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Biologia 3

Ecologia

1
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http://en.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons License (abbreviated “cc-by”), Version 2.5.
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Atribuição
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I. Biologia 3, Ecologia
Por: Dr. John Kiogora Mworia, University of Nairobi

Vegetação alpina sobre Mt.Kenya©John Mworia

II. Pré-requisitos
O estudante deve:
- Ter o ensino secundário completo e nele ter feito biologia com introdução à ecologia.
- Ter tido os requisitos mínimos exigidos para entrar no nível universitário.

III. Duração
120 horas (mais 84 )

IV. Materiais
Para completar com sucesso este módulo, o estudante deve ter acesso a um
computador com conecção à internet. Serão necessários instrumentos simples para
conduzir algumas actividades de campo. Alguns desses materiais incluem fita
métrica, régua, fio, quadrante (1x1m), rede de arrasto, armadilhas e marcadores.

Ostrich courtesy of John Mworia

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V. Racionalidade do Módulo

Neste módulo, o estudante vai aprender, por um lado, como é que os organismos
interagem uns com os outros e, por outro, como eles interagem com o meio
ambiente. Serão, também, abordados os conceitos ecológicos chave na organização
dos organismos, crescimento e dinâmica das populações que constituem
importantes componentes do curriculum da Ecologia no nível pré-universitário. O
módulo é traçado para ser exposto usando ICT e no final, o estudante estará em
condições para elaborar um curso relevante em Ecologia e levar a cabo futuros
estudos em ciências ambientais.

VI. Vista geral


O módulo é constituido por 5 unidades e cada unidade contém pelo menos 4
actividades de aprendizagem. Primeiro, o estudante será introduzido à Ecologia,
definindo os seus vários ramos e conceitos. A seguir, vai aprender como os
organismos estão organizados dentro das populações e comunidades e os factores
que regulam as suas mudanças ao longo do tempo. Os organismos interagem uns
com os outros, de modo a afectar as suas populações. Portanto, neste módulo,
estudar-se-ão os vários tipos relações entre populações e as suas implicações.

Tendo percebido como os organismos se encontram organizados nos níveis de


populações e comunidades, continuará a ver-se as suas interacções com o meio
ambiente através de dois processos chave do ecossistema: o fluxo de energia e o
ciclo dos nutrientes. A seguir, o estudante vai aplicar os conceitos de ecologia
aprendidos para analisar a estrutura e o funcionamento das principais comunidades
de vegetação de África. Para concluir este estudo, vai-se avaliar o efeito ecológico
da actividade humana que leva à degradação do habitat caracterizado pela
deflorestação, desertificação e pela perda da biodiversidade.

Wildebeest Courtesy of John Mworia

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6.1 Resumo

Unidade Número de horas


1. Introdução aos conceitos de ecologia 20
2. Ecologia das populações 30
3. Ecologia das comunidades 30
4. Ecologia dos ecossistemas 30
5. Conservação dos recursos naturais 10

6.2 Organograma

Ecologia

Conceitos de Ecologia - Ecologia - Ecologia - Conservação


ecologia Populações Comunidades Ecossistemas Rec. Naturais

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VII. Objectivo(s) Geral(ais)

Para atingir os objectivos específicos alistados no parágrafo seguinte, subdividiu-se


o objectivo geral em 3 pontos, nomeadamente:
a. Conceitos básicos em ecologia das populações e comunidades;
b. Contribuição dos factores ambientais na distribuição das espécies;
c. Princípios básicos de conservação dos recursos naturais.

Ecology students courtesy of John Mworia

VIII. Objectivos específicos de aprendizagem

Unidade 1: Introdução a conceitos ecológicos


Quando terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
 Definir Ecologia como ciência e descrever os seus ramos;
 Identificar as componentes chave do ambiente abiótico e biótico;
 Compreender como as principais componentes ambientais tem influência na
distribuição das espécies.

Unidade 2: Ecologia das populações


Quando terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
 Compreender os princípios básicos da selecção natural e especiação;
 Conceitualizar e explicar os modelos matemáticos que descrevem o
crescimento das populações;
 Descrever os diferentes tipos de interacções entre as populações, incluindo a
competição, a predação e a simbiose.

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Unidade 3: Comunidade ecológica
Quando terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
 Descrever a estrutura de uma comunidade;
 Descrever os diferentes estágios da dinâmica de uma comunidade;
 Caracterizar a estrutura e as adaptações das principais comunidades de
vegetação em África.

Unidade 4: Ecossistema
Quando terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
 Articular factores que influenciam a produção primária terrestre e aquática;
 Explicar o conceito de nível trófico num ecossistema;
 Descrever o processo do ciclo dos nutrientes nos ecossistemas terrestres.

Unidade 5: Conservação dos recursos naturais


Quando terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
 Definir biodiversidade e enumerar os índices da sua medição;
 Resumir as formas comuns de degradação de habitats em África e os seus
métodos de restauração;
 Indicar os processos de desertificação e de aquecimento global.

IX. Actividades de ensino e aprendizagem

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9.1 Avaliação de conhecimentos sobre Ecologia
Racionalidade: A aprendizagem efectiva depende do que já se sabe sobre a disciplina
antes de se tentar adquirir novos conteúdos para o nível seguinte. Assim sendo, de
seguida, o estudante vai fazer um mini-teste para avaliar os seus conhecimentos em
relação ao conteúdo deste módulo.

QUESTÕES
1. O termo “população”, quando aplicado em ecologia, refere-se a:
a) qualquer indivíduo de uma espécie numa determinada área;
b) muitos indivíduos de diversas espécies em várias áreas;
c) todos indivíduos encontrados numa determinada área;
d) todos indivíduos de uma espécie encontrados numa determinada área.

2. Comensalísmo é uma relação entre dois organismos onde:


a) ambos organismos têm benefícios resultantes da relação;
b) ambos organismos têm prejuízos como resultado da relação;
c) apenas um se beneficia da relação, enquanto que o outro não é afectado;
d) um se beneficia da relação enquanto que o outro é prejudicado.

3. As plantas requerem nutrientes. Que grupo de nutrientes são classificados como


“macronutrientes”?
a) Aqueles que são extraídos do solo.
b) Aqueles que são armazenados no cáule.
c) Aqueles que são necessários em grandes quantidades.
d) Aqueles que são perdidos através da excreção de grande quantidades.

4. Em ecologia, qual é o significado do termo “cadeia alimentar”?


a) Uso da radiação fotossintenticamente activa (RFA) na produção de alimentos.
b) Ilustração da transferência do alimento a partir dos produtores primários.
c) Estágios pelos quais os nutrientes passam antes de serem usados.
d) Ilustração do movimento da água dentro de um ecossistema.

5. Quais dos seguintes factores não têm efeito no crescimento das plantas?
a) Quantidade de nutrientes na troposfera.
b) CCC.
c) Quantidade de água no solo.
d) Concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

6. Quando é que os ecologistas consideram que uma espécie está extinta?


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a) Quando já não se pode encontrá-la na floresta.
b) Quando restam menos de 10 indivíduos.
c) Quando a espécie emigra do seu habitat natural.
d) Quando a espécie já não existe mais na terra.

7. No âmbito do corpo de água eutrófico, qual das afirmações está correcta.


a) Ter magnesium como único nutriente;
b) Ser podre em nutrientes;
c) Ter cálcio como único nutriente;
d) Ser rico em nutrientes.

8. Em ecologia, qual o significado do termo “produção primária bruta”?


a) Produção primária total por ano.
b) Produtividade primária bruta mais a energia usada na respiração.
c) Produtividade primária bruta por dia.
d) Produtividade primária bruta menos a energia usada na respiração.

9. Qual é a importância dos restos vegetais no ciclo de nutrientes?


a) Os restos vegetais não desempenham nenhuma função.
b) Os restos vegetais agem como acumuladores de nutrientes.
c) Os restos vegetais transferem os nutrientes das plantas para o solo.
d) Os restos vegetais transferem os nutrientes das plantas para as folhas.

10. A diversidade de espécies numa área refere-se a(o):


a) Total do número de indivíduos numa área;
b) Média do número de espécies numa área;
c) Total de espécies numa área;
d) Total do número de indivíduos de uma determinada população.

11. Um animal que manifesta um comportamento territorial significa que:


a) não tem um habitat;
b) defende parte da sua população;
c) está confinado a um habitat;
d) não migra para outros habitats.

9.2 Chave de respostas

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1.D: A palavra população refere-se a todos indivíduos de uma espécie numa determinada
área.
2.C: Apenas um se beneficia da relação, enquanto que o outro não é afectado.
3.C: Alguns macronutrientes incluem Nitrogénio enquanto que os micronutrientes são
aqueles requeridos em quantidades pequenas.
4.B: Um exemplo de uma cadeia alimentícia seria capim → antílope → leão.
5.A: A troposfera é a camada externa da atmosfera através da qual as plantas não tem
nenhum acesso.
6. D: Uma espécie é extinta quando não existe nem no cativeiro nem na selva.
7. D: Eutróficos são corpos de água que têm altas quantidades de nutrientes, especialmente
como resultado de poluição agrícola ou industrial.
8. D: Produção primária total é a energia total capturada, enquanto produtividade líquida
primária é aquela que resta depois da respiração.
9. C: Quando o lixo cai é decomposto e liberta nutrientes no solo.
10. C: Quando se considera a diversidade como o número total de espécies é crítico.
11. D: Comportamento territorial ocorre quando um animal ou grupos de animais defendem
uma secção da área onde habitam.

Comentários Pedagógicos para os estudantes


A pré-avaliação foi elaborada a partir dos conteúdos de biologia do nível secundário. A área
da dinâmica das comunidades que foi testada na questão 7 é muito abrangente e espera-se
que tenha sido abordada, exaustivamente, no nível secundário. Se o estudante conseguir
um resultado abaixo de 60% de respostas correctas, recomenda-se que faça revisão dos
conteúdos pré-universitários antes de dar seguimento a este módulo.

X. Conceitos Chave (Glossário)

ESPÉCIES
Uma população que constitui o grupo de indivíduos reprodutivamente compatível.

POPULAÇÃO
Um grupo de indivíduos pertencentes a mesma espécies numa determinada área
geográfica.

COMUNIDADE
Grupos de populações em interação numa dada área.

1
ECOSSISTEMA
Conjunto de comunidades de organismos e de factores bióticos e abióticos que se
envolvem e interagem com as comunidades.

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA
Taxa através da qual a matéria orgânica é produzida ou, através da fixação de
energia radiante ou, através da fotossíntese por unidade de área e por unidade de
tempo.

DIVERSIDADE BIOLÓGICA / BIODIVERSIDADE


Riqueza das espécies ou número de espécies e sua variação genética.

FAUNA
Termo que se refere a todos animais que existem numa determinada área.

FLORA
Plantas ou formas bactérias existentes numa determinada área.

EDÉMICA
Uma taxa ou espécies que está restrita à uma certa zona geográfica e que pode não
ser encontrada em qualquer outro lugar. Assim, essas espécies serão ditas
edémicas a essa área.

BIOTA
Conjunto de organismos vivos numa área especifica. A Biota inclui tanto as plantas
como os animais.

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA


Toda matéria orgânica produzida (incluindo aquela usada na respiração) numa
unidade de área por unidade de tempo.

SUCESSÃO
1
Este é um processo de desenvolvimento rápido ou gradual de uma comunidade
vegetal em substituição à outra. A comunidade pioneira modifica o habitat tornando-
o acessível para invasão por outras que eventualmente a substituam.

CONSERVAÇÃO
É a gestão dos recursos naturais destinada a restauração e manutenção dos
balanço entre as necessidades humanas e as necessidades de outras espécies. A
conservação pode ser focalizada a uma espécie individual, à ecossistemas, aos
biomas ou até mesmo à biosfera.

XI. Leituras Obrigatórias

XII. Recursos Multimédia

XIII. Links Importantes

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XIV. Actividades de aprendizagem

Título: Introdução ao conceito de ecologia


Objectivos específicos

(1) Definir Ecologia e descrever os respectivos ramos;


(2) Identificar as principais componentes do meio biótico e abiótico;
(3) Compreender como é que as principais componentes da ecologia influenciam
a distribuição das espécies.

Sumários das actividades de aprendizagem


Nesta actividade, primeiro é ilustrada uma introdução do tópico, na qual se aborda a
conceitualizaçao de ecologia e os seus ramos, as componentes do meio ambiente e
conceitos básicos de ecologia. O estudante deverá fazer uma série de actividades
que o ajudarão a compreender melhor o tópico. A unidade está organizada da
seguinte forma:
1.1 Introdução ao conteúdo
1.1.1. o que é ecologia
1.1.2. níveis de organização
1.1.3. ramos da ecologia
1.1.4. conceitos básicos
1.2. Acesso a internet: leia mais sobre Biomas
1.3. Trabalho escrito: efeito da distribuição desigual do calor na distribuição das
espécies
1.4. Trabalho de campo: fazer um exercício de classificação das formas de vida
dentro uma comunidade natural

Conceitos fundamentais

Ecologia é definida como a ciência que trata das interrelações entre animais,
plantas e o ambiente.

Níveis de organização de organismos coprrespondem ao indivíduo, a população e


a comunidade.

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Os principais ramos de ecologia podem ser amplamente divididos em quatro
categorias:
1. Ecofisiologia, Ecologia das Populações;
2. Ecologia da Comunidade;
3. Ecologia de Ecossistema e
4. Ecologia de Paisagem.

O ecossistema é um sistema em interação, que inclui a comunidade de organismos


e o seu ambiente físico não vivo. As componentes do ambiente podem ser divididas
em bióticos e abióticos.

Componentes de físico-químicos do ambiente influenciam a distribuição das


espécies e sua diversidade, através dos seus efeitos no crescimento e
funcionamento das plantas.

Forma e estrutura dos seres vivos estão altamente correlatadas às suas


adaptações para o ambiente.

Palavras chave:
Sinecologia, Auto-ecologia, Ambiente, Ecossistema, Bioma, Forma de Vida.

Lista de leituras Compulsórias

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1.1 Introdução ao conteúdo
1.1.1 O que é ecologia?
Já deve ter observado que muitos animais, incluindo o homem, dispõem das plantas
para o seu alimento, e outros usam-nas como seus abrigos. Do mesmo modo, já
deve ter visto reportagens do efeito do gado “overstocking” ou muitos animais numa
determinada área que contribuem para a erosão ou degradação dos solos.
Assim, denomina-se Ecologia à ciência que lida com as interacções de animais e
plantas dentro do seu ambiente natural. Estas interacções afectam a abundância e
distribuição dos organismos. O termo ecologia é derivado das palavras “oikos” que
significa casa ou habitat e “logo” que significa estudo (estudo dos habitats).

1.1.2 Níveis de organização


No estudo sobre a ecologia verá que os organismos estão organizados em 3
principais níveis que podem ser sucintamente abordados como indivíduo, população
e comunidade.

(a) O indivíduo é a unidade fundamental das populações, comunidades,


ecossistemas e biomas.
(b) Uma população é composta por todos os membros de uma espécie unida que
ocupa uma área particular.
(c) Uma comunidade biológica é formada por todas as populações de diferentes
espécies de organismos que coexistem numa determinada área.

1.1.3 Ramos de ecologia


A ecologia é muito vasta e é considerada como uma disciplina multi-disciplinar, uma
vez que abrange as diferentes interacções de um organismo com o seu ambiente, o
que necessita do complemento de informações que são fornecidas por outros ramos
de ciências tais como geografia, meteorologia, ciência do solo, etc. No entanto, os
ramos da ecologia podem ser descritos como:
(a) Ecofisiologia (ou Fisiologia ecológica) quando se refere apenas às plantas;
(b) Autoecologia ou ecologia das populações quando concentra-se numa
espécie, ou seja, lida apenas com aspectos como tamanho e dinâmica da
população, o comportamento reprodutivo e sua especiação.
(c) Ecologia das comunidades ou Sinecologia concentra-se no estudo ao nível de
uma comunidade. Incorpora muitos ramos, alguns dos quais incluem a

1
paleoecologia – que estuda as comunidades vegetais ao longo das eras
geológicas passadas e a dinâmica que está nas mudanças ao longo do
tempo.
(d) Ecologia dos ecossistema, aqui os ecologistas estudam os processos que
envolvem as comunidades e o meio ambiente, como o ciclo de nutrientes e o
fluxo de energia.
(e) Ecologia Paisagística é a mais vasta área da ecologia e foca as inter-relações
e processos que ultrapassam os ecossistemas.

