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Resumo
transtornos de personalidade
O TP que não atender aos critérios para qualquer diagnóstico e que cause
danos no desempenho funcional poderá ser classificado sob o título “Outro TP”
especificado nas situações em que o médico apresentar o motivo porque o transtorno
não atende os critérios. O diagnóstico poderá ser classificado como TP não
especificado nas situações em que o médico preferir não especificar a razão pela qual
o paciente não atende aos critérios.
2
Os sintomas devem estar presentes por 1 ano para diagnosticar algum tipo de
TP antes da idade de 18 anos. Entretanto, esse critério exclui personalidade
antissocial, que deve ser precedida por transtorno de conduta (TC) por volta da idade
de 15 anos. Curiosamente, embora os TPs tenham início precoce e duração longa e
estável, observou-se que os comportamentos e padrões inadequados que produzem
disfunções diminuem durante a vida, em especial nos casos de personalidades
limítrofe e antissocial.
2
poucos estudos clínicos têm acesso aos instrumentos diagnósticos usados nas
avaliações de TPs, como, por exemplo, a Structured Interview for DSM-IV Personality
(SID-P-IV). Além disso, conforme já mencionado, há um número elevado de
7
Características Diagnósticas
Quadro 1
Etiologia
Genética
A maior parte das pesquisas sobre TPs do Grupo A tem como foco as
comparações genéticas com os transtornos do espectro da esquizofrenia. Embora a
ligação entre esses transtornos do Grupo A e esquizofrenia seja mais forte nos casos
de transtorno de personalidade esquizotípica (TPE), alguns estudos de associação,
mas não todos eles, indicam que há taxas mais elevadas de TP paranoide em
parentes de primeiro grau de pessoas com esquizofrenia. 26,27
Ainda que haja uma grande variação nos estudos de herdabilidade, alguns
estudos de gêmeos registraram uma herdabilidade de 0,28 e 0,21%, usando uma
31 32
Neurobiologia
Prevalência
uma prevalência de 0,7%. Outro artigo documentou uma taxa de 4,2% entre
37
pacientes psiquiátricos na comunidade, embora a taxa tenha sido muito mais baixa
(0,7%) nos casos das comorbidades incluídas no estudo. Os relatos indicam que a
3
Prognóstico
Tratamento
pacientes com TP esquizoide devem atender a, pelo menos, quatro desses critérios.
Quadro 2
Etiologia
Genética
que é mais forte nos casos de TPE. Alguns estudos, embora nem todos, registraram 28
Neurobiologia
Prevalência
prevalência de 0,8%. 37
Outro artigo sobre o tema registrou uma taxa de 1,4% entre pacientes
ambulatoriais psiquiátricos, embora a taxa tenha sido muito mais baixa (0,2%) nas
situações em que as comorbidades foram levadas em consideração. Os relatos 3
Prognóstico
Esses indivíduos, juntamente com pessoas com outros TPs, têm qualidade de
vida mais baixa. É interessante observar que as pessoas com TP esquizoide podem
6,38
Tratamento
Características Diagnósticas
As pessoas com TPE são particularmente estranhas e excêntricas, com
perturbações marcantes e difusas nas funções interpessoais, que causam sensação
de desconforto, e com distorções cognitivas e perceptivas (critério A). 2
déficits, embora sejam mais graves em comparação com controles saudáveis, não
estão no mesmo nível dos déficits encontrados entre pessoas com esquizofrenia.
Não é possível fazer o diagnóstico de TPE em pessoas diagnosticadas com
transtorno do espectro autista durante o curso de um transtorno psicótico, como, por
exemplo, um transtorno esquizofrênico ou delirante, bipolar ou depressivo, a menos
que a personalidade paranoide tenha data anterior ao diagnóstico que, nessa
hipótese, é considerada “pré-mórbida”. 2
Quadro 3
Etiologia
emocional e verbal é mais frequente em pessoas que desenvolvem TPE logo no início
da vida adulta, em comparação com outros tipos de TP ou com a população em
geral.
