resíduos metabólicos. Essas lacunas são
as hemoceles. Os cefalópodos constituem uma exceção, pois têm sistema
circulatório fechado.

Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras.


Pela abertura interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias
presentes no sangue e no líquido celomático. Em alguns moluscos, como
nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando
um “rim” primitivo.

Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e


permite a ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos
moluscos terrestres, como o caramujo-de-jardim (Helix sp.), a cavidade do
manto é cheia de ar e comporta-se como um pulmão. Trata-se, portanto, de
uma forma particular de respiração pulmonar. Nos moluscos aquáticos,
existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sangüíneos, no manto, e que
formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos
encontrar respiração pulmonar e respiração branquial.

A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do


grupo, a fecundação é interna e cruzada. O caramujo-de-jardim, por
exemplo, é monóico. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam
seus poros genitais, pelos quais se fecundam reciprocamente. Os ovos
desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem
por fase larval (desenvolvimento direto).

Nas formas aquáticas, há espécies monóicas e espécies dióicas (como o


mexilhão). A forma mais comum de desenvolvimento é o indireto. Os
estágios larvais mais conhecidos dos moluscos são a véliger e a trocófora.

SISTEMA NERVOSO DO FILO MOLLUSCA


O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios
nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os
cefalópodos possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao
encéfalo dos vertebrados.
O sistema nervoso possui dois pares de cordões que partem por detrás dos
gânglios, ventralmente os cordões pedálicos, lateralmente os cordões
pleuroviscerais. Nos primeiros constitui-se um par de gânglios (reunião de
células nervosas) e nos segundos constituem-se três, os gânglios pleurais,
parientais e viscerais. Todos os gânglios podem reunir-se à volta da faringe,
num volumoso órgão central. Nos gastrópodes os gânglios são
centralizados num anel nervoso.
Possuem órgãos sensoriais de tato, olfato, paladar, equilíbrio e em alguns,
de visão, tendo assim olhos, estatocistos, e outros especiais, do sentido
químico, os osfrádios. Têm também receptores tácteis e quimioreceptores
ou olhos nos tentáculos.

CÉLULAS NERVOSAS
Sua visualização já possível logo que removida e dissecada da superfície do
gânglio. Elas são ovais ou redondas nos cortes e variadas em seu tamanho,
variando de 7 a 200 um. A presença de neurônios enormes nos moluscos
pulmonados contrasta com todos os outros grupos de animais. Todos, com
exceção dos menores neurônios, são poliplóides, e existem evidências de
que diferentes replicações de DNA. Muito provavelmente, isso está ligado
com o tamanho e a proporção de DNA que o neurônio possui, o que reflete
na área total da célula. Quanto maior a área, mais porteínas são necessárias.

Os neurônios no Sistema Nervoso Central são, geralmente, monopolares.


Uma característica importante das células nervosas dos moluscos é que eles
podem mandar múltiplos estímulos no mesmo nervo, conectivo ou
periférico. Uma explicação para este fato, e a que mais é aceita, é que este
arranjo poderia aumentar a eficiência da liberação das moléculas
mensageiras do neurônio para a fenda nervosa, e daí para a circulação
sangüínea.

As sinapses entre os neurônios ocorrem com uma ultraestrutura semelhante


as sinapses do sistema nervoso central dos vertebrados, exceto pela
escassez de uma alta densidade pós-sináptica.

Filo Mollusca
Os moluscos formam o segundo maior grupo de invertebrados. Há mais de
90.000 espécies, muitas da quais vivem na água, embora alguns vivam em
terra.
Todos os moluscos têm corpo mole, em geral protegido por uma concha
dura.

Existem três grupos principais: gastrópoles, o que inclui as lapas,


caracóis e caramujos, de concha espiraladas ou em forma de pirâmide. Os
bivalves, como os mariscos e mexilhões, com conchas divididas em duas
partes unidas por uma articulação. As lesmas são moluscos gastrópodes,
mas sem concha. O terceiro grupo, dos cefalópodes, inclui polvos e lulas,
que escondem pequenas conchas em seus corpos.
GASTRÓPODES
O caramujo comum (Buccinum undatum) é uns gastrópodes típicos
(“estômago no pé“, como diz o nome). Tem um pé amplo e musculoso e
uma concha retorcida no sentido horáio. Poucos gastrópodes têm conchas
que se viram para a direção contrária. A concha do caramujo é uma parte
especial do corpo chamada manto. O caramujo vive na água e respira por
meio de brânquias. O sifão no topo da cabeça capta água para a câmara que
contém as brânquias.
CONE MORTAL
Os cones são gastrópodes que atacam sua presa com um veneno mortal. Se
um animal chega perto o suficiente, o cone projeta sua probóscide (boca
tubular).
Cada dente é como um arpão, que penetra na vítima e lhe injeta o veneno
paralisante. O veneno de alguns cones é forte o bastante para matar
pessoas.

BIVALVES
O mexilhão passa boa parte da vida preso a uma rocha por um feixe de
filamentos resistentes, o bisso. Como a maioria dos bivalves, o mexilhão
bombeia água através das brânquias e, ao mesmo tempo, se alimenta de
pequenas partículas. Alguns bivalves podem se entocar e se mover.
Pouquíssimos, como as vieiras, podem nadar.
CEFALÓPODES
As lulas gigantes são os maiores cefalópodes e, também, os maiores
invertebrados. Vivem nas profundezas do mar, onde apanham suas presas
com tentáculos providos de ventosas. Há histórias sob lulas gigantes, mas
na verdade pouco se sabe sobre elas. A maior lula capturada media 15m.
MOLUSCO INTELIGENTE
Os polvos têm boa visão e cérebro grande. São, provavelmente, os mais
inteligentes entre os invertebrados. Podem lembrar formas e cores e são
muito eficientes para conseguir alimento. Como as lulas, os polvos movem-
se com rapidez jogando para trás um jato de água por meio de um funil.
ACASALAMENTO DE LESMAS
Estas duas lesmas estão acasalando penduradas por um fio de muco.
Ambas são hermafroditas (têm dois sexos, masculino e feminino).
Quando as lesmas acasalam, trocam esperma por meios de órgãos
especiais: cada uma põe ovos. O hermafroditismo não é incomum no
mundo dos moluscos.
Alguns iniciam a vida com um sexo e depois mudam.

Fonte: www.trabalhoescolar.hpg2.ig.com.br

Filo Mollusca

Cerca de 100 milhões de anos – 6 ou 7 classes de moluscos atuais já


existiam.
Durante o período da Pangea, lentamente iam se depositando sais
dissolvidos e outras substâncias químicas no oceano. Os moluscos
primitivos nestes oceanos começaram a se utilizar destes nutrientes para
construir suas conchas.

Através dos tempos os moluscos evoluíram e encontraram novos habitats.


A cerca de 400 milhões de anos alguns moluscos, primeiro os bivalves,
começam a habitar a água doce. A cerca de 300 milhões de anos alguns
gastrópodes iniciam a sua migração para o ambiente terrestre e de água
doce.

Atualmente os moluscos vivem em todas as partes do mundo. Dos oceanos


mais profundos até as montanhas mais altas. O número de espécies
viventes descritas varia de 50.000 até 100.000.