1.1.4 Conceitos básicos de Ecologia

Ecossistemas
O conceito ecossistema é o centro dos estudos sobre a ecologia. Ele abrange o
estudo de uma comunidade e a sua interrelação com o seu ambiente. Um
ecossistema, portanto, inclui interacções entre os organismos de uma comunidade
assim como, as interacções entre organismos e seu ambiente físico.
Um ecologista do ecossistema pode por exemplo, estudar a relação entre a
salinidade do solo e a distribuição das espécies num pântano. Desta forma, o
pântano será considerado como sendo um ecossistema.

Qual é o tamanho de um ecossistema?


Um ecossistema pode ter tamanhos muitos variáveis, por exemplo, uma floresta
pode ser estudada como um ecossistema. Existem dois processos importantes que
ligam as componentes de um ecossistema, que são o fluxo de energia e o ciclo de
nutrientes num ecossistema.

No curso deste módulo, far-se-a um estudo detalhado de cada uma das


componentes e dos processos de um ecossistema.

1
Biomas e Biosfera
O bioma, na ecologia terrestre, é o nível seguinte de organização acima da
comunidade e do ecossistema. O bioma é extenso e corresponde a regiões
relativamente distintas, caracterizadas por uma particular combinação de solos,
plantas, animais e clima, por isso as suas características devem ser abrangentes.
Os limites de um bioma, largamente, coincidem com os limites de um determinado
tipo de clima, sendo a temperatura e a precipitação os mais importantes
determinantes nesta delimitação. Por exemplo, a temperatura é o mais importante
factor de delimitação nas regiões em direcção aos pólos, enquanto que a
precipitação é mais importante nas regiões temperadas e tropicais.

A seguir, apresenta-se uma lista dos tipos de Biomas e suas principais


características :

Tundra (o bioma predominante do Norte)


Ela existe na latitude mais a Norte e está exposta a invernos longos e intensos e
verões curtos. É dominado por musgos, líquenes, capim e “sedges”.

Taiga
Esta está a Sul da Tundra e é dominada por coníferas. É também referida como
floresta limitífora. Constitui uma larga área sempre verde no Norte da América e
Europa. As plantas dominantes são os abetos vermelhos e os pinheiros.

Floresta Tropical Temperada


Este bioma consiste numa floresta coerente que ocorre nas latitudes intermediárias
onde a precipitação anual é elevada, o tempo é fresco e o nevoeiro, denso.

Floresta Decíduas Temperadas


Aqui os verões são muito quentes, os invernos são breves e a precipitação anual é
720-1250mm. Este bioma é dominado por uma densa copa de folhas largas com
uma vegetação rasteira de rebentos e arbustos.

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Pradarias Temperadas
Este bioma ocorre nas latitudes intermediárias, onde a precipitação é moderada. A
vegetação dominante é o capim. A pradaria temperada é também referida, apenas,
como pradaria no Norte da América, estepe na Euroásia e veld no Sul de África.

Chaparral
Este bioma pode ocorrer em ambientes temperados com bastante precipitação,
combinada com invernos moderados e verões secos. Este é tipicamente chamado
clima do Mediterrâneo mas que, também, ocorre em outros lugares do mundo. É
caracterizado por arbustos densos perenes e árvores pequenas.

Desértico
Este bioma ocorre onde há uma precipitação muito reduzida. Os desérticos ocorrem
em todos os continentes, principalmente ao longo dos trópicos de Capricórnio e de
Câncer. O desértico de Saara é o maior do mundo, enquanto que o desértico de
Atcma, no Chile, é o mais seco.

Savana
Este bioma é caracterizado por ter árvores espalhadas e nele predominam as
gramíneas tropicais. A África possui a maior porção de savana mas ela, também, é
encontrada na América do Sul, Austrália e Índia. A savana africana é rica em vida
selvagem e é largamente usada pelas comunidades pastorícias.

Floresta tropical
Este bioma, geralmente, ocorre onde as temperaturas são amenas ao longo do ano
e a precipitação é elevada e distribuída uniformimente. Os solos são pobres em
nutrientes e a maioria das árvores com flores são perenes.

Pradarias dos Alpinos


Estes estão associados ao clima do topo das montanhas altas. Como vermos na
unidade 3.0, o clima nesta região é desafiador para as plantas como consequência
de baixas temperaturas, radiações de ondas curtas penetrantes, entre outros
factores. Eles ocorrem na Nova Guine, no Leste de África, na América do Sul, na
estepes do planalto Tibetano e noutros habitats similares no mundo.

1
Nota: Neste modulo, com mais detalhes na unidade 3.0, estudar-se-a a estrutura e
função das principais comunidades de plantas em África.

2.1 Acesso o internet: Leia mais sobre biomas


Visite as referências abaixo fornecidas:

WWF. (2006). Habitats. Retrieved September 2006 from http://www.panda.org/


news_facts/education/university/habitats/index.cfm (Read section on terrestrial
habitats).

Wikipedia. (2006).http://academickids.com/encyclopedia/index.php/Biome (read


sections on Tundra, Taiga and Rainforests).

Livros
Odum E.P. & Barrett, G. W. (2007). Fundamentos de Ecologia. 5ª Ed. Thomson Learning.
São Paulo. Pag. 430-458.

Auto-avaliação
1. Qual é a tendência da fertilidade dos solos ao longo dos biomas?
2. Qual a tendência de biodiversidade?
3. Existe alguma relação entre a latitude, a temperatura e a precipitação?

1
Biosfera
A biosfera é constituída por todas as comunidades da terra, o que inclui todos os
organismos. Ela interage com a atmosfera, a hidrosfera que é a água da terra, e a
litosfera que é constituída pelo solo e pelas rochas.

Componentes Abióticos e Bióticos do meio ambiente


Certamente já ouviu falar do termo ambiente, amplamente usado em diferentes
situações. Este termo, simplesmente, refere-se ao meio em volta. É, portanto, um
complexo contituído por diversos factores que não interagem apenas com os
organismos mas, também, entre sí.
O ambiente inclui aspectos da terra e do clima e é de grande importância para um
ecologista porque influencia crescimento e o desenvolvimento das plantas e, por
conseguinte, determina sua distribuição e abundância. Pode-se dividir o meio
ambiente em duas componentes principais: Físico-químico e Biológico. Algumas
componentes do ambiente são abaixo descriminadas:

Ambiente Físico-químico Ambiente Biológico


Radiação Fauna e Flora
Temperatura Árvores, Capim e arbustos
Água superficial e subterrânea Decompositores
Gases e Vento Aves, répteis e mamíferos
Nutrientes do solo Parasitas
Geologia Simbióticos
Topografia

Influência dos factores ambientais na distribuição das plantas

A maioria dos factores ambientais físico-químicos, listados acima, podem influenciar


a distribuição e abundância das plantas. Nesta secção, discutir-se-a, de forma
breve, o efeito da temperatura na distribuição e abundância das plantas (referências
para os outros factores, especialmente radiação, água e topografia, encontrará na
secção de leitura).

2
Temperatura
Temperatura é uma indicação da quantidade de energia calorífica no sistema. A
temperatura relaciona-se, de perto, com a radiação porque uma grande
porcentagem de radiação solar absorvida pelas plantas (>70%) é convertida em
energia calorífica.

As plantas, ao contrário dos humanos, não podem regular efectivamente a sua


temperatura, consequentemente tendem a assumir a temperatura do ambiente.
Assim, elas são designadas Poicotérmicas ou Organismos Ectotérmicos. Por outras
palavras, a temperatura do seu corpo muda com a variação da temperatura do
ambiente.

Plantas em condições de temperatura diferentes terão diferentes tipos de


adaptações. Por exemplo, algumas plantas das zonas alpinas, nas montanhas altas,
têm troncos cobertos por uma camada densa de folhas secas, mortas, para isolar os
seus tecidos internos. Na unidade 3 ver-se-á, com mais pormenores, as adaptações
das plantas às várias temperaturas.

Desta forma, a temperatura tem uma forte influência no crescimento e


funcionamento das plantas, regulando as taxas dos numerosos processos físicos e
bioquímicos, como a transpiração, a fotossíntese, a respiração e outros processos
metabólicos. Normalmente, o crescimento das plantas é inibido rapidamente à
temperaturas de 0°C e aumenta rapidamente com a elevação de temperatura até um
intervalo óptimo de 20-30°C. Acima do intervalo óptimo de temperaturas, a taxa de
crescimento começa a nivelar-se e, consequentemente, começa a diminuir.

3.1 Trabalho escrito: Efeito da distribuição desigual do calor na distribuição


das espécies

O estudante executará esta tarefa escrita com base no material fornecido na


actividade aprendizagem 1.1 e nas referências abaixo indicadas:

Douglas, A. K. (2004). Climatic determinants of global patterns of biodiveristy.In P.Moyle &


D. Kelt (Eds.), Essays of wildlife conservation Retrieved September 20, 2006 from
http://marinebio.org/Oceans/Conservation/Moyle/ch3.asp (Read sections; Introduction,

2
Earth’s seasons, Why does it rain so much in the tropidcs, and Why are deserts generally
located at about 30°latitude?)

Wikipedia. (2005).Intertropical Convergence Zone . Retrieved September 20, 2006 from


http://www.answers.com/topic/intertropical-convergencezone-1

Wikipedia. (2005). Low pressure. Retrieved September 20, 2006 from


http://www.answers.com/topic/low_pressure_area

Tarefa:
Escreva uma composição (600-800 palavras) intitulada Efeitos de distribuição
desigual de calor na distribuição das planta e da diversidade. Em sua composição,
certifique-se que vai abordar os seguintes assuntos:
1. Natureza de radiação solar, sua composição e como as suas porções alcançam
a troposfera da terra;
2. Causas da distribuição desigual de calor no globo;
3. A Inter-zona de Convergência tropical (ITCZ) e sua influência no padrão de
chuvas em África - chuva unimodal e chuva de bimodal.

Classificação das formas de vida


As adaptações para as condições ambientais são reflectidas, principalmente, através
da forma e da estrutura da matéria viva. O estudo da forma e da estrutura das
comunidades vegetais naturais é designa-se Fisionomia.

Nas secções anteriores, abordaram-se as condições ambientais extremas


predominantes nos diferente biomas. Há muitos tipos de sistemas de classificação
de plantas por exemplo, classificação do habitat, classificação funcional, etc. Porém,
nesta actividade concentraremo-nos, apenas, no que une a fisionomia ao clima.

Batize Raunkiaer, um botânico Dinamarquês, usou as formas de crescimento que


tinham algum valor adaptativo, como meios quantitativos para relacionar a estrutura
da vegetação com o clima. Essa técnica é agora referida como formas de Vida.
De salientar que, Raunkiaer usou um único princípio característico, a altura do
tecido de perene da superfície do solo. O tecido perene é definido como sendo o
tecido embrionário (meristemático) que permanece inactivo durante os efeitos
ambientais adversos (inverno e estação seca) e depois retoma crescimento com o
2
retorno das condições favoráveis (primavera, verão ou estação chuvosa). São
incorporados neste tipo de tecidos os brotos, as sementes, os rizomas, o tubérculo,
os bolbos, etc. O que significa que, a posição que o indivíduo vê a flor ou fruta é uma
indicação da altura do tecido perene.

Sabe-se que, os órgãos perenes tornam possível a sobrevivência das plantas


durante estações climáticas desfavoráveis, assim o local deste tecido é uma
característica essencial da adaptação da plantas para clima específico. Quanto mais
severo for o clima, menor é a probabilidade das espécies de plantas terem brotos
longe da superfície do solo, onde estarão completamente expostos ao frio ou efeito
secante da atmosfera.

Isto quer dizer que, as espécies com órgãos perenes expostos serão mais
resistentes em climas húmidos e pouco quentes, do que em climas frios ou secos.
Por outro lado, as adaptações para o clima de inverno ou estação seca com
intensidade variada são alcançadas através de formas de vida onde os órgãos
perenes são enterrados ou formados próximos do solo. O caso extremo é
representado por plantas anuais que só sobrevivem sob formas altamente
resistentes de sementes dormentes.

Observe-se, de seguida, as principais categorias de forma de vida desenvolvidas por


Batize Raunkiaer:

Fanerófitos – plantas aéreas com os órgãos de perenes (brotos) acima de 25cm


sobre o solo, por exemplo, árvores, arbustos e trepadeiras.

Epífitos – plantas aéreas sem raízes no solo e suportadas por outras árvores e
arbustos, em alguns casos são parasitas.

Hemicriptófitos – estas são ervas perenes e gramas com o tecido perene sobre,
ou, imediatamente debaixo da superfície do solo.

Caméfitos – estes são arbustos pequenos ou anões, ervas, musgos ou


samambaias com 0-25cm de broto de perenes do solo.

Criptófitos – plantas com brotos perenes no subsolo ou debaixo da água.


2
Terófitos – estas são anuais ou efémeras que sobrevivem em estações
desfavoráveis como sementes. Por exemplo gramas sazonais.

Após classificar as plantas numa comunidade particular, o estudante deverá


desenvolver um espectro de forma de vida. Quando converter os números das
espécies em cada uma das formas de categorias de vida duma comunidade ou área
geográfica em porcentagens, então, terá um espectro de forma vida.

4.1 Trabalho de campo: classificação das formas de vida

Nesta fase, o estudante deverá conduzir uma prática com vista a ganhar habilidades
para relacionar os factores climáticos ao tipo de vegetação.

Procedimentos:
1. Identifique, na sua área, um local com vegetação natural, ou seja, um local
que não tenha sido muito perturbado. Perturbação aqui significa abate de
árvores ou prática de Agricultura.

2. Caminhe pela área e identifique todas as espécies que não as conheças e,


a seguir, nomeie-as usando símbolos apropriados. Não conte uma espécies
mais do que uma vez.

3. Coloque a cada espécie na respectiva categoria de forma de vida. Para a


maioria das espécies, a forma de vida pode ser determinada através da
observação directa da sua altura e posição dos brotos perenes ou da flor.

4. Tabue seus resultados, com vista a mostrar o total de espécies em cada


categoria de vida e, então, ilustre-os em forma de percentagem (por exemplo,
se identificar 10 ervas anuais que são Therophytes, o número de total de
espécies será de 40, categoria de forma de vida, leitura 25).

2
5. Por fim, preencha os seus resultados na tabela que se segue:

Forma de vida relação com Formas de vida Características


clima F C H Cr t
61 6 12 5 16
26 7 18 7 42
7 5 55 9 21
1 22 6 15 2
Tua área

F= Fanerófitos C= Caméfitos Hemicriptófitos Cr= Criptófitos T= Terófitos

Questões:
1. Usando seus dados e os dados apresentados na tabela acima, identifique
qualquer relação entre as variáveis ambientais e o tipo de vegetação.
2. Em que bioma se enquadra a tua área?
3. Em que área esperaria ter maior frequência de Fanerófitos, Terófitos, e
Hemicriptófitos?

2
Actividade 2

Tema: Ecologia das populações

Objectivos específicos de aprendizagem


O estudante deverá ser capaz de:
 Compreender os princípios básicos de selecção natural e especiação;
 Explicar os modelos conceituais e matemáticos que descrevem o crescimento
da populações;
 Descrever os diferentes tipos de interacções entre populações incluindo
competição, predação e simbiose.

Resumo das actividades de aprendizagem


Nesta actividade, far-se-à apresentação do tópico ao estudante, explicando as
teorias de selecção natural, especiação, crescimento da população e interacção
entre as populações. O estudante levará a cabo várias actividades que o ajudem
entender o tópico.
As actividades que levará a cabo estão organizadas da seguinte forma:

2.1 Introdução para o conteúdo.


2.1.1 Selecção natural
2.1.2 Especiação
2.1.3 Crescimento populacional
2.1.4 Interacções entre as populações
2.2 Estudo de caso: Acesso à Internet para rever a selecção natural dentro de
“peppered moth”.
2.3 Aplicação dos conhecimentos: Use um caso hipotético de tartarugas para
predizer os efeitos de mudança ambiental na especiação.
2.4 Listagem e resolução dos problemas: Que barreiras conduzem ao
isolamento genético?
2.5 Estudo de caso: Aceder a internet para rever o que é simbiose e sua
ligação a evolução.

