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Prefeitura de Niterói–RJ

Guarda Civil Municipal

1. Atos administrativos: conceito; elementos; características; mérito do ato administrativo; formação e


efeitos; classificação e espécies; procedimento administrativo; extinção, invalidação e revogação dos atos
administrativos. ....................................................................................................................................... 1
2. Poderes e Deveres dos Administradores; uso e abuso de Poder. Poder Hierárquico e Poder
Disciplinar. Poder de Polícia Administrativa: conceito; competência; Poder de Polícia originário e
delegado; fundamentos; finalidade; atuação da administração; limites; características; legitimidade e
sanções. ................................................................................................................................................ 17
3. Responsabilidade administrativa e criminal. Responsabilidade civil: direito brasileiro; aplicação da
responsabilidade objetiva; reparação do dano; direito de regresso. ...................................................... 32
4. Agentes Públicos: regimes jurídicos funcionais; servidores públicos; normas constitucionais
específicas concernentes aos servidores públicos; direitos e deveres dos servidores públicos;
responsabilidades dos servidores públicos; concurso público; acessibilidade, estabilidade, remuneração
e acumulação de cargos e funções; Poder Disciplinar Administrativo dos Servidores Públicos. ............ 38
5. Lei de Improbidade Administrativa - LIA (Lei Federal nº 8429, de 02 de junho de 1992). .............. 59

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Bons estudos!

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1. Atos administrativos: conceito; elementos; características; mérito do ato
administrativo; formação e efeitos; classificação e espécies; procedimento
administrativo; extinção, invalidação e revogação dos atos administrativos.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

ATO ADMINISTRATIVO

Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos
atos.

Questões

01. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado - CAIP-IMES/2016) Assinale a alternativa


incorreta.
Os atos administrativos:
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados, apenas.
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função
administrativa típica.
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria.
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente.

02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é:


(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.
(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos
administrados.
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.

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(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.

Gabarito

01.A / 02.E

Comentários

01. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos).

02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.

Elementos

O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente
ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.
Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não sendo
iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica, enuncia e altera
na ordem jurídica.
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não previsão em
lei.

Atributos ou Características

São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos.
Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova
é de quem alega.
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial.
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui
para impor determinado comportamento a terceiros.
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos:
a) Quando a lei expressamente previr;

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b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade1: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para
tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei, presente nos
atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da
Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação
da parte contrária.

Questão

01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.

Gabarito

01.A

Comentário

01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.

Mérito Administrativo.

O mérito administrativo tem relação com o motivo, validade e objeto, não tratando-se de requisito para
sua formação.
O mérito consubstancia-se na escolha do objeto e valoração do ato feita pela Administração Pública,
que possui poderes para decidir sobre a conveniência e oportunidade.
Compreendem o merecimento os atos administrativos relacionados com a competência exclusiva, por
sua vez, os atos vinculados não devem compreender o mérito, pois o Poder Executivo deverá obedecer
os princípios e normas legais pertinentes.

Classificação

Quanto ao regramento:
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder

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http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf

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judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

Quanto aos destinatários


a) Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer sobre a
vontade individual.
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e será
aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local.
b) Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata ao caso
concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral restringindo seu
âmbito de atuação.
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se submeter
às disposições da conduta.
Exemplo: promoção de servidor público

Quanto à abrangência dos efeitos (Alcance):


a) Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres.
Via de regra, não dependem de publicação oficial, tendo em vista sua destinação interna aqueles que
estão vinculados à estrutura das entidades.
Exemplo: circular que exige que os servidores usem sapatos pretos fechados.
b) Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam
de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos.
Exemplos: a fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração
Pública.

Quanto à supremacia do poder público (Objeto):


a) Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados,
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades.
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do
interesse público sobre o privado. Aqui, o poder público impõe obrigações, aplica penalidades, sem que
se tenha que recorrer aos meios judiciais, em razão da aplicação das regras que exorbitam o direito
privado, em prol do interesse da coletividade.
Se os atos praticados contrariarem às normas vigentes, eles poderão ser anulados pela Administração
ou pelo Judiciário, podendo ainda ocorrer a sua revogação por motivos de interesse público, se forem
justificadas devidamente.
Exemplo: autos de infração, por descumprimento das normas de trânsito.
b) Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem as prerrogativas do Estado, sendo
que a Administração irá atuar em situação de igualdade com o particular. Nesses casos, a atividade será
regulada pelo direito privado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que tenham relação
com a supremacia do interesse público.
Trata-se de condutas que não restringem ou ainda que não admitem que o ente estatal possa se valer
dos meios coercitivos para que haja uma execução.
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível.
c) Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado).
Exemplo: contratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos administrativos, mas
são atos da Administração. Para os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla
(qualquer ato que seja da administração como sendo administrativo), os atos de gestão são atos
administrativos.

Quanto à formação: Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.


a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação

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do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente
em órgãos singulares.
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público,
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.

Quanto a manifestação de vontade:

a) Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença
b) Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo;
c) Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios.

Quanto à natureza do ato:

a) Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos).


b) Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado.
c) Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra.

Quanto aos efeitos:

a) Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo
direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período
de suspensão.
Exemplo: autorização para uso de bem público a um particular que pretende montar um show na
cidade.
b) Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito.
Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É
o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
c) Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
d) Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um direito ou dever
existente. Cite-se a demissão do servidor público.

Quanto à validade:

a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo.
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.

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Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos,
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.

Quanto à exequibilidade:

a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.

Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença,


admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta
ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização
de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).
Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que
preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e autorização é
nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário,
ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vinculado”. Na autorização, o Poder
Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público, para outorga
ou não a autorização, como ocorre no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais
exigidos para determinada outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade
de recusa; é o que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização
é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente.
Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado, tendo em vista
que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente definidos, de modo que todos
os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São exemplos a admissão nas escolas públicas,
nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência social.
Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou
oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a utilização privativa
de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por particular ou a execução de
serviço público.
Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do
ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no controle a
posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do
ato.
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que
se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimento da licitação.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos
técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. O
parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por
corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto
para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime
caráter vinculante). O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a
sua conclusão. Por exemplo, para conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir

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o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver
dúvida ou não concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato
meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de
consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que
proferido com má-fé ou culpa.
Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal
de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é incluído entre os
atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram manifestações de vontade.
Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimento de servidores subordinados a
autoridade de superior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo.

Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se
a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar,
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.

Questões

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Assinale a alternativa CORRETA sobre os


atos administrativos.
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são aqueles que se voltam para a regulação
de situações jurídicas concretas, com destinatários individualizados, como instruções normativas e
regulamentos.
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administrativo deve sempre ser escrito, sendo
juridicamente insubsistentes comandos administrativos verbais.
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico.
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários podem ser objeto de controle pelo Poder
Judiciário.
(E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, servindo especificamente para demonstrar
sua organização e seu funcionamento.
02. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO). Quanto a seus destinatários, os atos
administrativos se classificam em
(A) simples e compostos.
(B) gerais e individuais.
(C) fechados e abertos.
(D) unilaterais e complexos.
(E) internos e especiais.

03. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO) O ato administrativo pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência é

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(A) a homologação.
(B) o visto.
(C) o parecer.
(D) o relatório.
(E) a declaração.

Gabarito

01.D / 02.B / 03.C

Comentários

01. Resposta: D
- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de
apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador
apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso
todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso
contrário, ele estará proibido da prática do ato.
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

02. Resposta: B
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade normativa,
atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida por seus preceitos.
Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter individualização. Ex.: Ato que
concede promoção a uma categoria profissional.
Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e
enunciativo, sem caráter normativo.
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião.

03. Resposta: C
O enunciado da questão apresenta o conceito de parecer sendo este o ato pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua competência.

Espécies de ato administrativo2

a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são
editados sem contemplar qualquer previsão anterior.

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Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.

b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta


funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de
serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos administrativos
sujeitos à sua administração.

c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado
a faculdade de realizar determinada atividade.
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como
maneira de exequibilidade;
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio
de lhe dar eficácia;
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio,
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal
característica é a irreversibilidade depois de consumada.

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;

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Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.

e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.

Questões

01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP). São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.

02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.

Gabarito

01.B/ 02.D.

Comentários

01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.

02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

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Extinção do ato administrativo

Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.3
Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em
decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou
pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja,
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé.

Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:

SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da
predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos
ilegais.
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu o interesse na manutenção deste, ainda
que não exista vício que o tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito administrativo, por set
um ato legal, todos os atos já foram produzidos de forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir,
contudo mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
Não há limite temporal para a revogação de atos administrativos, não se configurando a decadência,
no prazo quinquenal, tendo em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado a qualquer
tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por razões de conveniência e oportunidade.

Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia
ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou
o ato nem por autoridade superior.

3
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será discricionária, ou seja, a
Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá ser obrigatória,
visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, que
existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra alternativa senão anular o ato.

Os obstáculos ao dever de convalidar são:


Impugnação do ato: Se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
Decurso de tempo: O decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo impedir a
anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o estabilizará – o ato não
poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.
Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente,
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso como
ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização legislativa; A
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que
seja um ato válido – conversão.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo, embora não
possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia de
seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo.
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo administrado, em
regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo
prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito
Administrativo.
Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre
situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja, quando a lei ou a vontade
fixam determinado prazo para serem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
O instituto da decadência tem a mesma finalidade da prescrição, qual seja, garantir a segurança
jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem pública, não podendo ser renunciada.
Entretanto, se o prazo decadencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por convenção
entre as partes, pode ser renunciado, que corresponderá a uma revogação da condição para o exercício
de um direito dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se como de decadência administrativa os
prazos estabelecidos por diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Administração. E isso
porque a prescrição, como instituto jurídico, pressupõe a existência de uma ação judicial apta à defesa
de um direito. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o administrado pode
interpor recursos administrativos ou pode a Administração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre
a conduta de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou outras obrigações com os
administrados, refere-se a esses prazos denominando-os de prescricionais.
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do prazo, impedindo a prática de um ato
pela própria Administração.

Questões

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Sobre a revogação dos atos administrativos,
assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinariamente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe
ainda examinar os aspectos de validade do ato revogador.
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi praticado em conformidade com a lei, seus
efeitos são ex nunc.
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação de determinado ato.
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discricionário da Administração Pública

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02. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES/2016). A anulação do ato
administrativo:
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde que exista base legal para isso.
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela administração pública competente.
(D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato administrativo tem força de lei.

03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.

04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC). No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório

05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC). No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém
a competência legal para sua prática.

Gabarito

01.B/ 02.C/ 03.C/ 04.D/ 05.D.

Comentários

01. Resposta: B
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei.

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02. Resposta: C
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O ato administrativo também pode ser anulado pelo Poder Judiciário

03. Resposta: C
Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.

05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso".

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

O procedimento administrativo corresponde a via formal dos atos em que serão realizadas a ação
administrativa, que visa um fim específico. Sua finalidade consiste na emissão de um ato administrativo.
É configurado como uma garantia da ação administrativa, que não pode se dar de maneira arbitrária e
discricionária, pois se sujeita às regras do procedimento.

Distinção entre Processo e Procedimento, de acordo com o entendimento de Plácido e Silva:4

Procedimento: é formado de proceder, do latim procedere (ir por diante, andar para a frente,
prosseguir), quer o vocabulário exprimir, geralmente, o método para que se faça ou se execute alguma
coisa, isto é o modo de agir, a maneira de atuar, a ação de proceder. Neste sentido, procedimento significa
a própria atuação ou a ação desenvolvida para que se consubstancie a coisa pretendida, pondo-se em
movimento, segundo a sucessão ordenada, os meios de que se pode dispor. Neste particular, pois,
procedimento e processo revelam-se em sentido diferentes.
Processo: derivado do latim processus, de procedere, embora pro sua derivação se apresente em
sentido equivalente a procedimento, pois que exprime, também, ação de proceder ou ação de prosseguir,
na linguagem jurídica outra é sua significação, em distinção a procedimento. Exprime, propriamente, a
ordem ou a sequência das coisas, para que cada uma delas venha a seu devido tempo, dirigindo, assim,
a evolução a ser seguida no procedimento, até que se cumpra sua finalidade. Processo é a relação
jurídica vinculada, com o escopo de decisão, entre as partes e o Estado Juiz, ou entre o administrado e
a Administração.
Todas as vezes que forem violadas as regras de condutas ou forem descumpridos os deveres
funcionais, abrir-se-á margem para a responsabilidade administrativa.
Quando ocorrerem danos para a Administração ou para o particular, tem-se a responsabilidade civil.
Caso haja a prática de crimes e contravenções, verifica-se a responsabilidade penal.
A responsabilidade administrativo do servidor público deriva da Lei nº 8.112/90 que determina a
obediência a todas as regras de conduta que se fazem necessárias para o regular andamento do serviço
público. Logo, todo cometimento de infrações funcionais, sejam elas omissivas ou comissivas, ensejam
a responsabilidade administrativa e sujeitam o servidor às sanções disciplinares.
Em sede administrativa, apura-se a infração por meio de sindicância ou de processo administrativo
disciplinar. Em sendo comprovada a infração, o servidor sujeita-se às seguintes penalidades: advertência,
suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou indisponibilidade, destituição de cargo em
comissão ou destituição de função comissionada.

4
Silva, De Plácido: Vocabulário Jurídico; Rio de janeiro; 28 Ed. Forense; 2009.

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Já a responsabilidade civil consiste na obrigação de ressarcir os prejuízos e danos causados à
Administração ou a particulares por conta de ação ou omissão, dolosa ou culposa do servidor no exercício
de suas atribuições.
Por tratar-se de responsabilidade subjetiva é necessário que se prove a existência do dano e o nexo
de causalidade entre esse e a conduta do servidor.
A indenização ao erário deve ser previamente comunicada ao servidor para que ele pague no prazo
de trinta dias. Pode também ser parcelada, sendo que o valor de cada parcela não pode ser superior a
dez por cento da sua remuneração.
Se acaso o servidor for demitido, exonerado ou tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada
sem ressarcir o erário, o prazo passa a ser de sessenta dias para a quitação do débito.
A responsabilidade penal sujeita o servidor a responder a processo criminal e suportar todos os seus
efeitos, portanto, essa deve ser definida pelo Poder Judiciário.
Cabe esclarecer que a Lei nº 8.112/90 somente é aplicada ao servidor público estável ou em estágio
probatório em cargo efetivo, aos ocupantes de cargo em comissão e de função comissionada.

Princípios

Princípio da unidade: o procedimento por ser um processo único tem começo e fim e não depende
de forma inicial para que seja resolvido.
Princípio da contradição: para que o procedimento seja solucionado, a base são os próprios fatos e
fundamentos do direito, através da observância de fatos e atos.

Princípio da imparcialidade: assegura que a ação terá lugar sem que ocorra margens de subjetivismo
entre os funcionários da Administração Pública.
Princípio da oficialidade: entende que o procedimento deve ser desenvolvido de ofício.

