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minha amada mãe, a Senhora Jonathan Goforth, estaria escrevendo este prefácio, mas, no último dia
31 de Maio, às 15h00 e na idade de 78 anos, ela deixou a caneta descansar para sempre, a qual o
Senhor usou tão poderosamente,. Tal como o esposo cuja vida e obra ela compartilhou e viveu de
perto com uma devoção heróica durante aproximadamente 50 anos na China, mamãe não sofreu
nenhuma doença grave e foi poupada de qualquer sofrimento. Ela partiu repentinamente para a
glória. Seu rosto brilhava e as suas últimas palavras ecoaram com uma confiança majestosa: “Olhem
meu Rei me chamando! Estou pronta para partir!”
E, ainda agora que ambos não se encontram mais entre nós, as suas palavras mantêm-se falando aos
nossos corações de forma audível. “Pelo Meu Espírito”, o livro que Papai escreveu, tornou a ser
publicado pela Zondervan Publishíng House porque estão plenamente convictos que esta mensagem
de avivamento real e genuíno é para agora e é necessitada com muita urgência.
Este pequeno livrinho, no qual Papai narra a história do avivamento que sacudiu a Coreia tal qual ele
próprio o presenciou e viveu, é, sem sombra de dúvida, o parceiro do seu livro “Pelo Meu Espírito”.
Preciso confessar que, ao tornar a ler estas histórias, a sua mensagem sulcou minha alma e lavrou
dentro dela. Nesta geração é urgente perguntar se realmente cremos que o Espírito de Deus é Deus:
“Cremos realmente na existência do Espírito Santo de Deus?”
Até mesmo durante estes dias de catástrofes sem precedentes, a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo
está sendo extremamente negligente como casa de oração. A fé é colocada nos homens, nos
armamentos e nos confrontos em vez de dar ao Espírito Santo o Seu lugar de poder soberano, o qual
pertence-Lhe naturalmente. Que Ele possa usar esta narrativa do grande fogo dos avivamentos que
varreram a Coreia para despertar a nossa igreja que vive com o espírito de Laodiceia e que ela acorde
para o puro fato que qualquer vitória e qualquer salvação que seja eterna virá, mas, “não por força
(pelo homem) e nem por violência, mas pelo Meus Espírito, diz o Senhor dos exércitos”.
Mary Goforth Moynan Toronto, Canada
A fase inicial do Avivamento foi detectada na Coreia em 1903. Haviam pedido ao Dr. Hardie, de
Gensan, na Costa, para fazer uns discursos sobre oração em umas conferências pequenas que alguns
missionários se propuseram organizar. Conforme preparava os seus discursos, lendo e relendo João
14 e outros textos das Escrituras, o Espírito começou a ensinar-lhe muitas coisas. Quando entregou
os seus discursos sobre oração, os missionários ficaram profundamente afectados. Logo de seguida,
os Crentes Coreanos, em geral, fizeram conferências e foram igualmente afectados. O Dr. Hardie
percorreu todos os centros missionários na Coreia entregando fielmente tudo o que aprendera. E,
durante o ano de 1904, cerca de 10.000 Coreanos entregaram-se a Deus. O Avivamento havia
começado e permaneceu poderoso e obtendo grandes resultados até 1906.
Em Junho de 1907, o Sr. Swallen, de Ping Yang, relatou-me como coisas ainda mais grandiosas
começaram a acontecer na Coreia depois disso. Ele disse: “Pessoalmente, não esperava ver maiores
bênçãos sobre a Coreia do que aquelas que já havíamos tido até 1906. Quando comparávamos as
assistências dos nossos cultos com as que aconteciam no Japão e na China, as nossas excediam em
muito qualquer um desses países e, por essa razão, havíamos concluído que Deus não teria maiores
bênçãos para nós que aquelas que já havíamos obtido. Mas, em Seul, os nossos olhos foram abertos,
em Setembro de 1906, quando o Dr. Howard Agnew Johnston de Nova York, contou-nos sobre o
Avivamento em Kassia Hills, na Índia em 1905/6, quando haviam baptizado cerca de 8.200 recém-
convertidos em dois anos. Nós, os de Ping Yang, voltamos para casa cheios de vergonha. Éramos
cerca de vinte pessoas nas Missões das Igrejas Metodistas e Presbeterianas em Ping Yang.
Concluímos que, como Deus não era um Deus que respeitava umas pessoas mais que as outras, Ele
não iria derramar menores bênçãos em Ping Yang que sobre Kassia Hills. Por isso, decidimos orar
todos os dias ao meio-dia até que uma maior bênção nos fosse dada”.
