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Livro Eletrônico

Aula 00

Questões Comentadas de Direito Administrativo p/ AFRFB 2014


Professor: Cyonil Borges

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Curso Avançado de Direito Administrativo em
Exercícios para a Receita Federal

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AULA DEMONSTRATIVA

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 2

2. Cronograma 3e4

3. Metodologia 4a6

4. Questões em Sequência 0 7 a 15

5. Questões Comentadas 16 a 60

6. Teste Final (desafio) 61 a 79

7. Resumo esquemático 80 a 84

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Exercícios para a Receita Federal

APRESENTAÇÃO Profº. Cyonil Borges aula 00

Fala Galerinha!
Antes de tudo, leia todo o texto antes das questões propriamente
ditas, para, depois, não dizer que foi enganado(a), rsrs...
É hora de estudarmos para a Receita Federal. Sem dúvida um excepcional
concurso, uma excelente oportunidade de ingressar no Estado e
desempenhar uma das funções mais importantes da Administração
Pública: a de fiscalização.
O número de vagas para Auditor não é assim tão considerável.
É agora é pra valer. Edital na Praça, e sem grandes alterações na parte de
Direito Administrativo.
O nível dos candidatos está cada vez mais “pavoroso”, por isso é condição
sine qua non para o sucesso uma ótima preparação por meio de cursos
direcionados. Enfim, é ideal definir a estratégia, e que seja cirúrgica.
E, se você procura estratégia, não perca tempo, vem para o curso
estratégia. Aqui no sítio do curso on-line estratégia você vai encontrar
os melhores Professores, os melhores materiais. E mais: tudo isso com
Edital atualizadíssimo, e é só confirmar o nosso cronograma, um pouco
mais à frente.
Digo que, nas poucas horas vagas, sou Professor de Direito
Administrativo, de Direito Constitucional e Administração Pública em
cursos preparatórios. Prestei e reprovei em alguns concursos públicos (a
vida de concursando é assim, nem sempre se ganha!). Prestei e reprovei:
prefeitura de Araruama, Belfort Roxo, TCM-RJ e outros mais, rsrs. Prestei
e aprovei em outros, como, por exemplo, TCU 2001 e 2002, CGU 2002 e
2004, Polícia Federal, MPU, ISS-SP/2007 e ICMS-RJ/2011, o que, no
mundo dos concursos, atribui-me a qualidade de concursando de
“carteirinha”.
Ah! Sou autor dos livros Resposta Certa (editora Saraiva), Licitações e
Contratos e Questões Discursivas de Direito Administrativo
(licitações, controle externo, finanças, controle da Administração e outros
temas), porém, este último livro não é útil para o atual concurso, afinal, a
banca “arrancou” as questões discursivas de Direito Administrativo. No
entanto, se quiser comprar, depois de passar na prova, “pra” leitura de
cabeceira (dá um sono danado, rs.), seja bem vindo!
Com relação à banca organizadora, reafirmo termos a presença da ilustre
ESAF, uma das melhores organizadoras de concursos públicos do país,
afinal, costuma prezar pela qualidade dos certames. E, nos últimos
tempos, anda “assombrando” os concursandos. As provas estão bastante
criativas.

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PROGRAMA E CRONOGRAMA Profº. Cyonil Borges aula 00

O quadro abaixo sintetiza como será distribuído nosso curso, segundo o


Edital da Receita:
 Aula 00 - 13/03/2014 - Estado, governo e administração pública:
conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e
princípios. Direito Administrativo: origem, conceito, fontes.
Sistemas Administrativos. ITENS 1, 2 e 16 DO EDITAL.
 Aula 01 - 15/03/2014 - Regime Jurídico Administrativo: princípios
básicos da Administração Pública. ITEM 2 DO EDITAL.
 Aula 02 - 20/03/2014 - Ato administrativo: conceito, validade,
eficácia, elementos; atributos; ITEM 7 DO EDITAL.
 Aula 03 - 20/03/2014 - Ato administrativo: extinção, desfazimento
e sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e
discricionariedade. ITEM 7 DO EDITAL.
 Aula 04 - 22/03/2014 - Poderes administrativos. ITEM 9 DO
EDITAL.
 Aula 05 - 25/03/2014 - Serviços públicos. Concessões, permissões
e autorizações. ITEM 11 DO EDITAL.
 Aula 06 - 30/03/2014 - Responsabilidade civil do Estado. ITEM 14
DO EDITAL.
 Aula 07 - 30/03/2014 - Processo Administrativo Federal e Lei de
Acesso à Informação. ITENS 8 e 18 DO EDITAL.
 Aula 08 - 02/04/2014 - Parcerias Público-Privadas e Consórcios
Públicos. ITENS 3 e 11 DO EDITAL.
 Aula 09 - 05/04/2014 - Licitações públicas e contratos
administrativos. Contratação de micro empresas e empresas de
pequeno porte. Margem de preferência nas contratações públicas.
ITEM 10 DO EDITAL.
 Aula 10 - 10/04/2014 - Sistema de Registro de Preços. Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores. Pregão presencial e
eletrônico e demais modalidades de licitação. Instrução Normativa
SLTI/MP nº 02, de 2008. Contratos de repasse. Convênios. Termos
de cooperação. Acordos, em sentido amplo, celebrados pela
administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou
privadas. Portaria Interministerial CGU/MF/MP n. 507/2011.
Instrução Normativa SLTI 5 de 7 de novembro de 2013. Diretrizes
da Comissão Gestora do SICONV. ITEM 10 DO EDITAL.
 Aula 11 - 10/04/2014 - Administração Pública direta e indireta e
Terceiro Setor. ITENS 3 e 4 DO EDITAL.
 Aula 12 - 12/04/2014 - Agentes públicos (Agentes públicos.
Servidores públicos em sentido amplo e em sentido restrito.

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Servidores públicos temporários. Servidores públicos


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estatutários. Empregados públicos. Disciplina constitucional dos
agentes públicos). ITEM 5 DO EDITAL.
 Aula 13 - 15/04/2014 - Legislação federal aplicável aos agentes
públicos. ITEM 5 DO EDITAL.
 Aula 14 - 15/04/2014 – Controle da Administração Pública. ITEM
15 DO EDITAL.
 Aula 15 - 20/04/2014 - Lei 8.429, de 1992 (Lei de Improbidade
Administrativa). ITEM 6 DO EDITAL.
 Aula 16 - 20/04/2014 - Bens públicos. Regime jurídico.
Classificações. Uso de bens públicos por particulares. Uso privativo
dos bens públicos. ITEM 12 DO EDITAL.
 Aula 17 - 25/04/2014 - Intervenção do Estado na propriedade
privada. ITEM 13 DO EDITAL.
 Aula 18 - 25/04/2014 - Ética na Administração (todas as normas do
Edital) e Política de Segurança da Informação na RFB. ITENS 17 e
18 DO EDITAL.

METODOLOGIA

Passando à metodologia a ser adotada no presente curso, informo que ela


está baseada, essencialmente, em três pilares:
I) Objetividade: procuro tratar dos assuntos de forma direta, sem
“pirotecnias jurídicas", buscando o que há de mais importante para ser
destacado em cada questão, sem, obviamente, perder de vista os pontos
cruciais (mais cobrados em concurso) de tão rica disciplina que é o Direito
Administrativo;
II) Concisão: este curso visa ser claro e preciso, sem incorrer na
prolixidade tão comum dos estudos acadêmicos, a qual, apesar de ser
importante nas discussões doutrinárias, muitas vezes acaba por afastar o
aluno do foco pretendido, qual seja: a indicação da posição correta que
está sendo adotada pela examinadora ESAF; e
III) Abordagem da matéria sem perda de conteúdo: ressalto que a
objetividade e a concisão almejadas não foram pensadas com sacrifico do
conteúdo necessário.

ORIENTAÇÕES FINAIS1

A seguir, gostaria de tecer breves considerações a respeito da experiência


como professor de cursos preparatórios, somada à própria trajetória como
concursando.

1
As dicas são sintéticas, fruto de minha experiência colhida no magistério, especialmente em minhas turmas
de Tribunal de Contas da União, que tive o prazer de orientar nos ciclos de estudo no ano 2003 em Brasília.
Para um maior aprofundamento, recomendo a excelente e criativa obra do autor Alexandre Meirelles.
Simplesmente adorável.

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Não há um método único para a aprovação em concurso.


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“receita de bolo” infalível que possa ser utilizada por todas as pessoas.
Também não há como pré-determinar de forma generalizada um número
de horas mínimo ou máximo por dia que o aluno deve se dedicar aos
estudos, como se fosse a “chave do sucesso”. Não se pode dizer, ainda,
que está certo ou errado estudar somente uma matéria (ou mais de uma)
numa semana. Em síntese, o segredo é: crie a sua própria estratégia.
Claro que, a partir de experiência própria, como estudante e, sobretudo,
como colaborador na preparação de alunos para concursos,
principalmente os realizados pela Esaf, Cespe e FCC, cheguei a algumas
conclusões:
1. Planejamento: é preciso que se estabeleça um ciclo de estudos. No
ciclo, independentemente do número de horas de estudo que for definido
para cada dia da semana, o importante é estudar TODOS os dias, ainda
que apenas meia hora. Aqui vale o ditado de que o “hábito faz o monge”.
Pode ser uma matéria de cada vez, mais de uma, ou todas numa semana.
Mas é preciso, fundamentalmente, uma rotina, um método, algo
padronizado. Costumo dizer aos candidatos que, independentemente do
concurso, são sempre três os requisitos para a aprovação –
PLANEJAMENTO (a tal da rotina), DISCIPLINA (cumprir o planejado) e
DISPOSIÇÃO (cumprir o planejado, com todo afinco possível);
2. Seu projeto pode durar seis meses, um ano, ou mais anos. De
todo modo, o caminho será mais curto se você não perder o foco no
concurso desejado. Costumo afirmar aos colegas que não esmoreçam,
continuem entusiasmados, avançando sobre a matéria, pois como já diz
um velho almirante fuzileiro naval, “um corpo que não vibra é um
esqueleto que se arrasta”, ou seja, se você não quer ser um esqueleto se
arrastando sobre a disciplina então vibre com cada tópico novo que você
aprende de cada matéria que irá cair na sua prova;
3. Não escolha cursinhos preparatórios por grife. Informe-se sobre
as qualidades dos professores, analisando se atendem às suas
necessidades. Verifique com ex-alunos do curso que pretende fazer se as
aulas estão em sintonia fina com o que há de mais recente na
jurisprudência dos Tribunais Superiores;
4. Tenha fé, o candidato a concurso público deve ter fé, deve crer que no
“dia D” fará a sua melhor prova, deve crer que durante a sua preparação
não medirá esforços para estudar todos os itens do edital e,
principalmente, deve crer que é capaz de ocupar aquele tão sonhado
cargo público.
Outra coisa, jamais acredite nas “LENDAS” que são contadas nos
corredores dos cursinhos de que “Fulano de tal” passou no concurso sem
estudar porque é muito inteligente. Não caia nessa. Passar em concurso
exige: DISCIPLINA e DEDICAÇÃO. Não há glória sem sofrimento, mesmo
para o “Fulano de tal” (o Sr. Inteligência).

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Assim, tenho a certeza de que imbuído desse ânimo de confiança


Profº. Cyonil ficará
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mais fácil para assimilarmos os conceitos constantes dos tópicos sobre
Direito Administrativo que serão apresentados ao longo de tantas aulas.
Bom, passemos à “aula-demo”. Espero que “se deliciem” com o assunto.
Abraço a todos,
Cyonil Borges.

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QUESTÕES EM SEQUÊNCIA

1) (2007/Cespe – MP-AM – Promotor) A ideia de Estado de Direito, desde


os primórdios da construção desse conceito, está associada à de
contenção dos cidadãos pelo Estado. (Certo/Errado)

2) (2007/Cespe – Bombeiros/DF) O termo União designa entidade federal


de direito público interno, autônoma em relação às unidades federadas. A
União distingue-se do Estado federal, que é o complexo constituído da
União, dos estados, do DF e dos municípios e dotado de personalidade
jurídica de direito público internacional. (Certo/Errado)

3) (2008/Esaf – EPPG) Assinale a opção que contempla todos os entes da


organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, nos
termos da Constituição.
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos soberanos.
b) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos soberanos.
c) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos independentes.
d) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos autônomos.
e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos.

4) (2006/Esaf - ENAP – Administrador) São entidades políticas,


com personalidade jurídica de direito público interno, integrantes
da República Federativa do Brasil:
a) as autarquias da União e dos Estados.
b) as autarquias e empresas públicas da União.
c) os Estados brasileiros.
d) os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário da União.
e) os Três Poderes da União, dos Estados e dos Municípios.

5) (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) Correlacione as colunas


abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a correlação
correta.

( ) República (1) Forma de


Governo

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( ) Estado Unitário (2) Sistema de
Governo

( ) Parlamentarismo (3) Forma de


Estado

( ) Federação

( ) Monarquia

( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3
b) 1, 3, 2, 3, 1, 2
c) 3, 1, 2, 1, 2, 3
d) 2, 3, 1, 2, 3, 1
e) 3, 2, 1, 2, 1, 3

6) (2010/ESAF – CVM – Analista – outras áreas) Partindo-se do


pressuposto de que a função política ou de governo difere da
função administrativa, é correto afirmar que estão
relacionadas(os) à função política, exceto:
a) comando
b) coordenação
c) execução
d) direção
e) planejamento
7) (2006/FGV – Min. da Cultura/Analista de Administração) Não
existe uma definição única a respeito do conceito de público.
Dessa forma, analise os conceitos de "público" a seguir:
I. O termo público pode ser entendido como relativo àquilo que é "de
todos e para todos", à "coisa pública" e ao "interesse público". Assim
sendo, uma definição de público excluiria as relações econômicas,
políticas e sociais que interferem na produção do espaço público.
II. O público é resultado da separação entre Estado e Sociedade. Ele é um
espaço dinâmico que não pode ser garantido por delimitação nem possui
um lócus específico.
III. Pode-se vincular a noção de público a um regime no qual iguais
reunidos em coletividades buscam o bem comum e o exercício de práticas
solidárias, bem como uma relação de influência sobre o Estado tendo em
vista a construção da cidadania.

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Assinale: Profº. Cyonil Borges aula 00


a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

8) (1999/Esaf – Assistente Jurídico/AGU) A influência do Direito


Administrativo francês no Direito Administrativo brasileiro é
notável. Entre os institutos oriundos do direito francês abaixo,
assinale aquele que não foi introduzido no sistema brasileiro.
a) Regime jurídico de natureza legal para os servidores dos entes de
direito público.
b) Teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público.
c) Natureza judicante da decisão do contencioso administrativo.
d) Cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
e) Inserção da moralidade como princípio da Administração Pública.

9) (2002/Esaf – AFRF) “A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este direito, previsto na
norma constitucional, impede que, no Brasil, o seguinte instituto
de Administração Pública, típico para a solução de conflitos, possa
expressar caráter de definitividade em suas decisões:
a) Arbitragem
b) Contencioso administrativo
c) Juizados especiais
d) Mediação
e) Sindicância administrativa
10) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) O dispositivo da
Constituição Federal pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” impede a adoção
plena, no Brasil, do seguinte instituto de Direito Administrativo:
a) controle administrativo
b) contencioso administrativo
c) jurisdição graciosa
d) recursos administrativos com efeito suspensivo
e) preclusão administrativa

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11) (2006/Esaf - SUSEP - Ana Téc-Tecnologia da Informação) O
sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, de controle
judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é
a) o da chamada jurisdição única.
b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

12) (2008/Cespe – TJ – Analista Administrativo) Para a


identificação da função administrativa como função do Estado, os
doutrinadores administrativistas têm se valido dos mais diversos
critérios, como o subjetivo, o objetivo material e o objetivo
formal.

13) (2005/Esaf – AFRFB) Em seu sentido subjetivo, o estudo da


Administração Pública abrange:
a) a atividade administrativa.
b) o poder de polícia administrativa.
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas.
d) o serviço público.
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas.

14) (1999/Esaf – Assistente Jurídico/AGU) A Administração


Pública, em sentido objetivo, no exercício da função
administrativa, engloba as seguintes atividades, exceto:
(a) Polícia administrativa
(b) Serviço público
(c) Elaboração legislativa, com caráter inovador
(d) Fomento a atividades privadas de interesse público
(e) Intervenção no domínio público

15) (1998/Esaf – Procurador) Sobre os conceitos de


Administração Pública, é correto afirmar:
a) Em seu sentido material, a Administração Pública manifesta-se

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exclusivamente no Poder Executivo. Profº. Cyonil Borges aula 00


b) O conjunto de órgãos e entidades integrantes da Administração é
compreendido no conceito funcional de Administração Pública.
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não se manifesta no
Poder Legislativo.
d) No sentido orgânico, Administração Pública confunde-se com a
atividade administrativa.
e) A Administração Pública, materialmente, expressa uma das funções
tripartites do Estado.

16) (2007/Esaf – PGFN-adaptada) A expressão Administração


Pública, em sentido formal, designa a natureza da atividade
exercida pelos referidos entes, sendo a própria função
administrativa; e, no sentido material, designa os entes que
exercem a atividade administrativa, compreendendo pessoas
jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma
das funções em que se triparte a atividade estatal: a função
administrativa. (Certo/Errado)

17) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) O direito administrativo


pode ser conceituado de acordo com vários critérios. Desses, o
que prepondera, para a melhor doutrina, é o critério do Poder
Executivo, segundo o qual o direito administrativo é o conjunto de
regras e princípios jurídicos que disciplina a organização e a
atividade desse poder.

