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1. COMPETÊNCIA .................................................................................................................... 27
Competência Interna........................................................................................................... 28
Competência Internacional ................................................................................................. 30
Incompetência..................................................................................................................... 36
Casos Práticos...................................................................................................................... 37
2. CAPACIDADE JUDICIÁRIA ................................................................................................... 37
3. PATROCÍNIO JUDICIÁRIO .................................................................................................... 38
4. PERSONALIDADE JUDICIÁRIA ............................................................................................. 39
Partes Processuais ............................................................................................................... 39
Caso da transmissão da coisa ou direito em litígio art. 263º ........................................... 40
Parte e Personalidade Judiciária ......................................................................................... 42
5. LEGITIMIDADE DAS PARTES ............................................................................................... 43
Litisconsórcio ....................................................................................................................... 44
Esquemas de Legitimidade .................................................................................................. 47
6. INTERESSE PROCESSUAL ..................................................................................................... 49
O Processo Civil surge numa situação de conflito, quando há uma falha na autonomia privada.
➢ Paula Costa e Silva: processo é heteronomia, quando falha a autonomia e serve para
perceber como se realiza a justiça.
Pais Amaral: O conflito de interesses1, i.e., o litígio surge quando as normas jurídicas não são
respeitadas – desrespeito ou violação dos direitos de outrem desencadeiam a necessidade
de proceder à reintegração do direito violado.
➢ Essa reintegração é feita pelo juízo e não pela autotutela, que é proibida no art. 1º CPC.
O acesso aos Tribunais tem de ser garantido, conforme dispõe o art. 2º CPC que radica num valor
constitucional de tutela jurisdicional efetiva, presente no art. 20º CRP.
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O processo é Civil pois diz respeito a interesses privados, cujas normas que se aplicam são as de Direito
Civil, pois são estas que regulam as relações jurídicas entre os particulares.
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Lebre Freitas: Tutela de situações jurídicas postula a aplicação de normas instrumentais
(adjetivas) que regulem as atuações dos sujeitos de direito privado e dos tribunais tendentes à
concretização jurisdicional do direito substantivo.
o Tribunal proferirá decisão com base no direito civil em que declara, naquele
caso concreto, a existência ou inexistência do direito invocado ou de certo facto.
▪ PCS: Tribunal, através da sua decisão, vinculará as partes, tal e qual a
lei, só que o Tribunal decide com base em factos concretos e com base
à à à à à
o Podem ser de simples apreciação, de condenação ou constitutivas art. 10º/3
• Ações Executivas art. 10º/4: Têm por finalidade a realização coerciva das providencias
destinadas à efetiva reparação do direito violado.
PCS: PROCESSO QUE SERVE PARA SABER SE O AUTOR OU O RÉU TÊM RAZÃO
• Não se admitem atos inúteis no processo art. 130º CPC que remete para o art. 6º/1
o Art. 6º/1 o que é impertinente ou dilatório é por referência ao objetivo do
processo que é saber se o autor tem razão
Art. 7º/1 CPC3 estipula a JUSTA COMPOSIÇÃO DO LITÍGIO como o objetivo do processo.
• É o ponto de referência para se saber o que vai ser inútil, impertinente e dilatório para
se chegar à conclusão, de se o autor tem ou não razão.
o Para chegarmos a este resultado final, respeitando o art. 6º/1 e o art. 130º,
temos de ver qual a sequência de atos que temos de encadear -> Tramitação
Processual
▪ Para se saber a justa composição do litígio, que nos dará o resultado
final de saber se o autor tem ou não razão, tem de se saber qual a
composição/cadeia de atos que são necessários, no caso concreto, para
o resultado.
TRAMITAÇÃO PROCESSUAL
Só se pode dizer que o processo terá tipicamente numa determinada sequência de atos, pois no
caso concreto a sequência dos atos será aquela que for estritamente necessária para se saber
qual será a justa composição do litígio.
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Além de qualificar o sistema português como um dos mais modernos do mundo devido ao princípio da
cooperação que tem sido imitado pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Articulados Normais
Petição Inicial
Ato que inicia o processo, considerando-se a ação proposta logo que o ato é ou se tem por
praticado art. 259º/1.
➢ Constitui a instância relação entre o autor (solicitante da tutela jurisdicional) e o
tribunal (a quem a solicitação é dirigida).
o Ato processual (postulativo) praticado pelo autor postulando ao Tribunal
que lhe atribua alguma coisa.
o Pede ao Tribunal que dite uma decisão para saber como fica a sua situação
e a do réu, neste momento em que a autonomia privada falhou.
▪ Efeitos da decisão não se repercutem na esfera do Tribunal e sim na
esfera das partes.
➢ Ato postulativo através do qual o autor requer ao Tribunal que este profira uma
decisão, cujos efeitos jurídicos vão-se repercutir na sua esfera jurídica e na esfera
jurídica da contraparte.
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Perda de determinada faculdade processual civil, pelo não exercício dela na ordem legal, ou por se haver
realizado uma atividade incompatível com tal exercício, ou, ainda, por já ter sido ela validamente
exercitada.
Princípio do Dispositivo iniciativa do autor é insubstituível, pois só a ele cabe solicitar a tutela
jurisdicional, que não pode ser oficiosamente concedida (art. 3º/1).
• Autor formula um pedido (art. 552º/1/e) duplamente determinado:
afirmando/negando uma situação jurídica subjetiva (ou facto jurídico de direito
material); requerendo ao tribunal a providência processual adequada à tutela do seu
interesse.
o Pedido conforma o objeto do processo, condicionando o conteúdo da decisão
de mérito pois Tribunal só pode resolver as questões que as partes tenham
submetido à sua apreciação e não pode ocupar-se de outras (art. 608º/2)
havendo limitações do art. 609º/1 sob pena de nulidade do art. 615º/1/d,e.
Pode haver mais do que um pedido contra o mesmo réu cumulação (art. 555º)
Pode haver relação de subsidiariedade art. 554º
Pode haver pedidos alternativos art. 553º
Pode haver pedidos genéricos art. 556º
Pode haver pedidos de prestações vincendas art. 557º
Quais os factos que se colocam na Petição Inicial? Os necessários para se perceber o que se
discute na ação? Ou necessários para a justa composição do litígio?
Paula Costa e Silva: o autor vai basear-se num tipo legal, numa regra, portanto tem de dar ao
juiz os factos que permitam preencher a previsão da regra, da qual decorre a convocação do
efeito que o autor requer que seja convocado (a estatuição que o autor requer que o Tribunal
conclua).
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Função individualizadora do pedido para o efeito da conformação do objeto do processo limita a
sentença de mérito do tribunal à causa de pedir invocada pelo autor.
PCS: Na petição inicial o autor dá os factos para o Tribunal dar o Direito da mihi factum, dabo tibi jus.
Atos Subsequentes
DISTRIBUIÇÃO após o recebimento na secretaria, a petição inicial é distribuída por uma das
secções e juízes do tribunal, repartindo-se o serviço entre juízes e funcionários (art. 203º).
Registo da ação algumas ações estão sujeitas a registo predial e outras a registo comercial
Citação
Ato de comunicação entre o Tribunal e o Réu (art. 219º) que tem uma tripla função:
1. dar conhecimento efetivo de um processo instalado contra o réu;
2. convite para a defesa;
3. constituição do réu como parte.
Tem que ter os elementos do art. 227º e há regras para as pessoas coletivas (art. 246º).
• Pode ser por via postal (art. 228º/1);
• Pode ser por agente de execução ou funcionário judicial (art. 231º);
• Pode ser edital (art. 225º/1, 6; 228º/8);
• Pode ser promovida por mandatário judicial (art. 237º);
• Pode ser no estrangeiro (art. 239º)
Um dos efeitos da Citação é tornar a instância numa relação triangular (e não apenas bilateral
entre autor e tribunal).
➢ Instância toma uma ideia de relação, com natureza dinâmica, existente entre cada uma
das partes e o tribunal, bem como entre as próprias partes, na pendência da causa.
Outro efeito é inibir o réu de propor contra o autor ação destinada à apreciação do mesmo
objeto processual (art. 564º/c) se o fizer, há litispendência e a segunda ação não poderá
prosseguir (art. 580º/1, 581º/1, 582º).
FALTA DE CITAÇÃO art. 188º/1. Gera nulidade do próprio ato e de tudo o que depois dele se
tiver processado (art. 187º6)
NULIDADE DA CITAÇÃO quando o ato se realiza com falta de alguma formalidade7 prescrita
na lei (art. 191º/1).
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Tendo em conta que os atos anteriores (distribuição e despacho liminar) à citação não têm de ser
abrangidos
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Que deve ser entendida como qualquer elemento, de forma ou de conteúdo
Contestação
Sentido Material: peça escrita com que o réu responde à petição inicial, deduzindo os meios de
defesa que tenha contra a pretensão do autor.
➢ Postulação da absolvição do Réu
Sentido Formal: estrutura semelhante à da petição inicial (art. 572º)
➢ Começa com um introito em que o réu identifica a ação; segue-se a narração em que
se expõem os factos e as razões de direito; terminando na conclusão em que o réu
remata dizendo se deve ser absolvido da instância (por proceder exceção dilatória) ou
do pedido (por improceder a ação).
O réu tem o ónus de contestar se não for observado, não apresentando o réu qualquer defesa,
constitui-se em situação de REVELIA.
