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APOSTILA
EMPREENDEDORISMO
Prof. MSc. Adilson Rocha
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FACENS
Faculdade de Engenharia de Sorocaba
Tal como foi nos tempos primitivos, quando o homem das cavernas descobriu como
moldar o barro, trabalhando a argila e fabricando os primeiros utensílios de cerâmica, a ação
empreendedora do homem lhe possibilitou intervir, transformar e dominar o meio ambiente
criando e inovando, avançando sempre na busca de novos patamares de produção, de
melhores níveis de qualidade de vida.
Quem decide criar uma empresa, tem importância vital para a nossa sociedade, pois
são grandes os desafios, como o aumento da produção de alimentos, a construção de
habitações, a fabricação de medicamentos, a implantação de infra-estrutura de saneamento e
transportes, entre tantas outras propriedades. Superá-los requer a ação decisiva de
empreendedores dispostos a capitanear empresas industriais, comerciais e de serviços.
informações, pode achar estranho ter de se preocupar com a qualidade dos produtos ou
serviços de uma empresa que ainda nem foi criada, mas torna-se mais fácil tê-la quando é
considerada como ponto de partida de qualquer empreendimento nascente e não como
objetivo distante a ser perseguido.
A visão que o cliente tem de suas necessidades e de seus direitos é sempre um desafio
para empresas instaladas e em fase de criação. Sabe-se que uma empresa só sobrevive se tiver
um mercado, ou seja, uma clientela que busca e adquire seus produtos ou serviços (foco no
cliente). A competição acirrada e a abertura das importações propiciam aos clientes muitas
opções de escolha pela livre e variada oferta de produtos e serviços disponíveis.
A responsabilidade ética e social pela qualidade dos produtos, pela melhoria de vida
dos empregados, pela preservação do meio ambiente em que a empresa se insere, são
componentes e preocupações presentes na opinião pública e que mostram a valorização desta
postura empresarial solidária.
São grandes os desafios e as perspectivas que o novo contexto mundial oferece aos
empreendedores. Por esta razão, atualmente, a ação empreendedora, antes de ser iniciada,
requer um exercício de planejamento minucioso. A decisão de tornar-se um empresário
precisa ser considerada como um projeto de vida profissional. Sendo uma decisão sobre vida
futura, há duas alternativas e tem-se, mais cedo ou mais tarde, de optar por uma delas:
empregado ou empreendedor. Para a vivência do processo de tomada de decisão quanto a
criar ou não a empresa, deve-se refletir sobre alguns fatores ambientais que condicionam a
ação empreendedora.
O acirramento da competição entre empresas faz com que elas estejam continuamente
revendo sua dimensão, seus produtos e processos operacionais, criando instabilidade na sua
força de trabalho. A oferta de novos postos de emprego passou a ser mais escassa e o emprego
existente já não é mais tão seguro para o seu ocupante.
Pela natureza da ação de interferir no seu meio ambiente, o empreendedor está sozinho
para assumir a responsabilidade de enfrentar a desconfiança de um investidor, que seja um
sócio capitalista ou o gerente do banco. O futuro empreendedor precisa acreditar firmemente
no planejamento do negócio para poder superar por si mesmo estes primeiros obstáculos. Pela
ação de criar uma empresa, fortalece-se a livre concorrência, gerando empregos, arrecadando
impostos e, principalmente, auferindo os lucros que remuneram o próprio trabalho.
Para planejar a sua futura empresa, é preciso ter informações diversas sobre
oportunidades de mercado, futuros clientes, custos e preços, tributos e taxas, custos de
abertura e de legalização da nova empresa, concorrentes, fornecedores e linhas de
financiamento, entre outras.
Se, por um lado, pode-se questionar quais as perspectivas de uma nova empresa,
criada neste contexto de economia globalizada, por outro é preciso enfrentar a escassez de
empregos promissores e seguros. Assim, a tendência é de que cada vez mais pessoas tenham
que gerar suas próprias oportunidades de trabalho.
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Outro aspecto do Plano de Negócio é que ele passa a ser um instrumento de análise
permanente da situação do negócio, não só na fase de criação do empreendimento, como
também nas fases de “decolagem” e de consolidação da empresa. Portanto, O Plano de
Negócio não tem um caráter estático, mas, sim, dinâmico, acompanhando a evolução do
ambiente externo do negócio e do próprio Mercado em se situa.
Nesta visão ampliada, o Plano de Negócio passa a ter três funções principais:
Para ilustrar este aspecto, conta-se uma história ocorrida em uma agência de um banco
americano. Ao procurar o gerente para obter um empréstimo a fim de iniciar seu negócio, um
empreendedor ouviu dele: “Não ouço muito bem, mas leio muito bem. Traga-me seu Plano de
Negócio primeiro; depois, nós podemos conversar.”
2.2 - Utilidade
• Estimula-o a ver sua idéia evoluindo, à medida que o Plano de Negócio vai
avançando etapas: isto permite que suas idéias iniciais sobre o negócio e que até, se
for o caso, mude de idéia quando verificar, por meio do Plano, que o negócio
apresenta características fora do seu alcance, como falta de conhecimento técnico
sobre a atividade desejada; investimento inicial bastante superior ao disponível;
mercado potencial do produto ou serviço mais restrito do que se supunha, entre
outras situações.
