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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DIREITO DO ENTRETENIMENTO

PEDRO HENRIQUE BARBOSA ROTONDARO

A TITULARÍDADE DOS DIREITOS AUTORAIS NA OBRA AUDIOVISUAL

RIO DE JANEIRO/ RJ

2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3

1. A OBRA AUDIOVISUAL NO BRASIL ........................................................ 4

2. DIREITO PATRIMONIAL E MORAL NA OBRA AUDIOVISUAL ........... 5

3. HABILITAÇÃO PARA COBRANÇA DE DIREITOS AUTORAIS ............. 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 10


3

INTRODUÇÃO

O presente artigo se insere no campo da obra audiovisual e da titularidade

dos seus Direitos Autorais, com ênfase nos atuais mecanismos de cobrança por

aqueles de direito.

A obra audiovisual está cada vez mais inserida na sociedade atual, está nos

principais meios de comunicação e de divulgação de ideias e informações. Possui

enorme importância política e força para conduzir nações. Com as numerosas

formas de se produzir conteúdo audiovisual, questões complexas quanto a sua

autoria são colocadas em questão, gerando necessidade de aprimoramento e

melhor execução dos Direitos Autorais.

Os direitos de autor podem ser divididos entre patrimoniais e morais, que

no caso da obra audiovisual, podem ter diferentes titulares, devido à complexidade

de co-autores presente neste tipo de obra. O direito patrimonial está ligado a

exploração econômica do projeto realizado, já o direito moral, está vinculado ao

emocional, na parte de criação dos seus autores.

Mesmo com grande número de co-autores, os direitos patrimoniais da obra

audiovisual foram monopolizados pelas produtoras. Entretanto, em dezembro de

2018, em um dos seus últimos atos, o extinto Ministério da Cultura, habilitou as

entidades de cada segmento do mercado audiovisual para que possam, finalmente,

exercer o seu direito de cobrança sob cada exibição.

O método utilizado na realização deste artigo será o indutivo, através de

pesquisas bibliográficas, aprofundamento no estudo da legislação brasileira.

Busca trazer a importância dos Direitos Autorais no audiovisual e as atuais

modificações neste campo.


4

A OBRA AUDIOVISUAL NO BRASIL

De acordo com o Dicionário Houaiss, audiovisual é "qualquer

comunicação, mensagem, recurso, material etc. que se destina a ou visa estimular

os sentidos da audição e da visão simultaneamente".1

Já a lei de direitos autorais (Lei 9610/ 98), o define da seguinte forma:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

VIII - obra:

i) audiovisual - a que resulta da fixação de imagens com ou

sem som, que tenha a finalidade de criar, por meio de sua

reprodução, a impressão de movimento, independentemente dos

processos de sua captação, do suporte usado inicial ou

posteriormente para fixá-lo, bem como dos meios utilizados para

sua veiculação;

Ou seja, audiovisual é a união de meios de comunicação os quais se

utilizam de sons e imagens em movimento, podendo ou não, transmitir alguma

informação ou mensagem. Como por exemplo, o cinema com todos os seus

gêneros, incluindo produções independentes, a televisão, vídeo analógico ou

digital, de alta ou baixa definição, animação, até mesmo o comercial voltado para

publicidade, os videoclipes, videogames, canais de streaming, como Netflix,

plataformas de exibição de vídeo, como Youtube, dentre outros.2

Uma das principais características da obra audiovisual, é o fato desta ser

considerada uma obra coletiva, isto é, é criada/concebida por diversos co-autores,

não existe um autor determinado, mas uma serie de coatores, que sem os quais, a

1
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objectiva, Rio de Janeiro, 2001, p. 343. Fonte:
Wikipédia.
2
Fonte: http://vamosfalarsobrecinema.blogspot.com/2016/07/afinal-o-que-e-o-audiovisual.html
5

obra não teria o mesmo resultado. Cumpre ressaltar que, cada co-autor possui a

sua contribuição específica, como direção, atuação, roteiro.

2. DIREITO PATRIMONIAL E MORAL DA OBRA AUDIOVISUAL

O direito autoral no Brasil tem sua base legal no artigo 5º, inciso XXVII

Constituição Federal de 1988, in verbis:

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,

publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos

herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Na observância do ditame constitucional transcrito acima, percebe-se a

preocupação do legislador em estabelecer princípios de proteção tanto no âmbito

patrimonial, como no moral, ambos direitos inerentes ao autor.