18) (2006/Esaf – AFC/CGU) O Direito Administrativo é


considerado como sendo o conjunto harmonioso de normas e
princípios, que regem o exercício das funções administrativas
estatais e
a) os órgãos inferiores, que as desempenham.
b) os órgãos dos Poderes Públicos.
c) os poderes dos órgãos públicos.
d) as competências dos órgãos públicos.
e) as garantias individuais.

19) (2007/Esaf – DF/PROCURADOR) Em relação ao conceito e


evolução histórica do Direito Administrativo e ao conceito e
abrangência da Administração Pública, selecione a opção correta.

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a) Na evolução do conceito de Direito Administrativo, surge


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Borges do
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Serviço Público, que se desenvolveu em torno de duas concepções. Na
concepção de Leon Duguit, o Serviço Público deveria ser entendido em
sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a regime
exorbitante do direito comum, desenvolvida pelo Estado para a satisfação
de necessidades da coletividade.
b) O conceito estrito de Administração Pública abarca os Poderes
estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.
c) A Administração Pública, em sentido objetivo, deve ser compreendida
como o conjunto das pessoas jurídicas e dos órgãos incumbidos do
exercício da função administrativa do Estado.
d) Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o
critério da Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o
Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios
que regem a Administração Pública.
e) Na evolução histórica do Direito Administrativo, encontramos a Escola
Exegética, que tinha por objeto a interpretação das leis administrativas, a
qual também defendia o postulado da carga normativa dos princípios
aplicáveis à atividade da Administração Pública.

20) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) A expressão


administração pública admite diversos significados. De acordo
com a doutrina, em seu sentido material ou funcional,
Administração Pública, enquanto finalidade do Estado, não
abrange:
a) polícia administrativa.
b) serviços públicos.
c) fomento.
d) finanças públicas.
e) intervenção na atividade econômica.

21) (2003/Esaf – Procurador da Fazenda Nacional) Assinale,


entre os atos abaixo, aquele que não pode ser considerado como
de manifestação da atividade finalística da Administração Pública,
em seu sentido material.
a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo
urbano.
b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar.
c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a
normas de posturas municipais.

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d) Nomeação de um servidor público, aprovadoProfº.


em virtude de concurso
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público.
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova
indústria em determinado Estado-federado.

22) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) A natureza da atividade


administrativa é a de múnus público para quem a exerce, isto é, a
de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens,
serviços e interesses da coletividade.

23) (2008/Cespe – TJ – Analista Administrativo) Um conceito


válido para a função administrativa é o que a define como a
função que o Estado, ou aquele que lhe faça às vezes, exerce na
intimidade de uma estrutura e regimes hierárquicos e que, no
sistema constitucional brasileiro, se caracteriza pelo fato de ser
desempenhada mediante comportamentos infralegais ou,
excepcionalmente, infraconstitucionais vinculados, submissos ao
controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

24) (2005/Cespe – SERPRO – Analista Jurídico) As atividades


tipicamente legislativas e judiciárias não são objeto de estudo do
direito administrativo.

25) (2004/Cespe – TCU – Analista) A jurisprudência e os


costumes são fontes do direito administrativo, sendo que a
primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda
tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação.

26) (2006/Esaf – TRF) A primordial fonte formal do Direito


Administrativo no Brasil é:
a) a lei.
b) a doutrina.
c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.

27) (2000/Esaf – TRF) A fonte formal e primordial do Direito


Administrativo é a (o)
a) Motivação que a fundamenta
b) Povo

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c) Parlamento Profº. Cyonil Borges aula 00


d) Diário Oficial
e) Lei

28) (2003/Esaf – Procurador da Fazenda Nacional) A distinção


entre a lei formal e a lei material está na presença ou não do
seguinte elemento:
a) Generalidade
b) Novidade
c) Imperatividade
d) Abstração
e) Normatividade

29) (1999/Esaf – AGU) O decreto, com função normativa, não


tem o seguinte atributo:
a) Novidade
b) Privativo do Chefe do Poder Executivo
c) Generalidade
d) Abstração
e) Obrigatoriedade

30) (2008/Cespe – TCE/AC – Cargo 1) Assinale a opção correta


quanto às fontes do direito administrativo brasileiro
a) Os regulamentos e regimentos dos órgãos da administração pública
são fontes primárias do direito administrativo brasileiro.
b) São fontes principais do direito administrativo a doutrina, a
jurisprudência e os regimentos internos dos órgãos administrativos.
c) A jurisprudência dos tribunais de justiça, como fonte do direito
administrativo, não obriga a administração pública federal.
d) A partir da Constituição de 1988, vigora no Brasil o princípio norte-
americano do stare decisis, segundo o qual a decisão judicial superior
vincula as instâncias inferiores para os casos idênticos.
e) O costume é fonte primária do direito administrativo, devendo ser
aplicado quando a lei entrar em conflito com a Constituição Federal.

31) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) O costume não se


confunde com a chamada praxe administrativa. Aquele exige

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cumulativamente os requisitos objetivo Profº.


(uso continuado)
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subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao
passo que nesta ocorre apenas o requisito objetivo. No entanto,
ambos não são reconhecidos como fontes formais do direito
administrativo, conforme a doutrina majoritária.

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QUESTÕES COMENTADAS

1) (2007/Cespe – MP-AM – Promotor) A ideia de Estado de


Direito, desde os primórdios da construção desse conceito, está
associada à de contenção dos cidadãos pelo Estado.
Comentários:
Essa é uma questão antiga e do Cespe, mas nos serve como abre-alas
para as questões de ESAF.
O Estado de Direito não caminha, lado a lado, do Estado Absolutista
(despótico e tirânico). No de Direito, a presunção é a de que as leis
produzidas pelo Estado são, igualmente, por ele cumpridas.
Ao lermos o parágrafo único do art. 1º da CF/1988, deparamo-nos com a
evidência de que no Estado de Direito todo o poder emana do povo,
o que fornece ao Estado, ainda, o qualificativo de Democrático.

Portanto, incorreto o quesito. No Estado de Direito, a lei é


responsável por conter o exercício do poder do próprio Estado. A
lei emana da vontade geral do povo, por meio de seus representantes,
assim, na verdade, a contenção do Estado é pelo povo e não o
inverso.
Gabarito: ERRADO

2) (2007/Cespe – Bombeiros/DF) O termo União designa


entidade federal de direito público interno, autônoma em relação
às unidades federadas. A União distingue-se do Estado federal,
que é o complexo constituído da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios e dotado de personalidade jurídica de direito público
internacional.
Comentários:
Basicamente esse item remete ao entendimento quanto à organização
político-administrativa de nosso país. Vimos que a nossa Federação é
composta por União, Estados, DF e Municípios.
Todos estes são “pessoas” para o direito, isso é, pessoas jurídicas dotadas
de personalidade própria, a qual, no caso dos entes federativos, é de
natureza de direito público. Aqui, cabem algumas explicações quanto à
divisão da ciência jurídica (como toda ciência) em ramos.
O Direito divide-se, em seus grandes ramos, em Público e Privado.
Em uma primeira acepção, o Direito Público regula, principalmente, a
organização e competência do Estado, ou seja, os interesses

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estatais e sociais (Direito Público Interno). Em outra vertente, o
Direito Público ocupa-se das relações dos Estados soberanos entre si,
assim como das atividades destes com os organismos
internacionais (Direito Público Externo).
Já o Direito Privado cuida predominantemente dos interesses
individuais, de modo a dar segurança às relações das pessoas em
sociedade, seja em suas relações individuais, seja em suas relações com
o Estado.

As pessoas jurídicas componentes da Federação, que cuidam,


essencialmente, de interesses públicos, são pessoas para “dentro de
casa”, quer dizer, são de Direito Público Interno. É o caso da União,
com AUTONOMIA em relação aos demais integrantes da
Federação, em nível federal.

Daí porque o acerto da primeira passagem do item, que indica que a


União é entidade Federativa, de Direito Público Interno, AUTÔNOMA
com relação aos demais entes da federação.
Em prova da ESAF, esse tipo de questão envolvendo conhecimento a
respeito da União é muito comum, sobretudo em Direito Tributário, visto
que muitos confundem a União, pessoa jurídica de direito público

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interno, com a República Federativa, pessoa jurídica de direito
público externo (internacional). Falemos um pouco mais da Federação
para esclarecer o assunto.

União Direito Público Interno

República Federativa Direito Público Externo

No que diz respeito à sua forma de organização interna, o Estado


pode ser Unitário ou Federal.

No Estado Unitário, o poder político é um só, existindo apenas um


Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário.

Mesmo que ocorra descentralização, com a criação de entidades


administrativas (os denominados Estados Unitários Impuros), o centro
de poder político é um só. É o que ocorre no Uruguai e na França, por
exemplo.
Quanto ao Estado Federal, originariamente, foi adotado nos Estados
Unidos, a partir de um processo histórico jurídico interessante: por

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agregação – saíram da Confederação para agregarem-se em Federação;
federalismo dual – presença da União e Estados-membros.

A Federação é caracterizada pela descentralização POLÍTICA. Dessa


forma, além do poder político central, há outros círculos de poder. É o que
ocorre no Brasil: federalismo por desagregação – saímos do Estado
Unitário para Federação; federalismo polidimensional – além da
União e Estados-membros, temos o Distrito Federal e Municípios,
cada qual dotado de tríplice autonomia.
Essa “autonomia” pode ser desdobrada em três aspectos:
I) Administrativo – as unidades federadas podem organizar
seus próprios serviços. Este último aspecto será bastante
relevante para o estudo do Direito Administrativo, vez que, em
razão de sua autonomia administrativa, cada uma das unidades
da Federação terá sua própria “Administração Pública”.
II) Governativo – as unidades integrantes da Federação têm seu
próprio governo, elegendo seus dirigentes; e
III) Organizacional – a entidade federativa pode criar seu
próprio diploma constitutivo: constituições estaduais e leis
orgânicas municipais e distritais;

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Podemos dizer que a Federação é muito mais que a União, é como se


fosse a “soma” das pessoas jurídicas que a compõem, como o Brasil é
visto para “fora de casa”. Isso significa que a Federação é pessoa para
o direito, e, para “fora de casa”, é pessoa jurídica de direito público
externo – internacional, portanto.
Assim, não confundam na hora da prova: UNIÃO, para dentro de casa
– pessoa jurídica de direito público INTERNO; a República
Federativa, para fora de casa – pessoa jurídica de direito público
externo.

União para “dentro” da casa Direito Público Interno

República Federativa para “fora” da casa Direito


Público Externo

Gabarito: CERTO

3) (2008/Esaf – EPPG) Assinale a opção que contempla todos os


entes da organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil, nos termos da Constituição.
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos soberanos.
b) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos soberanos.
c) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos independentes.
d) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios,
todos autônomos.
e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos.
Comentário:
Vamos direto às análises. Essa é daquelas questões que o candidato não
pode mais sonhar em errar.
Item A – ERRADO. Os entes políticos ou federados são dotados de
autonomia, e não de soberania.

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Item B – ERRADO. São dois os erros. Primeiro, os territórios, a partir
da Carta de 1988, passaram à qualidade de autarquia da União, logo,
não mais integrantes da Federação. Segundo, os entes federados
são autônomos, e não soberanos.
Item C – ERRADO. Idem item “B”.
Item D – ERRADO. O candidato mais cansado (menos concentrado)
poderia ser levado a marcar esse item, no entanto, os territórios não
compõem a Federação.
Item E – CORRETO. Não há mais o que acrescentar.
Gabarito: item E.

4) (2006/Esaf - ENAP – Administrador) São entidades políticas,


com personalidade jurídica de direito público interno, integrantes
da República Federativa do Brasil:
a) as autarquias da União e dos Estados.
b) as autarquias e empresas públicas da União.
c) os Estados brasileiros.
d) os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário da União.
e) os Três Poderes da União, dos Estados e dos Municípios.
Comentários:
No Brasil, são entidades políticas: União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Daí a correção da alternativa “C”.
Gabarito: item E.

5) (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) Correlacione as


colunas abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a
correlação correta.

( ) República
(1) Forma de Governo
( ) Estado Unitário

( ) Parlamentarismo
Sistema de
(2)
Governo
( ) Federação

( ) Monarquia
(3) Forma de Estado
( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3

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b) 1, 3, 2, 3, 1, 2
c) 3, 1, 2, 1, 2, 3
d) 2, 3, 1, 2, 3, 1
e) 3, 2, 1, 2, 1, 3
Comentários:
Questão bem tranquila!
São formas de Estado: o federalismo e o Estado unitário. No Brasil,
atualmente, optamos pela forma de Estado Federal.
São formas de Governo: a república e a monarquia. No Brasil, optamos
pela forma de governo republicana.
São sistemas de governo: o parlamentarismo e o presidencialismo. No
Brasil, adotamos o presidencialismo, em que há uma aglutinação das
tarefas de governo e de estado nas mãos de uma única pessoa, em nosso
caso, presidente da República.
Então, chegamos à alternativa “B”. Fácil, né?
Gabarito: item B.

6) (2010/ESAF – CVM – Analista – outras áreas) Partindo-se do


pressuposto de que a função política ou de governo difere da
função administrativa, é correto afirmar que estão
relacionadas(os) à função política, exceto:
a) comando
b) coordenação
c) execução
d) direção
e) planejamento
Comentários:
A Administração Pública, em sentido amplo, sob o aspecto subjetivo
ou orgânico, envolve tanto as funções governamentais, como, as
administrativas. Com um pouco de humor, é fácil encontrarmos a
resposta da questão. Responda rápido: os políticos (Presidente da
República, Senadores, Deputados, por exemplo) suam ou sujam a mão de
tinta? Suar, fala sério! Nem pensar, eles desenham o destino da nação
(comandar, coordenar, dirigir e planejar). E o Fiscal da Receita Federal?
Transpira ou suja a mão de tinta? Eita, esse é transpiração pura, é suor, é
execução. Daí a correção da alternativa “C”.
A Administração, em sentido estrito, de fato, não se confunde com o
Governo. O Governo é produtor de atividades colegislativas e de direção,

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com atribuições extraídas diretamente do texto constitucional (p. ex:
declaração de guerra).

Gabarito: item C.

7) (2006/FGV – Min. da Cultura/Analista de Administração) Não


existe uma definição única a respeito do conceito de público.
Dessa forma, analise os conceitos de "público" a seguir:
I. O termo público pode ser entendido como relativo àquilo que é "de
todos e para todos", à "coisa pública" e ao "interesse público". Assim
sendo, uma definição de público excluiria as relações econômicas,
políticas e sociais que interferem na produção do espaço público.
II. O público é resultado da separação entre Estado e Sociedade. Ele é um
espaço dinâmico que não pode ser garantido por delimitação nem possui
um lócus específico.
III. Pode-se vincular a noção de público a um regime no qual iguais
reunidos em coletividades buscam o bem comum e o exercício de práticas
solidárias, bem como uma relação de influência sobre o Estado tendo em
vista a construção da cidadania.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentários:
Este item é bastante conceitual, envolvendo a noção de “público” no
contexto jurídico-administrativo atual.
Pode-se afirmar que o conceito de “público”, sobretudo quando
analisamos a dinâmica da sociedade civil organizada, é mais amplo do
que tempos atrás. Para termos uma ideia precisa disso, os estudos
jurídicos e administrativos viam o funcionamento social de forma,
basicamente, dicotomizada, ou seja, dividido em dois setores:
I) PÚBLICO (1º setor) – atendidos os interesses coletivos de
modo geral. Tal papel caberia ao Estado, por intermédio de suas
estruturas montadas;
II) PRIVADO (2º setor) – na teoria econômica, convencionou-se
denominar “mercado”. Setor em que ocorreriam as “trocas” (operações
de compra e venda, por exemplo). Os particulares iriam ao “mercado”

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para realizar seus lucros. De maneira geral, no mercado haveria
interesses “egoísticos” (privados/particulares) a serem satisfeitos.
Durante muito tempo, prevaleceu essa divisão conceitual –
público/privado, tanto para estudos jurídicos, quanto administrativos.
Com a evolução, novas instituições surgiram, quando então passamos a
ter um problema para o adequado enquadramento. Vejamos um exemplo
prático, para que fique mais claro o que afirmamos.
As Santas Casas existentes em quase todo o país, sobretudo em capitais
de Estado, foram criadas, fundamentalmente, para atendimento de
pessoas com dificuldade de custear um tratamento médico razoável. Mas
as Santas Casas não foram criações do Estado. Logo, não poderiam
ser consideradas públicas.
De outro lado, apesar de criadas por particulares, as Santas Casas não
possuem o intuito do lucro, como é o caso das instituições privadas de
modo geral. Então, a pergunta: em que setor enquadrar instituições
como as Santas Casas e outras semelhantes?
Se adotássemos a visão dicotomizada, não chegaríamos a qualquer
solução. Apesar de perseguirem interesses que podem ser vistos como
públicos, não foram criações do Estado, logo, não são componentes do
1º Setor. Desse modo, surge a noção do público não estatal (o tal do
“3º Setor”), no qual se inclui a “paraestatalidade”, que é um vocábulo
autoexplicativo, em certa medida. Vejamos.

O ‘para’ da expressão que analisamos tem o sentido de “ao lado”, tal


como nas linhas paralelas, aprendidas quando de nossos primeiros
estudos ainda no colégio. O ‘estatal’ vem de ‘status’, que pode ser
traduzido como “do Estado”. Concluindo, PARAESTATAL quer dizer,
sinteticamente, ao lado do Estado, sem fazer parte dele.
Ainda que composto essencialmente por entidades criadas por
iniciativa de particulares, o 3º setor, na atualidade, também pode ser
visto como sendo de interesse público. De fato, entidades como
Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP), as mais conhecidas do 3º setor, cumprem relevantes
papeis de “parceiras” do Estado no desempenho de tarefas de interesse
público.

