Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
APOSTILA
CRIMINOLOGIA
COM ÊNFASE EM CONCURSOS PÚBLICOS
APOSTILA
Professor: André Giamerardino
Defensor Público do Estado do Paraná, Professor da UFPR e da UP, doutor em Direito (UFPR) e
Mestre em Direito
Direito (UFPR) e Criminologi
Criminologia
a (Universit
(Universit di Padova)!
Padova)! Coautor com Massimo
Massimo Pavarini
Pavarini
do livro "#eoria
"#eoria da Pena e E$ecu%&o Penal ' Uma ntrodu%&o Crtica* (+umen uris)!
INTRO!U"#O
Esta a-ostila tem a finalidade de servir como es-.cie de "glossário* e ferramenta au$iliar na
-re-ara%&o -ara concursos -úblicos /uanto a temas de criminologia!
Embora a mat.ria se0a muito com-le$a, 1eterog2nea, diversificada, 1istorici3ada, seu tratamento
na formula%&o de /uest4es em "-rovas de concurso* . bastante sim-lificador e re-etitivo, sendo
fácil -erceber /ue n&o se re/uer /ual/uer a-rofundamento, mas sim o con1ecimento su-erficial
de determinados conceitos e do sentido das -rinci-ais teorias!
5inteti3ar tais conceitos, de forma confessadamente su-erficial, mas certo de /ue tal memori3a%&o . tudo
/uanto se -recisa saber -ara se -ontuar nesse ti-o de /uest4es, . o singelo -ro-6sito desta a-ostila!
AULA $: CARACTER%STICAS PRINCIPAIS E AS &'RIAS (CRIMINOLOGIAS(
-ág!
APOSTILA
- crimin
criminolo
ologia
gia tradic
tradicion
ional
al-os
-ositiv
itivist
istae
aetio
tiol6g
l6gica
ica,, de um lado
lado ? nos concur
concursos
sos -úblico
-úblicoss muito
muito
fre/uentemente c1amadas "#E8R;5 D8 C8<5E<58*B vs.
- criminologia construtivista ("da rea%&o social*)crtica, de outro lado ? nos concursos -úblicos
muito fre/uentemente c1amadas "#E8R;5 D8 C8<F+#8*!
C8<F+#8*!
Cada uma delas tem diferentes ob0etos de estudo7
- a -rimeira lin1a busca identificar C;U5;5 do crime e do com-ortamento criminoso (-or isso .
dita "etiol6gica*) e se divide em teorias <D@DU;5 e 58C8+:C;5B
- a segunda -ers-ectiva busca analisar
analisar como . a rea%&o social e institucional /ue define o /ue . crime e /uem
. criminoso, recaindo o foco na seletividade do sistema -enal e no desvelamento de fun%4es -olticas n&o
declarad
declaradas!
as! #amb.m a/ui
a/ui . -ossvel
-ossvel identifi
identificar
car teorias
teorias individu
individuais
ais ou "MCR8*s
"MCR8*socio
ociol6gi
l6gicas
cas (e$! teoria
teoria do
eti/uetamento)
eti/uetamento) e teorias "M;CR8*sociol6gicas
"M;CR8*sociol6gicas (e$! criminologias
criminologias crticas,
c rticas, criminologia radical)!
GUE5#HE5 DE RE@5>87
a0 Si3o+ismo6 7eda89o
7eda89o de
de in,erdis*i3inaridade6
in,erdis*i3inaridade6 7is9o ind2,i7a
ind2,i7a da
da rea3idade1
rea3idade1
0 Emirismo6 7eda89o
7eda89o de in,erdis*i3inaridade6
in,erdis*i3inaridade6 7is9o ind2,i7a da rea3idade1
*0 Ra*iona3
Ra*iona3ismo6
ismo6 in,erdis*i
in,erdis*i3inar
3inaridade
idade66 7is9o ind2,i7a
ind2,i7a da rea3idade
rea3idade11
d0 Emirismo6 in,erdis*i3inaridade6
in,erdis*i3inaridade6 7is9o
7is9o ind2,i7a
ind2,i7a da rea3idade1
e0 Ra*iona3
Ra*iona3ismo6
ismo6 in,erdis*i
in,erdis*i3inar
3inaridade
idade66 7is9o ded2,i7a
ded2,i7a da rea3idad
rea3idade1
e1
a0 ; 2ma
2ma *i=n*i
*i=n*iaa do
do de7er
de7er>ser
>ser11
d0 ; 2ma *i=n
*i=n*ia
*ia norm
norma,i
a,i7a
7a11
e0 ; 2ma
2ma *i=n*
*i=n*ia
ia em5
em5ri*
ri*a1
a1
-ág! I
APOSTILA
0 !o *onsenso e do *onf3i,o1
*0 !o *on@e*imen,o e da es<2isa1
d0 !a forma89o e da ded289o1
e0 !o es,2do e da *on*32s9o1
fatos devem lugar ao silogismo !premissa maior ", premissa menor # , conclus$o% &. ara nós,
nenhuma ra'$o pode ser sem partir de fatos. ara eles, a ciência necessita apenas de papel, pena
e tinta, e o resto vem de um cére(ro cheio de mais ou menos a(undante leitura de livros feitos dos
mesmos ingredientes. ara nós a ciência demanda a longa e demorada an)lise dos fatos, um por
um, redu'indo a um fato comum. ara eles um silogismo ou uma anedota é suficiente para aca(ar
com anos de an)lise e experimentaç$o. ara nós, é o contr)rio.