• Revelia Absoluta: réu não intervém de modo algum no processo (art. 566º);
• Revelia Relativa: réu ainda intervém no processo, nem que seja apenas constituindo,
por procuração, mandatário judicial (art. 567º).
Revelia produz, em regra, efeito probatório os factos alegados pelo autor consideram-se
provados por admissão (art. 567º/1), sendo que o réu não pode vir posteriormente negar os
factos sobre os quais se manteve silencioso
Esse efeito de prova nem sempre se produz e há exceções no art. 568º (Revelia Inoperante8)
a) A contestação de um aproveita aos demais aplica-se a qualquer situação de
litisconsórcio
A defesa do réu, na Contestação pode ser Por Impugnação ou Por Exceção (art. 571º).
IMPUGNAÇÃO
• De Facto réu opõe-se à versão da realidade apresentada pelo autor, negando factos
alegados na petição inicial;
o Direta: quando o réu nega frontalmente os factos, dizendo que não se
verificaram
o Indireta: quando o réu admite parte dos factos alegados mas afirma outros
incompatíveis com a parte não admitida; quando o réu alega factos
instrumentais (art. 5º/2) probatórios incompatíveis com factos alegados, como
causa de pedir, pelo autor; quando o réu alega factos incompatíveis com os
alegados pelo autor.
• De Direito réu contradiz o efeito jurídico (normalmente o direito subjetivo material
por eles constituído) que o autor deles pretende extrair, pondo em causa a
determinação, interpretação ou aplicação da norma de direito feita pelo autor na
petição inicial.
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vs. Revelia Operante
EXCEÇÃO
Subjaz uma ideia de defesa indireta que, sem por em causa a realidade dos factos alegados
como causa de pedir nem o efeito jurídico que o autor deles pretende extrair, consiste na
alegação de factos novos dos quais o réu entende que se retira que o tribunal em que a ação
foi proposta não poderá declarar o efeito pretendido.
• São, em regra, de conhecimento oficioso, sendo vertente do princípio jura novit curia
(art. 5º/3), mas, há casos em que tem de ser o réu a invoca-la.
o Exceções em sentido próprio estão na disponibilidade da parte e só relevam
quando o réu manifeste vontade de delas se valer.
o Exceções em sentido impróprio / Objeções aquelas que o tribunal pode, e
deve, conhecer independentemente da vontade da parte a quem aproveitam.
Exceção Perentória
Quando é invocado um facto impeditivo, modificativo ou extintivo da situação jurídica que o
autor se arroga ou, na ação de mera apreciação de factos, um facto impeditivo da existência do
facto jurídico que o autor pretende que seja declarada, i.e., há factos que levam o tribunal, ao
apreciar o caso, a julga-lo improcedente.
• Art. 576º/3 busca o seu fundamento no direito material, sendo um problema de
interpretação das normas de direito substantivo e individualização dos respetivos tipos.
• Art. 571º/2, in fine leva à absolvição do pedido, constituindo uma decisão de mérito9.
Exceção Dilatória
Quando é invocada a falta de um pressuposto processual, i.e., há factos que impedem o tribunal
de apreciar o pedido formulado pelo autor.
➢ Mesmo não sendo invocada, a exceção dilatória é, em regra, de conhecimento oficioso
(art. 578º).
Se a falta do pressuposto não for sanada (art. 6º/2 e 278º/2), o juiz deverá proferir uma
sentença de absolvição do réu da instância (art. 278º/1 e 576º/2), salvo e o processo deva ser
remetido para outro tribunal (art. 99º/2, 105º/3, 278º/2 e 576º/2) ou ocorrer outra situação (do
art. 278º/3)
➢ Quando é proferida absolvição da instância, o resultado atingido não representa o
atingir do fim do processo, podendo, porém, ainda, para que este fim seja atingido, o
autor mover nova ação contra o mesmo réu, com o mesmo pedido e a mesma causa de
pedir, i.e., repetir a causa (art. 581º/1), para nela conseguir uma decisão de mérito de
que a anterior ação não chegou a ocupar-se.
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Sentença de mérito é quando há uma resposta ao pedido formulado pelo autor.
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Toda a defesa do réu deve ser concentrada na contestação (art. 573º) cujo corolário é
preclusão réu tem ónus de, na contestação, impugnar os factos alegados pelo autor, alegar os
factos que sirvam de base a qualquer exceção dilatória ou perentória (excetuadas as que forem
supervenientes) e deduzir as exceções não previstas na norma excecional do art. 573º/2.
➢ Se o não fizer, preclude a possibilidade de o fazer.
Reconvenção
Quando na contestação o réu deduz pedidos contra o autor, exercendo o direito (facultativo)
de ação e ampliação do processo art. 266º/1.
• Reconvenção = pedido
• Reconvinte = réu
• Reconvindo = autor
Para que seja admissível, tem de ser reconduzida a algum dos elementos de conexão do art.
266º/2 e não e poderá verificar nenhum dos requisitos negativos de compatibilidade do art.
266º/3
Articulado Eventual
Réplica
Articulado que o autor utiliza para responder ao réu que deduziu reconvenção (art. 584º/1).
➢ Tem o mesmo papel que a contestação (defesa) do réu em face da petição inicial e é,
por natureza, uma contestação da reconvenção, inteiramente sujeita, ressalvadas as
devidas adaptações, ao regime da contestação.
➢ Há revelia do reconvindo quando não há réplica.
Tem também lugar quando, em ações de simples apreciação negativa, o réu tenha alegado, na
contestação, os factos constitutivos do direito, ou os elementos constitutivos do facto negado
pelo autor na petição inicial (art. 584º/2).
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Articulados Supervenientes
São se caráter eventual em que qualquer uma das partes alega factos supervenientes, os que,
a convite do juiz, completam os articulados deficientes e os de resposta às exceções deduzidas
no último articulado apresentado.
Terminada a fase dos articulados, ainda é admissível a apresentação, pelas partes, de peças com
a função de articulado:
• Deduzida exceção no último articulado a parte pode responder-lhe na audiência
preliminar ou na audiência final (art. 3º/4) garantia do direito ao contraditório;
• Havendo insuficiências ou imprecisões na alegação da matéria de facto (articulado ou
articulados deficientes), o juiz pode convidar a parte a supri-las e isso dá direito de
resposta à parte contrária (art. 590º/2/b; 590º/4; 591º/1/c) o convite do juiz é feito
no despacho pré-saneador (art. 590º/2/a e 4) tendo em conta os deveres de gestão
processual (art. 6º/2):
• Ocorrendo factos supervenientes, a parte a quem aproveitam pode alegá-los em
articulado superveniente, com direito a resposta da parte contrária (art. 588º) factos
modificativos ou extintivos da situação jurídica do autor (superveniência objetiva) ou
factos desse estilo mas que ocorreram anteriormente e só agora o autor ou réu têm
conhecimento (superveniência subjetiva)
2ª FASE DA CONDENSAÇÃO
Visa verificar e garantir a regularidade do processo, identificando as questões de facto e de
direto relevantes (com possibilidade de serem suprimidas as insuficiências e imprecisões na
alegação da matéria de facto), decidir o que já pode ser decidido, enunciais os temas da prova
a efetuar subsequentemente e preparar as diligências probatórias
Fase em que o juiz tem papel importante, pois toma conhecimento do que se passou na fase
anterior e, assumindo a direção do processo, vai, em diálogo com as partes, controlar a
regularidade da instância, convidar autor e réu a colmatar deficiências dos articulados e passar
pelo seu crivo as posições das partes, decidindo aquilo que já pode ser decidido, definindo as
grandes questões que vão ser objeto de prova e julgamento e tomando as medidas que se
imponham para que, adequada a forma processual abstrata ao caso concreto, a justa
composição do litígio tenha lugar em prazo razoável.
Despacho Pré-Saneador
Finalidade de regularização da instância processual e das irregularidades dos articulados juiz
vai providenciar para sanar a falta dos pressupostos processuais e convidar as partes ao
aperfeiçoamento dos articulados (art. 590º/2).
➢ Poderes do juiz são vinculados ele tem o dever de os exercer
O juiz, mesmo que veja que a matéria de direito/o mérito da causa não é procedente (para o
autor), pode pedir ao autor para aperfeiçoar a petição inicial para que depois possa analisar o
mérito da causa e não descartar a ação por uma formalidade economia processual (impede
que o autor volte depois a colocar uma ação).
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Audiência Prévia
Após os atos praticados em execução do Despacho Pré-Saneador, ou não tendo este lugar, o juiz
designa dia para a Audiência Prévia (art. 151º/1-3 + art. 591º/2).
Despacho Saneador
É ditado ou escrito para a ata da Audiência Prévia art. 595º/2
Neste momento processual, o juiz pode entender que já tem tudo reunido para conhecer do
mérito da causa, não há instrução (que é fase autónoma para produzir mais prova para a decisão
do juiz, se ele precisar de mais provas, se a contradição das partes determinar que assim seja ou
se a atitude das partes o exigir).
➢ Se ele já tiver certeza do juízo de mérito, não faria sentido estar a prolongar e ele pode
conhecer logo do mérito, mesmo que falte um pressuposto processual.
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Isto na estrutura típica apenas, uma vez que não há princípio de tipicidade das formas do processo.
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Juiz só pode dizer 3 coisas: absolve instância, absolve pedido e condena no pedido
O art. 278º só pode ter em contas vícios ser processuais, não conhecendo do mérito da causa
e sendo a consequência a absolvição do réu na instância.
