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conforme edital
2017/2018
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MATEMÁTICA

MATEMÁTICA

Conjuntos: operações e problemas com conjuntos ..........................................................................................................


Conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, reais e suas
operações. Representação na reta .....................................................................................................................................
Unidades de medida: distância, massa, tempo, área, volume e capacidade ..................................................................
Álgebra: produtos notáveis, equações, sistemas e problemas do primeiro
grau, inequações, equação e problemas do
segundo grau..............................................................................................................................................................................
Porcentagem e proporcionalidade direta e inversa .........................................................................................................
Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e
geométrica ...........................................................................................................................................................................
Juros e noções de matemática financeira. ........................................................................................................................
..............................................................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................................................
Semelhança e relações mé- tricas no triângulo retângulo ...............................................................................................
Geometria espacial: poliedros, prismas e pirâmides, cilindro, cone eesfera,
áreas e volumes ...................................................................................................................................................................
Matemática discreta: princípios de contagem, noção de probabilidade,
noções de estatística, gráficos e medidas... 6
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termo ―propriedade P que caracteriza os elementos de um
CONJUNTOS: OPERAÇÕES E conjunto A‖ significa que, dado um elemento x qualquer temos:
PROBLEMAS COM CONJUNTOS. Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a
propriedade P é indicado por:
{x, tal que x tem a propriedade P}

Uma vez que ―tal que‖ pode ser s por t.q. ou | ou ainda :,
Conjuntos podemos indicar o mesmo conjunto por:
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou objetos. Dá
{x : x tem a propriedade P}
a ideia de coleção.
Exemplos
Conjuntos Primitivos
{ x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que {0,
primitivos, ou seja, não são definidos. 1, 2, 3}
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que {0, 1}
de livros são todos exemplos de conjuntos.
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos. Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler
Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou consiste em representar o conjunto através de um ―círculo‖ de tal
um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser forma que seus elementos e somente eles estejam no ―círculo‖.
elemento de algum outro conjunto. Exemplos
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um feixe de - Se A = {a, e, i, o, u} então
retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é também conjunto
(de pontos).
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A, B,
C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y,
..., embora não exista essa obrigatoriedade.
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por
letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então
nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos xA


Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos x


A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
Conjunto Vazio
Como representar um conjunto
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos. Representa-
Pela designação de seus elementos: Escrevemos os se pela letra do alfabeto norueguês 0 ou, simplesmente { }.
elementos entre chaves, separando os por vírgula. Simbolicamente: x, x0

Exemplos Exemplos

- {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, 6, 0= {x : x é um número inteiro e 3x = 1}


7 e 8. 0= {x | x é um número natural e 3 – x = 4}
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b e m. 0= {x | x ≠ x}
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
3} e {3}. Subconjunto

Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também
elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a parte
propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A,
este fica bem determinado. de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A B.

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Simbolicamente: A B  ( x)(x  xB) Conjunto das partes

Portanto, A B significa que A não é um subconjunto de B Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B. formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
Por outro lado, A B se, e somente se, existe, pelo menos, conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de
um elemento de A que não é elemento de B. A e é indicado por P(A).
Simbolicamente: A B  ( x)(xA e x B) Simbolicamente: P(A)={X | X A} ou X P(A)  X 
A
Exemplos
Exemplos

- {2 . 4} {2, 3, 4}, pois 2 {2, 3, 4} e 4 {2, 3, 4} a) = {2, 4, 6}


{2, 3, 4} {2, 4}, pois 3  {2, 4} P(A) = { 0 , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
{5, 6} {5, 6}, pois 5 {5, 6} e 6 {5, 6}
b) = {3,5}
Inclusão e pertinência P(B) = { 0 , {3}, {5}, B}

A definição de subconjunto estabelece um relacionamento c) = {8}


entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão ( ). P(C) = { 0 , C}
A relação de pertinência () estabelece um relacionamento
d) = 0 P(D)
entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
= { 0 }
relação de inclusão.
Simbolicamente
Propriedades
xA  {x} A
x A  {x} A Seja A um conjunto qualquer e 0 o conjunto vazio. Valem
as seguintes propriedades
Igualdade
0≠( 0) 00 00 0{ 0}
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B 0A 0 P(A) A A  AP(A)
é também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B  A B e B A n
Se A tem n elementos então A possui 2 subconjuntos e,
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale, n
segundo a definição, a demonstrar que A B e B A. portanto, P(A) possui 2 elementos.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e União de conjuntos
somente se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se
subconjunto de A. Simbolicamente: A ≠ B  A B ou B A por A  B.
Simbolicamente: A 4 B = {X | XA ou
XB}
Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} {4,2} e {4,2} {2,4}. Isto nos


mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve ser
levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto fica
determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela
ordem em que esses elementos são descritos.
{2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4}  {2,4} e {2,4} 
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é Exemplos
desnecessária.
{a,a} = {a} {2,3}  {4,5,6}={2,3,4,5,6}
{2,3,4}  {3,4,5}={2,3,4,5}
{a,b = {a}  a= b {2,3}  {1,2,3,4}={1,2,3,4}
{1,2} = {x,y}  (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1) 
{a,b} φ {a,b}

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Intersecção de conjuntos b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para
três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Observe o diagrama e comprove.
Representa-se por A  B. Simbolicamente: A  B = {X | XA ou
XB}

Exemplos

{2,3,4}  {3,5}={3}
{1,2,3}  {2,3,4}={2,3}
{2,3}  {1,2,3,5}={2,3}
{2,4}  {3,5,7}=φ

Observação: Se A  B=φ , dizemos que A e B são conjuntos


disjuntos.

Subtração

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado


por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X A e
X B}
Número de Elementos da União e da Intersecção de
Conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo,


podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números
de elementos.

O conjunto A – B é também chamado de conjunto


complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | XA e XB}

Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A =φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
Note que ao subtrairmos os elementos comuns
evitamos que eles sejam contados duas vezes. - A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Observações:
Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de
completar de B em relação a A somente nos casos em que B A.
a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um - Se B A representa-se por B o conjunto complementar de B
em relação a A. Simbolicamente: B A B = A – B =
deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
verdadeira.
CAB`

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De acordo com o enunciado temos:


n(B  D) n(B) n(D)9 y 42 y 33 n(A 
D) n(A) n(B) x 924 x 15
Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:

n( A  B  C  D) n( A) n(B) n(C) n(D)159133370


b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:
Exemplos
n[( A  B)(B  D)] n( A) n(B) n(D)1593357
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
A = {2, 3, 4} A = {0, 1, 5, 6}
B = {3, 4, 5, 6 } B = {0, 1, 2} Questões
C = φC = S
1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
Número de elementos de um conjunto NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma
cidade,13 dele não se inscreveram nas comissões de Educação,
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores se inscreveram
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda, nas três comissões citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas
comis-sões de Educação e Saúde e oito deles se inscreveram
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
apenas nas comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum
temos:
dos vereado-res se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O
n(A  B)=n(A)+n(B)-n(A  B) número de vereadores inscritos na comissão de Saneamento
A  B=φ n(A  B)=n(A)+n(B) Básico é igual a
n(A -B)=n(A)-n(A  B) 15.
B A  n(A-B)=n(A)-n(B) 21.
18.
Resolução de Problemas 27.
16.
Exemplo:
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças 2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há28 que dirigem au-
ruivas, 13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se tomóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que dirigem automóveis
quantas crianças existem na escola? e motocicleta. Quantos motoristas há no grupo?
16 motoristas
quantas crianças são meninas ou são ruivas
32 motoristas
48 motoristas
36 motoristas

3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014)


Dos46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15
deles também estão aptos para classificar processos e os demais
estão aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que
estão aptos para atender ao público, mas não são capazes de
arquivar documentos. Dentre esses últimos técnicos
mencionados, 4 deles também são capazes de classificar
processos. Sabe-se que aqueles que classificam processos são, ao
todo, 27 técnicos. Considerando que todos os técnicos que
executam essas três tarefas foram cita-dos anteriormente, eles
Sejam: somam um total de
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x 58.
B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9 65.
C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13 76.
D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y 53.
95.

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4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- 8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atle- TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
tas da delegação de um país nos jogos universitários por medalha vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô
conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas em de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A;
94 pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C.
modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da de-legação
Uti-lizam as linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C
desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou mais de um total de 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas;
uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o 26 pessoas que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira,
diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país ganharam, conclui--se corretamente que o número de entrevistados que
cada um, apenas uma medalha de ouro. utilizam as linhas A e B e C é igual a
50.
26.
56.
10.
18.
9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-
se,durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do Tribunal
de Justiça, verificou-se que 16 executaram desenhos
arquitetônicos, 15 prepararam croquis e 3 realizaram outras
atividades. O número de desenhistas que executaram desenho
A análise adequada do diagrama permite concluir arquitetônico e prepara-ram croquis, nesse período, é de
corretamen-te que o número de medalhas conquistadas por esse 10.
país nessa edi-ção dos jogos universitários foi de 11.
15. 12.
13.
29.
14.
52.
46. 10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CETRO/2013)
40. Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da palavra CARRO} e B =
{x | x é letra da palavra CAMINHO}, é correto afirmar que A∩
5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM tem
SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos 1 elemento.
queformam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do 2 elementos.
núme-ro 3, menores que 31? 3 elementos.
9 4 elementos.
5 elementos.
10 F)
11 Respostas
12
13 1 - RESPOSTA: “C”
De acordo com os dados temos:
6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM 7 vereadores se inscreveram nas 3.
SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sa- APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
bendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B = {1 ; deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele
2}, assinale a alternativa que apresenta o conjunto B. já desconsidera os que se inscreveram nos três)
{1; 2; 3} APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
{0; 3} São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
{0; 1; 2; 3; 5} Portanto, 30-7-12-8=3
{3; 5} Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.
{0; 3; 5}

7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem


duasempresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos es-
tudantes desta cidade utilizam a Empresa A e 50% a Empresa B.
Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos uma
das empresas, qual o % deles que utilizam as duas empresas?
20%
25%
27%
33%
Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
35%

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2 – RESPOSTA: “B” 6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em
B. Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.

Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8 7 - Resposta “A”.


Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 = 32 mo-
toristas.

3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31 70 – 50 = 20.
classificam e atendem: 4 20% utilizam as duas empresas.
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capazes de 8 - RESPOSTA: “E”.
classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos são aptos a
atender ao público.
Somando todos os valores obtidos no diagrama teremos:
31+15+7+4+8 = 65 técnicos.

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+60-
x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200
4 - RESPOSTA: “D”. 92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+60-
O diagrama mostra o número de atletas que ganharam meda- x+26=200 92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200
lhas. x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x = 18
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por ser 2
medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-se por 3.
9 - RESPOSTA: “A”.
Intersecções:

Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46
16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = -10,
como não existe variável negativa neste caso multiplica-se por (-
5 -RESPOSTA: “B”.
1) ambos os lados , logo x = 10.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguinte con-
junto 10 - RESPOSTA: “B”.
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30} Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e B é
10 elementos. dado pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ B={A,O}

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O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
CONJUNTOS DOS NÚMEROS NATURAIS, naturais pares. Embora uma sequência real seja outro objeto ma-
INTEIROS, RACIONAIS, REAIS E SUAS temático denominado função, algumas vezes utilizaremos a deno-
OPERAÇÕES. REPRESENTAÇÃO NA RETA. minação sequência dos números naturais pares para representar o
conjunto dos números naturais pares: P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais ímpares, às vezes também chamados, a
Números Naturais sequência dos nú-meros ímpares. I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

O conjunto dos números naturais é representado pela letra Operações com Números Naturais
maiúscula N e estes números são construídos com os algarismos: 0,
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como algarismos Na sequência, estudaremos as duas principais operações
indo-arábicos. No século VII, os árabes invadiram a Índia, difundin- possí-veis no conjunto dos números naturais. Praticamente, toda a
do o seu sistema numérico. Embora o zero não seja um número na- Mate-mática é construída a partir dessas duas operações: adição e
tural no sentido que tenha sido proveniente de objetos de contagens multi-plicação.
naturais, iremos considerá-lo como um número natural uma vez que
ele tem as mesmas propriedades algébricas que os números naturais. A adição de números naturais
Na verdade, o zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema
posicional de numeração para suprir a deficiência de algo nulo. A primeira operação fundamental da Aritmética tem por
Na sequência consideraremos que os naturais têm início com fina-lidade reunir em um só número, todas as unidades de dois ou
o número zero e escreveremos este conjunto como: N = { 0, 1, 2, mais números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as
3, 4, 5, 6, ...}
adições podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular,
Representaremos o conjunto dos números naturais com a
letra N. As reticências (três pontos) indicam que este conjunto com o auxílio de pedras ou por meio de ábacos.
não tem fim. N é um conjunto com infinitos números.
Propriedades da Adição
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto
Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é
será representado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...} fechada, pois a soma de dois números naturais é ainda um
A construção dos Números Naturais número natural. O fato que a operação de adição é fechada em N
é conhecido na literatura do assunto como: A adição é uma lei de
Todo número natural dado tem um sucessor (número que composição interna no conjunto N.
vem depois do número dado), considerando também o zero. Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é
Exemplos: Seja m um número as-sociativa, pois na adição de três ou mais parcelas de números
natural. a) O sucessor de m é m+1. natu-rais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer
b) O sucessor de 0 é 1. c) modos, ou seja, com três números naturais, somando o primeiro
O sucessor de 1 é 2. d) O com o se-gundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro,
sucessor de 19 é 20. obteremos um resultado que é igual à soma do primeiro com a
soma do segundo e o terceiro. (A + B) + C = A + (B + C)
Se um número natural é sucessor de outro, então os dois Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe o
núme-ros juntos são chamados números consecutivos. elemento neutro que é o zero, pois tomando um número natural
Exemplos: qualquer e somando com o elemento neutro (zero), o resultado
a) 1 e 2 são números consecutivos. b) será o próprio número natural.
5 e 6 são números consecutivos. c) 50 Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é
e 51 são números consecutivos. comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma, ou seja, so-
mando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
Vários números formam uma coleção de números naturais con-
resultado que se somando a segunda parcela com a primeira parcela.
secutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o terceiro é sucessor
do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessivamente. Multiplicação de Números Naturais
Exemplos:
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro
b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
são as unidades do segundo número denominadas multiplicador.
Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
antecessor (número que vem antes do número dado). Exemplo
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de
zero. a) O antecessor do número m é m-1. 4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes: 4 x 9 = 9 + 9 + 9
b) O antecessor de 2 é 1. c) + 9 = 36
O antecessor de 56 é 55. O resultado da multiplicação é denominado produto e os
d) O antecessor de 10 é 9. núme-ros dados que geraram o produto, são chamados fatores.
Usamos o sinal × ou · ou x, para representar a multiplicação.

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Propriedades da multiplicação O número que se repete como fator é denominado base que
neste caso é m. O número de vezes que a base se repete é denomi-
Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N dos nado expoente que neste caso é n. O resultado é denominado po-
números naturais, pois realizando o produto de dois ou mais nú- tência. Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores
meros naturais, o resultado estará em N. O fato que a operação de 3 3
iguais, como por exemplo: 2 = 2 × 2 × 2 = 8 → 4 = 4 × 4 × 4 = 64
multiplicação é fechada em N é conhecido na literatura do
assunto como: A multiplicação é uma lei de composição interna Propriedades da Potenciação
no con-junto N.
Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n,
n
fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro fa-tor denotada por 1 , será sempre igual a 1.
com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro núme-ro Exemplos:
n
natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o terceiro pelo a- 1 = 1×1×...×1 (n vezes) =
3
produto do primeiro pelo segundo. (m . n) . p = m .(n . p) → 1 b- 1 = 1×1×1 = 1
7
(3 . 4) . 5 = 3 . (4 . 5) = 60 c- 1 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe o
um elemento neutro para a multiplicação que é o 1. Qualquer que Se n é um número natural não nulo, então temos que n =1.
seja o número natural n, tem-se que: 1 . n = n . 1 = n → 1 . 7 = 7 Por exemplo:
.1=7 (a) nº = 1
Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais (b) 5º = 1
quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, mul- (c) 49º = 1
tiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o
mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo pri- o
A potência zero elevado a zero, denotada por 0 , é carente de
meiro elemento. m . n = n . m → 3 . 4 = 4 . 3 = 12 sentido no contexto do Ensino Fundamental.
Propriedade Distributiva Qualquer que seja a potência em que a base é o número na-tural
1
n e o expoente é igual a 1, denotada por n , é igual ao próprio
Multiplicando um número natural pela soma de dois números Por exemplo:
naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das par-
celas e a seguir adicionar os resultados obtidos. m . (p + q) = m . p (a) n¹ = n
+ m . q → 6 x (5 + 3) = 6 x 5 + 6 x 3 = 30 + 18 = 48 (b) 5¹ = 5
(c) 64¹ = 64
Divisão de Números Naturais
n
Toda potência 10 é o número formado pelo algarismo 1 se-
Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber guido de n zeros.
quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro nú- Exemplos: a-
3
mero que é o maior é denominado dividendo e o outro número que é 10 = 1000
8
menor é o divisor. O resultado da divisão é chamado quociente. Se b- 10 = 100.000.000
multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos o dividendo. o
c- 10 = 1
No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada,
Questões
pois nem sempre é possível dividir um número natural por outro
número natural e na ocorrência disto a divisão não é exata. 1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) A partir de 1º de
março, uma cantina escolar adotou um sistema de recebimento por
Relações essenciais numa divisão de números naturais
cartão eletrônico. Esse cartão funciona como uma conta corrente:
Em uma divisão exata de números naturais, o divisor deve
coloca-se crédito e vão sendo debitados os gastos. É possível o sal-do
ser menor do que o dividendo. 35 : 7 = 5
negativo. Enzo toma lanche diariamente na cantina e sua mãe credita
Em uma divisão exata de números naturais, o dividendo é o
valores no cartão todas as semanas. Ao final de março, ele anotou o
produto do divisor pelo quociente. 35 = 5 x 7
seu consumo e os pagamentos na seguinte tabela:
A divisão de um número natural n por zero não é possível
pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então poderíamos
escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0 x q = 0 o que não
correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem sentido ou ainda é
dita impossível.

Potenciação de Números Naturais


n
Para dois números naturais m e n, a expressão m é um
n
produ - to de n fatores iguais ao número m, ou seja: m = m . m .
m ... m . m → m aparece n vezes

8
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No final do mês, Enzo observou que tinha
1ª Zona Eleitoral 2ª Zona Eleitoral
crédito de R$ 7,00.
débito de R$ 7,00. João 1750 2245
crédito de R$ 5,00. Maria 850 2320
débito de R$ 5,00. Nulos 150 217
empatado suas despesas e seus créditos. Brancos 18 25
Abstenções 183 175
2 - (PREF. IMARUI/SC – AUXILIAR DE SERVIÇOS GE-
RAIS - PREF. IMARUI/2014) José, funcionário público, recebe A) 3995
salário bruto de R$ 2.000,00. Em sua folha de pagamento vem o B) 7165
desconto de R$ 200,00 de INSS e R$ 35,00 de sindicato. Qual o C) 7532
salário líquido de José? D) 7575
R$ 1800,00 E) 7933
R$ 1765,00
R$ 1675,00 7 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE-
R$ 1665,00 RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Durante um mutirão para
promover a limpeza de uma cidade, os 15.000 voluntários foram
3 – (Professor/Pref.de Itaboraí) O quociente entre dois nú-meros igualmente divididos entre as cinco regiões de tal cidade. Sendo
naturais é 10. Multiplicando-se o dividendo por cinco e reduzindo-se assim, cada região contou com um número de voluntários igual a:
o divisor à metade, o quociente da nova divisão será:
2500
3200
2
1500
5 3000
25 2000
50
100 8 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE-
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Em determinada loja, o pa-
4 - (PREF. ÁGUAS DE CHAPECÓ – OPERADOR DE gamento de um computador pode ser feito sem entrada, em 12
MÁQUINAS – ALTERNATIVE CONCURSOS) Em uma loja, parcelas de R$ 250,00. Sendo assim, um cliente que opte por essa
as compras feitas a prazo podem ser pagas em até 12 vezes sem forma de pagamento deverá pagar pelo computador um total de:
juros. Se João comprar uma geladeira no valor de R$ 2.100,00 R$ 2500,00
em 12 vezes, pagará uma prestação de: R$ 3000,00
R$ 150,00. R$1900,00
R$ 175,00. R$ 3300,00
R$ 2700,00
R$ 200,00.
R$ 225,00.
9 – (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) O
su-cessor do dobro de determinado número é 23. Esse mesmo
5 - PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE- deter-minado número somado a 1 e, depois, dobrado será igual a
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Ontem, eu tinha 345 boli- 24.
nhas de gude em minha coleção. Porém, hoje, participei de um 22.
campeonato com meus amigos e perdi 67 bolinhas, mas ganhei 20.
outras 90. Sendo assim, qual a quantidade de bolinhas que tenho 18.
agora, depois de participar do campeonato? 16.
368
270 10 - (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI-
365 DADE – FCC/2012) Uma montadora de automóveis possui cinco
290 unidades produtivas num mesmo país. No último ano, cada uma
376 dessas unidades produziu 364.098 automóveis. Toda a produção
foi igualmente distribuída entre os mercados consumidores de
sete países. O número de automóveis que cada país recebeu foi
6 – (Pref. Niterói) João e Maria disputaram a prefeitura de
26.007
uma determinada cidade que possui apenas duas zonas eleitorais.
26.070
Ao final da sua apuração o Tribunal Regional Eleitoral divulgou 206.070
a seguinte tabela com os resultados da eleição. A quantidade de 260.007
eleitores desta cidade é: 260.070

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Respostas 8 - RESPOSTA: ―B‖.
250∙12=3000
1 - RESPOSTA: ―B‖. O computador custa R$3000,00.
crédito: 40+30+35+15=120
débito: 27+33+42+25=127 9 - RESPOSTA: ―A‖.
120-127=-7 Se o sucessor é 23, o dobro do número é 22, portanto o nú-
Ele tem um débito de R$ 7,00. mero é 11.
(11+1) → 2=24
2 - RESPOSTA: ―B‖.
2000-200=1800-35=1765 10 - RESPOSTA: ―E‖.
O salário líquido de José é R$1765,00. 364098 → 5=1820490 automóveis

3 - RESPOSTA:
―E‖. D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10
Conjunto dos Números Inteiros – Z
R= resto = 0 (divisão exata)
Equacionando: Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do
D= d.Q + R conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o con-
D= d.10 + 0 → D= 10d junto dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto é
denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto
Pela nova divisão temos: pode ser escrito por: Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos
notáveis:

O conjunto dos números inteiros não nulos:


Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
Isolando Q temos: Z* = Z – {0}

O conjunto dos números inteiros não negativos:


Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N

4 - RESPOSTA: ―B‖. O conjunto dos números inteiros positivos:


Z*+ = {1, 2, 3, 4,...}

O conjunto dos números inteiros não positivos:


Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Cada prestação será de R$175,00
O conjunto dos números inteiros negativos:
5 - RESPOSTA: ―A‖. Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
345-67=278
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a
Depois ganhou distânciaou afastamento desse número até o zero, na reta
90 278+90=368 numérica inteira. Representa-se o módulo por | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 O
6 - RESPOSTA: ―E‖. módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 O
Vamos somar a 1ª Zona: 1750+850+150+18+183 = 2951 módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
2ª Zona : 2245+2320+217+25+175 = 4982 O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é
Somando os dois: 2951+4982 = 7933 sempre positivo.
7 - RESPOSTA: ―D‖. Números Opostos: Dois números inteiros são ditos
opostosum do outro quando apresentam soma zero; assim, os
pontos que os representam distam igualmente da origem.
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e
Cada região terá 3000 voluntários. vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero.

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Adição de Números Inteiros Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = +3
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) –
Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).
números inteiros positivos a idéia de ganhar e aos números
inteiros negativos a idéia de perder. Temos:
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8) (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7) (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3) (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o
O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o mes-mo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado.
Propriedades da adição de números inteiros: O Multiplicação de Números Inteiros
conjuntoZéfechado para a adição, isto é, a soma de dois números
inteiros ainda é um número inteiro. A multiplicação funciona como uma forma simplificada de uma
adição quando os números são repetidos. Poderíamos analisar tal
Associativa: Para situação como o fato de estarmos ganhando repetidamente al-guma
todosa,b,cemZ:a + (b + c) = (a + quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes
b) + c consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser
2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7 indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2 +
Comutativa: Para 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
todosa,bemZ:a + b = b + a Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2) +
3+7=7+3
(–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
Observamos que a multiplicação é um caso particular da adi-
Elemento Neutro: Existe 0 emZ, que adicionado a
ção onde os valores são repetidos.
cadazemZ, proporciona o próprio z, isto é:
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indi-
z+0=z
cado por axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras.
7+0=7 Para realizar a multiplicação de números inteiros, devemos
obedecer à seguinte regra de sinais:
Elemento Oposto: Para todozemZ, existe (-z) emZ, tal
(+1) x (+1) = (+1)
quez + (–z) = 0
9 + (–9) = 0 (+1) x (-1) = (-1)
(-1) x (+1) = (-1)
Subtração de Números Inteiros (-1) x (-1) = (+1)

A subtração é empregada quando: Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma delas Sinais dos números Resultado do produto
tem a mais que a outra;
Iguais Positivo
Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a
uma delas para atingir a outra. Diferentes Negativo

A subtração é a operação inversa da adição. Propriedades da multiplicação de números inteiros:


Oconjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
diferença inteiro.
subtraendo
minuendo Associativa: Para todos a,b,c
emZ:a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
Considere as seguintes situações:
Comutativa: Para todos a,b
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou de emZ:a x b = b x a
+3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura? 3x7=7x3
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – (+3) = +3
Elemento neutro: Existe 1 emZ, que multiplicado por
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o dia, todozem Z, proporciona o próprio z, isto é:
era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus. Qual a zx1=z
temperatura registrada na noite de terça-feira? 7x1=7

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Elemento inverso: Para todo inteirozdiferente de zero, - Toda potência de base positiva é um número inteiro po-
–1
existeum inverso z =1/z em Z, tal que sitivo.
–1 2
zxz = z x (1/z) = 1 Exemplo: (+3) = (+3) . (+3) = +9
–1
9x9 = 9 x (1/9) = 1
- Toda potência de base negativa e expoente par é um
Distributiva: Para todosa,b,cemZ:a número inteiro positivo.
x (b + c) = (a x b) + (a x c) 2
Exemplo: (– 8) = (–8) . (–8) = +64
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
Divisão de Números Inteiros número inteiro negativo.
3
Exemplo: (–5) = (–5) . (–5) . (–5) = –125
Dividendo divisor dividendo:
Divisor = quociente 0 Propriedades da Potenciação:
Quociente . divisor = dividendo
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
3 6 3+6 9
Sabemos que na divisão exata dos números naturais: abase e somam-se os expoentes. (–7) . (–7) = (–7) = (–7)
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva- sea
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 8 6 8 – 6
base e subtraem-se os expoentes. (+13) : (+13) = (+13) =
2
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a divisão (+13)
exata de números inteiros. Veja o cálculo: Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam--se
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) 5 2 5.2 10
Logo: (–20) : (+5) = - 4 os expoentes. [(+4) ] = (+4) = (+4)
1
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9) =+9 (–
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para efe-
1
tuar a divisão exata de um número inteiro por outro número in- 13) = –13
teiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
Potência de expoente zero e base diferente de zero: É
módulo do divisor. Daí:
0 0
Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o quo- igual a 1. Exemplo: (+14) = 1 (–35) = 1
ciente é um número inteiro positivo.
Radiciação de Números Inteiros
Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, o quo-
ciente é um número inteiro negativo.
A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto Z. Por
A raiz n- ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a
exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem ser operação que resulta em outro número inteiro não negativo b que
realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro. elevado à potência n fornece o número a. O número n é o índice
No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e da raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica sob o
não tem a propriedade da existência do elemento neutro. sinal do radical).
1- Não existe divisão por zero. A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe um operação que resulta em outro número inteiro não negativo que
número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15. elevado ao quadrado coincide com o número a.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de
zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é Observação: Não existe a raiz quadrada de um
igual a zero. númerointeiro negativo no conjunto dos números inteiros.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didá-
Potenciação de Números Inteiros ticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de:
√9 = ±3
n mas isto está errado. O certo é:
A potência a do número inteiro a, é definida como um
produ-to de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o √9 = +3
número n é o expoente.
n
a = a x a x a x a x ... x a Observamos que não existe um número inteiro não nega-tivo
a é multiplicado por a n vezes que multiplicado por ele mesmo resulte em um número negativo.
3
Exemplos:3 = (3) x (3) x (3) = 27 A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
5
(-5) = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = - operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao
3125 (-7)² = (-7) x (-7) = 49 cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 cálculos somente aos números não negativos.

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Exemplos b c x
3 I a a =a
8 = 2, pois 2³ = 8.
3
8
= –2, pois (–2)³ = -8.
3
27 = 3, pois 3³ = 27.
3
27 = –3, pois (–3)³ = -27.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto
denúmeros inteiros, concluímos que: De acordo com as propriedades da potenciação, temos que,
Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número in-teiro respectivamente, nas operações I, II e III:
x=b-c, y=b+c e z=c/2.
negativo.
x=b+c, y=b-c e z=2c.
Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de
x=2bc, y=-2bc e z=2c.
qualquer número inteiro. x=c-b, y=b-c e z=c-2.
x=2b, y=2c e z=c+2.
Questões
4 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) GRANRIO/2013) Multiplicando-se o maior número inteiro menor
Umaoperação λ é definida por: do que 8 pelo menor número inteiro maior do que - 8, o resultado
λ
w = 1 − 6w, para todo inteiro w. encontrado será
λ
Com base nessa definição, é correto afirmar que a soma 2 + - 72
λ λ
(1 ) é igual a
- 63
−20.
- 56
−15.
- 49
−12.
– 42
15.
20.

2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior
quantidade possível, sem ficar devendo na loja.
Verificou o preço de alguns produtos:
TV: R$ 562,00
DVD: R$ 399,00 Micro-
ondas: R$ 429,00
Geladeira: R$ 1.213,00

Na aquisição dos produtos, conforme as condições mencio-


nadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco recebido será de:
R$ 84,00
R$ 74,00
R$ 36,00
R$ 26,00
R$ 16,00

3 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-


MA/2013) Analise as operações a seguir:

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5 - (SEPLAG - POLÍCIA MILITAR/MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2012) Em um jogo de tabuleiro, Carla e Ma-
teus obtiveram os seguintes resultados:

Ao término dessas quatro partidas,


Carla perdeu por uma diferença de 150 pontos.
Mateus perdeu por uma diferença de 175 pontos.
Mateus ganhou por uma diferença de 125 pontos.
Carla e Mateus empataram.

6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais é
um número inteiro?
0
1
2
3
4

7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas escalas, umano
Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião e os negativos, a quantidade
dos que desceram em cada cidade.

Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94

O número de passageiros que chegou a Belém foi:


362
280
240
190
135

Respostas

1 - RESPOSTA:“E”.
Pela definição:
Fazendo w=2

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Números Racionais – Q
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n ,
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser obti-
dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual,
o conjunto de todos os números racionais é denotado por Q.
2 - RESPOSTA: “D”. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação:
Geladeira + Microondas + DVD = 1213+429+399 = 2041 m
Geladeira + Microondas + TV = 1213+429+562 = 2204, ex- Q = { n : m e n em Z, n diferente de zero}
trapola o orçamento No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
Geladeira +TV + DVD=1213+562+399=2174, é a maior
quantidade gasta possível dentro do orçamento. Q* = conjunto dos racionais não nulos;
Troco:2200-2174=26 reais Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
3 - RESPOSTA: “B”. Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
I da propriedade das potências, temos:
Representação Decimal das Frações
p
Tomemos um número racional q , tal que p não seja
II múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a
divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
III
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
4 - RESPOSTA: “D”. número finito de algarismos. Decimais Exatos:
Maior inteiro menor que 8 é o 7 2
Menor inteiro maior que -8 é o -7. 5 = 0,4
Portanto: 7⋅(-7)=-49 1
4 = 0,25
5 - RESPOSTA: “C”. 35
Carla: 520-220-485+635=450 pontos 4= 8,75
Mateus: -280+675+295-115=575 153
pontos Diferença: 575-450=125 pontos 50 = 3,06
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
6 - RESPOSTA:“C”. algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente.
Fazendo substituição dos valores de x, dentro dos conjuntos
Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
do inteiros positivos temos:
1
3 = 0,333...
x=0 ; x=1
1
22 = 0,04545...
167
66 = 2,53030...
Representação Fracionária dos Números Decimais
, logo os únicos números que satisfa-zem a
Trata-se do problema inverso: estando o número racional
condição é x= 0 e x=5 , dois números apenas. escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos:
7 - RESPOSTA:“D”.
240- 194 +158 -108 +94 = 190 1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas
decimais do número decimal dado:
9
0,9 = 10

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57 Soma (Adição) de Números Racionais


5,7 = 10
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
76 na forma de uma fração, definimos a adição entre os números
0,76 = 100
racionais a e c , da mesma forma que a soma de frações,
348 b
3,48 = 100 através de: d
5 1
0,005 = 1000 = 200 a + c =ad + bc
b d bd
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto,
vamos apresentar o procedimento através de alguns exemplos: Propriedades da Adição de Números Racionais
Exemplo 1
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é, a
soma de dois números racionais ainda é um número racional.
Seja a dízima 0, 333... .
Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = ( a +b )
+c
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
por 10: 10x = 0,333
Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q em
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
segunda:
Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9
q + (–q) = 0
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 9. Subtração de Números Racionais
Exemplo 2 A subtração de dois números racionais p e q é a própria
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: p – q
Seja a dízima 5, 1717...
= p + (–q)
Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... . Multiplicação (Produto) de Números Racionais
Subtraindo membro a membro, temos:
99x = 512 ⇒ x = 512/99 Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
na forma de uma fração, definimos o produto de dois números
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 .
racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações,
99 através de: b d
Exemplo 3 a c ac
b x d = bd
Seja a dízima 1, 23434...
O produto dos números racionais a e b também pode ser
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = 1234,34... . indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre
Subtraindo membro a membro, temos: as letras.
990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x = 1222/990 Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos
obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da dízima (+1) × (+1) = (+1)
1, 23434... 495 (+1) × (-1) = (-1)
(-1) × (+1) = (-1)
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que (-1) × (-1) = (+1)
representa esse número ao ponto de abscissa zero. Podemos assim concluir que o produto de dois números com
o mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com
sinais diferentes é negativo.
Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3
2 2 2 2 Propriedades da Multiplicação de Números Racionais
3
Módulo de + 3 é 3 . Indica-se + 3 =
2 2 2 2 O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o
produto de dois números racionais ainda é um número racional.
3
Números Opostos: Dizemos que – 3e
2
são números
2 Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( a ×b )
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do ×c
outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta são Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a
2 2
iguais.
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- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo - Produto de potências de mesma base. Para reduzir um
q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q produto de potências de mesma base a uma só potência,
- Elemento inverso: Para todo q = a em Q, q diferente de conservamos a base e somamos os expoentes.
-1 -1 2 3 5
zero, existe q = b em Q: q × q = 1 b a x b =1 2 2 2 22 2 2 223 2
a b a  .  
 .  . . .     
 
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( a ×b 5  5  5 55 5 5 5  5 
)+(a×c)
Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um
Divisão de Números Racionais quociente de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e subtraímos os expoentes.
A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é:
-1
p ÷ q =p × q
Potenciação de Números Racionais
n Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência
A potência q do número racional q é um produto de n fatores
iguais. O número q é denominado a base e o número n é o expoente. a uma potência de um só expoente, conservamos a base e
n multiplicamos os expoentes
q = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)

Exemplos:
3
2 222 8
a)     .  .  
5  5 5 5  125 Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais fatores
b) iguais, então cada fator é chamado raiz do número. Vejamos
(–5)² = (–5) . ( –5) = 25 alguns exemplos:

Exemplo 1
(+5)² = (+5) . (+5) = 25
2
4 Representa o produto 2 . 2 ou 2 . Logo, 2 é a raiz quadrada
Propriedades da Potenciação: Toda potência com
de 4. Indica-se √4= 2.
expoente0 é igual a 1.
20= Exemplo 2
5
1  
1 Representa o produto 1. 1 ou  1 . Logo,
2 1 é a raiz
9 3 3 3 3
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
quadrada de 1 .Indica-se 1= 1

9 9 3
 Exemplo 3
1
 9 9 3
  = - 0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6) . Logo,
3
 4 4 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6.
Assim, podemos construir o diagrama:
- Toda potência com expoente negativo de um número
racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do
N Z Q
expoente anterior.
2 2
 3  5 25
  .  
 5  3 9
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
base. número zero ou um número racional positivo. Logo, os números
3
2 222 8 racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
   . .  
3  333  27 O número -100
9
não tem raiz quadrada em Q, pois tanto -10
3
+10
como , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
- Toda potência com expoente par é um número positivo. 3 9
2 Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
 1  1 1 1
     .   conjunto dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
 5   5  5  25

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2 1
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe 3/2
3
número racional que elevado ao quadrado dê 2 . 2
3 3

Questões 6 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em um jogo mate-


mático, cada jogador tem direito a 5 cartões marcados com um nú-
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS mero, sendo que todos os jogadores recebem os mesmos números.
OPE-RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Na escola onde estudo, Após todos os jogadores receberem seus cartões, aleatoriamente,
¼ dosalunos tem a língua portuguesa como disciplina favorita,
realizam uma determinada tarefa que também é sorteada. Vence o
9/20 têm a matemática como favorita e os demais têm ciências
jogo quem cumprir a tarefa corretamente. Em uma rodada em que a
como favori-ta. Sendo assim, qual fração representa os alunos
que têm ciências como disciplina favorita? tarefa era colocar os números marcados nos cartões em ordem
1/4 crescente, venceu o jogador que apresentou a sequência
3/10
2/9
4/5
3/2

2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Dirce comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada uma delas.
Pagou com uma nota de 100 reais e obteve um desconto de 10
centavos. Quantos reais ela recebeu de troco?
R$ 40,00
R$ 42,00
R$ 44,00
R$ 46,00 7 – (Prof./Prefeitura de Itaboraí) Se x = 0,181818..., então
R$ 48,00 ovalor numérico da expressão:

3 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA-


CIONAL – VUNESP/2013) De um total de 180 candidatos,
2/5estudam inglês, 2/9 estudam francês, 1/3estuda espanhol e o res-
tante estuda alemão. O número de candidatos que estuda alemão é: 34/39
6. 103/147
7. 104/147
8. 35/49
9. 106/147
10.
8 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Mariana abriu
4 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA- seucofrinho com 120 moedas e separou-as:
1 real: ¼ das moedas
CIONAL – VUNESP/2013) Em um estado do Sudeste, um Agentede
50 centavos: 1/3 das moedas
Apoio Operacional tem um salário mensal de: saláriobase- R$ 25 centavos: 2/5 das moedas
617,16 e uma gratificação de R$ 185,15. No mês passado, ele fez 10 centavos: as restantes
8 horas extras a R$ 8,50 cada hora, mas precisou faltar um dia e foi
descontado em R$ 28,40. No mês passado, seu salário totalizou Mariana totalizou a quantia contida no cofre em
R$ 810,81. R$ 62,20.
R$ 821,31. R$ 52,20.
R$ 838,51. R$ 50,20.
R$ 56,20.
R$ 841,91.
R$ 66,20.
R$ 870,31.
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
5 - (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo Numa operação policial de rotina, que abordou 800 pessoas, ve-
rificou-se que 3/4 dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram
Obtém-se : detidos. Já entre as mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
A) ½ Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?

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145 5 - RESPOSTA: “B”.
185 1,3333= 12/9 = 4/3
220 1,5 = 15/10 = 3/2
260
120

10 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS


OPERACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Quando perguntado so-
bre qual era a sua idade, o professor de matemática respondeu:
―O produto das frações 9/5 e 75/3 fornece a minha idade!‖. 6 - RESPOSTA: “D”.
Sendo assim, podemos afirmar que o professor tem:
40 anos.
35 anos.
45 anos.
30 anos.
42 anos.
A ordem crescente é :
Respostas
7 - RESPOSTA: “B”.
1 - RESPOSTA: “B”.
x=0,181818... temos então pela transformação na fração
Somando português e matemática:
gera-triz: 18/99 = 2/11, substituindo:

O que resta gosta de ciências:

8 - RESPOSTA: “A”.
2 - RESPOSTA: “B”.

Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pagou 58


reais
Troco:100-58=42 reais

3 - RESPOSTA: “C”.

Mariana totalizou R$ 62,20.


Mmc(3,5,9)=45
9 - RESPOSTA: “A”.

O restante estuda alemão: 2/45

4 - RESPOSTA: “D”.
Como 3/4 eram homens, 1/4 eram mulheres

ou 800-600=200 mulheres

Salário foi R$ 841,91.

Total de pessoas detidas: 120+25=145

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10 - RESPOSTA: “C”.

Números Reais

O conjunto dos números reaisR é uma expansão do


conjunto dos números racionais que engloba não só os inteiros e
os fracionários, positivos e negativos, mas também todos os
números irracionais.
Os números reais são números usados para representar uma
quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos). Pode-se
pensar num número real como uma fração decimal possivelmente
infinita, como 3,141592(...). Os números reais têm uma
correspondência biunívoca com os pontos de uma reta.
Podemos concluir que na representação dos números Reais
Denomina-se corpo dos números reais a coleção dos sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a cada ponto
elementos pertencentes à conclusão dos racionais, formado pelo da reta corresponde um número Real e a cada número Real
corpo de frações associado aos inteiros (números racionais) e a corresponde um ponto na reta.
norma associada ao infinito.
Existem também outras conclusões dos racionais, uma para
cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O corpo dos
números p-ádicos é formado pelos racionais e a norma associada
a p!

Propriedade
Ordenação dos números Reais
O conjunto dos números reais com as operações binárias de A representação dos números Reais permite definir uma
soma e produto e com a relação natural de ordem formam um relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são
corpo ordenado. Além das propriedades de um corpo ordenado, R maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos a relação
tem a seguinte propriedade: Se R for dividido em dois conjuntos de ordem da seguinte maneira: Dados dois números Reais a e b,
(uma partição) A e B, de modo que todo elemento de A é menor a≤b↔b–a≥0
que todo elemento de B, então existe um elemento x que separa Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0
os dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento de 5 + 15 ≥ 0
A e menor ou igual a todo elemento de B.
Propriedades da relação de ordem
Reflexiva: a ≤ a
Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c
Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b
Ordem total: a < b ou b < a ou a = b

Expressão aproximada dos números Reais


Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos
números Racionais chamamos de conjunto dos números Reais.
Ao unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto
dos números Racionais, formando o conjunto dos números Reais,
todas as distâncias representadas por eles sobre uma reta
preenchem-na por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos.
Por isso, essa reta é denominada reta Real.

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Os números Irracionais possuem infinitos algarismos Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado em
decimais não-periódicos. As operações com esta classe de valor absoluto. O valor absoluto de um número a é designado por
números sempre produzem erros quando não se utilizam todos os |a| e coincide com o número positivo, se for positivo, e com seu
algarismos decimais. Por outro lado, é impossível utilizar todos oposto, se for negativo.
eles nos cálculos. Por isso, somos obrigados a usar aproximações, Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos com uma
isto é, cortamos o decimal em algum lugar e desprezamos os nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de troco, o vendedor
algarismos restantes. Os algarismos escolhidos serão uma cometeu um erro de +10 centavos. Ao contrário, se nos devolve
aproximação do número Real. Observe como tomamos a 1,40 real, o erro cometido é de 10 centavos.
aproximação de e do número nas tabelas.

Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
milésimo

Operações com números Reais

Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de


intervalos fixos que determinam um número Real. É assim que
vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação e
divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de recomendações
úteis para operar com números Reais:
Vamos tomar a aproximação por falta.
Se quisermos ter uma ideia do erro cometido, escolhemos o
mesmo número de casas decimais em ambos os números.
Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a aproximação
máxima admitida pela máquina (o maior número de casas
decimais).
Quando operamos com números Reais, devemos fazer
constar o erro de aproximação ou o número de casas decimais.
É importante adquirirmos a idéia de aproximação em função
da necessidade. Por exemplo, para desenhar o projeto de uma
casa, basta tomar medidas com um erro de centésimo.
Em geral, para obter uma aproximação de n casas decimais, Questões
devemos trabalhar com números Reais aproximados, isto é, com n
1 casas decimais. 1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um
Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer as comerciantetem 8 prateleiras em seu empório para organizar os
quatro operações indicadas: adição, subtração, multiplicação e produtos de limpeza. Adquiriu 100 caixas desses produtos com
divisão com dois números Irracionais. 20 unidades cada uma, sendo que a quantidade total de unidades
compradas será distribuída igualmente entre essas prateleiras.
Desse modo, cada prateleira receberá um número de unidades,
desses produtos, igual a
40
50
Valor Absoluto 100
Como vimos, o erro pode ser: 160
Por excesso: neste caso, consideramos o erro positivo. 250
Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo.

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2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN- 27.
DEC/2013) Em uma banca de revistas existem um total de 27,5.
870exemplares dos mais variados temas. Metade das revistas é da 28.
edi- 28,5.
tora A, dentre as demais, um terço são publicações antigas. Qual o 29.
número de exemplares que não são da Editora A e nem são antigas?
320 7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS –
290 UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo normal e,em
435 seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, assim, sucessivamen-te,
145 sempre intercalando os ritmos da caminhada (5 minutos nor-mais e 2
minutos acelerados). A caminhada foi iniciada em ritmo normal, e foi
3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATI-VA interrompida após 55 minutos do início.
– FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um catador decocos O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamente foi:
(a água do coco já havia sido retirada). Ele só pegava cocos inteiros e 6 minutos
agia da seguinte maneira: o primeiro coco ele coloca inteiro de um 10 minutos
lado; o segundo ele dividia ao meio e colocava as metades em outro 15 minutos
lado; o terceiro coco ele dividia em três partes iguais e colocava os 20 minutos
terços de coco em um terceiro lugar, diferen-te dos outros lugares; o
quarto coco ele dividia em quatro partes iguais e colocava os quartos 8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.
de coco em um quarto lugar diferente dos outros lugares. No quinto IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é
coco agia como se fosse o primeiro coco e colocava inteiro de um CORRETOdizer:
lado, o seguinte dividia ao meio, o seguinte em três partes iguais, o O conjunto dos números reais reúne somente os números
seguinte em quatro partes iguais e seguia na sequência: inteiro, racionais.
meios, três partes iguais, quatro par-tes iguais. Fez isso com
R* é o conjunto dos números reais não negativos.
exatamente 59 cocos quando alguém disse ao catador: eu quero três
Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não são
quintos dos seus terços de coco e metade dos seus quartos de coco. O
catador consentiu e deu para a pessoa números reais.
52 pedaços de coco. As dízimas não periódicas são números reais.
55 pedaços de coco.
59 pedaços de coco. 9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-
98 pedaços de coco. XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para numeraras
101 pedaços de coco. páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL por cada
algarismo impresso. Por exemplo, para numerar as páginas 7, 58
4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014) e 290 gasta-se, respectivamente, 0,001 mL, 0,002 mL e 0,003 mL
A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em 24 pedaços, todos de de tinta. O total de tinta que será gasto para numerar da página 1
mesmo tamanho. A mãe e o pai comeram juntos, ¼ do bolo. O até a página 1 000 de um livro, em mL, será
Vitor e a sua irmã comeram, cada um deles, ¼ do bolo. Quantos 1,111.
pedaços de bolo sobraram? 2,003.
4 2,893.
6 1,003.
8 2,561.
10
12 10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de
5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014) R$0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto retirou do
Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele gastou ¼ do salário bolso oito dessas moedas, dando quatro para cada filho.
com aluguel da casa e 3/5 do salário com outras despesas. Do
A diferença entre as quantias recebidas pelos dois filhos de
salário que Paulo recebeu, quantos reais ainda restam?
Gilberto é de, no máximo,
R$ 120,00
R$ 150,00 R$ 0,45
R$ 180,00 R$ 0,90
R$ 210,00 R$ 1,10
R$ 240,00 R$ 1,15
R$ 1,35

6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN- Respostas


FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preencheu par-
cialmente, com água, 3 baldes com capacidade de 15 litros cada um. 1 - RESPOSTA: “E”.
O primeiro balde foi preenchido com 2/3 de sua capacidade, o
Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades
segundo com 3/5 da capacidade, e o terceiro, com um volume
cor-respondente à média dos volumes dos outros dois baldes. A unidades em cada prateleira.
soma dos volumes de água nos três baldes, em litros, é

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2 - RESPOSTA: “B”. editora Terceiro balde:
A: 870/2=435 revistas
publicações antigas: 435/3=145 revistas

A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros

O número de exemplares que não são da Editora A e nem são 7 - RESPOSTA: “C”.
antigas são 290. A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 minutos,
então 7 minutos ao total.
3 - RESPOSTA: “B”. Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos:

Assim, sabemos que a pessoa caminhou 7. (5 minutos +2 mi-


14 vezes iguais Coco nutos) +6 minutos (5 minutos+1 minuto)
inteiro: 14 Aceleradamente caminhou: (7.2)+1➜ 14+1=15 minutos
Metades:14.2=28
Terça parte:14.3=42 8 - RESPOSTA: “D”.
Quarta parte:14.4=56 errada - O conjunto dos números reais tem os conjuntos:
3 cocos: 1 coco inteiro, metade dos cocos, terça naturais, inteiros, racionais e irracionais.
parte Quantidade total errada – R* são os reais sem o zero.
Coco inteiro: 14+1=15 errada - -1 e 0 são números reais.
Metades: 28+2=30
Terça parte:42+3=45 9 - RESPOSTA: “C”.
Quarta parte :56 1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem.
99-10+1=90.
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o primeiro
número.
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml
4 - RESPOSTA “B”.
De 100 a 999 999-
100+1=900 números
900⋅0,003=2,7ml
1000=0,004ml
Sobrou 1/4 do bolo. Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893

10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 de R$
0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
5 - RESPOSTA: “B”. Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de R$
0,10=R$ 0,40.
Aluguel:
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o maior
Outras despesas:
valor possível – o menor valor.

Restam :1000-850=R$150,00

6 - RESPOSTA: “D”.
Primeiro balde:

Segundo balde:

23
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UNIDADES DE MEDIDA: DISTÂNCIA,


MASSA, TEMPO, ÁREA, VOLUME E
CAPACIDADE.

Sistema de Medidas Decimais


Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico decimal é
hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de comprimento do sistema métrico. A
unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada unidade
vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.

E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
2 2
São elas: quilômetro quadrado (km ), hectômetro quadrado (hm ), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o
2
metro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
2
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 10 .

Unidades de Área
2 2 2 2 2 2 2
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
2 2 2 2 2 2 2
1000000m 10000m 100m 1m 0,01m 0,0001m 0,000001m
3 3
Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km ), hectômetro cúbico (hm ), etc. Na prática,
são muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
3
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 10 , o sistema
continua sendo decimal.

Unidades de Volume
3 3 3 3 3 3 3
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
3 3 3 3 3 3 3
1000000000m 1000000m 1000m 1m 0,001m 0,000001m 0,000000001m

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros, dizemos que essa
3
é a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm .
Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

24
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O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t): 1t = 1000 kg.

Não Decimais

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais
conhecido. 2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.

0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h = 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na cartografia e na
navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60‘)
1 minuto equivale a 60 segundos (1‘ = 60‖)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma coincidência de
nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do
dia. 1º 32‘ 24‖ é a medida de um ângulo.

Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto – segundo,
embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para medir a informação
armazenada em memória de computadores, disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são bytes (b), kilobytes (kb), megabytes
(Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos ―kilo‖ e ―mega‖, essas unidades não formam um sistema decimal.
10 10
Um kilobyte equivale a 2 bytes e 1 megabyte equivale a 2 kilobytes.

Exercícios

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na hora da
aulacuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?
14h
14h 30min
15h 15min
15h 30min
15h 45min

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?

Passe 5.200 gramas para quilogramas.

25
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Converta 2,5 metros em centímetros.

Quantos minutos equivalem a 5h05min?

Quantos minutos se passaram das 9h50min até as 10h35min?

Respostas

1) Resposta ―D‖.
Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou
seja: 13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min

Logo, a questão correta é a letra D.

2) Resposta ―0, 00348 dl‖.


3 3
Solução: Como 1 cm equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm por mil, para obtermos o seu equivalente em centímetros cúbi-
3
cos: 0,348 cm .
3 3
Logo 348 mm equivalem a 0, 348 ml, já que cm e ml se equivalem.

Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então por 10 duas vezes:

Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.

3) Resposta ―100 dal‖.


3
Solução: Sabemos que 1 m equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível à
esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:

Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.


Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
3
Como 1 m equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à direita. Multi-
plicaremos então 1 por 10 duas vezes:

Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.

4) Resposta ―0, 00005 hm²‖.


Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três níveis à
esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:

Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.

Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².


3 -17 km3
5) Resposta ―0,000000000000000014 km , ou a 1,4 x 10 ‖.
Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividiremos então 14
por 1000 seis vezes:

26
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3 -17 km3 se
Portanto, 0, 000000000000000014 km , ou a 1,4 x 10 Usamos o sistema sexagesimal, que emprega a base sessenta. Os
.
expresso em notação científica equivalem a 14 mm3 múltiplos do segundo enquadram-se nesse sistema. Repare que cada
unidade é sessenta vezes maior que a unidade que a antecede.
6) Resposta ―150.000 cl‖. 1 h = 60 min
Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos 1 min = 60 s
quatro níveis à direita.
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes: Para transformar uma unidade em outra imediatamente supe-
rior, basta dividi-la por 60 e inferior basta multiplica-la por 60.
Ex:3h = 3 . 60 = 180 min
52 min = 52 . 60 = 3120 s
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita. 1020 s = 1020 : 60 = 17 min
420 min = 420 : 60 = 7 h
Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.
Ao usarmos o sistema sexagesimal, cada grupo de 60 forma
7) Resposta ―5,2 kg‖. outra classe; então, 60 segundos formam 1 minuto e 60 minutos
Solução: Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, formam 1 hora. Para adicionarmos unidades de tempo vamos to-
devemos dividir (porque na tabela grama está à direita de qui- mar cuidado para posicionar hora embaixo de hora, minuto
lograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gra-mas embai-xo de minuto e segundo embaixo de segundo.
para quilogramas saltamos três níveis à esquerda. Por exemplo: 1)Para adicionarmos 5h 12 min 37 s a 8 h 20
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de de- min 11 s, vamos colocar as unidades iguais uma embaixo da
cagrama para hectograma e finalmente de hectograma para qui- outra e depois adicionar os valores da mesma classe.
lograma:
Horaminuto segundo
5 1237 8 2011

Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda. --------------------------------------------


13 3248
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg. 2)vamos adicionar 8h 19 min 58 s com 2 h 24 min 39 s
Horaminuto segundo
8) Resposta ―250 cm‖. 8 19 58
Solução: Para convertermos 2,5 metros em centímetros, de- 224 39
vemos multiplicar (porque na tabela metro está à esquerda de -------------------------------------------
centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de me- 10 43 97
tros para centímetros saltamos dois níveis à direita. Note que , na casa dos segundos, obtivemos 97 s e vamos
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de de- decompor esse valor em:
címetros para centímetros: 97 s = 60 s + 37 s = 1 min + 37 s
Então, devemos retirar 60 s da classe dos segundos e acres-
centar 1 min na classe dos minutos.
Logo a resposta fica: 10 h 44 min 37 s
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Para subtrair unidades de medida de tempo, o processo é se-
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm. melhante ao usado na adição.
Ex; vamos subtrair 4 h 41 min 44 s de 7 h 53 min 36 s
Resposta ―305min‖. Horaminutosegundo
Solução: 7 5336
(5 . 60) + 5 = 305 min. 4 4144
--------------------------------------------------
Resposta ―45 min‖.
Solução: 45 min Perceba que a subtração 36 s – 44 s não é possível nos nú-
meros naturais, então, vamos retirar 1 min de 53 min, transformar
Unidade de tempo esse 1 min em 60 s e acrescenta-los aos 36 s. Assim:
A unidade padrão de medida de tempo é o segundo, Hora minuto segundo
abreviado por s. 7 52 96 4 41 44
Os múltiplos do segundo são:
------------------------------------------------
Hora Minuto Segundo
3 11 52
h min s Para multiplicarmos uma unidade de medida de tempo por
3600 s 60 s 1s um número natural, devemos multiplicar as horas, minutos e
segundos Por esse número natural.

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MATEMÁTICA
Ex: multiplicar 4 h 52 min 8 s por 6
4 h52 min 8 s ÁLGEBRA: PRODUTOS NOTÁVEIS,
X6 EQUAÇÕES, SISTEMAS E PROBLEMAS DO
-------------------------------------- PRIMEIRO GRAU, INEQUAÇÕES, EQUAÇÃO
24h 312 min48 s E PROBLEMAS DO SEGUNDO GRAU.
Como 312 min é maior que 1 hora, devemos descobrir
quantas horas cabem em 312 minutos. Para isso basta dividir 312
por 60 onde o resultado é 5 e o resto é 12.
Então 312 min = 5 h 12 min Produtos Notáveis
Devemos então acrescentar 5 h a 24 h = 29 h e o resultado fica
29 h 12 min 48 s Os produtos notáveis obedecem a leis especiais de formação
e, por isso, não são efetuados pelas regras normais da
Problemas multiplicação de polinômios. Apresentam-se em grande número e
dão origem a um conjunto de identidades de grande aplicação.
1.Dois amigos partiram às 10h 32 min de Aparecida do Norte e Considere a e b, expressões em R, representando polinômios
chegaram a Ribeirão Preto às 16 h 8 min. Quanto tempo durou quaisquer, apresentamos a seguir os produtos notáveis.
viagem?
Quadrado da Soma de Dois Termos
João nasceu numa terça feira às 13 h 45 min 12 s e Maria 2 2
nasceu no mesmo dia, às 8 h 13 min 47 s. Determine a diferença (a + b) = (a + b) (a + b) = a + 2ab +
2 2 2 2
entre os horários de nascimento de João e Maria, nessa ordem. b (a + b) = a + 2ab + b

3.Um passageiro embarcou em um ônibus na cidade A às Quadrado da Diferença de Dois Termos


14h 32 min 18s, esse ônibus saiu da rodoviária desta cidade às 2 2
14h 55min 40s e chegou à rodoviária da cidade B às 19h 27min (a - b) = (a - b) (a - b) = a - 2ab +
2 2 2 2
15s,do mesmo dia. Quanto tempo o passageiro permaneceu no b (a - b) = a - 2ab + b
interior do ônibus? Produto da Soma pela Diferença de Dois Termos
2
05h 54min 09s (a + b) (a – b) = a – ab + ab -
04h 05min 57s 2
b (a + b)(a – b) = a
2
05h 05min 09s
04h 54min 57s
Cubo da Soma de Dois Termos
Respostas
3 2 2
(a + b) = (a + b) (a + b) = (a + b) (a + 2ab +
1.5 h 36 min 2 3 3 2 2 2 2 3
b ) (a + b) = a + 2a b + ab + a b + 2ab + b
3 3 2 2 3
(a + b) = a + 3a b + 3ab + b
2.5 h 31 min 25 s
Cubo da Diferença de Dois Termos
3.Vamos considerar o horário de chegada à cidade B e o
horá-rio que o passageiro entrou no ônibus 3 2
(a - b) = (a - b) (a - 2ab + b )
2
3 3 2 2 2 2
19 h27 min15 seg (a - b) = a + 2a b + ab - a b + 2ab -
3 3 3 2 2 3
14 h32 min18 seg b (a - b) = a - 3a b + 3ab - b
Exercícios
Para subtrair 18 de 15 não é possível então emprestamos 1
minuto dos 27 Desenvolva os seguintes produtos notáveis:
a) (3x+y)²
Que passa a ser 26 e no lugar de 15 seg usamos 15 +60(que é b) (()+x²)²
1 min). Então
Desenvolva:
75 – 18 = 57 seg. (()+4y³)²
3
(2x+3y)
O mesmo acontece com os minutos. Vamos emprestar 1 hora
das 19 que passa a ser 18 e no lugar de 26 minutos usamos 26 + 3. Resolva os seguintes termos:
60 ( que é uma hora). Então 86 – 32 = 54 minutos 4 2 3
(x + (1/x ))
Por fim 18 h – 14 h = 4 horas ((2x/3) + (4y/5)) . ((2x/3) - (4y/5)
Resp. 4 horas 54 min e 57 seg.

28
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MATEMÁTICA
Efetue as multiplicações: a) 4) Solução:
(x-2) (x-3) a → (x-2) (x-3) =
b) (x+5) (x-4) x2 + ((-2) + (-3)) x + (-2) . (-3) =
x2 – 5x + 6
Simplifique as expressões: a)
2 2
(x + y) – x – y
2 b → (x+5) (x-4) =
2
b) (x + 2) (x - 7) + (x – 5) (x + 3) x + (5 + (-4)) x + 5 . (-4)
2
Resolva tal expressão: = x + x – 20
(a – 3)²
5) Solução:
(x – 3y)² 2 2 2
a → (x + y) – x – y
(2ª – 5)² 2 2 2
= x + 2xy + y – x –
2
y = 2xy
Desenvolva: a)
(x + 2) (x – 2) b → (x + 2) (x – 7) + (x – 5) (x + 3) =
b) (2x – 5y) (2x + 5y) 2 2
x + (2 + (-7)) x + 2 . (-7) + x + (-5 + 3) x + 3 . (-5)
2 2
Resolva a expressão: (x/2 + y/3) (x/2 – y/3). = x – 5x – 14 + x – 2x – 15 =
2
2x – 7x – 29
Calcule os seguintes termos: 6) Solução:
(3 + 4)² a → a² - 2 . a . 3 + 3²
(5 + 4)² a² - 6ª + 9

10. Utilize a regra do produto notável para resolver os b → (x)² - 2 . x . 3y + (3y)²


seguintes cálculos: x² - 6xy + 9y²
(x + 2)²
(4x + 4)² c → (2ª) ² - 2 . 2ª . 5² - 5²
(a + 4b)² 4ª ² - 4ª . 50 – 25
7) Solução:
Respostas
a → (x + 2) (x – 2)
x² - 2² =
1) Solução: x² – 4
2=
a → (3x + y)
(3x)2 2
+ 2 . 3x . y + y b → (2x – 5y) (2x + 5y)
=9x2 2 (2x) ² - (5y) ² =
+ 6xy + y
2 2=
4x² - 25y²
b → (()+x )
()2 2 2 2=
+ 2.().x + (x ) 8) Solução:
() + x2 + x4 (x/2 + y/3) (x/2 – y/3)
(x/2)² - (y/3)²
2) Solução: x²/4 - y²/9
3 2=
a → (() + 4y )
2 3 3 2
() – 2 .().4y + (4y ) Solução: Nesse caso, podemos resolver de duas maneiras:
2 3 6 a → (3 + 4)² = 7² = 49
= ()x – ()xy + 16y (3 + 4)² = 3² + 2 . 3 . 4 + 4² = 9 + 24 + 16 = 49
b → (2x+3y)
3= b → Podemos também resolver de duas maneiras:
2 2 3 (5 + 4)² = 9² = 81 (5 + 4)² = 5² + 2 . 5 . 4 + 4² =
(2x)3 + 3 .(2x) . 3y + 3 . 2x .(3y) + (3y)
= 2 2 3
25 + 40 + 16 = 81
8x 3+ 36x y + 54xy + 27y
Solução:
3) Solução:
4 2 3= a → x² + 2 . x . 2 +
a → (x + (1/x ))
(x4 3 4 2 2 4 2 2 2² x² + 4x + 4
) + 3 . (x ) . (1/x ) + 3 . x . (1/x ) +
(1/x )
2 3 =x12 6
+ 3x + 3 + (1/x )
6 b → (4x)² + 2 . 4x . 4 + 4²
16x² + 32x + 16
b → (2x/3) + (4y/5)) . ((2x/3) - (4y/5))
2 2=
= (2x/3) - (4y/5) c → (a)² + 2 . a . 4b + 4b²
2 2
(4/9)x - (16/25)y a² + 2 . a . 8b + 16b²

29
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MATEMÁTICA
Equação do 1º Grau Há também um processo prático, bastante usado, que se
baseia nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita: - Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.

3x – 2 = 16 (equação de 1º grau) Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado


esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
3 direito da igualdade.
2y – 5y = 11 (equação de 3º grau)
- Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
2 Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
1 – 3x + = x + 1 (equação de 1º grau) lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
5 2
da igualdade.
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é
O processo prático pode ser formulado assim:
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos: incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
inverter operações; lado.
efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade. Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.

Exemplo 1 Exemplo
2
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações. Resolução da equação 5(x+2) = (x+2) . (x-3) -x , usando o
processo prático. 2 3 3
Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se
que3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma
a 18, é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a habitual,multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A
multiplicação por 3). seguir, passamos a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto,
passamos a usar o processo prático, colocando termos com a
Registro incógnita à esquerda e números à direita, invertendo operações.

3x – 2 = 16 Registro
2
3x = 16 + 2 5(x+2)- (x+2) . (x-3) =x
3x = 18 2 3 3

x = 18
6.5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3)= 6. x2
3 2 3 3
x=6
2
15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x
2
Exemplo 2 15x + 30 – 2(x – 3x + 2x – 6) = –
2 2 2
2x 15x + 30 – 2(x – x – 6) = – 2x
2 =x+ 1 , efetuando a 2
Resolução da equação 1 – 3x + 15x + 30 – 2x + 2x + 12 = –
5 2 2 2
2x 17x – 2x + 42 = – 2x
2
mesma operação nos dois lados da igualdade. 2 2
17x – 2x + 2x = –
Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois ladosda
42 17x = – 42
equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados os 42
x=- 17
denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos necessários x
e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos dois lados da Note que, de início, essa última equação aparentava ser de
2
igualdade. No registro, as operações feitas nos dois lados da
igualdade são indicadas com as setas curvas verticais. 2º grau por causa do termo - 3 no seu lado direito. Entretanto,
depois das simplificações, vimos que foi reduzida a uma equação
de 1º grau (17x = – 42).
Registro
1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2 Questões
10 – 30x + 4 = 10x +
5 -30x - 10x = 5 - 10 - 1 - (PRF) Num determinado estado, quando um veículo é re-
4 -40x = +9(-1) bocado por estacionar em local proibido, o motorista paga uma taxa
40x = 9 x
fixa de R$ 76,88 e mais R$ 1,25 por hora de permanência no
= 9/40 x
estacionamento da polícia. Se o valor pago foi de R$ 101,88 o total
= 0,225 de horas que o veículo ficou estacionado na polícia corresponde a:

30
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20 3,12 bilhões.
21 2,86 bilhões.
22 2,60 bilhões.
23 2,34 bilhões.
24 2,08 bilhões.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-


TRATIVO – FCC/2014) Um funcionário de uma empresa deve
2 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. executar uma tarefa em 4 semanas. Esse funcionário executou 3/8 da
IMARUÍ/2014) Certa quantia em dinheiro foi dividida a a
tarefa na 1 semana. Na 2 semana, ele executou 1/3 do que havia
igualmente entre três pessoas, cada pessoa gastou a metade do a a a
executado na 1 semana. Na 3 e 4 semanas, o funcionário termina a
dinheiro que ganhou e 1/3(um terço) do restante de cada uma foi a
execução da tarefa e verifica que na 3 semana executou o dobro do
colocado em um recipiente totalizando R$900,00(novecentos a
que havia executado na 4 semana. Sendo assim, a fra-ção de toda a
reais), qual foi a quantia dividida inicialmente? tarefa que esse funcionário executou na 4ª semana
R$900,00 igual a
R$1.800,00 5/16.
R$2.700,00 1/6.
R$5.400,00 8/24.
D)1/ 4.
3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um quadrado é 2/5.
cha-mado mágico quando suas casas são preenchidas por
números cuja soma em cada uma das linhas, colunas ou diagonais - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
é sempre a mesma. TRATIVO – FCC/2014) Bia tem 10 anos a mais que Luana, que
O quadrado abaixo é mágico. tem 7 anos a menos que Felícia. Qual é a diferença de idades
entre Bia e Felícia?
A) 3 anos.
B) 7 anos.
C) 5 anos.
D) 10 anos.
E) 17 anos.

-(DAE AMERICANAS/SP – ANALISTA ADMINSTRATI-


VO – SHDIAS/2013) Em uma praça, Graziela estava
conversando com Rodrigo. Graziela perguntou a Rodrigo qual era
sua idade, e ele respondeu da seguinte forma:
- 2/5 de minha idade adicionados de 3 anos correspondem à
metade de minha idade.
Qual é a idade de Rodrigo?
Rodrigo tem 25 anos.
Rodrigo tem 30 anos.
Rodrigo tem 35 anos.
Rodrigo tem 40 anos.

Um estudante determinou os valores desconhecidos correta- 8 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-


mente e para 3x − 1 atribuiu VIÁRIA I - FCC/2013) Dois amigos foram a uma pizzaria. O
A)14 mais velho comeu da pizza que compraram. Ainda da mesma
12 pizza o mais novo comeu da quantidade que seu amigo havia
5 comido. Sendo assim, e sabendo que mais nada dessa pizza foi
3 comido, a fração da pizza que restou foi
1

4 - (PGE/BA – ASSISTENTE DE PROCURADORIA –


FCC/2013) A prefeitura de um município brasileiro anunciou que 3/5
da verba destinada ao transporte público seriam aplicados na
construção de novas linhas de metrô. O restante da verba seria
igualmente distribuído entre quatro outras frentes: corredores de
ônibus, melhoria das estações de trem, novos terminais de ônibus e
subsídio a passagens. Se o site da prefeitura informa que serão gas-
tos R$ 520 milhões com a melhoria das estações de trem, então o
gasto com a construção de novas linhas de metrô, em reais, será de

31
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9 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-


VIÁRIA I - FCC/2013) Glauco foi à livraria e comprou 3 exem-
plares do livro J. Comprou 4 exemplares do livro K, com preço
x = 1800
unitário de 15 reais a mais que o preço unitário do livro J. Com-
prou também um álbum de fotografias que custou a terça parte do
preço unitário do livro K. 3 - RESPOSTA: “A”.
Glauco pagou com duas cédulas de 100 reais e recebeu o troco Igualando a 1ª linha com a 3ª , temos:
de 3 reais. Glauco pagou pelo álbum o valor, em reais, igual a
33.
132.
54.
44. 3x-1=14
11.

10 - AGENTE DE SEGURANÇA METROVIÁRIA I -


4 - RESPOSTA: “A”.
FCC/2013) Hoje, a soma das idades de três irmãos é 65 anos.
Exa-tamente dez anos antes, a idade do mais velho era o dobro da 520 milhões para as melhorias das estações de trem, como
idade do irmão do meio, que por sua vez tinha o dobro da idade foi distribuído igualmente, corredores de ônibus, novos terminais
do irmão mais novo. Daqui a dez anos, a idade do irmão mais e subsídio de passagem também receberam cada um 520 milhões.
6
velho será, em anos, igual a Restante da verba foi de 520.4 = 2080 ; 10 = notação
55. científi-ca de milhões (1.000.000).
25. Verba: y
40.
50.
35.

Respostas

1 - RESPOSTA ―A”.
Devemos inicialmente equacionar através de uma
equação do 1º grau, ou seja:
y= 76,88 + 1,25. x ➜ 101,88 = 76,88 + 1,25x ➜ 101,88 –
76,88 = 1,25x
1,25x = 25 ➜ x = ➜ x = 20 horas.
ou 3,12 bilhões.
Obs.: y é o valor pago pela multa x corresponde ao número
de horas de permanência no estacionamento.
5 - RESPOSTA: “B”.
2 - RESPOSTA: “B”. Tarefa: x
Quantidade a ser dividida: x Primeira semana: 3/8x 2
Se 1/3 de cada um foi colocado em um recipiente e deu
R$900,00, quer dizer que cada uma colocou R$300,00.
semana:

32
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1ª e 2ª semana:
Na 3ª e 4ª semana devem ser feito a outra metade, pois ele
executou a metade na 1ª e 2ª semana como consta na fração Valor pago:197 reais (2.100 – 3)
acima (1/2x).
3ªsemana: 2y
4ª semana: y

6 - RESPOSTA: “A”.
Luana: x
Bia: x+10 O valor pago pelo álbum é de R$ 11,00.
Felícia: x+7
Bia-Felícia= x+10-x-7 = 3 anos.
10 - RESPOSTA: “C”.
7 - RESPOSTA: “B”. Irmão mais novo: x
Idade de Rodrigo: x Irmão do meio: 2x
Irmão mais velho:4x

Hoje:
Irmão mais novo: x+10
Irmão do meio: 2x+10
Irmão mais velho:4x+10
Mmc(2,5)=10
x+10+2x+10+4x+10=65
7x=65-30
7x=35
x=5

hoje:
Irmão mais novo: x+10=5+10=15
Irmão do meio: 2x+10=10+10=20
8 - RESPOSTA: “C”. Irmão mais velho:4x+10=20+10=30

Daqui a dez anos


Irmão mais novo: 15+10=25
Irmão do meio: 20+10=30
Irmão mais velho: 30+10=40

O irmão mais velho terá 40 anos.

Inequação do 1º Grau

Inequação é toda sentença aberta expressa por uma


desigualdade.

As inequações x + 5 > 12 e 2x – 4 ≤ x + 2 são do 1º grau, isto


Sobrou 1/10 da pizza. é, aquelas em que a variável x aparece com expoente 1.

9 - RESPOSTA: “E”. A expressão à esquerda do sinal de desigualdade chama-se


Preço livro J: x primeiro membro da inequação. A expressão à direita do sinal de
Preço do livro K: x+15 desigualdade chama-se segundo membro da inequação.

33
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Na inequação x + 5 > 12, por exemplo, observamos que: 34
Didatismo e Conhecimento
A variável é x;
O primeiro membro é x + 5;
O segundo membro é 12.

Na inequação 2x – 4 ≤ x + 2:

A variável é x;
O primeiro membro é 2x – 4;
O segundo membro é x + 2.

Propriedades da desigualdade

Propriedade Aditiva:

Mesmo sentido
Exemplo: Se 8
> 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5.

Somamos +2 aos dois membros da desigualdade

Uma desigualdade não muda de sentido quando adicionamos


ou subtraímos um mesmo número aos seus dois membros.

Propriedade Multiplicativa:

Mesmo sentido

Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . 2 > 3 . 2, isto é: 16 > 6.

Multiplicamos os dois membros por 2 Uma desigualdade não


muda de sentido quando multiplicamos ou dividimos seus dois
membros por um mesmo número positivo.
Mudou de sentido
Exemplo: Se 8
> 3, então 8 . (–2) < 3 . (–2), isto é: –16 < –6

Multiplicamos os dois membros por –2

Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou


dividimos seus dois membros por um mesmo número negativo.

Resolver uma inequação é determinar o seu conjunto verdade


a partir de um conjunto universo dado.

Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequações do


1º grau. a) x < 5, sendo U = N
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Os números naturais que tornam a desigualdade verdadeira são:


0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.
b) x < 5, sendo U = Z

Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigualdade. Logo,


V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.

c) x < 5, sendo U = Q
Todo número racional menor que 5 é solução da inequação dada.
Como não é possível representar os infinitos números racionais menores
que 5 nomeando seus elementos, nós o faremos por meio da propriedade
que caracteriza seus elementos. Assim:

V = {x ∊ Q / x <5}

Resolução prática de inequações do 1º grau:

A resolução de inequações do 1º grau é feita procedendo de


maneira semelhante à resolução de equações, ou seja, transformando
cada inequação em outra inequação equivalente mais simples, até se
obter o conjunto verdade.

Exemplo
Resolver a inequação 4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5, sendo U = Q. 4(x
– 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5
4x – 8 ≤ 6x + 2 + 5 aplicamos a propriedade distributiva
4x – 6x ≤ 2 + 5 + 8 aplicamos a propriedade aditiva
–2x ≤ 15 reduzimos os termos semelhantes

Multiplicando os dois membros por –1, devemos mudar o


sentido da desigualdade.
2x ≥ –15
2x 15 15
Dividindo os dois membros por 2, obtemos: 2  2  x  2

 15 
Logo, V = xQ| x 
 2
Vamos determinar o conjunto verdade caso tivéssemos U = Z.
15
Sendo  27,5 , vamos indicá-lo na reta numerada:

Logo, V = {–7, –6, –5, –4, ...} ou V = {x ∊ Z| x ≥ –7}.


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Questões 6 - (MACK) – Em N, o produto das soluções da inequação
2x – 3
1 – (OBM) Quantos são os números inteiros x que satisfazem maior que 8.
inequação ? 6.
13; 2.
26; 1.
38; 0.
39;
40. Respostas

2 - (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A pontuação numa 1 - RESPOSTA “D”.


prova de 25 questões é a seguinte: + 4 por questão respondida Como só estamos trabalhando com valores positivos, pode-
cor-retamente e –1 por questão respondida de forma errada. Para
mos elevar ao quadrado todo mundo e ter 9 < x < 49, sendo então
que um aluno receba nota correspondente a um número positivo,
deve-rá acertar no mínimo: que x será 10, 11, 12, 13, 14,..., 48.
3 questões Ou seja, poderá ser 39 valores diferentes.
4 questões
5 questões 2 - RESPOSTA “D”.
6 questões Se a cada x questões certas ele ganha 4x pontos então quando
7 questões erra (25 – x) questões ele perde (25 – x)(-1) pontos, a soma
desses valores será positiva quando:
3 – (Tec.enfermagem/PM) O menor número inteiro que satis-
faz a inequação 4x + 2 (x-1) > x – 12 é: 4X + (25 -1 )(-1) > 0 ➜ 4X – 25 + x > 0 ➜ 5x > 25 ➜ x > 5
-2. O aluno deverá acertar no mínimo 5 questões.
-3.
-1. 3 - RESPOSTA “C”.
4. 4x + 2 – 2 > x -12
5. 4x + 2x – x > -12 +2
5x > -10
4 – (AUX. TRT 6ª/FCC) Uma pessoa, brincando com uma x > -2
calculadora, digitou o número 525. A seguir, foi subtraindo 6, su-
Se enumerarmos nosso conjunto verdade teremos: V={-
cessivamente, só parando quando obteve um número negativo.
Quantas vezes ela apertou a tecla correspondente ao 6? 1,0,1,2,...}, logo nosso menor número inteiro é -1.
88.
87. 4 - RESPOSTA “A”.
54. Vamos chamar de x o número de vezes que ele apertou a cal-
53. culadora
42. 525 – 6x < 0 ( pois o resultado é negativo)
-6x < -525. (-1) ➜ 6x > 525 ➜ x > 87,5 ; logo a resposta
5 – (CFSD/PM/2012) Baseado na figura abaixo, o menor va-
seria 88( maior do que 87,5).
lor inteiro par que o número x pode assumir para que o perímetro
dessa figura seja maior que 80 unidades de comprimento é: 5 - RESPOSTA “B”.
Perímetro soma de todos os lados de uma figura:
6x – 8 + 2.(x+5) + 3x + 8 > 80
6x – 8 + 2x + 10 + 3x + 8 >
80 11x + 10 > 80
11x > 80 -10
x > 70/11
x > 6,36
Como tem que ser o menor número inteiro e par, logo teremos 8.

6 – RESPOSTA “E”
06.
08.
10.
12.
14.

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Como ele pede o produto das soluções, teremos: 3.2.1.0,...= Resolução das equações incompletas do 2º grau com uma
0; pois todo número multiplicado por zero será ele mesmo. incógnita.
2 2
- A equação é da forma ax + bx = 0. x +
Equação do 2º Grau 9 = 0 ➜ colocamos x em evidência
x . (x – 9) = 0
Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x toda equação x=0 ou x – 9= 0
da forma : x=9
2 Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
ax + bx + c = 0, em que a, b, c são números reais e a ≠ 0.Nas
equações de 2º grau com uma incógnita, os números reais 2
expressos por a, b, c são chamados coeficientes da equação: - A equação é da forma ax + c = 0.
2
a é sempre o coeficiente do termo em x . 2
x – 16 = 0 ➜ Fatoramos o primeiro membro, que é uma
b é sempre o coeficiente do termo em x.
diferença de dois quadrados.
c é sempre o coeficiente ou termoindependente.
(x + 4) . (x – 4) = 0
Equação completa e incompleta:
x+4=0 x – 4= 0
- Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa. x=–4 x=4
Logo, S = {–4, 4}.
Exemplos
2 Fórmula de Bháskara
5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
2
y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c Usando o processo de Bháskara e partindo da equação escrita
20). na sua forma normal, foi possível chegar a uma fórmula que vai
Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se nos permitir determinar o conjunto solução de qualquer equação
diz incompleta. do 2º grau de maneira mais simples.
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou fórmula de
Exemplos Bháskara.
2
x – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
2
10t +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
2
x=−b± ∆
5y = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).
2
2.a
Todas essas equações estão escritas na forma ax + bx + c = Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai depender
0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de uma do discriminante ; temos então, três casos a estudar.
equação do 2º grau com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão 1º caso: é umnúmero real positivo ( > 0).
2
escritas na forma ax + bx + c = 0; por meio de transformações Neste caso, ∆ é um número real, e existem dois valores
convenientes, em que aplicamos o princípio aditivo e o reais diferentes para a incógnita x, sendo costume representar esses
multiplicativo, podemos reduzi-las a essa forma. valores por x‘ e x‖, que constituem as raízes da equação.
Exemplo: Pelo princípio aditivo.
2 2
x=−b± ∆ x' =−b+ ∆
2x – 7x + 4 = 1 – x
2 2 2.a 2.a
2x – 7x + 4 – 1 + x =
2 2
0 2x + x – 7x + 4 – 1
2
= 0 3x – 7x + 3 = 0 x'' =−b− ∆
2.a
Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
2º caso: é zero ( = 0).
2 -1 = x
x 2 x-4 Neste caso, ∆ é igual a zero e ocorre:
2
4.(x - 4) - x(x - 4) 2x x=−b± ∆ = x= −b± 0 = b 0 = b
2x(x - 4) = 2x(x - 4) 2.a 2.a 2.a 2a
2
4(x – 4) – x(x – 4) = 2x Observamos, então, a existência de um único valor real para
2 2
4x – 16 – x + 4x = 2x a incógnita x, embora seja costume dizer que a equação tem duas
2 2
– x + 8x – 16 = 2x raízes reais e iguais, ou seja:
2 2
– x – 2x + 8x – 16 = 0 b
2
– 3x + 8x – 16 = 0
x‘ = x‖ = 2a

36
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3º caso: é um número real negativo ( < 0). 2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
Neste caso, ∆ não é um número real, pois não há no conjunto DEC/2013) Qual a equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
dos números reais a raiz quadrada de um número negativo. Dizemos x²-3x+4=0
então, que não há valores reais para a incógnita x, ou -3x²-5x+1=0
seja, a equação não tem raízes reais. 3x²+5x+2=0
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem 2x²-5x+3=0
duas ou uma única dependem, exclusivamente, do discriminante
2
= b – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa expressão. 3 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –
2 IN-DEC/2013) O dobro da menor raiz da equação de 2º grau
Na equação ax + bx + c = 0
2 dada porx²-6x=-8 é:
= b – 4.a.c
Quando≥ 0, a equação tem raízes reais. 2
- Quando < 0, a equação não tem raízes reais. 4
- > 0 (duas raízes diferentes). 8
- = 0 (uma única raiz). 12

2
Exemplo: Resolver a equação x + 2x – 8 = 0 no conjunto 4 - (CGU – ADMINISTRATIVA – ESAF/2012) Um
R.temos: a = 1, b = 2 e c = – 8 segmen-to de reta de tamanho unitário é dividido em duas partes
2 2
= b – 4.a.c = (2) – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36 > 0 com com-primentos x e 1-x respectivamente.
Calcule o valor mais próximo de x de maneira
Como > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes, da- que x = (1-x) / x, usando √5=2,24.
das por: 0,62
0,38
1,62
0,5
1/

x‘ = 2  6  4  2 x‖ = 2 6  8  4 5 - Antônio gastou R$ 240,00 na compra de brindes iguais


2 2 2 2 para distribuir no final de ano. Com um desconto de R$ 2,00 em
cada brinde, teria comprado 10 brindes a mais com os mesmos
Então: S = {-4, 2}. R$ 240,00. A equação cuja solução levará ao valor do brinde sem
o desconto é dada por:
2
b - 2b + 48 = 0
Propriedade das raízes 2
b + 10b - 1200 = 0
2
2 b - 2b - 48 = 0
Dada a equação ax + bx + c=0 , com a , e S e P a soma e o 2
b - 10b + 1200 = 0
produto respectivamente dessas raízes. 2
b + 2b - 240 = 0

6 - (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATE-


MÁTICA – IMA/2014) Temos que a raiz do polinômio p(x) = x²
– mx + 6 é igual a 6. O valor de m é:
2
15
Logo podemos reescrever a equação da seguinte forma: x – 7
Sx +P=0 10
8
Questões
5
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Para que a equação (3m-9)x²-7x+6=0 seja uma equa- 7 – (TEC. JUD. – 2ª FCC) Em certo momento, o número x
ção de segundo grau, o valor de m deverá, necessariamente, ser desoldados em um policiamento ostensivo era tal que subtraindo-se
diferente de: do seu quadrado o seu quadruplo, obtinha-se 1845. O valor de x é:
1. 42.
2. 45.
3.
48.
0.
50.
9.
52.

37
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8 - (CPTM - Médico do trabalho – Makiyama) A 3 - RESPOSTA:
metrologiaanunciou que o dia de amanhã será frio, com algumas “B”. x²-6x+8=0
pancadas de chuva. A temperatura mínima prevista é A e a
temperatura máxima é B. Sabendo que A e B são as raízes da
equação x² - 26x + 160 = 0, podemos afirmar que A e B são
respectivamente, em graus Celsius.
10° e 16°.
12° e 16°.
10° e 18°.
15° e 17°.
12° e 18°.
Dobro da menor raiz: 2⋅2=4
9 - (Prefeitura de São Paulo - SP - Guarda Civil Metropoli-
2
tano - MS CONCURSOS) Se x1> x2são as raízes da equação x - 4 - RESPOSTA: “A”.
27x + 182 = 0, então o valor de é:

10 - (Pref. Mogeiro/PB - Professor – Matemática – EXA-


MES) A soma das raízes da equação (k - 2)x² - 3kx + 1 = 0, comk
≠ 2, é igual ao produto dessas raízes. Nessas condições. Temos:
k = 1/2.
k = 3/2.
k = 1/3.
k = 2/3.
k = -2. 5 - RESPOSTA “C”.
Dados:
Respostas → preço de cada brinde
1 - RESPOSTA: “C”. → total de brindes
Neste caso o valor de a De acordo com o enunciado temos:
3m-9≠0
3m≠9
m≠3
2 - RESPOSTA: “D”.
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
multiplicadas resultam no valor de c. Substituindo em teremos:

6 – RESPOSTA: “B”.
Lembrando que a fórmula pode ser escrita como :x²-Sx+P,
te-mos que P(produto)=6 e se uma das raízes é 6, a outra é 1.
Então a soma é 6+1=7
S=m=7

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7 – RESPOSTA “B”
Montando a expressão
2 2
x – 4x =1845 ; igualando a expressão a zero teremos: x – 4x -
1845=0 Aplicando a formula de Bháskara:

Logo o valor de x = 45

8 - RESPOSTA: “A”.
Resolvendo a equação pela fórmula de Bháskara:
2
x – 26x + 160 = 0; a = 1, b = - 26 e c = 160
2
= b – 4.a.c
2
= (- 26) – 4.1.160
= 676 – 640
= 36

9 - RESPOSTA: “D”.
Primeiro temos que resolver a equação:

a = 1, b = - 27 e c = 182
2
= b – 4.a.c
2
= (-27) – 4.1.182
= 729 – 728
=1

O mmc entre x1 e x2 é o produto x1.x2

10 - RESPOSTA: “C”.

Vamos usar as fórmulas da soma e do produto: S = .


2
(k – 2)x – 3kx + 1 = 0; a = k – 2, b = - 3k e c = 1
S=P

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Inequação do 1º Grau 40
Didatismo e Conhecimento
Inequação é toda sentença aberta expressa por uma
desigualdade.

As inequações x + 5 > 12 e 2x – 4 ≤ x + 2 são do 1º grau, isto


é, aquelas em que a variável x aparece com expoente 1.

A expressão à esquerda do sinal de desigualdade chama-se


primeiro membro da inequação. A expressão à direita do sinal de
desigualdade chama-se segundo membro da inequação.

Na inequação x + 5 > 12, por exemplo, observamos que:

A variável é x;
O primeiro membro é x + 5;
O segundo membro é 12.

Na inequação 2x – 4 ≤ x + 2:

A variável é x;
O primeiro membro é 2x – 4;
O segundo membro é x + 2.

Propriedades da desigualdade

Propriedade Aditiva:

Mesmo sentido
Exemplo: Se 8
> 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5.

Somamos +2 aos dois membros da desigualdade

Uma desigualdade não muda de sentido quando adicionamos


ou subtraímos um mesmo número aos seus dois membros.

Propriedade Multiplicativa:

Mesmo sentido

Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . 2 > 3 . 2, isto é: 16 > 6.

Multiplicamos os dois membros por 2 Uma desigualdade não


muda de sentido quando multiplicamos ou dividimos seus dois
membros por um mesmo número positivo.
Mudou de sentido
Exemplo: Se 8
> 3, então 8 . (–2) < 3 . (–2), isto é: –16 < –6

Multiplicamos os dois membros por –2


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Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou


dividimos seus dois membros por um mesmo número negativo.

Resolver uma inequação é determinar o seu conjunto verdade a


partir de um conjunto universo dado.

Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequações do 1º


grau. a) x < 5, sendo U = N

Os números naturais que tornam a desigualdade verdadeira são:


0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.
b) x < 5, sendo U = Z

Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigualdade. Logo,


V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.

c) x < 5, sendo U = Q
Todo número racional menor que 5 é solução da inequação dada.
Como não é possível representar os infinitos números racionais menores
que 5 nomeando seus elementos, nós o faremos por meio da propriedade
que caracteriza seus elementos. Assim:

V = {x ∊ Q / x <5}

Resolução prática de inequações do 1º grau:

A resolução de inequações do 1º grau é feita procedendo de


maneira semelhante à resolução de equações, ou seja, transformando
cada inequação em outra inequação equivalente mais simples, até se
obter o conjunto verdade.

Exemplo
Resolver a inequação 4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5, sendo U = Q.
4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5
4x – 8 ≤ 6x + 2 + 5 aplicamos a propriedade distributiva
4x – 6x ≤ 2 + 5 + 8 aplicamos a propriedade aditiva
–2x ≤ 15 reduzimos os termos semelhantes

Multiplicando os dois membros por –1, devemos mudar o


sentido da desigualdade.
2x ≥ –15
2x 15 15
Dividindo os dois membros por 2, obtemos: 2  2  x  2

 15 
Logo, V = xQ| x 
 2
Vamos determinar o conjunto verdade caso tivéssemos U = Z.
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15
Sendo  27,5 , vamos indicá-lo na reta numerada:

Logo, V = {–7, –6, –5, –4, ...} ou V = {x ∊ Z| x ≥ –7}.

Questões

1 – (OBM) Quantos são os números inteiros x que satisfazem


inequação ? 06.
13; 08.
26; 10.
38; 12.
39; 14.
40.

2 - (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A pontuação numa 6 - (MACK) – Em N, o produto das soluções da inequação


prova de 25 questões é a seguinte: + 4 por questão respondida
2x – 3
cor-retamente e –1 por questão respondida de forma errada. Para
maior que 8.
que um aluno receba nota correspondente a um número positivo,
6.
deve-rá acertar no mínimo:
2.
3 questões
1.
4 questões
0.
5 questões
6 questões
Respostas
7 questões

3 – (Tec.enfermagem/PM) O menor número inteiro que satis- 1 - RESPOSTA “D”.


faz a inequação 4x + 2 (x-1) > x – 12 é: Como só estamos trabalhando com valores positivos, pode-
-2. mos elevar ao quadrado todo mundo e ter 9 < x < 49, sendo então
-3. que x será 10, 11, 12, 13, 14,..., 48.
-1. Ou seja, poderá ser 39 valores diferentes.
4.
5. 2 - RESPOSTA “D”.
Se a cada x questões certas ele ganha 4x pontos então quando
4 – (AUX. TRT 6ª/FCC) Uma pessoa, brincando com uma
calculadora, digitou o número 525. A seguir, foi subtraindo 6, su- erra (25 – x) questões ele perde (25 – x)(-1) pontos, a soma
cessivamente, só parando quando obteve um número negativo. desses valores será positiva quando:
Quantas vezes ela apertou a tecla correspondente ao 6? 4X + (25 -1 )(-1) > 0 ➜ 4X – 25 + x > 0 ➜ 5x > 25 ➜ x > 5
88. O aluno deverá acertar no mínimo 5 questões.
87.
54. 3 - RESPOSTA “C”.
53. 4x + 2 – 2 > x -12
42. 4x + 2x – x > -12 +2
5x > -10
x > -2
5 – (CFSD/PM/2012) Baseado na figura abaixo, o menor va-
lor inteiro par que o número x pode assumir para que o perímetro Se enumerarmos nosso conjunto verdade teremos: V={-
dessa figura seja maior que 80 unidades de comprimento é: 1,0,1,2,...}, logo nosso menor número inteiro é -1.

4 - RESPOSTA “A”.
Vamos chamar de x o número de vezes que ele apertou a cal-
culadora
525 – 6x < 0 ( pois o resultado é negativo)
-6x < -525. (-1) ➜ 6x > 525 ➜ x > 87,5 ; logo a resposta
seria 88( maior do que 87,5).

41
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5 - RESPOSTA “B”. Assim, é possível dizer que as equações
Perímetro soma de todos os lados de uma figura: X+y=6
6x – 8 + 2.(x+5) + 3x + 8 > 80 X–y=7
6x – 8 + 2x + 10 + 3x + 8 >
Formam um sistema de equações do 1º grau.
80 11x + 10 > 80
11x > 80 -10 Exemplos de sistemas:
x > 70/11
x > 6,36
Como tem que ser o menor número inteiro e par, logo teremos 8.

6 – RESPOSTA “E”

Como ele pede o produto das soluções, teremos: 3.2.1.0,...= Observe este símbolo. A matemática convencionou neste
0; pois todo número multiplicado por zero será ele mesmo. caso para indicar que duas ou mais equações formam um sistema.

Sistema de Equação do 1º Grau Resolução de sistemas

Definição Resolver um sistema significa encontrar um par de valores


das incógnitas X e Y que faça verdadeira as equações que fazem
Observe o raciocínio: João e José são colegas. Ao passarem parte do sistema.
por uma livraria, João resolveu comprar 2 cadernos e 3 livros e Exemplos:
pagou por eles R$ 15,40, no total dos produtos. José gastou R$ a) O par (4,3 ) pode ser a solução do sistema
9,20 na compra de 2 livros e 1 caderno. Os dois ficaram x–y=2
satisfeitos e foram para casa. x+y=6
No dia seguinte, encontram um outro colega e falaram sobre
suas compras, porém não se lembrava do preço unitário de dos Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta
livros. Sabiam, apenas que todos os livros, como todos os substituir os valores em ambas as equações:
cadernos, tinham o mesmo preço. x-y=2x+y=6
Bom, diante deste problema, será que existe algum modo de 4–3=14+3=7
descobrir o preço de cada livro ou caderno com as informações 1 ≠ 2 (falso) 7 ≠ 6 (falso)
que temos ? Será visto mais à frente.
Um sistema de equação do primeiro grau com duas incógnitas x A resposta então é falsa. O par (4,3) não é a solução do
e y, pode ser definido como um conjunto formado por duas equações sistema de equações acima.
do primeiro grau. Lembrando que equação do primeiro grau é aquela b) O par (5,3 ) pode ser a solução do sistema
que em todas as incógnitas estão elevadas à potência 1. x–y=2
x+y=8
Observações gerais
Em tutoriais anteriores, já estudamos sobre equações do Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta
primeiro grau com duas incógnitas, como exemplo: X + y = 7 x – substituir os valores em ambas as equações:
y = 30 x + 2y = 9 x – 3y = 15 x-y=2x+y=8
Foi visto também que as equações do 1º grau com duas
5–3=25+3=8
variáveis admitem infinitas soluções:
2 = 2 (verdadeiro 8 = 8 (verdadeiro)
X+y=6x–y=7
A resposta então é verdadeira. O par (5,3) é a solução do
sistema de equações acima.

Métodos para solução de sistemas do 1º grau.

- Método de substituição

Vendo a tabela acima de soluções das duas equações, é Esse método de resolução de um sistema de 1º grau
possível checar que o par (4;2), isto é, x = 4 e y = 2, é a solução estabelece que ―extrair‖ o valor de uma incógnita é substituir esse
para as duas equações. valor na outra equação.

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Observe: Vamos calcular
x–y=2 então: 3x + 2y = 4 ( x
x+y=4 +2) 2x + 3y = 1 ( x -
3) 6x +4y = 8
Vamos escolher uma das equações para ―extrair‖ o valor de -6x - 9y = -3 +
uma das incógnitas, ou seja, estabelecer o valor de acordo com a -5y = 5
outra incógnita, desta forma: y = -1
x – y = 2 ---> x = 2 + y
Substituindo:
Agora iremos substituir o ―X‖ encontrado acima, na ―X‖ da 2x + 3y = 1 2x
segunda equação do sistema: + 3.(-1) = 1 2x
x+y=4 =1+3
x=2
(2 + y ) + y = 4
2 + 2y = 4 ----> 2y = 4 -2 -----> 2y = 2 ----> y = 1
Verificando:
3x + 2y = 4 --- > 3.(2) + 2(-1) = 4 -----> 6 – 2 = 4
Temos que: x = 2 + y,
2x + 3y = 1 --- > 2.(2) + 3(-1) = 1 ------ > 4 – 3 = 1
então x = 2 + 1
x=3

Assim, o par (3,1) torna-se a solução verdadeira do sistema. PORCENTAGEM E PROPORCIONALIDADE


DIRETA E INVERSA.
- Método da adição
Este método de resolução de sistema do 1º grau consiste
apenas em somas os termos das equações fornecidas.

Observe: Porcentagem
x – y = -2
3x + y = 5 É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma
fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo
Neste caso de resolução, somam-se as equações símbolo % e lê-se: ―por cento‖.
dadas: x – y = -2 Deste modo, a fração 50 é uma porcentagem que podemos
3x + y = 5 + 100
representar por 50%.
4x = 3
x = 3/4 Forma Decimal: É comum representarmos uma
porcentagemna forma decimal, por exemplo, 35% na forma
Veja nos cálculos que quando somamos as duas equações o decimal seriam representados por 0,35.
termo ―Y‖ se anula. Isto tem que ocorrer para que possamos 75
achar o valor de ―X‖. 75% = 100 = 0,75

Agora, e quando ocorrer de somarmos as equações e os valores Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos umaporcentagem p% de V,
p
de ―x‖ ou ―y‖ não se anularem para ficar somente uma incógnita ? basta multiplicarmos a fração
p 100 por V.
100 . V
Neste caso, é possível usar uma técnica de cálculo de P% de V =
multiplicação pelo valor excludente negativo.
Ex.: Exemplo 1
3x + 2y = 4 23
2x + 3y = 1 23% de 240 = 100 . 240 = 55,2

Ao somarmos os termos acima, temos: Exemplo 2


5x + 5y = 5, então para anularmos o ―x‖ e encontramos o
valor de ―y‖, fazemos o seguinte: Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma
multiplica-se a 1ª equação por +2 amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é
multiplica-se a 2ª equação por – 3 de 56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
67
Resolução: 67% de 56 000 = 100 .5600037520

Resposta: 37 520 pessoas.

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Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço
de custo e em relação ao preço de venda

Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra


e venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de
prejuízo.
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%

Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de


prejuízo.

Exemplo

Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por


R$ 800,00.
Pede-se:
o lucro obtido na transação;
a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;
a porcentagem de lucro sobre o preço de venda.

Resposta:
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00
300
Lc = 500 = 0,60 = 60%
300
Lv = 800 = 0,375 = 37,5%

Aumento

Aumento Percentual: Consideremos um valor


inicialVquedeve sofrer um aumento de p% de seu valor.
Chamemos de A o
A
valor do aumento e V o valor após o aumento. Então, A = p% de
p
V = 100 . V
p
VA = V + A = V + 100 . V
p
VA = ( 1 + 100 ) . V
p
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
Desconto

Desconto Percentual: Consideremos um valor


inicialVquedeve sofrer um desconto de p% de seu valor.
Chamemos de D o
D
valor do desconto e V o valor após o desconto. Então, D = p%
p
de V = 100 . V
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p
VD = V – D = V – 100 . V
p
VD = (1 – 100 ) . V
p
Em que (1 – 100 ) é o fator de desconto.

Exemplo

Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro sabendo


que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa deseja que
o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com
que salário deve admiti-lo?
Resolução: VA = 1,4 . V
3 500 = 1,4 . V
3500
V= 1,42500

Resposta: R$ 2 500,00

Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um


valorinicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro
aumento, temos:
p1
V1 = V . (1 + 100 )

Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:


p2
V2 = V1 . (1 + )
100
p1 p2
V2 = V . (1 + 100 ) . (1 + 100 )

Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: V1


p1
= V. (1 – 100 )

Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:


p2
V2 = V1 . (1 – 100 )
p1 p2
V2 = V . (1 – 100 ) . (1 – 100 )

Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um


aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: V1
p1
= V . (1+ 100 )
Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
p
V 2= V 1 . (1 – 2 )
100
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p1 p2
V2 = V . (1 + 100 ) . (1 – 100 )

Exemplo

(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade de aplicação
financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente terá em reais,
relativo a esse depósito, são:

A 
1 
p  n.v
Resolução: V =
 100 
1. 15 n.1000
A
V = 
100 
A
V = 1 000 . (1,15)n
A
V = 1 000 . 1,15n
A
V = 1 150,00n

Questões

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros de
etanolem 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
38,357%
38,356%
38,358%
38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente que x.
Nessascondições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
4
5
6
7
8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia de uma co-
zinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa representa, apro-
ximadamente,
20%
26%
30%
35%
40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é de
R$50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida por R$ 40,00.
O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J após o reajuste de 20%.
Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em

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20%. 9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
50%. Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte promoção:
10%.
15%.
60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO


ADMINIS-TRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um
produto, des-contado um imposto de 16% que incide sobre esse
mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais
constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento,
aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
67%. Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção e re-
61%. vendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por ele com a
65%. revenda das latas de cerveja das duas embalagens completas foi:
63%. R$33,60
69%. R$28,60
R$26,40
6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – R$40,80
FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$43,20
R$350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua
loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser suficiente para dar 10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia 7 de
de 20% sobre o preço de compra. Nessas condições, o preço que o dezembro.
comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
R$ 620,00. O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – Detran/ SE –
R$ 580,00. realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 horas, no Espaço
R$ 600,00. Emes, um leilão de veículos apreendidos em fiscalizações de
R$ 590,00. trân-sito. Ao todo foram leiloados 195 veículos, sendo que 183
R$ 610,00. foram comercializados como sucatas e 12 foram vendidos como
aptos para circulação.
7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA –
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão pagou
bolaspretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no ato da
probabilidade de que ela seja preta é arrema-tação. Os 80% restantes foram pagos impreterivelmente
maior do que 55% e menor do que 60%. até o dia 11 de dezembro.
menor do que 50%. Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).
maior do que 65%.
maior do que 50% e menor do que 55%. Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato da arre-
maior do que 60% e menor do que 65%. matação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de dezembro. Com
base nas informações contidas no texto, calcule o valor total gasto
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- por Vitor nesse leilão.
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete refe-
rente a sua fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas, R$34.600,00
25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo assim, R$36.000,00
R$35.400,00
qual porcentagem representa, em relação a todas as crianças
R$32.000,00
entre-vistadas, as meninas que têm a maçã como fruta preferida?
R$37.800,00
10%
1,5%
Respostas
25%
7,5%
1 - RESPOSTA: “B”.
5%
Mistura:28+45=73
73------100% 28--
----x X=38,356%

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2 - RESPOSTA “C”. 7 - RESPOSTA: “A”.
12 horas → 100 % Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se tirar
uma preta é:
50 % de 12 horas = = 6 horas

X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado


Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y faz o 8 - RESPOSTA: “D”.
mesmo trabalho em 6 horas. Tem que ser menina E gostar de
maçã. Meninas:100-70=30%
3 - RESPOSTA: “B”.
, simplificando temos ➜ P=
0,075 . 100% = 7,5%.

4 - RESPOSTA: “B”. 9 - RESPOSTA: “A”.

O reajuste deve ser de 50%.

5 - RESPOSTA: “A”.
Preço de venda: PV
Preço de compra: PC
O lucro de Alexandre foi de R$33,60.
Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele superou o
preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma aos 100% 10 - RESPOSTA: “E”.
mais 40%, logo 140%= 1,4. R$28.800------- 80%
x------------------ 100%
PV - 0,16PV = 1,4PC
0,84PV=1,4PC

Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00


O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
Relação entre Grandezas
6 - RESPOSTA: “C”.
Preço de venda: PV Números diretamente proporcionais
Preço de compra: 350
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu valor. Considere a seguinte situação:
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço de com-
Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender
pra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ 0,7PV = 1,2 . a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita, os
350 ingredientes necessários são:

3 ovos
1 lata de leite condensado
1 xícara de leite
O preço de venda deve ser R$600,00. 2 colheres das de sopa de farinha de trigo
1 colher das de sobremesa de fermento em pó

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1 pacote de coco ralado em partes diretamente proporcionais à quantia investida. Calcular
1 xícara de queijo ralado a parte que coube a cada um.
1 colher das de sopa de manteiga
Solução:
Veja que:
Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, e a de
Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para 4 Toni por z, podemos escrever:
colheres de farinha;
x  y  z  32400 
Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para 6  
 x y z 
colheres de farinha;    
Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para 8  24000 27000 30000  32400

colheres de farinha; x y z xyz


Observe agora as duas sucessões de números: 24000  27000  30000  24000  27000  30000
81000

Sucessão do número de ovos: 6 9 12


Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6 8 Resolvendo as proporções:
Nessas sucessões as razões entre os termos correspondentes
4
são iguais: x 32400
6 3 9 3 12 3
 10
24000 81000
4 2 6 2 8 2
10x = 96 000
6 9 12 3
Assim: 4 6 82 x = 9 600
y 4
Dizemos, então, que: 27000 10

os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente


10y = 108 000
proporcio-nais aos da sucessão 4, 6, 8;
3 y = 10 800
o número 2 , que é a razão entre dois termos corresponden-tes, z
é chamado fator de proporcionalidade. 4
Duas sucessões de números não-nulos são diretamente pro- 3000 10
porcionais quando as razões entre cada termo da primeira sucessão e
10z = 120 000
o termo correspondente da segunda sucessão são iguais. z = 12 000

Exemplo 1: Vamos determinarxey, de modo que as Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ 10.800,00
sucessõessejam diretamente proporcionais: e Toni, R$ 12.000,00.
2 8 y
Números Inversamente Proporcionais
3 x 21
Considere os seguintes dados, referentes à produção de
Como as sucessões são diretamente proporcionais, as razões são iguais, isto é: 2 8y
 sorvete por uma máquina da marca x-5:
3 x 21
2 1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min.
2=8 = y 2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min. 4
3 x 3 21 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min. 6
2x = 3 . 8 3y = 2 . 21 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20 min.
2x = 24 3y = 42
24 42 Observe agora as duas sucessões de números:

x= 2 y= 3 Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6


x=12 y=14 Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20

Logo, x = 12 e y = 14 Nessas sucessões as razões entre cada termo da primeira


sucessão e o inverso do termo correspondente da segunda são
Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, Césare iguais:
Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ 24.000,00,
César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6
meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles

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1 2 4 6 Grandezas Diretamente Proporcionais


1  1  1  1  120
Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos cinco
120 60 30 20
primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte:

Dizemos, então, que:


Dias Sacos de açúcar
os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente propor-
cionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20; 1 5 000
o número 120, que é a razão entre cada termo da primeira 2 10 000
sucessão e o inverso do seu correspondente na segunda, é
3 15 000
chamado fator de proporcionalidade.
4 20 000
Observando que 5 25 000
1 4 é mesmo que 4.30=120 Com base na tabela apresentada observamos que:
é o mesmo que 1.120=120
1 1

20 30 duplicando o número de dias, duplicou a produção de açúcar;


triplicando o número de dias, triplicou a produção de açúcar,
2 é o mesmo que 2.60=120 6 é o mesmo que 6.20= 120 e assim por diante.
1 1
Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e produção são
60 20 diretamente proporcionais.
Podemos dizer que: Duas sucessões de números não-nulos Observe também que, duas a duas, as razões entre o número
são inversamente proporcionais quando os produtos de cada de dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
termo da primeira sucessão pelo termo correspondente da
segunda sucessão são iguais.
Exemplo 1: Vamos determinarxey, de modo que as sucessões
sejam inversamente proporcionais:
4 x 8
20 16 y
Para que as sucessões sejam inversamente proporcionais, os
produtos dos termos correspondentes deverão ser iguais. Então Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são
devemos ter: diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da
4 . 20 = 16 . x = 8 . y primeira é igual à razão entre os valores da segunda.

16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20 Tomemos agora outro exemplo.


16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8 Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz 70l de
x= 5 y = 10 álcool.
De acordo com esses dados podemos supor que:
Logo, x = 5 e y = 10.
com o dobro do número de toneladas de cana, a usina
Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em produza o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
partesinversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4. com o triplo do número de toneladas de cana, a usina
produza o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l.
Representamos os números procurados por x, y e z. E como as
sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente proporcionais,
escrevemos:
Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-de-
104 açúcar e número de litros de álcool são diretamente proporcionais.
x  y z x  y z xyz Grandezas Inversamente Proporcionais
=
1 1 1 1 1 1 11  1
Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo gasto
2 3 4 2 3 4 2 3 4 para percorrer determinada distância encontram-se na tabela:
Como, vem
Velocidade Tempo
30 km/h 12 h
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24. 60 km/h 6h

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b) 5 10 y
90 km/h 4h
x 8 24
120 km/h 3h
c) x y 21
Com base na tabela apresentada observamos que: 14 35 49
duplicando a velocidade da moto, o número de horas fica d) 8 12 20
reduzido à metade; x y 35
triplicando a velocidade, o número de horas fica reduzido à
terça parte, e assim por diante. 2- Calcule x e y nas sucessões inversamente proporcionais:
Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e tempo a) 4 x y
são inversamente proporcionais. 25 20 10
Observe que, duas a duas, as razões entre os números que
b) 30 15 10
indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões que
x 8 y
indicam o tempo:

30 = 6 inverso da razão 12 c) 2 10 y
60 12 6 x 9 15

30 = 4 inverso da razão 12 d) x y 2
90 12 4 12 4 6
30 = 3 inverso da razão 12
3- Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 e 8.
120 12 3
60 4 6 4- Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a
90 = 6 inverso da razão 4 1 1 1
3 , 4e 6.
60 = 3 inverso da razão 6
5- Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
120 6 3
3 5 1
90 = 3 inverso da razão 4 4 , 2e 3.
120 6 3 6- Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15 anos) e Ma-
theus (12 anos) 162 cabeças de gado em partes diretamente pro-
Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas são porcionais à idade de cada um. Qual a parte que coube a Rafael?
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda. 7- Evandro, Sandro e José Antônio resolveram montar um
pequeno negócio, e para isso formaram uma sociedade. Evandro
Acompanhe o exemplo a seguir: entrou com R$ 24.000,00, Sandro com R$ 30.000,00, José
Antônio com R$ 36.000,00. Depois de 4 meses tiveram um lucro
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. De de R$ 60.000,00, que foi repartido entre eles. Quanto recebeu
acordo com esses dados, podemos supor que: cada um? (Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à
quantia que cada um empregou.)
o dobro do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
metade do tempo, isto é, 18 dias; 8- Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e acertam os seis
o triplo do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na números, recebendo um prêmio de R$ 750.000,00. Como Leopoldo
terça parte do tempo, isto é, 12 dias. participou com R$ 80,00 e Wilson com R$ 70,00, o prêmio foi
Então concluímos que as grandezas quantidade de dividido entre eles em partes diretamente proporcionais à
máquinas e tempo são inversamente proporcionais. participação de cada um. Qual a parte que coube a Wilson?

Exercícios 9- O proprietário de uma chácara distribuiu 300 laranjas a três


famílias em partes diretamente proporcionais ao número de filhos.
1- Calcule x e y nas sucessões diretamente proporcionais: Sabendo-se que as famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5
filhos, quantas laranjas recebeu cada família?
a) 1 x 7
5 15 y 10- (UFAC) João, Paulo e Roberto formam uma sociedade
comercial e combinam que o lucro advindo da sociedade será
dividido em partes diretamente proporcionais às quantias que cada

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um dispôs para formarem a sociedade. Se as quantias empregadas
por João, Paulo e Roberto foram, nesta ordem, R$ 1.500.000,00, SEQUÊNCIAS, RECONHECIMENTO
R$ 1.000.000,00 e R$ 800.000,00, e o lucro foi de R$ DE PADRÕES, PROGRESSÕES ARITMÉTICA
1.650.000,00, que parte do lucro caberá a cada um? E GEOMÉTRICA.
Respostas

1- a) x = 3 y = 35 b) x = 4 y = 30 c) x = 6 y = 15 d) x = 14y = Progressão Aritmética (PA)


21
2- a) x = 5 y = 10 b) x = 4 y = 12 c) x = 45 y = 6 d) x = 1 y = Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas sequências
3 3- 80, 32, 20 4- 21, 28, 43 5- 45, 150, 20 como, por exemplo, a sucessão de cidades que temos numa
viagem de automóvel entre Brasília e São Paulo ou a sucessão
das datas de aniversário dos alunos de uma determinada escola.
6- 90 Podemos, também, adotar para essas sequências uma ordem
7- Evandro R$16.000,00 Sandro R$20.000,00 José numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para o 2º termo
AntônioR$24.000,00 até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo a n é também
8- R$350.000,00 chamado termo geral das sequências, em que n é um número na-
9- 60, 90, 150 tural diferente de zero. Evidentemente, daremos atenção ao
10- João R$750.000,00 Paulo R$500.000,00 estudo das sequências numéricas.
RobertoR$400.000,00 As sequências podem ser finitas, quando apresentam um últi-
mo termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último termo.
Resolução As sequências infinitas são indicadas por reticências no final.
04 x+y+z
--------- = x/3 ou y/4 ou z/6 (as frações foram invertidas Exemplos:
porque 3+4+6 as partes são inversas) - Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, 13,
91/13=x/3 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 2;
13x=273 a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc.
x=21 - Sequência dos números ímpares positivos: (1, 3, 5, 7, 9, 11,
91/13=y/4 ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 1; a2 = 3;
13y=364 a3 = 5; a4 = 7; a5 = 9; a6 = 11 etc.
y=28 - Sequência dos algarismos do sistema decimal de numeração:
(0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Notemos que esta é uma sequência finita
91/13=z/6 com a1 = 0; a2 = 1; a3 = 2; a4 = 3; a5 = 4; a6 = 5; a7 = 6; a8 = 7; a9
13z=546 = 8; a10 = 9.
z=42
1. Igualdade
Resolução 05 As sequências são apresentadas com os seus termos entre
x/(3/4) = y/(5/2) = z/(1/3) = k (constante) parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que apresen-
x + y + z = 215 tarem os mesmos termos em ordem diferente serão consideradas
3k/4 + 5k/2 + k/3 = 215 sucessões diferentes.
(18k + 60k + 8k)/24 = 215 → k = 60 Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e
x = 60.(3/4) = 45 somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma ordem.
y = 60.(5/2) = 150
z = 60/3 = 20 Exemplo
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à sequência
(x, y, z) → partes diretamente proporcionais (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t = 17.
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1)
Resolução 06 são diferentes, pois, embora apresentem os mesmos elementos,
x = Rafael eles estão em ordem diferente.
y = Mateus
2. Formula Termo Geral
x/15 + y /12 = 160/27 (dividindo 160 por 27 (dá 6), e Podemos apresentar uma sequência através de uma determina o
valor de cada termo an em função do valor de n, ou seja, dependendo
fazendo proporções, só calcular)
da posição do termo. Esta formula que determina o valor do termo a n
x/15=6 e chamada formula do termo geral da sucessão.
x=90
Exemplos
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo
y/12=6
termo geral e igual a:
y=72
an = n – 2n,com n € N* 

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Teremos: Observação 2
2
A1 = 1 – 2 . 1  a1 = 1
2
A2 = 2 – 2 . 2  a2 = 0 Algumas sequências não podem, pela sua forma ―desorgani-
2
A3 = 3 – 2 . 3  a3 = 3 zada‖ de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das recor-
2
A4 = 4 – 4 . 2  a4 = 8 rências, nem pela formula do termo geral. Um exemplo de uma
5
A5 = 5 – 5 . 2  a5 = 15 sequência como esta é a sucessão de números naturais primos que
já ―destruiu‖ todas as tentativas de se encontrar uma formula
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo geral para seus termos.
termo geral é igual a:
an = 3 . n + 2, com n € N*. 4. Artifícios de Resolução
a
1 = 3 . 1 + 2  a1 = 5

a2 = 3 . 2 + 2  a2 = 8 Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns


a
3 = 3 . 3 + 2  a3 = 11 elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
a
4 = 3 . 4 + 2  a4 = 14 tornar o procedimento mais simples:
PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
a5 = 3 . 5 + 2  a5 = 17
PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r),
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo razão igual a 2r.
geral é igual a: PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
an = 45 – 4 + n, com n € N*. razão igual a r.

Teremos: Exemplo
a12 = 45 – 4 . 12  a12 = -3
a23 = 45 – 4 . 23  a23 = -47 - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o valor Teremos:
do primeiro termo e um ―caminho‖ (uma formula) que permite a Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
determinação de cada termo conhecendo-se o seu antecedente. (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
Essa forma de apresentação de uma sucessão é dita de
recorrências. Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é
conhecido. Dessa forma a sequência passa a ser:
Exemplos (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em
2 2
que: (5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 5 – r =
2
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*. 21 r = 4 → 2 ou r = -2.
Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
Teremos: Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.
a1 = 3
a2 = 2 . a1 – 4 a2 = 2 . 3 – 4  a2 = 2 5. Propriedades
a3 = 2 . a2 – 4 a3 = 2 . 2 - 4 a3 = 0
a
4 = 2 . a3 – 4 a4 = 2 . 0 - 4 a4 = -4 P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio
a5 = 2 . a4 – 4 a5 = 2 .(-4) – 4  a5 = -12 é a media aritmética dos outros dois termos.

- Determinar o termo a5 de uma sequência em que: Exemplo


a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*.
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA: an-1,
a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10 an e an+1. Podemos afirmar que:
a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8 I - an = an-1 + r
a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6 a5 II - an = an+ 1 –r
= a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
Fazendo I + II, obteremos:
Observação 1 2an = an-1 + r + an +1 -
r 2an = an -1+ an + 1
Devemos observar que a apresentação de uma sequência
através do termo geral é mais pratica, visto que podemos deter- Logo: a = a -1 + an 1
2
n n
minar um termo no ―meio‖ da sequência sem a necessidade de
determinarmos os termos intermediários, como ocorre na apre- Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o termo
sentação da sequência através da lei de recorrências. médio é a media aritmética dos outros dois termos.

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6. Termos Equidistantes dos Extremos Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
parênteses, são formadas por termos equidistantes dos extremos e
Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidis- que a soma destes termos é igual à soma dos extremos, temos:
tantes dos extremos se a quantidade de termos que precederem o
primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem ao
outro termo. Assim, na sucessão: 2Sn = (a1 + an) + (a1 + an ) + (a1 + an ) + (a1 + an) +
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos: +… + (a1 + an) → 2S n = ( a1 + an) . n

E, assim, finalmente:
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
(a  a ).n
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos;
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
Sn 1 2 n
Exemplo
Notemos que sempre que dois termos são equidistantes dos
extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1. - Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 , 5,
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos a p e ak são 8,...).
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1.
Dados: a1 = 2
Propriedade r=5–2=3

Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes Calculo de a60:


dos extremos é igual à soma destes extremos. A60 = a1 + 59r → a 60 = 2 + 59 . 3
Exemplo a60 = 2 + 177
a60 = 179
Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos equidistantes
Calculo da soma:
dos extremos.

Teremos, então: ]
I - ap = a1 + (p – 1) . r  ap = a1 + p . r – r Sn  (a1  an)n S60 (a1  a60).60
II - ak = a1 + (k – 1) . r  ak = a1 + k . r – r 2 2
Fazendo I + II, teremos:
Ap + ak = a1 + p . r – r + a1 + k . r – r S60 (2 179).60
Ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) . r
2
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com: S60 = 5430
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) .
r ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) . r Resposta: 5430
ap + ak = a1 + an
Progressão Geométrica (PG)
Portanto numa PA com n termos, em que n é um numero
ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética dos extremos.
a1 an PG é uma sequência numérica onde cada termo, a partir do
Am 2 segundo, é o anterior multiplicado por uma constante q chamada
razão da PG.
7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA an+1 = an . q
Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e Com a1 conhecido e n € N*
representar por Sn a soma dos seus n termos, ou seja:
Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
(igualdade I)

Podemos escrever também:


Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1
(igualdade II)

Somando-se I e II, temos:


2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) +
(an-1 + a2) + (an + a1)

53
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Exemplos

- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 3 e razão q = 2.


 9 1
- (-36, -18, -9, 9 , ,...) é uma PG de primeiro termo a = -36 e razão q = .
1
2 4 2
- (15, 5, 5 , 5 ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15 e razão q = 1 .
3 9 3
(-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = -2 e razão q = 3.
(1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = 1 e razão q = -3.
(5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 5 e razão q = 1.
(7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 7 e razão q = 0.
(0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0 e razão q qualquer.

Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta efetuar o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior dividido pelo
anterior.
an 1
q a (an0)
n

Classificação

As classificações geométricas são classificadas assim:


Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto ocorre quando a 1> 0 e q > 1 ou quando a1< 0 e 0 < q < 1.
Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto ocorre quando a 1> 0 e 0 < q < 1 ou quando a1< 0 e q > 1.
Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0. A PG
constante é também chamada de PG estacionaria.
Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre quando a 1 = 0 ou q = 0.

Formula do Termo Geral

A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores que a
formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estaremos, neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de recorrências, a fórmula do
termo geral da progressão geométrica.

Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q. Assim, teremos:


a =a.q
2 1 2
a =a .q=a.q
2 1 3
a3 = a . q = a . q
4 3 1 4
a =a .q=a .q
5 4 1

. .
. .
. .

a n = a 1. qn-1

Exemplos

- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, temos o termo geral na igual a:


n-1 n-1
an = a1 . q → an = 2 . 3
Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG,
4 5
faremos: A5 = 2 . 3 → a = 162
- Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o termo geral na igual
n-1 n-1
a: an = a1 . q → an = 15 .

