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No Princípio Criou Deus os Céus e a Terra – Bereshit Bara

Elohiym
A maioria das traduções bíblicas traz o primeiro versículo de
Gênesis 1, “Bereshit Bara Elohiym et haShamayim veet haAretz”,
como “No princípio criou Deus os céus e a terra”.

E realmente, essa seria uma boa tradução para o termo “bereshit”, “no
princípio de”. Porém, ao analisarmos a gramática do hebraico, utilizada
nos tempo bíblicos, descobrimos que a primeira palavra da Bíblia teria um
significado um pouco diferente da leitura tradicional. Por que não temos
“barishoná(no princípio)” no lugar de bereshit?

“Bereshit”, “no princípio”, poderia ser entendida e até mesmo


interpretada em duas formas substancialmente diferentes. Bom, algumas
vezes as diferenças entre a interpretação de algumas palavras da Bíblia e o
seu original em Hebraico não são fundamentais, e o sentido básico da
mensagem divina não é afetado. Há frases bíblicas que são tão claras que
diversas traduções conseguem transmitir o mesmo sentido exegético do
texto.

Um exemplo seria a tradução dos termos “et ha-shamayim ve-et ha-


aretz”, que literalmente significam “os céus e a terra”, mas que se fossem
renderizados como “céus e terra”, seria uma alteração de pequenas
consequências, sem nenhuma maior distorção ou problemas.

Entretanto, há palavras que uma diferença na sua tradução traz uma


mudança em todo o sentido do texto que a acompanha, algo que afeta
significativamente o entendimento de toda uma parte da Bíblia.

Por isso, em Gênesis 1:1, por menor que seja a alteração na tradução, uma
simples preposição, tem implicações cruciais no modo como entendemos
todo o processo da Criação do Mundo. Neste estudo bíblico investigar
essa palavra “bereshit”, e tentar entender o seu real significado.

Quais seriam as potenciais implicações para o nosso entendimento do


surgimento do universo e da criação, a partir da real tradução da primeira
palavra da bíblia?

Haja os Céus e a Terra


O primeiro “problema” com a primeira frase bíblica foi sabiamente notado
pelo rabino Yehudah, que apontou, em seu estudo, que o Gênesis 1:1
não começa com: “No princípio disse Deus, ‘haja os céus e a terra’ “.É
considerável que os atos da Criação foram feitos pela palavra de Deus, e
tiveram como introdução as palavras “vayomer Elohiym”, “e disse Deus”.
Quando por exemplo Deus cria a Luz o texto diz:

“Vayomer Elohiym yehiy or”

“E disse Deus: Haja luz;” Gen. 1:3

Aqui vemos que Deus inicia o processo criativo da Luz por meio da Sua
Palavra (‫ הַ ָּדבָּ ר‬haDavar). Aliás, todos os demais processos criativos do
Gênesis são precedidos pela Palavra de Deus. Até na Criação do Homem –
‫ֲשה‬
ֶׂ֥ ‫“ ַ ַֽנע‬naaseh”, “Façamos“.

Porque então no Princípio não há essa “revelação prévia”? Há algo não


usual na primeira frase bíblica. Parece ser uma sentença diferente das
outras que se seguem. Mas por que seria assim?

Os céus e a terra não teriam então sido criados pela Palavra de Deus?
Claro que sim, foram criados “do nada” pela vontade e palavra de Deus,
como atesta o livro de Tehilim (Salmos):

Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo
espírito da sua boca.
Salmos 33:6

Como entender então a aparente “falta” de detalhes sobre a Criação do


Céu e da Terra?

A Forma Construta do Hebraico Bíblico

No princípio criou Deus os céus e a terra,

ou

No princípio da criação dos céus e da terra por Deus…?

Há um longo debate sobre o significado da primeira palavra da Bíblia,


“bereshit”, iniciado no segundo século D.C. pelo rabino Yehuda e pelo
rabino Nechemia. Quase mil anos depois, em 1040 -1115 da nossa era,
essa mesma discussão foi revisitada pelo proeminente rabino Rashi.

Embora “bereshit” seja uma palavra composta de apenas seis letras, em


hebraico, não é um termo simples. Ao contrário, é bem complexa. É talvez
a mais complexa e sofisticada palavra em toda a Bíblia Hebraica (Antigo
Testamento).