O Plano de Negócio também é útil para outras pessoas ou entidades que podem apoiar
o empreendedor na fase inicial e/ou na “decolagem” do empreendimento.
Há utilidade deste planejamento prévio:
• Para os consultores e órgãos de apoio, cujos serviços podem ser solicitados pelo
empreendedor, os quais, a partir do Plano de Negócio, estarão em melhores
condições de orientá-lo, mostrado-lhe os caminhos a seguir ou comprando o Plano
de Negócio apresentado com outras idéias ou Planos. Assim, o empreendedor
poderá estimar o custo de oportunidade de sua idéia, ou seja, quanto “estou
deixando de ganhar em outra alternativa de investimento”.
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2.3 - Estrutura
Para cumprir esta ampla gama de análise e funções, o Plano de Negócio deve ter uma
estrutura seqüenciada e lógica, que permita ao empreendedor planejar o seu próprio esforço
pessoal para elaboração dos estudos necessários: levantamento de dados, análise das
informações, consultas a terceiros, decisões a serem tomadas, entre outras ações.
SUMÁRIO EXECUTIVO
Busca oportunidades de negócios é exatamente o oposto de aguardar que alguém apareça com
as “dicas” de quais são os “negócios do momento”. Buscar oportunidades de negócios é envolver-se
inteiramente num processo de descoberta dos melhores caminhos para a concretização de
empreendimentos que tenham possibilidades de sucesso, devido a uma série de fatores.
2 - A definição do negócio
Este é um item estratégico do Plano de Negócio, pois dele dependerá todo o detalhamento dos
outros tópicos do Plano. O empreendedor definirá as necessidades da clientela-alvo; os possíveis
grupos de clientes e as formas de atendimento daquelas necessidades dos clientes visados.
- os grupos de clientes: Quem são os clientes que demandam solução para aquelas necessidades ?
- a forma de atendimento das necessidades dos clientes: Que tecnologia ou processo operacional deve
ser utilizado para satisfazer as necessidades dos clientes ?
3 - O estudo do mercado
o - o estudo dos fornecedores: análise das empresas que fornecem produtos e serviços - entre
outros, sistema de vendas e de distribuição; políticas de preços e de cobrança; qualidade dos
produtos e serviços. O objetivo é possibilitar ao empreendedor a avaliação comparativa de
seus potenciais fornecedores e, a partir de certos critérios, definir uma classificação dos
mesmos para orientar o processo de compras ou, se for o caso, de terceirização de atividades.
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Deve, também, ser feita a análise técnica dos equipamentos, máquinas, material de consumo e
serviços técnicos necessários ao processo operacional.
o Projeção do fluxo de caixa: previsão das entradas e saídas de caixa ao longo de um período
determinado, visando orientar a gestão financeira da empresa;
o Estrutura dos custos e formação do preço de venda: o empreendedor avaliará os custos fixos e
custos variáveis da empresa, o que possibilitará formar os preços dos produtos ou serviços e
desenvolver controles gerenciais para medição de custos e de produtividade.
Após desenvolver o estudo das três partes do Plano de Negócio, o empreendedor deverá
elaborar uma Conclusão sobre o seu projeto: definir a estratégia competitiva do negócio, com a
preocupação de orientar as principais decisões estratégicas para entrar no Mercado - política de preço,
de distribuição, de propaganda e promoção, de parcerias com outras empresas, de atração e
manutenção das pessoas que comporão a equipe inicial, entre outras decisões.
2.4 - Recomendações
o Equilibrar tanto o interesse próprio quanto o de terceiros. É preciso ter atenção, sobretudo,
quando vai-se depender do apoio financeiro de outros agentes (sócios, investidores ou Bancos)
para não se enfocar demasiadamente certos aspectos do negócio, visando torná-lo mais
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o Determinar um prazo para conclusão dos estudos: se este tempo não for bem dimensionado, os
fatos podem atropelar os estudos para criação da nova empresa, levando o empreendedor a
tomar decisões precipitadas e equivocadas; por exemplo, alugar o primeiro imóvel que
agradou pela localização e pelo custo, sem saber antes se o local é o ideal, de acordo com o
estudo dos aspectos técnicos do negócio.
o Fazer, dentro de um prazo determinado, uma agenda de trabalho, na qual estejam previstas as
datas de início e de término de cada etapa, considerando que algumas precisam ser acabadas
para outras serem iniciadas.
o Incluir na agenda a lista das Entidades e profissionais a serem consultados, de acordo com a
natureza das informações que ser ter.
o Dar extensão adequada ao Plano, em relação ao conteúdo e aos anexos, não resumindo muito,
a ponto de não permitir à clarificação de cada um dos aspectos estudados, mas, também, não
sendo excessivamente detalhista, pois tenderá a tornar o texto prolixo, com informações
repetidas.
No dia-a-dia de uma empresa, dois tipos de decisões são tomadas pelos seus dirigentes:
O investimento inicial será efetuado apenas com recursos próprios ou parte será financiada
com recursos de terceiros ? A que custos e em que condições ?
Qual será o nível inicial da capacidade operacional ?
Quanto ao Mercado, a empresa estará presente em apenas um segmento ou em todos os
Nichos identificados no Plano de Negócio ?
