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1. INTRODUÇÃO: O capítulo 16 do livro de Atos registra Paulo e Silas partindo para o que é
chamado de segunda viagem missionária. Os primeiros três versículos deste capítulo descrevem
uma passagem rápida por algumas cidades visitadas por Paulo e Barnabé na primeira viagem
missionária. Uma destas cidades foi Listra, a cidade natal de Timóteo; uma aldeia cujo povo era
muito supersticioso (Atos 14.6-20).
Havia em Listro uma lenda de que Júpiter e Mercúrio tinham vindo àquela região como
mortais. Então, quando Paulo e Barnabé (por ocasião da primeira viagem) curaram ali um coxo,
os habitantes acharam que os missionários eram os deuses. Quiseram até oferecer-lhes
sacrifícios. Possivelmente, foi nesta ocasião, que Timóteo havia se convertido ao cristianismo,
e a igreja nesta cidade havia sido fundada.
Ao chegar a Listra, Paulo e Silas encontraram Timóteo, um jovem com seus 17 ou 18 anos.
Nesta altura, Paulo e Barnabé já estavam separados (Atos 15.36-41). Com esta separação, Silas
passou a assumir o papel de assistente de Paulo, atribuição que anteriormente era de Barnabé.
Então, Paulo oferece ao dinâmico e promissor jovem Timóteo, uma oportunidade única: ter um
bom começo no ministério. É apenas o começo, mas é um bom começo. Quando você tem um
bom começo, as chances de você correr bem são maiores. Se você começa bem e corre bem,
terá grandes possibilidades de terminar bem!
Os autores Howard e William Hendricks' traçaram o perfil de um mentoreado que vale à pena
investir a vida, da seguinte forma:
Chegou a Derbe e depois a Listra, onde vivia um discípulo chamado Timóteo. Sua mãe era
uma judia convertida e seu para pai era grego. Os irmãos de Listra e lcônio davam bom
testemunho dele. Paulo, querendo levá-lo na viagem, circuncidou-o por causa dos judeus
que viviam naquela região, pois todos sabiam que seu pai era grego. (At 16.1-3)
O texto acima deixa claro que foi Paulo quem tomou a iniciativa na escolha de Timóteo para
compor sua equipe ministerial. Mas fica subtendido que Timóteo também tinha um senso de
chamado. "Essa é uma ocasião na história missionária apostólica em que a mente do Espírito é
manifesta não somente ao candidato, mas também ao líder espiritual no campo e aos anciãos
das igrejas locais (1 Timóteo 1.18; 4.14; 2 Timóteo 1.6; 2.2)".2
Além disto, o texto indica quatro características de alguém que vale a pena investir a vida:
Certamente, Timóteo já avia adquirido um conhecimento das Escrituras por intermédio de sua
mãe, uma judia convertida, e sua avó. No judaísmo do primeiro século existiam vários formas
de formação e de educação, mas todas estavam fundamentadas nos mesmos ideais: que o temor
do Senhor é o princípio da sabedoria e que se alcança essa sabedoria por meio de um
disciplinado estudo da Tora (a lei de Moisés). O judeu piedoso não entendia isso como uma
teologia teórica, mas como forma de educação de vida piedosa.
Esse aprendizado fazia parte da vida cotidiana, especialmente no contexto familiar, mas
também acontecia dentro das sinagogas. Listra, a cidade de Timóteo, era uma comunidade
campestre, sem sinagoga. Todavia, para os judeus, o mais importante centro de educação não
era a sinagoga, mas sim o lar. Talvez, em Listra, Timóteo nunca tenha visto um rolo das
Escrituras, mas sua mãe Eunice e sua avó Lóide, eram um "rolo" vivo da Palavra de Deus (2
Timóteo 3.14-15).
O autor Barclay diz que, na cultura hebraica, com três anos de idade as crianças eram levadas
às sinagogas e com seis ou sete eram enviadas às escolas fundamentais, onde eram aplicados
principalmente os métodos da memorização e da repetição.
Em 2 Timóteo 1.5, Paulo elogia a formação espiritual de seu filho na fé, não se referindo a
piedade judaica, mas cristã! Para os cristãos judeus, a fé em Cristo é uma verdadeira
continuidade da religião do Antigo Testamento.
2ª) UM BOM CARÁTER: Isto implica em ter uma vida justa e procedimento íntegro. "os
irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele" (v. 2).
Timóteo era bem visto na igreja. Ele avia crescido em estatura espiritual. Sua excelente
reputação também contribuiu para Paulo convidar este jovem para ser seu assistente.
Todavia, caráter não deve ser confundido com a reputação'. Note o quadro:
A boa reputação é importante, mas o caráter é imprescindível. Pois a boa reputação é reflexo do
caráter santo. Moody disse: "Se eu tomar conta de meu caráter, minha reputação tomará conta
de si mesmo". Um exemplo coerente de caráter é a forma mais eficaz para revelar a força
interior de um homem e de uma mulher.
O pastor Bill Hybels compartilhou em seu livro Liderança Corajosa (São Paulo: Vida, 2002)
que o processo de seleção de um membro de sua equipe é baseado em "três cês": Caráter,
Competência, Combinação. Hybels assegura que o caráter deve vir primeiro, pois um ocasional
lapso de competência pode ser aceito. Mas um lapso de caráter causa problema com extensas
consequências.
Portanto, quando a Bíblia exige que o líder cristão seja "irrepreensível" (1 Timóteo 3.2, grego
anenkletos), que significa "sem mancha", "sem culpa", que na prática quer dizer não ser
apanhado em falta, em vício ou escândalo. Isto não quer dizer que a pessoa não tenha pecados...
ela não tem é prática pecaminosa, mensurável e deliberada. Em outras palavras: que ela não
tem pecados que não esteja confessado diante de Deus e do Corpo de Cristo, sendo purificado
pela obra do Espírito e da graça de Deus.
"Chegou a Derbe e depois a Listra, onde vivia um discípulo chamado Timóteo..." (v. 10).
A conversão de Timóteo se deu por ocasião da primeira viagem missionária de Paulo. Portanto,
levou aproximada-dois anos até que Paulo retornasse a Listra. Durante este tempo o jovem
Timóteo congregou naquela pequena e se tornou uma referência de discípulo para todos que o
conheciam. Os irmãos das comunidades tanto de Icônio "davam bom testemunho" de Timóteo.
Processo de integrar alguém na igreja local implica em suprir as quatro necessidades básicas do
ser humano: ser conhecido, integrado, compreendido e amado.
"Paulo, querendo levá-lo na viagem, circuncidou-o por causa dos judeus que viviam
naquela região, pois todos sabiam que seu pai era grego" (v.3)
Pelo fato de ter nascido meio judeu Timóteo não havia sido circuncidado — prática comum
entre os judeus, desde a época de Abraão (Gênesis 17.10-14). Através da circuncisão, o
individuo habilitava-se a fazer parte do povo de Deus. Timóteo desejava servira Cristo no
ministério, mas a incircuncisãos poderia ser um problema, devido sua origem misturada —
grega e judia — pois nas regiões por onde ele acompanharia Paulo, havia muitos judeus, que
sabiam que seu pai era grego.
Timóteo não era obrigado a circuncidar-se, pois o próprio Paulo ensinou que a verdadeira
circuncisão não é externa. Mas que pratica no coração (Colossenses 2.22). Em outra ocasião,
Paulo deixou de circuncidar um de seus assistentes, Tito. Pois neste caso específico, havia uma
implicação doutrinária: a circuncisão aparece como método para receber a salvação (Gálatas
2.1-5). No caso de Timóteo era moralmente indiferente e sem relevância doutrinária. Paulo
queria circuncidá-lo para facilitar a pregação do evangelho aos judeus. Todavia, Timóteo
poderia recusar, mas não o fez. Ele abriu mão de seus "direitos". A submissão de Timóteo ao
rito da circuncisão é um sinal evidente do seu comprometimento; ele ajudou evitar um
problema potencial com os judeus.
Paulo viu em Timóteo, um potencial para ser um líder na igreja emergente, antes mesmo que
ele fosse um sucesso. Agora ele seria apenas um assistente-aprendiz. Naquele momento, a visão
do apóstolo em relação ao jovem transcendeu às circunstâncias a que ele o encontrava. Paulo
enxergou Timóteo lá na frente e investiu nele, no seu "aqui" e "agora". Paulo acreditou em
Timóteo.
1. INTRODUÇÃO: Em Atos 16.4-5 mostra Timóteo sendo treinado enquanto caminha por
meio do discipulado de Paulo. Outro termo utilizado hoje para discipulado é mentoreamento.
Mas o que é um mentor? O Novo Dicionário Aurélio diz que mentor é uma "guia", "mestre",
"conselheiro". Portanto, a mentoria é feita por uma pessoa que você escolhe, ou por aquela
pessoa Deus coloca em sua vida para ser guia, conselheiro, líder espiritual e influenciador.
• Cultiva relacionamentos
• Fala e ouve.
Muitos perguntam: Por que ter um mentor humano? É porque todos nós temos "pontos cegos",
que só as pessoas que andam conosco mais de perto conseguem enxergar e daí podem nos
ajudar a corrigi-los. A grande vantagem de se ter um mentor humano é que, se estivermos
passando por qualquer tipo de dificuldade, temos onde recorrer para pedir ajuda. Isto, na
verdade já existe, pois cada um de nós tem, desde a nossa conversão, pessoas em quem
confiamos e buscamos conselhos; só que isto é feito de forma inconsciente e sem compromisso
de prestação de conta.
Influenciar é o ato ou efeito de influir, que significa literalmente "fazer fluir para dentro de". É
a ação que uma pessoa ou coisa exerce sobre a outra (inspirar, sugerir, incutir e transmitir).
Influência também significa comunicar. Todos nós exercemos influencia positiva ou
negativamente sobre aqueles que estão próximos.
O mentoreamento de Paulo com Timóteo não é o ocasional nem passivo, mas o mentoreamento
ativo. Neste tipo de mentoreamento é que percebemos o poder da influencia, primeiramente,
pelo que vêem. Quanto melhor o mentoreado conhecer o mentor, mais influencia e
credibilidade ele terá: Portanto, o currículo básico do mentor é a sua própria vida.
Logo, nos primeiros passos na caminhada com Paulo (Atos 16.4-5) Timóteo foi treinado por
meio de três grandes experiências, que são indispensáveis na formação de um líder pastoral:
O consenso alcançado no Concílio em Jerusalém não foi fácil (Atos 15); as questões entre
judeus e gentios foram solucionadas. As decisões tomadas ali foram motivo de grande alegria
para os gentios; as diretrizes não foram consideradas pesadas. Agora, um dos itens da agenda
de Paulo era explicar essas decisões.
"Os críticos do ministério de Paulo orientado aos gentios (especialmente a facção judaica)
estariam esperando ansiosamente por uma oportunidade para calar Paulo, ou pelo menos para
diminuir a sua influência. Mas aqui, na primeira penetração real do Evangelho no mundo
gentílico, a igreja prosperava, da mesma maneira como avia ocorrido no início com a igreja que
era composta, em sua maioria, por pessoas de origem judaica".2
O que tudo isto tem a ver com a formação espiritual de Timóteo? O fato é que mentoreamento
não é um curso, um livro ou um estudo bíblico. É o compartilhar de vidas... o andar juntos
como companheiros de jugos. O que é um verdadeiro companheiro de jugo? É alguém que anda
junto como parceiro ou sócio de caminhada, como está acontecendo com Paulo e Timóteo de
cidade em cidade. É alguém que nos ama e, cuja vida está comprometida com a nossa, de forma
bem pessoal, porque deseja ver crescer em nós o caráter de Cristo, como Paulo está fazendo
com Timóteo... A vida cristã não pode ser uma aventura solitária!
Além disto, o companheiro de jugo é aquela pessoa que coopera conosco para que rendamos
mais em nossa vida ou atividades; que nos encoraja face às dificuldades da vida; que nos
protege quando somos atacados ou estamos em perigo.
O companheiro de jugo é alguém com quem você pode contar sempre. É alguém que você pode
procurar, pois está sempre "disponível" para você e está disposto a pegar o outro lado do fardo
e ajudá-lo. John Maxwell disse que "a credibilidade de um líder começa com o sucesso pessoal
e se confirma na iniciativa de ajudar os outros a alcançar sucesso também".
"... transmitiam as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém, para que
fossem obedecidas" (Atos 16.4)
No que consistiam as "decisões" tomadas em Jerusalém que Paulo precisava transmiti- las?
À medida que Paulo e sua equipe, agora incluindo Timóteo, viajava de igreja em igreja, ele ia
explicando aos cristãos o que o concílio de Jerusalém havia decidido (Atos 15.22-29). Ao
transmitir essas decisões e encorajar as igrejas obedecê-las, Paulo demonstrou a Timóteo ser
fiel no trabalho alheio e obediente as ordens superiores. O bispo Fulton J. Sheen disse que a
civilização está sempre em perigo quando o direito de comandar é concedido àqueles ue nunca
aprenderam a obedecer"
Paulo sabia que aquelas decisões eram imprescindíveis para unir em comunhão harmoniosa os
cristãos judeus e gentios. Era para o bem do Reino de Deus. Uma experiência de discipulado
alicerçada num modelo autêntico de obediência e mentoreamento, como esta que Paulo deu a
Timóteo, é o caminho mais curto para uma frutificação saudável.
“Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia" (Atos 16.5)
Paulo sempre tinha um objetivo maior diante de seus olhos, ou seja, procurava a edificação e o
fortalecimento de toda a igreja... Podemos reconhecer no exemplo de Timóteo, que Paulo,
quando escolhia os seus obreiros dava grande valer às recomendações da igreja que o enviara.
Depois que Paulo, Silas e Timóteo partiram de Listra, eles passaram por cidades já
evangelizadas, fortalecendo a fé dos irmãos. Agora, na condição de colaborador e importante
companheiro de Paulo e Silas, Timóteo começa trilhar caminhos totalmente novos. A situação
exigia que Timóteo, por um lado, fosse uma pessoa arrojada e perseverante, para não fazer o
mesmo que João Marcos: desistir da missão (Atos 15.38). Por outro lado, que ele aprendesse
amar a igreja como Paulo.
a) Timóteo está percebendo que andar na visão e ritmo do apóstolo Paulo, antes de ser uma
"guerra" constante, que envolvera embates fortíssimos, era viver apaixonadamente pela igreja.
b) Paulo foi colocado por Deus em último lugar, como condenado a morte, ser um espetáculo
para o mundo... Sentir-se fraco, ser desprezado, passar fome, sede e necessidade de roupas...
Ser tratado brutalmente, não ter residência verta... Quando amaldiçoado, abençoar; quando
perseguido, suportar, quando caluniado, responder amavelmente... se tornar escória da terra, o
lixo do mundo (1 Coríntios 4.8-13). Tudo por amor a igreja!
Paulo tinha um ministério focado na igreja local. O seu negócio era a igreja. A sua vida era
vivida em função da igreja. Timóteo precisa ter esta mesma visão e compromisso, para poder
andar no ritmo de Paulo. A jornada cristã, na visão de Deus, é vista como excelente obra. Ele
nos confiou a mais elevada posição nesta terra. Logo, podemos afirmar que as possíveis
dificuldades são completamente minimizadas e plenamente suportáveis, devido esta tão
gloriosa missão de servir a Deus.
Segundo as listas de nomes mencionados nas suas cartas, Paulo tinha mais ou menos 58
obreiros trabalhando em suas várias equipes. Ele nutria uma atitude positiva a respeito desses
obreiros. Todos tinham prazer em observá-lo seguir o seu exemplo. Paulo mesmo considera-se
um influenciador, um modelo a ser seguido (grego typos, Fp 3.17).
1. INTRODUÇÃO: Atos 16.6-10 mostra que a estratégia missionária de Paulo e sua equipe
estavam sob a direção do Espírito Santo.
“Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frigia e da Galácia, tendo sido
impedido pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando
chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os
impediu. Então, contornaram a Mísia e desceram a Trôade. Durante a noite Paulo teve
uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: Passe a
Macedônia e ajude-nos. “Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente
para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar
o Evangelho”. (Atos 16.6-10)
O escritor William Macdonald afirma que os cristãos primitivos receberam orientação de Deus
pelos seguintes meios:
a) As Escrituras.
b) Visões e profecias.
c) Circunstancias.
O texto de Atos 16.6-10 revela dois aspectos práticos no processo da formação espiritual de
Timóteo: ouvir a Deus juntos e interdependência.
d) Prestação de contas— ser avaliado periodicamente para identificar onde precisa melhorar e
dar retorno.
Agora, vejamos os dois elementos no processo de uma boa mentoria que sobressaem no
episódio em Trôade, os quais que são indispensáveis no processo da formação de um líder
pastoral: soberania de Deus e interdependência nas decisões.
Quanto à soberania de Deus. Por duas vezes na passagem o Espírito Santo impediu Paulo e
seus companheiros de pregar o Evangelho: primeiro na província da Ásia e depois em Bitínia.
Concordo com autor Ryrie que a Ásia necessitava do evangelho, mas não era o tempo de Deus.
O chamado deles não foi determinado pela necessidade. Aviam acabado de vir do leste e
tinham sido impedidos de prosseguir para o sul e para o norte, mas, em vez de presumir que o
Senhor os estava guindo para o oeste, aguardavam sua direção especifica. Um chamado não
pode se basear exclusivamente na lógica.
Portanto, a questão chave aqui do "impedimento", não é o quanto Deus quer, mas sim quando
Deus quer. Fator tempo. Quase sempre a base do "espere" de Deus, como neste caso específico,
é que Ele, mais à frente, vai realizar um propósito maior. O texto deixa claro que é Deus quem
tem o controle da situação. Deus é o único idealizador e realizador de todas as obras. Só Ele
pode mudar a nossa agenda e destino! Sem essa compreensão da soberania de Deus, fica difícil
atendermos o "espere" dele.
Nos bastidores da equipe missionária, Timóteo está aprendendo que a obra de Deus não deve
ser feita na energia da carne, mas na unção e direção do Espírito Santo. Como membro da
equipe de Paulo, Timóteo tem a experiência de ver Deus agir soberanamente.
Podemos aprender quatro lições com o episódio em Trôade, quanto à soberania de Deus:
b) Reconhecer a soberania de Deus me livra de ter que "responder" todas perguntas sobre as
ações soberanas de Deus.
Um dos grandes desafios do mentor é tornar a vida do mentoreado relevante, com significado.
O mentor deve ajudá-lo neste processo de busca pela excelência e despertá-lo a investir sua
vida em algo que valha a pena. Timóteo está sendo treinado por Paulo enquanto caminha. Você
deve está percebendo que o relacionamento de Paulo com seus "formandos" é um
relacionamento familiar. Ele utiliza-se da mesma metodologia que vivenciou sob a liderança de
Barnabé.