Princi-ais caractersticas (sobre o tema, sugest&o de leitura7 CR<8 D85 5;<#85, ! * criminologia da
o&o . 1omicida!
-ág! O
APOSTILA
repress$o, KQ)7
a) Em-irismo e m.todo indutivo7 cren%a de /ue a ci2ncia seria ca-a3 de diagnosticar as causas
do crime e reali3ar -rogn6sticos -ara -olticas de -reven%&o!
b) Cren%a no determinismo do com-ortamento, re0eitando a ideia de livre arbtrio dos su0eitos! ; conduta
desviante como sintoma de causas ligadas ao indivduo! Re0ei%&o do conceito de "cul-abilidade* (direito
-enal do fato) e valori3a%&o do conceito de "-ericulosidade* (direito -enal do autor)!
c) Mensura%&o e /uantifica%&o dos dados ? busca da mensura%&o da criminalidade como se
fosse um dado ob0etivo, atrav.s das estatsticas criminais!
d) Pretens&o de neutralidade do cientistaobservador! ;-lica%&o de -remissas -r6-rias das
ci2ncias naturais s ci2ncias sociais!
CESAR LOMBROSO $H/>$.J (+-omo elin/uente, $HK) e mais7 (+a donna delin/uente, la prostituta e la
donna normale, $HB 0enio e degenera'ione, $.HB 1rime: its causes and remedies, $$/)!
-ág! T
APOSTILA
; obra de KLLK ' 2ociologia 1riminale ' . um tratado com-leto de criminologia, no sentido /ue
contem-la criminologia teórica e outra aplicada7
a) ; criminologia teórica de Ferri era MU+#F;#8R;+7 negava o livre arbtrio, e$-licando o crime
como determinado -or uma s.rie de fatores crimin6genos os /uais, combinados entre si, -ro-iciam
uma classificaç$o dos delin/uentes! Uma novidade em seu -ensamento era a inser%&o de fatores
e$6genos (ligados ao meio fsico e social) como e$-lica%&o do com-ortamento criminal! Classificou
os criminosos em "ti-os de autor*7 natos, alienados, 1abituais, de ocasi&o e -assionais!
b) ; criminologia aplicada de FERR era fundada na ideia de -ericulosidade, -revendo "medidas
de defesa social* corres-ondentes a cada ti-o de autor! Fala em substitutivos -enais (medidas
alternativas -ris&o) e na necessidade de se individuali3ar a a-lica%&o de todas as medidas!
MP8R#W<C;7 Ferri influenciou a formula%&o do sistema "du-lo binário* no Codice Rocco (tália,
KIN), /ue -revia a cumula%&o de -enas e medidas de seguran%aB sistema este adotado -elo
C6digo Penal brasileiro de KON at. a Reforma da Parte :eral em KLO! nfluenciou, ainda, na
formula%&o de diversos -rocedimentos t-icos da e$ecu%&o -enal, tais como a "classifica%&o*, o
"e$ame* e a l6gica da -ericulosidade -er-assando todo o sistema de 0usti%a!
GUE5#HE5 DE RE@5>87
-ág!