“Após havermos orado durante cerca de um mês, um dos irmãos falou e disse: ‘Devemos parar com
as reuniões de oração, pois nada mudou desde que começamos a orar. Estamos a gastar tempo
precioso desnecessariamente. Não creio que o esforço se justifique. Vamos para os nossos empregos
como habitualmente e cada um ora em casa conforme lhe for possível orar’. A proposta parecia
razoável a todos. Contudo, a grande maioria das pessoas continuou a reunir-se em oração, crendo que
Deus não negaria Ping Yang a mesma bênção que havia derramado sobre Kassia”.
Decidiram, então, dar mais tempo às reuniões de oração em vez de menos. Com essa atitude,
mudaram o horário das reuniões para as 4:00 da tarde e não eram mais ao meio-dia. As pessoas,
então, podiam ficar em oração até quando quisessem, mesmo até à hora do jantar. Faziam pouco
mais que orar. As reuniões eram para orar. Se, por acaso, alguma pessoa tinha algo importante para
compartilhar com os irmãos, era falado enquanto as pessoas permaneciam absorvidos em oração.
Continuaram orando durante quatro meses e, como resultado, todos haviam esquecido as diferenças
entre Presbiterianos e Metodistas. Apercebiam-se que eram todos do Senhor Jesus e que só a Ele
pertenciam. Era uma união leal de toda a Igreja. Essa união entre crentes foi conseguida através da
grande obra que se faz sobre os joelhos. Essa Obra permaneceu. Ela glorificava o nosso Deus.
Durante essa época, o Sr. Swallen, juntamente com o S. Blair, visitaram um dos campos
missionários. Conduziram o culto da maneira de sempre, sem nada de diferente. Todos começaram a
chorar e a prantear sobre os seus pecados, confessando-os. O Sr. Swallen disse que nunca havia
presenciado nada tão estranho e anunciou um hino na esperança de pôr à prova aquela onda de súbita
emotividade dentro da audiência. Tentou por várias vezes, mas, foi em vão. Apercebeu-se que outra
Pessoa acima dele estava a controlar toda a situação. Foi então que decidiu tornar-se completamente
‘invisível’ e despercebido. Na manhã seguinte, ele e o Sr. Blair, saíram da cidade regozijando-se no
Senhor pelas grandes coisas que haviam acontecido naquela estação missionária. Todos louvaram
Deus e começaram a crer que o tempo próspero de Ping Yang estava bem próximo.
Era a primeira semana de 1907. Todos mantinham a expectativa de que Deus, finalmente, os
abençoaria significativamente durante a semana de oração geral. Mas, chegou o último dia das
reuniões gerais de oração, o oitavo dia, e nada de especial havia acontecido ainda. Nenhuma
manifestação do poder de Deus havia ocorrido. Só no Sábado à noite cerca de 1.500 pessoas estavam
reunidas dentro da Igreja Presbiteriana Central. Seria possível que Deus negaria a bênção e não
derramaria o Espírito sobre eles? Todos ficaram alarmados. Finalmente, o Presbítero Keel, o homem
que liderava a Igreja, levantou-se e disse: “Eu sou um Acã. Deus não abençoa a Igreja por causa de
mim. Cerca de um ano atrás um amigo meu, ao morrer, chamou-me a sua casa e disse-me: ‘Irmão,
estou morrendo. Quero que cuide dos meus assuntos e negócios. A minha esposa não consegue fazê-
lo’. Eu respondi-lhe: ‘Descanse, irmão. Eu farei isso’. Geri todos os assuntos da senhora viúva, mas,
ao mesmo tempo, tirei 100 dólares para mim. Eu sou o responsável e sou eu quem está impedindo
Deus de nos abençoar com a Sua presença. Amanhã mesmo irei entregar os 100 dólares de volta à
viúva”.
