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ÉTICA DEONTOLÓGICA:

Immanuel KANT
(1724-1804)

Profª Marina Santos - 2012


A REVOLUÇÃO ÉTICA DE KANT
 Kant coloca a origem e justificação da moralidade no
próprio Homem, na sua natureza racional.
 A moralidade não deve apoiar-se «nem na terra nem
no céu», isto é, não tem origem na sociedade, na
religião, nem na busca do prazer ou da felicidade.
 Deve apoiar-se na capacidade humana de pensar e
agir por si mesmo, i.e., na Razão.

 A lei moral é a lei do sujeito e para o sujeito


racional: é uma ética da autonomia.
 Cabe a cada sujeito “dar a si mesmo a lei” que o
orienta nas decisões, ouvindo a “voz da Razão”- a
consciência moral.
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Os “actores” do drama moral
RAZÃO SENSIBILIDADE
(sede da lei moral) (fonte das inclinações empíricas)

VONTADE

-Se a vontade age pura e simples- - Se a vontade age determinada ou


mente pela razão, sem qualquer influenciada por inclinações sensíveis
condicionamento empírico, então (interesses, paixões, etc.), então a
a acção é moralmente válida. acção não tem valor moral.

BOA VONTADE = a vontade que age (apenas) por dever .


 A vontade é BOA pelo querer (pelo que a motiva para
agir), isto é, o respeito absoluto pelo dever.
Só uma vontade puramente racional tem valor moral
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A ética kantiana é deontológica e intencional
 Critério mais importante para classificar uma acção
como moralmente boa: a intenção do indivíduo cumprir
o que a Razão lhe ordena, sem se preocupar com as
consequências que poderão advir da sua realização.
 Só a intenção de cumprir o dever por respeito
absoluto pelo dever torna uma acção boa.
 Ao cumprir o dever pelo dever, a vontade obedece a
uma lei instituída pela sua própria Razão.
=> autonomia da vontade: capacidade de auto-
determinação do Homem, de se tornar racional,
rejeitando influências exteriores à razão.
 A verdadeira moralidade do Homem reside no princípio
formal, incondicional e a priori determinante da acção.
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A Lei Moral
Onde reside o princípio que nos diz como devemos cumprir
o dever?
Na nossa consciência, como seres racionais que se
reconhecem dotados de liberdade.
Que princípio é esse (que nos orienta)? A lei moral.
 A lei moral diz-nos: «Deves absolutamente e em qualquer
circunstância cumprir o dever pelo dever»
 Exige um absoluto e incondicional respeito pelo dever;
Diz-nos a forma como devemos agir: é puramente formal;
É um imperativo categórico* (incondicional), uma ordem
que não está submetida a qualquer condição.

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A Lei Moral
Exemplo:
A) Se não queres ter problemas, então não ofendas os teus vizinhos.
=> imperativo hipotético: Se queres A, então deves fazer B.
B) Não deves ofender os teus vizinhos porque é esse o teu dever!
=> *imperativo categórico: o dever como fim em si mesmo.
A lei moral apresenta-se como imperativo categórico,
porque no ser humano a razão convive com a
sensibilidade.
Ora, a sensibilidade é a sede das inclinações sensíveis
ou empíricas, as quais são um obstáculo ao cumprimento
absoluto que a lei moral/ racional exige. Resta confiar na
Razão para nos orientar.
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LEI MORAL

UNIVERSAL
ABSOLUTA E APODÍCTICA OU A priori *
INCONDICIONAL NECESSÁRIA

Tem de valer Não deriva da


para todos os Vale independente- Tem de ser assim e experiência.
seres racionais, mente das situações não pode ser de A sua origem está na
sem excepção. concretas, das conse- outro modo. racionalidade humana.
quências da acção.

 A priori = antes e independentemente da experiência. Em Kant,


designa as estruturas do sujeito lógico, que constituem a forma do
conhecimento.
 A posteriori = após e decorrente da experiência. Em Kant,
designa os conteúdos que o sujeito cognitivo obtém a partir da
experiência e que constituem a matéria do conhecimento.

