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MULHERES NEGRAS, A INTERSECCIONALIDADE DAS

OPRESSÕES, O TRABALHO
DOMÉSTICO E A LUTA POR DIREITOS.

Júlia Castro John – Acadêmica da Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio


Grande.
Membra do Coletivo Macanudos e da Coletiva Gritaram-me negra! Email:
juliacjohn@hotmail.com

GT 4: GÊNERO, RAÇA, SEXUALIDADE E OUTRAS INTERSECIONALIDADES

Palavras-chaves: Interseccionalidade das opressões. Mulheres negras. Trabalho


doméstico. Direitos trabalhistas. Escravidão.

Resumo: O presente trabalho se concentra em uma discussão acerca do trabalho


doméstico enquanto resquício escravocrata de cunho sexista que recai
principalmente sobre as mulheres negras inseridas em uma estrutura de tríplice
opressão (sexismo, racismo e classismo). Pela definição de Spivak em “Pode o
subalterno falar?” (p.12), o sujeiro subalterno é o que se encontra em “às camadas
mais baixas da sociedade constituídas pelos modos específicos de exclusão dos
mercados, da representação política e legal, e da possibilidade de se tornarem
membros plenos no estrato social dominante”. Tendo como sujeito a mulher negra,
enxerga-se três mecanismos de exclusão dos mercados, da representação política
e legal e da possibilidade de se tornarem classe dominante: o racismo, o classismo
e o sexismo. Isto é, a tríplice opressão. Como a mesma autora expressa (p.15) em
relação a mulher, sendo passível de tensionamento quando se trata da negra e
pobre, torna-se subalterna porque “não pode falar e quando tenta fazê-lo não
encontra os meios para se fazer ouvir”. Na mesma obra, Spivak fala ainda
diretamente à mulher negra e pobre a quem confere-se a condição de
subalternidade em que pobreza, o gênero e a cor fazem com que esta permaneça
em lugar ideologicamente demarcado, ideia esta que podemos dar concretude
evidente ao analisar as condições das trabalhadoras domésticas. O lugar destes
sujeitos é periférico e marginal. Para além disso, é necessário entender a transição
da escravidão ao trabalho assalariado no Brasil, discutir o destino dos ex-escravos
e ex-escravas, quais relações de trabalho foram possíveis a estes, quais tipos de
oportunidade a estes foi disponiblizada, onde habitavam, em quais condições
viviam e etc. Lorena Féres da Silva Telles em “Libertas entre sobrados: mulheres
negras e trabalho doméstico em São Paulo. (1880 – 1920)” traz as trabalhadoras
domésticas (escravas, libertas ou livres de nascença) como sujeitos de uma história
que é esmiuçada e conclui apresentando esta classe como herança escravocrata
fortalecida com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1943
que ignorou a categoria, sob a alegação de que as trabalhadoras domésticas
desempenhavam atividades de caráter não econômico e também pela Constituição
Federal que limitou o acesso destas trabalhadoras a somente 9 dos 34 direitos
garantidos aos trabalhadores. Apenas em 26 de março de 2013, 125 anos depois
da abolição, a aprovação do projeto de emenda constitucional conhecido como
‘PEC das Domésticas’ estendeu à categoria direitos básicos, como jornada de
trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, pagamento de horas extras e
adicional noturno, fundo de garantia por tempo de serviço e seguro-desemprego.
Benefícios como auxílio-creche, seguro para acidentes de trabalho e salário-
família carecem ainda de regulamentação. Atenta-se para o fato de que a conquista
de direitos das empregadas domésticas precisa estar ligada não só a redistribuição
como também ao reconhecimento, portanto só se dará pelo combate a tríplice da
opressão, rompendo com as raízes das desigualdades sociais e de direitos.
Esse trabalho foi delineado buscando seguir um percurso metodológico
decolonial.