Aparentemente Favorável ao Réu porque há uma absolvição. Mas essa absolvição é com base
numa exceção dilatória, sendo transitória, pois se se der uma absolvição na instância ele ainda
tem outra chance de conseguir a condenação.
➢ Decisão é favorável ou desfavorável consoante a outra alternativa que com ela possa
chocar. Esta decisão é favorável ou desfavorável consoante a outra decisão que com ela
concorra, e que possa ser proferida no mesmo momento processual, e tendo em atenção
o mérito da causa.11
o Só é favorável ao Réu se, porventura, a alternativa fosse a condenação no
pedido
o Favorável ao Autor quando a decisão fosse a absolvição do Réu no pedido.
Nº3: se a falta ou irregularidade for sanada, estão reunidos os pressupostos processuais para o
juiz avançar para a fase seguinte, do conhecimento do pedido/mérito da causa (não absolvendo
na instância).
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PCS: Contraponto entre a decisão de mérito que viria a ser proferida, perante os elementos que o juiz
tem, e a decisão que é proferida de absolvição na instância sempre em comparação com a outra
alternativa.
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Se a exceção dilatória permanece, e não foi sanada ou porque não foi no momento certo, ou
porque é insuscetível de sanação ela subsiste, pelo que se continua, pelo art. 278º/1, a
proibição de conhecer do mérito da causa e absolver o réu na instância.
Nos sistemas processuais, muitos ainda têm esta influência sistema italiano replica isto, não
tendo integrado de que quem decide de uma coisa é quem decide da outra12; e havia fases
sequenciais em que primeiro era decidido uma coisa e só depois era decidido outra.
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PCS: E à à à à à à à à à à à à à à à à àC à à
P àC àI
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• Este regime deixou de fazer sentido quando passou a haver coincidência temporal e
coincidência funcional doutrina alemã dos anos 70 que só 40 anos depois chegou ao
CPC português, sendo hoje um sistema extremamente moderno. Maior parte dos
sistemas processuais civis ainda não absorveu esta evolução.
No CPC de 1961, o despacho saneador era imediatamente seguido pela seleção dos factos
assentes.
• Seleção feita de entre os factos articulados pelas partes, pois, de acordo com o princípio
do dispositivo, na vertente do princípio da controvérsia, só esses factos (e
excecionalmente os introduzidos pelo juiz por serem notórios ou de conhecimento do
tribunal) e os complementares resultantes da instrução é que podem (e devem) ser tidos
em consideração nas fases seguintes do processo.
Facto principais (art. 5º/1) são os factos que integram a causa de pedir e os que fundam
as exceções. Deles deduzem-se os factos probatórios bem como os factos acessórios, que
permitem ou impedem que a dedução se faça.
Há ainda uma identificação do objeto do litígio e enumeração dos temas da prova, bem como
a preparação das fases seguintes.
3ª FASE DA INSTRUÇÃO
Repartida por atos de produção de cada meio de prova, tendencialmente concentrados na
audiência final (art. 604º/3/a-d; 607º/1), mas podendo ter lugar antes dela.
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Paula Costa e Silva: garantias que se chegue à decisão justa, sem elas nem há processo
• Igualdade e Contraditório Tribunal não pode favorecer uma das partes em detrimento
de outra (igualdade do contraditório) o resultado de um processo só pode considerar-
se justamente obtido se eu conferir às partes igualdade de armas quer para atacar, quer
para defender e em que não é proferida nenhuma decisão antes de todas as matérias
relevantes tenham sido submetidas a discussão entre as partes;
• Independência e Imparcialidade garantias do decisor; garante que o juiz não penderá
para uma das partes e há uma isenção.
o Art. 216º CRP e Estatuto dos Juízes
o Garantias de imparcialidade: art. 115º e ss. conjunto de circunstâncias em que
o juiz não pode intervir nas matérias.
o Pode haver suspeição: art. 120º CPC.
Lebre Freitas: Jurisprudência no âmbito do art. 6º CEDH decompõe este Princípio da Equidade
em várias vertentes15:
1. IGUALDADE DAS PARTES
A. Princípio do Contraditório
Garantia de participação efetiva das partes no desenvolvimento de todo o litígio, mediante a
possibilidade de, em plena igualdade influírem em todos os elementos que se encontrem em
ligação com o objeto da causa e que em qualquer fase do processo apareçam como
potencialmente relevantes para a decisão.
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O desrespeito pelo processo equitativo omitido ato devido ou praticado ato proibido leva à nulidade
do processo.
➢ Pode ser fundamento de revisão (de recurso de revisão) caso haja outras situações.
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Direito infraconstitucional: Art. 6º/1/parte final CPC (afloramento do processo equitativo); Art. 547º
CPC; 630º/2 CPC; art. 26º/3 da Lei 62/2013
15
Além de se garantir, obviamente, o acesso a um Tribunal determinado pela lei não pode ser arbitrário,
aleatório, ex lege tem que ser a lei. O que garante a imparcialidade e a isenção do sistema.
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6. PRAZO RAZOÁVEL
Se uma decisão não tiver lugar em tempo útil, isso pode equivaler a uma denegação da justiça,
pois há uma falta de resposta à pretensão quando ela era necessária.
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• Interesses em jogo;
• Contribuição das partes para a demora do processo.
Se o Estado excedeu o prazo, quer através dos tribunais, quer através do poder legislativo ou
administrativo, tem o dever de indemnizar.
Princípio do Dispositivo
Liberdade de decisão sobre a instauração do processo, sobre a conformação do seu objeto e das
partes em causa e sobre o termo do processo, assim como, muito mitigadamente, sobre a sua
suspensão.
➢ Disponibilidade da tutela jurisdicional: disponibilidade da instância (início, termo e
suspensão do processo) + disponibilidade da conformação da instância (disponibilidade
do objeto e das partes).
Disponibilidade da Instância
Ao autor cabe solicitar a tutela jurisdicional tem o impulso processual inicial (art. 3º/1)
• Com esta propositura de uma ação, constitui-se a instância (art. 259º/1).
• Cabe também ao autor a desistência da instância.
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PCS: Os factos essenciais são essenciais por referência ao tipo legal em que a parte se fundamenta. É
sempre por referência à regra em que a parte se fundamenta para retirar a consequência jurídica que eu
sei ou não se um facto é essencial. Se o facto puder ser retirado e a ação, mesmo assim, puder ser julgada
procedente ou não, o facto não é essencial. Eu terei de perguntar à regra quais os factos que se têm de
verificar.
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DE CONHECIMENTO OFICIOSO
Art. 5º/2/c factos de conhecimento oficioso (remete para o art. 412º)
• Factos notórios: do conhecimento geral, facilmente cognoscível pela generalidade das
pessoas de determinada esfera social17, de tal modo que não haja razão para duvidar da
sua ocorrência.
• Factos que o tribunal tem conhecimento por exercício das suas funções: conhecimento
funcional.
INSTRUMENTAIS
Art. 5º/2/a factos instrumentais que, por natureza, não carecem de alegação e são
oficiosamente considerados na decisão de facto, como resultantes da instrução da causa.
É um facto que não foi articulado nos articulados.
• Estes factos instrumentais só poderão ser considerados se tiverem sido articulados os
essenciais aos quais esses são instrumentais.
o Só pode haver instrumentais dos essenciais que já tenham sido discutidos pelas
partes.
Não são condicionantes diretas da decisão e a sua função é a de permitir atingir a prova dos
factos principais
O juiz não pode considerar um facto, ainda que instrumental, se não tiver respeitado o princípio
do contraditório.
➢ O que eles são dependem do facto que as provas concretizem
➢ PCS: não há 3º categoria como diz MTS
MTS: se os complementares forem essenciais a causa de pedir não existia porque estava
incompleta, faltando um dos factos essenciais.
PCS: mas a causa de pedir tem 2 finalidades
1. Permite ao réu saber do que se está a defender (conjunto de factos de inteligibilidade)
2. Procedibilidade
Porque apareceu este regime para estes factos? Porque não é fácil reduzir a complexidade dos
factos e saber com certeza o que é essência ou não tempo de julgamento seria mais longo.
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Que tem de abranger obrigatoriamente as partes e o juiz da causa.
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PCS: Esta alínea surge pois fala de factos que não são da mesma ordem do que os essenciais ou
instrumentais.
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Lei não permitia ir buscar factos complementares e teria que se repetir o processo. Objetivo de
evitar a improcedência regra vem de um princípio de prevalência de substância sobre a forma.
Princípio da Controvérsia
Liberdade de alegar os factos destinados a constituir fundamento da decisão, na de acordar em
dá-los por assentes e, em certa medida, na iniciativa da prova dos que forem controvertidos.
• Ideia de responsabilidade pelo material fáctico da causa.
• Pode ter um âmbito de aplicação processual mais vasto e levar ao: Princípio da Preclusão
e Princípio da Autorresponsabilidade das Partes.
Princípio do Inquisitório
Tido como o contrário do Princípio da Controvérsia.
Art. 411º - juiz tem o dever de realizar ou ordenar oficiosamente as diligências necessárias ao
apuramento da verdade.
➢ PCS: o juiz deve ajudar na justa composição do litígio, tendo de conhecer e alcançar a
verdade material
Princípio da Cooperação
Art. 7º/1 o apelo à realização da função processual aponta para a cooperação dos
intervenientes no processo no sentido de nele se apurar a verdade sobre a matéria de facto e,
com base nela, se obter a adequada decisão de direito.
➢ Apelo ao prazo razoável aponta que não deve haver dilações inúteis e as partes devem
proporcionar as condições para uma decisão proferida no menor período de tempo
possível.