APOSTILA
*0 Mrio de Andrade1
d0 Osa3do Cr21
e0 Fernando Or,i1
)Pai3os*ois,a Po3i*ia3 -.$/01 Pode>se afirmar <2e es,9o en,re os rin*5ios f2ndamen,ais
da es*o3a *3ssi*a da *rimino3o+ia:
a0 O *rime na es*o3a *3ssi*a é 2m en,e 2r5di*o n9o é 2ma a89o mas sim 2ma
infra89o6 a 2nii3idade de7e ser aseada no 3i7re>ar5,rio6 ado,a>se o mé,odo e
ra*io*5nio 3?+i*o>ded2,i7o1
d0 O direi,o ena3 <2e é 2ma ora @2mana6 a resonsai3idade so*ia3 <2e de*orre do
de,erminismo so*ia36 o de3i,o <2e é 2m fenmeno na,2ra3 e so*ia31
-ág! Q
APOSTILA
teoria foi seu conceito de delito natural , o /ual seria a "viola%&o dos sentimentos m.dios de
-iedade e -robidade*, estas como Zsubstrato moral[ a 0ustificarem a re-ress&o s condutas
desviadas, relativos re-ugnSncia -or a%4es cru.is, ao res-eito -elo outro, e assim -or diante!
Fortemente influenciado -or C! Darin e \! 5-encer, indica uma conce-%&o evolucionista de
senso moral, o /ual seria transmitido 1ereditariamente, associando as no%4es de ra%a e
civili3a%&o! Pensamento fortemente racista e ligado ao colonialismo!
? \á outras teorias etiol6gicas individuais desenvolvidas ao longo do s.culo JJ! Mencionado
como e$em-lo a "teoria dos ti-os de autor* de ER<5# ]RE#5C\MER (KK)! 5egundo sua
1i-6tese, a constitui%&o cor-oral da -essoa condicionava seu caráter! De acordo com cada ti-o
fsico, -oder?se?ia?se observar uma certa tend2ncia -ara certos crimes!
INTRO!U"#O SOCIOLOGIA CRIMINAL: TEORIAS !O CONSENSO E !O CONFLITO
bastante comum a divis&o das teorias criminol6gicas entre "teorias do consenso* e "teorias do conflito*!
Embora 1a0a -roblemas e sim-lifica%4es graves nessa divis&o, . comum /ue as teorias do consenso
se0am identificadas com a etiologia social norte?americana (-ers-ectiva tradicional -ositivista), e as teorias
do conflito se0am identificadas com as várias teorias crticas (-ers-ectiva crtica)!
Em outros termos, -ode?se di3er /ue o crime, -ara as teorias do consenso, . um "-roblema
social*B e -ara as teorias do conflito, . um "-roblema sociol6gico*!
5eriam teorias do consenso, abordadas neste mini?curso, nesse sentido7
a)mile Dur^1eim,
b) Escola de C1icago (seriam teorias do consenso, no caso, as teorias ecol6gicas),
c) #eoria da associa%&o diferencial (da a-rendi3agem),
d) #eoria da anomia de Robert Merton (funcionalista),
e) #eorias das subculturas criminais!
; seu turno, seriam teorias do conflito as denomina%4es relativas dita "nova criminologia*7 ? ;o
interacionismo simb6lico, teoria do eti/uetamento, teoria da rotula%&o, etc!B ? _ criminologia
crtica, criminologia radical, etc!
ASPECTOS !O PENSAMENTO !E ;MILE !URVWEIM )$HH>$$K0 SOBRE O CRIME E A PENA
-ág! L
APOSTILA
-ág!
APOSTILA
-ág! KN
APOSTILA
)Médi*o Le+is,a -.$/01 S9o roos,as da Es*o3a de C@i*a+o )(e*o3o+ia *rimina3D0 ara o
*on,ro3e da *rimina3idade:
)!e3e+ado de Po35*ia -.$$01 O efei,o *rimin?+eno da +rande *idade 7a3endo>se dos *on*ei,os
de desor+ania89o e *on,+io ineren,es aos modernos n4*3eos 2ranos é e3i*ado e3a:
-ág! KK
APOSTILA
*0 Teoria da anomia1
e) Teoria e*o3?+i*a1
a0 Teoria da anomia1
0 Es*o3a de C@i*a+o1
d0 Crimino3o+ia *r5,i*a1
e0 Lae33in+ aroa*@1
1-1 TEORIA !A ASSOCIA"#O !IFERENCIAL )!A APREN!I\AGEM0
;utor7 Edin 5ut1erland (KLLI?KTN)
; teoria da associa%&o diferencial ou do contato diferencial -arte do -onto de vista do indivduo
(";*) /ue se encontra sob a influ2ncia de vários gru-os ? sua fidelidade será diferencial -ara cada
gru-o de refer2nciaB de-enderá se -revalecem mensagens deste ou da/uele gru-o, de-enderá
enfim, da associa%&o diferencial /ue fa3 o indivduo!