E o que não fica evidente na tradução em português, podemos ver com


mais clareza no original hebraico bíblico. “Bereshit” literalmente
significa “No princípio de…”. Por isso nos perguntamos, “no princípio de
que”?Porque se traduzirmos fielmente toda a primeira frase da bíblia nós
teríamos, “No princípio de, criou Deus os céus e a terra”. Veja que não faz
muito sentido, a primeira parte do versículo não se encaixa com a forma
verbal no passado para o verbo “bara”, “criou”.

Então, muitos estudiosos da Torá notaram, e há quase dois mil anos vem
notando, essa inconsistência gramatical na abertura da bíblia, e sugerem
que a palavra mais adequada para passar esse sentido da tradução
tradicional, “No princípio criou Deus os céus e a terra”, seria o
termo “barishoná”, “no princípio” (que aparece mais de 20 vezes na
bíblia), e não “bereshit” (no princípio de…).

Assim, para termos um melhor entendimento desse estudo, gostaria de te


convidar, caro leitor, a vermos um pouquinho (só um pouquinho), e de
forma muito fácil e resumida, da gramática hebraica, explicando o Estado
Construto das palavras, que é semelhante ao caso genitivo do português
do Brasil. Vem comigo!

O Uso do Construto – Genitivo

Falando de uma forma muito coloquial, o genitivo é usado para dar a


posse das coisas. Por exemplo, usamos o genitivo em português quando
dizemos “o templo da Assembléia de Deus”. Aqui usamos a preposição
“de” + o artigo “a” = “da“.

E assim damos posse à Assembléia de Deus ao seu templo, pois a partícula


“da” estabelece que o templo pertence à Assembléia de Deus.
O hebraico bíblico tem sua forma própria de dar posse as coisas, o seu
próprio genitivo que é chamado de construto. Simplificando, para que
você entenda, no nível gramatical, “bereshit“, “no princípio“, é constituído
de duas partes.

A primeira é a letra “bet” que ao mesmo tempo é uma preposição e


significa “em“. A segunda parte é a palavra “reshit” que é a forma
construta da palavra “rosh” e que significa “princípio“, “início“.

Assim, para formarmos as palavras “no princípio” em hebraico bíblico, nós


precisaríamos da preposição “em” + o artigo “o” = “no” (ninguém fala em
o princípio). E depois a palavra “princípio”.

Então, nós já sabemos que a preposição “em” no hebraico é a letra “bet“.


O artigo definido “O” em hebraico é o termo “ha” (lê-se “rrá”) que quando
combinado com uma consoante, “bet“, perde esse “h” (letra hey em
hebraico) ficando somente o “a“.

De forma que teríamos a letra “bet” (equivalente a letra “b” em


português), mais o final do artigo definido “a“. E “bet” + “a” = “ba“. Assim,
“ba” + “reshit” = “bareshit“, “no princípio“.

Só que na primeira palavra da bíblia nós não temos “bareshit“, mas sim
“bereshit“. Ao invés de termos um “a” após a letra “b“, o que aparece é
um “shivá” que equivale a um “e“. Essa simples e pequena mudança
gramatical é o suficiente para modificar o significado de “no princípio”
para “no princípio de…“, pois faz com que a palavra “bereshit” esteja na
forma construta, dando posse.

Há um outro texto bíblico no livro do Profeta Jeremias, capítulo 26, verso


1, que mostra o uso da palavra Bereshit, como “No princípio de…”:

‫אשית‬
ִׁ ‫ב ֵר‬,
ְּ ‫בֶּ ן יְהֹוי ִָקים ַמ ְמ ְלכּות‬-‫ֹאשיָהּו‬
ִ ‫י‬
Bereshit mamlechut Yechoyaqiym ben Yoshiyyachu…

No princípio do reinado de Jeoiaquim, filho de Josias


Jeremias 26:1

Assim, em Jeremias, o termo Bereshit faz sentido, mas quando no Gênesis


1:1, temos que nos perguntar: “no princípio de… que”?

E ainda mais, após a palavra “bereshit” ainda aparece um sinal gramatical


de pontuação (ta’amim tarcha em hebraico) que equivale a uma vírgula,
separando-a do do verbo “bara“, “criou” (que já não combinaria com o
contexto pois ficaria “no princípio de, criou Deus“), e do restante da frase.