Conceitos fundamentais
2
Selecção natural é o processo que conduz uma população para a adaptação ao
seu ambiente. Este conceito moderno enfatiza mais a reprodução de diferencial
bastante do que a sobrevivência.
Existem 3 tipos de selecção natural, nomeadamente: selecção estabilizadora,
selecção direccional, e selecção diversificadora.

Especiação – acontece quando uma secção da população é isolada por um longo


período de tempo e diversifica-se suficientemente, por forma a que se considere
uma espécie distinta.

Barreiras de isolamento – estas conduzem à especiação e podem ser motivadas


por um isolamento genético, um isolamento geográfico, ou por diferentes
extremidades climáticas.

Modelo de crescimento exponencial – descreve o crescimento da população na


ausência de limitações de recursos.

O modelo de crescimento logístico – descreve o crescimento de uma população


com presença de um factor limitante. A densidade de equilíbrio é K ou a capacidade
de carga que não pode ser excedida sempre.

Interacções entre as espécies – podem ser classificadas em competição,


predação e simbiose. Mais adiante, as relações simbióticas podem ser classificadas
em amensalísmo, mutualismo, parasitísmo e comensalísmo.

Palavras chave
Selecção natural, Especiação, Crescimento populacional, Simbiose.

2.1 Introdução ao conteúdo


Nesta actividade, o estudante estudará os conceitos fundamentais de ecologia da
população. Primeiro, abordar-se-à selecção natural, que é o processo que assegura
que organismos individuais com características favoráveis tenham mais
probabilidades de sobreviver e de reproduzir do que aqueles com características
desfavoráveis. Focará-se a teoria de especiação, que é o processo que conduz ao
desenvolvimento de novas espécies.
2
O tamanho de uma população não é estático, portanto observar-se-ão os modelos
de crescimento da população. Para concluir a actividade de aprendizagem, o
estudante aprenderá os tipos de inter-relações que existem entre populações:
competição, predação e simbiose.

2.1.1 Selecção natural


A teoria de selecção natural foi avançada por Charles Darwin em 1859, no seu livro
intitulado “Na origem de espécies por meio de Selecção Natural ou a Preservação
de Raças desfavorecidas na Luta pela Vida”. Ela constitui, basicamente, o processo
que resulta na adaptação de uma população ao ambiente biótico e abiótico.

Darwin descreveu selecção natural como processo por qual indivíduos bem
adaptados são seleccionados em detrimento daqueles que estão mal adaptados,
através de processos naturais. O centro do conceito é que os indivíduos ou
espécies bem-adaptadas sobrevivem para reproduzir e contribuir em prol do gene da
população, o que significa que só os mais fortes sobrevivem.
A sobrevivência dos mais fortes é manifestada através da competição por recursos
críticos, essenciais para a sobrevivência de um indivíduo. De salientar que, a
selecção natural ocorre dentro e entre espécies que compartilham o mesmo espaço
ou recurso.

O conceito moderno de selecção natural enfatiza a reprodução de diferencial no


lugar de sobrevivência de diferencial. Nesta visão, os factores que tem influência
sobre as diferenças no sucesso reprodutivo ou no número de descendência
sobrevivente contribuem para selecção natural das espécies. Desta forma, os
factores que contribuem para a reprodução de diferencial são sobrevivência,
longevidade (palmo de vida), fertilidade, competição, selecção sexual (por meio das
quais, em algumas espécies, a fêmea pode produzir machos em tempos bons e
mais fêmeas em tempos maus). Outros factores incluem padrões de comportamento
tais como habits restringidos ou alimentação selectiva.

Operacionalização da selecção natural


Os indivíduos duma determinada população são únicos, excepto quando um zigoto
(ovo fertilizado) se divide para produzir gémeos idênticos ou há multiplicação por
meio de clones. Assim ocorre a diversidade genética dentro da população de
algumas espécies, requisito essencial para a efectivação da selecção natural.
2
A Selecção natural ocorre quando uma pressão selectiva, como por exemplo a
condição ambiental que selecciona certas características, favorece a alguns
indivíduos em detrimento de outros..

Tipos de selecção Natural


Existem 3 tipos de selecção natural, nomeadamente a selecção estabilizadora, a
selecção direccional e a selecção divergente.

Selecção estabilizadora
Esta age contra variantes extremas, favorecendo o fenótipo intermediário. Este tipo
de selecção reduz a variação e melhora a adaptação de uma população em relação
aos aspectos do ambiente que permanecem relativamente constantes (Blake et
al.2002). Por exemplo, estudos mostraram que a taxa de mortalidade de bebés
humanos tende a ser alta em bebés que pesam 1.5kg e 4.5kg, e que o bom peso de
nascimento é de 3.4 kg.

Selecção direccional
Esta é comum quando ocorre em mudanças ambientais. Este tipo de selecção
natural favorece os fenótipos de um extremo sobre o outro e resulta numa curva de
distribuição de fenótipos que variam naquela direcção (Blake et al. 2002). Por
exemplo, a troca de selecção direccional que ocorreu no cavalo, uma vez que, este
evoluiu do tamanho de um cão adaptado para florestas, para o seu tamanho actual
adaptado para o capim.

Selecção divergente (Disruptiva)


Ocorre quando os extremos de fenótipos diferentes são parentes favorecidos para
fenótipos intermediários. Um bom exemplo disso são as mudanças adaptáveis em
forma de corpo, como se verifica em insectos de vara (Praying mantis) e borboletas.

2.1.2 Especiação
A dispersão da descendência faz com que, com o passar do tempo, as plantas e
animais mudem de localização da sua descendência. É possível que possam ser
isoladas numa secção ou várias secções da população por muitas gerações. Por
conseguinte, a secção isolada da população torna-se adaptada ao seu ambiente e
isto conduz à formação de espécies que exibem adaptações e características
fenotípicas locais, conhecidas como raças.
2
De salientar que, as populações que estiveram isoladas por muito tempo podem
divergir, suficientemente, de modo a que se tornem espécies distintas e, portanto,
não podem se cruzar com a população original.
As formas de barreiras incluem, primeiro, o isolamento genético que poderia estar
presente devido a falta de padrões de compatibilidade. Segundo, as barreiras
geográficas como oceanos, montanhas que separam partes de uma única
população. E, em terceiro lugar, as grandes diferenças de temperatura ou humidade
entre áreas e grandes mudanças de climas, geralmente, entre húmidos e secos ou
frios e quentes.

2.1.3 Crescimento da população


As populações de organismos vivos, incluindo dos seres humanos, são dinâmicas:
elas variam constantemente. Que processos são relevantes para a variação do
tamanho de uma população? O crescimento da população será abordado em duas
situações.
(a) A primeira é uma situação hipotética de população que cresce com todos
os recursos disponíveis, sem nenhum tipo de limitação;
(b) A segunda é a situação hipotética do crescimento de uma população com
recursos limitados.

(a) Crescimento ilimitado da população


Os processos fundamentais do crescimento da população incluem, por um lado, o
nascimento e a imigração (movimento de indivíduos para a população) e ambos
conduzem à sua expansão em tamanho. Por outro lado, a morte e emigração
(movimento para fora da população). Estes factores podem ser expressos numa
equação como:

Taxa de Crescimento 
Taxa de Nascimento  Im igração  _ Taxa de Mortalidad e  Emigração 
Tamanho da População

As taxas de nascimento e de mortalidade são frequentemente chamadas de taxas


vitais da população. Por conseguinte, a taxa de crescimento líquido é igual à taxa de
natalidade menos o índice de mortalidade.
Expressões simples das taxas vitais

3
(a) taxa de nascimento, b = Número de nascimentos por unidade tempo / média da
população.
(b) taxa de morte, d = número de mortes por unidade de tempo /média da
população.
(c) taxa de Crescimento, r = número de nascimentos - número de mortes / média da
população num intervalo de tempo.
A mudança actual em número da população (rN) durante certo período de tempo (∆t)
é igual rN. Se r fosse constante, o crescimento de população seria exponencial (veja
Figura 1a)

Figura 1a: mostra que a população poderia crescer mais, se os recursos fossem
ilimitados.
Figura 1b: mostra como uma população poderia crescer onde os recursos
alimentares fossem limitados.

O modelo de crescimento exponencial permite fazer os cálculos das taxas de


crescimento da população que não segue a fissão binária simples. A equação para
este modelo pode ser descrita da seguinte forma: Nt = N0 (ert).
Nela e = base de logaritmos natural (= 2.718) e r = uma constante para uma
população particular sob condições ambientais específicas.

O valor de r é diferente para todas espécies e é conhecido como o potencial de


biótico ou a taxa intrínseca de aumento natural de uma população num bom

3
ambiente para as espécies. A taxa intrínseca de aumento natural (r) pode ser
facilmente calculada quando as taxas de natalidade e de mortalidade são
conhecidas, por exemplo, se uma população tem natalidade =0.028 e mortalidade
=0.008 então r = 0.028 – 0.008 por ano = 0.02 por ano.

Nenhuma população pode crescer exponencialmente por um longo período. O r


nunca é constante porque é a diferença entre os índices de nascimento e de
mortalidade, pelo que as mudanças podem resultar da variação dentro de qualquer
uma ou de ambas taxas.

(b) Crescimento limitado da população


Para muitos organismos, as taxas de natalidade e de mortalidade relacionam-se
com a densidade da população. Se a densidade for alta, a taxa de natalidade é
baixa, por causa da nutrição inadequada e de outros factores associados à
aglomeração. Assim, a população tenderá a crescer exponencialmente no princípio,
mas encontrará um factor que irá limitar o seu crescimento exponencial.
O crescimento da população decresce e pode, eventualmente, estabilizar num
tamanho de população bastante constante dentro de um certo intervalo de flutuação.
Este modelo ajusta-se ao modelo de crescimento logístico (veja figura 1b). O modelo
de crescimento logístico é caracterizado por uma densidade em equilíbrio ou por
uma capacidade de carga representada por K.

Usando o Cálculo diferencial, a equação é representada como dN/dt=rN(K-N/K)


onde:
r = potencial biótico ou taxa intrínseca de aumento natural e representa o
crescimento da população sem limitação de recursos;
K = capacidade de carga;
dN/dt = mudança em tamanho da população com tempo.

3
Factores limitantes
Que factores limitam o crescimento de uma população, elevando a sua
estabilização ao redor de um certo intervalo? (veja Figura 2).
Os factores podem ser amplamente divididos em ambientes físicos e ambientes
biológicos. As categorias estão colectivamente referidas como resistência ambiental.
Observe-se algumas delas.

Físicos
(a) Disponibilidade de matérias-primas, por exemplo as plantas exigem
nitratos para produzir proteína e a água é necessária para transporte.
(b) disponibilidade de espaço.
(c) Luz para o caso das plantas.
(d) Abrigo.
(e) Acumulação de resíduos.

Biológicos
Os organismos em ambiente natural sempre interagirão uns com os outros. Estas
interacções incluem competição, predação e simbiose e podem agir como factores
limitantes (aspectos discutidos em detalhes na secção 2.1.4)

Pontos fracos do modelo


Ao contrário das expectativas, o modelo de crescimento logístico é comum em
populações naturais porque levanta as seguintes suposições:
(a) se o ambiente é constante, então r e k são constantes, o que não
corresponde a verdade, uma vez que o ambiente sofre mudanças
constantemente.
3
(b) o crescimento é contínuo e a estrutura etária não muda. Isto não é
verdade, porque o crescimento da população não é contínuo e sua idade
estrutura mudanças em gerações sucessivas.
(c) as exigências e respostas de indivíduos à densidade são as mesmas. Não
constitui verdade, uma vez que os dois atributos variam em função da idade
e do sexo.
Desta forma, chega-se a constatação de que o modelo logístico não pode ser usado
directamente para predizer a mudança da população em comunidades naturais.

2.1.4 Interacções entre populações


Nenhuma espécie existe independente de outros organismos. As espécies
interagem umas com as outras de variadas formas. Quando as interacções são
desencadeadas dentro das espécies, são referidas como a intra-específicas, e
quando são desencadeadas entre espécies diferentes, elas são referidas como inter-
especificas.
A predação, competição e simbiose são os principais tipos de interacções entre
espécies num ecossistema.

Competição
A competição ocorre entre dois organismos quando estes requerem um único
recurso que, normalmente, está em provisão limitada. Ela pode ser intra-específica
ou inter-especifica.

Predação
Predação é o consumo de uma espécies (a presa) por outra (o predador). Isto inclui
herbívoros que comem capim e carnívoros que comem outros animais. Ela tem um
papel importante na evolução das espécies, uma vez que os predadores
desenvolvem estratégias mais eficientes para caçar as presas e, por conseguinte, as
presas desenvolvem melhores estratégias para escaparem dos predadores.

Simbiose
A simbiose descreve uma associação entre indivíduos de duas ou mais espécies.
Os intervenientes nesta relação são chamados de simbiontes.
Existem diferentes tipos de simbiose e podem ser classificados como mutualismo,
comensalísmo e Parasitísmo.

3
Teoricamente, as populações podem interagir em combinações que são benéficas
(+), prejudiciais (-) ou sem nenhum efeito (0). Isto pode ser resumido da seguinte
forma:

Tipo de interacção Espécies 1 Espécies 2 Natureza de interação


População 1 é inibida enquanto 2
Amensalísmo - 0
não é afectada.
População 1 tem benefícios de parasita,
Parasitísmo + -
e é geralmente menor que 2
População 1, o commensal,
Comensalísmo + 0
ganhos, o anfitrião que população 2 não é,
A interacção é favorável para
Mutualismo + +
ambas populações.

2.2 Estudo de caso: “peppered moth”


Faça a revisão da betularia de moth (Biston apimentado clássico), estudo que mostra como
as proporções de alguns herdaram características pela mudança de população em resposta
às mudanças do ambiente.

Wikipedia. (2006). Peppered moth. Retrieved September 20, 2006 from http://
en.wikipedia.org/wiki/Peppered_moth

Avaliação formativa
1. Feito os indivíduos, haverá mudança de cor na vida deles/delas?
2. Explique o termo ‘pressão seletiva'.

2.3 Aplicação de conhecimento: mudança ambiental e especiação


Mudança global de clima está conduzindo as correntes de oceano que estão cada vez mais
frias. Tome um caso hipotético de uma espécie de tartaruga de água na Costa Africana
Oriental e discuta as possíveis trocas dentro da sua população tendo em conta a gordura do
seu corpo. Considere reprodução próspera, troca direccional, e número de alelos para
população com mais gordura corporal.

2.4 Listagem e resolução de problemas: Isolamento Genético


1. Liste as possíveis barreiras que podem conduzir a um isolamento genético;

3
2. As floras Afroalpinas de Leste e a África Central têm um grau muito alto de
endemismo (80% da taxa). Tendo conta o que aprendeste nesta actividade, discuta
as possíveis causas deste fenómeno.

2.5 Estudo de caso: Simbiose


Para entender as relações simbióticas, o estudante deverá rever os estudos
documentados sobre relações Simbióticas.

Wikipedia. (2006). Symbiosis. Retrieved September 20, 2006 from http://


en.wikipedia.org/wiki/Symbiosis

1. Reis, C.M. (n/a) Relações intra-específicas


http://naturlink.sapo.pt/print.aspx?menuid=23&cid=4480&viewall=tru
e&print=true . Naturlink

Avaliação formativa
1. A relação entre a Garça e o búfalo é do tipo parasitária ou mutualística.
Justifique a sua posição.
2. Qual é a ligação entre simbiose e evolução?

3
Actividade 3

Título de Actividade: Ecologia das Comunidades


Objectivos específicos de aprendizagem
(1) Determinar e descrever a estrutura de comunidades;
(2) Descrever as fases em dinâmica de comunidades de plantas;
(3) Caracterizar a estrutura e adaptações de comunidades de vegetação
fundamentais em África.

