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Scripta Philologica, n.

2, 2006 41

Preservar a Memória Baiana: A Edição de Documentos


Manuscritos dos Séculos XVIII AO XX
Rita de Cássia Ribeiro de QUEIROZ *

RESUMO: Resgatar documentos que reflitam a história de parte do recôncavo e


sertão baianos, através da edição semidiplomática destes, é uma tarefa de suma
importância para os estudos filológicos e históricos. Foram selecionados documentos
manuscritos relativos aos séculos XVIII ao XX, de arquivos públicos e eclesiásticos,
com o intuito de oferecer o acesso e a disseminação de informações que até o
momento estão no olvido. Através deste tipo de ação busca-se preservar não só toda
a documentação, mas também a memória baiana, herança máxima que se pode
deixar às gerações futuras. É inegável a contribuição desses manuscritos dos séculos
XVIII ao XX para a compreensão da evolução lingüística da língua portuguesa,
assim como de uma parcela significativa da história da Bahia. Neste trabalho,
apresentar-se-ão a condição e a edição de alguns desses documentos.

PALAVRAS-CHAVE: Memória, Filologia, Edição Semidiplomática, Documentação.

ABSTRACT: To rescue documents that reflect the history of the part of “recôncavo”
and hinterland of the Bahia, through the semidiplomatics edition of these, is a task of
utmost importance for the philological and historical studies. Documents had been
selected relative manuscripts to centuries XVIII to the XX, of public and
ecclesiastical archives, with intention to offer to the access and the dissemination of
information that until the moment are in the forgetfulness one. Through this type of
action the documentation searchs to not only preserve all, but also the memory of
Bahia, maximum inheritance that if can leave to the future generations. The
contribution of these manuscripts of centuries XVIII to the XX for the understanding
of the linguistic evolution of the Portuguese language is undeniable, as well as of a
significant parcel of the history of the Bahia. In this work, they will present it
condition and the edition of some of these documents.

KEYWORDS: Memory, Philology, Semidiplomatic Edition, Documentation.

1 INTRODUÇÃO

Resgatar documentos manuscritos que reflitam a história de parte do recôncavo e


sertão baianos, através da edição semidiplomática destes, é uma tarefa de suma importância
para os estudos filológicos e históricos. O corpus de base deste trabalho inclui documentos
eclesiásticos, cíveis e comerciais, referentes aos séculos XVIII ao XX, pertencentes aos
*
Doutora em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo – USP. Professora Adjunta da
Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. Líder do Grupo de Edição de Textos (Diretório dos Grupos
de Pesquisa – CNPq). Coordenadora dos projetos de pesquisa: 1. Documentação de Feira de Santana: um
trabalho lingüístico-filológico, 2. Estudo Histórico-filológico e artístico de documentos manuscritos baianos dos
séculos XVIII ao XX, 3. Edição crítica de autores baianos.
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Séculos XVIII ao XX

seguintes municípios: Água Fria, Cachoeira, Conceição da Feira, Feira de Santana, Riachão
do Jacuípe, Santo Amaro, São Gonçalo dos Campos, Serrinha e Tanquinho.
É inegável a contribuição desses manuscritos dos séculos XVIII ao XX para a
compreensão da evolução da língua portuguesa, pois eles representam parte da realidade
lingüística da época em que foram escritos, revelando elementos arcaicos e populares,
vacilações ortográficas, ultracorreções etc.; assim como de uma parcela significativa da
história da Bahia: “Não se pretende com isto considerar a cultura brasileira, no caso
específico, a escrita, independente de suas origens, mas dar ênfase ao estudo de seus
manuscritos, imprescindíveis para a História nacional.” (ACIOLI, 2003, p. 1).

2 A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO MANUSCRITA PARA A


MEMÓRIA BAIANA

As civilizações são construídas, sempre, por alguma forma de acúmulo. Este se faz
pela aquisição de conhecimentos e pelas conquistas realizadas. Destarte, uma civilização não
vai jogando fora os seus bens. Para seu desenvolvimento harmonioso, há a necessidade da
formação de uma consciência de um largo segmento do passado histórico. Este passado é
resgatado através dos documentos históricos, que se constituem em patrimônio cultural, em
bem cultural de uma determinada civilização.