O que é um molusco?

A palavra molusco é derivada do latim e significa mole.

Os moluscos são animais de corpo mole que usualmente produzem um


exoesqueleto chamado Concha, que é composta de carbonato de cálcio. A
concha serve para proteção, perfuração e outros fins.

Uma característica presente em todos os moluscos é o manto – é um


material flexível que secreta, modifica e é coberto pela concha.

Membros de todas as classes, exceto os bivalves, possuem rádula (esteira


de dentes). Esta serve para raspar o alimento. As espécies herbívoras usam
a rádula para raspar algas de rochas e outros substratos e as carnívoras para
penetrar a superfície de suas presas.

Muitos moluscos possuem um sistema nervoso bem definido com um


cérebro primitivo. Moluscos possuem um sistema circulatório com um
coração com duas cavidades. Seu sistema digestivo geralmente inclui uma
mandíbula, faringe, esôfago, estômago, intestino e orifício retal. O sistema
reprodutivo produz ovos e/ou esperma. Muitos gastrópodes e cefalópodes
possuem olhos e tentáculos.

Classes

1 – MONOPLACOPHORA
São mais conhecidos pelos seus registros fósseis; entretanto existem
atualmente cerca de 12 espécies viventes. Eles possuem vários músculos
retratores, brânquias e corações, porém seu corpo não é segmentado. Todos
são marinhos, pastadores de algas e microorganismos no fundo dos
oceanos. Eles vivem em profundidades de 200 a 6.000 metros e possuem
tamanhos entre 2 a 35 milímetros.

2 – POLYPLACOPHORA
Contém cerca de 900 espécies viventes e são comumente chamados de
chitons. Possuem uma concha composta por 8 placas encaixadas. Simetria
bilateral.

Possuem um sulco que circunda o pé no qual ocorrem de 6 a 88 pares de


brânquias. A cabeça não possui olhos ou tentáculos, mas geralmente possui
áreas sensíveis à luz e com quimioreceptores, para achar comida e direção.
Todos os chitons são marinhos e pastadores de algas em rochas e outros
substratos duros.

Em sua grande maioria vivem em águas rasas mas poucos ocorrem em


profundidades acima de 5.000 metros. Seu tamanho varia de 3 a 400
milímetros.

3 – APLACOPHORA
Consiste de 250 espécies viventes. São animais marinhos, vermiformes,
bilaterais, que vivem em profundidades de moderada a grandes, geralmente
em substratos moles. Não possuem concha, mas possuem espículas
calcáreas na superfície do corpo. O pé é restrito a uma fenda pedal anterior
ou a uma pequena fenda no manto. Possuem rádula e uma cavidade do
manto posterior. Alguns são detritívoros outros predadores. Seu tamanho
varia de 1 a 300 milímetros.

4 – SCAPHOPODA
Compreende cerca de 350 espécies viventes. São bilateralmente simétricos
e sua concha alongada, tubular se abre dos dois lados. O pé cônico pode
sair para cavar no sedimento. A cabeça é rudimentar e não possui olhos e
tentáculos. Ele se alimenta por meio de filamentos contráteis chamados
captáculos. Todos são marinhos e vivem enterrados no sedimento de areia
ou lama. São detritívoros. Seu Tamanho varia de 2 a 150 milímetros.

4 – SCAPHOPODA
Compreende cerca de 350 espécies viventes. São bilateralmente simétricos
e sua concha alongada, tubular se abre dos dois lados. O pé cônico pode
sair para cavar no sedimento. A cabeça é rudimentar e não possui olhos e
tentáculos. Ele se alimenta por meio de filamentos contráteis chamados
captáculos. Todos são marinhos e vivem enterrados no sedimento de areia
ou lama. São detritívoros. Seu Tamanho varia de 2 a 150 milímetros.

6 – GASTROPODA
É os moluscos de maior sucesso com cerca de 60.000 espécies viventes.
Geralmente possuem uma única concha espiralada; mas esta está ausente
em algumas espécies. Possuem cabeça com tentáculos cefálicos e um pé
bem desenvolvido. Alguns possuem pulmão para respiração e outros
brânquias. No seu estágio larval a massa visceral e a cavidade do manto
sofrem uma rotação de 180°, em um processo chamado torção. Isto faz com
que seus órgãos saiam de uma posição posterior para uma posição anterior
atrás da cabeça. Em muitos casos, o animal é capaz de se retrair para dentro
da concha para proteção. Alguns possuem opérculo para fechar a concha.
Ocorrem em ambientes marinhos, de água doce e terrestre. Seu tamanho
varia de 0,5 a 750 milímetros.

7 – BIVALVIA
Compreendem cerca de 10.000 espécies viventes. Possuem uma concha
composta por duas valvas conectadas por um ligamento flexível e músculos
adutores para fechar as valvas. A cavidade do mento é alargada para conter
a massa visceral e outros órgãos internos. Não possuem cabeça
diferenciada nem rádula. A maioria é filtradora, com as brânquias atuando
como filtro. A boca possui geralmente um par de palpos labiais que
direcional a comida coletada pelas brânquias.

Os bivalves habitam os oceanos e ambientes de água doce. Seu tamanho


varia de 0,5 milímetros até 1,4 metros.

Fonte: www.fag.edu.br

Filo Mollusca

Características gerais dos moluscos


O Phylum Mollusca (lat. mollis = mole) reúne animais de corpo mole,
simetria bilateral frequente, não segmentado, coberto por um manto
delgado que, na maioria das formas, segrega uma concha calcária.
Lesmas, ostras, mariscos, polvos e lulas estão entre os membros mais
familiares desde Phylum, já sendo observadas, portanto, muitas formas
diferenciadas de conchas, de tamanhos e de estruturas. O grau avançado
dos Moluscos é evidenciado pela complexidade do seu aparelho digestivo
(que inclui boca, fígado, rim, intestino) e seu aparelho respiratório (que
inclui um coração e vasos sanguíneos, contendo sangue vermelho, azul,
verde ou incolor).
Já acusados em rochas do Cambriano, os moluscos representam-se em
vários habitats (mares, águas doces, salobras e terra firme) por cerca de
100.000 espécies; as espécies fósseis montam cerca de 40.000 (Mendes,
1977).

Vivem desde as profundidades de 10.000 metros, nos mares, até 5.400


metros acima do nível do mar, na terra.

Podem-se dividir os moluscos em oito classes distintas, mas somente


estudaremos as suas três classes mais representativas para o estudo da
Paleoecologia, objeto deste trabalho:

Gastrópodos

Características Gerais
Os gastrópodos são moluscos, em sua maior parte aqúaticos e marinhos,
que formam a maior classe de moluscos viventes e cerca de 15.000
espécies fósseis.
Podemos distinguir separadamente: cabeça, pé e saco visceral
(gaster=estômago + podos =pés). Esta última porção é coberta pelo manto.
Em geral possuem uma concha univalve, ainda que várias espécies sejam
desprovidas de concha ou possuam somente um concha vestigial.
Em geral, os gastrópodos perdem a simetria bilateral da concha por causa
da torção de toda a massa viceral, que se reflete na disposição de todos os
seus órgãos, sendo que freqüentemente, de órgãos pares, um está atrofiado
(geralmente o direito), apresentando assim a organização anatômica dos
moluscos (Melendez, 1970).