Resumo da actividade de aprendizagem


Nesta actividade proporciona-se uma introdução ao tópico, explicando os conceitos
de estrutura e dinâmica da comunidade e, a seguir, faz a análise da estrutura e
função das comunidades de vegetação fundamentais em África. As actividades para
ajudar entender o tópico estão estruturadas da seguinte forma:
3.1 Introdução ao conteúdo
3.1.1 Habitats e nichos
3.1.2 Estrutura da comunidade
3.1.3 Dinâmica da comunidade
3.1.4 Estrutura e função das comunidades das principais vegetação
africanas
3.2 Prática de Campo para determinar estrutura de uma comunidade vegetal
3.3 Estudo de caso: Sucessão Ecológica
3.4 Tarefa de escrita: Descrição dos vários tipos de savanas
3.5 Pesquisa na Internet: Tipos e distribuição de florestas em África.
3.6 Pesquisa de literatura: A distribuição e usos de mangais em África
3.7 Tarefa de escrita: Factores que influenciam a zonação dos mangais e
pântanos.

Conceitos Chave
O termo habitat indica onde certas espécies vivem enquanto que nicho refere-se ao
seu papel funcional e sua posição. Considera-se que o nicho é fundamental, quando
há ausência de competição e que o nicho é realizado, quando há presença de
competição.

3
Estrutura de comunidade é o termo atribuído à elementos como composição,
abundância ou densidade, frequência, e, adicionalmente, ao domínio e estrutura da
copa de comunidades vegetais.

Sucessão ecológica é a mudança direccional e cumulativa das espécies ao longo


do tempo, que culmina com comunidade vegetal clímax.

Estrutura em plantas está directamente ligada a função e, consequentemente, às


adaptações estruturais directamente relacionadas com a adaptação das plantas aos
constrangimentos ambientais.

A zona Afromontana tem temperaturas baixas, radiação intensa, curta e condições


de seca que constituem os principais desafios. Entretanto, as plantas se adaptaram,
tendo adquirido superfícies de folhas brilhantes, pubescences, folhas em rosetas,
etc.

Tipos de savana africanas são constituídos por várias proporções de capim e de


plantas lenhosas que vão desde arbustos à pequenas árvores espalhadas. A
estrutura das savanas africanas é moldada, principalmente, através de factores
como pastagem, fogo e agricultura itinerante.

Uma floresta é uma formação de árvores que gera uma copa contínua de estrutura
complexa. As Florestas concentram a diversidade biológica, mantêm as bacias e
ajudam na estabilidade dos padrões climáticos. Elas se distinguem em florestas de
terras baixas, montante arboriza, e outros tipos.

Terras húmidas são áreas permanente ou temporariamente alagadas. Em África


pode-se distinguir áreas com inundações sazonais e deltas interiores, lagos e
extremidades fluviais submerges, vales submerges e pântanos de altitudes altas.
As inundações sazonais causam ambas mudanças nas comunidades de plantas e
nas condições químicas do solo.

Mangais são árvores de várias espécies que crescem na zona de intertidal marinha,
em abrigos, estuárinos e baías. Os mangais desenvolveram adaptações

3
para a alta salinidade, substrato instável, ambiente de lama de anoxic e acção de
ondas. As zonas distintas dos mangais são caracterizadas por apresentar
adaptações especificas nas plantas.

Palavras chave
Estrutura da comunidade, sucessão ecológica, savana, florestas, afroalpina, terras
húmidas.

Lista de leituras pertinentes


Moyle, P. (2004). Niche and habitat. In P.Moyle & D. Kelt (Eds.), Essays of wildlife
conservation Retrieved September 20, 2006 from
http://marinebio.org/Oceans/Conservation/Moyle/ch7.asp

Rhett, B. (2006). Tropical rainforests. Retrieved September 20, 2006 from Mongaby.Com
http://rainforests.mongabay.com/0103.html

United Nations Environmental Programme. (2002).Forest cover and protected areas.


Retrieved October 20, 2006 from http://africa.unep.net/forest_Degrad/index.asp

Florida Museum of Natural History. (2006). Aquatic environments: Mangroves.


Retrieved October 20, 2006 from
http://www.flmnh.ufl.edu/fish/SouthFlorida/mangrove/Zonation.html

United Nations Environmental Programme. (2003). Mangroves of East Africa. Retrieved


October 20, 2006 from www.unep-
wcmc.org/resources/publications/ss1/WCMCMangrovesv11_1.pdf

The State of Queensland. (2005). Department of Primary Industries and Fisheries: Mangrove
Physiology and Zonation. Retrieved October 20, 2006 from
http://www2.dpi.qld.gov.au/fishweb/2623.html

Wikipedia. (2006). Scrubland. Retrieved October 20, 2006 from


http://en.wikipedia.org/wiki/Scrubland

Wikipedia. (2006). Ecological succession. Retrieved October 20, 2006 from


http://en.wikipendia.org/wiki/ecological_succession

Wikipedia. (2006). Savanna. Retrieved October 20, 2006 from


http://en.wikipedia.org/wiki/Savanna

Lista de Leituras Opcionais

3
3.1 Introdução ao conteúdo

3.1.1 habitats e Nichos

O Habitat
Habitat é uma palavra do latim que significa ‘habitar' ou ‘morar'. Para algumas
espécies, o habitat pode ser descrito de forma objectiva, por exemplo, o gorila das
montanhas habita em florestas secundárias tropicais. Outras espécies têm uma
gama extensiva de habitats, por exemplo, o elefante africano pode ser encontrado
em florestas e em savanas. Assim, a palavra habitat refere-se ao local onde
determinadas espécies são encontradas. Prossiga lendo mais sobre o habitat em
http://marinebio.org/Oceans/Conservation/Moyle/ch7.asp

O Nicho
O conceito moderno e actual de nicho é a combinação de dois conceitos prévios.
Numa primeira fase, Charles Elton (1927) descreveu o nicho como o papel
fundamental do organismo na comunidade, quer dizer, a forma como o organismo se
relaciona com seu alimento e inimigos. Depois, Joseph Grinnell mostrou que o nicho
podia ser visto como uma secção ou porção do ambiente ocupados por organismos.
O conceito moderno combina os dois conceitos propostos por Elton e Grinnell e
define o nicho como o papel funcional do organismo no ecossistema e a sua posição
e espaço.

O conceito de nicho é, também, explicado mostrando à comunidade como é que é


um agregado de variáveis ambientais, onde cada um pode ser representado num
espaço dimensional infinito, o hipervolume. O hipervolume para algumas espécies
seriam os mais baixos e superiores limites de todas as variáveis que as espécies
podem ter. Tome-se como exemplo hipotético uma das espécies de afroalpine, a
Lobelia se, entretanto, for uma espécie de montanhas altas que tem a temperatura
como limitante para outras variáveis como pH de terra, chuva etc. O conceito do
hipervolume está demonstrado abaixo:
Dados de internet sobre limite de tolerância para espécies em relação ao nicho
fundamental

4
Os hipervolumes de todas as espécies que compõem uma comunidade constituem o
hipervolume da comunidade. A seguir, estabelecer-se-a diferença entre o nicho
fundamental e o nicho realizado.

Nicho fundamental versos Nicho realizado


Se se levar uma comunidade, remover todas as outras espécies e deixar uma
fracção do hipervolume da comunidade que a espécie ocupará, estar-se-a na
presença do chamado o nicho fundamental. Isto ocorre na ausência de
interferência de todas as espécies. Porém, na presença de todas espécies, a
competição entre as espécies, por exemplo, pela humidade ou nutrientes, ocorrerá,
o que levará as espécies originais a restringirem a porção do hipervolume que
ocupam. Assim, a porção do hipervolume que cada uma das espécies ocupa face à
competição com outras espécies é chamado de nicho realizado.

3.1.2 Estrutura da comunidade


A estrutura de uma planta ou da comunidade animal refere-se aos atributos da sua
composição, estratificação, abundância, e diversidade de espécies. Outros atributos
usados na descrição da estrutura de uma comunidade incluem a complexidade das
redes tróficas alimentares, que indicam a importância dos produtores primários,
herbívoros, predadores e decompositores.

Como se pode descrever e determinar a estrutura de uma comunidade vegetal?


Os parâmetros usados na descrição da estrutura da comunidade vegetal incluem:

1. A abundância ou densidade de algumas espécies em relação às outras e


é, normalmente, expressa como número de indivíduos /héctar.
2. A frequência de uma espécie é expressa como uma porcentagem ou
fracção.
3. A área basal de uma espécie, relativamente às outras, é contabilizada a
partir do diâmetro da árvore. Normalmente, ela é expressa em m2/hectar e
às vezes é referida como dominância.
4. Os 3 parâmetros anteriores podem ser somados (densidade relativa +
frequência relativa + dominância relativa) para obter o Valor da Importância
de algumas espécies particulares na comunidade.

4
5. A estrutura da copa envolve a descrição da estrutura da altura ou
estratificação vertical da comunidade. Frequentemente é expressa puxando o
diagrama de perfil do superior, do meio e do mais baixo estrato.

3.1.3 Dinâmica da comunidade


As comunidades vegetais não são entidades estáticas. A sua estrutura no processo
de dinâmica da comunidade é substituída por outra comunidade, processo definido
como sucessão ecológica. Pode-se definir sucessão ecológica como o processo de
mudança em composição das espécies duma comunidade após uma perturbação
natural ou antropogénica (relacionada com humano) ao logo do tempo.
A sucessão de plantas é uma mudança direccional e cumulativa em espécies que
culminam, com o passar do tempo, em comunidade clímax relactivamente ao tempo
e espaço.

Historicamente, os ecologista estabeleceram distinção entre sucessão primária que


ocorre em locais sem prévia existência de vegetação e sucessão secundária que
ocorre em locais previamente ocupados pela vegetação.

Fraquezas da teoria de Sucessão de Clements


Nas secções anteriores, viu-se que Clements (1916) definiu a sucessão como uma
mudança direcional em comunidades de vegetação que conduzem a um estado
clímax. Ele enfatizou o papel de uma comunidade de plantas na modificação do
ambiente para o próximo. Nesta visão, uma comunidade de plantas é comparada a
um superorganismo com suas próprias propriedades emergentes, por isso é
chamada visão organismica.
Imediatamente a seguir à publicação do artigo de Clements, Gleason (1917)
escreveu um artigo totalmente discutível onde defendia que o facto de uma espécie
aumentar ou diminuir, numa sucessão, não era dependente de outras espécies, mas
sim das suas exigências ambientais, por isso ficou conhecida como visão
individualista de desenvolvimento da comunidade.

Cientistas mostraram outras fraquezas da teoria de sucessão clássica (Clements)


que incluem o facto de:
(a) A teoria enfatizar a substituição de algumas comunidades por uma outras,
sem que existam fases claras. A sucessão é o resultado de mudanças
graduais de população.
4
(b) A importância de modificação de local ser superenfatizada porque a
maioria das espécies em locais perturbados estavam presentes e enterrados
sob forma de sementes, raízes etc.
(c) Como consequência, as mudanças subsequentes serem devidas às
diferentes taxas de crescimento, reprodução, e sobrevivência.
(d) Não existirem duas áreas de vegetação semelhantes na composição,e
consequentemente a composição do banco de sementes na terra também ser
diferente. Portanto, uma sucessão de áreas diferentes de superfície na
mesma área procederão de formas diferentes.
(e) Variações climáticas actuais serem reguladas para continuar no futuro,
levando a duvidar a probabilidade de qualquer estabilidade real a longo prazo
na vegetação.
(f) Eventos catastróficos naturais como fogo, seca e inundações previnirem
mais a estabilidade, numa longa escala de tempo, do que as espécies
dominantes.
(g) Vegetação estar sendo, crescente e notavelmente, influenciada pelas
actividades humanas, tais como poluição, efeito estufa, extracção, etc
tornando a idéia de clímax “natural” altamente redundante.

3.1.4 Estrutura e função de comunidades de vegetação africana


Sabe-se que a distribuição da vegetação é governada por clima, topografia e terras.
Certamente estudou os factores chave do ambiente físico que influenciam o
funcionamento e distribuição das plantas. Nesta unidade, aprenderá assuntos sobre
a estrutura e função das principais comunidades, estudando a fisionomia e as
tendências de adaptação predominantes para os desafios ambientais.

A diversidade de climas e de tipos de terra conduz a uma grande diversidade de


tipos de vegetação em África. Esta secção iniciará com a vegetação Afromontana
em montanhas altas, depois descerá para florestas, savanas, comunidades de água
frescas e comunidades marinhas.

Flora Afromontana
Esta é a vegetação que, normalmente, encontrá em montanhas africanas altas com
3500 a 5000m. Exemplos incluem Mt. Kenya (5200m), Mt. Kilimanjaro (5895m), Mt.
Ruwenzori (5108), etc. A Vegetação Afromontana tem duas características chave: é
muito distinta da vegetação de terras baixas porque tem formas de vida muito
4
especializadas e, é caracterizada por um alto grau de endemismo, por exemplo, de
278 taxon de plantas vasculares na flora Afroalpina, 81% são endémicas nas
montanhas da África oriental. No monte Binga, na província de Manica, encontram-
se dois tipos de vegetação, por um lado, as Florestas secas de montanha e, por
outro lado, as pastagens de Montanha.

Tendências de Adaptativas
As estruturas das plantas estão directamente relacionadas com o seu
funcionamento. Assim, as adaptações estruturais estão relacionadas com a
superação de um determinado constrangimento ambiental, como por exemplo as
temperaturas baixas. No ambiente Afromontano severo, o mais crucial é possuir
radiação de onda curta Intensa, baixa temperatura e seca.

a) Adaptações para radiação intensa de onda curta incluem coloração clara,


cobertura de pêlos chamada pubescence num ou em ambos os lados das folhas.
Espécies como a pubsescence são particularmente numerosas no género Alchemilla
(A. elgonensis, A. argyrophylla) Helichrysum, Senecio (S. brassica, S. telekii,).
Algumas plantas também têm as superfícies de folhas muito brilhantes para reflectir
a radiação incidente, por exemplo, Haplocarpa rueppellii, alguns sinecios gigantes
como por exemplo S. adnivalis e S. keniodendron. A superfície de folha brilhante é
combinada frequentemente com um hipoderme grosso.

b) Adaptações para baixa temperatura – as rosetas de folha Gigantescas: Esta


adaptação está principalmente entre o Senceios Gigantesco e Gant Lobelias,
plantas caracterizadas por apresentarem caule grosso sem ramificações ou caules
fracamente ramificados. Lenhosos ou herbáceos, cada um leva uma roseta de folhas
enormes com crescimento contínuo.
Este arranjo de folhas ou rosetas protege o ápice de baixas temperaturas. Durante o
dia, as folhas se achatam para fora e se espalmam, enquanto que, durante a noite
elas se dobram formando o que é chamado de ‘broto noturno'.

4
Dentro da roseta foram registadas temperaturas de +3 0C, enquanto que fora delas
as temperaturas estavam a –5 0C. Espécies que mostram esta adaptação incluem
Lobelia keniensis, Lobelia telekii,, Senecio brassica, Senecio keniodendron.
Algumas plantas têm uma camada persistente de folhas mortas no tronco e nas
ramificações e estas isolam a parte interna de armazenamento de água e dos
tecidos de condução de água. Elas incluem o Senecio keniodendron, Lobelia
elgonensis

Erva grande tussock.


Esta estrutura é formada por caules misturados com folhas mais ou menos em
decomposição e bases de caules formando uma massa densa (veja a figura).
A erva tussock protege e atenua as variações de temperatura prejudiciais aos ápices
de crescimento. O isolamento também é determinado através de envoltórios de
folhas mortas e partes basais de caules mortos. Estas ervas incluem Festuca
pilgeri, Andropogon amethystinus, Agrostis trachyphylla

SAVANAS
Estrutura e classificação
África raramente tem capim puro como as pradarias do Norte da América mas
normalmente tem árvores ou arbustos espalhados, pelo que são, portanto,
chamados de savanas. Estas são também chamadas “rangelands” ou Terras Áridas
e Semi-áridas (TASAs). Experimentam seca frequente (veja figura), são
aproveitadas, principalmente, pela vida selvagem, o gado, a sua maior parte é
ocupada por tribos pastorais.