Introdução

O presente trabalho se concentra em uma discussão acerca do trabalho doméstico


enquanto resquício escravocrata de cunho sexista que recai principalmente sobre as
mulheres negras inseridas em uma estrutura de tríplice opressão (sexismo, racismo e
classismo). Busca-se entender a transição da escravidão ao trabalho assalariado no Brasil,
discutir o destino dos ex-escravos e ex-escravas, quais relações de trabalho foram
possíveis a estes, quais tipos de oportunidades a estes foram disponibilizadas, onde
habitavam, em quais condições viviam e outros.
Esse trabalho foi delineado buscando seguir um percurso metodológico
decolonial. Do ponto de vista dos estudos decoloniais, as metodologias clássicas
de pesquisa científica, fundadas sobre a filosofia e a epistemologia ocidental estão
intimamente relacionadas com a colonialidade do conhecimento. Descolonizar
metodologias significa uma compreensão mais crítica aos pressupostos
subjacentes, motivações e valores que motivam as práticas de investigação. A
técnica de pesquisa adotada inicialmente é a bibliográfica, mas pretende-se,
trabalhar com pesquisa de campo. Neste sentido, buscaremos artigos, falas, livros
e análises principalmente de mulheres negras, pessoas brasileiras e de países
emergentes.

Em um país como o Brasil, onde houve um longo e traumático período de


utilização da mão de obra escravizada, o advento da Lei Áurea (cabe-se dizer que
não por bondade dos escravizadores, mas por luta social e conjuntura econômica
propícia) não finaliza o processo secular de exploração dos negros e, em especial
neste artigo, das mulheres negras. Este processo não acabou e não virá a acabar
da noite para o dia, exclusivamente pela sanção de uma lei. Ao contrário, a
discriminação, o racismo, a exploração e expropriação da força de trabalho
continuam vigentes e trágicas. Se de um lado, o fim da escravidão não
possibilitou ou, muito menos, garantiu meios para que o povo que havia sido
escravizado conseguisse oportunidades de trabalho e sobrevivência. De outro
lado, a elite não estava satisfeita com a ideia de limpar a própria sujeira.
Integrando o apresentado, surge a categoria das trabalhadoras domésticas,
mulheres negras que, em situação de gigantesca vulnerabilidade, submetiam-se a
trabalhos, muitas vezes, tão degradantes quanto na escravidão, em troca de baixo
ou nenhum pagamento.

Ressalta-se não só a reafirmada origem escravocrata do trabalho


doméstico como também o estabelecimento do trabalho doméstico como umas
das maiores e mais importantes categorias de trabalhos femininos, justificando
assim a importância do estudo interseccional acerca do tema.
Isto é, assim como na maioria dos trabalhos precarizados, o trabalho
doméstico é majoritariamente feminino. Sabendo que as mulheres recebem
substancialmente menos que os homens e, comprovadamente, ocupam os piores
postos de trabalho, ainda que possuam igual qualificação, este é um fator
autoexplicativo. Ainda conjuga-se este fator com a cultura patriarcal que aponta
às mulheres a responsabilidade por todo e qualquer trabalho doméstico,
remunerado ou não. É válido dizer que a mulher negra recebe ainda menos que a
mulher branca assim como o homem negro menos que o homem branco.
Quando pauta-se a luta por direitos, quer-se dizer que apenas em 26 de
março de 2013, 125 anos depois da abolição, a aprovação do projeto de emenda
constitucional conhecido como ‘PEC das Domésticas’ estendeu à categoria
direitos básicos, como jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais,
pagamento de horas extras e adicional noturno, fundo de garantia por tempo de
serviço e seguro-desemprego. Benefícios como auxílio-creche, seguro para
acidentes de trabalho e salário-família carecem ainda de regulamentação.

Este trabalho atenta-se ainda para o fato de que a conquista de direitos das
empregadas domésticas precisa estar ligada não só a redistribuição como também
ao reconhecimento, portanto só se dará pelo combate a tríplice da opressão,
rompendo com as raízes das desigualdades sociais e de direitos.