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A noção de público e privado é cada vez menos relevante, como podemos
perceber a partir da atuação das entidades integrantes do 3º setor.
Todavia, ainda que óbvio para alguns dos amigos, é importante lembrar
que há indesejáveis desvirtuamentos na atuação das entidades do 3º
setor (o paraestatal = público não-estatal). Não são poucos os
escândalos envolvendo desvio de recursos de origem pública repassados a
tais entidades. Embora conceitualmente belíssimo, o modelo padece de
um problema comum a tudo que envolva a participação humana: há,
sempre, possibilidade de alguns fazerem uso indevido de boas ideias,
visando benefício próprio.
Pois bem. Traçados os entendimentos gerais, partamos para a análise dos
itens.
Item I – ERRADO. Por mais que se entenda por “público” o que, direta
ou indiretamente, pertença à comunidade, o vocábulo público, ao
contrário do que diz o item, não exclui as relações econômicas,
políticas e sociais que interferem na produção do espaço público.
De outra forma, o “lócus” (espaço) público é cada vez mais amplo,
abrangendo todo e qualquer setor social, econômico ou não. Isso
por serem cada vez mais comuns “parcerias” entre Estado/sociedade
organizada, objetivando o melhor atendimento dos interesses coletivos.
Item II – ERRADO. Como dissemos, há uma zona em que a atuação
do Estado é simultânea com entidades não lucrativas. Assim,
público não é resultado da separação Estado/sociedade. Muitas
vezes, ocorre exatamente o contrário: o público resulta da confluência
da atuação do Estado em conjunto com entidades criadas por
particulares, que atuam por conta do mútuo empenho em dar
provimento aos interesses coletivos.
Item III – CERTO. O item reafirma o que dissemos ao longo de
toda a exposição. Mesmo particulares (os “iguais” no item) podem
atender interesses públicos, diretamente, buscando o bem
comum/práticas solidárias, ou indiretamente, influenciando o Estado na
construção de um novo sentido de cidadania.
Fica a lição: a depender do contexto, a distinção de público/privado é
extremamente dificultosa, uma vez que, atualmente, diversas
instituições criadas por particulares acabam dando cumprimento a
interesses coletivos.
Gabarito: item C.

8) (1999/Esaf – Assistente Jurídico/AGU) A influência do Direito


Administrativo francês no Direito Administrativo brasileiro é
notável. Entre os institutos oriundos do direito francês abaixo,
assinale aquele que não foi introduzido no sistema brasileiro.
a) Regime jurídico de natureza legal para os servidores dos entes de

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direito público.
b) Teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público.
c) Natureza judicante da decisão do contencioso administrativo.
d) Cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
e) Inserção da moralidade como princípio da Administração Pública.
Comentários:
A origem do Direito Administrativo Brasileiro é essencialmente Francesa.
São contribuições do sistema francês:
- Inserção da moralidade como princípio expresso da
Administração;
- Responsabilidade Objetiva do Estado;
- Presença de Cláusulas Exorbitantes nos contratos administrativos;
- Regime Legal dos Servidores; e
- Contencioso Administrativo.
Observação: no Brasil, vigora o sistema de jurisdição UNA ou
única e não o contencioso administrativo (de modelo francês), isso
porque, distintamente do sistema de dualidade de jurisdição, as decisões
administrativas, no Brasil, são (ou podem ser) sindicáveis (controladas)
pelo Poder Judiciário (princípio da inafastabilidade da tutela
jurisdicional).

Isso aí galera. Adotamos o sistema inglês de jurisdição, daí a correção da


alternativa C.
Gabarito: item C.

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9) (2002/Esaf – AFRF) “A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este direito, previsto na
norma constitucional, impede que, no Brasil, o seguinte instituto
de Administração Pública, típico para a solução de conflitos, possa
expressar caráter de definitividade em suas decisões:
a) Arbitragem
b) Contencioso administrativo
c) Juizados especiais
d) Mediação
e) Sindicância administrativa
Comentários:
Já sabemos a resposta. Isso mesmo. Alternativa “B”. Esta parte de
sistemas administrativos é bem tranquila.

Gabarito: item B.

10) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) O dispositivo da


Constituição Federal pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” impede a adoção
plena, no Brasil, do seguinte instituto de Direito Administrativo:
a) controle administrativo
b) contencioso administrativo
c) jurisdição graciosa
d) recursos administrativos com efeito suspensivo
e) preclusão administrativa

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Comentários:
E viva à Lavoisier! Ver Figura da questão anterior.

Gabarito: item B.

11) (2006/Esaf - SUSEP - Ana Téc-Tecnologia da Informação) O


sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, de controle
judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é
a) o da chamada jurisdição única.
b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.
Comentários:
Eita, a ESAF gosta deste modelo de questão, né? Mais um desenhinho.

Se você não marcou a alternativa “A”, arranca um fio de cabelo. Isso


mesmo. A cada questão que você errar sobre o tema, peço que arranque
um fio de cabelo. Oi lá. Não quero ver ninguém careca, viu! Este tópico a
banca denominou de sistemas administrativos.
Gabarito: item A.

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12) (2008/Cespe – TJ – Analista Administrativo) Para a
identificação da função administrativa como função do Estado, os
doutrinadores administrativistas têm se valido dos mais diversos
critérios, como o subjetivo, o objetivo material e o objetivo
formal.
Comentários:
Nessa questão, identificaremos as três funções principais de Estado:
legislar, julgar, e administrar, que, inclusive, dão origem aos
“Poderes” constituídos, tal qual escrito na Constituição (art. 2º): “São
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário”.
Diversos pensadores, modernos e clássicos, ocuparam-se de abordar
quais seriam as principais funções a serem desempenhadas pelo Estado.
Apenas para citar alguns mais conhecidos, Aristóteles, Hobbes, Locke e
Rosseau, com textos bastante difundidos no campo da filosofia jurídica.
Contudo, modernamente, o autor mais influente e discutido a respeito da
repartição das atividades de Estado é, muito provavelmente, Charles-
Louis de Secondat, o famoso Barão de Montesquieu.
No seu clássico “O Espírito das Leis”, Montesquieu registrou que as
missões fundamentais do Estado, de legislar (função legislativa: criar o
Direito novo), julgar (função judicial ou jurisdicional: aplicar o Direito aos
casos conflituosos, solucionando-os em definitivo) e administrar (função
administrativa ou executiva: usar a norma jurídica criada, para,
aplicando-a, dar atendimento às demandas concretas da coletividade)
deveriam ser exercidas por órgãos diferentes, independentes.
Desse modo, quem julgasse, não administraria; quem
administrasse, não legislaria, e assim sucessivamente. Esta ideia
permeia quase todo o direito ocidental moderno, tal como no Brasil, que,
como dissemos, consagra essa “tripartição” de poderes no art. 2º da
CF/1988.
Contudo, tecnicamente, a abordagem inicial de Montesquieu não falava
de “Poderes”, mas sim de órgãos distintos, exercentes do Poder.
Decorre daí o entendimento de que o Poder é UNO, havendo apenas
uma distribuição funcional – aquilo que os constitucionalistas chamam
de princípio da especialização.
De fato, o Poder do Estado, que é um só, indivisível, é exercido em diversas
frentes. A divisão do Poder entre órgãos diferentes possibilitaria a estes
controlar-se entre si, constituindo o que se reconhece na doutrina
constitucionalista como sistema de “Freios e Contrapesos” (ou checks and
balances, para os mais chegados à língua inglesa).
Todavia, diferentemente da tripartição de Montesquieu (considerada
rígida), o exercício dos Poderes no Brasil dá-se por precipuidade
(preponderância, especialização) de função, enfim, não há
exclusividade. Tome-se como exemplo a ordem jurídica brasileira.

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No Brasil, a função administrativa de Estado é exercida,


essencialmente, pelo Poder Executivo. Contudo, não há como se negar
que a mesma função é desempenhada por todos os demais Poderes.
A questão seria identificar a quem é dada a função de forma típica
(precípua) ou atipicamente. Continuemos.
A missão típica do Poder Judiciário é aplicar o direito aos casos
litigiosos que lhes sejam submetidos. Contudo, atipicamente, o mesmo
Poder pode deflagrar o processo legislativo, quando encaminha normas
para apreciação do Poder Legislativo.
Da mesma forma, o Judiciário faz licitações (administração de compras,
obras, serviços) e concursos públicos para seleção de servidores
(administração de pessoas), no que o Judiciário está, de maneira atípica,
exercendo funções administrativas.
Essa mesma função – administrativa – pode ser percebida com relação ao
Poder Legislativo, o qual também exerce atipicamente funções
administrativas, quando faz licitações, concursos etc. O mesmo
Legislativo também desempenha a atividade jurisdicional quando, por
exemplo, o Senado processa e julga o Presidente da República nos crimes
de responsabilidade (inc. I do art. 52 da Constituição Federal).
O Poder Executivo, cuja missão típica é a atividade administrativa,
também exerce, atipicamente, a missão legislativa. O melhor exemplo
disso é a possibilidade de edição por parte de seu chefe de medidas
provisórias, que, no caso federal, é o Presidente da República, medidas
estas que possuem força de lei desde sua edição (art. 62 da CF/1988).
Em havendo previsão na Carta dos Estados, tanto os Governadores
como os Prefeitos ficam autorizados a editarem medidas provisórias.

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Contudo, ao Poder Executivo não é dado o exercício da atividade


jurisdicional (em seu sentido formal), com o sentido que esta deve ser
vista, ou seja, com força de definitividade. Ainda que o Executivo
adote decisões em processos administrativos de sua competência, estas
não constituirão coisa julgada material (definitiva), em sentido estrito:
decisão provinda do Judiciário.
Por isso, podem seus atos ser levados à apreciação do órgão
judiciário competente, em razão do princípio da inafastabilidade de
jurisdição, contido no inc. XXXV do art. 5º da Constituição Federal.
Transcreva-se: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito.
Obviamente, essa apreciação judicial não é ilimitada, conforme se verá no
devido momento, tanto nessa aula, quanto na aula de atos
administrativos.
Mas, de antemão, adiante-se: há limites para apreciação de atos
administrativos pelo Poder Judiciário, como o “mérito” da decisão
administrativa, que não pode ser “invadido” pelos órgãos judiciais.
Aguardem as “cenas do próximo capítulo” – tópico de atos
administrativos...

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A Jurisdição é quase que monopolizada pelo Poder Judiciário e
apenas em casos excepcionais pode ser exercida pelo Legislativo.
Essa é a posição da doutrina majoritária e que devemos levar para
a prova. Há quem defenda que o Poder Executivo exerce atividade
jurisdicional, porém, sem definitividade (sem o colorido jurisdicional),
como é o caso do autor Diogo Figueiredo, que, no entanto, tem sido voz
vencida, tratando-se, é claro, de concursos públicos.
Voltando ao item, tem razão o examinador do Cespe quando afirma que
vários critérios são utilizados pela doutrina para definir a função
administrativa. Esses critérios, basicamente, são de três ordens:
I) subjetivo – a função administrativa é definida pelo SUJEITO
exercente;
II) objetivo formal – explica a função pelo REGIME JURÍDICO
aplicável à atividade em si;
III) objetivo material – aqui se examina o conteúdo da
ATIVIDADE para se aferir se o desempenho da atividade é
administrativo.

De forma prática, boa parte da doutrina aponta que é insuficiente


adotar um desses critérios, isoladamente, para se tentar definir a
função administrativa. Somente a utilização combinada dos
critérios permite a correta conceituação da função administrativa.

Critério Objetivo (Definir função administrativa)

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Formal (Atividade em si) Material (Conteúdo)

Função típica Função atípica

Função Administrativa
Função Administrativa (Poder
(Poderes Legislativo e
Executivo)
Judiciário)

Gabarito: CERTO.

13) (2005/Esaf – AFRFB) Em seu sentido subjetivo, o estudo da


Administração Pública abrange:
a) a atividade administrativa.
b) o poder de polícia administrativa.
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas.
d) o serviço público.
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas.
Comentários:
Na questão anterior, iniciamos os critérios utilizados para a definição da
função administrativa. Dos critérios utilizados, o mais difundido nas
provas de concursos públicos, em razão de sua aceitação entre os
doutrinadores, tem sido o da ‘Administração Pública’.
A expressão Administração Pública pode assumir sentidos diversos,
conforme o contexto em que esteja inserida.
Em um primeiro sentido, subjetivo, orgânico ou formal, a expressão
diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade
administrativa (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos). Já o
sentido objetivo, material ou funcional designa a natureza da
atividade, as funções exercidas pelos entes, caracterizando, portanto, a
própria função administrativa, exercida predominantemente pelo
Poder Executivo.

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Apesar de ser uma obviedade para os amigos concursandos, vale


reforçar: não é tão-só o Poder Executivo que edita atos
administrativos. Todos os Poderes editam atos administrativos quando,
por exemplo, abrem sindicância, efetuam aquisição de bens, nomeiam um
funcionário ou, mesmo, concedem férias.
A diferença básica é que compete tipicamente ao Poder Executivo
administrar, ao passo que os outros Poderes, ao exercerem atividades
administrativas, encontram-se no desempenho de atribuições atípicas.
Frise-se ainda que o Poder Executivo exerce, além da sua típica função
administrativa, as funções de governo, que não constituem objeto de
estudo do Direito Administrativo.
O Direito Administrativo, portanto, rege toda e qualquer atividade
de administração, provenha esta do Executivo, do Legislativo ou do
Judiciário. Isso porque o ato administrativo não se desnatura pelo só
fato de ser aplicado no âmbito do Legislativo ou do Judiciário, desde que
seus órgãos estejam atuando como administradores de seus serviços, de
seus bens, ou de seu pessoal.
Assim, no sentido subjetivo (ou formal ou orgânico, que são vocábulos
sinônimos), a expressão Administração Pública abrange ÓRGÃOS,
ENTIDADES OU AGENTES, que tenham por papel desempenhar
tarefas administrativas do Estado. Portanto, “gabaritamos” a questão
com a letra “c”. Notem que os agentes não foram citados na assertiva.
Mas o fato de o item estar incompleto não o torna errado (isso é bem
típico de Esaf).
Muito bem. Tudo esclarecido. Passemos à próxima questão, na qual será
tratado o aspecto objetivo de Administração Pública.
Gabarito: item C.

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14) (1999/Esaf – Assistente Jurídico/AGU) A Administração
Pública, em sentido objetivo, no exercício da função
administrativa, engloba as seguintes atividades, exceto:
(a) Polícia administrativa
(b) Serviço público
(c) Elaboração legislativa, com caráter inovador
(d) Fomento a atividades privadas de interesse público
(e) Intervenção no domínio público
Comentários:
Já conversamos sobre o tal critério objetivo material e objetivo formal.
Que tal, agora, um quadro resumo?

Critério Objetivo

Formal Material
Poderes da República
(regime jurídico) (Conteúdo em si)

Produção de atos Produção de atos


Poder Executivo complementares com efeitos
às leis concretos

Produção de atos
Poder Legislativo NOVIDADE
gerais e abstratos

Resolução de
Poder Judiciário DEFINITIVIDADE
litígios

Tomando por base o quadro acima, fácil perceber que a elaboração


legislativa, com caráter inovador é, formalmente, ato do
Legislativo. Daí a correção da alternativa C.
Esse quadro-resumo será muito útil, inclusive em outras disciplinas, como
Direito Constitucional e Administração Financeira e Orçamentária. Por
exemplo.
A medida provisória que verse sobre Imposto de Renda é lei, ato
administrativo ou sentença? Bom, de cara, o aluno pode afastar ser lei em
sentido formal, isso porque apenas atos provenientes do Legislativo são
considerados em sentido formal. No caso, como é dotada de
generalidade e abstração, tem conteúdo de lei, por isso será
considerada lei em sentido material.
A decisão do Senado Federal que julga procedente o crime de
responsabilidade do Presidente da República é ato administrativo, lei ou
sentença? Perceba que houve solução de litígio, mas não é proveniente do
Judiciário, logo se está diante de sentença em sentido material.

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E a Lei Orçamentária? É lei ou ato administrativo? A LOA é produzida pelo
Legislativo, logo, sem dúvida, é lei em sentido formal. Porém, não é
dotada de generalidade e abstração, isso porque a LOA tem
destinações certas, efeitos concretos. Exatamente por isso a doutrina
afirma que mais parece com atos administrativos em sentido
material.
Então, os poderes Legislativo e Judiciário produzem atos
administrativos? Claro que sim! No entanto, apenas materialmente,
porque os atos administrativos formais (em complemento às leis) advêm
do Poder Executivo.
E o Poder Executivo, julga? Em prova de concurso, pode falar que não.
Porém, de acordo com o quadro acima, podemos pensar em julgamento
em sentido material, quando, por exemplo, o Poder Executivo decide um
litígio surgido em eventual processo administrativo disciplinar. No
entanto, só pensem em julgamento pelo Executivo se a ilustre
organizadora for enfática quanto ao critério objetivo material, afinal as
decisões do Executivo não são definitivas.
Gabarito: item C.