"Para Paulo, a teologia não era uma disciplina filosófica, ela consistia em muito mais que
isso, ou seja, em uma estreita relação com a vida. Suas cartas não oferecem nenhuma
teologia abstrata extraída de algum plano de curso; elas se baseiam em problemas,
perguntas e situações reais das igrejas que ele fundara".
Agora, Paulo e sua equipe (incluindo Timóteo) iniciam o processo de formar novas igrejas a
partir de grupos pequenos, não muito promissores, nas cidades de Filipos, Tessalônica e Beréia.
As pressões do dia a dia poderiam sobrecarregar e desanimar Timóteo, mas ele estava firme e
determinado. Este era o momento dele ganhar força e permanecer na batalha. Pois daqui para
frente a situação iria ficar ainda mais difícil.
Como sabemos, Timóteo era um tanto tímido e lhe faltava um pouco de autoconfiança. Ele
seria mais um João Marcos que desistiria da missão (Atos 13.13)? Não! Seu mentor o
protegeria! O preparo de Timóteo foi cuidadoso; foi uma formação espiritual baseada em
experiências práticas, acompanhamento e cuidado pessoal.
De Trôade (passando por Neápolis) até Filipos era cerca e duzentos quilômetros de distancia.
Agora, em Filipos temos três desafios distintos no processo do aprendizado de Timóteo:
1º) Atos 16.1-15, fala de Lídia—uma mulher rica e "intelectual", vendedora de tecidos
valiosos, que depois de receber Jesus, ela e toda sua família foram batizadas. O versículo 40
deixa transparecer que a igreja ali se reunia em sua casa.
2º) Atos 16.16-18, fala de uma jovem — escrava do engano do diabo, cuja possessão
demoníaca lhe permitia prever o futuro e fazer revelações assombrosas. Observe que sua
declaração era verdadeira, mas o apóstolo se recusou aceitar o testemunho de demônios.
3º) Atos 16.19-40, fala do carcereiro — represente do poder. Com a ocorrência do terremoto e
a abertura de todas as portas da prisão, ciente de que perderia a vida por deixar os prisioneiros
escaparem, o carcereiro puxou a espada com a intenção de suicidar-se. Mas lhe garantiu que
não avia motivo para isso. Então, o "seu medo de perder o emprego e talvez a própria vida deu
lugar a uma convicção profunda do pecado e ao temor de ir ao encontro de Deus nessa
condição pecaminosa. Daí a sua pergunta aflita: "Senhores que devo fazer para ser salvo?"
(Atos 16.30).
Como estas três experiências evangelísticas distintas, vemos que Timóteo está num processo de
treinamento vivencial. Aprendendo aqui também que, para impactar positivamente alguém,
precisamos acompanhá-lo e envolver-se em sua vida; pois o objetivo do treinamento bíblico o
deformar e não apenas de informar. Mas um treinamento vivencial depende do registro diário
(caminhada) de inúmeros estímulos externos (visuais, auditivos, etc) e internos (pensamentos,
emoções e reações). Concordo com John Maxwell quando diz que "se quer liderar, precisa
aprender. Se pretende continuar liderando, não pode para de aprender".
“Tendo passado por Anfipolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma
sinagoga judaica”. Segundo o seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados
discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria
sofrer e ressuscitar dentre os mortos. E dizia: Este Jesus que lhes proclamo é o Cristo.
Alguns dos judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos
gregos tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição. (Atos 17.1-4)
• "Explicando e provando".
• "Foram persuadidos".
"Provavelmente Paulo permaneceu ali por muito mais tempo (um período que ocorreu
entre 17.4 e 17.5). Ele teve que ficar ali durante o tempo suficiente para fazer todas as
coisas mencionadas na sua carta aos tessalonicenses, tais como exercer o seu trabalho
(2.7-9), ter novos convertidos, instruir os novos crentes na vida cristã (4.1-2), e formar um
forte laço de amor com estes crentes (2.17-20). A carta de Paulo as Filipenses indica que
ele este em Tessalônica durante o tempo suficiente para receber dos filipenses uma ajuda
financeira por mais de uma vez (Filipenses 4.16)."
Mas em Tessalônica, Paulo também enfrentou forte oposição ao Evangelho (Atos 17.5-9). Em
nossa cultura, especialmente ministerial, ninguém quer "beber um cálice amargo" (Lucas
22.42). Mas, às vezes, o cálice amargo não é afastado de nós. Esse "cálice" pode ser uma
completa rejeição, alienação, rebelião, etc. Não é um sofrimento que nos destrói, antes, nos
torna plenamente humanos!.
CAPÍTULO 02: UM LÍDER CAPACITADO E EM AMADURECIMENTO!
Se quisermos agir como Wesley, devemos investir em nossos "timóteos". O plano de Deus para
nós é treinar e liberar muitos líderes que se reproduzem.
2. VIVENDO UMA ETAPA DE CADA VEZ: Agora já se passou mais de um ano em que
Timóteo está sendo mentoreado por Paulo (51 d.C.). Muitas coisas já aconteceram: três novas
igrejas implantadas e crentes consolidados na fé nas cidades de Filipos, Tessalônica e Beréia.
Até aqui Timóteo era um estagiário, um líder em treinamento, na equipe mis-sionária, ao lado
de Paulo e Silas. Paulo entendeu que este era o momento do seu aprendiz (agora com 19 anos),
ter novas experiências ministeriais: como executar tarefas sozinho, ainda que fosse por curtos
períodos.
Então, a partir deste ponto Paulo passa a abrir espaço para Timóteo ministrar e desenvolver,
assim, seus dons e talentos. Seus primeiros passos nesse novo chão são dados junto com Silas,
em Beréia, mas depois ele passa a ministrar sozinho nas comunidades de Tessalônica e Corinto.
a) O "timóteo" deve iniciar uma caminhada sob observação de um mentor, apenas para ouvi-lo
e assisti-lo;
c) E, por último, o mentor deve delega, deixando o "timóteo" livre para treinar outros a seu
próprio estilo.
O autor John Maxwell comunicou bem esse processo: "meu alvo não é formar seguidores que
resultem em uma multidão. Meu alvo é desenvolver líderes que se transformam em um
movimento".
“ Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Chegando ali, eles
foram ti sinagoga judaica "Os bereanos eram mais nobres do que os Tessalonicenses, pois
receberam a mensagem com grande interesses, examinando todos os dias as Escrituras,
para ver se tudo era assim mesmo. "E creram muitos dentre os judeus, bem como dentre
os gregos, um bom número de mulheres de elevada posição e não poucos homens. (Atos
17.10-12)
Até a cidade de Beréia Timóteo ministrava na companhia de Paulo e Silas, isto consistiu na
primeira etapa de seu treinamento para uma reprodução saudável. A cidade agora é Beréia,
cerca de 100 quilômetros de Tessalônica. Lucas fez questão de registrar a "nobreza" dos
bereanos eram "mais nobres" que os tessalonicenses. Por quê? Porque "receberam a palavra
com toda, avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato,
assim" (v. 11- Almeida Revista Atualizada).
Para esses bereanos a pregação do Evangelho passava tanto pelo coração como pelo intelecto.
Por conta disto, eles são reconhecidos até hoje como modelos de fé sólida. Timóteo está diante
de um novo desafio em seu aprendizado, ele tem que lidar indiretamente com um grupo que
examinava as Escrituras para descobrir a verdade.
"Quando os judeus de Tessalônica ficaram sabendo que Paulo estava pregando a palavra
de Deus em Beréia, dirigiram-se também para lá, agitando e alvoroçando as multidões.
“Imediatamente os irmãos enviaram Paulo para o litoral, mas Silas e Timóteo
permaneceram em Beréia”. Os homens que foram com Paulo o levaram até Atenas,
partindo depois com instruções para que Silas e Timóteo se juntassem a ele, tão logo fosse
possível." (Atos 17.13-15)
Paulo havia ido (em fuga) para Atenas, capital intelectual da Grécia (Atos 17.16-34) e deixado
Silas e Timóteo em Beréia para fortalecer e encorajar os cristãos. Quais eram os desafios do
jovem Timóteo nesta nova etapa de sua formação espiritual e ministerial? Silas e Timóteo
tinham que consolidar na fé um grupo de cristãos que tinham "mente aberta". Era um desafio
instruir os bereanos; eles combinavam receptividade com questionamento crítico.
Timóteo ministrando juntamente com Silas e sem a companhia de Paulo é a segunda etapa de
uma reprodução saudável. Esta é a primeira vez que Timóteo atua sem estar ao lado Paulo, seu
mentor-mor. Agora ele está sob a liderança de Silas, outro discípulo de Paulo. Será que o jovem
iniciante estaria em boas mãos? Silas seria um bom mentor para Timóteo neste período de
ausência de Paulo?
b) Além disto, Silas também havia passado um bom período auxiliando na igreja local de
Antioquia, até que se deu a separação de Paulo e Barnabé, então ele foi escolhido por Paulo
para ocupar o lugar de Barnabé na equipe missionária.
A experiência de Timóteo em Beréia pode não ter sido tão inédita, mas o fato dele está sob a
liderança de um novo líder, isto sim, é significativo. Esta foi uma experiência muito educativa
para Timóteo, um tempo para avaliar sua própria trajetória.
Todavia, como expliquei no caderno DONS E MINISTÉRIOS a palavra ministério tem pelo
menos três significados:
b) Serviço: diz respeito ao professor que ministra aula, o psicólogo que ministra palestra. Neste
caso é uma ação meramente profissional ou humana.
c) Bíblico/teológico: diz respeito a uma atividade específica dada por Deus às pessoas
especificamente chamadas por ele (Colossenses 4.17; Efésios 3.7).
A palavra grega utilizada para "impediu" (egkoptein) é um termo técnico que aponta para
um bloqueio de estrada calculado a deter uma expedição em marcha. Foi por conta deste
impedimento, que Paulo, não podendo mais esperar, envia Timóteo à Tessalônica com a dura
missão de enfrentar uma situação turbulenta e tensa.
Agora Timóteo está sozinho! Ele está com apenas 20 anos de idade.
“Por isso, quando não pudemos mais suportar, achamos por bem permanecer sozinhos
em Atenas e, assim, enviamos Timóteo, nosso irmão e cooperador de Deusa no evangelho
de Cristo, para fortalecê-los e dar-lhes ânimo na fé, para que ninguém seja abalado por
essas tribulações. Vocês sabem muito bem que fomos designados para isso. Quando
estávamos com vocês, já lhes dizíamos que seríamos perseguidos, o que realmente
aconteceu como vocês sabem. Por essa razão, não suportando mais, enviei Timóteo para
saber a respeito da fé que vocês têm, a fim de que o tentador não os seduzisse, tornando
inútil o nosso esforço. Agora, porém, Timóteo acaba de chegar da parte de vocês, dando-
nos boas notícias a respeito da fé e do amor que vocês têm. Ele nos falou que vocês sempre
guardam boas recordações de nós, desejando ver-nos, assim como nós queremos vê-los. (1
Tessalonicenses 3.1-6)
As cartas aos tessalonicenses foram escritas no final do ano 52 d.C. Timóteo estava com menos
de dois anos de experiência ministerial e recebe uma incumbência, não de repórter ou apenas
para avaliar a situação da igreja em Tessalônica, mas para ministrar como "ministro de Deus"
(v.2 — Almeida Revista e Atualizada). Não se sabe quanto tempo Timóteo ficou servindo em
Tessalônica, o que se sabe é que durante este período ele desempenhou um elogiável trabalho.
O versículo 6 mostra que depois da missão cumprida, Timóteo volta levando consigo um
relatório com boas notícias da igreja para Paulo. Este relatório de Timóteo serviu de base para o
apóstolo Paulo escrever sua primeira carta aos Tessalonicenses, visto que eles estavam vivendo
uma profunda perplexidade. Além disto, estavam também sendo perseguidos, e lidando com
diversas questões embaraçosas. Logo, precisavam de respostas urgentes.
"O retorno de Timóteo foi como um copo d' água fria para o sedento. Depois de alguns
dias de ansiedade, foi um refrigério saber que os irmãos estavam bem espiritualmente.
Sua alegria era maior, por saber que não só os missionários desejavam voltar a ver os
irmãos, mas eles também desejavam ver seus pais na fé".
Não é nada fácil ministrar em uma comunidade como a de Tessalônica, com seus inúmeros
problemas e desafios! Mas Timóteo conseguiu se sair bem nesta tarefa. Como disse Thomas J.
Watson, ex-diretor da IBM: "Nada é mais conclusivo para provar a capacidade de liderança de
m homem que as ações empreendidas, dia após dia, para liderar a si mesmo".
Mas será que apenas uma carta com orientações práticas não seria suficiente? Paulo entendeu
que não. A carta era importante, mas o portador da mesma precisava ser alguém que também
tivesse habilidades pastorais para ministrar à vida daqueles irmãos. Ninguém melhor do que
Timóteo para tal missão, pelo menos por três razões:
Timóteo havia estado com Paulo em Tessalônica por ocasião da abertura da igreja. Ele viu tudo
que sucedeu ao apóstolo nesta cidade. Ele sabia, também, que a comunidade estava sob o fogo
da tribulação e sem poder contar com a presença física de seus pais espirituais para consolar e
animar. Diante disto, este jovem líder tinha consciência de que não seria nada fácil ministrar
naquela comunidade, com seus inúmeros problemas e desafios. A missão em Tessalônica
exigiu muito esforço, dedicação e, sobretudo, zelo, por parte de Timóteo. Ele teria que
admoestar, animar e confortar. Timóteo não poderia ser rude, violento e desequilibrado, mesmo
quando tivesse que levar alguém a mudar seu curso de conduta.
Os acusadores estavam insinuando que as tribulações eram provas de que Deus não estava com
eles. Seguindo a orientação de Paulo, Timóteo deveria adverti-los a não se abalarem diante das
pressões, pois "sofrer pressões" faz parte do chamado para seguir a Jesus. É na "tribulação" que
o cristão fortalece sua fé e sua têmpera espiritual e emocional é forjada.
Todavia, o ponto alto da estada de Timóteo em Tessalônica era a marca da presença. Com
certeza a carta que Paulo enviaria, com orientações pastorais, não era suficiente para atender as
necessidades afetivas dos tessalonicenses. Tinha que ter alguém ali, do lado deles, de carne e
osso, para lhes falar palavras fortalecedoras e animadoras. De fato, nos momentos das pressões
da vida, nada substitui a presença física daqueles que amamos.
Agora os tessalonicenses não estavam mais "órfãos", tinham Timóteo, alguém que poderia lhes
dar um abraço afetuoso, um olhar de aceitação e disponibilizar seus ouvidos para ouvir as
queixas e sofrimentos dos irmãos.
•Autoestima elevada: havia alguém preocupado e se doando por eles. Isto leva as pessoas a
sentirem-se bem a respeito de si mesmos.
•Sentimento de inclusão: faziam parte de um projeto que ia além deles. Era uma comunidade
digna de elogios.
Certamente, Timóteo colocou em prática uma atitude comum nas comunidades do Novo
Testamento: comer e beber juntos à mesa. O ato de sentar à mesa com o outro vai além de
tomar uma refeição. Comer é uma forma de comunhão; é um símbolo de encontro de vidas. É
na mesa que todos se sentem família. Não estou falando de ir à casa dos outros motivados
apenas para comer. Refiro-me ao "estar junto”, confortar e estimular a fé. Pois, muitas pessoas
passam pela vida na obscuridade. Aos olhos do mundo, não são ninguém. Essas pessoas, às
vezes, só querem ser ouvidas.
Não se cuida eficientemente de alguém por telefone ou e-mail. Nem mesmo do púlpito da
igreja. Timóteo seria para os tessalonicenses muito mais do que um "ministro de Deus"; seria
um ouvidor. Agora, com ele ali, Paulo estava despreocupado que o "tentador" os seduzisse e
seu trabalho evangelístico se tornasse inútil.
Timóteo já está com uns cinco anos de experiência ministerial e Paulo tem confiança em enviá-
lo com uma missão especial a Corinto, para discipular a igreja. Paulo confiava que seu
discípulo estava pronto para ensinar devidamente aos coríntios; visto que ele seguia o bom
exemplo de seu mentor. Então, Paulo enviou Timóteo, seu discípulo fiel, para lembrar aos
coríntios a maneira dele "viverem Cristo Jesus" (1 Coríntios 4.17), ou seja, lembrar os coríntios
da fé que tinham recebido. Paulo faz esta afirmação para mostrar que praticava aquilo que
pregava. Paulo não apena falava de discipulado, ele conseguia combinar vida e doutrina, de tal
maneira que todo cristão pudesse imitá-lo. Veja bem a quem o jovem líder iria representar!
Observe também que o apóstolo está incentivando aos coríntios a serem seus imitadores (1
Coríntios 4.16), não no seu modo de vestir, andar ou ensinar, mas como o aluno imita seu
professor ou como o ator desempenha seu papel. Este era o padrão que deveria ser mantido por
Timóteo, numa cidade conhecida pela sua imoralidade. "Viver como coríntio", "corintianizar"
— quer dizer praticar prostituição.
“Não estou tentando envergonhá-los ao escrever estas coisas, mas procuro adverti-los,
como a meus filhos amados. Embora possam ter dez mil tutores em Cristo, vocês não têm
muitos pais, pois em Cristo Jesus eu mesmo os gerei por meio do evangelho. Portanto,
suplico-lhes que sejam meus imitadores. Por essa razão estou lhes enviando Timóteo, meu
filho amado e fiel no Senhor, o qual lhes trará à lembrança a minha maneira de viver em
Cristo Jesus, de acordo com o que eu ensino por toda parte, em todas as igrejas. (1
Coríntios 4.14-17)
Depois que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia (Atos 18.1-5) Paulo se dedicou totalmente
à evangelização de Corinto, por um ano (v. Atos 18.11). Mas agora, a igreja era um território
muito difícil: os membros eram rudes e cruéis, a igreja estava dividida em quatro mini
denominações (1 Corintos 1.12) e os crentes estavam "ensoberbecidos" com isto. Além disto,
era muito comum para eles embriagar-se em algumas festas da igreja.
Em 1 Corintos 4.18-19, Paulo expõe que alguns líderes de Corinto haviam se tornado
arrogantes e faladores, agindo como se Paulo não retonasse mais para Corinto. Aliás, "ao
receber a notícia do envio de Timóteo, alguns dos opositores do apóstolo em Corinto poderiam
apressadamente sugerir que Paulo estava com medo de visitá-los. Imaginando que o apóstolo
não iria se mostrar com os corintos pessoalmente, esses homens se ensoberbeceram".
O que os corintos precisavam entender é que "Reino de Deus" (v. 20) neste contexto, não se
trata de uma filosofia teórica, nem tampouco se refere ao reino futuro de Cristo, mas ao
domínio presente de Cristo no coração de seu povo, poder transformador. Esta realidade era a
garantia de que Paulo teria para expor e disciplinar aquele que atribulavam a igreja de Corinto.