19,23,63
Genética
Entre todos os tipos de TP, o TPE compartilha um vínculo mais forte com
outros transtornos do espectro da esquizofrenia. A observação de traços
esquizotípicos em parentes de primeiro grau de pessoas esquizofrênicas resultou em
diversos estudos, incluindo estudos de associação familiar, estudos dinamarqueses e
26
Neurobiologia
O TPE foi amplamente estudado na literatura neurocientífica por causa de
sua ligação genética com transtornos do espectro da esquizofrenia. Muitos estudos de
neuroimagens do TPE registraram a presença de anormalidades estruturais e
funcionais em imagens por ressonância magnética (IRMs) e na tomografia
computadorizada por emissão de pósitrons (PET) e mostraram que essas
anormalidades cerebrais geralmente são intermediárias entre controles normais e
pessoas com esquizofrenia. 70
Os relatos indicam que os pacientes com TPE também têm problemas nas
funções psicofisiológicas. Observou-se que a inibição pré-pulso, uma medição da
capacidade do cérebro para processar entradas sensoriais, não é normal nos casos de
pacientes com TPE e esquizofrenia, em comparação com controles e em parentes de
primeiro grau de pessoas com esquizofrenia. Descobertas semelhantes também
76
Prevalência
Prognóstico
Tratamento
Características Diagnósticas
Quadro 4
A raiva também poderá ser expressa por meio de explosões verbais amargas
ou sarcásticas. Esses períodos de raiva possivelmente sejam acompanhados pelo
sentimento de culpa ou de vergonha, levando os indivíduos a pensar que, não
realidade, não são “maus” ou “cruéis”.
Os indivíduos com TPEI geralmente são impulsivos de outras formas
potencialmente autoflagelantes, como, por exemplo, jogos, atividade sexual
extenuante, compulsão alimentar, abuso de substâncias e hábito de dirigir embriagado
ou com imprudência. Para atender aos critérios diagnósticos de TPEI, os indivíduos
2
devem apresentar impulsividade em, pelo menos, duas dessas áreas potencialmente
autoflagelantes.
Os indivíduos com TPEI provavelmente se queixem da presença de um “vazio
interior” e tipicamente apresentam autoimagem e personalidade instáveis. Esse fato
2
pode ser ilustrado pelo histórico de iniciar e não terminar uma grande variedade de
trabalhos, hobbies e interesses. Mudanças repentinas de amizades, de valores e de
identidade sexual também são comuns.
Comportamentos suicidas recorrentes, tais como ameaças, gestos e
tentativas, são bastante comuns nos casos de TPEI, assim como comportamentos
automutiladores. Esses atos autodestrutivos geralmente são seguidos de ameaças de
rejeição ou separação. Em alguns casos, os indivíduos com TPL podem apresentar
ideação paranoide transitória relacionada ao estresse ou a sintomas dissociativos
graves.2
Diagnóstico Diferencial
Prevalência e Comorbidade
abaixo de US$ 70 mil têm maior probabilidade de serem diagnosticados com TPEI,
assim como indivíduos com educação colegial ou abaixo do nível colegial, pessoas
divorciadas, separadas ou viúvas.
92
narcisista (TPN) têm as taxas de comorbidade mais elevadas, isto é, 8,3 e 6,8%,
respectivamente.92
Etiologia
Genética
pessoas com deficiência de MAOA e que sofreram abuso na infância tinham maior
probabilidade de se envolver em comportamentos criminosos, em comparação com as
pessoas que sofreram abuso, mas não tinham deficiência de MAOA. A monoamina 99
Neurobiologia
dopamina pode ser a causa da função ativa extrema das amígdalas, levando à
desregulação emocional. 97
Outros estudos sugeriram complexidades no sistema cortical pré-frontal como
a que permitiu encontrar anormalidades nas redes corticais pré-frontais em casos de
TPEI usando a tecnologia eletrencefalográfica. Alguns estudos de PET sugeriram que
os indivíduos com TPEI hipermetabolizam a glicose no córtex pré-frontal e no sistema
límbico.