A empresa desenvolverá parcerias com outras empresas (fornecedores, concorrentes e até
clientes) ou verticalizará todas as etapas do processo operacional ?
A empresa investirá fortemente em promoção e propaganda na fase inicial de lançamento
dos seus produtos ou serviços ou aguardará a reação do Mercado para investir em
marketing ?
A política de preços seguirá o comportamento do Mercado ou será baseada na formação do
preço a partir dos custos operacionais ?
A gestão dos negócios e das atividades operacionais será desenvolvida de uma forma
participativa, envolvendo os empregados ou se adotará postura inicial de centralização das
decisões, para melhor dominar as características do negócio ?
Estas outras decisões estratégicas devem ser tomadas pelos empreendedores que, para
tanto, podem aconselhar-se com terceiros, pois ainda não formaram a equipe inicial de
trabalho. À medida que esta vai sendo formada, é importante envolvê-la desde o início nas
decisões estratégicas, principalmente aqueles membros que ocuparão as funções mais
importantes da empresa.
Para que o empreendedor defina eficazmente as estratégias que adotará nos vários
aspectos do novo negócio (mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional), ele
deve desenvolver um processo de análise e de decisão por meio do qual escolherá as opções
que orientarão o desenvolvimento nos primeiros anos de atuação.
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Este processo deve ser o mais estruturado possível para permitir que o empreendedor
escolha a melhor opção estratégica para cada um dos aspectos do empreendimento, e que os
inter-relacione; por exemplo: uma estratégia na área mercadológica (investimento em
promoção para lançamento do produto ou serviço) implica em uma estratégia definida para a
área financeira (quanto, quando e onde investir). Assim, quanto melhor estruturado estiver o
processo de decisão estratégica, mais coerentes e seguras serão as ações decorrentes daquelas
decisões.
Quais os pontos fortes dos concorrentes que exigirão maior atenção na implantação do
novo negócio (localização, preço, atendimento, qualidade) ? Quanto aos pontos fracos dos
concorrentes: em que aspecto o novo negócio poderá superá-los ?
produto/serviço;
preço;
comunicação - propaganda e promoção;
distribuição.
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Produto/serviço
Neste momento, não se trata mais da opção pelo produto/serviço a ser lançado: tal
decisão já foi tomada, embasando a elaboração do Plano de Negócio. Cabe agora definir:
variedade de modelos para atender necessidades diferenciadas da clientela-alvo;
características técnicas do produto; aspectos de embalagem e logística, visando
funcionalidade e baixo custo; nível de qualidade para garantia da satisfação da clientela, entre
outros aspectos.
Preço
É neste item que pode estar grande parte do sucesso inicial de um novo
empreendimento: não basta apenas investir em comunicação: é preciso investir bem. O
empreendedor deverá avaliar as opções de propaganda e de promoção, bem como outras
possibilidades de comunicação: publicidade, relações públicas, marketing direto e outros,
definindo o melhor meio para atingir o cliente-alvo - mídia imprensa falada, eletrônica e
outras. Finalmente, o empreendedor deve considerar se a venda pessoal é uma força de
vendas, se esta é uma opção adequada a seu empreendimento e se o ajuda a atingir as metas
fixadas.
Distribuição
Estas são as principais questões estratégicas sobre as distribuição que se colocam para
decisão do empreendedor: quais os canais de distribuição que serão utilizados inicialmente ?
Quais as implicações desses canais na relação da empresa com seus fornecedores e clientes ?
A empresa investirá em um canal próprio de distribuição ou dependerá de terceiros ? É
possível adotar mais tarde um processo de franchising na distribuição de produtos/serviços ?
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As decisões quanto às estratégias financeiras resultam das definições das decisões adotadas
nas áreas mercadológica e técnica do novo negócio. As principais questões estratégicas de
finanças são:
a forma de operação dos negócios pode alterar a estrutura tributária e os encargos sociais
incidentes sobre a empresa: por exemplo, se o empreendedor decide estrategicamente
realizar parcerias sob a forma de terceirização de algumas atividades secundárias, isto
implicará redução de alguns impostos e encargos sociais, cuja responsabilidade será
transferida ao prestador de serviços;
o registro de marcas e patentes refere-se à garantia da exploração da marca de determinado
produto ou da venda de certa tecnologia desenvolvida pela empresa ou por seu titular. O
registro da marca será uma garantia estratégica para o sucesso inicial e para a continuidade
do empreendimento.
Aspecto mercadológico
Aspecto operacional
b) Acesso à tecnologia: quanto o processo operacional demanda uma nova tecnologia não-
dominada pelo empreendedor ou por um possível sócio, este é obrigado a buscá-la no
Mercado, através de institutos de pesquisa, de empresas especializadas ou, até mesmo, de
pessoas físicas que detenham a tecnologia e tenham seus direitos de patente registrados no
órgão oficial de propriedade industrial. Estas precauções são necessárias na medida em
que, em geral, o empreendedor conhece pouco dos meandros burocráticos do processo de
transferência tecnológica e dos custos desta operação, nem sempre claros quando se
elabora o Plano de Negócio.
o que pode comprometer a qualidade dos produtos ou do atendimento aos clientes, e levar
o novo negócio ao fracasso. Assim, ainda durante a elaboração do Plano de Negócio,
devem ser identificadas às necessidades de treinamento e as instituições aptas a atender
esta demanda. O próprio empreendedor deve ser o principal agente de orientação e
capacitação da sua equipe, na medida em que conhece todas as etapas do processo
operacional.
