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AGROECOLOGIA: Bases científicas para uma agricultura sustentável

Miguel A. Altieri
Contribuições de: Susanna Hecht, Matt Liebman,
Fred Magdoff, Richard Norgaard, e Thomas O. Sikor
Editorial Nordan–Comunidad. Montevideo. 1999.

Primeira parte: Bases teóricas da agroecologia

Capítulo 1: A evolução do pensamento agroecológico

O uso contemporâneo do termo agroecologia data da década de 1970. Para além


do viés produtivo, a agroecologia visa diminuir riscos ambientais e econômicos, mantendo
a base produtiva da agricultura através e ao longo do tempo. A partir de estudos e práticas
da agricultura alternativa, esse “forma” de agricultura remota e resgata antigos
conhecimentos e práticas indígenas.
Porém, esses conhecimentos vêm sofrendo drásticos ataques e transformações,
tais como (1) a destruição dos meios de codificação, regulação e transmissão das práticas
agrícolas; (2) a dramática transformação de muitas sociedades indígenas não ocidentais e
os sistemas de produção em que se baseavam como resultado de um colapso
demográfico, da escravidão e do colonialismo e de processos de mercado, e (3) o
surgimento da ciência positivista.
Como resultado, existiram poucas oportunidades para que as intuições
desenvolvessem uma agricultura mais holística e se infiltraram na comunidade científica
formal, ignorando vários fatores essenciais para a sociedade, como as classes sociais,
etnias, culturas e sexo.
As próprias cerimônias rurais eram tidas de bruxaria, sofrendo intensa perseguição
de culturas eurocêntricas, as quais buscam “Deus, Ouro e Glória” e ignoram outras
formas culturais de existenciais. Estabeleceram a reestruturação da base agrícola das
comunidades rurais com fins coloniais e de mercado, baseada na escravidão associada
as plantações do novo mundo, exercendo drásticos impactos na população.
O contato europeu com grande parte do mundo não ocidental não foi benéfico, pois
era assentada na exploração da mão de obra e erosão das bases culturais da agricultura.
As populações africanas estavam acostumadas a condições climáticas tropicais e
apresentavam uma resistência relativa à doenças “europeias”, dessa forma eles podiam
satisfazer as pujantes necessidades de mão de obra para as plantações de açúcar e
algodão.
O próprio “redescobrimento” da agroecologia perpassa pela análise da influência
de um número de correntes intelectuais que tiveram relativamente pouca relação com a
agronomia formal.

O que é Agroecologia?

A agroecologia, como mencionado anteriormente, incorpora ideias sobre um


enfoque da agricultura mais ligado ao meio ambiente e mais sensível socialmente,
centrada não apenas na produção, a partir do seu uso “normativo” ou “prescritivo”, que vai
muito mais além dos limites da propriedade agrícola.
Busca estudar os fenômenos claramente ecológicos dentro do campo de cultivo,
tais como relações depredador/presa, ou competência de cultivo/maleza.
Em uma visão ecológica, busca-se o fortalecimento dos agroecossistemas, a partir
das análises do conjunto de processos que envolvem a diversidade de agroecossistemas
existentes, cada qual de acordo com o local onde está inserido.
Sob uma perspectiva social, o sistema agrícola difere-se do sistema ecológico
“natural” tanto em sua estrutura como em sua função. Dessa forma, (1) os
agroecossistemas requerem fontes auxiliares de energia, que podem ser humana, animal
e combustível para aumentar a produtividade de organismos específicos, (2) a
diversidade pode ser muito reduzida em comparação com a de outros ecossistemas, (3)
os animais e plantas que dominam são selecionados artificialmente e não por seleção
natural, (4) os controles do sistema são, em sua maioria, externos e não internos já que
se exercem por meio de retroalimentação do subsistema.
Ou seja, os sistemas agrícolas são uma interação complexa entre processos
sociais externos e internos, e entre processos biológicos e ambientais, com uma
dimensão temporal.
Ou seja, os sistemas agrícolas são artefatos humanos, onde as determinantes da
agricultura não terminam nos limites dos campos, tampouco devem ser uma simples
maximização das culturas em sistemas de monocultivo, o qual se faz menos útil para a
compreensão do comportamento do camponês e de suas opções agronômicas.
O desafio agroecológico, portanto, centra-se no enfoque reducionista que limita as
opções agrícolas para as populações rurais em que o “enfoque objetivo” involucra
consequências secundárias não intencionadas que frequentemente vão produzindo danos
ecológicos e vão tendo altos custos sociais.
Portanto, a agroecologia tem suas raízes nas ciências agrícolas, no movimento do
meio ambiente, na ecologia, na análise de agroecossistemas indígenas e nos estudos
sobre o desenvolvimento rural.