"A escolha era deles (v. 21). Ou eles se arrependiam de sua conduta, o que permitiria que
Paulo viesse em espírito de amor e de mansidão, ou ele viria como um governador secular,
com seus oficiais que andavam com chicotes como sinal de autoridade para infligir
castigo".
3. NINGUÉM ESTÁ PREPARADO PARA O FRACASSO! O líder pode fazer tudo certo,
mas as coisas não funcionarem bem. Em Corinto, talvez, seja a segunda vez que Timóteo
desempenhava uma tarefa pastoral sozinho. A primeira pode ter sido em Tessalônica, uns
quatro anos antes. Até aqui Timóteo havia cumprido satisfatoriamente todas as tarefas que lhes
foram confiadas. Eu disse até aqui... por que nesta ele "fracassou".
Tudo indica que Timóteo não solucionou os problemas de partidarismo na igreja, os crentes
não se humilharam numa atitude de submissão a autoridade apostólica, eles não passaram a
praticar a autodisciplina, nem passaram a respeitar uns aos outros como membros do Corpo de
Cristo. Timóteo volta a Éfeso, onde Paulo estava com um relatório sobre a séria situação em
que a igreja se encontrava e o coração "pesado" por ter fracassado na missão.
Possivelmente Timóteo fracassou, não por falta de habilidade, mas por falta de experiência.
Então, se a cronologia estiver certa, a missão de Timóteo a Corinto se deu (em 55 d.C) cinco
anos depois de fazer parte da equipe missionária de Paulo.
Depois do fracasso de Timóteo, Paulo enviou Tito — este obteve sucesso (2 Corintos 12.18)!
Você pode imaginar Timóteo sendo substituído? Você pode pensar como ficou seu coração?
Você pode até conjecturar, mas não terá uma percepção clara do fato, se nunca passou por uma
situação como esta.
Um detalhe curioso é que Timóteo não foi incluído na saudação da primeira carta aos Corintos
(1 Corintos 1.1), mas foi na segunda (2 Corintos 1.1). Por quê? Paulo estava demonstrando aos
Corintos que mesmo Timóteo tendo fracassado na missão ali, não havia sido desligado da sua
equipe.
Portanto, formar líderes é ser um artesão da personalidade, como Paulo fez com Timóteo.
Timóteo foi discipulado por um líder forte, de muita garra, porém cheio de amor e ternura, que
lhe dava oportunidades, segurança e motivação. Bons mentores, como Paulo, nunca desistem
dos discípulos, mesmo depois do fracasso.
Cabem aqui as palavras de Theodore Roosett, proferidas num discurso, em Paris, em 1910:
"O que conta não é o crítico, aquele que diz em que ponto o forte tropeça ou em aspecto
alguém poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que ocupa a arena... Que,
na melhor das hipóteses, no final conhece o triunfo da grande conquista, e na pior, se
fracassar, ao menos fracassou por ter ousado muito. De forma que seu lugar jamais será
entre as almas tímidas e inexpressivas que não conhecem nem a vitória, nem a derrota".
a) A primeira referência feita a Timóteo em Atos, ele aparece como filho de uma judia crente e
pai grego (Atos 16.1). Como já vimos, nesta época Timóteo tinha entre dezessete e dezoito
anos. Era um jovem de conduta notável, um exemplo de discípulo fiel, cuja maturidade foi
suficiente para ter sido escolhido por Paulo como ministro valoroso. Ele passou a ser assistente
de Paulo!
b) A segunda vez que Timóteo foi citado em Atos foi quando ele ficou na companhia de Silas,
em Beréia, para consolidar os crentes na Verdade do Evangelho (Atos 17.15). Silas é citado
primeiro, talvez, por ser o líder da equipe naquele momento.
c) A terceira vez que Timóteo é citado, ele está descendo com Silas da Macedônia para
encontrar-se com Paulo em Corinto (Atos 18.5). Novamente Silas é mencionado primeiro.
d) A quarta vez que Timóteo foi citado em Atos ele está numa missão especial à Macedônia
(Atos 19.22). Veja finalmente ele é mencionado primeiro! Houve aqui uma reprodução
ministerial! Talvez Timóteo era mais experiente do que Erasto.
e) A quinta e última vez que Timóteo foi citado, ele aparece na companhia de Paulo, rumo a
Jerusalém (Atos 20.4). Seu nome aparece junto com uma grande equipe de obreiros de Paulo.
Mesmo não havendo menção em Atos dos apóstolos é muito provável que Timóteo foi com
Paulo na perigosa viagem a Roma, pois o seu nome foi incluído junto às epístolas escritas
quando Paulo se encontrava aprisionado (Filipenses 1.1; Colossenses 1.1; Filemon 1.1).
2. TRABALHANDO PARA A GRANDEZA DO REINO DE DEUS! Como Timóteo
chegou a ponto de ser tão despojado e dedicar toda sua juventude trabalhando para a grandeza
do reino de Deus? Ele alcançou um nível tão elevado de altruísmo que Paulo declara a seu
respeito o seguinte: "porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide dos
vossos interesses; porque todos buscam o que é seu e não o que é de Jesus Cristo" (Filipenses
2.20).
Durante seu ministério ao lado de Paulo, o jovem Timóteo enfrentou muitas barras pesadas,
experimentou muitos fracassos ministeriais, como aquele em Corinto, mas isto não o fez
desistir, ao contrário, levou-o a ter uma vida de maior obediência e dedicação. Timóteo é o tipo
de servo cuja realização está em ser útil e nada mais!
Paulo reconheceu os trabalhos executados nos bastidores por Timóteo ao compartilhar com ele
a autoria das epístolas de 2 Coríntios, Filipenses, Colossenses, Filemom, 1 e 2 Tessalonicenses.
Mesmo que Timóteo não tenha participado efetivamente na formulação destas epístolas, como
alguns questionam só o fato de Paulo acrescentar o nome de Timóteo ao seu, logo na saudação
inicial, mostra que Timóteo era conhecido nestas comunidades e que trabalhava lado a lado
com o apóstolo. Paulo fez questão de registrar! Isto nos ensina como também devemos
reconhecer aqueles que trabalhavam conosco, que caminham lado a lado e que fazem nosso
ministério acontecer, mas que nunca aparecem, estão sempre nos bastidores.
A experiência de fracasso em Corinto foi, talvez, o maior exemplo de como Paulo reconhecia
aqueles que trabalhavam com ele. Timóteo foi enviado com a missão de corrigir distorções
naquela igreja local, mas fracassou. Então Paulo envia Tito e este obtém sucesso (2 Coríntios
12.18)! O curioso é que Timóteo não havia sido incluído na saudação da primeira carta aos
Coríntios, mas foi na segunda. Por quê? Paulo estava demonstrando aos Coríntios que mesmo
Timóteo tendo fracassado na missão ali, não havia sido desligado da sua equipe. Isto, sim, é
reconhecimento!
• Adoração pública. Uma instrução ampla sobre intercessão para toda comunidade;
• Liderança da igreja. As condições e qualificações daqueles que seriam eleitos para ser líder na
igreja;
Segundo alguns estudiosos, esta carta foi escrita algum tempo após os eventos narrados em
Atos 28, pelo menos 8 anos após a permanência de Paulo em Éfeso por 3 anos (Atos 19.8,10;
20.31).
“Após a saudação Paulo faz um sumário dos temas da epístola (1 Timóteo 1.2-17). Em seguida
dirige uma admoestação a Timóteo (1 Timóteo 1.18-20). Logo após, instrui a igreja sobre
missões, a conduta das mulheres e as qualificações dos ministros (1 Timóteo 2.1-3.13). então
exorta aquela igreja como arauto da verdade(1 Timóteo 3.14-4.5). depois, exorta quanto a
várias questões particulares (1 Timóteo 4.4-6.2). na sequência mostra o contraste entre a
piedade e a ganância (1 Timóteo 6.3-10), discorre sobre os motivos impulsionadores do homem
de Deus (1 Timóteo 6.11-16)e, por último, impõe a Timóteo um divino encargo (1 Timóteo
6.17-21).
2. O PERFIL DO JOVEM TIMÓTEO: 1 Timóteo 1.3 revela que o jovem Timóteo havia
sido designado por Paulo para liderar a igreja local de Éfeso; uma igreja ligeiramente
contenciosa. Nesta época, apesar de ser ainda muito jovem, com cerca de trinta anos, muito
moço para a cultura da época (que considerava "jovem" alguém com menos de 40 anos de
idade), Timóteo já havia aprendido tanto os princípios básicos do evangelho como liderar um
grupo de cristãos como o de Éfeso. Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra,
declarou: "Em todas as eras, há situações em que um líder deve se apresentar para suprir as
necessidades mais prementes. Por essa razão, não existem líderes potenciais que não tenham
uma oportunidade de fazer uma diferença positiva na sociedade. Infelizmente, há épocas em
que nenhum líder se apresenta".
Além disto, Timóteo era uma pessoa propensa a doenças, sua saúde era frágil. Ele precisava de
constantes cuidados. Pois sofria de problemas estomacais e frequentes fraquezas físicas. Paulo
até o encorajou a tomar precauções necessárias para se livrar das doenças (1 Timóteo 5.23).
Timóteo também era uma pessoa tímida por temperamento. Sua tendência era mais de se apoiar
nos outros do que liderar. Foi por isto que Paulo escreveu esta epístola num tom militar:
"combata o bom combate" (1.18). A liderança na igreja de Jesus é para gente corajosa, altruísta
e desprendida. Pessoas medrosas e pessimistas nunca lideram com excelência! Vendo
expressão "combata o bom combate", até parece que a incumbência de Timóteo estavam muito
superior às suas forças e habilidades. Isto não é verdade. Se formos militantes incansáveis do
Reino de Deus, um atleta submetido à graça de Deus e aos contínuos treinamentos, tudo é
possível (4.7-8).
“O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa
consciência e de uma fé sincera." (1 Tm 1.2-5)
Paulo e Timóteo tinham desenvolvido uma ligação especial, uma relação de pai e filho.
"Timóteo, meu verdadeiro filho na fé" (v. 2). Além se tratar de um relacionamento deles era
familiar, essa declaração significa que Timóteo apresentava as mesmas qualidades espirituais e
morais que Paulo; o mesmo caráter. No versículo 18 Timóteo é afetuosamente chamado "meu
filho". Além de se referir à paternidade espiritual (por ter seguido seu ensino e exemplo), a
expressão parece exigir que Timóteo apresente em sua vida as mesmas qualidades espirituais e
morais de Paulo, seu pai espiritual.
Todavia, a expressão "Timóteo, meu verdadeiro filho na fé" foi encorajadora. Além dos
problemas já citados, Timóteo estava um tanto angustiado por conta da incumbência. Em 2
Timóteo 1, Paulo também expressa sentimentos de ternura e afeto em relação a Timóteo. Além
de declarar "meu verdadeiro filho", ele fala de "lágrimas" de "desejo", de "alegria", e de
"recordação".
Paulo era um líder saudável! Pois estas expressões jamais saem da boca de pessoas amargas e
ressentidas. O versículo 2 traz uma saudação maravilhosa. No Novo Testamento a saudação
costumeira era "Paz" e "Graça". Mas Paulo inclui "misericórdia" entre "graça" e "paz" para
expressar seu coração.
• Paz (gr. eirene) — fluxo que emana desta fonte; implica em reunir o que foi separado.
Observe que o versículo 3, de forma implícita, parece indicar que não era desejo de Timóteo
ficar em Éfeso. Ele não "queria" aquela árdua tarefa! Foi necessário que Paulo "rogasse-lhe",
insistisse para que ele permanecesse. Será que Timóteo se sentia desqualificado para assumir
aquela responsabilidade? Teria ele se "assombrado" com os ensinos controversos pelos quais os
líderes estavam atraídos? Será que ele se julgava incapaz para combater o bom combate,
manter a fé e a boa consciência, a fim de evitar que outros tomassem o caminho dos apóstatas
Himeneu e Alexandre?
Timóteo, agora, precisa fazer discípulos em Éfeso. Ele já havia cumprido esta tarefa em muitos
outros lugares, mas agora recebe, formalmente, das mãos de seu mentor a missão específica de
discipular a igreja. Este fato pode ter acontecido quando Paulo estava a caminho da Macedônia,
Acaia e daí, Jerusalém, segundo o registro de Atos 20.1-6, por volta do 57 d.C.
Na verdade, Timóteo deveria adotar duas atitudes gerais: rejeitar tudo aquilo que se opõe à sã
doutrina e ao mesmo tempo se fortalecer nela. Com isto, ele seria um modelo de discipulador e
coordenador pastoral, exercendo funções de direção ("epíscopo" — supervisor), tendo muitos
discípulos sob sua liderança espiritual (3.1).
2. ABRAÇANDO AS RESPONSABILIDADES DA LIDERANÇA ESPIRITUAL:
Timóteo tinha a incumbência de combater corajosamente contra os "lobos ferozes" de Éfeso.
Em Atos 20.29, cerca de cinco anos ante, Paulo havia feto esta previsão. "A comissão delegada
anteriormente é aqui reafirma, pois a tarefa é muito difícil, e essa dificuldade não é reduzida
pela timidez natural de Timóteo. O represente do apóstolo em Éfeso obviamente precisa ser
estimulado para o cumprimento das suas responsabilidades. Ele vai descobrir, também, que não
vão faltar os críticos e a recorrência a esse tipo de exortação poderá se mostrar útil". A rigor,
qual era mesmo o propósito principal do trabalho de Timóteo na cidade de Éfeso? O trabalho
ali consistia fundamentalmente em "Ordenar a certas pessoas" (v. 3); "alguns que se
desviaram..." (v. 6).
Todo falso ensino gera "especulações", ao invés de promover a "fé" que edifica os corações.
Nos versículos 6 e 7 Paulo chama atenção para a inadequalidade dessas pessoas. Pois eram
pessoas irrelevantes, no caráter e na "obra de Deus" (gr. oikonomia). Em Éfeso, Timóteo não
teria apenas que ensinar e defender a ortodoxia, mas vivenciar uma fé genuína, a fim de que
redirecionasse a congregação dessas "novidades estranhas" e se voltasse a um coração puro, a
boa consciência e a fé sincera.
NOTA: ORTODOXIA (gr. orthodoxos): qualidade de uma declaração doutrinária que se aça
de acordo com o ensino revelado no Antigo e Novo Testamento. Conjunto de doutrinas
provindas da Bíblia, e tidas como verdadeiras de confor-midade com os credos, concílios e
convenções da Igreja. (Dicionário Teológico. Rio de janeiro: CPAD, 1998, p. 229).
De fato, o falso ensino conduz a um estilo de vida corrupto. Timóteo precisava instruir a essas
"certas pessoas" acerca da "deficiência de caráter" delas, seus motivos impuros. O jovem líder
também precisava corrigir os relacionamentos distorcidos deles em relação a Lei de Deus, cujo
propósito é ensinar o que é correto, coibindo o erro, ou conscientizar os pecadores de seus
pecados (v. 7; Romanos 7.12-13). Mas esses falsos mestres usavam a Lei de forma inadequada,
buscando beneficiar-se dela; ganhar prestígio:
• Havia um desejo prematuro deles em assumir posição de liderança antes de estarem prontos
para tal função.
Outro destaque aqui é quanto as "fábula" e "genealogias", que só serviam para levar a
discussões sobre ideias que não provinham das Escrituras Sagradas. Em Tito 1.14 a palavra
"fábula" é utilizada em relação a "fábulas judaica". E em Tito 3.9 o termo "genealogias"
aparece no contexto da Lei. Então, 'parece, assim, que os erros que Paulo desejaria que Timóteo
corrigisse em Éfeso eram, em essência, de natureza judaica, envolvendo especulação inútil
sobre genealogia e interpretações alegóricas da Lei, como encontradas em tetos literários
rabínicos. Em Éfeso, é possível que isso estivesse associados a especulações de caráter gnóstico
acerca de uma série de seres espirituais?
Os termos utilizados por Paulo deixa claro que os ensinos dessas "certas pessoas" consistiam
em algo oposto ao conteúdo sério do evangelho. O problema, portanto, era que tais pessoas
estavam envolvidas especulações fictícias, "fábulas judaicas", "mitos" (Tipo o que se vê hoje
nos livros: Código Da Vinci, O Segredo, A Cabana, etc.), comportamentos e crenças que
carecem da compreensão da Verdade de Deus. Esses místicos "mestres de novidades" ao invés
de sentirem-se quebrantados pela Verdade de Deus (ou Lei moral de Deus, sumarizada nos
versículos 8 a 11), eles estavam era usando dela como ponto de partida para suas concepções e
cogitações fictícias.
Esses homens estavam com seus corações voltados para controvérsias e discussões, e
dominados noções filosóficas do gnosticismo. Tal sistema especulativo (destituídas da Verdade
e realidade cristã), com suas teorias e ideias alegóricas estranhas, se opõem aos ensinamentos
idôneos e sólidos da Bíblia (Ortodoxia), onde tanto os que ensinam quanto os que ouvem são
afetados.
• Cinco "confissões fiéis" (que formam um resumo da doutrina cristã), que declara a glória da
revelação de Cristo Jesus.
Agora, nos versículos 18 a 20, Paulo dirige uma palavra pessoal a Timóteo, e lhe faz também
uma advertência, onde Agora, nos versículos 18 a 20, Paulo dirige uma palavra pessoal a
Timóteo, e lhe faz também uma advertência, onde a metáfora "combate" implica que o
ministério cristão implica numa incessante batalha espiritual.
Logo, Timóteo deveria combater os abusos dos falsos ensinos, em Éfeso, com a Palavra da
Verdade. Para isto, ele deveria ter os pés no chão, ser prático, pastoral e confrontador. Mas os
desafios que Timóteo tinha que enfrentar não paravam por aí: os poderes do mal — "laços do
diabo" — e as seduções do materialismo e do secularismo, estavam tendo uma ligeira vantagem
na comunidade (1 Timóteo 6.9-10).
O fato de ter um chamado claro de Deus, não isentou Timóteo de fraquezas e vulnerabilidades.
Portanto, torna-se mais fácil perseverarmos na “fé” e na “boa consciência”, quando
entendemos:
2. Nosso bom desempenho em pequenos trabalhos, em curto prazo, pode nos assegurar sucesso
nos trabalhos em longo prazo;
3. Os nossos fracassos do passado podem ser desencorajadores, mas não devem ser
necessariamente nosso sentimento definitivo;
4. Os nossos pontos fortes não devem ser o nosso histórico de sucesso, mas nossa fidelidade a
Deus;
5. Nós nunca vamos estar totalmente preparados para as nossas incumbências ministeriais.
Deus sempre nos manda fazer coisas difíceis!
1. INTRODUÇÃO: Assim como nos dias de Paulo e Timóteo, hoje há muitas pessoas dando
boas-vindas a tudo que é novo, sem discernir que ás vezes são perversões e falsificações do
Evangelho, semelhante àquela omissão grosseira dos Gálatas (Gálatas 1.8-9).