A preocupação em torno da proteção conferida aos autores, se dá

justamente pela posição sui generis em que este direito se encontra, já que uma

obra artística pode surgir a partir de questões pessoais, com certo grau de

intimidade, e que posteriormente, pode ter um cunho patrimonial ao autor, por

exemplo, quando este decide negociar a publicação, exibição, adaptação e/ou

distribuição de sua obra.

Sendo certo que o autor pode dispor do direto patrimonial da obra, o

mesmo não acontece no tocante ao direito moral, que por se tratar de um dos

direitos da personalidade, é intransmissível3. Se trata da “paternidade” da obra.

Aquilo que é criado, é parte da pessoa que construiu, e por isso, um direito

inalienável e irrenunciável4.

3
CÓDIGO CIVIL/ 2002: Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
4
LEI 9610/ 1998: Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.
6

Neste ponto, o Professor Des. Jose Carlos Costa Netto (Direito Autoral no

Brasil, 2ª edição, São Paulo, FTD, 2008, p. 74) explica:

“Se, por exemplo, o direito à intimidade, à liberdade de expressão,

à vida, à educação não contém vínculo de ordem patrimonial, o

mesmo não ocorre em relação à criação intelectual: juntamente

com o direito moral de autor (que é um dos ramos dos direitos da

personalidade) nasce um bem (a obra intelectual) que entra para

o campo da propriedade exclusiva do autor.”

Partindo do pressuposto de que a obra intelectual é um bem jurídico de

propriedade exclusiva do autor, HENRI DESBOIS em seu livro “Le Droit d’

Autor em France” (2ª edição, Paris, Dalloz, 1966, p.238) traz a teoria dualista

para definir este direito. Nesta teoria, o autoralista esclarece que o direito

patrimonial e o moral irão coexistir, mas se desenvolverão separadamente,

ressaltando que o direito moral irá sempre se opor ao patrimonial, uma forma de

proteger o que é entendido pela doutrina como “a criação do espírito” do autor.

No que se trata de direito autoral no campo audiovisual, cumpre ressaltar

quem a Lei nº 9610/ 98, chama de coautores: “Artigo. 16. São coautores da obra

audiovisual o autor do assunto ou argumento literário, musical ou lítero-musical

e o diretor.” Na leitura do artigo transcrito, entende-se como coautores o

roteirista e o diretor. Todavia, no tocante ao exercício do direito moral de autor, a

lei atribui este direito apenas ao diretor.5

Já a titularidade do direito patrimonial da obra audiovisual, esta é

concedida aos produtores, observando as atividades que lhes é inerente, como a

administração de todo o projeto audiovisual, desde a pré até a pós-produção,

5
LEI 9610/ 1998: Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais sobre a obra
audiovisual.
7

ficando encarregados de realizar toda a contratação e pagamento do pessoal,

arrecadação de fundos, da distribuição, etc. Tal previsão encontra-se respaldo na

Lei 9610/98, no artigo 17, §2º,6 estabelecendo o produtor como o titular originário

dos direitos patrimoniais, ou seja, o primeiro a obter tais direitos sob a obra.

A titularidade do produtor aos direitos patrimoniais da obra audiovisual,

também pode lhe ser concedida mediante contrato, no qual o autor, cede os

direitos patrimoniais ao produtor, ficando este encarregado, dentre outras

obrigações, de estabelecer e efetuar a remuneração devida aos co-autores, aos

artistas intérpretes e executantes. Esta cessão de direitos e suas limitações, são

reguladas pela Lei 9810/ 98.7

Desta forma, depois de realizado todos os pagamentos e demais obrigações

contratuais, o produtor é o titular para gozar de todos os lucros provenientes da

exploração econômica daquela obra. Não cabendo, salvo se estabelecido o

contrário, mais qualquer remuneração aos co-autores, interpretes e executantes.

3. HABILITAÇÃO PARA COBRANÇA DE DIREITOS AUTORAIS

A monopolização das produtoras na exploração econômica proveniente

das exibições das obras audiovisuais, começou a ser questionada pelos diretores,

roteiristas e interpretes, que através das respectivas entidades, começaram a

pleitear os seus direitos sob cada exibição de obras as quais contribuíram para

existência.