102
Outro estudo descobriu que, nos casos em que se apresentaram com scripts
de situações de abandono, as pessoas com TPEI tiveram aumento no fluxo sanguíneo
no córtex pré-frontal dorsolateral bilateral e ativação reduzida no córtex pré-frontal
medial, como mostra a Figura 5.103
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Prognóstico
Uma das maiores preocupações com prognósticos para indivíduos com TPEI
é a frequência do comportamento suicida. Aproximadamente, 70% de pacientes com
TPEI se envolveram em comportamentos suicidas em ambientes clínicos, muitos com
várias tentativas de suicídio. Em torno de 10% dos indivíduos com TPEI acabam
101
Embora o risco de suicídio seja elevado, a maior parte dos pacientes que faz
tratamento melhora em alguns anos. Com frequência, os pacientes retêm algum
105,106
grau de sintomatologia, embora ela não grave ao ponto de atender aos critérios
diagnósticos nos termos do DSM. Embora o TPEI nunca tenha tido prognóstico
102,103
favorável, na última década essa situação melhorou com as novas pesquisas e com as
formas estruturadas de psicoterapia. 107
Tratamento
originalmente desenvolvido por Marsha Linehan para pacientes com TPEI. 109
Quadro 5
Diagnóstico Diferencial
indivíduos com psicopatia atenda aos critérios para AsPD com base nas orientações
do DSM-IV, somente 10% desses indivíduos com AsPD atendem aos critérios para
psicopatia medidos pela PCL-R, levando-se em consideração que a psicopatia
representa a manifestação mais extrema dos sintomas. 120
De acordo com Neumann e colaboradores, a psicopatia se compõe de um
modelo de quatro fatores, incluindo um fator interpessoal consistindo de charme
superficial, grandiosidade, mentiras e manipulações; um fator afetivo incluindo
indiferença, ausência de remorso, superficialidade e incapacidade para assumir
responsabilidades; um fator impulsivo relacionado ao estilo de vida que se caracteriza
pela busca de sensações e irresponsabilidade; e um fator antissocial tipificado pela
falta de respeito às regras.
121
Prevalência e Comorbidade
124
constatou que os indivíduos com AsPD têm probabilidade três ou cinco vezes maior de
abusar de bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas.
119
Etiologia
Genética
O gene COMT foi associado a traços antissociais. Um estudo que reuniu 240
crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) demonstrou
que as crianças com a variante valina/metionina no gene COMT apresentavam mais
características antissociais do que as sem essa variante. 136
Por outro lado, indivíduos com atividade alta no gene MAOA, que haviam sido
criados em ambientes semelhantes, tinham menor probabilidade de ter
comportamentos antissociais. A atividade mais baixa do gene MAOA implica no
aumento das características antissociais e sugere que esse tipo de gene, que se
localiza no cromossomo X, pode ajudar a explicar a razão pela qual os
comportamentos agressivos surgem com mais frequência em homens do que nas
mulheres.
A serotonina também foi amplamente estudada em relação à presença de
agressão impulsiva observada em indivíduos com AsPD. Os relatos indicam que,
96,137?139
Neurobiologia
Levando-se em consideração que os diagnósticos de AsPD indicam a
presença de comportamentos sociais inadequados envolvendo outras pessoas e suas
emoções, o sistema límbico foi exaustivamente estudado como região de interesse.
Assim como a interconexão nas estruturas da região límbica como amígdalas,
hipocampo e substância cinzenta periaquedutal (SCP), quaisquer danos em regiões
individuais ou em quaisquer tratos adjacentes podem induzir comportamentos sociais
e emocionais inadequados. 140
psicopatia, têm dificuldades com tarefas que dependem da ativação das amígdalas
funcionais, incluindo condicionamento aversivo, aprendizagem por fuga passiva,
aumento no reflexo de alarme por iniciadores visuais ameaçadores e reconhecimento
facial emocional.