O líder cristão precisa estar alerta, com um forte senso de cuidado e escrutínio, diante dessas
novidades nocivas. Você se lembra da última falsificação do Evangelho que surgiu? Foi uma
"novidade", não foi? Despertou curiosidade, não despertou?
"A única maneira de identificar o que é falso é conhecer a verdade. A verdade de Deus
está contida na sua Palavra, a Bíblia. Assim, a nossa teologia (ou seja, a nossa doutrina,
aquilo em que cremos) deve ser coerente com o que a Bíblia diz. A menos que estejamos
fundamentados na Palavra, seremos suscetíveis a qualquer quantidade de falsos en-sinos.
Além de estar bem fundamentados, nós também devemos evitar qualquer pessoa que
distorça as palavras da Bíblia para os seus próprios objetivos. E devemos confrontar e
expor os falsos ensinos e falsos pregadores (ou ensinadores) quando os encontramos".
Tenho ouvido e visto algumas afirmações ditas do Evangelho, que são verdadeiras ficções,
contos de fada, produções da imaginação humana. Às vezes, para o "teatro" ficar mais
glamoroso, alguns "misturam" citações bíblicas com suas fantasias e alegorias; declarações
com conteúdos inconsistentes e sem cheiro do Evangelho segundo Jesus Cristo. Por isso, é
reprovável, não passam pelo crivo da Verdade.
“As epístolas pastorais combatem variados erros doutrinários”. Nesta epístola é difícil
identificar o erro ou erros combatidos; mas há algumas indicações, pois avia:
(a) quem quisesse ser mestre da lei, baseado em mitos e genealogias ou hierarquias
gnósticas (1 Timóteo 1.4,7; veja Tito 3.9);
(c) aqueles que diziam que a ressurreição já ocorrera (1 Timóteo 1.20, veja 2 Timóteo
2.18);
• Em segundo lugar, o que o evangelho oferece é para ter uma aceitação universal... o
evangelho tem de ser feito conhecido às nações;
• Em terceiro lugar, a essência do evangelho é que Cristo veio para salvar os pecadores.
• Em quarto lugar, a aplicação do evangelho é pessoal. Sua abrangência universal é uma coisa;
mas uma coisa bem diferente é o fato de que ele tem que ser individualmente aceito.
Paulo vem tratando sobre os falsos mestres, chegando nos versículos 18 a 20, ele fala de si
mesmo. "Agora, compete a Timótea escolher a quem seguir, dentre esses dois. Por um lado, o
apóstolo está pedindo com insistência para silenciar os falsos mestres; por outro lado, Timóteo
tem de sentir a insidiosa influencia das especulações deles. Não é para ele permanecer neutro,
ou sobre o muro, embora seja jovem, inexperiente, passível de ser influenciado e tímido. Tanto
agora como naquela época, a verdade exige que nos posicionemos". No versículo 20 são
mencionados dois exemplos deste tipo de ruínas na fé. Observe que ao dá citar esses dois ex-
obreiros, Paulo déia claro que eles haviam falhado no processo de combater o bom combate,
em defesa da verdade de Deus, e por isso naufragaram espiritualmente, os quais foram expulsos
da comunidade, por não conservarem os conteúdos essenciais da fé cristã, a Palavra da
Verdade, se desviando assim do projeto de Deus.
• Himeneu tinha um ensino que era como gangrena ou "câncer" que se alastrava (2 Timóteo
2.17-18). Ele enfraquecia a fé das pessoas com seus falsos ensinos;
• Alexandre era um causador de males e desconforto para o apóstolo Paulo (2 Timóteo 4.14).
Portanto, "nem cargos eclesiásticos nem títulos acadêmicos protegem alguém do perigo de
desviar-se para discursos vazios'. Independentemente do cargo que ocupa ou título que sustenta,
aquele se opõe ao Evangelho de Jesus Cristo, oferecendo alternativas sutis aparentemente
atraentes, mas que não promove um coração puro, nem uma boa consciência, nem uma fé
sincera, deve ser combatido veementemente. Muitas igrejas hoje tem se demonstrado frouxa no
combate às falsos ensinos, na maior parte das vezes, porque elas mesmas "perderam" o
referencial a sã doutrina.
"Timóteo possui duas coisas valiosas que ele tem de guardar com cuidado: m tesouro não
subjetivo que é chamado de "fé", ou seja, a fé apostólica, e um tesouro subjetivo, referido como
"a boa consciência". Além disso, essas duas coisas precisam ser mantidas juntas (como em 1.5
e em 3.9), que é precisamente o que Himeneu e Alexandre deixaram de fazer".5
Além do mais, para Timóteo superar tudo isto, ele precisava se firmar constantemente em seu
chamado espiritual ("profecias"), e não esquecer de que sua liderança deveria estar norteada por
uma opção transparente pela vida e pela ética; por um compromisso sério com as práticas
justas; por uma boa consciência e uma fé sem fingimento. Somente assim, Timóteo estaria apto
se distinguir dos falsos mestres, que agiam com segundas intenções, se nutrindo de uma
religiosidade fingida, usando o nome de Deus (ou Lei) para benefício próprio.
Então, Timóteo está sendo instruído a submeter aos falsos mestres e seus ensinos dois testes:
1º) O ensino deles deveria ser julgado por aquilo que produz. Somente assim ficaria
evidente a irrelevância e esterilidade do que é especulativo e vão. De contra partida, o
verdadeiro ministério é "obra de Deus, que é pela fé".
2º) O ensino deles deveria ser julgado pelo crivo do padrão da sã doutrina. (Sã doutrina
aqui, vai além de ser algo correto, trata-se de algo saudável). "A sã doutrina é o padrão segundo
o qual todo o ensino deve ser testado. Saudável em si e saudável na sua influencia, essa
doutrina estava bem definida, nessa época; suas características essenciais estavam cristalizadas
no glorioso evangelho... no evangelho do Deus bendito" (v. 11).
1. NTRODUÇÃO: Depois dos falsos ensinos, outro tema preocupava Paulo quanto a saúde
espiritual da igreja em Éfeso: a questão da adoração.
Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças
por todos os homens; pelos reis e por todos que exercem autoridade, para que tenhamos
uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável
perante Deus, nosso Salvador... 1 Timóteo 2.1-3
Observe que o apóstolo Paulo tem algo sobre o que "recomendar" a Timóteo; é um assunto de
suprema importância, é prioridade— "antes de tudo", não de tempo, mas de importância. John
Stott afirma que "a igreja é essencialmente uma comunidade de culto e de oração". O assunto é
o culto público (quando a igreja se reúne para adoração e celebração a Deus). Isto implica em:
• A oração no culto;
• A ordem no culto.
Nota: CULTO. O termo "culto" é um vocábulo latino que significa adoração ou homenagem
que se presta ao Supremo Ser. É o momento de adoração por excelência do povo de Deus, que
marca o encontro do Pai Celeste com seus filhos.
"As pessoas frequentam cultos de adoração por muitas razões: algumas comparecem pelo
hábito; outras fazem disto um acontecimento social; algumas simplesmente querem ser vistas;
outras são tão ansiosas por ensinar e liderar, que acabam seguindo avidamente os falsos
ensinamentos com promessas vazias. Mas qualquer razão que não nasça e uma sincera devoção
a Cristo tem o potencial para criar problemas na igreja. Os homens e mulheres devem adorar
com humildade e submissão, orando juntos pela orientação de Deus e pelas necessidades dos
outros. O que leva você a adorar? Com que frequência você ora com seus irmãos e irmãs na
fé?"
Paulo tinha sempre algo sobre o que insistir com Timóteo. Ele levanta a questão de que o
florescimento espiritual da comunidade está ligado à pureza do culto público. O momento era
de transição da liderança carismática de Paulo, para o tempo de estabelecer lideranças locais.
Timóteo seria o homem responsável para colocar "ordem na casa", ele tinha as diretrizes gerais,
mas precisava imprimir seu próprio estilo pessoal na ausência de Paulo. Com certeza, a igreja
em Éfeso, compunha-se de pequenos grupos nos lares. Talvez em cada casa havia um líder
(presbítero) responsável. Portanto, o apóstolo exorta que em todos lugares, ao redor de Éfeso,
em que os crentes se reuniram para celebrar a fé, deveriam expressar saúde cristã, através das
súplicas, orações, intercessões e ações de graças.
Timóteo, mais uma vez, demonstra o seu grande valor como líder. Mas o texto acima inicia
com a expressão "antes de tudo...". Ou seja: qualquer atividade na igreja, por mais urgente que
seja, precede a uma prioridade absoluta: a oração. O líder que negligencia esta prioridade causa
"derrota ao Evangelho", pois não há como ser combatente no Reino de Deus sem oração.
Deus busca "verdadeiros adoradores" (João 4.23-24). Observe que Deus não busca "adoração",
porém, "adoradores", gente comprometida com a verdade e consagrada ao Senhor. Para
prestarmos culto "em verdade", é preciso conhecer a Palavra, a Bíblia. Isto significa que o
verdadeiro culto bíblico (ou adoração) não deve ser determinado pelas necessidades das
pessoas, por mais legítimas que sejam. O culto é para Deus, não para atender as demandas
egoístas das pessoas. Quando a igreja organiza seus cultos baseados nas pessoas perdeu o foco
do cristianismo bíblico. A rigor, a principal finalidade do culto divino é fortalecer a fé e realçar
a comunhão da alma do homem com Deus, e incentivando-o a afastar-se do mundo e
consagrar-se a Deus. É, também, um serviço incondicional ao Criador (Romanos 12.1).
Portanto, quando os objetivos dos cultos de determinada igreja são outros, seus "cultos"
tornam-se profanação, adultério espiritual.
O professor Evaldo Alencar' diz que o culto público revela mais sobre uma igreja do que se
possa imaginar. Por intermédio do culto, podemos conhecer uma igreja de tal forma que outra
maneira não teríamos como fazê-lo. Por exemplo, o culto revela a crença e os reais valores de
uma igreja. Pode acontecer que um determinado grupo tenha uma confissão de fé escrita e
pratica outra quando se reúne. Há dois itens no culto que mostram claramente como é uma
igreja:
• O louvor;
• A pregação.
3. O CULTO E OS MODELOS DE ORAÇÃO: Os quatro sinônimos (tipos de oração, v. 1)
não são sem sentido. As quatro expressões estão no plural, indicando multiplicidade e
abundância. Quais são os motivos de oração? Por todos os homens e por todas as autoridades.
Quais os motivos destas orações?
• Agradar a Deus.
Percebemos que o contexto fala de um momento em que a comunidade se reúne na igreja para
cultuar: "recomendo que se façam". O apóstolo orienta, então, que a igreja pratique toda
espécie de oração. A oração deve ter prioridade máxima, mas quando Paulo declara: "Isto é
bom e agradável perante Deus", ele está se referindo a fazer orações de todos os tipos e por
todos os homens (grupos e classes de pessoas).
b) "Orações"— o sentido aqui para o termo oração é amplo, fala de pedidos gerais por
necessidades tanto espirituais como temporais ou necessidade de mais sabedoria, consagração e
progresso na vida espiritual. Mas o termo oração também implica em falar com Deus e o ouvir
d'Ele. Em Lucas 11.1 os discípulos de Jesus almejam aprender este tipo de oração. É com esta
prática que entramos em intimidade com Deus.
c) "Intercessões"— é uma súplica em prol do outro; é rogar a Deus em favor do próximo, para
que Ele supra suas necessidades. O intercessor leva as pessoas e suas necessidades diante do
trono de Deus. Por quem você já intercedeu hoje?
Portanto, estas quatro invocações têm um propósito: para que todos tenham vida calma e
serena, isenta de inquietações externas, expressando piedade e dignidade — liberdade religiosa
e humana, livre de perturbações íntimas (v. 2).
"É dever do estado manter a paz, proteger seus cidadãos de todo tipo de distúrbio, preservar a
lei e a ordem (usando esses termos sem a conotação opositiva que muitas vezes eles tem hoje,
com atos arbitrários sobre os dissidentes) e punir o mal e promover o bem (tal como Paulo
ensina em Romanos 13.4), de forma que, numa sociedade assim estável, a igreja tenha plena
liberdade para cultuar a Deus, obedecer às suas leis e divulgar o evangelho. Por outro lado, é
dever da igreja orar pelo estado, para que seus dirigentes administrem a justiça e busquem a
paz, acrescentando em sua intercessão ações de graças, especialmente pelas bênçãos de um
bom governo como dádiva da graça de Deus para todos. Desse modo, a igreja e o estado tem
deveres um para com o outro; a igreja deve orar pelo estado (e ser, ainda, a sua consciência), e
o estado deve proteger a igreja (de modo que esta tenha toda a liberdade para cumprir com suas
responsabilidades). Cada uma dessas partes tem que reconhecer que a outra também tem uma
origem e um propósito Segunda: "Levantando mãos". As orações podem ser acompanhadas de
gestos, não como uma regra. A Bíblia registra gente orando em pé, gente com as mãos erguidas
para o céu, enquanto outros estão com a cabeça inclinada e outros ainda oram com o rosto em
terra... posições é o que não faltam. Todas são apropriadas, pois o que importa de fato é a
prática do princípio. "Mãos", aqui podem representar o corpo inteiro, o estilo de vida da pessoa.
Levantar as mãos ou os da parte de Des. Cada uma deve ajudar a outra a cumprir o papel que
Deus lhe deu".
A igreja precisa desse relacionamento adequado; por isso o povo de Deus tem que interceder
pelos dirigentes da nação. Mas isto não implica numa vida fácil, isenta de problemas e aflições.
A instrução quanto à "vida tranquila" é a mesma referida em 1 Tessalonicenses 4.11-12.
"Embora Paulo use esse conjunto de quatro palavras, todas elas enfocam m único ponto, ou
seja, elas devem ser feitas em favor de todos os homens (v. 1). Isso, de imediato, reprova a
estreita visão paroquial de muitas igrejas, voltadas para si mesmas em suas orações".
Além disto, a prática das orações pela comunidade ressalta um aspecto que é uma postura cristã
oposta à alienação e ao individualismo: intercessão pelas autoridades, aqueles que estão em
posição de autoridade. Essa intercessão visa, fundamentalmente, que essas autoridades
seculares tenham um compromisso público com o bem estar da sociedade, governando com
justiça, se arrependendo de suas arbitrariedades e sejam salvos pelo conhecimento da verdade,
pois a salvação é oferecida a todos os homens, sem distinção de raça, posição social ou grupo.
Deus se agrada desta prática. Portanto, esta exortação deve ser obedecida por todos os filhos de
Deus em todos os tempos.
Na Bíblia, as posturas físicas são relativas, não há um padrão, o que importa é a atitude interior
da alma. Qual a relação entre a oração e a santidade pessoal na vida do homem de Deus?
Preparação adequada, disposição no coração. Portanto, a expressão "em todo lugar" se refere
aos lugares de cultos, ou igrejas-lares da época. Aqueles que deveriam dirigir o povo de Deus
em oração precisavam demonstrar na vida pessoal:
Depois de Paulo afirmar que devemos nos aproximar em oração do Deus único e Verdadeiro e
afirmar que Jesus é o Único Mediador entre Deus e os homens, feito conquistado pela cruz, ele
chega ao versículo 8, indica não onde e como se deve orar.
Primeira: "Orem em todo lugar". Paulo explica que a prática da oração não depende de lugar,
pode ser feita em todas as partes por onde os cristãos estavam espalhados, como povo de Deus.
Eles se reuniam nas igrejas-lares em Éfeso e ao seu redor.
Segunda: "Levantando mãos". As orações podem ser acompanhadas de gestos, não como uma
regra. A Bíblia registra gente orando em pé, gente com as mãos erguidas para o céu, enquanto
outros estão com a cabeça inclinada e outros ainda oram com o rosto em terra... Posições é o
que não faltam. Todas são apropriadas, pois o que importa de fato é a prática do princípio.
"Mãos", aqui podem representar o corpo inteiro, o estilo de vida da pessoa. Levantar as mãos
ou os braços era um gesto comum tanto entre os judeus quanto entre os gentios, pois comunica
a ideia de petição ou súplica.
Quarta: "Sem ira e sem discussão". Finalmente, a oração não pode ser feita com um espírito
"armado". Não se pode cultivar um espírito rancoroso, amargurado, implacável e vingativo,
pois um coração assim não tem chance de entrar em sintonia com Deus. A sintonização com a
vontade de Deus passa pela oração. Se o coração do discípulo está cheio de ira ou planeja mal
contra seu próximo, como sua oração pode ser agradável a Deus?
Como estão suas atividades no campo da liderança? Elas incluem a oração? Na sua agenda
diária, aparece o tema oração? A disciplina da oração é uma prática cristã que educa o líder
demonstra confiar sempre no controle de Deu sobre todas as coisas. Esta convicção não deve
nos levar a uma sujeição servil, mas a uma vida de dignidade. Quando assim fazemos, Deus se
agrada! (v. 3).
Perseverar em oração faz parte de uma base sólida para perseverar em outras coisas. Na
verdade a oração faz parte de um tripé básico: oração, palavra e comunhão — com Deus e com
os irmãos (Atos 2.42).
CAPÍTULO 4 CONSTRUINDO UMA LIDERANÇA EXCELENTE
1. INTRODUÇÃO: Assim como os homens deviam mostrar atitudes corretas ("mãos santas"),
as mulheres também deveriam mostrar comportamento santo com modéstia, decência e
discrição, para não servir de "estorvo" na adoração pública, atraindo a atenção para si mesma,
pela forma como se vestiam, com suas "tranças", "pérolas" e "roupas caras".
A Bíblia afirma que o caráter interior é mais importante do que a aparência exterior. Paulo
aconselha àquelas mulheres para que (exterior comunicasse a realidade interior (“boas obras”),
contrapondo as ostentações e exibições).
Neste texto vemos duas ênfases: as mulheres e seus adornos (vv. 9-10) e as mulheres e suas
funções (vv. 11-15). Como vimos no tópico anterior, o propósito do apóstolo é fornecer
diretrizes quanto ao culto bíblico, em contraposição a atmosfera religiosa reinante em Éfeso,
com seus cultos pagãos intensos e suas práticas diversas de ocultismo.
• Vestes e comportamento, adornos. Isto não quer dizer que as mulheres de Éfeso não deveriam
desejar ficar bonitas. A questão era evitar extravagância ou excessos no adorno externo, para
não causar embaraço.
2) O Contexto amplo — O contexto mais amplo diz respeito aos ensinamento sobre o papel e
o lugar das mulheres na igreja em outras passagens, onde fala da igualdade entre homens e
mulheres dada por Cristo Jesus (Gaiatas 3.26-28; Atos 2.17-18). Mas as instruções de 1
Timóteo 2.9-15, foram dirigidas exclusivamente para a igreja em Éfeso.