Questões

01. (Prefeitura de Carlos Barbosa/RS - Agente Administrativo – OBJETIVA). Com base em DI


PIETRO, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:

O __________ é um conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos
atos administrativos; equivale a rito, à forma de proceder; o __________ se desenvolve dentro de um
__________ administrativo.
(A) procedimento - procedimento - processo
(B) processo - processo - procedimento
(C) procedimento - processo - procedimento
(D) processo - procedimento – processo

02. (IF/RJ - Contador – BIO-RIO). O instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos e de
atividades do Estado e dos particulares a fim de produzir uma vontade final da administração compreende
o conceito que se aplica a:
(A) controle geral.
(B) fluxo processual.
(C) rotina de procedimentos.
(D) processo administrativo.
(E) contrato licitatório.

03. (Prefeitura de Inhapi/AL - Assistente Administrativo – COPEVE-UFAL). "[...] até bem pouco,
não havia uma lei geral sobre processo ou procedimento administrativo, nem na órbita da União, nem nas
dos Estados ou Municípios. Existiam apenas normas esparsas concernentes a um ou outro procedimento
[...]".
Referência: MELLO, C. A. B. de Curso de Direito Administrativo, São Paulo:
Malheiros,2012.

O procedimento ou processo administrativo corresponde a um(a)


I. sucessão de atos administrativos com finalidades específicas para que se possa atingir uma
finalidade comum;

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II. manifesto jurídico do Estado, no exercício de prerrogativas públicas, para dar cumprimento à Lei,
estando sujeita ao controle de legitimidade;
III. ato administrativo único formado pela conjunção de vontades de vários órgãos públicos com a
mesma finalidade.

Dos itens acima, verifica-se que está(ão) correto(s)

(A) I, apenas.
(B) III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

04. (UNICAMP - Procurador – VUNESP). Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre
aspectos do procedimento administrativo.
(A) O procedimento é uma sucessão de atos preparatórios que devem obrigatoriamente preceder a
prática de um ato final, correspondendo a um rito, a uma forma de proceder que deve ser observada pela
Administração.
(B) A lei estabelece todos os procedimentos a serem obser-vados pela Administração, não havendo
liberdade de escolha para que a Administração decida pela forma que considere mais adequada para
atingir seus objetivos.
(C) A realização de controle de trânsito por sinais não con-figura ato administrativo e, portanto, não
cria procedi-mento administrativo, porque não há formalidades a serem observadas neste caso.
(D) O procedimento existe sempre como instrumento indis-pensável para o exercício da função
administrativa, sen-do necessário para instruir, preparar e fundamentar o ato final objetivado.
(E) O procedimento disciplinar é o meio pelo qual a admi-nistração apura as infrações administrativas
e pune os infratores, de forma inquisitiva, sem a incidência dos princípios do contraditório e da ampla
defesa.

05. (TJ/RJ - Técnico de Atividade Judiciária – FCC). O procedimento é, na definição de Maria Sylvia
Zanella di Pietro, o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos atos
administrativos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de um
processo administrativo.

Em relação ao procedimento, é correto afirmar que


(A) se processa discricionariamente, sem formalidades ou princípios rígidos, o que é exclusividade do
processo judicial.
(B) é rígido e envolve a aplicação dos princípios que o informam apenas nos casos de processo
disciplinar.
(C) compreende pelo menos as fases de instauração e de decisão, sendo a instrução necessária ou
não, conforme a gravidade de seu objeto.
(D) é uniforme e expressamente previsto em lei para todos os casos, não só para os processos que
envolvam o interesse público.
(E) a inobservância dos atos previstos em lei e dos princípios que informam o processo administrativo
macula de vício a decisão da Administração.

Gabarito

01. C/ 02. C/ 03. A/ 04. A/ 05. E.

Comentários

01. Resposta: C
Procedimento "significa sucessão encadeada de atos", "é o conjunto de formalidades que devem ser
observadas para a prática de certos atos administrativos; equivale a rito, forma de proceder; o
procedimento se desenvolve dentro de um processo administrativo."
Processo é a relação jurídica vinculada, com o escopo de decisão, entre as partes e o Estado Juiz, ou
entre o administrado e a Administração.

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02. Resposta: C
Processo é um conjunto de atos coordenados volvidos à realização de determinado fim. Este conceito
é válido para todas as espécies de processo, seja ele um processo judicial ou um processo administrativo.

03. Resposta: A
Processo Administrativo é uma sucessão de atos administrativos destinados a apurar responsabilidade
de servidor por infração praticada no exercício de suas funções ou relacionada com as atribuições do seu
cargo e a ele estão sujeitos todos os servidores públicos estatutários, ainda que em estágio probatório,
podendo resultar nas seguintes penalidades:
- advertência, aplicada por escrito em faltas de menor gravidade;
- suspensão;
- demissão;
- cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.

04. Resposta: A
Procedimento é conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos atos
administrativos. Em regra a lei estabelece uma sucessão de atos preparatórios que devem
obrigatoriamente preceder a prática do ato final (sua inobservância gera a ilegalidade do ato da
administração; exemplos: licitação, concurso, expropriação.)

05. Resposta: E
Pense da seguinte maneira:
A Administração tem que atuar dentro, na forma, nos limites e para os fins contidos na lei.
O princípio da legalidade, aplicado ao processo administrativo, tem dupla incidência, desta forma
obriga, que sejam cumpridas as normas regentes do processo e aplicáveis ao ato que se busca praticar.
Além de impor ao administrador se utilizar do processo para a prática de atos que se justifiquem à luz da
lei.

2. Poderes e Deveres dos Administradores; uso e abuso de Poder. Poder


Hierárquico e Poder Disciplinar. Poder de Polícia Administrativa: conceito;
competência; Poder de Polícia originário e delegado; fundamentos; finalidade;
atuação da administração; limites; características; legitimidade e sanções.

Poderes da Administração Pública

O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público (conjunto de normas
que disciplina a atividade estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador público para
exercer suas funções necessita ser dotado de alguns poderes.
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração cumprir com
sua finalidade, contudo, devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o regem.
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo dever de agir, de probidade, de prestar
contas e o dever de pautar seus serviços com eficiência. Mas o que seria cada um desses deveres?

- Dever de Agir: O administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse
poder em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Ex.: O prefeito da cidade “X” não pode
deixar de praticar atos de seu dever funcional (zelar pelo meio ambiente, promover limpeza da cidade,
saneamento básico etc.).
- Dever de Probidade: A probidade é um elemento essencial na conduta do agente público necessária
à legitimidade (validade) do ato administrativo. O administrador ao desempenhar suas atividades deve
atuar em consonância (harmonia) com os princípios da moralidade e da honestidade. É um dever pautado
na ética e moral.
Em contrapartida, a improbidade relaciona-se ao ato praticado pelo administrador que importa
enriquecimento ilícito; lesão ao erário; ato decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário e aos atos que atenta contra os princípios da administração pública.
Importante ressaltar que a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos
bens e interesses da coletividade.

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- Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos. Ex. a cidade “X” recebe
verba destinado à saúde, sendo assim terá que ter uma prestação de contas por parte do responsável
para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com cirurgias, “Z” com insumos e assim por diante.
- Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional.

Uso e Abuso De Poder

Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará cometendo uma
ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicialmente.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as normas
constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do ingresso ao Poder
Judiciário.
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor os
danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas
atribuições quanto agindo nessa qualidade.

Espécies de Poderes

Poder Hierárquico: a Administração Pública é hierarquizada, ou seja, existe um escalonamento de


poderes entre as pessoas e órgãos. É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está obrigado
a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não sejam manifestamente ilegais. É também esse
poder que autoriza a delegação, a avocação, etc.
A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos, bem como cargos e funções, de forma
que haja harmonia e unidade de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e o
subordinado dentro do quadro da Administração Pública.

Compete ainda a Administração Pública:


a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), que tenham como objetivo ordenar a
atuação dos órgãos subordinados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos e não
devem ser confundidas com os regulamentos, por serem decorrentes de relação hierarquizada, não se
estendendo a pessoas estranhas;
b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, salvo para os manifestamente ilegais;
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de verificar a legalidade de seus atos e o
cumprimento de suas obrigações, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes, seja
ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma provocação) ou por provocação dos
interessados, através dos recursos hierárquicos;
d) aplicar sanções em caso de cometimento de infrações disciplinares;
e) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado;
f) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.

Podemos perceber que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa, permitindo a


distribuição de competências dentro da organização administrativa.
Exemplo: quando a própria lei atribui uma competência, com exclusividade, a alguns órgãos
administrativos, principalmente os colegiados, excluindo a influência de órgãos superiores.

A relação hierárquica encontra-se da seguinte forma:


- gradua a competência de cada um;
- coordena relações;
- subordina uns aos outros; e
- é uma relação estabelecida entre órgãos.

Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que subordina
uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um.

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Di Pietro5: “Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de
coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma
distribuição de competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência em relação à
outra; o juiz da instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior, nem dar ordens ou
revogar e anular os atos por este praticados. Com a aprovação da Reforma do Judiciário pela Emenda
Constitucional nº 45/2004, cria-se uma hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder
Judiciário, uma vez que suas decisões sobre matéria constitucional, quando aprovadas como súmulas,
nos termos do artigo 103-A, introduzido na Constituição, terão efeito vinculante para todos. O mesmo
ocorrerá com as decisões definitivas proferidas em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º). No
Legislativo, a distribuição de competências entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja
absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do Congresso.”

Ressaltando por fim que, mediante decreto, será de competência do Presidente da República (art. 84
CF/88) versar sobre a organização e funcionamento da Administração Pública Federal, mas caso implicar
o aumento das despesas ou até mesmo na criação e extinção de órgãos públicos, será mediante lei.

Questões

01. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB/2016) No tocante aos poderes
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB). Delegação e avocação são institutos relacionados ao
poder interno e permanente da Administração Pública denominada:
(A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.

03. (Câmara Municipal de Caruaru/PE - Analista Legislativo - FGC) A Administração Pública


escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a função administrativa,
por meio do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) vinculado.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.D

Comentários

01. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a
de rever os atos dos seus subordinados.

5
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
02. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:
a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente público
chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação vertical (de cima
para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação.
b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte de sua
competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da avocação, a delegação
não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do oficial de justiça que cumpre os
mandados do colega que está de férias.

03. Resposta: D
É o de que dispõe o Executivo para distribuição e escalonamento das funções de seus órgãos, ordenar
e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.

Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.
Estão sujeitos às penalidades os agente públicos quando praticarem infração funcional, que é aquela
que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente.
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador público
verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto. Para tanto ele
deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da infração, bem como os
prejuízos causados e os antecedentes do agente público.
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar sua
regularidade.

Questões

01. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COMPERVE/2017) Os poderes inerentes à


Administração Pública são necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade individual, o
interesse público ao privado. Nessa perspectiva,
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações e aplicadas penalidades aos servidores
públicos sempre por meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla defesa e o contraditório.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos regulamentares estabelecendo normas
ultra legem, inovando na ordem jurídica para criar direitos e obrigações.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coercibilidade, carece do atributo da
autoexecutoriedade, de modo que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário para
executar suas decisões.
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade que a Constituição e a lei colocam à
disposição do administrador, que o exercerá de acordo com sua livre convicção.

02. (PC/PE - Delegado de Polícia - CESPE/2016) Acerca dos poderes e deveres da administração
pública, assinale a opção correta.
(A) A autoexecutoriedade é considerada exemplo de abuso de poder: o agente público poderá impor
medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder Judiciário.
(B) À administração pública cabe o poder disciplinar para apurar infrações e aplicar penalidades a
pessoas sujeitas à disciplina administrativa, mesmo que não sejam servidores públicos.
(C) Poder vinculado é a prerrogativa do poder público para escolher aspectos do ato administrativo
com base em critérios de conveniência e oportunidade; não é um poder autônomo, devendo estar
associado ao exercício de outro poder.
(D) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma relação de coordenação e subordinação entre
os vários órgãos, incluindo o poder de delegar e avocar atribuições.
(E) O dever de prestar contas aos tribunais de contas é específico dos servidores públicos; não é
aplicável a dirigente de entidade privada que receba recursos públicos por convênio.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
03. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) A aplicação da penalidade de demissão a um servidor
público exemplifica o exercício de um dos poderes da Administração Pública. O referido poder denomina-
se
(A) de polícia.
(B) disciplinar.
(C) hierárquico.
(D) regulamentar.
(E) delegatório.

04. (MJ - Gerente de Projetos em Tecnologia da Informação - FUNCAB) São poderes cujo exercício
tem efeitos apenas no âmbito interno da Administração Pública:
(A) hierárquico e regulamentar.
(B) hierárquico e disciplinar.
(C) disciplinar e regulamentar.
(D) regulamentar e de polícia.
(E) disciplinar e de polícia.

Gabarito

01.A / 02.B / 03.B / 04.B

Comentários

01. Resposta: A
O poder disciplinar é aquele conferido ao agente público para a aplicação de sanções aos agentes,
em decorrência de alguma infração disciplinar funcional. O poder disciplinar visa punir às pessoas sujeitas
à disciplina da Administração em razão da prática de infração administrativa, que deverão ser apuradas
através de processo administrativo, assegurando a ampla defesa e o contraditório.

02. Resposta: B
Poder disciplinar é o que cabe à administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos estudantes de
uma escola pública.6

03. Resposta: B
Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções administrativas aos
seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional. O poder disciplinar abrange somente as
sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão.
Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis que podem ser aplicadas ao caso
concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.

04. Resposta: B
Poder Hierárquico - É a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes
administrativos, com distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um. Lembrando que
não há hierarquia entre a administração direta e indireta.
Poder Disciplinar - O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais
dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Não se
aplica penalidade administrativa sem o devido processo administrativo.

Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o exercício
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex: fiscalização.
Será considerado originário, o Poder de Polícia exercido pelas pessoas políticas do Estado, como é o
caso da União, Estados e municípios. Por sua vez o poder delegado é aquele exercido pelas pessoas
pertencentes a Administração Indireta. Estes recebem o poder e o executam.

O art. 78 do Código Tributário Nacional assim conceitua poder de polícia:

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Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade dos
particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular.
O poder de polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais.
Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico (Exemplo: Ato que proíbe a venda de
bebidas alcoólicas a menores – atinge todos os estabelecimentos comerciais).
Ato individual é aquele que tem um destinatário específico (Exemplo: Autuação de um estabelecimento
comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo, segurança).
O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento. Poderá
retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio e televisão
sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família (Exemplo: Livros que façam
apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem crianças, etc.).
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for
competente, o ato não será considerado válido.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que são
previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coletividade.

Liberdades públicas e o poder de polícia: estes se referem aos atributos do poder de polícia, quais
sejam:

Quanto aos atributos do poder de polícia, é certo que busca-se garantir a sua execução e a
prioridade do interesse público. São eles: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

Discricionariedade: A Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com sua
conveniência e oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e as
sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício de
determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixadas essa limites com sua posteriores sanções, a
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira com seus atos vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.

Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário intervenha na atuação da


Administração Pública. No entanto, essa liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o
controle desse ato.
Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for prevista em lei, além de seu uso para
situações emergenciais, em que será necessária a atuação da Administração Pública.

Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade, na medida que for necessária será


permitido o uso da força par cumprimento dos atos.

Deveres:

Dever de Agir – O administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse
poder em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável.
Dever de Eficiência – Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional.
Dever de Probidade – A Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos
bens e interesses públicos. A probidade é elemento essencial na conduta do agente público necessária
à legitimidade do ato administrativo.

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O administrador ao desempenhar suas atividades deve atuar em consonância com os princípios da
moralidade e da honestidade na administração pública. É um tipo de dever pautado na ética e moral. Em
contrapartida, a improbidade relaciona-se com o enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário.

As sanções pelo ato de improbidade administrativa são:

-suspensão dos direitos políticos;


-perda da função pública;
-indisponibilidade dos bens;

Dever de Prestar Contas – É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos.

Poder de polícia municipal

Conforme ensina Nelson Nery Costa7, o poder de polícia municipal deve ser entendido como o conjunto
de intervenções administrativas, restringindo direitos e liberdades dos munícipes, em favor dos interesses
da coletividade. Tal poder não se presta para suprimir a cidadania local, mas reduzir os interesses
individuais em prol da coletividade.

O poder de polícia compete, privativamente, ao Município, quando dispõe das matérias previstas nos
incisos do art. 30 da Constituição Federal, em relação aos assuntos de interesse local, organiza e presta
os serviços locais, incluído o de transporte coletivo, promove o adequado ordenamento territorial, além
de outras matérias que lhes são pertinentes, bem como outras fixadas em Constituição Estadual. Já em
outras circunstâncias, tal poder compete concorrentemente com a União e com o Estado, nas
competências previstas nos incisos do art. 23 do texto constitucional federal, como cuidar da saúde e
assistência pública; proteger o meio ambiente e combater a poluição; promover programas de construção
de moradias; fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar, dentre outra8.

Uso e Abuso De Poder

Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará cometendo uma
ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicialmente.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as normas
constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do ingresso ao Poder
Judiciário.
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor os
danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas
atribuições quanto agindo nessa qualidade.

Desvio de Poder

O desvio significa o afastamento, a mudança de direção da que fora anteriormente determinada. Este
tipo de ato é praticado por autoridade competente, que no momento em que pratica tal ato, distinto do
que é visado pela norma legal de agir, acaba insurgindo no desvio de poder.

Segundo Cretella Júnior:9

“o fim de todo ato administrativo, discricionário ou não, é o interesse público. O fim do ato administrativo
é assegurar a ordem da Administração, que restaria anarquizada e comprometida se o fim fosse privado
ou particular”.

Não ser refere as situações que estejam eivadas de má-fé, mas sim quando a intenção do agente
encontra-se viciada, podendo existir desvio de poder, sem que exista má-fé. É a junção da vontade de
satisfação pessoal com inadequada finalidade do ato que poderia ser praticado.

7
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014
8
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014
9
CRETELLA JUNIOR, José, Curso de Direito Administrativo, 17ª edição, Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2000, pp. 290.

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Essa mudança de finalidade, de acordo com a doutrina, pode ocorrer nas seguintes modalidades:
a. quando o agente busca uma finalidade alheia ao interesse público;
b. quando o agente público visa uma finalidade que, no entanto, não é o fim pré-determinado pela lei
que enseja validade ao ato administrativo e, por conseguinte, quando o agente busca uma finalidade, seja
alheia ao interesse público ou à categoria deste que o ato se revestiu, por meio de omissão.

CICLO DE POLÍCIA

É voltado para a adoção ou unificação das funções judiciário-investigativa com a ostensivo-preventiva,


que são realizados por polícia única.
O importante seria unificar as polícias civis e militares, levando a uma única atividade policial, com
garantias na própria Constituição Federal.
No entanto, parte da doutrina cita que polícia é gênero, do qual polícia civil e polícia militar são
espécies, não podendo se unificar o que sempre permaneceu unido pelos mesmos objetivos, ou seja,
ambas existem e foram criadas para cuidar da segurança pública, onde o que precisa ser unificado é tão
somente o comando ou a coordenação entre elas, certamente na figura do Secretário de Segurança
Pública.

POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA

A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, visa o bem estar estar da sociedade.
Tem a função de fiscalização, portanto. Podem ser citadas como exemplo a polícia sanitária, polícia de
trânsito, polícia edilícia, entre outras.

A polícia judiciária vai em busca do controle do crime, portanto atua sobre as pessoas, individual e
indiscriminadamente, com o fito de preparar a atuação da função jurisdicional penal. É exercida pela
polícia civil ou militar, estadual ou federal.

O que ambas tem em comum?

Simples: ambas exercem a função administrativa de proteger o interesse da coletividade, para bem do
domínio público.

Principais setores de atuação da polícia administrativa

Como o poder de polícia é mais abrangente e contempla as atividades do Legislativo e do Executivo,


os meios de atuação da polícia administrativa se dão por:

- atos normativos em geral: o Estado cria limitações administrativas, ao exercício dos direitos e das
atividades individuais, com a instituição de normas gerais e abstratas dirigidas indistintamente às pessoas
que estejam em idêntica situação; disciplinando a aplicação da lei aos casos concretos, pode o Executivo
baixar decretos, resoluções, portarias, instruções;

- Atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, que envolvam as
medidas preventivas (fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença), com o intuito de
adequar o comportamento individual à lei, e medidas repressivas (dissolução de reunião, interdição de
atividade, apreensão de mercadorias deterioradas, internação de pessoa com doença contagiosa), para
que o infrator seja coagido a cumprir a lei.
Vistoria Administrativa - A vistoria é, portanto, uma das espécies do poder de polícia, que se realiza
por meio de um ato administrativo, visando aplicar a lei no caso concreto. É uma medida preventiva que
tem por objetivo adequar o comportamento individual à Lei. Assim, durante a vistoria, o agente deve
registrar a existência de falhas ou ilegalidades do local vistoriado.

Excesso de Poder: Ocorre quando o agente excede os limites de sua competência. Como por
exemplo quando a autoridade aplica uma demissão ao invés de aplicar uma suspensão.

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Condições de validade:

As condições gerais de validade do ato administrativo, bem como as condições específicas deste ato,
dizem respeito a competência, finalidade, forma e objeto, além destes também acrescentamos a
proporcionalidade da sanção e de legalidade dos meios empregados pela Administração. Os meios
utilizados não podem ser ilegais, devendo seus atos serem legítimos para terem validade, não só isso
devem ser tomadas atitudes humanas e compatíveis com a urgência e necessidade da medida adotada.

Prescrição das sanções de polícia:

Em face do princípio da segurança jurídica, não é permitida a aplicação de sanções e a prática de atos
que frenem a esfera jurídica dos particulares, feitas a qualquer tempo. A atuação administrativa
repressora, por atividades de polícia devem ser praticadas dentro do prazo prescricional de 05 anos,
conforme consta no artigo 1º, da Lei 9.873/1999.

Constata-se que o ente estatal tem que respeitar o prazo quinquenal, para aplicação de sanções de
polícia, iniciando-se com a prática do ato lesivo pelo particular ou da cessação da conduta continuada
que configure infração de caráter permanente, exceto se o fato objeto da ação punitiva da Administração
também constituir crime, uma vez que, nestes casos, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei
penal.10

SANÇÕES11

O Poder de Polícia seria inerte e ineficiente se não fosse coercitivo e não estivesse aparelhado de
sanções, para os casos de desobediência à ordem legal da autoridade competente.

As sanções do Poder de Polícia, como elemento de coação e intimidação, principiam, geralmente, com
a multa e se escalonam em penalidades mais graves como a interdição de atividade, o fechamento de
estabelecimento, a demolição de construção, o embargo administrativo de obra, a destruição de objetos,
a inutilização de gêneros, a proibição de fabricação ou comércio de certos produtos, a vedação de
localização de indústrias ou de comércio em determinadas zonas; e de tudo o mais que houver de ser
impedido em defesa da moral, da saúde e da segurança pública, bem como da segurança nacional, desde
que estabelecido em lei ou regulamento.

Estas sanções, em virtude do princípio da auto-executoriedade do ato de polícia, são impostas e


executadas pela própria Administração em procedimentos administrativos compatíveis com as exigências
do interesse público.

O que se requer é a legalidade da sanção e sua proporcionalidade à infração cometida ou ao dano


que a atividade causa à coletividade ou ao próprio Estado. As sanções do Poder de Polícia são aplicáveis
aos atos ou condutas individuais que, embora não constituam crimes, sejam inconvenientes ou nocivos
à coletividade, como previstos na norma legal. Convém observar que o mesmo fato, juridicamente, pode
gerar pluralidade de ilícitos e de sanções administrativas.

Fundamento
Muitos Doutrinadores12 defendem que o fundamento do poder de polícia é a defesa da ordem pública,
ou seja, o fundamento para o exercício deste instrumento é o princípio da predominância do interesse
público sobre o particular que dá à administração posição de supremacia sobre os administrados.
José dos Santos Carvalho Filho afirma que: "No que concerne ao benefício resultante do poder de
polícia, constitui fundamento dessa prerrogativa do Poder Público o interesse público. A intervenção do
Estado no conteúdo dos direitos individuais somente se justifica ante a finalidade que deve sempre nortear
a ação dos administradores públicos, qual seja, o interesse da coletividade".

10
Carvalho, Matheus. Manual de Direito Administrativo, Salvador: Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.
11
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4637
12
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/fundamentos-e-finalidade-do-poder-de-policia/10903

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Questões

01. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil – IBADE/2017). Considerando os Poderes e Deveres da


Administração Pública e dos administradores públicos, é correta a seguinte afirmação:
(A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder Executivo expeça regulamentos para a
fiel execução de leis.
(B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-poder disciplinar ou dever-poder da
supremacia da administração perante os súditos, é a atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
(C) Verificado que um agente público integrante da estrutura organizacional da Administração Pública
praticou uma infração funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior hierárquico aplique
as sanções previstas para aquele agente.
(D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação entre a Administração Pública e o
administrado. Esta é a razão pela qual este dever-poder possui por fundamento a supremacia especial.
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens e punir servidores que desrespeitem o
ordenamento jurídico não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no dever-poder normativo.

02. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo – CONSULPLAN/2017). Quando a Administração


Pública aplica penalidade de cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as regras de
direção de veículos configura-se o exercício do poder
(A) de polícia.
(B) disciplinar.
(C) ordinatório.
(D) regulamentar

03. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - Área Administrativa – COMPERVE/2017).


Os poderes inerentes à Administração Pública são necessários para que ela sobreponha a vontade da lei
à vontade individual, o interesse público ao privado. Nessa perspectiva,
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações e aplicadas penalidades aos servidores
públicos sempre por meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla defesa e o contraditório.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos regulamentares estabelecendo normas
ultra legem, inovando na ordem jurídica para criar direitos e obrigações.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coercibilidade, carece do atributo da
autoexecutoriedade, de modo que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário para
executar suas decisões.
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade que a Constituição e a lei colocam à
disposição do administrador, que o exercerá de acordo com sua livre convicção.

04. (IF/BA - Assistente em Administração – FUNRIO/2016). O poder de polícia tem atributos


específicos e peculiares ao seu exercício, sendo eles:
(A) discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
(B) imperatividade, direção e coercibilidade.
(C) objetividade, imperatividade e autoexecutoriedade.
(D) exclusividade, coercibilidade e objetividade.
(E) discricionariedade, tempestividade e direção.

05. (ANS -Técnico em Regulação de Saúde Suplementar – FUNCAB/2016). No tocante aos poderes
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

06. (Prefeitura de Rio de Janeiro/ RJ - Administrador - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2016).


Ao editar leis, o Poder Legislativo nem sempre possibilita que elas sejam executadas. Cumpre, então, à

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Administração criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva
aplicabilidade. Essa atividade é definida pela doutrina como base do exercício do poder:
(A) regulamentar
(B) hierárquico
(C) disciplinar
(D) vinculado

07. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016). No que se refere aos poderes da
Administração Pública, é correto afirmar que:
(A) praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra a autoridade
delegante caberá mandado de segurança, ou outra medida judicial, por ser detentora da competência
originária.
(B) o Poder regulamentar deverá ser exercido nos limites legais, sem inovar no ordenamento jurídico,
expedindo normas gerais e abstratas, permitindo a fiel execução das leis, minudenciando seus termos.
(C) o Poder Hierárquico é o escalonamento vertical típico da administração direta. Desta forma, a
aplicação de uma penalidade pelo poder executivo da União a uma concessionária de serviço público é
uma forma de manifestação deste Poder.
(D) tanto a posição da doutrina, quanto da jurisprudência são pacíficas sobre a possibilidade de edição
dos regulamentos autônomos, mesmo quando importarem em aumento de despesas.
(E) decorre do Poder Hierárquico a punição de um aluno de uma universidade pública pelo seu reitor,
uma vez que este é o chefe da autarquia educacional, sendo competência dele a punição dos alunos
faltosos.

08. (TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). Assinale
a opção correta, a respeito dos poderes da administração.
(A) A autoexecutoriedade inclui-se entre os poderes da administração
(B) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos é expressão do poder
discricionário
(C) Poder disciplinar da administração pública e poder punitivo do Estado referem-se à repressão de
crimes e contravenções tipificados nas leis penais.
(D) O poder regulamentar refere-se às competências do chefe do Poder Executivo para editar atos
administrativos normativos.
(E) O poder de polícia não se inclui entre as atividades estatais administrativas.

09. (PC/PE - Delegado de Polícia – CESPE/2016). Acerca dos poderes e deveres da administração
pública, assinale a opção correta.
(A) A autoexecutoriedade é considerada exemplo de abuso de poder: o agente público poderá impor
medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder Judiciário.
(B) À administração pública cabe o poder disciplinar para apurar infrações e aplicar penalidades a
pessoas sujeitas à disciplina administrativa, mesmo que não sejam servidores públicos.
(C) Poder vinculado é a prerrogativa do poder público para escolher aspectos do ato administrativo
com base em critérios de conveniência e oportunidade; não é um poder autônomo, devendo estar
associado ao exercício de outro poder.
(D) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma relação de coordenação e subordinação entre
os vários órgãos, incluindo o poder de delegar e avocar atribuições.
(E) O dever de prestar contas aos tribunais de contas é específico dos servidores públicos; não é
aplicável a dirigente de entidade privada que receba recursos públicos por convênio.

10. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015) A aplicação da penalidade de demissão a um servidor público exemplifica o exercício de
um dos poderes da Administração Pública. O referido poder denomina-se
(A) de polícia.
(B) disciplinar.
(C) hierárquico.
(D) regulamentar.
(E) delegatório.