Essa relação de tempo é curiosa porque é preciso entender o bem cultural


num tempo multidimensional. A relação entre a anterioridade do passado, a
vivência do momento e a projeção que se deve introduzir é uma coisa só. É
necessário transitar o tempo todo nessas três faixas, porque o bem cultural
não se mede pelo tempo cronológico.
[...]
O tempo cultural não é cronológico. Coisas do passado podem, de repente,
tornarem-se altamente significativas para o presente e estimulantes do
futuro. (MAGALHÃES, 1985, p. 66-67)

O advento da escrita legou à humanidade a possibilidade de armazenar, de dar a


conhecer à posteridade toda a sua história: repleta de emoções, intrigas, pensamentos, feitos
heróicos, descobrimentos, conquistas... enfim, a escrita representa a própria memória do
homem. Para Diderot:

[...] sem escrita, privilégio do homem, cada indivíduo, reduzido à sua


própria experiência, seria forçado a recomeçar a carreira que o seu
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antecessor teria percorrido, e a história dos conhecimentos do homem seria


quase a da ciência da humanidade. (apud MARTINS, 1996, p. 70)

Os documentos históricos, traduzidos em patrimônio cultural ou bem cultural, são


objetos de interesse de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento humano. Segundo
Vera Acioli (2003, p. 1): “O documento manuscrito é considerado a mola-mestra da História.”
No entanto, o documento escrito não é só de interesse da História como também da Filologia,
da Paleografia, da Epigrafia, da Diplomática, da Lingüística, da Literatura, do Direito, da
Teologia, dentre outras ciências. Sendo assim, é de suma importância a sua preservação e
conservação.
Os reis foram os primeiros a criarem instituições-memória: museus, arquivos,
bibliotecas, com a finalidade de guardar e perpetuar seus feitos. Assim, desde que o homem
começou a registrar, com o uso da escrita, toda a sua história, o volume e o ritmo da produção
documental alcançaram números estratosféricos. Neste caso, o que fazer com toda esta
documentação? O primeiro passo é a conservação, que pode sinalizar em três direções: o
“inferno” – que significa a eliminação física do suporte; o “limbo” – que significa a
eliminação física do suporte, mas não da informação; e o “céu” – que implica na conservação
permanente pelo valor intrínseco da informação.

3 A EDIÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO MANUSCRITA

Desde a Antiguidade que os gregos já se preocupavam em salvaguardar suas obras


clássicas do esquecimento e da degradação. Segundo Auerbach (1972, p. 11): “A necessidade
de constituir textos autênticos se faz sentir quando um povo de alta civilização toma consci-
ência dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe constituem o
patrimônio espiritual [...].”
Antigamente os homens escreviam utilizando diversos suportes, tais como: moedas,
mármores, madeira, bronze, papiros e pergaminhos. Hoje, o suporte não é tão resistente e nem
tão duradouro como os de antes. O que se utiliza em larga escala desde o Humanismo é o
frágil papel. A umidade, a poeira, os fungos, o sol, os insetos em geral podem desfazer e
destruir a imensa massa de papel em que está depositada toda a história da humanidade, ou
seja, aquilo que lhe é mais caro e precioso.
Analisando-se todo esse processo, verifica-se que a preservação de toda a
documentação manuscrita é a chave para a construção de uma identidade sócio-histórico-
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cultural. “São numerosos, nestes últimos anos, os trabalhos que renovaram em profundidade
nossa compreensão da sobrevivência da escrita à mão após Gutenberg. Eles obrigam os
historiadores da cultura impressa a uma dupla revisão.” (CHARTIER, 2002, p. 77). Esta
preservação, do ponto de vista filológico, dá-se através da edição dos documentos, que neste
caso trata-se de uma edição semidiplomática, pois neste tipo de edição o filólogo pode corrigir
erros por conjectura, desdobrar as abreviaturas, elaborar notas explicativas, atualizar a
ortografia, etc.