Outro ponto que merece destaque no contexto de Éfeso, é que ali havia o culto à deusa Artemis,
também chamada Diana, com predominância de mulheres (Atos 19.28). As mulheres
convertidas ao evangelho de Cristo haviam sido afetadas, pelas suas experiências pessoais,
naquela cultura. Elas estavam lutando, tanto quanto nós hoje, contra o condicionamento
cultural. Elas não deveriam copiar a moda das mulheres não-cristãs.
"A maioria das mulheres no primeiro século não possuía educação formal. Na Grécia,
levavam uma vida relativamente isolada em casa e nem sempre participavam de eventos
públicos. Grande parte do que sabiam com o marido ou com outras mulheres. Isso fazia
com que ficassem suscetíveis ao engano. Não é de admirar, portanto, que Paulo tivesse
recomendado que as mulheres de Éfeso não devessem ensinar. Além de reconhecer a
prioridade de Adão na criação como base para as mulheres não ensinarem aos homens,
Paulo queria também que evitassem o erro e Eva, que ajudou a trazer o pecado para o
mundo por aceitar as mentiras da serpente”
Paulo se propõe orientá-las contra uma luta competitiva pelo poder na congregação em Éfeso,
especialmente no que diz respeito à "direção" da congregação na adoração ou culto público. "O
seu argumento para a "ascendência" masculina baseia-se nos acontecimentos da criação e da
queda. Por ter sido criado em primeiro lugar, isso deu ascendência a adão (v. 13), como vimos,
ao passo que a insensatez de Eva ao desafiar isso a levou a uma calamidade (v. 14).". O que
está em questão aqui, portanto, é que, no contexto de falsos mestres em Éfeso, as mulheres não
deveriam se colocar em posição de linha de frente para orar ou ensinar, até serem fortalecidas
na sã doutrina.
"A proibição de Paulo não era contra as mulheres em geral. Em outras passagens, ele
escreveu sobre as mulheres que eram colaboradoras nas igrejas, ajudando-o (Romanos
16.1-3) e lutando ao lado dele pela fé (Filipenses 4.2-3). O apóstolo dizia que as mulheres
eram co-herdeiras da imagem de Deus em Cristo, que elas eram membros plenos do
corpo e Cristo, e que compartilham plenamente as responsabilidades e os dons de servir".
Desta forma, o versículo 11 tem que ser interpretado associado ao versículo 12, que coloca o
"silêncio" e a "sujeição" no contexto da liderança da igreja, e não na filiação participativa.
Portanto, o assunto em foco é o ensino com autoridade apostólica que a igreja deve ter.
• "em silêncio" (gr. hesuchia) significa sossegada, calma, voluntariamente controlada. Isto faz
sentido diante da tensão existente ali.
• "autoridade" (gr. authentein) significa ter o direito. Ou seja, a mulher não deve exercer
autoridade sobre o homem.
• "a mulher será salva dando à luz filhos", não se trata da redenção da alma, mas se refere à
salvação (preservação) sua posição na igreja.
"Do que Paulo disse neste capítulo pode surgir na mente de alguns a impressão de que a
mulher não tem lugar nas propostas e nos conselhos de Deus, que ela é reduzida a nada;
mas Paulo contesta esta afirmativa. Embora seja verdade que nenhum ministério público
é designado á mulher, ela tem um importante ministério. Deus decretou que o lugar da
mulher é em casa, e mais especificamente no ministério de criar filhos para honra e glória
do Senhor Jesus Cristo. Pense nas mães dos atuais líderes das igrejas. Elas nunca subiram
ao púlpito para pregar o evangelho, mas criaram seus filhos para Deus. Elas são
verdadeiramente salvas no que se refere á produção de frutos para Deus".
“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre
função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao
vinho, nem violento, mas sim amável, pacifico e não apegado ao dinheiro. Ele deve
governar bem a sua própria casa, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda dignidade. Pois,
se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?
Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma
condenação em que caiu o diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora,
para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo." (1 Tm 3.1-7)
Estas orientações são para toda igreja (especialmente para os servidores da igreja). Pois, por um
lado, havia certo menosprezo para a posição de liderança: "Se alguém deseja ser bispo, deseja
uma nobre função" (v.1). Por outro lado, os falsos mestres usurpavam posições de liderança
sem estarem
"Paulo não está referindo-se a uma ambição pessoal de prestigio e poder que possa vir
junto com m ministério ordenado. Ele está, porém, reconhecendo que o pastorado é uma
função nobre, porque envolve cuidar do povo de Deus, dando condições para o seu
desenvolvimento, e que é louvável desejar ter esse privilégio. Mas tornar-se pastor não é
uma questão muito mais de chamado divino do que de aspiração humana? Sim. Em outra
ocasião, Paulo afirma com clareza que há o chamado e a escolha de Des. Assim, o que
designamos como "seleção" de candidatos para o pastorado implica, de acordo com
Paulo, três pontos principais: o chamado de Deus, a aspiração e a convicção no coração
da pessoa e passar pelo exame criterioso da igreja quanto a se o candidato atende aos
requisitos que o apóstolo agora passa apresentar".
Nota: BISPO (gr. episkopos) significa aquele que supervisiona uma congregação.
O "bispo" aqui é um cristão maduro, com experiência e conhecimento e que atua no piedoso
exercício de cuidar da vida espiritual da igreja... Hoje, "bispos" significa oficial da igreja com
autoridade sobre muitas congregações locais, um supervisor, guardião ou líder. No Novo
Testamento, invariavelmente, vários bispos que exerciam suas funções em uma única igreja
(Atos 14.23; 20.17; Filipenses 1.1; Tiago 5.14).
O candidato à liderança espiritual precisa ser digno da vocação; viver à altura de sua
designação, sem aspirações egoístas, mas motivado pelo verdadeiro amor pelo bem-estar da
obra e Deus. Qual é o padrão de caráter e conduta desse líder, cuja falta de algumas das
qualidades o desqualifica? Observe que nesta lista estão estabelecidos às qualificações, e não os
deveres dos líderes. A maioria dos itens reflete o comportamento exterior, observável no campo
da moral. Note que o primeiro grupo de sete características é positivo (exceto o próprio
cabeçalho: sem — ou acima de — censura ou inatacável). O segundo grupo é, em sua maioria,
negativo. Há cinco vezes a palavra "não". A primeira e a últimas qualidades positivas,
esclarecem a relação da pessoa com sua família.
Toda a lista de qualidades aponta para o versículo 7, onde conclui. Por quê? Por que os falsos
mestres escandalizavam o Evangelho com seu comportamento. A ênfase da lista das qualidades
da liderança espiritual recai sobre virtudes, que abrangem as seguintes áreas: confiabilidade,
dignidade, sobriedade, disposição de ajudar, relações adequadas com a família e experiência
cristã.
Qual era a situação geral do cristianismo, especialmente a equipe base de Paulo? Paulo já
contava com seus 63 anos e seus dias estavam contados: prestes a ser enforcado em Roma,
onde se encontrava preso. Portanto, Timóteo deveria assumir a responsabilidade apostólica; e
não seria nada mal começar assumindo a titularidade da comunidade local de Éfeso, que era
uma das igrejas mais fortes da época. Timóteo estava saindo do ninho, mostrando a cara.
Por outro lado, já haviam se passado aproximadamente uns quinze anos que Timóteo vinha
sendo mentoreado pelo grande apóstolo Paulo. Mas também ele já havia demonstrado o seu
valor por muitas vezes, em pequenas incumbências, cuidando, temporariamente de pequenos
grupos de crentes, como em Tessalônica, Corinto, Filipos.
Agora Paulo descreve para ele qualificações e as implicações para os candidatos que aspiram
exercer o sagrado ofício de liderança na igreja. Merecem elogios àqueles que desejam a nobre
função de servir na obra de Deus, visto que é uma posição de sacrifício e renúncia. O apóstolo
utiliza o termo "bispo" (supervisor), o qual pode ser substituído, hoje, por qualquer cargo de
liderança ou direção no contexto da igreja local.
Frequentemente, vejo pessoas citando este versículo como justificativa para a pretensão de ser
pastor. Mas nos tempos bíblicos, pouca gente se animava por esse cargo, devido às altas
exigências nele contidas. Ser "bispo" no primeiro século não era sinal de poder e projeção
como hoje, mas um compromisso que envolvia totalmente a pessoa. Lamentavelmente, hoje, o
conceito que se tem do termo "bispo" está relacionado ao poder, comando, domínio.
Observe que Paulo se concentra na pessoa e não no cargo, mostrando que o importante não é se
você se candidata a algum cargo, mas se você reúne os distintivos que o qualificam. Os líderes
da igreja tem que ser (não é opcional) pessoas modelos, irrepreensíveis, que se apresentassem
como referenciais através de procedimentos. Portanto, o processo de seleção deles não deve ser
por eleição, mas num estilo de vida verdadeiramente exemplar, marcadas por qualidades de
caráter e dons. Eles devem saber trabalhar em equipe (Atos 20.28). De fato, todos os candidatos
à liderança em nossas igrejas deveriam passar pelo crivo da maturidade, da vida reta e do
altruísmo.
Por que Paulo não orientou a Timóteo que selecionasse líderes segundo o dom espiritual de
liderança? Ou de governo? Ou de evangelista? Ou de mestre? Ou até mesmo de pastor? Porque
ele sabia que no Reino de Deus o essencial é o caráter cristão — a liderança que vem de dentro.
Nós também deveríamos absorver o seguinte princípio: um estilo de vida exemplar é muito
mais importante do que as habilidades e talentos naturais e até mesmo do que os dons
espirituais.
Paulo estabeleceu um padrão para selecionar os líderes pastorais. Ele diz que Timóteo deveria
procurar homens que se enquadrassem no padrão das qualidades de caráter. O candidato
deveria ser, antes de tudo, saudável em todos os aspectos da vida: pessoal, familiar,
comunitário e social. Pessoas exemplos de juízo, equilíbrio, educação e competência, que
tenham uma conduta observável irrepreensível.
3. O RETRATO DO VERDADEIRO LÍDER: Observe que o padrão que Deus coloca diante
dos líderes é de ordem espiritual e moral. Os líderes deveriam ter uma boa reputação nas
seguintes áreas:
Esta vida pessoal saudável deve se expressar despojada de vícios ou aspectos negativos. Paulo
estabelece uma lista de cinco aspectos negativos que o líder aprovado por Deus deve estar
isento: "não arrogante" (soberbo), "não irascível" (agressivo, vingativo), "não dado a vinho"
(alcoólatra, dependente de bebida alcoólica ou dependente químico), "nem espancador"
(violento), e "nem cobiçoso de torpe ganância" (explorador do rebanho, que visa lucro
indevido). Algumas pessoas em nossas igrejas estão em posição de liderança, mas suas vidas
não estão em ordem, tem uma má reputação — as quais tem o caráter reprovado. O caráter,
portanto, está acima das habilidades!
Quanto a ser "apto para ensinar" (gr. didaktikos), John Stott afirma que o fato de que os que
supervisionam a igreja têm que ter um dom de ensino demonstra que a igreja não tem a
liberdade de ordenar quem quer que seja que Deus tenha chamado e a quem Deus não tenha
dado os dons necessários.
"Casa" (gr. oikós) significa sua casa ou família. O chamado do líder implica exercer liderança
em duas famílias: a sua família e a família de Deus — a igreja. Na primeira é onde o líder é
treinado para ter credibilidade para atuar na segunda. O termo "governar" significa "líder" e
comunica os conceitos de "dirigir" e "cuidar". Além disto, A Bíblia diz que o líder tem que ser
"marido de uma só mulher". Ou seja: ser um homem de uma só mulher; ter sido fiel à seu
cônjuge — monogamia, e não poligamia. O princípio aqui é a pureza moral. Mas isto não é
tudo! É necessário que o líder demonstre também capacidade para criar os filhos de forma
digna e ordeira (v. 4), visto que o mau comportamento deles mancha tanto a sua vida pessoal
como o ministério. Os filhos devem refletir "fielmente" o comportamento exemplar dos pais. Se
não temos um comportamento exemplar no seio da nossa própria família, não podemos exercer
nenhuma posição de liderança na igreja de Deus.
Para alcançar essa maturidade, ele tem que ser ensinável — disposto a aprender. A maturidade
espiritual capacita o líder a discernir prioridades — deixar outras coisas para se dedicar ao
Reino de Deus; ser persistente — capacidade de permanecer, força para perseverar diante das
adversidades.
3.4. BOM TESTEMUNHO DOS DE FORA (v. 7): O bom testemunho do líder evita o "laço
do diabo". Isto significa que todo líder precisa ser coerente e íntegro, tanto na igreja como para
com os de fora; ele não pode ser briguento e apegado ao dinheiro, mas pacífico (v. 3). Às vezes
o testemunho positivo dos de fora sobre o caráter do líder cristão, é mais relevante do que o
testemunho dos irmãos da igreja. Portanto, ser irrepreensível, na avaliação dos de fora, é a mais
fascinante e poderosa ferramenta para convencer até mesmo aqueles que se opõem à Palavra de
Deus. Se você não tem um bom conceito dos de fora, já caiu em descrédito.
A tarefa de um líder vai além da reprodução do que ele ouve, é necessário argumentar e refutar
aos que se opõem à verdade, na esperança de convencê-los pela Verdade. Em síntese, estas
qualidades determinam um elevado padrão de conduta, que deve caracterizar qualquer filho de
Deus. Não são regras especiais postuladas apenas para um grupo especial de ministros, mas
para todos crentes que aspiram ao serviço no Reino de Deus.
AUTOAVALIAÇÃO
1. À luz do último mês, dê uma nota de 0 a 10, a si mesmo, em cada um dos seguintes itens.
Zero sendo insatisfatório e dez sendo ótimo.
A. Você tem uma boa reputação? Como você avalia sua reputação de cristão? ( )
B. Você tem uma sexualidade saudável? Como você enfrenta sua sexualidade e as tentações?
( )
C. Como está o relacionamento com seu cônjuge? Se você é casado, como avalia seu
relacionamento global com seu cônjuge? ( )
D. Você tem a sua casa em ordem? Isto é, sua esposa e filhos o amam, o respeitam e aceitam
o seu Deus e Salvador como Senhor de suas vidas? ( )
F. Você é obstinado? Isto é, sempre quer fazer a sua própria vontade? Tem tendência de
dominar grupos e reuniões? Como é esta área de sua vida? ( )
G. Você perde o controle com facilidade? É o tipo de pessoa briguenta — que agride os
outros fisicamente ou moralmente por causa de sentimentos de ira, ou você controla este setor
de sua vida? ( )
H. Você tem alguma coisa na sua vida que o domina? Sabe como dizer "não" quando é
preciso? Como está essa área em sua vida? ( )
I. Você está livre do amor ao dinheiro? Isto é, você busca primeiro o reino de Deus e a Sua
justiça? ( )
J. Você é hospitaleiro? Você usa seu lar para servir os outros membros do corpo de Cristo e
também os que não são cristãos? ( )
L. Você é amigo do bem, fazendo boas obras? Você ajuda aos necessitados de forma
financeira e compartilha seus bens? ( )
M. Você é justo? Isto é, você é capaz de tomar decisões objetivas e ser honesto em seu
relacionamento com outras pessoas? Você se associa com a verdade, com a honra e com a
integridade? ( )
N. Você é piedoso? Isto é, você está se tornando cada vez mais semelhante a Cristo? Você tem
um Espírito de aprendiz? ( )
O. Você é apegado à Palavra? Como é seu tempo devocional — leitura individual da palavra
e oração? ( )
2. À luz dos resultados acima, você sente que está à altura da posição de liderança na igreja de
Deus?
3. Agora, passe um tempo em oração, ouvindo de Deus, a respeito de qual dos itens acima você
necessita crescer. (Depois os relacione abaixo).
Toda a vida e obra de Jesus Cristo se apresentam como um ato de serviço aos homens. Ele
colocou o valor primordial do serviço aos outros acima dos seus interesses pessoais.
Portanto, os principais objetivos do serviço cristão são: a) adorar a Deus; b) proclamar as Boas
Novas do Evangelho; c) instruir o povo de Deus na Palavra; d) dedicar-se ao cuidado dos
santos em suas necessidades.
Essa diaconia cristã não pode ser realizada sem a negação da própria pessoa e da própria vida.
É por isto que, na vida de Jesus, a cruz é o cerne do serviço. Ou seja: o serviço implica sempre
em morrer para nós mesmos a fim de que outros vivam e renasçam (João 12.23-36).
2. O PERFIL DOS LÍDERES AUXILIARES: "Os diáconos igualmente devem ser dignos,
homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos. Devem apegar-
se ao mistério da fé com a consciência limpa.” Devem ser primeiramente experimentados;
depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos." As mulheres
igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo.” O diácono
deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa. “Os que
servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo
Jesus”. (1 Tm 3.8-13)
Nenhuma igreja é mais forte do que seus líderes. "Aqueles que aspiram um cargo na igreja
devem perceber que viver uma vida pura e irrepreensível exige esforço e autodisciplina".1 "De
vários modos, a saúde e a reputação da igreja dependem amplamente da qualidade, da
fidelidade e do ensino dos seus ministros. Por isto... Paulo aborda a supervisão pastoral da
igreja e as qualificações exigidas de pastores e diáconos"2.
Os versículos 8 a 13 tratam dos líderes que auxiliam os bispos, pois são citados associados a
esses líderes maiores; até a lista de qualificações são semelhantes! Já os versículos 14 a 16 (que
serão estudos no próximo tópico), falam da natureza da igreja onde esses líderes serviam.
Nota: DIÁCONO significa aquele que serve. Aparece cerca de 30 vezes no Novo Testamento,
quase sempre traduzida por servo ou ministro. À luz de Atos 6.1-6, os diáconos foram
nomeados na igreja primitiva com a finalidade de cuidarem das demandas materiais da
congregação.
Esses líderes auxiliares ocupavam o segundo escalão na liderança da igreja no primeiro século.
Eles deviam ser pessoas honestas, evitar fofocas e, assim como os bispos, não serem dados a
muito vinho. Hoje, em muitas igrejas, a função de diácono perdeu sua importância, se restringe
a recolher ofertas no culto, ser porteiros ou cuidar do estacionamento da igreja. Não há mais
"teste" para nomear diáconos, como prescreve o versículo 10: "Devem ser primeiramente
experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos".
As qualidades necessárias para esta função deveriam estar evidentes! O versículo 10 aponta
para o fato de que os diáconos seriam avaliados. Hoje também é necessário se fazer uma
observação criteriosa por um período de tempo para depois aprová-lo ou não no tocante a boa
posição em que servem na congregação. Eles devem ser avaliados acerca do comportamento
em relação à sã doutrina e à sua vida pessoal.
Observe que nos versículos 12 e 13, os diáconos em Éfeso deveriam ter os mesmos padrões de
comportamento que os bispos. Deveriam ser tão experimentados ria fé tanto quanto estes.