Para 5U#\ER+;<D, uma pessoa se torna delin/uente /uando, aos seus olhos, prevalecem
definições favor)veis 7 violaç$o da lei so(re a/uelas desfavor)veis.
5U#\ER+;<D negou /ue a -obre3a fosse causa da delin/u2ncia e buscou construir uma teoria
U<F;#8R;+, a -artir dos -rocessos de a-rendi3agem!
MP8R#;<#E7 o com-ortamento criminoso como -roduto de um -rocesso de a-rendi3agem
indica um -risma des-rovido de re-rova%&o moral, diferente das teorias anteriores!
89E#8 ("8 GUE 5E ;PRE<DE*)
(a)t.cnicas (1abilidades) (v! " 3he professional thief * XKIQY)
(b) as-ectos morais (motivos, inclina%4es, racionali3a%4es)
P;RWME#R857
-ág! K
APOSTILA
(K)Fre/u2ncia
()Dura%&o
(I)Prioridade
(O)ntensidade
<ove teses /ue sinteti3am a teoria7
(K); conduta delitiva . a-rendida7 n&o . 1erdada nem inventadaB
-ág! KI
APOSTILA
]UEST^ES !E RE&IS#O:
*0 Cifras *ina1
d0 Cifras amare3as1
e0 Cifras do2radas1
-ág! KO
APOSTILA
5eu -onto de -artida te6rico, ent&o, . a distin%&o entre estrutura cultural e estrutura social e
análise dos efeitos /ue ambas -ro0etam sobre os indivduos!
Estrutura cultural7 con0unto de metas e fins 1istoricamente construdos, como -or e$em-lo7 a
ascens&o social, o 2$ito econ`mico, etc! <a nossa sociedade ocidental trata?se sem dúvida do
êxito econmico e do (em estar material ! 5ociedade de consumo!
Estrutura social7 con0unto de meios e maneiras de se alcan%ar as metas culturais! Entre os leg5timos, est&o -or
e$em-lo o trabal1o ou a 1eran%a! Uma sociedade em /ue ambas as estruturas est&o bem aco-ladas e em
1armonia . uma sociedade em /ue 1á meios legtimos suficientes -ara se alcan%ar o /ue se /uer!
; conduta desviada decorre e$atamente da falta dessa 1armonia! Por.m, aten%&o7 a
des-ro-or%&o entre metas culturais e meios legtimos n&o . -or si s6 um fenmeno patológico.
5erá -atol6gico /uando essa situa%&o for e$trema, /uando ent&o se terá uma situa%&o de
anomia, -rodu3ida -ela e$agerada discre-Sncia entre estrutura cultural e estrutura social!
@e0amos o /uadro de MER#8< sobre as diferentes atitudes /ue -odem tomar os indivduos,
-rinci-almente diante de uma situa%&o an`mica7
) a*ei,a89o6 > reei89o0
-ág! KT
APOSTILA
ada-ta%&o n&o desviante e /ue, -or isso mesmo, segundo Merton, deve ser ma0oritária -ara o
e/uilbrio social!
b) nova%&o7 atitude t-ica de -essoas /ue cometem crimes, -ois mant.m as metas culturais e n&o
aceitam os meios institucionais oferecidos! Merton identifica uma corres-ond2ncia -ro-orcional entre a
condi%&o de -obre3a e a -ress&o an`mica! ;/ui o conceito de privaç$o relativa, /ue de-ois retorna com o
"realismo de es/uerda*7 o indivduo . -ro0etado culturalmente conforme as metas, mas n&o tem os meios!
c) Renúncia Evasiva7 -essoas /ue negam tanto as metas culturais como os meios institucionais!
5&o, -or e$em-lo, -essoas /ue levam a vida de um modo a-ático ou em -osi%&o Zde retiro[!
d) Ritualista7 aceita%&o de condi%4es inferiores de vida, aceitando?se os meios dis-onveis e
abrindo m&os de atingirem metas mais ousadas!
e) Rebeli&oRebelde7 nega e re0eita tanto as metas culturais como os meios institucionais,
buscando, ao mesmo tem-o, restabelecer valores, reali3ar uma mudan%a!