4
Factores que determinam a estrutura das savanas africanas
Na actividade 3.4 observou-se que o rácio árvore/capim determina o tipo de savana.
Por exemplo, o capim arborizado tem poucas árvores enquanto que um bosque tem
uma alta densidade de árvores.
A composição das espécies, a abundância e cobertura em savanas são fortemente
influenciados por vários factores que podem ser agrupados em: factores físicos
(chuva, terras e temperatura), pastagem, fogo e cultivo. Na actividade de
aprendizagem 1.0 abordou-se o papel dos factores físicos. Nesta secção, olharemos
para pastagem, fogo e cultivo.

(a) Herbívoro Pastando e Folheando – grazers e browsers têm efeitos profundos na


estrutura da comunidade de capim que depende da densidade do herbívoro e dos
padrões de movimento. As pastagens influenciam a composição e diversidade das
ervas, principalmente, porque os herbívoros pastam selectivamente, uma vez que
determinadas espécies de animais preferem certas espécies de plantas.
Pastagens extremamente fortes também favorecem o aumento de arbustos por
cima das ervas, conduzindo a invasão por arbustos.
A destruição física de vegetação, especialmente por elefantes, pode ter efeitos
enormes na estrutura (veja figura)

(b) Fogo/queimadas – o fogo é tradicionalmente aplicado pelos pastores com o


objectivo de estimular crescimento de capim fresco para pastagem e também
para diminuição de carrapatos e de outras populações de parasitas. O fogo
estimula crescimento renovado de espécies adaptadas/resistentes ao fogo tal
como Themeda triadra. Assim, o fogo tem influência na composição do capim.

4
O fogo também danifica severamente algumas plantas lenhosas e é usado para o
controle de invasão de arbustos.

(c) agricultura itinerante - Esta é caracterizada pela remoção da comunidade vegetal


usando técnicas tradicionais, fenómeno muito comum em África. Este tipo de
agricultura reduz a diversidade da vegetação e favorece a presença de bosques por
cima de florestas e de gramados por cima de bosques.

FLORESTAS EM ÁFRICA
Certamente já ouviu falar de uma floresta, mas como é que a descreveria?
Uma comunidade florestal é constituída por árvores com coroas tocando e se
misturando para formar uma copa contínua de estrutura complexa. Uma
característica importante da estrutura de uma floresta, especialmente as florestas
tropicais, é estratificação vertical das camadas das copas. As três camadas verticais
básicas ou estratos são;
(a) Estrato Superior – que ocorre de 30 a 50m do chão. Em alguns lugares, a
camada superior da copa pode ser descontínua, constituída por árvores espalhadas
– chamadas emergentes – que tenham coroas muito largas.

(b) Estrato Mediano – acontece a 20 a 30m ao seu redor. Acontecem algumas


discontinuidades mas as aberturas em seu pálio, geralmente, ocorrem debaixo das
árvores emergentes. Neste estrato, as coroas são mais estreitas que aquelas do
estrato superior.
Uma propriedade importante das florestas é que os estratos superiores e medianos
juntos formam uma copa mais ou menos contínua.

(c) Estrato inferior – esta camada ocorre de 10 a 20m, é contínua e consiste em


muitas árvores, principalmente, jovens com corôas estreitas e densamente
empacotadas juntas. Debaixo da copa inferior, há vegetação rasteira de rebento,
arbustos, ervas, capim e mudas.

Nota: a estratificação em altura, acima fornecida, pode variar dependendo do tipo de


floresta.

4
Importância de florestas
Em ecossistemas de floresta, as árvores são importantes porque mantém as bacias,
prevenindo as inundações e erosões e ajudam na estabilidade de padrões climáticos
a longo prazo. As florestas também são centros de diversidade biológica, por
exemplo, estima-se que as florestas tropicais tenham capacidade para albergar 50%
de toda a diversidade vegetal e animal.

TERRAS HÚMIDAS EM ÁFRICA


Estas são comunidades que se encontram associadas aos lagos de água doce,
vales de rios e áreas que são permanente ou temporariamente inundadas. Estas
áreas são, também, chamadas terras húmidas.

Tipos de terras húmidas


Tal com as florestas e savanas, há muitos sistemas de classificação de terras
húmidas. O tipo de terras húmidas formado é o resultado de factores combinados
com base na altitude, padrões de hidrológicos, geologia e conteúdo mineral do solo.
Observe-se, de forma breve, os principais tipos de terras húmidas em África:

(a) Áreas de inundações sazonais e Deltas interiores. Estas são planícies planas
adjacentes aos lagos ou áreas limítrofes dos sistemas de rios. Elas ficam secas na
maior parte do ano, mas depois de chuvas inundam. As áreas de inundações
sazonais ocupam grandes partes de África, por exemplo a ocupação dos gramados
do Sudd, no rio Nilo, variam de acordo com a época, quando inundados ocupam
17,000km2, enquanto em Botswana, o pântano de Okavango cobre
aproximadamente 15000km2. O capim domina a vegetação das áreas de acordo
com as épocas inundadas e a estrutura da planta é mantida pela pastagem de gado
e de vida selvagem.

(b) Lago e pântanos ribeirinhos. Estes são caracterizados pela presença de uma
vegetação alta que é inundada permanentemente a uma profundidade rasa na maior
parte do ano.

4
(c) Vale submerge. Estes tipos de pântanos são semelhantes para lago-afiar
pântanos mas diferem no tamanho e são muito usados para projectos agrícolas.

(d) Pântanos de altitude Alta. Estes incluem lodos ou pântanos encontrados em


altitudes altas e caracterizam-se por apresentar baixas taxas de decomposição de
matéria orgânica. Estes pântanos têm alta acumulação de turfa e a sua água é ácida
(pH 3.5-4.5).

AS COMUNIDADES DE MANGAIS
Mangais são árvores de várias espécies que crescem em abrigos de estuários e
baías, e são colectivamente chamados por mangal. Algumas espécies de mangal
incluem Rhizophora mucronata, Ceriops tagal, Bruguiera gymorhiza,Avicennia
marina,Xylocarpus granatum, Heritiera littoralis, Lumnitzera racemosa, Sonneratia
alba. Em África, elas localizan-se entre 27°N no Egito e 30°S perto de Durban, na
África do Sul. Os mangais servem como ecotone entre a terra e o mar, nas marés
altas eles são parcialmente submersos na água e nas marés baixas eles ficam
expostos.

Tendências adaptáveis
Este ambiente é caracterizado por condições que constituem um desafio para
crescimento e função das plantas, nomeadamente, água de alta salinidade,
substrato instável (areia inconstante), substrato de anoxic, presença de marés, e
acção de ondas. Debrucemo-nos em seguida sobre algumas destas adaptações:

4
(a) Salinidade: Os Mangais são essencialmente halofitas. Algumas adaptações para
alta salinidade incluem (i) excreção de sais – feita por glândulas especiais, como
por exemplo Avicennia marina; (ii) Tolerância – sem danos internos significantes na
concentracao de sais, por exemplo, Rhizophora mucronata; (iii) sal de acumulação –
alguns mangais accumulam sais nas folhas que depois, em intervalos regulares, é
expelido, por exemplo Rhizophora mucronata.

(b) substrato instável: Sedimentos de lama inconstantes que são um resultado da


acção das marés e ondas. Além disso, a lama sempre é ‘waterlogged’ e anoxic
(aeração deficiente). Estas condições desencadeam num problema para
estabelecimento das sementes, resistência da planta e sua aeração.

Para superar estas condições mangais, primeiro, é necessário o bom


estabelecimento das sementes. Lembrando que, as sementes requerem um
substrato de terra firme e arrejada para permitir a sua germinação e
desenvolvimento, condições que são necessárias na zona de intertidal.
Os mangais são considerados as únicas plantas vivíparas no ecossistema. De
salientar que, Viviparia é a condição em que as sementes germinam, enquanto
ainda estão prezas à fruta e, enquanto a fruta ainda está preza à planta mãe, ou
seja, o processo de germinação das sementes ocorre na planta mãe.
As sementes germinam num embrião protraído com um hipocólito longo e,
finalmente, caem das árvores. Por um lado, se a muda cai na maré baixa instala-se
na lama macia, na posição vertical, por causa do hipocólito pontiagudo e, mais tarde
cresce e se estabelece muito rapidamente. Por outro lado, se as mudas caem
durante a maré alta, elas flutuam juntas e só quando água retrocede é que elas se
aderem na lama macia.

(ii) A aeração é o suporte para ultrapassar o problema de ar nos sedimentos de lama


de terra, pelo facto dos mangais terem raízes que são especializadas em garantir O2
e atingir o ancoradouro. Isso inclui:
(1) raízes de Suporte – estas raízes surgem a partir do cáule, contribuem para
o suporte das árvores e ajudam na aeração;
(2) raízes aéreas: estas tem origem nos ramos e são usadas para a aeração;
(3) pneumatofores – estas são raízes horizontais com projecções para cima da
lama, de modo a favorecer a aeração (veja quadro);

5
(4) joelho arraíga: raiz horizontal que cresce por cima da lama até que penetre
na terra. Feito isso, ela vira para baixo formando, novamente, um curvado
“joelho” para aeração.

Trabalho de campo: Determinação da estrutura de uma comunidade

Seleccione uma floresta ou um local com plantas lenhosas para realizar esta prática,
e faça o seguinte:
A. Disponha de uma linha de transecto 1 de 10m. Para o efeito, pode usar uma fita
métrica. Ao longo desta da linha, conte o número de indivíduos de cada espécie em
ambos lados à 0.5m e meça o diâmetro (a altura do peito para as árvores ou a base
para outras plantas). A seguir, divida a linha em 10 segmentos de um metro e faça o
registo da presença ou ausência de cada uma das espécies. Repita esta análise de
transecto e inclua todas as árvores, todas as ervas e todos os arbustos.

B. Calcule o seguinte:
1. Densidade = O número de indivíduos de cada espécie em transecto (10m x 1m =
10m2) convertido em número/ha e multiplicado por 1000.
Densidade relativa = Densidade de uma espécie dividida pelo número total de
todas as plantas/ha e multiplicado por 1000.

2. Dominância = Converta o diâmetro do cáule à altura do peito (DBH) para área


basal (cm2) usando πr2 ou uma tabela de conversão.
Dominância relativa = Dominância de uma espécie dividida pela dominância total e
multiplicada por 100.

3. Frequência = Considere cada segmento do transecto como um enredo da


amostra. O número de segmentos em que as espécies ocorrem, dividido pelo
número total de segmentos, e expresso como decimal é igual ao valor de frequência.
Frequência relativa = Frequência de uma espécies dividido pela frequência total de
todos valores, multiplicado por 100.
4. Valor de importância = A soma das densidades relativas, dominância e
frequência.

5
C. Calcule o valor de importância para todas as espécies e preencha a tabela
abaixo. Para tal, use os nomes taxonómicos correctos, como é exemplificado na
tabela com a Prunus africana.

Espécies Densidade Dominância Frequência Valor de


relativa (%) relativa (%) relativa (%) importância
1. Prunus africana
2
3

Perguntas
1. Algumas espécies têm uma densidade alta e frequência baixa. A sua distribuição
no espaço é feita de forma agrupada ou uniforme?
2. O que é o valor de importância máxima que algumas espécies podem ter?
3. O que é que o parâmetro ‘valor de importância ' diz para o ecólogo em termos de
comunidades de mangais.

3.3 Estudo de caso: sucessão Ecológica


Nesta actividade de aprendizagem, o estudante deverá usar recursos de internet
para estudar casos documentados de sucessão ecológica. A teoria de sucessão de
planta foi descrita primeiro por Fredrerick Clements (1916). A sucessão ecológica
culmina em uma comunidade de clímax.

(a) Como são chamadas as fases de uma sucessão ecológica e quais as suas
propriedades fundamentais?
(b) Quais são os atributos de uma comunidade de vegetação clímax?

3.4 Tarefa de escrita: Tipos de savanas


As savanas são amplamente distribuídas pelo globo e os sistemas da sua
classificação variam muito. A Classificação fisionómica é usada para descrever os
tipos de savanas africanas. Esta classificação basea-se na relação entre a árvore e
a grama e apresenta as seguintes classes: bushland, bosque, shrubland, gramado
de arbusto, gramado arborizado e gramado de arbusto anão.
5
Leia as seguintes referências:
.
.
.
A seguir, escreva uma breve composição (600-800 palavras) intitulada Tipos de
savanas e sistemas: tipos de classificação usados.

3.5 leitura a Internet: Tipos e distribuição das florestas em África.


Para distinguir os tipos de florestas tropicais, visite:
;
;
;

Pergunta:
1. Distinga florestas primárias de secundárias.
2. Distinga florestas de terras baixas das da montanha.

3.6 Procura de literatura: A distribuição e os usos de mangais em África


Visite o site abaixo indicado para compreender a distribuição e os usos dos mangais.

3.7 Tarefa escrita: Zonação de pântanos de mangais


As espécies de mangais diferentes têm várias adaptações para ambientes
desfavoráveis. Essas diferentes adaptações em espécies de árvores de mangais
contribuem para a sua ocorrência em zonas bastantes distintas e que dependem de
factores como a quantidade de água na lama, a salinidade e a habilidade para
tolerar sombra. Reveja esta zonação e escreva uma breve composição (600-800
palavras).

Auto-Teste:
1. Como é que os factores inundação relativa às marés, elevação de terra, solo e
salinidade de água, influenciam a zonação dos mangais? (ajuda: considere
adaptações de planta) .
2. Que outros factores influenciam a zonação nos mangais?

5
Actividade 4
Título da Actividade: Ecologia do Ecossistema

Objectivos específicos
No final desta actividade, o estudante deve ser capaz de:
a. Articular os factores que influenciam a produção primária terrestre e aquática;
b. Explicar o conceito de níveis de tróficos em ecossistemas;
c. Descrever o processo do ciclo de nutrientes em ecossistemas terrestres.

Resumo da actividade de aprendizagem


Nesta actividade de aprendizagem far-se-a uma apresentação dos conteúdos
relaccionados com a produção primária. Depois, analizar-se-à forma como a energia
capturada nos produtores primários flui dentro do ecossistema. Para concluír, far-se-
a o estudo dos ciclos de bio-geoquímicos.

Para ajudar o estudante a compreender melhor esta unidade, as actividades foram


organizadas da seguinte forma:
4.1 Introdução para o conteúdo
4.1.1. Factores que influenciam a produção primária terrestre e aquática
4.1.2 Eficiência da produção primária
4.1.3 Níveis de Tróficos
4.1.4 Ciclo de nutriente
4.2 Aplicação do conhecimento: Diferenças na distribuição de C3, C4
e plantas de CAM
4.3 Compreensão: Compare produção terrestre e aquática
4.4 Compreensão: Pirâmides ecológicas
4.5 Estudo de caso: ciclos de Nitrogénio e de Carbono
4.6 Aplicação dos conhecimentos: cálculo de orçamentos nutrientes
4.7 Compreensão: auto-teste para a unidade

5
Conceitos fundamentais

A produtividade primária terrestre é influenciada, principalmente, pelo tipo de


fotossintetizadores, pelos factores ambientais e herbívoros. Os herbívoros, por sua
vez, estimulam a produção primária a níveis moderados.

Os principais constrangimentos para produção aquática são a luz clara e a


disponibilidade dos nutrientes. A produção primária é realizada na zona de eufótica.
A limitação dos nutrientes deve-se a precipitação de fitoplâncton para a zona abaixo
da zona eufótica e a estratificação térmica.

O nível trófico é uma classificação funcional de organismos que se baseia na


aquisição dos alimentos. A estrutura de trófica pode ser descrita em termos de
número, biomassa ou energia.

As pirâmides ecológicas mostram a estrutura de trófica graficamente. A pirâmide


de energia dá o melhor quadro global da relação funcional de uma comunidade.

Os ciclos de Bio-geoquimicos mostram o movimento de nutrientes na biosfera. Ou


seja, os nutrientes entram ou deixam o ecossistema por caminhos geológicos,
meteorológicos ou biológicos e são contidos, temporariamente, em reservatórios ou
piscinas.