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Além da recolha dos factos e da prova, cabe ao juiz a direção formal do processo, nos seus
aspetos técnicos e da estrutura interna (art. 7º/2) tendo poderes para assegurar a
regularidade da instância e o normal andamento do processo.
A direção formal do processo pelo juiz radica nos deveres de cooperação do juiz para com as
partes.
• O juiz pode até pedir a correção da matéria de facto.
• Art. 590º/3, 4, 5
Art. 547º: juiz pode adaptar a tramitação legal como melhor se adaptar às especificidades do
caso concreto adequação às especificidades do processo, tendo em conta o objeto processual
o juiz pode seguir as diligências que achar mais adequadas, tendo em conta a justa composição
do litígio.
➢ Princípio da Adequação Formal que não tem só lugar quando a tramitação legal não se
adeque (em absoluto) ao caso concreto, deve ser também quando, embora adequada,
haja lugar a uma melhor que se lhe adeque.
19
Não obstante a determinação abstrata dos atos da sequência processual pela lei, a possibilidade de
determinação concreta duma sequência dela divergente pelo juiz e exigência genérica da prática dos atos
indispensáveis ao respeito pelos princípios processuais, o processo consente, mesmo fora do âmbito dos
incidentes, a prática de atos anómalos úteis para a realização da função processual, designadamente por
via da ocorrência de factos com relevância para a instância processual constituída ou para a decisão de
mérito a proferir.
20
PCS: Atos Úteis vs. Inúteis
22
Este princípio evita que o juiz, chegando ao fim do processo vá conhecer do preenchimento dos
pressupostos processuais e chegue à conclusão que o Tribunal não tinha competência, por
exemplo. Não podia ter dito mais cedo porque não tinha instância processual para o fazer, com
este princípio já pode.
Os pressupostos processuais são como os pressupostos do NJ. A falta dos mesmos destrói o título. Os
pressupostos processuais não são arbitrários (art. 18.º + 20.º CRP não permitem barreiras
desproporcionadas ao exercício da ação). Se o pressuposto em falta se destina a proteger o réu, o mesmo
não pode ser condenado no pedido, porque falta uma condição para que aquela seja a melhor decisão de
mérito possível.
E se proteger o autor? O réu pode ser condenado no pedido? Claro que sim, visto que o pressuposto em
falta não prejudicou a possibilidade de uma decisão integralmente favorável ao autor. Esta decisão vai ser
sempre aquela que é proferida tipicamente quando faltam pressupostos processuais, mas que é, contudo,
ultrapassada por uma decisão de mérito: absolvição do pedido ou condenação do pedido sempre que a
decisão de mérito seja a mais favorável possível para a parte protegida pelo pressuposto em causa.
A tudo isto chamamos prevalência do mérito sobre a forma. A decisão de forma apenas existe quando é
necessária, na medida em que tenho que proteger a parte que é protegida pelo pressuposto em falta. Se
o pressuposto proteger eu avanço então para uma decisão de mérito. Há uma prevalência do mérito sobre
a forma, porque é a decisão de mérito que determina se o autor tem ou não razão (objetivo do processo).
A reforma do Código de Processo Civil (CPC), feita em 2013, visou tornar os litígios menos
demorados, de forma a que mais rapidamente se chegue à justa composição do litígio, cumprindo-se
assim a função do Processo de realizar a justiça e de se chegar ao resultado final, ao saber-se se o autor
tem ou não razão, como aponta PAULA COSTA E SILVA.
Nestas mudanças legislativas consagrou-se, nomeadamente no artigo 6º do CPC, um poder-dever
de gestão processual para o juiz, que promove a celeridade do processo tendo poderes inquisitórios e de
direção processual mais reforçados.
23
Aliado a este reforço de poderes, motivado pela agilização e simplificação do processo civil, surge
no Direito Processual Civil o princípio da prevalência da substância sobre a forma. Este princípio surge,
como refere CARLOS BATALHÃO, numa modelação do processo civil em termos mais flexíveis, simples e
sem formalismos adjetivos, centrando- à à à à à à à à à à
à à
Portanto, o primado da substância sobre a forma implica que, desde 2013, se obedece à ideia de
que todos os impedimentos da decisão de mérito devem ser removidos, se tal for possível. PAULA COSTA
E SILVA entende que atender a este princípio significa, por um lado, não dar relevância às consequências
do não preenchimento de pressupostos processuais permitindo que o juiz profira decisões de mérito
e, noutra vertente, atribuir ao juiz poderes assistenciais fortes de modo a que ele exorte as partes ao
preenchimento da causa de pedir ou da defesa do réu, para que o julgador consiga chegar à decisão de
mérito que é a mais justa para o litígio, aflorando o princípio da cooperação patente no artigo 7º/1 CPC.
O juiz afigura-se como aquele que providencia pela sanação da falta de pressupostos processuais, como
indica LEBRE DE FREITAS, e que colabora com as partes para a justa composição do litígio.
A construção doutrinária em torno deste princípio processual tem a sua base em inúmeros
preceitos de direito positivo. Como manifestações importantes deste princípio, a título de exemplo,
tomemos as seguintes disposições do CPC: artigo 5º/2, al. b dá permissão ao Tribunal para ter em conta
factos que as partes não utilizaram, desde que estas sejam ouvidas sobre eles, suprindo a inércia de uma
das partes21; artigo 5º/2, al. c flexibiliza a forma como podem chegar ao conhecimento do juiz factos
relevantes para considerar procedente a ação; artigo 146º, artigo 193º/3, artigo 590º/3 e 4 permite
que o juiz corrija (ou dê espaço a corrigir) erros nos atos processuais; artigo 411º princípio do
inquisitório.
É a observância do princípio da prevalência do mérito sobre a forma que, no entender de ARTUR
CORDEIRO, tem justificado a maior atribuição de novos poderes de gestão processual ao juiz, que o
obrigam a uma atuação mais exigente para identificar omissões e/ou lapsos dos restantes intervenientes
processuais e solicitando a respetiva supressão e mais responsável pelo fracasso ou sucesso na justa
composição do litigio.
O princípio da prevalência da substância sobre a forma surge, assim, no Direito Processual Civil
português, conjugado com o reforço dos poderes de agilização, direção e adequação da tramitação
processual pelo juiz. Esta conjugação torna evidente que toda a atividade processual, nos Tribunais
portugueses, deve ser orientada para favorecer a obtenção de decisões sobre a substância do caso e não
sobre a forma, possibilitando a supressão de erros pela parte e evitando irregularidades puramente
adjetivas que não permitam a composição do litígio, ou, a justa22 composição do litígio, distorcendo-se o
conteúdo da sentença de mérito, condicionada por questões processuais.
24
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Juiz, antes de se preocupar com a pretensão formulada pelo autor, terá de primeiramente
averiguar da existência dos pressupostos processuais.
➢ Requisitos necessários cuja verificação depende para a procedência da ação e
apreciação do mérito da causa questões prévias ao conhecimento de fundo e
condicionam esse conhecimento.
o A falta de pressupostos processuais pode determinar que o juiz se abstenha de
conhecer do mérito do pedido e absolva o réu da instância.
Os Pressupostos Processuais destinam-se a acautelar que a decisão de mérito que pode vir a
ser dada é a melhor decisão que se pode ter (essa é a sua finalidade).
Exceções dilatórias são atípicas24 além das que estão na lei, existirão todas aquelas que e
justifiquem.
• São tipicamente de conhecimento oficioso e não há necessidade de impulso da parte
entra em conflito com o princípio do dispositivo.
• É matéria que o juiz conhece sem as partes pedirem não viola o princípio do
contraditório pois o juiz só pode conhecer da exceção após ouvir as partes.
23
Pode salvar-se a ação se for possível o Tribunal reenviar a questão para o Tribunal competente
coerente com o princípio do aproveitamento máximo dos atos jurídicos manifesta-se na remessa do
processo para os tribunais competentes. Sem isto, tem de haver absolvição do réu na instância.
24
Figura da mediação pré-processual em discussão nos tribunais ingleses e alemães, como pressuposto
processual ou não.
• Diretrizes da UE vêm dizendo que a maioria dos litígios (da conflitualidade) não podem ser
resolvidos nos tribunais estaduais mas sim em instâncias prévias em que as partes se conciliam
e resolvem os seus conflitos.
• Alemães criaram mediação pré-processual obrigatória como pressuposto processual.
• Ingleses dizem que isso viola os Tratados e a CEDH pois retardam o acesso aos Tribunais não
se pode ter a mediação pré-processual como pressuposto processual.
• Há atualmente uma zona do sistema em que há instâncias de mediação: Direito Penal com a
justiça restaurativa.
25
Matéria das exceções, no fundo, permite aferir que quem está a fazer atos está nas
melhores condições possíveis e quem as decide é o melhor que as pode decidir.
Exceção dilatória é tipicamente sanável o que leva ao seu surgimento25 pode superar-se
através da regularização.
➢ Sempre que possível, o juiz deve providenciar para que a exceção dilatória seja sanada
princípio da prevalência da substância sobre a forma.
➢ O processo não existe para si, mas sim para que se chegue a uma justa composição do
litígio.
25
PCS: Falha um pressuposto quando a ontologia não corresponde à deontologia.
26
Pressupostos Processuais Positivos – aqueles cuja verificação é essencial para que o juiz
conheça do mérito da causa.
➢ Personalidade judiciária, capacidade, legitimidade, interesse processual, competência do tribunal
e patrocínio judiciário.