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11. (MJ - Gerente de Projetos em Tecnologia da Informação – FUNCAB/2015). São poderes cujo
exercício tem efeitos apenas no âmbito interno da Administração Pública:
(A) hierárquico e regulamentar.
(B) hierárquico e disciplinar.
(C) disciplinar e regulamentar.
(D) regulamentar e de polícia.
(E) disciplinar e de polícia.

12. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015). Delegação e avocação são institutos relacionados ao poder interno e permanente da
Administração Pública denominada:
(A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.

13. (TRE/RR - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC/2015). A edição de atos normativos
de efeitos internos, com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
(A) disciplinar.
(B) regulamentar.
(C) hierárquico.
(D) de polícia.
(E) normativo.

14. (Câmara Municipal de Caruaru/ PE - Analista Legislativo – Direito – FGC/2015). A


Administração Pública escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a
função administrativa, por meio do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) vinculado.

15. (PC/CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe – VUNESP/2015). O Delegado Geral da Polícia
Civil, ao organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre
os servidores do seu quadro de pessoal, estará exercendo o seu
(A) poder de polícia.
(B) poder disciplinar.
(C) poder hierárquico.
(D) poder normativo.
(E) poder regulamentar.

16. (Prefeitura de Curitiba/PR - Procurador – UFPR/2015). Sobre o poder de polícia, é correto


afirmar:
(A) Um dos fundamentos do poder de polícia é o princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular.
(B) O poder de polícia é uma das manifestações subjetivas da Administração Pública.
(C) O princípio da proporcionalidade é um dos limites impostos ao exercício do poder de polícia, porém
a ele (poder da polícia) não se aplica o princípio da motivação, por ser uma atividade de cunho
discricionário.
(D) São características do poder de polícia a coercibilidade, a autoexecutoriedade e a eficácia, esta
considerada como a relação entre o direito individual e o dano a ser prevenido.
(E) A competência do agente, por se situar no plano da eficácia da medida de polícia, deve ser
observada, sob pena de ilegalidade da atuação administrativa.

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17. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/ SP - Procurador – IMES/2015). São características
inerentes ao poder de polícia da Administração Pública:
(A) legalidade, impessoalidade e facultatividade.
(B) moralidade, coatividade e proporcionalidade.
(C) autoexecutoriedade, discricionariedade e coercibilidade.
(D) eficiência, imperatividade e derrogabilidade.

18. (DPE/RS - Defensor Público – FCC/2014) Sobre os poderes administrativos, é correto afirmar:
(A) Os atos administrativos decorrentes do exercício do poder discricionário não são passíveis de
apreciação judicial.
(B) A possibilidade de o administrador interpretar a lei equivale ao exercício do poder administrativo
discricionário.
(C) O poder administrativo discricionário pressupõe que a norma legal apresente conceitos jurídicos
indeterminados, mas determináveis.
(D) A doutrina dos motivos determinantes estabelece que o administrador deve enunciar os motivos
de fato que ensejaram o ato administrativo discricionário.
(E) O motivo, como pressuposto do ato administrativo decorrente do poder discricionário, poderá vir
expresso em lei ou deixado à escolha do administrador.

19. (TJ/RJ- Analista Judiciário - Especialidade Assistente Social – FGV/2014) Prefeito municipal
praticou ato administrativo escolhendo, por meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas
da cidade serão asfaltadas nos próximos meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do
poder administrativo:
(A) vinculado;
(B) hierárquico;
(C) normativo;
(D) discricionário;
(E) regulamentar.

20. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Fiscal de Serviços Públicos - Tipo 1 – FGV/2014) Nem


sempre, as leis editadas pelo Poder Legislativo podem ser, de plano, executadas. Assim, cabe à
Administração criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva
aplicabilidade. Nesse contexto, o poder administrativo que autoriza o Prefeito Municipal a editar um
decreto ou regulamento é o poder:
(A) discricionário;
(B) vinculado;
(C) regulamentar;
(D) hierárquico;
(E) disciplinar.

21 (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP - Analista Legislativo – Advogado –


VUNESP/2014). São atributos do poder de polícia:
(A) legitimidade e moralidade.
(B) legalidade e imperatividade.
(C) discricionariedade e autoexecutoriedade.
(D) vinculação e coercibilidade.
(E) positividade e proporcionalidade.

Gabarito

01. A/ 02. A/ 03. A/ 04. A/ 05. A/ 06. A/ 07. B/ 08. D/ 09. B/ 10. B/
11. B/ 12. E/ 13. C/ 14. D/ 15. C/ 16. A/ 17. C/ 18. E/ 19. D/ 20. C/ 21. C.

Comentários

01. Resposta: A
O Poder Normativo ou Poder Regulamentar relaciona-se ao poder que a Administração possui em
editar atos para complementação da lei. Se regulamenta por Decreto, em obediência ao artigo 84, IV, CF.

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02. Resposta: A
O Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o exercício
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade.

03. Resposta: A
O poder disciplinar é aquele conferido ao agente público para a aplicação de sanções aos agentes,
em decorrência de alguma infração disciplinar funcional. O poder disciplinar visa punir às pessoas sujeitas
à disciplina da Administração em razão da prática de infração administrativa, que deverão ser apuradas
através de processo administrativo, assegurando a ampla defesa e o contraditório.

04. Resposta: A
São atributos do Poder e Polícia:
- Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para
exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das normas que cuidam de tal
poder.
- Autoexecutoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato
de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder Judiciário.
- Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, admitindo-se até o
emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do
administrado.
- Atividade Negativa: Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares e sim sua
abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer.

05. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a
de rever os atos dos seus subordinados.

06. Resposta: A
O exercício do poder regulamentar encontra fundamento no art. 84, IV, da Constituição Federal,
consistindo na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas gerais e
abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos).

07. Resposta: B
De acordo com Alexandre Mazza , o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e consiste na
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais
e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.

08. Resposta: D
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo o art. 84, IV, CF/88.

09. Resposta: B
Poder disciplinar é o que cabe à administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos estudantes de
uma escola pública.13

10. Resposta: B
Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções administrativas aos
seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional. O poder disciplinar abrange somente as
sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão.
Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis que podem ser aplicadas ao caso
concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.

13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014. Página 95.

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11. Resposta: B
Poder Hierárquico - É a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes
administrativos, com distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um. Lembrando que
não há hierarquia entre a administração direta e indireta.
Poder Disciplinar - O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais
dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Não se
aplica penalidade administrativa sem o devido processo administrativo.

12. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:

a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente público


chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação vertical (de cima
para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação.
b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte de sua
competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da avocação, a delegação
não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do oficial de justiça que cumpre os
mandados do colega que está de férias.

13. Resposta: C
O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa (apesar
de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga omnes e
abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas gerais e atos
normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito erga omnes.

14. Resposta: D
Segundo Hely Lopes Meirelles, “é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação
entre os servidores do seu quadro de pessoal”.

15. Resposta: C
Conforme o Mestre HELY LOPES, é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação
entre os servidores do seu quadro de pessoal; Hierarquia é a relação de subordinação existente entre
vários órgãos e agentes do Executivo, com distribuição de funções e garantias da autoridade de cada um.

16. Resposta: A
Para Celso Antônio Bandeira de Mello,.
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo."

17. Resposta: C
A discricionariedade se traduz na livre escolha pela Administração Pública, da oportunidade e
conveniência de exercer ou não o Poder de Polícia. A autoexecutoriedade é a faculdade de que dispõe a
Administração de decidir e executar diretamente sua decisão, por seus próprios meios, sem a intervenção
do Poder Judiciário. E a coercibilidade, que é a determinação por parte da própria Administração das
medidas de força que se tornarem necessárias para a execução do ato ou aplicação da penalidade
resultante do exercício do Poder de Polícia.

18. Resposta: E
O poder discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para
fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Assim, tem-se que o motivo é o porquê daquele ato
administrativo ser praticado, podendo estar tanto expresso na lei ou ser deixado á escolha do
administrador.

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19. Resposta: D
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher quais ruas
seriam asfaltadas nos próximos meses.

20. Resposta: C
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei.

21. Resposta: C
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são características do poder de polícia: a discricionariedade
e a autoexecutoriedade.

3. Responsabilidade administrativa e criminal. Responsabilidade civil: direito


brasileiro; aplicação da responsabilidade objetiva; reparação do dano; direito de
regresso.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por muito tempo o Estado não foi civilmente responsável por seus atos, estávamos na era do
Absolutismo em que o Rei era a figura suprema e, por isso, concentrava todo o poder em suas mãos. A
figura do rei era indissociável da figura do Estado e, em várias civilizações seu poder supremo era
fundamentado na vontade de Deus, por isso não se cogitava em responsabilizá-lo. Essa é a teoria da
irresponsabilidade do Estado.
Contudo, o funcionário do rei poderia ser responsabilizado quando o ato lesivo tivesse relação direta
com seu comportamento.
Somente no século XIX passou a se admitir a responsabilidade subjetiva do Estado. Esse tipo de
responsabilidade demanda uma análise sobre a intenção do agente pois, sem essa não se fala em
responsabilidade. Assim, por essa teoria, somente se responsabiliza o sujeito que age com dolo ou culpa.
Dado à ineficiência desse tipo de responsabilização surgiu a teoria da responsabilidade objetiva que
despreza a culpa, logo, haverá responsabilidade quando houver dano, ilícito e nexo causal.
Nexo causal é o liame subjetivo que une o dano ao ilícito, ou seja, à conduta.
Agora lhe pergunto... Você sabe me dizer onde ocorreu o primeiro caso de responsabilidade
civil do Estado?
Foi na França, quando um vagão ferroviário atingiu uma garota, sendo que esse caso ficou conhecido
como caso “Blanco”. Esse fato acabou comovendo a sociedade francesa e o Estado sofreu a
responsabilização pelo dano causado.
O estado, nessa época, agia apenas quando houvesse previsão legal específica para
responsabilidade.
Desde os tempos do Império que a Legislação Brasileira prevê a reparação dos danos causados a
terceiros pelo Estado, por ação ou omissão dos seus agentes. Problemas de omissão, abuso no
exercício de função e outros tipos de falhas sempre existiram no serviço público, o que é perfeitamente
plausível dadas as características da Administração Pública, tanto do ponto de vista da sua complexidade
quanto do seu gigantismo.
No Brasil, surgiu a criação do Tribunal de Conflitos, em 1.873, passando a evoluir à Responsabilidade
Subjetiva.
Quando falamos em responsabilidade extracontratual, devemos pensar que será excluída a
responsabilidade contratual, pois será regida por princípios próprios
As Constituições de 1824 (art. 179) e de 1891 (art. 82), já previam a responsabilização dos funcionários
públicos por abusos e omissões no exercício de seus cargos. Mas a responsabilidade era do funcionário,
vingando até aí, a teoria da irresponsabilidade do Estado.
Durante a vigência das Constituições de 1934 e 1937 passou a vigorar o princípio da
responsabilidade solidária, por ele o lesado podia mover ação contra o Estado ou contra o servidor, ou
contra ambos, inclusive a execução.
O Código Civil de 1916, em seu art. 15, já tratava do assunto, a saber: “As pessoas jurídicas de direito
público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem

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danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o
direito regressivo contra os causadores do dano”.
Entretanto, a figura da responsabilidade direta ou solidária do funcionário desapareceu com o advento
da Carta de 1946, que adotou o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, com a possibilidade
de ação regressiva contra o servidor no caso de culpa. Note-se que, a partir da Constituição de 1967
houve um alargamento na responsabilização das pessoas jurídicas de direito público por atos de seus
servidores. Saiu a palavra interno, passando a alcançar tanto as entidades políticas nacionais, como as
estrangeiras.
Esse alargamento ampliou-se ainda mais com a Constituição de 1988, que estendeu a
responsabilidade civil objetiva às pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos,
os não essenciais, por concessão, permissão ou autorização.

O agente público poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, penal e administrativo.

a) Responsabilidade Civil: Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade


patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a regra geral da responsabilidade civil,
que é de reparar o dano causado a outrem. O órgão público, confirmada a responsabilidade de seus
agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto Maior, é "assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa", descontará nos vencimentos do servidor público,
respeitando os limites mensais, a quantia exata para o ressarcimento do dano.
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade administrativa é apurada em processo
administrativo, assegurando-se ao servidor o contraditório e a ampla defesa. Uma vez constatada a
prática do ilícito administrativo, ficará o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição
de cargo em comissão ou destituição de função comissionada. A penalidade deve sempre ser motivada
pela autoridade competente para sua aplicação, sob pena de ser nula. Na motivação da penalidade,
devem estar presentes os motivos de fato (os atos irregulares praticados pelo servidor) e os motivos de
direito (os dispositivos legais ou regulamentares violados e a penalidade prevista). Se durante a apuração
da responsabilidade administrativa a autoridade competente verificar que o ilícito administrativo também
está capitulada como ilícito penal, deve encaminhar cópia do processo administrativo ao Ministério
Público, que irá mover ação penal contra o servidor
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servidor é a que resulta de uma conduta
tipificada por lei como infração penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade. Muitos dos crimes funcionais estão definidos no Código Penal,
artigos 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a prevaricação etc. Outros estão
previstos em leis especiais federais. A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Criminal.
Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção penal, que pode ser privativa de
liberdade (reclusão ou detenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e valores,
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação
de fim de semana) ou multa (Código Penal, art. 32).
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa da responsabilidade penal do servidor,
só terá reflexo na responsabilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo patrimonial
(ilícito civil).

Os tipos de responsabilidade civil

A responsabilidade civil pode demonstrar-se de diversas formas, espécies e tipos e podem ser
subjetiva, objetiva, pré-contratual, contratual, pós-contratual e extracontratual.

A. Subjetiva: A responsabilidade subjetiva difere-se da responsabilidade objetiva com relação à forma,


em ambas é exigido a reparação e indenização do dano causado, diferenciando-se com relação à
existência ou não de culpa por parte do agente que tenha causado dano à vítima.
Na responsabilidade subjetiva, o dano contra a vítima foi causado por culpa do agente, já na
responsabilidade objetiva, o fundamento está contido na teoria do risco, onde não se deve provar a culpa,
para que exista o dever de indenizar.
Para que o agente repare o dano causado é necessário a plena consciência do erro causado,
caracterizando, desta forma o dolo ou até mesmo a culpa por negligência, imprudência e imperícia.
Contudo, se o dano não tiver sido causado por dolo ou culpa do agente, compete à vítima suportar os
prejuízos, como se tivessem sido causados em virtude de caso fortuito ou força maior.

