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1 | Turma 141
Anatomia – Módulo 4
Introdução a Neuroanatomia
OBS.: As células da micróglia têm origem diferente do restante das células da glia,
então alguns autores não as consideram como sendo células da glia.
Os neurônios são formados pelo corpo celular, pelo axônio e pelos dendritos. O estí-
mulo chega até eles pelo dendrito e atinge o corpo, onde é avaliado e gera uma resposta.
Essa resposta, então, sai do neurônio pelo axônio. Um estímulo pode ser uma contração
muscular, a interpretação de uma sensibilidade, a interpretação de uma visão, dentre
outros.
Um neurônio é separado do neurônio seguinte pela chamada fenda sináptica, que é
um espaço no qual são lançados os neurotransmissores. Os neurotransmissores são
substâncias químicas estimulam o neurônio seguinte e geram um impulso elétrico. Por-
tanto, dentro do neurônio a transmissão dos estímulos é elétrica, enquanto nas sinapses
é química. Assim, pode-se dizer que a transmissão de impulsos nervosos é eletroquí-
mica.
Os axônios dos neurônios podem ou não ser envoltos por mielina, uma lipoproteína
produzida pelos oligodendrócitos no SNC e pelas células de Schwann no sistema nervoso
periférico (SNP). A mielina funciona como um isolante elétrico. Nos neurônios mielini-
zados, essa lipoproteína se dispõe ao redor dos axônios com algumas falhas, denomina-
das nódulos de Ranvier. Quando um impulso elétrico está passando pelo axônio do neu-
rônio, ele passa apenas pelos nódulos de Ranvier, de modo que se propaga mais rapida-
mente. Isso é chamado de transmissão saltatória.
OBS.: O líquor funciona como uma piscina, na qual o encéfalo boia. Para o diagnóstico
de algumas doenças, como a meningite, é necessária a coleta do líquor.
OBS.: Os axônios dos nervos periféricos podem variar desde tamanhos microscópicos
até um metro de comprimento.
OBS.: Traumas nos nervos periféricos ocasionam edemas no tecido conjuntivo que
os reveste, e a cicatrização desse tecido pode obstruir o nervo.
Medula Espinhal
A medula espinhal é composta por dois tipos de tecidos: uma substância branca pe-
riférica e uma substância cinzenta interiormente. A substância cinzenta é composta ba-
sicamente por corpos celulares de neurônios e tem essa cor por ter uma maior vascula-
rização. Já a substância branca é composta por axônios de neurônios, que adquirem essa
cor por causa do revestimento de mielina.
A substância cinzenta, quando vista por um corte transversal, tem o formato de uma
borboleta. A porção mais estreita e longa do que seria as asas da borboleta são posteri-
ores e atingem a superfície da medula. Essa parte é posterior e é chamada de corno
posterior ou de corno sensitivo. A porção mais larga não atinge a superfície da medula
e fica localizada anteriormente, sendo, portanto, chamada de corno anterior ou de
corno motor.
No corno anterior, além de neurônios motores, há milhares de neurônios microscó-
picos, chamados de neurônios internunciais, que são responsáveis por unir neurônios
vizinhos. Os neurônios desse corno inervam o esqueleto axial, enquanto o esqueleto
apendicular é inervado por neurônios que partem das chamadas intumescências cervi-
cal e lombar.
OBS.: Os principais nervos que compõem o plexo braquial são o nervo mediano, o
nervo ulnar, o nervo radial, o nervo axilar, o nervo músculo cutâneo.
No corno posterior da medula espinal, além dos neurônios sensitivos, há uma subs-
tância gelatinosa composta por neurônios e células da glia, chamada de substância de
Rolando. Essa substância é responsável por realizar uma filtragem dos impulsos doloro-
sos que penetram o SNC, de modo a impedir que todo e qualquer estímulo seja perce-
bido como dor.
são iguais entre si. A raiz posterior apresenta um abaulamento, chamado de gânglio da
raiz dorsal, enquanto o diâmetro da raiz anterior é uniforme
Os nervos espinhais originam todos os nervos do corpo que estão fora da cabeça. Eles
são todos mistos, ou seja, têm um componente motor e um sensitivo e, portanto, são
formadas por uma raiz motora e por uma raiz sensitiva. Os impulsos elétricos motores
devem sair da medula e atingir a periferia do corpo, enquanto os impulsos elétricos sen-
sitivos devem partir da periferia e chegar à medula.
Para que isso seja possível, é necessário que o primeiro neurônio da cadeia sensitiva
não esteja dentro da medula, mas sim no interior do gânglio da raiz dorsal. Os dendritos
desses neurônios se alongam até as periferias (a pele, por exemplo), de onde captam
estímulos. Da mesma forma, o primeiro neurônio da cadeia motora não fica na medula,
mas sim no cérebro. Esse neurônio têm um longo axônio, que faz sinapse com o segundo
neurônio da cadeia motora, já localizado na medula.
Existem oito nervos espinhais que se originam da coluna cervical, 12 nervos que se
originam da coluna torácica, cinco da lombar, cinco da sacral e três ou quatro da medula
coccígea. Esses nervos, depois de formados, saem da coluna vertebral por meio dos fo-
rames intervertebrais. As regiões da pele inervada por essas raízes nervosas são deno-
minadas dermátomos.