Influências do pensamento agroecológico: Ciências agrícolas

A agronomia e a ecologia de cultivos estão convergindo cada vez mais, mas a rede
entre a agronomia e as outras ciências (incluindo as ciências sociais) necessárias para o
trabalho agroecológico, estão recém emergido.
O manejo ecológico de pragas se centra, no princípio, em enfoques que
contrastam a estrutura e o funcionamento dos sistemas agrícolas com aquelas de
sistemas naturais relativamente não perturbados, ou sistemas agrícolas mais complexos.
Como enfoque metodológico, observam-se alguns elementos de relevância, tais
como:
1. Descrição analítica: diversidade de plantas, acumulação de biomassa, retenção
de nutrientes e rendimento a partir de cultivos mistos (policultura);
2. A análise comparativa: metodologias científicas de tipo estândar para iluminar a
dinâmica de sistemas locais;
3. Comparação experimental: por exemplo, avaliação de rendimento de um cultivo
misto de milho, feijão e abóbora pode ser comparado;
4. Sistemas agrícolas normativos: estão sendo desenvolvidos sistemas de cultivos
que emulam as sequências sucessionais por meio do uso de cultivos que são botânica e
morfologicamente semelhantes a plantas que naturalmente ocorrem em várias etapas
sucessionais (Hart 1979, Ewel 1986).

Ambientalismo

A Importância deste movimento parte da crítica da agronomia orientada em direção


da produção, que remota os anos de 1960 a partir dos conceitos sobre “Os Limites do
Crescimento” elaborado pelo Clube de Roma, o qual visou gerar argumentos para o
futuro, que geralmente eram desastrosos. Esta posição tem sido criticada desde
perspectivas metodológicas e epistemológicas (Simon e Kahn, 1985).
A “Crise ambiental” é fortemente criticada e estudada por uma sociedade
alternativa com uma visão mais ou menos utópica, inspirada pelo significado especial de
“O Pequeno é Lindo”, onde estas ideias se ampliaram para alcançar o Terceiro Mundo.
Rachel Carson em seu livro “Primavera Silenciosa” (1964) analisou os impactos
secundários das substâncias tóxicas, especialmente dos insecticidas no ambiente,
produzidos a partir dos combustíveis fósseis.
As consequências sociais deste modelo tem impactos complexos e extremamente
negativos na população local, em especial aqueles que tem um acesso limitado a terras e
a crédito, além da toxicidade e utilização cada vez maior dos recursos da agricultura.
Assim, a integração da agronomia e o ambientalismo uniram-se com a
agroecologia, mas a associação acadêmica deste tipo eram ainda relativamente débeis. O
desenvolvimento da teoria ecológica tenderia a uma relevância especial no
desenvolvimento do pensamento agroecológico.

Ecologia

O marco conceitual da agroecologia e sua linguagem são essencialmente


ecológicos. Os sistemas agrícolas são em si mesmos interessantes sujeitos de
investigação, marcados pela diversidade e extraordinária complexidade
Vários ecólogos estão começando a dirigir sua atenção as dinâmicas ecológicas
dos sistemas agrícolas tradicionais, a partir de estudos e análises da ciclagem de
nutrientes, as interações de pragas/plantas e a sucessão ecológica.
As descobertas ecológicas desta investigação sobre a ciclagem de nutrientes que
tiveram um maior impacto na análise da agricultura foram:
 A relação entre a diversidade e as estratégias inter-específicas para captar
nutrientes;
 A importância dos traços estruturais para aumentar a captação de nutrientes
tanto por debaixo como por encima do solo;
 A dinâmica de los mecanismos fisiológicos na retenção de nutrientes;
 A importância de relaciones associativas de plantas com micro-organismos,
tais como micorrizas e fixadores simbióticos de nitrogênio;
 A importância da biomassa como lugar de armazenamento dos nutrientes.
Dessa forma, a absorção de nutrientes, tanto em termos de diferentes nutrientes
como na absorção de nutrientes dos diferentes níveis de profundidade do solo devem-se
basicamente as associações simbióticas, aumentando assim a capacidade total de
reciclagem e armazenamento de nutrientes no ecossistema.
No contexto social, utilizam-se modelos nativos de produção locais. A
disponibilidade também influi no tipos de sistemas agrícolas favorecidos. O estudo de
sistemas agrícolas nativos vão proporcionado grande parte da matéria prima para o
desenvolvimento de hipóteses e sistemas de produção alternativas para a agroecologia.