‫אשית‬
ִׁ ‫ב ֵר‬,
ְּ ‫ֹלהים בָ ָרא‬
ִ ֱ‫א‬, ‫הַ ָש ַמיִם אֵ ת‬, ‫הָ אָ ֶּרץ וְאֵ ת‬.

Bereshit/ bara / Elohim / et hashamayim / ve-et ha-aretz

No princípio de, criou Deus os céus e a terra.

Veja que esta frase não está gramaticamente correta, não há nenhuma
outra passagem em toda a bíblia que contenha esse tipo de construção
gramatical. É um caso único, muito específica esta primeira frase da Torá,
justamente da que trata da Criação de Todas as Coisas. Porque?

O que a Torá quer nos ensinar com essa aparente desconexão da


gramática hebraica? Qual é a mensagem embutida nesse “possível erro”
de escrita?

Veja que a vírgula depois de “no princípio de” causa uma quebra na frase
não sendo possível a sua conexão com o segundo termo “criou os céus e a
terra“.

“Bereshit” é uma palavra estranha, e, até onde vai o nosso conhecimento,


um caso único na Bíblia. Como poderíamos entender uma forma construta
(genitivo e/ou possessivo), que não se conecta ao restante de sua frase?

A Criação a Partir do Nada

Mas “estranhamente”, há uma explicação para essa construção


gramatical. De fato, é proposital que esteja dessa forma, pois um caso
construto que não se conecta às palavras seguintes, deve se conectar
consigo mesmo (uma reflexão).

Assim, “bereshit”, na verdade, pede uma leitura refletiva, que volta a si


mesma, “bereshit”, “no princípio”, voltando a si mesma, e causando um
efeito superlativo, “no princípio dos princípios” ou “no mais absoluto
princípio”.

E o que isso teria a ver com a história da Criação? Porque isso nos
interessaria?

Com essa construção gramatical, essa primeira palavra da Torá seria


única, sem nenhum paralelo na Bíblia, um termo sui generis(hapax
legomenon), que expressa também um acontecimento sem igual, um
acontecimento que não há nada que chegue perto de se assemelhar em
toda a história da existência: Deus, a partir DO NADA traz o Universo à
Existência!

Uma palavra excepcional, expressa o conceito excepcional de um Princípio


Absoluto, um início que vem de um “nada“. O início do tempo, do espaço,
da matéria e da energia. O princípio da existência de todas as coisas, um
ponto que está muito, muito além da compreensão humana.

É por isso que a primeira palavra da Bíblia não pode se conectar ao


restante de sua frase, pois quando foi proferida, ainda não existia o
“restante”. Isso é algo que fala não apenas do universo ter um ponto de
partida, mas de que Deus é esse ponto de partida.

E esse fato de que Deus é o Criador do universo, faz com que seja
impossível a total compreensão e o entendimento dos processos que
estiveram envolvidos na criação deste universo.

Nós sabemos que o homem, através da ciência, vem tentando descobrir e


compreender as origens do cosmos e da terra. Mas o que eu quero que
você, meu caro leitor, entenda, é que todas essas teorias de um universo
auto-gerado (onde tudo ocorre por mera coincidência), não conseguem
explicar a maravilha, a mais bela obra de engenharia que se tem notícia.
Toda a perfeição que vemos, seja no mundo astrofísico, no vegetal, no
animal e seus arranjos e auto-complementos expressam a capacidade
ímpar da mente de quem os criou.

Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas


mãos.
Salmos 19:1

Quando Deus explica a Jó que um simples mortal não pode conhecer os


caminhos da justiça divina, o Senhor ilustra a limitação do
conhecimento humano por meio do processo da Criação do Mundo:

Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens


inteligência.
Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o
cordel?
Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de
esquina,
Jó 38:4-6

A Criação ex nihilo, do nada, é um processo que nenhum homem


testemunhou e que por isso está para muito além da compreensão
humana. Todas as explicações científicas, até aqui, são mais projeções
(teorias) da imaginação do homem do que qualquer outra coisa. Não se
deixe impressionar por elas.

E sabiamente a Torá utiliza em sua primeira palavra uma construção


gramatical propositalmente inusitada, para nos lembrar, para que nunca
venhamos a esquecer que viemos de um ser que é inimaginavelmente
maravilhoso, e suas obras são insondáveis!

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