1-1 TEORIAS !AS SUBCULTURAS CRIMINAIS
;s teorias culturalistas, em criminologia, tem -or ob0eto e tema a forma%&o da -ersonalidade -or
meio de -rocessos de sociali3a%&o e internali3a%&o das regras culturais! Uma "subcultura* seria
um con0unto de valores e normas es-ecficos, de conteúdo divergente em rela%&o "cultura
1egem`nica*! 8 com-ortamento como "a-rendido* (influ2ncia de 5ut1erland) e im-ulsionado -ela
frustra%&o (influ2ncia de Merton)!
Conte$to7 -reocu-a%&o com a "delin/u2ncia 0uvenil* e as "gangues* nos EU; -6s?5egunda :uerra!
5egundo tal vertente, as gangues 0uvenis n&o teriam, afinal, as tais metas a/uisitivas, de 2$ito
econ`mico, a /ue se referida Robert Merton! 5eriam Zdelin/u2ncia e$-ressiva[, como modalidade
de autoafirma%&o identitária! Por si mesma, seria uma atividade /ue -rodu3 -ra3er (sentimento
de -ertencimento a um gru-o, afirma%&o da masculinidade, busca de status no gru-o, etc!)!
5egundo C8\E<, estas subculturas se originam a -artir de grupos de referência como . o caso dos
0ovens da classe m.dia, -ara os 0ovens da classe -obre, gerando frustraç$o. 8 /ue leva os 0ovens (fil1os
da classe trabal1adora) a delin/ir, segundo C8\E<, . a frustraç$o em n&o se -oder alcan%ar o 2$ito
social ao se com-arar com os fil1os da classe m.dia! ;l.m da ades&o subcultura delin/uente, C8\E<
ainda trata de outras alternativas7 1averiam os corner (o4s, de um lado ? os resignados, /ue aceitam os
limites im-ostos a sua classe, renunciam s metas valori3adas -ela cultura dominanteB e os college (o4s,
de outro ? a minoria de 0ovens da classe trabal1adora /ue se sacrifica -ara rom-er com a .tica de sua
classe de origem e atingir as metas de sucesso da cultura dominante, ascendendo socialmente!
-ág! K
APOSTILA
)f0 Vnfase na autonomia do gru-o -erante o resto da sociedade, gru-o este com-osto -or rela%4es
afetivas (de -rote%&o) e cognitivas (de a-rendi3ado e de-end2ncia moral) entre seus membros!
)0 !e3in<2=n*ia ins,r2men,a3 )C3oard e O@3in1 Delinquency and Opportunity 0:
;/ui se trata de uma delin/2ncia instrumental, /ue visa 2$ito econ`mico! <em todos os
adolescentes de classe bai$a t2m as mesmas o-ortunidades de alcan%ar suas metas! ;
desigualdade de o-ortunidades determina /ue 1a0a uma desigual res-osta mesma -ress&o
an`mica! <esse sentido, delin/ente n$o seria apenas a/uele a /uem foi negado o acesso 7s
metas culturais, mas tam(ém a/uele /ue teve a oportunidade de ser delin/ente. 5egundo tal
lin1a de -ensamento, uma subcultura e$-ressiva s6 se torna instrumental caso encontre uma
estrutura de o-ortunidades ilcitas no ambiente onde vive o 0ovem (influ2ncia de 5ut1erland)!
]UEST^ES PARA RE&IS#O
a0 Ao3i*ionismo ena31
0 S2*23,2ra de3in<2en,e1
*0 Iden,idade essoa31
d0 Minima3ismo ena31
)Médi*o Le+is,a -.$/01 Es*o3a Crimino3?+i*a <2e ,em *omo eoen,e A3er, Co@en e <2e
ro*2ra e<2a*ionar or meio de resos,as n9o *riminais e n9o 2ni,i7as o
*omor,amen,o +era3men,e 27eni3 <2e desafia os mode3os da rod289o *ons2mis,a:
-ág! KQ
APOSTILA
)CEI0 No <2e *on*erne so*io3o+ia *rimina3 da rimeira me,ade do sé*23o [[ assina3e a a3,erna,i7a
INCORRETA:
-ág! KL
APOSTILA
-ág! K
APOSTILA
Desse modo, a res-osta do ambiente . fundamental! Em outros termos, "um dos elementos /ue
estabili3am e determinam o diagn6stico . o -r6-rio diagn6stico 9
= Re0ei%&o do conceito meramente reativo de controle social de #alcott Parsons, criando a no%&o
de controle social ativo, relacionado ao conceito de desvio secund)rio!