O plano de organização dos gastrópodos é semelhante aos dos bivalvos,


mas possuem mais pulmões que brânquias, sendo portanto, bem sucedidos
na terra.

Além disso, eles possuem uma cabeça bilateralmente simétrica com olhos
pedunculados.

A concha dos gastrópodos é composta por uma só valva, não septada, em


forma de um cone, que pode ou não apresentar um enrolamento.

Na estrutura da concha distinguem-se: óstraco (camada média),


hipóstraco (camada lamelar interna) e perióstraco (camada externa de
conchiolina, que se perde nos fósseis). A parte inorgânica da concha é
formada por calcita ou aragonita ou ambos.
Sua ornamentação só consiste em estrias de crescimento e costelas
longitudinais (em espiral) ou transversais. A concha se fecha mediante um
opérculo que, quando é calcário, se preserva como fóssil e com freqüência
apresenta um estrutura espiral bem característica (Melendez, 1970).

Em termos gerais, a classificação dos gastrópodos é extremamente difícil


para a Paleontologia, pois normalmente nos fósseis não estão presentes os
aspectos viscerais que classificam a concha. Sua classificação baseia-se,
então, na análise comparada dos fósseis com as conchas atuais.

Tendo em conta estes critérios, tem-se:


Subclasse Prosobranchia

Predominantemente marinhos
As brânquias situam-se na frente do coração
Sistema nervoso é do tipo estreptoneuro
Maior subclasse dos gastropodos
As formas mais antigas datam do Cambriano.
O.Archaeogastropodina
Mais primitivos; maioria Paleozoica (Cambriano-R);
Concha não típica: em barrete, taça, helicone, sem simetria bilateral;
Peristoma holostomado;
As vezes possui selenizona.
O. Cenogastropodina
Muito abundantes; conhecidos do O-R.
Formas pelágicas a partir do Cretáceo;
Peristoma presente;
Grande importância para os representantes atuais.
Subclasse Opisthobranchia
Marinhos, pelágicos;
São dotados de apenas uma brânquia, situada atrás do coração;
Sistema nervoso é do tipo eutineuro;
As formas mais antigas datam do Cambriano;
Possivelmente se tenham derivado dos prosobranquios por distorção;
Volta corporal muito grande.
Subclasse Pulmonata
São terrestres e aquáticos;
Não tem brânquias, respiram por pulmões ou sacos respiratórios;
As formas mais antigas datam do Carbonífero;
Existem mais de 6.000 espécies viventes e as espécies fósseis são mais ou
menos 1.000.
O. Basommastophorida
Aparecem no Jurássico Superior e sobrevivem até hoje;
Concha de paredes finas e peristoma não engrossado;
Espiração branquial.
O. Stylommatophorida
Aparecem no Carbonífero e sobrevivem até hoje;
Concha de paredes grosseiras e peristoma engrossado;
Respiração pulmonar.

Distribuição estratigráfica simplificada

Os gastrópodos em sua evolução, não podem constituir uma sucessão


linear dos Arqueo, Meso e Neogastrópodos, resultando que todos estes
grupos tenham passado por etapas evolutivas distintas e podem ser
considerados essencialmente polifiléticos.
Os Opisthobranquios e os Pulmonados derivam ambos,
independentemente dos Prosobranquios: ambos os grupos se
desenvolveram no Mesozóico e alcançaram seu ápice no Cenozóico.

Paleoecologia e Ecologia

Os gastrópodos estão distribuídos em ambientes bem distintos. Sabe-se


que podem viver tanto em porções continentais como nas profundezas do
mar.
Em geral, gastrópodos de conchas pesadas vivem em águas turbulentas da
zona litoral, enquanto gastrópodos de conchas delgadas e mais
complexamente ornamentadas vivem em águas mais tranqüilas.

Muitos vivem escavando os fundos dos mares ou lagos e outros tem


evoluído para o habitat terrestre. Em geral, a abundância de gastrópodos
marinhos, indica águas rasas, quentes, bem iluminadas e algo agitadas. Dos
atuais, a maioria habita águas tropicais. Neste tipo de ambiente conchas
espessas e ornamentadas florescem. O número de espécies diminui para
águas mais profundas e mais frias do mar. Conchas de paredes delgadas
com pouca ornamentação são muito características de formas aquáticas
mais profundas.

Segundo Camacho (1966), existem gastrópodos vegetarianos, carnívoros,


omnívoros, micrófagos e coprógrafos. Alguns perfuram as conchas dos
pelecípodos utilizando a rádula.
As formas de águas doces predominam em profundidades inferiores aos 3
metros, devido a abundância de alimentos nesta zona.

Em zonas costeiras rochosas e com ondas agitadas, são comuns as conchas


cônicas, do tipo Patella, que lhes permite uma melhor aderência e que
oferencem uma melhor proteção, quando estão descobertas pela maré. Nas
costas com ondas agitadas e rápidas correntes, há tendência a aumentar o
tamanho relativo da abertura e a diminuir a longitude da espira.

Excepcionalmente, os gastrópodos são parasitas (endo e ectoparasitas) com


diversos graus de especialização e regressão dos órgãos. Os Pyramidellidae
são ectoparasitas sobre poliquetas tubícolas ou bivalves (Camacho, 1966).

Através do tempo, os habitos de algumas famílias e gêneros tem-se


modificado. É provavel que os pleurostomáridos do Permiano viveram em
águas superficais, desde o litoral até mais ou menos 360 metros, entretanto
os modernos vivem em águas frias, entre 40 e 1.000 metros.

Cefalópodos

Características Gerais
Os Cefalópodos são o grupo mais importante do ponto de vista
estratigráfico.
São os moluscos de organização mais complexa: tem simetria bilateral,
possuem a cabeça bem diferenciada, composta por uma coroa de tentáculos
e a boca dotada por um par de mandíbulas quitinosas e de uma rádula. Os
seus olhos são bem desenvolvidos, semelhantes, em construção, ao olho
humano.
Respiram por brânquias e deslocam-se graças à expulsão rápida da água
através de uma diferenciação ventral do manto. Os sexos são separados e o
desenvolvimento dos ovos dá-se diretamente sem as fases trocófora e
velíger (modificado de Mendes, 1977).

O sistema nervoso é altamente desenvolvido, o cérebro é grande para


invertebrados, o que faz com que os cephalopodes sejam considerados os
moluscos mais evoluídos existentes.

Como todos os moluscos, os Cefalópodos tem uma concha calcária, externa


nos Tetrabranquiais (Nautilus) e interna nos Dibranquiais, que atualmente
são mais numerosos.

Algumas espécies não possuem concha, como Octopus.


Portanto os cephalopodes podem ser divididos em dois grandes
grupos:aqueles que tem concha externa e aqueles que tem conchas
vestigiais internas como o polvo e a lula.
Tanto as conchas internas como as externas, são divididas em câmaras por
septos. No caso da concha externa, o animal vive somente na última
câmara (câmara de habitação), mantendo, porém comunicação com as
câmaras anteriores por meio do sifão. Dá-se o nome de sifúnculo ao
envoltório calcário do sifão, contínuo ou descontínuo. No caso em que
estas conchas tenham gás, a função do sifão parece ser a de regular a
pressão interna. A concha embrionária recebe a designação de protoconcha.