54
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Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG, faremos: Exemplo
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: an-1,
A = 15 . (1).5 → a = 581
6
2
6
an e an+1. Podemos afirmar que:

- Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos o I – an = an-1 . q e


termo geral na igual a: II – a = an1
n-1 n-1 n
an = a1 . q → an = 1 . (-3) q
Fazendo I . II, obteremos:
Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG,
2
a n1 2
3
faremos: A4 = 1 . (-3) → a4 = -27 (an) = (an-1 . q). ( q )  (an ) = an-1
2
Artifícios de Resolução . an+1 Logo: (an) = an-1 . an+1
Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns media geométrica dos outros dois:
elementos da PG, é possível através de alguns elementos de a = √a . a
resolução, tornar o procedimento mais simples. n n-1 n+1

PG com três P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
a
termos: q a; aq Exemplo
PG com quatro termos: Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos
a q 3
equidistantes dos extremos.
q 3 ; q; aq; aq
Teremos, então:
p-1
PG com cinco termos: I – ap = a1 . q
k-1
a q II – ak = a1 . q
2
q 2; q ; a; aq; aq
Multiplicando I por II, ficaremos com:
p-1 k-1
Exemplo ap . ak = a1 . q . a1 . q
p-1+k-1
Considere uma PG crescente formada de três números. ap . ak = a1 . a1 . q
Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o
produto é 27. Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:
Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, ap . ak = a1 . an
b e c, onde a = e c = b . q. Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois termos
Assim, equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
b 3
Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde n é um
q . b . bq = 27 → b = 27 → b = 3. numero impar, o termo médio (a m) é a media geométrica dos
extremos ou de 2 termos equidistantes dos extremos.
Temos:
3
2
am = √a1 . an
q + 3 +3q = 13 → 3q – 10q + 3 = 0 
1 Soma dos termos de uma PG
q = 3 ou q = 3
Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E, assim, Soma dos n Primeiros Termos de uma PG
a nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
Vamos considerar a PG (a1, a 2, a3, ..., an-2, an-1, an), com q
Propriedades diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n termos, ou
P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o quadrado do seja:
termo médio é igual ao produto dos outros dois.
Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an
( igualdade I)
Podemos escrever, multiplicando-se, membro a membro, a
igualdade ( I ) por q:
55
q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2
+ + q . an-1 + q . an
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Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an = a1 .
n-1
q , teremos: S=4+2+1+ 1 1 1 1
2 4 8 16
127
16
= 7, 9375
7
q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 .
n
q (igualdade II) S 1 1 1
8 =4+2+1+ 1  1  255 = 7, 96875
Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos: 2 4 8 16 32 32

n S 1 1 1 1 1
q . S n – S n = a 1 . q – a 1 → s n . (q – 1) = 9 =4+2+1+  1     511 = 7, 984375
n
= a 1 . (q – 1) 2 4 8 16 32 64 64
a1 1
1  1   116  132  1  1  1023 =
n
E assim: Sn .(q 1) S =4+2+1+
q 1
2 4 8 64 128 128
10

Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em ordem 7, 9921875


inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
n Devemos notar que a cada novo termo calculado, na PG, o
a1 .(1 q )
Sn 1 q seu valor numérico cada vez mais se aproxima de zero. Dizemos
Evidentemente que por qualquer um dos ―caminhos‖ o que esta é uma progressão geométrica convergente.
resultado final é o mesmo. É somente uma questão de forma de Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela que se
apresentação. acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie vai tendendo a
um valor que parece ser o limite para a série em estudo. No
Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1 exemplo numérico, estudado anteriormente, nota-se claramente
que este valor limite é o numero 8.
Série Convergente – PG Convergente Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático.
Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an), chamamos É claro que, para a PG ser convergente, é necessário que
de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1, sn,tal que: cada termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior a ele.
S Assim, temos que:
1 = a1
S 2= a 1 + a PG convergente → | q | < 1
2
S ou
3 = a1 + a2 + a3
S
4 = a1 + a2 + a3 + a4 PG convergente → -1 < 1
S =a +a+a +a +a
. 5 1 2 3 4 5 Resta estabelecermos o limite da serie, que é o S n para
. quando n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma dos
. infinitostermos da PG convergente.
S
n-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + a
S Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG:
n-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 n-1

S a1
= a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
n S n n
.(1 q )
Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro
termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar. 1 q
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um expoente
Os termos que vão determinar a progressão geométrica são: que tende a um valor muito grande, pois estamos somando os
n
(4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 1 , 1 , 1 ...) infinitos termos desta PG, é fácil deduzir que q vai apresentando
um valor cada vez mais próximo de zero. Para valores
2 128 256 512 extremamente grandes de n não constitui erro considerar que q é
n

igual a zero. E, assim, teremos:


E, portanto, a série correspondente será: a1
S 1 q
S
=4
1 
S
2 =4+2=6 Observação: Quando a PG é não singular (sequência com
S
3 = 4 + 2 + 1 = 7 termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥ 1, a serie é
S =4+2+1+ 1 =15 = 7, 5
divergente. Séries divergentes não apresentam soma finita.
4 2 2
S 1 Exemplos
5 = 4 + 2 + 1 + 1   31 = 7, 75
2 4 4 - A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo-
63
S = 4 + 2 + 1 + 1  14  1 = 7, 875 se os pontos médios de seus lados, obtém- se o segundo triângulo
6
2 8 8
equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo

56
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triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante, 58
indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses 59
triângulos. 60
61
Solução: 62

A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3;


0,9; 0,09; 0,009; …) é:
a) 3,1
b) 3,9 c)
3,99 d)
3, 999 e)
4

A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão arit-


mética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo
quinto termo, vale:
a) 3,0
b) 1,0
c) 1,5
Temos: perímetro do 1º triangulo = 30 d) -1,5
perímetro do 2º triangulo = 15 e) -3,0

perímetro do 3º triangulo = 152 Os números que expressam os ângulos de um quadrilátero,


Logo, devemos calcular a soma dos termos da PG infinita estão em progressão geométrica de razão 2. Um desses ângulos
15 1 mede:
30, 15, 2 ,... na qual a1 = 30 e q =. 2 a) 28°
30 30
b) 32°
S = a1 → s = 1q  1 = 60. c) 36°
d) 48°
1 2 e) 50°
Exercícios
Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 onde a
Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica última parcela contém n algarismos. Nestas condições, o valor de
têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus ter- 10n+1 - 9(S + n) é:
ceiros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se a) 1 b)
ainda que o segundo termo da progressão aritmética excede o 10 c)
segundo termo da progressão geométrica em 2. Então, o terceiro 100 d)
termo das progressões é: -1 e) -
a) 10 10
b) 12 Se a soma dos três primeiros termos de uma PG decrescente
c) 14 39 e o seu produto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros
d) 16 termos, pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2.
e) 18

O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 – 4n) uma 9. O limite da expressão onde x é po-sitivo, quando o
progressão aritmética pertence ao intervalo: número de radicais aumenta indefinidamente é igual a:
a) [– 2, –1]
b) [– 1, 0] 1/x
c) [0, 1] d) x
[1, 2] e) [2, 2x
n.x
3]
1978x
Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …)
10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*,
não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ?
o termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a:

57
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Respostas Daqui e de (1) obtemos que:
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
1) Resposta ―D‖. an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
Solução: Logo:
Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
razão q. Temos como condições iniciais: a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
1 - a1 = g1 = 4
2 - a3> 0, g3> 0 e a3 = E, portanto:
g3 3 - a2 = g2 + 2 a30 + a55 = 22 + 37 = 59.

Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter- 4) Resposta ―E‖.
mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S 1
equações: a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1 =
2→ 2
4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q 4 + 2r = 4q 0,1. Assim:
5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2 S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função PG infinita para obter S1:
de q e substituindo r em (4) vem:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2
2→ 2→ 2
4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q 4 + 8q – 4 = 4q 4q – 8q = 0 5) Resposta ―D‖.
→ q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2
Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primeiros ter-
mos da PA:
Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para ob-ter r
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15
basta substituir q na equação (5):
Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto são
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6
equidistantes dos extremos, uma vez que:
Para concluir calculamos a3 e g3:
15 + 6 = 20 + 1 = 21
a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = E, portanto:
2
16 g3 = g1.q → g3 = 4.4 = 16 a6 + a15 = a1 + a20
2) Resposta ―B‖.
Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é Substituindo este valor na primeira igualdade vem:
necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica- 20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = -
ção da definição de PA): 15/10 = -1,5.
-5n = 2 + 3n + r
1 – 4n = -5n + r 6) Resposta ―D‖.
Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2): Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em
→ r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2 questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de
→ 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2 → razão 2, podemos escrever a PG de 4 termos:
(x, 2x, 4x, 8x).
13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale
Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b. 360º.

3) Resposta ―B‖. Logo,


Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da x + 2x + 4x + 8x = 360º
sequên-cia é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 15.x = 360º
12; 13; …). Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão
1 e primeiro termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …). Portanto, x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan-to:
24º, 48º, 96º e 192º.
Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte formato: O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D.
(1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
7) Resposta ―B‖.
Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra Solução: Observe que podemos escrever a soma S como:
geral de formação da sequência, que está intrinsecamente S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... +
n
relacionada às duas progressões da seguinte forma: (10 – 1)
2 3 4 n
Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, ou S = (10 – 1) + (10 – 1) + (10 – 1) + (10 – 1) + ... + (10 – 1)
seja, i = (n + 1)/2; Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é so-
Se n é par temos n = 2i ou i = n/2. mado n vezes, resultando em n(-1) = - n.

58
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Logo, poderemos escrever: 10) Resposta “6171”.
S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n Solução: Dados:
2 3 4 n
Vamos calcular a soma Sn = 10 + 10 + 10 + 10 + ... + 10 , M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
que é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10 e último M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
n M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
termo an = 10 .
Teremos: M(1) = 1, 2, ..., 10000.
n
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10 . 10 – 10) / (10 – 1) = (10
n+1
– 10) Para múltiplos de 5, temos: a n = a1+ (n-1).r → 10000 =
/9 1000 + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801.
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001
Substituindo em S, vem: + (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286.
n+1 Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 =
S = [(10 – 10) / 9] – n
1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Deseja-se calcular o valor de 10 - 9(S + n)
n+1 Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 =
n+1 n+1 1000 + (n - 1).1 → n = 9001.
Temos que S + n = [(10 – 10) / 9] – n + n = (10 – 10) / 9 Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns de 5 e
7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5 e no
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
n+1 n+1 n+1 n+1 n+1 conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal
10 – 9(S + n) = 10 – 9(10 – 10) / 9 = 10 – (10 conjunto de múltiplos).
– 10) = 10. Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
8) Resposta “819”.
Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever a
suaforma genérica: (x/q, x, xq).
Como o produto dos 3 termos vale 729, vem: JUROS E NOÇÕES DE MATEMÁTICA
3 6 3
x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x = 729 = 3 = 3 FINANCEIRA.
3 3
. 3 = 9 , logo, x = 9.
Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q
É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo: 9/q
+ 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0 Juros Simples
2
Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q – 30q Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma
=0 quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela
2
Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q – 10q + 3 = 0, que é utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta).
uma equação do segundo grau.
Resolvendo a equação do segundo grau acima encontrare- Os juros são representados pela letra j.
mos q = 3 ou q = 1/3. O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar capital e é representado pela letra C.
apenas o valor O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente. letra t.
A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um
Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
vem: 27, 9, 3. para calcular juros.
2
O problema pede a soma dos quadrados, logo: a Chamamos de simples os juros que são somados ao capital
2 2 2 2 2
+ b + c = 27 + 9 + 3 = 729 + 81 + 9 = 819. inicial no final da aplicação.
9) Resposta “B”. Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma
Solução: Observe que a expressão dada pode ser unidade:
escritacomo: Taxa anual --------------------- tempo em anos
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... Taxa diária---------------------- tempo em dias

O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de pri - Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:
meiro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de
Logo, a soma valerá: R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês.
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1 Quanto deverá ser pago de juros?
Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 =x

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Resolução: Juros Compostos
Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
Tempo de aplicação (t): 4 meses O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos,
Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende
Fazendo o cálculo, mês a mês: juros.
No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$ Juros compostos - após cada período, os juros são
3.000,00 = R$ 60,00 incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 + Também conhecido como ―juros sobre juros‖.
R$ 60,00 = R$ 120,00 Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00 capital através juros simples e juros compostos, com um
R$ 60,00 = R$ 180,00 exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de
No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00 10% a.a. (ao ano) Teremos:
R$ 60,00 = R$ 240,00
Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$
240,00 de juros.
Fazendo o cálculo, período a período:
No final do 1º período, os juros serão: i.C
No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
-----------------------------------------------------------------------
No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C Observe que o crescimento do principal segundo juros simples
LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos
Portanto, temos: EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais
―rápido‖. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:
J=C.i.t

Observações:

A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.


Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
Chamamos de montante (M) a soma do capital com os
juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se
três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.

M=C+ j
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e
Exemplo investidores particulares costumam reinvestir as quantias geradas
pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de
render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o juros simples não se justifica em estudos econômicos.
tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)
Fórmula para o cálculo de Juros compostos
C = R$ 20.000,00 Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a
t = 3 anos uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
j = R$ 28.800,00
Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
i = ? (ao ano) Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
j =C.i.t Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)
2
100 3
28 800 =20000..i.3 Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)
100 .................................................................................................
28 800 = 600 . i Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
i =28.800 evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)
n
600
i = 48 De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a
n
uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)
Resposta: 48% ao ano.
onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n = número de
períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.

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MATEMÁTICA
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa 154.000,00
de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. Este 156.000,00
é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, 158.000,00
por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos 160.000,00
considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses. 162.000,00

Exemplos 2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-


1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 num
função do montante S e da taxa de aplicação i por período. fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa
de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá
Solução: sacar é
n
Temos S = P(1+i) R$63.600,00.
n
Logo, S/P = (1+i) R$63.672,48.
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever: n = R$63.854,58.
log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base R$62.425,00.
10), vem: R$62.400,00.
nlog(S/P) logSlogP
CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
log(1 i) log(1 i) TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no prazo
de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS senti-do, o valor da dívida na data do seu vencimento será:
– logP A) R$6.250,00.
B) R$16.250,00.
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros C) R$42.650,00.
compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos. D) R$56.250,00.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a E) R$62.250,00.
uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este
capital estará duplicado? (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00 com
n seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor da conta,
Solução: Sabemos que S = P (1 + i) . Quando o capital
inicialestiver duplicado, teremos S = 2P. juro de 0,5% em regime simples, para cada dia de atraso. Com
n
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02) [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%] isso, qual foi o valor total pago por
Simplificando, fica: Teresa? A) R$ 420,00.
n
2 = 1,02 , que é uma equação exponencial simples.
B) R$ 412,00.
C) R$ 410,00.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / D) R$ 415,00.
0,00860 = 35
E) R$ 422,00.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem
ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas. 5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Po-
Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de lícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polí-
cia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de Sergipe
o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil.
realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação,
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe
a polícia autuou 16 condutores.
que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran,
anos e 11 meses.
12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e quatro por
Resposta: 2 anos e 11 meses.
desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a
Exercícios
Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI- Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas
DADE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de durante um período de dez meses, com juros de 5% ao mês, no
capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de um sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:
ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou metade dele para R$2.768,15
comprar um imóvel e aplicou o restante, por quatro meses, em R$1.595,27
outro fundo, que rendia juros simples de 1,5% ao mês. Ao final R$3.821,08
desse período, ele encerrou a aplicação, sacando um total de R$ R$9.552,70
95.082,00. A quantia inicial, em reais, aplicada por Renato no R$1.910,54
pri-meiro investimento foi de

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6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%. Após
3meses, um capital investido de R$ 14.000,00 renderá: (Considere juros compostos)
R$ 267,92
R$ 285,49
R$300,45
R$304,58

7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal de um capital


deR$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6 meses?
(Considere juros simples)
2,2%
1,6%
1,4%
0,7%

8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor fez uma si-
mulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui
a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros considerada nessa simulação foi de
12%.
15%.
18%.
20%.
21%.

(TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em um
regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa aplicação render 1%
ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha em sua aplicação uma quantia
suficiente para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.
(BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros compostos
de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
240,00
330,00
429,00
489,00
538,00

Respostas

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período R$ 95.082,00

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95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C=

156.000A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.

6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

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A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.

C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%

9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais
3
baixos: 1,01 =1,0303, está próximo, mas ainda é menor
4
1,01 =1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.

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10 - RESPOSTA: “E”. vemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de formação das figuras,
letras, símbolos ou números, a partir da observação dos termos
C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois dados.
R$ 600,00 e liquidou após 1 mês
Humor Lógico

Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.

1089-600=489
Orientações Espacial e Temporal

Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abs-


tração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em questões
sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de
cubos com símbolos especificados em suas faces, montagem de
PROBLEMAS DE RACIOCÍNIO. figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui tam-
bém as famosas sequências de figuras nas quais se pede a próxi-
ma. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver
problemas com base em estímulos visuais.
Raciocínio Lógico Matemático Raciocínio Verbal
Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos lógicos
O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consis-te
contribuem no desenvolvimento cognitivo dos estudantes, indu-
zindo a organização do pensamento e das ideias, na formação de na associação de ideias de acordo com determinadas regras. No
conceitos básicos, assimilação de regras matemáticas, construção caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de racioci-nar
de fórmulas e expressões aritméticas e algébricas. É de extrema com conteúdos verbais, estabelecendo entre eles princípios de
importância que em matemática utilize-se atividades envolvendo classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário
lógica, no intuito de despertar o raciocínio, fazendo com que se daquilo que se possa pensar, o raciocínio verbal é uma
utilize do potencial na busca por soluções dos problemas capacidade intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela
matemá-ticos desenvolvidos e baseados nos conceitos lógicos. maioria das pessoas. No nível escolar, por exemplo, disciplinas
A lógica está presente em diversos ramos da matemática, como as lín-guas centram-se em objetivos como a ortografia ou a
como a probabilidade, os problemas de contagem, as progressões gramática, mas não estimulam/incentivam à aprendizagem dos
aritméticas e geométricas, as sequências numéricas, equações, métodos de expressão necessários para que os alunos possam
funções, análise de gráficos entre outros. Os fundamentos lógicos fazer um uso mais completo da linguagem.
contribuem na resolução ordenada de equações, na percepção do Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de
valor da razão de uma sequência, na elucidação de problemas jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar de forma
arit-méticos e algébricos e na fixação de conteúdos complexos. individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se
A utilização das atividades lógicas contribui na formação de encontrem fisicamente com elas), pelo que não é feito um uso in-
indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanismos responsá- tensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui men-
veis pela obtenção de resultados em Matemática. O sucesso na cionar para explicar o fraco raciocínio verbal é o fato de jantar
Matemática está diretamente conectado à curiosidade, pesquisa, em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da
deduções, experimentos, visão detalhada, senso crítico e organi-
família e a arte de conversar.
zacional e todas essas características estão ligadas ao desenvolvi-
Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para
mento lógico.
desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analogias ver-bais,
Raciocínio Lógico Dedutivo os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos
onde se devem excluir certos conceitos de um grupo. Outras
A dedução é uma inferência que parte do universal para o mais propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corri-jam
particular. Assim considera-se que um raciocínio lógico é dedutivo a palavra inadequada (o intruso) de uma frase ou procurem/
quando, de uma ou mais premissas, se conclui uma proposição que é descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.
conclusão lógica da(s) premissa(s). A dedução é um raciocínio de
tipo mediato, sendo o silogismo uma das suas formas clássicas.
Iniciaremos com a compreensão das sequências lógicas, onde de-

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Lógica Sequencial 2 3 5 7 11 13 17

Lógica Sequencial Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são


naturais.
O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental.
Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para 1 4 9 16 25 36 49
concluir através de mecanismos de comparações e abstrações,
quais são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou Sequência de Letras
prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o
desenvolvimento do método matemático, este considerado As sequências de letras podem estar associadas a uma série
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de de números ou não. Em geral, devemos escrever todo o alfabeto
dados empíricos. Logo, resumidamente o raciocínio pode ser (observando se deve, ou não, contar com k, y e w) e circular as
considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos letras dadas para entender a lógica proposta.
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e da
solução de problemas, sendo parte do pensamento. ACFJOU
Sequências Lógicas Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses
números estão em progressão.
As sequências podem ser formadas por números, letras,
pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU
sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos
B1 2F H4 8L N16 32R T64
que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas
séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica.
Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2),
Algumas sequências são bastante conhecidas e todo aluno que
alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições.
estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões
aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os números ABCDEFGHIJKLMNOPQRST
primos e os quadrados perfeitos.
Sequência de Pessoas
Sequência de Números
Na série a seguir, temos sempre um homem seguido de duas
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma posição múltipla de três
número. (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e a posição dos braços sempre
alterna, ficando para cima em uma posição múltipla de dois (2º, 4º,
6º, 8º,...). Sendo assim, a sequência se repete a cada seis termos,
tornando possível determinar quem estará em qualquer posição.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um


mesmo número.

Sequência de Figuras

Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na


sequência de pessoas ou simplesmente sofrer rotações, como nos
Incremento em Progressão: O valor somado é que está em exemplos a seguir.
progressão.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos dois


anteriores.

1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois
divisores naturais.

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Sequência de Fibonacci

O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci,


propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,
21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei de formação
simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido somando-se
os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e assim
por diante. Desde o século XIII, muitos matemáticos, além do
próprio Fibonacci, dedicaram-se ao estudo da sequência que foi
proposta, e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos naturais.
Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma das Como os dois retângulos indicados na figura são semelhantes
maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados de lado 1, temos: (1).
podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. Se adicionarmos a
esse retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo
retângulo 3 x 2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado 3, Como: b = y – a (2).
2 2
obtemos um retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que Substituindo (2) em (1) temos: y – ay – a = 0.
os lados dos quadrados que adicionamos para determinar os
retângulos formam a sequência de Fibonacci. Resolvendo a equação:

em que não convém.


Logo:
Esse número é conhecido como número de ouro e pode ser
representado por:

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor lado


Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de for igual a é chamado retângulo áureo como o caso da fachada do
circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos uma Partenon.
espiral formada pela concordância de arcos cujos raios são os
elementos da sequência de Fibonacci. As figuras a seguir possuem números que representam uma
sequência lógica. Veja os exemplos:

Exemplo 1

O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre


arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje em
ruínas, era um retângulo que continha um quadrado de lado igual
à altura. Essa forma sempre foi considerada satisfatória do ponto
de vista estético por suas proporções sendo chamada retângulo
áureo ou retângulo de ouro. A sequência numérica proposta envolve multiplicações por
4. 6 x 4 = 24
24 x 4 = 96
96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536

67
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Exemplo 2 A diferença entre os números vai aumentando 2
unidades. 24 – 22 = 2 28 – 24 = 4 34 – 28 = 6 42 – 34 = 8
52 – 42 = 10 64 – 52 = 12 78 – 64 = 14

QUESTÕES

01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada


linha do esquema seguinte:

A diferença entre os números vai aumentando 1


unidade. 13 – 10 = 3 17 – 13 = 4 22 – 17 = 5 28 – 22 = 6
35 – 28 = 7

Exemplo 3

A carta que está oculta é:

(A) (B) (C)

Multiplicar os números sempre por


3. 1 x 3 = 3
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81 (E)
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187

Exemplo 4

02. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.

68
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Se tal critério for mantido, para obter as figuras subsequentes, o (C) (D)
total de pontos da figura de número 15 deverá ser:
69
67
65
63
61 (E)

03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990,


970, 940, 900, 850, ...
800
790
780 07. As figuras da sequência dada são formadas por partes
770 iguais de um círculo.

04. Na sequência lógica de números representados nos


hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles
que pode ser:

Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16


círculos completos na:
36ª figura
48ª figura
72ª figura
80ª figura
96ª figura

76 08. Analise a sequência a seguir:


10
20
78

05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de fósforo


constrói uma sequência de quadrados conforme indicado abaixo: Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes
permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
277ª posição dessa sequência é:
.............
1° 2° 3°
(A) (B)

Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?


20 palitos
25 palitos
28 palitos
(D)
22 palitos

06. Ana fez diversas planificações de um cubo e escreveu em


cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo, ela deseja que a soma
dos números marcados nas faces opostas seja 7. A única alternativa
cuja figura representa a planificação desse cubo tal como deseja (E)
Ana é:

(A) (B)

09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é
o próximo número?
20
21
100
200

69
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Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
número?
(A) 4
(B) 20
(C) 31
(D) 21
Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X
Os dois pares de palavras abaixo foram formados segundo
Y é igual a:
determinado critério.
LACRAÇÃO → cal 40
AMOSTRA → soma 42
LAVRAR → ? 44
Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá ocupar o 46
lugar do ponto de interrogação é: 48
alar 14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em
rala forma de triângulo, segundo determinado critério.
ralar
larva
arval

12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas, linha a


linha, segundo determinado padrão.

Considerando que na ordem alfabética usada são excluídas as


letra ―K‖, ―W‖ e ―Y‖, a letra que substitui corretamente o ponto
de interrogação é:
P
O
N
M
Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui L
corretamente o ponto de interrogação é:
15. Considere que a sequência seguinte é formada pela
sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que os
algarismos sejam separados.

1234567891011121314151617181920...
(A) (B) (C)
O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa
sequência é:
9
8
6
(E) 3
1
Observe que na sucessão seguinte os números foram
colocados obedecendo a uma lei de formação.

70
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16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram desenhadas 18. Considere a seguinte sequência infinita de números: 3, 12,
de acordo com determinado padrão. 27, __, 75, 108,... O número que preenche adequadamente a
quarta posição dessa sequência é:
36,
40,
42,
44,
48
(1,
19. Observando a sequência , , , , ...) o
próximo numero será:

(A)

(B)

(C)
Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve substituir o
ponto de interrogação é:
(D)

20. Considere a sequência abaixo:

(A) (B) BBB BXB XXB


XBX XBX XBX
BBB BXB BXX

O padrão que completa a sequência é:


(C) (D)
(A) (B) (C)
XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
(E) XXX BXX XXB

(D) (E)
17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os números
XXX XXX
que foram colocados nos dois primeiros triângulos obedecem a
XBX XBX
um mesmo critério.
XXX BXX

Na série de Fibonacci, cada termo a partir do terceiro é igual


à soma de seus dois termos precedentes. Sabendo-se que os dois
primeiros termos, por definição, são 0 e 1, o sexto termo da série
é:
(A) 2
Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo da (B) 3
direita, o número que deverá substituir o ponto de interrogação é: (C) 4
32 (D) 5
36 (E) 6
38
42
46 Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E F G H I J L
M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo: cada letra
substituída pela letra que ocupa a quarta posição depois dela.
Então, o ―A‖ vira ―E‖, o ―B‖ vira ―F‖, o ―C‖ vira ―G‖ e assim por
diante. O código é ―circular‖, de modo que o ―U‖ vira ―A‖

71
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e assim por diante. Recebi uma mensagem em código que dizia: Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o ponto
BSA HI EDAP. Decifrei o código e li: de interrogação deverá ser substituído pelo número:
FAZ AS DUAS; 16
DIA DO LOBO; 15
RIO ME QUER; 14
VIM DA LOJA; 13
VOU DE AZUL. 12

Segundo determinado critério, foi construída a sucessão


A sentença ―Social está para laicos assim como 231678 está
seguinte, em que cada termo é composto de um número seguido
para...‖ é melhor completada por:
de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 – .... Considerando
(A) 326187;
que no alfabeto usado são excluídas as letras K, Y e W, então, de
(B) 876132; acordo com o critério estabelecido, a letra que deverá anteceder o
(C) 286731; número 12 é:
(D) 827361; (A) J
(E) 218763. (B) L
(C) M
A sentença ―Salta está para Atlas assim como 25435 está (D) N
para...‖ é melhor completada pelo seguinte número: (E) O
(A) 53452;
(B) 23455; Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU e URSO
(C) 34552; – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de modo que cada
(D) 43525; uma das suas respectivas letras ocupe um quadrinho e, na diagonal
(E) 53542. sombreada, possa ser lido o nome de um novo animal.
Repare que com um número de 5 algarismos, respeitada a
ordem dada, podem-se criar 4 números de dois algarismos. Por
exemplo: de 34.712, podem-se criar o 34, o 47, o 71 e o 12.
Procura-se um número de 5 algarismos formado pelos algarismos
4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja abaixo alguns números desse
tipo e, ao lado de cada um deles, a quantidade de números de dois
algarismos que esse número tem em comum com o número
procurado.
Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada letra
Número Quantidade de números de
restante corresponder ordenadamente aos números inteiros de 1 a
dado 2 algarismos em comum 23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23), a soma dos números
48.765 1 que correspondem às letras que compõem o nome do animal é:
86.547 0 37
39
87.465 2
45
48.675 1 49
51
O número procurado é:
87456
68745 Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação entre o
56874 primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação deverá
58746 existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem
46875 nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o
ponto de interrogação. Considere que a ordem alfabética adotada
26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem no é a oficial e exclui as letras K, W e Y.
quadro seguinte, substituem as operações que devem ser
efetuadas em cada linha, a fim de se obter o resultado 29. CASA: LATA: LOBO: ?
correspondente, que se encontra na coluna da extrema direita. SOCO
TOCO
36 ♦ 4 ♣ 5 = 14 TOMO
VOLO
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17 VOTO
54 ♦ 9 ♣ 7 = ?

72
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ABCA: DEFD: HIJH: ?
(A) IJLI
(B) JLMJ
(C) LMNL
(D) FGHF
(E) EFGE
Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.

Os termos da sucessão seguinte foram obtidos considerando


uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...). Segundo essa lei, o
décimo terceiro termo dessa sequência é um número:
(A) Menor que 200.
(B) Compreendido entre 200 e 400.
(C) Compreendido entre 500 e 700.
(D) Compreendido entre 700 e 1.000.
Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo?
(E) Maior que 1.000.

Para responder às questões de números 32 e 33, você deve


observar que, em cada um dos dois primeiros pares de palavras
dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da esquerda
segundo determinado critério. Você deve descobrir esse critério e
usá-lo para encontrar a palavra que deve ser colocada no lugar do
ponto de interrogação.
Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com cinco
32. Ardoroso → rodo quadrados iguais.
Dinamizar → mina
Maratona → ?

mana
toma
tona
tora
rato

Arborizado → azar
Asteroide → dias
Articular → ?
(A) luar 41. Observe as multiplicações a seguir:
(B) arar 12.345.679 × 18 = 222.222.222
(C) lira 12.345.679 × 27 = 333.333.333
(D) luta ... ...
(E) rara 12.345.679 × 54 = 666.666.666

Preste atenção nesta sequência lógica e identifique quais os Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679 por
números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21, 34, 55, __, quanto?
144, __...
42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra. Mova dois
Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco de 10 palitos e faça com que fique de frente para a estrada asfaltada.
metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o dia, ela
consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, enquanto
dorme, escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela consegue
chegar à saída do poço?

Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as


páginas de um livro de 100 páginas?

Quantos quadrados existem na figura abaixo?

73
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43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois quadrados.

49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados.

44. As cartas de um baralho foram agrupadas em pares,


segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está faltando,
sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A vale 1?

50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco


triângulos.

45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito.


Respostas

01. Resposta: ―A‖.


A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e 2,
em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além
disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das opções
dadas só pode ser a da opção (A).

02. Resposta ―D‖.


Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de simetria,
46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima de tem-se:
todas estas para completar a sequência abaixo? Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no total.
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no total.

Em particular:
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no total.

Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria, tem-se:


Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no total.
Mova três palitos nesta figura para obter cinco triângulos. Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no total.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no total.
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) pontos
no total.

Em particular:
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos no total.
Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado, temos para total
de pontos da figura 15: Total de pontos = 30 + 32 + 1 = 63 pontos.
Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada
fileira fiquem apenas 3 moedas.

74
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03. Resposta ―B‖. 10. Resposta ―C‖.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000 e 990 é Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três,
10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre 940 e 900 é 40, Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta e um,
entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o próximo número é 60, dessa
pois ele inicia com a letra ―T‖.
forma concluímos que o próximo número é 790, pois: 850 – 790
60. 11. Resposta ―E‖.
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras letras
Resposta ―D‖
da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da mesma
Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: entre
24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42 e 34 é 8, forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da palavra
entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre o próximo AMOSTRA, pelas 4 primeira letras invertidas. Com isso, da
número e 64 é 14, dessa forma concluímos que o próximo palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras letras, na ordem
número é 78, pois: 76 – 64 = 14. invertida, obtém-se ARVAL.

05. Resposta ―D‖. 12. Resposta ―C‖.


Observe a tabela: Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com
Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª círculo e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está
faltando é um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas,
Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22 em linha reta ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter as
Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de palitos mãos levantadas (é o que ocorre em todas as alternativas).
das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber que cada figura a As figuras apresentam as 2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna
partir da segunda tem a quantidade de palitos da figura anterior levantada para a esquerda ou 1 levantada para a direita. Nesse
acrescida de 3 palitos. Desta forma, fica fácil preencher o restante da caso, a figura que está faltando na 3ª linha deve ter 1 perna
tabela e determinar a quantidade de palitos da 7ª figura. levantada para a esquerda. Logo, a figura tem a cabeça quadrada,
06. Resposta ―A‖. as mãos levantadas e a perna erguida para a esquerda.
Na figura apresentada na letra ―B‖, não é possível obter a
planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto ao 6, 13. Resposta ―A‖.
somando 10 unidades. Na figura apresentada na letra ―C‖, da Existem duas leis distintas para a formação: uma para a parte
mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao 3, somando superior e outra para a parte inferior. Na parte superior, tem -se
8, não formando um lado. Na figura da letra ―D‖, o 2 estaria em que: do 1º termo para o 2º termo, ocorreu uma multiplicação por
face oposta ao 4, não determinando um lado. Já na figura 2; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração de 3 unidades.
apresentada na letra ―E‖, o 1 não estaria em face oposta ao Com isso, X é igual a 5 multiplicado por 2, ou seja, X = 10. Na
parte inferior, tem-se: do 1º termo para o 2º termo ocorreu uma
número 6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado.
multiplicação por 3; já do 2º termo para o 3º, houve uma
Logo, podemos concluir que a planificação apresentada na letra
subtração de 2 unidades. Assim, Y é igual a 10 multiplicado por
―A‖ é a única para representar um lado. 3, isto é, Y = 30. Logo, X + Y = 10 + 30 = 40.

07. Resposta ―B‖. 14. Resposta ―A‖.


Como na 3ª figura completou-se um círculo, para completar A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade direita do
16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : 3 . 16 = 48. triângulo, pela letra ―A‖; aumenta a direita para a esquerda;
Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos. continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas pares na ordem
inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª linha, então, as letras
08. Resposta ―B‖. são, da direita para a esquerda, ―M‖, ―N‖, ―O‖, e a letra que
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, substitui corretamente o ponto de interrogação é a letra ―P‖.
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de 15. Resposta ―B‖.
número 277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que A sequência de números apresentada representa a lista dos
representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura números naturais. Mas essa lista contém todos os algarismos dos
corresponde à 2ª figura, que é representada pela letra ―B‖. números, sem ocorrer a separação. Por exemplo: 101112
representam os números 10, 11 e 12. Com isso, do número 1 até o
09. Resposta ―D‖. número 9 existem 9 algarismos. Do número 10 até o número 99
A regularidade que obedece a sequência acima não se dá por existem: 2 x 90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número
padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada número. 124 existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o
―Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito, Dezenove, ... número 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos os
Enfim, o próximo só pode iniciar também com ―D‖: Duzentos. valores, tem-se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos. Logo,
conclui-se que o algarismo que ocupa a 276ª posição é o número
8, que aparece no número 128.

75
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16. Resposta ―D‖. 21. Resposta ―D‖.
Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2 ―orelhas‖, a 2ª Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,
figura possui 1 ―orelha‖ no lado esquerdo e a 3ª figura possui 1 21, 34... A resposta da questão é a alternativa ―D‖, pois como a
―orelha‖ no lado direito. Esse fato acontece, também, na 2ª linha,
questão nos diz, cada termo a partir do terceiro é igual à soma de
mas na parte de cima e na parte de baixo, internamente em relação
seus dois termos precedentes. 2 + 3 = 5
às figuras. Assim, na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem
inversa: é a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 ―orelhas‖ internas,
22. Resposta ―E‖.
uma em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras da 3ª
linha não possuem ―orelhas‖ externas, a 3ª figura também não A questão nos informa que ao se escrever alguma mensagem,
terá orelhas externas. Portanto, a figura que deve substituir o cada letra será substituída pela letra que ocupa a quarta posição,
ponto de interrogação é a 4ª. além disso, nos informa que o código é ―circular‖, de modo que a
letra ―U‖ vira ―A‖. Para decifrarmos, temos que perceber a
17. Resposta ―B‖. posição do emissor e do receptor. O emissor ao escrever a
No 1º triângulo, o número que está no interior do triângulo mensagem conta quatro letras à frente para representar a letra que
dividido pelo número que está abaixo é igual à diferença entre o realmente deseja, enquanto que o receptor, deve fazer o contrário,
número que está à direita e o número que está à esquerda do contar quatro letras atrás para decifrar cada letra do código. No
triângulo: 40 5 21 13 8. caso, nos foi dada a frase para ser decifrada, vê-se, pois, que, na
A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23 - 17 =
questão, ocupamos a posição de receptores. Vejamos a
6. Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
÷ 3 = 19 - 7 mensagem: BSA HI EDAP. Cada letra da mensagem representa a
÷ 3 = 12 quarta letra anterior de modo que:
= 12 x 3 = 36. VxzaB: B na verdade é V;
OpqrS: S na verdade é O;
18. Resposta ―E‖. UvxzA: A na verdade é U;
Verifique os intervalos entre os números que foram fornecidos. DefgH: H na verdade é D;
Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-se os seguintes 9, EfghI: I na verdade é E;
15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3, 3x5, 3x7, 3x9, 3x11. AbcdE: E na verdade é A;
Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 + 27 = 48. ZabcD: D na verdade é Z;
UvxaA: A na verdade é U;
19. Resposta ―B‖. LmnoP: P na verdade é L;
Observe que o numerador é fixo, mas o denominador é
formado pela sequência: 23. Resposta ―B‖.
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com a
outra e, em seguida, nos traz uma sequência numérica. É
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto
perguntado qual sequência numérica tem a mesma ralação com a
3x4= 4x5= 5x6= sequência numérica fornecida, de maneira que, a relação entre as
1 1x2=2 2x3=6
12 20 30 palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando as duas
palavras dadas, podemos perceber facilmente que têm cada uma 6
20. Resposta ―D‖. letras e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem
O que de início devemos observar nesta questão é a diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra de
quantidade de B e de X em cada figura. Vejamos: trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. Fazendo
BBB BXB XXB o mesmo com a sequência numérica fornecida, temos: 231678
XBX XBX XBX viram 876132, sendo esta a resposta.
BBB BXB BXX
24. Resposta ―A‖.
7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com a
outra, e em seguida, nos traz uma sequência numérica. Foi
Vê-se, que os ―B‖ estão diminuindo de 2 em 2 e que os ―X‖ perguntado qual a sequência numérica que tem relação com a já dada
estão aumentando de 2 em 2; notem também que os ―B‖ estão de maneira que a relação entre as palavras e a sequência numérica é a
sendo retirados um na parte de cima e um na parte de baixo e os mesma. Observando as duas palavras dadas podemos perceber
―X‖ da mesma forma, só que não estão sendo retirados, estão, facilmente que tem cada uma 6 letras e que as letras de uma se repete
sim, sendo colocados. Logo a 4ª figura é: na outra em uma ordem diferente. Essa ordem diferente nada mais é,
XXX do que a primeira palavra de trás para frente, de maneira que SALTA
XBX vira ATLAS. Fazendo o mesmo com a sequência numérica fornecida
XXX temos: 25435 vira 53452, sendo esta a resposta.
1B e 8X

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25. Resposta ―E‖. 1ª letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará pela
Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não acontecem letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L. Logo, a
no número procurado. Do número 48.675, as opções 48, 86 e 67 não 4ª sequência da letra é: LMNL.
estão em nenhum dos números apresentados nas alternativas.
Portanto, nesse número a coincidência se dá no número 75. Como o 31. Resposta ―E‖.
único número apresentado nas alternativas que possui a sequência 75 Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo de 1
é 46.875, tem-se, então, o número procurado. unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a multiplicação do
termo anterior por 3. E assim por diante, até que para o 7º termo
26. Resposta ―D‖. temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + 1 = 40. 9º termo = 40 . 3 =
O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo representa a 120. 10º termo = 120 + 1 = 121. 11º termo = 121 . 3 = 363. 12º
soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4 + 5 = 9 + 5 = 14. Na 2ª linha, termo = 363 + 1 = 364. 13º termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto,
tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 + 9 = 17. Com isso, na 3ª linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + podemos concluir que o 13º termo da sequência é um número
7 = 6 + 7 = 13. Logo, podemos concluir então que o ponto de maior que 1.000.
interrogação deverá ser substituído pelo número 13.
32. Resposta ―D‖.
27. Resposta ―A‖. Da palavra ―ardoroso‖, retiram-se as sílabas ―do‖ e ―ro‖ e
As letras que acompanham os números ímpares formam a inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra ―rodo‖. Da mesma
sequência normal do alfabeto. Já a sequência que acompanha os forma, da palavra ―dinamizar‖, retiram-se as sílabas ―na‖ e ―mi‖,
números pares inicia-se pela letra ―E‖, e continua de acordo com definindo-se a palavra ―mina‖. Com isso, podemos concluir que
a sequência normal do alfabeto: 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, da palavra ―maratona‖. Deve-se retirar as sílabas ―ra‖ e ―to‖,
8ª letra: H, 10ª letra: I e 12ª letra: J. criando-se a palavra ―tora‖.
28. Resposta ―D‖. 33. Resposta ―A‖.
Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista – Na primeira sequência, a palavra ―azar‖ é obtida pelas letras ―a‖
MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU, e ―z‖ em sequência, mas em ordem invertida. Já as letras ―a‖ e ―r‖
MARÁ, TATU e URSO, obtém-se na tabela: são as 2 primeiras letras da palavra ―arborizado‖. A palavra ―dias‖
foi obtida da mesma forma: As letras ―d‖ e ―i‖ são obtidas em
sequência, mas em ordem invertida. As letras ―a‖ e ―s‖ são as 2
P E R U primeiras letras da palavra ―asteroides‖. Com isso, para a palavras
―articular‖, considerando as letras ―i‖ e ―u‖, que estão na ordem
M A R A invertida, e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra ―luar‖.

T A T U 34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci. O


número que vem é sempre a soma dos dois números
U R S O imediatamente atrás dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3, 5, 8,
13, 21, 34, 55, 89, 144, 233...
O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do
alfabeto, tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando esses 35.
valores, obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
Dia Subida Descida
29. Resposta ―B‖.
Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra ―A‖. 1º 2m 1m
Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser as 2º 3m 2m
mesmas da 3ª sequência de letras: ―O‖. A 3ª letra da 2ª sequência
3º 4m 3m
é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da 1ª sequência de
letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª letra é a próxima 4º 5m 4m
letra depois de ―B‖, ou seja, a letra ―C‖. Em relação à primeira 5º 6m 5m
letra, tem-se uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª
6º 7m 6m
sequência e a 1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da
3ª sequência e a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o mesmo 7º 8m 7m
fato. Com isso, a 1ª letra da 4ª sequência é a letra ―T‖. Logo, a 4ª 8º 9m 8m
sequência de letras é: T, O, C, O, ou seja, TOCO. 9º 10m ----
30. Resposta ―C‖. Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do
alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na 2ª 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 – 92
sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior, formando-se – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários 20
DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra desta sequência: D. Com algarismos.
isto, na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a

77
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MATEMÁTICA
37. 42.

16

09

43.

04

Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de cada par de


cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre forma par com o
naipe de espadas. Portanto, a carta que está faltando é o 6 de
=01
espadas.
Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados. Quadrado perfeito em matemática, sobretudo na aritmética e
na teoria dos números, é um número inteiro não negativo que
38. pode ser expresso como o quadrado de um outro número inteiro.
Ex: 1, 4, 9...
No exercício 2 elevado a 2 = 4

39. Os símbolos são como números em frente ao espelho.


Assim, o próximo símbolo será 88. 46. Observe que:
40.
3 6 18 72 360 2160 15120
x2 x3 x4 x5 x6 x7

Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 x 8 =


120.960

47.

41.
12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81

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48. Definições.

a) Segmentos congruentes.
Dois segmentos são congruentes se têm a mesma medida.
b) Ponto médio de um segmento.
Um ponto P é ponto médio do segmento AB se pertence ao
segmento e divide AB em dois segmentos congruentes.
c) Mediatriz de um segmento.
É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio

Ângulo
49.

50. Definições.
Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de
mesma origem.
Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos congruentes se
têm a mesma medida.
Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no vértice
do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos congruentes.

Perímetro
Entendendo o que é perímetro.
GEOMETRIA PLANA: DISTÂNCIAS Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de
E ÂNGULOS, POLÍGONOS, comprimento.
CIRCUNFERÊNCIA, PERÍMETRO E ÁREA. Quantos metros lineares serão necessários para colocar
rodapé nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que
nela não se coloca rodapé?

A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e


suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
uma boa ideia das figuras geométricas, observando objetos reais,
como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência,
as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere
um cubo.

Reta, semirreta e segmento de reta


A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala,
menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) –
1 P = 26 – 1
P = 25

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Retângulo
É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos
congruentes e iguais a 90º.

No cálculo da área de qualquer retângulo podemos seguir o


raciocínio:

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana.

Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície
(gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha quadriculada
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se contarmos, veremos
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área: que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões no retângulo. Como
sabemos que a área é a medida da superfície de uma figuras podemos
dizer que 24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.

Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro,
área. só que representado de forma diferente. O cálculo da área do
A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm² retângulo pode ficar também da seguinte forma:
(centímetros quadrados), e outros. A=6.4 A = 24 cm²
Se tivermos uma figura do tipo:
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

A=b.h

Quadrado
Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unidade, É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos os
então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades. ângulos internos a congruentes (90º).
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.
Didatismo e Conhecimento
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Sua área também é calculada com o produto da base pela


altura. Mas podemos resumir essa fórmula: Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma
base menor (b) e por uma altura (h).
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-
lo em dois triângulos, veja como:
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é


igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A = b .
h, temos:
A= .
A= ² Segundo: o dividimos em dois triângulos:

Trapézio
É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura de um
trapézio é a distância entre as retas suporte de suas bases.

A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas


dos dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases diferentes e
alturas iguais.

Cálculo da área do ∆CEF:


Em todo trapézio, o segmento que une os pontos médios dos
dois lados não paralelos, é paralelo às bases e vale a média A∆1 = B . h
aritmética dessas bases. 2
Cálculo da área do ∆CFD:

A∆2 = b . h
2
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da
área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2

A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo AT = B . h + b .


que é calculada utilizando a seguinte fórmula: h22
A = b . h (b = base e h =
altura). 2
AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais 2
importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área): dência, pois é um termo comum aos dois fatores.

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MATEMÁTICA
b) quanto aos ângulos:
AT = h (B + triângulo retângulo.
b) 2 triângulo obtusângulo.
triângulo acutângulo.
Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer
utilizamos a seguinte fórmula: Propriedades dos triângulos
1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos
A = h (B + internos é 180º.
b) 2
h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio

Losango

É o quadrilátero que tem os lados congruentes.


2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo é igual
à soma das medidas dos 2 ângulos internos não adjacentes.

Em todo losango as diagonais são:


perpendiculares entre si;
bissetrizes dos ângulos internos.
A área do losango é definida pela seguinte fórmula: 3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos
Sd.DOnde D é a diagonal maior e d é a menor. externos é 360º.
2
Triângulo

Figura geométrica plana com três lados.

4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base são


congruentes. Observação - A base de um triângulo isósceles é o
seu lado diferente.

Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer polígono


convexo é o ângulo formado entre um lado e o prolongamento do
outro lado.

Classificação dos triângulos.

a) quanto aos lados:


triângulo equilátero.
triângulo isósceles. Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do lado
triângulo escaleno. oposto.

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MATEMÁTICA
Área do triangulo Exercícios

Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura


respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale-
logramos?

Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm. Qual é a


área deste triângulo equilátero?

Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas medi-


das da altura e da base são respectivamente 10 cm e 2 dm?
Segmentos proporcionais
As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. Qual é a
Teorema de Tales. medida da sua superfície?

Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma reta Considerando as informações constantes no triangulo PQR,
transversal, a razão entre dois segmento quaisquer de uma pode-se concluir que a altura PR desse triângulo mede:
transversal é igual à razão entre os segmentos correspondentes da
outra transversal.

Semelhança de triângulos a)5 b)6 c)7 d)8

Definição. 6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao dobro


Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos dois a dois de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que formam,
congruentes e os lados correspondentes dois a dois proporcionais. entre si, um ângulo reto (90°). Observe a figura:

Definição mais “popular”.


Dois triângulos são semelhantes se um deles é a redução ou a
ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
proporcionalidade se mantém constante para quaisquer dois
segmentos correspondentes, tais como: lados, medianas, alturas,
raios das circunferências inscritas, raios das circunferências
circunscritas, perímetros, etc.
Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine:
as dimensões do cartão;
o comprimento do vinco AC

7. Na figura, os ângulos assinalados sao iguais, AC=2 e AB=6.


A medida de AE é:
a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4

83
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MATEMÁTICA
Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à reta va-
lem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre essa reta são 4 6 36
os pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que distância de C PR 9  PR  66
deverá estar o ponto E, do segmento CD, para que CÊA=DÊB
a)3 x 9
b)4 16  x x ²144 x 12
c)5
a ) x 12( altura ); 2 x 24(comprimento)
d)6
e)7 b ) AC  9² x²  81  144  15

Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente 400 pe- 7.


ças iguais de cerâmica na forma de um quadrado. Sabendo-se que
a área da sala tem 36m², determine:
a) a área de cada peça, em m².
b) o perímetro de cada peça, em metros.

Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se


AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos
triângulosABC e CDE é:

a)6
b)4 8.
c)3
d)2
e)

Respostas

A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1

Segundo o enunciado temos: 9.


l=5mm

Substituindo na fórmula:
l² 3
S S 5² 3  6, 25 3  S 10,8
4 4
3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm,
temos: h=10
b=20 10.

Substituindo na fórmula:

 b.h 20.10100cm ²2 dm²

Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula que en-


volve as diagonais, cujos valores temos abaixo:

d1=10
d2=15

Utilizando na fórmula temos:

S d 1.d 210.1575cm²
2 2

84
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MATEMÁTICA

SEMELHANÇA E RELAÇÕES
MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO.

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que pos-sui Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Todo
o menor número de lados. Talvez seja o polígono mais impor-tante triângulo possui três ângulos internos.
que existe. Todo triângulo possui alguns elementos e os prin-cipais
são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e bissetrizes.

Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes sobre os


mesmos.

Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo e


pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

Classificação dos triângulos quanto ao número de lados

Vértices: A,B,C. Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


Lados: AB,BC e AC. iguais.m(AB) = m(BC) = m(CA)
Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vérticede forma a encontrar o lado oposto ao vértice formando
um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.

Triângulo Isóscele: Os três lados têm medidas iguais.


m(AB)= m(BC) = m(CA)

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto


médiodo lado oposto. BM é uma mediana.
Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas dife-
rentes.

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


partesiguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste caso Ê = Ô.

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Classificação dos triângulos quanto às medidas dos ângulos Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. Como
ob-servamos no desenho, em anexo, as letras minúsculas
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são agu- representam os ângulos internos e as respectivas letras
dos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º. maiúsculas os ângulos externos.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois


Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto ângulos internos não adjacentes a esse ângulo externo. Assim: A
é,possui um ângulo com medida maior do que 90º. = b+c, B = a+c, C = a+b

SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Dois triângulos são semelhantes se tiverem, entre si, os lados


correspondentes proporcionais e os ângulos congruentes (iguais).

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto


(90graus).

Dados os triângulos acima, onde:


Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC.


Poderemos identificar com as letras a, b e c as medidas dos e = = = , então os triângulos ABC e DEF
ângulos internos desse triângulo. Em alguns locais escrevemos as
sãosemelhantes e escrevemos ABC DEF.
letras maiúsculas A, B e C para representar os ângulos.
CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA

1- Dois ângulos congruentes:Se dois triângulos tem, en-tre


si, dois ângulos correspondentes congruentes iguais, então os
triângulos são semelhantes.

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é sempre


igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º

Exemplo

Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever que: 70º +


60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º - 70º - 60º = 50º.

Nas figuras ao lado: = e =

então: ABC ~ DEF

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Questões
2- Dois lados congruentes:Se dois triângulos tem doislados
correspondentes proporcionais e os ângulos formados por esses 1- O valor de x na figura abaixo é:
lados também são congruentes, então os triângulos são se- 30°
melhantes. 40°
50°
60°
70°

2- Na figura abaixo = , = , a medida do


ângulo DB é:
34°
72°
36°
45°
30°
Nas figuras ao lado:

3- Na figura seguinte, o ângulo A C é reto. O valor em


grausdo ângulo C D é igual a:
então: ABC EFG 120°
110°
105°
3- Três lados proporcionais:Se dois triângulos têm os 100°
trêslados correspondentes proporcionais, então os triângulos são 95°
se-melhantes.

4- Na figura abaixo, o triângulo ABC é retângulo em A, ADEF


é um quadrado, AB = 1 e AC = 3. Quanto mede o lado do
quadra-do?
0,70
0,75
Nas figuras ao lado: 0,80
0,85
0,90

então: ABC RST 5- Em uma cidade do interior, à noite, surgiu um objeto voa-
dor não identificado, em forma de disco, que estacionou a aproxi-
madamente 50 m do solo. Um helicóptero do Exército, situado a
Observação: temos três critérios de semelhança, porém o aproximadamente 30 m acima do objeto iluminou-o com um
mais utilizado para resolução de exercícios, isto é, para provar holo-fote, conforme mostra a figura seguinte. A sombra projetada
que dois triângulos são semelhantes, basta provar que eles tem pelo disco no solo tinha em torno de 16 m de diâmetro.
dois ângulos correspondentes congruentes (iguais).

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3) Alternativa d
Solução:
Na figura temos três triângulos. Do enunciado o ângulo AC =
90° (reto).
O ângulo B C = 30°  A B = 60º.

O ângulo CD (x) é ângulo externo do triângulo ABD, então:


x = 60º + 40° (propriedade do ângulo externo)
Sendo assim, pode-se concluir que a medida, em metros, do x = 100°
raio desse disco-voador é aproximadamente:
3 4) Alternativa b
4 Solução: sendo x o lado do quadrado:
5
6
7

Respostas

1) Alternativa b
Solução:
Da figura temos que 3x é um ângulo externo do triângulo e,
portanto, é igual à soma dos dois internos opostos, então:

3x = x + 80º
3x – x = 80º
2x = 80° Temos que provar que dois dos triângulos da figura são se-
x = 80° : melhantes.
2 x = 40° O ângulo BC é reto, o ângulo CE é reto e o ângulo AB é co-
mum aos triângulos ABC e CEF, logo estes dois triângulos são
2) Alternativa c semelhantes. As medidas de seus lados correspondentes são pro-
Solução: porcionais:
Na figura dada, temos três triângulos: ABC, ACD e BCD. Do
enunciado AB = AC, o triângulo ABC tem dois lados iguais, então
ele é isósceles e tem dois ângulos iguais:
A B = A C = x. A soma dos três ângulos é igual a 180°. (multiplicando em “cruz”)
36° + x + x = 180°
2x = 180° - 36° 3x = 1.(3 – x)
2x = 144 3x = 3 – x
x = 144 : 2 3x + x = 3
x = 72 4x = 3 x
Logo: A B = A C = 72° =¾x=
0,75
Também temos que CB = CD, o triângulo BCD é isósceles:
C D=C B = 72°, sendo y o ângulo DB, a soma é igual 5) Alternativa a
a 180°. Solução: da figura dada, podemos observar os seguintes
72° + 72° + y = 180° triân-gulos:
144° + y = 180°
y = 180° - 144°
y = 36º
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O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;
O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são para
calcular da mesma forma que as acima apresentadas:

Figuras Geométricas:

Os triângulos ABC e ADE são isósceles. A altura divide as ba-


ses em duas partes iguais. E esses dois triângulos são semelhantes,
pois os dois ângulos das bases de cada um são congruentes. Então:

8r = 8.3
r=3m

GEOMETRIA ESPACIAL: POLIEDROS, O conceito de cone


PRISMAS E PIRÂMIDES, CILINDRO,
CONE E ESFERA, ÁREAS E VOLUMES.

Sólidos Geométricos

Para explicar o cálculo do volume de figuras geométricas,


po-demos pedir que visualizem a seguinte figura: Considere uma região plana limitada por uma curva suave
(sem quinas), fechada e um ponto P fora desse plano. Chamamos
de cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de
reta que têm uma extremidade em P e a outra num ponto qualquer
da região.

Elementos do cone
Base: A base do cone é a região plana contida no interior
dacurva, inclusive a própria curva.
Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
Eixo: Quando a base do cone é uma região que possui cen-
tro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo vértice P e pelo
centro da base.
Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extremidadeno
A figura representa a planificação de um prisma reto; vértice do cone e a outra na curva que envolve a base.
O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
base pela altura do sólido, isto é Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a reunião
de todos os segmentos de reta que tem uma extremidade em P e a
V = Ab x a outra na curva que envolve a base.

89
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Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião da su- 5. A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em
perfície lateral com a base do cone que é o círculo. função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):
Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é uma re- 2
ATotal = Pi R g + Pi R
gião triangular obtida pela interseção do cone com um plano que
contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

Cones Equiláteros

Quando observamos a posição relativa do eixo em relação à


base, os cones podem ser classificados como retos ou oblíquos.
Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da
base e é oblíquo quando não é um cone reto. Ao lado apresenta-
mos um cone oblíquo. Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção
meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a
Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais impor- medida da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.
tantes são os cones retos. Em função das bases, os cones recebem A área da base do cone é dada por:
2
nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é ABase=Pi R
um círculo e é dito elíptico se a base é uma região elíptica. Pelo Teorema de Pitágoras
2 2 2
temos: (2R) = h + R
2 2 2
h = 4R - R =
2
3R Assim:
h=R

Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área


da base pela altura, então:
V = (1/3) Pi R3
Como a área lateral pode ser obtida por:
2
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R
então a área total será dada por:
2
Observações sobre um cone circular reto ATotal = 3 Pi R

Um cone circular reto é chamado cone de revolução por ser O conceito de esfera
obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em
função de suas aplicações a problemas da vida. Do ponto de vis-
A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do ta matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido
cone com um plano que contem o eixo do cone. No caso acima, a geométrico (disco esférico) envolvido pela mesma, razão pela
seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isós- quais muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria
dos livros elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como
celes VAB.
se fosse um sólido, herança da Geometria Euclidiana.
Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar pala-
Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruen-
vras que sejam entendidas pela coletividade. De um ponto de vista
tes entre si. Se g é a medida de cada geratriz então, pelo Teorema mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemático pa-
2 2 2
de Pitágoras, temos: g = h + R rametrizado por duas dimensões, o que significa que podemos obter
medidas de área e de comprimento, mas o volume tem medida nula.
A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em
Há outras esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-di-
função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):ALat
mensional. Um caso interessante é a esfera na reta unidimensional:
Pi R g o
S = {x em R: x²=1} = {+1,-1}

90
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Por exemplo, a esfera
1
S = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio
unitário centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos

Um problema fundamental para empresas que armazenam lí-


quidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esféricos e cilíndricos
é a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões
esféricas a partir do conhecimento da altura do líquido colocado
na mesma. Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele possui
um orifício na parte superior (pólo Norte) por onde é introduzida
verticalmente uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço
vara, observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara e que estão localizados na casca e dentro da esfera. Do ponto de
esta medida cor-responde à altura de líquido contido na região vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião
esférica. Este não é um problema trivial, como observaremos da película fina que envolve o sólido esférico com a região sólida
pelos cálculos realizados na sequência. dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico
pode ser visto como toda a fruta.
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada por:
x² + y² + z² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o
conjun-to que contém a casca reunido com o interior, isto é:
x² + y² + z² < R²
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é dada por:
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o
conjun-to que contém a casca reunido com o interior, isto é, o
A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e
conjunto de todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:
algumas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volumes em
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²
um sólido esférico.
Da forma como está definida, a esfera centrada na origem
A superfície esférica
pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo que o
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do centro da mesma venha a coincidir com a origem do sistema
espaço que estão localizados a uma mesma distância denominada cartesiano R³, logo podemos fazer passar os eixos OX, OY e OZ,
raio de um ponto fixo chamado centro. pelo ponto (0,0,0).
Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na ori-
gem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }
4
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R é dada
4
por: S³ = { (w,x,y,z) em R : w² + x² + y² + z² = 1 }
Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?
Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a
película fina que envolve um sólido esférico. Em uma melancia
esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca)
que envolve a fruta.
É comum encontrarmos na literatura básica a definição de es-
Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obtere-mos
fera como sendo o sólido esférico, no entanto não se devem con-
duas superfícies semelhantes: o hemisfério Norte (―boca para baixo‖)
fundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estu-
que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z é não
dos desses detalhes, deve-se tomar algum bom livro de negativa e o hemisfério Sul (―boca para cima‖) que é o conjunto de
Geometria Diferencial que é a área da Matemática que trata do todos os pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
detalhamento de tais situações. Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical que
passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, teremos uma cir-
cunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida na
esfera cuja medida do raio coincide com a medida do raio da es-fera,
construída no plano YZ e a equação desta circunferência será:
2
x=0, y² + z² = R

91
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sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para
pontos de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas a superfície, ―calota esférica‖ para o sólido envolvido pela calota
circunferên-cias maximais em uma esfera. esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo a qual estamos realizando os cálculos, V será o volume,
OZ, obteremos a esfera através da rotação e por este motivo, a A(lateral) será a área lateral e A(total) será a área total.
esfera é uma superfície de revolução.
Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos
cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal que
p²+q²=R² e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos Objeto Relações e fórmulas
uma super-fície denominada calota esférica. Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Calota esférica (altura h, raio A(lateral) = 2 Pi R h
da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
Segmento esférico (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para repre- Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
sentar tanto a superfície como o sólido geométrico envolvido pela
Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo
calota esférica. Para evitar confusões, usarei ―calota esférica‖ com
aspas para o sólido e sem aspas para a superfície. Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a apresentar um
A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfe- processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do
ra, de modo que as extremidades dos arcos sejam (0,0,R) e (0,p,q) volume da ―calota esférica‖ em função da altura da mesma.
com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso
Volume de uma calota no hemisfério Sul
(calota Sul) as extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com
r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos uma
Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com raio R.
superfície de revolução denominada zona esférica.

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia


A equação desta esfera será dada por:
esférica. Com uma faca, cortamos uma ―calota esférica‖ superior
e uma ―calota esférica‖ inferior. O que sobra da melancia é uma x² + y² + (z-R)² = R²
região sólida envolvida pela zona esférica, algumas vezes
denomi-nada zona esférica. A altura da calota será indicada pela letra h e o plano que
Consideremos uma ―calota esférica‖ com altura h 1 e raio da coincide com o nível do líquido (cota) será indicado por z=h. A
base r1 e retiremos desta calota uma outra ―calota esférica‖ com interseção entre a esfera e este plano é dado pela circunferência
x² + y² = R² - (h-R)²
altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de
ambas sejam paralelos. A região sólida determinada pela calota
maior menos a calota menor recebe o nome de segmento esférico Obteremos o volume da calota esférica com a altura h me-
com bases paralelas. nor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao intervalo
[0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de z em função de
x e y para obter:
2 2 2
z  R  R (x  y )

Para simplificar as operações algébricas, usaremos a letra r


para indicar:
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)

92
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A região circular S de integração será descrita por x²+y²<R² Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da esfera
ou em coordenadas polares através de: que nos diz que o volume da calota superior assim como da
0<m<R, 0<t<2Pi calota inferior somente depende do raio R da esfera e da altura h
e não da posição relativa ocupada.
A integral dupla que representa o volume da calota em fun-
ção da altura h é dada por: Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a calota
do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R-d, onde d é
Vc(h) s(h z)dxdy a altura da região que não contém o líquido. Como o volume
ou seja desta calota vazia é dado por:
2 2 2 VC(d) = Pi d²(3R-d)/3
Vc(h) s(h R  R (x  y ))dxdy
e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], poderemos
escrever o volume da calota vazia em função de h:
Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na forma:
2x R VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3
2 2
Vc(h) (h R  R m )mdmdt
t0 m0 Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função da
altu-ra, basta tomar o volume total da região esférica e retirar o
Após realizar a integral na variável t, podemos separá-la em volume da calota vazia, para obter:
duas integrais: V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
R R
2 2
que pode ser simplificada para:
Vc(h)2π{(h R)mdm  R m mdm} V(h) = Pi h²(3R-h)/3
0 0
ou seja:
R Independentemente do fato que a altura h esteja no intervalo
2 2
Vc(h)π{(h R)R2 R m (2m)dm} [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o cálculo do
0 volume ocupado pelo líquido é dado por:
Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm pode- V(h) = Pi h²(3R-h)/3
remos reescrever:
2
R Poliedro
2
Vc(h)π{(h R)R  u du}
u0 Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no
Após alguns cálculos obtemos: es-paço R³. As regiões planas que limitam este sólido são as faces
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³] do poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro.
As interseções das arestas são os vértices do poliedro. Cada face
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da calota é uma região poligonal contendo n lados.
esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo [0,R], dada
por: Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais forma-
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3 dos por planos adjacentes têm medidas menores do que 180 graus.
Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro
Volume de uma calota no hemisfério Norte con-vexo, o segmento que tem esses pontos como extremidades,
deve-rá estar inteiramente contido no poliedro.
Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapassou o
Poliedros Regulares
raio R da região esférica, então a altura h está no intervalo [R,2R]
Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poli-
gonais regulares com n lados, o que significa que o mesmo
número de arestas se encontram em cada vértice.

Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro

93
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Áreas e Volumes Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base
é um quadrado.
Poliedro regular Área Volume
2
a R[3]
Planificação do prisma
Tetraedro (1/12) a³ R[2]
2
Hexaedro 6a a³
2
Octaedro 2 a R[3] (1/3) a³ R[2]
2
Dodecaedro 3a R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
2
Icosaedro 5a R[3] (5/12) a³ (3+R[5])

Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Prisma

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no


Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do
qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclinação das espaço localizados dentro dos planos que contêm as faces laterais
arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos. e os pla-nos das bases. As faces laterais e as bases formam a
envoltória deste sólido. Esta envoltória é uma ―superfície‖ que
Prisma reto
pode ser planificada no plano cartesiano.
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma tesou-
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da
ra esta envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma região
base. As faces laterais são retangulares. plana formada por áreas congruentes às faces laterais e às bases.
A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral
Prisma oblíquo
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. e total.
As arestas laterais são oblíquas ao plano da base.
Volume de um prisma
As faces laterais não são retangulares.
O volume de um prisma é dado por:
Vprisma = Abase . h
Bases: regiões poligonais
congruentes Área lateral de um prisma reto com base poligonal regular
Altura: distância entre
as bases A área lateral de um prisma reto que tem por base uma
Arestas laterais região poligonal regular de n lados é dada pela soma das áreas
paralelas: mesmas das faces laterais. Como neste caso todas as áreas das faces
medidas laterais são iguais, basta tomar a área lateral como:
Faces laterais:
paralelogramos
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Seções de um prisma
Seção transversal
a região poligonal obtida pela interseção do prisma com um
plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é con-
gruente a cada uma das bases.
Seção reta (seção normal) Cilindros
uma seção determinada por um plano perpendicular às
arestas laterais.

Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados dois
sóli-dos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano
dado inter-ceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os
volumes dos sólidos também serão iguais.

Prisma regular Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r.


É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares. Tomemos também um segmento de reta PQ que não seja paralelo
ao plano P e nem esteja contido neste plano P.
Exemplos: Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos con-
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é gruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no círculo.
um triângulo equilátero.

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MATEMÁTICA
3
Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R , Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro com a região
sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilin- Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral é dada por:
dro como um sólido usaremos aspas, isto é, “cilindro” e quando Alat = 2 r h
for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro. onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro.
A =A +2A
A reta que contém o segmento PQ é denominada geratriz e a tot lat base

curva que fica no plano do ―chão‖ é a diretriz. Atot = 2 r h + 2


2
r Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a área


lateral e a área total.

Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura


3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.

As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma


Em função da inclinação do segmento PQ em relação ao quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura 12 cm e volume
plano do ―chão‖, o cilindro será chamado reto ou oblíquo, igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.
respectiva-mente, se o segmento PQ for perpendicular ou oblíquo
Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma
ao plano que contém a curva diretriz.
lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mesma altura h da
Objetos geométricos em um “cilindro” casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido
Num cilindro, podemos identificar vários elementos: entre a lata e a casquinha de sorvete?
Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo o
Respostas
seuinterior. Num cilindro existem duas bases.
Eixo É o segmento de reta que liga os centros das bases
Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a área total
do―cilindro‖.
dada por:
Altura A altura de um cilindro é a distância entre os dois
planos paralelos que contêm as bases do ―cilindro‖. 2
Alat = 2 r. 2r = 4 r
Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos do espa- A =A +2A
tot lat base
ço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslocamento Atot = 4 r + 2 r = 6
2 2
r
2
paralelo da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz. 2 3
V = Abase h = r . 2r = 2 r
Superfície Total É o conjunto de todos os pontos da superfí-
cie lateral reunido com os pontos das bases do cilindro.
Área lateral É a medida da superfície lateral do cilindro. 2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2 2.3
Área total É a medida da superfície total do cilindro. 2
= 12 cm
Seção meridiana de um cilindro É uma região poligonal Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2
obtida pela interseção de um plano vertical que passa pelo centro 2 2
2 = 12 + 8 = 20 cm
do cilindro com o cilindro. 2 2
Cálculo do Volume V = Abase × h = r × h V = 2 × 3
33
Classificação dos cilindros circulares = × 4 × 3 = 12 cm
3) Solução:
Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes h = 12
prisma
oblíquasem relação aos planos das bases. A =A =A
base do prisma base do cone
Cilindro circular reto As geratrizes são perpendiculares V =2V
prisma cone
aosplanos das bases. Este tipo de cilindro é também chamado de
A hprisma = 2(A
cilin-dro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo.
h)/3 12 = 2.h/3
Cilindro eqüilátero É um cilindro de revolução cuja h =18 cm
seçãomeridiana é um quadrado.
4) Solução:
Volume de um “cilindro”
V=V -V
cilindro cone
Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da
V = Abase h - (1/3) Abase h
base pela altura. 2 2
V = Pi R h - (1/3) Pi R h
V = Abase × h 2 3
Se a base é um círculo de raio r, V = (2/3) Pi R h cm
2
então: V = r h

95
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MATEMÁTICA

MATEMÁTICA DISCRETA:
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM, NOÇÃO
DE PROBABILIDADE, NOÇÕES DE
ESTATÍSTICA, GRÁFICOS E MEDIDAS.

Análise Combinatória

Análise combinatória é uma parte da matemática que estuda, ou


melhor, calcula o número de possibilidades, e estuda os métodos de
contagem que existem em acertar algum número em jogos de azar.
Esse tipo de cálculo nasceu no século XVI, pelo matemático italiano
Niccollo Fontana (1500-1557), chamado também de Tar-taglia.
Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e
Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve métodos que
permitem contar, indiretamente, o número de elementos de um
conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é
preciso aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais
propriedades existem:
Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios
Princípio fundamental da contagem sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk possibilidades
Fatorial para cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este aconteci-
Arranjos simples mento é n1, n2, n3, … , nk
Permutação simples Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa
Combinação a ordem.
Permutação com elementos repetidos Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10
elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca‖.
Princípio fundamental da contagem:é o mesmo que a ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferen-
Regrado Produto, um princípio combinatório que indica quantas ciam pela natureza de um dos elemento.
vezes e as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados distin-
O acon-tecimento é formado por dois estágios caracterizados tos ou não distintos pois se diferenciam somente pela ordem dos
como suces-sivos e independentes: elementos.
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos. algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos preten-
O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos. demos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13 e 31 são
considerados distintos, pois indicam números diferentes.
Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos
preten-demos obter retas, neste caso os agrupamentos são iguais,
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmen-te
pois indicam a mesma reta.
ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo. Na
Conclusão: Os agrupamentos...
concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são do
interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há 5
1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamen-
opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o
tos se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elemen-
número total de opções que Alice poderá fazer?
tos, os agrupamentos serão considerados distintos.
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados com-
Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem,
Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15 binações.
carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o proble-
possibilidades:
ma é saber quantas retas esses pontos determinam.

2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem


de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e
considerados distintos.

96
Didatismo e Conhecimento
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MATEMÁTICA
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arran-
jos. An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
(é o produto de k fatores)

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o


pro-blema é contar os números por eles determinados. Multiplicando e dividindo por (n – k)!

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número natural n,


representado por n!, é o produto de todos os inteiros positivos
menores ou iguais a n. A notação n! foi introduzida por Christian
Kramp em 1808. A função fatorial é normalmente definida por:

Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!

Podemos também escrever

Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120 Permutações: Considere A como um conjunto com n ele-


mentos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A, são de-
Note que esta definição implica em particular que 0! = 1, nominados permutações simples de n elementos. De acordo com
por-que o produto vazio, isto é, o produto de nenhum número é 1.
a definição, as permutações têm os mesmos elementos. São os n
Deve-se prestar atenção neste valor, pois este faz com que a
elementos de A. As duas permutações diferem entre si somente
função recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) funcione para n = 0.
pela ordem de seus elementos.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por
Cálculo do número de permutação simples:
exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos
dis-tintos numa sequência. (Os arranjos são chamados
permutações) E o número de opções que podem ser escolhidos é O número total de permutações simples de n elementos indi-
dado pelo coefi-ciente binomial. cado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1) (n – 2) . …
. (n – k + 1), temos:

Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n! Portanto:
Pn = n!
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza Combinações Simples: são agrupamentos formados com os
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela na-
elementos e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples tureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com n
k a k dos n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos de
distintos cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela k elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas pela
ordem de seus elementos.
na-tureza de seus elementos são denominados combinações
simples k a k, dos n elementos de A.
Cálculos do número de arranjos simples:
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com ele-
Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
mentos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4
A, tomados k a k:
com-binações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd
→ possibilidades na escolha do 1º elemento.
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:
- 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
deles já foi usado.
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos.
- 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foi usado.
. abc abd acd bcd
. acb
.
- (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois l-1 bac
deles já foi usado. bca
cab
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total
cba
de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:

97
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Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos to-
dos os arranjos 3 a 3:

abc abd acd bcd


acb adb adc bdc Combinações Completas: Combinações completas de n ele-
bac bad cad cbd mentos, de k a k, são combinações de k elementos não necessaria-
mente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular as combi-
bca bda cda cdb
nações completas devemos levar em consideração as combinações
cab dab dac dbc com elementos distintos (combinações simples) e as combinações
cba dba dca dcb com elementos repetidos. O total de combinações completas de n
elementos, de k a k, indicado por C*n,k
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos

Logo: C4,3 . P3 = A4,3

Cálculo do número de combinações simples: O número total de


combinações simples dos n elementos de A representados por C n,k,
tomados k a k, analogicamente ao exemplo apresentado, temos: a) QUESTÕES
Trocando os k elementos de uma combinação k a k, obte-
mos Pk arranjos distintos. 01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
distintos. Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou
A 02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes,
sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube enfrente
C= n,k n,k
o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos
Pk a serem realizados é:
Lembrando que: (A)182
(B) 91
(C)169
(D)196
Também pode ser escrito assim: (E)160

03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema,


começando por três letras escolhidas entre as cinco A, B, C, D e
E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8.
Se entre as letras puder haver repetição, mas se os algarismos
forem todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
Arranjos Completos: Arranjos completos de n elementos, de k a 78.125
k são os arranjos de k elementos não necessariamente distintos. Em 7.200
vista disso, quando vamos calcular os arranjos completos, de-ve-se 15.000
levar em consideração os arranjos com elementos distintos (arranjos 6.420
simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos completos de n 50
elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por
A*n,k dado por: A*n,k = n
k 04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com
Permutações com elementos repetidos todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou a
tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo,
João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A
Considerando:
diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o núme-
ro de cartões esperados por João é igual a
α elementos iguais a a, 720
β elementos iguais a b, 1.680
γ elementos iguais a c, …, 2.420
λ elementos iguais a l, 3.360
4.320
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PRO-
α VA foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras
Simbolicamente representado por Pn , β, γ, …, λ o número
de permutações distintas que é possível formarmos com os n ele- de cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é
mentos:

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PROVA. Resoluções
VAPOR.
RAPOV. 01.
ROVAP.
RAOPV.

06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores, 02. O número total de jogos a serem realizados é A 14,2 = 14 .
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se ana- 13 = 182.
lisem as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5
diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O número de 03.
possíveis comissões é:
66
72
Algarismos
90
120
124

07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola pos- Letras


sui um banco de questões de matemática composto de 5 questões
sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 sobre retas. De quan- As três letras poderão ser escolhidasde 5 . 5 . 5 =125 maneiras.
tas maneiras distintas a equipe pode montar uma prova com 8 Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 . 3 . 2 =
questões, sendo 3 de parábolas, 2 de circunferências e 3 de retas?
120 maneiras.
80
96 O número total de senhas distintas, portanto, é igual a 125 .
240 120 = 15.000.
640
1.280 04.
I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre assis-
tidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma even-
tualidade qualquer, dois particulares enfermeiros, por serem os
mais experientes, nunca são escalados para trabalharem juntos. II) O número de cartões esperados por João era
Sabendo-se que em todos os grupos participa um dos dois enfer-
meiros mais experientes, quantos grupos distintos de 3 enfermei-
ros podem ser formados?
06 Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
10
12 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forem
15 listadas em ordem alfabética, então teremos:
20 P4 = 24 que começam por A
Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes para P4 = 24 que começam por O
concorrer a uma gincana. O número de maneiras diferentes de P4 = 24 que começam por P
formar duas equipes é
A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que
(A) 10
(B) 15 começa por R. Ela é RAOPV.
(C) 20 06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de corrup-
(D) 25 ção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5 diretores na
(E) 30 qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser escolhidos, no
máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de possíveis comissões é
Considere os números de quatro algarismos do sistema
decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2;
c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos uma
vez; d) quantos têm os algarismos distintos;
e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240

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08. Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes e 6, e observar o lado virado para cima, temos:
outros 3. um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o enun- um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
ciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes e 2 entre os
C S.
restantes.
o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
O número de possibilidades para se escolher 1 entre os 2
a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
mais experientes é

Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio


IV) O número de possibilidades para se escolher 2 entre 3
restantes é Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 -
Assim, o número total de grupos que podem ser formados
2.3=6 P(A).

09. Demonstração das Propriedades

10. Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:


3
a) 9 . A*10,3 = 9 . 10 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
3
b) 8 . A*9,3 = 8 . 9 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464

Probabilidade

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de resultados,


todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
resultadospossíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
resultadospossíveis; será representado por S e o número de
elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do União de Eventos
espaçoamostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A). Considere A e B como dois eventos de um espaço amostral
S, finito e não vazio, temos:
Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto
são eventos.
A
Ø = evento impossível.
S = evento certo.
B
Conceito de Probabilidade S

As probabilidades têm a função de mostrar a chance de


ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer um
determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço
amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos
A e o número de elemento S. Representando:

Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)

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Eventos Mutuamente Exclusivos Eventos Independentes

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S,


A
finito e não vazio. Estes serão independentes somente quando:

P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)


B
S Intersecção de Eventos

Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral


Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados S, finito e não vazio, logo:
mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A
B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, A n de S
forem, de dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse
caso temos, analogicamente:

P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) +


... + P(An)
Eventos Exaustivos
Assim sendo:
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
exaustivos se A1 A2 A3 … An = S Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a
representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Lei Binominal de Probabilidade

Então, logo: Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,


dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de cada
experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tentativa
ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p ou o
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 complemento A cuja probabilidade é 1 – p.
Probabilidade Condicionada Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?
finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada
Resolução:
pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A.
Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes o
É representada por P(B/A). evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k
vezes o evento A.
Veja: Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:

101
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As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as 07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o 40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a
evento A é, portanto Cn,k. probabilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem a 42%
k n-k 45%
mesma probabilidade p . (1 – p) , e portanto a probabilidade
k
desejada é: Cn,k . p . (1 – p)
n-k 46%
48%
QUESTÕES 50%

01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o
valor de P(B) é:
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:
0,5
(A) (B) (C) (D) (E) 5/7
0,6
7/15
0,7
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorativa.
09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas.
Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no
antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos
terceira serem brancas é:
dessas ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada
tenha sido um(a) filho(a) único(a) é (A) (B) (C) (D) (E)
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja,
abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3
laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3.
Se na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que,
para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para
fazer o suco dessa fruta é:
(A) 1 (B) (C) (D) (E)
(A) (B) (C) (D) (E)
Respostas

03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas, 01.


qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
02.
04. Jogam-se dois dados ―honestos‖ de seis faces, numeradas de A partir da distribuição apresentada no
1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para gráfico: 08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números 06 mulheres com 2 filhos.
ímpares ou dois números iguais? 02 mulheres com 3 filhos.

05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma Como as 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade
bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou igual a P = 7/25.
múltiplo de 10 é
10% 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
12%
64% 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a 6,
82% são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números
86% ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é:

06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas


vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?

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05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500 P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) .
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; P(B) 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500 0,7 . (PB) = 0,5
B: o número sorteado é múltiplo de 10; P(B) = 5/7.
B = {10, 20, ..., 500}.
09. Representando por a
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral probabilidade pedida, temos:
da P.A., em que
a1 = 10
=
=

an = 500
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50

Dessa forma, p(B) = 50/500.

A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de


10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de
10; A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n = sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos com
41 e p(A B) = 41/500 apenas um desses sucos, então:
I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
Por fim, p(A.B) = possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.
06.
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e
V1, V2, V3 as vermelhas. cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9 pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4 A probabilidade de isso ocorrer é:
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2

Conceitos Básicos

A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em alguns


casos, indispensável para tomadas de decisão em diversos
Como A B = , A e B são eventos mutuamente campos: científico, econômico, social, político…
exclusivos; Logo: P(A B) = P(A) + P(B) = Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação para
tomadas de decisão, há que proceder a um indispensável trabalho
de recolha e organização de dados, sendo a recolha feita através
de recenseamentos (ou censos ou levantamentos estatísticos) ou
07. sondagens.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam
seguintes eventos: censos na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se
―A‖ acerta e ―B‖ erra; ou destinavam à taxação de impostos.
―A‖ erra e ―B‖ acerta. Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem
a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos tomar
Assim, temos: decisões, muitas vezes decisões rápidas.
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
P (A B) = 0,28 + 0,18
P (A B) = 0,46
P (A B) = 46%
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam
08. o processo de tomada de decisão através da análise dos dados que
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) possuímos.
e como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:

103
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Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem Amostragem: Amostragem aleatória simples (com
significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido por reposição,sem reposição) - Amostragem estratificada -
acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito Amostragem por conglomerados - Amostragem sistemática -
de chance), caso uma determinada hipótese nula seja verdadeira, estimador razão - estimador regressão.
mas não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De
expressão teste de significância foi cunhada por Ronald Fisher. Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Binomial
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
frequência estatística, a significância de um teste é a Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de
probabilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese correlaçãode Pearson - Coeficiente de correlação de postos de
nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro de tipo I). O Spearman - Coeficiente de correlação tau de Kendall).
nível de significância de um resultado é também chamado de α e Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear -
não deve ser confundido com o valor p (p-value). Regressão logística - Método dos mínimos quadrados - Modelos
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, Lineares Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâmetro (por Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada -
exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder Componentes principais - Análise fatorial - Análise discriminante
esse valor, dada a verdade da hipótese nulo, ser 5%. Se o valor - Análise de ―Cluster‖ (Análise de agrupamento) - Análise de
estatístico calculado (ou seja, o nível de 5% de significância Correspondência.
anteriormente escolhido) exceder o valor crítico, então é - Séries Temporais: Modelos para séries temporais -
significante ―ao nível de 5%‖. Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial -
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é ARIMA - Modelos sazonais.
menor, o valor é menos provavelmente um extremo em relação ao
valor crítico. Deste modo, um resultado que é ―significante ao nível Panorama Geral:
de 1%‖ é mais significante do que um resultado que é significante
―ao nível de 5%‖. No entanto, um teste ao nível de 1% Variáveis: São características que são medidas,
é mais susceptível de padecer do erro de tipo II do que um teste controladasou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos
de 5% e por isso terá menos poder estatístico. aspectos, principalmente no papel que a elas é dado em uma
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar pesquisa e na forma como podem ser medidas.
maximizar o poder de uma dada significância, mas ultimamente
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimental”:
tem de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um A maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma
compromisso entre significância e poder, em outras palavras, dessas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional
entre os erros de tipo I e tipo II. (Levantamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são influenciar) nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por
filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pearson. relações (correlações) entre elas, como pressão sanguínea e nível de
Esta confusão é infelizmente propagada por muitos livros de colesterol. Em uma pesquisa experimental (Experimento) o
pesquisador manipula algumas variáveis e então mede os efeitos
estatística.
desta manipulação em outras variáveis; por exemplo, aumentar
artificialmente a pressão sanguínea e registrar o nível de colesterol.
Divisão da Estatística:
A análise dos dados em uma pesquisa experimental também calcula
―correlações‖ entre variáveis, especificamente entre aquelas
Estatística Descritiva: Média (Aritmética, manipuladas e as que foram afetadas pela manipulação. Entretanto,
Geométrica,Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - os dados experimentais podem demonstrar conclusivamente relações
Variância - Desvio padrão - Coeficiente de variação. causais (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o
Inferência Estatística: Testes de hipóteses -Significância pesquisador descobrir que sempre que muda a variável A então a
Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de tipo I - variável B também muda, então ele poderá concluir que
Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - A ―influencia‖ B. Dados de uma pesquisa correlacional podem
Normalização - Valor p - Análise de variância. ser apenas ―interpretados‖ em termos causais com base em outras
Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui- teorias (não estatísticas) que o pesquisador conheça, mas não
quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k amostras
podem ser conclusivamente provar causalidade.
independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas Variáveis dependentes e variáveis independentes:
amostras independentes) - Teste de McNemar - Teste dos Sinais - Variáveisindependentes são aquelas que são manipuladas enquanto
Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Esta
Q de Cochran - Teste de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman. distinção confunde muitas pessoas que dizem que ―todas variáveis
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - dependem de alguma coisa‖. Entretanto, uma vez que se esteja
Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os termos
hazards models. variável dependente e independente aplicam-se principalmente à
pesquisa experimental, onde algumas variáveis são manipuladas,

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e, neste sentido, são ―independentes‖ dos padrões de reação inicial, tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indivíduos
intenções e características dos sujeitos da pesquisa (unidades baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em um teste se
experimentais).Espera-se que outras variáveis sejam ―dependentes‖ pessoas com Q.I.‘s mais altos cometem menos erros.
da manipulação ou das condições experimentais. Ou seja, elas
dependem ―do que os sujeitos farão‖ em resposta. Contrariando um Importância das relações entre variáveis: Geralmenteo
pouco a natureza da distinção, esses termos também são usados em objetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é
estudos em que não se manipulam variáveis independentes, encontrar relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina
literalmente falando, mas apenas se designam sujeitos a ―grupos que não há outro meio de representar ―significado‖ exceto em
experimentais‖ baseados em propriedades pré-existentes dos próprios termos de relações entre quantidades ou qualidades, e ambos os
sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa compara-se a contagem
casos envolvem relações entre variáveis. Assim, o avanço da
de células brancas (White Cell Count em inglês, WCC) de homens e
ciência sempre tem que envolver a descoberta de novas relações
mulheres, sexo pode ser chamada de variável independente e WCC
entre variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas
de variável dependente.
relações é feita de forma bastante direta, bem como nas pesquisas
Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em ―quão experimentais. Por exemplo, o experimento já mencionado de
bem‖elas podem ser medidas, isto é, em quanta informação seu comparar WCC em homens e mulheres pode ser descrito como
nível de mensuração pode prover. Há obviamente algum erro em procura de uma correlação entre 2 variáveis: sexo e WCC. A
cada medida, o que determina o ―montante de informação‖ que se Estatística nada mais faz do que auxiliar na avaliação de relações
pode obter, mas basicamente o fator que determina a quantidade entre variáveis.
de informação que uma variável pode prover é o seu tipo de nível
de mensuração. Sob este prisma as variáveis são classificadas Aspectos básicos da relação entre variáveis: As
como nominais, ordinais e intervalares. duaspropriedades formais mais elementares de qualquer relação
- Variáveis nominais permitem apenas classificação entre variáveis são a magnitude (―tamanho‖) e a confiabilidade da
qualitativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em termos de relação.
quais itens pertencem a diferentes categorias, mas não se pode Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do que a
quantificar nem mesmo ordenar tais categorias. Por exemplo, confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em nossa amostra
pode-se dizer que 2 indivíduos são diferentes em termos da tem um WCC maior do que o de qualquer mulher da amostra,
variável A (sexo, por exemplo), mas não se pode dizer qual deles poderia-se dizer que a magnitude da relação entre as duas
―tem mais‖ da qualidade representada pela variável. Exemplos
variáveis (sexo e WCC) é muito alta em nossa amostra. Em
típicos de variáveis nominais são sexo, raça, cidade, etc.
outras palavras, poderia-se prever uma baseada na outra (ao
Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos em
menos na amostra em questão).
termos de qual tem menos e qual tem mais da qualidade representada
Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, mas
pela variável, mas ainda não permitem que se diga ―o quanto mais‖.
extremamente importante. Relaciona-se à ―representatividade‖ do
Um exemplo típico de uma variável ordinal é o status sócio-
resultado encontrado em uma amostra específica de toda a
econômico das famílias residentes em uma localidade: sabe-se que
média-alta é mais ―alta‖ do que média, mas não se pode dizer, por
população. Em outras palavras, diz quão provável será encontrar
exemplo, que é 18% mais alta. A própria distinção entre mensuração
uma relação similar se o experimento fosse feito com outras
nominal, ordinal e intervalar representa um bom exemplo de uma amostras retiradas da mesma população, lembrando que o maior
variável ordinal: pode-se dizer que uma medida nominal provê interesse está na população. O interesse na amostra reside na
menos informação do que uma medida ordinal, mas não se pode informação que ela pode prover sobre a população. Se o estudo
dizer ―quanto menos‖ ou como esta diferença se compara à diferença atender certos critérios específicos (que serão mencionados
entre mensuração ordinal e intervalar. posteriormente) então a confiabilidade de uma relação observada
Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar em entre variáveis na amostra pode ser estimada quantitativamente e
postos os itens que estão sendo medidos, mas também quantificar representada usando uma medida padrão (chamada tecnicamente
de nível-p ou nível de significância estatística).
e comparar o tamanho das diferenças entre eles. Por exemplo,
temperatura, medida em graus Celsius constitui uma variável Significância Estatística (nível-p): A significância estatísticade
intervalar. Pode-se dizer que a temperatura de 40C é maior do um resultado é uma medida estimada do grau em que este resultado é
que 30C e que um aumento de 20C para 40C é duas vezes maior ―verdadeiro‖ (no sentido de que seja realmente o que ocorre na
do que um aumento de 30C para 40C. população, ou seja no sentido de ―representatividade da população‖).
Mais tecnicamente, o valor do nível-p representa um
Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis
índice decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto mais
quaisquerestão relacionadas se em uma amostra de observações os
alto o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada entre
valores dessas variáveis são distribuídos de forma consistente. Em
as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre as
outras palavras, as variáveis estão relacionadas se seus valores
respectivas variáveis na população. Especificamente, o nível-p
correspondem sistematicamente uns aos outros para aquela amostra
representa a probabilidade de erro envolvida em aceitar o resultado
de observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se a
observado como válido, isto é, como ―representativo da população‖.
maioria dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres baixa
Por exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de
WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
probabilidade de que a relação entre as variáveis, encontrada

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na amostra, seja um ―acaso feliz‖. Em outras palavras, assumindo a magnitude e a significância de uma relação aparentam estar
que não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o fortemente relacionadas, e seria possível calcular a significância a
experimento de interesse seja repetido várias vezes, poderia-se partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido apenas
esperar que em aproximadamente 20 realizações do experimento se o tamanho da amostra é mantido constante, porque uma
haveria apenas uma em que a relação entre as variáveis em questão relação de certa força poderia ser tanto altamente significante ou
seria igual ou mais forte do que a que foi observada naquela amostra não significante de todo dependendo do tamanho da amostra.
anterior. Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é
Por que a significância de uma relação entre variáveis
costumeiramente tratado como um ―limite aceitável‖ de erro.
depende do tamanho da amostra: Se há muito poucas
Como determinar que um resultado é “realmente” observaçõesentão há também poucas possibilidades de combinação
significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na decisãofinal de dos valores das variáveis, e então a probabilidade de obter por acaso
qual nível de significância será tratado como realmente uma combinação desses valores que indique uma forte relação é
relativamente alta. Considere-se o seguinte exemplo:
―significante‖. Ou seja, a seleção de um nível de significância acima
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; WCC:
do qual os resultados serão rejeitados como inválidos é arbitrária.
alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra (2 homens e 2
Na prática, a decisão final depende usualmente de: se o resultado foi
mulheres). A probabilidade de se encontrar, puramente por acaso,
previsto a priori ou apenas a posteriori no curso de muitas análises e
uma relação de 100% entre as duas variáveis pode ser tão alta quanto
comparações efetuadas no conjunto de dados; no total de evidências
1/8. Explicando, há uma chance em oito de que os dois homens
consistentes do conjunto de dados; e nas ―tradições‖ existentes na tenham alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou
área particular de pesquisa. Tipicamente, em muitas ciências vice-versa, mesmo que tal relação não exista na população. Agora
resultados que atingem nível-p 0,05 são considerados considere-se a probabilidade de obter tal resultado por acaso se a
estatisticamente significantes, mas este nível ainda envolve uma amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de obter aquele
probabilidade de erro razoável (5%). Resultados com um nível-p resultado por acaso seria praticamente zero.
0,01 são comumente considerados estatisticamente significantes, Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma população
e com nível-p 0,005 ou nível-p 0,001 são frequentemente teórica em que a média de WCC em homens e mulheres é
chamados ―altamente‖ significantes. Estas classificações, porém, exatamente a mesma. Supondo um experimento em que se retiram
são convenções arbitrárias e apenas informalmente baseadas em pares de amostras (homens e mulheres) de um certo tamanho da
experiência geral de pesquisa. Uma consequência óbvia é que um população e calcula-se a diferença entre a média de WCC em cada
resultado considerado significante a 0,05, por exemplo, pode não par de amostras (supor ainda que o experimento será repetido várias
sê-lo a 0,01. vezes). Na maioria dos experimento os resultados das diferenças
serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um par de
Significância estatística e o número de análises realizadas: amostra apresentará uma diferença entre homens e mulheres
Desnecessário dizer quanto mais análises sejam realizadas em um consideravelmente diferente de zero. Com que frequência isso
conjunto de dados, mais os resultados atingirão ―por acaso‖ o nível acontece? Quanto menor a amostra em cada experimento maior a
de significância convencionado. Por exemplo, ao calcular correlações probabilidade de obter esses resultados errôneos, que, neste caso,
entre dez variáveis (45 diferentes coeficientes de correlação), seria indicariam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida de
razoável esperar encontrar por acaso que cerca de dois (um em cada uma população em que tal relação não existe. Observe-se mais um
20) coeficientes de correlação são significantes ao nível-p 0,05, exemplo (―razão meninos para meninas‖, Nisbett et al., 1987):
mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente aleatórios, e Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada dia e
aquelas variáveis não se correlacionem na população. Alguns no outro apenas 12. Em média a razão de meninos para meninas
métodos estatísticos que envolvem muitas comparações, e portanto nascidos a cada dia em cada hospital é de 50/50. Contudo, certo
uma boa chance para tais erros, incluem alguma ―correção‖ ou ajuste dia, em um dos hospitais nasceram duas vezes mais meninas do
para o número total de comparações. Entretanto, muitos métodos que meninos. Em que hospital isso provavelmente aconteceu? A
estatísticos (especialmente análises exploratórias simples de dados) resposta é óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para os
não oferecem nenhum remédio direto para este problema. Cabe então leigos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no
ao pesquisador avaliar cuidadosamente a confiabilidade de hospital menor. A razão para isso é que a probabilidade de um
descobertas não esperadas. desvio aleatório da média da população aumenta com a
diminuição do tamanho da amostra (e diminui com o aumento do
Força X Confiabilidade de uma relação entre variáveis: tamanho da amostra).
Foi dito anteriormente que força (magnitude) e confiabilidade são
dois aspectos diferentes dos relacionamentos entre variáveis. Por que pequenas relações podem ser provadas como
Contudo, eles não são totalmente independentes. Em geral, em significantes apenas por grandes amostras: Os exemplos
uma amostra de um certo tamanho quanto maior a magnitude da dosparágrafos anteriores indicam que se um relacionamento entre
relação entre variáveis, mais confiável a relação. as variáveis em questão (na população) é pequeno, então não há
Assumindo que não há relação entre as variáveis na população, meio de identificar tal relação em um estudo a não ser que a
o resultado mais provável deveria ser também não encontrar relação amostra seja correspondentemente grande. Mesmo que a amostra
entre as mesmas variáveis na amostra da pesquisa. Assim, quanto seja de fato ―perfeitamente representativa‖ da população o efeito
mais forte a relação encontrada na amostra menos provável é a não não será estatisticamente significante se a amostra for pequena.
existência da relação correspondente na população. Então Analogamente, se a relação em questão é muito grande na

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população então poderá ser constatada como altamente Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 em
significante mesmo em um estudo baseado em uma pequena homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer que, em
amostra. Mais um exemplo: média, o desvio de cada valor da média de ambos (101) contém
Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que uma componente devida ao sexo do sujeito, e o tamanho desta
quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram caras componente é 1. Este valor, em certo sentido, representa uma
do que coroas (por exemplo uma proporção 60% para 40%). medida da relação entre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma
Então dez lançamentos não seriam suficientes para convencer medida muito pobre, porque não diz quão relativamente grande é
alguém de que a moeda é viciada, mesmo que o resultado obtido aquela componente em relação à ―diferença global‖ dos valores
(6 caras e 4 coroas) seja perfeitamente representativo do de WCC. Há duas possibilidades extremas: S
viesamento da moeda. Entretanto, dez lançamentos não são Se todos os valore de WCC de homens são exatamente iguais a
suficientes para provar nada? Não, se o efeito em questão for 100 e os das mulheres iguais a 102 então todos os desvios da média
grande o bastante, os dez lançamentos serão suficientes. Por conjunta na amostra seriam inteiramente causados pelo sexo.
exemplo, imagine-se que a moeda seja tão viciada que não Poderia-se dizer que nesta amostra sexo é perfeitamente
importe como venha a ser lançada o resultado será cara. Se tal correlacionado a WCC, ou seja, 100% das diferenças observadas
moeda fosse lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse entre os sujeitos relativas a suas WCC‘s devem-se a seu sexo.
caras, muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de 0 a 1000,
há ―algo errado‖ com a moeda. Em outras palavras, seria a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de homens e mulheres
considerada prova convincente de que a população teórica de um encontrada no estudo seria uma parte tão pequena na diferença global
número infinito de lançamentos desta moeda teria mais caras do dos valores que muito provavelmente seria considerada desprezível.
que coroas. Assim, se a relação é grande, então poderá ser Por exemplo, um sujeito a mais que fosse considerado poderia
mudar, ou mesmo reverter, a direção da diferença. Portanto, toda boa
considerada significante mesmo em uma pequena amostra.
medida das relações entre variáveis tem que levar em conta a
Pode uma “relação inexistente” ser um resultado diferenciação global dos valores individuais na amostra e avaliar a
significante: Quanto menor a relação entre as variáveis maioro relação em termos (relativos) de quanto desta diferenciação se deve à
tamanho de amostra necessário para prová-la significante. Por relação em questão.
exemplo, imagine-se quantos lançamentos seriam necessários
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como
para provar que uma moeda é viciada se seu viesamento for de
oobjetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar relações
apenas 0,000001 %! Então, o tamanho mínimo de amostra
entre variáveis, muitos desses testes seguem o princípio exposto no
necessário cresce na mesma proporção em que a magnitude do
item anterior. Tecnicamente, eles representam uma razão de alguma
efeito a ser demonstrado decresce. Quando a magnitude do efeito
medida da diferenciação comum nas variáveis em análise (devido à
aproxima-se de zero, o tamanho de amostra necessário para
sua relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por
prová-lo aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação global dos
não há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra precisa valores de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação
quase ser igual ao tamanho da população, que teoricamente é global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente chamada de
considerado infinitamente grande. A significância estatística razão da variação explicada pela variação total. Em estatística o
representa a probabilidade de que um resultado similar seja termo variação explicada não implica necessariamente que tal
obtido se toda a população fosse testada. Assim, qualquer coisa variação é ―compreendida conceitualmente‖. O termo é usado apenas
que fosse encontrada após testar toda a população seria, por para denotar a variação comum às variáveis em questão, ou seja, a
definição, significante ao mais alto nível possível, e isso também parte da variação de uma variável que é ―explicada‖ pelos valores
inclui todos os resultados de ―relação inexistente‖. específicos da outra variável e vice-versa.
Como medir a magnitude (força) das relações entre Como é calculado o nível de significância estatístico:
variáveis: Há muitas medidas da magnitude do relacionamentoentre Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida da relação entre
variáveis que foram desenvolvidas por estatísticos: a escolha de uma duas variáveis (como explicado acima). A próxima questão é ―quão
medida específica em dadas circunstâncias depende do número de significante é esta relação‖? Por exemplo, 40% da variação global ser
variáveis envolvidas, níveis de mensuração usados, natureza das explicada pela relação entre duas variáveis é suficiente para
relações, etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: elas considerar a relação significante? ―Depende‖. Especificamente, a
procuram avaliar a relação comparando-a de alguma forma com a significância depende principalmente do tamanho da amostra.
―máxima relação imaginável‖ entre aquelas variáveis específicas. Como já foi explicado, em amostras muito grandes mesmo relações
Tecnicamente, um modo comum de realizar tais avaliações é muito pequenas entre variáveis serão significantes, enquanto que em
observar quão diferenciados são os valores das variáveis, e então amostras muito pequenas mesmo relações muito grandes não poderão
calcular qual parte desta ―diferença global disponível‖ seria detectada ser consideradas confiáveis (significantes). Assim, para determinar o
na ocasião se aquela diferença fosse ―comum‖ (fosse apenas devida à nível de significância estatística torna-se necessária uma função que
relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis em questão. represente o relacionamento entre ―magnitude‖ e
Falando menos tecnicamente, compara-se ―o que é comum naquelas ―significância‖ das relações entre duas variáveis, dependendo do
variáveis‖ com ―o que potencialmente poderia haver em comum se as tamanho da amostra. Tal função diria exatamente ―quão provável é
variáveis fossem perfeitamente relacionadas‖. Outro exemplo: obter uma relação de dada magnitude (ou maior) de uma amostra de
dado tamanho, assumindo que não há tal relação entre aquelas

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variáveis na população‖. Em outras palavras, aquela função Todos os testes estatísticos são normalmente distribuídos:
forneceria o nível de significância (nível-p), e isso permitiria Não todos, mas muitos são ou baseados na distribuição normal
conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejeitar a ideia de diretamente ou em distribuições a ela relacionadas, e que podem ser
que a relação em questão não existe na população. Esta hipótese derivadas da normal, como as distribuições t, F ou Chi-quadrado
―alternativa‖ (de que não há relação na população) é usualmente (Qui-quadrado). Tipicamente, estes testes requerem que as variáveis
chamada de hipótese nula. Seria ideal se a função de analisadas sejam normalmente distribuídas na população, ou seja,
probabilidade fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse que elas atendam à ―suposição de normalidade‖. Muitas variáveis
diferentes inclinações para diferentes tamanhos de amostra. observadas realmente são normalmente distribuídas, o que é outra
Infelizmente, a função é mais complexa, e não é sempre razão por que a distribuição normal representa uma ―característica
exatamente a mesma. Entretanto, em muitos casos, sua forma é geral‖ da realidade empírica. O problema pode surgir quando se tenta
conhecida e isso pode ser usado para determinar os níveis de usar um teste baseado na distribuição normal para analisar dados de
significância para os resultados obtidos em amostras de certo
variáveis que não são normalmente distribuídas. Em tais casos há
tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas a um tipo
duas opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste ―não
geral de função que é chamada de normal (ou gaussiana).
paramétrico‖ alternativo (ou teste ―livre de distribuição‖); mas isso é
Por que a distribuição normal é importante: A frequentemente inconveniente porque tais testes são tipicamente
―distribuiçãonormal‖ é importante porque em muitos casos ela se menos poderosos e menos flexíveis em termos dos tipos de
aproxima bem da função introduzida no item anterior. A distribuição conclusões que eles podem proporcionar. Alternativamente, em
de muitas estatísticas de teste é normal ou segue alguma forma que muitos casos ainda se pode usar um teste baseado na distribuição
pode ser derivada da distribuição normal. Neste sentido, normal se apenas houver certeza de que o tamanho das amostras é
filosoficamente, a distribuição normal representa uma das suficientemente grande. Esta última opção é baseada em um
elementares ―verdades acerca da natureza geral da realidade‖, princípio extremamente importante que é largamente responsável
verificada empiricamente, e seu status pode ser comparado a uma das pela popularidade dos testes baseados na distribuição normal.
leis fundamentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição Nominalmente, quanto mais o tamanho da amostra aumente, mais a
normal (a característica ―curva do sino‖) é definida por uma função forma da distribuição amostral (a distribuição de uma estatística da
que tem apenas dois parâmetros: média e desvio padrão.
amostra) da média aproxima-se da forma da normal, mesmo que a
Uma propriedade característica da distribuição normal é que distribuição da variável em questão não seja normal. Este princípio é
68% de todas as suas observações caem dentro de um intervalo
chamado de TeoremaCentral do Limite.
de 1 desvio padrão da média, um intervalo de 2 desvios padrões
inclui 95% dos valores, e 99% das observações caem dentro de
um intervalo de 3 desvios padrões da média. Em outras palavras, Como se conhece as consequências de violar a suposição de
em uma distribuição normal as observações que tem um valor normalidade: Embora muitas das declarações feitas
padronizado de menos do que -2 ou mais do que +2 tem uma anteriormentepossam ser provadas matematicamente, algumas não
frequência relativa de 5% ou menos (valor padronizado significa têm provas teóricas e podem demonstradas apenas empiricamente via
que um valor é expresso em termos de sua diferença em relação à experimentos Monte Carlo (simulações usando geração aleatória de
média, dividida pelo desvio padrão). números). Nestes experimentos grandes números de amostras são
geradas por um computador seguindo especificações pré-designadas
Ilustração de como a distribuição normal é usada em e os resultados de tais amostras são analisados usando uma grande
raciocínio estatístico (indução): Retomando o exemplo jádiscutido, variedade de testes. Este é o modo empírico de avaliar o tipo e
onde pares de amostras de homens e mulheres foram retirados de magnitude dos erros ou viesamentos a que se expõe o pesquisador
quando certas suposições teóricas dos testes usados não são
uma população em que o valor médio de WCC em homens e
verificadas nos dados sob análise. Especificamente, os estudos de
mulheres era exatamente o mesmo. Embora o resultado mais
Monte Carlo foram usados extensivamente com testes baseados na
provável para tais experimentos (um par de amostras por distribuição normal para determinar quão sensíveis eles eram à
experimento) é que a diferença entre a WCC média em homens e violações da suposição de que as variáveis analisadas tinham
mulheres em cada par seja próxima de zero, de vez em quando um distribuição normal na população. A conclusão geral destes estudos é
par de amostras apresentará uma diferença substancialmente que as consequências de tais violações são menos severas do que se
diferente de zero. Quão frequentemente isso ocorre? Se o tamanho da tinha pensado a princípio. Embora estas conclusões não devam
amostra é grande o bastante, os resultados de tais repetições são desencorajar ninguém de se preocupar com a suposição de
―normalmente distribuídos‖, e assim, conhecendo a forma da curva normalidade, elas aumentaram a popularidade geral dos testes
normal pode-se calcular precisamente a probabilidade de obter ―por estatísticos dependentes da distribuição normal em todas as áreas de
acaso‖ resultados representando vários níveis de desvio da hipotética pesquisa.
média populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata quevisa
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de significância fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resumir,
estatística, então pode-se concluir que o resultado obtido produz uma analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos da
melhor aproximação do que está acontecendo na população do que a população, tais como média ou desvio padrão. A estatística fornece-
―hipótese nula‖. Lembrando ainda que a hipótese nula foi nos as técnicas para extrair informação de dados, os quais são muitas
considerada apenas por ―razões técnicas‖ como uma referência vezes incompletos, na medida em que nos dão informação útil sobre
contra a qual o resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística extrair
informação dos dados para obter uma

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melhor compreensão das situações que representam. Quando se Resolução
aborda uma problemática envolvendo métodos estatísticos, estes
devem ser utilizados mesmo antes de se recolher a amostra, isto Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6,
é, deve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida por 5. Assim:
dados, de modo que, posteriormente, se possa extrair o máximo
de informação relevante para o problema em estudo, ou seja, para x  3  4  6  9 13 x  35 x 7
a população de onde os dados provêm. Quando de posse dos
dados, procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, 15 5
deixando de lado a aleatoriedade presente. Seguidamente o A média aritmética é 7.
objetivo do estudo estatístico pode ser o de estimar uma
quantidade ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas Média Aritmética Ponderada
estatísticas convenientes, as quais realçam toda a potencialidade
da Estatística, na medida em que vão permitir tirar conclusões
acerca de uma população, baseando-se numa pequena amostra, Definição
dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não precisamos A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
comer todos os tipos de saladas, de sobremesas e de carnes adição e na qual cada elemento tem um ―determinado peso‖ é
disponíveis, para conseguirmos chegar a conclusão de que a chamada média aritmética ponderada.
comida é de boa qualidade. Basta que seja provado um tipo de
cada opção para concluirmos que estamos sendo bem servidos e Cálculo da média aritmética ponderada
que a comida está dentro dos padrões.
Se x for a média aritmética ponderada dos elementos do
Médias conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com ―pesos‖ P1; P2; P3;
...; Pn, respectivamente, então, por definição:
Noção Geral de Média
P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn .
efetue uma certa operação com todos os elementos de A. xn (P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,
A por um número x de modo que o resultado da operação citada
seja o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos x  P1.x1; P2.x2; P3.x3;...Pn xn
elementos de A relativa a essa operação.
P1 P2 P3... Pn
Média Aritmética Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
x ;x
x 1 2 ; x3;...; xn que é a média aritmética simples.
Definição
n
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
Conclusão
adição é chamada média aritmética.

Cálculo da média aritmética A média aritmética ponderada dos n elementos do conjunto


numérico A é a soma dos produtos de cada elemento multiplicado
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos.
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:
Exemplo

Calcular a média aritmética ponderada dos números 35, 20 e


n parcelas 10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.
e, portanto,
Resolução
x ;x ;x ;...;x
x 1 2 n3 n

Se x for a média aritmética ponderada, então:


Conclusão x  2.35  3.20  5.10 x  70  60  50 x  180 x 18
A média aritmética dos n elementos do conjunto numérico A 235 10 10
é a soma de todos os seus elementos, dividida por n. A média aritmética ponderada é 18.
Exemplo
Observação: A palavra média, sem especificar se é
Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 9, e 13. aritmética, deve ser entendida como média aritmética.

109
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Exercícios M.A1171394010 4 4
Logo, a média aritmética é 10.
Determine a média aritmética entre 2 e 8.
4) Resposta ―164‖.
Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10. Solução: Quando falamos de média aritmética simples, ao di-
minuirmos um dos valores que a compõe, precisamos aumentar a
Qual é a média aritmética simples dos números 11, 7, 13 mesma quantidade em outro valor, ou distribuí-la entre vários
e 9? outros valores, de sorte que a soma total não se altere, se
quisermos obter a mesma média.
4. A média aritmética simples de 4 números pares distintos, Neste exercício, três dos elementos devem ter o menor valor
pertences ao conjunto dos números inteiros não nulos é igual a 44. possível, de sorte que o quarto elemento tenha o maior valor
Qual é o maior valor que um desses números pode ter? dentre eles, tal que a média aritmética seja igual a 44. Este será o
maior valor que o quarto elemento poderá assumir.
5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos Em função do enunciado, os três menores valores inteiros,
seguin-tes casos: pa-res, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando como x
a) 15; 48; 36 este quarto valor, vamos montar a seguinte equação:
b) 80; 71; 95; 100 c) 246x44
59; 84; 37; 62; 10 4
d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 Solucionando-a temos:

6. Qual é a média aritmética ponderada dos números 10, Logo, o maior valor que um desses números pode ter é 164.
14,18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respectivamente 1,
2, 3 e 5? 5) Solução:
(15 + 48 + 36)/3 =
7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os 99/3 = 33
respecti-vos pesos 5 , 3 e 2.
(80 + 71 + 95 + 100)/4=
8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 anos, 12 346/4 = 86,5
alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de idade. Qual será (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5= =
252/5 = 50,4
a idade média dessa turma?

9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja folha de


(1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9=
pagamento é assim discriminada: 45/9 = = 5

Profissionais → Quantidade → Salário


6) Resposta ―22‖.
Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00 Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicarmos cada
Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00 número pelo seu respectivo peso e somarmos todos estes pro-dutos.
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00 Este total deve ser então dividido pela soma total dos pesos:

10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os 10.1 14.2 18.3  30.5  10  28  54 150  242  22
respec-tivos pesos 10, 5 e 20. 1  2 3  5 11 11
Respostas Logo, a média aritmética ponderada é 22.

Resposta ―5‖. 7) Resposta ―4,9‖.


Solução: Solução:
M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) = 5.
MP  3.5  6.3  8.2  15 18 16  49  4,9
Resposta ―6‖. 532 10 10
Solução: 8) Resposta ― 14,93 ‖
M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. ( 3, 5 Solução:
e 10 ) = 6.

3) Resposta ―10‖.
Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a soma dos
números e dividi-los por quatro, que é a quantidade de números,
portanto:

110
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Exemplo
MP  14.10 15.12  16.8  140 180 128  448  14,93
10 12  8 30 30 Digamos que uma categoria de operários tenha um aumento
9) Resposta ― R$651, 43 ‖ salarial de 20% após um mês, 12% após dois meses e 7% após
Solução: Estamos diante de um problema de média aritmética três meses. Qual o percentual médio mensal de aumento desta ca-
ponderada, onde as quantidades de profissionais serão os pesos. E tegoria?
com isso calcularemos a média ponderada entre R$ 320,00 , R$
840,00 e R$ 1 600,00 e seus respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto: Sabemos que para acumularmos um aumento de 20%, 12% e
7% sobre o valor de um salário, devemos multiplicá-lo
MP  320.20840.101600.522.800  R$651, 43 sucessivamente por 1,2, 1,12 e 1,07 que são os fatores
correspondentes a tais percentuais.
20 10  5 35
A partir dai podemos calcular a média geométrica destes
10) Resposta ―11,42‖. fatores:
Solução: 3 3
1,2.1,12.1,07  1, 43808 1,128741
MP  5.10 10.5 15.20  50  50  300  400  11, 42
Como sabemos, um fator de 1, 128741 corresponde a 12,
10  5  20 35 35 8741% de aumento.
Média Geométrica Este é o valor percentual médio mensal do aumento salarial,
ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o percentual 12,
Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos os 8741%, no final teremos o mesmo resultado que se tivéssemos
valo-res e extraindo-se a raiz de índice n deste produto. aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.
Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para obtermos o
valor médio geométrico deste conjunto, multiplicamos os Digamos que o salário desta categoria de operários seja
elemen-tos e obtemos o produto 216. de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos temos:
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cúbica,
chegando ao valor médio 6.
Salário +% Salário Salário +% Salário
Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de 3 ele-
Inicial Informado final inicial médio final
mentos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de índice n.
R$ R$ R$ R$
Neste exemplo teríamos a seguinte solução: 20% 12, 8417
1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
3 3
4.6.9  216  6 R$ R$ R$ R$
12% 12, 8417
1.200,00 1.334,00 1.287,74 1.274,06
Utilidades da Média Geométrica
R$ R$ R$ R$
7% 12, 8417
Progressão Geométrica 1.334,00 1.438,00 1.274,06 1.438,08

Uma das utilizações deste tipo de média é na definição de uma Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo nos
progressão geométrica que diz que em toda PG., qualquer termo é dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética no lugar da
média geométrica entre o seu antecedente e o seu consequente: média geométrica, os valores finais seriam distintos, pois a média
a a .a aritmética de 13% resultaria em um salário final de R$ 1.442,90,
n n1 n1
ligeiramente maior como já era esperado, já que o percentual de
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de uma 13% utilizado é ligeiramente maior que os 12, 8417% da média
PG.: 7, 21 e 63.
geométrica.
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos termos
7 e 63. Cálculo da Média Geométrica
Vejamos: Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
n 1/n
7.63  441  21 
 1/n n
 ai  (a1.a2 ...an )  a1.a2 ...an
Variações Percentuais em Sequência i1 

Outra utilização para este tipo de média é quando estamos A média geométrica de um conjunto de números é sempre
menor ou igual à média aritmética dos membros desse conjunto
tra-balhando com variações percentuais em sequência.
(as duas médias são iguais se e somente se todos os membros do
conjunto são iguais). Isso permite a definição da média aritmética
geométrica, uma mistura das duas que sempre tem um valor inter-
mediário às duas.
A média geométrica é também a média aritmética harmôni-
111 ca no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são definidas:
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an hn x y Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. Obtenha o
an1 2 , a1 2 ponto médio O deste segmento e com um compasso centrado em
O e raio OA, trace uma semi-circunferência começando em A e
E terminando em C. O segmento vertical traçado para cima a partir
de B encontrará o ponto D na semi-circunferência. A medida do
h  2 2 segmento BD corresponde à média geométrica das medidas dos
n1 1 1 , h1 1 1
  segmentos AB e BC.
an hn x y
Exercícios
então an e hn convergem para a média geométrica de x e y.
Determine a média proporcional ou geométrica entre 2 e 8.
Cálculo da Media Geométrica Triangular
Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.
Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas dos
quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no final pegamos Determine a média geométrica entre dois números sabendo
a soma dos ângulos subtraindo o que esta entre os catetos e que a média aritmética e a média harmônica entre eles são,
dividi-mos por PI(3,1415...) assim descobrimos a media respec-tivamente, iguais a 4 e 9.
geométrica dos triângulos.
A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto devo
Exemplo multiplicar um desses números para que a média aumente 2 uni-
dades ?
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por: Qual é a média geométrica dos números 2, 4, 8, 16 e 32?
4 Dados dois números quaisquer, a média aritmética simples e
G = R [12 ×64×126×345] = 76,013
a média geométrica deles são respectivamente 20 e 20,5. Quais
Aplicação Prática são estes dois números?

Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², qual é A média geométrica entre dois números é igual a 6. Se a eles
o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto é, o mais juntarmos o número 48, qual será a média geométrica entre estes
econômico? A resposta a este tipo de questão é dada pela média três números?
geométrica entre as medidas do comprimento a e da largura b,
Calcule a média geométrica entre 4 e 9.
uma vez que a.b = 64.
Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81
A média geométrica G entre a e b fornece a medida desejada.
G = R[a × b] = R[64] = 8
Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.
Resposta
Respostas
É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico que a
altura também mede 8 cm, logo só pode ser um quadrado! O
1) Resposta ―4‖.
perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer outra situação em
que as medidas dos comprimentos forem diferentes das alturas, Solução:
2
teremos perímetros maiores do que 32 cm. M.G.(2e8) 28164 M.G.(2e8)4

Interpretação gráfica 2) Resposta ―2‖.


Solução:
A média geométrica entre dois segmentos de reta pode ser 3 3
M.G.(1,2e4) 124 82 M.G.(1,2e4)2
obtida geometricamente de uma forma bastante simples.

Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento de Observação: O termo média proporcional deve ser, apenas,
reta que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de forma utilizado para a média geométrica entre dois números.
que eles formem segmentos consecutivos sobre a mesma reta.
3) Resposta ―6‖.
2
Solução: Aplicando a relação: g = a.h, teremos:
2 2
g = 4.9 → g = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6.
27
4) Resposta ― 8 ‖

112
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  20 
Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4, pode-
2 2 2
mos escrever: a.b 20(41b).b 20 41b b
3 3 2 2
M .G. x.y.z 4 x.y.z  x.y.z 64 41bb  400  b  41b400  0

Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será: Note que acabamos obtendo uma equação do segundo grau:
3 3
4  2  x.y.z.m 6  x.y.z.mx.y.z.m  216 2
-b + 41b - 400 = 0
e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 → m 216  27
64 8 Solucionando a mesma temos:
5) Resposta ―8‖.
2
Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica, este
exercício pode ser solucionado multiplicando-se todos os
b2 41b4000b4141 4.(1).(400)
números e extraindo-se do produto final, a raiz de índice cinco, b14181 b141 9 b 132 b116
2.(1)
pois se tra-tam de cinco números: 
5 5
2.4.8.16.32  32768  8  2 2 2

 41  81 41  9 50
Se não dispusermos de uma calculadora científica esta b
 2   b2   b2   b225
solução ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal raiz,  2 2 2
isto sem contar na dificuldade em realizarmos as multiplicações?
O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25. É de
Repare que todos os números são potência de 2, podemos en- se esperar, portanto que quando b for igual a 16, que a seja igual
tão escrever: a 25 e quando b for igual a 25, que a seja igual a 16. Vamos con-
5 5 2 3 4 5
2.4.8.16.32  2.2 .2 .2 .2 ferir.