Aspecto financeiro
Se, ao comparar o investimento inicial com o capital que dispõe para investimento, e
constatar que este último é insuficiente, o empreendedor tem as seguintes opções:
o desmobilizar, o máximo possível, o ativo fixo, por meio de operações de leasing
(aluguel) de máquinas, equipamentos, veículos e outros ativos fixos ou de
terceirização das atividades não essenciais (ex: serviço de entrega em domicílio);
o reescalonar, se possível, a evolução da capacidade operacional, de acordo com a
evolução das vendas, diluindo assim o investimento inicial ao longo de um
período determinado;
o fazer parcerias com outras empresas, até mesmo concorrentes, para transferir a
parte do processo operacional, evitando investimentos em equipamentos
específicos para aquelas operações;
o buscar capital junto a terceiros a custos compatíveis com as taxas de retorno a
serem obtidas pelo empreendimento.
b) Taxas de juros elevadas: para quem vai iniciar um novo negócio no setor produtivo,
infelizmente existem várias barreiras para obter financiamento, seja ele de curto, médio ou
longo prazo . Entretanto, algumas linhas de financiamento especiais para os pequenos
empreendimentos são mantidas por certas instituições financeiras e por entidades de apoio
e incentivo neste setor, que, via de regra, oferecem condições favoráveis e juros abaixo dos
usualmente praticados.
c) Falta de Capital de Giro próprio: esta dificuldade associa-se à anterior, uma vez que o
custo financeiro descapitaliza o pequeno empreendimento, levando-o a depender de
recursos de terceiros para recompor o capital de giro. Para evitar tal situação, caba ao
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Aspectos jurídico
Neste caso, os pontos críticos são peculiares a cada empresa, dependendo do regime jurídico
que esta adotou e da estrutura societária. Algumas das dificuldades encontradas são:
b) Divergências entre sócios: embora muitas vezes, o conteúdo das divergências não seja de
natureza jurídica, pode-se pressupor que a sua origem esteja no contrato social ou nos
problemas referentes à estrutura societária. A divergência entre os sócios, em si, não
constitui um fato negativo, pois delas podem surgir decisões benéficas para a condução dos
negócios; no entanto, em certos momentos, é preciso buscar o consenso e o
comprometimento das partes com os objetivos da empresa. Tal dificuldade pode ser sanada
a partir do bom senso, da percepção e das habilidades interpessoais e de negociação,
aliadas ao eventual apoio técnico de terceiros - consultores, advogados, contadores e
outros.
c) Descumprimento de contratos: a nova empresa tanto pode provocar esta situação como ser
“vítima” do descumprimento de um contrato por parte de outra empresa. Isto pode ocorrer
por dificuldades enfrentadas por uma das partes, ou em razão de uma cláusula contratual
muito rígida ou mal elaborada. Neste caso, a solução é rever a cláusula citada e renegociá-
la, buscando a relação de parceria através de uma negociação do estilo “ganha-ganha”. Se
o descumprimento for causado por incompetência técnica ou por questão ética, será difícil
um acordo harmonioso, levando a questão para a via judicial, sendo que a decisão será
baseada, ipso facto, naquilo que está escrito - no contrato e na Lei.
Aspecto organizacional
Os pontos críticos que surgem quanto ao aspecto organizacional resultam, na maioria das
vezes, da pouca importância atribuída, geralmente, pelos empreendedores, a esta área. São
eles:
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b) Conflitos na competência para a execução de tarefas: nos primeiros meses ou anos de vida
de um novo empreendimento, é comum e saudável, que a estrutura de funcionamento seja
pequena, simples e dinâmica, o que facilita o processo de comunicação e de decisão. No
entanto, com freqüência esta certa informalidade pode provocar conflitos entre as
competências atribuídas às pessoas, na execução das suas respectivas tarefas. Para evitar
tal situação, o empreendedor tem algumas opções que podem ser combinadas: treinar a
equipe para exercer suas funções específicas, mas integradas aos objetivos globais e
promover o desenvolvimento da equipe, de forma a promover a sua maior integração e o
comprometimento mútuo.
“Sucesso” e “fracasso” são duas palavras que acompanham toda a trajetória do ser
humano; a vitória e a derrota estão presentes nas brincadeiras infantis, na competição pelos
primeiros lugares na escola (e depois no vestibular para ingresso na universidade), na vida
afetiva, nas relações sociais e profissionais e em outras esferas da vida humana.
O que é sucesso ? Como pode ser medido ? Quais os critérios objetivos que o
determinam ? Responder a estas questões pode ajudar a compreender quando e porque um
empreendimento é considerado bem-sucedido.