Chama-se fragmocone a porção da concha dividida em câmaras.

As conchas esternas dos cephalopodes podem ser, segundo Mendes


(1977), de três tipos: retas (ortocone), levemente encurvadas (cirtocone)
ou fortemente encurvadas (girocones). Quando o enrolamento é frouxo,
recebe o nome de girocone, mas quando é muito extremado, conduz às
conchas involutas (a última volta sempre recobre as anteriores) e evolutas
(as voltas não recobrem as anteriores).
O carácter da sutura fornece detalhes de distinção entre os dois grupos
de cephalopodes dotados de concha externa: os nautilóides e os
amonóides.
As suturas dos nautilóides são linhas curvas lisas, enquanto as suturas dos
amonóides são linhas completamente curvas, formando assim, uma grande
variedade de padrões, cada um distintivo de um subgrupo em particular.

Os Cefalópodos classificam-se segundo a estrutura da sua concha.


Conhecem-se, então, três subclasses:
Nautiloidea (Cambr-Rec)
Concha externa, tabicada, reta ou enrolada em espiral. As conchas fósseis
foram predominantemente cirtocônicas ou plano-espirais, apresentando
linhas de sutura simples e com sifúnculo no centro.

Quatro são as ordens: Discosorida, Oncocerida, Tarphycerida e Nautilida.


É representada pelo gênero vivente Nautilus, que apareceu no Oligoceno e
hoje se restringe a 5 espécies que vivem na porção sudoeste do Pacífico. N.
pompilius Lineu é a espécie-tipo do gênero.
Coleoidea (D-Rec)
Subclasse que reúne todos os cefalópodos viventes, menos o Nautilus.
Alguns representantes são desprovidos de concha, mas a maioria possui
concha interna. Possuem apenas um par de brânquias. Comporta as
ordens: Aulacocerida, Belemnitida (extintos), Phragmoteuthida, Teuthida,
Sepiida e Octopoda (polvos verdadeiros, sem concha).
Ammonoidea (D-K)
Os seus representantes possuíram (hoje estão extintos), conchas externas
predominantemente plano-espirais, com linhas de sutura, às vezes
complexas, às vezes não. O sifúnculo tinha posição ventral ou dorsal.
Possuia opérculos (aptychus e anaptychus) parecidos com os dos
gastrópodes.

As ordens conhecidas são: Anarcestida, Clymeniida, Goniatitida,


Ceratitida, Prolecanitida, Phyllocerida, Lytocerida e Ammonitida.
Por todas as características observadas acima, pode-se concluir que as
conchas dos cefalópodos, em geral, fossilizam-se muito bem, mesmo
quando só encontrados os moldes. Geralmente as conchas, depois do
animal morto, flutuam na água durante muito tempo, sendo arrastadas pelas
correntes marinhas, de onde se segue uma ampla distribuição geográfica
post mortem de seus fósseis, circunstância muito favorável para poder
utilizá-los em problemas de sincronização estratigráfica. Em geral, são
bons fósseis-guias e com frequência são utilizados como fósseis de zona,
como os Goniatites (D-C), os Ceratites (Tr), os Ammonites (J), etc…

Paleoecologia e Ecologia
Todos os cefalópodos atuais são marinhos, e não se conhece casos fósseis
associados a qualquer outro ambiente, ainda que possuam hábitos muito
variados.

Habitam, preferencialmente, mares superficiais, mas também podem ser


encontrados no meio do oceano, sendo conhecidas algumas espécies de
zonas abissais.

Respiram por brânquias e são bons nadadores; de vida ativa, deslocam-se


mediante movimentos rítmicos dos tentáculos ou expulsando violentamente
a água da cavidade paleal através dos sifões.

As poucas espécies do gênero Nautilus estão restritas ao sudoeste do


Pacífico. Vivem em águas prefencialmente quentes e proximais à costa (60-
130m), onde nadam livremente no fundo (nunca chegando a mais de 700
metros de profundidade). Possuem hábitos gregários e seus sistemas
digestivos indica serem carnívoros.

Tendo em conta as características ecológicas do Nautilus sobrevivente aos


dias atuais, através do princípio do Atualismo, podemos transpor os
conhecimentos sobre este organismo, para os nautilóides fósseis. O mesmo,
já não se torna tão fácil, para a grande variedade de conchas do Paleozóico,
como as ortocônicas, as cirtocônicas, etc…, e assim, os hábitos de cada
grupo só podem ser deduzidos através da análise de todas as características
morfológicas da concha.

Esta análise diferenciada das conchas dos cefalópodes tem mostrado a


grande importância do grupo, no ponto de vista evolutivo, pois torna-se
possível o estabelecimento de séries filéticas muito complexas que
englobam espécies e gêneros distintos. Sabe-se que os Bactrites
paleozóicos e os Aulacocerátidos triássicos formam a ligação evolutiva
entre as ordens Tetrabranquiais e Dibranquiais.

Nas conchas ortocônicas, os depósitos nas câmaras serviam para manter o


animal em equilíbrio, permitindo-o viver em posição horizontal e sua maior
concentração ventral atuava como estabilizador. Provavelmente se
deslocavam para frente e para trás com a mesma facilidade dos calamares
que vivem até hoje, ainda que os cefalópodos ortocônicos, não possuíssem
os membros direcionais dos calamares, mas sim tentáculos especializados
(modificado de Camacho, 1966).

A grande variedade de conchas de Amonites torna possível a conclusão de


que animais do mesmo grupo possuíram habitos diferenciados. Através da
análise destas conchas, descobriu-se que os Amonites tinham se adaptado à
flutuação em águas bem mais profundas, graças a suas conchas muito
leves, que com o desenvolvimento de costelas e constante desenvolvimento
das paredes internas, proporcionaram resistência aos aumentos de pressão,
sem agregar peso extra na concha. Assim, podem-se considerar os
Amonites como necto-bentônicos (modificado de Camacho, 1966).

Os Amonites não são encontrados em depósitos litorais, nem em depósitos


de recifes. As formas que possuiam ornamentação deviam caracterizar as
zonas infraneríticas (40-180m), as formas lisas e ovaladas caracterízariam
as regiões batiais superiores e as formas lisas e pesadas são características
de zonas infrabatiais.

Bibalves ou Pelicípodes

Características Gerais
Os bivalves ou pelecípodos ou ainda lamelibrânquios, são moluscos
aquáticos, fundamentalmente bilaterais simétricos, compridos lateralmente
e providos sempre de uma concha composta por duas valvas semelhantes,
de igual convexidade e calcárias. Em alguns gêneros foi perdida a simetria
bilateral, freqüentemente como resultado da cimentação de uma das valvas
a um substrato.

O corpo mole dentro da concha é constituído de uma massa visceral


volumosa, da qual uma parte forma um pé muscular, e um par de delgadas
brânquias.