1. QUEM SÃO AS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NO BRASIL?

Em um país como o Brasil, onde houve um longo e traumático período de


utilização da mão de obra escravizada, o advento da Lei Áurea (cabe-se dizer que
não por bondade dos escravizadores, mas por luta social e conjuntura econômica
propícia) não finaliza o processo secular de exploração dos negros e, em especial
neste artigo, das mulheres negras. Este processo não acabou e não virá a acabar da
noite para o dia, exclusivamente pela sanção de uma lei. Ao contrário, a
discriminação, o racismo, exploração e expropriação da força de trabalho
continuam vigentes e trágicas. Se de um lado, o fim da escravidão não possibilitou
ou, muito menos, garantiu meios para que o povo que havia sido escravizado
conseguisse oportunidades de trabalho e sobrevivência. De outro lado, a elite não
estava satisfeita com a ideia de limpar a própria sujeira. Integrando o apresentado,
surge a categoria dos trabalhadores domésticos, negros que, em situação de
gigantesca vulnerabilidade, submetiam-se a trabalhos, muitas vezes, tão
degradantes quando na escravidão, em troca de baixo ou nenhum pagamento.
Antes de qualquer análise aos frutos da Lei Áurea, é necessário entender a
transição do a escravidão ao trabalho assalariado no Brasil, discutir o destino dos
ex-escravos e ex-escravas, quais relações de trabalho foram possíveis a estes,
quais tipos de oportunidade a estes foi disponiblizada, onde habitava, em quais
condições viviam e etc. Lorena Féres da Silva Telles em “Libertas entre sobrados:
mulheres negras e trabalho doméstico em São Paulo. (1880 – 1920)” publicado
em 2014 traz trabalhadoras domésticas (escravas, libertas ou livres de nascença)
como sujeitos de uma história que é esmiuçada e conclui apresentando esta classe
como herança escravocrata fortalecida com a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada em 1943 que ignorou a categoria, sob a alegação de que as
trabalhadoras domésticas desempenhavam atividades de caráter não econômico e
também pela dita constituição cidadã, a Constituição Federal de 1988 que limitou
o acesso destas trabalhadoras a somente 9 dos 34 direitos garantidos aos demais
trabalhadores. Ainda na conclusão deste, a autora expressa o que será amplamente
discutido no item 2 deste artigo:

“Apenas em 26 de março de 2013, quase 125 anos depois do fim da


escravidão, a aprovação do projeto de emenda constitucional
conhecido como ‘PEC das Domésticas’ estendeu à categoria direitos
básicos, como jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas
semanais, pagamento de horas extras e adicional noturno, fundo de
garantia por tempo de serviço e seguro-desemprego. Benefícios como
auxílio-creche, seguro para acidentes de trabalho e salário-família
carecem ainda de regulamentação”
(TELLES, 2014, pag. 53)

Lélia Gonzales em "Racismo e sexismo na Cultura Brasileira" traz o trabalho


doméstico em uma abordagem histórica com o conceito de Mucama, conforme
expresso abaixo:
"Se a gente dá uma volta pelo tempo da escravidão, a gente pode
encontrar muita coisa interessante. Muita coisa que explica essa
confusão toda que o branco faz com a gente porque a gente é preto.
Prá gente que é preta então, nem se fala. Será que as avós da gente, as
mucamas, fizeram alguma coisa pra eles tratarem a gente desse jeito?
Mas, quê era uma mucama? O Aurélio assim define: Mucama. (Do
quimbumdo mu’kama‘amásia escrava’) S.
f. Bras. A escrava negra moça e de estimação que era escolhida para
auxiliar nos serviços caseiros ou acompanhar pessoas da família e
que, por vezes era ama-de-leite." (GONZALES, 1985, p. 229)

O trabalho doméstico se configura então como uma perceptível herança


escravocrata. As antigas amas de leite e mucamas hoje são domésticas, faxineiras,
cozinheiras, lavadeiras e babás. A análise histórica da concretude da constução
das mulheres negras enquanto sujeitos sociais (PEREIRA, 2011, p. 2) faz notório
o vínculo da mulher negra com a Casa Grande, seja na organização do
funcionamento da esfera mais íntima de socialização com o cuidado da casa e das
crianças seja até mesmo na exploração sexual na grande casa patriarcal. Os
escravos possuiam figura indispensável na estruturação da família escravagista e
as mulheres escravizadas cabia este espaço.
A presidenta da Federação Nacional das Domésticas (Fenatrad), Creuza Oliveira
afirma, com propriedade:
“Nós, mulheres negras, passamos de escravas que trabalhavam na
casa-grande para criadas, hoje nos chamam de empregadas
domésticas. Nós lutamos para sermos reconhecidas como classe de
trabalho, ou seja, trabalhadoras domésticas ou trabalhadoras em
residência.
Formamos uma das maiores categorias de mão-de-obra feminina.”