Como dentro do radical temos um produto de potências de Sabemos que a = 41 - b, portanto atribuindo a b um de seus
mesma base, somando-se os expoentes temos: possíveis valores, iremos encontrar o valor de a.
5 2 3 4 5 5 15
2.2 .2 .2 .2  2 Para b = 16 temos:
Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e resol-
a = 41 - b ⇒ 41 - 16 ⇒ a = 25
vendo a potência resultante:
5 15 1 3 3
2  2 2 8 Para b = 25 temos:
Logo, a média geométrica deste conjunto é 8. a = 41 - b ⇒ a = 41 - 25 ⇒ a = 16
6) Resposta ―16, 25‖.
Solução: Chamemos de a e b estes dois números. A média Logo, os dois números são 16, 25.
aritmética deles pode ser expressa como:
a b 7) Resposta ―12‖.
2  20,5 Solução: Se chamarmos de P o produto destes dois números,
a partir do que foi dito no enunciado podemos montar a seguinte
Já média geométrica pode ser expressa como: equação:
a.b 20 P 6

Vamos isolar a na primeira equação: Elevando ambos os membros desta equação ao quadrado, ire-
a b mos obter o valor numérico do produto destes dois números:
2  20,5 ab 20,5.2 a 41 b 2 2
P 6( P) 6  P 36

Agora para que possamos solucionar a segunda equação, é


Agora que sabemos que o produto de um número pelo outro
ne-cessário que fiquemos com apenas uma variável na mesma.
é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos a raiz
Para conseguirmos isto iremos substituir a por 41 - b:
cúbica deste novo produto para encontrarmos a média desejada:
3 3 2 2 4 3 6 3
M  36.48 M  (2 .3 ).(2 .3) M  2 .3  M
2
2 .3 M 4.3 M 12
Didatismo e Conhecimento 113
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Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, realizamos a Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
decomposição dos números 36 e 48 em fatores primos. Acesse a que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consideremos o
página decomposição de um número natural em fatores primos seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve as seguintes notas:
para maiores informações sobre este assunto. 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a mediana da amostra
anterior são respectivamente.
Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números iniciais, a
média geométrica passará a ser 12. =10.75 e =11
Resposta ―6‖.
Solução: G24.96
Resposta ―9‖.
4
Solução: G 3.3.9.819 Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por uma
10) Resposta ―6‖. de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser igual a 11,
Solução: G51.1.1.32.2436 enquanto que a média subiria para 11.75.

Mediana, Moda e Quartis

Mediana:é o valor que tem tantos dados antes dele, Média e Mediana:Se se representarmos os elementos
comodepois dele. Para se medir a mediana, os valores devem daamostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:
estar por ordem crescente ou decrescente. No caso do número de ―n‖ então uma expressão para o cálculo da mediana será:
dados ser ímpar, existe um e só um valor central que é a mediana. Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
Se o número de dados é par, toma-se a média aritmética dos dois que a média, pois não é tão sensível aos dados.
valores centrais para a mediana. Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana
É uma medida de localização do centro da distribuição coincidem.
dosdados, definida do seguinte modo: Ordenados os elementos da A mediana não é tão sensível, como a média, às observações
amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que que são muito maiores ou muito menores do que as restantes
a divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são (outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as
menores ou iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou observações.
iguais à mediana. A média ao contrário da mediana, é uma medida muito
influenciada por valores ―muito grandes‖ ou ―muito pequenos‖,
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra.
ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, a mediana é o
Estes valores são os responsáveis pela má utilização da média em
elemento médio. Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois
muitas situações em que teria mais significado utilizar a mediana.
elementos médios.
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da
dados:
distribuição dos dados, definida do seguinte modo: for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor
mediana.
(pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50%
for enviesada para a direita (alguns valores grandes como
dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os
―outliers‖), a média tende a ser maior que a mediana.
outros 50% são maiores ou iguais à mediana.
for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois
de ordenada a amostra de n elementos: como ―outliers‖), a média tende a ser inferior à mediana.
Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos
médios.
Se se representarem os elementos da amostra ordenada com
a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma expressão para
o cálculo da mediana será:

Dado um histograma é fácil obter a posição da mediana, pois


esta está na posição em que passando uma linha vertical por esse
ponto o histograma fica dividido em duas partes com áreas iguais.

114
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Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição,


ouseja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior frequência. Define-
Como medida de localização, a mediana é mais resistente do se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os
que a média, pois não é tão sensível aos dados. dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequência
Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos
coincidem. dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a
A mediana não é tão sensível, como a média, às observações classe modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a
que são muito maiores ou muito menores do que as restantes informação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a
(outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a
observações. média e por vezes a mediana.
Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual destas valor que surge com mais frequência se os dados são
medidas de localização é preferível, dependendo do contexto em discretos,ou, o intervalo de classe com maior frequência se os
que estão a ser utilizadas. dados sãocontínuos. Assim, da representação gráfica dos dados,
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a
determinada empresa, distribuem-se de acordo com a seguinte classe modal.
tabela de frequências:

Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700


Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160

Calcular a média e a mediana e comentar os resultados


obtidos.
Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/160 =
156,10 Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de ordem um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a forma de
80 e 81 = 100 euros. nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e
Comentário: O fato de termos obtido uma média de 156,10 e por vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação).
uma mediana de 100, é reflexo do fato de existirem alguns,
embora poucos, salários muito altos, relativamente aos restantes.
Repare-se que, numa perspectiva social, a mediana é uma
característica mais importante do que a média. Na realidade 50%
dos trabalhadores têm salário menor ou igual a 100 €, embora a
média de 156,10 € não transmita essa ideia.

Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a distribuição


dos dados é simétrica ou aproximadamente simétrica, as medidas
de localização do centro da amostra (média e mediana) coincidem
Quartis: Generalizando a noção de medianam, que comovimos
ou são muito semelhantes. O mesmo não se passa quando a
anteriormente é a medida de localização, tal que 50% dos elementos
distribuição dos dados é assimétrica, fato que se prende com a da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50% são maiores
pouca resistência da média. ou iguais a m, temos a noção de quartil de ordem p, com 0<p<1,
como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são
Representando as distribuições dos dados (esta observação é
menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos elementos da
válida para as representações gráficas na forma de diagramas de
amostra são maiores ou iguais a Qp.
barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da
modo geral: amostra ordenada.
Um processo de obter os quartis é utilizando a
FunçãoDistribuição Empírica.

115
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Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana, Diagramas Circulares
temos uma expressão análoga para o cálculo dos quartis:

Qp =

onde representamos por [a], o maior inteiro contido em a.


Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o
nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido Histogramas
registrar os pesos dos alunos de uma determinada turma prática
do 10º ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):

52 56 62 54 52 51 60 61

56 55 56 54 57 67 61 49

Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e 3º quartis.


Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considerado
―normal‖, isto é nem demasiado magro, nem demasiado gordo?

Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimensão é


16, temos:

49 51 52 52 54 54 55 Pictogramas
56 56 56 57 60 61 61 62 67 1ª
16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52 16 (10) 2ª (8)
. 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56 3ª (4) 4ª
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
(5)
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5
5ª (4)
Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pouco
―forte‖, pois naquela turma só 25% dos alunos é que têm peso = 1 unidade
maior ou igual a 60.5 kg. Tabela de Frequências: Como o nome indica, conterá
osvalores da variável e suas respectivas contagens, as quais são
Escalas – Tabelas – Gráficos
denominadas frequências absolutas ou simplesmente, frequências.
No caso de variáveis qualitativas ou quantitativas discretas, a
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser
tabela de frequência consiste em listar os valores possíveis da
representadosde várias formas: variável, numéricos ou não, e fazer a contagem na tabela de
dados brutos do número de suas ocorrências. A frequência do
Diagramas de Barras
valor i será representada por ni, a frequência total por n e a
frequência relativa por fi = ni/n.
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natural
(qualitativas ordinais e quantitativas em geral), faz sentido
incluirmos também uma coluna contendo as
frequênciasacumuladas f ac, obtidas pela soma das frequências
de todos osvalores da variável, menores ou iguais ao valor
considerado.
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que podem
assumir infinitos valores diferentes, é inviável construir a tabela de
frequência nos mesmos moldes do caso anterior, pois obteríamos
praticamente os valores originais da tabela de dados brutos. Para
resolver este problema, determinamos classes ou faixas de valores e
contamos o número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no caso da
variável peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes

116
Didatismo e Conhecimento
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MATEMÁTICA
faixas: 30 |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e assim Histograma: Ohistogramaconsiste em retângulos contíguoscom
por diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra formal para base nas faixas de valores da variável e com área igual à frequência
estabelecer as faixas, procuraremos utilizar, em geral, de 5 a 8 relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é
faixas com mesma amplitude. denominada densidade de frequência ou simplesmente densidade
Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
convenientes para representar valores nas extremidades da tabela.
Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem
Exemplo:
na construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e,
consequentemente, más interpretações) quando amplitudes
diferentes são utilizadas nas faixas. Exemplo:

Gráfico de Barras: Para construir umgráfico de


barras,representamos os valores da variável no eixo das abscissas
e suas as frequências ou porcentagens no eixo das ordenadas.
Para cada valor da variável desenhamos uma barra com altura
correspondendo à sua frequência ou porcentagem. Este tipo de
gráfico é interessante para as variáveis qualitativas ordinais ou
quantitativas discretas, pois permite investigar a presença de
tendência nos dados. Exemplo:

Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para


apresentarobservações medidas ao longo do tempo, enfatizando
sua tendência ou periodicidade. Exemplo:

Diagrama Circular: Para construir umdiagrama circularou


gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares
correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas
multiplicando-se a frequência relativa por 100). Este tipo de
gráfico adapta-se muito bem para as variáveis qualitativas
nominais. Exemplo:

Polígono de Frequência:
Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos
pontos médios das classes. Exemplo:

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Didatismo e Conhecimento
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MATEMÁTICA

Gráfico de Ogiva:
Apresenta uma distribuição de
frequências acumuladas, utiliza uma
poligonal ascendente utilizando os pontos
extremos.
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Didatismo e Conhecimento
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MATEMÁTICA
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1) TEORIA DOS CONJUNTOS E
CONJUNTOS
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PORTUGUÊS
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Condições básicas para interpretar

Fazem-se necessários:
1) LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
DE TEXTOS: LEITURA, INTERPRETAÇÃO literários, estrutura do texto), leitura e prática;
E ANÁLISE DOS SIGNIFICADOS Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e
PRESENTES NUM TEXTO E RELACIONA- semântico;
MENTO DESTES COM O UNIVERSO EM Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-
QUE ELE FOI PRODUZIDO se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e
antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
Capacidade de observação e de síntese e
Capacidade de raciocínio.

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a Interpretar X compreender


preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque
lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa Interpretar significa
constante em provas relacionadas a concursos públicos. explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no Através do texto, infere-se que...
momento de responder às questões relacionadas a textos. É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ). Compreender significa
intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em escrito.
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a o texto diz que...
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a é sugerido pelo autor que...
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as o narrador afirma...
frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto
original e analisada separadamente, poderá ter um significado Erros de interpretação
diferente daquele inicial.
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo
de recurso denomina-se intertexto. a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. pela imaginação.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou
fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao b) Redução
esclarecimento das questões apresentadas na prova. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.
Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma
c) Contradição
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato,
fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente,
Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
errando a questão.
diferenças entre as situações do texto.
Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
realidade, opinando a respeito.
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de
Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor
em um só parágrafo. diz e nada mais.
Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam
palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras,
a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma
conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação
correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
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OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a- QUESTÕES


dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp/2013)
aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que
os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a O uso da bicicleta no Brasil
necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é
um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez mais
pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação
entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas vantagens.
depende das condições da frase. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a
qual (neutro) idem ao outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na
anterior. quem (pessoa) calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
objeto possuído. prioridade sobre os automotores.
como (modo) Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
onde (lugar) no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
quando (tempo) não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e
produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a
quanto (montante)
diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
exemplo: favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
Falou tudo QUANTO queria (correto) bom; e a economia no combustível,
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria na manutenção, no seguro e, claro, nos impostos.
aparecer o demonstrativo O ). NoBrasil,estásendoimplantadoosistemadecompartilhamento
de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, o BikePOA é um
Dicas para melhorar a interpretação de textos projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com o
Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação.
Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras
leitura; cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas
capitais já estão com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia.
Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades.
menos duas vezes; Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site.
Inferir; O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário, R$5,
Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h,
Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; nas duas modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao
Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos estratégicos.
compreensão; A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não
Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem
questão; que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou
O autor defende ideias e você deve percebê-las; desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, ônibus
e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes,
Segundo Fiorin:
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
-Pressupostos – informações implícitas decorrentes Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade
necessariamente de palavras ou expressões contidas na frase. é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão totalmente
Subentendidos – insinuações não marcadas claramente na vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é tão importante usar
linguagem. capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de
Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. carros, ônibus, motocicletas e caminhões desconhece as leis que
Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte. abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também
Falante não pode negar que tenha querido transmitir a ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve integrar a bike
informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar que tenha ao seu estilo de vida e usá-la como meio de locomoção precisa
compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários
desejado transmitir a informação expressa pelo subentendido.
para poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
Negação da informação não nega o pressuposto.
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha,
Pressuposto não verdadeiro – informação explícita absurda. sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além de
Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos; b) espelho retrovisor do lado esquerdo.
verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções. (Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
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1. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
locomoção nas metrópoles brasileiras sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar a
decresce em comparação com Holanda e Inglaterra devido frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de
falta de regulamentação. frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira de
vem se intensificando paulatinamente e tem sido trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um incidente
incentivado em várias cidades. em uma violenta briga.
tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas
dos moradores. aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está predisposta
é uma alternativa dispendiosa em comparação com os a apresentar um comportamento irracional quando dirige. Dr.
demais meios de transporte. James vai ainda além e afirma que a maior parte das pessoas fica
tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada emocionalmente incapacitada quando dirige. O que deve ser
e pouco salutar. feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado emocional
e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver tentado a agir
2. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos
só com a emoção.
centrais do texto é
informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista.
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.
convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta 3-) Tomando por base as informações contidas no texto, é
no Brasil. correto afirmar que
explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de (A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à
locomoção se consolidou no Brasil. medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes.
defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas pela
dar prioridade ao pedestre. constante preocupação dos motoristas com o aspecto comunitário
do ato de dirigir.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp 2013) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
Leia o texto para responder às questões de 3 a 5 principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção
agressiva.
Propensão à ira de trânsito o ato de dirigir um carro envolve uma série de experiências e
atividades não só individuais como também sociais.
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente perigoso. dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro do mundo, emoções positivas por parte dos motoristas.
existem muitas variáveis de risco no trânsito, como clima,
acidentes de trânsito e obras nas ruas. E com relação a todas as 4. A ira de trânsito
outras pessoas nas ruas? Algumas não são apenas maus motoristas, A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras.
sem condições de dirigir, mas também se engajam num implica tomada de decisões sem racionalidade.
comportamento de risco – algumas até agem especificamente para conduz a um comportamento coerente.
irritar o outro motorista ou impedir que este chegue onde precisa. resulta do comportamento essencialmente comunitário dos
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter antes de motoristas.
passar para a ira de trânsito de fato, levando um motorista a decorre de imperícia na condução de um veículo.
tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. Para
5. De acordo com o perito Dr. James,
muitos de nós, os carros são a extensão de nossa personalidade e
os congestionamentos representam o principal fator para a
podem ser o bem mais valioso que possuímos. Dirigir pode ser a
expressão de liberdade para alguns, mas também é uma atividade que
ira no trânsito.
tende a aumentar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos a cultura dos motoristas é fator determinante para o aumento
consciência disso no momento. de suas frustrações.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em suas ações,
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros a fim de expressar sua liberdade e garantir que outros motoristas
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao não o irritem.
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um a principal causa da direção agressiva é o desconhecimento
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos das regras de trânsito.
em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de (E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira contradiz
dirigir. o aprendizado das crianças em relação às regras de civilidade.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr.
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são os (TRF 3ª região/2014) Para responder às questões de
congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim como números 6 e 7 considere o texto abaixo.
nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças aprendem Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos anéis,
que as regras normais em relação ao comportamento e à baseia-se, essencialmente, no que está acontecendo no mundo no
civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas momento em que o filme foi feito. Não no futuro ou numa galáxia
podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa distante, muitos e muitos anos atrás, mas agora mesmo, no presente,
ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em alta simbolizado em projeções que nos confortam e tranquilizam ao nos
velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino. oferecer uma adequada distância de tempo e espaço.
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Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus piores Quando a embarcação na qual ele navegava entrou
problemas: desumanização, superpopulação, totalitarismo, loucura, inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu
fome, epidemias. Não se imita a realidade, mas imagina-se, sonha-se, impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música
cria-se outra realidade onde possamos colocar e resolver no plano da ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O navio
imaginação tudo o que nos incomoda no cotidiano. O elemento atravessou incólume a zona de perigo.
essencial para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica o A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para
fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essencial ao gênero. vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da sua
Parte do poder desse tipo de magia cinematográfica está em fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos seus inescapáveis
concretizar, diante dos nossos olhos, objetos possíveis, mas limites humanos.
inexistentes: carros voadores, robôs inteligentes. Como parte dessas
Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para
coisas imaginadas acaba se tornando realidade, o gênero reforça a
resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em que a
sensação de que estamos vendo na tela projeções das nossas
embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes
possibilidades coletivas futuras. (Adaptado de: BAHIANA, Ana
Maria. Como ver um filme. tapassem os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao
mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato
ebook.) 6-) Considere: com cera os próprios ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a
I. Segundo o texto, na ficção científica abordam-se, com hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer
distanciamento de tempo e espaço, questões controversas e os tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus
moralmente incômodas da sociedade atual, de modo que a subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo
solução oferecida pela fantasia possa ser aplicada para resolver os até que estivessem longe da zona de perigo.
problemas da realidade. Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como
II. Parte do poder de convencimento da ficção científica mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do herói era
deriva do fato de serem apresentados ao espectador objetos clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o
imaginários que, embora não existam na vida real, estão, de bem permanente do seu projeto de vida − prosseguir viagem,
algum modo, conectados à realidade. retornar a Ítaca, reconquistar Penélope −, do outro. A verdadeira
III. A ficção científica extrapola os limites da realidade, mas vitória de Ulisses foi contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o
baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredita-se que seja oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube
possível. reconhecer em sua própria alma.
Está correto o que se afirma APENAS em
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São
III.
Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)
I e II.
I e III.
II e III. 8-) Há no texto
II. (A) comparação entre os meios que Orfeu e Ulisses usam
para enfrentar o desafio que se apresenta a eles.
7-) Sem prejuízo para o sentido original e a correção (B) rivalidade entre o mortal Ulisses e o divino Orfeu, cujo
gramatical, o termo sonhar, em ... a sociedade se permite sonhar talento musical causava inveja ao primeiro.
seus piores problemas... (2o parágrafo), pode ser substituído por: juízo de valor a respeito das atitudes das sereias em relação
descansar. aos navegantes e elogio à astúcia de Orfeu.
desprezar. crítica à forma pouco original com que Orfeu decide enganar
esquecer. as sereias e elogio à astúcia de Ulisses.
fugir. censura à atitude arriscada de Ulisses, cuja ousadia quase lhe
imaginar. custou seu projeto de vida.

(TRF 3ª região/2014) Atenção: Para responder às questões de 9-) Depreende-se do texto que as sereias atingiam seus
números 8 a 10 considere o texto abaixo. objetivos por meio de
Texto I intolerância.
O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais dissimulação.
luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As versões
lisura.
da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.
observação.
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de
extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do condescendência.
Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes,
graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraídos por 10-) O navio atravessou incólume a zona de perigo. (4o
aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da parágrafo). Mantém-se o sentido original do texto substituindo-se
beira-mar e naufragavam. As sereias então devoravam o elemento grifado por
impiedosamente os tripulantes. insolente.
Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do inatingível.
canto das sereias? A literatura grega registra duas soluções intacto.
vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o inativo.
incomparável gênio da música e da poesia. impalpável.
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GABARITO reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente,


com esse processo há uma indagação sobre os dogmas
1- B 2-A 3-D 4-B 5-E 6- D 7- estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através
E 8-A 9-B 10-C do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso
contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são
Intertextualidade acontece quando há uma referência abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos,
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a agora, uma paródia.
intertextualidade.
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto Texto Original
de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do
texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é Minha terra tem palmeiras
oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de Onde canta o sabiá,
mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há As aves que aqui gorjeiam
um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer Não gorjeiam como lá.
afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há (Gonçalves Dias, ―Canção do exílio‖).
duas formas: a Paráfrase e a Paródia.
Paródia
Paráfrase
Minha terra tem palmares
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto onde gorjeia o mar
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, os passarinhos daqui
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer não cantam como os de lá.
com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado (Oswald de Andrade, ―Canto de regresso à pátria‖).
por Affonso Romano Sant‘Anna em seu livro ―Paródia, paráfrase
& Cia‖ (p. 23): O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a
palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste
Texto Original texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado
em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi
Minha terra tem palmeiras substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam Consideremos as seguintes frases:
Não gorjeiam como lá. Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
(Gonçalves Dias, ―Canção do exílio‖). Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Paráfrase Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no
Minha boca procura a ‗Canção do Exílio‘. que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado?
Como era mesmo a ‗Canção do Exílio‘? Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica.
Eu tão esquecido de minha terra... Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma
Ai terra que tem palmeiras mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que
Onde canta o sabiá! se insere.
(Carlos Drummond de Andrade, ―Europa, França e Bahia‖). Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu
Este texto de Gonçalves Dias, ―Canção do Exílio‖, é muito sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o poeta Na primeira, a palavra ―mão‖ significa habilidade, eficiência
Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo diante do ato praticado.
conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do Nas outras que seguem o significado é de: participação,
texto que é a saudade da terra natal. interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do
corpo humano e por último simboliza o roubo, visto de maneira
Paródia pejorativa.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros que o prefixo ―poli‖ significa multiplicidade de algo.
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é Possibilidades de várias interpretações levando-se em
objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. consideração as situações de aplicabilidade.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
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O rapaz é um tremendo gato. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de
O gato do vizinho é peralta. estabelecer uma distinção de significado entre as palavras.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
Pedro costuma fazer alguns ―bicos‖ para garantir sua distinção entre os pares de palavras:
sobrevivência amor - ator
O passarinho foi atingido no bico. morro - corro
vento - cento
Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua
Polissemia e homonímia
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum. imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui
Quando a mesma palavra apresenta vários significados, estamos o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos
na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre barras.
palavras com origens e significados distintos têm a mesma grafia Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
e fonologia, estamos perante uma homonímia.
A palavra ―manga‖ é um caso de homonímia. Ela pode Fonema e Letra
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua
porque os diferentes significados para a palavra manga têm origens escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados
letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na
diferentes, e por isso alguns estudiosos mencionam que a palavra
palavra sapo, por exemplo, a letra ―s‖ representa o fonema /s/ (lê-
manga deveria ter mais do que uma entrada no dicionário. -se sê); já na palavra brasa, a letra ―s‖ representa o fonema /z/ (lê-
―Letra‖ é uma palavra polissêmica. Letra pode significar o se zê).
elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a
caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais
significados estão interligados porque remetem para o mesmo de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser
conceito, o da escrita. representado pelas letras z, s, x:
zebra
Polissemia e ambiguidade casamento
exílio
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na 3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser um fonema. A letra ―x‖, por exemplo, pode representar:
ambíguo, ou seja, apresenta mais do que uma interpretação. Essa o fonema /sê/: texto
ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica de uma o fonema /zé/: exibir
palavra (por exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a o fonema /che/: enxame
seguinte frase: Pessoas que têm uma alimentação equilibrada o grupo de sons /ks/: táxi
frequentemente são felizes. Neste caso podem existir duas
interpretações diferentes. As pessoas têm alimentação equilibrada 4) O número de letras nem sempre coincide com o número de
porque são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação fonemas.
equilibrada. tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1234567 123456
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode
galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o
induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para
1234 12345
fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o
contexto em que a frase é proferida. 5) As letras ―m‖ e ―n‖, em determinadas palavras, não
representam fonemas. Observe os exemplos: Compra, conta.
Nessas palavras, ―m‖ e ―n‖ indicam a nasalização das vogais que
as antecedem: /õ/. Veja ainda:
2) FONÉTICA, ORTOGRAFIA nave: o /n/ é um fonema;
E PONTUAÇÃO: CORRETA ESCRITA DAS dança: o ―n‖ não é um fonema; o fonema é /ã/, representado
PALAVRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA, na escrita pelas letras ―a‖ e ―n‖.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA,
6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.
PARTIÇÃO SILÁBICA, PONTUAÇÃO hoje fonemas:ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:
(―som, voz‖) e log, logia (―estudo‖, ―conhecimento‖). Significa 1) Vogais
literalmente ―estudo dos sons‖ ou ―estudo dos sons da voz‖. O As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas particularidades na desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.
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Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.
vogais podem ser: pai (a = vogal, i = semivogal)
Orais: quando o ar sai apenas pela boca. Oral: quando o ar sai apenas pela boca.
/a/, /e/, /i/, /o/, /u/. pai, série
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.
/ã/: fã, canto, tampa mãe
/ ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim 2) Tritongo
/õ/ bonde, tombo É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma
/ ũ / nunca, algum semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou
Átonas: pronunciadas com menor intensidade. nasal.
até, bola Paraguai - Tritongo oral
d) Tônicas: pronunciadas com maior quão - Tritongo nasal
intensidade. até, bola
Quanto ao timbre, as vogais podem 3) Hiato
ser: Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de
Fechadas: mês, luta, amor
uma vogal numa sílaba.
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras:
saída (sa-í-da)
dedo, ave, gente poesia (po-e-si-a)
Quanto à zona de articulação:
Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao Encontros Consonantais
palato duro (céu da boca): é, ê, i O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal
Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem
palato mole (véu palatino): ó, ô, u basicamente dois tipos:
Médias - A língua fica baixa, quase em repouso: a 1-) os que resultam do contato consoante + ―l‖ ou ―r‖ e
ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta,
2) Semivogais cri-se...
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta...
emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos
chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-
semivogais está no fato de que estas últimas não desempenham o go...
papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa- Dígrafos
pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o ―a‖. De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita,
Ele é a vogal. O outro fonema vocálico ―i‖ não é tão forte quanto por apenas uma letra.
ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série. lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras.
Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na
escrita por ―e‖, ―o‖ ou ―m‖. Veja: Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita,
pães /pãis/ mão /mãu/ cem /c i/ por duas letras.
bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
3) Consoantes Na palavra acima, para representar o fonema /xe/
foram utilizadas duas letras: o ―c‖ e o ―h‖.
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para
pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa
Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros ―ruídos‖, língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer.
incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam
(―soam com‖) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. Dígrafos Consonantais
Encontros Vocálicos Letras Fonemas Exemplos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Lh /lhe/ telhado
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante nh /nhe/ marinheiro
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. ch /xe/ chave
Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. /re/ (no interior da palavra) carro
/se/ (no interior da palavra) passo
1) Ditongo qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
numa mesma sílaba. Pode ser: sc /se/ crescer
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da sç /se/ desço
vogal. sé-rie (i = semivogal, e = vogal) xc /se/ exceção
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Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais 6. Dadas as palavras: tung-stê-nio / bis-a-vô / du-e-lo,
nasais. constatamos que a separação silábica está correta:
Fonemas Letras Exemplos a) apenas nº 1 b) apenas nº 2
/ã/ am tampa c) apenas nº 3 d) em todas as palavras
an canto e) n. d. a.
/ẽ/ em templo
en lenda Há relação INCORRETA de letras e fonemas em:
/ ĩ/ im limpo A) Pássaro (7 Letras / 6 Fonemas);
in lindo B) Comovente (9 Letras / 8 Fonemas);
/õ/ om tombo C) Molhada (7 Letras / 6 Fonemas);
on tonto D) Plástica (8 Letras / 8 Fonemas);
/ũ/ um chumbo E) Aquilo (6 Letras / 6 Fonemas).
un corcunda
Assinale a alternativa em que a letra ―x‖ da palavra não
Observação: ―gu‖ e ―qu‖ são dígrafos somente quando possui a pronúncia de /ks/:
seguidos de ―e‖ ou ―i‖, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, A) tóxico B) léxico C) máximo D) prolixo
aquilo. Nesses casos, a letra ―u‖ não corresponde a nenhum
fonema. Em algumas palavras, no entanto, o ―u‖ representa um 9. A palavra vassoura tem:
fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). A) 8 letras e 8 fonemas; B) 8 letras e 7 fonemas;
Nesse caso, ―gu‖ e‖qu‖ não são dígrafos. Também não há C) 7 letras e 8 fonemas; D) 7 letras e 7 fonemas;
dígrafos quando são seguidos de ―a‖ ou ―o‖ (quase, averiguo). E) 8 letras e 6 fonemas.
- Repare que, quando você ―ouve‖ o som do ―u‖ em ―gu‖ ou
―qu‖, não temos dígrafos. Exemplo: Água = /agua/ nós 10. A palavra ―charuto‖ apresenta:
pronunciamos a letra ―u‖, senão ficaria /aga/. Temos aqui 4 letras A) um dígrafo e seis fonemas. B) um dígrafo e sete
e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ não pronunciamos o ―u‖, fonemas.
então temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: ―rr‖). Portanto: 8 letras C) sete letras e sete fonemas. D) sete letras e dois dígrafos.
e 6 fonemas. E) sete letras e cinco fonemas.

Questões sobre Letra e Fonema GABARITO


01. E 02. E 03. C 04. A 05. D
Assinale a alternativa errada a respeito da palavra 06. C 07. E 08. C 09. B 10. A
―churrasqueira‖.
A) apresenta 13 letras e 10 fonemas COMENTÁRIOS
B) apresenta 3 dígrafos: ch, rr, qu
C) divisão silábica: chur-ras-quei-ra 1-) apresenta o tritongo: uei
D) é paroxítona e polissílaba Não ouço o som do ―u‖. Há um dígrafo (qu = duas letras e
E) apresenta o tritongo: uei um fonema). O ‗qu‖ tem o som de /k/.

A alternativa que apresenta uma incorreção é: 2-) a letra ―h‖ sempre representa um fonema. = não representa
o fonema está diretamente ligado ao som da fala. fonema quando inicia uma palavra como, por exemplo, hoje.
as letras são representações gráficas dos fonemas.
a palavra ―tosse‖ possui quatro fonemas. 3-) C) adstringente. = há encontro consonantal (tr), mas não
uma única letra pode representar fonemas diferentes. há vocálico.
a letra ―h‖ sempre representa um fonema.
4-) A) assinar / bocadinho / arredores.
3. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e residência / pingue-pongue / dicionário.
um encontro consonantal, exceto: digno / decifrar / dissesse.
A) destruir. B) magnésio. C) adstringente. dizer / holandês / groenlandeses.
D) pneu. E) autóctone. futebolísticos / diligentes / comparecimento.

A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é. A) 5-)A) ficha = 4 B) molhado = 6


assinar / bocadinho / arredores. C) guerra = 4 D) fixo = 5 /f i k s o/
B) residência / pingue-pongue / E) hulha = 3
dicionário. C) digno / decifrar / dissesse.
D) dizer / holandês / groenlandeses. 6-) tungs – tê - nio / bi – sa - vô / du- e –lo
E) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
7-) Aquilo (6 Letras / 5 Fonemas = /akilo/ )
Indique a palavra que tem 5 fonemas:
A) ficha. B) molhado. C) guerra. D) fixo. E) hulha. 8-) máximo = /s/
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9-) 8 letras e 7 fonemas = v a s s o u r a (8 letras); /vasoura/ - freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
7 fonemas *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose.
catequese, metamorfose.
10-) charuto = /xaruto/ 7 letras e 6 fonemas; 1 dígrafo *as formas verbais pôr e querer.
pôs, pus, quisera, quis, quiseste.
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta *nomes derivados de verbos com radicais terminados em ―d‖.
das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua. aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa /
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no difundir - difusão
que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados *os diminutivos cujos radicais terminam com ―s‖
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). *após ditongos
As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm coisa, pausa, pouso
a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular *em verbos derivados de nomes cujo radical termina com ―s‖.
do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
palácio ou passo, movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se Escreve-se com Z e não com S:
observar as seguintes regras: *os sufixos ―ez‖ e ―eza‖ das palavras derivadas de adjetivo
macio - maciez / rico - riqueza
O fonema s: *os sufixos ―izar‖ (desde que o radical da palavra de
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas origem não termine com s)
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent. final - finalizar / concreto - concretizar
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - *como consoante de ligação se o radical não terminar com s.
ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho -
submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir lapisinho
compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer -
discurso / sentir - sensível / consentir - consensual O fonema j:
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos Escreve-se com G e não com J:
verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos *as palavras de origem grega ou árabe
terminados por tir ou meter tigela, girafa, gesso.
agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / *estrangeirismo, cuja letra G é
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir originária. sargento, gim.
regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
submeter - submissão poucas exceções)
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
a palavra iniciada por ―s‖ Observação: Exceção: pajem
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.
ressurgir *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo sortilégio, litígio, relógio, refúgio.
Exemplos: ficasse, falasse *os verbos terminados em ger e
gir. eleger, mugir.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de *depois da letra ―r‖ com poucas exceções.
origem árabe: emergir, surgir.
cetim, açucena, açúcar *depois da letra ―a‖, desde que não seja radical
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica terminado com j: ágil, agente.
cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, Escreve-se com J e não com G:
uço. barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras de origem latinas
esperança, carapuça, dentuço *nomes jeito, majestade, hoje.
derivados do verbo ter. *as palavras de origem árabe, africana ou exótica.
abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - alforje, jiboia, manjerona.
retenção *as palavras terminada com aje.
*após ditongos aje, ultraje
foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r) O fonema ch:
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção Escreve-se com X e não com CH:
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica.
O fonema z: abacaxi, muxoxo, xucro.
Escreve-se com S e não com Z: *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é xampu, lagartixa.
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos. *depois de ditongo.
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frouxo, feixe. Assinale a alternativa que não apresenta erro de ortografia:


*depois de ―en‖. A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
enxurrada, enxoval B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) D) Saiu com descrição da sala.
Escreve-se com CH e não com X: Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita? A) O
*as palavras de origem estrangeira mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
chope, sanduíche, salsicha. C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
As letras e e i:
*os ditongos nasais são escritos com ―e‖: mãe, põem. Com Qual das alternativas abaixo apresenta palavras que
―i‖, só o ditongo interno cãibra. deveriam ser grafadas com S no lugar do X?
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são A) Exumar – Exultar. B) Exteriorizar – Êxtase.
escritos com ―e‖: caçoe, tumultue. Escrevemos com ―i‖, os C) Expectador – Excursão. D) Expontâneo – Extrepitar.
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
- atenção para as palavras que mudam de sentido quando Está separada corretamente:
substituímos a grafia ―e‖ pela grafia ―i‖: área (superfície), ária
A) Sus-sur-rar. B) Ra-dio-gra-far.
(melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à
tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), C) Tin-ho-rão. D) So-bre-ssa-len-te.
pião (brinquedo). E) Li-gni-ta.

Questões sobre Ortografia 8. Assinale a alternativa incorreta quanto ao uso de ―a‖ e


―há‖:
1. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alternativa Daqui a dois meses iremos à Europa.
que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho a Isto foi há muito tempo.
seguir, de acordo com a norma-padrão. Há meses que não a vejo.
Além disso, certamente entre nós do fenômeno da corrupção A dois meses fomos na casa de sua mãe.
e das fraudes. Há tempos atrás éramos muito felizes.
a … concenso … acerca
há … consenso … acerca 9. Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
a … concenso … a cerca A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
a … consenso … há cerca C) Mas por quê? D) Você saiu por quê?
há … consenço … a cerca
GABARITO
2. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa 01. B 02. D 03. C 04. C05. B
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma- 06. D 07. A 08. D 09. A
-padrão.
Os tabeliãos devem preparar o documento. COMENTÁRIOS
Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. 1-) O exercício quer a alternativa que apresenta correção
Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos ―há‖, já que está
Cuidado com os degrais, que são perigosos! empregado no sentido de ―existir‖; na segunda, ―consenso‖ com
―s‖; na terceira, ―acerca‖ significa ―a respeito de‖, o que se
3. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). encaixa perfeitamente no contexto. ―Há cerca‖ = tem cerca (de
Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os arame, cerca viva, enfim...); ―a cerca‖ = a cerca está destruída
usuários sobre o festival Sounderground. (arame, madeira...)

Prezado Usuário 2-) (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães


de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
desta segunda-feira (25/02), 17h30, começa cidadãos
o Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
que tocam em estações do metrô. certidões
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
divirta-se!
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher 3-) Prezado Usuário
as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o
C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos
E) Afim ...à partir ... as que tocam em estações do metrô.
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Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
divirta-se! quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de resistente, inter-racial, super-racional, etc.
horas: há crase
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex--
4-) A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente B) presidente, vice-governador, vice-prefeito.
O governador poderá ter seu mandato caçado. = cassado D)
Saiu com descrição da sala. = discrição Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal,
pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
5-) A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
mendigo/caderneta/poupança Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o,
O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. = lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
mendigo/caderneta/poupança
O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo
=mendigo/depositou/caderneta/poupança uma palavra iniciada por ―h‖: sub-hepático, eletro-higrómetro,
geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-
6-) Espontâneo – Estrepitar
-homem.
7-) B) Ra-dio-gra-far = Ra - di - o - gra - far
C) Tin-ho-rão. = ti - nho - rão Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo termina
D) So-bre-ssa-len-te. = so - bres - sa - len - te na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica,
E) Li-gni-ta. = lig - ni - ta semi-interno, auto-observação, etc.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
8-) Há dois meses fomos na casa de sua mãe. (= há no reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
sentido de tempo passado)
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança
9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
longe do ponto de interrogação. hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
inflamatório e, ao final, coube apenas ―anti-‖. Na linha debaixo
escreverei: ―-inflamatório‖ (hífen em ambas as linhas).
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar
os elementos de palavras compostas (couve-flor, ex-presidente) e Não se emprega o hífen:
para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei).
Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em
é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/ vogal e o segundo termo inicia-se em ―r‖ ou ―s‖. Nesse caso,
sa; compa-/nheiro). passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra,
infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica:
Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal
unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada,
um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola,
tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-- infraestrutura, etc.
íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
Nas formações, em geral, que contêm os prefixos ―dês‖ e
Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: ―in‖ e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil,
couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-menina, erva-doce, desabilitar, etc.
feijão-verde.
Nas formações com o prefixo ―co‖, mesmo quando o
Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem:
além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém-- segundo elemento começar com ―o‖: cooperação, coobrigação,
fiar, etc. coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de
exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-- composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc.
de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-
-colônia, queima-roupa, deus-dará. Em alguns compostos com o advérbio ―bem‖: benfeito,
benquerer, benquerido, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói,
percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou
ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
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Questões sobre Hífen Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo B) bem-vindo / antessala /contra-regra
Acordo, está sendo usado corretamente: C) contramestre / infravermelho / autoescola
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
B) Ela é muito mal-educada. E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
C) Ele tomou um belo ponta-pé.
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quanto
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. ao emprego do hífen.
O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: A) relacionamento extraconjugal.
Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que faria Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno.
uma superalimentação. Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas.
Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antirrábica.
Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. Era um suboficial de uma superpotência.
Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
O autodidata fez uma autoanálise. 10. Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto
ao emprego do hífen.
Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do Foi iniciada a campanha pró-leite.
hífen, respeitando-se o novo Acordo. O ex-aluno fez a sua autodefesa.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. O contrarregra comeu um contra-filé.
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal do Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
campeonato. O meia-direita deu início ao contra-ataque.
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
D) O recém-chegado veio de além-mar. GABARITO
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório. 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
06. D 07. D 08. B 09. D 10. C
Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen COMENTÁRIOS
obrigatório:
em nenhuma delas.
1-) A) autocrítica
na segunda palavra.
pontapé
na terceira palavra.
supermercado
em todas as palavras.
infravermelhos
na primeira e na segunda palavra.
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
Fez um esforço para vencer o campeonato . Qual
alternativa completa corretamente as lacunas?
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
A) sobreumano/interregional B)
sobrehumano-interregional C)
sobre-humano / inter-regional 4-) a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de
D) sobrehumano/ inter-regional moleque (doce)
E) sobre-humano /interegional Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam
elementos de ligação.
Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale aquela animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
que tem de ser escrita com hífen: sementes), tenham ou não elementos de ligação.
A) (sub) chefe B) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos
(sub) entender C) de ligação.
(sub) solo
D) (sub) reptício 5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o campeonato
E) (sub) liminar inter-regional.
Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com
grafadas corretamente: que se inicia a outra palavra
A) autocrítica, contramestre, extra-oficial B)
infra-assinado, infra-vermelho, infra-som 6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante
C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender, subsolo, sub--
D) supervida, superelegante, supermoda reptício (sem o hífen até a leitura da palavra será alterada; /subre/,
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia ao invés de /sub re/), subliminar
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7-) A) autocrítica, contramestre, extraoficial Ponto de Exclamação


infra-assinado, infra-vermelho, infrassom 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
semicírculo, semi-humano, semi-internato susto, súplica, etc.
supervida, superelegante, supermoda = corretas Sim! Claro que eu quero me casar com você!
sobressaia, minissaia, supersaia 2- Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra João! Há quanto tempo!

9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina antirrábica. Ponto de Interrogação


Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé. ―- Então? Que é isso? Desertaram ambos?‖ (Artur Azevedo)

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem Reticências


para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar 1- Indica que palavras foram suprimidas.
especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais - Comprei lápis, canetas, cadernos...
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
portuguesa. 2- Indica interrupção violenta da frase.
―- Não... quero dizer... é verdad... Ah!‖
Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que - Este mal... pega doutor?
se encontra.
Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. - Deixa, depois, o coração falar...

Vírgula
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Não se usa vírgula
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
Ponto e Vírgula ( ; )
diretamente entre si:
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma a) entre sujeito e predicado.
importância. Todos os alunos da sala foram advertidos.
- ―Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a Sujeito predicado
fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de b) entre o verbo e seus objetos.
nenhum espírito dão pelo pão a alma...‖ (VIEIRA) O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas. -
Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio Usa-se a vírgula:
e cobertor. - Para marcar intercalação:
do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, vem caindo de preço.
decreto de lei, etc. da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Ir ao supermercado; produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
Pegar as crianças na escola; das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não
Caminhada na praia; querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir
Reunião com amigos. mão dos lucros altos.

Dois pontos - Para marcar inversão:


1- Antes de uma citação do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
2- Antes de um aposto pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de
tarde e calor à noite. 1982.

3- Antes de uma explicação ou esclarecimento - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a enumeração):
rotina de sempre. Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou: - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
- Por que você não toma uma decisão? Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
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Para isolar: Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes,


o aposto: receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de tabelas
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de vendas
trânsito caótico. associadas aos dois temas.
- o vocativo: Duas explicações, do treinamento para consultores
Ora, Thiago, não diga bobagem. iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de
Questões sobre Pontuação vendas associadas aos dois temas.

(Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa em 04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alternativa
que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com a em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho
norma-padrão da língua portuguesa. de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu
experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou a espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
ajudar a revelar quem era a sua dona. Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou a notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse outros.
ajudar a revelar quem era a sua dona. Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente seu
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse outros.
ajudar a revelar quem era a sua dona. Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse outros.
ajudar a revelar quem era a sua dona. Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale
a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo
das vírgulas.
Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem
dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
abaixo: pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao
grupo ou acione o código na internet.
―Quando se trata de trabalho científico duas coisas devem
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o
ser consideradas uma é a contribuição teórica que o trabalho
código foi acionado.
oferece a outra é o valor prático que possa ter.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança
dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
foi encontrada.
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
primeiro às, areias do Guarujá.
ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone
de quem a encontrou e informar um ponto de referência
3. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os
sinais de pontuação estão empregados corretamente em: Assinale a série de sinais cujo emprego corresponde, na
Duas explicações, do treinamento para consultores iniciantes mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
receberam destaque, o conceito de PPD e a construção de tabelas ―Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse parágrafo ( )
Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de vendas A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o escândalo da
associadas aos dois temas. opinião pública ou a renúncia do presidente ( ) Se é a chegada de
Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes reforços ( ) que relação há ( ) ou mostrou seu autor haver ( )
receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de tabelas entre esse fato e os restantes ( )‖.
Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de vendas A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interrogação,
associadas aos dois temas. vírgula, vírgula, vírgula, ponto final
Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interrogação,
receberam destaque; o conceito de PPD e a construção de tabelas vírgula, travessão, travessão, interrogação
Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de vendas C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
associadas aos dois temas. travessão, travessão, ponto final, ponto final
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D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, travessão, (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora ,
vírgula, vírgula, vírgula, interrogação (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interrogação, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo
vírgula, vírgula, travessão, interrogação que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.

7. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está 2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas devem
pontuada corretamente: ser consideradas : uma é a contribuição teórica que o trabalho
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado oferece ; a outra é o valor prático que possa ter.
do concurso.
Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
concurso.
Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do 3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas A)
concurso. Duas explicações , (X) do treinamento para consultores iniciantes
Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do receberam destaque , (X) o conceito de PPD e a construção
concurso, em fila. de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resultado metas de vendas associadas aos dois temas.
do concurso. Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes
receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a construção de
8. A frase em que deveria haver uma vírgula é: tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou falar das metas de
A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde. vendas associadas aos dois temas.
B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã usou Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes
um vestido azul. , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de
Ela tem lábios e nariz vermelhos. tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou falar das metas de
Não limparam a sala nem a cozinha. vendas associadas aos dois temas.
Duas explicações , (X) do treinamento para consultores
9. (Cefet-PR) Assinale o item em que o texto está iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
corretamente pontuado: construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou falar
Não nego, que ao avistar a cidade natal tive uma sensação das metas , (X) de vendas associadas aos dois temas.
nova.
Não nego que ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação 4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
nova. Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X)
Não nego que, ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda que o
nova. avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um
Não nego que ao avistar a cidade natal tive uma sensação exemplo, do que em outros.
nova. Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) ampliam
Não nego que, ao avistar a cidade natal, tive uma sensação rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X) ainda que o
nova. avanço seja mais notável , (X) em alguns países, o Brasil é um
exemplo ! (X) , do que em outros.
GABARITO Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam
rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ainda que
01. C 02. C 03. B 04. D05. E o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o Brasil é um
06. B 07. B 08. B 09. E exemplo, do que em outros.
Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente
COMENTÁRIOS (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X) o avanço
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas que em outros.
Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade, 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica
Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora ao grupo ou acione o código na internet.
experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade, Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que onde o código foi acionado.
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados ,
Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e, (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que
embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade, a criança foi encontrada.
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. primeiro às , (X) areias do Guarujá.
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6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse parágrafo Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma sílaba,
( ? ) Achegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (? ) Se é os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam
a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - ) ou mostrou seu certa diferenciação quanto à intensidade. Tal diferenciação só é
autor haver ( - ) entre esse fato e os restantes ( ? ) percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de
palavras. Assim como podemos observar
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o no exemplo a seguir:
resultado do concurso. “Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor”.
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha irmã usou
um vestido azul. Os monossílabos classificam-se como tônicos; os
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do ―e‖. demais, como átonos (que, em, de).
Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena orações de Os acentos
sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode ser prejudicada
pela ausência da pontuação. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
sobre o «e» do grupo ―em‖ - indica que estas letras representam as
9-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
A) Não nego , (X) que ao avistar a cidade natal tive uma Sobre as letras ―e‖ e ―o‖ indica, além da tonicidade, timbre aberto.
sensação nova. Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)
B) Não nego que ao avistar , (X) a cidade natal, tive uma
sensação nova. acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras ―a‖, ―e‖ e
C) Não nego que, ao avistar , (X) a cidade natal, tive uma ―o‖ indica, além da tonicidade, timbre fechado:
sensação nova. Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
D) Não nego que ( , ) ao avistar a cidade natal ( , ) tive uma acento grave (`) – indica a fusão da preposição ―a‖
sensação nova. com artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Recomendo a visualização do link abaixo para entender,
de uma maneira criativa, a importância da pontuação! trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0 derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Ex.: mülleriano (de Müller)
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
til (~) – indica que as letras ―a‖ e ―o‖ representam
estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
vogais nasais.
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem escrita.
Regras fundamentais:
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo Palavras oxítonas:
nos adequamos à forma padrão. Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: ―a‖, ―e‖, ―o‖,
―em‖, seguidas ou não do plural(s):
Regras básicas – Acentuação tônica Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
A acentuação tônica implica na intensidade com que são
pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma Monossílabos tônicos terminados em ―a‖, ―e‖, ―o‖,
mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, seguidos ou não de ―s‖.
como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas Ex.: pá – pé – dó – há
de átonas. Formas verbais terminadas em ―a‖, ―e‖, ―o‖ tônicos,
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas seguidas de lo, la, los, las.
como: respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba. Paroxítonas:
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai táxi – lápis – júri
na penúltima sílaba. - us, um, uns
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
antepenúltima sílaba. - ã, ãs, ão, ãos
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus ímã – ímãs – órfão – órgãos
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-- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare Não se acentuam o ―i‖ e o ―u‖ que formam hiato
que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Não se acentuam as letras ―i‖ e ―u‖ dos hiatos se
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de ―s‖. estiverem seguidas do dígrafo nh:
água – pônei – mágoa – jóquei ra-i-nha, ven-to-i-nha.

Regras especiais: Não se acentuam as letras ―i‖ e ―u‖ dos hiatos se


vierem precedidas de vogal idêntica:
Os ditongos de pronúncia aberta ―ei‖, ―oi‖ (ditongos abertos), xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova
regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra ―u‖ tônico precedido de ―g‖ ou ―q‖ e seguido de ―e‖ ou ―i‖ não
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: serão mais acentuadas. Ex.:
Antes Agora Antes Depois
assembléia assembleia apazigúe (apaziguar) apazigue
idéia ideia averigúe (averiguar) averigue
geléia geleia argúi (arguir) argui
jibóia jiboia
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
apóia (verbo apoiar) apoia
do plural de:
paranóico paranoico ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm (verbo vir)
Quando a vogal do hiato for ―i‖ ou ―u‖ tônicos,
acompanhados ou não de ―s‖, haverá acento: A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís reter, deter, abster.
ele contém – eles contêm
Observação importante: ele obtém – eles obtêm
Não serão mais acentuados ―i‖ e ―u‖ tônicos, formando hiato ele retém – eles retêm ele
quando vierem depois de ditongo: Ex.: convém – eles convêm
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
feiúra feiura eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra
Sauípe Sauipe do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
O acento pertencente aos encontros ―oo‖ e ―ee‖ foi abolido. perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
Ex.: diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
Antes Agora indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo
enjôo enjoo O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
preposição por.
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos - Quando, na frase, der para substituir o ―por‖ por ―colocar‖,
que, no plural, dobram o ―e‖, mas que não recebem mais acento então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: ―pôr‖; nos
como antes: CRER, DAR, LER e VER. outros casos, ―por‖ preposição. Ex:
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Repare:
1-) O menino crê em você Questões sobre Acentuação Gráfica
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! ―Cadáver‖ é paroxítona, pois: A)
Todas leem bem! Tem a última sílaba como tônica.
3-) Espero que ele dê o recado à sala. B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Esperamos que os garotos deem o C) Tem a antepenúltima sílaba como
recado! 4-) Rubens vê tudo! tônica. D) Não tem sílaba tônica.
Eles veem tudo!
Assinale a alternativa correta.
* Cuidado! Há o verbo vir: A palavra faliu contém um:
Ele vem à tarde! A) hiato B) dígrafo
Eles vêm à tarde! C) ditongo decrescente D) ditongo crescente
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―0O3. rEemsultado da experiência GABARITO


foi, literalmente,
aterrador.‖ a palavra destacada encontra-se acentuada pelo mesmo 01. B 02. C 03. B 04. A05. E
motivo que:
A) túnel B) voluntário 06. A 07. A 08. B 09. D
C) até D) insólito
E) rótulos COMENTÁRIOS

4. Assinale a alternativa correta. 1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima sílaba é a


―Contrário‖ e ―prévias‖ são acentuadas por serem tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúltima sílaba tônica
paroxítonas terminadas em ditongo. = paroxítona
Em ―interruptor‖ e ―testaria‖ temos, respectivamente,
encontro consonantal e hiato. 2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sílaba,
Em ―erros derivam do mesmo recurso mental‖ as palavras portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta uma vogal e
grifadas são paroxítonas. uma semivogal. Na classificação, ambas são semivogais, mas
Nas palavras ―seguida‖, ―aquele‖ e ―quando‖ as partes quando juntas, a que ―aparecer‖ mais na pronúncia será
destacadas são dígrafos. considerada ―vogal‖.
A divisão silábica está correta em ―co-gni-ti-va‖, ―p-si-có-lo-
ga‖ e ―a-ci-o-na‖. 3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em
ditongo crescente (semivogal + vogal)
5. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
A) saúde B) cooperar b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em
C) ruim D) creem ditongo c-) A - té – oxítona
E) pouco d-) in – só – li – to : proparoxítona
e-) ró – tu los – proparoxítona
―O episódio aconteceu em plena via pública de Assis. Dez
mulheres começaram a cantar músicas pela paz mundial. A partir 4-) a-) correta
daquele momento outras pessoas que passavam por ali decidiram b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
integrar ao grupo. Rapidamente, uma multidão aderiu à ideia. DÍGRAFO
Assim começou a formação do maior coral popular de Assis‖. O c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
vocábulo sublinhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que ―ouço‖ o som do U,
mesmo motivo das palavras: portanto não é caso de dígrafo
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio 5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / cre - em
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério / pou - co (ditongo)
Assinale a opção CORRETA em que todas as palavras 6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em ditongo a-
estão acentuadas na mesma posição silábica. ) ok
A) Nazaré - além - até - está - também. b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
B) Água - início - além - oásis - religião.
c-) chi – nês : oxítona, idem
C) Município - início - água - século - oásis
d-) sa – bi – á : idem
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município
7-) a-) oxítona – TODAS
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona – não
Considerando as palavras: também / revólver / lâmpada /
acentuada
lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de acentuação
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paroxítona
gráfica não se refere a uma delas:
d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
A) palavra paroxítona terminada em - is
e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparoxítona
B) palavra proparoxítona terminada em - em
C) palavra paroxítona terminada em - r – paroxítona
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentuadas
8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm – pa
Assinale a alternativa incorreta: – da: proparoxítona / lá – pis
Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxítonos :paroxítona a-) é a regra do LÁPIS
terminadas em ditongos crescentes. b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, independente
O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxítono de sua terminação
terminado em em. c-) regra para REVÓLVER
Os vocábulos baú e cafeína são hiatos. d-) relativa à palavra lâmpada
O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono terminado
em u.
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9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas. Na Classificação da Sílaba quanto à Intensidade


D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por terminar em
ditongo aberto. Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade.
A - MOR Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. Ocorre,
principalmente, nas palavras derivadas, correspondendo à
A palavra amor está dividida em grupos de fonemas tônica da palavra primitiva. Veja o exemplo abaixo:
pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos
pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Palavra primitiva: be - bê
Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não átona tônica
existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em
cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de Palavra derivada: be - be - zi - nho
uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. átona subtônica tônica átona
Atenção: as letras ―i‖ e ―u‖ (mais raramente com as letras ―e‖ e
―o‖) podem representar semivogais. Classificação das Palavras quanto à Posição da Sílaba
Tônica
Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da
Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são
mãe, flor, lá, meu classificados em:
Dissílabas: possuem duas sílabas.
Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
ca-fé, i-ra, a-í, trans-por
última. avó, urubu, parabéns
3) Trissílabas: possuem três sílabas. ci-
ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir
Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. a-ve-ni-
dócil, suavemente, banana
da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-
rin-go-lo-gis-ta
Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
antepenúltima.
Divisão Silábica
máximo, parábola, íntimo
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as
seguintes normas: Saiba que:
Não se separam os ditongos e tritongos. São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, Nobel,
foi-ce, a-ve-ri-guou novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,
cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano,
Não se separam os encontros consonantais que iniciam filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico,
sílaba. inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia
psi-có-lo-go, re-fres-co (alguns dicionários admitem também necrópsia), Normandia,
Separam-se as vogais dos hiatos. pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido(a).
ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito, bávaro,
Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. car- bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano,
ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te trânsfuga.
Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla tonicidade:
excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é ―l‖ ou ―r‖. acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania,
ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil, zângão/zangão.

Acento Tônico Monossílabos


O sol já se pôs.
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe-se
que há uma sílaba de maior intensidade sonora do que as demais. Essa frase é formada apenas por monossílabos. É possível
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade. verificar que os monossílabos sol, já e pôs são pronunciados com
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. maior intensidade que os outros. São tônicos. Possuem acento
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade. próprio e, por isso, não precisam apoiar-se nas palavras que os
antecedem ou que os seguem. Já os monossílabos ―o‖ e ―se‖ são
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, átonos, pois são pronunciados fracamente. Por não terem acento
em meio a sílabas de menor intensidade, é um dos elementos que próprio, apoiam-se nas palavras que os antecedem ou que os
dão melodia à frase. seguem.
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Critérios de Distinção 2. Assinale o vocábulo abaixo cuja tonicidade recai na última


sílaba.
Muitas vezes, fazer a distinção entre um monossílabo átono e A) caracteres. B) austero. C) ureter.
um tônico pode ser complicado. Por isso, observe os critérios a D) rubrica. E) tambores.
seguir.
1- Modificação da pronúncia da vogal final. As palavras abaixo são, respectivamente:
Nos monossílabos átonos a vogal final modifica-se ou pode Principal - poderosa - álcool
se modificar na pronúncia. Com os tônicos, não ocorre tal A) Oxítona, paroxítona e proparoxítona.
possibilidade. B) Oxítona, paroxítona e paroxítona.
C) Proparoxítona, proparoxítona e proparoxítona.
Vou de carro para o meu trabalho. (de = monossílabo átono -
D) Paroxítona, oxítona e paroxítona.
é possível a pronúncia di ônibus.)
Dê um auxílio às pessoas que necessitam. (dê = Qual o único par de palavras que deve ser acentuado?
monossílabo tônico - é impossível a pronúncia di um auxílio.) A) palacio e egoista. B) quente e esquilo.
C) funcionario e caqui. D) formosura e raposa.
2- Significado isolado do monossílabo E) refens e cascavel.
O monossílabo átono não tem sentido quando isolado na
frase. Veja: Assinale a alternativa em que as palavras estão separadas
Meus amigos já compraram os convites, mas eu não. corretamente:
O monossílabo tônico, mesmo isolado, possui significado. A) Dis-tra-í-do, ru-im, le-gais
Observe: B) Pri-me-iro, graú-do, paí-ses
Existem pessoas muito más. C) Juí-zes, faí-sca, ter-ra
Nessa frase, o monossílabo possui sentido: más = ruins. D) Raí-nha, sai-da, ca-sa
São monossílabos átonos:
artigos: o, a, os, as, um, uns Palavras proparoxítonas são classificadas quando a sílaba
pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe, nos, tônica é a antepenúltima. Das palavras descritas abaixo qual
vos podemos classificar utilizando esta regra?
preposições: a, com, de, em, por, sem, A) Café. B) Máquinas. C) Revólver. D) Espontâneo.
sob pronome relativo: que
7. Aponte a separação silábica correta:
conjunções: e, ou, que, se
A) Ca-m-po. B) Guer-ra. C) Ami-go. D) Fo-lh-a.
São monossílabos tônicos: todos aqueles que 8. As palavras das alternativas a seguir estão com sua
possuem autonomia na frase. sílaba tônica sublinhada. Uma delas, porém, está sublinhada
mim, há, seu, lar, etc. incorretamente. Aponte-a:
A) rubrica B) interim
Obs.: pode ocorrer que, de acordo com a autonomia fonética, C) gratuito D) pudico
um mesmo monossílabo seja átono numa frase, porém tônico em
outra. 9. Há uma palavra dissílaba em:
Que foi? (átono) A) Carro. B) Pé. C) Automóvel. D) Canela.
Você fez isso por quê? (tônico)
10. Aponte a alternativa em que todas as separações
Questões sobre Sílaba silábicas estão corretas:
Psi-có-lo-go / ad-mi-rar / zoo-ló-gi-co.
1. Classifique as palavras quanto à localização do acento A-mi-úde / ex-cur-são / a-na-to-mi-a.
tônico, relacionando a primeira coluna com a segunda: Bí-ceps / te-so-u-ro / trans-fu-são.
Oxítona E-clip-se / in-fec-ci-o-so / pers-pi-caz.
Paroxítona
Proparoxítona ( )
GABARITO
01. A 02. C 03. A 04. A 05. A
Pegadas
06. B 07. B 08. B 09. A 10. D
( ) Protótipo
( ) Gratuito ( COMENTÁRIOS
) Ruim
( ) Sutil 1-) (1) Oxítona (2) Paroxítona (3) Proparoxítona
pe ga das = penúltima sílaba tônica = paroxítona 2
Após relacionar as colunas, a ordem na numeração, de cima pro tó ti po= antepenúltima sílaba é a tônica = propar. 3
para baixo, é: gra tui to = penúltima sílaba tônica = paroxítona 2
A) 2, 3, 2, 1, 1. B) 3, 3, 2, 2, 1. Ru im = última sílaba tônica = oxítona 1
C) 1, 2, 3, 1, 2. D) 1, 3, 3, 2, 2. su til = última sílaba tônica = oxítona 1
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2-) A) caracteres = Ca rac te res Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
B) austero = aus te ro palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de
C) ureter = u re ter diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
D) rubrica = Ru bri Ca E) formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento
tambores = tam bo res significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

3-) Principal - poderosa - Classificação dos morfemas:


álcool Prin ci pal = oxítona
Po de ro sa = paroxítona Radical
Ál co ol = proparoxítona Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz
4-) Pares que DEVEM com que as consideremos palavras de uma mesma família de
A) palacio e egoista. Palácio - egoísta significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra
B) quente e esquilo. Ésquilo - foi um dramaturgo da Grécia responsável por sua significação principal.
Antiga. (= pode ser acentuada)
funcionario e caqui. Funcionário - cáqui(cor) e caqui(fruta) Afixos
podem ser acentuadas Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma nova
formosura e raposa. = nenhuma
palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo
refens e cascavel. Reféns / cascavel ou cascável dos morfemas sub e arização à forma escol- criou
subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
5-) Pri mei ro gra ú do pa í ses
Quando são colocados antes do radical, como acontece com
Ju í zes fa ís ca ter-ra
sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como
Ra i nha sa í da Ca sa
arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de
6-) Café Ca fé = oxítona (última sílaba) sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe
Máquinas má qui nas = antepenúltima (proparoxítona) gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado
Revólver re vól ver = penúltima (paroxítona) no radical a que são acrescentados.
Espontâneo es pon tâ neo = penúltima (paroxítona)
Desinências
7-) Cam po Guer ra A mi go Fo lha Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como
amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas
8-) ín te rim = proparoxítona modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado
em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou
9-) B) Pé = monossílaba terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo
Automóvel = polissílaba do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Canela = trissílaba Podemos concluir, assim, que existem morfemas que
indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem
10-) A) Psi có lo go / ad mi rar / zo o ló gi co. no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências.
B) A mi ú de / ex cur são / a na to mi a. Há desinências nominais e desinências verbais.
C) Bí ceps / te sou ro / trans fu são.
Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos
nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as
desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
3) MORFOLOGIA: ESTRUTURA
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema
E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS, –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que
CLASSES DE PALAVRAS indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas;
menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
plural assume a forma -es:
Observe as seguintes mar/mares;
palavras: escol-a revólver/revólveres;
escol-ar escol- cruz/cruzes.
arização escol-
arizar sub-escol-
arização Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais
pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo
Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por cant-á-va-mos
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar cant: radical -
pelo acréscimo do elemento destacável: ar. á-: vogal temática
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-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito Derivação por acréscimo de afixos


imperfeito do indicativo)
-mos:desinência número- É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
pessoal cant-á-sse-is pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode
cant: radical ser: prefixal, sufixal e parassintética.
-á-: vogal temática 1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito acréscimo de prefixo.
imperfeito do subjuntivo) In------ --feliz des----------leal
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa Prefixo radical prefixo radical
do plural)
2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
Vogal temática acréscimo de sufixo.
Feliz---- mente leal------dade
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, Radical sufixo radical sufixo
surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes ―existiria‖). Por parassíntese formam-se principalmente verbos.
apresentam vogais temáticas. En-- -----trist- ----ecer
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas Prefixo radical sufixo
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base,
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas en----- ---tard--- --ecer
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, prefixo radical sufixo
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: Outros tipos de derivação
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
vogal temática. haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
derivação imprópria.
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de
verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida
Vogal ou consoante de ligação pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não
ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente na classe
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que gramatical.
surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um da conjunção porque)
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros substantivo)
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira,
chaleira, tricota. Outros processos de formação de palavras:

Processos de formação de palavras: Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de


línguas diferentes.
1-) Composição automóvel (auto: grego; móvel: latim)
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais sociologia (socio: latim; logia: grego)
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição; sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
justaposição e aglutinação.
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-se por
o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos: Corre- meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de
corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam o longas. Vejamos alguns exemplos: metropolitano/metrô,
composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua extraordinário/ extra, otorrinolaringologista /otorrino,
integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto (plano telefone/fone, pneumático/ pneu
+ alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
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Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando imitar 7. Assinale a letra em que as palavras são formadas por
sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-zum, cri- derivação regressiva, derivação parassintética e composição por
cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá. aglutinação, respectivamente.
neurose, infelizmente, pseudônimo;
Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras ajuste, aguardente, arco-íris;
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. Por amostra, alinhar, girassol;
exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); corte, emudecer, outrora;
IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). pesca, deslealdade, vinagre.
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba 8. Na frase ―Ele tem um quê especial como gestor‖, o
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras. processo de formação da palavra destacada chama-se:
A)composição B)justaposição
Questões sobre Estrutura das Palavras C)aglutinação D)derivação imprópria

Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo 9. Brasília comemorou seu aniversário com uma superfesta.
mesmo processo: A cinquentona planejada por Lúcio Costa é hoje uma metrópole
A) ajoelhar / antebraço / assinatura que oferece alta qualidade de vida.
B) atraso / embarque / pesca (Fonte: O Globo, 21/04/2010, com adaptações)
C) o jota / o sim / o tropeço Na notícia do jornal, as palavras ―superfesta‖ e ―cinquentona‖
D) entrega / estupidez / sobreviver exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
E) antepor / exportação / sanguessuga A)hibridismo e neologismo.
B)justaposição e aglutinação.
A palavra ―aguardente‖ formou-se por: C)composição e derivação.
A) hibridismo B) aglutinação D)prefixação e sufixação. E)
C) justaposição D) parassíntese conversão e regressão.
E) derivação regressiva
GABARITO
Que item contém somente palavras formadas por 01. B 02. B 03. B 04. C05. B
justaposição? 06. D 07. D 08. D 09. D
A) desagradável - complemente
B) vaga-lume - pé-de-cabra COMENTÁRIOS
C) encruzilhada - estremeceu
D) supersticiosa - valiosas E) 1-) atraso / embarque / pesca = formadas pelo processo
desatarraxou - estremeceu de derivação regressiva

―Sarampo‖ é: 2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)


forma primitiva
formado por derivação parassintética 3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em
formado por derivação regressiva nenhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão apenas
formado por derivação imprópria ―postas‖ uma ao lado da outra, justaposição).
formado por onomatopeia
4-) formado por derivação regressiva = a palavra primitiva é
5. As palavras são formadas através de derivação sarampão!
parassintética em
A)infelizmente, desleal, boteco, barraco. 5-) ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer = nenhuma
B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, delas pode ter o prefixo ou o sufixo retirados, pois elas só têm
entardecer. C)caça, pesca, choro, combate. significado com ambos, juntos, ligados a elas.
D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer. (Tardecer? Noitecer? Tristecer? Entarde?)

06.(Escrevente TJ SP –Vunesp/2011) Leia o trecho. 6-) infelizmente = derivação prefixal e sufixal – existe infeliz
Estudo da ONG Instituto Pólis mostra que, infelizmente, sem e felizmente, portanto não é caso de derivação parassintética. O
o tratamento e a destinação corretos,… outro vocábulo que também apresenta tal formação é ilegalidade
Assinale a alternativa que contém uma palavra formada pelo (ilegal e legalidade).
mesmo processo do termo destacado.
(A) infiel. (B) democracia. 7-) corte, emudecer, outrora
(C) lobisomem. (D) ilegalidade. Cortar / emudecer (não posso retirar nem o prefixo nem
(E) cidadania. o sufixo) / outra hora.
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8-) Ele tem um quê especial como gestor. França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Dentre suas várias classificações (pronome, conjunção), Grécia greco- / Filmes greco-romanos
nessa frase o ―que‖ pertence à classe do substantivo, pois vem Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
precedido de um artigo. Quando alteramos a classe gramatical de Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
uma palavra sem realizar nenhuma mudança na palavra, dá-se o Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
nome de derivação imprópria (não é a classe gramatical ―própria‖ Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
dela. Outro exemplo: olhar é verbo, mas em ―Seu olhar mexe
comigo‖, temos um substantivo). Flexão dos adjetivos

9-) superfesta‖ e ―cinquentona O adjetivo varia em gênero, número e grau.


= super + festa (prefixação) / cinquenta + ona (sufixação)
Gênero dos Adjetivos
Classes de Palavras
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
característica do ser e se relaciona com o substantivo. classificam-se em:
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má,
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa judeu e judia.
bondosa. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, americano, a moça norte-americana.
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
adjetivo, mas substantivo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
Morfossintaxe do Adjetivo: para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto político-social.
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Número dos Adjetivos
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Plural dos adjetivos simples
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
alguns deles: as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples. Por exemplo:
Estados e cidades brasileiros: mau e maus feliz e felizes ruim e ruins boa e boas
Alagoas alagoano
Amapá amapaense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Aracaju aracajuano ou aracajuense de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
Amazonas amazonense ou baré qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela
Belo Horizonte belo-horizontino manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é
Brasília brasiliense originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um
Cabo Frio cabo-friense elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável.
Campinas campineiro ou campinense Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Adjetivo Pátrio Composto Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos: Adjetivo Composto

África afro- / Cultura afro-americana É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
América américo- / Companhia américo-africana concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o
China sino- / Acordos sino-japoneses adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
Espanha hispano- / Mercado hispano-português composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é
Europa euro- / Negociações euro-americanas originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
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elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra Superlativo


por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado
adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou
exemplo: relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é
Olhos verde-claros. intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. formas:
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer secretário é muito inteligente.
adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
os dois elementos flexionados.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Grau do Adjetivo benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade comum comuníssimo
da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo cruel crudelíssimo
e o superlativo. difícil dificílimo
doce dulcíssimo
Comparativo fácil facílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a fiel fidelíssimo
dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é
superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo: intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
1) Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade pode ser:
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Note bem:
Superioridade Analítico
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc.,
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma antepostos ao adjetivo.
é analítica porque pedimos auxílio a ―mais...do que‖ ou ―mais...
O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
que‖.
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
3) O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
Superioridade Sintético
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo português
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom
/melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
baixo/inferior. necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas
Observe que: seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável
As formas menor e pior são comparativos de superioridade, pois
hiato i-í.
equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, Questões sobre Adjetivo
pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas
qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por – 2013-adap.) Em – características epidêmicas –, o adjetivo
exemplo: epidêmicas corresponde a – características de epidemias.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
elementos. em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de água fluvial – água da chuva.
duas qualidades de um mesmo elemento. produção aurífera – produção de ouro.
vida rupestre – vida do campo.
4) Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de notícias brasileiras – notícias de Brasília.
Inferioridade costela bovina – costela de porco.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
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2. Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto: 2-) Surdas-mudas


A)azul-celeste B)azul-pavão
C)surda-muda D)branco-gelo 3-) d-) estão no superlativo absoluto analítico

Assinale a única alternativa em que os adjetivos não estão 4-) originalíssimo – grau superlativo absoluto sintético
no grau superlativo absoluto sintético:
A)Arquimilionário/ ultraconservador; 5-) C) Esta panela está cheissíssima de
B)Supremo/ ínfimo; água. O correto é cheíssima.
C)Superamigo/ paupérrimo;
D)Muito amigo/ Bastante pobre 6-) D)atitude muito benéfica = beneficientíssima
O correto é beneficentíssima ( sem o ―i‖ em cien)
Na frase: ―Trata-se de um artista originalíssimo”, o
adjetivo grifado encontra-se no grau: 7-) minutíssimo é a forma correta.
A)comparativo de superioridade.
B)superlativo absoluto sintético. 8-) ―Essa lanchonete é famosa na cidade?‖
C)superlativo relativo de superioridade. Essa – pronome
D)comparativo de igualdade. Lanchonete –
E)superlativo absoluto analítico. substantivo É – verbo
Famosa – adjetivo na
Aponte a alternativa em que o superlativo do adjetivo está – preposição cidade
incorreto: – substantivo
A)Meu tio está elegantíssimo. B)Joana,
ela é minha amicíssima. C)Esta panela 9-) De lua – lunar
está cheissíssima de água. D)A prova
foi facílima. O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na
Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal
Indique nas alternativas a seguir o adjetivo incorreto da qual o adjetivo, o prefixo ―ad-‖ indica a ideia de proximidade,
locução adjetiva em negrito: contiguidade. Essa proximidade faz referência ao processo
A)mulher muito magra = macérrima B)pessoa verbal, no sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as
muito amiga = amicíssima C)pessoa muito circunstâncias em que esse processo se desenvolve.
inimiga = inimicíssimo D)atitude muito O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
benéfica = beneficientíssima caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifica o
―Ele era tão pequeno que recebeu o apelido de miúdo‖. A adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
palavra miúdo possui, no grau superlativo absoluto sintético, duas Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
formas. Uma delas é miudíssimo (regular) e a outra, irregular, é: está até bem informado.
A)minutíssimoB)miudinitíssimo
C)midunitíssimo D)miduníssimo Temos o advérbio ―distantemente‖ que modifica o adjetivo
alheio, representando uma qualidade, característica.
8. Quantos adjetivos existem na frase ―Essa lanchonete é O artista canta muito mal.
famosa na cidade?‖
A)1. B)2. C)3. D)4. E)5. Nesse caso, o advérbio de intensidade ―muito‖ modifica outro
advérbio de modo – ―mal‖. Em ambos os exemplos pudemos
9. Indique a alternativa incorreta quanto à correspondência verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como
entre a locução adjetiva e o adjetivo equivalente: advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma
A)de pele = cutâneo B)de professor = docente palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Temos
C)de face = facial D)de lua = lunático aí o que chamamos de locução adverbial, representada por algumas
expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de modo
GABARITO algum, entre outras.
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
01. B 02. C 03. D 04. B 05. C circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
06. D 07. A 08. A 09. D distintas categorias, uma vez expressas por:
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
COMENTÁRIOS claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos,
desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
1-) a-) fluvial – do rio b-) correta lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que
c-) brasileiras – do Brasil d-) vida campestre terminam em -‖mente‖: calmamente, tristemente,
e-) suína propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente,
escandalosamente, bondosamente, generosamente
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de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em Diminutivo: diminui a intensidade.


excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de - devagarinho,
muito, por completo.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, Questões sobre Advérbio
cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca,
então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve, 1. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, adap.) Assinale a alternativa cuja expressão em destaque
provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de apresenta circunstância adverbial de modo.
manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda
qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia uma série de repercussões.
...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, plena balada…
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, sucesso, de duas amigas…
Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou de
afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a
um engano...
distância, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
esquerda, ao lado, em volta quebrando por aí…
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de 2. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia os
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum trechos apresentados a seguir.
Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras podiam
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, simplesmente escolher carreiras nas quais os números não
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe encontravam muito espaço...
Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta
indubitavelmente (=sem dúvida). e respectivamente, circunstâncias de
A) afirmação e de intensidade. B) modo e de tempo.
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, C) modo e de lugar. D) lugar e de tempo.
simplesmente, só, unicamente E) intensidade e de negação.

de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) Em –
mas é importante também considerar e estudar em profundidade o
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente planejamento urbano. –, a expressão em destaque é empregada na
oração para indicar circunstância de
de designação: Eis A) lugar. B) causa.
C) origem. D) modo.
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando? E) finalidade.
(tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para
quê? (finalidade) 4. (UFC) A opção em que há um advérbio exprimindo
circunstância de tempo é:
Locução adverbial Possivelmente viajarei para São Paulo.
Maria tinha aproximadamente 15 anos.
As tarefas foram executadas concomitantemente.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Exemplo: Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.
Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
Indique a alternativa que completa a frase a seguir,
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
respectivamente, com as circunstâncias de intensidade e de modo.
Após o telefonema, o motorista partiu...
Há locuções adverbiais que possuem advérbios A)às 18 h com o veículo.
correspondentes. Exemplo: B)rapidamente ao meio-dia.
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente. C)bastante alerta.
D)apressadamente com o caminhão.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são E)agora calmamente.
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é a Em qual das alternativas abaixo o adjunto adverbial
de grau: expressa o sentido de instrumento?
A)Viajou de trem.
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe B)Tânia foi almoçar com seus primos.
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - C)Cortou-se com o alicate.
inconstitucionalissimamente, etc.; D)Chorou de dor.
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Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO 7-) ―Aconcessão de refúgio político ao italiano Cesare
um adjunto adverbial. Battisti, decidida...‖. = complemento nominal
A)―...ameaçou até se acorrentar à porta da embaixada
brasileira em Roma.‖ 8-)A) Ele permaneceu muito calado.
B)―...decidida na semana passada por Tarso Genro...‖. Amanhã, não iremos ao cinema.
C)―Hoje Mutti vive com identidade trocada e em lugar não O menino, ontem, cantou desafinadamente.
sabido.‖ Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
D)―A concessão de refúgio político ao italiano Cesare E) Ela falou calma e sabiamente. ( Nesse caso, subentende--
Battisti, decidida...‖. se calmamente. É a maneira correta de se escrever quando
E)―...decida se é o caso de reabrir o processo e julgá-lo utilizarmos dois advérbios de modo: o primeiro é escrito sem o
novamente?‖ sufixo ―mente‖, deixando este apenas no segundo elemento. Por
exemplo: ―Apresentou-se breve e pausadamente.‖)
Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em: A)
Ele permaneceu muito calado. 09-) a) Só quero meio quilo. = numeral
B) Amanhã, não iremos ao cinema. Achei-o meio triste. = um pouco (advérbio)
C) O menino, ontem, cantou desafinadamente. Descobri o meio de acertar. = substantivo
D) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo. E) Parou no meio da rua. = numeral
Ela falou calma e sabiamente. Comprou um metro e meio de tecido. = numeral

Assinale a frase em que ―meio‖ funciona como advérbio: A) Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
Só quero meio quilo. se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
B) Achei-o meio triste. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
C) Descobri o meio de acertar. número dos substantivos.
D) Parou no meio da rua.
E) Comprou um metro e meio de tecido. Classificação dos Artigos

GABARITO Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira


precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
01. C 02. B 03. D 04. C Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
05. C 06. C 07. D 08. A 09. B
Combinação dos Artigos
COMENTÁRIOS
É muito presente a combinação dos artigos definidos e
1-) a-) ainda = tempo
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma
em plena balada = lugar
assumida por essas combinações:
sem sucesso = modo
Preposições Artigos
não = negação .
o, os
por aí = lugar a ao, aos
de do, dos
2-) Simplesmente = modo / ainda = tempo em no, nos
por (per) pelo, pelos
3-) em profundidade = profundamente = advérbio de modo a, as um, uns uma, umas
à, às - -
4-) concomitantemente = Diz-se do que acontece, da, das dum, duns duma, dumas
desenvolve--se ou é expresso ao mesmo tempo com outra(s) na, nas num, nuns numa, numas
coisa(s); simultâneo. pela, pelas - -

5-) A alternativa deve começar com advérbio que - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
expresse INTENSIDADE. Vá por eliminação: artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por
a-) às 18h = tempo crase.
b-) rapidamente = modo c-
) bastante= intensidade d-) Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
apressadamente = modo e-) manifestam:
agora = tempo Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
―ambos‖:
6-) A-) Viajou de trem. = meio Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
B)Tânia foi almoçar com seus primos. =
companhia C)Cortou-se com o alicate. = Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
instrumento D)Chorou de dor. = causa artigo, outros não:
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São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... Questões sobre Artigo

Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar Determine o caso em que o artigo tem valor
toda uma espécie: qualificativo: A) Estes são os candidatos que lhe falei.
O trabalho dignifica o homem. B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia de D) Os problemas que o afligem não me deixam
familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: descuidado. E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
O Pedro é o xodó da família.
(ESAN-SP) Em qual dos casos o artigo denota
No caso de os nomes próprios personativos estarem no familiaridade?
plural, são determinados pelo uso do artigo: A) O Amazonas é um rio imenso.
Os Maias, os Incas, Os Astecas... B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para C) O Antônio comunicou-se com o João.
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
D) O professor João Ribeiro está doente.
pronome assume a noção de qualquer.
E) Os Lusíadas são um poema épico
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe) Assinale a alternativa em que o uso do artigo
está substantivando uma palavra.
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as
entrelinhas. C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de
aproximação numérica: Joana. E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Assinale a alternativa em que há erro:
O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas O anúncio foi publicado em O Estado São Paulo.
de outras classes gramaticais: Está na hora de os trabalhadores saírem.
Não sei o porquê de tudo isso. Todas as pessoas receberam a notícia.
Não conhecia nenhum episódio dos Lusíadas.
Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo E)Avisei a Simone de que não haveria a reunião.
(e flexões).
Este é o homem cujo amigo desapareceu. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação?
Este é o autor cuja obra conheço. A) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava.
B) Tinha, na época, uns dezoito anos.
Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido C) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam.
de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que D) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
venham especificadas. E) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não.
Eles estavam em casa.
Eles estavam na casa dos amigos.
Em uma destas frases, o artigo definido está empregado
Os marinheiros permaneceram em terra.
erradamente. Em qual?
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
A) A velha Roma está sendo modernizada.
B) A ―Paraíba‖ é uma bela fragata.
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
C) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo.
com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. D) O gato escaldado tem medo de água fria.
E) O Havre é um porto de muito movimento.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de revistas, jornais, obras literárias. O trecho: ―Os acrobatas, até que tentam, mas só têm
Li a notícia em O Estado de S. Paulo. umas bolas murchas‖, possui:
A) dois artigos definidos e um
Morfossintaxe indefinido. B) um artigo definido e um
indefinido. C) somente artigos definidos.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações D) somente artigos indefinidos.
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o E) não tem artigos.
artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que
se refere. Tal função independe da função exercida pelo Assinale a alternativa em que um(uma) é usado
substantivo: como artigo indefinido e não como numeral:
A existência é uma poesia. A) Um pássaro na mão vale mais do que dois voando.
Uma existência é a poesia. B) O homem ali não é um maluco.
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Ele ficou parado no cinema, segurando o chapéu com uma Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
das mãos. dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
Camila preparou uma salada maravilhosa. A menina segurou a boneca e mostrou quando viu
as amiguinhas.
Assinale a alternativa em que há erro. A)
Li a noticia no Estado de S. Paulo. B) Li a Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
noticia em O Estado de S. Paulo. C) Essa 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
notícia, eu a vi em A Gazeta. amiguinhas
D) Vi essa notícia em A Gazeta. Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
E) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia. segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
Assinale a palavra cujo gênero está indevidamente mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
indicado pelo artigo. A segunda oração liga-se à primeira por meio do ―e‖, e a
A) a cal B) a dinamite terceira oração liga-se à segunda por meio do ―quando‖. As
C) o suéter D) o champanhe
palavras ―e‖ e ―quando‖ ligam, portanto, orações.
E) a dó
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
GABARITO
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra ―e‖ está
01. B 02. C 03. D 04. D 05. B
ligando termos de uma mesma oração.
06. D 07. B 08. B 09. A 10. E

COMENTÁRIOS Morfossintaxe da Conjunção

1-) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera! Entende-se As conjunções, a exemplo das preposições, não
que ele não é qualquer médico, mas O médico! exercem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação
2-) O Antônio comunicou-se com o João. Conjunções Coordenativas
Segundo a regra: Emprega-se o artigo definido antes de Conjunções Subordinativas
nomes de pessoas quando são usados no trato familiar para
indicar afetividade. Conjunções coordenativas

3-) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana. Dividem-se em:
Andar é verbo, mas nesse caso, por estar antecedida do artigo ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto
―o‖, pertence à classe gramatical: substantivo. de cantar e de dançar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas
4-) Não conhecia nenhum episódio de Os Lusíadas. também, não só...como também.

5-) Tinha, na época, uns dezoito anos. = aproximadamente ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de
oposição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
6-) ―Gato escaldado tem medo de água fria.‖ Principais conjunções adversativas: mas, porém,
O uso do artigo definido ―reduziria‖ o ditado a um contudo, todavia, no entanto, entretanto.
gato específico.
ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
7-) Os acrobatas, até que tentam, mas só têm umas bolas
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
murchas.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
Artigo definido e indefinido, respectivamente.
quer, já...já.
8-) A única alternativa que apresenta ―um‖ como artigo
indefinido é a B; nas demais, numeral. - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações.
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
9-) Não é correto fazer a contração da preposição com o Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
artigo, já que este faz parte do nome do jornal. Além de que, (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
semanticamente, entende-se que a notícia foi lida quando o leitor
estava NO Estado de São Paulo. EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
10-) ―Dó‖ é substantivo de gênero masculino, portanto, Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
requer artigo ―o‖: um dó. do verbo), porquanto.
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Conjunções subordinativas Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.


Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
- CAUSAIS Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, explicativa.
uma vez que, como (= porque). Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
2º) Na frase ―Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
- COMPARATIVAS porque não havia cemitério no local.‖
Principais conjunções comparativas: que, do que, a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
tão...como, mais...do que, menos...do que. (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da
Ela fala mais que um papagaio. oração principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no
início do período, introduzida pela conjunção como - o que não
- CONCESSIVAS ocorre com a CS Explicativa.
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
mesmo que, apesar de, se bem que. mortos em outra cidade.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
fato inesperado. Traz em si uma ideia de ―apesar de‖.
dependentes uma da outra.
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
cansada)
Questões sobre Conjunção
Apesar de ter chovido fui ao cinema.

- CONFORMATIVAS 01.(Administrador – FCC – 2013) Leia o texto a seguir.


Principais conjunções conformativas: como, segundo, A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
conforme, consoante mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em
Cada um colhe conforme semeia. disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos de
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No
entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou
- CONSECUTIVAS até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Ela se
Expressam uma ideia de consequência. tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. Quando
Principais conjunções consecutivas: que (após ―tal‖, ―tanto‖, caminhamos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos
―tão‖, ―tamanho‖). registram música em quase todos os momentos − pedaços de hip
Falou tanto que ficou rouco. hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô, o
sinal do celular de um advogado tocando a ―Ode à alegria‖, de
- FINAIS Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de um
Expressam ideia de finalidade, objetivo. Todos trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
trabalham para que possam sobreviver. passado.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
porque (=para que), existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor da
arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para os
- PROPORCIONAIS extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam que
mais, ao passo que, à proporção que. a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando a arte
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, as sinfonias
de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de concerto
- TEMPORAIS selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem de Beethoven
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo aos confins do planeta, convocando a multidão saudada na ―Ode à
que. Quando eu sair, vou passar na locadora. alegria‖: ―Abracem-se, milhões!‖. Glenn Gould, depois de afastar-se
das apresentações ao vivo em 1964, previu que dentro de um século
Diferença entre orações causais e explicativas o concerto público desapareceria no éter eletrônico, com grande
efeito benéfico sobre a cultura musical.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa.
Veja os exemplos:
1º) Na frase ―Não atravesse a rua, porque você pode ser No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós
atropelado‖: mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de
Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou nós.
uma explicação do fato expresso na oração anterior. Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
As orações são coordenadas e, por isso, independentes uma elemento grifado pode ser substituído por:
da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm A) Porém. B) Contudo. C) Todavia.
marcadas por vírgula. D) Entretanto. E) Conquanto.
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02.(Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Observando as (B) Como o motorista é reincidente em um ano, esse valor é
ocorrências da palavra ―como‖ em – Como fomos programados dobrado.
para ver o mundo como um lugar ameaçador… – é correto Conforme o motorista for reincidente em um ano, esse valor
afirmar que se trata de conjunção é dobrado.
comparativa nas duas ocorrências. Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor é
conformativa nas duas ocorrências. dobrado.
comparativa na primeira ocorrência. À medida que o motorista é reincidente em um ano, esse
causal na segunda ocorrência. valor é dobrado.
causal na primeira ocorrência.
Em – O projeto ―Começar de Novo‖ busca sensibilizar
03.(TRF 3º região/2014-adap.) Seus subordinados, contudo, entidades públicas e privadas para promover a ressocialização
cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem dos presos... – o termo em destaque estabelece uma relação de
longe da zona de perigo. Sem prejuízo para o sentido original e a A) causa. B) tempo. C) lugar. D) finalidade. E) modo.
correção gramatical, o elemento grifado acima pode ser
substituído por (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013).
por isso. Leia o texto a seguir.
embora.
entretanto. Barreira da língua
portanto.
onde. A barreira da língua e dos regionalismos parece um mero
detalhe em meio a tantas outras questões mais sérias já levantadas,
(Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.) No como a falta de remédios, de equipes e de infraestrutura, mas não é.
trecho – Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. Como é possível estabelecer uma relação médico-paciente,
–, a palavra destacada apresenta sentido de um diagnóstico correto, se o médico não compreende o paciente e
vice-versa?
A) tempo. B) modo. C) origem. D) assunto. E) finalidade.
Sim, essa dificuldade já existe no Brasil mesmo com médicos e
pacientes falando português, mas ela só tende a piorar com o
(Escrevente TJ SP –Vunesp/2012) No período – Apesquisa
―portunhol‖ que se vislumbra pela frente.
do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva
O ministro da Saúde já disse que isso não será problema, que é
em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando
mais fácil treinar um médico em português do que ficar esperando
trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
sete ou oito anos até um médico brasileiro ser formado.
procurar ou estão em postos precários). –, os termos em destaque
Experiências internacionais, porém, mostram que não é tão
estabelecem entre as orações relação de
fácil assim. Na Alemanha, mesmo com a exigência da
(A) alternância. (B) oposição. (C) causa. proficiência na língua, um estudo constatou atraso de
(D) adição. (E) explicação. diagnósticos pelo fato de o médico estrangeiro não conseguir
entender direito os sintomas de pacientes.
6. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que Além disso, há queixa dos profissionais alemães, que se
o termo em destaque em – Segundo especialistas, recusar o sentem sobrecarregados por terem de atuar como intérpretes dos
bafômetro não vai mais impedir o processo criminal... – introduz colegas de fora.
ideia de conformidade, assinale a alternativa que apresenta a frase Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam
corretamente reescrita, e com seu sentido inalterado. aptos para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de
A fim de que para especialistas, recusar o bafômetro não vai treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para
mais impedir o processo criminal... isso.
A menos que para especialistas, recusar o bafômetro não vai (Cláudia Collucci, Barreira da língua. Folha de S.Paulo,
mais impedir o processo criminal... 03.07.2013. Adaptado)
De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não vai
mais impedir o processo criminal... Considere o parágrafo final do texto:
Apesar de que para especialistas, recusar o bafômetro não Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam
vai mais impedir o processo criminal... aptos para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de
Desde que para especialistas, recusar o bafômetro não vai treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para
mais impedir o processo criminal... isso.
Mantendo-se os sentidos originais, ele está corretamente
7. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que o reescrito de acordo com a norma-padrão em:
termo em destaque em – Esse valor é dobrado caso o motorista Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem aptos
seja reincidente em um ano. – estabelece relação de condição para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de
entre as orações, assinale a alternativa que apresenta o trecho treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso?
corretamente reescrito, e com seu sentido inalterado. Nada contra a vinda dos estrangeiros, caso estão aptos para o
(A) Porque o motorista é reincidente em um ano, esse valor é trabalho. Tenho dúvidas, todavia: três semanas de treinamento,
dobrado. como aventou o ministro, são suficiente para isso?
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Nada contra a vinda dos estrangeiros, quando estarão aptos 8-) A finalidade da sensibilização.
para o trabalho. Tenho dúvidas, portanto: três semanas de
treinamento, como aventou o ministro, são suficientes para isso? 9-) A) Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem
Nada contra a vinda dos estrangeiros, mas estariam aptos aptos para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de
para o trabalho. Tenho dúvidas, apesar disso: três semanas de treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso? =
treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso. correta
Nada contra a vinda dos estrangeiros, pois estarão aptos para
o trabalho. Tenho dúvidas, por conseguinte: três semanas de 10-) Porém = conjunção adversativa.
treinamento, como aventou o ministro, são suficiente para isso.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
10. (Agente Policial - Vunesp/2013) Considere o trecho: – sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
Leve para casa – ponderou meu conselheiro, como quem diz: – É interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
sua. Mas acrescentou: – procure direito e o endereço aparece. para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais
Sem que seja alterado o sentido do texto e de acordo com a elaboradas. Observe o exemplo:
norma-padrão da língua portuguesa, o termo em destaque pode ser Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
corretamente substituído por:
(A) Por isso. (B) Portanto. (C) Pois. No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
(D) Porquanto. (E) Porém. raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas
GABARITO usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição
01. E 02. E 03. C 04. E 05. D Droga!
06. C 07. D 08. D 09. A 10. E As sentenças da língua costumam se organizar de forma
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
COMENTÁRIOS em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
outro lado, são uma espécie de ―palavra-frase‖, ou seja, há uma
1-) Conquanto é uma conjunção concessiva – abre uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
exceção à regra. Portanto, a troca correta é por uma outra locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
conjunção adversativa. sentença. Veja os exemplos:

2-) Como fomos programados para ver o mundo como um Bravo! Bis!
lugar ameaçador… bravo e bis: interjeição sentença (sugestão): ―Foi muito bom!
Causal na primeira ocorrência e comparativa na segunda. Repitam!‖
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
3-) contudo = conjunção adversativa ai: interjeição sentença (sugestão): ―Isso está doendo!‖ ou
por isso.- conjunção explicativa ―Estou com dor!‖
embora.- conjunção concessiva
entretanto. Conjunção adversativa (pode ser concessiva A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não
também, mas neste caso ela inicia uma oração subordinada em há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um
principal, mas incapaz de impedi-la) estado da alma decorrente de uma situação particular, um
portanto.- conjunção conclusiva momento ou um contexto específico. Exemplos:
onde.- pronome relativo/interrogativo Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
4-) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Apresenta a finalidade da reflexão. Devemos refletir para quê? hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

5-) Uma junção, soma de ideias. Há a presença de O significado das interjeições está vinculado à maneira como
conjunções aditivas. elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
6-) De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não enunciação. Exemplos: Psiu!
vai mais impedir o processo criminal... contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua;
Apresenta a mesma ideia que a do enunciado – além de ser a significado da interjeição (sugestão): ―Estou te chamando! Ei,
mais coerente. espere!‖
Psiu!
7-) Esse valor é dobrado caso o motorista seja reincidente em contexto: alguém pronunciando essa expressão em um
um ano. – estabelece relação de condição, portanto devemos hospital; significado da interjeição (sugestão): ―Por favor, faça
utilizar uma conjunção condicional: SE. silêncio!‖
Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor será Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
dobrado. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
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Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
puxa: interjeição; tom da fala: decepção processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: até loguinho.
Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
tristeza, dor, etc. Locução Interjetiva
Você faz o que no Brasil?
Eu? Eu negocio com madeiras. Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão
Ah, deve ser muito interessante. com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me
dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! Valha-
Sintetizar uma frase apelativa me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!
Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por: Observações:
simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. 1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
palavras: Oba!, Olá!, Claro! exemplo:
grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora Ué! = Eu não esperava por essa!
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
bolas!
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que podem aparecer como interjeições.
uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos)
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Fora! Francamente! (Advérbios)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
A interjeição pode ser considerada uma ―palavra-frase‖
Classificação das Interjeições porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Socorro!
Comumente, as interjeições expressam sentido de: Ajudem-me!
Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Silêncio!
Atenção!, Olha!, Alerta! Fique quieto!
Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! que exprimem ruídos e vozes.
Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! Não se deve confundir a interjeição de apelo ―ó‖ com a sua
Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, homônima ―oh!‖, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! Faz-se uma pausa depois do‖ oh!‖ exclamativo e não a fazemos
Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! depois do ―ó‖ vocativo.
Desculpa: Perdão! ―Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!‖ (Olavo
Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Bilac) Oh! a jornada negra!‖ (Olavo Bilac)
Eh!
Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, 6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de
Ora! palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
diminutivo ou no superlativo.
Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!,
Putz!
Interjeições, leitura e produção de textos
Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus! disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! - como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos
- particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso das
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não interjeições com o objetivo de caracterizar personagens e, também,
sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem de graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No conteúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições
entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação presença constante nos textos publicitários.
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Numeral é a palavra que indica os seres em termos Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em em funções substantivas:
determinada sequência. Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. de produção.
[quatro: numeral = atributo numérico de ―ingresso‖] Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
Eu quero café duplo, e você? flexionam--se em gênero e número:
...[duplo: numeral = atributo numérico de ―café‖] Teve de tomar doses triplas do medicamento.
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser ―pessoa‖ na sequência de Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
―fila‖] Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
números indicam em relação aos seres. Assim, quando a É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos
expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É
numerais, mas sim de algarismos. o que ocorre em frases como:
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia
expressa pelos números, existem mais algumas palavras ―Me empresta duzentinho...‖
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou É artigo de primeiríssima qualidade!
ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
novena. segunda divisão de futebol)

Classificação dos Numerais


Emprego dos Numerais
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
um, dois, cem mil, etc. *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada: que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
primeiro, segundo, centésimo, etc. partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão substantivo:
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, Ordinais Cardinais
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
triplo, quíntuplo, etc. D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Leitura dos Numerais Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Separando os números em centenas, de trás para frente, Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos *Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção ―e‖. ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
vinte e seis. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam ―um
Flexão dos numerais e outro‖, ―os dois‖ (ou ―uma e outra‖, ―as duas‖) e são
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ uma, largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em se fez referência.
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis. comunitárias de seu bairro.
Os numerais ordinais variam em gênero e número: Obs.: a forma ―ambos os dois‖ é considerada enfática.
primeiro segundo milésimo Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas
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Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Questões sobre Numeral

1. Na frase ―Nessa carteira só há duas notas de cinco reais‖ temos exemplos de numerais:
A)ordinais; B)cardinais;
C)fracionários; D)romanos;
E)Nenhuma das alternativas.

Aponte a alternativa em que os numerais estão bem


empregados. A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
D)Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.

Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 são, respectivamente


A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, nongentésimo
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo C)
octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo D)
octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
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4. (Contador – IESES – 2012).―Em maio, um abaixo- 5-) A) século III (terceiro) B) página 102 (cento e dois)
assinado, para que o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a C) 80º (octogésimo) D) capítulo XI (onze)
82ª Feira do Livro de Lisboa.‖ O numeral ordinal destacado está E) X tomo (décimo)
corretamente escrito na alternativa:
a) Oitogésima segunda. b) Octogésima segunda. 6-) triplo e tríplice = ambos são numerais multiplicativos
c) Oitagésima segunda. d) Octagésima segunda.
7-) B) Três mil, e setecentos e vinte e seis. = retirar o ―e‖
5. Marque o emprego incorreto do numeral: C) Três mil e setecentos e vinte e seis. = faltou a vírgula;
A) século III (três) B) página 102 (cento e dois) retirar o ―e‖
C) 80º (octogésimo) D) capítulo XI (onze)
D) Três mil, setecentos, vinte, seis. = substituir as duas
últimas vírgulas pela conjunção ―e‖
E) X tomo (décimo)
8-) Este terremoto ocorreu no século décimo antes de Cristo.
6. Triplo e tríplice são numerais:
multiplicativo o primeiro e ordinal o segundo 9-) Ontem à tarde, um rapaz procurou por você? = artigo
ambos ordinais indefinido
ambos cardinais
ambos multiplicativos. Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
Indique a grafia e leitura corretas do seguinte numeral há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro.
cardinal: 3.726. As preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois
A) Três mil, setecentos e vinte e seis. B) estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
Três mil, e setecentos e vinte e seis. C) indispensáveis para a compreensão do texto.
Três mil e setecentos e vinte e seis. D)
Três mil, setecentos, vinte, seis. Tipos de Preposição

Em todas as frases abaixo,os numerais foram corretamente Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
empregados, exceto em: como preposições.
A) O artigo vinte e cinco deste código foi revogado. A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Seu depoimento foi transcrito na página duzentos e vinte
dois. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Ainda o capítulo sétimo desta obra. gramaticais que podem atuar como preposições.
Este terremoto ocorreu no século dez antes de Cristo. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo,
senão, visto.
9. Em todas as frases abaixo, a palavra grifada é um numeral,
exceto em: Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como
Ele só leu um livro este semestre. uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
Não é preciso mais que uma pessoa para fazer este serviço. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de
Ontem à tarde, um rapaz procurou por você? acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
Você quer uma ou mais caixas deste produto? graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
trás de.
GABARITO
01. B 02. D 03. B 04. B05. A A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
06. D 07. A 08. D 09. C unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em
gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela
COMENTÁRIOS Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra
1-) Nessa carteira só há duas notas de cinco reais = numerais palavra pode se dar a partir de dois processos:
cardinais
Combinação: A preposição não sofre alteração.
2-) A) Ao papa Paulo Sexto sucedeu João Paulo Primeiro. preposição a + artigos definidos o, os
Após o parágrafo nono virá o parágrafo dez. a + o = ao
Depois do capítulo sexto, li o capítulo onze. preposição a + advérbio onde
Antes do artigo dez vem o artigo nono. = correta a + onde = aonde
O artigo vinte e dois foi revogado. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

3-) 80 (octogésimo), 300 (trecentésimo ou tricentésimo) , Preposição + Artigos


700 (septingentésimo) 90 (nonagésimo) De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
4-) 82ª Feira = Octogésima segunda. De + um = dum
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De + uns = duns Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
De + uma = duma Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s) 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
Em + a(s) = na(s) preposições:
Em + um = num Destino = Irei para casa.
Em + uma = numa Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + uns = nuns Lugar = Vou ficar em casa;
Em + umas = numas Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
A + à(s) = à(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Por + o = pelo(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Por + a = pela(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o
Preposição + Pronomes tratamento. Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ele(s) = dele(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + ela(s) = dela(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito
De + este(s) = deste(s) bom. Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esta(s) = desta(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + esse(s) = desse(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + essa(s) = dessa(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquele(s) = daquele(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aquela(s) = daquela(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isto = disto Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo Questões sobre Preposição
De + aqui = daqui
De + aí = daí (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
De + ali = dali – 2013-adap.) No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua,
De + outro = doutro(s) todo mundo vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio
De + outra = doutra(s) familiar.– o termo em destaque expressa relação de
Em + este(s) = neste(s) A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para
Em + esta(s) = nesta(s) falar do projeto ―Xadrez que liberta‖.
Em + esse(s) = nesse(s) B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
Em + aquele(s) = naquele(s) de falar.
Em + aquela(s) = naquela(s) C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
Em + isto = nisto termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
Em + isso = nisso movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou muito
Em + aquilo = naquilo feliz, porque eu não esperava.
A + aquele(s) = àquele(s) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir a
A + aquela(s) = àquela(s) revisão da minha pena.
A + aquilo = àquilo
2. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013 –
Dicas sobre preposição adap.) Considere o trecho a seguir.
O metrô paulistano, quem a banda recebe apoio,
1. O ―a‖ pode funcionar como preposição, pronome pessoal garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a
oblíquo e artigo. Como distingui-los? estabilidade no emprego, vantagem que muitos trabalhadores
Caso o ―a‖ seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. sonham, é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem
Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular e na instituição.
feminino. As preposições que preenchem o trecho, correta,
A dona da casa não quis nos atender. respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
Como posso fazer a Joana concordar comigo? A) a ...com B) de ...com C) de ...a
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois D) com ...a E) para ...de
termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. 3. (Agente Policial – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar cuja preposição em destaque expressa ideia de finalidade.
um tratamento adequado. Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$957,70
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou para R$1.915,40.
a função de um substantivo. ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para
da família comprovar o crime.
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(C) ―... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer COMENTÁRIOS
o exame clínico‖...
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soares, 1-) xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter
um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriagadas que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o termo em
ao volante, a mudança ―é um avanço‖. destaque expressa relação de inclusão: rolará, inclusive, o torneio
(E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade familiar.
policial de dizer quem está embriagado...
2-) O metrô paulistano, de quem a banda recebe apoio,
4. (Agente Policial - VUNESP – 2013). Em – Jamais em
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
minha vida achei na rua ou em qualquer parte do globo um objeto
no emprego, vantagem com que muitos trabalhadores sonham, é
qualquer. –, o termo em destaque introduz ideia de
(A) tempo. (B) lugar. (C) modo. o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na instituição.
(D) posse. (E) direção.
3-) (A) Além disso, aumenta a punição administrativa,
5. Na frase - As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - de R$957,70 para R$1.915,40. = preço
a preposição de, destacada, tem sentido de (C) ―... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
A)causa. B)tempo. C)assunto. D)lugar. E)posse. o exame clínico‖... = lugar
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soares,
No trecho: ―(O Rio) não se industrializou, deixouum dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriagadas
explodir a questão social, fermentada por mais de dois milhões de ao volante, a mudança ―é um avanço‖. = posse
favelados, e inchou, à exaustão, uma máquina administrativa que (E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
não funciona...‖, a preposição a (que está contraída com o artigo a)
policial de dizer quem está embriagado = posse
traduz uma relação de:
A) fim B) causa C) concessão D) limite E) modo
4-) Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer parte
7. (Agente Policial – Vunesp/2013) Assinale a alternativa em do globo um objeto qualquer. –, o termo em destaque introduz

que o termo em destaque expressa circunstância de posse. ideia de lugar.


(A) Por isso, grande foi a minha emoção ao deparar, no assento
do ônibus, com uma bolsa preta de senhora. 5-) As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - a
(B) Era razoável, e diante da testemunha abri a bolsa, não sem preposição de, destacada, tem sentido de causa (do desmaio).
experimentar a sensação de violar uma intimidade.
(C) Hesitei: constrangia-me abrir a bolsa de uma desconhecida 6-) ―(O Rio) não se industrializou, deixou explodir a questão
ausente; nada haveria nela que me dissesse respeito. social, fermentada por mais de dois milhões de favelados, e inchou,
(D) ...e sei de um polonês que achou um piano na praia do à exaustão, uma máquina administrativa que não funciona...‖, a
Leblon. preposição a (que está contraída com o artigo a) traduz uma relação
(E) Mas eu não estava preparado para achar uma bolsa, e de modo (=exaustivamente).
comuniquei a descoberta ao passageiro mais próximo
7-) (A) Por isso, grande foi a minha emoção ao deparar, no
8. Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma
assento do ônibus, com uma bolsa preta de senhora. = lugar
preposição com um pronome demonstrativo:
(B) Era razoável, e diante da testemunha abri a bolsa, não sem
A) Estou na mesma situação.
B) Neste momento, encerramos nossas transmissões. experimentar a sensação de violar uma intimidade. = lugar
C) Daqui não saio. (D) ... e sei de um polonês que achou um piano na praia do
D) Ando só pela vida. Leblon. =assunto
E) Acordei num lugar estranho. (E) Mas eu não estava preparado para achar uma bolsa, e
comuniquei a descoberta ao passageiro mais próximo. = finalidade
(Papiloscopista Policial – Vunesp/2013) Considerando
as regras de regência verbal, assinale a alternativa que completa, 8-) A) Estou na mesma situação. (+ artigo)
correta e respectivamente, as lacunas da frase. C) Daqui não saio. (+advérbio)
D) Ando só pela vida. (+artigo )
A ONG Anjos do Verão colabora trabalho do Corpo E) Acordei num lugar estranho (+artigo)
de Bombeiros, empenhando-se encontrar crianças
perdidas. 9-) A ONG Anjos do Verão colabora com o trabalho do
Corpo de Bombeiros, empenhando-se para encontrar crianças
(A) do ... sobre (B) com o ... para
(C) no ... ante (D) o ... entre perdidas.
(E) pelo ... de
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se
GABARITO refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma
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01. B 02. B 03. B 04. B 05. A forma.


06. E 07. C 08. B 09. B
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A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! 1ª pessoa do singular: eu
[substituição do nome] 2ª pessoa do singular: tu
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! 3ª pessoa do singular: ele, ela
[referência ao nome] 1ª pessoa do plural: nós
Essa moça morava nos meus 2ª pessoa do plural: vós
sonhos! [qualificação do nome] 3ª pessoa do plural: eles, elas

Grandepartedospronomesnãopossuemsignificadosfixos, isto é, Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o complementos verbais na língua-padrão. Frases como ―Vi ele na
qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo rua‖, ―Encontrei ela na praça‖, ―Trouxeram eu até aqui‖, comuns
colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os
pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do pronomes oblíquos correspondentes: ―Vi-o na rua‖, ―Encontrei-a
discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no na praça‖, ―Trouxeram-me até aqui‖.
tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome
apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso. reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. indicadas pelo pronome reto.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Fizemos boa viagem. (Nós)
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] A Pronome Oblíquo
carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou
indireto) ou complemento nominal.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante
plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o
concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da
ausente no enunciado. oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
escola neste ano. Pronome Oblíquo Átono
[nossa: pronome que qualifica ―escola‖ = concordância São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são
adequada] precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca.
Ele me deu um presente.
[neste: pronome que determina ―ano‖ = concordância
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
adequada]
1ª pessoa do singular (eu): me
[ele: pronome que faz referência à ―Roberta‖ = concordância
2ª pessoa do singular (tu): te
inadequada]
3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
1ª pessoa do plural (nós): nos
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
2ª pessoa do plural (vós): vos
3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os substantivos, indicando Observações:
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os O ―lhe‖ é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta na
pronomes ―eu‖ ou ―nós‖, usa os pronomes ―tu‖, ―vós‖, ―você‖ ou forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome ―o‖ ou
―vocês‖ para designar a quem se dirige e ―ele‖, ―ela‖, ―eles‖ ou ―a‖ e preposição ―a‖ ou ―para‖. Por acompanhar diretamente uma
―elas‖ para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. preposição, o pronome ―lhe‖ exerce sempre a função de objeto
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que indireto na oração.
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretos como objetos indiretos.
Pronome Reto Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, objetos diretos.
exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores. Saiba que: Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero combinar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo,
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso
quadro dos pronomes retos é assim configurado: dessas formas nos exemplos que seguem:
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Trouxeste o pacote? - As formas ―conosco‖ e ―convosco‖ são substituídas por


Sim, entreguei-to ainda há pouco. ―com nós‖ e ―com vós‖ quando os pronomes pessoais são
Não contaram a novidade a vocês? reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos,
Não, no-la contaram. ambos ou algum numeral.
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; Você terá de viajar com nós todos.
até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais Ele disse que iria com nós três.
depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina
em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao Pronome Reflexivo
mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida. São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem
Por exemplo: como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
fiz + o = fi-lo Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
fazeis + o = fazei-lo O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
dizer + a = dizê-la 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as Eu não me vanglorio disso.
formas no, nos, na, nas. Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Por exemplo: viram
+ o: viram-no 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
repõe + os = repõe- Assim tu te prejudicas.
nos retém + a: retém- Conhece a ti mesmo.
na tem + as = tem-nas
3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Pronome Oblíquo Tônico Guilherme já se preparou.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por Ela deu a si um presente.
preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse Antônio conversou consigo mesmo.
motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
da oração. Possuem acentuação tônica forte. 1ª pessoa do plural (nós): nos.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado: Lavamo-nos no rio.
1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Eles se conheceram.
3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas Elas deram a si um dia de folga.

Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico A Segunda Pessoa Indireta
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor
As preposições essenciais introduzem sempre pronomes (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa.
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os observados no quadro seguinte:
pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti. Pronomes de Tratamento
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Não há nenhuma acusação contra mim. Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Não vá sem mim. Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo oficiais-generais
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores
expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto. de universidades
Trouxeram vários vestidos para eu Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
experimentar. Não vá sem eu mandar. Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
A combinação da preposição ―com‖ e alguns pronomes Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e cerimonioso
convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente Vossa Onipotência V. O. Deus
exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora
e você, vocês. ―O senhor‖ e ―a senhora‖ são empregados no
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tratamento cerimonioso; ―você‖ e ―vocês‖, no tratamento Observações:


familiar. Você e vocês são largamente empregados no português - A forma ―seu‖ não é um possessivo quando resultar da
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em alteração fonética da palavra senhor.
outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à - Muito obrigado, seu José.
linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações: - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de Podem ter outros empregos, como:
tratamento que possuem ―Vossa (s)‖ são empregados em relação a) indicar afetividade.
à pessoa com quem falamos. - Não faça isso, minha filha.
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este b) indicar cálculo aproximado.
encontro. Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
*Emprega-se ―Sua (s)‖ quando se fala a respeito da pessoa. Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. pronome possessivo fica na 3ª pessoa.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma Vossa Excelência trouxe sua mensagem?
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos
um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem concorda com o mais próximo.
para poder ocupar o cargo que ocupa. Trouxe-me seus livros e anotações.

3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. átonos assumem valor de possessivo.
Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas Pronomes Demonstrativos
promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou
dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a discurso.
pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por No espaço:
exemplo, se começamos a chamar alguém de ―você‖, não
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
poderemos usar ―te‖ ou ―teu‖. O uso correto exigirá, ainda, verbo
está perto da pessoa que fala.
na terceira pessoa.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
cabelos. (errado)
fala.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
cabelos. (correto)
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
cabelos. (correto)
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto
Pronomes Possessivos por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro
acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
NÚMERO PESSOA PRONOME informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da
singular primeira meu(s), minha(s) universidade destinatária).
singular segunda teu(s), tua(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
singular terceira seu(s), sua(s) no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
plural primeira nosso(s), nossa(s) envia a mensagem).
plural segunda vosso(s), vossa(s) No tempo:
plural terceira seu(s), sua(s) Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
refere ao ano presente.
Note que: Aforma do possessivo depende da pessoa Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com a um passado próximo.
o objeto possuído. Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento se referindo a um passado distante.
difícil.
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Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Classificam-se em:


invariáveis, observe: Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo,
aquela(s). Invariáveis: isto, isso, aquilo. alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem,
tudo.
Também aparecem como pronomes demonstrativos: Algo o incomoda?
o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o ―que‖ e puderem Quem avisa amigo é.
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São
te indiquei.) eles: cada, certo(s), certa(s).
- mesmo(s), mesma(s): Cada povo tem seus costumes.
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Certas pessoas exercem várias profissões.
- próprio(s), própria(s):
Os próprios alunos resolveram o Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
problema. - semelhante(s): pronomes indefinidos adjetivos:
Não compre semelhante algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
livro. - tal, tais:
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
Tal era a solução para o nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
problema. Note que:
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Menos palavras e mais ações.
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Alguns se contentam pouco.
Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis
e invariáveis. Observe:
O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um
termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece, Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto. outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos,
muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de). cada.
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
São locuções pronominais indefinidas:
Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
lugar. certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; Cada um escolheu o vinho desejado.
aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Indefinidos Sistemáticos
O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica. Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos
A menina foi a tal que ameaçou o professor? que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. É o caso
de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/
Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que indicam
pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma
no, etc. totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
qualquer, que generaliza.
Pronomes Indefinidos
Essas oposições de sentido são muito importantes na
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
indeterminada. dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos
destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:
Não é difícil perceber que ―alguém‖ indica uma pessoa de Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, prático.
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não pessoas quaisquer.
se quer revelar.
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Pronomes Relativos e) ―Quanto‖ é pronome relativo quando tem por antecedente


São aqueles que representam nomes já mencionados um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as Emprestei tantos quantos foram necessários.
orações subordinadas adjetivas. (antecedente)
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um Ele fez tudo quanto havia falado.
grupo racial sobre outros. (antecedente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros =
oração subordinada adjetiva). f) O pronome ―quem‖ se refere a pessoas e vem sempre
precedido de preposição.
O pronome relativo ―que‖ refere-se à palavra ―sistema‖ e É um professor a quem muito devemos.
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra ―sistema‖ (preposição)
é antecedente do pronome relativo que.
g) ―Onde‖, como pronome relativo, sempre possui
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
demonstrativo o, a, os, as.
A casa onde morava foi assaltada.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
expresso. que.
Quem casa, quer casa. Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
exterior.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. - como (= pelo qual)
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. Não me parece correto o modo como você agiu
semana passada.
Note que: - quando (= em que)
O pronome ―que‖ é o relativo de mais largo emprego, sendo Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o
qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa
substantivo. só frase.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) O futebol é um esporte.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) Os
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) As
cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente elipse do relativo ―que‖.
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que)
verificar se palavras como ―que‖, ―quem‖, ―onde‖ (que podem ter fumava.
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou Pronomes Interrogativos
depois de determinadas preposições: São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem--se à 3ª
me deixou encantado. (O uso de ―que‖, neste caso, geraria pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos:
ambiguidade.) que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
Essas são as conclusões sobre as quais pairam Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
muitas dúvidas? (Não se poderia usar ―que‖ depois de sobre.) Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
preferes.
O relativo ―que‖ às vezes equivale a o que, coisa que, e se Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte
refere a uma oração. quantos passageiros desembarcaram.
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural. Sobre os pronomes:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando
O pronome ―cujo‖ não concorda com o seu antecedente, mas desempenha função de complemento. Vamos entender,
com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
quais. função exerce. Observe as orações:
Este é o caderno cujas folhas estão Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
(antecedente) rasgadas. (consequente) Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe
ajudar.
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Na primeira oração os pronomes pessoais ―eu‖ e ―ele‖ Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem,
na segunda oração, observamos o pronome ―lhe‖ exercendo mulher, país, cachorro.
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo. Estamos voando para Barcelona.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o
pronome oblíquo ―lhe‖, da segunda oração, aponta para a segunda O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele
Ajudar quem? Você (lhe). que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular.
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
pronome oblíquo ―lhe‖ é justificado antes do verbo intransitivo
―ajudar‖ porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou 2 - Substantivos Concretos e Abstratos
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso ―ajudar‖)
esteja no infinitivo ou gerúndio. LÂMPADA MALA
Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo. Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
existência própria, que são independentes de outros seres. São
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: assim, substantivos concretos.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. independentemente de outros seres.
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava
real e do mundo imaginário.
fazendo.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu
etc.
estava fazendo.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d‘água, fantasma, etc.