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Uma norma de acção só tem validade se:
 For dotada de universalidade
«Age segundo uma máxima tal que queiras ao
mesmo tempo que se torne lei universal»
(fórmula do imperativo categórico: devemos fazer,
somente, o que possa ser universalizado).
 Respeitar a dignidade humana

«Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto


da tua pessoa como na pessoa de qualquer outro
sempre e simultaneamente como fim e nunca
simplesmente como meio»
(princípio da finalidade: recusa da instrumenta-
lização e coisificação do outro).
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ÉTICA KANTIANA vs. UTILITARISMO
CLASSIFICAÇÃO DAS ACÇÕES
CONTRÁRIAS CONFORMES AO DEVER
AO DEVER
POR POR POR
X INTERESSE INCLINAÇÃO DEVER*
PESSOAL IMEDIATA

 Acção contra o dever: quando um comerciante explora os


clientes, cobrando preços abusivos.
 Acção conforme ao dever: quando um comerciante não
vende caro para manter os clientes habituais e, eventual-
mente, para atrair novos; ou porque lhe apeteceu.
 Acção por dever: quando um comerciante não vende caro
os seus produtos porque sabe que é esse o seu dever.
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ÉTICA KANTIANA vs. UTILITARISMO
 Kant é um filósofo anti-consequencialista:
 Se uma ação for boa enquanto meio para atingir um fim
(acção conforme ao dever), então cumpre-se o dever por
interesse, seja altruísta ou egoísta.
 Mas o valor de uma boa vontade consiste na intenção de
praticar o bem, independentemente de qualquer interesse
que possamos ter pelo resultado da acção praticada.
 A moralidade reside na acção boa em si mesma, por dever*

CLASSIFICAÇÃO DAS ACÇÕES


CONTRÁRIAS CONFORMES AO DEVER
AO DEVER
POR POR POR
X INTERESSE INCLINAÇÃO
DEVER*
PESSOAL IMEDIATA
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ÉTICA KANTIANA vs. UTILITARISMO
 A tese consequencialista de que o prazer é o princípio
determinante da conduta humana é inaceitável para Kant.
A felicidade é uma inclinação natural ou sensível do
Homem e, embora seja legítimo querer ser feliz, não pode
constituir a sede de moralidade de um acto.
 Porquê?
Porque uma acção moral é uma acção puramente racional,
não condicionada por inclinações empíricas, como o
desejo de ser feliz ou de contribuir para o bem-estar dos
outros.
Mais importante do que a felicidade ou o bem-estar, é o
respeito pela dignidade do Homem, pelo seu valor
absoluto como ser que a Razão eleva acima de todas as
criaturas e o torna autónomo face a Deus.
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ÉTICA KANTIANA vs. UTILITARISMO
As éticas materiais/de conteúdo/ empíricas/a posteriori
formulam imperativos hipotéticos e são condicionais.
 Todas as éticas materiais procuram determinar, entre
os bens, qual o bem supremo ou fim último do Homem
Estabelecido esse bem supremo (a felicidade, por ex.)
a ética daria, então, as normas para o alcançar.
 São empíricas: o seu conteúdo provém da experiência
 São heterónomas: a lei moral procede do exterior da
razão e as condutas são dominadas pela inclinação.
 As suas normas são condicionais, porque valem
apenas como meios para conseguir certos fins. Neste
sentido, não podem ser universalmente válidas, pois
meios e fins variam de sujeito para sujeito.
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Exemplo: Mentir
Queremos universalizar uma máxima que permita mentir?
 O que é uma máxima? É um princípio/critério para agir bem.
=> máxima: “É adequado mentir quando nos convém?”
 Queremos realmente que se torne universal?
 Não, pois destruiria as expectativas racionais baseadas na
confiança entre os indivíduos!
 Mas não há excepções?
 Talvez, desde que respeite a dignidade humana e seja
universalizável:
Ex: Se um assassínio quiser matar um inocente, então mentir poderá
ser legítimo.
 Contudo, num texto escrito no final da sua vida, Kant considera
que é sempre errado mentir. Se fizermos o que está certo a nível
das intenções, não seremos responsáveis pelas consequências
nefastas...
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Características da ética kantiana
1) É uma moral do dever (deontológica): o dever
representa a prevalência dos valores racionais, de
significado universal e humano, sobre as inclinações
naturais/empíricas.
2) É uma ética formal: não estabelece nenhum bem
ou fim, diz-nos como devemos agir e não o que
devemos fazer - a lei moral diz-nos qual a forma que
a nossa acção deve adoptar.
3) É uma ética de intenções: a moralidade de um
acto não reside no seu conteúdo, nem nas suas
consequências, mas no princípio que a determina,
na racionalidade do motivo que está na sua base -
na intenção.
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Características da ética kantiana
4) É uma moral do desinteresse: a conformidade
da vontade com a lei moral só tem valor se for
independente de uma expectativa de recompensa.
5) É uma moral autónoma: a lei moral é a lei que a
razão legisladora, e só ela, impõe à vontade.
6) É uma moral racional: a regra da moralidade é
estabelecida a priori pela razão.
 A razão é a faculdade de produzir leis, uma
legalidade sem recurso à experiência.
A vontade autónoma é a boa vontade,
determinada pela lei moral com sede na Razão.
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