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Controle de Constitucionalidade
Prof. Frederico Dias
Controle de
Constitucionalidade
ProfessorFrederico Dias
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Sintetizando:
Item certo.
6. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O sistema jurisdicional
instituído com a CF, influenciado pelo constitucionalismo norte-americano,
acolheu exclusivamente o critério de controle de constitucionalidade difuso,
ou seja, por via de exceção.
Realmente nosso controle de constitucionalidade é influenciado pelo sistema
norte-americano. Afinal, inicialmente, nosso sistema de controle ocorria
exclusivamente na via de exceção. Todavia, atualmente, dispomos também do
controle abstrato, em que a constitucionalidade da lei é analisado em tese, sem
relação com um caso concreto.
Item errado.
7. (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) As decisões
definitivas de mérito proferidas pelo STF, nas ações declaratórias de
constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, Poder Legislativo e à
administração pública direta e indireta, em todas as esferas.
De acordo com o art. 102, § 2º da CF/88, as decisões de mérito do STF na Ação
Declaratória de Constitucionalidade – ADC produzirão:
I) eficácia contra todos ou erga omnes (na medida em que alcança a todos,
não apenas as partes de um determinado processo); e
II)efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, distrital
Então, a expressão ―no todo ou em parte‖ quer dizer que o Senado Federal
deve seguir a decisão do STF, tendo a Corte pronunciado a
inconstitucionalidade total ou parcial da norma.
Enfim, a suspensão pelo Senado Federal poderá se dar em relação a leis
federais, estaduais, distritais ou municipais, desde que tenham sido declaradas
inconstitucionais pelo STF, de modo incidental.
Vejamos alguns detalhes concernentes a essa competência do Senado:
I) o exercício dessa competência é facultativo; ou seja, o Senado não está
obrigado a suspender a execução da lei;
II) não há prazo para que o Senado possa suspender a execução da lei; mas,
suspensa a lei, o Senado não poderá voltar atrás (a decisão é irretratável);
III) a espécie normativa utilizada é a resolução; e ela também está sujeita a
controle de constitucionalidade normalmente.
Item errado.
19. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) A suspensão de lei considerada
inconstitucional em controle difuso, de regra, acarreta efeitos extunc. Tais
efeitos atingem somente as partes do processo. Todavia, se o Senado
Federal, por resolução, usar a prerrogativa constante do art. 52, X, da CF,
qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por
inconstitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada
pela maioria absoluta do pleno do tribunal, os efeitos serão erga omnes,
porém valerão a partir do momento em que a resolução do Senado Federal
for publicada na imprensa oficial.
A ampliação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade por parte do
Senado faz com que uma decisão que, inicialmente, era inter partes passe a
alcançar a todos, ganhando eficácia erga omnes.
Entretanto, sempre foi grande a controvérsia sobre os efeitos temporais dessa
decisão do Senado. Ela retroage, alcançando fatos passados (extunc)? Ou não,
só vale para o futuro (ex nunc)?
Segundo o STF, os efeitos da suspensão da norma pelo Senado são para frente
(ex nunc). Portanto, a questão está correta.
Cabe mencionar que, exclusivamente no âmbito da Administração Pública
Federal direta e indireta, tais efeitos são retroativos ou extunc, por força do que
determina o Decreto 2.346/97.
Item certo.
Sintetizando:
É dizer: para o Governador do DF ter interesse de agir nessa ação, ele deve
demonstrar que a lei afeta de algum modo os interesses do Distrito Federal.
Assim, pode ser até uma lei editada em São Paulo, desde que a referida lei
esteja afetando os interesses do DF. No caso da questão, está bem clara essa
hipótese, tendo em vista que a lei afeta comerciantes instalados no DF.
Vale lembrar quais são os legitimados especiais: os governadores, as
confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional, e as Mesas
de Assembléias Legislativas ou a Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Lembre-se ainda que os legitimados universais não sofrem restrição quanto à
interposição de ADI no Supremo, pois podem propor a ação independentemente
do assunto sobre o qual trate a norma, desde que ela esteja entre os objetos da
ADI.
São legitimados universais: o Presidente da República, a Mesa do Senado
Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; o Procurador-Geral da República; o
Conselho Federal da OAB; e os partidos políticos com representação no
Congresso Nacional.
Item errado.
24. (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Nenhum órgão fracionário de tribunal
dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos emanados do poder público, visto tratar-se de prerrogativa
jurisdicional atribuída, exclusivamente, ao plenário dos tribunais ou ao
órgão especial, onde houver.
O princípio da reserva de plenário (CF, art. 97) exige que a declaração de
inconstitucionalidade seja feita pela maioria absoluta dos votos do plenário do
tribunal, ou de seu órgão especial, se houver.
Sendo assim, os órgãos fracionários (turmas, câmaras) não podem declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Portanto, correta a questão.
Alguns detalhes sobre a reserva de plenário:
I) se já houver decisão do plenário, do órgão especial ou mesmo do STF sobre a
inconstitucionalidade da lei cria-se, digamos, um precedente; e não precisará
mais o tribunal respeitar a reserva de plenário, sendo possível que seja apenas
seguida aquela decisão anterior (é dizer, a reserva de plenário é aplicável
apenas à primeira análise sobre a inconstitucionalidade de uma norma);
II) a reserva de plenário é regra aplicável à declaração de
inconstitucionalidade, ou seja, não obriga as decisões sobre a recepção ou
revogação do direito pré-constitucional;
III) por fim, cabe observar que a reserva de plenário aplica-se aos tribunais
(tanto no controle abstrato, quanto no incidental, e se aplica também aos
tribunais de contas); portanto, não veda que um juiz que atue na primeira
instância declare incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei.
Item certo.
Por hoje é só! No próximo artigo, veremos alguns detalhes bastante avançados
sobre esse assunto.
Abraços e bons estudos!
Frederico Dias