15) (1998/Esaf – Procurador) Sobre os conceitos de


Administração Pública, é correto afirmar:
a) Em seu sentido material, a Administração Pública manifesta-se
exclusivamente no Poder Executivo.
b) O conjunto de órgãos e entidades integrantes da Administração é
compreendido no conceito funcional de Administração Pública.
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não se manifesta no
Poder Legislativo.
d) No sentido orgânico, Administração Pública confunde-se com a
atividade administrativa.
e) A Administração Pública, materialmente, expressa uma das funções
tripartites do Estado.
Comentários:
Na questão anterior, trabalhamos os aspectos da Administração Pública:
subjetivo e objetivo. Em síntese: para encontrarmos o sentido
subjetivo de Administração Pública, basta perguntar: quem exerce a
função? Já para o sentido material, vale a pergunta: quais são as
atividades exercidas?
Pois bem, como prometido, vejamos o sentido assumido pela expressão
Administração Pública, quando vista de maneira objetiva (ou material
ou funcional).
Na visão objetiva, administração pública consiste nas atividades
levadas a efeito pelos órgãos e agentes incumbidos de atender as

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necessidades da coletividade. Nesse sentido, a expressão deve ser
grafada mesmo com iniciais minúsculas, por se tratar efetivamente da
atividade administrativa, a qual, ao lado da legislativa e da judiciária,
forma uma das funções tripartite do Estado.
Sob o ponto de vista material, a administração pública abarca as
seguintes atividades finalísticas (PoSFIn): Polícia administrativa,
Serviço público, Fomento e Intervenção.

Vamos apresentar breves explicações sobre tais atividades:

I – Polícia administrativa: abrange as atividades administrativas que


implicam restrição do exercício de direitos individuais em prol do
interesse de toda coletividade. Não se trata, aqui, das polícias
civil, federal e militar, que são órgãos da Administração Pública, e, por
consequência, compõem a Administração Pública no sentido subjetivo
(ainda que exerçam atividades de polícia administrativa).

II – Serviço público: diz respeito às atividades executadas direta ou


indiretamente pela Administração Pública e sob regime de direito
público, com o fim de atender necessidades públicas.

III – Fomento: refere-se à atividade administrativa de incentivo à


iniciativa privada de utilidade ou interesse público, tais como o
financiamento sob condições especiais, as desapropriações que
beneficiem entidades privadas desprovidas do intuito do lucro e que
executem atividades úteis à coletividade etc.

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IV – Intervenção: é entendida como sendo a regulamentação e
fiscalização da atividade econômica de natureza privada (art. 174
da CF/88), bem assim a atuação do Estado diretamente na ordem
econômica, conforme o art. 173 da CF/88. Esta atuação, em regra,
deve-se dar por intermédio das empresas públicas e sociedades de
economia mista a serem instituídas pelo Estado.
Agora, retomemos os quesitos:
Item A – INCORRETO. Em sentido material, objetivo, ou
funcional, o Direito Administrativo é compreendido como de produção
de todos os Poderes e não apenas o Executivo, daí a incorreção do
quesito.
Item B – INCORRETO. Os órgãos são os produtores dos atos,
logo, se encaixam no conceito subjetivo e não funcional, daí a
incorreção do quesito.
Item C – INCORRETO. Idem item “A”.
Item D – INCORRETO. No sentido subjetivo, Administração
Pública confunde-se com as pessoas, com os órgãos, com os agentes.
É o sentido objetivo ou funcional que se confunde com a matéria
desempenhada, daí a incorreção do quesito.
Item E – CORRETO. Materialmente, objetivamente, temos três
funções do Estado, sendo a função administrativa uma delas, daí a
correção do quesito.
Gabarito: item E.

16) (2007/Esaf – PGFN-adaptada) A expressão Administração


Pública, em sentido formal, designa a natureza da atividade
exercida pelos referidos entes, sendo a própria função
administrativa; e, no sentido material, designa os entes que
exercem a atividade administrativa, compreendendo pessoas
jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma
das funções em que se triparte a atividade estatal: a função
administrativa. (Certo/Errado)
Comentários:
É sua Tafa! Perceba que a banca só fez inverter os conceitos. Mais um
esqueminha.

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Gabarito: ERRADO.

17) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) O direito administrativo


pode ser conceituado de acordo com vários critérios. Desses, o
que prepondera, para a melhor doutrina, é o critério do Poder
Executivo, segundo o qual o direito administrativo é o conjunto de
regras e princípios jurídicos que disciplina a organização e a
atividade desse poder.
Comentários:
Os principais doutrinadores muito têm discutido sobre qual critério
deve ser adotado para a conceituação do Direito Administrativo
(não mais da função administrativa em si, mas do ramo do Direito
que lhe é próprio, o Direito Administrativo). Nesse sentido, alguns
podem ser destacados:
I) Do serviço público: de inspiração francesa, por tal critério o
Direito Administrativo estudaria as atividades entendidas como
serviço público.
Críticas são feitas a este critério:
1º) o conceito de “serviço público” é muito amplo e, com isso,
Leon Duguit defendia que o Direito Administrativo abrangeria assuntos
que seriam estudados por outros importantes ramos do direito, como o
Constitucional;
2º) serviço, em si, é atividade material, não jurídica. Em
sentido menos amplo, restrito (Gaston Jèze), o serviço público
abrangeria atividades industriais e comerciais prestadas pelo Estado,
fugindo ao objeto do estudo do Direito Administrativo.

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II) Do Poder Executivo ou Italiano: segundo este, o Direito


Administrativo teria por objeto de estudo a atividade desempenhada
pelo Poder Executivo, pois deste é a incumbência das atividades
estatais de Administração Pública.
O critério é insuficiente, já que estas atividades são
principalmente, mas não exclusivamente, realizadas pelo
Executivo. Além disso, há outras atividades levadas a efeito pelo
Executivo que, por sua natureza, são regidas por outros ramos do direito,
como o Constitucional, Civil, Comercial etc.

No Brasil, formalmente falando, o Poder Executivo


administra, mas NÃO exclusivamente

No critério italiano, SÓ o Poder Executivo administra

III) Das relações Jurídicas: o objeto de estudo do Direito


Administrativo seria constituído pelo conjunto de normas que regem
as relações entre a Administração e os administrados.
O critério é também insuficiente, já que diversos outros ramos
também regem a relação Estado X administrado (Direitos Tributário,
Penal, Eleitoral etc.).
IV) Teleológico: por tal critério, o Direito Administrativo seria um
sistema de princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado
para o cumprimento de seus fins. O ponto comum dos autores que
adotam esse critério é o entendimento de que o Direito Administrativo
compreende normas que disciplinam a atividade concreta do Estado
para consecução de fins de utilidade pública.
Crítica ao critério: não se ocupa de definir os limites (fins) do
Direito Administrativo, o qual, em certa medida, abrangeria mesmo
a atividade legislativa do Estado.

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V) Negativista ou residual: o Direito Administrativo é definido
excluindo-se as atividades do Estado de legislação e de jurisdição,
além das atividades patrimoniais, regidas pelo direito privado. É um ótimo
critério, porém, não define o que é Direito Administrativo.
Críticas: 1ª) um critério não-positivista não tem por
preocupação a definição de um objeto de estudo, mas de não-
estudo, o que, academicamente, é indesejável, já que a matéria seria
estudada por exclusão; 2º) há atividades patrimoniais que devem ser
estudadas pelo Direito Administrativo, tais como o comércio público de
bens.
VI) Da distinção entre a atividade jurídica e social de Estado:
de acordo com o critério em questão, o Direito Administrativo seria
definido considerando, de um lado, o tipo de atividade exercida (a
atividade jurídica não contenciosa) e, de outro, os órgãos que regula.
Leva-se em consideração, portanto, o sentido objetivo (atividade
concreta exercida) e o sentido subjetivo (órgãos do Estado que
exercem aquela atividade) de Administração Pública. Aproxima-se
bastante do critério mais utilizado para a definição do Direito
Administrativo – o da Administração Pública.
VII) Da Administração Pública: em face desse critério, o Direito
Administrativo constitui o ramo do direito que rege a Administração
Pública como forma de atividade; define suas pessoas
administrativas, organização e agentes; regula, enfim, os seus direitos
e obrigações, umas com as outras e com os particulares, por ocasião do
desempenho da atividade administrativa. Ainda que se possa criticar o
conceito, pode-se afirmar que no direito brasileiro, hoje, é o mais aceito
pela doutrina, utilizado por autores de peso para traçar a definição de
Direito Administrativo.

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Voltando para o item sob exame, o que o torna incorreto é afirmar
que o critério do Poder Executivo é preponderante para a definição
do Direito Administrativo, uma vez que prevalece no Brasil,
atualmente, o critério da Administração Pública.
Gabarito: ERRADO.

18) (2006/Esaf – AFC/CGU) O Direito Administrativo é


considerado como sendo o conjunto harmonioso de normas e
princípios, que regem o exercício das funções administrativas
estatais e
a) os órgãos inferiores, que as desempenham.
b) os órgãos dos Poderes Públicos.
c) os poderes dos órgãos públicos.
d) as competências dos órgãos públicos.
e) as garantias individuais.
Comentários:
Além dos critérios acima enumerados, a doutrina fornece-nos o chamado
critério da hierarquia orgânica. Para os defensores de tal corrente de
pensamento, o Direito Administrativo é o ramo que estuda os órgãos
inferiores do Estado, enquanto o Direito Constitucional estuda os
superiores.

À semelhança dos demais critérios, o da hierarquia orgânica não é


imune a críticas, pois o cargo de Presidente da República, o mais alto da
hierarquia, é objeto de estudo do Direito Administrativo, e não é órgão
inferior do Estado.
Gabarito: item A.

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19) (2007/Esaf – DF/PROCURADOR) Em relação ao conceito e
evolução histórica do Direito Administrativo e ao conceito e
abrangência da Administração Pública, selecione a opção correta.
a) Na evolução do conceito de Direito Administrativo, surge a Escola do
Serviço Público, que se desenvolveu em torno de duas concepções. Na
concepção de Leon Duguit, o Serviço Público deveria ser entendido em
sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a regime
exorbitante do direito comum, desenvolvida pelo Estado para a satisfação
de necessidades da coletividade.
b) O conceito estrito de Administração Pública abarca os Poderes
estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.
c) A Administração Pública, em sentido objetivo, deve ser compreendida
como o conjunto das pessoas jurídicas e dos órgãos incumbidos do
exercício da função administrativa do Estado.
d) Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o
critério da Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o
Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios
que regem a Administração Pública.
e) Na evolução histórica do Direito Administrativo, encontramos a Escola
Exegética, que tinha por objeto a interpretação das leis administrativas, a
qual também defendia o postulado da carga normativa dos princípios
aplicáveis à atividade da Administração Pública.
Comentários:
Vamos direto ao exame dos quesitos:
Item A – INCORRETO. O item estaria correto, não fosse a citação
do nome do autor Leon Duguit. O estudo adotado por esse autor foi em
sentido amplo, e não restrito. Coube a Gaston Jèze a defesa de um
sentido estrito. Portanto, para a correção do item é suficiente substituir
a autoria para Gaston Jèze.

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Item B – INCORRETO. Quando falamos em sentido amplo e
restrito, estamos trabalhando com as categorias gênero e espécie,
respectivamente. Em sentido amplo, envolvemos tanto os órgãos políticos
como os administrativos; tanto as funções políticas como as
administrativas. Num conceito estrito, por sua vez, não abarcamos os
poderes estruturais, pelo menos enquanto entidades políticas,
restringindo-se à função meramente administrativa.
Item C – INCORRETO. O conjunto de pessoas não é a parte
objetiva, mas sim subjetiva, logo, para a correção do quesito é
suficiente substituir ‘sentido objetivo’ por ‘sentido subjetivo’.
Item D – CORRETO. É uma definição doutrinária. O item está
perfeito.
Item E – INCORRETO. Mais um item sobre critérios, a Esaf parece
mesmo ter um carinho especial por esse tipo de formulação. Vamos lá.
Para os defensores da escola legalista, empírica, caótica,
francesa, também chamada de EXEGÉTICA, o Direito Administrativo
tem por objeto a interpretação das normas jurídicas
administrativas e atos complementares – o direito positivo. À
época, na França, as interpretações proporcionadas pelos Tribunais
Administrativos prendiam-se quase inteiramente aos textos legais,
deixando de lado, portanto, postulado da carga normativa dos
princípios aplicáveis à atividade da Administração Pública. Assim,
tal critério é incompleto, uma vez que o Direito Administrativo não se
resume a um mero amontoado de leis, englobando doutrina,
jurisprudência, usos e costumes e princípios.

Gabarito: item D.

20) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) A expressão


administração pública admite diversos significados. De acordo
com a doutrina, em seu sentido material ou funcional,
Administração Pública, enquanto finalidade do Estado, não
abrange:
a) polícia administrativa.
b) serviços públicos.
c) fomento.
d) finanças públicas.
e) intervenção na atividade econômica.
Comentários:
Veja, primeiro, o gráfico a seguir:

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Aprendemos que, de acordo com o aspecto objetivo, funcional,


material, a Administração Pública desempenha as seguintes atividades
(PoSFIn):

Polícia administrativa,
Serviço público,
Fomento e
Intervenção. Logo, não se incluem as finanças públicas.

Gabarito: item D.

21) (2003/Esaf – Procurador da Fazenda Nacional) Assinale,


entre os atos abaixo, aquele que não pode ser considerado como
de manifestação da atividade finalística da Administração Pública,
em seu sentido material.
a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo
urbano.
b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar.
c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a
normas de posturas municipais.

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d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso
público.
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova
indústria em determinado Estado-federado.
Comentários:
Ótima questão da Esaf. Vamos por eliminação.
Item A – INCORRETO. Serviço público faz parte do conceito de
Administração em sentido material? Sim.
Item B – INCORRETO. Desapropriação para construção de
unidade escolar intervenção do Estado na propriedade privada.
Item C – INCORRETO. A interdição de estabelecimento é exercício
de Poder de Polícia? Sim.
Item E – INCORRETO. Benefício fiscal é atividade de fomento?
Sim.

Atividades finalísticas (PoSFIn)

Polícia administrativa

Serviço público

Fomento e

Intervenção

Bom, chegamos à resposta por eliminação.


O amigo leitor se questiona: por que o item ‘d’ não pode ser considerado
atividade administrativa? Amigos, nomeação também é atividade
administrativa. Esse não é o erro.
O toque de mágica desta questão está no comando – ‘manifestação da
atividade finalística’. A nomeação de servidores, embora
administrativa, é atividade interna, atividade-meio e não atividade-
fim (finalística), como solicitado pela ilustre banca (cyonistra essa
questão, não?!).

Gabarito: item D.

22) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) A natureza da atividade


administrativa é a de múnus público para quem a exerce, isto é, a

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de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens,
serviços e interesses da coletividade.
Comentários:
Como aprendemos, são três as atividades (funções) clássicas do
Estado: legislar, julgar e administrar. As duas primeiras são objeto de
outros ramos jurídicos.
O Direito Administrativo tem por objeto tão-só a atividade
administrativa, a qual pode ser conceituada de várias maneiras, a partir
do critério utilizado para a definição, como vimos. Os mais comuns são:
I) Subjetivo (orgânico): o sujeito exercente distinguiria a
função como administrativa. Identificando-se que o ato foi produzido por
integrante do Poder que tem por incumbência o desempenho da atividade
administrativa, ou seja, o Executivo, seria identificada a função.
O critério subjetivo merece críticas, sendo insuficiente, visto que
todos os Poderes podem exercer, ainda que atipicamente,
atividade administrativa. Além disso, mesmo agentes não-
pertencentes aos quadros da Administração Pública podem
desempenhar atividades administrativas, tais como os delegatários
de serviço público, como concessionários e permissionários.
II) Objetivo-material: por este critério, alguns elementos
intrínsecos da função administrativa permitiriam a sua
identificação. Embora de interessante discussão, a adoção deste critério
é extremamente trabalhosa, porque demanda discussões a respeito de
quais características delimitariam a atividade administrativa. Ademais, no
mundo jurídico, uma coisa é o que é por força da norma que assim
determina, ou seja, pelo regime que lhe outorga e não por alguma causa
intrínseca, substancialmente residente na essência da coisa. Ainda assim,
boa parte da doutrina utiliza-se do critério.
III) Objetivo-formal: segundo este critério, a função
administrativa seria determinada não pelas características
essenciais, mas por características de direito, ou seja, pelo
tratamento normativo que lhe corresponda. A atividade administrativa
caracterizar-se-ia por se desenvolver em razão de comandos
infralegais, e, em alguns excepcionais, infraconstitucionais.
Dos três critérios, o mais acertado é o critério formal, se
tivéssemos que tomar um, isoladamente.
Contudo, de maneira prática e voltando-se ao objetivo pretendido
neste texto, preparação para concursos públicos, pensamos que o
melhor critério para identificação da função administrativa é o
residual, isto é, o que não seja formulação de regras legais (função
legislativa) ou resolução de lides (função jurisdicional) pelo Estado, é
função administrativa.

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Dessa maneira, pode-se afirmar que função administrativa é a
desempenhada pelo Estado, em quaisquer de seus Poderes, ou por
seus representantes, de maneira subjacente à Constituição e às
Leis, sob regime de Direito Público, com vistas ao atendimento
concreto das demandas da coletividade.
Gabarito: CERTO.