Er7in Goffman )$-->$H-0
- Conceitos im-ortantes oriundos de sua obra7 institui%4es totais, estigmas, -rocessos de
descultura%&o e acultura%&o, entre outros!
- Fundamental -ara a deslegitima%&o da crtica da -reven%&o es-ecial -ositiva, demonstrando
/ue a e$-eri2ncia de -riva%&o da liberdade em institui%4es totais im-lica na -erda da -r6-ria
identidade (descultura%&o), substituida -or outra (acultura%&o) ? conceito similar ao de "-rocesso
de -risioni3a%&o* (Donald Clemmer, KON)!
Crtica /ue abriu camin1o -ara a Zcriminologia crtica[7 ? ;cusa%&o de /ue n&o 1ouve -reocu-a%&o
com as rela%4es de -oder -recedendo as defini%4es de "crime*, "desvio*, etc!7 a teoria do
eti/uetamento n&o seria, assim, suficientemente -oliti3ada, 1avendo /ue se recu-erar como
central a tomada em conta da estrutura econ`mica e das rela%4es de -rodu%&o!
B0 CRIMINOLOGIA CR%TICA
Conte$to7 a -artir das d.cadas de NQN! Politi3a%&o e e$ig2ncia de se tomar um lado, do -onto
de vista dos conflitos -olticos e sociais do -erodo ? da a crtica ao interacionismo e teoria do
eti/uetamento como "des-oliti3ados*, n&o sendo ca-a3es de oferecer uma inter-reta%&o global e
com-leta do fen`meno criminal!
Foco de estudo da criminologia crtica7
- a seletividade do sistema de 0usti%a criminal, com-reendida como uma caracterstica fisiol6gica,
e n&o -atol6gica!
- uma criminologia com-rometida com a transforma%&o social e com a defesa de direitos 1umanos!
De acordo com ;lessandro 9;R;##;, a criminologia crtica se -reocu-a em di3er como . distribudo
o poder de definiç$o das condutas e dos su0eitos como criminosos, denunciando como a distribui%&o
desse -oder de defini%&o reflete a desigualdade nas rela%4es de -oder e -ro-riedade!
? Processos de criminali3a%&o (conceito?c1ave)7
"Criminali3a%&o -rimária . o ato e o efeito de sancionar uma lei -enal material, /ue incrimina ou -ermite a
-uni%&o de certas -essoas (!!!) a criminali3a%&o secundária . a a%&o -unitiva e$ercida sobre -essoas
concretas, /ue ocorre /uando as ag2ncias -oliciais detectam uma -essoa, atribuem?l1e a reali3a%&o de
certo ato criminali3ado -rimariamente, investigam?na, em alguns casos -rivam?na de sua liberdade de
locomo%&o, submetem?na ag2ncia 0udicial, a /ual legitima a atua%&o -ret.rita, admite um -rocesso
-ág! N
APOSTILA
(ou se0a, o -rosseguimento de uma s.rie de atos secretos ou -úblicos -ara estabelecer se essa -essoa
realmente reali3ou a a%&o criminali3ada), discute?se -ublicamente se a reali3ou e, em caso afirmativo,
admite a im-osi%&o de uma -ena de determinada magnitude /ue, se -rivar uma -essoa de sua liberdade
de locomo%&o, e$ecuta?se em uma ag2ncia -enitenciária (-risionali3a%&o)!* (#rad! +ivre! ;FF;R8<,
Eugenio Raul et alli! erecho enal -! Q)!
- ; seletividade dos -rocessos de criminali3a%&o secundária secundária se vincula ao conceito de CFR;
8CU+#;<E:R; da criminalidade7 a diferen%a enorme entre criminalidade "real* e criminalidade
"registradaa-arente*!
- En/uetes de vitimi3a%&o7 -es/uisas -or amostragem visando detectar a cifra oculta e obter
dados mais com-letos em rela%&o s estatsticas criminais oficiais!