Usando IRMs, Yang e colaboradores demonstraram que ocorreu uma redução
significativa nas amígdalas direita e esquerda em indivíduos com
psicopatia, confirmando estudos anteriores que encontraram volumes reduzidos nas
144
Prognóstico
Tratamento
De certo modo, a busca por tratamento viola alguns dos traços principais de
personalidade típicos do AsPD no sentido em que esses indivíduos provavelmente
acham que não precisam de ajuda ou não precisam seguir rigorosamente os planos de
tratamento. Ao invés disso, eles iniciam o tratamento devido a alguma condição
comórbida, por insistência da família ou pela força coercitiva das autoridades.
Além disso, ao manterem esse diagnóstico, os pacientes poderão reagir com
hostilidade a uma reprimenda dos provedores de saúde mental. Portanto, é
compreensível que os atritos durante o tratamento sejam comuns nessa população. 150
Quadro 6
Diversos traços típicos do TPN são facilmente confundidos com outros TPs,
em especial os transtornos do Grupo B. Assim como nos transtornos antissocial,
emocionalmente instável e histriônico (AsPD, TPEI, TPH), os indivíduos com TPN são
volúveis, emocionalmente insensíveis e, em geral, exigem atenção e admiração.
Todavia, a característica principal distintiva do TPN é o sentimento de grandiosidade.
Ao contrário do TPEI, o diagnóstico de TPN revela pessoas com autoimagens
relativamente estáveis e com menor probabilidade de se envolver em comportamentos
autodestrutivos ou impulsivos. O TPN poderá também ser distinguido de TPH pela
ausência de emoções e sensibilidade, chegando mesmo a desprezar as necessidades
de outras pessoas. A despeito da sobreposição de características com AsPD, as
pessoas com TPN não são necessariamente agressivas, impulsivas e decepcionantes,
mas exigem atenção permanente e são invejosas.
Há vários transtornos do Eixo I que podem criar alguma confusão nesse tipo
de diagnóstico. Assim como no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou no
transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC), as pessoas com TPN se
sentem mais capazes de executar tarefas, em comparação com indivíduos com outros
transtornos. Entretanto, a motivação subjacente no TOC tem como foco atingir a
perfeição, ao invés de acreditarem que suas habilidades são superiores.
Além disso, de um modo geral, os indivíduos com TOC se fazem autocríticas
ao invés de exaltar sua própria personalidade. A grandiosidade também é uma
característica de episódios maníacos ou hipomaníacos; no entanto, as distorções de
humor que acompanham esses episódios de mania facilitam a distinção de TPN.
Os investigadores encontraram algumas comorbidades entre o transtorno de
uso de substâncias, transtorno de ansiedade e outros TPs. Mais especificamente,
observou-se que há uma relação entre indivíduos com transtorno bipolar I e indivíduos
com transtorno do pânico com agorafobia e dependência de drogas. 59
Genética
Neurobiologia
Etiologia
Prognóstico e curso
As pesquisas sugerem que o TPN possivelmente não seja crônico ao longo
da vida, considerando que esse tipo de transtorno é inversamente proporcional à
idade. Entretanto, foram também encontradas taxas baixas de declínio entre 30 a 44
59
Quadro 7
Critérios Diagnósticos para Transtorno de Personalidade Histriônica 2
Os indivíduos que atendem aos critérios para TPN podem ser altamente
funcionais e super-representados em determinados ambientes competitivos, como, por
exemplo, nas escolas militares e nas faculdades de medicina, sugerindo que esse tipo
de transtorno pode criar impactos profissionais e criativos, assim como na ascensão
social.