Pressupostos Processuais Negativos – aqueles cuja verificação obsta a que o juiz aprecie o
mérito da ação.
➢ Litispendência, caso julgado, existência de compromisso arbitral.
1. COMPETÊNCIA
É pressuposto processual objetivo não existe para proteger nenhuma das partes; serve para
organizar a ordem jurídica interna.
➢ Para os outros todos, os pressupostos são subjetivos, existem para proteger as partes
art. 11º e ss., pelo que se aplica o art. 278º/3 CPC.
Conflitos de competência art. 109º/2 surge entre dois ou mais tribunais da mesma
ordem jurisdicional.
o São resolvidos pelo presidente do tribunal de menor categoria que exerça
jurisdição sobre as autoridades em conflito art. 110º/2. Ex: conflito entre dois
tribunais pertencentes ao mesmo distrito judicial é resolvido pelo presidente da
Relação que tenha jurisdição sobre os mesmos; se forem de distritos diferentes,
só o presidente do STJ é que pode resolver.
27
Nunca se pode perguntar em abstrato qual é o tribunal competente tem é que se perguntar
se o Tribunal perante o qual pende a ação é competente26
Competência Interna
A competência dos tribunais judiciais portugueses é regulada pela Lei de Organização do
Sistema Judiciário (Lei 62/2013) e pelo CPC.
Para Tribunal ser competente ele tem que ser competente em função de todos os critérios
que a lei exige para ele ter competência.
➢ Critérios têm de ser conjugados e sobrepostos.
Nos tribunais judiciais ficam as causas que não sejam atribuídas a outra ordem jurisdicional
(art. 64º). Se a lei nada disser, o Tribunal tem competência genérica.
➢ É a LOSJ que determina quais as causas que, em razão da matéria, são da competência
dos tribunais e das secções dotadas de competência especializada (art. 65º).
26
Uma coisa é a determinação da competência ex ante onde os advogados vão por a ação
➢ Outra coisa é a aferição da competência concreta do Tribunal
o Plano do pressuposto processual é a realidade do processo pergunta-se para aferir a
competência perante os elementos que temos e não segundo a lógica de como devia
ter sido
28
27
Lebre Freitas: Valor da Causa - expresso monetariamente e representa a utilidade económica do
pedido (art. 296º/1), atendendo o momento em que o pedido é deduzido (art. 299º/1 e 2). Se o pedido
for uma quantia pecuniária líquida, esse é o valor da causa (art. 297º/1).
28
Lebre Freitas: Alçada do Tribunal - valor fixado pela LOSJ até ao qual um tribunal de instância julga
definitivamente as causas da sua competência.
➢ Conceito releva para os recursos pois a decisão proferida por valor contido na alçada do tribunal
que a proferiu não é, em regra suscetível de recurso ordinário, ao passo que a proferida em causa
de valor superior a essa alçada é-o em regra (art. 629º/1).
➢ Tem funções de distribuir competência do tribunal de comarca entre as secções cíveis da sua
instância central.
➢ Valores das alçadas estão no art. 44º/1 LOSJ.
29
Apenas serve para a determinação do Tribunal para o qual se recorre de uma decisão (apenas interessa
no processo de recurso).
30
Tendo em conta a Lei Organização Sistema Judiciário
• STJ art. 55º/c
• Relações art. 73º/b
• 1ª Instância art. 33º; Comarca art. 79º
STJ (que não é Tribunal de instância, pois não tem alçada = valor até ao qual um Tribunal julga sem recurso
das suas decisões) > Tribunais Relação > 1ª instância (tem plenitude de jurisdição)
31
Há ações que se podem iniciar na Relação, como o reconhecimento das sentenças estrangeiras
32
Sendo os mais relevantes o foro do réu (regra geral art. 80º e 81º), fora real ou da situação dos bens,
foro obrigacional, o foro do autor e o foro sucessório
29
Competência Internacional
Atribuição do poder de julgar aos tribunais portugueses, no seu conjunto, em face dos
tribunais estrangeiros.
• Surgem questões de competência internacional quando a causa revela alguma conexão
com outra ordem jurídica estrangeira se não houver qualquer conexão a ordem
jurídica estrangeira tudo se passa no âmbito da competência interna.
Regulamento 1215/2012 UE
“ simplificam-se as regras de competência secundária
harmonizando as regras de competência primária
• Regras de competência primária uniformizadas são necessárias para assegurar o rápido
reconhecimento de decisões no espaço da UE.
• Objetivo é o de simplificar o exercício da competência secundária i.e., a competência
para reconhecer uma decisão proferida por um Estado estrangeiro a parte só pode
prevalecer-se da decisão se o Estado reconhecer essa jurisdição (reconhecer decisão
estrangeira para no seu Estado valer com os mesmos efeitos que as suas decisões)
o Mas só é possível esta simplificação se:
1) Estado confia que outros Tribunais proferem decisões com as mesmas
garantias que os nacionais (senão teria de haver controlo de fundo
quando às decisões);
2) Respeitar o exercício da jurisdição (que é emanação de soberania) pelos
outros Estados com os quais o Estado Português se vincula a aceitar
certos critérios como critérios distributivos da jurisdição
harmonização (presunção da aplicação do Regulamento).
30
Âmbito material art. 1º/1 com as exclusões do art. 1º/2 aplica-se a matéria civil e comercial
33
Uma vez que o tempo que demora o reconhecimento não é compatível com a vida das pessoas
➢ PCS: maior consequência prejudicial para os britânicos com o Brexit
34
Conceito de domicílio no Regulamento art. 62º e 63º Reg 1215/2012
➢ Tentativa de ter critérios uniformes para toda a UE mas vão na linha de conta com os critérios
tidos em conta pela legislação dos Estados-membros.
Como provamos que o domicilio é efetivamente aquele que uma das partes indica? E se no momento da
propositura da ação vive num certo sítio mas entretanto muda-se?
➢ Pressupostos processuais, e a competência não foge a isso, são sempre aferidos à data
da propositura da ação (mesmo sendo aferidos pelo juiz na fase da saneação).
31
• Quando não há melhor conexão, esta é a conexão necessária, tendo em conta que a lei
atenta às situações da vida e escolhe o melhor critério (o elemento relevante para a
partir de aí determinar a jurisdição).
o Uma melhor conexão afastaria a conexão do domicílio casos de competência
exclusiva
o Uma tão boa conexão também afastaria a conexão do domicílio casos de
competência concorrente.
35
Numa ótica ampla (MTS) tem- à à à à à à à à à à
prestações da obrigação, o que envolve o pagamento do preço e entrega dos bens. Doutrina tem
preenchido o lugar da entrega atendendo a práticas comunitárias e etc.
36
Competência regulada por convenção:
• Pactos de Competência regula a jurisdição mas apenas no espaço interno de um
Estado. Ex: escolho o Tribunal competente como o Tribunal de Lisboa
• Pactos de Jurisdição regulam a competência no domínio das ordens jurisdicionais de
vários Estados.
• Convenção de Arbitragem indiferente se é competência interna ou internacional é
transversal.
o Difere dos pactos pois atribuem jurisdição a tribunais não integrados na Ordem
Jurisdicional dum Estado.
o Pode dizer respeito a uma situação plurilocalizada (que seria de competência
internacional) ou não plurilocalizada (que seria de competência interna
apenas relacionada a uma Ordem Jurídica).
o Não há hierarquia entre os Tribunais estaduais e os Tribunais arbitrais.
Competência regulada com base em regras dispostas por lei são regras jurídicas que regulam
a competência.
32
Autonomia privada prevalece sempre face à aplicação de uma regra, que é supletiva.
• 1ª barreira: há matérias em que o Estado não permite a autonomia privada, não
permite pactos de jurisdição.
• 2ª barreira: se não for invocada a violação do pacto de jurisdição, então isso não é de
conhecimento oficioso, pois o Tribunal não reconhece causas que tutelam interesses de
pessoas e sim aquelas que tutelam interesses de ordem pública e etc.
o Art. 578º CPC
Regulamento 2201/ 03 CE
Âmbito Material aplica-se a matéria matrimonial e responsabilidades parentais (instrumento
de aplicação interno entre Tribunais da UE).
➢ Tem que ser conjugado com o Regulamento 4/2009 relativo às obrigações alimentares
33
Nos casos práticos podem estar em causa os 4 regulamentos e nas várias situações que eles
regulam.
REGRAS DE RECONHECIMENTO
Seja qual for o regulamento, os Estados não podem controlar o mérito da decisão do Tribunal
de origem, mas podem parar o reconhecimento se a decisão ofender a sua ordem pública.
Ex: vinculação perpétua de um advogado a pagar indemnização. STJ não reconheceu esta
decisão porque na nossa ordem jurídica não cabe
39
Na Convenção de Bruxelas-I eram todos os menores de 18 anos. Mas há casos de emancipação, que já
não são menores e portanto não se aplica o Regulamento
40
O controlo de mérito pode ter efeito meramente cassatório ou substitutivo
34
Direito Interno
Caso não se aplique à competência internacional nenhum instrumento internacional
(Regulamentos). Se não for aplicável nenhum dos Regulamentos, realiza-se a competência pelo
CPC.
Natureza da própria competência internacional é soberania e concorrência entre Estados, pelo
que Portugal tem de afirmar as regras pelas quais ou a partir das quais permite o exercício da
sua própria jurisdição critério de repartição em termos internos ainda não quer dizer que esse
critério é relevante para os elementos de conexão entre o Estado Português e um conflito
plurilocalizado; uns visam apenas distribuir competência no plano interno e outros visam afetar
jurisdição ao Estado português.