OBS.: Em caso de perda da função do nervo radial (flexão do braço), usa-se a técnica
de Oberlin: desvio de um fascículo do nervo ulnar para o nervo radial. O fascículo usado
é o da flexão radial do carpo, que pode ser suprimido por outras inervações.
OBS.: Na vida embrionária, a medula e a coluna têm o mesmo tamanho, mas durante
a vida a medula cresce mais devagar que a coluna, o que dá a diferença de tamanho.
O sistema nervoso central está todo banhado por líquor, um líquido que é produzido
dentro do cérebro, e recoberto pelas meninges. Estas são em número de três: a dura-
máter, mais externa; a aracnoide, intermediária e que lembra uma teia de aranha; a pia-
máter, mais interna. A pia-máter só pode ser vista na microscopia, pois está totalmente
aderida ao tecido da medula e do cérebro. O líquor circula entre a aracnoide e a pia-
máter. A dura-máter apresenta uma folha membranar, chamada de saco dural, que en-
volve a medula e a cauda equina, e termina na altura da segunda vértebra sacral.
Fernanda Cosetti Aguiar | Segundo período 2019.1 | Turma 141
Nem sempre as informações captadas pela medula são levadas ao cérebro. Existe um
reflexo, denominado reflexo segmentar medular, que só ocorre em um determinado
segmento da medula, ou seja, não é transmitido ao cérebro. O exemplo clássico é o
reflexo patelar, que ocorre mesmo se houver uma lesão cerebral grave. Quando um in-
divíduo morre, resquícios desse funcionamento medular ainda podem ser percebidos,
mediante estímulos específicos. A isso se dá o nome de reflexo de Lázaro.
OBS.: O cérebro não tem inervação para dor, o que tem é a dura-máter e o couro
cabeludo.
Tronco Cerebral
Olhando o tronco cerebral anteriormente, pode-se observar que ele é ornado por
uma série de nervos que saem ou entram dele. Esses nervos são chamados de nervos
cranianos e há 12 pares deles. Dez desses pares se originam diretamente do tronco ce-
rebral, enquanto os outros dois não. As exceções são o nervo olfatório e o nervo óptico,
que são, respectivamente, o primeiro e o segundo par.
Os nervos que se originam no mesencéfalo são o terceiro, chamado de oculomotor,
e o quarto, chamado de troclear. Ambos estão relacionados ao movimento do globo
ocular, junto com o sexto par, que se origina na ponte e é chamado de nervo abducente.
O mais relevante nessa movimentação é o oculomotor.
Os nervos que se originam na ponte são os de número cinco, seis, sete e oito. O
quinto nervo é chamado de nervo trigêmeo e ele tem uma dupla função: inerva a mus-
culatura da mastigação e dá a sensibilidade da face. O sétimo nervo é chamado de nervo
facial e inerva algumas glândulas salivares, uma parte da língua e, principalmente, os
músculos da mímica facial. O oitavo nervo é o vestibulotroclear, que é responsável pela
audição e pelo equilíbrio.
OBS.: A musculatura da face não se fixa em ossos, apenas nas camadas mais profun-
das da pele.
O bulbo dá origem a mais quatro nervos, que são o glossofaríngeo, o vago, o acessório
e o hipoglosso. O nervo vago é o mais longo, uma vez que começa na cabeça a termina
na altura dos intestinos. Ele inerva os pulmões, o esôfago, parte do tubo digestivo e
diversos outros órgãos. O nervo hipoglosso é responsável pela inervação da língua.
OBS.: Os nervos do bulbo são os que têm risco de morte, em caso de lesão do bulbo.
A cavidade do quarto ventrículo tem o formato de um losango e nela podem ser ob-
servados núcleos de nervos cranianos, como a área vestibular e o trígono vagal. No in-
terior desse ventrículo há o líquor, que é produzido tanto nele mesmo quanto nos outros
ventrículos, que estão no cérebro. O líquor produzido pelos outros ventrículos chega ao
quarto por meio do aqueduto cerebral.
O líquor sai do quarto ventrículo em direção à medula por meio de três forames: um
forame mediano (Magendie) e dois forames laterais (Luchka). Se houver um tumor den-
tro do quarto ventrículo, o líquor não consegue escoar para o restante do SNC, e ocorre
um aumento da pressão nessa cavidade que conduz a uma hudrocefalia.
A lâmina quadrigêmea, também chamada de colicular, é formada pelos quatro colí-
culos (dois superiores e dois inferiores), localizados no mesencéfalo. Os colículos supe-
riores estão relacionados à visão, enquanto os colículos inferiores estão relacionados à
audição.
O mesencéfalo é a menor parte do tronco cefálico e também contém a substância
negra, o núcleo rubro e os núcleos dos pares de nervos III, IV e V. O quinto nervo, que é
o trigêmeo, emerge na ponte, mas o seu núcleo é tão grande que começa no mesencé-
falo e só termina na medula cervical. As funções do mesencéfalo incluem a participação
na visão, na audição, no movimento dos olhos e na coordenação do movimento dos
olhos com o movimento do corpo.
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