No manuseio de códices e documentos antigos, defronta-se o pesquisador


com múltiplas dificuldades: forma gráfica diversa da atual; descuidos de
redação; falta de clareza na exposição do assunto; abreviaturas; sistemas de
numeração, unidades de peso e medida e sistema monetário pouco
conhecidos. A isto devem-se acrescentar os problemas de ordem externa,
tais como as manchas, corrosão por traças e pela tinta, ação do calor, água,
umidade e manuseio. (ACIOLI, 2003, p. 2)

3.1 O CORPUS

O corpus da pesquisa compõe-se de documentos manuscritos cíveis e religiosos dos


seguintes municípios: Água Fria, Cachoeira, Conceição da Feira, Feira de Santana, Riachão
do Jacuípe, Santo Amaro, São Gonçalo dos Campos, São José, Serrinha e Tanquinho – Bahia,
pertencentes ao Arquivo do Arcebispado de Feira de Santana, Arquivo Público Municipal de
Cachoeira, Arquivo Público Municipal de Feira de Santana e Arquivo Público Municipal de
Santo Amaro, assim discriminados:
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LOCAL DOCUMENTO TIPO


1 - Água Fria 1 - Livro de Casamentos – 235 fólios (recto e Eclesiástico
verso) - Período: 1719 – 1765
2 - Cachoeira 1 - Inventário com testamento em anexo de Cível
Antônio Félix Pereira – 72 fólios (recto e verso)
Período: 1749 – 1754
2 - Inventário com testamento anexo de Inácia
Pereira de Almeida – 34 fólios (recto e verso) -
Período: 1777 – 1789
3 – Inventário com testamento em anexo de Ana
Josefa de Almeida – 34 fólios (recto e verso) -
Período: 1777 – 1783
3 - Conceição da Feira 1 - Livro de Tombo – 38 fólios (recto e verso) - Eclesiástico
Período: 1847 – 1907
4 - Feira de Santana 1 - Livro de Casamentos – 138 fólios (recto e Eclesiástico
verso) - Período: 1843 – 1864
Cível
2 - Livro de Notas de Escrituras de Escravos –
194 fólios (recto e verso) - Período: 1881 - 1888
5 - Riachão do Jacuípe 1 - Livro de Casamentos – 93 fólios (recto e Eclesiástico
verso) - Período: 1848 – 1877

6 - Santo Amaro 1 – Queixa de Defloramento de Maria Juliana – Cível


60 fólios (recto e verso) - Período: 1903
2 – Queixa de Defloramento contra Pedro Inácio
dos Louvores e outros – 86 fólios (recto e verso)
- Período: 1903
3 – Queixa de Estupro de Maria Lúcia contra
Manoel Sabino Ferreira – 105 fólios (recto e
verso) - Período: 1905
4 – Termo de Juramento – 48 fólios (recto e
verso) - Período: 1892 – 1920
5 – Inventário da Baroneza de Camurugy – 118
fólios (recto e verso) - Período: 1893 – 1919
6 – Inventário do Barão de Saubara com
testamento anexo – 162 fólios (recto e verso) -
Período: 1867
7 - São Gonçalo dos 1 - Livro de Óbitos – 214 fólios (recto e verso) Eclesiástico
- Período: 1781 – 1802
Campos
8 – São José 1 - Livro de Batismos – 102 fólios (recto e Eclesiástico
verso) Período: 1752 – 1762
2 - Livro de Óbitos – 200 fólios (recto e verso) -
Período: 1821 - 1837
9 - Serrinha 1 - Livro de Batismos – 147 fólios (recto e Eclesiástico
verso) - Período: 1838 – 1860
1 - Livro de Óbitos – 13 fólios (recto e verso) -
Período: 1868
10 - Tanquinho 1 - Livro de Batismos – 219 fólios (recto e Eclesiástico
verso) - Período: 1878 – 1887
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Séculos XVIII ao XX