Estudos de desenvolvimento

A Revolução Verde foi importante para a evolução do pensamento agroecológico.


Ela se desenvolveu quando os problemas de pobreza e fome eram considerados
principalmente como problemas de produção agrícola.
Centrou seus benefícios nos grupos que eram ricos em recursos, acelerando assim
as diferenças entre eles e os demais habitantes rurais, fortalecendo para o aumento da
desigualdade rural, minando muitas formas de aceso a terra e aos recursos, tais como os
cultivos partilhados, o aluguel de mão de obra e o aceso a meios de risco e terras de
pastoreio.
Chambers e Ghildyal (1985) elaboraram a primeira avaliação amplamente
difundida que incorporou críticas ecológicas, tecnológicas e sociais, a partir do contraste
de condições físicas e socioeconômicas de agricultores ricos em recursos versus pobres
em recursos.
O enfoque de transferência de tecnologias tendia a acelerar as diferenças nas
situações políticas difíceis, onde as tecnologias só eram parcialmente adaptadas e em
muitos casos não adaptadas de tudo (Scott 1978 y 1986).
Uma consequência desta posição tem sido reconhecer o grande conhecimento que
o camponês tem de entomologia, botânica, solos e agronomia, os que podem servir como
pontos de partida para a investigação.
Neste caso também, a agroecologia tem sido identificada como uma valiosa
ferramenta analítica assim mesmo como um enfoque normativo para a investigação.
Requerem práticas agrícolas mais sensíveis ao meio ambiente e encontra congruência do
desenvolvimento tanto ambiental como participativo com perspectivas filosóficas.
A agroecologia é uma disciplina nova, e até o momento tem levantado mais
problemas que soluções, mas indubitavelmente tem ampliado o discurso agrícola.

Capítulo 2: Metodologia e prática da agroecologia


Richard B. Norgaard e Thomas O. Sikor

A importância das premissas filosóficas

Como essas diferenças nas raízes filosóficas afetam as metodologias, a


organização e as consequências sociais e ambientais tanto da agricultura convencional
como da agroecologia?
Faz tempo que os agrônomos convencionais vão se dando conta de que suas
tecnologias apresentam problemas.
O “universalismo” apresenta uma interação de um número relativamente pequeno
de princípios universais. O “objetivismo” postula que nossos valores, formas de
conhecimento e ações, podem manter-se aparte dos sistemas que estamos tratando de
entender. O “monismo”, por sua vez, postula que nossas formas de conhecimento
separadas e disciplinárias fundem-se em um todo coerente.
A partir das premissas dominantes da ciência moderna e suas alternativas, a
diferença entre agrônomos convencionais e agroecólogos erradica que nesses últimos,
em conjunto, tendem a ser mais pluralistas metodologicamente. Os agroecólogos são
mais abertos a utilizar uma perspectiva de sistemas, considerando tanto o sistema social
como o sistema ambiental no qual se desenvolve o agricultor.

Uma perspectiva coevolucionista do desenvolvimento

Em resumo, o mantimento e a continuação da transformação ambiental foram


sustentadas por complexas organizações sociais para o controle das águas, direitos que
coevoluíram conjuntamente, cada um refletindo a outro. De igual maneira selecionaram
novas tecnologias, novos valores e novas formas de conhecimento à luz da coevolução
entre organizações ambientais e sociais.
Os sistemas agrícolas tradicionais não são estáticos. É preciso compreender esse
sistema dentro da perspectiva coevolucionista. Os sistemas sociais coevolucionistas nem
sempre podem ser benéficos para as pessoas ou para o ambiente no futuro, devendo-se
levar em considerações tais elementos:
1. Uma mudança exógena no ecossistema;
2. Novo conhecimento sobre como interagir com o ecossistema;
3. Um subsídio desde (ou a transferência a) outra região;
4. Uma redistribuição do poder no sistema social.

Interpretação coevolucionista do desenvolvimento agrícola convencional na América