Envolvendo o corpo e delimitando a superfície interna das valvas


encontram-se uma fina lâmina carnosa chamada manto. As margens do
manto são modificadas para constituir dois tubos, um para introduzir água e
o outro para eliminá-la. Uma corrente de água é então levada até as
brânquias, onde microorganismos são aprisionados e carregados para
dentro do tubo digestivo.

No lado externo da concha encontra-se uma linha cardinal, que corresponde


a uma articulação interna das valvas, o umbo (porção inicial de todas as
valvas) e por vezes, uma área cardinal. Normalmente, próxima a linha
cardinal, encontra-se uma massa escura, córnea, flexível e resistente
chamada ligamento, que serve para abrir as valvas. Alguns bivalves o
mostram internamente, sendo então denominados resílio; a reentrância
onde se aloja é o resilífero. Externamente podemos constatar também a
presença de ornamentações como costelas, estrias, nódulos, e linhas de
crescimento, subparalelas aos bordos das valvas (Mendes, 1977).

Segundo Melendez (1970), a anatomia interna dos bivalves aparece de


certo modo rfletida nas impressões e marcas que aparecem no interior das
suas valvas.

Conhecem-se então:
Impressões musculares
Produzem-se através da inserção dos músculos adutores, que por sua
contração produzem o fechamento das valvas.

Distinguem-se quatro tipos:


Dimiários: São os que possuem dois músculos adutores, correspondendo
as impressões musculares anterior e posterior;
Isomiários: Quando as impressões musculares são equivalentes em
tamanho e forma;
Heteromiários ou Anisomiários: Quando as duas impressões musculares
possuem tamanhos diferentes, sendo sempre a anterior menor que a
posterior, que pode ser a única existente;
Monomiários: Só existe um único músculo adutor, o posterior, que produz
um só impressão.
Impressão paleal
Consiste em uma linha contínua de relevo pouco pronunciado, que reúne as
duas impressões musculares. É encontrada nos bordos do manto dos
moluscos.

Distingue-se dois tipos:


Integripaleados: Quando a impressão paleal é contínua e regularmente
convexa;
Sinupaleados: Quando a impressão paleal apresenta uma sinuosidade
muito marcada.
A sistemática do grupo utilizada na paleontologia se baseia principalmente
na morfologia da concha (tipo de charneira, marcas de músculos adutores
ornamentação, etc…).

Assim, para a Paleontologia a classe bivalvia comporta seis subclasses:


SUBCLASSE
DESCRIÇÃO
DOS BIVALVES
Isomiários de charneira
Paleotaxodonta taxodonte, linha cardinal
encurvada e resilífero.
Dimiários de charneira
taxodonte, linha cardinal
Cryptodonta
retilínea, ligamento e sem
área cardinal.
Mono ou anisomiários de
charneira isodonte,
Pteriomorphia disodonte ou taxodonte
(estes com área cardinal e
linha cardinal retilínea).
Possui charneira
Palaeoheterodonta
esquizodonte
Possui charneira
Heterodonta
heterodonte
Isomiários de charneira
Anomalodesmata
disodonte e ligamento

Distribuição estratigráfica simplificada

Sabe-se que os bivalves apareceram no Cambriano, mas foram pouco


numerosos e variados até o Mesozóico. Somente a partir do Carbonífero é
que os bivalves invadiram os ambientes dulcícolas e salobres e então, já no
Terciário, distribuíram-se por grandes profundidades. Muitas formas de
concha espessa (como as ostras) são encontradas em camadas jurássicas e
cretácicas. Outras formas de concha, como o Pecten, são bons fósseis-guias
para rochas cenozóicas.

Conhecem-se cerca de 11.000 espécies viventes e 15.000 espécies fósseis.

Paleoecologia e Ecologia

Os bivalves são todos aquáticos podendo habitar águas doces, salobras e


salgadas, muito embora a sua grande maioria seja marinha.

Habitam desde a zona litorânea até as profundidades de mais ou menos


5.300 metros, sendo mais abundantes, porém em águas rasas.

São considerados cosmopolitas, mas sua distribuição está limitada por


diversos fatores, principalmente a temperatura, a salinidade, a profundidade
e a natureza do fundo.

A temperatura é o fator físico mais importante que controla o tamanho


máximo dos bivalves. As espécies maiores estão confinadas a águas
quentes nunca ocorrendo em águas muito frias.

Os bivalves de águas doces possuem valvas delgadas e lisas ou pouco


ornamentadas, enquanto que os de águas salgadas apresentam-se mais
grossas e invariavelmente ornamentadas.

Segundo Mendes (1977), os bivalves são normalmente bentônicos,


constituindo bêntos séssil e bêntos vágil.

A maior parte dos bivalves é endobionte. Vive enterrada no fundo, quer em


sedimentos moles, quer em rochas mais ou menos resistentes; podem,
entretanto, deslocar-se com maior ou menor facilidade. As formas sésseis
fixam-se às rochas por meio do byssus (visgo segregado pelas glândulas
bissogênicas) ou soldam-se por uma das valvas (como por exemplo, as
Ostras). Alguns poucos gêneros (Pecten e Lima) podem nadar nas
proximidades do fundo, por expulsão de água conjugada com a abertura e
fechamento das valvas (Mendes, 1977).

Em outros casos, os bivalves perfuram as rochas, a madeira e outros restos


orgânicos que estiverem submersos na água. Entre as espécies fósseis, se
têm comprovado estes mesmos gêneros de vida, sendo freqüente
encontrarmos linhitos cretácicos ou terciários perfurados por certos
bivalves.

Possa ainda se fixar sobre esponjas, celenterados, moluscos, artrópodes e


anfíbios (Camacho, 1966).

Filo Mollusca

Características Gerais
O corpo dos moluscos é dividido em três regiões:
Cabeça,
Pé e
Massa visceral.
Na cabeça estão localizadas a boca e estruturas sensoriais como os olhos e
tentáculos. O pé é musculoso e responsável pela locomoção do animal.

Em alguns animais, como os polvos e as lulas, o pé modificou-se em


tentáculos que são utilizados na locomoção e captura de alimentos. Na
massa visceral concentram-se todos os órgãos do corpo animal.

Existe nos moluscos uma dobra da parede do corpo que o recobre


quase inteiro: o manto. É ele que produz a concha.
A maioria dos moluscos é herbívora, isto é, alimenta-se de vegetais.

Gastrópodes

Os gastrópodes são animais que podem ser reconhecidos tais como: os


caracóis, lesmas e caramujos são alguns representantes deste grupo.
Esses animais são encontrados em ambientes terrestres úmidos, na água
doce e no mar. Possuem uma única concha espiralada, mas existem alguns
representantes deste grupo que não possuem concha.
Reprodução

A reprodução dos gastrópodes é sexuada.


Existem espécies hermafroditas e espécies com os sexos separados.

No caso da reprodução dos hermafroditas, os indivíduos se unem e trocam


espermatozóides. Quando se separam, a fecundação ocorre em cada
indivíduo. Em espécies com sexo separado, ocorre a união com
transferência de espermatozóides para o corpo da fêmea, onde ocorre a
fecundação. Os ovos formados são envoltos por membrana protetora e
depositados em locais protegidos.