3.2 ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS DOCUMENTOS

Os documentos referentes à nossa história estão entregues, em muitas situações, às


traças, aos cupins, aos insetos em geral, bem como à ação do tempo – ou seja, a depender do
local onde estão acondicionados, à chuva, ao sol, ao vento, ou à ação do próprio homem, que
os danifica achando que não são importantes. Segundo Acioli (2003, p. 2):

Todos que lidam com documentos manuscritos no Brasil, sabem que o


quadro é desolador na maioria dos Estados. É necessário que sejam
conscientizados os poderes públicos responsáveis, como o Judiciário, o
Ministério da Fazenda, a Igreja, etc., para desenvolverem, a curto prazo,
uma política de conservação e restauração dos documentos que ainda
restam.

Contudo, mesmo em meio à poeira, à umidade, à sujeira, um velho maço de


inventários, de processos criminais ou de processos cíveis, testemunhando sua antiguidade e
seu abandono, constitui-se em uma caixa de surpresas, pois representa um poço de
informações, contribuindo tanto como fonte de valor quantitativo como para a reconstrução
social.

O testemunho colhido a posteriori, por sua própria natureza, é uma das


características da história do tempo presente. Ele leva à criação de uma
fonte singular na medida em que destinada desde o início seja a formar um
arquivo, no sentido de conservar – eis aqui a memória de tal indivíduo ou de
tal grupo –, seja a alimentar uma pesquisa específica. (ROUSSO, 1996, p.
87)

Para a UNESCO, uma das missões essenciais dos serviços de arquivos e bibliotecas é
a de tornar acessíveis os documentos dos quais têm a guarda, a fim de que o patrimônio fique
vivo e possa ser objeto de pesquisa. Outra missão é a de conservar os documentos a fim de
que o patrimônio possa ser transmitido intacto às gerações futuras, para que a sociedade
vindoura conheça o seu passado. No Brasil, há muitas dificuldades, uma delas resulta:

[...] da falta de interesse dos detentores dos documentos e da carência de


uma política voltada à preservação dos arquivos, quer públicos, quer
provados, é a ausência de condições para a conservação e organização da
maioria deles. Arquivo morto, no Brasil, é sinônimo de porão, onde os
documentos são jogados sem qualquer tratamento técnico. Na maior parte
dos casos é preciso um grande esforço de triagem do documento por parte
do pesquisador, a fim de recuperar qualquer informação. (ACIOLI, 2003, p.
15)
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3.2.1 Documentos do Arquivo Municipal de Santo Amaro – BA

Fig. 1: Queixa de Defloramento de Maria Juliana – fólio 1r / 1903


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Séculos XVIII ao XX

Fig. 2: Inventário do Barão de Saubara – fólio 2r / 1867


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Fig. 3: Inventário da Baroneza de Camurugy – fólio 1r / 1893 - 1919


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3.2.2 Documentos do Arquivo Municipal de Cachoeira – BA

Fig. 4: Inventário de Antônio Félix Pereira – fólio 7r / 1749-1754


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Fig. 5: Inventário de Ana Josefa de Almeida – fólio 1r / 1777 – 1783


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Séculos XVIII ao XX

Fig. 6: Inventário de Inácia Pereira de Almeida – fólio 15r / 1777 – 1789


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3.3 CRITÉRIOS PARA A EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA

Seguir-se-ão os seguintes critérios:

• Na descrição do documento, verificar-se-á:

a) Número de colunas
b) Número de linhas da mancha escrita
c) Existência de ornamentos
d) Maiúsculas mais interessantes
e) Existências de sinais especiais
f) Número de abreviaturas
g) Tipo de escrita
h) Tipo de papel
i) Data do manuscrito