Com esta fala ressalta-se não só a reafirmada origem escravocrata do trabalho


doméstico como também o estabelecimento do trabalho doméstico como umas das
maiores e mais importantes categorias de trabalhos femininos, justificando assim
a importância do estudo acerca do tema.
Assim como na maioria dos trabalhos precarizados, o trabalho doméstico é
majoritariamente feminino. Sabendo que as mulheres recebem substancialmente
menos que os homens e, comprovodamente, ocupam os piores postos de trabalho,
ainda que possuam igual qualificação, este é um fator autoexplicativo. Ainda
conjuga-se este fator com a cultura patriarcal que aponta as mulheres a
responsabilidade por todo e qualquer trabalho doméstico, remunerado ou não. É
válido dizer que a mulher negra recebe ainda menos que a mulher branca assim
como o homem negro menos que o homem branco.
Somado ao sistema de marginilazação da mão-de-obra feminina aos trabalhos
mais precários da sociedade e a origem escravocrata que direciona o trabalho
doméstico especificamente as pessoas negras, outro fator se mostrar fundamental
para compreensão maior do que significa este trabalho hoje: o fator cultural. É às
mulheres que se destina, profissionalmente ou não, todo o trabalho doméstico e é
também, culturamente, o negro que, como cantou Gilberto Gil que é “a mão da
limpeza”. E ainda complementou, em concordância com as ideias apresentadas
neste artigo:
“Mesmo depois de abolida a escravidão / Negra é a mão / De quem faz a limpeza
/ Lavando a roupa encardida, esfregando o chão [...]”
Fica evidente então que a lógica que estrutura o trabalho doméstico como
feminino é a mesma que o orienta para as mulheres negras. O machismo e o
racismo agem conjuntamente para a manutenção do classismo. Pesquisa da
Fundação Seade e do Dieese aponta que as mulheres negras ocupavam 95,4 do
total de pessoas que prestam serviços domésticos, em São Paulo, em 2008. Neste
mesmo local e ano, a mesma pesquisa, mostrou que as mulheres ocupavam 45,1%
dos postos de trabalho. Em 2013, uma pesquisa dos mesmos institutos,
considerando o período de 2004 a 2011, mostrou a tendência de elevação do percentual
de trabalhadoras domésticas negras em todas as regiões do país, sendo o Norte o únivo
onde houve redução em apenas 0,3%. Porém, em todas as regiões e circunstâncias, a
mulher negra tem uma remuneração inferior a da mulher não negra. Ainda segundo esta
pesquisa, enquanto uma diarista negra recebe R$ 5,34 pela hora trabalhada, a não negra
ganha R$ 6,94. Concluímos a caracterização desta classe com a afirmação brilhantemente
elucidativa de Flávio dos Santos Gomes e Olívia Maria Gomes da Cunha (2007, p. 11),
sobre a origem e concretização da mesma:

“...A sujeição, a subordinação e a desumanização, que davam


inteligibilidade à experiência do cativeiro, foram requalificadas num
contexto posterior ao término formal da escravidão, no qual relações
de trabalho, de hierarquias e de poder abrigaram identidades sociais
se não idênticas, similares àquelas que determinada historiografia
qualificou como exclusivas ou características das relações senhor –
escravo.”
(GOMES, CUNHA, 2007, p.11)
2. A TRÍPLICE OPRESSÃO

Na definição de Spivak em “Pode o subalterno falar?” (p.12), o sujeiro subalterno