23) (2008/Cespe – TJ – Analista Administrativo) Um conceito


válido para a função administrativa é o que a define como a
função que o Estado, ou aquele que lhe faça às vezes, exerce na
intimidade de uma estrutura e regimes hierárquicos e que, no
sistema constitucional brasileiro, se caracteriza pelo fato de ser
desempenhada mediante comportamentos infralegais ou,
excepcionalmente, infraconstitucionais vinculados, submissos ao
controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
Comentários:
Esse item é para complementar o anterior. O conceito dado pelo
examinador do Cespe descreve bem a função administrativa do Estado,
com alguns destaques:
I) A função administrativa é levada a efeito pelo Estado ou
por aquele que lhe faça às vezes. Veremos mais à frente que nem
todas as atividades de administração pública serão, necessariamente,
realizadas pelo Estado. Exemplo disso é a prestação de serviços
públicos, muitas vezes desempenhados por particulares
(concessionários, permissionários e autorizatários, por exemplo), que
fazem às vezes do Estado, uma vez que, ao fim, seria incumbência do
Poder Público a prestação de tais serviços, em razão do disposto no art.
175 da CF/88;
II) Há toda uma hierarquia posta no desempenho da
atividade administrativa. De fato, há chefes e subordinados
responsáveis pelo desempenho da atividade administrativa. A presença da
hierarquia é traço inerente à Administração. Sem hierarquia, não
teríamos administração, mas desorganização...
Antecipamos, desde logo, que não há hierarquia (no sentido de
subordinação) no exercício de atividades tipicamente legislativas
(produzir as leis) ou judiciais (julgar). O assunto voltará a ser
trabalhado no momento oportuno, mas é bom que fique “gravado”: na
visão da doutrina majoritária, só há hierarquia, em sentido estrito, no
desempenho de atividades tipicamente administrativas;
III) A atividade administrativa pública é
infralegal/infraconstitucional (excepcionalmente, no último caso).
Tem razão o examinador, quando diz que, EM REGRA, a atividade de
administração pública é infralegal, ou seja, abaixo e conforme a
lei.

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Com efeito, a Administração Pública deve dar cumprimento à
intenção contida na lei (mens legis), a qual é o instrumento estabelecedor
do interesse público. Se tivéssemos que posicionar a atividade
administrativa dentro da clássica “Pirâmide de Kelsen”, seria no
terceiro patamar, ou seja, dos atos secundários, tão-somente
complementares à lei, no sentido de que não criam direitos e
obrigações, apenas destrincham, esmiúçam, detalham, o comando das
normas primárias.
Por exceção, a Administração Pública dá cumprimento direto à
Constituição. Daí os amigos devem estar pensando: como isso pode
acontecer? Então a Administração simplesmente desconsidera a
Constituição? Respondemos que não! Abaixo da Constituição, em
nossa ordem normativa, temos a LEIS, que “materializam” a vontade
contida na Constituição.
Todavia, por vezes, a própria Constituição estabelece, de forma
expressa, a conduta a ser adotada pela Administração. Embora seja
fato raro, pode ocorrer, como é o caso dos chamados Decretos
Autônomos, editados com base no inc. VI do art. 84 da Constituição
Federal.
Se a ficha ainda não caiu, pedimos sua paciência, afinal, o assunto
será retomado quando do estudo dos atos administrativos, em que
trataremos das condutas administrativas, vinculadas ou discricionárias, as
quais devem estar sempre conforme a lei, com maior ou menor grau de
liberdade.
IV) Os atos da Administração Pública estão sujeitos a
controle judicial. Isso é decorrência do princípio da inafastabilidade
de jurisdição ou da jurisdição una, contido no inc. XXXV do art. 5º da
CF/1988: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito.
Notem que nem mesmo sequer a lei exclui da apreciação judicial
atos que importem lesão, efetiva ou potencial, de direitos. Não é por que
um ato provém da Administração que será excluído da apreciação do
Judiciário. É claro que, para o Judiciário pronunciar-se, haverá de ser
cumprido o rito necessário.
Explique-se: em regra, para um tribunal ou juiz apreciar e
pronunciar-se sobre alguma questão, haverá de ocorrer a necessária
provocação, ou seja, o órgão judicial deverá ser demandado. Isso é
o que se conhece no processo civil por “inércia processual” (princípio da
inércia ou da demanda): para que o judiciário se “movimente”, é
necessário que alguém provoque sua atuação.
Todavia, a própria Administração pode fazer controle de seus
atos, em razão do princípio da autotutela. Nesse último caso, é
desnecessária a provocação, dado que a atuação pode ocorrer de
ofício.

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Gabarito: CERTO.

24) (2005/Cespe – SERPRO – Analista Jurídico) As atividades


tipicamente legislativas e judiciárias não são objeto de estudo do
direito administrativo.
Comentários:
O Direito é uma ciência que, como todas, é dividida em diversos
ramos, para que, didaticamente, possa ser melhor estudado. Entretanto,
essa divisão em ramos é deficiente para um estudo adequado da matéria
jurídica. Daí que se pode falar em, metaforicamente, “sub-ramos” do
direito.
O Direito Público Interno, que nos importa aqui, subdivide-se em ramos.
Exemplo disso, o Direito Administrativo, que é ramo do Direito
Público, o qual estuda, no essencial, a atividade administrativa do
Estado. No entanto, o Estado possui ainda duas outras atividades
clássicas, consagradas no atual texto da Constituição Federal (art. 2º): a
de legislar e a de julgar.
A atividade legislativa estatal é estudada por outro ramo do Direito
Público Interno – o Constitucional, que, dentre outros assuntos,
estuda o processo de elaboração das leis e a hierarquia entre estas
(processo legislativo).
Já as atividades judiciárias cuidam da produção de sentenças com
vistas à solução de conflitos porventura surgidos no seio da sociedade, e
são estudadas por diversos outros ramos do Direito, como os
processuais (Penal e Civil).
Essa tripartição clássica das atividades de Estado (legislar, julgar e
administrar) vem de longa data e, mais modernamente, encontra em
Montesquieu um de seus expoentes de maior expressão.
Contudo, como já dito, o Direito Administrativo não se ocupa das
demais atividades de Estado, mas apenas da Administrativa.
Gabarito: CERTO.

25) (2004/Cespe – TCU – Analista) A jurisprudência e os


costumes são fontes do direito administrativo, sendo que a
primeira ressente-se de caráter vinculante, e a segunda tem sua
influência relacionada com a deficiência da legislação.
Comentários:
Ainda que óbvio, o Direito Administrativo, em sendo ciência, nasce
de algum lugar. É exatamente esse o sentido da palavra “fontes”, que
funcionam como se fossem o “ponto de partida” do Direito, suas formas
de expressão.

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No estudo do Direito Administrativo, encontramos, regra geral, as
seguintes fontes ou formas de expressão:
I) lei;
II) jurisprudência;
III) doutrina; e
IV) costumes.

Passemos a comentar cada uma dessas, rapidamente.


A lei é a mais importante (primordial) fonte para o Direito
Administrativo Brasileiro, geradora de direitos e obrigações,
impondo-se tanto à conduta dos particulares, quanto à ação
estatal; obriga, inclusive, o próprio ente legislador, como por
exemplo a Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei 8.666/93) e a Lei Geral
das Concessões/Permissões (Lei 8.987/95).
Enquanto fonte, a lei tem um sentido amplo (lato sensu),
abrangendo todas as normas produzidas pelo Estado que digam respeito,
de alguma maneira, à atividade administrativa do Estado. Nesse sentido,
a lei abrange desde a maior de todas – a Constituição Federal –,
passando por leis complementares, ordinárias, delegadas, medidas
provisórias e outras normas com força de lei, como os extintos
Decretos-Lei.

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A lei costuma ser corretamente indicada como fonte escrita e
primária para o Direito Administrativo. Adiantamos que há outras
normas infralegais também fontes para o Direito Administrativo,
contudo secundárias, uma vez que a Administração Pública, de modo
geral, organiza-se mediante lei, em decorrência do princípio da legalidade
contido no caput do art. 37 da CF/1988.
A Jurisprudência é um conjunto de decisões judiciais
reiteradas num mesmo sentido, a respeito de uma matéria. Dessa
forma, não se pode considerar “jurisprudência” uma decisão
judicial isolada, a qual, no máximo, constitui um caso paradigmático,
referencial, indicativo de uma situação concreta submetida à apreciação
de um juiz ou tribunal judicial.

Apesar de fazermos referência à jurisprudência como sendo


resultante de decisões judiciais, órgãos administrativos também
podem produzir sua própria jurisprudência. Por exemplo: o inc. II do
art. 71 da CF/1988 garante ao Tribunal de Contas da União – TCU julgar
as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal,
e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.
Importante detalhe de prova é que a jurisprudência no Brasil
NÃO possui força vinculante (de regra), diferentemente do
sistema norte-americano, no qual as decisões proferidas pelas
instâncias superiores vinculam as inferiores, para os casos idênticos,
o que é conhecido como sistema do stare decisis.

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De fato, os magistrados brasileiros podem interpretar as
informações que constam dos processos judiciais que lhes são submetidos
com maior amplitude que os americanos, em razão do que se chama no
Brasil de princípio do livre convencimento por parte do magistrado.
Contudo, duas observações são feitas quanto à atividade jurisdicional,
apesar de não ser objeto de estudo de nossa matéria:
I) o livre convencimento do Juiz encontra limites, visto que
deve se ater aos fins pretendidos pela norma. Nesse sentido, assim
determina a Lei de Introdução ao Direito Brasileiro – LIDB: Na aplicação
da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum. Assim, a liberdade de interpretar por parte
do magistrado não se converte em arbítrio, pois encontra limites;
II) há algumas decisões advindas do Judiciário que vincularão
tanto a atuação daquele Poder, quanto a própria Administração
Pública. Neste sentido, damos destaque, dentre outras, às Súmulas
Vinculantes, constantes do sistema jurídico nacional a partir da Emenda
Constitucional 45/2004, conhecida como a Reforma do Judiciário (ver art.
103-A, CF/88).
Por fim, a Jurisprudência é fonte não escrita do Direito
Administrativo, impondo-se pela força moral que possui junto à
sociedade.
A doutrina significa o conjunto dos trabalhos dos estudiosos a
respeito do Direito Administrativo, ou seja, os livros, os artigos, os
pareceres, elaborados por estudiosos desse ramo jurídico. Tais trabalhos
fornecem, muitas vezes, bases para textos legais, sentenças,
acórdãos e interpretações, sendo responsável, de certa maneira, pela
unificação das interpretações.
É fonte escrita e mediata (secundária) para o Direito
Administrativo, não gerando direitos para os particulares, mas
contribuindo para a formação do nosso ramo jurídico.
Já os costumes são os comportamentos tidos por obrigatórios
pela consciência popular. No que respeita ao Direito Administrativo, o
costume é de pouca relevância, à vista do princípio da legalidade. Ainda
que de menor importância, o costume constitui, sim, fonte para o Direito
Administrativo, sendo aplicado quando da deficiência da legislação,
sempre segundo a lei (ou secundum legem, para os amigos mais
chegados ao latim) e nunca contra a lei (ou contra legem).
Dessa forma, por tudo que se expôs, percebe-se a correção do
item, que pode ser assim resumido:
I) tanto a jurisprudência, quanto os costumes, são fontes para o
Direito Administrativo, NÃO ESCRITAS e SECUNDÁRIAS;
II) a jurisprudência não vincula a atuação do Administrador
Público (regra geral). Todavia, existem exceções em que decisões
judiciais possuirão caráter vinculante, assunto que é estudado no

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Direito Constitucional, na parte relacionada ao Controle de
Constitucionalidade, por exemplo;
III) ainda que de menor relevância, os costumes constituem fonte
para o Direito Administrativo, sobretudo em razão da deficiência da
legislação relativa a tal ramo jurídico. Porém, a utilização dos costumes
encontra restrições, não podendo ser utilizados contra a lei.
Gabarito: CERTO.

26) (2006/Esaf – TRF) A primordial fonte formal do Direito


Administrativo no Brasil é:
a) a lei.
b) a doutrina.
c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.
Comentários:
A presente questão serve-nos para fixação. Vimos que a lei é a fonte
primordial do Direito Administrativo, daí a correção do item “A”.
Quando se fala em fonte formal, quer-se falar em fonte escrita,
positivada; já a fonte substancial ou material é aquela que não precisa
estar escrita, pode ser encontrada espalhada no seio da sociedade,
como é o caso dos costumes (fontes não escritas).

Para quem não conhece, a palavra vade-mécum pode se referir às


famosas compilações de legislações (Constituição Federal, códigos e leis),
aquelas vendidas nas livrarias e, quando carregadas durante muito
tempo, só servem para causar problemas de coluna, rsrs...
Gabarito: item A.

27) (2000/Esaf – TRF) A fonte formal e primordial do Direito


Administrativo é a (o)

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a) Motivação que a fundamenta
b) Povo
c) Parlamento
d) Diário Oficial
e) Lei
Comentários:
De novo?! Fala sério. A fonte primordial do Direito Administrativo é a lei,
daí a correção da alternativa E.
Gabarito: item E.

28) (2003/Esaf – Procurador da Fazenda Nacional) A distinção


entre a lei formal e a lei material está na presença ou não do
seguinte elemento:
a) Generalidade
b) Novidade
c) Imperatividade
d) Abstração
e) Normatividade
Comentários:
Nessa questão, a banca examinadora solicita do candidato distinguir entre
leis formais e materiais. Vamos por partes.
As leis em sentido formal são os atos normativos editados de acordo
com o devido processo legislativo constitucional, ou seja, são os
atos editados pelas Casas Legislativas, tenham ou não caráter de
generalidade ou de abstração. Por exemplo: uma lei de concessão de
pensão aos pais de determinado militar falecido, por exemplo, não possui
os atributos da generalidade e da abstração. Com outras palavras, tem
a forma de lei, mas o conteúdo não é necessariamente de lei, é o
que a doutrina reconhece como leis com efeitos concretos.
Uma breve pausa para a explicação do que significa generalidade e
abstração. A generalidade implica atingir todas as pessoas situadas em
uma mesma situação jurídica, tanto em relação a um grupo amplo (por
exemplo: Código Penal - os maiores de 18 anos), como um grupo mais
restrito (por exemplo: a Lei 8.112/1990 – servidores públicos federais).
Já a abstração significa que a lei não se esgota com uma única
aplicação. Por exemplo: o Código Civil é dotado de generalidade, pois,
como regra, atinge todas as pessoas. No entanto, o fato de a pessoa
celebrar um contrato de compra-e-venda não impede que possa,
futuramente, promover outro contrato da mesma espécie, a norma não se
esvai com uma única aplicação.

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Outro exemplo: em 2008, o FULANO DE TAL pagou R$15.000,00 de
Imposto de Renda, logo, no ano de 2009, não haverá necessidade de
novo pagamento de imposto? É isso mesmo? NÃO! Como a Lei é
abstrata, a cada novo fato gerador, haverá nova incidência, e, com ele, a
obrigação tributária correspondente.
Diante disso, pergunta-se: o edital de concurso público é genérico e
abstrato? Dotado de generalidade sim, mas, pelo fato de se esgotar com
uma única aplicação, não é dotado de abstração.
Já as leis em sentido material são todas aquelas editadas pelo Estado,
contando com os atributos de lei típica, ou seja, com generalidade,
abstração e obrigatoriedade (imperatividade), não importando se
editadas ou não pelo Poder Legislativo. Veja. Nesse caso, o que
importa é o conteúdo (a matéria).
Enquanto as leis formais são necessariamente editadas pelo Poder
Legislativo dentro do processo próprio de elaboração legislativa, as leis
materiais podem prescindir desse processo. Enquanto as leis
formais possuem ou não conteúdo de lei, oportunidade que também
poderão acumular o sentido material (leis formais e materiais), as
leis materiais necessariamente detêm os qualificativos de uma lei,
podendo ser exclusivamente materiais, enfim, sequer ter passado pelo
órgão legislativo.

Leis Formais Leis Materiais

Editadas pelo Poder Legislativo


(devido processo legislativo Dispensa o processo legislativo
constitucional)

Possuem ou NÃO conteúdo de Lei.


Quando tem conteúdo de lei
(generalidade e abstração), é lei em Possuem conteúdo de Lei
sentido material e formal. Em caso (generalidade e abstração)
contrário, estaremos diante de leis
de efeitos concretos.

Possuem ou NÃO caráter de


Generalidade e Abstração. Se não Possuem Generalidade,
possuírem, são consideradas leis de Abstração e Obrigatoriedade
efeitos concretos (exemplo da (imperatividade)
LOA).

A partir da breve classificação, passemos à correção da questão.


Item A – INCORRETO. A generalidade pode estar presente tanto nas
leis formais, como nas materiais. Exemplo: Decreto Regulamentar
editado de acordo com competência privativa do Chefe do Executivo (inc.
IV do art. 84 da CF/1988). Tem generalidade e abstração, porém é
apenas lei em sentido material (não passou pelo Legislativo). Lei de

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Crimes Hediondos. É Lei editada pelo Legislativo, enfim, lei em sentido
formal, dotada de generalidade e abstração. Portanto, a generalidade
não é um traço de distinção, regra geral.
Item B – CORRETO. Para se concluir que esta é a resposta correta,
deve-se levar em consideração a regra, quer dizer, leis em sentido
formal têm o atributo da ORIGINARIEDADE (novidade); são as
NORMAS PRIMÁRIAS, embora nem sempre sejam genéricas e abstratas
(nesse caso, são chamadas de leis em sentido exclusivamente
formal); já as leis em sentido material (reconhecidas como atos
SECUNDÁRIOS) não passam pelo crivo do órgão legislativo, apesar de
contarem com os atributos da generalidade e da abstração. É o que a
doutrina reconhece como leis em sentido exclusivamente material.
Por exemplo, os decretos regulamentares são genéricos e abstratos,
porém, NÃO INOVAM.
A presente questão serve para fixação do entendimento da banca, não
quer dizer que sua formulação esteja impecável, mas, ao cair em prova,
transforma-se em verdade absoluta, é o norte a ser seguido.
Macetinho de prova: se a competência para a edição do ato é típica
do órgão, o ato é FORMAL; se a competência for atípica, teremos um
ato MATERIAL. Por exemplo:
- a lei ordinária é competência típica ou atípica do Poder Legislativo?
Típica, logo, temos uma lei em sentido formal;
- a medida provisória é competência típica ou atípica do Poder
Executivo? Atípica, logo, estamos diante de lei em sentido material;
- o ato administrativo editado pelo Poder Executivo decorre de
competência típica ou atípica? Típica, logo, ato administrativo formal;
- o ato administrativo editado pelo Poder Legislativo, competência
típica ou atípica? Atípica, logo, ato administrativo em sentido
material;
- a sentença editada pelo Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade, é função típica ou atípica? Atípica, logo, estamos
diante de uma sentença em sentido material.
Item C – INCORRETO. As leis formais e as materiais são
dotadas de imperatividade, por isso, não temos aí um traço distintivo.
Item D – INCORRETO. As leis em sentido material detêm
abstração, já as normas formais podem ou não ter a abstração,
assim, nem sempre a abstração será um traço distintivo.
Item E – INCORRETO. As normas, sejam primárias, sejam
secundárias gozam de normatividade.