Vários autores têm explorado o assunto, que é de interesse crescente, pois estamos em
uma sociedade cada vez mais competitiva. É comum ouvirmos dizer que determinados
políticos, artistas, esportistas ou empresários são pessoas de sucesso - e esta imagem é
formada a partir da freqüência ou do impacto provocado pela exposição destas pessoas aos
meios de comunicação de massa. Neste caso, o sucesso está relacionado a um excepcional
desempenho na atividade exercida - política, artes, esportes, negócios - e traz implícita, em
geral, a imagem de sucesso financeiro.
Estas raras pessoas materializam o sonho de milhares de outras que almejam também
atingir uma boa situação financeira. No entanto, o sucesso só existe porque poucos
conseguem atingi-lo. Se a maioria fosse bem sucedida, o conceito de sucesso mudaria: atingir
os mesmos objetivos que muitas pessoas já atingiram não seria diferente.
Trazendo este conceito para o campo empresarial, parte-se do ponto de vista de que,
ao ingressar no Mercado, o novo empreendimento encontra-se em um campo de batalha: há
uma competição de vários concorrentes pelos mesmos clientes potenciais. Para vencer a
batalha - e este pode ser o principal critério de sucesso do novo negócio, algumas qualidades
são requeridas do empreendedor e do empreendimento: embora elas possam ser analisadas em
separado, na prática são interdependentes: as qualidades do empreendedor determinam as
qualidades do empreendimento.
Estas são algumas das características que mais contribuem para o sucesso pessoal do
empreendedor:
Na área mercadológica
Na área técnico-operacional
tecnologia atual;
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localização adequada;
relação de parceria estabelecida com fornecedores;
programa de Qualidade Total e Produtividade em desenvolvimento.
Na área financeira
operação com capital próprio ou com alavancagem positiva - uso eficiente do capital de
terceiros;
reinvestimentos dos lucros;
baixa imobilização do capital;
endividamento sob controle;
capitalização da empresa.
Na área jurídico-organizacional
Fracasso: esta é uma palavra terrível, para qualquer ser humano e mais ainda para
qualquer empreendedor. Depois de sonhar vários anos com a idéia do negócio próprio,
abandonar um emprego ou carreira estável, dedicar todo seu esforço e tempo ao
empreendimento, deixando às vezes a família, os amigos e o lazer em segundo plano - o que,
aliás, não é aconselhável vem o fracasso do empreendimento. “Nem imaginar !” pensa o
empreendedor. E ele pode vir para um bom número de empresários, como demonstram
resultados de pesquisas já citadas.
No entanto, é interessante refletir sobre como o fracasso é visto na cultura oriental: lá,
errar ou fracassar significa a oportunidade que a vida concedeu à pessoa para aprender e
adquirir experiência. Assim, quem já fracassou uma vez provavelmente terá aprendido lições
que serão fundamentais nas próximas tentativas. De fato, quando a pessoas tem potencial
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empreendedor, não é o primeiro fracasso que a irá demover dos seus objetivos e ideais. O
empreendedor em geral é persistente diante de um objetivo a atingir, e alguns chegam a
exagerar, passando à obsessividade.
Se esta pergunta for feita ao próprio empreendedor que acabou de passar por uma
experiência de fracasso, certamente ele, pela sua própria natureza, tenderá a explicar por
meios de fatos externos ao empreendimento em si, como:
o “A culpa é do governo.”
o “A inflação acabou com meu negócio.”
o “O mercado está muito ruim.”
o “Os concorrentes não têm ética.”
o “Os fornecedores só olham para seus próprios interesses.”
o “Os juros dos Bancos são agiotagem.”
o “Os clientes não têm fidelidade à marca e só querem preço.”
Assim, os motivos do fracasso são quase a imagem reversa dos motivos de sucesso, ou
seja, o empreendedor fracassa por deixar de utilizar aquelas características pessoais e
instrumentos gerenciais que podem estar sob seu controle. Não é preciso esperar o governo,
os Bancos, os fornecedores e nem os clientes para tomar algumas atitudes e decisões que o
próprio empreendedor controla: é claro que ele deve levar em conta os fatores ambientais,
mas isto constitui o risco do negócio. Quanto maior o espírito empreendedor, maior é a
capacidade de assumir riscos, mesmo que eles não possam ser calculados; é possível,
portanto, gerenciá-los, o que implica competência gerencial.
É possível elaborar uma lista de motivos que efetivamente têm levado muitos
empreendimentos novos ao fracasso. Os motivos mais observados são:
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falta de experiência empresarial anterior: este talvez seja o mais importante, pois dele
decorrerão diversas outras falhas;
falta de competência gerencial: este motivo é, juntamente com o anterior, a explicação de
todo fracasso empresarial; os itens a seguir apenas detalham em que área o empreendedor
não conseguiu demonstrar sua capacidade gerencial.
Na área mercadológica:
Na área técnico-operacional:
falta de qualidade nos produtos/serviços: em uma economia competitiva e cada vez mais
globalizada, esta falha é fatal para a sobrevivência da empresa no mercado:
localização errada: se a escolha do imóvel ou do ponto ocorrem apenas sob a ética do
custo, é provável que o empreendedor equivoque-se em um dos aspectos mais importantes
para o sucesso do seu negócio, sobretudo se a atividade exige a presença do cliente nas
instalações da empresa;
problemas na relação com os fornecedores: comprometem a qualidade das matérias-primas
e componentes adquiridos de terceiros; provocam atraso nas entregas, prejudicando a
produção ou a prestação dos serviços;
tecnologia de produção obsoleta: compromete a Qualidade, a produtividade e os custos.