O orçamento de nutrientes mostra a fonte, os fluxos e perdas de um nutriente num


ecossistema.

Palavras chave
Produção primária, zona eufótica, cadeia alimentar, níveis tróficos, nutriente para
planta.

Lista de leituras compulsórias

5
4.1 Introdução ao conteúdo

4.1.1 Factores que influenciam a produção primária terrestre e aquática.

Produção Primária terrestre


Nesta secção, serão apresentados alguns factores que influenciam a produtividade
primária terrestre nomeadamente, tipo de fotossíntese; estrutura da copa; variáveis
ambientais (água, temperatura, e nutrientes) e herbívoras.

Tipo de fotossíntese
Existem três tipos fundamentais e diferentes de fotossíntese. que se distinguem a
patir dos produtos bioquímicos iniciais de fotossíntese. Estes são: plantas de C3,
plantas de C4 e plantas de crassulacea metabolismo ácido (CAM) plantas.
Planta de C3 é o tipo de fotossíntese mais amplamente distribuído, ocorre em todas
as algas e na maioria das plantas vasculares. As plantas de C4, geralmente, exibem
altas taxas de fotossíntese, têm temperaturas altas propícias para a fotossíntese e
requerem que a intensidade da luz seja alta, para efeitos de saturação fotossintética.
Plantas de CAM têm uma propriedade incomum, elas podem assimilar gás
carbônico à noite porque os estomas fecham durante o dia e abrem à noite.

Factores ambientais
Na actividade de aprendizagem 1.0 deu-se ênfase aos factores ambientais que
podem influenciar na distribuição das plantas. As variáveis fundamentais – luz, água,
temperatura e nutrientes do solo – também influenciam a fotossíntese.

Herbívoros:
Os Herbívoros, na extensão de alta pastagem, baixam os níveis de produção
primária. Porém, os efeitos dos herbívoros na produtividade primária e plantas
individuais nem sempre correspondem à níveis prejudiciais, ou seja, as pastagens
moderadas podem ter um efeito estimulador na produtividade primária quando há
uma optimização da pastagem.

Produção primária aquática


5
Ao contrário da produção terrestre que é realizada através de macrófitas, a produção
aquática realiza-se através de fitoplâncton, como são os casos de diatoms,
scenedesmus, chlorella, etc. Os factores chave que afectam a produção primária
nestas condições incluem:

Luz
Toda produção primária é realizada numa zona vertical iluminada chamada a Zona
Eufótica. Quando a luz penetra o corpo de água, ela atenua, o que significa que,
enquanto a profundidade aumenta ambos ( a luz e a intensidade) diminuem. Isto
significa que, com a profundidade, a fotossíntese reduz. A uma certa profundidade,
no ponto onde a luz corresponde a 1% de luz cheia, a fotossíntese equilibra-se e há
respiração. Esta profundidade é chamada de ponto de compensação e é sobre
este ponto que está a zona de eufótica.

Nutrientes
Fitoplâncton, tal como as plantas no ecossistema terrestre, contém uma grande
proporção de nutrientes nos seus esqueletos e protoplasmas. Estes,
constantemente, afundam abaixo da zona de eufótica, removendo os nutrientes que
reduzem a sua produção. A perca dos nutrientes da zona eufótica é intensificada
pela presença de estratificação ou camadas de água, devido, especialmente, à
diferenças de temperaturas nas águas tropicais.
A camada superior, chamada epilimnion, é mais densa que a camada mais baixa,
camada hypolimnion, porque esta previne a mistura de águas que leva os
nutrientes para a zona mais produtiva e iluminada, o que explica o facto das águas
temperadas serem mais produtivas do que as águas tropicais.

4.1.2 Eficácia da Produção Primária


Frequentemente se questiona como é a eficácia de uma planta ou comunidade na
produção primária. Uma vez que, apenas uma pequena fracção da radiação solar
que atinge a terra é convertida em produção primária. Grandes porções dessa
energia estão na luz ultravioleta e infra-vermelha do espectro e não são efectivas
para a fotossíntese.
Aproximadamente 45% da energia brilhante total encontra-se no espectro (400-
700mm) e pode ser absorvida pelos pigmentos fotossintéticos, deixando
aproximadamente 55% da energia total inutilizável. Isto remete para o conceito de

5
eficácia da produção primária, que é a relação entre a taxa de produção da
matéria orgânica e a taxa de contribuição da radiação solar.

Estimativas de eficácia da produção primária sob as condições de campo variam


mas, geralmente, sempre abaixo de 2% ou menos. Estas baixas taxas de eficiência
ocorrem porque grande parte da energia solar que atinge a superfície da terra não
está disponível para a produção primária. Por exemplo, uma parte da radiação solar
incidente sobre a superfície da terra aquece a superfície, o ar e a terra que se
encontra debaixo da superfície. Nos ecossistemas terrestres, quantias significantes
de energia entram na evaporação.
De seguida, olhe para um caso prático e calcule a eficiência da produção de
Cyperus papyrus. Papiro é uma planta muito produtiva e foi muito conhecida por
atingir taxas de crescimento de 125g m-2dia -1. Pode-se calcular a eficiência líquida
de conversão de energia solar, através do papiro, relacionando o conteúdo de
energia de biomassa de papiro à radiação global incidente no pântano.

O coeficiente de conversão de energia solar na base anual é calculado da seguinte


forma:
η(%) = (Energia capturada em papiro biomassa m-2 yr-1 dividido por energia de
radiação global de m-2yr-1) X 100.
O valor calorífico do papiro foi estimado em 20MJ Kg-1. A produtividade líquida
anual primária é 6.61Kg yr-1 de m-2.
Consequentemente, a quantidade de energia fixada na biomassa do papiro é, por
ano, de 132.2 MJ\m-2 (i.e. 6.61Kg m-2 yr-1 X 20MJ Kg-1).

A radiação solar recebida sobre copa de papiro é de 18.2 m-2 de MJ dia -1 ou o


coeficiente de conversão de energia solar. Por conseguinte, este coeficiente de
conversão de energia solar é calculado como sendo = (132.2 MJ m-2 yr. -1 / 6643
MJ M-2 YR. - 1 )X 100? = 2.0% (de radiação global) .
O coeficiente está em cima quando corrigido para receber energia nos
comprimentos de onda de radiação fotossitenticamente activa (PARIDADE), 400-
700m que representa 45% da radiação global, 4.4% é (2 x100/45) e,
consequentemente, (PAR)=4.4%.

5
4.1.3 Níveis de Tróficos
Os organismos podem ser estudados usando várias formas ou técnicas. Nesta
secção usar-se-à perspectiva de relações alimentares na qual, as espécies são
agrupadas em autotróficas ou produtores, herbívoros, carnívoros, decompositores
etc. Cada uma destas espécies é chamada de nível trófico.

Autotróficos – são organismos que não requerem compostos orgânicos como a


fonte de energia. Os autotróficos podem ser divididos em 2 grupos (i) Fotoautróficos
ou organismos fotossintentizantes quando obtêm a sua energia a partir do sol (ii)
Quimoautroficos quando a energia é obtida, somente, pela oxidação de doadores de
elétron inorgânicos sem a luz de uso (Chapman e Reiss, 1999). Os organismos
quimio-autotróficos são restringidos a um único reino, o Procariotae. Por exemplo
Nitrosomonas e Nitrococcus.

Decompositores – estão próximos dos produtores em importância porque sem eles,


alguns nutrientes, incluindo o carbono e o nitrato, se acumulariam nos restos da
matéria morta e se esgotariam no meio. A comunidade de auto-perpetuação mais
simples consistiria em autotróficos e decompositores, logo, a decomposição do lixo é
importante para os ecossistemas terrestres.
A composição do lixo depende de factores físicos e biológicos, por exemplo, ela é
rápida nas florestas tropicais porque elas tem condições propícias para a
decomposição – são quentes e húmidas.

Herbívoros e Carnívoros – embora a distinção entre as duas condições esteja


clara, as suas limitações podem não estar bem claras. Por exemplo, alguns
ecologistas poderão considerar um herbívoro como sendo um predador, quando
este consome toda a planta (Chapman and Reiss, 1999).
Os predadores são considerados como sendo um dos factores que regulam
tamanho da população de presas.

Omnívoros – estes são organismos que se alimentam de plantas e animais e são


definidos como generalistas, por exemplo, os humanos.

Cadeias e ciclos alimentares


5
A passagem uni-direccional de energia através do ecossistema é conhecida como
fluxo de energia. Dentro do ecossistema, o fluxo de energia é seguido através de
cadeias alimentares. Os produtores formam a parte inicial da cadeia alimentar,
enquanto herbívoros e omnívoros obtêm energia dos produtores. No fim da cadeia
alimentar estão os decompositores.
A cada transferência, uma grande quantia ou proporção de energia é perdida sob
forma de calor (80-90%), pelo que o número de ligações é limitado. As cadeias
alimentares são simples e raramente existem.
Uma teia alimentar descreve uma colecção inter-conectada de cadeias alimentares
que demonstram o fluxo de energia ao longo da comunidade. Ao contrário das
cadeias alimentares, as teias alimentares são mais realísticas e demostram
posições de parasitas e de organismos omnívoros. Embora as teias alimentares
sejam realísticas, a sua grande desvantagem reside no facto delas não terem uma
relativa importância sobre as diferentes cadeias alimentares

Estrutura e Pirâmides ecológicas

(a) A interacção dos fenómenos da cadeia alimentar e a relação entre o tamanho e


o metabolismo resultam em comunidades que têm uma estrutura de trófica bem
definida. Esta estrutura varia com o tipo de ecossistema, por exemplo, a de lagos
difere da de florestas. A estrutura trófica pode ser medida e descrita ou em termos
de colheita de culturas ou em termos da energia fixada por unidade de área, por
tempo de unidade, em sucessivos níveis tróficos.

(b) Pirâmide Ecológica – Esta é a representação gráfica da estrutura trófica e da


função onde o primeiro nível dos produtores forma a base e as fileiras dos
sucessivos níveis que compõem o ápice. As pirâmides ecológicas podem ser de três
tipos gerais,: (i) Pirâmide de números (ii) Pirâmide de biomassa e (iii) Pirâmide de
energia.

4.1.4 Ciclos dos nutrientes


Mais de 100 elementos são encontrados na crosta da terra. Desses, 30-40 são
requeridos pelo organismo para o seu metabolismo normal.
Os elementos tendem a circular na biosfera em várias características, designadas
ciclos de bio-geoquimicos. Um modelo geral do ciclo de nutrientes apresenta 3
características importantes:
6
(a) Dentro do ecossistema, um nutriente é encontrado em compartimentos ou
reservatórios como a atmosfera, a terra ou a matéria orgânica.
(b) Os nutrientes fluem entre os compartimentos ao longo de caminhos
característicos, como captação nutriente e decomposição da matéria orgânica.
(c) Um ciclo de nutrientes num ecossistema particular é conectado aos grandes
ciclos de bio-geoquímicos por vectores meteorológicos, geológicos e biológicos, que
movem os nutrientes para além dos limites do ecossistema.

Contribuição e processos de produção


Aqui descreve-se os três meios pelos quais os nutrientes são adicionados ao
ecossistema, nomeadamente:

Geológico - dissolvida ou sob forma de partículas, a matéria pode ser levada para
um ecossistema por água, quer seja em correntes das águas das chuvas ou
esgotos.
Meteorológico - Nutrientes entram num ecossistema através da atmosfera. Isto
envolve a adição do material gasoso dissolvido ou particulado em precipitação e de
partículas poeiras.
Biológico - inclui a importação de materiais acumulados noutro lugar como material
fecal. Este meio é particularmente importante nas savanas Africanas, caracterizadas
por frequentes concentrações de vida selvagem e de gado em volta das fontes de
água permanentes. O fluxo de nutrientes por material fecal para tais sistemas é
altamente significante e a sua produção segue caminhos semelhantes.

Orçamentos de nutrientes
Já se viu que, em qualquer ciclo de bio-geoquímico há movimento de nutrientes de
um reservatório para outro. Os reservatórios não libertam os nutrientes à mesma
taxa. Alguns nutrientes podem ser libertos num reservatório por longos períodos de
tempo e não estar disponíveis para circulação. Para entender melhor o ciclo
nutriente é necessário conhecer a fonte dos nutrientes, os seus fluxos (taxa de
troca) e a taxa da sua perda. Esse processo designa-se orçamento de Nutrientes.

Antes de se avançar, serão definidos alguns termos usados na descrição dos


orçamentos de nutrientes:

6
Taxa de fluxo – descreve a quantidade de transcurso do material de uma piscina
para a próxima, por unidade de tempo e por unidade de área ou volume.

Taxa de circulação – a fracção do total de uma substância num reservatório que


está sendo libertado num determinado intervalo de tempo.

Tempo de circulação – o tempo exigido para substituir o total de substâncias num


reservatório.
Observe um exemplo simples de um ecossistema e construa um orçamento de
nutrientes. Tome uma lagoa que mede 4Ha.
Nessa lagoa, a quantidade de fósforo na água de lago é um reservatório. A
quantidade de fósforo nos sedimentos constitui outro reservatório. Há também um
reservatório de fósforo nos produtores fitoplâncton, heterotróficos e Zooplancton.
Todos estes reservatórios relacionam-se através dos processos de transferência de
nutrientes de um reservatório para outro.

A título de exemplo, vamos descrever a transferência de fósforo do reservatório de


água para os produtores i.e. água → produtores
(a) taxa de fluxo absoluto = 20unit dia-1/4 ha =5 ha-1 de Unidades dia-1
(b) taxa de circulação = 20unit dia-1/1000 = 0.02
(c) tempo de circulação = 1000 unit/20unit dia-1 =50 dias

A influência do ciclo hidrológico no orçamento de nutrientes


Os orçamentos de nutrientes nos ecossistemas terrestres são fortemente
influenciados pelo ciclo de hidrologia, abaixo simplificado como:
P=E+T+R+I.
P= precipitação, E= evaporação , T= transpiração, R= runoff, I= infiltração (entrada
descendente de na terra).

6
Os orçamentos de nutrientes estão fortemente correlacionados com o ciclo
hidrológico, uma vez que a precipitação leva nutrientes em solução, a infiltração
remove os nutrientes do sistema ou os move para baixo da coluna do solo, e a
evapotranspiração da água concentra e conserva nutrientes.
Sabe-se que vários factores do uso do solo tal como erosão, remoção de
vegetação, super pastagem, etc, influenciam o equilíbrio hidrológico e,
consequentemente, também influenciam os orçamentos de nutrientes.

4.2 Aplicação dos conhecimentos: Distribuição de plantas de C3, de C4 e de


CAM
O tipo de fotossíntese determina as condições sobre as quais a planta se adaptada
mais e, consequentemente, a sua distribuição.
Material adicional sobre os tipos de fotossíntese pode ser obtido em:
.
.
.

Questões
Dadas as propriedades das plantas de C3, plantas de C4 e plantas de CAM, diga em
que tipo de condições climáticas espera encontrar cada uma destas categorias de
plantas em África. Justifique a sua resposta.

4.3 Compreensão
Compare produtividade terrestre e aquática.

Revisão
Wikipedia. (2006). Produção primária. 20 de outubro de 2006 recobrado de
http://en.wikipedia.org/wiki/Primary_production

Escreva uma breve composição (600-800 palavras) com o tema comparação da


produtividade aquática e terrestre.

4.4 Compreensão: pirâmides Ecológicas

6
Os três tipos de pirâmedes ecológicas variam de acordo com a sua utilidade e
descrição efectiva da natureza funcional das comunidades. Reveja a sua
comparação.

Wikipedia. (2006). Pirâmide ecológica. 20 de outubro de 2006 recobrado de


http://en.wikipedia.org/wiki/Ecological_pyramid

Auto-avaliação
1. Por que é que das três pirâmides, a de número é considerada menos descritiva?
(ajuda: compare uma floresta e um ecossistema aquático).
2. Qual das três pirâmides descreve melhor a relação funcional nos ecossistemas?