Foi naquele momento que todos se aperceberam que a barreira havia sido quebrada entre eles e Deus
e que Deus, o Santo, estaria chegando. A convicção de pecado alastrou-se pela congregação inteira
muito rapidamente. O culto havia começado às 7:00 daquele Domingo à noite e prolongou-se até às
2:00 da madrugada de Segunda-Feira. Mas, mesmo depois disso, muitos estavam na fila esperando
uma oportunidade de confessar todos os seus pecados. Dia após dia, as pessoas começaram a reunir-
se e todos podiam comprovar que o Purificador estava ali presente e não deixava passar nenhuma
iniquidade em branco. Ele, uma vez mais, limpava o Seu templo. Que qualquer homem diga o que
quiser, mas, estas confissões eram plenamente controladas pelo Espírito Santo e não eram
manipuladas por qualquer poder de persuasão humana. Só Deus ou o diabo poderiam mover as
pessoas daquela forma. No entanto, nenhuma mente iluminada poderia sequer pensar que aquela obra
não estava sendo pessoalmente dirigida e orientada pelo Espírito Santo ao levar os dirigentes
máximos de uma Igreja a confessarem publicamente os seus próprios pecados. E o mesmo
poderemos afirmar de quase todas as confissões de pecado por toda a Coreia durante aquele ano,
salvo algumas excepções. Aquele pecado principal do líder máximo perturbava e impedia Deus de
operar enquanto permanecia encoberto.
Um coração aberto era uma das características da Igreja Primitiva. Os Coreanos também sofriam do
mesmo bem. Em um certo lugar, um missionário confidenciou-me que não se atrevia sequer a falar
em dinheiro, pois o povo dava mais do que era necessário. Gostaria de conhecer algum pastor
Ocidental que conseguisse dizer o mesmo da sua congregação. No ano que visitei esse centro
missionário, eles suportavam 139 missionários, homens e mulheres, professores da Bíblia e
pregadores. Só nesse ano, os Obreiros aumentaram em ainda mais 57. Aquele missionário dizia:
“Quando nos apercebemos que a igreja era pequena demais para as necessidades do povo,
resolvemos construir uma igreja com capacidade para 1.500 pessoas. O povo ali presente deu todo o
dinheiro que possuía. Alguns homens deram os seus relógios para serem vendidos, as mulheres
entregaram todo tipo de jóias que possuíssem. Outros entregaram terras. Eles deram tudo o que
possuíam e ainda começaram a chorar porque não tinham mais para dar. A Igreja foi construída sem
contrairmos qualquer dívida!”
Um certo missionário em um centro muito pobre mencionou que era muito difícil e inconveniente
que as pessoas se reunissem nas casas. Depois, alguém disse que alguém queria vender uma porção
de terra por 30 dólares. O pastor disse ao povo: “Ide e comprai o terreno”. O Povo respondeu: “Mas,
pastor, não temos como comprar, pois somos muito pobres. Você não nos entendeu quando dissemos
que havia alguém com esse terreno. O que queríamos é que o senhor nos desse o dinheiro para o
comprarmos”. O pastor disse: “Não. Será muito bom ser vocês a conseguirem isso. Vocês precisam
comprar a vossa própria Igreja”. Contudo, todos os homens enxergavam apenas a sua pobreza
extrema.
Foi então que as mulheres se levantaram e disseram: “Se os homens não compram o terreno, nós
compraremos!” Elas reuniram todas as jóias que tinham e venderam. Contudo, a venda havia rendido
apenas 10 dólares. Então, uma das mulheres vendeu uma cafeteira de bronze que tinha, outra vendeu
duas e outra vendeu uns pauzinhos de bronze que usava para comer. Na Coreia, todos os utensílios
de cozinha são feitos em bronze. Depois de vendido, conseguiram os restantes 20 dólares. Agora que
tinham os 30 dólares na mão, as mulheres compraram o terreno para a Igreja. Como é mais
abençoado dar que receber, as mulheres ainda foram abençoadas com uma visão da necessidade das
pessoas perdidas nas outras vilas vizinhas. Decidiram juntar todos os meses 6 dólares para enviarem
um evangelista para trabalhar na obra do Senhor no meio daquele povo.
Em um outro local, o missionário estava presente no dia da consagração da Igreja. Foi descoberto
que ainda estavam a dever 50 dólares no final da construção. Um membro da Igreja levantou-se e
disse: Pastor, na próxima semana irei trazer os 50 dólares para pagarmos essa dívida”. O missionário
conhecia o homem e sabia que ele era extremamente pobre e disse-lhe: “Não penses em fazer esse
esforço sozinho! Todos iremos unir-nos para podermos pagar essa dívida”. Estas igrejas são daquelas
que não têm vergonha de dizer que têm uma dívida. No Domingo seguinte, o homem pobre apareceu
com os 50 dólares, conforme havia prometido. O missionário estava perplexo e perguntou-lhe como
ele havia conseguido. O homem respondeu: “Pastor, não se preocupe, o dinheiro é limpo!” Umas
semanas depois, o missionário viajava pela área em trabalho e chegou à casa do homem. Perguntou à
esposa onde ele estava. Ela respondeu: “No campo lavrando!" O missionário dirigiu-se ao campo e
viu algo extraordinário. Ele viu o velho homem segurando o arado e o filho puxando para lavrar!