Na área financeira:
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Na área jurídica-organizacional:
“Sucesso” ou “fracasso” não estão escritos nas estrelas: eles encontram-se em cada
uma das pessoas e isto vale para o empreendedor. Daí a importância do seu preparo anterior
ao início do seu empreendimento, por meio da auto-avaliação das suas características pessoais
(identificando qualidades que o levarão ao sucesso do empreendimento) e da elaboração do
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seu Plano de Negócio, que possibilita a identificação das diretrizes a serem seguidas rumo ao
sucesso do empreendimento.
O empreendedor que seguir este caminho terá, certamente, sob seu controle todos os
fatores que levam ao sucesso direto e sua margem de risco será substancialmente reduzida.
Mesmo que muitas vezes o cenário não fosse favorável, ele acreditou no potencial do
seu negócio e hoje pode deixar aos futuros empreendedores lições de como vencer em um
Mercado competitivo partindo de um pequeno negócio. Destaca-se, então, a importância de
uma pessoa possuir capacidade empreendedora, estando sempre atenta às novas oportunidades
de negócios.
O empreendedor Aniel Pereira teve uma origem bastante simples; nasceu e cresceu em
um ambiente rural, onde aprendeu os valores do trabalho e da disciplina; na adolescência
acompanhou a família, transferindo-se para Ribeirão Preto. Morando em uma “cidade grande”
e com dificuldades financeiras para terminar seus estudos, decidiu-se por integrar o Quadro de
funcionários da Polícia Rodoviária Estadual. Com objetivo de fazer carreira na Polícia, deu
prosseguimento aos estudos e conseguiu terminar o científico - 2º grau; fez uma série de
cursos que eram oferecidos internamente, conseguindo, então, chegar a Sargento em um
período de 4 anos, de 1967 a 1971.
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Nessa época, o Sr. Aniel já era casado, tinha filhos e a família havia-se fixado em
Ribeirão Preto. Procurando não se acomodar nesta situação, ele tinha consciência de que a
ascensão na carreira seria longa. Assim, começou a procurar uma atividade paralela, que
pudesse ser realizada nas horas de folga.
Sem uma idéia concreta de qual seria esta segunda atividade que pretendia
desenvolver, foi em busca de uma Oportunidade de negócio, adotando uma atitude pró-ativa.
O Sr. Aniel usava uma tática bem interessante, procurava conversar com todas as pessoas que
interceptava na auto-estrada, indagando-as sobre as atividades que elas desenvolviam.
Procedendo assim, conheceu profissionais liberais, empresários e autônomos. Consciente do
próprio perfil e de seu nível de formação profissional, procurava algum negócio que lhe fosse
adequado. Certo dia, interceptou um veículo e, mais uma vez, começou a efetuar a sua
“pesquisa”; conheceu um pequeno empresário que atuava no ramo de comércio e
recauchutagem de pneus, cuja empresa se situava no Bairro de Santana, em São Paulo. Sr.
Aniel, depois de conversar com o empresário, ponderou bastante a respeito de atuar neste
setor e chegou à conclusão que, uma pequena borracharia (comércio de pneus usados), seria o
ideal para ele.
Assim, o seu primeiro contato com o setor foi por volta de 1974, quando aprendeu a
trabalhar com pneus usados, tirando o máximo proveito deles. Nesta época recolhia pneus
usados, em fazendas, residências, ou qualquer outro local onde estivessem armazenados. O
preço pago por esta mercadoria era bastante baixo; as pessoas não cobravam praticamente
nada, preocupando-se apenas em se desfazer dos pneus.
Depois de pouco tempo, precisou interromper esse tipo de negócio, pois a Polícia
Militar, de acordo com seu regulamento interno, não permite que seus funcionários
desenvolvam outras atividades paralelas à função policial. Foi necessário, então, tomar uma
decisão e o Sr. Aniel optou por “não fazer outra coisa a não ser atuar como policial”; pediu
transferência para o Corpo de Bombeiros. Por três anos, lá trabalhou. Neste período, um
amigo montou uma borracharia em Ribeirão Preto e ele o auxiliou dando “dicas” sobre a
implantação do empreendimento. Porém, nesta cidade, o negócio não evoluiu, sendo
transferido para Bonfim Paulista, em uma segunda tentativa que também acabou não obtendo
sucesso: o proprietário da borracharia decidiu, então, vender as ferramentas, trocando-as por
uma moto com o Sr. Aniel.
Decorridos seis meses do início das atividades, o Sr. Aniel percebeu ser inviável
desenvolver simultaneamente os trabalhos de borracheiro e integrar o Corpo de Bombeiros,
mas, desta vez, decidiu levar a diante a borracharia, abandonando a carreira policial. O seu
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cenário de vida transformou-se bastante e ele passou a conviver com a insegurança de ser
borracheiro, o que significava, segundo ele, “ora ter serviço, ora não ter”, pela sazonalidade
do negócio. Assim, teve de dedicar-se dia e noite, realizando todo trabalho sozinho durante
seis meses, procurando, desde o início, oferecer atendimento diferenciado e de alta qualidade.