GUE5#HE5 P;R; RE@5>8
)Peri,o Crimina3 -.$/01 A ,eoria do la(elling approach a <2a3 e3i*a <2e a *rimina3idade n9o
é 2ma <2a3idade da *ond2,a @2mana mas a *onse<2=n*ia de 2m ro*esso em <2e se
a,ri2i ,a3 es,i+ma,ia89o ,amém é denominada ,eoria
a0 !a desor+ania89o so*ia3
0 !a ro,23a89o o2 do e,i<2e,amen,o
*0 !a ne2,ra3ia89o
d0 !a iden,ifi*a89o diferen*ia3
e0 !a anomia
-ág! K
APOSTILA
e0 Uma das *ara*,er5s,i*as dos ,e?ri*os do e,i<2e,amen,o semre foi se2 for,e en+aamen,o
e mi3i,Qn*ia o35,i*a ,endo or f23*ro a *r5,i*a ao modo de rod289o *ai,a3is,a1
)Médi*o Le+is,a -.$/01 A eress9o (*ifra ne+raD em Crimino3o+ia *orresonde ao n4mero de:
*0 Criminosos rein*iden,es1
a0 Teoria e*o3?+i*a1
*0 Teoria da anomia1
d0 Teoria da s2*23,2ra1
-ág!
APOSTILA
e0 Teoria *r5,i*a1
)CEI0 !e a*ordo *om as ref3ees das *rimino3o+ias *r5,i*as assina3e a a3,erna,i7a *orre,a
sore o *on*ei,o de (*ifra ne+ra o2 o*23,aD da *rimina3idade:
&ITIMOLOGIA
a) @itimologia tradicional-ositivista7 sob influ2ncia das teorias da o-ortunidade como 1i-6tese
e$-licativa do crime, seu foco originário foi -reci-uamente -oltico?criminal, demarcando uma es-.cie
de res-onsabilidade com-artil1ada -ela ocorr2ncia do delito! Em outros termos, o ob0etivo da
vitimologia tradicional, referenciada nas obras de 9en0amin ME<DE+58\< e \ans @8< \E<#:, foi
e . identificar a -arcela de res-onsabilidade da vtima na ocorr2ncia do crime, o /ue -ode tanto servir
a -olticas de -reven%&o como at. mesmo ser al%ado a crit.rio de valora%&o sobre a conduta do
autor, -odendo ter a re-rova%&o redu3ida (nesse sentido o art! T do CP) Pode?se falar, nesse
sentido, em uma dimens&o etiol6gica da vitimologia tradicional /ue acaba revitimi3ando as -r6-rias
vtimas atrav.s dos estere6ti-os /ue im-4em, -roblema es-ecialmente a-ontado -elas crticas
feministas das 1i-6teses e$-licativas dos crimes se$uais e da viol2ncia dom.stica /ue -rodu3em uma
es-.cie de res-onsabili3a%&o das mul1eres violentadas -ela viol2ncia sofrida!
b) @itimologia crtica ? trabal1a com os conceitos de "-rocessos de vitimi3a%&o*7
? vitimi3a%&o -rimária7 refere?se ao fato?crime e aos danos diretamente decorrentes,
-rinci-almente -sicol6gicos e emocionaisB
-ág! I
APOSTILA
PRE&EN"#O
; prevenç$o fora do Smbito do sistema -enal -ode ser de ti-o situacional ou social! 5erá situacional
/uando o ob0etivo for tornar mais difcil o cometimento do ato desviante, atrav.s do desincentivo ao
autor e o refor%o da -rote%&o das -otenciais vtimasB e será de ti-o social /uando buscar modificar as
causas (sociais, culturais, econ`micas) dos -rocessos de criminali3a%&o e vitimi3a%&o! ; -reven%&o
integrada, -or fim, . constituda com a combina%&o de elementos de ambas!
;s -olticas de -reven%&o situacional visam retirar do foco a -reocu-a%&o tradicional com as "causas
do crime* como com-ortamento individual, defendendo, em seu lugar, a atua%&o sobre as situa%4es
tidas como determinantes -ara /ue o crime -ossa ocorrer! Formulada e -revalente no Reino Unido,
es-ecialmente -or -ro-osta dos setores -olticos mais conservadores, tais -olticas se difundiram -or
todo o mundo visando, -or um lado, redu'ir oportunidades -ara o cometimento de atos "de
incivilidade*, este0am ti-ificados como crimes ou n&o, e -or outro, aumentar os riscos -ara /uem os
comete, tomando -or -ressu-osto, como se v2, um modelo fundado na "escol1a racional* O!
#ra%o caracterstico . a centralidade atribuda vtima e aos -rocessos de vitimi3a%&o,
reconstruindo?se cada um de nós como vtimas em -otencial!