4.5 Estudo de caso: Ciclos de Nitrogênio e de Carbono


Já estudou o modelo do ciclo geral de nutrientes e suas componentes fundamentais.
Nesta fase, o estudante deve fazer uma revisão pelos recursos da internet abaixo
indicados e escrever uma composição breve (600-800) sobre dois ciclos de
nutrientes importantes, nomeadamente de nitrogénio e de carbono.

http://en.wikipedia.org/wiki/Biogeochemical_cycle
http://en.wikipedia.org/wiki/Nitrogen_cycle
http://en.wikipedia.org/wiki/Carbon_cycle

Auto-teste
1. Discuta, de forma breve, os modos pelos quais o carbono é retirado da atmosfera
e liberto de volta à atmosfera.
2. Como é que o carbono é transferido dentro da biosfera.
3. Descreva modos pelos quais o Nitrogênio atmosférico é convertido para
nitrogénio quimicamente activo.

4.6 Aplicação dos conhecimentos: cálculo dos orçamentos de nutrientes


Usando o exemplo anterior, complete a tabela descrevendo o processo de
transferência de fósforo entre os seguintes reservatórios: Heterotróficos →
Sedimentos → fluxos de água.

Ajuda: lembre-se que o tamanho da lagoa é de 4ha.


6
Taxa de fluxo de transferencia Taxa absoluta Tempo de circulação Circulação
de → para Unid ha-1 dia -1 Unid unid-1 dia-1 dias
Água → produtores 5 0.02 50
Produtores → sedimentos 4 0.16 6.25
Produtores → heterotróficos 1 0.04 25
Heterotróficos → sedimentos A F C
Sedimentos → água D E F

Calcule os valores de A, B, C, D, E, e F.

4.7 Compreensão: auto-teste para a unidade


1. Na massa da matéria orgânica sobre o solo de uma floresta tropical do Congo foi
encontrado 2tons/ha enquanto que na tundra de arbusto foi encontrado 85tons/ha.
Explique .....
2. Quais as diferenças entre fluxo de energia e ciclo de nutrientes
3. Esboce o modelo de ciclo de nutrientes.
4. Esboce 3 caminhos de entrada e saída de nutrientes.
5. Diferencie taxa do fluxo da taxa de circulação .
6. Como o homem pode influenciar nos orçamentos de nutrientes?

Actividade 5
6
Título da actividade: Conservação de recursos naturais

Objectivos específicos:
No final desta actividade, o estudante deve ser capaz de:
a. Definir biodiversidade e enumerar os seus índices de medida;
b. Delinear formas comuns de degradação do habitat em África;
c. Delinear os processos de desertificação e efeito estufa.

Resumo da actividade de aprendizagem


Nesta actividade de aprendizagem abordar-se-a, primeiro, a conservação dos
recursos naturais, incluindo os conceitos de biodiversidade, espécies e conservação
e degradação dos habitats fundamentais em África. Para compreender esta secção,
o estudante terá que realizar as actividades seguindo os seguintes tópicos:

5.1 Introdução ao conteúdo


5.1.1 Diversidade biológica
5.1.2 Princípios de conservação
5.1.3 Degradação de habitat
5.2 Trabalho escrito: Biodiversidade sua definição, medida e distribuição
5.3 Estudo de caso
5.4 Auto-avaliação

Conceitos chaves
Medição da diversidade de espécies é uma expressão que, geralmente, baseia-se
em duas componentes importantes: riqueza das espécies e densidade.

Biodiversidade é um termo vasto que engloba diversidade genética, de espécies,


de subespécies, de comunidades e de ecossistemas.

Conservação é a gestão dos recursos naturais com enfoque para a restauração e


manutenção do equilíbrio entre necessidades humanas e exigências de outras
espécies. A conservação pode ocorrer em espécies individuais, ecossistemas,
biomes ou até mesmo na biosfera.

6
Risco de extinção de espécies pode ser categorizado como sendo raro, vulnerável,
em extinção ou extinto.

Destruição de habitat é a ameaça mais preocupante para a biodiversidade.


Actualmente, a savana, um biome importante na África, é largamente usada para a
pastorícia, actividade com impactos positivos e negativos, mas que é uma forma de
uso de terra claramente sustentável.

Ameaças às comunidades intertidal marinhas de África são, na sua maior parte,


super-exploradas por resíduos humanos e industriais, através da disposição e
localização imprópria de casas, hotéis e outras infraestruturas.

Palavras chave
Diversidade de espécies, conservação, degradação de habitat, pastorícia,
comunidades marinhas.

Lista de leituras compulsórias

5.1.1. Diversidade biológica


O que é biodiversidade
Para abordar o termo biodiversidade, geralmente, se recorre a diversidade biológica.
O significado do termo diversidade tem sofrido muitas alterações, por isso apresenta
diferentes métodos de medição e interpretação.
A diversidade de espécies, no sentido exacto, refere-se ao número de espécies
diferentes numa área particular (riqueza de espécies) medidos por algum tipo de
critério de abundância como por exemplo, o número de indivíduos.
Actualmente, a biodiversidade é um termo inclusivo que se refere à totalidade da
riqueza da variação biológica que deriva da variação genética da população, através
de espécies e subespécies, das suas comunidades e ecossistemas.
Aqui, o termo diversidade genética será usado para se referir ao número de genes
alelos dentro duma população.

6
Diversidade Alfa e Beta
Os termos alfa e beta são abordados sempre que se fala de Diversidade. A
diversidade alfa é o número de espécies dentro de uma área seleccionada ou
comunidade. Enquanto que, a diversidade Beta é a diferença de diversidade de
espécies em áreas diferentes ou comunidades. Esta também é chamada por
diversidade de habitat porque representa as diferenças em composição de espécies
entre duas comunidades diferentes (Kent e Coker, 1992).

Medição da diversidade
A noção de diversidade inclui as seguintes noções de base:
(a) Riqueza ou número de espécies e
(b) Igualdade de distribuição ou as relativas abundâncias dos indivíduos dentro de
cada espécies.
O número de espécies duma amostra, geralmente, é designado por riqueza de
espécies e é uma importante característica duma comunidade biológica. No entanto,
a riqueza de espécies por sí só não é suficiente para medir a diversidade, uma vez
que o padrão de distribuição dentro da comunidade também é relevante.
A “Igualdade” é o termo usado para descrever a distribuição relativa. O número de
espécies e igualdade de abundância relativa são duas propriedades estatísticas
usadas para quantificar a diversidade de espécies (índices de Diversidade).
Os índices de diversidade comuns incluem:

(a) o índice de Simpson (http://en.wikipedia.org/wiki/Simpson_index) e,


(b) o índice de Shannon-Weiner (http://en.wikipedia.org/wiki/Shannon_index)

5.1.2 Princípios de Conservação

Por que se deve conservar?


Conservação é a gestão dos recursos naturais com o objectivo de manter o
equilíbrio entre as necessidades dos seres humanos e de outras espécies.
Lembrando que, os recursos naturais incorporam a terra, a água, os animais
selvagens e as plantas.

O homem utiliza, frequentemente, os recursos físicos da terra e recursos


biológicos. Em muitas ocasiões, os processos de extracção usados por um
homem ou os subprodutos são prejudiciais ao ambiente e às comunidades
6
biológicas. Actualmente, o número de pessoas vivas e os seus exageros na
extracção dos recursos da terra continuam aumentando. Esta contínua exploração
coloca as espécies, os ecossistemas e os biomas sob pressão, e contribui para a
redução da diversidade biológica. Isto conduziu a uma associação de esforços a
nível internacional, nacional, local e de grupo para que se conserve a biodiversidade.

Conservação de espécies
Os registros fósseis mostram que algumas espécies geológicas estão se tornando
extintas, enquanto que outras estão evoluindo. Esses registros também indicam que
há eventos como mudanças em clima, perca de habitat ou meteoros gigantescos
que causaram as principais extinções. Durante estes eventos de extinção, calcula-se
que aproximadamente 15-30 espécies foram extintas por ano. Na perspectiva
geológica, os eventos ocorrem de forma instantânea.

Na conservação, os impactos do homem na extinção das espécies constituem uma


grande preocupação, porque a taxa de extinções de espécies como resultado da
actividade humana tem aumentado. O homem evoluiu como caçador e recolector e
nos últimos 10000 anos, um número de animais presas incluindo o mamute, as aves
não voadoras e predadores foram extintos.
Nos últimos 400 anos foram registradas cerca de 150 tipos de extinções. Desde
então, para todas as extinções registradas e muitas não registradas, calculou-se que
actualmente ocorram cerca de 4000 a 300000 extinções por ano (Chapman e Reiss,
1999). Desde então, quatro categorias de risco são reconhecidas pela União de
conservação mundial (IUCN):

Raro – Espécies que normalmente têm populações pequenas dentro das áreas
restringidas e estão em perigo de ficar raro, não extinto.

Vulnerável – Estes estão sob ameaça ou diminuindo em número ou em populações


que não se recuperaram da última extracção.

Em Perigo – Espécies têm a população com tamanho muito pequeno e se


encontram em perigo considerável de ficar extintas.

Extinto – quando as espécies já não existem e não podem ser encontradas em seus
habitats.
6
Considera-se que as medidas de conservação deveriam ser tomadas logo que se
verifica que a população de uma espécie está reduzindo ao invés de se esperar até
que a espécie seja ameaçada com extinção. No entanto, isto é frequentemente
impedido porque:
(a) às vezes é difícil detectar as tendências de diminuição da população em
comunidades naturais porque uma população pode sofrer uma flutuação
considerável em tamanho sem que seja possível determinar, prontamente, se a
população está reduzindo ou se está aumentando.
(b) quando a extracção é feita de forma severa, o período de tempo requerido para
determinar com precisão se uma população está aumentando ou diminuindo pode
ser mais longo do que a quantidade as espécies que já se extinguiram.
(c) Monitorar as tendências das populações é caro e requer pessoal adequadamente
treinado.
Alguns dos métodos aplicados para conservar as espécies em extinção incluem:
(a) programas de procriação no cativeiro, nos jardins zoológicos e jardins botânicos.
Estes, às vezes, são levados como o último recurso para conservar as espécies.
Porém, o desafio maior é que nenhum jardim zoológico ou botânico pode manter
populações com tamanho suficiente para garantir a manutenção da diversidade
genética.
(b) reintroduções das espécies para a selva. O desafio principal é que o habitat das
espécies pode não existir mais, devido à mudanças no uso de terra. As
reintroduções são, também, tentativas de impulsionar o aumento do número de
espécies numa área onde extinção local aconteceu.

Conservação dos ecossistemas


A destruição de ecossistemas naturais existentes é, actualmente, a mais importante
ameaça a diversidade das espécies (Chapman e Reiss, 1999). Um ecossistema
contém populações, genes da sua comunidade e o ambiente físico. Se um habitat
está desaparecendo e com ela as comunidades inteiras, então a melhor forma de
conservação é proteger o habitat inteiro. Este é o meio de conservação de
biodiversidade mais preferido na África.
Ao se construir uma reserva natural, há várias considerações importantes a serem
tidas em conta:

7
(a) A reserva deverá ser grande o suficiente para segurar populações viáveis das
espécies seleccionadas para manter variação genética. Além do tamanho, a forma
da reserva também é importante;
(b) Se as espécies são migratórias então deve-se tomar em consideração a
possibilidade de mais de uma reserva e os locais para reprodução e alimentação
devem ser prioridades.

5.1.3 Degradação do habitat em África


Nesta secção, abordar-se-á influência do homem nos principais habitats em África.
Os impactos do homem sobre o ambiente constituem um campo muito largo de
estudos, motivo pelo qual a sua exploração será breve. Na unidade 1.0, viu-se que
as plantas e os animais interagem entre eles e o seu ambiente sofre alterações que
em qualquer parte das componentes de um elemento acaba por afectar o outro.
Cada organismo tem os seus próprios limites de tolerância para vários factores
ambientais e a alteração destes factores afecta a habilidade das espécies para a
sobrevivência.

Os maiores impactos do homem nos ecossistemas africanos incluem


desmatamento, agricultura de recursos insustentáveis, super pastagem, poluição e
eutroficação.
Alguns destes impactos serão analisados de forma breve:

Impactos da pastorícia nas savanas


A Pastorícia é uma forma muito velha do uso da terra, por exemplo na África
oriental, esta actividade vem deste à 4000 ou 5000 anos atrás. A pastorícia é um
sistema de produção de subsistência, o que quer dizer que a sua meta é garantir a
sobrevivência do pastor e do seu gado. Vejam-se os efeitos da pastorícia.

(a) A pastorícia, quase sempre, altera estrutura da comunidade vegetal. Por


exemplo, os pastores de Ngisoyoka do Sul Turkana mantêm um grande número de
cabras e camelos que são ‘browsers’. Este comportamento tem consequências na
diminuição das espécies lenhosas em benefício do capim. A pastagem também
pode converter ervas perenes em ervas anuais.

(b) uma visão tradicional é de que a pastagem baixa a produtividade pela remoção
de folhas e causa um aumento de plantas lenhosas, como viu-se na actividade de
7
aprendizagem 4.1. Baixos a moderados níveis de pastagem podem aumentar
produtividade líquida.

(c) Porque os pastores, frequentemente, fazem circular o seu gado, há um


transporte de nutrientes no ecossistema a partir dos depósitos fecais. Esta
acção tem o poder de alterar os padrões espaciais de fertilidade da terra com
concentração ao redor dos pontos bebedouros e biomas, favorecendo o aumento da
diversidade das plantas.

(d) Áreas que sofrem constantemente uma super-pastagem ficam degradadas (veja
os quadros). A super-pastagem, geralmente, conduz para eventos cíclicos
caracterizados pela redução em cobertura herbácea, pela redução em espécies de
planta saborosas, pelo aumento da compactação dos solo, pelo aumento da erosão
dos solos e, eventualmente, pela redução da produtividade. Porém, tem-se
demostrado que a degradação não é uma consequência universal e inevitável da
pastorícia de subsistência.

Dos pontos de vista discutidos acima, é evidente que a pastorícia tem efeitos
positivos e negativos em comunidades de planta e no ambiente, porém os seus
4000 anos de existência demonstram claramente sua sustentabilidade.

Degradação de florestas Africanas


África tem grandes expansões de florestas. Considerando todos os tipos de floresta
húmida de África pode-se afirmar que estas correspondem a aproximadamente 21%,
sendo que a floresta fechada representa 9% da cobertura de terra, enquanto que a
floresta aberta e fragmentada representam 12% (Unep,
http://africa.unep.net/forest_Degrad/index.asp).
Nos ecossistemas africanos, as florestas têm as seguintes funções: regular a
temperatura, controlar as inundações, regular o ciclo de nutrientes, regular a erosão
da terra e os ciclos de água. Estes são os motivos para que se considere evidente a
sua extrema importância.
A ameaça principal para a floresta africana é o desmatamento. Este é levado a cabo
pelas seguintes razões:
(a) por providenciar terra para agricultura, urbanização e construção de infra-
estruturas físicas;
7
(b) por providenciar madeira para construção;
(c) por providenciar carvão e lenha para o consumo;
(d) por providenciar matérias-primas para polpa de papel.

Por conseguinte, o desmatamento pode conduzir a:


(a) inundações periódicas e rompimento de padrões climáticos locais;
(b) aumento da erosão dos solos e perca de fertilidade do solo das florestas;
(c) Perca de biodiversidade;

Ameaças para as comunidades marinhas africanas


Na unidade 4.0 analisou-se a estrutura e tendências adaptáveis de comunidades
intertidais.
Esta comunidade, no passado recente, veio a estar sob grande ameaça devido as
actividades humanas. Tais actividades incluem:
(a) a super exploração de recursos intertidais. Estes incluem um corte demasiado
do mangal que conduz à erosão da terra excessiva e perca subsequente de habitat.

(b) excessiva decomposição de desperdícios humanos e industriais. Isto


contribui para o rápido crescimento de cidades litorais que, quando em altas
concentrações, contribuem para a morte da vegetação e dos animais.

(c) localização Imprópria de casas, hotéis, indústrias e farmas de aquacultura


aumentam a erosão dos solos e reduzem a produtividade. Os hotéis também ficam,
frequentemente, situados perto das praias sem que se tome em consideração as
zonas tampão para proteger as plantas das duna de areia e os locais de nidificação
das tartarugas e pássaros.