Observe agora:
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo Beleza exposta
é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam: O substantivo beleza designa uma qualidade.
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... dependem de outros para se manifestar ou existir.
-sentimentos: raiva, amor... Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
-estados: alegria, tristeza... observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
-qualidades: honestidade, sinceridade... que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
-ações: corrida, pescaria... Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades,
Morfossintaxe do substantivo ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral sem os quais não podem existir.
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou (sentimento).
indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como
núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do 3 - Substantivos Coletivos
predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo.
Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são abelha, mais outra abelha.
desempenhadas por grupos de palavras. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Classificação dos Substantivos Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
1- Substantivos Comuns e Próprios No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
Observe a definição: No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município (abelhas).
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). O substantivo enxame é um substantivo coletivo. Substantivo
Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo
Qualquer ―povoação maior que vila, com muitas casas e estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
edifícios, dispostos em ruas e avenidas‖ será chamada cidade. espécie.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
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Substantivo coletivo Conjunto de: Formação dos Substantivos


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos Substantivos Simples e Compostos
acervo livros Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
antologia trechos literários selecionados O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
arquipélago ilhas radical. É um substantivo simples.
banda músicos Substantivo Simples: é aquele formado por um único
bando desordeiros ou malfeitores elemento.
banca examinadores Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
batalhão soldados O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda
cardume peixes + chuva). Esse substantivo é composto.
caravana viajantes peregrinos Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
cacho frutas elementos.
cáfila camelos Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas Substantivos Primitivos e Derivados
chusma gente, pessoas Meu limão meu limoeiro,
concílio bispos meu pé de jacarandá...
congresso parlamentares, cientistas.
elenco atores de uma peça ou filme O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
esquadra navios de guerra nenhum outro dentro de língua portuguesa.
enxoval roupas Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
falange soldados, anjos outra palavra da própria língua portuguesa.
fauna animais de uma região O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da
feixe lenha, capim palavra limão.
flora vegetais de uma região Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.
frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício Flexão dos substantivos
horda bandidos, invasores O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
junta médicos, bois, credores, quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
examinadores pode sofrer variações para indicar:
júri jurados Plural: meninos Feminino: menina
legião soldados, anjos, demônios Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros Flexão de Gênero
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo
molho chaves, verduras real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
multidão pessoas em geral masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os
ninhada pintos substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) Veja estes títulos de filmes:
penca bananas, chaves O velho e o mar
pinacoteca pinturas, quadros Um Natal inesquecível
quadrilha ladrões, bandidos Os reis da praia
ramalhete flores
rebanho ovelhas Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
récua bestas de carga, cavalgadura precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
repertório peças teatrais, obras musicais A história sem fim
réstia alhos ou cebolas Uma cidade sem passado
romanceiro poesias narrativas As tartarugas ninjas
revoada pássaros
sínodo párocos Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
talha lenha
tropa muares, soldados Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
turma estudantes, trabalhadores seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
vara porcos sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
poeta – poetisa, prefeito - prefeita
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Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma A cobra macho picou o marinheiro.
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
feminino. Classificam-se em:
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. Sobrecomuns:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o
jacaré fêmea. Entregue as crianças à natureza.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
indivíduo. um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que
Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por se refere a palavra. Veja:
meio do artigo. A criança chorona chamava-se João.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. A criança chorona chamava-se Maria.
Outros substantivos sobrecomuns:
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa criatura. o
ou oma, são masculinos: o axioma, o fonema, o poema, o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela
sistema, o sintoma, o teorema. faleceu
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio Comuns de Dois Gêneros:
(estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da
masculino: freguês - freguesa notícia informa-nos de que se trata de um homem.
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo
formas: ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
gêneros.
d) Substantivos terminados em -or: a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
preferência pelo masculino:
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos
de carochinha.
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
- consulesa abade - abadessa poeta - poetisa O problema está nas mulheres de mais idade, que não
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa aceitam a personagem.
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma
Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por personagem.
-a: elefante - elefanta Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no Observe o gênero dos substantivos seguintes:
feminino: bode – cabra boi - vaca
Masculinos
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), o sanduíche,
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czarina o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã, o hosana, o
réu - ré herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o pernoite, o
púbis,
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Femininos
- Epicenos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a cataplasma, a
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal, a faringe, a
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso cólera (doença), a ubá (canoa).
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para
indicar o masculino e o feminino. - São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o
especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. estigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
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Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. Os substantivos terminados em ―il‖ fazem o plural de duas
maneiras:
Gênero dos Nomes de Cidades: - Quando oxítonos, em ―is‖: canil - canis
Com raras exceções, nomes de cidades são - Quando paroxítonos, em ―eis‖: míssil - mísseis.
femininos. A histórica Ouro Preto. Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
A dinâmica São Paulo. maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste. Os substantivos terminados em ―s‖ fazem o plural de duas
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
Gênero e Significação: acréscimo de ―es‖: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis:
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da tropa,
indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à Os substantivos terminados em ―ao‖ fazem o plural de três
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a baliza maneiras.
(marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito), o
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza
(a cor cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital
Os substantivos terminados em ―x‖ ficam invariáveis: o
(dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
látex - os látex.
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral
(cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração da Plural dos Substantivos Compostos
crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento da
confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o estepe (pneu -A formação do plural dos substantivos compostos depende
sobressalente), a estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
que guia outras), a guia (documento, pena grande das asas das aves), composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), aguardente e aguardentes girassol e girassóis
a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, pontapé e pontapés malmequer e malmequeres
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente
(a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria- O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a Algumas orientações são dadas a seguir:
rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga (moda, Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
popularidade). substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Flexão de Número do Substantivo substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o ―s‖ final.
Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados
Plural dos Substantivos Simples de:
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ―n‖ verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
fazem o plural pelo acréscimo de ―s‖: pai – pais; ímã – ímãs; palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
-falantes
hífen - hifens (sem acento, no plural).
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
Exceção: cânon - cânones.
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados
Os substantivos terminados em ―m‖ fazem o plural em de:
―ns‖: homem - homens. substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
colônia e águas-de-colônia
Os substantivos terminados em ―r‖ e ―z‖ fazem o plural pelo substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-
acréscimo de ―es‖: revólver – revólveres; raiz - raízes vapor e cavalos-vapor
Atenção: O plural de caráter é caracteres. substantivo + substantivo que funciona como determinante do
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior.
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no palavra-chave - palavras-chave
plural, trocando o ―l‖ por ―is‖: quintal - quintais; caracol – bomba-relógio - bombas-relógio
caracóis; hotel - hotéis notícia-bomba - notícias-bomba
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. homem-rã - homens-rã peixe-
espada - peixes-espada
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Permanecem invariáveis, quando formados de: Observe o exemplo:


verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Este jogador faz gols toda vez que joga.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

Casos Especiais Plural com Mudança de Timbre


o louva-a-deus e os louva-a- Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre
deus o bem-te-vi e os bem-te-vis da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
o bem-me-quer e os bem-me-queres o chamado metafonia (plural metafônico).
joão-ninguém e os joões-ninguém. Singular Plural
corpo (ô) corpos (ó)
Plural das Palavras Substantivadas esforço esforços
fogo fogos
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes forno fornos
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as fosso fossos
flexões próprias dos substantivos. imposto impostos
Pese bem os prós e os contras. olho olhos
O aluno errou na prova dos noves. osso (ô) ossos (ó)
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. ovo ovos
Obs.: numerais substantivados terminados em ―s‖ ou ―z‖ não poço poços
variam no plural. porto portos
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez. posto postos
tijolo tijolos
Plural dos Diminutivos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o ―s‖ final e Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
acrescenta-se o sufixo diminutivo. esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne),
animai(s) + zinhos = animaizinhos de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
farói(s) + zinhos = faroizinhos Há substantivos que só se usam no singular: o
tren(s) + zinhos = trenzinhos sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
colhere(s) + zinhas = colherezinhas Outros só no plural:
flore(s) + zinhas = florezinhas as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
mão(s) + zinhas = mãozinhas (naipes de baralho), as fezes.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas bem (virtude) e bens (riquezas)
funi(s) + zinhos = funizinhos honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, títulos)
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
pai(s) + zinhos = paizinhos sentido de plural:
pé(s) + zinhos = pezinhos Aqui morreu muito negro.
pé(s) + zitos = pezitos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em
capelas improvisadas.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Flexão de Grau do Substantivo
sempre que a terminação preste-se à flexão. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
Os Napoleões também são derrotados. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
As Raquéis e Esteres. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
normal. Por exemplo: casa
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos Classifica-se em:
como na língua original, acrescentando-se ―s‖ (exceto quando Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo
terminam em ―s‖ ou ―z‖). que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
os shows os shorts os jazz Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador
de aumento. Por exemplo: casarão.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
as regras de nossa língua: Pode ser:
os clubes os chopes Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
os jipes os esportes que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
as toaletes os bibelôs Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador
os garçons os réquiens de diminuição. Por exemplo: casinha.
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Questões sobre Substantivo 8. Das palavras abaixo, faz plural como ―assombrações‖
a) perdão. b) bênção. c) alemão. d) cristão. e) capitão.
1. (Escrevente TJ SP Vunesp/2012) A flexão de número do
termo ―preços-sombra‖ também ocorre com o plural de 9. Entre os substantivos selecionados nas alternativas a
(A) reco-reco. (B) guarda-costa. seguir, há apenas um que pertence ao gênero masculino. Indique-
(C) guarda-noturno. (D) célula-tronco. o: A) alface B) omoplata C) comichão D) lança-perfume
(E) sem-vergonha.
10. Assinale a frase correta quanto ao emprego do gênero
(Escrevente TJ SP Vunesp/2013) Assinale a alternativa cujas dos substantivos.
palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-- A perda das esperanças provocou uma profunda dó na
padrão. personagem.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. solicitações.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. gelada.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! D) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do
melhor aguardente.
Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está E) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos
errada: estudantes.
A) Catalães. B) Cidadãos. C) Vulcães. D) Corrimões.
GABARITO
Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma 01. D 02. D 03. C 04. C05. E
forma que ―balão‖ e ―caneta-tinteiro‖: 06. A 07. D 08. A 09. D 10. E
a) vulcão, abaixo-assinado; b) irmão, salário-família;
c) questão, manga-rosa; d) bênção, papel-moeda; COMENTÁRIOS
e) razão, guarda-chuva.
1-) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
5. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm um formado de substantivo + substantivo que funciona como
significado e no feminino têm outro, diferente, marque a alternativa determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
em que há um substantivo que não corresponde ao seu significado: do termo anterior. = células-tronco
a) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal; 2-) A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
O grama = unidade de medida; A Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
grama = vegetação rasteira; cidadãos
O rádio = aparelho transmissor; A Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
rádio = estação geradora; certidões
O cabeça = o chefe; E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! = degraus
A cabeça = parte do corpo;
e) A cura = o médico. 3-) Vulcões
O cura = ato de curar.
4-) Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma
6. Correlacione os substantivos com os respectivos coletivos, forma que ―balão‖ e ―caneta-tinteiro‖:
e indique a alternativa correta: Balões / canetas-tinteiro
I - Bispos. vulcões, abaixo-assinados;
II - Cães de caça. irmãos, salários-família;
III -Vadios. bênçãos, papéis-moeda;
IV -Papéis. razões, guarda-chuvas.
( ) Resma.
( ) Concílio. 5-) o cura: sacerdote / a cura: ato ou efeito de curar
( ) Corja.
( ) Matilha. 6-) I - Bispos. II - Cães de caça.
A) IV, I, III, II. B) III, I, II, IV. III -Vadios. IV -Papéis.
C) I, III, II, IV. D) III, I, IV, II. ( ) Resma = papéis IV
( ) Concílio. = bispos I
7. Indique a alternativa que apresenta erro na formação do ( ) Corja. = vadios III
plural: ( ) Matilha. = cães de caça II
Os boias-frias participaram da manifestação na estrada.
Colocaram tanto alpiste, que o quintal ficou cheio de beija- 7-) Os abaixo-assinados foram entregues ao diretor.
flores.
Aqueles pães de ló estavam deliciosos. 8-) b) bênçãos. c) alemães.
Os abaixos-assinados foram entregues ao diretor. d) cristãos. e) capitães.
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9-) A) a alface B) a omoplata Classificação dos Verbos


C) a comichão D) o lança-perfume Classificam-se em:
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais
10-) A) A perda das esperanças provocou um profundo dó na de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical.
personagem. Por exemplo: canto cantei cantarei cantava cantasse
O advogado não deu a ênfase necessária às milhares de
solicitações. b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no
Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber um champanha radical ou nas desinências. Por exemplo: faço fiz farei fizesse
gelado.
A omelete e a couve foram acompanhadas por doses da
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
melhor aguardente.
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
(correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); principais verbos impessoais são:
desejo (querer). haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus fazer (em orações temporais).
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
mencionados acima; não apresentam, porém, todas as Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Estrutura das Formas Verbais Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Estava frio naquele dia.
apresentar os seguintes elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são
essencial do verbo. Por exemplo: impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, ―Amanheci mal--
humorado‖, usa-se o verbo ―amanhecer‖ em sentido figurado.
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
deixa de ser impessoal para ser pessoal.
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar) Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
2ª - Vogal Temática - E - (vender) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
3ª - Vogal Temática - I - (partir) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o São impessoais, ainda:


tempo e o modo do verbo. Por exemplo: 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) Ex.: Já passa das seis.
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
indicando suficiência. Ex.:
Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de ―ser
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a possível‖. Por exemplo:
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal ―e‖, apesar de haver
Não deu para chegar mais cedo.
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do
Dá para me arrumar uns trocados?
verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas - Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com A fruta amadureceu.
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no As frutas amadureceram.
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim pessoais na linguagem figurada:
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. Teu irmão amadureceu bastante.
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Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis


alguns: bramar: tigre
bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
coaxar: sapo
cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo
Cláudia) Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas
por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio,
em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.


Por exemplo: Ir Pôr Ser Saber (vou, vais, ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo
auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo
Imperativo Afirmativo Negativo
sê tu seja não sejas tu
você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo


Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam
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ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham
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g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo:
pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma Estuda agora, menino.
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais
acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio Formas Nominais
sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio),
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos - a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de
verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
no radical do verbo. Por exemplo: substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta)
Arrependi-me de ter estado lá. É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, É preciso ler este livro.
pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome Era preciso ter lido este livro.
apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical
do próprio verbo. - b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta
respectivos pronomes): desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais,
flexiona- -se da seguinte maneira:
Eu me arrependo 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
Tu te arrependes 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
Ele se arrepende 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
Nós nos arrependemos 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Vós vos arrependeis Por exemplo:
Eles se arrependem Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em - c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado advérbio. Por exemplo:
por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser
exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria
penteou--me. - d) Particípio: quando não é empregado na formação dos
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
Observações:
Por exemplo:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Terminados os exames, os candidatos saíram.
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
sintática.
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes (adjetivo verbal). Por exemplo:
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes,
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem Tempos Verbais
funções sintáticas.
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
Por exemplo: ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto 1. Tempos do Indicativo
direto) - 1ª pessoa do singular Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: Eu estudo
neste colégio.
Modos Verbais Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: interrompido.
Eu sempre estudo. Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por
exemplo: Talvez eu estude amanhã. exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
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Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Por
exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Por exemplo:
Ele estudará as lições amanhã.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de
outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo: Se
eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado. Por
exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que ele vencesse o jogo. Obs.:
o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se ele
viesse ao clube, participaria do campeonato.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha estudado
bastante, não passou no teste.
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: Quando
ele vier à loja, levará as encomendas.
obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, levará
as encomendas.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro. Por
exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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Pretérito Imperfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo
pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
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Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural
(vós) eliminando-se o ―S‖ final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Que Não cantes tu Não
ele cante Que nós cante você Não
cantemos Que vós cantemos nós Não
canteis Que eles canteis vós Não
cantem cantem eles

Observações:
No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só
se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM
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Questões sobre Verbo E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de grande


nos momentos felizes, menos precisaríamos nos preocupar com
1. (Agente Policia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir. conquistas superlativas.

É comum que objetos esquecidos em locais 6. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as em que todos os verbos estão empregados de acordo com a
pessoas a atenção voltada para seus pertences, norma--padrão.
conservando-os junto ao corpo. Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, impressão definitiva.
as lacunas do texto. Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio.
(A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C) (C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar
sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja … no feriado.
mantêm Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu
2. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… superior.
os níveis de pessoas sem emprego quedas
sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque 7. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a
expressa ação alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem
(D) hipotética. (E) futura. encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma
mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer Caso a criança se havia perdido…
estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas Caso a criança perdeu…
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta Caso a criança se perca…
―débito ou crédito?‖.
Caso a criança estivera perdida…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
Caso a criança se perda…
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.).
(C) adotar como referência de qualidade.
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo
(D) julgar de acordo com normas legais.
futuro.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
(Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar.
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada C) É como se abrissem em nós uma ―caixa de
exprime possibilidade. necessidades‖… D) … de onde vem o produto…?
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas
Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e se dá em conformidade com a norma-padrão da língua.
não mais por sequências fixas previamente estabelecidas. (A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter
está ligado a uma nova concepção de textualidade... acontecido com a criança.
Criou, então, o ―Xanadu‖, um projeto para disponibilizar Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam
toda a literatura do mundo... preocupados.
Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança se
adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: perdeu mesmo assim.
Os que levariam a vida pensando apenas nos valores
absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto dos (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
pequenos bons momentos. – 2013-adap.).
Há até quem queira saber quem fosse o maior bandido entre os Leia as frases a seguir.
que recebessem destaque nos popularescos programas da TV. I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostam tanto no animal.
de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha aspirações a ser II. Existiam muitos ferimentos no boi.
metafísica. III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em conta movimentada.
nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
degraus da notoriedade. pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
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Existia – Haviam – Existiam 9-) (A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e
Existiam – Havia – Existiam vizinhos.
Existiam – Haviam – Existiam (B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter
Existiam – Havia – Existia acontecido com a criança.
Existia – Havia – Existia Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
GABARITO se perdeu mesmo assim.
01. B 02. C 03. E 04. B 05. E
06. A 07. C 08. B 09. C 10. D 10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
madeira no animal.
COMENTÁRIOS II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais movimentada.
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
pessoas mantivessem a atenção voltada para seus pertences, existir = variável. Portanto, temos:
conservando-os junto ao corpo. I – Existiam onze pessoas...
II – Havia muitos ferimentos...
2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando
III – Existia muita gente...
quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em
destaque expressa ação contínua (= não concluída)

3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se 4) MORFOSSINTAXE: FRASE, ORAÇÃO
de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, E PERÍODO, TERMOS DA ORAÇÃO,
diante da pergunta ―débito ou crédito?‖. ORAÇÕES DO PERÍODO (DESENVOLVIDAS
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de E REDUZIDAS), FUNÇÕES SINTÁTICAS
classificar segundo ideias preconcebidas. DO PRONOME RELATIVO, SINTAXE
DE REGÊNCIA (VERBAL E NOMINAL),
4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação SINTAXE DE CONCORDÂNCIA (VERBAL E
e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo NOMINAL), SINTAXE DE COLOCAÇÃO
virtual. = verbo no futuro do pretérito

5-) A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores


absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto dos Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser
pequenos bons momentos. formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou
Há até quem queira saber quem é o maior bandido entre os não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias,
que recebem destaque nos popularescos programas da TV. emoções, ordens, apelos.
Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostem tanto A frase define-se pelo seu propósito comunicativo, ou seja,
de sua poesia, sobretudo porque ela não tem aspirações a ser pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir
metafísica. um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.
Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em conta Exemplos:
nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os O Brasil possui um grande potencial turístico.
degraus da notoriedade. Espantoso!
Não vá embora.
6-) (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver Silêncio!
em silêncio. O telefone está tocando.
Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar no
feriado.
Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase
Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
Nominal.
Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a seu
Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que
superior.
indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir
acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
uma grande perda salarial...) ser complementada pela situação em que o falante se encontra.
Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases
8-) A) Os consumidores são assediados pelo marketing = muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe:
presente Rua!
É como se abrissem em nós uma ―caixa de necessidades‖… Ai!
pretérito do Subjuntivo
… de onde vem o produto…? = presente Essas palavras, dotadas de entoação própria, e
Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = pretérito acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes para
perfeito satisfazer suas necessidades expressivas.
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Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.
pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. Por Exemplo:
Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio Deus te acompanhe!
texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam Bons ventos o levem!
linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade
linguística leva a frase a obedecer às regras gerais da língua. De acordo com a construção, as frases classificam-se em:
Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. Exemplos:
frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que: Fogo! Cuidado!
As meninas estavam alegres. Belo serviço o seu!
constitui uma frase, enquanto:
Frase Verbal: é a frase construída com verbo. Por
Alegres meninas estavam as. Exemplo: O sol ilumina a cidade e aquece os dias.
não é considerada uma frase da língua portuguesa. Os casais saíram para jantar.
A bola rolou escada abaixo. Estrutura da Frase
Tipos de Frases
As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser partir de dois elementos essenciais: sujeito e predicado. Isso não
integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são significa, no entanto, que tais frases devam ser formadas, no
empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se mínimo, por dois vocábulos. Na frase ―Saímos‖, por exemplo, há
explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase ―Que educação!‖, um sujeito implícito na terminação do verbo: nós.
usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em
pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que
número e pessoa. É normalmente o ―ser de quem se declara
aparentemente diz.
algo‖, ―o tema do que se vai comunicar‖.
A entoação é um elemento muito importante da frase falada,
O predicado é a parte da frase que contém ―a informação nova
pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo
para o ouvinte‖. Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a
de como é dita, uma frase simples como ―É ela.‖ pode indicar
constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante
língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da
definidores do sentido das frases. declaração estiver no verbo, teremos um predicado verbal (ocorre nas
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum nome,
previsível, de acordo com o sentido que transmitem. São elas: teremos um predicado nominal (ocorre nas frases nominais que
Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita possuem verbo de ligação).
pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja Observe:
obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou O amor é eterno.
indireta.
Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é ―O amor‖.
Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação A declaração referente a ―o amor‖, ou seja, o predicado, é «é
indireta) eterno». É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é
o nome «eterno». Já na frase:
Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá Os rapazes jogam futebol.
uma ordem, um conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no
modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas. O sujeito é ―Os rapazes‖, que identificamos por ser o termo
Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) que concorda em número e pessoa com o verbo ―jogam‖. O
Não faça isso. (Negativa) predicado é ―jogam futebol‖, cujo núcleo significativo é o verbo
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa) ―jogam‖. Temos, assim, um predicado verbal.

Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor Ambiguidade


exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente
prolongada. Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais de um
Por Exemplo: Que sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode
prova difícil! suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na
É uma delícia esse bolo! interpretação do texto. A ambiguidade é um dos problemas que
podem ser evitados.
Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um A inadequação ou a má colocação de elementos como
fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma coisa. Podem pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados
ser afirmativas ou negativas. inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza
Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) do texto. Observe os exemplos que seguem:
Ela não está em casa. (Negativa) ―O professor falou com o aluno parado na sala‖
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Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos
sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O aluno conhecimentos que o usuário tem dos fatos linguísticos, aplicando--
ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar ―parado na os de acordo com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo
sala‖ logo ao lado do termo a que se refere: ―Parado na sala, o mais claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se
professor falou com o aluno‖; ou ―O professor falou com o aluno, pautar pela pontuação, concordância, coerência, coesão e demais
que estava parado na sala‖. requisitos necessários à objetividade retratada pela mensagem.
Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que
―A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos.‖ norteiam os já citados fatos linguísticos, ressaltamos determinados
recursos cuja função se atribui por conferirem estilo à construção
O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão textual, o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas
nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do adjunto relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se
adverbial. Para evitar isso, coloque ―na Rua Santos‖ mais perto efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma
do núcleo de sentido a que se refere: ―Na rua Santos, a polícia classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou
cercou o ladrão‖; ou ―A polícia cercou o ladrão do banco que orações) e semântica (quando há correspondência de sentido entre os
localiza-se na rua Santos‖. termos).
Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita
―Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência indicando que houve a quebra destes recursos, tornando-se
apresentam sintomas de irritabilidade e depressão.‖ imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de forma
negativa na textualidade como um todo. Como podemos conferir
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela má por meio dos seguintes casos:
colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se entender que ―As
pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a
apresentam sintomas de irritabilidade e depressão‖ ou que ―As Holanda. Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao
pessoas que consomem bebidas alcoólicas apresentam, com analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o país, e sim a
frequência, sintomas de irritabilidade e depressão‖. seleção que o representa. Reestruturando a oração, obteríamos:
Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a
seleção da Holanda.
Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar num
importante recurso estilístico na construção do sentido do texto. O
Seelescomparecessemàreunião, ficaremosmuitoagradecidos. Eis
apelo a esse recurso pode ser fundamental para provocar o efeito
que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico,
polissêmico do texto. Os textos literários, de maneira geral (como
embora considerado incorreto, sobretudo, pela incoerência conferida
romances, poemas ou crônicas), são textos com predomínio da
pelos tempos verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário
linguagem conotativa (figurada). Nesse caso, o caráter metafórico
acontece se disséssemos: Se eles comparecessem à reunião,
pode derivar do emprego deliberado da ambiguidade.
ficaríamos muito agradecidos.
Na publicidade, é possível observar o ―uso e o abuso‖ da
linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos de Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza
palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do interlocutor quanto à ação. Ampliando a noção sobre a correta utilização destes
para a mensagem. Para entender melhor, vamos analisar a seguir um recursos, analisemos alguns casos em que eles se aplicam:
anúncio publicitário, veiculado por várias revistas importantes. não só... mas (como) também: A violência não só aumentou
nos grandes centros urbanos, mas também no interior.
Sempre presente - Ferracini Calçados Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em
comparar ambas as situações em que a violência se manifesta.
O slogan ―Sempre presente” pode apresentar, de início, duas
leituras possíveis: o calçado Ferracini é sempre uma boa opção Quanto mais... (tanto) mais: Atualmente, quanto mais se
para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini está aperfeiçoa o profissionalismo, mais chances tem de se progredir.
sempre presente em qualquer ocasião, já que, supõe-se, pode ser Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a
usado no dia a dia ou em uma ocasião especial. construção paralelística.
Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: A cordialidade é uma
Paráfrase - consiste na tradução do sentido de uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias, seja no ambiente
expressão ou de um enunciado com palavras diferentes. Exemplo: familiar, seja no trabalho. Confere-se a aplicabilidade do recurso
―Um fraco rei faz fraca a forte gente.‖ mediante a ideia de alternância.
Esse famoso verso de Camões pode ser assim parafraseado:
―Um rei que é fraco torna fraco até mesmo um povo vigoroso.‖ Tanto... Quanto: As exigências burocráticas são as mesmas,
tanto para os veteranos, quanto para os calouros. Mediante a ideia
Paralelismo- Notadamente, a construção textual é concebida de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a
como um procedimento dotado de grande complexidade, haja estrutura paralelística.
vista que o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade
não significa transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Não... E não/nem: Não poderemos contar com o auxílio de
Tal complexidade nos remete à noção das competências inerentes ninguém, nem dos alunos, nem dos funcionários da secretaria.
ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência
de este se perfazer pela clareza e precisão. negativa.
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Por um lado... Por outro: Se por um lado, a desistência da Questões


viagem implicou na economia, por outro, desagradou aos filhos
que estavam no período de férias. O paralelismo efetivou-se em 1-) Das frases abaixo relacionadas, indique as que
virtude da referência a aspectos negativos e positivos contêm oração ou orações:
relacionados a um determinado fato. A-) Que dia quente!
B-) Belas, as manhãs sertanejas!
Tempos verbais: Se a maioria colaborasse, haveria mais C-) Estou em Monteiro há onze anos.
organização. Como dito anteriormente, houve a concordância de D-) O aluno compreende perfeitamente o olhar do professor .
sentido proferida pelos verbos e seus respectivos tempos. E-) Silêncio!
Oração F-) O sol brilhava no céu nordestino.
Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é
necessário: 2. Assinale as alternativas em que não há oração:
que o enunciado tenha sentido completo; ( ) Havia muita gente naquela festa.
que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal). ( ) Socorro!
Por Exemplo: ( ) Que tristeza!
Camila terminou a leitura do livro. ( ) Aquele aluno não se saiu bem na avaliação.
( ) Despediu-se da esposa antes de viajar para a Itália.
Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como ( ) Atenção, curva sinuosa!
partes de um conjunto harmônico: elas são os termos ou as ( ) Banco do Brasil.
unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração
desempenha uma função sintática. 3-) Classifique os períodos abaixo em simples ou compostos.
a)Ninguém perguntou se ele virá ao concerto.
Atenção: Quando chove, a cidade fica insuportável.
Nem toda frase é oração. Por Exemplo: Não gostei do filme, os acontecimentos são muito
Que dia lindo! previsíveis.
Não empresto meus CDs a ninguém.
Esse enunciado é frase, pois tem sentido. Esse enunciado não
é oração, pois não possui verbo. Assim, não possuem estrutura 4-) Classifique em: (PS) Período Simples ou (PC)
sintática, portanto não são orações, frases como: Período Composto.
Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante! Neste ano elegeremos nosso presidente.
O vira-lata latiu e espantou o quero-quero.
A frase pode conter uma ou mais orações. Veja: Poucas pessoas concordaram com nossa proposta.
Brinquei no parque. (uma oração) Vocês falam muito e agem pouco.
Entrei na casa e sentei-me. (duas orações) Confie em você, brigue por suas ideias, seja persistente!
Cheguei, vi, venci. (três orações) Ficou descontente com o resultado.
Aproximou-se do telefone, iniciou a ligação, mas desistiu.
Não escreverei nada nem darei entrevista.
Período
Se tu a amasses, serias feliz.
Período é a frase constituída de uma ou mais orações,
A simpática jovem é atriz.
formando um todo, com sentido completo. O período pode ser
Muitos confiaram em sua pesquisa.
simples ou composto.
Vibramos, quando soubemos o resultado
Período Simples: é aquele constituído por apenas uma Resolução:
oração, que recebe o nome de oração absoluta. Exemplos:
O amor é eterno. 1-)A-) Que dia quente! Frase (não há verbo)
As plantas necessitam de cuidados B-) Belas, as manhãs sertanejas! Frase = não há verbo
especiais. Quero aquelas rosas. C-) Estou em Monteiro há onze anos. = oração (2)
O tempo é o melhor remédio. D-) O aluno compreende perfeitamente o olhar do professor
. = oração (1)
Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais E-) Silêncio! = frase
orações. Exemplos: F-) O sol brilhava no céu nordestino. = oração
Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
Quero aquelas flores para presentear minha mãe. 2-) ( X ) Socorro!
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que (X ) Que tristeza!
acontece ao anoitecer. (X ) Atenção, curva sinuosa!
Cheguei, jantei e fui dormir. (X) Banco do Brasil.

Saiba que: Como toda oração está centrada num verbo ou 3-) Classifique os períodos abaixo em simples ou compostos.
numa locução verbal, a maneira prática de saber quantas orações a) Ninguém perguntou se ele virá ao concerto. = período
existem num período é contar os verbos ou locuções verbais. composto
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Quando chove, a cidade fica insuportável. = período Termos essenciais da oração:


composto
Não gostei do filme, os acontecimentos são muito O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais
previsíveis. = período composto da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis
Não empresto meus CDs a ninguém. = período simples para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a
4-) oração, é a presença do verbo.
a-) PS b-) PC c-) PS d-) PC e-) PC O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.
f-) PS g-) PC h-) PC i-) PC j-) PS ―Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.‖;
k-) PS l-) PC ―Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos‖.

Frase, período e oração: Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha
e primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima.
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso,
estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se
fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções. com o verbo, estabelecendo a concordância.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito A função do sujeito é basicamente desempenhada por
e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração.
orações ou frases sem sujeito: Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras palavras
Há muito tempo que não chove. substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a
função de sujeito.
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo Ele já partiu;
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e Os dois sumiram;
predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo Um sim é suave e sugestivo.
em número e pessoa. É o ―ser de quem se declara algo‖, ―o tema
do que se vai comunicar‖. O predicado é a parte da frase que Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de
contém ―a informação nova para o ouvinte‖. Ele se refere ao determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples
predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos ou composto.
um predicado nominal. A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso
opinião. ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente
A existência é frágil. o sujeito de uma oração.
Estão gritando seu nome lá fora;
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) Trabalha-se demais neste lugar.
quando encerra um pensamento completo e vem limitada por
ponto-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um
reticências. único núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural;
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco. pode também ser um pronome indefinido.
Nós nos respeitamos mutuamente;
Acima temos três orações correspondentes a três períodos A existência é frágil;
simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: Ninguém se move;
―convém que te apresses‖ apresenta duas orações, mas uma só O amar faz bem.
frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um
pensamento completo. O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que de um núcleo.
se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um Alimentos e roupas andam caríssimos;
verbo (ou locução verbal), que implica na existência de um Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito. O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. moeda.
Dessa forma:
Rua! = é uma frase, não é uma oração. Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
Já em: ―Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a referência ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do
noite do meu bem.‖ Temos uma frase e três orações: As duas sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela
últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem desinência verbal ou pelo contexto.
um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase. Abolimos todas as regras. = (nós)
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O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se
pode identificar claramente a que o predicado da oração refere-- refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou
se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, indiretamente ao verbo.
teríamos uma oração sem sujeito. A existência (sujeito) é frágil (predicado).
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado
de duas maneiras: O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito
com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito da oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito
não tenha sido identificado anteriormente: e a palavra a ele relacionada.
1) Bateram à porta;
2) Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
significativo um verbo:
com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do Chove muito nesta época do ano;
pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não Senti seu toque suave;
apresentam complemento direto: O velho prédio foi demolido.
1) Precisa-se de mentes criativas;
2) Vivia-se bem naqueles tempos; Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
3) Trata-se de casos delicados; apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos.
4) Sempre se está sujeito a erros.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
O pronome se funciona como índice de indeterminação significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou
do sujeito.
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O
predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado,
meio de um verbo.
articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está
centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é,
sujeito com: não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo,
a) os verbos que indicam fenômenos da natureza: indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito:
Amanheceu repentinamente; ―Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.‖
Está chuviscando.
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, andar,
b) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como elemento de
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral: ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas. A função de
Está tarde. predicativo é exercida normalmente por um
Ainda é cedo. adjetivo ou substantivo.
Já são três horas, preciso ir; O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois
Faz frio nesta época do ano; núcleos significativos: um verbo e um nome. No predicado
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao
Faz anos que esperamos melhores condições de vida; complemento verbal.
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo,
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo
oração contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.
sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer: O dia amanheceu ensolarado;
Chove muito nesta época do ano; As mulheres julgam os homens inconstantes
Houve problemas na reunião.
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas
se declara a respeito desse sujeito. funções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse
predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o nominal:
que difere do sujeito numa oração é o seu predicado. O dia amanheceu;
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado); O dia estava ensolarado.
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
pensamento (predicado). No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o
complemento homens como o predicativo inconstantes.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se considerar Termos integrantes da oração:
também se as palavras que formam o predicado referem-se
apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às complemento nominal são chamados termos integrantes da
mulheres de opinião. oração.
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Os complementos verbais integram o sentido dos verbos causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
transitivos, com eles formando unidades significativas. Esses companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
de preposição. dúvida: Talvez nos deixem entrar.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao fim: Estudou para o exame.
verbo. frequência: Sempre aparecia por lá.
Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião; instrumento: Fez o corte com a faca.
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião; intensidade: Corria bastante.
Dou-lhes três. limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
Houve muita confusão na partida final. lugar: Vou à cidade.
matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: meio: Viajarei de trem.
com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes modo: Foram recrutados a dedo.
a pessoas: negação: Não há ninguém que mereça.
1) Amar a Deus; preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
2) Adorar a Xangô; substituição ou troca: Abandonou suas convicções por
3) Estimar aos pais. privilégios econômicos.
tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
tratamento: O adjunto adnominal é o termo acessório que determina,
1) Não excluo a ninguém; especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois
2) Não quero cansar a Vossa Senhoria. são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de
adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos
para evitar ambiguidade: adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
outra) amigo de infância.
O objeto indireto é o complemento que se liga O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a
indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição. que se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres; objeto liga-se ao objeto por meio de um verbo.
Os homens pedem-lhes amor sincero; O poeta português deixou uma obra originalíssima.
Gosto de música popular brasileira. O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto
O termo que integra o sentido de um nome chama-se adnominal)
complemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome O poeta português deixou uma obra inacabada.
que completa por intermédio de preposição: O poeta deixou-a inacabada.
Desenvolvemos profundo respeito à arte; (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto)
A arte é necessária à vida;
Tenho-lhe profundo respeito. Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um
substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-
Termos acessórios da oração e vocativo: se apenas ao substantivo.

Os termos acessórios recebem esse nome por serem O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
acidentais, explicativos, circunstanciais. explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que
São termos acessórios o adjunto adverbial, adjunto exerça qualquer função sintática.
adnominal, o aposto e o vocativo. Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao
adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:
ao advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de Segunda-feira passei o dia mal-humorado.
adjunto adverbial. O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. na oração, em:
explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas,
As circunstâncias comumente expressas pelo permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
adjunto adverbial são: enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. amor, arte, ação.
afirmação: Sim, realmente irei partir. resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo
assunto: Falavam sobre futebol. isso forma o carnaval.
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d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram- Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
se por muito tempo na baía anoitecida. principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto,
porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
interpelar um ouvinte real ou hipotético. Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
papel na linguagem. Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas principais
João, venha comigo! conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
Traga-me doces, minha menina! Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO diferentes.
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma
oração em sua composição. Sendo Assim: Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração) principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
(Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações) Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
solar. (Período Composto = três verbos, três orações). Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
A situação é delicada; devemos, pois, agir
Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração.
Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade,
compostos, pois têm mais de uma oração. pois (anteposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
orações de um período composto: uma relação de coordenação Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
ou uma relação de subordinação. Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, Período composto por subordinação
marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas
individuais, como é o exemplo de:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto)
―Eu sinto que em meu gesto existe o teu
Podemos dizer:
gesto.‖
Estou comprando um protetor solar.
Oração Principal Oração Subordinada
Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
Observe que na oração subordinada temos o verbo ―existe‖,
É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período
Composto por Coordenação. que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em
tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas. qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo,
subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas
Coordenadas Assindéticas ou explícitas.
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas Podemos modificar o período acima. Veja:
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
Oração Principal Oração Subordinada
Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, A análise das orações continua sendo a mesma: ―Eu sinto‖
mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada
caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As ―existir em meu gesto o teu gesto‖. Note que a oração subordinada
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. ―que‖, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As
orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais nominais (infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio)
conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como, chamamos orações reduzidas ou implícitas.
assim... como. Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
Não só cantei como também dancei. conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente,
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. introduzidas por preposição.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
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1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
b) Objetiva Direta
Suponho que você foi à biblioteca hoje. A oração subordinada substantiva objetiva direta
Oração Subordinada Substantiva exerce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem sua aprovação no vestibular.
Você sabe se o presidente já chegou? Objeto Direto
Oração Subordinada Substantiva
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também isso)
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objetiva
advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os Direta
exemplos:
As orações subordinadas substantivas objetivas
diretas desenvolvidas são iniciadas por:
O garoto perguntou qual seu nome.
1- Conjunções integrantes ―que‖ (às vezes elíptica) e ―se‖:
Oração Subordinada Substantiva A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Não sabemos por que a vizinha se mudou. 2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes
Oração Subordinada Substantiva regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
De acordo com a função que exerce no período, a oração 3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes
subordinada substantiva pode ser: regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
a) Subjetiva Eu não sei por que ela fez isso.
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal. Observe: c) Objetiva Indireta
É fundamental o seu comparecimento à reunião. Sujeito A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua
como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem
precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objeto Indireto
Subjetiva
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Atenção:
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
substituída pelo pronome ― isso‖. Assim, temos um período na oração.
simples: Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração
É fundamental isso. ou Isso é fundamental. Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

Dessa forma, a oração correspondente a ―isso‖ exercerá d) Completiva Nominal


a função de sujeito A oração subordinada substantiva completiva nominal completa
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na um nome que pertence à oração principal e também vem
oração principal: marcada por preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: Complemento Nominal
bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro
Sentimos orgulho de que você se comportou.
Está evidente - Está comprovado (Sentimos
bom que você compareça à minha festa. orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva Completiva
Nominal
2- Expressões na voz passiva, como:
Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É Lembre-se:
sabido - Foi anunciado - Ficou provado Observe que as orações subordinadas substantivas objetivas
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o
3- Verbos como: sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário
convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - levar em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença
acontecer entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
Convém que não se atrase na entrevista. complementa um verbo, o segundo, um nome.
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e) Predicativa Forma das Orações Subordinadas Adjetivas


A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre Quando são introduzidas por um pronome relativo e
depois do verbo ser. apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações
Nosso desejo era sua desistência. subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas,
Predicativo do Sujeito existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são
introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais
isso) Oração Subordinada Substantiva (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Predicativa Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva ―de‖
para realce. Veja o exemplo: No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva
A impressão é de que não fui bem na prova. desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo ―que‖ e
apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No
f) Apositiva segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
aposto de algum termo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam,
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido
Oração Subordinada Substantiva Apositiva do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações
reduzida de infinitivo não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas
adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : ) detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se
encontra suficientemente definido, as quais denominam-se
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1:
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
homem que passava naquele momento.
função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e
particulariza o sentido da palavra ―homem‖: trata-se de um
Esta foi uma redação bem-sucedida.
homem específico, único. A oração limita o universo de homens,
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que
estava passando naquele momento.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra Exemplo 2:
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: O homem, que se considera racional, muitas vezes age
Esta foi uma redação que fez sucesso. animalescamente.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo
o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome em relação à palavra ―homem‖; na verdade, essa oração apenas
relativo ―que‖. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
pronome relativo desempenha uma função sintática na oração ―homem‖.
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
antecede. Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é
Obs.: para que dois períodos se unam num período separada da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração. representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas
Atenção: das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome vírgulas; as restritivas, não.
relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual - a qual -
os quais - as quais 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
Essa oração é equivalente a: função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
Refiro-me ao aluno o qual estuda. forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
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condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução concretizando-os.
conjuntiva que a introduz. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. de Infinitivo)
Oração Subordinada Adverbial
c) Condição
Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância Condição é aquilo que se impõe como necessário para a
de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais
temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se
indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.
classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão Principal conjunção subordinativa condicional: SE
da circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo: Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que,
vida. uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
minha vida. certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
No primeiro período, ―naquele momento‖ é um adjunto contrato. Caso você se case, convide-me para a festa.
adverbial de tempo, que modifica a forma verbal ―senti‖. No
segundo período, esse papel é exercido pela oração ―Quando vi a d) Concessão
estátua‖, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam
temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem
conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão
do modo indicativo (―vi‖, do pretérito perfeito do indicativo). está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa.
Seria possível reduzi-la, obtendo-se: Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA Utiliza-
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda
vida. que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar
de que.
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das Só irei se ele for.
formas nominais do verbo (―ver‖ no infinitivo) e não é A oração acima expressa uma condição: o fato de ―eu‖ ir só
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma se realizará caso essa condição seja satisfeita.
preposição (―a‖, combinada com o artigo ―o‖).
Compare agora com:
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é Irei mesmo que ele não vá.
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de
Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração
destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas
Observe outros exemplos:
Adverbiais
Embora fizesse calor, levei agasalho.
a) Causa
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca
população continua à margem do mercado de consumo.
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração
principal. ―É aquilo ou aquele que determina um acontecimento‖. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE não estudasse). (reduzida de infinitivo)
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois e) Comparação
que, já que, uma vez que, visto que. As orações subordinadas adverbiais comparativas
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve oração principal.
alternativa a não ser cancelá-lo. Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Já que você não vai, eu também não vou. Ele dorme como um urso.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
b) Consequência subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem Agem como crianças. (agem)
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na Oração Subordinada Adverbial Comparativa
oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas ocorre.
tão...que, tanto...que, tamanho...que. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE verbo falar e do verbo fazer).
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
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f) Conformidade 2. ―Estudamos, logo deveremos passar nos exames‖. A


As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam oração em destaque é:
ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa
adotado para a execução do que se declara na oração principal. c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva
Principal conjunção subordinativa conformativa: e) coordenada assindética
CONFORME
Outras conjunções conformativas: como, consoante e 3. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o
segundo (todas com o mesmo valor de conforme). seguinte trecho:
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática.
direitos iguais.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em
g) Finalidade destaque, o trecho estará corretamente reescrito em:
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE Outras prática.
conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda
conjuntiva para que. a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. prática.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse. Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
h) Proporção Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À 4. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) Em –
PROPORÇÃO QUE ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao também da necessidade de maior número de viagens... –, os
passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto termos em destaque estabelecem relação de
maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), A) explicação. B) oposição. C) alternância.
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos... D) conclusão. E) adição.
(mais), quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos, acertávamos mais 5. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
questões. Visito meus amigos à medida que eles me estaremos a seu lado sempre.
convidam. Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
Coordenada sindética aditiva.
i) Tempo Coordenada sindética alternativa.
Coordenada sindética conclusiva.
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
Coordenada sindética explicativa.
uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal,
podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou 0fr6a.seAabaixo em que o conectivo E tem valor adversativo
posterioridade. é:
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO A) ―O gesto é fácil E não ajuda em nada‖.
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal B )―O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...‖.
e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes ―..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de
que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. pedir esmola‖.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. ―Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade‖.
Mal você saiu, ela chegou. ―A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
festa) (Oração Reduzida de Particípio) E à educação‖.

7. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção


Questões sobre Orações Coordenadas sublinhada está corretamente indicado entre parênteses.
Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
1. A oração ―Não se verificou, todavia, uma transplantação trabalhar como advogado. (explicação)
integral de gosto e de estilo‖ tem valor: Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
A) conclusivo B) adversativo C) concessivo Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
D) explicativo E) alternativo (oposição)
Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
(alternância)
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E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a B )―O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...‖. =
chuva. (conclusão) adição
C) ―..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de
8. Analise sintaticamente as duas orações destacadas pedir esmola‖. = adição
no texto ― O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, ―Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
nem assustou seus habitantes.‖ A seguir, classifique-as, miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade‖. = adição
respectivamente, como coordenadas: ―A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva.
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa.
E à educação‖. = adição
9. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
pessoas que não sabem cozinhar. A palavra porque pode ser 7-)A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
substituída, sem alteração de sentido, por trabalhar como advogado. = adversativa
A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém. Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
conclusão
10- Na oração ―PEDRO NÃO JOGA E NEM ASSISTE‖, Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
temos a presença de uma oração coordenada que pode ser = explicativa
classificada em: E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda
Coordenada assindética; a chuva. = alternativa
Coordenada assindética aditiva; 8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa -
Coordenada sindética alternativa; nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
Coordenada sindética aditiva.

GABARITO 9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda


01. B 02. E 03. D 04. E 05. D as pessoas que não sabem cozinhar.
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D = conjunção explicativa: pois

COMENTÁRIOS 10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição,


soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
1-) ―Não se verificou, todavia, uma transplantação integral
de gosto e de estilo‖ = conjunção adversativa, portanto: oração Questões sobre Orações Subordinadas
coordenada sindética adversativa
(Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a
oração em destaque não é introduzida por conjunção, então: Mais denso, menos trânsito
coordenada assindética
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em
3 -) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
ideia) adversativa processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, mas
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida é importante também considerar o planejamento urbano.
prática. = conclusiva Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de
prática. = conformativa deslocamento.
Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de
conclusiva viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a cultura aumentando a necessidade do transporte individual.
humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
explicativa Se olharmos Los Angeles como a região que levou a
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências.
substituir por porque; como conclusiva: substituo por portanto. Numa região rica como a Califórnia, com enorme investimento
viário, temos engarrafamentos gigantescos que viraram
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel característica da cidade.
mas também da necessidade de maior número de viagens... Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
estabelecem relação de adição de ideias, de fatos adensamento e predominância do transporte coletivo, como
mostram Manhattan e Tóquio.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. = O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem
conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética servida de transporte coletivo, com infraestrutura de
explicativa telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes
cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas
6-) A) ―O gesto é fácil E não ajuda em nada‖. = mas não
não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com
ajuda (ideia contrária)
deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
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A visão de adensamento com uso abundante de transporte É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece
coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter entre as orações relação de
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar depois
fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas de casada.
também da necessidade de maior número de viagens em função da comparação, pois o namorado espera ter sucesso como
distância cada vez maior entre os destinos da população. cantor romântico.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam
em casamento.
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de
estabelecem entre si uma relação de músico provavelmente ganhará pouco.
(A) comparação e adição. (B) causa e consequência. finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se
(C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão. um artista famoso.
(E) alternância e explicação
(Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –
(Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana
– 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda
tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que mais os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu
cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam sentido alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito
melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o em:
termo em destaque estabelece entre as orações uma relação de A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo. E) urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
concessão. ainda mais os diversos centros já existentes...
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento
(UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto: ainda mais os diversos centros já existentes...
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. C) Assim como são verificados a desconcentração e o
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre aumento da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver
sua vida. e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
C) Ignoras quanto custou meu relógio? D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos. E) extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
Convinha-nos que você estivesse presente à reunião adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
(Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu
Namorado Lute.
(Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É
fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante
de transporte coletivo seja recuperada para que possamos
reverter esse processo de uso… –, a expressão em destaque
estabelece entre as orações relação de
A) consequência. B) condição. C) finalidade.
D) causa. E) concessão.

(Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).


Considere o trecho: ―Como as músicas eram de protesto, naquele
mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela
ditadura militar e exilado.‖ O termo Como, em destaque na
primeira parte do enunciado, expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.

(Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas


– VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, tomada,
tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a
contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013) construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me]
uma relação de
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A) condição e finalidade. B) conformidade e proporção. 8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a
C) finalidade e concessão. D) proporção e comparação. construção estabelece uma relação de causa e consequência. (a
E) causa e consequência. causa da ―contaminação‖ – consequência)

9. ―Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem mais 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número de mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
imigrantes que o Brasil em um ano.‖ A alternativa que substitui a de imigrantes que o Brasil em um ano.‖ = conjunção concessiva:
expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é: ainda que
A) já que. B) todavia. C) ainda que.
D) entretanto. E) talvez. 10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção
condicional = desde que
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a
alternativa que substitui o trecho em destaque na frase – Questões sobre Análise Sintática
Assinarei o documento, contanto que garantam sua
autenticidade. – sem que haja prejuízo de sentido. 01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).
desde que garantam sua autenticidade. Os trabalhadores passaram mais tempo na escola...
no entanto garantam sua autenticidade. O segmento grifado acima possui a mesma função
embora garantam sua autenticidade. sintática que o destacado em:
portanto garantam sua autenticidade. ...o que reduz a média de ganho da categoria.
a menos que garantam sua autenticidade. ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
GABARITO ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A ...impulsionado pelo aumento do número de
06. C 07. D 08. E 09. C 10. A universidades...

COMENTÁRIOS 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos de


uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...], sabiam
os paulistas como...
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso,
O segmento em destaque na frase acima exerce a
consequentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
mesma função sintática que o elemento grifado em:
Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
para a volta.
orações uma relação de causa com a consequência de ―tem um Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam
efeito positivo‖. aqueles de considerável...
Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal.
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia
substantiva objetiva direta significar uma pista.
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a
não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos vila de São Paulo como centro...
―convir‖, ―parecer‖, ―importar‖, ―constar‖ etc., e também não
inicia com as conjunções integrantes ―que‖ e ―se‖. 3. Há complemento nominal em:
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar
condição (condicional) a vida.
C)Ela estava na janela do edifício.
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho
Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da de cinema.
extensão urbana no Brasil, = causal
Assim como são verificados a desconcentração e o aumento 4. (ESPM-SP) Em ―esta lhe deu cem mil contos‖, o termo
da extensão urbana no Brasil = comparativa destacado é:
Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão A) pronome possessivo B) complemento nominal
urbana verificados no Brasil = causal C) objeto indireto D) adjunto adnominal
De maneira que, com a desconcentração e o aumento da E) objeto direto
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
5. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito das
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) seguintes orações em relação aos verbos destacados:
Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de vida.
7-) ―Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
causa da consequência ―foi enquadrado‖ = causa e tem sentido
equivalente a visto que. A)Tu – vós B)Nós – eu C)Vós – nós D) Ele - tu
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6. Classifique o sujeito das orações destacadas no texto 4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é
seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta. bitransitivo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa
notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural. de dois complementos – dois objetos: direto e indireto.
frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com Deu o quê? = cem mil contos (direto)
o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto
interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou
atrapalhando--os. 5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre
A)simples, composto B)indeterminado, composto qualidade de vida.
C)simples, simples D) oculto, indeterminado - Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário.
7. (ESPM-SP) ―Surgiram fotógrafos e repórteres‖. 6-) É notável, nos textos épicos, a participação do
Identifique a alternativa que classifica corretamente a função sobrenatural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao
sintática e a classe morfológica dos termos destacados: nacionalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses
objeto indireto – substantivo tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os
objeto direto - substantivo ou atrapalhando-os.
sujeito – adjetivo Ambos os termos apresentam sujeito simples
objeto direto – adjetivo
sujeito - substantivo 7-) Surgiram fotógrafos e repórteres.
O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta (final
8. Na frase: O terremoto causou muitos mortos, coisa já da oração). Portanto: função sintática: sujeito (composto); classe
esperada. O termo destacado é um: morfológica (classe de palavras): substantivos.
A)Complemento Nominal; B)Aposto;
C)Adjunto Adverbial; D)Adjunto Adnominal. 8-) Aposto – uma informação a mais sobre o assunto
exposto; no caso, apresenta uma opinião do autor.
09 Qual o sujeito da oração: ―E o tempo não passava...‖?
A)Inexistente. B)Oculto.
9-) ―E o tempo não passava...‖? = sujeito simples: o tempo
C)Tempo. D)Não.

GABARITO
A palavra QUE tem muitas possibilidades de uso, e por isso
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B mesmo pode causar algumas dúvidas sobre a sua regência,
06. C 07. E 08. B 09. C concordância, significado, etc. Vejamos abaixo as principais
funções desta palavra:
COMENTÁRIOS - Substantivo
Nestes casos admite o acompanhamento de um artigo
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola indefinido (um), e pede uma preposição (de), além disso, deve ser
= SUJEITO acentuado (quê).
...o que reduz a média de ganho da categoria. = objeto Este texto tem um quê de romance... nem parece um
direto texto modernista.
...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. = objeto
direto - Pronome relativo
O crescimento da escolaridade também foi impulsionado... Neste caso dizemos que é um dêitico, pois serve para recuperar
sujeito paciente termos que estão citados antes dele, fazendo-lhes referência.
...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... = O livro que você me deu é muito bom!
objeto direto
...impulsionado pelo aumento do número de universidades... - Pronome interrogativo
agente da passiva Considera-se nesse caso, também, como pronome
indefinido. É encontrado no início de frases interrogativas.
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas Que aconteceu com o aniversariante?
selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL Conjunção
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= adjunto EXPLICATIVA
adverbial Exemplo: Vocês precisam escutar, que é muito importante.
seria perceptível o sinal. = predicativo - CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA
Uma sequência de tais galhos = sujeito a) INTEGRANTE – aparece no início de uma oração
apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto direto subordinada substantiva e não tem função sintática.
Exemplo: Falou que não iria, mas acabou indo.
3-) A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal b) COMPARATIVA – aparece no início de uma oração
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = subordinada adverbial comparativa.
complemento nominal (possibilidade de quê?) Exemplo: Não há maior prova de amor que doar a vida
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal pelo irmão.
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto indireto E) c) CAUSAL - aparece no início de uma oração subordinada
a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto indireto adverbial causal.
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Exemplo: Tenho que tomar cuidado, que esse chão é muito Como CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA, o “SE” pode ser:
escorregadio. a) Causal
CONCESSIVA – expressa uma concessão, uma exceção à Pode ser substituída pelas construções ‗já que‘, ‗visto que‘ e
regra. ‗por que‘. É utilizada na oração subordinada para indicar a causa
Exemplo: Gosto de goiabas, verdes que estejam. da oração principal.
CONSECUTIVA – expressa uma consequência do que Se você não chegou, tivemos que improvisar um apresentador.
acabou de ser afirmado.
Exemplo: É tão pequeno que não alcança a geladeira. b) Condicional
Indica uma condição para a oração principal.
“SE” Se você não chegar cedo, teremos que improvisar
um apresentador.
A partícula SE, que pode ser também um pronome, possui
várias formas de uso e chega a causar dúvidas em muitas pessoas c) Concessiva
na hora de escrever textos. Veremos aqui suas principais funções: Pode ser substituída pela conjunção ‗embora‘, e indica uma
- Como PRONOME, o ―SE‖ pode concessão, uma exceção à consequência natural da ação.
ser a) Pronome Pessoal Reflexivo Se perdermos este jogo, nem por isso sairemos
Neste caso, o SE vai servir para indicar uma ação que é daqui desanimados.
praticada pelo sujeito e ele mesmo receberá suas consequências.
Dizemos que o sujeito pratica e sofre a ação. d) Integrante
Maria cortou-se com uma tesoura. Aparece entre dois verbos para completar o sentido de
Deitou-se mais cedo para descansar. um deles. É utilizada nas orações substantivas.
Pergunte se trouxe a encomenda que
b) Pronome Pessoal Recíproco pedi. Fale-me se estou certo ou errado.
O pronome recíproco é muito parecido com o reflexivo, mas
neste caso a ação envolve dois sujeitos, onde ambos praticam a Questões sobre Funções do “Que” e do “Se”
ação um sobre o outro, e, portanto também sofrem a
consequência da ação praticada. 1. Assinale a opção em que ―se‖ funciona como índice de
Pedro e Maria deram-se as mãos. indeterminação do sujeito:
Se Tereza não for à festa, também não irei.
Meus pais se amam profundamente.
A criança machucou-se na bicicleta.
Trata-se do primeiro e último fundo no Brasil (Revista
c) Pronome Apassivador Veja)
Pode também ser chamado de partícula apassivadora/ Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.
apassivante, e serve para indicar que a frase está na voz passiva, ou ―Ergueu-se, passou a toalha no rosto‖ (Lygia Fagundes
seja, o sujeito sofre a ação praticada por outro agente. Chamamos de Teles)
sujeito ―paciente‖. O pronome apassivador segue um VTD
(verbo transitivo direto) que esteja na 3ª (terceira) 2. Classifique as funções da palavra ―se‖ nas frases a seguir,
pessoa. Vendem-se casas. numerando, convenientemente, os parênteses:
Os livros que se extraviaram, foram restaurados. Partícula apassivadora.
- Minha dica: se você consegue passar a frase para a voz Índice de indeterminação do sujeito.
passiva analítica, é sinal de que o ―se‖ é partícula apassivadora. Partícula de realce.
Por exemplo, em Vendem-se casas = casas são vendidas. Frase na Partícula integrante do verbo.
voz passiva analítica, correta. Portanto aqui temos um exemplo Conjunção subordinativa.
de partícula apassivadora. ( ) ―Ela quer saber se eu me sinto realizado‖. (Drummond)
( ) ―Acabou-se a confiança no próximo‖. (Drummond)
d) Pronome Indefinido ( ) Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um prédio de
10 andares.
Também chamado de Índice de indeterminação do sujeito, é ( ) Precisa-se de operários.
utilizado em frases cujo sujeito é indeterminado, e, por muitos ( ) ―Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de
gramáticos, não é considerado um pronome. toucinho no braseiro‖. (José Lins do Rego)
Precisa-se de vendedor.
Vive-se um dia de cada vez. A sequência correta é:
- Se utilizar minha dica, verá que passando para a voz A) 4-3-5-2-1 B) 5-3-2-4-1 C) 4-5-2-1-3
passiva analítica a frase não terá sentido. Por exemplo, em D) 5-3-4-2-1 E) 5-3-2-1-4
Precisa-se de vendedor. = vendedor é preciso? Portanto, aqui, o
―se‖ não é partícula apassivadora. 3. Assinale a opção onde ―se‖ exerce a função de índice de
indeterminação do sujeito:
O “SE” como PARTÍCULA DE REALCE Gosta-se muito de doces por aqui.
Como o nome já sugere, o SE servirá neste caso para realçar Comprou-se um novo prédio para a loja.
aquilo que está sendo dito, e, portanto, poderá ser retirado da Emprestou-se o dinheiro ao professor.
frase sem prejudicar a sua estrutura sintática e coesão. Deixou-se sentar na soleira da porta.
Foi-se embora a minha última esperança. As roupas, os varais, tudo isso se foi, levado pela correnteza.
Você fez o que lhe pedi? Se fiz!
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4. Em todas as orações abaixo, a palavra ―se‖ aparece como Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
pronome reflexivo, exceto em:
Os namorados beijavam-se calorosamente. Você comprou um smartphone e acha que aquele seu celular
Mãe e filha queriam-se muito. antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo para alguns
Suicidou-se numa noite de verão. pode ser matéria-prima para outros. O CMID – Centro Maristade
Era-se feliz na fazenda. Inclusão Digital –, que funciona junto ao Colégio Marista de
Cortou-se a pobre menina nos arames farpados. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ensina os alunos do colégio a
fazer robôs a partir de lixo eletrônico.
―A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem que Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
superou de longe o que a ficção previa até pouco tempo atrás.‖ constroem carros com sensores de movimento que respondem à
O conectivo QUE introduz: aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de baterias de
A)Uma oração coordenada sindética explicativa; B)Uma celular. ―Tirando alguns sensores, que precisamos comprar, é
oração subordinada substantiva objetiva direta; tudo reciclagem‖, comentou o instrutor de robótica do CMID,
C)Uma oração subordinada substantiva completiva Leandro Schneider. Esses alunos também aprendem a consertar
nominal; D)Uma oração subordinada adjetiva restritiva. computadores antigos. ―O nosso projeto só funciona por causa do
lixo eletrônico. Se tivéssemos que comprar tudo, não seria
Não há pessoas que não se envergonhem de se terem viável‖, completou.
amado quando já não se amam. Em uma época em que celebridades do mundo digital fazem
O 2º e o 3º termos destacados na frase acima funcionam campanha a favor do ensino de programação nas escolas, é
ambos como: inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da turma avançada
A)Conjunção subordinativa; B)Sujeito de infinitivo; de robótica do CMID que, aos 16 anos, já sabe qual será sua
C)Objeto indireto; D)Objeto direto. profissão. ―Quero ser programador. No início das aulas, eu
achava meio chato, mas depois fui me interessando‖, disse.
07.―Nos perigos grandes, o temor é maior muitas vezes que (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
o perigo‖. A palavra destacada é: Adaptado)
conjunção subordinativa consecutiva
pronome interrogativo Apalavra destacada no trecho –… ―Se tivéssemos que
pronome relativo comprar tudo, não seria viável‖... – expressa uma
conjunção subordinativa comparativa finalidade e pode ser substituída por Para.
conclusão e pode ser substituída por Então.
08. (Cescem – adap.) Bem desventurado seria ele, se tivesse causa e pode ser substituída por Pois.
de ganhar o pão com o que aprendera na academia. O termo em comparação e pode ser substituída por Como.
destaque funciona como: condição e pode ser substituída por Caso.
pronome pessoal oblíquo
conjunção condicional
GABARITO
pronome relativo
01. C 02. D 03. A 04. D 05. D
objeto direto
06. D 07. D 08. B 09. D 10. E
objeto indireto
COMENTÁRIOS
09 (SEFAZ-RJ – 2009 – FGV) 1 – Esposamos a ideia de que
os sofrimentos atuais possuem uma significação que transcende a
1-) A) Se Tereza não for à festa, também não irei.
crise civilizacional.
(CONJUNÇÃO CONDICIONAL)
Com relação à frase transcrita, analise as afirmativas a seguir:
Bc) riaAnça machucou-se na bicicleta.
I. O primeiro que é uma conjunção integrante e serve para
(PRONOME
articular um complemento oracional ao substantivo abstrato ideia.
REFLEXIVO)
II. O segundo que é um pronome interrogativo cujo uso se
Cra)ta-sTe do primeiro e último fundo no Brasil
justifica em razão da seguinte pergunta: que significação
(Revista Veja) = CORRETA
transcende a crise civilizacional?
se)D imEpleôs uma disciplina rigorosa. (pronome
III. As duas ocorrências de que promovem a estruturação do
período composto, já que introduzem a oração subordinada reflexivo)
substantiva e a subordinada adjetiva, respectivamente. Egu)eu-―sEer, passou a toalha no rosto‖ (Lygia
Assinale: Fagundes Teles) (pronome reflexivo)
se somente a afirmativa I estiver correta.
se somente a afirmativa II estiver correta. 2-) Ela quer saber se eu me sinto realizado
se somente a afirmativa III estiver correta. Conjunção integrante (inicia uma oração subordinada
se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. substantiva objetiva direta)
se todas as afirmativas estiverem corretas. Acabou-se a confiança no próximo.
Acabar é Verbo Intransitivo. Nesse caso temos uma
10. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – partícula de realce
2013). Leia o texto a seguir. Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um prédio de
10 andares.
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Partícula integrante do verbo (verbo pronominal – Não existe Regência Verbal


o verbo ―suicidar‖, e sim o verbo ―suicidar-se‖; o pronome faz Termo Regente: VERBO
parte do verbo).
Precisa-se de operários. A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os
Verbo transitivo indireto (há preposição); não dá para verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e
transformar em voz passiva (operários são precisos?). Então: objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
índice de indeterminação do sujeito O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de toucinho no capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as
braseiro diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
Sentir= verbo transitivo direto; o cheiro= objeto direto; dá mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
para passar para a voz passiva: O cheiro da panela no fogo é A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
sentido. Então: partícula apassivadora (destaque meu para que A mãe agrada ao filho. -> agradar significa ―causar agrado ou
facilite a memorização) prazer‖, satisfazer.
Logo, conclui-se que ―agradar alguém‖ é diferente de
3-) Gosta-se muito de doces por aqui. ―agradar a alguém‖.
Único item que apresenta verbo transitivo indireto – há
preposição; dica: não consigo transformar em voz passiva. Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos
4-) O verbo ―ser‖ é verbo de ligação com predicativo do aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também
sujeito (feliz). nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o
sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
5-) ―A era digital trouxe inovações e facilidades para o Cheguei ao metrô.
homem que (o qual) superou de longe ... = pronome relativo, Cheguei no metrô.
portanto temos uma oração subordinada adjetiva restritiva. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração
6-) Não há pessoas que não se envergonhem de se ―Cheguei no metrô‖, popularmente usada a fim de indicar o lugar
terem amado quando já não se amam. a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente.
O verbo amar é transitivo direto. Na frase, temos: não se Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência
envergonham de terem amado (a si próprias = objeto direto coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
preposicionado) quando já não amavam (a si próprias). Função de Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
objeto direto acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas
7-) Conjunção adversativa comparativa inicia uma oração em frases distintas.
que contém o segundo membro de uma comparação. Indica
comparação entre dois membros. Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
8-) Bem desventurado seria ele, se tivesse de ganhar o pão importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos
com o que aprendera na academia. Estabelece uma condição para adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
que a ação da oração principal aconteça (ele seja desventurado). a) Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
9-) Esposamos a ideia de que (conjunção integrante – lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
subordinada substantiva) os sofrimentos atuais possuem uma ou direção são: a, para.
significação que (= a qual, pronome relativo) transcende a crise Fui ao teatro.
civilizacional. Adjunto Adverbial de Lugar
I. O primeiro que é uma conjunção integrante e serve para Ricardo foi para a Espanha.
articular um complemento oracional ao substantivo abstrato ideia. Adjunto Adverbial de Lugar
III. As duas ocorrências de que promovem a estruturação do
período composto, já que introduzem a oração subordinada b) Comparecer
substantiva (completiva nominal) e a subordinada adjetiva O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou
(restritiva), respectivamente. a. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
jogo.
10-) ―Caso tivéssemos que comprar tudo, não seria viável‖...
= ambas as conjunções expressam condição. Verbos Transitivos Diretos

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. diretos. Isso significa que não exigem preposição para o
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como
desejado, que sejam corretas e claras. objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas
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lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou Antipatizo com aquela apresentadora.
no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), Simpatizo com os que condenam os políticos que
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos governam para uma minoria privilegiada.
indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de
condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a
respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
verbo amar: Agradeço aos ouvintes a audiência.
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Objeto Indireto Objeto Direto
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Paguei o débito ao cobrador.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Objeto Direto Objeto Indireto

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais). com particular cuidado. Observe:
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Verbos Transitivos Indiretos Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Osverbostransitivosindiretossãocomplementadosporobjetos Informar
indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos Informe os novos preços aos clientes.
indiretos são o ―lhe‖, o ―lhes‖, para substituir pessoas. Não se Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos novos preços)
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam
pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, - Na utilização de pronomes como complementos, veja
ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. as construções:
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
eles)
―em‖.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
todos.
Comparar
b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
introduzidos pela preposição ―a‖. preposições ―a‖ ou ―com‖ para introduzir o complemento indireto.
Devemos obedecer aos nossos princípios e Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Pedir
Responder - Tem complemento introduzido pela preposição Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
―a‖. Esse verbo pede objeto indireto para indicar ―a quem‖ ou ―ao de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
que‖ se responde. Pedi-lhe favores.
Respondi ao meu patrão. Objeto Indireto Objeto Direto
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Objetiva Direta
Veja: Saiba que:
O questionário foi respondido corretamente. 1) A construção ―pedir para‖, muito comum na linguagem
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos subentendida.
introduzidos pela preposição ―com‖. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
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Observe que, nesse caso, a preposição ―para‖ introduz uma 2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
entregar-lhe os catálogos em casa). Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
2) A construção ―dizer para‖, também muito usada Essa lei assiste ao inquilino.
popularmente, é igualmente considerada incorreta. Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo ―assistir‖ é
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
Preferir introduzido pela preposição ―em‖.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto Assistimos numa conturbada cidade.
introduzido pela preposição ―a‖. Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus CHAMAR
ideais. Prefiro trem a ônibus. Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a
Obs.: na língua culta, o verbo ―preferir‖ deve ser usado sem atenção ou a presença de.
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.
milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
no próprio verbo (pre). Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário. A
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, torcida chamou ao jogador mercenário. A
apresentam mudança de significado. O conhecimento das torcida chamou o jogador de mercenário.
diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito A torcida chamou ao jogador de mercenário.
importante, pois além de permitir a correta interpretação de
passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala CUSTAR
ou escreve. Dentre os principais, estão: 1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
AGRADAR Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, 2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
acariciar. transitivo indireto.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada Muito custa viver tão longe da
quando o revê. Verbo Oraçãofamília.
Subordinada Substantiva
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia Intransitivo Subjetiva Reduzida de Infinitivo
não perde oportunidade de agradá-lo.
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela Objeto atitude. Oração Subordinada
preposição ―a‖. Subjetiva Substantiva
O cantor não agradou aos presentes. Indireto Reduzida de
O cantor não lhes agradou. Infinitivo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
ASPIRAR atribuem ao verbo ―custar‖ um sujeito representado por pessoa.
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o Observe o exemplo abaixo:
ar), inalar. Custei para entender o problema.
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Forma correta: Custou-me entender o problema.
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como
ambição. IMPLICAR
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a 1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
elas) a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
Obs.: como o objeto direto do verbo ―aspirar‖ não é pessoa, mas b) Ter como consequência, trazer como consequência,
coisa, não se usam as formas pronominais átonas ―lhe‖ e ―lhes‖ e sim acarretar, provocar
as formas tônicas ―a ele (s)‖, ― a ela (s)‖. Veja o exemplo: Liberdade de escolha implica amadurecimento político de
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) um povo.
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
ASSISTIR envolver
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
assistência a, auxiliar. Por Exemplo: Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. indireto e rege com preposição ―com‖.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
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PROCEDER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada


passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea,
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros
Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa
adverbial de modo. construção várias vezes.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como
refutá-las. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Você procede muito mal. Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição‖ O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto
de‖) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).
preposição ―a‖) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió. SIMPATIZAR
Procedeu-se aos exames. Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição ―com‖.
O delegado procederá ao inquérito. - Não simpatizei com os jurados.

QUERER NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade - Maria namora João.
de, cobiçar.
Querem melhor atendimento. Obs: Não é correto dizer: ―Maria namora com João‖.
Queremos um país melhor.
OBEDECER
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a
estimar, amar. preposição ―a‖ (obedecer a).
Quero muito aos meus amigos. - Devemos obedecer aos pais.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer. Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode
ser usado na voz passiva.
VISAR - A fila não foi obedecida.
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer
pontaria e de pôr visto, rubricar. VER
O homem visou o alvo. É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.
O gerente não quis visar o cheque. - Ele viu o filme.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, Regência Nominal
é transitivo indireto e rege a preposição ―a‖.
O ensino deve sempre visar ao progresso social. É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa
público. relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da
regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes
ESQUECER – LEMBRAR apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que
Lembrar algo – esquecer algo derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complementos introduzidos pela preposição «a‖.Veja:
complemento sem preposição. Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
- Ele esqueceu o livro.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente
exigem complemento com a preposição ―de‖. São, portanto, e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a
transitivos indiretos. algum verbo cuja regência você conhece.

Ele se esqueceu do caderno.


Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
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Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente
a; relativa a; relativamente a.

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
...astros que ficam tão distantes ...
...que a astronomia é uma das ciências ...
...que nos proporcionou um espírito ...
...cuja importância ninguém ignora ...
...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
...que existe uma coisa chamada exército...
...como se isso aqui fosse casa da sogra?
...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.
Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem...
Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador...
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4. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). A) dos … na B) nos … entre a


... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... C) aos … para a D) sobre os … pela
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da E) pelos … sob a
frase acima se encontra em:
A palavra direito, em português, vem de directum, do verbo (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas
latino dirigere... – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua,
...o Direito tem uma complexa função de gestão das assinale a alternativa em que os trechos destacados estão corretos
sociedades... quanto à regência, verbal ou nominal.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
justiça. dez mil tomadas.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
da justiça... homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar
sentimento de justiça. logotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
5. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa do edifício.
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor
de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação. reparasse a um prédio na marginal.
Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale a
alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros. alternativa que substitui a expressão destacada na frase, conforme
Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente as regras de regência da norma-padrão da língua e sem alteração
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais de sentido.
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
outros. direitos dos trabalhadores domésticos.
Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente seu A) da B) na C) pela
espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais D) sob a E) sobre a
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em
outros. GABARITO
Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu
espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em 06. A 07. C 08. A 09. C
outros.
Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu COMENTÁRIOS
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
ciências ...
6. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a Facilitar – verbo transitivo direto
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a res(A) Ele B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de
tentava convencer duas senhoras a assumir a responsabilidade ligação
pelo problema. C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se direto e indireto
perdido. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um transitivo indireto
índio na porta do prédio.
A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido de 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
sua família. nos filhos do sueco.
A família toda se organizou para realizar a procura à Pedir = verbo transitivo direto e indireto
garotinha. ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo
direto
7. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação
alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
texto, de acordo com as regras de regência. =verbo intransitivo
Os estudos quais a pesquisadora se reportou já O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal =transitivo direto
e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta influência negativa que a 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em
mídia pode exercer sobre os jovens. partes desiguais...
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Constar = verbo intransitivo Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos


B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo e
troncos mais robustos. =ligação outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
não raro, quem... =transitivo direto caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha
Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra a função de subordinado.
de Tunuí... = transitivo direto Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se
...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos ―número e
mestre e colaborador...=transitivo direto pessoa‖ em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou atrasado.
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do singular,
Lidar = transitivo indireto pois faz referência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
sociedades... =transitivo direto Temos aí o que podemos chamar de princípio básico.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é
justiça. =ligação eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito
Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:
justiça... =transitivo direto e indireto
Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento Casos referentes a sujeito simples
de justiça. =transitivo direto
Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontuação
encontra-se em tópico específico) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação) multidão, apavorada, saiu aos gritos.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à Observação:
pontuação) - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente, adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
outros.
Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
6-) (B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter representadas por ―a maioria de, a maior parte de, a metade de,
se perdido. uma porção de, entre outras‖, o verbo tanto pode concordar com
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a
na porta do prédio. segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de resolveram ficar.
sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela No caso de o sujeito ser representado por expressões
garotinha. aproximativas, representadas por ―cerca de, perto de‖, o verbo
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de vinte
7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal
e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a ―mais de um‖, o verbo permanece no singular: Mais de um
mídia pode exercer sobre os jovens. candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação:
8-) B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver - No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar deverá permanecer no plural: Mais de um aluno, mais de um
logotipos e negociar. professor contribuíram na campanha de doação de alimentos.
O taxista levou o autor a indagar sobre o número de tomadas Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
do edifício. de formatura.
A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse em
um prédio na marginal. Quando o sujeito for composto da expressão ―um dos que‖, o
verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que
9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos atuaram na Copa América.
dos trabalhadores domésticos.
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Em casos relativos à concordância com locuções Casos referentes a sujeito composto


pronominais, representadas por ―algum de nós, qual de vós, quais
de vós, alguns de nós‖, entre outras, faz-se necessário nos Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
atermos a duas questões básicas: gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o relacionado a dois pressupostos básicos:
verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
de nós o receberão. - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos.
singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de Tu e ele são primos.
nós o receberá.
Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao
No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos
compareceram ao evento.
―quem‖, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou
poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no
contamos toda a verdade para ela.
plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
―que‖, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo e
Em casa sou eu que decido tudo. grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.

No caso de o sujeito aparecer representado por expressões Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou
que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer no
com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista, minha
funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha
eleitorado apoiou a decisão. conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.
Observações:
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram demais termos da oração para que concordem em gênero e número
a decisão da diretoria 50% dos funcionários. com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria. verbo, que se flexionará à sua maneira.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% concordam em gênero e número com o substantivo.
dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. A pequena criança é uma gracinha.
O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
Nos casos em que o sujeito estiver representado por
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na
geral mostrada acima.
terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades a) Um adjetivo após vários substantivos
gostaram das homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
ou concorda com o substantivo mais próximo.
Casos relativos a sujeito representado por substantivo Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
que os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
este permanece no singular, contanto que o predicativo também masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma Ela tem pai e mãe louros.
criação de Machado de Assis. Ela tem pai e mãe loura.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
mundial. para o plural.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem O homem e o menino estavam perdidos.
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
potência mundial.
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b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 2- Como pronomes: seguem a regra geral.


- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
próximo. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco. j) Menos, alerta
- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: Preciso de menos comida para perder peso.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estamos alerta para com suas chamadas.
Estavam feridos o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos. k) Tal Qual
- ―Tal‖ concorda com o antecedente, ―qual‖ concorda com
c) Um substantivo e mais de um adjetivo o consequente.
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava As garotas são vaidosas tais qual a tia.
fluentemente a língua inglesa e a espanhola. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

2- coloca o substantivo no plural. l) Possível


Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. 1- Quando vem acompanhado de ―mais‖, ―menos‖, ―melhor‖ ou
―pior‖, acompanha o artigo que precede as expressões.
d) Pronomes de tratamento A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- sempre concordam com a 3ª pessoa. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As
Vossa Santidade esteve no Brasil. piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
cidade.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
- Concordam com o substantivo a que se referem. m) Meio
As cartas estão anexas. 1- Como advérbio: invariável.
A bebida está inclusa. Estou meio (um pouco) insegura.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
n) Só
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no
1- apenas, somente (advérbio): invariável.
singular e o adjetivo no plural.
Só consegui comprar uma passagem.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas.
g) É bom, é necessário, é proibido
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
precedido de artigo ou outro determinante.
Canja é bom. / A canja é boa.
1. (Administrador – FCC – 2013-adap.) Mantém-se o
necessário sua presença. / É necessária a sua presença. respeito às normas de concordância verbal caso a forma do verbo
proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é grifado seja substituída pela que está entre parênteses ao final da
proibida. frase:
Os governos e os parlamentos devem achar que... (deve)
h) Muito, pouco, caro ...porque essa consciência nos torna mais fortes.(tornam)
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. C) ...a astronomia é uma das ciências que custam mais caro
Comi muitas frutas durante a viagem. ... (custa)
Pouco arroz é suficiente para mim. D) E tudo isso para astros que [...] jamais desempenharão
Os sapatos estavam caros. qualquer papel nelas. (desempenhará)
E) ...é isso que se precisa dizer. (precisam)
2- Como advérbios: são invariáveis. 2. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de
Comi muito durante a viagem. concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
Pouco lutei, por isso perdi a Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que
batalha. Comprei caro os sapatos. satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual,
estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua
i) Mesmo, bastante matéria-prima.
1- Como advérbios: invariáveis Obras que se considera clássicas na literatura sempre
Preciso mesmo da sua ajuda. delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. ultrapassar os limites da época em que vivem seus autores, gênios
no domínio das palavras, sua matéria-prima.
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A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe Ela mesmo reclamou com o gerente do mercado.
permitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens se A vendedora ficou meia atrapalhada com o excesso de
transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa clientes na loja.
verdadeira interação com a realidade. É proibido a entrada de animais no estabelecimento.
As possibilidades de comunicação entre autor e leitor Ela voltou para dizer obrigada ao vendedor.
somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre Anexo aos comprovantes de pagamento, vão duas amostras
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento grátis.
intelectual deste último e o prazer da leitura.
Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui 6. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013).
leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de
ultrapassa os limites de tempo e de época. acordo com a norma-padrão da língua, as lacunas das frases,
quanto à concordância verbal e à colocação pronominal.
3. (Escrevente Tj SP – Vunesp/2012) Leia o texto para muitos lares destroçados, mas pessoas boas
responder à questão.
prontas para ajudar.
dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não Inteligente e informativa a reportagem que a
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada transformar aborrecimentos em aprendizagem.
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a
água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que A) Havia ... existiam ... nos ensina
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si B) Haviam ... existia ... ensina-nos
diferença, as companhias não podem suportar ter de C) Havia ... existia ... nos ensina
pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, D) Haviam ... existiam ... ensina-nos
sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-- E) Havia ... existiam ... ensina-nos
sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a 7. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
maioria das políticas de crescimento verde sempre Assinale a alternativa em que o verbo foi empregado
a segunda opção. corretamente.
(Carta Capital, 27.06.2012. Se a proprietária manter o valor do aluguel, poderemos
Adaptado) permanecer no apartamento.
Se os operários fazerem o acordo, a greve terminará.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as Se a empresa propuser um estágio no exterior, ele não
lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, recusará.
com: Se estas caixas caberem no armário, a sala ficará organizada.
(A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será Se o microempresário querer, poderá fazer futuros
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… investimentos.
serão
(E) Resta… fazem… será 8. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Assinale a frase correta quanto à concordância verbal e nominal.
Com os shows da banda, os músicos propõem um momento
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa de descontração para os passageiros.
em que o trecho Por causa da paralisação, as férias dos alunos terminou mais
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de cedo.
quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamente Na cidade, já se esgotou as vagas nos hotéis para o período
reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. de Carnaval.
Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até agora Ela próprio passou o uniforme de trabalho.
uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. Seguem anexadas ao e-mail o cronograma do curso e o
Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até currículo dos inscritos.
agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser
quantificados. 9. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale a
Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até agora alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a
uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam norma--padrão da língua portuguesa.
quantificado. Estudos recente demonstram a necessidade de se investir no
Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até ensino de matemática nos níveis fundamentais de aprendizagem.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja Muito concorrida, carreiras como as de advogado e de
quantificado. jornalista também requerem conhecimento matemático.
Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até C) A cultura científica, apesar de fundamental para muitas
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos carreiras, ainda é visto com certo desprezo entre alguns estudantes.
básicos. Conhecimentos básicos de estatística é de fundamental
importância para a compreensão de algumas informações do
5. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). nosso cotidiano.
Assinale a alternativa em que a concordância da palavra A matemática pode ser considerada a base para algumas das
destacada está de acordo com a norma culta da língua. mais intrigantes especulações científicas da atualidade.
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10. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
2013-adap.) Considere as frases: agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem
Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais quantificados.
erros que ninguém havia enxergado. Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
Por isso, só existem chatos em lugares onde há alguma agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
perspectiva de futuro. quantificados.
As expressões destacadas podem ser substituídas, correta e Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
respectivamente, seguindo as regras de concordância da norma-- agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
padrão da língua portuguesa, por: quantificados.
não havia sido enxergado ...pode haver Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
não havia sido enxergados ...podem haver agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos
não haviam sido enxergado ...pode haver básicos. = correta
não havia sido enxergado ...podem haver
não haviam sido enxergados ...pode haver 5-) A) Ela mesma reclamou com o gerente do mercado.
A vendedora ficou meio atrapalhada com o excesso de
GABARITO clientes na loja.
É proibida a entrada de animais no estabelecimento.
01. C 02. A 03. A 04. E 05. D D) Ela voltou para dizer obrigada ao vendedor. = correta
06. A 07. C 08. A 09. E 10. E E) Anexas aos comprovantes de pagamento, vão duas
amostras grátis.
COMENTÁRIOS
6-) Havia _muitos lares destroçados, mas existiam
1-) a astronomia é uma das ciências que custam mais caro. Nas pessoas boas prontas para ajudar.
gramáticas aborda-se sempre a expressão UM DOS QUE Inteligente e informativa a reportagem que _nos ensina_ a
como determinante de duas concordâncias. O verbo fica no singular
transformar aborrecimentos em aprendizagem.
Verbo haver usado no sentido de existir = impessoal, invariável
só nas poucas vezes em que a ação se refere a um só agente:
(não sofre flexão); já o verbo existir concorda com o sujeito.
O Sol é um dos astros que dá luz e calor à Terra.
Quanto à colocação pronominal: a presença do pronome
relativo (que) ―atrai‖ o pronome oblíquo, ocorrendo, então,
2-) A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
próclise (pronome antes do verbo).
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento
intelectual, estão na capacidade de criação do autor, mediante
7-) A) Se a proprietária mantiver o valor do aluguel,
palavras, sua matéria-prima. = correta poderemos permanecer no apartamento.
Obras que se consideram clássicas na literatura sempre Se os operários fizerem o acordo, a greve terminará.
delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor Se a empresa propuser um estágio no exterior, ele não
ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores, recusará. =correta
gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. D) Se estas caixas couberem no armário, a sala ficará
A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes organizada.
permite criar todo um mundo de ficção, em que personagens se E) Se o microempresário quiser, poderá fazer futuros
transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa investimentos.
verdadeira interação com a realidade.
As possibilidades de comunicação entre autor e leitor 8-) A) Com os shows da banda, os músicos propõem um
somente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias momento de descontração para os passageiros. = correta
entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento Por causa da paralisação, as férias dos alunos terminaram
intelectual deste último e o prazer da leitura. mais cedo.
Constam, na literatura mundial, obras-primas que constituem Na cidade, já se esgotaram as vagas nos hotéis para o
leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que período de Carnaval.
ultrapassa os limites de tempo e de época. Ela própria passou o uniforme de trabalho.
Seguem anexados ao e-mail o cronograma do curso e o
3-) _Restam dúvidas currículo dos inscritos.
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em
si faça diferença 9-) A) Estudos recentes demonstram a necessidade de se
a maioria das políticas de crescimento verde sempre investir no ensino de matemática nos níveis fundamentais de
será a segunda opção. aprendizagem.
Em ―a maioria de‖, a concordância pode ser dupla: tanto no B) Muito concorridas, carreiras como as de advogado e de
plural quanto no singular. Nas alternativas não há ―restam/faça/ jornalista também requerem conhecimento matemático.
serão‖, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. C) A cultura científica, apesar de fundamental para muitas
carreiras, ainda é vista com certo desprezo entre alguns estudantes.
4-) (A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém D) Conhecimentos básicos de estatística são de fundamental
encontrou até agora uma maneira adequada de se quantificar os importância para a compreensão de algumas informações do
insumos básicos. nosso cotidiano.
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E) A matemática pode ser considerada a base para algumas das O verbo estiver no imperativo afirmativo:
mais intrigantes especulações científicas da atualidade. = correta Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas.
10-) - Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre
eventuais erros que não haviam sido enxergados. O verbo iniciar a oração:
- Por isso, só pode haver chatos em lugares onde há alguma Diga-lhe que está tudo bem.
perspectiva de futuro. Chamaram-me para ser sócio.
No primeiro caso, havia empregado com sentido de ter: sofre
flexão (vai para o plural concordando com o termo que o - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição
antecede (erros); já no caso do haver com sentido de existir: ―a‖:
invariável - ele e seu auxiliar (poder). Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
Sintaxe de Colocação
- O verbo estiver no gerúndio:
A colocação pronominal é a posição que os pronomes Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de
pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face.
que se referem.
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
lhes, nos e vos. Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições mesmo instante.
na oração em relação ao verbo: Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
próclise: pronome antes do verbo
ênclise: pronome depois do verbo Mesóclise
mesóclise: pronome no meio do verbo
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
Próclise futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: realizará)
Palavras com sentido negativo: Nada Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
me faz querer sair dessa cama. Não se proposta a você)
trata de nenhuma novidade.
Questões sobre Pronome
Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 1. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012).
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
- Pronomes relativos: em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de
Pronomes indefinidos: repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem
Quem me disse isso? qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
Pronomes demonstrativos: de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
Isso me deixa muito feliz! maioria das políticas de crescimento verde sempre será a segunda
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
- Preposição seguida de gerúndio: Os pronomes ―elas‖ e ―eles‖, em destaque no texto, referem-
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site -se, respectivamente, a
mais indicado à pesquisa escolar. dúvidas e preços.
dúvidas e insumos básicos.
- Conjunção subordinativa: companhias e insumos básicos.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. companhias e preços do carbono e da água.
políticas de crescimento e preços adequados.
Ênclise
2. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- adap.).
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho grifado está
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise corretamente substituído por um pronome em:
vai acontecer quando: A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo
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...erguendo os braços desalentado... − erguendo-lhes 08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013-
desalentado adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de respectivamente, as lacunas do trecho.
conhecê-lo?
...não parecia ser um importante industrial... − não parecia alguns anos, num programa de televisão, uma jovem
ser-lhe fazia referência violência o brasileiro estava sujeito
incomodaram o general... − incomodaram-no de forma cômica.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). A A) Fazem... a ... de que B) Faz ...a ... que
substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, C) Fazem ...à ... com que D) Faz ...à ... que
com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO E) Faz ...à ... a que
em:
mostrando o rio= mostrando-o. 9. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014)
como escolher sítio= como escolhê-lo. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.
transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça...
Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada lhes ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
acrescentariam. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados
viu uma dessas marcas= viu uma delas. acima foram corretamente substituídos por um pronome, na
ordem dada, em:
(Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
alternativa em que o pronome destacado está posicionado de devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
acordo com a norma-padrão da língua. devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha. 10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos
estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e
(Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alternativa testemunhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo
cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma com a norma-padrão, os pronomes que substituem, corretamente,
padrão da língua. os termos em destaque são:
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. os comprovam … ajudá-la.
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada. os comprovam …ajudar-la.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. os comprovam … ajudar-lhe.
(D) Conformado, se rendeu às punições. lhes comprovam … ajudar-lhe.
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. lhes comprovam … ajudá-la.

(Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale a GABARITO


alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com
a norma-padrão da língua portuguesa. 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
sejam sempre trazidos junto ao corpo.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de COMENTÁRIOS
ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
Nos sentimos impotentes quando não conseguimos restituir 1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
um objeto à pessoa que o perdeu. está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em
O homem se indignou quando propuseram-lhe que abrisse a melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a água e
bolsa que encontrara. (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mesmo que a
Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendência ameaça dos preços do carbono e da água faça em si diferença, as
natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. companhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos,
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer preparação.
7. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Há Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
pessoas que, mesmo sem condições, compram produtos encontrou até agora uma maneira de quantificar adequadamente os
não necessitam e tendo de pagar tudo prazo. insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas de crescimento
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e verde sempre será a segunda opção.
respectivamente, considerando a norma culta da língua.
A) a que … acaba … à B) com que … acabam … à 2-) A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
C) de que … acabam … a D) em que … acaba … a B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
E) dos quais … acaba … à desalentado
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...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de Verso é cada linha de um poema, com um número
conhecê-las ? determinado de sílabas e sonoridade harmoniosa entre as sílabas
...não parecia ser um importante industrial... − não parecia átonas e tônicas.
sê-lo Veja:

3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las Da tribo pujante


Que agora anda errante
4-)(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. Por fado inconstante,
A menina tinha se distanciado muito da família. Guerreiro nasci:
A garota disse que se perdeu dos pais. Sou bravo, sou forte,
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança Sou filho do Norte,
Guerreiros, ouvi.
5-) (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. (Gonçalves Dias)
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está abalada.
Conformado, rendeu-se às punições. É um texto que apresenta palavras cujos sons são semelhantes a
Todos querem que se combata a corrupção. partir da vogal tônica: pujante, errante e outras. Além disso, cada
linha possui o mesmo número de sílabas e a 5ª sílaba de cada linha é
6-) (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação a última sílaba tônica. Esses são recursos de que o poeta Gonçalves
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. Dias utilizou-se para estruturar seu poema.
Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos restituir O uso de recursos como o citado com a finalidade de
um objeto à pessoa que o perdeu. estruturar um poema chama-se versificação.
O homem indignou-se quando lhe propuseram que abrisse a Os versos podem ser classificados em tradicionais ou livres.
bolsa que encontrara. São tradicionais quando possuem o mesmo número de
Em se tratando de objetos encontrados, há uma tendência sílabas e o espaço entre as sílabas tônicas ocorre no mesmo
natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. ritmo.
São livres quando os versos não possuem o mesmo número
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram de sílabas; ou quando as pausas entre as sílabas tônicas são
produtos de que não necessitam e acabam tendo de pagar tudo a irregulares.
prazo. Vejamos um exemplo

8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jovem “Tu choraste em presença da morte?
fazia referência à violência a que o brasileiro estava sujeito de Na presença da morte choraste?
forma cômica. Não descende o cobarde do forte;
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular Pois choraste, meu filho não és!”
(Gonçalves Dias)
9-) devoravam - verbo terminado em ―m‖ = pronome
oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no) Esses versos são tradicionais porque possuem o mesmo
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto; ―lhe‖ número de sílabas, e as pausas que dão ritmo a eles são regulares.
é para objeto indireto Observe, agora, um exemplo de versos livres que não
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto; possuem essas características:
―lhe‖ é para objeto indireto
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos Tempo de absoluta depuração.
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão Tempo em que não se diz mais: meu
ajudar a polícia na investigação. amor. Porque o amor resultou inútil.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
(advérbio) E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
5) NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO: (Carlos Drummond de Andrade)
ESTRUTURA DO VERSO, TIPOS DE VERSO,
RIMA, ESTROFAÇÃO, A ESTROFE
POEMAS DE FORMA FIXA
Estrofe ou estância: é o conjunto de versos de um poema
que, de acordo com o número de versos que tenha, recebe uma
classificação.
Versificação é a arte ou técnica de escrever em forma de monóstico: estrofe de um verso;
versos. Pode ser também o estudo dos recursos que constituem o dístico: estrofe de dois versos;
poema. terceto: estrofe de três versos;
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quadra ou quarteto: estrofe de quatro versos; As estrofes podem ser simples ou compostas. As que
quintilha: estrofe de cinco versos; contêm versos de uma só medida são chamados de simples. No
sextilha: estrofe de seis versos; exemplo a seguir, todos os versos são heptassílabos. Observe:
sétima ou septilha: estrofe de sete versos;
oitava: estrofe de oito versos; Canção do amor perfeito
Nona: estrofe de nove versos;
décima: estrofe de dez versos. O tempo seca a beleza,
seca o amor, seca as
Vejamos um exemplo de dístico. palavras. Deixa tudo solto,
leve, desunido para sempre
Poema do beco como as areias nas águas
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do O tempo seca a saudade
horizonte? seca as lembranças e as
- O que eu vejo é o beco. lágrimas. Deixa algum retrato,
(Manoel Bandeira) apenas, vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.
ESTRIBILHO OU REFRÃO (Cecília Meireles)

Alguns poemas, no fim das estrofes, apresentam um verso ou As compostas são as que associam versos maiores com
um grupo de versos que se repete e que recebe o nome de menores. As combinações mais encontradas em nossa língua são:
estribilho ou refrão. versos decassílabos com hexassílabos; versos decassílabos com
octossílabos, hexassílabos ou tetrassílabos; versos heptassílabos
Roda viva com trissílabos ou dissílabos.
Veja um exemplo do primeiro tipo de combinação:
Tem dias que a gente se sente
como quem partiu ou morreu, “Debruçada nas águas dum regato ............(decassílabo)
a gente estancou de repente A flor dizia em vão ...................................(hexassílabo)
ou foi o mundo então que cresceu. À corrente, onde bela se mirava.................(decassílabo)
„Ai, não me deixes, não!”...........................(hexassílabo)
A gente quer ter voz ativa no
nosso destino mandar, mas POEMAS DE FORMA FIXA
eis que chega a roda viva e
carrega o destino pra lá. Existem poemas que têm forma fixa, isto é, obedecem a
regras quanto ao número de estrofes e de versos e quanto à
Roda mundo, roda-gigante disposição das rimas. Dentre eles temos:
rodamoinho, roda pião,
o tempo rodou num instante (refrão) Balada: composto por três oitavas ou três décimas, que têm
nas voltas do meu coração. as mesmas rimas, seguidas de uma quadra ou quintilha.

A gente vai contra a corrente Haicai: poema de origem japonesa, composto por três versos,
até não poder resistir, sendo o primeiro e o último pentassílabos e o segundo, heptassílabo.
na volta do barco é que sente Originalmente não possui rima; no Brasil, Guilherme de Almeida
o quanto deixou de cumprir. adaptou-o com dois pares de rimas. Rimam o 1º com o 3º verso e a 2ª
com a 7ª sílaba do segundo verso.
Faz tempo que a gente cultiva
a mais linda roseira que há, Rondó: formado de três estrofes: uma quintilha, um terceto e
mas eis que chega a roda viva outra quintilha, com estribilho constante.
e carrega a roseira pra lá.
4. Sextina: composição de seis sextilhas e um terceto;
A roda da saia, a mulata apresenta versos decassílabos.
não quer mais rodar, não
senhor, não posso fazer serenata Vilancete: composto por um terceto e duas oitavas.
a roda de samba acabou.
a gente toma a iniciativa Soneto: poema composto de catorze versos, sendo dois
viola na rua a cantar, quartetos e dois tercetos, que apresenta, geralmente, versos
mas eis que chega a roda viva decassílabos ou alexandrinos.
e carrega a viola pra lá. De todas essas formas, o soneto tem sido a mais cultivada na
(Chico Buarque) literatura, tanto na portuguesa quanto na brasileira.
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O METRO LICENÇAS POÉTICAS

Metro é a extensão da linha poética do verso. Na poética Os poetas podem recorrer a vários processos fonéticos para
tradi-cional, há doze tipos de versos, de acordo com o número de que o metro seja perfeito. Os principais são:
sílabas poéticas que o verso possui: monossílabos, dissílabos,
trissílabos, tetrassílabos, pentassílabos, hexassílabos, crase: é a fusão de duas vogais numa só: mi/nha al/ma ( mi-
heptassílabos, octossí-labos, eneassílabos, decassílabos, nhal-ma).
hendecassílabos e dodecassí-labos.
Paralelamente a essas denominações, certos versos podem elisão ou sinalefa: é a quebra de uma vogal átona final de
re-ceber nomes especiais: uma palavra, quando a seguinte começa por vogal). Ex.: can/ta
# redondilha menor: versos de cinco sílabas ou pentassíla- um (can-tum).
bos;
redondilha maior: versos de sete sílabas ou heptassílabos; ditongação: é a fusão de uma vogal átona final com a
heroico: versos de dez sílabas ou decassílabos; seguinte, formando ditongo. Ex.: gran/de a/mor (gran/dia/mor);
alexandrino: verso de doze sílabas ou dodecassílabos. cam/po al/ca/ti/fa/do ( cam-pual-ca-ti-fa-do).

Sinérise: é a transformação de um hiato em ditongo. Ex.:


SÍLABAS MÉTRICAS
cru/el/da/de ( cruel-da-de); vi/o/le/ta ( vio-le-ta).
As sílabas métricas, também chamadas de poéticas, são as sí- deérise: é a transformação de um ditongo em hiato. Ex.:
labas dos versos e têm uma contagem diferente da sílaba gramati-
sau/da/de (sa-u-da-de); vai/da/de ( va-i-da-de).
cal. Dividir o verso em sílabas métricas chama-se escandir.
Veja a escansão dos versos a seguir: ectilipse: é a queda de um fonema nasal final para que haja
crase ou ditongação. Ex.: com o = (co); com os = (cós); com a =
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (coa); com as = (côas).
“Al / ma/ mi / nha/ gen / til,/ que / te/ par / tis/ (te)” esta
sílaba não é contada ( Camões) aférese: é a queda de fonemas ou sílabas iniciais. Ex.: inda
(em vez de ainda), „stamos (em vez de estamos)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
“A / mor,/ que o/ ges/to hu / ma / no / na al / ma es/cre/ (ve) síncope: é a queda de um fonema no meio da palavra. Ex.:
não conta esp‟rança (por esperança); dev‟ria ( por deveria); per‟la ( por
( Camões) pérola);

A contagem das sílabas métricas é feita auditivamente, apócope: é a queda de fonema no fim da palavra. Ex.:
obede-cendo aos seguintes preceitos: mármor (em vez de mármore); cárcer (por cárcere); val (por
Não são contadas as sílabas métricas que se apresentam após vale).
a última sílaba tônica do verso. Veja o exemplo acima.
prótese: é o acréscimo de fonema no início da palavra. Ex.
Os ditongos crescentes, em geral, têm o valor de uma só alevanta (por levantar); amostra (por mostra);
sílaba métrica:
paragoge ou epítese: é o acréscimo de fonema no final da
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 palavra. Ex.: mártire (por mártir); cantare (por cantar);
“- Co/mo/ fi/zes/te,/ por-/se a/ tal/ fe / ri / (da?) = não conta
diástole: é a deslocação do acento para a sílaba seguinte.
a última
Ex.: Cleopatra (em vez de Cleópatra);
“cia” = uma sílaba métrica (ditongação)
sístole: é o inverso da diástole: deslocação do acento para a
3. Duas ou mais vogais átonas, ou tônicas, podem fundir-se sílaba anterior. Ex.: Dário (por Dario); calmária (por calmaria).
em uma só sílaba métrica, quando se encontram no fim de uma A sístole e a diástole recebem o nome genérico de hiperbibasmo;
palavra e início de outra:
metátese: é a transposição de um fonema na própria palavra.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ex.: vairo (por vário); rosairo (por rosário); trata-se de um
“A / mor,/ que o/ ges/to hu/ma/no/ na al/ma es/cre/ (ve)” = recurso fonético pouquíssimo usado pelos poetas, que só para ele
não conta ( Camões) apelam quando desejam satisfazer as exigências de rima.

Perceba a diferença entre a sílaba gramatical e a métrica Todos esses recursos são usados pelos poetas, no verso
ou poética: neste verso temos 15 sílabas gramaticais, mas só 10 tradicional, para que o metro seja perfeito. Convém observar que, no
sílabas poéticas. Veja acima. verso tradicional, a métrica é fixa: os versos de um poema terão, cada
um deles, de uma a doze sílabas poéticas. No verso moderno, a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 métrica é livre, isto é, cada verso pode ter o número de sílabas
“A /mor,/ que /o /ges /to / hu / ma / no / na/ al /ma / es / crê poéticas que o autor desejar. Em função disso, o ritmo também é
/ ve” estabelecido livremente, de acordo com a vontade do autor.
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O RITMO Muita força


Muita força”
O ritmo de uma poesia é estabelecido pela regularidade na Muita força”
sucessão de sílabas átonas e tônicas. É o ritmo que determina a (Manuel Bandeira)
melodia fundamental e indispensável na estrutura de um verso ou
poema. Em nossa Literatura, é este poema de Gonçalves Dias um
Há, portanto, necessidade de repetirem-se as sílabas tônicas, dos exemplos de versos trissílabos mais conhecidos.
com pausas regulares entre elas, o que dá, ao verso, uma cadência
mais musical e melodiosa. “Vem a aurora
Assim, de acordo com a métrica do verso, a sílaba tônica pressurosa
recai em determinadas sílabas poéticas, considerando-se os cor-de-rosa
seguintes preceitos básicos: que se cora
de carmim;
1-) Nos versos de uma a sete sílabas, a tônica recai sobre a a seus raios
última. Assim, em versos com três sílabas, por exemplo, deve as estrelas
haver acento tônico na terceira sílaba; em versos com seis sílabas, que eram belas
deverá haver acento tônico, obrigatoriamente, na sexta sílaba. têm desmaios
Vejamos os exemplos para esses casos: já por fim.”
Verso de uma sílaba: monossílabos (Gonçalves Dias)
“Pingo
d‟água, Versos de quatro sílabas: tetrassílabos
pinga,
bate tua “Noites perdidas,
não te lamento:
mágoa!” embarco a vida
(Cassiano Ricardo) no pensamento,
busco a alvorada
Os versos dissílabos geralmente se empregam ao lado de do sonho isento,
outros, para obtenção de maior valor expressivo. Veja: puro e sem nada,
- rosa encarnada,
“Antiga intacta ao vento.”
cantiga (Cecília Meireles)
da amiga
deixada. Versos de cinco sílabas: pentassílabos ou redondilha menor -
Musgo de piscina são muito frequentes nos poemas da Literatura em Língua
De uma água tão fina, (versos de 5 sílabas) Portuguesa. Dão ritmo e leveza ao texto.
Sobre a qual se inclina a 5ª é sempre acentuada.
A lua exilada. “Enfunando os papos,
Antiga saem da penumbra,
Cantiga aos pulos os sapos,
Da amiga a luz os deslumbra.
Chamada.”
(Cecília Meireles) Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
Versos de três sílabas: trissílabos - usados isoladamente são „Meu pai foi à guerra!‟
raríssimos na poesia brasileira. Quando ocorrem, costumam ser „não foi!‟ – „Foi!‟ – „Não foi!‟
mais encontrados também em estrofes compostas, como os versos (Manuel Bandeira)
monossílabos e os dissílabos. Veja o exemplo:
Versos de seis sílabas: Hexassílabos
“Agora sim
Café com pão ( versos de 4 sílabas) “O menino ambicioso
Agora sim a 4ª é sempre tônica não de poder ou glória
Voa, fumaça mas de soltar a coisa
Corre, cerca oculta no seu peito
Ai se foguista escreve no caderno
Bota fogo e vagamente conta
Na fornalha à maneira de sonho
que eu preciso sem sentido sem forma
Muita força aquilo que não sabe.”
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(Carlos Drummond de Andrade) “O samba, a viola, a roseira


um dia a fogueira queimou
Versos de sete sílabas: heptassílabos ou redondilha maior - é foi tudo ilusão passageira
largamente usado na literatura em Língua Portuguesa. Dele se que a brisa primeira levou.
serviram os poetas desde a Idade Média até os nossos dias. (Chico Buarque)

“Belo belo minha bela Versos de nove sílabas: eneassílabos


tenho tudo que não quero
não tenho nada que quero “Ó guerreiro da Taba sagrada,
Não quero óculos nem tosse Ó guerreiro da tribo Tupi,
Nem obrigação de voto.” Falam Deuses nos cantos da Piaga,
(Manuel Bandeira) Ó guerreiros meus cantos ouvi.”
(Gonçalves Dias)
A redondilha maior é também a medida preferida
dos compositores de música popular brasileira. Observe: “Na tênue casca de verde arbusto
Gravei teu nome, depois parti.
“Estava à-toa na vida Foram-se os anos, foram-se os meses,
o meu amor me chamou Foram-se os dias, acho-me aqui.
pra ver a banda passar (Fagundes Varela)
cantando coisas de amor.”
(Chico Buarque) Versos de dez sílabas: decassílabos - versos decassílabos têm
grande ritmo. São encontrados principalmente em poemas épicos
“Caminhando contra o vento e no soneto. Veja esse exemplo:
sem lenço e sem documento
no sol de quase dezembro
“Dorme, ruazinha...É tudo escuro...
eu vou.”
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
(Caetano Veloso)
Dorme o teu sono, sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos...”
Entre os poetas portugueses, a redondilha maior também é
(Mário Quintana)
frequente:
Nos versos de onze e doze sílabas, deve haver, além do
“Outros haverão de ter
acento tônico na última sílaba, outros assim distribuídos;
O que houvemos de perder.
Outros poderão achar
O que no nosso encontrar, versos de onze sílabas: tônica na 11ª e na 5ª;
Foi achado ou não achado versos de doze sílabas: tônica na 12ª e na 6ª; Veja
Segundo o destino dado. a seguir exemplos desses versos:
(Fernando Pessoa)
Versos de onze sílabas: hendecassílabos
2-) Nos versos de oito a dez sílabas, além do acento tônico
na última sílaba poética, deve haver outro que recaia no meio “Meus olhos são garços, são cor de safiras
do verso. No entanto, se não houver sílaba tônica no meio, - Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
deverá haver duas outras que se distribuam da seguinte Imitam as nuvens de um céu anilado,
maneira: As cores imitam das vagas do mar!”
(Gonçalves Dias)
a).verso de 8 sílabas: tônica na 8ª e na 4ª; ou tônica na 8ª e
na 5ª; Versos de doze sílabas: dodecassílabos ou alexandrinos
b) verso de 9 sílabas: tônica na 9ª e na 4ª; ou tônica na 9ª,
na 3ª e 6ª; É, quando ela passar, tudo o que eu não sentia
c) verso de dez sílabas: tônica na 10ª e na 6ª; ou tônica na da vida há de acordar no coração, que vela...
10ª, 4ª e 8ª . E ela irá como o sol, e eu iremos atrás dela
Vejamos os exemplos para esses tipos de versos. Como sombra feliz... – Tudo isso eu me dizia.”
(Guilherme de Almeida)
Versos de oito sílabas: octossílabos
Versos bárbaros - São aqueles que têm mais de doze sílabas.
“Ó solidão do boi no campo, São bastante raros. Veja:
ó solidão do homem na rua!
Entre carros, trens, telefones, “Às vezes, quando à tarde, nas tardes brasileiras,
Entre gritos, o ermo profundo.” A cisma e a sombra descem das altas cordilheiras;
(Carlos Drummond de Andrade) Quando a viola acorda na choça o sertanejo
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E a linda lavadeira cantando deixa o brejo, Deste pavor, do archote


E a noite- a freira santa - no órgão das florestas De apagar, que me guia!”
Um salmo preludia nos troncos, nas giestas.” (Fernando Pessoa)
(Castro Alves)
Quanto à disposição, as rimas podem classificar-se em:
A RIMA - é a semelhança de sons entre as palavras que se
localizam no fim ou no meio de versos diferentes. Observe: 1-) Encadeadas: rima de fim de verso com o interior do
“Cambiando a luz em mil cores, verso seguinte:
Deus – de infinitas facetas – “Quando a alta noite n‟amplidão flutua
Concebeu os Beija-flores, Pálida a lua com fatal palor,
As Rosas e as Borboletas.” Não sabes, virgem, que eu por ti suspiro
(Maria Madalena Ferreira) E que deliro a suspirar de amor”
(Castro Alves)
“Donzela bela, que me inspira à lira
um canto santo de fremente amor.” 2-) Cruzadas ou alternadas: apresenta-se em
(Castro Alves) versos alternadas:
Minha terra sem palmeiras
Há, também, versos sem rima, chamados de versos Nos longes de mim se faz
brancos ou soltos: E morre pelas ladeiras
E desvãos o nunca mais. (José
“Nua, de pé, solto o cabelo às costas, Inaldo Alonso)
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme 3-) Intercaladas, interpoladas ou opostas: rimam os
De áureas ondas tranquilas e impalpáveis verso extremos de uma estrofe:
Profusamente a luz do meio dia “Disse um dia Jeová
Entra e se espalha palpitante e viva.” “Vai Colombo, abre a cortina
(Olavo Bilac) Da minha eterna oficina...
Tira a América de lá!”
Quanto à qualidade, as rimas podem classificar-se em: (Castro Alves)

1-) Pobres: rimas formadas com palavras da mesma 4-) Emparelhadas: sucedem-se duas a duas. Veja:
classe gramatical: “- Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura.
“Não acabava, quando uma figura” (substantivo) Roque, eu mesmo não sei se esse meu mal tem cura.
Se nos mostra no ar, robusta e válida, ( adjetivo) Sei rezas com que venço a qualquer mau olhado,
De disforme e grandíssima estatura; ( substantivo) Breves para deixar o corpo fechado.”
O rosto carregado, a barba esquálida. ( adjetivo) (Menotti del Picchia)

2-) Ricas: Rimas formadas com palavras de classes


gramaticais diferentes: Fonte:
“Alma minha gentil que te partiste http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2033272
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste. TEORIA DA LINGUAGEM E SEMÂNTICA:
(Luís Vaz de Camões) HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA;
LINGUAGEM, LÍNGUA, DISCURSO
3-) Raras: formadas entre palavras para as quais há E ESTILO; NÍVEIS DE LINGUAGEM,
poucas rimas possíveis: FUNÇÕES DA LINGUAGEM;
“Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo?... FIGURAS DE LINGUAGEM;
Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque – SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão
belo,
Mas mais belo é não abrir, para que a Hora não peque...”
(Fernando Pessoa) A semântica é o estudo do significado. Incide sobre a relação
4-) Preciosas: são rimas obtidas de forma artificial, entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e
construídas com palavras combinadas: o que eles representam, a sua denotação. A semântica linguística
“Brilha uma voz na noute... estuda o significado usado por seres humanos para se
De dentro de Fora ouvi... expressarem através da linguagem. Outras formas de semântica
Ó Universo, eu sou-te incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica
Oh, o horror da alegria formal, e semiótica.
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Em sentido largo, pode-se entender semântica como um Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o estilo
ramo dos estudos linguísticos que se ocupa dos significados considerado ―de menor prestígio‖, e isto tem gerado controvérsias
produzidos pelas diversas formas de uma língua. Dentro dessa entre os estudos da língua, uma vez que, para a sociedade, aquela
definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada
preocupação com determinar o significado dos elementos ―inculta‖, tornando-se desta forma um estigma.
constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão
palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras. as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as
Já estilística é o ramo da linguística que estuda as variações da variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais
língua e sua utilização, incluindo o uso estético da linguagem e as e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
suas diferentes aplicações dependendo do contexto ou situação.
Por exemplo, a língua de publicidade, política, religião, autores Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua
individuais, ou a língua de um período, todos pertencem a uma apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um
situação particular. Em outras palavras, todos possuem um ―lugar‖. exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se
Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar sugestões e levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a
emoções usando certas fórmulas e efeitos de estilo, por exemplo, as mesma era grafada com ―ph‖, contrapondo-se à linguagem dos
características da estilística incluem o uso do diálogo, incluindo internautas, a qual se fundamenta pela supressão do vocábulos.
acentos regionais e os dialetos desse determinado povo, língua Analisemos, pois, o fragmento exposto:
descritiva, o uso da gramática, tal como a voz passiva ou voz ativa, o
uso da língua particular, etc. Além disso, a estilística é um termo Antigamente
distintivo que pode ser usado para determinar conexões entre forma e
efeitos dentro de uma variedade particular da língua. ―Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram
Consequentemente, a estilística visa ao que ―acontece‖ dentro da todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
língua; o que as associações linguísticas revelam do estilo da completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
língua. sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa,
A divisão proposta pelo francês Pierre Giraud abarca duas mas ficavam longos meses debaixo do balaio.‖
condições de origem: aquelas figuras usadas pelo próprio idioma Carlos Drummond de Andrade
(estilística da língua), e aquelas criadas pelo autor (estilística Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário
genética). Para aqueles que a entendem como uma divisão da antiquado.
gramática, a Estilística divide-se em:
Figuras de sintaxe ou de construção - das quais as mais Variações regionais: São os chamados dialetos, que são as
importantes são a elipse (com a subespécie zeugma), pleonasmo, marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
polissíndeto, inversão (hipérbato, anástrofe), anacoluto, silepse, exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares,
onomatopeia e repetição. recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim.
Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às
Figuras de palavras - onde se tem a metáfora, a metonímia (e características orais da linguagem.
seu caso especial: a sinédoque), catacrese e antonomásia.
Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas
Figuras de pensamento - antítese, apóstrofe, eufemismo, aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de
disfemismo, hipérbole, ironia (antífrase), personificação e instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as
retificação. gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos
Segundo essa divisão, a ela cabe, também, o estudo dos
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre
chamados Vícios de linguagem, tais como a ambiguidade,
outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo,
barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco, solecismo e
caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe,
obscuridade.
podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de
informática, dentre outros.
A linguagem é a característica que nos difere dos demais
Vejamos um poema sobre o assunto:
seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos,
revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos
Vício na fala
relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa
Para dizerem milho dizem mio
inserção ao convívio social. E dentre os fatores que a ela se
Para melhor dizem mió
relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
Para pior pió
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
Para telha dizem teia
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita,
Para telhado dizem teiado
restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão
E vão fazendo telhados.
pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este
Oswald de Andrade
fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total
soberania sobre as demais.
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Níveis de linguagem Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma


culta, deixando mais livres os interlocutores.
A língua é um código de que se serve o homem para elaborar O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a
mensagens, para se comunicar. Existem basicamente duas língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base
modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta.
a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua- Assim, aquelas mesmas construções se alteram:
padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma Eu não a vi hoje.
culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto e influente Ninguém o deixou falar.
de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos Deixe-me ver isso!
veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, Eu te amo, sim, mas não abuses!
jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
colaborando na educação, e não justamente o contrário;
a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de
língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem o
comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o
seu limite na gíria e no calão.
fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na
Norma culta: pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que
deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.
A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética,
possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente caracterizado por construções de rara beleza.
em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político-- Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal,
cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato
Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular afigura-se mais instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a
expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: constituir fato linguístico registro de linguagem definitivamente
Estou preocupado. (norma culta) consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.
Tô preocupado. (língua popular) Exemplos:
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) Vamos
nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
expressividade e enorme criatividade, para viver; urge conhecer a Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair
língua culta para conviver. daqui bem depressa.)
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
língua culta. seu posto.)

O conceito de erro em língua: Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em
virtude do seu significado, não poderia ser adjetivo associado à
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos indústria, já que não existe indústria que se pode tecer. Hoje,
de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da
norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do
indústria de fibra têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.
discurso, diz: ―Ninguém deixou ele falar‖, não comete
propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos
impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um também de transgressões ou ―erros‖ que se tornaram fatos
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa praia, linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais
vestido de fraque e cartola. verbos como derivados de pedir, que tem, início, na sua
Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as formas
ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o das então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje nenhuma
liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.
parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar
perfeitamente normais construções do tipo: palavras como corrigir e correto, quando nos referimos a frases.
Eu não vi ela hoje. ―Corrija estas frases‖ é uma expressão que deve dar lugar a esta,
Ninguém deixou ele por exemplo: ―Converta estas frases da língua popular para a
falar. Deixe eu ver isso! língua culta‖.
Eu te amo, sim, mas não abuse! Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase
Não assisti o filme nem vou assisti-lo. ―errada‖; é, na verdade, uma frase elaborada conforme as normas
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo. gramaticais; em suma, conforme a norma culta.
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Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária -
composta de termos e expressões - que une os diversos elementos
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa
econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses),
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o
piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais contexto – decorre daí a coerência textual.
expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta
isso mesmo, mais sujeita a transformações e a evoluções. de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância. Nas do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na
escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua falada com organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos
base na língua escrita, considerada superior. Decorrem daí as mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do
correções, as retificações, as emendas, a que os professores texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele
sempre estão atentos. uma unidade formal.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), ―o enunciado
as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se
transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, organizam segundo princípios gerais de dependência e
que em verdade inexiste. independência sintática e semântica, recobertos por unidades
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios‖.
falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos
nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, consequência desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que
natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra. essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.
Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação,
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que
relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.
a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade
linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os
atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma elementos de uma frase ou de um texto:
análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas
transformações, por isso mesmo, processam-se lentamente e em Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou
número consideravelmente menor, quando cotejada com a de palavras ou expressões do mesmo campo associativo.
modalidade falada. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o
Importante é fazer o educando perceber que o nível da substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste /
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a desgastante).
situação em que se desenvolve o discurso. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada
O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem como recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma
a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo,
entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma ―Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande
criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.‖ (Rocha Lima)
criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na
mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo,
pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).
de fala no recesso do lar e na sala de aula. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por
níveis, destacam-se em importância o culto e o cotidiano, a que já exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato.
fizemos referência. 6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.:
Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro).
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos,
dito, ou lido. como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais,
Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao
conectividade e retomada do que foi escrito ou dito, são os remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente
referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia
haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser
como também entre a sequência de orações dentro do texto. repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.).
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo
implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de
participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso.
uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada
deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de sua característica: são elementos que não significam, apenas
repetições inúteis. indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa.
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Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Sendo o texto uma ‗unidade de sentido‘, os elementos que o
Guimarães (2) ensina-nos a esse respeito: compõem (palavras, orações, períodos) precisam se relacionar
harmonicamente.
―Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com a
participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, articulação de um esqueleto com seus ossos. Do mesmo jeito que
certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios uma articulação entre dois ou mais ossos acontece, resultando num
de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo movimento, as palavras devem combinar umas com as outras numa
indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: articulação de pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo. Não
este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, se esqueça de que nexo significa ―ligação, vínculo‖
recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).” palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome de
mecanismos de coesão.
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja A coesão decorre das relações de sentido que se operam
sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência entre os elementos de um texto. Também resulta da perfeita
relaciona--se intimamente a contexto. relação de sentido que tem de haver entre as partes de um texto.
Assim, o uso de conectivos é de grande importância para que
A seleção vocabular possa haver coesão textual.

Na produção de texto, a seleção vocabular também é Leia o texto que se segue:


importante elemento de coesão, já que, muitas vezes,
substituímos uma palavra que já empregamos por outra que lhe ―Além de ter liberdade para receber e transmitir informações
retoma o sentido. Observe: é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e
críticas sobre o comportamento do governo. Não basta, porém,
Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, no dizer na Constituição que essas liberdades existem. É preciso que
entanto o magistrado não acatou a solicitação dos patronos do existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a
acusado. obtenção e divulgação de informações, e por esses meios o povo
participe constantemente do governo, que existe para realizar sua
Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patronos e vontade, satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de
acusado funcionam como elementos de coesão, pois retomam, suas condições de vida‖.
respectivamente, os termos juiz, pedido, advogados e réu. Veja DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: Editora
que a seleção vocabular utilizada na frase acima, além de dar Moderna, 1985. p. 41.
coesão ao texto, tem função estilística, pois permite que não se
repitam as mesmas palavras.
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho
apresentam uma perfeita relação de sentido criada com a ajuda
Os mecanismos de combinação e seleção – a coerência e
dos conectivos. Vamos analisar um a um os períodos encontrados
articulação de sentidos
no texto transcrito acima para entender esses mecanismos
relacionais que os conectivos nos dão.
Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as
―Além de ter liberdade para receber e transmitir informações
ideias no papel. Até porque essas ideias não surgem do nada. Elas
fazem parte do processo de comunicação de que participamos e de é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e
todas as informações que nos chegam, através de trocas de críticas sobre o comportamento do governo.‖
experiências com seus interlocutores e muita, muita leitura. No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva ―além de‖
Veja a manchete de um jornal de grande circulação nacional que introduz as orações seguintes, ambas subordinadas adverbiais
que publicou o seguinte: finais ‗para receber e (para) transmitir‘, que por sua vez são
coordenadas aditivas entre si, ou seja, têm a mesma função.
Professoras mandam carta a deputados protestando contra o Na 2ª oração ―Não basta, porém, dizer na Constituição que
aumento de seus salários. essas liberdades existem‖, a conjunção destacada indica
contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na oração
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor anterior.
poderia entendê-la de dois modos diversos: as professoras, Já, no último segmento do texto encontramos o pronome
chateadas com o aumento insignificante de seus salários, relativo que retomando o substantivo governo da oração anterior
reclamam, protestando, através de uma carta, aos senhores e que aparece como oração principal de três outras orações
deputados; ou as professoras questionam o aumento de salário subordinadas a ela, também com o sentido de finalidade – para
que os deputados tiveram, comparando com o salário delas e realizar sua vontade; (para) satisfazer suas necessidades e (para)
escrevem-nos protestando. promover a melhoria de suas condições de vida.
Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece
quando menos esperamos? ‗É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o
Nesse caso, é o emprego do pronome ―seus‖ o causador povo para a obtenção e divulgação de informações, e por esses
desse duplo sentido. Podemos dizer que o pronome possessivo meios o povo participe constantemente do governo, que existe
destacado tanto pode se referir aos salários das professoras como para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e
dos deputados. promover a melhoria de suas condições de vida‘.
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Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para cabe ao autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contexto da
os conectivos), visando à perfeita relação de sentido que deve construção de seu discurso. É a relação básica para a existência da
haver entre as partes que compõem um texto. comunicação verbal: emissão – recepção – compreensão.
Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um As práticas discursivas geram também outros âmbitos de
discurso, estabelecendo relações de significado entre essas partes, análise do discurso, como o Universo de Concorrências, que
possuem valores próprios, uns exprimindo finalidade, outros, consiste na competição entre vários emissores para atingir um
oposição; outros, escolha e assim por diante. mesmo público-alvo. A partir disto, os emissores precisam
inteirar-se do contexto da vida do seu receptor, para que deste
A seleção vocabular é também um importante mecanismo modo possam interpelá-lo segundo sua própria ideologia, fazendo
coesivo e a estamos empregando quando substituímos uma palavra com que sua mensagem seja recebida e assimilada pelo receptor
que já foi usada por outra que lhe retoma o sentido. Podemos usar sem que o mesmo perceba que está sendo alvo de uma tentativa
sinônimos, pronomes (retos ou oblíquos), pronomes relativos, etc. de convencimento, por assim dizer.
Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem Dentro da análise do Discurso há também o discurso estético,
função estilística, pois permite que as palavras não sejam repetidas. feito por meio de imagens, e que interpelam o indivíduo através de
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente e sua sensibilidade, que está ligada ao seu contexto também. A
coeso quando este não contém contradições, o vocabulário sensibilidade de um indivíduo define-se a partir do que ao longo de
utilizado está adequado, as afirmações são relevantes para o sua vida torna-se importante e desperta-lhe sentimentos. Com isto,
desenvolvimento do tema, os fatos estão corretamente
podemos analisar as artes produzidas em diferentes épocas da
sequenciados, ou seja, o texto deverá estar constituído de
história em todo o mundo e perceber as diferentes formas de
relações de sentido entre os vocábulos, expressões e frases e do
interpelação e contextualidade presentes nas mesmas. O discurso
encadeamento linear das unidades linguísticas no texto.
estético tem a mesma capacidade ideológica que o discurso verbal,
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá
com a vantagem de atingir o indivíduo esteticamente, o que pode
coesão quando, por exemplo, empregarmos conjunções e
render muito mais rapidamente o sucesso do discurso aplicado.
pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras ou até frases
inteiras desconectadas e quando a escolha vocabular for A partir na análise de todos os aspectos do discurso chega-se
inadequada, levando à ambiguidade, entre outros problemas. ao mais importante: o sentido. O sentido do discurso não é fixo,
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no por vários motivos. Pelo contexto, pela estética, pela ordem do
texto produzido por você, o melhor que se tem a fazer é lê- discurso, pela sua forma de construção. O sentido do discurso
lo atentamente, estabelecer as relações entre as palavras que o encontra-se sempre em aberto para a possibilidade de
compõem, as orações que formam os períodos e, por fim, os interpretação do seu receptor. O efeito do discurso é, claramente,
períodos que formam o texto. transmitir uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado
Como você pôde notar a coesão e a coerência textuais são através da interpretação e interpelação do indivíduo alvo.
elementos facilitadores para a compreensão perfeita de um texto.
Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre si, que Tipos de Discurso: direto indireto e indireto livre - Vozes do
tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à presença de Discurso.
conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a
existência de sentido, quer seja ao refletirmos sobre algo, quer Ao lermos um texto, observamos que há um narrador, que é
seja interpretando o que nos rodeia, quer seja ao tentarmos quem conta o fato. Esse locutor ou narrador pode introduzir
compreender o conteúdo daquilo que nos é apresentado em forma outras vozes no texto para auxiliar a narrativa.
de texto escrito. Assim, podemos inferir que o uso de algumas Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a voz
expressões pode comprometer o entendimento de um texto. principal ou privilegiada, o narrador, usa o que chamamos de
discurso. O que vem a ser discurso dentro do texto? Discurso é a
forma como as falas são inseridas na narrativa.
A Análise do Discurso é uma prática da linguística no campo O discurso pode ser classificado em: direto, indireto e
da Comunicação, e consiste em analisar a estrutura de um texto e, indireto livre.
a partir disto, compreender as construções ideológicas presentes
no mesmo. Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por
O discurso em si é uma construção linguística atrelada ao alguém. Um bom exemplo de discurso direto são as citações ou
contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja, as transcrições exatas da declaração de alguém.
ideologias presentes em um discurso são diretamente - Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem fala, usando
determinadas pelo contexto político-social em que vive o seu aspas ou travessões para demarcar que está reproduzindo a fala
autor. Mais que uma análise textual, a análise do Discurso é uma de outra pessoa.
análise contextual da estrutura discursiva em questão. Exemplo de discurso direto: ―Não gosto disso‖ – disse a
Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como uma menina em tom zangado.
construção de características sociais. A sociedade que promove o
contexto do discurso analisado é a base de toda a estrutura do texto,
Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias palavras,
atrelando, deste modo, todo e qualquer elemento que possa fazer
conta o que foi dito por outra pessoa. Temos então uma mistura
parte do sentido do discurso. O texto só pode assim ser chamado se o
de vozes, pois as falas dos personagens passam pela elaboração
seu receptor for capaz de compreender o seu sentido, e isto
da fala do narrador.
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- Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa sua Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma
própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela elaboração relação com o emissor, um contato para verificar se a mensagem
do narrador. Não há uma pontuação específica que marque o está sendo transmitida ou para dilatar a conversa. Quando
discurso indireto. estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso
Exemplo de discurso indireto: A menina disse em tom receptor ―Está entendendo?‖, estamos utilizando este tipo de
zangado, que não gostava daquilo. função; ou quando atendemos o celular e dizemos ―Oi‖ ou ―Alô‖.