Decorridos estes primeiros meses, foi contratado o primeiro empregado, um borracheiro para
auxiliá-lo nos trabalhos.
O Sr. Aniel não tinha a princípio a intenção de ser proprietário de uma rede de lojas ou
mesmo de uma loja muito grande: queria apenas trabalhar em negócio pequeno e rentável.
Partindo do princípio de que “o cliente é sempre rei”, o Sr. Aniel orientava seus empregados
dizendo: “Se você tiver que estender o tapete e fazer festa para o cliente, assim será feito” e,
desta forma, foi cativando um número cada vez maior de clientes.
Tendo sempre em mente realizar um bom atendimento ao cliente, Sr. Aniel começo a
pesquisar o Mercado e descobriu que, em Ribeirão Preto, não havia borracheiros que
atendessem a veículos grandes - caminhões, ônibus e assemelhados - nos finais de semana.
Então, ele resolveu aproveitar a oportunidade e passou a oferecer este serviço, divulgando-o
intensamente entre os proprietários de caminhões, o que aumentou o volume de trabalho.
Mais uma vez, o espírito empreendedor do Sr. Aniel estava atento ao que se passava
ao seu redor e identificou que existia uma oportunidade única para ampliar o seu
empreendimento: o comércio de pneus usados. Grande conhecedor de formas de
aproveitamento de sucata, ele comprava pneus velhos e separava os “quebra-galhos”, ou seja,
aqueles que ainda estavam em condições de uso; estes pneus eram vendidos para pequenos
frotistas que possuíam dois ou três caminhões e tinham dificuldades em adquirir pneus novos,
devido ao seu alto custo.
Ampliação do empreendimento
Quatro anos após criada, a empresa começou a vender pneus novos. A princípio, os
grandes revendedores procuraram a borracharia imaginando abrir mais um ponto-de-venda e
ofereceram uma série de vantagens para que o Sr. Aniel entrasse no comércio de pneus novos.
Durante outros quatro anos, foi crescendo progressivamente o estoque de pneus novos, mas
este segmento não tinha muita representatividade financeira para o empreendimento. Porém,
em 1986, com o Plano Cruzado, houve falta de produtos no Mercado. A empresa possuía um
grande estoque de pneus novos, com o que pôde auferir um lucro significativo, passando a se
interessar e a ingressar neste segmento. Sempre atento às oportunidades, o Sr. Aniel percebeu
que o cliente que se dirigia à borracharia para trocar seus pneus usados por novos sempre
tinha interesse em vender os usados, que passavam a ser para ele matéria-prima para efetuar
os trabalhos de ressolagem. Este segmento era totalmente novo para a “Pneu Gigante” que,
desta forma não precisava seguir uma tabela de preços daquela época, obtendo lucros
representativos. Com o faturamento obtido com a venda de pneus, foi possível comprar uma
fazenda, adquirir gado e fazer diversas melhorias na propriedade. Mas, tornou-se impossível
administrar simultaneamente os dois negócios, pois, na ausência do Sr. Aniel, o movimento
da empresa estava diminuindo. Ele então optou por desfazer-se da fazenda e o dinheiro da
venda foi investido na empresa, com a aquisição de vários terrenos ao redor das suas
instalações, o que possibilitou posteriormente expandir as instalações físicas da “Pneu
Gigante”. Atualmente, a empresa comercializa mais pneus novos do que usados, contando
com três lojas na cidade de Ribeirão Preto.
Um plano de expansão para abrir 5 filiais foi desenvolvido, uma por ano, até a
empresa completar 15 anos e a partir para a implementação de um projeto de franquia.
Atualmente, este plano de expansão foi modificado, diante da evolução do Mercado e do
próprio desenvolvimento dos negócios da empresa. A primeira filial foi aberta em julho de
1990 e no mesmo ano, o Sr. Aniel partiu para a diversificação dos negócios, começando a
atuar no setor de equipamentos médico-hospitalares.
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Cabe acrescentar que algumas incubadoras foram exportadas para países como
Bolívia, Peru e República de São Domingos, que está negociando com a GRN uma licença
para produzir a estrutura mecânica a realizar, naquele país, a montagem final das peças que
compõem a incubadora (importadas do Brasil).
A estratégia de vendas
Para localizar este cliente, a empresa adotou um método que consiste em:
preferência. Segundo Sr. Aniel, “é importante fazer da pessoa que foi atendida por meio de
contrato , um porta voz do bom serviço realizado pela “Pneu Gigante”.
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Sucessão familiar
O Sr. Aniel tem cinco filhos que passaram a integrar o quadro da empresa em
diferentes áreas, respeitadas suas características particulares: Finanças, Recursos Humanos,
Informática e Gerência de uma das lojas.
Em breve, uma das filhas do Sr. Aniel assumirá o cargo de gerente administrativa, até
o momento ocupado por um profissional externo. O filho mais novo parece ser o mais sério
candidato à direção futura da empresa. No entanto, a filosofia é de profissionalizar a gestão,
para o que o Sr. Aniel vem preparando seus filhos há vários anos.