Bivalves

Os indivíduos desse grupo têm o corpo protegido por uma concha com
duas valvas: (bi: dois: valva=valvas) características que deu origem ao
nome do grupo.
Os mariscos, mexilhões, ostras e péctem são exemplos de bivalves. Todos
são aquáticos.

Existem espécies hermafroditas, mas a maior parte dos bivalves tem sexos
separados.

O desenvolvimento é indireto.

Cefalópodes

O nome do grupo está relacionado com sua característica mais marcante


que é a modificação dos pés em tentáculos, os quais partem da cabeça

Cefalo=cabeça
Pode=pé
Os polvos possuem oito tentáculos, e as lulas dez.
Todos os cefalópodes têm sexos separados. O desenvolvimento é direto.

Os moluscos e a saúde humana

Os moluscos interferem na saúde humana porque muitos deles são usados


como alimentos.
As vezes muitos deles são contaminados pela água do mar, e podem
representar grande risco para a saúde humana, causando muitas
intoxicações nos alimentos além de doenças.

Produção das Pérolas

Muitos moluscos têm grande aplicação econômica.

Entre eles estão os bivalves que têm capacidade de produzir pérolas.

A produção da pérola é iniciada quando uma partícula estranha que é como


um grão de areia penetra na concha.

Filo Mollusca

MOLUSCO CONTAGIOSO
O molusco contagioso é uma infecção cutânea causada por um poxvírus
que produz protuberâncias lisas, céreas e da cor da pele.

Habitualmente, as protuberâncias possuem menos de 1,5 cm de diâmetro e


apresentam uma minúscula depressão no seu centro.

Algumas vezes, uma protuberância isolada pode atingir até 3,8 cm.

O vírus que causa o molusco é contagioso.

Ele dissemina-se através do contato direto com a pele e é freqüentemente


transmitido sexualmente.

O vírus pode infectar qualquer parte da pele, embora seja mais freqüente na
virilha e na região pubiana (embora não ocorra geralmente no órgão genital
masculino ou feminino).

Geralmente, as lesões não são pruriginosas e são indolores, podendo ser


descobertas acidentalmente durante um exame físico.

Freqüentemente, essas protuberâncias apresentam uma depressão central


cheia de um material branco pastoso, tornado fácil o diagnóstico do
molusco contagioso pelo médico.

Os tumores podem ser tratados através do congelamento ou da remoção do


seu núcleo com uma agulha.
Fonte: www.msd-brazil.com

Filo Mollusca

Os moluscos (lat. mollis, mole) têm corpo mole, consistindo tipicamente de


uma cabeça anterior, um pé ventral e uma massa visceral dorsal.
O corpo é mais ou menos coberto por um manto fino, carnoso e
comumente abrigado em uma concha calcaria externa.

O filo compreende sete classes de aspectos e hábitos diferentes:


Neopilina (Classe MINOPLACOPHORA), os quítons
(POLYPLACOPHORA), os solenogastros (APLACOPHORA),
dentálios (SCAPHOPODA), caramujos, caracóis e lesmas
(GASTROPODA), mariscos, ostras e outros bivalves (BIVALVIA) e os
náutilos, lulas e polvos (CEPHALOPODA).
Apesar das diversas classes diferirem ente si, a maioria dos moluscos tem
em comum uma serie de caracteres anatômicos e fisiológicos peculiares ou
característicos do filo.

Os moluscos viventes mais primitivos – quítons, solenogastros e


monoplacóforos – e a maioria dos moluscos viventes, presumivelmente
também as formas ancestrais, são animais que se locomovem lentamente e
que vivem sobre o substrato em ambientes aquáticos.
O filo MOLLUSCA é o segundo maior filo animal com mais de 80.000
espécies viventes e é um grupo importante da linha evolutiva dos
invertebrados protostômios. Os moluscos são de larga distribuição no
tempo e no espaço, tendo um registro contínuo desde o Cambriano; muitos
são abundantes como indivíduos e são ecologicamente importantes.
Apesar da maioria ser marinha, muitos caramujos e lesmas invadiram os
ambientes de água doce e terrestre. Junto com os artrópodes, os moluscos
apresentam adaptações ao maior número de habitats de todos os
invertebrados. A maioria dos moluscos é de vida livre, movendo-se
lentamente e apresentando uma relação íntima com o substrato. Alguns
aderem a rochas, conchas ou madeira, alguns cavam, outros flutuam e as
lulas e polvos podem nadar livremente.

De maior importância econômica são os mariscos, ostras, lulas, e outros


que servem como alimento humano e alguns bivalves que produzem
pérolas. Alguns caracóis e lesmas são pestes agrícolas e se alimentam de
plantas cultivadas, certos caramujos de água doce são hospedeiros
intermediários de vermes parasitos, um grupo de bivalves de água doce tem
larvas parasitas de peixes e os teredos danificam navios e portos de
madeira. A malacologia é a ciência que estuda os moluscos; a
conquiliologia é o estudo de conchas, especialmente aquelas dos moluscos.

Molusco
A coleção de conchas é um passatempo popular e tem contribuído
significativamente para o conhecimento dos moluscos. Conchas fósseis
encontram-se freqüentemente bem conservadas e servem como indicadores
úteis das épocas geológicas antigas
Caracteres Gerais
Corpo geralmente curto e parcial ou totalmente circundado por uma
formação carnosa da parede do corpo chamada manto e que pode ser
modificada de varias maneiras; entre o manto e a massa viceral existe uma
cavidade do manto contendo os componentes de diversos sistemas
(secundariamente perdidos em alguns grupos).
Uma concha, quando presente, secretada pelo manto e composta de uma,
duas ou oito partes; cabeça e o pé muscular ventral próximo, sendo o pé
modificado de diversas formas para rastejar, cavar, nadar ou capturar
alimento.
Trato digestivo completo, complexo, com tratos ciliados para selecionar
partículas pequenas; boca com rádula apresentando fileiras transversais de
diminutos dentes quitinosos para raspar alimento (exceto BIVALVIA);
orifício retal abrindo-se na cavidade do manto; uma glândula digestiva
grande e freqüentemente glândulas salivares.
Sistema circulatório aberto (exceto nos CEPHALOPODA), incluindo
tipicamente um coração dorsal com um ou dois átrios e um ventrículo,
usualmente em uma cavidade pericárdica, uma aorta anterior e outros vasos
e muitos espaços sanguíneos (hemocelos) nos tecidos.
Respiração através de um a muito ctenídios de estrutura peculiar
(brânquias) no interior da cavidade do manto (secundariamente perdidos
em alguns), pela cavidade do manto ou pelo manto.
Excreção por rins (nefrídios), geralmente ligados à cavidade pericárdica e
terminando na cavidade do manto; celoma reduzido às cavidades dos
nefrídios, gônadas e pericárdio.
Sistema nervoso tipicamente com 1 anel nervoso circunfaríngeo com
vários pares de gânglios e dois pares de cordões nervosos, 1 par inervado o
pé e o outro, a massa visceral; muitos com órgãos para o tato, olfato ou
gosto, manchas ocelares ou olhos complexos e estatocistos para o
equilíbrio.
Sexos geralmente separados (alguns monóicos, poucos protrândricos), com
ductos; fecundação externa ou interna; a maioria ovípara; clivagem do oco
determinada, espiral, desigual e total (meroblástica nos CEPHALOPODA);
larvas trocófora e véliger desenvolvimento direto (PULMONATA,
CEPHALOPODA)

Não segmentados (exceto MONOPLACOPHORA); simetria bilateral.