Discurso indireto livre: É um discurso misto onde há uma Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus
maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de forma sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio
sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto. É necessário das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar
que se tenha atenção para não confundir a fala do narrador com a novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É
fala do personagem, pois esta surge de repente em meio à fala do presente em textos literários, publicitários e em letras de música.
narrador. Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Exemplo de discurso indireto livre: A menina perambulava Na poesia acima ―Epitáfio para um banqueiro‖, José de
pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do
ninguém a ouvia. dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.

Funções da Linguagem Questões sobre Funções da Linguagem

- Função referencial ou denotativa: transmite uma informação 1. ―O site Paixão por Torcer, feito para os amantes do
objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz futebol, ganha novas funcionalidades. Os internautas têm acesso
comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na ao Torcidômetro, uma ferramenta que traz um ranking dos times
terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite com mais torcedores‖. (Revista TAM. Out. 2009. p. 36)
impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há No fragmento acima a função predominante da linguagem é a:
possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. A)metalinguística B)referencial
Em alguns textos é mais predominante essa função, como nos C)fática D)apelativa
científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em
correspondências comerciais. 2. Leia os seguintes textos e responda.

Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é ]TEXTO I


transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o Mulher Assassinada
ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encontraram,
emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação na madrugada de ontem, perto da Praça da Sé, o corpo de uma
(ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma mulher aparentando 30 anos de idade. Segundo depoimento de
característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da pessoas que trabalham em bares próximos, trata-se de uma prostituta
mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em conhecida como Poe Nenê. Ela foi assassinada a golpes de faca. A
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. polícia descarta a hipótese de assalto, pois sua bolsa, com a carteira
de dinheiro, foi encontrada junto ao corpo. O caso está sendo
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, investigado pelo delegado do 2º distrito policial.
convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso Jornal da Cidade, 10 set. 2004
de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os
verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou TEXTO II
conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai Pequena Crônica Policial
melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em Jazia no chão, sem vida, E
textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. estava toda pintada!
Nem a morte lhe emprestava
Função metalinguística: Essa função refere-se à A sua grave beleza...
metalinguagem, que é quando o emissor explica um código Com fria curiosidade,
usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação Vinha gente a espiar-lhe a cara,
de se fazer um poema, por exemplo: As fundas marcas da idade, Das
―Pegue um jornal canseiras, da bebida...
Pegue a tesoura. [...]
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar Sem nada saber da vida,
a seu poema. De vícios ou de perigos,
Recorte o artigo.‖ Sem nada saber de nada...
Este trecho da poesia, intitulada ―Para fazer um poema Com sua trança comprida,
dadaísta‖ utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de Os seus sonhos de menina,
fazer um poema. Os seus sapatos antigos!
Mário Quintana – Prosa & Verso
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Que aspectos distinguem os textos I e II, a partir da análise Não sou mais poeta
dos mesmos, considerando sua linguagem? Ando tão feliz!
denotação – função referencial (texto II). Se é para uma prosa
função poética – ênfase no assunto (texto II). Não sou Anchieta
criatividade linguística – função poética (texto II). Nem venho de Assis
ênfase na mensagem – função referencial (texto I). Deixe-te de histórias
texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto I). Some-te daqui.
O texto abaixo será utilizado nas questões 3 e 4 Vinícius de Morais

TEXTO III Quanto à análise do texto acima, pode-se afirmar que:


Nova Poética A facilidade com que se pode reconstruir o fato narrado e as
Vou lançar a teoria do poeta sórdido. informações precisas veiculadas pelo texto provam a não
Poeta sórdido: existência de elementos ficcionais; a função de linguagem
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. predominante é a referencial.
Vai um sujeito, No quinto verso, o próprio autor esclarece que seu texto não
Saí um sujeito de casa com a roupa de brim branco [muito tem caráter poético, o que lhe confere a função metalinguística da
bem engomada, e na primeira esquina passa um [caminhão, linguagem.
salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de Apesar de escrito em versos, o texto acima não é literário,
lama: porque, nos dois últimos versos, o autor diz claramente não
É a vida
querer contar histórias, neles, ocorre a função apelativa ou
O poema deve ser como a nódoa no brim: conativa, própria da linguagem de propaganda.
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero
Embora haja referência a dados concretos da realidade
[...] Manuel Bandeira
circundante, o texto é literário, uma vez que, a par de exemplos
de função emotiva e conativa, a criatividade linguística dá o tom
As funções de linguagem predominante no Texto III são:
do texto e confere a função poética como predominante.
A) Poética e metalinguística.
B) Conativa e referencial.
No sétimo verso, o próprio autor esclarece que seu texto não
C) Referencial e emotiva.
está escrito em prosa; é, portanto, um texto não literário.
D) Metalinguística e conativa.
E) Emotiva e referencial. 7. Leia o excerto abaixo extraído de uma suposta entrevista
com Riobaldo, de Grande sertão: veredas.
As funções de linguagem predominantes no texto acima se ―Mire e veja o leitor e a leitora: se não houvesse Brasil, não
justificam pelos seguintes fatores. haveria „Grande sertão: veredas‟, não haveria Riobaldo. Deviam ter
A) sentimentalismo e informatividade. pensado que pelo menos para isso serviu. E o resto é silêncio. Ou
B)metadiscursividade e interpelação ao melhor, mais uma pergunta, senhor Riobaldo. O que é silêncio? O
leitor. C)informatividade e sentimentalismo. senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.‖
D) interpelação ao leitor e informatividade. Alberto Pompeu de Toledo, Veja.
E) criatividade linguística e metadiscursividade.
Acima, predominam as seguintes funções da linguagem:
Leia a estrofe abaixo: Poética e fática.
―Oh! ter vinte anos sem gozar de leve Conativa e metalinguística.
A ventura de uma alma de donzela! E Referencial e expressiva.
sem na vida ter sentido nunca Metalinguística e emotiva.
Na suave atração de um róseo corpo Emotiva e poética.
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Álvares de Azevedo 8. Assinale a alternativa que traz função fática:
―O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm
A presença da interjeição, as exclamações e a 1ª pessoa linguagem comum.‖ (Rose-Marie Muraro)
gramatical identificam no texto a função da linguagem: ―O discurso comporta duas partes, pois necessariamente
A) Poética. B) Conativa. importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a
C) Referencial. D) Metalinguística. demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a
E) Emotiva. segunda, a prova.‖ (Aristóteles)
―Amigo Americano é um filme que conta a história de um
6. Leia o texto e assinale a alternativa correta: casal que vive feliz com o seu filho até o dia em que o marido
A um passarinho suspeita estar sofrendo de câncer.‖
Para que vieste ―Se um dia você for embora
Na minha janela Ria se teu coração pedir
Meter o nariz? Chore se teu coração mandar.‖
Se foi por um verso (Danilo Caymmi & Ana Terra)
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E) ―Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? 5-) emotiva - o emissor deseja exprimir suas emoções em
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e você? torno do assunto, deixando transparecer os seus sentimentos,
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo...‖ sensações e visão pessoal.
(Paulinho da Viola)
6-) Embora haja referência a dados concretos da realidade
(Cesgranrio – RJ) Assinale a opção em que a inversão da circundante, o texto é literário, uma vez que, a par de exemplos
ordem dos termos altera o sentido fundamental do enunciado: de função emotiva e conativa, a criatividade linguística dá o tom
A) Era uma poesia simples/ Era uma simples poesia. do texto e confere a função poética como predominante.
B) Possuía um sentimento vago/ Possuía um vago sentimento.
C) Olhava uma parasita mimosa/Olhava uma mimosa parasita. 7-) conativa - Centrada no receptor, utiliza-se geralmente de
D) Havia um contraste eterno/Havia um eterno contraste. 2ª e 3ª pessoa, bem como de vocativos e imperativos. /
E) Vivia um drama terrível/Vivia um terrível drama. metalinguística – a personagem fala sobre a obra a qual pertence.

Leia atentamente o texto abaixo: 8-) O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo
desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores transmitida ou para dilatar a conversa.
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto
e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que 9-) Altera-se o sentido da frase, pois poesia simples dá a
regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua entender que ela não foi ―trabalhada‖, apresenta linguagem fácil,
reprodução, crescimento e migrações. por exemplo; já uma simples poesia soa como ―desprezo‖ à
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. produção.

Predomina no texto a função da linguagem 10-) referencial, porque o texto trata de noções e
A) referencial, porque o texto trata de noções e informações informações conceituais.
conceituais.
B) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos Figuras de Linguagem
do leitor.
C) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
de linguagem. figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além
de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos
D) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de
mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico
comunicação.
das palavras e dos textos.
E) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos
relação à ecologia.
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar
maior expressividade à sua mensagem.
GABARITO
01. B 02. C 03. A 04. E 05. E Metáfora
06. D 07. B 08. E 09. A 10. A É o emprego de uma palavra com o significado de outra em
vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma
COMENTÁRIOS comparação subentendida.
Minha boca é um túmulo.
1-) Função referencial (ou denotativa), pois transmite Essa rua é um verdadeiro deserto.
uma informação objetiva
Comparação
2-) A) denotação – função referencial (texto II). = é o texto I Consiste em atribuir características de um ser a outro, em
função poética – ênfase no assunto não é poética, é virtude de uma determinada semelhança.
referencial O meu coração está igual a um céu cinzento.
criatividade linguística – função poética (texto II). = O carro dele é rápido como um avião.
correta Prosopopeia
D) ênfase na mensagem – função referencial (texto I). = é a É uma figura de linguagem que atribui características
função poética, do texto II humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de
E) texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto I). = função PERSONIFICAÇÃO.
referencial O céu está mostrando sua face mais
bela. O cão mostrou grande sisudez.
3-) Poética e metalinguística = ênfase na mensagem, jogo de
palavras; o código ―explica‖ o código, o assunto fala sobre o Sinestesia
assunto, sobre ele mesmo (um poeta explica como ser poeta). Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes
(mistura dos cinco sentidos).
4-) criatividade linguística e metadiscursividade = brinca Raquel tem um olhar frio, desesperador.
com as palavras e é um poeta falando de um poeta. Aquela criança tem um olhar tão doce.
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Catacrese Aliteração
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de Consiste na repetição de um determinado som consonantal
um termo próprio. no início ou interior das palavras.
O menino quebrou o braço da O rato roeu a roupa do rei de Roma.
cadeira. A manga da camisa rasgou.
Elipse
Metonímia Consiste na omissão de um termo que fica subentendido
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma no contexto, identificado facilmente.
relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa Após a queda, nenhuma fratura.
troca. Ocorre metonímia quando empregamos:
- O autor pela obra. Zeugma
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) Consiste na omissão de um termo já empregado
- o continente pelo conteúdo. anteriormente. Ele come carne, eu verduras.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os
torcedores) Pleonasmo
- a parte pelo todo. Consiste na intensificação de um termo através da
sua repetição, reforçando seu significado.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui
Nós cantamos um canto glorioso.
casa)
- o efeito pela causa. Polissíndeto
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui É a repetição da conjunção entre as orações de um período
o trabalho) ou entre os termos da oração.
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.
Perífrase
É a designação de um ser através de alguma de suas Assíndeto
características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para
(Veneza Brasileira = Recife) dançar.
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade
Maravilhosa = Rio de Janeiro) Anacoluto
Consiste numa mudança repentina da construção sintática
Antítese da frase.
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Ele, nada podia assustá-lo.
Nada com Deus é tudo. Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
Tudo sem Deus é nada. falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que
havia dito para reconstruí-la novamente.
Eufemismo
Consiste em suavizar palavras ou expressões que Anáfora
são desagradáveis. Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.
morrer) Cada alma é uma escada para Deus,
Os homens públicos envergonham o povo. (homens Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
públicos = políticos) Cada alma é um rio correndo por margens de Externo Para
Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando
Pessoa)
Hipérbole
É um exagero intencional com a finalidade de tornar
Silepse
mais expressiva a ideia.
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não
Ela chorou rios de lágrimas.
sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero,
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. número e pessoa.
Ironia De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma,
contrário do que pensamos. mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar. refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).
Se você gritar mais alto, eu agradeço. De número: A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram
a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a ideia de plural
Onomatopeia da palavra boiada).
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural De pessoa: As mulheres decidimos não votar em
dos seres. determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. Miau- silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de
miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda. um sujeito em 3ª pessoa).
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Questões sobre Figuras de Linguagem Resultados de pesquisas, ou mesmo hipóteses não


verificadas, são utilizados como instrumentos de ações
01. Analista de informática II – VUNESP – 2013 governamentais... (segundo parágrafo)
Tais ações públicas estão particularmente presentes nas
Ciência e liberdades políticas conduzidas contra alimentos gordurosos e bebidas
açucaradas. (terceiro parágrafo)
Aparentemente, o título deste artigo não faria nenhum Nesse sentido, seria função do Estado informar os cidadãos
sentido, considerando a época em que vivemos, na qual a sobre os malefícios reais ou prováveis do consumo de tais
pesquisa científica goza de uma ampla liberdade, garantida por produtos. (quarto parágrafo)
universidades e institutos de pesquisa. Vai longe o tempo em que Não lhes compete uma conduta de ―cruzados” pelo controle
Giordano Bruno e Galileu foram condenados à morte. ―científico‖ dos cidadãos. (penúltimo parágrafo)
No entanto, a liberdade de que goza a pesquisa científica vem
tendo um contraponto na utilização pelo Estado dos produtos dessa 0fe2z. a―nEolteações na folha do livro‖. A expressão
mesma pesquisa. Isso é especialmente visível no uso da ciência por sublinhada lembra uma figura:
políticas públicas de saúde. Resultados de pesquisas, ou mesmo A) metáfora B) catacrese C) anacoluto D) metonímia
hipóteses não verificadas, são utilizados como instrumentos de ações
governamentais, como se assim estivessem justificados. Assinale a expressão inconveniente por repetir
Tais ações públicas estão particularmente presentes nas informações:
políticas conduzidas contra alimentos gordurosos e bebidas A) É preciso encarar os problemas com coragem;
açucaradas. Governos arrogam-se direitos de intervenção na vida B) Ela é o elo entre mim e você;
dos cidadãos, supostamente amparados no conhecimento C) É preciso deixar o animal em seu habitat natural;
científico. D) Iniciei os trabalhos há dois meses;
É próprio do progresso científico que seus resultados sejam E) Já não há motivo para reclamação.
tornados públicos, vindo a balizar a vida das pessoas se elas
optarem por seguir esse conhecimento adquirido. Mas uma coisa Antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela
é as pessoas, de posse de certos conhecimentos, optarem por não presença de vocábulos de significação oposta. A frase abaixo em
consumir determinado produto por considerá-lo prejudicial à sua que ocorre uma antítese é:
saúde. Nesse sentido, seria função do Estado informar os A) ―Para que serve um advogado honesto quando o que
cidadãos sobre os malefícios reais ou prováveis do consumo de você precisa é de um advogado desonesto?‖ (Eric Ambler)
tais produtos. Outra, muito diferente, é o Estado impor B) ―Nunca minta para o seu médico, para o seu confessor ou
determinadas condutas restritivas da liberdade de escolha, em para o seu advogado‖. (George Herbert)
nome de um conhecimento científico apropriado pelo governo C) ―A ambição universal dos homens é viver colhendo o
com vista a seus fins específicos. que nunca plantaram‖. (Adam Smith)
Consequentemente estaríamos diante de algo extremamente D) ―O brasileiro é um povo com os pés no chão. E as
perigoso, a saber, a administração ―científica‖ da vida. Cidadãos mãos também‖. (Ivan Lessa)
administrados são cidadãos tutelados, incapazes de discernir por E) ―Mais vale um pássaro na mão, que dois voando‖.
si mesmos o que é ―bom‖ para eles. (ditado popular)
A pior administração é a que se diz ―verdadeira‖, ―científica‖,
como se coubesse ao Estado optar no lugar dos cidadãos. Cidadãos Na metáfora, a palavra adquire um sentido diferente do
administrados cientificamente tendem a se tornar servos do Estado. A comum. Assim, metaforicamente, uma pessoa pode ser chamada
eles é reservado um lugar específico, o de serem destituídos do de ―flor‖, ou um obstáculo ser chamado de ―pedra‖. Assinale qual
conhecimento ―verdadeiro‖, esse que lhes é imposto à sua revelia. das frases abaixo apresenta uma metáfora:
A comunidade científica, à medida que avança no terreno do A) O céu hoje está estrelado, sem nuvens.
político, começa a abandonar o seu terreno próprio, vindo a se tornar B) Essa joia é cara, pois é toda de ouro.
uma parte do problema, em vez de poder ser um elemento de sua C) Aquele trabalho foi fatigante, exigiu muito esforço.
solução. Melhor fariam os cientistas em avançar em suas pesquisas, D) A rainha desfilou com sua coroa de brilhantes.
mostrando, por exemplo, os elementos e produtos eventualmente E) João disse que a bela Maria é a estrela de sua vida.
prejudiciais à saúde dos indivíduos. Não lhes compete uma conduta
de ―cruzados‖ pelo controle ―científico‖ dos Assinale a alternativa correta de acordo com a indicação
cidadãos. entre parênteses, referentes às figuras de linguagem.
Cidadãos devem ser informados, não tutelados. A sua A) Ódio e amor são sentimentos que se manifestam no
liberdade de escolha deve ser, antes de tudo, preservada, homem. (comparação)
tratando-se de um direito fundamental do ser humano. B) Seu olhar é uma chuva de estrelas. (metáfora)
(Denis Lerrer Rosenfield, www.estadao.com.br, 25.03.2013. Adaptado) C) A noite é escura como ébano. (prosopopeia)
D) Esqueci-me de trazer Paulo Coelho para você. (antítese)
Assinale a alternativa em que o termo em negrito é E) Você está faltando com a verdade. (pleonasmo)
empregado, no texto, com sentido metafórico.
A)... considerando a época em que vivemos, na qual a A figura encontrada na frase ―Paula para aqui, Paula para
pesquisa científica goza de uma ampla liberdade, garantida por ali‖ é:
universidades e institutos de pesquisa. (primeiro parágrafo) A) elipse B) anacoluto C) pleonasmo D) anáfora
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8. Nos versos abaixo, de Chico Buarque, encontra-se a figura Significado das Palavras
de linguagem:
―Deixe em paz meu coração que ele é um pote até aqui de - Sinônimos
mágoas‖ São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto -
A) metáfora B) ironia C) eufemismo D) paradoxo abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
Observação: A contribuição greco-latina é responsável
A figura de linguagem presente na oração abaixo é: pela existência de numerosos pares de sinônimos: adversário
Paulinho é uma joia preciosa. e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
A) Metáfora.B) Pleonasmo. C) Antítese. D) Repetição. contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose; oposição e antítese.
Em: ―Baticum! Com a terrível colisão o velho caminhão
mergulhou na lagoa central‖, há a presença da linguagem - Antônimos
figurada denominada: São palavras de significação oposta: ordem - anarquia;
A) prosopopeia B) perífrase C) metonímia D) sinédoque soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de
GABARITO sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e
01. E 02. B 03. C 04. A 05. E antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e
06. B 07. D 08. A 09. A 10. A inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista;
simétrico e assimétrico.
COMENTÁRIOS
O que são Homônimos e Parônimos:
1-) cruzados – empregado no sentido de ―lutadores‖, - Homônimos
defensores‖ Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferentes na
pronúncia:
2-) folha do livro – A catacrese costuma ocorrer quando, por rego (subst.) e rego (verbo);
falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se colher (verbo) e colher (subst.);
outro ―emprestado‖. Passa-se a empregar algumas palavras fora jogo (subst.) e jogo (verbo);
de seu sentido original. denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo).
3-) habitat natural – segundo a maioria dos gramáticos, todo
habitat é natural. Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na
escrita:
4-) Para que serve um advogado honesto quando o que você acender (atear) e ascender (subir);
precisa é de um advogado desonesto? – uso de palavras concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
antônimas no mesmo contexto. cela (compartimento) e sela (arreio);
censo (recenseamento) e senso
5-) João disse que a bela Maria é a estrela de sua vida. (juízo); paço (palácio) e passo (andar).

6-) Ódio e amor são sentimentos que se manifestam no Homógrafos e homófonos simultaneamente: São palavras
homem. (antítese) iguais na escrita e na pronúncia:
A noite é escura como ébano. (comparação) caminho (subst.) e caminho (verbo);
Esqueci-me de trazer Paulo Coelho para você. (metonímia) cedo (verbo) e cedo (adv.);
Você está faltando com a verdade. (eufemismo) livre (adj.) e livre (verbo).

7-) Paula para aqui, Paula para ali - Parônimos


– anáfora= Repetição da mesma palavra ou grupo de palavras São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e couro;
cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede e cede;
8-) Deixe em paz meu coração que ele é um pote até aqui de comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; autuar e atuar;
mágoas. = Metáfora degradar e degredar; infligir e infringir; deferir e diferir; suar
** dica: Quando a conjunção como ou outros elementos e soar.
comparativos (tal qual, assim como, tão... quanto, etc.) estiverem
expressos na frase, a figura de linguagem chama-se comparação. Questões sobre Significação das Palavras

9-) Paulinho é uma joia preciosa. = metáfora (comparação 1. Assinale a alternativa que preenche corretamente as
subentendida, não expressa) lacunas da frase abaixo:
Da mesma forma que os italianos e japoneses para
10-) o velho caminhão mergulhou na lagoa central = o Brasil no século passado, hoje os brasileiros para a
características humanas atribuídas a seres inanimados. Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
internamente, para o Sul, pelo mesmo motivo.
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imigraram - emigram - migram De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está


migraram - imigram - emigram correto o que se afirma em
emigraram - migram - imigram. A) I, II e III. B) III, apenas.
emigraram - imigram - migram. C) I e III, apenas. D) I, apenas.
imigraram - migram – emigram E) I e II, apenas.

Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 - 5. Leia as frases abaixo:


1 - Assisti ao do balé Bolshoi;
Leia o texto para responder às questões de números 02 e 03.
2 - Daqui pouco vão dizer que vida em Marte.
3 - As da câmara são verdadeiros programas de
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica humor.
4- dias que não falo com Alfredo.
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu celular
antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo para alguns Escolha a alternativa que oferece a sequência correta
pode ser matéria-prima para outros. O CMID – Centro Marista de de vocábulos para as lacunas existentes:
Inclusão Digital –, que funciona junto ao Colégio Marista de concerto – há – a – cessões – há;
Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ensina os alunos do colégio a conserto – a – há – sessões – há;
fazer robôs a partir de lixo eletrônico. concerto – a – há – seções – a;
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo, concerto – a – há – sessões – há;
constroem carros com sensores de movimento que respondem conserto – há – a – sessões – a .
à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de baterias de
celular. ―Tirando alguns sensores, que precisamos comprar, é (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
tudo reciclagem‖, comentou o instrutor de robótica do CMID, – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para responder à
Leandro Schneider. Esses alunos também aprendem a consertar questão.
computadores antigos. ―O nosso projeto só funciona por causa do
lixo eletrônico. Se tivéssemos que comprar tudo, não seria Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram
viável‖, completou. valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram
limites de disciplina.
Em uma época em que celebridades do mundo digital fazem
campanha a favor do ensino de programação nas escolas, é inspirador O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho, é:
o relato de Dionatan Gabriel, aluno da turma avançada de robótica do A) de desprendimento. B) de responsabilidade.
CMID que, aos 16 anos, já sabe qual será sua profissão. ―Quero ser C) de abnegação. D) de amor.
programador. No início das aulas, eu achava E) de egoísmo.
meio chato, mas depois fui me interessando‖, disse.
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013. 7. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preenchida
Adaptado) com a primeira alternativa da série dada nos parênteses:
A) Estou aqui de ajudar os flagelados das enchentes.
2. A palavra em destaque no trecho –―Tirando alguns sensores, (afim- a fim).
que precisamos comprar, é tudo reciclagem‖... – pode ser substituída, B) A bandeira está . (arreada - arriada).
sem alteração do sentido da mensagem, pela seguinte C) Serão punidos os que o regulamento. (inflingirem
expressão: - infringirem).
A) Pelo menos B) A contar de D) São sempre valiosos os dos mais velhos.
C) Em substituição a D) Com exceção de (concelhos - conselhos).
E) Moro cem metros da praça principal. (a cerca
E) No que se refere a
de - acerca de).
3. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo para o 8. Assinale a alternativa correta, considerando que à direita
termo destacado em – …―No início das aulas, eu achava meio de cada palavra há um sinônimo.
chato, mas depois fui me interessando‖, disse. emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
A) Estimulante. B) Cansativo. emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
C) Irritante. D) Confuso. delatar = expandir; dilatar = denunciar
E) Improdutivo. deferir = diferenciar; diferir = conceder
dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
(Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Analise as afirmações a seguir. 9. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Leia
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por o texto a seguir.
homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem
alteração do sentido do texto, por ―faz‖. Temos o poder da escolha
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. Os consumidores são assediados pelo marketing a todo
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente momento para comprarem além do que necessitam, mas somente
aqui no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se eles podem decidir o que vão ou não comprar. É como se
substituir a expressão em destaque por ―em razão do‖, sem alterar abrissem em nós uma ―caixa de necessidades‖, mas só nós temos
o sentido do texto. o poder da escolha.
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Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será que II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescrita
paramos para pensar de onde vem o produto que estamos da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. = correta
consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente
acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas aqui no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se
evoluam para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, substituir a expressão em destaque por ―em razão do‖, sem alterar
saber fabricar qualquer coisa era o suficiente para ter uma o sentido do texto. = correta
empresa. Nos anos 70, era preciso saber fazer com qualidade e
altos índices de produção. Já no ano 2000, a preocupação era 5-) 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
fazer melhor ou diferente da concorrência e as empresas 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe) vida
passaram a atuar com responsabilidade socioambiental. em Marte.
O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua 3 – As sessões da câmara são verdadeiros programas
relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar de humor.
o produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder 4- Há dias que não falo com Alfredo. (= tempo
que possuem. passado)
É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa
ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações que transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia. lhes impuseram limites de disciplina.
Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho,
pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas é de egoísmo
pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres
refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo
(Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado) beneficiam outros. É sinônimo de filantropia. No sentido comum
do termo, é muitas vezes percebida, também, como sinônimo de
No trecho – Temos uma expectativa, um envolvimento e solidariedade. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que
aceitação... –, a palavra destacada apresenta sentido contrário de são as inclinações específica e exclusivamente individuais
A) vontade. B) apreciação. (pessoais ou coletivas).
C) avaliação. D) rejeição.
E) indiferença. 7-) A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo ―afim‖ é empregado para indicar
10. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Na que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas que têm
frase – Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a temperamentos afins, ou seja, parecidos)
palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar arreio no
por: cavalo)
A) perseguidos. B) ameaçados. Serão punidos os que infringirem o regulamento.
C) acompanhados. D) gerados. (inflingirem = aplicarem a pena)
E) preparados. São sempre valiosos os conselhos dos mais velhos;
(concelhos= Porção territorial ou parte administrativa de um
GABARITO distrito).
01. A 02. D 03. A 04. A 05. D Moro a cerca de cem metros da praça principal. (acerca de =
06. E 07. E 08. A 09. D 10. A Acerca de é sinônimo de ―a respeito de‖.).
COMENTÁRIOS 8-) b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
significados invertidos
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses imigraram c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = significados
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros emigram para invertidos
a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = significados
internamente, migram para o Sul, pelo mesmo motivo. invertidos
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação =
2-) ―Com exceção de alguns sensores, que precisamos significados invertidos
comprar, é tudo reciclagem‖...
9-) Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação... –, a
3-) antônimo para o termo destacado : ―No início das aulas, palavra destacada apresenta sentido contrário de rejeição.
eu achava meio chato, mas depois fui me interessando‖
―No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas depois 10-) Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a
fui me interessando‖ palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido,
por perseguidos.
4-) I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem
alteração do sentido do texto, por ―faz‖. = correta
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PROSA E POESIA:
7) INTRODUÇÃO À LITERATURA:
A ARTE LITERÁRIA, Os textos literários dividem-se em duas partes: prosa e
OS GÊNEROS LITERÁRIOS poesia. A POESIA é a linguagem subjetiva, metafísica, vaga com
E A EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA o mundo interior do poeta. É um texto curto com orações e
EM PORTUGAL E NO BRASIL períodos curtos, onde sobressai a beleza, a harmonia e o ritmo; é
a mais velha composição do mundo. Com o surgimento do livro
em placas de argila, começaram também as primeiras aulas. Tudo
teria que ser decorado, pois não havia material onde escrever tudo
A literatura está ligada à escrita, portanto sua origem perde- e a toda hora. Nas casas-escola, os alunos decoravam os poemas
se nos tempos. Não há um único marco histórico do surgimento com os conhecimentos, números, gramática, filosofia, etc.
da escrita, já que os desenhos das cavernas são considerados Com os livros de argila e o uso de poemas, poder-se-ia
escritos antigos. O hieróglifo é uma escrita do antigo Egito. transmitir muita coisa com pouco material. Estes livros ficavam
Desde que apareceu o ser humano, ele teve vontade de deixar nas bibliotecas, já que não se poderia carregar um livro de dez
resquícios de sua passagem pelo mundo. O homem sempre quis quilos pra lá e pra cá.
deixar sua marca para a posteridade, como é que ele fazia para Prosa é a linguagem objetiva, usual, veículo natural do
caçar, mostrar seus feitos, seu heroísmo, sua força, dinamismo, pensamento humano. A PROSA pode ser escrita de diversas formas
coragem. Também quis mostrar como era o seu povo, os animais, como: romances, crítica, novela, conto, etc. Vejamos as diferenças
o meio ambiente da época. Já se estava definindo o que seria entre um texto em forma de poesia e outro em forma de prosa:
literatura. POEMA:
A Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em prosa 1. Frases curtas;
ou em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, o 2. Destaque para a beleza dos versos;
exercício dessa arte ou da eloquência e poesia. 3. Uso de rimas: Porta x importa, minha x
A palavra ―Literatura‖ vem do latim ―litteris‖ que significa vizinha; 4.Uso de métrica - contagem de sílabas
―Letras‖, e possivelmente uma tradução do grego ―grammatikee‖. poéticas; 5.Texto escrito em forma de versos
Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de
saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com PROSA:
as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, 1. Frases longas, num só período;
refere-se especificamente à arte ou ofício de escrever de forma 2. Não há beleza no texto, somente a informação;
artística. O termo ―Literatura‖ também é usado como referência a 3.Texto objetivo: transmitir uma mensagem; 4.Não
um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por há métrica, nem rima, nem ritmo;
exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura 5.Texto escrito em forma de parágrafos.
portuguesa, literatura japonesa etc.
Mais produtivo do que tentar definir Literatura talvez seja A LINGUAGEM LITERÁRIA E A NÃO LITERÁRIA:
encontrar um caminho para decidir o que torna um texto, em
sentido lato, literário. A definição de literatura está comumente A linguagem literária é bem diferente da linguagem não
associada à ideia de estética, ou melhor, da ocorrência de algum literária. A linguagem literária é bela, emotiva, sentimental,
procedimento estético. Um texto é literário, portanto, quando trazendo as figuras de linguagem como a metáfora, a metonímia,
consegue produzir um efeito estético e quando provoca catarse, o a inversão, etc. Apresenta o fantástico que precisa ser descoberto
efeito de definição aristotélica, no receptor. A própria natureza do através de uma leitura atenta. A linguagem não literária é própria
caráter estético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar para a transmissão do conhecimento, da informação, no âmbito
alguma definição verdadeiramente estável para o texto literário. das necessidades da comunicação social. É a língua na sua função
Para simplificar, pode-se exemplificar através de uma pragmática, empregada pela ciência, pela técnica, pelo
comparação por oposição. Vamos opor o texto científico ao texto jornalismo, pela conversação entre os falantes.
artístico: o texto científico emprega as palavras sem preocupação Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as duas
com a beleza, o efeito emocional. No texto artístico, ao contrário, formas:
essa será a preocupação maior do artista. É óbvio que também o
escritor busca instruir e perpassar ao leitor uma determinada LINGUAGEM LITERÁRIA LINGUAGEM
ideia; mas, diferentemente do texto científico, o literário une essa NÃO LITERÁRIA
instrução à necessidade estética que toda obra de arte exige. O Intralinguística Extralinguística
texto científico emprega as palavras no seu sentido dicionarizado, ambígua clara/exata
denotativo, enquanto o texto artístico busca empregar as palavras conotação denotação
com liberdade, preferindo o seu sentido conotativo, figurado. O sugestão precisão
texto literário é, portanto, aquele que pretende emocionar e que, transfiguração da realidade realidade
para isso, emprega a língua com liberdade e beleza, utilizando- - subjetiva objetiva
se, muitas vezes, do sentido metafórico das palavras. ordem inversa ordem direta
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GÊNEROS LITERÁRIOS:
LITERATURA BRASILEIRA:
O estudo dos gêneros literários preocupa-se em agrupar as CONTEXTO HISTÓRICO,
diversas modalidades de expressão literária pelas suas CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS
características de forma e conteúdo. Cada gênero pressupõe uma AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO,
técnica, um estilo, um modo de ser do artista. A classificação BARROCO, ARCADISMO, ROMANTISMO,
básica dos gêneros compreende: o lírico, o épico e o dramático. REALISMO, NATURALISMO,
IMPRESSIONISMO, PARNASIANISMO
A) GÊNERO LÍRICO - Na Grécia Antiga, a poesia era SIMBOLISMO
declamada ao som da lira, daí a origem da palavra lírico. Pela
tradição literária esse instrumento passou a simbolizar a poesia.
No gênero lírico predomina o sentimento, a emoção, a
subjetividade, a expressão do ―eu‖. É a manifestação do mundo ERA COLONIAL / QUINHENTISMO - (século XVI)
interior através de uma visão pessoal do mundo. Início: A Carta de Caminha
O tema lírico por excelência é o amor, os demais lhe são, de
certa forma, correlatos: a solidão, a angústia, a saudade, a tristeza. Contexto histórico:
A linguagem lírica prima pela elaboração artística; mostra-- Os portugueses chegam ao Brasil.
se densamente metafórica, explora a sonoridade e o arranjo das A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil.
palavras.
O lirismo identifica-se com a própria poesia, mas pode ocorrer Característica: Literatura documental, histórica, de caráter
num romance, num filme, num quadro e em outras formas de arte. informativo.
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário
GÊNERO DRAMÁTICO - A palavra ―drama‖, em grego, brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. O
significa ―ação‖. O gênero dramático abrange os textos em forma Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e
de diálogo destinados à encenação. escritores do Romantismo e do Modernismo.
Os fatos não são narrados como num romance, posto que os Destacaram-se durante o Quinhentismo:
autores assumem papel das personagens diante de um público que Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha
assim é envolvido com os acontecimentos. Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um teatro
Uma peça é uma obra literária enquanto texto destinado à religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência da
leitura. Por outro lado, enquanto espetáculo teatral depende dos tradição medieval. Obs.: Não recebeu influência da poesia lírica
meios técnicos empregados na apresentação: imposição de voz, de Camões (soneto).
maquilagem, cenário, figurino, iluminação. Pe. Manuel da Nóbrega

GÊNERO ÉPICO ou NARRATIVO - Ao gênero narrativo BARROCO - (século XVII)


pertencem aqueles textos em que alguém narra uma história, Início: ―Prosopopeia‖ - poema épico de Bento Teixeira
procurando retratar o mundo exterior.
Na antiguidade, a forma narrativa consagrada era a épica em que Contexto histórico:
se faziam relatos de versos sobre as origens das nacionalidades, os Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos
acontecimentos históricos que mudaram o curso da humanidade. Os espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na
heróis épicos eram personagens históricas ou semideuses que se produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são
destacaram por excepcionais façanhas. Cumpre ressaltar as mais marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e
célebres epopeias: a ―Ilíada‖ e a ―Odisseia‖, de Homero; a ―Eneida‖, o espiritual. Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de
de Vergílio; ―Os Lusíadas‖, de Camões.
linguagem mais usadas neste período.
As invasões holandesas no Brasil.
As formas narrativas modernas resultam da evolução do
Os bandeirantes.
gênero épico. São elas: o romance, o conto, a novela e a crônica.
O romance e a novela apresentam uma estrutura de múltiplos
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamentação
conflitos, em que se caracteriza a pluralidade de ações. Em
exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de metáforas e
contrapartida, o conto gira em torno de um único conflito,
associações.
decorre disso a unidade de ações. A crônica, nascida das colunas
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e
dos jornais, exploram fatos da atualidade.
antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência
Fonte:
íntima.
http:// www. webartigos.com/ artigos/ introducao- a-
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e
literatura/39801/
incerteza da vida.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura
Destacaram-se:
- Gregório de Matos - apelidado de ―A Boca do Inferno‖.
Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo,
filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.
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Bento Teixeira Contexto histórico:


Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura A Imprensa no Brasil.
Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua estada em A crise do 2º Reinado.
Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e durante a sua A abolição da escravidão.
permanência no Brasil aderiu a temas nacionais brasileiros. Era
prosador e não poeta, e conceptista, pois atacou o cultismo. Características:
Escreveu sermões, entre eles o ―Sermão da Sexagésima‖. Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão
ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade,
ARCADISMO - (século XVIII) ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de
Início: Publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.
Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro. 1ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou nacionalista.
A temática era o índio, a pátria.
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de Destacou-se:
seus valores. Esse fato influenciou na produção das obras desta - Gonçalves Dias - Obras: ―Canção do Exílio‖ e ―I-
época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são Juca Pirama‖.
deixados de lado, entram em cena o objetivismo e a razão. A
linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os 2ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal-do-século,
ideais de vida no campo são retomados ( fugere urbem = fuga das individualista ou ultrarromântica. A temática era a morte.
cidades ) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a Destacou-se:
idealização da natureza e da mulher amada. Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pela morte.
Contexto histórico: Recebeu influência de Byron e Shakespeare. Oscila entre a
A Inconfidência Mineira. realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos ―Noite na taverna‖.
A Revolução Farroupilha.
A vinda da Família Real para o Brasil. 3ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social.
A temática é a abolição e a república.
Características: Destacaram-se:
Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à
natureza (locus amoenus). POESIA:
Fugere urbem (―evitar a cidade‖, ―fugir da civilização‖). - Castro Alves - poeta representante da burguesia liberal.
Busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza. Obras: ―Espumas Flutuantes‖, ―O Navio Negreiro‖, ―Vozes
Carpe diem (―aproveite o dia‖). Consciência da fugacidade d‘África‖.
do tempo.
Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de PROSA:
figuras de linguagem. - José de Alencar (representante maior) - defensor do ―falar
Natureza racional (é vista como um cenário, como uma brasileiro‖ / dá forma ao herói / amalgamando a sua vida à natureza.
fotografia, como um pano de fundo). Joaquim Manuel de Macedo - Obra: ―A Moreninha‖.
Pseudônimos. Bernardo Guimarães - Obra: ―A escrava Isaura‖.
Fingimento / Artificialismo Manuel Antônio de Almeida - Obra: “Memórias de um
sargento de milícias‖.
Destacaram-se:
Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadismo Modalidades do Romantismo:
brasileiro com suas liras ―Marília de Dirceu‖. Pseudônimo como
poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho do
(―Cartas Chilenas‖). pescador‖.
Autores épicos do Arcadismo brasileiro: Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo,
Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu ―A Moreninha‖.
pseudônimo é Glauceste Satúrnio. Seus sonetos são de imitação Romance regionalista: Bernardo Guimarães, ―O ermitão
Camoniana. Obra: ―Vila Rica‖. de Muquém‖, ―Escrava Isaura‖.
Basílio da Gama - Obra: ―O Uraguai‖. Romance indianista e histórico - José de Alencar,
Santa Rita Durão - Obra: ―Caramuru‖. Obs.: O índio, antes ―O Guarani‖.
de José de Alencar, aparece nos poemas épicos ―O Uraguai‖ e
―Caramuru‖. Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo. REALISMO / NATURALISMO (segunda metade do
século XIX)
ERA NACIONAL / ROMANTISMO - (século XIX)
Início: publicação de “Suspiros Poéticos”, de Gonçalves de REALISMO - Início: “Memórias Póstumas de Brás
Magalhães Cubas”, de Machado de Assis, publicado em 1881.
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família
real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil, em 1822, são
dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período.
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NATURALISMO - Início: “O Mulato”, de Aluísio Azevedo Os poetas parnasianos são considerados ―os mestres do
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica passado‖. Por suas manias de precisão, foram criticados
entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.
realistas começam a falar da realidade social e dos principais Destacou-se:
problemas e conflitos do ser humano. Como características desta Olavo Bilac (poeta representante) – ―Profissão de Fé‖.
fase, temos: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica,
valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas SIMBOLISMO
cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. Início: “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza

Contexto histórico: Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e


A Proclamação da República. sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade.
A Primeira República. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando
os textos de subjetivismo. Os principais representantes do
REALISMO simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao
adultério e ao clero. Contexto histórico:
Análise psicológica dos personagens. Fundação da Academia Brasileira de
Objetividade, temas contemporâneos. Letras. Origem: a poesia de Baudelaire.
Destacou-se: Características: desmistificação da poesia, sinestesia,
Machado de Assis - trilogia: ‗Memórias Póstumas de Brás musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor e
Cubas‖ (narrado em 1ª pessoa); ―Quincas Borba‖ (―ao vencedor revolta.
as batatas‖); ―Dom Casmurro‖ (narrado em 1ª pessoa - enigma de Destacou-se:
traição) Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: ―Missal‖ e
―Broquéis‖.
NATURALISMO
Desdobramento do Realismo. PRÉ-MODERNISMO (1902 ATÉ 1922)
Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só
pela sociedade. começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Está época é
O Naturalismo é fruto da experiência. marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores
Análise biológica e patológica das tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas
personagens. Determinismo acentuado. sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da
As personagens são compradas aos animais (zoomorfismo). Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto,
autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.
Destacaram-se:
Aluísio Azevedo - Obras: ―O Mulato‖, ―O Cortiço‖ (romance
MODERNISMO (1922 A 1930)
social, personagem principal do romance é o próprio cortiço).
Este período começa com a Semana de Arte Moderna de
Raul Pompeia - Obra: ―O Ateneu‖.
1922. As principais características da literatura modernista são :
nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com
PARNASIANISMO humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais
(final do século XIX e início do século XX) escritores modernistas: Mario de Andrade, Oswald de Andrade,
Início: “Fanfarras”, de Teófilo Dias. Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.
O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor NEO-REALISMO (1930 A 1945)
formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as
linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil.
descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são
esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, retomados. Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de
pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego, O Quinze
época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os
Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho. principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos
Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.
Contexto histórico:
Contemporâneo do Realismo - Naturalismo * Aconselho visitar o link:
Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/jogos-
Realismo - Naturalismo. multimidia/escolas-literarias-brasileira-portuguesa-
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer 702798.shtml Fontes de pesquisa:
poético. http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/
Arte pela arte. portugues/literatura_brasileira/estilos_literarios/cronologia_
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; quadro
objetividade. http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil/
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- Textos descritivos – como o próprio nome indica,


9) REDAÇÃO: GÊNERO TEXTUAL; descrevem características tanto físicas quanto psicológicas acerca
TEXTUALIDADE E ESTILO (FUNÇÕES DA de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais
LINGUAGEM; COESÃO E COERÊNCIA aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito:
TEXTUAL; TIPOS DE DISCURSO;
INTERTEXTUALIDADE; DENOTAÇÃO E ―Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...‖
CONOTAÇÃO; FIGURAS DE LINGUAGEM;
MECANISMOS DE COESÃO; A AMBIGUI- - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
DADE; A NÃO-CONTRADIÇÃO; PARALELIS- assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-
MOS SINTÁTICOS E SEMÂNTICOS; CON- la, enfatizando acerca das razões de ela acontecer, como em:
TINUIDADE E PROGRESSÃO TEXTUAL);
TEXTO E CONTEXTO; O TEXTO NARRATI- O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro,
portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
VO: O ENREDO, O TEMPO E O ESPAÇO; A
TÉCNICA DA DESCRIÇÃO; O NARRADOR;
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade
O TEXTO ARGUMENTATIVO; O TEMA; A
na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de
IMPESSOALIDADE; A CARTA ARGUMEN-
verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente.
TATIVA; A CRÔNICA ARGUMENTATIVA;
ARGUMENTAÇÃO E PERSUASÃO; O TEXTO
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO; A CON- criar uma massa homogênea.
SISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS; A CON-
TRA-ARGUMENTAÇÃO; O PARÁGRAFO; A - Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo
INFORMATIVIDADE E O SENSO COMUM; predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma
FORMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TEX- carga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos
TO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO; A que justificam a posição assumida acerca de um determinado
INTRODUÇÃO; A CONCLUSÃO assunto.

A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para


conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa
* Observação: os conteúdos “Intertextualidade” e
que os gêneros estão em complementação, não em disputa.
“Ambiguidade” foram abordados no tópico “1”; “Funções da
Linguagem” e Figuras de Linguagem”, no tópico “6”.
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é
diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
situações sociocomunicativas que participam da nossa vida em
verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a
sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-
ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre
mail, uma reportagem, uma monografia, um poema, um editorial,
os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um
e assim por diante.
diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós
mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.
Coerência e Coesão
É de fundamental importância sabermos classificar os textos
dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho:
precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que se
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do
presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de
determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual coerência e coesão. Antes de mais nada, é necessário definir os
visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que termos: coerência diz respeito à articulação do texto, à
acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nestas situações compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, a seu
corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível
tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de produção e compreensão do texto. A coesão contribui para a
ordem linguística coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão.
Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente coesão, ou que
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação um texto tenha coesão sem coerência. Em outras palavras: um
demarcados no tempo do universo narrado, como também de texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem
advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre outros: estruturadas, vocabulário correto, mas apresentar ideias sem
nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não coerência.
Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem
muita conversa, resolveram... encadeadas, sem que no plano da expressão as estruturas frasais
sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão.
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A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela ―Retomada das rédeas da programação.‖
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz
estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, respeito à programação.
aliada à competência linguística. Deduz-se que é difícil ensinar
coerência textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem das O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas
ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir,
linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto. empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimentos
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de
determinada palavra, mas não sabe emprega-la adequadamente,
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um isso ocorre frequentemente com o emprego dos conectivos
texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada (preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ligam nomes ou sintagmas nominais no interior das frases e que
ideias. (Na linguagem popular: ―dizer coisa com coisa‖ ou ―uma as conjunções ligam frases dentro do período; é necessário
coisa bate com outra‖). empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do verdade que, na maioria das vezes, o emprego inadequado dos
texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.
vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo faz-se via Exemplos:
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do
vocabulário, tem-se a coesão lexical. ―Estar inteirada com os fatos‖ significa participação, interação.
―Estar inteirada dos fatos‖ significa ter conhecimento dos
Coerência fatos, estar informada.
assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão ―Ir de encontro‖ significa divergir, não concordar.
conceitual; ―Ir ao encontro‖ quer dizer concordar.
relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
o aspecto global do texto; ―Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias‖
estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. significa a liberdade não é ameaça;
―Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias‖,
Coesão
isto é, a liberdade fica ameaçada.
assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
situa-se na superfície do texto, estabelece conexão sequencial;
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
componentes do texto; dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado
específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o
emprego da crase decorrem do fato de considerar-se crase como
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou
compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à
bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias regência nominal e verbal.
neles contidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e Exemplos:
gramaticalmente corretas, no que diz respeito à sintaxe. O
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se O verbo assistir admite duas regências:
consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de cada assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
palavra. Talvez os erros mais comuns de redação sejam devidos à assistência (O médico assiste o doente):
impropriedade do vocabulário e ao mau emprego dos conectivos Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao
(conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período a jogo da seleção).
outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário,
colhidos em redações sobre censura e os meios de comunicação e Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi
outras. o jornal do dia).
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que
―Nosso direito é frisado na Constituição.‖ fizessem silêncio).
Nosso direito é assegurado pela Constituição. Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); significa
também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu ajuda para os
―Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém (para si):
exposta.‖ (Pediu ao colega para ajuda-lo); pode significar ainda exigir,
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar reclamar (Os professores pedem aumento de salário).
sujeita.
―A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.‖ O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se no qual
sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto;
tais notícias. outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado.
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―Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles
no qual estava sem remetente‖. (Chegou com um envelope que (o escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social.
qual) estava sem remetente). A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto
em que se encontra, assim como as personagens e as condições
―Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da de produção do texto.
sensibilidade...‖ Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso
(palavras cheias de sensibilidade). indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão
separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das de quem o produziu.
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões para o
emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, Vejamos cada um deles:
preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que
sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, porém, traços da fala e da personalidade das personagens sejam
todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto). destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar,
locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens
concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.
conquanto, posto que, a despeito de, não obstante. Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito
comuns durante a reprodução das falas.
Ex.
A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de
conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por isso ―O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis
que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de
empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por guaxinim do banhado!...‖
causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência
de, por motivo de, por razões de. ―- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!‖
O principal articulador sintático de condição é o ―se‖: Se o Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expressar e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde pessoa. Nesse caso, o narrador utiliza-se de palavras suas para
que, a menos que, a não ser que. reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.
Ex.
O emprego da preposição ―para‖ é a maneira mais comum
de expressar finalidade. ―É necessário baixar as taxas de juros ―Elisiário confessou que estava com sono.‖ (Machado de
para que a economia se estabilize‖ ou para a economia Assis)
estabilizar-se. ―Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.‖
Há outros articuladores que expressam finalidade: a fim de, com ―Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo
o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo
objetivo de, com o fito de, com o intuito de. se o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da masmorra,
imaginava podiam ser onze horas.‖ (Lima Barreto)
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos
articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria,
introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão de acordo com a necessidade do autor de fazê -lo. Sendo assim é
uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se
emprega-se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além
fundem.
disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal,
Ex.
apresentado como um acréscimo, para justificar de forma
incontestável o argumento contrário. ―Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a
respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!‖
desenvolvimento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto ―Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza.
é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva Entretanto, qualquer urubu... que raiva...‖ (Ana Maria Machado)
―e‖ anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso,
pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e se não ―D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário.
acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos.
Irmãos.‖ (Graciliano Ramos)
Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação
entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa FONTE: http://www.infoescola.com/redacao/tipos-
escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; outros situam se no de-discurso/
plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
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Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado
que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a
sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire
com a ideia associada a este conjunto. Hathaway.
Buffett queria entender o porquê.
Sentido Próprio e Figurado das Palavras Questiona.
Coloca o dedo na ferida.
Pela própria definição acima destacada podemos perceber
que a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada 2. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
a sua forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a Assinale a alternativa que apresenta palavra empregada no
outra relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que sentido figurado.
ela traz (denominada significado).
A)...somente eles podem decidir o que vão ou não comprar.
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-
B) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com
se assim:
supérfluos.
Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido
comum que costumamos dar a uma palavra. C)… deve comprar o produto em outro lugar.
Sentido Figurado - é o sentido ―simbólico‖, ―figurado‖, que D)… de onde vem o produto que estamos consumindo…
podemos dar a uma palavra. E) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
contextos: (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento) – 2013). Leia o texto a seguir.
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável,
que adota condutas pouco apreciáveis) ―Xadrez que liberta‖: estratégia, concentração e reeducação
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece
muito sobre alguma coisa, ―expert‖) João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum (ou meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
figurado. grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte comum: tabuleiros e peças de xadrez.
concreta) pode ter vários significados (conceitos). O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
Denotação e Conotação
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
―Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o seu
significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; pensar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este errada, pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-
exemplo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. mate, instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido próprio, errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha
comum, usual, literal. vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema
maior é tomaro xeque-mate‖, afirma João Carlos.
MINHA DICA - Procure associar Denotação com O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em
Dicionário: trata-se de definição literal, quando o termo é 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto ―Xadrez que
utilizado em seu sentido dicionarístico. liberta‖. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a
atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de Estado da
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o primeiro
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implantado. Vinte e
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e oito internos de 14 unidades participam da disputa, inclusive João
expressiva. Veja este exemplo: Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o mais importante.
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que ―Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
seja tarde demais. esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom
disciplina, limitação de conduta e comportamento.
comportamento‖.
Questões sobre Denotação e Conotação Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
Venturin, o ―Xadrez que liberta‖ tem provocado boas mudanças
1. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013). no comportamento dos presos. ―Tem surtido um efeito positivo
Uma frase empregada – exclusivamente – com sentido figurado é: por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já
A) Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam
vinho ou ir ao cinema. melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude‖.
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Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a Violência epidêmica


liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos
já faz planos. ―Eu incentivo não só os colegas, mas também A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, é
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar‖. A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
―Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros
egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós urbanos e se dissemina pelo interior.
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso As estratégias que as sociedades adotam para combater a
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito
retornar para o crime‖, analisa o presidente do Conselho Estadual pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos
de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. no campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez- A agressividade impulsiva é consequência de perturbações
que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
Acesso em: 18.08.2012. Adaptado) agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de
Considerando o contexto em que as seguintes frases foram seus desejos.
produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
das palavras. tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
A) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos desenvolvimento psicológico pleno.
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo.
A revisão de estudos científicos permite identificar três
B) Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal,
fatores principais na formação das personalidades com maior
eles têm outros pontos em comum...
inclinação ao comportamento violento:
Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil.
Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
―Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate‖,
humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
afirma João Carlos.
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram
Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para a
rua, todo mundo vai ter que aprender... valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram
limites de disciplina.
4. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013). 3) Associação com grupos de jovens portadores de
Leia o texto a seguir. comportamento antissocial.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de
Na FLIP, como na Copa crianças que se enquadram nessas três condições de risco.
Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à
RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária desigualdade social, esses fatores de risco criam o caldo de
Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou cultura que alimenta a violência crescente nas cidades.
as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa das Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
Confederações. resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o
Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Autores, criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver
para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A audiência do preso. Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e
evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: classe média alta. sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao
Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece ―como mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
prestador de serviço‖, para citar uma participante de um protesto mais sólidas com o mundo do crime.
em Paraty, anteontem. Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
mexicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é ―um espelho do aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão
que é o Brasil‖. superlotadas.
(Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha de Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a
S.P aulo, 08.07.2013. Adaptado) criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo.
O termo espelho está empregado em sentido Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os
figurado, significando qualidade. policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
próprio, significando modelo. acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e
figurado, significando advertência. construir cadeias novas para substituir as velhas.
próprio, significando símbolo. Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
figurado, significando reflexo. preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes
de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade
(Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas e
– 2013). Leia o texto a seguir. da oportunidade de desenvolvimento artístico.
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(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado) Na frase –… compreendemos que tal humor primitivo não
praticava um rosário de ofensas pessoais. –, observa-se emprego
Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada palavra de expressão com sentido figurado, o que ocorre também em:
ou expressão com sentido figurado. A) O livro sobre a história da caricatura estabelece marcos
Tendências agressivas surgem em indivíduos com inaugurais em relação a essa arte.
dificuldades adaptativas ...(4.º parágrafo) B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante a seus
A revisão de estudos científicos permite identificar três contemporâneos que recebeu o nome de ―nova invenção artística.‖
fatores principais na formação das personalidades com maior C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro profissional
inclinação ao comportamento violento... (6.º parágrafo) dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no Brasil.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
violência variam... (3.º parágrafo) atacava esta ou aquela personagem da Corte.
...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologicamente
a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo) os acontecimentos da história brasileira, suas temáticas políticas
Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade sociais.
formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento
psicológico pleno. (5.º parágrafo) (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas
– VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
6. O item em que o termo sublinhado está empregado no
sentido denotativo é: Tomadas e oboés
A) ―Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu
frutos políticos.‖ ―O do meio, com heliponto, tá vendo?‖, diz o taxista,
―...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.‖ apontando o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal:
―Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...‖ ―A parte elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez‖. Ficamos
―...a indústria disparou gordos investimentos.‖ admirando o edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e
―Colheu uma revelação surpreendente:...‖ penso menos no tamanho da empreitada do que em nossa
variegada humanidade: uns se dedicam à escrita, outros a
7. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP – instalações elétricas, lembro--me do meu tio Augusto, que vive
2013). Leia o texto a seguir. de tocar oboé. ―Fio, disjuntor, tomada, tudo!‖, insiste o motorista,
O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico com tanto orgulho que chega a contaminar-me.
Anysio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicitaram Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo.
considerar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos anos de vida, Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um
o escritor contribuía para o cômico apenas em sua porção de ator, homem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios
impedido pela televisão brasileira de produzir textos. E o que ele por andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. ―Cada
dizia sobre a risada ajuda a entender a acomodação de muitos sala tem o quê? Duas tomadas?‖
humoristas contemporâneos. Porque, quando eles humilham aqueles ―Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador,
julgados inferiores, os pobres, os analfabetos, os negros, os essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode
nordestinos, todos os oprimidos que parece fácil espezinhar, não botar aí pra uma média de seis tomadas/sala.‖
funcionam bem como humoristas. O humor deve ser o oposto disto, Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas!
uma restauração do que é justo, para a qual desancar aqueles em Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas
condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, do já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo número
superior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social. de janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela
O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás marginal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no prédio:
sabia disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupada em criam logotipos, calculam custos para o escoamento da soja,
ferir a brutal desigualdade entre os seres e as classes. Ao negociam minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num
percorrer o extenso volume da História da Caricatura Brasileira sofá, um homem escute em seu iPod as notas de um oboé.
(Gala Edições), compreendemos que tal humor primitivo não Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo
praticava um rosário de ofensas pessoais. Naqueles dias, humor música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos
parecia ser apenas, e necessariamente, a virulência em relação aos profissionais que acreditam estar diretamente envolvidos no
modos opressivos do poder. movimento de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco
A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscuridade os minutos de contemplação.
nomes que sucederam ao mais aclamado dos artistas a produzir arte Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no
naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas magros, corcundas escritório, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os
gordos, corcovas com cabeça de burro, todos esses seres compostos filhos, não foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá,
em aspecto polimórfico, com expressivo valor gráfico, eram os entendo agora, está ainda mais afundado do que os outros. O
responsáveis por ilustrar a subserviência a estender-se pela Corte momento oboé era apenas uma pausa para repor as energias, logo
Imperial. Contra a escravidão, o comodismo dos bem--postos e dos mais voltará à sua mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério
covardes imperialistas, esses artistas operavam seu espírito crítico em de ferro.
jornais de todos os cantos do País. ―Onze mil, cento e cinquenta‖, diz o taxista, me mostrando o
(Carta Capital.13.02.2013. Adaptado) celular. Não entendo. ―É o SMS do meu cunhado: 11.150 tomadas.‖
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Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação Paralelismo


elétrica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito
cágados, pela marginal. Conceito básico:
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado) O termo paralelismo corresponde a uma relação de
equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais
No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na correria elementos. É um recurso responsável por uma boa progressão
geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar textual. Dizemos que há paralelismo em uma estrutura quando há
diretamente envolvidos no movimento de rotação da Terra,, esse uma correspondência rítmica, sintática/gramatical ou semântica
aí reservou-se cinco minutos de contemplação. –, o segmento em entre as estruturas.
destaque expressa, de modo figurado, um sentido equivalente ao
da expressão: profissionais que acreditam ser ―[PARA TRABALHAR,] [PARA NOS AMAR,] [PARA
A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar além do FAZER DESTE MUNDO UM MUNDO MELHOR]‖
expediente. As três orações em destaque obedecem a uma mesma
B) desvalorizados, que não são devidamente reconhecidos. estrutura sintática: iniciam-se com a preposição ―para‖ e mantêm
C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de o verbo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural,
grande importância. damos o nome de paralelismo.
metódicos, que gerenciam com rigidez a vida corporativa. Analisemos o próximo exemplo:
flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio.

GABARITO

01. E 02. B 03. D 04. E05. D


06. B 07. D 08. C

COMENTÁRIOS

1-) Coloca o dedo na ferida.


Frase empregada para dizer que acerta o ponto fraco, onde
dói.
Vejam como o slogan da marca de cosméticos ―Nívea‖
2-) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com também segue uma estrutura em paralelismo – ―BELEZA QUE
supérfluos. SE VÊ, BELEZA QUE SE SENTE‖. Notem que a repetição é
Exagero, hipérbole. intencional, mantendo uma unidade gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja,
3-) Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate‖, promove a conexão das ideias, através de repetições planejadas,
afirma João Carlos. trazendo unidade a um texto.
É o lance que põe fim à partida, acaba com a liberdade, no Vejamos o exemplo a seguir:
caso.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA
4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado, DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
significando reflexo do que é o país. Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para
respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das
5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência seguintes maneiras:
crescente nas cidades. (10.º parágrafo)
Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A
a violência. DATA DO ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]
Ou
6-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS
Sentido denotativo = empregado com o sentido real da palavra NA DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]

7-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no
atacava esta ou aquela personagem da Corte. infinitivo iniciando as orações – ―mudar‖ e ―melhorar‖. Já na
Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido de segunda, mantivemos bases nominais – substantivos –
―gritar‖ aos leitores as notícias. ―mudanças‖ e ―melhorias‖. Dessa forma, estabelecemos o
paralelismo nas frases.
8-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de ―Mas como achar o tal do paralelismo?‖. Uma dica boa é
grande importância. encontrar os conectivos na frase. Eles são importantes
Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece sem marcadores textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que
a intervenção de quaisquer trabalhadores, ―importantes‖ ou não. devem permanecer em relação de equivalência.
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Olhem esse exemplo: Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo


Queremos amor E ter paz. ―gostar‖ é transitivo indireto, enquanto o verbo ―comprar‖ é
transitivo direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente,
O verbo querer possui duas ideias que o complementam: uma vez que só há um complemento verbal (―livros‖).
―amor‖ E ―ter paz‖. O conectivo ―e‖ marca o paralelismo. As Corrigindo, temos:
estruturas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? Não. Gosto [de livros] e [os] compro.
Uma é um substantivo e a outra uma oração. Para equilibrá-las, OI OD
podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas:
a) Queremos [amor] e Exemplo 4:
[paz]. Ou Quero [sua ajuda] e [que você venha].
Queremos [ter amor] e [ter paz].
Ou Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os
Queremos ter [amor] e [paz]. complementos do verbo ―querer‖ têm ―pesos sintáticos‖ diferentes:
―sua ajuda‖ é um objeto direto ―simples‖ e ―que você venha‖ é
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: um objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados
pelo conectivo ―e‖, devendo, portanto, haver uma equivalência
Os períodos a seguir apresentam problemas de paralelismo. entre eles.
Reescreva-os, fazendo as devidas correções: Corrigindo, temos:
Trata-se de um ponto de vista importante e que merece Quero [sua ajuda] e [sua vinda].
respeito. ou
Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e que também Quero [que você me ajude] e [que você venha].
conseguirei uma promoção.
Lamentei não ter feito nada pelo rapaz e que ele saísse tão PARALELISMO SEMÂNTICO
humilhado.
Vi-o entristecer e que queria ajuda. É aquele em que se observa uma correlação de sentido
entre as estruturas.
Sugestões de resposta: Observem os exemplos a seguir:
―Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]‖.
a) Trata-se de um ponto de vista importante e respeitável.
―Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos
b) Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e também de réis]‖
conseguir uma promoção. (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Lamentei que não tivesse feito nada pelo rapaz e que ele
saísse tão humilhado.
Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical
Vi-o entristecer e querer ajuda.
ou sintático nas frases, não há uma correlação semântica.
No primeiro caso trocar ―de namorada‖ não equivale a trocar
PARALELISMO SINTÁTICO OU GRAMATICAL
―de blusa‖; no segundo, amar ―durante quinze meses‖ (tempo) não
corresponde a amar ―durante onze contos de réis‖. São relações de
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa
sentido diferentes. Dessa forma, podemos dizer que houve uma
estrutura frasal a partir de termos ou orações semelhantes
―quebra‖ do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação
morfossintaticamente.
entre elementos de ―carga significativa‖ diferente. Entretanto, isso foi
Veja os exemplos a
intencional e não deve ser visto como uma falha de construção. Na
seguir: Exemplo 1:
maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para trazer a
O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador].
um trecho determinado efeito de sentido a partir da
Corrigindo, temos:
Ele não só roubou, mas também sequestrou. ironia ou do humor, como nos exemplos acima.

Os termos ―não só... mas também‖ estabelecem entre as PARALELISMO RÍTMICO


orações coordenadas uma relação de equivalência sintática. Dessa
forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande
gramatical. efeito, do qual alguns autores se servem com o propósito de dar
maior expressividade ao pensamento.
Exemplo 2: Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro
O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade]. ―Comunicação em prosa moderna‖, de Othon Garcia:
Corrigindo, temos: ―Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com
O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de ódio, o cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se
solidariedade]. (os três complementos verbais devem vir com ódio, o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante‖.
preposicionados - encadeamento de funções sintáticas) (―Sermão da quinta quarta-feira‖, apud M. Gonçalves Viana,
Sermões e lugares seletos, p. 214)
Exemplo 3: ―Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as
[Gosto] e [compro] livros. esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior
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propriedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou Principais dicas de redação:
com maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem
as propugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com Organize seus argumentos sobre o tema proposto, e os escreva
maior abundância‖. de forma compreensível. Organize os argumentos de forma
(M.Bernardes) crescente, ou seja, deixe o argumento mais forte para o final;
Reparem as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas
construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico. Em dissertações em que é necessário defender algo, não
fique ―em cima do muro‖, coloque claramente sua posição, pois
TESTE SEUS CONHECIMENTOS: muitas vezes estão interessados em avaliar sua capacidade de
opinar, refletir e argumentar;
1-) (UERJ) Escreva com clareza;
AS SEM-RAZÕES DO AMOR Seja objetivo e fiel ao tema;
Eu te amo porque te amo. Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito +
Não precisas ser amante, predicado);
e nem sempre sabes sê-lo. Evite períodos e parágrafos muito longos;
Eu te amo porque te amo. Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do texto;
Amor é estado de graça Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
e com amor não se paga. Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no mundo;
Leia muito, a leitura enriquece o vocabulário, você olha
Amor é dado de graça, visualmente as palavras e envia para a sua memória a forma
é semeado no vento, correta de escrevê-las;
na cachoeira, no eclipse. Treine fazer redação com temas que poderão estar
Amor foge a dicionários relacionados com as provas de concursos públicos, ou então faça
e a regulamentos vários. com temas da atualidade e notícias constantes nos meios de
comunicação;
Eu te amo porque não amo Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, retire os
bastante ou demais a mim. excessos, deixe seu texto ―enxuto‖.
Porque amor não se troca, Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações de treino
não se conjuga nem se ama. e tente sempre diminuir o tempo gasto na próxima;
Porque amor é amor a nada, Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas
feliz e forte em si mesmo. estabelecidas na prova;
Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim do texto.
Amor é primo da morte, Não inicie com letras legível e arredondada, por exemplo, e
e da morte vencedor, termine com ela ilegível e ―apressada‖, isso dará uma péssima
por mais que o matem (e impressão para o examinador da banca quando for ler;
matam) a cada instante de amor. Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse sua
(ANDRADE, Carlos Drummond de.‖Corpo‖. Rio de Janeiro: redação; Tenha o máximo de asseio possível;
Record, 2002.) Faça as redações de provas anteriores do concurso que você
prestará;
Na terceira estrofe do poema, verifica-se um movimento de Fique focado no enunciado que a banca está pedindo, não
progressão textual que reitera as razões para o amor. Essa redija um texto lindo, mas que está totalmente fora do tema.
progressão está caracterizada pela repetição do seguinte Nunca fuja do tema proposto;
procedimento linguístico: Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras;
construção frasal em ordem indireta Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso e
estrutura sintática em paralelismo coerente.
pontuação com efeito retórico Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande temor pela
rima como recurso fonológico redação nas provas. Muitas vezes o candidato prepara-se para a prova
objetiva, e deixa a redação de lado, perdendo grandes chances de
Comentário: passar. A única maneira eficaz de aprender a fazer uma boa redação é
O próprio enunciado da questão dá dicas sobre a resposta. A treinando. Faça redações sobre diversos temas, leia e releia quantas
expressão ―progressão textual‖ e a palavra ―repetição‖ induzem a vezes precisar, e lembre-se: a prática pode levar
pensarmos exatamente no paralelismo presente no poema. Ao perfeição.
longo do texto, enumeram-se, por meio de estruturas equivalentes Além dessas dicas é preciso saber, principalmente, as regras
sintaticamente, as razões para o amor. Logo, como se vê, o de Acentuação Gráfica, pontuação, ortografia e concordância.
gabarito da questão é a alternativa ―B‖.
Estrutura da Redação
Uma boa redação é aquela que permite uma leitura
prazerosa, natural, de fácil compreensão, e que o leitor se sinta Um texto é composto de três partes essenciais: introdução,
impactado. Para fazer bons textos é fundamental ter o hábito de desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um elo entre as
leitura, e utilizar todas as regras da língua Portuguesa, e as partes, como se formassem a costura do texto. Na introdução é
técnicas de redação a seu favor. onde o tema abordado é apresentado, não deve ser muito extensa,
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e aconselha-se que tenha apenas um parágrafo de quatro a seis Agora, vamos construir o texto, abordando cada assunto em
linhas. O desenvolvimento é o ―corpo‖ do texto, a parte mais um parágrafo do desenvolvimento.
importante dele. É onde se expõe o ponto de vista, e argumenta de Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos por
uma forma lógica para que o leitor acompanhe seu raciocínio. infratores menores de dezoito anos. As penas a eles aplicadas são
Nesta parte do texto faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. A relativamente pequenas e não os inibem de praticar novos delitos.
conclusão é o fechamento. Mas é válido lembrar que a A maioria destes jovens, contudo, É de regiões periféricas e não
introdução, desenvolvimento e conclusão são ligados e TEM o devido acesso á educação.
dependentes entre si para que a coesão e coerência textual sejam É de se notar que o crescente número de infrações realizadas por
mantidas e o texto faça sentido. crianças e adolescentes, aparentemente, só tende a aumentar, tal
como vem acontecendo. Crimes como roubo e tráfico se mostram
cada vez mais presente nas ações destes jovens. (assunto 1)
Introdução
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O grande
A introdução (dependendo do número máximo de linhas) deve problema de medidas tão brandas consiste no fato de estas não
ter argumentos, dos quais você falará no desenvolvimento. Então, cumprirem um de seus importantes deveres: o de inibir a
deixe para explicar o assunto da introdução depois. Apenas coloque ocorrência de novas infrações. (assunto 2)
os argumentos, de forma conexa e, mais importante, apenas os Afalta de estudo e de condições sociais favoráveis, certamente, é
coloque se tiver certeza de que falará sobre eles depois. um ponto que fortalece o envolvimento com ações infratoras.
Dispersos, tratados com descaso e sem perspectiva, muitos jovens
Desenvolvimento veem no crime a possível solução para seus problemas. (assunto 3)
O desenvolvimento (dependendo do número máximo de linhas) A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas condições
deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada parágrafo deve ter entre 2 atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no dia que o país
a 4 linhas. O ideal seria três linhas, pois quanto mais linhas tiver, investir em educação e não em formas de conter os efeitos
maiores as chances de você escrever algo confuso. Os parágrafos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja necessária qualquer
devem tratar dos três argumentos apresentados na introdução. Cada pena.
parágrafo, ao menos, referente a um deles.
Planejando a Dissertação
Conclusão Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos:
A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela ressalta o Interrogue o tema;
que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução. Responda-o de acordo com a sua opinião;
Apresente um argumento básico;
Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, temos, devemos, Apresente argumentos auxiliares;
podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas da mesma Apresente um fato-exemplo;
forma. Isto porque ela devem ser escritas na 3° pessoa do singular. O Conclua.
certo seria: sabe-se, deve-se, importante se faz, tem-se. ―Todo
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum
mundo‖, ―todo o planeta‖, ―todas pessoas‖, ―todos‖. Tais palavras
homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:
Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive
devem ser evitadas, pois a dissertação não admite generalização.
sozinho?
Logo, devemos usar ―a maioria‖, ―grande parte‖, ―parcela da Procure responder a essa pergunta, de um modo simples e
população‖, um significativo número‖ etc. ―Com certeza‖, claro, concordando ou discordando (ou concordando em parte e
―obviamente‖, definitivamente‖. São palavras que também discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista.
devem ser evitadas. A dissertação consiste numa argumentação, Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma
na qual se é exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará
por outro pensamento. o seu argumento principal.
Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a
Vamos para um exemplo então. O texto trata da redução da defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes
maioridade no Brasil. serão os argumentos auxiliares.
A INTRODUÇÃO é a seguinte: Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para
reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos por visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato
infratores menores de dezoito anos. As penas a eles aplicadas são da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele
relativamente pequenas e não os inibem de praticar novos delitos. precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista.
A maioria destes jovens, contudo, SÃO de regiões periféricas e O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação. Além
não têm o devido acesso á educação. disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos demais.
A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua
Lembra da regra dos três assuntos da introdução? Então... redação.
vamos ver quais serão os assuntos.
Fontes: http://www.okconcursos.com.br/como-
Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo passar/dicas-para-
cometidos por infratores menores de dezoito anos concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upoqg9Kfsfh
http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-explicacao-
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente
como-fazer-uma-redacao
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos
http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Redacao2.
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de regiões
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periféricas e não têm o devido acesso á educação
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Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio,


10) ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir,
pinguim, tranquilo, linguiça.
ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
PELO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA Acentuação
PORTUGUESA, ASSINADO EM LISBOA, Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentua-
EM 16 DE DEZEMBRO DE 1990, POR dos em palavras paroxítonas
PORTUGAL, BRASIL, ANGOLA, SÃO TOMÉ E Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, pa-
PRÍNCIPE, CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU, nacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, pa-
MOÇAMBIQUE E, POSTERIORMENTE, ranóico
POR TIMOR LESTE, APROVADO NO Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, pana-
BRASIL PELO DECRETO N° 6.583, DE 29 DE ceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, para-
SETEMBRO DE 2012. PARA O CES/2014-15 nóico
AINDA SERÃO ACEITAS AS DUAS FORMAS
Observações:
ORTOGRÁFICAS,COMOESTÁPREVISTONO nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o
DECRETO N° 7.875, DE 2012 acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
o acento no ditongo aberto ‗eu‘ continua: chapéu, véu, céu,
ilhéu.
Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que em Nova Regra: O hiato ‗oo‘ não é mais acentuado
termos históricos já se fizeram várias tentativas de unificação da Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo,
ortografia da língua portuguesa, sendo que a primeira data de povôo
1911, que culminou em Portugal na primeira grande reforma. Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo,
Depois existiram várias tentativas, sendo a mais importante a de povôo
1990 que é a que está por trás de todo o celeuma levantado
atualmente sobre esta questão. Nova Regra: O hiato ‗ee‘ não é mais acentuado
Seguindo o disposto numa reunião da Comunidade dos Países de Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem,
Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Julho de 2004 em São Tomé revêem
e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo ortográfi-co entrar Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, re-
em vigor, bastaria que três países o ratificassem. O Brasil em Outubro vêem
de 2004, Cabo Verde em Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de
2006 ratificaram o acordo, estando assim cum-prido o disposto nessa Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em
reunião da CPLP. Em Portugal, este acordo ortográfico foi ratificado palavras homógrafas
pelo governo a 6 de Março de 2008, fal-tando a aprovação no Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo
Parlamento ou pelo Presidente da República. (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (subs-
O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009, tantivo)
mas até dezembro de 2012, decorre um período de transi- Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo
ção, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia atual. (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (subs-
No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações, em Por- tantivo)
tugal e nos restantes dos países lusófonos, as mudanças afetarão
cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário total. Observação:
- o acento diferencial ainda permanece no verbo ‗poder‘ (3ª
Mudanças pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - ‗pôde‘) e no verbo
‗pôr‘ para diferenciar da preposição ‗por‘
Alfabeto Nova Regra: Não se acentua mais a letra ‗u‘ nas formas ver-
Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras bais rizotônicas, quando precedido de ‗g‘ ou ‗q‘ e antes de ‗e‘ ou
Regra Antiga: O ‗k‘, ‗w‘ e ‗y‘ não eram consideradas letras ‗i‘ (gue, que, gui, qui)
do nosso alfabeto. Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúe-
Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, mos, obliqúe
no-mes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos,
Exemplos: km, watt, Byron, byroniano obliqúe

Trema Nova Regra: Não se acentua mais ‗i‘ e ‗u‘ tônicos em paroxí-
Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. tonas quando precedidos de ditongo
Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exem- Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiú-
plo: Müller, mülleriano me
Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente,
argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
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Hífen - uma exceção é o prefixo ‗co‘. Mesmo se a outra palavra ini-


Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras forma-das cia-se com a vogal ‗o‘, não utliza-se hífen.
de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + pala-vras
iniciadas por ‗r‘ ou ‗s‘, sendo que essas devem ser dobradas Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo
Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-so- uso, perdeu-se a noção de composição
cial, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamen- Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pá-
tação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, ra-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sono- Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, parala-
grafia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível ma, parabrisa, parachoque, paravento
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial,
antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamenta- Observação:
ção, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, in- - o uso do hífen permanece em palavras compostas que não
frassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e
suprarrenal, suprassensível semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que
designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro,
Observação: médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira,
- em prefixos terminados por ‗r‘, permanece o hífen se a pa- tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer,
lavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper- bem-te-vi etc.
-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter--
relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc. O uso do hífen permanece
Em palavras formadas por prefixos ‗ex‘, ‗vice‘, ‗soto‘: ex--
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras marido, vice-presidente, soto-mestre
forma-das de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + Em palavras formadas por prefixos ‗circum‘ e ‗pan‘ + pala-
pala-vras iniciadas por outra vogal vras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navega-
Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendiza- ção
gem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, Em palavras formadas com prefixos ‗pré‘, ‗pró‘ e ‗pós‘ + pa-
contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra- lavras que tem significado próprio: pré-natal, pró-desarmamento,
-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-- pós-graduação
imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-em- Em palavras formadas pelas palavras ‗além‘, ‗aquém‘, ‗re-
briagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado cém‘, ‗sem‘: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém--
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto
au-toescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo,
contraindica-ção, contraordem, extraescolar, extraoficial, Não existe mais hífen
infraestrutura, intrao-cular, intrauterino, neoexpressionista, - Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pro-
neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, nominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão
semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jan-
tar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de
Observações: etc.
esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existen- Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
tes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. mais--que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar
por ‗h‘: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo Consoantes não pronunciadas. Fora do Brasil foram
etc. elimina-das as consoantes não pronunciadas:
- ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico,
Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é óptimo, baptismo
formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal +
palavra iniciada pela mesma vogal. Grafia Dupla: de forma a contemplar as diferenças fonéticas
Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras: Antó-
antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, mi- nio/Antônio, facto/fato, secção/seção.
croônibus, microorgânico
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário,
anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas,
micro-ônibus, micro-orgânico

Observações:
- esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo
termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não
tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com
mesma vo-gal = com hífen
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HISTÓRIA DO
BRASIL
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• o aumento do poder econômico dos mercadores (burguesia)


e consequente ambição por ampliar os negócios;
A) A EXPANSÃO ULTRAMARINA • o aumento do poder real, fundamental para a organização
EUROPEIA DOS SÉCULOS XV E XVI. das expedições marítimas;
• o desenvolvimento tecnológico europeu alcança do com o
progresso comercial dos séculos anteriores, como a bússola, o
astrolábio, a pólvora e a melhoria das técnicas de navegação e
construção de navios, que possibilitaram o sucesso das empresas
marítimas europeias.
A grande expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI
teve à frente Portugal e Espanha, conquistando novas terras e no- Ë importante destacar que a tomada de Constantinopla
vas rotas de comércio, como o continente americano e o caminho (principal entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente),
para as Índias pelo sul da África. pelos turco-otomanos em 1453, bloqueou o acesso dos
Desde o Renascimento comercial da Baixa Idade Média até a mercadores às valiosas especiarias orientais. Isto veio apenas
expansão ultramarina, as cidades italianas eram os principais acrescentar um novo elemento às dificuldades comerciais que já
polos de desenvolvimento econômico europeu. Elas detinham o se apresentavam. Na verdade, a expansão marítima tivera seu
mono-pólio comercial do mar Mediterrâneo, abastecendo os início muito antes, em 1415, quando os portugueses tomaram a
mercados Europeus com os produtos obtidos no Oriente cidade de Ceuta, no norte da África.
(especiarias), espe-cialmente Constantinopla e Alexandria.
Durante a Idade Média, as mercadorias italianas eram A expansão marítima portuguesa
levadas por terra para o norte da Europa, especialmente para o Enquanto a Europa achava-se envolvida com os efeitos da
norte da França e Países Baixos. Contudo, no século XIV, diante crise do século XIV Portugal organizava um governo centraliza-
da Guerra dos Cem Anos e da peste negra, a rota terrestre tornou- do, forte e aliado da burguesia. A precoce centralização política
se inviável. Neste momento se inaugurou a rota marítima, ligando lusitana, conjugada a outros fatores, valeu-lhe o pioneirismo no
a Itália ao mar do Norte, via Mediterrâneo e oceano Atlântico. processo de expansão marítima comercial europeia.
Esta rota transformou Portugal num importante entreposto de O infante D. Henrique, filho do rei D. João, compreendendo a
abastecimento dos navios italianos que iam para o mar do Norte, importância de uma modernização tecnológica para o desenvol-
estimulando o grupo mercantil luso a participar cada vez mais in- vimento comercial português, fundou a Escola de Sagres, na qual se
tensamente do desenvolvimento comercial europeu. No início do realizaram importantes avanços na arte de navegar. Desfrutando de
século XV, Portugal partiu para as grandes navegações, uma localização privilegiada, os navegadores lusos lançaram--se ao
objetivan-do contornar a África e alcançaras Índias, para obter oceano Atlântico, visando, primordialmente, romper com o
ali, direta-mente, as lucrativas especiarias orientais. monopólio comercial italiano sobre as especiarias orientais.
A expansão marítima lusa foi acompanhada, em seguida, Em 1415, os portugueses estabeleceram seu domínio sobre
pela espanhola e depois por vários outros. Estados europeus,
Ceuta, um importante entre posto comercial árabe no norte da África.
integran-do quase todo o mundo ao desenvolvimento comercial
A partir de então, Portugal deu início à conquista progressi-va de
capitalista da Europa.
toda acosta atlântica africana. Passo a passo, os portugueses foram
contornando a África, estabelecendo feitorias e fortificações milhares
Motivos para as expansões
Entre as principais razões que levaram a Europa à expansão, por toda a costa, dando início ao périplo africano.
destacam-se as seguintes: Durante o reinado de D. João IP (1485-1495), os portugue-ses
visto que a rota do Mediterrâneo era monopólio das cidades alcançaram o extremo sul africano, o cabo da Boa Esperança
italianas, havia a ambição de descobrir uma nova rota comercial que (1488), com a viagem de Bartolomeu Dias, definindo a rota a ser
possibilitasse às demais nações da Europa estabelecer relações seguida para se atingir as índias, o principal celeiro das tão dese-
comerciais com o Oriente. Com isso, elas também poderiam usu-fruir jadas especiarias. Finalmente, em1498, Vasco da Gama desembar-
do lucrativo comércio de especiarias (cravo, canela, pimenta, cou em Calicute, na índia, passando Portugal a deter o controle
gengibre, noz-moscada, etc.). Uma nova rota poderia, ainda, bara- sobre o comércio das mercadorias orientais. Dois anos depois,
tear os preços demasiadamente altos dos produtos, intensificando o em1300, Pedro Álvares Cabral e sua esquadra chegavam ao Brasil.
comércio europeu, já que as especiarias italianas passavam por vá- Dessa forma, no limiar do século XVl, a cidade de Lisboa
rios intermediários no seu transporte do Oriente para o Ocidente; transformara-se num dos mais importantes centros econômicos da
o acesso aos metais preciosos para cunhagem de moedas, Europa e o Atlântico Sul convertera-se numa região de predomínio
muito escassos na Europa e essenciais para a manutenção do de- português.
senvolvimento econômico obtido nos séculos anteriores;
As consequências da expansão ultramarina
A expansão marítima propiciou aos europeus o
estabelecimen-to de contatos com todas as regiões do planeta, as
quais passaram a integrar-se ao modo de vida europeu. A
atividade comercial, que até então se desenvolvia lentamente,
recebeu um grande impulso com o a fluxo dos novos produtos
americanos, especialmente os metais preciosos.
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Essa atividade passou a constituir-se no eixo da vida econô- meçaram a desenvolver o comércio entre a Europa e o Oriente
mica da Europa da idade Moderna, estabelecendo o capitalismo (na Ásia, principalmente na região das índias). Os produtos de
comercial, em que a acumulação de capital se dá, principalmente, maior valor comercial na época eram: as chamadas especiarias
na esfera da circulação de mercadorias. (cravo, canela, noz-moscada, gengibre). Sedas, porcelanas,
A burguesia teve, então, aumentada sua riqueza e prestigio tapetes, perfu-mes, marfins, pedras preciosas etc.
sa-ciar e os monarcas ampliaram seus próprios poderes,
transforman-do-se em governantes absolutistas, O eixo comercial A Pimenta
deslocou-se do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico, com De todas as especiarias existentes no Oriente e cobiçadas pe-
as cidades italianas perdendo a primazia comercial que los europeus, nenhuma era mais importante e mais valiosa do que
desfrutavam desde a Baixa Idade Média. A difusão do a pimenta. Hoje considerada mero condimento, a pimenta, nos sé-
cristianismo e das línguas ibéri-cas (português e espanhol) foi culos XVI e XVII, era artigo de fundamental importância na eco-
outra importante consequência do expansionismo. nomia europeia. Como não havia condições de se alimentar o
gado durante o rigoroso inverno da Europa setentrial, a quase
Os aventureiros do mar Tenebroso totalidade dos rebanhos era abatida por volta do mês de
Há muitos séculos o oceano Atlântico atraía a curiosidade novembro. O sal era usado para preservar a carne por vários
dos navegantes europeus mais ambiciosos. Mas pouquíssimas meses, mas a pimenta e, em menor escala, o cravo eram
expedi-ções que se aventuraram mar adentram voltaram. Essas considerados imprescindíveis para tornar o sabor das conservas
tentativas malogradas criaram na Imaginação popular as mais menos repulsivo. Na Europa, o preço da pimenta era altíssimo e
fervilhantes fantasias acerca do oceano desconhecido: monstros na Índia os hindus só aceitavam trocá-la por ouro. Os portugueses
marinhos, águas ferventes e pedras-ímã, que puxavam as chegaram a trazer cerca de 30 mil quintais por ano (quase 2 mil
embarcações para o fundo, na altura do Equador. Por volta do ano toneladas) de pimenta da Índia para Lisboa.
1400 não se co-nhecia o real formato da Ferra. Era senso comum Esses produtos eram originários da Índia, da China e do Cei-
considerá-la pla-na como uma mesa, terminando em abismos sem lão, e chegavam às cidades de Alexandria e Constantinopla,
fim. Mas havia aqueles que a imaginavam redonda e finita. trazida pelos árabes. Essas mercadorias eram comercializadas na
O desconhecimento completo dos oceanos nos dá uma Europa por preços muito elevados, pelos comerciantes italianos
medida dos riscos enfrentados pelos navegantes do século XV, das cida-des de Veneza e Gênova. Portugal e Espanha
que ou-saram desbravá-los em precários barcos, com ambicionavam fazer esse comércio, diretamente com as Índias,
aproximadamente, ente 25 metros de comprimento. comprando os produtos e vendendo-os por preços elevados.
As técnicas de navegação empregadas tradicionalmente no
mar Mediterrâneo, no Báltico e na costa europeia eram Do Mediterrâneo para o Atlântico
insatisfató-rias para as novas circunstâncias. Foi com o objetivo Desde a Antiguidade, a história do Ocidente esteve restrita à
de aprimorá--las que o infante dom Henrique, filho do rei dom navegação no Mediterrâneo. No início da Idade Moderna, o ocea-
João I de Avis, reuniu os mais experimentados cartógrafos, no Atlântico era totalmente desconhecido. A navegação limitava-
astrônomos, constru-tores navais e pilotos da Europa. Essa -se à região costeira da Europa: de Portugal aos países escandi-
reunião ficou conhecida como Escola de Sagres. navos- Dinamarca, Noruega e Suécia. Devido aos altos riscos, a
exploração do Atlântico não atraía investimentos particulares. Em
Conquistas Espanholas consequência, a expansão só poderia ser feita com a iniciativa do
Espanha começou a navegar mais tarde, só após conseguir Estado, pois era o único agentes capaz de investir grandes recur-
ex-pulsar os árabes de seu território. Mas em 1492, Cristóvão sos sem temer os prejuízos, já que esses recursos provinham da
Colom-bo obteve do rei espanhol as três caravelas, Santa Maria, arrecadação de impostos em escala nacional. Daí a importância
Pinta e Nina com as quais deveria dar a volta ao mundo e chegar da centralização, sem a qual esse agente investidor da expansão
às Índias. Após um mês de angústias e apreensões chegou a terra marítima não existiria.
firme, pen-sando ter atingido seu destino. Retorna à Espanha, Na realidade, a constituição do Estado nacional ou a centra-
recebendo todas as glórias pelo seu feito. Portugal apressou-se a lização política foi um pré-requisito da expansão. Assim, depois
garantir também para si as vantagens dessa descoberta e, em de Portugal, lançaram-se à expansão, sucessivamente, Espanha,
1494, assinou com a Espanha o famoso Tratado das Tordesilhas, Países Baixos, França e, finalmente, Inglaterra, à medida que lo-
que simplesmente di-vidia o mundo entre os dois pioneiros das graram a centralização.
grandes navegações. Foi traçada uma linha imaginária que No caso de Portugal, deve-se mencionar ainda a importância
passava a 370 léguas de Cabo Verde. As terras a Leste desta linha da Escola de Sagres, dirigida pelo infante D. Henrique, o Navega-
seriam portuguesas e as que ficavam a Oeste seriam espanholas. dor. O Estado financiava as pesquisas e as viagens de exploração,
Foi assim que parte do Bra-sil ficou pertencendo há Portugal seis estabelecendo, em compensação, o monopólio régio do ultramar.
anos antes de Portugal aqui chegar.
Infelizmente para Colombo, descobriu-se pouco depois que ele O Senhor das Estrelas
não havia chegado às Índias, e ―apenas‖ tinha descoberto um novo De acordo com certos depoimentos (bastante controversos), o
continente, que recebeu o nome de América, em homenagem a Infante D. Henrique era alto, forte e loiro, devido à herança gené-tica
Américo Vespúcio que foi o navegador que constatou isso. Co-lombo de sua mãe, a inglesa D. Filipa. Sendo ou não um tipo anglo--
caiu em desgraça, morreu na miséria e a primeira viagem em torno saxônico, D. Henrique seria visto por historiadores britânicos e lusos
da terra foi realizada em 1519 por Fernão de Magalhães e Sebastião como o mais puro exemplo de virtude e ética cavalerianas. Biografias
Del Cano. Tiveram início no século XV. Os europeus co- inglesas publicadas no século XIX o apresentariam
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como um cavaleiro arturiano (ao lado), cercado de cosmógrafos O Estado Moderno, através das práticas mercantilistas, bus-
similares ao mago Merlin e de cavaleiros ousados e indômitos. cava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma
Na vida real, D. Henrique de fato interessava-se por ocultismo, decisiva para este processo. Assim, através da exploração colo-
chegando a escrever um livro chamado Segredo dos Segredos da nial os Estados Metropolitanos se enriquecem- como também sua
Astrologia. Zurara, se biógrafo, atribuiu as ―altas conquistas‖ do burguesia. O Sistema Colonial Tradicional conheceu dois tipos de
príncipe ao fato de ele ―ter o ascendente de Áries, que é a casa de colônias: a Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração.
Marte, Aquário na casa de Saturno e o sol na casa de Júpiter‖. Colônia de Povoamento: característica das zonas temperadas
da América do Norte e marcada por uma organização econômico-
A Espanha e o “descobrimento” da América social que buscava manter semelhanças com suas origens euro-peias:
Enquanto os portugueses exploravam a costa africana e des- predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado
cobriam o caminho para a Índia, os espanhóis, através de Cristó- interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de
liberdade (religiosa, econômica, de imprensa), utili-zação do trabalho
vão Colombo, chegavam à América (1492). A audaciosa viagem
livre, desenvolvimento industrial e desenvolvi-mento do comércio
de Colombo tinha por objetivo atingir a China através do Atlân-
externo.
tico. Nesse sentido, a América era um obstáculo e, de imediato,
Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da
não despertou interesse da Coroa Espanhola. O mesmo aconteceu América, onde predomina a agricultura tropical escravista e
com o Brasil, em 1500, quando aqui chegou a esquadra de Pedro monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos
Álvares Cabral. Com a entrada em cena da Espanha, teve início nem do mercado interno, ficando esta área dependente da
uma disputa dos domínios de além-mar com Portugal. O acordo Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation-
foi estabelecido com o Tratado de Tordesilhas (1494), que latifúndio, monocultor escravocrata.
dividiu os domínios respectivos entre os dois Estados. Por esse A colonização inglesa na América do Norte apresentou as
motivo, re-solveram procurar um novo caminho para as Índias, duas formas colônias. As treze colônias inglesas pode assim ser
viajando pelo Oceano Atlântico, contornando o sul da África. divididas: as colônias do norte e do centro serão colônias de po-
Começou nesse período a época das Grandes Navegações. voamento; as colônias do sul serão colônias de exploração.
Contribuíram para o de-senvolvimento das navegações: As colônias do norte tiveram suas origens nas lutas sociais que
a procura de um novo caminho para as Índias. ocorreram na Inglaterra, quais sejam, as perseguições aos purita-nos
as invenções: caravela, bússola, astrolábio, pólvora, papel e pela Dinastia Stuart ( 1603/1642 ). Com a Revolução Puritana
imprensa. (1640/1660) o contingente que chega à colônia é basicamente for-
mado por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do norte
As Invenções demonstram sua vocação comercial, dinamizando o mercado ex-
Algumas invenções contribuíram para o desenvolvimento do terno através do chamado ―comércio triangular‖.
comércio, possibilitando a realização de longas viagens Exemplificando, segue uma forma do comércio triangular: Da
marítimas. Entre essas invenções, temos: Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, que seria
A bússola, um instrumento usado para orientação. Consta de trocado por escravos;
uma agulha imantada voltada para o Norte. Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que
As caravelas, que tornaram as viagens mais rápidas. seriam vendidos para o trabalho nas fazendas de açúcar; Das
O astrolábio, outro instrumento de orientação usado para ve- Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - subproduto da cana
rificar a altura dos astros. para a fabricação do rum.
Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os cri-térios
A pólvora, usada pelos navegantes para se defenderem dos
do mercantilismo (monopólio). Houve predomínio do lati-fúndio
ataques, durante as viagens.
monocultor (algodão) e utilização da mão-de-obra escrava. As
O papel e a imprensa, que permitiram a divulgação dos
colônias de exploração irão apresentar aspectos comuns,
acon-tecimentos sobre Geografia, ciências e Navegações. quanto a sua organização econômica.

Aspectos da economia colonial.


B) O SISTEMA COLONIAL Uma economia colonial, área de exploração vai apresentar os
PORTUGUÊS NA AMÉRICA: ESTRUTURA seguintes elementos:
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA Economia complementar e especializada- a principal função
SOCIOECONÔMICA, INVASÕES ESTRANGEI- de uma colônia era complementar a economia metropolitana, pro-
RAS, EXPANSÃO TERRITORIAL, INTERIO- duzindo artigos que pudessem ser vendidos a altos preços no mer-
RIZAÇÃO E FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS, cado europeu; daí sua especialização em certos gêneros tropicais,
AS REFORMAS POMBALINAS, REBELIÕES como tabaco, algodão e cana-de-açúcar. Integrada ao capitalismo -
COLONIAIS. MOVIMENTOS E TENTATIVAS a economia colonial atendia os interesses do capitalismo europeu.
EMANCIPACIONISTAS. A utilização da mão-de-obra escrava não representa um paradoxo,
ao contrário, foi mais um elemento utilizado para o processo de
acumulação de capitais. O tráfico negreiro era altamente lucrativo.

Pacto colonial - o elemento definidor das relações entre Me-


O chamado Sistema Colonial Tradicional desenvolveu-se , trópole e colônia, foi o monopólio. Este será implantado através
na América, entre os séculos XVI e XVIII. Sua formação está do pacto colonial, onde a colônia é obrigada a enviar para a
intima-mente ligada às Grandes Navegações e seu funcionamento Metrópole matérias-primas (gêneros tropicais e metais preciosos)
obede-ce aos princípios do Mercantilismo. e comprar da Metrópole artigos manufaturados e escravos.
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Através das relações coloniais, foi possível o desenvolvimen- A expansão da pecuária, a exploração das drogas do sertão,
to pleno do capitalismo na Europa. O objetivo máximo do mer- as missões jesuíticas e as bandeiras foram fatores que
cantilismo – o acúmulo de capitais - só foi possível em virtude da impulsionaram a colonização portuguesa para o interior,
existência de uma área extraterritorial auxiliando a Europa em ultrapassando os limites de Tordesilhas. A expansão da pecuária
manter uma balança comercial favorável. promoveu a ocupação do interior do Nordeste. Martim Afonso
Sistema Colonial Português. Texto adaptado e disponível trouxe as primeiras cabeças de gado para a região de São Vicente,
em http://concursopmerj2010.forum-livre.com/t111-o-sistema-- e Tomé de Sousa, primei-ro governador-geral, introduziu
colonial-portugues-na-america rebanhos no Nordeste. O gado foi criado inicialmente próximo à
região canavieira da Bahia e de Per-nambuco.
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
A instalação das primeiras capitanias no litoral nordeste bra- Com o crescimento dos rebanhos, novas áreas iam sendo al-
sileiro traz consigo uma consequência trágica: os conflitos com os cançadas. Da Bahia, o gado atingiu o interior, até o vale do Rio São
índios do litoral que - se até então foram aliados de trabalho, neste Francisco. Seguindo o curso do rio, chegou às regiões que corres-
momento passam a ser um entrave, uma vez que disputavam com os pondem aos atuais Estados do Piauí, do Maranhão e do Ceará. A
recém chegados o acesso às melhores terras. Destes conflitos entre pecuária pernambucana estendeu-se por grande parte do território dos
portugueses e índios o saldo é a mortandade indígena causa-da por atuais Estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceara.
conflitos armados ou por epidemias diversas. •Os colonos portugueses e as missões jesuíticas ocuparam
O sistema de capitanias implantado no Brasil não é original. grande parte da região amazônica, incorporando aos domínios de
Baseia-se em experiências anteriores de concessão de direitos reais à Portugal uma vasta área que, pelo Tratado de Tordesilhas,
nobreza para engajá-la nos empreendimentos do Estado português
pertencia à Espanha. Os colonos dedicaram-se à exploração das
chamadas drogas do sertão, que eram produtos naturais colhidos
nas Índias, na África, nas ilhas do Atlântico e no pró-prio reino. Nas
na floresta (cacau, anil-bravo, cravo, baunilha, castanha-do-pará,
Cartas de Doação é fixado o caráter perpétuo e hereditário das
ervas medicinais e aromáticas). Também fizeram o apresamento
concessões. Em troca do compromisso com o po-voamento, a defesa,
de indígenas, usados na extração dos produtos ou vendidos para o
o bom aproveitamento das riquezas naturais e a propagação da fé
Maranhão, onde havia se instalado a agroindústria do açúcar.
católica em suas terras, o rei atribui aos dona-tários inúmeros direitos
e isenções. Cabe aos donatários distribuir sesmarias - terras incultas
As missões religiosas eram aldeamentos indígenas chefiados
ou abandonadas - aos colonos, fundar vilas com as respectivas
pelos padres jesuítas. Nelas os nativos recebiam formação religio-
câmaras municipais e órgãos de justiça, além do direito de aprisionar sa cristã e aprendiam a trabalhar de acordo com a disciplina dos
índios. São também isentos do paga-mento de tributos sobre a venda brancos. A região que corresponde ao Rio Grande do Sul
de pau-brasil e de escravos pertencia à Espanha, mas Portugal foi ocupando-a com a criação
de gado, as missões jesuíticas e a fundação de uma colônia, que
Em sua maior parte, as capitanias brasileiras não conse- recebeu o nome de Colônia do Sacramento.
guem desenvolver-se por falta de recursos ou por desinteresse de •No desbravamento do interior do Brasil também se destaca-
seus donatários. No final do século XVI, apenas as capitanias de ram as bandeiras. A maioria delas partiu da capitania de São
Pernambuco (de Duarte Coelho) e de São Vicente (de Martim Vicen-te, mais particularmente da cidade de São Paulo. Essas
Afonso de Souza) alcançam certa prosperidade com o cultivo da expedições armadas tiveram como objetivo inicial o apresamento
cana-de-açúcar. É esse quadro pouco animador que leva a Coroa de indígenas para o escravismo e, posteriormente, dedicaram-se a
portuguesa a instituir, em 1548, um governo mais centralizado e procura do ouro. Partindo em várias direções, as bandeiras
capaz de uma ação mais direta - o governo-geral. No século chegaram ao Sul, Norte e Centro-Oeste do Brasil.
XVII, outras capitanias são criadas para ocupar a Região Norte.
As reformas Pombalinas
Cada vez mais enfraquecidas e progressivamente retomadas Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portu-guesa
pela Coroa, as capitanias são extintas em 1759. Mas deixam sua sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada de
marca na ocupação do território, sobretudo da faixa litorânea, e Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais do governo de
na formação política do país. Além de fixar o nome de muitos dos Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este
atuais estados brasileiros, as capitanias dão origem a uma ―super-ministro‖ teve como grande preocupação modernizar a ad-
estrutura de poder regional que ainda se mantém atuante. ministração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros
provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à
A expansão do território brasileiro colônia brasileira.

A partir do século XVI, por conta das frentes de penetração Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao
(Entradas e Bandeiras) e da União Ibérica (1580-1640), o Meridia-no fortalecimento do Estado monárquico compunha uma tendên-cia
de Tordesilhas (1494) que partilhava o mundo entre Portugal e política da época conhecida como ―despotismo esclarecido‖. A
Espanha com a benção do espanhol Alexandre VI (Bula Inter chegada do esclarecido Marquês de Pombal pode ser compreen-dida
Coetera), caduca. Após a restauração da soberania lusa, emergem na como uma conseqüência dos problemas econômicos vividos por
América Latina conflitos entre portugueses e espanhóis na re-gião do Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a
Rio da Prata, e no Amapá com os franceses que buscavam ocupar dependência econômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas
toda a margem esquerda do Rio Amazonas. coloniais e a queda da exploração aurífera no Brasil.
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Buscando ampliar os lucros retirados da exploração colonial Na sociedade, existia a classe privilegiada, que era a aristo-
em terras brasileiras, Pombal resolveu instituir a cobrança anual cracia, e os mais pobres, entre eles: brancos, pobres e mestiços,
de 1500 quilos de ouro. Além disso, ele resolveu tirar algumas que viviam na miséria constante e sem direito ao voto. A política
atri-buições do Conselho Ultramarino e acabou com as capitanias no Brasil, pelo que se vê, desde aquela época, sempre foi menos
he-reditárias que seriam, a partir de então, diretamente pelo afeta aos menos aquinhoados, e mais vinculada aos interesses dos
governo português. Outra importante medida foi a criação de brasileiros mais endinheirados.
várias com-panhias de comércio incumbidas de dar maior fluxo
às transações comerciais entre a colônia e a metrópole. No plano Rebeliões Nativistas
interno, Mar-quês de Pombal instituiu uma reforma que As rebeliões (revoltas) nativistas. Movimentos caracteriza-dos
desagradou muitos da-queles que viviam das regalias oferecidas por rebeldias contra o aumento do fiscalismo português após a
pela Coroa Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha como Restauração (1640). Para sair da crise financeira imposta pelo
papel controlar os gastos do corpo de funcionários reais e, domínio espanhol, Portugal enrijece o pactocolonial, com a cria-ção
principalmente, reduzir os seus gas-tos. Outra importante medida do Conselho Ultramarino. É contra esta nova política que os colonos
foi incentivar o desenvolvimento de uma indústria nacional com se posicionam. Os movimentos nativistas foram de caráter local e
pretensões de diminuir a dependência econômica do país. não reivindicavam a independência da colônia. Refletem o conflito
entre os interesses da metrópole - o chamado centralismo - e os
interesses dos colonos - o chamado localismo. A Insurreição
Outra importante medida trazida com a administração de
Pernambucana é tida como a responsável pelo despertar do senti-
Pombal foi a expulsão dos jesuítas do Brasil. Essa medida foi to-
mento nativista, visto que, ao longo de sua ocorrência registraram--se
mada com o objetivo de dar fim às contendas envolvendo os
divergências entre os colonos e os interesses da Metrópole.
colo-nos e os jesuítas. O conflito se desenvolveu em torno da
questão da exploração da mão-de-obra indígena. A falta de
ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO (1641)
escravos negros fazia com que muitos colonos quisessem apresar Movimento onde Amador Bueno da Ribeira foi aclamado rei de
e escravizar as populações indígenas. Os jesuítas se opunham a São Paulo. Este fato está relacionado como uma ameaça aos
tal prática, muitas vezes apoiando os índios contra os colonos. interesses espa-nhóis na região.
Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou
os jesuítas e instituiu o fim da escravidão indígena. As terras que A REVOLTA DE BECKMAN (1684) Ocorrida no Mara-
foram tomadas dos integrantes da Ordem de Jesus foram nhão e liderada pelos irmãos comerciantes, Manuel e Tomás
utilizadas como zonas de exploração econômica através da venda Beck-man, contra a Companhia de Comércio do Maranhão, que
em leilão ou da doação das mesmas para outros colonos. Com exercia o monopólio do comércio e do tráfico negreiro. A
relação aos índios, Pombal pretendia utilizá-los como força de Companhia não cumpria seus objetivos, levando os colonos a
trabalho na colonização de ou-tras terras do território. suprirem a falta de mão-de-obra escravizando os índios. Isto
gerou um novo conflito, desta vez com a Companhia de Jesus.
Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa,
Pombal não conseguiu manter-se no cargo após a morte de Dom A GUERRA DOS EMBOABAS ( 1708/1709) Ocorrida em
José I, em 1777. Seus opositores o acusaram de autoritarismo e Minas Gerais, resultado das rivalidades entre os colonos paulis-
de trair os interesses do governo português. Com a saída de tas e os ―emboabas‖ - forasteiros que, sob proteção da metrópole,
Pombal do governo, as transformações sugeridas pelo ministro exerciam o monopólio de diversas atividades comerciais.
esclareci-do encerraram um período de mudanças que poderiam
amenizar o atraso econômico dos portugueses. A GUERRA DOS MASCATES (1710)
Desde a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a
Rebeliões Coloniais e tentativas emancipacionistas aristocra-cia rural de Olinda estava em decadência econômica.
Entrincheiramento de Iguape No entanto, Olinda continuava a controlar a capitania de
Guerra dos Emboabas Pernambuco através de sua Câmara Municipal. Enquanto Olinda
Guerra de Iguape passava por uma cri-se econômica, o povoado de Recife -
Guerra dos Mascates submetido à autoridade da Câmara de Olinda -estava
Guerras Guaraníticas prosperando, graças ao crescimento da atividade comercial. O
Revolta de Felipe dos comércio era exercido por portugueses, co-nhecidos por
Santos Revolta de Beckman mascates. Estes emprestavam dinheiro a juros aos proprietários
de terras de Olinda. Em 1703 o povoado de Reci-fe conquista o
Inconfidência Mineira
direito de vila, tendo sua autonomia política em relação a Olinda.
Conjuração Baiana
Não aceitando a nova situação os proprietários de terras atacaram
O Império no Brasil vai de 1822 a 1889, e o Primeiro Reinado, Recife e destruíram o pelourinho- símbolo da autonomia. Os
compreende o período de 1822 a 1831, nove anos apenas, o mesmo conflitos estenderam-se até 1711 quando a região foi pacificada e
tempo em que durou o Período Regencial, que vai de 1931 a 1940. Recife passou a ser a sede administrativa de Per-nambuco.
Durante o Primeiro Reinado, não houve mudanças significa-tivas na
sociedade, nem mesmo na economia, visto que o ato da A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Independência do Brasil fora mais um arranjo político articulado Também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, ocor-reu
entre D. Pedro I e as classes poderosas e dominantes da época. em Minas Gerais contra o excessivo fiscalismo português, marcado
Faltava capital, e predominava o sistema rural, escravista e agroex- pelos aumentos dos impostos e pela criação das Casas de Fundição.
portador. As rebeliões nativistas, como se viu, não defendiam a
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emancipação política do Brasil em relação a Portugal. No entanto, ao veis princípios franceses‖; participavam das reuniões os nomes de
longo do século XVIII, motivados pelo desenvolvimento inter-no da Cipriano Barata e Francisco Muniz Barreto. Os intelectuais con-
colônia e por fatores externos, a colônia será palco dos cha-mados taram com grande apoio de elementos provenientes das camadas
movimentos emancipacionistas, que tinham como principal meta a populares, destacando as figuras de João de Deus do Nascimento,
busca da independência. Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. A partir de 1798, circu-
lam panfletos dirigidos à população, conclamando a todos a uma
Foram influenciados pelo desenvolvimento interno da colô- revolução e a proclamação da República Baiense. Os panfletos de-
nia e por fatores externos, tais como o Iluminismo, com seu ideal fendiam a igualdade social, a liberdade de comércio, o trabalho livre,
de liberdade, igualdade e fraternidade; a Independência dos EUA, extinção de todos os privilégios sociais e preconceito de cor. Este
que servirá de inspiração a toda América colonial; a Revolução movimento apresenta um forte caráter social popular, sendo por isto
Industrial ocorrida na Inglaterra, e a necessidade de ampliar mer- também conhecido como a ―Conjuração dos alfaiates‖. O
cados consumidores e fornecedores, surgindo o interesse de Estado português no Brasil.
acabar com os monopólios; a Revolução Francesa, que pôs fim ao No ano de 1808, a família real portuguesa chega ao Brasil,
Antigo Regime e a chamada Era Napoleônica, período de inaugurando uma nova era política-administrativa na colônia e
consolidação dos ideais burgueses. abrindo caminho para a ruptura definitiva dos laços entre metró-
pole e colônia.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789) Movimento que ocor-
reu em Minas Gerais e teve forte influência do Iluminismo e da
independência dos Estados Unidos da América. Este movimento
separatista está relacionado aos pesados impostos cobrados por C) O PERÍODO JOANINO E A
Portugal, especialmente a decretação da derrama. Os conjuras, em INDEPENDÊNCIA: (1) A PRESENÇA BRITÂNI-
sua maioria, pertenciam a alta sociedade mineira. Entre os mais CA NO BRASIL, A TRANSFERÊNCIA DA COR-
ativos encontram-se Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio TE, OS TRATADOS, AS PRINCIPAIS MEDIDAS
Gonzaga, Inácio José Alvarenga, José de Oliveira Rolim e o alfe-res DE D. JOÃO VI NO BRASIL, POLÍTICA JOA-
Joaquim José da Silva Xavier. Entre os objetivos estabelecidos pelos NINA, OS PARTIDOS POLÍTICOS, REVOLTAS,
conjuras estavam a criação de um regime republicano, tendo a CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES, EMANCI-
Constituição dos Estados Unidos como modelo, o apoio a in- PAÇÃO E OS CONFLITOS SOCIAIS. O PRO-
dustrialização e a adoção de uma nova bandeira, tendo ao centro um CESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.
triângulo com os dizeres: Libertas quae sera tamen, quem em latim,
significa ―Liberdade ainda que tardia‖. Quanto à questão da
escravidão nada ficou definido. O movimento ficou apenas nos
planos das ideias, pois ele não aconteceu. Alguns de seus partici-
pantes denunciou o movimento, em troca do perdão de seus dívi-das. A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais
O governador - visconde de Barbacena - suspendeu a derrama e im-portantes de nosso país, pois marca o fim do domínio
iniciou a prisão dos conspiradores, que aguardaram o julgamento na português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas
prisão. Apenas Tiradentes assumiu integralmente a responsa-bilidade anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este
pela conspiração, sendo por isto, condenado à morte no ano de 1792, ideal. Pode-mos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi
sendo enforcado no dia 21 de abril, na cidade do Rio de Janeiro. executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de
Outros conspiradores foram condenados ao desterro e Cláudio nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.
Manuel da Costa enforcou-se na prisão. Acredita-se que tenha sido
assassinado pelos carcereiros. A Família Real no Brasil e política joanina
No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas guer-ras.
CONJURAÇÃO CARIOCA (1794) Inglaterra e França disputavam a liderança no continente euro-peu.
Inspirada pela Revolução Francesa, os conjuras fundaram a Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador da França, decre-tou o
Sociedade Libertária para divulgação dos ideais de liberdade. O Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país aliado ou ocupado
movimento não ultrapassou de poucas reuniões intelectuais, que pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O objetivo
contavam com a presença de Manuel Inácio da Silva Alvarenga e do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse,
Vicente Gomes. Foram denunciados e acusados de criticarem a seria invadido pelo exército francês.
religião e o governo metropolitano. Portugal viu-se numa situação delicada. Nessa época, Portu-
gal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a
A INCONFIDÊNCIA BAIANA (1798) No século XVIII, em rainha D. Maria I, enlouquecera. D. João não podia cumprir as
virtude da decadência da economia açucareira e da transferência da ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, pois tinha
capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, a Bahia pas-sava longa relação comercial com a Inglaterra, por outro lado o
por uma grave crise econômica, atingindo toda a população baiana, governo português temia o exército francês.
especialmente as camadas inferiores, constituída por ex--escravos, Sem alternativa, Portugal aceitou o Bloqueio, mas, continuou
pequenos artesãos e mestiços. Contra esta situação ha-viam comercializando com a Inglaterra. Ao descobrir a trama, Napo-leão
manifestações, através de ruaças e motins. No ano de 1797 é determinou a invasão de Portugal em novembro de 1807. Sem
fundada, em Salvador, a primeira loja maçônica do Brasil - Loja dos condições de resistir à invasão francesa, D. João e toda a corte
Cavaleiros da Luz -, que se propunha a divulgar os ―abominá- portuguesa fugiram para o Brasil, sob a proteção naval da marinha
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inglesa. A Inglaterra ofereceu escolta na travessia do Atlântico, A oferta de mercadorias e serviços diversificou-se. A Rua do
mas em troca exigiu a abertura dos portos brasileiros aos navios Ouvidor, no centro do Rio, recebeu o cabeleireiro da Corte,
ingleses. costu-reiras francesas, lojas elegantes, joalherias e tabacarias. A
A corte portuguesa partiu às pressas de Lisboa sob as vaias novida-de mais requintada era os chapéus, luvas, leques, flores
do povo, em 29 de novembro de 1807. Na comitiva vinha D. artificiais, perfumes e sabonetes.
João, sua mãe D. Maria I, a princesa Carlota Joaquina; as Para a elite, a presença da Corte e o número crescente de
crianças D. Miguel, D. Maria Teresa, D. Maria Isabel, D. Maria comerciantes estrangeiros trouxeram familiaridade com novos
Assunção, D. Ana de Jesus Maria e D. Pedro, o futuro imperador produtos e padrões de comportamento em moldes europeus. As
do Brasil e mais cerca de 15 mil pessoas entre nobres, militares, mulheres seguindo o estilo francês; usavam vestidos leves e sem
religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era armações, com decotes abertos, cintura alta, deixando aparecer os
possível carregar; móveis, objetos de arte, joias, louças, livros, sapatos de saltos baixos. Enquanto os homens usavam casa-cas
arquivos e todo o te-souro real imperial. com golas altas enfeitadas por lenços coloridos e gravatas de
Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa chegou ao renda, calções até o joelho e meias. Embora apenas uma pequena
porto de Salvador na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. Lá foram parte da população usufruísse desses luxos. Sem dúvida, a vinda
recebidos com festas, onde permaneceram por mais de um mês. de D. João deu um grande impulso à cultura no Brasil.
Seis dias após a chegada D. João cumpriu o seu acordo com os Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que reunia
ingleses, abrindo os portos brasileiros às nações amigas, isto é, a mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas.
Inglaterra. Eliminando em parte o monopólio comercial português, Em maio, D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu
que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas com Portugal. a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros didáticos,
Mas o destino da Coroa portuguesa era a capital da colônia, o técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca
Rio de Janeiro, onde D. João e sua comitiva desembarcaram em 8 Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa.
de março de 1808 e onde foi instalada a sede do governo. Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha
Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte portuguesa foi rece- (1808), a Aula de Comércio e Academia Militar (1810) e a Aca-
bida com uma grande festa: o povo aglomerou-se no porto e nas demia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ganhou com a
principais ruas para acompanhar a Família Real em procissão até criação do Observatório Astronômico (1808), do Jardim Botânico
a Catedral, onde, após uma missa em ação de graças, o rei (1810) e do Laboratório de Química (1818).
concedeu o primeiro ―beija-mão‖. Em 1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Caeta-
A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro no). Em 1816, a Missão Francesa, composta de pintores, esculto-res,
provocou uma grande transformação na cidade. D. João teve que arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio de Janeiro para criar a
organizar a estrutura administrativa do governo. Nomeou minis- Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Em 1820, foi a vez da
tros de Estado, colocaram em funcionamento diversas secretarias Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura-civil.
públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólogos, mé-
(1808). dicos, etnólogos, geógrafos e muitos outros que fizeram viagens e
Era preciso acomodar os novos habitantes e tornar a cidade expedições regulares ao Brasil, trouxeram informações sobre o
digna de ser a nova sede do Império português. O vice-rei do Bra- que acontecia pelo mundo e também tornou este país conhecido,
sil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência, O por meio dos livros e artigos em jornais e revistas que aqueles
Palácio dos Governadores, no Lago do Paço, que passou a ser profissionais publicavam. Foi uma mudança profunda, mas que
chamado Paço Real, para o rei e sua família e exigiu que os não alterou os costumes da grande maioria da população carioca,
moradores das melhores casas da cidade fizessem o mesmo. Duas composta de escravos e trabalhadores assalariados.
mil residên-cias foram requisitadas, pregando-se nas portas o
Com a vitória das nações europeias contra Napoleão em
―P.R.‖, que sig-nificava ―Príncipe Regente‖, mas que o povo logo
1815, ficou decidido que os reis de países invadidos, pela França
traduziu como ―Ponha-se na Rua‖. Prédios públicos, quartéis,
deve-riam voltar a ocupar seus tronos.
igrejas e conventos também foram ocupados. A cidade passou
D. João e sua corte não queriam retornar ao empobrecido
por uma reforma geral: limpeza de ruas, pinturas nas fachadas
Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido
dos prédios e apreensão de animais.
de Portugal e Algarves (uma região ao sul de Portugal). O Brasil
As mudanças provocaram o aumento da população na cidade
deixava de ser Colônia de Portugal, adquiria autonomia adminis-
do Rio de Janeiro, que por volta de 1820, somava mais de 100
trativa.
mil habitantes, entre os quais muitos eram estrangeiros –
Em 1820, houve em Portugal a Revolução Liberal do Porto,
portugueses comerciantes ingleses corpos diplomáticos – ou
terminando com o Absolutismo e iniciando a Monarquia Constitu-
mesmo resultado do deslocamento da população interna que
cional. D. João deixava de ser monarca absoluto e passava a seguir a
procurava novas opor-tunidades na capital.
Constituição do Reino. Dessa forma, a Assembleia Portuguesa exigia
As construções passaram a seguir os padrões europeus.
o retorno do monarca. O novo governo português desejava
Novos elementos foram incorporados ao mobiliário; espelhos,
bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, instrumentos recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica.
musicais, reló-gios de parede. Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pressões,
Com a Abertura dos Portos (1808) e os Tratados de volta a Portugal, deixando seu filho D.Pedro como príncipe
Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) regente do Brasil.
estabelecendo tarifas preferenciais aos produtos ingleses, o Se o que define a condição de colônia é o monopólio impos-
comércio cresceu. O porto do Rio de Janeiro aumentou seu to pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil
movimento que passou de 500 para 1200 embarcações anuais. deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se
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o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária dos ao comércio externo e a nascente indústria. Assim, em 1783,
brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em o Parlamento britânico aprovou o regime de livre-comércio entre
detrimento das tradicionais relações com Portugal. o reino e suas colônias.
Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Em Portugal, também não se ignoravam os princípios do
Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao libe-ralismo econômico e político. Entretanto, apesar de algum
―sete de setembro‖. sucesso no período pombalino (1750-1777), ainda era reduzida a
Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa influencia dessas ideias sobre a atuação governamental.
dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que No reinado de dona Maria I, iniciado em 1777, houve mes-
gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na mo certo recuo em relação a algumas políticas ―modernizantes‖
esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a de Pombal, começando pela própria demissão do marquês. Essa
independência da América Latina era uma promissora oportunida-de reação – conhecida como Viradeira – representou um movimento
de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. conservador dos setores da nobreza combatidos por Pombal. Com
Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Nave- ela, procurou-se restaurar a plenitude do regime absolutista, ainda
gação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o que no plano econômico várias das reformas pombalina tivessem
monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na sido preservadas e desenvolvidas.
dependência do capitalismo inglês.
Em relação ao Brasil, as medidas do novo governo foram
Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao
orientadas por objetivos práticos imediatos, misturando princípios
absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou--se
uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao liberais e mercantilistas. Uma das medidas liberais – e, portanto,
movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia antimercantilistas – foi à extinção das companhias de comércio.
mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura Com isso, os comerciantes conquistaram liberdade de ação para
recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu aproveitar ao máximo a conjuntura internacional favorável a seus
filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que se negócios.
sentia duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção Naquele momento, com efeito, a guerra de independência
recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na Amé- dos EUA provocara o bloqueio das exportações norte-americanas
rica Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas. de algodão a Inglaterra. O Brasil passou então a exportar grandes
quantidades do produto aos ingleses. Da mesma forma, expandi-
Revoltas, conspirações e revoluções, emancipação e con- ram-se o comércio d açúcar e as vendas de escravos da África ao
flitos sociais. Brasil.
Esse quadro de dificuldades crescentes do Antigo Regime, Em contraste com essa medida liberal, o governo de dona
também foram atingias as estruturas do sistema colonial, de base Ma-ria I adotou outras que reafirmavam velhas práticas
monopolista e escravista. Em 1776, no mesmo ano da declaração mercantilistas. Assim, com o decreto de 5 de janeiro de 1785
da independência norte-americana, o inglês Adam Smith publica- proibia a instalação de fábricas na colônia e reafirmava a função
va a Riqueza das Nações, onde defendia a livre organização do da economia brasilei-ra complementar a de Portugal.
trabalho produtivo e da atividade comercial como caminho para a O decreto encontrou apoio em setores das elites coloniais, que
prosperidade dos indivíduos e das nações. procuravam justificar a manutenção dos laços de dependência en-tre
Para Smith, eram os interesses individuais envolvidos com a o Brasil e Portugal. Um dos porta-vozes desses setores era o bispo
produção e o comércio que, harmonizados pela ―mão invisível‖ Azeredo Coutinho. Brasileiro de nascimento, Coutinho pro-punha
do mercado, impulsionavam a realização do bem estar pessoal e medidas adicionais, como a aplicação obrigatória de parte dos lucros
coletivo. Contra a intervenção do Estado na economia – por in- dos comerciantes portugueses na própria colônia, ainda que apenas
termédio, por exemplo, do controle de preços ou da concessão de na agricultura. Procurava, assim, evitar o rompimento entre colônia e
monopólios e privilégios a pessoas e empresas -, defendia a livre metrópole. Mas, entre as camadas e grupos menos comprometidos
concorrência. Ao Estado caberia intervir apenas quando os cida- com os interesses de Portugal, o decreto de 1785 provocou revolta,
dãos não conseguirem criar lei, normas e instituições estáveis e
alimentando o descontentamento que levaria a Inconfidência
úteis ao interesse público.
Mineira.
O pensamento liberal de Smith baseava-se numa nova con-
cepção da riqueza. Segundo ele, a riqueza estava no trabalho e não na Na primeira década do século XIX, os exercito de Napoleão
moeda. Não eram os resultados da balança comercial que mediam o Bonaparte (1769-1821. Foi um dos maiores generais da história.
enriquecimento das nações, mas a capacidade humana, técnica e Assumiu o poder na França depois de liderar uma brilhante cam-
financeira de produzir bens (manufaturas, alimentos, ser-viços, etc.) panha militar no Egito. Seu regime autocrático foi bem aceito
de interesse dos mercados. Quanto maior fosse a quan-tidade de bens após o caos provocado pela Revolução Francesa. Em 1804,
produzidos com o mesmo custo – ou seja, quanto maior a Napoleão proclamou-se imperador – e ele próprio se coroou.
produtividade do trabalho – maiores seriam os lucros. Para o Entre 1805 e 1810, conquistou praticamente toda a Europa: só
aumento da produtividade, porém, seriam fundamentais o aper- não venceu a In-glaterra. Em 1807, enviou um ultimato a D. João
feiçoamento técnico e a especialização do trabalho. VI, forçando-o a declarar guerra a Inglaterra. Ainda que por vias
Essas ideias continham uma crítica direta a política mercan- indiretas, o Brasil iria lucrar duplamente com Napoleão: além da
tilista e a exploração colonial baseada em monopólios, a pesada vinda da família real, deve a ele, por vias transversas, o envio da
tributação e ao uso generalizado do trabalho escravo. Tiveram missão artística francesa em 1816) varreram a Europa em nome
aceitação entre as elites inglesas, sobretudo nos setores mais liga- dos ideais demo-crático da Revolução Francesa.
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Decidido a dominar a Europa, Bonaparte dividiu o continente A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do
entre aliados e inimigos da França. Essa divisão foi elevada ao extre- Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados
mo, em 1806, com a decretação do Bloqueio Continental(Decreto de pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi im-
Napoleão Bonaparte assinado em 1806, proibindo os países eu- posta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade na-
ropeus de receberem navios ingleses em seus portos e de venderem cional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite
produtos a Inglaterra. O objetivo era asfixiar o comércio britânico), rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados
contra a Inglaterra, seu principal adversário. por escravos e trabalhadores pobres em geral.
Aliado fiel do império britânico, Portugal viu-se no meio de Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para
um grave conflito internacional. Não podia virar as costas à que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a
Ingla-terra, nem afrontar o bloqueio napoleônico. Dentro do viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo
governo, dirigido pelo regente dom João (futuro D. João VI) em tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revo-
lugar de sua mãe doente, dona Maria I, o grupo mais influente de lucionário-republicano que marcava a independência da América
Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios.
políti-cos e burocratas, partidários da Inglaterra, defendia desde
1801 a mudança da Corte para o Brasil em caráter provisório. A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja
maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças
Essa ideia agradava muita a Inglaterra, cada vez mais interessada
contra a postu-ra recolonizadora das Cortes.
no merca-do brasileiro. Assim, depois de algumas vacilações, as
Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida po-deria
pressões das circunstancias e do embaixador britânico, Lorde
representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de
Strangford, levaram o governo português a decidir-se pela D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os inte-resses da
transferência para o Brasil. A 27 de novembro de 1807, com aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil
tropas francesas batendo as portas de Lisboa, cerca de 12 mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do
pessoas – entre nobres, magis-trados, altos funcionários, oficiais, Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua
padres e comerciantes, além da família real com seus serviçais, permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se:
arquivos, etc. – embarcavam com destino ao Rio de Janeiro. ―Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou
Por dificuldades surgidas na travessia do Atlântico, parte da pronto. Diga ao povo que fico‖.
frota onde estava o regente separou-se e aportou na Bahia em ja- É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem
neiro de 1808. Depois de uma breve estadia na antiga capital da mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da
colônia, todos se reuniram no Rio de Janeiro. futura independência não alterar a realidade sócio-econômica co-
lonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimen-to
O Processo de Independência do Brasil definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de
Em primeiro lugar, entender que 07 de setembro de 1822 não foi Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José
um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu
integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, inicia-da um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas
com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ain-da é seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou
muito comum a memória do estudante associar a independên-cia do aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de
Brasil ao quadro de Pedro Américo, ―O Grito do Ipiranga‖, que 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi
personifica o acontecimento na figura de D. Pedro. convocada uma Assembleia Geral Constituinte e Le-gislativa e em
Em segundo lugar, perceber que a independência do Brasil, primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que
restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade tentassem desembarcar no Brasil.
sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos An-
do período colonial. dradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Gover-
nativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da
Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na
província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça
América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa
de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente.
crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, destacando-se a
José Bonifácio transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe,
Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primei-ros
juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no
movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 D.
colonial e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em São
processo de independência política do Brasil, que se estende até Paulo, após a leitura das cartas que chegaram a suas mãos, bra-
1822 com o ―sete de setembro‖. Esta situação de crise do antigo dou: ―É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de
sistema colonial era na verdade, parte integrante da decadência Portugal‖. Chegando ao Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822),
do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o
na Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em
econômi-co e dos princípios iluministas, que juntos formarão a primeiro de dezembro de 1822.
base ideo-lógica para a Independência dos Estados Unidos (1776) independência não marcou nenhuma ruptura com o proces-so de
e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se de um dos mais nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo,
importantes movimentos de transição na História, assinalado pela monocultura e latifúndio), que representavam a manu-tenção dos
passagem da idade moderna para a contemporânea, representada privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O ―sete de
pela transição do capitalismo comercial para o industrial. setembro‖ foi apenas a consolidação de uma ruptura
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política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos por- Bahia, do Maranhão, do Piauí, do Grão-Pará e, por último, Cis-
tos. Ocorreram muitas revoltas pela libertação do Brasil, nas platina, dominadas ainda por tropas de Portugal, tiveram que lutar
quais muitos brasileiros perderam a vida. pela sua liberdade, até fins de 1823.
Os que morrem achavam que valia a pena sacrificar-se para Na Bahia, a expulsão dos portugueses só foi possível quando
melhorar a situação do povo brasileiro. Queriam uma vida Dom Pedro I enviou para lá uma forte esquadra comandada pelo
melhor, não só para eles, mas para todos os brasileiros. almirante Cochrane, para bloquear Salvador. Sitiados por terra e
Mas a Independência do Brasil só aconteceu em 1822. E não por mar, as tropas portuguesas tiveram finalmente que se render
foi uma separação total, como aconteceu em outros países da em 02 de julho de 1823.
Amé-rica que, ao ficarem independentes, tornaram-se repúblicas Após a vitória na Bahia, a esquadra de Cochrane, seguindo
gover-nadas por pessoas nascidas no país libertado. O Brasil para o norte, bloqueou a cidade de São Luís. Esse bloqueio apres-
independen-te continuou sendo um reino, e seu primeiro sou a derrota dos portugueses não só no Maranhão, mas também
imperador foi Dom Pedro I, que era filho do rei de Portugal. no Piauí.
Historicamente, o processo da Independência do Brasil ocu- Do Maranhão um dos navios de Cochrane continuou até o
pou as três primeiras décadas do século XIX e foi marcado pela ex-tremo norte, e, ameaçando a cidade de Belém, facilitou a
vinda da família real ao Brasil em 1808 e pelas medidas tomadas rendição dos portugueses no Grão-Pará.
no período de Dom João. A vinda da família real fez a autonomia
No extremo Sul, a cidade de Montevidéu, sitiada por terra e
brasileira ter mais o aspecto de transição.
bloqueada por uma esquadra brasileira no rio da Prata teve de se
O processo da independência foi bastante acelerado pelo que
entregar.
ocorreu em Portugal em 1820. A Revolução do Porto comandada
pela burguesia comercial da cidade do Porto, que foi um movi- Com o reconhecimento da Independência pela Cisplatina
mento que tinha características liberais para Portugal, mas para o completou-se a união de todas as províncias, sob o governo de
Brasil, significava uma recolonização. Dom Pedro I, firmando assim o Império Brasileiro.