152
Tratamento
Prevalência e Comorbidade
De acordo com alguns relatos, o TPH tem comorbidade de até 33,6% com
o TPEI, o que não chega a surpreender por causa da semelhança entre os vários
critérios. A bulimia nervosa, mais que a anorexia nervosa, geralmente é comórbida
89
Diagnóstico Diferencial
Etiologia
Assim como outros TPs, o TPH está correlacionado com baixo nível
educacional, maus-tratos na infância, incluindo abuso emocional, e cuidados
172 172
Genética
Neurobiologia
Tratamento
Quadro 8
O tipo de fobia social geral, embora seja classificado no Eixo I, tem muitas
características que se sobrepõem às do AvPD. Na realidade, há uma discussão antiga
entre os pesquisadores sobre a opção de considerar um diagnóstico único. 178
Etiologia
Prognóstico e Curso
social podem ser muito graves, tendo em vista que a qualidade de vida está
correlacionada positivamente com a presença de redes sociais que ofereçam
segurança, suporte e incentivo. 186,190
Tratamento
Quadro 9
autênticas, eles exercem controle compulsivo extremo no que diz respeito a fatores
como perfeccionismo, rigidez, teimosia e ordem. 196
Prevalência e Comorbidade
Etiologia
emocional como um todo possivelmente tenha sido mínima e os pais talvez tenham
enfatizado a importância de se submeter aos adultos. 201
esforço para evitar sentimentos de culpa e vergonha, associado ao fato de ficar aquém
do padrão de perfeccionismo, leva os indivíduos com TPOC a focar e se envolver em
detalhes minuciosos. 200
Genética
moderada sobre o TPOC e sugeriu que a familiaridade desse transtorno poderá ser
mais bem explicada apenas por fatores genéticos do que pelo compartilhamento com
fatores ambientais. 203
Neurobiologia
Tratamento
quanto maior for a capacidade de empatia, melhor será a condição dos indivíduos para
participar da terapia de grupo.
212
Quadro 10
Pode ser muito difícil fazer distinção entre vários transtornos do Eixo II e TPD.
O TPEI e o TPD se caracterizam pelo receio de abandono, embora os indivíduos com
TPEI tenham reações furiosas e sintam uma sensação de vazio; no caso de TPD, as
pessoas se tornam submissas como forma de manter os relacionamentos.
Tanto no TPD como no AvPD, as pessoas têm forte necessidade de
reafirmação, sensibilidade extrema às críticas e sensação de ineficiência. Entretanto, o
diagnóstico de AvPD sugere que os pacientes reagem a esses sentimentos afastando-
se das outras pessoas, ao invés de procurar manter os relacionamentos, como nos
casos de TPD.
Assim como no TPH, as pessoas com TPD são muito apegadas e exigem
aprovação, embora tenham menor probabilidade de se envolver em exibições
extravagantes em busca de atenção. Com frequência, o TPD é comórbido com
213
Etiologia
clínico, embora as taxas de prevalência sejam mais baixas, o TPD foi mencionado
entre os TPs documentados com mais frequência nos ambientes de saúde mental,
sugerindo que os traços dependentes estão associados aos tipos de comportamento
que mais procuram tratamento. 211
Prognóstico e Curso
De um lado, os médicos consideram os indivíduos com TPD de baixo risco e
fáceis de tratar por causa da ânsia de agradar, introspecção acentuada em relação
214
222
Entretanto, estão surgindo novas evidências sugerindo que os resultados negativos
estão associados a níveis elevados de traços dependentes. 223
Tratamento
Discussão
Sinais e sintomas
De acordo com o DSM-5, os transtornos de personalidade são
principalmente problemas com
Autoidentidade
Relacionamentos interpessoais
Diagnóstico
Critérios clínicos (DSM-5)
Além disso, devem ser excluídas outras causas possíveis dos sintomas
(p. ex., outros transtornos de saúde mental, uso de drogas, traumatismo
craniano).