6
LEI 9610/ 1989: Art. 17. É assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas. § 2º
Cabe ao organizador a titularidade dos direitos patrimoniais sobre o conjunto da obra coletiva.
7
LEI 9610/ 1989: Art. 81. A autorização do autor e do intérprete de obra literária, artística ou científica
para produção audiovisual implica, salvo disposição em contrário, consentimento para sua utilização
econômica. Art. 82. O contrato de produção audiovisual deve estabelecer: I - a remuneração devida pelo
produtor aos co-autores da obra e aos artistas intérpretes e executantes, bem como o tempo, lugar e forma
de pagamento; II - o prazo de conclusão da obra; III - a responsabilidade do produtor para com os co-
autores, artistas intérpretes ou executantes, no caso de co-produção.
8

Em 2013, a Lei nº 12.853/ 13 alterou a Lei dos Direitos Autorais, dando

poder ao Ministério da Cultura de regular, fiscalizar e supervisionar as associações

responsáveis pela arrecadação dos direitos autorais. Então, através da Secretaria

dos Direitos Autorais e da Propriedade Intelectual (SDAPI), o Ministério da

Cultura, agora Secretaria,8 faz a habilitação das entidades que queiram realizar a

cobrança de tais direitos, podendo posteriormente, impor sanções e até anular as

habilitações em caso de descumprimento legal.9

No segmento musical, a cobrança dos direitos autorais já está sendo

efetuada, através do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) e

outras sete associações de gestão coletiva da área da música, habilitadas pelo

Ministério da Cultura desde 2015.10

No campo do audiovisual, as entidades que aguardavam e batalhavam

administrativamente e judicialmente para gozar desse direito, finalmente, foram

habilitadas em dezembro de 2018, um dos últimos atos do extinto Ministério da

Cultura.

As entidades habilitadas foram as seguintes: Interartis Brasil, que

representa os intérpretes de televisão, vídeo ou cinema; a Diretores Brasileiros de

Cinema e do Audiovisual (DBCA); e a Gestão de Direitos de Autores Roteiristas

(GEDAR). Agora, cabe a cada entidade estabelecer a forma que pretenderão

realizar a cobrança11, devendo prestar contas anualmente a Secretaria de Cultura,

subordinada ao recém-criado Ministério da Cidadania.

8
A Secretaria de Cultura é subordinada ao Ministério da Cidadania, criado em 1 janeiro de 2019.
9
Fonte: http://cultura.gov.br/entidades-do-setor-audiovisual-sao-habilitadas-para-cobrar-direitos-
autorais/
10
Fonte: http://cultura.gov.br/entidades-do-setor-audiovisual-sao-habilitadas-para-cobrar-direitos-
autorais/
11
Fonte: http://cultura.gov.br/entidades-do-setor-audiovisual-sao-habilitadas-para-cobrar-direitos-
autorais/
9

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme apresentado, conclui-se pela complexidade no que tange a

titularidade do direito de autor no audiovisual, por se tratar de uma obra coletiva12,

isto é, existem vários co-autores, com seus respectivos direitos autorais,

envolvidos na criação de cada obra.

Mesmo com a habilitação das entidades do setor audiovisual para cobrança

dos seus respectivos direitos autorais, ainda existe um longo caminho pela frente.

Depois da habilitação dessas entidades, produtoras recorreram da decisão

do até então, Ministério da Cultura. Entre extinção do Ministério, criação da

Secretaria, e conflitos entre produtoras e entidades artísticas, nos primeiros meses

de 2019, houve a suspensão das habilitações. Contudo, após grande pressão por

parte de diretores, roteiristas e interpretes, a Secretaria de Cultura voltou atrás em

maio do mesmo ano, e devolveu as habilitações concedidas no final de 2018.13

Desta forma, é necessário que haja uma maior sensibilidade por parte do

legislador e daqueles que se encontram envolvidos na constituição dos direitos

autorais, por se tratar de uma criação na qual o artista coloca parte de si mesmo

em cada projeto, devendo receber o que lhes é de direito, tanto no âmbito

patrimonial, como no moral.

12
LEI 9610/98: Art. 17. É assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas.
13
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/05/secretaria-de-cultura-devolve-habilitacoes-
para-cobranca-de-taxa-no-audiovisual.shtml
10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objectiva, Rio de Janeiro,


2001.

NETTO, José C.C., Direito Autoral no Brasil, 2ª edição, São Paulo, FTD, 2008.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Disponível em: http://cultura.gov.br/entidades-


do-setor-audiovisual-sao-habilitadas-para-cobrar-direitos-autorais/ Acesso em:
maio de 2019.

FOLHA DE SÃO PAULO. Disponível em:


https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/05/secretaria-de-cultura-devolve-
habilitacoes-para-cobranca-de-taxa-no-audiovisual.shtml Acesso em: maio de
2019.

VAMOS FALAR DE CINEMA. Disponível em:


http://vamosfalarsobrecinema.blogspot.com/2016/07/afinal-o-que-e-o-
audiovisual.html Acesso em: maio de 2019
11

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