é o que se encontra em “às camadas mais baixas da sociedade constituídas pelos
modos específicos de exclusão dos mercados, da representação política e legal, e
da possibilidade de se tornarem membros plenos no estrato social dominante”.
Tendo como sujeito a mulher negra, enxerga-se três mecanismos de exclusão dos
mercados, da representação política e legal e da da possibilidade de se tornarem
classe dominante: o racismo, o classismo e o sexismo. Como a mesma autora
expressa (p.15) em relação a mulher, sendo passível de expansão para o negro e o
pobre, são sujeitos que
“não pode falar e quando tenta fazê-lo não encontra os meios para se fazer ouvir”.
Na mesma obra, Spivak fala ainda diretamente à mulher que neste artigo nos
interessa, à mulher negra e pobre a quem confere-se a condição de subalternidade
em que pobreza, o gênero e a cor fazem com que esta permaneça em lugar
ideologicamente demarcado. Ideia esta que podemos dar concretude evidente ao
analisar as condições das trabalhadoras domésticas. O lugar destes sujeitos é
periférico e marginal. A autora indica que refletir sobre a “mudez” feminina deve
configurar-se um exercício de fala e de reposicionamento da mulher no espaço social.
Ainda sobre o silenciamento do subalternizado, em 1984, escrevia, o, então, deputado
federal, Abdias Nascimento: “o racismo brasileiro torna invisível e inaudível uma
população de cerca de 80 milhões de brasileiros”. É este mesmo racismo que somado com
o classismo e sexismo que torna completamente silenciosa qualquer luta ou resistência
que as trabalhadoras domésticas possam travar. A sociedade brasileira vive um silêncio
centernário quando o tema são as mulheres negras e pobres, sendo deste silêncio, o Estado
Brasileiro não só cúmplice como colaborador. Nosso Estado negou, até muito pouco
tempo atrás, todo e qualquer direito desta classe, negação que pode ser considerada até
mesmo uma violação aos direitos humanos. Também percebe-se silêncio por parte da
academia, que deveria interessar-se pelo progresso social em busca da garantia de direitos,
mas que sobre este tema, pouco foi o cientificamente produzido. Sendo então, todas estas
instituições omissas a uma condição de exploração que não deveria e não deve ser aceita
em um Estado dito Democrático de Direito, não é admissível que pessoas humanas vivam
em minúsculos quartos, sendo submetidas a inúmeras formas de violência e a baixíssimos
salários sem nenhuma regulamentação.
Sobre esta tríplice opressão (racismo, sexismo e classismo) nos serve a reflexão de Audre
Lorde que enquanto mulher, negra e pobre afirma: “eu não posso tomar a liberdade de
escolher entre as frontes nas quais devo batalhar contra essas forças de
discriminação, onde quer que elas apareçam para me destruir.” mostrando que a
luta, como no caso das empregadas domésticas, deve ser interseccional,
ideaizando não só a conquista de direitos trabalhistas como também a redução das
desigualdades de gênero e também o combate ao racismo. É sob esta ótica que
este trabalho pretende adentrar a discussão, tratando o tema como não apenas uma
discussão trabalhista e classista, mas também como uma discussão feminista e
anti-racista.
Esta tríplice opressão é perfeitamente caracterizada na citação que segue:
“Dessas contradições, impõem-se para as mulheres negras a sua
afirmação como um novo sujeito político, portador de uma nova
agenda, esta resultante de uma identidade específica na qual se
articulam as variáveis de gênero, raça e classe, colocando novos e
mais complexos desafios para realização da eqüidade de gênero e raça
em nossa sociedade.” (CARNEIRO, 2003, p. 1)