Em nossos dias tem se deixado transparecer, na nomeação desses oficiais da igreja, que não
importa se são pessoas de profundidade espiritual o não. Parece até que não se procura mais
aquelas pessoas respeitáveis, de uma só palavra, de boa reputação, cheios do Espírito Santo e
de sabedoria (Atos 6.3).
A ênfase tanto em relação aos bispos quanto em relação aos diáconos não é ao cargo, mas ao
serviço ao Senhor. "Nesse ponto, é bom citar alguns homens que podem ser considerados
diáconos na igreja local. O tesoureiro certamente seria um, assim como o responsável pela
correspondência ou o secretário, o superintendente da Escola Bíblica Dominical e os
encarregados da recepção".4
• "mistério da fé". Fala da doutrina explicada no versículo 16, onde Jesus, pela encarnação,
tornou-se a personificação do serviço. Então, o diácono devia ser são na doutrina.
• "consciência limpa". O diácono devia ser são na vida pessoal, firmados numa fé sólida.
Ou seja, o diácono bíblico deve ser alguém "capaz de falar com ousadia sobre a fé e servir com
confiança, certo de que é apreciado e valorizado pelo Senhor Jesus Cristo. O serviço humilde
pode não proporcionar recompensas, mas as recompensas celestiais estão prometidas"?
O versículo 11 parece tratar sobre mulheres na liderança da igreja. Essas mulheres seriam
diaconisas? A expressão "as mulheres igualmente", corresponde ao versículo 8, comunicando a
ideia de que essas mulheres (diaconisas ou esposas dos diáconos) também deveriam viver de
acordo com alguns padrões: respeitáveis, não-maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
Ou seja, seu comportamento teria que ser proeminente na igreja, tal qual o comportamento
responsável e irrepreensível dos bispos e diáconos.
a) EK — uma preposição que significa: arrancados, extraídos, tirados para fora de... (o
mundo). Traz a ideia de: tirados à força, separados, santificados!
b) KALEO — um verbo com o significado de: chamados, escolhidos, congregados... (ao corpo
de Cristo). Dá uma ideia de agrupados em um corpo, de comunhão, de vida nova...
O termo ekklesia não era uma ideia nova no período do Novo Testamento. Foi um conceito
estabelecido no mundo grego bem antes de Cristo. Era um termo genérico, usado para designar
qualquer assembleia (ou reunião). Porém, Jesus e os escritores bíblicos tomaram esse conceito
e o aplicaram em um contexto espiritual, para que pudéssemos entender melhor a realidade
espiritual da Igreja.
" Escrevo-lhe estas coisas, embora espere ir vê-lo em breve; mas, se eu demorar, saiba
como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna
e fundamento da verdade. Não há dúvida de que é grande o mistério da piedade: Deus foi
manifestado em corpo, justificado no Espirito, visto pelos anjos, pregado entre as nações,
crido no mundo, recebido na glória." (1 Tm 3.14-16)
1) A casa de Deus;
Parece que o propósito de Paulo ao escrever a primeira carta a Timóteo, está explicado nestes
versículos, cujo foco é instruir Timóteo sobre como uma congregação local deve funcionar. Ou
seja:
• A igreja como uma realidade espiritual: "a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da
verdade".
No Antigo Testamento Deus habitou no tabernáculo, enquanto que no Novo Testamento Deus
habita na igreja, que somos nós. Observe que o apóstolo Paulo identifica a igreja utilizando a
metáfora "casa" (gr. oikós). Os membros da igreja são como membro de uma família espiritual.
Depois o apóstolo amplia o tema com outras duas metáforas: "coluna" e "fundamento".
• A palavra "coluna" não se refere a nenhum edifício físico, mas uma unidade espiritual,
guardiã e testemunha viva da verdade.
"Sendo assim, a igreja é responsável por manter firme a verdade, contra todas as tempestades
de heresia e incredu-lidade... a função da igreja não é promover a si mesma, mas promover e
expor a verdade."'
Igreja do Deus vivo não é sinônimo de templo, casa física, local de adoração. Quando se fala de
templo, fala-se de templo espiritual construído de pedras vivas. Igreja não é sinônimo de
religião, facção, ou denominação religiosa. Pois o Corpo de Cristo não está dividido. Só existe
uma Igreja, composta de todas as igrejas locais.
"O mistério da piedade" fala da Pessoa de Jesus Cristo, abrangendo desde Belém até o alto da
majestade celestial:
1. INTRODUÇÃO: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a
fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. 2 Tais ensinamentos vêm de
homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada 3 e proíbem o casamento e
o consumo de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ação de graças pelos que
creem e conhecem a verdade. Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se
for recebido com ação de graças,' pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração. 6 Se
você transmitir essas instruções aos irmãos, será um bom ministro de Cristo Jesus, nutrido com
as verdades da fé e da boa doutrina que tem seguido. ' Rejeite, porém, as fábulas profanas e
tolas, e exercite-se na piedade." (1 Tm 4.1-7)
Timóteo pastoreava uma igreja que tinha que ser "guardiã da verdade". Mas ele precisava saber
que "os últimos tempos" já haviam chegado. É por isto que a expressão "claramente" ou
"expressamente" (RA, ARC) indica "especificamente".
A partir do capítulo 4, o apóstolo passa a dar uma série de instruções especiais para o jovem
líder Timóteo, com perspectiva a sua vida espiritual, a piedade. Veja um resumo:
• As causas do erro; como surgem e se espalha pela igreja o erro (vv. 1-2);
• Critérios pelos quais o erro pode ser detectado e identificado (vv. 3-10)
Paulo trata deste tema em contraposição a apostasia. Assim, como nos dias de Timóteo, hoje
também a apostasia estar bem próxima de nós. Alguém afirmou que estamos sempre a uma
geração da apostasia.
"Paulo alerta Timóteo para o farto de os falsos mestres estarem negando o que a igreja
confessa. Sua preocupação em todo esse capítulo é com os dois grupos de mestres, que se
acham em oposição entre si. De m lado, á pessoas abandonando a fé e abraçando a
falsidade; de outro, há os que estão duvidando da verdade que Timóteo está pregando,
tendo em vista a sua relativa juventude... o líderes locais necessitam de um apoio tanto
para a detecção do erro comó para a aprovação do que é verdadeiro".
• Espíritos sedutores que invadem o coração de homens corrompidos (demônios), com práticas
ocultas. A causa do erro é diabólica, mas também humana!
"Três coisas são ditas aqui sobre o falso ensino (vv. 2,3). Em primeiro lugar, ele vem por meio
de agentes hipócritas. Eles estão propagando a falsidade em vez da verdade, embora a sugestão
seja que eles pensam que estão promovendo a verdade. A consciência deles está tão calejada
que eles pararam de ser capazes de distinguir entre as duas. A segunda característica é a
proibição do casamento, e a terceira é a insistência em certas restrições alimentares. Estas
características eram comuns entre grupos que ressaltavam o valor das abstinências como meio e
salvação".
Depois de ter colocado diante de Timóteo os desafios dos últimos dias, Paulo, do versículo 6 ao
16, fala do papel dele como líder da congregação de Éfeso e como ele deveria lidar com as
ameaças iminentes. Portanto, a tarefa do jovem líder Timóteo era árdua. Para ele combater os
erros que se proliferavam viçosamente na igreja, era necessário se utilizar de armas positivas.
Timóteo não poderia concentrar sua atenção e energia nas "fábulas profanas e tolas" (v. 7),
desperdiçando seu tempo com coisas vãs, mas fortalecer a si mesmo, bem como as pessoas sob
seus cuidados: "Trabalhamos e lutamos" (v. 10). Isto fala de perseverança e maiores esforços
empreendidos.
"Dificilmente alguém pode ler isso sem pensar nos cultos que surgem nos dias atuais. A forma
pela qual esses falsos sistemas se difundiram é descrita aqui de forma precisa. A maioria é
constituída de pessoas que antes faziam parte de supostas igrejas cristãs. Talvez um dia essas
igrejas tivessem sido sãs na fé, mas desgarraram-se e caíram no evangelho social. Os mestres
dos cultos chegaram oferecendo uma mensagem mais positiva, e esses cristãos professos
deixaram-se seduzir".3
Assim como Paulo, nós não podemos fazer concessões em relação aos falsos ensinadores, nem
usar de meias-palavras ao confrontá-los, pois eles desvirtuam a sã doutrina e fazem desviar os
cristãos da verdade. Pois como escreve John Stott, a desagradável sequência de acontecimentos
na carreira dos falsos mestres agora é revelada. Primeiro, eles se recusaram a dar ouvidos à voz
da consciência até ficar ela cauterizar. Em seguida, não tiveram escrúpulos em tornarem-se
mentirosos hipócritas. Em terceiro lugar, expuseram-se, assim, à influencia de espíritos
enganadores. Finalmente, fizeram com que os que lhes deram atenção abandonaram a fé.
A grande questão, agora, é saber como o falso ensino pode ser detectado. A Bíblia estabelece
dois testes básicos:
a) O teste teológico: a doutrina da criação (vv. 3-5). Deste modo, "a santificação completa-se
de dois modos — objetivamente, pela palavra d Deus, e subjetivamente, pela oração" (Patrick
Fairbain, PR 176-177).
b) O teste ético: a prioridade da piedade (vv. 6-10). Dedicação à prática das disciplinas
espirituais; o treinamento que produz vida.
Tudo indica que Timóteo estava propenso a negligenciar o treinamento na piedade. Isto
significa que ele corria sérios riscos. Além disto, "Timóteo precisa entender os falsos ensinos
para poder combatê-lo eficazmente com a verdade, mas também não deveria perder tempo com
isto".
Então, para Timóteo ser um "bom ministro" era indispensável exercitar-se na PIEDADE (vv. 7-
8), que consiste em:
A palavra grega para piedade é "eusebia" que, em síntese, implica na "religião colocada em
prática". Portanto, não há maior elogio a um filho de Deus do que chamá-lo de cristão piedoso.
A piedade abrange a totalidade da vida cristã; ela é a devoção em ação. Neste sentido, uma
pessoa piedosa é reverente e temente a Deus; é alguém que adora corretamente ao Senhor e O
serve de todo coração. Mas, também, serve corretamente ao próximo. Aliás, nenhuma pessoa é
genuinamente boa se não estiver expressando o amor de Deus aos outros, através de ações de
generosidade.
A marca fundamental de uma pessoa piedosa é que a sua vida está centralizada em Deus. Como
a piedade consiste numa realidade interior, ela não está apoiada em símbolos, códigos e
aparatos da religião, mas só em Deus. Quando a Bíblia fala de piedade, a sua ênfase recai na
devoção a Deus, que resulta numa vida agradável a Ele. "A verdadeira espiritualidade exige que
a pessoa se exercite na piedade em sua caminhada com o Senhor".
O exercício na piedade é sinônimo de severidade, o que confronta nossa inclinação natural. Ela
nos ajuda a desistir definitivamente de nossa tendência de auto justificação. Mas, em si, a
disciplina da piedade não gera vida, apenas "tem a promessa da vida presente e da futura". Pois
a fonte da vida é só Deus. Somente através da vida proveniente de Deus, podemos expressar
um estilo de vida terno para com o próximo. A seriedade do assunto, não deve nos levar a
pensar que vida piedosa só se aplica apenas aos santos do passado e a poucos grandes líderes
do presente. Ela é um privilégio para todos os cristãos. Cabe aqui o exemplo prático de Enoque
que: "andou com Deus" (Gênesis 5.21-24) e "agradou a Deus" (Hebreus 11.5). Isto é vida
piedosa!
A admoestação de Paulo tem um destino definido: "você" — Timóteo — o novo líder da igreja
local em Éfeso, filho de Eunice e neto de Lóide. Não tem como ser mais objetivo do que isto.
Você é líder? Então precisa se submeter sempre à admoestação direta e fraterna; precisa estar
aberto ao confronto de seu líder pastoral. Pois, nenhum líder humano é infalível, portanto, todos
são "criticáveis". Todos têm algo no qual precisa melhorar.
Portanto, é de grande valia se ter um mentor, alguém interessado por sua vida e ministério.
Timóteo teve exata pessoa, ele não foi um líder autônomo naquilo que fez, ele se alimentou de
seu pai na fé "com as verdades da fé e da boa doutrina que tem seguido" (v. 6). Você recebe
alimento de quem? Quem você tem seguido? Nenhum líder pode se dar ao luxo de viver num
isolamento solitário sem receber (ser ministrado) de mais ninguém. Cedo ou tarde, pessoas
assim ficam subnutridas e morrem de anemia espiritual. Você pode dizer: bem, eu me alimento
diretamente de Deus! Isto é bonito. Mas este não é o modelo estabelecido por Deus em Sua
igreja. A não ser que você viva em oura realidade, que não seja a igreja de Jesus. Pois na igreja
de Jesus a nutrição espiritual dos discípulos acontece na dimensão da reciprocidade — uns aos
outros.
O desenvolvimento espiritual não acontece por acaso, é necessário exercícios espirituais. Paulo
encoraja Timóteo a se dedicar rigorosamente a piedade (fé cristã autêntica), à semelhança de
um atleta olímpico (v. 7). Observe que ele volta ao tema referido em 1.4, quanto a não
desperdiçar tempo com discussões profanas e tolas, fantasias produzidas por mentes doentias
que profanam a Deus e não edificam ninguém. Timóteo tem que manter o foco, não se desviar
da visão do seu comandante, não mudar suas prioridades.
O destaque do apóstolo quanto ao exercício da piedade é fantástico! Ele exorta Timóteo a
investir em sua vida espiritual, disciplinar-se na verdadeira piedade, pois tem resultado agora e
para o futuro. Todo líder precisa se conscientizar que o relacionamento pessoal com Deus deve
ser uma prioridade em sua vida. Quem pretende ser líder espiritual, tem que passar por
transformação e correção constante, senão sua vida cai no vazio sem que ele perceba.
Quais são as aplicações práticas que podemos fazer quanto à piedade, à luz do texto em foco?
A piedade não é algo que podemos transferir para outros. Você não pode dizer: "fulano, seja
piedoso por mim, pois estou sem tempo ou motivação para desenvolver esta virtude cristã em
minha vida". Isto não é possível, pois a experiência da pessoa é só dela e de mais ninguém.
O treinamento na piedade não é uma tarefa simples, trata-se de uma verdadeira luta, visto ser
uma disciplina espiritual, mas também não é algo complicado, que só alguns alcançam. Você
anseia contemplar a majestade de Deus? Você deseja desenvolver maior intimidade com Ele?
O caminho é o exercício da piedade, não tem atalho!
"Pois o exercício físico é pouco proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa" (v. 8).
Timóteo precisa se enxergar como um atleta da espiritualidade que, se nutre não com mitos e
fantasias, mas com palavras de fé. O atleta do físico se preocupa essencialmente com a
aparência, enquanto que o atleta da piedade valoriza o caráter espiritual, o homem interior e as
disciplinas espirituais. As academias estão lotadas de gente em busca de modelar o corpo e
alcançar beleza física. Mas o valor do exercício físico é restrito e transitório. Se olharmos
cuidadosamente a vida dos heróis da Bíblia percebemos que é incomparavelmente melhor ser
atleta da piedade do que ser atleta apenas do físico.
A alimentação é fundamental para um atleta vencedor, ele precisa de uma rígida disciplina
nesta área. No exercício da piedade não é diferente; o que muda é a natureza do alimento. Qual
é o alimento para crescermos em piedade? A Palavra de Deus, o "genuíno" (puro) leite
espiritual (1 Pedro 2.2; Hebreus 11.14). Mas este "leite" não pode ser falsificado ou adulterado,
pois do contrário não produz vida, mas morte. Nós vamos ver esta perspectiva em algumas
lições deste módulo, onde Paulo combate os falsos mestres, que falsificavam a Palavra. Quando
a Palavra de Deus é ilustrada como "leite", não significa que só os novos na fé é que precisam
se alimentar. Esta é uma necessidade de todos nós, em todo curso de nossa caminhada de fé.
Timóteo tem que se alimentar constantemente. Como ministro, ele não poderia negligenciar a
Palavra como alimento, que é o alimento apropriado para a alma. Todo verdadeiro discípulo
deve desejar ardentemente a Palavra de Deus, se assim não for ele tem um sério problema.
Aqueles que não têm esse desejo se alimentam de refugos, mitos, fantasias, superstições e
crendices.
Todo cristão, que está crescendo em piedade, o seu aqui e agora ("a vida que agora é"), tem a
marca de uma profunda devocionalidade, ele valoriza a oração e a Palavra acima de qualquer
outra coisa, em seu dia a dia. A rigor, nós só praticamos o que valorizamos e só valorizamos o
que praticamos. Para estas pessoas, orar e estudar a Palavra não é uma obrigação, mas prazer;
não é um fardo, mas um desafio, um desafio para seu crescimento espiritual.
O caminho da virtude não admite pausa, quem não progride, retrocede. Perseverar neste
caminho requer muito empenho e energia. Prosseguir para o alvo tem um custo muito caro.
Além disto, todo bom líder tem vários deveres ministeriais, papéis para cumprir: ser pai,
esposo, um estudante da Palavra, uma pessoa de oração, etc. Mas, ele é, primeiramente, (antes
de tudo), um discípulo.
1. “INTRODUÇÃO: “Ordene e ensine estas coisas”. Ninguém o despreze pelo fato de você
ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé
e na pureza.” (1 Tm 4.11-12)
Ninguém pode ser um bom líder, negligenciando os itens do versículo 12. O verdadeiro líder é
aquele que consegue harmonizar saúde ministerial e pessoal. Uma vida cristã saudável é um
poderoso ingrediente para salvar a nós mesmos e servir de padrão para os outros. Sempre digo:
"ser exemplo para qualquer pessoa não é tarefa fácil, quanto mais ser exemplo para os fiéis".
• "Ordene": tom de autoridade, não se intimidar. Concordo com o autor C. K. Barrett, quando
afirma que "um ministro garante o respeito não pelo uso arbitrário da autoridade, mas ao se
tornar exemplo".
John Stott elencou seis modos como Timóteo deveria ser um bom ministro e ganhar aceitação
(4.12 a 5.2):
Alguns estudiosos acreditam que a razão que levou Paulo a escrever 1 Timóteo foi a condição
jovem de Timóteo. Na verdade, ele era muito moço para uma cultura que valorizava os anciãos,
e os líderes locais da igreja eram muito mais velhos do que ele. Timóteo precisava entender que
não era pela idade que conquistaria o respeito e consideração da igreja; e que o fato dele ter
pouca idade não seria um argumento convincente para não o imitarem. Eles iriam lhe conferir
honra pelo seu ofício. Sua parte seria portar-se como homem consagrado, tendo a vida e
ministério como modelo para a comunidade, sendo exemplo para todos em tudo; sendo um
referencial para assim adquirir autoridade de vida digna de ser imitado.