Conchas

Como um dos aspectos característicos dos moluscos, o manto forma a


concha, os sifões e também a cavidade do manto. Nos caracóis terrestres, a
cavidade do manto é vascularizada e funciona como um pulmão. A concha
dos moluscos é composta por uma camada externa de matéria protéica
chamada perióstraco e por duas camadas de carbonato de cálcio, uma
camada prismática mediana e uma camada nacarada interna.

A margem externa do manto apresenta dois sulcos, sendo o externo o sulco


periostracal e que secreta o perióstraco. As células próximas à margem do
manto secretam a camada prismática enquanto que toda a superfície
externa do manto secreta a camada nacarada.

Com isso, a concha cresce em comprimento em suas margens e a espessura


aumenta em toda a sua extensão. O sulco interno da margem do manto é
limitado por dois lobos, sendo o interno muscular e responsável pela
formação de sifões quando estes estão presentes.

Filo Mollusca

De todos os filos, o que apresenta características mais variadas é o dos


moluscos:
Podem ter de alguns milímetros até vários metros; o corpo pode ser coberto
por urna concha (caracóis) ou duas (ostras) ou pode ser nu (polvo); vivem
desde o fundo do mar até no topo das montanhas; pode ser fixos nas rochas
(ostras, mexilhões), nadar livremente (lula), se arrastar na terra (lesmas).
Apesar dessas diferenças, os moluscos apresentam semelhanças essenciais.
Primeiro todos os moluscos têm corpo mole e sólido, sem qualquer
esqueleto, interno ou externo;

Os músculos são envolvidos por urna camada de tecido (parênquima).


Além disso, a parte posterior do corpo é coberta por urna membrana
especial, o manto, que durante o estágio embrionário do animal segrega
urna concha calcária (que contém cálcio). O manto também separa o corpo
da camada que contém os 6rgãos respiratórios e os orifícios excretores.
Finalmente, a parte inferior do corpo é adaptada a locomoção: tem a
forma de um “pe”‘ muscular, ligado a parte interna do corpo. Os moluscos
possuem brânquias ou sacos pulmonares, e um coração localizado na parte
posterior do corpo. O sistema circulatório é aberto, isto é, o sangue banha
diretamente os órgãos. O sangue, abundante, contém um pigmento à base
de cobre que lhe dá cor azul ou verde.
O sistema nervoso é constituído por urna cadeia de gânglios.
Os órgãos sensoriais variam muito conforme a espécie de molusco:
Algumas possuem apenas um órgão de tato; outras têm um número variável
de olhos; outras ainda apresentam “ouvidas” rudimentares que podem
detectar o ruído de pedrinhas raspando umas nas outras.

Os moluscos mais altamente desenvolvidos são os cefalópodes (polvo,


lula), cujos olhos são tão bons quanto os olhos humanos.
A reprodução a sempre sexuada, muitas vezes por copulação ou
acasalamento. As glândulas sexuais ficam na região dorsal do corpo, perto
do coração, e algumas espécies possuem um pênis. E comum a ocorrência
de hermafroditismo.
A alimentação varia conforme a espécie. Os moluscos de terra são
herbívoros; Os moluscos bivalves, isto é, com duas conchas, como o
marisco e o mexilhão, se alimentam de organismos microsc6picos; alguns
moluscos gastrópodes, como o búzio, se alimentam de outros moluscos; Os
cefalópodes caçam crustáceos.
Fonte: www.guiaguaruja.com.br

Filo Mollusca

A designação deste filo revela o aspecto mais distintivo destes animais


(l. mollis = mole).
Estes animais apresentam tipicamente uma cabeça anterior, um pé
ventral e uma massa visceral dorsal.
O corpo é mais ou menos coberto por um manto fino, carnudo e em regra
protegido por uma concha externa.
O filo dos moluscos é o segundo maior filo animal com mais de 100000
espécies vivas e é um importante filo na linha evolutiva dos invertebrados
protostómios.
Os moluscos têm larga distribuição espacial e temporal, apresentando um
registo fóssil contínuo desde o Câmbrico, com numerosas espécies
abundantes como indivíduos e de grande importância ecológica.

Apesar de a maioria ser marinha, caracóis e lesmas invadiram os meios


de água doce e terrestre.
Juntamente com os artrópodes, os moluscos apresentam a maior variedade
de adaptações ao meio de todos os invertebrados. A maioria
dos moluscos é de vida livre, movendo-se lentamente e em relação íntima
com o substrato.
Apesar da enorme variedade de formas, os moluscos possuem um
conjunto de características básicas comuns:
Simetria bilateral
Em alguns casos a simetria é alterada durante o desenvolvimento
embrionário, por fenómenos de torção.

Corpo mole
Geralmente coberto por uma concha calcária, produzida pelo manto.

O corpo pode ser dividido nas seguintes partes:


Cabeça
Contêm gânglios nervosos associados a órgãos dos sentidos por vezes
complexos. A boca apresenta uma rádula, membrana sobre a qual se
dispõem filas de dentes córneos virados para trás, que funciona como um
raspador para retirar alimentos;

Massa visceral
Concentra a maioria dos sistemas (digestivo, excretor, reprodutor, etc.);


Órgão musculoso utilizado na locomoção, captura de presas, natação, etc.,
pelo que pode ser extremamente modificado;

Manto
Prega de tecido da parede dorsal do corpo que recobre a massa visceral e
contém glândulas que segregam a concha. O manto delimita uma cavidade,
do manto ou paleal, onde se localizam os órgãos respiratórios;

Sistema digestivo
Completo, com boca e orifício retal, e com órgãos diferenciados (faringe,
esófago, estômago, intestino e glândulas digestivas anexas); – excepto nos
cefalópodes, o sistema circulatório é aberto, ou seja, parte do trajeto do
sangue é feito fora de vasos sanguíneos, em espaços designados lagunas, o
que para animais de movimento lento será suficiente. O coração localiza-se
dorsalmente;

Caracterização
A grande maioria dos moluscos apresenta os sexos separados, com
fecundação externa nos animais aquáticos. Algumas espécies, no entanto,
apresentam fecundação interna ou metamorfoses.

CLASSE CEPHALOPODA

Entre os cefalópodes encontram-se os maiores, mais rápidos e mais


inteligentes de todos os invertebrados. Podem apresentar tamanho
relativamente reduzido, cerca de 2 a 3 cm de comprimento, ou atingir os 16
metros (dos quais 10 correspondem aos tentáculos) ou mesmo mais, das
lulas gigantes.
Os cefalópodes primitivos apresentavam concha externa mas atualmente
apenas um gênero a conserva. Os restantes apresentam apenas um vestígio
interno, ou perderam-na totalmente.
Aparentemente é um grupo em declínio do ponto de vista evolutivo,
consistindo apenas em 660 espécies atuais.

Os cefalópodes (gr. kephale = cabeça + podos = pé) apresentam o pé


transformado em tentáculos, oito ou dez, providos de ventosas e que
rodeiam a boca.