O projeto da empresa para o futuro, até o início da presente década, era inaugurar uma
filial por ano e, seguindo este ritmo, foram abertas quatro. Mas este planejamento mudou e,
em vez de abrir várias filiais, a empresa começou a estudar a possibilidade de atar na área de
franquias. Depois de feita opção neste sentido. O Sr. Aniel começou a participar de palestras,
procurando aprender como se desenvolve um contrato de franquia.
Cabe salientar que, após algumas dificuldades enfrentadas, a “Pneu Gigante” passou a
trabalhar com estoque baixo, margem de lucro pequena, tem investido em treinamento e
possui quadro reduzido de empregados, atendo-se apenas aos essenciais. Segue sempre a
filosofia: “Você faz a pesquisa e nós cobrimos a oferta !”.
“Esteja sempre atento para a hora certa de mudar de roupa, ou seja, de diversificar:
produtos e área de atuação, à medida que a empresa estiver crescendo, para que a mesma não
fique totalmente à mercê das intempéries de alguns setores da economia”.
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar dos desafios e dificuldades iniciais, as perspectivas que se abrem para o empreendedor
são muito promissoras. As possibilidades de que os pequenos empreendimentos beneficiem-se dos
movimentos de terceirização implantados por grandes empresas são expressivas. A significativa oferta
de Franquias aos negócios nascentes, de suas marcas e formas de operação de negócios, já conhecidos
e consolidados, podem beneficiá-lo de início, como franqueado e, futuramente, garantindo a expansão
do seu negócio como franqueador da sua própria marca.
Diante dos movimentos ascendentes de mudança na nossa sociedade, tais como, o movimento
ecológico, o fortalecimento da ética nos negócios, o crescimento da informação como insumo básico
da competitividade empresarial e o desenvolvimento tecnológico acelerado, o futuro empreendedor
precisa estar continuamente monitorando o ambiente que o cerca para poder identificar a concorrência
destas mudanças e avaliar impactos que causarão sobre o seu negócio. Monitorar o ambiente significa
procurar informar-se por todos os meios possíveis, incluindo a participação em treinamentos e outros
eventos de aperfeiçoamento e especialização.
Além de conhecer o contexto ambiental no qual a sua empresa atuará, o futuro empresário
deve estar consciente de que precisa conhecer a si próprio para poder enfrentar com sucesso os
desafios que tem pela frente. A busca deste conhecimento começa por uma reflexão profunda sobre
suas motivações pessoais e, principalmente, sobre as expectativas em relação à sua realização. Paras
que seja conclusiva esta reflexão requer um conforto de seu sonho e vontade de ser empresário com a
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realidade do dia-a-dia dos negócios a qual terá de ser traduzida em um projeto empresarial que seja
motivador, viável e exeqüível com as forças e limitações que, como ser humano, possui. Se realizar
uma auto-avaliação de forma sincera e profunda, certamente o empreendedor se conhecerá melhor e
estará sedimentado a sua decisão pela vida empresarial.
Existem muitas oportunidades de negócio em uma sociedade com a nossa, que funciona sob
regime da liberdade de iniciativa e do livre Mercado. Entretanto, , algumas oportunidades dão origem
a bons empreendimentos, enquanto outros são medíocres e geram empresas modestas. Para escolher
bem e selecionar uma boa oportunidade de negócio, é preciso seguir algumas etapa. Identificar e
selecionar corretamente qual o negócio que pretende criar é um passo fundamental para o sucesso de
qualquer futuro empreendimento. Por isso, além de usar o feeling ou a intuição, é preciso adotar
procedimentos metodológicos de Busca e Seleção de oportunidades de negócio, que amenizarão os
riscos de erro e aumentarão as possibilidades de identificar e escolher a oportunidade de negócio mais
promissora.
Para contemplar com profundidade todos estes aspectos, que precisam constar do projeto ou
Plano de Negócio, cabe ao empreendedor adotar duas posturas básicas, que poderão garantir a sua
adequada elaboração. Assim, recomenda-se ao futuro empresário:
Seja realista no que diz respeito às metas de vendas e de participação no Mercado que pretende
atingir. Não procure superestimar as qualidades do seu empreendimento com uma “febre de
otimismo exagerado”. Da mesma forma, não subestime os pontos fortes dos seus concorrentes e
nem a sua capacidade de reação.
Após elaborar o Plano de Negócio, o empreendedor terá uma visão clara do seu
empreendimento em todos os aspectos. Antes de sua implantação recomenda-se: verificar a
compatibilidade do Plano de Negócio com os interesses pessoais do empresário e a revisão de cada um
dos aspectos estudados - mercadológico, técnico , financeiro, jurídico e organizacional, para
possibilitar ajustes decorrentes de mudanças no Ambiente do Negócio.
Finalmente, antes de ingressar no Mercado, cabe avaliar as dificuldades que serão enfrentadas;
na realidade elas não serão exclusivas de um empreendedor, consistindo em obstáculos típicos ao
início de qualquer empreendimento. Recomenda-se analisar a história de outros empreendedores que
passaram por dificuldades similares e que conseguiram superá-las e serem bem-sucedidos.
Referência Bibliográfica:
PEREIRA, Heitor J. & SANTOS, Silvio Ap. dos (organizadores). CRIANDO SEU PRÓPRIO
NEGÓCIO – Como desenvolver o potencial empreendedor. Sebrae/USP. São Paulo, 1995.