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B. Objetiva: Na responsabilidade objetiva, o dano ocorre por uma atividade lícita, que apesar deste
caráter gera um perigo a outrem, ocasionando o dever de ressarcimento, pelo simples fato do implemento
do nexo causal. Para tanto, surgiu a teoria do risco para preencher as lacunas deixadas pela
culpabilidade, permitindo que o dano fosse reparado independente de culpa.
Para Rui Stoco: “a doutrina da responsabilidade civil objetiva, em contrapartida aos elementos
tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade) determina que a responsabilidade civil assenta-se na
equação binária, cujos polos são o dano e a autoria do evento danoso. Sem considerar a imputabilidade
ou investigar a antijuricidade do evento danoso, o que importa, para garantir o ressarcimento, é a
averiguação de que se sucedeu o episódio e se dele proveio algum prejuízo, confirmando o autor do fato
causador do dano como o responsável.”14
C. Pré-contratual: O homem é um ser social e completo e devido a estas características, algumas
discordâncias acabam conflitando na sociedade, com opiniões, acordos e interesses opostos. Desta
forma, para que um contrato seja firmado é necessário um etapa preliminar em que as partes acordam
suas opiniões para chegar a um consenso, onde então será firmado um negócio jurídico.
O contrato gera responsabilidades e as partes contratantes reconhece essa obrigação a ser cumprida,
sob pena de responder juridicamente, seja por responsabilidade civil subjetiva ou objetiva.
Eis o entendimento de Lissandra de Ávila Lopes:
A responsabilidade pré-contratual também chamada de culpa in contrahendo, é a fase que precede a
verdadeira celebração do contrato e pode ser dividida de duas maneiras: a discussão pura e simples das
premissas do futuro contrato; momento de profunda negociação que possibilita o início de um contrato
preliminar, por meio da fixação antecipada das bases do contrato final, obrigando apenas os promitentes
contratantes a outorgarem a escritura definitiva conforme o previamente decidido no contrato inicial. No
primeiro caso, tem-se as suposições, os pactos preparatórios; no segundo, existe uma conjuntura
contratual definitiva, mesmo que a sua finalidade seja um contrato futuro.

O Código Civil, contempla em seus artigos 421 e 422:


Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.

O dano pré e pós-contratual, decorrem de um dever de comportamento ligado à figura dos sujeitos do
contrato, que é regido pelo princípio da boa –fé.
D. Contratual e Extracontratual: A responsabilidade contratual decorre da inexecução de um
contrato, unilateral ou bilateral, ou seja, foi quebrado o acordo de vontade entre as partes, o que acabou
causando um ilícito contratual. Esse pacto de vontades pode se dar de maneira tácita ou expressa, uma
das partes pretende ver sua solicitação atendida e a outra, da mesma forma, assume a obrigação de
cumpri-la, mesmo que seja de forma verbal.
A responsabilidade extracontratual relaciona-se com a prática de um ato ilícito que origine dano a
outrem, sem gerar vínculo contratual entre as partes, devendo a parte lesada comprovar além do dano a
culpa e o nexo de causalidade entre ambos, o que é difícil de se comprovar. Irá se preocupar com a
reparação dos danos patrimoniais.
Este tipo de responsabilidade caracteriza o estado democrático de direito, conferindo liberdade
individual em face da coletividade, através de leis.
A evolução da responsabilidade extracontratual do estado, se divide basicamente em três teorias, ou
seja, teoria da irresponsabilidade, teoria civilistas e teorias publicistas.
O que ambas tem em comum é que existe a obrigação de reparar o prejuízo, ou por violação a um
dever legal, ou por violação a um dever contratual.
O Código Civil distinguiu a responsabilidade contratual e extracontratual através de seus dispositivos
legais:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
[...]
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
[...]

14 STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisdicional. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

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Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos
valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
[...]
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Ao observarem os dispositivos legais supracitados, Castro e Trad (2010) dizem que os arts. 186 e 927
abordam, de maneira genérica, a responsabilidade extracontratual, e os artigos 389 e 395, de forma
novamente genérica, abordam a responsabilidade contratual.

Questões

01. (SEJUDH/MT - Psicólogo – IBADE/2017). Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a


opção correta.
(A) Será objetiva tanto em relação aos usuários do serviço quanto a terceiros não usuários,
(B) Na ação regressiva, o prazo prescricional será quinquenal.
(C) Nos casos de morte de detentos, é subjetiva.
(D) Incabível ação regressiva no caso de dolo e culpa do agente público.
(E) Tratando-se de ato omissivo. é objetiva porque exige dolo ou culpa.

02. (TER/PI - Analista Judiciário – Administrativa – CESPE/2016). Acerca da responsabilidade civil


do Estado, assinale a opção correta.
(A) Se ato danoso for praticado por agente público fora do período de expediente e do desempenho
de suas funções, a responsabilidade do Estado será afastada.
(B) Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a responsabilização direta e objetiva do juiz prolator
da decisão.
(C) Em razão do princípio da supremacia do interesse público, são vedados o reconhecimento da
responsabilidade e a reparação de dano extrajudicial pela administração.
(D) A responsabilidade objetiva de empresa concessionária de serviço público alcança usuários e não
usuários do serviço público.
(E) A responsabilidade objetiva do Estado não alcança atos que produzam danos aos seus próprios
agentes, hipótese em que sua responsabilidade será subjetiva.

03. (TCE/PR - Conhecimentos Básicos – CESPE/2016). Assinale a opção correta, com referência
ao tratamento constitucional conferido à responsabilidade civil do Estado.
(A) A Constituição Federal de 1988 adota como regra a teoria do risco administrativo, segundo a qual
o Estado deve arcar com o risco inerente às numerosas atividades que desempenha, inclusive quando a
culpa do dano decorrer de conduta da própria vítima.
(A) A aplicação da responsabilidade objetiva independe da verificação do elemento culpa, de modo
que, demonstrados o prejuízo pelo lesado e a relação de causalidade entre a conduta estatal e a lesão
sofrida, o dever de indenizar poderá ser reconhecido mesmo que decorra de atos lícitos estatais.
(C) Diferentemente das pessoas jurídicas de direito público, as quais respondem objetivamente pelos
danos que seus agentes causarem a terceiros, é subjetiva a responsabilidade das pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público, em se tratando de danos causados a terceiros não usuários
do serviço.
(D) Por se tratar de atividade exercida em caráter privado, por delegação do poder público, o Estado
não responde por danos causados a terceiros por notários (tabeliães) e oficiais de registro.
(E) Segundo a Constituição Federal de 1988, o indivíduo que for condenado criminalmente em virtude
de sentença que contenha erro judiciário terá direito a reparação cível, desde que seja demonstrada a
conduta dolosa por parte do juiz da causa.

04. (DPU - Técnico em Assuntos Educacionais – CESPE/2016). A respeito da responsabilidade civil


do Estado e das licitações, julgue o item subsequente.
Para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado, é necessária a demonstração de culpa
ou dolo do agente público.
( ) Certo ( ) Errado

05. (Prefeitura de Barbacena/MG - Advogado – FCM/2016). A respeito da responsabilidade civil


extracontratual da Administração Pública, pode-se afirmar que
(A) as autarquias estão submetidas ao princípio da responsabilidade civil subjetiva, conforme previsão
da Constituição Federal de 1988.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
(B) na história das constituições republicanas brasileiras, jamais foi acolhida a teoria do risco integral
no tocante à responsabilidade civil do Estado.
(C) a teoria francesa da faute du service ou também denominada como falta do serviço caracteriza-se
como uma hipótese de responsabilidade civil objetiva.
(D) o direito de regresso, em face do agente público responsável pelo dano resultante em
responsabilidade civil do Estado, dá- se independentemente de existência de culpa ou dolo em sua
conduta, uma vez que a responsabilidade do agente é objetiva.

06. (ANS - Técnico Administrativo – FUNCAB/2016). No que se refere à responsabilidade civil do


Estado, é correto afirmar que:
(A) A absolvição na esfera criminal, por qualquer motivo, de um agente público faz com que não haja
responsabilidade civil por parte do Estado, já que ambas as esferas são vinculadas.
(B) o prazo prescricional para a reparação dos danos causados pelo Estado é de 5 anos, conforme o
Código Civil Brasileiro de 2002.
(C) caso o particular venha a sofrer dano por parte do Estado, são cumuláveis as indenizações por
dano material e dano moral oriundos desse mesmo fato.
(D) não há previsão constitucional quanto à responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais.
(E) somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

Gabarito

01.A/ 02.D/ 03.B/ 04. Errado/ 05.B/ 06.C.

Comentários

01. Resposta: A
Como supracitado no material para Rui Stoco: “a doutrina da responsabilidade civil objetiva, em
contrapartida aos elementos tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade) determina que a
responsabilidade civil assenta-se na equação binária, cujos polos são o dano e a autoria do evento
danoso. Sem considerar a imputabilidade ou investigar a antijuricidade do evento danoso, o que importa,
para garantir o ressarcimento, é a averiguação de que se sucedeu o episódio e se dele proveio algum
prejuízo, confirmando o autor do fato causador do dano como o responsável.”15

02. Resposta: D
A responsabilidade civil objetiva das concessionárias, em razão do princípio da isonomia, se estende
aos usuários e aos não-usuários do serviço público. Assim entendeu o STF no informativo 557 (RE
591.874): O entendimento de que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam de proteção
constitucional decorrente da responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito subjetivo de receber
um serviço adequado, contrapor-se-ia à própria natureza do serviço público, que, por definição, tem
caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da
ação estatal.

03. Resposta: B
A responsabilidade do Estado é objetiva, mas o Estado pode deixa de responder ou ter a
responsabilidade diminuída se estiverem presentes as excludentes ou atenuente da responsabilidade:
Força maior, caso fortuito, culpa do terceiro ou da vítima.
A Constituição Federal de 1988 prevê a responsabilidade civil objetiva, ao estabelecer no seu artigo
37, § 6º, que: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa".

04. Resposta: Errado


Na responsabilidade objetiva, basta que exista o fato lesivo + nexo de causalidade entre o fato e o
dano. Dolo ou culpa do agente será necessário quando se estiver em sede de ação regressiva do estado
contra quem tenha causado o dano.

15 STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisdicional. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

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05. Resposta: B
TST - AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. AgR-
AIRR 6831520105030087 683-15.2010.5.03.0087 (TST). Data de publicação: 06/02/2013. Ementa:
ACIDENTE. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE. Para a caracterização do dever de indenizar, mesmo em
se tratando de responsabilidade objetiva, devem estar presentes o dano e o nexo de causalidade entre
as funções desempenhadas e o acidente. A existência de culpa exclusiva da vítima rompe o próprio nexo
causal, uma vez que não se pode ter por decorrente das funções desempenhadas pelo autor um acidente
que ele causou por negligência ou imprudência própria. Em casos tais, não há dever de reparar, uma vez
que inaplicável à seara trabalhista a teoria do risco integral, salvo nos casos constitucionalmente previstos
(art. 21, XXIII, d e 225, § 3º, da CF - danos nucleares e ambientais). Agravo regimental a que se nega
provimento. [...]."

06. Resposta: C
Segundo a Súmula 37 STJ, é possível cumular pedido de danos morais e materiais na mesma ação:
"São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato."

Reparação do dano

Quanto à reparação do dano, esta pode ser obtida administrativamente ou mediante ação de
indenização junto ao Poder Judiciário. Para conseguir o ressarcimento do prejuízo, a vítima deverá
demonstrar o nexo de causalidade entre o fato lesivo e o dano, bem como o valor do prejuízo.
Uma vez indenizada a vítima, fica a pessoa jurídica com direito de regresso contra o responsável, isto
é, com o direito de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causou o dano, desde que este
tenha agido com dolo ou culpa. Observe-se que não está sujeito a prazo prescricional a ação regressiva
contra o agente público que agiu com dolo ou culpa para a recuperação dos valores pagos pelos cofres
públicos, conforme inteligência do art. 37, parágrafo 5º da Constituição Federal:
§5º: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente servidor ou
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Direito de Regresso ou Ação de Regresso

Nos casos em que se verificar a existência de culpa ou dolo na conduta do agente público causador
do dano (Art. 37, §6º, CF), poderá o Estado propor ação regressiva, com a finalidade de apurar a
responsabilidade pessoal do agente, sempre partindo-se do pressuposto de que o Estado já foi
condenado anteriormente.
A entidade estatal que propuser a ação deverá demonstrar a ocorrência dos requisitos que comprovem
a responsabilidade do agente, ou seja, ato, dano, nexo e culpa ou dolo. Caso o elemento subjetivo,
representado pela culpa ou dolo, não esteja presente no caso concreto, haverá exclusão da
responsabilidade do agente público.
Note-se que a Administração Pública tem o dever de propor ação regressiva, em razão do princípio da
indisponibilidade. Outra questão importante é que não há prazo para propositura da ação regressiva, uma
vez que, por força do Art. 37, §5º da CF, esta é imprescritível.
Ensina mais Alexandre Mazza16: quando se tratar de dano causado por agente ligado a empresas
públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais, concessionários e permissionários,
isto é, para pessoas jurídicas de direito privado, o prazo é de três anos (art. 206, § 3º, V, do CC) contados
do trânsito em julgado da decisão condenatória.

São pressupostos para a propositura da ação regressiva:


1) condenação do Estado na ação indenizatória;
2) trânsito em julgado da decisão condenatória;
3) culpa ou dolo do agente;
4) ausência de denunciação da lide na ação indenizatória.

Importante ressaltar a denunciação à lide, que trata-se de uma ação secundária regressiva, podendo
ser feita tanto pelo autor como pelo réu, será citada e denunciada a pessoa contra quem o denunciante
tem pretensão indenizatória ou de reembolso.

16 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. Ed. Saraiva. 2014.

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É uma espécie de garantia, permitida nos casos em que o denunciante defende em face do terceiro
interveniente, seu direito de regresso alegado ou até mesmo um direito sub-rogado.

Questão

01. (TRE/MA - Técnico Judiciário – Administrativo – IESES). Sobre a responsabilidade civil do


Estado, é correto afirmar:
(A) A Constituição afasta expressamente o dever do Estado de indenizar o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
(B) A Constituição determina que o Estado somente responda por danos decorrentes de atos ilícitos,
já que os danos decorrentes de atividade lícita do Estado não são indenizáveis, até porque não poderá
haver direito à indenização se o Estado agir conforme a lei.
(C) A Constituição prevê a responsabilidade do Estado fundada na culpa do agente, cabendo ao
Estado a responsabilidade se comprovada a ação dolosa ou culposa do agente, a ocorrência do dano e
o nexo de causalidade.
(D) Com base no risco da atividade administrativa, a Constituição prevê a responsabilidade objetiva
do Estado, pelos danos que os seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Gabarito

01.D.

Comentário
01. Resposta: D
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

4. Agentes Públicos: regimes jurídicos funcionais; servidores públicos; normas


constitucionais específicas concernentes aos servidores públicos; direitos e
deveres dos servidores públicos; responsabilidades dos servidores públicos;
concurso público; acessibilidade, estabilidade, remuneração e acumulação de
cargos e funções; Poder Disciplinar Administrativo dos Servidores Públicos.