Gabarito: item B.

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29) (1999/Esaf – AGU) O decreto, com função normativa, não
tem o seguinte atributo:
a) Novidade
b) Privativo do Chefe do Poder Executivo
c) Generalidade
d) Abstração
e) Obrigatoriedade
Comentários:
Que tal agora uma questão de fixação? Será que o amigo entendeu
mesmo a distinção entre as leis formais e as materiais?
No quesito anterior, tratamos da distinção entre as leis em sentido
material e formal. A título de reforço, lembramos que os Decretos
Regulamentares são atos dotados de generalidade e de abstração,
porém, não pode o Chefe do Executivo com sua expedição criar direitos
e obrigações (inc. IV do art. 84 da CF/1988).
De outra forma, tais atos normativos têm como limite (teto) o comando
legal, não podendo ser originários, INOVAREM. Inclusive, ao
ultrapassarem o comando legal, o texto constitucional (inc. V do art. 49)
dispõe competir exclusivamente ao Congresso Nacional sustá-los.
Gabarito: item A.

30) (2008/Cespe – TCE/AC – Cargo 1) Assinale a opção correta


quanto às fontes do direito administrativo brasileiro
a) Os regulamentos e regimentos dos órgãos da administração pública
são fontes primárias do direito administrativo brasileiro.
b) São fontes principais do direito administrativo a doutrina, a
jurisprudência e os regimentos internos dos órgãos administrativos.
c) A jurisprudência dos tribunais de justiça, como fonte do direito
administrativo, não obriga a administração pública federal.
d) A partir da Constituição de 1988, vigora no Brasil o princípio norte-
americano do stare decisis, segundo o qual a decisão judicial superior
vincula as instâncias inferiores para os casos idênticos.
e) O costume é fonte primária do direito administrativo, devendo ser
aplicado quando a lei entrar em conflito com a Constituição Federal.
Comentários:
Direto às análises.
Item A – INCORRETO. Os regulamentos podem INOVAR? Não, logo,
não podem ser considerados atos primários, mas sim derivados ou
secundários.

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Item B – INCORRETO. Regimentos Internos dos órgãos
administrativos?! São atos secundários, logo não podem ser
considerados como fontes primárias, mas sim secundárias.
Item C – CORRETO. Exatamente como estudamos. A jurisprudência
não tem o condão de vincular a Administração Pública (de regra).
Item D – INCORRETO. É um tipo de questão que “matamos” por
eliminação. Percebam que a redação do item “C” é o reverso do item “D”,
logo, a resposta só poderia ser um dos dois quesitos.
Sabemos que não é aplicável a força dos precedentes judiciais
dentro do ordenamento brasileiro, diferentemente do que ocorre com
o sistema norte-americano, assim está incorreto afirmar que a decisão
judicial superior vincula as instâncias inferiores (como regra).
Item E – INCORRETO. Os costumes são fontes secundárias e não
escritas. Além disso, entre a lei e os costumes, prevalecerá a lei, afinal
os costumes não podem ser usados contra a lei, SEMPRE segundo a lei
(secundum legem).

Gabarito: item C.

31) (2006/Cespe – TCE-AC – Analista) O costume NÃO se


confunde com a chamada praxe administrativa. Aquele exige
cumulativamente os requisitos objetivo (uso continuado) e
subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao
passo que nesta ocorre apenas o requisito objetivo. No entanto,
AMBOS não são reconhecidos como fontes formais do direito
administrativo, conforme a doutrina majoritária.
Comentários:
O item está perfeito e com elevado grau de complexidade.
Os costumes não se confundem mesmo com as chamadas praxes
administrativas. Para a caracterização dos costumes, é necessária a
presença de dois requisitos: o objetivo (hábito continuado) e
subjetivo (deve gerar para os destinatários a convicção de ser
obrigatório).
Já as praxes não contam com o aspecto subjetivo, pois são práticas
reiteradas dentro da Administração, usadas pelos agentes públicos na
resolução de casos concretos, portanto desconhecidas dos cidadãos em
geral, diferentemente dos costumes, espalhados na sociedade.
Para a doutrina majoritária, os costumes, à semelhança das praxes,
podem ser considerados como fontes para o Direito Administrativo,
porém, não como fontes formais (a lei é a fonte formal), sendo,
portanto, quando muito, fontes substanciais ou materiais, as
chamadas fontes inorganizadas (não escritas).

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Em síntese: tanto as praxes como os costumes não podem ser
reconhecidos como fontes formais do Direito Administrativo.
Gabarito: CERTO.

==0==

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VOCÊ ESTÁ FERA DE VERDADE? ENTÃO PROVE!
Questão 1: CESPE - AJ TRE MS/TRE MS/Judiciária/2013 - Em relação ao
objeto e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
a) O Poder Executivo exerce, além da função administrativa, a
denominada função política de governo — como, por exemplo, a
elaboração de políticas públicas, que também constituem objeto de
estudo do direito administrativo.
b) As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes
são consideradas fontes secundárias de direito administrativo, e não
fontes principais.
c) São exemplos de manifestação do princípio da especialidade o exercício
do poder de polícia e as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos
administrativos.
d) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a
necessidade de realizar concurso público para admissão de pessoal
permanente e as restrições impostas à alienação de bens públicos.
e) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa
o mesmo que dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas
regidas pelo direito público.

Questão 2: CESPE - AE ES/SEGER ES/Administração/2013 - Acerca de


governo, Estado e administração pública, assinale a opção correta.
a) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que,
em ambos, prevalece a finalidade do interesse público.
b) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o
Ministério Público.
c) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se
com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado.
d) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de
controlar seus próprios atos, podendo anulálos, caso se verifique alguma
irregularidade.
e) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de
separação estanque entre os poderes, de forma que não se podem
atribuir funções materiais típicas de um poder a outro.

Questão 3: CESPE - AE ES/SEGER ES/Direito/2013 - Com base na


doutrina sobre a teoria geral do direito administrativo, assinale a opção
correta.
a) A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia
à viúva de ex-combatente, embora constitua formalmente ato legislativo,
caracteriza materialmente o exercício de função administrativa.
b) De acordo com a doutrina, o aspecto objetivo formal da função do
Estado diz respeito aos sujeitos ou agentes da função pública.
c) O Estado, por gerir o interesse da sociedade, somente pode exercer
sua função administrativa sob o regime do direito público.

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d) O princípio da indisponibilidade do interesse público, voltado ao
administrado, diz respeito à impossibilidade de alienação do bem público
quando o particular lhe detiver a posse.
e) De acordo com a doutrina majoritária, não existe exclusividade no
exercício das funções pelos poderes da República. Assim, o Poder
Executivo exerce função jurisdicional quando julga seus agentes por
irregularidades cometidas no exercício do cargo.

Questão 4: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem


Especialidade"/2013 - Administração pública em sentido orgânico designa
os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as
pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções.

Questão 5: CESPE - Proc (MPTC-DF)/TC-DF/2013 - De acordo com o


critério legalista, o direito administrativo compreende o conjunto de leis
administrativas vigentes no país, ao passo que, consoante o critério das
relações jurídicas, abrange o conjunto de normas jurídicas que regulam
as relações entre a administração pública e os administrados. Essa última
definição é criticada por boa parte dos doutrinadores, que, embora não a
considerem errada, julgam-na insuficiente para especificar esse ramo do
direito, visto que esse tipo de relação entre administração pública e
particulares, também se faz presente em outros ramos.

Questão 6: CESPE - AJ TRT10/TRT 10/Judiciária/"Sem


Especialidade"/2013 - Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a
mais importante de todas as fontes do direito administrativo.

Questão 7: ESAF - AnaTA MF/MF/2013 - Considerando o conceito de


administração pública e seus princípios, bem como as fontes do Direito
Administrativo, assinale a opção correta.
a) Pelo princípio da Tutela, a Administração Pública exerce o controle
sobre seus próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e
revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso
ao Poder Judiciário.
b) De acordo com o critério funcional, o conceito de Administração Pública
é um complexo de atividades concretas e imediatas desempenhadas sob
os termos e condições da lei, visando o atendimento das necessidades
coletivas.
c) As decisões meramente administrativas que promanem dos Tribunais
comuns ou especiais são relevantes fontes jurisprudenciais do Direito
Administrativo, aplicando-se a situações já ocorridas, desde que benéficas
à Administração Pública.
d) Do princípio da eficiência decorre a necessidade de institutos como a
suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções
públicas temporariamente vagas.
e) O sentido subjetivo da expressão Administração Pública está
relacionado à natureza da atividade exercida por seus próprios entes.

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Questão 8: FGV - AP (SEJAP MA)/SEJAP/2013 - A doutrina
administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de
governo e a função administrativa.

Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir.

I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito


constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito
administrativo.

II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer


diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a
tarefa de executar essas diretrizes.

III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido


amplo, engloba as funções administrativas e as funções de governo.

Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.

Questão 9: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - Na sua acepção formal,


entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.

Questão 10: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - A administração pratica atos


de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à
realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades
coletivas.

Questão 11: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - Os costumes, a


jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito
administrativo.

Questão 12: CESPE - AnaTA MIN/MIN/2013 - Em sentido objetivo, a


expressão administração pública denota a própria atividade administrativa
exercida pelo Estado.

Questão 13: CESPE - AFRE ES/SEFAZ ES/2013 - Acerca do direito


administrativo, assinale a opção correta.
a) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo,
haja vista que a este cabe, em vista do princípio da separação dos
poderes, a exclusiva função administrativa.
b) A ausência de um código específico para o direito administrativo reflete
a falta de autonomia dessa área jurídica, devendo o aplicador do direito
recorrer a outras disciplinas subsidiariamente.

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c) O direito administrativo visa à regulação das relações jurídicas entre
servidores e entre estes e os órgãos da administração, ao passo que o
direito privado regula a relação entre os órgãos e a sociedade.
d) A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao
administrado, traduz-se pela impossibilidade de alienação ou penhora de
um bem público cuja posse detenha o particular.
e) Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os
próprios sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado.

Questão 14: CESPE - Adm (MJ)/MJ/2013 - O Poder Executivo compõe,


junto com o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Ministério Público, a
quadripartição de poderes no Estado brasileiro.

Gabarito
1) D 2) C 3) A 4) Certo 5) Certo 6) Certo 7) B 8) A 9) Certo 10)
Errado 11) Certo 12) Certo 13) E 14) Errado

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1: CESPE - AJ TRE MS/TRE MS/Judiciária/2013 - Em relação ao
objeto e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
a) O Poder Executivo exerce, além da função administrativa, a
denominada função política de governo — como, por exemplo, a
elaboração de políticas públicas, que também constituem objeto de
estudo do direito administrativo.
b) As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes
são consideradas fontes secundárias de direito administrativo, e não
fontes principais.
c) São exemplos de manifestação do princípio da especialidade o exercício
do poder de polícia e as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos
administrativos.
d) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a
necessidade de realizar concurso público para admissão de pessoal
permanente e as restrições impostas à alienação de bens públicos.
e) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa
o mesmo que dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas
regidas pelo direito público.

Comentários:

A resposta é letra D.

Há dois princípios informadores do regime jurídico Administrativo: o da


supremacia do interesse público e o da indisponibilidade do interesse
público. O da supremacia traduz as prerrogativas do Estado, como, por
exemplo, a autotutela dos atos e a desapropriação. A indisponibilidade,
por sua vez, cria uma série de restrições para o Estado, como, por
exemplo, a observância a determinados princípios, como o do concurso
público e o da licitação.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, o Poder Executivo é responsável pela elaboração das políticas


públicas. No entanto, as políticas públicas é assunto reservado à ciência
da Administração.

Na letra B, os precedentes judiciais, no Brasil, não possuem, de regra,


efeito vinculante e erga omnes. Ou seja, não vigora, entre nós, o
chamado “stare decisis”, típico do sistema norte-americano, em que
as decisões judiciais vinculam as instâncias inferiores. No entanto, há
exceções, como, por exemplo, as decisões adotadas nas ações abstratas,
como as Ações Direta de Inconstitucionalidade. Nesse caso, a decisão
judicial funciona como verdadeira fonte principal.

Na letra C, o princípio da especialidade se refere à criação das Entidades

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da Administração Indireta. É uma decorrência, perceba, do princípio da
eficiência. Retira-se da periferia certas atribuições e repassam-se às
pessoas jurídicas, conferindo-se, assim, maior especialidade.

Na letra E, de fato, o Direito Administrativo é um ramo do direito


público, e o seu objeto é regido pelo direito público. No entanto, na
existência de lacunas, é possível a aplicação subsidiária do Direito
Privado.

Questão 2: CESPE - AE ES/SEGER ES/Administração/2013 - Acerca de


governo, Estado e administração pública, assinale a opção correta.
a) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que,
em ambos, prevalece a finalidade do interesse público.
b) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o
Ministério Público.
c) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se
com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado.
d) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de
controlar seus próprios atos, podendo anulálos, caso se verifique alguma
irregularidade.
e) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de
separação estanque entre os poderes, de forma que não se podem
atribuir funções materiais típicas de um poder a outro.

Comentários:

A resposta é letra C.

Há dois aspectos principais da Administração Pública: subjetivo e


objetivo.

Em um primeiro sentido, subjetivo, orgânico ou formal, a expressão


diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade
administrativa (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos). Para
identificar o aspecto orgânico, suficiente a seguinte pergunta: quem
exerce a atividade?

Já o sentido objetivo, material ou funcional designa a natureza da


atividade, as funções exercidas pelos entes, caracterizando, portanto, a
própria função administrativa, exercida predominantemente pelo
Poder Executivo. Pergunta chave, para identificação do sentido: qual a
atividade (função) exercida?

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, os conceitos de Estado e Governo são inconfundíveis entre si.


O Estado assume diversas funções, como legislativa, judicante e

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administrativa. E em apenas uma acepção pode o Estado ser considerado
atividade governamental.

Na letra B, no Brasil, a doutrina majoritária não considera o MP poder da


República. São poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Na letra D, o poder de controle sobre os próprios atos é o princípio da


autotutela. Acha-se, atualmente, estampado na Súmula 473 do STF.

Na letra E, no Brasil, a separação de poderes é moderada, permitindo-se


que, ao lado de uma função típica, haja ou possa haver o exercício de
uma atípica. No caso, por exemplo, todos os Poderes estruturais do
Estado administram.

Questão 3: CESPE - AE ES/SEGER ES/Direito/2013 - Com base na


doutrina sobre a teoria geral do direito administrativo, assinale a opção
correta.
a) A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia
à viúva de ex-combatente, embora constitua formalmente ato legislativo,
caracteriza materialmente o exercício de função administrativa.
b) De acordo com a doutrina, o aspecto objetivo formal da função do
Estado diz respeito aos sujeitos ou agentes da função pública.
c) O Estado, por gerir o interesse da sociedade, somente pode exercer
sua função administrativa sob o regime do direito público.
d) O princípio da indisponibilidade do interesse público, voltado ao
administrado, diz respeito à impossibilidade de alienação do bem público
quando o particular lhe detiver a posse.
e) De acordo com a doutrina majoritária, não existe exclusividade no
exercício das funções pelos poderes da República. Assim, o Poder
Executivo exerce função jurisdicional quando julga seus agentes por
irregularidades cometidas no exercício do cargo.

Comentários:

A resposta é letra A.

Para a resolução deste quesito, é importante entendermos os conceitos


das atividades estatais sob os aspectos objetivo-material e objetivo-
formal.

O critério objetivo que leva em consideração o conteúdo do ato praticado


divide-se, como dito, em objetivo-material e objetivo-formal.

De acordo com o objetivo-material, são levados em consideração os


elementos intrínsecos das funções dos Poderes, nessa ordem:

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- Legislativo: responsável pela edição de leis, essas dotadas de


generalidade e de abstração (elementos intrínsecos);

- Judiciário: definição de litígios, pacificando-os (elemento intrínseco


– resolução dos litígios);

- Executivo: cabe-lhe a satisfação dos interesses coletivos.

Agora, segundo o objetivo-formal, as funções do Estado são


determinadas pelas características essenciais, típicas, pelo tratamento
normativo que lhe corresponda, nessa ordem:

- Legislativo: as leis são originárias, contam com o atributo da


novidade;

- Judiciário: a resolução dos litígios é dotada de definitividade;

- Executivo: a atividade administrativa caracterizar-se-ia por se


desenvolver em razão de comandos infralegais, e, em alguns
excepcionais, infraconstitucionais.

Critério Objetivo
Formal
Poderes da Material
(regime
República (Conteúdo em si)
jurídico)
Produção de atos Produção de atos
Poder Executivo com efeitos complementares
concretos às leis
Produção de atos
Poder Legislativo NOVIDADE
gerais e abstratos
Resolução de
Poder Judiciário DEFINITIVIDADE
litígios

Então, a pensão é ou não Lei? Sim, é lei.

As leis em sentido formal são os atos normativos editados de acordo


com o devido processo legislativo constitucional, ou seja, são os atos

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editados pelas Casas Legislativas, tenham ou não generalidade ou de
abstração. Por exemplo: uma lei de concessão de pensão aos pais de
determinado militar falecido, por exemplo, não possui os atributos da
generalidade e da abstração. Com outras palavras, tem a forma de lei,
mas o conteúdo não é necessariamente de lei, constituindo no que a
doutrina reconhece como leis com efeitos concretos.