3. AS CONQUISTAS DESTA CLASSE

Em 2012 surgiu a PEC 66 que incorpora o empregado doméstico ao art. 7º da


Constituição Federal. Com isto, os empregados domésticos recebem vários novos direitos.
Entre estes estão:
1) Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
2) Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
3) Obrigatoriedade no recolhimento do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
5) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
6) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
7) Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
8) Salário-família pago em razão de dependente menor de 14 anos ou inválido do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
9) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
10) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do valor normal;
11) Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança; 12) Auxílio-creche – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
13) Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
14) Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
15) Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
16) Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
17) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos. (Ressalta-se aqui que lei específica sobre trabalho infantil
considerou o trabalho doméstico como insalubre, tornando ilegal a realização do
mesmo sob qualquer contexto aos menores de idade como uma medida de proteção)
Após 127 anos da abolição da escravidão e 25 anos após a Consituição Federal
vigente é inescusável a garantia jurídica dos direitos historicamente negados a esta
categoria. Quando as trabalhadoras domésticas são supostamente vistas como
“parte da família”, para hipocritamente diminuir a culpabilidade do explorador, as
mesmas perdem o direito de ter a própria família; o direito de ter hora para dormir,
acordar, se alimentar, ter lazer; perdem o direito a ter suas próprias vidas. Isto
posto e enxergando a família como local de respeito, carinho e afeto, considera-se
esta relação não como familiar, mas como trabalhista, sendo merecedora, então,
de regulamentação. É neste local que encontra-se esta PEC: é o reconhecimento
desta categoria como uma categoria de trabalhadoras que devem ter os mesmos
direitos que os demais trabalhadores e, sendo assim, uma conquista histórica para
todos que pretendem dirimir as desigualdades sociais de nosso País e também, o
resultado de forte luta social.
Ressalta-se que para ques direitos duramente conquistados sejam assegurados as
trabalhadoras domésticas é necessário que haja uma constução legislativa que os
assegure. Entre estes direitos estão: indenização em demissões sem justa causa,
conta no FGTS, segurodesemprego, salário-família, adicional noturno, auxílio
creche e seguro contra acidentes domésticos. Até hoje, julho de 2015, está
construção ainda está em fase de elaboração, não havendo sido sancionada. Isto é,
até os dias atuais, poucas são as garantias aos trabalhadores domésticos. Os outros
direitos estão garantidos desde a promulgação da PEC.
Por outro lado, como em todos os casos de consquista de direitos de classes
subalternizadas, surge neste caso, resistência das forças do conservadorismo
brasileiro. A Classe Média sente-se ameaçada com a nova legislação já que
preocupa-se o quanto isto pode custar a seus bolsos enquanto empregadores. A
aprovação da PEC causou um grande debate na sociedade, não havendo
unanimidade sobre o assunto já que este trabalho é muito específico por ter como
espaço o domicílio da família e dos próprios contratantes, sendo assim, por um
conjunto de pessoas físicas e não por uma empresa, uma pessoa jurídica que visa
o lucro. Estes trazem como argumento que a contratação de empregadas
domésticas teria um custo muito superior ao que hoje em dia tem. Surgem até
mesmo previsões apocalípticas que apontavam a PEC como possível causadora de
uma onda de desemprego em massa já que seus empregadores não teriam como
pagar todo o exigido. Porém, com o passar do tempo, este discurrso se mostrou
apenas um tentativa desesperada de conservar o vigente, sem nenhuma
comprovação na concretude da prática. As críticas baseam-se ou em aspectos
econômicos extremamente contestáveis ou em meros preconceitos. O fato é que a
consquista de direitos de um grupo historicamente subalternizado não tem poder
de retirada de direitos de um grupo historicamente privilegiado. Comemora-se que
o mínimo foi feito, o senso de justiça social venceu e a PEC foi aprovada,
começando o combate a um de nossos mais evidentes resquícios da escravidão;
profissionalizando e valorizando uma classe historicamente subalternizado.
Cabe-se ressaltar ainda que a configuração deste serviço como trabalho
regulamentado pelo direito tem a importância ainda de fazer com que os princípios
do Direito trabalhistaas a este sejam aplicados, entre estes considera-se importante
o destaque do abaixo:
“O princípio da proteção é o mais importante no direito do
trabalho, do trabalhador hipossuficiente. Com base nesse
instituto, a legislação trabalhista protege a parte mais fraca
da relação, se subdividindo em três outros princípios. O
primeiro deles é o princípio do in dúbio pro misero ou in
dúbio pro operário, o qual preleciona que na dúvida deve
o interpretador do direito utilizar a interpretação mais
favorável ao trabalhador .” (CARVALHO, 2013, p. 5)
Isto siginifica que em caso de explorações ou abusos, as trabalhadoras domésticas
serão amplamente protegidas pelo Direito do Trabalho, uma garantia fundamental
de todos os trabalhadores que agora será aplicada também a estas. Cabe-se também
destaque o fato dos princípios do direito do trabalho serem irrenunciáveis, isto é,
ainda que o trabalhador consinta na redução de seus direitos, estes são
inalienáveis.
No âmbito trabalhista mais um destaque merece ser realizado: há diferenças entre
realização de trabalho e realização de emprego. Isto pode ser exemplificado
abaixo:
“Há relação de trabalho autônomo, relação de trabalho
eventual, relação de trabalho de estágio, relação de
trabalho público, relação de trabalho temporário e relação
de emprego. A mais importante no estudo do direito do
trabalho é a relação de emprego, a qual tem requisitos
específicos e caracterizadores.” (CARVALHO, 2013, p.
6)
A categoria de trabalhadores domésticos são empregados. Estes empregados são
os maiores de idade contratados por pessoas físicas em um ambiente residencial e
familiar conforme a lei específica 5.859/72.
Art. 1º. Ao empregado doméstico, assim considerado
aquele que presta serviços de natureza contínua e de
finalidade não lucrativa a pessoa ou a família, no âmbito
residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.
A mesma lei também prevê outros direitos fundamentalmentamente importante:

Art. 2º-A. É vedado ao empregador doméstico efetuar


descontos no salário do empregado por fornecimento de
alimentação, vestuário, higiene ou moradia.
§ 1º Poderão ser descontadas as despesas com moradia de
que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local
diverso da residência em que ocorrer a prestação de
serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido
expressamente acordada entre as partes.
§ 2º As despesas referidas no caput deste artigo não têm
natureza salarial nem se incorporam à remuneração para
quaisquer efeitos.
Ressalta-se que ainda há muito o que fazer, que há de se lutar pela legislação
específica que garanta os novos direitos, peela regulamentação das diaristas que
não foram contempladas com esta PEC e principalmente: desconstuir a ideologia
escravagista no imaginário popular brasileiro, combater o racismo, o sexismo e
diruir as desiguldades de classe.

Resultados alcançados e conclusões

Conclui-se que após 127 anos da abolição da escravidão e 25 anos após a


Consituição Federal vigente é inescusável a garantia jurídica dos direitos
historicamente negados a esta categoria. Quando as trabalhadoras domésticas são
supostamente vistas como “parte da família”, para hipocritamente diminuir a
culpabilidade do explorador, as mesmas perdem o direito de ter a própria família;
o direito de ter hora para dormir, acordar, se alimentar, ter lazer; perdem o direito
a ter suas próprias vidas. Isto posto e enxergando a família como local de respeito,
carinho e afeto, considera-se esta relação não como familiar, mas como trabalhista,
sendo merecedora, então, de regulamentação. É neste local que encontra-se a PEC
66/2012: é o reconhecimento desta categoria como uma categoria de trabalhadoras
que devem ter os mesmos direitos que os demais trabalhadores e, sendo assim,
uma conquista histórica para todos que pretendem dirimir as desigualdades sociais
de nosso País e também, o resultado de forte luta social.
Esta PEC de 2012 incorpora o empregado doméstico ao art. 7º da Constituição
Federal. Com isto, os empregados domésticos recebem vários novos direitos.
Entre estes direitos estão: indenização em demissões sem justa causa, conta no
FGTS, seguro-desemprego, salário-família, adicional noturno, auxílio creche e
seguro contra acidentes domésticos. Até hoje, julho de 2015, está construção ainda
está em fase de elaboração, não havendo sido sancionada. Isto é, até os dias atuais,
poucas são as garantias aos trabalhadores domésticos. Os outros direitos estão
garantidos desde a promulgação da PEC. Ressalta-se que para que esses direitos
duramente conquistados sejam assegurados as trabalhadoras domésticas é
necessário que haja uma construção legislativa que os assegure.
Ressalta-se que ainda há muito o que fazer, que há de se lutar pela
legislação específica que garanta os novos direitos, pela regulamentação das
diaristas que não foram contempladas com esta PEC e principalmente: desconstuir
a ideologia escravagista no imaginário popular brasileiro, combater o racismo, o
sexismo e diruir as desiguldades de classe.
Por outro lado, como em todos os casos de consquista de direitos de classes
subalternizadas, surge neste caso, resistência das forças do conservadorismo
brasileiro. A Classe Média sente-se ameaçada com a nova legislação já que
preocupa-se o quanto isto pode custar a seus bolsos enquanto empregadores. A
aprovação da PEC causou um grande debate na sociedade, não havendo
unanimidade sobre o assunto já que este trabalho é muito específico por ter como