AGENTES PÚBLICOS

Agente público refere-se àquela pessoa física a qual exerce uma função pública, seja qual for esta
modalidade de função (mesário, jurado, funcionário público aprovado em concurso público, etc.).
Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
Administração Indireta.17
Antes da Constituição Federal de 1988 (CF/88), ficavam afastados os que prestavam serviços às
pessoas jurídicas de direito privado instituídas pelo Poder Público (empresas públicas, fundações e
sociedades de economia mista). Importante ser mencionado que hoje o artigo 37 exige a inclusão de
todos eles.
A denominação “agente público” é tratada como gênero do qual são espécies os agentes políticos,
servidores públicos, agentes militares e particulares em colaboração.

17
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018

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Regime jurídico

Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios e regras referentes a direitos,
deveres e demais normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que reúne estas regras é
denominada de Estatuto e o regime jurídico passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário.

Para Medauar18, “Ao se mencionar regime jurídico dos servidores, cogita-se do modo como o
ordenamento disciplina seus vínculos com o Poder Público, quanto a direitos, deveres e vários aspectos
da sua vida funcional”.

No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - há um Estatuto. A
Lei nº 8.112 de 11/12/1990, com suas alterações, estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o
aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais,
ocupantes de cargos públicos.
No âmbito federal, a Lei nº 9.962, de 22.02.2000, disciplina o regime de emprego público da
Administração federal direta, autárquica e fundacional, dispondo que o pessoal admitido para emprego
público terá sua relação de trabalho regida pela CLT (art.1º, caput). Porém, esse regime fica vedado aos
ocupantes de emprego público, os cargos públicos de provimento em comissão, bem como os servidores
regidos pela lei 8.112/90.

Regime Estatutário: É o conjunto de regras que regula a relação jurídica funcional entre o servidor
público estatutário e o Estado. São servidores públicos estatutários tanto os servidores efetivos (aqueles
aprovados em concursos públicos) quanto os servidores comissionados ou de provimento em comissão
(esses cargos detêm natureza de ocupação provisória, caracterizados pela confiança depositada pelos
administradores em seus ocupantes, podendo seus titulares, por conseguinte, ser afastados ad nutum, a
qualquer momento, por conveniência da autoridade nomeante. Não há que se falar em estabilidade em
cargo comissionado).
As regras básicas desse regime devem estar contidas em lei que possui duas características:
1ª) Pluralidade normativa, indicando que os estatutos funcionais são múltiplos.
2º) Natureza da relação jurídica estatutária. Portanto, não tem natureza contratual, haja vista que a
relação é própria do Direito Público.

Regime Trabalhista: É constituído de normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e o
empregado. O regime em tela está amparado na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT - (Decreto-
Lei nº 5.452, de 01/05/43), razão pela qual essa relação jurídica é de natureza contratual.

Regime Especial: Visa disciplinar uma categoria específica de servidores: Os servidores temporários.
A Constituição Federal remeteu para a lei a disposição dos casos de contratação desses servidores.
Os pressupostos do Regime Especial são:
- Determinabilidade temporal da contratação (prazo determinado);
- Temporariedade da função;
- Excepcionalidade do interesse público que obriga o recrutamento.

Espécies

São diversas espécies, como Agentes políticos, Agentes de fato, Agentes militares, Particulares em
colaboração e Servidores públicos. Vamos nos restringir aos Servidores públicos, por ser a espécie
exigida em seu edital.

Servidores públicos: são servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam
serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante
remuneração paga pelos cofres públicos.
Já os servidores públicos em sentido estrito, são aqueles que possuem uma relação com o regime
estatutário, que sejam ocupantes de cargos públicos efetivos ou em comissão e se submetam a regime
jurídico de direito público.
Os servidores públicos, por sua vez, são classificados em:
1. Funcionário público: titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime estatutário.

18
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição,2018.

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2. Empregado público: titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem concurso.
É o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua relação com a Administração Pública decorre
de contrato de trabalho. Possui, então, vínculo de natureza contratual celetista (CLT). Assim, o
Empregado Público é regido pela CLT e o Servidor Público é regido por lei específica - no caso do servidor
público federal, será regido pela Lei 8.112/90.
3. Contratados em caráter temporário: são servidores contratados por um período certo e
determinado, por força de uma situação de excepcional interesse público. Não são nomeados em caráter
efetivo, que tem como qualidade a definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal.
O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou
a acréscimo extraordinário de serviços. O vínculo empregatício do trabalhador temporário não se dá com
a empresa tomadora de serviços, mas sim com a empresa de trabalho temporário.
Essa modalidade de contratação tem como objetivo atender a serviços extraordinários de serviços
(época de Páscoa e Natal), além de atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular
e permanente.
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar expressamente
a causa que enseja sua contratação.
Quanto ao prazo, este não poderá exceder 3 meses, caso seja a mesma empresa tomadora e o mesmo
empregado, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
No aludido instrumento deve constar expressamente o prazo que vigerá o contrato, data de início e
término da prestação de serviço.

Normas constitucionais concernentes à administração pública e aos servidores públicos

CF/88
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos

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Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado
o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou
função na administração pública.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta
e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à
lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos
arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados
como se no exercício estivesse.

SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório
observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos

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para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão
quando a natureza do cargo o exigir.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto
no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da
remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do
§ 4º.

Regime de Previdência
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.
Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro, basta ter no exercício atual um fluxo de caixa de
entrada superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente quando as receitas previdenciárias
superam as despesas com pagamento de benefícios.
Já para se ter equilibro atuarial, deve estar assegurado que o plano de custeio gera receitas não só
atuais, como também futuras e contínuas por tempo indeterminado, em um montante suficiente para
cobrir as respectivas despesas previdenciárias.
Para se manter o equilíbrio financeiro e atuarial é imprescindível que o regime mantenha um fundo
previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais que garantirão o pagamento de benefícios futuros.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados,
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na
forma da lei;
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
Com relação a aposentadoria por idade cabe ainda destacar recente alteração no texto Constitucional
pela Emenda nº 88/2015, onde os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, serão aposentados
compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar (art.40, § 1°, II, da CF).
A Lei Complementar nº 152/2015 foi instituída para regulamentar o novo dispositivo constitucional,
vejamos:

Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,


aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;

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IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de
previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores:
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco;
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação
ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de contribuição é exclusivamente no magistério.
Ou seja, não é possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra atividade e ainda reduzir 5
(cinco) anos. A soma é possível, no entanto, sem a redução de 5 (cinco) anos.

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta


Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
previsto neste artigo.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do
óbito.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria
e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades
sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência
social.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime
geral de previdência social.
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar,

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para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por
intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos
respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°
serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares
de cargos efetivos.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de
permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Direitos e vantagens

Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam: vencimento, indenizações, gratificações,
diárias, adicionais, férias, licenças, concessões e direito de petição.
Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as indenizações são constituídas pela ajuda
de custo, diárias, transporte e auxílio moradia.
Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei nº 8.112/90. É devida ao servidor que
se afastar da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o
exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação
e locomoção urbana.
Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº 8.112/90 que as discrimina, a saber:
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento, gratificação natalina, adicional
pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas, adicional pela prestação de serviço
extraordinário, adicional noturno, adicional de férias, outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
gratificação por encargo de curso ou concurso.

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Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o período aquisitivo (12 meses). Consiste em
um período de 30 dias de descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois períodos, bem como
podem ser parceladas em até três etapas.
Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é concedida por motivo de doença em
pessoa da família, de afastamento do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e para desempenho de mandato
classista.
Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausentar sem ter que arcar com quaisquer
prejuízos. O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão, vejamos: por um dia para
doação de sangue, pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento
eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois dias, por oito dias consecutivos em razão de casamento,
falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda
ou tutela ou irmãos.
Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do direito ou interesse legítimo. É
instrumento utilizado pelo servidor e dirigido à autoridade competente que deve decidir.

Deveres, Proibições e Responsabilidades

Deveres
Os estatutos listam condutas e proibições a serem observadas pelos servidores, configurando, umas
e outras, os seus deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibição de proceder de
forma desidiosa equivale ao dever de exercer com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser
englobados sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que os estatutos arrolam
como proibições.

Os deveres mencionados a seguir não abarcam todos aqueles indicados nos estatutos, pois a atenção
se voltará aos mais genéricos e comuns.

- Dever de Agir: O administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse
poder em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Buscando portanto zelar prelo princípio
da continuidade do serviço. Ex.: O prefeito da cidade “X” não pode deixar de praticar atos de seu dever
funcional (zelar pelo meio ambiente, promover limpeza da cidade, saneamento básico etc.).
- Dever de Probidade: A probidade é um elemento essencial na conduta do agente público necessária
à legitimidade (validade) do ato administrativo. O administrador ao desempenhar suas atividades deve
atuar em consonância (harmonia) com os princípios da moralidade e da honestidade. É um dever pautado
na ética e moral.
Em contrapartida, a improbidade relaciona-se ao ato praticado pelo administrador que importa
enriquecimento ilícito; lesão ao erário; ato decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário e aos atos que atenta contra os princípios da administração pública.
Importante ressaltar que a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos
bens e interesses da coletividade.
- Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos. Ex. a cidade “X” recebe
verba destinado à saúde, sendo assim terá que ter uma prestação de contas por parte do responsável
para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com cirurgias, “Z” com insumos e assim por diante.
- Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional.
- Dever de Urbanidade: Significa19 tratar com educação e respeito os colegas de trabalho e o público
em geral. No local de trabalho, torna-se necessário manter ambiente adequado à realização das
atividades, para que estas não sejam interrompidas ou dificultadas por exasperações emocionais,
grosserias, ofensas verbais ou físicas.
- Dever de Assiduidade: Ligado20 ao adequado desempenho das atribuições do cargo, significa a
imposição, ao servidor, de comparecimento ao local de trabalho, nos dias e horários determinados. Em
geral, inclui-se no dever de assiduidade o de pontualidade.

19
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição,2018.
20
Idem

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Proibições
De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e
fundações públicas federais, ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibições sendo
elas:
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
- recusar fé a documentos públicos;
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
partido político;
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente
até o segundo grau civil;
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;

- participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada,


exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá:
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída
para prestar serviços a seus membros;
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 (8.112), observada a
legislação sobre conflito de interesses.

- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
- praticar usura sob qualquer de suas formas;
- proceder de forma desidiosa;
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho;
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Responsabilidade dos Agentes Públicos


No que diz respeito à responsabilidade dos servidores, podemos dizer que ao exercer funções
públicas, os servidores públicos não estão desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos
públicos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependendo de sua função, cargo ou
emprego.
Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade administrativa, ou seja, enquanto houver
exercício irregular de direito ou de poder a responsabilidade deve estar presente. É uma forma de manter
a soberania e a autenticidade dos órgãos públicos.
Quanto o Estado repara o dano, fica com direito de regresso contra o responsável, isto é, com o direito
de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causou o dano.
Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilidade estatal, configura-se na pretensão
do Estado em buscar do seu agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização à vítima. Nesse aspecto, o direito de
regresso é o direito assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa ou dolo.

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O agente público poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, penal e administrativo.

a) Responsabilidade Civil: Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade


patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a regra geral da responsabilidade civil,
que é de reparar o dano causado a outrem. O órgão público, confirmada a responsabilidade de seus
agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto Maior, é "assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa", descontará nos vencimentos do servidor público,
respeitando os limites mensais, a quantia exata para o ressarcimento do dano.
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade administrativa é apurada em processo
administrativo, assegurando-se ao servidor o contraditório e a ampla defesa. Uma vez constatada a
prática do ilícito administrativo, ficará o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição
de cargo em comissão ou destituição de função comissionada. A penalidade deve sempre ser motivada
pela autoridade competente para sua aplicação, sob pena de ser nula. Na motivação da penalidade,
devem estar presentes os motivos de fato (os atos irregulares praticados pelo servidor) e os motivos de
direito (os dispositivos legais ou regulamentares violados e a penalidade prevista). Se durante a apuração
da responsabilidade administrativa a autoridade competente verificar que o ilícito administrativo também
está capitulada como ilícito penal, deve encaminhar cópia do processo administrativo ao Ministério
Público, que irá mover ação penal contra o servidor
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servidor é a que resulta de uma conduta
tipificada por lei como infração penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade. Muitos dos crimes funcionais estão definidos no Código Penal,
artigos 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a prevaricação etc. Outros estão
previstos em leis especiais federais. A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Criminal.
Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção penal, que pode ser privativa de
liberdade (reclusão ou detenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e valores,
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação
de fim de semana) ou multa (Código Penal, art. 32).
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa da responsabilidade penal do servidor,
só terá reflexo na responsabilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo patrimonial
(ilícito civil).

A responsabilidade administrativa do servidor será afastada se, no processo criminal, o servidor for
absolvido por ter sido declarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, não tenha sido
imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o servidor for absolvido por falta ou insuficiência de
provas, a responsabilidade administrativa não será afastada.

Vejamos alguns julgados sobre o tema:

Desde que o servidor foi absolvido em processo criminal e nenhum resíduo restou sob o aspecto
administrativo, não se justifica a sua demissão (TJSP, in RDP 1 6/249) .

"A absolvição no crime produz efeito na demissão do funcionário desde que não haja resíduo a
amparar o processo administrativo" (STF, in RDA 5 1 / 1 77) .

"Se a decisão absolutória proferida no juízo criminal não deixa resíduo a ser apreciado na instância
administrativa, não há como subsistir a pena disciplinar" (STF, in RDA 123/2 1 6) .

"Se o inquérito administrativo se baseia tão s ó e m fato previsto como crime, a absolvição faz
desaparecer o motivo do procedimento administrativo, se do fato não restou resíduo para a pena
disciplinar" (STF, in RDP 34/ 1 3 1) .

Entretanto, o funcionário poderá ser punido pela Administração se, mesmo com a absolvição na esfera
criminal houver infração administrativa, que é a chamada falta residual, disposta na Súmula 18, do STF.

Súmula 18, do STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é
admissível a punição administrativa do servidor público.

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Questões

01. (IF/BA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016). De acordo com o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, constitui forma de
provimento de cargo público a
(A) nomeação.
(B) chamada.
(C) indicação.
(D) ascensão.
(E) transferência.

02. (IF/BA - Assistente em Administração – FUNRIO/20016). De acordo com o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o retorno do servidor
estável ao cargo anteriormente ocupado é definido como
(A) recondução.
(B) reversão.
(C) readaptação.
(D) promoção.
(E) transferência.

03. (IF/BA - Assistente em Administração – FUNRIO/2016). O regime jurídico dos servidores


públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, estabelece que somente
haverá posse nos casos de provimento de cargo por
(A) seleção simples.
(B) convocação.
(C) nomeação.
(D) reversão.
(E) alocação.