Agora, volta ao quadro, e procura identificar com o que parece o


conteúdo da pensão: sentença ou ato administrativo?

Isso mesmo. Visa à produção de efeitos concretos, logo, embora lei em


sentido formal [nasceu no Legislativo], materialmente mais se aproxima
dos atos administrativos.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra B, são dois os aspectos da função pública: o subjetivo e o


objetivo. O objetivo, como nome denuncia, refere-se à atividade, ao
conteúdo propriamente dito. O subjetivo ou orgânico, por sua vez, diz
respeito àqueles que realizam a função pública. Logo os agentes e
pessoas atrelam-se ao sentido subjetivo.

Na letra C, a doutrina aponta para a existência do Regime Jurídico da


Administração, de tal sorte a contemplar o Regime de Direito Privado e
Público a que se submete a Administração. Por exemplo: as sociedades de
economia mista são pessoas de Direito Privado, e, de regra, submetem-se
ao regime privatístico. Ademais, mesmo entidades de Direito Público
podem, em certos momentos, editar atos socorrendo-se do Direito
Privado, como, por exemplo, na celebração de contratos de locação,
seguro e financiamento.

Na letra D, os bens públicos são de três espécies: uso comum do povo


[exemplo das ruas e Praças], uso especial [exemplo das Repartições
Públicas] e dominicais [exemplo das Terras Devolutas]. As duas
primeiras categorias [uso comum e especial] são inalienáveis, enquanto
afetados ao interesse público [ou seja, precisam, para a alienação, ser
desafetados]. Já os dominicais compõem o patrimônio fiscal do Estado, e,
bem por isso, passíveis de alienação, observadas as diretrizes da Lei
8.666, de 1993. Logo não há ofensa ao princípio da indisponibilidade do
interesse público.

Na letra E, não há verdades absolutas em provas. Porém, como tenho

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ensinado em meus cursos, o Poder Executivo não exerce função
jurisdicional. Abaixo, transcrevo o entendimento do autor José dos Santos
Carvalho Filho, acompanhado pela ilustre organizadora:

“Os Poderes estatais, embora tenham suas funções normais


(funções típicas), desempenham também funções que
materialmente deveriam pertencer a Poder diverso (funções
atípicas), sempre, é óbvio, que a Constituição o autorize.
O Legislativo, por exemplo, além da função normativa, exerce a
FUNÇÃO JURISDISCIONAL quando o Senado processa e julga o
Presidente da República nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE (art.
52, I, CF) ou os Ministros do Supremo Tribunal Federal pelos
mesmos crimes (art. 52, II, CF). Exerce também a FUNÇÃO
ADMINISTRATIVA quando organiza seus serviços internos (arts.
51, IV, e 52, XIII, CF).
O Judiciário, afora sua função típica (função jurisdicional), pratica
atos no exercício de FUNÇÃO NORMATIVA, como na elaboração
dos regimentos internos dos Tribunais (art. 96, I, "a", CF), e de
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, quando organiza os seus serviços
(art. 96, I, "a", "b", "c"; art. 96, II, "a", "b" etc.).
Por fim, o Poder Executivo, ao qual incumbe precipuamente a
função administrativa, desempenha também FUNÇÃO ATÍPICA
NORMATIVA, quando produz, por exemplo, normas gerais e
abstratas através de seu poder regulamentar (art. 84, IV, CF), ou,
ainda, quando edita medidas provisórias (art. 62, CF) ou leis
delegadas (art. 68, CF). Quanto à FUNÇÃO JURISDICIONAL, o
sistema constitucional pátrio vigente não deu margem a que
pudesse ser exercida pelo Executivo.

Questão 4: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem


Especialidade"/2013 - Administração pública em sentido orgânico designa
os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as
pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções.

Comentários:

O item está CERTO.

A expressão Administração Pública pode assumir sentidos diversos,


conforme o contexto em que esteja inserida. A expressão Administração
Pública pode assumir sentidos diversos, conforme o contexto em que
esteja inserida. Vejamos:

Administração Pública
Sentido
AMPLO RESTRITO

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Subjetivo,
Órgãos Governamentais Apenas órgãos
Orgânico e
e Administrativos administrativos
Formal
Objetivo,
Funções políticas e Apenas funções
Material ou
administrativas administrativas
Funcional

Perceba que, em sentido orgânico, a Administração diz respeito aos


órgãos, pessoas e agentes administrativos. Enfim, são todos aqueles que
exercem a atividade administrativa. A atividade, em si, refere-se ao
sentido objetivo de Administração Pública.

Questão 5: CESPE - Proc (MPTC-DF)/TC-DF/2013 - De acordo com o


critério legalista, o direito administrativo compreende o conjunto de leis
administrativas vigentes no país, ao passo que, consoante o critério das
relações jurídicas, abrange o conjunto de normas jurídicas que regulam
as relações entre a administração pública e os administrados. Essa última
definição é criticada por boa parte dos doutrinadores, que, embora não a
considerem errada, julgam-na insuficiente para especificar esse ramo do
direito, visto que esse tipo de relação entre administração pública e
particulares, também se faz presente em outros ramos.

Comentários:

O item está CERTO.

Com a revolução francesa, e império da burguesia, houve grande


preocupação de se consolidar, codificar, o direito que andava espalhado
pela natureza em papel (leia-se: positivação do direito natural em
normas), com a finalidade, entre outras, de se garantir aos cidadãos
maior segurança em suas liberdades e, sobretudo, propriedades.

Nessa época, o Direito Administrativo teve por objeto a interpretação


das normas jurídicas administrativas e atos complementares (leia-
se: direito positivo). Assim, estruturou-se a partir da interpretação de
textos legais, proporcionada pelos Tribunais Administrativos.

Crítica: a palavra direito não pode (não deve) se resumir a um


amontoado de leis. O direito não deve se resumir à interpretação
de leis e de regulamentos administrativos. Muito mais que leis, o
Direito Administrativo deve levar em consideração a carga valorativa
dos princípios, sem falar da doutrina, da jurisprudência, e dos
costumes.

Pensemos juntos: há um cartaz na entrada do metrô que diz – “proibido


entrada com cães”; outro na entrada de um Parque que diz –

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“proibido entrada com veículos automotores”. De acordo com o
critério exegético (legalista), a solução seria de se admitir a entrada com
cobras (são répteis) e baleias (são mamíferos, mas não são cães) e a de
não autorizar a entrada da ambulância, a fim de socorrer pessoas dentro
do Parque, por exemplo. Porém, nos dias atuais, isso não seria possível,
tendo, por exemplo, o princípio da razoabilidade.

Questão 6: CESPE - AJ TRT10/TRT 10/Judiciária/"Sem


Especialidade"/2013 - Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a
mais importante de todas as fontes do direito administrativo.

Comentários:

O item está CERTO.

No estudo do Direito Administrativo, encontramos, comumente, as


seguintes formas de expressão:

I) lei;

II)jurisprudência;

III) doutrina;

IV) costumes;

V) princípios.

A lei é considerada a primordial entre as fontes do Direito


Administrativo Brasileiro, geradora e extintiva de direitos e obrigações,
impondo-se tanto à conduta dos particulares, quanto à ação estatal. Por
convivermos em Estado de Direito, as leis obrigam, sobretudo, o próprio
Legislador, e os aplicadores (Judiciário e Executivo). Para Alexandre dos
Santos Aragão, grande parte das leis atuais de Direito Administrativo são
“leis-quadro” ou “leis-moldura”, pois, no lugar de pormenorizar o tema,
incorporam menções a princípios, finalidades e valores, deixando amplo
campo de decisão a cargos dos administradores.

Enquanto fonte, a lei tem um sentido amplo (lato sensu), abrangendo


todas as normas produzidas pelo Estado que digam respeito, de alguma
maneira, à atividade administrativa. Com efeito, a lei abrange desde a
maior de todas - a Constituição Federal -, passando por leis
complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias e outras
normas com força de lei, como tratados internacionais. No conceito
amplo, devem ser considerados, também, os regulamentos, as
resoluções, os regimentos e as instruções.

Por fim, esclareço que a lei costuma ser corretamente indicada como

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fonte escrita e primária para o Direito Administrativo. Porém, é necessário
registrar que a expressão “primária” é aplicável para os veículos
normativos aptos a criar e extinguir direitos e obrigações. Incluem-se, na
espécie, a Constituição Federal e as leis em sentido estrito, como, por
exemplo, leis complementares e ordinárias (art. 59 da CF, de 1988).

Questão 7: ESAF - AnaTA MF/MF/2013 - Considerando o conceito de


administração pública e seus princípios, bem como as fontes do Direito
Administrativo, assinale a opção correta.
a) Pelo princípio da Tutela, a Administração Pública exerce o controle
sobre seus próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e
revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso
ao Poder Judiciário.
b) De acordo com o critério funcional, o conceito de Administração Pública
é um complexo de atividades concretas e imediatas desempenhadas sob
os termos e condições da lei, visando o atendimento das necessidades
coletivas.
c) As decisões meramente administrativas que promanem dos Tribunais
comuns ou especiais são relevantes fontes jurisprudenciais do Direito
Administrativo, aplicando-se a situações já ocorridas, desde que benéficas
à Administração Pública.
d) Do princípio da eficiência decorre a necessidade de institutos como a
suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções
públicas temporariamente vagas.
e) O sentido subjetivo da expressão Administração Pública está
relacionado à natureza da atividade exercida por seus próprios entes.

Comentários:

A resposta é letra B.

Para o critério da Administração Pública, o Direito Administrativo é


percebido em duas acepções: subjetiva e objetiva. No sentido subjetivo
ou orgânico, o Direito leva em consideração aqueles que praticam a ação,
no caso, “agentes, pessoas e órgãos”. Por sua vez, na acepção
objetiva ou funcional ou material, o Direito diz respeito às atividades
propriamente realizadas pelas pessoas do Estado. Em sentido finalístico, o
Estado-administrador desempenha: serviços públicos, poder de polícia,
fomento e intervenção.

Em minhas aulas, costumo alertar para o fato de que as bancas preferem


o uso dos sinônimos. O sentido subjetivo diz respeito ao sujeito, enfim,
aquele que pratica. Por isso, a banca prefere citar “orgânico e formal”.
Para o sentido objetivo, a banca, no caso, usa as expressões “material”
ou “funcional”.

Os demais quesitos estão incorretos. Vejamos:

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Na letra A, os conceitos de tutela e autotutela referem-se a controle


efetuado pela Administração, e reconhecido, por parte da doutrina, como
princípios. Apesar disso, são conceitos inconfundíveis. A autotutela, por
exemplo, vem estampada na Súmula 473 do STF, e dá a prerrogativa de
o Estado anular ou revogar seus próprios atos. A palavra-chave é
“controle sobre os próprios atos”. Já a tutela é decorrência do
princípio da especialidade, é o que dá a prerrogativa de a Administração
Direta controlar a Administração Indireta.

Perceba que a banca só fez inverter os conceitos!

Na letra C, há um conjunto de erros. O primeiro detalhe é que a fonte do


Direito Administrativo é a jurisprudência dos Tribunais, no caso,
reconhecida como reiteradas decisões expedidas em um único sentido. As
decisões administrativas, advindas do Judiciário, não servem de fonte
para a Administração Pública. Eventualmente, o conjunto de decisões
meramente administrativas podem se configurar em praxes
administrativas. O outro erro é que a jurisprudência, enquanto fonte do
Direito Administrativo, é aplicada positiva ou negativamente para a
Administração Pública.

Na letra D, são aplicações do princípio da continuidade do serviço


público institutos como: a suplência, a delegação e a substituição para
preencher as funções públicas temporariamente vagas. Vigora a ideia de
que o serviço não pode sofrer solução de continuidade. O princípio da
eficiência, por sua vez, remete-nos à necessidade de a atuação do
servidor ser rápida, perfeita e com bom rendimento funcional.

Na letra E, a banca só fez inverter os conceitos de objetivo e


subjetivo. No sentido objetivo, a expressão Administração Pública está
relacionada à natureza da atividade exercida por seus próprios entes.

Questão 8: FGV - AP (SEJAP MA)/SEJAP/2013 - A doutrina


administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de
governo e a função administrativa.

Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir.

I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito


constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito
administrativo.

II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer


diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a
tarefa de executar essas diretrizes.

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III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido
amplo, engloba as funções administrativas e as funções de governo.

Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.

Comentários:

A resposta é letra “A” (V, V, V).

A Administração Pública, em sentido amplo, e nos aspectos objetivos e


subjetivos, envolvem os órgãos e as funções políticas e as
administrativas. No aspecto objetivo, a Administração Pública designa às
funções políticas (chamadas de Governo) e administrativas. No sentido
subjetivo, a Administração traduz no conjunto de órgãos e pessoas
políticas e administrativas. Daí a correção do item III.

Uma das diferenças apontadas, pela doutrina, é que as funções de


governo são regidas, predominantemente, pelo Direito Constitucional. Já
as administrativas acham-se no campo infraconstitucional. Daí a
correção do item I.

As funções administrativas são de natureza executiva, concretizadoras, e


mais vinculadas. Já as de Governo são mais neutras e discricionárias,
traduzindo-se na definição das políticas públicas, no desenho dos destinos
da nação. Daí, inclusive, a correção do item II.

Questão 9: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - Na sua acepção formal,


entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.

Comentários:

GOVERNO SOBERANO diz respeito ao elemento condutor, responsável


pela organização do Estado, afinal não há Estado real sem soberania!

Formalmente, o Governo diz respeito aos órgãos de alta estatura


constitucional, tal como a Presidência da República, Ministérios, Câmara
dos Deputados, etc. São órgãos, portanto, componentes do Poder, dado
ao Estado Brasileiro.

Questão 10: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - A administração pratica atos


de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à
realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades
coletivas.

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Comentários:

O termo “Administração Pública” envolve, em sentido amplo, além dos


órgãos e funções administrativas, os órgãos e funções políticas. Que tal
separarmos, desde logo, as funções políticas (de Governo) das funções
administrativas?

As funções administrativas são complementares às leis. São realizadas


de forma, basicamente, vinculada, visando o atendimento concreto e
direto do interesse da coletividade. O “concreto” é ponto distintivo da
função legislativa, tipicamente abstrata. O “direto” tem como contraponto
a função judicante, em que o exercício dá-se por provocação do particular
(princípio da inércia ou demanda).

Já as funções do Governo são as realizadas pela alta cúpula da


Administração. São de extração constitucional, como, por exemplo, o ato
de declaração de Guerra pelo chefe do Executivo Federal. São chamadas
também de funções políticas, em que os traços marcantes são: a
coordenação, a direção, o planejamento. São os núcleos do Estado,
marcados pela maior discricionariedade, definidores das políticas públicas.

Acrescente-se que as funções políticas ou de governo concentram-se,


primariamente, nos Poderes Executivo e Legislativo. Isso mesmo.
“Primariamente”. Afinal, no Brasil, segundo o STF, o Judiciário, ainda que
indiretamente, pode contribuir para a implementação de políticas
públicas.

De toda forma, a Administração não pratica atos de governo, que são de


natureza política, essencialmente. Os atos da Administração são
tecnicistas, referentes, portanto, a atividades desprovidas de sentido
político. O item está ERRADO, portanto.

Questão 11: CESPE - ATA MIN/MIN/2013 - Os costumes, a


jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito
administrativo.

Comentários:

Como todo e qualquer ramo jurídico, o direito administrativo tem lá suas


fontes. São elas:

I) lei;
II) jurisprudência;
III) doutrina;
IV) costumes;
V) princípios.

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Note que o examinador não enumerou os princípios dentre as PRINCIPAIS
fontes do Direito Administrativo. Mas não há problema nisso. Há quem da
doutrina defenda exatamente essa tese. O item, então, está certo.

Questão 12: CESPE - AnaTA MIN/MIN/2013 - Em sentido objetivo, a


expressão administração pública denota a própria atividade administrativa
exercida pelo Estado.

Comentários:

De fato, as expressões Governo e Administração não se confundem,


apesar de a segunda, se adotada em sentido amplo, acabar por envolver
o Governo.

Mas, estrito senso, Administração é atividade técnica, que não se


confunde com Governo, insiste-se. O termo “Administração Pública”
envolve, em sentido amplo, além dos órgãos e funções administrativas,
os órgãos e funções políticas. As funções administrativas são
complementares às leis. São realizadas de forma, basicamente, vinculada,
visando o atendimento concreto e direto do interesse da coletividade. O
“concreto” é ponto distintivo da função legislativa, tipicamente abstrata. O
“direto” tem como contraponto a função judicante, em que o exercício dá-
se por provocação do particular (princípio da inércia ou demanda).

Já as funções de Governo são as realizadas pela alta cúpula da


Administração. São de extração constitucional, como, por exemplo, o ato
de declaração de Guerra pelo chefe do Executivo Federal. São chamadas
também de funções políticas, em que os traços marcantes são: a
coordenação, a direção, o planejamento. São os núcleos das atividades do
Estado, marcados pela maior discricionariedade, definidores das políticas
públicas.

Mas, como dito no começo, e também afirmado pelo examinador, as


funções e as expressões Governo e Administração não se confundem
apesar de ser esta última mais abrangente.

Questão 13: CESPE - AFRE ES/SEFAZ ES/2013 - Acerca do direito


administrativo, assinale a opção correta.
a) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo,
haja vista que a este cabe, em vista do princípio da separação dos
poderes, a exclusiva função administrativa.
b) A ausência de um código específico para o direito administrativo reflete
a falta de autonomia dessa área jurídica, devendo o aplicador do direito
recorrer a outras disciplinas subsidiariamente.
c) O direito administrativo visa à regulação das relações jurídicas entre
servidores e entre estes e os órgãos da administração, ao passo que o
direito privado regula a relação entre os órgãos e a sociedade.