As mudanças econômicas no Brasil: Depois da chegada da O Reconhecimento da Independência


família real duas medidas de Dom João deram rápido impulso à Unidas todas as províncias e firmado dentro do território bra-
economia brasileira: a abertura dos portos e a permissão de montar sileiro o Império, era necessário obter o reconhecimento da Inde-
indústrias que haviam sido proibidas por Portugal anteriormente. pendência por parte das nações estrangeiras.
Abriram-se fábricas, manufaturas de tecidos começaram a A primeira nação estrangeira a reconhecer a Independência do
surgir, mas não progrediram por causa da concorrência dos Brasil foram os Estados Unidos em maio de 1824. Não houve difi-
tecidos ingleses. Bom resultado teve, porém, a produção de ferro culdades, pois os norte-americanos eram a favor da independência de
com a criação da Usina de Ipanema nas províncias de São Paulo e todas as colônias da América. (Independência dos EUA)
Minas Gerais. O reconhecimento por parte das nações europeia foi mais di-
Outras medidas de Dom João estimularam as atividades eco- fícil porque os principais países da Europa, entre eles Portugal,
nômicas do Brasil como: Construção de estradas; Os portos foram haviam-se comprometido, no Congresso de Viena em 1815, a de-
melhorados. Foram introduzidas no país novas espécies vegetais, fender o absolutismo, o colonialismo e a combater as ideias de
como o chá; Promoveu a vinda de colonos europeus; A produção liberdade.
agrícola voltou a crescer. O açúcar e o algodão passaram a ser pri- Entre as primeiras nações europeias apenas uma foi favorável ao
meiro e segundo lugar nas exportações, no início do século XIX. reconhecimento do Brasil independente: a Inglaterra, que não queria
Neste período surgiu o café, novo produto, que logo passou do nem romper com seu antigo aliado, Portugal, nem prejudi-car seu
terceiro lugar para o primeiro lugar nas exportações brasileiras. comércio com o Brasil. Foi graças à sua intervenção e às demoradas
Medidas de incentivo à Cultura: Além das mudanças comer- conversações mantida junto aos governos de Lisboa e do Rio de
ciais, a chegada da família real ao Brasil também causou um re- Janeiro que Dom João VI acabou aceitando a Indepen-dência do
boliço cultural e educacional. Nessa época, foram criadas escolas Brasil, fixando-se as bases do reconhecimento.
como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola
A 29 de agosto de 1825 Portugal, através do embaixador in-
de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Aca-
demia de Belas-Artes e dois Colégios de Medicina e Cirurgia, um glês que o representava, assinou o Tratado luso-brasileiro de
no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu reco-nhecimento. O Brasil, entretanto, teve que pagar a Portugal
Nacional, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo uma indenização de dois milhões de libra esterlinas, e Dom João
acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos de VI obteve ainda o direito de usar o título de Imperador do Brasil,
Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o que não lhe dava, porém qualquer direito sobre a antiga colônia.
Jardim Botânico. Uma atitude muito importante de dom João foi A seguir as demais nações europeias, uma a uma, reconhece-ram
a criação da Imprensa Régia. Ela editou obras de vários escritores oficialmente a Independência e o Império do Brasil. Em 1826 estava
e traduções de obras científicas. Foi um período de grande firmada a posição do Brasil no cenário internacional. En-quanto o
progresso e desenvolvimento. Brasil era colônia de Portugal, o Brasil enfrentou com bravura e
venceu os piratas, os franceses e os holandeses. Ocorre-ram muitas
As Guerras pela Independência lutas internas e muitos perderam a sua vida para tentar tornar seu país
A Independência havia sido proclamada, mas nem todas as livre e independente de Portugal. Essa luta durou mais de trezentos
províncias do Brasil puderam reconhecer o governo do Rio de Ja- anos. O processo da Independência foi muito longo e por ironia do
neiro e unir-se ao Império sem pegar em armas. As Províncias da destino foi um português que a proclamou.
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O Estado Brasileiro: o Estado no Brasil resultou de uma O Poder Legislativo era dividido em duas câmaras onde se
enor-me operação de conquista e ocupação de parte do Novo agrupavam o Senado e a Câmara de Deputados. O sistema eleitoral
Mundo, empreendimento no qual se associaram a Coroa era organizado de forma indireta. Somente a população masculina,
portuguesa, atra-vés dos seus agentes, e a Igreja Católica, maior de 25 anos e portadora de uma renda mínima de 100 mil--réis
representada primeira-mente pelos jesuítas. Política e anuais teriam direito ao voto. Esses primeiros votavam em um corpo
ideologicamente foi uma aliança entre o Absolutismo ibérico e a eleitoral incumbido de votar nos candidatos a senador e deputado. O
Contra-Reforma religiosa, preo-cupada com a posse do território cargo senatorial era vitalício e só poderia ser pleiteado por indivíduos
recém-descoberto e com a con-versão dos nativos ao cristianismo. com renda superior a 800 mil-réis.
Naturalmente que transcorrido mais de 450 anos do lançamento A Igreja Católica foi apontada como religião oficial do Esta-
dos seus fundamentos, o Estado brasileiro assumiu formas do. Em contrapartida, as demais confissões religiosas poderiam
diversas, sendo gradativamente nacio-nalizado e colocado a ser praticadas em território nacional. Os membros do clero
serviço do desenvolvimento econômico e social. A transformação católico estavam diretamente subordinados ao Estado, sendo esse
seguinte será a do Estado Imperial bra-sileiro, legalizada depois incumbi-do de nomear os membros da Igreja e fornecer a devida
da proclamação da independência, em 1822, pela Constituição remunera-ção aos integrantes dela.
outorgada de 1824. D.Pedro I dedica-se a obter a legitimidade, Dessa maneira, a constituição de 1824 perfilou a criação de um
contestada por oficiais lusitanos (general Madeira) e por líderes Estado de natureza autoritária em meio a instituições de apa-rência
populares do Nordeste (Frei Caneca). A Carta determinou, além liberal. A contradição do período acabou excluindo a grande maioria
dos poderes tradicionais, executivo-le-gislativo-judiciário, a da população ao direito de participação política e, logo em seguida,
implantação de um poder moderador (que de fato tornou-se uma
motivando rebeliões de natureza separatista. Com isso, a primeira
sobreposição da autoridade do imperador). Os objetivos gerais do
constituição apoiou um governo centralizado que, por vezes,
Estado Imperial, que se estendeu até 1889, podem ser
ameaçou a unidade territorial e política do Brasil.
determinados pela: a) consolidação da autoridade im-perial sobre
todo o território brasileiro; b) manutenção do regime escravista;
c) preservação da paz interna e do reconhecimento in-ternacional.
Constituição da Mandioca (1824): figurando um passo fun-
2) O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO
damental para a consolidação da independência nacional, a for-
mulação de uma carta constituinte tornou-se uma das grandes BRASIL. D) BRASIL IMPERIAL: PRIMEIRO
questões do Primeiro Reinado. Mesmo antes de dar fim aos laços REINADO E PERÍODO REGENCIAL:
coloniais, Dom Pedro I já havia articulado, em 1822, a formação de ASPECTOS ADMINISTRATIVOS, MILITARES,
uma Assembleia Constituinte imbuída da missão de discutir as leis CULTURAIS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E
máximas da nação. Essa primeira assembleia convocou oitenta TERRITORIAIS. SEGUNDO REINADO: AS-
deputados de catorze províncias. Uma das mais delicadas questões PECTOS ADMINISTRATIVOS, MILITARES,
que envolvia as leis elaboradas pela Assembleia, fazia referência à ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS.
definição dos poderes de Dom Pedro I. Em pouco tempo, os CRISE DA MONARQUIA E PROCLAMAÇÃO
constituintes formaram dois grupos políticos visíveis: um liberal, DA REPÚBLICA.
defendendo a limitação dos poderes imperiais e dando maior au-
tonomia às províncias; e um conservador que apoiava um regime
político centralizado nas mãos de Dom Pedro. A partir de então, a
relação entre o rei e os constituintes não seria nada tranquila. Monarquia é um sistema de governo em que o monarca (rei)
O primeiro anteprojeto da Constituição tendia a estabelecer governa um país como chefe de Estado. A transmissão de poder
limites ao poder de ação política do imperador. No entanto, essa ocorre de forma hereditária (de pai para filho), portanto não há
medida liberal, convivia com uma orientação elitista que defendia eleições para a escolha de um monarca. Este governa de forma
a criação de um sistema eleitoral fundado no voto censitário. Ou- vitalícia, ou seja, até morrer ou abdicar.
tro artigo desse primeiro ensaio da Constituição estabelecia que
os deputados não pudessem ser punidos pelo imperador. Monarquia no Brasil
Mediante tantas restrições, Dom Pedro I resolveu dissolver a
primeira As-sembleia Constituinte do Brasil. Primeiro Reinado (1822-1831)
Logo em seguida, o imperador resolveu nomear um Conselho de Proclamada a independência, o Brasil assumiu a forma mo-
Estado composto por dez membros portugueses. Essa ação po-lítica nárquica de governo. Uma monarquia imperial que teria no prín-
sinalizava o predomínio da orientação absolutista e a aproxi-mação cipe D. Pedro de Alcântara, herdeiro da Casa de Bragança, seu
do nosso governante junto os portugueses. Dessa maneira, no dia 25 primeiro imperador. O governo de D. Pedro I, entre 1822 e 1831,
de março de 1824, Dom Pedro I, sem consultar nenhum outro poder, denominou-se Primeiro Reinado, momento em que se inicia a
outorgou a primeira constituição brasileira. Contradi-toriamente, o instalação do Estado Nacional brasileiro, em meio a dificuldades
texto constitucional abrigava características de orien-tação liberal e econômico-financeiras e aos primeiros conflitos internos, típicos
autoritária. O governo foi dividido em três poderes: Legislativo, de uma fase em que se acomodam os múltiplos interesses que
Executivo e Judiciário. Através do Poder Moderador, exclusivamente mar-caram a luta pela independência.
exercido por Dom Pedro I, o rei poderia anular qualquer decisão As propostas liberais da nova elite dirigente, agora dividida ao
tomada pelos outros poderes. As províncias não possuíam nenhum sabor de antigas divergências, entrou em choque com o absolutis-mo
tipo de autonomia política, sendo o imperador responsável por do Imperador, provocando o rompimento da aliança que asse-gurou a
nomear o presidente e o Conselho Geral de cada uma das províncias. ruptura com Portugal. Opondo-se aos liberais brasileiros,
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que novamente se uniram para resistir ao autoritarismo imperial, Confederação do Equador


o grupo português (comerciantes, militares e burocratas) aproxi- O nordeste atravessava uma grave crise econômica devido à
mou-se de D. Pedro I, manobrando para garantir suas vantagens queda das exportações de açúcar. Tomados por um sentimento
e, no limite, inviabilizar a independência. anti-lusitano, diferentes setores da sociedade uniram-se em torno
de ideias contrárias à monarquia e a centralização do poder. Di-
O reconhecimento internacional da independência ziam que o sistema de governo no Brasil deveria ser republicano,
Uma vez vencida a resistência interna, o Império buscou o com a descentralização do poder e autonomia para as províncias.
reconhecimento externo, francamente apoiado pela Inglaterra no Os estados que participaram do movimento foram: Pernambuco,
âmbito europeu, onde Portugal recusava-se a aceitar a nova situa- Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Os líderes mais
ção da ex-colônia. Contudo foram os Estados Unidos (26/5/1824) democráticos da confederação defendiam a extinção do tráfico
o primeiro país a reconhecer oficialmente a nação brasileira. O ne-greiro e a igualdade social para o povo.
reconhecimento norte-americano baseava-se na Doutrina
Monroe, que defendia o princípio ―A América para os A guerra Cisplatina
americanos‖, reagin-do à ameaça de intervenção da Santa Aliança Conflito armado entre Brasil e Argentina, disputando o atual
na América. Além disso, era parte de uma política de resguardo Uruguai.
dos promissores mer-cados da América Latina. A partir daí, o Inglaterra interfere (por motivos econômicos) e cria o Uru-
México e a Argentina tam-bém deram o seu reconhecimento. guai.
O reconhecimento português, sob pressão inglesa, deu-se em
agosto de 1825, através do Tratado Luso-Brasileiro. Por esse trata- A questão da sucessão portuguesa
do, Portugal concordava com a emancipação brasileira, mediante o Com a morte de D. João VI, em 1826, D. Pedro foi aclamado
pagamento, pelo Império, de uma indenização de dois milhões de rei de Portugal. A aceitação do título pelo Imperador provocou
libras esterlinas, além da concessão a D. João VI do título de Im- um profundo mal-estar entre todos os brasileiros, que se viam
perador Honorário do Brasil. Em outubro do mesmo ano, a França agora ameaçados pela reunificação das duas coroas, o que
também reconhecia o Império, em troca de vantagens comerciais. colocava em risco a independência do Brasil.
A Inglaterra reconheceu o Brasil independente apenas em ja-neiro de
Diante das sucessivas manifestações no Rio de Janeiro, D.
1826. Para tanto, exigiu a renovação dos tratados de 1810 por mais
Pe-dro renunciou ao trono português em favor de D. Maria da
15 anos, garantindo aos produtos ingleses baixas taxas alfandegárias,
Glória, sua filha, que ainda era criança.
além de do governo imperial o compromisso de extinguir o tráfico
Para governar como regente, D. Pedro indicou seu irmão, D.
negreiro, provocando assim, reações das elites
Miguel, de tendência absolutista e que acabou se apossando ilegi-
agrárias.
timamente do trono português.
A primeira constituição - 1823 Sempre sob suspeita dos brasileiros e apoiado pelos consti-
Firme oposição aos portugueses (militares e comerciantes) tucionalistas lusos, D. Pedro começou uma longa luta contra o
que ameaçavam a independência e queriam a recolonização. irmão, sustentada por recursos nacionais e pelos empréstimos in-
A constituição proibia os estrangeiros de ocupar cargos públi-cos gleses. A questão do trono português foi solucionada em 1830;
de representação nacional e tinha a preocupação de limitar e um ano depois, abdicando ao trono brasileiro, D. Pedra se tomaria
diminuir os poderes do imperador e aumentar o poder legislativo. rei de Portugal. Com título de Pedro IV.
Também tinha a intenção de manter o poder político nas mãos
dos grandes proprietários rurais. O projeto estabelecia que o elei- O problema dos tratados com a Inglaterra
tor precisava ter uma renda anual equivalente a, no mínimo, 150 O Brasil independente herdou os tratados de 1810,
alqueires de mandioca. Por isso o projeto ficou conhecido como celebrados por D. João com a Inglaterra. Foram esses tratados,
Constituição da Mandioca. (Ver: Assembleia Constituinte de especialmente o de Comércio e Navegação e o de Aliança e
1823). Amizade, que ga-rantiram a continuidade da preponderância
britânica no Império brasileiro.
A constituição outorgada de 1824 Em 1826, para garantir o reconhecimento da independência,
Em seguida à dissolução da Constituinte de 1823, D. Pedro I, D. Pedro I cedeu aos interesses ingleses, renovando a taxa prefe-
já governando de forma autoritária, nomeou um Conselho de rencial de 15% sobre os produtos ingleses por mais quinze anos,
Estado com a tarefa de redigir o novo projeto de Constituição, com dois de carência, além da promessa de acabar com o tráfico
que ficou pronto em janeiro de 1824. Depois de enviado a todas negreiro. Em 1827, sob pressão da diplomacia inglesa, ocorreu a
as Câ-maras Municipais do país e não ter recebido emendas ou ratificação do acordado no ano anterior com um novo adendo: o
críticas significativas, o projeto foi assinado por D. Pedro I, Brasil assumia o compromisso de extinguir o tráfico de escravos
tornando-se a Constituição do Império do Brasil, na prática, uma em três anos.
carta outorgada pelo Imperador em 25 de março de 1824. Com isso, D. Pedro I mostrava sua fraqueza diante dos inte-
Essa carta, defendida pelo Imperador como uma constituição resses britânicos e, especialmente com relação ao tráfico
―duplicadamente liberal‖ era, na realidade, uma simplificação da negreiro, feria diretamente os interesses da aristocracia rural
Constituição da Mandioca, uma vez que se mantinha fiel aos escravista. Em vista disso, a Assembleia Geral procurou facilitar
prin-cípios e às aspirações políticas da aristocracia rural. (Ver: a concessão de privilégios semelhantes a outras nações, como a
Caracte-rísticas da constituição de 1824). França, Áustria e Estados Unidos, entre outros.
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Em 1828, para melhorar a imagem desgastada, D. Pedro pas- cedidos à Inglaterra, a potência capitalista da época. As dificulda-
sou a adotar uma postura nacionalista e decretou a unificação das des e a dependência aos ingleses não cessariam durante o
tarifas alfandegárias, ou seja, toda e qualquer mercadoria, proce- segundo Reinado. Pelo Contrário, cresceriam.
dente de qualquer país do mundo, pagaria apenas 15% de taxa al-
fandegária quando entrasse no Brasil. O fim do primeiro reinado
A redução das tarifas aduaneiras, na prática, a instauração do Desde 1823, D. Pedro I trilhava o caminho do absolutismo,
livre-cambismo no Brasil, reduziu drasticamente a arrecadação aliando-se ao Partido Português e chocando-se com o liberalismo
do governo e contribui, ainda mais, para o desequilíbrio na dos brasileiros. Estes, aliados dentro do Partido Brasileiro, deixa-
balança comercial brasileira. ram de lado as antigas divergências e passaram a fazer cerrada
oposição ao Imperador. A resposta foi a crescente violência de D.
Economia e finanças do primeiro reinado Pedro e de seus partidários.
O início do Primeiro Reinado coincide com o início do perío- O rompimento da aliança D. Pedro/elites agrárias, que levou
do, que se prolongou até 1860, em que o comércio exterior brasi- à independência, iniciou-se em 1823, quando da dissolução da
leiro foi quase o tempo todo deficitário. Isto é, importávamos Constituinte pelo Imperador, seguida da outorga da Carta de 1824
mais do que exportávamos: estávamos sempre devendo. e da violenta repressão à Confederação do Equador. A isso,
Para pagar as dívidas, o país fazia empréstimos externos, soma-ram-se o envolvimento de D. Pedro na questão sucessória
solu-ção que ia transferindo o problema para o futuro. Novos portu-guesa e a desastrosa Guerra da Cisplatina, abertamente
pagamen-tos eram acrescidos a títulos de juros e amortizações. O condenada pela opinião pública. Todas essas ocorrências foram
resultado era contínuo aumento do desequilíbrio em nossas permeadas pela crise econômico-financeira que se agravava
contas com o exterior. durante o perío-do: a falência do Banco do Brasil, em 1828,
Em nossas exportações, destacavam-se: espelha a situação do Brasil na época.
Açúcar, principal produto durante o primeiro reinado, era Nesse quadro, cresceu e se fortaleceu a oposição ao imperia-
vendido a preços baixos, por causa concorrência das Antilhas e lismo imperial, com a multiplicação dos jornais de liberal - ―Au-rora
do açúcar de beterraba; o café transformou-se em principal Fluminense‖, ―O Republico‖ e ―A Malagueta‖, entre outros -, e com
produto de exportação; os veementes pronunciamentos na Câmara dos Deputados, nos
Algodão, que enfrentava a concorrência americana; momento‘‖ de curta convocação do Parlamento brasileiro.
Fumo, cacau, arroz e couro, não tinham tanta expressão e
enfrentavam a concorrência americana (arroz) e platina (couro). Abdicação de D. Pedro I
As importações incluíam manufaturados da Inglaterra, Após oito anos pontuados por sucessivas crises, D. Pedro I
benefi-ciada ainda pelas tarifas privilegiadas em 1810; trigo dos acabou cedendo às pressões da aristocracia rural brasileira e ab-
Estados Unidos e da Europa; produtos alimentícios da Europa; dicou ao trono brasileiro em favor de seu filho, também chamado
escravos da África. Pedro de Alcântara, dando início ao Segundo Reinado.
O Brasil enfrentava também escassez de dinheiro, resultante
dos seguintes fatores: Período Regencial
- Esvaziamento dos cofres da família real, quando voltou a O período regencial começa em 1831, com a abdicação de dom
Portugal em 1821. Pedro I, e estende-se até 1840, quando dom Pedro II é aceito como
Indenização paga a Portugal para que reconhecesse nossa maior de idade. É uma das fases mais conturbadas da histó-ria
Independência brasileira e de grande violência social. A menoridade do prín-cipe
Gastos com a guerra da Cisplatina e revoltas internas herdeiro acirra as disputas pelo poder entre as diferentes fac-ções das
Por falta de recursos e máquinas, as indústrias não puderam elites. Pela primeira vez no país, os chefes de governo são eleitos por
desenvolver-se. A Inglaterra tinha substituído Portugal tanto no seus pares. Os brasileiros pobres continuam alijados da vida política
comércio como na criação de dificuldades para o da nação. As revoltas regionais, os motins militares e os levantes
desenvolvimento da indústria brasileira. O caso da indústria têxtil populares são violentamente reprimidos.
foi um exemplo típico. A Inglaterra, favorecida pelas baixas taxas
alfandegárias, sufocou-a colocando aqui seus tecidos em A composição das forças políticas
melhores condições que os nossos e criando dificuldades para a Na esfera política das Regências digladiaram-se as forças
importação de máquinas por brasileiros. Em 1840, mais da dis-postas na estrutura da sociedade imperial, basicamente a
metade de nossos gastos com importações de manufaturados mesma da época colonial. Ao iniciar-se o período, eram três as
referia-se ao pagamento de produ-tos de vestuário. facções políticas entrechocando-se na luta pelo poder: os
A indústria de mineração só alcançou alguns progressos, no restauradores, os liberais moderados e os liberais exaltados.
entanto, com ajuda de capitais ingleses. Os restauradores, também denominados caramurus, repre-
Nas exportações, o café, que tomou a dianteira na Regência, sentavam uma parcela da classe dominante que havia apoiado o
lideraria por muito tempo, seguido de longe por outros produtos Imperador, quando este tendeu ao absolutismo. Mesmo depois da
tropicais, como açúcar, algodão, couro e pele, tabaco, cacau, mate abdicação, passaram a lutar pela sua volta ao trono brasileiro,
e borracha. agitando os primeiros anos da Menoridade. Para eles, a monar-
As dificuldades econômicas durante meio reinado e a Regên-cia quia não significava apenas a preservação da antiga estrutura de
atingiriam mais as cidades que as grandes propriedades rurais, pois dominação, nem dos privilégios. Estavam convictos, também, de
estas eram quase autossuficientes. As crises se deviam aos que só o regime monárquico autoritário permitiria a continuidade
empréstimos, à má administração e aos excessivos privilégios con- da tranquilidade e disputada preponderância. Dentre eles, muitos
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eram restauradores por interesse pessoal, como é o caso de José preponderantes, no sentido de deter a vaga revolucionária, esva-
Bonifácio, agora tutor de D. Pedro de Alcântara. O seu reduto era ziando-a. É evidente que a união entre moderados e exaltados era
o Senado e a associação política que os representava era o Clube precária e circunstancial, não se apoiando em bases sólidas. Daí,
Militar. sua efemeridade.
Com a morte de D. Pedro I, em 1834, os caramurus passaram É neste primeiro momento que se desenrolam as duas primei-
a compor, com os direitos liberais ou moderados, o ―regresso ras regências trinas, assinaladas pelo precário equilíbrio político.
con-servador‖. Tornaram-se parte dos maioristas em 1840 e da
facção áulica do início do segundo Reinado. - Regência Trina Provisória
Os liberais moderados, entendidos como a direita liberal, cor- Instalada no mesmo dia da abdicação de dom Pedro I, em 7 de
respondiam à outra parcela da aristocracia rural. Eram monarquis-tas, abril de 1831, a regência trina é uma exigência da Constituição para
evidentemente, pois viam nela a proteção dos seus privilégios. o caso de não haver parentes próximos do soberano com mais de 35
Porém, desejavam-na constitucional, uma vez que a Constituição de anos e em condições de assumir o poder. Ela é provisória porque não
1824 assegurava a sua continuidade na posição de mando. De-
há quórum suficiente no dia da abdicação para a elei-ção de uma
fendiam a manutenção da ordem em primeiro lugar e não preten-
regência permanente. A primeira tarefa do novo gover-no é atenuar
diam nenhuma reforma econômica ou social. Como opositores das
os impasses que levaram à abdicação de dom Pedro I, quase todos
reformas políticas, batiam-se pela centralização político-adminis-
resultantes dos excessos de um poder extremamen-te centralizado. O
trativa. O liberalismo que rotulava essa facção era apenas de facha-
último ministério deposto por dom Pedro I, de maioria liberal, é
da, adequado às suas necessidades de classe dominante. Preponde-
rou durante os primeiros anos das Regências, dividindo-se a partir de reintegrado e os presos políticos são anistiados. O poder dos regentes
1835. Eram denominados chimangos e uniam-se sob a égide da é limitado. Não podem, por exemplo, dissol-ver a Câmara, que, na
Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, prática, torna-se o centro do poder do país.
fundada por Evaristo da Veiga. Empenharam-se no combate aos Composição política da regência – A composição do primeiro
restauradores e exaltados federalistas, na defesa da ordem e da trio de governantes é fruto de uma negociação entre os restaura-dores
centralização, fornecendo subsídios para a orientação governista. e liberais moderados. É composto pelos senadores José Joa-quim
Os liberais exaltados, fazendo às vezes da esquerda liberal, eram Carneiro Campos, marquês de Caravelas, representante dos
representados não só por algumas parcelas da aristocracia ru-ral, restauradores; Nicolau de Campos Vergueiro, representante dos li-
como também por outros segmento sociais. Apresentavam-se berais moderados; e, no papel de mediador, o brigadeiro Francisco de
divididos em camadas sobrepostas, constituindo-se inicialmente por Lima e Silva, representante da oficialidade mais conservadora do
uma camada de homens livres, destituídos de propriedades, ou Exército. Os liberais radicais não participam do governo, mas obtêm
pequenos proprietários. Variando de região para região, desenvol- vitórias importantes no Legislativo.
viam atividades nos centros urbanos ou nos campos, oscilando numa
relação de dependência, entre a classe dominante e a classe que Regência Trina Permanente
fornecia o trabalho. Seguia-se o aglomerado urbano e rural A regência trina permanente é eleita pela Assembleia Geral
marginalizado de recursos: agregados, lavradores e citadinos, de- em 17 de junho de 1831. Sua composição inclui as facções políti-cas
dicados a pequenos expedientes e biscates. que se expressam na capital e também os interesses regionais da elite
Enquanto os moderados batiam-se pela preservação da ordem e agrária. É integrada pelos deputados moderados José da Costa
instituições, opondo-se a qualquer alteração no status quo, os Carvalho, marquês de Montalvão, representante do sul, e João
exaltados eram os reformistas. Defendiam o direito de manifes-tação, Bráulio Muniz, representante do norte, além do brigadeiro Francisco
reformas políticas, desde o estabelecimento de uma mo-narquia de Lima e Silva, que já integrara a regência trina provi-sória. O padre
descentralizada até a proclamação de uma República, a reforma na
Diogo Antônio Feijó é nomeado ministro da Justiça. Guarda
Constituição de 1824, ampliando principalmente a au-tonomia
Nacional – A formação da Guarda Nacional é pro- posta pelo padre
provincial, batendo-se pelo federalismo. Sem muita cla-reza, exigiam
Diogo Antônio Feijó e aprovada pela Câmara em 18 de agosto de
reformas na estrutura econômica e social. Apelavam para a violência,
1831. Sua criação desorganiza o Exército. Com a Guarda Nacional,
arrastando as forças de composição variada, sob a bandeira do
começa a se constituir no país uma força ar-mada vinculada
federalismo. Eram também chamados de jurujubas ou farroupilhas, e
se organizavam em tomo da Sociedade Federal e de clubes diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada,
federalistas espalhados pelas províncias. composta por membros da elite agrária e seus agregados. Os oficiais
de alta patente são eleitos nas regiões e, para muitos historiadores, é
O avanço liberal um dos componentes fundamentais do coronelismo político –
As tendências e evolução destes grupamentos políticos e da instituição não-oficial determinante na po-lítica brasileira e que
própria vida política do período regencial devem ser entendidas chega ao apogeu durante a República Velha. Reformas liberais – As
em dois momentos que o caracterizam: o avanço liberal e o bases jurídicas e institucionais do país são alteradas por várias
regres-so conservador. reformas constitucionais que, em sua maioria, favorecem a
O primeiro momento decorreu entre 1831 e 1834, quando as descentralização do poder e o fortalecimento das Províncias. Em 29
forças liberais uniram-se para combater os restauradores. Juntos, de novembro de 1832 é aprovado o Código do Processo Criminal,
também estabeleceram reformas institucionais, entendidas tradi- que altera a organização do Poder Judiciá-rio. Os juízes de paz,
cionalmente como liberais ou descentralizadoras, com o objetivo de eleitos diretamente sob o controle dos senho-res locais, passam a
acalmar as tensões regionais latentes. Na realidade, as refor-mas acumular amplos poderes nas localidades sob
propaladas não passaram de concessões dos moderados, então sua jurisdição.
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Ato Adicional de 1834 – A tendência à descentralização do lidade política. Sentindo-se ameaçadas, as elites agrárias apostam
poder é reforçada pelo Ato Adicional assinado pela regência trina na restauração da monarquia e na efetiva centralização do poder.
permanente em 12 de agosto de 1834. Considerado uma vitória Pela Constituição, no entanto, o imperador é considerado menor
dos liberais no plano institucional, o Ato extingue o Conselho de de idade até completar 18 anos.
Estado, transfere para as Províncias os poderes policial e militar, Clube da maioridade – Os liberais lançam a campanha pró--
até então exclusivos do poder central, e permite-lhes eleger suas maioridade de dom Pedro no Senado e articulam a popularização
assembleias legislativas. O poder Executivo provincial continua do movimento no Clube da Maioridade, presidido por Antônio
indicado pelo governo central e o caráter vitalício do Senado tam- Carlos de Andrade. A campanha vai às ruas e obtém o respaldo
bém é mantido. A regência trina é substituída pela regência una da opinião pública. A Constituição é atropelada e Dom Pedro é
eletiva e temporária, com um mandato de quatro anos para o re- declarado maior em 1840, com apenas 14 anos.
gente.
Segundo Reinado (1831-1889)
- Primeira Regência Una Golpe da Maioridade (1840): Início do Segundo Reinado.
O processo de escolha do primeiro regente único do país co- Partidos liberal e conservador. As disputas políticas entre
meça em junho de 1835. Os principais concorrentes são o padre progressistas (Feijó) e regressistas (Araújo Lima), durante as re-
Diogo Antônio Feijó, de tendência liberal, e o deputado pernam- gências, resultaram posteriormente no Partido Liberal e no
bucano conservador Antônio Francisco de Paula e Holanda Partido Conservador, que se alternaram no governo ao longo do
Caval-canti. Feijó defende o fortalecimento do poder Executivo e Segundo Reinado.
vence o pleito por uma pequena margem de votos.
Enquanto o Partido Liberal se aglutinou em torno do Ato
Governo Feijó – Empossado dia 12 de outubro de 1835 para
Adi-cional, o Partido Conservador foi se organizando em torno
um mandato de quatro anos, padre Feijó não completa dois anos
da tese da necessidade de limitar o alcance liberal do Ato
no cargo. Seu governo é marcado por intensa oposição
parlamentar e rebeliões provinciais, como a Cabanagem, no Pará, Adicional, atra-vés de uma lei interpretativa.
e o início da Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul. Com O período regencial começou liberal e terminou conservador.
poucos recursos para governar e isolado politicamente, renuncia E há uma explicação para esse fato: a ascensão da economia ca-
em 19 de setembro de 1837. feeira.
Diogo Antônio Feijó (1784-1843) nasce em São Paulo numa Por volta de 1830, o café havia deixado de ser uma cultura
família de ―barões do café‖. Ordena-se sacerdote católico em 25 de ex-perimental e marginal para se tornar o principal produto de
outubro de 1805. Em 1821 é eleito deputado às Cortes Consti- expor-tação, suplantando o açúcar. Os principais lideres
tucionais, em Lisboa. Defensor de ideias separatistas é perseguido conservadores eram representantes dos interesses cafeeiros.
pela Coroa portuguesa, refugiando-se na Inglaterra. Volta ao Brasil Com a formação desses dois partidos e a ascensão da econo-
após a independência. Deputado nas legislaturas de 1826 a 1829 e de mia cafeeira, a vida política brasileira parecia ganhar finalmente a
1830 a 1833, combina ideias de um liberal radical com propos-tas e necessária estabilidade. Porém, as regras do jogo foram
práticas políticas conservadoras. Luta contra o absolutismo, a quebradas pelos liberais, com o Golpe da Maioridade. Para
escravidão e o celibato clerical. Chama os liberais de ―clube de compreendê-lo, retomemos o fio da meada.
assassinos e anarquistas‖ e também se afasta dos restauradores. A aclamação de D. Pedro II. No Brasil, as agitações políticas e
Ocupa o Ministério da Justiça entre 5 de julho de 1831 e 3 de agos-to sociais tomaram conta do país logo depois da abdicação de D. Pe-dro
de 1832. Em 1833 é eleito senador e, em 1835, regente único do I em 7 de abril de 1831. Diante das crises vividas pelo regime
reino. Autoritário na condução do Estado e sem bases de apoio regencial, ficou parecendo a todos que elas haviam sido facilitadas
próprias, é obrigado a renunciar em 1837. Participa da Revolução pelo caráter transitório do governo, que atuava apenas como subs-
Liberal em 1842. Derrotado, foge para Vitória. Volta ao Rio de tituto do poder legítimo do imperador, constitucionalmente impe-
Janeiro em 1843 e, nesse mesmo ano, morre em São Paulo. dido de exercer a autoridade devido à menoridade.
A fim de conter as agitações e o perigo da fragmentação
- Segunda regência Una
terri-torial, a antecipação da maioridade de D. Pedro de Alcântara
Com a renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os conser-
pas-sou a ser cogitada. Levada à apreciação da Câmara, a questão
vadores obtêm maioria na Câmara dos Deputados e elegem Pedro
foi aprovada em junho de 1840. Assim, com 15 anos
de Araújo Lima como novo regente único do Império, em 19 de
setembro de 1837. incompletos, D. Pedro de Alcântara jurou a Constituição e foi
aclamado imperador, com o título de D. Pedro II.
Governo Araújo Lima – A segunda regência una é marcada
por uma reação conservadora. Várias conquistas liberais são abo- A antecipação da maioridade, entretanto, foi maquinada e pos-ta
lidas. A Lei de Interpretação do Ato Adicional, aprovada em 12 em prática, com êxito, pelos liberais, que, desde a renúncia de Feijó
de maio de 1840, restringe o poder provincial e fortalece o poder em 1837, haviam sido alijados do poder pelos regressistas. Tratou-se,
cen-tral do Império. Acuados, os liberais aproximam-se dos portanto de um golpe - o Golpe da Maioridade.
partidários de dom Pedro. Juntos, articulam o chamado golpe da Essa manobra política que possibilitou o retorno dos liberais
maioridade, em 23 de julho de 1840. ao poder teve como consequência a afirmação da aristocracia
rural e o estabelecimento de sua dominação sobre todo o país.
Golpe da Maioridade Como a burguesia, que na Europa abandonara definitivamente o
A política centralista dos conservadores durante o governo de ideal revolucionário, os grandes proprietários de terras e escravos
Araújo Lima estimula revoltas e rebeliões por todo o país. As que haviam lutado contra o domínio colonial adotaram
dissidências entre liberais e conservadores fazem crescer a instabi- finalmente uma política conservadora e antirrevolucionária.
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O gabinete da maioridade ou o Ministério dos Irmãos. Ime- A restauração do Conselho de Estado. Durante o Primeiro
diatamente após o golpe, organizou-se o ministério, o primeiro da Reinado, o Conselho de Estado era um órgão consultivo do im-
maioridade, dominado pelos ―maioristas‖, todos eles ligados ao perador D. Pedro I, para o qual ele havia nomeado membros do
Partido Liberal. Do novo gabinete participavam os irmãos Andra- ―partido português‖. Na Regência, esse órgão foi extinto pelo Ato
da (Antônio Carlos e Martim Francisco) e os irmãos Cavalcanti Adicional (1834). Em 1841 foi restaurado e se tornou o principal
(futuros viscondes de Albuquerque e de Suassuna), donde decor- órgão de assessoria direta do imperador, através do qual a aristo-
reu o nome de Ministério dos Irmãos. cracia rural garantia a sua presença no centro do poder.
As disputas políticas, contudo, tornaram-se sangrentas a A presidência do Conselho de Ministros e o parlamentarismo
partir da ascensão liberal, e governar havia se tornado sinônimo às avessas. No Primeiro Reinado foi constante o conflito entre o
de exer-cício do poder discricionário*. Assim, para controlar o poder Moderador (D. Pedro I) e a Câmara dos Deputados. Para
país, o par-tido que se encontrava no governo estabelecia a rotina di-minuir os atritos entre os poderes, foi criado, em 1847, a
de nomear presidentes de províncias de seu agrado e de substituir Presidên-cia do Conselho de Ministros. Ficou convencionado que
autoridades judiciais e policiais de fidelidade duvidosa. o impera dor nomearia apenas o presidente do Conselho, que, por
Nas eleições, os chefes políticos colocavam nas ruas bandos sua vez, escolheria os demais ministros.
armados; o governo coagia eleitores e fraudava os resultados das Nascia desse modo, o parlamentarismo* brasileiro. Mas esse
urnas. A eleição de 13 de outubro de 1840, que deu início a esse era um parlamentarismo muito diferente daquele praticado na Eu-
estilo novo (e violento) de fazer política, ficou conhecida como ropa, que seguia o modelo inglês.
―eleição do cacete‖, e deu vitória aos liberais. Todas as outras No parlamentarismo europeu, o primeiro-ministro (que equi-
elei-ções realizadas depois disso não escaparam à regra: vale ao nosso presidente do Conselho de Ministros) era escolhido
continuaram igualmente violentas. pelo Parlamento, que também tinha força para depô-lo. Além dis-
so, o ministério era responsável perante o Parlamento, ao qual era
Medidas Antiliberais obrigado a prestar contas. Em suma, o Legislativo contra lava o
A unidade da aristocracia rural. Apesar das disputas políticas Executivo.
violentas, os partidos Conservador e Liberal eram diferentes ape- No Brasil era o contrário. O ministério era responsável
nas no nome. Um e outro eram integrados pelos grandes peran-te o poder Moderador (imperador). O Parlamento (poder
proprietá-rios escravistas e defendiam os mesmos interesses: Legisla-tivo) nada podia contra os ministros, que governavam
estavam unidos contra a participação do povo nas decisões ignorando--o e prestando contas apenas ao imperador. Por esse
políticas. Liberal ou Conservador - não importava -, a aristocracia motivo, esse parlamentarismo brasileiro ganhou o nome de
rural era a favor de uma política antidemocrática e antipopular. ―parlamentarismo às avessas‖.
Essa evolução no sentido da maior unidade de interesse e na
defesa de uma política conservadora foi, em grande parte, moti- Política Protecionista
vada pelo fortalecimento econômico da aristocracia rural. Desde Tarifa Alves Branco (1844). Da cobrança de taxas alfande-
a década de 1830, a cafeicultura havia se deslocado para o vale gárias o governo brasileiro obtinha a maior parte de sua receita.
do Paraíba, onde rapidamente se tornaria a principal atividade Contudo, desde os tratados de 1810, que reduziram os direitos al-
agroexportadora brasileira, beneficiando particularmente as três fandegários das mercadorias inglesas para 15% ad valorem, essa
províncias do sudeste: Rio de janeiro, São Paulo e Minas Gerais. fonte de receita encontrava-se incomodamente restringida. A
A projeção política dessas três províncias, as mais ricas e podero- situa-ção havia se agravado mais ainda com as concessões
sas do Brasil, já se fazia sentir desde a transferência da Corte, em comerciais feitas aos Estados Unidos e a outros países europeus,
1808. Representadas agora pelos ―barões do café‖, elas fortalece- por ocasião do reconhecimento da emancipação do Brasil.
ram ainda mais as suas posições relativas, tornando-se capazes, O débil desempenho da economia brasileira até por volta de
efetivamente, de impor nacionalmente a sua política. 1840 foi tornando cada dia mais precária a situação do Tesouro.
Como segmento mais rico e próximo do poder central, os ba- A inexistência de uma produção nacional que suprisse as
rões do café estavam em condições de submeter à sua liderança a necessida-des internas de consumo fez do Brasil uma economia
aristocracia rural das demais províncias. Formando então um inteiramente dependente do fornecimento externo. Os gêneros
bloco cada vez mais poderoso, imprimiram uma direção precisa à alimentícios e os produtos de uso corriqueiro, como sabão, velas,
política nacional: o centralismo e a marginalização dos setores tecidos, etc., eram trazidos de fora, e a sua importação,
radicais e democráticos. naturalmente, tinha um custo monetário que deveria ser saldado
A reforma do Código de Processo Criminal. Assim, a partir com as exportações de produtos nacionais.
de 1840 firmou-se uma tendência política centralista e autoritária. A dependência em que o Brasil se encontrava em relação à
O primeiro passo nesse sentido foi a instituição da Lei In-glaterra e em menor escala em relação aos Estados Unidos e
Interpretativa do Ato Adicional. Em dezembro de 1841, foi a vez outros países europeus apenas havia transferido par muitos os
da reforma do Código de Processo Criminal, que, como já vimos, benefícios que antes só cabiam Portugal. O país continuava, no
havia conferido às autoridades locais uma enorme soma de plano econô-mico, essencialmente colonial.
poderes. Com a refor-ma, o antigo código foi descaracterizado no Essa distorção, que dificultava a acumulação interna de capi-
seu conteúdo liberal, pois toda autoridade judiciária e policial foi tal, foi parcialmente corrigida em 1844, com a substituição do li-
submetida a uma rígi-da hierarquia e diretamente subordinada ao vre cambismo por medidas protecionistas, através da Tarifa Alves
Ministério da Justiça. O poder central tinha agora nas mãos Branco, como ficou conhecido o decreto do ministro da Fazenda
instrumentos eficientes para assegurar a ordem pública. Manuel Alves Branco.
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Segundo a nova legislação aduaneira, os direitos duplicaram A Inglaterra, por sua vez, esforçou-se para fazer cumprir os
(passaram para 30%) para mercadorias sem similares nacionais e termos dos tratados, de modo unilateral. E o fez em meio a difi-
60% em caso contrário. Evidentemente, as pressões culdades, pois os traficantes, cercados em alto mar, atiravam os
internacionais contra a medida foram muitas, sobretudo por parte negros ao oceano, atados a uma pedra que os impedia de vir à
dos britânicos, que perdiam boa parte dos privilégios que tinham tona. Além disso, o tráfico, ao invés de se extinguir, continuou a
no mercado bra-sileiro. crescer incessantemente.
Embora a nova política protecionista não formasse uma bar- Bill Aberdeen. A passividade do governo brasileiro ante o
reira intransponível, nem estimulasse decisivamente o trá-fico e, portanto, o não cumprimento dos compromissos
desenvolvi-mento do mercado interno, foi, todavia, um assumidos através de vários tratados fez a Inglaterra tomar uma
importante passo nesse sentido. atitude ex-trema. Em 8 de agosto de 1845, o Parlamento britânico
aprovou uma lei, chamada Bill Aberdeen, conferindo à Marinha o
A Abolição do Tráfico Negreiro direito de aprisionar qualquer navio negreiro e fazer os traficantes
A pressão britânica na abolição do tráfico. Em meados do sé- res-ponderem diante do almirantado ou de qualquer tribunal do
culo XIX foi extinto no Brasil o tráfico negreiro. A iniciativa não vice almirantado dos domínios britânicos.
foi por vontade e decisão do governo brasileiro, mas resultou da A repressão ao tráfico foi assim intensificada, e os navios
eficiente pressão britânica nesse sentido. Várias razões explicam bri-tânicos chegaram a apreender navios em águas territoriais
essa atitude do governo britânico. Em primeiro lugar, a brasilei-ras, até mesmo entrando em seus portos.
Revolução Industrial do século XVIII, na Inglaterra, que A lei Eusébio de Queirós (1850). Em março de 1850, o
generalizou o empre-go do trabalho assalariado, pondo fim a toda todo--poderoso primeiro-ministro Gladstone obrigou o Brasil ao
forma compulsória de exploração do trabalhador, tornou a cum-primento dos tratados, ameaçando-o com uma guerra de
sociedade sensível ao apelo abolicionista.
extermí-nio. O governo brasileiro finalmente se curvou ante as
De fato, para as sociedades europeias do século XIX, que
exigências britânicas e em 4 de setembro de 1850 promulgou a lei
acompanhando o exemplo britânico evoluíam no sentido do em-
de extinção do tráfico pelo ministro Eusébio de Queirós. A tabela
prego generalizado do trabalho livre assalariado, a escravidão, em
abaixo mos-tra os efeitos imediatos da medida.
contraste, começou a ser vista em toda a sua desumanidade,
crian-do bases para uma opinião abolicionista. Evidentemente, os Consequências da extinção do tráfico. A lei Eusébio de Quei-rós,
bons sentimentos por si sós eram insuficientes para qualquer ação que pôs fim ao tráfico negreiro de forma súbita, como se verifi-ca
con-creta contra a escravidão. Na verdade, o capitalismo na tabela, liberou uma soma considerável de capital, que passou a
industrial é um sistema baseado no crescimento permanente, com ser aplicado em outros setores da economia. As atividades co-
abertura de novos mercados. Ora, os escravos, por definição, não merciais, financeiras e industriais receberam um grande estímulo.
são consumi-dores e, portanto, as sociedades escravistas Em 1854 começou a funcionar a primeira estrada de ferro
representavam sérios bloqueios àquela expansão. brasileira, de Mauá a Fragoso (futura Leopoldina Rafways); em
Os acordos para a extinção do tráfico. Tendo abolido o tráfico 1855, iniciou-se a construção da estrada de ferro D. Pedro II (fu-
em suas colônias em 1807 e a escravatura em 1833, a Inglaterra tura Central do Brasil); o telégrafo apareceu em 1852. Enfim, um
passou a exigir o mesmo do Brasil, a partir dos tratados de 1810. novo horizonte se descortinou.
Pelo tratado de 23 de janeiro de 1815, assinado em Viena, estabele- Com a abolição do tráfico, os dias da escravidão no Brasil
ceu-se a proibição do tráfico acima da linha equatorial, o que atin-giu estavam contados e, portanto, os dias de existência do Império,
importantes centros fornecedores de escravos, como São Jorge da cuja riqueza baseava-se fundamentalmente no fruto do trabalho
Mina. Em 18 de julho de 1817, os governos luso-brasileiro e in-glês escravo, também estaria no fim. Basta que nos lembremos de que
decidiram atuar conjuntamente na repressão ao tráfico ilícito, a escravidão foi abolida em 1888 e o Império caiu já no ano se-
inspecionando navios em alto mar. Para efeitos práticos, contudo, guinte, em 1889.
apenas a Inglaterra possuía recursos para isso.
Após 1822, a Inglaterra estabeleceu o fim do tráfico negreiro
como uma das exigências para o reconhecimento da emancipação E) BRASIL REPÚBLICA: ASPECTOS ADMI-
do Brasil. Assim, o tratado de 3 de novembro de 1826 fixou o NISTRATIVOS, CULTURAIS, ECONÔMICOS,
pra-zo de três anos para a sua completa extinção. O tráfico passou SOCIAIS E TERRITORIAIS, REVOLTAS, CRI-
a ser considerado, a partir de então, ato de pirataria, sujeito às SES E CONFLITOS E A PARTICIPAÇÃO BRA-
punições previstas no tratado. Finalmente, a 7 de novembro de SILEIRA NA II GUERRA MUNDIAL.
1831 - com atraso de dois anos em relação ao estipulado pelo
tratado de 1826 -, uma lei formalizou esse compromisso.
As resistências do Brasil. Apesar das crescentes pressões bri-
tânicas, o tráfico continuou impune no Brasil. E a razão era sim-
ples: toda a economia brasileira, desde a época colonial, estava A Proclamação da República Brasileira foi um levante polí-
assentada no trabalho escravo. Em tal circunstância, a abolição do tico-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a
tráfico criaria enormes dificuldades à economia, comprometendo forma republicana federativa presidencialista de governo no
as suas bases produtivas. Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do
Ademais, desde a abdicação de D. Pedro I em 1831, os senho- Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do
res rurais haviam se apropriado do poder político, o que fortalecera imperador Dom Pedro II. Foi, então, proclamada a República dos
consideravelmente a sua posição na sociedade. Por isso, nenhum dos Estados Unidos do Brasil. A proclamação ocorreu na Praça da
acordos assinados com a Inglaterra foi cumprido, de modo que o Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Ja-
tráfico continuou com o consentimento tácito das autoridades.
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neiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de corpo a ideia de alguns setores da elite de alterar o regime
militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro político vigente. Fatores que influenciaram esse movimento: O
da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país. imperador Dom Pedro II não tinha filhos, apenas filhas. O trono
Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um governo provisório seria ocupa-do, após a sua morte, por sua filha mais velha, a
republicano. Faziam parte, desse governo, organizado na noite de princesa Isabel, casada com um francês, Gastão de Orléans,
15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca como Conde d‘Eu, o que gerava o receio em parte da população de que
presidente da república e chefe do Governo Provisório; o o país fosse go-vernado por um estrangeiro; O fato de os negros
marechal Floriano Peixoto como vice-presidente; como ministros, terem ajudado o exército na Guerra do Paraguai e, quando
Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiuva, retornaram ao país, permaneceram como escravos, ou seja, não
Rui Barbo-sa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e ganharam a alforria de seus donos.
o almiran-te Eduardo Wandenkolk, todos membros regulares da A Crise Econômica: a crise econômica agravou-se em
maçonaria brasileira. função das elevadas despesas financeiras geradas pela Guerra da
A Situação Política do Brasil em 1889: o governo imperial, Tríplice Aliança, cobertas por capitais externos. Os empréstimos
através do 37º e último gabinete ministerial, empossado em 7 de brasilei-ros elevaram-se de 3.000.000 de libras esterlinas em
junho de 1889, sob o comando do presidente do Conselho de Mi- 1871 para quase 20.000.000 em 1889, o que causou uma inflação
nistros do Império, Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de da ordem de 1,75 por cento ao ano.
Ouro Preto, do Partido Liberal, percebendo a difícil situação política A Questão Abolicionista: impunha-se desde a abolição do trá-
em que se encontrava, apresentou, em uma última e de-sesperada fico negreiro em 1850, encontrando viva resistência entre as elites
tentativa de salvar o império, à Câmara-Geral, atual câ-mara dos agrárias tradicionais do país. Diante das medidas adotadas pelo
deputados, um programa de reformas políticas do qual constavam, Império para a gradual extinção do regime escravista, devido a
entre outras, as medidas seguintes: maior autonomia administrativa repercussão da experiência mal sucedida nos Estados Unidos de
para as províncias, liberdade de voto, liberdade de ensino, redução libertação geral dos escravos ter levado aquele país à guerra civil,
das prerrogativas do Conselho de Estado e manda-tos não vitalícios essas elites reivindicavam do Estado indenizações proporcionais ao
para o Senado Federal. As propostas do Visconde de Ouro Preto preço total que haviam pago pelos escravos a serem libertados por
visavam a preservar o regime monárquico no país, mas foram lei. Estas indenizações seriam pagas com empréstimo externo. Com a
vetadas pela maioria dos deputados de tendência con-servadora que decretação da Lei Áurea (1888), e ao deixar de indenizar esses
controlava a Câmara Geral. No dia 15 de novembro de 1889, a grandes proprietários rurais, o império perdeu o seu último pilar de
república era proclamada. sustentação. Chamados de ―republicanos de última hora‖, os ex-
A Perda de Prestígio da Monarquia Brasileira: muitos fo- proprietários de escravos aderiram à causa republicana.
ram os fatores que levaram o Império a perder o apoio de suas Na visão dos progressistas, o Império do Brasil mostrou-se
bases econômicas, militares e sociais. Da parte dos grupos con- bastante lento na solução da chamada ―Questão Servil‖, o que,
servadores pelos sérios atritos com a Igreja Católica (na ―Questão sem dúvida, minou sua legitimidade ao longo dos anos. Mesmo a
Religiosa‖); pela perda do apoio político dos grandes fazendeiros ade-são dos ex-proprietários de escravos, que não foram
em virtude da abolição da escravatura, ocorrida em 1888, sem a indenizados, à causa republicana, evidencia o quanto o regime
indenização dos proprietários de escravos. Da parte dos grupos imperial estava atrelado à escravatura. Assim, logo após a
progressistas, havia a crítica que a monarquia mantivera, até princesa Isabel assinar a Lei Áurea, João Maurício Wanderley,
muito tarde, a escravidão no país. Os progressistas criticavam, Barão de Cotegipe, o úni-co senador do império que votou contra
também, a ausência de iniciativas com vistas ao desenvolvimento o projeto de abolição da escravatura, profetizou: ―A senhora
do país fosse econômico, político ou social, a manutenção de um acabou de redimir uma raça e perder um trono!‖
regime político de castas e o voto censitário, isto é, com base na A Questão Religiosa: desde o período colonial, a Igreja Cató-
renda anual das pessoas, a ausência de um sistema de ensino lica, enquanto instituição, encontrava-se submetida ao estado. Isso se
universal, os altos índices de analfabetismo e de miséria e o manteve após a independência e significava, entre outras coisas, que
afastamento polí-tico do Brasil em relação a todos demais países nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse
do continente, que eram republicanos. previamente aprovada pelo imperador (Beneplácito Régio). Ocorre
Assim, ao mesmo tempo em que a legitimidade imperial de- que, em 1872, Vital Maria Gonçalves de Oliveira e Antônio de
caía, a proposta republicana (percebida como significando o pro- Macedo Costa, bispos de Olinda e Belém do Pará respectiva-mente,
gresso social) ganhava espaço. Entretanto, é importante notar que resolveram seguir, por conta própria, as ordens do Papa Pio IX, não
a legitimidade do Imperador era distinta da do regime imperial: ratificadas pelo imperador e pelos presidentes do Conselho de
Enquanto, por um lado, a população, de modo geral, respeitava e Ministros, punindo religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II,
gostava de Dom Pedro II, por outro lado, tinha cada vez em aconselhado pelos maçons, decidiu intervir na questão, solicitando
menor conta o próprio império. Nesse sentido, era voz corrente, aos bispos que suspendessem as punições. Estes se recusaram a
na época, que não haveria um terceiro reinado, ou seja, a obedecer ao imperador, sendo condenados a quatro anos de tra-balho
monarquia não con-tinuaria a existir após o falecimento de Dom braçal (quebrar pedras). Em 1875, graças à intervenção do maçom
Pedro II, seja devido à falta de legitimidade do próprio regime Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram
monárquico, seja devido ao repúdio público ao príncipe consorte, colocados em liberdade. Contudo, no episódio, a imagem do império
marido da princesa Isabel, o francês Conde D‘Eu. desgastou-se junto à Igreja Católica.
Antecedentes da Proclamação da República: a partir da dé- A Questão Militar: os militares do Exército Brasileiro esta-
cada de 1870, como consequência da Guerra do Paraguai (também vam descontentes com a proibição, imposta pela monarquia, pela
chamada de Guerra da Tríplice Aliança) (1864-1870), foi tomando qual os seus oficiais não podiam manifestar-se na imprensa sem
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uma prévia autorização do Ministro da Guerra. Os militares não O Golpe Militar de 15 de Novembro de 1889: no Rio de
possuíam uma autonomia de tomada de decisão sobre a defesa do Janeiro, os republicanos insistiram que o Marechal Deodoro da
território, estando sujeitos às ordens do imperador e do Gabinete Fonseca, um monarquista, chefiasse o movimento revolucionário
de Ministros, formado por civis, que se sobrepunham às ordens que substituiria a monarquia pela república. Depois de muita in-
dos generais. Assim, no império, a maioria dos ministros da sistência dos revolucionários, Deodoro da Fonseca concordou em
guerra eram civis. Além disso, frequentemente os militares do liderar o movimento militar. O golpe militar, que estava previsto
Exército Brasileiro sentiam-se desprestigiados e desrespeitados. para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14,
Por um lado, os dirigentes do império eram civis, cuja seleção era os conspiradores divulgaram o boato de que o governo havia
extrema-mente elitista e cuja formação era bacharelesca, mas que man-dado prender Benjamin Constant Botelho de Magalhães e
resultava em postos altamente remunerados e valorizados; por Deodo-ro da Fonseca. Posteriormente confirmou-se que era
outro lado, os militares tinham uma seleção mais democrática e mesmo boato. Assim, os revolucionários anteciparam o golpe de
uma formação mais técnica, mas que não resultavam nem em estado, e, na madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro iniciou
valorização pro-fissional nem em reconhecimento político, social o movimento de tropas do exército que pôs fim ao regime
ou econômico. As promoções na carreira militar eram difíceis de monárquico no Brasil. Os conspiradores dirigiram-se à residência
serem obtidas e eram baseadas em critérios personalistas em vez do marechal Deodoro, que estava doente com dispneia, e
de promoções por mérito e antiguidade. convencem-no a liderar o mo-vimento.
A Guerra do Paraguai, além de difundir os ideais republi- Com esse pretexto de que Deodoro seria preso, ao amanhecer
canos, evidenciou aos militares essa desvalorização da carreira do dia 15 de Novembro, o marechal Deodoro da Fonseca, saiu de
profissional, que se manteve e mesmo acentuou-se após o fim da sua residência, atravessou o Campo de Santana, e, do outro lado
guerra. O resultado foi a percepção, da parte dos militares, de que do parque, conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado,
se sacrificavam por um regime que pouco os consideravam e que onde hoje se localiza o Palácio Duque de Caxias, a se rebelarem
dava maior atenção à Marinha do Brasil. contra o governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele
A Atuação dos Positivistas: durante a Guerra do Paraguai, o montou, e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou
contato dos militares brasileiros com a realidade dos seus vizinhos ―Viva a Re-pública!‖. Depois apeou, atravessou novamente o
sul-americanos levou-os a refletir sobre a relação existente entre parque e voltou para a sua residência. A manifestação prosseguiu
regimes políticos e problemas sociais. A partir disso, começou a com um desfile de tropas pela Rua Direita, atual rua 1º de Março,
desenvolver-se, tanto entre os militares de carreira quanto entre os até o Paço Impe-rial. Os revoltosos ocuparam o quartel-general
civis convocados para lutar no conflito, um interesse maior pelo ideal do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o
republicano e pelo desenvolvimento econômico e social bra-sileiro. Gabinete ministerial e prenderam seu presidente, Afonso Celso
Dessa forma, não foi casual que a propaganda republicana tenha tido, de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto.
por marco inicial, a publicação do manifesto Repu-blicano em 1870 No Paço Imperial, o presidente do gabinete (primeiro-minis-tro),
(ano em que terminou a Guerra do Paraguai), seguido pela Visconde de Ouro Preto, havia tentando resistir pedindo ao
Convenção de Itu em 1873 e pelo surgimento dos clubes comandante do destacamento local e responsável pela segurança do
republicanos, que se multiplicaram, a partir de então, pelos principais Paço Imperial, general Floriano Peixoto, que enfrentasse os
centros no país. amotinados, explicando ao general Floriano Peixoto que havia, no
Além disso, vários grupos foram fortemente influenciados local, tropas legalistas em número suficiente para derrotar os
pela maçonaria (Deodoro da Fonseca era maçom, assim como revoltosos. O Visconde de Ouro Preto lembrou a Floriano Peixoto
todo seu ministério) e pelo positivismo de Auguste Comte, espe- que este havia enfrentado tropas bem mais numerosas na Guer-ra do
cialmente, após 1881, quando surgiu a igreja Positivista do Bra- Paraguai. Porém, o general Floriano Peixoto recusou-se a obedecer
sil. Seus diretores, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, às ordens dadas pelo Visconde de Ouro Preto e assim justificou sua
iniciaram uma forte campanha abolicionista e republicana. A pro- insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro
paganda republicana era realizada pelos que, depois, foram cha- Preto: ―Sim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e
mados de ―republicanos históricos‖ (em oposição àqueles que se aqui somos todos brasileiros!‖.
tornaram republicanos apenas após o 15 de novembro, chamados Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano
de ―republicanos de 16 de novembro‖). Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de Ouro
As ideias de muitos dos republicanos eram veiculadas pelo Preto. O único ferido no episódio da proclamação da república foi
periódico A República. Segundo alguns pesquisadores, os o Barão de Ladário que resistiu à ordem de prisão dada pelos
republi-canos dividiam-se em duas correntes principais: amo-tinados e levou um tiro. Consta que Deodoro não dirigiu
Os evolucionistas, que admitiam que a proclamação da repú- crítica ao Imperador D. Pedro II e que vacilava em suas palavras.
blica era inevitável, não justificando uma luta armada; Rela-tos dizem que foi uma estratégia para evitar um
Os revolucionistas, que defendiam a possibilidade de pegar derramamento de sangue. Sabia-se que Deodoro da Fonseca
em armas para conquistá-la, com mobilização popular e com estava com o tenente--coronel Benjamin Constant ao seu lado e
refor-mas sociais e econômicas. que havia alguns líderes republicanos civis naquele momento. Na
Embora houvesse diferenças entre cada um desses grupos no tarde do mesmo dia 15 de novembro, na Câmara Municipal do
tocante às estratégias políticas para a implementação da república Rio de Janeiro, foi solene-mente proclamada a República.
e também quanto ao conteúdo substantivo do regime a instituir, a À noite, na Câmara Municipal do Município Neutro, o Rio
ideia geral, comum aos dois grupos, era a de que a república de Janeiro, José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da
deveria ser um regime progressista, contraposto à exausta monar- República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação.
quia. Dessa forma, a proposta do novo regime revestia-se de um O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa, e, só
caráter social revolucionário e não apenas do de uma mera troca no dia seguinte, 16 de novembro, foi anunciado ao povo a mu-
dos governantes. dança do regime político do Brasil. Dom Pedro II, que estava em
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Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Pensando que o objetivo Em 1788-1789, a Inconfidência Mineira e Tiradentes não
dos revolucionários era apenas substituir o Gabinete de Ouro Pre-to, buscavam apenas a independência, mas também, a proclamação
o Imperador D. Pedro II tentou ainda organizar outro gabinete de uma república na Capitania das Minas Gerais, seguida de uma
ministerial, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. O série de reformas políticas, econômicas e sociais;
imperador, em Petrópolis, foi informado e decidiu descer para a Em 1824, diversos estados do Nordeste criaram um movi-
Corte. Ao saber do golpe de estado, o Imperador reconheceu a que- mento independentista, dentre elas a Confederação do Equador,
da do Gabinete de Ouro Preto e procurou anunciar um novo nome igualmente republicana;
para substituir o Visconde de Ouro Preto. No entanto, como nada Em 1839, na esteira da Revolução Farroupilha, proclama-
fora dito sobre República até então, os republicanos mais exalta-dos, ram-se a República Rio-grandense e a República Juliana,
tendo Benjamin Constant à frente, espalharam o boato de que o respecti-vamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Imperador escolheria Gaspar Silveira Martins, inimigo político Embora se argumente que não houve participação popular no
de Deodoro da Fonseca desde os tempos do Rio Grande do Sul, movimento que terminou com o regime monárquico e implantou a
para ser o novo chefe de governo. Com este engodo, Deodoro da república, o fato é que também não houve manifestações populares
Fonseca foi convencido a aderir à causa republicana. O Imperador foi de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime.
informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer resistência. Alguns pesquisadores argumentam que, caso a monarquia fosse
No dia seguinte, o major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro entregou popular, haveria movimentos contrários à república em seguida, além
a D. Pedro II uma comunicação, cientificando-o da pro-clamação da da Guerra de Canudos. Entretanto, o que teria ocorrido foi uma
república e ordenando sua partida para a Europa, a fim de evitar crescente conscientização a respeito do novo regime e sua aprovação
conturbações políticas. A família imperial brasileira exilou-se na pelos mais diferentes setores da sociedade brasileira.
Europa, só lhes sendo permitida a sua volta ao Brasil na década de Neste sentido, um caso notável de resistência à república foi
1920. É possível considerar a legitimidade ou não da o do líder abolicionista José do Patrocínio, que, entre a abolição
república no Brasil por diferentes ângulos. da escravatura e a proclamação da república, manteve-se fiel à
Do ponto de vista do Código Criminal do Império do Brasil, monarquia, não por uma compreensão das necessidades sociais e
sancionado em 16 de dezembro de 1830, o crime cometido pe-los políticas do país, mas, romanticamente, apenas devido a uma
republicanos foi: ―Artigo 87: Tentar diretamente, e por fatos, dívida de gratidão com a Princesa Isabel. Aliás, nesse período de
destronizar o imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua au- aproximadamente dezoito meses, José do Patrocínio constituiu a
toridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. chamada ―Guarda Negra‖, que eram negros alforriados organiza-
Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime dos para causar confusões e desordem em comícios republicanos,
se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau má- além de espancar os participantes de tais comícios.
ximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez Em relação à ausência de participação popular no movimento de
anos no mínimo.‖. 15 de novembro, um documento que teve grande repercussão foi o
O Visconde de Ouro Preto, deposto em 15 de novembro, en- artigo de Aristides Lobo, que fora testemunha ocular da pro-
tendia que a proclamação da república fora um erro e que o Se-gundo clamação da República, no Diário Popular de São Paulo, em 18 de
Reinado tinha sido bom. O Império não foi a ruína. Foi a novembro, no qual dizia: ―Por ora, a cor do governo é puramente
conservação e o progresso. Durante meio século, manteve íntegro, militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só porque a co-
tranquilo e unido território colossal. O império converteu um país laboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo
atrasado e pouco populoso em grande e forte nacionalidade, pri- tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significa-va.
meira potência sul-americana, considerada e respeitada em todo o Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!‖.
mundo civilizado. Aos esforços do Império, principalmente, de-vem Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro
três povos vizinhos o desaparecimento do despotismo mais cruel e de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que
aviltante. O Império aboliu de fato a pena de morte, extin-guiu a o povo brasileiro aprovasse ou não, por meio do voto, a
escravidão, deu ao Brasil glórias imorredouras, paz interna, ordem, república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 anos depois,
segurança e, mas que tudo, liberdade individual como não houve determinado pelo artigo segundo do Ato das Disposições
jamais em país algum. Quais as faltas ou crimes de Dom Pedro II, Constitucionais Tran-sitórias da Constituição de 1988.
que em quase cinquenta anos de reinado nunca perse-guiu ninguém,
nunca se lembrou de uma ingratidão, nunca vingou uma injúria, Participação brasileira na II Guerra Mundial
pronto sempre a perdoar, esquecer e beneficiar? Quais os erros No dia 1º de setembro de 1939, as forças nazistas alemãs de
praticados que o tornou merecedor da deposição e exílio quando, Adolf Hitler invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra
velho e enfermo, mais devia contar com o respeito e a veneração de Mundial. O Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942.
seus concidadãos? A república brasileira, como foi proclamada, é Na época, o presidente da República era Getúlio Vargas.
uma obra de iniquidade. A república se levantou sobre os broquéis da A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois
soldadesca amotinada, vem de uma origem criminosa, realizou-se por de alguns ataques a navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu
meio de um atentado sem precedentes na história e terá uma entrar em acordo com o presidente americano Roosevelt para a
existência efêmera! participa-ção do país na Guerra.
O movimento de 15 de Novembro de 1889 não foi o primeiro Embora a história dos pracinhas - diminutivo de praça, que é
a buscar a república, embora tenha sido o único efetivamente soldado - seja ainda pouco comentada no Brasil, Marcus Firmino
bem--sucedido, e, segundo algumas versões, teria contado com Santiago da Silva, coordenador do curso de Direito da Escola Su-
apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população perior Professor Paulo Martins, do Distrito Federal, e estudioso
de um modo geral: sobre a Segunda Guerra, afirma que a participação brasileira foi
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muito importante. ―O apoio do Brasil foi disputado na Segunda a precoce centralização política, somada à existência de um
Guerra. De forma um pouco velada por parte dos países do eixo grupo mercantil interessado na expansão e à presença de técnicos
(Alemanha, Itália e Japão) e de maneira clara pelos aliados, espe- e sábios, inclusive estrangeiros;
cialmente os norte-americanos, além da Inglaterra e da França‖, a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâ-
afirma. neo, voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –,
O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália em sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas;
julho de 1944. O Brasil ajudou os norte-americanos na libertação o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retró-grada
da Itália, que, na época, ainda estava parcialmente nas mãos do da Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tec-
exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25 mil homens da nológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus;
Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 a descentralização político-administrativa do Estado portu-
homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB). guês, possibilitando a contribuição de cada setor público e social
Os pracinhas conseguem vitórias importantes contra os ale- na organização estratégica da expansão marítima;
mães, tomando cidades e regiões estratégicas que estavam no po-der o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que
destes, como o Monte Castelo, Turim, Montese, entre outras. Mais de fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas, embora
14 mil alemães se renderam aos brasileiros, que também ficaram com exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz.
despojos como milhares de cavalos, carros e munição.
A ação dos pracinhas não foi fácil por vários motivos. O pri-meiro, (Cesgranrio) A política colonizadora portuguesa, voltada
porque o treinamento recebido no Brasil e nos Estados Uni-dos não para a obtenção de lucros do monopólio na esfera mercantil, tinha
era muito próximo à realidade da guerra que encontraram. Os como principal área de produção:
soldados não estavam habituados ao clima frio dos montes Apeninos, a) a implantação da grande lavoura tropical, de base
que atravessam a Itália e nem acostumados a lutar em local escravista e latifundiária caracterizada pela diversidade de
montanhoso. Só na batalha do Monte Castelo, houve mais de produtos cultiva-dos e presença de minifúndios e latifúndios;
400 baixas entre os brasileiros. b) o ―exclusivo colonial‖, que subordinava os interesses da
―Além disso, foi fundamental para o esforço de guerra a ces- produção agrícola aos objetivos mercantis da Coroa e dos grandes
são de bases navais e aéreas no território brasileiro. Um desses comerciantes metropolitanos;
locais que teve participação decisiva foi Natal, no Rio Grande do c) a agricultura de subsistência, baseada em pequenas e mé-
Norte‖, afirma o professor. A capital potiguar serviu como local dias propriedades, utilizando mão-de-obra indígena;
para abastecimento dos aviões de guerra americanos e base naval d) a integração agropastoril, destinada ao abastecimento do
antissubmarinos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em mercado interno colonial, sobretudo ao do metropolitano;
1945, a FEB foi desfeita em 1946. e) a criação de Companhias Cooperativas envolvidas com a
Brasil na II Guerra Mundial. Texto apadtado dísponivel produção de tecidos e demais gêneros ligados ao consumo caseiro.
em http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/como-
foi--participacao-brasil-segunda-guerra-mundial-495726.shtml O sistema de capitanias hereditárias, criado no Brasil em
1534, refletia a transição do feudalismo para o capitalismo, na
QUESTÕES me-dida em que apresentava como característica:
a) a ausência do comércio internacional, aliada ao trabalho
1. A crise europeia dos séculos XIV e XV constituiu um blo- escravo e economia voltada para o mercado interno.
queio ao desenvolvimento da economia de mercado. A superação b) uma economia de subsistência, trabalho livre, convivendo
desse processo foi realizada por meio: com forte poder local descentralizado.
c) ao lado do trabalho servil, uma administração rigidamente
da isenção de tributos para as cidades; centralizada.
do fortalecimento das corporações de ofício; d) embora com traços feudais na estrutura política e jurídica,
da Expansão Marítima; desenvolveu uma economia escravista, exportadora, muito distan-
de incentivo à lavoura feudal; te do modelo de subsistência medieval.
das Cruzadas. e) uma reprodução total do sistema feudal, transportada para
os trópicos.
2. Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de
comércio gerou a expansão mercantil e marítima desenvolvida (Unaerp) Em 1534, o governo português concluiu que a
pe-los países atlânticos. Até então, a principal via comercial única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização.
europeia era o Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso terri-
nas mãos dos comerciantes: tório brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português
venezianos e pisanos se deu através da:
espanhóis e muçulmanos a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do
venezianos e mouros Brasil.
italianos e árabes b) criação do sistema de governo geral e câmaras municipais.
italianos e ibéricos c) criação das Capitanias Hereditárias.
d) montagem do sistema colonial.
3. Foi fator relevante para o pioneirismo português na expan- e) criação e distribuição das Sesmarias.
são marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI:
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7. (ESSA – 2012/2013) - O Tratado de Tordesilhas, podem ser vistas como respostas à política centralizadora do
celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal e Espanha, Império, que restringia a autonomia financeira e administrativa
pretendeu resol-ver as disputas por colônias ultramarinas entre das províncias;
esses dois países, estabelecia que em sua maioria, eram revoltas lideradas pelos grandes pro-
os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a prietários de terras e exigiam uma posição mais forte e centraliza-
data de assinatura do Tratado, e as terras descobertas depois fica- dora do governo imperial;
riam com os portugueses. apenas a Sabinada teve caráter republicano e separatista.
os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por
um meridiano estabelecido a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo 11.O processo de independência do Brasil caracterizou-se por:
Verde. ser conduzido pela classe dominante que manteve o gover-
a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrenda- no monárquico como garantia de seus privilégios;
ria as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis nos quinze ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o
anos seguintes. quadro social imediatamente após a independência;
Portugal e Espanha administrariam juntos as terras desco- evitas a dependência dos mercados internacionais, criando
bertas, para fazerem frente à ameaça colonialista da Inglaterra, da uma economia autônoma;
Holanda e da França. grande participação popular, fundamental na prolongada
portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as guerra contra as tropas metropolitanas;
religiões dos povos que habitassem as terras descobertas. promover um governo liberal e descentralizado através da
Constituição de 1824.
(ESSA – 2012/2013) Em 1798, surgiu na Bahia um movi-
mento rebelde conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta 12. (FUVEST) O reconhecimento da independência
dos Alfaiates, que contou com a participação das camadas sociais brasileira por Portugal foi devido principalmente:
mais humildes. Esse movimento à mediação da França e dos Estados Unidos e à atribuição do
pretendia fundar uma universidade e aproveitar as jazidas de título de Imperador Perpétuo do Brasil a D. João VI.
ferro da região. à mediação da Espanha e à renovação dos acordos comer-
contava, no plano político, com elementos adeptos da mo- ciais de 1810 com a Inglaterra.
narquia constitucional. à mediação de Lord Strangford e ao fechamento das Cortes
defendia o estímulo à produção de couro e charque, princi- Portuguesas.
pais produtos da Bahia. à mediação da Inglaterra e à transferência para o Brasil de
foi o primeiro movimento de rebeldia no Brasil a questio-nar dívida em libras contraída por Portugal no Reino Unido.
o Pacto Colonial. à mediação da Santa Aliança e ao pagamento à Inglaterra de
defendia a abolição da escravatura e o aumento da remune- indenização pelas invasões napoleônicas
ração dos soldados.
13. A respeito da independência do Brasil pode-se afirmar
que:
9. Entre as causas políticas imediatas da eclosão das lutas
pela independência das colônias espanholas da América, pode-se consubstanciou os ideais propostos na Confederação do
apon-tar: Equador.
a derrota de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo; instituiu a monarquia como forma de governo, a partir de
amplo movimento popular.
a formação da Santa Aliança;
propôs, a partir das ideias liberais das elites políticas, a ex-
a imposição de José Bonaparte no trono espanhol;
tinção do tráfico de escravos, contrariando os interesses da Ingla-
as decisões do Congresso de Viena;
terra.
e) a invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal e a coroação
provocou, a partir da Constituição de 1824, profundas
de D. João VI no Brasil.
transformações na estrutura econômicas e sociais do País.
implicou na adoção da forma monárquica de governo e pre-
10. O período regencial foi um dos mais agitados na histó-ria servou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escra-
política do país e também um dos mais importantes. Naqueles vos.
anos, esteve em jogo a unidade territorial do Brasil, e o centro do
debate político foi dominado pelos temas da centralização ou 14. O processo de independência do Brasil caracterizou-se
descentralização do poder, do grau de autonomia das províncias por:
da organização das Forças Armadas. (FAUSTO, Boris. História ser conduzido pela classe dominante que manteve o gover-
do Brasil, 2ª ed. São Paulo: EDUSP, 1995. p. 161) no monárquico como garantia de seus privilégios.
ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o
Sobre as várias revoltas nas províncias durante o período de quadro social imediatamente após a independência.
Regência, podemos afirmar corretamente que: evitar a dependência dos mercados internacionais, criando
eram levantes republicanos em sua maioria, que conse- uma economia autônoma.
guiam sempre empolgar a população pobre e os escravos; grande participação popular, fundamental na prolongada
a principal delas foi a Revolução Farroupilha, acontecida nas guerra contra as tropas metropolitanas.
províncias do Nordeste, que pretendia o retorno do imperador D. promover um governo descentralizado e liberal através da
Pedro I; Constituição de 1824.
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15.(ESSA – 2012/2013) No ano de 1817, na Província de IV. Nasceu Velha, pois a economia era sobretudo agrícola,
Per-nambuco, deu-se uma revolta contra o governo de D. João VI continuando as populações rurais na dependência das oligarquias;
que ficou conhecida como V. passou, com a eleição de Prudente de Morais em 1894, a
Revolução Liberal. ser controlada pelos mineiros, controle que se prolonga até 1930.
Cabanagem.
Confederação do Equador. São incorretas as afirmativas:
Revolta dos Alfaiates. I, III e IV;
Revolução Pernambucana. I e II;
I e IV;
16. (UFPA) As chamadas Questão Religiosa e Questão Mili- III e IV;
tar, verificadas no acaso do Segundo Reinado, atuaram no sentido IV. III e I.
de apressar o advento da república. Relativamente à Questão 19. Durante a República Velha houve o início da diversifica-
Reli-giosa, assegura-se que: ção da economia brasileira, alterando lentamente a dependência
de apenas uma mercadoria produzida no país. Indique a
os seus desdobramentos, na Europa, colocaram as monar- alternativa que possui uma mercadoria que não foi produzida no
quias católicas contra D. Pedro II, abalando seriamente o Brasil neste período histórico.
prestígio do Imperador. Borracha
Industrialização
o fechamento de inúmeras igrejas, no Pará e em Pernam-
Café
buco, a mando do Imperador, produziu um grande número de
Petróleo
opo-sitores à monarquia dentre o clero brasileiro, que era apoiado
Açúcar
pela maioria católica no país.
a questão em si tornava evidente a necessidade da separa-ção
20. (ESSA – 2012/2013) - A Segunda Guerra Mundial
entre Igreja e Estado no Brasil, precisamente como argumen-
(1939-1945) teve efeitos favoráveis à política de industrialização
tavam os defensores da República.
no Bra-sil.
a prisão dos bispos de Olinda e Belém levou os católicos Nesse período, o fato responsável pelo impulso da
radicais brasileiros a fundar o Clube da Reforma, associação que indústria brasileira foi o(a)
passou defender a república no Brasil. desenvolvimento da indústria automobilística e de bens de
os seus resultados, principalmente a expulsão da Maço-naria consumo.
do Brasil, serviram para evidenciar o caráter absolutista da empenho efetivo do Estado na implantação da indústria
monarquia brasileira. pesada no Brasil.
Política dos Governadores, que estimulou a industrializa-ção
17. (MACKENZIE) - Sobre a participação dos militares na de São Paulo e Rio de Janeiro.
Proclamação da República é correto afirmar que: política de emissão de dinheiro – o Encilhamento – para
o Partido Republicano foi influenciado pelos imigrantes incentivar o consumo interno.
anarquistas a desenvolver a consciência política no seio do exér- Convênio de Taubaté, que favoreceu o comércio de manu-
cito. faturados de origem brasileira.
a proibição de debates políticos e militares pela imprensa, a
influência das idéias de Augusto Comte e o descaso do Imperador GABARITO
para com o exército favoreceram a derrubada do Império. C
o descaso de membros do Partido Republicano, como Sena D
Madureira e Cunha Matos, em relação ao exército, expresso atra- A
vés da imprensa, levou os ―casacas‖a proclamar a República. B
Gabinete do Visconde de Ouro Preto formalizou uma aliança D
pró-republicana com os militares positivistas no Baile da Ilha C
Fiscal. B
aliança dos militares com a Igreja acirrou as divergências E
entre mili tares e republicanos, culminando na Questão Militar. C
C
18. (UNIFENAS) - Republicanos civis e militares unem-se A
para derrubar a Monarquia, que cai em 1889. A República que D
en-tão se instala, E
I. Assiste com o Marechal Deodoro, seu primeiro presidente, A
a práticas autoritárias de governo, entre as quais a dissolução do E
Congresso; C
II. Foi marcada pela intensa atuação dos cafeicultores de uma B
Constituinte voltada para os seus interesses; D
III. Permite a continuidade dessa união apesar das profundas D
diferenças entre civis e militares B
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GEOGRAFIA DO
BRASIL
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A construção da nação brasileira, o sentimento de naciona-


2) GEOGRAFIA DO BRASIL: A) O lidade, de patriotismo, de civismo e a identidade nacional foram
forjados por uma elite política imperial. Nesse processo, faltou a
TERRITÓRIO NACIONAL: A CONSTRUÇÃO participação das camadas populares da sociedade. Esse fato expli-
DO ESTADO E DA NAÇÃO, A OBRA DE ca a apatia brasileira em relação às questões relacionadas à cor-
FRONTEIRAS, FUSOS HORÁRIOS E A rupção política e a ínfima consciência política do povo brasileiro.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA.
Fronteiras do Brasil

Construção do Estado e da Nação O Brasil é o maior país da América do Sul, com um território
que se estende por cerca de 47% da porção centro-oriental do
No momento da chegada da corte portuguesa, em 1808, não con-tinente sul-americano. Banhado a leste pelo oceano
existia unidade no Brasil. Em outras palavras, a população não Atlântico, o Brasil possui 23.102 km de fronteiras, sendo 15.735
pos-suía um sentimento de nacionalidade e de patriotismo; e não km terrestres e 7.367 km marítimas.
existia unidade nem em relação às questões territoriais. Com uma área superior a 8.500.000 quilômetros quadrados,
No território colonial brasileiro existiam vários núcleos colo- antes mesmo de ser uma nação soberana, nosso território
niais sem unidade política e econômica. Alguns desses núcleos se começou a ser delimitado pelos tratados de Madri (1750) e Santo
comunicavam diretamente com a metrópole em Lisboa, sem qual- Ildefonso (1777), que estabeleciam a separação das terras
quer comunicação feita com a sede da colônia no Rio de Janeiro. espanholas e por-tuguesas na América.
Com a independência do Brasil, começou a surgir um tímido A formação do atual território do Brasil, contudo, remonta ao
sentimento de nacionalidade, a partir da unificação do território. século 14, início da chamada Era dos Descobrimentos, quando as
É bom ressaltar que o sentimento de pátria e o sentimento de monarquias ibéricas mostravam-se pioneiras nas grandes navega-
pertença (como o da identidade nacional) ainda não existiam. ções.
Após a consti-tuição do império, o sentimento de nacionalidade Nossas fronteiras foram definidas com base nas características
ainda era bastante insípido. naturais da paisagem, como rios e lagos, ou em acidentes topo-
Podemos comprovar essa afirmação com as revoltas que acon- gráficos, como montanhas, serras e picos elevados. Somente nos
teceram principalmente no período regencial (1831-1840): a Sabina- lugares em que não havia possibilidade de se aplicar esse recurso
da, a Cabanagem e a Farroupilha, em que prevaleceram sentimentos demarcatório é que foram utilizadas as linhas geodésicas, que cor-
locais. Os revoltosos não tinham suas reivindicações voltadas para o respondem às linhas traçadas no terreno tendo como referências as
âmbito nacional, mas, sim, para as próprias províncias, ou seja, para coordenadas geográficas: paralelos e meridianos.
os interesses locais. Além disso, algumas dessas revoltas tinham um A determinação dos nossos limites territoriais - tanto os que
caráter separatista, como a revolução Farroupilha no Rio Grande do separam internamente os estados, quanto os que marcam a sepa-
Sul, a qual reivindicava a separação do império e a criação de uma ração do Brasil de seus vizinhos - é definida pelo IBGE (Instituto
república no sul do Brasil. Brasileiro de Geografia e Estatística) desde 1944. A partir de
A situação começou a mudar com o surgimento dos 1991, com a modernização da tecnologia, os limites passaram a
sentimen-tos de patriotismo e civismo, a partir de conflitos ser de-terminados por satélites de posicionamento, com a criação
externos, contra inimigos estrangeiros. O marco se consolidou do GPS (Sistema de Posicionamento Global).
com a Guerra do Pa-raguai (1864-1870). A partir da vitória Os definidores das fronteiras brasileiras são: rios = 50%; ser-
brasileira, começaram a sur-gir símbolos que marcariam o ras = 25%; lagos = 5%; linhas geodésicas = 20%.
sentimento de nacionalidade, como a bandeira e o hino nacional.
Outro fator importante foi a construção da imagem do impera- Fronteira terrestre
dor do Brasil, D. Pedro II, como líder da nação brasileira, juntamen-
te com a construção dos heróis nacionais, pois uma unidade nacional A fronteira terrestre representa cerca de 68% de toda a exten-
só é realizada a partir de uma unificação territorial e, principalmente, são dos limites territoriais brasileiros, colocando o Brasil em con-
a partir da unificação da população, que começou a identificar uma tato com dez outras nações sul-americanas. Com exceção do
memória e uma história em comum: a bandeira nacional, o hino na- Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem
cional, os heróis nacionais e a figura do imperador. fronteira com o Brasil:
Alguns outros fatores exerceram papéis fundamentais na cons-
trução do sentimento nacionalista brasileiro, como a criação do Ins- Ao norte: Suriname, Guiana, Venezuela e um território per-
tituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), em 1838. O instituto tencente à França, a Guiana Francesa.
foi responsável por escrever uma história coesa sobre o Brasil, que A noroeste: Colômbia.
unia seus mais diferentes povos em um sentimento de nacionalismo. A oeste: Peru e Bolívia.
Também, no século XIX, a criação da Academia Imperial de Belas A sudoeste: Paraguai e Argentina.
Artes contribuiu para a construção da identidade nacional brasileira. Ao sul: Uruguai.
Por meio de pinturas, chamadas de pinturas históricas, fatos e acon-
tecimentos históricos fundamentais para a história do Brasil foram Os mais de 15.000 km de fronteiras continentais abrangem terras
reproduzidos, como o grito do Ipiranga, momento em que D. Pedro I de três grandes regiões brasileiras, sendo a maior delas a Re-gião
havia declarado a Independência do Brasil, que foi transformado em Norte, que corresponde a cerca de dois terços de toda essa ex-tensão.
quadro, em 1888, com a autoria de Pedro Américo. Os estados que mais se destacam são o Amazonas e o Acre.
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A segunda região em destaque é a Região Sul, com uma ex-


tensão fronteiriça de quase 2.500 km no continente, tendo como
estado que mais se destaca o Rio Grande do Sul. A terceira é a
Região Centro-Oeste, sendo o estado de maior extensão
fronteiriça o Mato Grosso do Sul.

Fronteira marítima

A fronteira marítima estende-se da foz do rio Oiapoque, no


cabo Orange, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, ao
nor-te, até o arroio Chuí, na divisa do Rio Grande do Sul com o
Uru-guai, ao sul.
A linha costeira do Brasil tem uma extensão de 7.367 km,
constituída principalmente de praias de mar aberto, e corresponde
a 32% de toda a extensão fronteiriça nacional, o que representa
um fator propício ao desenvolvimento econômico, pois a grande
di-versidade de paisagens litorâneas favorece a instalação de
portos, o desenvolvimento da pesca e a exploração de recursos
energéti-cos encontrados nas profundezas marinhas, como
petróleo e gás natural.
Mapa com os fusos horários brasileiros. As linhas represen-
Com exceção da Região Centro-Oeste, todas as outras tam a hora real, e as cores indicam a horal legal.
regiões têm fronteiras no Atlântico; sendo a Região Nordeste a
que tem maior extensão litorânea. O estado brasileiro com o
As linhas verticais traçadas acima representam o horário
litoral mais extenso é a Bahia, e o que possui menor extensão
―real‖ dos fusos, isto é, a hora exata em relação ao distanciamento de
litorânea é o Piauí. A segunda região de maior extensão litorânea
cada um dos fusos horários. No entanto, se essa divisão fosse adotada
é a Região Sudeste.
à risca, ficaria muito complicado para certas localidades que estariam
Para tratar dos assuntos de limites internacionais, o
posicionadas em dois fusos diferentes ao mesmo tem-po. Por isso,
Ministério das Relações Exteriores mantém na Secretaria de
Estado (em Bra-sília) a Divisão de Fronteiras (DF), que coordena estabelece-se no Brasil – e também no mundo – a hora legal, que é
as atividades de duas Comissões Técnicas: adotada oficialmente pelos governos, representada pe-las diferenças
a Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites de cores no mapa acima.
(PCDL), sediada em Belém (Pará), encarregada das atividades O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas
nas fronteiras do Brasil com Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, atra-sado em relação ao Meridiano de Greenwich e uma hora
Suri-name e Guiana Francesa; e adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange
a Segunda Comissão Brasileira Demarcadora de Limites apenas al-gumas ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como
(SCDL), sediada no Rio de Janeiro, encarregada das atividades nas Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e São Paulo.
fronteiras do Brasil com o Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasa-
do em relação a Greenwich e abrange a maior parte do território
Fusos Horários nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e Sul,
além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito
Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas Federal. É o horário oficial de Brasília.
para completar o ciclo do movimento de rotação – que resulta na O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em
existência alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em relação a Greenwich e uma hora em relação ao horário de
24 fusos horários, em que cada fuso representa uma hora em sua Brasília. No horário de verão, essa diferença aumenta para duas
área de abrangência. Essa contagem é feita a partir do Meridiano horas, pois os estados abrangidos (Mato Grosso, Mato Grosso do
de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por convenção Sul, Rorai-ma, Rondônia e a maior parte do Amazonas) não
e que ―corta‖ a cidade de Londres e toda a sua extensão em fazem parte desse horário especial.
direção ao sul. O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em
Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste re-lação a Greenwich e duas horas em relação ao horário de
(oriente) em relação a Greenwich tem suas horas somadas pelo Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão.
número de fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste do
oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas. Amazo-nas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008, onde a área
O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ociden-tal, passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013,
possui o seu horário atrasado em relação ao meridiano mencio-nado. essa ex-tinção foi revogada após aprovação em um referendo
Além disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão, sua promulgado em 2010.
localização é dividida em quatro fusos horários, cuja demarca-ção Fonte: Texto “Fusos Horários do Brasil”, de Rodolfo Alves
oficial (a hora legal) é estabelecida conforme o mapa a seguir: Pena.
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Meridiano de Greenwich (GMT)

O Meridiano de Greenwich, também conhecido como meri-


diano primeiro meridiano (0°), é uma linha imaginária no centro do
fuso zero, sendo definido em 1884 como referência da hora oficial
mundial, ou hora GMT (Greenwich Meridian Time). A hora GMT
foi substituída pelo UTC - Universal Time Coordinated em 1986. A
UTC que é uma mensuração baseada em padrões atômi-cos, ao
contrário do GMT que se baseia na rotação da Terra.
O Meridiano é referência para se calcular o horário em qual-
quer lugar do mundo, desde que se compreenda corretamente
algu-mas regras: os fusos horários são contados de 0 a 180º para
oeste e para leste de Greenwich. A cada 15º, partindo de
Greenwich para o leste, as horas aumentam e para o oeste,
diminuem (isso se dá pelo movimento de rotação da Terra, que
ocorre de oeste para leste). Basta saber em que lado do Meridiano
uma cidade se encontra (leste ou oeste) para calcular seu horário.
São Paulo, por exemplo, está no fuso 45º oeste do Meridiano, ou
seja, São Paulo tem 3 horas a menos que em Londres. 30° é a distância entre A e B, e deverá ser convertida
para horas: 30° = 2 horas.
Há sempre duas datas no globo, mas há somente um caso em
que todos os fusos estão na mesma data: quando em Greenwich
for meio-dia. 2 – Se os dois lugares estiverem em hemisférios diferentes
soma-se as longitudes:
Linha Internacional da Data

É a linha que acompanha o meridiano de Greenwich (180º),


através do Pacífico, determinando a mudança de data civil em todo o
planeta. Ultrapassando o ponto exato em que essa linha se loca-liza, é
necessário alterar a data para o dia anterior (a leste) ou para o
próximo (a oeste). A LID não coincide com o meridiano de 180°,
pois ela sofre desvios para que não corte qualquer área habitada.
Como a LID divide o fuso de 180° em duas metades iguais,
dois lugares situados na área de abrangência desse fuso podem
apresentar hora igual, mas datas diferentes.

O horário de verão

Como no verão os dias passam a ser mais longos que as


noites, os relógios são adiantados com a ideia é de aproveitar
melhor a luz natural, gastando-se menos energia elétrica devido 30° é a distância entre X e Y. Essa distância deverá ser
ao aproveita-mento não apenas da luz da manhã, como também conver-tida para horas: 30° = 2 horas.
da luz do final do dia, evitando sobrecarga de consumo. No No Planeta Terra, temos 24 horas ou 24 fusos horários distri-
Brasil, o horário de verão sido adotado regularmente desde 1985. buídos pelos dois hemisférios (Oeste e Leste). Por convenção, o
Em regiões próximas à linha do Equador (como o Norte e início da contagem das horas faz-se no meridiano de Greenwich
grande parte do Nordeste do Brasil), porque mesmo com a chega- (GMT).
da do verão a duração do dia e noite não costumam ser alteradas
significativamente, permanecendo a mesma durante todo o ano. A virada do ano
Já no Rio Grande do Sul, no verão os dia chegam a ser quatro
horas mais longos em comparação com o inverno. O horário de Em que lugar do mundo o ano vira primeiro? Agora que co-
verão não ocorre apenas no Brasil como também em países como nhecemos a Linha Internacional da Data fica fácil responder a essa
Esta-dos Unidos, Japão e também na Europa. pergunta. Um lugar pouco badalado que é um dos primeiros a ‗ver‘ o
ano-novo é a cidade russa de Uelen, na fria região da Sibéria. Uelen
Calculando corretamente à distância (em graus) está situada no extremo leste da Rússia, junto ao Estreito de Bering,
que divide a Ásia da América do Norte. Mas são as para-disíacas
Na hora do cálculo podem acontecer duas situações: ilhas do oceano Pacífico que chamam a atenção do mun-do. É para lá
que vão milhares de turistas de vários países até o último dia de
1 – Se os dois lugares estiverem no mesmo hemisfério, deve- dezembro para comemorar a chegada do ano-novo.
se subtrair a longitude maior da longitude menor, por exemplo:
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Países como Tonga e Kiribati e as Ilhas Chatham, que per-


tencem à Nova Zelândia, estão próximos da Linha Internacional B) O ESPAÇO BRASILEIRO: RELEVO,
da Data e separados entre si por alguns poucos minutos. Kiribati, CLIMAS, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA E
por exemplo, é um arquipélago cortado pela Linha da Data. En- SOLOS.
quanto a capital Bairiki estará comemorando o 1º de janeiro, as
ilhas a leste – que estão no meridiano 180º oeste – têm que espe-
rar quase um dia para fazer o mesmo. Igual paciência precisam
Relevo
ter os habitantes de Samoa Ocidental, também na Oceania.
A formação do relevo brasileiro decorre da ação de diversos
A doença do fuso horário elementos, como a estrutura geológica do território, os agentes
internos, o tectonismo e o vulcanismo, e os agentes externos: as
O jet lag ou doença do fuso horário é muito comum quando águas correntes e o intemperismo.
se atravessa muitos fusos horários em pouco tempo. Esse proble- Entre as principais características do nosso relevo, destaca-se
ma acontece devido a um descompasso entre os ritmos internos o predomínio das formações sedimentares recentes, que ocupam
do organismo e os externos. Além da queda no desempenho e na 64% da superfície. Tais formações se sobrepõem aos terrenos
concentração, a doença pode resultar em irritabilidade, cefaleia, pré-cambrianos, mais antigos, que formam o embasamento de
taquicardia e alteração dos padrões de sono e fome. Ela também é nosso relevo, de origem cristalina, e que afloram em 36% do
comum em pessoas que estão submetidas a turnos irregulares de território. Como reflexo dessa estrutura geológica, de base
trabalho. sedimentar, a alti-metria de do relevo brasileiro vai caracterizar-
A adaptação a um novo fuso horário pode levar de 3 a 18 se pelo predomínio das baixas e médias altitudes.
dias. Evitar café e bebidas alcoólicas e ter uma boa noite de sono O relevo brasileiro, em sua formação, não sofreu a ação dos
na véspera da viagem são as principais recomendações para aju- movimentos orogenéticos recentes, responsáveis pelo surgimento
dar o organismo a acostumar-se ao novo ritmo. dos chamados dobramentos modernos e, por isso, caracteriza-se
pela presença de três grandes formas: os planaltos as depressões e
A redução de quatro para três fusos no Brasil as planícies. Os planaltos e as depressões representam as formas
predominantes, ocupando cerca de 95% do território, e têm
origem e tanto cristalina quanto sedimentar. Em alguns pontos do
O Brasil deixou de ter quatro fusos horários. O território bra-
territó-rio, especialmente nas bordas dos planaltos, o relevo
sileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso apresenta-se muito acidentado, como a ocorrência de serras e
zero), abrangendo o fuso - 2 fuso - 3 e fuso - 4 (não existe mais o escarpas. As planícies representam os 5% restantes do território
fuso -5), isto quer dizer que em virtude da sua grande exten-são brasileiro e são exclusivamente de origem sedimentar.
territorial, em vez de quatro fusos. O primeiro fuso (-2 horas
GMT) sobre as ilhas oceânicas e mais 2 fusos (-3 e -4 horas em Classificação do relevo brasileiro
relação à GMT) sobre o território Brasileiro. O horário de Bra-
sília (horário oficial brasileiro) continua -3 horas em relação ao Existem várias classificações do nosso relevo, porém
GMT. Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado algumas delas se tornaram mais conhecidas e tiveram grande
em relação à hora GMT ou UTC. importância em momentos diferentes da nossa história.
Com a extinção do fuso localizado no extremo-oeste da re- A mais antiga delas é a que foi elaborada pelo professor
gião Amazônica, os moradores do Acre, de parte do Amazonas e Arol-do de Azevedo, na década de 40, que utilizava como critério
de parte do Pará tiveram que ajustar seus relógios. O Acre, que para a definição das formas o nível altimétrico. Assim, a
estava duas horas atrás em relação ao horário de Brasília, fica superfícies aplainadas que superassem a marca dos 200 m de
agora com uma hora de diferença. O Pará ficou com o mesmo altitude seriam classificadas como planaltos, e as superfícies
horário do Distrito Federal. No Amazonas, onde parte dos muni- aplainadas que apre-sentassem altitudes inferiores a 200 m seriam
cípios tinha duas horas de diferença com a capital federal e outra classificadas como planícies. Com base nisso, o Brasil dividia-se
parte tinha uma hora, a diferença agora é de uma hora em relação em oito unidades de relevo, sendo 4 planaltos, que ocupavam
a Brasília, em todo o Estado. 59% do território e 4 planícies, que ocupavam os 41% restante.
No final da década de 50, o professor Aziz Nacib Ab‘Saber
A região amazônica está muito perto da linha do Equador,
apresentou uma nova classificação, com maior rigor científico, que
então a luminosidade é maior, o que ajuda. No caso do Amazo-
utilizava como critério para a definição das formas o tipo de alte-
nas, por exemplo, os dois fusos que cortavam o Estado causavam
ração dominante na superfície, ou seja, o processo de erosão e se-
transtornos. Se alguém localizado no extremo-oeste do Estado dimentação. Planalto corresponderia a superfície aplainada, onde o
quisesse falar com Manaus, precisaria estar atento aos horários processo erosivo estaria predominando sobre o sedimentar, en-quanto
locais, principalmente em órgãos públicos. a planície (ou terras baixas) se caracterizaria pelo inverso, ou seja, o
processo sedimentar estaria se sobrepondo ao processo erosivo. Por
essa divisão, o relevo brasileiro se compunha de 10 unidades, sendo
7 planaltos, que ocupavam 75% do território, e três planícies, que
ocupavam os 25 restantes.
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A localização de 92% do território brasileiro na zona intertro- Assim, define-se planalto como uma superfície irregular,
pical e as baixas altitudes do relevo explicam a predominância de com altitudes superiores a 300 m, e que teve origem a partir da
climas quentes, com médias de temperatura superiores a 20º C. Os erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares; depressão é uma
tipos de clima presentes no Brasil são: equatorial, tropical, tropical de super-fície mais plana, com altitudes entre 100 e 500 m,
altitude, tropical atlântico, semiárido e subtropical. apresentando inclinação suave, resultante de prolongado processo
O clima equatorial domina a região amazônica e se caracteriza por erosivo, tam-bém sobre rochas cristalinas ou sedimentares; e
temperaturas médias entre 24º C e 26º C e amplitude térmica anual planície é uma superfície extremamente plana e formada pelo
(diferença entre a máxima e a mínima registrada durante um ano) de acúmulo recente de sedimentos fluviais, marinhos ou lacustres.
até 3º C. As chuvas são abundantes (mais de 2.500 mm/ ano) e Vejamos uma síntese com as características mais
regulares, causadas pela ação da massa equatorial continen-tal. No importantes de cada uma das subunidades do relevo brasileiro:
inverno, a região pode receber frentes frias originárias da massa polar
atlântica. Elas são as responsáveis pelo fenômeno da friagem, a - Planaltos
queda brusca na temperatura, que pode chegar a 10º C. Extensas
áreas do planalto central e das regiões Nordeste e Sudeste são Planalto da Amazônia Oriental - constitui-se de terrenos de
dominadas pelo clima tropical. Nelas, o verão é quente e úmido e o uma bacia sedimentar e localiza-se na metade leste da região,
inverno, frio e seco. As temperaturas médias excedem os 20º C, com numa estreita faixa que acompanha o rio Amazonas, do curso mé-
amplitude térmica anual de até 7º C. As chuvas va- dio até a foz. Suas altitudes atingem cerca de 400 m na porção
riam de 1.000 a 1.500 mm/ano. norte e 300 m na porção sul.
O tropical de altitude predomina nas partes altas do Planalto
Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo norte do Paraná e sul do Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba - constituem-se
Mato Grosso do Sul. Apresenta temperaturas médias entre 18º C também de terrenos de uma bacia sedimentar, estendendo-se das
e 22º C e amplitude térmica anual entre 7º C e 9º C. O compor-
áreas centrais do país (GO-TO), até as proximidades do litoral, onde
tamento pluviométrico é igual ao do clima tropical. As chuvas de
se alargam, na faixa entre Pará e Piauí, sendo cortados de norte a sul,
verão são mais intensas devido à ação da massa tropical atlântica.
pelas águas do rio Parnaíba. Aí encontramos a predo-minância das
No inverno, as frentes frias originárias da massa polar atlântica
formas tabulares, conhecidas como chapadas.
podem provocar geadas.
A faixa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Paraná
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná - caracterizam-
sofre atuação do clima tropical atlântico. As temperaturas variam
se pela presença de terrenos sedimentares e pelos depósitos de
entre 18º C e 26º C, com amplitudes térmicas crescentes
conforme se avança para o sul. Chove cerca de 1.500 mm/ano. rocha de origem vulcânica, da era mesozoica. Localizam-se na
No litoral do Nordeste, as chuvas intensificam-se no outono e no porção meridional do país, acompanhando os cursos dos afluentes
inverno. Mais ao sul, são mais fortes no verão. do rio Paraná, estendendo-se desde os estados de Mato Grosso e
O clima semiárido predomina nas depressões entre planaltos Goiás, até o Rio Grande do Sul, ocupando a faixa ocidental dessa
do sertão nordestino e no trecho baiano do vale do Rio São Fran- região, atingindo altitudes em torno de 1.000 m.
cisco. Suas características são temperaturas médias elevadas, em
torno de 27º C, e amplitude térmica em torno de 5º C. As chuvas, Planalto e Chapada dos Parecis - estendendo-se por uma
além de irregulares, não excedem os 800 mm/ano, o que leva às larga faixa no sentido Leste-Oeste na porção centro-ocidental do
―secas do Nordeste‖, os longos períodos de estiagem. país, indo do Mato Grosso até Rondônia. Dominados pela pre-
O clima subtropical predomina ao sul do Trópico de Capricór- sença de terrenos sedimentares, suas altitudes atingem cerca de
nio, compreendendo parte de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do 800 m, exercendo a função de divisor de águas das bacias dos
Sul e os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracte- rios Amazonas, Paraguai e Guaporé.
riza-se por temperaturas médias inferiores a 18º C, com amplitude
térmica entre 9º C e 13º C. Nas áreas mais elevadas, o verão é sua-ve Planaltos Residuais Norte-Amazônicos - ocupam uma área
e o inverno frio, com nevascas ocasionais. Chove entre 1.500 onde se mesclam terrenos sedimentares e cristalinos, na porção
e 2.000 mm. mais setentrional do país, do Amapá até o Amazonas, caracteri-
A mais recente classificação do relevo brasileiro é a proposta zando-se em alguns pontos pela definição das fronteiras
pelo professor Jurandyr Ross, divulgada em 1995. brasileiras e em outros, pela presença das maiores altitudes do
Fundamentando suas pesquisas nos dados obtidos a partir de um Brasil, como o Pico da Neblina (3014 m), na divisa do estado de
detalhado levan-tamento da superfície do território brasileiro, Roraima com a Venezuela.
realizado através de sistema de radares do projeto Radambrasil,
do Ministério de Minas e Energia, o professor Ross apresenta Planaltos Residuais Sul-Amazônicos - também ocupam ter-
uma subdivisão do relevo brasileiro em 28 unidades, sendo 11 renos onde se mesclam o rochas sedimentares e cristalinas, esten-
planaltos,11 depressões e 6 planícies. dendo se por uma larga faixa de terras ao sul do Rio Amazonas,
Essa nova classificação utilizou como critério a associação desde a porção meridional do Pará até Rondônia. O destaque
de informações sobre o processo de erosão, sedimentação dessa subunidade é a presença de algumas formações em que são
dominante na atualidade, com a base geológica e estrutural do en-contradas jazidas minerais de grande porte (é o caso da serra
terreno e ainda com o nível altimétrico do lugar. dos Carajás, no Pará).
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Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste - ocupam Depressão do Araguaia - acompanha quase todo o vale do
uma larga faixa de terras na porção oriental do país e, em terrenos rio Araguaia e apresenta terrenos sedimentares, com uma
predominantemente cristalinos, onde observamos a presença de topografia muito plana e altitudes entre 200 e 350 m. Em seu
superfícies bastante acidentadas, com sucessivas escarpas de pla- interior encon-tramos a planície do rio Araguaia.
nalto; daí o fato de ser chamada a região de ―domínio dos mares
de morros‖. Aí encontramos também formações de elevadas Depressão Cuiabana - localizada no centro do país,
altitudes, como as serras do Mar e da Mantiqueira, que encaixa-da entre os planaltos da bacia do Paraná, dos Parecis e do
caracterizam este planalto como sendo a ―região das terras altas‖. alto Pa-raguai, caracteriza-se pelo predomínio dos terrenos
Na porção mais interior dessas subunidade, em Minas Gerais, sedimentares de baixa altitude, variando entre 150 e 400 m.
encontramos uma importante área rica em minério, na serra do
Espinhaço, na região denominada Quadrilátero Ferrífero. Depressão do Alto Paraguai-Guaporé - superfície
caracteri-zada pelo predomínio das rochas sedimentares, localiza-
Planaltos Serras de Goiás-Minas - terrenos de formação an- se entre os rios Jauru e Guaporé, no estado de Mato Grosso.
tiga, predominantemente cristalinos, que se estendem do sul de
Tocantins até Minas Gerais, caracterizando-se por formas muito Depressão do Miranda - atravessada pelo rio Miranda, loca-
acidentadas que como a serra da Canastra, onde estão as nascentes do liza-se no MS, ao sul do Pantanal. É uma área em que
rio São Francisco - entremeadas de formas tabulares, como as predominam rochas cristalinas pré cambrianas, com altitudes
chapadas nas proximidades do Distrito Federal. extremamente baixas, entre 100 e 150 m.