• Para a transcrição do documento, deve-se:

a) Respeitar fielmente o texto: grafia (letras e algarismos), linha, fólio, etc;


b) Indicar o número de fólio, à margem direita, fazendo a chamada com asterisco;
c) Numerar o texto linha por linha, indicando a numeração de cinco em cinco, desde a
primeira linha do fólio;
d) Separar as palavras unidas e unir as separadas;
e) Desdobrar as abreviaturas apresentando-as em itálico;
f) Utilizar colchetes para as interpolações;
g) Utilizar chaves para as letras e palavras expurgadas;
h) Indicar as rasuras ilegíveis com o auxílio de colchetes e reticências;
i) Expontuar as letras de leitura duvidosa.
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3.4 EDIÇÃO DE UM FÓLIO DO AUTO DE DEFLORAMENTO DE MARIA JULIANA

3.4.1 Descrição do Documento

Auto de Defloramento datado de maio de 1903. Escrito em tinta preta, recto e verso,
em sessenta fólios. Papel almaço, medindo 324 mm X 222 mm. Rasgado ao meio e nas
bordas.

3.4.1.1 Transcrição do Fólio 1r

1903

Cidade de Santo Amaro

Juiso de Direito

Denuncia

5 A justiça por parte de


Maria Juliana
Cecílio Bento da Rocha Dorea

Escrivam nos Feitos Cives e Criminaes


Alcebiades Ludgero dos Santos

10 ANNO

de mil nove centos e trez nos vin


te dois dias do mez de Junho nes
ta Leal Cidade de Santo Amaro
e em meo Cartorio escrevi a peti
15 ção do Adjunto da Promotoria
Publica Salvador Ayres de Almei
da Freitas Sobrinho com despacho
ao pe e com dois [...[ que se
seguem e fazer para constar este

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos arquivos brasileiros, encontram-se documentos de todo o tipo: testamentos,


petições, declarações, certidões entre outros, que permitem conhecer melhor o cotidiano da
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sociedade da época em que foram lavrados. Muitos desses textos estão no ostracismo e em
estado de conservação ruim, outros dispersos, todavia constituem fontes de valor inestimável
para os estudos filológicos e históricos. Vale salientar que esses documentos, datados e
localizados, indicam aspectos da variação regional e temporal: variações lingüísticas,
históricas e culturais. Desse modo, eles são importantes porque representam um produto
ideológico e merecem a devida atenção: eles são a Memória Nacional.

REFERÊNCIAS

ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A Escrita no Brasil Colônia: um guia para leitura de
documentos manuscritos. 2. ed. Recife: UFPE / Fundação Joaquim Nabuco / Editora
Massangana, 2003.

AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Tradução José Paulo Paes. São
Paulo: Cultrix, 1972.

CASTRO, Ivo ; RAMOS, Maria Ana. Estratégia e táctica da transcrição. COLLOQUE


CRITIQUE TEXTUELLE PORTUGAISE, Paris, 20-24 octobre 1981. Actes... Paris:
Fondation Calouste Gulbenkian, 1986. p. 99-122.

CHARTIER, Roger. O manuscrito na era do texto impresso. In: ____. Os desafios da


escrita. Tradução Fulvia M. L. Moretto. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. 77-100.

GEORGES, Jean. La Escritura: memoria de la humanidad. Traducción Enrique Sánchez


Hormigo. Barcelona: Ediciones B. S. A., 1998.

MAGALHÃES, Aloísio. E Triunfo?: a questão dos bens culturais no Brasil. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira; Brasília: Fundação Nacional Pró-Memória, 1985.

MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 2. ed.


São Paulo: Ática, 1996.

QUEIROZ, Rita. Manuscritos, livros e computador: o progresso cultural da humanidade.


Tribuna Feirense, Feira de Santana, 21 nov. 2004. Tribuna Cultural, p. 3.

______. Documentação manuscrita: legado cultural. Tribuna Feirense, Feira de Santana, 01


ago. 2004. Tribuna Cultural, p. 2.

QUEIROZ, Rita C. R. de. Edição diplomática de documentos históricos feirenses. In:


Estudios de lingüística española, v. 13, 2001.
Disponível em: <http://elies.rediris.es/elies13/queiroz.htm>. Acesso em: 10 jan. 2006.

ROUSSO, Henry. O Arquivo ou o indício de uma falta. Estudos Históricos, Rio de Janeiro,
v. 9, n. 17, p. 85-91. 1996.

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