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d) A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao
administrado, traduz-se pela impossibilidade de alienação ou penhora de
um bem público cuja posse detenha o particular.
e) Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os
próprios sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado.

Comentários:

A resposta é letra E.

Essa é uma questão clássica em concursos públicos.

Para a definição de Direito Administrativo e o seu objeto, surgiram várias


teorias, como do serviço público, legalista (exegética ou caótica),
residual ou negativista e o critério da Administração Pública.

No Brasil, das correntes existentes, prevalece o critério da Administração


Pública, o qual conjuga, para a definição do Direito Administrativo, o
aspecto subjetivo e o objetivo.

Pelo critério objetivo, o Direito Administrativo traduz-se na atividade


propriamente dita, e, por isso, é sinônimo para critério funcional ou
material. São atividades finalísticas do Estado: serviço público, poder de
polícia, fomento e intervenção.

Já pelo aspecto subjetivo, a Administração Pública confunde-se com os


próprios sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. São
os órgãos, agentes e pessoas administrativas.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, não adotamos, no Brasil, o critério do Poder Executivo.


Segundo esta corrente, o Direito Administrativo provém exclusivamente
do Poder Executivo. Ocorre que, no Brasil, a separação de poderes não é
rígida, logo, ficam os demais Poderes livres para o exercício de funções
atípicas. É fora de dúvida de que, no Brasil, o Legislativo e o Judiciário
administram, quando, por exemplo, licitam e realizam concursos públicos.

Na letra B, o Direito Administrativo, de fato, não é plenamente


Codificado. Não há, à semelhança do Código Penal, Civil e Tributário,
qualquer Código de Direito Administrativo. Isso, no entanto, não quer
significar que o Direito Administrativo não seja autônomo.

Na letra C, o Direito Administrativo é ramo do Direito Público, e regula as


relações entre o Estado e os administrados, bem como entre os órgãos
estatais e seus servidores. A distinção em relação ao Direito Privado é a
posição de verticalidade das relações públicas.

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Na letra D, a indisponibilidade do interesse público é um inibidor da
atuação do administrador, afinal não é livre para fazer ou deixar de fazer
qualquer coisa, a não ser que admitida em lei. Ademais, embora os bens
públicos sejam, de fato, impenhoráveis, podem ser objeto de alienação,
nos termos da Lei 8.666/1993.

Questão 14: CESPE - Adm (MJ)/MJ/2013 - O Poder Executivo compõe,


junto com o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Ministério Público, a
quadripartição de poderes no Estado brasileiro.
Comentários:

O item está ERRADO.

Quadripartição de Poderes?!

Dispõe o art. 2º da CF/1988:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si,


o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Apesar da importância e relevo do Ministério Público, este órgão é apenas


função essencial à Justiça, não podendo ser considerado Poder.

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“RESUMINHO” DO ENCONTRO

Elementos constitutivos
 Povo: elemento humano, base demográfica. Traduz a ideia de
cidadão.
 Território: limites do Estado, base geográfica.
 Governo soberano: elemento condutor, responsável pela
organização do Estado.
 Finalidade: são os objetivos de interesse público a serem
perseguidos pelo Estado.

Principais formas de organização


 Confederação: reunião de Estados soberanos.
 Estado Unitário (puro e impuro): centro de poder único,
responsável por todas as atribuições políticas (exemplo do Chile).
 Estado Federal: diferentes polos de poder político atuando de
forma autônoma entre si (exemplo do Estado Brasileiro).

Figuras jurídicas
 União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios:
entes políticos/federados integrantes da Federação. Pessoas
jurídicas de Direito Público interno.
 Territórios: detêm competências exclusivamente
administrativas, não sendo considerados entes federados.
Doutrinariamente, são definidos como autarquias da União
(autarquias territoriais).
Estado: conceito,
elementos e
Estado brasileiro - Forma de Estado: Federalismo
classificações.
Conceito relativo à distribuição interna de poder por diferentes
centros políticos.
 Pessoas políticas: entes da Federação que possuem capacidade
de tríplice autonomia (autogoverno, autoadministração e auto-
organização).
 Entidades da Administração Indireta: autarquias, associações
públicas, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas são pessoas jurídicas exclusivamente
administrativas.

Estado brasileiro - Forma de Governo: República


Refere-se a quem deve exercer o poder e como este se exerce.
 Características: legitimidade popular (chefes do Poder
Executivos e Casas Legislativas), temporariedade de mandatos
eletivos e prestação de contas pelos gestores públicos.

Estado Democrático
Compromisso formal de evolução para a ideia de Constituição
Dirigente, preocupada com os direitos de 1ª geração (civis e
políticos) e 2ª geração (sociais).

Estado de Direito
Estado cria as leis (normas) para que a todos sejam impostas,
inclusive a si mesmo (rule of law).
Origens históricas do Principais funções do Estado – tripartição de Poderes
Direito Administrativo: Cada Poder, embora possuindo suas funções normais, também
conceito, objeto e fontes desempenha materialmente funções pertencentes a Poder diverso,
do Direito desde que autorizado pela Constituição Federal. No entanto, ao
Administrativo. Poder Executivo não é dado o exercício da atividade jurisdicional
com força de definitividade - conceito material de jurisdição
(princípio da inafastabilidade de jurisdição).
 Legislar: função típica do Poder Legislativo (criação de direito
novo).
 Administrar: função típica do Poder Executivo. Utiliza a norma
jurídica criada para dar atendimento às demandas concretas da

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coletividade.
 Julgar: função típica do Poder Judiciário. Aplica o Direito aos
casos conflituosos, solucionando-os em definitivo.

Ramos e sub-ramos do Direito


 Direito Privado: governado pela autonomia de vontade. As
partes elegem as finalidades que desejam alcançar, servindo-se
dos meios não contrários ao Direito. São seus sub-ramos o
Direito Civil e o Direito Comercial.
 Direito Público: ocupa-se de interesses da sociedade como um
todo. Não há espaço para a autonomia da vontade, que é
substituída pela ideia de dever de atendimento ao interesse
público. São seus sub-ramos o Direito Constitucional, o Direito
Tributário e o Direito Administrativo.
 Direito Social: divisão sui generis, citada por literatura
especializada como um ramo responsável pelos direitos
concernentes aos hipossuficientes.

Formação do Direito Administrativo Brasileiro


Contribuições de diversos direitos nacionais (francês, inglês,
italiano, alemão, e outros). No entanto, possui no direito francês
(base romanística) diversos exemplos de contribuições:
 Responsabilidade civil objetiva do Estado: ideia de que o
Estado será responsável pelos atos lícitos ou ilícitos dos
agentes;
 Presença de cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos: cláusulas que garantem a posição de
supremacia do Estado sobre os particulares;
 Princípio da moralidade administrativa: previsão expressa
no texto constitucional;
 Regime legal dos servidores: finalidade de se evitar o
sistema de despojos (“spoil system”) - entrada de novo
governante, novo corpo de servidores agraciados.
Não vigora entre nós o sistema francês de duas jurisdições –
sistema contencioso; o traço da formação de nosso sistema de
jurisdição advém da contribuição do sistema inglês (sistema de
jurisdição una ou única).
 Coisa julgada administrativa: decisão tornou-se irretratável
apenas para a própria Administração, não impedindo que seja
apreciada pelo Poder Judiciário se causar lesão ou ameaça de
lesão. Portanto, ocorre apenas dentro da Administração Pública,
ora porque a decisão tornou-se irrecorrível, ora porque se está
diante de atos irrevogáveis.
 Coisa julgada material: acarreta a impossibilidade
(imutabilidade) de as decisões serem revistas no próprio processo
objeto da decisão ou em outros processos em que haja identidade
de partes, causa de pedir e pedido.
 Coisa julgada formal: é a impossibilidade de a sentença ser
alterada dentro do próprio processo. Possui conteúdo menos
amplo que o conceito de coisa julgada material.
 Instância administrativa de curso forçado: apesar de a regra
ser de que qualquer matéria pode ser levada à apreciação
judicial, em alguns casos exige-se a necessidade de exaurimento
das vias administrativas para obter-se o provimento judicial, tais
como:
 Processos administrativos referentes à Justiça Desportiva;
 Reclamação a ser interposta perante o STF em razão do
descumprimento do teor da Súmula Vinculante;
 Art. 5º, I, da Lei 12.016, de 2009 (nova Lei do Mandado de
Segurança - MS), que dispõe que o MS não é cabível se
houver recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
 Súmula Vinculante nº 24 - Não se tipifica crime material

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contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo;
 Há doutrinadores que defendem ser o juízo arbitral (a
arbitragem) e o habeas data formas de esgotamento prévio
ou de condição de acesso ao Judiciário.

Codificação do Direito Administrativo Brasileiro - correntes


 O Direito Administrativo não pode ser codificado: sendo o
Direito Administrativo bastante dinâmico, seus defensores
apontam para o perigo de petrificar o direito, tornando-o inerte às
evoluções, às transformações do mundo, como ocorrido com o
Código Civil de 1916 alterado, tão somente, em 2002;
 O Direito Administrativo deve ser codificado totalmente:
segundo seus defensores, haveria facilitação na compreensão e
aplicação das normas, garantindo-se aos administrados maior
segurança jurídica;
 O Direito Administrativo é passível de codificação parcial:
das correntes, essa parece ser a menos extremada, não
defendendo a inexistência de qualquer código ou a existência de
um código totalizante. São exemplos de codificações parciais:
Código de Águas; Código Florestal; Lei 8.112/1990; Lei
9.784/1999 (Lei de Processo Federal); Lei 8.745/1995 (Lei de
Concessões de Serviços Públicos).

Critérios para a definição do Direito Administrativo


 Legalista, exegético, empírico, caótico, ou francês: o Direito
Administrativo estruturou-se a partir da interpretação de normas
jurídicas administrativas e atos complementares.
 Poder Executivo ou Italiano: o Direito Administrativo é o
conjunto de princípios regentes da organização e das atividades
do Poder Executivo, incluídas as entidades da Administração.
 Relações jurídicas: o Direito Administrativo é responsável pelo
relacionamento da Administração Pública com os administrados.
 Serviço público: o Direito Administrativo regula a instituição, a
organização e o funcionamento dos serviços públicos, bem como
a prestação aos administrados.
 Teleológico: o Direito Administrativo é um conjunto harmônico
de princípios que disciplinam a atividade do Estado para o alcance
de seus fins.
 Hierarquia orgânica: o Direito Administrativo rege os órgãos
inferiores do Estado, enquanto o Direito Constitucional estuda os
órgãos superiores.

Definição do Direito Administrativo


Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e
pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração
Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens
de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza
pública (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). É o Direito que rege toda e
qualquer atividade de administração, provenha esta do Executivo,
do Legislativo ou do Judiciário.

Administração Pública em sentido subjetivo


Também chamado de sentido orgânico ou formal (quem exerce
a atividade?), diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a
atividade administrativa. Abrange órgãos, entidades ou agentes,
que tenham por papel desempenhar tarefas administrativas do
Estado.

Administração Pública em sentido objetivo


Também chamado de sentido material ou funcional (qual a
atividade/função exercida?), designa a natureza da atividade,
as funções exercidas pelos entes, caracterizando, portanto, a

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própria função administrativa, exercida predominantemente pelo
Poder Executivo. Alcança as atividades-meio (introversas ou
instrumentais) e as seguintes atividades finalísticas (extroversas):
 fomento: refere-se à atividade administrativa de incentivo à
iniciativa privada de utilidade ou interesse público, tais como
o financiamento em condições especiais, as desapropriações
que beneficiem entidades privadas desprovidas do intuito do
lucro e que executem atividades úteis à coletividade.
 polícia administrativa: abrange as atividades
administrativas restritivas ao exercício de direitos individuais,
tendo em vista o interesse de toda coletividade ou do Estado.
Não se trata, aqui, das polícias civil, federal e militar, que são
órgãos da Administração Pública, e, por consequência,
compõem a Administração Pública, mas no sentido subjetivo
(ainda que exerçam atividades de polícia administrativa).
 serviço público: diz respeito às atividades executadas direta
ou indiretamente pela Administração Pública e em regime
predominantemente de direito público, em atendimento às
necessidades coletivas.
 intervenção: entendida como a regulamentação e
fiscalização da atividade econômica de natureza privada (art.
174 da CF/1988), bem como a atuação do Estado diretamente
na ordem econômica (art. 173 da CF/1988). Como regra, essa
atuação dá-se por intermédio de empresas públicas e de
sociedades de economia mista, instituídas e mantidas pelo
Estado. Pode ser dar nas modalidades indireta - realizada em
atividade tipicamente regulatória, marcada
predominantemente por normas de Direito Público - ou direta
- efetua-se por entidades empresariais do Estado, em
concorrência com outras empresas do setor, e regidas
predominantemente por normas de Direito Privado.
O sentido objetivo da administração pública pode ser material ou
formal.
 Material: são levados em consideração os elementos intrínsecos
das funções dos Poderes, nessa ordem:
 Legislativo: responsável pela edição de leis, essas dotadas
de generalidade e de abstração (elementos intrínsecos);
 Judiciário: definição de litígios, pacificando-os (elemento
intrínseco – resolução dos litígios);
 Executivo: cabe-lhe a satisfação dos interesses coletivos.
 Formal: as funções do Estado são determinadas pelas
características essenciais, típicas, pelo tratamento normativo que
lhe corresponda, nessa ordem:
 Legislativo: as leis são originárias, contam com o atributo da
novidade;
 Judiciário: a resolução dos litígios é dotada de definitividade;
 Executivo: a atividade administrativa caracterizar-se-ia por
se desenvolver em razão de comandos infralegais, e, em
alguns excepcionais, infraconstitucionais.
 Função administrativa: função que o Estado, ou aquele que lhe
faça às vezes, exerce na intimidade de uma estrutura e regimes
hierárquicos e que, no sistema constitucional brasileiro, se
caracteriza pelo fato de ser desempenhada mediante
comportamentos infralegais ou, excepcionalmente,
infraconstitucionais vinculados, submissos ao controle de
legalidade pelo Poder Judiciário (Celso Antônio Bandeira de
Mello).

Fontes (formas de expressão) do Direito Administrativo


 Lei: é a primordial entre as fontes do Direito Administrativo
Brasileiro, geradora e extintiva de direitos e obrigações, impondo-
se tanto à conduta dos particulares, quanto à ação estatal. Tem
um sentido amplo, abrangendo todas as normas produzidas

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pelo Estado que digam respeito, de alguma maneira, à atividade
administrativa. A Constituição Federal, as leis complementares,
ordinárias, delegadas, as medidas provisórias e outras normas
com força de lei, como tratados internacionais, são fontes escritas
primárias. Regulamentos, resoluções, regimentos e instruções –
normas infralegais são fontes escritas secundárias.
 Jurisprudência: fonte não escrita, resume-se no conjunto de
decisões judiciais ou administrativas reiteradas num mesmo
sentido, a respeito de uma matéria. Não se considera
jurisprudência uma decisão judicial isolada. No Brasil, a
jurisprudência não possui, de regra, força vinculante, mas
sim força moral.
 Doutrina: fonte escrita e mediata (secundária), significa o
conjunto dos trabalhos dos estudiosos a respeito do Direito
Administrativo, ou seja, os livros, os artigos, os pareceres,
elaborados por estudiosos desse ramo jurídico. A doutrina não
gera direitos para os particulares; logo, opiniões doutrinárias que
sejam desconexas com as leis não podem ser consideradas como
fontes para o Direito Administrativo. Entre as leis e a doutrina
deve prevalecer o conteúdo das leis. No entanto, a doutrina
contrária às leis pode servir para clarear a ideia do legislador no
caminho de aperfeiçoamento das leis.
 Costumes: são os comportamentos reiterados e tidos por
obrigatórios pela consciência popular. No que diz respeito ao
Direito Administrativo, o costume é de pouca relevância, tendo
em vista a ênfase na aplicabilidade do princípio da legalidade. Os
costumes – fontes não escritas e não organizadas - são aplicados
quando da deficiência da legislação, sempre segundo a lei
(secundum legem) ou para o preenchimento de vácuo legislativo
(praeter legem), mas nunca contra a lei (contra legem).
 Princípios: são os vetores fundamentais que inspiram todo o
modo de a Administração se conduzir. São de natureza pré-
normativa, ou seja, preexistem, inclusive, à produção das leis, e,
bem por isso, contam com a função normogenética (colaboram
para a formação das leis).

Especificidades do Direito Administrativo (por Alexandre


Santos Aragão)
 Juventude e Mutabilidade: quando comparado, por exemplo,
com o milenar Direito Civil, o Direito Administrativo é considerado
recente. Isso faz com que muitas das soluções encontradas ainda
não se tenham consolidado por completo.
 Grande influência jurisprudencial: a jurisprudência foi
fundamental para o surgimento do Direito Administrativo e para a
afirmação de sua autonomia em relação ao Direito Privado.
 Grande importância dos princípios: pela falta de um código e
grande número de regras legislativas e administrativas, os
princípios são de peculiar importância para dar unidade e
coerência a um sistema tão difuso.
 Baixa densidade normativa: mais do que em outros ramos do
Direito, as normas de Direito Administrativo são frequentemente
abertas, isso porque incorporam em seu texto conceitos jurídicos
ou técnicos indeterminados, possibilitando o exercício do poder
discricionário.
 Instrumentalidade: o Direito Administrativo é meio para um
fim, a realização do interesse público tal como especificado pelo
ordenamento jurídico.

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