espaço o domicílio da família e dos próprios contratantes, sendo assim, por um
conjunto de pessoas físicas e não por uma empresa, uma pessoa jurídica que visa
o lucro. Estes trazem como argumento que a contratação de empregadas
domésticas teria um custo muito superior ao que hoje em dia tem. Surgem até
mesmo previsões apocalípticas que apontavam a PEC como possível causadora de
uma onda de desemprego em massa já que seus empregadores não teriam como
pagar todo o exigido. Porém, com o passar do tempo, este discurso se mostrou
apenas um tentativa desesperada de conservar o vigente, sem nenhuma
comprovação na concretude da prática. As críticas baseam-se ou em aspectos
econômicos extremamente contestáveis ou em meros preconceitos. O fato é que a
consquista de direitos de um grupo historicamente subalternizado não tem poder
de retirada de direitos de um grupo historicamente privilegiado. Comemora-se que
o mínimo foi feito, o senso de justiça social venceu e a PEC foi aprovada,
começando o combate a um de nossos mais evidentes resquícios da escravidão;
profissionalizando e valorizando uma classe historicamente subalternizado.
É extremamente importante que se discuta sobre a situação e história das mulheres
no Brasil e, sobretudo, sobre as mulheres negras e pobres já que estas foram ainda
mais invisibilizadas e subalternizadas no curso da história.
A condição de empregada doméstica possui um forte vínculo com a
história de mulheres negras, sendo muito raro encontrar uma mulher negra que não
tenha uma mãe, vó ou tia empregada doméstica. Por muito tempo, não foi, às
mulheres negras ofertado a possibilidade de enquadramento em outras funções.
Estudar a situação social destas mulheres é fundamental para entendermos
a sociedade brasileira que possui suas bases e raízes na escravidão negra e também
para entendermos as particularidades da socialização desta mulher e podendo
assim embasar um movimento feminista com uma visão não universalista, mas
assegurador de subjetividades, que reconheça que a categoria feminina não está
em condições de igualdade nem mesmo entre si e que então faça o devido recorte
e valorize o local de fala.
Em um âmbito pragmático, é preciso que se garanta a legislação específica
pendente para as trabalhadoras domésticas para garantia de todos os direitos
conquistados com a PEC. Mas, fundamentalmente, a luta por direitos deve atentar-
se para atingir a transversalidade e interseccionalidade que combata a tríplice da
opressão, rompendo com as raízes das desigualdades de direitos.
Assim sendo, a conquista de direitos das empregadas domésticas é,
fundamentalmente, a conquista de direitos das mulheres negras e precisa, então,
estar ligada não só a luta por redistribuição como também a luta por
reconhecimento. É preciso que as garantias sociais sejam redistribuidas, que não
exista o “quase-cidadão”; que a cidadania plena e a dignidade humana sejam
direitos de todos e todas. Por meio da garantia de direitos sociais, as desigualdades
sociais devem ser combatidas e o poder socioeconômico distribuído, levando a
sociedade na direção da equidade. E mais do que isso, é preciso que as diferenças
sejam reconhecidas, que a mulher negra e as outras “minorias” sejam reconhecidas
na complexidade de sua identidade e que a sociedade consiga, de uma vez por
todas, enxergar que a dita democracia racial é um mito no Brasil, que os resquícios
da escravidão estão por toda a parte e que o trabalho doméstico é um destes.

Referência do texto:

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