Nos chocos, além dos oito tentáculos vulgares, como nos polvos, existem
dois com que capturam as presas, que podem ser projetados com grande
rapidez.

Nas lulas também existem dois tentáculos especializados na captura de


presas, mas estes não são retrácteis.

A cabeça destes animais é distinta e apresenta olhos muito eficientes,


semelhantes aos dos vertebrados, bem como órgãos dos sentidos químicos
e tácteis muito desenvolvidos.

O sistema nervoso é desenvolvido, com maior tendência para a cefalização


que os restantes grupos do filo Moluscos. Experiências têm revelado um
elevado grau de inteligência nestes animais, considerados os mais
evoluídos nesse aspecto nos invertebrados. Os cefalópodes já revelaram ser
capazes de resolver problemas e são inclusivé, capazes de brincar, um
comportamento geralmente associado aos mamíferos.
Todos são predadores eficientes, possuindo fortes mandíbulas córneas em
forma de bico de papagaio e rádula.
O manto delimita a cavidade paleal, onde se localizam as brânquias.
Muitos, como o polvo, não apresentam concha, enquanto outros
apresentam concha interna, pouco desenvolvida e achatada (chocos e lulas).

Os únicos cefalópodes atuais que apresentam concha externa pertencem


ao gênero Nautilus.
Neste gênero, a concha é enrolada em espiral e formada por câmaras
contíguas, vivendo o animal apenas na última, que é a maior. As amonites
eram cefalópodes fósseis que também apresentavam concha externa.
O sistema circulatório é fechado, ocorrendo toda a circulação sanguínea no
interior de vasos. Além do habitual coração dorsal, estes animais
apresentam um segundo conjunto de pequenos corações junto das
brânquias, o que aumenta grandemente a velocidade de circulação
sanguínea nos órgãos respiratórios e, consequentemente, a taxa metabólica.

Os cefalópodes, ao contrário dos restantes moluscos, deslocam-se


velozmente, devido a um sistema de propulsão a jato, usando o seu sifão,
fato que não pode ser dissociado do seu eficiente sistema circulatório
fechado. Esta situação permite explicar a perda de concha, dado que era
necessário libertar o manto desse material rígido para que este pudesse
funcionar como bomba de água.

Além de excelentes predadores, são igualmente eficientes na fuga e na


camuflagem, devido á sua capacidade de mudar a cor e a textura do seu
revestimento, bem como devido à bolsa do ferrado, que produz uma tinta
negra que perturba um possível atacante.

Caracterização
Polvo de anéis azuis, com apenas 10 cm de comprimento, pode matar um
homem em 15 minutos com a sua picada venenosa.

A mudança de cor e mesmo de textura do corpo pode ser extremamente


rápida e está intimamente associada ao sistema nervoso dos cefalópodes. A
inervação seletiva de células especiais da pele – cromatóforos – origina um
padrão de manchas, que ao olho humano resulta em alterações bruscas de
pigmentação.

Pele de lula, mostrando cromatóforos com diversos tipos de pigmentos e o


modo como a cor do animal varia com a contração de cromatóforos
específicos.

Geralmente a pele do cefalópode é translúcida e apresenta uma camada


profunda de células brancas refletoras, designadas leucóforos. Os
cromatóforos localizam-se acima dessa camada e contêm pigmentos
amarelos, vermelhos e negros. Outras tonalidades, como o verde e o azul
iridiscentes devem-se a outro tipo de célula, os iridóforos.

Cada cromatóforo é controlado por células musculares, por sua vez


controladas por nervos ligados diretamente ao cérebro. Assim, contraindo
ou relaxando essas células musculares, o cefalópode pode variar o tamanho
do cromatóforo e a intensidade da cor que este revela à vista desarmada.
Cada tipo de cromatóforo é controlado por diferentes nervos, pelo que o
animal pode controlar cada pigmento separadamente.

Mudança de cor do tegumento

Os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e formam


ovos ricos em vitelo, dos quais emergem jovens por desenvolvimento
direto.
O acasalamento é procedido de rituais complexos, geralmente envolvendo
brilhantes demonstrações de cor e luz (algumas espécies são
bioluminescentes).
Os machos apresentam um braço especializado – hectocótilo – na
transferência de um saco de esperma – espermatóforo – para o corpo da
fêmea. O hectocótilo é facilmente identificado pois não tem ventosas na
extremidade. Após a transferência de esperma o casal separa-se e a fêmea
irá, então, fecundar os seus óvulos quando mais lhe convier. Em polvos a
fêmea pode armazenar o espermatóforo no interior da cavidade paleal
durante dois meses, até encontrar um local adequado para depositar os
ovos.
Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre
os polvos. As fêmeas colocam os ovos numa pequena cova, que guardam
durante desde algumas semanas até 8 meses, dependendo da temperatura da
água. Não se alimentam durante esse período, morrendo pouco depois que
os jovens nascem.

Em lulas é igualmente frequente os progenitores morrerem imediatamente


após o acasalamento, deixando os ovos envoltos em finas membranas
ancorados no fundo arenosos do oceano.

CLASSE GASTROPODA

Os gastrópodes (gr. gaster = ventre + podos = pé) são o grupo de moluscos


mais numeroso e diversificado, representando mais de 4/5 das espécies do
filo.
São gastrópodes, além dos caracóis, as lesmas, lebres do mar (também
conhecidas por tintureiras), lapas e búzios.

Apesar de algumas espécies serem terrestres, a maioria é aquática,


principalmente marinha. O seu tamanho é muito variado, desde minúsculos
caracóis aquáticos com 1 mm a uma espécie australiana com 70 cm de
comprimento.

Este grupo de moluscos são os que mais se assemelham ao molusco


generalizado, descrito anteriormente, excepto no fato de apresentarem
geralmente uma concha espiralada, que os torna assimétricos.

A maioria dos gastrópodes apresenta uma concha univalve, achatada ou


espiralada, no interior da qual se aloja a massa visceral. Algumas espécies
têm um opérculo, que tapa a entrada da concha quando o animal se recolhe.
No entanto, existem muitas excepções, como as lesmas marinhas ou
nudibrânquios, que não apresentam concha, dependendo de elaboradas
defesas químicas para a defesa.

Durante o desenvolvimento embrionário a massa visceral sofre uma torção


de 180º no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio, pelo que a abertura
da cavidade paleal e o orifício retal se localizam sobre a cabeça (ou
apontando para o lado direito, em algumas espécies) no animal adulto, um
dos poucos aspectos comuns a estes animais tão diversificados.

O pé ventral é largo e em forma de palmilha, coberto por numerosas


glândulas mucosas. Todos os gastrópodes, herbívoros ou predadores,
apresentam rádula.

Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade


paleal, enquanto os terrestres não as apresentam. Neste caso, as trocas
gasosas são realizadas pelo manto, que se encontra muito vascularizadas na
cavidade palial, que funciona como um pulmão.

Caracterização
A maioria dos gastrópodes apresenta os sexos separados, mas existem
formas hermafroditas (caracóis, por exemplo) e, em outros casos, os
animais podem mudar de sexo ao longo da vida.

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