(d) A construção de barragem ou represas nos rios e estuários e a extracção de


água de aquifers subterrâneo causam mudanças nos padrões de deposição de
sedimentos, salinidade e de erosão que conduzem ao stress ecológico.

5.2 Trabalho escrito:


Biodiversidade, sua definição, medição e distribuição
Nas últimas 2 décadas, o mundo está atento a biodiversidade e sua importância.
7
Reveja os dados do site abaixo e escreva uma breve composição (800-1000) com o
seguinte tema – “Biodiversidade de sua definição, medição, papel e distribuição”.

XV. Síntese do Módulo


No final deste módulo, espera-se que o estudante diferencie os níveis de
organização usados em ecologia incluindo o indivíduo, a população, a comunidade,
o ecossistema e o bioma. Também se espera que o estudante entenda o conceito
de ecossistema, que consiste num sistema em interacção entre comunidades e o
ambiente físico não vivo. Na segunda unidade em ecologia de população é
esperado que ele entenda o processo de selecção natural que conduz a uma
população que se adapta ao seu ambiente por diferenças no sucesso reprodutivo.
A especiação ocorre devido a secções da população que foram isoladas como
resultado de algumas barreiras, por exemplo barreiras geográficas.
Em ecologia de população estudou-se, também, os modelos de crescimento,
nomeadamente o modelo de crescimento exponencial e o modelo de logístico.

O estudante também deverá conhecer as interacções entre populações – incluem


competição, depredação, amensalismo, mutualismo, parasitísmo, ou comensalismo.
A terceira unidade abordou o tema ecologia de comunidade. Os parâmetros usados
para definir a estrutura de uma comunidade incluem composição, abundância,
domínio, estratificação e estrutura de trófica. Uma comunidade é dinâmica e
apresenta um processo de sucessão ecológica que procede por fases chamadas
“seres” e culmina com uma comunidade de clímax.
Estudou-se, também, as comunidades de vegetação fundamentais de África,
concentrando-se nas suas tendências adaptativas e nos factores que governam sua
estrutura e funcionamento. Isto incluiu a vegetação de afroalpine, savanas, florestas,
terras húmidas e mangais.
Na quarta unidade o estudante viu o tema ecologia de ecossistema.
Espera-se que ele tenha compreendido os factores que influenciam a produtividade
primária terrestre – como os tipos de fotossíntese, factores ambientais e herboviria
– e a produtividade primária aquática – que inclue luz, nutrientes e estratificação
térmica.

Espera-se, de igual forma, que o estudante tenha entendido os conceitos de níveis


de tróficos e fluxo de energia pelo ecossistema. Os Nutrientes, ao contrário da
7
energia, movem-se ao longo do ecossistema por caminhos característicos
chamados ciclos de bio-geoquímicos. As mais importantes componentes do ciclo de
bio-geoquímicos incluem reservatórios, vias dos nutrientes como entrada e
decomposição. Os nutrientes, por sua vez, entram e saem das vias dos ciclos de
bio-geoquímicos, através de vias geológicas, meteorológicas e biológicas.

Na última unidade abordou-se a conservação de recursos naturais. A partir desta


unidade, espera-se que o estudante tenha compreendido os termos diversidade de
espécies e biodiversidade. Nesta unidade vi-se os diferentes tipos de conservação
de espécies, incluindo os programas de reprodução no cativeiro e de re-introduções.
Uma especial atenção foi dada à conservação de ecossistemas através de reservas
naturais e alertou-se para a atenção de alguns pontos considerados importantes no
acto da sua criação, ó caso de tamanho e migração. Espera-se que o estudante
tenha entendido os padrões de degradação nos principais habitats africanos, tais
como savanas, florestas e comunidades marinhas.

XVI. Avaliação Sumativa

Unidade 1: Introdução e conceitos básicos


(a) Defina um ecossistema e dê um exemplo.
(b) Discuta, de forma breve, o sistema de classificação das plantas de Raunkiar.
(c) Sumarize como é que as radiações solares que alcançam a troposfera da terra
estão divididas.
(d) Descreva os 5 principais ramos da ecologia.
(e) Discuta Zona de Inter Convergência Tropical (ITCZ) e a sua influência nos
padrões de chuva em África.

Unidade 2: Ecologia da População


(a ) O que é pressão de selecção?
(b) Indique três factores que podem conduzir ao isolamento ou fragmentação da
população.
(c) Enuncie a teoria de selecção natural de Darwinian e como ela se relaciona com o
conceito moderno de selecção natural.
(d) Explique como é que o comensalísmo se difere do mutualismo? E, como o
Parasitísmo se difere da Predação.

7
Unidade 3: Ecologia de Comunidades
(a) Defina o termo nicho e estabeleça distinção entre o nicho fundamental e o nicho
realizado.
(b) Mencione as imperfeições da teoria determinista de sucessão de Clements.
(c) Discuta as adaptações morfológicas e fisiológicas dos mangais.
(d) Descreva, em linhas gerais, os factores que determinam a estrutura do capim
africano.
(e) De forma sumária, descreva as adaptações da flora de afroalpine para baixas
temperaturas.
(f) Para avaliar a estrutura de vegetação de Ngororo, foi disposto um transecto que
mede 5m x 10m e dividiu-se em 5 quadrantes iguais, dos quais os seguintes dados
foram coleccionados:
Espécies N° de Área
quadrantes basal
Commiphora baluensis 1 10
Commiphora baluensis 1 10
Maerua triphyla 1 20
Maerua triphyla 2 5
Balanites aegypitiaca 2 10
Commiphora baluensis 3 10
Balanites aegypitiaca 4 5
Maerua triphyla 5 10
Maerua triphyla 5 10
(Note que cada espécies registrada indica um único indivíduo, a área basal também já foi
calculada)

1. Determine densidade (individual/ha) da árvore de Maerua triphyla e mostre


claramente os seus procedimentos de cálculo.
2. Determine valor de Importância de Commiphora baluensis mostrando, de forma
clara, os seus procedimentos de cálculo.

Unidade 4: Ecologia dos Ecossistemas


(a) Esboce o ciclo hidrológico dos ecossistemas terrestres. Como é que ele
influencia os orçamentos dos nutrientes. Como é que os humanos alteram o ciclo de
hidrológico?

7
(b) O que é um nível trófico de organismos numa comunidade?
(c) Elabore uma lista e explique os cinco passos de um ciclo de nitrogénio.
(d) Calcula-se que num Papyrus existe um valor calorífico de 20mj/kg, a sua
produtividade primária líquida é de 6.6kg/m2/ano e a radiação solar no local é de
18.2mj/m2/dia. Determine a eficiência da produção primária do Papyrus.
(e) Numa lagoa que mede 6ha, os produtores continham 100 unidades de Nitrogénio
enquanto que a água continha 1000unid. A taxa de transferência da água para os
produtores era de 20unid/dia. Determine a taxa de fluxo absoluto, taxa e tempo de
circulação.

Unidade 5: Conservação de recursos naturais


(a) Diferencie a diversidade alfa da diversidade beta.
(B) Descreva os quatro níveis de risco de extinção reconhecidos pela união de
conservação mundial (IUCN) .
(c) Descreva, sumariamente, os impactos da pastorícia na estrutura da comunidade,
na sua produtividade e no ciclo de nutrientes.
(d) Quais são as principais funções das florestas africanas e quais seriam as
consequências do desmatamento.

Respostas para avaliação Sumativa

Unidade 1: Introdução e conceitos básicos


(a) Um ecossistema consiste na relação entre as comunidades e o seu ambiente. As
Interacções ao nível do ecossistema incluem aquelas entre os organismos da
comunidade e aquelas entre o organismo e o ambiente físico.

(b) o sistema Raunkiar de classificação de planta: Raunkiaer usou a altura do tecido


de perene da superfície do solo como um indicador de adaptação para o ambiente.
As classes obtidas incluem; Phanerophytes, Epiphytes Hemicryptophytes
Chamaephytes Cryptophytes e Therophytes

(c) Divisão da radiação solar: ao alcançar a troposfera da terra, 42% da radiação é


reflectida a partir das nuvens e partículas de poeira. Entretanto, os restantes 48%
alcançam a superfície da terra e 10% é absorvido pela atmosfera.
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(d) Os 5 principais ramos de ecologia são: Ecofisiologia (ou ecologia Fisiológica),
Auto-ecologia ou ecologia de população, ecologia de Comunidade ou sinecologia,
ecologia de Ecossistema, e ecologia de Paisagem.

(e) Zona de Inter Convergência Tropical (ITCZ): (1) Esta é a zona de baixa-pressão
onde os ventos frios com correntes de alta-pressão convergem; (2) os ventos de
Convergência ao ITCZ provocam precipitação; (3) O ITCZ não é limitado ao
equador, move-se de latitude 15°S a 15°N e segue, tanto o movimento do Sol como
os movimentos que ocorrem acima do trópico de Capricórnio e de Câncer, mas com
retardação de tempo de um mês.

Unidade 2: Ecologia das População


(a) pressão Selectiva: Estes são factores tais como condições ambientais que
seleccionam positivamente as características de alguns indivíduos e seleccionam
negativamente características de outros.

(b) Os principais factores que levam ao isolamento das populações são a falta de
compatibilidade entre parceiros sexuais, barreiras geográficas e grandes diferenças
de temperatura ou de humidade entre as áreas.

(c) Conceitos Darwinian e conceitos modernos de selecção natural: conceito


Darwinian enfatiza que espécies bem adaptadas sobrevivem e se reproduzem,
contribuindo para gene pool da população, enquanto que o conceito moderno de
selecção natural enfatiza a reprodução de diferencial em vez da diferença de
sobrevivência.

(d) No comensalísmo, uma população ganha e outra não é afectada, enquanto que
no mutualismo ambas populações se beneficiam. No Parasitísmo uma população
perde, o hospedeiro, enquanto que a outra população de parasita ganha e a
predação é o consumo de uma espécie (a presa) por outra (o predador).

Unidade 3: Ecologia da Comunidade


(a) O nicho: o nicho é o papel funcional de um organismo num ecossistema mais a
sua posição no espaço. O Nicho fundamental refere-se à fracção do hipervolume da
comunidade que uma espécie ocupa, na ausência de competição, enquanto que o
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nicho realizado é aquele que é ocupado na condição de uma competição com as
outras espécies.

(b) Fracasso da teoria de sucessão: (1) Não há divisão clara entre as fases; (2) O
papel da modificação do local é muito enfatizado; (3) não existem duas porções de
vegetação semelhantes, consequentemente a sucessão ocorre de formas diferentes;
(4) os eventos catastróficos naturais previnem a estabilidade; (5) as actividades
humanas também previnem estabilidade.

(c) Adaptações morfológicas e fisiológicas dos mangais: Adaptações para alta


salinidade: excreção de sal por glândulas especiais, tolerância sem danos internos,
acumulação de sais nas folhas que depois caiem. Adaptações para substrato
instável: para o estabelecimento da semente, os mangais devem ser vivíparos com
desenvolvimento de um hipocólito longo que se fixa verticalmente. Para aeração e
suporte, os mangais tem raízes de apoio; raízes aéreas, raízes pneumatófores e
raízes de joelho.

(d) Determinantes de estrutura de ervas africanas: (1) factores físicos – tais como
chuvas e temperatura do solo; (2) Pastagem – onde prevelecem factores como
densidade dos herbívoros, movimento, composição; (3) Fogo – frequência e sua
intensidade e (4) cultivação.

(e) Adaptações da flora de afroalpine para baixas temperaturas: As plantas


apresentam as seguintes adaptações (1) Gigantescas folhas de rosetas, cujos
arranjos protegem o meristema apical; (2) Camadas persistentes de folhas mortas
sobre o caule; (3) Grandes ervas de tussocks.

(f) a. Densidade de Maerua triphhyla = 10000 x 4/50 = 800 indivíduos/ha


b. Valor de importância de Commiphora baluensis: i. Densidade Relativa de =
600/1800 x 100 = 33.3%, ii. Dominância relativa = 40/100 x 100 = 40%,
iii. Frequência relativa = 0.4/(0.4+0.6+0.4) = 42.8%. iv. Valor de Importância =
densidade + frequência relativa + dominância relativa = 33.3+42.8+40=116.1.

Unidade 4: Ecologia de ecossistemas


(a) Ciclo hidrológico e sua influência em orçamentos de nutrientes: o ciclo
hidrológico é simplificado abaixo como: P= E+T+R+I. Onde P= precipitação , E=
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evaporação, T= transpiração, R= runoff e I= infiltração (entrada descendente na
terra).
Os orçamentos de nutrientes estão fortemente correlatados com o ciclo hidrológico
nos seguintes pontos: a precipitação leva os nutrientes em solução, runoff e
infiltrações que removem os nutrientes do ecossistema ou os movem para baixo da
coluna de terra, consequentemente, a evapotranspiração da água concentra e
conserva os nutrientes.

(b) Níveis tróficos : é o resultado do agrupamento das espécies com base em


relações alimentares. Os níveis de alimentação incluem Autotróficos,
Decompositores, Herbívoros e carnívoros, e Omnívoros.

(c) Fase do ciclo de Nitrogénio: (1) fixação de Nitrogénio – esta é a conversão do


nitrogénio atmosférico em substância químicas (2) Captação e síntese de proteína –
os Nitratos são absorvidos pelas plantas na solução de água no solo e,
consequentemente, são incorporados no protoplasma e no processo de síntese de
proteína; (3) Amonificação – depois da morte, as plantas e animais sofrem o
processo de decomposição. Amónia é produzida dos aminoácidos pela acção das
bactérias de ammonifying. (4) Nitrificação – esta é a oxidação biológica amônio a
nitritos e nitrato; (5) Denitrificação – neste processo, o nitrogénio é devolvido para
sua forma atmosférica.

(d) Eficiência de produção primária – a energia fixada = 6.6kg/m2 x 20mj, kg-1 =


Energia recebida por ano = 18.2mj m-2 dia-1 x 365 dias; eficiência de produtividade
primária = 132.2/6643 yr-1 de mjm-2 = 1.98%

(e) Cálculo de taxas de fluxo: taxa de fluxo Absoluto = 20 unidades dia-1/6 ha = 3.3
ha-1 de unidades dia-1; taxa de circulação = 20units/1000=0.02; tempo de circulação
= 1000 uints/20units dia-1 = 50days

Unidade 5: Conservação de recursos naturais


(a) Diversidade Alfa e diversidade Beta: diversidade de Alfa é o número de espécies
dentro de uma área seleccionada ou comunidade. Enquanto que, diversidade de
Beta é a diferença de diversidade de espécies entre áreas ou comunidades
diferentes.

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(b) Níveis de risco de extinção: (1) Raro – espécies que têm populações pequenas
em áreas restringidas e estão se tornando mais raras; (2) Vulnerável – espécies sob
ameaça ou população que ainda não se recuperou da sobre exploração anterior; (3)
Em perigo – espécies que têm um tamanho muito baixo de população; (4) Extinto –
espécies que já não existem.

(c) Impactos da pastorícia: A pastorícia tem impactos negativos e positivos que


dependem da intensidade da pastagem: (1) Altera a estrutura de comunidade de
planta, porque animais pastam selectivamente; (2) Altera a produtividade, níveis
baixos a moderado, os níveis de pastagem podem aumentar a produtividade líquida
enquanto que a altos níveis de pastagem, a produtividade é reduzida; (3) o
transporte de nutrientes no ecossistema ( por depósitos fecais) alteram os padrões
de fertilidade do espaço no solo e favorecem o aumento da diversidade vegetal; (4)
Quando a superpastagem ocorre, ela conduz ao aumento da erosão dos solos e,
eventualmente, reduz a produtividade.

(d) Principais funções das florestas e efeitos de desmatamento: as funções incluem


o regulamento da temperatura, controle de inundação, regulamento do ciclo de
nutriente, regulamento da erosão da terra e ciclos de água. Os efeitos do
desmatamento incluem inundações periódicas e rompimento dos padrões climáticos
locais; aumento da erosão dos voa sozinho; perca de fertilidade de terra de floresta
e perca de biodiversidade.

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