Perguntou o que havia feito com a mula dele. Ele respondeu: “Não é bom que uma Igreja do Senhor
Jesus esteja devendo 50 dólares a alguém. Por isso, vendi a minha mula para podermos pagar essa
dívida”
Uma outra prova que a Igreja da Coreia tem o mesmo Espírito que a Igreja Primitiva, é o seu zelo
pela Palavra de Deus. Por altura do Avivamento não conseguiam imprimir Bíblias suficientemente
rápido para cobrir a procura. Em um ano apenas, cerca de 6.000 Bíblias foram vendidas em Ping
Yang. Todos aprendem a Bíblia, até as mulheres mais iletradas. Todos os crentes que viajam levam a
Bíblia consigo. Durante a viagem, visitavam tabernas, locais de alojamento, hotéis e muitos eram
salvos dos seus pecados. No nosso país, o povo Cristão não faz o mesmo uso da sua Bíblia. Uma vez,
viajando em um comboio, lia a minha Bíblia. Notei como um homem me olhava de uma maneira
estranha, cheio de curiosidade. Ele não conseguiu resistir por muito tempo aquela curiosidade e veio
ter comigo e disse: “Perdoe-me, mas eu nunca vi uma única pessoa em uma viagem lendo a Bíblia ou
um hinário a menos que seja um padre ou um Irmão Plymouth. O que você é?” Respondi que não era
nenhum dos dois. “O que o senhor é então?” “Sou um missionário na China”. Ora, porque razão é
uma coisa tão estranha alguém estar a ler a Bíblia, o melhor dos livros? Eu já vi pastores e líderes das
Igrejas jogando cartas durante viagens idênticas em barcos e comboios!
Os Coreanos têm um provérbio que diz que os mais velhos têm o direito de criticar os mais novos e
que, se depois da crítica ainda restarem argumentos nos mais novos, que os mais novos têm, por sua
vez, direito de criticar os mais velhos porque não fizeram bem o seu trabalho. Nos países Cristãos,
esses direitos estão deturpados. Os jovens criticam tudo aquilo que lhes apetece. Os Coreanos
admitem e acreditam que a crítica mais antiga está na Bíblia. Por essa razão, eles acreditam que a
Bíblia deve criticá-los em primeiro lugar e, depois disso, nada sobra da vida deles para terem como
criticar o Livro de Deus. Eu creio nesse tipo de criticismo. Nunca é demais sermos criticados pela
Bíblia dentro daquele espírito Coreano. Caso os homens fossem mais humildes em nossos
seminários, muitos dos livros de Teologia seriam queimados ao invés de estudados, tal e qual fizeram
aqueles que queimaram os seus livros de sabedoria e de magia quando Paulo entrou em Éfeso! Se
isso acontecesse, certamente que haveria um grande avivamento em todo mundo.
Quando os pastores e evangelistas Coreanos foram lançados nas prisões pelos soldados Japoneses,
nunca perdiam o seu tempo, antes usavam-no para lerem as suas Bíblias e se apetrecharem ainda
melhor. Um deles leu toda a Bíblia 7 vezes durante a sua estadia na prisão e exclamou: “Nunca
imaginei que o meu Salvador fosse tão maravilhoso assim!” Um outro pensava que os Japoneses
iriam tirar-lhe a Bíblia para destruí-la. Por essa razão, ele memorizou o livro de Romanos e estava a
memorizar o livro de João quando foi liberto. Caso uma perseguição genuína se levantasse no mundo
Cristão, creio que a Bíblia seria mais apreciada do que aquilo que é actualmente.
Na vila onde o Sr. Foote descobriu que todas as famílias eram crentes, ele baptizou 25 pessoas. Ele
perguntou ao primeiro voluntário se conhecia alguma parte das Escrituras. Ele respondeu que sim e
começou a recitar. Ele falou de memória mais de 100 versículos, uns atrás dos outros. O Sr. Foote
parou-o e perguntou ao candidato seguinte, temendo que aquele primeiro candidato fosse fazer os
outros sentirem-se mal. Para sua surpresa, ele descobriu que todos os candidatos sabiam mais de 100
versículos! E eram pagãos que vieram a Cristo.