04. (IF/BA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016). Segundo o regime jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a vacância do cargo público
decorrerá, dentre outros motivos, por
(A) nomeação e promoção.
(B) transferência e demissão.
(C) promoção e ascensão.
(D) aposentadoria e nomeação.
(E) exoneração e demissão.

05. (DPE/RJ - Técnico Superior Especializado – Administração - FGV) Pedro, servidor público
estadual do Poder Executivo, foi injustamente demitido por falta grave, após processo administrativo
disciplinar, sendo acusado de receber propina. Pedro buscou assistência jurídica na Defensoria Pública
e, após longo processo judicial, que durou quatro anos, o Poder Judiciário reconheceu que Pedro não
praticara o ato que lhe fora imputado, determinando seu retorno ao serviço, com ressarcimento dos
vencimentos e vantagens, bem como reconhecimento dos direitos ligados ao cargo. O nome dado à forma
de provimento de cargo determinada na decisão judicial é:
(A) nomeação.
(B) retorno.
(C) aproveitamento.
(D) reintegração.
(E) readaptação

Gabarito

01.A / 02.A / 03.C / 04.E / 05.D

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Comentários

01. Resposta: A
Lei nº 8112/1990
Art. 8ºSão formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;

02. Resposta: A
Lei nº 8112/1990
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

03. Resposta: C
Lei nº 8112/1990
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições,
os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
( )
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação

04. Resposta: E
Lei nº 8112/1990
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração
II - demissão

05. Resposta: D
Art. 28, Lei 8112/90 A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Cargo, Emprego e Função Pública

A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo, emprego e função para
designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na Administração. Cumpre, pois,
distingui-las.
Para bem compreender o sentido dessas expressões, é preciso partir da ideia de que na Administração
Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas em três níveis diversos: pessoas
jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e
servidores públicos; estes ocupam cargos, empregos ou exercem funções.

Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta de suas autarquias
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções
específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.
Para Melo21 são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação própria.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios são
distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cargos
criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão de
vencimento ou remuneração.
Criar um cargo é oficializa-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas
competências pode criar um cargo através da lei.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma que, ao
mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há o aproveitamento
de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior.

21
MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.

. 50
1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser efetuada por meio de lei.
O art. 84, VI, “b” da CF traz exceção ao atribuir competência para o Presidente da República para
dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.

Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista e somente podem ser criados
por lei.

Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos servidores.


São espécies:
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente federado.

Acumulação: em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de cargos


ou empregos públicos. Porém, a CF prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que a acumulação
é permitida. Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação só será permitida se
houver compatibilidade de horários e observado o limite máximo de dois cargos.
As hipóteses de acumulação constitucionalmente autorizadas são:
a) a de dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b);
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas
(art. 37, XVI, c);
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III);
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I);
f) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d).

Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efetiva, o exercício das funções para que
foi nomeada, designada ou eleita. O ato da posse determina a concordância e a vontade do sujeito em
entrar no exercício, além de cumprir a exigência regulamentar.

Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desempenho de suas atribuições de trabalho.


A data do efetivo exercício é considerada como o marco inicial para a produção de todos os efeitos
jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para o início do período do estágio probatório, da
contagem do tempo de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a percepção de férias e
outras vantagens remuneratórias.

Cessão Funcional de Servidores: trata-se de ato autorizativo para o exercício de cargo em comissão
ou função de confiança, ou para atender situações previstas em leis específicas, em outro órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem alteração da
lotação no órgão de origem.22
O servidor da Administração Pública Federal Direta, suas autarquias e fundações poderá ser cedido a
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
abarcando as empresas públicas e sociedades de economia mista, seja para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança, podendo atender as situações que tenham previsão em leis específicas
(art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990).
Via de regra, a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
suscitará o ônus da remuneração ao órgão ou entidade cessionária. Já para os outros casos, ou seja,
para a cessão entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal será conservado o ônus
do cedente.
Para se viabilizar a cessão deve-se notar a disponibilidade orçamentária da Administração Pública.
Em nenhuma hipótese a cessão poderá ser considerada efetivação do servidor em órgão para o qual
está cedido, independente do tempo em que ele permanece no órgão. Ainda que o servidor passe um
grande tempo de sua vida funcional cedido, seu vínculo será sempre com órgão de origem, de acordo
com o Decreto 4.050/2001.

22
https://jus.com.br/artigos/21640/cessao-e-requisicao-de-servidor-publico-federal.

. 51
1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
Investidura: é um ato complexo, exigindo, segundo Meirelles23, a manifestação de vontade de mais
de um órgão administrativo – a nomeação é feita pelo Chefe do Executivo; a posse e o exercício são
dados pelo Chefe da Repartição.
O art. 37, I, da CF dispõe que os brasileiros e estrangeiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei terão acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas.
Essa norma é de eficácia contida. Enquanto não há lei regulamentando, não é possível sua aplicação.
A Constituição Federal permitiu o amplo acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas, porém,
excepciona-se a relação trazida pelo § 3.º do art. 12 da CF, que define os cargos privativos de brasileiros
natos:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

O art. 37, inc. II, da CF estabelece que para a investidura em cargo ou emprego público é necessário
a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego.
A exigência de concurso é válida apenas para os cargos de provimento efetivo – aqueles preenchidos
em caráter permanente.
Os cargos preenchidos em caráter temporário não precisam ser precedidos de concurso, pois a
situação excepcional e de temporariedade, que fundamenta sua necessidade, é incompatível com a
criação de um concurso público.
Para os cargos em comissão também não se exige concurso público (art.37, inc. V), desde que as
atribuições sejam de direção, chefia e assessoramento. Esses devem ser preenchidos nas condições e
nos percentuais mínimos previstos em lei.
Para as funções de confiança não se impõe o concurso público, no entanto a mesma norma acima
mencionada estabelece que tal função será exercida exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo.
Durante o prazo do concurso, o aprovado não tem direito adquirido à contratação. Há apenas uma
expectativa de direito em relação a esta.
O art. 37, inc. IV, apenas assegura ao aprovado o direito adquirido de não ser preterido por novos
concursados.

Efetividade, Estabilidade e Vitaliciedade

Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de caráter de permanência, constituindo a
maioria absoluta dos cargos integrantes dos diversos quadros funcionais. Com efeito, se o cargo não é
vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente efetivo. Embora em menor grau que nos cargos
vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda do cargo, segundo
art. 41, §1º, da CF, só poderá ocorrer, depois que adquirirem a estabilidade, se houver sentença judicial
ou processo administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação
negativa de desempenho, como introduzido pela EC nº 19/1998.24

Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanência no serviço após TRÊS anos de
estágio probatório, após os quais só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no
artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF.
Hipóteses:
a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art. 41, §1º, I, da CF);
b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II,
da CF);
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, III, da CF);
23
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
24
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e inativo, desde que as medidas previstas
no art. 169, § 3º, da CF, não surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF).

- Estabilidade e estágio probatório


A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que preencher os requisitos estabelecidos na CF,
que lhe garante a permanência no serviço.
O servidor estabilizado, que tiver seu cargo extinto, não estará fora da Administração Pública, porque
a CF lhe garante estabilidade no serviço e não no cargo. O servidor é colocado em disponibilidade
remunerada, seguindo o disposto no art. 41, § 3.º, da Constituição, com redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19 – a remuneração é proporcional ao tempo de serviço. Antes da emenda, a
remuneração era integral.
O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela lei 8112/90 e consequentemente
nomeado passará por um período de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio probatório
que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para o qual foi nomeado em tais fatores:
a) Assiduidade;
b) Disciplina;
c) Capacidade de iniciativa;
d) Produtividade;
e) Responsabilidade.

ATENÇÃO: atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício para o servidor público
(de forma geral), adquirir estabilidade é o que está previsto na Constituição, que foi alterado após a
Emenda nº 19/98. Embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2 anos, para que o servidor
adquira estabilidade devemos considerar que o correto é o texto inserido na Constituição Federal.
Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas permanecem nos textos legais, mesmo
que na prática não são aplicadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas).
As cortes superiores consideraram os institutos do estágio probatório e da estabilidade
indissociáveis, não havendo sentido na existência de prazo distinto para os dois institutos, concluindo
que o art. 41 da CF é imediatamente aplicável, reafirmando que o prazo para aquisição da estabilidade
é de três anos, durante os quais o servidor encontra-se em estágio probatório, mesmo diante da
previsão do prazo de dois anos constante do art. 20 da Lei nº 8.112/90 (MS 12.523-DF, Rei. Min. Felix
Fischer, j. em 22-4-09). No mesmo sentido, acórdão do STF, n° AI 754802 ED-AgR/DF, rei. Min. Gilmar
Mendes, j. 7-6-11.
Assim, a jurisprudência tem aplicado interpretação harmônica ao direito infraconstitucional
considerando o prazo comum de 3 (três) anos para a garantia da estabilidade nos termos
constitucionais, repercutindo no período de estágio probatório.
"EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO.
PRAZO COMUM DE TRÊS ANOS. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal assentou
entendimento no sentido de que “a Emenda Constitucional 19/1998, que alterou o art. 41 da
Constituição Federal, elevou para três anos o prazo para a aquisição da estabilidade no serviço público
e, por interpretação lógica, o prazo do estágio probatório” (STA 269, Rel. Min. Gilmar Mendes).
Precedentes. 2. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 3. Agravo regimental
a que se nega provimento."

- Requisitos para adquirir estabilidade:


a) estágio probatório de três anos;
b) nomeação em caráter efetivo;
c) aprovação em avaliação especial de desempenho.

Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a maior garantia de permanência a seus
ocupantes. Somente através de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus cargos (art.
95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do vínculo por exclusivo processo administrativo
(salvo no período inicial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade configura-se como
verdadeira prerrogativa para os titulares dos cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de
que é necessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem que sejam sujeitos a pressões
eventuais impostas por determinados grupos de pessoas.25

25
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil:
- Magistrados (Art. 95, I, CF);
- Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF);
- Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).

Por se tratar de prerrogativa de sede constitucional, em função da qual cabe ao Constituinte aferir a
natureza do cargo e da função para atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas
municipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com a garantia da vitaliciedade.
Consequentemente, apenas Emenda à Constituição Federal poderá fazê-lo.26

Questões

01. (TRT 8ª Região - Técnico Judiciário - CESPE/2016) No que diz respeito aos agentes públicos,
assinale a opção correta
(A) Permite-se que os gestores locais do Sistema Único de Saúde admitam agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias por meio de contratação direta.
(B) Não se permite o acesso de estrangeiros não naturalizados a cargos, empregos e funções públicas.
(C) O prazo de validade de qualquer concurso público é de dois anos, prorrogável por igual período.
(D) As funções de confiança somente podem ser exercidas pelos servidores ocupantes de cargo
efetivo.
(E) Como os cargos em comissão destinam-se à atribuição de confiança, não há previsão de
percentual mínimo de preenchimento desses cargos por servidores efetivos.

02. (SUPEL/RO - Engenharia Civil - FUNCAB/2016) Os agentes públicos cujos cargos são providos
por nomeação política, sem concurso público, com atribuições de direção, chefia e assessoramento e que
são passíveis de exoneração imotivada são os:
(A) ocupantes de cargo comissionado.
(B) contratados temporários.
(C) empregados públicos.
(D) agentes honoríficos.
(E) agentes políticos.

03. (IBGE - Analista de Processos Administrativos - FGV/2016) Em matéria de regime jurídico dos
agentes públicos, especificamente quanto aos cargos em comissão e às funções de confiança, a
Constituição da República dispõe que:
(A) ambos são exercidos por cinquenta por cento de servidores de carreira e cinquenta por cento de
pessoas não concursadas com livre nomeação e exoneração;
(B) ambos são exercidos exclusivamente por servidores de carreira e destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(C) os cargos em comissão são providos exclusivamente por pessoas não concursadas, com livre
nomeação e exoneração e para atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(D) as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo;
(E) os cargos em comissão são providos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.

04. (PGFN - Procurador da Fazenda Nacional - ESAF) Sobre os servidores públicos, assinale a
opção incorreta.
(A) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo.
(B) O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.
(C) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
(D) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
(E) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.

26
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
05. (Pref. de Cuiabá/MT - Agente da Saúde - FGV) Após aprovação em concurso público, o servidor
nomeado para o cargo de provimento efetivo só adquire estabilidade depois do estágio probatório, que
corresponde a um período de:
(A) 24 meses.
(B) 30 meses.
(C) 36 meses.
(D) 42 meses.
(E) 48 meses.

06. (TRT/PR - Analista Judiciário - FCC) No que se refere às regras constitucionais aplicáveis à
Administração pública, é VEDADO
(A) promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos sempre na mesma data.
(B) contratar servidor ou pessoal por tempo determinado.
(C) exigir qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações,
para contratar com o Poder Público.
(D) acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, caso haja compatibilidade
de horário.
(E) vincular ou equiparar espécie remuneratória para efeito de remuneração pessoal do serviço
público.

07. (Pref. de Caieiras/SP - Assistente Legislativo - VUNESP) A contratação por tempo determinado
(A) é admitida durante todo o período eleitoral.
(B) é admitida em todas as circunstâncias em que haja interesse público.
(C) depende da discricionariedade e vontade do administrador público.
(D) é admitida para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
(E) não é admitida pela Constituição Federal.

08. (TC/DF - Técnico de Administração - CESPE) No que se refere aos agentes públicos e aos
dispositivos da Lei Complementar n.º 840/2011, julgue os seguintes itens.

Em obediência ao princípio da soberania nacional, os estrangeiros somente poderão ocupar funções


públicas de caráter transitório e sem vínculo estatutário.
( ) Certo ( ) Errado

09. (SEPLAG/MG - Gestor de Transportes e Obras - IBFC) Caio, servidor público, foi eleito para
exercer o mandato eletivo de Vereador. Nessa hipótese, a Constituição da República dispõe que Caio:
(A) Deverá ficar afastado de seu cargo, percebendo cumulativamente as vantagens de seu cargo de
servidor com a remuneração do cargo eletivo.
(B) Deverá perceber somente a remuneração do cargo de Vereador, pois não lhe é permitido optar a
remuneração que pretende receber, se houver incompatibilidade de horários.
(C) Perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, desde que
haja compatibilidade de horários.
(D) Será imediatamente afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração,
independentemente da possibilidade de cumular o exercício das duas funções.

10. (DPE/MS - Defensor Público - VUNESP) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
(A) aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
na forma da lei.
(B) aos brasileiros e aos estrangeiros, igualmente, nos termos específicos previstos nas leis de cada
ente federativo.
(C) aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei, excluindo-se qualquer forma de
acesso por estrangeiros.
(D) aos brasileiros que preencham os requisitos legais e aos estrangeiros, se houver reciprocidade em
favor dos brasileiros no exterior.