Latina

Os camponeses sem um acesso suficiente à terra e a outros recursos produtivos,


não encaixam-se dentro das condições ecológicas e socioeconômicas da agricultura
convencional e permaneceram fora da dinâmica.
Para a FAO, cerca de 40% da população rural nem sequer é capaz de cobrir suas
necessidades básicas de alimentação.
Nesse sentido, os recursos genéticos vão se erodindo comprometendo: (1) os
cultivos primitivos e espécies de animais adaptadas, os que evoluíram durante séculos
como parte de culturas tradicionais; (2) as plantas silvestres e as espécies de animais não
manipuladas; (3) progenitores silvestres e membros de famílias de plantas domésticas
que se usam atualmente.
As práticas agrícolas convencionais desprezam a naturaleza. A conservação
necessita de uma mudança desde o ecossistema em direção ao sistema social, pois os
esforços de desenvolvimento rural e agrícola vão sendo planejados em centros urbanos.
A complexidade institucional e os custos para facilitar o desenvolvimento rural
aumentou. Os programas de desenvolvimento rural integrado (DRI) não puderam superar
as deficiências dos esforços de desenvolvimento que são guiados por forças distantes. As
agências não lograram implementar os planos centralmente concebidos e foram
incapazes de chegar até os membros mais pobres da sociedade.
Em resumo, a agricultura moderna incrementa o distanciamento entre os
produtores e consumidores, projetistas e beneficiários, investigadores e os que praticam a
agricultura. As práticas agrícolas desprezamo os processos no sistema ecológico em vez
de trabalhar com eles.
Dessa forma, é latente a constatação que a modernização da agricultura mediante
tecnologias convencionais não tem promovido o desenvolvimento para a maioria dos
agricultores da América Latina.

As condições para o desenvolvimento rural nos anos 90

A modernização agrícola influenciou de diferentes maneiras os meios de vida rural,


transformando e diferenciando o setor camponês tradicional.
As populações rurais pobres são empurrados para terras marginais e frágeis, tais
como ladeiras empinadas (Janvry e García 1988, FAO). Essas terras marginais são terras
que tem restrições ambientais consideráveis e/ou de baixa produtividade se são
manejadas com práticas agrícolas convencionais (Denevan e Padoch, 1987). As terras
frágeis, são terras que sofrem uma deterioração significativa se não são cultivadas
seguindo princípios apropriados.
Os sistemas agrícolas tradicionais estão fortemente entrelaçados com a
organização social, os valores, o meio ambiente e a tecnologia. As pressões sobre esses
componentes apresentam uma grave ameaça a sobrevivência das populações indígenas
e suas estratégias agrícolas.
Para a FAO (1988), os pequenos agricultores que manejam propriedades com
base no trabalho familiar ocasionalmente buscam oportunidades de emprego fora de seu
próprio campo. Os pequenos agricultores constituem a metade dos campos na agricultura
latino-americana e 42% da população rural como médio. Os trabalhadores sem terra tem
acesso limitado ou nenhum a terra e obtém seus ingressos de outras fontes que não são
seus próprios terrenos.
O número de camponeses sem terra está aumentando constantemente (Janvry et
al. 1989). Adicionalmente, as diferenças de idade e sexo dificultam ainda mais as
estratégias de sobrevivência em casa. Atualmente tem-se incrementado
consideravelmente a participação da mulher na população rural economicamente ativa.
Entre 15% e 30% das residências rurais tem como chefe de família a mulher. A idade é
importante pois homens e mulheres jovens entre 15 e 24 anos, com frequência não
encontram oportunidades de trabalho nas áreas rurais.
Nesse sentido, a América Latina necessita integrar estratégias tecnológicas e
organizacionais flexíveis para satisfazer a necessidade dos pobres nas áreas rurais. Isso
inclui políticas de “comida barata” para subsidiar o desenvolvimento proveniente da
cidade, além de uma massiva mudança no quadro da estrutura agrária. A população rural
serviu principalmente como uma grande reserva de mão de obra para o desenvolvimento
industrial com base na cidade.
O conhecimento do povo indígena não é reconhecido e válido pelo paradigma
científico ocidental predominante. A marginalização econômica, política e cultural vai à
mão da marginalização ecológica dos rurais pobres que são empurrados para terras
frágeis e marginais.
A pobreza e a degradação ambiental, se fomentam uma a outra em um processo
de retroalimentação, perdendo o conhecimento e a base dos recursos que sustentou a
produção agrícola por séculos, especialmente devido a pressão econômica.

A aparição das ONGs agroecológicas

Diversos estudos apontam que as inovações tecnológicas das ONGs tem sido
restringidas pela carência de técnicos especialistas.
As ONGs agroecológicas têm desenvolvido um método para a geração e
divulgação da tecnologia, que gera novos conhecimentos e ajuda a adaptar a informação
técnica as estratégias de subsistência camponesa. Os objetivos das ONGs nos
programas de investigação e desenvolvimento, incluem:
1. O melhoramento da produção de alimentos básicos;
2. O uso eficiente de recursos locais e a redução de insumos externos;
3. O resgate e a reavaliação de sistemas agrícolas indígenas;
4. O incremento da diversidade de cultivos e animais;
5. O melhoramento da base dos recursos naturais (Altieri e Yurjevic 1991).
Nesse sentido, as ONGs seguem geralmente um planejamento integral que
combina o desenvolvimento e a divulgação tecnológica. Em seu trabalho de base, elas
tem experimentado novas metodologias de investigação e desenvolvimento agrícola
participativo, combinando investigações lógicas.
Com o auxílio das ONGs, a agroecologia também tem chegado as universidades
latino-americanas e aos programas de investigação dos centros de investigação
internacionais (Bebbington e Thiele 1993).