41
PCS: o mesmo para
• Não posso aplicar direito interno (face a litígios internacionais) se falir a competência
internacional do Estado português, por aplicação do regulamento competente.
• Não posso aplicar regras gerais do CPC quando ao caso concreto é aplicável uma regra especial.
35
Art. 63º é quase igual ao art. 24º Regulamento 1215/2012 e determina os casos em que os
tribunais portugueses são exclusivamente competentes.
Antes do art. 25º do Regulamento 1215/2012 havia o
Art. 94º - Pactos de Jurisdição
• Os tribunais portugueses também são competentes para julgar internacionalmente se as partes
convencionarem que é Portugal a jurisdição competente para dirimir esses litígios.
• Por acordo das partes o pacto de jurisdição pode ser:
o Atributivo concede competência a um tribunal português
o Privativo retira competência a um tribunal português e atribui exclusivamente a um
tribunal estrangeiro.
Chegando ao final,
Tribunais Portugueses são competentes. Mas que Tribunal?
Atende-se à Lei 62/2013, de 26 de Agosto (LOSJ)
Incompetência
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA
• Violação de normas de interesse e ordem pública.
• Art. 96º
o Arguida pelo art. 97º
INCOMPETÊNCIA RELATIVA
• Violação de meras normas de interesse e ordem particular infração de regras fundadas
no valor da causa, na divisão judicial do território ou decorrentes do estipulado na
convenção prevista no art. 95º
• Art. 102º
o Depende da arguição do réu art. 103º (exceções do art. 104º, de
conhecimento oficioso)
Consequência é a remessa para tribunal competente onde continua os seus termos art.
105º/3.
➢ Tribunal ao receber o processo fica vinculado à decisão do juiz que para ele remeteu,
i.e., ao receber o processo não poderá declarar-se incompetente.
36
➢ Mas se for por violação de pacto privativo de jurisdição, terá de se absolver o réu da
instância, visto que a sua jurisdição não vai além fronteiras para remeter para outro
tribunal estrangeiro.
Casos Práticos
Quando o autor vai intentar a ação tem de ver qual é o Tribunal competente:
• Conexão com ordem jurídica exterior? SIM
o Ver Regulamento art. 1º
▪ É Estado-membro? NÃO -> ver se cabe nas exceções do art. 6º/1, se não
remete para art. 62º42 e 63º CPC
▪ É Estado-membro? SIM -> art. 4º; ver depois se podia ser demandado
especificamente
• Art. 5º aplica-se a regra geral excepto se houver disposições
sobre competências especiais. É extensão do art. 4º.
• Conexão com ordem jurídica exterior? NÃO
o Então ver Matéria, Valor, Hierarquia e Território art. 37º Lei 62/2013
MTS: há disposições do regulamento que têm uma dupla finalidade -> diz-nos o Estado-membro
onde se instaura a ação e o local -> art. 7º
2. CAPACIDADE JUDICIÁRIA
Aptidão para adquirir direitos e para os exercer.
• A CPC
o Pretende acautelar-se que a pessoa pode decidir por si, livremente, a situação
em que é parte no processo.
• Art. 15º/2 capacidade judiciária tem por base e por medida a capacidade de exercício
de direitos. Quem tem total capacidade de exercício de direitos possui plena capacidade
judiciária.
o Incapacidade das pessoas singulares mede-se pelo art. 15º/2 unidade de
medida é desde o momento do facto da causa de pedir ou da possibilidade dos
efeitos se repercutirem na esfera jurídica da pessoa?
▪ Avalia-se pela potencialidade dos efeitos se repercutirem na esfera
jurídica do interessado.
Quem não tiver capacidade judiciária só pode estar em juízo através dos seus representantes
legais com a finalidade de proteger certas pessoas contra a sua inexperiência ou incompleta
formação ou contra o seu deficiente estado mental, a lei determina que não podem exercer, por
si próprias, um direito cuja titularidade lhes é reconhecida, havendo fenómenos de
representação.
• Menores suprimento da incapacidade pelo art. 16º/2 e 3
o Tendo em conta que há atos que o menor pode praticar livremente, sendo ele
pessoalmente que vai estar em juízo e tendo, então, capacidade judiciária.
42
Alíneas deste artigo não são cumulativas são é para serem vistas sequencialmente; só se conclui que
não cabe no artigo após verificar todas as alíneas.
37
Consequências da incapacidade é que se não for sanada43 leva à absolvição do réu na instância,
se for pressuposto de prática de ato processual (ex: autor põe ação por si próprio e é interdito
pode não ser irregularidade processual mas o ato em concreto seria; se o menor por si próprio
replica ou recorre pratica ato por si próprio do processo, pelo qual o ato é nulo pois há
inadmissibilidade do ato processual).
3. PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
Assistência técnica prestada às partes por profissionais do foro exercício por advogados,
advogados estagiários e solicitadores.
A sanação da falta deste pressuposto processual pode ser feita pelo art. 41º
43
S Cessação da incapacidade, quando o incapaz o deixa de o ser, no processo
44
Isto significa que nas outras causas a constituição de advogado é apenas facultativa, podendo as partes
litigar por si art. 42º
38
4. PERSONALIDADE JUDICIÁRIA
A CPC 45
Partes Processuais
No processo intervêm vários sujeitos, mas, não se atribui a todos as situações jurídicas das
partes. Ex: testemunhas são sujeitos processuais mas não têm os deveres, direitos e ónus das
partes.
Quem é parte? Quem é sujeito processual ao qual se devem atribuir certas situações jurídicas?
➢ Problema de exercício de situações jurídicas.
Parte pode ter ou não interesse tem que se atender à construção da teoria dos pressupostos
processuais.
➢ Pode ser-se parte e não preencher os todos pressupostos processuais de que a lei faz
depender o proferimento da decisão de mérito. Ex: PCS em concurso de misses. Alguém
terá que dizer à Profª, que é parte, à à à ... O juiz verificará os
pressupostos processuais e terá que decidir.
Parte é aquela que no mundo da realidade faz alguma coisa em nome próprio (e por isso se
distingue do representante, que atua em nome do representado).
➢ Partes processuais são sujeitos que pedem em nome próprio ou contra os quais
é pedido um quid no processo46
Parte deixou de ser aquele em cuja esfera se produzem os efeitos da decisão de mérito e, a
partir do séc. XIX, no conceito de parte deixou de haver qualquer ligação entre as pessoas que
pedem em nome próprio e a situação da vida que se está a discutir.
45
Art. 12º - estende a personalidade judiciária atendendo ao Critério da Diferenciação
Processual
Art. 13º - estende a personalidade judiciária atendendo ao Critério da Afetação do Ato
Nos casos de ações indevidamente propostas contra sucursais, o art. 14º prevê a sanação da
falta deste pressuposto processual através da ratificação ou repetição do processado pela
administração principal.
➢ O juiz, antes de proferir despacho de absolvição do réu da instância deve providenciar
(art. 6º/2) para que a administração principal intervenha no processo e sane os atos.
A falta de personalidade judiciária não sanada constitui uma exceção dilatória (art. 577º/c) e
é de conhecimento oficioso (art. 578º), levando à absolvição do réu da instância (art.
278º/1/c).
46
Ainda que o não pudessem ter sido.
39
Abandonou-se o processo do pretor e depois o iudex pois havia muitas imunidades e muita
gente não podia ser demandada em nome próprio como o Rex.
• Por este motivo, demandava-se outra pessoa em nome próprio por situação jurídica
alheia.
• Doutrina percebeu que este conceito material de parte não servia e que aquele que
exercia em nome próprio situações jurídicas alheias o fazia por incumbência de
outrem (ou desempenho de uma função).
E isto levou a que nos primórdios do séc. XIX levou a que se construísse conceito intermédio
de parte: PARTE POR INCUMBÊNCIA (é parte por desempenhar certas funções)
➢ Ainda existe hoje em dia: caso do Administrador da Insolvência a ser representação
legal, o insolvente era considerado incapaz, e isso não é assim. Representante tem de
atuar no interesse do representado e o Administrador da insolvência tem de coordenar
os interesses dos insolventes e dos credores (não pode representar uma).
o Ele é parte por incumbência pois atua nas situações jurídicas em nome próprio
porque o insolvente não pode atuar, mas, atua nas situações jurídicas alheias
porque recebeu do tribunal a incumbência de o fazer.
Estes casos não eram explicados pelo conceito material de parte, pelo que teve de se
abandonar esse entendimento
40
Transmitente, perde conexão com o que está em causa mas continua a ser parte, devido a
adotar-se o conceito formal de parte que explica o art. 263º.
➢ Perpetuação da legitimidade do transmitente justifica-se pela tutela da parte
estranha à transmissão, pois se isto não se mantivesse, o processo extinguir-se-
ia a instância (por ilegitimidade superveniente) e instaurava-se outro isto
permitia fáceis manipulações e sempre que uma parte quisesse destruir o processo que
lhe estava a correr mal bastava transmitir o litígio.
Um terceiro é aquele que não é parte: não demanda nem é demandado em nome próprio.
Tribunal Constitucional tem uma decisão com base no problema do TGV em que se discutiu
à à à à à à à à .
➢ Caso julgado é delimitado pelas partes, mas pelas partes que o são, não por aquelas que
poderiam ter sido (discutiu-se isso no caso do TGV).