Uma das razões porque a Igreja Coreana é tão forte e tão eficiente, deve-se aos estudos Bíblicos aos
quais são fiéis. Em um ano apenas, foram dados 1.400 estudos bíblicos a 90.000 estudantes de todas
as idades em Ping Yang. Eles mesmos pagavam as despesas para frequentarem essas aulas de
estudos bíblicos. Só em um centro, cerca de 1.800 pessoas assistiram aos estudos bíblicos. Em outro
lugar, não havia acomodações e quartos suficientes para todos os que vieram assistir. Foi pedido aos
pagãos para disponibilizarem hospedagem aos visitantes. Foi-nos relatado que, todas aquelas famílias
pagãs que receberam esses crentes como hóspedes, foram convertidas.
Nenhuma pessoa era velha demais para assistir à escola dominical e aprender a Bíblia. Em um dia
chuvoso fomos investigar se havia gente nas aulas dominicais antes dos cultos. Em alguns deles, não
cabia mais gente sequer!
A Igreja Primitiva alegrava-se com o facto de que eram achados dignos de sofrerem pelo nome de
Jesus. O mesmo espírito e atitude achamos entre os crentes da Coreia. Não era de estranhar que os
Japoneses se enchessem de ciúme e fúria ao ponto de perseguirem os crentes Coreanos. Havia
queixas absurdas contra os Cristãos em Shun Chun. Diziam que eles estavam em conspiração contra
o General Terauchi, o Governador! Nunca houve qualquer ideia de conspiração, mas, mesmo assim,
muitos líderes Cristãos foram lançados nas prisões. Era conhecido de todos como eles eram
brutalmente torturados pela polícia nas celas para serem obrigados a dizerem aquilo que os Japoneses
desejavam que confessassem. Eram pendurados pelos dedos polegares e queimados com ferros
quentes. Um homem desmaiou 7 vezes sob tortura. Contudo, todos permaneceram fiéis e os tribunais
acabaram por libertá-los, todos como inocentes.
Havia um homem que pregava em sua vila. Ele foi condenado pelos seus líderes a ficar sem casa e
sem nada. Ele não recorreu aos tribunais para reclamar os seus direitos, mas, através da graça de
Deus, permaneceu doce e fiel como sempre. Ele, humildemente, suportou todos os insultos e
continuou pregando Cristo com um coração puro e livre de amargura. O final da história foi que a
sua tribo inteira foi convertida a Cristo! Foi-lhe devolvido tudo que lhe haviam tirado. Não foi
preciso recorrer aos tribunais.
Havia um homem que, enquanto visitava a cidade, foi convertido e confessou o Senhor Jesus através
do Baptismo. Depois, saiu para contar a todos a maravilhosa História de Jesus. A sua tribo recebeu-o
mal e ficaram enfurecidos contra ele. Espancaram-no quase até à morte. Ao ser trazido ao hospital,
comprovaram que a sua vida estava presa por um fio. Após algumas semanas, o médico mandou-o
para casa, mas, avisou-o que poderia ter uma hemorragia a qualquer momento. Esse crente comprou
muitos livros sobre a salvação e, durante três anos, percorreu todo o seu distrito distribuindo
literatura e anunciando o Evangelho de Quem tanto amava. Certo dia teve a anunciada hemorragia e
faleceu e foi para casa morar perto do seu Salvador e Senhor. Mas, no distrito onde o quiseram
matar, ele deixou 11 Igrejas plantadas.
Certamente que o Espírito Santo sempre esteve a glorificar o Senhor Jesus na Coreia, tal e qual fazia
em tempos na Palestina no primeiro século. Isto é um verdadeiro desafio ao mundo chamado
Evangélico. Precisam acordar para a realidade que lhes foi prometida e, da qual, nem fazem caso.
Devem fazer como os seus irmãos da Ásia fizeram. Eles conseguiram deixar comprovado que não é
através da força, nem da violência que o Reino de Deus é manifesto ao mundo. Em toda a humildade
entregavam-se a Jesus e, logo de seguida, rendiam-se a uma vida de plenitude que se tornava
evidente através das suas vidas e vivências pessoais. Deus espera com intensidade para nos visitar da
mesma maneira e com a mesma plenitude de salvação. Mas, que fique claro que precisamos pagar o
preço real para não acontecer ficarmos com a fama de estarmos vivos e, ainda assim, virmos a ser
condenados porque desprezamos Aquele que nos dá tão grande salvação de graça.
PUBLICADO A 1ª VEZ EM 1943, POR ZONDERVAN PUBLISHING HOUSE.