A Agroecologia no desenvolvimento coevolucionista

As estruturas institucionais que sustentam a investigação e o desenvolvimento, re-


linckam o sistema social ao sistema ecológico para permitir a coevolução local. A
agroecologia inicia o desenvolvimento agroecológico coevolucionista mediante (1) a
conceitualização da agricultura como um processo que segue princípios ecológicos,
provêm novos conhecimentos sobre o comportamento e manejo de distintos
agroecossistemas e, (2) o poder que se distribui no sistema social através das instituições
descentralizadas e da participação popular.
A tecnologia agroecológica é receptiva a heterogeneidade das condições locais
para a agricultura na América Latina, reconhecendo a dependência dos objetivos de
produção do contexto cultural e socioeconômico específico, e reduzindo a necessidade de
insumos externos controlados por forças externas.
Exemplo disso se dá pelo uso de fertilizantes orgânicos disponíveis localmente,
que aumenta a estabilidade e as condições de vida dos camponeses e melhora a
produtividade de suas terras a longo prazo.
Esses novos conhecimentos sobre os sistemas agrícolas e informação sobre as
condições locais específicas, geram-se mediante uma maior interação entre agricultores,
investigadores e extensionistas.
Dessa forma, as ONGs vem desenvolvendo metodologias que facilitam sua
participação na investigação do desenvolvimento, capacitando os agricultores como
“paratécnicos” e atuando na divulgação das inovações tecnológicas, que se baseiam
geralmente em modelos de extensão de agricultor a agricultor.
O poder se redistribui entre os camponeses, fortalecendo sua capacidade de dirigir
a coevolução local entre sistemas ecológicos e sociais, de uma maneira tal que mantém a
retroalimentação positiva entre ambos sistemas através do tempo.
Verdadeiramente, a agroecologia representa um enfoque diferente ao
desenvolvimento agrícola, posto que está basada em premissas filosóficas mais amplas
que a agricultura convencional, por meio de metodologias pluralistas.
As tecnologias e instituições que utilizam um enfoque agroecológico possuem um
potencial significativo para resolver os problemas da pobreza rural, insegurança alimentar
e deterioração ambiental. Enquanto grande parte do êxito da agroecologia tem ocorrido
nos países em desenvolvimento, muitos dos mesmos problemas ocorrem nos países
desenvolvidos, onde um enfoque agroecológico também deveria sustentar comunidades
rurais.
ONGs Latino-americanas contribuem para um novo enfoque na geração de
tecnologias para o desenvolvimento rural, facilitando o desenvolvimento coevolucionista,
atuado dentro de diretrizes políticas e socioeconômicas.
As técnicas de baixos insumos externos vão provando ser em muitas
circunstancias econômicas, sociais, culturais e ecológicas, mais apropriadas para aqueles
agricultores que não são beneficiados pela agricultura convencional. Mais ainda, o
enfoque agroecológico poderia substituir parcial ou totalmente a agricultura convencional,
dadas suas vantagens culturais e ecológicas.

Conclusões

Diante do exposto, percebe-se que a cultura europeia atua principalmente na


destruição da cultura dos povos, caracterizando um processo de padronização da cultura,
imposta pela cultura externa.
Consideram “analfabetos” os povos que utilizam outras simbologias, como a
oralidade e desenho, impondo um sistema de simbologia externa, tal como muito bem
representado pelo filme “Narradores de Javé”.
O pensamento agroecológico ressurge após toda essa transformação a partir de
uma visão ecológica, apostando na interligação de fatores internos e externos
(agroecossistemas).
A visão social é o que faz a total diferença entre a agroecologia e a produção
orgânica. A agroecologia aposta na união do conhecimento e da prática, onde este
conhecimento é abstrato aos povos.
Verifica-se que o saber parte da coevolução, seja pelo método camponês a
camponês e até mesmo os extensionistas atuarem como mediadores dos processos de
conhecimento.
Nesse sentido, a agroecologia surge como um campo do conhecimento, uma parte
abstrata. Assim, a epistemologia é onde se valida o conhecimento da agroecologia, a
partir do carimbo (rótulo) respaldando o científico que valida o conhecimento popular.

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