Serras e Residuais do Alto Paraguai - ocupam uma área de Depressão Sertaneja e do São Francisco - ocupam uma
rochas cristalinas e rochas sedimentares antigas, que se concen- extensa faixa de terras que se alonga desde as proximidades do
tram ao norte e ao sul da grande planície do Pantanal, no oeste litoral do Ceará e Rio Grande do Norte, até o interior de Minas
bra-sileiro. Aí, na porção meridional, destaca-se a serra da Gerais, acompanhando quase todo o curso do rio São Francisco.
Bodoquena, onde as altitudes alcançam cerca de 800 m. Apresentam variedade de formas e de estruturas geológicas,
porém destaca-se a presença do relevo tabular, as chapadas, como
as do Araripe (PE-CE) e do Apodi (RN).
Planalto da Borborema - corresponde a uma área de
terrenos formados de rochas pré cambrianos e sedimentares
antigas, apare-cendo na porção oriental no nordeste brasileiro, a Depressão do Tocantins - acompanha todo o trajeto do Rio
leste do estado de Pernambuco, como um grande núcleo Tocantins, quase sempre em terrenos de formação cristalinas pré
cristalino e isolado, atin-gindo altitudes em torno de 1.000 m. cambriana. Suas altitudes declinam de norte para sul, variando
en-tre 200 e 500 m.
Planalto Sul-rio-grandense - superfície caracterizada pela
Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná -
presença de rochas de diversas origens geológicas, apresenta um
caracterizada pelo predomínio dos terrenos sedimentares das eras
certo predomínio de material pré cambriano. Localiza-se na ex-
Paleozoica e Mesozoica, aparece como uma larga faixa de terras,
tremidade meridional do país, no sul do Rio Grande do Sul, onde
localizada entre as terras dos planaltos da bacia do Paraná e do
encontramos as famosas ―coxilhas‖, que são superfícies
Atlântico leste e sudeste. Suas altitudes oscilam entre 600 e 700 m.
convexas, caracterizadas por colinas suavemente onduladas, com
altitudes inferiores a 450 m.
Depressão Periféricas sul-rio-grandense - ocupam as terras
sedimentares drenadas pelas águas do rio Jacuí e do Rio Ibicuí,
- Depressões no Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por baixas altitudes, que
variam em torno dos 200 m.
Depressão da Amazônia Ocidental - corresponde a uma
enorme área de origem sedimentar no oeste da Amazônia, com - Planícies
al-titudes em torno de 200 m, apresentando uma superfície
aplainada, atravessada ao centro pelas águas do rio Amazonas. Planície do Rio Amazonas - a região das terras baixas ama-
zônicas era considerada uma das maiores planícies do mundo, mas
Depressão Marginal Norte Amazônia - localizada na por- atualmente todo esse espaço divide-se em várias unidades, clas-
ção norte da Amazônia, entre o planalto da Amazônia oriental e sificadas como planaltos, depressões e planície. Se considerásse-mos
os planaltos residuais norte amazônicos, com altitudes que variam apenas a origem, seus,1,6 milhões de quilômetros quadrados
entre 200 e 300 m. Com rochas cristalinas e sedimentares antigas, formariam uma grande planície, pois a origem é sedimentar. Se
e estende-se entre o litoral do Amapá e a fronteira do estado do considerássemos a altimetria, também denominaríamos esta região de
Amazonas com a Colômbia. planície, pois não ultrapassa 150 m de altitude. Considerando-se, no
entanto, o processo erosivo e deposicional, percebemos que mais de
Depressão Marginal Sul Amazônia - com terrenos predomi- 95% dessas terras baixas são, na verdade, planaltos ou de-pressões de
nantemente sedimentares e altitudes variando entre 100 e 400 m, está baixa altitude, onde o processo erosivo se sobrepõe ao de
localizado na porção meridional da Amazônia, intercalando-se com sedimentação restando à planície verdadeira uma estreita faixa de
as terras dos planaltos residuais sul amazônicos. terras às margens dos grandes rios da região.
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Planície do Rio Araguaia - é uma planície estreita que se es- Depressões: As depressões são um conjunto de relevos planos
tende no sentido norte-sul, margeando o trecho médio do rio Ara- ou ondulados que ficam abaixo do nível altimétrico (de altitude) das
guaia, em terras dos estados de Goiás e Tocantins. Em seu interior, o regiões vizinhas. Exemplos de depressão no Brasil podem ser encon-
maior destaque fica com a ilha do Bananal que, com uma área de trados na Região Amazônica, como as depressões do Acre e do
cerca de 20.000 km2 , é a maior ilha fluvial do planeta. Amapá. Encontram-se ainda na Região Sudeste, onde sítios urbanos
aproveita-ram as características favoráveis do relevo para a
Planície e Pantanal do Rio Guaporé - trata-se de uma faixa construção de grandes cidades, como São Paulo e Belo Horizonte.
bastante estreita de terras planas e muito baixas, que se alonga pe-
las fronteiras ocidentais do país, penetrando a noroeste, no territó- Serras: As serras constituem relevos acidentados, geralmente em
rio boliviano, tendo seu eixo marcado pelas águas do rio Guaporé. forma de cristas (partes altas, seguidas por saliências) e topos aguçados
ou em bordas elevadas de planaltos. A Serra do Mar e a Serra da Man-
Planície e Pantanal Mato-grossense - corresponde a uma tiqueira são bons exemplos. As chapadas e os tabuleiros são relevos de
grande área que ocupa porção mais ocidental do Brasil Central. É topo plano formados em rochas sedimentares, normalmente limitados por
de formação extremamente recente, datando do período quaterná- bordas com inclinações variadas.
rio da era Cenozoica; por isso apresenta altitudes muito modestas,
em torno de 100 m acima do nível do mar. É considerada a mais Chapadas: As chapadas estão situadas em altitudes medianas a
típica planície brasileira, pois está em constante processo de sedi- elevadas. São exemplos no Brasil a Chapada Diamantina, as
mentação. Todo ano, durante o verão, as chuvas aumentam o chapadas dos Guimarães e dos Parecis. Os tabuleiros são encontrados
nível de águas dos rios, que transbordam. Como o declive do em alti-tudes relativamente baixas, podendo ocorrer nas faixas
relevo é mínimo, o fluxo maior das águas que descem para o costeiras e in-teriores. No litoral, predominam na Região Nordeste e,
Pantanal su-pera a capacidade de escoamento do rio Paraguai, no interior, na Região Amazônica.
eixo fluvial que atravessa a planície de norte a sul, ocasionando,
então, as grandes enchentes que transformam toda a planície Patamares: Por fim, os patamares são formas planas ou
numa enorme área ala-gada (vem daí o nome ―pantanal‖). ondula-das que constituem superfícies intermediárias ou degraus
Passado o verão, com a estiagem do inverno, o rio retorna ao entre áreas de relevo mais elevado e áreas mais baixas. São
seu leito normal, e o Pantanal transforma-se então numa enorme encontrados na Região Nordeste entre as depressões sertanejas e
área plana, coberta de campos, como uma planície comum. a Serra da Borborema e na bacia sedimentar do Paraná, formando
degraus entre níveis diferencia-dos de planaltos.
Planície da Lagoa dos Patos e Mirim - ocupa quase a totali-
dade do litoral gaúcho, expandindo-se na porção mais meridional até Clima
o território do Uruguai. A originalidade dessa planície está em sua
formação dominantemente marinha e lacustres, com mínima Para identificar os tipos climáticos predominantes no
participação da deposição de origem fluvial. território bra-sileiro, é preciso analisar os fatores do clima, tanto
os dinâmicos como os estáticos. Os fatores estáticos vêm a ser a
Planícies e Tabuleiros Litorâneos - correspondem a inúme- latitude e altitude. A latitude é à distância em graus de um ponto
ras porções do litoral brasileiro e quase sempre ocupam áreas qualquer da superfície terrestre à linha do equador.
mui-to pequenas. Geralmente localizam se na foz de rios que No Brasil, 93% do território localiza-se no interior da Zona
deságuam no mar, especialmente daqueles de menor porte. Tropi-cal, o que determina o predomínio de climas quentes, já os
Apresentam-se muito largas no litoral norte e quase desaparecem 7% restantes do território constituem uma exceção: são áreas em
no litoral su-deste. E em trechos do litoral nordestino, essas que predominam climas amenos, por situarem em latitudes mais
pequenas planícies apresentam-se intercaladas com áreas de distantes do equador. Considerando-se apenas a latitude, o Brasil
maior elevação as barrei-ras-, também de origem sedimentar. possuiria só dois tipos cli-máticos:
Tropical, com área de ocorrência restrita ao interior da Zona
Planaltos: Os planaltos são terrenos relativamente planos e tropi-cal, ou seja, a área do país que se estende desde o extremo
situados em áreas de altitude mais elevada. São limitados, pelo norte até o trópico de Capricórnio;
menos de um lado, por superfícies mais baixas. No Brasil, são Temperado, com área de ocorrência correspondente ás áreas
exemplos o Planalto Central Brasileiro, o Planalto Centro-Sul Mi- situa-das ao sul do Trópico de capricórnio, de médias latitudes.
neiro, os planaltos da Região Amazônica e os planaltos da bacia No caso da altitude, o território brasileiro possui uma altitude re-
sedimentar do Paraná. lativamente baixa, quando comparada com a de outros países. Assim
apenas 7,3%de suas terras estão acima dos 800 metros. A influência da
Planícies: As planícies são áreas planas ou suavemente altitude é sentida particularmente nas chamadas terras altas do sudeste.
ondu-ladas, formadas pela deposição de sedimentos transportados Outro fator climático são os fatores dinâmicos: as massas de ar, cinco
pela ação da água ou do vento, por exemplo. Em geral, grandes massas de ar agem frequentemente sobre o Brasil. Seu
encontram-se em regiões de baixa altitude. Por surgirem da deslocamento ocorre devido ás diferenças de pressão atmosférica entre
deposição de sedi-mentos inconsolidados (partículas que não se dois pontos. Dentre elas temos:
assentaram) vindos de outros locais, são relevos mais recentes - Mec (massa equatorial continental, é uma massa quente e instável
que outros. Entre as planícies brasileiras, destacam-se a do originada na Amazônia Ocidental, que atua sobre todas as regiões do
Pantanal mato-grossense, a do rio Amazonas e seus principais país. Apesar de continental é uma massa úmida, em razão da presen-ça
afluentes e as encontradas no litoral do país. de rios caudalosos e da intensa transpiração da massa vegetal da
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Amazônia, região em que provoca chuvas abundantes e quase Tipos Climáticos


diárias, principalmente no verão e no outono. No verão, avança
para o interior do país provocando as ―chuvas de verão‖. Considerando a influência exercida pelos fatores climáticos
Mea (massa equatorial atlântica) é quente, úmida e originária do sobre o território brasileiro, são identificados os grandes tipos de
Atlântico Norte (próximo à Ilha de Açores). Atua nas regiões clima:
litorâneas do Norte do Nordeste, principalmente no verão e na
primavera, sendo também formadoras dos ventos alísios de nordeste. Clima subtropical
Mta (massa tropical atlântica) origina-se no Oceano Atlântico e
atua na faixa litorânea do Nordeste ao Sul do país. Quente e úmida As regiões que possuem clima subtropical apresentam gran-
pro-voca as chuvas frontais de inverno na região Nordeste a partir do de variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem
seu encontro com a Massa Polar Atlântica e as chuvas de relevo nos uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano.
litorais sul e sudeste, a partir do choque com a Serra do Mar. É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico
Também é forma-dora dos ventos alísios de sudeste. de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas
Mpa (massa polar atlântica) forma-se no Oceano Atlântico sul médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do
(próximo à Patagônia), sendo fria e úmida e atuando, sobretudo no in- mês mais frio nunca é menor que 0ºC.
verno no litoral nordestino (causa chuvas frontais), nos estados sulinos
(causa queda de temperatura e geadas) e na Amazônia Ocidental (causa O clima semiárido
fenômeno da friagem, queda brusca na temperatura).
Mct. (massa tropical continental), originada na Depressão do O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste,
Caco, é quente e seca e atua basicamente em sua área de origem, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas
cau-sando longos períodos quentes e secos no sul da região em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo,
Centro-oeste e no interior das regiões Sul e Sudeste. ficando em torno de 26 ºC. A vegetação típica desse tipo de clima
é a caatinga.

Clima equatorial úmido

Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As


médias pluviométricas são altas, sendo as chuvas bem distribuídas
nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fe-
nômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na
região. É o clima predominante no complexo regional Amazônico.

Clima Tropical

Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de


clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As temperaturas
mé-dias de 18 °C ou superiores são registradas em todos os
meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distinção
entre a tempo-rada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice
pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

Clima tropical de Altitude

Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima


tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este clima é predominante nas
partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo
centro de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões
serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas se concen-
tram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela
proximidade do oceano.

Características climáticas de cada Região

Região Norte, a maior parte da região apresenta clima equa-


torial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias
anuais variando entre 24º e 26 ºC. Na foz do rio Amazonas, no
litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total
pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De
Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor
Indicação das massas de ar pelo Brasil. frequência, ficando em torno de 1.500 a 1.700 mm anuais.
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O período chuvoso da região ocorre nos meses de Vegetação


verão/outo-no, com exceção de Roraima e parte do Amazonas,
onde as chuvas ocorrem mais no inverno. Há no mundo uma imensa variedade de vegetação, dentre to-dos
Região Nordeste, é uma região de caracterização climática os países o Brasil possui um lugar de destaque em relação à
complexa. O clima equatorial úmido está presente em uma quantidade de tipos de vegetação e belezas naturaispoOs. Brasil - sui
pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará; o um território continental, devido a isso apresenta vários tipos de
clima litorâ-neo úmido ocorre no litoral da Bahia ao do Rio vegetação, clima, relevo, hidrografia, esses são aspectos físicos e/ ou
Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da naturais. Cada região do país possui uma particularidade acerca de
Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semiárido uma vegetação, a variação corresponde à interrelação entre todos os
ocorre em todo o sertão nor-destino. elementos naturais. A vegetação é um dos aspectos naturais que mais
Quanto ao regime térmico, na região nordeste as se destaca na paisagem, apresenta características devido a sua
temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC, formação a partir de aspectos de solo, clima entre outros elementos.
sendo que já foram registradas máximas em torno de 40 ºC no
Piauí e no sul do Maranhão. Os meses de inverno apresentam
Floresta Amazônica
mínimas entre 12º e 16 ºC no litoral, e inferiores nos planaltos,
sendo que já foi registrado 1 ºC na Chapada da Diamantina. As
chuvas são fonte de preocupa-ção na região, variando de 2.000 Corresponde à mata fechada com árvores de grande, médio e
mm até valores inferiores a 500 mm anuais. A precipitação média pequeno porte, a densidade dessa vegetação é proveniente do
anual é inferior a 1.000 mm. Além disso, no sertão nordestino o clima quente e úmido que favorece o desenvolvimento da biodi-
período chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano, versidade. Na Floresta Amazônica prevalece o relevo plano,
podendo eventualmente até não existir, causando as secas. clima com elevadas temperaturas com baixa amplitude térmica e
Região Centro-oeste, o clima da região é tropical semiúmido, chuvas frequentes bem distribuídas durante todos os meses do
com chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a tem- ano. As temperaturas variam entre 25o a 28o C e os índices
peratura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. pluviométricos são superiores a 2.000 mm.
Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em
média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC. A média das harmonia mais de 20% de todas as espécies vivas do planeta, sen-do
máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, 20 mil de vegetais superiores, 1400 de peixes, 300 de mamí-feros e
em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas 1300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de
mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre insetos, outros invertebrados e micro-organismos. Para se ter ideia do
254ºCe,1 enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC. A que isso significa, existem mais espécies vegetais num hectare de
pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato floresta amazônica de que em todo o território eu-ropeu. A
Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Ape- castanheira é o exemplo mais típico de árvore amazônica, sendo uma
sar disso, a região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade
mais de 70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies
torna o inverno bastante seco. endêmicas, ou seja, que vivem apenas numa localidade restrita, não
Região Sudeste, nesta região, as características climáticas mais ocorrendo em outras regiões. A vegetação pode ser classificada em:
fortes são de clima tropical. No litoral, predomina o clima tropical mata de terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na
atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasio- época das chuvas) e mata de igapó (perenemente alagada). Existem,
nais. Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à
também, em menor quantidade, áreas de cerra-do, campos e
temperatura. No limite de São Paulo e Paraná, a temperatura média
vegetação litorânea.
anual situa-se entre 20 ºC, enquanto ao norte de Minas Gerais a mé-
Mata de Igapó ou Caaigapó: Essa composição vegetativa
dia é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Man-
tiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito ocorre em áreas de baixo relevo próximas a rios e por causa disso
conjugado da latitude com a frequência das correntes polares. No permanecem alagadas, as plantas dessas áreas apresentam estatura
verão, são comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a máxima de 20 metros, além de cipós e plantas aquáticas.
média das temperaturas mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas Mata de Várzea: Vegetação que se estabelece em áreas
absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à pluviosidade, a altura anual da mais elevadas em relação às matas de igapó, mesmo assim sofre
precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm, chegando a 2.340 inundações, porém somente nos períodos de cheias. As árvores
mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São Paulo. presentes possuem em média 20 metros de altura, sem contar com
Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales uma imensa quantidade de galhos repletos de espinhos, essa parte
dos rios Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm. da floresta é de difícil acesso por ser muito fechada.
Região Sul, com exceção do norte do Paraná, onde Mata de Terra Firme ou Mata Verdadeira (Caaetê):
predomina o clima tropical, nesta região o clima predominante é Ocorre nas regiões que não sofrem com as ações das cheias,
o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do nessa parte da floresta as árvores apresentam alturas que oscilam
Brasil. Na região central do Paraná e no planalto serrano de Santa entre 30 e 60 metros e se desenvolvem com distâncias restritas
Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar entre si, fato que dificulta a inserção de luz, uma vez que as copas
temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de das mes-mas ficam muito próximas, devido a isso quase não
neve em alguns municí-pios. A temperatura média anual situa-se existem outras plantas menores, pois o interior dessas matas é
entre 14 e 22 ºC, sendo que nos locais com altitudes acima de escuro, tornando-se impróprias para reprodução de vegetais por
1.100 m, cai para aproximada-mente 10 ºC. não ocorrer o processo de fotossíntese.
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Mata Atlântica As árvores que compõem essa particular cobertura vegetal


possuem altitudes que podem variar entre 25 e 50 metros e troncos
Considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta, a Mata com 2 metros de espessura. As sementes dessas árvores, conheci-das
Atlântica é o domínio de natureza mais devastado do Brasil. Ela como pinhão, podem ser ingeridas, os galhos envolvem todo o tronco
estende-se do Piauí ao Rio Grande do Sul, e correspondia a, central. Os fatores determinantes para o desenvolvimento dessa
aproximadamente, 15% do território nacional, no entanto, a inten-sa planta é o clima e o relevo, uma vez que ocorre principal-mente em
devastação desse bioma para plantação de cana-de-açúcar, café, áreas de relevo mais elevado. Outra particularidade das araucárias é a
mineração e outras atividades econômicas, reduziram drastica-mente restrita ocorrência de flores, provenientes das baixas temperaturas;
essa cobertura vegetal, restando, atualmente, apenas 7% da mata além de não desenvolver outros tipos de plantas nas proximidades
original, localizada principalmente na Serra do Mar. dos pinheiros. Diante disso, a composição paisagís-tica dessa
A Mata Atlântica é composta por um conjunto de vegetação fica caracterizada principalmente pelo espa-çamento entre
fisionomias e formações florestais, com estruturas e interações as árvores, pois não existem vegetais de pequeno porte que poderiam
ecológicas dis-tintas em cada região, ela está na faixa de transição fazer surgir uma vegetação densa; essas são compostas por florestas
com os mais importantes biomas do Brasil: caatinga, cerrados,
ralas.
mangues, cam-pestres e planaltos de araucárias. Seu clima
predominante é o tro-pical úmido, no entanto, existem outros Infelizmente, no Brasil, a proliferação das Araucárias está
microclimas ao longo da mata. Apresenta temperaturas médias bastante comprometida e corre sério risco de entrar em extinção,
elevadas durante o ano todo; a média de umidade relativa do ar fato decorrente das atividades produtivas desenvolvidas há várias
também é elevada. As precipita-ções pluviométricas são regulares décadas na região, especialmente na extração de madeira e
e bem distribuídas nesse bioma. Quanto ao relevo, é caracterizado ocupa-ção agropecuária, reduzindo a 3% a forma original.
por planaltos e serras. A impor-tância hidrográfica da Mata
Atlântica é grande, pois essa região abriga sete das nove maiores Mata dos Cocais
bacias hidrográficas do país, entre elas estão: Paraná, Uruguai,
Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco. Mata dos cocais é um tipo de vegetação brasileira que ocor-
Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies da flo-ra re entre a região norte e nordeste do Brasil, região denominada de
e da fauna. Sua vegetação é bem diversificada e é representada pela meio-norte. Corresponde a uma área de transição envolvendo
peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jambo, jatobá, imbaúba, je-quitibá- vários estados e vegetações distintas. Na região onde se encon-tra
rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. Esses dois últimos o meio-norte é possível identificar climas totalmente diferen-tes,
(jacarandá e pau-brasil) são o principal alvo da atividade madeirei-ra, como equatorial superúmido e semiárido. A mata dos cocais é
fato que ocasionou sua redução e quase extinção. composta por babaçu, carnaúba, oiticica e buriti; se estabelece
A fauna possui várias espécies distintas, sendo várias delas entre a Amazônia e a caatinga, essa região abrange os estados do
en-dêmicas, ou seja, são encontradas apenas na Mata Atlântica. Maranhão, Piauí e norte do Tocantins. Nas áreas mais úmidas do
Entre os animais desse bioma estão: tamanduá, tatu-canastra, meio-norte, que se encontram no Maranhão, norte do Tocantins e
onça-pin-tada, lontra, mico-leão, macaco muriqui, anta, veado, oeste do Piauí, ocorre o desenvolvimento de uma espécie de co-
quati, cutia, bicho-preguiça, gambá, monocarvoeiro, araponga, queiro ou palmeira chamada de babaçu. Essa planta possui uma
jacutinga, jacu, macuco, entre tantos outros. altura que oscila entre 15 e 20 metros. O babaçu produz amên-
Existe uma grande necessidade de políticas públicas para a doas que são retiradas de cachos de coquilhos do qual é extraído
preservação da Mata Atlântica, visto que da área original desse um óleo com uso difundido na indústria de cosméticos e alimen-
bioma (1,3 milhão de km2) só restam 52.000 Km2. Outro fator é
tos. Nas regiões mais secas do meio-norte, que se estabelecem no
a quantidade de espécies ameaçadas de extinção: das 200
leste do Piauí, e nas áreas litorâneas do Ceará desenvolve outra
espécies vegetais brasileiras ameaçadas, 117 são desse bioma.
característica vegetal, a carnaúba. Carnaúba é uma árvore
Conforme dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Mata Atlântica abriga endêmi-ca que pode alcançar aproximadamente 20 metros de
383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil. altura, das folhagens se extrai a cera e a partir dessa matéria-
prima são fa-bricados lubrificantes, a cera também é usada em
Mata dos Pinhais ou Floresta de Araucária perfumarias, na confecção de plásticos e adesivos. A mata dos
cocais encontra-se em grande risco de extinção, pois tais regiões
As Matas de Araucárias são encontradas na Região Sul do Brasil estão dando lugar a pastagens e lavouras, especialmente no
e nos pontos de relevo mais elevado da Região Sudeste. Existem pelo Maranhão e boreal de Tocantins.
menos dezenove espécies desse tipo de vegetação, das quais treze são
endêmicas (existe em um lugar específico). São encontradas na Ilha Matas-Galerias ou Matas Ciliares
Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile e Brasil.
Essa cobertura vegetal se desenvolve em regiões nas quais Mata Ciliar e Mata de Galeria são vegetações existentes em
predomina o clima subtropical, que apresenta in-vernos rigorosos e terrenos drenados ou mal drenados, estão associadas a cursos d´a-
verões quentes, com índices pluviométricos re-lativamente elevados gua. No Cerrado, a mata ciliar segue os rios de médio e grande
e bem distribuídos durante o ano. A araucária é um vegetal da família porte, sendo uma mata estreita. Geralmente, a mata ciliar incide
das coníferas que pode ser cultivado com fins ornamentais, em em terrenos acidentados. Ocorrem diferentes graus de queda das
miniaturas. O Pinheiro-do-Paraná ou Arau-cária (Araucaria folhas na estação seca. Na mata de galeria há maior resistência
angustifolia) era encontrado com abundância no passado, atualmente das folhas nas estações secas. A mata de galeria possui dois
no Brasil restaram restritas áreas preservadas. subtipos, a não-inundável e a inundável.
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No Cerrado, por exemplo, ainda há a mata seca que tropófilas (vegetais que se adaptam às duas estações distintas,
apresenta três subtipos: Sempre-verde, Semidecídua e Decídua. como ocorre no Centro-Oeste), além disso, são caducifólias (que
Na vegeta-ção de galeria é comum a existência de espécies caem as folhas no período de estiagem) com raízes profundas. A
epífitas, que são plantas que utilizam uma árvore como suporte ao vegetação é, em geral, de pequeno porte com galhos retorcidos e
seu crescimento, não fazendo da mesma fonte de sua nutrição, folhas grossas. Apesar dessa definição generalizada, o cerrado é
pois não são parasi-tas, por exemplo, as orquídeas. constituído por várias características de vegetação, é classificado
É comum que a vegetação da mata de galeria não seja padro- em subsistemas: de campo, de cerrado, de cerradão, de matas, de
nizada, há casos de vegetação não-inundável em área inundada. matas ciliares e de veredas e ambientes alagadiços. O Cerrado já
2
ocupou uma área de 2 milhões de km , entretanto, hoje são apro-
Caatinga – (mata branca) 2
ximadamente 800 mil km . Essa expressiva diminuição se deve à
intervenção humana no ecossistema.
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa Em geral, os solos são pobres e muito ácidos. Até a 1970 o
―mata branca‖, é o único sistema ambiental exclusivamente bra- cerrado era descartado quanto ao seu uso para a agricultura, mas
sileiro. Possui extensão territorial de 734.478 de quilômetros qua- com a modernização do campo surgiram novas técnicas que
drados, correspondendo a cerca de 10% do território nacional, está viabi-lizaram a sua ocupação para essa finalidade. Então foi
presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Per- realizada a correção do solo e os problemas de nutriente foram
nambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. As solucionados, atualmente essa região se destaca como grande
temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25° C e 29° produtor de grãos, carne e leite. Embora esses sejam os grandes
C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por
―vilões‖ da devasta-ção do Cerrado.
vários tipos diferentes de rochas. A ação do homem já alterou 80%
da cobertura original da caatinga, que atualmente tem menos de 1%
Campos (ou Estepes Brasileiros)
de sua área protegida em 36 unidades de conservação, que não
permitem a exploração de recursos naturais. As secas são cí-clicas e
prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma Os campos são formados por herbáceas, gramíneas e pe-
população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes. quenos arbustos esparsos com características diversas, conforme
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de a região. Esse bioma pode ser classificado da seguinte forma: -
recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e Campos limpos – Predomínio das gramíneas. - Campos sujos
as árvores ficam cobertas de folhas. – Há a presença de arbustos, além das gramíneas. Campos de
Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, altitude – Áreas com altitudes superiores a 1,4 mil metros, en-
adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água. Algumas contrados na serra da Mantiqueira e no Planalto das Guianas. -
armazenam água, outras possuem raízes superficiais para captar o Campos da hileia – É um tipo de formação rasteira encon-trado
máximo de água da chuva. E há as que contam com recursos pra na Amazônia, é caracterizado pelas áreas inundáveis da
diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegeta- Amazônia oriental, como a ilha de Marajó, por exemplo. Campos
ção é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 meridionais – Não há presença arbustiva, predomina uma extensa
metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o área com gramíneas, propícia para o desenvolvimento da
herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais comuns estão atividade agropecuária. Destaca-se a Campanha Gaúcha, no Rio
a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas Grande do Sul e os Campos de Vacaria, no Mato Grosso do Sul.
podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. Os campos ocupam áreas descontínuas do Brasil, na Região Nor-
Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por te esse bioma está presente sob a forma de savanas de gramíneas
répteis (principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, baixas, nas terras firmes do Amazonas, de Roraima e do Pará. Na
aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul, (ameaçada de Região Sul, surge como as pradarias mistas subtropicais.
extinção), sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá, veado Os campos do Sul são formados principalmente pelos pampas
catingueiro, ta-tupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais. gaúchos, com clima subtropical, região plana de vegetação aberta e
de pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul à Argenti-na e
Cerrado (ou Savana do Brasil) ao Uruguai. A vegetação campestre forma um tapete herbáceo com
menos de 1 metro, com pouca variedade de espécies. Sete tipos de
O Cerrado é um tipo de vegetação que compõe a cacto e de bromélia são endêmicos da região, além de uma espécie de
fitogeografia brasileira, já ocupou 25% do território brasileiro, peixe - o cará, ou seja, são espécies encontradas apenas nesse local.
fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura vegetal do A terra possui condições adequadas para o desenvol-vimento da
país, superada somente pela floresta Amazônica. No entanto, com agricultura, além de comportar água em abundância. Os principais
o passar dos anos o Cerrado diminuiu significantemente. A produtos agrícolas cultivados nessa região são arroz, milho, trigo e
vegetação do Cer-rado se encontra em uma região onde o clima soja. No entanto, muitas áreas desse bioma já foram degradadas em
que predomina é o tropical, apresenta duas estações bem razão da atividade econômica desenvolvida com a utilização de
definidas: uma chuvosa, en-tre outubro e abril; e outra seca, entre máquinas, e a intensa ocupação de rebanhos bo-vinos e plantações de
maio e setembro. O Cerrado abrange os Estados da região trigo e, principalmente, de soja. A pecuária extensiva desgasta o solo,
Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o plantio de soja e trigo diminuem a fertilidade do mesmo, além dos
Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do desmatamentos que causam erosão e desertificação.
Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais e norte de São Paulo.
A vegetação predominante é constituída por espécies do tipo
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Pantanal Solo

O Brasil apresenta ao longo de seu território diversas compo- Solo corresponde à decomposição de rochas que ocorre por
sições vegetais, dentre elas o Pantanal, que é conhecido também por meio de ações ligadas à temperatura, como o calor, além de
Complexo do Pantanal; sua formação vegetal recebe influên-cia da proces-sos erosivos provenientes da ação dos ventos, chuva e
floresta Amazônica, Mata Atlântica, Chaco e do Cerrado. Ocupando seres vivos, tais como bactérias e fungos.
uma área de 210 mil km2, o Pantanal é considerado a maior planície O Brasil destaca-se como grande produtor agrícola, fato prove-
alagável do mundo, está situado sobre uma enorme depressão cuja niente do extenso território e também da fertilidade do solo.
altitude não ultrapassa os 100 metros em relação ao nível do mar. Em razão da dimensão territorial do Brasil, é possível
Esse domínio encontra-se ao sul do Estado de Mato Grosso e identifi-car diversos tipos de solo que são diferenciados segundo
noroeste do Mato Grosso do Sul, esse possui um percen-tual maior a tonalida-de, composição e granulação.
de Pantanal, cerca de 65%, enquanto que aquele detém 35%. O No Brasil, são encontrados quatro tipos de solo, são eles:
alagamento do Pantanal acontece no período chuvoso, nas épocas de terra roxa, massapé, salmorão e aluviais.
estiagem formam-se pastagens naturais, situação que fa-vorece a
ocupação para criação de gado. A inundação do Pantanal acontece Terra roxa: corresponde a um tipo de solo de extrema fertilida-
por causa das cheias do rio Paraguai e afluentes. de que detém uma tonalidade avermelhada. Pode ser encontrado em
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. É originado a
As superfícies pantaneiras mais elevadas abrangem a vege-tação
partir da decomposição de rochas, nesse caso de basalto.
do Cerrado e, em áreas mais úmidas, apresentam florestas tropicais
Massapé: é um solo encontrado principalmente no litoral nor-
do tipo arbóreas. Essa parte da fitogeografia brasileira foi
destino constituído a partir da decomposição de rochas com caracte-
reconhecida pela UNESCO como um Patrimônio Natural da
rísticas minerais de gnaisses de tonalidade escura, calcários e filitos.
Humanidade, isso pelo fato de ser um dos ecossistemas mais bem
Salmorão: esse tipo de solo é encontrado ao longo das
preservados do mundo. Além disso, abriga uma imensa biodiver-
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, é constituído pela
sidade, são cerca de 670 espécies de aves, 242 de peixes, 110 de fragmenta-ção de rochas graníticas e gnaisses.
mamíferos, 50 de répteis. Incluindo ainda aproximadamente 1500
Aluviais: é um tipo de solo formado em decorrência da sedi-
variedades de plantas. As atividades econômicas desenvolvidas no mentação em áreas de várzea ou vales, é possível de ser
Pantanal que mais se destacam são a pecuária e a pesca. A criação de encontrado em diversos pontos do país.
gado é uma atividade que consegue aliar preservação e renda. Porém,
nas últimas décadas, gradativamente tem sido inserido na região
pantaneira o cultivo de culturas monocultoras comerciais (ex. soja),
provocando impactos negativos no ambiente pela apli-cação de C) POLÍTICAS TERRITORIAIS: MEIO
agrotóxicos, além da retirada da cobertura vegetal origi-nal que pode AMBIENTE.
comprometer todo o ecossistema. Outro problema enfrentado está
ligado à fauna, tendo em vista que ocorre uma in-tensa caça de
jacarés e pesca indiscriminada.
Com dimensões continentais e 70% da população concentra-dos
Mangue em áreas urbanas, o Brasil é o país em desenvolvimento que mais
tem atraído atenção internacional. A poluição e o desmatamen-to
Os mangues correspondem a uma característica vegetativa ameaçam seus diversificados ecossistemas, inclusive o de maior
que se apresenta em áreas costeiras, compreende uma faixa de biodiversidade do planeta, o amazônico. O agravamento dos pro-
transição entre aspectos terrestres e marinhos, esse tipo de cober- blemas ambientais no país está ligado à industrialização, iniciada na
tura vegetal se estabelece em lugares no qual predominam o década de 50, ao modelo agrícola monocultor e exportador ins-tituído
clima tropical e subtropical. Os mangues se encontram em desde os anos 70, à urbanização acelerada e à desigualdade
ambientes alagados com águas salobras, os vegetais do mangue socioeconômica. Nas grandes cidades, dejetos humanos e resíduos
são constituí-dos por raízes expostas favorecendo uma maior industriais saturam a deficiente rede de saneamento básico e enve-
retirada de oxigê-nio e também proporcionando maior fixação. nenam águas e solos. Gases liberados por veículos e fábricas, além
Essa composição vegetal é fundamental na produção de ali-mentos das queimadas no interior, poluem a atmosfera.
para suprir as necessidades de diversos animais marinhos. O mangue
é formado por plantas com aspecto arbustivo e também arbóreo, no Impactos ambientais em biomas brasileiros
entanto, os manguezais não são homogêneos, uma vez que há
diferenças entre eles, desse modo são classificados ou di-vididos em: Um dos problemas mais graves do Brasil são os impactos
mangue vermelho, mangue branco e mangue-siriuba. Apesar da am-bientais, vistos que o Brasil é beneficiado com a maior
importância dos manguezais na manutenção da vida marinha, esse biodiversida-de mundial. A natureza sofre desde o inicio da
ambiente tem sofrido profundas alterações promo-vidas
colonização, quando nosso litoral foi devastado pelos
colonizadores. Matas foram derru-badas, animais foram mortos.
principalmente pela ocupação urbana e especialmente para atender a
Estes estragos se estenderam ao inte-rior rompendo o equilíbrio
especulação imobiliária. Dos 172.000 quilômetros qua-drados de
ecológico com atividades como minera-ção e criação de gado. E
manguezais existentes no mundo, o Brasil responde por 15% do total,
nas décadas de 1950 a 1970, a construção de Brasília causou
ou seja, 26.000 quilômetros quadrados distribuídos
fortes impactos ambientais nas regiões norte e centro oeste.
em todo litoral brasileiro, partindo do Amapá até Santa Catarina.
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Observe as paisagens de Cerrados e as agressões que essa ve- Nacional do Comitê, o papel do grupo – atualmente formado por
getação vem sofrendo para dá lugar a pecuária e a agricultura. É a 14 redes – é trazer mais participantes para o debate até o ano que
vegetação que depois da Mata Atlântica, mais agressão sofre. vem. ―Nossas ações são elaboradas por meio de grupos de traba-
Atualmente fala-se em outro tipo de agressão: o impacto am- lhos. Um deles é o de formação e mobilização, que deverá levar
biental urbano. As cidades estão ameaçadas pela degradação do os temas em discussão para a sociedade e cuidará da organização
ambiente. A degradação do ar pela poluição compromete a vida das do evento paralelo previamente chamado de Cúpula dos Povos,
cidades. Os manguezais e restingas abrangem a faixa costei-ra e são que terá a participação da sociedade civil‖, pontual.
as áreas mais devastadas pelo processo de urbanização, que polui O encontro da sociedade, segundo ele, deverá começar antes,
água e solo com esgotos, produtos químicos e o turismo por volta do dia 20 de junho de 2012. ―Além de representantes do
desordenado. O ambiente da Amazônia quase não foi atingido no Brasil, outros do Canadá, França, Japão, e de alguns países da
inicio da colonização, mas atualmente 15% da Amazônia foi des- América Latina já estão envolvidos nestas ações‖, adianta o am-
truída. Essa destruição tem sido incentivada pelo governo desde bientalista. ―Na Cúpula dos Povos, queremos que seja garantido
1940, com projetos agropecuários. Outros fatores são responsáveis que a economia verde seja avaliada como um interessante indutor
pela degradação do ambiente, tais como: construções de usinas hi- de sustentabilidade, desde que abranja as questões sociais, além
drelétricas, extração de madeira, garimpo de ouro, construção de das ambientais, e tenha sempre presente a questão da qualidade
rodovias e ferrovias. O novo código florestal brasileiro prevê mais
de vida dos cidadãos, além da ecoeficiência.‖
desmatamento, a chamada reserva legal. Essa questão ainda é tema
Outra frente da sociedade civil rumo à Rio+20 se dará no âm-
de discussão no congresso entre ruralistas e ambientalistas.
bito do Fórum Social Mundial (FSM). A decisão foi tomada ao final
Os criadores e agricultores utilizam a queimada como a ma-
da edição deste ano, em Dacar, no Senegal. Segundo o empre-sário e
neira mais barata e rápida para limpar o solo.
ativista da área de responsabilidade social, Oded Grajew, que integra
A queimada destrói a flora e a fauna e o cerrado está desa-
o Comitê Internacional do FSM – que ocorrerá entre 27 e 31 de
parecendo com as pastagens e as plantações de soja. A pecuária e
latifúndios são responsáveis pela degradação da caatinga. Sua janeiro de 2013 (data sujeita a alterações) –, a edição internacional
fauna está seriamente ameaçada de extinção. descentralizada do evento terá como principal pauta a temática
Por ocupar região com poucos recursos hídricos a caatinga é ambiental, voltada à conferência.
fundamental para a vida da população que dela sobrevive. Entre- O FSM não representa as elites econômicas e exigirá uma de-
tanto, os latifundiários além de destruir o ambiente natural, manda de mobilização da sociedade sobre outro modelo de desen-
mono-polizam as águas do São Francisco. Consequência dos volvimento. Trataremos de propostas de mudança da matriz ener-
impactos ambientais é: desertificação da caatinga, êxodo rural, gética para a renovável, da questão nuclear, das hidrelétricas em
salinização do solo. Os campos abrangem áreas do Rio Grande do confronto com as populações indígenas, do modelo de consumo e
Sul, San-ta Catarina, Argentina, Uruguai e Paraguai. Este solo resíduos orgânicos, entre outros. Segundo ele, a meta é propor po-
está sendo degradado pela criação de gado e as queimadas, que líticas públicas ao governo e informações sobre indicadores quanto
antecipam o cultivo de soja. O uso prolongado do solo provoca o à grave situação do modelo atual de desenvolvimento, que leva ao
processo de arenização. esgotamento de recursos naturais e ao aumento das desigualdades.
Como 2012 será também um ano de eleições em alguns paí-ses
A Rio+20 importantes como EUA, Alemanha e França, isso prejudica
decisões. Talvez essas nações não queiram assumir alguns com-
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento promissos, que podem comprometer os resultados nas urnas. É
Sustentável (CNUDS), conhecida também como Rio+20, foi uma reforçado que, no contexto da Economia Verde, as discussões do
conferência realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 na FSM permanecerão voltadas a questões sociais, ao combate às
cidade brasileira do Rio de Janeiro, cujo objetivo era discutir so- de-sigualdades.
bre a renovação do compromisso político com o desenvolvimento
sustentável. Governança e desenvolvimento sustentável
Considerado o maior evento já realizado pela Nações Unidas,
o Rio+20 contou com a participação de chefes de estados de Um tema complexo que estará na Conferência, segundo Be-
cento e noventa nações que propuseram mudanças, sobretudo, no linky, diz respeito à governança em um cenário de desenvolvi-
modo como estão sendo usados os recursos naturais do mento sustentável. Este tema está sendo pouco debatido oficial e
planeta.[1] Além de questões ambientais, foram discutidos, extraoficialmente. Deve ser visto não como uma discussão sobre
durante a CNUDS, as-pectos relacionados a questões sociais burocracia, mas como uma condição necessária para encaminhar
como a falta de moradia e outros. as decisões e recomendações que se tomem na conferência.
O evento ocorreu em dez locais, tendo o Riocentro como Hoje se enxerga o desenvolvimento sustentável no conjunto,
prin-cipal local de debates e discussões; entre os outros locais, as instituições internacionais e internas a cada país são estanques.
figuram o Aterro do Flamengo e o Museu de Arte Moderna do Umas atuam no campo econômico, como o Banco Interamericano
Rio de Ja-neiro.
de Desenvolvimento (BID), o FMI e a Organização Mundial do
No Brasil, foi formado o Comitê Facilitador da Sociedade Ci-vil
Comércio (OMC), que não se conectam nas dimensões sociais e
Brasileira para a Rio+20. Segundo Aron Belinky, coordenador de
ambientais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Orga-
Processos Internacionais do Instituto Vitae Civis, que repre-senta o
nização Mundial do Trabalho (OIT), que têm algum poder políti-
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio
co, estão desconectadas do lado ambiental. A ideia é integrá-las à
Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) na Coordenação
questão do desenvolvimento sustentável.
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No caso da questão ambiental, as discussões levam à constata- Na água: essa opção de descarte de dejetos é mais barata e
ção de que não existe nenhuma organização internacional com real mais cômoda, infelizmente os resíduos são lançados geralmente
poder regulatório. O Programa das Nações Unidas para o Meio Am- em recursos hídricos utilizados como fonte de água para abaste-
biente (Pnuma) é um dos com menor orçamento na ONU e depende cimento público.
de adesões voluntárias. Não é essencial dentro do sistema, participa Na atmosfera: a eliminação de poluentes desta forma só é
quem quer. Pode encaminhar, no máximo, estudos, recomendações, possível quando os resíduos estão no estado gasoso.
mas sem poder regulatório.
Em áreas isoladas: essas áreas são previamente escolhidas,
Como primeiro passo, uma das propostas que serão defendi-das pela
em geral são aterros sanitários.
sociedade civil é que haja uma resolução para se criar uma agência
ambiental internacional, aprimorando o funcionamento do Pnuma ou
por meio de sua união com outras agências. O governo brasileiro tem Classificação dos resíduos:
defendido uma ‗agência guarda-chuva‘, que tenha sob ela várias
agências internacionais do sistema ONU. As entidades, enxergam que Resíduos tóxicos: são os mais perigosos e podem provocar a
existe uma necessidade tanto ética quanto política e econômica de morte conforme a concentração, são rapidamente identificados
tirar as pessoas da pobreza. Porém, isso não significa que deverão ter por provocar diversas reações maléficas no organismo. Exemplos
padrão de consumo insustentável, como o norte-a-mericano e de geradores desses poluentes: indústrias produtoras de resíduos
europeu. Não é objetivo estender a sociedade perdulária. As de cianetos, cromo, chumbo e fenóis.
expectativas sobre os resultados da Rio+20 caminham na di-reção de
dois extremos. Será uma grande oportunidade ou nulidade. A Resíduos minerais: são relativamente estáveis, correspon-
conferência pode fazer uma convergência, desatar nós ou, então, se dem às substâncias químicas minerais, elas alteram as condições
não se dispuser, será um ponto de jogar conversa fora. Mas de físico-químicas e biológicas do meio ambiente. Exemplos de in-
qualquer forma, a mobilização de propostas da sociedade civil será
dústrias: mineradoras, metalúrgicas, refinarias de petróleo.
um avanço. Ou os governos são capazes de mostrar relevância no
mundo contemporâneo ou são incapazes de acompanhar o ritmo que
a sociedade avança, se tornando um empecilho. Resíduos orgânicos: as principais fontes desses poluentes
são os esgotos domésticos, os frigoríficos, laticínios, etc. Esses
Irã resíduos correspondem à matéria orgânica potencialmente ativa,
que entra em decomposição ao ser lançada no meio ambiente.
A participação do Irã na conferência Rio +20 gerou uma enorme
controvérsia. O país enviará uma delegação, que inclui o presidente Resíduos mistos: possuem características químicas associa-
Mahmoud Ahmadinejad, para participar do evento em junho. Entre- das às de natureza biológica. As indústrias têxteis, lavanderias,
tanto, o Irã possui sérias questões das quais se recusa a abordar, como indústrias de papel e borracha, são responsáveis por esse tipo de
as persistentes violações dos direitos humanos, as declarações beli- resíduo lançado na natureza.
cistas e racistas contra Israel e a negativa em cooperar com a AIEA
sobre seu programa nuclear. Foi argumentado que Ahmadinejad pla- Resíduos atômicos: esse tipo de poluente contém isótopos
neja usar a cúpula no Rio de Janeiro como uma plataforma para pro- radioativos, é um lixo atômico capaz de emitir radiações ionizan-
paganda e projetar para o público interno uma falsa imagem de líder
tes e altamente nocivas à saúde humana.
respeitado internacionalmente.

Alterações no meio ambiente. Desenvolvimento Sustentável

Primeiramente, é importante saber que a sua consciência Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Am-
pode ajudar o ambiente. biental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta
Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente por deter-minada ação e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a parti-
ou atividade. Atualmente o planeta Terra enfrenta for-tes sinais de cipação da população.
transição, o homem está revendo seus conceitos sobre natureza. Esta
conscientização da humanidade está gerando novos paradigmas, A preocupação da comunidade internacional com os limites
determinando novos comportamentos e exigindo novas providências na do desenvolvimento do planeta data da década de 60, quando
gestão de recursos do meio ambiente. Um dos fato-res mais preocupantes começaram as discussões sobre os riscos da degradação do meio
é o que diz respeito aos recursos hídricos. Pro-blemas como a escassez e ambiente. Tais discussões ganharam tanta intensidade que leva-
o uso indiscriminado da água estão sendo considerados como as questões
ram a ONU a promover uma Conferência sobre o Meio Ambiente
mais graves do século XXI. É preciso que tomemos partido nesta luta
em Estocolmo (1972).
contra os impactos ambientais, e para isso é importante sabermos alguns
conceitos relacionados ao assunto. Poluição é qualquer alteração físico-
No mesmo ano, Dennis Meadows e os pesquisadores do
química ou biológica que venha a desequilibrar um ecossistema, e o ―Clube de Roma‖ publicaram o estudo Limites do Crescimento.
agente causador desse problema é denominado de poluente. Como já era O estudo concluía que, mantidos os níveis de industrialização,
previsto, os prin-cipais poluentes têm origem na atividade humana. A poluição, produção de alimentos e exploração dos recursos na-
Indústria é a principal fonte, ela gera resíduos que podem ser eliminados turais, o limite de desenvolvimento do planeta seria atingido, no
de máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da
três formas: população mundial e da capacidade industrial.
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O estudo recorria ao neo-malthusianismo como solução para O termo desenvolvimento sustentável define as práticas de
a iminente ―catástrofe‖. As reações vieram de intelectuais do Pri- desenvolvimento que atendem às necessidades presentes sem
meiro Mundo (para quem a tese de Meadows representaria o fim comprometer as condições de sustentabilidade das gerações futu-
do crescimento da sociedade industrial) e dos países subdesen- ras. Os princípios do desenvolvimento sustentável são baseados
volvidos (já que os países desenvolvidos queriam ―fechar a por- nas necessidades, sobretudo as necessidades essenciais e, priori-
ta‖ do desenvolvimento aos países pobres, com uma justificativa tariamente, aquelas das populações mais pobres; e limitações que
ecológica). a tecnologia e a organização social impõem ao meio ambiente,
Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de restringindo a capacidade de atender às necessidades presentes e
ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados por Igna-cy futuras.
Sachs. Os caminhos do desenvolvimento seriam seis: satisfação das
necessidades básicas; solidariedade com as gerações futuras; Em sentido amplo, a estratégia de desenvolvimento susten-
participação da população envolvida; preservação dos recursos na- tável visa a promover a harmonia entre os seres humanos e entre
turais e do meio ambiente; elaboração de um sistema social que esses e a natureza. Para tanto, são necessários:
garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; • Sistema político com efetiva participação dos cidadãos no
programas de educação. Esta teoria referia-se principalmente às processo de decisão;
regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à sociedade in- Sistema econômico competente para gerar excedentes e co-
dustrial. Foram os debates em torno do ecodesenvolvimento que nhecimentos técnicos em bases confiável e constante;
abriram espaço ao conceito de desenvolvimento sustentável. Sistema social capaz de resolver as diferenças causadas por
Outra contribuição à discussão veio com a Declaração de Co- um desenvolvimento desigual;
coyok, das Nações Unidas. A declaração afirmava que a causa da Sistema de produção que preserve a base ecológica do de-
explosão demográfica era a pobreza, que também gerava a destrui- senvolvimento;
ção desenfreada dos recursos naturais. Os países industrializados Sistema tecnológico que busque novas soluções;
contribuíam para esse quadro com altos índices de consumo. Para a
Sistema internacional com padrões sustentáveis de comér-
ONU, não há apenas um limite mínimo de recursos para propor- cio e financiamento;
cionar bem-estar ao indivíduo; há também um máximo.
Sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
A ONU voltou a participar na elaboração de outro relatório,
o Dag-Hammarskjöld, preparado pela fundação de mesmo nome,
O desenvolvimento sustentável não trata somente da redu-
em 1975, com colaboração de políticos e pesquisadores de 48
ção do impacto da atividade econômica no meio ambiente, mas
países. O Relatório Dag-Hammarskjöld completa o de Cocoyok,
principalmente das consequências dessa relação na qualidade de
afirman-do que as potências coloniais concentraram as melhores
vida e no bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura.
terras das colônias nas mãos de uma minoria, forçando a
população pobre a usar outros solos, promovendo a devastação
ambiental. Os dois relatórios têm em comum a exigência de Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, elaborado em
mudanças nas estruturas de propriedade do campo e a rejeição 1987, uma série de medidas devem ser tomadas pelos países para
pelos governos dos países industrializados. promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas:
Limitação do crescimento populacional;
No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Har- Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em
lem Brundtland e Mansour Khalid, apresentou um documen-to longo prazo;
chamado Our Common Future, mais conhecido por relatório Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
Brundtland. O relatório diz que ―Desenvolvimento sustentável é • Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis;
comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem Aumento da produção industrial nos países não industriali-
suas próprias necessidades‖. O relatório não apresenta as críticas zados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas;
à sociedade industrial que caracterizaram os documentos Controle da urbanização desordenada e integração entre
anteriores; demanda crescimento tanto em países industrializados campo e cidades menores;
como em subdesenvolvidos, inclusive ligando a superação da Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, mo-
pobreza nestes últimos ao crescimento contínuo dos primeiros. radia).
Assim, foi bem aceito pela comunidade internacional.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Em âmbito internacional, as metas propostas são:
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, mostrou Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas
um crescimento do interesse mundial pelo futuro do planeta; mui- organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições interna-
tos países deixaram de ignorar as relações entre desenvolvimento cionais de financiamento);
socioeconômico e modificações no meio ambiente. Entretanto, as Proteção dos ecossistemas supranacionais como a Antárti-ca,
discussões foram ofuscadas pela delegação dos Estados Unidos, oceanos, etc, pela comunidade internacional;
que forçou a retirada dos cronogramas para a eliminação da emis- Banimento das guerras;
são de CO2 (que constavam do acordo sobre o clima) e não assi- Implantação de um programa de desenvolvimento susten-
nou a convenção sobre a biodiversidade. tável pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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O conceito de desenvolvimento sustentável deve ser assimi- O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser
lado pelas lideranças de uma empresa como uma nova forma de entendidos como metas:
produzir sem degradar o meio ambiente, estendendo essa cultura • A satisfação das necessidades básicas da população (educa-
a todos os níveis da organização, para que seja formalizado um ção, alimentação, saúde, lazer, etc);
processo de identificação do impacto da produção da empresa no • A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o
meio ambiente e resulte na execução de um projeto que alie pro- ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
dução e preservação ambiental, com uso de tecnologia adaptada a A participação da população envolvida (todos devem se
esse preceito. Entre as empresas que aplicaram um projeto de conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer
desenvolvimento sustentável são citadas 3M, McDonalds, Dow, cada um a parte que lhe cabe para tal);
DuPont, Pepsi, Coca-Cola e Anheuser-Busch. A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);
A elaboração de um sistema social garantindo emprego, se-
Algumas outras medidas para a implantação de um programa gurança social e respeito a outras culturas (erradicação da
minimamente adequado de desenvolvimento sustentável são: miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas,
Uso de novos materiais na construção; como por exemplo os índios);
Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e in- A efetivação dos programas educativos.
dustriais; Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Am-
Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de biental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta
energia, como a solar, a eólica e a geotérmica; e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a partici-
Reciclagem de materiais reaproveitáveis; pação da população.
Consumo racional de água e de alimentos;
• Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde Ecossistema
na produção de alimentos.
- Desmatamento
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes
de-sequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e O desmatamento é um processo de degradação da vegetação
fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação nativa de uma região e pode provocar um processo de desertifi-
ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta cação. O mau uso dos recursos naturais, a poluição e a expansão
constatação, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), urbana são alguns fatores que devastam ambientes naturais e re-
buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a duzem o número de habitats para as espécies. Um dos principais
preservação ambiental e, ain-da, ao fim da pobreza no mundo. agentes do desmatamento é o homem.
As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a se- Nos últimos anos, a atividade humana tem invadido o meio
guinte frase: ―A humanidade de hoje tem a habilidade de desen- ambiente em diferentes escalas e velocidades, o que resulta na
volver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir degradação de biomas. Além de lançar na água, no ar e no solo
as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das substâncias tóxicas e contaminadas, o homem também agride o
futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades‖. Essa ambiente capturando e matando animais silvestres e aquáticos e
frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras:
destruindo matas.
desen-volver em harmonia com as limitações ecológicas do
Muitas florestas naturais já foram derrubadas para dar lugar a
planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações
estradas, cidades, plantações, pastagens ou para fornecer madeira.
futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as
No processo de desmatamento, primeiro são retiradas as madeiras
suas necessida-des (melhoria da qualidade de vida e das
de árvores nobres, depois as de menor porte e, em seguida, toda a
condições de sobrevi-vência). Será que é possível conciliar tanto
progresso e tecnologia com um ambiente saudável? vegetação rasteira é destruída. As queimadas também são causas
de destruição de matas. Elas acabam com o capim e a cobertura
Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que
florestal que ainda sobrou da degradação. Dos 64 milhões de km²
propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que
pode ser definido como: ―equilíbrio entre tecnologia e ambien-te,
de florestas existentes no planeta, restam menos de 15,5 milhões,
relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e tam-bém dos
ou cerca de 24%. Isso quer dizer que 76% das florestas primárias
diferentes países na busca da equidade e justiça social‖. já desapareceram. Com exceção de parte das Américas, todos os
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser continentes desmataram muito, conforme um estudo da Empresa
entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre a evolução
e não pode ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma das florestas mundiais. Dos 100% de suas florestas originais, a
questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a di- África mantém hoje 7,8%, a Ásia 5,6%, a América Central 9,7%
ferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que e a Europa Ocidental – o pior caso do mundo – apenas 0,3%.
o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à O continente que mais mantém suas florestas originais é a
jus-tiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro América do Sul, com 54,8%. O Instituto Nacional de Pesquisas
aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, Espaciais (INPE) e outras organizações independentes como a
que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O organização não governamental Instituto do Homem e do Meio
desenvol-vimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de Ambiente na Amazônia (Imazon) fazem o monitoramento do des-
riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a matamento no Brasil. Segundo eles, são desmatados cerca de 21
qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, mil km² por ano no Brasil, o que representa um Estado de Sergipe
portanto, a qualidade ambiental do planeta. de floresta no chão por ano.
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A Mata Atlântica foi a principal vítima do desmatamento flo- - Poluição Global


restal no País e hoje tem apenas cerca de 7% do que seria seu
território original. Ela é reconhecida como o bioma brasileiro Os problemas de poluição global, como o efeito estufa, a dimi-
mais descaracterizado. nuição da camada de ozônio, as chuvas ácidas, a perda da biodiver-
Já o cerrado brasileiro perdeu 48,2% da vegetação original. sidade, os dejectos lançados em rios e mares, entre outros materiais,
Hoje são desmatados cerca de 20 mil km² por ano, nem sempre são observados, medidos ou mesmo sentidos pela po-
principalmente no oeste da Bahia – na divisa com Goiás e pulação. A explicação para toda essa dificuldade reside no fato de se
Tocantins – e no norte de Mato Grosso. As áreas coincidem com tratar de uma poluição cumulativa, cujos efeitos só são sentidos em
longo prazo. Apesar disso, esses problemas têm merecido atenção es-
as regiões produtoras de grãos, de carvão e pecuária.
pecial no mundo inteiro, por estarem se multiplicando em curto tem-
A floresta amazônica brasileira permaneceu praticamente in-
po e devido a certeza de que terão influência em todos os seres vivos.
tacta até os anos 1970, quando foi inaugurada a rodovia
Transama-zônica. A partir daí, passou a ser desmatada para
- Aquecimento global
criação de gado, plantação de soja e exploração da madeira. Em
busca de madei-ras de lei como o mogno, empresas madeireiras A Terra recebe uma quantidade de radiação solar que, em sua
instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. maior parte (91%), é absorvida pela atmosfera terrestre, sendo o res-
Como a maior floresta tropical existente, ela é uma das grandes tante (9%) refletido para o espaço. A concentração de gás carbônico
preocupações do mundo inteiro. O desmatamento da Amazônia oriunda, principalmente, da queima de combustíveis fósseis, dificulta
provoca impacto na biodiversidade global, na redução do volume ou diminui o percentual de radiação que a Terra reflete para o
de chuvas e contribui para a piora do aquecimento global. espaço. Desse modo, ao não ser irradiado para o espaço, o calor
provoca o aumento da temperatura média da superfície terrestre.
- Poluição Devido à poluição atmosférica e seus efeitos, muitos cientistas
apontam que o aquecimento global do planeta a médio e longo prazo
Por poluição entende-se a introdução pelo homem, direta ou pode ter caráter irreversível. Por isso, desde já, devem ser adotadas
indiretamente de substâncias ou energia no ambiente, provocan- medidas para diminuir as emissões dos gases que provocam o aque-
do um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos na cimento. Outros cientistas, no entanto, admitem o aumento do teor do
saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema ali presente. gás carbônico na atmosfera, mas lembram de que grande parte desse
gás tem origem na concentração de vapor de água, o que independe
Os agentes de poluição, normalmente designados por poluen-
das atividades humanas. Essa controvérsia acaba adiando a tomada
tes, podem ser de natureza química, genética, ou sob a forma de
de decisões acerca da adoção de uma política que diminua os efeitos
energia, como nos casos de luz, calor ou radiação. Mesmo produ- do aumento da temperatura média da Terra.
tos relativamente benignos da actividade humana podem ser con- O carbono presente na atmosfera garante uma das condições
siderados poluentes, se eles precipitarem efeitos negativos poste- básicas para a existência de vida no planeta: a temperatura. A Ter-ra
riormente. Os NOx (óxidos de azoto) produzidos pela indústria, é aquecida pelas radiações infravermelhas emitidas pelo Sol até uma
por exemplo, são frequentemente citados como poluidores, embo- temperatura de -27 °C. Essas radiações chegam à superfície e são
ra a própria substância libertada, por si só não seja prejudicial. refletidas para o espaço. O carbono forma uma redoma prote-tora que
São classificados como poluentes pois com a acção dos raios aprisiona parte dessas radiações infravermelhas e as refle-te
solares e a humidade da atmosfera, esses compostos dão origem a novamente para a superfície. Isso produz um aumento de 43 °C na
poluentes como o HNO3 ou o smog. temperatura média do planeta, mantendo-a em torno dos 16 °C. Sem
A Aviação civil é uma das maiores fontes de poluição sonora o carbono na atmosfera a superfície seria coberta de gelo. O excesso
nas grandes cidades. de carbono, no entanto, tende a aprisionar mais radiações
infravermelhas, produzindo o chamado efeito estufa: a elevação da
Dioxinas - provenientes de resíduos , podem causar câncer, temperatura média a ponto de reduzir ou até acabar com as calotas de
gelo que cobrem os polos. Os cientistas ainda não estão de acordo se
má-formação de fetos, doenças neurológicas, etc. Partículas de
o efeito estufa já está ocorrendo, mas preocupam-se com o aumento
cansadez (materiais particulados) - emitidas por carros e indús-
do dióxido de carbono na atmosfera a um ritmo médio de 1% ao ano.
trias. infectam os pulmões, causando asmas, bronquite, alergias e
A queima da cobertura vegetal nos países subdesenvolvidos é
até câncer.
responsável por 25% desse aumento. A maior fonte, no entanto, é a
Chumbo - metal pesado proveniente de carros, pinturas, água queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, principalmente nos
contaminada, indústrias. Afecta o cérebro, causando retardo países desenvolvidos.
mental e outros graves efeitos na coordenação motora e na capa-
cidade de atenção. - Elevação da temperatura
Mercúrio - tem origem em centrais elétricas e na incinera-
ção de resíduos. Assim como o chumbo, afeta o cérebro, A elevação da temperatura terrestre entre 2 e 5 graus Celsius,
causando efeitos igualmente graves. presume-se, provocará mudanças nas condições climáticas. Em fun-
Pesticidas, Benzeno e isolantes (como o Ascarel) - podem ção disto, o efeito estufa poderá acarretar aumento do nível do mar,
causar distúrbios hormonais, deficiências imunológicas, má-for- inundações das áreas litorâneas (diz-se litorâneas no Brasil, litorais
mação de órgãos genitais em fetos, infertilidade, câncer de testí- em Portugal) e desertificação de algumas regiões, comprometendo as
culo e de ovário. terras agricultáveis e, consequentemente, a produção de alimentos.
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Países emissores de gases do efeito estufa - A poluição e as chuvas ácidas


Estados Unidos 69,0%
China 11,9 % O Canal de Lachine em Montreal (Canadá), encontra-se
Indonésia 7,4% poluí-do. As chuvas ácidas são precipitações na forma de água e
Brasil 5,85% neblina que contêm ácido nítrico e sulfúrico. Elas decorrem da
Rússia 4,8% queima de enormes quantidades de combustíveis fósseis, como
Índia 4,5% petróleo e car-vão, utilizados para a produção de energia nas
Japão 3,1% refinarias e usinas termoelétricas, e também pelos veículos.
Alemanha 2,5 % Durante o processo de queima, milhares de toneladas de com-
Malásia 2,1% postos de enxofre e óxido de nitrogênio são lançados na atmosfera,
Canadá 1,8% onde sofrem reações químicas e se transformam em ácido nítrico e
sulfúrico. O dióxido de carbono reage reversivelmente com a água
O Brasil ocupa o 16º lugar entre os países que mais emi-tem para formar um ácido fraco o ácido carbônico. No equilíbrio, o pH
gás carbônico para gerar energia. Mas se forem considerados desta solução é 5.6, pois a água é naturalmente ácida pelo dióxido de
também os gases do efeito estufa liberados pelas queimadas e carbono. Assim, qualquer chuva com pH abaixo de 5.6 é consi-
pela agropecuária, o país é o quarto maior poluidor (em % das derada excessivamente ácida. Dióxido de nitrogênio NO2 e dióxido
emissões totais de gases do efeito estufa). de enxofre SO2 podem reagir com substâncias da atmosfera produ-
zindo ácidos, esses gases podem se dissolver em gotas de chuva e
A poluição e a diminuição da camada de ozônio em partículas de aerossóis e em condições favoráveis
precipitarem-se em chuva ou neve. Dióxido de nitrogênio pode se
transformar em ácido nítrico e em ácido nitroso e dióxido de
- Água poluída
enxofre pode se transformar em ácido sulfúrico e ácido sulfuroso.
Amostras de gelo da Groelândia mostram a presença de sulfatos e
A camada de ozônio é uma região existente na atmosfera que
nitratos, o que in-dica que já em 1900 tínhamos a chuva ácida.
filtra a radiação ultravioleta provinda do Sol. Devido processo de Além disso, a chuva ácida pode se formar em locais distantes da
filtragem, os organismos da superfície terrestre ficam protegidos produção de óxidos de enxofre e nitrogênio.
das radiações. A ozonosfera é formada pelo gás ozônio, que é A chuva ácida é um grande problema da atualidade porque
constituído de moléculas de oxigênio que sofrem um rearranjo a anualmente grandes quantidades de óxidos ácidos são formados pela
partir da radiação ultravioleta que penetra na atmosfera. A expo- atividade humana e colocados na atmosfera. Quando uma
sição à radiação ultravioleta afeta o sistema imunológico, causa precipitação (chuva) ácida cai em um local que não pode tolerar a
cataratas e aumenta a incidência de câncer de pele nos seres hu- acidez anormal, sérios problemas ambientais podem ocorrer. Em
manos, além de atingir outras espécies. A diminuição da camada algumas áreas dos Estados Unidos (West Virginia), o pH da chuva
de ozônio está ocorrendo devido ao aumento da concentração dos chegou a 1.5, e como a chuva e neve ácidas não conhecem frontei-
gases CFC (cloro-flúor-carbono) presentes no aerossol, em ras, a poluição de um país pode causar chuva ácida em outro. Como
fluidos de refrigeração que poluem as camadas superiores da at- no caso do Canadá, que sofre com a poluição dos EUA. A extensão
mosfera atingindo a estratosfera. O cloro liberado pela radiação dos problemas da chuva ácida pode ser vista nos lagos sem peixes,
ultravioleta forma o cloro atômico, que reage ao entrar em con- árvores mortas, construções e obras de arte, feitas a partir de rochas,
tato com o ozônio, transformando-se em monóxido de cloro. A destruídas. A chuva ácida pode causar perturbações nos estômatos
reação reduz o ozônio atmosférico aumentando a penetração das das folhas das árvores causando um aumento de transpiração e dei-
radiações ultravioleta. xando a árvore deficiente de água, pode acidificar o solo, danificar
raízes aéreas e, assim, diminuir a quantidade de nutrientes transpor-
- Consequências econômicas tada, além de carregar minerais importantes do solo, fazendo com
que o solo guarde minerais de efeito tóxico, como íons de metais.
As consequências econômicas e ecológicas da diminuição da Estes não causavam problemas, pois são naturalmente insolúveis em
camada de ozônio, além de causar o aumento da incidência do água da chuva com pH normal, e com o aumento do pH pode-se
cancro de pele, podem gerar o desaparecimento de espécies aumentar a solubilidade de muitos minerais.
animais e vegetais e causar mutações genéticas. Mesmo havendo A chuva ácida é composta por diversos ácidos como, por
incertezas sobre a magnitude desse fenômeno, em 1984 foi assi- exemplo, o óxido de nitrogênio e os dióxidos de enxofre, que são
nado um acordo internacional para diminuir as fontes geradoras resultantes da queima de combustíveis fósseis (carvão, óleo diesel,
do problema (Protocolo de Montreal). gasolina entre outros). Quando caem em forma de chuva ou neve,
estes ácidos provocam danos no solo, plantas, construções histó-
- Protocolo de Montreal ricas, animais marinhos e terrestres etc. Este tipo de chuva pode até
mesmo provocar o descontrole de ecossistemas, ao exterminar
No Protocolo de Montreal, 27 países signatários se compro- determinados tipos de animais e vegetais. Poluindo rios e fontes de
água, a chuva pode também prejudicar diretamente a saúde do ser
meteram a reduzir ou eliminar o consumo de CFC até ao ano
humano, causando doenças pulmonares, por exemplo. Este pro-
2000, o que, até hoje, ainda não aconteceu na proporção dese-
blema tem se acentuado nos países industrializados, principalmen-te
jada, apesar de já haver tecnologia disponível para substituir os
nos que estão em desenvolvimento como, por exemplo, Brasil,
gases presentes nos aerossóis, em fluidos de refrigeração e nos
Rússia, China, México e Índia.
solventes.
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O setor industrial destes países tem crescido muito, porém de As transformações de ordem espacial a partir da indústria fo-
forma desregulada, agredindo o meio ambiente. Nas décadas de ram enormes alteraram a sociedade como um todo. Podemos citar
1970 e 1980, na cidade de Cubatão, litoral de São Paulo, a chuva como exemplo as mudanças ocorridas na própria Inglaterra do sé-
ácida provocou muitos danos ao meio ambiente e ao ser humano. culo XlX, onde a indústria associada à modernização do campo
Os ácidos poluentes jogados no ar pelas indústrias, estavam ge-rou a expulsão de milhares de camponeses em direção às
geran-do muitos problemas de saúde na população da cidade. cidades, proporcionando o surgimento das cidades industriais,
Foram re-latados casos de crianças que nasciam sem cérebro ou popularmente conhecidas como cidades negras em decorrência da
com outros defeitos físicos. E também provocou desmatamentos poluição atmos-férica gerada pelas indústrias.
significativos na Mata Atlântica da Serra do Mar. Ocorreram também grandes mudanças sociais, evidenciando
e definindo claramente as classes sociais do capitalismo: de um
- Chuva ácida lado estavam os donos dos meios de produção (burguesia), que
em prol de lucros cada vez maiores, exploravam a mão de obra
em troca de salários miseráveis e em condições de trabalho
As consequências da chuva ácida para a população humana são
precárias; do outro lado encontrava-se o proletariado (classe que
econômicas, sociais ou ambientais. Tais consequências são ob-
vende sua força de tra-balho em troca de um salário), que só
serváveis principalmente em grandes áreas urbanas, onde ocorrem
foram conseguir melhores condições a partir do século XX
patologias que afetam o sistema respiratório e sistema cardiovas-
através de greves que forçaram os patrões e Estados a
cular, e, além disso, causam destruição de edificações e monumen- concederem benefícios a essa camada da socie-dade.
tos, através da corrosão pela reação com ácidos. Porém, nada im- O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX,
pede que as consequências de tais chuvas cheguem a locais muito deu-se em direção à outros países como a França, a Bélgica, a
distantes do foco gerador, devido ao movimento das massas de ar, Ho-landa, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como
que são capazes de levar os poluentes para muito longe. Estima-se os EUA na América e o Japão na Ásia. Alguns desses países
que as chuvas ácidas contribuam para a devastação de florestas e viriam a se tornar potências econômicas, industriais e militares
lagos, sobretudo aqueles situados nas zonas temperadas ácidas. séculos depois, dominando a economia como um todo, cujo peso
influencia direta-mente os outros países.
- A poluição e a perda de biodiversidade Foi apenas a partir do século XX, especialmente após a 2ª
Guerra Mundial, que países do terceiro mundo também passaram por
Ao interferir nos habitats, a poluição pode levar a desequilí- processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nes-ses
brios que provocam a diminuição ou extinção dos elementos de países foi muito marcante a presença do Estado nacional e das
uma espécie, causando uma perda da biodiversidade. As empresas multinacionais no processo de industrialização, que im-
variações da temperatura da água do mar, levam a dificuldades da pulsionaram esse processo e tornaram alguns países da periferia do
adapta-ção de certas espécies de peixes, é igualmente uma das mundo atuais potências industriais. Porém, diferentemente do que
causas da invasão de águas salinas em ambientes ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não
tradicionalmente de água doce, causando assim uma pressão resultou necessariamente na melhoria de vida das populações ou no
adicional nesses ecossistemas, e potenciando a diminuição ou desenvolvimento do país: o processo de industrialização nos países
extinção das espécies até então ai presentes. subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais interna-
cionais, gerando aprofundamento da dependência externa (mais pre-
cisamente dívidas externas), além do fato de que as indústrias que
para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o
D) MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO: O número de empregos necessários para absorver a mão de obra cada
PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO, O vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades. O que mais
ESPAÇO INDUSTRIAL, ENERGIA E MEIO tarde seria conhecido como o êxodo rural, criou um processo de me-
AMBIENTE, OS COMPLEXOS AGRO- tropolização acelerado, que não foi acompanhado pela otimização e
INDUSTRIAIS E EIXOS DE CIRCULAÇÃO E implantação de infraestrutura e da geração de empregos, dando iní-
cio ao inchaço das grandes cidades (com diversos problemas decor-
CUSTOS DE DESLOCAMENTO.
rentes do mesmo), problema comum em países subdesenvolvidos.

O desenvolvimento da indústria nacional

Industrialização Embora o Brasil seja considerado um país emergente ou em


desenvolvimento, está quase um século atrasado industrialmente
A industrialização no mundo e tecnologicamente em relação às nações que ingressaram no
proces-so de industrialização no momento em que a Primeira
O processo de industrialização remonta ao século XVlll, Revolução Industrial entrou em vigor, como Inglaterra,
quando emergem na Inglaterra (grande potência naquela época) Alemanha, França, Es-tados Unidos, Japão e outros.
uma série de transformações de ordem econômica, política, social O desenvolvimento industrial brasileiro se deu lentamente,
e técnica, que se convencionou chamar de Revolução Industrial. acontecendo apenas com o rompimento de obstáculos e de
Hoje esse processo é conhecido como 1ª Revolução Industrial, medidas políticas, como nos governos de Getúlio Vargas e
pois antecedeu novas transformações nos séculos XlX e no XX, Juscelino Kubist-chek, que foram de extraordinária importância
as chamadas 2ª e 3ª Revoluções Industriais. para que as indús-trias se proliferassem no Brasil.
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Durante os longos anos em que o território brasileiro foi Bem como a primeira fase, esta tem uma característica inicial
colô-nia portuguesa, a economia nacional se restringiu à prática de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não du-
da agri-cultura conhecida por monocultura (o plantio de um único ráveis, definindo o período chamado de ―Substituição de impor-
tipo de produto, como o açúcar). tações‖. No entanto, a ação do Estado começa a alterar o quadro,
A coroa portuguesa proibia a instalação do comércio manufatu- com o Governo Vargas criando as empresas estatais do setor de
reiro no Brasil para impedir o crescimento e desenvolvimento de sua base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mine-
colônia, para que ela continuasse somente fornecendo produtos agrí- ração).
colas para o mercado externo. Porém, pequenas mudanças econô-
micas se iniciaram a partir do processo de independência do Brasil, - 3ª fase: 1956 a 1989
principalmente na metade do século XIX, com o desenvolvimento da Esse é o período de maior crescimento industrial do país em
economia cafeeira, cujos lucros propiciaram investimentos em outras todos os setores industriais, baseando-se sobre a aliança entre o
capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Ku-
atividades econômicas, como a indústria.
bitschek (1956 – 1961) dá início à chamada ―Internacionalização da
Graças a esse cenário dos grandes lucros da economia cafeei-ra
Economia‖, abrindo o país para empresas estrangeiras, em sua
que surgiram empresários como Irineu Evangelista de Souza (o
maioria do setor automotivo, como Wolkswagen. O período foi
Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estra-das
conhecido pelo seu otimismo e relação ao crescimento da econo-mia
de ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o brasileira em que medidas como o Plano de Metas incentiva-ram a
crescimento do país. Entretanto, as primeiras indústrias surgiram de produção industrial. Essa política do JK para estimular o crescimento
maneira paulatina entre o final do século XIX e início do século XX, industrial ficou conhecida como nacional-desenvolvi-mentista, ela
representando ainda uma baixa participação na economia nacional. concentrava suas atenções em investimentos na área de energia e de
Frente a essa situação, o Brasil importava praticamente todos os transportes. O processo continuou mesmo durante a Ditadura Militar
produtos industrializados, já que suas indústrias não haviam se de- (1964 a 1985), com destaque para o Governo
senvolvido o suficiente. A Europa, sendo a região do globo que mais Médici e o período do ―Milagre Brasileiro‖, que determinou cres-
se industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasilei- cimento econômico (mas também aumento da dívida externa e
ro, já que perderia parte de seu mercado consumidor. O Brasil, por- concentração de renda, já que, para a realização de seus planos,
tanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade JK utilizou-se de capital estrangeiro).
do século XX, enfrentando sérios problemas econômicos e políticos. Foi com essas medidas políticas do governo de Getúlio Vargas e
As indústrias brasileiras se desenvolveram a partir de mudan-ças de Juscelino Kubistchek que a industrialização brasileira obteve um
estruturais de caráter econômico, social e político, que, como citado crescimento vertiginoso e adquiriu estabilidade, principalmen-te nos
acima, vinham ocorrendo desde a segunda metade do século XIX. últimos anos do século XX e início do século XXI.
Essas mudanças aconteceram especialmente nas relações de trabalho,
com a expansão do emprego remunerado que resultou em aumento - 4ª fase: 1989 - hoje
do consumo de mercadorias, a abolição do trabalho escra-vo e o Iniciada no Governo Collor com continuidade até o Governo
ingresso de estrangeiros no Brasil como italianos, alemães, Fernando Henrique, esta fase marca o avanço do Neoliberalismo
japoneses, dentre outras nacionalidades, que vieram para compor a no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia.
mão de obra, além de contribuir no povoamento do país, como ocor- Com a adoção do modelo neoliberal determinou-se a privati-zação
reu na região Sul. Um dos maiores acontecimentos no campo polí- de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produti-vo,
como as siderúrgicas e a CVRD, quanto no setor da infraestru-
tico foi a proclamação da República. Diante desses acontecimentos
tura e serviços, como o caso do sistema Telebrás.
históricos, o processo industrial brasileiro passou por quatro etapas.
Os últimos anos marcaram também a abertura do mercado
brasileiro, com expressivas reduções na alíquota de Importação.
-1ª fase: 1822 a 1930 Por outro lado, houve aumento do desemprego graças à falência
Havia reduzida atividade industrial, o que conferia ao país de empresas e as inovações tecnológicas adotadas, pois se tornou
ca-racterística agrário-exportadora. necessária a utilização de máquinas e equipamentos industriais de
Ocorreram, porém, dois fatos que facilitam a industrialização última geração, necessários para aumentar a competitividade e re-
futura: a Abolição da Escravatura e a entrada de imigrantes, que sistir à concorrência internacional.
vão servir de mão-de-obra.
A indústria brasileira no século XXI
- 2ª fase: 1830 a 1956
O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da A indústria brasileira está estagnada, e foi responsável por
―Revolução Industrial‖ no Brasil. É o ano que marca o início da apenas 14,6% do PIB nacional, o que é ínfimo se comparando
industrialização (que abriu as portas para que a atividade com dados de outros países em 2010, como China (43,1%), Co-
industrial se tornar a mais importante do país, beneficiada pela reia (30,4%) ou mesmo Alemanha (20,8%). Entre os fatores que
Crise de 1929 e pela Revolução de 1930). explicam essa situação, podemos citar os altos custos dos
A crise de 1929 constituiu exemplo da fragilidade da economia encargos da mão-de- obra (32,5% na folha); o alto custo do
brasileira e também um aviso de que o país necessitava diversificar capital (juros e ―spreads‖ bancários); a apreciação do câmbio, que
sua produção. Ela determinou a decadência da cafeicultura e a trans- aumentou a concorrência, em nosso mercado interno, com
ferência do capital para a indústria, o que associado à presença de produtos impor-tados; os custos elevados dos insumos; a
mão-de-obra e mercado consumidor, justificando a concentração necessidade de investi-mentos na infraestrutura do país; a
industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo. necessidade de uma política de inovação.
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Grandes potências como Estados Unidos e Japão continuam Classificação das Indústrias
sofrendo os efeitos da recessão, fazendo com que o Brasil, que tem
uma economia dependente de capitais externos, apresente fortes Podemos classificar as indústrias com base em vários crité-
reflexos dessa crise. Outro grande problema é o fato de que a ba- rios, porém o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo
lança comercial brasileira é suscetível à preços internacionais mais e destino do bem produzido:
baixos das matérias primas que o Brasil exporta, e aos preços mais Indústrias de base: produzem bens que dão a base para o
altos de mercadorias que o país importa, como o petróleo. funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas
A dependência da indústria brasileira não é só do capital, matérias primas indústrias ou insumos industriais, como o aço;
mas também da tecnologia estrangeira, já que o país ocupa o 43° Indústrias de bens de capital ou intermediárias: produzem
equipamentos necessários para o funcionamento de outras indús-
lugar no ranking mundial de tecnologia da ONU, o que atinge
trias, como as de máquinas;
direta-mente o desempenho industrial do país.
Indústrias de bens de consumo: produzem bens para o con-
Se a economia já apresentava sinais de desaquecimento, com sumidor final, e são subdividas em:
esses problemas as perspectivas para a indústria brasileira não são c ) Bens duráveis: são as que produzem bens para consumo
1
nada favoráveis para os próximos anos. em longo prazo, como automóveis.
Seguindo uma forte tendência mundial, o Brasil vem passan-do c2) Bens não duráveis: produzem bens para consumo
por um processo de descentralização industrial chamado por alguns geral-mente imediato, como as de alimentos.
autores de desindustrialização, ocorrendo intra regional-mente e
também entre as regiões. Com acentuada concentração em São Há outros critérios classificatórios, como:
Paulo, a distribuição espacial da indústria brasileira foi determinada
pelo processo histórico, pois no momento do início da Maneira de produzir: -
industrialização, o estado tinha (devido à cafeicultura) os princi-pais Indústrias extrativas;
fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, merca-do - Indústrias de processamento ou beneficiamento;
consumidor, mão-de-obra e transportes. Esta situação também se - Indústrias de construção;
deve à atuação estatal, através de diversos planos governamen-tais - Indústrias de transformação ou manufatureira;
como o Plano de Metas, que acentuou esta concentração no Sudeste,
destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: -
sua respectiva concentração, o Brasil passa a se inte-grar (o país não Indústrias leves
possuía um espaço geográfico nacional integrado, constituindo uma - Indústrias pesadas
estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas).
Tecnologia empregada:
Esta integração reflete nossa divisão inter -regional do trabalho,
Indústrias tradicionais
sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste
Indústrias dinâmicas.
polarizando as demais.
Há uma tendência de saída do ABC Paulista, buscando meno-res Energia e Meio Ambiente
custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo
da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizon-te. Estas Todos os processos da cadeia energética (produção, transfor-
áreas oferecem benefícios atrativos como incentivos fis-cais, mação, transporte, distribuição, armazenagem e uso final) envol-
menores custos de mão-de-obra, transportes menos conges-tionados vem uma série de perdas que reduzem a quantidade de energia
e, por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, efetivamente útil à sociedade a apenas a uma fração do total de
característica vital quando se trata de tecnopolos. energia captada da natureza. Por contingência das próprias leis
Essa desconcentração industrial entre as regiões vem deter- físicas, um certo nível de perdas é inevitável ao longo da cadeia
minando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infraes- de transformações energéticas, haja vista o segundo princípio da
trutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada. termodinâmica.
Percebe-se também um movimento de indústrias tradicionais (que A luta contra a ―desordem‖, descrita neste princípio, exige a
fazem uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuá- dissipação de uma quantidade de energia que extrapola do siste-
rios) para o Nordeste, em busca de mão-de-obra barata. ma, não podendo ser restituída. Assim, como contrapartida à toda
incorporação de um aporte de fontes energéticas, existe a perda
Podemos chamar os fatores que influenciam a mudança de
da energia degradada que é rejeitada para o ambiente externo na
uma empresa de uma região à outra (ou a instalação de uma em-
forma de calor ou de resíduos (gases, material particulado).
presa em determinada locação) de fatores locacionais, sendo eles:
Além disso, o uso de energia também origina impactos sociais e
Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas; econômicos decorrentes do próprio aproveitamento de recursos
Vias de transporte e comunicações; naturais Alguns deles podem ser significativos, mesmo no caso de
Matéria prima abundante e barata; fontes renováveis (hidreletricidade, biomassa plantada, energia solar
Mão de obra abundante e barata; e eólica), em virtude das áreas extensas que são necessárias para a
Energia abundante e barata; produção em grande escala. A própria tecnologia usada, mesmo sob
Mercados consumidores; condições normais de operação, cujo exemplo mais temido ainda é o
Incentivos fiscais; do funcionamento das centrais nucleares, pode comportar riscos
Infraestrutura; consideráveis para a vida humana e o ambiente.
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Também podem ser incluídas nesse rol, com escala e caracterís- No âmbito brasileiro, o contexto de discussão abrange
ticas diversas, as atividades extrativas do carvão e gás natural, e a algumas características:
infraestrutura do petróleo (poços, refinarias, oleodutos, navios e a forte preponderância da geração hidráulica no suprimento de
veí-culos de transporte). eletricidade, cuja maior parte do potencial remanescente localiza-se
Durante muito tempo, utilizando as forças disponíveis da natu- na região de ecossistemas de elevada biodiversidade (região Amazô-
reza e adequando-as a sua localização, o homem pode gerar, trans- nica) e sobre o qual ainda se detém pouco conhecimento científico;
mitir e consumir energia sem alterar significativamente o ambiente a existência de um importante segmento industrial ergointen-
global, o uso do espaço e os modos de produzir ou distribuir bens de sivo (siderurgia, metalurgia, papel, celulose), baseada no
acordo com os modelos sociais, políticos e culturais prevalecentes. consumo de carvão vegetal;
Apesar de ter se confrontado com vários episódios de escassez pro- consumo maciço de fontes combustíveis derivadas do petró-
vocados pela apropriação intensa das fontes disponíveis, como foi o leo;
caso da lenha durante a Idade Média, até a Revolução Industrial a declínio do programa institucional de aproveitamento do ál-
humanidade evoluiu com um consumo de energia relativamente cool combustível;
moderado. A inserção de uma nova tecnologia - a máquina a vapor - a má qualidade do carvão mineral brasileiro, com alto teor de
no modo de produção provocou uma ruptura no sistema, exigindo enxofre e cinzas;
uma nova ordem de grandeza no uso da energia. estímulo à diversificação da matriz com base na instalação
Além do carvão, como substituto da lenha a partir do século de 49 termétricas, 42 delas movidas a gás natural e o restante a
XIX, o uso generalizado do petróleo, junto com a eletricidade, carvão vegetal.
viria assentar, no século XX, as bases da moderna civilização
industrial, fundamentando grande parte da economia no uso de Até a década de 1970, as grandes barragens e centrais
recursos fósseis que a natureza levou milhões de anos para hidrelé-tricas eram consideradas como ícone do desenvolvimento
produzir. Depois da 2ª Guerra Mundial, como recurso adicional energéti-co e desfrutavam da convicção de serem projetos de
para atender à expansão crescente do consumo de energia, foi baixo impacto com possibilidade de agregar usos múltiplos
desenvolvido o aproveitamen-to tecnológico da energia nuclear (atenuação de cheias e abastecimento de água na região
como fonte geradora de eletrici-dade. circunvizinha, habilitação de áreas para lazer e aquicultura), sem
Desse período em diante, a velocidade e a amplitude oferecer riscos ambientais como a emissão de poluentes.
impressa às atividades econômicas demonstrariam a chegada a As mudanças produzidas no ambiente construído se encarrega-
um nível tão crescente de consumo dos recursos naturais que, riam de demonstrar consequências mais drásticas do que se poderia
pela primeira vez na história, o equilíbrio ecológico essencial mensurar. O elevado nível de eutrofização (aumento de nutrientes na
para a vida humana po-deria ser seriamente comprometido. água resultante da decomposição orgânica submersa) associado ao
Em 1950, ao mesmo tempo em que dispara o número de hos- descontrole do grau de assoreamento de rios represados favore-
pitalizações em áreas com níveis concentrados de poluição, como ceram, em grande parte dos casos, a proliferação de determinadas
Londres, são retomados os estudos iniciados por Svente Arrhenius, espécies vegetais e animais (algas, mosquitos, parasitas), compro-
no final do século anterior, sobre o carbono e sua potencial ação metendo o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida no seu entorno.
sobre as mudanças climáticas e condições atmosféricas. É o caso de Tucuruí, a primeira grande barragem construída em
Na década seguinte, os relatos científicos revelam a perturbação floresta tropical, a 300 km ao sul de Belém do Pará. Idealizada para
dos ciclos biológicos nos estoques pesqueiros e nas áreas agrícolas da suprir energia ao Programa Grande Carajás de mineração e a proje-
Escandinávia, em decorrência da formação de chuvas ácidas pro- tos industriais (produção de alumínio), a barragem forçou o deslo-
vocadas pela queima de carvão no parque industrial da Inglaterra. camento de 40 mil pessoas e alterou o modo de vida da população,
Durante as décadas seguintes, enquanto principia e se inten- indígenas em sua maioria, que sofre com a má qualidade da água, o
sifica o debate internacional sobre desenvolvimento e ambiente, a aumento de mosquitos transmissores de doenças e a redução dos
questão energética aparece no cenário mundial através de crises cardumes de peixes, a base proteica da alimentação local.
econômicas e políticas (embargo temporário do petróleo e aumento Na maioria dos casos, a prioridade dada à geração de energia
dos preços no mercado internacional) e de acidentes ambientais (va- relegou ao esquecimento as ações complementares do projeto,
zamento de petróleo na área de concessão da Exxon no Alaska, falha como a criação de parques de recreação e áreas de aquicultura. A
no sistema de segurança da usina nuclear de Three Mile Island e redução da qualidade de vida da população ribeirinha, os baixos
emissão radiativa do reator de Chernobyl), com fortes repercussões valores de indenização paga aos moradores desapropriados ou o
na opinião pública, mobilizando setores públicos e acadêmicos na deslocamen-to compulsório para terras menos produtivas
busca de tecnologias mais eficientes e seguras. acarretaram um nível crescente de empobrecimento e êxodo rural.
Dos vários acordos ambientais negociados, ao longo das déca- Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens
das de 1980 e 1990, apenas um deles, o Tratado de Montreal (1987), (MAB), mais de um milhão de brasileiros foram deslocados devido à
obteve êxito relativo na substituição industrial dos gases clorofluor- construção de barragens, sem haver um programa adequado de
carbonos (CFC) por outros compostos com menor potencial destru- acompanhamento. Nesse total estão incluídas cerca de 30 mil famí-
tivo sobre a camada de ozônio. A maioria das negociações ambien- lias com processos de indenização ou realojamento ainda pendentes.
tais relacionadas à energia ainda está a meio termo. A padronização A Comissão Mundial de Barragens (CMB) trabalha desde sua
dos critérios de segurança no transporte de petróleo e as diretrizes criação, em 1988, na revisão das vantagens técnicas e na elaboração
internacionais para construção de grandes hidrelétricas estão em de- de diretrizes internacionais para instalação de projetos na área hi-
bate e a Convenção sobre Segurança Nuclear, assim como o Proto- drelétrica. Resultados de pesquisas recentes apontam um problema a
colo de Kyoto, ainda aguarda a ratificação dos países signatários. ser considerado: a decomposição orgânica da biomassa submersa
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nos lagos das represas produzem dióxido de carbono (CO 2 ) e Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que
me-tano (CH4) em quantidades similares às termelétricas, quando mais aumentou sua competitividade em, ganhando oito posições
con-siderados períodos históricos relativamente pequenos (menos entre outros países, superando a Rússia pela primeira vez e fechando
que 100 anos). parcial-mente a diferença de competitividade com a Índia e a China,
A crítica ambientalista ao plano de instalação de um parque economias BRIC. Importantes passos dados desde a década de 1990
ter-melétrico movido a gás natural, uma fonte considerada mais para a susten-tabilidade fiscal, bem como as medidas tomadas para
limpa que o petróleo, reside justamente no aumento da emissão liberalizar e abrir a economia impulsionaram significativamente os
nacional de óxidos de nitrogênio (NOx), resultantes do processo fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando
de queima, e de ozônio de baixa altitude (O 3), formado pela um melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.
O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve proje-
reação fotoquímica do Nox à radiação solar. Além dos resíduos
tos que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior
produzidas no proces-so de queima, a alta porcentagem de
empresa fabricante de aviões no mundo). O Brasil também está envol-
metano (CH4 ) contido no gás natural (90%) transforma as perdas
vido na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e
potenciais (estimadas em 1% do total) na rede de transporte e
foi o único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela
distribuição em fontes com contribui-ção significativa para o construção da Estação Espacial Internacional (EEI). É também o pio-
aumento do efeito estufa, conforme veremos adiante. neiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível - o
etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Em 2008, a Petrobras criou a
Segundo Emílio La Rovere, pesquisador da UFRJ, a questão subsidiária, a Petrobras Biocombustível, que tem como objetivo principal
da energia e suas implicações ambientais e econômicas abarcam a produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis, como
algu-mas consequências particularmente importantes: biomassa e produtos agrícolas.
desafio de conservar o ambiente exige uma tomada de cons-
ciência mundial, que torna-se extremamente complexa em vista da Processo histórico
necessidade de uma ação coordenada em nível internacional; Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV, as
planejamento energético não pode mais deixar de incorporar tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de
a dimensão ambiental, que tende a condicionar crescentemente as pessoas, que praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade
decisões sobre produção e uso de energia; da Pedra. Da colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o
A contenção do consumo de energia deve principiar nos paí-ses final dos anos 1930, os elementos de mercado da economia brasileira
industrializados, responsáveis por 84% do consumo global, com basearam-se na produção de produtos primários para exportação.
ampla política de conservação que promova o uso mais eficiente; Dentro do Império Português, o Brasil era uma colônia submetida a
uma política imperial mercantil, que tinha três principais grandes
Caberá aos países em desenvolvimento, buscar um estilo de ciclos de produção econô-mica - o açúcar, o ouro e, a partir do início
de-senvolvimento menos intensivo em energia que, ao mesmo do século XIX, o café. A economia do Brasil foi fortemente
tempo, minimize os impactos ambientais e propicie condições de dependente do trabalho escravizado Africano até o final do século
erradicar os males do subdesenvolvimento. XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e
Economia demográfico forte, acompanhado de imi-gração em massa da Europa
A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Com (principalmente Portugal, Itália, Espanha e Alemanha) até os anos
1930. Na América, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e a
um PIB de 2,242 trilhões de dólares em 2013, é a 7ª maior econo-
Argentina (em ordem decrescente) foram os países que receberam a
mia mundial. Segundo estimativas do Fundo Monetário Interna-
maioria dos imigrantes. No caso do Brasil, as estatísticas mostram
cional (FMI) o país deve produzir US$ 2,215 trilhões em produtos e
que 4,5 milhões de pessoas emigraram para o país entre 1882 e 1934.
serviços no ano de 2014, mantendo-se na 7ª posição e atrás do Reino O Brasil atrelou a sua moeda, o real, ao dólar americano em 1994.
Unido (US$ 2,827 trilhões) e à frente da Itália (US$ 2,171 trilhões). No entanto, após a crise financeira da Ásia Oriental, a crise russa em
A tendência, porém, diante do ritmo de crescimento atual, é que 1998 e uma série de eventos adversos financeiros que se seguiram, o
o Brasil caia para a oitava posição no ranking em 2018, cedendo a Banco Central do Brasil alterou temporariamente sua política monetá-ria
sétima colocação para a Índia, que ocupa atualmente a para um regime de flutuação gerenciada, enquanto atravessava uma crise
décima posição entre as maiores economias do planeta. de moeda, até que definiu a modificação do regime de câmbio livre
Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu flutuante em janeiro de 1999. O país recebeu um pacote de resgate de
2,3%. A última estimativa do FMI divulgada em abril aponta que US$ 30,4 bilhões do Fundo Monetário Internacional, em meados de
a atividade econômica do país crescerá 1,8% em 2014, bem 2002, uma soma recorde. O Banco Central brasileiro pagou o emprés-
abaixo da média de crescimento mundial, de 3,6%. timo do FMI em 2005, embora pudesse pagar a dívida até 2006. Uma das
O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o ―B‖ questões que o Banco Central do Brasil recentemente tratou foi um
do grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômi- excesso de fluxos especulativos de capital de curto prazo para o país, o
cas, como o Mercosul, a UNASUL, o G8+5, o G20 e o Grupo de que pode ter contribuído para uma queda no valor do dólar frente ao real
Cairns. Tem centenas de parceiros comerciais, e cerca de 60% durante esse período. No entanto, o investimento estrangeiro direto
das exportações do país referem-se a produtos manufaturados e (IED), relacionado em longo prazo, menos investimento especulativo em
semi-manufaturados. Os principais parceiros comerciais do Brasil produção, estima-se ser de US$ 193,8 bilhões para 2007. O mo-
foram: Mercosul e América Latina (25,9% do comércio), nitoramento e controle da inflação atualmente desempenha um papel
União Euro-peia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos importante nas funções do Banco Central de fixar as taxas de juro de
(14,0%) e outros (17,8%). curto prazo como uma medida de política monetária.
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Atualmente, com uma população de 190 milhões e recursos Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objeti-
natu-rais abundantes, o Brasil é um dos dez maiores mercados do vo do país é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de
mundo, produzindo 35 milhões de toneladas de aço, 26 milhões de um milhão de famílias que vivem em áreas distribuídas pelo gover-
toneladas de cimento, 3,5 milhões de aparelhos de televisão e 5 no federal, uma iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos.
milhões de geladei-ras. Além disso, cerca de 70 milhões de metros Através de parcerias, políticas públicas e parcerias internacionais, o
cúbicos de petróleo es-tão sendo processados anualmente em governo está trabalhando para garantir infraestrutura para os as-
combustíveis, lubrificantes, gás propano e uma ampla gama de mais sentamentos, a exemplo de escolas e estabelecimentos de saúde. A
de cem produtos petroquímicos. Além disso, o Brasil tem pelo menos ideia é que o acesso à terra represente apenas o primeiro passo para a
161.500 quilômetros de estradas pavimentadas e mais de 108.000 implementação de um programa de reforma da qualidade da terra.
megawatts de capacidade instalada de energia elétrica. Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco
Seu PIB real per capita ultrapassou US$ 8.000, devido à forte e mil domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com
continuada valorização do real, pela primeira vez nesta década. Suas três fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área
contas do setor industrial respondem por três quintos da produção in- de transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na
dustrial da economia latino-americana. O desenvolvimento científico e vanguarda das culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões
tecnológico do país é um atrativo para o investimento direto estrangeiro, de toneladas/ano, é a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas.
que teve uma média de US$ 30 bilhões por ano nos últimos anos, em Na pecuária bovina de sensibilização do setor, o ―boi verde‖,
comparação com apenas US$ 2 bilhões/ano na década passada, evi- que é criado em pastagens, em uma dieta de feno e sais minerais,
denciando um crescimento notável. O setor agrícola, também tem sido conquistou mercados na Ásia, Europa e nas Américas, particular-
notavelmente dinâmico: há duas décadas esse setor tem mantido Brasil mente depois do período de susto causado pela ―doença da vaca
entre os países com maior produtividade em áreas relacionadas ao setor louca‖. O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, com
rural. O setor agrícola e o setor de mineração também apoiaram superá- 198 milhões de cabeças, responsável pelas exportações superando
vits comerciais que permitiram ganhos cambiais maciços e pagamentos a marca de US$ 1 bilhão/ano.
da dívida externa. Com um grau de desigualdade ainda grande, a eco- Pioneiro e líder na fabricação de celulose de madeira de
nomia brasileira tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a fibra-curta, o Brasil também tem alcançado resultados positivos
lista de bilionários da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do no se-tor de embalagens, em que é o quinto maior produtor
mundo em número de bilionários, à frente inclusive do Japão, com um mundial. No mercado externo, responde por 25% das exportações
número bastante superior aos dos demais países latino americanos. mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado, é o líder mundial nas
exportações de soja e é responsável por 80% do suco de laranja
Componentes da economia do planeta e, teve os maiores números de vendas de carne de
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística frango, entre os que lidam no setor.
(IBGE), a agricultura, o destaque partiu da produção de soja (24,3%),
de cana de açúcar (10,0%), de milho (13,0%) e de trigo (30,4%). Já o Indústria
crescimento da indústria foi puxado pela atividade de eletricidade e O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América.
gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,9%). Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias
Dentro do setor de serviços, o maior avanço foi verificado no setor brasi-leiras variam de automóveis, aço e petroquímicos até
de serviços de informação (5,3%), seguido por transporte, armazena-gem computadores, aeronaves e bens de consumo duráveis. Com o
e correio (2,9%) e comércio (2,5%). No mesmo período, na aná-lise da aumento da estabili-dade econômica fornecido pelo Plano Real,
demanda, a formação bruta de capital fixo (investimentos) foi o que mais as empresas brasileiras e multinacionais têm investido
cresceu, 6,3%, influenciado pelo aumento da produção de máquinas e pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande
equipamentos. Dentro dessa mesma avaliação da demanda, o consumo parte dos quais foi comprado de empresas estadunidenses.
das famílias, que por muito tempo puxou o crescimento da economia O Brasil possui também um diversificado e relativamente sofis-
brasileira, mostrou taxa positiva pelo 10º ano seguido. No entanto, o ticado setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor bancário
aumento foi menos expressivo, 2,3%. representou 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande reformula-
ção, a indústria de serviços financeiros do Brasil oferece às empresas
Agricultura e produção de alimentos locais uma vasta gama de produtos e está atraindo inúmeros novos
operadores, incluindo empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa
O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio
de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo está passando por
em uma posição de destaque em termos de saldo comercial do
um processo de consolidação e o setor de resseguros, anteriormente
Brasil, apesar das barreiras alfandegárias e das políticas de
monopolista, está sendo aberto a empresas de terceiros.
subsídios adotadas por alguns países desenvolvidos. Em, segundo
a OMC o país foi o terceiro maior exportador agrícola do mundo, As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes
atrás apenas de Estados Unidos e da União Europeia. reser-vas de ferro e manganês são importantes fontes de matérias-
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano
primas industriais e receitas de exportação. Depósitos de níquel,
estanho, cromita, urânio, bauxita, berílio, cobre, chumbo,
da Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado
tungstênio, zinco, ouro, nióbio e outros minerais são explorados.
para a agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de
Alta qualidade de cozimento de carvão de grau exigido na
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e
indústria siderúrgica está em falta. O Brasil possui extensas
pelo zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de
reservas de terras raras, minerais essenciais à indústria de alta
800 mil habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por
tecnologia. De acordo com a Associa-ção Mundial do Aço, o
programas de pesquisa e extensão rural, notadamente através da
Brasil é um dos maiores produtores de aço do mundo, tendo
Embrapa. A linha especial de crédito para mulheres e jovens agricul-tores estado sempre entre os dez primeiros nos últimos anos.
visa estimular o espírito empreendedor e a inovação.
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O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à
tecnologia superior e organização, têm virado sucesso mundial. Essas multinacionais têm feito essa transição, investindo maciçamente no
exterior, na região e fora dela, e assim realizando uma parcela crescente de suas receitas a nível internacional. O Brasil também é pioneiro
nos campos da pesquisa de petróleo em águas profundas, de onde 73% de suas reservas são extraídas. De acordo com estatísticas do
governo, o Brasil foi o primeiro país capitalista a reunir as dez maiores empresas montadoras de automóvel em seu território nacional.

Maiores companhias brasileiras

Vendas líquidas Lucro


Ranking Empresa Setor Empregados
(em US$ mil) (em US$ mil)
1 Petrobras 109.713.317 7.930.628 Energia 61.878
2 BR Distribuidora 39.024.536 907.888 Atacado 4.490
3 Vale 28.989.381 1.984.724 Mineração 52.379
4 Ipiranga Produtos 23.596.553 354.120 Atacado 2.222
5 Volkswagen 13.440.970 NI Autoindústria 22.350
6 Cargill 11.914.854 187.105 Bens de Consumo 7.210
7 Fiat 11.708.782 589.757 Autoindústria 19.250
8 Vivo 11.484.417 2.161.051 Telecomunicações 12.999
9 Raízen 11.175.972 NI Atacado NI
10 Bunge 11.099.381 40.493 Bens de Consumo 6.689
11 Braskem 10.415.966 -523.218 Química e Petroquímica 4.957
12 Pão de Açúcar 9.617.171 393.908 Varejo 60.923
13 TIM 9.096.032 752.808 Telecomunicações NI
14 JBS 8.281.437 374.428 Bens de Consumo NI
15 Nova Casa Bahia 8.015.157 NI Varejo 55.794
16 General Motors 7.314.356 NI Autoindústria NI
17 BRF 7.193.845 10.439 Bens de Consumo 54.079
18 Walmart 7.193.207 NI Varejo NI
19 E.C.T. 7.052.055 450.096 Serviços 117.900
20 Carrefour 7.016.532 NI Varejo NI
21 Ambev 6.584.737 3.281.074 Bens de Consumo 18.911
22 TAM 6.511.745 NI Transporte NI
23 Telefônica 6.503.437 1.330.913 Telecomunicações 5.494
24 ArcelorMittal Brasil 6.448.569 48.507 Siderurgia e Metalurgia 8.406
25 Telemar 6.034.405 229.589 Telecomunicações NI
26 Atacadão 5.805.044 NI Varejo NI
27 Claro 5.765.128 -512.566 Telecomunicações NI
28 Usiminas 5.761.845 -551.432 Siderurgia e Metalurgia 13.814
29 Cosan CL 5.526.630 NI Atacado NI
30 Oi - TNL PCS 5.463.309 1.005.258 Telecomunicações NI
31 ADM 5.440.035 NI Produção Agropecuária 3.930
32 Sabesp 5.420.211 1.096.657 Serviços 15.019
33 Samsung 5.414.907 NI Eletroeletrônico 10.309
34 CRBS 5.410.005 959.151 Bens de Consumo 9.006
35 Ford 5.406.263 NI Autoindústria NI
36 CSN 5.371.239 -630.405 Siderurgia e Metalurgia 21.232
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37 Embraer 5.164.097 324.189 Autoindústria 16.325


38 Embratel 5.113.550 262.077 Telecomunicações 7.540
39 AES Eletropaulo 5.027.268 96.209 Energia 5.872
40 Mercedes-Benz 4.889.555 NI Autoindústria 14.300
41 Copersucar-Cooperativa 4.887.529 -1.284 Energia NI
42 Renault 4.822.683 194.740 Autoindústria 6.300
43 Cemig Distribuição 4.797.385 83.921 Energia 6.415
44 Toyota 4.770.628 NI Autoindústria 5.228
45 Globo 4.757.670 1.102.327 Comunicações NI
46 Louis Dreyfus 4.740.726 -59.565 Produção Agropecuária 2.899
47 Construtora Odebrecht 4.696.447 279.615 Indústria da Construção 127.056
48 Ale 4.524.380 20.389 Atacado 1.159
49 Gerdau Aços Longos 4.156.256 224.942 Siderurgia e Metalurgia NI
50 Amil 4.052.127 20.959 Serviços 19.160
51 Eletrobras Furnas 3.848.327 -800.679 Energia 4.567
52 Itaipu Binacional 3.797.867 NI Energia 3.458
53 MAN Latin America 3.736.430 NI Autoindústria 1.825
54 GOL 3.623.382 -624.433 Transporte 17.676
55 Oi 3.542.076 -166.437 Telecomunicações 16.678
56 Light Sesa 3.529.289 179.539 Energia 3.955
57 Lojas Americanas 3.457.732 209.332 Varejo 17.180
58 Unilever 3.432.548 NI Bens de Consumo NI
59 Coamo 3.395.832 145.727 Produção Agropecuária 5.898
60 Magazine Luiza 3.391.875 -17.649 Varejo 25.183
61 Samarco 3.306.189 1.260.703 Mineração 2.517
62 Basf 3.302.819 118.502 Química e Petroquímica 4.014
63 CPFL Paulista 3.290.205 262.113 Energia 2.899
64 GE 3.271.016 NI Eletroeletrônico NI
65 Whirlpool 3.199.179 239.358 Eletroeletrônico 18.335
66 Honda Automóveis 3.185.888 NI Autoindústria 3.542
67 Moto Honda 3.172.971 NI Autoindústria 10.903
68 Natura 3.154.454 397.547 Bens de Consumo 6.683
69 Makro 3.111.820 14.214 Atacado NI
70 Souza Cruz 3.071.878 789.538 Bens de Consumo 7.400
71 Chesf 3.026.714 -3.327.237 Energia 5.631
72 Cencosud 2.989.720 -34.852 Varejo 34.712
73 Copel 2.974.288 -93.334 Energia 7.169
74 Coelba 2.934.634 353.811 Energia 2.516
75 Peugeot Citroën 2.854.710 NI Autoindústria 5.171
76 Amaggi 2.853.251 38.126 Atacado 1.065
77 Votorantim Cimentos 2.827.922 416.579 Indústria da Construção 7.711
78 Bayer 2.774.254 231.196 Química e Petroquímica 3.871
79 Transpetro 2.696.662 359.750 Transporte 11.030
80 Heringer 2.679.136 -3.680 Química e Petroquímica 3.752
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81 Comgás 2.665.032 219.978 Energia 1.041


82 Raízen Energia 2.649.757 115.281 Energia NI
CNH/ Case New
83 2.628.726 60.658 Autoindústria 4.736
Holland
84 Gerdau Açominas 2.603.710 82.741 Siderurgia e Metalurgia NI
85 Syngenta 2.577.273 NI Química e Petroquímica 1.803
86 Tag 2.565.325 780.654 Transporte 23
87 Nextel 2.549.897 187.776 Telecomunicações 6.450
88 Cielo 2.528.250 1.180.493 Serviços 892
89 Suzano 2.516.592 877 Papel e Celulose 6.232
90 Ponto Frio 2.478.936 75.059 Varejo 10.867
91 Camargo Corrêa 2.414.328 93.578 Indústria da Construção 17.203
92 Bunge Fertilizantes 2.398.281 -450.712 Química e Petroquímica NI
93 P&G Industrial 2.366.307 NI Bens de Consumo 1.156
94 Paranapanema 2.356.508 -144.471 Siderurgia e Metalurgia 2.225
95 Cemig GT 2.342.183 862.105 Energia 1.724
96 Nestlé 2.322.018 NI Bens de Consumo NI
97 Marfrig 2.292.167 -262.514 Bens de Consumo 10.435
98 Braskem Qpar 2.280.640 -116.343 Química e Petroquímica 952
99 Eletronorte 2.261.217 -404.598 Energia 3.757
100 B2W 2.237.813 -139.172 Varejo NI

Fonte: Exame 2013.


Energia
O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir a dependência do petróleo importado. As importações eram
respon-sáveis por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil
é um dos principais produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca de 108.000 megawatts. Hidrelétricas
existentes fornecem 80% da eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900 megawatts de Itaipu, no rio Paraná (a maior
represa do mundo) e da barragem de Tucuruí no Pará, no norte do Brasil, estão em operação. O primeiro reator nuclear comercial do
Brasil, Angra I, localizado perto do Rio de Janeiro, está em operação há mais de 10 anos. Angra II foi concluída em 2002 e está em
operação também. Angra III tem a sua inaugu-ração prevista para 2014. Os três reatores terão uma capacidade combinada de 9.000
megawatts quando concluídos. O governo também planeja construir mais 17 centrais nucleares até ao ano de 2020.

Situação econômica
Somente em 1808, mais de trezentos anos depois de ser descoberto por Portugal, é que o Brasil obteve uma autorização do governo
portu-guês para estabelecer as primeiras fábricas.
No século XXI, o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. Se, pelo menos até meados do século XX, a pauta de suas
exporta-ções era basicamente constituída de matérias-primas e alimentos, como o açúcar, borracha e ouro, hoje 84% das exportações se
constituem de produtos manufaturados e semimanufaturados.
O período de grande transformação econômica e crescimento ocorreu entre 1875 e 1975.
Nos anos 2000, a produção interna aumentou 32,3% . O agronegócio (agricultura e pecuária) cresceu 47%, ou 3,6% ao ano, sendo o setor
mais dinâmico - mesmo depois de ter resistido às crises internacionais, que exigiram uma constante adaptação da economia brasileira.
A posição em termos de transparência do Brasil no ranking internacional é a 75ª de acordo com a Transparência Internacional. É igual
à posição da Colômbia, do Peru e do Suriname.

Controle e reforma
Entre as medidas recentemente adotadas a fim de equilibrar a economia, o Brasil realizou reformas para a sua segurança social e para os
sistemas fiscais. Essas mudanças trouxeram consigo um acréscimo notável: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla as despesas públicas
dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal. Ao mesmo tempo, os investimentos foram feitos no sentido da eficiência da administração e
políticas foram criadas para incentivar as exportações, a indústria e o comércio, criando ―janelas de oportunidade‖ para os in-vestidores locais e
internacionais e produtores. Com estas mudanças, o Brasil reduziu sua vulnerabilidade. Além disso, diminuiu drasticamente as importações de
petróleo bruto e tem metade da sua dívida doméstica pela taxa de câmbio ligada a certificados. O país viu suas exportações
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crescerem, em média, a 20% ao ano. A taxa de câmbio não Países que o Brasil mais importou: Estados Unidos, China,
coloca pressão sobre o setor industrial ou sobre a inflação (em Argentina e Alemanha
4% ao ano) e acaba com a possibilidade de uma crise de liquidez. Países que o Brasil mais exportou (2011): China, Estados
Como resul-tado, o país, depois de 12 anos, conseguiu um saldo Unidos, Argentina, Holanda e Japão
positivo nas contas que medem as exportações/importações, Principais produtos exportados pelo Brasil: minério de
acrescido de juros, serviços e pagamentos no exterior. Assim, fer-ro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e
respeitados economistas dizem que o país não será derivados; automóveis; açúcar de cana; aviões; carne bovina; café
profundamente afetado pela atual crise econômica mundial. e carne de frango.
Políticas Principais produtos importados pelo Brasil: petróleo
O apoio para o setor produtivo foi simplificado em todos os bruto; circuitos eletrônicos; transmissores/receptores; peças para
níveis; ativos e independentes, o Congresso e o Poder Judiciário veículos, medicamentos; automóveis, óleos combustíveis; gás
procederam à avaliação das normas e regulamentos. Entre as natural, equi-pamentos elétricos e motores para aviação.
prin-cipais medidas tomadas para estimular a economia estão a Organizações comerciais que o Brasil pertence: Mercosul,
redução de até 30% do Imposto sobre Produtos Industrializados Unasul e OMC (Organização Mundial de Comércio)
(IPI) e o investimento de US$ 8 bilhões em frotas de transporte
rodoviário de cargas, melhorando assim a logística de
Tipos de energia consumida no Brasil
distribuição. Recursos adicionais garantem a propagação de
Petróleo e derivados: 37,9%
telecentros de negócios e in-formações.
A implementação de uma política industrial, tecnológica e de
Hidráulica: 15,2%
comércio exterior, por sua vez, resultou em investimentos de US$ Gás natural: 8,8%
19,5 bilhões em setores específicos, como softwares e semicondu- Carvão Mineral: 4,8%
tores, farmacêutica e medicamentos e no setor de bens de capital. Biomassa: 21,8%
Lenha: 10,1%
Renda Nuclear: 1,4%
O salário mínimo ainda é muito baixo no Brasil. O PIB per ca-
pita do país gera em torno de R$21.252 ou US$ 12.144. Um estudo
da Fundação Getúlio Vargas, com base em dados do IBGE, elabo-rou
A POPULAÇÃO BRASILEIRA: A
uma lista das profissões mais bem pagas do Brasil. Os valores podem
variar muito de acordo com o estado da federação em que o
SOCIEDADENACIONAL,ANOVADINÂMICA
profissional vive. As carreiras de Direito, Administração e Medicina DEMOGRÁFICA, OS TRABALHADORES E
ficaram entre as mais bem pagas, seguidas por algumas Engenharias. O MERCADO DE TRABALHO, A QUESTÃO
AGRÁRIA, POBREZAEEXCLUSÃOSOCIALE
Informações, índices e dados da economia brasileira. O ESPAÇO DAS CIDADES.
Moeda: Real (símbolo R$)
PIB (Produto Interno Bruto): previsão de 2014 R$ 4,91
tri-lhões ou US$ 2,215 trilhões * taxa de câmbio usada US$ 1,00
= R$ 2,22. População Brasileira
Renda per Capita (PIB per capita): R$ 22.402 (IBGE 2012).
Coeficiente de Gini: 0,56 (baixo). O estudo da população de uma área qualquer deve se iniciar
Evolução do PIB nos últimos anos: 2,7% (2002); 1,1% pelas informações quantitativas básicas, ou seja, os valores de sua
(2003); 5,7% (2004); 3,2% (2005); 4 % (2006); 6,1% (2007); população relativa, esta também denominada de densidade de-
5,2% (2008); - 0,3% (2009); 7,5% (2010); 2,7% (2011). mográfica. A população absoluta corresponde ao número total de
Crescimento do PIB no 3º trimestre de 2012: 0,6% (entre habitantes de uma determinada área. Trata-se de uma informação
julho e setembro) em relação ao 2º trimestre de 2012. Em relação
importante, uma vez que através dela pode-se ter uma ideia de um
ao 3º trimestre de 2011, cresceu 0,9%.
eventual mercado de consumo, ou da disponibilidade de mão-de-o-
Taxa de investimentos: 18,7% do PIB
Taxa de poupança: 15,6% do PIB bra na região, ou ainda da necessidade e do porte dos investimentos
Força de trabalho: 104 milhões governamentais para o conjunto da população. Quando uma certa
Inflação: 5,84% porção do espaço apresenta uma elevada população absoluta, é con-
Taxa de desemprego: 4,9% siderada uma área populosa, o Brasil apresenta atualmente uma po-
Taxa básica de Juros do Banco Central (SELIC): 7,25% pulação de 202.553.984 habitantes. Essa quantia faz do país a quinta
ao ano Salário Mínimo Nacional: R$ 678,00 (a partir de 1º de nação mais populosa do planeta, ficando atrás apenas da China e
janeiro de 2013) Índia, Estados Unidos e Indonésia, respectivamente. O Brasil é um
Dívida Externa: US$ 271 bilhões país populoso, porém, é uma nação pouco povoada, com baixo índi-
ce de densidade demográfica. A densidade demográfica é o resultado
Comércio Exterior: da divisão da população de um determinado lugar por sua extensão
Exportações: US$ 256,041 bilhões territorial. São 202.553.984 pessoas em uma extensão territorial de
Importações: US$ 226,251 bilhões 8.547.403,5 km², apresentando aproximadamente 23,70 habitantes
Saldo da balança comercial: US$ 29,790 bilhões (superávit) 2 2
por Km , bem distante dos 881,3 habitantes por Km de Bangladesh.
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No Brasil, o instrumento de coleta de dados demográficos é o A Distribuição da População Brasileira


recenseamento ou censo. O órgão responsável pela contagem da O início e a evolução do povoamento do território brasileiro
população é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- pelos portugueses teve um caráter marcadamente periférico. Um dos
ca), que realiza a pesquisa por meio de entrevistas domiciliares. fatores responsáveis por isso foi o interesse mercantilista da época;
O conhecimento quantitativo da população é de fundamental visava-se apenas à exploração imediata das riquezas coloniais, sem
impor-tância, pois esses dados possibilitarão a realização de preocupação com a colonização definitiva. As poucas cidades e vi-
estimativas sobre mercado de consumo, disponibilidade de mão las, assim como todas as áreas agrícolas, concentravam-se na costa
de obra, além de planejamentos para a elaboração de políticas atlântica, elo de união com a Metrópole. O Tratado de Tordesilhas,
públicas destinadas à saúde, educação, infraestrutura, etc. que estabelecia os limites dos territórios na América entre Portugal e
O primeiro censo demográfico realizado no Brasil foi em Espanha, foi sendo gradativamente desrespeitado.
1872, nessa ocasião a população totalizava 9.930,478 habitantes, Durante os séculos XVII e XVIII, com as bandeiras, a mine-
em 1900 era de 17.438.434, já em 1950 a população era de ração, a penetração pelo vale do rio Amazonas e a expansão da
51.944.397, no ano 2000 a quantidade de habitantes do Brasil pe-cuária no vale do São Francisco e o sertão do Nordeste,
registrada foi de 169.590.693. ocorreu o maior povoamento do interior. Formaram-se, na
Conforme estimativas do IBGE, a população brasileira em verdade, ―ilhas‖ de povoamento, pois a maior parte da população
2050 será de aproximadamente 260 milhões de pessoas, ainda continuou próxima ao litoral.
apresentan-do um aumento populacional de quase 67 milhões de No final do século XIX e início do século XX, tivemos a fase
habitantes em relação à população atual. de exploração da borracha na Amazônia, que, embora tenha du-
Em razão do constante aumento populacional ocorrido no rado pouco tempo, no Sudeste, ocorria a ―marcha do café‖, pro-
Bra-sil, principalmente a partir da década de 1960, piciando o avanço da povoação para o interior do estado de São
intensificando-se nas últimas décadas, o país ocupa hoje a quinta Paulo e norte do Paraná. Após a segunda Guerra Mundial, e
posição dos países mais populosos do planeta, ficando atrás princi-palmente durante o governo de Juscelino Kubtschek
apenas da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. De acordo (1956-1960), ocorreu um grande desenvolvimento industrial no
com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Sudeste. Essa industrialização, que se estende até hoje, tem
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), a atraído contingentes populacionais de todas as outras regiões.
população brasileira atingiu a marca de 190.755.799 habitantes.
População por município em 2010
No Brasil, o crescimento vegetativo é o principal responsável
pelo aumento populacional, já que os fluxos migratórios
A população brasileira é muito desigualmente distribuída no
ocorreram de forma mais intensa entre 1800 e 1950. Nesse território, com um forte contraste entre litoral e interior, o
período, a popula-ção brasileira totalizava 51.944,397 habitantes, primeiro é densamente povoado, enquanto o último é muito
bem longe dos atuais 190.755.799. menos ocupa-do. Esse contraste reflete os efeitos do processo de
A população relativa, ou densidade demográfica, corresponde à processo de co-lonização e assentamento do território que foi
relação entre o número de habitantes de uma determinada área e sua feito, basicamente, a partir do litoral para o interior, de leste a
extensão territorial. É obtida através da divisão da população oeste e, secundariamente, de sul para norte.
absoluta pela área territorial. Diz-se que uma área é povoada quando Até as áreas de concentração têm ocupação desigual: mesmo
apresenta uma elevada densidade demográfica; quando sua densida- em estados com grandes contingentes populacionais grandes la-
de é muito baixa, diz-se que é um vazio demográfico. A taxa de po- cunas aparecem, e apenas São Paulo, o Paraná, Rio de Janeiro,
pulação relativa do Brasil coloca-o entre os países menos povoados Sergipe e Alagoas estão com seu território ocupado de maneira
do planeta. É importante ressaltar que a densidade demográfica é um quase contínua.
dado que nos fornece a distribuição teórica, e não real, da população No resto do país, a distribuição da população está
pelo país. Entretanto, quando a densidade demográfica é alta, como a relacionada com redes de transportes, vias navegáveis (na
de alguns países europeus ou de leste-sudeste asiático, pode-se supor Amazônia) e rodo-vias: pode-se seguir no mapa, marcado pelas
que ela se aproxime bastante da realidade. Isso porque alguns desses sedes dos municípios, as principais rodovias amazônicas (BR364
Cuiabá-Porto Velho, BR163 Cuiabá-Santarém, BR010 Brasília-
países têm pequena extensão territorial e, consequentemente,
Belém, BR230 Transa-mazônica).
disponibilidade mínima de espaço, ocorrendo, assim, uma ocupação
mais homogênea de todo o território.
Se a densidade demográfica é baixa, como no caso do Brasil,
Canadá e outros países, a situação efetiva da distribuição da popu-
lação pode ou não coincidir com o índice de população relativa. A
população relativa do Brasil é reflexo de sua grande extensão
terri-torial, e a baixa densidade demográfica não retrata a
realidade na-cional. Isso porque a população está muito mal
distribuída: cerca de 90% dela se concentram próximo ao Oceano
Atlântico, numa faixa que raramente ultrapassa 600km de largura.
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Malha municipal - Área dos municípios

Causa e consequência desses contrastes de povoamento, as diferenças entre os municípios são enormes, se os menores são
semelhantes aos seus equivalentes europeus, outros são do tamanho de países do velho continente. Entre o menor, Santa Cruz de Minas
(Minas Gerais, 3,6 km2) e o maior, Altamira (Pará, 159.533km2), a proporção é demais de 1para 44.000. Quatro municípios, todos
localizados na Amazônia ultrapassam os 100000 km2(a área sua combinada é quase do tamanho da França). Ao somaras áreas dos dez
primeiros (de mais de 5.000 no total), chegamos a 11%do país, juntos eles representam a mesma área que os 3.450 menores juntos.
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Os casos extremos

Densidades

Densidade populacional por município em 2010

A distribuição de densidades obedece a uma lógica claramente Leste-Oeste, o resultado do processo de ocupação e colonização a
partir da costa. Assim, as maiores densidades estão na parte mais próxima do litoral no Nordeste, no Sudeste e no Sul, elas podem ultra-
passar a marca das 10 000pessoas por quilômetro quadrado nas capitais.