O conceito aprendido aqui é que o líder lidera primeiramente por meio do exemplo. Portanto,
para que Timóteo fosse bem-sucedido "como exemplo para os fiéis", deveria seguir as
seguintes instruções quanto ao exercício prático da espiritualidade (vv. 12-16):
• Ser reconhecido pela sua liderança espiritual (santidade pessoal e prática), demonstrando
progresso espiritual.
O resultado final se Timóteo seguisse essas instruções de seu orientador — estar no versículo
16.
• Na palavra;
• No procedimento;
• No amor;
• Na fé;
• Na pureza.
3.1. EXEMPLO NO FALAR ("PALAVRA"): O conceito aqui é ser cuidadoso no falar, fala
de conversação pessoal. Ele deveria não apenas evitar falar palavras nitidamente proibidas, mas
também não se envolver em discussões inúteis como faziam os falsos mestres. O texto de Tiago
3.1-2 nos assegura que é muito difícil alguém não tropeçar em palavra alguma e quando
chegamos a perceber isto já é tarde. Este é um fato que causa problemas a quem fala e a quem
ouve. A referência aos "mestres" (pastores, ou líderes-chave da igreja, especialmente aqueles
que ensinam na congregação) é para salientar que eles usam a fala com mais frequência, no
desenvolvimento de seus ministérios e por isto estão mais propensos a tropeçar nas palavras.
3.3 EXEMPLOS NAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS (“AMOR”): O amor aqui está
numa relação horizontal para com as pessoas. O líder cristão não deve fazer a política da boa
vizinhança, mas amar a todos de verdade, vencer o mal com o bem, demonstrar um interesse
genuíno pelo bem estar da comunidade.
3.4. EXEMPLO NAS RELAÇÕES COM DEUS ("FÉ"): A perspectiva deste termo é
vertical, significa relação com Deus, fidelidade e total confiança em Deus. Tiago estabelece um
claro contraste entre "fé" e "incredulidade", através da palavra "sem duvidar", que significa não
vacilando ou sem vacilar (Tiago 1.6). Líder, os seus liderados percebem sua postura de
dubiedade. Cedo o tarde nossos liderados precisarão entender o que motiva nosso discurso. "A
fé finalmente falará de forma bastante clara quando as palavras, a vida e o amor tiverem criado
má audiência atenciosa".
(1º) Nenhum líder deve permitir que as pessoas desacreditem de seu ministério por causa de
falta de exemplo. Sua conduta e o seu caráter devem lhe dar credibilidade!
(2º) Uma teologia ou doutrina que não redunda em missão, que não leva à fé aos que não
crêem, nem edifica ou fortalece aos que já creram, não tem lugar na igreja.
"O plano de Deus para a redenção da humanidade não se limita a salvar o homem do pecado e
da morte; vai mais além. O propósito divino é restabelecer sua imagem em cada um de nós. É
recriar em nós aquilo que está faltando para contemplar a formação de nosso ser, conforme o
propósito do Criador— que conheçamos a Deus e revelemos sua Pessoa e presença em nosso
viver, pela sua plenitude em nós...”.
Uma liderança autêntica se faz sobre uma autoridade legítima. A referência confere
legitimidade a quem possui; e poder e autoridade para desenvolver uma boa liderança. Ser
referencial é meio caminho andado!
Agora Paulo passa expressão prática da genuína piedade, para atividades a espiritualidade que o
jovem Timóteo deveria se dedicar. O fato é que Timóteo deveria ter uma vida marcada por
prioridades. Mesmo tendo que cumprir outros deveres relacionados ao ministério, ele não
deveria sacrificar suas prioridades! Quando uma prioridade inferior toma o lugar de uma
prioridade mais excelente na vida de um líder, é desastroso.
Então, você pergunta: como posso escolher minhas prioridades? É simples: observem,
primeiramente, quais são as prioridades de seu chamado — elas são as exigências que Deus
tem feito para a sua vida. Depois, você precisa aprender a dizer "não".
Agora, Paulo deixa um pouco de lado a vida pessoal de Timóteo e se volta para o seu
ministério. O velho discipulador procura encorajar seu discípulo a se ocupar na prática das
coisas para as quais Timóteo havia sido incumbido de fazer. Talvez um dos maiores desafios
dos líderes que conheço seja manter um equilíbrio entre suas prioridades de vida e ministeriais.
O termo "ensino" (gr. didaskalia) significa instrução doutrinária. Isto significa que a
membresia da igreja precisa sempre ser lembrada das grandes doutrinas da fé crista: Deus,
Jesus Cristo, Espírito Santo, pecado, salvação, etc. Você percebe o equilíbrio: leitura, exortação
e ensino? Nos dias de Paulo e Timóteo, normalmente, a leitura era expositiva, acompanhada de
interpretação da Palavra à luz da Pessoa de Jesus.
Ainda hoje, a exposição da Bíblia no culto, especialmente através do sermão, a torna uma
ferramenta eficaz para os cristãos tomarem conhecimento da Palavra de Deus e aplicá-la em
suas vidas. "Desde o início, aceita-se ser a pregação cristã uma pregação expositiva, isto é, que
toda instrução e exortação cristã seja derivada de má passagem que tenha sido lida"
Para não negligenciar o dom, Timóteo precisava ser diligente. Deus havia dado uma vocação
("dom") a Timóteo, que também havia sido confirmada através das imposições de mãos dos
líderes da igreja local em Listra, no momento da sua separação para o ministério. Calvino diz
que "a graça que lhe havia sido outorgada para edificação da igreja". Mas Timóteo não estava
fazendo uso completo dessa capacitação divina; ele deviria "acordar" para este fato; não
poderia se descuidar da graça de Deus outorgada pelo Espírito Santo. Paulo lembrando-lhe que
um chamado, como para discipular, é muito nobre para ser desprezado. Você já parou para
meditar sobre a natureza de sua incumbência?
• "Seja diligente nessas coisas". Paulo convoca o seu amado discípulo à reflexão — ocupar
sua mente, meditar e pensar seriamente na sua vocação. Tudo isto pode ser traduzido como
"praticar", como eco do treinamento na piedade mencionado no versículo 6. o mentor espera
que seu mentoreado faça um significativo progresso.
Timóteo não era obrigado a permanecer no ministério, esta deveria ser uma opção espontânea,
lúcida e consciente. Paulo pede a Timóteo para ele ser "diligente" porque, certamente, havia
áreas em que o jovem líder ainda precisava crescer. Como está seu progresso espiritual? Ele é
visível a todos, tanto para os de dentro da comunidade, como para os de fora? O verdadeiro
discípulo nunca pára de crescer, ele sempre tem algo no que melhorar. Esse crescimento deve
ser evidente, visível e concreto a todos.
O líder cristão não pode se acomodar no serviço ao Senhor. O seu progresso ministerial e
espiritual deve ser manifesto e conhecido por todos. Para isto, ele precisa ser dedicado e
perseverante. "O exemplo que os lideres cristãos dão, portanto, quer através de sua vida, quer
através do ministério, deve ser dinâmico e progressivo. O que deve ficar patente perante todos é
que não apenas o que eles são, mas também o que eles estão se tornando, dando evidências de
que estão crescendo na maturidade em Cristo. Alguns líderes cristãos imaginam que precisam
aparentar que são perfeitos, sem quaisquer falhas visíveis, sem nada que os macule. Mas há
pelo menos duas razões pelas quais isso é um erro. Primeiro, é uma atitude hipócrita. Segundo,
essa postura falsa desencoraja as pessoas, pois assim elas passam a achar que seus líderes são
totalmente excepcionais e até mesmo sobre-humanos".
• "Atente bem para sua própria vida e para a doutrina". O versículo 16 traz "vida"
(caráter/conduta) e "doutrina" (verdade do evangelho) como duas coisas inseparadas no
ministério cristão, para que não haja dicotomia nenhuma entre a vida privada e a vida pública
do líder. Observe que Timóteo tinha que se preocupar primeiramente de si mesmo, sua
integridade pessoal, vida santa e vigilância (como exemplo para os fiéis), e depois da sã
doutrina, no ato de ensinar ou expor a Palavra. O conceito aqui é o seguinte: a sã doutrina deve
ser empregada, ou aplicada, primeira na vida do líder, depois em quem lhe ouve. Se a vida do
líder for incoerente com o que ele ensina, por mais ortodoxa que seja sua doutrina, ela é inútil.
Como disse A. W. Pink: "O serviço torna-se uma armadilha e um mal se permito que ele exclua
a adoração e o cultivo de minha vida espiritual".
O famoso teólogo Charles Finney empregou muito de seu tempo treinando pastores,
especialmente na área da pregação. Numa referência a 1 Timóteo 4.16, ele os advertia com
estes sugestivos conselhos:
• Certifica-te de que o chamado para pregar o Evangelho não é só do intelecto, mas, também,
do coração.
• Que a Bíblia seja sempre para ti o Livro por excelência. Estude-a de joelhos enquanto esperas
a iluminação divina.
• Conserva-te a ti mesmo puro, tanto nas manifestações da tua vontade como nos pensamentos,
nas palavras como nas ações.
• Reconhece que o motivo de pregar o Evangelho é o amor, como foi esse o motivo de Jesus
em dar-nos o Evangelho.
• Medita constantemente sobre o estado de culpa e de perigo em que vivem os pecadores, a fim
de que teu zelo pela salvação deles se intensifique.
• Ama os pecadores tão profundamente, a ponto de poderes oferecer a tua vida por eles.
• Crê firmemente na promessa de Jesus de estar contigo sempre e em qualquer parte, para dar-te
o auxílio de que precisares.
• Gasta longo tempo, mesmo dias e noites, em oração, em comunhão direta com o teu Deus
pois isso te fará poderoso na conquista de alma.
Entenda que a palavra "salvará" se refere à salvação da alma. Mas também pode se referir ao
salvar-se dos falsos ensinos. Além disto, pouparão aos sues ouvintes de perecer.
CAPITULO 06: O DESENVOLVIMENTO RELACIONAL DO LÍDER,
O texto acima mostra descrições de grupos etários e indivíduos definidos, que consistiam na
audiência e Timóteo. O tema agora são os relacionamentos pessoais do jovem líder. Estas
orientações são dirigidas diretamente a Timóteo. Paulo orienta como deveria ser o tratamento
dele com os vários tipos de pessoas da sua congregação, onde exclui a ideia de superioridade.
Nos tópicos anteriores refletimos sobre as exortações de Paulo a Timóteo para ele desenvolver
uma conduta exemplar diante de toda comunidade. Inclusive, no capítulo 3, versículo 15, Paulo
utilizou a metáfora da "casa", pressupondo que seus relacionamentos devem ser de natureza
familiar. Portanto, Paulo estabelece a figura da família como modelo de relacionamento que
orienta o convívio no contexto comunitário. Então, quando uma igreja local não é encarada
como uma grande família, ela está falhando em sua missão! Jesus disse que uma comunidade
cristã é formada de mães, irmãos e irmãs no Senhor (Mateus 12.49-50).
Para cada categoria de pessoas, Timóteo teria a incumbência de tratá-los com uma atitude
caridosa, sem segundas intenções.
2.1. TRATAR CADA ANCIÃO COMO SE ELE FOSSE SEU PRÓPRIO PAI: O termo
"repreender" ou censurar significa "golpes verbais", um tratamento desrespeitoso, sem a
deferência devida. Portanto, se Timóteo tivesse que corrigir o homem idoso, a orientação é que
ele não deveria ser "áspero", mas gentil, sem negligenciar a polidez, como se estivesse falando
com seu próprio pai. Como afirmou certo jurista, "o jovem conhece as regras, mas o homem
maduro conhece as exceções".
Os lideres mais jovens normalmente são “impacientes’ no trato com os mais velhos; facilmente
eles os criticam ou atacam verbalmente”. A orientação aqui de Paulo a Timóteo é no sentido ele
não "atacar" a ninguém, especialmente, os homens de idade mais avançada. Quando for preciso
aplicar uma correção em alguns deles, a pessoa deve ser chamada à parte e tratada com tato,
humildade e ternura, pois a base para um relacionamento saudável na casa de Deus é sempre o
amor recíproco.
O princípio aqui é simples: na família de Deus, aquele que instrui, não está acima nem abaixo
do que é instruído. Sua exortação deve ser para consolar ou admoestar, jamais para impor. O
líder cristão precisa apresentar um equilíbrio formidável.
2.2. OS RAPAZES DEVEM SER EXORTADOS COMO IRMÃOS: Timóteo deveria falar
com os jovens também de forma gentil, expressando espírito de mansidão, sendo como um
deles, com liberdade e amizade. Mesmo sendo da mesma faixa de idade, os jovens mereciam
respeito mútuo. Timóteo, assim como nós, deveria entender que o tratamento de igualdade para
com os jovens, não o desqualificaria como líder deles.
2.4. AS MOCAS DEVEM SER CORRIGIDAS COMO IRMÃS: Talvez esse fosse o ponto
mais delicado para o jovem Timóteo. "Ele não deveria apenas que evitar o que pecaminoso,
mas também se desviar dos atos de indiscrição e de todo comportamento com aparência de
pecado".' Em algum momento, Timóteo teria que tratar de falhas de caráter das jovens solteiras.
Ele deveria fazer isto "com toda pureza", sem haver o menor sinal de indecência. Pois, o
obreiro, por mais ungido que seja, não tem imunidade contra as tentações, especialmente
sexuais. Somente neste ponto que Paulo acrescenta, "com toda pureza".
Se o líder vê as mulheres da igreja como membros da família e Deus, ele irá tratá-la com toda
pureza, atitudes transparentes e sem intenções ocultas, mas respeitando-as, protegendo-as, e
auxiliando-as, seu desenvolvimento pessoal e espiritual. "A maneira mais eficiente de se
manter irrepreensível é tratar os membros da igreja como membros da família".
Qual o tratamento que deveria ser dado às viúvas? Como estava em pauta à questão da ajuda
financeira, a igreja deveria, antes de tudo, definir quem eram as viúvas verdadeiramente
necessitadas, ou que não tem sustento (vv. 3-5):
• Aquelas que tinham filhos ou netos deveriam ser cuidadas pela família. Os familiares tinham
que entender que negligenciar estas coisas básicas é o mesmo que negar a fé (v. 8).
• As viúvas que eram realmente necessitadas deveriam receber ajuda da igreja (v. 5).
Lembrando que naquela época havia Previdência Social por parte do governo. Então os cristãos
foram instruídos a assumirem a responsabilidade sócia dentro de sua família, como uma
exigência religiosa. Nos versículos 9 e 10, Paulo fornece a Timóteo uma lista exigências para
que uma viúva fosse registrada em uma lista afim de receber ajuda da igreja:
a) Não podia ter menos de sessenta anos.
Além disto, a expressão "conhecidas por suas boas obras" (v. 10), significa dedicação a
serviços humildes, altruístas e custosos. Esses serviços implicam em:
• Criar filhos, com o sentido de cuidar deles; e Ser hospitaleira, acolher pessoas;
Por outro lado, a igreja não deveria ajudar aquelas viúvas que levavam uma vida ímpia: "vive
para os prazeres" (vv. 6-7), ou vida de conforto centrada nos próprios desejos. "O contexto
desta passagem revela duas preocupações de Paulo: 1) algumas viúvas jovens não se
qualificavam para a inclusão entre as viúvas sob os cuidados da igreja a longo prazo (vv. 9-11);
e 2) aquelas viúvas jovens que não estavam sob os cuidados da igreja deveriam voltar a se casar
e formar uma família de uma maneira honrosa a Cristo (v. 14)".3
O capítulo 6 (vv.1-2), Paulo continua a dar diretrizes sobre como Timóteo deveria lidar com
grupos e indivíduos definidos da comunidade. Agora, são os escravos. Há um abismo social e
legal entre os senhores de seus escravos ou servos. Lembre, esta exortação é dirigida
especificamente para os escravos que tem senhores não-cristãos, e depois para aqueles que têm
senhores crentes. Nos dois casos, o trabalho desses "escravos" deveria refletir sua fidelidade a
Cristo, dando testemunho positivo da fé cristã.
"A história da igreja primitiva revela que os escravos cristãos geralmente tinham um
preço mais alto no mercado do que os não cristãos. O senhor que sabia que certo escravo
no leilão era cristão geralmente se dispunha a pagar mais por ele por saber que ele o
serviria bem e fielmente. Esse é o alto tributo para a fé cristã.
1. INTRODUÇÃO: "Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra,
especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino," pois a Escritura diz: "Não
amordace o boi enquanto está debulhando o cereal"c, e "o trabalhador merece o seu
salário". Não aceite acusação contra um presbítero, se não for apoiada por duas ou três
testemunhas. Os que pecarem deverão ser repreendidos em público, para que os demais
também temam. Eu o exorto solenemente, diante de Deus, de Cristo Jesus e, dos anjos
eleitos, a que procure observar essas instruções sem parcialidade; e não faça nada por
favoritismo. Não se precipite em impor as mãos sobre ninguém e não participe dos
pecados dos outros. Conserve-se puro. Não continue a beber somente água; tome também
um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas frequentes enfermidades. Os
pecados de alguns são evidentes, mesmo antes de serem submetidos a julgamento, ao
passo que os pecados de outros se manifestam posteriormente. Da mesma forma, as boas
obras são evidentes, e as que não o são não podem permanecer ocultas. "(1 Tm 5.17-25)
Agora, Paulo destaca outro grupo dos relacionamentos de Timóteo: os "presbíteros", que são os
líderes da igreja. Paulo aborda as seguintes questões:
• Remuneração;
• Disciplina;
• Ordenação.
• Por quê? (v. 17). Por terem a responsabilidade de supervisionar a congregação, com uma
dupla responsabilidade: pregação e ensino.
• Como? (v. 19). Não aceitando acusações contra eles automaticamente; antes deve ser feita
uma investigação completa das acusações.
• Quando? (v. 22). Tomando muito cuidado na seleção de pessoas para posição de liderança,
seguindo as qualidades descritas em 3.1-13, onde a Bíblia não deixa espaço para se fazer
concessões.
CRIITÉRIOS PARA LIDAR COMOS LÍDERES DA IGREJA: John Maxwell afirma que
"pessoas que se preocupam com os cargos que ocupam só querem ascensão pessoal; as
relacionais priorizam a construção de pontes". Como se pode vê, o versículo 19 estabelece os
critérios de como proteger e corrigir os "presbíteros" (lideres principais da congregação).
Observe que, primeiro, o apóstolo diz a Timóteo que o trabalho desses homens (pregação,
ensino, etc.) deve ser reconhecido pela comunidade, pois são "dignos de dupla honra", que
significa:
Esses líderes são aqueles que, devido sua dedicação integral ao ministério, não podem ter um
emprego secular, por isto são dignos de ser sustentados pelo povo de Deus. Mesmo eles não
sendo um clero intocável, os presbíteros deveriam ter crédito de confiança, serem resguardados
de acusações maliciosas, levianas e infundáveis; a não ser que essas acusações fossem
endossadas por fatos e comprovados por diversos depoimentos (veja Deuteronômio 17.6;
19.15; Mateus 18.16; João 8.17; 2 Coríntios 13.1). João Calvino disse: "pois ninguém está mais
suscetível à difamação e calúnia do que os mestres religiosos".