*Há controvérsia sobre o fato de o transtorno de personalidade antissocial ser ou não tratável.
Borderline
Antissocial
Esquiva
Psicoterapia individual
Etiologia
Tanto fatores genéticos como ambientais (p. ex., abuso durante a
infância) contribuem para o desenvolvimento do transtorno de
personalidade antissocial. Um mecanismo possível é agressividade
impulsiva, relacionada com o funcionamento anormal do transportador de
serotonina. Desprezo pela dor dos outros durante a primeira infância foi
associada ao comportamento antissocial durante a adolescência tardia.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade antissocial podem expressar
seu descaso pelos outros e pela lei destruindo propriedade, assediando
outros ou roubando. Eles podem enganar, explorar, fraudar ou manipular
as pessoas para conseguir o que querem (p. ex., dinheiro, poder, sexo).
Eles podem usar um pseudônimo.
Esses pacientes não têm empatia pelos outros e podem ser desdenhosos
ou indiferente aos sentimentos, direitos e sofrimento dos outros.
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
O transtorno de personalidade antissocial deve ser diferenciado do
seguinte:
Tratamento
Em alguns casos, terapia cognitivo-comportamental,
estabilizadores do humor e antidepressivos
Etiologia
Pesquisas sugerem que as experiências de rejeição e marginalização
durante a infância e características inatas da ansiedade e esquiva
sociais podem contribuir para transtorno de personalidade esquiva.
Esquiva em situações sociais foi detectada tão cedo quanto aos 2 anos
de idade.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade esquiva evitam interação
social, incluindo aquelas no trabalho, porque temem que eles serão
criticados ou rejeitados ou que as pessoas vão desaprová-los, como nas
situações a seguir:
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
O transtorno de personalidade esquiva deve ser diferenciado dos dois
transtornos a seguir:
Tratamento
Terapia cognitivo-comportamental focada nas habilidades sociais
Psicoterapia de suporte
Psicoterapia psicodinâmica
Ansiolíticos e antidepressivos
Terapias eficazes para pacientes tanto com fobia social como transtorno
de personalidade esquiva incluem
Etiologia
Estresses durante a primeira infância podem contribuir para o
desenvolvimento do transtorno de personalidade borderline. Histórico
infantil de abuso físico e sexual, negligência, separação dos cuidadores
e/ou perda de um pai é comum entre pacientes com transtorno de
personalidade borderline.
Sinais e sintomas
Quando os pacientes com transtorno de personalidade borderline acham
que estão sendo abandonados ou negligenciados, eles sentem medo
intenso ou raiva. Por exemplo, eles podem ficar em pânico ou furiosos
quando alguém importante para eles está alguns minutos atrasado ou
cancela um compromisso. Eles pensam que esse abandono significa que
eles são ruins. Eles temem o abandono em parte porque não querem
estar sozinhos.
Esses pacientes tendem a mudar o ponto de vista que têm de outras
pessoas de forma abrupta e dramática. Eles podem idealizar um
potencial cuidador ou amante no início do relacionamento, exigir que
passem muito tempo juntos e compartilhem tudo. De repente, eles podem
achar que a pessoa não se importa o suficiente, e ficam desiludidos;
então eles podem desprezar ou ficar irritados com a pessoa. Essa
mudança da idealização para desvalorização reflete o pensamento
maniqueísta (divisão e polarização do bem e do mal).
Diagnóstico
Critérios clinicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
O transtorno de personalidade borderline é mais comumente
diagnosticado como transtorno bipolar por causa das grandes variações
no humor, comportamento e sono. Mas, no transtorno de personalidade
borderline, o humor e o comportamento mudam rapidamente em resposta
a estressores, especialmente os interpessoais, enquanto no transtorno
bipolar o humor é mais sustentado e menos reativo.