Dividindo os 5.565municípiosem três grupos iguais, constrói-se um mapa de densidades contrastantes: a maior parte da Amazônia e
do Centro-Oeste tem densidades muito baixa, entre 0,13e 16habitantes por quilômetro quadrado, onde se destacam apenas as capitais e
alguns municípios que têm entre 16e 38habitantes por quilômetro quadrado.

A zona litorânea tampouco é homogênea: quase deserta ao norte do Rio Amazonas, ela é dividida em duas partes, de ambos os lados
de um centro pouco ocupado (sul da Bahia e Espírito Santo).

No Nordeste, o contraste nacional, entre o litoral e interior, é reiterado. No Sudeste e no Sul, no entanto, a densidade continua a ser
elevada em muitas áreas próximas da fronteira ocidental do país, é o único lugar onde o Brasil mais povoado tem certa ―profundidade‖,
mas a densidade cai drasticamente na fronteira entre os estados de São Paulo e do Paraná, no leste, e do Mato Grosso do Sul, no oeste.
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A população Absoluta por Regiões

O Sudeste é a região mais populosa do país, em função de seu alto grau de desenvolvimento econômico-industrial, que desde a
década de 1930 transformou-a num grande polo de atração populacional. Segunda região em população absoluta, o Nordeste se caracteriza
por uma alta taxa de natalidade, que supera a taxa de mortalidade e a grande emigração. O forte povoamento regional deve-se também a
fatores históricos, uma vez que foi em sua faixa litorânea que tiveram início o povoamento do Brasil e seu aproveitamento econômico. O
Sul é a terceira região brasileira em população absoluta. Seu povoamento deveu-se, sobretudo a maciça entrada de imigrantes europeus, no
final do século passado, que para ali foram atendendo à política imigratória do governo, que desejava povoar a região. Hoje também o fato
de ser a segunda região brasileira em produção econômica, atraindo grande número de migrantes internos.
A Região Norte é pouco populosa em função de dois aspectos muito marcantes: sua paisagem natural – onde se destacam uma
floresta muito fechada e um clima super úmido – e sua economia, que sempre esteve ligada ao extrativismo. Mais recentemente, com a
implantação de projetos hidrelétricos, minerais e industriais, sua população cresceu rapidamente, passando do quinto para o quarto lugar.
O Centro-Oeste é a região menos populosa do país, tendo em vista sua atividade básica – a pecuária extensiva – não exigir muita mão-de-
obra. Além disso, houve a introdução da lavoura comercial intensamente mecanizada, que também não gera muito emprego, não atraindo
migrantes para a região e não oferecendo grandes perspectiva para quem nasce lá, que, por isso, acaba emigrando.

A População Relativa por Regiões

A população relativa brasileira, em função da grande extensão territorial, é relativamente baixa. Além de ter uma baixa densidade de-
mográfica, o Brasil apresenta uma distribuição irregular dos habitantes pelo território. A região Sudeste é a de maior densidade
demográfica, devido, como já vimos, ao seu maior desenvolvimento econômico. A industrialização atraiu para a região grande número de
imigrantes, vindos de todas as partes do país, tornando-a a mais populosa e mais povoada região brasileira. A região sul é a segunda em
densidade demográfica, em função de dois fatores: é como o Sudeste, uma região bastante rica (o que concentra população), e é formada
apenas por três estados, fato que por si só já contribui para elevar a densidade regional. O Nordeste, muito populoso, é a segunda região
em população absoluta. Entretanto, sua densidade demográfica é bem menor que a do Sudeste e do Sul, devido à sua grande área e ao fato
de ser área de saída de população, tendo em vista seus graves problemas sociais e econômicos.
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O Centro-Oeste é a quarta região brasileira em densidade Taxa de mortalidade: o Brasil apresenta uma elevada taxa
demográfica, em função de sua extensa área e de sua economia de mortalidade, também comum em países subdesenvolvidos,
baseada na agropecuária desenvolvida com pouca mão-de-obra. enqua-drando-se entre as nações mais vitimadas por moléstias
A região mais vazia do país é o Norte. Sua baixa densidade de- infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo
mográfica retrata a pequena participação da região na economia desenvolvido. Desde 1940, a taxa de mortalidade brasileira
brasileira e sua grande área territorial (45,25% do território nacio- também vem cain-do, como reflexo de uma progressiva
nal). As áreas de densidade demográfica mais elevada – o popularização de medidas de higiene, principalmente após a
Sudeste, o Sul e a porção oriental do Nordeste – historicamente Segunda Guerra Mundial; da am-pliação das condições de
foram as primeiras a serem povoadas e são as que concentram a atendimento médico e abertura de postos de saúde em áreas mais
produção econômica do país. distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento
quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar.
As Formas de Crescimento Populacional Taxa de mortalidade infantil: De 2000 para 2010, a taxa de
Existem duas maneiras de a população de um país crescer mortalidade infantil caiu de 29,7‰ para 15,6‰, o que representou
nu-mericamente: o movimento vertical e o movimento horizontal. decréscimo de 47,6% na última década. Com queda de 58,6%, o
O movimento vertical é fundamentado na diferença entre a Nordeste liderou o declínio das taxas de mortalidade infantil no país,
quantida-de de crianças que nascem anualmente e a quantidade passando de 44,7 para 18,5 óbitos de crianças menores de um ano por
de pessoas que morrem, nesse mesmo ano, indicada através de mil nascidas vivas, apesar de ainda ser a região com o maior
valores por-centuais (%), ou em milhagem (‰). A diferença entre indicador. O Sul manteve os menores indicadores em 2000
as duas taxas será, então, a taxa de crescimento da população. A (18,9‰) e 2010 (12,6‰).
esse resultado denominamos crescimento natural ou crescimento Na última década, a diminuição das desigualdades sociais e
vegetativo. Já o movimento horizontal corresponde às migrações regionais contribuiu para a formação do quadro atual de baixa na
(deslocamento das pessoas de uma área para outra, onde fixam mortalidade infantil e de maior convergência entre as regiões. To-
residência). Esse processo afeta diretamente o número de davia, ainda há um longo caminho a percorrer para que o Brasil se
habitantes das duas áreas, a de origem e a de destino. aproxime dos níveis das regiões mais desenvolvidas do mundo,
Taxa de fecundidade: O número médio de filhos tidos nas- em torno de cinco óbitos de crianças menores de um ano para
cidos vivos por mulher ao final de seu período fértil, no Brasil, foi de cada mil nascidas vidas.
1,86 filho em 2010, bem inferior ao do Censo 2000, 2,38 filhos. Essa Crescimento vegetativo: a população de uma localidade
diminuição dos níveis de fecundidade ocorreu em todas as grandes qualquer aumenta em função das migrações e do crescimento ve-
regiões brasileiras. Os maiores declínios foram observa-dos nas getativo. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migra-
regiões Nordeste e Norte, que possuíam os mais altos ní-veis de ções para o aumento populacional. Assim, como esse aumento é
fecundidade em 2000. Entre as unidades da federação, a mais baixa alto, conclui-se que o Brasil apresenta alto crescimento vegetati-
taxa de fecundidade pertence ao Rio de Janeiro (1,62 filho por vo, a despeito das altas taxas de mortalidade, sobretudo infantil. A
mulher), seguido por São Paulo (1,63) e Distrito Federal (1,69). A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de uma taxa bruta de
mais alta foi a do Acre (2,77 filhos por mulher). natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para cada grupo
de mil pessoas ao ano, e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰
— ou seja 6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam
um crescimento vegetativo anual de 12,68.
Expectativa de vida: no Brasil, a expectativa de vida está
em torno de 76 anos para os homens e 78 para as mulheres. Dessa
forma, esse país se distância das nações paupérrimas, em que essa
expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e ou-
tras), mas ainda não alcança o patamar das nações desenvolvidas,
onde a expectativa de vida ultrapassa os 75 anos (Noruega, Suécia
e outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de
mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. As-
sim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade,
ocorre uma elevação da expectativa de vida.
Taxa de natalidade: As taxas de natalidade do Brasil,
enqua-dradas entre as mais elevadas do mundo, vêm decrescendo
niti-damente nos últimos anos. A análise desse declínio nas taxas
de natalidade do país deve ser paralela à análise do processo de
O padrão de fecundidade das mulheres brasileiras também so-
urba-nização da população brasileira, particularmente a partir de
freu alterações entre 2000 e 2010. A tendência observada até então 1940. Direta ou indiretamente, as variações no número de
era de rejuvenescimento, isto é, uma maior concentração dos ní-veis nascimentos estão relacionadas às implicações socioeconômicas
de fecundidade nas idades mais jovens. Em 2010, ocorre uma decorrentes do processo de urbanização do país. Entre inúmeros
mudança, e os grupos de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos de idade, que outros, costu-mam-se destacar como fatores inibidores da
concentravam 18,8% e 29,3% da fecundidade total em 2000, natalidade, principal-mente após 1970, os seguintes:
respectivamente, passaram a concentrar 17,7% e 27,0% em 2010. - no meio urbano, a idade média para o casamento é maior
Para os grupos de idade acima de 30 anos, observa-se um aumento de que no meio rural, diminuindo, assim, o período social de
participação, de 27,6% em 2000 para 31,3% em 2010. fertilidade e, consequentemente, a média de filhos por família;
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nas áreas urbanas, o custo da criação dos filhos é muito elevado,


pois as exigências são maiores (educação, vestuário, transporte, etc.);
a integração da mulher no campo de trabalho promoveu uma
queda na natalidade, devido às restrições à gravidez no trabalho e à
falta de creches. Essa é também uma das razões que explicam o
eleva-do número de abortos realizados anualmente no país;
como consequência da urbanização, houve maior acesso a
mé-todos anticoncepcionais, especialmente na última década.

Estrutura Etária da População Brasileira

Em função das transformações ocorridas nos últimos anos, espe-


cialmente no que se refere à natalidade (o número de crianças na faixa de
1 a 4 anos alcançou um total inferior ao das crianças de 5 a 9), a pirâmide
etária do Brasil começou a assumir uma nova forma. A ainda
significativa juventude da população brasileira, quase metade do total da
população, se por um lado poderia ser considerada uma vantagem para o
país, do ponto de vista da potencialidade da força de trabalho, por outro
gera uma série de problemas sociais e econômicos, como:
necessidade de grandes investimentos em setores como
educa-ção e saúde, e na ampliação do mercado de trabalho;
excessiva oferta de mão-de-obra, uma vez que as vagas no mer-cado
de trabalho não acompanham o seu crescimento, o que determina a
proliferação dos baixos salários, do subemprego e do desemprego;
alto percentual de inativos ou dependentes, uma vez que
apro-ximadamente 1/3 da população brasileira tem menos de 14
anos de idade.
O modelo de desenvolvimento da sociedade brasileira não optou
pelo preparo educacional ou profissional dessa juventude, nem pela
valorização de seus recursos, e o que se vislumbra para o país, num
futuro próximo, é o agravamento dos problemas sociais já conside-
rados insuportáveis hoje. Os dados do Censo 2010, divulgados pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que,
no máximo 40 anos, a pirâmide etária brasileira será semelhante à da
França atual. O país terá taxa de natalidade mais baixa e, com isso,
média de idade maior. Há 50 anos, o país tinha o mesmo perfil etário
do continente africano hoje: muitos jovens e crianças. Desde então, a
população do país cresce em ritmo cada vez mais lento.
De acordo com o IBGE, a expansão demográfica média anual foi de
apenas 1,17% nos últimos dez anos, ante 1,64% na década anterior. Nos
anos 60, era de 2,89%. A população do país deve continuar a crescer por
mais duas gerações até os anos 2030. Depois, deve es-tacionar ou até
diminuir. O país deve começar a se preparar para as transformações que
já acontecem em países como a França. Temos a oportunidade de
antecipar discussões como a da reforma da Previ-dência. Com um
número de pessoas em idade ativa menor do que o de idosos, a solvência
do sistema ficará ameaçada. Porém, até atingir esse estágio, o país será
beneficiado pelo chamado ―bônus demográ-fico‖, caracterizado pela
maior presença de adultos na sociedade. O predomínio da população
produtiva vai dar condições de minimizar o impacto do envelhecimento
nas contas públicas. A redução do nú-mero de crianças deve permitir ao
país melhorar acesso e qualidade da educação sem aumentar muito os
investimentos. Haverá também transformações no mercado de produtos e
serviços. Com mais adultos e idosos, são esperadas mudanças nos
serviços de saúde, na constru-ção civil e até em lazer. O país vai ter cada
vez mais idosos levando vida ativa. A economia vai ter que se adaptar às
novas necessidades de consumo dessa população.
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Estrutura por Atividade

O estudo da distribuição da população por atividades econômicas e profissionais se realiza a partir da análise da chamada População
Economicamente Ativa (PEA) e da População Não-Economicamente Ativa (PNEA), também conhecida como População
Economicamente Inativa (PEI). De forma geral, considera-se como População Economicamente Ativa, ou PEA, a parcela da população
absoluta que, tendo mais de 10 anos (no caso do Brasil, mais de 16 anos), está voltada pra o mercado de trabalho, tanto a que está
efetivamente empregada, quan-to a que está procurando emprego. A População Economicamente Inativa, ou PEI, é portanto, a parcela da
população que não está envolvida com o mercado de trabalho, ou seja, é a que não está trabalhando, nem está à procura de emprego.
Nesse caso, incluem-se as crianças com menos de 10 anos de idade (menos de 16 no Brasil), os idosos e aposentados, os inválidos e as
donas de casa, pois o trabalho doméstico, quando não é realizado por empregados, não é considerado atividade econômica. A População
Economicamente Ativa costuma ser agrupada em três setores de atividades econômicas.

Setores Atividades
Primário Relacionadas com o campo, com a agropecuária e o extrativismo.
Secundário Relacionadas diretamente com a produção industrial, a construção civil e a mineração.
Terciário Relacionadas com a prestação de serviços (educação, saúde, lazer, serviços bancários etc.) e o comércio.

A distribuição da População Economicamente Ativa pelos setores de atividade apresenta grandes diferenças entre países com distintos níveis
de desenvolvimento. Países desenvolvidos, como a Alemanha, em geral têm sua População Economicamente Ativa concentrada no setor terciário,
como produto de seu progresso econômico e social, e uma parcela muito pequena no setor primário, altamente, mecanizado. Já em países
subdesenvolvidos, como a Indonésia, o setor primário emprega a maioria dos trabalhadores, resultado do elevado grau de atraso econômico e
tecnológico. Há ainda países em estágio intermediário, como a Polônia, que embora apresente predomínio da População Eco-nomicamente Ativa
no setor terciário, ainda tem um setor primário significativo, pois não dispõe de alta mecanização agrícola.

População Economicamente Ativa Brasileira


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Os Indicadores Sociais no Brasil O Índio: Nunca se fizeram levantamentos precisos sobre o


número de indígenas no Brasil, até porque muitos grupos nativos
Analisando-se os dados coletados e divulgados pelo IBGE, é mantiveram-se distantes do contato com a civilização. Entretan-
possível afirmar-se que houve uma melhora nas condições sociais de to, estima-se que houvesse, no século XVI, um número entre 4 e
grande parcela da população brasileira. Entre os principais indicado- 5 milhões de índios que, ao longo dos quatro séculos de aproxi-
res dessa melhora, destacam-se o índice de distribuição de renda, o mação com o branco, viram-se reduzidos a aproximadamente 320
nível de escolaridade e o número de domicílios que dispõem de bens mil indivíduos. Devido a processos contínuos de extinção – lutas,
serviços básicos. doenças, fome – e aculturação, pela qual os indígenas perdem
Distribuição de renda: A desigualdade no Brasil atingiu o suas origens culturais e linguísticas, assimilando as do homem
menor nível da história, segundo o estudo Desigualdade e Renda branco, esse número tende a diminuir ainda mais, segundo seu
na Década. O Índice de Gini chegou a 0,56 em 2010, superan-do grau de contato com o homem civilizado, os indígenas podem ser
o patamar da década de 60 (quanto mais o índice se aproxima de, clas-sificados em: isolados (sem nenhuma aproximação e
mais desigual é o país). O Instituto Brasileiro de Geografia e tornando-se cada vez mais raros); de contato intermitente
Estatística (IBGE) identificou que 16.267.197 de pessoas vivem (embora já tendo se aproximado dos brancos, conservam ainda
com renda per capita mensal de até R$ 70 no Brasil. Em 2010, a certa autonomia cultu-ral); de contato permanente; integrados
pobreza no País caiu 16% e atingiu a marca de 67,3% desde a (alfabetizados, inseridos no mercado de trabalho, com acesso aos
produtos do mercado de consumo etc.).
implantação do Plano Real: 31,9% no governo Fernando
Henrique e 50,6% durante o governo Lula, superando o período Historicamente, o que se observou não foi a tendência à in-
tegração, mas sim à extinção do índio pois, além das doenças tra-
de imple-mentação do plano.
zidas pelo contato com os brancos (gripe, sarampo, malária etc.),
Nível de alfabetização: a situação educacional da maioria da contribuíram para a extinção de vários grupos indígenas os con-
população do país ainda é extremamente grave e vergonhosa; no flitos pela posse de terra. Com a expansão das fronteiras agrícolas
entanto, houve também aí uma ligeira melhora. O porcentual de e a recente descoberta de minérios em áreas das regiões Norte e
habitantes sem instrução ou com menos de 1 ano de instrução – Centro-Oeste, tornou-se comum a invasão das reservas indígenas
os analfabetos diminuiu, enquanto o porcentual de habitantes com por grupos de posseiros e garimpeiros, tornando os conflitos
11 anos ou mais de instrução passou de 14,4% para 15,4%, nesse ainda mais frequentes e graves. Até mesmo o governo viola os
últimos anos. limites dessas reservas ao construir rodovias e hidrelétricas em
Domicílios com bens e serviços básicos: os dados mostram seus li-mites. A fundação Nacional do Índio (FUNAI) tem como
que nesse item também se verificou uma melhora. Dentre os função aplicar a legislação contida no Estatuto do Índio, que fala
servi-ços existentes, a iluminação elétrica está presente em quase em ga-rantir seus costumes e propiciar-lhes uma educação que
todos os domicílios brasileiros (97,8%) e a coleta de lixo em vise a sua integração. Para muitos, entretanto, manutenção de
87,4% das moradias. Já o serviço de abastecimento de água costumes e integração são conceitos antagônicos, pois integrar
alcança 82,7% dos domicílios e o esgotamento sanitário 67,2%. significa des-truir língua, hábitos e crenças. Veja como a
Constituição de 1988 aborda a questão do índio:
Estrutura Étnica da População Brasileira
Capítulo VIII – Dos índios
Um dos traços mais característicos da estrutura étnica da po-
pulação brasileira é a enorme variedade de tipos, resultante de Art. 231 – São reconhecidos aos índios sua organização so-
uma intensa mistura de raças. Esse processo vem ocorrendo cial, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originá-
desde o início da nossa história, portanto há quase 5 séculos. Três rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à
grupos étnicos básicos deram origem à população brasileira: o União demarcá-las, proteger e respeitar todos os seus bens.
branco, o negro e o índio. O contato entre esses grupos começou 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, e por
a ocorrer nos primeiros anos da colonização, quando os brancos eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
(portugue-ses) aqui se instalaram, aproximaram-se dos indígenas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos re-
cursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias
(nativos) e trouxeram os escravos negros (africanos). A
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
miscigenação ocorreu de forma relativamente rápida já nesse
tradições.
período, dando origem, en-tão, aos inúmeros tipos de mestiços
2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios des-
que atualmente compõem a população brasileira.
tinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclu-
Esses dados, entretanto, são muito discutíveis, porque não le- sivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
vam em conta as origens étnicas dos indivíduos, mas apenas a cor de
sua pele. Assim devem ser analisados com cautela, pois a dis- O Negro: Apesar de já ser predominante no Brasil, a popula-
criminação racial que atinge alguns grupos étnicos faz com que as ção negra ainda sofre com a desigualdade racial.
respostas dos entrevistados sejam, muitas vezes, diferentes da rea- Em comparação com o Censo realizado em 2000, o
lidade. É comum que um entrevistado negro ou índio responda ser percentual de pardos cresceu de 38,5% para 43,1% (82 milhões
mestiço, assim como indivíduos mestiços respondam ser branco. Um de pessoas) em 2010. A proporção de negros também subiu de
fato, no entanto, é inquestionável: a população brasileira tor-na-se 6,2% para 7,6% (15 milhões) no mesmo período. Esse resultado
cada vez mais miscigenada, diminuindo as diferenças mais visíveis também aponta que a população que se autodeclara branca caiu
entre os três grupos étnicos originais. de 53,7% para 47,7% (91 milhões de brasileiros).
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Essa mudança de cenário faz parte de uma mudança cultural A População Brasileira é Eminentemente Urbana
que vem sendo observada desde o Censo de 1991. O Brasil ainda
é racista e discriminatório. Não é que da noite para o dia o País O Brasil chegou ao final do século XX como um país
tenha deixado de ser racista, mas existem políticas. As demandas urbano. Este é o resultado de um processo iniciado na década de
(da população negra), a questão da exclusão, tudo isso tem feito 50 na região Sudeste. A partir de então, este contraste se acentuou
parte da agenda política. e se generalizou pelas cinco grandes regiões do país. Segundo o
O Branco: Pela primeira vez na História do Censo, a popula- último Censo realizado, a população é mais urbanizada que há 10
ção do Brasil deixa de ser predominantemente branca. Pelos anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas,
dados de 2010, as pessoas que se declararam brancas são 47,73% agora são 84%.
da po-pulação, enquanto em 2000 eram 53,74%. Nos outros Em 2010, apenas 15,65% da população (29.852.986 pes-soas)
Censos, até agora, os brancos sempre tinham sido mais que 50%. viviam em situação rural, contra 84,35% em situação urbana
Em 2010, do total de 190.749.191 brasileiros, 91.051.646 se (160.879.708 pessoas). Em 2000, da população brasileira 81,25%
declararam bran-cos – o que faz com que, apesar de continuar (137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e 18,75%
sendo o grupo com maior número de pessoas em termos (31.845.211 pessoas) em situação rural. Para se comparar, inter-
absolutos, a população branca tenha percentual menor do que a nacionalmente, o grau de urbanização no mundo há poucos anos
soma de pretos, pardos, amarelos e indígenas. ultrapassou 50%. Na União Europeia, há desde países com 61%,
A migração interna: A migração interna corresponde aos como Portugal, até outros como a França, com 85% da sua popula-
mo-vimentos populacionais que ocorrem dentro do país sem ção morando em região urbana. No BRIC, o Brasil é o que possui
alterar sua po-pulação total, embora provoquem significativas maior grau de urbanização, pois a Rússia tem 73%, a China, 47% e a
mudanças econômicas e sociais nas áreas onde acontecem. Índia, apenas 30%. Os EUA possui grau de urbanização pouco menor
Migração inter-regional: Devido a alterações históricas na do que o do Brasil: 82%. Todos esses são de acordo com o The
estrutura socioeconômica das várias regiões brasileiras, verifica- World FactBook da CIA para o ano de 2010.
mos que, em certos períodos, algumas áreas atraem populações,
enquanto outras as repelem. Podemos identificas, assim, diversas
movimentações inter-regionais relacionadas a fatos históricos.
Além dessas movimentações, há inúmeras outras em toda a his-
tória do Brasil, surgindo sempre novos fenômenos desse tipo. É o
caso, por exemplo, das atuais frentes pioneiras que avançam em
direção ao Brasil Central e Amazônia. As migrações internas,
além de refletirem no seu deslocamento as mudanças econômicas
que estão se realizando nas várias regiões, são de extrema
importância no processo de ocupação territorial do país. A região Sudeste segue sendo a região mais populosa do Bra-sil,
com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam parti-cipação
Outros Fluxos Migratórios das regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para
27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram
Dentro do país, há outros fluxos populacionais que não se seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6%
caracterizam como migrações internas, pois não são duradouros. para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).
Apresentando ritmo, dimensão e objetivos variados, são Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com
chamados migrações pendulares. Os principais são: 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos
deslocamento dos corumbás – é o fluxo de pessoas que dei- populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos
xam o agreste ou o Sertão nordestino no período seco, após a co- maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e
lheita do algodão, para trabalhar na colheita de cana-de-açúcar na Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo
Zona da Mata, regressando depois ao local de origem. Tais fluxos Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º
e refluxos de população são ritmados pela alternância de períodos para 9º) per-deram posições.
chuvosos e secos;
Como a população brasileira é predominantemente urbana -
deslocamento de boias-frias – corresponde aos movimentos
84,4% é esperado que a estrutura nacional por sexo e idade na-
de pessoas que, morando nas cidades, dirigem-se diariamente às
cional seja próxima da observada na área urbana. As diferenças
fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos
entre as estruturas etárias das áreas urbana e rural se devem prin-
fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural.
cipalmente aos fatores da dinâmica demográfica dessas duas po-
deslocamento dos habitantes de cidades-dormitórios – são
pulações. Desse modo, têm-se as áreas urbanas com níveis de fe-
movimentos pendulares, diários e constantes, que se realizam em
cundidade e de mortalidade mais baixos do que os das áreas
massa, dos núcleos residências periféricos, como bairros e
rurais e os movimentos migratórios que, na grande maioria das
cidades satélites, em direção aos centros industriais. Verificam-se
vezes, caracterizam a área urbana como de forte atração
nas zo-nas metropolitanas de grande densidade demográfica,
como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc.; populacional e a rural como expulsora. Segundo os resultados do
Censo Demo-gráfico 2000, das 5 196 093 pessoas que efetuaram
deslocamento de fins de semana e férias – realizam-se com
objetivos de lazer e descanso, sendo típicos de áreas de economia movimentos migratórios de ―data fixa‖, 75,1% eram de áreas
industrial. Periódicos e sazonais, tais movimentos estão ligados, urbanas com des-tino urbano, 12,4% eram de áreas rurais com
em geral, à população que desfruta de um padrão de vida mais destino urbano; 7,7% de áreas urbanas com destino rural; e
elevado. apenas 4,8% de áreas rurais com destino rural.
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A base mais estreita da pirâmide etária da área urbana é fruto de uma menor fecundidade. A proporção de população menor de 5 anos
de idade, nesta área, foi de 7,0%, enquanto na área rural, de 8,4%. Segundo os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
- PNAD 2009, a taxa de fecundidade total para a área urbana foi de 1,8 filho contra 2,7 filhos na área rural. Valores bastante inferiores aos
observados em 1960, 5,0 e 8,4 filhos para as áreas urbana e rural, respectivamente. O maior estreitamento da base da pirâmide etária da
área urbana pode ser constatado através da razão crianças-mulheres: 27,5 crianças menores de 5 anos de idade para cada grupo de 100
mulheres de 15 a 44 anos de idade, enquanto na área rural este valor foi de 38,9, o que representa um acréscimo de 41,4%.
É nítido também um maior contingente de população masculina na área rural. Neste caso, tem-se 111,1 homens para cada grupo de
100 mulheres, sendo que na área urbana a razão de sexo foi de 93,4 homens para cada grupo de 100 mulheres. Esta maior participação da
popu-lação masculina na área rural pode ser explicada pela seletividade da variável sexo nas correntes emigratórias de áreas rurais com
destino urbano e pela natureza específica de determinadas atividades na agropecuária e na extração.
Apesar de nascerem mais crianças do sexo masculino do que do feminino, na população como um todo, tem-se mais mulheres que
ho-mens, em virtude dos diferenciais de mortalidade existentes entre os sexos. A mortalidade masculina é superior à feminina ao longo de
toda a vida. Na ausência de erros de contagem e de declaração da idade, o comportamento das razões de sexo se aproximaria das obtidas
para a área urbana. Contudo, para área rural, a maior participação feminina só ocorrerá nas idades finais.
Nas duas últimas décadas, a composição da população residente por sexo e grupos de idade sofreu mudanças importantes, como o
estreitamento da base da pirâmide, o aumento da participação relativa da população a partir do grupo de 25 a 29 anos de idade e o visível
alargamento do topo da pirâmide etária, indicando o aumento da longevidade.

Questão Agrária

A ocupação histórica

A partir do descobrimento, em 1500, até 1822, as terras brasileiras foram controladas pela Coroa Portuguesa, que repassava o direito
de uso da terra de acordo com a confiança, conveniência e interesse. A distribuição de terras era utilizada como meio de ocupar as áreas
desabi-tadas e principalmente para facilitar o controle do território, além de visar à produção de produtos tropicais apreciados na Europa.
Foi nesse período que foram introduzidas as plantations (grandes propriedades rurais que utilizavam mão de obra escrava e nas quais se
cultivava uma única cultura com destino à exportação).
A distribuição de terras no período colonial produziu terras devolutas, que correspondem às terras que a Coroa cedeu às pessoas, mas que
não foram cultivadas e, dessa forma, foram devolvidas. Hoje essa expressão não é mais usada, pois são denominadas terras inexploradas.
De 1822 a 1850, ocorreu no Brasil a posse livre das terras devolutas, uma vez que não havia leis que regulamentassem o direito do uso da
terra. Naquele momento não existia valor de troca para as terras, ou seja, de compra e venda, ela somente era utilizada para o cultivo.
A liberdade para obter as terras devolutas não favoreceu o surgimento de pequenas e médias propriedades rurais, pois os escravos
recém -libertados não tinham acesso ao uso da terra; e nem os imigrantes, cuja entrada no país foi limitada à ocupação urbana.
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Com a expansão da produção cafeeira, no ano de 1850, e Quando um trabalhador é demitido e não encontra um novo
tam-bém com a lei Eusébio de Queiroz, que vetou a prática de emprego em sua área de atuação, ou em outras, fica impedido de
tráfico negreiro, o governo brasileiro incentivou a entrada de gerar renda, sem condições de arrecadar dinheiro através de sua
imigrantes europeus para substituir a mão de obra escrava. força de trabalho as pessoas enfrentam dificuldades profundas e
O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de ofere- às vezes convivem até mesmo com a fome.
cer mão de obra aos fazendeiros produtores de café. A lei eliminou as É comum relatos de professores de escolas de bairros peri-
possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes es- féricos onde há altos níveis de desemprego a ocorrência de des-
trangeiros, o que os levou a trabalhar com baixos salários. A lei de maios de alunos por falta de alimentação, muitos estudantes fre-
terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do quentam a escola por causa da merenda escolar que, pra muitos, é
Estado, podendo ser negociadas apenas através de leilões. No entan- a única refeição do dia.
to, somente os grandes latifundiários tinham condições de adquirir Esse processo de distribuição de renda e desemprego obri-ga
tais terras, além daqueles que tinham dinheiro para investir. as pessoas a procurar lugares impróprios à ocupação urbana,
A lei de terras, que garantia a venda de terras em leilões, como não tem condições financeiras para custear moradias dig-
tam-bém relatava que todo recurso derivado desses leilões nas, habitam favelas e áreas de risco desprovidas dos serviços
serviria para custear a vinda de novos imigrantes europeus e públicos (esgoto, água tratada, saúde, educação, entre outros) que
asiáticos para traba-lhar no Brasil. Muitos imigrantes vinham garantem uma melhor qualidade de vida.
para o Brasil com promes-sas de adquirir terras, mas isso não Nesse sentido, há uma camada da população que nem sequer
acontecia, ao chegar ao país eram levados às fazendas para tem um ―barraco‖ em uma favela, vivem embaixo de fachadas de
trabalhar, os únicos lugares que ofereciam emprego. lojas, instituições, praças e pontes. A pobreza é decorrente de
A partir desse momento, a terra deixou de ser utilizada somente vários fatores, os principais são os processos de globalização, a
para o cultivo e passou a ser moeda de troca (compra e venda), po- modernização dos meios de produção e a desigual distribuição da
dendo ser um patrimônio particular. Em suma, transformou-se em renda.
símbolo de poder e acentuou as desigualdades fundiárias no Brasil.
Nesse momento começou no Brasil a prática de escravidão Exclusão Social
por dívida, que naquela época atingia os imigrantes estrangeiros
e, atual-mente, as pessoas de baixa renda. Essa prática vem desde A dignidade individual e a dignidade coletiva são consegui-
o século XIX até e continua na atualidade. No ano de 1872, o das pela participação de todos no desenvolvimento econômico,
governo ale-mão vetou a imigração para o Brasil. social e cultural. Todos são iguais em direitos e devem ser respei-
Somente em 1988 a Constituição passou a prever a tados por suas diferenças. A necessidade especial é uma condição
expropria-ção de terras e a realizar reforma agrária em fazendas presente em qualquer sociedade podendo comprometer qualquer
que utilizas-sem mão de obra escrava, momento em que a pessoa, em qualquer idade e em qualquer momento. Entretanto,
escravidão no país foi reconhecida. existe uma afinidade entre o aparecimento e o agravamento das
necessidades na população que vive em situação de pobreza.
Pobreza e Exclusão Social no Brasil A pobreza é, ao mesmo tempo, causa e efeito da penúria.
Notadamente, constatamos a existência de dois Brasis, um pre-
Pobreza no Brasil parado para os novos modelos mundiais de desenvolvimento e o
outro marcado pela exclusão social, que ocasiona a falta de legi-
Diariamente todos os brasileiros convivem e visualizam os timidade política do Estado, a fragilidade de suas instituições e os
resultados decorrentes da pobreza, na qual a maioria da população consequentes problemas de governabilidade. São necessárias
nacional se encontra, os meios de comunicação (revistas, jornais e políticas integradas e sistemáticas de redução da exclusão e da
rádio) divulgam os imensos problemas provenientes de uma socie- desigualdade social, em conjunto com as políticas de promoção
dade capitalista dividida em classes sociais. do desenvolvimento econômico.
Uma parcela da população acredita que a condição de miséria de
Entre os anos 30 e os anos 80, a desigualdade social am-
milhares de pessoas espalhadas pelo território brasileiro é causa-da
pliou-se no Brasil. A partir de 1980, o Brasil passou a conviver
pela preguiça, falta de interesse pelo trabalho, acomodados à es-pera
com uma nova forma de exclusão social, associada ao desem-
de programa sociais oferecidos pelo governo, em suma, acham que
prego alto, `a violência, que atingia principalmente os jovens.
só não trabalha quem não quer, no entanto, isso não é verdade.
Nos anos 60 e 70, foram corriqueiros, no Brasil, estudos sobre a
Nas últimas décadas, o desemprego cresceu em nível mundial
marginalidade e a desigualdade social; na década de 1980 essas
paralelamente à redução de postos de trabalho, que diminuiu por
terminologias foram substituídas pelo da pobreza e, na entrada da
causa das novas tecnologias disponíveis que desempenham o tra-
década de 1980 para a de 1990, a mesma tese social passa a ser
balho anteriormente realizado por uma pessoa, a prova disso são os
denominada de exclusão social. Na sociedade contempo-rânea,
bancos que instalaram caixas de autoatendimento, cada um desses
inserida na globalização, foi intensificada a centralização de
corresponde a um posto de trabalho extinto, ou seja, milhares de
desempregados, isso tem promovido a precarização dos vínculos de
renda, sendo que o Brasil é visto globalmente, como um país
trabalho, isso quer dizer que as pessoas não estão garantidas em seu gerador de riquezas imensas, porém aparecemos nos últimos lu-
emprego e todos buscam uma permanência no mesmo, antes a luta gares, nas estatísticas sobre qualidade de vida da população. A
principal era basicamente por melhorias salariais, atualmente esse violência, a miséria, o desemprego confirmam essa deprimente
contexto mudou. realidade.
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Atualmente constatamos, uma multiplicidade de atitudes que Ao longo do processo brasileiro de urbanização, a separação
assinala a prática da cidadania. Assim, percebemos que um espacial dentro desses espaços fez com que durante certo período
cidadão deve atuar positivamente em relação à sociedade, e em de tempo, entre as décadas de 1900 e 1980, os grupos sociais
contrapartida esta última deve garantir-lhe os direitos capitais à pobres fossem expulsos das regiões centrais das cidades, sendo
vida, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, traba- obrigados a construírem suas habitações nas periferias.
lho, entre outros. Embora muitas sociedades políticas atuais Isso aconteceu primeiramente na cidade do Rio de Janeiro,
sejam democráticas, ressaltamos que muitos cidadãos encontram- em 1906, quando reformaram o centro da cidade, destruindo as
se à margem dos procedimentos de decisão política e alienados casas das pessoas pobres e miseráveis para tornar essa região
de seus direitos constitucionais. mais bonita e moderna. A saída encontrada pelos expulsos foi
reconstruir suas casas nos morros em torno da região central,
―O excluído não é apenas aquele que se encontra em situa-
dando origem ao que hoje conhecemos como favelas. As favelas
ção de carência material, mas aquele que não é reconhecido como
e outras regiões periféri-cas de difíceis condições de vida também
sujeito, que é estigmatizado, considerado nefasto ou perigoso à
se formaram em São Pau-lo, Belo Horizonte, Salvador, Recife,
sociedade‖ (Nascimento, 1994). Mas, afinal quem são os excluí- Brasília e em todas as demais grandes cidades do país.
dos? O termo diz respeito às minorias, aos desempregados, aos A separação do espaço urbano entre o centro e a periferia
sem-moradia; aos sem-terra, aos moradores de rua, aos favelados, está ligada também ao domínio que os grupos sociais têm sobre o
aos que não têm oportunidade à saúde, educação, previdência poder econômico e político. Empresários e administradores, por
,aos negros, aos índios, às mulheres, aos jovens, aos velhos, às exemplo, detêm um poder econômico sobre os trabalhadores
pessoas com necessidades especiais, etc., por fim, um assalariados. Conseguem ainda ter mais poder político, por fazer
arrolamento quase permanente. com que seus candidatos sejam eleitos, utilizando para isso do
A Inclusão é uma das características contemporâneas da so- poder econômico que detêm.
ciedade que são apresentadas como a nova questão social. No Geralmente, os locais onde eles exercem esse poder
entanto, o caminho desta construção, será a luta pelo reconheci- localizam-se nos centros das cidades. Tanto prefeituras, câmaras
mento, e não pela inclusão. Portanto, a construção só pode vir pela de vereadores, palácios de governos, entre outros, quanto
recuperação do espaço da exclusão, pela valorização das realida-des federações de indústrias, grandes bancos, comércio e empresas de
que, por não se reprimir à lógica capitalista, podem oferecer serviços estão no centro das cidades. Teatros, cinemas e salas de
resistência necessária para abrir caminhos para a efetiva cidadania. apresentações musicais tam-bém se localizam nesta região, o que
a levou a ser durante muito tempo habitada pelos grupos sociais
Espaço das Cidades que detêm os poderes econô-micos e políticos.
Nas periferias habitam os que não detêm esse poder, e são
estes os que trabalham nas regiões centrais, sendo obrigados
No mundo atual, mais da metade da população mundial vive
diariamente a se deslocarem para essa região. Geralmente
em cidades, em espaços urbanos, segundo dados da Organização
utilizam o transporte público, retirando parte de seus salários para
das Nações Unidas (ONU). No Brasil, esse número é ainda poder chegar a seu lo-cal de trabalho.
maior. Segundo dados do Censo 2010, organizado pelo IBGE,
Essa situação tem se alterando nas últimas décadas,
quase 85% da população brasileira vive em cidades. E você, vive principal-mente em decorrência da violência urbana e da criação
em uma ci-dade ou na zona rural? de novos centros comerciais. Condomínios fechados são
Os espaços urbanos proporcionaram às pessoas uma série de construídos nas pe-riferias das grandes cidades como local de
serviços e condições de habitações que possibilitaram uma me- habitação para os grupos sociais mais abastados, que passam a
lhoria em suas vidas. Mas mesmo com essas melhorias, a vida na abandonar as regiões centrais. Os shoppings centers passaram
cidade é permeada de problemas. Estes problemas são geralmente também a ser os principais centros comerciais.
do tamanho da cidade em que se habita. Nas cidades maiores, os Ao mesmo tempo, o crescimento econômico possibilitou prin-
problemas são também maiores. cipalmente o desenvolvimento de estabelecimentos comerciais nas
O crescimento das cidades no passar do tempo levou a uma periferias, indicando uma alteração na ocupação desses espaços ur-
separação espacial da população urbana, levando os grupos banos, deixando de ser apenas locais de habitação.
sociais mais abastados a viverem em locais melhores: ruas mais
bem con-servadas, acesso a saneamento básico, existência de
iluminação pública, proximidade a locais que oferecem serviços F)POLÍTICASTERRITORIAISEREGIONAIS:
bancários, educacionais, de saúde, entre outros, bem como uma AMAZÔNIA, NORDESTE E O MERCOSULEA
maior facili-dade de se locomover, seja em virtude da AMÉRICA DO SUL.
proximidade dos locais de trabalho ou do acesso privilegiado às
vias e aos meios de trans-porte.
Por outro lado, grupos sociais menos abastados, geralmente
os trabalhadores mais mal remunerados, vivem nos piores lugares Os Complexos Regionais
das médias e grandes cidades, sendo dificultado seu acesso ao
sanea-mento básico, aos serviços de saúde, educacional etc., Existe outra forma de regionalizar o Brasil, de uma maneira que
como tam-bém lhes é dificultado o acesso ao transporte, seja pela capta melhor a situação socioeconômica e as relações entre socieda-
distância que existe entre os locais de habitação e trabalho, seja de e o espaço natural. Trata-se da divisão do país em três grandes
pelo preço e condições do transporte público. complexos regionais: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia.
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Ao contrário da divisão regional oficial, esta regionalização Amazônia


não foi feita pelo IBGE. Ela surgiu com o geógrafo brasileiro Pe-
dro Pinchas Geiger no final da década de 60, nela o autor levou A Amazônia compreende o território dos Estados de
em consideração o processo histórico de formação do território Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá e Tocantins,
brasileiro em especial a industrialização, associado aos aspectos entrando pelo Maranhão e o Mato Grosso. É a área que, a partir
naturais. da década de 1970, integra-se ao mercado nacional como uma
A divisão em complexos regionais não respeita o limite entre grande fronteira de re-cursos, isto é, como área de fornecimento
os estados. O Norte de Minas Gerais encontra-se no Nordeste, en- de matérias-primas que provêm da agropecuária e da mineração.
quanto o restante do território mineiro encontra-se no Centro-Sul. A ocupação do território amazônico ainda está se processando.
O leste do Maranhão encontra-se no Nordeste, enquanto o oeste Essa ocupação busca integrar definitivamente a área à economia do
encontra-se na Amazônia. O sul de Tocantins e do Mato Grosso Centro-Sul e mesmo à economia internacional, graças aos grandes
encontra-se no Centro-Sul, mas a maior parte desses estados per- investimentos de capital em projetos de mineração, agropecuários e
tencem ao complexo da Amazônia. Como as estatísticas econô- industriais. A Amazônia passa a ser, deste modo, uma fronteira que
micas e populacionais são produzidas por estados, essa forma de vai sendo expandida, e uma reserva de recursos que passa a ser utili-
regionalizar não é útil sob certos aspectos, mas é muito útil para a zada. Entre as principais medidas adotadas para tornar possível essa
geografia, porque ajuda a contar a história da produção do espaço integração, destacamos a construção de rodovias, forma mais visível
brasileiro. dessa integração. Até a década de 50, a economia da Amazônia con-
O Nordeste foi o polo econômico mais rico da América por- vergia para Belém, que atuava como o grande polo regional por meio
tuguesa, com base na monocultura da cana de açúcar, usando de uma rede hidrográfica natural.
trabalho escravo. Tornou-se, no século XX, uma região economi- A construção das rodovias Belém-Brasília, Brasília-Acre, Cuia-
camente problemática, com forte excedente populacional. As mi- bá-Santarém e Porto Velho-Manaus penetraram a região, acelerando
grações de nordestinos para outras regiões atestam essa situação a integração da Amazônia ao Centro-Sul. Os capitais públicos e pri-
de pobreza. vados investidos na construção de hidrelétricas como Tucuruí, na ins-
O Centro-Sul é na atualidade o núcleo econômico do país. talação de núcleos de mineração como Carajás, e de polos industriais
Ele concentra a economia moderna, tanto no setor industrial como a Zona Franca de Manaus, procuram integrar a região à eco-
como no setor agrícola, além da melhor estrutura de serviços. nomia do país de forma mais efetiva - como fornecedora de produtos
Nele se tam-bém a capital política do país. semi-processados ou processados para os grandes mercados consu-
A Amazônia brasileira é o espaço de povoamento mais re- midores internos ou externos, e também como mercado consumidor
cente, ainda em estágio inicial de ocupação humana. A área está dos produtos do Centro-Sul. Os incentivos fiscais da Superintendên-
coberta por uma densa floresta, com clima equatorial, que dificul- cia de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) permitiram que as
ta o povoamento. Os movimentos migratórios na direção desse grandes empresas nacionais e transnacionais adquirissem enormes
complexo regional partem tanto do Centro-Sul como do propriedades de terra, cujo aproveitamento de recursos naturais - os
Nordeste, sendo que hoje a região mais recebe população. minérios, a madeira e a própria terra - tem provocado graves danos
ambientais. A fronteira amazônica tem atraído, nas últimas décadas,
Essa é uma visão superficial da organização do espaço geo-
importantes fluxos de migrantes. Duas correntes são identificadas: os
gráfico brasileiro. Ela resume as principais características
que procedem do Centro-Sul, devido à modernização da agricultura,
naturais e humanas de cada uma dessas regiões. Por serem vastas
e que vão para Mato Grosso, Rondônia e mesmo para o Acre; e os
áreas, verdadeiros complexos regionais, o Nordeste, o Centro-Sul
que procedem do Nordeste, que se dirigem ao Pará e Tocantins, e que
e a Amazônia registram profundas desigualdades naturais, sociais
formam a Amazônia Oriental. A ocupação da nova fronteira, em
e econômicas. As regiões apresentam diferenças entre si e
grande medida desordenada, provoca graves conflitos sociais. Os di-
variedade interna de paisagens geográficas.
ferentes contendores lutam principalmente pela posse da terra e pelo
Em meio à pobreza tradicional, o Nordeste abriga imensos
uso da floresta. Pouco a pouco, vai ganhando a opinião pública o
recursos econômicos e humanos, que apontam caminhos para a
movimento que propõe a necessidade de se ocupar a Amazônia de
superação de uma crise que já se prolongou demais. As transfor-
forma mais racional, preservando o equilíbrio ecológico com ações
mações introduzidas nas zonas irrigadas do Vale do São eficientes de manutenção da qualidade ambiental. O que se propõe é
Francisco e a criação de zonas industriais na área litorânea uma ocupação mais cuidadosa, visando um desenvolvimento equita-
comprovam essa possibilidade. tivo e sustentável para a maior floresta pluvial do planeta.
A geração de riquezas no Centro-Sul tornou essa região a
mais rica do país, estabelecendo um polo de atração populacional Nordeste
que, no século XX, originou as maiores metrópoles nacionais. O
ritmo acelerado desse crescimento criou disparidades sociais a) A zona da mata
gravíssi-mas, como desemprego, favelamento, e problemas É a faixa litorânea de planícies que se estende do Rio Grande
ambientais de difícil solução. do Norte até o sul da Bahia. As chuvas são intensas e há duas
Áreas significativas da Amazônia já foram ocupadas, es- estações bem definidas: o verão seco e o inverno chuvoso.
pecialmente aquelas situadas na parte oriental da região ou nas Na época colonial, instalou-se nesse área o empreendimento
margens dos rios. Hoje esse povoamento se acelerou muito, a tal açucareiro escravista. As condições ecológicas são ideais para o
ponto que os conflitos pela posse da terra se tornaram tristemen- cul-tivo da cana. Os solos, férteis e escuros, conhecidos como
te comuns. Formaram-se também grandes cidades, caracterizadas massa-pê, cobrem os vales dos rios, que ficaram conhecidos
pelo crescimento explosivo e por profundos desequilíbrios sociais como ―rios do açúcar‖. Vários desses rios são temporários, pois
e econômicos. suas nascentes localizam-se no interior do semiárido.
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No início da colonização, a Zona da Mata não era dominada O povoamento do Agreste foi consequência da expansão das
completamente pelas plantações de cana. A população das cida- plantações de cana da Zona da Mata. Expulsos do litoral, os si-
des e das fazendas necessitava de alimentos. Por isso, uma parte tiantes e criadores de gado instalaram-se nas terras do interior,
das terras ficava reservada para culturas de milho, mandioca, fei- antes ocupadas por indígenas. Dessa forma, o Agreste transfor-
jão e frutas. Também existiam pastagens para a criação de gado. mou-se em área produtora de alimentos. O Agreste abastecia a
Essas terras eram os tabuleiros, áreas um pouco mais elevadas Zona da Mata de alimentos e esta por sua vez a Europa
situadas entre os vales de dois rios. exportando açúcar.
Como os solos dos tabuleiros são menos úmidos e mais po- Após o fim da escravidão, as plantações canavieiras
bres que o massapê, não eram usados para o plantio da cana. passaram a utilizar trabalhadores temporários, empregados
Assim, inicialmente, toda a produção agrícola e até a pecuária lo- durante a épo-ca da colheita. O Agreste passou a fornecer esses
calizavam-se na faixa úmida do litoral, onde se instalaram sítios trabalhadores: sitiantes e camponeses pobres que deixam a sua
familiares produtores de alimentos e fazendas de gado. terra nos meses de safra (transumância). Enquanto os homens
Mas a produção de cana crescia à medida que aumentavam ganham algum di-nheiro na colheita, as mulheres e os filhos
as exportações de açúcar para a Europa. As sesmarias se divi- permanecem cuidando da lavoura doméstica.
diam entre os herdeiros dos primeiros proprietários. Cada um de- Enquanto a Zona da Mata é uma área monocultora, o Agreste é
les criava novos engenhos, que necessitavam de mais cana. De- uma área policultora, já que seus sítios cultivam diversos alimen-tos
pois, os sítios foram comprados pelos fazendeiros e as culturas de e criam gado para a produção do leite, queijo e manteiga. Por isso
alimentos foram substituídas por novas plantações de cana. mesmo, uma sub-região depende da outra, estabelecendo uma forte
Muita coisa mudou na Zona da Mata desde a época colonial. interdependência. Assim, a Zona da Mata precisa dos alimen-tos e
A escravidão deu lugar ao trabalho assalariado dos boias frias. Os dos trabalhadores do Agreste e este precisa dos mercados
antigos engenhos foram substituídos por usinas de açúcar e consumidores e dos empregos da Zona da Mata.
álcool. Mas a cana permaneceu como produto principal da faixa
As diferenças entre as duas sub-regiões não estão apenas na-
litorânea do Nordeste.
quilo que produzem, mas em como produzem.
O principal motivo dessa permanência esta na força política
Na Zona da Mata, as sesmarias açucareiras da época colonial
dos proprietários de usinas e fazendas. Durante o século XX, a
foram se dividindo e deram origem a centenas de engenhos. Al-
produção de cana, açúcar e álcool do Centro-Sul evoluiu tecnica-
guns nem faziam açúcar, apenas rapadura e aguardente. Mesmo
mente, superando a produção da Zona da Mata. Mas os usineiros
assim, as fazendas resultantes não se tornaram pequenas proprie-
sempre conseguiram ajuda do governo federal ou dos governos
dades, uma vez que os proprietários precisavam manter uma área
estaduais, sob a forma de empréstimos, perdão de dívidas ou ga-
suficiente para abastecer os engenhos.
rantia de preços mínimos. Dessa forma, impediram a diversifica-
ção da agricultura do litoral nordestino. No Agreste, ao contrário, as propriedades foram se subdivi-
dindo cada vez mais, já que não cultivavam cana nem tinham en-
Isso não significa que a cana seja a única cultura da Zona da
genhos.
Mata. No litoral da Bahia, principalmente na área do Recônca-vo
Baiano, nas proximidades de Salvador, aparecem importantes Com a sucessão de diversas gerações, as propriedades do
culturas de tabaco. No sul da Bahia, na área das cidades de Ilhéus Agreste atingiram um tamanho mínimo, suficiente apenas para a
e Itabuna, concentram-se as fazendas de cacau. produção dos alimentos necessários para a família, ou seja, para a
Além disso, a produção de frutas vem adquirindo importân- prática da agricultura de subsistência.
cia na Zona da Mata. Há várias frutas nativas do Nordeste - como A pobreza do Nordeste está associada a esse contraste do
o caju, o cajá, a mangaba e a pitanga - que servem para fazer mundo rural. De um lado, as usinas e fazendas açucareiras da
deliciosos sucos e doces. Outras frutas, provenientes das áreas Zona da Mata concentram a riqueza nas mãos de uma pequena
tropicais do Oriente - como a graviola, a jaca e a manga - adapta- parcela de proprietários. De outro, os minifúndios do Agreste
ram-se muito bem aos climas e solos nordestinos. mantém na pobreza as famílias camponesas, que não tem terras e
técnicas su-ficientes para praticar uma agricultura empresarial.
O Agreste Nos últimos anos vem se dando um processo de
uma faixa de transição ecológica entre a Zona da Mata e o concentração de terras no Agreste, em virtude principalmente, da
Sertão nordestino. De largura aproximadamente igual a da Zona da expansão de propriedades de criação de gado para corte.
Mata, corre paralelamente a ela, do Rio Grande do Norte ao sul da
Bahia. Embora, como no Sertão, predomine o clima se-miárido, as c) O Sertão
secas do Agreste raramente são tão duradouras e os Mais de metade do complexo regional nordestino
índices pluviométricos são maiores que os registrados no Sertão. corresponde ao Sertão semiárido. A caatinga, palavra de origem
Na verdade, grande parte do Agreste corresponde ao planalto da indígena que significa ―mato branco‖, é a cobertura dominante e
Borborema, voltada para o oceano Atlântico, recebe ventos quase exclusi-va na imensa área do Sertão.
carregados de umidade que, em contato com o ar mais frio, pro- A ocupação do Sertão, ainda na época colonial, se deu pela
vocam chuvas de relevo. Na encosta oeste do planalto, as secas expansão das áreas de criação de gado. A pecuária extensiva re-
são frequentes e a paisagem desolada do Sertão se torna domi- presenta, até hoje, a principal atividade das grandes propriedades
nante. do semiárido.
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No século XVIII, a Revolução Industrial estava em marcha Essa sub-região apresenta clima tropical, com chuvas intensas
na Inglaterra. As fábricas de tecidos produziam cada vez mais, no verão. No sul do Piauí e do Maranhão, aparecem vastas exten-
obten-do lucros fabulosos e exigindo quantidades crescentes de sões de cerrado. No interior do Piauí existem manchas de caatinga.
matérias -primas. Por essa época, começou a aumentar o plantio No oeste do Maranhão, começa a floresta equatorial. Por isso, nem
de algodão no Sertão nordestino. Vender algodão para os todo o Meio-Norte encontra-se no complexo regional nordestino: a
industriais ingleses tinha se tornado um ótimo negócio. parte oeste do Maranhão encontra-se na Amazônia.
No século XIX, a Guerra Civil entre nortistas e sulistas nos O Meio-Norte exibe três áreas diferentes, tanto pela
EUA desorganizou as exportações de algodão estadunidense. No ocupação como pela paisagem e pelas atividades econômicas.
Nordeste, os pecuaristas do Sertão passaram a cultivar o algodão O sul e o centro do Piauí, dominados pela caatinga, parecem
em uma parte das suas terras e o Brasil tomou mercados antes uma continuação do Sertão. Essa área foi ocupada pela expansão
con-trolados pelos EUA. Os plantadores de algodão do Sertão das fazendas de gado, que vinham do interior de Pernambuco e
torna-ram-se ricos fazendeiros, que disputavam o poder e a do Ceará. A atividade pecuarista foi a responsável pela fundação
influência com os usineiros da Zona da Mata. de Teresina, a única capital estadual do Nordeste que não se
No interior do Sertão definiu-se uma zona na qual as precipi- localiza no litoral.
tações pluviométricas são mais baixas, denominada ―Polígono O Vale do Parnaíba é uma área especial. Recoberto pela
das secas‖. Porém não é verdade que as secas se limitem ao Mata dos Cocais, tornou-se espaço de extrativismo vegetal do
Polígono: muitas vezes, elas atingem todo o Sertão e até mesmo o óleo do babaçu e da cera da carnaúba. Essas palmeiras não são
Agreste. Também não é verdade que todos os anos existem secas cultivadas. A exploração dos seus produtos consiste apenas no
no Polí-gono. corte das folhas da carnaúba e em recolher os cocos do babaçu
No Sertão existiram secas históricas que duraram vários que despencam da árvore.
anos, provocaram grandes tragédias sociais até hoje lembradas. Nas áreas úmidas do norte do Maranhão, situada já nos
As grandes secas ocorreram após vários anos de chuvas irre- limites da Amazônia, formaram-se fazendas policultoras que
gulares. A primeira grande seca historicamente documentada ocor- cultivam o arroz como principal produto. As chuvas fortes e as
reu no período de 1721 a 1727. Um historiador, Tomás Pompeu de áreas semi alagadas das várzeas dos rios Mearim e Pindaré
Assis Brasil, escreveu que ―1722 foi o ano da grande seca, em que apresentam condi-ções ideais para a cultura do arroz.
não só morreram numerosas tribos indígenas, como o gado e até as
feras e aves se encontravam mortas por toda a parte‖. MERCOSUL
O jornalista pernambucano Carlos Garcia explica o meca-
nismo das secas: ―A grande seca de 1932 começou realmente em Propõe-se a ser um mercado comum entre o Brasil, a Argen-
1926, quando as chuvas foram irregulares, irregularidade que se tina, o Uruguai e o Paraguai. Significa que as tarifas de comércio
acentuou a cada ano seguinte. Em 1932, caíram chuvas finas em entre os países ficam cercadas e pessoas, bens e serviços cruzarão
janeiro, mas cessaram totalmente em março. A estiagem de 1958 as fronteiras sem qualquer impedimento. Atualmente, o bloco é
também foi uma grande seca, o que indica a ocorrência de um uma união aduaneira incompleta. Uma das partes das tarifas já foi
ciclo de anos secos a cada 26 anos, aproximadamente. Essa pe- reduzida e se busca um acordo para definir uma Tarifa Externa
riodicidade é que leva os sertanejos a afirmar que cada homem Comum (TEC) para todos os setores. Bolívia e Chile são
tem de enfrentar uma grande seca em sua vida‖. (O que é membros associados.
nordeste brasileiro? São Paulo, Brasiliense, 1984). O Brasil prioriza o fortalecimento do MERCOSUL. A partir
Além das grandes secas, ocorrem também secas localizadas, dele, em tese, estaria em melhores condições de negociar outros
que atingem pequenos trechos de um ou outro estado nordestino acordos. O governo teme a criação apressada da ALCA: insiste
mas causam muitos estragos. Geralmente elas são provocadas em que a data não é o mais importante, mas a substância do
pela falta de boas chuvas nas semanas seguintes ao plantio do acordo. Substância, no caso, são basicamente três temas:
milho, do feijão e do algodão. subsídios (espe-cialmente na agricultura), lei antidoping e regras
O plantio é feito logo depois das primeiras chuvas do verão. A
de origem das mercadorias. Há também o temor de que muitos
germinação e o crescimento das plantinhas dependem da continui-
setores da econo-mia brasileira não estão preparados para
dade das chuvas, na quantidade exata. Se as chuvas se reduzem, o
concorrer com tarifas de importação zeradas. Além disso, o Brasil
calor e a insolação matam as lavouras que acabaram de germinar.
busca outras formas de integração, como uma eventual área de
Quando volta a chover, o camponês faz novas plantações. Mas, se as
livre comércio entre MER-COSUL e União Europeia, que
chuvas cessam novamente começa a tragédia.
possam existir simultaneamente para que não fique vulnerável à
A essa altura, o camponês não tem mais dinheiro ou crédito economia dos EUA. Há mais de três anos que o MERCOSUL
nos bancos. Não consegue, por isso, recomeçar o plantio. O vem atravessando uma profunda cri-se. Enquanto a Área de Livre
milho e o feijão guardados do ano anterior são consumidos. Sem
Comércio das Américas (ALCA) é uma proposta clara de zona de
dinheiro e sem alimentos, resta esperar a ajuda do governo ou
livre comércio impulsionada pelos EUA, o MERCOSUL perdeu
então tomar rumo das cidades. Assim, o sertanejo vira retirante.
o rumo como projeto de integração política, econômica e cultural
para toda a América do Sul, tal como formulado pelo Brasil e
d) O Meio-norte
pela Argentina. Um projeto integrador tem como objetivo a
Abrange os estados do Piauí e o Maranhão. Do ponto de
criação de um novo espaço geopolítico, que não é uma mera
vista natural, é uma sub-região entre o Sertão semiárido e a
soma das partes para a conformação de um mercado ampliado.
Amazônia equatorial.
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Se esse fosse o projeto (ao que poderíamos chamar MERCO- ―zona de trânsito‖ por contraposição aos mercados de destino
SUL mínimo), a ALCA seria uma proposta mais abrangente e a como os EUA e a Europa. Essa caracterização é equivocada e
de-cisão adotada (negociar com o MERCOSUL nossa perigosa. No Brasil e na Argentina, o consumo de cocaína e
participação na ALCA) não passaria de um feito simbólico que a maconha se multipli-cou por cinco na última década. Só em duas
força dos acon-tecimentos arrasaria como a um castelo de areia. cidades - Buenos Aires e São Paulo - moram 30 milhões de
Distinto será se, efetivamente, encararmos o MERCOSUL como habitantes. A metodologia que nos considera ―zona de transito‖ é
um problema de identidade e construirmos os eixos de nossa quase a mesma que dizer ―quanto mais consumam os latinos,
integração e as institui-ções que a representem. melhor, porque assim chega menos aos EUA e à Europa‖.
Esse MERCOSUL: a união de nações que brindam sua iden- Enquanto tal inocente estupidez passeia de elefante debaixo de
tidade histórica a um novo projeto de nação ampliada onde bran- nossos narizes, o fator corruptor dos enormes capitais envolvidos em
cos, negros, mestiços, índios, patagônicos e amazônicos, tal tráfico está fazendo seu trabalho por dentro de nossas forças de
portenhos e paulistas, nordestinos e andinos, atlânticos e segurança e partidos políticos, com consequências devastadoras num
pacíficos pactuem construir a quarta região do planeta depois da futuro próximo. Do meu ponto de vista, é imprescindível dei-xar de
União Europeia, NAFTA e Japão para proporcionar bem-estar a olhar o outro lado frente a esse flagelo e encarar com decisão o
nossos cidadãos e nos permitir sentar à ―mesa pequena‖ da debate com nossos países irmãos do sistema andino para enfrentar
negociação universal. É possível realizá-lo? Sim. Para isso uma batalha frontal - política e militar - que não dependa da in-
propõe-se quatro eixos temáticos elementares: tervenção militar extra zona nem de mendicantes cooperações que
Questão nuclear - Em 1985, os ex-presidentes Alfonsín e Sar- usualmente são desviadas para o sistema de clientelismo político.
ney estabeleceram as bases para a integração ao abrir os programas Essa batalha - a mãe de todas -, enfrentá-la e vencê-la, represen-
nucleares que a Argentina e o Brasil haviam constituído desde o tará não só a preservação de nossas futuras gerações, mas também a
início da década de 50. Ambos os programas expressavam a riva- maioridade política para nos sentarmos como acionistas principais
lidade entre nossos países e a ―procura da bomba‖ como mostra de dos grandes temas universais. Um MERCOSUL consolidado insti-
superioridade estratégica para um eventual enfrentamento bélico. A tucionalmente, com vocação para construir uma grande nação sul-a-
continuidade desse enfoque seria equivalente à atual situação entre mericana, que tenha derrotado a fome e o narcotráfico, controlado o
Índia e Paquistão, com seu enorme custo humano e econômico e seu risco nuclear e que administre o meio ambiente que Deus pôs à sua
permanente risco de desestabilização e desenlace bélico. disposição para o bem de sua gente e de toda a humanidade, será um
Faz oito anos que funciona nossa única instituição supranacio- ator central desse mundo multipolar, mais justo e responsável que
nal, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de todos queremos contribuir a edificar neste milênio que está come-
Materiais Nucleares (ABACC), com sede no Rio de Janeiro, que çando. O MERCOSUL pequeno, perfurado pelos conflitos entre lo-
garante a utilização de energia nuclear com fins exclusivamente pa- bbies setoriais, sem instituições permanentes nem uma épica moral
cíficos. (Ao serem Argentina e Brasil os únicos países com progra- ou objetivos macroeconômicos e políticos, se dissolverá sem choro
mas nucleares na região, a garantia se estende a toda a América do nem vela, engrossando a longa lista de nossos fracassos históricos.
Sul.). Programa alimentício MERCOSUL - Os países integrantes do Voto pelo MERCOSUL máximo, ambicioso, criativo, com ritmo de
MERCOSUL representam em conjunto e de forma ponderada os samba, cumbia e tango, disposto a apostar pesado e resolver os enor-
segundos produtores e exportadores das dez ―commodities alimentí- mes problemas pendentes tal como nos reclama a cidadania em cada
cias‖ do mundo. A criação de uma agência comum deveria ter dois, um de nossos países.
propósitos: para dentro do MERCOSUL, um programa de erradica-
ção da fome que deveria alcançar esse objetivo num prazo não supe- 4) Bibliografia sugerida - constitui apenas uma indicação
rior a cinco anos; e para fora, uma forte participação no debate sobre para elaboração e correção dos itens propostos nas provas do
o protecionismo agrícola, preços, auxílio aos países mais pobres, etc. exa-me intelectual, não esgotando os assuntos relacionados.:
Nossa triste participação atual - atrás da Austrália, no Grupo de
Cairns é a expressão de uma atitude retórica que pouco tem a ver MAGNOLI, Demétrio e ARAÚJO, Regina. Geografia para o
com nossas verdadeiras possibilidades de exercer pressão quando o ensino médio. São Paulo: Atual, 2012.
fazemos de forma conjunta e eficiente.
A Problemática do meio ambiente - A Amazônia, a Patagônia, a TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regi-
projeção Pacífica, Atlântica e Antártica de nossos países represen- na. Conexões: estudos de geografia do Brasil. 1ª edição.
tam quase 40% da biodiversidade planetária. Essa dimensão tem Moderna, 2010.
também uma faceta interna e outra externa. Na interna, o desenvol-
vimento de uma proposta ambiental, científico-produtiva e turísti-ca Obs.: a matéria abordada teve como base as obras
que poderíamos sintetizar no eixo Amazônia - Patagônia. Uma citadas anteriormente.
agência comum que desenvolvesse um código ambiental único, a
planificação turística, a pesquisa científica e a preservação das espé- QUESTÕES
cies deveria ser um fenomenal gerador de investimentos, empregos,
etc. Na externa, deveríamos nos colocar na vanguarda num assunto 1- Em relação aos tipos de clima no Brasil marque qual clima
que está no topo da Agenda Planetária em face da brutal agressão abrange uma porção maior do território e melhor caracteriza o país:
cotidiana que nos apresenta a extinção da vida na Terra, não em ter- – Clima Semiárido
mos de ficção científica, senão como uma grave questão a curto pra- – Clima Equatorial
zo. A luta política e militar contra o narcotráfico - A América do Sul – Clima Subtropical
é a maior produtora e repartidora de cocaína e maconha do mundo. O – Clima Tropical
atual MERCOSUL (sem os países andinos) é considerado uma – Clima Desértico
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2- As porções orientais do território brasileiro, em termos de de modo abundante no país.


clima, sofrem maior intervenção da massa de ar: no Rio Grande do Sul (como as Lagoas dos Patos e Mirim).
Equatorial Continental (Ec) na Amazônia.
Equatorial Atlântica (Ea) no baixo Paraná.
Tropical Continental (Tc) no alto São Francisco.
Tropical Atlântica (Ta)
Polar Atlântica (Pa). 7- A bacia hidrográfica brasileira com maior possibilidade
de navegação é:
3- As características descritas abaixo fazem referência a um Bacia do São Francisco;
único tipo de clima brasileiro. Analise-as e responda a qual tipo Bacia do Paraná;
de clima elas estão se referindo. Bacia do Uruguai;
Temperaturas médias elevadas ao longo do ano. Bacia Amazônica;
Baixa precipitação anual e chuvas mal distribuídas. Bacia do Paraíba do Sul.
Encontro de quatro massas de ar: Equatorial Continental,
Equatorial Atlântico, Tropical Atlântico e Polar Atlântica. 8- A expressão ―Bacia Hidrográfica‖ pode ser entendida como:
O fenômeno La Niña, em que há um resfriamento da a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio
tempera-tura média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, principal e seus afluentes.
pode acarretar um excesso de precipitação. a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluen-
tes no período normal de chuvas.
Clima Tropical o conjunto de lagoas isoladas que se formam no leito dos
Clima Semiárido rios quando o nível de água da água baixa.
Clima Equatorial o aumento exagerado do volume de água de um rio principal
Clima Subtropical e seus afluentes quando chove acima do normal.
Clima Tropical Úmido o lago formado pelo represamento das águas de um rio prin-
cipal e seus afluentes.
4- Leia com atenção os itens abaixo sobre massas de ar:
I - A mEc atua o ano inteiro no Brasil provocando elevados 9- A rede hidrográfica brasileira apresenta, dentre outras, as
índices de chuva. se-guintes características:
II - A mEc é a principal responsável pela escassez de chuva grande potencial hidráulico predomínio de rios perenes e
no interior do Nordeste. pre-domínio de foz do tipo delta.
III - A mTa exerce grande influência sobre a área litorânea drenagem exorréica, predomínio de rios de planalto e predo-
do Brasil. mínio de foz do tipo estuário.
IV - A mEa atua principalmente no Sul do Brasil. predomínio de rios temporários, drenagem endorréica e
V - A mPa, fria e úmida, penetra no Brasil em forma de gran-de potencial hidráulico.
frente, atingindo principalmente o interior do Nordeste. regime de alimentação pluvial, baixo potencial hidráulico e
predomínio de rios de planície.
De acordo com a leitura, identifique a resposta certa: drenagem endorréica, predomínio de rios perenes e regime
I e II de alimentação pluvial.
II e IV
I e III 10- Aponte a afirmativa incorreta:
II e V O regime dos rios brasileiros depende das chuvas de verão.
IV e V Talvegue é a linha de maior profundidade do leito do rio.
Os rios brasileiros possuem um regime pluvial, excetuando-
5- Em relação aos tipos climáticos encontrados no Brasil, a se o Amazonas que é complexo.
afir-mação errada é: Todos os rios do Brasil podem ser caracterizados como pe-
O clima equatorial apresenta elevados índices pluviométri- renes.
cos e temperaturas médias acima de 22 °C. A foz de um rio pode ser de dois tipos: o estuário, livre de
O clima da costa oriental do Nordeste apresenta chuvas mais obstáculos, e o delta, com ilhas de luvião separadas por uma rede
abundantes nos meses de inverno. de canais.
O clima tropical com chuvas de verão e invernos secos ocor-
re em grande parte do território brasileiro. 11- Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma área de
O clima subtropical apresenta pequenas amplitudes térmicas encontro das águas do mar com as águas doces dos rios. A
e chuvas concentradas no verão. principal espécie encontrada nesse bioma é o caranguejo. Essas
O clima semiárido apresenta baixos índices pluviométricos e características são do:
grande irregularidade na distribuição das chuvas.·. Cerrado
Mata de Cocais
6- Define-se ―LAGOS DE VÁRZEA‖ como sendo aqueles Mangue
oriundos da acumulação de aluviões fluviais. Deduz-se que tais Caatinga
for-mações devem ser encontradas: Pantanal
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12- Localizado principalmente na Região Centro-Oeste, esse bioma é caracterizado pela presença de pequenos arbustos e árvores
retorci-das, com cascas grossas e folhas recobertas de pelos. Solo deficiente em nutrientes e com alta concentração de alumínio. Marque a
alternativa que corresponde ao bioma que apresenta as características descritas.
Mangue
Caatinga
Campos
Cerrado
Mata de araucária

13- O texto abaixo se refere à qual formação vegetal? ―De origem bastante discutida, essa formação é característica das áreas onde o clima
apresenta duas estações bem marcadas: uma seca e outra chuvosa, como no Planalto Central. Ela apresenta 2 estratos nítidos: uma arbóreo-ar-
bustivo, onde as espécies tortuosas têm os caules geralmente revestidos de casca espessa, e outro herbáceo, geralmente dispostos em tufos‖.
Floresta tropical
Caatinga
Formação do Pantanal
Mata semiúmida
Cerrado

14- Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir da combinação dos elementos da natureza, como os climáticos,
botâni-cos, pedológicos, hidrológicos e fitogeográficos, sendo possível delimitar seis regiões, de acordo com Aziz Ab´Saber (1970), além
das faixas de transição.

O mapa a seguir apresenta a localização de tais domínios.

Figura 12: AB´SÁBER, Aziz Nacib. Os Domínios de Natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial,
2003. p.32-33.)

Com base no mapa e nos conhecimentos sobre domínios morfoclimáticos brasileiros, associe o domínio, na coluna da esquerda, com
a sua característica, na coluna da direita.

(A) Caracteriza-se por solos férteis, rios de planaltos com alto poder para geração de energia hidrelétrica.
(I) Mar de Morros
A vegetação característica é o pinheiro, que desapareceu quase totalmente devido ao extrativismo na área.

(B) É o segundo maior domínio em extensão territorial. Sua vegetação predominante caracteriza-se por
(II) Caatinga
árvores retorcidas e cipós. Possui também planaltos e chapadas.

(C) Caracteriza-se por dois tipos de estações fluvioclimáticas: a das cheias dos rios e a da seca; esta última
(III) Araucária
não interrompe o processo pluviométrico diário, somente em índices diferentes.
(D) Caracterizado por relevo em ―meias laranjas‖, tem significativas redes de drenagens, além da boa
(IV) Pradaria
precipitação.
(E) O clima característico é o semiárido, com solo raso e pedregoso; os latossolos sofrem o intemperismo
(V) Cerrado
físico e os litólicos são pouco erodidos.
(F) A morfologia do relevo é levemente ondulada, com a utilização do solo arenoso sem controle; percebe-
(VI) Amazônico
se um sério problema erosivo que origina as ravinas.
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Assinale a alternativa que contém a associação correta. dos planaltos de araucárias e as pradarias mistas caracteri-
I-A, II-F, III-C, IV-E, V-B, VI-D. zam a paisagem do sudeste brasileiro.
I-B, II-F, III-A, IV-E, V-D, VI-C. dos cerrados ocupa regiões topográficas e hidrológicas
I-C, II-E, III-A, IV-B, V-F, VI-D. similares ao domínio da caatinga e das terras baixas amazôni-cas,
I-D, II-E, III-A, IV-F, V-B, VI-C. com floresta equatorial, circunscreve-se apenas ao território
I-D, II-F, III-B, IV-E, V-C, VI-A. brasileiro.
15- Analise a figura a seguir.
18- (VUNESP) Trata-se de uma área de topografia com bai-
xas altitudes, que sofre inundações por ocasião das cheias do rio
principal e seus afluentes. A vegetação é variada, apresentando
espécies da Floresta Amazônica, da Caatinga, dos Campos, das
Palmáceas e do Cerrado. É a cobertura vegetal mais heterogênea
do Brasil, cobrindo ampla planície e estendendo-se também para
a Bolívia. O texto refere-se ao
Pantanal.
Chaco.
Pampa.
Agreste.
Mangue.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre os mangue-
zais, considere as afirmativas a seguir. 19- (Mackenzie/SP) As áreas mais atingidas pelo processo de
I. São formados em ambientes de transição das águas fluviais degradação de paisagens, em consequência do desmatamento
para as águas oceânicas, nas zonas de contato entre terra e mar. excessivo que intensificou os processos erosivos, pertencem aos
II. Trata-se de um domínio morfoclimático que se desenvolve estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Ja-
graças à biodiversidade ambiental que caracteriza as suas florestas. neiro, e foram ocupadas pelo desenvolvimento agrícola. O texto
III. Sua fauna representa importante fonte de alimentos para faz referência ao domínio morfoclimático:
o habitante, que depende deste ecossistema para extrair seu meio das Coxilhas Subtropicais com Pradarias.
de subsistência. dos Mares de Morros Florestados.
IV. A ausência de legislação de proteção aos manguezais re- dos Chapadões com Florestas-galerias.
sultou no seu desaparecimento em escala global. dos Planaltos Subtropicais com Araucárias.
das Terras Baixas com Florestas Equatoriais.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas I e II são corretas.
20- (UNIFOR/CE) Entre as regiões brasileiras, a Amazônia é
Somente as afirmativas I e III são corretas.
Somente as afirmativas III e IV são corretas. a de maior extensão territorial e onde as condições ambientais
Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. estão melhor conservadas. Das alternativas abaixo, marque a que
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. corretamente caracteriza os aspectos geográficos dessa região:
as terras baixas ocupam a maioria de sua extensão, estan-do
16- (UFC-CE) Na delimitação dos grandes domínios morfo- as de maior altitude situadas ao norte da região no planalto das
climáticos do Brasil, há dois grandes ecótonos ou áreas de transi- Guianas;
ção. Um deles é constituído por um grande número de palmáceas, os rios são perenes e torrentosos ou caudalosos e inter-
e outro apresenta grande biodiversidade. Indique a alternativa que mitentes;
apresenta, corretamente, esses ecótonos. os solos são em geral muito férteis e apropriados para a
Mata Atlântica e Floresta Amazônica. agricultura convencional;
Mata dos Cocais e Pantanal Mato-grossense. a biodiversidade é caracterizada por um pequeno número de
Mata de Caatinga e Campo Cerrado. espécies, representadas por grande quantidade de indivíduos;
Mata de Araucárias e Pradarias Gaúchas.
a pecuária e o extrativismo vegetal vêm-se desenvolvendo de
Matas de Cipós e Florestas Caducifólias.
forma integrada.
17- (FGV – SP) De acordo com o geógrafo Aziz N. Ab‘Sáber, o
território brasileiro é constituído por seis domínios morfoclimá-ticos 21- O conceito de Desenvolvimento Sustentável parte do
e fitogeográficos, além de faixas de transição. A esse respeito princípio de que
correto afirmar que o domínio: para sustentar o consumo da população mundial, a des-
dos mares de morros tropicais englobam mais cerrados do truição do meio ambiente deveria ser contida nos países pobres.
que áreas florestadas. o atendimento às necessidades básicas das populações, no
das caatingas é predominantemente de clima semiárido presente, não deve comprometer os padrões de vida das gerações
com depressões interplanálticas. futuras.
327 www.cursodeltacon.com

c) o padrão básico de vida populacional tem esgotado os recursos naturais e a alternativa seria rever o modo de viver nas grandes cida-
des.
o desenvolvimento industrial deve diminuir, adaptando um novo modo de vida às gerações atuais e otimizando o uso de produtos
artesanais.
a diminuição da retirada de recursos naturais renováveis e não renováveis buscam estabelecer novas formas de convívio com o meio
agropecuário.

22- Ano Internacional da Biodiversidade


Em relação ao termo Biodiversidade é correto afirmar que:
se relaciona somente à fauna e à flora da zona tropical do planeta, pois nas regiões temperadas não há diversidade.
abrange toda a variedade das formas de vida, espécies e ecossistemas em uma região ou em todo o planeta.
é restringido às espécies uniformemente distribuídas por toda superfície da Terra, o que só ocorre com a fauna.
não se relaciona aos fungos e micro-organismos do meio ambiente, limitando-se às fauna das zonas tropicais.
refere-se à fauna, à flora e a pessoas que vivem em harmonia com o meio ambiente, como ameríndios e aborígenes.

23- Leia a tira a seguir.

QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 372; 411. [Adaptado]

A tira, sobretudo a fala de Mafalda, questiona o apelo ao consumo. Na perspectiva dos estudos geográficos, a generalização do consumo
visa
à ampliação da cidadania, por garantir mais espaços públicos do que privados nas cidades.
à disseminação do sistema de crédito e da propaganda, por ampliar o acesso a bens e produtos.
à distribuição de renda, por promover a equidade social nos países subdesenvolvidos.
ao aumento da produção e dos níveis de consumo nos países desenvolvidos.
à redução das diferenças entre cidadãos e consumidores, por equiparar o acesso ao consumo aos valores democráticos.

24- As imagens abaixo mostram a localização de dois eventos mundiais ocorridos em 2009, simultaneamente.
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Sobre esses dois importantes fóruns mundiais, pode-se afirmar: que, cumpre lembrar, está em andamento e é permanentemente
Em Davos, reuniram-se representantes da riqueza do planeta in-conclusivo —, constitui um empenho constante para ampliar
com objetivo principal de elaborar políticas sociais para tirar da os hori-zontes cognitivos dos indivíduos e uma voz
po-breza os excluídos da globalização. potencialmente poderosa nesse diálogo sem fim com a condição
Em Davos, no Fórum Econômico Mundial, os chefes de humana. PALLARES-BURKE, Maria Lúcia Garcia. Entrevista
Estado dos países mais ricos do mundo exibiram seu com Zigmunt Bauman. Tempo soc. 2004.
otimismo com os bons resultados econômicos, consequência Sobre as questões ambientais na contemporaneidade, assinale
direta da adoção de políticas neoliberais em seus países. a alternativa INCORRETA.
No Fórum Econômico Mundial, os países ricos se com- Uma das consequências humanas da globalização pode ser
prometeram a reduzir drasticamente os subsídios agrícolas as-sociada ao agravamento da questão ambiental.
como forma de melhorar a concorrência na Organização O desenvolvimento do capitalismo demonstra que os índices
Mundial do Comércio. de industrialização são diretamente proporcionais aos índices de
d) Acidade de Belém recepcionou a vanguarda do po-luição, em termos absolutos.
movimen - to social e político do mundo que luta contra a O estímulo ao consumo de produtos recicláveis pode ser
exclusão social provocada pela globalização da economia. consi-derado uma estratégia do capitalismo contemporâneo para
F)óNruome Social Mundial, a notícia do fim do protecionismo manter os índices de consumo elevados.
anunciada pelos países ricos foi dada como verdade e vista como um Embora as questões climáticas tenham se agravado por conta
gesto positivo na luta contra as desigualdades mundiais. da globalização e do desenvolvimento do capitalismo, elas não
podem ser consideradas uma categoria relevante para a
25- Leia atentamente o fragmento de texto a seguir. Trata-se compreensão da so-ciedade contemporânea.
de uma entrevista com o sociólogo Zigmunt Bauman. As questões ambientais e climáticas são uma espécie de ―ini-
Poderia falar mais amplamente sobre os riscos da modernidade? migo invisível‖ que caracteriza a modernidade contemporânea
Uma das características do que chamo de ―modernidade sólida‖ (―mo-dernidade líquida‖).
era que as maiores ameaças para a existência humana eram muito
mais óbvias. Os perigos eram reais, palpáveis, e não havia muito 26- Leia o poema
seguir: Eu etiqueta
mis-tério sobre o que fazer para neutralizá-los ou, ao menos,
Em minha calça está grudado um nome
aliviá-los. Era óbvio, por exemplo, que alimento, e só alimento,
era o remédio para a fome. Que não é meu nome de batismo ou de
cartório, Um nome ..... estranho.
Os riscos de hoje são de outra ordem, não se pode sentir ou
Meu blusão traz lembrete de bebida
tocar muitos deles, apesar de estarmos todos expostos, em algum
Que jamais pus na boca, nesta vida,
grau, a suas consequências. Não podemos, por exemplo, cheirar,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
ouvir, ver ou tocar as condições climáticas que gradativamente, Que não fumo, até hoje não fumei
mas sem trégua, estão se deteriorando. O mesmo acontece com os Minhas meias falam de produto
níveis de radiação e de poluição, a diminuição das matérias- Que nunca experimentei
primas e das fontes de energia não renováveis, e os processos de Mas são comunicados a meus pés.
globalização sem controle político ou ético, que solapam as bases (...) Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
de nossa existência e sobrecarregam a vida dos indivíduos com Minha gravata e cinto e escova de dente e pente
um grau de incerteza e ansiedade sem pre-cedentes. (...) Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
Diferentemente dos perigos antigos, os riscos que envolvem a
São mensagens,
condição humana no mundo das dependências globais podem não só Letras falantes,
deixar de ser notados, mas também deixar de ser minimizados mesmo Gritos visuais,
quando notados. As ações necessárias para exterminar ou limitar os Ordens de uso, abuso, reincidência,
riscos podem ser desviadas das verdadeiras fontes do perigo e canali- Costume, hábitos, premência,
zadas para alvos errados. Quando a complexidade da situação é des- Indispensabilidade, e fazem
cartada, fica fácil apontar para aquilo que está mais à mão como causa de mim homem-anúncio itinerante (...).
das incertezas e das ansiedades modernas. Veja, por exemplo, o caso das Carlos Drummond de Andrade
manifestações contra imigrantes que ocorrem na Europa. Vistos como ―o
inimigo‖ próximo, eles são apontados como os culpados pelas frustrações O poema acima se refere:
da sociedade, como aqueles que põem obstáculos aos projetos de vida Ao consumismo, entendido como um fator importante para o
dos demais cidadãos. A noção de ―solicitante de asilo‖ adquire, assim, desenvolvimento da sociedade capitalista.
uma conotação negativa, ao mesmo tempo em que as leis que regem a À moda jovem, da sociedade globalizada e das
imigração e a naturalização se tornam mais restritivas, e a promessa de comunicações em rede em escala planetária.
construção de ―centros de detenção‖ para estrangeiros confere vantagens À vida nas metrópoles e nas cidades globais cujos habitantes
eleitorais a plataformas políticas. usam um vocabulário estrangeiro para expressar o processo de
Para confrontar sua condição existencial e enfrentar seus desafios, a glo-balização.
humanidade precisa se colocar acima dos dados da experiência a que tem Às relações comerciais desiguais em escala planetária, em
acesso como indivíduo. Ou seja, a percepção individual, para ser que os países pobres consomem produtos fabricados em
ampliada, necessita da assistência de intérpretes munidos com dados não diferentes lugares do globo.
amplamente disponíveis à experiência individual. E a Sociologia, como Aos produtos expostos nas vitrines dos shopping centers das
parte integrante desse processo interpretativo — um processo cidades brasileiras.
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27- Leia o texto a seguir:

O processo de expansão do modo de produção capitalista trouxe repercussões decisivas no espaço mundial não só no aumento de
consumo, mas também uma crescente preocupação em alguns países com a qualidade ambiental, o que tem levado à busca de várias al-
ternativas entre elas o emprego de tecnologias avançadas e acordos diversos a fim de reduzir o impacto e a degradação ambiental. Sobre o
assunto, é verdadeiro afirmar que ocorre(m):
a) acordos político-econômicos e tecnológicos entre os Estados Unidos e a China, país de regime político capitalista, objetivando o
emprego de tecnologias que promovam uma melhoria ambiental e na qualidade de vida de suas populações.
um aceite da Colômbia em acatar ajuda tecnológica dos Estados Unidos para a efetivação de acordos com países que outrora eram
socialistas e hoje adotam o capitalismo como é o caso da Coréia do Sul, com vistas a uma exploração menos poluente do petróleo que
produz.
acordos tecnológicos entre a Índia e o Paquistão, onde este país se compromete a investir seus conhecimentos em tecnologia in-
formacional na preservação ambiental do Paquistão em troca das terras disputadas na região da Caxemira.
d) intensas modificações espaciais na Ásia, particularmente na China, fruto das campanhas de preservação ambiental promovidas
pelo governo que adota estratégias de desenvolvimento de cunho socialista e preservacionista.
e) barreiras impostas por nações desenvolvidas capitalistas que se recusam diminuir o seu crescimento econômico e, assim, evitam
assinar acordos de compromisso de redução dos impactos ambientais provocados pelo modelo questionável de desenvolvimento.

28- ―A civilização industrial, como se encontra hoje organizada, está se chocando frontalmente com o sistema ecológico do planeta‖
(Al Gore, no livro ―A terra em balanço‖). Essa frase de Al Gore nos faz pensar que o modelo atual de desenvolvimento não é capaz de
satisfazer as gerações atuais e compromete as gerações futuras. Sobre esse assunto, é correto afirmar que:
o desenvolvimento sustentável responde às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
responder às suas necessidades.
o cooperativismo poderá ser um importante instrumento de promoção do desenvolvimento sustentável; é uma forma de estrutu-ração
do capital social.
3) o cooperativismo, além de fortalecer a democracia, volta-se para o desenvolvimento sustentável local.
nenhum país desenvolvido da modernidade sacrificou o seu desenvolvimento econômico original em função da consciência de que os
recursos naturais são finitos.
existe uma necessidade imperiosa de os países industrializados reduzirem o seu consumo e seu impacto desproporcional na po -
luição da Biosfera.

Estão corretas:
\a) 1 e 4 apenas
1 e 5 apenas
2 e 4 apenas
1, 2 e 3 apenas
1, 2, 3, 4 e 5.
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29- Leia e observe: 31- Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais


importantes de um país, que comandam a rede urbana nacional,
estabelecendo áreas de influência, correspondem aos (às):
Centros regionais
Cidades-dormitórios
Metrópoles nacionais
Capitais regionais
Metrópoles regionais

32- Em relação às cidades, é correto afirmar:


A cidade de São Paulo corresponde a uma metrópole nacio-
nal, situada nas margens do Rio Paraíba do Sul.
A cidade de Washington corresponde a uma metrópole na-
cional.
O êxodo rural é um dos fatores que mais têm contribuído
para o inchaço das metrópoles brasileiras.
No Brasil, verifica-se o predomínio de população rural.
A partir da década de 1980, o êxodo rural deixou de ocorrer
devido ao assentamento dos sem-terra pelo INCRA.

33- Um conjunto de municípios contíguos e integrados so-


cioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos
e infraestrutura comuns, define a:
Metropolização
Ao questionar a racionalidade humana, a charge tem por ob-
jetivo principal: Área metropolitana
Relacionar o desmatamento à extinção das aves. Rede urbana
Mostrar que os interesses econômicos sobrepõem-se à pre- Megalópole
servação ambiental. Hierarquia urbana
Mostrar que o uso de veículos contribui para o aumento da
poluição atmosférica. 34- No Brasil, as favelas, embora localizadas em sítios dife-
Relacionar a expansão agrícola ao processo de degradação renciados, apresentam como característica comum:
ambiental. o seu caráter periférico, ocupando sempre os limites da
mancha urbana.
30- Sobre a globalização dos problemas ambientais é correto o fato de serem uma ocorrência essencialmente ligada às
afirmar: grandes áreas metropolitanas do Sudeste e do Nordeste.
aI -RAevpoólsução Industrial, a Natureza passou a ser vista as habitações de baixo custo, construídas em terrenos de
como uma fonte de recursos econômicos a ser explorada por posse definitiva, localizados em loteamentos organizados e desti-
meio de instrumentos cada vez mais sofisticados, criados pela nados às populações de baixa renda.
ciência e pela tecnologia. Nesse processo, o meio ambiente foi a ausência de preocupação com o meio ambiente urbano em
submetido a uma contínua devastação, pondo em risco o razão da natureza desordenada da ocupação, realizada em
equilíbrio do planeta e afetando a vida de toda a humanidade. terrenos públicos ou de terceiros.
II - Nas últimas décadas do século XX, com o agravamento o fato de estarem estruturalmente associadas a bairros tradi-
dos problemas ambientais, a sociedade se mobilizou para deter os cionais degradados, com reutilização intensiva de velhos casarões
efeitos nocivos das atividades econômicas, predatórias e poluen- mantidos pela especulação imobiliária.
tes.
III - Os grupos ecológicos se multiplicaram e a pressão social 35- Atente para o que diz o trecho seguinte:
resultou na aprovação pelos poderes públicos de leis de proteção
ao meio ambiente. ―AS CIDADES SÃO OS NÓS DAS INTERLIGAÇÕES
IV - No âmbito internacional, a preservação do meio ambiente QUE VISUALIZAMOS ATRAVÉS DAS VIAS DE TRANSPOR-
passou a constituir elemento importante de um país para negociar a TE, ISTO É, OS LOCAIS DE ONDE PARTEM E PARA ONDE
comercialização de seus produtos e recebimento de empréstimos. VÃO AS PESSOAS E AS MERCADORIAS.‖

Está (ão) correta(s) Suas ideias denotam um conceito básico no estudo do


a) Apenas a proposição I espaço terrestre. Identifique-o:
b)oTdas as proposições urbanização
Apenas as proposições II e IV malha urbana
Apenas as proposições I e II a lógica interna das cidades
Apenas as proposições I e III concentração especial
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36- Analise as seguintes afirmações que tratam do processo 39- Dentre as alternativas abaixo, que dizem respeito à
de industrialização no Brasil. indús-tria brasileira no Século XXI, uma está incorreta.
I. No governo de Getúlio Vargas, foram criadas as condições Assinale-a:
de infraestrutura necessárias para a industrialização brasileira. O Brasil detentor de um grande mercado interno, de abun-dantes
II. O governo de Juscelino Kubitschek priorizou a construção recursos naturais, possui um parque industrial altamente di-
de rodovias e obras para geração de energia. versificado e conta com um desenvolvido setor de alta tecnologia.
III. A década de 1990 foi marcada pela globalização da Apesar de ser um país industrializado, apresenta indicado-res
econo-mia e pela consolidação do Brasil como grande produtor e sociais de países subdesenvolvidos, dependência tecnológica e
expor-tador de tecnologia. necessidade de aporte de investimentos internacionais.
Está correto o que se afirma em No país, foram criados vários polos tecnológicos que con-
III apenas. centram as atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnolo-
I e II apenas. gias de ponta.
II apenas. As atividades desenvolvidas nos polos tecnológicos inde-
I e III apenas. pendem de outros setores da economia.
Para a criação de polos tecnológicos que deram origem a
37- Sobre a indústria brasileira, sua concentração e descon- instituições de ensino e pesquisa nacionais, foi fundamental o
centração espacial, a alternativa correta é: apoio governamental, colocando o país na vanguarda da tecnolo-
A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século gia de ponta.
XIX, concentrando-se na região Sudeste do Brasil, reproduzindo
as desigualdades regionais sociais e econômicas. 40- A atividade industrial e a industrialização brasileira estão
No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a desigualmente distribuídas pelas regiões do país. Construídas pre-
preocupação estatal foi com a indústria de base, com enfoque na dominantemente no século XX, elas são componentes da moder-
produção de energia e setor de transportes; já no governo de Jus- nização urbana que reinventa nossa sociedade e dinâmica espacial.
celino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior. Sobre a indústria e industrialização brasileira, é correto afirmar:
A industrialização como substituição de importações, com A industrialização tem suas raízes fincadas na economia da
capital estatal abundante e mão-de-obra barata, acontece no cana-de-açúcar e do café, que possibilitou a acumulação de
Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com capital necessária para a diversificação em investimentos no setor
destaque para o setor têxtil e produção de alimentos. indus-trial, e esse fato permitiu a produção de bens de consumo
A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do duráveis, sobretudo automóveis e eletrodomésticos.
governo federal, inicia-se a desconcentração industrial, acentuada A indústria nasce dos capitais restantes do declínio da eco-
depois de 1990, pela crescente abertura econômica e desenvolvi- nomia da cana-de-açúcar e do café. Esses capitais impulsionaram
mento técnico- científico. uma diversidade de pequenas indústrias de produção de bens de
Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, consumo não duráveis, tais como perfumaria, cosméticos, bebidas,
principalmente São Paulo, passou por grandes mudanças cigarros, que apoiadas pelo Estado se difundiram pelo país.
espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração
A ação do Estado foi fundamental para desencadear o pro-
industrial, posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro.
cesso de industrialização brasileira, por exemplo, criando empre-
sas estatais, como a antiga Companhia Vale do Rio Doce e a
38- O processo de industrialização ocorrido no Brasil a partir Com-panhia Siderúrgica Nacional, para investir na indústria de
de 1930 trouxe grandes transformações na organização do terri-
base. Sem elas não seria possível a implantação de indústria de
tório nacional, pois constituiu uma economia cujo crescimento
bens de consumo duráveis.
depende principalmente do dinamismo do mercado interno. Com
A industrialização brasileira é fruto da capacidade inovado-ra do
base no enunciado e nos conhecimentos de geografia do Brasil,
Estado e do empresariado nacional. Este último não mediu esforços
assinale a afirmativa correta.
para construir em todo o território nacional sistemas de transporte,
A alta concentração industrial nas regiões metropolitanas e
comunicação, energia e portos, necessários à circulação de bens,
cidades médias próximas dessas áreas cria uma estrutura
serviços e pessoas por todas as regiões.
produtiva pouco integrada.
Como o mercado consumidor de bens industriais se con- A industrialização brasileira se tornou possível a partir de
centra nas cidades localizadas até 150 km do litoral, a interioriza- investimentos do capital internacional, que não mediu esforços
ção do desenvolvimento econômico continua a depender da agro- para construir em todo o território nacional sistemas de
pecuária. transporte, comunicação, energia e portos, necessários à
circulação de bens, serviços e pessoas por todas as regiões.
A industrialização forjou uma rede urbana constituída por
duas metrópoles globais, algumas metrópoles nacionais e centros
urbanos com áreas de influência regional ou local. 41- A desconcentração industrial verificada no Brasil, na
A agricultura de exportação vigente até 1930 criou uma últi-ma década, decorre entre outros fatores, da:
economia estruturada em centro e periferia, sendo o primeiro a a ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento
então capital federal, Rio de Janeiro, e a segunda, as áreas de pro- regional, a exemplo da Zona Franca de Manaus.
dução agropecuária. elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o
A concentração industrial cada vez mais alta no Sul e Su- território nacional atraente para novos investimentos indústrias.
deste reduz os níveis de integração econômica do território brasi- presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e
leiro, que vai ficando cada vez mais desigual. Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões.
332 www.cursodeltacon.com

d) isenção fiscal oferecida por vários estados, o que impede A soma correta é:
novos investimentos nessas regiões. 6
e) globalização da economia que, por meio das privatizações, 31
induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o terri- 14
tório. 7
15
42- No período compreendido entre os anos de JK e o final
do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre outras 45- “No Brasil, novas formas técnicas e organizacionais,
características econômicas: como a informatização e a automação nas atividades agropecuá-
o predomínio da substituição de importações de bens de rias, na indústria e nos serviços, os atuais tipos de contratação e as
consumo e a redução das disparidades regionais. políticas trabalhistas conduziram, entre outros aspectos, a um au-
grande desenvolvimento industrial dependente de tecnolo- mento do desemprego e da precarização das relações de trabalho”.
gia e capitais estrangeiros e maior intervenção do Estado na eco- (Adaptado de SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura.
nomia. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 2. ed.
grande expansão das empresas industriais de capitais nacio- Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 220.).
nais, privados e estatais, e declínio da dívida externa.
o predomínio da substituição de importações de bens de Com base no texto e nos conhecimentos sobre as mudanças
consumo e menor intervenção do Estado na economia. no mundo do trabalho no Brasil nas duas últimas décadas,
grande desenvolvimento industrial dependente de tecnolo- considere as afirmativas a seguir:
gia e capitais estrangeiros e a redução de disparidades regionais. I. Ao longo das duas últimas décadas, a precarização das re-
lações de trabalho e o desemprego afetaram os trabalhadores das
43- Na escolha de um local para a implantação das indústrias, os grandes regiões metropolitanas, especialmente em São Paulo,
fatores mais importantes estão relacionados a matérias-primas, fontes onde as taxas de desemprego atingiram números expressivos.
de energia, mão-de-obra, recursos financeiros e acesso ao mercado II. Nos últimos 20 anos, a redução dos postos de trabalho nas
consumidor dos bens produzidos. A importância de cada fator em atividades agropecuárias e industriais foi integralmente
relação aos demais pode variar. Depende do tipo de bens a produzir, compensa-da pelo aumento de postos de trabalho no setor de
da escala de produção pretendida, do grau de desenvol-vimento das serviços nos grandes centros urbanos, evitando o crescimento da
técnicas utilizadas e da infraestrutura existente. economia in-formal no país.
Da leitura do texto é possível concluir que: III. Nas duas últimas décadas, o crescimento e a distribuição
as indústrias leves contam com maior número de opções, homogênea dos polos regionais de informática pelo território na-
quanto à escolha do local para sua instalação. cional foram responsáveis pela redução dos subempregos, na medi-
as indústrias pesadas dispersam-se mais pelo espaço em da em que absorveram os desempregados do mercado formal.
função dos fatores disponíveis. IV. Nos últimos 20 anos, as novas formas de contratação de
em função do destino final da produção, as indústrias leves trabalho, principalmente a chamada terceirização, são um dos indi-
necessitam de maiores espaços e investimentos.
cadores da precarização das relações de emprego, que foi acompa-
como dependem de infraestrutura, as indústrias pesadas de-
nhada da redução da renda média do trabalhador brasileiro.
vem estar próximas a portos marítimos.
as indústrias leves são muito mais sensíveis às condições de
Estão corretas apenas as afirmativas:
infraestrutura, nos setores de transporte e energia.
I e II.
I e IV.
44- A industrialização dos países do Terceiro mundo, entre
II e III.
os quais o Brasil, tem como características básicas:
I, III e IV.
ser historicamente recente;
depender, e, grande parte, de capitais estrangeiros; II, III e IV.
dar mais ênfase ao desenvolvimento das indústrias de bens
de consumo; 46- A maior parte da energia usada hoje no planeta é prove-
importar tecnologias estrangeiras. niente da queima de combustíveis fósseis. O protocolo de Kyoto,
acordo internacional que inclui a redução da emissão de CO2 e de
Entre as consequências dessas características, destacam-se: outros gases, demonstra a grande preocupação atual com o meio
Desenvolvimento harmonioso desses países, já que o capi-tal ambiente. O excesso de queima de combustíveis fósseis pode ter
fica disponível para investimentos sociais; como consequências:
Aumento do desemprego e do subemprego, já que o cres- maior produção de chuvas ácidas e aumento da camada de
cimento demográfico continua alto e as tecnologias importadas ozônio.
são poupadoras da mão-de-obra; aumento do efeito estufa e dos níveis dos oceanos.
Acentuação das desigualdades socioeconômicas, pela li- maior resfriamento global e aumento dos níveis dos ocea-
mitação do mercado de consumo às classes privilegiadas, já que a nos.
tecnologia importada encarece os produtos; destruição da camada de ozônio e diminuição do efeito es-
Aceleração do êxodo rural, fornecendo uma mão-de-obra tufa.
qualificada às indústrias; maior resfriamento global e aumento da incidência de cân-
Desenvolvimento da tecnologia automobilística nacional. cer de pele.
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47- ―PETRÓLEO MAIS CARO PREOCUPA EUA, UNIÃO Prática da policultura e instalação de comunas populares.
EUROPEIA E JAPÃO‖. Mecanização agrícola e concentração fundiária.
No ano de 2004, os preços do petróleo no mercado internacio- Especulação imobiliária e estímulo à agricultura de subsis-
nal tiveram sucessivas altas, lançando dúvidas sobre o crescimento tência.
econômico mundial. A elevação do preço do petróleo é consequên- Fascínio pela cidade e prática do cooperativismo agrícola.
cia de uma série de fatores e tem graves repercussões em alguns Violência rural e monocultura de subsistência.
países. Assinale a alternativa INCORRETA:
A alta do preço do petróleo interfere na economia japonesa 51- Leia o gráfico a seguir.
que depende do petróleo importado.
O preço do petróleo depende das cotas de petróleo estabe-
lecidas pelos países da OPEP.
O preço do petróleo aumenta devido aos estoques acumu-
lados pelos EUA.
O preço do petróleo oscila devido à situação de insegurança
existente no Oriente Médio.

48- Com relação ao petróleo, uma das maiores fontes de


ener-gia do mundo atual, é correto afirmar que:
Algumas advertências de que o petróleo pode acabar não têm
sentido, pois, como o urânio, o petróleo é um recurso natural
inesgotável, presente em terrenos metamórficos dos continentes e
das bacias oceânicas.
Os países da América do Norte querem reduzir o consumo
mundial de petróleo, com a finalidade de desestabilizar os países
exportadores do Oriente Médio.
O petróleo é um recurso natural exaurível, pois se localiza
em áreas não muito profundas de terrenos basálticos, ricos em
ma-téria orgânica.
A escassez de petróleo decorre da explosão de poços, no Analisando-se os dados do gráfico, verifica-se que a oscilação
Golfo Pérsico, onde se registra a maior produção desse recurso de maior expressão representada decorre;
natural. da promulgação das leis que proibiram o tráfico de escra-
O petróleo é um recurso natural não renovável, encontrado vos, facilitando o afluxo de imigrantes.
em terrenos de bacias sedimentares. das consequências da crise econômica mundial, motivando o
aumento do fluxo de imigrantes.
49- São exemplos de fontes energéticas de origem fóssil: da abolição da escravidão, intensificando a opção pela mão
carvão mineral, solar, petróleo de obra imigrante.
eólica, petróleo, gás natural da política racial da Era Vargas, expulsando grandes contin-
hidrelétrica, gás natural, nuclear gentes populacionais.
petróleo, carvão mineral, gás natural da Segunda Guerra Mundial, que resultou no afluxo popu-
nuclear, carvão mineral, petróleo lacional de deslocados.

50- A ilustração abaixo mostra que os fluxos migratórios são 52- A partir da década de 1970, agricultores brasileiros se
uma constante no espaço brasileiro. mu-daram para o Paraguai, atraídos pela oferta de trabalho e terra
ba-rata, ficando conhecidos pelo apelido de ―brasiguaios‖. O
governo do Paraguai calcula que existam hoje cerca de 400 mil
brasiguaios vivendo naquele país, o que inclui os filhos de
brasileiros nascidos lá. Em determinadas regiões do Paraguai, a
presença dos brasi-guaios é geradora de conflitos, o que levou o
Itamaraty a afirmar recentemente que talvez seja essa a situação
mais difícil vivida por brasileiros no exterior.
Uma das razões desses conflitos é
a disputa pela posse da terra para fins de exploração agrí-
cola.
MORAES, Paulo Roberto. a competição por garimpos visando à extração de ouro.
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE dois a apropriação de terras onde prevalece o extrativismo da
fatores que explicam a rapidez e a intensidade com que o campo borracha. .
tem impelido os trabalhadores rurais em direção aos centros ur- a exploração de minas de diamantes destinados a exporta-
banos. ção.
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53- Aproximadamente 300.000 brasileiros vivem fora do país, produzindo em terras estrangeiras. São agricultores que saíram para
trabalhar além da fronteira, provocando tensão geopolítica entre o Brasil e o país vizinho.
O país vizinho referido e os estados brasileiros que se limitam com esse país são:
Uruguai – Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Paraguai – Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Argentina – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Paraguai – Paraná e Mato Grosso do Sul
Uruguai – Rio Grande do Sul e Paraná

54- Observe:

A dinâmica interna de uma região metropolitana é extremamente complexa, dada a variedade das interações que se estabelecem
entre os aglomerados que a compõem.
Na tabela acima, evidencia-se o tipo de interação denominado de:
repulsão urbana
migração de retorno
movimento pendular
fluxo de transumância

55- Analise o gráfico

A partir dos índices apontados no gráfico e de conhecimentos sobre os países mais populosos do mundo, as letras A, B, C, D e E
cor-respondem, respectivamente, a :
Estados Unidos, China, Índia, Indonésia e Brasil.
China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil.
Brasil, Índia, Estados Unidos, China e Indonésia.
China, Índia, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Estados Unidos, Brasil, Índia, China e Indonésia.
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56- Sobre a População Brasileira é correto afirmar. popularização da internet já era possível imaginar como ela
Apresenta alto grau de movimentação interna, sendo o Cen- muda-ria o mundo. Da mesma forma, fenômenos detectáveis hoje
tro-Oeste a região de maior repulsão populacional. terão seus efeitos mais fortes a partir de 2020.
A taxa de fecundidade da população brasileira vem aumen-
tando significativamente no país.
A maioria da população brasileira está concentrada na faixa
oeste do país, em que podem ser encontradas áreas com densidades
superiores a 100 hab./km2. Já a porção leste do país é bem menos
povoada, com predomínio de densidades inferiores a 10 hab./km2.
A partir de meados da década de 1960, a população urbana
passa a ser mais numerosa que a população rural, em razão da
industrialização que se acentua desde o final da década de 1950,
provocando migrações do campo para a cidade.
A população absoluta do Brasil e sua grande extensão terri-
torial permitem-nos classificar o país como muito povoado,
porém pouco populoso.

57- Os gráficos abaixo apresentam as expectativas de vida de David Cohen, Revista Época, 25/05/2009
homens e de mulheres nascidos nos anos de 1920 a 2000 no Com base no enunciado, observe as afirmações abaixo, assi-
Brasil e de 1830 a 1990, na França. nalando V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A diminuição da fecundidade no Brasil deve-se às trans-
formações econômicas e sociais que se acentuaram na primeira
metade do século XX devido à intensa necessidade de mão de
obra no campo, inclusive de mulheres, fato este que elevou o país
ao patamar de agrário-exportador.
( ) Devido à mudança do papel social da mulher do século
XX, ela deixa de viver, exclusivamente, no núcleo familiar,
ingressando no mercado de trabalho e passando a ter acesso ao
planejamento familiar e a métodos contraceptivos. Esses
aspectos, conjugados, explicam a diminuição vertiginosa das
taxas de fecundidade no Brasil.
( ) As quedas nas taxas de natalidade de um país levam, ao lon-
go do tempo, ao envelhecimento da população (realidade da maio-ria
dos países desenvolvidos). Neste sentido, verifica-se uma forte
tendência a um mercado de trabalho menos competitivo e exigen-te,
demandando menos custos do Estado com os aspectos sociais. Dessa
forma, a sequência correta, de cima para baixo é:
VVV.
FVV.
VVF.
A partir desses gráficos, podemos concluir que a diferença FVF.
ve-rificada na expectativa de vida entre os gêneros, na segunda VFV.
meta-de do século XX,
foi uma característica dos países mais industrializados, como 59- Da Copa de 1970 à Copa de 2010, a população brasi-
a França. leira passou de 93.139.037 para uma população estimada em
diminuiu quando os países se industrializaram, uma vez que 193.114.840 habitantes (IBGE – Popclock em 23 jun. 2010).
as mulheres passaram a ter mais direitos e oportunidades. Com base nos conhecimentos sobre a dinâmica do
ocorreu apenas em países com altas taxas de criminalidade crescimen-to vegetativo da população no Brasil, ao longo desses
entre jovens adultos do sexo masculino, como o Brasil. 40 anos, assinale a alternativa correta.
aumentou quando a expectativa de vida alcançou níveis mais A taxa de crescimento anual da população brasileira foi
altos. maior na primeira década do século XXI que nos anos 1970, ape-
sar da estabilização da taxa bruta de mortalidade.
58- O Brasil em 2020 A contínua redução da taxa de fecundidade explica a queda
Será, é claro, um Brasil diferente sob vários aspectos. A maior na taxa de crescimento anual da população, apesar de o número
parte deles, imprevisível. Uma década é um período longo o sufi- total de habitantes ter mais que dobrado.
ciente para derrubar certezas absolutas (ninguém prediz uma Re- Nas duas últimas décadas, apesar do aumento das taxas
volução Francesa, uma queda do Muro de Berlim ou um ataque às brutas de natalidade, as taxas anuais de crescimento vegetativo da
torres gêmeas de Nova York). Mas é também um período de população brasileira se estabilizaram devido ao comportamento
maturação dos grandes fenômenos incipientes — dez anos antes da do saldo migratório.
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O crescimento absoluto de aproximadamente 100 milhões de e) a análise das pirâmides etárias auxilia o Estado na elabo-
habitantes foi proporcionado pela elevação das taxas de fecun- ração de programas sociais que objetivam a inclusão social e a
didade no Brasil ao longo do período. distribuição de renda na intenção de corrigir as distorções do
O fato de a população absoluta ter mais que dobrado no período cres-cimento desigual entre a população brasileira.
se deve ao saldo migratório positivo ocasionado pela ab-sorção de
centenas de milhares de imigrantes italianos e japoneses. 61- Observe

60- Observe os gráficos abaixo:

Assinale a interpretação correta para o cartograma acima.


As taxas de mortalidade infantil no continente africano são
Os gráficos acima dizem respeito às pirâmides etárias brasi- elevadíssimas.
leiras organizadas de acordo com os dados divulgados nos censos
O continente africano é o que possui a menor expectativa de
de 1980 e 2000 realizados pelo IBGE. Na comparação, observa- vida do mundo.
se que a base da pirâmide etária da população brasileira está se
A África é um continente com baixa presença de mão de
tornando cada vez mais estreita e o ápice mais largo. Verifica-se obra infanto-juvenil.
também que o corpo está cada vez maior, o que reflete a dimi-
O fluxo migratório interno do continente africano é limita-do
nuição das taxas de crescimento vegetativo, o que provocou uma à sua faixa central.
mudança no perfil da pirâmide etária brasileira nessa comparação
A natalidade nos extremos sul e norte da África é menor do
entre 1980 e 2000. A respeito da análise das pirâmides etárias que a da sua região central.
apre-sentadas acima, é CORRETO afirmar que:
a analise das pirâmides etárias permite verificar a composi- 62- Leia o fragmento de texto a seguir.
ção etária de uma população e seu reflexo na estrutura da Popula- Retrocedendo no tempo, verifica-se que para os homens, já
ção Economicamente Ativa (PEA), a qual é formada por pessoas em 1940, a média de idade no ato do casamento legal era de 27,1
que exercem atividades remuneradas. anos, a qual se manteve quase inalterada até nossos dias [1998].
a análise das pirâmides etárias servem como subsídios para a Com as mulheres não ocorreu o mesmo. Em 1940, elas se
elaboração de políticas previdenciárias e influencia diretamente em casavam no civil mais cedo, em média aos 21,7 anos, idade que
questões que dizem respeito à concessão de benefícios, na me-dida veio cres-cendo sistematicamente e passou a 23,3 anos em 1950,
em que diminui o numero de pessoas aposentadas. 23,8 em 1960 e 24 em 1970.
a análise das pirâmides etárias subsidia o Estado na elabora-ção BERQUÓ, Elza. Arranjos familiares no Brasil: uma visão
de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, saneamento e de-mográfica. In: SCHWARCZ, Lilia M. História da vida privada
cultura, de modo que possam ser elaboradas ações que atendam às no Brasil. Contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo:
expectativas de uma população cada vez mais jovem. Com-panhia das Letras, 1998. v. 4. p. 416-417. [Adaptado]
a análise das pirâmides etárias permite verificar a compo- O texto retrata diferenças na idade média das mulheres, em
sição da população feminina brasileira e serve como subsídio re-lação à dos homens, no que se refere ao casamento civil. No
para a elaboração de políticas públicas de gênero para uma Brasil, o aumento progressivo da idade de casamento das
população feminina cada vez mais jovem. mulheres entre as décadas de 1940 e 1970 se deve, sobretudo, à
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instituição do divórcio, que deu aos divorciados o direito de contrair novo matrimônio.
aprovação do código eleitoral, que garantiu a participação política das mulheres.
elevação da escolaridade, que possibilitou maior inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
ampliação da longevidade feminina, que influenciou na nupcialidade e nas parturições.
implementação de políticas de saúde pública, que permitiu o acesso à contracepção e à esterilização.

63- Atente para o quadro abaixo:

Fonte: Censo Demográfico 2000 e Contagem da População 2007


As alternativas abaixo expressam análises possíveis para os dados apresentados no quadro, EXCETO:
O uso de anticoncepcionais e a legalização do aborto nas regiões mais povoadas contribuíram, significativamente, para a redução da
taxa de natalidade.
A melhoria nas condições sanitárias e higiênicas promoveu a queda da taxa de mortalidade.
O aumento da idade média para o casamento reduziu o período de fertilidade em um matrimônio, afetando a taxa de fertilidade.
A redução das doenças infecciosas, parasitárias, do sistema respiratório e digestivo promoveu a queda da taxa de mortalidade.

64- Observe

A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia de um país. Logo, a tendência dos grupos etários representados
no gráfico nos leva à reflexão de que:
I – Em 1980, 38% da população tinham entre 0 a 14 anos de idade, em 2000 esse percentual cai para 29%, e, de acordo com as
projeções do IBGE, em 2020 as crianças e jovens menores de 14 anos serão apenas 23% da população do país.
II – A participação relativa de idosos na população total vem aumentando significativamente. Em 1980, as pessoas com mais de 60
anos de idade representavam apenas 6%; em 2000 já perfaziam 7% e em 2020 totalizarão 13%.
III – As estatísticas oficiais afirmam que em 2006, 97% das população entre 7 a 14 anos frequentavam a escola. Como a população, nes-sa
faixa etária, tende a diminuir em termos relativos e a permanecer estável em termos absolutos, não será necessário ampliar o número de vagas já
existentes nas escolas fundamentais e sim melhorar a universalização do ensino médio e a qualidade das escolas, em todos os níveis.
IV – A projeção nos mostra que nas próximas décadas haverá um acelerado crescimento da população de idosos, resultante do aumento da
expectativa de vida. Essas alterações no padrão demográfico brasileiro agravam a crise estrutural do sistema de previdência social no Brasil, mas,
por outro lado, aumentam de maneira significativa a importância dos idosos no mercado de consumo (casas de repouso, ativi-dades recreativas,
educação continuada na área de informática, ensino de línguas estrangeiras e uma boa pedida para a indústria do turismo.
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Estão corretas:
Apenas as proposições II e III
Apenas as proposições I e II
Todas as proposições
Apenas as proposições II e IV
Apenas as proposições I e IV

65- A cana-de-açúcar produzida nos estados de São Paulo e


do Paraná alcança produtividade mais elevada por hectare quan-
do comparada à produzida nos estados de Pernambuco, Paraíba e
Alagoas. A desvantagem que se verifica no Nordeste deve-se:
a) Aos baixos investimentos na melhoria genética das plan- A análise de dados mostrados no gráfico revela que:
tas.
a produção em 2003 foi superior a 2.100.000 toneladas de
b) Aos baixos investimentos na melhoria genética das plan-
grãos.
tas.
Às frequentes secas que assolam o semiárido nordestino. a produção brasileira foi crescente ao longo de todo o
À estrutura fundiária concentrada naquela área do Brasil. período observado.
À baixa altitude do relevo, que dificulta a mecanização. a área plantada decresceu a cada ano no período de 2001 a
2008.
66- O Cio da Terra os aumentos na produção correspondem a aumentos no
Debulhar o trigo rendimento médio do plantio.
Recolher cada bago do trigo a área plantada em 2007 foi maior que em 2001.
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana 68- Os movimentos de luta pela terra no Brasil, oriundos da
Recolher a garapa da cana concentração da propriedade da terra, intensificaram-se na década
Roubar da cana a doçura do de 1980 na porção sul do país, por causa:
mel Se lambuzar de mel do grande número de minifúndios.
Afagar a terra do intenso processo de modernização da agricultura.
Conhecer os desejos da terra da expansão da fronteira agrícola.
Cio da terra, a propícia estação da tradição camponesa dos imigrantes europeus.
E fecundar o chão.
das ações organizadas pelas Ligas Camponesas.
(NASCIMENTO, M.; HOLLANDA, C. B. “Cio da Terra”,
1976. D. Acesso em: 3 jul. 2008.) 69- A pecuária, apesar de ter desempenhado importante pa-
pel na ocupação de determinadas áreas do território brasileiro,
Os quatro últimos versos da música referem-se à importân- conservou seu caráter complementar na economia colonial es-
cia do solo para a agricultura. Nas regiões tropicais do Brasil, os pecializada para a exportação, disso decorrendo
solos que perdem sua cobertura vegetal para permitir o cultivo seu equilíbrio em relação às atividades agrícolas e extra-
ficam sujeitos a uma elevada pluviosidade. A grande infiltração tivas na ocupação efetiva do território.
de água no solo desencadeia dois processos importantes: (1) o
sua subordinação ao capital comercial europeu.
surgimento de crostas formadas a partir da concentração de hi-
dróxidos de ferro e alumínio em certos tipos de solo, o que pode a exportação da produção de abastecimento, o que gerou
impedir a penetração das raízes, e (2) a remoção, do solo, de sais superávit no comércio colonial.
minerais hidrossolúveis, o que diminui a sua fertilidade. a direção estatal da metrópole sobre a pecuária, por força do
monopólio régio sobre o sal e a carne.
Assinale a alternativa que CORRETA e respectivamente constantes crises de abastecimento dos alimentos, cuja
identifica os processos descritos. produção era preterida pelas culturas de exportação.
Desidratação e compactação.
Laterização e lixiviação.
Compactação e liviação. 70- A Região Sul se destaca em termos de atividade cria-
Salinização e desidratação. tória e entre as regiões brasileiras é a que dispõe do maior re-
Laterização e salinização. banho de:
bovinos e equinos
67- No gráfico a seguir, estão especificados a produção bra- equinos e asininos
sileira de café, em toneladas; a área plantada, em hectares (ha); e asininos e muares
o rendimento médio do plantio, em kg/ha, no período de 2001 a suínos e ovinos
2008. ovinos e caprinos
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71- Entre as extrações tradicionais do Nordeste, aquela que tem sido melhor aproveitada pela indústria
moderna é:
de algodão mocó.
da cana-de-açúcar.
do couro.
do agrave.
da mandioca.

72- Segundo o valor das exportações, os principais portos do Brasil são, respectivamente:
Santos, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Rio de Janeiro, Santos e Recife.
Santos, Rio de Janeiro e Salvador.
Rio de Janeiro, Santos e Vitória.
Santos, Paranaguá e Vitória.

73- ―Nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa devem-se cultivar (de preferência em cima
de terraços) produtos permanentes, como a arboricultura; os vales e as planícies ficam reservados para as
culturas temporárias‖.
A principal ideia contida no texto é o fato de que:
As técnicas agrícolas variam de acordo com os tipos de cul-
tivo.
As culturas, para defesa dos solos, devem-se distribuir de acordo com o relevo.
As técnicas agrícolas estão na dependência dos tipos de re-
levo.
O relevo não pode interferir na escolha dos cultivos.
A erosão é mais intensa nas áreas montanhosas do que nas planas.

74- Chamamos de sistemas agrícolas:


As formas de divisão de glebas, em relação às culturas de-senvolvidas.
O sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos os produtos agrícolas.
As formas de financiamento da produção e da comercializa-ção dos produtos agrícolas.
Aos sistemas planejados de produção agrícola.
Ao conjunto de técnicas empregadas para obtenção da pro-dução agropastoril.
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GABARITO

1 D 26 A 51 C
2 D 27 E 52 A
3 B 28 E 53 D
4 C 29 B 54 C
5 D 30 B 55 B
6 C 31 C 56 D
7 D 32 C 57 D
8 A 33 B 58 D
9 B 34 D 59 B
10 D 35 B 60 A
11 C 36 B 61 E
12 D 37 B 62 C
13 E 38 C 63 A
14 D 39 D 64 C
15 B 40 C 65 C
16 B 41 A 66 B
17 B 42 B 67 D
18 A 43 D 68 B
19 B 44 A 69 C
20 A 45 B 70 A
21 B 46 B 71 A
22 B 47 C 72 E
23 B 48 E 73 B
24 D 49 D 74 E
25 D 50 B

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