O teólogo John Stott identifica cinco princípios que devem nos guiar com respeito ao trato com
os líderes da igreja:
Mas, se a acusação for comprovada, tanto no âmbito da igreja local, vida social ou familiar, e o
líder persistir em seu pecado, então, para não prejudicar o testemunho do evangelho, o pecado
desse líder deve traído à tona publicamente. "O pecado de alguém em posição de liderança é
mais repreensível, seus efeitos mais sérios, e se esses efeitos devem ser neutralizados, a
repreensão pública parece ser a única solução".
Qual é o propósito disto? Para que os outros também tenham temor! Observe que a correção
deveria ser executada na presença de todos, e com mais severidade do que se fosse um membro
da congregação. "Quando os líderes da igreja pecam e ficam impunes, os membros da igreja
podem, erroneamente, começar a querer justificar seus próprios pecados". "Esta ação leva todos
os cristãos a refletir na seriedade do pecado em relação ao serviço cristão e serve ainda de
grande alerta na vida dos outros"
Convém ressaltar que este ato não deve ter conotação de exclusão, mas de restauração, a fim de
que "os demais também temam" ou ponham a "barba de molho". É assim que Deus purifica Sua
igreja! Isto exige de todos nós inteira imparcialidade e absoluta honestidade na relação com os
pecados dos líderes.
Nossa postura como homens de Deus deve ser marcada pela ética e isenção, acusações
particulares. Devemos agir com cautela, lutar contra a tentação de fazer as coisas dominados
por predileções, julgamentos temerários ou opiniões pré-formadas. É nosso dever não agir com
parcialidade partidária, pois todas atitudes e atos estão desnudados no mundo espiritual. O fato
de saber que todas as nossas ações são concretamente contempladas por Deus, Jesus Cristo e
anjos, tendo em vista o juízo (final), mostra que temos que ser honestos e transparentes, sem
favoritismo, em nossos relacionamentos.
Ao invés de sermos imparciais no trato com os outros, temos que procurar ganhar uma
percepção santa e misericordiosa dos fatos, sabendo que não estamos exercendo um ministério
de ordem política, mas espiritual e que nossas atividades de liderança diárias são exercidas sob
os olhares de Deus, de Jesus e de todo exército celestial. Não seja cúmplice das falcatruas dos
seus "amigos" mais chegados. Ser longânimo, sim, mas nunca complacente!
Há pessoas cujos pecados são mensuráveis. Em suas práticas deliberadas e continuadas, elas
não fazem nenhum esforço para mudar de atitude e comportamento. Ponha-as na parede. A
única saída para tais pessoas é o arrependimento! Lembre-se: Jesus tinha comunhão com
pecadores, não com seus pecados. Portanto, se o pecado de certa pessoa se mostrar evidente,
tornando-o inapto para a função de liderança na igreja, pela sua má reputação, não o coloque
num cargo de liderança. E mais: "Quando homens proeminentes aderem à má igreja local, às
vezes, a tendência de colocá-los em posição de responsabilidade de forma precipitada. Timóteo
é alertado contra essa pressa em reconhecer os eventos. E também a não se identificar com
homens de caráter desconhecido, pois, ao fazer isso, ele participa do pecado deles".
Por outro lado, não podemos assumir uma postura de investigador da vida alheia, saindo por aí
"fuçando" a vida dos outros à procura de pecados. Se o pecado estiver oculto, não visível, sem
comprovação, apenas baseado em calúnia, então relaxe e deixe isto por conta de Deus, pois só
Ele é Juiz. Uma calúnia sem endosso não desqualifica a pessoa para a função de liderança.
Observe que os versículos 24 e 25 é uma continuação clara do versículo 22, que trata sobre não
impor as mãos precipitadamente na escolha de líderes. "Os versículos 24 e 25 explicam por que
Paulo instruiu Timóteo a escolher os líderes da igreja cuidadosamente. A avaliação apressada
de homens para a posições de liderança pode significar um exame superficial dos pecados ou
das boas qualidades; sendo assim, homens mal qualificados poderão ser escolhidos, e homens
qualificados poderão ser deixado de lado. A dificuldade é que, com o tempo, a verdadeira
personalidade de um homem é revelada, seja para o melhor ou para o pior. É muito melhor para
a igreja quando os lideres são escolhidos com cuidado e orações".°
O grande problema neste caso é que, muitas vezes, apesar da pureza e sinceridade, podemos ser
alvo da malícia de alguns, má interpretações e até mesmo de calúnias! No entanto, temos
que perseverar!
1. INTRODUÇÃO: “Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina
de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada
entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de
palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos
constantes entre aqueles que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os
quais pensam que a piedade é fonte de lucro. De fato, a piedade com contentamento é
grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar;
por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que
querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados
e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao
dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro,
desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. (1 Tm 6.3-10)
Paulo volta ao tema dos falsos mestres! Esses falsos mestres, com suas novidades intencionais
e perniciosas influencia, estavam mais interessados em meras teorias e debates inúteis do que
efetivamente colocar em prática as verdades cristãs. Suas opiniões contradiziam e
desconsideravam as palavras de Cristo — o ensino que incentiva e promove o bom
comportamento cristão. Essas futilidades e desejo mórbido para especulações os privavam da
verdade de Deus.
Neste capítulo 6, Paulo ordena a seu jovem aprendiz cinco medidas a ser tomadas:
Talvez o principal ensino para nós, como líderes, neste capítulo, seja uma conscienciosa
atenção quanto ao dinheiro e a prioridade. Observe que os falsos mestres aspiravam à fama e
riquezas, contraponto ao princípio de que o verdadeiro ganho está na piedade com
contentamento (v. 6).
"A falta de piedade e de contentamento em seu íntimo lhes deixa um vazio, preenchido
peã ganância. A ganância leva as pessoas à tentação, a armadilhas e a concupiscências
loucas e nocivas. O significado literal de submergem é que são arrastados para o fundo.
Paulo faz uma descrição explicita da pessoa gananciosa afundando sob o terrível peso dos
seus desejos materiais. Perdição e ruína são sinônimos de destruição e perda irreparável.
Tal perda pode ser sofrida nesta vida, como, por exemplo, por meio de um propósito
errado, ou na vida após a morte, se os desejos materiais acabarem por afastar o indivíduo
de Cristo (1 Timóteo 1.16; 2.4; Lucas 16.1-14)".
O termo "orgulhoso" (v. 4) é a melhor descrição para definir o verdadeiro caráter desses falsos
mestres, o qual estava "escondido" por trás do verniz do prestígio que ostentavam. Mas os
versículos 4 e 5 trazem uma série de evidencias da mente doentia deles, e Eram fascinados por
guerras de palavras, questões polemicas que geram contendas. Interesse doentio por
controvérsias.
O dinheiro em si não é mau, o problema é quando ele se torna objeto de desejo. Observe que o
texto não se refere ao dinheiro propriamente dito, a questão em foco é o amor ao dinheiro (v.
10). Esse amor é um desejo que controla a pessoa, e que não pode ser saciado. O principal mau
ou risco espiritual do amor ao dinheiro é o afastamento da fé genuína. Talvez seja este o
principal motivo porque Timóteo teria que combater esse espírito, e estimular um estilo de vida
que expressa uma atitude de contentamento.
O autor John Maxwell orienta: "Estabeleça relacionamentos, não seja apenas um ambicioso".
Veja a diferença entre líderes ambiciosos e líderes relacionais feita por Maxwell:
Os resultados ruins são inevitáveis quando se ama a coisa errada. Paulo tem uma ordem séria
para Timóteo: "fuja de tudo isto" (v. 11). Isto se refere a todas as advertências anteriores,
inclusive sobre o amor ao dinheiro.
"Que tipo de vida Paulo então descreve quando fala desse contentamento piedoso? Paulo
descreve a pessoa que o possui como a que entende perfeitamente a natureza passageira
da vida humana. As coisas deste mundo estão aqui quando chegamos e são deixadas para
trás quando partirmos. Não é possível encontrar piedade nem contentamento em seu
acúmulo. As coisas que vão além de nossas necessidades básicas supridas por Deus
(sustento, e com que nos cobrirmos, 1 Timóteo 6.8) podem ser desfrutadas sem tornar-se
necessidade. Na concepção de Paulo, se a piedade (nosso desejo de ver o caráter de deus
reproduzido em nós) e o contentamento (nossa aceitação da vontade de Deus em nossa
vida) dependerem do meio em que vivemos ou das circunstancias, serão ambos, sempre,
instáveis".
O amor ao dinheiro trás tormento com muitas dores. "Pense nas dores vinculadas à cobiça pela
riqueza. É a tragédia de uma vida desperdiçada. É a dor de perder os filhos para o mundo. É a
tristeza de ver a riqueza de alguém desaparecer da noite para o dia. É o medo de encontrar Deus
sem salvação ou pelo menos as mãos vazias".2
1º) Devemos nos concentrar naquilo que Deus já permitiu que tenhamos.
4º) Devemos dar graças a Deus por cada uma e por todas as sãs dádivas.
"O desejo de ficar rico conduz o homem à tentação. Para atingir se objetivo, ele é tentado
a usar métodos dos desonestos e às vezes violento. Tais métodos incluem jogos,
especulações, fraudes, perjúrios, roubos e até assassinatos. Tal homem também cai na
cilada, ou na armadilha. O desejo torna-se tão forte que o faz prisioneiro. Talvez prometa
a si mesmo parar quando atingir certa soma na conta bancária. Mas não pode. Quando
atinge o alvo, quer mais. O desejo da riqueza também traz precauções e temores que
deixam a alma embaraçada. Pessoas determinadas a se tornarem ricas caem em muitas
concupiscências insensatas."
O câmbio (troca de moedas) também era um comércio desonesto. Muitos estrangeiros viajantes
vinham à Jerusalém e ao templo para adorar, portando dinheiro de seus países, chegando ali,
tinham que trocar para pagar a taxa do templo. Jesus está cheio de zelo, olha para tudo isto, mas
não age imediatamente. Somente no dia seguinte, é que Jesus confronta a pecaminosidade do
comportamento negligente e irreverente, quanto à utilização do templo, que fora consagrado
para ser um espaço da celebração da espiritualidade. Mas eles o haviam transformado num
"esconderijo" (covil) de ladrões. Veja que Jesus não consentiu com todo aquele comércio
desonesto e ainda proibiu qualquer movimentação dentro do templo que não fosse com um
propósito sagrado, da presença de Deus.
O que Jesus quis ensinar com esta ação? Que a verdadeira espiritualidade só é possível quando
nós somos livres do sentimento de querer levar vantagem em nome do sagrado. Será que o
"lugar" em que nos reunimos para celebrar a espiritualidade não tem perdido o propósito? Ele
está sendo "casa de oração" ou "um covil de ladrões"?
De fato, a lista dos atos ilícitos é bem maior do que se sabe! É por estas e outras razões que a
atitude de Jesus de purificar o templo é totalmente justificável. Será que somos capazes de
parar um pouco e refletir sobre nossos "negócios", que envolvem o sagrado? Qual é a ideia que
temos de reverência? É só quanto ao silêncio dentro do templo? Somos ávidos na defesa de
nossa visão, programas e estrutura, e quanto à decadência espiritual, como é que fica?
Você consegue imaginar Jesus Cristo irado? Parece que é a única vez que O vemos assim! Por
que um homem, cuja vida é marcada pela mansidão e misericórdia, está tão irado a ponto de
derrubar mesas, cadeiras e meter o chicote na turma do templo? É porque havia uma
necessidade gritante de restauração na casa de Deus, o templo. Aquele lugar, designado para
ser um espaço para celebrar a espiritualidade (oração), havia se tornado um lugar poluído por
ladrões: homens de conduta repreensível transformaram o lugar de adoração em lugar de
irreverência e profanação. E tudo isto envolvia dinheiro!
"A história da raça humana tem sido frequentemente manchada com tentativas de
comercializar a religião. Quando Simão, o Mago, pensou que poderia comprar dos
apóstolos poderes espirituais, apareceu o termo "simonia", cujo significado denota a
compra e venda de privilégios espirituais ou de m ofício eclesiástico. O próprio Paulo
achou por bem declarar que, diferentemente de muitos, ele não saiu por aí mascateando a
Palavra de Deus para obter lucro (2 Coríntios 2.17); que ele nunca fez uso da religião
para mascarar a cobiça. Contudo, a igreja foi desonrada durante a Idade Média por
causa da vergonhosa venda de indulgencia. Seitas religiosas ainda cobram quantias
exorbitantes para um ensino personalizado de suas doutrinas. Há evangelistas que apelam
para "ofertas de amor" que nunca passam por auditoria nem constam de um relatório à
disposição do público. Alguns pregadores da televisão chegam a prometer aos
espectadores a prosperidade em sua vida sob a condição de lhes enviarem muito dinheiro
como "semente".
1. INTRODUÇÃO “Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a
piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão”. Combata o bom combate da fé.
Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na
presença de muitas testemunhas. Diante de Deus, que a tudo dá vida, e de Jesus Cristo,
que diante de Pôncio Pilatos fez a boa confissão, eu lhe recomendo: guarda este
mandamento imaculado e irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus
Cristo, a qual Deus fará se cumprir no seu devido tempo. Ele é o bendito e único
Soberano o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz
inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre...
Timóteo guarde o que lhe foi confiado. Evite as conversas inúteis e profanas e as ideias
contraditórias do que é falsamente chamado conhecimento; professando-o, alguns desviaram-se
da fé.
“A graça seja com você.” (1 Tm 6.11-16 e 20-21)
Concordo com o autor John Maxwell quando afirma que "um líder nunca precisa voltar atrás se
tiver começado bem". O apóstolo sabia que Timóteo havia começado bem, mas agora ele
precisava correr bem quer que seu discípulo mantenha a fidelidade até o fim, não desistindo e
continuando a "competição", até que ela termine. No versículo 11, Timóteo é chamado por
Paulo por um título de honra: "homem de Deus"— um homem piedoso em seu comportamento,
alguém que faz as pessoas se aproximarem mais de Deus. Certamente, o jovem líder recebe
este título do apóstolo em função de ser ministro da Palavra de Deus, semelhante aos grandes
agentes de Deus do Antigo Testamento, como Moisés, Davi, os profetas, etc.
Timóteo precisava ter uma ação prática no presente, mas com o seu olhar voltado para o
prêmio, no futuro! Para alcançar este objetivo, o apóstolo lhe dá instruções enfatizando duas
perspectivas (v. 11):
1º) Fugir do poder sedutor do acúmulo de bens materiais— o amor ao dinheiro, tendo cuidado
para não transformar a piedade (religião) em fonte de lucro.
2º) Deveria cultivar "justiça" (integridade), "piedade" (semelhança com Deus), "fé" (ser digno
de confiança), "amor" (afeição com Deus e o próximo), "perseverança" (firmeza ou resistência)
e "mansidão" (disposição para a gentileza). Estes são os elementos essenciais da conduta cristã.
Estas seis palavras resumem o caráter do cristão do qual Timóteo, como líder, deveria ser
exemplo.
Além do amor ao dinheiro (v. 10), o jovem líder Timóteo, deveria fugir também:
a) da presunção (v. 4)
b) da impureza (v. 5)
O fato de Timóteo fugir da obsessão por bens materiais e desenvolver as virtudes de caráter,
mostra que o caminho do discipulado não é de acomodação e subterfúgios, mas de
consagração, compromisso e muita dedicação. O jovem líder Timóteo além de "fugir" e
"seguir", também teria que "combater". Todavia, o ministério não é uma jornada exaustiva e
estressante, pois é chamado de "bom combate da fé" (v. 12). O Espírito Santo nos auxilia a
correr bem essa corrida!
Portanto, Paulo convoca seu discípulo a uma militância resistente. A ênfase para ele não se
esquivar do impacto do Evangelho. Observe que o momento é solene, duas testemunhas são
convocadas: nada menos do que Deus e Jesus Cristo (v.13). Paulo até apresenta Jesus como
padrão de "boa confissão", quando Ele deu seu nobre testemunho durante o julgamento perante
Pôncio Pilatos (Mateus 27.11; Marcos 15.2; Lucas 23.2-3; João 18.36-37). Observe que este
evento apareceu nos quatro evangelhos. O negócio é sério mesmo!
Assim como Timóteo, nós, líderes da casa de Deus, devemos nos manter perseverantes, com
discernimento e sabedoria em relação ao chamado de Deus, lutando e vigilante para manter
uma vida acima de qualquer suspeita, submetendo-se unicamente ao Deus Soberano, o
inigualável Senhor e Rei, diante do qual todos os brilhos terrenos, inclusive as riquezas, se
empalidecem. Se assim, fizermos, estaremos correndo bem, e terminando bem.
Deus procura homens e mulheres cuja vida seja caracterizada por contentamento e que segue a
piedade com um coração sincero. Ter uma vida pura, irrepreensível e inexpugnável, não é
opcional, que devemos aceitar ou rejeitar, é uma ordem que deve ser obedecida. Portanto, a
busca por uma vida santa e irrepreensível deve ser uma jornada que dura por toda vida. A
comissão divina para liderar é, primeiramente, uma convocação à santidade. A conclamação
bíblica é que todo líder "lute" regularmente por uma santificação sempre crescente.
O imperativo "guarde o que lhe foi confiado" (v. 20), fala das verdadeiras doutrinas da fé cristã
— a sã doutrina, e indica no que Timóteo deveria se ocupar: proteger e preservar a sã doutrina,
a verdade revelada. Este é o alicerce da verdadeira liderança cristã, que Paulo havia depositado
na vida de Timóteo. Esta é uma possessão valiosíssima! É por isto que o apóstolo conclama seu
filho na fé ao engajamento e à vigilância, pois ele está debaixo de uma responsabilidade nobre.
Timóteo (e nós) teria que evitar "as conversas inúteis e profanas e as ideias contraditórias do
que é falsamente chamado conhecimento". A declaração "conversas inúteis" significa, no
grego, literalmente "palavras vazias", filosofias vãs que não perduraria, pois não estão
comprometidas com a verdade.
Os versículos 20 e 21, também "podem ser aplicados a muitas formas da ciência natural,
ensinada hoje em nossas escolas. Na verdade, nenhum verdadeiro achado da ciência deverá
contradizer a Bíblia, porque os segredos da ciência foram colocados no universo pela mesma
pessoa que escreveu a Bíblia, ou seja, o próprio Deus. no entanto, muitos dos chamados fatos
da ciência são na realidade nada mais que teorias infundadas. Quaisquer dessas hipóteses que
contradizem a Bíblia devem ser rejeitadas").