Outros transtornos de personalidade compartilham manifestações
semelhantes. Os pacientes com transtorno de personalidade
histriônica ou transtorno de personalidade narcisista podem buscar
atenção e são manipuladores, mas aqueles com transtorno de
personalidade borderline também se vêem como maus e se sentem
vazios. Alguns pacientes atendem aos critérios dos transtornos de
personalidade antissocial.
Tratamento
Psicoterapia
Drogas
Psicoterapia
O principal tratamento para o transtorno de personalidade borderline é
psicoterapia.
Essa intervenção usa a terapia individual uma vez por semana e às vezes
medicamentos.
Medicamentos
Medicamentos funcionam melhor quando usados com moderação e
sistematicamente para sintomas específicos.
Etiologia
Informações sobre as causas do transtorno de personalidade dependente
são limitadas. Considera-se que fatores culturais, experiências precoces
negativas e vulnerabilidades biológicas associadas com ansiedade
contribuam para o desenvolvimento do transtorno de personalidade
dependente. Traços familiares como submissão, insegurança e
comportamento discreto também podem contribuir.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade dependente não acham que
possam cuidar de si mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer
outras pessoas cuidarem deles.
Como esses pacientes têm a certeza de que eles não podem fazer nada
por conta própria, eles têm dificuldade em iniciar uma nova tarefa e
trabalhar de forma independente, e evitam tarefas que exijam assumir
responsabilidade. Eles se apresentam como incompetentes e precisando
de ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma
pessoa competente está supervisionando e aprovando-os, esses
pacientes tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não querem
parecer muito competentes para que não sejam abandonados. Como
resultado, suas carreiras podem ser prejudicadas. Eles perpetuam sua
dependência porque tendem a não aprender habilidades da vida
independente.
Esses pacientes fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex.,
realizar tarefas desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas,
tolerar abuso físico, sexual ou emocional). Estar sozinho faz com que se
sintam extremamente desconfortáveis ou com medo porque temem que
não possam cuidar de si mesmos.
Pacientes com esse transtorno tendem a interagir socialmente somente
com poucas pessoas de que dependem. Quando um relacionamento
íntimo termina, os pacientes com esse transtorno tentam imediatamente
encontrar um substituto. Por causa de sua necessidade desesperada de
ser cuidado, eles não discriminam ao escolher um substituto.
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Dificuldade para iniciar projetos por conta própria porque eles não
estão confiantes em seu julgamento e/ou habilidades (não porque
não têm motivação ou energia)
Diagnóstico diferencial
Vários outros transtornos de personalidade são caracterizados por
hipersensibilidade à rejeição. Mas eles podem ser distinguidos do
transtorno de personalidade dependente com base em aspectos
característicos, como a seguir:
Tratamento
Terapia cognitivo-comportamental
Psicoterapia psicodinâmica
Possivelmente, antidepressivos
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade histriônica exigem
continuamente que sejam o centro das atenções e muitas vezes ficam
deprimidos quando não são. Eles são muitas vezes altamente dramáticos,
entusiastas e paqueradores e, às vezes, encantam novos conhecidos.
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
O transtorno de personalidade histriônica pode ser distinguido de outros
transtornos de personalidade com base em componentes característicos:
Tratamento
Psicoterapia psicodinâmica
Etiologia
Poucas pesquisas sobre os fatores biológicos que contribuem para o
transtorno de personalidade narcisista foram feitas, embora pareça haver
um componente hereditário significativo. Algumas teorias postulam que
os cuidadores podem não ter tratado a criança de forma adequada—por
exemplo, sendo excessivamente críticos ou elogiando, admirando ou
favorecendo excessivamente a criança.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade narcisista superestimam
suas habilidades e exageram suas realizações. Eles acham que são
superiores, originais ou especiais. Essa superestimação de seu próprio
valor e realizações muitas vezes implica uma subestimação do valor e
das realizações dos outros.