<a modalidade tecnológica, busca?se elevar a seguran%a de uma determinada regi&o atrav.s do
incremento de dis-ositivos de vigilSncia, -or e$em-lo com a -resen%a ostensiva da -olcia, com a
instala%&o de mecanismos de vigilSncia eletr`nica e alarme ou sim-lesmente com a ilumina%&o ade/uada
de uma rua! 8 -rimeiro -roblema a-ontado . a im-ossibilidade material de sua reali3a%&o -lena, visto /ue
. -ossvel a-enas em uma determinada regi&o e em determinado -erodo de tem-o! Em segundo lugar,
tendo em vista a necessidade de sele%&o de recursos, . comum /ue se acabe -rivilegiando uma área ou
classe social, vindo a se aumentar a seguran%a de alguns atrav.s da diminui%&o da seguran%a de outros!
á em sua conce-%&o participativa, integra?se as -essoas atrav.s de Consel1os de 5eguran%a nos bairros, ou
mesmo gru-os de vtimas reais ou -otenciais /ue se unem contra determinado ti-o de criminalidade .
<&o obstante a -artici-a%&o comunitária se0a saudável e necessária em todos os Smbitos, n&o se
-ode dei$ar de notar /ue muitas ve3es se ocultam em tais movimentos indese0adas
manifesta%4es de dese0o de vingan%a -rivada!
(b) revenç$o social
O C+;R]E, Ronald @! :! "[5ituational[ Crime Prevention7 #1eor and Practice*! >ritish ?ournal of 1riminolog4 , v! N, n!
, -! KI e ss!
-ág! O
APOSTILA
-ág! T
APOSTILA
d0 ]2e o*orre no meio so*ia3 em <2e 7i7e a 75,ima e é *a2sada e3a fam53ia or
+r2o de ami+os e,*1
)In7es,i+ador de Po35*ia -.$/01 ]2ando o*orre a fa3,a de amaro da fam53ia dos *o3e+as de ,raa3@o
e dos ami+os e a r?ria so*iedade n9o a*o3@e a 75,ima in*en,i7ando>a a n9o den2n*iar o de3i,o
s a2,oridades o*orrendo o <2e se *@ama de *ifra ne+ra es,>se dian,e da 7i,imia89o:
a0 *ara*,eriada
0 des*ara*,eriada
*0 se*2ndria
d0 rimria
-ág!
APOSTILA
e0 ,er*iria
)!e3e+ado de Po35*ia -.$/01 A re7en89o *rimina3 <2e es, 7o3,ada se+2ran8a e <2a3idade
de 7ida a,2ando na rea da ed2*a89o emre+o sa4de e moradia *on@e*ida
2ni7ersa3men,e *omo direi,os so*iais e <2e se manifes,a a médio e 3on+o raos é
*@amada e3a *rimino3o+ia de re7en89o:
a0 rimria
0 indi7id2a3
*0 se*2ndria
d0 es,r2,2ra3
e0 ,er*iria
0 A,2a89o or meio de a8es o3i*iais sore os +r2os <2e aresen,am maior
ris*o de sofrer o2 de ra,i*ar de3i,os1
a,o1
-ág! Q
*0 &i,imia89o se*2ndria o2 sore7i,imia89o s9o *on*ei,os <2e referem ao *on,a,o
da 75,ima *om o sis,ema de 2s,i8a *rimina31
0 A dis*rimina89o sofrida e3a 75,ima e3a s2a r?ria *om2nidade se insere *omo
*omonen,e dos ro*essos de 7i,imia89o se*2ndria1
)!e3e+ado de Po35*ia -.$$01 O mo7imen,o (3ei e ordemD e a ,eoria das (ane3as <2eradasD
)(roZen indosD0 defendem <2e e<2enas infra8es <2ando ,o3eradas odem 3e7ar
r,i*a de de3i,os mais +ra7es1 O ,e,o se refere :
a0 Crimino3o+ia radi*a31
0 !efesa so*ia31
*0 To3erQn*ia ero1
d0 Es*o3a re,ri2*ionis,a1
-ág! L
APOSTILA
) & 0 Pro+ramas do ,io (,o3erQn*ia eroD s9o es,im23ados e3o fra*asso das o35,i*as
43i*as de resso*ia3ia89o dos aenados 2ma 7e <2e os 5ndi*es de rein*id=n*ia a
*ada dia es,9o mais a3,os1
)CEI0 Assina3e a asser,i7a <2e asso*ia CORRETAMENTE a ,eoria *rimino3?+i*a indi*ada *om 2ma
-ág!