• Art. 328º cruza com o art. 321º - o que interessa aqui é saber qual o sujeito de
imputação das situações jurídicas processuais previstas pelo sistema para perceber
como a parte acessória se comporta (pois tem direitos equiparados)
• Art. 328º/2 explica que se houver conflito entre aquilo que diz o assistente e aquilo que
diz a parte principal prevalece o que é dito pela parte principal -> esse é o significado de
subordinação.
Art. 263º fala em substituir, o que está tecnicamente errado, porque o transmitente, tal como
o assistente são substitutos, ou seja, litigam em nome próprio por direito alheio.
• No caso do assistente, enquanto a parte principal se manter em revelia; no caso do
transmissário, enquanto este não for aceite por lei a trocar no pólo processual com o
transmitente.
• A parte processual formal do art. 263º é exatamente aquela do art. 329º, é o substituto
processual, aquele que sendo parte principal, litiga em nome próprio mas por direito
alheio.
41
Os pressupostos processuais que as partes têm de reunir são aqueles necessários para que seja
proferida uma decisão de mérito.
➢ Não são pressupostos para ser parte, porque elas são partes, são é pressupostos para
terem possibilidade de ver julgado o mérito da causa.
Parte é limite dos efeitos do caso julgado as partes ficam vinculadas pela decisão do caso.
Parte, ao evoluir do conceito material para formal, perde-se a alusão ao impacte da decisão
no sujeito.
Vai-se buscar essa ligação ao pressuposto da Legitimidade art. 30º CPC
42
Art. 30º/1 CPC: o autor é parte legítima quando tem interesse direto em demandar e o réu é
parte legítima quando tem interesse direto em contradizer.
➢ Esse interesse tem de ser jurídico (i.e., protegido pelo direito) e pessoal ou direto.
Art. 30º/2 CPC: interesse significa utilidade para o autor e prejuízo para o réu
Art. 30º/3 CPC: subsidiariamente, é parte legítima os sujeitos da relação controvertida tal como
configurados pelo autor;
➢ o réu do processo é o que o autor quer demandar47;
➢ a parte é sempre legítima se for tida como titular da relação jurídica tal como é
configurada pelo autor na petição inicial.
47
A ilegitimidade surgirá naqueles casos em que se verificar divergência entre as pessoas identificadas
pelo autor e a que realmente foram chamadas a juízo, i.e., quando estas pessoas não são os sujeitos da
relação controvertida delineada pelo autor.
48
= legitimidade indireta
49
Transmissão da coisa ou direito em litigio faz perceber que o art. 40º está errado, pois está construído
em pirâmide e acaba por não valer sempre: transmitente e transmissário podem acordar numa renúncia
à responsabilidade por vícios redibitórios (vício oculto de que não poderia ter havido conhecimento) o
43
Direito Processual Civil olha para o Direito Material e configura legitimidade processual na
configuração que têm as situações materiais. Começa-se sempre pelo Direito Material que está
em causa na ação.
Não foi direito processual, foi o regime substantivo da responsabilidade que ditou como é que a
parte tem de ser processualmente considerada.
Litisconsórcio
Pluralidade de compartes, quando várias compartes são uma parte.
Lebre Freitas: Litisconsórcio é o que acontece quando o mesmo pedido é formulado por
ou contra várias partes, dando lugar, respetivamente, ao litisconsórcio ativo e/ou
litisconsórcio passivo.
➢ Todos são membros da mesma parte.
o Pais Amaral: tem que ser pluralidade de partes principais, pois não se formará
litisconsórcio no caso da assistência (visto que o assistente é parte acessória, art. 326º).
➢ O conceito de parte é relevante para se saber quem exerce os deveres e os
direitos processuais – como se coordena o exercício das situações jurídicas
processuais quando uma parte é plural.
transmitente continua a figurar na ação como parte principal mas não tem nenhum interesse em
demandar ou em contradizer, pois, para ele, nenhum efeito se retira daquela ação.
50
Pode haver uma pluralidade partes quando a ação é proposta por vários autores ou contra vários réus.
• Coligação pluralidade de partes e diversidade de relações materiais controvertidas.
• Litisconsórcio pluralidade de partes, mas unidade quanto à relação material controvertida.
51
Pais Amaral: várias pessoas, no mesmo processo civil, correm a mesma sorte, associadas que estão no lado do
ataque ou no lado da defesa.
44
Quando a lei deixa na disponibilidade das partes a sua constituição, de tal modo que, se não se
constituir e apenas um ou alguns dos interessados na procedência ou improcedência do pedido
for parte na ação, o trib à à à à à -parte do interesse ou da
à à
Art. 33º/3 à à àaqueles que não figuram como parte mas figuram na
relação material controvertida.
➢ Isto acontece pois há casos em que, não sendo parte, fica-se vinculado pela decisão do
caso julgado (ex: como art. 61º CSC)
➢ Tendo factos que envolvam pluralidade de pessoas, tem de se olhar para a decisão sobre
certo pedido e verificar se ela consegue regular definitivamente a situação jurídica das
partes processuais. Se não conseguir -> há situação de ilegitimidade.
o Não se pode confundir com a coerência ou harmonia das diferentes soluções
possíveis para as diversas partes processuais.
45
Ex: A contrata com B e C. Não pode vir demandar B por vícios no contrato sem demandar C.
A. MTS: entre uma parte e uma das compartes o contrato é inválido e entre uma parte e
outra das compartes o contrato é válido.
MTS diverge com toda a doutrina portuguesa e decanta LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO VS.
SIMPLES, para solucionar
• Unitário remonta do CPC alemão (que resulta de uma síntese feita de um Estado que não era
unificado) descreve os casos em que a decisão tem de ser igual para todos os
intervenientes na ação, independentemente de quantos sejam na relação material
controvertida.52
o PCS: É uma regra que não tem nada a ver com a legitimidade e configuração
da parte estamos a falar de qual o conteúdo da decisão e não se resolve com
absolvição do réu na instância pois é problema de correção do conteúdo da
decisão e o que pode estar em causa é a legalidade da decisão tal como
proferida.
▪ Casos de arbitragem societária quem se juntar à sociedade vai ter uma
decisão igual para todos eles e que a todos vincula no entanto, não
têm de ser todos constituídos como compartes na ação, apenas se
quiserem, gozando duma extensão do princípio de aplicação do caso
julgado a terceiros.
▪ Não viola princípio do contraditório porque os que estão de fora, são
terceiros porque não quiseram estar dentro, mas, eles tiveram essa
possibilidade.
o Isto não se confunde com o litisconsórcio necessário em que todos os que
figuram na relação material controvertida têm de ser compartes na
configuração da ação, para que haja legitimidade processual.
▪ Tendencialmente o litisconsórcio necessário é também unitário, mas
pode não ser e ser um litisconsórcio voluntário e unitário (como os
casos de arbitragem em sociedade)
52
Se título for unitário, não se pode invocar que há vício contra um e não contra outro (ex: A contrata
com B e C. Não pode vir demandar B por vícios no contrato sem demandar C).
46
Ilegitimidade das partes constitui uma exceção dilatória (art. 576º e 577º/e) devendo o juiz
abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância (art. 278º/1/d).
➢ Ilegitimidade é sanável mediante a intervenção espontânea ou provocada da parte
cuja falta gera esse vício (art. 261º que remete para os art. 311º e 316º)
Configuração da parte ativa (art. 34º/1) é diferente da configuração da parte passiva (art.
34º/3).
• Ativa alternância entre litisconsórcio necessário (ambos os cônjuges como autores da
ação) ou situação de legitimidade direta acompanhada de legitimidade indireta
(cônjuge litiga em seu nome e em nome do casal)
• Passiva impõe litisconsórcio necessário
ART. 35ª
• no litisconsórcio necessário há uma só ação e duas partes, das quais uma, pelo menos,
plural;
• no litisconsórcio voluntário há várias ações e várias partes, que ocupam o mesmo lado
da relação jurídica processual.
Esquemas de Legitimidade
DIRETA vs. INDIRETA
• Direta alguém tem interesse em discutir e visa assegurar que estão em juízos os
sujeitos que são titulares da situação subjetiva litigiosa.
• Indireta define-se os termos em que não sendo titular, pode estar em juízo.
47
LEGITIMIDADE PLURAL
• Voluntário a lei permite-o
• Necessário a lei obriga-o
o Legal ou Natural
48
INTERESSE PROCESSUAL
O nosso sistema regula o acesso e há a intervenção da lei naquilo que se admite que chega aos
Tribunais, configurando quando pode um cidadão, legitimamente ter acesso aos Tribunais.
Todo o acesso aos Tribunais se justifica? Não obstante o art. 20º e 18º CRP, pode admitir-se um
crivo no acesso à justiça?
PCS: só se justifica interposição do sujeito e decisão de mérito se tal tutelar interesses de tal
modo relevantes que sem isso não se faça justiça. Isto porque o acesso aos Tribunais não é
gratuito e há custas processuais com a justiça.
CPC dá algumas orientações que sustentam o facto do interesse processual ser um pressuposto
autónomo.
No nosso sistema, quem paga os encargos processuais é a parte vencida regra do victus
victoria53
• Paga quem dá causa = parte vencida.
o Regra pragmática que não funciona para ponderar desvalores éticos da conduta
dos sujeitos processuais não obriga a parte vencida a verificar que a parte
vencida agiu diligentemente e etc.
▪ Responsabilidade processual simples em que não se pondera a conduta
diligente das partes.