Diagnóstico
Critério clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Falta de empatia
Arrogância e altivez
Diagnóstico diferencial
Transtorno de personalidade narcisista pode ser diferenciado dos
seguintes transtornos:
Tratamento
Psicoterapia psicodinâmica
Sinais e sintomas
Os sintomas do transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva podem
diminuir ao longo de um ano, mas sua persistência a longo prazo não foi
estudada.
Como esses pacientes querem que tudo seja feito de uma maneira
específica, eles têm dificuldade em delegar tarefas e trabalhar com os
outros. Ao trabalhar com os outros, eles podem criar listas detalhadas de
como uma tarefa deve ser feita e chatearem-se um colega de trabalho
sugere uma forma alternativa. Eles podem rejeitar ajuda mesmo quando
eles estão atrasados.
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Rigidez e teimosia
Diagnóstico diferencial
O transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva deve ser distinguido
destes transtornos:
Tratamento
Psicoterapia psicodinâmica
Terapia cognitiva-comportamental
ISRSs
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade paranoide suspeitam que os
outros estão planejando explorar, enganar ou prejudicá-los. Eles acham
que podem ser atacados a qualquer momento e sem nenhuma razão.
Embora haja nenhuma ou poucas evidências, eles insistem em manter
suas suspeitas e pensamentos.
Assim, pode ser difícil conviver com pacientes que têm transtorno de
personalidade paranoide. Quando os outros respondem negativamente a
eles, eles tomam essas respostas como confirmação de suas suspeitas
iniciais.
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
Os médicos geralmente pode distinguir transtorno de personalidade
paranoide de outros transtornos de personalidade pela abrangência da
sua paranoia em relação aos outros (p. ex., ao contrário da paranoia mais
transitória da personalidade borderline) e pela característica
fundamental de cada transtorno:
Borderline: dependência
Narcisista: grandiosidade
Antissocial: exploração
Tratamento
Terapia cognitivo-comportamental
Etiologia
Ter cuidadores que eram emocionalmente insensíveis, negligentes e
distantes durante a infância pode contribuir para o desenvolvimento do
transtorno de personalidade esquizoide, alimentando a sensação da
criança de que relacionamentos interpessoais não são gratificantes.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade esquizoide parecem não ter
nenhum desejo de manter relacionamentos íntimos com outras pessoas,
incluindo parentes. Eles não têm amigos íntimos ou confidentes, exceto
às vezes um parente de primeiro grau. Eles raramente namoram e muitas
vezes não se casam. Eles preferem estar sós, escolhendo atividades e
hobbies que não exigem interação com os outros (p. ex., jogos de
computador). A atividade sexual com os outros é de pouco, se algum,
interesse para eles. Eles também parecem sentir menos prazer com as
experiências sensoriais e corporais (p. ex., uma caminhada na praia).
Diagnóstico
Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
Os médicos devem distinguir transtorno de personalidade esquizoide do
seguinte:
Tratamento
Treinamento de habilidades sociais
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade esquizotípica não têm
amigos ou confidentes, exceto parentes de primeiro grau. Eles não se
sentem à vontade em se relacionar com as pessoas. Eles interagem com
as pessoas como se fosse uma obrigação, mas preferem não interagir
porque acham que são diferentes e não são bem-vindos. Mas eles podem
dizer que a falta de relacionamentos torna-os infelizes. Eles ficam muito
ansiosos em situações sociais, especialmente aquelas desconhecidas.
Passar mais tempo em uma situação não alivia a ansiedade.
Diagnóstico
Critério clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Diagnóstico diferencial
O principal desafio do diagnóstico é diferenciar o transtorno de
personalidade esquizotípica de transtornos de pensamento maiores (p.
ex., esquizofrenia, bipolar ou transtorno depressivo com características
psicóticas), que tipicamente têm manifestações mais graves, bizarras e
persistentes e são acompanhados por delírios e alucinações.
Tratamento
Medicamentos antipsicóticos e antidepressivos
Terapia cognitivo-comportamental