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O texto de Rodolfo Ilari foi publicado em 2009 pela Cortez Editora e aborda a
questão do Estruturalismo Linguístico: no Brasil, sobre os estudos da
linguagem, teve uma impactante importância e se deu durante a década de 60,
juntamente com o momento no qual a Linguística começava a ser tomada
como uma disciplina independente. Com isso, professores e pesquisadores
foram instigados a sistematizar suas doutrinas; entre eles, podemos citar
Mattoso Câmara Jr. (RJ), Eni Orlandi (SP), Izidoro Blikstein (SP) e Cidmar
Teodoro Paes (SP). O compilado de professores de São Paulo teve como
releitura autores como Hjelmslev, Barthes e o próprio Ferdinand de Saussure.
Seguindo esta linha de raciocínio, o destino não poderia ser outro senão a
mais fundamental das oposições saussurianas (língua x fala). Desta forma,
Saussure estabeleceu que o objeto específico da pesquisa da Linguística
deveria ser o sistema; esta é uma das noções que caracterizam o
estruturalismo. O texto também mostra que Saussure tachou a língua como
sendo um fenômeno social e a Linguística como constituindo um ramo da
psicologia social.
No texto, Ilari também explica em seu texto, de forma bastante clara e sábia,
que a propriedade física depende do contexto, e usa as palavras “enfiar” e
“enviar” para exemplificar a questão (no sentido de que “en_iar” poderia ser
grafado com “f” ou com “v” na lacuna e que essas duas alterações implicam em
significados diferentes, enquanto na palavra “rato” se o “r” for pronunciado da
maneira como os paulistas falam e como os cariocas dizem, o sentido não se
alteraria).
Ainda em seu texto, Rodolfo Ilari elenca uma série de ideias da teoria
saussuriana nas quais a mais importante seria a do valor linguístico que
ressalta a natureza opositiva do signo. Essa ideia fundamenta a especificidade
de cada signo linguístico não é o fato de que ele se aplica a certos objetos do
mundo, e não a outros; é a maneira como a língua coloca esse signo
em contraste com os demais signos de um sistema linguístico. O estoque de
lições saussurianas não seria completo se não elencar mais um conceito
importante. Trata-se da oposição entre sincronia e diacronia. Nessa dicotomia
a linguística diacrônica estudaria a língua e suas variações histórico-temporais
e a linguística sincrônica estudaria a língua em certo momento, sem importar
sua evolução temporal.
Por último e não menos importante Ilari nos apresenta os estudos pós
Saussure como os da Escola de Praga, da Glossemática, do Funcionalismo, de
Romam Jakobson e a Linguística de Chomsky que contribuíram e contribuem
no desenvolvimento do segmento estruturalista.
Alguns fenômenos podem ser explicados não pelo que deixam à mostra, mas
por uma estrutura subjacente. Os fatos possuem uma relação interna, de tal
forma que não podem ser entendidos isoladamente, mas apenas em relação
aos seus pares antagônicos.
Para entender como esse método funciona, é preciso estudar suas origens, na
Linguística e na Antropologia.
A linguagem O método estruturalista foi usado pela primeira vez pelo linguista
suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) em sua obra póstuma, editada por
alunos, Curso de Linguística Geral. Nesta obra, Saussure fornece as bases
teóricas para duas importantes ciências do século 20: a Linguística Estrutural e
a Semiologia, ou ciência dos signos.