Parte pode ser vencedora e pagar os custos, quando não tinha necessidade de recorrer aos
Tribunais.
➢ Lei preocupa-se com a contenção do acesso, querendo apenas que ele aconteça quando
for necessário.
o Se há acesso e ele não era necessário, a consequência é alocação dos custos na
ação é pressuposto54 mas tem consequência diferente da normal.
Art. 535º refere-se ao autor e art. 527º pode aplicar-se ao autor e ao réu.
• O art. 535º só tem sentido como regra se o seu conteúdo for diferente do conteúdo do
art. 527º - ele inverte a regra e é o autor que paga as custas apesar de ganhar.
o Estes casos são explicados pelo interesse processual a partir destes casos pode
dizer-se que, porque não há interesse, o autor paga, mas, ainda que não haja
interesse, há uma decisão que declara o autor vencedor (de mérito).
o PCS: interesse processual é pressuposto processual mas tem consequência
atípica curiosa não absolve o réu da instância e obriga o autor a pagar as
custas porque, apesar de ter razão, ele não tinha necessidade de recorrer aos
tribunais.
▪ Esse é o conteúdo deste pressuposto -> a necessidade da tutela, uma
vez que os meios da justiça são limitados e os Tribunais não se
autofinanciam, portanto, se o autor não tinha necessidade de lá ir, a
53
Que não vigora noutros sistemas em que cada parte ficava com os custos.
Em Inglaterra havia essa regra, mas, mudaram para a victus victoria tendo a imposição de se ponderar o
comportamento das partes.
54
à já tem valoração, portanto, é um pressuposto processual mas tem uma consequência atípica
não obstante haver uma decisão de mérito, paga o autor as custas.
49
Art. 535º/2/c: se autor tem título executivo que lhe permite agredir património do devedor, não
faz sentido ele recorrer ao processo declarativo para ter um mesmo título executivo para fazer
o mesmo.
Art. 535º/2/d: se autor pode cassar uma decisão por um processo de revisão, não faz sentido o
autor iniciar um processo de declaração
Este é um pressuposto processual com uma consequência anómala não leva à absolvição do
réu na instância mas sim à inversão do pagamento das custas processuais (deixa de ser victus
victoria e passa a ser o autor).
Art. 610º/2 se não houver litígio, o réu reconhece a obrigação e que é devedor. O réu não deu
causa nem contesta (paralelo à regra do art. 535º)
Não se pode dizer à partida que não interesse processual, pois não sabemos se o autor veio
desafiar a existência da obrigação.
➢ Enquanto art. 535º faz juízo de prognose, aqui estamos na fase da sentença e é juízo ex
post e sabemos o que o réu já argumentou.
50
Art. 557º/2 pede-se agora a condenação de algo que ainda não é exigível.
• O autor consegue obter o efeito útil, obtenção do título executivo, porque demonstra
ter interesse processual agravado (não só tem necessidade de recorrer aos tribunais
como tem necessidade de recorrer aos tribunais antes da exigibilidade da obrigação
ónus do tempo inverte-se pois autor mostra que ausência de título executivo no
momento em que se podia vencer a obrigação lhe vai causar grande prejuízo).
à àemanação dum comando através do qual o Tribunal exige que o réu cumpra
decisão não era inovatória e enuncia algo que resulta de certos factos -> condenar refere-se a
dever de prestar que já se encontra em incumprimento.
➢ Neste caso está a condenar-se em algo que ainda não é exigível.
O mesmo acontecia no art. 610º que dava corpo ao princípio do aproveitamento máximo dos
atos jurídicos, sendo o ato o processo em si.
➢ Correspondia a esse princípio pois se réu contestava a existência, oferecia resistência
face à existência, significa que vai sempre resistir.
➢ Se não resistir, também não vai resistir depois, portanto condena-se sem perda de
benefício do prazo.
Art. 564º/2 CC
Previsibilidade antecipa o momento da indemnização, sendo regra mais radical que o art. 610º
e 557º/2 CPC.
• Distribui ónus do tempo do processo que normalmente corre pelo autor, quando tem
razão e inverte-o.
• É solução pragmática pois o dano futuro pelo qual se condena é previsível -> o que é
algo que se avalia recorrendo às regras de experiência das quais se infere um curso típico
de acontecimentos.
• Réu teve conduta desvaliosa e é condenado Tribunal já efetuou juízo de
censurabilidade e fez essa avaliação, tendo prova e elementos para tal juízo da conduta
do próprio réu. Inverte-se ónus do tempo pois já se provou que a conduta do réu merece
especial censura.
A decisão que recai sobre coisas, factos, estados, situações que vão acontecer no futuro é tão
estável quanto aquela decisão que recai sobre coisas, factos, estados, situações que já
aconteceram? Pode fazer-se juízos de prognose, mas a estabilidade e indiscutibilidade de uma
decisão é aceitável quando o juízo que é feito é um de previsibilidade?
➢ PCS: grande problema que não é problema de caso julgado.
o Antes achava que era problema de caso julgado, formado sobre uma decisão
que se reporta ao futuro, é caso julgado mais frágil/fraco e suscetível de
modificação.
51
o Agora crê não é regra de caso julgado pois a decisão que pressupõe
circunstâncias no futuro não forma caso julgado, pois o caso julgado implica a
permissão de formular juízos de certeza e relativamente ao futuro nunca se
pode emitir juízos de certeza, apenas de prognose. Prognose e caso julgado
são incompatíveis.
Estas consequências últimas do interesse processual levam a desafiar o instituto do caso julgado.
O Interesse Processual como Pressuposto Processual (ou não): o caso da propositura de ação para
reconhecimento de propriedade quando esta não está a ser contestada
52
consequentemente não traria desvantagens à parte passiva), e, não estando preenchido um pressuposto
processual, tal daria origem a uma exceção dilatória que levava a uma absolvição do réu na instância,
tendo em conta os art. 578º e 278º/1/e CPC.
Que pensar destas soluções? Qual a melhor solução para este caso em concreto?
Atendendo à factualidade da hipótese verificamos que temos uma ação declarativa de simples
apreciação positiva, nos termos do art. 10º/2 e 10º/3/a CPC, para reconhecimento do direito de
propriedade, atendendo ao art. 1311º CC. No entanto, esse direito de propriedade não está a ser
contestado, pelo que, de facto, o autor não tem necessidade de recorrer à tutela judicial por parte dos
Tribunais.
Tendo isto em conta, não se pode recusar liminarmente o acesso aos Tribunais, uma vez que isso
é uma das garantias dadas pelo Estado de Direito Democrático e consagrado no art. 20º da Constituição
da República Portuguesa. Mas, como aponta PAULA COSTA E SILVA, a tutela judicial dos direitos envolve
uma alocação de recursos financeiros por parte do Estado, que têm de ser geridos de forma eficiente e
dirigida para onde for necessária, uma vez que os meios da justiça são limitados.
Com a inversão da regra do victus victoria (i.e., quem perde paga as custas judiciais conforme
o disposto no art. 527º) do art. 535º CPC, o autor, interpondo ação, mesmo que haja uma decisão de
mérito que o declare vencedor, vai ter de pagar as custas judiciais. Este mecanismo que o CPC prevê
dissuade, portanto, a propositura de ações desnecessárias, uma vez que à à à à
à à à à à à forme colocado por PAULA COSTA E SILVA sendo
essa a lei, os Tribunais não vão estar atolados pois os cidadãos não estão dispostos a pagar essas custas
para questões que não são necessárias.
Aderimos, assim, à posição de PAULA COSTA E SILVA, exposta recentemente, que, vindo na senda
de CASTRO MENDES, se afasta dele concluindo que o interesse processual é um pressuposto processual,
indo numa primeira abordagem ao encontro de MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA, mas cujas consequências
são atípicas e não envolvem a absolvição do réu na instância, afastando-se, portanto, da posição de
TEIXEIRA DE SOUSA.
Temos este entendimento pois, conforme expõe PAULA COSTA E SILVA, o art. 535º/1 CPC
responsabiliza o autor pelas custas judiciais não só quando réu não deu causa mas também quando o réu
não contesta. Não contestando o réu, ou o Tribunal pode conhecer oficiosamente a falta de interesse
processual, ou o Tribunal não pode conhecer oficiosamente, como afirma MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA,
tendo a concordância de COSTA E SILVA. Isto leva a que, não podendo conhecer oficiosamente, o Tribunal
nunca poderá aplicar o regime de absolvição do réu na instância, como incoerentemente, na nossa
humilde opinião, conclui TEIXEIRA DE SOUSA. Portanto, a única solução viável para o não preenchimento
destas condições de admissibilidade de uma causa a juízo é a consequência anómala de ser o autor a
pagar as custas, apesar de ter uma decisão de mérito que lhe é favorável.
Em jeito de conclusão, resolvemos o quid iuris inicial da seguinte forma: o autor que coloque
uma ação em Tribunal, pedindo a tutela de um direito conforme reconhecido pelo art. 20º CRP,
invocando o reconhecimento da sua propriedade, nos termos do art. 10º/2 e 10º/3/a CPC e conforme
permitido pelo art. 311º CC, que, no caso concreto, não está a ser questionada, não preenche o
pressuposto processual do interesse processual, o que leva à inversão geral da regra do art. 527º pelo
disposto no art. 535º CPC, sendo obrigado a pagar as custas judiciais mesmo tendo uma decisão de
mérito que lhe é favorável, pois, apesar de ter razão, não tinha necessidade de recorrer aos Tribunais.
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