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1538172 E-book gerado especialmente para DENIS AVELINO DE OLIVEIRA
11 (CEASA/CAMPINAS - Advogado - SHDIAS) Entre os princípios e regras constitucionais aplicáveis
aos servidores públicos, é CORRETO afirmar:
(A) Pela Constituição Federal, não há impedimento à Administração que, durante o prazo de validade
de um concurso de ingresso no serviço público, outro seja aberto, levado a efeito e classificados os
aprovados.
(B) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos em lei e aos estrangeiros naturalizados, na forma da lei.
(C) O concurso restrito ou interno somente tem respaldo constitucional quando utilizado para elevação
de servidores na carreira ou para ascensão funcional, na forma da lei.
(D) A Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional 19/98 estipulou como prazo de
validade do concurso o prazo de dois anos, não podendo ser inferior a tal período.

12. (Câmara Municipal/RJ - Analista Legislativo – Pref. do Rio de Janeiro) O regime jurídico
funcional que visa disciplinar a categoria dos servidores temporários denomina- se:
(A) regime especial
(B) regime jurídico único
(C) regime jurídico híbrido
(D) regime trabalhista

13. (SC/CE - Analista de Desenvolvimento Urbano - FUNCAB) A respeito do regime jurídico dos
servidores públicos, é correto afirmar:
(A) Os cargos em comissão, de ocupação transitória, são de livre nomeação e exoneração.
(B) Somente podem ser contratados sob o regime estatutário.
(C) Seus litígios com a Administração Pública serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, tanto no caso
de emprego, quanto no de cargo público.
(D) Os servidores temporários possuem vínculo trabalhista obrigatoriamente disciplinado pela CLT.
(E) Inexiste vedação ao chamado nepotismo cruzado.

14. (HEMOBRÁS - Analista de Gestão Administrativa - CESPE) Julgue os itens a seguir acerca dos
servidores públicos.

A criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções públicas é competência do


presidente da República, realizada por intermédio de decretos.
( ) Certo ( ) Errado

15. (FNDE - Técnico em Financiamento - CESPE) Com relação a agente público, cargo e emprego
público, julgue os itens subsequentes.

Como regra, a criação, a transformação e a extinção de cargos, empregos e funções públicas somente
podem ocorrer por lei.
( ) Certo ( ) Errado

16. (Câmara Legislativa do Distrito Federal – FCC/2018) O conceito de agente público na extensão
a este atualmente conferida pela Constituição da República, predica que:
(A) os militares, a partir da edição da Emenda Constitucional n° 20/98, não mais se enquadram na
definição de agentes públicos, sujeitos que estão a regime jurídico próprio, diverso dos servidores
públicos.
(B) os particulares que atuam em colaboração com a Administração, tais como aqueles convocados
para prestação de serviço eleitoral, são agentes públicos, na medida em que exercem função pública,
embora não se enquadrem na categoria de agente administrativo.
(C) são considerados agentes administrativos apenas os detentores de mandato eletivo e seus
auxiliares diretos, também denominados agentes políticos, diversamente dos agentes públicos que detém
vínculo funcional com a Administração, denominados servidores públicos.
(D) os ocupantes de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, assim como os temporários
e os empregados públicos são considerados agentes administrativos, em contraposição aos ocupantes
de cargo efetivo, cuja natureza do vínculo confere apenas a estes últimos a condição de agentes públicos.
(E) os agentes políticos ocupantes de cargo efetivo provido por meio de mandato eletivo não são
considerados servidores públicos para fins previdenciários, embora se enquadrem na categoria de
agentes administrativos.

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Gabarito

01.D / 02.A / 03.D / 04.B / 05.C / 06.E / 07.D / 08.Errado / 09.C / 10.A / 11.A / 12.A / 13.A / 14.Errado /
15.Certo / 16.B

Comentários

01. Resposta: D
Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

02. Resposta: A
CF/88
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

03. Resposta: D
Conhecidos popularmente como “cargos de confiança”, os cargos em comissão ou comissionados
estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, da CF). Qualquer outra
atribuição de função a comissionados – e que não envolva direção, chefia ou assessoramento – deve ser
considerada como inconstitucional.
Tais cargos são acessíveis sem concurso público, mas providos por nomeação política. De igual modo,
a exoneração é ad nutum, podendo os comissionados ser desligados do cargo imotivadamente, sem
necessidade de garantir contraditório, ampla defesa e direito ao devido processo legal.

04. Resposta: B
Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

05. Resposta: C
Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Muita atenção: Embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 24 meses para que o servidor
adquira estabilidade devemos considerar que o correto é o texto inserido na Constituição Federal. Como
não houve uma revogação expressa de tais normas elas permanecem nos textos legais, mesmo que na
prática não são aplicadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas). A justificativa?
Eis um prazo previsto na Constituição Federal, nossa Lei Maior.

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06. Resposta: E
CF/88
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.

07. Resposta: D
Art. 37 da CF: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;

08. Resposta: Errado


Valendo-se do que está disciplinado no artigo 37, inciso I, da Constituição Federal, a questão de fato
está errada, Vejamos:
Art. 37, I, CF – Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

09. Resposta: C
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

10. Resposta: A
Art. 37 I, CF os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

11. Resposta: A
a) CORRETO. A CF não veda a realização de novo concurso, porém deve ser observado o disposto
no art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
b) ERRADO. Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) ERRADO.
d) ERRADO. Art. 37, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período.

12. Resposta: A
Hely Lopes Meirelles ensina que “os contratados por prazo determinado são os servidores públicos
submetidos ao regime jurídico administrativo especial da lei prevista no art. 37, IX, da Carta Magna, bem
como ao regime geral de previdência social.”

13. Resposta: A
Artigo 37, II CF - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração.

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14. Resposta: Errado
Constituição Federal
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento
de sua remuneração.

15. Resposta: Certo


Constituição Federal
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o art. 84, VI, b;

16.Resposta:B
Particulares em colaboração: os particulares em colaboração com a Administração constituem uma
classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São
agentes públicos, mas não integram a Administração e não perdem a característica de particulares.
Exemplos: jurados, recrutados para o serviço militar, mesário de eleição.

Prezado candidato, quanto ao Poder Disciplinar dos Servidores Públicos, estudamos, na íntegra, no
tópico “2. Poderes e Deveres dos Administradores; uso e abuso de Poder. Poder Hierárquico e
Poder Disciplinar. Poder de Polícia Administrativa: conceito; competência; Poder de Polícia
originário e delegado; fundamentos; finalidade; atuação da administração; limites; características;
legitimidade e sanções.”

5. Lei de Improbidade Administrativa - LIA (Lei Federal nº 8429, de 02 de junho de


1992).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Quando se fala em probidade administrativa deve-se ter em mente a observância dos princípios éticos,
como boa-fé, lealdade e princípios que configuram uma boa administração.
A improbidade administrativa é a falta de probidade do servidor no exercício de suas funções ou de
governantes no desempenho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade administrativa
importam a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento do Erário (patrimônio da administração), na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
Com a inclusão do princípio da moralidade administrativa no texto constitucional houve um reflexo da
preocupação com a ética na Administração Pública, para evitar a corrupção de servidores.
A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º, da Constituição Federal, e no plano
infraconstitucional pela Lei Federal Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional.”

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte;
[...]
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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A lei 8.429/92 pune os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração. Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Contudo, a lei também poderá ser
aplicada, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser divididos em quatro espécies:
1. Ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9º)
2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário (art. 10)
3) Ato de improbidade administrativa decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário (art. 10-A)
4) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública (art. 11).

Antes de adentrarmos na LIA (lei de improbidade administrativa) vamos fazer um mapeamento para
facilitar nos estudos. Os sujeitos (ativos e passivos arts. 1º a 3º), os atos de improbidade (arts. 9º, 10, 10A
e 11), as penas cabíveis (art. 12), quando estabelece norma sobre o direito de representação (art. 14),
quando prevê ilícito penal (art. 19) e quando estabelece normas sobre prescrição para propositura de
ação judicial (art. 23).

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 199227.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte lei:

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos
que lhe são afetos.

27
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8429.htm - acesso em 22/01/2019

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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou
de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
valores acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público,
para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de
bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior
ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou
a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa
sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente
público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

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Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço
inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; (Vide Lei nº 13.019, de
2014)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária,
ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a
entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014).
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

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Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A.Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar
ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração
Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014).
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015).
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a
prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art.
24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018).

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
V - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

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Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano
causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente. (Regulamento) (Regulamento)
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso,
abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o
exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à
Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2°
deste artigo.

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do
representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não
contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos
que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos
regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho
de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento,
designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público
ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens
do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código
de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do
ressarcimento do patrimônio público.

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§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o
disposto no § 3o do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal
da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a
18 do Código de Processo Civil.
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro
do prazo de quinze dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a
ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação
da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante
que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016).

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor
da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento
do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a
medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho
de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14,
poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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CAPÍTULO VII
Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de
1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

FERNANDO COLLOR
Atenção
A banca ao questionar as penalidades imposta aos agentes públicos pela LIA (lei de improbidade
administrativa) por vezes incluíam nas alternativas a pena de reclusão ou mesmo pagamento de multa
penal, mas lembrando pessoal que nas penalidades disposta na lei de improbidade administrativa (lei
8.429/92) não existe RECLUSÃO e nem o PAGAMENTO DE MULTA PENAL.

Questões

01. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC/2017). Considere a seguinte situação
hipotética: Beatriz, servidora pública do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, está sendo processada
pela prática de ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito. Cumpre salientar que o Ministério Público
Federal, na petição inicial da ação de improbidade, afastou a ocorrência de prejuízo ao erário. Nos termos
da Lei n° 8.429/1992,
(A) a medida de indisponibilidade de bens não é cabível, tendo em vista a modalidade de ato ímprobo
praticado e a inexistência de prejuízo ao erário.
(B) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor estará sujeito às cominações da Lei de
Improbidade Administrativa, que, excepcionalmente, poderá ultrapassar o valor da herança.
(C) a medida de indisponibilidade de bens é cabível, no entanto, recairá somente sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
(D) Beatriz é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação de improbidade, por não figurar no
rol de agentes públicos sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Administrativa.
(E) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor não responderá por qualquer sanção, tendo
em vista a modalidade de ato ímprobo praticado.

02. (PC/GO - Delegado de Polícia Substituto – CESPE/2017). Em relação à improbidade


administrativa, assinale a opção correta.
(A) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer que seja
a tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.
(B) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso de
maquinário da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos
direitos políticos por período de cinco a oito anos.
(C) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio com
agente público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido
alguma vantagem pessoal.

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(D) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir vantagem
patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade, mesmo que de forma
culposa.
(E) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e reiterada, deixar
de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração,
conforme a gravidade do fato.

03. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017). É ato de improbidade administrativa


que causa prejuízo ao erário:
(A) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza.
(B) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado.
(C) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo.
(D) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
(E) conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie.

04. (MPE/RS - Secretário de Diligências – MPE-RS/2017). Tocante ao Procedimento Administrativo


e ao Processo Judicial previstos na Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), assinale a
alternativa correta.
(A) Somente servidor público que tiver conhecimento acerca da prática de eventual ato de improbidade
administrativa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação.
(B) A rejeição da representação impede o oferecimento de representação ao Ministério Público a
respeito do mesmo fato.
(C) Nas ações de improbidade, havendo condenação do demandado à reparação de danos, poderá
ser admitido o perdão judicial.
(D) Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação do réu para o
oferecimento de contestação.
(E) Autuada a inicial, o juiz ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito,
no prazo de 15 (quinze) dias.

05. (SEDF - Professor – Direito – Quadrix/2017). Acerca do Direito Administrativo, julgue o item a
seguir.
As normas que descrevem os atos de improbidade administrativa são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

( ) Certo ( ) Errado

06. (TJ/MT - Técnico Judiciário – UFMT/2016). De acordo com a Lei n.º 8.429, de 02 de junho de
1992, são atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública:
(A) Permitir a aquisição de bem por preço superior ao de mercado; Ordenar a realização de despesas
não autorizadas em lei ou regulamento.
(B) Perceber vantagem econômica indireta, para facilitar a alienação de bem público; Receber
vantagem econômica direta, de qualquer natureza, para tolerar a exploração de jogos de azar.
(C) Qualquer ação dolosa que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação dos bens do Poder
Legislativo Municipal; Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
mandato de governador de Estado.
(D) Negar publicidade aos atos oficiais; Frustrar a licitude de concurso público.

07. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar – FUNCAB/2016). Sobre o tema da


improbidade administrativa, e de acordo com a Lei n° 8.429/1992, assinale a alternativa correta.
(A) Somente os agentes públicos de nível hierárquico superior são obrigados a observar os princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

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(B) A lei n° 8.429/1992 se aplica somente aos agentes públicos que induzam ou concorram para a
prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma.
(C) No caso de enriquecimento ilícito, tanto o agente público quanto o terceiro beneficiário perderão
os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
(D) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está
sujeito às penalidades da lei de improbidade administrativa.
(E) Não haverá ressarcimento integral do dano causado ao patrimônio público nos casos de omissão,
seja ela dolosa ou culposa.

08. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016). De acordo com a


Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre os atos de improbidade administrativa, a prescrição para a pretensão
de aplicação aos agentes das sanções pessoais pela prática de ato de improbidade ocorre em:
(A) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário;
(B) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível;
(C) cinco anos após o término do exercício de mandato eletivo e dois anos após o fim da investidura
de cargo em comissão ou de função de confiança;
(D) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário;
(E) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível.

09. (Prefeitura de Barbacena/MG - Advogado – FCM/2016). No tocante à Lei n.º 8.429/92, sobre
improbidade administrativa:
(A) As sanções, previstas na Lei de Improbidade Administrativa, são privativamente de caráter penal.
(B) A ocorrência de prejuízo ao erário é uma condição precípua para a configuração de improbidade
administrativa.
(C) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória.
(D) As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei devem ser propostas no
máximo até o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sob
pena de prescrição.

10. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016). Constituem atos de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, exceto:
(A) Frustrar a ilicitude de concurso público.
(B) Deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo.
(C) Negar a publicidade dos atos oficiais.
(D) Retardar, ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício.

Gabarito
01. C/ 02. E/ 03. E/ 04. E/ 05. Certo/ 06. D/ 07. C/
08. E/ 09. C/ 10. A

Comentários

01. Resposta: C
Lei nº 8429/92
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público,
para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

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02. Resposta: E
Lei nº 8429/92
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato
( )
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

03. Resposta: E
Lei nº 8429/92
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
()
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie.

04. Resposta: E
Lei nº 8429/92
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
( )
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro
do prazo de quinze dias.

05. Resposta: certo


Lei nº 8429/92
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

06. Resposta: D
Lei nº 8429/92
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
( )
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público.

07. Resposta: C
Lei nº 8429/92
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
valores acrescidos ao seu patrimônio.

08. Resposta: E
Lei nº 8429/92
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança.

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09. Resposta: C
Lei nº 8429/92
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.

10. Resposta: A
Lei nº 8429/92
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
( )
V - frustrar a licitude de concurso público.

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